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Belém, vol. 2, n. 2, p. 8-14, julho/dezembro 2016 . ISSN 2446- 8290 Pra não lembrar dos tempos de cativeiro Pablo Monteiro 1 No Maranhão a presença de crianças em terreiros e barracões dos Tambores de Mina, Pajelanças e Terecôs, suscitam questões vinculadas às experiências religiosas ali vivenciadas. Casos como o dos "meninos emasculados" que remete ao assassinato em série de crianças ocorrido no Maranhão entre 1991 e 2002, associado ao uso de bebida alcoólica, acabam por endossar principalmente o discurso de igrejas neopentecostais contra essas práticas e consequentemente o aumento da descriminação. Esse ensaio reúne um conjunto de imagens de crianças coletadas em pesquisa de campo ao longo de 2014 a 2016 em diversas práticas da religiosidade afro-maranhense. O objetivo do trabalho é evidenciar através da experiência visual, as especificidades da presença "ser criança" em cada um nesses espaços. 1 Graduação em História na Universidade Estadual do Maranhão - UEMA. Integrante do NEHISLIN/UEMA (Núcleo de Estudos de Historiografia e Linguagens) , Pesquisador do GPMina/UFMA (Grupo de Pesquisa, Religião, e Cultura Popular) e colaborador do Projeto Biblioteca Digital da Baixada Maranhense ligado a Rede de Pesquisa da Baixada Maranhense REBAX. Tem interesse na área de História Oral e Antropologia Social /Visual, direciona seus estudos para o campo das práticas ligadas ao universo afro-brasileiro com ênfase na religião. Pesquisa a pajelança amazônica no Maranhão, mais especificamente na microrregião da Baixada Maranhense.

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Belém, vol. 2, n. 2, p. 8-14, julho/dezembro 2016 . ISSN 2446- 8290

Pra não lembrar dos tempos de cativeiro

Pablo Monteiro1

No Maranhão a presença de crianças em terreiros e barracões dos

Tambores de Mina, Pajelanças e Terecôs, suscitam questões vinculadas às

experiências religiosas ali vivenciadas. Casos como o dos "meninos emasculados"

que remete ao assassinato em série de crianças ocorrido no Maranhão entre 1991

e 2002, associado ao uso de bebida alcoólica, acabam por endossar principalmente

o discurso de igrejas neopentecostais contra essas práticas e consequentemente o

aumento da descriminação. Esse ensaio reúne um conjunto de imagens de crianças

coletadas em pesquisa de campo ao longo de 2014 a 2016 em diversas práticas da

religiosidade afro-maranhense. O objetivo do trabalho é evidenciar através da

experiência visual, as especificidades da presença "ser criança" em cada um nesses

espaços.

1 Graduação em História na Universidade Estadual do Maranhão - UEMA. Integrante do NEHISLIN/UEMA (Núcleo de Estudos de Historiografia e Linguagens) , Pesquisador do GPMina/UFMA (Grupo de Pesquisa, Religião, e Cultura Popular) e colaborador do Projeto Biblioteca Digital da Baixada Maranhense ligado a Rede de Pesquisa da Baixada Maranhense REBAX. Tem interesse na área de História Oral e Antropologia Social /Visual, direciona seus estudos para o campo das práticas ligadas ao universo afro-brasileiro com ênfase na religião. Pesquisa a pajelança amazônica no Maranhão, mais especificamente na microrregião da Baixada Maranhense.

PABLO MONTEIRO

Belém, vol. 2, n. 2, p. 8-14, julho/dezembro 2016 . ISSN 2446- 8290

PABLO MONTEIRO

Belém, vol. 2, n. 2, p. 8-14, julho/dezembro 2016 . ISSN 2446- 8290

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