primeira fábrica de reciclagem de óleo abre em benguela · 2016-09-23 · e depois conseguimos...
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Primeira fábricade reciclagem de óleoabre em Benguela
Revista da Indústria 25
poluição e aumento da capacidade. “Com a má-quina que esperamos receber brevemente tere-mos capacidade para fazer todo o tipo de óleo usado em motores e máquinas como o 15W40, 20W40, óleo de valvulina, óleo de travões e ou-tros”, justificou.
Outros projectosA Lobia-aço mantém activas outras duas fábri-cas no Pólo de Desenvolvimento Industrial da Catumbela. No princípio do corrente ano foi inaugurada a fábrica de oxigénio. “embora já ha-ja fábrica de oxigénio aqui no Lobito, achamos que há espaço no mercado e a concorrência é bem-vinda”, explicou o Administrador, dando conta depois que a fábrica tem capacidade pa-ra produzir 200 garrafas por hora.
O oxigénio é destinado aos hospitais, às em-presas de construção civil e oficinas. “Os nossos maiores consumidores são mesmo os da cons-trução e oficinas mecânicas. Há pouca procura por parte dos hospitais. As oficinas pequenas que fazem trabalhos de bate-chapa são nossos clientes”, observou o nosso interlocutor.
A segunda fábrica detida pela empresa está vocacionada para a produção de cartão. A uni-dade industrial produz caixas de cartão canela-do, entre 10 e 20 mil por dia. A fábrica de caixas é a segunda a nível de Benguela e fornece as cai-xas para as empresas de processamento de pes-cado da Baía Farta. A matéria-prima provém dos estados Unidos da América.
em Benguela há ainda pouco mercado para este tipo de produto, conforme relatou o nos-so entrevistado. “As poucas indústrias que exis-tem ainda preferem importar as caixas de Por-tugal”, lamentou. “Mas nós garantimos a melhor qualidade. embora tenhamos esse constrangi-mento, temos contacto com algumas empresas de Luanda, nomeadamente uma fábrica de sa-
“No próximo ano pretendemos aumentar a capacidade instalada da fábrica de papelão com a instalação de uma nova linha de produção”
bonete que já está a comprar as nossas caixas”, acrescentou.
Apesar da pouca procura, o mercado de cai-xas de cartão canelado apresenta-se promis-sor e por isso mesmo Tanvir Tharadara e a sua equipa preparam-se para o futuro. “No próxi-mo ano pretendemos aumentar a capacidade instalada da fábrica de papelão com a instala-ção de uma nova linha de produção. O pólo es-tá a ganhar novas fábricas, como as de bebi-das, cosméticos e detergentes e estes são po-tenciais clientes. estamo-nos a posicionar nes-se sentido”, concluiu.
O rerrefino
O rerrefino de óleo lubrificante usado ou contaminado (oluc) é um processo industrial que transforma o óleo usado em óleo básico novamente, e evita que este resíduo perigoso seja descartado no meio ambiente. Dessa forma, o óleo rerrefinado segue o caminho da sustentabilidade, fechando o ciclo de vida do produto, que retorna ao mercado por meio de formuladoras de óleo lubrificante.
Com o rerrefino, o país economiza divisas garantindo a reposição do produto no mercado, poupando os recursos naturais e preservando o meio ambiente. O rerrefino é importante para o desenvolvimento sustentável do país, pois devolve nobreza ao óleo mineral, que pode ser reutilizado infinitas vezes.
Se descartado incorrectamente, o óleo lubrificante usado torna-se um grande poluidor ambiental:
águA: apenas um litro de óleo lubrificante usado pode contaminar mais de um milhão de litros de água, quantia que uma pessoa leva 14 anos para consumir.
SOLO: o óleo lubrificante usado descartado no solo pode contaminar os mananciais de água, recurso natural tão importante à sobrevivência humana.
AR: a queima indiscriminada do óleo lubrificante usado gera gases tóxicos e pode provocar doenças graves e agravar o efeito estufa.
Fonte: http://www.lwart.com.br/
gRANDE ENTREVISTA
26 Revista da Indústria
Fala-se muito da AIA, mas, na
realidade, as pessoas sabem pouco
sobre ela. conhecida como uma das
associações mais influente do País,
há essa curiosidade em saber mais
sobre a sua história?
A AIA foi fundada em 1930, e ao
contrário de muitas pessoas que têm
a percepção de que o passado deve
ser passado, por algumas coisas,
nós entendemos que não. Porque
conhecíamos o espírito dos líderes
da então Associação Industrial. Era
um espírito independentista em
conflito com o poder colonial e daí
ter havido, sobretudo a partir dos
anos 70, o crescimento de dois dígitos
na nossa economia. Claro que não
foi só no sector industrial, mas o da
agricultura e das pescas também
contribuíram para isso. Portanto,
independentemente de estar sobre o
regime colonial e alguns problemas de
gestão de recursos humanos, foi um
período de crescimento acelerado, de
1962 a 1974.
A sede era aqui em Luanda?
Sim. Essa memória não deve
ser apagada, tanto é que muito
recentemente o próprio Presidente
da República, Chefe do Executivo,
José Eduardo dos Santos, veio dizer
no Kwanza Norte, que nós temos que
atingir, pelo menos, os níveis de 1974.
Portanto, não devemos ter complexo.
Revista da Indústria 27
José Severino
“Neste momento é bem possível acelerar o crescimento industrial
em dois dígitos”
LídEr dA ASSOcIAçãO
INduStrIAL dE ANGOLA,
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AutOrIzAdA quANdO SE FALA
dE INdúStrIA NO NOSSO PAíS.
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ANGOLA, quE dIz dEFENdEr
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tErrAS ALtAS dO HuAmBO,
cOmENtA várIOS ASPEctOS dO
SEctOr INduStrIAL, APONtA
cONStrANGImENtOS E SuGErE
SOLuçõES.
Por: Celso Malavoloneke
e Adriano de Sousa
Devemos ter em atenção os factores
de correcção que, com certeza, foram
sendo introduzidos com a nossa
independência. A AIA sofreu uma
intervenção que levou à suspensão das
suas actividades. Não houve confisco,
até porque as associações não são
confiscadas, nem sequer foi confiscada
a Filda. Apenas uma intervenção.
Em 1992, com a abertura do País à
democracia, a classe empresarial,
sobretudo a do ramo industrial,
entendeu que se devia profissionalizar
o sector e com o beneplácito do
Executivo, principalmente na pessoa
do então primeiro-ministro França
Van-Dúnem, a AIA foi reconstruída.
Isso em 1992.
Assumimos a liderança com toda a
dinâmica para relançar a AIA a nível
nacional e tivemos, digamos, uma
nova percepção de que o País, cada vez
mais, precisava das associações, fosse
a AIA, fossem as outras. Ajudámos até
a estimular a criação de associações
provinciais no sentido de serem os
interlocutores entre o poder local e
a AIA. Por fim, estar mais ligada ao
poder central. E depois conseguimos
que se criasse esse instrumento
importante que é o Conselho Nacional
de Concertação Social, uma proposta
nossa.
Não por ser da AIA, mas por outras
razões, provavelmente por estar na
defesa do solo pátrio, por ter estado
em negociações em Moscovo para
desobstaculizar a compra de materiais
do nosso lado – uma vez que a UNITA
tinha os seus circuitos –, fui convidado
pelo Presidente da República para ser
membro do Conselho da República.
Talvez hoje seja o mais velho. Sua
Excelência dá-me essa honra e essa
oportunidade de, a esse nível, poder
contribuir, o que facilita de certa
maneira e dá uma certa agilidade ao
papel da AIA, embora no Conselho da
República esteja em nome individual.
Portanto, lançámo-nos ao trabalho,
fizemos o melhor possível, criando e
discutindo propostas. Foi uma dinâmica
da dialéctica, mas tentando ser sempre
didáctico e construtivo, exercitando
uma política de não fechar portas.
Senhor presidente, ainda na fase
das memórias. como foi a transição
do sector industrial da economia
planificada (1975- 1989) para a
abertura? como se processou isso
uma vez que foi alguém que esteve
muito envolvido?
Na minha educação política, apesar
de todo o apoio dado ao partido num
período de guerra e sempre solidário
com aquilo que eram as ideias
nacionalistas de desenvolvimento do
País, sempre fui dizendo que o modelo
socialista não era o melhor para
Angola, sempre com o devido respeito
que o Presidente Agostinho Neto, o
Presidente José Eduardo dos Santos e
outros órgãos e estruturas mereciam.
Dei também a minha colaboração
no SEF (Saneamento Económico e
Financeiro). Curiosamente até era o
único indivíduo que não era militante
do partido.
como é que o sector da indústria
migrou?
Aqui conta um pouco a minha
experiência pessoal, a minha
vocação. Reconhecendo que o modelo
socialista não era o melhor para o
desenvolvimento económico-social, fui
pondo em prática o meu pensamento
na própria Panga-Panga, começando
por ser a primeira empresa que
fez privatização de gestão. Nunca
alienámos propriedade, fizemos sim a
privatização de gestão. Porquê? Porque
tínhamos atingido um conglomerado
tão grande que, na verdade, a direcção
unipessoal (que era a minha) deixou
de ser eficiente e começamos a
descentralizar. Descentralizámos em
Cabinda com uma Direcção Geral local,
fizemos contratos de gestão a nível
das florestas, a nível dos transportes
florestais e depois naquilo que era
um processo difícil que vinha de uma
falência não só técnica como financeira
e comercial, que foi a descentralização
dos contratos de gestão nas 17 unidades
da Empromóvel. É evidente que não
foi fácil na altura implementar esses
conceitos, mas sempre os prossegui.
E mostrando a eficiência desta
descentralização de gestão foram
aparecendo outros contratos de gestão
no País. Mas, não foi fácil, nem política
nem ideologicamente.
Então numa primeira fase o sector
industrial prosseguiu um modelo.
A privatização da gestão só vem
depois?
Depois houve alienação com a qual
eu não concordei porque não havia
condições objectivas para esse
processo.
Estava-se a passar de oito para
oitenta
Sim, estávamos a passar de oito a
oitenta. Houve colapso em Cabinda
porque se alienou a Panga-Panga,
que era a “umbrella” que fazia a
assistência técnica e a administração.
Tirou-se esse guarda-chuva da Panga
Panga de Cabinda. Não concordei
com a alienação da propriedade sem
que estivessem criadas as condições
objectivas, porque quem ia ficar
com as unidades não tinha recursos
financeiros, tinha muitas insuficiências
de gestão e o ambiente económico não
era favorável. Nós estávamos numa
economia altamente inflacional, não
havia recursos petrolíferos, o barril de
petróleo na altura estava a sete dólares.
O problema cambial, o acesso às divisas
era crítico. Portanto, havia uma série
de constrangimentos que logo faziam
antever o colapso desta privatização.
Será isso que terá levado a que a
indústria, até a poucos anos (2002-
2005), se tornasse numa sombra
daquilo que foi o boom da década de
60 e um pouco da década de 70?
Para além dos constrangimentos,
guerra e outros factores. Quanto a nós,
ainda houve muita pressão ideológica
sobre a gestão. A questão dos quadros,
as pressões partidárias na gestão das
empresas não permitiram, mesmo com
a competência de alguns gestores, que
as coisas andassem no processo de
transição.
doze anos depois da paz como é que
caracteriza o sector industrial? quais
os pontos fortes e os pontos fracos?
Um dos pontos estruturantes do
relançamento da indústria foi ter a
agricultura como base, logo condenamos
uma propensão muito actuante no
País que era a “petro-dolarmania”. Na
nossa perspectiva, sempre defendemos
a produção nacional porque era a
única forma de dar sustentabilidade
ao País, criar emprego, valorizar as
nossas matérias-primas, substituir
importações. Este é um dos princípios
que a AIA nunca abdicou, até com
gRANDE ENTREVISTA
28 Revista da Indústria
«Em 1992, com a abertura do País à democracia, a classe empresarial, sobretudo a do ramo industrial, entendeu que se devia profissionalizar o sector»
uma certa contundência, se é que isso
se pode dizer. Com o advento da paz,
e havendo capacidades, agarramos
nesse desiderato para pô-lo a funcionar
moldando as políticas; tivemos
discussões até difíceis em termos de
pauta aduaneira. Eu recordo que na
primeira reunião, a mais difícil, houve
uma cisão entre os dirigentes das
finanças e da AIA.
Porquê?
Porque havia conceitos absolutamente
antagónicos, com o devido respeito pelo
senhor Ministro, mas pedimos para
interromper a reunião. E essa pauta,
digamos, foi um factor de desgraça e de
continuação da deterioração do sector
industrial, porque fomos tidos como
fundamentalistas e os nossos princípios
não aceites.
quais eram os princípios que vocês
defendiam?
Foram os princípios que depois vieram
aplicados na pauta de 1997, com o
Ministro José Pedro de Morais, que era
homem da indústria.
Esses princípios eram?
Penalizar as importações onde
houvesse alguma oferta e potencial
de aceleração da produção nacional.
Foi essa pauta que, afinal, relançou
o sector das bebidas, por exemplo,
e também alguns segmentos de
materiais de construção. Agora, nesta
pauta que entrou em vigor em 2013,
enfim, foi possível dar mais vento às
nossas velas. Portanto, foi com José
Pedro de Morais, em 2002, que esta
mudança começou.
Isto teve algum impacto na estrutura
societária da AIA?
Teve porque galvanizou. Nós saímos
de um agregado de 600/700 sócios para
cerca de cinco mil.
Número que se mantém até agora?
Sim, mas temos aderentes que são
aqueles que – não digo que hesitem
– mas ainda não têm as condições
materiais ou estatutárias para se
filiarem. São sete mil. Ao todo somos
um conglomerado de 12 mil.
Mas isso resultou muito da expansão
dos nossos delegados provinciais.
Nós sempre tivemos a percepção que
a concertação social tinha de chegar
às províncias. Defendemos isso
de tal forma que hoje esse nosso
ponto de vista está em discussão
na pessoa do titular do Ministério
da Administração do Território.
Então, temos delegados em todas
as províncias e delegados
municipais em 111 municípios.
mas já há industriais a esta escala?
Ou empresários que aspiram a esse
estatuto?
A AIA é transversal.
qual é, então, o escopro da AIA?
É que todas as empresas, no conceito
moderno de indústria, devem
pertencer a AIA.
Revista da Indústria 29
Incluindo as empresas agrícolas?
Desde que estejam com vocação
industrial, agro-indústria. Temos
empresas, mesmo agrícolas, porque
agricultura moderna empresarial é
uma indústria. Nós somos transversais
com cerca de 40 segmentos: as novas
tecnologias, as pescas, a manutenção,
mas continuamos a dizer sempre
que o industrial pode pertencer à
AIA. Podem pertencer a associações
sectoriais, não há nenhuma
conflitualidade porque o direito
associativo é livre; pode pertencer
a uma associação provincial mas se
entender útil para a nossa perspectiva,
para o papel que a gente desempenha,
sobretudo na macroeconomia, também
são bem-vindos a sócios da AIA.
Temos ainda os aderentes, aqueles
que, tendo o espirito empresarial, não
podem ser marginalizados, porque
temos que trocar sinergias através
da nossa base, que é a rede AIA NET.
Aqueles que estão organizados, todos
os 14 mil, recebem todas as nossas
comunicações na rede AIA NET,
recebem o Vector, nosso programa
radiofónico. Enfim, recebem o nosso
anuário e o nosso marketing.
Se nós lhe pedíssemos para eleger
os três maiores subsectores da
Indústria quais elegeria?
Estamos a falar em termos de
contribuição para o PIB? Estamos a
falar de que dimensão?
Estamos a falar em termos de
capacidade de empregabilidade,
viabilidade, mobilidade de recursos.
O sector de bebidas é o timoneiro,
porque depois da pauta anterior
ser lançada nós conseguimos, de
três fábricas de cerveja, passar a
ter oito fábricas. Nos refrigerantes,
temos como referencial a Coca-
Cola e a Refriango. Não são só estas
duas, existem também fábricas de
sumos. Temos a parte da água com 45
unidades. O sector de bebidas lidera.
qual é o sector que se segue?
O de materiais de construção, com
grandes input’s neste momento. Com o
aparecimento das cimenteiras, temos
a fileira de cimento, mas também,
digamos, as fileiras do metal, como
é o caso da siderurgia, os laminados
de ferro, tubos e chapas, enfim. Já o
terceiro é a agro-indústria, que está a
despontar.
O fornecimento de matéria-
prima é fundamental para o
desenvolvimento óptimo da
indústria. como é que está Angola
nesse capítulo?
Há uma dependência grave em
relação às matérias-primas nacionais.
Nós estamos a alertar os nossos
associados de que na próxima pauta,
provavelmente, algumas matérias-
primas deixarão de ter benefícios
fiscais. Estamos a encorajar o “Angola
Investe”, que é um bom instrumento
de promoção do desenvolvimento, a
dar muitos mais benefícios, incluindo
a lei do investimento privado, a quem
vai ao interior do País porque é lá
onde estão os recursos.
Temos a terceira maior reserva de
terras aráveis de África, a terceira
maior reserva de água de África, as
terceiras reservas hidroeléctricas
de África, um clima equatorial
mediterrâneo e recursos minerais.
Portanto, para sermos uma indústria
competitiva, em definitivo, com a
excepção de subsidiária no ramo
químico, temos que, tanto quanto
possível, utilizar as matérias-primas
nacionais.
Sucatas é que não faltam neste
país, com tanto material metálico
espalhado por causa da guerra. Até
onde chega o seu conhecimento,
tem havido algum aproveitamento
disso?
Tem e qualquer observador atento
aos problemas de saneamento vai
verificar que na cidade não há sucatas
por causa das siderurgias que foram
montadas, as duas com capitais de
indianos e angolanos. Estamos a
recolher sucatas.
Temos também a função das senhoras
que recolhem e fazem a reciclagem
do vidro e levam às nossas unidades
de bebidas espirituosas. Por isso é que
não há garrafas na rua. Se você viajar
pelo País vai encontrar muitos sacos
empilhados. Não é carvão, são sacos de
garrafas. Também já há recolha do papel.
Outro pressuposto fundamental
para a indústria é o fornecimento de
energia e água. como é que estamos
nesta área?
A energia ainda é um
constrangimento. O facto de o
Executivo estar a investir, em base
orçamental, 100 mil barris de petróleo
por dia no sector é um bom sinal.
Recentemente o Chefe de Estado esteve
gRANDE ENTREVISTA
30 Revista da Indústria
«Não podemos continuar a fazer desenvolvimento industrial nas urbes nem em zonas económicas especiais periurbanas».
«O País está a mexer-se mas é preciso que os sectores que podem exponenciar esse crescimento actuem com sentido patriota»
a lançar a barragem do Laúca para
dois mil megawatts.
São 100 mil barris de petróleo por
dia que o Executivo destina ao
sector industrial, ou também para
energia e águas?
Para a energia e águas. No sector da
água temos o projecto da “Água para
Todos”, dirigido ao consumo, que é
muito importante. Mas o problema
fundamental é o da energia. Nós
observamos o investimento que o
Estado está a fazer e vê-se as novas
subestações que estão a ser feitas em
Angola, vê-se a ampliação da Barragem
de Cambambe, a reabilitação da Matala,
Maú, Luachimo. Há investimentos no
sector. Agora, não podemos é continuar
a fazer desenvolvimento industrial
nas urbes nem em zonas económicas
especiais periurbanas.
A nossa zona económica especial, que
é um investimento estrutural muito
grande, de alta qualidade, já não
deveria ter sido feita aqui. Devíamos
É uma questão de soberania. Não
é uma mera questão de querermos
que seja assim, é uma questão de
segurança alimentar, de racionalização
e incorporação dos nossos recursos
naturais. É uma questão de criação de
emprego, melhoria da nossa qualidade
de vida e de ocupação do território,
porque em geopolítica não há territórios
vazios. Repara que a Califórnia, nos EUA,
é ocupada pelos mexicanos passando
barreiras.
Nós só somos 19 habitantes por
quilómetro quadrado...
E somos 24 milhões de habitantes
contra os 100 milhões de vizinhos, mas
de boa vizinhança (risos). Que, entanto,
têm a apetência de se apossarem dos
nossos recursos naturais. Temos que
ocupar o território e isso faz-se com
o crescimento da classe empresarial.
Sempre dissemos que para combater
a pilhagem do diamante é preciso
que os angolanos sejam detentores
dessa exploração e não só os grandes
Revista da Indústria 31
ter seguido o exemplo do colono, que
elegeu o Kwanza-Norte, Dondo. É ali,
na verdade, onde deveria estar, pois
lá encontram-se a energia, a água e as
matérias-primas. Portanto, julgamos
que neste momento é bem possível
acelerar o crescimento industrial em
dois dígitos.
Num horizonte de quanto tempo?
Até, pelo menos, 2025. A economia
colonial cresceu dois dígitos de
1972 a 1974, não havia petróleo,
novas tecnologias, nem cooperação
internacional, nem havia essa nossa
vontade política indomável de fazer
crescer o País como agora existe.
Poderá haver contradições mas essa
vontade está espraiada em todos nós.
Podemos dizer que o senhor
presidente está optimista quanto
ao futuro da indústria? Ela poderá
retomar o seu papel, constituindo
um contrapeso face à dependência
em relação ao petróleo?
concessionários multinacionais,
porque eu defenderei o meu chão
diamantífero a todo preço. Acredito
que as pessoas que estão mobilizadas
nas nossas orgulhosas Forças Armadas,
TGFA e Polícia Nacional têm menos
propensão a defender da mesma forma
aquilo que não é deles directamente,
embora sejam recursos naturais.
Portanto, precisamos de fazer crescer o
empresariado nacional; ainda estamos
longe disso.
Já agora, sobre os 25% do Orçamento
Geral do Estado, também foi muito
importante conseguirmos a lei das
Micros, Pequenas e Médias empresas;
precisamos de pôr este instrumento
a avançar. Estamos a pedir que agora
seja regulamentado como os 25%
devem ser encaminhadas às micros,
pequenas e médias empresas, quer no
que toca às despesas do Orçamento
Geral do Estado quer sobre as obras
contratadas. As empresas que estão
aí com grandes contratos têm de
gRANDE ENTREVISTA
32 Revista da Indústria
«A África do Sul cresce mais em riqueza substantiva do que nós a dois dígitos, tenhamos consciência disso. O nosso modus operandi industrial não pode ser o mesmo de economias já estruturadas»
subcontratar às micros, pequenas e
médias empresas nacionais 25% do
valor das obras.
Não acha que essas duas vertentes
que mencionou, nomeadamente,
o deslocamento do eixo industrial
para áreas próximas dos recursos e
das matérias-primas e esta questão
de também se potenciar as micros,
pequenas e médias empresas
industriais estão consubstanciadas
naquilo que o Estado vê como pólos
industriais?
Afirmativo. Temos os pólos da Caála,
Cabinda, Fútila, Catumbela, Lubango,
etc..
Já que é um conhecedor do campo, da
cidade e da indústria, como vê esse
triângulo?
Um dos problemas que nós temos é
a falta de infra-estruturas, o que não
pode pesar como custo directo do
investimento. Então, o Estado cria zonas
para implantar os pólos, infra-estruturar,
preparar os terrenos, os solos, preparar
o saneamento, a energia, a água e as
telecomunicações. Fundamentalmente
são estes os custos mais importantes
quando se quer implantar. Isto feito, o
financiamento bancário será mais fácil.
Hoje, a dificuldade prende-se com os 30%
que nós não conseguimos pôr.
«temos de entrar na zcL»
Além disso tudo que já apontou,
o que acha que ainda deveria ser
feito com vista a galvanizar esse
desenvolvimento que se quer que seja
uma certeza mais segura?
Uma concertação social imperativa e não
o rebuço da auscultação. A auscultação
é importante mas é preciso que aquilo
que seja concertado entre o Estado, o
Executivo e as associações sejam de facto
respostas para os problemas, isto a nível
central e local. A segunda questão é que
o Estado tem de ser comprador daquilo
que nós produzimos e deixarmos de
veleidades de presunções da qualidade
e podermos discutir preços e prazos de
entrega. A propósito de qualidade, o que
a gente produz, a princípio, pode não
ser o melhor mas é bom e nós temos que
gostar.
A outra questão que se põe é o
sector petrolífero. É preciso ser mais
persuasivo perante a Sonangol e as
multinacionais. Têm de incorporar
mais serviços, mais bens de produção
nacional. Se todos amamos este País, se
o Estado, na vertente Forças Armadas,
Policia Nacional, Educação e Saúde, se
esses sectores entenderem actuar com
sentido patriótico sem perda das suas
responsabilidades, Angola vai crescer a
dois dígitos e vamos ser um dos países
mais competitivos de África.
Mude-se a lei de investimento
privado porque os angolanos não têm
um milhão de dólares. Nenhuma das
micros, pequenas e médias empresas
estrangeiras, que tenham know-how, que
tenha competência, virá para Angola
porque não têm disponibilidade de um
milhão de dólares e se o têm não virão
para aqui. Porque repara: os EUA por 500
mil dólares dão visto de residência.
A Lei Geral do Trabalho está a ser
mudada numa excelente concertação
com a tutela. Enfim, existem aí outras
leis que o executivo está a implementar,
como a lei das cooperativas que é
um instrumento extraordinário para
fixar a população no campo, melhorar
a qualidade de vida e termos mais
produtos agrícolas. O País está a mexer-
se mas é preciso que os sectores que
podem exponenciar esse crescimento
actuem com sentido patriótico. De outra
forma nós vamos ter dificuldade em
ser competitivos. Vamos ter dificuldade
em integrar as ZCL, que é a Zona de
Comércio Livre da SADC. Esse é um dos
objectivos que a AIA defende, temos de
entrar na ZCL, mas para isso é preciso
crescer a dois dígitos pelo menos durante
cinco anos.
Estamos em desvantagem?
Em séria desvantagem competitiva. Mas
temos um mercado de 200 milhões de
consumidores com uma vizinhança de
60 milhões que é o Congo, com fronteira
marítima, fronteira terreste e vias
fluviais. O Congo está à nossa disposição,
porque com um clima equatorial não
tem as mesmas condições competitivas
na agricultura. E a agricultura é a
estruturação da indústria. O Congo tem
grandes recursos minerais, recursos
florestais, recursos hidroelétricos, mas
não pode competir connosco a nível
da agricultura, da agro-indústria e da
indústria transformadora. Por isso, é
um mercado que está aí. Foi criada a
comunidade das empresas exportadoras,
trabalhemos mais para ganharmos o
Congo e a Zâmbia.
O senhor presidente está a falar para
a revista institucional do ministério da
Indústria que é distribuída também
entre os associados da AIA. Portanto,
não queria terminar esta entrevista
sem dar-lhe a oportunidade de
mandar uma mensagem para aos
seus colegas, companheiros de luta de
muitos anos.
O que eu quero dizer à classe empresarial
angolana de uma forma abrangente,
sem sectarismos, é que todos nós temos
a responsabilidade de fazer este País
crescer, por ser um País competitivo,
um País onde todos nos sintamos bem e
que apresenta um horizonte promissor
para os nossos filhos e netos. Os jovens,
os industriais, têm que ser aliciados
por nós a virem para as empresas
na sua hora de ócio, em modelos
organizados. No processo que está agora
em curso encabeçado pelo Ministro da
Administração Pública, é importante, no
caso do trabalhador-estudante, que o seu
comportamento na empresa contribua
para a sua nota na escola. É caso para
dizer: abaixo a ociosidade, abaixo os
costumes de sociedades que já faliram
e trabalhemos com espírito 24 sobre
24 horas, porque só assim é que nós
podemos ter um futuro risonho, de modo
a eliminarmos a diferença abismal em
termos de competitividade que temos,
por exemplo, com a África do Sul. Com
um índice de 4%, a África do Sul cresce
mais em riqueza substantiva do que
nós a dois dígitos, tenhamos consciência
disso. O nosso modus operandi industrial,
operativo, não pode ser o mesmo de
economias já estruturadas.
Revista da Indústria 33
empenho e dedicação reconhecidos
Angola está a lançar os alicerces para uma nova fase do desenvolvimento estrutural da indústria que irá permitir a substituição das importações por produtos nacionais. Contribuir para que esse desenvolvimento se efective deve ser uma alegria. e ser reconhecido por isso é um privilégio.
Ministério da Indústriahomenageia
mulheres do sector
gALA
34 Revista da Indústria
O Ministério da Indústria acaba de ho-menagear as mulheres angolanas que, durante décadas, têm dado tudo de si em prol do desenvolvimento do
sector industrial nacional. Mais do que momen-to de confraternização e interacção, o Ministério, em parceria com a Associação Munakazi Mwene, realizou uma Gala denominada “Mulher Rainha”, que serviu de reconhecimento público do empe-nho e dedicação de cerca de 50 mulheres, todas homenageadas na cerimónia realizada na noite de 26 de Novembro.
Na realidade, foi a 36ª edição do evento. Numa mensagem da Ministra da Indústria – lida pelo Se-cretário de estado, Kiala Gabriel, sem adaptações nem alterações como o mesmo fez questão de realçar – ficou claro o sentimento de gratidão e a segurança de que o sector continuará a contar com mulheres como as que foram homenagea-das. “este é o reconhecimento da vossa e nossa luta, sobretudo no exemplo que dão. Nós, Minis-tério da Indústria, continuaremos a promover a elevação do papel da mulher na sociedade”, refe-riu Bernarda Martins no seu texto.
Como já afirmamos, foram homenageadas cerca de 50 mulheres vindas de vários pontos do país. Senhoras que lidam com máquinas nas di-ferentes unidades fabris e aquelas que auxiliam o executivo no departamento ministerial respon-sável pelas indústrias. Por exemplo, da Textang II foram homenageadas Maria da Conceição Fran-cisco, Maria da Luz Paixão e Arminda Maria. Vin-das da Fabimor estiveram Maria Clotilde Guilher-me, Inês Baltazar Manuel, Florencia dos Santos, Isabel Agostinho José Correia e Isabel Manuel Se-bastião. A Bolama esteve representada por Amé-lia António Agostinho, Maria de Fátima Cabus-so, Rosa Teresa Delgado, Rita Zeferino, Venância Bento de Oliveira e Ginoveva Ferreira da Costa. Muitas outras se seguiram.
em declarações à imprensa, Maria Filomena dos Santos, da província de Cabinda, uma das homenageadas, manifestou a sua satisfação pe-la organização do evento e o reconhecimento do seu trabalho durante anos em prol o desenvolvi-mento do país. “Muita coisa já mudou, antes ha-via muitas dificuldades para se trabalhar, ao con-trário de hoje que existe maior abertura”, disse.
Helma Bastos, funcionária do referido sector há 30 anos, agradeceu ao Ministério da Indús-tria por reconhecer o trabalho das mulheres, que muito se têm dedicado com o seu esforço para o crescimento da indústria angolana.
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Produção industrial com olhar na exportação
Benguela prepara-se para ser referência regional
Benguela pode orgulhar-se de ter um parque in-dustrial nada modesto, em comparação com as demais províncias do país. A província das acácias rubras, com mais de 2,6 milhões de consumidores, é a segunda maior referência em termos de in-dústrias, perdendo apenas para Luanda. Mas am-biciona muito mais. A estratégia do governo local visa abastecer não só a circunscrição, mas tam-bém o mercado regional e internacional, o que, de certa forma, já está a ser feito.
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Em FOcO
Revista da Indústria 37
Benguela localiza-se no litoral centro de Angola e faz frontei-ra com Kwanza Sul, Huambo, Huíla e Namibe, ocupando uma
área de 39 827 quilómetros quadrados. A capital da província situa-se a 530 quilómetros da capital do país, Luanda. Possui infra-estruturas que a tornam uma espécie de entreposto para a re-gião centro-sul.
entre as infra-estruturas conta-se o caminho-de-ferro de Benguela, que tem uma extensão de 1344 quilómetros e dá acesso à parte mais interior de Angola. Para lá de Luau, será ligado aos sistemas ferroviários da República Democrática do Congo e da Zâmbia.
A ligação com o mundo pode ser feita por meio dos dois aeroportos (situados em Benguela e Catumbela) e do Porto do Lobito.
O porto dista em 1410 milhas de Cape Town (África do Sul), 7537 milhas de Nova York (eUA), 5127 milhas de Ams-terdão (Holanda), 5050 milhas de Sou-thampton (Inglaterra) e 4197 milhas de
Lisboa (Portugal). Por tudo isso, o go-verno posiciona-se já no sentido de ala-vancar a indústria e tornar Benguela um dos pontos de germinação do desenvol-vimento industrial de Angola.
Os sectores dos alimentos e bebi-das, agro-indústria e dos materiais de construção são os considerados estra-tégicos, sendo por isso os que avançam com maior celeridade. No que se refere às bebidas, por exemplo, caminha-se já para a internacionalização.
De acordo com os últimos pronun-ciamentos do responsável da cervejeira Soba Catumbela, Joaquim Reis esteves, a empresa que dirige trabalha com o ob-jectivo de estender as suas exportações para Moçambique e Guiné-Bissau. Ac-tualmente a cervejeira exporta trimes-tralmente seis mil caixas de Cuca em lata para São Tomé e Príncipe.
embora ainda não se possa falar em exportações, outro sector visivelmen-te em ascensão é o da construção civil. Neste domínio, Benguela é autosufi-ciente, sobretudo em artigos como o cimento, blocos, tijolos e indústrias de transformação de inertes. Províncias como o Huambo, Huila e Bié também beneficiam dessa produção, servindo de mercado preferencial do excedente produzido.
Como dissemos, Benguela ambicio-na mais. Pelo menos sete pólos de de-senvolvimento industrial e uma zona económica especial serão erguidos até 2017. “O governo provincial local já tem algumas iniciativas para o desenvolvi-mento da indústria em Benguela. elas passam pela criação de algumas zonas para a implantação das indústrias e a criação de condições favoráveis para o investidor privado desenvolverem as
suas acções”, deu conta Abel Máquina Mussalo, Director provincial da Indús-tria, Geologia e Minas.
Outras prioridades
“Ainda a nível do governo local está em curso um processo de ordenamento de território ou das zonas fundiárias, que contemplam também talhões de 5 a 10 hectares para a implantação das indús-trias”, explicou o responsável. entre as zonas contempladas para a implemen-tação de indústrias constam Cubal, Baía Farta, Catumbela e Lobito.
O responsável máximo da pasta da indústria revelou ainda que no plano provincial de desenvolvimento há ex-pectativa de se implantar a indústria de processamento de massa de tomate, su-mos de ananás e uma gráfica no Lobito. “Na zona económica especial do Lobito a expectativa é de implantar uma indús-tria têxtil, entre outras que fazem parte da nossa prioridade, conforme as orien-tações do Ministério de tutela”, disse, acrescentando que as prioridades estão viradas para a indústria de materiais de construção.
Sendo Benguela uma província cos-teira, não quisemos terminar a conver-sa com Abel Mussalo sem abordarmos a questão das indústrias de processa-mento de peixe. O nosso interlocutor confessou que este sector ainda não está tão desenvolvido quanto se deseja. Contudo, salientou que este não está es-quecido. “Quanto à indústria pesqueira o Governo tem traçado algumas estraté-gias para o seu desenvolvimento. Ainda não temos muitos dados para lhe forne-cer mas é um sector que também temos em atenção”, assegurou.
Benguela é autosuficiente, sobretudo em artigos como o cimento, blocos, tijolos e indústrias de transformação de inertes
Quem é o engenheiro máquina?Fiz a formação em Cuba onde concluí o ensino superior. Frequentei a escola secundária na Ilha de Juventude, em Cuba, mais precisamen-te na escola nº 49. Depois de terminar os qua-tro anos nesta instituição, passei para a escola nº 24 na mesma ilha, na altura uma escola pré-universitária e quando terminei fui para a Universidade de Moa, onde fiz formação em engenharia de minas.
Depois de concluído o curso ganhei uma oferta do próprio instituto para poder prosseguir os es-
“Às vezes gosto de fazer obras em casa”
Perfil do titular da pasta da Indústria na província
tudos. Fiz o mestrado em geologia na especialida-de de prospecção de recursos minerais sólidos.
em 2004, vim para Angola e fui logo chama-do para concorrer em concursos públicos para poder ser então efectivo da função pública. Cheguei a Benguela em 2004 e fui colocado na Direcção Provincial de energia e Água onde tra-balhei durante três anos.
é casado?Não sou casado, vivo maritalmente e tenho três filhos.
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Em FOcO
Em BENGuELA dESdE 2004,
ABEL mAquINA muSSALE tOmOu
cONtActO cOm O SEctOr Em 2010
quANdO FOI PrOmOvIdO A cHEFE
dE dEPArtAmENtO dE INdúStrIA,
GEOLOGIA E mINAS, vINdO
dA dIrEcçãO PrOvINcIAL
dE ENErGIA E áGuAS.
NãO tArdOu muItO
PArA SEr PrOmOvIdO
PArA O cArGO dE dIrEctOr
PrOvINcIAL dA INdúStrIA,
dE GEOLOGIA E mINAS.
NAS LINHAS
quE SE SEGuEm
O NOSSO INtErLOcutOr
FALA um POucO
mAIS dE SI.
B.I.Abel Máquina Mussalo é o meu nome. Nasci no dia 5 de Janeiro de 1975 na comuna de Calunda, município do Alto Zambeze, província do Moxi-co. Ainda sobre o meu perfil como profissional acrescento que sou professor colaborador na Universidade de Katyavala Bwila e no Instituto Superior de Saúde, aqui em Benguela.
O que faz nos tempos livres?Dedico-me ao trabalho, quase que não tenho tem-po livre. Mas também arranjo tempo para brincar com as crianças no jardim. Às vezes gosto de fazer obras em casa, mexo na electricidade, troco toma-das, e, por vezes, faço pintura, entre outros. Gosto de dar atenção à casa.
gosta de desporto? Sim.
InvestIr em Benguela
em média dois pedidos de licenciamento de indústrias são recebidos pela Direcção de Indústria, Geologia e Minas da província. Na sua maioria são cidadãos nacionais, que escolhem preferenciamente o sector alimentar e das bebidas. Nesta edição, apresentamos um pequeno guia para auxiliar quem também pretender investir em Benguela.
Que documentos deve o investidor reunir?Requerimento dirigido ao Director Provincial da Indústria, Geologia e Minas;Número de contribuinte;estatuto da sociedade;Projecto a ser implementado;Fotocópia do Bilhete de Identidade do responsável;Declaração da zona;Planta de localização da área a implantar a indústria;Cópia da Certidão do Registo Comercial;Documento legal que atesta o compromisso de posse das instalações;Título de propriedade, reconhecido pelo notário.
Onde se dirigir?Dirige-se à Direcção Provincial da Indústria, Geologia e Minas.
Quais os prazos?Menos de três dias (recepção do processo, despacho, inserção dos dados no sistema, ordem de pagamento, emissão do Alvará e assinatura).
TramitaçãoApós a entrega de toda a documentação acima referida, existe um formulário a preencher pela entidade coordenadora e pela empresa requerente. Faz-se a inserção de dados no sistema de cadastramento informático e depois sai a ordem de pagamento. O requerente dirige-se aos serviços de Finanças e efectua o respectivo pagamento. Feito isso, segue-se a impressão do Alvará provisório em função do valor de investimento.
Revista da Indústria 39
Dedico-me ao trabalho, quase que não tenho tempo livre. Mas também arranjo tempo para brincar com as crianças no jardim
O que mais aprecia?O que mais aprecio é o futebol, a modalidade que mais atrai o mundo.
Pratica?Já pratiquei, mas quando fui estudante; prati-quei futebol e aquele carinho ficou.
é o tipo de adepto que veste a camisola e vai para o campo ou limita-se a ver em casa com amigos e umas cervejinhas?Sou adepto que só vê os jogos em casa com amigos.
Qual o estado actual do Pólo Industrial da catumbela?Não diria que vai de vento em popa mas tem havido grandes esforços no sentido de se ir me-lhorando, fundamentalmente no que diz respeito às infra-estruturas, que são necessárias. Um dos principais problemas prende-se exactamente com as infra-estruturas. Há dificuldades de vária ordem, mas com alguma persistência e alguma paciência vamos ultrapassando os obstáculos. Já temos grande parte das vias estruturantes aber-tas, o que tem facilitado em grande medida a implantação dos industriais. Temos ainda grande dificuldade em assegurar a distribuição de água
e energia para toda a área, que são os factores principais para o desenvolvimento da indústria.
E quanto ao resto?O resto vem a reboque. Falo do saneamento, que são os “finalmente”. Nós estamos numa área em que precisamos que as águas escorram à vonta-de porque uma parte é montanhosa, e a outra alagadiça. Tudo foi identificado e será atacado.
Apesar de todos os constrangimentos, há já in-dústrias a funcionarem adequadamente no pólo?Para a primeira fase, entre a Catumbela e Lobito, onde os constrangimentos não são relevantes, já te-
Samuel Orlando do Amaral, PCA do Pólo de Desenvolvimento Industrial da Catumbela
“Nós estamos geralmente divididos entre muita alegria e alguma tristeza”
A PRIMEIRA FASE DE IMPLEMENTAçãO
DO PóLO DE DESENVOLVIMENTO
INDUSTRIAL DA CATUMBELA
COMPREENDE O EIxO LOBITO-
CATUMBELA COM UMA DIMENSãO DE
272 HECTARES APROxIMADAMENTE.
TEM JÁ EM FUNCIONAMENTO 23
EMPRESAS E NA SEGUNDA FASE, NA
ÁREA DO LUONGO, ESTÁ RESERVADO
UM ESPAçO DE 1835 HECTARES. ALí
JÁ FUNCIONAM AS INDúSTRIAS DE
TANQUES PLÁSTICOS, INDúSTRIAS
DE COLCHõES, FRALDAS E DO
RAMO ALIMENTAR. NO QUE DIZ
RESPEITO À CONSTRUçãO CIVIL,
PRODUZEM-SE TIJOLOS, BLOCOS E
BETUMES. NO TOTAL A PRODUçãO
RONDA AS 1228 TONELADAS/MêS
APROxIMADAMENTE. TODAVIA, OS
CONSTRANGIMENTOS AINDA ESTãO
BEM PATENTES NO DIA-A-DIA DOS
INVESTIDORES. SAMUEL ORLANDO
DO AMARAL, PCA DO POLO DE
DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL DA
CATUMBELA, FALA-NOS UM POUCO
MAIS DA INFRA-ESTRUTURA.
40 Revista da Indústria
Em FOcO
mos algumas indústrias com algum peso na nossa economia. A outra fase é um bocadinho mais com-plicada porque é uma zona montanhosa e o traba-lho de implantação é mais difícil. Neste momento já contamos com cerca de 20 empresas. Pelas nossas contas, até ao fim do ano mais 10 empresas iniciarão actividade, o que significa que estamos a andar.
Fale-nos um pouco das indústrias já estabe-lecidas no pólo?São indústrias do sector da construção civil, fun-damentalmente, empresas como a eBM, que faz tratamento de betão. Temos também algu-
Para além do know how que trazem, os estran-geiros têm a facilidade de encontrar financia-mento. Não estou a dizer que é culpa dos ban-cos. Talvez porque não temos conseguido dar aos bancos garantias sólidas. Ouvimos relatos de pessoas que recebem os créditos e não apli-cam nas áreas destinadas.
Até onde vai a responsabilidade da direcção do pólo na relação com os empresários? Tem a ver apenas com a criação de condições de implementação das fábricas ou actua até na divulgação e marketing das marcas?Temos interagido bem com os empresários, cum-prindo ao máximo com as nossas responsabili-dades. Por outro lado, tem havido por parte dos órgãos de informação alguma divulgação. Nós, direcção do pólo, à nossa maneira (através do nosso site), temos divulgado as indústrias e agora a Revista do Ministério da Indústria vem reforçar o nosso trabalho como sendo mais um veículo.
Benguela tem o segundo maior parque indus-trial do país e o Pólo de Desenvolvimento In-dustrial da catumbela tem preponderância neste domínio. Qual é o seu sentimento ao constatar isso?Nós estamos geralmente divididos entre muita alegria e, às vezes, alguma tristeza. Alegria por-que algo está a ser feito em prol do desenvolvi-mento do país e da elevação da economia na-cional. Mas, por outro lado, com alguma tristeza porque esse avanço não está a ser tão rápido como gostaríamos por causa das dificuldades que já apontei.
Perspectivas?Para a área que já foi determinada e que tem sido distribuída aos investidores irão encontrar cada vez melhores condições de exploração. Nós esta-mos um pouco preocupados com a expansão do próprio pólo. Na Catumbela nem chegamos a mil hectares e a procura para Benguela é bastante grande por causa dos grandes investimentos que a província vai receber. estamos a tratar junto do Governo como encontrarmos soluções para um pólo industrial maior e onde a forma de actuação não seja idêntica ao do pólo actual.
Temos a visão de cerca de três mil hectares para a área do Biopio. Ali sim, poderemos ter áreas suficientemente grandes.
“Temos ainda grande dificuldade em assegurar a distribuição de água e energia para toda a área, que são os factores principais para o desenvolvimento da indústria”
Revista da Indústria 41
mas indústrias alimentares (bolachas, bolos e bebidas espirituosas). Temos ainda indústrias ligeiras como as de pequenas empresas de con-fecções de vestuários para bebés. Há ainda in-dústrias de plásticos e colchões.
A produção já satisfaz? consegue cobrir o mercado de Benguela?Há uma indústria que tem o seu produto em qua-se todas as bombas de combustível, não sei como. Nessas bombas de combustível encontramos umas bolachas que são fabricadas na Catumbela. É sinal de que, apesar de tudo, o nosso produto está a chegar longe. Sem falar doutros, como por exem-plo a empresa de betumes, que tem abastecido muitas unidades industriais que produzem asfalto.
Em visita ao pólo reparamos a presença sig-nificativa de estrangeiros. Que tipo de incen-tivos há para o empresariado local?O grande problema prende-se, a meu ver, com a possibilidade dos bancos concederem créditos.
Nossa genteBOAS PRáTIcAS
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torrefacção de farinha de mandioca
Farinha de mandioca
Fluxograma da torrefação
de farinha de mandioca
A mandioca é uma das fontes de hidratos de carbono mais cultivadas mundialmente. Para além de se poder melhorar as variedades, para aumentar o rendimento, também se deverá aumentar o rendimento da sua transformação para diminuir o tempo despendido pela população.
Torrefacção
Enchimento em sacos
Farinha Torrada
Produtos finais tradicionais• Folhas verdes como acompanhamento• Bombó – tubérculo ralado e fermentado• Farinha Rústica – Tubérculo ralado e torrado• Mandioca – Farinha refinada
Produtos finais não tradicionais• Extracção de amido• Refeições prontas à base de mandioca• Folhas cozidas em lata• Alimentação Animal
Unidades Ruralizadas de pequena dimensão• Unidade de fermentação de bebidas alcoólicas• Produção de farinha/sêmola rústica com embalamento manual
unidades de média dimensão• Unidade conservação em lata das folhas• Unidade de limpeza, farinação e embalamento de farinha refinada• Unidade de fermentação e destilação de bebidas alcoólicas
“No passado não havia concur-
sos públicos. As admissões
eram na base de recomenda-
ções. Depois de um teste de aptidão fui ad-
mitido”, lembra o nosso interlocutor, filho
das terras do Gulungo Alto, Província do
Kwanza Norte.
Paixão João Baptista, de nome com-
pleto, é quadro do Ministério da Indús-
tria desde 1983, tendo exercido primei-
ramente o cargo de chefe de Secção de
Estatística. Liderou ainda a Secção de
Compras e, de seguida, foi conduzido a
Paixão João BaPtista
“Os colegas são a minha família”Por pouco seria quadro da transportadora aérea nacional, TAAG. Na altura em que Paixão Baptista se candidatou a uma vaga no MIND, fez a petição em outras duas empresas, mas foi no Ministério da Indústria que a figura escolhida para “Nossa Gente” desta edição recebeu o primeiro parecer favorável de emprego.
chefe dos Transportes, cargo que exerce
há mais de nove anos.
Dos tempos antigos, sente saudades
do refeitório e da loja da cooperativa dos
trabalhadores, onde se vendiam todos os
produtos da indústria nacional e não só.
“Para falar a verdade, nós não nos preo-
cupávamos com os salários. Perdemos a
cooperativa mas ganhamos o cartão Kero.
Portanto, não há razões de queixas”, lem-
bra nostálgico, mas com sorriso no rosto.
Conhecedor da “casa”, uma vez que
passou por várias áreas, Paixão Baptista
revela que tem boas relações de traba-
lho com os seus superiores hierárquicos
e colegas, os quais, aliás, considera como
família. “Sou considerado um bom chefe
de família e a relação que tenho com a
minha família é a mesma que tenho aqui
com os colegas”, expõe. “Ninguém se quei-
xa de mim, até porque na função que de-
sempenho não dá para me manter fecha-
do ou tímido com os colegas”, diz adiante.
A figuraNome: Paixão João Baptista
Naturalidade: Kuanza Norte, município Gulungo Alto
Data de Nascimento: 29 de Março de 1958
Estado civil: Casado
Filhos: 5
Prato preferido: Arroz com bife e batata frita
Desporto: Futebol
Bebida: Sumo
Tempos livre: Ler e ver TV
“Senhor Paixão”, como é carinhosa-
mente tratado, conta que no seu dia-a-dia
o trabalho ocupa a maior parte do tem-
po. E, não deixa dúvidas, desempenha as
suas tarefas com responsabilidade, sem
grandes constrangimentos. “Há mais agi-
tação quando um carro protocolar ava-
ria. Nessas situações eu entro em contac-
to com o Ministério dos Transportes que
prontamente disponibiliza uma viatura.
Entrego a nova viatura ao beneficiário
enquanto que a avariada vai para o con-
serto”, explica.
Além dos transportes, Paixão Baptista
cuida dos serviços de comunicação, no-
meadamente o carregamento de saldo
dos telemóveis de alguns funcionários.
A sua secção tem um mecânico e três
motoristas que tratam do transporte do
pessoal.
NOSSA gENTE
“A relação que tenho com a minha família é a mesma que tenho aqui com os colegas”
Revista da Indústria 43
44 Revista da Indústria
Augusto Vladimir Dias dos Santos, natural de Luanda, goza de um privilégio impar entre os
quadros do Ministério da Indústria: o estatuto de funcionário mais novo. Com apenas 25 anos, ele faz parte dessa grande família, há menos de dois anos, com a qual diz já ter aprendido muito. Nestas linhas de celebração, destacamos o jovem, morador do Hoji-ya-Henda, para quem ser o mais novo não acrescenta vantagem nem constitui desvantagem.
Facto é que todos os seus colegas mais velhos merecem dele todo o respeito. Trata-os do mesmo jeito que trataria caso a situação fosse oposta. Ser o mais novo também não dá azo para se sentir no direito de receber mais mimos e ser o mais acarinhado. “Não encaro as coisas na visão do mimo ou de ser mais novo ou mais velho, mas sim na base do profissionalismo”, afirma.
Augusto Vladimir entrou para o Ministério da Indústria a partir de uma solicitação de quadros, há cerca de um ano e meio. Foi um dos muitos
candidatos e, felizmente, bem sucedido. exerce a categoria de arquivista principal no Gabinete da Ministra da Indústria. Tramitação documental, arquivo e secretariado são actividades recorrentes no seu dia-a-dia. A primeira lição que aprendeu à luz da convivência com os colegas é alimentar boas relações humanas. “Uma coisa que encaro, cá no Ministério da Indústria, como prioridade é respeitar o próximo e ‘beber’ da experiência. As relações humanas são muito importantes, assim como pedir conselhos, ser gentil e por aí fora”, diz.
Na infância sempre teve presente o carinho e a educação dos pais. Por isso diz ter tido uma infância muito simples. “Como era muito gago raramente falava. Passava a maior parte do tempo brincando sozinho”, revela.
No ensino médio fez dois cursos: Contabilidade e Gestão e Ciências Sociais. Agora, na universidade, está a seguir o curso de Direito (terceiro ano). Noivo, espera o nascimento do primeiro filho, um rapaz. Augusto celebrou os seus 25 anos no dia 1 de Dezembro.
Os aniversariantesdo trimestre
entre o último número da revista Indústria e a edição que o caro leitor tem em mãos
muita coisa aconteceu. Uma delas prende-se com a celebração da vida por parte daqueles
que fazem aniversário e de seus entes queridos. A data do nascimento é sempre
motivo de registo, tal fazemos nestas páginas em relação a alguns dos aniversariantes do
trimestre que abrange esta edição.
aniversários
Revista da Indústria 45
É tímida, simples e sem reservas. Preza o bom relacionamento com os colegas e é, sobretudo,
diligente no trabalho. Olímpia da Silva Almeida, funcionária
do Gabinete dos Recursos Humanos, entrou no Ministério da Indústria a 13 de Junho de 1977. exerceu as primeiras funções na ex-Direcção Nacional da Indústria Alimentar onde trabalhou com personalidades como Justino Fernandes. Na altura exercia as funções de escriturária dactilógrafa.
Um dos momentos mais marcantes da sua presença do Ministério da Indústria foi quando trabalhou com a actual Ministra no Gabinete Técnico, área que Bernarda Martins dirigia na altura. “enquanto trabalhámos directamente sempre tive bom relacionamento com a Srª Ministra e ela até hoje se lembra de mim”, recorda Olimpia Almeida, que fez 61 anos no dia 23 de Outubro.
A vozda experiência
Parabéns (Ministra) Bernarda Martins
O dia 19 de Novembro é uma data especial para uma ilustre figura da casa. É o dia de aniversário da Engenheira Bernarda gonçalves martins, ministra da
Indústria de Angola. Por coincidir com a véspera da realização da Expoindústria,
o colectivo de trabalhadores e colaboradores aproveitou a oportunidade para a felicitar. Até cantaram em uníssono os “Parabéns”, performance perfeita, salvo um pequeno reparo quando afirmou: “Obrigado, mas quem fez aniversário é a Bernarda e não a ministra”, corrigiu em tom descontraído.
Formada em Engenharia Química pela universidade Agostinho Neto desde 1981, fez quase toda a sua carreira profissional no Ministério da Indústria até 1992, quando foi eleita Deputada à Assembleia Nacional pelo círculo Nacional do partido mPLA. Exerceu o cargo até 1 de Outubro de 2012, sendo depois nomeada ministra da Indústria por decreto Presidencial.
Natural de malanje, Bernarda martins exerceu as funções de Directora Nacional da Indústria do ministério da Indústria, Antena do cDI – AcP/cEE –, Directora Nacional do gabinete Técnico do ministério da Indústria, Directora Nacional da Indústria Pesada, assim como de Directora do gabinete de Engenharia e Projectos Industriais.
46 revista da indústria
Lazer
Receitas
Tagine de Frango com Pera CaramelizadaIngredientes:• 2 cebolas• 7 colheres (sopa) de azeite de oliva• 1 frango cortado em pedaços• 1 colher (chá) de açafrão• 1 colher (chá) de cominho em pó• 1 colher (chá) de coentro em pó• 1 colher (chá) de sal• 2-3 paus de canela• 2 folhas de louro esmagadas• 1 maço de coentro picado• 2 colheres (sopa) de gengibre picado• 1/2 xícara de água• 30 g de manteiga• 2 peras fatiadas, sem casca e sem sementes• 2 colheres (sopa) de mel
Preparação: Preaquecerofornoemtemperaturamédia(180˚C).
Descascar e fatiar as cebolas e refogar por 2 minutos com 2 colheres de sopa de azeite até ficarem macias.
Transferir para o fundo de uma panela de tagine e colocar os pedaços de frango por cima.
Misturar o açafrão, o cominho, o coentro em pó e o sal numa tigela e juntar o restante do azeite. Misturar bem e pincelar sobre o frango.
Em seguida, colocar a canela e polvilhar o louro esmagado, o coentro fresco picado e o gengibre sobre o frango. Despejar a água por cima, tapar e levar ao forno por 50 minutos.
Derreter a manteiga numa panela e juntar a pera e o mel. Cozinhar por 5 minutos ou até caramelizar bem a pera.
Retirar o frango do forno, misturar a pera e voltar ao forno por mais 10 minutos antes de servir.
Mousse de maracujáIngredientes
• 1 lata de leite condensado
• 150 ml de suco de maracujá
• 1 lata de creme de leite
• 1 envelope de gelatina incolor sem sabor
• 5 claras de ovo em neve
• 5 colheres (sopa) de água
Preparação:
Bata as claras de ovos em neve e separe.
Hidrate a gelatina na água e depois dissolva
em banho-maria.
Bata o leite condensado, o suco e o creme
de leite no liquidificador, em seguida ainda
batendo coloque a gelatina dissolvida.
Junte a mistura batida no liquidificador com
as claras em neve.
Coloque em taças e leve ao congelador por 10
minutos, depois coloque na geladeira.
Decore com sementes de maracujá.
rendimento: 6 porções
revista da indústria 47
Palavras cruzadas
respostas
HORIZONTAIS: 3 - Celebração do nascimento do Jesus Cristo. 6 - Um dos pratos tradicionais da época natalícia. 9 - Está nas palhinhas deitado e o seu nome significa “Javé é
salvação”, em hebraico.11 - Missa do ( ... ), missa celebrada à meia-noite, na passagem do
dia 24 para o dia 25 de Dezembro.12 - Cidade onde nasceu Jesus Cristo.13 - Cidade de onde partiram Maria e José.14 - Ceia em família, na noite de Natal.18 - Rei Mago representante da raça negra (africana) e que
ofereceu mirra ao Menino Jesus.23 - Representação do local do nascimento de Jesus Cristo.25 - Animal e uma das figuras do Presépio.26 - O Pai Natal desce por ela e há quem coloque junto dela um
sapatinho na Noite de Natal.27- Calendário do ( ... ), calendário que prepara a chegada
do Natal com 24 janelas, numeradas de 1 a 24, as quais escondem no seu interior uma pequena surpresa, vulgarmente, um pequeno chocolate.
29 - Embora seja uma festa em que estas ficam muito felizes com a quantidade de presentes que recebem, é bom que não te esqueças que, infelizmente, existem muitas que não têm a mesma sorte.
31 - Árvore que, habitualmente, se enfeita pela altura do Natal.33 - Nas férias do Natal as crianças não vão à ...34 - Indicou aos Reis Magos o caminho para o local onde estava o
Menino Jesus.35 - estas, estão dentro do saco do Pai Natal.39 - Rei Mago representante da raça branca (europeia) e que
ofereceu ouro ao Menino Jesus.41 - Personagens da narrativa cristã que visitaram Jesus após seu
nascimento (evangelho de Mateus).42 - Mãe de Jesus.43 - Meio de transporte do Pai Natal.
VERTICAIS: 1 - Dia festivo da Igreja Católica, consagrado à comemoração
da adoração dos Reis Magos a Jesus e da Sua aparição aos gentios.
2 - Sinónimo de PReNDAS. 4 - Anunciou aos pastores o nascimento de Jesus Cristo. 5 - Carpinteiro e marido da mãe de Jesus. 7 - É apanhado nas zonas húmidas da floresta e é um dos
elementos do presépio tradicional português. 8 - Um dos pratos tradicionais da época natalícia.10 - O Rei que queria matar o Jesus Cristo.15 - Mês em que se celebra o Natal.16 - O Menino Jesus està nelas deitado.17 - Como diz a canção, a Noite de Natal é uma Noite de ...19 - Outro nome para Fatias Douradas, um dos doces tradicionais
do Natal.20 - ( ... ) de Natal, manda a tradição que seja montada no dia 1 de
Dezembro.21- Sinónimo de CReNÇA.22 - Rei Mago representante da raça amarela (asiática) e que
ofereceu incenso ao Menino Jesus.24 - Antigamente, na Noite de Natal, todas as crianças colocavam-no
junto à chaminé, no dia seguinte, quando acordavam, tinham os presentes junto dele.
28 - O Natal é uma festa para ser comemorada em ...30 - Brilham, piscam e enfeitam a Arvore de Natal e as ruas das
localidades.31- estavam nos campos a cuidar das ovelhas e tiveram a missão
de espalhar a notícia do nascimento de Jesus Cristo.32 - Puxam o trenó do Pai Natal.36 - O nome do Pai Natal.37 - Massa de farinha batida com ovos, frita e polvilhada com
açúcar, um dos doces tradicionais do Natal.38 - Animal e uma das figuras do Presépio.40 - Bolo - ( ... ), confeccionado com frutas secas e cristalizadas,
assim chamado por ser típico da quadra do Natal até ao dia de Reis.
41 - Também há quem pendure uma ( ... ) junto da chaminé ou Árvore para que no dia seguinte esteja cheia de presentes.
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ADVENTO ANJO ÁRVORE BACALHAU BALTASAR ou BALTAZAR BELÉM BURRO CHAMINÉ CONSOADA
CRIANÇAS DEZEMBRO EPIFANIA ESCOLA ESTRELA FAMÍLIA FÉ FILHÓ GALO
GASPAR HERODES JESUS JOSÉ LUZES MAGOS MARIA MEIA MELCHIOR ou BELCHIOR
MUSGO NATAL NAZARÉ NICOLAU PALHINHAS PASTORES PAZ PERU PINHEIRO
PRENDAS PRESENTES PRESÉPIO RABANADAS REI RENAS SAPATINHO TRENÓ VACA
PágINA FINAL
O prometido é devido. E é por isso mesmo que o(a) caro(a) colega tem
em mãos, e nos prazos devidos, este segundo exemplar da nossa e
vossa Revista “INDúSTRIA”.
Se por um lado, as coisas vão, a cada número, ficando mais fáceis – os
processos de trabalho vão-se afinando e automatizando – por outro lado,
os desafios por uma qualidade cada vez maior avolumam-se. Porque, os
elogios e as palavras de incentivo que recebemos aquando do primeiro
número fazem com que estejamos conscientes que precisaremos fazer
mais, muito mais, para que essa qualidade que todos queremos aumente
sempre.
Quero aqui fazer uma menção especial ao aniversário de alguém muito
especial para nós, no período coberto por este número. De facto, a Sr.ª
Ministra Bernarda Gonçalves completou mais uma risonha primavera
em vésperas da ExpoIndústria. Os expositores tiveram a gentileza de
cantar-lhe “Os Parabéns” na cerimónia de encerramento, o que deveras a
emocionou bastante. Convido também a todos os colegas que estejam a ler
estas linhas a juntar-se à direcção e redacção da Revista “INDúSTRIA” no
desejo de muitos e felizes anos de vida.
Este é também o último número deste ano, já que o próximo só sairá em
Março de 2015. Por isso, aproveitamos para apresentar a todos os colegas,
de Luanda e todas as Províncias, votos de Festas Felizes e Próspero Ano
Novo, na companhia da família e amigos.
Nós aqui estaremos preparando o próximo número que –
obrigatoriamente – terá que ser melhor que este que tem em mãos.
Não porque este não possua qualidade, longe disso. Mas sim porque
assumimos o compromisso permanente de cada número ser melhor que
o anterior e, ainda assim, não tão bom como o que se seguirá. Uma espiral
de qualidade em que o céu é o limite.
Boa leitura a todos e a todas as colegas e não só.
O Director da Revista
Dr. Ciel Cristóvão (Secretário Geral)
48 Revista da Indústria
“Este é também o último número deste ano, já que o próximo só sairá em Março de 2015. Por isso, aproveitamos para apresentar a todos os colegas, de Luanda e todas as Províncias, votos de Festas Felizes e Próspero Ano Novo, na companhia da família e amigos.”
E aqui estamos de novo!