primeira metade do século xx
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A arte da primeira metade do século XX
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O início do século XX ampliou as conquistas técnicas e o desenvolvimento industrial do século anterior, mas foi marcado também por vários conflitos políticos: a 1ª Guerra mundial, a Revolução russa, a formação do fascismo na Itália e do nazismo na Alemanha. Na primeira metade do século ocorreu ainda a 2ª Guerra Mundial. Na sociedade, acentuaram-se as diferenças entre as classes mais ricas e mais pobres. Foi nesse contexto histórico que se desenvolveu a arte da primeira metade do século XX.
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A pintura e a escultura
Na pintura e na escultura desenvolveram-se tendências artísticas como o Expressionismo, o Fauvismo, o Cubismo, o Abstracionismo, o Surrealismo e o Futurismo. Cada qual a seu modo, elas expressaram as aflições e as esperanças da época.
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O Expressionismo
Esse movimento artístico teve origem entre 1904 e 1905 na Alemanha, com o grupo chamado “Die Brücku” (a ponte). Desenvolveu-se como uma reação ao impressionismo: enquanto este interessava-se pelas sensações provocadas pela luz, o Expressionismo procurava retratar as inquietações do ser humano do início do século XX.O movimento expressionista inspirou-se no pintor norueguês Edvard Munch. Sua obra “O grito”, por exemplo representa um dos temas que sensibilizam os artistas ligados a essa tendência. Ao longo do agitado século XX, o clima de tristeza e inquietação do Expressionismo – Historicamente o primeiro grande movimento da pintura moderna.
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A emoção na distorção
Observe que a figura representada parece contorcida sob efeito de emoções como o medo, a aflição, incerteza. As linhas curvas do céu e da água, assim como a linha da ponte, conduzem o olhar do observador à boca da figura, que se abre num grito perturbador.
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O grito (1893), de Edvard Munch. Dimensões: 91cm X 73cm
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Uma composição de Matisse
Para Matisse, as figuras interessam como formas que constituem uma composição. Observe nesse quadro como as figuras humanas, o céu ao fundo e a terra formam um todo. Veja o emprego simples, mas intenso, das cores: o azul forte do céu, o verde da terra e o vermelho dos corpos. Note ainda a impressão de movimento que temos ao olhar as figuras que dançam entre to céu e a terra. Repare nos pés e nos braços das figuras: cada uma delas parece continuar o movimento iniciado pela outra, como numa roda que gira sem interrupção.
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A dança (1909) de Henri Matisse. Dimensões: 2,60m X 3,90 m
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O Cubismo: fragmentação da realidade
Observe nas telas que os objetos representados por Braque e o ser humano representado por Picasso estão bastante fragmentados, isto é divididos em pedaços: quase não conseguimos identificá-los. Veja também que foram usadas poucas cores – preto, cinza, tons de marrom e ocre – e que esses pintores não procuram passar uma ideia de profundidade: todos os fragmentos estão em um mesmo plano.
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Violino e cântaro (1910) Georges Braque O poeta (1910) Picasso
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O Fauvismo:
Durante a realização do Salão de Outono em Paris, em 1905, alguns jovens pintores foram chamados pelo critico Louis Vauxcelles de fauves (feras) pela intensidade que usavam as cores puras, sem misturas.
O fauvismo caracterizou-se pela simplificação das formas e pelo emprego da cores puras. As figuras fauvistas são apenas sugeridas e não representadas de modo realista. Da mesma forma, as cores não são as da realidade: são puras, tal como saem do tubo de tinta; o pintor não suaviza nem cria gradação de tons.
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O Cubismo:
A Cubismo teve sua origem histórica na obra de Cézanne. Para ele a pintura deveria tratar as formas imutáveis da natureza, como cones, esferas, cilindros. Os cubistas foram mais longe: representaram os objetivos como se estivessem abertos, com todos os seus lados no plano frontal em relação ao observador. Essa decomposição dos objetos significou o abandono da intenção de representá-los em perspectiva e em três dimensões – altura, largura e profundidade.
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Picasso, um dos iniciadores do Cubismo
Picasso viveu 92 anos. Como começou a pintar muito jovem e só parou antes de morrer, seu trabalho passou por diversas fases. São famosas a fase azul (1901-1904), em que representou a tristeza e a melancolia dos mais pobres, e a fase rosa (1905-1907), em que pintou acrobatas e arlequins.No período de 1906 a 1907 Picasso entrou em contato com a arte africana e voltou-se para o Cubismo. Aos poucos, interessou-se pelo ser humano europeu envolvidos nos conflitos que desembocaram nas guerras da década seguinte. Em 1907 pintou seu mais famosos mural, cujo o tema foi o bombardeio da cidade espanhola Guernica durante a guerra civil Espanhola (1936), no qual morreu grande parte da população .
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A fase azul e a fase rosaObserve o predomínio do azul na primeira pintura, em que as pessoas de uma família não se comunicam e parecem fechadas na sua tristeza. Apenas uma criança parece tentar alguma comunicação, mas seu rosto é triste como o dos adultos. Note a segunda tela há muita alegria, mas as personagens são artistas de circo, tema que deixa de lado a solidão e o sofrimento.
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Os pobres na praia (1903) Picasso
A família saltimbancos (1905)
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Os horrores da guerra
Nesse enorme quadro Picasso utilizou apenas o preto, o branco e alguns tons de cinza, criando detalhes que impressionam o observador. Além das pessoas mortas no chão, uma mulher segura uma criança e olha para cima como que procurando identificar de onde vem as bombas; uma pessoa parece gritar de desespero; um cavalo com o corpo contorcido, parece relinchar. Não vemos as bombas; apenas um clarão nos fundos. Mas reconhecemos a violência de cena: um bombardeio sobre a cidade desprotegida.
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Guernica (1937) de Picasso. Dimensões: 3,50 m X 7,82 m
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O Abstracionismo
A pintura abstrata caracteriza-se pela ausência de relação imediata entre as formas e as cores representadas e as formas e as cores reais. Assim, uma tela abstrata não representa a realidade que nos cerca, nem narra com imagens uma cena histórica, literária, religiosa ou mitológica. Considera-se que a moderna arte abstrata tenha sido iniciada pelo pintor russo Wassily Kandinsky (1866-1944), com a tela “Batalha”
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Batalha (Cossacos) (1910-1911), de Kandinsky. Dimensões: 94,6 cm X 1,30 cm.
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E pouco tempo o Abstracionismo dominou a pintura moderna e tornou-se um movimento bastante diversificado. Uma de suas principais tendências ficou conhecida como abstracionismo geométrico , pela organização geométrica das formas e das cores. As obras do pintor holandês Piet Mondrian (1872-1974) são as mais representativas do abstracionismo geométrico.
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Composição (1921), de Modrian.
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O Surrealismo
O Surrealismo foi um movimento da literatura e das artes plásticas que começou na França, em 1924, sob a liderança do escritor André Breton (1896-1966). Para os surrealistas, a obra de arte não resulta de pensamentos racionais e lógicos do artista; ela é, isto sim, resultado de pensamentos absurdos e ilógicos, como a imagens dos sonhos. Mesmo quando a obra surrealista representa aspectos da realidade, eles estão associados a elementos inexistentes na natureza, criando conjuntos irreais.
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O mais conhecido dos pintores surrealistas é, sem dúvida, o espanhol Salvador Dalí (1904-1989), com obras como O Sono e Mae West
Além de Dalí, destacam-se na pintura surrealista os artistas como Marc Chagall (1887-1985) e Joan Miró (1893-1983)
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O sono (1937), de Salvador Dalí.
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O surrealismo de Dalí
Na imagem acima o pintor representa o sono como uma cabeça que lembra uma enorme lençol, apoiado em muletas. No conjunto da tela há representações da realidade – casa, cachorro, mulher, barco – em um espaço indefinido. Dada a ausência da lógica, a cena lembra imagens de um sono. Observe na imagem como o artista misturou o rosto da atriz norte-americana Mae West (1893-1980) com um salão: a cortina , o sofá, a lareira e os quadros são, respectivamente, os cabelos, a boca, o nariz e os olhos da atriz.
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Mae West (c. 1934), de Salvador Dalí. Dimensões: 28,3 cm X 17,8 cm.
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O Surrealismo em Chagall e em Miró
Note como os dois artistas fundem realidade e fantasia de modo diferente. Na tela de Chagall reconhecemos perfeitamente tudo o que está representado; o aspecto fantasioso está no casal que voa sobre a cidadezinha. Já na tela de Miró as figuras são imaginárias, lembrando apenas remotamente as imagens a que o título da obra faz referência.
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Mulheres e pássaros ao luar (1949) de Joan Miró.
Sobre a cidade (1915), de Marc Chagall.
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O Futurismo
Como o nome já sugere, os futuristas valorizavam o futuro. E mais, a velocidade, que na época começava a fazer parte do cotidiano e a ser admirada, graças ao emprego das máquinas nas industrias e aos primeiros automóveis que começavam a circular. Na visão dos futuristas, os demais artistas deixavam de lado o aspecto mais evidente dos novos tempos: o movimento veloz das máquinas, muito superior ao movimento natural.
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Como os futuristas procuravam a expressão do próprio movimento, usavam linhas retas e curvas e cores que sugeriam velocidade. São exemplos do emprego desses princípios as obras do escultor Umberto Boccioni (1882-1916) e do pintor Giacomo Balla (1807-1958).
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A escultura e o móbile
A ideia de que o movimento poderia ser tratado de forma artística levou Alexander Calder (1898-1976) a inventar os móbiles. O movimento dos primeiros trabalhos de Calder tinha de ser acionado manualmente pelo observador. Depois de 1932 o artista viu que, se os objetos ficassem suspensos, se moveriam pela ação das correntes de ar. Embora os móbiles pareçam simples, sua montagem é muito complexa, pois exige um sistema de peso e contrapeso bem estudado para que o movimento tenha ritmo e seja prolongado.
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Tendências da escultura moderna Podemos distinguir diferentes tendências dentro da escultura moderna. Alguns escultores permaneceram ligados ao estilo de Rodin, isto é, à representação realista. Outros deram liberdade à imaginação, muitas vezes inspirando-se nas formas da natureza ou em culturas antigas, como africanas.
Dentro dessa segunda tendência destaca-se Constantin Brancusi (1876-1957), um dos mais importantes escultores do século XX. Ele criou formas em geral abstratas, resultantes de rigoroso processo de simplificação das características do objeto representado. Assim, Brancusi dava a suas obras de metal um primoroso polimento, de modo a refletirem os efeitos luminosos.
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Diferentes representações de um beijo
Observe que, enquanto Rodin representou de modo bastante realista um beijo trocado entre um casal, Brancusi criou formas muito simples para representar a mesma cena. Eram com essa simplicidade de formas que o escultor procurava expressar seus temas.
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O beijo (1886), de Augute Rodin.
O beijo (1916), de Brancusi
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Pássaro no espaço (1928) Brancusi.
![Page 38: Primeira metade do século XX](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022062312/55610f52d8b42a84138b4f64/html5/thumbnails/38.jpg)
A intenção entre a obra e seu espaço
Nessa escultura de bronze Brancusi se limitou às linhas essenciais do corpo de um pássaro. Note que o metal foi bastante polido: tornando-se uma superfície bastante polido: tornado –se uma superfície que reflete luz como um espelho, ele reflete o que está ao seu redor. É uma forma de criar interação entre obra e o ambiente em que ela está.
![Page 39: Primeira metade do século XX](https://reader036.vdocuments.pub/reader036/viewer/2022062312/55610f52d8b42a84138b4f64/html5/thumbnails/39.jpg)
O móbiles de Calder
O termo móbile foi criado pelo artista Marcel Duchamp (1887-1068) para designar as esculturas de Alexander Calder, que como essa, eram feitas peças planas de metal, que como a da imagem, eram feitas de peças planas de metal colorido suspensas por fios e que se movimentam ao sabor das correntes de ar. Os móbiles tornaram-se populares e passaram a ser muito usados como objetos de decoração.
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