pré história da linguagem escrita

32
ensinar o que não se sabe

Upload: maria-do-rocio-rodi-goncalves

Post on 30-Jun-2015

4.335 views

Category:

Education


1 download

DESCRIPTION

Ensinar o que não se sabe. Letramentos a partir da escrita do corpo. Corpos relacionais. Letramentos múltiplos.

TRANSCRIPT

Page 1: Pré história da linguagem escrita

ensinar o que não se sabe

Page 2: Pré história da linguagem escrita

SORRISOS, OLHARES, APROXIMAÇÕES E LIBERDADE.

POR VOLTA DOS TRÊS ANOS, COMEÇA A CRIANÇA A PENSAR NO DAQUI A POUCO, COM SINAIS DE MEMÓRIA SIGNIFICATIVA, DE PLANEJAR AÇÕES, DE ANTECIPAR AÇÕES E SABER O QUE PODE ACONTECER...

COMO TER O OUTRO SEMPRE POR PERTO, COMO MANTER SUA ATENÇÃO?

Page 3: Pré história da linguagem escrita

HISTÓRIAS, REPETIÇÃO, IMITAÇÃO, EMOÇÕES, RELAÇÕES,

AFETIVIDADE...

Page 4: Pré história da linguagem escrita

AQUILO QUE FAZ É A SUA FORMA DE PENSAR E O

SEU NATURAL DESEJO...

Page 5: Pré história da linguagem escrita

O QUE HÁ DE INTERESSANTEALI E ACOLÁ?

O OUTRO ESTÁ OCUPADO E ME PASSA UM PAPEL PARA EU ME

ENTRETER E DEIXÁ-LO EM PAZ...

Page 6: Pré história da linguagem escrita

SORRATEIRAMENTE ELA CHEGA ATÉ ONDE ELE ESTÁ, ASSIM QUE DEIXOU O LUGAR. E AGORA?

Page 7: Pré história da linguagem escrita
Page 8: Pré história da linguagem escrita

Como decorrem as relações com a

criança(em casa, na escola,

no trabalho etc.)a partir desses

episódios...

Page 9: Pré história da linguagem escrita

Ao invés de despejar descontentamento, através da mediação surgem...

O BEBÊ

A CHUVA E A

POÇA

D’ÁGUA

UMA PESSOA CUSPINDO FOGO...

Page 10: Pré história da linguagem escrita

POR QUÊ?Que lugares ocupamseus protagonistas?

Page 11: Pré história da linguagem escrita

A atenção redirecionada não isola a criança, mas,

cria novos significados. Os limites são estabelecidos e as parcerias combinadas.

Formas inteligentes de intervenção mediada e aprendizagens mútuas.

Page 12: Pré história da linguagem escrita

A VOZA VEZ

Os

olhos

A CRIANÇAO OUTRO

Page 13: Pré história da linguagem escrita

A RELAÇÃO AFETIVAÉ O MOTOR DA INTELIGÊNCIA.

O ADULTO E A CRIANÇA CONVERSAM SOBRE O FEITO. O RABISCO INDEVIDO! A COMUNICAÇÃO EMOCIONAL ABRE-SE AO MUNDO DO OUTRO.

SEGUNDO WALLON (1975), A DIMENSÃO AFETIVA INTEGRA OS ASPECTOS COGNITIVO E MOTOR.

MAS, QUE ASTÚCIA? O OBJETO DO DESEJO É DO OUTRO.A INTEGRAÇÃO DOS TRÊS ASPECTOS FUNCIONAIS:

MOTOR, AFETIVO E COGNITIVO CONSTITUI A ÚLTIMA E QUARTA DIMENSÃO FUNCIONAL, QUE WALLON DEFINE COMO “PESSOA”.

Page 14: Pré história da linguagem escrita

A aprendizagem é uma construção que se dá, primeiro, pela presença da relação e, segundo pelo desejo de uma parte, pelo menos, que pode sensibilizar e despertar

o desejo do outro.

Page 15: Pré história da linguagem escrita

A partir de dois anos começa a criança a ampliar a noção de si... a palavra pai, mãe, vovó, vovô ressignificam-se no “eu” – e com nome próprio.

O nome é ela mesma. Assim como pai é o seu pai.

A abstração surge em meio ao letramento no território da cultura escrita...

Trilhas, redes, teias, escritas, interação e sentidos.

Page 16: Pré história da linguagem escrita

MORADA EXPRESSIVA DOS DITOS, NÃO-DITOS, SILÊNCIOS, ACALANTOS, PULSAÇÕES, MOVIMENTOS INTERIORES, RITMOS PRÓPRIOS, SENSAÇÕES, EMOÇÕES, CONFUSÕES, DIÁLOGOS TÔNICO-CORPORAIS DIVERSOS, SINAIS QUE AOS POUCOS SE VÃO SOCIALIZANDO, CRIANDO NOVAS COMUNICAÇÕES, REINVENTANDO SIGNOS COMUNS E PRÓPRIOS.

A LINGUAGEM

COMUNICATIVA DA ESCRITA

Page 17: Pré história da linguagem escrita

Pode servir de modelo de si mesmo.

Aprende-se a reconstruir-se.

Faz-se um boneco.Arquétipos surgem e

ressignificam-se

O BONECO

A escultura é uma boa representação, artefato produzido pelas mãos da criança. E a seu modo.

Page 18: Pré história da linguagem escrita

Antes, vivenciar o corpo, tocar-se.

Apalpar o rosto, toque digitais em cada pedacinho de si, a sobrancelha, a pálpebra, os cílios, o contorno do nariz, as narinas, a maçã do rosto, o lóbulo esquerdo e direito da orelha, a testa...

Page 19: Pré história da linguagem escrita

Embalada afetivamente, ausculta seu humor e vai delineando as linhas da sua pele e passeia

pela superfície de si mesmo...

Page 20: Pré história da linguagem escrita

Músicas do estilo Baby Einstein-Bach embalam esse tocar-se, a percepção, a auto-imagem.

É a (re)descoberta do pensar-se materializando-se.

Page 21: Pré história da linguagem escrita

Apresentam-se a argila, tinta, sucatas, panos, fitas, galhos, grãos, jornais, canetas etc.Talvez surjam cabelos, olhos, bocas, orelhas, mãos, pés, barrigas, braços, pernas, genitais.

Page 22: Pré história da linguagem escrita
Page 23: Pré história da linguagem escrita

A CRIANÇA É QUEM VAI SE FAZER REPRESENTADA, COM DESTAQUES ÀS EMOÇÕES E SENTIMENTOS VIVIDOS E

PERCEBIDOS.

O que esses bonecos sentem? Conversam? O que desejam?O que fazem? Como vêem as coisas ao redor?

Page 24: Pré história da linguagem escrita

COLOCA-SE EM LUGAR VISÍVEL, COMBINADO E DE MOVIMENTO PEDAGÓGICO.PENSA-SE NA IDENTIFICAÇÃO ESCRITA DELES. QUAL O NOME?

Page 25: Pré história da linguagem escrita

Após a exploração topológica, a projetiva...

O auto-retrato

Page 26: Pré história da linguagem escrita

Olhar-se e socializar impressões, percepções, expressões e sentimentos.

A IMAGEM DE SI PARA O OUTRO, DE VER-SE NO OUTRO, DE VER-SE REFLETIDO, DA

VIVÊNCIA ESPELHADA

Page 27: Pré história da linguagem escrita

Ver o outro e o que ele tem em comum, ver-se no coletivo. E o espelho?

Page 28: Pré história da linguagem escrita

O momento de representar-se no papel, de ver o papel do outro, releituras, novos rabiscos e imagens

(co)produzidas. E escrever o nome próprio. A seu modo. E de cada um por eles mesmos.

Page 29: Pré história da linguagem escrita

Os bonecos estão sozinhos?Trazem algo com eles?

OUTRA PESSOA, UMA MARQUINHA, UM OBJETO, UM ANIMAL DE ESTIMAÇÃO, UM BRINQUEDO, UMA PLANTA, UM ALIMENTO SABOROSO, UM SORRISO, UMA LÁGRIMA... DAÍ VEM O ENREDO, A TRAMA, A MALHA COTIDIANA A PARTIR DO OLHAR DA CRIANÇA... A HISTÓRIA SURGE.

Page 30: Pré história da linguagem escrita

NOVAS INTERAÇÕES E MEDIAÇÕES ALIMENTAM O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

ESCRITA, A PARTIR DAS INSCRIÇÕES CORPORAIS, DOS DESEJOS, NECESSIDADES E

INTERESSES DAS CRIANÇAS.

Page 31: Pré história da linguagem escrita

Um traz o outro. O outro revela o lugar e o contexto que

os envolve. A aprendizagem não está em um ou no outro,

mas, na interação que acontece dessas (re)combinações.

Aprendemos que ensinamos o que não sabemos, ou melhor,

trazendo à tona Guimarães Rosa, para quem “não é

mestre aquele que ensina, mas o que de repente aprende.

Page 32: Pré história da linguagem escrita

"A criança resiste à ausência e muitas outras coisas, desde

que existe o toque amoroso".

Fréderic Leboyer