prestaÇÃo de contas - tre-rj | tribunal regional ... · transferir de sua conta corrente, ......
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Secretaria de Controle Interno e Auditoria
Coordenadoria de Contas Eleitorais e Partidárias
PRESTAÇÃO DE CONTAS Orientações
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Sumário por Artigos Analisados/Temas:
Resolução TSE nº 23.463/2015:
art. 6º - Dispensa de emissão de recibos eleitorais ........................................................................ 5
art. 17 - Destinação de recursos do Fundo Partidário para as campanhas das candidatas ............ 6
art. 18 - Doações entre partidos e candidatos de valor superior a R$ 1.064,10 ............................ 4
art. 18 - Doações recebidas em desacordo com o art. 18, §1º ...................................................... 4
art. 18 - Orientações sobre transferências bancárias entre contas do Banco do Brasil ................. 6
art. 21 - Utilização de recursos próprios na campanha .................................................................. 9
art. 23 - Doações estimáveis em dinheiro .................................................................................... 10
art. 37 - Recolhimento de contribuições e tributos ...................................................................... 10
art. 38 - Limites de gastos com aluguel de veículos e alimentação de pessoal .............................. 8
art. 41 - Obrigação de prestar contas ........................................................................................... 12
art. 43 - Envio de relatório financeiro - erro ao enviar ................................................................. 11
art. 49 - Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE)- funcionalidades .............................. 12
Legislação Aplicável:
Lei nº 9.504/1997- Estabelece normas para as eleições.
Resolução TSE nº 23.463/2015 - Dispõe sobre a arrecadação e os gastos de recursos por partidos políticos e candidatos e sobre a prestação de contas nas eleições de 2016.
Resolução TSE nº 23.459/15 - Dispõe sobre os limites de gastos para os cargos de vereador e de prefeito nas eleições municipais de 2016.
Comunicado BACEN nº 29.813/16 - Reitera as orientações divulgadas no Comunicado nº 29.108, de 16 de fevereiro de 2016, sobre a abertura de contas de depósitos à vista de partidos políticos e de candidatos destinadas às campanhas eleitorais.
Comunicado BACEN nº 29.108/16 - Divulga orientações sobre a abertura, a movimentação e o encerramento de contas de depósitos à vista de partidos políticos e de candidatos, bem como sobre os extratos eletrônicos dessas contas.
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1. Doações recebidas em desacordo com o art. 18, §1° - como proceder ao
prestar contas?
O §1° do art. 18 da Resolução TSE nº 23.463/2015 dispõe que as doações
recebidas de valor igual ou superior a R$ 1.064,10 devem ser realizadas mediante
transferência eletrônica.
No caso de recebimento de doação em desacordo com tal dispositivo - como
por exemplo doação de valor superior a R$ 1.064,10 realizada mediante depósito
bancário - a norma estabelece que o valor recebido não pode ser utilizado e deve
ser restituído ao doador. Caso não seja possível identificar o doador, o valor
recebido de forma indevida deve ser recolhido ao Tesouro Nacional (art. 18, § 3°,
Resolução TSE nº 23.463/2015).
Na prestação de contas, tanto a receita indevida (em desacordo com o art.
18, §1°) quanto a sua devolução não deverão ser lançadas no SPCE Cadastro. Os
registros constarão dos extratos bancários e o candidato deverá apresentar na
prestação de contas final notas explicativas tratando do fato.
OBSERVAÇÃO: no caso de recebimento de doação de recursos oriundos de
fontes vedadas ou de doadores que excederam o limite de doação previsto no
caput do art. 21 (10% dos rendimentos brutos auferidos no ano calendário
anterior à eleição) - candidato deve proceder de forma semelhante, não registrar a
receita indevida e sua devolução no SPCE Cadastro e apresentar nota explicativa.
2. Doações entre partidos e candidatos de valor superior a R$ 1.064,10 -
devem ser realizadas mediante transferência eletrônica?
A obrigatoriedade de que trata o § 1º° do art. 18 da Resolução TSE nº
23.463/2015 é aplicada no caso de doações de pessoas físicas a candidatos ou
partidos políticos, conforme transcrito a seguir:
Art. 18. As pessoas físicas somente poderão fazer
doações, inclusive pela Internet, por meio de:
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(...)
§ 1º As doações financeiras de valor igual ou superior a
R$ 1.064,10 (mil e sessenta e quatro reais e dez
centavos) só poderão ser realizadas mediante
transferência eletrônica entre as contas bancárias do
doador e do beneficiário da doação.
No caso de doações entre prestadores de contas, de qualquer valor,
poderão ser utilizados cheques ou transferências bancárias que identifiquem o
CNPJ do beneficiário, nos termos do art. 32, uma vez que essas doações são
consideradas gastos eleitorais por força do art. 29, XIV, Resolução TSE nº
23.463/2015.
ATENÇÃO: o candidato que doar recursos próprios para sua campanha ou
para a campanha de outros candidatos/partidos deverá observar a
obrigatoriedade de que trata o § 1º do art. 18 da Resolução TSE nº 23.463/2015,
uma vez que se trata de doação de pessoa física.
3. Dispensa de emissão de recibos eleitorais - o que pode ser considerado
como produção conjunta de materiais impressos?
Conforme disposto no art. 6°, §3°, II c/c § 4°, Resolução TSE nº 23.463/2015,
não se submetem à emissão de recibo eleitoral as doações estimáveis entre
candidatos e partidos decorrentes de uso comum de materiais de propaganda
eleitoral, definido na norma como a produção conjunta de materiais publicitários
impressos.
No SPCE Cadastro, o registro das doações referentes à produção conjunta
de materiais publicitários impressos abrangerá as seguintes contas: i) Publicidade
por adesivos; ii) Publicidade por jornais e revistas; e iii) Publicidade por materiais
impressos.
Cabe ressaltar que, embora essas doações estimadas estejam dispensadas
da documentação comprobatória (recibo eleitoral e documentação fiscal da
despesa), o registro nas prestações de contas do beneficiário e do doador é
obrigatório por força do art. 55, § 4°, Resolução TSE nº 23.463/2015.
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4. Destinação de recursos do Fundo Partidário para as campanhas das
candidatas - quando e quanto deve ser destinado?
O partido que aplicar recursos do Fundo Partidário nas campanhas
eleitorais, através de doações financeiras ou estimáveis, deverá destinar de 5% a
15% desse montante para as campanhas de suas candidatas (art. 17, § 4°,
Resolução TSE nº 23.463/2015). Estão incluídos nesse valor, que deverá ser
repassado às candidatas, os recursos tratados no art. 44 da Lei 9.096/1995,
transcrito a seguir:
Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão
aplicados:
(...)
V - na criação e manutenção de programas de promoção
e difusão da participação política das mulheres, criados
e mantidos pela secretaria da mulher do respectivo
partido político ou, inexistindo a secretaria, pelo
instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e
educação política de que trata o inciso IV, conforme
percentual que será fixado pelo órgão nacional de
direção partidária, observado o mínimo de 5% (cinco
por cento) do total; (Redação dada pela Lei nº 13.165,
de 2015)
5. Orientações sobre transferências bancárias entre contas do Banco do Brasil
As informações repassadas abaixo foram obtidas diretamente com o Banco
do Brasil. O "depósito identificado" é um tipo de transferência entre contas, que
deverá ser escolhido como transação.
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Orientações sobre a realização de transferências entre contas bancárias do
Banco do Brasil:
I. As transferências bancárias de conta a conta não são possíveis diretamente
nos caixas das agências daquele banco.
II. Para efetuar tais transferências, estão disponíveis as seguintes opções:
Terminal de Autoatendimento: TAA - Outras Opções (Menu completo) -
Transferências - Depósito Identificado (acessado na segunda página das opções de
transferências.
Transferir de sua conta corrente, na internet: Internet - Transferências -
Depósito Identificado - Entre contas correntes. Informar: Agência, Conta, Valor,
Identificador 1: para registro do CPF ou CNPJ do doador, Identificador 3: para
registro do nome do doador.
III. Para as transferências realizadas por terminais de autoatendimento (TAA)
ou internet banking (web), os clientes do Banco do Brasil possuem limites máximos
de transferências que são estabelecidos pelo banco de acordo com sua
movimentação financeira que podem ser consultados da seguinte forma:
no internet banking (web)- Meus Limites > Consulta
no Terminal de Autoatendimento > Meus Limites
IV. Para transferências regulares entre contas bancárias, o Banco do Brasil
também possui a opção de cadastramento prévio da conta, o que deve ser
realizado presencialmente na agência bancária. Para essa modalidade também é
fixado um limite máximo de transferência distinto daqueles fixados para as
transferências efetuadas pela web ou TAA.
V. Os valores máximos de transferência, em qualquer modalidade, podem ser
alterados diretamente pelos doadores em suas contas, no internet banking
(duplicação do limite), no aplicativo do banco (triplicação do valor já duplicado no
internet banking) ou, ainda, se a doação for superior a esses valores, diretamente
na agência, mediante autorização do gerente (quintuplicação do valor obtido pelo
próprio doador através dos procedimentos anteriores).
Exemplo - Documento emitido pelo BB na opção "depósito identificado":
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6. Limites de gastos com aluguel de veículos e alimentação de pessoal -
incluem apenas as despesas realizadas?
Sim, em relação à forma de cálculo dos limites máximos de gastos com
aluguel de veículos (20%) e gastos com alimentação de pessoal (10%),
esclarecemos que estes percentuais serão aplicados sobre o valor total dos gastos
contratados destas contas, conforme exigência do art. 38 da Resolução TSE nº
23.463:
Art. 38. São estabelecidos os seguintes limites com
relação ao total dos gastos da campanha contratados
(Lei nº 9.504/1997, art. 26, parágrafo único):
I - alimentação do pessoal que presta serviços às
candidaturas ou aos comitês de campanha: dez por
cento;
II - aluguel de veículos automotores: vinte por cento.
As doações estimáveis em dinheiro de alimentação de pessoal ou doações
estimáveis em dinheiro relativas à cessão temporária de veículos não são incluídas
no cálculo do limite máximo de gastos disposto no art. 38, porém, estes valores
reduzem o limite de gastos de campanha do candidato, em razão do disposto no
inciso III, § 4º, do art. 4º da Resolução TSE nº 23.463/2015:
Art. 4º Os partidos políticos e os candidatos poderão
realizar gastos até os limites estabelecidos pelo Tribunal
Superior Eleitoral, nos termos dos arts. 5º e 6º da Lei nº
13.165/2015.
(...)
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§ 4º Os limites de gastos para cada eleição
compreendem os gastos realizados pelo candidato e os
efetuados por partido político que possam ser
individualizados, na forma do § 3º do art. 17 desta
resolução e incluirão:
I - o total dos gastos de campanha contratados pelos
candidatos e os individualizados realizados por seu
partido;
II - as transferências financeiras efetuadas para outros
partidos ou outros candidatos; e
III - as doações estimáveis em dinheiro recebidas.
7. Utilização de recursos próprios na campanha - qual limite o candidato
deve respeitar?
O candidato pode usar recursos próprios em sua campanha até o limite de
gastos estabelecido pelo TSE para seu cargo (art. 21, § 1°), não se limitando a 10%
dos rendimentos brutos auferidos pelo doador no ano calendário anterior à
eleição.
No caso das doações realizadas por candidato com recursos próprios para
outros candidatos ou partidos, deverá ser respeitado o limite estabelecido no
caput do art. 21 da Resolução TSE nº 23.463/2015, de 10% dos rendimentos
brutos auferidos pelo doador no ano calendário anterior à eleição. Incluídas no
cálculo deste limite as doações oriundas da conta "pessoal" do candidato, bem
como aquelas provenientes de sua conta de campanha.
ATENÇÃO: no caso de doação de candidato em favor de outro candidato ou
partido, com recursos provenientes de sua conta de campanha, o doador
originário deverá ser identificado na prestação de contas. Caso o doador originário
seja o próprio candidato (pessoa física - recurso proveniente de sua conta corrente
"pessoal"), tal doação será computada para fins de apuração do limite de 10% dos
rendimentos brutos auferidos pelo doador no ano calendário anterior à eleição
(art. 21, caput, Resolução TSE nº 23.463/2015).
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8. Doações estimáveis em dinheiro - é necessário identificar o doador
originário?
Não, a Resolução TSE nº 23.463/2015 trouxe expressamente a
obrigatoriedade de identificação do doador originário somente nas doações
financeiras, por força do art. 23, § 3°, transcrito a seguir:
Art. 23. As doações de recursos captados para
campanha eleitoral realizadas entre partidos políticos,
entre partido político e candidato e entre candidatos
estão sujeitas à emissão de recibo eleitoral na forma do
art. 6º.
(...)
§ 3º As doações referidas no caput devem ser
identificadas pelo CPF ou CNPJ do doador originário das
doações financeiras, devendo ser emitido o respectivo
recibo eleitoral para cada doação (STF, ADI nº 5.394).
9. Recolhimento de contribuições e tributos - como partidos e candidatos
devem proceder?
A Resolução TSE nº 23.463/2015, em seu artigo 37, dispõe que "a
contratação de pessoal para prestação de serviços nas campanhas eleitorais não
gera vínculo empregatício com o candidato ou partido contratantes, aplicando-se à
pessoa física contratada o disposto na alínea h do inciso V do art. 12 da Lei nº
8.212, de 24 de julho de 1991 (Lei nº 9.504/1997, art. 100)".
A respeito do recolhimento de tributos e contribuições por partidos e
candidatos, consultar a cartilha desenvolvida pela Receita Federal do Brasil e pelo
TSE disponibilizada no endereço a seguir:
http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/cartilha-tse-e-receita-federal-eleicoes-2016
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Dentre as orientações apresentadas, destacamos as situações abordadas
abaixo:
1) candidatos e partidos políticos que contratarem pessoas físicas para prestarem
serviços unicamente relacionados ao período eleitoral - não há necessidade de se
efetuar a retenção das contribuições sociais.
2) candidatos e partidos políticos devem reter e recolher o imposto de renda se o
valor da remuneração paga no mês for igual ou superior a R$ 1.903,99.
10. Erro ao enviar o relatório financeiro
O erro na maioria das vezes refere-se à marcação nos arquivos,
implementada para controlar as alterações entre os relatórios financeiros. Essa
marcação faz com que o arquivo originário se mantenha por toda a cadeia de
envio. Assim, o envio de relatório que tem por base arquivo diverso do enviado na
remessa anterior gera o seguinte erro:
Para resolver esse problema, o usuário poderá obter, junto à Coordenadoria
de Contas Eleitorais e Partidárias (COCEP - e-mail: [email protected]) ou ao
cartório eleitoral responsável pela prestação de contas, o último arquivo enviado à
justiça eleitoral, que deverá ser importado em seu programa SPCE Cadastro. Em
seguida deverá registrar as novas informações e gerar/enviar o relatório financeiro
desejado.
ATENÇÃO: antes de realizar o procedimento acima é aconselhável gerar
cópia de segurança de todas as prestações de contas cadastradas no SPCE
Cadastro 2016.
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11. Importar prestação de contas X Restaurar cópia de segurança
Importante destacar a diferença entre as duas funções do SPCE Cadastro
descritas abaixo:
1) Opção: Importar Prestação de Contas - funcionalidade utilizada para importar prestação de contas gerada/cadastrada em outro ambiente do SPCE Cadastro 2016. Selecione o arquivo extensão .EPC de prestação de contas salvo em local conhecido, clique em abrir e acesse o arquivo no módulo do prestador de contas.
2) Opção: Restaurar Cópia de Segurança - restaura cópia de segurança de arquivo de prestação de contas salvo. Ao restaurar uma cópia de segurança de prestação de contas, o sistema substituirá todas as prestações de contas existentes no ambiente SPCE Cadastro 2016. Obs.: Esse módulo não estará ativo quando o SPCE Cadastro estiver configurado como Cliente.
12. Candidato que renunciou, desistiu ou teve sua candidatura indeferida,
deve prestar contas?
Sim, consultando a Resolução TSE 23.463/2015, verifica-se a
obrigatoriedade de o candidato prestar contas ainda que seja indeferido, tenha
renunciado ou desistido de sua candidatura, devendo apresentar o relatório
financeiro (se arrecadou algum recurso financeiro), a prestação de contas parcial e
a prestação de contas final.
Art. 41. Devem prestar contas à Justiça Eleitoral:
I - o candidato;
[...]
§ 7º O candidato que renunciar à candidatura, dela
desistir, for substituído ou tiver o registro indeferido
pela Justiça Eleitoral deve prestar contas em relação ao
período em que participou do processo eleitoral, mesmo
que não tenha realizado campanha.