primeira república (parte 2)
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MOVIMENTOS SOCIAISMOVIMENTOS SOCIAISA Primeira República foi marcada por uma série de
movimentos sociais que ocorreram tanto no campo quanto nas cidades.
No campo, descararam-se a Guerra de Canudos e a Guerra do Contestado.
Houve ainda o movimento do cangaço, onde o bandidismo social refletia tanto a insatisfação dos mais pobre e injustiçados, quanto a existência de uma resistência ao regime que favorecia apenas aos mais ricos.
Nas cidades a situação não era tão diferente e havia um crescente descontentamento tanto das classes médias quanto das populares.
A REFORMA URBANAA REFORMA URBANAO presidente da República, Rodrigues Alves, ordena
que fosse realizada uma reforma no centro do Rio de Janeiro e implementados projetos de saneamento básico, urbanização e combate às epidemias.
Mas a reforma tinha seu lado perverso. Ela incluía a demolição das favelas e cortiços, expulsando seus moradores para as periferias, movimento esse apelidado pela população de “bota-abaixo”.
A maior parte da população do centro do Rio de Janeiro teve como única opção mudar-se para os morros, de onde poderiam se desloca com maior facilidade para seus empregos.
Foram surgindo assim as favela do Rio de Janeiro.
Favela no Rio e Janeiro, década de 1920.
REVOLTA DA VACINAREVOLTA DA VACINAFoi resultado direto da Reforma urbana implementa pelo
prefeito Pereira Passos. Já insatisfeita com a perda de suas casas e com outras ações
do governo, a população se revoltou com a vacinação obrigatória contra a febre amarela, a varíola e outras doenças.
Foram feitos ataques a bondes, prédios, trens, lojas, bases policiais, etc.
Os cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha também se voltaram contra a lei da vacina.
O episódio transformou, no período de 10 a 16 de novembro de 1904, a recém reconstruída cidade do Rio de Janeiro numa praça de guerra, onde foram erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados.
Para a população negra (que representava uma grande parcela da população da capital federal), adepta das religiões de matrizes africanas, a varíola era uma doença sagrada, que não podia ser combatida da maneira como os governantes estipularam, com a vacinação.
A campanha de vacinação obrigatória contra a varíola, realizada pelo governo brasileiro foi comandada pelo médico sanitarista Dr. Oswaldo Cruz. A grande maioria da população, formada por pessoas pobres e desinformadas, não conheciam o funcionamento de uma vacina e seus efeitos positivos.
REVOLTA DA CHIBATAREVOLTA DA CHIBATAOcorreu durante o Governo de
Hermes da Fonseca.Marinheiros se rebelaram
contra os baixos salários, péssimas condições de trabalho e castigos físicos.
Os líderes foram presos e enviados para o Acre. Apenas dois sobreviveram, mas as suas reivindicações foram atendidas.
CRISE DO CAFÉ, CRISE DO CAFÉ, CRESCIMENTO DA INDUSTRIACRESCIMENTO DA INDUSTRIA
Durante a Primeira República (1889-1930) a economia brasileira ainda se caracterizava pelo predomínio da atividade agroexportadora. Mas Já se registrava, entretanto, o funcionamento de diversas indústrias, inauguradas desde o final do século XIX.
Um dos fatores que explicam o nascimento da indústria no Brasil. Um deles foi a formação de um capital inicial a partir do comércio exportador e da lavoura cafeeira.
Muitos fazendeiros começaram, em investir parte do seu capital em pequenas atividades fabris, como uma forma de multiplicar suas fortunas.
Colaborou ainda pra isso o aumento da demanda de produtos de consumo não duráveis, a política de valorização do café também contribuiu para a expansão da atividade industrial.
O CONVÊNIO DE TAUBATÉO CONVÊNIO DE TAUBATÉO Convênio de Taubaté, que reuniu representantes
dos Estados produtores de café, ocorreu em 1906. Ele deu início às várias políticas de valorização do café
e fundamentava-se na contração de empréstimos para comprar o café estocado, e no estabelecimento de um novo imposto a ser pago em ouro sobre cada saca de café que fosse comercializada fora do país - este novo imposto visava o pagamento dos juros cobrados pelo empréstimo realizado.
Foi feita, também, uma intensa propaganda do café brasileiro no exterior.
No entanto, ao beneficiar os produtores, o governo repassou à população o custo gerado pelos empréstimos feitos para a compra da produção excedente.
"Uma idéia do Zé para o carnaval: O Convênio de Taubaté". 1907.A charge foi publicada em inícios de 1907, cujo título é "Uma idéia do Zé para o carnaval: O Convênio de Taubaté
OLIGARQUIA DIVIDIDAOLIGARQUIA DIVIDIDAAs oligarquias mineiras e paulistas enfrentam sua
primeira crise com a sucessão de Nilo Peçanha. Minas e São Paulo discordam quanto ao nome a
ser indicado para presidência da república, resultando num rompimento da política do café com leite e em uma acirrada disputa eleitoral, em 1910, entre Hermes da Fonseca (candidato apoiado pelos mineiros) e Rui Barbosa (apoiado pelos paulistas).
A vitória de Hermes da Fonseca celebra o poder de Minas e dá início a um governo marcado por conflitos e grandes disputas por poder, onde se destaca a Política de Salvações.
O casamento do Presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca com Nair de Teffé, realizado em Petrópolis,, em 8 de dezembro de 1913, um ano após a morte de sua primeira esposa. Nair ficou conhecida por ter sido a primeira caricaturista a publicar em uma revista.
Política de SalvaçõesPolítica de SalvaçõesO argumento para a Política de Salvações era sanear as
instituições republicanas e combater a corrupção que existia nas instituições políticas, principalmente dos estados.
Na realidade ,Hermes da Fonseca pretendia retirar do poder as oligarquias estaduais que eram suas oposicionistas ou que apoiavam seus opositores. A
Política de Salvações consistia, assim, na retirada dos cargos de presidentes de estado, através de força militar, dos grupos oligárquicos que eram contrários ao governo.
Um de seus opositores era o senador gaúcho Pinheiro Machado, que tinha muito poder junto às oligarquias regionais de pouca expressão, fora da política do café com leite.
Um desses estados, o Ceará, viu estourar uma revolta armada a Revolução Cearense (Revolta de Juazeiro) de 1914, que fez com que os oligarcas da família Acioli voltassem ao poder, após uma violenta reação contra a pressão do governo federal que levou Nogueira Acioli.