primavera dos povos

Primavera dos Povos

Primavera dos Povos

Com o Congresso de Viena tentando reestabelecer o Absolutismo, diversas revoltas comeam a emergir por toda a Europa (1820,1830,1848), devido crise econmica, a intensificao das desigualdades sociais e a oposio do povo ao Absolutismo. Esses movimentos eram apoiados principalmente em ideais liberais e nacionalistas.

Primavera dos Povos

Uma srie de revoltas que ocorreram na Europa no sculo XIX em funo da disseminao das ideias liberais.

Em 1848, comeando na Frana, diversas dessas revoltas eclodiram em outros pases, como a ustria, a Prssia (atual Alemanha), Itlia e Hungria.

Esse conjunto de revoltas recebe esse nome devido impresso de que o povo europeu desabrochou para uma primavera de ideias liberais quase simultaneamente.

Esses movimentos resultaram na consolidao do poder poltico da burguesia.

Primavera dos Povos: Frana


Pas pioneiro da Primavera dos Povos.

reinstaurada a monarquia na Frana.

Carlos X assume o trono e instaura o Terror Branco (atos de violncia contra opositores, socialistas e comunistas), mantm, por certo tempo, a Cmara dos Deputados, Pares e eleies.

Crise econmica e oposio crescente.

O rei perde espao na Cmara dos Deputados e por conta disso a fecha, o que fomenta mais ainda a oposio.

Como resultado ocorre o exilamento de Carlos X.


Monarquia de Julho foi o reinado de Lus Felipe de Orleans (O Rei Burgus) que concorda com um governo liberal e um monarquia parlamentar. Ocorre entre Julho de 1830 e 1848.

Lus Felipe governa para a alta burguesia, desagradando os demais setores da sociedade. Entre suas medidas esto: voto censitrio, fim da censura e fim do catolicismo oficial.


A oposio cria a Poltica dos Banquetes, onde refeies eram oferecidas populao com o intuito de disseminar suas ideias polticas.

Quando esse tipo de evento tenta chegar Paris e proibido, causa revolta popular. So armadas barricadas contra o governo e a Guarda Nacional adere revolta.

Para diminuir a indignao popular os autores do veto so demitidos, mas nada se resolve.


O rei, amedrontado, foge. Com a unio de camponeses, operrios e burguesia, instaurada a 2 Repblica Francesa.

Comeam a ocorrer divergncias entre burguesia e proletariado. Nas eleies, a burguesia ganha, e para manter sua autoridade, elimina o grupo socialista do poder.

Lus Bonaparte, sobrinho de Napoleo, eleito presidente.

Em 1851, d um golpe, fecha o Parlamento e assume poderes ditatoriais. Em 1852, se torna Imperador pelo plebiscito com votos da burguesia e camponeses, se nomeando Napoleo III.

Primavera dos Povos: ustria


Monarquia enfraquecida por conta das ideias liberais disseminadas entre a burguesia e por reivindicaes de reconhecimento de poloneses, tchecos, romenos, croatas, hngaros e italianos do norte.

As manifestaes revolucionrias austracas ocorreram principalmente em Viena com protestos de rua e barricadas. Em 13 de Maro de 1848, a Assemblia da Baixa ustria marcha para o Palcio de Hofburg e obriga o Chanceler (Metternich) a fugir.


formado um governo liberal com uma assemblia constituinte.

Abolio dos direitos feudais.

Fim da censura imprensa.

Criao de uma Guarda Nacional para defender reivindicaes liberais.

O Imperador mantido, porm com uma Constituio e um Parlamento, que por sua vez passou a ser eleito por sufrgio universal.


A Revoluo no conservada. O Prncipe de Schwartzenberg o novo Chanceler e lidera a aristocracia na sua retomada do poder.

O Imperador Fernando I obrigado a passar o trono para seu filho Francisco Jos I.

O Parlamento dissolvido, os liberais perseguidos, as reformas abolidas e o absolutismo recomposto.

Primavera dos Povos: Prssia


Aps as guerras napolenicas, a Prssia se torna uma das cinco potncias europias e cria uma Unio Aduaneira entre os estados que compunham o territrio atualmente conhecido como Alemanha.

A economia prussiana se desenvolvia rapidamente, mas a poltica no seguia o mesmo ritmo, sendo ainda um regime sem Constituio.

O rei Frederico Guilherme IV continua governando sem uma Constituio, mas comea a ter problemas de administrao financeira.


Em 1848, as safras foram ruins e os preos dos alimentos aumentaram, causando desconforto entre trabalhadores urbanos.

Em 3 de Maro, operrios unidos a intelectuais fizeram manifestaes nas ruas de Colnia.

Em 18 de Maro, foi exigido que Frederico Guilherme IV apoiasse os ideais liberais e fizesse uma Assemblia Nacional que fosse eleita por sufrgio universal.


Na mesma semana, manifestaes e protestos foram dirios reivindicando uma Constituio. Houveram conflitos entre soldados e manifestantes, e logo barricadas foram erguidas em uma luta de tropas reais contra burgueses e operrios.

As revoltas foram exterminadas pelas tropas reais e o rei procurou fugir das responsabilidades pelos massacres. As tropas foram retiradas das cidades e o povo passou a ser controlado por uma milcia civil.

O rei reconheceu publicamente a causa e em 1849 foi redigida uma Constituio.


A burguesia tentou tomar controle da Revoluo e unificar o estados alemes, o movimento expandiu-se por quase todos o territrio.

Enquanto o Parlamento debatia em cima da nova Constituio, latifundirios e prncipes articulavam a contrarrevoluo.

Em 18 de Maio, um Parlamento foi reunido em Frankfurt, que teve como resultado a extino dos direitos feudais e o aumento das liberdades polticas.


Tambm houveram propostas defendendo a Repblica ou a Monarquia (tendo defensores da participao da ustria e aqueles que defendiam a excluso da ustria).

O acordo final foi a instituio de uma Monarquia federal.

Comea uma contra Revoluo nobre que acaba vitoriosa. Os junkers (nobres conservadores latifundirios) voltam a ter o controle. Ainda houveram lutas pela obteo de justia social, mas foram exterminadas pelo exrcito prussiano.

Primavera dos Povos: Itlia


Nos estados italianos, a Revoluo de 1848 teve um aspecto altamente nacionalista, e contou com trs objetivos: unificao, independncia e liberdade.

Haviam trs tendncias unificadoras: neoguelfistas, que visavam confederao de estados, sendo Papa o lder; os monarquistas constitucionais, que defendiam um estado governado pela Casa de Saboia; e por fim, os republicanos, que acreditavam em uma Repblica democrtica.

Alguns lderes como Papa Pio IX e o Rei Piemonte-Sardenha, incentivaram reformas liberais em seus estados desde 1846, inclusive a liberdade de imprensa.


A Revoluo surgiu nos estados conservadores. Em 1848 houveram revoltas provocadas pelos Sicilianos contra o poder exercido pelos Bourbon, e foi adotada a Constituio espanhola de 1812. Reivindicaes semelhantes ocorreram no Reino de Npoles.

Em 12 de Janeiro, foi institudo um governo temporrio com Constituio que passou a ser seguida em toda a Itlia, j que o Papa Pio IX opusera-se interveno de tropas austracas que tinham objetivo de reprimir os nacionalistas.


No Reino Lombardo-Vneto, a revolta ocorreu entre 18 e 23 de Maro, que teve como desfecho a expulso do governador militar austraco, General Josef Radetzky. Ao mesmo tempo, em Veneza combatia-se a dominao austraca, e em Milo era proclamada a Repblica.

Nas cidades de Florena, Roma e Turim, os governantes evitaram revolues anunciando Constituies.

Em Mazzini, foi proclamada a Repblica toscana, e em 1849 terras pertencentes Igreja foram inclusas, tornando-se a Repblica romana em 22 de Fevereiro. Mas a interveno permitiu a volta do Papa ao poder.


Mesmo com todas essas vitrias, as divises entre revolucionrios e intervenes estrangeiras instituram o sistema anterior. Revolucionrios foram derrotados por foras da Frana e ustria. O nico reino que manteve uma Constituio liberal foi o Piemonte-Sardenha.

Depois de estabilizar polticas liberais em seu reino, Carlos Alberto (rei do Piemonte-Sardenha) se deixou envolver na guerra contra a ustria sem apoio estrangeiro em Maro de 1849, tentando expulsar os austracos do reino Lombardo-Vneto. Foi derrotado e forado a passar seu trono para seu filho Vtor Emanuel II.


As Revolues liberais italianas no obtiveram sucesso por conta das reaes estrangeiras absolutistas (principalmente austracas) e pelo avano do radicalismo social de Mazzini.

Mesmo com o fracasso, todos esses movimentos liberais italianos possibilitaram, mais tarde, a unificao de seus estados.

Primavera dos Povos: Hungria


Tambm em 1848, as notcias dos movimentos liberais em Paris e Viena inspiraram os liberais hngaros a fazerem movimentos de independncia.

Um desses movimentos pela independncia, liderado por Lajos Kossuth conseguiu xito em todos os territrios hngaros, alm de 1849, instalar um governo republicano separatista com sede em Budapeste.


O forte nacionalismo e a rejeio dos hngaros em considerar a independncia de suas prprias minorias causou o levantamento de foras da Crocia, Srvia e Transilvnia.

Foras austracas, que j haviam conseguido o fracasso das rebelies na Itlia, invadiram a Hungria e a Revoluo foi sufocada em 1849. Posteriormente, os hngaros retomaram sua capital, mas houveram intervenes russas e favor da ustria que derrotaram novamente os rebeldes.

Consequncias

Em 1849, a Monarquia Absolutista e os privilgios feudais haviam sido abandonados, apesar das foras contrarrevolucionrias terem conseguido reinstaurar a ordem em boa parte dos movimentos.

Com o entendimento dos riscos revolucionrios, a burguesia percebeu que poderia obter seus desejos polticos atravs do sufrgio universal, evitando conflitos e sublevaes. Assim, a Primavera dos Povos marcou definitivamente o posicionamento de burguesia e proletariado em extremos opostos, o que mudaria totalmente a sociedade.

Mesmo falhos, os movimentos que aconteceram na Itlia e Alemanha em 1848 abriram caminho para suas unificaes. E mesmo com o resultado indesejado por liberais das revolues hngaras, a ustria reconheceu desde 1867 a soberania da Hungria.

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