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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ USJ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO CLAODIR PRACIDINO DO AMARAL JUNIOR PLANO DE NEGÓCIOS: Análise da viabilidade de abertura da Clínica de Psicopedagogia Transformar São José 2015

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

CLAODIR PRACIDINO DO AMARAL JUNIOR

PLANO DE NEGÓCIOS: Análise da viabilidade de abertura da Clínica de

Psicopedagogia Transformar

São José

2015

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

CLAODIR PRACIDINO DO AMARAL JUNIOR

PLANO DE NEGÓCIOS: Análise da viabilidade de abertura da Clínica de

Psicopedagogia Transformar

Trabalho elaborado para a disciplina de Estágio II do Curso de Administração do Centro Universitário Municipal de São José – USJ. Orientador: Prof. Ms. Débora Raquel Neuenfeld

São José

2015

CLAODIR PRACIDINO DO AMARAL JUNIOR

PLANO DE NEGÓCIOS: Análise da viabilidade de abertura da Clínica de Psicopedagogia Transformar

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Administração do Centro Universitário Municipal de São José – USJ avaliado pela seguinte banca examinadora:

Orientador: Prof. Débora Raquel Neuenfeld, Mestre. Prof. Renata Silva, Mestre. Prof. Juarez Perfeito, Doutor.

São José, 08 de dezembro de 2015.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais que me apoiaram durante toda a

jornada acadêmica para que eu tivesse condições de adquirir conhecimento em

busca de um futuro profissional de sucesso. Meu irmão, cujas conversas durante a

elaboração deste trabalho foram de grande valia.

Agradeço à Ana, minha irmã e amida da vida inteira e para a vida inteira, que

apresentou sua ideia e me permitiu estruturá-la neste trabalho acadêmico por meio

do Plano de Negócios. Mesmo se eu utilizasse todas as linhas destes

agradecimentos eu não conseguiria expressar sua importância tanto para a

elaboração deste trabalho, quanto para todo o caminho percorrido para chegar

aonde cheguei.

Agradeço à Barbara, irmã que ganhei durante a vida, e uma das

empreendedoras que lançará a Clínica de Psicopedagogia Transformar que se fez

presente durante toda a minha caminhada acadêmica.

Agradeço à minha namorada, Samanta, cuja chegada em minha vida me

proporcionou uma paz sem igual que me permitiu concluir este trabalho de forma

tranquila. Obrigado pela paciência, carinho e palavras tranquilizadoras todos os dias.

Você é incrível.

Agradeço à Brenda, amiga para todos os momentos e que esteve presente

durante parte da faculdade. Sua importância sempre se estendeu além da vida

acadêmica, obrigado. Obrigado, Mathias, Amigo e companheiro de trabalhos em

dupla durante toda a faculdade. Nunca esquecerei as provas feitas enquanto ríamos

em uníssono. Agradeço à Andria, amiga e companheira durante a vida acadêmica, e

de fundamental importância no esclarecimento de dúvidas e na elaboração deste

trabalho. Agradeço ao meu amigo Wellington, que por muitas vezes fez meu

trabalho no estágio para que eu me dedicasse por mais tempo ao TCE. Agradeço

também à Amanda, cujas conversas sempre foram de grande importância.

E por fim, agradeço a todos os professores presentes durante os 4 anos de

curso, meus agradecimentos por contribuírem sempre de forma atenciosa para que

eu absorvesse a maior quantidade possível de conhecimento. Agradeço em especial

à minha orientadora Débora Raquel Neuenfeld, sempre disposta a demandar o

tempo que se fizesse necessário para auxiliar na elaboração deste trabalho.

RESUMO

Para conseguir entrar de forma competitiva no mercado existe a ferramenta de análise da viabilidade para abertura de empresas: Plano de Negócio. Ferramenta essa que possibilita ao empreendedor ter visão de todas as condições do mercado, o investimento necessário, e a previsão de em quanto tempo esse investimento terá retorno conforme os lucros da empresa. Assim, este trabalho teve como principal objetivo analisar a viabilidade da abertura da Clínica de Psicopedagogia Transformar em São José (SC), através da utilização da ferramenta plano de negócio. A pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa aplicada, exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa. Tem seu delineamento por meio de um estudo de caso, utilizando-se de pesquisa bibliográfica, entrevista semiestruturada e pesquisa documental. Com a análise do conteúdo das entrevistas foi realizada a análise dos dados. Essa pesquisa resultou no planejamento de todas as áreas da clínica e projeções de como essa se desenvolverá quando se estabelecer no mercado conforme as diversas condições definidas (cenários). Chegou-se a conclusão de que o plano de negócios é essencial para o planejamento das empresas antes de sua inserção no mercado. O plano de negócios permite projetar cenários e estabelecer previsões de como a empresa se desenvolveria na possibilidade de ocorrência de um deles. Dessa forma, a empresa tem a possibilidade de se planejar conforme as adversidades e minimizar as possibilidades de um possível insucesso em sua entrada no mercado. Palavras chave: Plano de Negócios; Projeções; Planejamento.

Lista de Figuras

Figura 1: O processo empreendedor (adaptado de Hisrich, 1998). ........................... 27 Figura 2: Composto de Marketing (4Ps) .................................................................... 51 Figura 3: As quatro zonas da matriz SWOT. ............................................................. 55

Figura 4: Fluxograma dos processos operacionais do serviço prestado a crianças com TDAH e outras dificuldades de aprendizagem. ................................................. 91 Figura 5: Fluxograma dos processos operacionais do serviço prestado a autistas. .. 95 Figura 6: Logomarca da Clínica de Psicopedagogia Transformar. ............................ 97 Figura 7: Layout. ..................................................................................................... 101

Figura 8: Organograma da organização. ................................................................. 110 Figura 9: Plano de pessoal para Sócias/Psicopedagogas Clínicas. ........................ 113

Figura 10: Progressão funcional para estagiário matutino e vespertino. ................. 114 Figura 11: Progressão funcional do Psicopedagogo Clínico. .................................. 115 Figura 12: Crescimento do setor de serviços .......................................................... 117

Lista de Tabelas

Tabela 1: Demonstração de oportunidades que favorecem empresas estabelecidas e novas empresas. ....................................................................................................... 29 Tabela 2: Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Receitas de Locação de Bens móveis e de Prestação de Serviços. ......................................................................... 76 Tabela 3: Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, para empresas constituídas em 2007, por regiões e setores. ............................................................ 77 Tabela 4: Grau dos fatores de sensibilidade do mercado X Ações de tratamento dos fatores de sensibilidade. ............................................................................................ 79

Tabela 5: Comparativo entre concorrentes. .............................................................. 82 Tabela 6: Capacidade de prestação de serviços ..................................................... 102

Tabela 7: Móveis e utensílios .................................................................................. 118 Tabela 8: Máquinas e equipamentos ...................................................................... 118 Tabela 9: Investimento fixo...................................................................................... 119

Tabela 10: Investimentos pré-operacionais. ............................................................ 119 Tabela 11: Investimento total. ................................................................................. 120

Tabela 12: Estimativa do faturamento mensal para o primeiro ano – Cenário realista ................................................................................................................................ 120 Tabela 13: Estimativa do faturamento mensal para o segundo ano – Cenário realista ................................................................................................................................ 121 Tabela 14: Estimativa do faturamento mensal para o terceiro ano – Cenário realista ................................................................................................................................ 121 Tabela 15: Estimativa do faturamento mensal para o primeiro ano – Cenário pessimista ............................................................................................................... 122 Tabela 16: Estimativa do faturamento mensal para o segundo ano – Cenário pessimista ............................................................................................................... 122 Tabela 17: Estimativa do faturamento mensal para o terceiro ano – Cenário pessimista ............................................................................................................... 123 Tabela 18: Estimativa do faturamento mensal para o primeiro ano – Cenário otimista. ................................................................................................................................ 123

Tabela 19: Estimativa do faturamento mensal para o segundo ano – Cenário otimista. ................................................................................................................... 124 Tabela 20: Estimativa do faturamento mensal para o terceiro ano – Cenário otimista. ................................................................................................................................ 124 Tabela 21: Estimativa dos custos com mão de obra. .............................................. 125 Tabela 22: Estimativa dos custos fixos operacionais mensais. ............................... 126

Tabela 23: DRE – 1º ano ......................................................................................... 126 Tabela 24: DRE – 2º ano. ........................................................................................ 127 Tabela 25: DRE – 3º ano. ........................................................................................ 127 Tabela 26: IMC e PE ............................................................................................... 128 Tabela 27: Lucratividade ......................................................................................... 129

Tabela 28: Rentabilidade ........................................................................................ 130 Tabela 29: Fluxo de caixa dos três anos para o período realista. ........................... 130

Tabela 30: Fluxo de caixa dos três anos para o cenário pessimista. ...................... 132 Tabela 31: Fluxo de caixa dos três anos para o cenário otimista. ........................... 133 Tabela 32: Balanço Patrimonial ............................................................................... 135

Lista de Gráficos

Gráfico 1: Taxa de mortalidade de empresas de 2 anos, evolução por setores de atividade .................................................................................................................... 77

Lista de Quadros

Quadro 1: Estudo dos clientes. ................................................................................. 48

Quadro 2: Modelos de DRE ...................................................................................... 64 Quadro 3: Balanço Patrimonial. ................................................................................. 68 Quadro 4: Análise F.O.F.A. ..................................................................................... 103

Quadro 5: Necessidade de pessoal. ....................................................................... 107 Quadro 6: Psicopedagoga clínica. ........................................................................... 108

Quadro 7: Estagiários. ............................................................................................. 109 Quadro 8: Consultor/assessor administrativo. ......................................................... 110

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 9 1.1 TEMA .............................................................................................................. 10 1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ......................................................................... 11

1.3 OBJETIVOS .................................................................................................... 13 1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 13 1.3.2 Objetivos Específicos................................................................................... 13 1.4 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 15

2.1 ADMINISTRAÇÃO .......................................................................................... 15 2.1.1 Teorias Administrativas ............................................................................... 18

2.2 EMPREENDEDORISMO ................................................................................ 23 2.3 PLANO DE NEGÓCIOS ................................................................................. 31 2.3.1 Sumário Executivo........................................................................................ 39 2.3.1.1 Resumo dos principais pontos do Plano de Negócio .................................... 40

2.3.2 Análise de Mercado ...................................................................................... 42 2.3.3 Plano de Marketing ....................................................................................... 50

2.3.4 Plano Operacional ........................................................................................ 53 2.3.5 Estratégia do Negócio .................................................................................. 55 2.3.6 Organização e Gerência do Negócio ........................................................... 56

2.3.7 Plano Financeiro ........................................................................................... 60 2.3.7.1 Investimento total .......................................................................................... 62

2.3.7.2 Demonstrativo de resultados ......................................................................... 63 2.3.7.3 Ponto de equilíbrio ........................................................................................ 64 2.3.7.4 Fluxo de Caixa .............................................................................................. 66 2.3.7.5 Balanço Patrimonial....................................................................................... 67

3 METODOLOGIA ............................................................................................. 69

3.1 NÍVEIS DA PESQUISA ................................................................................... 69 3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA .................................................................. 72

3.3 COLETA DE DADOS ...................................................................................... 73 3.4 FORMAS E ANÁLISES DOS DADOS ............................................................ 73

4 ELABORAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS ................................................ 74

4.1 SUMÁRIO EXECUTIVO ................................................................................. 74

4.2 ANÁLISE DE MERCADO ............................................................................... 76 4.2.1 Projeções do mercado ................................................................................. 76 4.2.2 Critérios de Segmentação ............................................................................ 78

4.2.3 Forma de venda ............................................................................................ 79 4.2.4 Sensibilidade de mercado ............................................................................ 79 4.2.5 Análise da concorrência .............................................................................. 81 4.2.6 Comportamento dos clientes ...................................................................... 83 4.2.7 Pesquisa de mercado ................................................................................... 84

4.3 PLANO DE MARKETING ............................................................................... 90 4.3.1 Descrição dos principais produtos e serviços .......................................... 90

4.3.2 Preço .............................................................................................................. 96

4.3.3 Estratégias promocionais ............................................................................ 97

4.3.4 Estrutura de comercialização ...................................................................... 99 4.3.5 Localização do negócio ............................................................................. 100 4.4 PLANO OPERACIONAL ............................................................................... 100 4.4.1 Layout .......................................................................................................... 100 4.4.2 Capacidade produtiva/comercial/serviços ............................................... 101

4.5 ESTRATÉGIA DO NEGÓCIO ....................................................................... 103 4.6 ORGANIZAÇÃO E GERÊNCIA DO NEGÓCIO ............................................ 106 4.6.1 Necessidade de pessoal ............................................................................ 106 4.6.2 Composição equipe de gerência e quadro de pessoal ........................... 107 4.6.3 Estrutura da organização ........................................................................... 110

4.6.4 Plano de pessoal ........................................................................................ 111 4.7 PLANO FINANCEIRO................................................................................... 116

4.7.1 Investimento total ....................................................................................... 118 4.7.2 Estimativa do faturamento mensal da empresa ....................................... 120 4.7.3 Estimativa com custo de mão de obra ...................................................... 125 4.7.4 Estimativa dos custos fixos operacionais ................................................ 125

4.7.5 Demonstrativo de resultados .................................................................... 126 4.7.6 Ponto de Equilíbrio ..................................................................................... 128

4.7.7 Lucratividade .............................................................................................. 129 4.7.8 Rentabilidade .............................................................................................. 129 4.7.9 Fluxo de Caixa ............................................................................................ 130

4.7.10 Balanço Patrimonial ................................................................................... 135

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 137

6 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ................................................................. 143

APÊNDICE A .......................................................................................................... 148

APÊNDICE B .......................................................................................................... 150

9

1 INTRODUÇÃO

Constantemente novas empresas emergem no cenário de negócios. Muitas

destas empresas são criadas por pessoas que não possuem capacitação na área

administrativa, mas que geralmente já possuem uma determinada relação na área

de negócios, e vêem neste ramo (criação de uma empresa) a oportunidade de

ampliar a renda e estabelecer novas oportunidades. Diante deste fato, e pela maioria

dos empreendimentos não contarem com o auxílio administrativo de um profissional

da área, “segundo pesquisa realizada pelo SEBRAE, em 2004, 49,4% das empresas

encerram as atividades com até 2 (dois) anos de existência, 56,4% com até 3 (três)

anos e 59,9% não sobrevivem além dos 4 (quatro) anos.” (ROSA, 2007, p. 7)

A globalização e a agilidade nas informações e nas respostas a todo tipo de

ação exigem que as empresas tenham uma quantidade reduzida de erros. E isso só

acontece quando o empreendimento tem um apoio administrativo eficiente e um

planejamento organizacional bem definido. A administração se tornou essencial, e

sua ausência ou ineficiência pode ser prejudicial para todo tipo de empresa,

principalmente as que estão em pleno início de estabelecimento do negócio no

mercado competitivo. Esta alta competitividade (que se deve ao fato de que há

muitas empresas no mercado) estabelece uma divisão do Market Share entre as

empresas estabelecidas em determinada área. Nesse contexto, uma falha da

empresa iniciante pode ocasionar na perda dessa fatia de mercado, tendo por

consequência o declínio do crescimento e uma possível estagnação nas vendas.

O plano de negócios é uma ferramenta utilizada antes da criação de uma

empresa, para que essa inicie sua trajetória com seus processos plenamente

definidos, estrutura administrativa e um planejamento e posicionamento estratégico

adequados aos objetivos do empreendedor quanto à execução de seu

empreendimento. Além da utilização dessa ferramenta para a abertura de empresas,

também pode ser aplicado para planejar a expansão de uma empresa ou a própria

reestruturação dessa. Assim, com a análise do ambiente externo ao qual a empresa

estará inserida e o planejamento de todos os custos aos quais a empresa estará

vinculada, as chances de o empreendimento prosperar se multiplicam. O Plano de

Negócios define o negócio da empresa, o posicionamento, o perfil do cliente, as

10

características do mercado, o plano jurídico, plano de marketing, plano operacional e

de pessoal, plano financeiro e análise de viabilidade. A empresa é fundada com um

planejamento totalmente definido.

Pretende-se nesta pesquisa, com a utilização da ferramenta “Plano de

Negócios”, analisar a viabilidade da abertura de uma Clínica de Psicopedagogia em

São José, identificar as principais necessidades do cliente em potencial e adequar o

Plano de Negócios para que a Clínica se estabeleça no mercado de forma

diferenciada dos concorrentes.

1.1 TEMA

“O plano de negócios é uma linguagem para descrever de forma completa o

que é ou o que pretende ser uma empresa.” (DOLABELA, 2008, p. 75). O plano de

negócios é uma ferramenta que ajuda o empreendedor a ter conhecimento das

oportunidades e potencialidades do empreendimento que se pretende abrir.

Conforme Dornelas (2001, p. 95), “O plano de negócios é uma ferramenta que se

aplica tanto no lançamento de novos empreendimentos quanto no planejamento de

empresas maduras.”

Conforme Rosa (2007, p. 9):

O plano irá orientá-lo na busca de informações detalhadas sobre o seu ramo, os produtos e serviços que irá oferecer, seus clientes, concorrentes, fornecedores e, principalmente, sobre os pontos fortes e fracos do seu negócio, contribuindo para a identificação da viabilidade de sua ideia e na gestão da empresa.

Dessa forma, o Plano de Negócios engloba uma série de técnicas

administrativas que buscam trazer conhecimento ao administrador e/ou

empreendedor sobre o mercado o qual está sendo inserido o novo negócio,

execução de planejamentos operacionais, projeções de venda, de faturamento e

vários outros conceitos que são de fundamental importância no conhecimento do

negócio e para ser efetuada a análise da viabilidade da abertura de determinada

empresa.

Para Dolabela (2008, p. 75), o plano de negócios traz todas as respostas para

as indagações dos stakeholders da empresa:

11

O distribuidor quer saber sobre a qualidade do produto e a capacidade de produção da empresa; o fornecedor, sobre sua tradição e capacidade de honrar dívidas; o sócio potencial quer saber sobre o futuro do negócio; já o investidor, seja banco, seja capitalista de risco, quer saber sobre a empresa em seu conjunto: passado, presente, futuro, a competência de quem a dirige, o potencial de mercado, a lucratividade etc.

O Plano de negócios permite ao administrador e/ou empreendedor ter uma

visão geral de todos os processos e etapas na organização proposta e com isso a

prevenção a futuros possíveis problemas, além de o planejamento efetuado no

Plano de Negócios garantir à nova empresa a segurança de chances

potencializadas de sucesso. A maioria desses novos negócios não é planejada, não

tem um prévio Plano de Negócios que oriente a nova organização conforme seu

desenvolvimento, e é por isso que o Plano de Negócios tem relevância e importância

indiscutível para o sucesso de novas empresas.“Um plano de negócio permite

identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado.”

(ROSA,2007, p. 9).

Nesta pesquisa, será focado no Plano de Negócios para Startups (novas

empresas). Pretende-se analisar a viabilidade da abertura de uma clinica de

psicopedagogia, e levar conhecimento e segurança para futuros clientes e

funcionários sobre a estrutura da empresa, suas motivações, inclinações e seu

planejamento referente a todas as áreas da empresa, inclusive as que esses clientes

e funcionários em potencial irão ingressar.

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

A elaboração do Plano de Negócios é a forma de planejar uma empresa antes

de sua criação para que se possa analisar a viabilidade econômica e financeira da

empresa perante seus fundadores e a necessidade (ou não) de buscar investidores

externos, como os “investidores anjo”, para custear a empresa em sua inserção no

mercado.

Com a elaboração deste Plano de negócios para a análise da viabilidade da

abertura de uma clínica de psicopedagogia em São José, pretende-se planejar todas

as áreas da clínica, no cenário econômico atual, conforme as condições externas

existentes e as internas que se pretende criar. É necessário não somente para

definir os passos que a empresa deverá tomar conforme as diversas análises feitas

12

e dados recolhidos, mas também para explicitar como a clínica irá passar ao cliente

o funcionamento e a importância do serviço que se pretende prestar.

Vislumbra-se a necessidade de uma Clínica de Psicopedagogia em São José

devido a escassez de tal serviço oferecido na região. Pode-se elencar à essa

escassez a falta de conhecimento da sociedade sobre a área da psicopedagogia,

suas contribuições e sua importância para o desenvolvimento da aprendizagem de

crianças que apresentam barreiras na questão. Dessa forma, a clínica agirá não só

na disponibilização de um serviço diferenciado e de qualidade como também um

agente de conscientização para a sociedade através dos eventos que realizará junto

à comunidade.

A disponibilização de informações que esclareçam a essência do negócio

proposto e conscientizam sobre a importância desse para as diversas situações de

necessidades de uma aprendizagem diferenciada é fator fundamental em um

mercado globalizado onde as informações tem um fluxo de movimento intenso.

Com esse alto fluxo de informações, a população está importando-se mais

com o caráter educacional, desta forma, quando o sujeito apresenta alguma

dificuldade, geralmente os responsáveis pelo mesmo, ou o próprio sujeito, procuram

outras maneiras de intervenção que auxiliem na dificuldade encontrada. Assim, a

Psicopedagogia vem para contribuir com esta questão de aprendizagem, e auxiliar

no desenvolvimento da aprendizagem humana.

Para que se possa compreender um pouco sobre a Psicopedagogia e sua

contribuição, explanar-se-á um breve parágrafo para situar o leitor nessa questão.

A psicopedagogia tem como definição: área que estuda e lida com o processo

de aprendizagem humana e suas dificuldades, compreendida na especificidade do

sujeito que aprende. A intervenção de um profissional da Psicopedagogia pode

contribuir em diversos ambientes, devidamente divididos e caracterizados pelas

atuações Clínica e Institucional. Ambas têm como objeto de trabalho os processos

de ensino e de aprendizagens e a construção de conhecimento, além disso, a

Psicopedagogia em geral, seja ela Clínica ou Institucional, trabalha coletivamente

com outros profissionais, e intervém de forma preventiva, ou ainda, terapêutica.

A área da psicopedagogia se mostra promissora no desenvolvimento de

métodos de aprendizagens específicos para as singularidades que surgem no

decorrer da vida, da aprendizagem e do desenvolvimento humano.

13

Diante da explanação acima, a pergunta a ser feita é a seguinte: como pode

ser elaborado um plano de negócios para a criação de uma clínica de

psicopedagogia em São José?

1.3 OBJETIVOS

Neste tópico são apresentados os objetivos gerais e específicos que norteiam

esta pesquisa.

1.3.1 Objetivo Geral

Elaborar um Plano de Negócios de uma Clinica de Psicopedagogia com base

nos dados coletados nesta pesquisa e nas técnicas administrativas que se adequam

às etapas do Plano de Negócios.

1.3.2 Objetivos Específicos

Analisar o segmento de mercado para o empreendimento que se pretende

lançar;

Elaborar Plano de Marketing, Plano Operacional, Estratégia do Negócio,

Composição da Organização e Gerência do Negócio e Plano Financeiro;

Verificar a viabilidade para abertura do negócio.

1.4 JUSTIFICATIVA

No mundo globalizado, para empreendedores abrirem seus negócios é

necessário um prévio planejamento estratégico conforme seus objetivos. Caso isso

não aconteça, há uma grande chance da empresa não conseguir se estabelecer

plenamente no mercado. O Plano de Negócios é uma técnica utilizada para dar

suporte aos empreendedores que estão planejando inserir uma nova empresa no

mercado competitivo. Devido a ser uma técnica que quando aplicada envolve o

planejamento completo da empresa, acaba por integrar todas as áreas da

administração, e isso é fundamental para o acadêmico em sua absorção de

14

conhecimento e na sua visão de como empresas são planejadas, estruturadas e

como são aplicadas boa parte das técnicas administrativas que ele aprendeu

durante o andamento de sua graduação.

Este é um trabalho de conclusão de curso que devido a sua complexidade e

extensão, agrega conhecimento para trabalhos futuros de acadêmicos do Centro

Universitário Municipal de São José que venham a utilizar desse em suas pesquisas.

E como já explanado anteriormente referente aos benefícios da criação de um Plano

de Negócios, para o gestor/empreendedor que estiver interessado na inserção de

uma nova empresa no mercado competitivo, a execução de um Plano de Negócios é

fator fundamental no início das empresas ou no lançamento de uma empresa já

existente em uma nova área do mercado para que obtenha sucesso em seus

objetivos.

15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica é uma ferramenta que busca dar embasamento ao

leitor para que haja discernimento sobre os temas abordados na pesquisa.

2.1 ADMINISTRAÇÃO

Administrar é um ato inerente do ser humano e do dia a dia. Para toda tarefa

executada e todo objetivo traçado, para que se realize isso, administrar é o processo

meio que irá conduzir até o alcance do que foi quisto. A administração passou por

mudanças ao longo do tempo. Em uma destas mudanças ela, além de ser uma

ferramenta para a organização, passou a ser um campo de estudos, e daí em diante

evoluiu com cada vez mais teorias de como aplicar a administração nas

organizações.

Segundo Maximiano (2007, p.34), “Administração é um processo dinâmico de

tomar decisões e realizar ações que compreende cinco processos principais

interligados: planejamento, organização, liderança (e outros processos da gestão de

pessoas), execução e controle.” “Administração é o processo de planejar, organizar,

dirigir e controlar para alcançar os objetivos organizacionais pelo uso de pessoas e

recursos”. (SILVA, 2005). Faria (2002, p. 1) também explana que “A administração é

a condução racional das atividades de uma organização, cuidando do planejamento,

da organização, da direção e do controle dessas atividades, com vista a alcançar os

objetivos estabelecidos.” Essa definição é resumida por alguns autores com a sigla

POC³, que significa: Planejamento, organização, controle, comando e coordenação.

Para Kwasnicka (2005, p.20), administração é “um processo integrativo

fundamental, buscando a obtenção de resultados específicos”. Já para Andrade e

Amboni (2011, p.8), administração é “a arte de liderar pessoas e de gerir recursos

escassos e valiosos dentro e fora das organizações.”

“A tarefa da Administração é interpretar os objetivos propostos pela

organização e transformá-los em ação organizacional por meio do planejamento,

organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e

em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos de maneira mais

16

eficiente e eficaz” (CHIAVENATO, 2004). Maximiano (2007, p.37) discorre sobre a

importância das competências gerenciais além dos gestores:

As competências administrativas (ou competências gerenciais) são importantes para qualquer pessoa que tome decisões sobre a utilização de recursos para realizar objetivos, ou que esteja em ambientes onde essas decisões são tomadas.

Chiavenato em seu livro “Introdução à Administração” (2004) explana

inicialmente sobre as habilidades e competências do administrador conforme sua

posição hierárquica na organização. Ele divide em 3 Habilidades principais:

Habilidades técnicas; Habilidades Humanas e Habilidades conceituais. Segundo ele,

as Habilidades técnicas eram aquelas imutáveis, fáceis de fazer, ligadas diretamente

ao nível operacional, onde o administrador ocupa cargos hierárquicos de supervisão.

Habilidade Humana é referente ao bom relacionamento interpessoal. Essa

habilidade seria mais necessária para cargos de gerência, nível tático. E as

Habilidades conceituais seriam as ligadas diretamente com o nível estratégico da

organização, os cargos de diretoria. Conforme Chiavenato e Sapiro (2003, p. 4):

Na medida em que se sobre para os níveis mais elevados da organização, diminui a necessidade de habilidades técnicas, enquanto aumenta a necessidade de habilidades conceituais. Os níveis inferiores requerem considerável habilidade técnica dos supervisores para lidar com os problemas operacionais concretos e cotidianos da organização.

Seguindo seu pensamento, para que essas habilidades sejam

aproveitadas pelo administrador, é necessário que ele apresente

algumascompetências também, que seriam três. Conhecimento: “significa todo o

acervo de informações, conceitos, idéias, experiências, aprendizagens que o

administrador possui a respeito de sua especialidade.” (CHIAVENATO; SAPIRO,

2003, p. 4). Perspectiva: “significa a capacidade de colocar o conhecimento em

ação. Em saber transformar a teoria em prática. Em aplicar o conhecimento na

análise das situações e na solução dos problemas e na condução do negócio.”

(CHIAVENATO; SAPIRO, 2003, p. 5). E a Atitude, que conforme Chiavenato e

Sapiro (2003, p. 5):

A atitude representa o estilo pessoal de fazer as coisas acontecerem, a maneira de liderar, de motivas, de comunicar e de levar as coisas para a frente. Envolve o impulso e a determinação de inovar e a convicção de

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melhorar continuamente, o espírito empreendedor, o inconformismo com os problemas atuais e, sobretudo, a facilidade de trabalhar com outras pessoas e fazer as suas cabeças.

Essas três competências são chamadas pelo autor de competências duráveis.

Competências que o administrador desenvolve e não deve mudar mesmo diante dos

problemas mais difíceis e das mudanças mais drásticas sejam essas em quais

âmbitos aconteçam.

Dornelas (2001, p. 31)ainda cita uma afirmação de Hamptom (1991) que diz:

O trabalho administrativo pode ser identificado como: de supervisão, médio e alto. Os supervisores tratam comumente de operações de uma unidade específica, como uma seção ou departamento. Os administradores médios ficam entre os mais baixos e os mais altos níveis na hierarquia em uma organização. E os administradores de alto nível são aqueles que têm a mais alta responsabilidade e a mais abrangente rede de interações.

Se observado essa correlação entra a “divisão” estabelecida inicialmente por

Chiavenato e a citada por Dornelas através de Hamptom, há uma notável distinção

entre as competências e necessidades dos administradores conforme sua posição

hierárquica. O que se deve atentar é que independente da posição hierárquica, o

administrador deve sempre buscar sua evolução profissional. A busca por

crescimento deve ser constante: um administrador que não e atualiza, é um

administrador acomodado e pode se tornar descartável para a organização.

Dornelas (2001, p. 31) explana sobre estudos e definições de autores sobre

as diferenças e semelhanças entre o administrador e o empreendedor:

Outra abordagem sobre o trabalho do administrador foi feita por Rosemary Stewart (1982), do Oxford Center Management Studies, que acreditava que o trabalho dos administradores é semelhante ao dos empreendedores, já que compartilham de três características principais: demandas, restrições e alternativas.

Basicamente, as demandas, eram o que deveria ser feito, as restrições eram

as limitações internas e externas que a organização tinha, e as alternativas são os

caminhos disponíveis que definem o que e como exatamente o administrador irá

fazer.

Conforme Filion(1997)(apud DORNELAS, 2001, p. 35), “o gerente é voltado

para a organização de recursos, enquanto o empreendedor é voltado para a

definição de contextos.” O gerente seria o típico administrador de “corte de custos”,

18

economia de recursos, e o empreendedor seria o criador de novas perspectivas, um

administrador com uma visão diferenciada das possibilidades do novo, do ousar em

criar. Não significa que o empreendedor não é um administrador, mas sim que um

não condiciona o outro. Pode haver um empreendedor que não tem características

de administrador, como também pode haver o contrário. E é claro, há o

empreendedor que tem as habilidades e conhecimentos de um administrador, e

esse empreendedor abrirá seu negócio e terá uma possibilidade muito maior de

sucesso, pois além de criar ele também terá capacidade para manter sua criação.

2.1.1 Teorias Administrativas

Conforme os conceitos de administração foram evoluindo e a consciência da

importância dessa para o sucesso da empresa, começaram a surgir Teorias

Administrativas que estudavam formas de aplicar melhoramentos em determinadas

áreas que se dava enfoque. Esse tópico traz de forma sucinta os conceitos dessas

teorias e sua evolução.

A primeira Teoria Administrativa estudada é a de Taylor que ficou conhecida

como “Teoria da Administração científica” e/ou “Teoria Científica da Administração”.

A administração científica tinha como base quatro princípios:

a) desenvolver a ciência da administração para o alcance do método mais apropriado de realizar uma tarefa; b) selecionar os trabalhadores cientificamente para que eles ficassem responsáveis pela tarefa mais adequada para o biótipo deles; c) desenvolvimento científico e educação do trabalhador; d) ter entre a administração e trabalhadores cooperação. (STONER; FREEMAN, 1999, p. 24).

Com Taylor foi aberto uma gama de opções para melhorias na eficiência das

formas de produção. Conforme Correa (2003, p. 39), “quebrar as tarefas em

subtarefas elementares e trabalhar extensivamente para tornar cada uma dessas

tarefas mais eficiente.” Sua visão era bastante mecanicista, mas já havia traços de

“gestão por competências” se for observado que um dos seus princípios cita a

questão de as tarefas serem compatíveis às habilidades dos trabalhadores, e que a

empresa deveria saber contratar para que necessitasse menos esforço de

treinamento e, caso houvesse necessidade, deveria capacitar o trabalhador para

que esse desenvolvesse sua tarefa corretamente. Obviamente é uma característica

19

ainda muito distante do real conceito administrativo de gestão por competências,

mas a visão de um engenheiro de produção para detalhes como os explanados em

seus princípios é o que fez Taylor ter seus estudos e teorias amplamente estudados

e aplicados até mesmo no mundo globalizado.

Contemporâneo a Taylor, Ford surgiu como outro grande estudioso que

trouxe ferramentas importantes para a administração. Maximiano (2007, p.56) afirma

que Henry Ford “elevou ao mais alto grau os dois princípios da produção em massa,

que é a produção de produtos não diferenciados em grande quantidade: peças

padronizadas e trabalhador especializado.” Segundo Chiavenato e Sapiro (2003, p.

65),“Embora não tenha inventado o automóvel nem mesmo a linha de montagem,

Ford inovou na organização do trabalho: a produção de maior número de produtos

acabados com a maior garantia de qualidade e pelo menor custo possível.”.

Enquanto Taylor e Ford estavam trabalhando fortemente nas linhas de

produção surgiu Fayol, que se preocupou em estudar a Administração na forma

gerencial. Conforme Motta e Vasconcelos (2006, p.23):

O foco da Escola de Administração Clássica é interno e estrutural, ou seja, os principais teóricos dessa escola focam a sua análise no aperfeiçoamento das regras e estruturas internas da organização. Para eles, a partir do momento em que a organização tem estruturas adequadas que funcionam bem e otimizam a produção, todos os outros problemas se resolvem.

“De acordo com Fayol, a administração é uma atividade comum a todos os

empreendimentos humanos (família, negócios, governo), que sempre exigem algum

grau de planejamento, organização, comando, coordenação e controle.”

(MAXIMIANO, 2007, p.57).Montana e Charnov(2006, p. 18) conceituam com maiores

detalhes sobre a definição de Fayol:

[...] Planejamento: função que consiste em prever os eventos futuros da organização e determinar as atividades futuras mais eficazes para a empresa. Organização: função que consiste em como a estrutura organizacional está estabelecida e em como a autoridade e responsabilidade são passadas para os gerentes (delegação). Comando: função relacionada à maneira como os gerentes administram os funcionários, Fayol abordou as atividades tais como: comunicação eficaz, comportamentos gerenciais e uso de recompensas e de punições na discussão sobre como um gerente deveria comandar os funcionários. Coordenação: função referente às atividades destinadas a criar uma relação entre todos os esforços da organização (tarefas individuais) para realizar um objetivo comum e Controle: função relacionadas ao modo como

20

os gerentes avaliam o desempenho dentro da organização com relação aos planos e às metas dessa organização.

Para Fayol, os gerentes devem ter um trabalho distinto das operações. Se o

gerente se atém as operações, consequentemente pode deixar de lado suas

funções administrativas que são suas principais atividades. Para Maximiano (2007,

p. 58),

o trabalho do gerente consiste em tomar decisões, estabelecer metas, definir diretrizes e atribuir responsabilidades aos integrantes da organização, de modo que as atividades de planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar estejam numa sequência lógica.

Notam-se claramente as diferenças entre os estudos de Taylor e de Fayol:

enquanto Taylor estudou a administração do trabalho, Fayol focou no trabalho da

administração.

Em seguida se levantou a questão da preocupação com o fator humano. O

lado humanístico na Administração passou a ficar em evidência. Isso decorreu de

fatos como o desenvolvimento das ciências humanas (psicologia), a visualização da

necessidade de humanizar as organizações. Até então os conceitos utilizados eram

de empresas mecanicistas, onde as pessoas eram apenas peças de engrenagens

que faziam funcionar as grandes maquinas que eram as empresas.

Da teoria das relações humanas, a consequência foia consideração direta do

fator humano na produção, conceitos hoje comuns nas empresas como o fator

motivacional, o clima organizacional, liderança entre outras. Conforme Chiavenato e

Sapiro (2003, p. 116), “O engenheiro e o técnico cedem lugar ao psicólogo e ao

sociólogo. O método e a máquina perdem a primazia em favor da dinâmica de

grupo. A felicidade humana passa a ser vista sob um ângulo diferente, pois o homo

economicus cede o lugar para o homem social.” Pode-se afirmar que em todas as

teorias que se seguiram o fator humano sempre foi levado em consideração, e a

experiência de Halthorne concomitantemente à teoria das relações humanas são de

enorme relevância nos estudos administrativos e seus consequentes resultados.

Após a Segunda Guerra Mundial o mundo passou a se modernizar

fortemente. Surgiu então o que foi chamado de teoria neoclássica. Trata-se de uma

modernização/adequação da teoria clássica da administração ao mundo atual e as

empresas de novo porte que estavam se estabelecendo. Para Chiavenato e Sapiro

21

(2003, p. 148), “a Teoria Neoclássica representa a Teoria Clássica colocada em um

novo figurino e dentro de um ecletismo que aproveita a contribuição de todas as

demais teorias administrativas.” Segundo Chiavenato, a Teoria Neoclássica

apresentava 5 características principais: 1. Ênfase na prática da administração

(criação de conceitos utilizados de forma prática na ação administrativa); 2.

Reafirmação dos postulados clássicos (adequação dos conceitos clássicos a época

atual); 3. Ênfase nos princípios gerais de administração; 4. Ênfase nos objetivos e

resultados (surgimento da APO – Administração por objetivos); 5. Ecletismo nos

conceitos.

Na história das teorias administrativa, o que se seguiu foi o surgimento da

Teoria Burocrática e Teoria Estruturalista da administração. É tratado das duas de

forma integrada devido à ligação que as duas Teorias apresentam. A Teoria

Burocrática surgiu primeiro, com Max Weber como principal fundador. Ele afirmava

que todas as organizações eram burocráticas, pois isso consistia em seguir a razão,

um modelo racional. Uma forma humana de organização, sem crueldades, mas

ainda assim rígida de forma que seus processos fossem eficientes. Segundo essa

teoria, a hierarquização seria bem definida nas organizações e seus dirigentes

formariam uma nova classe social dominadora.

A partir desse momento do pensamento administrativo, nasceu uma nova

teoria: A Teoria Estruturalista. O que a diferencia da Teoria Burocrática é o fato de

sua visão romper as barreiras internas. Conforme Chiavenato (2003, p. 254-255):

Com o aparecimento, crescimento e proliferação das burocracias, a teoria administrativas – até então introspectiva e voltada apenas para os fenômenos internos da organização – ganhou uma nova dimensão por meio da abordagem estruturalista: além do enfoque intra-organizacional, surgiu o enfoque interorganizacional.

Seguindo o histórico do desenvolvimento das teorias administrativas, surge a

Teoria Comportamental da Administração. “Enquanto o estruturalismo foi

influenciado pela sociologia – e mais especificamente pela sociologia organizacional

– a abordagem comportamental recebe forte influência das ciências

comportamentais – e, mais especificamente da psicologia organizacional.”

(CHIAVENATO; SAPIRO, 2003, p. 324).

O enfoque comportamental trata das pessoas em primeiro plano. “Considera

as pessoas em sua totalidade e como parte mais importante das organizações e de

22

seu desempenho.” (MAXIMIANO, 2007, p.60). Pode-se dizer que a teoria

comportamental é uma evolução da teoria das relações humanas, porém é

importante enfatizar que aquela tem essa apenas como base. A Teoria

Comportamental é realista, e apesar de apresentar uma oposição forte à teoria

clássica e às concepções mecanicistas, não as deixa de lado tratando apenas do

fator humano. Ela não apresenta a ingenuidade e romantismo da teoria das relações

humanas. Segundo Chiavenato e Sapiro (2003, p. 328), “A ênfase permanece nas

pessoas, mas dentro do contexto organizacional mais amplo.” É nessa teoria que

Maslow lança sua obra da “hierarquia das necessidades de Maslow”, bastante

difundida e útil na administração.

Maslow explanou fortemente sobre as formas de administrar, as definições de

administração conforme as motivações humanas escolhidas pelo administrador e

encorajas em sua forma de administrar. A teoria comportamental também serviu de

inspiração ou embasamento para a abordagem do “Desenvolvimento

Organizacional”. O Desenvolvimento Organizacional trata de uma forma de

aplicação da teoria comportamental de forma mais estruturada nas organizações.

Devido a essa estruturação melhor, pode-se dizer também que é o primeiro passo

para o início da teoria sistêmica da administração (TGS) que iria surgir pouco tempo

depois.

“A TGS é essencialmente totalizante: os sistemas não podem ser

compreendidos apenas pela análise separada e exclusiva de cada uma de suas

partes. A TGS se baseia na compreensão da dependência recíproca de todas as

disciplinas e da necessidade de sua integração.” (CHIAVENATO; SAPIRO, 2003, p.

410).A teoria geral dos sistemas traz conceitos e princípios novos que substituem os

princípios utilizados anteriormente pelas outras teorias. Utiliza como princípios o

"expansionismo, pensamento sintético e teleologia". São princípios que descartam

os anteriores (de certa forma) exatamente por englobá-los e por torná-los mais

completos. Segundo Chiavenato e Sapiro (2003, p. 411):

Com esses três princípios – expansionismo, pensamento sintético e teleologia – a Teoria Geral de Sistemas (TGS) permitiu o surgimento da Cibernética e desaguou na Teoria Geral da Administração redimensionando totalmente suas concepções. Foi uma verdadeira revolução no pensamento administrativo.”

23

A Teoria de Sistemas é uma das teorias menos criticadas entre estudiosos da

administração. Ela integra os estudos anteriores e aborda de forma conceitos

estruturalistas anteriores ao seu surgimento. Percebe-se ser uma teoria que se

integra ao contexto econômico mundial, e a concepção das organizações referente

às formas de administrar e ter a visão das empresas de uma forma macro.

A teoria administrativa mais recente é a Teoria Contingencial. Conforme

Chiavenato e Sapiro (2003, p. 498):

A abordagem contingencial salienta que não se alcança a eficácia organizacional seguindo um único e exclusivo modelo organizacional, ou seja, não existe uma forma única e melhor para organizar no sentido de se alcançar os objetivos variados das organizações dentro de um ambiente também variado.

Na teoria contingencial se afirma que nada é absoluto na administração, tudo

depende, tudo pode ser feito de varias maneiras, não há uma forma melhor e única

de se chegar aos objetivos pretendidos. Portanto as técnicas administrativas não

são consequências das condições ambientais, mas que conforme essas condições

são escolhidas determinadas técnicas administrativas para que sejam alcançados os

objetivos organizacionais. Essa teoria analisa de forma completa e complexa todas

as áreas das organizações conforme sua abordagem contingencial, adotando o

sistema aberto como aplicação e caminhando conforme os princípios citados de que

tudo depende, nada é absoluto, e uma máxima no mundo globalizado que é a

necessidade das empresas serem flexíveis devido ao alto nível de resiliência exigido

para que se possa ter sucesso e um desenvolvimento conforme objetivado.

2.2 EMPREENDEDORISMO

Para Gimenez et al. (2000, p. 10 apud SOUZA; GUIMARÃES, 2006, p. 10), o

termo empreendedorismo é:

O estudo da criação e da administração de negócios novos, pequenos e familiares, e das características e problemas especiais dos empreendedores. Segundo esses autores, pesquisas e estudos sobre empreendedorismo, realizados na universidade Harvard desde a primeira metade do século XX, definem esse fenômeno como a busca de oportunidades e o controle efetivo de recursos tangíveis.

24

“A ênfase em empreendedorismo surge muito mais como consequência das

mudanças tecnológicas e sua rapidez, e não é apenas um modismo.” (DORNELAS,

2001, p. 22). O empreendedorismo engloba todos os processos que partem da

criação de uma nova empresa. Conforme Dornelas (2001, p. 40):

Em primeiro lugar, o empreendedorismo envolve o processo de criação de algo novo, de valor. Em segundo, requer a devoção, o comprometimento de tempo e o esforço necessário para fazer a empresa crescer. E em terceiro, que riscos calculados sejam assumidos e decisões críticas sejam tomadas; é preciso ousadia e ânimo apesar de falhas e erros.

Baron e Shane (2007, p. 5) também conceituam empreendedorismo:

O empreendedorismo é um processo – uma cadeia de eventos e atividades que ocorrem ao longo do tempo – em alguns casos, períodos consideráveis de tempo. Ele começa com uma idéia para algo novo – muitas vezes, um novo produto ou serviço. Mas esse é apenas o principio: a menos que o processo continue para que a idéia seja transformada em realidade (de fato levada ao mercado por meio de uma nova empresa de licenciamento a empresas já existentes etc.), não se trata de empreendedorismo, mas apenas de um exercício de criatividade ou geração de idéias.

Dornelas (2001, p. 39) conceitua Empreendedorismos como “o envolvimento

de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de idéias em

oportunidades.” Dornelas (2001, p. 39) também expõe em sua obra a definição que

julga como a melhor para o termo “empreendedor”, que é de Joseph Schumpeter

(1949): “O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela

introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de

organização ou pela exploração de novos recursos e materiais.”

Dornelas (2001, p. 39) expõe em sua obra o pensamento de Schumpeterque

explana sobre empreendedores de forma diferente. Aborda a questão do

empreendedor que está inserido em alguma empresa já existente. Ele diz que é

possível também que se inove em negócios já existentes, e conceitua isso como

“empreendedorismo corporativo”. Conforme Baron e Shane (2007, p. 8):

Os indivíduos que agem como empreendedores em uma empresa são frequentemente descritos como empreendedores internos – pessoas que criam algo novo, mas dentro de uma empresa existente, em vez de fundar um novo negócio.

25

Essas pessoas são as que se enquadram em empreendedorismo corporativo:

empreendedores que agem de forma inovadora mesmo estando dentro de uma

empresa já estabelecida no mercado.

Dornelas (2001, p. 40) ainda traz outra afirmação relevante:

O empreendedor revolucionário é aquele que cria novos mercados, ou seja, o indivíduo que cria algo único, como foi o caso do Bill Gates, criador da Microsoft, que revolucionou o mundo com o sistema operacional Windows©. No entanto, a maioria dos empreendedores cria negócios em mercados já existentes, não deixando de ser bem-sucedidos por isso.

Há pouco tempo o empreendedorismo e o empreendedor eram considerados

na economia brasileira loucura e louco, respectivamente. As graduações e cursos

técnicos e toda e qualquer tipo de capacitação que se referia a administração em si

era voltado para a administração de empresas de grande porte, empresas de caráter

publico e etc. O Empreendedorismo era deixado de lado, não se era ensinado e

consequentemente não se criavam empreendedores como atualmente. Conforme

Hisrich, Peters e Shepherd (2014, p. 6):

O empreendedorismo tem uma função importante na criação e no crescimento dos negócios, assim como no crescimento e na prosperidade de nações e regiões. Esses resultados em larga escala podem ter princípios um tanto modestos, pois as ações empreendedoras começam no ponto em que uma oportunidade lucrativa encontra um indivíduo empreendedor.

Hoje o mundo exige o espirito empreendedor, a globalização clama por

inovações e pessoas interessadas em fazer com que suas concepções atinjam um

maior número de pessoas e mudem algo relevante no ambiente onde se está. É a

Era do Empreendedorismo.

“O empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa aos

fatos, e tem uma visão futura da organização.” (DORNELAS, 2001, p.17). Ele

complementa:

Os empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem motivação singular, apaixonadas pelo que fazem, não se contentam em ser mais um na multidão, querem ser reconhecidas e admiradas, referenciadas e imitadas, querem deixar um legado. (DORNELAS, 2001, p. 21).

Segundo Dornelas (2001, p. 32):

26

O empreendedor de sucesso possui características extras, além dos atributos do administrador, e alguns atributos pessoais que, somados a características sociológicas e ambientais, permitem o nascimento de uma nova empresa. De uma idéia, surge uma inovação, e desta, uma empresa.

Dornelas expõe em sua obra um quadro que traz as diferentes características

do empreendedor de sucesso. Resumidamente, são as seguintes: São visionários;

sabem tomar decisões; são indivíduos que fazem a diferença; sabem explorar ao

máximo as oportunidades; são determinados e dinâmicos; são dedicados; são

otimistas e apaixonados pelo que fazem; são independentes e constroem o próprio

destino; ficam ricos; são líderes e formadores de equipes, são bem relacionados

(networking); são organizados; planejam, planejam, planejam; possuem

conhecimento; assumem riscos calculados; criam valor para a sociedade.

É uma quantidade grande de características, e muitas são próprias do

empreendedor, a pessoa criativa, sua essência empreendedora. Algumas possíveis

de serem desenvolvidas. Porém, o que é notável se observado com atenção, é que

o empreendedor é um administrador completo. Ele é funcional, gerencial, conceitual.

Ele conhece todas as áreas da empresa, pensa no micro e no macro, sai de

problemas com eximia perspicácia e é um agente no mundo dos negócios. Isso

significa basicamente que ele é um dos grandes responsáveis pelas mudanças

mercadológicas. “O empreendedor estaria sendo um administrador completo, que

incorpora as várias abordagens existentes sem se restringir a apenas uma delas e

interage com seu ambiente para tomar as melhores decisões.” (DORNELAS, 2001,

p. 35).

Para Dornelas, apesar de muitos já nascerem com a essência

empreendedora, também é possível que o empreendedorismo seja ensinado e

passado a diante como uma disciplina ou um curso/graduação. Segundo Dornelas

(2001, p.40):

Acredita-se que o processo empreendedor pode ser ensinado e entendido por qualquer pessoa e que o sucesso é decorrente de uma gama de fatores internos e externos ao negócio, do perfil do empreendedor e de como ele administra as adversidades que encontra no dia-a-dia de seu empreendimento.

À exemplo das habilidades do Administrador, segundo Chiavenato (2004),

explanadas anteriormente, Dornelas (2001) também estabelece três habilidades que

o empreendedor deve ter que seriam: Habilidade técnica, gerencial e pessoal.

27

Conforme sua concepção, “As habilidades técnicas envolvem saber escrever, sabes

ouvir as pessoas e captar informações, ser um bom orador, ser organizado, saber

liderar e trabalhar em equipe e possuir know-how técnico na sua área de atuação.”

(DORNELAS, 2001, p. 40-41). Sobre as habilidades gerenciais, segundo Dornelas

(2001, p. 41) “incluem as áreas envolvidas na criação, desenvolvimento e

gerenciamento de uma nova empresa: marketing, administração, finanças,

operacional, produção, tomada de decisão, controle das ações da empresa e ser um

bom negociador.” E as habilidades pessoais elencam: “ser disciplinado, assumir

riscos, ser inovador, ser orientado a mudanças, ser persistente e ser um líder

visionário.” (DORNELAS, 2001, p. 41).

Dornelas (2001, p. 43) explana sobre as fases do processo empreendedor,

segundo ele são quatro: “1. Identificar e avaliar a oportunidade; 2. Desenvolver o

plano de negócios; 3. Determinar e captar os recursos necessários; e 4. Gerenciar a

empresa criada.” Fica bastante didático na figura 2,onde ele seleciona as fases e as

caracteriza de forma a ficar claro ao leitor o que cada parte do processo

empreendedor compreende.

Desenvolver o plano denegócios

1. Sumário executivo 2. O conceito do negócio 3.Equipe de gestão 4.Mercado e competidores 5.Marketing e vendas 6. Estrutura e operação 7. Análise estratégica 8. Plano Financeiro 9. Anexos

Gerenciar a empresa criada

Estilo de gestão Fatores críticos de sucesso Identificar problemas atuais e potenciais Implementar um sistema de controle Profissionalizar a gestão Entrar em novos mercados

Determinar e captar os recursos necessários

Recursos pessoais Recursos de amigos e parentes Angels Capitalistas de Risco Bancos Governo Incubadoras

Identificar e avaliar a oportunidade Criação e abrangência da oportunidade Valores percebidos e reais da oportunidade Riscos e retornos da oportunidade Oportunidade versus habilidades e metas pessoais Situação dos competidores

Figura 1: O processo empreendedor (adaptado de Hisrich, 1998). Fonte: Empreendedorismo: Transformando idéias em Negócios, 2001.

28

Ainda sobre o processo empreendedor (detalhado por Dornelas na Figura 2),

Baron e Shane (2007, p. 6) explanam sobre partes do processo, como a

identificação da oportunidade:

O empreendedorismo, como atividade executada por indivíduos específicos, envolve [...]: identificar uma oportunidade – que seja potencialmente valiosa no sentido de poder ser explorada em termos práticos como um negócios (ou seja, uma oportunidade que possa produzir lucros sustentáveis) – e identificar as atividades envolvidas na exploração ou no desenvolvimento real dessa oportunidade.

Para os autores, a oportunidade não surge do nada. Ela é consequência da

combinação de inúmeras variáveis (economia, ambiente, mudanças sociais, entre

outras) que em determinado momento geram a oportunidade. Esta oportunidade só

se torna um empreendimento quando é visualizada por um agente realizador: O

futuro empreendedor. Quando não acontece este encontro entre oportunidade e

indivíduos realizadores, a oportunidade continua sendo apenas uma oportunidade. O

empreendimento não é lançado e essa oportunidade não é aproveitada para se

tornar um empreendimento de sucesso.

Segundo Hisrich e Peters (2004, p. 55), o plano de negócios “[...] talvez seja a

fase mais difícil do processo de empreender, pois o empreendedor geralmente não

prepara um plano de negócio com antecedência e não tem recursos disponíveis

para fazer um bom trabalho”.

Segundo Baron e Shane (2007, p. 6), “o processo não termina com o

lançamento do novo empreendimento. Ele também envolve a capacidade de

administrar uma nova empresa com sucesso após a sua criação.” Conforme essa

definição fica visível que o empreendedorismo não é só a criatividade, a inovação, a

identificação e utilização de determinada oportunidade. Empreendedorismo é a

administração de todos esses fatores elencados acima e a capacidade de dar

continuação e estabilidade à tudo que foi criado/implementado.

Autores explanam sobre as diferenças e similaridades entre administradores e

empreendedores. Segundo Dornelas (2001, p. 32):

O empreendedor de sucesso possui características extras, além dos atributos do administrador, e alguns atributos pessoais que, somados a características sociológicas e ambientais, permitem o nascimento de uma nova empresa. De uma ideia, surge uma inovação, e desta, uma empresa.

29

Drucker (1987) enfatiza que o administrador normalmente não tem a

habilidade de aproveitar oportunidades enquanto essa característica é essencial

para o empreendedor. Drucker ainda diz que o empreendedor, diferentemente do

administrador, vai além de seu trabalho, tem visão do futuro e está sempre em

busca de agregar valor àquilo que faz. Para Dornelas (2001, p. 35), “O

empreendedor estaria sendo um administrador completo, que incorpora as várias

abordagens existentes sem se restringir a apenas uma delas e interage com seu

ambiente para tomar as melhores decisões.”

Stewart atenta para a existência de semelhanças entre os administradores e

empreendedores. Segundo ele, “o trabalho dos administradores se assemelha ao

dos empreendedores, já que compartilham de três características principais:

demandas, restrições e alternativas”. (1982, apud DORNELAS, 2005, p.31).

Diante disso, Dornelas (2005) afirma que há inúmeras semelhanças entre

administradores e empreendedores. Ele afirma que o empreendedor é um

administrador, e a maior diferença entre eles é que os empreendedores são

essencialmente visionários.

Baron e Shane (2007, p. 47) também discorrem sobre a diferenciação de

oportunidades que favorecem a utilização por empresas estabelecidas no mercado,

e por empreendedores de empresas ainda não existentes:

Pesquisadores demonstraram que a principal razão pela qual os empreendedores são capazes de identificar e de explorar oportunidades, apesar do desejo dos fundadores e administradores das empresas estabelecidas de lucrar com elas, é que certas oportunidades favorecem negócios já estabelecidos, ao passo que outras favorecem novos negócios.

Baron e Shane explanam sobre o aproveitamento das oportunidades

vislumbradas, que podem beneficiar mais empresas estabelecidas ou empresas

novas. Para ilustrar as definições de Baron e Shane, abaixo está exposto tabela

detalhada que os autores expõem em sua obra:

Tabela 1: Demonstração de oportunidades que favorecem empresas estabelecidas e novas empresas.

DIMENSÃO DA OPORTUNIDADE

A QUEM ELA FAVORECE

MOTIVOS EXEMPLOS

Apóia-se muito na reputação

Empresa estabelecida As pessoas estão mais dispostas a comprar daqueles que já conhecem e em quem confiam.

Loja de joias.

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Tem uma forte curva de aprendizagem

Empresa estabelecida Empresas estabelecidas podem evoluir na curva de aprendizagem para que se tornem melhores na fabricação e distribuição de produtos.

Montadoras de automóveis

Demanda muito capital Empresa estabelecida Empresas estabelecidas têm um fluxo de caixa que elas podem usar para produzir um novo produto ou serviço.

Fabricante de aviões a jato

Requer economias de escala

Empresa estabelecida O custo médio para fabricar um produto ou serviço diminui à medida que o volume de produção aumenta quando existe economia de escala.

Usinas de aço

Requer recursos complementares em comercialização e distribuição

Empresa estabelecida A habilidade de ajustar-se às necessidades dos clientes geralmente requer acesso à distribuição para o varejo.

Fabricante de calçados de corrida

Tem como base um aperfeiçoamento incremental do produto

Empresa estabelecida A empresa estabelecida pode criar um aperfeiçoamento incremental para seus produtos de modo fácil e barato, enquanto para a nova empresa é mais complicado e dispendioso copiar o produto ou serviço da empresa estabelecida.

Fabricantes de DVD players

Utiliza uma inovação destruidora de competência

Empresa nova Os ativos, experiência e rotinas da empresa estabelecida ficam enfraquecidos.

Fabricante de computadores com base em chips biológicos

Não satisfaz as necessidades dos clientes atuais das empresas estabelecidas

Nova empresa As empresas estabelecidas concentram-se em servir seus clientes atuais e não buscarão produtos ou serviços que não atendam às necessidades desses clientes.

Fabricante de unidades de discos

Tem como base uma inovação discreta

Nova empresa Novas empresas podem explorar inovações sem a necessidade de reproduzir todo o sistema pertencente às empresas estabelecidas.

Fabricante de medicamentos

Tem como base o capital humano

Nova empresa Quem quer que detenha o conhecimento pode fabricar o produto ou serviço que atende às necessidades do consumidor.

Personal chef

Fonte: Baron e Shane (2007, p. 53)

No entanto, as empresas estabelecidas não tem vantagem em todos os

aspectos. As novas empresas têm em seu favor as seguintes variáveis: ainda não

aprenderam nada, não possuem curva de aprendizagem, e com isso têm alta

facilidade para implementar mudanças e formas inovadores de se fazer determinado

produto ou executar determinado processo; novas empresas não estão vinculadas a

uma rotina de trabalho já estabelecida, portanto não se limitam; empresas

31

estabelecidas costumam tentar agradar seus clientes atuais, e muitas vezes deixam

de lançar um produto novo pela falta de aprovação desses clientes que, como todos,

tem medo de mudanças (como consequência a empresa não lança o produto por

medo de perder seu cliente); empresas novas possuem vantagem quando

implementam produtos discretos; empresas novas saem na frente das já

estabelecidas quando investem em capital humano, ao invés do físico.

Todos esses pontos elencados acima são extremamente relevantes, porém

devem ser observados conforme o momento em que se está. Nada é absoluto, tudo

muda a todo tempo, e tanto o administrador da nova empresa quanto o

empreendedor devem ter a “resiliência” como um predicado essencial.

2.3 PLANO DE NEGÓCIOS

Segundo Salimetal (2005, p. 3), “PLANO DE NEGÓCIOS é um documento

que contém a caracterização do negócio, sua forma de operar, suas estratégias, seu

plano para conquistar uma fatia do mercado e as projeções de despesas, receitas e

resultados financeiros.” Para Matos (2011, p. 15), as principais questões a serem

esclarecidas no Plano de negócio são: “Gastos (investimento inicial, custos e

despesas); Preço de venda; Escala-ponto de equilíbrio e margem de contribuição;

Retorno do investimento.” Matos (2011, p. 10) ainda afirma que:

Um plano de negócios então pode ser entendido como um conjunto de respostas que define o produto ou serviço a ser comercializado, o formato de empresa mais adequado, o modelo de operação da empresa que viabilize a disponibilização desses produtos ou serviços e o conhecimento, as habilidade e atitudes que os responsáveis pela empresa deverão possuir e desenvolver.

Rosa (2007, p. 9) também explana sobre o Plano de negócios:

O plano irá orientá-lo na busca de informações detalhadas sobre o seu ramo, os produtos e serviços que irá oferecer, seus clientes, concorrentes, fornecedores e, principalmente, sobre os pontos fortes e fracos do seu negócio, contribuindo para a identificação da viabilidade de sua ideia e na gestão da empresa.

É a descrição completa de uma empresa partindo da visualização do

empreendedor de determinada oportunidade no mercado. A identificação da

32

oportunidade é citada por Salim como o primeiro passo na decisão de abrir uma

empresa. “Uma EMPRESA STARTUP é aquela que está sendo formada a partir da

visão de um grupo de empreendedores, que se juntaram para concretizá-la.” (SALIM

et al, 2005, p. 13).E após a oportunidade estar bem clara para o empreendedor,

esse deve coloca-la no papel para que todos os interessados possam saber como

exatamente será iniciado esse negócio. “Um plano de negócio permite identificar e

restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado.” (ROSA, 2007,

p.9).

Conforme Salim et al, “Na startup tudo tem de ser construído, enquanto, nas

demais empresas já existe algo a partir do qual será feito um novo plano.” (2005, p.

13).O Plano de Negócios é de fundamental importância antes de se abrir uma

empresa ou de entrar em uma nova unidade de negócio (no caso de empresas já

existentes). Ele demonstra todas as ideias iniciais, os planejamentos, as

necessidades de investimento, e deixa claro todas as etapas para que investidores,

sócios e até mesmo os futuros funcionários possam confiar e saber onde estão

pondo seu dinheiro e/ou seu esforço diário. Conforme Baron e Shane(2007, p. 186):

Um plano de negócios é muito mais do que um documento projetado para persuadir pessoas céticas a investir em um novo empreendimento. Também é um guia detalhado para conversão de suas idéias e de sua visão em um negócio real e em funcionamento.

Eles ainda complementam afirmando que “Um plano de negócio bem

preparado explicará o que o novo empreendimento está tentando realizar e como

alcançará as metas propostas. Esse é o tipo de informação que procuram os

capitalistas de risco e outros que podem apoiar um novo empreendimento.”

(BARON; SHANE. 2007, p. 186).

Por ser uma ferramenta que pode ser utilizada tanto na extensão de uma

empresa até uma nova unidade de negócio quanto para a concretização de uma

ideia em um novo empreendimento, ele tem duas concepções. Rosa (2007, p. 7)cita

essas duas vertentes do Plano de Negócios:

O plano de negócios é o instrumento ideal para traçar um retrato fiel do mercado, do produto e das atitudes do empreendedor, o que propicia segurança para quem quer iniciar uma empresa com maiores condições de êxito ou mesmo ampliar ou promover inovações em seu negócio.

33

O Plano de Negócios para startups parte do zero. São levantadas hipóteses

(embasadas em dados de mercado), e elaboradas projeções conforme estudos

feitos a partir da ideia empreendedora. Não existe um planejamento anterior a

respeitar. Tudo parte da visão dos empreendedores e da adequação de seu

produto/serviço no mercado o qual se pretende inserir o novo negócio. Nesta

pesquisa será utilizado, especificamente, o modelo direcionado às startups. Será

feito o planejamento de todas as áreas e todas as etapas da Clinica de

Psicopedagogia proposta, conforme a estrutura de plano de negócios que será

estabelecida.

O conceito de Plano de Negócios e o objetivo dessa ferramenta na

administração são imutáveis, porém a melhor forma de como ele é elaborado é

discutida entre vários autores e proposta de diversas formas. Portanto, existem

diversas estruturas de Plano de Negócios e diante disso todo empreendedor deve

fazer a escolha de qual estrutura pesquisada irá seguir ou se irá utilizar uma mescla

de algumas estruturas propostas pelos autores (no caso de uma estrutura hibrida).

Assim, são apresentadas algumas estruturas de Planos de Negócios e em seguida

será escolhida uma estrutura (ou uma mescla delas) que se adapte melhor à

empresa cuja abertura está sendo proposta.

Baron e Shane (2007) afirmam que a maioria dos Planos de negócios

converge em sua estrutura e, conforme seu entendimento, a ordem que se deve

seguir é a seguinte:

O Resumo Executivo: Deverá responder as seguintes perguntas: Qual a ideia

para o novo produto ou serviço? Por que ele será útil ou atraente e para quem?

Quem são os empreendedores? Quando é necessário e que forma de

financiamento estão procurando?;

Histórico, Produto e Objetivo: “onde e como o produto foi desenvolvido, a

natureza básica da empresa (sua forma legal, proprietários, histórico), o que faz

desse um produto ou serviço valioso ou único e o que o novo empreendimento

pretende realizar – uma breve declaração de sua missão” (BARON; SHANE.

2007, p. 192);

Análise de Mercado: trará informações do tamanho do mercado se está

crescendo ou diminuindo, como irão promover o produto ou serviço. Informações

sobre os produtos da concorrência, como demonstrar que o produto é melhor

34

que o da concorrência, informações sobre as empresas concorrentes. Como será

definido o preço e por que essa estratégia de preço faz sentido;

Desenvolvimento, Produção e Localização: Em que pontos os produtos ou

serviços estão localizados, se ainda estão em desenvolvimento, se estão prontos

para serem produzidos, quais os custos e prazos para que sejam produzidos, e

medidas de garantia da qualidade do produto ou serviço;

A Equipe Gerencial: Deve conter as qualificações dos empreendedores,

experiências empresariais passadas, e características necessárias para que

administrem o novo empreendimento com sucesso;

Planos e Projeções Financeira: Deve explicitar o estado financeiro atual da

empresa, como os financiamentos serão utilizados e como os recursos

financeiros serão utilizados para atingir os objetivos principais da empresa. As

informações financeiras devem estar em um balancete formal com projeções

feitas de forma semianual para os primeiros três anos. Isso permite saber índices

de endividamento, capital de giro, rotação de estoque, previsões de vendas,

custo dos bens vendidos, despesas, custo de produção, entre outros. Por fim,

deve ser feito o fluxo de caixa para o período de 3 anos. Também é fundamental

a análise do ponto de equilíbrio;

Riscos Críticos: Elencar possíveis ameaças ao andamento projetado do

empreendimento como: corte de preço por parte dos concorrentes; tendências

imprevistas no setor que tornam o produto ou serviço menos desejável;

projeções de vendas que não são atingidas; custos de produção mais altos que o

estimado; problemas derivados da falta de experiência da administração;

dificuldade na obtenção de financiamento adicional necessário; tendências de

mercado, políticas ou econômicas imprevistas;

Colheita e Saída: Sessão do plano de negócios destinada a descrever a

sucessão da administração e estratégias para o caso de saída de investidores;

Programação das Etapas e Marcos: Trata de quando as principais atividades

serão realizadas e os marcos-chave atingidos. Contratação de pessoal,

capacitação, pedidos de produtos, abertura da empresa entre outros possíveis

marcos que variam conforme o planejamento de inserção da empresa no

mercado;

35

Apêndices: É onde está disposto partes mais extensas que não há necessidade

de estarem dentro do plano de negócios, mas que são essenciais estar anexados

neste. É aqui que estão expostos projeções financeiras mais detalhadas,

currículos dos empreendedores e outros documentos extensos.

Rosa (2007), autor de um livro publicado pelo SEBRAE sobre como elaborar

um plano de negócios utiliza como estrutura o seguinte modelo:

Sumário Executivo: Irá constar resumo dos principais pontos do plano de

negócio, dados dos empreendedores, experiência profissional e atribuições,

dados do empreendimento, missão da empresa, setores de atividades, forma

jurídica, enquadramento tributário, capital social, fonte de recursos;

Análise de Mercado: Deverá ter um estudo dos clientes, estudo detalhado sobre

os concorrentes e comparação entre produtos e condições dos concorrentes com

os que se pretende proporcionar pelo novo empreendimento, estudo dos

fornecedores;

Plano de Marketing: Inclui a descrição dos principais produtos e serviços,

definição do preço, criação de estratégias promocionais, estrutura de

comercialização (como os produtos chegarão aos clientes), localização do

negócio;

Plano Operacional: Onde se expõe o layout, capacidade produtiva e de

atendimento, descrição dos processos operacionais e projeção da necessidade

de pessoal;

Plano Financeiro: Deve conter determinação do investimento total necessário

(incluindo capital de giro), estimativa do faturamento mensal da empresa,

estimativa do custo unitário de matéria-prima, materiais diretos e terceirizações,

estimativa dos custos de comercialização, apuração dos custos de mercadorias

vendidas, estimativa dos custos com mão de obra, estimativa dos custos fixos

operacionais mensais, demonstrativo de resultados, indicadores de viabilidade

(ponto de equilíbrio, índice da margem de contribuição, lucratividade,

rentabilidade, prazo de retorno do investimento);

Construção de cenários: Definir obstáculos para cenários pessimistas e definir

situações para cenários otimistas. Dessa forma a empresa estará preparada para

quaisquer que forem as situações que ocorram após a abertura da empresa;

Avaliação Estratégica: Análise da matriz S.W.O.T.;

36

Avaliação do Plano de Negócio: É a definição de como será executada cada

tópico exposto no plano de negócio (O quê? Onde? Como? Quando? Quem?).

Salim et al (2005) utiliza a seguinte estrutura para elaborar o Plano de

Negócios, segundo sua concepção:

Sumário Executivo: Deves responder os seguintes questionamentos: qual é a

área de negócios, qual o produto ou serviço, qual o mercado e que fatia do

mercado pretende-se obter? Qual o investimento necessário e em quanto tempo

este investimento será recuperado? Qual o rendimento projetado para e empresa

em determinado período de tempo?;

Resumo da empresa: Deve constar quem são os proprietários da empresa,

seus currículos, divisão das responsabilidades e forma de gerenciamento.

Também deve expor os investimentos iniciais necessários para a abertura da

empresa e a forma jurídica na qual ela se enquadrará;

Produtos e Serviços: Deve expor a descrição dos produtos e serviços, do seu

mercado e das principais necessidades dos clientes, competidores, comparação

dos seus produtos aos dos competidores. Definir o material utilizado no apoio às

vendas e analisar os custos dos produtos e serviços e o preço que pode ser

praticado no mercado;

Análise de Mercado: Deve trazer projeções sobre o mercado, desempenho

recente do mercado, como o mercado pode ser segmentado, os critérios dessa

segmentação. Caracterização da concorrência em relação às fatias de mercado

que detém, definição da forma de vender ou distribuir o produto, como agregar

valor ao produto. Efetuar análise de que aspectos são mais sensíveis ao

mercado (preços, prazos de entrega e etc.). Analisar pontos fracos e fortes das

concorrentes elaborando uma comparação com a empresa que se pretende

lançar no mercado. Também é importante ter conhecimento sobre o

comportamento dos clientes: a marca do produto é mais importante? O preço,

garantia e o atendimento são mais importantes? O cliente percebe a diferença na

qualidade do produto em relação à concorrência?;

Estratégia do Negócio: Aplicação da Matriz S.W.O.T. referente a tudo que já foi

explanado sobre a empresa e concorrentes;

Organização e Gerência do Negócio: Expõe a definição do cargo gerencial e

quadro quantitativo de pessoal. Também deve elucidar quanto à estrutura

37

organizacional, as atribuições de cada área da organização. Apresentar os

nomes e currículos da equipe gerencial, caso já esteja definida antes do

estabelecimento do negócio, e definir um plano pessoal bastante detalhado;

Planejamento Financeiro: Comparações entre o plano projetado e outras

empresas da área, cálculo do ponto de equilíbrio e do custo de operar a empresa

sem vender e sem produzir, projeção de lucros e perdas, Demonstração do

Resultado do Exercício (DRE), Fluxo de caixa, Projeção do balanço da empresa,

cálculo de indicadores (margem bruta, lucro bruto, retorno de investimentos, lucro

por ação, tempo de recebimento após a venda, percentagem de inadimplência,

índice de liquidez).

Dornelas (2001) também define um modelo de plano de negócios para

pequenas empresas:

Capa;

Sumário;

Sumário Executivo Estendido: Explicita a declaração de visão e missão,

propósitos gerais e específicos do negócios, objetivos e metas, Estratégia de

marketing, processo de produção, equipe gerencial e investimentos e retornos

financeiros;

Produtos e Serviços: Descrição dos produtos e serviços (características e

benefícios), previsão de lançamento de novos produtos e serviços;

Análise da indústria: Expõe a análise do setor, definição do nicho de mercado,

análise da concorrência, diferenciais competitivos;

Plano de Marketing: Estratégia de marketing (preço, produto, praça, promoção),

canais de venda e distribuição, projeção de vendas;

Plano Operacional: Deve conter a análise das instalações, equipamentos e

máquinas necessários, processo de produção e terceirização;

Estrutura da empresa: estrutura organizacional, assessorias externas (jurídica,

contábil, etc.), equipe de gestão;

Plano Financeira: Balanço patrimonial, demonstrativo de resultados, fluxo de

caixa;

Anexos.

E Dolabela (2008) utiliza em sua obra a seguinte estrutura de Plano de

Negócios:

38

Sumário Executivo: No sumário executivo deve conter o enunciado do projeto, a

competência dos responsáveis, os produtos e tecnologias da empresa, o

mercado potencial, os elementos de diferenciação, a previsão de vendas, a

rentabilidade e projeções financeiras e as necessidades de financiamento;

A empresa: Neste tópico o empreendedor deve apresentar a missão da

empresa, os objetivos da empresa (situação planejada desejada e o foco), a

estrutura organizacional e legal (descrição legal, estrutura funcional, gerência e

staff), síntese das responsabilidades da equipe dirigente - currículos, plano de

operações (administração ,comercial , controle de qualidade, terceirização,

sistemas de gestão) e as parcerias que a empresa venha a obter;

Plano de marketing: Nesta etapa é feito a análise de mercado (o setor, tamanho

do mercado, oportunidades e ameaças, clientela, segmentação, concorrência e

fornecedores), estratégia de marketing(o produto, a tecnologia, ciclo de vida, as

vantagens competitivas, os planos de Pesquisa & Desenvolvimento, preço,

distribuição, promoção e propaganda, serviços ao cliente, venda e pós-venda e

relacionamento com os clientes);

Plano Financeiro: No plano financeiro o empreendedor apresenta o

investimento inicial, a projeção dos resultados, projeção de fluxo de caixa,

projeção do balanço, ponto de equilíbrio e análise de investimento (tempo de

retorno de investimento-payback, taxa interna de retorno, valor atual líquido).

Conforme o consenso que se chega a respeito do Plano de Negócios, que

pode ter uma estrutura conforma a necessidade da nova empresa ou unidade de

negócio que se pretende criar, para essa pesquisa, a estrutura adotada e que guiará

a confecção do Plano de Negócios da Clinica de Psicopedagogia que se pretende

criar é uma estrutura hibrida que busca tornar o Plano de Negócios completo:

Sumário Executivo;

Análise de Mercado;

Plano de Marketing;

Plano Operacional;

Estratégia do Negócio;

Organização e Gerência do Negócio;

Plano Financeiro;

39

Explanar-se-á nos próximos tópicos sobre a estrutura acima de modo que o

leitor possa ter pleno conhecimento na leitura do Plano de Negócios referente a o

que cada etapa irá abordar.

2.3.1 Sumário Executivo

Rosa (2007, p. 11) afirma que “O sumário executivo é um resumo do PLANO

DE NEGÓCIO. Não se trata de uma introdução ou justificativa e, sim, de um sumário

contendo seus pontos mais importantes.”

Salim et al (2005, p. 41) enumera algumas questões que devem ser

respondidas no Sumário executivo:

Qual a área de negócios, qual o produto ou serviço, qual o mercado e que fatia desse mercado queremos obter? Qual o investimento necessário, em quanto tempo vamos recuperar o dinheiro investido e qual o rendimento que vamos ter de nosso investimento em um prazo estabelecido?

Rosa (2007, p. 11) também expõe o que o sumário executivo deve explicitar:

Resumo dos principais pontos do plano de negócio;

Dados dos empreendedores, experiência profissional e atribuições;

Dados do empreendimento;

Missão da empresa;

Setores de atividades;

Forma jurídica;

Enquadramento tributário;

Capital social;

Fonte de recursos.

Quando Rosa se refere no primeiro ponto elencado acima, ele fala dos

“principais pontos do plano de negócio”. Nesse caso, aplica-se a definição do

negócio, principais produtos/serviços, principais clientes, localização da empresa,

capital que deverá ser investido, entre vários outros pontos importantes para que se

tenha um conhecimento da empresa (mesmo que de forma resumida).

Baron e Shane também tem em sua estrutura do plano de negócio o “sumário

executivo”, porém com a nomenclatura “resumo executivo”. Para eles, “o resumo

executivo deve responder às questões-chave com brevidade, porém detalhadas o

suficiente para que o leitor possa ter uma idéia clara sobre o que é o novo

empreendimento.” (BARON; SHANE, 2007, p. 190).

40

Todas essas variáveis devem estar explicitadas no sumário executivo do

Plano de Negócios. Basicamente, é um resumo do Plano de Negócios. É de grande

importância e merece atenção do empreendedor devido aos investidores irem direto

ao sumário executivo para “selecionar” se a empresa é merecedora de uma atenção

e análise maior, ou se é descartável para investimentos.

2.3.1.1 Resumo dos principais pontos do Plano de Negócio

Para Drucker (2001, p. 41), “um passo essencial para decidir qual é o nosso

negócios, qual será e qual deveria ser é, portanto, a análise sistemática de todos os

produtos, serviços, processos, mercados, utilizações finais e canais de distribuição

existentes.”

Conforme Chiavenato e Sapiro (2003, p. 58), “ao definir o negócio, é

necessário entender o produto ou o serviço total que o cliente está comprando e

evitar a armadilha de olhar apenas para o produto físico oferecido.”

A empresa deve atentar-se aos seus principais clientes, não deixando os

outros de lado, mas ainda assim dando tratamento diferenciado a quem mais lhe

trás renda. Conforme Kotler (2003, p. 28),

“[...] é preferível dividi-los em categorias financeiras: platina, ouro, prata, ferro e chumbo. Os melhores clientes devem receber mais benefícios, com o objetivo de retê-los por mais tempo e de incentivar os demais a migrar para as categorias superiores.”

No sumário executivo os principais pontos devem estar explícitos de forma

sucinta, porém completa, onde não detalhe tudo, mas tenha informações suficiente

para que os investidores tenham interesse em ler o Plano de Negócios com mais

tempo.

Conforme Rosa (2007, p. 13), também é necessário que haja uma breve

apresentação dos responsáveis pelo empreendimento: “aqui você irá informar os

dados dos responsáveis pela administração do negócio. Faça também uma breve

apresentação de seu perfil, destacando seus conhecimentos, habilidades e

experiências anteriores.” Ele ainda fala sobre os dados do empreendimento, que

consta na estrutura de Plano de negócios trabalhada por ele, “Nesta etapa, você irá

informar o nome da empresa e o número de inscrição no CNPJ – Cadastro Nacional

41

de Pessoas Jurídicas – se a mesma já estiver registrada. Caso contrário, indique o

número do seu CPF.” (ROSA, 2007, p. 16).

Conforme a estrutura adotada, também é necessária que seja definida a

missão da empresa. Conforme Chiavenato e Sapiro (2003, p. 55), “missão

organizacional é a declaração do propósito e do alcance da organização em termos

de produtos e de mercado. Ela se refere ao papel da organização dentro da

sociedade em que está envolvida e significa sua razão de ser e existir.” Drucker

(2001, p. 31) afirma que “uma instituição existe para cumprir uma finalidade e uma

missão específicas, uma função social específica. No caso da empresa comercial,

isso significa o desempenho econômico.” Ele afirma que somente a empresa

comercial tem o desempenho econômico como missão específica, sempre a parte

econômica será o objetivo e o administrador que não souber alavancar

economicamente a empresa, terá fracassado.

Chiavenato e Sapiro (2003, p. 55) ainda afirmam,

A declaração da missão (missionstatement) de uma organização incorpora o mercado nas considerações sobre a concretização da visão de negócios. O conceito de mercado considerado na missão deve ser referente às demandas genéricas da sociedade. A missão busca satisfazer demandas por energia, abrigo, comunicação, alimentação, transporte, entretenimento, saúde etc.

Rosa também evidencia a importância de definir em qual setor de atividades

da economia a empresa se enquadra. Ele conceitua alguns setores (agropecuária,

indústria, comércio e prestação de serviços), onde a prestação de serviços: “são as

empresas cujas atividades não resultam na entrega de mercadorias e, sim, no

oferecimento do próprio trabalho ao consumidor.” (ROSA, 2007, p. 17).

A empresa também deve definir sua forma jurídica. Conforme Rosa (2007,

18), “a forma jurídica determina a maneira pela qual ela será tratada pela lei, assim

como o seu relacionamento jurídico com terceiros.”

Também é essencial que se defina o enquadramento tributário. Rosa cita as

formas que se aplicam as pequenas empresas. Segundo ele, “basicamente, a

pequena empresa pode adotar três formas diferentes para o cálculo e o

recolhimento dos impostos junto ao Governo Federal: o EMPREENDEDOR

INDIVIDUAL, o REGIME NORMAL ou o SIMPLES NACIONAL.” (ROSA, 2007, p.

19).

42

O capital social deve ser exposto no sumário executivo. Conforme Rosa

(2007, p.20), “O capital social é representado por todos os recursos (dinheiro,

equipamentos, ferramentas, etc.) colocado(s) pelo(s) proprietário(s) para a

montagem do negócio.” Também se devem explicitar as fontes de recursos, que é,

conforme Rosa (2007, p.21) expõe em sua obra, “[...] de que maneira serão obtidos

os recursos para a implantação da empresa. Para o início das atividades, você pode

contar com recursos próprios, de terceiros ou com ambos.”

2.3.2 Análise de Mercado

“Uma análise de mercado que integra o Plano de Negócios demonstra que o

empreendedor está atento às variáveis do mercado, e não se baseia apenas na sua

“boa ideia”.” (SALIM, et al, 2005, p. 74).

Segundo Salim et al (2005, p. 74), “A análise pode dar uma visão sobre as

condições que a empresa tem para ingressar no mercado e sobre a conveniência de

se investir nela.” Para Woiler e Mathias (1996, p.41), “A análise de mercado não só é

o ponto de partida para a elaboração do projeto como também é um de seus

aspectos mais importantes.”

Salim et al (2005, p. 75-78) caracteriza o que é essencial constar na análise

de mercado de um Plano de Negócios:

1. Fazer projeções sobre o mercado: mercado total em unidades e em valor, desempenho recente do mercado e sua projeção. [...]

2. Como o mercado pode ser segmentado? Quais os critérios de segmentação (nível econômico, tipo de negócio, tipos de necessidades de clientes, localização geográfica, por produtos, por padrões de compras identificados)? [...]

3. Caracterize a concorrência em relação às fatias de mercado que detém. [...]

4. Como é a forma de vender ou como fazer a distribuição dos produtos nesse tipo de negócio: há vendedores atuando diretamente com os clientes? A venda é em loja? É preciso agregar valor em forma de consultoria ou de serviços para vender o produto? A venda se produz por revendas? A venda é direta pela empresa ou é feita através de distribuidores? [...]

5. Analise os aspectos em relação aos quais o mercado é mais sensível: se a preços, a prazos de entrega, ao prestígio da marca, ás características do produto, ao suporte ao cliente, ao treinamento oferecido, à qualidade intrínseca do produto (não tem defeitos, tem um tempo médio entre falhas muito alto). [...]

6. Analise a concorrência em relação a seus pontos fracos e fortes e faça comparação com os de sua empresa. Considere os seguintes aspectos: produto, preço, canais de distribuição, reputação, gerência, posição financeira, tecnologia e segmentos de mercado em que operam,

43

dominam ou pelos quais não se interessam, o grau de segmentação do mercado e o nível de sua ocupação. [...]

7. É necessário também avaliar o comportamento dos clientes:

A marca do produto é mais importante?

O preço, a garantia, o prazo de entrega e o atendimento são mais importantes?

O cliente percebe a diferença na qualidade do produto com a da concorrência?

Baron e Shane (2007, p. 193) também dedicam tempo especial para falar de

análise de mercado em seu modelo:

Não é nenhuma surpresa que investidores sofisticados queiram informações detalhadas e específicas sobre o mercado como parte de qualquer plano de negócio forte. Eles desejam dados sobre o que os empreendedores fizeram para identificar o mercado de seus produtos (por exemplo, eles fizeram pesquisas de mercado ou análises detalhadas de mercado?). Além disso, querem saber o tamanho desses mercados, se estão crescendo ou diminuindo e como os novos produtos ou serviços serão promovidos. Isso exige informações detalhadas sobre os produtos da concorrência – se eles realmente existem e, se existirem, como será demonstrado que os novos produtos são superiores a eles; empresas concorrentes – quem são e como provavelmente responderão aos novos produtos dos empreendedores; e preço – como será definido o preço do novo produto ou serviço com relação aos produtos ou serviços da concorrência e por que essa estratégia de preços faz sentido.

Chiavenato e Sapiro (2003, p.93) também ensinam sobre análise de mercado

(com a nomenclatura “Análise setorial”):

A análise setorial se refere à investigação, monitoramento e previsões a respeito do setor de negócio da organização. Ao analisar seu setor de atuação, a organização precisar ter uma percepção mais definida das oportunidades e ameaças ambientais que podem influenciar seu desempenho competitivo.

Complementando, Baron e Shane (2007, p. 193) afirmam:

Em essência, essa seção deve ser feita para convencer investidores céticos de que os empreendedores fizeram a lição de casa: examinaram com cuidado mercados em potencial para seu produto ou serviço e têm evidências que indicam que os clientes e outros negócios (dependendo do produto ou do serviço) desejarão comprá-lo quando estiver disponível.

Na análise de mercado proposta por Rosa em seu modelo de Plano de

Negócios, ele divide basicamente em 3 partes: a primeira é o estudo dos clientes; a

segunda é o estudos dos concorrentes; e a terceira é o estudo dos fornecedores.

44

“[...], sem clientes não há negócios. Os clientes não compram apenas

produtos, mas soluções para algo que precisam ou desejam. Você pode identificar

essas soluções se conhecê-los melhor.” (ROSA, 2007, p. 22). Portanto, é necessária

que se faça na análise de mercado a pesquisa sobre os clientes. Deve ser bastante

detalhada e aplicada devidamente para que se enquadre a o que o empreendedor

pretende no lançamento de seu negócio.

“Você pode aprender lições importantes observando a atuação da

concorrência. Procure identificar quem são seus principais concorrentes. A partir daí,

visite-os e examine suas boas práticas e deficiências.” (ROSA, 2007, p. 25). Em sua

obra, Rosa cita vários pontos que devem servir de comparativo entre o que é

praticado pelos concorrentes e o que se pretende praticar pelo empreendedor que

lançará seu novo negócio para que obtenha sua vantagem competitiva.

Como já salientado, Rosa também discorre sobre a execução de um estudo

dos fornecedores. “Pesquise, pessoalmente ou por telefone, questões como: preço,

qualidade, condições de pagamento e o prazo médio de entrega. Essas informações

serão úteis para determinar o investimento inicial e as despesas do negócio.”

(ROSA, 2007, p, 28).

A análise de mercado é fundamental para preparar a empresa em relação aos

clientes, fornecedores, concorrentes e à economia na qual a empresa estará sendo

inserida. Será utilizada a análise de mercado conforme a estrutura ensinada por

Salim et al (2005).

A) Projeções do mercado

Salim atesta a necessidade de efetuar projeções referentes ao mercado total

em unidades/valor, desempenho recente do mercado e sua projeção. Conforme

Salim (2005, p.75),

Quando o mercado-alvo é de menor amplitude, é possível realizar projeções com menor rigor estatístico, utilizando: entrevistas, mala-direta, publicações especializadas, visitas a feiras e exposições, relatórios e estatísticas publicadas, Internet.

Com a projeção de mercado, se vislumbrará o tamanho do mercado e

consequentemente que tipo de pesquisas podem ser aplicadas e que se adequam à

amplitude de mercado identificada.

B) Critérios de Segmentação

45

Conforme Dolabela (1999, p. 166), “Segmentação de mercado é o processo

mediante o qual uma empresa divide o mercado em parcelas as mais homogêneas

possíveis, com o objetivo de formular suas estratégias de marketing.”

Para Kotler (1999, p. 516) a segmentação de mercado “É o processo de

dividir o mercado em grupos distintos de consumidores, com necessidades

características ou comportamentos diferentes que exijam produtos ou compostos de

marketing distintos.”

A segmentação de mercado é uma técnica utilizada para agrupar consumidores com comportamentos de compra semelhantes, para, a partir daí, realizar esforços concentrados e especializados de marketing sobre este segmento (agrupamento de consumidores), pois se supõe que este subgrupo de mercado bem definido possibilita a eficácia da aplicação dos instrumentos de marketing, otimizando recursos. Há duas maneias básicas para conduzir um processo de segmentação de mercado: uma com base nas características do produto e a outra baseada as respostas do consumidor. (COBRA, 1993, p.122).

COBRA (1985, p.91) expõe as bases mais conhecidas para segmentação de

mercado, que são:

1. Localização geográfica; 2. Características demográficas; 3. Características sócio-econômicas; 4. Características psicológicas; 5. Características relativas ao atributo do produto; 6. Características comportamentais do consumidor; 7. Características relativas ao benefício buscado pelo consumidor; 8. Características relativas ao ramo de marketing; e 9. Características relativas ao marketing mix.

Conforme esses critérios de segmentação que se mostrarem pertinentes à

pesquisa, será possível segmentar os mercados que poderão ser atendidos pela

empresa e detalhas suas características.

C) Caracterização da concorrência em relação à fatia de mercado que detém

Salim (2005, p. 76) exemplifica esse tópico de sua estrutura de plano de

negócios:

Por exemplo, num mercado pode haver uma ou duas empresas líderes que detêm mais de 50% de participação de mercado. Um exemplo desse tipo de mercado é o mercado brasileiro de previdência privada aberta. Um outro mercado pode ser extremamente pulverizado, ou seja, há muitos concorrentes e nenhum detém mais do que 5% de participação. Isso acontece por exemplo no segmento de restaurantes.

46

Caracterizar a fatia de mercado que os concorrentes detêm permite à

empresa planejar e projetar que parte desse mercado ela pretende alcançar e a

dificuldade que terá para atingir seu objetivo.

D) Forma de vender

Rosa utiliza a nomenclatura “estrutura de comercialização” para essa etapa

de sua estrutura de Plano de Negócios. Segundo Rosa (2007, p. 36),

A estrutura de comercialização diz respeito aos canais de distribuição, isto é, como seus produtos e/ou serviços chegarão até seus clientes. A empresa pode adotar uma série de canais para isso, como: vendedores internos e externos, representantes, etc.

Salim afirma a necessidade de definir como serão feitas as vendas da

empresa que será criada. Ele cita alguns exemplos de formas de venda para que

fique clara a visualização de como esse tópico do Plano de Negócios deve ser

desenvolvido:

Venda direta através de vendedores.

Venda através de distribuidores/revendas.

Venda através de franquias.

Venda através de telemarketing (direta ou indireta) ou Internet.

Venda do produto integrado a um outro produto. (2005, p. 76-77).

A empresa deverá definir sua forma de vender e, conforme sua decisão, deve

adequar suas estratégias promocionais e de vendas para proporcionar a eficiência

do andamento dessa área.

E) Sensibilidade de mercado

Salim ensina a importância dessa etapa no Plano de Negócios para saber

quais fatores são determinantes na hora da escolha de compra do consumidor.

Salim conceitua:

A sensibilidade de um produto/serviço no mercado representa a variação na demanda com relação a uma série de fatores, tais como:

Preço.

Prazo de entre.

Concorrência.

Produtos/serviços alternativos/substitutos.

Produtos/serviços complementares. (2005, p.77)

47

Esse tópico permitirá a empresa se posicionar de forma a atender as

necessidades de seu cliente conforme constatado no estudo.

F) Análise da concorrência

Conforme Rosa (2007, p. 25), “Você pode aprender lições importantes

observando a atuação da concorrência. Procure identificar quem são seus principais

concorrentes. A partir daí, visite-os e examine suas boas práticas e deficiências.” “A

análise da concorrência deve ser feita com relação a aspectos e características

importantes de um produto/serviço, comparando cada um deles com os dos

produtos/serviços de concorrentes.” (SALIM, 2005, p.78)

É essencial esse tópico do Plano de Negócios para que a empresa tenha

visão do que o concorrente faz bem ao atender seu cliente, onde a empresa pode se

diferenciar em relação ao concorrente, e seus pontos fracos.

G) Comportamento dos clientes

Conforme Kotler (2003, p. 25),

[...] as empresas devem acordar para o fato de que têm um novo chefe – o cliente. Se os indivíduos na organização não estiverem pensando nos clientes, simplesmente não estarão pensando em nada. [...] Se a organização não cuidar de seus clientes, alguém tomará seu lugar.

Para Salim (2007, p. 78) é importante que no Plano de Negócios haja a

resposta para as seguintes perguntas:

A marca do produto é mais importante?

O preço, a garantia, o prazo de entrega e o atendimento são mais importantes?

O cliente percebe a diferença na qualidade do produto com a da concorrência?

Rosa, em seu modelo, também propõe o estudo dos clientes. Conforme Rosa

(2007, p. 22-23), as seguintes perguntas do quadro abaixo devem ser respondidas

para que se tenha conhecimento sobre seus clientes:

48

1º passo: identificando as características gerais dos clientes.

Se pessoas físicas

Qual a faixa etária?

Na maioria são homens ou mulheres?

Têm família grande ou pequena?

Qual é o seu trabalho?

Quanto ganham?

Qual é a sua escolaridade?

Onde moram?

2º passo: identificando os interesses e comportamentos dos clientes.

Que quantidade e com qual frequência compram esse tipo de produto ou

serviço?

Onde costumam comprar?

Que preço pagam atualmente por esse produto ou serviço similar?

3º passo: identificando o que leva essas pessoas a comprar.

O Preço?

A qualidade dos produtos e/ou serviços?

A marca?

O prazo de entrega?

O prazo de pagamento?

O atendimento da empresa?

4º passo: identificando onde estão os seus clientes.

Qual o tamanho do mercado em que você irá atuar?

Seus clientes encontrarão sua empresa com facilidade?

Quadro 1: Estudo dos clientes. Fonte: adaptado de Rosa (2007)

É essencial que toda empresa tenha conhecimento sobre seu cliente. Ele é a

sustentação da empresa, e deve-se dar atenção à ele para que o produto/serviço

esteja adequado às suas necessidades.

H) Pesquisa de mercado

Cobra (1985, p. 135) explana em sua obra sobre a pesquisa de mercado:

A pesquisa de mercado é entendida por muitos autores de Marketing como sendo qualquer esforço planejado e organizado para obter fatos e conhecimentos novos que facilitem o processo de decisão de mercado. Ou, ainda, a coleta, o registro e análise de todos os fatos referentes aos

49

problemas relacionados à transferência e venda de mercadorias e serviços, desde o produto até o consumidor.

Ele também afirma que:

A pesquisa de mercado é um instrumento valioso para detectar oportunidades de mercado, os chamados nichos de mercado. E é útil também para estudos exploratórios para novos produtos ou serviços, como também se presta a inúmeras finalidades como estar o impacto do esforço de marketing, com teste do tipo antes e depois, para segmentar o mercado. (COBRA, 1985, p. 134)

Salim cita como fator fundamental para elaboração do Plano de Negócios a

realização de uma Pesquisa de Mercado detalhada:

Uma PESQUISA DE MERCADO consiste em conseguir determinar características do mercado, suas expectativas, necessidades, aceitação ou rejeição de alguma idéia, produto ou pessoa, através de um processo de consulta de uma amostra desse mercado. (SALIM, et al, 2005, p. 79).

Para ele “A PESQUISA DE MERCADO servirá para definir tamanho,

características e forma de ocupação do mercado, além das preferências do

consumidor e o grau de importância atribuída a cada aspecto do negócio.” (SALIM,

et al, 2005, p. 79).

Salim cita pontos importantes que devem estar explicitados para que a

pesquisa de mercado tenha sucesso, como: a escolha adequada da amostra do

mercado; elaboração correta dos questionários aplicados na pesquisa; forma de

conduzir a pesquisa; e o método utilizado para apurar os dados obtidos na pesquisa.

A análise de mercado é um tópico do Plano de Negócios bastante extenso,

complexo e importante. Quando se fala a respeito da viabilidade da abertura de um

novo negócio, a pesquisa de mercado é um dos fatores de maior influência para se

ter uma definição se o negócio pode ser aberto no momento ou não. Afinal, fatores

externos a empresa são sempre desafiadores e muitas vezes tiram o administrador

de sua rota traçada inicialmente.

A análise de mercado ajuda o empreendedor a preparar seu negócio levando

em consideração esses fatores externos, havendo menor chance de que obstáculos

externos causem maiores problemas ao sucesso da empresa.Na estrutura definida

para aplicação neste plano de negócios é utilizado o Plano de Marketing e Análise

de Mercado em dois tópicos distintos para que fique mais claro ao leitor cada etapa.

50

2.3.3 Plano de Marketing

Dolabela engloba em sua estrutura de plano de negócios a análise de

mercado no mesmo tópico do plano de marketing. Conforme seu entendimento:

O Plano de Marketing é constituído pela Análise de Mercado, voltada para o conhecimento de clientes, concorrentes, fornecedores e ambiente em que a empresa vai atuar, [...] e pela Estratégia de Marketing, em que se faz o planejamento da forma como a empresa oferecerá seus produtos ao mercado, visando otimizar suas potencialidades de sucesso. (DOLABELA, 2008, p. 138).

Rosa, em seu plano de negócios, descreve os pontos que devem ser

aplicados para a realização do plano de marketing. Conforme ele expõe, são os

seguintes: Descrição dos principais produtos e serviços; Preço; Estratégias

promocionais; Estrutura de comercialização; localização do negócio. Dolabela (2008,

p. 139) explana sobre o Plano de Marketing:

O Plano de Marketing deve identificar as oportunidades de negócios mais promissoras para a empresa e esboçar como penetrar em mercados identificados, como conquista-los e manter posições. É um instrumento de comunicação que combina todos os elementos do composto mercadológico em um plano de ação coordenado. No plano, são estabelecidos os objetivos da empresa e, depois, a escolha das estratégias mais viáveis para atingir os objetivos. O Plano de Marketing disciplina o planejador, levando-o a colocar idéias, fatos e conclusões de maneira lógica.

O plano de marketing é também uma ferramenta de comunicação que integra

todos os elementos do composto mercadológico: produto, marca, embalagem,

preço, assistência ao cliente, vendas, propaganda, promoções de venda,

merchandising, relações públicas etc. (COBRA, 1985, p. 292)

O marketing-mix, ou composto de marketing (aportuguesando a expressão) é

apresentado em quatro funções básicas:

51

Dornelas ensina sobre o Plano de Marketing e os 4Ps:

[...] as estratégias de marketing são os meios que a empresa deve utilizar para atingir seus objetivos. Elas geralmente se refletem ao composto de marketing, ou os 4P (quatro pes): produto, preço, praça (canais de distribuição) e propaganda/comunicação. A empresa pode adotar estratégias, atuando sobre o composto de marketing, de forma a obter melhor resultado sobre seus competidores. (2001, p.148)

Os quatro Ps são de fundamental importância em Marketing e serão

apresentados com a nomenclatura que Rosa utiliza em seu modelo de Plano de

Negócios. Produto: Descrição dos principais produtos e serviços; Preço; Promoção:

Estratégias promocionais; e Ponto: Estrutura de comercialização e localização do

negócio.

A) Descrição dos principais produtos e serviços

Conforme ensina Cobra (1985, p. 31), “um produto ou serviço é dito certo ao

consumo quando atende às necessidades e desejos de seus consumidores-alvo.”

Rosa (2007, p.33) explica em seu modelo de Plano de Negócios: “Aqui você deve

descrever os principais itens que serão fabricados, vendidos ou os serviços que

serão prestados. [...] Para empresas de serviço, informe quais serviços serão

prestados, suas características e as garantias oferecidas.”

B) Preço

Conforme Kotler (1999, p.180) explana em sua obra:

Produto

Preço

Ponto

Promoçã

o oo

CONSUMID

OR

Figura 2: Composto de Marketing (4Ps) Fonte: COBRA, 1985.

52

A abordagem mais comum à fixação de preços consiste em apurar o custo e acrescentar a margem de lucro (markup). Mas o custo do produto nada tem a ver com a perspectiva do cliente quanto ao valor. O custo apenas ajuda a decidir de vale a pena fabricar o produto.

Segundo os autores Kotler e Armstrong (1999, p.515), “Preço [é a] quantia

cobrado por um produto ou serviço, ou a soma dos valores que os consumidores

trocam pelos benefícios proporcionados pela posse ou uso de um produto ou

serviço.” Rosa (2007, p. 34) também discorre sobre o preço:

Preço é o que consumidor está disposto a pagar pelo que você irá oferecer. A determinação do preço deve considerar os custos do produto ou serviço e ainda proporcionar o retorno desejado. Ao avaliar o quanto o consumidor está disposto a pagar, você pode verificar se seu preço será compatível com aquele praticado no mercado pelos concorrentes diretos.

C) Estratégias promocionais

Rosa (2007, p. 34) conceitua sobre estratégias promocionais:

Promoção é toda ação que tem como objetivo apresentar, informar, convencer ou lembrar os clientes de comprar os seus produtos e não os dos concorrentes. [...] Determine de que maneira você irá divulgar seus produtos, pois todas as formas de divulgação implicam custos. [...] Leve em conta o retorno dessa estratégia, seja na imagem do negócio, no aumento do número de clientes ou no acréscimo da receita.

Conforme Cobra (1985, p.32) “O composto promocional do produto ou serviço

compreende a publicidade, as relações públicas, a promoção de vendas, a venda

pessoal e o merchandising.”

D) Estrutura de comercialização

Parte integrante do P de Ponto, Rosa (2007, p.36) define que “A estrutura de

comercialização diz respeito aos canais de distribuição, isto é, como seus produtos

e/ou serviços chegarão até os seus clientes.”

A escolha do ponto para o produto ou serviço relaciona-se com a escolha do canal de distribuição: a) Atacado, varejo ou distribuidor. b) Ao transporte. c) E a armazém. (COBRA, 1985, p. 31-32).

E) Localização do negócio

53

“O produto ou serviço só tem utilidade se posicionado junto ao seu mercado

consumidor” (COBRA, 1985, p.31). Rosa (2007, p. 37) ensina que “Neste momento,

você deve identificar a melhor localização para a instalação de seu negócio e

justificar os motivos da escolha desse local. A definição do ponto está diretamente

relacionada com o ramo de atividades.”

2.3.4 Plano Operacional

Conforme Hisrich e Peters (2004, p. 222),

Se o empreendimento não for uma fabricação, mas uma loja, serviço ou algum outro tipo de negócio que não envolva fabricação, essa seção será intitulada plano operacional, e o empreendedor precisará descrever as etapas cronológicas para completar uma transação comercial.

Rosa ensina em sua estrutura de plano de negócios o Plano Operacional. O

plano operacional traz pontos específicos não levantados nos outros tópicos do

plano de negócios. Se refere ao Layout e a sua importância para que a empresa

possua uma estrutura que seja adequada a o que se pretende produzir ou realizar

no local.

Também fala sobre a capacidade produtiva que está intimamente ligada ao

Layout, pois se refere a quantidade de clientes que poderão ser atendidos ou

produtos que poderão ser confeccionados no local.

E sobre os processos operacionais, onde o autor atenta para a criação de um

fluxograma que detalhe os processos funcionais da empresa.

A) Layout

Paoleschi conceitua Layout,

O arranjo físico procura uma combinação otimizada das instalações industriais e de tudo que concorre para a produção, dentro de um espaço disponível. Visa harmonizar e integrar equipamento, mão de obra, material, áreas de movimentação, estocagem, administração, mão de obra indireta, enfim todos os itens que possibilitam uma atividade industrial. (2009, p.207).

Conforme Rosa (2007, p. 39):

Por meio do layout ou arranjo físico, você irá definir como será a distribuição dos diversos setores da empresa, de alguns recursos [...] e das pessoas no

54

espaço disponível. Um bom arranjo físico traz uma série de benefícios, como:

Aumento da produtividade;

Diminuição do desperdício e do retrabalho;

Maior facilidade na localização dos produtos pelos clientes na área de vendas;

Melhoria na comunicação entre os setores e as pessoas.

B) Capacidade produtiva/comercial/serviços

Sobre a capacidade produtiva, Rosa (2007, p.41) afirma que “É importante

estimar a capacidade instalada da empresa, isto é, o quanto pode ser produzido ou

quantos clientes podem ser atendidos com a estrutura existente. Com isso, é

possível diminuir a ociosidade e o desperdício”.

C) Processos operacionais

Os processos operacionais devem explicitar “[...] como serão feitas as várias

atividades, descrevendo, etapa por etapa, como será a fabricação dos produtos, a

venda de mercadorias, a prestação dos serviços e, até mesmo, as rotinas

administrativas.”. “Identifique que trabalhos serão realizados, quem serão os

responsáveis, assim como os materiais e equipamentos necessários.” (ROSA, 2007,

p. 42).

“A organização de uma empresa por processos pode ter a aparência de uma

estrutura funcional, com áreas funcionais bem definidas, mas com processos

operando efetivamente de forma ortogonal (“na horizontal”).” (GONÇALVES, 2000,

p.11).

Rosa ensina que “você deve pensar em como serão feitas as várias

atividades, descrevendo, etapa por etapa, como será a fabricação dos produtos, a

venda de mercadorias, a prestação dos serviços e, até mesmo, as rotinas

administrativas.” (2007, p.42).Conforme exposto no Guia para o Gerenciamento de

Processos de Negócios,

Processos são compostos por atividades inter-relacionadas que solucionam uma questão específica. Essas atividades são governadas por regras de negócio e vistas no contexto de seu relacionamento com outras atividades para fornecer uma visão de sequência e fluxo. (ABPMP, 2013, p.35)

O plano operacional proposto por Rosa trás pontos importantes e que não são

citados nos outros tópicos. Questões de espaço físico, necessidade de pessoal e

55

descrição dos processos são fundamentos que dão forma a empresa e estruturam

ela conforme os objetivos estabelecidos previamente.

2.3.5 Estratégia do Negócio

Este item, segundo o autor é a utilização de tudo que já foi pesquisado e

explanado nos itens anteriores, porém em conjunto. É a análise do conjunto que

torna possível ao empreendedor traçar a estratégia que sua empresa irá seguir.

A partir disso, é necessário identificar e avaliar as oportunidades e ameaças do ambiente de negócios. Em seguida, estudar os pontos fortes e fracos da nossa empresa, vistos em relação aos concorrentes e, também, sob o ponto de vista dos problemas e dificuldades internas que impedem ou atrapalham a empresa de atingir seus objetivos e metas. (SALIM, et al, 2005, p. 87)

O modelo SWOT é conhecido por abordar as questões internas e

externas à empresa de forma que analise sua inserção no mercado competitivo.

Para Chiavenato e Sapiro(2004, p. 188):

A avaliação estratégica realizada a partir da matriz SWOT é uma das ferramentas mais utilizadas na gestão estratégica competitiva. Trata-se de relacionar as oportunidades e ameaças presentes no ambiente externo com as forças e fraquezas mapeadas no ambiente interno da organização.

Como explica Luecke (2008, p.196):

Análise Externa

Análise Interna

Oportunidades Ameaças

Pontos Fortes Política de ação ofensiva ou

Aproveitamento: área de domínio

da empresa

Política de ação defensiva ou

Enfrentamento: área de risco enfrentável

Pontos Fracos

Política de manutenção ou

Área de

aproveitamento potencial

Política de saída ou

Área de risco

acentuado

Figura 3: As quatro zonas da matriz SWOT. Fonte: Adaptado de Chiavenato e Sapiro (2004)

56

a) forças: são capacidades que permitem que a empresa tenha um bom desempenho e precisam ser alavancadas; b) fraquezas: são características que impedem que a empresa tenha um bom desempenho; c) oportunidades: são tendências, forças, eventos e idéias de que aempresa pode tirar proveito; d) ameaças: são eventos ou forças possíveis que estão fora do controle e requerem que a empresa planeje ou decida como mitigá-los.

A identificação dos pontos fortes e dos pontos fracos é essencial para o

diagnóstico estratégico. Permite a visualização de medidas que a empresa deve

tomar para atender as necessidades e expectativas do mercado. Segundo Bucelli e

Popadiuk, “o diagnóstico interno visa à investigação da evolução recente e a

situação do desempenho atual da administração, das competências e dos recursos

da empresa”. (2007, p.291).

Rosa Cita em seu modelo de Plano de Negócios uma “Avaliação estratégica”

que seria a aplicação da Matriz F.O.F.A. (S.W.O.T.). “A matriz F.O.F.A. é um

instrumento de análise simples e valioso. Seu objetivo é detectar pontos fortes e

fracos, com a finalidade de tornar a empresa mais eficiente e competitiva, corrigindo

assim suas deficiências.” (ROSA, 2007, p. 76).As oportunidades e ameaças fazem

parte do ambiente externo, portanto fogem do domínio da empresa. Porém, é

importante conhecê-las e monitorá-las afim de não ser surpreendido por fatores

externos (ameaças) e poder aproveitar as oportunidades que aparecem no mercado.

O discernimento dos dois autores citado a respeito da avaliação estratégica

da empresa que será criada convergem. Esse tópico será exclusivo para a aplicação

da Matriz F.O.F.A., detalhadamente para que a análise da estratégia seja fidedigna a

realidade da empresa que se pretende criar.

2.3.6 Organização e Gerência do Negócio

Este item trata da forma como a empresa irá trabalhar. “Como será sua

organização para cumprir os objetivos do negócio e a estratégia estabelecida.”

(SALIM et al, 2005, p. 96).

Certamente serão muito importantes as áreas de vendas e produção. A primeira cuida de obter os clientes e os contratos de serviços, enquanto a segunda cuida de fabricar, construir e entregar o contratado aos clientes, obtendo sua aceitação e satisfação com os resultados alcançados. (SALIM et al, 2005, p. 96).

57

Baron e Shane (2007, p. 194) citam outros fatores que também devem ser

abordados nesse tópico do plano de negócio:

Muitos capitalistas de risco observam que é melhor investir em uma equipe de primeira classe com uma idéia de segunda classe do que em uma equipe de segunda classe com uma idéia de primeira classe. [...] pessoas talentosas, experientes e motivadas comandando um novo empreendimento são muito importantes para seu sucesso. Por essa razão, uma seção-chave de qualquer plano de negócio é a que trata das pessoas que administrarão o novo empreendimento.

Ainda segundo eles, os investidores em potencial buscam saber:

[...] Primeiro se, em conjunto, essas pessoas têm experiência, perícia, habilidades e as características pessoais necessárias para administrar o novo empreendimento com sucesso. [...] Além disso, eles querem ter alguma certeza de que os membros da equipe desenvolveram boas relações de trabalho: cada um tem papéis e deveres claramente atribuídos e a comunicação entre eles é boa. (BARON; SHANE, 2007, p.194-195)

Salim et al (2005, p. 97-99) expõe os temas fundamentais que deverão ser

abordados para que esse tópico tenha sucesso em seu desenvolvimento no Plano

de Negócio:

1. Definir a composição da equipe gerencial e dos quadros quantitativos de pessoal necessário por função, com seus perfis profissionais e responsabilidades bem delineados. [...] 2. Estabelecer a estrutura de organização, com as atribuições de cada

área bem claras e com as delegações de poderes para as gerências e bem especificadas. [...]

3. Na hipótese de já estar constituída a equipe de gerência, apresentar os nomes e os currículos dos componentes, mostrando suas atribuições e responsabilidades. [...]

4. Definir um plano de pessoal bastante detalhado, contendo a forma de remuneração, avaliação, premiação, aperfeiçoamento e treinamento, evolução de carreira e benefícios a serem praticados pela empresa. Os custos de pessoal devem ser tabelados e organizados por centros de custos e por classe de despesa. [...]

A) Composição equipe de gerência e quadro de pessoal

Hisrich e Peters explanam sobre o desejo dos investidores referente a equipe

gerencial do negócio:

Geralmente os investidores exigem que os membros da equipe administrativa não tentem dirigir a empresa como um empreendimento colateral ou de meio turno, enquanto dedicam tempo integral a outra atividade. Espera-se que a equipe administrativa esteja preparada para

58

dedicar-se à empresa em tempo integral e com salário modesto. (2004, p. 280).

Conforme Salim et al (2005, p. 98) ensina:

É muito importante que você analise como a empresa vai conseguir atingir seus objetivos, isto é, quais os processos que ocorrerão numa empresa para que ela possa chegar a cada objetivo. A partir da caracterização desses processos é possível definir quais os perfis profissionais que serão necessários para executar as tarefas previstas e imaginar os quantitativos básicos para iniciar as operações.

O quadro de pessoal e o plano de pessoal estão intimamente relacionados. O

plano de pessoal é conceituado no item “D” do tópico “2.3.6”.

B) Estrutura da organização

Conforme Hisrich e Peters (2004, p. 290) a estrutura da organização “[...]

define o trabalho dos membros e a comunicação e a relação que esses empregados

têm uns com os outros. Essas relações são representadas no organograma da

organização”. Milkovich e Boudreau (2011, p.70) afirmam que

O formato da organização é talvez um dos desafios mais interessantes no mundo empresarial de hoje. [...] Novas formas parecem ser precisas para melhor capitalizar as novas tecnologias e atender às atuais demandas e expectativas dos clientes e dos empregados.¹¹ Essas novas formas têm profundas implicações nas relações de trabalho. A redução dos níveis hierárquicos e a ampliação dos papéis de cada empregado são alguns desses efeitos.

Salim et al (2005, p.98). ensina que “A definição da estrutura da organização

consiste na distribuição de atribuições e responsabilidades por órgãos ou unidades

de forma a agrupar, na medida do possível, os processos e atividades de cada

função do negócio.”

C) Perfil profissional dos integrantes da equipe gerencial

“Também são significativos para os possíveis investidores a equipe

administrativa e sua habilidade e compromisso com o novo empreendimento.”

(HISRICH e PETERS, 2004, p. 280). Conforme Salim et al:

O perfil profissional é uma descrição da qualificação profissional desejada para o ocupante de uma função, compreendendo formação escolar, experiência profissional anterior, idiomas conhecidos e características da personalidade relacionadas à função.

59

D) Plano de pessoal Milkovich e Boudreau explanam sobre a necessidade de pessoal utilizando a

nomenclatura “planejamento do emprego”. Eles enumeram três fases desse

processo:

O planejamento do emprego visa obter o número certo e os tipos adequados de empregados, realizando as tarefas corretas no tempo certo. [...] Esse processo envolve três fases básicas: (1) análise das demandas de RH; (2) análise da oferta de RH; e (3) conciliação das discrepâncias entre demanda e oferta por meio da manutenção ou da mudança das atividades de RH. (2011, p.143).

Rosa (2007, p.43) complementa: “Faça a projeção do pessoal necessário

para o funcionamento do negócio. Esse item inclui o(s) sócio(s), os familiares (se for

o caso) e as pessoas a serem contratadas.” Rosa ainda discorre sobre as

necessidades de treinamento ou não, dependendo da necessidade de qualificação

da mão de obra.

Um mundo em constante mudança e flexibilidade apresenta um particular desafio para os administradores de RH responsáveis pela manutenção de um fluxo constante de talentos. As decisões de provimento interno de pessoal determinam a maneira pela qual os funcionários se movem pelos diversos papéis funcionais dentro da organização. (MILKOVICH e BOUDREAU, 2011, p.295).

Salim et al (2005, p.100) discorre sobre o plano de pessoal:

PLANO DE PESSOAL é o plano que estabelece, de forma transparente na empresa, as condições e critérios para a administração do seu pessoal, compreendendo: Recrutamento, seleção e treinamento. Avaliação de desempenho. Remuneração e benefícios. Progressão funcional e salarial.

Milkovich e Boudreau (2011, p.158) ensinam sobre recrutamento interno e

externo:

Recrutamento, seleção e demissão formam o processo de movimentação dos empregados para dentro, para fora e no interior da organização, de forma a produzir um quadro de pessoal do tamanho e especificidade desejados. O recrutamento e a seleção externos referem-se às entradas de empregados na empresa e aos padrões de demissão por ela praticados.

60

O recrutamento e a seleção internos referem-se à movimentações dos empregados entre diferentes posições dentro da organização.

Conforme os autores Milkovich e Boudreau (2011, p.338),

Treinamento é um processo sistemático para promover a aquisição de habilidades, regras, conceitos ou atitudes que resultem em uma melhoria da adequação entre as características dos empregados e as exigências dos papéis funcionais.

Milkovich e Boudreau afirmam que existem diversas mudanças nas formas de

remuneração, e que essa forma de remuneração tem influências externas e internas

para sua definição nas organizações. “Como a remuneração é a principal arma para

atrair, manter e motivar os empregados, bem como o principal custo empresarial, ela

precisa ser administrada com cuidado.” (2011, p.378). “Benefícios são os aspectos

indiretos da remuneração total dos empregados; eles incluem remuneração fora do

trabalho, pagamento de seguro e assistência médica, serviços aos empregados e

renda de aposentadoria.” (2011, p.440).

Esse tópico do Plano de Negócios explicita as habilidades e experiências da

equipe gerenciadora do novo negócio. É importante para que investidores tenham

certeza de que estão colocando fundos não somente em uma boa ideia, mas

também em um grupo de empreendedores que estão preparados para gerir o novo

negócio e o levar aos objetivos estabelecidos.

2.3.7 Plano Financeiro

“É nele que vamos juntar todas as despesas. Desde aquelas que foram feitas

para iniciar o negócio, constituir sua base, até aquelas que estão sendo feitas em

plena fase operacional para mantê-lo vivo e com funcionamento regular de suas

atividades de venda e de produção.” (SALIM, et al, 2005, p. 105). Conforme Baron e

Shane:

Essa seção tem de incluir diversos componentes principais, e cada um deles deve ser preparado com cuidado. [...] esses elementos devem retratar o estado financeiro atual da empresa, como os financiamentos recebidos dos investidores serão usados e como os recursos financeiros serão administrados para atingir os objetivos principais. (2007, p. 195).

61

Salim et al (2005, p. 105) afirma que “Também vamos alinhar as receitas

obtidas com a venda de nossos produtos, serviços e soluções e, finalmente, vamos

avaliar como fica o conjunto e qual o saldo disso tudo.”

No planejamento financeiro, por se tratar da criação de um novo negócio

(start up), serão feitas muitas suposições de valores, vendas, entre outros fatores

que influenciam nos resultados diretos.

“Essa é uma parte importante do plano de negócio, pois determina o

investimento necessário para o novo empreendimento e indica se o plano de

negócio é economicamente exequível.” (HISRICH e PETERS, 2004, p.224).

HisrichePeters também afirmam que o Plano Financeiro deve trazer três pontos

importantes: as vendas previstas e despesas projetadas; o fluxo de caixa; e o

balanço patrimonial.

Salim et al (2005, p. 107-111) destaca pontos que devem ser abordados no

Planejamento Financeiro, que é o ultimo do plano de negócios e leva em

consideração cada um dos tópicos anteriores do Plano de Negócios:

1. Pressupostos importantes para fazer os planos financeiros e as justificativas de adotá-los. [...]

2. Comparações entre o plano projetado e o desempenho de outras empresas da área ou de sua empresa em períodos anteriores. [...]

3. Cálculo do ponto de equilíbrio econômico-financeiro da empresa (break-even point) [...]

4. Cálculo do custo de operar a empresa sem vender e sem produzir. 5. Lucros e perdas projetados, com base nos custos apurados e nas

expectativas de receitas esperadas (Demonstração do Resultado do Exercício). [...]

6. Fluxo de caixa – expresso por uma planilha que mostra como serão cobertas as despesas efetuadas e qual o valor das receitas esperadas ao longo de determinado período de tempo. [...]

7. Projeção do balanço da empresa. [...] 8. Cálculo de indicadores, tais como: margem bruta, lucro bruto, retorno de

investimentos, lucro por ação, tempo de recebimento após a venda, percentagem de inadimplência, índice de liquidez etc.

Rosa, em sua obra, também explana no plano financeiro sobre: investimento

total; estimativa do faturamento mensal da empresa; estimativa do curso unitário de

matéria-prima, materiais diretos e terceirizações; estimativa dos custos de

comercialização; apuração dos custos dos materiais diretos e/ou mercadorias

vendidas; estimativa dos custos com mão-de-obra; estimativa do custo com

depreciação; estimativa dos custos fixos operacionais mensais; demonstrativo de

62

resultados; ponto de equilíbrio; lucratividade; rentabilidade; prazo de retorno do

investimento.

2.3.7.1 Investimento total

Conforme Rosa (2007, p.44):

Nessa etapa, você irá determinar o total de recursos a ser investido para que a empresa comece a funcionar. O investimento total é formado pelos: Investimentos fixos. Capital de Giro. Investimentos pré-operacionais.

“O investimento fixo corresponde a todos os bens que você deve comprar

para que seu negócio possa funcionar de maneira apropriada.” (ROSA, 2007, p.44).

Para Rosa, se enquadram veículos, equipamentos, máquinas, instalações, móveis

entre outros. Tudo que é necessário para que a empresa seja posta em

funcionamento. Para ele:

O capital de giro é o montante de recursos necessários para o funcionamento normal da empresa, compreendendo a compra de matérias-primas ou mercadorias, financiamento das vendas e o pagamento das despesas. Ao estimar o capital de giro para o começo das atividades da empresa, você deverá apurar o estoque inicial e o caixa mínimo necessário. (ROSA, 2007, p.46).

Segundo o mesmo autor, o caixa mínimo “é o capital de giro necessário para

movimentar seu negócio. Representa o valor em dinheiro que a empresa precisar ter

disponível para cobrir os custos até que as contas a receber de clientes entrem no

caixa.” (ROSA, 2007, p.48). Gitman e Madura conceituam da seguinte forma: “O

capital circulante líquido (capital de giro) é o momento pelo qual o ativo circulante

de uma empresa excede seu passivo circulante.” (2003, p.269). Neto ensina que

O capital de giro corresponde ao ativo circulante de uma empresa. Em sentido amplo, o capital de giro representa o valor total dos recursos demandados pela empresa para financiar seu ciclo operacional, o qual engloba, conforme comentado, as necessidades circulantes identificadas desde a aquisição de matérias-primas até a venda e o recebimento dos produtos elaborados. (2012, p.582).

E o último tópico para que seja feita a soma e encontrada o investimento total

necessário é referente aos investimentos pré-operacionais. Rosa (2007, p.53) ensina

que eles:

63

Compreendem os gastos realizados antes do início das atividades da empresa, isto é, antes que ela abra as portas e comece a vender. São exemplos de investimentos pré-operacionais: despesas com reforma (pintura, instalação elétrica, troca de piso, etc.) ou mesmo as taxas de registro da empresa.

2.3.7.2 Demonstrativo de resultados

Conforme Neto (2012, p.103) ensina,

Essa demonstração tem como finalidade exclusiva apurar o lucro ou prejuízo de exercício. Engloba as receitas, as despesas, os ganhos e as perdas do exercício, apurados por regime de competência², independente, portanto, de seus pagamentos e recebimentos

Para Iudícibus e Marion (2006, p.50), a Demonstração do Resultado do

Exercício (DRE) pode ser definida da seguinte forma:

é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período (12 meses). É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). No demonstrativo de resultados pro forma, as vendas mensais devem ser calculadas primeiro. A pesquisa de marketing, as vendas no setor e alguns testes vão fornecer a base para esses cálculos. Técnicas de previsão, como levantamento das intenções dos compradores, opiniões de vendedores, opiniões de especialistas ou séries temporais, podem ser usadas para projetar as vendas.² (HISRICH e PETERS, 2004, p.265)

A demonstração de resultados revela se uma operação foi ou não lucrativa.

Ela vai da primeira linha – o faturamento – à linha final, o lucro ou perda. (WARD,

1998, p.55)

Íudicibus e Marion também exemplificam dois modelos de DRE, que podem

ser utilizadas para micro empresas (DRE simples), e o exigido por lei (DRE

completa), que trás os dados mais especificados e por consequência é mais útil para

a tomada de decisão. Abaixo apresenta-se o quadro que contempla e ilustra os dois

modelos:

64

DRE (simples) DRE (completa)

Receita

(-) Despesa

Lucro ou prejuízo

Receita

(-) Deduções

(-) Custos

(-) despesas

(-) ------------

Lucro ou Prejuízo

Quadro 2: Modelos de DRE Fonte: Adaptado de Iudícibus e Marion (2006).

O Demonstrativo de resultados é importante para realizar análises da

mudança de desempenho da empresa de um período contábil para outro, ou

mensalmente, conforme as necessidades da empresa.

2.3.7.3 Ponto de equilíbrio

De acordo com Hisrich e Peters(2004, p.271-272), “A análise do ponto de

equilíbrio é uma técnica útil para determinar quantas unidades devem ser vendidas

ou o volume de vendas que deve ser atingido de forma que se alcance o ponto de

equilíbrio.”

O ponto de equilíbrio pode ser calculado de duas formas: utilizando uma

fórmula em que o ponto de equilibro (PE) será encontrado na forma de “quantidade

de produtos vendidos” necessários para se chegar ao PE, ou de forma em que o

ponto de equilíbrio é encontrado como “receita total” necessária para atingir o PE.

Abaixo será explicitado os dois métodos.

Conforme Degen (1989, p.152):

Para calcular o ponto de equilíbrio operacional de caixa (PEO) de um novo negócio para um determinado período, geralmente mensal, dividimos as saídas de caixa decorrentes dos custos fixos (CF) pela entrada de caixa gerada por uma unidade vendida (VU), menos as saídas de caixa decorrentes dos custos variáveis necessários para gerar esta venda (CVU). A diferença entre a venda (VU) e os custos variáveis (CVU) é a margem de contribuição por unidade vendida (MCU). As respectivas fórmulas são:

=

EXEMPLO: No caso da loja de roupas, se os custos fixos (CE) forem de US$ 1.000 por mês, se o preço de uma roupa (VU) for em média US$ 20 e se os custos variáveis dessa venda (CVU) – custo médio da roupa, mais impostos e propaganda – for de US$ 10, o ponto de equilíbrio operacional (PEO) será

65

de 100 unidades de roupas, conforme a representação:

=

= 100 unidades.

Já para Rosa (2007, 67-68):

O ponto de equilíbrio representa o quanto sua empresa precisa faturar para pagar todos os seus custos em um determinado período. Utilizando as fórmulas a seguir, você pode calcular o ponto de equilíbrio em faturamento.

A)

(*) Observação

Índice da margem de contribuição=

A seguir serão vistos alguns indicadores de viabilidade importantes para a

elaboração de um plano de negócios segundo a estrutura trabalhada por Rosa.

A) Lucratividade

Rosa (2007, p.69) ensina sobre a lucratividade e sua fórmula:

É um indicador que mede o lucro líquido em relação às vendas. È um dos principais indicadores econômicos, pois está relacionado à competitividade. Se sua empresa possui uma boa lucratividade, ela apresentará maior capacidade de competir, isso porque poderá investir mais em divulgação, na diversificação dos produtos e serviços, na aquisição de novos equipamentos, etc.

Para Neto, o ROI (Retorno sobre o investimento) é uma alternativa para o

ROA (retorno sobre o ativo). Para ele:

Enquanto os ativos incorporam todos os bens e direitos mantidos por uma empresa, o investimento equivale aos recursos deliberadamente levantados pela empresa e aplicados em seus negócios. É o capital que rigorosamente deve ser remunerado. (2012, p.119).

B) Rentabilidade

Conforme Rosa,

É um indicador de atratividade dos negócios, pois mede o retorno do capital investido aos sócios. É obtido sob a forma de percentual por unidade de tempo (mês ou ano). É calculada por meio da divisão do lucro líquido pelo investimento total. A rentabilidade deve ser comparada com índices praticados no mercado financeiro.

(2007, p.70).

66

C) Período de pay-back

Conforme Degen (1989, p.166), “O período de pay-back, ou de recuperação

do investimento, é o tempo necessário para o futuro empreendedor recuperar o

dinheiro aplicado em um novo negócio.” Para Neto (2012, p.358),

O período de payback, de aplicação bastante generalizada na prática, consiste na determinação do tempo necessário para que o dispêndio de capital (valor do investimento) seja recuperado por meio dos benefícios incrementais líquidos de caixa (fluxos de caixa) promovidos pelo investimento.

Nota-se a quantidade de dados e especificações que o plano financeiro trás.

Isso se deve a importância dessa parte do Plano de negócios para o empreendedor

que pretende viabilizar seu negócio. O Plano financeiro trás inúmeros indicadores

que demonstram estimativas de como a empresa se sairá no andamento do

negócio, conforme o período determinado para efetuar o plano de negócios. Por isso

seu detalhamento e extensão são essenciais em todo Plano de Negócio de

qualidade.

2.3.7.4 Fluxo de Caixa

Gitman e Madura (2003, p.188-189) conceituam sobre o fluxo de caixa:

A demonstração de fluxos de caixa é um resumo dos fluxos de caixa no período em questão. A demonstração fornece uma visão esclarecedora dos fluxos de caixas operacionais, de investimento e de financiamento e reconcilia-os com mudanças em seu caixa e títulos negociáveis durante o período.

Neto ensina sobre a demonstração dos fluxos de caixa (DFC) que:

A DFC centra sua atenção nas origens e aplicações de caixa, ou seja, revela onde os recursos de caixa foram obtidos e onde foram investidos, no exercício. A DFC é muito importante para a avaliação da situação financeira da empresa, podendo se conhecer sua efetiva capacidade de pagamento. (2012, p.107).

Gitman (1997, p.75) conceitua:

A Demonstração dos fluxos de caixa fornece um resumo dos fluxos de caixa durante um dado período, geralmente do ano recém-encerrado. Essa

67

demonstração, que às vezes é chamada de “demonstração de fontes e usos”, fornece uma visão dos fluxos de caixa da empresa relativos às atividades operacionais, de investimentos e de financiamento, e reconcilia-os com as variações em seu caixa e títulos negociáveis, durante o período em questão.

Fluxo de caixa não é a mesma coisa que lucro. O lucro é o resultado de subtrair as despesas do volume de vendas, enquanto o fluxo de caixa é resultado da diferença entre a efetiva quantia recebida e os pagamentos de caixa. O caixa flui somente quando pagamentos efetivos são recebidos ou feitos. As vendas não podem ser vistas como caixa, porque uma venda pode ser feita hoje, mas o pagamento será feito depois de 30 dias. (HISRICH e PETERS, 2004, p.267)

Gitman e Madura (2003, p.252) discorrem sobre a importância da

demonstração dos fluxos de caixa para o gerente financeiro e exemplificam casos

em que se pode visualizar essa importância:

O gerente deve estar especialmente atento a importantes categorias do fluxo de caixa e a itens individuais de entrada e saída de caixa, para avaliar se houve qualquer desenvolvimento que seja contrário à política financeira da empresa. Além disso, a demonstração pode ser usada para avaliar o progresso em relação a objetivos projetados ou a ineficiências isoladas. Por exemplo, os aumentos das contas a receber ou dos estoques resultantes de importantes saídas de caixa podem indicar problemas de crédito ou de estoque, respectivamente.

2.3.7.5 Balanço Patrimonial

Conforme Gitman e Madura (2003, p.187),

O balanço patrimonial apresenta uma demonstração resumida da posição financeira da empresa em um dado momento. A demonstração equilibra os ativos da empresa (os que ela possui) em relação a seu financiamento que pode ser dívida (o que ela deve) ou patrimônio líquido (o que os proprietários forneceram).

Gitman e Madura (2003, p.188) complementam:

Uma distinção importante é feita entre o ativo e o passivo de curto e de longo prazos. O ativo circulante e o passivo circulante são de curto prazo, com conversão em caixa (ativo circulante) ou pagamento (passivo circulante) esperado em menos de um ano. Todas as demais contas de ativo e passivo, com o patrimônio líquido, que deve ter vida infinita, são consideradas a longo prazo ou fixas, porque devem permanecer nos livros da empresa por um ano ou mais.

Neto ilustra em sua obra o Balanço patrimonial e seus componentes:

68

ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Ativo Circulante Disponibilidades Aplicações financeiras Clientes (-) Duplicatas descontadas Outros créditos (-) Prov. Para crédito de liquidação duvidosa Estoques Despesas antecipadas Ativo não circulante Ativo Realizável a Longo Prazo Créditos diversos Ativo Permanente Investimentos Imobilizado Intangível

Passivo Circulante Empréstimos e financiamentos Debêntures Fornecedores Impostos e valores a recolher Outras obrigações a pagar Provisões Passivo Não Circulante Passivo Exigível a Longo Prazo Empréstimos e financiamentos Debêntures Outras obrigações e provisões Patrimônio Líquido Capital social integralizado Reservas de capital Reservas de lucros Ajuste de Avaliação Patrimonial (-) Ações em tesouraria

Quadro 3: Balanço Patrimonial. Fonte: Adaptado de Neto (2012).

A Fundamentação Teórica dá embasamento ao acadêmico para que ele

desenvolva seu trabalho elaborando adequadamente o plano de negócios. E ela que

guia o acadêmico conforme o andamento do trabalho proposto.

69

3 METODOLOGIA

A metodologia tem como objetivo definir um conjunto de diretrizes que

auxiliem em determinada pesquisa, estudo científico, coleta dedados entre outros.

Rampazzo (2002, p.33) ensina que “o método se concretiza nas diversas etapas ou

passos que devem ser dados para solucionar um problema”. Segundo Severino

(2007, p.102),

A ciência utiliza-se de um Método que lhe é próprio, o Método científico, elemento fundamental do processo do conhecimento realizado pela ciência para diferenciá-la não só do conhecimento comum, mas também das demais modalidades de expressão da subjetividade humana, como a filosofia, a arte e a religião.

Conforme Demo (1995, p.11), “metodologia é o estudo dos caminhos, os

instrumentos usados para se fazer ciência. É uma disciplina instrumental a serviço

da pesquisa”. Gresser (2004, p.42) também conceitua, “a metodologia desenvolve a

preocupação em torno de como captar e manipular a realidade, questionando a

cientificidade da produção tida como científica”. É adotado o método indutivo, que

conforme Lakatos e Marconi (2007, p.86),

Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objetivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam.

Este capítulo destina-se a explanar conceituando os procedimentos adotados

para a metodologia da pesquisa. Serão apresentados os métodos definidos e que

serão utilizados para que se alcancem os objetivos traçados, especificando detalhes

da pesquisa, população e amostra, tipo de pesquisa, instrumento da coleta de dados

e formas de análise.

3.1 NÍVEIS DA PESQUISA

Gil explana sobre o conceito de pesquisa e as motivações para que esta seja

feita:

70

Pode-se definir pesquisa como procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então, quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema. (2006, p.17).

As pesquisas estão divididas em dois níveis, onde podem ser: pesquisas

puras ou aplicadas. Conforme Prodanov e Freitas (2013, p.51):

a) Pesquisa básica: objetiva gerar conhecimentos novos uteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais;

b) Pesquisa aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.

Esta pesquisa define-se como aplicada, pois não se atém ao conhecimento

teórico e busca servir de ferramenta de aplicação. Ferrari explana que “não obstante

a finalidade prática da pesquisa, ela pode contribuir teoricamente com novos fatos

para o planejamento de novas pesquisas ou mesmo para a compreensão teórica de

certos setores do conhecimento”. (1982, p.171).

A pesquisa caracteriza-se como exploratória, que conforme Gil (1991, p.45)

“tem como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de

intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a

consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado”. Pesquisas

exploratórias têm como objetivos trazer mais conhecimento sobre um tema pouco

abordado. Não há a necessidade de criação de hipóteses, limitando-se à resolução

dos objetivos definidos e propostos na pesquisa. A pesquisa exploratória utiliza-se

do embasamento em livros, dissertações e outros meios bibliográficos que o

acadêmico dispõe para realização de sua pesquisa. Conforme Prodanov e Freitas

(2013, p.51-52):

[...] Pesquisa exploratória: quando a pesquisa se encontra na fase preliminar, tem como finalidade proporcionar mais informações sobre o assunto que vamos investigar, possibilitando sua definição e seu delineamento, isto é, facilitar a delimitação do tema da pesquisa; orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir um novo tipo de enfoque para o assunto. Assume em geral as formas de pesquisas bibliográficas e estudos de caso. A pesquisa exploratória possui planejamento flexível, o que permite o estudo do tema sob diversos ângulos e aspectos. Em geral, envolve: - levantamento bibliográfico;

71

- entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; - análise de exemplos que estimulem a compreensão.

Também foi escolhido o método descritivo, onde as pesquisas e análises são

descritas na proposta do plano de negócios. “As pesquisas descritivas têm como

objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou

fenômeno ou, então o estabelecimento de relações entre variáveis.” (GIL, 2007,

p.42). Para Triviños a pesquisa descritiva tem como objetivo “descrever com

exatidão os fatos e fenômenos de determinada realidade.” (1987, p.100).

Godoy também conceitua, afirmando que pesquisas de formato descritivo

exploratório vão criando significado durante o processo, “partindo de questões

amplas que vão se aclarando no decorrer da investigação (podendo) o estudo

qualitativo [...] ser conduzido através de diferentes caminhos.” (1995, p.29). Godoy

ainda fala sobre os documentos utilizados na pesquisa poderem ser primários e

secundários, onde os documentos primários seriam aqueles produzidos por pessoas

que vivenciaram o evento estudado, enquanto os secundários são aqueles coletados

por pessoas que não estavam presentes na ocasião do fato.

A pesquisa também é classificada entre qualitativa e quantitativa. Prodanov e

Freitas (2013, p.69) afirmam que

[...] Pesquisa quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão etc.).

Qualitativo, segundo Minayo (1998, p.22), “trabalha com o universo de

significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a

um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não

podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.” Godoy (1995, p.28) afirma

que “A abordagem qualitativa enquanto exercício da pesquisa, não se apresenta

como uma proposta rigidamente estruturada, ela permite que a imaginação e a

criatividade levem os investigadores a propor trabalhos que explorem novos

enfoques.” Segundo o mesmo autor:

A pesquisa qualitativa tem um ambiente natural como fonte direta de dados

72

e o pesquisador como instrumento fundamental; é descritiva; o significado que as pessoas são às coisas e à sua vida são preocupação essencial do investigador e, os pesquisadores utilizam o enfoque indutivo na análise de seus dados. (1995, p.54)

“Quando o estudo é de caráter descritivo e o que se busca é o entendimento

do fenômeno como um todo, na busca da complexidade, é possível que uma análise

qualitativa seja a mais indicada”. (GODOY, 1995, p.56).

A análise qualitativa depende de muitos fatores, tais como a natureza dos dados coletados, a extensão da amostra, os instrumentos de pesquisa e os pressupostos teóricos que nortearam a investigação. Pode-se, no entanto, definir esse processo como uma sequência de atividades, que envolve a redução dos dados, a categorização desses dados, sua interpretação e a redação do relatório. (GIL, 2002, p.133)

“É apropriada nos casos de avaliação formativa, quando trata-se de melhorar

a efetividade de um programa, ou plano, ou quando é o caso da proposição de

planos, intervenção, mas não é adequada para avaliar resultados de programas ou

planos.” (ROESCH, 1999, p.146).

A pesquisa qualitativa segundo Castro (2006, p. 110) “busca criar uma

situação experimental ou de observação que permita isolar o efeito de cada variável

e caracterizar de forma precisa o impacto da causa sobre efeito.”

3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Na pesquisa são utilizados procedimentos técnicos para que informações

sejam recolhidas conforme se faz necessário. Os procedimentos adotados nesta

pesquisa foram: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e estudo de caso.

Gil conceitua que “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em

material já elaborado constituído principalmente de livros e artigos científicos.”

(2007, p.44). Já a pesquisa documental se baseia em materiais que não receberam

uma análise e podem ser reelaborados conforme os objetivos da pesquisa.

Conforme Cervo e Bervian (2002, p.67), “Estudo de caso: é a pesquisa sobre um

determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade que seja representativo do seu

universo, para examinar aspectos variados de sua vida.” O conjunto dos

procedimentos relacionados acima permitirá ao pesquisador dispor de variadas

formas para alcançar as informações as quais necessita.

73

3.3 COLETA DE DADOS

. Prodanov e Freitas (2013, p.106) ensinam sobre entrevista e questionário:

O que diferencia basicamente a entrevista do questionário é que a primeira é sempre realizada face a face (entrevistador mais entrevistado); também pode ou não ser realizada com base em um roteiro de questões preestabelecidas e até mesmo impressas, enquanto o segundo, necessariamente, tem como pré-requisito a elaboração de um impresso próprio com questões a serem formuladas na mesma sequência para todos os informantes.

Cervo e Bervian (2002, p.46) explanam sobre a entrevista:

Recorrem esses à entrevista sempre que têm necessidade de obter dados que não podem ser encontrados em registros e fontes documentais e que podem ser fornecidos pro certas pessoas. Esses dados serão utilizados tanto para o estudo de fatos como de casos ou de opiniões.

A entrevista aplicada é de forma semiestruturada para que o entrevistador

tenha um modelo pré-estabelecido, mas também haja flexibilidade para que

introduza questões que se mostrem pertinentes durante o andamento da entrevista.

3.4 FORMAS E ANÁLISES DOS DADOS

Depois de recolhidas as informações através da pesquisa realizada é feita a

interpretação e análise dos dados. A análise de dados, para Kerlinger (1980, p.353),

é “a categorização, ordenação, manipulação e sumarização de dados” e seu objetivo

é tornar interpretáveis as informações colhidas na pesquisa.

Posteriormente a todo o levantamento bibliográfico, documental e através do

estudo de caso (entrevistas), o pesquisador pode iniciar a análise dos dados. A

análise qualitativa é baseada nas respostas das entrevistas de forma combinada e

comparativa entre estas para que se alcance um consenso entre as respostas dos

entrevistados e se possa basear o trabalho científico em informações confiáveis e

consistentes.

74

4 ELABORAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS

Nesse tópico será exposta a elaboração do Plano de Negócio para a análise

da viabilidade da abertura de uma clinica de psicopedagogia em São José, conforme

a estrutura adotada baseada na pesquisa bibliográfica executada. Assim, o plano de

negócios estará dividido em sete partes: Sumário Executivo; Análise de Mercado;

Plano de Marketing; Plano Operacional; Estratégia do Negócio; Organização e

Gerência do Negócio e Plano Financeiro.

4.1 SUMÁRIO EXECUTIVO

O Sumário executivo traz um resumo dos principais pontos do plano de

negócios, os dados da empresa, forma jurídica, perfil dos empreendedores e outros

fatores de relevância que devem estar elucidados de forma concisa para uma

possível análise mais rápida de possíveis investidores. É responsável por atrair o

investidor e o deixar interessado no empreendimento que está sendo proposto, por

isso deve ser redigido com clareza e elencado todas as características essenciais da

empresa que estão contidas no andamento do desenvolvimento do Plano de

Negócios.

A Clínica de Psicopedagogia Transformar destina-se ao atendimento

especializado de crianças com dificuldade de aprendizagem, incluindo crianças

diagnosticadas com autismo. O serviço é prestado através de sessões de

atendimento ao paciente, com duração de 50 minutos. A clínica também irá prestar

serviço de suporte aos pais, com a proposta de atendimentos individualizados e

direcionados exclusivamente a estes que devido a estarem lidando com uma

situação nova relacionada a seus filhos, muitas vezes não tem conhecimento e

estrutura psicológica para lidar com isso.

Pretende-se instalar a clínica na região compreendida entre as ruas São

Pedro e Independência no bairro Areias, São José. Não se exclui a possibilidade de

instalar a clínica na Avenida Leoberto Leal, Barreiros.

Faz-se necessário o investimento de R$ 35.210,50 para a realização de

reformas na sala comercial alugada e para os gastos com a legalização da empresa.

75

O perfil das duas sócias, Barbara Luiza Ludvig (Sócia 1) e Ana Letícia Ladik

(Sócia 2), é semelhante. Elas possuem graduação em pedagogia pelo Centro

Universitário Municipal de São José, com formação em 2010. E as duas sócias

também possuem pós-graduação em educação infantil, anos iniciais, com ênfase em

educação especial e pós-graduação em psicopedagogia clínica e institucional pelo

ICEP.

As atribuições das sócias são bem definidas conforme as habilidades

individuais identificadas. A sócia 1 além de realizar o atendimento aos pacientes

também está encarregada de acompanhar a parte financeira da clínica juntamente

ao assessor administrativo. Já a Sócia 2 estará responsável pelo atendimento aos

pacientes e também pela parte criativa da empresa, como por exemplo a execução

da divulgação em redes sociais e outros meios.

A Clínica de Psicopedagogia Transformar tem a seguinte missão delineada:

Oferecer serviços de excelência na área da aprendizagem humana, conscientizando

a sociedade sobre a importância desse serviço e auxiliando no desenvolvimento das

pessoas que apresentam a necessidade de receber esse atendimento

personalizado, tendo como consequência um impacto social positivo.

A Clínica se caracteriza como uma empresa atuante no setor de prestação de

serviços. O produto que entregará ao seu cliente é intangível, e devido a isso há a

grande dificuldade de o cliente visualizar os bens entregues com a prestação de

serviços proposta. Porém, é incumbência da Clínica agir de forma que o cliente

reconheça a importância e valoração do serviço que está adquirindo.

A Clínica de psicopedagogia terá sua forma jurídica definida como Sociedade

Limitada, onde as Sócias Barbara Luiza Ludvig e Ana Letícia Ladik são as duas

sócias que responderão pela pessoa jurídica criada. Se enquadrará no SIMPLES

nacional, regime tributário simplificado para empresas de pequeno e médio porte

onde conforme sua tabela, a empresa se enquadra de acordo com sua rentabilidade

em uma alíquota que deve ser destinada ao governo. Por se tratar de uma empresa

de prestação de serviço, a clínica se enquadra na Tabela III do SIMPLES

NACIONAL. Abaixo é exposta na Tabela 2 parte da tabela III do Simples Nacional,

onde se pode visualizar a alíquota à qual a Clínica se enquadrará.

76

Tabela 2: Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Receitas de Locação de Bens móveis e de Prestação de Serviços.

Receita Bruta em 12 meses (em R$)

Alíquota IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep CPP ISS

Até 180.000,00 6,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 4,00% 2,00% De 180.000,01 a 360.000,00

8,21% 0,00% 0,00% 1,42% 0,00% 4,00% 2,79%

De 360.000,01 a 540.000,00

10,26% 0,48% 0,43% 1,43% 0,35% 4,07% 3,50%

De 540.000,01 a 720.000,00

11,31% 0,53% 0,53% 1,56% 0,38% 4,47% 3,84%

Fonte: Adaptado pelo autor de www.normaslegais.com.br, 2015.

Conforme a receita prevista para o exercício, a clínica deve pagar a alíquota

correspondente a sua receita que vai até R$ 180.000,00. Assim, 6,00% da receita da

Clínica de Psicopedagogia são destinados ao cumprimento de obrigações com o

governo através do pagamento da alíquota do SIMPLES nacional. No terceiro ano

do cenário otimista a Clínica alcança valor maior que R$ 360.000,00 de

arrecadação, necessitando assim cumprir a alíquota de 10,26%.

Os recursos necessários para investimento inicial estão estimados no valor de

R$ 35.210,50 que serão divididos em 50% para cada sócia.

4.2 ANÁLISE DE MERCADO

A análise de mercado é um importante ponto para que a clínica perceba o

crescimento do mercado, a possibilidade de atingir seus objetivos no mercado onde

estará inserida, como os concorrentes irão interferir nisso, como os clientes

receberam esse serviço que será prestado. A análise de mercado é feita através de

pesquisas que trazem projeções do mercado com demonstrativos do crescimento de

empresas do setor, ou de empresas do mesmo porte podendo-se fazer um

comparativo para definir metas de vendas e abrangência da gama de clientes.

4.2.1 Projeções do mercado

Segundo dados do SEBRAE (2013), das empresas constituídas em 2007 na

região sul, no segmento de serviços, 71,8% sobreviveram 2 anos após sua

fundação. Abaixo é mostrada tabela 3 com a relação de porcentagem de empresas

sobrevivente nas regiões do país pra diferentes segmentos do mercado.

77

Tabela 3: Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, para empresas

constituídas em 2007, por regiões e setores.

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-

Oeste BRASIL

Indústria 71,1% 74,1% 83,2% 81,4% 76,5% 79,9%

Comércio 74,4% 75,5% 79,9% 76,6% 76,1% 77,7%

Construção 56,3% 63,5% 77,3% 74,2% 70,1% 72,5%

Serviços 58,9% 62,9% 75,7% 71,8% 70,5% 72,2%

TOTAL 68,9% 71,3% 78,2% 75,3% 74,0% 75,6%

Nota: As empresas constituídas em 2007 foram verificadas nas bases de 2007, 2008, 2009 e 2010.

Fonte: Sebrae NA, 2013.

O Sebrae (2013) também focaliza e limita a pesquisa direcionando aos

municípios. Conforme a pesquisa realizada, em São José a taxa de sobrevivência (2

anos) de empresas constituídas em 2007 (ou seja, analise realizada em 2007, 2008,

2009, 2010) é de 71%.

Também se apresenta um gráfico mostrando o desenvolvimento da

mortalidade das empresas após dois anos de criação.

Gráfico 1: Taxa de mortalidade de empresas de 2 anos, evolução por setores

de atividade

Fonte: Sebrae NA, 2013.

Notas: As empresas constituídas em 2005 foram verificadas nas bases de 2005, 2006, 2007 e 2008. As empresas constituídas em 2006 foram verificadas nas bases de 2006, 2007, 2008 e 2009. As empresas constituídas em 2007 foram verificadas nas bases de 2007, 2008, 2009 e 2010.

78

Nota-se um equilíbrio na mortalidade das empresas no setor de serviços na

análise feita ao longo de três anos.

O público-alvo da clínica é bastante específico. Conforme ALMEIDA (2002, p.

67):

A população aqui considerada é composta dos alunos das séries iniciais que foram apontados pelos seus professores como vítimas das Dificuldades de Aprendizagem. Esperou-se encontrar um número estimado entre 15 a 30% do total de alunos, assim indicados pela bibliografia. Realmente este número pode ser confirmado, variando de 20 a 35% de alunos em dificuldades de aprendizagem em cada sala de aula.

Conforme Censo Educacional de 2012 realizado pelo Instituto Nacional de

Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), do Ministério da Educação, considera-se

a quantidade de matriculados no ensino regular em são José de 25.957 pessoas.

Para tanto, aplica-se os conhecimentos estatísticos de Almeida em relação à

existência de dificuldades de aprendizagem nos anos iniciais. A aplicação se dará

pela média da porcentagem de crianças com dificuldades de aprendizagem nos

anos iniciais identificada por Almeida (27,5%) aplicada na quantidade de

matriculados conforme o Censo Educacional de 2012, do INEP conforme exposto

acima. Dessa forma temos um público alvo em São José que abrange

aproximadamente 7.138 pessoas que apresenta determinada dificuldade de

aprendizagem.

4.2.2 Critérios de Segmentação

O critério principal utilizado para a segmentação do mercado é o próprio fato

gerador da necessidade desse serviço, que é a Dificuldade de Aprendizagem

identificada em aproximadamente 7.138 pessoas matrículas no ensino regular em

São José.

Apesar de o público alvo ser caracterizado por pacientes presentes nas fases

iniciais do ensino, a Clínica de Psicopedagogia não se atém somente a este público.

A dificuldade de aprendizagem pode referir-se a transtornos, uso e aquisição da

escuta, da fala, do raciocínio, da leitura, dos comportamentos, ou podem ser por

questões externas. Desta forma, é considerável destacar que a dificuldade na

aprendizagem não esta ligada apenas a vida das crianças, e sim nas diferentes

79

pessoas das mais variadas idades. Sendo assim, a clínica de Psicopedagogia estará

amparada e preparada para receber os mais variados públicos.

4.2.3 Forma de venda

Por se tratar de um serviço, a forma de venda será no contato direto com o

responsável pela execução do serviço. Devido ao fato do serviço ser prestado

através de sessões em que o clinicado estará em contato constante com o

educador, se faz necessário que o processo de conscientização, negociação e

fechamento da venda seja com a presença do responsável pela aplicação das

abordagens e consequente aprendizado. Há uma relação de confiança e garantia da

qualidade do serviço que deve ser transmitida no momento da venda e o

psicopedagogo terá papel fundamental para que os responsáveis pelo paciente que

estará utilizando dos serviços da clinica fiquem seguros quanto ao bom

aproveitamento de seu investimento no desenvolvimento do indivíduo em questão

referente à Dificuldade de Aprendizagem apresentada.

4.2.4 Sensibilidade de mercado

Os graus de sensibilidade definidos na tabela 4 são baseados nas entrevistas

realizadas na pesquisa de mercado. Existem diversos fatores de sensibilidade. Eles

são expostos na tabela e em seguida é explicado detalhadamente o que levou à

classificação do grau de sensibilidade definido.

Estão explicitados ordenadamente: o fator de sensibilidade; o grau de

sensibilidade, que é classificado de 1 à 5, sendo 1 um grau de sensibilidade pouco

relevante e 5 altamente influente na decisão do cliente; e proposta/tratamento do

fator, que propõe ações para evitar ou minimizar o fator de sensibilidade identificado.

Tabela 4: Grau dos fatores de sensibilidade do mercado X Ações de tratamento dos fatores de sensibilidade.

Fator de Sensibilidade Grau de Sensibilidade

Proposta/tratamento do fator

Acessibilidade 3 Clínica deve estar localizada em lugar acessível ao seu público. É importante facilitar ao máximo a acessibilidade ao cliente. Para isso, a clínica deve estar localizada em lugar com referências próximas conhecidas e em uma via de acesso rápido. A Clínica também

80

deve dar atenção à acessibilidade na questão do clinicado que pode ser cadeirante. A facilitação de seu acesso é fator essencial para uma clínica que trata exatamente das especificidades humanas.

Importância dada ao serviço pelo cliente

5 A clínica deve desenvolver métodos para manter o cliente sabendo da importância do serviço que está adquirindo. Para isso, é necessário que “exija” um acompanhamento dos responsáveis na demonstração da evolução do humano clinicado referente à sua Dificuldade de Aprendizagem. É a essencialidade do serviço e a demonstração da qualidade e resultado deste que manterá e ajudará e fidelizar o cliente.

Preço 4 O preço é fator relevante na escolha do cliente. Apesar de ser um serviço pouco oferecido na região, a clínica deve atentar-se ao momento econômico atual do país. Assim, caso haja a necessidade a clínica deve buscar contratos em que possa permitir a redução de preço ao cliente e concomitantemente a isso uma longevidade do contrato. Uma ação que garante o cliente usufruindo do serviço por muito tempo, criando estabilidade financeira para a empresa mesmo em tempos de crise econômica.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

O cliente pode optar por uma clínica que seja mais acessível para ele. O grau

de sensibilidade exposto na tabela 4 foi definido conforme os resultados da pesquisa

de mercado, onde quando perguntados sobre os fatores que influenciam na escolha

de uma clínica ou prioridades essenciais do responsável houve apenas um

entrevistado que citou apenas o local como influência na decisão sobre qual clínica

irá atender o seu filho.

Caso a conscientização da importância da continuidade do serviço não seja

executada de forma eficiente o cliente pode considerar o serviço dispensável e

cortá-lo devido ao momento econômico do país. Quando um país passa por crises

81

econômicas, as pessoas passam a cortar gastos para que seus salários se adequem

à nova realidade, e a prestação de serviços é uma das ares mais afetadas em

momentos como esse.

Portanto, é fundamental incutir na visão dos responsáveis pelo clinicado a

essencialidade do serviço que estará sendo prestado, e a indispensabilidade deste.

Esse fator de sensibilidade foi classificado como o mais alto. Isso significa que caso

a Clínica trabalhe de forma favorável esse fator de sensibilidade pode criar na clínica

uma característica responsável pela atração dos clientes. O grau de sensibilidade foi

definido como 5 devido ao fato de que o resultado das entrevistas apontou para 3

respostas em que a qualidade era fator decisivo na escolha pela clínica e outras

duas respostas que citaram a qualidade aliada a outros fatores. Quando

perguntados sobre o que é essencial para eles na clínica que escolherem, dos 8

entrevistados, 7 deles apontaram a qualidade como fator prioritário. Embasa-se esse

grau de sensibilidade alto também ao fato de os entrevistados apontarem pela

necessidade de conscientização do serviço prestado, tanto sobre a psicopedagogia

quanto sobre as dificuldades de aprendizagem. Quando perguntados sobre

considerarem importante a divulgação dos serviços da clínica, os oito entrevistados

apontaram que sim, que é necessário um serviço que consiga conscientizar os pais

sobre as dificuldades de aprendizagem existentes e sobre a proposta da clínica de

psicopedagogia em minimizar essas dificuldades.

O preço é característica inerente das decisões do cliente, portanto é fator

influente nessa questão. Dentre as respostas para o questionamento sobre que

fatores influenciam na escolha pela clínica, dois dos entrevistados citaram o preço e

outros dois elencaram o preço aliado a outras questões já citadas. Portanto, o preço

é colocado como grau 3, já que esteve presente em metade das respostas.

É essencial que a Clínica se adéque a essas características do mercado e

realize estratégias promocionais de venda e manutenção de clientes para que

consiga se diferenciar de seus concorrentes.

Tendo conhecimento da sensibilidade do mercado, a clínica pode criar ações

de contingência e se posicionar as possíveis adversidades que o mercado

estabelece.

4.2.5 Análise da concorrência

82

A análise da concorrência é importante para que a empresa entrante no

mercado esteja adequada ao nível do mercado de forma a ser competitiva. Para

isso, foi aplicado um questionário com duas Clínicas de Psicopedagogia, contendo

10 perguntas (a estrutura do questionário consta no apêndice A). As respostas do

questionário são utilizadas na tabela 5 de forma comparativa.

A “Concorrente A” tem dois anos ou menos de tempo de vida e atende 9

pacientes por mês, em uma quantia equivalente a 6 sessões ao mês, cuja duração

da sessão é de 60 minutos no valor de R$ 100,00 cada. Os pagamentos são feito a

vista e os salários da clínica estão de acordo com o praticado no mercado. A

“Concorrente A” está localizada em um ponto acessível, e além de atender pacientes

com dificuldades de aprendizagem também tem sua especialidade no atendimento a

autistas.

A “Concorrente B” também tem dois anos ou menos de estabelecimento no

mercado e atende 6 pacientes por mês, aplicando o valor de R$ 80,00 por cada

sessão de 60 minutos. Em um mês cada paciente realiza em média quatro sessões.

Os salários praticados pela “Concorrente B” estão compatíveis com o mercado e a

clínica realiza atendimento a autistas também. A “Concorrente B” não realiza

palestras para conscientização da comunidade sobre o assunto e a especialidade

em seus serviços refere-se ao atendimento ás variadas dificuldades de

aprendizagem e ao autismo.

Tabela 5: Comparativo entre concorrentes.

Característica Concorrente A

Concorrente B

Tempo de estabelecimento no mercado

2 anos ou menos

2 anos ou menos

Pacientes atendidos por mês

9 6

Preço de venda R$100,00 R$ 80,00

Tempo da sessão 60 minutos 60 minutos

Forma de pagamento

A vista A vista

Quantidade de sessões de cada paciente por mês

6 4

Média de tempo que o paciente é atendido pela clínica

Mais de 6 meses

Mais de 6 meses

83

Atendimento à autista

Sim Sim

Salários praticados Compatíveis com o

mercado

Compatíveis com o

mercado

Realização de palestras para a comunidade com iniciativa da clínica

Sim Não

Horário de atendimento

Somente durante as sessões.

8:00 às 12:00 e 13:30 às

17:30

Especialidade Dificuldades de

aprendizagem e autismo

Dificuldades de

aprendizagem e autismo

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota-se que a especialidade das duas clínicas é a mesma da Clínica de

Psicopedagogia Transformar, porém a Concorrente A tem seu horário de

atendimento indefinido, ou seja, só vai até o local de atendimento nos horário em

que a sessão está marcada. Isso é um ponto negativo para a empresa. Nota-se

como ponto positivo que a Concorrente A realiza eventos junto à comunidade e

talvez esse seja um dos motivos da maior quantidade de pacientes atendido pela

Concorrente A em comparação com a Concorrente B.

Com base na análise dos concorrentes a Clínica de Psicopedagogia

Transformar poderá entrar no mercado adequada às características apresentadas

pelas empresas já estabelecidas e tendo a possibilidade de encontrar formas de

diferenciação em seus serviços prestados.

4.2.6 Comportamento dos clientes

A clínica presta um serviço especializado o suficiente para ser um critério de

segmentação. Visto que a clínica atende a crianças que apresentam dificuldades de

aprendizagem, o público alvo desta são os pais dessas crianças. Conforme os

cálculos apresentados na projeção do mercado, em São José há 7.138 crianças que

provavelmente apresentam dificuldade de aprendizagem. A Clínica de

Psicopedagogia Transformar estará encarregada de atrair os pais dessa quantia de

crianças elencadas acima.

Após a criança ser identificada com dificuldade de aprendizagem, conforme

as entrevistas a procura por auxílio especializado é imediata (mesmo que alguns dos

84

entrevistados tenham sido receosos no primeiro “alerta” à dificuldade apresentada,

buscando primeiro constatar a real necessidade para depois buscar serviços

especializados). Após contratarem o serviço da clínica os atendimentos são feitos

em média de quatro vezes por mês, e dependendo da severidade da dificuldade o

número de sessões pode ser aumentado. Pode-se visualizar isso na análise da

concorrência, onde a Concorrente A afirma que em média cada paciente é atendido

seis vezes por mês, enquanto a Concorrente B afirma que em média o atendimento

é realizado quatro vezes por mês para cada paciente.

Nas entrevistas foram feitas duas perguntas referente ao desejo do cliente.

Uma se referia a o que mais influencia a escolha deles por uma Clínica de

Psicopedagogia e a outra pergunta sobre o que o entrevistado considera como

necessidade prioritária para ele enquanto responsável pelo paciente. Dois

entrevistados responderam que o que mais influencia na escolha por uma clínica é o

preço reduzido, três enfatizaram a questão da qualidade como maior influencia, um

deles referiu-se ao local e outros dois citaram a qualidade aliada ao “preço justo”. Na

pergunta sobre a prioridade para o entrevistado enquanto responsável pelo paciente

sete dos oito entrevistados apontaram para a qualidade como primordial, citando

preço justo e local limpo concomitantemente, e o outro entrevistado sinalizou para a

uma boa localização, muito em função de seu emprego que o demanda para

diversos locais diariamente.

O comportamento dos clientes é um tópico essencial, pois conhecendo quem

a clínica atenderá, essa pode se planejar para atender as necessidades mais

evidenciadas e poderem atrair os clientes com maior eficiência.

4.2.7 Pesquisa de mercado

A pesquisa de mercado serve para o administrador embasar as suas decisões

para que haja o mínimo de erros possíveis no planejamento da empresa. Para que

isso ocorra, é necessário que a pesquisa seja realizada de forma consistente com as

informações as quais o administrador necessita.

Dessa forma, a pesquisa foi definida como a realização de entrevistas com os

pais de pacientes de clínicas de psicopedagogia, que são os clientes-potenciais da

Clínica de Psicopedagogia Transformar. As Entrevistas são de caráter aleatório e

totalizando o número de oito entrevistas. Quatro delas foram realizadas com os pais

85

de crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem em geral, e as outras

quatro realizadas com mães ou pais de autistas, que é o outro tipo de paciente que a

clínica disponibiliza serviços de atendimento especializado. A estrutura das

perguntas está exposta no Apêndice B. Abaixo serão expostas as convergências e

divergências das respostas dos pais em relação aos questionamentos definidos na

pesquisa.

Será exposta a análise de forma separada. Primeiro a análise das quatro

entrevistas realizadas com pais de crianças que apresentam dificuldades na

aprendizagem, e depois a análise feita a partir das entrevistas com pais de crianças

que tem autismo. A análise é feita com a extração das informações geradas pela

entrevista e a apresentação delas de forma conjunta para que se possa visualizar a

convergência e divergência das respostas. A análise das entrevistas realizada com

os pais de crianças com dificuldades de aprendizagem foi a seguinte:

Na primeira pergunta da entrevista é questionado sobre como o responsável

descobriu que seu filho tinha dificuldade de aprendizagem. Fica evidente que a

descoberta da dificuldade de aprendizagem das crianças acontece sempre com o

contato dessas com uma instituição de ensino. A professora visualiza a diferença da

criança para com seus colegas em se concentrar e dar continuidade no aprendizado

e alerta a mãe ou pai sobre a possível existência de uma dificuldade de

aprendizagem na criança. As quatro entrevistas realizadas apontaram para esse

ponto em comum na descoberta da dificuldade de aprendizagem da criança.

Na pergunta que concerne sobre o por quê da escolha de uma clínica de

psicopedagogia para o atendimento ao filho, todas as quatro procuraram o serviço

devido a indicação de profissional que já estava acompanhando a criança em algum

tipo de atendimento ou da professora que acompanha o dia-a-dia da criança na

escola.

Quando perguntadas sobre o que mais as influenciou na escolha da clínica (o

preço reduzido ou a qualidade do serviço exposto) duas entrevistadas responderam

indicando a questão da qualidade e da confiança devido a indicação feita por um

profissional que já tinha um contato com a criança. E as outras duas respondentes

identificaram como importante o preço justo aliado a qualidade dos serviços.

Portanto, pode-se dizer que todas (quatro) as mães evidenciaram como primordial a

86

qualidade do serviço prestado, e duas delas citaram o preço como fator aliado ao

escolher a clínica que atenderá seu filho.

Quando perguntadas sobre a opinião das mães sobre os serviços prestados

pela Psicopedagogia Clínica, foi unânime entra as entrevistadas os resultados que

as crianças tiveram em sua aprendizagem, sendo que uma das mães ainda fez

questão de acrescentar que devido ao fato de ser um serviço “que realmente faz

toda a diferença na vida das crianças” deveria ser mais divulgado.

Na quinta pergunta questionou-se se o entrevistado considera que falta

conhecimento dos pais a respeito do assunto. Também é unânime o fato de que

falta conhecimento dos pais sobre o assunto (psicopedagogia e dificuldades de

aprendizagem). Uma entrevistada ainda atenta explanando o seguinte: “Na verdade,

quem mais precisa de ajuda nessas horas são os pais”.

No questionamento sobre o que é prioritário para o responsável na escolha de

uma clínica de psicopedagogia para atender seus filhos, as resposta das mães

converge sobre a busca de um serviço de qualidade. Uma entrevistada indica

também que deve ser um local limpo e seguro, outra também citou a localização e o

preço justo.

Na sétima pergunta foi questionado sobre quanto tempo depois de ter

percebido que a criança tinha dificuldades na aprendizagem houve a procura por

atendimento especializado. Percebe-se que a maioria dos pais demora para levar o

filho a um atendimento especializado: a primeira entrevistada demorou um ano; a

segunda demorou dois anos e meio (alegando que achou ser um problema da

escola, e não do próprio filho); a terceira foi a única que procurou atendimento de

forma imediata; e a quarta afirmou que “quando o desempenho na escola começou

a afetar sua vida” ela procurou um atendimento especializado.

Perguntou-se se os entrevistados consideram importante a divulgação do

serviço especializado que as clínicas de psicopedagogia prestam. É unânime a

opinião das mães, que apontam a importância da divulgação do assunto. Uma das

entrevistadas acrescenta que as escolas poderiam fazer um trabalho de

conscientização, e que estas não estão preparadas para isso.

Na nona pergunta o questionamento se referiu a possíveis experiências

anteriores com outras clínicas de psicopedagogia para atender seu filho. Todas

87

responderam que não. Sendo assim, seus filhos continuam sendo pacientes da

primeira e única clínica que frequentaram.

Na pergunta 11 da estrutura da entrevista, continha o questionamento se as

entrevistadas consideravam importante uma proposta de atendimento diferenciado

que integre família e paciente. As respostas ficaram divididas. Duas mães

responderam que não, pois segundo elas esse era o momento do filho, uma

privacidade dele que não deveria ser tirada com a presença delas no atendimento.

Porém, duas delas afirmam que considera importante, podendo ser uma proposta

que permita a elas estarem mais próximas dos filhos e terem a possibilidade de

auxiliarem em seu aprendizado.

Fechando as entrevistas, as mães foram questionadas sobre a possibilidade

de um atendimento voltado exclusivamente para os pais e um auxílio da clínica a

estes sobre assuntos que pudessem dar base aos pais para poderem prestar

suporte aos seus filhos (pacientes da clínica) no dia-a-dia. A resposta unânime foi

positiva. Todas as entrevistadas acham essencial um serviço direcionado aos pais.

Afirmam que os pais não tem conhecimento sobre o assunto e muitas vezes não

sabem lidar com a existência de determinada dificuldade de aprendizagem que seu

filho desenvolve.

Nos mesmos moldes da análise acima, abaixo é apresentada a análise das

entrevistas com os pais de crianças diagnosticadas com autismo:

Na primeira pergunta foi questionado quando os pais descobriram a

dificuldade de aprendizagem. Um descobriu quando o filho começou a frequentar

uma escola, o segundo foi devido a alguns sinais identificados pelo pediatra da

criança, o terceiro levou a criança ao “neuro”, pois esta não falava e então teve o

diagnóstico constatado, e o quarto também foi depois da entrada na creche, onde os

professores alertaram. Portando, dois descobriram após o contato da criança com a

escola, um depois de levar a um especialista devido à criança não falar e o outro foi

por alguns sinais identificados pelo pediatra.

Sobre o porquê de ter optado pela clínica de psicopedagogia para auxiliar a

questão da dificuldade de seu filho, três dos pais apontaram para o fator da

indicação feita por um profissional (uma indicação feita por uma fonoaudióloga, outra

por um pai pertencente a um grupo de pais em uma rede social que compartilham

conhecimentos entre si sobre o assunto, e o outro pela psicóloga). O outro

88

entrevistado conheceu os serviços de psicopedagogia e seu auxílio na dificuldade de

aprendizagem através de pesquisas feitas na Internet.

Quando perguntados sobre o que mais influenciou na escolha do serviço, se o

preço ou a qualidade oferecida, as respostas foram as seguintes: dois deles

indicaram o preço como relevante, sendo que um realizou uma pesquisa entre

psicopedagogos da região para encontrar um valor mais reduzido e o segundo

contou com a flexibilidade da clínica em reduzir o preço praticado para permitir que o

paciente pudesse contar com o serviço, já que o pai tem um gasto grande com o

filho devido à atendimentos multidisciplinares. Um deles apontou para a qualidade

do serviço prestado, e o quarto indicou o local, devido ao seu filho já ser atendido no

local por um psicólogo.

Quando perguntados sobre os serviços prestados pela clínica de

psicopedagogia, foi unânime a resposta de que os resultados são satisfatórios e

ideais para a superação das dificuldades de aprendizagem.

Quando perguntados se falta conhecimento dos pais a respeito do assunto,

três dos entrevistados afirmaram que sim e um deles respondeu que o

conhecimento está disponível para quem quiser buscar e que devido ao advento da

Internet a busca por novos saberes está facilitada.

Quando perguntados sobre o que é prioridade na contratação de tal serviço

para o atendimento de seus filhos, três dos entrevistados indicaram a qualidade

sendo um deles o entrevistado que realizou a pesquisa de preços para achar o mais

reduzido. Segundo esse entrevistado: “Mesmo tendo procurado pelo valor mais

reduzido, o que é prioridade para mim é a qualidade do atendimento.” Um dos

entrevistados indicou a boa localização como fator primordial devido ao seu

emprego necessitar que ele estivesse em lugares diferentes todos os dias.

Quando perguntados sobre quanto tempo levou, depois de descobrir a

dificuldade de aprendizagem que seu filho apresenta, para procurar atendimento

especializado os entrevistados afirmaram de forma unânime que a procura por um

serviço especializado foi imediata após o diagnóstico de seus filhos.

Na pergunta 8 questionou-se se os entrevistados consideram importante a

divulgação do serviço prestado pela clínica de psicopedagogia. A resposta dos

quatro entrevistados convergiu: todos responderam que sim, que é necessária a

89

divulgação do serviço prestado e da melhoria da qualidade de vida que o serviço

proporciona ao paciente.

Quando perguntados sobre experiências passadas em outras clínicas três

deles afirmaram que não, sendo que um destes acrescentou apenas o trabalho

anterior realizado pela APAE e que assim que seu filho atingiu a idade limite para

atendimento nessa instituição ele procurou um profissional especializado na área de

psicopedagogia. E um dos entrevistados teve experiência com uma clínica antes

desta em que seu filho é paciente atualmente. Porém, enfatizou que o único motivo

para a mudança de clínica ter acontecido foi a psicopedagoga se mudar para fora do

Brasil.

Quando perguntados sobre o que os entrevistados gostariam que as clínicas

dispusessem, dois deles não acrescentou um ponto que poderia ser acrescido ao

serviço prestado, a segunda entrevistada gostaria que fossem feitas reuniões

mensais para que o psicopedagogo pudesse exteriorizar o avanço visto no paciente.

O terceiro enfatizou o local como fundamental e sugeriu uma clínica que prestasse

serviços multidisciplinares (psicopedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo e etc).

No questionamento sobre a possibilidade de um atendimento integrado dos

pais com a criança, três dos entrevistados consideram que o atendimento não seria

benéfico aos seus filhos e que estes iriam ficar retraídos com a presença dos pais no

local. Um dos entrevistados considerou importante a proposta de atendimento

integrado.

Sobre uma proposta de atendimento exclusivo aos pais, com reuniões e

exposições de determinados assuntos que podem servir de suporte aos pais para

que eles prestem um melhor auxílio ao paciente da clínica a resposta unânime foi

positiva. Os quatro consideram essencial, sendo que um deles adjetivou como “um

diferencial” para uma clínica que prestasse esse auxílio. Outro entrevistado apontou

para a questão de um atendimento nesses moldes auxiliar até mesmo na

manutenção da estrutura familiar onde os pais acabam sendo muito afetados com a

descoberta e a falta de conhecimento sobre como lidar com o diagnóstico do filho.

Percebeu-se que as respostas convergiram em sua maioria tanto nas

entrevistas realizadas com as mães de crianças com dificuldades de aprendizagem

quanto com os pais de crianças diagnosticadas com autismo. Também pode-se

notar nas entrevistas a questão das respostas dos pais serem mais objetivas

90

indicando sua real necessidade na utilização de tal serviço. Os pais indicaram

fatores como preço e localização como decisórios para a escolha da clínica sem

deixar de lado a questão da qualidade do serviço prestado. Já as mães enfatizam

muito mais a questão da qualidade como fator fundamental sem frisar outros pontos

que poderiam ser importantes. Pode-se analisar que as mães têm um pouco de

receio em parecer não se importar com o desenvolvimento de seu filho caso

respondam indicando outros fatores que impactam na decisão de qual clínica irá

atender seu filho.

Nota-se também que para as outras perguntas as respostas se

assemelharam, indicando claramente as informações que norteiam e embasam este

trabalho.

4.3 PLANO DE MARKETING

No Plano de Marketing serão analisados os 4 Ps (Produto, Preço, Promoção

e Praça) conforme a nomenclatura utilizada por Rosa: Descrição dos principais

produtos e serviços; preço; Estratégias promocionais; localização da empresa.

4.3.1 Descrição dos principais produtos e serviços

A descrição dos serviços oferecidos pela empresa detalha o passo a passo e

tudo o que integra a realização desse serviço. Para esse tópico serão apresentados

os dois principais serviços que serão prestados pela clínica. Primeiramente é

exposto o fluxograma contendo os processos que desenham o serviço de forma

ordenada, e em seguida é explicado cada processo que consta no fluxograma.

É difícil sabermos quais serviços atenderemos mais, no entanto, geralmente é

muito mais frequente como clientela crianças com TDAH (Transtorno Deficit de

atenção e Hiperatividade), e crianças com dificuldade na leitura e escrita. Para tanto,

abaixo é exposto o fluxograma dos processos que dão forma a realização do

serviço:

91

Detalhando o atendimento a essa clientela, abaixo se discorre sobre cada

processo mostrado no fluxograma:

ENQUADRE COM O PACIENTE

MOTIVO DA CONSULTA

HORA DO JOGO

PROVAS PROJETIVAS

HISTÓRIA VITAL (ANAMNESE)

PROVAS OPERATÓRIAS

PROVA PSICOGENÉTICA -

ESTEROGNÓSTICA

PROVA PSICOGENÉTICA –

DESENHO DA FIGURA GEOMÉTRICA

A CONSTRUÇÃO DA LINGUAGEM E

CONHECIMENTO LÓGICO MATEMÁTICO

HIPÓTESE DIAGNÓSTICA

ENCAMINHAMENTO À

EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

INTERVENÇÕES

DEVOLUTIVA

Figura 4: Fluxograma dos processos do serviço prestado a crianças com TDAH e outras dificuldades de aprendizagem.

Fonte: Elaborado pelo autor.

92

“MOTIVO DA CONSULTA”, onde a qual consiste em saber sobre o paciente e

colher alguns dados substanciais para o levantamento de hipóteses diagnósticas.

Nesta sessão sabe-se o nome do paciente, idade, escolaridade, com quem vive e

mora, escola que frequenta, e seguido destes dados, registra-se a queixa

(dificuldade apresentada).

Contratado o serviço acontece o “ENQUADRE COM O PACIENTE”, sendo

este o primeiro contato (a sós) com o paciente/cliente, tornando necessário que o

psicopedagogo não utilize temáticas relacionadas ao ambiente escolar. Neste

momento é preciso criar um ambiente harmonioso, que busque o vínculo com o

sujeito e a construção de um espaço de confiança. Nesse sentido é que o uso de

brincadeiras e jogos é essencial.

Após essa primeira sessão, é a “HORA DO JOGO”, a qual refere-se a uma

atividade lúdica que contempla os três aspectos da função semiótica: jogo,imitação e

linguagem. Por intermédio da hora do jogo pode-se analisar a modalidade de

aprendizagem do sujeito, de onde também estarão envolvidos aspectos conscientes

e inconscientes da relação de aprendizagem, sendo a hora do jogo um instrumento

de grande valor em um atendimento psicopedagógico, pois propicia suporte, tanto a

nível diagnóstico como terapêutico, assim como também auxilia na investigação

inicial do diagnóstico do sujeito em questão.

Subsequente a sessão tem como suporte as “PROVAS PROJETIVAS”, as

quais têm como objetivo investigar os vínculos que o sujeito pode estabelecer em

seu contexto, seja ela em seu âmbito escolar, familiar e/ou consigo mesmo, podendo

desta maneira, constituir aspectos distintos com o vínculo de aprendizagem. As

provas projetivas permitem ao psicopedagogo uma avaliação mais completa no

campo emocional, organizacional, e na aprendizagem do paciente.

Após essa sessão, é marcado a seguinte apenas com a família do paciente

onde é feito a “HISTÓRIA VITAL” (Anamnese). Esta é uma entrevista realizada com

os pais ou os responsáveis do sujeito e objetiva resgatar sua história de vida,

colhendo dados importantes que podem contribuir para o esclarecimento do que foi

observado durante o processo diagnóstico. Torna-se importante ressaltar a

importância do psicopedagogo ter um roteiro dessa entrevista em mãos, para não

pular nenhuma etapa da vida do sujeito, mas é preciso, também, que a entrevista

93

seja conduzida de maneira que deixe a família a vontade e que não se torne um

processo muito formal e rígido de perguntas e respostas.

Subsequente a esta sessão, iniciam-se as “PROVAS OPERATÓRIAS”, as

quais geralmente duram de três a cinco sessões dependendo a idade do paciente e

a necessidade da investigação sobre sua aprendizagem. Cabe ressaltar que as

sessões elencadas abaixo desta estarão englobadas nas provas operatórias.

As provas operatórias, desenvolvidas por Jean Piaget, têm como objetivo

auxiliar na escala do desenvolvimento intelectual, amparando na estruturação das

hipóteses acerca da fase de aprendizado em que o sujeito se encontra. Desta

maneira, permite identificar em que nível cognitivo a criança se encontra e se há

defasagem em relação à sua idade cronológica, identificando a existência de

diferença entre a idade cognitiva e a cronológica, podendo assim, acarretar sua

dificuldade de aprendizagem.

Em outra sessão é realizada a “PROVA PSICOGENÉTICA – Esterognóstica”.

Ao nascer à criança começa a desenvolver suas estruturas cognitivas, sendo elas:

espaço, tempo, função simbólica, seriação, classificação, inclusão hierárquica,

conservação e reversibilidade. Desta forma, se o sujeito ainda não alcançou o nível

de competência cognitiva de acordo com o estágio em que se encontra este não

conseguirá aprender.

No atendimento psicopedagógico, as estruturas cognitivas do paciente são

investigadas por meio das provas operatórias. Estas provas poderão reforçar ou não

as hipóteses levantadas até o momento. No que tange as provas operatórias, o

método psicogenético esterognóstico também contribui para a avaliação diagnóstica

do paciente em relação a suas estruturas mentais.

O método psicogenético de aprendizagem foi elaborado a partir dos estudos

de Jean Piaget. Este teste é um processo didático que respeita as etapas de

desenvolvimento mental das crianças visando a construção do conhecimento em

toda sua complexidade acerca do que é estabelecido ao paciente.

Na sessão seguinte é realizada a “PROVA PSICOGENÉTICA – DESENHO

DA FIGURA GEOMÉTRICA”, essa prova tem como objetivo investigar a quantidade

de figuras que o paciente consegue desenhar, a forma com que segura o lápis,

como é o traçado do desenho (forte ou fraco), como realiza a atividade proposta,

94

podendo desta forma o profissional identificar dificuldades motoras e/ou de

concentração.

Na sessão final é realizada a “CONSTRUÇÃO DA LINGUAGEM E

CONHECIMENTO LÓGICO MATEMÁTICO”, dependendo da idade do paciente é

realizada uma ou mais avaliações das que serão descritas.

Esta sessão tem como objetivo o diagnóstico acerca dos conceitos lógicos

matemáticos o qual, deve identificar as hipóteses da aprendizagem e avaliar a

estrutura cognitiva construída através das vivências dentro e fora do âmbito escolar.

A fim de diagnosticar e averiguar a construção linguagem e o conhecimento

lógico matemático geralmente são utilizados alguns testes, como os descritos

abaixo:

- AVALIAÇÃO DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA;

- TESTE DE COMPREENSÃO DO TEXTO;

- TESTE DE SONDAGEM DA ESCRITA;

- ANÁLISE DO MATERIAL ESCOLAR;

- ESQUEMA CORPORAL;

- LATERALIDADE;

- ORIENTAÇÃO ESPACIAL;

- SEQUÊNCIA LÓGICA;

- ORIENTAÇÃO TEMPORAL;

- CÁLCULO.

A partir de todas as sessões elencadas o psicopedagogo chega a um possível

diagnóstico, o qual é chamado de hipótese diagnóstica. Ao que tange essa questão,

torna-se imprescindível destacar que o psicopedagogo não fecha diagnóstico

sozinho. Para concluir um diagnóstico é necessário o trabalho em conjunto de uma

equipe multidisciplinar, contando com neurologista, psicólogo, fonoaudiólogo

(quando necessário), e o psicopedagogo. Por essa questão, a denominação é

hipótese diagnóstica, até mesmo por que muitas vezes esse diagnóstico pode mudar

de acordo com as sessões decorrentes, por se tratar de algo que é contínuo.

Desta forma, é marcada com a família a sessão chamada “DEVOLUTIVA”, a

qual tem como pressuposto a comunicação oral do psicopedagogo com a família do

paciente. É neste momento que comunica-se e apresenta-se a família os resultados

95

do diagnóstico feitos anteriormente e obtidos nas sessões psicopedagógicas.

A devolutiva não é uma sessão isolada, ela faz parte de todo processo

diagnóstico, sendo assim, também é um processo contínuo a qual implica em uma

constante investigação. Exposto os aspectos que estão causando a dificuldade na

aprendizagem do paciente, indicando as recomendações (a nível familiar e escolar),

e evidenciando as sugestões necessárias acerca dos atendimentos posteriores.

Para finalizar a devolutiva, é necessário focar nas possibilidades de mudanças do

paciente em relação à eficiência no aprender e no saber.

Posteriormente as sessões são chamadas de “INTERVENÇÕES” e ficam a

critério e planejamento do psicopedagogo a fim de minimizar e/ou superar as

dificuldades apresentadas pelo paciente.

A clínica também fará atendimentos para autistas. Assim, essa forma de

serviço também é elucidada com o fluxograma e posterior discrição de cada

processo.

Por já se tratar de pacientes que possuem um diagnóstico prévio, os

atendimentos acontecem da seguinte forma: “Motivo da consulta” (conforme descrito

acima), sessões seguintes que serão planejadas de acordo com esse primeiro

contato com a família, contemplando também a questão de estar conhecendo o

paciente, o que ele gosta e a forma de ele agir nas ações promovidas, sendo que na

quinta sessão é agendada a “HISTÓRIA VITAL” (elucidada acima). Sequente a isto

é dado inicio aos encaminhamentos de intervenções de acordo com as exposições

MOTIVO DA CONSULTA

INTERVENÇÕES

HISTÓRIA VITAL (ANAMNESE)

SESSÕES PLANEJADAS DE ACORDO COM

PRIMEIRO CONTATO COM A FAMÍLIA

Figura 5: Fluxograma dos processos do serviço prestado a autistas. Fonte: Elaborado pelo autor.

96

da família acerca do desenvolvimento do paciente e das observações do

psicopedagogo nas sessões realizadas anteriormente.

4.3.2 Preço

Geralmente as clínicas de psicopedagogia precificam esse primeiro contato

com o cliente, visto que estarão dispondo de seu tempo para atender aos familiares

(clientes). No entanto, a Clínica de Psicopedagogia Transformar se diferenciará

nesse primeiro momento, não cobrando a sessão que ocorre o primeiro contato com

o paciente e os responsáveis.

O propósito do “motivo da consulta” é aproximar o cliente (responsáveis pelo

paciente) de forma a negociarem o acordo de realização das sessões de

atendimento ao paciente. Pode-se entender essa ação da clínica como uma

estratégia de “preço de penetração” no mercado, a qual ocorre quando a empresa

entra com preços baixos, considerando o valor da concorrência, para massificar e

aproximar o cliente do serviço prestado.

É importante destacar que a clínica ofertará aos responsáveis pelo paciente a

oportunidade de conhecer os serviços, e utilizar a primeira sessão de forma gratuita.

Após a exposição dos serviços realizados, e o cliente perceber a importância do

mesmo para a minimização ou superação das dificuldades as quais os levou a

procurar o auxílio psicopedagógico, será apresentado o valor cobrado em cada

sessão e as condições executadas acerca destas.

Os valores cobrados pela Clínica de Psicopedagogia Transformar estarão

fixados em R$ 80,00 por sessão, que é o valor médio cobrado pelos concorrentes

(conforme visto na análise da concorrência, o concorrente A cobra R$100,00 por

sessão enquanto o concorrente B cobra R$ 80,00). No momento da venda do

serviço, poderá ser acordado um valor reduzido de R$ 60,00 por sessão. Esse valor

se enquadra em uma estratégia promocional realizada pela clínica, onde é proposto

um vínculo contratual de prestação de serviço maior.

Os valores fixados não se enquadram ao “preço de entrada” praticado por

muitas empresas que estão se estabelecendo no mercado, que consiste na

diminuição do preço para permitir ao cliente conhecer o produto/serviço por um valor

menor e assim atrair clientes. O preço foi definido conforme a margem que é

cobrada pelos concorrentes por se tratar de um serviço prioritário (todos os

97

entrevistados afirmaram ser um serviço essencial) e pelo fato de que, conforme visto

nas entrevistas, os clientes priorizam a qualidade dos serviços do que ao preço

praticado.

O preço também é definido levando-se em consideração os custos para a

prestação do serviço. Será destinada a porcentagem de 20% em cima do preço da

sessão para custear materiais que se possam fazer necessários para a aplicação

das abordagens aos pacientes. Os 20% são fixos, independente do caso, ou de os

custos acabarem sendo menores que o valor arrecadado. Caso isso ocorra, o valor

restante dos gastos feitos para compra de material para a realização da sessão

continuará somente a disposição de compra de material. Mesmo que

momentaneamente (quando acontece o recolhimento da porcentagem definida) não

seja necessário, o acúmulo de fundos para um possível futuro gasto maior com

material é um diferencial orçamentário que a clínica estará criando.

4.3.3 Estratégias promocionais

O nome da Clínica é “Clínica de Psicopedagogia Transformar” e na Figura 10

visualiza-se a logomarca da Clínica.

Figura 6: Logomarca da Clínica de Psicopedagogia Transformar. Fonte: Elaborado pelo autor.

O nome “Transformar” atribuído a clínica dá a conotação da proposta da

Clínica, que é disponibilizar ao cliente uma nova forma de alcançar melhorias na

aprendizagem do paciente em questão. A cor verde utilizada para preencher as

letras de “Clínica de Psicopedagogia” foi escolhida para levar ao cliente a conotação

de saúde que a cor proporciona. O “Transformar” disposto nas cores amarela, azul e

vermelha e com as letras “bagunçadas” foi definida com o intuito de exteriorizar para

quem vê a logomarca a questão da relação da Clínica com as crianças, já que a

maioria dos pacientes serão crianças presentes nas séries iniciais do ensino. O

98

quebra cabeça que contém todas as cores utilizadas nas letras do “Transformar” e

no preenchimento de “Clínicas de Psicopedagogia” faz referência à transformação.

Primeiramente são dispostas as peças soltas e após o término da palavra

“Transformar” as peças estão devidamente montadas. Alusão à evolução e

transformação da aprendizagem, proporcionada pela Clínica.

As estratégias promocionais são feitas para aproximar, atrair, convencer o

cliente a comprar o produto ou serviço que está sendo vendido e fidelizar o cliente.

Ferramenta de uso essencial pra toda e qualquer empresa que busca

eficiência em divulgação do produto ou serviço que vende e pretende criar a

valoração e lembrança de sua marca, a Internet revolucionou as formas de

divulgações tradicionais. A divulgação através das redes sociais e blogs têm um

custo quase nulo às empresas e alcançam um alto número de pessoas. Portanto, a

clínica irá realizar parcerias com blogs conhecidos da região para a realização de

matérias que levem ao cliente em potencial a conscientização da existência de um

serviço de qualidade disponível próximo a sua residência. A clínica também terá seu

próprio perfil em redes sociais que possa divulgar com mais eficiência o serviço que

disponibiliza ao público e a realização de eventos.

Conforme constatado nas entrevistas, há pouco conhecimento dos pais sobre

o assunto: sete dos oito entrevistados afirmaram que os pais tem pouco

conhecimento sobre, e somente um deles citou a Internet como ferramenta de busca

de conhecimento, afirmando que o conhecimento está disponível para todos, basta

buscá-lo. Quando perguntados sobre a necessidade da divulgação dos serviços de

psicopedagogia, todos responderam que sim, que é essencial maior divulgação.

Dessa forma, a Clínica também irá realizar eventos junto a escolas parceiras.

Os eventos consistirão na realização de palestras aos pais como forma de

conscientizá-los sobre as dificuldades de aprendizagem que podem ser encontradas

em qualquer criança, da mais variada faixa etária, e o auxílio fundamental da

psicopedagogia no enfrentamento, tratamento e solução da questão. As palestras

serão um diferencial para a Clínica na atração do cliente de duas formas:

conscientizando os pais através das palestras referente as dificuldades de

aprendizagem e à incidência cada vez mais frequente entre as crianças e o apoio

que a psicopedagogia proporciona na superação dessas dificuldades; e através de

tornar a clínica conhecida entre os profissionais atuantes na escola, visto que dos

99

oito entrevistados, sete procuraram uma clínica de psicopedagogia por indicação de

um profissional que estava em contato direto com a criança.

As ministrantes das palestras serão as Psicopedagogas Clínicas e sócias da

Clínica de Psicopedagogia Transformar, que estão diariamente lidando com as

questões de dificuldade de aprendizagem apresentadas pelos pacientes. As redes

sociais serão utilizadas como forma de divulgação para a comunidade sobre a

realização da palestra. Já a conscientização dos pais dos alunos da escola parceira

em relação à realização do evento direcionado a eles, será feita através da entrega

de panfletos elaborados pela clínica e distribuídos nas escolas.

No momento da venda do serviço, poderá ser acordado um valor reduzido de

R$ 60,00 por sessão, onde o cliente assina um contrato formalizando um vínculo

temporal maior da realização das sessões. Esse vínculo dará estabilidade

orçamentária para a empresa na questão de ter conhecimento de quanto tempo

poderá contar com a renda provida do serviço prestado. Esse vínculo será proposto

conforme a dificuldade de aprendizagem do paciente. Há pacientes que reagem

melhor e mais rápido às abordagens aplicadas pelo psicopedagogo, e outros que

demoram mais tempo a desenvolver a minimização e eliminação da dificuldade.

Portanto, o vínculo será flexível na questão de que caso a dificuldade de

aprendizagem seja “solucionada” antes do final contratual, os responsáveis podem

optar pelo cancelamento imediato das sessões e do vínculo sem a obrigatoriedade

de pagamentos de rescisão contratual e multas. Pode-se visualizar com a análise da

concorrência que os pacientes permanecem sendo atendidos pela clínica por mais

de 6 meses e muitos, mesmo após uma melhora enorme na dificuldade de

aprendizagem, continuam realizando acompanhamento.

4.3.4 Estrutura de comercialização

A Clínica terá seu horário de funcionamento das 8:00 às 12:00 horas e das

13:00 às 18:00. Contará com profissionais altamente especializados, conforme

currículos duas sócias expostos no sumário executivo (5.1.2). As sócias serão

responsáveis pelos atendimentos aos pacientes, que poderão ser feitos ao mesmo

tempo (em salas separadas) pelas duas sócias nas salas que a clínica disponibiliza

para a realização do serviço.

O atendimento aos clientes que podem chegar à clínica enquanto as sócias

100

estão em atendimento ao paciente serão feitos pelo estagiário correspondente ao

turno de trabalho. Haverá dois estagiários: um cujo horário de trabalho irá das 8:00

às 12:00 e o segundo que irá das 13:00 às 18:00. Serão responsáveis pelo

atendimento ao cliente (presencial e por telefone); auxiliar as sócias no

planejamento de seus atendimentos; fazer contatos para parcerias com escolas

objetivando a realização de palestras; elaborar publicações para as redes sociais

para futura aprovação das sócias e efetiva publicação, entre outras atividades de

apoio.

4.3.5 Localização do negócio

Não foi encontrada uma sala disponível para aluguel que tivesse o espaço de

66,75 m². Porém, pretende-se instalar a clínica ou na Avenida Leoberto Leal, em

Barreiros ou no Bairro de Areias, entre a Rua São Pedro e a Rua independência.

São locais de fácil acesso na região de São José.

Conforme pesquisa de preços em salas comerciais disponíveis para aluguel,

na Avenida Leoberto Leal, em um importante centro comercial da região uma sala

apresenta valor de aluguel de R$ 1.400,00 com dimensões de 54 m². Dessa forma,

calcula-se um valor de R$26,00/m² na região. Multiplicando o valor do metro

quadrado ao tamanho calculado como ideal para a clínica, chega-se ao provável

valor de R$ 1.735,00 de aluguel que a Clínica terá que pagar para estar em um local

acessível na região.

4.4 PLANO OPERACIONAL

Esse tópico é utilizado para visualizar os processos da empresa, onde irão

acontecer e as pessoas que serão necessárias para que eles aconteçam.

4.4.1 Layout

Calcula-se que seja necessário o tamanho das duas salas de atendimento

medindo 3,69 x 3,2 metros cada uma, além de um banheiro com dimensões que

possam atender um cadeirante, medindo assim 1,72 x 1,89 metros. Também se faz

necessário um banheiro Unissex e um exclusivo para funcionários, o primeiro tem

1,72 x 1,95 metros, e o segundo tendo medidas de 1,72 x 1,93 metros. Haverá um

101

corredor de acesso para os banheiros com uma parede que os divide da recepção.

Para a recepção, calcula-se a necessidade de uma recepção com espaço de 5,7 x

4,77 metros. Assim, pode-se afirmar que a clínica necessita de um espaço que

compreenda 7,5 x 8,9 metros de comprimento, ou 66,75 m². Abaixo é ilustrado o

Layout da Clínica com a disposição dos cômodos e móveis necessários. Foi utilizado

para a elaboração do layout o software “Autodesk HomeStyler” disponibilizado online

ao usuário da Internet. Na Figura 7 é disposto o layout da Clínica:

Figura 7: Layout.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Não há a necessidade de muitos móveis. Apenas 9 cadeiras, sendo oito para

a recepção e uma para o Estagiário responsável pelo atendimento na chegada dos

clientes. Uma prateleira na recepção, e uma mesa para que possa ficar um

computador disponível ao Estagiário. As salas de atendimento contarão apenas com

um tapete e 3 almofadas cada, pois não deve ter móveis e objetos que possam ser

motivo de dispersão do paciente.

4.4.2 Capacidade produtiva/comercial/serviços

Com a estrutura que a Clínica dispõe, pode-se atender até 2 pacientes ao

mesmo tempo (separadamente) nas salas disponibilizadas para esse fim. Portanto,

102

partindo-se das definições de horários de funcionamento da clínica (8:00 às 12:00 e

13:00 às 18:00 de segunda a sexta), pode-se chegar à capacidade de serviços

prestados por mês (considerando o mês com 22 dias úteis) de 396 atendimentos à

pacientes. Abaixo é mostrada tabela detalhando todos os dados até onde se chega

à capacidade máxima de prestação de serviços de 396 atendimentos mensais:

Tabela 6: Capacidade de prestação de serviços

Capacidade produtiva/comercial/serviços

Carga horária diária (minutos)

540

Tempo de sessão (minutos)

50

Quantidade de sessões em uma sala (dia)

9

Quantidade de salas

2

Quantidade máxima de sessões nas duas salas (dia)

18

Dias úteis por mês 22

Capacidade de prestação de serviços (mês)

396

Fonte: Elaborado pelo autor.

A quantidade de sessões em um dia é calculada pela disponibilidade de

tempo de funcionamento da clínica. A Clínica fica aberta 9 horas diárias, portanto

serão nove sessões possíveis de 50 minutos em cada sala, com o intervalo de 10

minutos entre cada sessão para que se possa organizar a sala conforme as

abordagens que serão propostas na sessão seguinte.

Pretende-se iniciar as atividades da clínica realizando o atendimento de

quatro pacientes no primeiro mês, visto que as Concorrente A e B tem 9 e 6

pacientes, respectivamente. Entende-se como padrão a realização de uma sessão

por semana para cada paciente dependendo do caso (sendo este de grande

dificuldade e uma procura de resposta mais rápida acerca de sua aprendizagem) se

pode propor a realização de duas sessões semanais. Dessa forma, conforme a

projeção de quatro pacientes no início das atividades da clínica pode-se afirmar que

103

haveriam 16 sessões realizadas no primeiro mês, gerando uma renda de R$

1.280,00.

4.5 ESTRATÉGIA DO NEGÓCIO

É importante a análise F.O.F.A. (Forças, oportunidades, fraquezas e

ameaças) para que a empresa conheça seu ambiente interno e externo.

Conhecendo suas forças, a empresa pode saber como se beneficiar do que dispõe

na empresa; suas fraquezas evidenciam o que pode prejudicar a empresa e fazer

com que perca clientes para concorrentes; as oportunidades são externas a

empresa e que esta pode utilizar para aumentar seus clientes e alcançar seus

objetivos; e as ameaças também são fatores externos que podem prejudicar a

empresa no andamento de sua busca aos objetivos estabelecidos.

FORÇAS OPORTUNIDADES

Atendimento personalizado ao clinicado e à família do clinicado;

Flexibilidade no Preço de Venda através de ações promocionais de fidelização;

Equipe altamente especializada em Dificuldades de Aprendizagem;

Localização de fácil acesso;

Parcerias junto à escolas para a realização de palestras que conscientizam sobre as dificuldades de aprendizagem e a importância da Psicopedagogia para solucionar essas dificuldades;

Preocupação desde o início das atividades da clínica com a existência de uma administração atuante;

Grande quantidade de clientes-potenciais;

Aumento da demanda;

Aumento da conscientização sobre as Dificuldades de Aprendizagem;

Segmento pouco explorado

FRAQUEZAS AMEAÇAS

Desconhecimento inicial da clínica perante seus clientes (clínica entrante no segmento);

Receita inicial baixa

Necessidade de investimento inicial em capital de giro;

Economia brasileira em crise;

Segmento pouco explorado (pouco conhecimento dos clientes referente aos benefícios oferecidos por uma clínica de psicopedagogia);

Quadro 4: Análise F.O.F.A. Fonte: Adaptado de Rosa, 2007

104

Observa-se convergências na análise F.O.F.A de características do segmento

e da empresa que estão em mais de um quadro ou que estão relacionadas devido

ao seu campo de ação. Para que fique clara essas questões da análise estratégica

da empresa é necessário discorrer sobre os tópicos elencados no quadro 7 de forma

a relacioná-los e analisá-los com maior profundidade.

Observa-se que o desconhecimento da clínica pelos concorrentes, tópico

elencando a uma das fraquezas da clínica, e o baixo conhecimento dos clientes

sobre a psicopedagogia e os benefícios desse serviço, que consta como ameaça

para a clínica, relacionam-se se caracterizando como uma área de risco acentuado.

Em contrapartida à fraqueza cita acima, pode-se elencar os seguintes ponto fortes

da clínica que minimizam essa situação: Atendimento personalizado ao clinicado e à

família do clinicado; Flexibilidade no Preço de Venda através de ações promocionais

de fidelização; Equipe altamente especializada em Dificuldades de Aprendizagem;

Localização de fácil acesso.

Já para a questão da ameaça referente ao desconhecimento dos clientes

sobre a psicopedagogia e os benefícios desse serviço, cita-se como principal

estratégia de atração dos clientes, conscientização e ponto forte considerado

diferencial da Clínica de Psicopedagogia Transformar as parcerias junto à escolas

para a realização de palestras que conscientizam sobre as dificuldades de

aprendizagem e a importância da Psicopedagogia para solucionar essas

dificuldades. É uma estratégia que também age como solução para a questão do

desconhecimento do funcionamento da clínica perante o cliente devido á sua

recente inserção no mercado. A questão de conscientizar o cliente tanto sobre as

dificuldades de aprendizagem cada vez mais frequentes nas crianças quanto na

existência de um atendimento especializado e eficaz para essa questão é uma ação

estratégia da empresa para solucionar o fato do desconhecimento do cliente, além

de ser uma forma de atraí-lo para conhecer o serviço prestado pela empresa e estar

em contato direto com os profissionais responsáveis pela realização dos

atendimentos aos pacientes.

O ponto forte que se refere a parcerias para a realização de palestras cria

duas oportunidades elencadas na análise F.O.F.A: aumento da demanda e aumento

da conscientização sobre as dificuldades de aprendizagem. Essa combinação

caracteriza-se como uma política de ação ofensiva, onde a clínica utiliza o domínio

105

que tem para o alcance de oportunidades vislumbradas.

No quadro também se pode visualizar um tópico presente tanto em

oportunidades quanto em ameaças: segmento pouco explorado. Justifica-se essa

“ambiguidade” da seguinte forma: é uma oportunidade por haver um segmento

quase inexplorado, com poucos concorrentes, e os poucos que existem exercem

pouca influência conforme a parcela de mercado que visualizada na aplicação dos

questionários em comparação com a estimativa feita em relação à quantidade de

clientes-potenciais na região. A Clínica de Psicopedagogia Transformar pode

realizar sua inserção no mercado com as diferenciações já elencadas e conseguir

assim tornar sua marca forte, seu reconhecimento alto perante a comunidade da

região, e atrair boa parcela do segmento. Analisando como ameaça, acaba sendo

uma quebra de paradigma na própria comunidade que não tem conhecimento sobre

o assunto e por isso muitas vezes os responsáveis pela criança com dificuldade de

aprendizagem agem de forma receosa e acabam atrasando a busca por

atendimento especializado por achar que pode ser uma fase da criança, um

problema da escola entre outros fatores. Portanto, a ameaça acontece pela

possibilidade de os responsáveis não assimilarem a importância de tal serviço e a

real possibilidade de seu filho já ter desenvolvido uma dificuldade de aprendizagem

e estar tendo isso como obstáculo no ensino regular.

Também elenca-se como ameaça a crise econômica pela qual o Brasil está

atravessando. Dentro disso se pode citar como uma oportunidade que vem em

contrapartida que é a grande quantidade de clientes potenciais pra a clínica. Outro

fator é a questão que com a criação da conscientização sobre as dificuldades de

aprendizagem e o auxílio da psicopedagogia em torno dessa dificuldade

desenvolvida o serviço que a clínica dispõe passa a ser visto pelos responsáveis

pela criança como uma necessidade indispensável, já que tal dificuldade atrapalha o

desenvolvimento da aprendizagem da criança e consequentemente pode ser um

aspecto que a influencia negativamente no futuro devido a inexistência de um

acompanhamento para minimização do problema.

E em uma última análise são expostas duas fraquezas da empresa. Uma se

refere a receita inicial baixa da empresa, o que pode conferir a ela dificuldades

financeiras em sua inserção, e a possibilidade de necessidade inicial de capital de

giro, já que a empresa mesmo tendo pouca receita terá que continuar cumprindo

106

seus pagamentos em dia, o que pode gerar necessidade de empréstimos ou

investimento das sócias em capital de giro. Para minimizar essas fraquezas, é citado

como ponto forte a questão de que a clínica inicia suas atividades com a existência

de uma administração atuante, fator esse que pode auxiliar a clínica a buscar meios

de contornar essas possíveis dificuldades. Como já visto anteriormente, o motivo

pela morte da maioria das empresas no brasil é devido ao seu início sem que haja

setor administrativo atuante.

Feita análise F.O.F.A., a Clínica de Psicopedagogia Transformar tem

condições de se preparar para as adversidades do mercado e utilizar suas forças de

forma a minimizar essas adversidades.

4.6 ORGANIZAÇÃO E GERÊNCIA DO NEGÓCIO

Tópico importante do Plano de Negócios, a “Organização e Gerência do

Negócio” é vista como fundamental para os investidores, pois por melhor que seja a

ideia do empreendimento, os investidores não colocarão seu capital em “um navio

sem capitão”. Isso quer dizer que se a ideia for boa, mas a equipe administrativa não

for capacitada para a função existe uma grande probabilidade de o Plano de

Negócios ser descartado pelos investidores.

4.6.1 Necessidade de pessoal

O tópico “Necessidade de pessoal” destina-se a enumerar a quantidade de

pessoal necessário para que a Clínica tenha seu funcionamento de forma eficiente

conforme a estrutura de comercialização que dispõe. Abaixo é apresentado o quadro

que dispõe a relação de cargo/função e as qualificações necessárias para exercê-

los.

CARGO/FUNÇÃO QUALIFICAÇÕES NECESSÁRIAS

Sócio/Psicopedagoga Clínica Formação em pedagogia; Especialização em Psicopedagogia; Experiência de trabalho na área de psicopedagogia;

Sócio/Psicopedagoga Clínica Formação em pedagogia; Especialização em Psicopedagogia; Experiência de trabalho na área de psicopedagogia;

Estagiário/Recepcionista Universitário cursando o curso de

107

Pedagogia a partir da 3ª fase.

Estagiário/Recepcionista Universitário cursando o curso de Pedagogia a partir da 3ª fase.

Quadro 5: Necessidade de pessoal. Fonte: Adaptado de Rosa, 2007.

A clínica inicia suas atividades com 2 estagiários trabalhando na recepção

(um no turno matutino e o outro no turno vespertino) e auxiliando as

Psicopedagogas clínicas nas atividades necessária, e as duas Psicopedagogas

Clínicas e Sócias da empresa que trabalharão de forma atuante na realização de

atendimentos aos pacientes. Inicialmente o quadro de pessoal necessário é definido

dessa forma, levando-se em consideração a quantidade de atendimentos realizados

na abertura da clínica, a estrutura que a clínica dispõe (duas salas) e a necessidade

de contratação de pessoal para trabalhar na recepção, para que uma das sócias e

Psicopedagogas Clínicas não tenha ocupado o tempo que poderia ser utilizado no

atendimento a um paciente para realizar atendimentos ao telefone e serviços de

recepção.

4.6.2 Composição equipe de gerência e quadro de pessoal

No tópico “4.6.1 Necessidade de pessoal” foi especificado o quadro de

pessoal necessário para o funcionamento da clínica (duas psicopedagogas clínicas

e dois estagiários) e as qualificações necessárias para exercer os cargos. No tópico

atual, a necessidade de pessoal é mais especificada, definindo o perfil profissional

das psicopedagogas clínicas e sócias que atuarão na clínica e suas

responsabilidades. Define também o perfil profissional e responsabilidades dos

estagiários e do consultor/assessor administrativo que será contratado para auxiliar

a clínica na parte administrativa.

Psicopedagoga Clínica

Quantidade necessária

Dois profissionais

Perfil profissional exigido

•Profissionais formados em pedagogia; •Especialização na área de psicopedagogia clínica.

108

Perfil do profissional

atuante na clínica

• Graduação em Pedagogia pelo Centro Universitário Municipal de São José - 2010. • Pós graduação em Educação Infantil, anos iniciais, com ênfase em educação especial pela UNIESC - 2012. • Pós graduação em psicopedagogia clínica e institucional pelo ICEP - 2014

Responsabilidades

Sócia 1

• Apresentar aos responsáveis pelo paciente (clientes) o serviço que será prestado, conscientizando da importância deste; • Elaborar o planejamento pedagógico da sessão; • Realizar as sessões de atendimento ao paciente; • Buscar constantemente especializações que objetivem qualificar as abordagens aplicadas aos pacientes; • Exercer a função de palestrante, conforme acordos feitos entre a clínica e escolas da região para a conscientização dos pais no que concerne às Dificuldades de Aprendizagem; • Repassar dados financeiros para consultoria terceirizada responsável pela administração da clínica; • Realizar controle financeiro assessorado por consultoria responsável pela parte administrativa; • Participar de forma integrada e decisória nas reuniões gerenciais da clínica para decisões estratégicas. Sócia 2 •Apresentar aos responsáveis pelo paciente (clientes) o serviço que será prestado, conscientizando da importância deste; •Elaborar o planejamento pedagógico da sessão; •Realizar as sessões de atendimento ao paciente; •Buscar constantemente especializações que objetivem qualificar as abordagens aplicadas aos pacientes; •Exercer a função de palestrante, conforme acordos feitos entre a clínica e escolas da região para a conscientização dos pais no que concerne às Dificuldades de Aprendizagem; •Auxiliar na criação do desenvolvimento de divulgação dos eventos realizados pela clínica juntamente com escolas parceiras; • Participar de forma integrada e decisória nas reuniões gerenciais da clínica para decisões estratégicas.

Quadro 6: Psicopedagoga clínica. Fonte: Elaborado pelo autor.

Assim como especificado as responsabilidades, perfil profissional e

quantidade necessária de psicopedagogas clínicas, abaixo também são elucidados

estes pontos quanto aos estagiários necessários para o andamento das atividades

da clínica.

109

Estagiário

Quantidade necessária

Dois estagiários

Perfil profissional exigido

Universitário cursando o curso de Pedagogia a partir da 3ª fase; Boa escrita.

Perfil do profissional

atuante na clínica

Universitário cursando o curso de Pedagogia a partir da 3ª fase; Boa escrita.

Estagiário 1 e 2

Responsabilidades

•Atendimento ao cliente (presencial e por telefone); • Auxiliar as sócias no planejamento de seus atendimentos; •Fazer contatos para parcerias com escolas objetivando a realização de palestras; • Elaborar publicações direcionadas às redes sociais para futura aprovação das sócias e efetivas publicações do conteúdo; • Auxiliar Psicopedagogas na organização das salas para atendimentos aos pacientes; • Auxiliar nas atividades de apoio necessárias.

Quadro 7: Estagiários. Fonte: Elaborado pelo autor.

A Clínica já inicia suas atividades com a preocupação com o administrativo,

buscando eficiência no alcance de seus objetivos. Para isso, tem como componente

de sua equipe gerencial um consultor/assessor administrativo que auxiliará a clínica

na proposição de estratégias que auxiliem seu desenvolvimento. Abaixo é

explicitado as mesmas informações dos quadros anteriores para o consultor

administrativo que a clínica contará em sua equipe gerencial.

Consultor/assessor administrativo

Quantidade necessária

Um consultor

Perfil profissional exigido

Graduado em Administração de empresas.

Perfil do profissional contratado

Graduado em Administração de empresas pelo Centro Universitário Municipal de São José - 2015

Consultor administrativo

Responsabilidades

•Realizar acompanhamento diário das atividades da clínica; •Realizar reuniões semanais com as duas sócias para propor estratégias e ações conforme análise feita das atividades semanais da clínica; •Realizar controle financeiro juntamente à “Sócia 1” e analisar demonstrativos e indicadores para buscar melhorias à clínica; •Auxiliar na criação de campanhas promocionais e de marketing; • Auxiliar no desenvolvimento de padrões para publicações em redes sociais (assessoria de imprensa da clínica);

110

•Elaborar estratégias e ações para que a clínica cresça e amplie seu valor de marca, sua quantidade de clientes e consequentemente sua rentabilidade; • Participar de forma integrada e auxiliar no processo decisórionas reuniões gerenciais da clínica para decisões estratégicas.

Quadro 8: Consultor/assessor administrativo. Fonte: Elaborado pelo autor.

Dessa forma, a clínica tem sua equipe gerencial e quadro de pessoal definido

para iniciar suas atividades e alcançar os objetivos definidos. Nota-se que a equipe

gerencial é formada pelas duas sócias e pelo consultor administrativo externo

contratado pela clínica. As decisões devem ser tomadas de forma integrada e

unânime entre as sócias (as duas devem chegar a um consenso para agir). O

consultor participará das reuniões gerenciais para auxiliar nos processos decisórios

e na proposição de soluções para problemas encontrados. A decisão de implantar

as ações de melhoria que o consultor propõe é de responsabilidade das sócias.

4.6.3 Estrutura da organização

Após definir a composição da equipe gerencial, o quadro de pessoal e as

atribuições de cada cargo no tópico anterior, esta parte do plano de negócios

destina-se a exibição do organograma da clínica e na delegação de “poderes” e

responsabilidades entre os integrantes da equipe gerencial e operacional. Abaixo é

exposto o organograma da clínica:

No desenho da organização mostrado, notam-se as relações gerenciais e

operacionais estabelecidas. Os integrantes da equipe gerencial aparecem

Setor de atendimento/ operacional

Assessoria Administrativa

Diretoria

Figura 8: Organograma da organização. Fonte: Elaborado pelo autor.

111

destacados na parte superior do organograma: Sócias 1 e 2 e o consultor

administrativo. Percebe-se o poder decisório divido entre as sócias, e o consultor

administrativo logo abaixo, sendo estabelecida relação de subordinação às sócias.

Como já especificado em tópico anterior, o consultor participa da equipe gerencial

auxiliando nas decisões, porém estas somente serão tomadas pelas sócias da

clínica. Também se percebe a inexistência de relação entre o Consultor

administrativo e os Estagiários que trabalham no período vespertino e matutino. Isso

se deve pelo fato de a consultoria prestada ser feita diretamente em contato com as

sócias. O consultor não estabelece nem um tipo de poder de subordinação na

clínica. Também é visto a relação de trabalho exercida entre as sócias e os

estagiários. Isso se deve pelo fato de que as sócias além do trabalho na equipe

gerencial, também exercem a função de psicopedagoga sendo responsáveis diretas

pela execução dos processos operacionais.

A Sócia 1 ficará responsável por controlar os dados financeiros da clínica e

repassar para o consultor, para que ele desenvolva indicadores e controle os

demonstrativos de resultado da clínica.

O assessor administrativo terá a responsabilidade de realizar o

acompanhamento das atividades e implantações de ações conforme as metas e

objetivos estabelecidos pela clínica. Também será responsável pelo controle

financeiro complexo da clínica e a criação de estratégias para serem propostas às

sócias nas reuniões gerenciais.

Entre as atividades delegadas à equipe gerencial, a Sócia 2 terá como

atribuições nesse âmbito a criação de campanhas de divulgação e o controle do

relacionamento da clínica com os clientes na questão de inserção em redes sociais.

Fará uma espécie de “assessoria de imprensa” da clínica. Também será responsável

pelas divulgações dos eventos realizados junto às escolas parceiras (palestras de

conscientização).

4.6.4 Plano de pessoal

O Plano de pessoal é um fator que atrai candidatos à empresa e os mantém

com a visão de que sua carreira pode evoluir conforme a progressão de tempo na

empresa.

A Clínica de Psicopedagogia Transformar terá formas de realizar o

112

recrutamento, seleção e treinamento. A seguir são mostradas as políticas para cada

uma dessas etapas.

Recrutamento: Será feita a divulgação da vaga de estágio através de

agentes de integração que realizam o processo de identificação de candidatos com

o perfil definido pela Clínica de Psicopedagogia Transformar. Aliado a isso, as

Sócias terão a responsabilidade de ir à Universidade Municipal de São José

anunciar a vaga que precisa ser preenchida aos acadêmicos que cursam pedagogia

a partir da 3ª fase. Esse anúncio da vaga será direcionado diretamente nas salas

das fases que se encaixam no perfil procurado pela clínica. O recrutamento,

inicialmente, será feito sempre de estagiários. Caso haja a necessidade da

contratação de Psicopedagogos Clínicos e os estagiários ainda não estiverem em

fase de conclusão de curso e futuro início de especialização na área de

psicopedagogia, a Clínica irá entrar em contato com a ABPpSC (Associação

Brasileira de Psicopedagogia Seção Santa Catarina) em busca de profissionais da

área e da região cadastrados na associação. Também pode ser feita a consulta

através do site da ABPpSC recolhendo as informações dos associados e entrando

em contato para divulgar a vaga e agendar a entrevista.

Seleção: Com o candidato para a vaga de estagiário, será realizada uma

entrevista e a realização de elaboração de uma redação feita pelo candidato com o

tempo de 25 minutos para seu término. O Candidato deve apresentar boa escrita na

redação e se encaixar ao perfil profissional que a empresa solicita na abertura da

vaga. A seleção de um Psicopedagogo pode ser feita de duas formas: uma é através

da progressão funcional do estagiário, que pode passar seus dois anos de estágio

na clínica e após isso ser contratado e ter o apoio da clínica para a realização de

uma especialização na área de Psicopedagogia Clínica para que consiga exercer a

função conforme o perfil profissional exigido pela Clínica de Psicopedagogia

Transformar. Outro meio de contratação é através da seleção de Psicopedagogos já

formados e especializados que estejam cadastrados na ABPpSC, e aptos a clinicar

imediatamente.

Treinamento: O Treinamento ao estagiário se dará conforme o andamento

diário de suas atividades na Clínica. As Sócias serão responsáveis pela supervisão

e acompanhamento das atividades para que o estagiário adquira conhecimento para

executá-las. Após os dois anos de estágio, há a possibilidade de contratação do

113

estagiário com o objetivo de que se torne um psicopedagogo clínico. Dessa forma, a

Clínica de Psicopedagogia Transformar auxiliará no pagamento de até 50% do curso

de especialização na área de Psicopedagogia Clínica. Para o caso de contratação

externa de Psicopedagogo Clínico, haverá apenas a conscientização das políticas

da Clínica e procedimentos padrões estabelecidos.

Avaliação de desempenho: A Clínica também atenta para o estabelecimento

de Avaliações de desempenho. Elas acontecerão através da avaliação 360º que dá

a possibilidade a todos os integrantes do quadro de pessoal da empresa para que

avaliem e sejam avaliados. Também será utilizado o formato de avaliação feita pelo

cliente através de um questionário no qual ele poderá expressar suas satisfações

e/ou insatisfações em relação ao atendimento feito pelos estagiários e ao serviço

prestado pelas Psicopedagogas Clínicas.

Definição fundamental no Plano de Pessoal é a progressão funcional na

empresa aliado à remuneração e benefícios correspondentes aos cargos

determinados. Para isso, será elucidada a progressão funcional dos cargos de

quatro formas: para o estagiário do turno matutino; para o estagiário do turno

vespertino; para as psicopedagogas clínicas e sócias; e para a possibilidade de uma

futura psicopedagoga clínica contratada além das duas sócias. As progressões

funcionais serão mostradas através de fluxogramas elaborados para cada um dos

cargos.

Como visto na figura acima, não há progressão funcional para as

Psicopedagogas Clínicas que são sócias (por ocuparem um cargo de direção, ao

mesmo tempo em que trabalham operacionalmente como Psicopedagogas Clínicas).

Elas receberão o valor de R$ 14,00 diários de Vale alimentação, que se calculados

para vinte e dois dias do mês totalizam um valor de R$ 308,00. Seu salário se dá

através do sistema de pró-labore: os lucros são divididos entre as sócias em 50%

Cargo: Sócias/Psicopedagogas Clínicas; Benefícios: Vale Alimentação de R$ 308,00 mensais; Salário: através de pró-labore. 50% do lucro (com os custos descontados) para cada Sócia/Psicopedagoga.

Figura 9: Plano de pessoal para Sócias/Psicopedagogas Clínicas. Fonte: Elaborado pelo autor.

114

para cada uma, e essa divisão acontece depois de todos os custos e investimentos

(como os 20% da renda de cada sessão que são destinados à compra de material)

terem sido realizados.

Abaixo é detalhado o fluxograma da progressão funcional do Estagiário do

período matutino e do período vespertino:

É visto uma diferenciação salarial entre os estagiários. Isso se deve pelo fato

de o estagiário matutino trabalhar quatro horas por dia (25 horas semanais),

enquanto o estagiário vespertino cumpre 5 horas diárias (30 horas semanais). Os

dois tem o mesmo vale transporte que corresponde às passagens de ida e volta do

estágio utilizando transporte público interbairros.

Também pode ser visto a progressão funcional de Estagiário I para Estagiário

II e possibilidade de ascensão para Psicopedagogo Clínico I. A progressão se dá

conforme os dois anos de estágio: renovado o contrato de estágio para mais um ano

o Estagiário passa para “Estagiário II”, onde recebe o reajuste previsto do vale

transporte (conforme se pode visualizar no fluxograma) e o aumento de sua bolsa

auxílio. Após o cumprimento dos dois anos de estágio, há a possibilidade de

contratação do estagiário para que seja funcionário da clínica ocupando o cargo de

Cargo: Estagiário Matutino I Benefícios: Vale transporte de R$ 132,00 mensais;

Salário: R$ 600,00.

Cargo: Estagiário Matutino II Benefícios: Vale transporte de R$ 140,80 mensais;

Salário: R$ 650,00.

Cargo: Psicopedagogo Clínico I Benefícios: Vale transporte de R$ 149,60 mensais e Vale alimentação de R$ 308,00;

Salário: R$ 2400,00.

Cargo: Estagiário Vespertino I Benefícios: Vale transporte de R$ 132,00 mensais;

Salário: R$ 750,00.

Cargo: Estagiário Vespertino II Benefícios: Vale transporte de R$ 140,80 mensais;

Salário: R$ 800,00.

Cargo: Psicopedagogo Clínico I Benefícios: Vale transporte de R$ 149,60 mensais e Vale alimentação de R$ 308,00;

Salário: R$ 2400,00.

Figura 10: Progressão funcional para estagiário matutino e vespertino. Fonte: Elaborado pelo autor.

115

Psicopedagogo Clínico I. A partir daí ele recebe o salário de 2.400,00 para a carga

horária de 45 horas semanais e vale alimentação correspondente à R$ 14,00 por dia

(R$ 308,00 mensais). Para que o estagiário consiga a ascensão para

Psicopedagogo, ele deve estar se formando juntamente ao fim de seu segundo ano

de estágio e deve ter a ambição de cursar uma especialização na área de

Psicopedagogia Clínica, onde a Clínica de Psicopedagogia Transformar apoiará seu

funcionário com auxílio de 50% do valor pago pela realização da especialização.

O Psicopedagogo Clínico também tem sua progressão funcional estabelecida

conforme fluxograma abaixo:

A progressão acontece conforme cada ano trabalhado. Dessa forma, a cada

ano o Vale alimentação é reajustado no valor de R$ 2,00 diários e o vale transporte

também é reajustado prevendo um aumento de R$ 0,20 de cada passagem (R$0,40

ao dia). O salário do Psicopedagogo também tem um acréscimo. É importante

salientar que inicialmente a Clínica de Psicopedagogia Transformar não terá a

necessidade de contratação de Psicopedagogo Clínico além da existência das duas

Psicopedagogas e empreendedoras do negócio.

Cargo: Psicopedagogo Clínico I Benefícios: Vale transporte de R$ 149,60 mensais e Vale alimentação de R$ 308,00; Salário: R$ 2.400,00.

Cargo: Psicopedagogo Clínico II Benefícios: Vale transporte de R$ 158,40 mensais e Vale alimentação de R$ 352,00;

Salário: R$ 2.520,00.

Cargo: Psicopedagogo Clínico III Benefícios: Vale transporte de R$ 167,20 mensais e Vale alimentação de R$ 396,00;

Salário: R$ 2.700,00.

Figura 11: Progressão funcional do Psicopedagogo Clínico. Fonte: Elaborado pelo autor.

116

Conforme a previsão conforme os anos de funcionamento da clínica, após

dois anos de trabalho de um estagiário (ao início do terceiro ano de funcionamento

da clínica) que há a possibilidade de acontecer tal contratação de Psicopedagogo

Clínico. Caso haja necessidade de demanda que se faça necessária a contratação

de um psicopedagogo clínico o Plano de pessoal incluindo remunerações, benefícios

e o formato de progressão funcional já estará estabelecido para que ele vislumbre

suas possibilidades de crescimento desde sua contratação.

4.7 PLANO FINANCEIRO

O plano financeiro irá estimar os custos, as vendas da clínica, despesas e

realizar a elaboração de demonstrativos e indicadores que mostrem a viabilidade ou

inviabilidade da Clínica de Psicopedagogia Transformar ser aberta. As estimativas

são embasadas na análise da concorres e o desempenho dessas clínicas já

estabelecidas no mercado aliado a pesquisa realizada com pais de pacientes de

clínicas de psicopedagogia, que caracterizam-se como “clientes-potenciais”.

Para que se possa planejar a empresa para da melhor forma, se faz

necessária a definição de cenários onde o faturamento da empresa poderá ser

abaixo do estimado (pessimista), o estimado (realista) e o acima do previsto

(otimista). Os cenários permitem à empresa visualizar as dificuldades que enfrentará

caso as vendas não aconteçam como foi previsto e as oportunidades que podem

surgir caso o realismo definido seja superado e as vendas alcancem um número

substancialmente maior que o estimado como realista.

O cenário realista é calculado conforme os dados atuais do mercado.

Segundo o IBGE o setor de serviços cresceu 1,1% em maio de 2015. Dessa forma,

a venda no primeiro mês da Clínica será baseada na quantidade de pacientes que a

Concorrente B tem (seis pacientes). Nos meses seguintes acontecerão acréscimos

ao crescimento de vendas e à quantidade de pacientes atendidos pela clínica devido

aos resultados das palestras feitas e da divulgação trabalhada pela clínica. Calcula-

se um crescimento de 5% das vendas mensalmente.

117

Figura 12: Crescimento do setor de serviços Fonte: IBGE

Para o Cenário Pessimista será utilizado como variação de vendas o

crescimento do setor de serviços referente ao mês de maio de 2015, de apenas

1,1% com um acréscimo definido devido ao serviço de conscientização realizado

pela clínica. Um diferencial que permite colocar a clínica com uma porcentagem de

crescimento no cenário pessimista um pouco acima da média, sendo definido como

3%.

Para o Cenário Otimista estimou-se que as vendas da clínica cresçam 10%

em relação às calculadas como realistas. Para isso, estima-se a realização de uma

quantidade maior de palestras mensais para um maior alcance do público alvo.

Assim, definem-se os cenários com a seguinte variação no volume de vendas:

Cenário Pessimista: Crescimento de vendas de 3% em relação às vendas

iniciais;

Cenário Realista: Venda estimada conforme a realidade vislumbrada através da

pesquisa, com crescimento de 5%;

Cenário Otimista: Crescimento das vendas em 10%.

118

Portanto, para cada demonstrativo e indicador apresentado no plano

financeiro, deve-se apresentar este calculado para os três cenários conforme as

variações estabelecidas acima.

4.7.1 Investimento total

Seguindo o modelo de Rosa, são apresentadas tabelas onde se pode

visualizar o que é necessário comprar e o custo despendido para realizar tal compra.

Na tabela 7 é mostrado os móveis e utensílios necessários e o custo derivados

deles.

Tabela 7: Móveis e utensílios

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

A seguir é apresentada a tabela 8 que mostra os gastos correspondentes às

máquinas e equipamentos necessários.

Tabela 8: Máquinas e equipamentos

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

Utilizando-se do Subtotal 1 e 2 resultantes das Tabelas 7 e 8 apresentadas

acima, é exposta a Tabela 9 que mostra o total dos investimentos fixos.

QuantidadeValor

(unidade)Total

1 Mesa recepção 1 390,54R$ 390,54R$

2 Kit 2 prateleiras 1 48,90R$ 48,90R$

3 Cadeiras 8 118,41R$ 947,27R$

4 Cadeira giratória 1 111,34R$ 111,34R$

5 Tapete 2 110,30R$ 220,60R$

6 Almofadas 6 23,84R$ 143,06R$

7 Mesa de canto 1 158,80R$ 158,80R$

2.020,51R$

Descrição

Móveis e Utensílios

Subtotal 1:

QuantidadeValor

(unidade)Total

1 Telefone 1 91,00R$ 91,00R$

2 Computador 1 1.498,99R$ 1.498,99R$

1.589,99R$

Máquinas e equipamentos

Descrição

Subtotal 2:

119

Tabela 9: Investimento fixo.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

Depois de calculados os investimentos fixos, é apresentada a tabela contendo

os investimentos pré-operacionais, que correspondem aos investimentos

necessários antes da clínica estar em funcionamento. Esses investimentos são

expostos na tabela 10, abaixo.

Tabela 10: Investimentos pré-operacionais.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

É importante salientar que o valor de 30.000,00 para reformas em uma sala

comercial conforme o Layout exposto no tópico 5.4.1 é um custo estimado conforme

pedido de orçamento realizado da soma de material e mão de obra.

Com todos os investimentos necessários calculados, abaixo é apresentada a

tabela 11 que mostra a soma de todos os investimentos mostrados e em seguida a

fonte de recursos para custear esses investimentos.

Investimentos R$

Subtotal 1 2.020,51R$

Subtotal 2 1.589,99R$

TOTAL: 3.610,50R$

INVESTIMENTO FIXO

Investimentos pré-operacionais R$

Despesas de legalização 1.600,00R$

Reformas 30.000,00R$

TOTAL 31.600,00R$

Investimentos pré-operacionais

120

Tabela 11: Investimento total.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

Para os investimentos iniciais necessários, a Clínica contará com recursos

próprios no valor de R$ 35.210,50 que é dividido em 50% para cada sócia realizar

contribuição.

4.7.2 Estimativa do faturamento mensal da empresa

A estimativa do faturamento mensal da clínica será feita para todos os meses

do ano, para 3 anos e conforme os 3 cenários definidos.

A seguir são expostas as tabelas que apresentam a estimativa do faturamento

mensal da clínica para os 3 anos conforme o cenário realista:

Tabela 12: Estimativa do faturamento mensal para o primeiro ano – Cenário

realista

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

No primeiro ano do cenário realista a clínica encerra o ano com uma

quantidade de 10 pacientes, totalizando 40 sessões no ultimo mês do período e

arrecadando R$ 3.200,00 derivados dessas 40 sessões no valor de R$ 80,00 cada.

A estimativa para o segundo ano é a seguinte:

Descrição dos investimentos Valor (R$) (%)

1. Investimentos Fixos 3.610,50R$ 10,25

2. Investimentos Pré

operacionais 31.600,00R$ 89,75

TOTAL (1 + 2) 35210,5 100

Fonte de recursos Valor (R$) (%)

1. Recursos próprios 35.210,5 100

2. Recursos de terceiros 0 0

3. Outros 0 0

TOTAL (1+ 2 + 3) 35210,5 100

INVESTIMENTO TOTAL

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12

Quantidade

de pacientes 6 6 7 7 7 8 8 8 9 9 10 10

Quantidade

de sessões 24 24 28 28 28 32 32 32 36 36 40 40

Receita em

R$ 1920,00 1920,00 2240,00 2240,00 2240,00 2560,00 2560,00 2560,00 2880,00 2880,00 3200,00 3200,00

Estimativa do faturamento empresa (1º ano)

121

Tabela 13: Estimativa do faturamento mensal para o segundo ano – Cenário

realista

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

No segundo ano a clínica consegue fechar com uma quantidade de 18

pacientes e 72 sessões realizadas no último mês do período. Essas sessões

equivalem a renda de R$ 5.760,00. E a seguir é mostrada a tabela que se refere à

estimativa do terceiro ano no cenário realista:

Tabela 14: Estimativa do faturamento mensal para o terceiro ano – Cenário

realista

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

No terceiro ano de atividade da clínica, estima-se que ela atenderá 33

pacientes, totalizando 132 sessões no último mês do período. Essa quantidade de

sessões garante à clínica uma renda no último mês no montante de 10.560,00.

Encerrado as estimativas para o cenário realista, é estimado as vendas mensais

durante os 3 anos calculados para o cenário pessimista. Na tabela abaixo é

apresentada a estimativa para o primeiro ano das vendas da clínica conforme esse

cenário.

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12

Quantidade

de pacientes 11 11 12 12 13 14 14 15 16 17 18 18

Quantidade

de sessões 44 44 48 48 52 56 56 60 64 68 72 72

Receita em

R$ 3520,00 3520,00 3840,00 3840,00 4160,00 4480,00 4480,00 4800,00 5120,00 5440,00 5760,00 5760,00

Estimativa do faturamento empresa (2º ano)

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12

Quantidade

de pacientes 19 20 21 22 24 25 26 27 29 30 32 33

Quantidade

de sessões 76 80 84 88 96 100 104 108 116 120 128 132

Receita em

R$ 6080,00 6400,00 6720,00 7040,00 7680,00 8000,00 8320,00 8640,00 9280,00 9600,00 10240,00 10560,00

Estimativa do faturamento empresa (3º ano)

122

Tabela 15: Estimativa do faturamento mensal para o primeiro ano – Cenário

pessimista

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

No cenário pessimista nota-se em comparação com o cenário realista uma

dificuldade maior da clínica em aumentar sua quantidade de clientes e

consequentemente, sua renda. Ao final do primeiro ano a clínica atende 8 pacientes,

realizando 32 sessões no ultimo mês e arrecadando um total de R$2.560,00. Abaixo

é mostrada a tabela referente à estimativa de vendas do segundo ano para o cenário

pessimista.

Tabela 16: Estimativa do faturamento mensal para o segundo ano – Cenário

pessimista

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

Em comparativo com o segundo ano do realista que fecha com 18 pacientes,

nota-se que a clínica no cenário pessimista apresenta uma quantidade

significativamente mais baixa. A clínica fecha o segundo período do cenário

pessimista com 12 pacientes, totalizando 48 sessões e arrecadando R$ 3.840,00 no

último mês. E concluindo o cenário pessimista, é apresentada a seguir a tabela 17

que mostra a previsão de vendas para o terceiro ano deste cenário.

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12

Quantidade

de pacientes 6 6 6 7 7 7 7 7 8 8 8 8

Quantidade

de sessões 24 24 24 28 28 28 28 28 32 32 32 32

Receita em

R$ 1920,00 1920,00 1920,00 2240,00 2240,00 2240,00 2240,00 2240,00 2560,00 2560,00 2560,00 2560,00

Estimativa do faturamento empresa (1º ano)

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12

Quantidade

de pacientes 9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 11 12

Quantidade

de sessões 36 36 36 36 40 40 40 44 44 44 44 48

Receita em

R$ 2880,00 2880,00 2880,00 2880,00 3200,00 3200,00 3200,00 3520,00 3520,00 3520,00 3520,00 3840,00

Estimativa do faturamento empresa (2º ano)

123

Tabela 17: Estimativa do faturamento mensal para o terceiro ano – Cenário

pessimista

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

Nota-se que a clínica no terceiro ano do cenário pessimista ainda não

consegue igualar o fechamento do segundo ano do cenário realista. Para que

aconteça um crescimento tão baixo, a clínica não teve eficiência em atrair seus

clientes potenciais com a execução das estratégias promocionais definidas. O

terceiro ano do cenário pessimista fecha com uma quantidade de 17 pacientes

atendidos pela clínica, 68 sessões realizadas no ultimo mês e renda de R$ 5.440,00

referente à esse mês do período. Concluindo as estimativas de vendas para os três

cenários definidos, abaixo as tabelas ilustram as previsões feitas para os 3 anos do

cenário otimista.

Tabela 18: Estimativa do faturamento mensal para o primeiro ano – Cenário

otimista.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

O cenário otimista estima a ótima realização de todas as estratégias definidas

para atração de clientes. O crescimento da quantidade de pacientes é alto em

relação aos cenários pessimista e realista. Em comparação com o cenário

pessimista, no primeiro ano do cenário otimista a quantidade de pacientes

alcançados iguala o que a clínica consegue no cenário pessimista ao final do

terceiro ano. É uma discrepância considerável. A Clínica encerra o primeiro ano com

uma quantidade de 17 pacientes, realizando 68 sessões no último mês do período e

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12

Quantidade

de pacientes 12 13 13 13 14 14 15 15 15 16 16 17

Quantidade

de sessões 48 52 52 52 56 56 60 60 60 64 64 68

Receita em

R$ 3840 4160 4160 4160 4480 4480 4800 4800 4800 5120 5120 5440

Estimativa do faturamento empresa (3º ano)

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12

Quantidade

de pacientes 6 7 7 8,0 9 10 11 12 13 14 16 17

Quantidade

de sessões 24 28 28 32 36 40 44 48 52 56 64 68

Receita em

R$ 1920,00 2240,00 2240,00 2560,00 2880,00 3200,00 3520,00 3840,00 4160,00 4480,00 5120,00 5440,00

Estimativa do faturamento empresa (1º ano)

124

arrecadando R$ 5.440,00. Na seguinte tabela é mostrada a estimativa para o

segundo ano do cenário otimista.

Tabela 19: Estimativa do faturamento mensal para o segundo ano – Cenário

otimista.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

O crescimento da clínica no segundo ano é ainda maior, fechando o ano com

54 pacientes, realizando 216 sessões no último mês do período, cujas sessões são

responsáveis pelo montante arrecadado no valor de R$ 17.280,00. Realizando um

comparativo do desempenho das vendas depois do segundo ano concluído no

cenário otimista, a clínica consegue uma quantidade de clientes que no cenário

realista não se projeta nem para o final do terceiro ano de atividade. E, por fim,

ultima tabela refere-se ao terceiro ano do cenário otimista.

Tabela 20: Estimativa do faturamento mensal para o terceiro ano – Cenário

otimista.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

No terceiro ano de funcionamento, conforme o cenário otimista, a clínica

fecha o ano com 169 pacientes, com 676 sessões no último mês do período e uma

renda para esse último mês no valor de R$ 54.080,00. É importante destacar que ao

chegar ao sétimo mês do terceiro ano do cenário otimista a clínica atinge 420

sessões realizadas por mês, o que excede a capacidade de prestação de serviços

que a clínica tem com a estrutura projetada. Assim, para poder continuar expandindo

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12

Quantidade

de pacientes 19 21 23 25 28 30 33 37 40 44 49 54

Quantidade

de sessões 76 84 92 100 112 120 132 148 160 176 196 216

Receita em

R$ 6080,00 6720,00 7360,00 8000,00 8960,00 9600,00 10560,00 11840,00 12800,00 14080,00 15680,00 17280,00

Estimativa do faturamento empresa (2º ano)

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12

Quantidade

de pacientes 59 65 72 79 87 95 105 115 127 139 153 169

Quantidade

de sessões 236 260 288 316 348 380 420 460 508 556 612 676

Receita em

R$ 18880,00 20800,00 23040,00 25280,00 27840,00 30400,00 33600,00 36800,00 40640,00 44480,00 48960,00 54080,00

Estimativa do faturamento empresa (3º ano)

125

as vendas a clínica deverá readequar seu ambiente de modo a disponibilizar mais

uma sala de atendimento para suportar a demanda.

4.7.3 Estimativa com custo de mão de obra

A estimativa com custo de mão de obra foi realizada para 3 anos. Conforme

exposto no plano de pessoal, a clínica contará com um estagiário no turno matutino

e outro no vespertino. Para tanto, os custos com mão de obra são identificados na

tabela abaixo.

Tabela 21: Estimativa dos custos com mão de obra.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

Pode-se notar que do segundo ano para o terceiro o salário praticado não é

reajustado. Isso se deve à necessidade de entrada de um novo estagiário na clínica

devido ao fato de os contratos de estágio terem duração máxima de 2 anos.

4.7.4 Estimativa dos custos fixos operacionais

Os custos fixos operacionais da empresa são aqueles que não mudam

independente da quantidade de serviços prestados entre outros fatores. Portanto, se

faz necessário o calculo único que será utilizado para todos os cenários definidos no

plano financeiro.

FunçãoNº de

empregados

Salário

Mensal

Ano 1(R$)

Salário

Mensal Ano

2(R$)

Salário

Mensal Ano

3(R$)

Estagiário

Matutino 1 R$ 732,00 790,80R$ 790,80R$

Estagiário

Vespertino 1 R$ 832,00 940,80R$ 940,80R$

TOTAL 2 R$ 1.564,00 1.731,60R$ 1.731,60R$

Estimativa dos custos com mão de obra

126

Tabela 22: Estimativa dos custos fixos operacionais mensais.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

Os materiais de limpeza foram colocados no valor de R$ 62,01 para se tornar

de caráter mensal, porém no fluxo de caixa ele será praticado no valor de R$ 124,02

com compras realizadas a cada dois meses. É importante salientar que os custos

fixos operacionais apresentados são pro primeiro ano. No segundo ano há o reajuste

salarial dos estagiários, portando os gastos com salários passariam para R$1.731,60

mensais, e o total dos custos fixos finalizaria no valor de R$ 3.818,51. No terceiro

ano o salário é mantido, e consequentemente os custos fixos calculados também.

4.7.5 Demonstrativo de resultados

São apresentados o demonstrativo de resultado dos 3 exercícios

considerados, calculando-se a DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) para

cada cenário definido. A seguir é apresentada a DRE do primeiro ano para os três

cenários.

Tabela 23: DRE – 1º ano

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

Descrição Custo Total Mensal (R$)

Aluguel 1.735,00R$

Água 50,00R$

Energia Elétrica 50,00R$

Telefone + Internet 189,90R$

Salários 1.564,00R$

Material de Limpeza 62,01

Total 3.650,91R$

Estimativa de custos fixos operacionais mensais

Descrição

Cenário

Pessimista

Cenário

Realista

Cenário

Otimista

(R$) (R$) (R$)

1. Receita total com vendas 27.200,00R$ 30.400,00R$ 41.600,00R$

2. Custos variáveis totais

(-) Impostos (Simples nacional) 1.753,60R$ 1.792,00R$ 1.926,40R$

(-) Despesas Administrativas 2.720,00R$ 3.040,00R$ 4.160,00R$

Subtotal de 2: 4.473,60R$ 4.832,00R$ 6.086,40R$

3. Margem de contribuição (1 - 2) 22.726,40R$ 25.568,00R$ 35.513,60R$

4. (-) custos fixos totais 43.810,92R$ 43.810,92R$ 43.810,92R$

5. Resultado Operacional (Lucro/prejuízo) (3 - 4) 21.084,52-R$ 18.242,92-R$ 8.297,32-R$

Demonstrativo de resultados 1º ano

127

Conforme se pode analisar, ao final do primeiro ano a empresa tem prejuízo

nos três cenários considerados. Na tabela seguinte é exposta a DRE do segundo

exercício.

Tabela 24: DRE – 2º ano.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

Já no segundo exercício, a clínica alcança um lucro pequeno no cenário

realista e um lucro mais considerável no cenário otimista. O cenário pessimista é o

único que ainda apresenta déficit. A DRE do terceiro exercício é apresentada na

tabela 25.

Tabela 25: DRE – 3º ano.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

Descrição

Cenário

Pessimista

Cenário

Realista

Cenário

Otimista

(R$) (R$) (R$)

1. Receita total com vendas 39.040,00R$ 54.720,00R$ 128.960,00R$

2. Custos variáveis totais

(-) Impostos (Simples nacional) 230,40R$ 345,60R$ 1.036,80R$

(-) Despesas Administrativas 3.904,00R$ 5.472,00R$ 12.896,00R$

Subtotal de 2: 4.134,40R$ 5.817,60R$ 13.932,80R$

3. Margem de contribuição (1 - 2) 34.905,60R$ 48.902,40R$ 115.027,20R$

4. (-) custos fixos totais 45.822,12R$ 45.822,12R$ 45.822,12R$

5. Resultado Operacional (Lucro/prejuízo) (3 - 4) 10.916,52-R$ 3.080,28R$ 69.205,08R$

Demonstrativo de resultados 2º ano

Descrição

Cenário

Pessimista

Cenário

Realista

Cenário

Otimista

(R$) (R$) (R$)

1. Receita total com vendas 55.360,00R$ 98.560,00R$ 404.800,00R$

2. Custos variáveis totais

(-) Impostos (Simples nacional) 326,40R$ 633,60R$ 5.548,61R$

(-) Despesas Administrativas 5.536,00R$ 9.856,00R$ 40.480,00R$

Subtotal de 2: 5.862,40R$ 10.489,60R$ 46.028,61R$

3. Margem de contribuição (1 - 2) 49.497,60R$ 88.070,40R$ 358.771,39R$

4. (-) custos fixos totais 45.822,12R$ 45.822,12R$ 45.822,12R$

5. Resultado Operacional (Lucro/prejuízo) (3 - 4) 3.675,48R$ 42.248,28R$ 312.949,27R$

Demonstrativo de resultados 3º ano

128

No terceiro exercício a clínica alcança o lucro nos três cenários definidos. No

cenário pessimista alcança o lucro de R$ 3.675,48, um lucro baixo considerando que

a clínica já estaria estabelecida no mercado há 3 anos. E no realista e otimista os

valores tem dimensões maiores, sendo R$ 42.248,28 para o realista e R$

312.949,27 para o otimista, necessitando assim a mudança da clínica para uma

alíquota diferente no Simples Nacional que se refere ao pagamento de impostos de

10,26% sobre a receita bruta arrecadada. Pode-se notar que ao final do terceiro ano

os cenários realista e otimista apresentam um valor positivo em seus lucros, fator

considerável para a viabilidade da clínica.

4.7.6 Ponto de Equilíbrio

Para que seja calculado o Ponto de Equilíbrio é necessário que se conheça o

Índice da Margem de Contribuição (IMC). Dessa forma, é calculado o IMC e em

seguida o Ponto de Equilíbrio para cada ano conforme cada cenário definido. De

forma a tornar a visualização dos indicadores facilitada, é apresentada abaixo tabela

que contém os índices aplicados para os três anos conforme os três cenários:

Tabela 26: IMC e PE

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

Percebe-se a questão do alto índice de margem de contribuição. Isso se deve

ao fato de a Clínica trabalhar com a prestação de serviços que não dependem da

compra de insumos para serem realizados. Isso confere a clínica uma margem maior

Pessimista Realista Otimista

IMC 0,835529412 0,841052632 0,853692308

PE 52.434,92R$ 52.090,58R$ 51.319,33R$

Pessimista Realista Otimista

IMC 0,894098361 0,893684211 0,891960298

PE 51.249,53R$ 51.273,28R$ 51.372,38R$

Pessimista Realista Otimista

IMC 0,894104046 0,893571429 0,886292964

PE 51.249,20R$ 51.279,75R$ 51.700,87R$

1º ano

2º ano

3º ano

Índice da Margem de Contribuição (IMC) e Ponto de

Equilíbrio (PE)

129

do que o padrão praticado. Observa-se também que o Ponto de equilíbrio é

praticamente constante nos 3 anos para os 3 cenários considerados, variando entre

R$ 51.249,20 e R$ 52.434,62.

4.7.7 Lucratividade

A lucratividade da empresa é o índice que permite visualizar quando de lucro

se obtém a partir da receita total. Quanto maior a lucratividade, maior o poder da

empresa de fazer investimentos em estrutura, divulgação ou o que for necessário

para seu crescimento.

Tabela 27: Lucratividade

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

Conforme os dados expostos na tabela 27, nota-se que a Clínica passa a

apresentar lucratividade apenas no segundo ano (antes disso os valores indicam

prejuízo), para os cenários realista e otimista, e no terceiro ano todos os cenários

apresentam lucratividade. Pode-se visualizar também que o cenário pessimista no

terceiro ano, mesmo alcançando lucratividade, apresenta lucratividade baixa

conforme o tempo de estabelecimento no mercado e o investimento despendido

para que a empresa esteja em funcionamento. Nos cenários realista e otimista a

lucratividade apresentada é alta, e confere à clínica sinais de viabilidade financeira.

4.7.8 Rentabilidade

A Rentabilidade indica o retorno do capital investido pelos sócios. Na tabela

28 são apresentadas as rentabilidades para os três anos conforme os três cenários

estabelecidos.

Pessimista Realista Otimista

Lucratividade -77,52% -60,01% -19,95%

Pessimista Realista Otimista

Lucratividade -27,96% 5,63% 53,66%

Pessimista Realista Otimista

Lucratividade 6,64% 42,87% 77,31%

2º ano

3º ano

1º ano

Lucratividade

130

Tabela 28: Rentabilidade

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

Nota-se que no segundo ano o retorno sobre o capital investido já começa a

aparecer no cenário realista e no otimista já alcança quase o dobro do capital

investido (196,55%). No terceiro ano todos os cenários apresentam rentabilidade,

sendo que o cenário pessimista a rentabilidade é baixa, e pode-se dizer que ruim

assim como os outros indicadores já elencados, expondo indícios de que conforme

esse cenário a clínica não seria viável. Já no cenário realista ao final do terceiro ano

a rentabilidade alcança 119,99% e no cenário otimista a rentabilidade é alta

(888,80%), valores que indicam a viabilidade da empresa e a previsão de retorno

razoavelmente rápido sobre o investimento, principalmente para o cenário otimista.

4.7.9 Fluxo de Caixa

O fluxo de caixa registra todas as atividades da empresa em um período.

Assim, serão expostos os Fluxos de Caixa para os três anos conforme o cenário

pessimista, realista e otimista.

Tabela 29: Fluxo de caixa dos três anos para o período realista. FLUXO DE CAIXA - CENÁRIO REALISTA

Ano 1 Ano 2 Ano 3

1 - ATIVIDADES OPERACIONAIS

Embolsos Operacionais (a)

Venda das sessões R$ 30.400,00 R$ 54.720,00 R$ 98.560,00

Desembolsos Operacionais (b)

Salários R$ 18.768,00 R$ 20.779,20 R$ 20.779,20

Pessimista Realista otimista

Rentabilidade -59,88% -51,81% -23,56%

Pessimista Realista otimista

Rentabilidade -31,00% 8,75% 196,55%

Pessimista Realista otimista

Rentabilidade 10,44% 119,99% 888,80%

1º ano

2º ano

3º ano

Rentabilidade

131

Gastos com registro da empresa R$ 1.600,00 - -

Impostos - Simples Nacional R$ 192,00 R$ 345,60 R$ 633,60

Energia R$ 600,00 R$ 600,00 R$ 600,00

Água R$ 600,00 R$ 600,00 R$ 600,00

Materiais Auxiliares (limpeza e afins) R$ 744,12 R$ 744,12 R$ 744,12

Consultoria R$ 3.040,00 R$ 5.472,00 R$ 9.856,00

Aluguel R$ 20.820,00 R$ 20.820,00 R$ 20.820,00

Telefonia/Internet R$ 2.278,80 R$ 2.278,80 R$ 2.278,80

Total R$ 48.642,92 R$ 51.639,72 R$ 56.311,72

Fluxo Operacional Líquido (c) = (a) - (b) -R$ 18.242,92 R$ 3.080,28 R$ 42.248,28

2 - ATIVIDADES DE INVESTIMENTO

Embolsos de investimento (d)

Investimento de recursos próprios R$ 35.210,50 - -

Desembolsos para investimentos (e)

Obra R$ 30.000,00 - -

Utensílios, instalações, móveis e equipamentos R$ 3.610,50 - -

Fluxo de investimento líquido (f) = (d) - (e) R$ 1.600,00 - -

3 - Resultado

Caixa Líquido do Período (j) = (c) + (f) + (i) -R$ 900,90 R$ 1.081,90 R$ 5.113,90

Saldo inicial das disponibilidades (g) -R$ 15.742,02 -R$ 14.644,54 R$ 23.571,74

Saldo final das disponibilidades (h) = (j) + (g) -R$ 16.642,92 -R$ 13.562,64 R$ 28.685,64

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

No cenário realista nota-se o crescimento moderado da receita conforme cada

período considerado. Ao final do primeiro ano a empresa apresenta prejuízo de R$

16.642,92, número que diminui no segundo ano para R$ 13.562,64. Prevê-se que a

clínica no cenário realista conseguirá ter retorno sobre seu investimento no primeiro

mês do 4º de sua existência, visto que ao final do terceiro período a empresa

apresenta caixa positivo em R$ 28.685,64 e o investimento total foi de R$ 35.210,50.

Verifica-se a viabilidade da clínica conforme esse cenário, vislumbrando-se mesmo

que em um prazo um pouco maior (3 anos e 1 mês) o retorno total do investimento é

alcançado e o montante arrecadado passa a ser inteiramente lucro da clínica.

Na tabela 30 o fluxo de caixa refere-se ao cenário pessimista, e está disposto

132

conforme os três anos definidos para projeção.

Tabela 30: Fluxo de caixa dos três anos para o cenário pessimista.

FLUXO DE CAIXA - CENÁRIO PESSIMISTA

Ano 1 Ano 2 Ano 3

1 - ATIVIDADES OPERACIONAIS

Embolsos Operacionais (a)

Venda das sessões R$ 27.200,00 R$ 39.040,00 R$ 55.360,00

Desembolsos Operacionais (b)

Salários R$ 18.768,00 R$ 20.779,20 R$ 20.779,20

Gastos com registro da empresa R$ 1.600,00 - -

Impostos - Simples Nacional R$ 153,60

R$ 230,4 R$ 326,4

Energia R$ 600,00 R$ 600,00 R$ 600,00

Água R$ 600,00 R$ 600,00 R$ 600,00

Materiais Auxiliares (limpeza e afins) R$ 744,12 R$ 744,12 R$ 744,12

Consultoria R$ 2.720,00 R$ 3.904,00 R$ 5.536,00

Aluguel R$ 20.820,00 R$ 20.820,00 R$ 20.820,00

Telefonia/Internet R$ 2.278,80 R$ 2.278,80 R$ 2.278,80

Total R$ 48.284,52 R$ 49.956,52 R$ 51.684,52

Fluxo Operacional Líquido (c) = (a) - (b) -R$ 21.084,52 -R$ 10.916,52 R$ 3.675,48

2 - ATIVIDADES DE INVESTIMENTO

Embolsos de investimento (d)

Investimento de recursos próprios R$ 35.210,50 - -

Desembolsos para investimentos (e)

Obra R$ 30.000,00 - -

Utensílios, instalações, móveis e equipamentos R$ 3.610,50 - -

Fluxo de investimento líquido (f) = (d) - (e) R$ 1.600,00 - -

3 - Resultado

Caixa Líquido do Período (j) = (c) + (f) + (i) -R$ 1.438,50 -R$ 530,90 R$ 813,10

Saldo inicial das disponibilidades (g) -R$ 18.046,02 -R$ 29.870,14 -R$ 27.538,66

Saldo final das disponibilidades (h) = (j) + (g) -R$ 19.484,52 -R$ 30.401,04 -R$ 26.725,56

Fonte: Elaborado pelo autor

.

Já no cenário pessimista pode-se observar que devido ao aumento menor nas

133

vendas, obstáculo advindo do cenário definido, a empresa apresenta dificuldades

financeiras permanecendo com prejuízo grande após os 3 anos considerados para a

previsão. No último ano a clínica apresenta prejuízo de R$ 26.725,56, valor menor

que no segundo ano de funcionamento. Isso indica que a clínica passou a conseguir

a obtenção de lucros e diminuir o prejuízo que se somou no ano anterior, porém

conforme observado nos indicadores anteriores, o lucro conseguido ao final do

terceiro ano do cenário pessimista ainda é muito baixo em comparação ao

investimento despendido e ao tempo de estabelecimento da clínica no mercado.

Observa-se também que ao contrário do cenário realista que apresenta o retorno

total do capital investido no primeiro mês do quarto ano de funcionamento, o cenário

pessimista está longe disso. Portanto, pode-se notar a inviabilidade da clínica na

ocorrência de tal cenário.

E a tabela referente ao fluxo de caixa para o cenário otimista é a seguinte:

Tabela 31: Fluxo de caixa dos três anos para o cenário otimista.

FLUXO DE CAIXA - CENÁRIO OTIMISTA

Ano 1 Ano 2 Ano 3

1 - ATIVIDADES OPERACIONAIS

Embolsos Operacionais (a)

Venda das sessões R$ 41.600,00 R$ 128.960,00 R$ 404.800,00

Desembolsos Operacionais (b)

Salários R$ 18.768,00 R$ 20.779,20 R$ 20.779,20

Gastos com registro da empresa R$ 1.600,00

Impostos - Simples Nacional R$ 326,40 R$ 1.036,80 R$ 5.548,61

Energia R$ 600,00 R$ 600,00 R$ 600,00

Água R$ 600,00 R$ 600,00 R$ 600,00

Materiais Auxiliares (limpeza e afins) R$ 744,12 R$ 744,12 R$ 744,12

Consultoria R$ 4.160,00 R$ 12.896,00 R$ 40.480,00

Aluguel R$ 20.820,00 R$ 20.820,00 R$ 20.820,00

Telefonia/Internet R$ 2.278,80 R$ 2.278,80 R$ 2.278,80

Total R$ 49.897,32 R$ 59.754,92 R$ 91.850,73

Fluxo Operacional Líquido (c) = (a) - (b) -R$ 8.297,32 R$ 69.205,08 R$ 312.949,27

2 - ATIVIDADES DE INVESTIMENTO

Embolsos de investimento (d)

Investimento de recursos próprios R$ 35.210,50 - -

134

Desembolsos para investimentos (e)

Obra R$ 30.000,00 - -

Utensílios, instalações, móveis e equipamentos R$ 3.610,50 - -

Fluxo de investimento líquido (f) = (d) - (e) R$ 1.600,00 - -

3 - Resultado

Caixa Líquido do Período (j) = (c) + (f) + (i) R$ 980,70 R$ 10.758,70 R$ 39.366,89

Saldo inicial das disponibilidades (g) -R$ 7.678,02

R$ 51.749,06 R$ 336.090,14

Saldo final das disponibilidades (h) = (j) + (g) -R$ 6.697,32 R$ 62.507,76 R$ 375.457,03

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

No cenário otimista considerou-se que as estratégias promocionais da

empresa tiveram total sucesso e as vendas obtiveram uma porcentagem alta de

crescimento mensal, conforme já descrito na definição dos cenários. Verifica-se no

fluxo de caixa que elucida os três primeiros anos de existência da clínica conforme o

cenário otimista que no primeiro ano de seu estabelecimento no mercado a clínica

apresentou somente R$ 6.697,32 de prejuízo e que no 9º mês do segundo ano de

existência já alcança a renda de R$ 32.602, 08 e consegue alcançar o retorno sobre

seu investimento. Também se pode visualizar que ao final do segundo ano de

existência a empresa fecha de forma positiva com lucro anual de R$ 62.507,76. No

terceiro ano da clínica o lucro fecha em R$ 375.457,03 e devido à quantidade de

clientes ter atingido a capacidade máxima de serviços calculada no tópico “5.4.2

Capacidade produtiva/comercial/serviços”, a clínica necessitaria expansão na sua

estrutura e contratação de um terceiro psicopedagogo. A clínica teria que utilizar

parte de seu lucro para realizar investimento em aluguel de uma sala comercial

maior que adéque um número de salas que atenda às necessidades de expansão

que surgiram conforme o volume de sessões realizadas, e a reforma nessa nova

sala comercial para que essa se torne viável para a realização das sessões. Verifica-

se assim a viabilidade do lançamento da clínica no mercado conforme o cenário

otimista, onde o retorno sobre o investimento é razoavelmente rápido e, após isso, o

crescimento vertiginoso das vendas confere a clínica uma alta rentabilidade e

lucratividade, e resultados positivos em médio prazo do investimento o qual as

sócias despenderam para o início de funcionamento da clínica.

135

4.7.10 Balanço Patrimonial

O Balanço patrimonial apresentado a seguir traz de forma integrada os três

cenários estabelecidos. É importante salientar que ele se refere ao final do terceiro

período, portanto as despesas e receitas expostas são referentes à soma do que a

clínica teve de despesas e receita ao longo dos três anos projetados.

Tabela 32: Balanço Patrimonial

Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.

Nota-se que ao final do terceiro período a clínica apresenta diferenças

principalmente nas receitas, contas do passivo e nos impostos que terá de pagar. As

receitas arrecadadas através do uso do serviço disponibilizado pela clínica aos

clientes é diferente devido à variação definida conforme cada cenário. Os impostos

são pagos conforme a receita final da clínica, portanto eles acompanham essa

variação proporcionalmente no cenário realista e pessimista, porém no cenário

otimista os impostos cobrados passam a um valor elevado em comparação com os

outros dois cenários. Isso se deve ao fator de que conforme a renda da clínica

aumentou nesse período, fez-se necessário a mudança da alíquota do Simples

Nacional para 10,24% da receita. A variação das contas do passivo também é em

decorrência do aumento da receita da clínica, já que o valor cobrado pelo assessor

administrativo é uma porcentagem sobre a renda mensal da clínica.

Também se pode notar no balanço um fator já evidenciados em indicadores

apresentados anteriormente nesse trabalho: a viabilidade de abertura da clínica em

dois dos cenários projetados. A clínica fecha o terceiro período com projeção de

lucro para o cenário realista, sendo que este apresenta um lucro que viria ressarcir o

CIRCULANTE Realista Pessimista Otimista CIRCULANTE Realista Pessimista Otimista

Cl ientes

183.680,00R$ 121.600,00R$ 575.360,00R$

Sa lários e encargos

socia is60.326,40R$ 60.326,40R$ 60.326,40R$

Despesas

Antecipadas 1.600,00R$ 1.600,00R$ 1.600,00R$

Impostos e

contribuições 1.171,20R$ 710,40R$ 6.911,81R$

Outras contas 93.496,76R$ 87.288,76R$ 132.664,76R$

NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE

imobilizado Patrimônio Líquido

Capita l socia l 35.210,50R$ 35.210,50R$ 35.210,50R$

Máquinas e

equipamentos1.589,99R$ 1.589,99R$ 1.589,99R$

Reserva de capita l

Móveis e Utens íl ios 2.020,51R$ 2.020,51R$ 2.020,51R$ Reserva de lucros 28.685,64R$ 375.457,03R$

Imóveis 30.000,00R$ 30.000,00R$ 30.000,00R$ Prejuízos acumulados 26.725,56-R$

Total do ativo 218.890,50R$ 156.810,50R$ 610.570,50R$ Total do Pass ivo e PL 218.890,50R$ 156.810,50R$ 610.570,50R$

Balanço Patrimonial - Final do terceiro período

ATIVO PASSIVO E PL

136

investimento das sócias somente no mês seguinte (no primeiro mês do quarto ano,

conforme já destacado anteriormente). Também há lucro para o cenário otimista,

que chega a alcançar a capacidade máxima de prestação de serviços, necessitando

expansão da clínica para suportar a alocação de mais pacientes. E analisa-se o

cenário pessimista como inviável, pois após o término do terceiro período projetado

ainda calcula-se um prejuízo acumulado em R$ 26.725,56 devido à grande

quantidade de tempo que a clínica necessitaria funcionar em prejuízo nesse período.

Portanto, não calculou-se o retorno do investimento visto que necessitaria

aproximadamente mais R$ 60.000,00 de lucro líquido (descontado todas as

despesas) e no terceiro ano de funcionamento, como já foi visto no fluxo de caixa, a

clínica teve lucro líquido de apenas R$ 3.675,48.

Assim, no cenário pessimista, onde as estratégias da clínica não surtiriam o

efeito desejado e projetado para os outros cenários, a clínica ainda apresenta um

prejuízo alto ao final do terceiro ano calculado, portanto não vislumbra-se a

viabilidade de abertura da Clínica de Psicopedagogia Transformar. No cenário

realista a clínica leva um período maior (retorno total no primeiro mês do quarto ano

de funcionamento) para conseguir ressarcir o investimento despendido, porém, se

as sócias pretendem obter um retorno em médio prazo, se pode afirmar que a clínica

também é viável. E pode-se dizer que o cenário otimista apresenta retorno rápido

(um ano e nove meses) ás sócias que investiram seu capital para pôr em

funcionamento a Clínica de Psicopedagogia Transformar, portanto a viabilidade é

notória.

137

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Plano de negócios é uma ferramenta criada para auxiliar o empreendedor a

analisar o mercado antes de sua entrada nesse, conhecer as necessidades dos

clientes através de pesquisas de mercado, ter consciência em relação à força da

concorrência e em como ela pode frear o crescimento de uma empresa que está

iniciando no seguimento e planejar todas as áreas da empresa conforme essas

condições com o objetivo de reduzir ao máximo os riscos de insucesso.

Portanto, visualizada a importância da utilização de tal ferramenta para que as

empresas entrem no mercado tendo conhecimento de todas as condições inerentes

desse, das possibilidades de crescimento e insucesso e com um planejamento que

conduza a empresa ao crescimento e alcance dos objetivos definidos, o objetivo

geral desta pesquisa foi elaborar um plano de negócio para abertura da Clínica de

Psicopedagogia Transformar na região de São José (SC).

Para alcançar o objetivo geral foram definidos objetivos específicos: Analisar

o segmento de mercado para o empreendimento que se pretende lançar; Elaborar

Plano de Marketing, Plano Operacional, Estratégia do Negócio, Composição da

Organização e Gerência do Negócio e Plano Financeiro; Verificar a viabilidade para

abertura do negócio.

O primeiro objetivo específico abrange a análise do segmento de mercado

para o empreendimento que se pretende lançar, ou seja, uma Clínica de

Psicopedagogia. Verificou-se a existência de poucas clínicas de psicopedagogia na

região, e o pouco conhecimento dos responsáveis pelas crianças sobre a

psicopedagogia.

Conforme a pesquisa, o seguimento de mercado que a clínica busca atender

contém cerca de 7.138 crianças que apresentam uma dificuldade em sua

aprendizagem, e devido a falta de conhecimento dos pais sobre o assunto e até

mesmo dos professores do ensino regular em visualizar a existência de tal

dificuldade, poucas dessas crianças passam por um atendimento que busque

minimizar tal dificuldade e auxiliar a criança em seu desenvolvimento.

Dessa forma, constata-se um mercado praticamente inexplorado com uma

gama alta de “clientes-potenciais”. Pode-se chamar de “oceano azul”, conforme os

138

autores Kin e Mauborgne (2005) conceituam na obra “A Estratégia do Oceano Azul”,

onde o mercado estaria dividido entre oceano vermelho, que há disputa constante

entre empresas plea conquista de clientes, e oceanos azuis que seriam mercados

inexplorados, ou um segmento que surge em meio a um oceano vermelho, porém

diferenciando-se através da inovação característica dele. A clínica não se atém ao

atendimento de crianças com dificuldades de aprendizagem, podendo atender

também pacientes de qualquer faixa etária que possam ter desenvolvido alguma

dificuldade seja de leitura, raciocínio ou fala.

Devido ao pouco aproveitamento das clínicas em relação à grande

quantidade de crianças com possibilidades de serem atendidas, vislumbra-se a

oportunidade de entrada e crescimento da clínica no segmento caso adote as

estratégias corretas para atrair os clientes-potenciais desse mercado inexplorado.

O segundo objetivo específico propõe a elaboração do plano de marketing,

plano operacional, estratégia do negócio, composição da organização e gerência do

negócio e o plano financeiro. O segundo objetivo específico é baseado na pesquisa

de mercado realizada, ferramenta esta útil para colher dados e gerar informações

que irão contribuir para a elaboração de todo o plano de negócios.

Primeiramente é definido que a Clínica de Psicopedagogia Transformar tem

seu enfoque em dois tipos de serviços: o primeiro padrão para crianças com as mais

diversas dificuldades de aprendizagem como, por exemplo, o TDAH; e o segundo é

direcionado a autistas. Assim, realizou-se entrevistas com pais e mães de crianças

que tenham desenvolvido uma dessas dificuldades de aprendizagem para que as

informações necessárias para a elaboração do plano de negócio fossem colhidas.

Com base nessas entrevistas foram elaborados os planos de marketing, plano

operacional, análise estratégica e o plano financeiro.

O plano de marketing engloba os 4 ps (produto, preço, promoção e praça). O

produto é caracterizado por sessões que duram 50 minutos e a estrutura do serviço

prestado é dividido entre o padrão para a maioria das dificuldades de aprendizagem

e o serviço prestado ao autista: dois tipos de serviços. O preço praticado foi

estipulado conforme a média do mercado, podendo haver uma flexibilização da

Clínica em reduzi-lo através de uma de suas estratégias promocionais concernentes

a uma espécie de “fidelização” do cliente. Como principal estratégia promocional,

defini-se a realização de palestras em escolas da região a fim de conscientizar a

139

população referente a dois assuntos que não são conhecidos amplamente:

dificuldades de aprendizagem e psicopedagogia. A Clínica estará situada em região

central e acessível de forma a facilitar o dia-a-dia dos responsáveis pelos pacientes.

A clínica contará com uma estrutura de 66,75 m², com duas salas de

atendimento aos pacientes, recepção, um banheiro para cadeirantes, um unissex

para clientes e um destinado aos funcionários. Com a carga horária de 9 horas

diárias, o quadro de pessoal que conta com duas psicopedagogas e a quantidade de

salas de atendimento, calcula-se que a capacidade máxima de prestação de

serviços da clínica é de 396 sessões por mês.

É analisada também a matriz F.O.F.A, onde confrontou-se pontos fortes e

fracos, ameaças e oportunidades de forma a analisar a força que o empreendimento

demonstra em solucionar problemas, aproveitar oportunidades e minimizar as

fraquezas identificadas. Concluiu-se com a análise as propostas positivas de

confrontamento de condições de mercado e características do público-alvo com as

estratégias desenvolvidas pela Clínica e caracterizadas como pontos fortes.

Na elaboração do tópico destinado a organização e gerência do negócio,

foram definidas duas psicopedagogas com especialização para realizar

atendimentos clínicos (duas sócias), assessor administrativo e dois estagiários (um

para o período matutino e um para o vespertino). O recrutamento de estagiários

acontecerá através de busca das sócias em instituições de ensino, dando

preferência ao USJ que engloba moradores da região, por consequência localizam-

se perto das instalações da clínica também. Caso seja necessária contratação de

psicopedagogas, a clínica buscará junto a Associação de Psicopedagogos de Santa

Catarina, para divulgar as vagas diretamente para pessoas especializadas. A

seleção acontecerá através de entrevista e elaboração de redação por parte dos

candidatos a estagiário.

Definiu-se também a forma de avaliação de desempenho, que será realizada

em 360º e também através de questionário de satisfação respondido pelo cliente.

O plano financeiro permite ao empreendedor ter a visão da projeção

financeira conforme a elaboração de todo os planos que o antecedem e analisar a

viabilidade da inserção do empreendimento no mercado competitivo.

Para elaborar o plano financeiro foram definidos 3 cenário: realista, otimista e

pessimista. Esses cenários foram responsáveis pelo crescimento das vendas e

140

consequentemente da empresa conforme as condições que os caracterizaram. No

cenário realista era previsto um crescimento de 5% mensal das vendas, no

pessimista esse valor foi definido por 3% e no otimista 10%.

A Clínica de Psicopedagogia Transformar necessita capital de R$ 35.210,50

para ser posta em funcionamento. Esse investimento é dividido entre as sócias em

50% para cada uma. Os custos com mão de obra tem pouca variação do primeiro

ano pro segundo, pois se trata apenas de um reajuste na bolsa auxílio dos

estagiários e do segundo ano para o terceiro o valor permanece estático. Estimam-

se os custos fixos definidos no montante de R$ 3.650,91. As DREs calculadas

apresentam lucro no final do terceiro período para os três cenários definidos, porém

o cenário pessimista apresenta um valor muito baixo considerando o tempo da

clínica no mercado, as estratégias desenvolvidas e o investimento despendido pelas

sócias no início do empreendimento.

Nos indicadores de viabilidade, notou-se um ponto de equilíbrio quase igual

para os três anos dos três cenários definidos, e os índices de lucratividade se

mostraram positivos a partir do segundo ano para o cenário realista e otimista e no

terceiro ano para todos os cenários. Entretanto, salienta-se que no cenário

pessimista a lucratividade prevista é baixa, indicando como na DRE a dificuldade

financeira que a clínica apresenta neste cenário.

O índice de rentabilidade acompanha as mesmas características

apresentadas no de lucratividade, evidenciando novamente o cenário pessimista

como tendo o início de obtenção de retorno apenas no terceiro ano de atividade e

com um índice baixo. Já o cenário realista apresenta rentabilidade bastante

satisfatória, chegando a 119,99% no terceiro ano, enquanto o otimista no terceiro

ano atinge um índice de rentabilidade quase 8 vezes maior em relação ao cenário

realista.

O terceiro objetivo específico refere-se a verificar a viabilidade de abertura da

Clínica de Psicopedagogia Transformar. Analisa-se a viabilidade considerando todos

os indicadores expostos no plano financeiro e dando-se mais atenção ao fluxo de

caixa que retrata as informações financeiras da empresa e permite ao administrador

visualizar em quanto tempo há o retorno sobre o investimento. Para tanto, é

analisado o resultado do fluxo de caixa para cada cenário e indicado a existência de

viabilidade ou não do lançamento do empreendimento no mercado.

141

Conforme o Fluxo de caixa pode-se observar o tempo de retorno sobre o

investimento e o saldo final de disponibilidade ao final do terceiro ano para cada

cenário definido. No cenário realista a Clínica termina o terceiro ano com saldo final

de R$ 28.685,64, e conforme o investimento inicial de R$ 35.210.50 pode-se estimar

que a Clínica alcance o pay-back no primeiro mês do quarto ano de funcionamento.

Isso indica um retorno em médio prazo, sendo viável se considerado que as sócias

já começam a ter retorno antes disso, totalizando o retorno do seu investimento no

primeiro mês do quarto ano de funcionamento. No cenário pessimista observa-se

que a Clínica encerra o terceiro ano com prejuízo no montante de R$ 26.725,56,

sendo assim nota-se a inviabilidade de abertura da clínica pra esse cenário por não

se vislumbrar retorno mesmo em médio prazo. No cenário otimista a viabilidade é

notória. A clínica alcança o pay-back com apenas 1 ano e 9 meses de

funcionamento e fecha o terceiro ano deste cenário com lucro obtido na quantia de

R$ 375.457,03.

Após explanar sobre os objetivos específicos, se pode visualizar o alcance

dos resultados pretendidos.

Conclui-se através desta pesquisa a necessidade de uma Clínica de

psicopedagogia com a proposta que a Clínica de Psicopedagogia Transformar tem.

Visualiza-se o segmento que pode ser chamado de inexplorado devido à existência

de poucas clínicas na região e ao fato de não haver um trabalho de conscientização

e divulgação de informações aos pais sobre a ocorrência de dificuldades de

aprendizagem já nos anos iniciais de ensino e a oportunidade de resolução dessas

dificuldades com o auxílio da Psicopedagogia. Para tanto a Clínica de

Psicopedagogia Transformar se molda de forma a buscar diferenciação e criação da

consciência na comunidade sobre o assunto com a proposta de realização de

palestras. Essa estratégia seria um referencial da clínica perante seus concorrentes,

já que permite à clínica realizar um “serviço à comunidade” concomitantemente à

aproximação do cliente que se torna consequência disso.

O Plano de Negócios elaborado permitiu que se tivesse uma visão

estruturada de todos os fatores que envolvem a criação de uma Clínica de

Psicopedagogia, com o planejamento de todas as áreas e as definições que moldam

o negócio proposto. Visualiza-se o negócio como viável devido à ocorrência de

retorno sobre o investimento em dois dos cenários definidos e ao fato de que devido

142

à proposta de diferenciação da clínica em sua inserção no mercado, analisa-se

também a probabilidade baixa da ocorrência do cenário pessimista que é o único

onde a clínica se mostra inviável.

143

6 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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148

APÊNDICE A

Questionário para visualizar o perfil de Clínicas de Psicopedagogia na região

de São José, Santa Catarina

Este questionário visa servir de instrumento de auxílio no desenvolvimento de um

trabalho acadêmico, do aluno Claodir Pracidino do Amaral Junior, para seu Trabalho

de Conclusão de Estágio, no Curso de Administração de Empresas do Centro

Universitário Municipal de São José. Agradeço a disponibilidade de tempo para a

resolução do questionário e a veracidade das respostas que constarão nele.

Responda com atenção:

1) Quanto tempo a empresa está no

mercado?

( ) 2 anos ou menos;

( ) 3 anos;

( ) 4 anos;

( ) 5 anos ou mais.

2) Quantos pacientes atende por

mês? Assinale a quantidade

correspondente:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Caso seja maior que 10, preencha:

_____

3) Qual é o preço médio cobrado

pelas sessões? Assinale a

quantidade correspondente:

( ) R$ 40,00;

( ) R$ 60,00;

( ) R$ 80,00;

( ) R$ 100,00;

( ) R$ 120,00;

4) Qual o tempo que dura cada

sessão?

( ) 30 minutos.

( ) 40 minutos.

( ) 50 minutos.

( ) 60 minutos.

149

5) Qual a forma padrão de

pagamento?

6) Em média, quantas sessões cada

paciente é atendido por mês?

( ) até duas sessões;

( ) até 4 sessões;

( ) até 6 sessões;

( ) até 8 sessões;

( ) 9 sessões ou mais

7) Vocês atendem pacientes autistas?

o Sim

o Não

Obrigado pela colaboração!

8) Os Salários e benefícios praticados

pela clínica estão compatíveis ou

acima dos praticados pelo

mercado?

o Acima do praticado pelo mercado

o Compatível com o praticado pelo

mercado

o Abaixo do praticado pelo mercado

9) A clínica realiza palestras e

eventos para a comunidade?

o Sim

o Não

10) Em que aspecto a clínica se

diferencia de seus concorrentes?

150

APÊNDICE B

1. Como você descobriu que seu filho tinha dificuldade na aprendizagem?

2. Por que optou pelo auxílio da área da psicopedagogia para auxiliar na questão

da dificuldade de seu filho?

3. Sobre o atendimento escolhido para a criança, sua decisão de escolha foi mais

influenciada pelo preço reduzido das sessões ou pela qualidade oferecida?

4. Qual sua opinião sobre os serviços de Psicopedagogia clínica prestados às

crianças com dificuldades de aprendizagem?

5. Você considera que falta conhecimento dos pais a respeito do assunto?

6. Pensando na contratação dos serviços psicopedagógicos para o atendimento do

seu filho, o que você define como necessidades prioritárias para você enquanto

responsável pelo paciente?

7. Após ter percebido que seu filho tem dificuldade na aprendizagem, a procura por

auxílio especializado aconteceu quanto tempo depois?

8. Após conhecer melhor sobre o suporte e auxílio que os serviços especializados

possuem você considera importante a divulgação do mesmo?

9. Você já teve experiências anteriores com clínicas de psicopedagogias para

atender o seu filho? Quais os pontos positivos e negativos que você visualizou ao

utilizar dos serviços dessas clínicas?

151

10. Conforme essa experiência, o que você gostaria que uma Clínica de

psicopedagogia dispusesse a você que você ainda não teve quando contratou os

serviços de outras clínicas?

11. Você considera importante uma proposta que integre família e paciente em um

mesmo atendimento? Uma proximidade que pode auxiliar na superação da

dificuldade e que vai além das sessões semanais para dentro da residência

familiar.

12. Você considera importantes momentos de reuniões de grupo, ou exposições

sobre determinados assuntos que fossem auxilia-los em seu suporte e apoio

para com o paciente atendido pela clínica?