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0 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ USJ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO LUDIANA BELARMINO OLIVEIRA PROPOSTA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA A EMPRESA ATTENTO CORRETORA DE SEGUROS LTDA SÃO JOSÉ 2015

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

LUDIANA BELARMINO OLIVEIRA

PROPOSTA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA A EMPRESA ATTENTO

CORRETORA DE SEGUROS LTDA

SÃO JOSÉ

2015

1

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE ADMNISTRAÇÃO

LUDIANA BELARMINO OLIVEIRA

PROPOSTA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA A EMPRESA ATTENTO

CORRETORA DE SEGUROS

Trabalho para Conclusão de Curso da disciplina de Estágio 2 do Curso de Administração do Centro Universitário Municipal de São José – USJ. Prof. MSC.: Débora Raquel Neuenfeld.

São José

2015

2

LUDIANA BELARMINO OLIVEIRA

PROPOSTA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA A EMPRESA ATTENTO

CORRETORA DE SEGUROS

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Administração do Centro Universitário Municipal de São José – USJ avaliado pela seguinte banca examinadora:

Orientador: Prof.ª MSC Débora Raquel Neuenfeld.

Prof.ª MSC Renata Silva

Prof. Dr. Juarez Perfeito

São José, 20 de novembro de 2015.

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me conceder saúde, força, paciência,

determinação, por ter me sustentado ao longo desta trajetória. Agradeço a minha

família que me apoiou em todos os momentos, sendo compreensivos nos momentos

em que estive ausente. Agradeço também a todo o corpo docente desta instituição,

em especial a MSc Débora Raquel Neuenfeld, pela paciência e dedicação em

compartilhar seu conhecimento para elaboração desta pesquisa.

Agradeço também o proprietário da empresa Attento Corretora de seguros

LTDA, Marcos Ramiro Goulart e sua esposa Miriam Elisa da Silva Goulart por

abrirem as portas da empresa para realização da pesquisa.

Agradeço ao meu namorado, Carlos Eduardo Triaca que está comigo desde o

início desta caminhada, agradeço por todo amor, tempo, ajuda, incentivo, força e

compreensão a mim dedicados nesta etapa tão importante.

E por fim, mas não menos importantes agradeço a todos os acadêmicos,

colegas que contribuíram direta ou indiretamente para minha formação, que

estiveram juntos comigo no decorrer deste curso e os amigos que cultivei e terei

para toda vida André Luiz de Lemos Canarin, André Vitor da Silva, Bruna do Prado,

Diana Turra, Franciele de Souza Zimmermann, Guilherme Kirchner Coelho, Hevellyn

Karyn dos Santos da Cruz, Juliano Lúcio e Rafael Vinícius Triaca. Muito obrigada!

4

RESUMO

Conforme o crescimento do mercado atualmente, as organizações têm cada vez mais latentes a necessidade de manterem-se competitivas. Para isso, estão em constantes mudanças, a fim de atender a necessidade de seus clientes e manter sua lucratividade. Diante disto, o presente trabalho tem por finalidade propor um planejamento estratégico para empresa Attento Corretora de Seguros LTDA. A pesquisa elaborada para este trabalho caracteriza-se como pesquisa aplicada, com abordagem qualitativa. Seu objetivo é de natureza exploratória e descritiva com um levantamento bibliográfico sobre o tema proposto. A pesquisa teve como procedimentos técnicos pesquisa bibliográfica, documental, estudo de caso, levantamento e participante. Quanto a coleta de dados, foi realizada entrevista com o proprietário bem como observação participante. Neste trabalho serão abordados os conceitos do planejamento, sua importância, bem como suas etapas para implementação. Foram feitas também as análises do ambiente interno e externo, o que possibilitou determinar medidas a serem tomadas à elaboração do planejamento, para o alcance do objetivo geral. Também foram estabelecidas novas diretrizes organizacionais à empresa, bem como seus objetivos, com base na nova visão estabelecida. Estabelecidos então os objetivos, foram formuladas as estratégias para o alcance dos mesmos, e para as estratégias, foram determinadas suas metas e seus prazos e utilizado o plano de ação para implementar as estratégias criadas. Também foram estabelecidos os indicadores como ferramenta de controle do planejamento estratégico. Por meio desta pesquisa foi possível concluir a importância do planejamento estratégico, sua viabilidade para uma microempresa bem como seus benefícios, melhorando sua gestão. Palavras-chave: Planejamento estratégico. Estratégia. Competitividade.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Organograma da empresa Attento Corretora de Seguros ...................... 14

Quadro 2 – Origem das Teorias das Relações Humanas ......................................... 21

Quadro 3 – Evolução histórica das teorias administrativas ....................................... 23

Quadro 4 – As pequenas empresas na economia mundial ....................................... 28

Quadro 5 – Diferença entre empreendedor e administrador ..................................... 30

Quadro 6 – Comparação entre gerentes tradicionais e empreendedores ................. 32

Quadro 7 – Conceitos de estratégias ........................................................................ 38

Quadro 8 – Evolução do foco da estratégia .............................................................. 39

Quadro 9 – Metodologia do planejamento estratégico .............................................. 46

Quadro 10 – Análise SWOT ...................................................................................... 50

Quadro 11 – Análise interna ...................................................................................... 51

Quadro 12 – As principais estratégias das organizações segundo diversos autores 61

Quadro 13 – Controle por nível hierárquico .............................................................. 68

Quadro 14 – Tipos de controle .................................................................................. 70

Quadro 15 – Metodologia para implementação do planejamento estratégico ........... 77

Quadro 16 – Análise SWOT ...................................................................................... 78

Quadro 17 – Plano de ação, estratégia 1, objetivo 1 ................................................. 86

Quadro 18 – Plano de ação, estratégia 1, objetivo 2 ................................................. 87

Quadro 19 – Plano de ação, estratégia 1, objetivo 3 ................................................. 88

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Indicador para estratégia de aumento do número de seguros por cliente

.................................................................................................................................. 90

Tabela 2 – Indicador para estratégia do canal de vendas on-line ............................. 90

Tabela 3 – Indicador para estratégia de encaminhar a documentação do seguro para

o cliente ..................................................................................................................... 91

6

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 08

1.1 TEMA DA PESQUISA ......................................................................................... 08

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA .............................................................................. 10

1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 10

1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................. 10

1.3.2 Objetivo específico......................................................................................... 11

1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 11

2 AMBIENTE ORGANIZACIONAL ........................................................................... 13

2.1 HISTÓRICO ........................................................................................................ 13

2.2 FORMA DE GESTÃO.......................................................................................... 13

2.3 ORGANOGRAMA ............................................................................................... 14

2.4 DIRETRIZES ORGANIZACIONAIS ..................................................................... 14

2.5 PRINCIPAIS PRODUTOS/SERVIÇOS ............................................................... 15

2.6 FORÇA DO TRABALHO ..................................................................................... 15

2.7 MERCADOS ATENDIDOS E AMBIENTE COMPETITIVO .................................. 15

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 17

3.1 ADMINISTRAÇÃO .............................................................................................. 17

3.1.1 Principais teorias da administração ............................................................. 20

3.2 GESTÃO ORGANIZACIONAL ............................................................................ 23

3.3 MICRO E PEQUENAS EMPRESAS ................................................................... 27

3.4 PLANEJAMENTO ............................................................................................... 33

3.4.1 Tipos de planejamento ................................................................................... 36

3.5 ESTRATÉGIA ...................................................................................................... 37

3.6 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ..................................................................... 41

3.6.1 Metodologias para elaboração do planejamento estratégico .................... 43

3.6.2 Análise do ambiente (SWOT) ........................................................................ 48

3.6.2.1 Análise do ambiente interno...........................................................................50

3.6.2.2 Análise do ambiente externo ......................................................................... 52

3.6.3 Diretrizes organizacionais ............................................................................. 54

3.6.3.1 Missão ........................................................................................................... 55

3.6.3.2 Visão ............................................................................................................. 56

3.6.3.3 Valores .......................................................................................................... 57

7

3.6.4 Objetivos organizacionais ............................................................................. 58

3.6.5 Formulação das estratégicas ........................................................................ 60

3.6.6 Implementação das estratégias .................................................................... 63

3.6.7 Controle ........................................................................................................... 66

4 METODOLOGIA .................................................................................................... 72

4.1 TIPOS DE PESQUISA ........................................................................................ 72

4.2 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 74

4.3 FORMAS DE ANÁLISE ....................................................................................... 75

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ...................................................... 76

5.1 APRESENTAÇÃO DOS PROBLEMAS ............................................................... 76

5.1.1 Limitações na gestão organizacional ........................................................... 76

5.2 APRESENTAÇÃO DE SOLUÇÕES E AÇÕES DE MELHORIAS ....................... 77

5.2.1 Proposta de planejamento estratégico para a empresa Attento Corretora

de Seguros LTDA .................................................................................................... 77

5.2.1.1 Análise do ambiente ...................................................................................... 77

5.2.1.1.1 Forças ........................................................................................................ 78

5.2.1.1.2 Fraquezas .................................................................................................. 79

5.2.1.1.3 Oportunidades ............................................................................................ 80

5.2.1.1.4 Ameaças .................................................................................................... 80

5.2.1.2 Estabelecimento das diretrizes organizacionais ............................................ 81

5.2.1.3 Formulação das estratégias .......................................................................... 82

5.2.1.4 Implementação das estratégias ..................................................................... 84

5.2.1.5 Controle estratégico ...................................................................................... 89

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 92

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 95

APÊNDICES ........................................................................................................... 102

GLOSSÁRIO............................................................................................................104

8

1 INTRODUÇÃO

Em um mercado cada vez mais competitivo e com clientes mais exigentes, as

empresas devem adaptar-se constantemente para garantir seu lugar e abrir

vantagem competitiva perante seus concorrentes. Elas devem estar sempre um

passo à frente, planejando suas ações e analisando a possibilidade de riscos e

oportunidades que podem surgir no caminho.

Com esse objetivo, uma das formas de estabelecer vantagem competitiva é

utilizando o planejamento estratégico de forma eficiente. Segundo Oliveira (1987),

planejamento estratégico é:

“um processo gerencial que possibilita ao executivo estabelecer um rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com o ambiente. Ele se relaciona com os objetivos de longo prazo e com maneiras e ações para alcançá-los, que afetam a empresa”.

Planejamento estratégico é um processo que conduz a empresa à obtenção

de um melhor desempenho, maximizando as oportunidades (estratégias)

identificadas no seu ambiente atual e principalmente no futuro.

Oliveira (2007, p. 5), descreve a importância do planejamento para a

empresa:

“o propósito do planejamento pode ser definido como o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no futuro, de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz. [...] tende a reduzir a incerteza envolvida no processo decisório, e consequentemente, provocar o aumento da probabilidade de alcance dos objetivos, desafios e metas estabelecidos para a empresa”.

Com isso, o trabalho proposto buscou informações que possam auxiliar no

esclarecimento do que é o planejamento estratégico, identificando suas etapas e

seus principais elementos, sua importância e buscando auxiliar na melhoria da

competitividade da organização em estudo.

1.1 TEMA DA PESQUISA

9

Segundo Drucker (2002, p. 136) o planejamento estratégico é:

“processo contínuo de sistematicamente e com o maior conhecimento possível do futuro contido, tomar decisões atuais que envolvam riscos; organizar sistematicamente as atividades necessárias à execução dessas decisões; e, através de uma retroalimentação organizada e sistemática, medir o resultado dessas decisões em confronto com as expectativas alimentadas”.

Portanto, planejar estrategicamente é saber tomar decisões levando em conta

o que pode acontecer no futuro, considerando também a situação atual do ambiente

interno e externo sem esquecer-se do objetivo principal, que é onde a organização

deseja chegar. Combinando todas essas variáveis, o objetivo da empresa é

alcançado mais rapidamente e com menos chances de erros em seus processos.

Para Roger Born (2006, p. 18) “o planejamento estratégico consiste no

processo de geração de estratégias, culminado em um produto formal, o plano

estratégico, documento que sintetiza as intenções da empresa

à longo prazo, bem como apresenta o conjunto de ações responsáveis pela sua

implementação”.

O planejamento estratégico é um processo através do qual a empresa se

mobiliza para atingir o sucesso e construir seu futuro por meio de um

comportamento proativo, antecipando-se e prevendo eventuais acontecimentos do

mercado, considerando seu ambiente atual e futuro. (SAMPAIO, 2004).

Segundo Kotler (1992, p.63), “planejamento estratégico é definido como o

processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação razoável entre os

objetivos e recursos da empresa e as mudanças e oportunidades de mercado”.

Oliveira (1987), afirma que a empresa através do planejamento estratégico,

espera: conhecer e utilizar melhor seus pontos fortes; conhecer e eliminar seus

pontos fracos; conhecer e usufruir as oportunidades externas; conhecer e evitar as

ameaças externas; e, ter um efetivo plano de trabalho.

Planejando estrategicamente as organizações dificilmente encontrarão

surpresas desagradáveis em seu caminho, pois, sempre vão estar um passo à

frente da concorrência, do andamento do mercado, terá estudado o perfil de seus

clientes, etc. O que lhe tornará mais competitiva e com a menor probabilidade de

cometer erros. Essa é a principal função do planejamento estratégico. Fazer com

que as organizações se preparem para as mudanças, tenham um posicionamento,

10

tenham objetivos a serem alcançados, além do lucro, que era o principal fator

antigamente. Fazer também com que as organizações mesmo não tendo previsto

algum problema estejam fortes o suficiente para manter-se no mercado.

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Atualmente os clientes estão cada vez mais exigentes, não só em relação ao

produto ou serviço adquirido, mas a tudo o que o envolve, desde o atendimento do

vendedor até o seu consumo em si, sua fabricação, o destino que esse

produto/serviço irá tomar no final de seu ciclo de vida, enfim, todos esses processos

também passaram a ser de interesse dos consumidores.

Com o mercado de seguros não seria diferente. A empresa Attento Corretora

de Seguros é uma empresa nova no mercado que atua com seguros de vários

ramos, tais como automóveis, residenciais, empresariais, equipamentos, etc. Para

manter-se em um mercado tão crescente e competitivo como é nessa área, é

necessário que a organização se posicione de forma estratégica para garantir sua

fatia de mercado, neste momento em que a empresa está se lançando.

Diante dessa visão surge o seguinte questionamento: Como a empresa

Attento Seguros pode melhorar a sua vantagem competitiva e aumentar a sua

lucratividade?

1.3 OBJETIVOS

Os objetivos de um projeto ou trabalho buscam proporcionar a visão geral de

um tema estabelecido, bem como a procura de um maior conhecimento do tema

estudado (GIL, 2005). O objetivo é uma meta, algo que se pretende alcançar. Para

isso é preciso saber aonde exatamente se quer chegar, reunindo informações e

evidenciando a importância do conhecimento para a realização da pesquisa.

1.3.1 Objetivo Geral

Propor um planejamento estratégico para a empresa Attento Corretora de

11

Seguros em São José – SC, a fim de auxiliar na melhoria da sua competitividade e

lucratividade.

1.3.2 Objetivos Específicos

Verificar os fatores internos e externos da empresa;

Analisar as diretrizes organizacionais;

Sugerir estratégias para aumento da competitividade;

Propor ações e indicadores para a implementação e o controle das

estratégias.

1.4 JUSTIFICATIVA

Atualmente, as empresas estão de certo modo se reciclando, ou seja,

passando por um processo de renovação. Esse processo consiste em adotar novos

procedimentos e novas tecnologias. Portanto, se as organizações pretendem

manter-se no mercado, é preciso que deixem de lado os seus velhos conceitos, e

sejam mais ágeis e acompanhem o processo de mudança. Para isso, o uso da

estratégia é fundamental.

Qualquer empresa sem estratégia corre o risco de se transformar em uma folha seca que se move ao capricho dos ventos da concorrência [...] a estratégia é vital para toda e qualquer empresa, independente do seu porte, pois a única forma de vencer a concorrência é se destacando positivamente com relação a ela (apud PAGNONCELLI; VASCONCELLOS, 2001, p. 289).

O planejamento estratégico de modo geral é importante para a empresa e

deve ser uma ferramenta básica do dia-a-dia, pois através dessa ferramenta

conseguimos aperfeiçoar os processos e as atividades desenvolvidas pela

organização, provisionar o que poderá acontecer em relação ao futuro, desenvolver

estratégias para prospecção de clientes, atingir novos mercados entre outros

objetivos.

A organização em estudo, conforme observado não tem um planejamento

estratégico definido, o que dificulta a realização de seus processos e atividades, pois

não há uma definição clara de onde a empresa pretende chegar, e como fará para

12

alcançar esse objetivo. Consequente, a empresa perde tempo corrigindo as falhas,

gerando assim um retrabalho e desgaste dos colaboradores e proprietário da

empresa. Se há um planejamento estratégico eficiente, podemos ter maior

rendimento das atividades, maior produtividade, lucratividade, além de identificar os

problemas na empresa de forma rápida, pois em todo planejamento estratégico é

realizado o controle.

Assim, a principal justificativa da elaboração deste trabalho pela acadêmica é

agregar conhecimentos e melhorias a organização, no intuito de aumentar a

satisfação dos clientes, competitividade e lucratividade da empresa objeto de

estudo.

Para o Centro Universitário Municipal de São José (USJ), estima-se que esta

pesquisa venha contribuir para pesquisas futuras, visto que o planejamento

estratégico faz parte de diversas matérias do curso de graduação e é

frequentemente abordado pelos acadêmicos da instituição em trabalhos de

conclusão de estágio.

13

2 AMBIENTE ORGANIZACIONAL1

O ambiente organizacional é composto por todos os fatores sejam externos

ou internos, que influenciam nas ações da organização, podendo agir de forma

positiva ou negativa.

2.1 HISTÓRICO

A empresa Attento Corretora de Seguros surgiu de forma despretensiosa, no

ano de 2013, quando um dos corretores da Corretora JN Seguros decidiu montar um

escritório próprio no bairro Forquilhinhas – São José, devido à JN Seguros ter

alterado seu endereço para a Avenida Josué Di Bernardi, Campinas – São José, o

que dificultou a mobilidade deste corretor.

O corretor que já atuava no ramo de seguros há dezesseis anos montou

então uma estrutura física para dar suporte de atendimento aos seus clientes. Com a

crescente demanda, contratou então duas funcionárias para auxiliá-lo. Com sua

carteira de clientes fixa e bem estruturada, surgiu então à iniciativa de administrar

seu próprio negócio e veio então a registrar a Attento Corretora de Seguros. Hoje a

empresa está se lançando ao mercado através de mídias sociais e também por

indicações dos clientes, o que tem feito à carteira de clientes expandirem-se.

2.2 FORMA DE GESTÃO

A Attento Corretora de Seguros é uma empresa de pequeno porte, que atua

no ramo de seguros, situada em São José - SC. Tem por forma de atuação o capital

fechado, por ser uma empresa privada. Os membros da alta administração são

compostos pelo corretor, formado pela SUSEP – superintendência de seguros

privados, e é também administrador da corretora. Ele toma todas as decisões da

1 Informações obtidas através de entrevista com o Proprietário da empresa.

14

organização, e conta com a ajuda de duas funcionárias para as funções

administrativas e um vendedor externo.

2.3 ORGANOGRAMA

O organograma serve para representar as relações hierárquicas dentro da

empresa, ou a distribuições dos setores e suas comunicações. Abaixo, vejamos o

organograma da empresa Attento Corretora de seguros.

Quadro 1: Organograma da empresa Attento corretora de seguros. Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2015.

O organograma da empresa Attento Corretora de seguros é formado pelo

Proprietário administrador e duas assistentes administrativas e um vendedor

externo. O corretor tem por função: visitar os clientes, negociar contratos, expandir

sua carteira, além de administrar o negócio.

As assistentes administrativas têm por função: Contatar os clientes, realizar

cadastros, fechar os contratos, fazer cotações e demais funções pertinentes a área.

O vendedor externo tem por função: contatar, visitar e prospectar clientes.

2.4 DIRETRIZES ORGANIZACIONAIS

A organização tem por diretrizes organizacionais missão, visão e valores. Tais

15

informações estão disponíveis nos documentos da empresa e constam a seguir,

porém a data de criação e autor não foram fornecidos pela empresa.

Missão é: Atender os clientes com uma equipe motivada, constantemente

treinada para ser eficiente e prestativa, em todas as horas que precisar.

Visão é: Ser eficiente e prestativa, mais do que uma corretora, uma empresa

amiga do cliente.

Valores são: honestidade; trabalho em equipe; sede de crescer; excelência;

reconhecimento; respeito; e comprometimento.

2.5 PRINCIPAIS PRODUTOS/SERVIÇOS

A empresa Attento corretora de seguros tem como principal serviço a venda

de seguros. Os seguros podem ser de qualquer bem que o cliente possua como:

veículos, empresas, residências, equipamentos, condomínios e também o seguro de

vida. A empresa presta todo o suporte de atendimento ao cliente, visando não

somente a venda do seguro em si, mas também a comodidade e tranquilidade para

seus clientes.

2.6 FORÇA DE TRABALHO

A força de trabalho da empresa Attento corretora seguros é formada pelo

corretor/administrador, duas assistentes administrativas um vendedor externo. As

assistentes têm ensino médio completo, e estão cursando superior. O

corretor/administrador é formado pela SUSEP em corretor de seguros. A empresa

oferece como benefícios: vale refeição; e vale transporte. O treinamento das

assistentes era feito através do conhecimento do corretor, passado diretamente para

as assistentes. Com o passar do tempo, a rotatividade dos colaboradores passou a

aumentar, o que fez com que o corretor passasse a adotar o uso de vídeo-aulas,

que são preparadas por ele mesmo, o que lhes proporciona suporte para a função.

2.7 MERCADOS ATENDIDOS E AMBIENTE COMPETITIVO

O ambiente em que a empresa Attento Corretora de Seguros está inserida é

16

no ambiente de serviços. O corretor tem experiência na área de seguros a dezesseis

anos e aponta que este mercado é promissor.

O contato com o cliente neste ramo é fundamental, pois como confiar em algo

intangível, onde só se conhece sua eficiência quando é utilizado? Esse é o principal

desafio na área de seguros.

Como principais concorrentes no mercado de seguros têm os bancos, outras

corretoras de seguros, concessionárias e imobiliárias, que tem por característica

abordar o cliente no momento da compra de seus bens, como um veículo, por

exemplo.

17

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica é basicamente o corpo do trabalho, sua estrutura. É

por meio dela que o aluno/pesquisador tem a base do assunto que irá abordar de

acordo com a opinião de diversos autores que colaborem para seu estudo/pesquisa.

Segundo Silva e Karkotli (2011, p. 16), a fundamentação teórica é “a fase da

pesquisa que apresenta o tema proposto fundamentando-o com uma revisão crítica

de fontes de pesquisa relacionadas ao tema de forma ampla para depois específica”.

Portanto, a fundamentação é o norte do trabalho com base nas bibliografias

pesquisadas e opiniões dos autores.

3.1 ADMINISTRAÇÃO

No conceito da palavra em si, administração é: vem do latim, ad – que

significa direção, tendência para, e minister – que significa subordinação ou

obediência, ou seja, quem realiza uma função sob comando de outra ou presta

serviço a outro, (CHIAVENATO, 2003).

Ainda segundo Chiavenato (2000, p.18), administração é a maneira de

governar organizações ou parte delas. É o processo de planejar, organizar, dirigir e

controlar o uso dos recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos

de maneira eficaz.

Através da utilização correta dos recursos organizacionais as empresas

podem chegar mais longe. Coordenando todas as áreas da organização, planejando

cada passo o alcance aos objetivos da empresa acontece de forma rápida e eficaz.

Para Lacombe e Heilborn (2003, p. 48), administração seria “um conjunto de

princípios e normas que tem por objetivo planejar, organizar, dirigir, coordenar e

controlar os esforços de um grupo de indivíduos” que se unem para alcançar um

objetivo em comum.

Com esse mesmo viés, Stoner (1999, p. 4), afirma que “a administração é o

processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos

membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para

alcançar os objetivos estabelecidos”. Portanto, administrar é gerir toda a organização

18

integrando todas as suas partes. Com isso, surge à necessidade de criar estratégias

para alcançar os resultados que se espera.

Tratando o conceito de administração de forma mais pontual, Maximiano

(2007) afirma que: administrar é um trabalho em que as pessoas buscam realizar

seus objetivos próprios ou de terceiros (organizações) com a finalidade de alcançar

as metas traçadas. Dessas metas fazem parte as decisões que formam a base do

ato de administrar e que são as mais necessárias. O planejamento, a organização, a

liderança, a execução e o controle são considerados decisões e/ou funções, sem as

quais o ato de administrar estaria incompleto.

Assim como Chiavenato, Maximiano (2004) também afirma que administração

sem as ações de controle e planejamento não é administração.

De acordo com Silva (2001), “administração é um conjunto de atividades

dirigidas à utilização eficiente e eficaz de recursos, no sentido de alcançar um ou

mais objetivos ou metas organizacionais”.

Administrar então é a integração de todas as partes da empresa buscando

através das estratégias da empresa planejar, organizar, controlar, dirigir todos os

recursos para se atingir os objetivos da empresa, seja ele minimizar custos,

prospectar clientes ou melhorar sua gestão, a forma é a mesma.

Administrar significa além de ter controle e organização, ter também

planejamento.

De acordo com Sobral e Peci (2013, pg. 196), “as organizações precisam

planejar para enfrentar as mudanças que ocorrem na economia, na política, na

cultura, nos estilos de vida, na tecnologia, etc.”. Os autores também afirmam que

“atualmente, o ambiente exerce influência demasiado forte na organização para que

o futuro dela seja deixado ao acaso”. Por esse motivo, a necessidade de planejar é

cada vez mais constante devido à necessidade de projeção de futuro que as

organizações devem fazer.

Para os autores Sobral e Peci (2013, pg. 196), o fato das organizações terem

um planejamento, trazem as seguintes vantagens:

Proporciona senso de direção;

Focaliza esforços;

Maximiza a eficiência;

Reduz o impacto do ambiente;

19

Define parâmetros de controle;

Atua como fonte de motivação e comprometimento;

Potencializa o autoconhecimento organizacional;

Fornece consistência à ação gerencial.

Conforme Lacombe e Heilborn (2003, p. 48), administração seria “um

conjunto de princípios e normas que tem por objetivo planejar, organizar, dirigir,

coordenar e controlar os esforços de um grupo de indivíduos que se unem para

alcançar um objetivo em comum”.

Outra forma de administrar, segundo Boeira e Morais (2010) é o POC3, criado

por Fayol que seria Planejar, Organizar, Coordenar, Comandar e Controle. A

primeira delas, o Planejar, seria definir objetivos e metas da organização e definir as

tarefas para alcançar esses objetivos. O segundo item seria organizar, que quer

dizer munir-se recursos necessários e como a organização coordena esses recursos

para estar de acordo com o planejamento. O primeiro C que é coordenar que seria

inter-relacionar as tarefas a fim de alcançar os objetivos. O segundo C que é

comandar diz respeito à forma que a organização instrui as pessoas envolvidas no

processo. E por fim o ultimo C, o Controle, que seria monitorar as atividades a fim de

alcançar os objetivos e corrigir caso necessário.

Entendido o conceito de administração, Chiavenatto (2000), apresenta as

habilidades de um administrador. O autor afirma que para conseguir um bom

desempenho, o administrador necessita de três habilidades:

Habilidade Técnica – consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e

equipamentos necessários para o desempenho de tarefas específicas, por

meio da experiência e educação. É muito importante para o nível operacional.

Habilidade Humana – consiste na capacidade e facilidade para trabalhar com

pessoas, comunicar compreender suas atitudes e motivações e liderar grupos

de pessoas.

Habilidade Conceitual – consiste na capacidade de compreender a

complexidade da organização como um todo e o ajustamento do

comportamento de suas partes. Essa habilidade permite que a pessoa se

comporte de acordo com os objetivos da organização total e não penas de

acordo com os objetivos e as necessidades de seu departamento ou grupo

imediato.

20

3.1.1 Principais teorias da administração

A administração é dividida através de algumas teorias. A teoria da

administração científica teve início no despontar do século XX, dois engenheiros

desenvolveram os primeiros trabalhos a respeito da administração. O americano

Frederick Winslow Taylor iniciou a Escola da administração científica, preocupada

em aumentar a eficiência da indústria através da racionalização do trabalho operário.

De acordo com Lacombe e Heilborn (2003, p.37), o taylorismo caracteriza-se

por uma alta desumanização do trabalho, pois sua lógica é a do trabalho rápido,

rotineiro e monótono. Henry Gantt, Franck e Lilian Gilbreth, Henry Ford e vários

outros seguiram a mesma linha de Taylor. Baseavam-se no princípio de que os

operários, sendo pouco instruídos, deveriam fazer sempre a mesma coisa, de modo

a viabilizar seu treinamento na execução de tarefas simples, conseguindo, assim,

produzir melhor e mais depressa. Henry Ford deu várias contribuições fundamentais

nessa ocasião: a produção em massa, a intercambialidade das peças e a linha de

montagem.

A escola da administração científica pressuponha que os objetivos das

organizações e os dos funcionários poderiam coincidir: o máximo de dinheiro para

todos. A maior motivação das pessoas seria o ganho material. A solução consistia

em montar um conjunto de incentivos financeiros para aumentar a produção.

O francês Henri Fayol desenvolveu a teoria clássica, preocupada em

aumentar a eficiência da empresa por meio de sua organização e aplicação de

princípios gerais da administração. (CHIAVENATO 2004, p.38)

Para Lacombe e Heilborn (2003, p. 39), Fayol identificou, enumerou e definiu

cada uma das funções do administrador e estudou em profundidade as atividades

que devem ser exercidas nas empresas. Portanto, a teoria clássica estabelece uma

forma de administrar dando ênfase à maneira correta de se estabelecer a estrutura

organizacional e as responsabilidades dos administradores, determinadas por meio

de uma compreensão precisa e metódica do trabalho a ser executado.

A Teoria das relações humanas surgiu nos Estados Unidos como

consequência das conclusões da experiência da Hawthorne, desenvolvida por Elton

Mayo e colaboradores. Segundo Chiavenato (2004, p.85), a teoria das relações

humanas tem suas origens conforme quadro a seguir:

21

A necessidade de se humanizar e democratizar a administração;

O desenvolvimento das ciências humanas;

As ideias da filosofia pragmática de John Dewey;

As conclusões da experiência de Hawthorne.

Quadro 2: Origem das Teorias das Relações Humanas. Fonte: Elaborado pela autora, 2015. Adaptado de Chiavenato, (2004 p. 85)

A teoria das relações humanas foi um movimento de reação e oposição à

teoria clássica da administração. Segundo Lacombe e Heilborn (2003 p. 317), esta

teoria está baseada no princípio de que a remuneração não era suficiente para

motivar os empregados, a conseguir resultados favoráveis, ela preconizava que era

necessário manter o “moral” do pessoal elevado e, para isso, o importante seria

manter um ambiente agradável e humano na empresa, além da remuneração

adequada. Os membros dessa escola veem as organizações como grupos de

pessoas. Para eles, os problemas humanos nas organizações eram os problemas

dos indivíduos que as compõem.

A teoria neoclássica, segundo Chiavenato (2004, p.125), os autores

neoclássicos não formam uma escola bem definida, mas um movimento

relativamente heterogêneo que recebe denominações como Escola Operacional ou

Escola do Processo administrativo.

A teoria burocrática surgiu no início do século XX Max Weber, um sociólogo

alemão publicou uma bibliografia a respeito das grandes organizações da sua

época. Deu-lhe o nome de burocracia e passou a considerar o século XX como

sendo o século das burocracias, pois achava que estas eram as organizações

características de uma nova época, plena de novos valores e de novas exigências.

(CHIAVENATO 2004, p.206)

A burocracia enfatiza a formalização (obediência a normas, rotinas, regras e

regulamentos), divisão do trabalho, hierarquia (obediência às ordens dos superiores

e conferência de status às posições hierárquicas elevadas), impessoalidade e

profissionalização e competência técnica dos funcionários.

A teoria comportamental da administração trouxe nova concepção e novo

enfoque dentro da teoria administrativa: a abordagem das ciências do

comportamento, o abandono das posições normativas e prescritivas das teorias

22

anteriores e a adoção de posições explicativas e descritivas (CHIAVENATO 2004,

p.263).

Esta abordagem se iniciou com a publicação do livro “o comportamento

administrativo” de Herbert A. Simon, que enfatiza as pessoas, como integrar seus

objetivos com os da organização, quais as melhores formas de motivá-las e de

administrar e liderar considerando que são as pessoas que constituem a

organização. Esta escola se preocupa em integrar os objetivos das pessoas com os

da organização.

A teoria de sistemas surgiu com os trabalhos do biólogo alemão Ludwig Von

Bertalanffy. A teoria de sistemas não busca solucionar problemas ou tentar soluções

práticas, mas produzir teorias e formulações conceituais para aplicações na

realidade empírica (CHIAVENATO, 2004, p.369).

A abordagem sistêmica vê a organização como um todo integrado, constituída

de partes que interagem entre si, e inserida num ambiente com o qual interage

permanentemente.

Para a teoria da contingência não há nada de absoluto nas organizações ou

na teoria administrativa. Tudo é relativo. Tudo depende. Há uma relação funcional

entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o

alcance eficaz dos objetivos da organização (CHIAVENATO 2004, p.393).

Segundo Chiavenato (2004, p.12), “todas as teorias administrativas são

aplicáveis às situações atuais e o administrador precisa conhecê-las bem para ter à

sua disposição um naipe de alternativas adequadas para a situação”. A teoria da

contingência está, assim, intimamente ligada à abordagem sistêmica. Ela diz que o

melhor estilo gerencial e as melhores decisões dependem, em cada caso, de muitos

fatores: do ambiente em que se encontra a empresa, do seu pessoal e da situação

específica. Estimula os administradores a identificar a situação de forma cuidadosa

antes das decisões.

Vê-se então que a administração possui várias vertentes, cada uma com um

enfoque diferenciado de acordo com as necessidades da época. Cada vez buscando

mais melhorias, seja para as organizações ou para as pessoas. A seguir segue

quadro para melhor entendimento de quando essas teorias passaram a surgir e seus

enfoques.

23

Quadro 3: Evolução histórica das teorias administrativas. Fonte: Elaborado pela autora, 2015. Adaptado de Dornelas, (2015, p.9).

Vê-se que a administração passou por várias transformações ao decorrer do

tempo, o que fez com que evoluísse cada vez mais.

Entendido os conceitos de administração, sua importância e as abordagens

das principais teorias da administração conforme definido por diversos autores, a

seguir será abordado o tópico sobre gestão organizacional, composto pelos

conceitos, importância e modelos de gestão contemporâneos e os modelos de

gestão na administração moderna.

3.2 GESTÃO ORGANIZACIONAL

Segundo os autores Stadler e Paixão (2012), conceitua gestão sendo

“atividade de conduzir uma empresa ao atendimento do resultado desejado

(planejado) por ela, apesar das dificuldades”.

A gestão organizacional ajuda na estruturação das empresas, em como

organizá-las tendo como objetivo buscar o crescimento e a organização das

mesmas. Para Bertero (1995, pag.36), modelo de gestão pode ser assim

24

compreendido como “um conjunto de práticas gerenciais da empresa, claramente

orientado por uma visão do foco no negócio da organização, o qual determina sua

missão, seus valores, sua filosofia”.

Os autores Ferreira, Reis e Pereira (1997 p. 6), tentam esclarecer qual é a

diferença entre administração e gestão. Segundo pesquisa realizada por esses

autores as palavras gestão e administração têm origem latina, gerere e administrare.

Gerere significa conduzir, dirigir ou governar e administrare tem aplicação específica

no sentido de gerir um bem, defendendo os interesses dos que o possuem. Em sua

conclusão esses autores alegam que “administrar seria, portanto, a rigor, uma

aplicação de gerir”.

Entendido o conceito de gestão, compreende-se então que a gestão

organizacional é a forma como conduzimos uma empresa para atingir o resultado

esperado. Diante disto, é necessária a utilização de modelos que nos possibilite de

forma mais adequada como alcançar os resultados esperados. Para melhor

compreensão do que são esses modelos, segue o conceito no parágrafo seguinte.

Para Pereira e Santos (2001, p.47), o modelo de gestão “é compreendido

como o conjunto de princípios, técnicas e explicações que orientam a concepção e o

modo de funcionamento de todos os elementos constituintes de uma organização”.

De acordo com Stadler e Paixão (2012, pg. 17) de maneira mais simplificada,

um modelo de gestão significa um molde, uma forma de administrar. Mas, o que é

administrar? Administrar é tomar decisões sobre recursos disponíveis – financeiros,

materiais e humanos - para atingir os objetivos da organização. Assim, podemos

dizer que modelo de gestão é o administrar por meio de um exemplo já existente,

realizando as modificações necessárias de acordo com as peculiaridades de cada

organização.

Modelos de gestão são normas, princípios que vão orientar os gestores na

escolha das melhores alternativas para administrar as empresas.

Os modelos de gestão organizacional facilitam o alcance do objetivo das

empresas. Para melhor entendimento desta afirmação, abaixo segue os modelos de

gestões contemporâneas e as gestões da moderna administração de acordo com

Stadler e Paixão (2012):

a) Modelos de gestão contemporâneos:

- Escola Japonesa

25

A escola japonesa traz como modelo de gestão a melhoria contínua e a

qualidade total. O conceito de melhoria contínua deriva das palavras japonesas Kai

(melhoria) e zen (bom). Entende-se por melhoria contínua, mudanças constantes

que visam estar sempre deixando um processo, atividade, tarefa, produtos ou

serviço melhores.

Com relação à qualidade total, como o próprio nome diz, é trazer qualidade

em todos os setores departamentos, levando em consideração os princípios como

eliminação de desperdícios, produção com qualidade e produção enxuta. A

qualidade tem foco especial no cliente, portanto, atender as necessidades e ouvir as

opiniões destes é essencial.

– Empreendedorismo

Continuando com os modelos de gestão contemporâneos, temos o

empreendedorismo.

Para o autor Chiavenato (2005, pg. 05), empreendedorismo é aquele que

“introduz no mercado novos produtos e serviços, novas formas de organização,

novos recursos e materiais”. Entende-se então que o empreendedorismo é fazer

algo novo, ou também transformar aquilo que já existe de forma diferente.

- Gestão social e ambiental

Para entendimento da gestão social e ambiental é preciso primeiramente

abordar o conceito de responsabilidade social. A responsabilidade social é composta

pelas seguintes responsabilidades, de acordo com Stadler e Paixão (2012, pg. 131):

Econômicas: ser lucrativa, gerar riquezas e empregos.

Éticas: não lesar ninguém voluntariamente, prezar pela integridade de

todos os envolvidos com a empresa.

Legais: pagar todos os impostos em dia; é por meio deles que o

Governo proporciona o bem-estar social para a sociedade.

Filantrópicas: são os projetos sociais, que possuem maior visibilidade

para os clientes e pode ser usado como forma de publicidade de suas

ações sociais.

Seguindo essas responsabilidades as empresas estarão aderindo à gestão

social.

b) Modelos de gestão da administração moderna:

- Gestão por competências

26

O primeiro modelo de gestão da administração é a gestão por competências,

nesse modelo de gestão, o líder poderá coordenar equipes, facilitar processos,

transformar produtos e serviços em oportunidades de negócio.

De acordo com Stadler e Paixão (2012, pg. 133), as principais ideias da

gestão por competências são:

O desempenho empresarial é resultado da maneira por meio da qual a

organização mobiliza seus recursos para atender os clientes;

A mobilização dos recursos humanos, financeiros e materiais têm como foco

a busca da criação de diferenciais competitivos;

Utiliza da avaliação do desempenho para identificar as competências

necessárias ao atendimento dos objetivos da empresa.

- Gestão do conhecimento

A gestão do conhecimento consiste em absorver o conhecimento que está

dentro da empresa e que ele não se perca. E necessário então que o gestor da

empresa busque maneiras de que seus colaboradores compartilhem seus

conhecimentos uns com os outros, assim, o conhecimento não ficará apenas com

uma pessoa que exerce determinada função, estará compartilhado por todos.

- Administração holística

A administração holística procura ver a empresa num todo. De acordo com Stadler e

Paixao (2012, pg. 134) para estabelecer este tipo de gestão é necessário:

“diminuição dos níveis hierárquicos e de cargos para que a comunicação e as

decisões dentro da empresa se deem de maneira rápida e efetiva. Para isso, é

necessário dar às equipes autonomia para que passem a trabalhar de forma

autogerenciada e passem também por rodízio de funções”.

- Administração virtual

De acordo com a Stadler e Paixão (2012, pg. 134) a administração virtual:

“surgiu na década de 1990 em busca de flexibilidade. Aqui o foco da gestão é mobilizar parcerias tanto externas como internas. A ideia é criar uma rede de empresas (network) em forma de parceria para garantir a sobrevivência de todas as organizações envolvidas. Nesse modelo, as empresas vão compartilhar resultados, custos, riscos e um modelo de gestão altamente embasado na tecnologia da informação, pois não há necessidade da presença física dos envolvidos. É o trabalhador a distância, virtual”.

Entendido o conceito de gestão organizacional bem como os modelos de

gestão apresentados, no tópico seguinte será apresentado as micro e pequenas

27

empresas.

3.3 MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

As micro e pequenas empresas são muito importantes para o crescimento da

economia e desenvolvimento do país. As micro e pequenas empresas geram

empregos, renda, expansão do setor em que atuam, além de aumentar a

contribuição dos impostos.

Para Lima (2001), não existe critério único universalmente aceito para definir

as microempresas e PME. Vários indicados podem ser utilizados para a

classificação das micros, pequena, média e grande, mas eles não podem ser

considerados completamente apropriados e definitivos para todos os tipos de

contexto.

Leone (1991, pg. 51), mostra algumas características para definir as micro e

pequenas empresas, segundo ele:

“os critérios qualitativos de natureza social usado para definir o porte de uma empresa tocam essencialmente, na estrutura interna, na organização e nos estilos de gestão. Os critérios quantitativos são critérios econômicos, oferecem subsídios estáticos, enquanto os qualitativos apresentam uma visão dinâmica da organização e ainda pode-se estabelecer um conceito da pequena empresa pelo critério misto, isto é, adotando-se mais de um critério”.

O critério adotado pelo Sebrae em 2007, para conceituar as micro e pequenas

empresas que está contido no Estatuto de 1999, é a receita bruta anual, cujos

valores foram atualizados pelo Decreto nº 5.028/2004, que corrigiu os limites

originalmente estabelecidos (R$ 244.000,00 e R$ 1.200.000,00) respectivamente

(Brasil, 2004).

Ás micro pequenas empresas tem tomado força, e estão expandindo-se cada

vez mais. O quadro a seguir mostra a importância das MPE’S com relação a sua

participação na economia delas em diversos países.

28

País Participação

Austrália 71% da mão de obra e 99% das empresas constituídas

Chile 80% da mão de obra e 20% do PIB

Dinamarca 36% da mão de obra e 44% do PIB

Espanha 80% da mão de obra e 51% do PIB

EUA 51% da mão de obra e 51% do PIB

Grécia 86% da mão de obra

Irlanda 70% da mão de obra e 98% das empresas constituídas

Itália 38% das exportações e 98% das empresas constituídas

México 37% da mão de obra

Reino Unido 56% da mão de obra e 40% das empresas constituídas

Suíça 75% da mão de obra e 99% das empresas constituídas

Tailândia 60% da mão de obra e 85% das empresas constituídas

Quadro 4: As pequenas empresas na economia mundial. Fonte: Jacintho (2005) apud ORTIGARA, 2006, p. 29)

Visto que as micro e pequenas empresas têm grande participação nos outros

países, no Brasil, não seria diferente. Apesar do cenário de crise que se vivencia no

momento, o mercado brasileiro encontra-se em um constante crescimento nos

últimos tempos, e de acordo com o Sebrae (2014, p. 7), as microempresas e

empresas de pequeno porte, também denominadas como “Micro e Pequenas

Empresas”, vêm adquirindo ao longo dos últimos 30 anos, uma importância

crescente no país, pois é inquestionável o relevante papel socioeconômico

desempenhado por estas empresas.

Em 1985 o IBGE calculou em 21% a participação dos pequenos negócios no

PIB. Em 2001 houve crescimento para 23,2% e em 2011 atingiu 27%, o que

representa que mais de um quarto do Produto Interno Bruto brasileiro é gerado pelos

pequenos negócios.

Portanto, às micro e pequenas empresas são grandes fontes geradoras de

emprego, além disso, contribuem diretamente para economia do país,

desempenhando um papel muito importante, o desenvolvimento.

Segundo o Sebrae (2007), 98% dos 3,6 milhões das empresas brasileiras

existentes são micro e pequenas empresas. Elas representam 28% do faturamento

do setor privado, 20% do PIB brasileiro, 56% dos trabalhadores registrados, além de

contemplar a maioria das ocupações informais.

Para Migliato e Escrivão (2004), “o papel da pequena empresa é de promover

o desenvolvimento e contribuir para o aumento da oferta de emprego”.

29

Em 1995, o IBGE calculou em 21% a participação dos pequenos negócios no

PIB. Como não havia uma atualização desse indicador desde então, o Sebrae

contratou a Fundação Getúlio Vargas para, utilizando a mesma metodologia, avaliar

a evolução deste indicador. O resultado foi muito positivo. Em 2001, o percentual

cresceu para 23,2% e, em 2011, atingiu 27%, ou seja, mais de um quarto do PIB é

gerado pelos pequenos negócios.

Standler e Paixão (2012, pg. 127) afirma que algumas das características das

pequenas empresas são:

Geralmente são familiares

São conduzidas por um ou poucos indivíduos (sócios)

Possui caráter empreendedor

Nasceram em busca de uma oportunidade

Os autores ainda afirmam que o problema maior desse tipo de empresas esta na

sua principal característica: “a falta de uma gestão profissional. Pois com a

concorrência acirrada, a pequena empresa deve compreender que é por meio da

capacitação que ela vai poder competir”.

De encontro a esta afirmação, Tiffany & Peterson (1998), afirmam que “o

tempo do pequeno empresário é direcionado às tarefas do dia-a-dia, não se

dedicando ao planejamento da próxima semana, o próximo mês, o próximo ano e

assim por diante”. O que apresenta um grande problema, pois se a empresa não tem

planos e ambições para o futuro, qual é a real razão de existir dessas empresas?

Qual seu foco? Onde elas desejam chegar?

Como apresentado anteriormente, uma das características das micro e

pequenas empresas é possuir caráter empreendedor. Nos dias atuais, muitas

pessoas se confundem em relação a quem é administrador, empreendedor e

gerente. Muitos acham que todos são à mesma pessoa e realizam as mesmas

funções. Porém existe uma grande diferença entre ambos.

De acordo com Dornellas (2015, p. 20), “todo empreendedor necessariamente

deve ser um bom administrador para obter o sucesso, no entanto, nem todo bom

administrador é um empreendedor”.

Para melhor entendimento, a seguir segue o quadro que compara os

domínios do empreendedor e administrador:

30

DOMÍNIO EMPREGADOR DOMÍNIO ADMINISTRATIVO

PRESSÕES NESTA DIREÇÃO DIMENSÕES CHAVE DO NEGÓCIO PRESSÕES NESTA DIREÇÃO

MUDANCAS RÁPIDAS:

DIRIGIDO PELA PERCEPÇÃO DE OPORTUNIDADES

ORIENTACAO ESTRATÉGICA DIRIGIDO PELOS RECURSOS

ATUAIS SOB CONTROLE

CRITÉRIOS DE MEDIAÇÃO DE DESEMPENHO; SISTEMAS E CICLOS DE PLANEJAMENTO

TECNOLOGICAS

VALORES SOCIAIS

REGRAS POLITICAS

ORIENTAÇÃO PARA AÇÃO; DECISÕES RÁPIDOS;

GERENCIAMENTO DE RISCO

REVOLUCIONÁRIO COM CURTA DURAÇÃO

ANÁLISE DAS OPORTUNIDADES REVOLUCIONÁRIO DE LONGA

DURAÇÃO

RECONHECIMENTO DE VÁRIAS ALTERNATIVAS; NEGOCIAÇÃO DA ESTRATÉGIA; REDUÇÃO DO RISCO

FALTA DE PREVISIBILIDADE DAS NECESSIDADES; FALTA DE

CONTROLE EXATO; NECESSIDADE DE APROVEITAR

MAIS OPORTUNIDADES; PRESSÃO POR MAIS EFICIÊNCIA

EM ESTÁGIOS PERIÓDICOS, COM MÍNIMA UTILIZAÇÃO EM

CADA ESTÁGIO COMPROMETIMENTO DOS RECURSOS

DECISÃO TOMADA PASSO A PASSO, COM BASE EM UM

ORÇAMENTO

REDUÇÃO DOS RISCOS PESSOAIS; UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS DE ALOCAÇÃO DE CAPITAL E DE

PLANEJAMENTO FORMAL

RISCO DA OBSOLESCÊNCIA; NECESSIDADE DE FLEXIBILIDADE

USO MINIMO DOS RECURSOS EXISTENTES OU ALUGUEL DOS

RECURSOS EXTRAS NECESSÁRIOS

CONTROLE DOS RECURSOS HABILIDADE NO EMPREGO

DOS RECURSOS

PODER, STATUS E RECOMPENSA FINANCEIRA; MEDIÇÃO DA EFICIÊNIA; INÉRCIA E ALTO CUSTO DAS MUDANÇAS; ESTRUTURA DA EMPRESA

COORDENAÇÃO DAS ÁREAS-CHAVE DE DIFÍCIL CONTROLE;

DESAFIO DE LEGITIMAR O CONTROLE DA PROPRIEDADE;

DESEJO DOS FUNCIONÁRIOS DE SEREM INDEPENDENTES

INFORMAL, COM MUITO RELACIONAMENTO PESSOAL

ESTRUTURA GERENCIAL FORMAL, COM RESPEITO Á

HIERARQUIA

NECESSIDADE DE DEFINIÇÃO CLARA DE AUTORIDADE E

RESPONSABILIDADE; CULTURA ORGANIZACIONAL; SISTEMAS DE

RECOMPENSA; INÉRCIA DOS CONCEITOS ADMINISTRATIVOS

Quadro 5: Diferença entre empreendedor e administrador.

Fonte: Hisrich 1998 apud Dornellas (2015).

31

Conforme visto, existem muitas diferenças entre os administradores e empreendedores. Pois o domínio de cada um deles é

totalmente distitntos.

Existe também a diferença entre os gerentes e empreendedores, conforme quadro a seguir:

32

Temas Gerentes tradicionais Empreendedores

Motivação principal

Promoção e outras

recompensas tradicionais

da corporação, como

secretária, status, poder

etc.

Independência,

oportunidade para criar

algo novo, ganhar

dinheiro.

Referência de tempo

Curto prazo, gerenciando

orçamentos semanais,

mensais, etc. e com

horizonte de planejamento

anual.

Sobreviver e atingir cinco

a dez anos de

crescimento de negócio

Atividade Delega e supervisiona Envolve-se diretamente

Status

Preocupa-se com o status

e como é visto na

empresa

Não se preocupa com

status

Como vê o risco Com cautela Assume riscos calculados

Falhas e erros Tenta evitar erros e

surpresas

Aprende com erros e

falhas

Decisões Geralmente concorda com

seus superiores

Segue seus sonhos para

tomar decisões

A quem serve Aos outros (superiores) A si próprio e a seus

clientes

Histórico familiar

Membros da família

trabalharam em grandes

empresas

Membros da família

possuem pequenas

empresas ou já criaram

algum negocio

Relacionamento com

outras pessoas

A hierarquia é a base do

relacionamento

As transações e acordos

são a base do

relacionamento

Quadro 6: Comparação entre gerentes tradicionais e empreendedores Fonte: Hisrich 1998 apud Dornellas (2015, p.27).

Conforme o quadro citado acima existe muita diferença entre os gerentes e

empreendedores. Os empreendedores têm maior autonomia enquanto os gerentes

33

são subordinados que obedecem a uma hierarquia. Entendida a importância das

micro e pequenas empresas, no próximo tópico serão abordados as definições,

conceitos e importância de planejamento.

3.4 PLANEJAMENTO

O planejamento é a base de um bom projeto. Kwasnika (2004, pg. 205),

conceitua planejamento como:

“análise de informações relevantes do presente e do passado e a avaliação de prováveis desdobramentos futuros, permitindo que seja traçado um curso de ação que leve a organização a alcançar bom termo em relação a sua estratégia competitiva e obter vantagem competitiva perante seus concorrentes”.

O planejamento detalha onde, e como se quer chegar, sempre considerando

a situação em que a empresa se encontra, com foco no objetivo, considerando as

variáveis do ambiente interno e externo e também considerando o melhor caminho

para alcançá-lo. Ainda de acordo com Kwasnika (2004, pg. 206), as cinco atividades

que são básicas ao processo de planejamento são:

Avaliação das condições atuais;

Fator tempo;

Problemas de previsão;

Coleta e análise dos dados; e

Coordenação dos planos.

A avaliação das condições atuais considera os recursos que estão

disponíveis, como por exemplo, se a situação atual da empresa é favorável para um

investimento em longo prazo ou se esse não é o melhor momento. Essa avaliação é

importante e pode prevenir problemas futuros.

O fator tempo deve ser considerado também em todos os aspectos da

empresa. Como por exemplo, o tempo de entrega de documentação para um cliente.

O atraso irá gerar insatisfação. O prazo para pagamento de fornecedores, quanto

tempo pode-se dedicar a um projeto, etc. O tempo é um fator crítico que requer

planejamento também. Tanto a curto, médio e longo prazo.

Problemas de previsão, ou seja, considerar sempre o que pode vir acontecer,

por exemplo, uma estratégia nova do concorrente em reduzir o preço de um produto

34

que é considerado o carro-chefe de sua empresa. Isso consequentemente afetaria

em suas vendas. Ou então uma nova tecnologia, que faz com que a que é utilizada

em sua empresa fique defasada. É importante sempre estar atento às mudanças do

mercado e se preparar para as mesmas.

Coleta e análise de dados é também um fator muito importante. Analisar

dados dos anos anteriores no setor financeiro, por exemplo, faz com que se tenha

uma base para provisionar o fluxo dos próximos meses ou anos de acordo com o

que se está analisando.

E por último e não menos importante, a coordenação de dados. Ou seja,

integrar todas as informações focando sempre no que é mais relevante atrelado ao

objetivo organizacional e mais uma vez considerando ambiente interno e externo.

Lima, Tomiello e Silveira (2004), dizem que “o planejamento faz com que os

gestores executem melhor a sua função. Isso irá proporcionar melhor trabalho em

equipe, aumentando a capacidade produtiva e melhor direcionamento dos esforços

na busca dos objetivos”.

Kwasnicka (2004, p. 212), diz que:

“planejamento é a primeira tarefa da administração. Deve ocorrer antes que qualquer outra ocorra, uma vez que o planejamento determina a natureza das demais funções. Planejamento faz as coisas acontecerem. Para que possamos entender o processo de planejar e o papel da administração nesse processo, devemos observar uma sequência lógica de atividades que o envolvem”.

Para Sobral e Peci (2013, pg. 195), “o planejamento é responsável pela

definição dos objetivos da organização e pela concepção de planos que integram e

coordenam suas atividades. O planejamento tem a dupla atribuição de definir o que

deve ser feito (objetivos) e como deve ser feito (planos)”. Ainda de acordo com os

autores, o planejamento é a base de todas as outras funções administrativas, pois,

não é possível organizar os recursos e a estrutura da empresa sem objetivos e

planos. Também não é possível dirigir de maneira eficaz os membros

organizacionais se o que se pretende alcançar não estiver claro. E também não é

possível controlar as atividades se não foi definido previamente o desempenho

esperado.

Para Sobral e Peci (2013, p. 196), “o planejamento faz com que os

administradores se afastem da rotina operacional e se concentrem no futuro da

35

organização”. Ainda segundo Sobral e Peci (2013, p. 196), o planejamento traz os

seguintes benefícios e vantagens:

Proporciona senso de direção;

Focaliza esforços;

Maximiza a eficiência;

Reduz o impacto do ambiente;

Define parâmetros de controle;

Atua como fonte de motivação e comprometimento;

Potencializa o autoconhecimento organizacional;

Fornece consistência a ação gerencial.

Para Oliveira (2007, p. 5), o propósito do planejamento é definido como: “o

desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais

proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões

presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão

no futuro, de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz”.

O planejamento também pode ser definido segundo Lacombe e Heilborn

(2008, pg. 161), como:

“a determinação da direção a ser seguida para se alcançar um resultado desejado ou como a determinação consciente de cursos de ação, isto é, dos rumores. Ele engloba decisões, com base em objetivos, em fatos e na estimativa do que ocorreria em cada alternativa. Planejar é, portanto, decidir antecipadamente o que fazer, de que maneira fazer, quando fazer e quem deve fazer”.

Ou seja, o planejamento é definir objetivos ou resultados que precisam ser

alcançados, definir os meios de como chegar até os objetivos traçados, definir quem

será responsável por cada parte a ser desenvolvida do projeto e quando deve ser

feito. É como um trabalho em grupo, onde cada um tem suas obrigações a serem

cumpridas em determinado prazo. Essas atribuições devem ser realizadas de acordo

com um padrão, que minimiza a possibilidade de erros. Feitas de forma correta e no

tempo correto, o grupo então alcança o objetivo traçado. Conclui-se então que o

planejamento é uma ferramenta que deve ser feita antes de qualquer projeto, seja

ele de qualquer natureza, para que tudo ocorra de forma fácil e bem executada.

Os autores Lacombe e Heilborn (2008, pg. 161), também falam sobre a

importância do planejamento e dizem que “planejamento não se refere a decisões

36

futuras, pois isto não existe; decisões são sempre tomadas no presente”. Ou seja,

precisamos nos programar para chegarmos aos objetivos. Os autores

complementam dizendo que ele é executado no presente: seus resultados é que se

projetam no futuro. Todo plano requer um prazo para sua implantação. Se não

planejarmos no presente, não teremos condições de implantarmos o que desejamos

no futuro.

3.4.1 Tipos de Planejamento

De acordo com Oliveira (2007, p. 17 a 19), o planejamento geralmente é

dividido em três tipos: Operacional; Tático; Estratégico.

O Planejamento operacional é a formalização, principalmente através de

documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e implantação de

resultados específicos a serem alcançados pelas áreas funcionais da empresa. Este

planejamento é normalmente elaborado pelos níveis organizacionais inferiores, com

foco básico nas atividades do dia-a-dia da empresa.

Planejamento tático é a metodologia administrativa que tem por finalidade

aperfeiçoar determinada área de resultado e não a empresa como um todo.

Portanto, trabalha com decomposições dos objetivos, estratégias e políticas

estabelecidos no estratégico. Este planejamento é desenvolvido pelos níveis

organizacionais intermediários, tendo por finalidade a utilização eficiente dos

recursos disponíveis para a consecução de objetivos previamente fixados, segundo

uma estratégia predeterminada, bem como as políticas de orientação, para o

processo decisório da empresa.

Planejamento estratégico é o processo administrativo que proporciona

sustentação mercadológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela

empresa, visando ao otimizado grau de interação com os fatores externos (não

controláveis), e atuando de forma inovadora e diferenciada. Este planejamento é de

responsabilidade dos níveis mais altos da empresa e diz respeito tanto à formulação

de objetivos quanto à seleção dos cursos de ação a serem seguidos para sua

consecução, levando em conta as condições externas e internas à empresa e sua

evolução esperada. Também considera as premissas básicas que a empresa, como

um todo, deve respeitar para que o processo estratégico tenha coerência e

sustentação decisória.

37

Já os autores Lacombe e Heilborn (2008, pg. 163), trazem apenas dois tipos

de planejamento, sendo eles: Planejamento estratégico e Planejamento

Operacional.

O planejamento estratégico segundo os autores:

Refere-se ao planejamento sistêmico das metas de longo prazo e dos meios disponíveis para alcançá-los, ou seja, aos elementos estruturais mais importantes da empresa e à sua área de atuação, e considera não so os aspectos internos da empresa, mas também, e principalmente, o ambiente externo no qual a empresa está inserida. (LACOMBE e HEILBORN (2008, pg. 163).

No segundo tipo de planejamento, o planejamento operacional, os autores

definem como:

Uma função gerencial, de acordo com a concepção de Fayol, que especifica que recursos devem estar disponíveis para cad produto e fornece os cronogramas, e as principais decisões a seu respeito são inerentes à atividade de administrar cada um dos chefes de unidades organizacionais. (LACOMBE e HEILBORN (2008, pg. 163).

Entendido então o conceito de planejamento e sua importância, o próximo

tópico contempla diversos conceitos de planejamento estratégico, que é o tema

central desta pesquisa.

3.5 ESTRATÉGIA

Estratégia é um conjunto e ações, que buscam um objetivo final. Conforme

Kluyver e Pearce (2010, p. 2,), estratégia diz respeito a:

“posicionar uma organização para a obtenção de vantagem competitiva. Envolve escolhas a respeito de que setores participarem, quais produtos e serviços oferecer e como alocar recursos corporativos. Seu objetivo principal é criar valor para acionistas e outros stakeholders (grupo de interesses) ao proporcionar valor para o cliente”.

Num conceito histórico, a palavra estratégia vem do grego, stratègós, de

stratos (exército) e ago (liderança). O significado original caracterizava a "arte do

general", que deixou de estar ao lado do exército para estar à distância, no alto das

colinas, de onde podia observar o campo, adquirindo um maior potencial para

38

selecionar a melhor posição e o melhor conjunto de ações para vencer a batalha e,

quiçá, a guerra.

Vê-se então que desde os primórdios a estratégia é algo importante e

decisivo desde os campos de batalha até os dias atuais, onde as empresas

precisam de um diferencial para continuar atuando no mercado.

Ao longo da história, o conceito de estratégia vem se atualizando, a autora

Kwasnika (2004, pg. 204), também traz um pouco do conceito histórico de estratégia

com o passar dos anos de acordo com os autores da época conforme o quadro a

seguir:

FONTE DEFINIÇÃO/NOÇÃO

Igor Ansoff (1965) Corporate strategy

Seu conceito de sinergia serviu para justificar fusão e aquisição, gerando o conceito de estratégia corporativa.

George Steiner (1979) Strategic planning

Estratégia é o que a alta administração faz de grande importância para a organização.

Keneth Andrews (1980) The concepto corporate strategy

Estratégia é o padrão de decisão na empresa que determina objetivos, procedimentos e planos e define amplitude que os negócios da empresa devem atingir.

Michael Porter (1980) Competitive strategy

Vantagem competitiva é ter mais força do que nossos competidores. Estratégia de posicionamento perante cinco fatores que movem a competição.

Kenichi Ohmae (1982) The minf of strategist

A estratégia traz vantagens competitivas pela modificação de forças em relação ao concorrente e introduz o conceito de pensamento estratégico.

Henry Mintzberg (1994) The rise and fall of strategic planning

A estratégia é a perspectiva, a visão, a direção. É a posição que reflete a decisão de oferecer um produto ou serviço em um mercado.

Michael Porter (1996) What is estrategy?

Estratégia competitiva é “ser diferente”. Escolher um conjunto diferente de atividades para oferecer um mix único de produtos. É diferenciação, é posição competitiva.

Quadro 7: Conceitos de Estratégia. Fonte: Kwasnicka, introdução à administração (2004, pg. 204).

39

Como se pode notar, o conceito de estratégia tem modificado, evoluído e se

aprimorado muito com o passar do tempo, o que demonstra que não só o conceito

de estratégia deve ser aprimorado, mas também as próprias estratégias das

organizações. Com essas mudanças o foco da estratégia com o passar do tempo

também foi evoluindo conforme tabela apresentada a seguir:

Foco competitivo Produtos e

mercados

Recursos e

competências Talentos e sonhos

Objetivo Estratégico

Posições produto-

mercado

defensáveis

Vantagem

sustentável

Auto renovação

contínua

Ferramentas/perspectivas

Análise setorial;

análise de

concorrência.

Competências

essenciais Visão/valores

Segmentação e

posicionamento

Estratégia baseada

em recursos Flexibilidade e inovação

Planejamento

Estratégico

Redes de

relacionamento Empreendedorismo

Recurso estratégico

essencial Capital financeiro

Competência

organizacional

Capital humano e

intelectual

Quadro 8: Evolução do foco da estratégia Fonte: Kluyver e Pearce II (2010, p.3).

Conforme a tabela apresentada, as variáveis mudam de acordo com o foco

das organizações.

Serra, Torres e Torres (2004, p. 29), afirmam que a estratégia é um tipo de

raciocínio, de criatividade, que antecede as ações do planejamento, e para que a

estratégia seja formalizada, os autores destacam três etapas:

1 - Compreender claramente as características, os problemas e as

circunstâncias que envolvem a proposta a ser desenvolvida;

2 - Um método de análise ou padrão de compreensão;

3 - Um processo de tradução que habilita os gerentes a entender e atuar nas

inspirações e vantagens da abordagem estratégica, de modo a selecionar

opções apresentadas.

Segundo Chiavenato (1994, p. 185), a estratégia é definida como: “um

conjunto de objetivos e políticas principais, capazes de orientar o comportamento da

empresa à longo prazo”.

40

Para Maximiano (2004, p. 162), a estratégia é definida como: “o caminho que

a organização segue, para assegurar seu desempenho e sua sobrevivência. A

estratégia também pode ser considerada como a escolha das formas de competir

onde, como, quando e com quem competir”.

Para Ansoff (1990, pg. 96), a estratégia é formada por um conjunto de regras

que guiam a organização e defino quatro conjuntos:

1 – Padrões segundo os quais o desempenho presente e futuro da empresa

possam ser medidos. Quando qualitativos esses padrões são chamados de

objetivos, e quando quantitativos, são chamados de metas;

2 – Regras para o desenvolvimento da relação da empresa com seu ambiente

externo: quais produtos e tecnologias a empresa irá desenvolver, onde e para quem

os produtos serão vendidos, e como a empresa obterá vantagens sobre seus

concorrentes. Este conjunto de regras é chamado de estratégia de negócio;

3 – Regras para o estabelecimento de relações internas e processos dentro da

organização; frequentemente, isto é chamado de estratégia administrativa;

4– As regras as quais a empresa conduz suas atividades no dia-a-dia,

chamadas de políticas operacionais.

Os autores Vasconcellos Filho e Pagnoncelli (2001, p. 289 á 298), mostram

dicas de benefícios do uso das Estratégias Competitivas:

Apoiam a escolha de caminhos: mudanças de mercado, tendências, novas

oportunidade, revisão de processos, terceirização, adaptação às novas

condições do mercado;

Criam diferencial competitivo: ser pioneiro em alguma tecnologia, serviço,

distribuição, divulgação etc.;

Orientam o Marketing: as novas formas de trabalho exigem esforço

competitivo da área de Marketing, novas formas de divulgação;

Levantam uma “bandeira” e motivam a equipe: contentamento dos

funcionários ao verem oportunidades da empresa em expansão;

Orientam o recrutamento, a seleção e o treinamento: pessoas únicas, a

contratação alinhada à estratégia da empresa. Investir em desenvolvimento,

para adequar-se à estratégia da empresa;

Orientam a cadeia de agregação de valor: analisar parcerias que podem

beneficiar a empresa;

41

Orientam os investimentos: só se deve investir em algo que tenha uma

estratégia que o justifique.

Entendido então o conceito de estratégia, e sua evolução com o passar dos

anos, a seguir será apresentado as definições, conceitos e importância do

planejamento estratégico.

3.6 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Como já fora visto, o planejamento estratégico é muito importante para as

empresas, ainda mais em um cenário altamente competitivo como é o atual.

Conforme Alday (apud. ANSOFF, 2000, pg. 10),:

“somente um número reduzido de empresas utiliza o verdadeiro Planejamento Estratégico. A grande maioria das organizações continua empregando as antiquadas técnicas do Planejamento a longo Prazo, que se baseiam em extrapolação das situações passadas”.

Sabe-se que a importância e necessidade do planejamento estratégico nas

empresas já é vista ao longo de muitos anos.

Para Kwasnika (2004, pg. 199), a necessidade de planejar surgiu, no início

dos anos 60, em resposta à ansiedade das empresas em saber em que nível de

competitividade e atuação perante seus competidores no mercado e elas se

posicionavam.

Os conceitos de planejamento estratégico são diversos e sempre estão sendo

atualizados devido aos constantes avanços tecnológicos e também devido à

necessidade de as empresas estarem à frente de seus concorrentes. Para isso

então é necessário analisar todos os fatores que podem vir a prejudicar a

organização tanto internamente quanto externamente.

Segundo Oliveira (2006), o planejamento estratégico deve possibilitar a

identificação dos pontos fortes e fracos e das ameaças e oportunidades da empresa,

aplicadas a um plano de trabalho efetivo que proporcione como resultado o correto

direcionamento dos esforços, e a elaboração de um plano de ações que visem

atingir os objetivos definidos.

42

O planejamento estratégico passa a ser o delineamento para empresa chegar

a seu objetivo maior, seja ele de ter maior lucro, maior visibilidade, maior

competitividade, etc.

É de extrema importância conhecer a organização, levantar esses pontos

fracos e traçar um plano para fortalecer e corrigir esses aspectos.

Para Maximiano (2004), o planejamento estratégico é um processo que define

os objetivos organizacionais que a empresa deve alcançar e facilita a escolha dos

melhores caminhos para atingi-los. Esse planejamento deve envolver todas as áreas

da organização e pode ser subdivido em estratégias operacionais para facilitar sua

aplicabilidade.

A organização deve estar inter-relacionada, todas as partes devem trabalhar

de forma integrada para que todos cheguem de forma mais rápida e eficaz ao

objetivo traçado.

Alday (apud. KOTLER, 2000, pg. 11), complementa dizendo que: “o

Planejamento Estratégico é uma metodologia gerencial que permite estabelecer a

direção a ser seguida pela Organização, visando maior grau de interação com o

ambiente”.

Nesse mesmo sentido, Stoner e Freeman (1994, pg. 136), afirmam que o

planejamento estratégico é o “processo de estabelecer objetivos e as linhas de ação

adequada para alcança-los”.

Ainda segundo os autores Stoner e Freeman (1994, p.137), frisam

novamente a importância do planejamento, “sem plano, os administradores não

podem saber como devem organizar as pessoas e os recursos; podem até mesmo

não ter uma ideia clara do que precisam organizar”. Ou seja, é uma ferramenta que

deve ser utilizada diariamente em todas as organizações para manter a ordem da

empresa de forma eficiente e eficaz.

Kwasnika (2004, pg. 206), nos traz cinco habilidades para o desempenho

eficaz no planejamento estratégico:

Reconhecer os fatores do ambiente que afetam o sucesso da organização;

Analisar os pontos fortes e fracos da organização, capitalizando as

informações para benefício próprio;

Ajustar-se rapidamente às mudanças de condições do ambiente;

43

Reconhecer que motivar as pessoas para as mudanças de estratégia

depende do clima organizacional promovido por atitudes e valores pessoais da

administração;

Equilibrar a organização no que se refere a proprietários, clientes, acionistas,

funcionários e público em geral.

Para Santos (2005), “o planejamento estratégico pode ser uma das

ferramentas, que se utilizadas corretamente, reduzirá índice de fechamento das

empresas, pois proporcionará maior organização gerencial”.

De acordo com Andujar, Oliveira e Mendonça (2008, p.70), o planejamento

estratégico:

O planejamento estratégico é um guia de orientação para o executivo tomar

decisões e efetuar ajustes a qualquer momento (flexibilidade).

O planejamento estratégico não é uma ferramenta para burocratizar, pelo

contrário para disciplinar o que é feito na empresa.

O processo de elaboração do PE é tão importante quanto seu produto final

(documento) algumas vezes até mais.

Planejamento estratégico é um processo gerencial que tem por objetivo

estabelecer o rumo/norte para a empresa.

O PE possibilita ao dirigente da empresa perguntar como se encontra a

nossa empresa em relação ao mercado, ou seja, quais são nossos pontos

fortes e fracos internamente, quais as ameaças e oportunidades ofertadas pelo

ambiente externo direto e indireto.

Portanto, o planejamento estratégico traz diversos benefícios para a

organização, e demonstra aonde a empresa pode chegar e de que maneira fazê-la.

É um instrumento que traz visibilidade ao gestor, deixando-o ciente de forma

documentada e planejada seus riscos, onde se pode investir e qual o melhor

momento para isso, enfim, quando se deve tomar a melhor decisão, o que acarretará

em todo o futuro da empresa.

3.6.1 Metodologias para elaboração do planejamento estratégico

Primeiramente apresenta-se uma metodologia proposta por Stoner e Freeman

(1994):

44

Passo 1: Formulação de objetivos. O passo inicial é a formulação dos

objetivos. É a definição do que a empresa deve buscar com suas ações. Essa

identificação pode ser influenciada por diversos fatores como posição

econômica, conhecimento do ramo de atividade, valores e crenças internas a

organização.

Passo 2: Identificação das metas e estratégias atuais. A identificação das

metas e estratégias existentes na organização facilitarão a compreensão do

processo de mudança necessário para atingir os objetivos estabelecidos no

passo anterior.

Passo 3: Analise ambiental. Aborda a análise dos fatores externos, como

economia, cultura, política, tendências. Nesta fase a empresa passa a

conhecer com precisão o ambiente que está inserido.

Passo 4: Analise de recursos. No passo seguinte a empresa deve identificar

os recursos disponíveis para alcançar seus objetivos e quais ainda são

necessários para a empresa. Esta fase é muito semelhante as fases de análise

interna abordada nos outros modelos de planejamento estratégico.

Passo 5: Identificação de oportunidades estratégicas e ameaças. Após estas

análises a empresa terá condição de identificar as possíveis ameaças e

oportunidades de crescimento. Os dados dos passos 3 e 4 serão analisados

para a identificação das oportunidades e ameaças.

Passo 6: Determinação do grau de mudança estratégica necessária.

Compreendida a situação dos recursos da empresa e de sua posição no

mercado é preciso reavaliar os objetivos. Nesta fase serão considerados os

resultados encontrados no passo 5 que possibilitarão a empresa determinar

maneiras de diminuir o hiato existente entre o objetivo formulado e o que a

empresa realmente tem condições de atingir. Esta reavaliação dos objetivos

acontece para que a empresa não desconsidere os aspectos ambientais e

internos na definição de seus objetivos.

Passo 7: Tomada de decisão estratégica. Fase de identificação das

possíveis alternativas estratégicas. Nesta fase o gerente irá considerar várias

alternativas estratégias e terá de decidir por aquela que esteja mais adequada

aos recursos disponíveis na organização.

45

Passo 8: Implementação da estratégia. Consiste na implantação do

planejamento, ou seja, a fase em que serão executadas as tarefas para se

chegar aos objetivos traçados.

Passo 9: Medida e controle do progresso. Corresponde ao processo de

avaliação do cumprimento das metas e objetivos traçados no passo 1.

A metodologia é apresentada por Oliveira (2006), aborda quatro fases

distintas apresentadas no esquema a baixo:

Fase I: Diagnóstico estratégico. Nesta fase pode-se observar que é feito

uma análise na instituição em dois aspectos: ambiente interno e ambiente

externo. O ambiente interno na questão de identificar pontos fortes e fracos da

instituição, pois analisa estrutura, suprimentos, tecnologia, mão-de-obra,

recursos financeiros como aspectos meios para se alcançar os objetivos. Na

parte de ambiente externo, busca-se compreender seu comportamento e

identificar oportunidades de crescimento e possíveis ameaças e oportunidades

para a empresa, essa análise do ambiente externo nos proporciona

compreender o comportamento dos concorrentes, assim influenciando as

tomadas de decisões.

Fase II: Missão da empresa. A fase II aborda a questão da missão da

empresa. A missão é a determinação do motivo central da existência da

empresa. A missão é um horizonte dentro do qual a empresa irá atuar e onde a

empresa quer ir.

Fase III: Instrumentos prescritivos e quantitativos. Nesta fase são utilizados

instrumentos que permitem a análise de como a instituição irá atingir os

objetivos. Os instrumentos prescritivos são referentes à elaboração de

desafios, metas, estratégias, políticas e projetos que irão determinar os

esforços que a instituição irá seguir, ou seja, “onde se quer chegar”. Com

relação aos instrumentos quantitativos, incide nas projeções econômico-

financeiras e expectativa de retorno.

Fase IV: Controle e avaliação. A última fase é responsável pelo controle e

avaliação das ações constituídas nas outras fases, a fim de certificar que os

objetivos e ações estejam sendo realizadas, ou seja, uma análise de

desempenho que é a comparação entre o que foi estabelecido e o performance

real.

46

Os autores Pagnoncelli e Filho (2001, p. 30), abordam a seguinte metodologia

para elaboração do planejamento estratégico:

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

NEGÓCIO

MISSÃO

PRINCÍPIOS

ANÁLISE DO AMBIENTE

VISÃO

OBJETIVOS

ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS

Quadro 9: Metodologia do planejamento estratégico. Fonte: Elaborado pela autora, adaptado de Pagnoncelli & Filho (2001, pg. 30).

Para os autores é ideal que determinem as etapas expostas anteriormente

para o sucesso da organização. Para isso, segue o conceito de cada uma delas:

Negócio: é o entendimento que mobiliza a empresa para escolher e construir

o seu futuro. É um passo muito importante, pois, através da definição do negócio, a

empresa consegue: focar no diferencial competitivo, orientar seus investimentos,

orientar o setor de marketing, orientar o treinamento, orientar o posicionamento

estratégico, orientar a terceirização, identificar a concorrência, conquistar mercado,

criar mercado futuro e evitar a miopia estratégica, ou seja, não deixa que os clientes

a enxerguem de forma diferente do que foi estabelecido na definição do negócio.

Missão: é a razão de existir da empresa no seu negócio. Através da missão a

empresa pode: orientar o ponto de partida da empresa, orientar o comportamento

futuro da empresa, atrair motivar e reter talentos, orientar a formulação dos objetivos

e ajudar a aumentar a produtividade.

Princípios: são os balizamentos para o processo decisório e o comportamento

da empresa no cumprimento da sua Missão. Os princípios: criam diferencial

47

competitivo para a empresa, guiam o processo decisório, orientam o comportamento

da empresa, guiam as estratégias, orientam o recrutamento, a seleção e o

treinamento e fundamentam a avaliação.

Análise do ambiente: é um conjunto de técnicas que permitem identificar e

monitorar permanentemente as variáveis competitivas que afetam a performance da

empresa. A análise do ambiente é fundamental, pois o mercado está em constante

mudança, e as organizações que não se adaptarem a tais mudanças, não as

estudam, e não procurarem oportunidades neste cenário não terão tanto sucesso

quanto as que se adaptam.

Visão: é a explicitação do que se visualiza para a empresa. A visão: apoia a

parceria empresa e empregado na construção do futuro, promove a inovação,

funciona como guia para a equipe, reduz a dependência da empresa, tira a empresa

da zona de conforto, motiva e inspira a equipe, orienta o planejamento da sua

atuação na cadeia produtiva, mobiliza os programas de qualidade, complementa a

missão, orienta os objetivos e orienta também os investimentos.

Objetivos: são resultados que a empresa precisa alcançar em prazo

determinado para concretizar sua Visão sendo competitiva no ambiente atual e

futuro. Os objetivos: detalham e quantificam a visão, orientam o processo decisório,

fundamentam a avaliação de desempenho, orientam o plano de investimentos,

atraem e mantém talentos, assim como a visão, tira a empresa da zona de conforto

e orientam a formulação das estratégias.

Estratégia competitiva: é o que a empresa decide fazer e não fazer,

considerando o ambiente, para concretizar a visão e atingir os objetivos, respeitando

os princípios, visando cumprir a missão no seu negócio. As estratégias competitivas:

apoiam a escolha de novos caminhos, criam diferencial competitivo, orientam o

marketing, motivam a equipe, orientam o recrutamento, a seleção e o treinamento,

orientam a cadeia de agregação de valor e também orientam os investimentos.

Para Certo e Peter (2010, p. 9), para implementar um planejamento

estratégico, ou administração estratégica, como os autores abordam, é necessário

seguir às seguintes etapas:

Etapa 1: análise do ambiente – a análise deve ser feita para monitorar o

ambiente organizacional, identificando oportunidades e riscos, sejam esses riscos

atuais ou futuros. O ambiente organizacional é o conjunto de todos os fatores, tanto

internos quanto externos. Alguns fatores que devem ser considerados na análise do

48

ambiente são: características organizacionais, estrutura industrial, comportamento

do mercado e do consumidor, fornecedor, fatores sociais, econômicos e políticos.

Etapa 2: estabelecimento das diretrizes organizacionais - são as intenções

sobre o que a organização quer ser e onde quer chegar. Para isso, é preciso

estabelecer a missão e os objetivos organizacionais. A missão define a razão pelo

qual a empresa existe enquanto os objetivos são as intenções que a empresa

possui, incluindo as metas que são necessárias para alcançar o objetivo central da

empresa.

Etapa 3: formulação de estratégias– a formulação de estratégias visa projetar

e selecionar estratégias que levem à realização dos objetivos organizacionais. Para

formulação destas estratégias o administrador pode fazer o uso de ferramentas tais

como: matriz BCG, análise de oportunidades, riscos, pontos fortes e fracos, etc.

Etapa 4: implementação de estratégias – essa etapa coloca em ação as

estratégias que foram formuladas na etapa anterior. Para isso se faz necessário que

os administradores tenham uma ideia de:

Quantas mudanças são necessárias dentro de uma organização quando se

implementa uma nova estratégia;

Qual a melhor forma de lidar com a cultura da organização para garantir que

a estratégia seja tranquilamente implementada;

Como a implementação da estratégia e suas formas de estruturas

organizacionais estão relacionadas;

Diferentes abordagens de implementação que um administrador pode

seguir;

Quais conhecimentos devem ter os administradores que esperam ser bem-

sucedidos na implantação da estratégia organizacional.

Etapa 5: controle estratégico: o controle estratégico tem por função monitorar

e avaliar o processo de administração estratégica para melhorá-lo e assegurar que

seu funcionamento é eficiente e eficaz.

3.6.2 Análise do Ambiente (SWOT)

A análise do ambiente é um fator de extrema importância antes de qualquer

outro passo do planejamento estratégico, é por meio dela que a organização poderá

49

verificar as condições em que está inserida e que ações devem tomar. De acordo

com Sobral e Peci (2013, p. 213),:

“os administradores precisam analisar as principais tendências de seu ambiente externo e conhecer as competências e os recursos de que a organização dispõe. A integração das externalidades com as internalidades resulta na identificação de um conjunto de opções estratégicas que a organização pode explorar”.

Através da análise ambiental as organizações constroem um caminho que as

empresas podem e devem explorar para se manterem competitivas.

Portanto, através da análise do ambiente fica muito mais fácil identificar os

pontos fortes e fracos da organização, podendo assim trabalhar em ações para

melhorar o que está ruim e explorar o que é bom dentro da organização,

aperfeiçoando cada vez mais.

Para Maximiano (2004, p. 170), “a análise das ameaças e oportunidades do

ambiente é um dos pilares do planejamento estratégico. Quanto mais competitivo,

instável e complexo o ambiente, maior a necessidade dessa análise”.

Para ajudar neste processo, os administradores podem fazer o uso de uma

ferramenta prática que é a análise SWOT.

Análise SWOT vêm do inglês que significa Forças (Strengths), Fraquezas

(Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats), sendo

fundamentada por Kenneth Andrews e Roland Christensen. Elas se dividem em

ambiente interno (Forças e Fraquezas) e ambiente externo (oportunidades e

ameaças).

Para realizar a análise interna e externa da empresa é necessário identificar:

Pontos fortes: são as variáveis internas e controláveis que propiciam uma

condição favorável para a empresa, em relação a seu ambiente.

Pontos fracos: são as variáveis internas e controláveis que propiciam uma

condição favorável para a empresa, em relação a seu ambiente.

Oportunidades: são as variáveis externas e não controláveis pela empresa,

que podem criar condições favoráveis para empresa, desde que a mesma

tenha condições e/ou interesse de usufruí-las.

Ameaças: são as variáveis externas e não controláveis pela empresa que

podem criar condições desfavoráveis para a mesma.

50

Quadro 10: Análise SWOT. Fonte: Portal da administração.com. 2015.

Para Martins (2006), a análise SWOT é uma das práticas mais comuns nas

empresas voltadas para o pensamento estratégico e marketing, é algo relativamente

trabalhoso de produzir, contudo a prática constante pode trazer ao profissional uma

melhor visão de negócios, afinal de contas, os cenários onde a empresa atua estão

sempre mudando.

A análise SWOT é uma ferramenta utilizada para fazer análises de cenário

(ou análises de ambiente), sendo usada como base para a gestão e o planejamento

estratégico de uma organização. É um sistema simples para posicionar ou verificar a

posição estratégica da empresa no ambiente em questão (DAYCHOUW, 2007).

De acordo com Sobral e Peci (2013, p. 211), a análise do ambiente implica no

monitoramento e na avaliação das tendências do ambiente externo (manobras dos

concorrentes, legislação, necessidades dos clientes, etc.), e na análise dos recursos

e das capacidades internas da organização (capacidade financeira, domínio da

tecnologia, qualificação dos funcionários, etc.).

3.6.2.1 Análise do Ambiente Interno

A análise interna tem por finalidade colocar em evidência as deficiências e

qualidades da empresa que está sendo analisada, ou seja, os pontos fortes e fracos

da empresa deverão ser determinados diante de sua atual posição produto-

51

mercado. Essa análise deve tomar perspectiva para comparação as outras

empresas de seu setor de atuação, sejam elas concorrentes diretas, sejam apenas

concorrentes potenciais. (OLIVEIRA 2006)

Para Kotler (2000), cada negócio precisa avaliar periodicamente suas forças e

fraquezas internas. Analisam-se as competências de marketing, financeiras, de

fabricação e organizacionais e classifica cada fator como uma grande força, uma

força, uma característica neutra, uma fraqueza ou uma grande fraqueza.

Chiavenato e Sapiro (2003), afirmam que os critérios a serem avaliados no

ambiente interno são: recursos financeiros, liderança e imagem de mercado,

condicionamento competitivo que gera barreiras à entrada de novos competidores,

tecnologia, vantagens de custo, propaganda, competência e inovação de produtos.

Para Sobral e Peci (2013, pg.214), os fatores que devem ser avaliados no

ambiente interno são: “situação financeira da empresa, a qualidade dos produtos e

serviços oferecidos, a imagem da organização, a qualidade e as competências dos

administradores e trabalhadores, a cultura organizacional, etc”.

Os autores ainda listam os elementos a serem avaliados de acordo com cada

setor da empresa, conforme o quadro a seguir:

MARKETING ADMINISTRAÇÃO E ORGANIZACÃO PESQUISA E

DESENVOLVIMENTO

Participação de mercado Qualidade dos administradores Tecnologias disponíveis

Canais de distribuição Cultura organizacional Patentes

Linhas de produtos Estrutura organizacional Programas de pesquisa

Satisfação dos clientes Sistema de controle gerencial Inovações tecnológicas

Reputação e imagem da marca Grau de centralização Capacidade laboratorial

Eficiência dos esforços promocionais

Canais de comunicação internos Desenvolvimento de novos produtos

PRODUÇÃO RECURSOS HUMANOS FINANCEIRO

Equipamentos Nível de experiência Grau de endividamento

Localização das instalações Habilitações acadêmicas Liquidez

Acesso às matérias primas Rotatividade dos trabalhadores Solvabilidade

Produtividade e eficiência Força dos sindicatos Rentabilidade

Estrutura de custos Satisfação no trabalho Margem de lucro

Controle de qualidade Absenteísmo Cotação das ações

Quadro 11: Análise interna. Fonte: Elaborado pela acadêmica, adaptado de Sobral e Peci (2013, pg.214).

Para Maximiano (2004, p. 174), a análise interna deve ser realizada através

de análise das áreas funcionais e benchmarking.

52

Análise das áreas funcionais: deve ser segmentada de acordo com as áreas

funcionais da organização, focalizando nos pontos fortes e fracos dessas

áreas. Exemplo: produção e operações, marketing e vendas, recursos

humanos e finanças.

Benchmarking: é a técnica por meio do qual a organização compara o seu

desempenho com o de outra. Seu objetivo é identificar as melhores práticas da

administração como forma de identificar e ganhar vantagens competitivas.

As forças de uma organização são os recursos e habilidades de que dispõe a

organização para explorar as oportunidades e minimizar as ameaças. (MATOS,

MATOS, ALMEIDA, 2007, p.151).

De acordo com Rezende (2008), as forças ou pontos fortes da organização

são as variáveis internas e controláveis que propiciam condições favoráveis para a

organização em relação ao seu ambiente. São características ou qualidades da

organização, que podem influenciar positivamente o desempenho da organização.

Os pontos fortes devem ser amplamente explorados pela organização.

As fraquezas são consideradas deficiências que inibem a capacidade de

desempenho da organização e devem ser superadas para evitar falência da

organização (MATOS, MATOS, ALMEIDA, 2007).

Conforme Martins (2006), são aspectos mais negativos da empresa em

relação ao seu produto, serviço ou unidade de negócios. Devem ser fatores que

podem ser controlados pela própria empresa e relevantes para o planejamento

estratégico.

3.6.2.2 Análise do Ambiente Externo

A análise externa ou ambiental corresponde ao estudo dos diversos fatores e

forças do ambiente, as relações entre eles ao longo do tempo e seus efeitos ou

potenciais efeitos sobre a empresa, sendo baseada nas percepções das áreas em

que as decisões estratégicas da empresa deverão ser tomadas (OLIVEIRA, 1991, p.

89).

Para a análise do ambiente externo deve-se avaliar por exemplo, a mudança

de hábitos do consumidor, surgimentos de novos mercados, diversificação, entrada

de novos concorrentes, produtos substitutos (CHIAVENATO e SAPIRO, 2003).

53

Já para Maximiano (2004, p. 170), os componentes que devem ser sempre

considerados na análise externa são: ramo de negócios, mudanças tecnológicas,

ação e controle do governo, conjuntura econômica e sociedade. A seguir, segue a

descrição detalhada de cada um desses componentes.

- Ramo de negócios: deve ter por base o estudo da estrutura, ou seja,

empresas que compõem o ramo de negócios e sua participação nas vendas,

faturamento, produção, etc. Deve estudar também as linhas de produtos fornecidos

pelas empresas que atuam no mercado e seu volume de vendas. Estudar os

compradores e seu comportamento levando em conta fatores como: sazonalidade,

quantidade, faixa etária, etc. E por fim, estudar o crescimento das empresas e do

mercado.

Feito este estudo, será possível realizar uma análise das forças competitivas,

ou seja, analise da concorrência, do poder do comprador e de outros componentes.

Através desta análise será possível então definir uma estratégia.

- Mudanças tecnológicas: é muito importante que as empresas estejam

sempre se adequando as mudanças tecnológicas, pois como se tem visto no

decorrer do tempo, a tecnologia está sempre avançando, e quem não avança junto

com ela acaba se tornando defasado. Portanto, acompanhar a evolução tecnológica

é seguramente uma estratégia para assegurar a sobrevivência e a eficácia da

organização.

- Ação e controle de governo: como as outras variáveis citadas, a ação e o

controle do governo também devem ser estudados para estabelecer estratégias,

pois através dele a organização pode ter oportunidades como também ameaças.

- Conjuntura econômica: a conjuntura econômica também estabelece

oportunidades e ameaças para as empresas. Conforme Maximiano (2004, pg. 173),

alguns dos indicadores que influenciam a conjuntura econômica são:

Emprego e desemprego

Demissões e admissões

Taxa de juros

Valor das ações

Movimento dos negócios

Endividamento e inadimplência

Flutuação do poder aquisitivo

54

Flutuação no consumo de determinados produtos, indicativos de alterações

no poder de compra e nos hábitos dos compradores.

Poupança.

- Sociedade: atitudes e preferências, estilos de vida, tendências e hábitos são

informações que podem indicar oportunidades e ameaças para as organizações.

As oportunidades são situações, tendências ou fenômenos externos, atuais

ou potenciais, que podem contribuir para a concretização dos objetivos estratégicos.

(CALLAES, BÔAS, GONZALES, 2006)

Para Martins (2006), oportunidades são aspectos mais positivos do

produto/serviço da empresa em relação ao mercado onde está ou irá se inserir. São

fatores que não podem ser controlados pela própria empresa e relevantes para o

planejamento estratégico.

As oportunidades são basicamente onde as empresas podem aproveitar para

obter mais lucratividade, melhor posicionamento no mercado, mais clientes, etc.

As ameaças são situações ou fenômenos externos, atuais ou potenciais, que

podem prejudicar a execução de objetivos estratégicos. (CALLAES, BÔAS,

GONZALES, 2006)

Ameaças são aspectos mais negativos do produto/serviço da empresa em

relação ao mercado onde está ou irá se inserir. São fatores que não podem ser

controlados pela empresa e são relevantes para o planejamento estratégico.

(MARTINS, 2006)

Para Mendonça (2008, p. 72), as ameaças se não forem eliminadas,

minimizadas ou evitadas pela organização podem afetá-la negativamente.

Ou seja, com relação às ameaças as organizações devem estar sempre

procurando diminuir seus índices, bloqueando-as para que obtenha sempre

melhores resultados.

3.6.3 Diretrizes Organizacionais

Segundo Lima (2006), as diretrizes organizacionais são formadas

basicamente pela missão, pela visão e pelos objetivos organizacionais, as diretrizes

apontam a meta organizacional que proporcionará a sua empresa um maior

aproveitamento dos seus pontos fortes e das oportunidades que o mercado oferecer,

55

minorando os seus pontos fracos e os efeitos das ameaças que poderão afetar

negativamente suas atividades.

3.6.3.1 Missão

A missão organizacional é o motivo pelo qual a sua empresa existe, ou seja, a

sua razão de ser, devendo conter informações tais como: quais são os seus clientes;

seus produtos ou serviços; seus valores e cultura organizacionais (LIMA 2006).

Para Oliveira (2007, p. 107), a missão além de ser a razão de ser da empresa

é também quando se determina o negócio da empresa, por que ela existe, ou, ainda,

em que tipos de atividades a empresa deverá concentrar-se no futuro. Ainda para o

autor, a missão é uma forma de se traduzir determinado sistema de valores e

crenças em termos de negócios e áreas básicas de atuação, considerando as

tradições e filosofias da empresa.

Ainda de acordo com o autor, para o estabelecimento da missão é necessário

analisar e interpretar as seguintes questões:

Qual a razão de ser da empresa?

Qual a natureza dos negócios da empresa?

Quais são os tipos de atividades em que a empresa deve concentrar seus

esforços no futuro?

O que a empresa vende e pretende vender ao mercado? É agilidade? É

conhecimento?

Quais os fatores de influência nestas vendas?

Qual o diferencial de conhecimento necessário para essas vendas?

Quais os mercados-alvo, os clientes, os produtos e os serviços?

Qual o diferencial competitivo da empresa?

Qual a região de atuação da empresa?

Qual a imagem que a empresa faz de si própria e pela qual quer ser

reconhecida?

Quais as necessidades sociais que pretende atender?

Quais as principais crenças e valores da empresa?

A missão da empresa exerce a função orientadora e delimitadora da ação

empresarial, e isto dentro de um período de tempo normalmente longo, em que

56

ficam comprometidos valores, crenças, expectativas, conceitos e recursos.

OLIVEIRA (2007, p. 108).

Para Maximiano (2004, p. 165), a missão é importante, pois “estabelece o

propósito ou razão de ser da organização. Identificar a missão é entender qual a

necessidade do mercado a organização atende, ou sua utilidade para os clientes”.

Segundo o Sebrae, a missão “é uma declaração sobre o que a organização é.

Define seu propósito, finalidade de sua existência, motivo pela qual foi criada. Diz

sobre onde ela está. É a identidade da empresa”.

O Sebrae (2015) também traz algumas perguntas a serem respondidas que

facilitam a identificação na missão, são elas:

- Qual a razão da nossa existência? Qual o nosso propósito?

- O que é que a microempresa tem de único ou distinto?

- Que diferenças terão o nosso negócio daqui a três ou cinco anos?

- Quem são ou deveriam ser os nossos principais clientes ou segmentos de

mercado?

- Quais são os nossos principais produtos? E quais serão?

- Quais são ou deveriam ser as nossas principais preocupações econômicas?

- Quais são as nossas prioridades?

3.6.3.2 Visão

A visão de uma forma geral deve dizer, de forma clara e objetiva, onde a

empresa pretende chegar, qual seu sonho, para onde à empresa vai. A visão está

diretamente ligada com a missão da organização, pois só pode ser estabelecida

após o entendimento da missão.

Para Oliveira (2007, p. 65), a visão é conceituada como os limites que os

proprietários e principais executivos da empresa conseguem enxergar dentro de um

período de tempo mais longo e uma abordagem mais ampla. Ainda de acordo com o

autor, a visão proporciona o grande delineamento do planejamento estratégico a ser

desenvolvido e implementado pela empresa. A visão representa o que a empresa

quer ser.

Ainda de acordo com Oliveira (2007, p.67), para se estabelecer a visão de um

negócio é necessário se fazer algumas perguntas, tais como:

O que queremos ser?

57

Qual a força que nos impulsiona para esta nova situação?

Quais são nossos valores básicos?

O que sabemos fazer de melhor e nos diferencia perante as empresas

concorrentes?

Quais são as barreiras que podem surgir nesse processo evolutivo e de

mudanças?

Quais as expectativas do mercado que estaremos atendendo?

Como conseguiremos a plena adesão de todos os funcionários, executivos e

proprietários da empresa nesse processo evolutivo?

A outra vertente da diretriz organizacional de sua empresa é a visão

organizacional. A visão é onde a sua empresa quer estar no futuro e funciona como

efeito motivador, pois, em sincronia com a missão de sua empresa, cria um

ambiente propício ao surgimento de novas ideias. (LIMA 2006).

O Sebrae (2015) também traz um conceito de visão e como podemos definir a

visão do nosso negócio. Segundo o SEBRAE (2015), a visão “é o futuro para a

organização, o que a empresa deseja alcançar. Ao determinar a visão, é necessário

ter em mente como queremos que essa seja vista e reconhecida. Diz respeito aonde

a empresa deseja chegar”.

3.6.3.3 Valores

Para Oliveira (2007, p. 67), valores representam o conjunto dos princípios e

crenças fundamentais de uma empresa, bem como fornecem sustentação para

tomadas as suas principais decisões. Ainda segundo o autor, os valores devem ter

forte interação com as questões éticas e morais da empresa. E, se estes valores

forem efetivamente verdadeiros, servem, também, de sustentação da vantagem

competitiva da empresa.

Segundo Guedes (2013), temos quatro diretrizes a serem seguidos para

definir os valores da organização:

1. Seus valores não precisam ser iguais aos de nenhuma outra organização.

Conforme o autor coloca, o mercado é movido pela inovação e nesse aspecto

não é diferente. Não podemos pegar valores, culturas de outras organizações e

copiar essas definições.

58

2. Eles devem servir para direcionar a SUA empresa, não serem colocados em

um quadro ou em uma apresentação para clientes. Os valores devem estar não

somente em um quadro na parede, mas sim de forma que seja relevante para a

organização.

3. O número 3 é a chave da memória. Não se deve definir muitos valores para

a organização, pois será difícil de memorizar e trabalhar em todos eles.

Segundo o autor não devem passar de 3, a sua empresa não precisa mais que

isso, provavelmente os outros valores já fazem parte e são reforçados no dia a

dia sem necessidade de estarem definidos neste pilar estratégico.

4. Lembramos do que é diferente, do que nos impacta. Esqueça as palavras

comuns.

Se conseguir construir os valores de uma forma impactante, que se relacione a

forma de comunicação da empresa, você estará bons passos à frente. (GUEDES

2013).

3.6.4 Objetivos Organizacionais

Os objetivos são as metas, baseadas na missão e na visão, para as quais a

sua empresa vai direcionar todos os seus esforços, ou seja, são os resultados que

sua empresa quer atingir. (LIMA 2006).

De acordo com o autor Samuel Certo (1993), “os objetivos fornecem o

fundamento para o planejamento, organização, motivação e controle. Sem objetivos

e sua comunicação efetiva, a empresa pode tomar qualquer direção”.

De modo amplo, Chiavenato (2004), diz: o objetivo básico de toda

organização é atender às suas próprias necessidades e, ao mesmo tempo, atender

às necessidades da sociedade por meio da produção de bens ou serviços, pelos

quais recebe uma compensação monetária. (CHIAVENATO, 2004, p. 97)

Para Kanaane (1999, p. 46), “objetivos organizacionais representam

tendências e perspectivas a serem atingidas em determinado período de tempo”. Ele

define objetivo em três níveis:

Objetivos filosóficos: representam a missão da organização, e são de

natureza abrangente;

59

Objetivos específicos: referem-se aos respectivos segmentos, produtos,

mercado, clientes. São de natureza periódica e buscam atender à demanda

situacional;

Objetivos operacionais: refere-se às ações concretas, desenvolvidas num

período determinado e visam atingir os objetivos filosóficos. Tem-se então a

rede de objetivos que se estendem aos departamentos, divisões, seções e

setores organizacionais.

Para Sobral e Peci (2013, p. 202), os objetivos “desempenham uma função

importante no processo de planejamento porque é por meio de sua especificação

adequada que os membros conseguem um senso de direção, antecipam estágios

futuros desejados e se mobilizam para alcança-los”. Para isso, os autores ainda

afirmam que os objetivos devem ser eficazes, atingindo as seguintes características:

específicos; mensuráveis; desafiadores, porém alcançáveis; definidos no tempo;

coerentes; e, hierarquizáveis.

Para Kwasnicka (2004, pag. 212), uma das causas mais comuns do fracasso

do planejamento é a falta de um conjunto de objetivos claramente definidos. Esses

objetivos são muitas vezes confundidos com o método de trabalho.

A organização deve ser orientada em torno da realização de objetivos por ela

definidos. A definição dos objetivos é função básica da administração, pois eles são

ingredientes que dão significado à organização e a razão pela qual ela se forma.

Mendonça (2008, p. 79), diz que: “objetivos são resultados quantitativos e

qualitativos que a empresa precisa alcançar em prazo determinado, no contexto de

seu ambiente, para cumprir seu negócio, sua missão e seus valores”. Ainda

segundo Mendonça (2008, p. 79),:

“os objetivos servem como diretrizes na tomada de decisões. Uma parte significativa do trabalho de qualquer administrador envolve a tomada de decisão. O administrador que sabe quais são os objetivos estabelecidos para a organização descobre que é mais fácil tomar decisões que garantam atingir os objetivos organizacionais”.

Existem duas formas de se estabelecerem objetivos: de forma centralizada e

descentralizada. A forma centralizada é de forma hierárquica, de forma que a

orientação parte do topo da organização para a base. Porém, de acordo com ás

mudanças ocorridas no decorrer do tempo, as organizações também passaram à

60

decidir seus objetivos de forma descentralizada, ou seja, envolvendo todos os

membros da organização para sua definição.

3.6.5 Formulação das Estratégias

A Formulação de Estratégias, segundo Certo e Peter (2010, p. 75), “implica

determinar caminhos adequados para se alcançar objetivos. Isso inclui atividades

como análise, planejamento e seleção de estratégias que aumentem as chances de

a organização atingir suas metas”.

No atual cenário de negócios observa-se as empresas competindo da mesma

forma, com as mesmas ferramentas, sendo que a única forma de sobreviver é

diferenciando-se dos demais (VASCONCELLOS; PAGNONCELLI, 2001).

De acordo com Oliveira (2007, p. 198), para a formulação de estratégias,

devem-se considerar, inicialmente, três aspectos:

A empresa, com seus recursos, seus pontos fortes, fracos ou neutros, bem

como sua missão, seus propósitos, objetivos, desafios e políticas;

O ambiente, em sua constante mutação, com suas oportunidades e

ameaças;

A integração entre a empresa e seu ambiente visando à melhor adequação

possível, estando inserida, neste aspecto, a amplitude de visão e a qualidade

dos valores dos principais executivos e/ou proprietários da empresa.

De acordo com Sobral e Peci (2013, pg. 211),:

“com base na análise estratégica do ambiente e da organização, os administradores definem os novos objetivos estratégicos (revendo, se for o caso, a missão e a visão) e formulam novos métodos que assegurarão o alcance desses objetivos. Para isso, identificam e avaliam alternativas, selecionando os cursos de ação mais ajustados aos propósitos da organização. A formulação estratégica inclui a definição das estratégias corporativas (no caso das organizações com mais de uma unidade de negócio), das estratégias de negócio e das estratégias funcionais”.

Existem diversos formas diferentes de se formular as estratégias das

empresas. A seguir veremos os principais tipos de estratégias segundo alguns

autores:

61

AUTOR ESTRATÉGIAS SIGNIFICADO

ANSOFF

Penetração no mercado Exploração de produtos

tradicionais em mercados tradicionais

Desenvolvimento de mercado Produtos tradicionais em novos

mercados

Desenvolvimento de produto Produtos novos em mercados

tradicionais

Diversificação Novos produtos em novos

mercados

PORTER

Diferenciação Identidade forte do produto

Liderança do custo Baixo custo e baixo preço do

produto

Foco Atuação em nichos de mercado

MILES E SNOW

Defesa Permanência no mesmo mercado

Prospecção Busca de novas oportunidades

Análise Atuação em dois tipos de mercado

Reação Incapacidade de fazer ajustes

CERTO

Estabilidade Permanência no mesmo mercado

Crescimento Busca de novas oportunidades

Redução de despesas Eliminação de desperdícios

Quadro 12: as principais estratégias das organizações, segundo diversos autores. Fonte: Maximiano (2004, pg. 179).

Como visto, existem diversos modelos diferentes de formular as estratégias.

Cada um pode ser aplicado de acordo com o que melhor se adequa à organização.

Vê-se a seguir cada uma das estratégias de modo mais detalhado.

A) Estratégias de Ansoff:

- Penetração de mercado: como o próprio nome já traz, é a estratégia para

entrar no mercado tradicional com produtos tradicionais também.

- Desenvolvimento de mercado: explorar um mercado novo com produtos

tradicionais.

- Desenvolvimento de produto: é o contrário da estratégia de desenvolvimento

de mercado, ou seja, se explora um mercado tradicional com um produto novo.

- Diversificação: Tudo é novo. Se exploram novos mercados com novos

produtos.

B) Estratégias de Porter:

- Diferenciação: é se diferenciar de alguma forma da concorrência. Demonstrar

para o cliente que seu produto/serviço é melhor em determinado aspecto, e por

esse motivo, deve ser escolhido entre os demais.

62

- Liderança do Custo: Ao contrário da estratégia de diferenciação em que se

deve trazer algo de novo e cativante para se cliente, a estratégia de liderança

de custo oferece o produto/serviço mais barato.

- Foco: é a escolha de determinado nicho de mercado e trabalhar fortemente

nele, explorando-o da melhor maneira possível, não sendo necessário assim,

enfrentar todos os concorrentes. O foco pode ser determinado trabalhando em

determinada região, determinado tipo de cliente, etc.

C) Estratégias de Miles e Snow:

- Comportamento defensivo: é especializado em algo e por esse motivo não

procuram abranger em novos mercados, procurar novas oportunidades. Por

esse motivo, não buscam novas tecnologias.

- Comportamento prospectivo: ao contrário da estratégia de comportamento

defensivo, a de comportamento prospectivo está sempre à procura de novas

oportunidades. Foco na inovação de produtos e mercados, por esse motivo

podem ser ineficientes.

- Comportamento analítico: característico de empresas que atuam em dois

mercados – estável e em processo de mudança. No mercado estável essas

empresas atuam de forma rotineira, já no mercado em mudança, procura

acompanhar e adotar as inovações introduzidas pela concorrência.

- Comportamento de reação: onde as empresas agem de acordo com a

pressão imposta pelo mercado. Fora isso, as empresas continuam como está,

sem adotar nenhum tipo de mudança, nenhum tipo de estratégia.

D) Estratégias de Certo:

- Estratégia da estabilidade: basicamente igual ao comportamento defensivo

Miles e Snow, a estratégia de estabilidade também possui o foco muito estreito

e relutam em atuar em situações diferentes das que estão acostumadas e

procurar novas oportunidades. Muitas vezes, esta estratégia é necessária,

devido ao ramo em que a empresa atua não crescer e não apresentar

oportunidades.

- Estratégia do crescimento: também é como a estratégia de comportamento

prospectivo de Miles e Snow, pois procuram por novas oportunidades de

mercado e por isso criam desafios e incertezas para as demais empresas. O

crescimento pode ser alcançado através de outras estratégias como: compra

de concorrentes, ingresso em outros ramos de negócios, etc.

63

- Estratégias de redução de despesas: é adotada quando a organização está

ameaçada e sua eficiência é comprometida.

3.6.6 Implementação das Estratégias

O planejamento estratégico não deve ser considerado apenas como uma

afirmação das aspirações da empresa, pois inclui também o que deve ser feito para

transformar estas aspirações em realidade, ou seja, faz parte dele o seu processo de

implementação (OLIVEIRA, 2004).

O autor Oliveira (2004, p. 264), define a implementação, como o controle e a

avaliação, com a constatação de “como a empresa está indo”.

Já os autores Bossidy e Charan (2002, p. 29), asseguram que a execução do

planejamento estratégico é: “um processo sistemático de discussão exaustiva dos

comos e porquês, levando adiante o que foi decidido e assegurando que as pessoas

terão sua responsabilidade específica pela execução”.

Whittington (2002), diz que as estratégias, por mais que sejam bem

selecionadas, falharão se não tiver uma adequada implementação.

Os autores Bossidy e Charan (2005), defendem que a maior causa do

fracasso das empresas, é a incapacidade destas de executarem suas ideias e

estratégias, pois falta disciplina para criar, promover e executar um sistema

integrado, que envolva as pessoas, a estratégia e as operações da organização.

Certo e Peter (1993), sugerem um modelo de cinco estágios para o processo

de implementação da estratégia:

Determinar quanto a organização terá de mudar a fim de implementar a

estratégia;

Analisar as estruturas formais e informais da organização;

Analisar a “cultura” da organização;

Selecionar uma abordagem apropriada para implementar a estratégia; e

Implementar a estratégia e avaliar os resultados.

Kwasnicka (2004, p. 216), afirma que a implementação é o “detalhamento das

decisões, para torná-las compreensíveis e executáveis aos demais participantes de

organização”.

Ainda segundo a autora, a implementação deve:

64

Decidir sobre o conjunto de políticas administrativas ou diretrizes que a

empresa adotará nas áreas de marketing, produção, pessoal e finanças.

Políticas, de forma geral, dizem respeito a “como” a empresa atingirá seus

objetivos e metas.

Elaboração de programas nas áreas como vendas, produção, compras,

treinamento, etc. Esses programas são bem mais detalhados e serão

elaborados tendo como guias as políticas já estabelecidas.

Sistemas administrativos operacionais as atividades programadas para

execução são, na maior parte das vezes, executadas por sistemas

operacionais. Planejar a forma operacional desses sistemas significa

principalmente decidir sobre um procedimento ou rotina segundo o qual o

sistema funcionará. Portanto, ao planejar um sistema operacional, estaremos

decidindo sobre como as atividades programadas serão executadas a um nível

de detalhe bastante grande.

Planejamento de recursos: a necessidade de recursos humanos, materiais,

instalações e equipamentos financeiros para a consecução dos objetivos é

basicamente estabelecida pela atividade de programação. Ao realizarmos a

atividade de programação, estabelecemos as necessidades de recursos. Com

base nelas, decidiremos sobre a forma de obtê-los e aloca-los.

Estrutura organizacional: a estrutura organizacional é também um meio para

alcançar objetivos e metas, e necessita ser planejada. Ao planejar a estrutura,

estaremos decidindo sobre divisão de trabalho e, principalmente, sobre a

alocação de responsabilidade e autoridade para a tomada de decisão entre os

participantes da organização.

Os autores Sobral e Peci (2013, pg. 211), afirmam que:

“para garantir que as estratégias sejam implementadas com eficácia e eficiência, os gestores devem acompanhar a execução do plano estratégico, direcionando os recursos da organização para o alcance dos objetivos estratégicos previamente estabelecidos. A estratégia deve ser apoiada por decisões referentes à estrutura organizacional, à cultura organizacional, aos sistemas de recompensas, aos estilos de liderança, entre outros”.

Ainda para Sobral e Peci (2013, pg. 211),:

“deve também ser acompanhada de investimentos em novas tecnologias ou equipamentos, de forma a assegurar que a organização possua os

65

meios necessários para implementá-la. É também fundamental comunicar e divulgar a estratégia a todos os membros organizacionais a fim de garantir seu apoio e comprometimento”.

Ainda de acordo com os autores, a implementação é uma das etapas mais

difíceis do processo e engloba a execução de um conjunto de tarefas e ações

gerenciais com o objetivo de colocar a estratégia em prática. Pois, sem uma

adequada implementação, a formulação estratégica pode se tornar apenas boa

intenção.

Uma das formas de implementação de estratégias é fazendo uso de algumas

ferramentas, tais como o 5W2H.

A ferramenta 5w2h é muito utilizada quando se pretende implantar ou planejar

um processo ou procedimento, permitindo entender e definir o processo após

a resposta de sete perguntas. Segundo Guerreiro (2012, pag. 49), as sete perguntas

são:

- What (O quê?): a ação ou meta.

- Who (Quem?): é a pessoa responsável por executar a ação.

- When (Quando?): é o prazo limite para executar a ação.

- Where (Onde?): é o local onde se executa a ação.

- Why (Por quê?): justificativa da ação.

- How (Como?): é o método para desenvolver a ação.

- How much (Quanto?): quantificação dos recursos envolvidos.

A ferramenta 5W2H atua como suporte no processo estratégico, pois

conforme Meira (2003), esta permite, de uma forma simples, garantir que as

informações básicas e mais fundamentais sejam claramente definidas e as ações

propostas sejam minuciosas, porém simplificadas.

Para Werkema (1995), a ferramenta 5W2H permite estabelecer um plano de

ação, no qual se resume a um conjunto de contramedidas com objetivo de bloquear

as causas fundamentais.

O levantamento de necessidades e de recursos são os marcos iniciais na

organização de um treinamento. Marras (2000, p.155), afirma que “é elo da

organização entre as políticas, diretrizes e ações formais e informais que regem as

relações organizacionais enquanto indicadores da cultura empresarial e seus

agentes multiplicadores e inativos que compõe essa sociedade”.

66

Ou seja, o 5H2H é uma ferramenta utilizada para acompanhar um plano de

ação diagnosticar um problema e planejar soluções.

3.6.7 Controle

Controle, de acordo com alguns autores, significa ter domínio sob

determinada coisa ou processo, para outros autores, controle é o acompanhamento

de alguma tarefa, algum processo que deve ser conduzido a ser realizado da melhor

forma possível e corrigindo os que já iniciaram e estão com alguma divergência em

relação aos objetivos da empresa.

Segundo Certo e Peter (1993, p.196), controlar “significa monitorar, avaliar e

melhorar as diversas atividades que ocorrem dentro de uma organização”. Ou seja,

primeiro as tarefas, atividades ou processos são analisados e observados como são

feitos, depois as mesmas atividades são avaliadas com o porquê estão sendo feitas

desta maneira e se isso realmente está trazendo benefícios para organização. Caso

isso não esteja ocorrendo às mesmas devem ser melhoradas e reestruturadas seja

pelo tempo decorrido para fazê-la, seja pelo gasto que traz, etc. Portanto, o controle

também deve estar atrelado aos objetivos da organização. De encontro a isto,

Oliveira (2004, p. 265), ensina que:

“a função do controle e avaliação é acompanhar a atuação do sistema, por meio da comparação entre as situações alcançadas e as presumidas, especialmente, quanto a seus objetivos e desafios, e da avaliação das estratégias e políticas seguidas pela empresa, ou seja, tem como função “assegurar que o desempenho real possibilite o alcance dos padrões que foram, anteriormente, estabelecidos”.

O autor Ackoff (1982, p.88), ainda complementa que: “controle trata-se da

avaliação das decisões depois que foram implantadas. Envolve a previsão do

resultado de uma decisão, comparando-o com o resultado real, e toma uma medida

corretiva quando há um desvio”. Ou seja, além de analisar como certa atividade está

sendo realizada o controle têm por função corrigir aquelas que estão tomando um

curso diferente. Para Sobral e Peci (2013, p. 212), o controle é a etapa final do

processo de administração estratégica. Nesta fase, os administradores buscam

monitorar a implementação da estratégia, avaliando se o desempenho da

organização corresponde aos objetivos estratégicos estabelecidos e tomando

67

medidas corretivas sempre que existirem desvios significativos. O sistema de

controle estratégico deve incluir indicadores de desempenho, um sistema de

informação e mecanismos para monitorar o progresso.

Os autores Andujar, Mendonça e Oliveira (2008, p. 85), corroboram com esta

mesma afirmação ao citarem que “o controle é um atributo que possibilita à

organização o alcance de seus objetivos, ao viabilizar, por exemplo, o cumprimento

dos padrões de conduta das atividades. Além disso, auxilia a promover ajustes

quando há desvios organizacionais. Através dele, as organizações procuram garantir

que as atividades planejadas sejam efetivamente operacionalizadas”.

De acordo com Kwasnicka (2004 p. 274), controle é “o esforço sistemático de

estabelecer padrões de desempenho, estabelecer sistemas de informação comparar

o atual desempenho com padrões determinados e medir o grau de significância dos

desvios apresentados, tomando ações corretivas para assegurar que a empresa

possa atingir seu grau de eficiência quanto aos objetivos definidos no planejamento”.

Mas o que é necessário e por que é necessário desempenhar o controle nas

organizações?

Para Oliveira (2004, p. 266 e 267), a função controle e avaliação num

processo de planejamento estratégico têm algumas finalidades, são elas:

1) identificar problemas, falhas e erros que se transformam em desvios do

planejado, com a finalidade de corrigi-los e de evitar sua reincidência;

2) fazer com que os resultados obtidos com a realização das operações

estejam, tanto quanto possível, próximos dos resultados esperados e possibilitem o

alcance dos objetivos estabelecidos;

3) verificar se as estratégias empresariais estão proporcionando os resultados

esperados, dentro das situações existentes e previstas; e

4) proporcionar informações gerenciais periódicas, para que seja rápida a

intervenção no desempenho do processo.

O controle também é importante por ajudar os administradores. Para os

autores Sobral e Peci (2013, p. 360), o controle ajuda a monitorar as mudanças

ambientais que afetam a organização em seu percurso e a sugerir mudanças que

permitam alcançar os resultados desejados.

Para melhor desempenho do controle sem que haja brechas para as falhas

em nenhuma área da empresa, Chiavenatto (2008, pg. 88), afirma que é possível

trabalhar com o controle divido em três dimensões: o controle estratégico, o controle

68

tático e o controle operacional. A figura a seguir exemplifica com clareza a divisão de

controle:

Quadro 13: Controle por nível hierárquico Fonte: Elaborado pela acadêmica, adaptado de Sobral e Peci (2013, p.363).

Entende-se então que o controle por nível estratégico serve para monitorar o

desempenho da organização por cada nível, acompanhando as mudanças externas,

e ajustando o que ainda não está de acordo com os objetivos da empresa.

O autor Mendonça (ET AL, 2008, pg. 88), define esses controles como:

controle estratégico; controle tático; e controle Operacional.

O controle estratégico caracteriza-se pela visão geral da organização que o

controle oferece, são exemplos de controle estratégico os demonstrativos

financeiros, contábeis, orçamentários, entre outros.

Para Oliveira (2007, p. 265), o controle estratégico envolve decisões do tipo:

Alteração dos objetivos estabelecidos em função de alterações ambientais,

com reflexos em oportunidades ou ameaças para a empresa;

Alteração de estratégias e políticas estabelecidas, porque as ações estão

sendo malconduzidas; e

69

Revisão do diagnóstico estratégico, para melhor adequação da empresa a

seu ambiente.

Para Gomes e Salas (2001, p. 23), “o controle estratégico é aquele que está

orientado à manutenção e à melhoria contínua da posição competitiva da empresa”.

O controle tático analisa-se cada unidade organizacional como um

departamento em particular, ou cada conjunto de recursos isoladamente o que

proporciona maior detalhamento, direcionando-o para o médio prazo. Neste nível, os

controles utilizados podem ser a supervisão, os relatórios e as técnicas estatísticas,

entre outras.

Para Oliveira (2007, p. 265), esse controle pode envolver decisões do tipo:

Alteração da alocação de recursos numa área funcional da empresa, por

exemplo, marketing, para melhor alcançar os objetivos da empresa; e

Revisão dos sistemas de informações entre as grandes áreas para melhorar

a eficácia da empresa.

O controle operacional direciona-se para o curto prazo sendo detalhado e

analítico. Esse tipo de controle enfoca cada atividade ou operação em particular,

envolvendo diretamente os supervisores em alguns momentos. Temos como

exemplo as linhas de montagem, os quadros de produtividade, entre outros.

Para Oliveira (2007, p. 265), algumas decisões podem ser:

Revisão do quadro de pessoal;

Alteração do sistema de controle de vendedores;

Alteração dos relatórios de análise de custos; e

Determinação do processo de controle de qualidade de produção.

Existe também o controle de desempenho de uma atividade ou processo

organizacional, que pode ser realizado antes que a atividade comece, enquanto a

atividade decorre ou depois que a atividade estiver terminada. Estes controles são

chamados de: controle preventivo, controle simultâneo e o controle posterior,

conforme figura a seguir:

70

Quadro 14: Tipos de Controle Fonte: Elaborado pela acadêmica, adaptado de Sobral e Peci (2013, p. 364).

O controle preventivo consiste na antecipação dos problemas que poderão

ocorrer, em vez de resolvê-los posteriormente, depois que acontecerem. Ou seja, é

o controle proativo, fazendo com que a empresa evite passar por problemas em

suas atividades. Exemplo: inspeção de peças automotivas, antes que as mesmas

vão para linha de produção.

O controle simultâneo monitora as atividades no momento em que estão

sendo realizadas de acordo com os padrões que são exigidos. Esse é um

mecanismo de controle reativo. Exemplo: supervisor verificando se os funcionários

estão realizando as atividades de forma correta, se cometem algum erro, o

supervisor o corrige.

O controle posterior é aquele que avalia o desempenho de uma atividade

após sua realização. Esse controle trata da causa dos desvios, e não o desvio

propriamente dito. A avaliação de controle é feita em cima dos resultados atingidos,

depois de terá em sido concluídos. Exemplo: pesquisa de satisfação de cliente após

seu atendimento via chat ou call center.

O autor Burris, apud Mendonça (ET AL, 2008, pg. 89), diz que o controle

organizacional pode ainda ser entendido enquanto controle formal. O controle formal

está relacionado com a hierarquia e as regras organizacionais centradas na

estrutura de diferenciação, especialização das tarefas e mobilidade dos recursos

humanos através dos critérios objetivos, ou seja, a forma burocrática de controle.

Segundo Certo e Peter (1993), para obter sucesso no controle estratégico, a

administração deve ter informações válidas e confiáveis que reflitam as diversas

71

medidas de desempenho organizacional. Sem confiabilidade nas informações,

qualquer análise se tornará subjetiva.

Portanto, o controle tem como função manter o sistema organizacional dentro

de um padrão. Busca garantir à normalidade do sistema, identificando todo e

qualquer desvio e permitindo sua rápida correção. Mas, para isto, requer o

suprimento de informações contínuas sobre o próprio sistema e seu padrão de

comportamento. (SOBRAL E PECI 2013, PAG. 361).

72

4 METODOLOGIA

A metodologia significa o estudo do método. Segundo Gil (1999, p. 26),

“pode-se definir método como o caminho para se chegar a determinado fim. E

método científico como conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados

para atingir o conhecimento”.

Portanto, para se chegar a determinado fim é necessário traçar o caminho

para a pesquisa, analisando atentamente as suas etapas, investigando aquilo que

lhe é proposto, adquirindo conhecimento através da investigação. A seguir serão

apresentados os métodos utilizados para a realização da pesquisa.

Lakatos e Marconi (2007, p. 83), complementam dizendo que “o método é o

conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e

economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros –,

traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando decisões do

cientista”.

4.1 TIPOS DE PESQUISA

A natureza da pesquisa realizada é aplicada, pois há interesse em aplicação

na prática da teoria estudada na organização, a pesquisa aplicada é voltada para a

solução de problemas. Além disso, o objetivo geral do trabalho sugere ações para a

organização, como propor a utilização de ferramentas para a organização, que é a

característica principal da pesquisa de natureza aplicada. Para Gil (1999), “a

característica fundamental desse tipo de pesquisa é o interesse na aplicação

imediata numa realidade circunstancial, utilização e consequências práticas dos

conhecimentos”. Ou seja, é necessário analisar a realidade organizacional

interpretá-la, depois então, sugerir possíveis melhorias para a empresa.

Com relação a sua abordagem, a pesquisa é qualitativa, pois visa propor um

planejamento estratégico para a empresa, analisando suas diretrizes

organizacionais, verificando os fatores internos e externos, etc. É pesquisa

qualitativa também pelo fato dos dados a serem coletados não serem mensuráveis.

A pesquisa qualitativa dá liberdade ao pesquisador de interpretar de forma livre seu

tema. Para Silva e Karkotli (2011, p. 10), a pesquisa qualitativa “considera que há

73

uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável

entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzida em

números”. Portanto, a interpretação do pesquisador mediante os fatos que ocorrem

na organização é algo que não é possível ser feito através dos números. Pode ser

feita uma parte, mas não a pesquisa na sua forma total.

Quanto aos seus objetivos, a pesquisa é exploratória, pois o tema estudado

não é muito aprofundado, utilizando-se de vários aspectos. Gil (1994, p. 44), afirma

que “as pesquisas exploratórias constituem a primeira etapa de uma investigação

mais ampla”. Ainda segundo o autor, são desenvolvidas com o objetivo de

proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Na

pesquisa exploratória o tema é tratado sem muita profundidade, é abordado

superficialmente, mas nem por isso é menos importante como pesquisa. Dentre os

objetivos da pesquisa, temos por exemplo, sugerir estratégias para o aumento da

competitividade, o que é de caráter qualitativo.

Esta pesquisa pode também ser considerada descritiva, pois conforme Cervo,

Bervian e Silva (2007, p. 61), “a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e

correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los [...] em síntese a

pesquisa descritiva, em suas diversas formas, trabalha sobre dados ou fatos

colhidos da própria realidade”.

Esta pesquisa do tema planejamento estratégico terá caráter descritivo, pois

como foi visto acima a pesquisa será feita de forma imparcial e exploratório, uma vez

que fora explorada teoria baseada em conceitos já existentes, onde se procurou

trazer estes conceitos para a realidade da organização.

Os procedimentos técnicos utilizados na pesquisa são: pesquisa bibliográfica,

pois foram utilizados vários livros e artigos publicados por diversos autores. Para

Fachin (2005, p. 125), a pesquisa bibliográfica tem por finalidade conduzir o leitor a

determinado assunto e proporcionar a produção e utilização das informações

coletadas.

Foi utilizada ainda pesquisa documental, pois foram coletados dados de

documentos internos da organização. Para Silva e Karkotli (2011, p.12), os

documentos são “localizados no interior de órgãos públicos ou privados, manuais,

relatórios, balancetes e outros”.

Pesquisa estudo de caso, por estar tratando da análise de uma unidade, no

caso, uma organização. Segundo Silva e Karkotli (2011, p. 12), “o estudo de caso

74

pode abranger análise de exames de registros, observação de acontecimentos,

entrevistas estruturadas e não estruturadas ou qualquer outra técnica de pesquisa”.

Pesquisa de levantamento, pois serão coletadas informações com os

membros da organização. Segundo Gil (1994, p. 76), as pesquisas de levantamento

“se caracterizam pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se

deseja conhecer”. Ou seja, estuda-se um grupo de pessoas a fim de coletar

informações do tema abordado, e depois a análise as informações coletadas.

E por fim, pesquisa participante, pois houve interação entre o pesquisador e

os membros da situação investigada e também permitiu que observação fosse feita

no próprio momento em que ocorreram.

4.2 COLETA DE DADOS

A coleta de dados para a pesquisa desenvolvida foi realizada por meio de

material bibliográfico, através de livros e artigos científicos, e também através de

informações institucionais coletadas com o gestor da empresa. Segundo Gil (1999,

p. 50), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado,

constituído principalmente de livros e artigos científicos”.

Também foi realizada entrevista com o proprietário/administrador da empresa.

Na opinião de Gil (1994, p. 113), a entrevista é definida como “a técnica em que o

investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o

objetivo de obtenção dos dados que interessam à organização”. A entrevista é uma

técnica muito utilizada em pesquisas, pois além de coletar os dados das respostas

dos entrevistados, analisa-se também seu comportamento, seus gestos e

expressões.

A entrevista realizada foi do tipo semi-estruturada, ou seja, permite maior

liberdade do pesquisador, pois o mesmo pode alterar a ordem das questões e

também incluir mais questões além das que estão pré-definidas no roteiro da

entrevista. A entrevista foi realizada em 13 de novembro de 2015, suas questões

tiveram como base os fatores que influenciam no ambiente interno e externo da

empresa, de acordo com o autor Maximiano (2004), esses fatores de acordo com o

autor são: no ambiente interno deve ser realizada a análise das áreas funcionais,

75

focalizando os pontos fortes e fracos dessas áreas. Ex: produção e operações,

marketing e vendas, recursos humanos e finanças.

Já no ambiente externo, os componentes que devem ser sempre

considerados de acordo com o autor são: ramo de negócios, mudanças

tecnológicas, ação e controle do governo, conjuntura econômica e sociedade.

Também foram levantados na entrevista os aspectos das diretrizes

organizacionais e as estratégias da empresa.

A entrevista completa encontra-se no apêndice deste trabalho.

Outra forma de coleta de dados utilizada foi à observação. Existem dois tipos

de observação, a observação simples onde o pesquisador é alheio a comunidade e

a observação participante, que é quando o pesquisador tem contato direto com o

fenômeno observado, e expõe seu ponto de vista, ou seja, ele é parte da

comunidade pesquisada. Essa última foi à utilizada na realização deste trabalho.

4.3 FORMAS DE ANÁLISE

De acordo com os objetivos estabelecidos nesta pesquisa, à forma de análise

dos dados coletados será feita de forma qualitativa, por meio da entrevista semi-

estruturada. Segundo Gil (1994, p. 166), “a análise tem como objetivo organizar e

sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao

problema proposto para investigação”. A análise dos dados dá suporte à conclusão

da pesquisa.

Serão também analisados os dados documentais fornecidos pela empresa.

Segundo Lakatos e Marconi (2007, p. 160), “mesmo com dados válidos, é a eficácia

da análise e da interpretação que determinará o valor da pesquisa”. Através do

cruzamento dos dados levantados, a entrevista e os referenciais teóricos a pesquisa

terá sua análise completa e eficaz, e enriquecida com informações relevantes ao

meio acadêmico.

76

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Essa é a parte final do projeto onde serão expostos os problemas

encontrados na organização por meio de entrevista. Após a identificação dos

problemas é realizada a análise SWOT, que tem por objetivo mostrar as forças e

fraquezas no ambiente interno da organização, bem como oportunidades e ameaças

no ambiente externo à organização. Concluída esta análise, posteriormente é feito

um plano de ação com as possíveis soluções para os problemas, isso tudo na

concepção da acadêmica.

5.1 APRESENTAÇÃO DOS PROBLEMAS ENCONTRADOS

Nesta etapa serão apresentados os problemas encontrados na empresa

Attento Corretora de Seguros com base na entrevista feito com o diretor/presidente

da Organização.

5.1.1 Limitações na gestão da organização

Uma das limitações dentro da organização é a defasagem em alguns setores,

estratégicos para a organização, como a parte de marketing que hoje não tem

nenhum colaborador responsável pela divulgação da marca, alimentando mídias

sociais e site da empresa, atualmente esse processo de divulgação da marca é feito

somente boca a boca, por meio das experiências positivas dos clientes com a

organização. Esse processo feito de boca a boca é muito importante e bom para a

empresa, porém pode ocorrer o inverso do desejado, uma experiência negativa de

um cliente pode ser mais prejudicial do que o boca a boca com feedback positivo.

Outro setor defasado é o setor comercial, onde tem apenas uma pessoa para

manter e expandir a carteira de clientes, em um mercado competitivo como é o setor

de seguros, cada vez mais os clientes estão tendo acesso diretamente a

seguradora, é primordial então ter uma equipe completa e capacitada para manter

os clientes e principalmente expandir a carteira de clientes.

77

Outro ponto que não está sendo considerado é a forma de atuação dos

concorrentes, porém sabe a importância deste processo. A empresa está focada em

finalizar o processo de reorganização dos procedimentos internos.

A organização não tem um planejamento estratégico formalizado e

especificado aos funcionários para a obtenção dos objetivos. Atualmente as metas

são feitas conforme o surgimento das necessidades sem levar em consideração os

objetivos inicialmente propostos pela organização.

5.2 APRESENTAÇÃO DE SOLUÇÕES E AÇÕES DE MELHORIAS

Diante das informações obtidas através da organização Attento Corretora de

Seguros LTDA., a autora elaborou um planejamento estratégico, apresentando os

problemas, oportunidades, melhorias e indicadores para a empresa.

5.2.1 Proposta de Planejamento Estratégico para a Empresa Attento Corretora

de Seguros LTDA.

O objetivo principal desse trabalho é a formulação de um planejamento

estratégico, para elaboração desse planejamento estratégico foi utilizado à

metodologia dos autores Certo e Peter, apresentada no subitem 3.6.1 na pg. 43. As

etapas desta metodologia são apresentadas conforme o quadro abaixo:

Etapa 1 análise do ambiente

Etapa 2: estabelecimento das diretrizes organizacionais

Etapa 3: formulação das estratégias

Etapa 4: implementação de estratégias

Etapa 5: controle estratégico

Quadro 15: Metodologia para implementação do planejamento estratégico.

Fonte: elaborado pela acadêmica, 2015.

5.2.1.1 Análise do ambiente

78

Na análise do ambiente serão identificadas as forças, fraquezas, ameaças e

oportunidades da empresa Attento Corretora de Seguros por meio da análise SWOT.

A seguir, serão expostos os pontos que foram classificados como forças, fraquezas,

oportunidades e ameaças para a empresa.

AM

BIE

NT

E I

NT

ER

NO

FORÇAS FRAQUEZAS

* Funcionários motivados. * Quantidade de colaboradores menor

* Pró-atividade. que o necessário.

* Bom relacionamento com o cliente. * Falta de divulgação da marca.

* Sistema de trabalho eficiente. * Falta de análise da concorrência.

* Falta de planejamento estratégico.

* Falta de treinamento.

* Objetivos organizacionais mal definidos.

AM

BIE

NT

E

EX

TE

RN

O

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

* Mercado em crescimento. * Avanço tecnológico.

* Avanço tecnológico. * Estilo de vida dos clientes.

* Estilo de vida dos clientes. * Estratégia dos concorrentes.

Quadro 16: Análise SWOT Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2015.

Para melhor entendimento dos fatores estabelecidos na análise do ambiente,

a seguir será descrita a influência de cada um deles na organização.

5.2.1.1.1 Forças

Funcionários motivados: a empresa conta com uma equipe motivada,

interessada em aprender sempre mais e que conhece a rotina da empresa.

Pró-atividade: Funcionários estão sempre prontos para atender o cliente na

melhor forma possível e até antecipando as solicitações dos clientes com

respostas mais rápidas.

Bom relacionamento com o cliente: a organização está sempre em busca de

trazer confiança e segurança ao cliente, procurando atender de forma imediata

a solicitação dos clientes, suas necessidades. Quando isso não é possível, é

79

sempre feito o feedback imediato com os motivos de sua solicitação não ser

atendida.

Sistema de trabalho eficiente (sites das seguradoras): Sistema de trabalho

fácil de manusear e atende todas as nossas necessidades de forma rápida e

eficiente para a resposta de imediato ao cliente.

5.2.1.1.2 Fraquezas

Quantidade de colaborados menor que a necessária: conforme abordado na

entrevista com o proprietário, a quantidade de colaboradores na empresa não é

suficiente, pois é preciso de um colaborador na área comercial para que seja

possível expandir a carteira de clientes e consequentemente aumentar o lucro

da empresa. Também se faz necessário um colaborador para a área de

marketing, para a divulgação da marca através do site da organização e mídias

sociais.

Falta de divulgação da marca: como abordado anteriormente, o quadro de

funcionários da empresa é insuficiente, o que traz como consequência a falta

de divulgação da marca, o que traria novos clientes, por meio das mídias

sociais de divulgação, sendo a marca divulgada então apenas por meio de

indicação.

Falta de análise da concorrência: como abordado na entrevista, a empresa

atualmente está focada na reorganização dos processos internos, ou seja, a

forma como faz suas atividades deixando a análise das estratégias dos

concorrentes em segundo plano.

Falta de planejamento estratégico: a organização não tem metas por setor

com acompanhamento e análise de indicadores.

Falta de treinamento: a organização não fornece treinamento para o

colaborador, sazonalmente as seguradoras fazem treinamentos com os

corretores e os funcionários participam desses treinamentos.

Objetivos organizacionais mal definidos: Há uma definição dos objetivos na

organização, porém seus funcionários não sabem qual é ele e assim não

trabalham para alcançá-lo, pois o mesmo não se encontra claro para todos.

80

5.2.1.1.3 Oportunidades

Mercado em crescimento: O mercado de seguros está crescendo, porém

ainda tem muito a crescer. Atualmente esse mercado cresce cerca de 10% ao

ano, o que é bom ainda mais levando em consideração a crise em que os

demais setores se encontram. É importante então que o mesmo seja

explorado.

Avanço tecnológico: com o avanço da tecnologia, os clientes acabam

obtendo mais informações sobre os benefícios de ter segurado seus

patrimônios, o que facilita a abordagem para oferecer o produto ao cliente, pois

o mesmo já conhece a necessidade de tê-lo. Além disso, o avanço tecnológico

faz com que as seguradoras estejam sempre em busca de ferramentas (sites)

mais rápidos e fáceis de trabalhar, o que traz benefícios para a corretora.

Estilo de vida: pelo maior acesso a informação, as pessoas acabam se

tornando mais responsáveis e conscientes das responsabilidades envolvendo

terceiros. A preocupação não está somente ligada em proteger somente o que

é seu, mas também o de terceiros. Dessa forma, o cliente tendo esta

sensibilidade, é mais fácil para lhe oferecer o serviço.

5.2.1.1.4 Ameaças

Avanço tecnológico: o avanço tecnológico ao mesmo tempo em que é uma

oportunidade para a empresa alcançar mais clientes, também se torna uma

ameaça, pois através dele, os clientes acabam criando um contato direto com

as seguradoras, o que faz com que a serviço de uma corretora não seja mais

necessário, retirando assim clientes potenciais e afetando diretamente no

mercado.

Estilo de vida: Assim como o estilo de vida pode ser uma oportunidade com

aqueles que conhecem a necessidade de ter um seguro, pode tornar-se

também uma ameaça se o público for aquele que não se preocupa em ter um

seguro. Por exemplo, se olharmos para o mercado mais jovem, esse tipo de

cliente acaba optando em gastar seu dinheiro com outros produtos/serviços

81

que fazer seguros contra terceiros que possa honrar a perda financeira de

outro quando ele causa um acidente.

Estratégia dos concorrentes: Como a empresa não realiza o estudo da

estratégia dos concorrentes, ela não consegue se posicionar estrategicamente

para criar uma vantagem competitiva perante os mesmos, que

consequentemente irão invadir o mercado desejado.

5.2.1.2 Estabelecimento de diretrizes organizacionais

As diretrizes organizacionais, conforme Certo e Peter, são as intenções sobre

o que a organização quer ser, e onde quer chegar. A acadêmica avaliou as diretrizes

organizacionais que haviam sido estabelecidas na empresa Attento Corretora de

Seguros e verificou-se a necessidade de alteração de alguns pontos anteriores. A

seguir serão apresentadas as diretrizes organizacionais elaboradas pela acadêmica,

para a empresa Attento Corretora de Seguros.

Missão criada pela Attento Corretora de Seguros: Atender os clientes com

uma equipe motivada, constantemente treinada para ser eficiente e prestativa, em

todas as horas que precisar.

Proposta de Missão: Oferecer soluções no ramo de seguros com atendimento

eficiente, prestativo em todas as horas que precisar.

A missão foi alterada devida não apresentar em qual ramo a empresa atua.

Para Oliveira (2007, p. 107), “a missão além de ser a razão de ser da empresa é

também quando se determina o negócio da empresa, por que ela existe, ou, ainda,

em que tipos de atividades a empresa deverá concentrar-se no futuro”.

Visão criada pela Attento Corretora de Seguros: Ser eficiente e prestativa,

mais do que uma corretora, uma empresa amiga do cliente.

Proposta de visão: ser a corretora mais lembrada na questão qualidade e

eficiência da região sul.

A visão da empresa deve mostrar onde a empresa deve chegar qual seu

sonho, como estará no futuro, e a visão anterior não remete essa mensagem. Para

Oliveira (2007, p. 65), a visão é conceituada como os limites que os proprietários e

principais executivos da empresa conseguem enxergar dentro de um período de

tempo mais longo e uma abordagem mais ampla.

82

Valores criados pela Attento Corretora de Seguros: honestidade; trabalho em

equipe; sede de crescer; excelência; reconhecimento; respeito; e comprometimento.

Os valores criados pela Attento Corretora de Seguros devem permanecer os

mesmos na concepção da acadêmica, pois a política da empresa obedece e segue

esses valores dia-a-dia.

A empresa Attento Corretora de Seguros já havia estabelecido missão, visão

e valores conforme apresentado anteriormente, porém não havia definido seus

objetivos organizacionais. Por esse motivo, estabeleceu-se os objetivos

organizacionais descritos a seguir:

Objetivo 1: aumentar a lucratividade da empresa em 50% ao ano.

Objetivo 2: Expansão das vendas para os estados do RS e PR.

Objetivo 3: Reduzir os custos em 5% ao ano

Para alcance desses objetivos, é necessária a formulação de estratégias,

conforme será descrito no item 5.2.1.3 a seguir.

5.2.1.3 Formulação das estratégias

A formulação das estratégias consiste em projetar e selecionar estratégias a

fim de realizar os objetivos organizacionais.

Plano de Ação, objetivo 1: aumentar a lucratividade da empresa em 50% ao

ano. Para o aumento da lucratividade da empresa Attento Corretora de Seguros é

necessário formular as seguintes estratégias:

Estratégia 1 - aumentar o número de seguros por cliente: existem muitos

clientes da carteira da corretora que possuem apenas um seguro, o mais

comum deles é o seguro de automóvel. Para melhorar a lucratividade da

empresa, é necessário então que a carteira seja explorada, que haja uma

expansão, oferecendo ao cliente outros tipos de produtos. Ex: O segurado

possui o seguro auto, é possível então oferecer o seguro residencial, o seguro

de vida, etc. Se o cliente possui o seguro empresarial, é possível oferecer o

seguro de vida dos funcionários, seguro de equipamentos que ele utiliza na

empresa e assim por diante.

Meta: ter no mínimo duas modalidades de seguro por cliente.

Prazo: Até final de 2016.

83

Estratégia 2 - aumentar o número de clientes: outra estratégia para o

aumento da lucratividade é o aumento do número de clientes. Hoje a corretora

atende aproximadamente 640 clientes, e deve explorar clientes potenciais.

Para isso, é preciso trabalhar fortemente nas vendas, procurar parcerias com

as seguradoras em que a corretora trabalha, buscando maior visibilidade do

mercado expondo sua marca e seus serviços em eventos como feiras de

automóveis, feiras de imóveis, etc. Realizando ações nas cidades em que há

menor número de clientes, entregando material de divulgação. Fazendo

contato com empresas da região, o que consequentemente trará o seguro da

empresa, dos funcionários, dos bens dos funcionários, etc.

Meta: Aumentar o número de clientes em 50%.

Prazo: Até final de 2016.

Estratégia 3 - aumentar o valor do prêmio líquido em 10% ao ano: o aumento

do valor do prêmio líquido é essencial para o aumento da lucratividade da

empresa. Isso por que quanto maior o valor do prêmio, maior o lucro da

corretora. O prêmio líquido é o valor total do seguro sem a incidência do IOF,

imposto sobre operação financeira. O aumento do valor do prêmio líquido pode

ocorrer de duas formas: sendo à primeira aumentar o valor das coberturas e

comissão trabalhadas na renovação do seguro dos clientes já existentes. A

segunda forma de aumentar o prêmio líquido se dá através de promoções, que

por consequência trará seguros novos. Esses seguros novos serão então

direcionados às seguradoras que pagam à corretora comissionamento

adicional em função do volume de prêmio líquido. Por exemplo, se a corretora

atingiu à meta de R$10.000,00 de prêmio líquido para a seguradora X, a

seguradora pagará então 2% do valor do prêmio alcançado à seguradora.

Meta: Aumentar o número de total de clientes anuais para 705 clientes.

Prazo: Até final de 2016.

Plano de Ação, objetivo 2: expansão das vendas para os estados do RS e PR.

Para a expansão das vendas para os demais estados da região sul, é necessária a

formulação das seguintes estratégias:

Estratégia 1 - criar um canal de vendas on-line: o canal de vendas on-line é

uma forma de alcançar os clientes dos outros estados da região sul. É uma

forma rápida e prática de prospectar os clientes dos outros estados, além de

ser a forma menos arriscada se tratando de investimentos financeiros para a

84

empresa. Esse canal de vendas seria composto pelo site da empresa, nesse

site estaria disponível um link onde o cliente pudesse informar seus dados, e

também para qual bem gostaria que realizássemos a cotação do seguro. Outro

modo de prospectar os clientes seria por meio de anúncios nas redes sociais,

e-mails marketing, etc. de forma que fossem direcionados para o nosso

sistema de cotação.

Meta: Criar uma carteira de 100 clientes até o final de 2017.

Prazo: Até final de 2017.

Plano de Ação, objetivo 3: reduzir os custos em 5% ao ano. Para a redução

dos custos em 5% ao ano, é necessário formular as seguintes estratégias:

Estratégia 1 - encaminhar a documentação do seguro diretamente para o

cliente: atualmente, todas as apólices de seguro vêm endereçadas para a

corretora, o que faz com que à mesma tenha a responsabilidade de

encaminhar a documentação via correios para seus clientes, gerando assim um

custo desnecessário para a empresa, pois com esse serviço à mais a corretora

gasta com envelopes, etiquetas, impressão e também com a postagem dos

documentos via correios. A solução seria então enviar os documentos

diretamente para o endereço de correspondência dos clientes e também

encaminhar via e-mail, o que não geraria custos nem insatisfação ao cliente,

que receberia a apólice e os documentos de cobrança dentro do prazo.

Meta: Reduzir os custos de envios de apólices em 70%.

Prazo: Até final de 2016.

Estratégia 2 - contratação de uma estagiária no lugar de um funcionário

efetivo: para a corretora hoje, não é vantajoso ter dois funcionários da área

administrativa contratados, pois o custo é muito alto para empresa devido os

encargos trabalhistas. Por esse motivo, para continuar atendendo a demanda

dos seguros e minimizar os custos, a empresa deverá contratar um estagiário

que desempenhe as mesmas atividades.

Meta: Reduzir em 50% o valor do salário e impostos pagos a um funcionário.

Prazo: Até final de 2016.

5.2.1.4 Implementação das estratégias

85

Essa etapa coloca em prática as estratégias formuladas na etapa anterior

dentro da organização. Para implementar as estratégias pré-definidas na etapa

anterior, a acadêmica elaborou então três planos de ação a fim de implementar três

estratégias abordadas na etapa anterior, utilizando a metodologia do 5W2H. Cada

estratégia escolhida faz parte de um dos objetivos organizacionais definidos no item

5.2.1.2. Para melhor compreensão destes dados, segue os quadros dos planos de

ação.

86

Plano de Ação – Estratégia número 1, objetivo 1: Aumentar o número de seguros por cliente.

Indicador

Medidas ou Ações (o que)

Quando Onde Quem Razão, Porque, P/ quem Como (procedimento) Quanto

(R$) Posição

1

Oferecer seguros de outros ramos além dos que os clientes já compram.

Primeiro semestre de

2016.

Na região onde já temos clientes

(SC).

Vendedor externo e

proprietário.

Para deixar o mix da carteira de clientes equilibrada e consequentemente tornar a empresa mais lucrativa.

Contatando os clientes através de ligações e e-mails.

Sem custo, já que a

corretora já possui

estrutura.

2

Criar um produto combo auto + residência

Primeiro semestre de

2016 Na empresa

Proprietário e auxiliar

administrativo

Para sensibilizar o cliente de que ao comprar mais de um produto ele terá vantagens adicionais. Pois quanto maior a quantidade seguros, maior o desconto ou prazo para pagamento.

Através de parceria com as seguradoras para criação de um produto específico

A princípio sem custo, depende da negociação

com as seguradoras

3 Criar um produto combo empresa + vida

Primeiro semestre de

2016 Na empresa

Proprietário e auxiliar

administrativo

Obrigatoriedade do seguro de vida dos funcionários de acordo com a convenção coletiva.

Através de parceria com as seguradoras para criação de um produto específico

A princípio sem custo, depende da negociação

com as seguradoras

EM ANDAMENTO REALIZADO NÃO INICIADO EM ATRASO

Quadro 17: Plano de Ação, estratégia 1, objetivo 1

Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2015

87

Plano de Ação – Estratégia número 1, objetivo 2: canal de vendas on-line

Indicador

Medidas ou Ações (o que)

Quando Onde Quem Razão, Porque, P/ quem Como (procedimento) Quanto

(R$) Posição

1

Criando um site com um link que direcione o cliente para preencher os dados para posteriormente ser realizada a cotação.

Primeiro semestre

2017 Na empresa

Proprietário e empresa de criação

de site.

Para expandir a carteira de clientes dos demais estados da região sul.

Contratar uma empresa que desenvolva sites.

R$3.500,00

2 Cadastros em mídias sociais

Já iniciado Na empresa Proprietário da empresa

Para aumentar a visibilidade da empresa no mercado.

Criando contas nessas mídias sociais

Sem custo, já que as mídias

sociais são de livre acesso

EM ANDAMENTO REALIZADO NÃO INICIADO EM ATRASO

Quadro 18: Plano de Ação, estratégia 1, objetivo 2 Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2015.

88

Plano de Ação – Estratégia número 1, objetivo 3: encaminhar a documentação do seguro diretamente para o cliente

Indicador

Medidas ou Ações (o que)

Quando Onde Quem Razão, Porque, P/ quem Como (procedimento) Quanto

(R$) Posição

1

Alterar os contratos da corretora com às seguradoras

Primeiro semestre de

2016 Na empresa Proprietário

Para que sejam alterados os endereços de destino da apólice

Entrando em contato com às através de e-mail

Sem custo

2 Envio de apólices por e-mail

Já iniciado Na empresa Auxiliar

administrativo

Para que os clientes recebam a documentação de forma rápida, sem atrasos.

Cadastrando o e-mail do cliente no preenchimento da proposta de seguros no site da seguradora.

Sem custo

3

Informar às seguradoras o endereço correto para serem enviadas as apólices dos seguros

Já iniciado Na região onde

já temos clientes (SC)

Seguradora Para reduzir os custos de postagem nos correios e o tempo do colaborador.

No momento em que realizar as cotações nos sites das seguradoras.

Sem custo

EM ANDAMENTO REALIZADO NÃO INICIADO EM ATRASO

Quadro 19: Plano de Ação, do Estratégia 1, objetivo 3

Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2015

89

5.2.1.5 Controle estratégico

O controle estratégico serve para controlar e avaliar as etapas do

planejamento estratégico, para melhorá-lo e principalmente para assegurar que seu

funcionamento está ocorrendo de forma eficiente e eficaz. Como proposta de

controle estratégico para a empresa Attento Corretora de Seguros Ltda, a acadêmica

sugere que seja realizada primeiramente uma reunião dos colaboradores da

empresa com o proprietário para exposição do planejamento estratégico, bem como

os benefícios que ele trará para a empresa.

Após sua implantação, a acadêmica sugere que seja realizado um controle

mensal, feito por meio de relatórios, comparando como a empresa era no mês

anterior à implantação em comparação com o mês corrente em que foi implantado o

planejamento estratégico, e assim sucessivamente. Com a análise desse

acompanhamento mensal, ao fim do ano, deverá ser realizada uma avaliação geral

de todo o processo, considerando as dificuldades encontradas, se as estratégias dos

objetivos foram alcançadas, se houve crescimento, enfim, como foi a evolução. Se

todos os objetivos foram alcançados, deverá então ser feito um novo planejamento

afim de traçar novos objetivos organizacionais e estratégias a serem cumpridas para

o alcance do mesmo.

É importante que a empresa esteja sempre ciente de que o mercado muda,

as necessidades mudam, e consequentemente, os objetivos das empresas

acompanham as mudanças e não devem ser ignorados.

Conforme os planos de ação apresentados, a seguir estarão dispostas as

tabelas de indicadores para cada estratégia apresentada no plano de ação. Esses

indicadores servem como ferramenta de controle, para acompanhar se as

estratégias estão sendo cumpridas.

90

Objetivo organizacional: Aumentar a lucratividade da empresa em 50% ao ano.

Estratégia: Aumentar o número de seguros por cliente.

Meta: Ter no mínimo duas modalidades de seguro por cliente

Nome do indicador: Percentual de aumento do número de seguros por cliente

Objetivo: verificar se os segurados estão comprando mais um tipo de seguro.

Fórmula de cálculo: Lucro obtido atualmente + 50%.

Periodicidade: Mensalmente

Tendência: Quanto maior melhor

Responsável: Vendedor e proprietário

Tabela 1: indicador para estratégia de aumento do número de seguros por cliente. Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2015

Objetivo organizacional: Expansão das vendas para os estados do RS e PR

Estratégia: canal de vendas on-line

Meta: Criar uma carteira de 100 clientes até o final de 2017.

Nome do indicador: Percentual de expansão das vendas para RS e PR

Objetivo: Verificar se as vendas estão ocorrendo nos estados do Rio Grande do Sul

e Paraná.

Fórmula de cálculo: Total de vendas + as vendas dos 100 clientes da meta

Periodicidade: Mensalmente

Tendência: Quanto maior melhor

Responsável: Proprietário

Tabela 2: indicador para estratégia do canal de vendas on-line. Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2015

91

Objetivo organizacional: Reduzir os custos em 5% ao ano.

Estratégia: Encaminhar a documentação do seguro diretamente para o cliente

Meta: Reduzir os custos de envios de apólices em 70%

Nome do indicador: Percentual de encaminhamento dos documentos

Objetivo: Verificar se a documentação está sendo direcionada para o cliente.

Fórmula de cálculo: (total de documentos enviados diretamente aos clientes/total

de documentos emitidos) x 100%

Periodicidade: Mensalmente

Tendência: Quanto maior melhor

Responsável: Proprietário e auxiliar administrativo

Tabela 3: indicador para estratégia de encaminhar a documentação do seguro para o cliente.

Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2015

92

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente com a competitividade e mudança constante do mercado, as

empresas precisam modificar o modo errôneo em que administram seus negócios.

Para tanto, se faz necessário a importância de utilizar novas ferramentas,

métodos e estratégia para garantir que as empresas sobrevivam à essa onda de

mudanças que o mercado lhe traz. Uma destas ferramentas é o planejamento

estratégico.

A utilização do planejamento estratégico é o primeiro passo para que a

empresa consiga atingir um resultado positivo. Isso por que o planejamento

estratégico define objetivos, estratégias para o alcance destes objetivos, metas e

prazos para o cumprimento das estratégias. Após a definição dessas estratégias as

mesmas serão então implementadas e controladas para verificar se estão sendo

realizadas de acordo com o que a empresa considera adequado. Portanto, o

planejamento serve de guia para a empresa, auxiliando em seu desenvolvimento e

fortalecimento para enfrentar o mercado.

Diante disto, verificada a importância do planejamento estratégico dentro das

organizações, se fez necessário então propor um planejamento estratégico para a

empresa Attento Corretora de Seguros em São José – SC, que é o objetivo geral

desta pesquisa.

Para alcançar o objetivo geral da pesquisa, foi necessário então cumprir os

seguintes objetivos específicos: verificar os fatores internos e externos da empresa,

analisar as diretrizes organizacionais (missão, visão e valores), sugerir estratégias

para o aumento da competitividade da empresa e propor ações e indicadores para a

implementação e o controle destas estratégias.

Para cumprir o primeiro objetivo específico, foi utilizada a ferramenta de

análise SWOT que identifica forças e fraquezas no ambiente interno e oportunidades

e ameaças no ambiente externo da empresa.

Com a aplicação da ferramenta foi possível identificar as seguintes forças da

empresa em estudo: funcionários motivados, pró atividade, bom relacionamento com

o cliente, sistema de trabalho eficiente. Também foram identificadas as seguintes

fraquezas: quantidade de colaboradores menor que a necessária, falta de

divulgação da marca, falta de análise da concorrência, falta de planejamento

93

estratégico, falta de treinamento e objetivos organizacionais mal definidos. As

oportunidades identificadas foram: mercado em crescimento, avanço tecnológico e

estilo de vida. E finalmente, as ameaças identificadas foram: avanço tecnológico,

estilo de vida e estratégia dos concorrentes. É necessário que esses pontos sejam

trabalhados pela empresa de modo que ela se torne melhor, tanto para o proprietário

quanto e principalmente para os clientes.

Para o cumprimento do segundo objetivo específico, foram propostas novas

diretrizes organizacionais à empresa, com o objetivo de que ela seja melhor vista

pelos clientes, funcionários, pelo mercado. Concluiu-se que a missão, visão e

valores são muito importantes por que um é criado com base no outro, e que todos

ajudam no desenvolvimento da qualidade da empresa em si e do serviço oferecido

pela empresa aos clientes. As diretrizes organizacionais norteiam as ações da

empresa e sendo bem definidas, esclarecem a todos o objetivo da empresa.

Para cumprir o terceiro objetivo específico foram elaboradas as estratégias

para o alcance dos objetivos organizacionais. Os objetivos organizacionais definidos

foram: objetivo 1: aumentar a lucratividade da empresa em 50% ao ano, objetivo 2:

Expansão das vendas para os estados do RS e PR e objetivo 3: Reduzir os custos

em 5% ao ano.

Nesta etapa foi possível compreender a importância dos objetivos em uma

organização, pois é através deles que a empresa consegue definir que resultados

pretende alcançar, o que facilita na formulação das estratégias, que por sua vez,

estão ligadas diretamente com os objetivos propostos. Com as estratégias definidas,

foram desenvolvidos os planos de ação afim de facilitar a compreensão do que cada

estratégia trará de benéfico para a empresa. As estratégias são o modo de como

alcançar os objetivos. Compreende-se então que as estratégias determinam as

mudanças que irão ocorrer nos processos internos da empresa em estudo, espera-

se que elas sejam aplicadas visando o melhor desempenho desta organização.

Realizada as etapas anteriores, finalmente chegou-se ao cumprimento do

último objetivo específico, estabelecendo indicadores para o controle do

planejamento estratégico.

Conclui-se que o processo de controle serve para o acompanhamento de todo

o planejamento, possibilitando o monitoramento e correção das atividades

desempenhadas, se necessário, para a empresa obter o resultado planejado,

acompanhando o cumprimento das metas para as estratégias.

94

Por fim, conclui-se que as etapas para elaboração de proposta de

planejamento estratégico para empresa Attento Corretora de seguros foram

cumpridas no decorrer desta pesquisa e que é viável mesmo para uma micro e

pequena empresa, adotar esse tipo de ferramenta de gestão. Tornando assim, a

empresa preparada para as ameaças do mercado e tornando possível ainda, que a

mesma possa usufruir das oportunidades do ambiente em que atua.

95

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102

APÊNDICES

ROTEIRO DE ENTREVISTA

1- Análise do ambiente externo

A - Como a inflação, as taxas de juros e o desemprego afetam a empresa?

B - Como está a expansão do setor?

C – Quais são as tecnologias utilizadas pela organização e quanto o avança da

tecnologia influencia na empresa?

D - Como o estilo de vida da população afeta o negócio da empresa?

2 - Análise do ambiente interno

A - O quadro funcional da organização é suficiente para elaboração das atividades

ou há defasagem em algum setor?

B - O sistema de trabalho traz todo o suporte necessário para fácil resolução dos

problemas?

C - A divulgação dos serviços da organização é feito por meio de boca a boca, site e

mídias sociais, é o suficiente para organização alcançar um número bom de

clientes?

D - De que forma a organização avalia a forma de administração das concorrentes e

como trabalha para ter uma vantagem competitiva perante elas?

3 – Diretrizes organizacionais

A - Como é feito o treinamento e reciclagem dos funcionários para manter o bom

nível de atendimento e eficiência?

B - Na sua visão a organização trabalha de forma que os clientes tenham uma

relação mais próxima e considere ela como uma amiga, você acha que essa visão

está adequada?

C - Os valores estabelecidos na organização agregam com os objetivos

organizacionais? Como é feito a análise para saber se os valores estão sendo

seguidos pelos funcionários e pela alta administração?

D – A missão da empresa define o seu propósito atualmente?

4 – Objetivos organizacionais

103

A – Seus objetivos organizacionais estão de acordo com a missão, visão e valores?

B - Qual a importância da implementação do planejamento estratégico para

empresa?

C - A empresa possui alguma estratégia competitiva? Se sim, qual?

D - Quais os métodos de controle utilizados dentro da empresa? Como eles são

desenvolvidos?

E - Como você vê a empresa nos próximos anos? Quais os objetivos dela hoje para

alcance dessa visão?

F - A empresa tem estrutura para alcançar esses objetivos?

G - Como você avalia os resultados da empresa?

H – Os objetivos organizacionais estão bem definidos de modo que toda a

organização compreenda e trabalhe para seu alcance?

104

GLOSSÁRIO

Apólice: documento gerado após a efetivação da proposta de seguro, ou seja,

o contrato propriamente dito do seguro adquirido.

Cotação: processo de cálculo que irá determinar o valor do seguro. Inserção

dos dados do cliente no site da seguradora para gerar o cálculo.

Proposta: documento preliminar que dá garantia de cobertura do bem

segurado até o processo de emissão da apólice, como o próprio nome diz, propõe o

seguro ao cliente nas condições ali apresentadas.

Prêmio líquido: valor cobrado pelas coberturas que compõem o seguro de

forma geral, ou seja, é o valor das coberturas contratadas sem os impostos, nesse

caso o IOF, imposto sobre operações financeiras.

Ramo: o ramo é a atividade em que a empresa atua. No caso das

seguradoras, elas podem atuar em diversos ramos como: empresarial, residencial,

vida, etc.

Seguradora: a seguradora é a empresa que garante ao segurado que as

obrigações estabelecidas em contrato sejam cumpridas.

Segurados: são aqueles que estão cobertos, protegidos no contrato. É por

quem a seguradora assume a responsabilidade de determinado risco.

Corretora: empresa que comercializa os seguros oferecidos pela seguradora,

ou seja, é a ponte entre o cliente e as companhias de seguros.

SUSEP: é a sigla que significa superintendência de seguros privados. É o

órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro.