prevenÇÃo do excesso de peso e obesidade nas...
TRANSCRIPT
2011
Relatório do Programa Prevenção do Excesso de Peso e Obesidade nas Crianças com 6-10 anos do
Concelho da Lousã
2011
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 2
Estudo efetuado às crianças com 6-10 anos a frequentarem as Escolas do 1º Ciclo do
Ensino Básico (1º CEB) do Concelho da Lousã durante o ano letivo 2009-2010 por:
Enf. Amélia Lopes
Enf. Anabela Girão
Enf. Cristiano Gonçalves
Dr.ª Mónica Seco (A. Social)
Dr.ª Mª Graça Correia (Delegada de Saúde)
2011
Relatório do Programa Prevenção do Excesso de
Peso e Obesidade na Crianças com 6-10 anos do
Concelho da Lousã
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 3
SIGLAS E ABREVIATURAS
ACES PIN 1 – Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte 1
CEB – Ciclo do Ensino Básico
DGS – Direção Geral de Saúde
EUA – Estados Unidos da América
IMC – Índice de Massa Corporal
N.º – Número
OMS – Organização Mundial de Saúde
P85 – Percentil oitenta e cinco
P95 – Percentil noventa e cinco
PIMC – Percentil de Índice de Massa Corporal
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 4
RESUMO
De acordo com a Carta Europeia de Luta contra a Obesidade (2006), a prevalência de
obesidade infantil aumentou dez vezes desde 1970. Neste momento, um em cada cinco
crianças na Região Europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS), sofrem de
excesso de peso e, destes, um terço já podem ser considerados obesos (afeta em todo o
mundo 155 milhões de crianças em idade escolar). Em Portugal, num estudo realizado
por Padez et al. (2004) no período de 1970 a 2002 com crianças portuguesas de idades
compreendidas entre os 7 e os 9 anos, ficou demonstrado haver uma prevalência de
excesso de peso e obesidade de 20,3% e 11,3%, respetivamente. Posteriormente, Rito et
al. (2009) citam dados de um estudo recente de uma amostra representativa em Portugal
que indicaram uma prevalência de pré-obesidade de 18,1% (P95 <IMC ≥ P85) e de
obesidade de 13,9% (IMC ≥ P95), somando uma prevalência de 32% de excesso de peso,
em crianças com idades entre os 7 e os 9 anos, num estudo efetuado por Rito e Breda
em 2009. A UCC Arouce no âmbito do Programa de Saúde Escolar, em conformidade
com as orientações emitidas pela Equipa Coordenadora do Projeto, aplicou um
questionário no Concelho da Lousã, nas escolas do 1 º Ciclo do Ensino Básico (CEB), no
ano letivo de 2009-2010. Deste estudo verificámos que, nos alunos da escola primária,
há uma prevalência de excesso de peso ou obesidade (índice de massa corporal ≥
percentil 85) = 17,7%, e destes, 5,9% apresentavam obesidade (índice de massa corporal
≥ percentil 95). Enquanto na população do estudo (população da Lousã), 75% das
crianças estavam dentro da normalidade para peso e idade (Percentil 5> IMC <Percentil
85).
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 5
ABSTRACT
According to the European Charter on Counteracting Obesity (2006), the prevalence of
childhood obesity has increased tenfold since 1970. Right now, one in five children in the
European Region of World Health Organization (WHO), suffer from overweight and of
these, a third are ready to be considered obese (affects in the whole world 155 million
children of school age). In Portugal, a study made by Padez et al. (2004), in the period of
1970 to 2002, with Portuguese children aged between 7 and 9 years, demonstrated a
prevalence of overweight and obesity of 20.3% and 11.3%, respectively. Later, Rito et al.
(2009) cite data from a recent study of a representative sample in Portugal which
indicated a prevalence of pre-obesity of 18.1% (95th percentile < BMI ≥ 85th percentile)
and 13.9% obese (BMI ≥ P95), adding a 32% prevalence of overweight in children aged 7
and 9 years, in a study conducted by Rito and Breda in 2009. UCC Arouce under the
School Health Program, in accordance with guidelines issued by the Project Coordinating
Team, applied a questionnaire in the County of Lousã, at schools of the 1st Cycle of Basic
Education (CBE), in academic year 2009 - 2010. It resulted that, in primary school
students, there is a prevalence of overweight or obese (BMI ≥ 85th percentile) = 17.7%,
and of these, 5.9% were obese (BMI ≥ 95th percentile). While the study population
(population of Lousã), 75% of children were within normal limits for weight and age (5th
percentile > BMI <85th percentile).
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 6
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Pág.
Gráfico 1 – Distribuição da população estudada por sexo e proveniência (%) ................. 16
Gráfico 2 - Distribuição da população estudada por PIMC do Concelho da Lousã (%) .... 17
Gráfico 3 - Distribuição da população estudada por sexo, obesidade e excesso de peso
ou obesidade. .................................................................................................................. 17
Gráfico 4 – Distribuição da população estudada por PIMC e Proveniência (%) ............... 18
Gráfico 5 – Distribuição da população estudada por PIMC e Idade (%) ........................... 18
Gráfico 6 – Distribuição da População estudada por Tipo e N.º de Refeições (%) ........... 19
Gráfico 7 – Distribuição da população estudada por alimentos ingeridos ao pequeno-
almoço ............................................................................................................................. 20
Gráfico 8 - Distribuição da população estudada por alimentos ingeridos ao lanche da
manhã (%) ....................................................................................................................... 20
Gráfico 9 – Distribuição da população estudada pela ingestão diária de sopa (%) .......... 21
Gráfico 10 – Distribuição da população estudada pela ingestão diária de saladas e
legumes (%) .................................................................................................................... 21
Gráfico 11 – Distribuição da população estudada pela ingestão de fast-food (%) ............ 22
Gráfico 12 – Distribuição das crianças relativamente aos conhecimentos sobre ingestão
de sopa e saladas (%) ..................................................................................................... 23
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 7
ÍNDICE DE TABELAS
Pág.
Tabela 1 – Conhecimentos sobre alimentos adequados para ingerir ao Pequeno-Almoço
........................................................................................................................................ 22
Tabela 2 – Distribuição da população estudada pela atividade física fora da escola (%) . 24
Tabela 3 – Distribuição da população estudada por atividades de lazer (%).................... 24
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 8
ÍNDICE DE QUADROS
Pág.
Quadro 1 – Alimento de preferência consumido na sobremesa ....................................... 22
Quadro 2 – Distribuição da população estudada pelo conhecimento da frequência da
ingestão de doces (%) ..................................................................................................... 23
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 9
SUMÁRIO
Pág.
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 10
1. POPULAÇÃO E MÉTODOS .................................................................................... 14
2. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ......................................................... 16
2.1. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA ......................................... 16
2.2. CARACTERIZAÇÃO DOS DADOS ANTROPOMÉTRICOS .............................. 16
2.3. CARACTERIZAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES ....................................... 18
2.4. CARACTERIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS ALIMENTARES ....................... 22
2.5. CARACTERIZAÇÃO DA ACTIVIDADE FÍSICA E DE LAZER ............................ 23
3. CONCLUSÕES ........................................................................................................ 25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 29
ANEXOS
ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO ....................................................................................... 36
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 10
INTRODUÇÃO
Segundo a Carta Europeia de Luta Contra a Obesidade (2006) a prevalência da
obesidade infantil aumentou dez vezes desde 1970. Neste momento uma em cada cinco
crianças na região europeia da Organização Mundial de Saúde (OMS) sofre de excesso
de peso e destes, um terço podem já ser considerados obesos (afeta em todo o mundo
155 milhões de crianças em idade escolar).
Vengelers e Fitzgerald (2005) afirmam que o excesso de peso nas crianças afeta a sua
autoestima e tem consequências negativas no seu desenvolvimento intelectual e
cognitivo, e que associadas a outras doenças provocadas pelo excesso de peso
(diabetes, arteriosclerose, etc.) implicam um decréscimo substancial na qualidade e
esperança de vida.
Manios et al. (2007) referem que 69% das crianças com idades compreendidas entre os 6
e 10 anos com Percentil de Índice de Massa Corporal (PIMC) superior a 95 continuarão a
ser obesas na vida adulta.
Na origem deste problema, poderão estar as tendências de transição nutricional ocorridas
neste século que estão direcionadas para uma dieta mais ocidentalizada. Aliada a esta
situação está a progressiva diminuição da atividade física, em especial nas crianças, o
que leva ao aumento dos casos de obesidade infantil um pouco por todo o mundo
(Damasceno, 2009).
De acordo com Cattaneo et al., (2009), Portugal encontra-se numa das posições mais
desfavoráveis no cenário Europeu. É um dos países com maior prevalência de obesidade
infantil. A informação precisa sobre a real dimensão e a prevalência desta doença é ainda
reduzida, pelo que se torna fundamental a investigação científica que produza informação
e ajude a formular políticas e programas que propiciem uma melhor intervenção em
Saúde Pública.
Já Sousa et al. (2008) mencionam estudos nos EUA que indicam que a prevalência de
pré-obesidade entre os 5 e os 24 anos aumentou aproximadamente para o dobro entre
1973 e 1994 (7% para 15%, respetivamente). Sendo que a obesidade nestas idades
durante o último período deste estudo (1983 – 1994) aumentou 50% em relação ao
período compreendido entre 1973 e 1982.
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 11
Ainda segundo os mesmos autores, um resultado similar foi observado no Japão, onde a
frequência de crianças obesas em idade escolar entre os 6 e os 14 anos aumentou de
5% para 10%, durante os vinte anos do estudo (1974 – 1993), referindo ainda que
aproximadamente 1/3 das crianças obesas se tornaram adultos obesos.
Por seu lado, Duarte (sd) afirma que a obesidade infantil e juvenil não se encontra
confinada aos países industrializados, baseado em dados que encontrou em estudos
efetuados em vários países em desenvolvimento. Esses dados revelam elevadas taxas
de prevalência de obesidade. Na Tailândia em crianças em idade escolar, dos 5 aos 16
anos, cresceu, em apenas 5 anos, de 12,4% em 1992 para 21,1% em 1997. Num estudo
na Arábia Saudita, em rapazes com idades compreendidas entre os 6 e os 18 anos,
verificou-se uma prevalência de obesidade de 15,8%.
O mesmo autor, relativamente à União Europeia, afirma que dados recentes sobre a
prevalência da obesidade, estimam a existência de cerca de 14 milhões de crianças com
excesso de peso em idade escolar, das quais 3 milhões são obesas.
Campos et al. (2008) afirmam que a obesidade e o excesso de peso infantil apresentam
um carácter epidémico e uma prevalência crescente nos países desenvolvidos, mas
também em sociedades menos desenvolvidas, onde a desnutrição costumava ser
prevalente. A Europa apresenta taxas de excesso de peso e obesidade superiores a 10%
em crianças até os dez anos de idade.
Em Portugal, num estudo realizado Padez et al. (2004) no período de 1970 a 2002 com
crianças portuguesas de idades compreendidas entre os 7 e os 9 anos, demonstrou
haver uma prevalência de excesso de peso e obesidade de 20,3% e 11,3%,
respetivamente.
Posteriormente, Rito et al. (2009) citam dados de um estudo recente de uma amostra
representativa em Portugal que indicaram uma prevalência de pré-obesidade de 18,1%
(P85 ≤ IMC ≥ P95) e de obesidade de 13,9% (IMC ≥ P95), somando uma prevalência de
32% de excesso de peso, em crianças com idades entre os 7 e os 9 anos, num estudo
efetuado por Rito e Breda em 2009.
Em relação às crianças em idade pré-escolar, Rito (2004) afirma que 24% apresentam
pré-obesidade e 7% são obesas. Não foram encontrados estudos posteriores a esta data
que nos permitissem estabelecer uma relação evolutiva dos dados obtidos.
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 12
A obtenção de dados acerca dos hábitos alimentares da criança e o exame físico
completo através do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) são atividades relevantes
para o diagnóstico e determinação das causas da obesidade infantil. As dificuldades para
se trabalhar em família existem, pelo que o enfermeiro se deve empenhar em conhecer
os aspetos socioeconómicos e culturais, em que a mesma está inserida com a intenção
de superar os limites e obstáculos na concretização das metas. O conhecimento dos
hábitos familiares por parte do enfermeiro é fundamental para que possa conduzir a
família a implementar novos hábitos e atitudes.
Caberá aos enfermeiros intervir junto da família e das crianças no sentido de dar ênfase
aos riscos que a obesidade acarreta, nomeadamente complicações que possam surgir,
como por exemplo diabetes, hipertensão arterial, etc.
O acompanhamento do desenvolvimento da criança, envolvendo os pais /família poderá
ser um fator preponderante para o êxito dos resultados, prevenindo que a criança fique
com esta doença.
Desta forma os pais poderão compreender melhor qual o seu papel na influência da sua
dieta, da atividade física que praticam, dos comportamentos sedentários que têm e em
última análise o seu próprio peso, nos filhos.
Podem também aprender a criar hábitos alimentares saudáveis em casa, promover a
atividade física, desencorajar hábitos sedentários como ver televisão e jogar jogos de
vídeo para os seus filhos, servindo eles próprios de modelo a seguir.
Nóbrega; Campos; Nascimento (2002), citados por Franco et al. (2008) fazem-nos pensar
na responsabilidade sobre o que é ser mãe, pois a partir do nascimento do bebé, iniciam-
se as representações que servirão de base para a estrutura psíquica da criança, e essas
representações iniciais formar-se-ão a partir do vínculo mãe/bebé.
De acordo com os mesmos autores, a criança aprende com a mãe que o alimento é
solução para todos os conflitos, angústias, ansiedades e dores levando para a vida adulta
a necessidade de comer para resolver os seus problemas, ficando com um
desenvolvimento primitivo da personalidade.
Assim, estas crianças permanecem ligadas ao primeiro prazer vivido, o que traz como
consequência a obesidade, mantendo-se dependentes, pouco ativas, mais pesadas,
como menos condições para atividades físicas em função da sua lentidão, sendo menos
escolhidas para atividades grupais devido ao seu desempenho. Isso fere a autoestima,
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 13
fazendo com que elas não se aceitem, levando-as ao isolamento, a ficarem mais
paradas, refugiadas na televisão, comendo e engordando mais. É como uma bola de
neve, aumenta cada vez mais, se não houver a intervenção de um grupo
multiprofissional.
Por via da constatação empírica do crescimento mundial da obesidade infantil, considera-
se a família como a instituição primária capaz de influenciar os hábitos e comportamentos
das crianças ao longo do seu desenvolvimento (Birch, L. e Ventura A. K., 2008).
Aquando da nossa candidatura a uma Unidade de Cuidados na Comunidade,
propusemo-nos dar continuidade ao estudo de avaliação de comportamentos
alimentares, iniciado por alunos do Curso de Licenciatura de Enfermagem, realizado na
Escola Básica 2/3 da Lousã em Janeiro de 2009. O estudo foi dirigido a todas as turmas
do 5º ano de escolaridade, num total de 181 alunos com idades entre os 10 e os 11 anos.
Após análise do projeto de Prevenção do Excesso de Peso nas Crianças em Idade
Escolar com 6-10 anos, apresentado pelo Conselho Clínico do ACES PIN 1, pensamos
ser mais oportuno e gratificante iniciar um estudo envolvendo todas as crianças do
primeiro ano de escolaridade do Concelho da Lousã.
A UCC Arouce, no âmbito do Programa de Saúde Escolar, de acordo com as orientações
emanadas pela Equipa de Gestão deste Projeto, atuou no Concelho da Lousã, nas
escolas do 1º Ciclo de Ensino Básico (1º CEB) no ano letivo 2009-2010, dados que foram
tratados pela equipa de gestão do projeto e que apresentaremos de seguida.
Com este projeto pretendeu-se contribuir para a aquisição de hábitos alimentares
saudáveis, de forma a prevenir o excesso de peso e a obesidade obtendo assim ganhos
em saúde.
OBJECTIVOS
Intervir nas crianças em idade escolar (com 6-10 anos), potenciando a aquisição de
estilos de vida saudáveis; avaliar a prevalência de excesso ponderal e obesidade em
alunos a frequentar o 1º CEB; identificar conhecimentos e atitudes face à alimentação
saudável e atividade física nos alunos a frequentar o 1º CEB, foram os objetivos traçados
para a prossecução deste projeto.
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 14
1. POPULAÇÃO E MÉTODOS
População: Crianças com idades compreendidas entre 6 e 10 anos a frequentar as
Escolas do 1º CEB do Concelho da Lousã, no ano letivo de 2009-2010, num total de 152
crianças.
Amostra e Critérios de inclusão: Amostra de conveniência constituída pelas crianças
que frequentavam as instituições acima citadas, sempre que se verificassem as seguintes
condições:
1. Consentimento informado parental para a participação no estudo, manifestada por
escrito após informação sobre o estudo (condição imprescindível).
2. Presença no estabelecimento de ensino durante os dias em que decorreu o estudo
(condição necessária para o registo de dados antropométricos) e/ou preenchimento de
questionário escrito por entrevistador.
Período do Estudo: Fevereiro e Abril de 2010
Desenho do estudo: Estudo descritivo transversal.
Intervenção: O estudo contemplou duas abordagens sequenciais:
1. Foi proposto aos pais um questionário estruturado constituído por respostas
maioritariamente fechadas (Anexo 1).
2. Foram recolhidos dados antropométricos de cada criança (para o peso foi utilizada
uma balança digital fornecida pelo Grupo de Gestão do Projeto), registando-se os dados
em Kg com aproximação à décima; a altura foi registada em cm utilizando uma régua
elaborada pela Equipa de Saúde Escolar da UCC Arouce, respeitando as normas
recomendadas, graduada até 160 cm, com escala desenhada em mm e calculado o
índice de massa corporal (IMC), com recurso ao programa Group BMI Calculator, Metric,
v1.0 em Excel, estabelecendo também os Percentis de Índice de Massa Corporal (PIMC)
com recurso ao mesmo Programa, sendo posteriormente comparados com as curvas
publicadas pelo National Centre for Health and Statistics (NCHS) 8 e considerou-se
excesso de peso se IMC ≥ P85 e obesidade se IMC ≥ P95.
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 15
As crianças foram pesadas vestidas só com cueca e t-shirt, sendo medidas de pé,
descalças, com os calcanhares unidos e pontas dos pés ligeiramente afastadas.
Os dados obtidos pelos questionários foram entregues ao Grupo de Gestão do Projeto
(ACES PIN 1, 2010) que os introduziu num Programa de Tratamento Estatístico (SPSS –
Statistical Package Social Sciences), enviando-os posteriormente à Equipa de Saúde
Escolar da UCC Arouce, que fez o seu tratamento recorrendo à Versão 17 do SPSS®
(2009).
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 16
2. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
2.1. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA
O estudo incidiu na população escolar do Concelho da Lousã, num total de 12 Escolas do
1º CEB, perfazendo 152 crianças. A população estudada, na sua maioria, reside na vila
(61,8%), seguindo-se a aldeia com 38,2% sendo que o género feminino foi o mais
representado com 52,6% (Gráfico 1).
Gráfico 1 – Distribuição da população estudada por sexo e proveniência (%)
2.2. CARACTERIZAÇÃO DOS DADOS ANTROPOMÉTRICOS
Relativamente aos dados antropométricos, este estudo permitiu verificar uma taxa de
prevalência de Excesso de Peso e Obesidade (IMC≥ P85) de 17,7%, sendo que destes,
5,9% são obesos (IMC≥ P95); da população alvo do estudo, 75% das crianças estava
dentro dos parâmetros considerados normais para peso e idade (Gráfico 2).
47,4
52,6
38,2
61,8
Masculino Feminino Aldeia Vila
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 17
Gráfico 2 - Distribuição da população estudada por PIMC do Concelho da Lousã (%)
Pela análise do Gráfico 3, podemos verificar que a prevalência de Excesso de Peso ou
Obesidade é maior nas crianças do sexo masculino, correspondendo a 19,7% do total,
sendo que é também nos meninos que se verifica haver maior prevalência de Obesidade
(8,5%).
Gráfico 3 - Distribuição da população estudada por sexo, obesidade e excesso de peso ou obesidade.
Conforme se pode verificar através da análise dos dados do Gráfico 4, a prevalência de
excesso de peso e obesidade é mais elevada nas crianças provenientes da aldeia
(20,6%) e destas, 10,3% são obesas. Podemos também constatar haver maior
prevalência de baixo peso (magreza) nas crianças provenientes da aldeia (12,1%).
7,2%
75,0%
11,8%5,9%
Magreza Normal Excesso de Peso Obesidade
Excesso de Peso ou Obesidade (%il ≥ 85)
Obesos ( %il ≥ 95)
19,7%
8,5%
16,0%
3,7%
Rapazes Raparigas
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 18
Gráfico 4 – Distribuição da população estudada por PIMC e Proveniência (%)
O Gráfico 5 permite-nos verificar que não há diferenças significativas nas diferentes
idades das crianças em relação aos PIMC, no entanto a obesidade é mais prevalente na
faixa etária dos 6 anos (6,3%), em contraposição ao baixo peso que é mais prevalente na
faixa etária dos 7 anos (8,3%).
Gráfico 5 – Distribuição da população estudada por PIMC e Idade (%)
2.3. CARACTERIZAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES
O Instituto do Consumidor (2004) define alimentação saudável como sendo aquela que
dá resposta a todas as exigências do corpo, ou seja, não está abaixo nem acima das
necessidades do nosso organismo. Comer saudavelmente é também diversificar a
Aldeia
Vila
Aldeia Vila
magreza 12,1% 4,3%
normal 67,2% 79,8%
excesso de peso 10,3% 12,8%
obesidade 10,3% 3,2%
magreza
normalexcesso de pesoobesidade
,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
6 Anos7 Anos
6 Anos 7 Anos
magreza 7,0% 8,3%
normal 75,0% 75,0%
excesso de peso 11,7% 12,5%
obesidade 6,3% 4,2%
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 19
culinária, respeitar as tradições gastronómicas da região e outras características físicas e
sociais da população.
Uma alimentação saudável é uma alimentação completa onde devem estar incluídos
todos os alimentos de cada grupo da Nova Roda dos Alimentos e beber água
diariamente. Esta alimentação deve ser feita de forma equilibrada, ingerindo maior
quantidade de alimentos pertencentes aos grupos de maior dimensão e menor
quantidade dos que se encontram nos grupos de menor dimensão, de forma a introduzir
o número de porções recomendado. Deve ser variada contendo alimentos diferentes
dentro de cada grupo diversificando diariamente, semanalmente e nas diferentes épocas
do ano (SILVA, et al., 2005).
Na população estudada no Concelho da Lousã, no que diz respeito aos hábitos
alimentares, 57,2% das crianças referiu fazer 5 refeições diárias, 39,5% faz 6 refeições
diárias e apenas 3,3% fazia 4 refeições diárias, sendo que a toma do pequeno-almoço foi
referida por 96,7% (Gráfico 6).
Gráfico 6 – Distribuição da População estudada por Tipo e N.º de Refeições (%)
No que diz respeito aos alimentos ingeridos ao pequeno-almoço, pela análise ao Gráfico
7, podemos verificar que os alimentos preferidos são o leite, o pão e os cereais doces
(90,1%, 50,7% e 33,6%, respetivamente), reforçando o que defende Silva et al. (2005)
que afirma que o pão, o leite e a fruta são os ingredientes necessários para um pequeno-
almoço adequado.
N.º Refeições (%)
pequeno almoço
lanche da manhã
almoço
lanche da tarde
jantar
ceia
96,7
98,0
100,0
99,3
100,0
39,5
3,3
2,0
0,0
0,7
0,0
60,5
3,3 57,2 39,5
Sim (%) Não (%) 4 Refeições 5 Refeições 6 Refeições
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 20
Gráfico 7 – Distribuição da população estudada por alimentos ingeridos ao pequeno-almoço
Em relação aos alimentos ingeridos ao lanche da manhã, verificamos que o leite (71,7%)
e as sandes (pão) com 73,7% das preferências, são os mais predominantes (Gráfico 8), o
que nos permite afirmar que, no geral, os alimentos consumidos pelas crianças ao
pequeno-almoço e à merenda da manhã são os adequados.
Gráfico 8 - Distribuição da população estudada por alimentos ingeridos ao lanche da manhã (%)
A sopa merece um lugar de destaque na alimentação por vários motivos: é de fácil
digestão, sacia, regula o apetite, disponibiliza uma grande riqueza de vitaminas e
minerais, é rica em fibras, fornece muitas substâncias antioxidantes e protetoras, não
0% 50% 100%
Sim (%)
Não (%)
Sim (%) Não (%)
Cereais sem açúcar 10,5 89,5
Leite 90,1 9,9
Sumo 3,3 96,7
Pão 50,7 49,3
Cereais Doces 33,6 66,4
Bolos 8,6 91,4
Papas 6,6 93,4
Fruta 5,9 94,1
0% 50% 100%
Sim (%)
Não (%)
Sim (%) Não (%)
Leite 71,7 28,3
Sumo 8,6 91,4
Sandes 73,7 26,3
Bolos 30,9 69,1
Fruta 10,5 89,5
Salgados 0 100,0
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 21
gera substâncias carcinogénicas, geralmente apresenta um baixo valor calórico, previne
a obesidade, é importante para o bom funcionamento intestinal, é reguladora dos níveis
de colesterol e contribui para equilibrar dietas desequilibradas (Instituto do Consumidor,
2004), pelo que deve fazer parte dos hábitos alimentares saudáveis.
Na população estudada, podemos constatar que 94,7% come sopa diariamente, sendo
que das crianças inquiridas, (53,9%) referiu comer sopa nas duas refeições principais
(Gráfico 9).
Gráfico 9 – Distribuição da população estudada pela ingestão diária de sopa (%)
Relativamente ao consumo de saladas/legumes verificou-se que 25% das crianças não
comem estes alimentos, sendo que 49% apenas os consomem a uma das refeições
(Gráfico 10).
Gráfico 10 – Distribuição da população estudada pela ingestão diária de saladas e legumes (%)
A fruta constituiu o alimento de preferência na sobremesa (82,9%), conforme se pode
verificar através da análise do Quadro 1.
53,9%
5,3%
40,8%
2 refeições não come só numa refeição
49%
25%
26%
sim não só numa refeição
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 22
Sobremesa Doce Iogurte Fruta Nada
Percentagem
Sim 1,3 34,9 82,9 16,4
Não 98,7 65,1 17,1 83,6
Quadro 1 – Alimento de preferência consumido na sobremesa
Relativamente ao consumo de fast-food, podemos verificar pela análise do Gráfico 11
que 34% das crianças consome este tipo de alimentos pelo menos uma vez por semana,
em contraposição a 7% que disseram nunca consumir.
Gráfico 11 – Distribuição da população estudada pela ingestão de fast-food (%)
2.4. CARACTERIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS ALIMENTARES
Os dados obtidos com as questões relacionadas com conhecimentos sobre alimentação,
são os representados na Tabela 1. Pela análise efetuada, podemos constatar que as
crianças têm noção dos alimentos considerados adequados para ingerir ao pequeno-
almoço e à merenda da manhã (SILVA, et al., 2005).
Ao Pequeno-Almoço Percentagem
Sim Não
Devem beber leite 95,4 4,6
Devem beber sumos 9,2 90,8
Deve comer pão 83,6 16,4
Devem ingerir cereais doces 23,7 76,3
Devem comer bolos 5,9 94,1
Devem comer papas 10,5 89,5
Devem comer cereais sem açúcar 25,7 74,3
Devem comer fruta 27,6 72,4
Tabela 1 – Conhecimentos sobre alimentos adequados para ingerir ao Pequeno-Almoço
2%
17%
34%
40%
7% Diariamente
2-3 vezes por semana
1x semana
Raramente
Nunca
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 23
Evidenciam também conceitos adequados relativamente ao consumo de sopa (78,3%),
um pouco menos em relação às saladas (70,4%), conforme se pode verificar pela análise
do Gráfico 12.
Gráfico 12 – Distribuição das crianças relativamente aos conhecimentos sobre ingestão de sopa e saladas (%)
Quanto à frequência do consumo de alguns alimentos, a maioria referiu ser importante o
consumo diário de leite, fruta e legumes. Importa referir que 23,7% das crianças referem
que raramente se deve comer doces/guloseimas e 47,4% refere que se deve comer estes
alimentos apenas 1 vez por semana (Quadro 2).
Frequência de Ingestão
Doces Leite Iogurte Carne Peixe Legumes Fruta
Percentagem
Diariamente 4,6 92,1 66,4 28,9 27,6 55,3 92,8
2-3 X por semana
21,1 7,2 27,0 68,4 67,8 26,3 ,0
1 X por semana 47,4 0 3,3 2,0 1,3 3,3 7,2
Fins-de-Semana ,0 ,7 ,0 ,0 ,0 ,0 ,0
Raramente 23,7 ,0 2,0 ,7 3,3 5,3 ,0
Nunca 3,3 ,0 1,3 ,0 ,0 9,9 ,0
Quadro 2 – Distribuição da população estudada pelo conhecimento da frequência da ingestão de doces (%)
2.5. CARACTERIZAÇÃO DA ACTIVIDADE FÍSICA E DE LAZER
Na atividade física apenas 37,5% das crianças referem fazer desporto extraescolar. As
atividades mais referidas pelas crianças são correr (74,2%) e andar (48,1%) (Tabela 2).
0% 50% 100%
Sopa
Saladas
Sopa Saladas
sim 78,3 70,4
não 5,3 10,5
só numa refeição 16,4 19,1
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 24
Frequência das Atividades
Anda de bicicleta
Saltar à corda
Jogar à Bola
Correr Andar a pé
Dançar
Diariamente 11,8 17,1 36,2 86,8 64,5 12,5
1 X por semana 7,9 6,6 9,9 1,3 3,9 9,2
2-3 X por semana 22,4 24,3 27,0 10,5 19,7 17,8
Fins-de-semana 39,5 5,3 11,8 ,7 7,2 13,8
Nunca 18,4 46,7 15,1 ,7 4,6 46,7
Tabela 2 – Distribuição da população estudada pela atividade física fora da escola (%)
Nas atividades de lazer, a mais mencionada (com uma frequência diária de 82,9% das
crianças) foi ver televisão. O uso de computador foi a mais referenciada como atividade
de fim-de-semana (23%) (Tabela 3).
Frequência das Atividades
Jogos Vídeo
Jogos Computador
Ler Ver
Televisão
Diariamente 21,1 14,5 59,2 82,9
1 X por semana 3,9 3,3 3,3 1,3
2-3 X por semana 20,4 28,9 31,6 13,8
Fins-de-semana 17,1 23 2,6 1,3
Nunca 37,5 30,3 3,3 0,7
Tabela 3 – Distribuição da população estudada por atividades de lazer (%)
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 25
3. CONCLUSÕES
No Concelho da Lousã, os resultados foram bastante animadores com 17,7% para a
prevalência de excesso de peso e obesidade, sendo que destes, 5,9% apresentavam
valores compatíveis com obesidade nas crianças alvo do estudo, valores claramente
inferiores aos obtidos por Rito e Breda em 2009, num estudo efetuado em crianças com
idades entre os 7 e os 9 anos em Portugal, que indicaram uma prevalência de pré-
obesidade de 18,1% (P85 ≤ IMC ≥ P95) e de obesidade de 13,9% (IMC ≥ P95), somando
uma prevalência de 32% de excesso de peso.
Verificou-se que os alunos do Concelho da Lousã, de uma maneira geral têm
conhecimentos dos hábitos de alimentação saudável, particularmente no que diz respeito
ao consumo de sopa, legumes, verduras e fruta, no entanto apesar desses
conhecimentos, os mesmos não são aplicados em suas casas, o que nos leva a pensar
que será uma boa estratégia relevar o papel da família na prevenção da obesidade.
Dos estudos consultados e após o estudo efetuado, consideramos que as famílias, os
técnicos e as Instituições responsáveis, terão de desenvolver um grande esforço conjunto
no sentido de prevenir o sedentarismo infantil, promover o aleitamento materno e mudar
hábitos familiares, em particular alimentares.
A cultura da criança gorda deve ser banida e deve-se proporcionar que as crianças
tenham uma alimentação saudável. Sendo assim, os pais precisam ficar atentos aos
hábitos alimentares dos seus filhos, estabelecendo horários, tipos e quantidades de
alimentos desejáveis; não obrigá-los a comer tudo, e sim, deixá-los ter o seu próprio
limite. Nesse contexto, atribui-se à família a responsabilidade de conduzir a criança a ter
padrões alimentares saudáveis, no sentido de promover o crescimento adequado. Além
disso, os pais deveriam ter a noção que a alimentação de uma criança deve ser num
ambiente com muito diálogo, explicando as vantagens de uma alimentação equilibrada e
saudável.
Para um bom desenvolvimento e crescimento das crianças, é necessária a adoção de
uma alimentação nutricionalmente adequada. No entanto, nota-se que há um declínio
quanto ao consumo de alimentos básicos e tradicionais à mesa.
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 26
Também é da responsabilidade da família o incentivo de práticas saudáveis de vida,
como atividades físicas regulares, visto que o sedentarismo é um dos principais fatores
predisponentes à obesidade infantil.
Podemos então afirmar que as crianças são influenciadas pelos hábitos dos familiares
com quem convivem e que se refletem também na prática de bons hábitos alimentares,
pelo que se deve envolver toda a família, já que os adultos são os modelos das crianças.
Significa que os pais ao terem hábitos alimentares saudáveis, influenciam de forma
positiva e duradoura, a conduta alimentar dos seus filhos. A mudança dos hábitos
alimentares pode então ser considerada como o maior desafio na promoção de uma
alimentação equilibrada.
Desta forma cabe à família assumir o compromisso de construir a cultura alimentar da
criança, permitindo-lhe criar uma série de possibilidades para que ela possa ter as suas
preferências alimentares.
Será então da responsabilidade do enfermeiro assumir a liderança no sentido de
convocar os restantes profissionais de saúde, através de atividades preventivas, com o
intuito de resolver um problema que assume índices alarmantes entre as crianças.
As ações a desenvolver pelos enfermeiros deverão ser no sentido de promover hábitos
saudáveis (através da educação para a saúde1) que vão desde a promoção do
aleitamento materno até aos dois anos, e se possível em exclusivo até aos 6 ou 9 meses,
passando pela promoção da redução das horas de visualização de televisão até à
adoção de comportamentos alimentares saudáveis e de atividade física dos pais.
A proximidade à família permite ao enfermeiro compreender mais facilmente os diferentes
comportamentos que surgem nas famílias, tornando possível uma atuação do enfermeiro
nos parâmetros afetados e por si identificados. Para isso o enfermeiro deverá
desenvolver o seu trabalho em conjunto com a família, permitindo desta forma efetuar
uma mais correta avaliação nutricional, identificando os comportamentos de risco no
contexto familiar. Estas características definem o papel do enfermeiro como investigador,
que através das suas atividades, entre elas, visitas domiciliárias e a consulta de
1
1. “(...) processo que compreende a transmissão de conhecimentos relativos à conquista da saúde visando a mudança de comportamento e estilo de vida (...)”(Araújo; Beserra; Chaves, 2006, pág. 454).
2. “(...) um processo de capacitação das pessoas proporcionado por uma abordagem socioeducativa que assegure conhecimento, habilidades e formação da consciência crítica para tomar uma decisão pessoal com responsabilidade social, incluindo políticas públicas e reorganização de serviços” (Barroso; Vieira; Varela, 2003, pág. 18).
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 27
enfermagem, foca a sua atenção no combate ao sedentarismo, nas práticas alimentares
inadequadas, no desmame precoce, na superproteção dos filhos ou nos conflitos
familiares.
A obtenção de dados acerca dos hábitos alimentares da criança e o exame físico
completo através do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) são atividades relevantes
para o diagnóstico e determinação das causas da obesidade infantil. As dificuldades para
se trabalhar em família existem, pelo que o enfermeiro se deve empenhar em conhecer
os aspetos socioeconómicos e culturais, em que a mesma está inserida com a intenção
de superar os limites e obstáculos na concretização das metas. O conhecimento dos
hábitos familiares por parte do enfermeiro é fundamental para que possa conduzir a
família a implementar novos hábitos e atitudes.
Caberá aos enfermeiros intervir junto da família e das crianças no sentido de dar ênfase
aos riscos que a obesidade acarreta, nomeadamente complicações que possam surgir,
como por exemplo diabetes, hipertensão arterial, etc.
O acompanhamento do desenvolvimento da criança, envolvendo os pais /família poderá
ser um fator preponderante para o êxito dos resultados, prevenindo que a criança fique
com esta doença.
Desta forma os pais poderão compreender melhor qual o seu papel na influência da sua
dieta, da atividade física que praticam, dos comportamentos sedentários que têm e em
última análise o seu próprio peso, nos filhos.
Podem também aprender a criar hábitos alimentares saudáveis em casa, promover a
atividade física, desencorajar hábitos sedentários como ver televisão e jogar jogos de
vídeo para os seus filhos, servindo eles próprios de modelo a seguir.
A atividade física nos currículos escolares e extraescolares (autarquias, outras entidades
e coletividades), assim como atividades de lazer que impliquem mobilidade, são fatores a
privilegiar no futuro para a melhoria dos indicadores deste estudo.
Estamos conscientes que é de primordial importância o envolvimento de todos os
profissionais de saúde das unidades funcionais do Centro de Saúde da Lousã, escolas,
autarquia, juntas de freguesia e demais entidades, incluindo as associações de pais e
representantes dos pais/encarregados de educação, com vista à promoção de hábitos e
estilos de vida saudáveis (alimentação equilibrada, prática de exercício físico), para
dessa forma prevenirmos o excesso de peso nas crianças.
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 28
Seria interessante para este estudo estabelecer uma relação com os dados
sociodemográficos dos pais/familiares das crianças, mas os dados estatísticos recolhidos
pela Equipa de Saúde Escolar da UCC Arouce, e entregues à Equipa Coordenadora do
Projeto para tratamento, não foram disponibilizados atempadamente.
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACES PIN 1 – RELATÓRIO DE ATIVIDADES – Prevenção do Excesso de Peso nas
Crianças em Idade Escolar (6 aos 10 anos), Lousã, Abril de 2010.
ALARCÃO, Madalena – (Des)equilíbrios familiares. Coimbra: Quarteto, 2000. ISBN
972-8535-21-X.
ARAÚJO, Márcio F. M.; BESERRA, Eveline P.; CHAVES, Emília S. - O papel da
amamentação ineficaz na gênese da obesidade infantil: um aspeto para a
investigação de enfermagem. Fortaleza: Ata Paulista de Enfermagem; vol.19, n. 4, p.
450-455. 2006.
ARENZ, S. et al. - Breast-feeding and childhood obesity - a systematic review.
Nature Publishing Group, International Journal of Obesity, n.28 p. 1247-1256, 17 August
2004.
Bélgica. Comissão das Comunidades Europeias – Livro Branco sobre Uma estratégia
para a Europa em matéria de problemas de saúde ligados à nutrição, ao excesso de
peso e à obesidade. 2007.
Bélgica. Comissão das Comunidades Europeias – Livro Verde sobre a Promoção de
regimes alimentares saudáveis e da atividade física: uma dimensão europeia para a
prevenção de excesso de peso, da obesidade e das doenças crónicas. 2005.
BENTON, D. – Role of parents in the determination of the food preferences of
children and the development of obesity. International Journal of Obesity, 28, p. 858–
869. 2004.
CAMPOS L., GOMES J., OLIVEIRA J. 2008. – Obesidade infantil, actividade física
e sedentarismo em crianças do 1ºciclo do ensino básico da cidade de Bragança
(6 a 9 anos). Motri 4 (3): 17-24.
CARMO, I. et al. - Overweight and obesity in Portugal: national prevalence in 2003–
2005. Lisboa: Faculdade de Medicina. In: The International Association for the Study of
Obesity. Obesity reviews, n. 9, p. 11–19, 2007.
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 30
CARMO, I., et al. - Prevalence of obesity in Portugal. Lisboa: Faculdade de Medicina.
In: The International Association for the Study of Obesity. Obesity reviews, n. 7, p. 233–
237, 2006.
CAROLI, M., et al. - Role of television in childhood obesity prevention. International
Journal of Obesity, n. 28, p.104–108. 2004.
CARVALHAIS, Maria M. et al. - Overweight and obesity related to activities in
Portuguese children, 7–9 years. Oxford: European Journal of Public Health, Vol. 17, n.
1, p. 42 – 46. 2006.
CARVALHO, Sandrina G. - Obesidade infantil, a epidemia do século XXI – revisão da
literatura sobre estratégias de prevenção. Porto: Universidade do Porto. Instituto de
Ciências Biomédicas Abel Salazar. 2009.
COSTA, Ana; SILVA, Cláudia – Obesidade Infantil – conhecimentos e
comportamentos dos pais de crianças entre os 6-10 anos. Porto: Revista da
Faculdade de Ciências da Saúde. Edições Universidade Fernando pessoa. ISSN 1646-
0480, n.º 6, p. 208-217. 2009.
DENNISON, Barbara A., et al. - Television Viewing and Television in Bedroom
Associated With Overweight Risk Among Low-Income Preschool Children. Elk
Grove Village: Journal of The American Academy of Pediatrics, n.109, p. 1028-1035.
2002.
DROHAN, Samatha H. - Early Childhood Obesity. San Francisco: Pediatric Nurses, vol.
28, n. 6. 2002.
DUARTE, Maria Emília Bengala – Influência dos estilos de vida familiar no
desenvolvimento do excesso de peso e obesidade em crianças em idade pré-
escolar. Lisboa: Universidade de Lisboa ”[s.d.]”.
EuroHealthNet – Focusing on obesity through a health equity lens.
http://www.eurohealthnet.eu/images/publications/ym%20kuipers%20%20focusing%20on
%20obesity%20through%20a%20health%20equity%20lens%20%20edition%202.pdf>,
(06/03/2011).
FAITH, Myles S. et al. - Parent-Child Feeding Strategies and Their Relationships to
Child Eating and Weight Status. Atlanta: Obesity Research, vol. 12, n.º 11, p. 1711-
1722. 2004.
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 31
FERNANDES, Rosângela Alves; VARGAS, Suélem Amorim - O Cuidado de
Enfermagem na Obesidade Infantil. Faculdade do Futuro. In: Revista Meio Ambiente e
Saúde, vol. 2, n.º 1, p. 273-281. 2007
FERREIRA, Raquel - Avaliação Nutricional dos Alunos do 1º Ciclo do Concelho de
Sintra. Lisboa: Universidade de Lisboa. Faculdade de Medicina. Departamento de
Nutrição e Metabolismo, 2006.
GASTALDON, Bianca, et al. – Obesidade Infantil: um problema com olhares para o
futuro – promovendo o ser e a família saudável no quotidiano junto à Enfermagem.
Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina. 2007.
GONÇALVES, F.D. et al. - Health promotion in primary school. Interface –
Comunicação, Saúde, Educação, v.12, n.º 24, p. 181-192, 2008.
HARDER, T. et al. - Duration of Breastfeeding and Risk of Overweight: A Mata-
Analysis. Oxford University Press, America Journal of Epidemiology, Vol. 162, n.5, p.397-
403, September 1, 2005.
HORTA, Bernardo L. et al. - Evidence on the long-term effects of breastfeeding.
Geneva: World Health Organization, 2007. ISBN 978-92-4-159523-0.
JAGO, R. et al. - BMI from 3–6 y of age is predicted by TV viewing and physical
activity, not diet. Houston: International Journal of Obesity, n. 29, p. 557–564, 2005.
GOLAN, M. et al. - Parents as the exclusive agents of change in the treatment of
childhood obesity. The American Journal Of Clinical Nutrition, 67, p. 1130-1135, 1998.
LINDSAY, Ana C., et al. - The Role of Parents in Preventing Childhood Obesity. The
Future of Children, vol. 16, n. 1. p. 169-186. “[s.l.]”. 2006.
LOBO, Almada, et al. – Obesidade. Lisboa: Associação Portuguesa de Médicos de
Clínica Geral – Recomendações de atividades preventivas. “[s.d.]”.
MELLO, Elza D. et al. - Obesidade infantil: como podemos ser eficazes? Rio de
Janeiro: Sociedade Brasileira de Pediatria. Jornal de Pediatria, vol. 80, n.º 3, pag. 173-
182. 2004
OMS, Gabinete Regional da Europa – Carta Europeia de luta contra a Obesidade.
http://www.fipa.pt/userfiles/file/Carta%20Europeia.pdf, (26/03/2011).
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 32
OMS, DEPARTMENT OF NUTRITION FOR HEALTH AND DEVELOPMENT
DEPARTMENT OF CHILD AND ADOLESCENT HEALTH AND DEVELOPMENT.
http://www.who.int/nutrition/publications/optimal_duration_of_exc_bfeeding_report_eng.pd
f, (12-03-2011).
OMS, Gabinete Regional da Europa – The Challenge of Obesity in the WHO European
Region and the Strategies for Response. WHO Library Cataloguing in Publication Data.
ISBN 9789289014090,
http://www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0010/74746/E90711.pdf, (22/3/2011).
PADEZ, C., et al. - Prevalence of Overweight and Obesity in 7–9-Year-Old
Portuguese Children: Trends in Body Mass Index From 1970–2002. American Journal
of Human Biology, n.º 16, p. 670–678. 2004.
Portugal. Ministério da Saúde. Direção Geral de Saúde – Plano Nacional de Combate à
Obesidade. 2005.
Portugal. Ministério da Saúde. Direção Geral de Saúde – Plano Nacional de Saúde
2004-2010. Vol. I & II. 2004.
POWER, Thomas G., et al. - Obesity Prevention in Early Adolescence: Student,
Parent, and Teacher Views. American School Health Association. Journal of School
Health, vol. 80, n. 1, p. 13-19. 2010.
PROCTOR, M., et al. - Television viewing and change in body fat from preschool to
early adolescence: The Framingham Children’s Study. International Journal of
Obesity, n.º 27, p. 827 – 833. 2003.
REGO, Carla et al. – Obesidade pediátrica: a doença que ainda não teve direito a ser
reconhecida. Porto: Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO), 2004, “
[s.l.] ”.
RIBEIRO, Cristina - Família Saúde e Doença. O que diz a investigação. Revista
Portuguesa de Clínica Geral; 23: p. 299-306, 2007.
RITO, A.; BREDA, J. – Um olhar sobre a estratégia de nutrição, atividade física e
obesidade na União Europeia e em Portugal. Lisboa: ISSN 1645-1198, n.º 6, p. 15-19.
2006.
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 33
RITO, A. et al. – Prevalência da Pré-obesidade e Obesidade em Crianças do 1º Ciclo
do Ensino Básico no Município de Oeiras. Lisboa: Ministério da Saúde. Direção Geral
de Saúde. Câmara Municipal de Oeiras. Universidade Atlântica. 2009.
ROBINSON, Thomas, et al. - Reducing Children’s Television Viewing to Prevent
Obesity. Palo Alto: Stanford University School of Medicine. Jama, vol. 282, n. 16, p.
1561-1567. 1999.
RODRIGUES, Rosa M. – Ver, Desejar e Consumir. A relação entre a publicidade e o
consumo de alimentos pelas crianças. Braga: Universidade do Minho. Instituto de
Estudos da Criança. 2009.
ROTENBERG, Sheila; VARGAS, Sonia De – Práticas alimentares e o cuidado da
saúde da alimentação da criança à alimentação da família.
SILVA, Pedro Ribeiro da, et al. – Princípios e uma Alimentação Saudável. Lisboa,
Ministério da Saúde, Direção Geral da Saúde, ISBN: 972-675-141-1, 2005.
SILVA, Yonara M., et al. – Obesidade infantil: uma revisão bibliográfica. Saúde &
Ambiente em Revista, vol. 3, n.º 1, p. 1-15. 2008.
SPADA, P. V. - Obesidade infantil: aspetos emocionais e vínculo mãe/filho. Rio de
Janeiro: Revinter; 2004.
SOUSA, Joana, et al. - A obesidade infantil: um problema emergente. Lisboa: Saúde e
Tecnologia. Artigo de Revisão, n.º 2, p. 5-15. ISSN 1646-9704. 2008.
SOUSA, Joana - Obesidade em crianças e jovens portugueses, preocupante. Lisboa:
Associação Portuguesa de Dietistas
http://www.apdietistas.pt/breves/obesidade_infantil.html, (30/03/2011).
SPRUIJT-METZ, Donna et al. – Relation between mothers’ child-feeding practices
and children’s adiposity. The American Journal of Clinical Nutrition, 75, p. 581-6. 2002.
TOSCHKE, A. M. et al. - Overweight and obesity in 6 - to 14-year-old Czech children
in 1991: Protective effect of breast-feeding. The Journal of Pediatrics, Volume 141,
Number 6, p.764-769, 2002.
VANDERWATER, Elizabeth A. et al - Linking obesity and activity level with children’s
television and video game use. Austin: Department of Human Ecology, University of
Texas at Austin. In: Journal of Adolescence, n.º 27, p. 71 – 85. 2004.
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 34
VENTURA, Luísa C. – Os Enfermeiros e os Hábitos Alimentares das Crianças dos 0-
3 anos. Porto: Instituto de Ciência Biomédicas Abel Salazar. Universidade do Porto.
2009.
VIANA, Victor; SINDE, Susana - O comportamento alimentar em crianças: Estudo de
validação de um questionário numa amostra portuguesa (CEBQ). Porto: Análise
Psicológica, n.º 1, p. 111-120. 2008.
WHITAKER, Robert C. - Predicting Preschooler Obesity at Birth: The Role of
Maternal Obesity in Early Pregnancy. Elk Grove Village: Journal of The American
Academy of Pediatrics, n. 114, p. 29-36. 2004.
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 35
ANEXOS
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 36
ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 37
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO NAS CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR
1° CICLO DO ENSINO BÁSICO
ACES PINHAL INTERIOR NORTE 1
QUESTIONÁRIO SOBRE A ALIMENTAÇÃO E A ACTIVIDADE FÍSICA HABITUAIS
DAS CRIANÇAS ENTRE OS 6 E OS 10 ANOS
Data da realização do questionário: _____ / ___ / ____
1 – DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS
1.1 – Agrupamento de Escola: _____________________________________ Concelho
1.2 – Data de nascimento:
Idade:
1.3 – Género:
Masculino
1.4 – Local de proveniência:
Aldeia
Vila
Residência___________________
Feminino
Cidade
1.5 – Dados familiares:
Parentesco Idade Profissão Escolaridade
Pai
Mãe
Avós
Tios
Outros
2 – AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA
2.1 - Data da Avaliação: ____ 2.2 - Sexo:
2.3 – Valores antropométricos:
2.4 - Classificação do IMC (OMS): ___________________
Idade:
1
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 38
3 – ALIMENTAÇÃO HABITUAL
Assinalar com uma cruz (X) a(s) resposta(s) dadas:
3.1 – Que refeições costumas fazer durante o dia?
Pequeno-almoço
Lanche da manhã
Almoço
Lanche da tarde
Jantar
Ceia
Outra
3.2 – Em que local costumas fazer as refeições que referiste?
Refeições Casa Escola Snack-Bar/Restaurante
Pequeno-almoço
Almoço
Lanche
Jantar
3.3 – Que alimentos costumas comer ao pequeno almoço?
Leite / Iogurtes
Sumos de garrafa/pacote
Pão
Cereais com chocolate/mel
Bolos
Papas
Cereais sem açúcar
Fruta
3.4 – O que trazes habitualmente como merenda para o intervalo da manhã na escola?
Leite / Iogurte Fruta/Sumos naturais
Sumos / Refrigerantes Batatas fritas / Salgados
Sandes Água
Bolos / Bolachas Não costumo trazer nada
3.5 – Ao almoço e ao jantar comes sopa de legumes?
Sim Não Só numa refeição
3.6 – No prato do almoço e do jantar, comes sempre saladas ou verduras cozidas?
Sim Não Só numa refeição
3.7 – Ao almoço e ao jantar terminas a refeição com:
3.8 – Costumas acompanhar as refeições (almoço/jantar) com pão ou broa?
Sim Não
Fruta
Não comes nada
Sobremesa doce
Iogurte
2
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 39
3.9 — Que bebidas bebes habitualmente ao almoço e ao jantar?
Água
Sumos pacote/garrafa
Bebidas alcoólicas
3.10 — Costumas beber água quando?
Ao longo do dia
Refrigerantes
Sumos naturais
Só quando sentes sede
Leite
Não bebes nada
3.11 — Costumas comer hamburgers, pizzas, cachorros, baguetes de pasta de atum e outros:
Todos os dias
2 a 3 vezes por semana
1 vez por semana
Raramente
Nunca
3.12 — Quando é que comes gomas, rebuçados, chupa-chupas, chocolates, gelados, batatas fritas de pacote, salgadinhos,
Todos os dias
2 a 3 vezes por semana
1 vez por semana
Raramente
Nunca
3.13 — Diz com que frequência comes os seguintes alimentos:
Alimentos Todos os dias 2 a 3 vezes por
semana
1 vez por semana Raramente Nunca
Leite
Iogurtes
Carne
Peixe
Verduras/Legumes
Frutas
4 — ACTIVIDADE FÍSICA HABITUAL / LAZER
4.1 — Na tua escola existe a disciplina de Educação Física?
Sim Não
4.2 — Estás inscrito nessa disciplina?
Sim Não
4.3 — Se respondeste que sim, quantas aulas tens por semana?
N° de aulas por semana:
4.4 — Gostas de praticar desporto?
Sim Não
4.5 — Fora da escola, praticas algum desporto?
Sim Não
3
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 40
4.6 — Se respondeste que sim, quantas vezes por semana praticas esse desporto?
N° de vezes por semana: _________
4.7 — Das actividades seguintes, quais costumas praticar e com que frequência a praticas?
Todos
os dias
1 vez por
semana
2 a 3 vezes por
semana
Aos
fins-de-semana
Nunca
Andar de bicicleta
Saltar à corda
Jogar à bola
Correr
Andar a pé
Dançar
4.8 — O que mais costumas fazer nos teus tempos livres e com que frequência o fazes?
Todos
os dias
1 vez por
semana
2 a 3 vezes por
semana
Aos
fins-de-semana
Nunca
Jogar videojogos
Estar no computador
Ler, desenhar, pintar
Ver televisão
5 — CONHECIMENTOS ALIMENTARES
5.1 — Quais os alimentos que consideras mais adequados para o pequeno-almoço?
Leite / Iogurtes
Sumos de garrafa/pacote
Pão
Cereais com chocolate/mel
Bolos
Papas
Cereais sem açúcar
Fruta
5.2 — Se tiveres que levar uma merenda para a escola, o que pensas que seria mais saudável?
Leite / Iogurte Fruta
Sumos / Refrigerantes Batatas fritas / Salgados
Sandes Água
Bolos / Bolachas
5.3 — Ao almoço e ao jantar achas que se deve comer sopa de legumes?
Sim Não Só numa refeição
5.4 — No prato do almoço e do jantar, pensas que é importante haver sempre saladas ou legumes cozidos?
Sim Não Só numa refeição
4
PREVENÇÃO DO EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NAS CRIANÇAS COM 6-10 ANOS DO CONCELHO DA LOUSÃ Relatório do Programa
UCC Arouce
Unidade de Cuidados na Comunidade Arouce – Lousã, Maio de 2011 41
5.5. – Ao almoço e ao jantar como é que se deve terminar a refeição?
Fruta Iogurte
Sobremesa doce Não é preciso comer nada
5.6. – Que bebidas consideras mais saudáveis para beber ao almoço e ao jantar?
Água Leite
Sumos pacote/garrafa Refrigerantes
Sumos naturais Bebidas alcoólicas
5.7 – Na tua opinião, quando é que as crianças podem comer gomas, rebuçados, chupa-chupas, chocolates, gelados,
batatas fritas de pacote, salgadinhos, ...:
Todos os dias
2 a 3 vezes por semana
1 vez por semana
Raramente
Nunca
5.8 – Diz quando é que as crianças devem comer os seguintes alimentos:
Alimentos Todos os dias 2 a 3 vezes por
semana
Aos fins-de-
semana
Raramente Nunca
Leite
Iogurtes
Carne
Peixe
Verduras/Leaumes
Frutas
Obrigada! A tua colaboração foi muito útil.
5