prefeitura municipal de sÃo josÉ curso de … · prÓpria e o icms de substituiÇÃo tributÁria...

51
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS JULIANA REATO CARACTERÍSTICAS DO ICMS PELO REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA EM SANTA CATARINA: UM COMPARATIVO ENTRE O ICMS DE OPERAÇÃO PRÓPRIA E O ICMS DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA São José 2011

Upload: vanquynh

Post on 30-Nov-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

JULIANA REATO

CARACTERÍSTICAS DO ICMS PELO REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

EM SANTA CATARINA: UM COMPARATIVO ENTRE O ICMS DE O PERAÇÃO

PRÓPRIA E O ICMS DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

São José

2011

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

JULIANA REATO

CARACTERÍSTICAS DO ICMS PELO REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

EM SANTA CATARINA: UM COMPARATIVO ENTRE O ICMS DE O PERAÇÃO

PRÓPRIA E O ICMS DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA.

Trabalho da Disciplina de Estágio III, do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Municipal de São José sob orientação do Esp. Renato Brittes.

São José

2011

JULIANA REATO

CARACTERÍSTICAS DO ICMS PELO REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

EM SANTA CATARINA: UM COMPARATIVO ENTRE O ICMS DE O PERAÇÃO

PRÓPRIA E O ICMS DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA.

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito parcial para obtenção do

grau de bacharel em Ciências Contábeis do Centro Universitário Municipal de São

José – USJ avaliado pela seguinte banca examinadora:

_______________________________________

Professor Renato Brittes, Esp.

Orientador

_____________________________________

Alfredo Lohn Braun, Esp.

Membro

_____________________________________

Ednaldo Vilela, MSc.

Membro

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente a Nossa Senhora Desatadora dos Nós,

que me ajudou a desatar todos os nós que estavam pendentes para a conclusão

deste trabalho, por ter me dado forças para terminá-lo e por ter iluminado meus

pensamentos nesta longa jornada.

Gostaria de agradecer a compreensão e a grande ajuda do Professor Renato

Brittes, que nesta reta final me auxiliou muito, ajudando a encontrar as soluções e os

caminhos para a conclusão desta monografia.

Ao meu Pai, Volmir Antonio Reato, que me auxiliou nos cálculos e nas

revisões do trabalho. À minha Mãe, Rosane Reato que não me deixou desistir, me

dando incentivo e levando minhas angustias nas suas orações. Obrigado por vocês

existirem em minha vida, serem os meus alicerces, minha razão de viver.

Ao meu namorado Renato, por me compreender e me apoiar nas decisões

que tomo. Por se mostrar compreensivo durante este tempo que não pude dar a

atenção necessária.

As minhas eternas amigas, Ana Paula, Mayara e Morgana, com quem pude

conviver durante quatro anos da minha jornada acadêmica, pela ajuda, carinho e

apoio durante estes últimos dias.

A todos aqueles que de algum modo me ajudaram e me apoiaram durante

toda esta jornada e que neste momento não consigo me recordar, o meu muito

obrigado.

Nós somos o que fazemos repetidamente.

A excelência não é um feito, e sim, um hábito

(Aristóteles).

RESUMO

Este trabalho apresenta a implantação do ICMS de Substituição Tributária no

Estado de Santa Catarina evidenciando o aumento dos valores de arrecadação aos

cofres públicos. De início o trabalho relata sobre o surgimento do ICMS de operação

própria desde os seus aspectos históricos até a implantação da Substituição

Tributária. Verificamos que a Substituição tributária surgiu com a intenção de

assegurar a arrecadação dos impostos. Para uma melhor compreensão do estudo, o

conteúdo foi ramificado em: o que são os Protocolos e Convênios, as espécies de

Substituição Tributária e as suas operações, assim como a obrigação e os sujeitos

da obrigação tributária. Apresentamos a legislação estadual vigente no Estado de

Santa Catarina e o Decreto 3174/2010 que deu origem à implantação da maioria dos

produtos a partir de maio de dois mil e dez (2010). Em seguida podem-se verificar os

conceitos Metodológicos que foram utilizados neste trabalho. Aplicam-se através de

exemplos os conceitos estudados, com o objetivo de evidenciar o aumento da

arrecadação aos cofres públicos Estaduais com esta nova modalidade de imposto.

Para concluir, é feito uma comparação da arrecadação de ICMS do Estado de Santa

Catarina entre os anos de 2006 a 2010, e por fim o percentual de arrecadação do

ICMS ST nos meses de agosto e de setembro de 2011, desta forma demonstrando o

quanto o Estado está arrecadando antecipadamente.

.

Palavras – Chave: Implantação. ICMS de Operação Própria. ICMS de Substituição

Tributária. Legislação. Arrecadação.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA ANTECEDENTE .................................... 22

FIGURA 2: SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA SUBSEQUENTE ................................... 24

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – LISTAGEM DOS PRODUTOS SUJEITOS A SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA 30

QUADRO 2 – CUSTO DE AQUISIÇÃO DE MERCADORIA DE PRODUTO SUJEITO AO

ICMS DE OPERAÇÃO PRÓPRIA. ....................................................................................... 35

QUADRO 3 – VALOR DO ICMS DE OPERAÇÃO PRÓPRIA .............................................. 35

QUADRO 4: CUSTO DE AQUISIÇÃO DO FRETE .............................................................. 35

QUADRO 5: CUSTO DE AQUISIÇÃO DO FRETE .............................................................. 36

QUADRO 6 – CÁLCULO DO MVA AJUSTADO ................................................................... 37

QUADRO 7 – BASE DE CALCULO PARA O CUSTO DE AQUISIÇÃO DA MERCADORIA

COM ST ............................................................................................................................... 38

QUADRO 8 – CÁLCULO DA MARGEM DE VALOR AGREGADO ...................................... 38

QUADRO 9 – CÁLCULO DA MARGEM DE VALOR AGREGADO ...................................... 38

QUADRO 10 – CÁLCULO DO FRETE EM OPERAÇÃO SUJEITA AO REGIME DE

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA ............................................................................................ 39

QUADRO 11 – CUSTO TOTAL DE AQUISIÇÃO DE MERCADORIA SUJEITA AO REGIME

DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA ...................................................................................... 40

QUADRO 12 – CUSTO TOTAL DE AQUISIÇÃO DE MERCADORIA SUJEITA AO REGIME

DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA ...................................................................................... 40

QUADRO 13 – COMPARAÇÃO DE ARRECADAÇÃO DO ICMS NA INDÚSTRIA ENTRE

2006 E 2007 ........................................................................................................................ 42

QUADRO 14 – COMPARAÇÃO DE ARRECADAÇÃO DO ICMS NA INDÚSTRIA ENTRE

2007 E 2008 ........................................................................................................................ 42

QUADRO 15 – COMPARAÇÃO DE ARRECADAÇÃO DO ICMS NA INDÚSTRIA ENTRE

2008 E 2009 ........................................................................................................................ 42

QUADRO 16 – COMPARAÇÃO DE ARRECADAÇÃO DO ICMS NA INDÚSTRIA ENTRE

2009 E 2010 ........................................................................................................................ 42

QUADRO 17 – VALORES DE ARRECADAÇÃO DA SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA .......... 43

LISTA DE SIGLAS

ARTG – Artigo

CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária

COTEPE – Comissão Técnica Permanente do ICMS

CTR – Conhecimento de Transporte Rodoviário.

DIAT – Diretoria da Administração tributária;

ICMS – Imposto sobre circulação de mercadoria;

MVA – Margem de valor agregado;

NCM – Nomenclatura Comum do Mercosul;

RICMS – Regulamento do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços.

ST – Substituição Tributária

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11

1.1 PROBLEMÁTICA E OBJETIVOS ..................................................................... 12 1.1.1 Questão Problema ............................ ....................................................... 12

1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 13 1.2.1 Geral ....................................... ................................................................... 13

1.2.2 Objetivos específicos ....................... ....................................................... 13

1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 13

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................... .................................................. 15

2.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O ICMS ................................................ 15 2.2. ASPECTO HISTÓRICO – DESDE O ICMS DE OPERAÇÃO PRÓPRIA ATÉ A

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA .............................................................................. 16 2.3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O ICMS DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA ....... 17 2.4. CONVÊNIOS E PROTOCOLOS ...................................................................... 20 2.5. DEFINIÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA .............................................. 21

2.5.1 Espécie de substituição ..................... ..................................................... 21

2.5.1.1. Operações Antecedentes ................................................................... 21 2.5.1.2. Operações Concomitantes ................................................................. 22 2.5.1.3. Operações Subsequentes ou Progressiva ......................................... 23

2.5.2 Obrigação tributária ........................ ......................................................... 24

2.5.3. Fato Gerador da Substituição Tributária .... .......................................... 25

2.5.4. Sujeitos da obrigação tributária .......... ................................................. 26

2.5.4.1 Sujeito Ativo da Obrigação Tributária .................................................. 26 2.5.4.2 Sujeito Passivo da Obrigação Tributária.............................................. 26 2.5.4.3 Contribuinte ......................................................................................... 27 2.5.4.4 Responsável ........................................................................................ 27

2.5.5 Contribuinte substituto ..................... ...................................................... 27

2.5.6 Contribuinte substituído .................... ..................................................... 28

2.6 LEGISLAÇÃO DO ICMS EM VIGOR NO ESTADO DE SANTA CATARINA ..... 29 2.6.1 Decreto 3174/2010 ........................... ......................................................... 30

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 31

3.1 MODALIDADE DA PESQUISA ......................................................................... 31 3.2 COLETA DE DADOS ........................................................................................ 32 3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO ........................................................................ 33 3.4 AMBIENTE DE PESQUISA .............................................................................. 33

4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS .............. ....................................... 33

4.1 CUSTO DA MERCADORIA COM BASE NO ICMS DE OPERAÇÃO PRÓPRIA. ............................................................................................................................... 34 4.2. MVA – MARGEM DE VALOR AGREGADO ..................................................... 36 4.3. CUSTO DA MERCADORIA COM BASE NO ICMS DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. ......................................................................................................... 37 4.4. DADOS OBTIDOS DA SECRETÁRIA DA FAZENDA ESTADUAL DE SANTA CATARINA ............................................................................................................. 41 4. 5 ARRECADAÇÃO DE ICMS ST DO ESTADO DE SANTA CATARINA ............. 43

5 . CONCLUSÃO ..................................... ................................................................. 45

6 . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................... ................................................ 47

11

1 INTRODUÇÃO

Com a economia Brasileira em crescente desenvolvimento econômico, a

política tributária foi uma importante determinante na capacidade das políticas

macroeconômicas que deram sustentação ao Plano Real, registrando uma grande

elevação das receitas públicas a partir do ano de 1994, desde então a carga

tributária que é a quantidade de tributos recebida pelas três esferas do governo,

nunca esteve tão elevada. É preciso, entre outras tarefas, redefinir as atribuições do

Estado e sua distribuição entre os três níveis de governo, realizar a reforma

administrativa, promover a reforma tributária (IPEA, 1998). Esta reforma tributária

ajudaria a minimizar as consequências do desequilíbrio do estado em não saber

como administrar suas despesas públicas e a grande demanda de gastos com infra

estrutura, saúde e outros do nosso estado. Desta forma para o estado conseguir

suprir e cumprir com todas as suas despesas vem buscando a implantação de novos

métodos de arrecadação, que visam assegurar o pagamento dos impostos e

diminuir a necessidade de mão de obra para a fiscalização da sonegação das

empresas.

Pensando desta maneira, o estado de Santa Catarina adotou ICMS de

substituição tributária que é um imposto onde sua arrecadação é feita antes mesmo

que aconteça o fato gerador, assim a fiscalização torna-se muito mais eficiente e

garante a arrecadação aos cofres públicos.

No entanto com a adoção do estado pelo regime da substituição tributária o

mesmo teve que impor uma Margem de Valor Agregado para que o contribuinte

possa calcular o valor do imposto à recolher imaginando qual vai ser o valor de

venda adorado pelo comercio varejista, já que é o primeiro da cadeia que deve

pagar por toda a cadeia. Desta forma o estado estipulou um percentual para cada

produto com sua determinada classificação fiscal, mais será que todo esse

procedimento não fez com que aumentasse mais ainda a carga tributária do nosso

País?

É nesse sentido que este trabalho foi desenvolvido, a fim de verificar se com a

implantação da sistemática da Substituição Tributária no estado de Santa Catarina,

12

fez com que houvesse aumento na arrecadação dos impostos aos cofres públicos,

evidenciando modelos de cálculos e comparando as arrecadações estaduais.

1.1 PROBLEMÁTICA E OBJETIVOS

Com a grande praticidade em que os empreendedores encontram-se para

formalizar suas empresas o governo busca maneiras de garantir a arrecadação aos

seus erários. Desta maneira é necessário a criação de medidas para impedir a falta

do cumprimento das obrigações por parte do contribuinte ao estado, evitando assim

burlar as leis. Para evitar futuros transtornos, é notável a grande busca de

informações e de qualificação pelo empresário e pelo contador através de cursos,

palestras e afins e preparando-se para cumprir com as exigências do estado.

Pensando desta forma, a presente pesquisa vem como sendo uma

orientação, com o intuito de ajudar os futuros contadores sobre como funciona o

mecanismo da substituição tributária e verificar se com a implantação deste modelo

de arrecadação houve aumento aos cofres estaduais.

1.1.1 Questão Problema

Com as crescentes mudanças na legislação estadual e com a

implantação das novas fórmulas que assegurem a arrecadação e facilite a

fiscalização dos cumprimentos das obrigações fiscais. Pergunta-se: Com este novo

sistema de cobrança de impostos houve aumento de arrecadação aos erários

públicos comparando o ICMS normal e o ICMS de Substituição Tributária?

13

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Geral

Descrever e analisar se com a nova sistemática da substituição tributária

houve aumento das receitas aos cofres públicos. E para atender o objetivo geral, foi

elaborado alguns objetivos específicos.

1.2.2 Objetivos específicos

• Descrever os elementos que constituem a substituição tributária;

• Comparar o ICMS normal e o ICMS de substituição tributária;

• Verificar os grupos de produtos que pertencem ao novo modelo de arrecadação;

• Demonstrar através de exemplos o aumento da arrecadação aos cofres púbicos

pelo ICMS-ST;

1.3 JUSTIFICATIVA

O método de arrecadação dos tributos que foi adotado pelo fisco é por demais

complexo em relação ao sistema tributário, gerando grandes mudanças no cenário

econômico, pois com o grande crescimento da quantidade de empresas e com a

fiscalização devassada, faz-se necessário o uso de medidas que simplifiquem o

trabalho do estado em fiscalizar.

Com o grande aumento do número de empresas abertas no estado de Santa

Catarina e também no Brasil, fez com que os órgãos de fiscalização dos governos

Federais, Estaduais e Municipais criem novos modelos de fiscalizações para evitar

sonegação. Um destes modelos adotados pelos estados foi à criação do Imposto

sobre Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços (ICMS). Ele aplica-se a

circulação de mercadorias e as prestações de serviço de transporte.

14

No entanto para assegurar o recolhimento do ICMS ST o estado adotou

maneiras de passar a responsabilidade do recolhimento do imposto a determinados

contribuintes. Sendo assim, segundo Mariano; Wernek; Bezerra (2010, p. 15)

Esse imposto denomina-se substituição tributária; regime pelo qual a responsabilidade pelo recolhimento do imposto devido é transferida a determinado contribuinte do ICMS. Origina-se a antecipação do fato gerador, numa espécie de fato gerador presumido

O imposto recolhido através da Substituição tributária tem como base de

arrecadação, o mesmo princípio do ICMS, porém seu cálculo é realizado

considerando cada tipo de produto e sua Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).

É através da busca pela informação que esta pesquisa visa demonstrar as

diferenças entre os dois modelos de recolhimento mencionados anteriormente. Este

tipo de mudanças na legislação exige uma melhor capacitação do profissional

contábil, que busca a redução dos custos dentro de uma organização.

A presente pesquisa visa à exposição de uma nova modalidade de

recolhimento de impostos, conforme expressa a doutrina pátria com a lei

complementar n. 87, de 13.09.1996 através de seu Art. 5º que:

... Lei poderá atribuir a terceiros a responsabilidade pelo pagamento do imposto e acréscimos devidos pelo contribuinte ou responsável, quando os atos ou omissões daqueles concorrerem para o não recolhimento do tributo.

Segundo a legislação acima descrita, o recolhimento do imposto

antecipadamente garante a arrecadação aos erários, independentemente de quem

fará o seu recolhimento, pois se o responsável não o fizer cabe a terceiros cumprir

com a arrecadação do imposto.

Neste sentido, evidência - se outro ponto importante para a realização desta

pesquisa. A busca pela atualização do profissional da área contábil, através de

consultorias a fim de receber a notícias das mudanças na legislação antes que a

mesma possa entrar em vigor, assim o profissional conseguirá alertar em tempo

seus clientes para que os mesmo possam tomar as possíveis providências em seus

sistemas e posteriormente fazer o levantamento do estoque dos novos produtos que

entraram em vigor. Deste modo o profissional da área contábil se resguarda no que

se refere a possíveis transtornos.

15

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo limita-se à apresentação dos principais conceitos técnicos e

teóricos necessários ao desenvolvimento desta pesquisa que facilitem a

compreensão das características do ICMS pelo regime de substituição tributária.

Para uma melhor compreensão do tema será realizado algumas ramificações

2.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O ICMS

No exercício de suas atividades, o fisco tem buscado encontrar fórmulas que

assegurem uma arrecadação eficiente e que facilite a fiscalização no cumprimento

das obrigações fiscais praticadas pelos contribuintes.

Mariano, Werneck e Bezerra (2010) mencionam que estudiosos acreditam na

utilização da sujeição passiva por substituição desde a época romana, outros

afirmam que o surgimento aconteceu na Europa no fim do século XVIII.

Independente do ano em que a substituição tributária veio a surgir, a adoção

da sistemática que aparentava ser mais uma tentativa e que consiste na atribuição

da responsabilidade pelo pagamento do ICMS a determinados contribuintes, em

relação às operações e prestações praticadas por outro, vem sendo utilizada com

uma frequência cada vez maior, devido a grande praticidade que trouxe ao fisco..

Assim podemos averiguar o surgimento deste imposto através da

Constituição Federal de 1946, no artigo 19, inciso IV, onde é designado as unidades

federativas a competência para criar tal imposto:

Artigo 19. Compete aos Estados decretar impostos sobre: [...] IV – vendas e consignações efetuadas por comerciantes e produtores inclusive industriais, isenta, porém, a primeira operação do pequeno produtor, conforme o definir a lei estadual; [...] (BRASIL/CFB, on line)

No entanto, com a subscrição da Constituição Federal de 1946 através da

nova Carta Magna de 1967, em seu artigo 24, inciso II, é transferido aos Estados e

Distrito Federal a responsabilidade pela criação do imposto sobre operações

relativas à circulação de mercadorias:

16

Artigo 24. Compete aos estados e ao Distrito Federal decretar impostos sobre: [...] II – operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos, na forma do artigo 22, § 6º, realizadas por produtores, industriais e comerciantes. (BRASIL/CFB, on line)

E desta forma, o ICMS foi desenvolvido pelos estados com o intuito de

arrecadar os impostos sobre as operações de circulação de mercadorias e serviços

de transportes praticados entre os estados da federação.

2.2. ASPECTO HISTÓRICO – DESDE O ICMS DE OPERAÇÃO PRÓPRIA ATÉ A SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

A carga tributária existente no Brasil é advinda desde tempos após a Primeira

Guerra mundial, onde instituído pela Lei Federal nº. 4625 de 31/12/1922, o Imposto

sobre Vendas Mercantis.

Este por sua vez veio se desenrolando e sendo alterado de acordo com a

necessidade da época. Em 1965 o imposto sofre mais uma mudança, assim passa a

ser chamado de Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias (ICM) passando o

imposto a agir na forma não cumulativa da sua cobrança.

No entanto, através da Emenda Constitucional nº 1 de 1969, no artigo 23 § 4º,

foi delegada à Lei Complementar a criação de novas categorias de contribuintes:

“Artigo 23. [...]: § 4º Lei Complementar poderá instituir, além das mencionadas no

item II, outras categorias de contribuintes, daquele imposto”. (BRASIL, on line)

Com essas novas categorias que foram inclusas, tais como, produtores,

industriais, comerciantes e varejistas, influenciou na futura ramificação do imposto

sobre a prestação de serviços de transportes de mercadorias e de serviços de

comunicação, e assim redefinindo as novas características do atual Imposto sobre

circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte

Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS).

“A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurado à imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido” Art. 150 §7º.

17

Através da instituição da Carta de 1988, o imposto teve um complemento,

colocando a ele a incidência sobre energia elétrica, lubrificantes e minerais que até

então eram tributados para a União. Considera-se ainda o princípio da não

cumulatividade do imposto, afim de não ocorrer à superposição de um mesmo ciclo

econômico. Porem para os produtos discriminados como uso-consumo para a

empresa, não possuíam a possibilidade do enquadramento da não-cumulatividade.

Ou seja, na escrita fiscal de uma empresa não é possível fazer uso de crédito

advindo de compra de mercadorias que serão usadas como uso consumo ou que

serão imobilizadas dentro da organização. Lembrando que se a mercadoria teve

origem de outro estado de federação deve-se calcular seu diferencial de alíquota,

que nada mais é do que a diferença entre a alíquota estadual e interestadual.

2.3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O ICMS DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

O imposto sobre circulação de mercadorias que ocorre antecipadamente tem

como princípio a busca pela arrecadação aos erários públicos, onde geralmente a

sua arrecadação é realizada pelo primeiro contribuinte da cadeia, que este

geralmente tende a ser a indústria.

O regime de substituição tributária tem sua fundamentação legal, com a

implantação da Lei 5.172, de 25.10.1966, com a chegada do denominado Código

Tributário Nacional (CTN), em seu artigo 128, onde é definida a responsabilidade

tributária por substituição:

Artigo 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. (BRASIL/CTN, on line)

Analisando o artigo acima mencionado, podemos visualizar que a principal

característica do ICMS de substituição tributária, que nada mais é, do que passar a

responsabilidade pelo recolhimento do imposto a outra pessoa que esta relacionada

18

a operação e assim garantir de todas as maneiras que aconteça o recolhimento do

imposto.

É possível averiguar que sua implantação já vem sendo feita desde o antigo

Imposto estadual sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias (ICM), em

seu artigo 58, § 2º do CTN:

Artigo 58. [...] [...] § 2º A lei pode atribuir a condição de responsável: I – ao comerciante ou industrial, quanto ao imposto devido por produtor pela saída de mercadoria a eles destinada; II – ao industrial ou comerciante atacadista, quanto ao imposto devido pelo comerciante varejista, mediante acréscimo, ao preço da mercadoria a ele remetida, de percentagem não excedente de 30% (trinta por cento) que a lei estadual fixar. [...] (BRASIL/CTN, on line)

A respeito do artigo citado acima, pode-se verificar que o mesmo aborda duas

espécies da substituição tributária, mais precisamente a substituição tributária

regressiva em seu inciso I e no inciso II a substituição tributária progressiva. Onde a

regressiva referem-se quando o imposto for recolhido pelo industrial e a progressiva

quando o imposto deve ser recolhido pela indústria, caso isto não aconteça passa a

responsabilidade a um terceiro. Logo, as mesmas serão analisadas de forma

detalhada no próximo capitulo.

Mais tarde o artigo 58 da CTN foi revogado através do Decreto-Lei nº 406, de

31.12.1968 referido em seu artigo 13. Entretanto ainda por intermédio da Lei

Complementar nº 44, de 07.12.1983, ainda pode-se verificar a figura do responsável

tributário por substituição em seus §§ 9º e 10º do artigo 2º e §§ 3º e 4º do artigo 6º,

conforme segue:

Art. 2º[...] [...] § 9º - Quando for atribuída a condição de responsável ao industrial, ao comerciante atacadista ou ao produtor, relativamente ao imposto devido pelo comerciante varejista, a base de cálculo do imposto será: a) o valor da operação promovida pelo responsável, acrescido da margem estimada de lucro do comerciante varejista obtida mediante aplicação de percentual fixado em lei sobre aquele valor; b) o valor da operação promovida pelo responsável, acrescido da margem de lucro atribuída ao revendedor, no caso de mercadorias com preço de venda, máximo ou único, marcado pelo fabricante ou fixado pela autoridade competente.

19

§ 10 - Caso a margem de lucro efetiva seja normalmente superior à estimada na forma da alínea a do parágrafo anterior, o percentual ali estabelecido será substituído pelo que for determinado em convênio celebrado na forma do disposto no § 6º do art. 23 da Constituição federal. [...] Art. 6º[...] [...] § 3º - A lei estadual poderá atribuir a condição de responsável: a) ao industrial, comerciante ou outra categoria de contribuinte, quanto ao imposto devido na operação ou operações anteriores promovidas com a mercadoria ou seus insumos; b) ao produtor, industrial ou comerciante atacadista, quanto ao imposto devido pelo comerciante varejista; c) ao produtor ou industrial, quanto ao imposto devido pelo comerciante atacadista e pelo comerciante varejista; d) aos transportadores, depositários e demais encarregados da guarda ou comercialização de mercadorias. § 4º - Caso o responsável e o contribuinte substituído esteja estabelecido em Estados diversos, a substituição dependerá de convênio entre os Estados interessados. (BRASIL, on line)

Pode-se entender que independentemente se um dos citados acima não

cumprir com a lei, fazendo a arrecadação do imposto, caberá ao próximo da cadeia

fazê-lo. Com a prática da LC nº 44/83 se confirmou competência legal dos Estados e

do Distrito Federal em atribuir a terceiros a responsabilidade pelo imposto,

especificando assim de forma mais detalhada, criando categorias de contribuintes e

as espécies de substituição tributária. Tendo como prazo para se adequar de 60

dias, assim que seja oficializada a publicação da lei.

Assim é criado entre os estados e o distrito federal o Convenio ICM nº 66,

onde estabelece em seus incisos I e II do Artigo 25 no Anexo Único, a condição de

substituto tributário:

Art. 25 A lei poderá atribuir a condição de substituto tributário a: I – Industrial, comerciante ou outra categoria de contribuinte, pelo pagamento do imposto devido na operação ou operações anteriores; II – produtor, extrator, gerador, inclusive de energia, industrial, distribuidor, comerciante ou transportador, pelo pagamento do imposto devido as operações subsequêntes; [...] (BRASIL, on line)

Mesmo assim, com todas essas mudanças, a legislação apenas se referia

com clareza as operações antecedentes, deixando a desejar sobre as operações

subsequentes, pois não abordava com clareza sobre a atribuição do responsável

tributário ao fator relativo nas operações subsequentes. Isso causou uma grande

discussão jurídica sobre a legalidade do texto oficial, onde neste caso foi acrescido

de um dispositivo onde é tratada a substituição tributária progressiva na constituição.

20

Este texto foi publicado através da ementa Constitucional nº 3, de 17.03.1993, que

acresceu o § 7º ao art 150 da lei Maior:

Artigo 150 [...] [...] § 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. (BRASIL, on line)

A concretização do regulamento da substituição tributária somente veio a

acontecer a partir de 13.09.1996 com a implantação da L.C nº 87, mais conhecida

como Lei Kandir. No entanto a sua vigência somente veio a acontecer a partir da

atual constituição.

Mariano, Werneck e Bezerra (2010, p. 21) definem o objetivo dos Estados e

Distrito Federal com relação a pratica da substituição tributária da seguinte forma:

Evidente que o regime é consequência direta do interesse dos Estados e do Distrito Federal em estabelecer um sistema de controle de arrecadação mais efetivo, onde o principal objetivo é a diminuição da evasão fiscal e facilitação do trabalho da fiscalização, diante da natureza dúbia do ICMS.

Deste modo, a implantação da substituição tributária, apenas foi uma medida

que venha a auxiliar as autoridades competentes a assegurar a arrecadação com

uma maior facilidade. Logo faz-se necessário a criação de Convênios e Protocolos

entre os Estados e Distrito Federal que estejam envolvidos, tendo para cada produto

uma situação tributária específica.

Buscado esta especificidade atualmente o estado esta ampliando cada vez

mais o rol de produtos pertencentes ao modelo de arrecadação por substituição

tributária.

A seguir veremos de forma mais ampla suas definições, espécies e sua

aplicabilidade.

2.4. CONVÊNIOS E PROTOCOLOS

Os convênios são acordos firmados entre todos os estados da União,

inclusive o Distrito Federal. É o caso da Cerveja, que foi acordado entre todos os

21

estados a fim de estabelecer uma alíquota única e manter uma padronização no

preço do produto.

Protocolos são acordos celebrados entre dois ou mais estados e distrito

federal, no entanto não podem estabelecer normas que aumentem, reduzam ou

revoguem benefícios fiscais.

O protocolo estabelece procedimentos comuns visando:

I. A implementação de políticas fiscais;

II. A permuta de informações e fiscalizações conjuntas;

III. A fixação de critérios para elaboração de pautas fiscais;

IV. Outros assuntos de interesse dos estados e do Distrito Federal;

2.5. DEFINIÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

A Substituição tributária pode ser definida, segundo Medeiros (2004, on line):

“ Como o próprio nome sugere, esse instituto consiste na atribuição, a determinado

sujeito, a condição de responsável pelo cumprimento da obrigação tributária que

normalmente seria de outro.”

Ou seja, o estado define a responsabilidade pelo recolhimento do imposto a

determinado contribuinte, no entanto se este não cumprir com as determinações

legais, cabe ao comprador da mercadoria assumindo o papel de substituído

tributário e arcando com os valores dos impostos.

2.5.1 Espécie de substituição

Como foi mencionada anteriormente, para interpretamos com facilidade a

substituição tributária do ICMS, a mesma esta sendo dividida e classificada em três

modelos distintos de espécies.

2.5.1.1. Operações Antecedentes

22

Como o próprio nome descreve, trata-se das operações ocorridas

anteriormente ao fato gerador. Conforme Mariano, Werneck e Bezerra (2010, pg.

81): “embora ocorra a substituição do sujeito passivo, não há o problema da

antecipação do fato gerador, visto que apenas temos a postergação do pagamento,

denominada diferimento do lançamento do imposto”.

Assim a lei elege um responsável pelo recolhimento dos impostos envolvidos

nas etapas anteriores, ou seja, o diferimento nada mais é do que transferir a

responsabilidade do recolhimento do imposto para o próximo contribuinte da cadeia

de ICMS de substituição Tributária. Vejamos a figura abaixo:

Figura 1: Substituição Tributária Antecedente

Fonte: Silva, Rafael Barros Andrade, 2010, pg. 24

Neste exemplo, uma empresa que faz o recolhimento e triagem de papeis e

papelão (caixas, folhas, folhetos e etc.), faz o enfardamento e revende para a

indústria que dará destino ao material através do processo de reciclagem. Nesta

primeira etapa o produto fica diferido, ou seja, sem a incidência do ICMS que por

sua vez é repassado à indústria a obrigação pelo recolhimento do imposto. Assim o

imposto somente será recolhido quando a indústria (substituto) fizer a venda do

produto pronto ao distribuidor.

2.5.1.2. Operações Concomitantes

Segundo Mariano, Werneck e Bezerra (2010, pg. 82):

Esta espécie de substituição tributária caracteriza-se pela atribuição da responsabilidade pelo pagamento do imposto a outro contribuinte, e não

23

aquele que esteja realizando a operação/prestação, concomitante à ocorrência do fato gerador.”

Nas operações concomitantes, faz-se necessário o recolhimento dos

impostos no exato momento em que o fato gerador do tributo ocorre, e quem fica

como responsável pelo recolhimento é contratante dos serviços e não a empresa

que faz o fornecimento dos mesmos. Um exemplo que se pode citar é quando há a

contratação de um serviço de frete, onde o mesmo pode ser por conta do emitente

ou do destinatário. Neste caso, em uma operação concomitante o recolhimento do

ICMS ST será feito pelo remetente da mercadoria, onde este por sua vez deve

acontecer no exato momento da sua contratação.

2.5.1.3. Operações Subsequentes ou Progressiva

As operações subsequentes ou a denominada substituição para frente é

referida desta forma, pois esta ligada a fatos que virão a surgir. Podemos conceituá-

la segundo Mariano, Werneck e Bezerra (2010, pg. 82) da seguinte maneira:

A lei determina que a responsabilidade tributária recaíra sobre terceiro, que antecipadamente paga o tributo, tendo em vista a provável ocorrência do fato gerador futuro e caracteriza-se pela atribuição a determinado contribuinte (normalmente o primeiro na cadeia de comercialização, o fabricante/importador) pelo pagamento do valor do ICMS incidente nas posteriores operações com a mercadoria, até sua saída destinada a consumidor/usuário final.

Conforme a figura 2 pode-se verificar que o responsável pelo recolhimento do

ICMS-ST, neste caso é o primeiro da cadeia (indústria), fazendo com que o imposto

passe por todas as demais etapas até que chegue recolhido ao consumidor final,

conforme segue:

24

Figura 2: Substituição Tributária Subsequente

Fonte: Silva, Rafael Barros Andrade, 2010, pg. 24

Este modelo de substituição vem trazendo muitas discussões entre juristas e

grande estudiosos, onde alguns alegam a sua inconstitucionalidade, pois

primeiramente é feito o recolhimento do imposto antes mesmo que o fato gerador

aconteça. Ou seja, faz-se uma estimativa para o cálculo do imposto, pressupondo

qual vai ser o valor do produto quando o mesmo for vendido lá no final da cadeia

pelo comerciante varejista, por isso a grande discussão entre os juristas quanto a

veracidade da substituição tributária.

2.5.2 Obrigação tributária

A Obrigação tributária é a relação jurídica que assume certa operação a partir

de um fato gerador, que pode ser definido como um pagamento, de certa quantia em

dinheiro a outra entidade. A obrigação tributária é composta de Principal e

Assessoria, onde a principal segundo BRASIL, on line em seu art. 113 do Código

Tributário Nacional diz: [...] “A obrigação principal surge com a ocorrência do fato

gerador, tem por objetivo o pagamento do tributo ou penalidade pecuniária e

extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.” [...]

Já a obrigação Acessória [...] “A obrigação acessória decorre da legislação

tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nelas previstas no

interesse da arrecadação ou da fiscalização.” [...]

Sendo assim, a obrigação tributária principal tem por objeto o pagamento do

tributo, onde este está vinculado a um fato gerador que envolve uma situação

pecuniária (dinheiro). Já a obrigação tributária acessória tem por finalidade dar

suporte aos meios de fiscalização para a investigação, controle e cobrança do

recolhimento dos impostos gerados pelos contribuintes, como por exemplo, a

emissão de guias, livros fiscais, declarações acessórias dentre outros.

25

2.5.3. Fato Gerador da Substituição Tributária

Conforme, Mariano, Werneck e Bezerra (2010, pg 90), definem fato gerador

como sendo:

[...] A hipótese de incidência é a simples descrição, enquanto o fato gerador é a concretização da hipótese, é o acontecimento do que fora previsto [...] [...] É a ocorrência efetiva da hipótese de incidência, abstratamente prevista em lei, que determina o fato gerador e o consequente nascimento da obrigação tributária [...]

Assim, em uma operação que envolve o ICMS, normalmente o fato gerador

de uma operação acontece a partir do momento da venda ou da prestação do

serviço, ou seja, conforme Mariano, Werneck e Bezerra (2010 pg 91):

No caso do ICMS, o fato gerador, em relação as operações de

circulação de mercadorias ocorrerá no momento das saídas destas, a qualquer título, de estabelecimento de contribuinte, ainda que para o outro estabelecimento do mesmo titular.

Isto seria o procedimento a ser realizado em operações que envolvam apenas

o ICMS de operação própria.

Já na substituição tributária presume-se a ocorrência do fato gerador. Mais o

que é presumir? Conforme explanação de Mariano, Werneck e Bezerra (2010 pg

91), presumir é:

[...] Presumido de acordo com os nossos dicionários, deriva do

verbo presumir que, dentre um de seus significados quer dizer prever, supor. [...]

[...] O vocabulário “presunção” para o direito tributário, na verdade diz respeito a presunção legal, entendida aquela que expressamente vem prevista em lei emanada de processo legislativo. Podemos, portanto, definir o fato gerador presumido, como aquele fato que se prevê; supõe-se que vá se realizar, ou seja, um fato gerador futuro. [...]

Quanto à primeira hipótese de fato gerador, não há o que se julgar, pois trata-

se do vocabulário brasileiro, estando tudo dentro dos conformes, já que apenas esta

sendo feito uma previsão do imposto e o mesmo somente será recolhido após a

ocorrência do fato gerador. Entretanto na segunda hipótese como trata-se da

interpretação da legislação, entende-se que é necessário que se faça a antecipação

do imposto antes que aconteça o fato gerador da obrigação tributária.

26

Sendo assim, o pagamento do imposto não é a garantia de que acontecerá o

fato gerador. Mariano, Werneck e Bezerra comentam que quando ocorre o regime

de substituição tributária para frente, fazem-se as atribuições das responsabilidades

aos fabricantes ou importadores, e assim desta forma pode-se considerar se seja

uma engenhosidade legal, pois antes mesmo que aconteça a efetiva circulação da

mercadoria, já esta se antecipando do tributo e garantindo a arrecadação.

2.5.4. Sujeitos da obrigação tributária

2.5.4.1 Sujeito Ativo da Obrigação Tributária

A obrigação tributária é composta de dois sujeitos: o Ativo e o Passivo.

O sujeito Ativo da obrigação é considerado o responsável em exigir o

cumprimento do pagamento das obrigações principais e acessória. Segundo o

Código Tributário Nacional “Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito

publico titular da competência para exigir o seu cumprimento.” (BRASIL, CTN Art.

119, On line).

Geralmente ou na maioria das vezes o Sujeito ativo é o Estado, pois este se

encontra mais presente na relação obrigacional, agindo na cobrança dos impostos

para arrecadação aos Erários. Em suma conforme Mariano, Werneck e Bezerra

(2010 pg 83), sujeito ativo é, relação jurídica obrigacional tributária, o titular do pólo

credor, a que se contrapõe o sujeito passivo, no pólo devedor.

2.5.4.2 Sujeito Passivo da Obrigação Tributária

O Sujeito Passivo é a pessoa que tem o dever de prestar o pagamento do

tributo através de uma ação pecuniária. Ou seja, é a pessoa que tem o dever de

prestar contas ao sujeito ativo.

Conforme Mariano, Werneck e Bezerra (2010 pg. 84),

“O sujeito passivo da obrigação é aquele a quem compete a

responsabilidade de cumpri-la: se a obrigação for principal é aquele a quem

27

deve pagar o montante do crédito tributário; se a obrigação for acessória, será aquele a quem couber a realização dos deveres acessórios”

O sujeito Passivo da obrigação é composto de duas espécies: o Contribuinte

e o Responsável, que vamos analisar nos tópicos a seguir.

2.5.4.3 Contribuinte

Conforme o Código Tributário Nacional identifica o contribuinte como sendo o

que tem uma relação pessoal e direta com o fato gerador do tributo, ou seja,

geralmente e aquele que o realiza.

Mariano, Werneck e Bezerra (2010) descrevem que quando não há relação

entre o sujeito ativo com o fato gerador, deixa de haver vínculo passando a ser

considerado como responsável e não mais como Contribuinte.

2.5.4.4 Responsável

O responsável tributário é a pessoa que indiretamente assume a

responsabilidade tributária. Mariano, Werneck e Bezerra (2010, pg. 85) definem

responsável tributário como sendo:

“A responsabilidade, a sujeição passiva dá-se por meio de uma relação de vinculação com o fato gerador. O responsável tributário não deu causa diretamente ao surgimento da obrigação tributária; porém, a lei o elegeu para satisfazer o crédito tributário”

Neste caso entende-se que se o contribuinte não arcar com as devidas

obrigações tributárias, passará automaticamente o encargo ao Responsável.

2.5.5 Contribuinte substituto

É o responsável pelo cálculo e recolhimento dos impostos incidente em

operações ou prestações de serviço que antecedem, acompanham ou que serão

cobradas futuramente. Segundo o informativo da substituição tributária disponível no

site da Secretária da Fazenda Estadual de Santa Catarina (2010, on line), destaca o

28

contribuinte substituto como “Substituto é o sujeito passivo, diverso do contribuinte, a

quem a lei atribui o dever de recolher o imposto relativo às operações subsequêntes

àquela por ele praticada”.

Ou seja, o substituto deve reter e recolher o ICMS-ST que é devido nas

operações subsequêntes, que serão realizadas por atacadistas e varejistas

adquirentes. O substituto tributário, para efetuar o pagamento do imposto

antecipadamente, o faz com base de cálculo estabelecido por lei. Através do Art. 8º,

II abaixo transcrito, define a base de cálculo para a antecipação do imposto.

“Art. 8º. A base de cálculo, para fins de substituição tributária, será: I – omissis II – em relação às operações ou prestações subsequentes, obtida pelo somatório das parcelas seguintes: a) O valor da operação ou prestação própria realizado pelo substituto tributário ou pelo substituído intermediário; b) O montante dos valores de seguro, de frete, e de outros encargos cobrados ou transferidos aos adquirentes ou tomadores de serviços; c) A margem de valor agregado, inclusive lucro, relativo as operações ou prestações de serviço.”

A citação destacada acima é apenas as instruções para a elaboração da guia

de antecipação da substituição, ou seja, não é a base especifica do fato gerador.

2.5.6 Contribuinte substituído

Na maioria das vezes o contribuinte substituído somente age com a venda

dos produtos que já tem o recolhimento da substituição tributária, não incidindo

assim ICMS a recolher. No entanto a legislação estabelece segundo o informativo da

substituição tributária (2010, on line), que: “No caso do recebimento de produtos que

estejam sujeitos a substituição tributária, o recebedor da mercadoria tem a

responsabilidade solidária de pagamento do imposto isentando as operações

seguintes”.

Sendo assim, isso acontece na maioria das vezes quando a mercadoria é

advinda de outras unidades da federação, onde este não está obrigado à retenção

do imposto. É o exemplo de recebimento de mercadorias vindas de estados que não

assinaram protocolo ou convênio com Santa Catarina.

29

2.6 LEGISLAÇÃO DO ICMS EM VIGOR NO ESTADO DE SANTA CATARINA

A legislação tributária onde o ICMS é regulamentado é definida a partir do seu

Decreto 2.870/2001, onde o mesmo pode ser encontrado especificamente em seu

Anexo 03. Vejamos algumas das particularidades inseridas neste anexo:

i) Quanto a Responsabilidade

A responsabilidade é atribuída a cada usuário conforme a legislação vigente

em seu estado.

Quanto às operações antecedentes, descreve-se em seu Anexo 3 sobre o

diferimento do imposto, conforme segue abaixo em seu artigo 1º:

[...] Art. 1º Nas operações abrangidas por diferimento, fica atribuído ao destinatário da mercadoria a responsabilidade de recolhimento do imposto na condição de substituto tributário. § 1º O imposto devido por substituição tributária subsumir-se-á na operação tributada subseqüente promovida pelo substituto. § 2º O contribuinte substituto deverá recolher o imposto diferido: [...] (BRASIL, RICMS/SC, Anexo 3, 2011, on line).

Ou seja, em relação as operações antecedentes , fica o imposto diferido e

transferindo assim a obrigação do recolhimento para a etapa seguinte, onde, neste

caso o imposto será recolhido quando o próximo da cadeia efetuar o novo fato

gerador (venda).

Já em seu art. 11 do mesmo anexo, podemos verificar quais as condições da

substituição tributária nas operações subsequentes. Nele é ofertada a

responsabilidade pelo recolhimento aos fabricantes, atacadista, distribuidor e

importador pelo recolhimento do imposto gerado até mesmo da operação que será

realizada pelo comerciante varejista, no final da cadeia.

ii) Base de Cálculo

Nas operações antecedentes a base de calculo será o valor do total da

operação que esta sendo realizada pelo substituído ou na entrada da mercadoria.

Já nas operações Subsequentes a base de calculo vai ser composta por uma

série de outros fatores, como: o frete, o seguro, os encargos e outros que podem

30

estar embutidos na nota fiscal e por fim a Margem de Valor Agregado – MVA e

chagando assim na base para o cálculo do ICMS ST.

2.6.1 Decreto 3174/2010

Por meio deste decreto, foi introduzido no Anexo 3 do RICMS a

regulamentação dos produtos descritos no quadro abaixo, que estarão sujeitos ao

regime de Substituição Tributária em Santa Catarina à partir de 01.05.2010.

Listagem dos Produtos Protocolo Anexo e Artigo

Produtos Alimentícios 188/2009 Anexo 3, arts. 209 à 211

Artigos de Papelaria 199/2009 Anexo 3, arts. 236 à 238

Produtos de Colchoaria 190/2009 Anexo 3, arts. 120 à 123

Cosméticos, Perfumaria, Artigos de higiene Pessoal e de Toucador

191/2009 Anexo 3, arts. 120 à 129

Lista de Ferramentas 193/2009 Anexo 3, arts. 218 à 220

Lista de Instrumentos Musicais 194/2009 Anexo 3, arts. 221 à 223

Lista Materiais de Limpeza 197/2009 Anexo 3, arts. 230 à 232 Lista Materiais de Construção, Acabamento, Bricolagem ou Adorno

196/2009 Anexo 3, arts. 227 à 229

Lista de Materiais Elétricos 198/2009 Anexo 3, arts. 233 à 235

Produtos Eletrônicos, Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos

192/2009 Anexo 3, arts. 215 à 217

Lista de Artefatos de Uso Doméstico 189/2009 Anexo 3, arts 212 à 214

Lista de Bicicletas 203/2009 Anexo 3, arts 239 à 241

Lista de Máquinas e aparelhos Mecânicos, elétricos, eletromecânicos e automáticos

195/2009 Anexo 3, arts. 224 à 226

Lista de Brinquedos 204/2009 Anexo 3, arts 242 à 244 Quadro 1 – Listagem dos Produtos sujeitos a Substituição Tributária

Fonte: Elaborado pela autora (2010), com base no RICMS – Anexo 3

Com a inclusão destes produtos devem os contribuintes substituídos,

efetuarem o levantamento dos seus estoques, independente de serem contribuintes

31

optantes pelo Simples Nacional ou efetuarem a apuração dos impostos pelo regime

normal.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 MODALIDADE DA PESQUISA

A pesquisa é o meio pelo qual é desenvolvido o método cientifico. Através

da pesquisa podemos encontrar as respostas para os problemas que serão

abordados em um projeto científico.

Segundo Gil (2009, pg 26):

A pesquisa pura busca o progresso da ciência, procura desenvolver os conhecimentos científicos sem a preocupação direta com suas aplicações e consequências práticas. Seu desenvolvimento tende a ser bastante formalizado e objetiva a generalização, com vistas na construção de teorias e leis.

Desta forma a fim de buscar e evidenciar o conhecimento o projeto de

pesquisa é baseado em um levantamento de dados onde as principais fontes serão

as publicações de legislações, livros, artigos e internet.

Como natureza a pesquisa do tipo básica e/ou bibliográfica, onde esta por

sua vez tende acrescentar conhecimento e acumular informações que podem ser de

extrema importância e a obter resultados acadêmicos respeitáveis mesmo que não

sejam utilizados para uma aplicação prática. Segundo Köche (2004, pg. 122), a

pesquisa bibliográfica é a que se desenvolve tentando explicar um problema,

utilizando o conhecimento disponível a partir de teorias publicadas em livros ou

obras congêneres.

A abordagem do problema será realizada de forma qualitativa, pois o foco da

pesquisa se dará através da coleta de dados, na busca de amenizar os transtornos

decorrentes da implantação do ICMS-ST, conforme Cecília Petres Monferrati, 2010.

Se o foco estratégico é saber o que é importante para o cliente e por que, deve-se aplicar uma pesquisa qualitativa. Através desta, não se colhem dados quantificáveis, mas sim particularidades e interpretações individuais, podendo ser úteis na busca de um novo conceito de produto a ser criado ou

32

de um melhor posicionamento de comunicação para esse produto. A pesquisa qualitativa envolve, portanto, o desenvolvimento e aperfeiçoamento de novas idéias.

Neste sentido, a pesquisa será realizada através de pesquisa qualitativa, a fim

de evidenciar um melhor desenvolvimento do projeto de pesquisa e ampliando o

grau de conhecimento sobre o ICMS-ST.

A realização do objetivo acontecerá de modo descritivo, para evidenciar as

causas plausíveis para a pesquisa.

Com a execução da pesquisa, pode-se ampliar a problemática, através da

utilização de pesquisa bibliográfica, levantamento de dados, e também por meio de

documentação plausível.

3.2 COLETA DE DADOS

A coleta de dados é um dos momentos mais importantes para a elaboração

de trabalhos. A boa escolha dos livros e a grande variedade fazem com que o

trabalho acadêmico torne-se muito mais completo. Segundo Gil (2009, p. 60):

Parte considerável do trabalho de pesquisa consiste na utilização de recursos fornecidos pelas bibliotecas. Isso é verdadeiro não apenas para as pesquisas caracterizadas como bibliográficas, mais também para os demais delineamentos. Qualquer que seja a pesquisa, a necessidade de consultar material publicado é imperativa. Primeiramente, há necessidade de se consultar material adequado à definição do sistema conceitual da pesquisa e à sua fundamentação teórica.

Assim este trabalho não irá se utilizar de fontes primárias, que são

aquelas que fornecem diretamente a informação para as fontes secundárias.

Pensando desta forma a coleta de dados para a realização do trabalho será feita

através da utilização de fontes secundárias, ou seja, livros, revistas, artigos, leis,

decretos e outras fontes de pesquisa. Também será utilizada para a coleta de dados

a Entrevista que é a comunicação entre duas ou mais pessoas, onde segundo Gil

(2009) é uma das técnicas mais utilizadas.

33

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO

Para o desenvolvimento deste trabalho será analisado a legislação

vigente do ICMS-ST, mais para entender a sua criação, será realizado uma busca

de conhecimento deste o início do século XVIII.

Nesta pesquisa, o assunto será abordado de forma clara e objetiva, para

expressar com clareza os principais aspectos da sujeição passiva, tais como a sua

origem, aplicabilidade, base e forma de cálculo, constitucionalidade e ressarcimento,

de maneira a esclarecer as principais características do ICMS como um todo.

Posterior será verificado como é encontrado o valor do imposto devido, e

o que esta mudança trará de benefícios ao estado. A finalidade da pesquisa é

demonstrar a forma correta para a realização do cálculo do imposto com o intuito de

proporcionar entendimento ao leitor e demonstrar se com a mudança houve

aumento do recolhimento de impostos aos cofres públicos.

3.4 AMBIENTE DE PESQUISA

O ambiente da pesquisa será a legislação vigente do Estado de Santa

Catarina.

O período de pesquisa se dará a partir do ano de 2010 com a implantação

do Decreto 3174/2010, divulgando a listagem dos produtos sujeitos a substituição

tributária no Estado.

Para a aplicação desta pesquisa deve ser analisado o ambiente.

4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

O método de arrecadação dos tributos adotado pelo fisco é por demais

complexo em relação ao sistema tributário, gerando grandes mudanças no cenário

econômico, pois com o grande crescimento da quantidade de empresas e com a

fiscalização defasada, faz-se necessário o uso de medidas que simplifiquem o

trabalho do estado em fiscalizar.

34

Todo o trabalho tem como meta a obtenção dos resultados mencionados em

seus objetivos específicos. Pensando desta forma esta parte do trabalho fará a

análise e a interpretação dos dados que foram coletados durante todo o processo e

a criação de exemplos que possam evidenciar claramente a finalidade do trabalho.

O ambiente de pesquisa é o ICMS de Substituição Tributária no Estado de

Santa Catarina, a fim de averiguar se houve ou não aumento da arrecadação para

os cofres públicos estaduais.

Para especificar melhor o estudo foi escolhida uma modalidade de produto

que esta sujeita ao regime de substituição tributária deste a implantação do Decreto

3174/2010, neste caso, do grupo dos produtos alimentícios, em específico o grupo

de Massas Alimentícias.

4.1 CUSTO DA MERCADORIA COM BASE NO ICMS DE OPERAÇÃO PRÓPRIA.

Fez-se uma análise, utilizando-se uma mercadoria que terá como origem o

estado de São Paulo e seu destino o estado de Santa Catarina.

O ICMS de operação própria diferentemente da substituição tributária tem seu

imposto apurado mensalmente conforme segue Art. 32 da Lei 10.297 de 26.12.1996

(RICMS/SC, on line):

Art. 32. O imposto a recolher será apurado mensalmente, pelo confronto entre os débitos e os créditos escriturados durante o mês, em cada estabelecimento do sujeito passivo. § 1º Fica assegurado ao sujeito passivo, na forma prevista em regulamento, a apuração do imposto levando em conta o conjunto dos débitos e créditos de todos os seus estabelecimentos no Estado. § 2° Poderá ser adotado período de apuração diverso do previsto neste artigo, conforme dispuser o regulamento, nas operações com as seguintes mercadorias: I – bebidas; II – cigarros e congêneres; III – combustíveis e lubrificantes, derivados ou não de petróleo.

35

Conforme mencionado acima, o imposto é apurando mensalmente,

evidenciando os créditos e os débitos para encontrar o valor a ser recolhido.

Quantidade 980 Valor Unitário 2,80

IPI% 10% Valor do IPI 274,40 Custo de Aquisição 3.018,40

Quadro 2 – Custo de aquisição de Mercadoria de Produto sujeito ao ICMS de

Operação Própria.

Fonte: Elaborado pela autora (2011)

Base de Cálculo de Operação Própria 2.744,00 Aliq. ICMS Operação Própria 12% ICMS Operação Própria 329,28 Valor Total da Nota Fiscal 3.018,40

Quadro 3 – Valor do ICMS de Operação Própria

Fonte: Elaborado pela autora (2011)

È possível demonstrar atraves dos quadros 2 e 3, o custo das mercadorias,

foi adotado um modelo de compra de mercadoria, onde podemos observar a

quantidade, valor unitário do produto, valor de IPI – Imposto sobre Produto

Industrializado – já que estamos adquirindo as mercadorias diretamente da indústria,

valor de ICMS de operação própria, levando em consideração a alíquota de 12%,

que é chamada de interestadual, já que o produto teve como origem outro estado e

como destino o estado de Santa Catarina, e por fim o valor total da nota fiscal que é

composta pelo valor total dos produtos mais o valor do IPI.

Base de Calculo Op. Própria 415,00 Aliq. ICMS Oper. Própria 12% ICMS Oper. Própria 49,80

Valor Total do CTR 415,00 Quadro 4: Custo de Aquisição do Frete

36

Fonte: Elaborado pela autora (2011)

Como a mercadoria foi adquirida de outra unidade da federação, devemos

considerar que para a mesma chegar ao seu destino, o comprador deve contratar

uma transportadora onde será acrescido no seu valor do custo total, mais o valor do

frete.

Sendo assim, podemos constatar no quadro 4 os valores de custo de

mercadoria, onde temos o valor do frete, a alíquota de 12% (transporte

interestadual), o valor de ICMS sobre o transporte, e o valor total do CTR –

conhecimento de transporte. O valor do frete e o seu total são iguais, pois o valor do

ICMS já esta embutido no valor do frete.

Com base nos dados demonstrados acima, pode-se verificar no quadro 5 os

valores total do custo de aquisição de mercadorias que não estão sujeitas ao regime

de substituição tributária.

Valor da Mercadoria 2.744,00 (-) ICMS (329,28) (+) IPI 274,40 (+) Frete 415,00 (-) ICMS Frete (49,80) Preço Total do Custo de aquisição 3.054,32

Quadro 5: Custo de Aquisição do Frete

Fonte: Elaborado pela autora (2011)

No quadro 5, levamos em consideração para chegarmos ao custo da

mercadoria os seguintes fatores, valor da mercadoria, menos o ICMS sobre o

produto que já esta inclusa no preço de venda, mais o IPI, mais o valor do frete,

menos o ICMS sobre o frete, que já esta inclusa no valor total do frete, atingindo o

valor total do custo da mercadoria adquirida.

4.2. MVA – MARGEM DE VALOR AGREGADO

Para chegarmos ao cálculo do custo da mercadoria sujeita ao regime de

substituição tributária, é necessário entendermos o que é a MVA.

37

A MVA ou margem de valor agregado é a estimativa do valor que será

vendida a mercadoria no final da cadeia, ou seja, o preço que será vendido o

produto pelo comércio varejista. Esta margem de valor é feita através de estatística,

realizadas por amostragem e levantamento de dados fornecidos por representantes

do setor. Quanto o produto é adquirido de outra unidade de federação a margem de

valor agregado já esta estabelecida por convenio ou protocolo, onde estes podem

ser encontrados no Anexo 3 do regulamento do ICMS de Santa Catarina.

Devemos ajustar a alíquota estabelecida em convênios ou protocolos quanto

serão adquiridas mercadorias de fora do estado e as mesmas serão vendidas dentro

do estado de destino para a MVA Ajustada, segue exemplo abaixo:

Planilha para Cálculo da MVA Ajustada

Descrição do Produto Coeficientes Percentual

MVA-ST original

ALQ interestadual %

ALQ interna %

MVA ajustada

Massas e produtos alimentícios 27,00 12 17 34,7

Quadro 6 – Cálculo do MVA Ajustado

Fonte: Elaborado pela autora (2011) com base no Manual da Substituição Tributária do Estado de

Santa Catarina e Anexo 3 do RICMS.

O cálculo de ajuste da Margem de valor agregado, é simples, selecionamos a

MVA original e multiplicamos pela seguinte fórmula: (((1+(MVA Original/100))*(1-

(Alíquota Interestadual/100))/(1-(Alíquota Interna/100)))-1)*100. Informando estes

valores em Excel e aplicando a fórmula chegamos ao percentual da MVA ajustada

de 34,7%.

4.3. CUSTO DA MERCADORIA COM BASE NO ICMS DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA.

Nesta etapa da pesquisa demonstra-se a mesma mercadoria, porém utilizará

o regime de substituição tributária. A mercadoria continua sendo adquirida do estado

de São Paulo e com destino o estado de Santa Catarina.

38

Podemos dizer que este tipo de operação é caracterizado como Substituição

Tributária Progressiva ou para frente conforme mencionado no texto acima, onde o

Sujeito ativo da operação que será apresentada é o Estado de Santa Catarina, o

sujeito passivo o comprador da mercadoria, agindo como substituído, e o

responsável tributário pelo recolhimento do imposto o fornecedor da mercadoria que

é o substituto tributário.

Quantidade 980 Valor Unitário 2,80

IPI% 10% Valor do IPI 274,40 Custo de Aquisição 3.018,40

Quadro 7 – Base de calculo para o custo de Aquisição da Mercadoria com ST Fonte: Elaborado pela autora (2011)

MVA % 27,0% Margem de Valor Agregado 814,97 Base de Cálculo da Subst. Tributária 3.833,37 Alíquota de ICMS Total 17% ICMS Total 651,67

Quadro 8 – Cálculo da Margem de Valor Agregado

Fonte: Elaborado pela autora (2011)

Base de Cálculo Oper. Própria 2.744,00 Aliq. Oper. Própria 12% ICMS Operação própria 329,28

ICMS Substituição Tributária 322,39

Valor Total da Nota Fiscal 3.340,79

Quadro 9 – Cálculo da Margem de Valor Agregado

Fonte: Elaborado pela autora (2011)

Neste exemplo, pode-se verificar, foram utilizados os mesmos valores de

base utilizados no cálculo do ICMS de Operação própria, onde temos: a quantidade

de aquisição do produto vezes o valor unitário chegando ao valor total dos produtos,

aplicamos a alíquota de 10% para obtermos o valor do IPI, chegando no valor do

39

Custo de aquisição. Em seguida a alíquota de MVA - neste caso 27% que é a

alíquota estabelecida pelo estado de Santa Catarina - sobre o custo de aquisição,

chegando ao Valor da Margem de valor agregado. O Custo de aquisição + a

margem de valor agregado é igual a base de cálculo da substituição tributária que

aplicado a alíquota interna chegamos ao valor de ICMS Total.

Calcula-se então o valor do ICMS de operação própria e aplicamos a seguinte

fórmula: ICMS Total – ICMS de Operação Própria = ICMS de Substituição Tributária

a recolher.

Valor Total do frete 415,00 MVA % 27,0% Margem de Valor Agregado 112,05 Base de Cálculo da ST 527,05 Aliq. ICMS Total 17% ICMS TOTAL 89,60 ICMS Op. Própria 49,80 ICMS Substituição Tributária 39,80 Valor Total do CTR 415,00

Quadro 10 – Cálculo do frete em operação sujeita ao Regime de Substituição

Tributária

Fonte: Elaborado pela autora (2011)

No exemplo do Quadro 6, podemos verificar que também utilizamos a

alíquota de MVA sobre o valor do frete, chegando ao valor da Base de cálculo da

substituição tributária. Sobre o valor de base da ST aplica-se a alíquota de ICMS

interna gerando assim um valor de ICMS total. Como base de cálculo para a

operação própria utiliza-se o valor do frete aplicando a alíquota de 12% -

interestadual – chegando ao valor do ICMS de operação própria. Logo se aplica à

seguinte fórmula de cálculo: ICMS Total – ICMS de Operação Própria = ICMS de

Substituição tributária sobre o frete.

Vejamos no quadro 11, como ficam os custos de aquisição dos produtos que

estão sujeitos ao regime de substituição tributária.

Preço de Compra 2.744,00

40

(+) IPI 274,40 (+) Frete 415,00 (+) ICMS ST Sobre os Produtos 322,39 (+) ICMS ST Sobre o Frete 39,80 Preço Total do Custo de aquisição 3.795,59

Quadro 11 – Custo total de aquisição de mercadoria sujeita ao regime de

substituição tributária

Fonte: Elaborado pela autora (2011)

Diferentemente do ICMS de operação própria, a substituição tributária

abrange cálculos mais complexos, onde consideramos o preço de compra de

mercadoria, agregando os valores de IPI, Frete, ICMS ST sobre os Produtos e ICMS

ST sobre o frete e atingindo o valor total do custo da mercadoria.

O valor do ICMS de substituição tributária, diferentemente do ICMS de

operação Própria, não tem seu valor embutido no preço do produto, pois

antecipasse o pagamento através de uma guia DARE ou de uma GNRE. Para

visualizarmos a diferença de valores entre os dois cálculos segue quadro 12, para

comparação:

Descrição Tributação

ICMS Op. Própria ICMS ST Diferença %

Custo de compra da Mercadoria 3.018,40 3.018,40 0%

Custo do Frete 415,00 415,00 0%

ICMS devido a recolher 379,08 407,13 7,39%

Preço de custo 3.054,32 3.840,53 25,75% Quadro 12 – Custo total de aquisição de mercadoria sujeita ao regime de

substituição tributária

Fonte: Elaborado pela autora (2011)

Neste exemplo pode-se verificar o amplo aumento do valor do ICMS com a

implantação do regime de substituição tributária, onde o ICMS a recolher tem um

aumento de 7,39% e que todos os fatores mencionados anteriormente acarretam um

aumento do custo de aquisição de até 25,75%.

41

Mais este é apenas um simples exemplo de como o imposto foi muito bem

elaborado, pois além do aumento no valor dos impostos, o governo ainda tem a

segurança da arrecadação sem ter muitas preocupações em fiscalizar as pequenas

empresas. Pois estas têm um grande número empresas sendo legalizadas no

estado de Santa Catarina, onde para que fosse feitas todas as fiscalizações seria

necessário a contratação de um número maior de fiscais. Neste caso torna-se muito

cômodo ao estado exigir a cobrança das indústrias e distribuidoras, que são as

empresas que geralmente possuem vendas elevadas e que são através delas que

as menores empresas farão suas aquisições de produtos para venda.

4.4. DADOS OBTIDOS DA SECRETÁRIA DA FAZENDA ESTADUAL DE SANTA

CATARINA

Para evidenciarmos o quanto o Estado esta arrecadando com a implantação

da substituição tributária, foi realizado uma pesquisa no site da secretaria da

fazenda Estadual de Santa Catarina com a intenção de encontrar os valores.

O acesso foi feito através do link das Estatísticas DIAT. Nele encontramos

alguns dados sobre o estado, como: população, IDH, Energia elétrica, comércio,

indústria, dentro outros, porém será utilizado a das “Finanças Públicas” em

específico a aba da Planilha que mostra a arrecadação do ICMS referente às

indústrias.

Ela é composta e classificada por grupo de produto e evidencia os valores de

arrecadação de ICMS entre os anos de 2006 a 2010.

Como nos exemplos de cálculo demonstrados anteriormente, utilizei a MVA

referente aos produtos alimentícios, demonstra-se a comparação de arrecadação

entre os anos de 2006 e 2010, com os produtos alimentícios da aba referente ao

ICMS pago pelas indústrias a fim de transparecer o aumento dos impostos aos

cofres públicos.

42

Grupo 2006 2007 Diferença

em R$ R$ R$

Fabricação de outros produtos alimentícios

32.435.324,44 36.978.041,42 4.542.716,98

Quadro 13 – Comparação de arrecadação do ICMS na Indústria entre 2006 e 2007

Fonte: Secretaria do Estado de Santa Catarina – Ano 2011

Grupo 2007 2008 Diferença

em R$ R$ R$

Fabricação de outros produtos alimentícios

36.978.041,42 40.657.454,94 3.679.413,52

Quadro 14 – Comparação de arrecadação do ICMS na Indústria entre 2007 e 2008

Fonte: Secretaria do Estado de Santa Catarina – Ano 2011

Grupo 2008 2009 Diferença

em R$ R$ R$

Fabricação de outros produtos alimentícios

40.657.454,94 48.066.683,67 7.409.228,73

Quadro 15 – Comparação de arrecadação do ICMS na Indústria entre 2008 e 2009

Fonte: Secretaria do Estado de Santa Catarina – Ano 2011

Grupo 2009 2010 Diferença

em R$ R$ R$

Fabricação de outros produtos alimentícios

48.066.683,67 78.856.641,29 30.789.957,62

Quadro 16 – Comparação de arrecadação do ICMS na Indústria entre 2009 e 2010

Fonte: Secretaria do Estado de Santa Catarina – Ano 2011

Nos quadros evidenciados acima, foram demonstrados as diferenças entre as

arrecadações anuais de ICMS. Assim pode-se verificar que o aumento entre os anos

de 2006 a 2009 é muito baixo se comparado com o aumento que ocorreu no ano de

2010, que já comentado acima foi o ano que entrou em vigor os novos produtos

sujeitos ao regime de substituição tributária, acarretando no aumento de

arrecadação aos erários do estado de Santa Catarina.

43

4. 5 ARRECADAÇÃO DE ICMS ST DO ESTADO DE SANTA CATARINA

O Estado de Santa Catarina, juntamente com a secretária da Fazenda

Estadual não faz a publicação da arrecadação da Substituição Tributária

separadamente da arrecadação do ICMS de operação própria, nem em seus

balanços, nem nas estatísticas do DIAT. Assim para conseguir os valores

separadamente realizou-se uma consulta via telefone solicitando os dados sobre a

arrecadação do ICMS de Substituição Tributária, onde obtivemos os seguintes

resultados referentes aos últimos três meses do ano de 2011.

A Secretária da Fazenda informou que o percentual de arrecadação do ICMS

ST tem uma variação mensal entre 29% e 34% do valor total de recolhimento do

ICMS. Para compor o quadro abaixo, foi retirado o valor total da arrecadação do

ICMS no site do CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária – juntamente

com a COTEPE – Comissão Técnica Permanente do ICMS. Onde aplicando a

alíquota que foi informada através de consulta fiscal dos meses de Agosto e

Setembro de 2011 chegamos ao montante de valor arrecadado ao erário de Santa

Catarina.

Agosto Setembro

ICMS R$ 1.069.035.000,00 R$ 1.040.982.000,00

Percentual de arrecadação 29,15% 31,19%

ICMS ST R$ 311.623.702,50 R$ 324.682.285,80 Quadro 17 – Valores de arrecadação da substituição tributária

Fonte: Elaborado pela autora (2011), com base nos dados disponibilizados pelo Confaz.

No quadro 17, evidenciaram-se os seguintes dados: valor da arrecadação

total do ICMS dos meses de agosto e setembro de 2011, percentual de arrecadação

da ST repassado via consulta telefônica pela secretária do Estado de Santa

Catarina.

Com estes dados podemos ter uma idéia do quanto à substituição tributária

veio a acrescentar para o Estado de Santa Catarina, diminuindo a sonegação de

impostos e ainda assim gerando um aumento considerável de receita, pois além da

44

arrecadação do ICMS de operação própria, ainda temos o acréscimo de valores

referente à Substituição Tributária.

45

5 . CONCLUSÃO

Analisando o trabalho acadêmico apresentado referente ao Regime de

Substituição Tributária no Estado de Santa Catarina, pode se avaliar a legislação

vigente no estado, tanto quanto as legislações federais e estaduais que estão em

vigor. Foi encontrado algumas barreiras na obtenção de dados específicos, uma vez

que o estado não deixa transparecer as informações sobre suas arrecadações

separadamente, ou seja, apenas divulgam os totais de arrecadação e os totais dos

repasses que são feitos aos Municípios e a Federação.

Logo com toda a legislação disponível foi possível fazer uma análise do

histórico do ICMS de Operação Própria, desde o seu surgimento, regulamentação

até a implantação da substituição tributária feita pelo estado através do Decreto

3174/2010, que fez a inclusão de um grande grupo de produtos na sistemática da

substituição tributária.

Para uma melhor compreensão deste trabalho foi desenvolvido o objetivo

geral para analisar se com a adoção da substituição tributária houve aumento das

receitas aos cofres estaduais. Será possível fazer esta verificação a partir do

momento em que o estado comece a fazer a divulgação em seus balanços ou até

mesmos em suas estatísticas os valores arrecadados por modalidade de imposto e

não agregando todos num mesmo valor.

Através dos dados obtidos via consulta fiscal por telefone com a Secretária da

Fazenda Estadual de Santa Catarina, conseguiu-se retratar o quanto o estado esta

arrecadando antecipadamente com a implantação da substituição Tributária. Já que

o imposto nada mais é do que arrecadar por toda a cadeia de venda supondo que o

valor de venda que será feito pelo comércio terá um acréscimo de “x” por cento no

valor do produto.

Os objetivos específicos também foram atingidos, podendo demonstrar quais

os elementos que constituem a substituição tributária, sua base de cálculo e todos

os outros elementos que foram citados anteriormente neste trabalho.

Verificou-se também o grupo de produtos que entrou em vigou a partir de

maio de 2010 com a publicação legal do Decreto 3174/2010, neste trabalho foi

46

evidenciado apenas os grupos de produtos no geral, os seus determinados

protocolos e o artigo em que podem ser encontrados no Anexo 3 do RICMS-SC.

Realizou-se uma comparação entre o ICMS de Operação Própria e o ICMS

de Substituição tributária em um exemplo em que a mercadoria foi adquirida de fora

do estado de Santa Catarina. Pode-se verificar através do exemplo realizado,

conseguiu-se demonstrar uma fórmula de cálculo para um melhor entendimento de

como a substituição tributária funciona na prática e também evidenciar o quanto

houve de aumento de arrecadação para o Estado de Santa Catarina.

Recomenda-se que em trabalhos futuros sejam verificados as legislações e

principalmente os outros grupos de produtos que estão sujeitos ao regime de

substituição tributária, já que tudo isso esta tendo mudanças constantemente. Desta

forma para trabalhos futuros poderão se utilizar deste como uma referencia podendo

até utilizar em um estudo de caso.

47

6 . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 14ª Ed. São Paulo. Editora Saraiva,

2008.

BRASIL. Constituição Federal Brasileira de 1946, 1967 e 198 8. Disponível em:

HTTP://www.planalto.gov.br Acessado em 12/04/2011.

BRASIL. Código Tributário Nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br

Acessado em 12/04/2011.

BRASIL. Emenda Constitucional nº 1 de 1969. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br Acessado em 16/04/2011.

BRASIL. Lei Complementar nº 44 de 1983. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br Acessado em 16/04/2011.

BRASIL. Convenio ICM nº 66 de 1988. Disponível em:

http://www.fazenda.gov.ber/confaz Acessado em 21/04/2011.

BRASIL. Lei Complementar nº 87 de 1996. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br Acessado em 10/05/2011.

BRASIL. Protocolo ICMS nº 198 de 2009. Disponível em:

http://www.fazenda.gov.br/confaz Acessado em 12/05/2011.

BRASIL. Decreto 2.870 de 2001 – Regulamento do ICMS de Sant a Catarina.

Disponível em: http://www.sefaz.sc.gov.br Acessado em 12/05/2011.

BRASIL. Quadro de Arrecadação do ICMS – Valores Correntes d e 2011.

Disponível em: http://www.fazenda.gov.br/confaz/boletim/ . Acessado em:

27/10/2011

48

BRASIL. Secretaria do Estado de Santa Catarina – Estatístic as DIAT – Finanças

Públicas. Disponível em:

http://www.sef.sc.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1788&Itemid

=376 . Acesso em: 27/10/2011

CHIMENTI, Ricardo Cunha. Direito Tributário: Sinopses Juridicas. 12ª Ed. São

Paulo. Editora Saraiva, 2008.

Cartilha sobre a substituição Tributaria. Secretaria do Estado da Fazenda Estadual.

Disponível em:

http://www.sef.sc.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=83&Itemid=1

61 acessado em 01/05/2010.

GORGES, Almir José. Dicionário do ICMS: de A a Z – Santa Catarina. 10. Ed.

Blumenau. Editora Nova Letra, 2009.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6ª Edição. São

Paulo. Editora Atlas S.A, 2009.

ICMS – Brasil Escola. Disponível em:

HTTP://www.brasilescola.com/economia/icms.htm - acesso em 10/05/2010

ICHIHARA, Yoshiaki. Direito Tributário. 15ª Edição. São Paulo. Editora Atlas, 2006.

Junior, José Julberto Meira. O Regime de Substituição Tributária do ICMS - Jus

Navigandi. Disponível em:

HTTP://jus2.uol.com.br/doutrina/imprimir.asp?id=1403 - acesso em 01/05/2010.

KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia Cientifica: Teoria da Ciência

e iniciação à pesquisa. 22ª Edição. Petrópolis. Editora Vozes, 2004.

MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário . 30. Ed. São Paulo. Editora

Malheiros, 2009.

49

MARIANO, Paulo Antonio; Werneck, Raphael; Bezerra, Sandra Regina Alencar.

Substituição Tributária no ICMS – Aspectos Juridico s e Práticos. São Paulo:

IOB, 2010.

MEDEIROS, Waldemir de Azevedo. Substituição Tributária e devolução da

quantia paga – Uma abordagem didática. Artigo Federal 2004/0785 – Disponível

em: www.fiscosoft.com.br/a/2o42/substituicao-tributaria-e-devolucao-da-quantia-

paga-uma-abordagem-didatica-walcemir-de-azevedo-de-medeiros. - acesso em:

29/09/2010.

Monferrarri, Cecília Petres. Pesquisa Quantitativa x Pesquisa Qualitativa. Disponível

em: http://www.ucj.com.br/noticias/14-diario-do-comercio/59-pesquisa-quantitativa-x-

pesquisa-qualitativa.html acesso em 23/06/2010 - acesso em: 16/06/2010.

NETO, Bianor Arruda Bezerra. ICMS e Substituição Tributaria para Frente. Jus

Navigandi, Teresina, ano 5, n. 40, 01/03/2000. Disponível em:

http://jus.com.br/revista/texto/1402/icms-e-substituicao-tributaria-para-frente. Acesso

em: 14/10/2010

Ribeiro, Antonio de Pádua - Substituição Tributária para Frente

HTTP://daleth.cjf.jus.br/revista/numero3/artigo13.htm - acesso em 10/06/2010.

SILVA, Renata; KARKOTLI, Gilson (Orgs.). Manual de metodologia científica do

USJ 2011-1. São José: Centro Universitário Municipal de São José – USJ.

Mar.2011.

SILVA, Rafael Barros Andrade da. A Influência da Substituição Tributária do

ICMS no Custo das Mercadorias em uma Empresa do Seg mento de Comércio

de Equipamentos de Telecomunicações. 2010 . Monografia de Graduação em

Ciências Contábeis – Faculdade Lourenço Filho – Fortaleza, 2010. Disponível em:

http://www.flf.edu.br/revista-flf/monografias-contabeis/monografia-rafael-barros.pdf -

Acessado em: 16/02/2011

50

Varsano, Ricardo; Pessoa, Elisa de Paula; Silva, Napoleão Luiz Costa da; Afonso,

José Roberto Rodrigues; Araujo, Erika Amorim; Ramundo, Julio Cesar Maciel. Uma

Análise da Carga Tributária do Brasil. Disponível em:

http://www.ipea.gov.br/pub/td/td0583.pdf - acesso em 13/11/2011

Zanluca, Julio César. Substituição Tributária do ICMS: pagar ou recolher. Portal

Tributário. Disponível em: http://portaltributario.com.br/gui/substituicao_tributaria.html

- acesso em 16/06/2010.