preservaÇÃo da paisagem urbana: o caso de prados, minas … · 18/11/2015 · pela escola inglesa...
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4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016
PRESERVAÇÃO DA PAISAGEM URBANA: o caso de Prados, Minas Gerais
FERREIRA, AMANDA. (1); SALOMÃO, RAFAEL S. (2); BARBOSA, ANA A. (3)
1. Universidade Federal de Juiz de Fora. Graduada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Endereço Postal: Galeria Prefeito Álvaro Braga, 11/401, Centro, Juiz de Fora - 36010-280
E-mail: [email protected]
2. Universidade Federal de Juiz de Fora. Graduado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Endereço Postal: Rua João Huss Dias, 71, Nova Floresta, Guaxupé - 37800-000
E-mail: rasalomã[email protected]
3. Universidade Federal de Juiz de Fora. Prof.ª Dr.ª da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Endereço Postal: Rua José Lourenço Kelmer, s/n, Campus Universitário,
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Bairro São Pedro, Juiz de Fora – 36036-900 E-mail: [email protected]
RESUMO
Visto que as políticas públicas empregadas atualmente não se mostram eficientes para uma adequada preservação das paisagens urbanas brasileiras, este artigo apresenta o estudo da paisagem urbana de Prados, no qual prioriza-se a leitura de sua forma urbana baseada na teoria e metodologia empregada pela Escola Inglesa de Morfologia Urbana, pelo estudo da evolução da forma urbana e a caracterização dos diferentes tecidos urbanos que formam a paisagem. Em vista disso, a contribuição deste trabalho é discutir a preservação da paisagem urbana de Prados entendendo sua conservação, sem que haja estagnação da paisagem, visto que as cidades estão em constante transformação. Portanto, busca-se a preservação da paisagem como um instrumento de planejamento territorial, com diretrizes e recomendações práticas para uma efetiva preservação.
Palavras-chave: Paisagem urbana; Preservação urbana; Planejamento.
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Introdução
O objetivo deste artigo é discutir a preservação da paisagem urbana de Prados e contribuir
para ações de preservação e planejamento. As pesquisas referenciadas são parte do
desenvolvimento do trabalho de conclusão de curso da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Para melhor entendimento do termo: “paisagem urbana”, pesquisou-se diferentes conceitos
sobre paisagem em relação a diferentes abordagens encontradas. A partir de então,
definiu-se o processo para a análise da paisagem, sendo empregado a morfologia urbana,
para o entendimento de sua materialidade. Buscou-se então, a interpretação de morfologia
urbana e ainda quando surgiu esta estratégia de estudo do ambiente, além de explicar,
brevemente, as principais vertentes que abordam o tema, visto que atualmente são
reconhecidas majoritariamente três correntes ou Escolas de Morfologia Urbana relacionadas
pelo ISUF (International Seminar on Urban Form), conforme Moudon (1997). A Escola Inglesa
de Morfologia Urbana foi usada como base teórica de análise, sendo a metodologia utilizada
facilmente adaptável a diferentes cidades. Contudo, foi utilizado como base o livro
"Fundamentos de Morfologia Urbana" (PEREIRA COSTA; GIMMLER NETTO, 2015), sendo
uma das poucas publicações existentes em português sobre a vida e a obra de Michael R. G.
Conzen, e a teoria da Escola Inglesa de Morfologia Urbana.
Realizou-se uma pesquisa documental, iconográfica e cartográfica para a compreensão da
transformação urbana de Prados e sua paisagem ao longo do tempo, abrangendo o contexto
histórico no qual se insere, introduzindo os períodos morfológicos definidos a partir da relação
entre os períodos históricos e os períodos evolutivos, para então analisar a evolução da forma
urbana do Centro Histórico de Prados. Contudo, foram feitas análises da forma urbana a partir
de sete períodos morfológicos, sendo estes: período de formação (1700-1730), período de
consolidação (1731-1770), primeiro declínio e estagnação (1771-1799), período de
recuperação (1800-1889), período de expansão urbana (1890-1969), segundo declínio
(1970-1999) e segundo período de expansão urbana (2000-2015). A partir destes períodos e
do entendimento do adensamento e expansão urbana de Prados, foram analisados os
diferentes tecidos urbanos identificados, que geram a atual paisagem urbana de Prados. A
partir das análises realizadas observa-se que a paisagem de Prados necessita de diretrizes
específicas para a manutenção de sua qualidade.
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Paisagem Urbana
Objetivando-se contribuir para ações de preservação da paisagem urbana de Prados,
pesquisou-se diferentes conceitos sobre paisagem para melhor entendimento do termo:
“paisagem urbana”, em relação a diferentes abordagens encontradas.
A paisagem urbana, de acordo com Pereira Costa et al. (2013) é o resultado da ocupação
antrópica em um determinado território, visto que cada paisagem urbana tem suas próprias
características, sendo o reflexo da sociedade local. Para analisar a estrutura formal de uma
determinada paisagem urbana é necessário compreender a sociedade e a variação dos
diferentes grupos ali inseridos. (PEREIRA COSTA; GIMMLER NETO, 2015). Por ser o reflexo
da sociedade local, entende-se que a paisagem está intrinsecamente ligada a cultura
herdada, como ressaltam Sá Carneiro et al. (2009, p.129), "a cultura caracteriza a paisagem,
desde as construções evidentes até o patrimônio intelectual ali conservado". Com base nisso
Ferriolo (2007, p.44) apud Sá Carneiro et al. (2009, p. 129) destaca que "cada paisagem
desvela uma cultura de conteúdo material e imaterial", visto que seus valores e costumes
estão inseridos no ambiente em que esta se desenvolve.
Ainda sobre a paisagem, Strappa et al. (2003) destacam em sua obra "La città come
organismo" o termo sendo empregado no sentido de forma do território, ou aparência visível
daquela estrutura de relações que liga os diversos estados físicos do processo antrópico do
solo natural, sendo este, de caráter individual, único e não repetível. A estrutura do organismo
se desenvolve por meio de processos históricos, que possuem determinadas características,
que se individua na transformação do solo, em um determinado espaço e tempo, em função
da variabilidade natural e histórica. Em resumo, as características de cada local, geográficas e
históricas, se conformam ao longo do tempo e geram paisagens únicas.
Sendo a paisagem empregada no sentido de forma do território pode-se entender, portanto,
que uma paisagem é a forma de determinada cidade. Nesse mesmo contexto, Moudon
(1997), salienta que a cidade pode ser lida e analisada através de sua forma física, que
compreende sua forma urbana, sendo esta definida a partir dos elementos físicos
fundamentais: as edificações e seus espaços livres, públicos ou privados, os lotes, os
quarteirões e as vias. A compreensão da forma urbana se dá em relação às escalas: o edifício
e o lote, as vias e as quadras, a cidade e a região, e está intrinsecamente ligada a história e as
suas transformações ao longo do tempo.
Já Macedo (1999) apud Pereira Costa e Gimmler Neto (2015, p.33) vê "a paisagem como um
produto e um sistema", levando em consideração as características variáveis de cada
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ambiente, resultando assim, uma alteração morfológica a partir do processo de ocupação do
território.
Todavia, o conceito de paisagem urbana para Michael R. G. Conzen, é "traduzida do termo
townscape", e refere-se a fisionomia da cidade. (REGO; MENEGUETTI, 2011, p.126). Ainda
para Michael R. G. Conzen a paisagem é vista como um produto sendo as transformações
socioeconômicas condicionantes da forma da paisagem urbana. No entanto, apesar do termo
paisagem urbana ser amplamente discutido e haver uma grande variabilidade de conceitos,
conclui-se que a paisagem urbana é a forma da cidade, como o resultado de alterações no
meio físico realizadas pelo homem ligada aos sistemas socioeconômicos e políticos que
ocorreram ao longo do tempo.
Para analisar uma determinada paisagem urbana, a partir do processo de ocupação e
urbanização das cidades, pode-se utilizar a morfologia urbana. Estas análises, feitas a partir
de períodos morfológicos, são base para o estudo de vários pesquisadores, como geógrafos,
historiadores, planejadores, arquitetos e urbanistas. (PEREIRA COSTA et al., 2013)
Morfologia Urbana
A morfologia urbana estabeleceu-se essencialmente como área de estudo em meados do século
XX, com o "questionamento das atitudes modernistas em relação às cidades históricas" (DEL
RIO, 1990, p.71), sem deixar de considerar as importantes contribuições de Camilo Sitte no final
do século XIX quando das ações de transformação do tecido urbano, em Viena.
O estudo morfológico busca através de determinados períodos analisar a complexidade das
cidades em detrimento das transformações ocorridas, com o intuito de compreender as
cidades contemporâneas e a evolução de suas paisagens.
DEL RIO (1990) entende que a morfologia urbana estuda o tecido urbano e seus elementos
construídos, formados a partir de sua evolução e das transformações ocasionadas pelos
processos sociais. A morfologia urbana deve ser vista como "o estudo analítico da produção e
modificação da forma urbana no tempo" (SAMUELS, 1986 apud DEL RIO, 1990, p.71). Por
outro lado, Barbosa (2007) diz que:
A morfologia urbana permite analisar a relação existente entre os espaços livres [...] e os espaços construídos formados pelas edificações, materializados pela ação social. Neste sentido, torna-se importante o conhecimento de que esta relação decorre tanto da forma urbana, própria do lugar, como das normas e leis que ela incidem. (BARBOSA, 2007, p.60)
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Nota-se então, que a morfologia urbana tem como objetivo identificar e descrever os
elementos comuns e a estrutura genérica da forma urbana, sendo os objetos de estudos para
avaliar as transformações urbanas: o sistema viário, os quarteirões, os lotes e as edificações.
(PEREIRA COSTA; GIMMLER NETTO, 2015)
Atualmente, conforme Moudon (1997), são reconhecidas pelo ISUF três principais correntes
ou "Escolas de Morfologia Urbana" 1 : Inglesa, Italiana e Francesa. Todas as escolas
consideram como 'parcela' mínima, o lote urbano e a edificação, sendo este, o ponto de
partida para entender a forma urbana.
A Escola Inglesa de Morfologia Urbana tem o objetivo de desenvolver uma teoria de
construção da cidade, uma teoria mais descritiva de como planejar a cidade a partir da
investigação das transformações da forma urbana. O precursor desta escola é Michael Robert
Günter Conzen, geógrafo alemão que se dedicou ao estudo das formas urbanas. (MOUDON,
1997)
A Escola Italiana tem como objetivo investigar as tipologias edilícias e desenvolver teorias de
desenho arquitetônico e urbano, estudando o modo como as cidades deveriam ser
construídas, baseadas nas tradições históricas de construção da cidade a partir das
edificações. Saverio Muratori, fundador da Escola Italiana de Morfologia Urbana, atuou como
arquiteto e professor, elaborando estudos sobre o processo evolutivo das cidades de Veneza
e Roma, e utilizava-os como bases teóricas para as suas aulas de desenho arquitetônico. De
acordo com Pereira Costa & Gimmler Neto (2015), Muratori desenvolveu sua prática
profissional com reflexões a partir do particular para o geral, no qual a consciência espontânea
é a capacidade da população de reproduzir um tipo básico de edificação enraizado pela
cultura local. Segundo Moudon (1997), a Escola Italiana de Morfologia Urbana tinha como
expoentes Gianfranco Caniggia, Giuseppe Strappa, Aldo Rossi e Carlo Aymonino.
Já a Escola Francesa iniciou-se no final dos anos 60 com os arquitetos Philippe Panerai e
Jean Castex e o sociólogo Jean-Charles Depaule, que fundaram a Escola de Arquitetura de
Versalhes em reação à arquitetura modernista. A Escola Francesa de Morfologia Urbana tem
interesse nos aspectos sociais das cidades, em escala arquitetônica e urbana. São descritivos
quando desenvolvem estudos morfológicos e tem como propósito desenvolver uma teoria do
projeto base sobre as tradições de construção da cidade. Ainda utiliza-se da análise
1 O termo "Escolas" foi proposto por Moudon, em seu artigo, em 1997, para se referenciar aos três grupos que pesquisavam sobre a morfologia urbana, com o objetivo de ser traduzido em outros idiomas com mais facilidade, e até hoje é empregado. (ROSANELI & SHACH-PINSLY, 2010).
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morfológica para identificar as bases do modernismo no desenho urbano no século XVIII.
(MOUDON, 1997)
Panerai em sua obra "Analyse urbaine" de 1999, traz a noção de "território" e de "paisagem
urbana", entendendo os fenômenos de crescimento através dos estudos morfológicos. Ainda
apresenta os elementos que constituem a cidade: os tecidos urbanos e as tipologias.
Como é possível observar, embora ambas as escolas de morfologia apresentarem
semelhanças em suas teorias e nos seus estudos aplicados, neste trabalho optou-se por
utilizar a teoria da Escola Inglesa de Morfologia Urbana como base conceitual e metodológica
com a finalidade de analisar a paisagem urbana do objeto de estudo, a cidade de Prados.
Teoria e Metodologia da Escola Inglesa de Morfologia Urbana
A Escola Inglesa de Morfologia Urbana estrutura-se no legado dos estudos de Michael Robert
Günter Conzen, geógrafo alemão nascido em 1907, completou sua graduação no Instituto
Geográfico da Universidade Humboldt, em Berlim, em 1931, onde as bases conceituais foram
estruturadas em estudos da paisagem e dos resultados visíveis sobre a paisagem urbana.
Radicou-se na Inglaterra, em 1933, onde atuou como Planejador Urbano e Rural, após um
curso realizado na Universidade Victoria, em Manchester, entre 1934 e 1936. Enquanto
planejador urbano preocupou-se com a formação conceitual e a sistematização das relações
urbanas, visto que, naquela época, havia uma lacuna em relação à fundamentação teórica de
planejamento e então, tentou estruturar a organização da ciência do planejamento. (PEREIRA
COSTA; GIMMLER NETTO, 2015)
O estudo mais significativo de M. R. G. Conzen foi o da cidade medieval de Alnwick, localizada
ao norte da Inglaterra, no qual é apresentado uma minuciosa análise morfológica, com o
intuito de abordar o desenvolvimento do plano urbano, detalhando suas características em
cada período morfológico, o padrão geral de crescimento, os tipos de unidades de
planejamento e a estrutura geográfica da paisagem urbana local. Contudo, este trabalho
indica que para uma análise morfológica apropriada é necessário fazer uma avaliação física
do local, como também a avaliação das questões sociais e econômicas inseridas no contexto
urbano local. (PEREIRA COSTA; GIMMLER NETTO, 2015)
A Escola Inglesa de Morfologia Urbana desenvolve estudos para analisar as transformações
que conformam as cidades, e tem como objetivo estabelecer parâmetros para o planejamento
e possíveis intervenções urbanas, de caráter multidisciplinar, abrangendo os conceitos da
geografia, história, ciências sociais, arquitetura e urbanismo. O estudo analisa o
desenvolvimento da cidade, em períodos morfológicos, sendo a forma em que as edificações
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foram construídas nos lotes e como influenciaram na dinâmica da cidade, parâmetros que
compõem um determinado tecido urbano.
M. R. G. Conzen configurou o processo de desenvolvimento, pelas denominadas parcelas
que representam extratos que se submetem e crescem sob determinados aspectos urbanos.
Como áreas da cidade que passam a existir em um dado momento e que apresentam
semelhanças, estrutural ou arquitetônica, e os relacionou ao plano de implantação dos
edifícios. Assim, num momento futuro, a cidade que se desenvolve, leva características
existentes e influenciam também na área já desenvolvida.
O método da Escola Inglesa de Morfologia Urbana utiliza de forma interdisciplinar a paisagem
urbana, analisado-a através da investigação das mudanças e permanências. Todavia, o
resultado observado é que a ocupação e urbanização "são evidências materializadas e objeto
de análise da Morfologia Urbana", e o propósito desta morfologia é estabelecer uma teoria
sobre a conformação das cidades. (PEREIRA COSTA et al., 2013, p.1)
Como método de análise, Michael R. G. Conzen propôs a visão tripartite, que consiste no
estudo de três aspectos formais: o plano urbano, o tecido urbano e o padrão de uso e
ocupação do solo, sendo os dois últimos, partes integrantes do plano urbano. Tais aspectos
são analisados em função dos intervalos de tempo que definem os períodos morfológicos, no
qual os resultados destas análises representam o processo de evolução da paisagem urbana.
O plano urbano está associado à ocupação do território e se desenvolve juntamente com a
história cultural da região, composto pelo sistema viário e o padrão de parcelamento do solo, é
considerado a organização das formas espaciais sobre a topografia. Para analisar o plano
urbano é necessário uma descrição geral do local, destacando o sistema viário e o padrão das
edificações que, quando semelhantes, formam uma unidade tipológica.
O tecido urbano é representado por quarteirões ou glebas com características semelhantes,
como a forma e o tamanho dos lotes, além da implantação da edificação no mesmo. As
características do estilo arquitetônico e dos materiais de revestimento compõem tipos edilícios
semelhantes, dentro de um tecido urbano, que por sua vez, conduz ao padrão de uso e
ocupação do solo. A partir das análises destas características pode-se definir a época em que
foram construídas, por estarem intrinsecamente ligadas aos aspectos socioculturais.
O processo de transformação que ocorre com as paisagens urbanas apresenta uma escala
hierárquica, podendo começar a partir de características relacionadas aos materiais de
revestimento, como até mesmo à ocupação dos lotes. Com o adensamento das cidades,
algumas áreas, sofrem transformações como a modificação do uso e a divisão de lotes que
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descaracterizam o tecido urbano. Devido a estas mudanças, Rego e Meneguetti (2011),
ressaltam que, o tecido urbano deve ser considerado um organismo, por estar em constante
transformação.
No entanto, para Rossi (2001, p.52), as estruturas urbanas com menores transformações no
decorrer dos anos, é o plano urbano, representado pelo sistema viário, pois este: "muitas
vezes se deforma, mas, substancialmente não se desloca". Contudo, o plano urbano
apresenta maior tendência de permanência no tempo, visto que as primeiras modificações se
dão no uso, pois demandam alterações na forma do tipo edilício, na fachada e na implantação
no lote, consequentemente, transformando o desenho da quadra e o tecido urbano. No
entanto, utiliza-se então o processo evolutivo urbano para interpretar e indicar determinadas
transformações no desenvolvimento econômico e social, que são denominados períodos
morfológicos, pois geram formas materiais passíveis de identificação na paisagem urbana.
As partes que diferenciam em sua forma, dentro de um mesmo plano urbano, são
consideradas unidades de planejamento. Segundo Pereira Costa e Gimmler Netto (2015),
Conzen indica o fator econômico que dá origem ao desenvolvimento de cada unidade de
planejamento e descreve as características do plano urbano, detalhando o sistema viário e o
parcelamento das quadras em lotes, identificando e definindo os lotes burgueses. Estes lotes
são considerados elementos originais do processo de parcelamento e em conjunto formam a
paisagem urbana. Possuem, como característica principal, maior profundidade em relação à
sua testada, sendo a edificação implantada em sua testada e os fundos ocupados por
quintais.
Ainda, segundo o método elaborado por Michael R. G. Conzen, através das análises
estudadas, torna-se possível compreender as tendências naturais de transformação que cada
cidade passa e garantir a continuidade de aspectos importantes da historicidade e unicidade
das paisagens urbanas construídas ao longo destas transformações, tornando-as paisagens
contemporâneas sem, no entanto, perder o caráter da paisagem.
Os centros urbanos históricos por serem as áreas mais antigas das cidades, tem uma maior
historicidade em relação aos outros tecidos, pois apresentam um maior número de períodos
morfológicos envolvidos em sua composição, por se desenvolverem durante um maior
período de tempo, no entanto, passaram por transformações mais significativas. A unicidade
pode ser entendida por identidade própria com suas características espaciais específicas.
Portanto, a análise de centros históricos, deve ser minuciosa, visto que essas regiões podem
apresentar acumulação de períodos morfológicos, denominado palimpsesto que é a
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sobreposição de camadas históricas que se acumulam no mesmo espaço físico e que podem
se apagar com o passar do tempo, segundo Pereira Costa e Gimmler Netto (2015).
Para a determinação dos períodos morfológicos relaciona-se os períodos históricos com os
períodos evolutivos, no qual os períodos históricos são demarcados por eventos e fatos
específicos em um determinado período de tempo, e os períodos evolutivos, configuram-se a
partir das transformações ocorridas na paisagem urbana, baseadas nas características
econômicas, sociais, políticas e culturais, sem uma definição temporal precisa. Entretanto,
para o estudo da paisagem urbana de centros históricos, é necessário a flexibilização para
definição dos períodos morfológicos, adequando-os às fontes e referências existentes.
A morfologia urbana, de acordo com Rego e Meneguetti (2011, p.126), "não estuda a cidade
isoladamente, mas a sua inserção no território e o modo como o conjunto de formas urbanas,
planejadas ou espontâneas, constitui a paisagem regional".
De acordo com o método da Escola Inglesa de Morfologia Urbana, a análise de uma
determinada paisagem urbana inicia-se com a estrutura urbana atual e se retrocede em
determinados períodos para que se avalie a formação e a evolução da paisagem urbana
(PEREIRA COSTA; GIMMLER NETTO, 2015).
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Prados e sua Paisagem
Tecidos urbanos e uso e ocupação do solo
A partir das análises feitas, foram identificados quatro diferentes tipos de tecidos
urbanos, classificados de acordo com a metodologia da Escola Inglesa de Morfologia Urbana,
apresentada anteriormente.
Figura 1 - Mapa esquemático dos diferentes tecidos urbanos de Prados e representação dos tecidos urbanos em fotos
Fonte: Baseado em SALGADO (2010). Mapa base Google (2016). Elaboração Amanda Ferreira (2016).
Fotografias por Amanda Ferreira. Nota: Na primeira foto (2015) tem-se o bairro Centro representando o tecido
urbano 1, núcleo histórico. Já na segunda foto (2015), tem-se o bairro Coqueiros representando o tecido urbano 2
com ocupações de encostas. Na terceira foto (2016) tem-se o bairro Centro representando o tecido urbano 3,
ocupações recentes. E na quarta foto (2016) tem-se o bairro Jardim Primavera representando o tecido urbano 4,
ocupações recentes com tendência à expansão.
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O tecido urbano 1 é constituído, substancialmente, por edificações do centro histórico, com
características arquitetônicas semelhantes, datadas de meados do século XVIII até meados
do século XIX. Entretanto, nota-se que houve o adensamento do centro, com uma ocupação
desordenada, pois a cidade não tem uma legislação vigente que assegure o caráter singular
da paisagem urbana de Prados. Este adensamento se deu principalmente com a ocupação de
encostas e de fundos de quintais dos lotes lindeiros à Igreja. O uso do tecido urbano 1 é
predominante residencial, com algumas edificações de uso misto, sendo comercial no
primeiro pavimento e residencial nos outros. Há ainda, edificações de uso institucional, como
Fórum, a Prefeitura e Escolas, e de uso religioso, Igreja Matriz e Capela do Rosário.
Já o tecido urbano 2 é caracterizado por edificações nas encostas adjacentes ao centro
histórico e até bairros mais recentes, Quebra-Castanha e Coqueiros, sendo composto de
ramificações de ruas estruturantes, gerando assim, ruas sem saída, que impedem a formação
de quarteirões ou glebas. É constituído, principalmente, de edificações de um a dois
pavimentos, sendo o uso residencial predominante.
O tecido urbano 3 é composto principalmente por edificações recentes, entretanto, nos
caminhos estruturantes, as vias principais, existem algumas edificações antigas. Composto
pelos bairros Pinheiro Chagas e Atalaia, uma parte do bairro Quebra-Castanha e a Rua de
Baixo, pode-se perceber que a ocupação é desordenada, sem um padrão de uso e ocupação
do solo e o tipo das edificações que configuram o tecido são, geralmente, de três a quatro
pavimentos.
A partir das análises visuais, percebe-se que houve uma preocupação com o parcelamento do
solo, no tecido urbano 4, sendo feitos loteamentos pela iniciativa privada, e configuram-se
bairros com tendência a expansão. O tecido urbano 4 é composto pelos bairros Jardim
Primavera e Buganvílias, sendo caracterizado pelo uso residencial e apresenta,
principalmente, edificações de dois a três pavimentos.
Análise Morfológica
A análise morfológica apresentada a seguir tem o objetivo de entender a evolução da cidade a
partir de seus períodos morfológicos, conforme preconizado pela Escola Inglesa de
Morfologia Urbana. Todavia, para o estudo morfológico vamos nos ater apenas ao centro
histórico do Município de Prados.
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Período de formação do arraial: 1700 a 1730.
O povoado que deu origem à Prados surgiu, com os primeiros registros datados, de 1704,
quando os irmãos do Prado, iniciaram ali a exploração do ouro. O principal fator para a
formação do povoado foi a extração do ouro, que se fazia ao longo do córrego que atravessa
a cidade. O povoamento nas Minas Gerais seguiam um mesmo padrão, na medida em que se
fixavam, construíam capelas, iniciando assim, os protonúcleos.
De acordo com Vale (2000), o povoamento definitivo foi feito pelos sesmeiros, e as casas
foram sendo construídas junto às minerações. No arraial, o povoamento era provisório, ao
longo do caminho tronco, chamada Rua Direita. Com a construção da Igreja, inicia-se a
formação do núcleo de Prados.
Período de consolidação: 1731 a 1770
Com a estabilização da mineração, os proprietários de fazendas e sítios constroem suas
casas nas proximidades da Igreja, para pernoitarem, desde o ano de 1730. E a consolidação
do arraial, resulta na criação do Distrito de Prados pela Ordem Régia de 16 de janeiro de
1752. Para Vale (2000) Prados era como os já "conhecidos povoados brasileiros de
montanha", é como um "protótipo desses povoados". (VALE, 2000, p.40) e ainda afirma que
Prados, assim como as primeiras cidades mineiras, se formou a partir do caminho tronco: "as
primitivas cidades mineiras não tem largura nem altura, só tem comprimento. Parecem um
caminho. Assim era Prados de antanho". (VALE, 2000, p.38) Entende-se, então, que as
primeiras ocupações se consolidaram pelo caminho tronco, principalmente, ao redor da Igreja.
A figura abaixo ilustra, que os lotes se configuravam como os lotes burgueses, com a
definição da testada, porém, os fundos eram limitados pelo morro ou pelo córrego que
passava na cota abaixo. Percebe-se ainda que os fundos dos lotes eram destinados a quintais
e hortas, características ainda rurais, evidenciando de certa forma uma agricultura urbana,
trazendo a inúmeras edificações o caráter ainda de chácaras.
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Figura 2- Croquis esquemático com as primeiras ocupações ao redor da Igreja e Ilustração dos Primórdios do Arraial de Prados
Fonte: Elaboração Amanda Ferreira (2016) | Acervo do Museu Francisco Virgolino de Souza Filho em Prados (Sem data). Foto: Amanda Ferreira (2015).
Primeiro declínio e estagnação: 1771 a 1799
Em meados do século XVIII, com as dificuldades para extração do ouro e a cobrança de cada
vez mais tributos feita pela Coroa, aumentava a insatisfação da população. Inicia-se, então, a
Inconfidência Mineira. Este período é marcado por um declínio econômico ocasionado pelas
dificuldades daquele tempo, ocorreu uma estagnação no arraial e provavelmente não
houveram grandes alterações significativas no plano urbano.
Entretanto, apesar de ser um período de declínio e estagnação, em 1778, é iniciada a
construção da Capela do Rosário. Nota-se, portanto, com o início da construção da Capela é
criada uma nova direção para a expansão da cidade que virá ocorrer no início do século, como
pode-se notar no croquis abaixo.
Figura 3 - Croquis do mapa de ocupação em Prados a partir de 1778
Fonte: Elaboração Amanda Ferreira (2016).
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Período de recuperação: 1800 a 1889
No início do século XIX, encerra-se o período áureo das minas e os senhores de lavras se
dedicam à agricultura e pecuária. Com a economia em crise, inicia-se a indústria de artefatos
de couro, como arreios e outros produtos, o que aponta uma recuperação econômica.
Através de pesquisas em materiais da Fundação João Pinheiro, pode-se dizer que há um
considerável aumento da população e ainda, segundo Vale (2000), há uma recuperação na
economia do Distrito, no qual gera melhorias das edificações. Pode-se dizer, então, que é o
início de uma expansão urbana, como é representado no croquis abaixo.
Figura 4 - Croquis do mapa de ocupação em Prados em meados do século XIX e Ilustração do Arraial de Prados em 1839
Fonte: Elaboração Amanda Ferreira (2016) | Fonte: Acervo do Museu Francisco Virgolino
de Souza Filho em Prados (1839). Foto: Amanda Ferreira (2015).
Período de expansão urbana: 1890 a 1969
Em 1890 é criado o Município de Prados, o qual eleva a Freguesia à categoria de Vila.
Contudo, em 1891 é instalada a Vila de Prados. Em 1892 é instalada a Comarca de Prados e
no mesmo ano, deu-se a elevação de Vila à Cidade. Com a expansão, foram sendo feitas
melhorias referentes à infraestrutura urbana, como a autorização para os estudos de
canalização de água potável na cidade, em 1896. (VALE, 2000) No início do século XX, é
aberta a Rua Magalhães Gomes, transformando a cidade, que era composta por poucas ruas
e becos estreitos e tortuosos. Foram construídas edificações, ao longo da nova via.
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Figura 5 - Rua Magalhães Gomes recém aberta e ao passar dos anos sua ocupação e adensamento
Fonte: Acervo de Luís Fonseca e Silva (1908). Acesso: 16 fev. 2016 | Acervo do Museu Francisco Virgolino de
Souza Filho em Prados (Sem data). Foto: Amanda Ferreira (2015) | Acervo de Luís Fonseca e Silva (1920). Acesso: 16 fev. 2016.
Devido à expansão urbana vão ocorrendo melhorias, como ressalta VALE (2000), que em
1914, inicia-se o uso de água canalizada e em 1920, é inaugurado o coreto na Rua Magalhães
Gomes e a partir de 1921, é inaugurada a luz elétrica na cidade. Percebe-se ainda como
ocorre o adensamento. No entanto, nota-se ainda, como os lotes burgueses permanecem
com as mesmas dimensões. A partir de 1937, é autorizada a construção rede de esgoto na
sede do município e a partir da década de 1960, inicia-se a ocupação das encostas lindeiras.
Entende-se, a partir das descrições de Vale (2000), que com a elevação da Vila à Cidade,
houve um desenvolvimento mais expressivo gerando um crescimento populacional e
consequentemente, uma expansão urbana e ainda o adensamento da área central
principalmente em relação aos lotes burgueses, que foram divididos e ocupados os fundos,
que antes eram destinados a quintais e hortas. Vê-se essa transformação da cidade no
croquis abaixo.
Figura 6- Croquis do mapa de ocupação em Prados até meados do século XX
Fonte: Elaboração Amanda Ferreira (2016).
Segundo declínio: 1970 a 1999
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Na década de 70, durante a Ditadura Civil Militar, com o "Milagre Econômico" há o incentivo
de melhorias na infraestrutura das cidades que geraram empregos, ocasionando o êxodo rural
e a migração para os grandes centros, acarretando as expansões urbanas, sem o devido
planejamento. Ainda, com a indústria automobilística inicia-se uma crise na indústria de
arreios de couro, e as indústrias modificam os produtos passando para o artesanato em couro
de sapatos e bolsas. Em decorrência da crise que afetou a indústria de arreios de couro e o
incentivo a geração de empregos nas grandes cidades, há um declínio demográfico do
município. Contudo, em 1977 a Fundação João Pinheiro realiza um estudo preliminar e
diretrizes de desenvolvimento para a Região do Campo das Vertentes, e em 1980, é
elaborado um Plano de Organização Espacial e Preservação do Centro Histórico de Prados.
Entretanto, esses planos com diretrizes específicas para cidade não foram implementados
pela Prefeitura, e ainda hoje, a cidade não possui planos de planejamento. Em decorrência da
falta de planejamento, nota-se que as expansões urbanas ocorrem de maneira desordenada.
Figura 7 - Croquis do mapa de ocupação em Prados no final do século XX
Fonte: Elaboração Amanda Ferreira (2016).
Segundo período de expansão urbana: 2000 a 2015
A partir do século XXI, com as políticas públicas e a melhoria de vida das classes populares,
tem-se um aumento da população, visto que saída para os grandes centros urbanos é menor.
A partir de análises visuais do local, percebe-se um considerável número de residências de
médio a alto padrão, principalmente em bairros novos. O mapa abaixo retrata a ocupação no
século XXI, com um maior adensamento do centro histórico e de áreas adjacentes.
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Figura 8 - Croquis do mapa de ocupação em Prados no século XXI
Fonte: Elaboração Amanda Ferreira (2016).
Considerações Finais
A partir das pesquisas realizadas, nota-se que a ocupação em Prados se deu, primeiramente,
com o adensamento do Centro Histórico e expansão para as áreas adjacentes e
posteriormente, adensou-se outras áreas, até então, pouco ocupadas, como é o caso dos
Bairros Pinheiro Chagas, Quebra-Castanha e Coqueiros, além da ocupação dos caminhos
estruturantes, como a Rua de Baixo e a Rua que segue para Atalaia.
Conclui-se então, que para a efetiva preservação de nossos bens culturais, assim como o
entorno no qual se inserem, é necessário que sejam elaboradas políticas públicas e
instrumentos de gestão e planejamento da paisagem, como Plano Diretor, Lei de uso e
ocupação do solo e zoneamento; assim como parâmetros urbanísticos que auxiliem a
preservação da paisagem urbana de Prados, para que esta não perca suas características e
qualidade.
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