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Prancha nº01 de apresentação

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6. 7. 8.

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3.

4. 5.

PRODUÇÃO e EXIBIÇÃO Centro de

de CulturaEM CAMPINAS/SP

ESCOLHA DA CIDADE

Esta proposta de projeto foi pensada para o Distrito de Barão Geraldo, na cidade de Campinas - SP. Foi realizada uma série de visitas e percursos pelo Distrito, no intuito de localizar um terreno adequado à luz do contexto local.AlémAlém das visitas, foi feito um levantamento junto à subprefeitura para cole-

tar informações pertinentes à região, tanto no âmbito geográfico quanto no âmbito histórico e social, somado a uma série de encontros com habitantes antigos e novos para obter dados relativos à cultura e à inserção socio-econômica do Distrito.Partindo inicialmente do âmbito municipal, os dados coletados junto à pre-

feitura de Campinas apresentaram uma cidade em forte ritmo de expansão:

“Campinas é um dos principais polos nacionais de congressos nas áreas de negócios, saúde, esportes, mídia e educação, entre outras. São cerca de seis mil eventos por ano e uma média de dois milhões de par-ticipantes. Em 2007, segundo a International Congress and Convention Association (ICCA), Campinas foi a sétima cidade brasileira no ranking de eventos. (...) No ranking mundial, ocupa a 244ª posição entre as cidades que mais recebem eventos internacionais: - Realização contínua de feiras culturais e de arte-sanato - Bienal da Leitura - Festival Internacional de Teatro - Feiras de artesanato e antiguidades - Eventos esportivos regionais e nacionais Pela infraestrutura e localização (a uma hora de São Paulo), Campi-nas é também uma cobiçada sede de eventos corporativos.” (Guia de Investimentos de Campinas – Dis-ponível no site da Prefeitura de Campinas) Indiscutivelmente a cidade de Campinas comporta um projeto cultural de maior porte, dada a grande

relevância que a cidade exerce sobre toda sua região. Sendo um polo de uma área que envolve 19 mu-nicípios, mais de 2,6 milhões de habitantes e que é sozinha responsável por cerca de 3% do PIB brasileiro, ela com certeza se destaca e se qualifica como anfitriã de grandes acontecimentos culturais. Uma questão também bastante relevante é o fato da cidade conter um número significativo de Institu-

ições de Ensino Superior - IES, no total existem 8 universidades e 16 faculdades, e diversidade de cursos voltados para o campo artístico.Estes dados em seu conjunto corroboraram para a identificação da pequena oferta de espaços para

as inúmeras manifestações culturais. A par disto também ficaram evidentes as questões relacionadas à malha viária do Distrito, além de uma série de itens de infraestrutura que naturalmente deveriam ser melhorados. Assim, localizam-se, em Barão Geraldo, polos referenciais que reúnem interesses culturais, tecnológi-

cos, científicos, ambientais e turísticos, entre os quais se destacam:• Unicamp • Facamp • PUC-Campinas • Universidade São Francisco • CPqD • Centro Médico de Campi-

nas • Centro Boldrini • Sobrapar • Laboratório Nacional de Luz Síncroton • Mata de Santa Genebra • Parque Ecológico Hermógenes de Freitas Leitão Filho • Espaço Cultural Casa do Lago • Convento das Carmelitas • Parque Linear Ribeirão das Pedras • Terra Lume - Lume teatro • Excaravelhas • Cia Artística Ungambikkula • Grupo Matula Teatro • Boa Companhia • Espaço Cultural Semente • Cia. Berro d́Água • Barracão TeatroEste levantamento bibliográfico sobre a constituição do Distrito de Barão Geraldo evidenciou a ca-

racterística contemporânea de um grande centro tecnológico e cultural. O fato de a região abrigar três grandes centros de formação superior, Unicamp, PUC-Campinas e Facamp faz com que mais de 70 mil estu-dantes de graduação e pós-graduação residam e circulem pelo Distrito. Isto, evidentemente, cunhou a esta localidade um perfil populacional jovem, em processo de formação, somado a outro, composto por muitos professores das instituições que lá residem. Contraditoriamente, neste levantamento, percebeuse que apesar de fecunda a produção e exibição de cultura no Distrito, os espaços foram se constituindo de forma espontânea, sem planejamento urbanístico e numa relação inferior à velocidade de apareci-mento de novos grupos culturais. Por fim, um evento em especial que foi apontado durante os levantamentos foi o carnaval de rua de

Barão. É um evento anual que reúne blocos tradicionais como o Berra Vaca, o União Altaneira, o Cu-pinzeiro, as Caixeirosas entre outros. Apesar de os desfiles só ocorrerem oficialmente durante uma semana do ano, existe uma série de ensaios e apresentações fora de época realizadas por esses grupos. Com certeza esse é o maior evento de rua do Distrito, mas existem muitas outras atividades que são real-izadas ao ar livre e com participação da comunidade baronesa, como é o caso da tradicional festa fol-clórica “Boi Falô”. Porém esses eventos costumam ocorrer em pequenas praças e com vias de tráfego intenso ao redor. De fato, um espaço com segurança e infraestrutura seria necessário para o Distrito de Barão Geraldo.

foram determinados alguns parâmetros de seleção: uma área ampla, preferencialmente plana pensando em um grande espaço aberto e público para as apropriações "de rua", de fácil acesso tanto pelo distrito quanto pelas cidades vizinhas e a região central de Campi-nas. Foram realizadas novamente uma série de visitas pelo território do Distrito e uma constatação muito rápida foi de que o centro do distrito tem sua malha viária já bastante saturada, portanto, não seria possível optar pelo modelo convencional de implantação de um espaço cultural, que seria no centro do área urbana. Era preciso encontrar um ter

reno que estivesse localizado nas extremidades do perímetro urbano de Barão, e que fosse localizado próximo aos acessos rodoviários, mas era muito importante que o acesso direto com o distrito fosse mantido.AAssim, o terreno escolhido é uma grande área constituída de dois lotes particulares que atualmente contém plan-

tações de banana e abacate. Ele fica localizado dentro do distrito de Barão Geraldo mas ao lado da Rodovia Gen-eral Milton Tavares de Souza (que atualmente teve seu nome alterado para Rodovia Professor Zeferino Vaz), que é uma importante via da malha viária intermunicipal, passa pela entrada principal do distrito e termina diretamente no "Tapetão" principal via de ligação entre o distrito e o restante da cidade. Essa rodovia vai de encontro direto à Rodo-via Dom Pedro I, que faz a ligação com os outros distritos da cidade de Campinas e com o restante da cidade também.Do outro lado da Rodovia existe um bairro predominantemente industrial com pequenos focos de comércio e

poucas habitações; já do outro lado (que seria o lado do distrito) existe um bairro residencial pouco adensado e a moradia estudantil da Unicamp, que abrigada um contingente de mais de mil alunos.Esse terreno está acessível diretamente da Rodovia e também pelo distrito, já que está situado próximo de aveni-

das e tem suas ruas limítrofes já mais largadas devido as rotas de ônibus circulares. Essa escolha, bastante contemporânea, do local baseou-se tanto em questões práticas e funcionais como as já

citadas acima, como em questões mais sublimes como a releitura do lugar na cidade atual. Uma forte referência sobre essa discussão é o artigo do arquiteto e urbanista Lineu Castello, publicado na revista Arquitexto Nº 5. Dentro dessa linha de discussão, uma grande preocupação foi a de implantar um polo cultural, idealizado para todos os tipos de população, de uma forma tal que ele fosse de fato acessível para toda a população. Assim, é importante que ele seja acessível por todo tipo de transporte: veículo particular, ônibus circular, ônibus intermunicipal, biciclebicicletas e pedestres. Mas diante dessa escolha do terreno, foi questionado a relação que seria desenvolvida com esse espaço, já que ele não estaria localizado no centro urbano consolidado e portanto mais óbvio a população local. Sobre isso, foram realizados leituras e estudos de referências sobre a questão do Lugar e de seu reconheci-mento pela população nos dias de hoje. Como apresenta em seu texto, Lineu Castello aponta os fatores que qualificam uma área ou edificação em Lugar

segundo os preceitos tradicionais do urbanismo; “(...) um espaço que se torna percebido pela população por conter significados profundos, representados por imagens referenciais fortes. Por isso mesmo, em sua gênese comparecem fatores físicos e psicológicos,

que tanto têm a ver com o desenho da configuração morfológica urbana, quanto com o comportamento interativo adotado pelas pessoas na utilização dessas formas”. (“Há Lugar para o Lugar na Cidade do Século XXI” - Lineu Castello, Revista Arquitexto Nº 5)DeDessa forma, podemos entender que mesmo com as variações atuais de leitura de espaço e lugar, uma área que se dê um forte uso, trazendo um intenso significado para uma grande população e que seja um marco no

desenho urbano regional passará a ser reconhecida como Lugar. A partir dessa leitura e das constatações do terreno escolhido, foi evidenciado que o complexo apresentaria escalas de relações diferentes. A escala de relação que o complexo passará a ter com o bairro limítrofe e sua comunidade é com certeza diferente da escala de relação que ele apresentará com a região metropolitana de Campinas. Assim, é preciso ver as esca-las dos usos polas dos usos possíveis que o complexo deverá suprir de acordo com proporção do público relacionado. Portanto, foram determinadas três escalas de relação entre o complexo e seu entorno: a primeira seria com o seu entrono mais imediato que seria de um lado a rodovia e do outro o bairro residencial. A segunda

seria com o distrito abrangendo sua comunidade artística, local e estudantil. E por fim, a terceira seria com a própria cidade de Campinas e sua região metropolitana.

ESCOLHA DO TERRENO

aa proposta desse trabalho foi a de criar um espaço cultural amplo e diversificado e que fosse aberto ao público tanto para o Distrito de Barão Geraldo quanto para o da cidade de Campinas.DeDessa forma, ao iniciar a es-

colha do terreno de implantação

ESCOLHA DO TEMA

Todas essas considerações levaram à proposta do Centro de Produção e Exibição de Cultura de Barão Geraldo, na perspectiva de que a oferta de um local planejado de forma adequada potencializaria sobremaneira este conjunto de manifestações culturais, que em última instância, é condição fortalecedora para uma convivência social de qualidade e sustentável.EEssa escolha se torna ainda mais assertiva quando observamos que ela se encontra em completa consonância com o Plano Nacional de Cultura - PNC, lançado em junho deste ano, porém já discutido e trabalhado

desde 2003: "Ao tomar contato com as metas, percebemos que elas têm a função maior de possibilitar que o Brasil conheça o Brasil. A intenção é também revelar a rica diversidade cultural do país e sua extraordinária criatividade, além de buscar a realização das potencialidades da sociedade brasileira por meio de processos criativos." PNC, Página 10, 2012.DeDe acordo com PNC, devemos entender e praticar o total exercício dos direitos culturais dos brasileiros e brasileiras de todas as situações econômicas, localizações, origens étnicas e faixas etárias. Além disso,

é muito importante destacar que a junção da produção de cultura em um mesmo espaço que a exibição de cultura potencializa o impacto positivo dessa mostra para a sociedade. A criação de um complexo cultural é capaz de gerar interesse e participação da comunidade local durante o processo de criação artístico e cultural e não apenas durante sua exibição. Essa situação é riquíssima e permite que a participação de pessoas no proceno processo de produção e manutenção de cultura seja muito mais facilitada, mudando o seu estado passivo diante desse processo. Portanto, é extremamente adequado e pertinente propor a implementação de um projeto cultural com amplos e diversos espaços públicos tanto para a produção quanto para a exibição de cultura aberto para a socie-

dade e gerido pelo município e Distrito, com apoio de fomento federal, e em parceria com as IES de Barão Geraldo: "As metas do Plano estabelecerão uma nova relação do Estado com a cultura e com a sociedade. Trata-se de um projeto que caminha para a consolidação efetiva da cidadania cultural. Nela, a cultura é um eixo de desenvolvimento e possibilita que os brasileiros avancem, cultural e economicamente - com justiça social, igual-dade de oportunidades, consciência ambiental e convivência com a diversidade." PNC, Página 11, 2012.Concluindo a etapa de levantamentos das questões a serem trabalhadas no Distrito, fica definido que são necessários três tipos de ofertas de espaços: de ensaio e produção de cultura; de exibição e exposição de

cultura e uma área aberta e pública ampla e com infraestrutura para grandes eventos abertos ao público. Assim, neste projeto entendo este espaço como uma contribuição expressiva para o fortalecimento da cidadania na medida em que o acesso à cultura/ educação é indiscutivelmente o divisor de águas entre uma sociedade desenvolvida e outra subdesenvolvida.

Universidade de São Paulo - USP - Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos - IAUTrabalho de Graduação Integrado - TGI-II

Paula Jansen Gandara Mendes