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Presidente da República
Ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
Presidente
Diretor-Executivo
ÓRGÃOS ESPECÍFICOS SINGULARES
Diretoria de Pesquisas
Diretoria de Geociências
Diretoria de Informática
Centro de Documentação e Disseminação de Informações
Escola Nacional de Ciências Estatísticas
UNIDADE RESPONSÁVEL
Diretoria de Pesquisas
Michel Miguel Elias Temer Lulia
aulo Rabello de Castro
Roberto Luís Olinto Ramos
Wadih João Scandar Neto
José Sant`Anna Bevilaqua
David Wu Tai
Dyogo Henrique de Oliveira (interino)
INSTITUTO BRASILEIRODE GEOGRAFIA EESTATÍSTICA - IBGE
P
Coordenação de População e Indicadores Sociais
Fernando J. Abrantes
Maysa Sacramento de Magalhães
Barbara Cobo Soares
Estatísticas do Registro Civil
volume 42 2015
ISSN 0101-2207 Estat. Reg. civ., Rio de Janeiro, v. 42, p.1- 60, 2015
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e GestãoInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGEAv. Franklin Roosevelt, 166 - Centro - 20021-120 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil
ISSN 0101-2207 (meio impresso)
© IBGE. 2016
Produção do e-bookRoberto Cavararo
CapaMarcos Balster Fiore e Renato J. Aguiar - Coordenação de Marketing/Centro de Documentação e Disseminação de Informações - CDDI.
Estatísticas do registro civil / IBGE – v. 1 (1974- ). - Rio de Janeiro : IBGE, 1979-
Anual. Substitui: Registro civil do Brasil = ISSN 0101-1493. ISSN 0101-2207
1. Registro civil - Brasil - Estatística. I. IBGE.
Gerência de Biblioteca e Acervos Especiais CDU 314.3/.5(81)(05)RJ/85-21(rev. 2016) PERIÓDICO
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Sumário
Apresentação
Notas técnicas
Introdução
Conceitos e definições
Análise dos resultados
Nascidos vivos
Registro de óbitos
Casamentos
Divórcios
Referências
Anexos - Questionários do Registro Civil
Nascidos Vivos - RC.1
Casamentos - RC.2
Óbitos - RC.3
Óbitos Fetais - RC.4
Divórcios Judiciais - DJ
Divórcios Extrajudiciais - DE
Folha de Cadastro - RC.10
______________________________________________________________________ Estatísticas do Registro Civil, v.42, 2015
Convenções- Dado numérico igual a zero não resultante
de arredondamento;
.. Não se aplica dado numérico;
... Dado numérico não disponível;
x Dado numérico omitido a fim de evitar a individualização da informação;
0; 0,0; 0,00 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico originalmente positivo; e
-0; -0,0; -0,00 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico originalmente negativo.
Apresentação
Com a presente publicação, o IBGE divulga as Estatísticas do Registro Civil relativas ao ano de 2015, resultado da coleta das informações
prestadas pelos Cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais, Varas de Família, Foros ou Varas Cíveis e os Tabelionatos de Notas do País.
A estabilidade do total de registros no Brasil em relação ao ano de 2015 foi fator decisivo para o aumento da cobertura de registros de nascimento ocorridos e registrados no ano de referência da pesquisa.
A pesquisa retrata também as características dos arranjos for-mais de casamentos existentes no País, e divulgando, pela terceira vez, para o ano de 2015, informações sobre casamentos entre pessoas de mesmo sexo.
A publicação é composta por definições conceituais e comentá-rios sobre algumas das variáveis pesquisadas.
Registre-se que os dados de nascidos vivos, óbitos, óbitos fetais e casamentos do Estado de São Paulo resultam de convênio firmado entre o IBGE e a Fundação Sistema Estadual de Análises de Dados - Seade, que coleta e apura as informações.
Roberto Luís Olinto RamosDiretor de Pesquisas
Notas técnicas
IntroduçãoAs Estatísticas do Registro Civil são publicadas desde 1974
fornecendo um elenco de informações relativas aos fatos vitais e aos casamentos. Os dados de separações e de divórcios ocorridos no País foram incorporados ao conjunto de temas tendo como referência temporal o ano de 1984.
Os resultados apresentados nesta publicação refletem os regis-tros de nascidos vivos, casamentos, óbitos e óbitos fetais, informados pelos Cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais, e de divórcios, declarados pelas Varas de Família, Foros ou Varas Cíveis e os Tabe-lionatos de Notas, que por força da Lei n. 11.441, de 4 de janeiro de 2007, passaram a realizar escrituras de divórcios consensuais que não envolvessem filhos menores ou incapazes.
Com a aprovação da Emenda Constitucional n. 66/2010, ao dar nova redação ao §6º, do art.226, da Constituição Federal de 1988, o texto passou a prever que “o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio”. A emenda apenas suprimiu a parte final do dispositivo, quanto a exigência do lapso temporal, não existindo mais qualquer contagem de tempo, e possibilitando o rompimento do vínculo con-jugal pelo divórcio direto. De acordo com a supracitada legislação, o processo de separação tornou-se um procedimento dispensável, pois os cônjuges podem, desde então, requisitar diretamente a dissolução do casamento sem a necessidade de passarem pelos trâmites que efetivam a separação das partes.
A Resolução n. 175, de 14 de maio de 2013, estabelece a todos os Cartórios de Títulos e Documentos no território brasileiro a habilitar
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ou celebrar casamento civil ou, até mesmo, de converter união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo. Esta resolução possibilitou ao IBGE realizar o levan-tamento de tais registros a partir da referida data.
As estatísticas, ora publicadas, constituem um importante instrumento no acom-panhamento da evolução populacional no País, proporcionando, além de estudos demográficos, subsídios para a implementação e avaliação de políticas públicas. Por outro lado, os registros de casamentos e dissoluções das uniões legais contribuem para uma melhor compreensão das mudanças ocorridas na sociedade brasileira no que se refere aos arranjos conjugais oficiais do País.
Os resultados produzidos devem ser compreendidos no contexto de transição demográfica pelo qual o País atravessa.
O uso das Estatísticas do Registro Civil pelos estudiosos vem se ampliando, sobretudo nos períodos intercensitários, quando as estatísticas vitais tornam-se im-prescindíveis para o acompanhamento da evolução demográfica.
A seguir, serão apresentados os conceitos específicos adotados neste levanta-mento estatístico e as análises dos resultados das Estatísticas do Registro Civil, para o ano de 2015.
Conceitos e definiçõesA fim de permitir a correta interpretação das informações divulgadas, apresen-
tamos a seguir, os principais conceitos e definições utilizados nos levantamentos das Estatísticas do Registro Civil.
Nascidos vivosnascido vivo - É a expulsão ou a extração completa de um produto da concepção do corpo materno, independentemente da duração da gestação, o qual, depois da separação do corpo materno, respire ou dê qualquer outro sinal de vida, tais como: batimento do coração, pulsação do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos da contração voluntária, estando ou não cortado o cordão umbilical e es-tando ou não desprendida a placenta (PRINCÍPIOS..., 1974).
idade da mãe na ocasião do parto - É a idade, em anos completos, que a mãe tinha na ocasião do parto.
local do nascimento - É a determinação física do local de ocorrência do nascimento. São considerados os seguintes locais de nascimento: hospital, estabelecimento de saúde sem internação, domicílio, outro local (veículo, via pública, a bordo etc.) ou local ignorado.
lugar de registro - É a localização geográfica (Unidade da Federação e Município) do Car-tório de Registro Civil de Pessoas Naturais onde foi efetuado o registro do nascido vivo.
lugar de residência da mãe - É a localização geográfica (Unidade da Federação e Mu-nicípio ou país estrangeiro) da moradia habitual da mãe na ocasião do parto.
mês do registro - É o mês em que foi efetuado em Cartório o registro do nascido vivo.
Notas técnicas _____________________________________________________________________________________________
Óbitosóbito - É o desaparecimento definitivo de algum sinal de vida em qualquer momento posterior ao nascimento, ou seja, a cessação das funções vitais sem a possibilidade de ressuscitamento.
ano de ocorrência - É o ano em que ocorreu o óbito.
idade - É o tempo de vida em minutos, horas, dias, meses ou anos completos que a pessoa tinha na data do falecimento.
local de ocorrência - É a determinação física do local onde ocorreu o óbito. São consideradas as seguintes determinações: hospital, estabelecimento de saúde sem internação, domicílio, via pública, outro local (veículo, a bordo etc.) ou local ignorado.
lugar do registro - É a localização geográfica (Unidade da Federação e Município) do Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais onde foi efetuado o registro do óbito.
lugar de residência do falecido - É a localização geográfica (Unidade da Federação e Município ou país estrangeiro) da moradia habitual do falecido por ocasião do óbito.
mês de ocorrência - É o mês em que em que o óbito ocorreu.
natureza do óbito - É a circunstância em que ocorreu o falecimento, a qual pode ser classificada em: natural (devido a causas biológicas) ou violenta (devido a causas ex-ternas, tais como: acidentes de trânsito, afogamentos, suicídios, homicídios, quedas acidentais etc.).
Óbitos fetaisóbito fetal - De acordo com a Organização Mundial de Saúde - OMS, é a morte de um produto da concepção ocorrida antes da expulsão ou de sua extração completa do corpo materno, independentemente da duração da gestação. A indicação do óbito fetal é dada pelo fato de que, após a separação do corpo materno, o feto não respire ou mostre qualquer outra evidência de vida, tais como: batimento do coração, pulsação do cordão umbilical ou movimento efetivo dos músculos de contração voluntária.
óbito fetal tardio ou nascido morto ou natimorto - É o óbito ocorrido com 28 semanas ou mais de gestação.
duração da gestação - É o período de tempo observado de desenvolvimento do em-brião no útero materno, desde a sua concepção até a ocasião do parto. A duração da gestação é investigada em número de semanas completas.
idade da mãe na ocasião do parto - É a idade, em anos completos, que a mãe tinha na ocasião do parto.
local do nascimento - É a determinação física do local de ocorrência do parto que gerou óbito fetal. São considerados os seguintes locais de nascimento: hospital, es-tabelecimento de saúde sem internação, domicílio, outro local (veículo, via pública, a bordo etc.) ou local ignorado.
lugar do registro - É a localização geográfica (Unidade da Federação e Município) do Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais onde foi efetuado o registro do óbito fetal.
______________________________________________________________________ Estatísticas do Registro Civil, v.42, 2015
lugar de residência da mãe - É a localização geográfica (Unidade da Federação e Mu-nicípio ou país estrangeiro) da moradia habitual da mãe na ocasião do parto.
mês do registro - É o mês em que foi efetuado o registro do óbito fetal.
Casamentoscasamento - É o ato, cerimônia ou processo pelo o qual é constituída a relação legal entre duas pessoas. A legalidade da união pode ser estabelecida no casamento civil ou religioso, com efeito, civil e reconhecida pelas leis de cada país. No Brasil, um indivíduo só poderá casar legalmente se o seu estado civil for solteiro(a), viúvo(a) ou divorciado(a).
A Resolução n. 175, de 14 de maio de 2013, estabelece a todos os Cartórios de Títulos e Documentos no território brasileiro a habilitar ou celebrar casamento civil ou, até mesmo, de converter união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo.
A dissolução da união legal pode ocorrer de duas maneiras: pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio.
A anulação do casamento resulta do processo legal em que se comprova a nulidade do ato matrimonial, isto é, apesar de ter sido celebrado, não constitui uma união legal.
Geralmente, verifica-se a coincidência entre a data da celebração do casamento e a data do registro no Cartório. No entanto, nos casos de casamentos religioso e civil podem existir diferenças entre as duas datas, pois o prazo legal para a confir-mação do casamento religioso no Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais é de 30 (trinta) dias, podendo esse prazo ser ampliado, em casos excepcionais, com a devida autorização da autoridade competente. Uma consequência disto é a ocorrência de casamentos num determinado mês, que são registrados em Cartório nos meses seguintes, ou até mesmo nos anos seguintes.
mês de ocorrência - É o mês em que foi celebrado o casamento (civil ou religioso com efeito civil).
mês do registro - É o mês em que foi efetuado o registro do casamento (civil ou reli-gioso com efeito civil) no Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais.
idade - É a idade, em anos completos, que a pessoa tinha na data do registro do casamento.
lugar do registro - É a localização geográfica (Unidade da Federação e Município) do Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais onde foi efetuado o registro do casa-mento (civil ou religioso com efeito civil).
Divórciosdivórcio - É a dissolução do casamento, que confere às partes o direito de novo ca-samento civil, religioso e/ou outras cláusulas, de acordo com a legislação do País.
Os resultados apresentados referem-se aos processos de divórcio julgados, encerrados em 1a instância, e às escrituras realizadas nos Tabelionatos.
Notas técnicas _____________________________________________________________________________________________
idade dos cônjuges na data da abertura do processo ou da realização da escritura - É a idade, em anos completos, que os cônjuges tinham na ocasião da abertura do pro-cesso de divórcio ou da escritura.
lugar da ação do processo ou da realização da escritura - É a localização geográfica (Unidade da Federação e Município) da Vara de Família, Foro, Vara Cível ou Tabelionato onde se deu entrada à petição de divórcio.
natureza da ação - É a forma pela qual se deu a petição da ação do divórcio e que pode ser:
a) Consensual - quando a ação é decorrente da petição conjunta dos cônjuges; ou
b) Não consensual - quando a ação é decorrente da petição de apenas um dos cônjuges.
No caso das escrituras de divórcio, a natureza consensual é obrigatória, bem como a inexistência de filhos menores de idade ou incapazes.
regime de bens do casamento - É o processo que regulamenta a propriedade de bens pelos cônjuges após o casamento. Os três regimes de bens atualmente vigentes no País são os seguintes:
a) Regime de comunhão universal de bens - regime de bens onde nenhum dos dois cônjuges tem propriedade individual, inclusive dívidas (com certas exceções);
b) Regime de comunhão parcial de bens - regime de bens onde cada cônjuge pode ter bens particulares afora os que constituíram propriedade comum do casal; ou
c) Regime de separação de bens - regime de bens onde os bens de um cônjuge não pertencem ao outro; são bens individuais como se ambos estivessem na condição de solteiros.
responsável pela guarda dos filhos - É a pessoa em cuja companhia ficam os filhos menores de 18 anos do casal divorciado, ficando esta pessoa responsável pela criação e educação dos mesmos. Esta responsabilidade, de guarda dos filhos menores, pode caber a qualquer dos cônjuges separadamente, a ambos os cônjuges, ou até mesmo a outra pessoa, conforme decisão judicial.
sentença proferida - É a resposta dada pelo juiz ao pedido do divórcio e que pode ser a concessão ou denegação do pedido, podendo haver, posteriormente, recurso ou não contra a decisão judicial.
tempo transcorrido entre as datas do casamento e da sentença - É o tempo, em anos completos, de duração legal do casamento.
tipo de família - É a caracterização da família do casal pela existência ou não de filhos (maiores e/ou menores).
Análise dos resultados
Nascidos vivosO registro civil e, consequentemente, a certidão de nascimento, são
direitos garantidos às crianças brasileiras pelo artigo 102 do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990). A UNICEF apoia, desde 2007, a realização de campanhas de mobilização pelo registro. Além do mais, a Convenção sobre os Direitos da Criança, da qual o Brasil é signatário, define que toda criança tem direito a um nome e um sobrenome. O regis-tro de nascimento do indivíduo lhe confere o acesso a serviços públicos, e torna visível, tanto para o Estado como para a sociedade, a existência do sujeito. Nesse contexto, as informações sobre os nascimentos são essenciais para o planejamento e execução de diversas ações como, por exemplo, campanhas de vacinação, distribuição de remédios, construção de postos de saúde, instalações de escolas, bibliotecas, etc. É a partir da certidão de nascimento emitida pelo cartório que outros documentos são emitidos e o indivíduo passa a ter acesso à saúde, ao mercado de trabalho formal, aos direitos previdenciários, ao exercício do voto, entre outros. Nesse sentido, o registro de nascimento adquire importância enquanto meio de acesso a direitos sociais e ao exercício da cidadania.
As Estatísticas do Registro Civil são publicadas pelo IBGE, desde 1974, a partir dos dados coletados nos cartórios em todo o território nacional, em atendimento à chamada Lei de Registros Públicos (Lei n. 6.015/1973). São coletadas informações dos nascimentos, como lugar de residência da mãe e de ocorrência do parto, idade da mãe na ocasião do parto, entre outros, que auxiliam no desenvolvimento e avaliação de ações específicas voltadas, por exemplo, ao atendimento à mãe e ao recém-nascido, assim como no melhor dimensionamento da oferta de estabelecimentos e serviços de saúde. Informações dessa natureza são de extrema importância na definição, planejamento e implantação de políticas públicas adequadas às necessidades da população.
______________________________________________________________________ Estatísticas do Registro Civil, v.42, 2015
Nos estudos demográficos, as estatísticas de nascimento são fundamentais no cálculo do nível e da estrutura da fecundidade, no acompanhamento da cobertura do sistema de registros, no monitoramento da adequabilidade de projeções vigentes assim como na distribuição espacial desse evento vital.
Registro de nascimentosEm 2015 foram registrados 2 945 344 nascimentos ocorridos durante 2015 contra
2 904 964 em 2014, um aumento de 1,4% (Tabela 1). A maior contribuição para os nasci-mentos do País é proveniente da Região Sudeste, com 1 177 165 registros, embora essa região tenha apresentado a menor variação positiva em relação aos nascimentos de 2014, 0,9%. Ao contrário das demais regiões, a Região Norte apresentou uma variação negativa de -0,3%. O crescimento dos nascimentos ocorridos e registrados em 2015 nas Regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sul foi de 1,2%, 2,3% e 2,4%, respectivamente.
A coleta de dados relacionados à idade da mãe na ocasião do parto é de grande importância para os estudos demográficos, pois a partir dos nascimentos segundo o grupo etário da mãe e das populações de mulheres de cada um desses grupos, é possível expressar tanto o nível como o padrão da fecundidade. As taxas específicas de fecundida-de para cada grupo etário são insumos para o cálculo da Taxa de Fecundidade Total (TFT), principal indicador de fecundidade utilizado, e são definidas pela relação entre o total de nascimentos de cada grupo etário e o total de mulheres de cada um desses grupos.
No Gráfico 1, a seguir, são comparadas as distribuições relativas dos nascimentos, por grupo etário da mãe, ocorridos e registrados em 2005, 2010 e 2015. Foram considera-dos apenas os filhos de mulheres em idade fértil, ou seja, entre 15 e 49 anos completos. Percebe-se uma progressiva mudança na estrutura da curva dos nascimentos no País. Em 2005, o padrão da curva dos nascimentos era eminentemente jovem, com mais de 30% dos nascimentos concentrados em mães do segundo grupo quinquenal (20-24 anos). Em 2010, nota-se uma diminuição relativa dos nascimentos desse grupo de idade e aumento dos nascimentos de mães com idade entre 25 a 29 anos (25,6% do total), de forma que, em 2015, a participação dos grupos de 20-24 e 25-29 anos se equivalem (25,14% e 24,49%, respectivamente). Os dados de 2015 também evidenciam o aumento da representatividade dos nascidos vivos registrados de mães pertencentes ao grupo etário 30-39 anos em relação aos demais anos analisados, com relativa redução dos registros de filhos de mães em idades mais jovens.
2012 2013 2014 2015
Brasil 2 812 416 2 821 200 2 904 964 2 945 344
Norte 277 669 284 308 296 101 295 298
Nordeste 792 117 787 249 803 556 822 070
Sudeste 1 141 985 1 133 336 1 166 985 1 177 165
Sul 377 097 385 932 395 410 404 986Centro-Oeste 223 548 230 375 242 912 245 825
Nota: Exclusive sem identificação da Unidade da Federação de residência da mãe, ignorados e estrangeiros.
Tabela 1 - Nascimentos ocorridos e registrados no mesmo ano, segundo asGrandes Regiões - 2012-2015
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2012-2015.
Grandes RegiõesNascimentos ocorridos e registrados no mesmo ano
Análise dos resultados _____________________________________________________________________________________
Regionalmente, comparando-se as curva de nascimentos das Grandes Regiões do País, como mencionado anteriormente, percebemos diferenciais regionais claros relacionados à estrutura de nascimentos de cada região (Gráfico 2). Demografica-mente, assim como socioeconomicamente, as diferentes regiões do Brasil expressam realidades próprias e distintas entre si.
15 a 19anos
20 a 24anos
25 a 29anos
30 a 34anos
35 a 39anos
40 a 44anos
45 a 49anos
Grá�co 1 - Distribuição percentual dos nascimentos, segundo os grupos de idade da mãe - Brasil - 2005/2015
2005 2010 2015
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0%
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2005/2015.Notas: 1. Inclusive sem identi�cação da Unidade da Federação de residência da mãe. 2. Exclusive ignorados e estrangeiros.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2015.Nota: Exclusive sem identi�cação da Unidade da Federação de residência da mãe, ignorados e estrangeiros.
Brasil Norte Nordeste Sudeste Centro-OesteSul
15 a 19anos
20 a 24anos
25 a 29anos
30 a 34anos
35 a 39anos
40 a 44anos
45 a 49anos
Grá�co 2 - Distribuição percentual dos nascimentos, por Grandes Regiões de residência da mãe na ocasião do parto, segundo os grupos de idade da mãe - 2015
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0%
______________________________________________________________________ Estatísticas do Registro Civil, v.42, 2015
A Região Norte concentrou, em 2015, quase 30,0% dos nascimentos no grupo etário 20-24 anos, e 23,3 % no grupo etário de 15-19 anos, um padrão jovem que se assemelha à estrutura do Brasil em 2005 e diferencia essa região, no que tange a sua estrutura etária de nascimentos, das demais. Os padrões das Regiões Nordeste e Centro-Oeste, por sua vez, equilibram a concentração de nascimentos nos grupos etários de 20-24 e 25-29 anos. Por outro lado, tanto na Região Sudeste como na Sul, observa-se uma curva mais larga com grande representação também dos nascimentos de mães de 30 a 39 anos. O conhecimento dessa realidade, observada na desagre-gação geográfica dos nascimentos por idade da mãe, é de grande relevância, não apenas para conhecer os padrões regionais de nascimentos, suas características e influências sobre o total nacional, mas também porque apontam para a necessidade de se considerar essas e outras idiossincrasias regionais na elaboração e implantação de políticas públicas.
Os registros tardiosSegundo a Lei n. 6.015/73, o registro no cartório deve ocorrer no prazo de até
15 dias após o nascimento ou até 90 dias, quando a residência dos pais se localizar a mais de 30 km da sede do cartório. Contudo, o registro pode ser efetuado a qualquer momento sem ônus para os responsáveis pela criança. Os registros serão considera-dos tardios para fins de análise quando efetuados após o primeiro trimestre do ano subsequente ao nascimento.
O histórico de registros de nascimentos no Brasil evidencia uma progressiva queda nos níveis de registros tardios ao longo dos anos e sua concentração nos primeiros anos após o ano de nascimento. No Gráfico 3, a seguir, são comparados os percentuais de registros tardios ocorridos até 3 anos após o nascimento, de nascimentos ocorridos em 20031 e 2012. O percentual de registros tardios efetuados até 3 anos após os nascimentos de 2003 no Brasil correspondeu a 9,4% do total de nascidos registrados naquele ano. Os registros tardios dos nascimentos ocorridos em 2012, por sua vez, responderam por 2,6% do total de nascimentos ocorridos e registrados em 2012, uma diminuição de 72,8% em um intervalo de 9 anos.
Em 2003, das 27 Unidades da Federação, apenas 8 apresentavam níveis de re-gistro tardio inferiores a 5,0%, e 9 Unidades da Federação apresentavam percentuais acima de 20%: todas as Unidades da Federação da Região Norte, exceto Rondônia, além de Maranhão, Piauí e Alagoas. Para os nascimentos ocorridos em 2012, apenas o Acre, Amapá, Roraima, Pará, Amazonas e Maranhão apresentaram percentuais de registros tardios superiores a 5%.
Apesar da evidente evolução expressada pela diminuição dos registros tardios em todas as Unidades da Federação, nota-se que permanece uma desigualdade regional marcante, com as Unidades da Federação das Regiões Sul e Sudeste, com menores níveis relativos de registros tardios e, no outro extremo, as Unidades da Federação da Região Norte, seguidos pelas Regiões Nordeste e Centro-Oeste.
1 O ano de 2003 é o primeiro ano em que os dados de tardios não incorporam os registros realizados no primeiro trimestre do ano posterior ao ano de nascimento. Comparações com anos anteriores a 2003 devem proceder com a compatibilização dos dados dos registros tardios.
Análise dos resultados _____________________________________________________________________________________
Registro de óbitosNo Brasil, uma das primeiras componentes da dinâmica demográfica a sofrer
mudanças significativas foi a mortalidade. Até meados de 1940 os níveis de morta-lidade eram altíssimos, principalmente nos grupos de menores de 1 ano e de 1 a 4 anos de idade, grupos muitos susceptíveis as más condições sociais, econômicas e sanitárias da época, onde mais de 60,0% da população vivia em áreas consideradas rurais, onde o saneamento era precário e o acesso à saúde mais difícil. A mortalidade das crianças menores de 1 ano alcançava a cifra de 147,0 por mil, isto é, de cada 1 000 crianças nascidas vivas 147 não completariam o primeiro aniversário. Este nível de mortalidade considerado tão elevado que só encontrávamos taxas de mortalidade
Grá�co 3 - Percentual de registros tardios de nascimentos ocorridos em 2003 e 2012 e efetuados até três anos posteriores, segundo as Unidades da Federação - 2003/2015
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2003/2015.Nota: Exclusive sem identi�cação da Unidade da Federação de nascimento da mãe, ignorados e estrangeiros.
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0
Amazonas
Amapá
Pará
Acre
Roraima
Maranhão
Piauí
Tocantins
Ceará
Mato Grosso
Sergipe
Alagoas
Pernambuco
Mato Grosso do Sul
Brasil
Rio Grande do Norte
Rondônia
Bahia
Rio de Janeiro
Goiás
Paraíba
Rio Grande do Sul
Espírito Santo
Distrito Federal
Minas Gerais
Santa Catarina
Paraná
São Paulo
%
20122003
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maiores que essa para idades superiores aos 60 anos de idade. Já a mortalidade das crianças de 1 a 4 anos era de 77,0 por mil. Ao fim da Segunda Guerra Mundial iniciou--se um intercâmbio muito grande entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos da época, de forma que todos os progressos em termos de programas de condições sanitárias, saneamento básico, distribuição de medicamentos, aperfeiçoamento de vacinas e outros meios de medicina preventiva que os países desenvolvidos já tinham alcançado, foram aplicados nas regiões menos desenvolvidas. Iniciou-se, assim, o declínio da mortalidade. Contudo, os níveis de fecundidade continuaram altos, só declinando nos finais dos anos de 1970 e início dos anos 1980, de forma que, em 1980, a estrutura etária da população, bem como a estrutura dos óbitos, continuava extremamente jovem (Gráfico 4).
Grá�co 4 - Composição relativa da população residente total e dos óbitos, por sexo, segundo os grupos de idade - Brasil - 1980
População Óbitos
%0 a 4 anos
5 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 19 anos
20 a 24 anos
25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 44 anos
45 a 49 anos
50 a 54 anos
65 a 69 anos
55 a 59 anos
60 a 64 anos
70 a 74 anos
75 a 79 anos
80 a 84 anos
85 anos ou mais
16,0 12,0 8,0 4,0 0,0 4,0 8,0 12,0 16,0
Homens Mulheres
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 1980 e Censo Demográ�co 1980.
Ainda em 1980, os óbitos de menores de 5 anos representavam 26,7% do total de óbitos registrados, 15,1% entre os masculinos e 11,6% entre os femininos. Os óbitos dos maiores de 65 anos representavam 34,4% do total de óbitos. A estrutura etária era extre-mamente jovem, com uma base da pirâmide etária larga em função dos altos níveis de fecundidade e um topo estreito, já que poucas pessoas conseguiam chegar nestas idades mais elevadas, devido à alta mortalidade da época. A população de menores de 5 anos representava 13,8% do total. Já os maiores de 65 anos, 4,0%. Durante os anos de 1980, continua o declínio dos níveis de mortalidade e os de fecundidade mais lentamente. As bases das pirâmides etárias começam a se estreitar e os topos a se alargar. (Gráfico 5).
Análise dos resultados _____________________________________________________________________________________
Em 1991, observa-se uma diminuição da participação dos óbitos de menores de 5 anos, 12,2% do total, com redução expressiva em relação ao observado em 1980. Os óbitos do grupo de 65 anos ou mais passaram para 43,4%, um acréscimo de quase 10,0%. A participação da população de maiores de 65 anos apresentou um aumento neste ano, 4,8% do total, em relação ao Censo de 1980. O estreitamento da base da pirâmide etária populacional é observado neste ano, passando o grupo de menores de 5 anos a representar 11,2% da população total.
Entre os Censos de 1991 e 2000 as mudanças nos parâmetros demográficos se acentuaram afetando tanto a estrutura dos óbitos como da população. Pela primeira vez a participação dos óbitos de menores de 5 anos no total de óbitos ficou menor do que o efetivo populacional de 0 a 4 anos na população total, tanto para homens como para mulheres. Os óbitos de menores de 5 anos passaram a representar 6,9% do total de óbitos e a participação dos óbitos dos indivíduos que faleceram com 65 anos ou mais no total de óbitos se elevou para 48,8%. No topo da pirâmide ficou evidente a maior participação dos óbitos femininos, já que as mulheres chegam em maior quantidade nas idades mais avançadas, e, consequentemente, gerando um maior efetivo de óbitos em relação ao dos homens (Gráfico 6).
Grá�co 5 - Composição relativa da população residente total e dos óbitos, por sexo, segundo os grupos de idade - Brasil - 1991
População Óbitos
0 a 4 anos
5 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 19 anos
20 a 24 anos
25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 44 anos
45 a 49 anos
50 a 54 anos
65 a 69 anos
55 a 59 anos
60 a 64 anos
70 a 74 anos
75 a 79 anos
80 a 84 anos
85 anos ou mais
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 1991 e Censo Demográ�co 1991.
%
Homens Mulheres
16,0 12,0 8,0 4,0 0,0 4,0 8,0 12,0 16,0
______________________________________________________________________ Estatísticas do Registro Civil, v.42, 2015
Grá�co 7 - Composição relativa da população residente total e dos óbitos, por sexo, segundo os grupos de idade - Brasil - 2010
População Óbitos
0 a 4 anos
5 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 19 anos
20 a 24 anos
25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 44 anos
45 a 49 anos
50 a 54 anos
65 a 69 anos
55 a 59 anos
60 a 64 anos
70 a 74 anos
75 a 79 anos
80 a 84 anos85 anos ou mais
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2010 e Censo Demográ�co 2010.
%
Homens Mulheres
16,0 12,0 8,0 4,0 0,0 4,0 8,0 12,0 16,0
Grá�co 6 - Composição relativa da população residente total e dos óbitos, por sexo, segundo os grupos de idade - Brasil - 2000
População Óbitos
0 a 4 anos
5 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 19 anos
20 a 24 anos
25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 44 anos
45 a 49 anos
50 a 54 anos
65 a 69 anos
55 a 59 anos
60 a 64 anos
70 a 74 anos
75 a 79 anos
80 a 84 anos85 anos ou mais
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2000 e Censo Demográ�co 2000.
%
Homens Mulheres
16,0 12,0 8,0 4,0 0,0 4,0 8,0 12,0 16,0
Para os anos de 2010 e 2015 as duas estruturas já estão substancialmente mo-dificadas. O estreitamento da base da pirâmide etária, tanto dos óbitos quanto da população, e o alargamento do topo da pirâmide se acentuam consideravelmente. Em 2015 os óbitos de menores de 5 anos representavam 3,0% do total de óbitos. Já a população deste grupo, 7,2% do total. O Brasil avança mais fortemente em direção ao envelhecimento populacional (Gráficos 7 e 8).
Análise dos resultados _____________________________________________________________________________________
Grá�co 8 - Composição relativa da população residente total e dos óbitos, por sexo, segundo os grupos de idade - Brasil - 2015
População Óbitos
0 a 4 anos
5 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 19 anos
20 a 24 anos
25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 44 anos
45 a 49 anos
50 a 54 anos
65 a 69 anos
55 a 59 anos
60 a 64 anos
70 a 74 anos
75 a 79 anos
80 a 84 anos85 anos ou mais
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2015 e Projeção da população do Brasil por sexo e idade para o período 2000-2060 - Revisão 2013.
%
Homens Mulheres
16,0 12,0 8,0 4,0 0,0 4,0 8,0 12,0 16,0
Apesar das mudanças ocorridas tanto na distribuição de óbitos como da po-pulação por sexo e idade no Brasil, alguns países que iniciaram seus processos de transição demográfica bem antes das ocorridas aqui, apresentam distribuições bem mais envelhecidas, como no caso da França, que tomaremos como estudo de caso para evidenciar tais diferenças, cuja forma da pirâmide etária por sexo da população tem uma forma praticamente cilíndrica (Gráfico 9).
35,0 35,030,0 30,025,0 25,020,0 20,015,0 15,010,0 10,05,0 5,00,0
Grá�co 9 - Composição relativa da população residente total e dos óbitos, por sexo, segundo os grupos de idade - França - 2015
População Óbitos
0 a 4 anos
5 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 19 anos
20 a 24 anos
25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 44 anos
45 a 49 anos
50 a 54 anos
65 a 69 anos
55 a 59 anos
60 a 64 anos
70 a 74 anos
75 a 79 anos
80 a 84 anos85 anos ou mais
Fonte: World population prospects: the 2015 revision. New York: United States, Department of Economic and Social Affairs, 2015. Disponível em: <http://www.un.org/en/development/desa/population/theme/trends/index.shtml>. Acesso em: out. 2016.
%
Homens Mulheres
______________________________________________________________________ Estatísticas do Registro Civil, v.42, 2015
A grande diferença entre Brasil e França está na estrutura de óbitos. Na França, os óbitos das crianças menores de 5 anos de idade representam aproximadamente 0,6% do total de óbitos ocorridos, e o volume de óbitos dos maiores de 65 anos, 81,4%, enquanto no Brasil este último percentual é de 58,1%. Outra diferença significativa entre a distribuição dos óbitos nesses dois países é a participação dos óbitos mas-culinos de adultos jovens. No Brasil, entre os 15 e 39 anos de idade, a contribuição dos óbitos masculinos por causas externas no total de óbitos é muito superior a das mulheres. Nas idades mais elevadas o comportamento é o mesmo entre estes dois países, um maior contingente de óbitos femininos em relação ao dos homens, em função do diferencial de mortalidade nestas idades, um volume maior de mulheres chega às idades mais avançadas. Se excluirmos o grupo de idade de 80 anos ou mais da pirâmide etária dos óbitos e analisarmos separadamente, estas evidências ficam mais visíveis (Gráficos 7 e 8).
Grá�co 10 - Composição relativa dos óbitos, por sexo, segundo os grupos de idade Brasil e França - 2015
Brasil França
0 a 4 anos
5 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 19 anos
20 a 24 anos
25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 44 anos
45 a 49 anos
50 a 54 anos
65 a 69 anos
55 a 59 anos
60 a 64 anos
70 a 74 anos
75 a 79 anos
80 a 84 anos
85 anos ou mais
Fontes: 1. IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2015. 2. World population prospects: the 2015 revision. New York: United States, Department of Economic and Social Affairs, 2015. Disponível em: <http://www.un.org/en/development/desa/population/theme/trends/index.shtml>. Acesso em: out. 2016.
%
Homens Mulheres
7,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 7,06,05,04,03,02,01,00,0
Análise dos resultados _____________________________________________________________________________________
Os óbitos de pessoas de 80 anos ou mais de idade em relação ao total de óbitos na população da França representam praticamente o dobro desta mesma participação no Brasil. Os óbitos nas idades mais jovens no Brasil ainda fornecem uma participa-ção significativa no total de óbitos registrados, com maior intensidade na população masculina e no grupo de adultos jovens.
O aumento do volume de óbitos registrados no Brasil nos últimos 10 anos, passando de 992 477 registros de óbitos em 2005 para 1 227 396 óbitos em 2015, acréscimo de 23,7%, é, em virtude da diminuição da mortalidade nas idades iniciais, fazendo com que um maior contingente de indivíduos chegue às idades finais, onde a mortalidade é elevada, gerando um aumento no número de óbitos nas idades mais avançadas. Enquanto nas idades iniciais os declínios foram significativos, nas idades intermediárias observam-se poucas mudanças, inclusive com aumentos na faixa de 15 a 39 anos na população masculina. Para as idades acima de 50 anos, aumentos importantes rumo ao envelhecimento populacional.
Homens Mulheres
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
França (1)
23,3
34,1
12,2
16,5
Brasil (2)
%
Grá�co 11 - Participação dos óbitos de 80 anos ou mais de idade no total de óbitos, por sexo - Brasil e França - 2015
Fontes: 1. IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2015. 2. World population prospects: the 2015 revision. New York: United States, Department of Economic and Social Affairs, 2015. Disponível em: <http://www.un.org/en/development/desa/population/theme/trends/index.shtml>. Acesso em: out. 2016.(1) Este grupo de idade representa 57,4% do total de óbitos. (2) Este grupo de idade representa 28,7% do total de óbitos.
______________________________________________________________________ Estatísticas do Registro Civil, v.42, 2015
Total (1) Homens Mulheres Total (1) Homens Mulheres
Total 992 477 576 814 415 663 1 227 396 688 068 539 328Menos de 1 ano 39 921 22 493 17 428 31 160 17 324 13 8361 a 4 anos 7 865 4 316 3 549 5 307 2 890 2 4170 a 4 anos 47 786 26 809 20 977 36 467 20 214 16 2535 a 9 anos 4 705 2 708 1 997 3 102 1 710 1 39210 a 14 anos 5 781 3 626 2 155 4 675 2 912 1 76315 a 19 anos 18 303 14 445 3 858 20 070 16 361 3 70920 a 24 anos 26 075 21 130 4 945 26 022 21 535 4 48725 a 29 anos 26 044 20 160 5 884 25 957 20 471 5 48630 a 34 anos 26 613 19 733 6 880 29 018 21 378 7 64035 a 39 anos 31 683 22 328 9 355 33 034 22 768 10 26640 a 44 anos 39 848 26 957 12 891 38 470 25 492 12 97845 a 49 anos 49 736 32 606 17 130 50 260 32 474 17 78650 a 54 anos 58 121 37 363 20 758 67 025 42 433 24 59255 a 59 anos 64 821 40 854 23 967 82 601 51 239 31 36260 a 64 anos 72 644 44 411 28 233 97 089 58 953 38 13665 a 69 anos 88 576 52 011 36 565 109 270 64 175 45 09570 a 74 anos 97 968 55 447 42 521 117 506 65 903 51 60375 a 79 anos 106 390 56 347 50 043 133 602 69 901 63 70180 a 84 anos 94 843 46 511 48 332 130 990 62 408 68 58285 anos ou mais 132 540 53 368 79 172 222 238 87 741 134 497
Total (1) Homens Mulheres Total (1) Homens Mulheres
Total 234 919 111 254 123 665 24 19 30Menos de 1 ano (-) 8 761 (-) 5 169 (-) 3 592 (-) 21,9 (-) 23,0 (-) 20,61 a 4 anos (-) 2 558 (-) 1 426 (-) 1 132 (-) 32,5 (-) 33,0 (-) 31,90 a 4 anos (-) 11 319 (-) 6 595 (-) 4 724 (-) 23,7 (-) 24,6 (-) 22,55 a 9 anos (-) 1 603 (-) 998 (-) 605 (-) 34,1 (-) 36,9 (-) 30,310 a 14 anos (-) 1 106 (-) 714 (-) 392 (-) 19,1 (-) 19,7 (-) 18,215 a 19 anos 1 767 1 916 (-) 149 9,7 13,3 (-) 3,920 a 24 anos (-) 53 405 (-) 458 (-) 0,2 1,9 (-) 9,325 a 29 anos (-) 87 311 (-) 398 (-) 0,3 1,5 (-) 6,830 a 34 anos 2 405 1 645 760 9,0 8,3 11,035 a 39 anos 1 351 440 911 4,3 2,0 9,740 a 44 anos (-) 1 378 (-) 1 465 87 (-) 3,5 (-) 5,4 0,745 a 49 anos 524 (-) 132 656 1,1 (-) 0,4 3,850 a 54 anos 8 904 5 070 3 834 15,3 13,6 18,555 a 59 anos 17 780 10 385 7 395 27,4 25,4 30,960 a 64 anos 24 445 14 542 9 903 33,7 32,7 35,165 a 69 anos 20 694 12 164 8 530 23,4 23,4 23,370 a 74 anos 19 538 10 456 9 082 19,9 18,9 21,475 a 79 anos 27 212 13 554 13 658 25,6 24,1 27,380 a 84 anos 36 147 15 897 20 250 38,1 34,2 41,985 anos ou mais 89 698 34 373 55 325 67,7 64,4 69,9
(1) Exclusive os sem declaração da idade e do sexo.
Variação no período 2005/2015
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2005/2015.
Grupos de idade
Óbitos
Absoluta Relativa (%)
Grupos de idade
Óbitos
Tabela 2 - Óbitos, total e por sexo, e variação absoluta e relativa no período,segundo os grupos de idade - Brasil - 2005/2015
2005 2015
Deve-se ressaltar que as diferenças relativas (negativas) nos grupos etários, que mostram diminuição do efetivo de óbitos entre 2005 e 2015, podem ser até maiores, e as diferenças positivas, que representam aumento no número de óbitos, podem ser menores, em função do aumento paulatino da cobertura do registro de óbitos ao
Análise dos resultados _____________________________________________________________________________________
longo do tempo (Tabela 2), ou seja, em alguns casos, pode não ter ocorrido aumento ou redução efetivas nos totais de óbitos, mas uma melhor captação desses eventos por meio das emissões de declaração de óbitos registrados em cartórios. Se compa-rarmos os óbitos registrados em 2015 (1 227 396) com os provenientes da projeção da população brasileira realizada em 20152 para o mesmo ano, 1 242 998 óbitos, a cobertura do registro de óbitos seria de 98,7%, um acréscimo de 12,3% em relação à cobertura observada em 2005, que era de 86,5%.
As mudanças ocorridas na composição etária relativa dos óbitos, por sexo, guardam analogia com as ocorridas na estrutura etária por sexo da população. As maiores mudanças ocorreram na base e no topo da pirâmide etária. Em 1974, os óbi-tos de crianças menores de 1 ano representavam 28,0% do total; os de menores de 5 anos representavam 35,6%. Com o declínio da mortalidade nestes grupos etários, estes percentuais passaram a ser, em 2015, de 2,6% e 3,1% respectivamente, neste período de 41 anos (Tabela 3). Cabe enfatizar que a diminuição dos níveis de fecun-didade também contribuiu de forma significativa para o declínio destes percentuais.
Mais recentemente outros condicionantes associados às variações na mortalida-de infantil juntaram se aos que propiciaram inicialmente o declínio destes níveis, tais como o aumento da escolaridade feminina, a elevação do percentual de domicílios com saneamento básico adequado (esgotamento sanitário, água potável e coleta de lixo), além do maior acesso da população aos serviços de saúde, que proporcionou uma relativa melhoria na qualidade do atendimento pré-natal e durante os primeiros anos de vida dos nascidos vivos. Enfim, diversas ações advindas não somente das esferas governamentais, mas também de entidades privadas e organizações sociais, foram conduzidas com o propósito de reduzir a mortalidade infantil e infanto juvenil.
Na base da pirâmide etária dos óbitos, observa-se declínio da participação do número de óbitos até os 15 anos de idade para os dois sexos, e dos 15 aos 30 anos para o sexo feminino, no período 2005 e 2015. Já as mudanças ocorridas no efetivo de óbitos a partir dos 30 anos de idade e com mais ênfase na população acima de 50 anos , foi de aumento destes valores neste período. Esta tendência de aumento do número de óbitos nestas faixas etárias é explicada pela diminuição generalizada
2 Projeção da população do Brasil por sexo e idade para o período 2000-2060.
TotalParticipação
(%)Total
Participação(%)
1974 782 828 220 627 28,2 278 828 35,6
1984 831 881 155 818 18,7 189 354 22,8
1994 908 711 83 177 9,2 98 590 10,8
2005 992 477 39 921 4,0 47 786 4,8
2015 1 227 396 31 160 2,5 36 467 3,0
(1) Exclusive os sem declaração da idade e do sexo.
Tabela 3 - Óbitos, total, de menores de 1 ano e de menores de 5 anos de idade,com indicação da participação percentual no total de óbitos - Brasil - 1974/2015
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 1974/2015.
AnoDe menores de 1 ano de idade
Total(1)
Óbitos
De menores de 5 anos de idade
______________________________________________________________________ Estatísticas do Registro Civil, v.42, 2015
dos níveis de mortalidade em todos os grupos de idade. Pessoas que até então não conseguiam alcançar as idades mais avançadas, em função do alto nível de mortali-dade, começaram a chegar, fazendo com que o número de óbitos aumentasse neste período. Os maiores acréscimos foram observados nas faixas etárias mais elevadas da população, consequência do envelhecimento da população brasileira (Tabela 2 e 4).
Em 1974, o efetivo de óbitos das pessoas de 65 anos ou mais representava 27,3% do total, quando o País ainda tinha uma população extremamente jovem. A partir de 2005, mais da metade dos óbitos registrados é proveniente da população que aqui consideramos como idosos tendo como causa à diminuição dos níveis de mortalidade, que causaram um aumento na proporção de pessoas nesta faixa etária. Em 2015, este percentual alcança 58,1% (Tabela 4).
A mortalidade é diferencial por sexo e, normalmente a masculina é superior à feminina ao longo de toda a vida. Contudo, em um determinado intervalo de idade, nos jovens e adultos jovens esse diferencial se acentua. As causas principais para o aumento dessa diferença são os óbitos por causas externas que incidem com mais intensidade na população masculina (Gráfico 12). Para a população feminina é observado um declínio do número de óbitos, entre 2005 e 2015, até os 29 anos de idade (Tabela 1). Para os homens, o declínio do volume de óbitos vai até os 14 anos de idade, aumentando significativamente a partir dos 15 anos até os 39 anos, em função das causas violentas. Nos últimos anos, o conjunto de causas de morte violentas (os homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos, quedas acidentais etc.), fazendo com que a sobremortalidade masculina3 tenha se acentuado, significativamente, nos últimos anos no Brasil.
Conforme observado no Gráfico 12, a sobremortalidade por causas naturais no grupo de 20 a 24 anos é de 2,2 vezes, isto é, um indivíduo do sexo masculino de 20 anos tem duas vezes mais chance de não completar os 25 anos do que se fosse do sexo feminino. Contudo, se considerarmos somente os óbitos por causas violentas no grupo de 20 a 24 anos, um homem de 20 anos teria 10,4 vezes, chance de não completar os 25 anos do que uma mulher. O comportamento da sobremortalidade para a população total em 1974 na mesma faixa etária é muito próximo da sobremor-talidade causas naturais, em 2015. Indicativo de que a participação dos óbitos por causas violentas não era tão significativa quanto nos dias atuais.
3 A sobremortalidade masculina é obtida dividindo-se o contingente de óbitos masculinos pelo contingente de óbitos femininos”
TotalDe maiores de
65 anos de idadeParticipação (%)
1974 782 828 213 609 27,3
1984 831 881 310 683 37,3
1994 908 711 408 083 44,9
2005 992 477 520 317 52,4
2015 1 227 396 713 606 58,1
Tabela 4 - Óbitos, total e de maiores de 65 anos de idade, com indicação da participação no total de óbitos - Brasil - 1974/2015
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 1974/2015.
(1) Exclusive os sem declaração da idade e do sexo.
Ano
Óbitos (1)
Análise dos resultados _____________________________________________________________________________________
Grá�co 12 - Sobremortalidade masculina, total e por causas, segundo as idadesBrasil - 1974/2015
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 1974/2015.(1) Dados referentes ao ano de 1974. (2) Dados referentes ao ano de 2015.
Idades
Total (2) Violentas (2)Natural (2) Total (1)
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
%
Grá�co 13 - Variação percentual do volume de óbitos violentos no grupo de 15 a 24 anos de idade, por sexo, segundo as Unidades da Federação,
em ordem crescente de homens - período 2005/2015
Homens Mulheres
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2005/2015.
-37,
5
-34,
9
-33,
1
-27,
0
-22,
8
-17,
5
-15,
6
-14,
6
-10,
0
-7,1 -2,1
-0,2
4,2
17,2 25
,2
40,2
81,1 88
,9
119,
4
121,
6
124,
8
128,
7
132,
2 145,
1
146,
4 171,
4
179,
4
-40,
8
-10,
3
-32,
7
-30,
1
-1,9
-37,
1
-50,
0
-28,
8
-20,
0
-42,
9
16,2
-6,7
-15,
4
4,9
-12,
4 -3,1
7,4
40,2
37,5
59,4 65
,6
171,
4
49,6
21,7
73,2
71,4
85,7
-100
-50
0
50
100
150
200
Rio
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ia
Mar
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ão
Cea
rá
Pia
uí
Ser
gip
e
%
______________________________________________________________________ Estatísticas do Registro Civil, v.42, 2015
Nos últimos 10 anos, os grupos de 15 a 19 e 20 a 24 anos ainda apresentaram
aumento da sobremortalidade masculina, 17,8% e 12,3% respectivamente. Esse cres-
cimento é, em grande parte, devido ao aumento dos óbitos violentos masculinos,
conforme ressaltado anteriormente.
Se considerarmos o grupo de 15 a 24 anos, temos Unidades da Federação que
diminuíram significativamente a quantidade de óbitos por causas violentas tanto para
a população masculina como a feminina, casos do Rio de Janeiro, Distrito Federal,
São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Acre, entre outros. No outro
extremo temos as Unidades da Federação que aumentaram estes óbitos para os dois
sexos (Gráfico 13). No caso do estado do Amazonas, o incremento maior se deu na
população feminina entre 2005 e 2015, 171,4%, enquanto para a população masculina
este aumento foi de 128,7% (Gráfico 13).
CasamentosAs estatísticas sobre a evolução das uniões e dissoluções legais se cons-
tituem em importantes insumos para os estudos sobre a composição familiar,
com seus diversos arranjos conjugais legais, bem como fornece um panorama
evolutivo do comportamento marital ao longo do tempo no Brasil. A coleta das
estatísticas do Registro Civil abrange casamentos civis entre cônjuges masculino e
feminino, e mais recentemente, a partir de 2013, casamentos civis entre cônjuges
do mesmo sexo.
Importante registrar a importância do conhecimento sobre as uniões e
dissoluções conjugais para a análise demográfica, dada a relação direta entre as
diversas formas de arranjo familiar e conjugal com o comportamento reprodutivo.
Registro de casamentosO Brasil registrou em 2015, 1 137 321 casamentos civis, representando um
aumento de 2,8% em relação à 2014.
As uniões legais entre cônjuges de sexo diferentes aumentaram 2,7%, en-
quanto que os de cônjuge do mesmo sexo 15,7%, representando 0,5% do total de
casamentos registrados. Importante ressaltar que, em 2013, o Conselho Nacional
de Justiça - CNJ, aprovou a Resolução n. 175, a qual determina a todos os Cartórios
de Títulos e Documentos no território brasileiro a habilitar ou celebrar casamento
civil ou, até mesmo, de converter união estável em casamento entre pessoas de
mesmo sexo. Em relação a 2013, as uniões civis entre cônjuges do mesmo sexo
aumentaram 51,7%.
Entre as 27 Unidades da Federação, 20 apresentaram aumento dos registros
civis de casamentos entre 2014 e 2015, sendo o Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul
com crescimento acima de 10% e o Acre com expressivo aumento de 40% no número
de casamentos. Os estados da Paraíba e Sergipe apresentaram as maiores reduções
no período de um ano, -7,7% e -6,3% respectivamente.
Análise dos resultados _____________________________________________________________________________________
Grá�co 14 - Variação percentual de casamentos registrados, segundo as Unidades da Federação - período 2014/2015
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2014/2015.
-20,0
-10,0
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
Par
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Rio
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Jan
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Acr
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%
TotalCônjuges masculino
e femininoCônjuges demesmo sexo
Brasil 1 137 321 1 131 707 5 614
Norte 82 751 82 521 230
Nordeste 258 148 257 101 1 047
Sudeste 560 002 556 925 3 077
Sul 139 849 138 992 857
Centro-Oeste 96 571 96 168 403
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2015.
Casamentos registradosGrandes Regiões
de registro
Tabela 5 - Casamentos registrados entre cônjuges masculino e feminino eentre cônjuges do mesmo sexo, segundo as Grandes Regiões de registro - 2015
O incentivo à oficialização das uniões consensuais por meio de casamentos coletivos, para fins de proteção da família e garantia dos direitos patrimoniais, suces-sórios e previdenciários, decorrentes de parcerias estabelecidas entre as prefeituras, cartórios e igrejas, contribuíram, em grande medida, para o crescimento maior do número de casamentos oficiais em alguns estados brasileiros.
______________________________________________________________________ Estatísticas do Registro Civil, v.42, 2015
O volume e o crescimento diferenciado da população em idade de casar contribuem para o comportamento distinto da evolução dos casamentos entre os estados. A taxa de nupcialidade legal dá uma dimensão do número de registros de casamentos em relação a população em idade de casar, ou seja, de 15 anos ou mais de idade, permitindo a comparação entre os estados. No Brasil para cada 1 000 habitantes em idade de casar, em média, 7 pessoas se uniram por meio do casamento legal em 2015. Essa taxa variou de 4,7 por mil no Amapá a 10,9 por mil em Rondônia, refletindo os diferenciais entre o padrão etário da população com mais de 15 anos entre os estados e a influência da cultura regional na conformação da estrutura familiar e conjugal.
As Regiões Sudeste e Centro-Oeste apresentaram taxa de nupcialidade le-gal acima da média brasileira. As Regiões Norte, Nordeste e Sul, taxas abaixo da média nacional.
Grá�co 15 - Taxa de nupcialidade legal, segundo as Grandes Regiões - 2015
7,2 6,7
6,2
8,3
6,0
8,1
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
‰
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2015.
O casamento civil só pode ser efetivado entre cônjuges solteiros, viúvos ou divorciados. No Brasil, considerando o total de casamentos entre sexos diferentes, as uniões entre cônjuges solteiros representavam 76,1% do total de casamentos. Em segundo lugar, com 9,6% dos casamentos realizados em 2015, estavam os casamentos entre mulher solteira e homem divorciado, e em terceiro as mulheres divorciadas com os homens solteiros, 6,4%. As demais combinações entre o estado civil dos cônjuges foram em menores proporções. Entre as Grandes Regiões, o Nordeste apresentou a maior proporção de casamentos entre solteiros, enquanto que o Centro-Oeste apre-sentou a maior proporção entre solteiros e divorciados.
Análise dos resultados _____________________________________________________________________________________
O casamento civil entre pessoas do mesmo sexo mostrou que a maior proporção, considerando o estado civil dos cônjuges, também se dá entre solteiros, com 86,7% entre os homens e 77,7% entre mulheres. Os diferenciais entre os sexos masculinos e femininos se deu, em maior medida, nas proporções de casamentos entre solteiros e divorciados que foi mais expressivo entre casamentos femininos, com 19,4% dos registros para o Brasil, em relação aos homens, cujo percentual foi de 10,9%.
O comportamento regional mostra que Sul e Centro-Oeste tiveram a maior proporção de uniões entre mulheres solteiras e divorciadas, em torno de 21%. Para os homens unidos nesta mesma condição, os maiores percentuais foram observados nas Regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, aproximadamente 11%.
Mulher solteira
Mulher viúva
Mulher divor-ciada
Mulher solteira
Mulher viúva
Mulher divor-ciada
Mulher solteira
Mulher viúva
Mulher divor-ciada
Brasil 100,00 76,14 0,55 6,40 0,68 0,24 0,51 9,62 0,48 5,31 0,06
Norte 100,00 79,43 0,62 5,60 0,66 0,16 0,32 9,13 0,38 3,66 0,04
Nordeste 100,00 81,25 0,45 4,50 0,78 0,15 0,33 8,97 0,29 3,16 0,13
Sudeste 100,00 73,88 0,58 7,18 0,66 0,28 0,58 9,97 0,55 6,28 0,04
Sul 100,00 75,83 0,52 6,57 0,67 0,29 0,62 9,20 0,59 5,68 0,03
Centro-Oeste 100,00 73,29 0,59 7,43 0,59 0,19 0,54 10,42 0,50 6,34 0,11
Nota: Exclusive sem declaração do estado civil de um dos cônjuges.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil2015.
Tabela 6 - Distribuição dos casamentos entre cônjuges masculino e feminino registrados, por estado civil dos cônjuges, segundo as Grandes Regiões de registro - 2015
Grandes Regiõesde registro
Distribuição dos casamentos entre cônjuges masculino e feminino registrados,por estado civil dos cônjuges (%)
Totalde
registros
Homem solteiro Homem viúvo Homem divorciadoSem
decla-ração
Grá�co 16 - Proporção de casamentos entre cônjuges do mesmo sexo, por estado civil selecionado dos cônjuges femininos, segundo as Grandes Regiões - 2015
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2015.Nota: Exclusive a população sem declaração do estado civil.
Solteira X solteira Solteira X divorciada Outros
77,7
19,4
2,8
Brasil
84,2
14,0
1,8
Norte
81,8
15,8
2,4
Nordeste
76,8
20,2
3,0
Sudeste
76,3
21,4
2,4
Sul
74,0
21,9
4,2
Centro-Oeste
%
______________________________________________________________________ Estatísticas do Registro Civil, v.42, 2015
Nas uniões civis entre pessoas de sexo diferentes, a diferença das idades médias ao casar entre homens e mulheres era de 3 anos, sendo que os homens se casaram em média aos 30 anos e as mulheres aos 27 anos. Este comportamento é homogêneo
Grá�co 17 - Proporção de casamentos entre cônjuges do mesmo sexo, por estado civil selecionado dos cônjuges masculinos,
segundo as Grandes Regiões - 2015
Solteiro X solteiro Solteiro X divorciado Outros
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
%
86,7
10,9
2,4
90,5
6,9 2,6
85,8
11,7
2,4
86,6
11,4
2,0
87,6
9,4 2,9
84,6
11,7
3,7
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2015.Nota: Exclusive a população sem declaração do estado civil.
Grá�co 18 - Idade média ao casar dos cônjuges solteiros de sexos opostos e de mesmo sexo, segundo as Grandes Regiões - 2015
30 31
30 30 29 29
34
31 32
36
32 33
27 28 28 27 27 27
34 34 33 34
33 32
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Homens sexos opostos Homens mesmo sexo Mulheres sexos opostos Mulheres mesmo sexo
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2015.
Análise dos resultados _____________________________________________________________________________________
entre as Grandes Regiões, com a idade média ao casar variando entre 29 e 31 anos para os homens e entre 27 e 28 anos para as mulheres. Já para os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, a idade média ao contrair a união dos cônjuges solteiros variou entre 31 e 36 anos entre os homens e 32 e 34 entre as mulheres.
DivórciosDesde 1984, a coleta, a apuração e a divulgação das informações relativas aos
assentamentos de divórcios são realizadas pelo IBGE, passando a integrar o conjunto das Estatísticas do Registro Civil. Os registros de divórcios permitem conhecer como as dissoluções dos casamentos vêm ocorrendo, ao longo dos anos, em virtude das graduais alterações da legislação sobre o tema no território brasileiro, principalmente a partir da Emenda Constitucional n. 66, de 13.07.2010. Este dispositivo formalizou o fi m dos principais entraves ao processo de dissolução do casamento, estabelecendo que os mesmos ocorram de maneira mais rápida de modo a suprimir desgastes de cunhos econômico e emocional entre as partes envolvidas.
Registros de divórciosEm 2015 a Pesquisa Estatísticas do Registro Civil apurou 328 960 divórcios conce-
didos em 1a instância ou por escrituras extrajudiciais. Houve um declínio no número de divórcios contabilizados pela pesquisa em relação à 2014, quando o total de divórcios concedidos em 1a instância ou por escrituras extrajudiciais foi de 341 181.
Grá�co 19 - Taxa geral de divórcio, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação - 2015
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2015.
2,33
2,31
3,52
2,44
2,79
3,78
1,68
1,30
2,92
1,79
1,77
1,34
2,20
1,11
1,91 1,94 2,
04
1,69
1,67
2,55
2,10
3,22
1,59
3,05
2,40
2,92
2,37
1,92
2,78
3,71
2,14
2,48
3,34
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
Bra
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o
Go
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Dis
trito
Fed
eral
‰
______________________________________________________________________ Estatísticas do Registro Civil, v.42, 2015
Consequentemente, houve um decréscimo na taxa geral de divórcio4 de 2,41‰ (2014) para 2,33‰ (2015). A Unidade da Federação com maior taxa geral de divórcio foi Roraima (3,78‰), enquanto a menor taxa foi observada no Rio Grande do Norte (1,11‰). (Gráfico 19)
A pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2015 revelou ainda que, em média, na data do divórcio, o homem se divorcia mais velho que a mulher. O homem tem em média 43 anos enquanto a mulher tem 40 anos (Brasil). A variação da idade média ao divorciar nas Grandes Regiões é baixa, sendo de 41 a 44 entre os homens e 40 a 41 anos entre as mulheres (Tabela 7).
4 A taxa geral de divórcio é obtida pela divisão do número de divórcios pelo número de habitantes, multiplicando-se o resultado por mil. Nesta pesquisa, foram considerados os divórcios das pessoas de 20 anos ou mais de idade concedidos em primeira instância ou realizados por escrituras extrajudiciais, exclusive a população de menos de 20 anos de idade ou sem declaração de idade.
Homem Mulher
Brasil 43 40
Norte 43 40
Rondônia 43 39
Acre 42 39
Amazonas 42 39
Roraima 43 40
Pará 45 41
Amapá 44 41
Tocantins 44 40
Nordeste 44 40
Maranhão 45 41
Piauí 45 42
Ceará 43 40
Rio Grande do Norte 43 41
Paraíba 42 39
Pernambuco 44 40
Alagoas 43 40
Sergipe 43 40
Bahia 44 41
Sudeste 43 40
Minas Gerais 43 39
Espírito Santo 43 39
Rio de Janeiro 44 41
São Paulo 42 39
Sul 44 41
Paraná 43 40
Santa Catarina 43 40
Rio Grande do Sul 45 42
Centro-Oeste 43 40
Mato Grosso do Sul 42 39
Mato Grosso 44 41
Goiás 43 39
Distrito Federal 43 40
Tabela 7 - Idade média de homens e mulheres na data da sentença ou da escritura do divórcio, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação - 2015
Grandes Regiões eUnidades da Federação
Idade média na data da sentença ou da escritura do divórcio
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil2015.
Análise dos resultados _____________________________________________________________________________________
No Brasil, o tempo médio entre a data do casamento e a data da sentença ou escritura do divórcio foi de 15 anos. Analisando o comportamento regional verifica--se que esse valor é bem uniforme entre as Grandes Regiões, variando entre 14 e 16 anos. Piauí e Rio Grande do Sul apresentaram os maiores tempos médios de duração de casamento dentre as Unidades da Federação, 18 anos cada uma. Enquanto isso, no Acre observou-se o menor tempo médio, 12 anos (Tabela 8)
Grandes Regiões eUnidades da Federação
Tempo médiotranscorrido entre
as datas do casamentoe da sentença ou
escritura do divórcio(em anos)
Grandes Regiões eUnidades da Federação
Tempo médiotranscorrido entre
as datas do casamentoe da sentença ou
escritura do divórcio(em anos)
Brasil 15 Nordeste
Norte 15 Sergipe 15
Rondônia 13 Bahia 16
Acre 12 Sudeste 14
Amazonas 14 Minas Gerais 15
Roraima 14 Espírito Santo 14
Pará 17 Rio de Janeiro 15
Amapá 14 São Paulo 14
Tocantins 15 Sul 16
Nordeste 16 Paraná 16
Maranhão 17 Santa Catarina 16
Piauí 18 Rio Grande do Sul 18
Ceará 15 Centro-Oeste 14
Rio Grande do Norte 17 Mato Grosso do Sul 13
Paraíba 15 Mato Grosso 16
Pernambuco 16 Goiás 14
Alagoas 16 Distrito Federal 14
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil2015.
Tabela 8 - Tempo médio transcorrido entre as datas do casamento e da sentença ou escritura do divórcio, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação - 2015
Ao avaliar os divórcios por tipo de arranjo familiar, observou-se que, para todas as Grandes Regiões, a maior proporção das dissoluções se deu em famílias somente com filhos menores de idade. Todas numa faixa acima de 44%. A Região Sul detém a maior proporção de divórcio, cujos cônjuges possuíam somente filhos menores (Gráfico 20).
Há que se destacar a predominância das mulheres na responsabilidade da guarda dos filhos menores na ocasião do divórcio. No Brasil, essa proporção atingiu o valor de 78,8%. A região com maior proporção de mulheres responsáveis pela guarda dos filhos menores é a Região Sudeste com 81,1% (Tabela 9).
______________________________________________________________________ Estatísticas do Registro Civil, v.42, 2015
Em todas as Unidades da Federação pode ser observada o predomínio de mu-lheres responsáveis pela guarda dos filhos menores, chegando a 91,4% em Sergipe. No Amapá, do total de divórcios com filhos menores, 12,9% apresentou guarda conce-dida ao homem sendo essa a maior proporção entre todas as Unidades da Federação.
Dentre os divórcios na Região Centro-Oeste, 16,6% destes foram encerrados com a decisão de guarda dos filhos menores para ambos os cônjuges. Olhando para as Unidades da Federação, no Distrito Federal foi observado o maior percentual de guarda compartilhada entre os cônjuges, 24,7%.
A Lei do Divórcio5 (Lei n. 6.515, de 26.12.1977) prevê a guarda compartilhada de filhos menores de idade em caso de divórcio. Contudo, somente com a Lei n. 13.058, de 22.12.2014, a guarda compartilhada entre os pais passou a ser regra. A Pesquisa Estatísticas do Registro Civil, desde a promulgação da Lei do Divórcio, capta informação sobre a guarda de um ou ambos os cônjuges. Entre os anos 2014 e 2015, observou-se um aumento na proporção de guarda compartilhada entre os cônjuges, 7,5% e 12,9%, respectivamente.
5 A Lei do Divórcio estabeleceu legalmente a separação de fato, tornando comum que os filhos ficassem com a mãe, e ao pai incumbindo o sustento. Desde então, ao longo dos anos, a instituição da guarda dos filhos menores tem passado por diversas alterações.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil 2015.
Grá�co 20 - Proporção de divórcios, por Grandes Regiões, segundo o arranjo familiar - 2015
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
%
26,9
17
,4
47,7
8,0
27,5
19,4
46,7
6,4
27,2
21,5
44,6
6,7
28,3
15,8
47,9
8,0
20,5
16,4
51,9
11,2
26,1
17,0
49,2
7,7
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
Sem �lhos Somente com �lhos maiores de idade
Somente com �lhos menores de idade
Com �lhos maiores e menores de idade
Análise dos resultados _____________________________________________________________________________________
Marido MulherAmbos oscônjuges
OutroSem
declaração
Brasil 5,2 78,8 12,9 1,0 2,1
Norte 9,1 72,6 15,3 1,2 1,8
Rondônia 7,9 74,2 12,4 0,8 4,6
Acre 9,4 78,3 11,4 0,4 0,4
Amazonas 10,6 68,0 20,3 0,9 0,0
Roraima 9,7 67,4 9,8 2,3 10,8
Pará 9,0 74,6 14,0 1,6 0,8
Amapá 12,9 71,4 13,3 1,0 1,4
Tocantins 6,1 77,0 13,6 1,2 2,1
Nordeste 4,8 80,8 10,9 1,1 2,4
Maranhão 5,3 73,8 18,0 2,1 0,7
Piauí 5,6 78,8 12,9 1,1 1,7
Ceará 4,6 83,1 9,6 1,0 1,7
Rio Grande do Norte 6,5 82,5 9,9 0,5 0,6
Paraíba 3,9 80,8 13,2 0,8 1,2
Pernambuco 5,2 83,8 8,3 1,3 1,4
Alagoas 4,3 83,3 10,9 0,9 0,6
Sergipe 1,7 91,4 5,7 0,2 1,1
Bahia 5,0 76,6 12,0 1,0 5,5
Sudeste 4,4 81,1 11,8 0,9 1,8
Minas Gerais 5,0 82,5 11,4 0,7 0,4
Espírito Santo 7,9 79,0 11,4 1,0 0,6
Rio de Janeiro 4,1 82,0 7,0 1,4 5,5
São Paulo 4,0 80,7 12,8 0,8 1,7
Sul 6,3 74,5 15,6 1,0 2,6
Paraná 6,6 71,5 17,0 1,1 3,8
Santa Catarina 6,6 77,2 14,9 0,9 0,3
Rio Grande do Sul 5,3 77,8 13,5 0,9 2,6
Centro-Oeste 5,5 73,6 16,6 1,0 3,3
Mato Grosso do Sul 5,8 74,9 17,5 0,7 1,1
Mato Grosso 6,7 79,8 10,2 2,2 1,1
Goiás 5,5 76,9 12,4 1,0 4,2
Distrito Federal 4,8 64,4 24,7 0,6 5,6
Tabela 9 - Proporção de divórcios judiciais concedidos, por responsável pela guarda dos filhos menores, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação - 2015
Grandes Regiões eUnidades da Federação
Proporção de divórcios judiciais concedidos, por responsável pelaguarda dos filhos menores (%)
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estatísticas do Registro Civil2015.
Referências
BRASIL. Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973. Dispõe sobre os registros públicos, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, ano 111, n. 249, 31 dez. 1973. Seção 1, p. 13528-13539. Retificada no Diário, 30 out. 1975, Seção 1, p. 14337. Disponível em: <http://www.presidencia.gov.br/legislacao>. Acesso em: out. 2016.
______. Lei n. 6.515, de 26 de dezembro de 1977. Regula os casos de dissolução da sociedade conjugal e do casamento, seus efeitos e respectivos processos, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, ano 115, n. 248, 27 dez. 1977. Seção 1, p. 17953-17957. Retificada no Diário, 11 abr. 1978, Seção 1, p. 5073. Disponível em: <http://www.presidencia.gov.br/legislacao>. Acesso em: out. 2016.
______. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, ano 128, n. 135, 16 jul. 1990. Seção 1, p. 13563-13577. Retificada no Diário, 27 set. 1990, p. 18551. Disponível em: <http://www.presidencia.gov.br/legislacao>. Acesso em: out. 2016.
______. Lei n. 13.058, de 22 de dezembro de 2014. Altera os arts. 1.583, 1.584, 1.585 e 1.634 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), para estabelecer o significado da expressão “guarda compartilhada” e dispor sobre sua aplicação. Diário Oficial da União, Brasília, DF, ano 151, n. 248, 23 dez. 2014. Seção 1, p. 2-3. Retificada no Diário, 24 dez. 2014, Seção 1, p. 1. Disponível em: <http://www.presidencia.gov.br/legislacao>. Acesso em: out. 2016.
______________________________________________________________________ Estatísticas do Registro Civil, v.42, 2015
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (Brasil). Resolução n. 175, de 14 de maio de 2013. Dispõe sobre a habilitação, celebração de casamento civil, ou de conversão de união estável em casamento, entre pessoas de mesmo sexo. Diário do Senado Federal, Brasília, DF, ano 58, n. 71, 17 maio 2013. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/files/atos_administrativos/resoluo-n175-14-05-2013-presidncia.pdf>. Acesso em: out. 2016.
REGISTRO civil. Brasília, DF: Fundo das Nações Unidas para a Infância - Unicef. Disponível em <http://www.unicef.org/brazil/pt/activities_10160.htm>. Acesso em: out. 2016.
Anexos
Questionários do Registro Civil
Nascidos Vivos - RC.1
Casamento - RC.2
Óbitos - RC.3
Óbitos Fetais - RC.4
Divórcios - DJ
Divórcios Extrajudiciais - DE
Folha de Cadastro - RC.10
Anexos ___________________________________________________________________________________________________
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______________________________________________________________________ Estatísticas do Registro Civil, v.42, 2015
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Equipe técnica
Diretoria de Pesquisas
Coordenação de População e Indicadores Sociais
Bárbara Cobo Soares
Gerência de Estudos e Pesquisas Sociais
Cristiane dos Santos Moutinho
Gerência do Projeto do Registro Civil
Carlos Alberto Maia
Equipe de apuração e crítica
Altino Ventura Neto
Eliana Brandão de Jesus
Fátima Honorata Prates
Luciene Rodrigues Kozovits
Luiz Fernando Lima Costa
Gerência de Tecnologia e Estatística
Aílton Jose Lima Martins Furtado
Luiz Fernando Lima Costa
Paulo Cesar Dick
Isabel Luzia Nori dos Santos
Elaboração dos textos analíticos
Registros de nascimentos
Izabel Guimarães Marri
Leandro Okamoto da Silva
Registros de óbitos
Fernando Roberto Pires de Carvalho e Albuquerque
______________________________________________________________________ Estatísticas do Registro Civil, v.42, 2015
Casamentos e Divórcios
Leila Regina Ervatti
Luiz Fernando Lima Costa
Revisão dos textos analíticos
Vera Lucia Lucas Pinto Moreira
Colaboradores
Diretoria de Informática
Coordenação de Atendimento e Desenvolvimento de SistemasCláudio Mariano Fernandes
Gerente de Sistemas Populacionais e Sociais
Solange Ferreira Pinto
Gerente de projeto
Fernanda Alves Guedes
Coordenação de Administração de Dados e CadastrosLuiz Antonio Vivacqua Correa Meyer
Gerência de suporte e desenvolvimento de sistemas de dados agregados
Luiz Antonio Gauziski de Araújo Figueredo
Anderson Almeida França
Gerência de suporte e desenvolvimento de sistemas de microdados
Bianca Fernandes Sotelo
Marcello Willians Messina Ribeiro (Gerente Substituto)
Analista de sistemas
Antonio Fernando Guimaraes Dias
Magali Ribeiro Chaves
Marcos Vieira Petrungaro
Patricia de Oliveira dos Santos
Coordenação de Operações e Serviços de InformáticaBruno Gonçalves Santos
Gerência de Implantação e Administração dos Serviços em Produção
Edson Orofino de Souza
Andrea Moreira Torres (Gerente Substituto)
Carlos Henrique Moreira
Osmar Alves de Araújo
Supervisores Estaduais do Registro CivilRO - Ademilson Uchoa Matos, Jurandir Soares da Silva
AC - Evandro Cavalcante de Araujo, Sharlene de Oliveira Hage
AM - Sandra Maria Torres de Brito, Leyane Campelo das Neves
RR - Leonardo de Almeida Saboia
PA - Roberto Tavares de Queiroz
AP - Valdiney de Melo da Silva
TO - Manuela Almeida Bitencourt
MA - Vito Assis Alencar dos Santos
Equipe técnica _____________________________________________________________________________________________
PI - Wilma Barbosa de Sousa Leite, Pedro Ribeiro Soares
CE - Antonio Nogueira Amora
RN - Telma Maria Galvão de Azevedo
PB - Sebastião Edson Vilela
PE - Jose Osmundo do Rego Barros Filho
AL - Marla Barroso França
SE - Andir do Carmo Wanderley
BA - Deise Helena Moschen Costa Teixeira, Pedro Ricardo da Silva Biscarde
MG - Maria Suely Ribeiro Silva Ladeira
ES – Aluizio de Lourdes Lopes, Ilmar Vicente Moreira
RJ - Solange Souza dos Santos, Marcos Marcelo da Silva Bastos
SP - Marco Antonio Ornelas
PR - Mateus Ciscon Fonseca
SC - Dárcio Francisco Borges, Cesar Duarte Souto Maior
RS – Marcelo Gomes Larratea
MS - Loide Bueno de Souza
MT - Deajan David Montanha, Hélito Serra
GO - Valperino Gomes de Oliveira Filho, Alessandro de Siqueira Arantes
DF - Gisela Rodrigues de Almeida Vaz de Mello
Projeto Editorial
Centro de Documentação e Disseminação de Informações
Coordenação de ProduçãoMarise Maria Ferreira
Gerência de Editoração
Estruturação textual e tabular
Katia Vaz Cavalcanti
Fernanda Maciel Jardim
Marisa Sigolo
Diagramação tabular e de gráficos
Beth Fontoura
Aline Pedro Damacena
Diagramação textual
Maria da Graça Fernandes de Lima
Programação visual da publicação
Luiz Carlos Chagas Teixeira
Produção do e-book
Roberto Cavararo
Gerência de Documentação
Pesquisa e normalização bibliográfica
Ana Raquel Gomes da Silva
Karina Pessanha da Silva (Estagiária)
Juliana da Silva Gomes
Lioara Mandoju
______________________________________________________________________ Estatísticas do Registro Civil, v.42, 2015
Nádia Bernuci dos Santos
Solange de Oliveira Santos
Vera Lúcia Punzi Barcelos Capone
Normalização textual e padronização de glossários
Ana Raquel Gomes da Silva
Elaboração de quartas capas
Ana Raquel Gomes da Silva
Gerência de Gráfica
Impressão e acabamento
Maria Alice da Silva Neves Nabuco
Gráfica Digital
Impressão
Ednalva Maia do Monte
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ISSN - 0101-2207
As Estatísticas do Registro Civil reúnem informações sobre os nascidos
vivos, casamentos, óbitos e óbitos fetais informados pelos Cartórios de Registro
Civil de Pessoas Naturais, bem como sobre os divórcios declarados pelas Varas
de Família, Foros, Varas Cíveis e Tabelionatos de Notas. Seus resultados consti-
tuem importante instrumento para o acompanhamento da evolução da população
brasileira, sobretudo nos períodos intercensitários, quando as estatísticas vitais
tornam-se imprescindíveis para estudos demográficos mais aprofundados.
Com a presente publicação, o IBGE divulga comentários analíticos sobre
os resultados de tais eventos em 2015, para diversos níveis espaciais, em que
sobressaem dois aspectos relevantes: a estabilidade do total de registros de
nascimentos no Brasil, evidenciando o aumento da cobertura dos registros
ocorridos e registrados no País em relação ao ano anterior, e a divulgação de
estatísticas sobre casamentos entre pessoas do mesmo sexo, cuja investigação
teve início em 2013, a partir de normatização disposta pelo Conselho Nacional de
Justiça - CNJ. A publicação traz ainda notas técnicas com a conceituação das
características investigadas no levantamento.
O conjunto dessas informações também está disponível no portal do IBGE na
Internet, onde podem ser consultadas, complementarmente, as séries históricas
dos registros das estatísticas vitais a partir de 1974, e dos casamentos e divórcios
a partir de 1984, ano a partir do qual esses dois temas foram incorporados à
pesquisa.
Além de seus valiosos subsídios aos estudos demográficos, as estatísticas
ora divulgadas proporcionam elementos para o monitoramento do exercício da
cidadania e a avaliação de políticas públicas, especialmente nas áreas de Saúde e
Direitos Humanos. Os registros de casamentos e as dissoluções das uniões legais,
por sua vez, contribuem para uma melhor compreensão das mudanças ocorridas
na sociedade, no que se refere aos arranjos conjugais oficiais do País.