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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ USJ CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS MATHEUS DE LIMA LEITE EVIDENCIAÇÃO AMBIENTAL: Uma análise de conteúdo das demonstrações financeiras padronizadas das empresas nacionais do setor de papel e celulose. São José 2011

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MATHEUS DE LIMA LEITE

EVIDENCIAÇÃO AMBIENTAL:

Uma análise de conteúdo das demonstrações financeiras padronizadas das empresas

nacionais do setor de papel e celulose.

São José

2011

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MATHEUS DE LIMA LEITE

EVIDENCIAÇÃO AMBIENTAL:

Uma análise de conteúdo das demonstrações financeiras padronizadas das empresas

nacionais do setor de papel e celulose.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Municipal de São José como um dos pré-requisitos para a

obtenção do grau de bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. MSc. Fernando Nitz de Carvalho

São José

2011

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MATHEUS DE LIMA LEITE

EVIDENCIAÇÃO AMBIENTAL:

Uma análise de conteúdo das demonstrações financeiras padronizadas das empresas

nacionais do setor de papel e celulose.

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito parcial para obtenção do grau de

bacharel Ciências Contábeis do Centro Universitário Municipal de São José – USJ avaliado

pela seguinte banca examinadora:

__________________________________________

Prof. MSc. Fernando Nitz de Carvalho

__________________________________________

Prof. MSc. Isair Sell

___________________________________________

Prof. Esp. Alfredo Lohn Braun

São José, 05 de dezembro de 2011.

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Dedico este meu trabalho para quem

sabe cuidar do nosso meio ambiente.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter-me dado o dom da sabedoria, por proteger-me e abençoar-me em todas

as horas de estudo e, consequentemente, por ter-me ajudado a chegar à formação acadêmica.

À minha família pela compreensão e pelo apoio nestes quatro anos. Pelas vezes que me

ausentei do seu convívio, por terem confiado em mim e por me confortarem nos momentos

de desânimo.

Pela oportunidade de ter conhecido e de ter estudado com pessoas maravilhosas. Pelas

grandes amizades, que levarei para a minha vida. Com destaque ao meu saudoso amigo

Lucas Augusto Vieira, que me acompanhou nesta jornada.

Menciono que o período de graduação foi sem dúvida um dos mais felizes da minha

vida, marcado por bons encontros. Agradeço a minha companheira Bárbara Helfenstein pela

dedicação e apoio incondicionais na reta final de minha pesquisa.

Não posso deixar de agradecer, também, aos professores e colegas de curso, os quais

fizeram parte de minha trajetória e que me deram total apoio para que eu permanecesse nessa

longa caminhada.

Agradeço, em especial, ao Professor MSc. Fernando Nitz de Carvalho, que me

proporcionou novas experiências, por sua compreensão e por seu apoio nas horas mais

difíceis do trajeto.

E a todos, aqui não citados, que, de forma direta ou indireta, contribuíram para minha

formação, dando-me estímulo e força para que eu pudesse superar os obstáculos.

Obrigado!

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"Há riqueza bastante no mundo

para as necessidades do homem,

mas não para a sua ambição."

(Mahatma Gandhi)

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LEITE, Matheus de Lima. Evidenciação ambiental: Uma análise de conteúdo das

demonstrações financeiras padronizadas das empresas nacionais do setor de papel e

celulose. 2011. 44f. Monografia (Curso de Ciências Contábeis) - Centro Universitário

Municipal de São José, 2011.

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo identificar as características da informação ambiental

por meio da evidenciação das empresas do setor de papel e celulose nos Relatórios Anuais, no

período de 2008 a 2010. Para alcançar o objetivo proposto deste estudo a pesquisa classifica-

se como exploratória-descritiva, com abordagem qualitativa e qualitativa, utiliza-se a técnica

de análise de conteúdo das informações divulgadas nos relatórios financeiros obrigatórios

pelas empresas, classificadas em categorias em subcategorias. A amostra compreendeu

empresas com registro na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) no período de 2010,

delimitas aquelas empresas que obtiveram produção de celulose superior a 1.700.000

toneladas/ano. Os resultados obtidos evidenciaram 94 sentenças ao longo de três anos. A

empresa Suzano foi aquela que mais evidenciou informações ambientais atingindo 43,62% do

total, enquanto a Klabin e a Fibria apresentaram 37,23% e 19,15%, respectivamente. Com

relação ao tipo de evidência percebe-se um predomínio das informações declarativas

(53,19%). Quanto à localização das informações ambientais verifica-se que 48% se encontram

no Relatório da Administração e 46% em Notas Explicativas. A evolução das informações

ambientais foi observada durante o período analisado e percebe-se o aumento da evidenciação

ambiental em todas as empresas sendo a Suzano a empresa que obteve a maior evolução

(45%) enquanto que a Klabin e a Fibria evoluíram (23,07%) e (37,5%), respectivamente.

Considerando todas as sentenças da pesquisa pode-se afirmar que as informações qualitativas

estiveram presentes em mais da metade das categorias 53,19% enquanto as informações do

tipo quantitativas representam 46,81% divididas: em monetárias 29,79% e não monetárias

17,02%. Com os resultados da pesquisa verifica-se que a evidenciação ambiental apresenta-se

como uma tendência ascendente e que a evolução das informações ambientais torna-se

relevante entre os períodos analisados.

Palavras-chave: Evidenciação. Informações Ambientais. Relatório Anual.

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: Parâmetros para evidenciação ambiental............................................................20

QUADRO 2: Evidenciação contábil ambiental........................................................................20

QUADRO 3: Inovações da Lei de Crimes Ambientais............................................................21

QUADRO 4: Amostra da pesquisa...........................................................................................25

QUADRO 5: Estrutura conceitual............................................................................................27

QUADRO 6: Evidenciação da categoria impactos ambientais.................................................29

QUADRO 7: Exemplos de evidenciação de utilização de recursos naturais............................31

QUADRO 8: Evidenciação da categoria das informações financeiras ambientais..................33

LISTA DE TABELAS

TABELA 1: Evidenciação da categoria impactos ambientais..................................................31

TABELA 2: Evidenciação da categoria utilização dos recursos naturais.................................32

TABELA 3: Evidenciação da categoria das informações financeiras ambientais....................34

TABELA 4 : Estatística de ocorrência das informações financeiras ambientais.....................35

TABELA 5 : Evolução da evidenciação ambiental por categoria............................................37

TABELA 6 : Evolução da evidenciação ambiental..................................................................38

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: Evidenciação longitudinal das categorias ambientais........................................36

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

BOVESPA - Bolsa de Valores de São Paulo

CETESB - Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental

CFC - Conselho Federal de Contabilidade

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

CVM - Comissão de Valores Mobiliários

DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas

EIA - Estudo de Impacto Ambiental

EUA – Estados Unidos

FEEMA - Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente

FEPAM - Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul

IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais

IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil

ISO - International Organization for Standardization

NBC T – Norma Brasileira de Contabilidade – Técnica

NE - Nota Explicativa

NPA - Norma e Procedimento de Auditoria

ONU - Organização das Nações Unidas

RA – Relatório da Administração

SEMA – Secretaria Especial do Meio Ambiente

SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 9

1.1 Contextualização .......................................................................................................... 9

1.2 TEMA E PROBLEMA ............................................................................................... 10

1.3 OBJETIVOS .............................................................................................................. 10

1.3.1Objetivo geral ....................................................................................................... 10

1.3.2 Objetivos específicos ........................................................................................... 10

1.4 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 11

1.5 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO ................................................................................ 12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 13

2.1 PRIMÓRDIOS DA TEMÁTICA AMBIENTAL ........................................................ 13

2.1.1 No Brasil ............................................................................................................. 13

2.2 CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL CORPORATIVA ........................................... 14

2.3 Sistema de gestão ambiental ..................................................................................... 144

2.3.1 ISO 14000 ........................................................................................................... 15

2.4 CONTABILIDADE AMBIENTAL ............................................................................ 16

2.4.1 Ativo Ambiental .................................................................................................. 17

2.4.2 Passivo ambiental ................................................................................................ 18

2.4.3 Custos e despesas ambientais ............................................................................... 18

2.5 Evidenciação contábil ambiental................................................................................. 18

2.6 Regulamentação ambiental ......................................................................................... 21

3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 23

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA......................................................................... 233

3.2 DELINEAMENTO DO UNIVERSO E SELEÇÃO DA AMOSTRA DA PESQUISA

...................................................................................................................................... 244

3.3 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS ...................................................................... 255

3.4 CRITÉRIOS PARA ANÁLISE DO CONTEÚDO .................................................... 277

3.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA................................................................................ 288

4 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS ........................................................................ 29

4.1 ANÁLISE DAS CATEGORIAS ................................................................................ 29

4.1.1 Impactos ambientais ............................................................................................ 29

4.1.2 Utilização dos recursos naturais ......................................................................... 311

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4.1.3 Informações financeiras ambientais ................................................................... 333

4.2 DIFERENÇAS ENTRE A EVIDENCIAÇÃO DAS INFORMAÇÕES AMBIENTAIS

ENTRE AS EMPRESAS ................................................................................................. 36

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...................................................................... 39

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 41

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1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo, serão introduzidos de forma breve: os conceitos, o surgimento e o

histórico do tema, o fundamento para sua escolha, a forma pela qual a pesquisa foi estruturada

e a apresentação dos objetivos gerais e específicos.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

A partir do surgimento da industrialização, movimento ocorrido na Inglaterra em

meados do século XVIII, a capacidade produtiva das empresas industriais cresceu em larga

escala devido aos avanços tecnológicos. O aumento da quantidade produzida, devido à

qualidade dos produtos e a velocidade dos processos são algumas das consequências desses

avanços que visavam à maximização dos lucros.

Em meio a esse contexto, a população teve um crescimento que pressionou a indústria

a elevar sua produção, pois a demanda era, paulatinamente, maior. As indústrias, com essa

produção em larga escala, degradavam consideravelmente o ambiente causando

consequências que perduram até hoje. Assim, com as máquinas das indústrias, a economia

estava a todo vapor e o tema meio ambiente passou despercebido durante décadas. Segundo

Paiva (2003, p. 8) “[...], a disciplina e a preocupação com o meio ambiente natural não se fez

presentes durante muitos anos, tendo como resultado problemas ambientais de grandes

dimensões como, por exemplo, a abertura existente na camada de ozônio”.

A Contabilidade busca desempenhar um papel relevante nessas mudanças, sendo uma

ciência social que tem como função obter informações específicas e diferenciadas sobre o

patrimônio das entidades. A contabilidade teve que se desmembrar em diversas áreas, neste

caso, a Contabilidade Ambiental.

De acordo com Silva (2003, p. 81) explica que:

A contabilidade ambiental surge não tão somente para atender à finalidade

exclusivamente particular e única das empresas (interesse dos sócios e acionistas em

não incorrer em prejuízos), mas também à finalidade social de demonstrar em

termos monetários o grau de destruição potencial em contrapartida às ações de

conservação e preservação do bem maior da humanidade: o meio ambiente.

Assim, a Contabilidade Ambiental procura por evidenciar a poluição gerada pelas

organizações ao meio ambiente, sendo a mitigação uma preocupação da sociedade atual, que

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visa além de usufruir dos benefícios advindos da natureza, uma melhor qualidade de vida sem

perturbação dos ecossistemas.

Diante do exposto, questiona-se como uma ciência social aplicada tem suas relações e

preocupações com o meio ambiente? Por meio deste questionamento inicial, a pesquisa será

desenvolvida retirando dados de empresas do setor de papel e celulose, contabilizando nos

efeitos causados pelas empresas no meio ambiente.

1.2 TEMA E PROBLEMA

A preocupação e a adaptação das empresas em relação às práticas socioambientais

exigidas perante os diversos grupos sociais têm refletido na gestão e nas diferentes formas de

divulgar as interações da sociedade com o meio ambiente. Com o desenvolver do desempenho

socioambiental, as empresas terão que divulgar as suas informações, com o objetivo de

demonstrar às partes interessadas as suas ações, intenções e iniciativas em relação aos seus

impactos ambientais.

Nesse sentido, nesta pesquisa procura-se analisar a evidenciação ambiental, que cada

empresa realizou no seu Relatório Anual. Diante desse contexto, esta pesquisa buscou

responder a seguinte pergunta: Como estão sendo evidenciadas as informações de caráter

ambiental nos relatórios anuais das Sociedades Anônimas de Capital Aberto nacionais do

setor de papel e celulose?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1Objetivo geral

Analisar nos relatórios anuais de que forma as Sociedades Anônimas de Capital

Aberto Brasileiras, do setor de papel e celulose, estão evidenciando as informações

ambientais.

1.3.2 Objetivos específicos

Para atingir o objetivo geral, traçaram-se os seguintes objetivos:

a) Apresentar as Empresas Brasileiras de Capital Aberto do Setor de Papel e Celulose

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b) Identificar o disclosure de informações ambientais das empresas do setor de papel e

celulose apresentados em seus relatórios anuais;

c) Comparar o disclosure de informações ambientais das empresas do setor de papel e

celulose;

d) Verificar as divergências das informações evidenciadas por cada empresa;

e) Determinar que o tamanho das empresas do setor de papel e celulose é relevante para o

nível de informação ambiental divulgada;

f) Diferenciar as informações ambientais qualitativas e quantitativas (monetárias e não-

monetárias) fornecidas pelas empresas.

1.4 JUSTIFICATIVA

Com o crescimento da consciência ambiental na população mundial aumenta

proporcionalmente a demanda por empresas com processos sustentáveis que consigam

amenizar seus impactos. Assim, o caráter global de grande parte das empresas sugere que as

mesmas devem transparecer um grau de preocupação e de amadurecimento elevados,

demonstrando a existência de uma consciência ambiental desenvolvida. Para isso, deve-se

atender a requisitos ambientais impostos por países e pela sociedade. Além de realizar a

evidenciação das informações ambientais.

Os maiores impactos ambientais são gerados pelas grandes empresas que utilizam dos

recursos naturais para exercer sua atividade. Entre estas empresas estão as do setor de Papel e

Celulose, pois sua principal matéria-prima é um recurso natural, a madeira. Nesse sentido, o

setor de papel e celulose é, oficialmente no Brasil, considerado de alto impacto ambiental,

dado que seu processo operacional tem uma estreita relação com os aspectos socioambientais,

especialmente, com o ambiental.

A Política Nacional do Meio Ambiente, regida pela lei nº 6.938/81 estabeleceu a

apresentação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) pelas empresas consideradas

potencialmente poluidoras.

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Mesmo que não haja obrigatoriedade de divulgação de informações de caráter social e

ambiental para satisfazer às necessidades da sociedade, as organizações podem utilizar

relatórios tradicionais, como as Notas Explicativas (NE) e Relatórios de Administração (RA),

além de relatórios adicionais, elaborados exclusivamente para divulgação desse tipo de

informação, sendo importante uma contribuição da Contabilidade na elaboração de ambos.

Esta pesquisa oferta benefícios à comunidade, pois visa demonstrar como a empresa

desse setor que tem um alto impacto ambiental vem atuando para divulgar suas ações para

minimizar seus impactos na área ambiental, que irá refletir em todos os usuários da

informação contábil e ambiental, desde consumidores a investidores.

Portanto, esta pesquisa consiste em evidenciar e analisar as principais informações ambientais

divulgadas nos relatórios anuais das empresas do setor de papel e celulose, publicados no

endereço eletrônico da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA).

1.5 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

O presente estudo está divido em cinco capítulos: (1) Introdução; (2) Referencial

Teórico; (3) Metodologia; (4) Análise dos dados; e (5) Conclusões e Recomendações.

No primeiro capítulo, composto pela Introdução, explana-se o tema e o problema, os

objetivos gerais e específicos, a justificativa e a organização do estudo.

No segundo capítulo, intitulado referencial teórico são abordados a relação das

empresas com o meio ambiente e com o meio social, quanto ao impacto socioambiental

causados, os diferentes caminhos para que aconteça uma sociedade conscientizada,

responsável e com uma gestão ambiental, podendo originar um desenvolvimento sustentável.

Além de destacar a Contabilidade Ambiental e a evidenciação das informações

socioambientais por meio das legislações e diretrizes para que ocorra uma divulgação

corporativa (em conjunto) de informações e uma conscientização socioambiental nas

empresas de papel e celulose.

No terceiro capítulo, apresentam-se os procedimentos metodológicos para a realização

do estudo, subdivididos em: delineamento da pesquisa e universo da amostra; coleta e análise

dos dados, critérios para a análise do conteúdo e as restrições da pesquisa.

No quarto capítulo, estão compreendidos os resultados da pesquisa, referentes às

representações das categorias, à comparação entre os relatórios e os crescentes da

evidenciação ao longo do período pesquisado. No último capítulo, são expostas as principais

conclusões da pesquisa e as recomendações para trabalhos futuros.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, será contemplado o embasamento teórico necessário para permitir um alcance

preciso e fundamentado sobre o tema da pesquisa. Para tanto, o estudo segue segregado em

cinco tópicos principais, sendo eles: Conscientização Ambiental, Sistema de Gestão

Ambiental, Contabilidade Ambiental, Evidenciação Contábil Ambiental e Contabilidade

Ambiental.

2.1 PRIMÓRDIOS DA TEMÁTICA AMBIENTAL

Discussões sobre a temática ambiental se originaram a partir da década de 70 por

intermédio de movimentos organizados, que tinham em sua pauta a minimização dos

impactos ambientais negativos, inclusive os gerados de atividades econômicas, com maior

ênfase na indústria. Porém, a preocupação com o meio ambiente advém desde a década de

1960, segundo Nossa (2002, p. 40). No início dessa década foi assinado o Tratado de

Proibição Parcial de Testes Nucleares, firmado entre os Estados Unidos EUA, União

Soviética e Grã-Bretanha.

2.1.1 No Brasil

No Brasil a questão ambiental ganhou força na década de 70 com a constituição da

Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA). No âmbito da Administração Pública Federal

este é o órgão encarregado da execução da Política Nacional Ambiental. Foi nessa década que

surgiu a Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (CETESB), em São Paulo, e a

Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA), no Rio de Janeiro

(CARVALHO, 2011)

Posteriormente, na década de 80, é criada a Política Nacional do Meio Ambiente que

passa a ser executada por três órgãos:

Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA);

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA);

Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (IBAMA);

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Nossa (2002, p. 41) destaca que a partir desse momento tornou-se obrigatória a análise de impactos ambientais para atividades específicas, objetivando o

atendimento aos órgãos de controle ambiental. Outro fato importante ocorrido nesse

período encontra-se na inclusão do termo meio ambiente no planejamento

estratégico de algumas empresas.

2.2 CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL CORPORATIVA

A cada dia que passa a preocupação com o meio ambiente tem aumentado, assim

como, as catástrofes em consequência das mudanças climáticas. A contabilidade se adaptou a

esta realidade, tendo a necessidade de registrar os danos causados diretamente pelas

organizações ao meio ambiente. Outro fator que contribuiu para que a contabilidade

absorvesse este tema, foi a pressão exercida pela sociedade, ou seja, os usuários externos da

organização, tais como: governo, fornecedores, clientes. Segundo Nossa (2002, p.14), “a

pressão aumenta quando as condições ambientais se tornam inadequadas devido à poluição

causada pelas atividades produtivas, alterando a relação entre o homem e o meio ambiente”.

A discussão sobre o objetivo das empresas é extenso e provoca debates no meio acadêmico.

Conforme Farias (2008, p. 32), o assunto, ainda, sem consenso, possui duas vertentes bem

definidas:

Uma, de que a empresa é maximizadora dos recursos de seus sócios, preocupada

apenas com sua sustentabilidade econômico-financeira, para garantir lucro aos

acionistas; outra, de que é maximizadora dos recursos sociais, no qual a sociedade

lhe outorga um papel, para que seja fornecedora de bens e serviços, garantindo

além de sua sustentabilidade econômico-financeira, recursos sociais e naturais, para que assim mantenha sua relevância social.

Paralelo com a conscientização ambiental da sociedade e das corporações, observa-se

o surgimento de modelos de gestão onde a variável ambiental torna-se considerada no

processo de tomada de decisão.

2.3 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

Sistema de gestão ambiental pode ser entendido como um conjunto de práticas usadas

para gerir e administrar uma organização, de maneira que as ações da mesma reflitam em

benefício ao meio ambiente. Além disso, segundo Antonius (1999, p. 13), conceituar o

gerenciamento ambiental industrial significa que o sistema organizacional contemple:

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1) o controle e a redução dos impactos no meio ambiente, devido a operações ou

produtos; 2) cumprimento das leis e normas ambientais; 3) desenvolvimento e uso

de tecnologias apropriadas para minimizar ou eliminar resíduos industriais; 4)

monitoramento e avaliação dos processos e parâmetros ambientais; 5) eliminação ou

redução dos riscos ao meio ambiente e ao homem; 6) utilização de tecnologias

limpas (clean technologies), com o objetivo de minimizar os gastos de energia e

materiais; [...].

O surgimento das normas ambientais se deram a partir da década de 90 por meio das

organizações responsáveis pela padronização e normalização. Na criação de sistemas de

gestão ambiental busca-se, na prática, a solução encontrada pelas organizações para atender a

um conceito que viria a ser chamado de ambientalmente responsável.

Importante ressaltar que a normalização difere da regulamentação. Segundo Moura

(2004 apud SANCHES; 2011, p. 57),“A norma é um documento de caráter privado,

elaborado por uma entidade credenciada” e sua aplicação por uma organização, depende,

voluntariamente, da mesma.

2.3.1 ISO 14000

A International Organization for Standardization (ISO) caracteriza-se como uma

organização internacional especializada com sede em Genebra na Suíça, cujos membros são

entidades normativas de âmbito nacional, que, no total, reúne mais de 100 países.

No Brasil, a entidade normativa responsável por elaborar normas é a Associação

Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Uma norma que obteve ampla aceitação

internacional foi a ISO 9.000 – Sistema de Gestão da Qualidade.

Então a ISO levantou a possibilidade de criar uma norma internacionalmente

reconhecida que fosse aplicada à gestão ambiental, a série ISO 14.000. A série se subdivide

em várias subséries. As outras subséries se destinam a orientação, porém, a única que garante

a certificação junto a terceiros é a ISO 14.001. Segundo Ribeiro e Gratão (apud

LUCIANDRA; 2000, p. 8):

A ISO 14.000 e suas subséries, assim como outras normas semelhantes, estabelece

as diretrizes básicas para a implementação de um sistema de gestão ambiental, o qual constitui um processo estruturado, genérico e completo com o objetivo de

propiciar a melhoria contínua do desempenho em relação ao meio ambiente.

Adicionalmente, observa-se que qualquer organização pode pleitear a certificação, mas

para obter a certificação ISO significa, segundo Lemos:

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definir [...] a técnica para a elaboração da análise do ciclo de vida de produtos. Esta

última é uma ferramenta essencial para a identificação dos impactos ambientais de

um produto, desde a retirada da natureza das matérias primas que virão a formá-lo,

passando pelos transportes necessários, pelos processos de produção, pelo uso dos

consumidores durante sua vida útil, até seu descarte final.

Assim, passando a ser estratégico obter a certificação ISO, as organizações começaram

a aderir voluntariamente às normas como uma forma de competitividade no mercado,

demonstrar ao mercado que a empresa está se adequando às normas ambientais e sustentáveis,

revendo seus processos e, consequentemente, o atendimento às exigências do consumidor.

2.4 CONTABILIDADE AMBIENTAL

Durante muito tempo a ciência contábil vem registrando fatos e deixando à disposição

das entidades em geral, a possibilidade de servir como um sistema de informações capaz de

influenciar positivamente na tomada de decisão.

Para atender aos mais distintos objetivos dos usuários da informação contábil, Paiva

(2003 apud COSTA; MARION; 2003, p. 22), comenta que: “Para proporcionar informações

específicas e diferenciadas sobre o meio ambiente, a contabilidade teve que se desdobrar em

mais de uma ramificação: a Contabilidade Ambiental”. O usuário da informação contábil é

conceituado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pela Deliberação CVM nº 29,

como: “usuário” é toda pessoa física ou jurídica que tenha interesse na avaliação da situação e

do progresso de determinada entidade, seja tal entidade empresa, ente de finalidades não

lucrativas, ou mesmo patrimônio familiar.

Desta forma, o usuário da Contabilidade tradicional pode ser também usuário da

Contabilidade Ambiental, pois a questão ambiental afeta o patrimônio das entidades. Para

efeito de comparação e elucidação do conceito Contabilidade Ambiental, segundo Bergamini

Júnior (2000, p. 1):

[...] a contabilidade financeira ambiental é um novo ramo de especialização na área

contábil, que tem o objetivo de registrar as transações da empresa que impactam o

meio ambiente e os efeitos das mesmas que afetam, ou deveriam afetar, a posição

econômica e financeira dos negócios da empresa, devendo assegurar que os custos, ativos e passivos ambientais, estejam contabilizados de acordo com os princípios

fundamentais da contabilidade [...].

Segundo estudos realizados sobre a contabilidade ambiental, pode-se dizer que a

mensuração dos recursos naturais ou os impactos gerados ao meio ambiente é uma questão

complexa, porém, Ribeiro (1992, apud MARION, COSTA, 2005 p. 39) diz que:

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Do ponto de vista macro, é muito difícil valorizar os recursos naturais existentes,

porém, do ponto de vista da contabilidade, o que se pode medir e fazer constar, nas demonstrações contábeis, são os eventos e transações econômico-financeiros, que

refletem a interação da empresa com o meio ambiente.

Lima e Viegas (2002, p. 51) tratam do mesmo assunto e comentam: na mensuração há

quem diferencie objetivos, ou seja, o objetivo não é medir a poluição gerada pela empresa,

mas o impacto econômico que as suas externalidades podem gerar.

Muitos autores concordam que na prática a principal dificuldade para as empresas é a

segregação das informações de natureza ambiental das demais informações gerais da empresa,

consequentemente a classificação e avaliação contábil.

2.4.1 Ativo Ambiental

Ativos ambientais são recursos que uma empresa possui e que são destinados à

proteção, preservação e recuperação ambiental e que poderão ser classificados em títulos

contábeis específicos, identificando o ativo circulante ambiental, o realizável ambiental e

permanente ambiental.

De acordo com Teixeira (2000, p. 5), um ativo ambiental é:

um recurso controlado pela empresa resultante de eventos passados, do qual se

espera um fluxo de benefícios econômicos futuros. Se os gastos ambientais podem

ser enquadrados nos critérios de reconhecimento de um ativo, devem ser

classificados como tal. Os benefícios podem vir através da eficiência ou da

segurança de outros ativos pertencentes à empresa, da redução ou prevenção da

contaminação ambiental, que deveria ocorrer com resultado de operações futuras ou

ainda através da conservação do meio ambiente.

Deste modo, os ativos ambientais são os bens e direitos de uma empresa que têm como

objetivo a proteção e recuperação do meio ambiente. Assim sendo, os ativos ambientais

representam os diversos acessórios usados e utilizados no processo de eliminação ou redução

da poluição; investimentos em equipamentos com a intenção de amenizar os danos causados

no meio ambiente; e, por fim, representam, também, os gastos causados pelas pesquisas que

trazem benefícios ou ações que irão cogitar nos exercícios posteriores.

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2.4.2 Passivo ambiental

O conceito de passivo é abrangente e varia de acordo com as entidades competentes.

Segundo resolução nº 1121/08 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), (1994, p. 1),

passivo “é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja

liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios

econômicos”. O termo passivo ambiental já provocou muitas discussões de maneira que

abrange outros conceitos significativos para o entendimento do mesmo.

Para fins de esclarecimento torna-se prudente buscar o conceito do Instituto dos

Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) (1996, p. 2). A NPA 11 (Norma e

Procedimento de Auditoria), passivo ambiental: “[...] toda agressão que se praticou/pratica

contra o Meio Ambiente e consiste no valor dos investimentos necessários para reabilitá-lo,

bem como, as multas e indenizações em potencial”. Ainda defende, no decorrer da norma,

procedimentos a serem seguidos para a conquista de um bom planejamento de ação para

dirimir os impactos ambientais negativos gerados pelas empresas.

2.4.3 Custos e despesas ambientais

O conceito de custos e despesas ambientais geralmente aceito é que representam

gastos (consumo de ativos) aplicados diretamente ou indiretamente no sistema de

gerenciamento ambiental do processo produtivo e em atividades ecológicas da empresa.

Quando aplicados diretamente na produção, estes gastos são classificados como custo e, se

forem aplicados de outra forma, são chamados de despesa.

2.5 EVIDENCIAÇÃO CONTÁBIL AMBIENTAL

Evidenciar significa tornar claro, tornar evidente, ou seja, evidenciação consiste em

tornar algo claro, que não tenha mais dúvida e nem questionamentos. Para tanto,

evidenciação contábil refere-se às diversas informações que uma empresa torna acessível por

intermédio de seus relatórios e demonstrações contábeis.

O Termo Evidenciação, também utilizado o termo inglês Disclosure, se refere à forma

e a qualidade das informações que são divulgadas nos relatórios das empresas. Para Cormier

et al (2004), o disclosure ambiental é considerado como um conjunto de informação

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comunicado aos grupos de interesse ou stakeholders, através da publicação de relatórios

ambientais e de sustentabilidade anuais para que as organizações adquiram legitimidade.

A Evidenciação (disclosure) é uma práxis relevante para garantir que a transparência

na conduta das empresas perante o meio ambiente seja atendida, ou seja, é uma prática que

divulga informações objetivas das atividades operacionais da empresa, sejam elas, positivas

ou negativas. Sendo assim, Tinoco e Kraemer (2004, p. 256) explicam que,

o objetivo da evidenciação contábil seria o de divulgar informações do desempenho

econômico, financeiro, social e ambiental das entidades aos parceiros sociais, os

stakeholders, considerando que os demonstrativos financeiros e outras formas de

evidenciação não sejam enganosos.

Tendo como base o objetivo da evidenciação contábil, ressalta-se que as informações

contábeis devam ser claras, levando o grande número de usuários a refletir sobre a realidade,

oferecendo a eles a comprovação das informações para que sejam utilizadas, no momento

necessário, como instrumento de apoio para tomada de decisões a serem divulgadas,

possibilitando, assim, a comparação com dados anteriores ou de outras empresas.

Já para Hendriksen e Van Breda (1999, p. 512), evidenciação contábil acaba sendo

explicada de maneira limitada pelos contadores ao afirmarem que eles se utilizam

restritamente da palavra, tratando, assim, da veiculação das referentes informações financeiras

de uma empresa, dentro dos seus relatórios financeiros.

Portanto, para estes autores, as demonstrações financeiras são representadas apenas

por um componente de um sistema de divulgação amplo. De acordo com o Conselho Federal

de Contabilidade (CFC), por meio do item 1.4 da Resolução 774, de 16 de dezembro de 1994,

comenta-se que a contabilidade tem como objetivo:

[...] prover os usuários com informações sobre aspectos de naturezas econômicas,

financeira e física do patrimônio da entidade e suas mutações, o que compreende

registros, demonstrações, análises, diagnósticos, expressos sob a forma de relatos,

pareceres, tabelas, planilhas e outros meios.

Diante dessa resolução, percebe-se que a contabilidade tem o objetivo de evidenciar

não só informações econômicas e financeiras, mas também físicas, e de utilizar, inclusive,

outras formas para evidenciá-las como, por exemplo, tabelas e outros meios. Ribeiro (2005, p.

108) propõe que a evidenciação responda às seguintes perguntas, relativas ao meio ambiente:

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QUESTÕES EVIDENCIAÇÃO

O que evidenciar? Todas as informações relativas a eventos e

transações que englobem a questão do meio

ambiente.

Como evidenciar? Conforme o grau de detalhamento exigido

através da relevância dos valores e pela

natureza dos gastos referentes à interação da

entidade com o meio ambiente.

Quando evidenciar? No momento em que o fato gerador ocorrer ou

quando houver informações adicionais e

complementares.

Onde evidenciar? No corpo das demonstrações contábeis e nas

notas explicativas, estando sujeito à extensão e

natureza das informações oferecidas.

Quadro 1: Parâmetros para evidenciação ambiental

Fonte: Ribeiro (2005, p. 108). Adaptação do autor, 2011.

Como não há no Brasil norma que regulamente e padronize a evidenciação de

informações contábeis ambientais, percebe-se uma tendência de divulgação voluntária por

parte das empresas para se tornarem mais competitivas perante seus clientes.

Baseados nos pronunciamentos ou recomendações emitidas pelos órgãos que norteiam

a atividade contábil atualmente no Brasil mencionam-se a CVM, o IBRACON (Instituto dos

Auditores Independentes do Brasil) e o CFC (Conselho Federal de Contabilidade). A título de

recomendação, a seguir apresentam-se os referidos pronunciamentos:

CVM Parecer de

Orientação nº

15/87

No relatório da administração das companhias de capital

aberto deve conter: Proteção ao meio-ambiente: descrição

e objetivo dos investimentos efetuados e montante

aplicado.

IBRACON NPA nº 11 –

Balanço e

Os valores decorrentes de investimentos na área de meio

ambiente devem ser apresentados em títulos específicos,

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Ecologia identificando, numa segmentação adequada, o ativo

imobilizado ambiental, diferidos ambientais, etc., bem

como passivos ambientais.

CFC NBC T 15 –

Informações de

Natureza Social e

Ambiental

Esta norma estabelece procedimentos para evidenciação

de informações de natureza social e ambiental. A

Demonstração de Informações de Natureza Social e

Ambiental, ora instituída, deve evidenciar estes dados,

extraídos ou não da contabilidade, como informação

complementar às demonstrações contábeis, não se

confundindo com as notas explicativas. Para fins de

comparação devem ser apresentados ainda informações

do exercício atual e do exercício anterior.

Quadro 2: Evidenciação contábil ambiental

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

2.6 REGULAMENTAÇÃO AMBIENTAL

A Constituição Federal de 1988 traz em seu artigo 225 o dever da proteção do meio

ambiente por parte do Poder Público e da coletividade.

Em linhas gerais, a principal regulamentação sobre a matéria é dada pela Lei Federal

nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, que trata das sanções penais e administrativas derivadas

de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, denominada como Lei de Crimes

Ambientais.

A lei derivou em uma série de inovações sendo foco de muitos estudos na área do

direito ambiental. Como a abrangência deste estudo envolve a contabilidade ambiental, na

tabela a seguir serão referenciadas algumas inovações:

ANTES DEPOIS

Pessoa jurídica não era responsabilizada

criminalmente.

Permite, além da pessoa jurídica, a

responsabilização da pessoa física autora ou

co-autora da infração.

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A comercialização, o transporte e o

armazenamento de produtos e subprodutos

florestais eram punidos como contravenção.

O desmatamento não autorizado agora é

crime, além de ficar sujeito a pesadas multas.

A conduta irresponsável de funcionários de

órgãos ambientais não estava claramente

definida.

Comprar, vender, transportar, lenha ou

carvão, sem licença da autoridade

competente, sujeita o infrator a até 01 (um)

ano de prisão e multa.

As multas, na maioria, eram fixadas através de

instrumentos normativos passíveis de

contestação judicial.

Funcionário de órgão ambiental que fizer

afirmação falsa ou enganosa, em

licenciamento ambiental, pode pegar até 03

(três) anos de cadeia.

Quadro 3: Inovações da Lei de Crimes Ambientais

Fonte: IBAMA (Adaptado pelo autor, 2011).

No artigo nº 69 letra A da referida lei pode-se citar o seguinte:

Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro

procedimento administrativo, [...] inclusive por omissão [...] sofrendo pena de

reclusão de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

O artigo supracitado abre a possibilidade de punição aos agentes públicos que ferem

os princípios da ética ambiental por meios de fraudes, ações ou omissões, que vão de encontro

à lisura do procedimento ambiental.

Segundo Costa e Marion (2007, p. 25), ao omitir informações sobre o meio ambiente,

além de estar cometendo um ato criminoso, pelo qual poderá responder administrativamente,

civil e penalmente, a empresa estará alterando as informações contábeis, pois “a ocultação de

um passivo ambiental poderá provocar sérios impactos em sua situação patrimonial”.

Para não incorrer em erros que possam levar às distorções das demonstrações

contábeis, o contador deve atentar para que os elementos decorrentes das transações, que são

os ativos, passivos e os custos, inclusive ambientais, devam estar de acordo com os princípios

de contabilidade ou, na sua ausência, com as práticas contábeis geralmente aceitas, buscando

a essência do fenômeno patrimonial.

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23

3 METODOLOGIA

A metodologia da pesquisa baseia-se em dois fatos iniciais: dar validade e

confiabilidade para a pesquisa. Dessa forma este capítulo preocupa-se em apresentar a

metodologia da presente pesquisa, no que concerne: aos objetivos, aos procedimentos, à

coleta de dados, o universo pesquisado e a amostra da técnica utilizada – análise de conteúdos

e dados levantados.

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Existem muitas maneiras de classificar uma pesquisa. Aplicando-se a este estudo,

mostram-se algumas formas de classificação: a Pesquisa aplicada “objetiva produzir

conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista” (SILVA,

2007, p. 4).

Quanto à abordagem do problema, a pesquisa se caracteriza como qualitativa e

quantitativa. O método qualitativo foi utilizado com a finalidade de ampliar as possibilidades

de análise. Segundo Demo (2000, p. 159) “[...], a pesquisa qualitativa busca aprofundamento

por familiaridade, convivência, comunicação”.

A abordagem quantitativa provém da necessidade de se ter análise estatística para a

conclusão das idéias. Silva e Menezes (2001, p. 20) “considera que tudo pode ser

quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e

analisá-las” Como ferramentas estatísticas utilizadas para exemplificar e atingir o objetivo

proposto tem-se a estatística descritiva no cálculo de percentagem e da média simples.

A realização dos objetivos é de forma exploratória / descritiva por ser um tema recente

onde há pouco conhecimento, não havendo, portanto, material suficiente para a total

elucidação do problema e por descrever as características das empresas respectivamente.

Segundo Köche (apud FERNANDES; GOMES, 2003, p. 6) “[...], esse tipo de pesquisa é

adequado para casos em que ainda não apresentem um sistema de teorias e conhecimentos

desenvolvidos [...]”.

Gil (2002, p. 42) argumenta que a pesquisa descritiva “tem como objetivo primordial a

descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o

estabelecimento de relações entre as variáveis”.

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Com relação à técnica empregada na coleta de dados, apóia-se nos seguintes

procedimentos: pesquisa bibliográfica e documental, utilizando-se a análise de conteúdo. As

informações são extraídas tanto de livros, artigos, informações retiradas da internet como de

materiais que não receberam tratamento analítico, que são os documentos objeto de análise

desta pesquisa. Assim, a pesquisa bibliográfica constitui etapa prévia a ser feita em um

processo de pesquisa, seja qual for o problema em questão (FERNANDES; GOMES, 2003, p.

13).

Para Beuren (2003, p. 89), a pesquisa documental utiliza-se de materiais que não

receberam ainda tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os

objetivos da pesquisa.

É importante ressaltar que durante a análise de conteúdo não foi levado em

consideração principalmente o termo “Ativo Biológico”. O foco da pesquisa está delimitado

ao caráter da evidenciação ambiental voluntária e não normativa por parte das empresas.

3.2 DELINEAMENTO DO UNIVERSO E SELEÇÃO DA AMOSTRA DA PESQUISA

Para esta pesquisa, faz-se necessário a identificação da população, que compreende o

universo da pesquisa e da sua amostragem para a execução deste estudo. A população é o todo

onde será realizada a pesquisa, sendo fatos e elementos principais desta pesquisa, que

apresentam pelo menos uma característica comum que tendem a explicar estes feitos

determinantes para esta pesquisa.

Gray, Kouhy e Lavers (1995) ressaltam que embora os princípios de amostragem

estejam definidos, na prática, a literatura contábil é frequentemente silenciosa com relação à

identificação, estratificação e homogeneidade da população. Em muitos casos, a base para a

pesquisa é definida segundo o tamanho das companhias analisadas, classificadas por revistas

ou instituições especializadas.

A população desse estudo compreende as empresas do setor de papel e celulose com

registros na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA). O critério utilizado para a escolha

do setor pesquisado se deve ao alto impacto ambiental gerado.

De acordo com Beuren et al. (2003, p. 120) “[...] a amostra é uma pequena parte da

população ou do universo selecionada em conformidade às regras”. Diante disso, delimitou-

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se o setor explorado às empresas do setor de papel e celulose, cuja produção superou

1.700.000 toneladas de papel e celulose no ano de 2010.

AMOSTRA DA PESQUISA

EMPRESAS FATURAMENTO

(MILHÕES US$)

PAPEL (t)

1 Suzano Papel e Celulose S.A. 4.513.883 2.700.000

2 Cia Melhoramentos de São Paulo 100.705 -

3 Fibria Celulose S.A. 6.283.387 5.231.000

4 Klabin S.A. 3.663.317 1.781.000

5 Santher Fab. de Papel Sta. Therezinha S.A. 870.328 -

Quadro 4: Amostra da pesquisa

Fonte: Elaborado pelo o autor, 2011.

Sendo assim, as empresas constantes da amostra são: Suzano Papel e Celulose, Fibria

Celulose S.A e Klabin S.A, quanto ao potencial de produção definido pela pesquisa. Estas

empresas são analisadas em 03 (três) momentos, com intervalo de 1 período cada, ou seja,

respectivamente, os anos de 2008, 2009 e 2010 para uma investigação longitudinal1, em que

foi realizada análise de conteúdo do relatório anual das companhias. A seguir apresenta-se a

técnica utilizada para a constatação da evidenciação ambiental nos relatórios anuais: técnica

de "análise de conteúdo".

3.3 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

Nesta pesquisa, semelhante a outros estudos realizados na área contábil, a composição

do grupo de empresas a serem analisadas foram as empresas de capital aberto do setor de

papel e celulose com atuação na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).

1 Uma abordagem longitudinal envolve observar o desenvolvimento de um fenômeno, coletando-se dados a

intervalos periódicos, ao longo de um espaço de tempo. Tal abordagem pode ser caracterizada por, pelo menos,

três atributos: tem caráter naturalista (em oposição a experimental), é orientada para o processo (acontece ao

longo do eixo temporal) e não é generalizável (os resultados aplicam-se apenas ao caso estudado). (NUNAN,

1992, p.76).

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Para analisar as características das informações ambientais, optou-se pela análise de

conteúdo do relatório anual das companhias, que compreendem o relatório da

administração, as demonstrações contábeis, as notas explicativas e o parecer dos auditores

independentes. A justificativa para a não utilização de outras fontes como, por exemplo, os

web sites e os relatórios ambientais específicos baseiam-se no fato de que dificulta a

uniformidade, a relevância e a comparabilidade.

Assim como Rover et al (2008, p. 264) destaca a relevância das DFPs2

(Demonstrações Financeiras Padronizadas) no processo de comunicação entre a empresa e

seus stakeholders e também outros fatores como, por exemplo, a formação de contratos e a

remuneração dos sócios.

Ao observar os relatórios percebe-se que a comparabilidade se deve ao fato de que as

informações estão mais bem estruturadas (MARION; COSTA, 2007, p. 30). A pesquisa está

limitada aos documentos (relatórios) mais recentes (três últimos exercícios) disponibilizados

pelas empresas.

Além das normas contábeis, outros materiais já publicados sobre a matéria serão

levados em consideração para a formação de uma ideia conjunta entre a interpretação do autor

e as recentes pesquisas sobre o tema.

Para analisar a evidenciação das informações ambientais das empresas, optou-se pela

técnica de análise de conteúdo. Segundo Bardin (1977, p. 31), “a análise de conteúdo é um

conjunto de técnicas de análise das comunicações, que não se trata de um instrumento, mas de

um leque de apetrechos [...]”. E já para Abbott e Monsen (1979), a análise de conteúdo

permite a codificação e a decodificação das informações qualitativas em categorias.

Na etapa da análise de conteúdo é relevante destacar a unidade de análise. É neste

tópico que a unidade de registro deve ser definida para mensurar e verificar a quantia de

evidências.

Com base em pesquisas anteriores sobre a evidenciação ambiental, utiliza-se no

presente estudo sentença3 como unidade de registro dividida em categorias e subcategorias

conforme o quadro a seguir:

2 DFP (Demonstrações Financeiras Padronizadas) são um conjunto de relatórios que as empresas de capital

aberto com ações na Bolsa de Valores de São Paulo devem enviar periodicamente para esta. 3 Sentença neste contexto refere-se à reunião de palavras que formam um sentido completo; frase.

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1. Impactos ambientais

Contaminação e recuperação de terras

Desenvolvimento de produtos ecológicos

Reciclagem

Reflorestamento

2. Uso dos recursos naturais

Resíduos

Uso eficiente / reutilização da água

Uso da água

Consumo de energia

3. Informações financeiras ambientais

Investimentos ambientais

Ativos ambientais

Passivos ambientais

Custos ambientais

Despesas ambientais

Seguro ambiental

Perdas ambientais

Receitas ambientais

Multas e indenizações ambientais

Provisão para contingências ambientais

Quadro 5: Estrutura Conceitual

Fonte: Elaborado pelo o autor com base em Nossa (2002), Murcia et al (2008) e Ferreira (2010).

3.4 CRITÉRIOS PARA ANÁLISE DO CONTEÚDO

A análise de conteúdos é uma das diferentes técnicas de pesquisa que pode ser usada

na análise de textos e dados. Berelson (apud Freitas et al. 1997, p. 98) conceitua a análise de

conteúdo como “uma técnica de pesquisa para a descrição objetiva, sistemática e quantitativa

do conteúdo manifesto nas comunicações, tendo por objetivo interpretá-las”.

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Sendo assim, optou-se por utilizar a técnica de análise de conteúdo, pois permite a

codificação de informações qualitativas em categorias, destaca Bardin (1977 apud NOSSA,

2002).

Embora muitos pesquisadores raramente apliquem regras para análise e quantificação

dos dados, as principais regras são listadas a seguir:

Homogêneas: poder-se-ia dizer que “não se misturam alhos com bugalhos”;

Exaustivas: esgotar a totalidade do texto;

Exclusivas: um mesmo elemento do conteúdo, não pode ser classificado

aleatoriamente em duas categorias diferentes;

Pertinentes: isto é, adaptadas ao conteúdo e ao objetivo.

As seguintes adaptações são sugeridas por Nossa (2002):

Se alguma sentença tem mais que uma classificação possível, ela deveria ser

classificada para a categoria mais enfatizada na sentença.

Para interpretar a origem da informação utilizou-se o critério evidência e localização.

Com relação ao tipo de evidência, Nossa (apud Murcia et al, 2008), sugere categorias

para análise:

Declarativa: informação qualitativa expressa em termos descritivos;

Quantitativa não-monetária: informação quantitativa expressa em números de natureza

não-financeira; e

Quantitativa monetária: informação quantitativa expressa em números de natureza

financeira.

Para a realização desta pesquisa a classificação quantitativa monetária e não-

monetária foi utilizada, haja vista que os dados quantitativos e qualitativos fornecem

informações classificadas em alguma categoria, que deveriam ser interpretados como uma

linha igual a uma sentença e classificada como esta.

3.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

A principal preocupação da pesquisa foi verificar as características das informações

ambientais com uma amostra limitada pelas empresas: Celulose Irani S.A, Cia

Melhoramentos de São Paulo, Fibria Celulose S.A, Klabin S.A, Santher Fábrica de Papel

Santa Therezinha S.A e Suzano Papel e Celulose S.A., não sendo possível a generalização do

setor.

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A pesquisa restringiu-se à análise de conteúdo dos Relatórios anuais mais

especificamente às Demonstrações Financeiras Padronizadas referentes aos exercícios de

2008 a 2010. Ressalta-se a amplitude e a complexidade desta temática, sendo este estudo

apenas um meio de reflexão para início ou continuação da problemática sobre questões

ambientais.

4 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

O objetivo deste capítulo é organizar e descrever os dados coletados nos Relatórios

Anuais das empresas Suzano Papel e Celulose, Fibria Celulose S.A e Klabin S.A, no período

entre 2008 a 2010. Para isso, os dados foram analisados em três etapas: primeiro, faz-se uma

análise descritiva das categorias relatando as evidências; em seguida, evidencia-se a análise

quanto a localização das evidências de forma descritiva dos relatórios anuais e, por último,

uma análise comparativa entre as empresas a cerca da evolução da evidenciação das

informações ambientais ao longo dos três anos pesquisados.

4.1 ANÁLISE DAS CATEGORIAS

A estrutura conceitual é utilizada para analisar as informações ambientais que estão

dispostas em seis categorias e 15 subcategorias. A escolha das sentenças foi elaborada a partir

dos trabalhos de Nossa (2002), Murcia et al (2008) e Ferreira (2010). A seguir, tem-se a

evidenciação descritiva de cada categoria.

4.1.1 Impactos ambientais

A categoria “impactos ambientais” agrega: contaminação de terras, desenvolvimento

de produtos ecológicos, reciclagem e reflorestamento. O quadro 5 exemplifica tais sentenças:

Desenvolvimento de produtos ecológicos

Os produtos da Klabin têm grande aceitação nos Estados Unidos, Europa e América Latina,

além de China e Cingapura, cujos mercados de consumo vêm movimentando o setor de

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embalagens, com crescimento acelerado e busca por produtos comprovadamente sustentáveis.

Maior exportadora de papéis do Brasil, com produtos embarcados para mais de 50 países, a

companhia pretende manter 40% do volume de vendas no mercado externo em 2009.

(Klabin, DFP/RA, 2008)

Reciclagem

Para acompanhar a ampliação da produção na Unidade, adotamos uma nova tecnologia na

ETE, que resultou na implantação de um sistema de dosagem de nutrientes, torre de

resfriamento e o sistema MBBR (Moving Bed Biofilm Reactor) de tratamento de efluentes.

Da mesma forma que a unidade Suzano, a unidade Mucuri implantou uma parceria com

empresa terceirizada, que passou a comprar parte de nossos resíduos – antes usados como

complemento para adubação – para reciclagem e utilização em produtos à base de celulose,

como camadas intermediárias de papel cartão.

(Suzano, DFP/RA2008)

Reflorestamento

A Companhia controladora (Klabin S.A.) também possui investimentos em Sociedades em

Conta de Participação (SCPs), com o propósito específico de captar recursos financeiros de

terceiros para projetos de reflorestamento.

(Klabin, DFP/NE, 2009)

Quadro 6: Evidenciação da categoria impactos ambientais

Fonte: Elaborado pelo o autor com base em Nossa (2002), Murcia et al (2008) e Ferreira (2010).

A ONU (Organização das Nações Unidas) recomenda a divulgação de informações no

relatório da administração que contemple: as classes de questões ambientais, que se aplicam à

empresa e seu ramo de atividade; medidas e programas formalmente estabelecidos pela

empresa em relação com as medidas de proteção do meio ambiente; entre outros.

Interpretando as informações quanto ao tipo pode-se inferir que a maior quantidade de

informações é do tipo declarativo (48,78%), sendo estas informações declarativas dispostas na

mesma proporção de 50% no Relatório da Administração (RA) e 50% nas Notas Explicativas

(NE).

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Tabela 1: Evidenciação da categoria impactos ambientais

Tipo de Evidência Declarativa Monetária Não Monetária

Total Localização da

Evidência

NE RA NE RA NE RA

Contaminação de terras 0 0 0 0 0 0 0

Desenvolvimento de

produtos ecológicos

0 5 0 0 0 2 7

Reciclagem 2 5 0 0 0 1 8

Reflorestamento 8 0 16 0 2 0 26

Total 10 10 16 0 2 3 41

Fonte: Elaborado pelo o autor com base em Nossa (2002), Murcia et al (2008) e Ferreira (2010).

4.1.2 Utilização dos recursos naturais

Nesta categoria são evidenciadas as informações referentes aos resíduos, uso eficiente

da água e sua reutilização e o consumo de energia.

Para tanto, segue abaixo exemplos de evidências encontradas a partir da utilização dos

recursos naturais.

Resíduos

Em conformidade com nossa política de melhoria contínua de desempenho ambiental,

investimos R$ 7,5 milhões em nossas unidades industriais em 2008. Os recursos foram

concentrados na infraestrutura de gestão e tratamento final de resíduos sólidos, em novos

sistemas de captação e tratamento de gases odoríficos, na otimização das Estações de

Tratamento de Efluentes e no monitoramento ambiental. Além disso, também investimos

mais de R$ 2,5 milhões nas unidades florestais.

(Suzano, DFP/RA, 2008)

Uso eficiente / reutilização da água

Em 2008 alcançamos resultados expressivos na redução do consumo de água em nossas

unidades industriais. O bom desempenho ocorreu devido a investimentos e à atuação de

grupos de colaboradores focados na redução de perdas, reuso e otimizações operacionais. Na

Unidade Embu, obtivemos redução de 3% no ano. Em Suzano, onde o consumo é maior pelo

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32

fato de a fábrica integrar a produção de celulose e papel, a redução foi de 6,7% e na Unidade

Rio Verde, obtivemos redução de 5,2% no ano.

(Suzano, DFP/RA, 2008)

Consumo de energia

Em Correia Pinto (SC), uma nova caldeira de biomassa substituirá duas caldeiras antigas,

propiciando auto-suficiência em energia elétrica;

(Klabin, DFP/RA, 2010)

Quadro 7: Exemplos de evidenciação de utilização de recursos naturais

Fonte: Elaborado pelo o autor com base em Nossa (2002), Murcia et al (2008) e Ferreira (2010).

Esta categoria demonstra poucas informações e revela um fato comum no estudo da

evidenciação ambiental: a média de evidências das subcategorias foi de 9,33 para um total de

28. A maior quantidade de informações é de caráter qualitativo e estão mais dispostas no

relatório da administração (93,33%) do que em relação às notas explicativas (6,67%).

Tabela 2: Evidenciação da categoria utilização dos recursos naturais

Tipo de Evidência Declarativa Monetária Não Monetária

Total Localização da

Evidência

NE RA NE RA NE RA

Resíduos

0 4 0 2 0 3 9

Uso eficiente / reutilização

da água

0 2 0 0 0 4 6

Consumo de energia 1 8 1 2 1 0 13

Total 1 14 1 4 1 7 28

Fonte: Elaborado pelo o autor com base em Nossa (2002), Murcia et al (2008) e Ferreira (2010).

Analisando a Tabela 2 cria-se um ranking de subcategorias com maior quantidade de

divulgação: 1º Consumo de energia: 43,43%; 2º Resíduos: 32,14%; 3º Uso eficiente /

reutilização da água: 21,43%.

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Por meio dessa tabela se torna simples entender a crítica dos ambientalistas ao sistema

de monitoramento de água e efluentes próximo à indústria. São poucas as informações

evidenciadas, considerando a degradação causada pela utilização da água no processo de

branqueamento da celulose. Segundo estudos realizados pelo Greenpeace em 1999 com base

nos dados do auto-monitoramento da empresa entregues a Fundação Estadual de Proteção

Ambiental do Rio Grande do Sul (FEPAM), indicaram um contínuo lançamento de cloro nas

medições semanais dos efluentes da indústria e de dioxinas e furanos nos monitoramentos

semestrais relativos à empresa Klabin Riocell. (Greenpeace, 2002)

Todavia, segundo a Riocell, o compromisso fechado em julho de 2001 com a Fepam, o

governo do Estado e o Ministério Público gaúcho, foi eliminado o uso de cloro elementar em

seu processo de branqueamento de celulose, a partir de março deste ano. Neste caso, a

assinatura do compromisso pôs fim à ação cível pública contra a empresa que transcorria

desde 1992.

Adentrando na subcategoria „consumo de energia‟ pode-se destacar que a divulgação

das informações possuem três vias principais: redução de custos, investimento em outro tipo

de energia, como por exemplo, a biomassa (Klabin, DFP/RA, 2010) e, por fim, a mitigação do

consumo em larga escala.

4.1.3 Informações financeiras ambientais

Nesta categoria foram abordadas as informações sobre os investimentos no meio

ambiente, ativos e passivos ambientais, custos e despesas ambientais, seguro ambiental e

perdas ambientais. O nível de evidenciação sugerido por diretrizes nacionais e internacionais,

recomendações não reflete o que acontece nas demonstrações analisadas.

A categoria que obteve menor quantidade de evidenciação das informações ambientais

obteve a média de 3,57 por subcategoria. Vale salientar que a única subcategoria que teve

uma evidenciação regular foi Investimentos Ambientais com 60% do total das evidenciações.

A seguir exemplos de evidência de cada uma das subcategorias de „informações

financeiras socioambientais‟.

Investimentos ambientais

Nossas operações de florestamento estão sujeitas a vários riscos ambientais que procuramos

reduzir, aplicando rígidos procedimentos operacionais e efetuando investimentos em

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equipamentos e sistemas de controle de poluição. Os gastos contínuos para cumprimento das

leis ambientais são levados ao resultado quando incorridos, e os novos equipamentos e

sistemas são capitalizados. Em nossa opinião, no momento não há necessidade de constituir

provisão para perdas relacionadas com questões ambientais, com base nas leis e

regulamentos atualmente vigentes no Brasil.

(Fibria, DFP/NE, 2010)

Seguro ambiental

O grupo não tem seguro para suas florestas. Visando minimizar o risco de incêndio, são

mantidos, pela brigada interna de incêndio, um sistema de torres de observações e uma frota

de caminhões. O Grupo não apresenta histórico de perdas relevantes com incêndio de

florestas.

(Fibria, DFP/NE, 2010)

Perdas ambientais

A Empresa não possui histórico de perdas relevantes com incêndio de florestas.

(Fibria, DFP/NE, 2009)

Quadro 8: Evidenciação da categoria das informações financeiras ambientais

Fonte: Elaborado pelo o autor com base em Nossa (2002), Murcia et al (2008) e Ferreira (2010).

A subcategoria seguro ambiental obteve 6 evidências, muitas vezes evidenciando a

ausência do seguro ambiental, o que nos remete a inferência de que não há preocupação com

possíveis perdas com incêndios ou acontecimentos semelhantes aos seus principais insumos.

Adicionalmente, destaca-se que a ausência de passivos ambientais é uma informação

relevante, haja vista que as empresas promovem impactos ao meio ambiente.

Tabela 3: Evidenciação da categoria das informações financeiras ambientais

Tipo de Evidência Declarativa Monetária Não Monetária

Total Localização da

Evidência

NE RA NE RA NE RA

Investimentos ambientais 1 4 4 3 0 3 15

Ativos ambientais 0 0 0 0 0 0 0

Passivos ambientais 0 0 0 0 0 0 0

Custos ambientais 0 0 0 0 0 0 0

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Despesas ambientais 0 0 0 0 0 0 0

Seguro ambiental 6 0 0 0 0 0 6

Perdas ambientais 4 0 0 0 0 0 4

Total 11 4 4 3 0 3 25

Fonte: Elaborado pelo o autor com base em Nossa (2002), Murcia et al (2008) e Ferreira (2010).

A subcategoria “investimentos ambientais” merece o destaque por apresentar

informações de todos os tipos (declarativa, monetária, não monetária) em praticamente todos

os relatórios demonstrados na tabela (nota explicativa e relatório da administração).

Observa-se que apesar de possuir seis informações sobre “seguro ambiental”, todas

estas informações referem-se a não contratação de seguros para as florestas, seja contra

incêndio, ou contingência.

Na subcategoria “perdas ambientais” pode, também, ser levada para uma conclusão

equivocada, pois todas as informações sobre perdas dão a entender que não houve perda

durante os períodos analisados.

A média de sentenças das subcategorias foi de 3,57. Por evidência, pequena em

relação ao total. Porém, para facilitar a visualização das subcategorias que mais foram

evidenciadas, sugere-se a média do total de evidências por subcategoria conforme a Tabela 4:

Tabela 4: Estatística de ocorrência das informações financeiras ambientais

Técnica estatística Média (%)

Investimentos ambientais 60

Ativos ambientais 0

Passivos ambientais 0

Custos ambientais 0

Despesas ambientais 0

Seguro ambiental 24

Perdas ambientais 16

Total 100

Fonte: Elaborado pelo o autor com base em Nossa (2002), Murcia et al (2008) e Ferreira (2010).

Revela-se que as informações ambientais contábeis não possuem uniformidade e que a

preocupação empresarial com seguro estão abaixo do que esperam os interessados pelo meio

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36

ambiente. As Demonstrações Contábeis, como também, o Parecer dos Auditores

Independentes não apresentaram nenhuma sentença ou evidência relacionada aos critérios da

pesquisa.

4.2 DIFERENÇAS ENTRE A EVIDENCIAÇÃO DAS INFORMAÇÕES AMBIENTAIS

ENTRE AS EMPRESAS

Neste tópico comenta-se a análise das categorias por empresa e a sua localização em

cada relatório. A análise, por três períodos consecutivos, remete ao pesquisador vários

questionamentos passíveis de interpretação.

Através do Gráfico 1 percebe-se a evidenciação das três categorias escolhidas: 1)

impactos ambientais, 2) uso dos recursos naturais e 3) informações financeiras ambientais nos

relatórios anuais ao logo dos três períodos analisados:

Gráfico 1: Evidenciação longitudinal das categorias ambientais

Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.

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37

O gráfico anterior ressalta que a empresa Suzano alcançou uma posição de destaque

em sua evidenciação ambiental no período de 2010. Atingiu (43,62%) do total de

evidenciação, ou seja, responsável por quase a metade das evidenciações do grupo analisado.

A categoria que obteve maior número de evidências foi „impactos ambiental‟

responsável por (43,62%) do total das categorias, sendo que desse percentual quase a metade

(46,34%) foi evidenciada no período de 2010. Essas inferências são observadas pelo gráfico.

As informações contidas neste gráfico foram retiradas da Tabela 5, a seguir:

Tabela 5: Evolução da evidenciação ambiental por categoria

Categorias Suzano Klabin Fibria

DFP 2008 2009 2010

2008 2009 2010 2008 2009 2010

Impactos

ambientais

3 7 9 5 5 8 1 1 2

Uso dos recursos

naturais

7 0 9 4 5 3 0 0 0

Informações

financeiras

ambientais

1 3 2 1 2 2 4 4 6

Total 11 10 20 10 12 13 5 5 8

Fonte: Elaborado pelo o autor com base em Nossa (2002), Murcia et al (2008) e Ferreira (2010).

Percebe-se claramente que poucos foram os anos que sofreram ausência de

informações ambientais. A evidenciação mais presente foi da categoria „impacto ambiental‟

responsável por (43,62%) do total.

Para verificar a evolução conjunta longitudinal na pesquisa, evidencia-se a análise

consolidada do período analisado, conforme a Tabela 6.

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Tabela 6: Evolução da evidenciação ambiental

Período 2008 2009 2010

Empresas

Suzano 11 10 20

Klabin 10 12 13

Fibria 5 5 8

Total 26 27 41

Fonte: Elaborado pelo o autor, 2011.

Percebe-se o aumento de informações ambientais entre o período analisado, em todas

as organizações pesquisadas, substancialmente, pois a diferença percentual de 2008 a 2010 foi

de (57,69%), sendo que o maior aumento neste período foi de 2009 a 2010, com uma

diferença de (51,85%).

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39

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Esta pesquisa teve como objetivo geral identificar o disclosure de informações

ambientais das Empresas do Setor de Papel e Celulose apresentados nos Relatórios Anuais

pelas empresas nacionais do setor de papel e celulose nos anos de 2008, 2009 e 2010. A

escolha de tão somente analisar o Relatório anual decorre-se da facilidade de comparação e a

relevância dos critérios de análise, diferentemente dos relatórios ambientais específicos.

O escopo teórico da pesquisa abrangeu vários estudos, dentre eles, destaca-se o de

Costa e Marion (2007), que verificou a uniformidade da evidenciação ambiental do setor de

papel e celulose, de Nossa (2002), que analisa as diferença do disclosure das informações

ambientais.

Para atingir os objetivos propostos, geral e específico, fez-se a análise de três

categorias subdivididas em 15 subcategorias. Este estudo foi impulsionado por pesquisas

anteriores que investigava o nível de evidenciação das informações ambientais. Esta pesquisa

apresentou, ainda, um aparte teórico sobre o histórico da legislação ambiental existente no

Brasil.

Nos três períodos analisados, constatou-se a divulgação de 94 sentenças encontradas

tão somente por intermédio do site da Bovespa, especificamente nos Relatórios anuais das

companhias.

As características das informações ambientais demonstraram os seguintes resultados:

a) „Impactos Ambientais‟ evidenciaram-se todos os tipos de informações, com destaque a

informações declarativas (48,78) e ausência de informações sobre a categoria „Contaminação

de Terras‟; b) na categoria „Uso dos Recursos Naturais‟ vale ressaltar a semelhança das

informações entre as subcategorias, na quantidade de evidenciação em Relatório da

Administração obteve um resultado proeminente (89,29%) em relação às Notas Explicativas

(10,71%). O consumo de energia foi a subcategoria mais citada com 46,43% de evidenciação,

cujas informações referiam-se à energia ambientalmente amigável: biomassa; c) na categoria

„Informações Financeiras Ambientais‟ constatou-se a ausência da maioria das evidências,

como por exemplo: passivos ambientais, ativos ambientais, custos ambientais e despesas

ambientais, caracterizando o não atendimento das orientações do CFC (NBC T 15) e do

IBRACON (NPA n. 11). A ausência de passivos ambientais é alvo de reflexão do

pesquisador, tendo em vista que o setor é considerado de alto impacto ambiental.

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As empresas do setor de papel e celulose são: Celulose Irani S.A, Cia Melhoramentos

de São Paulo, Fibria Celulose S.A, Klabin S.A, Santher Fábrica de Papel Santa Therezinha

S.A e Suzano Papel e Celulose S.A.

Procurando responder aos objetivos traçados nesta pesquisa, tem-se as seguintes

ponderações: a empresa Suzano obteve o maior número de evidenciações no período

43,62%, enquanto que a Klabin e a Fibria atingiram 37,23% e 19,15%, respectivamente.

Houve um crescimento considerável na evidenciação financeira ambiental de todas as

empresas pertencentes à amostra entre os exercícios de 2009 e 2010, sendo Suzano a empresa

responsável pelo maior crescimento.

Considerando o faturamento como critério para definir o tamanho da empresa,

percebe-se que o nível de informação não teve relação com o tamanho da empresa, pois

quantidade e qualidade das informações entre todas as empresas foram distribuídas com

considerável semelhança no relatório da administração e em notas explicativas. A empresa

mais afetada pelo critério tamanho versus evidenciação em relação à quantidade de

informações divulgadas foi a empresa Fibria, apresentando somente 19,15% do total das

categorias divulgadas.

Sobre o critério tipo de evidenciação pode-se dizer que na totalidade das categorias as

informações qualitativas foram divulgadas com a maior freqüência - 53,19%,, enquanto a

informação quantitativa monetária responde por 29,79% e a quantitativa não monetária por

17,02%.

Para pesquisas futuras recomenda-se que sejam abordados mais especificamente os

impactos ambientais, as mudanças ocorridas com a evidenciação ambiental, segundo as

normas internacionais e, por fim, a análise de outros setores e organizações potencialmente

poluidores como, por exemplo, pequenas empresas ou setores como as firmas mecânicas,

serralherias e postos de combustíveis.

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