princesa dos campos estreia novos dd ouro e prata renova ... · barata filho, leônidas elias...
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MARÇO/2012 ANO 17 Nº 68
O trabalho das empresas pela segurança do passageiro
Princesa dos Campos estreia novos DD
A Sertaneja unindo pessoas
Ouro e Prata renova com G7
Além de adquirir novos
ônibus da Geração 7,
a Princesa dos Campos
incorporou mais cinco
modelos Double Decker
Marcopolo à sua frota.
umárioS
36As empresas
interestaduais trabalham
permanentemente para
tornar as viagens cada
vez mais seguras.
O monitoramento das
rotas por GPS é uma das
práticas usuais.
46O ônibus K270 6x2 de 15
metros é um dos modelos
incluídos na estratégia
de marketing da Scania
para divulgar a sua
linha 2012 de ônibus e
caminhões, totalmente
enquadrada nas exigências
do Proconve P7.
18
Cartas����������������������������������������������������6
Carta do Presidente ������������������������������7
Bagageiro ���������������������������������������������8
Viação Sertaneja �������������������������������� 52
Opinião ����������������������������������������������� 54
LEIA MAIS:
O Centro de Desenvolvimento
Tecnológico da Mercedes-Benz do
Brasil completou 20 anos.
É o maior do País e o terceiro
maior da Daimler no mundo.
12
30A Viação Ouro e Prata
investiu R$ 20
milhões na aquisição de novos
ônibus da Geração 7, que já
estão operando em suas
principais linhas.
No ano passado, a Volvo registrou vários recordes de vendas de ônibus e
caminhões, tanto no Brasil como em outros países da América Latina.
24
6 REVISTA ABRATI, MARÇO 2012
A Revista ABRATI é uma publicação da
Associação Brasileira das Empresas de
Transporte Terrestre de Passageiros
Editor Responsável
Ciro Marcos Rosa
Produção, edição e editoração eletrônica
Plá Comunicação – Brasília
Editor Executivo
Nélio Lima – MTb 7903
Impressão
Gráfica e Editora Athalaia – Brasília
Imagem da capa
Divulgação UTIL
Esta revista pode ser acessada via
internet: http://www.abrati.org.br
Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre
de Passageiros
Presidente Renan Chieppe
Vice-PresidenteLuiz Wagner Chieppe
Diretor Administrativo-FinanceiroPaulo Alencar Porto Lima
DiretoresCarlos Alberto de O. Medeiros, Cláudio Nelson C. Rodrigues de Abreu, Francisco Tude de Melo Neto, Jacob Barata Filho, Leônidas Elias Júnior, Letícia Sampaio Kitagawa, Mário Luft, Paulo Humberto Naves Gonçalves, Pedro Antonio Teixeira, Sandoval Caramori,Telmo Joaquim Nunes e Washington Peixoto Coura.
SuperintendenteJosé Luiz Santolin
Assessoria TécnicaAtaíde de Almeida
Assessoria de Comunicação SocialCiro Marcos Rosa
SAUS Quadra 1 - Bloco J - Edifício CNT Torre A – 8º andar - Entrada 10/20 CEP: 70.070–944 Brasília - Distrito Federal
Telefone: (061) 3322-2004Fax: (061) 3322-2058/3322-2022E-mail: [email protected] Internet: http://www.abrati.org.br
ÔNIBUS HÍBRIDOLi na edição nº 67 que a Volvo está
implantando uma fábrica de ônibus
híbrido em Curitiba. Sem dúvida, a ci-
dade é ideal para se fazer esse tipo de
experiência, mas os fabricantes com
certeza sabem que o veículo híbrido só
poderá ser comercialmente viável em
nosso País se as autoridades federais,
estaduais e municipais se convence-
rem de uma coisa: o ônibus híbrido
terá de ser subsidiado. Sem isso, não
alcançará a desejada escala industrial,
o que será uma pena. E mesmo depois
que alcançar, provavelmente ainda
continuará dependendo de subsídio
governamental. Tomara que os nossos
governantes entendam isso.
César Augusto Neves
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS – PR
PROCONVE P7 - 1Tudo o que vier a ser feito para
melhorar a qualidade do ar nas nossas
cidades sempre será bem-vindo. Mas
ainda não entendi por que a Petrobras,
ou a ANTT, ou as agências regulado-
ras do transporte de passageiros em
nenhum momento se manifestaram
sobre a questão das tarifas na era
Proconve P7. Como diz a sabedoria
popular, não existe almoço grátis.
Sendo assim, já que os veículos vão
ficar mais caros, com certeza haverá
reflexo nas tarifas. Por que o silêncio
da área oficial?
Renato Parras
CAFELÂNDIA – SP
PROCONVE P7 - 2As montadoras de ônibus e ca-
minhões realmente estão dando um
salto de tecnologia. Mesmo sabendo
que todas têm matrizes na Europa
ou nos Estados Unidos, impressiona
(positivamente) a rapidez com que
adaptaram seus produtos às novas
artasC
exigências ambientais. Do mesmo
modo, impressiona (negativamente) a
morosidade da expansão da rede distri-
buidora do diesel S50. Daqui a pouco
a nova norma vai fazer aniversário e
o combustível ainda estará faltando
nos postos.
Clóvis Athiê Ferreira Alves
VARGINHA – MG
BOAS PRÁTICASInteressante a iniciativa de se
promover o Prêmio ANTP/ABRATI de
Boas Práticas, não só pela motivação
que traz para as empresas operadoras
do setor interestadual como, princi-
palmente, pelos benefícios que irá
proporcionar aos usuários. As boas
práticas são uma forma de valorizar
os que preferem utilizar o ônibus em
seus deslocamentos. Por isso mesmo,
nunca será demais todo e qualquer
esforço que venha a ser feito pelas
operadoras no sentido de fornecer
bons serviços. Boas práticas signifi-
cam mais assentos ocupados.
Odair Marques Ribeiro
NANUQUE – MG
IMOBILIDADENunca se falou tanto em mobili-
dade urbana como agora, e não há
dúvida que o fato de o Brasil receber
a Copa do Mundo de 2014 (e ter de se
preparar para ela) tem muito a ver com
isso. Infelizmente, e como sempre,
estamos bastante atrasados na im-
plantação da necessária infraestrutura
de transporte urbano, assim como mal
nos movemos, até agora, para cuidar
de outras áreas como os aeroportos e
os estádios. Mais uma vez será preciso
improvisar soluções de última hora, em
prejuízo da população e, com certeza,
dos cofres públicos. É lamentável.
Ariston Almeida França
CUIABÁ – MT
arta do PresidenteC
O zelo das empresas pela segurança
As empresas de transporte rodoviário de passageiros mantêm grandes estru-
turas voltadas à segurança das viagens, como mostra a reportagem de capa
desta edição da Revista ABRATI. Várias áreas das companhias – assistência social,
treinamento, reciclagem, saúde física e mental, medicina do sono – se ocupam de
acompanhar de perto o motorista, principal responsável pela segurança das via-
gens, bem como suas famílias. Afinal, o estado físico e psicológico do profissional
do volante é fundamental para que ele desempenhe bem suas tarefas. A mesma
atenção, obedecidas as especificidades, é atribuída aos demais colaboradores.
A preocupação com a segurança está presente em todas as atitudes, ações
e serviços oferecidos pelas empresas. Não é possível, por exemplo, dissociar os
conceitos de conforto e segurança. O mesmo vale para a pontualidade, que se
torna inviável se o equipamento utilizado na viagem apresentar falhas ou defeitos
decorrentes da manutenção deficiente.
E se é importante a adequada manutenção do equipamento, a boa preparação
do motorista é fundamental. As operadoras de transporte rodoviário de passageiros
dão grande importância à experiência dos profissionais e, principalmente, ao nível
de sua preparação.
Os cuidados começam ainda na fase de recrutamento. Para ser admitido como
motorista de um ônibus de empresa regular, o profissional passa por uma bateria
de testes que avaliam sua capacidade técnica, seu conhecimento da legislação
vigente, suas condições de saúde e sua vida em família. Após a admissão, ele é
submetido a treinamentos de direção defensiva e passa por cursos de relações
públicas que vão melhorar ou aperfeiçoar o seu relacionamento com os passageiros.
Várias empresas mantêm programas de medicina do sono, que constituem
ferramentas importantes de prevenção de acidentes. Também são mantidas salas
especiais ao longo dos trajetos, equipadas com aparelhos de educação física e
dotadas de sistemas de fotoestimulação. Nesses locais, também alimentação
balanceada é fornecida aos motoristas – tudo isso para evitar sonolência durante
os percursos e para induzir um sono tranquilo na hora do descanso.
Formação adequada, treinamento, experiência, manutenção permanente dos
ônibus e conscientização dos profissionais sobre prevenção são fatores presentes
no dia a dia das empresas. E essa sua preocupação em prestar um serviço de alto
nível de qualidade, com elevados índices de segurança e confiabilidade, reflete-
-se no resultado das pesquisas realizadas periodicamente pela ABRATI e pelas
próprias empresas. Nelas, o serviço de transporte rodoviário de passageiros no
Brasil apresenta sempre expressivo índice de aprovação por parte dos usuários.
A preocupação em prestar um serviço de
alto nível de qualidade, com elevados índices
de segurança e confiabilidade, reflete-
se no resultado das pesquisas realizadas periodicamente pela
ABRATI e pelas próprias empresas. Nelas, o
serviço de transporte rodoviário de passageiros
no Brasil apresenta sempre expressivo índice de aprovação por parte
dos usuários.
Júlio
Fer
nand
esRenan Chieppe, Presidente da ABRATI.
7 REVISTA ABRATI, SETEMBRO 2011
8 REVISTA ABRATI, MARÇO 2012
B A G A G E I R O
CAMPANHA
TREINAMENTO
DOIS ANDARES
ESTREIA
Guanabara OrIEnTa sObrE O usO dE aparElhOs sOnOrOs pElOs passaGEIrOs CaIO IndusCar prOduz CabInE
dE ônIbus para sImuladOr
O CampIOnE dOublE dECKEr EsTÁ sEndO prOduzIdO pEla COmIl dEsdE janEIrO
O prImEIrO VIalE brT da marCOpOlO jÁ EsTÁ rOdandO Em CaxIas dO sul
A Expresso Guanabara
iniciou com sucesso
uma nova campanha de
sensibilização junto aos
passageiros de todas as
suas linhas, com o objetivo
de mostrar as vantagens
do uso adequado de
aparelhos sonoros durante
as viagens. Pequenos
cuidados em relação ao
volume do som contribuem
para tornar as viagens
ainda mais confortáveis
para todos os passageiros.
No Carnaval, a empresa
também realizou em
diversos terminais
rodoviários a Blitz de
Carnaval Guanabara.
Foto
s: D
ivul
gaçã
oEm parceria com a
empresa Simbra,
a Caio Induscar
projetou e produziu
um novo tipo de
simulador de trânsito
para treinamento
de motoristas de
ônibus. O uso do
equipamento ajuda
a proporcionar ao
aluno um treinamento
mais eficaz, sem
que ele se exponha
aos naturais riscos
do tráfego. O cokpit
do simulador tem
O primeiro ônibus do
modelo Viale BRT produzido
para o mercado brasileiro
já está rodando na cidade
de Caxias do Sul. Foi
adquirido pela empresa
Visate (Viação Santa
Tereza) e começou a operar
no dia 17 de fevereiro, por
O primeiro DD da Comil foi para
uma empresa de turismo.
O Viale BRT transportou passageiros que foram visitar a Festa da Uva.
Em 2011, a Comil foi a
encarroçadora com o maior
percentual de crescimento
do mercado brasileiro:
27%. Também em 2011
ela comemorou 25 anos
de atividades. Em 2012,
iniciou a produção do
seu primeiro Campione
Double Decker, que já está
sendo comercializado.
As primeiras unidades
exportadas deverão ser
destinadas ao mercado do
Peru. No Brasil, a primeira
unidade produzida foi
entregue à Spazzinitur.
desenho idêntico
à parte frontal da
carroçaria do urbano
Apache Vip e está
equipado com painéis e
comandos conectados
ao simulador.
ocasião da abertura da
tradicional Festa da Uva.
O diretor de operações
comerciais para o mercado
brasileiro da Marcopolo,
Paulo Corso, considera
o Viale BRT “um dos
melhores veículos urbanos
já fabricados no País”.
REVISTA ABRATI, JUNHO 2006REVISTA ABRATI, MARÇO 2012 9
SUSTENTABILIDADE
PÓS-VENDA
PROMOÇÃO
OPERAÇÃO TOPA-TUDO
sãO paulO TErÁ maIs Três ônIbus urbanOs mOVIdOs a hIdrOGênIO
VOlarE CrIa O “anjO azul”, um VEíCulO OFICIna
VIaçãO GarCIa rEalIza EnCOnTrO dE admIradOrEs
as parCErIas bEm-suCEdIdas da andOrInha
VOlarE EsCOlar 4x4 VEnCE as pIOrEs EsTradas COm a mÁxIma sEGurança
No segundo semestre
de 2013, a cidade de
São Paulo vai receber
mais três unidades de
um ônibus movido a
hidrogênio, ainda em fase
de desenvolvimento e de
testes, para operar na sua
região metropolitana a
partir de 2014. Articulado
a um motor elétrico, o
sistema empregado utiliza
células a combustível
A partir de agora, as em-
presas que atuam como
representantes da Volare em
todo o País poderão prestar
atendimento aos frotistas da
marca com a ajuda de um
sistema de socorro rápido,
independente, versátil e dife-
renciado, todo ele instalado
em um miniônibus Volare.
Trata-se de uma oficina mó-
vel equipada com conjunto
completo de ferramentas
(prensa hidráulica, torno,
lavadora de peças, furadeira
de bancada, esmeril, banca-
das mecânicas com toma-
das para fonte de energia
e gavetas para organização
de ferramental), compressor
de ar e gerador de energia,
com redes pneumática e elé-
trica autônomas. O interior é
dividido em dois ambientes –
mecânico e eletrônico – com
duas bancadas diferencia-
das para serviços elétricos e
eletrônicos, e sistema para
injeções eletrônicas. O novo
veículo recebeu a denomina-
ção de “Anjo Azul”.
A Volare desenvolveu um
miniônibus escolar que,
literalmente, enfrenta
qualquer tipo de estrada.
Identificado como V8L,
o novo 4x4 foi criado em
cooperação com a Agrale
e a Dana. Com 6,80
metros de comprimento,
tem capacidade para
transportar 26 escolares
e dispõe de espaço para
cadeira de rodas, porta-
pacotes para mochilas
A Empresa Andorinha,
de Presidente Prudente,
considera positivos os
resultados das parcerias
mantidas com outras
empresas de transporte
rodoviário de passageiros
com o objetivo de aumentar
a participação no mercado
de linhas interestaduais.
As parcerias podem se
revelar bastante eficientes
nos trechos mais longos
das linhas quando uma
empresa complementa o
itinerário da outra ou faz
com ela um revezamento.
Nos dias 13 e 14 de
abril a Viação Garcia vai
promover em Londrina-PR
o segundo Encontro de
Admiradores. As incrições
já estão abertas e podem
ser feitas via internet em
andrealuft@viacaogarcia.
com ou dpaternezi@gmail.
com. Dados necessários:
nome completo, endereço,
número do RG, telefone
(com DDD) e e-mail.
Os inscritos das cidades
atendidas pela companhia,
caso sejam selecionados,
receberão passagens
rodoviárias, alimentação e
hospedagem gratuitas.
No V8L, o para-choque traseiro
se adapta à condição da via.
Depois do protótipo, o ônibus já recebeu vários aperfeiçoamentos.
O “Anjo Azul” agiliza as ações
de assistência técnica. e cronotacógrafo com
GPS. Até aqui, a Volare já
produziu 350 unidades do
novo veículo.
para gerar energia elétrica
a partir de hidrogênio
mais oxigênio. As novas
unidades vão incorporar
vários aperfeiçoamentos
em relação ao protótipo
que vem sendo testado
desde 2009 no corredor
metropolitano ABD. A
estimativa é de que o
veículo, ainda sem escala
comercial, custará em torno
de um milhão de reais.
Job: 23-11-2011 -- Empresa: Grey -- Arquivo: AF AN ONIBUS ESTADIO 2011-410X275_pag001.pdfRegistro: 58062 -- Data: 10:45:07 23/11/2011
Job: 23-11-2011 -- Empresa: Grey -- Arquivo: AF AN ONIBUS ESTADIO 2011-410X275_pag001.pdfRegistro: 58062 -- Data: 10:45:07 23/11/2011
ecnologiaT
O terceiro maior CDT da Mercedes-Benz O maior e mais bem equipado Centro de Desenvolvimento Tecnológico da indústria automobilística
instalada no Brasil – o CDT da Mercedes-Benz – completou 20 anos de atividades. Localizado em São
Bernardo do Campo-SP, é o terceiro mais importante da Daimler em todo o mundo e o maior CDT da
marca Mercedes-Benz para ônibus e caminhões fora da Alemanha.
No Centro de Desenvolvimento Tecnológico trabalham várias equipes que, no total, reúnem 650 técnicos e especialistas.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
12 REVISTA ABRATI, Março 2012
Inaugurado em 1991 na planta de
São Bernardo do Campo, o CDT
representou a consolidação da área
de Desenvolvimento de Produtos da
Mercedes-Benz do Brasil. O trabalho
começou em 1963, com a implantação
da Engenharia de Produtos dedicada a
caminhões e chassis de ônibus. Com o
CDT e as novas instalações – 18.000
metros quadrados construídos em área
de 40.000 metros quadrados – foram
agrupadas as diversas equipes e cen-
tralizadas todas as atividades em um
mesmo local.
Com o Centro de Desenvolvimento
Tecnológico, a vocação de pioneirismo
e inovação da montadora ganhou enor-
me impulso. Hoje, trabalham ali cerca
de 650 profissionais, entre engenhei-
ros, técnicos e outros especialistas.
O mais recente feito dessa grande
equipe foi o desenvolvimento das
novas linhas de caminhões e ônibus
que a Mercedes-Benz apresentou ao
mercado brasileiro e latinoamericano
no ano passado. Conforme observa
Walter Sladek, diretor de Desenvol-
vimento Caminhões e Agregados da
Mercedes-Benz do Brasil, o projeto foi
iniciado em meados de 2008. Portan-
to, foi realizado em cerca de três anos,
o que é notável quando se considera o
porte e a variedade da linha de ônibus
e caminhões e também a simultânea
introdução da nova tecnologia BlueTec
5 e dos novos motores com sistema
de pós-tratamento.
“A nova linha de ônibus foi total-
mente desenvolvida no Brasil – des-
taca Christian Flecksteiner, diretor
de Desenvolvimento Ônibus. – Além
de aprimorar ainda mais modelos já
consagrados no mercado, criamos
novos conceitos de produto, como os
ônibus articulados O 500 MDA e UDA,
low entry, de quatro eixos, sendo dois
eixos na parte traseira. Essa configura-
ção de veículo possibilita a instalação
de carroçarias de até 23 metros, com
capacidade para transportar mais de
200 passageiros.”
Com os novos articulados, a
Mercedes-Benz passou a atender um
novo segmento de alta capacidade
nos sistemas de transporte coletivo
urbano, como o BRT e os corredores
exclusivos. A montadora aponta o
sistema BRT como “solução em cres-
cimento no Brasil”, pelas eficientes
respostas que oferece aos projetos de
aprimoramento da mobilidade urbana,
especialmente nas cidades que sedia-
rão jogos da Copa do Mundo de 2014
e competições da Olimpíada de 2016.
SUPORTE
Ao longo dos seus 20 anos de ati-
vidades, o Centro de Desenvolvimento
Tecnológico também ofereceu suporte
fundamental ao desenvolvimento dos
produtos que a montadora denomina
A preparação da miniatura de um produto para melhor avaliação do design.
Todo novo produto nasce na prancheta eletrônica antes de se tornar real.
REVISTA ABRATI, Março 2012 13
ecnologiaT
de “agregados”, como motores, siste-
mas de transmissão, eixos e outros.
Na lista de inovações figura ainda
a introdução de equipamentos de
avançada tecnologia para caminhões
e ônibus no mercado brasileiro. Entre
eles: computador de bordo, diagnose
on board, piloto automático, limitador
de velocidade, câmbio automático,
freio-motor auxiliar Top Brake, siste-
mas ABS/ASR, retarder, freios a disco,
sistemas de elevação/rebaixamento
e de ajoelhamento da suspensão de
chassis de ônibus.
MOTORES
No Centro, o Laboratório de Mo-
tores é um sofisticado complexo
tecnológico que monitora a potência,
o torque e o consumo dos motores.
Além disso, avalia as características
da combustão, emissão de gases,
vibrações e outras solicitações mecâ-
nicas. São 11 bancos de provas de
última geração, que também atuam na
homologação do motor e do sistema
de pós-tratamento junto aos orgãos
oficiais e auditorias. O Laboratório
teve papel fundamental, por exemplo,
no desenvolvimento dos motores para
atendimento à legislação Proconve P7
(que exige forte redução das emissões
de Material Particulado e de Óxidos
de Nitrogênio, entre outros), e para
o atendimento a novas demandas do
mercado em termos de eficiência, de-
sempenho, redução do consumo, con-
fiabilidade e menor custo operacional.
ESTILO
O processo de desenvolvimento
de conceitos e projetos da Mercedes-
Benz do Brasil tem na área de Estilo
uma equipe altamente especializada
e avançados recursos tecnológicos, a
começar pela prancheta eletrônica: ela
permite que os primeiros esboços cria-
dos pelos designers sejam enviados
diretamente para um computador. A
partir daí diversos softwares são utili-
zados para dar andamento ao trabalho.
Um deles, o Alias, utiliza imagens em
3D para dar forma ao desenho; já o
Show Case torna ainda mais reais as
imagens do Alias, possibilitando sua
movimentação em vários sentidos. O
novo design da linha de caminhões
2012 da Mercedes-Benz foi totalmente Bancos de provas de motores: exaustivos
testes funcionais e de durabilidade.
Christian Flecksteiner (diretor de Desenvolvimento de Ônibus) e Walter Sladeck (diretor de
Desenvolvimento de Caminhões e Agregados). Ao fundo, dois protótipos para testes.
Cabine de caminhão sendo submetida à
simulação das condições reais de uso.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
14 REVISTA ABRATI, Março 2012
Mais de 100 protótipos da linha Mercedes-Benz 2012 passaram por duros testes no CDT.
Partes e componentes podem ser testados em separado ou já montados.
concebido pela área, seguindo con-
ceitos estéticos mundiais dos cami-
nhões da marca e aplicando inovações
específicas para o mercado brasileiro.
Com o uso dessa e de outras fer-
ramentas digitais para simulação de
espaços e previsão do desempenho
dinâmico e estrutural, os riscos do de-
senvolvimento são minimizados, pois
os dados de confiabilidade do produto
são acessados antes da montagem
dos primeiros protótipos. Aplicando
essa tecnologia, o foco da verificação
por testes passa a ser a confirmação
da confiabilidade esperada, evitando
desperdícios de retrabalho e con-
centrando os esforços e horas de
engenharia na validação de requisitos
técnicos que tragam benefícios aos
clientes.
HYDROPULS
Antes de chegar ao mercado, cada
veículo é submetido a testes funcio-
nais, de durabilidade operacional e
de durabilidade estrutural. Protótipos
dos veículos são especialmente cons-
truídos para definições conceituais e
avaliações experimentais. Os testes
envolvem desde a avaliação de um
protótipo de ônibus ou caminhão em
ruas, estradas pavimentadas, estradas
de terra e campos de provas confina-
dos, até testes específicos para os
diversos sistemas veiculares e seus
componentes em bancos de provas.
Os testes funcionais veiculares
realizados no Centro de Desenvolvi-
mento Tecnólogico da Mercedes-Benz
podem ser estáticos (avaliações
dimensionais, cinemática de sus-
pensão, geometria de direção, torção,
ergonomia, balanceamento energérico,
interferências eletromagnéticas, entre
outros), ou dinâmicos (dirigibilidade,
homologação de freios, comportamen-
to de suspensão, avaliações de trem O Laboratório de Motores tem 11 sofisticados bancos de provas funcionando continuamente.
REVISTA ABRATI, Março 2012 15
No laboratório, são testados continuamente vários tipos de combustível.
de força, desempenho, consumo de
combustível, aerodinâmica, ruído de
passagem e outros).
Os testes de durabilidade são
feitos em condições que simulam as
operações mais severas de clientes
dos diversos mercados onde serão
utilizados. Sistemas veiculares que
não envolvam a segurança operacional
são também muitas vezes testados em
veículos de clientes, de modo a avaliar
a realidade operacional.
Para os testes de durabilidade, o
CDT dispõe do Hydropuls, denomina-
ção do sofisticado banco de provas
que simula a operação de um veículo
em uma ou mais condições severas.
Nele, é possível acelerar o processo
de avaliação de um componente, de
modo que os resultados dos testes de
durabilidade sejam alcançados mais
rapidamente. O sistema reproduz no
banco de provas as mesmas condi-
ções encontradas antes pelo veículo
nos testes em campos de provas.
A partir daí, o Hydropuls acelera os
testes, realizando-os, se necessário,
durante as 24 horas do dia. Em 200
horas é simulado o equivalente a
50.000 quilômetros de testes ope-
rados em campos de provas, cuja
realização em condições reais poderia
demandar o prazo de um ano.
COMBUSTÍVEIS
Os engenheiros e técnicos do
CDT também trabalham permanente-
mente no desenvolvimento do uso de
combustíveis alternativos ao diesel
de petróleo. Entre as experiências
incluem-se, com sucesso, testes em
bancos de prova e em caminhões e
ônibus abastecidos com diesel de cana
e biodiesel. O êxito desses desenvol-
vimentos é observado especialmente
no segmento de ônibus urbanos: o bio-
diesel já é utilizado normalmente em
várias cidades; já os veículos a diesel
de cana da Mercedes-Benz circulam
em operações regulares na Ecofrota
de São Paulo e vêm sendo testados
em frotas do Rio de Janeiro.
Nos três últimos anos, a área de desenvolvimento de motores preparou todos os modelos que agora são utilizados na linha 2012.
ecnologiaT
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
16 REVISTA ABRATI, Março 2012
rotaF
A Princesa dos Campos está operando novos DD
18 REVISTA ABRATI, Março 2012
Os novos ônibus Double Decker da empresa oferecem, no mesmo carro, as opções leito e
convencional. Com essa aquisição, a Princesa dos Campos superou a marca de 60 ônibus novos
incorporados à frota em menos de um ano: um índice de renovação superior a 20%.
Div
ulga
ção
REVISTA ABRATI, Março 2012 19
Os novos ônibus Double Decker
da Princesa dos Campos têm
carroçaria Marcopolo com dois pisos
e chassi Volvo equipado com motor
de 420 cv, além de caixa de câmbio
automática, suspensão a ar e sistema
de freios ABS. Na parte de baixo, são
nove poltronas do tipo leito, com reves-
timento em couro. No piso superior, 44
poltronas do modelo convencional soft,
com descansa-pernas e porta-copos.
Em cada piso, um banheiro.
Os novos modelos oferecem, em
um mesmo ônibus, as opções leito e
convencional, facilitando ao passagei-
ro a escolha mais conveniente. Além
disso, os ônibus são equipados com
diversos dispositivos de segurança e
conforto, como ar-condicionado, siste-
ma de calefação, sistema de som, in-
terfone, cortinas e película de proteção
solar. Um sistema wireless possibilita
conexão permanente com a internet.
Também estão disponíveis tomadas
de 110 volts para carregar baterias
de celulares e alimentar notebooks.
Além dos investimentos na renova-
ção de mais de 20% da sua frota de
300 ônibus, a Princesa dos Campos,
destinou consideráveis recursos para
outras áreas da operação, tendo em
vista proporcionar cada vez mais con-
forto e segurança aos passageiros.
Por exemplo, está sendo feita uma
reformulação completa da área de
call center, otimizando ainda mais o
serviço de informações e compra de
passagens pelo telefone.
A companhia oferece a possibilida-
de de aquisição on-line de passagens,
serviço que ganhará o reforço do check-
-in eletrônico nos terminais rodoviários,
começando por Ponta Grossa e Curiti-
ba e estendendo-se posteriormente a
outras rodoviárias.
“Serão instalados equipamentos
de emissão automática de passagens
nas estações rodoviárias, identificados
por totens. As máquinas, de fácil ope-
ração, vão facilitar a vida do cliente e
evitar que ele perca tempo em filas.
Quando chegar à rodoviária, depois
de comprar a passagem por telefone
ou internet, o passageiro só terá que
digitar a senha no equipamento para
que a passagem seja emitida na hora”,
explica o diretor comercial de Passa-
gens, Alexandre Gulin.
No ano passado, 10,5 milhões
de passageiros viajaram pela Prince-
rotaF
Na direção da companhia, a juventude e o entusiasmo se somam à experiência para que a Princesa dos Campos possa evoluir sempre.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
20 REVISTA ABRATI, Março 2012
sa dos Campos – média de quase
900.000 pessoas por mês, ou mais
de 30 mil pessoas a cada dia.
AVANÇOS
Em 2011, a Princesa dos Campos
deu ênfase ainda maior ao emprego
de soluções tecnológicas destinadas a
assegurar o seu alto padrão de qualida-
de em todas as viagens em cada uma
das quase 100 linhas intermunicipais,
suburbanas em São Paulo, interesta-
duais e metropolitanas que opera.
“Foram 30,6 milhões de quilôme-
tros rodados durante o ano – comenta
o assessor da diretoria Felipe Gulin,
acrescentando: – Manter uniformidade
de comportamento na direção é um de-
safio que se apoia muito na tecnologia
para ser superado a cada dia.”
Para atender a esse objetivo, a
companhia incrementou o seu CCO –
Centro de Controle de Operações –,
implantando modernos sistemas de
telemetria que permitem a transmis-
são das informações em tempo real,
minuto a minuto, por sinal de celular
e diretamente para uma central para
leitura e análise dos dados.
Simultaneamente, foram intensifi-
cados os programas de treinamento
para os motoristas, tanto no momento
da admissão como no programa de re-
ciclagens perió dicas. São cursos como
o “Viaje com Amigos” e o “Condução
Nota 10”, que, entre outros objetivos,
buscam incentivar a condução segura e
econômica. “São mais de 500 motoris-
tas, que trabalham na linha de frente,
diretamente com os clientes. Boa parte
das nossas ações é direcionada a dar
o respaldo de que eles precisam na
sua missão diária”, esclarece o asses-
sor Felipe Gulin.
A empresa conta com 1.500 co-
laboradores diretos e outros 2.000
indiretos.
ENCOMENDAS
Além do transporte regular de pas-
sageiros, a Princesa dos Campos atua
no segmento de encomendas, área em
que tem registrado crescimento ex-
pressivo e contínuo nos últimos cinco
anos. Nos 120 terminais e agências
espalhados pelo Paraná, São Paulo,
Santa Catarina, Rio Grande do Sul,
Bahia e Brasília são entregues quase
30.000 volumes todos os dias. Para a
coleta e entrega nas cidades são uti-
lizados 50 caminhões e 120 veículos
médios, em grande parte terceirizados.
Eles percorrem 750.000 quilômetros
por mês.
ENTREGA RÁPIDA
Um dos mais recentes produtos da
Princesa dos Campos é o Prinex, que
consiste no serviço de entrega rápida
de pequenos e médios volumes, acon-
dicionados em embalagens próprias,
de rodoviária a rodoviária. Para se ter
uma ideia da sua agilidade, os volumes
transportados entre Ponta Grossa e
Curitiba chegam em duas horas.
80 ANOS
A Princesa dos Campos é uma so-
ciedade anônima familiar com mais de
50 acionistas. Já está em sua terceira
geração e é gerida por um Conselho
Diretor e um grupo executivo. O atual
presidente, José Gulin, integra a dire-
toria há 50 anos, 20 dos quais como
presidente. A companhia vai comemo-
rar 80 anos em 2014. Alem de marcar
oito décadas de uma bem-sucedida
história empresarial, o ano vai coincidir
com um evento diretamente ligado ao
ramo de atuação da empresa: a Copa
do Mundo, que tem o Paraná como
uma de suas sedes.
“A Copa terá impacto expressivo
no segmento do turismo, em que a
Princesa atua com linhas regulares e
de fretamento. Nossos investimentos
contínuos fazem parte do projeto
da empresa de caminhar junto com
este importante momento histórico
do Brasil, do Paraná e dos Campos
Gerais. Muitas novidades virão por aí”,
assegura o superintendente Florisvaldo
Hudinik.
Em cada época da história da Princesa dos Campos, sempre o equipamento mais moderno.
REVISTA ABRATI, Março 2012 21
A P R O X I M A N D O P E S S O A S
A P R O X I M A N D O P E R S O N A S
B R I N G I N G P E O P L E T O G E T H E R
A P R O X I M A N D O P E S S O A SBRINGING PEOPLE TOGETHER - APROXIMANDO PERSONAS
BRINGING PEOPLE TOGETHER - APROXIMANDO PERSONAS
www.marcopolo.com.br
Respeite a sinalização de trânsito
Os ônibus rodoviários da Marcopolo são construídos para aproximar
pessoas com conforto e segurança no transporte de passageiros em médias
e longas distâncias. A Geração 7 defi ne novos parâmetros que superam
as expectativas e as necessidades de passageiros, motoristas e frotistas.
ANDE “MAIS” NA FRENTE
ANDE MAIS DE ÔNIBUS. MENOS POLUIÇÃO, MAIS PRESERVAÇÃO... TERRA MAIS VIVA.
facebook.com/OnibusMarcopolo twitter.com/OnibusMarcopolo youtube.com/OnibusMarcopolo
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ontadoraM
No Brasil e na América Latina, o melhor ano da VolvoEm 2011, tanto em vendas de ônibus como de caminhões, a Volvo teve muito o que
comemorar. Pela primeira vez o Brasil foi o maior mercado da Volvo Bus no mundo, enquanto
a América Latina absorveu 25.213 caminhões, possibilitando à montadora sueca alcançar seus
melhores resultados desde que começou a fabricar veículos no Brasil, em 1979.
24 REVISTA ABRATI, Março 2012
Roger Alm, o presidente: orgulho pelo desempenho do ano passado.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
REVISTA ABRATI, Março 2012 25
O presidente de vendas e marketing
de caminhões do Grupo Volvo na
América Latina, Roger Alm, estava
eufórico na manhã de 16 de fevereiro
deste ano, ao anunciar, em São Paulo,
os números do desempenho da mon-
tadora ao longo de 2011. “Foi o nosso
melhor resultado desde que nos ins-
talamos no Brasil”, comemorou Alm,
informando que no ano passado foram
vendidos no mercado latinoamericano
25.213 caminhões da marca Volvo.
Considerado somente o mercado bra-
sileiro, continuou o executivo, foram
comercializadas 8.203 unidades do
modelo FH 440cv e 6.027 unidades do
modelo VM. Com isso, a marca Volvo
atingiu a participação de 17,1% no
Brasil. “Estamos extremamente orgu-
lhosos desse desempenho”, afirmou,
explicando que os caminhões Volvo
“têm grande aceitação no mercado por
sua alta produtividade, resistência e
baixo consumo de combustível, atribu-
tos que garantem maior rentabilidade
ao transportador”.
Na mesma linha de comemoração,
Bernardo Fedalto, diretor comercial de
caminhões da Volvo no Brasil, informou
que pelo terceiro ano consecutivo o FH
440cv foi o caminhão pesado mais
vendido no País (8.203 unidades).
Acrescentou que também o modelo VM
“continua conquistando o transporta-
dor brasileiro”, e exemplificou com a
venda de 6.027 unidades desse veícu-
lo em 2011. Por sua vez, o gerente de
caminhões pesados e semipesados da
linha VM, Reinaldo Serafim, fez as con-
tas: em 2010, haviam sido vendidas
ontadoraM
4.274 unidades do veículo; portanto, a
comercialização do VM cresceu 41% no
período, enquanto a evolução do mer-
cado para esse segmento registrava
18,5%. Sérgio Gomes, diretor de estra-
tégia e desenvolvimento de negócios
de caminhões da Volvo Latin America
buscou explicação mais abrangente:
“Somos líderes em fornecimento de
tecnologias e soluções para aumentar
a produtividade do transportador.” E
Luis Pimenta: em 2012 o mercado de ônibus será quase tão bom quanto foi em 2011.
O chassi B270 F, de motor dianteiro, é um dos produtos que ajudam a potencializar o otimismo dos executivos da área de ônibus da Volvo.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
26 REVISTA ABRATI, Março 2012
A Volvo também aposta no mercado de urbanos pesados para corredores e faixas exclusivas.
Para Bernardo Fedalto, o mercado brasileiro
se adapta muito bem às novas tecnologias.
citou, como exemplo, a caixa I-Shift,
que já está em 80% das vendas na
linha F de caminhões.
ÔNIBUS
Na mesma oportunidade, Luis Pi-
menta, presidente da Volvo Bus Latin
America, conhecido por seu otimismo,
citava os números de sua área: 3.652
ônibus vendidos na América Latina no
ano passado, ou 153% a mais que
o volume alcançado em 2010. Em
seguida, aproveitava para lembrar
que, pelo quinto ano consecutivo, a
divisão de ônibus da Volvo aumentou
seu market share no País, chegando a
23%, ou mais seis pontos percentuais
na comparação com 2010.
Pimenta destacou o fato de a
comercialização de ônibus pesados
urbanos também ter aumentado
substancialmente. Em 2010, haviam
sido vendidos 906 chassis; em 2011,
quase o triplo: 2.600 unidades. No
que respeita aos ônibus rodoviários,
as vendas saíram de 535 chassis em
2010 para 1.046 unidades no ano
passado. Vários fatores contribuíram
para a forte evolução das vendas de
ônibus, segundo o executivo, mas ele
preferiu acentuar o fato de que a Volvo
tem aumentado continuamente a ofer-
ta de produtos. “Expandimos a nossa
linha. Atualmente temos chassis de
ônibus pesados urbanos e rodoviários
para todos os segmentos. São chassis
convencionais, articulados e biarticula-
dos”, esclareceu.
DEMANDA ELEVADA
Na avaliação por segmento, Luis
Pimenta registrou o incremento nas
vendas de rodoviários no Brasil por
conta do processo de renovação de fro-
ta das empresas que operam no setor
e independentemente das discussões
em torno de uma futura licitação de
1.967 linhas interestaduais. Segundo
ele, entre os fatores que poderiam
justificar o maior volume de pedidos
registrado ao longo de 2011, não foi
tão significativa a antecipação das
compras em função dos preços um
pouco mais altos das novas tecnolo-
gias exigidas a partir de 2012. Seja
como for, na previsão do presidente
da Volvo Bus Latin America, em 2012
o mercado de ônibus vai manter uma
demanda elevada. Pimenta está parti-
cularmente animado com a receptivi-
dade encontrada pelo chassi B270 F,
lançado no ano passado, e com o qual
a Volvo rompeu o tabu de jamais haver
produzido no Brasil um chassi urbano
com motorização dianteira. Com o novo
produto, a montadora pretende atender
o mercado de urbanos semipesados e
o setor de fretamento.
Previsão idêntica, mas para os
caminhões, foi feita por Bernardo
Fedalto. Segundo ele, 2012 “será o
segundo melhor ano da Volvo em ca-
minhões pesados, ficando apenas um
pouquinho abaixo do ano passado”.
Isso, apesar da introdução das novas
tecnologias destinadas a atender as
exigências da norma Proconve P7, que
resultaram em algum encarecimento
dos novos ônibus e caminhões.
Fedalto justifica sua confiança: “O
mercado brasileiro se adapta muito
bem às novas tecnologias. Nós gosta-
mos da modernidade”.
REVISTA ABRATI, Março 2012 27
mpresaE
Viação Ouro e Prata renova com ônibus G7
Dando sequência ao seu programa de renovação de frota, a Viação Ouro e Prata, de Porto Alegre-RS,
investiu R$ 20 milhões na compra de novos ônibus Marcopolo Geração 7. Os carros operam nas linhas
que servem as cidades gaúchas de Horizontina, Santa Rosa, Santo Augusto, Cruz Alta, Criciumal, Três
Passos, Dom Pedrito, Iraí, Panambi, Frederico Westphalen, Sarandi e Carazinho.
30 REVISTA ABRATI, MARÇO 2012
Os novos ônibus Marcopolo G7 dispõem
de internet sem fio a bordo e oferecem
vários outros itens de conforto para os
passageiros das linhas da Ouro e Prata.
Div
ulga
ção
REVISTA ABRATI, MARÇO 2012 31
Fundada em 1939, a Viação Ouro e
Prata está sempre buscando apri-
morar a qualidade dos seus serviços;
daí a preocupação de aperfeiçoar os
padrões de segurança e conforto dos
seus ônibus. Os novos G7 introdu-
zem diferenciais que proporcionam
maior comodidade aos passageiros,
como, por exemplo, internet a bordo
(wireless), carregadores para celular
e notebook, luzes de leitura em LED
e poltronas ainda mais confortáveis.
A companhia baseia sua filosofia
de trabalho na implementação dos
cinco sensos: descarte, organização,
limpeza, padronização e disciplina.
Com isso, alcança um alto nível de
comprometimento dos funcionários
com a organização e com as questões
socioambientais.
Nessa área, criou o Programa
Seleciclar, que tem como princípio
promover internamente conceitos
de preservação do meio ambiente,
difundindo a consciência ecológica
mediante a separação seletiva dos
resíduos, que são integralmente des-
tinados a projetos de responsabilidade
social desenvolvidos em parceria com
a prefeitura do Município. O Seleciclar
acondiciona e destina materiais reci-
cláveis, orgânicos e metálicos, depo-
sitados em recipientes apropriados,
identificados e separados por cor. O
objetivo é despertar nos funcionários
a consciência da valorização do meio
ambiente.
PÚBLICO INTERNO
Na empresa é desenvolvida uma
intensa atuação voltada ao público
interno. Tendo como foco a integração
e valorização dos colaboradores, são
realizadas diversas comemorações
e homenagens no decorrer do ano,
entre elas a Festa do Colaborador, o
Dia das Mães, a Festa de Integração
e o Dia do Motorista. Também é imple-
mentado um Programa de Premiação
por Desempenho – o Motorista Show
– especificamente para os motoristas.
Mensalmente, entre os motoristas que
não tiveram nenhuma ocorrência, são
realizados sorteios de prêmios como
computador, câmera digital e TV LCD.
No fim do ano são concedidos três
grandes prêmios em dinheiro.
Como forma de valorizar e incenti-
var o crescimento profissional, a cada
ano a Ouro e Prata prioriza a seleção
de candidatos internos, reforçando
mpresaE
Viação Ouro e Prata
Frota: 190
Número de funcionários: 700
Principais linhas Interestaduais: Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso
do Sul, Mato Grosso e Pará.
Intermunicipais (RS): origem Porto Alegre com destino a Livramento, Santa
Rosa, Ijuí, Santo Ângelo, Cruz Alta e Carazinho.
Para tornar as viagens ainda mais confortáveis, os ônibus da Ouro e Prata passaram a dispor de novas poltronas.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
32 REVISTA ABRATI, MARÇO 2012
assim o interesse em reconhecer
e valorizar pessoas que buscam o
autodesenvolvimento. Neste ano, a
empresa abriu 20 vagas em diversas
áreas; oito foram preenchidas por
candidatos internos.
Recentemente, a Ouro e Prata reali-
zou a terceira edição do seu Programa
Trainee. Pelo período de dois anos,
jovens recém-formados são treinados
para atuar em futuros cargos de ges-
tão. Para valorizar a prata da casa, nes-
te ano também foi criado o Programa
de Talentos, aberto aos funcionários
que desejam atuar como gestores.
Pelo período de um ano, os participan-
tes são desenvolvidos em habilidades
técnicas e comportamentais.
De dois em dois anos é feita uma
pesquisa com os funcionários para
identificar seu nível de satisfação em
relação a diversos fatores ligados ao
ambiente de trabalho. Em 2011 fo-
ram ouvidos 511 funcionários – 70%
do corpo de colaboradores. Houve
crescimento significativo no índice de
satisfação em relação ao levantamen-
to anterior: o percentual apurado em
2009 era de 78%; em 2011, subiu
para 87%. Pela primeira vez foram
PRINCIPAIS PREMIAÇÕES
Marcas de Quem Decide (2011) A empresa de ônibus mais lembrada pelos gaúchos em pesquisa do Jornal
do Comércio e do Instituto QualiData.
Campeãs da Inovação (2010) Uma das 50 empresas mais inovadoras da região Sul em estudo da Revista
Amanhã e da Consultoria Edusys.
Fornecedor Consciente (2010) Única empresa a receber as cinco certificações da premiação Fornecedor
Consciente, promovida pelo IDF Instituto de Desenvolvimento do Fornece-
dor: Ecologia, Responsabilidade Social, Respeito ao Consumidor, Cultura
e Marketing Consciente.
500 Maiores do Sul (2010)Apontada em 2010 como uma das 500 maiores empresas do Sul do Brasil,
em pesquisa da Revista Amanhã.
Maiores & Melhores do Transporte e Logística (2009) Décima-terceira posição no ranking da revista Maiores & Melhores do
Transporte e Logística, categoria Empresas de Transporte Rodoviário de
Passageiros.
Destaque Revelação no Prêmio Porto Alegre Turismo (2009)Homenageada na categoria Destaque Revelação, no prêmio Porto Alegre
Turismo, por suas ações de fomento e incentivo à atividade turística.
Na renovação anual da frota são incorporados os ônibus mais modernos, visando uma operação cada vez mais amigável ao meio ambiente.
REVISTA ABRATI, MARÇO 2012 33
utilizados questionários on line. Nada
menos que 99% dos que responderam
disseram orgulhar-se de trabalhar na
Ouro e Prata.
PÚBLICO EXTERNO
Em relação ao público externo, a
companhia mantém diversos canais
de relacionamento com os clientes. Foi
pioneira no Rio Grande do Sul na venda
de passagens pela internet. Além dos
tradicionais canais como o Serviço de
Atendimento ao Consumidor, através
do número 0800 051 6216, e de e-
-mail ([email protected]), ela utiliza
como ferramenta de comunicação as
redes sociais Facebook (www.face-
book.com/ouroeprata) e Twitter (www.
twitter.com/ouroeprata). Recentemen-
te, criou também um canal exclusivo
no Youtube (http://www.youtube.com/
viacaoouroeprata).
Uma das principais ferramentas
da Ouro e Prata na busca de maior
aproximação com os clientes é o
programa Encontro de Passageiros,
que existe desde 2003. Realizado
trimestralmente na sede, em Porto
Alegre, o programa tem conquistado
de maneira crescente a simpatia e
o interesse dos clientes. Os partici-
pantes ficam conhecendo os setores
envolvidos nas operações, conversam
com gestores e diretores, participam
de um almoço de confraternização e
ainda têm a oportunidade de fazer um
city tour pela capital.
Para proporcionar mais conforto
e comodidade aos passageiros, são
mantidos espaços exclusivos para
eles nas rodoviárias de Porto Alegre,
Santo Ângelo, Santa Rosa, Soledade,
Carazinho, Santa Maria, Ijuí, Santana
do Livramento e Bagé. Nessas salas
VIP, os clientes podem aguardar o seu
ônibus em ambiente climatizado. São
prestadas informações sobre horários,
facilidades e promoções, e vendidas
passagens para os destinos interes-
taduais da empresa.
A sala VIP de Porto Alegre dispõe
de som ambiente, água mineral, TV e
internet. O acesso à sala é gratuito, o
cliente só precisa apresentar a pas-
sagem da Ouro e Prata com data de
viagem do dia.
COMUNIDADE
Na unidade bairro Navegantes, em
Porto Alegre, a Viação Ouro e Prata é
uma das empresas mantenedoras do
projeto que proporciona cursos profis-
sionalizantes a jovens de comunidades
carentes. Desta maneira, “ensinando
a pescar”, o projeto promove não só o
crescimento pessoal e profissional dos
jovens como também contribui para o
desenvolvimento comunitário.
A principal data do calendário
gaúcho – a Semana Farroupilha – é
comemorada de forma sistemática e
expressiva pela empresa. Todos os
anos, no mês de setembro, é promo-
vida uma série de ações de integração
com as comunidades onde a Ouro e
Prata está inserida. Neste ano, por
exemplo, a Semana Farroupilha foi
comemorada nas rodoviárias e nas
salas VIP de Porto Alegre e de mais
12 cidades do interior gaúcho. Todos
os eventos são marcados por shows
de dança e música nativista, refeições
típicas e rodas de chimarrão. Também
são distribuídos brindes alusivos à
data.
mpresaE
Comodidades como luzes de leitura em LED e carregadores de celular e de notebook tornam os serviços da empresa ainda mais eficientes.
Div
ulga
ção
34 REVISTA ABRATI, MARÇO 2012
assageirosP
Segurança, a síntese da atuação das empresasPara oferecer um serviço de qualidade e cativar cada cliente, as empresas regulares de transporte
rodoviário de passageiros estão atentas a uma série de cuidados, detalhes, providências. A lista pode
variar de uma empresa para outra, mas sempre inclui uma prioridade: a segurança do passageiro.
A segurança está por trás de todos
os procedimentos rotineiramente
adotados pelas empresas. Quando se
fala em conforto, por exemplo, é óbvio
que o passageiro só se sentirá verda-
deiramente confortável se tiver a per-
cepção de que a transportadora tomou
todos os cuidados para garantir que
a viagem se fará em total segurança.
Isso vale também para a pontualidade
da viagem: ela só será possível se o
ônibus estiver em perfeitas condições
mecânicas e trafegar de acordo com
padrões previamente estabelecidos
de velocidade, horário, condução ade-
quada – e tudo isso está relacionado
à segurança.
Do mesmo modo, o conceito de
qualidade, embora dependendo de
vários fatores, está, sem nenhuma
As empresas regulares dão ao passageiro a certeza: o ônibus passou por manutenção e ao volante está sempre um motorista bem preparado.
dúvida, fortemente ligado ao conceito
de segurança. Não há como se falar
em qualidade se não existir a garantia
de incolumidade do passageiro.
É o que mostramos nas páginas
seguintes, tomando como exemplos
aquilo que realizam, nessa área, as
empresas Gontijo, Viação Cometa, Via-
ção Águia Branca, UTIL, Real Expresso
e Expresso Guanabara.
Cré
dito
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
36 REVISTA ABRATI, MARÇO 2012
No caso do motorista recém-admitido, ou quando novos ônibus são incorporados à frota,
cada detalhe é repassado por um monitor até que não restem dúvidas sobre o veículo.
Treinamento e experiência do motorista são dois instrumentos de prevenção na Gontijo
A Gontijo investe continuamente
em treinamento por entender que esta
é a maneira certa de manter a solidez
dos quatro pilares que sustentam seu
trabalho no setor de transporte rodo-
viário de passageiros. São eles: segu-
rança, conforto, pontualidade e bom
atendimento. Embora o foco principal e
contínuo do treinamento sejam os fun-
cionários que mantêm contato direto
com o público (motoristas, bilheteiros,
trocadores), todos os recém-admitidos
passam por processos de qualificação
e adaptação à cultura da empresa.
A preocupação com a prevenção de
acidentes é constante e começa já no
processo de seleção dos profissionais.
Candidatos a motorista rodoviário de-
vem preencher dois requisitos: carteira
de habilitação D ou E obtida há, no
mínimo, quatro anos, e experiência mí-
nima de três anos com veículo pesado.
No processo de seleção, o candida-
to é submetido a avaliação psicológica,
com entrevista com psicólogo, teste
de atenção e testes de personalidade.
Os objetivos são verificar o seu tônus
vital (energia/resistência), nível de
agressividade, controle emocional e
dos impulsos, relacionamento com o
meio, atenção e capacidade de lidar
com as adversidades do dia a dia.
Também são analisados aspectos refe-
rentes à própria profissão, à condição
sócioeconômica e à situação familiar,
tudo isso para se avaliar a adequação
do candidato ao posto e à empresa.
Aprovado no processo de recruta-
mento, o candidato passa por um lon-
go período de formação. Inicialmente,
um Motorista Examinador e o respon-
sável pelo Departamento de Tráfego
verificam, na prática, a experiência do
recém-admitido, com base em fatores
como quilometragem percorrida, tre-
chos, segurança, eventual envolvimen-
to em acidentes, adaptação às normas
da empresa, postura, estabilidade nos
empregos etc.
TREINAMENTO ADMISSIONAL
Todos os motoristas recém-admiti-
dos passam pelo Treinamento Admis-
sional, que compreende treinamento
teórico e treinamento prático. O teórico
inclui noções de relacionamento in-
terpessoal, atendimento ao usuário,
direção defensiva, primeiros socorros,
meio ambiente e cidadania, legislação
de trânsito, operação de veículos,
condução econômica, manutenção
elétrica e mecânica, atribuições de res-
ponsabilidade do motorista e manual
de diagnóstico de falhas/check list. No
treinamento prático, o motorista com
pouca experiência em rodovias é trei-
nado por dois instrutores e levado para
percorrer ao volante alguns trechos
definidos pela empresa. Mais tarde,
ainda sob a orientação e supervisão de
um motorista mais experiente, ele faz
suas primeiras viagens com clientes.
Uma vez por ano, todos os mo-
toristas participam de reciclagens
operacionais, comportamentais e de
retorno das férias.
Outro procedimento voltado à se-
gurança é a utilização do bafômetro:
todos os motoristas e trocadores
submetem-se ao teste com o aparelho
no início e no término das viagens.
A Gontijo é a única empresa em
Minas Gerais credenciada pelo De-
tran para dar o Curso de Transporte
Coletivo de Passageiros exigido pelo
CONTRAN.
REVISTA ABRATI, MARÇO 2012 37
A Cometa sempre foi e continua sendo uma referência em manutenção e segurança
Em sua longa história, a Viação Co-
meta foi precursora de muitos dos pro-
cedimentos de treinamento, segurança
e prevenção de acidentes que, mais
tarde, se incorporaram ao dia a dia das
empresas de transporte rodoviário de
passageiros e por elas foram sendo
cada vez mais aperfeiçoados. É óbvio
que a Cometa não parou no tempo; ao
contrário, manteve-se na vanguarda do
processo, o que se pode perceber por
um conjunto de ações que ela mantém
de forma rotineira e que são repetidas
a intervalos regulares.
É o caso do curso Treinamento
Condução Segura, que a empresa
ministra pelo menos uma vez por ano
a todos os seus motoristas. O curso
tem duração de 8 horas e um dos seus
objetivos é sensibilizar cada motorista
para o problema dos acidentes de trân-
sito no Brasil, gerando o compromisso
para a responsabilidade social desse
profissional.
Mas há outros objetivos, como,
por exemplo, conscientizar o motorista
sobre a mudança de comportamento
no trânsito; ministrar-lhe novos conhe-
cimentos sobre mudanças no Código
de Trânsito Brasileiro e transmitir-lhe
conhecimentos técnicos, teóricos e ha-
bilidades indispensáveis na condução
de veículos, de modo a evitar que se
envolva ou seja causador de acidentes
no trânsito, corrigindo suas principais
causas, que são a imprudência, a
imperícia e a negligência.
COMISSÃO DE ACIDENTE
Na Viação Cometa funciona uma
Comissão de Acidente, responsável
pela avaliação dos acidentes de trânsi-
to envolvendo motoristas e veículos da
empresa. A comissão busca identificar
as causas de cada acidente, avalia os
índices de culpabilidade e define as
providências aplicáveis a cada caso.
São produzidos relatórios semanais
sobre essa questão.
Cada ocorrência de trânsito é cui-
dadosamente registrada e classificada
com o objetivo de identificar estatisti-
camente o seu tipo, gravidade, grau
de responsabilidade, hora e dia da
semana, local onde ocorreu e tempo
de casa do motorista envolvido. O
registro é feito mensalmente. Entre
outras utilidades, os levantamentos
dão origem a gráficos, geralmente
simples e didáticos.
Também são realizadas na empre-
sa reuniões mensais com grupos de
motoristas, quando as ocorrências de
trânsito são debatidas com os profis-
sionais, buscando-se sua conscientiza-
ção sobre a prevenção do acidente.
Gerente e Motorista Inspetor também
apresentam os pontos críticos obser-
vados nas ocorrências.
A cada dois meses são realizadas
na empresa campanhas de prevenção
de acidentes, com a finalidade de
alertar os motoristas sobre situações
adversas tais como neblina, chuva,
aumento do trânsito e uso do cinto de
segurança. As campanhas (seis por
ano) são feitas por meio de cartazes
e de conversas com os motoristas.
O acompanhamento individual do
motorista permite observar, a interva-
los mensais, como ele se comporta
em relação a quatro aspectos de seu
trabalho e às exigências da operação
da empresa: segurança, postura na
direção, operação propriamente dita
e atendimento ao cliente.
Sala de treinamento e atualização de motoristas e mecânicos da Cometa em São Paulo.
assageirosP
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
38 REVISTA ABRATI, MARÇO 2012
Também na Viação Águia Branca
os aspectos relacionados à segurança
das viagens começam a ser cuidados
já no processo de seleção e recruta-
mento dos motoristas. Na primeira
etapa são analisados o currículo do
candidato e as carteiras de trabalho e
habilitação. O primeiro teste é sobre
sinalização de trânsito. As etapas
seguintes compreendem entrevista,
teste de pista, testes de habilidades
compatíveis com o cargo e entrevista
comportamental. Quando o candida-
to não tem o curso de condutor de
transporte rodoviário de passageiro,
exigido pelo Contran, é disponibilizado
pela empresa ao profissional. Todo o
processo tem a duração de 37 dias.
Nenhum motorista inicia as ativida-
des sem estar devidamente treinado e
ambientado à empresa. Antes de ser
liberado para dirigir em linha normal,
ele dirige em carro-escola, acompanha-
do pelo Motorista Instrutor.
Em regime de operação normal,
sempre que o motorista tem de ir para
a estrada, passa por uma rotina de
procedimentos: uma rápida entrevista,
para se saber como ele está no mo-
mento de assumir a jornada; teste de
vigília, quando é verificado seu estado
de atenção para iniciar a viagem, e tes-
te do bafômetro. Ao voltar da viagem,
ele faz o teste de fadiga, que checa
seu estado de cansaço e sonolência
após a jornada de trabalho.
Sempre que a empresa detecta
algum desvio em relação aos padrões
operacionais, o motorista é retirado da
escala e encaminhado ao Programa de
Medicina do Sono. O programa é uma
das ferramentas mais avançadas que
Na Viação Águia Branca a medicina ajuda o motorista a dirigir bem e a descansar melhor
O exame de polissonografia, quando necessário, é feito nos laboratórios próprios da empresa.
A competência e dedicação dos mecânicos ajuda a garantir viagens sem sobressaltos.
a Águia Branca utiliza na prevenção de
acidentes de trânsito. O objetivo é a
prevenção e tratamento de possíveis
distúrbios do sono. Fazem parte do
programa as avaliações clinicas indi-
vidualizadas e os testes de vigília e
fadiga, que avaliam o tempo de reação
a um estímulo, e cujos resultados são
armazenados em banco de dados,
onde cada motorista tem um histórico
próprio.
A empresa conta com três labo-
ratórios do sono – Vitória, Salvador
e Três Rios –, onde são realizados
REVISTA ABRATI, MARÇO 2012 39
diagnósticos por meio de exames de
polissonografia (avaliação do sono).
Com esses exames são diagnosti-
cados possíveis distúrbios de sono,
como ronco, apneia obstrutiva do sono,
insônia, privação de sono etc.
A Viação Águia Branca também
mantém dez Salas de Estimulação do
Alerta em pontos de parada dos mo-
toristas durante as viagens noturnas.
A cada viagem noturna, o motorista
permanece em uma dessas salas por
20 minutos. Aí ele pratica exercícios de
alongamento e bicicleta ergométrica,
tendo em vista aumentar a tempera-
tura corporal e interferir na produção
do hormônio melatonina, responsável
pela sonolência no período noturno.
A empresa oferece aos motoristas
alimentação leve e saudável, evitando-
-se o jejum prolongado e o consumo
de alimentos de difícil digestão, que
podem contribuir para a sonolência e
a fadiga excessiva.
Durante o ano, os motoristas pas-
sam por uma jornada de treinamento/
capacitação padronizado (PCM), repas-
sando todos os módulos necessários
ao seu bom desempenho.
Quanto aos ônibus, além da rotina
das operações de manutenção progra-
mada, todo carro que conclui uma via-
gem passa por manutenção preventiva.
Desde o ano passado a frota da Via-
ção Águia Branca está equipada com
câmeras de vídeo, GPS e computador
de bordo. Assim, os ônibus são moni-
torados por telemetria pelo Centro de
Controle Operacional (CCO), que tem
comunicação direta com o motorista e
acompanha a viagem em tempo real. O
CCO atua como planejador, prevendo
os recursos necessários a cada via-
gem, e como controlador da operação
em tempo real. Também auxilia, com
agilidade, por meio de relatórios, as
tomadas de decisão.
A Real Expresso investe – e muito
– em segurança. Uma série de ações
é realizada de forma rotineira para
proporcionar ao profissional motorista
cada vez mais treinamento e aprimora-
mento dos seus conhecimentos sobre
todas as formas de se prevenir um
acidente. A prevenção é considerada
ponto crucial.
Desde a admissão, quando a em-
presa ministra intenso treinamento
ao recém-chegado, passando pelas
escolas de formação de motoristas,
pelas reciclagens ao longo de sua
vida profissional na empresa e pelos
treinamentos práticos nas rodovias,
há uma constante preocupação com
a segurança.
A companhia acredita na importân-
cia das orientações administrativas,
dos conceitos de relacionamento
interpessoal, do bom atendimento ao
cliente, das noções de marketing, do
Excelência na operação e acidentes perto de zero, os objetivos da Real Expresso
programa de gestão da qualidade, das
noções de manutenção e da orientação
jurídica acerca das consequências do
acidente – mas entende que nada
disso é tão importante quanto a ex-
celência na operação dos veículos e
a busca da redução dos acidentes a
índices próximos de zero.
CONDUÇÃO E DIREÇÃO
Esses dois conceitos parecem
diferentes, mas são altamente com-
plementares. “Quando se pratica um,
certamente conseguimos o benefício
do outro”, afirma Hézio Barbo, instrutor
técnico da Real Expresso, que acres-
centa: “Ao se treinar um motorista para
que ele faça uma condução que reduza
o consumo de combustível, inevitavel-
mente ele terá uma forma de conduzir
mais segura”, afirma.
No esforço permanente para atu-
alizar os conhecimentos do condutor,
Antes de sair para qualquer viagem, cada ônibus da Real Expresso passa por rigorosa revisão.
assageirosP
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ndes
40 REVISTA ABRATI, MARÇO 2012
Graças às novas tecnologias, todas as viagens podem ser acompanhadas em tempo real.
Mesmo os motoristas mais experientes são submetidos a reciclagem anual.
de modo que ele possa sempre estar
dirigindo defensivamente, a Real
Expresso utiliza equipamentos de ví-
deo, palestras, análise de acidentes
ocorridos tanto na empresa como em
outras, dinâmicas de grupo junto com
o Departamento de Recursos Humanos
e várias outras formas de abordagem.
Condições adversas das estradas,
questões climáticas, eventos fortuitos,
uso de bebidas alcoólicas e de subs-
tâncias estimulantes, entre outros,
também são temas sempre presentes
no processo de treinamento e recicla-
gem dos profissionais.
A aferição da eficiência de todos os
treinamentos teóricos é feita mediante
avaliações técnicas operacionais de
campo, quando os motoristas são
acompanhados por motoristas monito-
res. Nessas operações eles são ava-
liados quanto ao comportamento na
condução do veículo e no cumprimento
das regras de trânsito. O acompanha-
mento é tanto mais rigoroso quanto
mais novo na empresa é o profissional:
itinerários que ele não conhece lhe
são “apresentados” pelos monitores
nas primeiras viagens, como forma
de prevenir acidentes causados por
desconhecimento das linhas operadas
pela empresa.
ORIENTAÇAO JURÍDICA
Além dos aspectos técnicos, outra
preocupação é proporcionar informa-
ção jurídica ao motorista para que ele
conheça a gravidade das consequên-
cias cíveis e criminais decorrentes
de um acidente de transito. A fim de
torná-lo consciente de suas obrigações
e evitar que se envolva em situações
de risco, são ministrados ensinamen-
tos sobre as possíveis condenações.
Também é dada orientação sobre
prioridades a observar em caso de
sinistro: assistência às vítimas, pri-
meiros socorros, comunicação com a
empresa e outras ações que possam
contribuir para a redução do impacto
do acidente.
Por fim, a Real Expresso vem in-
vestindo no uso de novas tecnologias
embarcadas que ajudam na condução
do veículo, tornando-a mais segura e,
consequentemente, ajudando a pre-
venir acidentes. Entre esses equipa-
mentos destacam-se os rastreadores
que permitem o acompanhamento da
viagem em tempo real, informando a
posição do veiculo e fornecendo dados
como velocidade, paradas irregulares,
desvios de rota, funcionamento do
motor em marcha lenta e vários outros
que aumentam o grau de controle do
veículo e da viagem.
A Real Expresso foi pioneira na
utilização de câmeras embarcadas,
que filmam a viagem ininterruptamen-
te. O processo permitiu a redução de
infrações de transito e de acidentes
de pequena monta. O simples fato de
haver um monitoramento faz com que
os profissionais se mantenham mais
atentos.
REVISTA ABRATI, MARÇO 2012 41
A Expresso Guanabara dedica gran-
de cuidado ao treinamento dos seus
motoristas, como forma de assegurar o
compromisso com a qualidade, o con-
forto e a segurança dos passageiros.
O objetivo é tornar esses profissionais
cada vez mais capazes de trabalhar
em sintonia com o compromisso da
empresa, que é prestar um serviço
com excelência no atendimento aos
passageiros e, sobretudo, transportar
vidas humanas com segurança.
A preocupação permanente com o
bem-estar dos motoristas se traduz no
desenvolvimento constante de progra-
mas de treinamento e reciclagem para
eles. Atualmente, a empresa conta
com 900 motoristas contratados. To-
dos passam por baterias de exames e
participam constantemente de cursos
de formação e reciclagem.
A Guanabara mantém uma com-
pleta estrutura para a manutenção de
A Guanabara confia na formação para transportar vidas humanas com segurança
seus veículos. O sistema é controlado
por meio de software próprio desenvol-
vido especificamente para controle de
grandes frotas. As ações preventivas
são realizadas com os melhores e
mais modernos equipamentos de
operação, dotados de alta tecnologia.
Para que o trabalho de manutenção
seja o mais eficiente possível, a Gua-
nabara busca a contínua capacitação
profissional de seus colaboradores.
Como parte de uma política permanen-
te, eles participam de variados cursos
ministrados por importantes parceiros,
como o Sest/Senat, a Mercedes-Benz
e os fabricantes de peças.
RASTREAMENTO
Outro recurso empregado pela
empresa para aumentar a segurança
das viagens é o rastreamento via sa-
télite. Todos os ônibus da Expresso
Guanabara estão equipados com a
tecnologia de monitoramento mais
avançada disponível do mercado.
Graças à utilização dos sistemas GPS
e GPRS, os ônibus são monitorados
em tempo real. A qualquer momento é
possível checar todas as informações As operações de manutenção abrangem todos os detalhes internos, externos e de motor.
Sala de monitoramento de viagens da Guanabara: controle total dos ônibus em operação.
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42 REVISTA ABRATI, MARÇO 2012
Direção defensiva e acompanhamento do motorista e do ônibus, os segredos da UTIL
Na UTIL, o treinamento de inte-
gração de novos motoristas compre-
ende seis módulos, dois dos quais
dedicados exclusivamente ao estudo
do Código de Trânsito Brasileiro e à
direção defensiva.
Durante o ano, todos os profis-
sionais passam por pelo menos uma
reciclagem desses conteúdos e por um
treinamento em serviço denominado
OJT (sigla das palavras inglesas On
the Job Training), durante o qual todos
esses princípios são observados e
cobrados.
Quando um motorista se envolve
em acidentes ou avarias, por menores
que sejam, ele é imediatamente reti-
rado da escala e passa à disposição
do RH (no caso da UTIL essa gerência
é denominada Gerência de Educação
Corporativa). O motorista é entrevis-
tado e, dependendo da gravidade do
sinistro, encaminhado para atendimen-
to psicológico e, se for o caso, médico
também. Na UTIL há um capelão que
presta atendimento espiritual em ques-
tões de ordem pessoal que requeiram
esse tipo de ajuda.
Nos casos de envolvimento em
acidentes ou avarias (multas também),
o motorista passa pelo Treinamento
Preventivo de Multas e Avarias, que
ocorre mensalmente. Cada evento é
analisado por monitores, revendo-se
aspectos das leis de trânsito e princí-
pios de direção defensiva.
A instrução teórica é tão importante quanto a parte prática e a direção em estrada.Monitoramento das viagens em tempo real.
sobre a viagem: localização exata do
veiculo, velocidade do percurso, quilo-
metragem percorrida, tempo que falta
para chegar ao destino, uso racional do
combustível. É possível, por exemplo,
saber se o motorista excedeu a velo-
cidade permitida ao entrar ou sair de
uma curva ou dentro de um perímetro
urbano. Também a qualquer momento,
em situações de emergência, o veículo
pode se comunicar, em tempo real,
com a central de monitoramento.
A Guanabara também esta dotando
seus veículos de um sistema integrado
de câmeras cujas imagens possibili-
tam a análise de vários parâmetros da
condução do operador.
Todos esses investimentos têm
por objetivo garantir a segurança dos
passageiros e dos operadores durante
as viagens.
REVISTA ABRATI, MARÇO 2012 43
arketingM
A Scania oferece vantagens na era Proconve P7
Para motivar os interessados em adquirir ônibus e caminhões pesados da marca produzidos em 2012,
já com as tecnologias exigidas pela norma Proconve P7, a montadora está oferecendo vantagens
especiais. A principal é o abastecimento gratuito de aditivo Arla 32 por 120.000 quilômetros. A oferta é
válida para o período da promoção (até 31 de março), tanto para ônibus como para caminhões.
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46 REVISTA ABRATI, Março 2012
Carroçaria Marcopolo para fretamento e linhas rodoviárias de curta e média distância, montada sobre o chassi Série F da linha 2012.
A s vantagens oferecidas pela Sca-
nia são objeto de uma campanha
publicitária veiculada desde janeiro
nos principais meios de comunica-
ção, como televisão, mídia impressa
e meios digitais. Os anúncios (ver ao
lado) informam que, para o segmento
de ônibus, os compradores têm direito
ao Arla 32 gratuito e a um contrato
de manutenção preventiva que inclui
troca de óleo de motor e de filtros,
entre outros. Já os compradores de
caminhões recebem o agente redutor
Arla 32 por 120.000 quilômetros e,
caso optem pelo modelo R440, seja na
configuração 6x2, seja na 6x4, ainda
ganham o câmbio automatizado Scania
Opticruise, freios ABS e sistema de
controle de tração.
O regulamento e as condições
gerais da promoção podem ser con-
sultados no site da montadora (www.
scania.com.br).
Na avaliação dos executivos da
Scania, a campanha e a promoção
têm grande importância para divulgar
sua linha 2012, já que desde o dia
1º de janeiro o Brasil introduziu uma
drástica mudança no protocolo am-
biental do País: está em vigor a Fase
7 do Programa de Controle da Poluição
do Ar por Veículos Automotores – Pro-
conve P7. A nova norma obriga as
montadoras a só fabricarem motores
que se enquadrem no padrão Euro 5
de redução de poluentes, exigido na
Europa desde 2009.
Enquadrar na norma Proconve P7
os ônibus e caminhões produzidos
no Brasil implicou a adoção de novas
tecnologias e a instalação de mais
equipamentos nos veículos, com um
aumento nos custos. Basicamente,
trata-se de mais um tanque de peque-
na capacidade para armazenagem do
agente redutor Arla 32, um catalisador
para processar o pós-tratamento dos
gases emitidos pelo motor e um sis-
tema que monitora eletronicamente
o nível das emissões de poluentes
do motor.
Os ônibus e caminhões que estão
chegando agora às revendedoras
ficaram entre 8% e 10% mais caros,
e isso provocou duas reações quase
simultâneas no mercado. Num primeiro
momento, houve uma nítida antecipa-
ção das encomendas; especialmente
os grandes frotistas decidiram com-
prar, ainda em 2011, a quase totali-
dade do que haviam programado para
2012. Não por outro motivo, nos dois
primeiros meses de 2012 quase todos
os emplacamentos foram de ônibus e
caminhões da linha 2011, fenômeno
que deve se prolongar até o fim de
março, já que as redes distribuidoras
ainda acumulam estoques de veículos
com a tecnologia anterior. Para que os
concessionários não sejam excessiva-
mente onerados, os estoques estão
sendo financiados pelos bancos das
montadoras.
RETRAÇÃO
Seja como for, houve uma queda
no volume de emplacamentos neste
começo de ano, provocando especula-
ções sobre um possível arrefecimento
das compras de ônibus e caminhões
em 2012. A própria tradição do mer-
cado brasileiro mostra que, depois de
um ano de recordes (como foi o ano
Dois dos anúncios veiculados pela Scania para divulgar as características técnicas e as
vantagens que estão sendo oferecidas para as linhas 2012 de ônibus e caminhões.
REVISTA ABRATI, Março 2012 47
passado), a demanda tende natural-
mente a cair. Pelo menos uma grande
montadora admite redução de 15%
nas suas vendas deste ano. Tentando
justamente evitar ou atenuar os efeitos
da possível retração do mercado, outra
montadora está trabalhando com taxa
zero no financiamento das unidades
que sobraram do ano passado, ainda
com a tecnologia antiga.
Num segundo momento, a maio-
ria dos clientes preferiu adiar para o
segundo semestre a decisão sobre
as encomendas restantes, pois até
lá, segundo acreditam, já se terá um
quadro mais definido da política de
preços dos fabricantes ante a nova
realidade do Proconve P7.
As montadoras também estão
preocupadas em convencer os clientes
acerca das vantagens proporcionadas
pelos novos veículos, mesmo que
custem um pouco mais. Já não parece
haver dúvidas quanto à eficiência deles
em reduzir em até 80% as emissões
de poluentes, mas ainda há incertezas
quanto ao efetivo desempenho dos
motores, à rentabilidade da operação
dos novos veículos e, sobretudo, à
real disponibilidade do óleo diesel
com baixo teor de enxofre (o S50) em
toda a rede brasileira de postos de
abastecimento.
O LADO AMBIENTAL
O esforço de marketing da Scania
está voltado, em boa parte, para o
aspecto da maior sustentabilidade am-
biental proporcionada pelos veículos
Proconve P7, tendo em vista o grande
avanço alcançado com a utilização
das novas tecnologias. Márcio Furlan,
arketingM
Wilson Pereira: “Somos a única montadora
preparada para atender às demandas
por ônibus movidos a combustíveis
totalmente renováveis.”
Foto
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48 REVISTA ABRATI, Março 2012
Ônibus urbano Scania movido a etanol já rodando em operação normal na cidade de São Paulo.
gerente de Marketing e Comunicação
Comercial, sustenta que a Scania
está muito à vontade para trabalhar
esse conceito, já que há muitos anos
tem sido pioneira nas questões de
sustentabilidade.
A propósito de sustentabilidade,
o diretor de Vendas de Ônibus da
Scania Brasil, Wilson Pereira, estende
o conceito aos ônibus a etanol desen-
volvidos pela marca (inclusive com o
diferencial de não exigirem o uso do
agente Arla 32), e do qual 50 unidades
estão rodando desde maio de 2011
no serviço urbano da cidade de São
Paulo. Outras dez unidades – e estes
serão carros equipados com o chassi
K270 6x2 de 15 metros – passarão
a rodar no segundo semestre. Atual-
mente, mais de 800 veículos Scania
alimentados com esse combustível re-
novável estão em operação na cidade
de Estocolmo, Suécia. E há 200 sendo
utilizados em outros países.
Wilson Pereira acentua que, na sua
opinião, a Scania é a única montadora
do mercado preparada para fornecer
veículos movidos a etanol e lembra
que a Prefeitura de São Paulo já esta-
beleceu prazo até 2018 para que as
operadoras de transporte urbano da
capital renovem totalmente suas frotas
com ônibus que utilizem exclusivamen-
te combustíveis 100% renováveis.
Registre-se que todo o trabalho da
Scania está sendo feito simultanea-
mente ao esforço de comercialização
dos veículos produzidos em 2011 e
ainda em estoque, equipados com a
tecnologia anterior (Euro III). Embora a
produção deles não seja mais permiti-
da, a entrega dos que foram fabricados
até 31 de dezembro do ano passado
deve se estender até o fim de março.
O chassi rodoviário K470 8x2: próprio para receber carroçarias do tipo Double Decker.
O ônibus K270 6x2 de 15 metros: maior que o urbano e com capacidade próxima à do articulado: solução intermediária da Scania.
REVISTA ABRATI, Março 2012 49
mpresaE
Encurtando distâncias e unindo pessoasCriada há 56 anos na cidade mineira de Abaeté, a Viação Sertaneja investe sempre mais em
treinamento de pessoal e modernização da frota, consciente de que o contínuo crescimento
da empresa trouxe usuários cada vez mais exigentes.
52 REVISTA ABRATI, Março 2012
A segurança dos passageiros e sua
completa satisfação com os ser-
viços prestados são as duas maiores
preocupações da Sertaneja. Preocu-
pações que se traduzem, na prática,
pela cuidadosa manutenção preventiva
e corretiva dos ônibus – tarefa na qual
se empenham diariamente os mecâ-
nicos e especialistas que trabalham
em suas nove oficinas, instaladas em
cidades estratégicas nas regiões onde
a companhia opera.
Mas não só manutenção. A frota
também é modernizada constantemen-
te e, para operá-la, a Sertaneja investe
de modo crescente no treinamento
dos colaboradores, notadamente
os profissionais motoristas. Todos
passam por cursos de Relações Hu-
manas e Direção Defensiva, além de
se submeterem a um programa de re-
ciclagens periódicas, para que estejam
sempre bem treinados e atualizados
em relação às novas tecnológicas e
equipamentos de segurança.
Para a máxima eficiência na pres-
tação dos serviços, a maior parte das
operações da Viação Sertaneja está
informatizada. O quadro de pessoal é
formado por cerca de 600 pessoas,
entre motoristas, auxiliares de viagens,
fiscais, bilheteiros, encarregados de
manutenção e administração.
FROTA
A frota é de 156 veículos, conta-
bilizados ônibus rodoviários, coletivos
urbanos, caminhões baús para o trans-
porte de cargas e carros de apoio. Os
ônibus percorrem em média 858.000
quilômetros a cada mês, transportan-
do cerca de 296.000 passageiros no
período.
A empresa opera 37 linhas de con-
cessão pelo DER/MG; quatro linhas
interestaduais de concessão pelo an-
tigo DNER, hoje ANTT, e dez linhas de
concessão por prefeituras municipais,
além de coletivos urbanos nas cida-
des de Curvelo e Três Marias, Minas
Gerais. Paralelamente ao transporte
coletivo de passageiros, a Sertaneja
opera em viagens de turismo mediante
o fretamento de ônibus a terceiros e,
ainda, no transporte de cargas.
Além do atendimento presencial,
os usuários tem à sua disposição o
site www.viacaosertaneja.com.br e o
telefone 0800 880 2006.
Cuidado permanente é adotado no
que diz respeito ao meio ambiente.
Nesse sentido, todas as instalações
da companhia foram projetadas de
maneira a atenderem plenamente à
legislação ambiental.
A alta e complexa tributação sobre
a atividade de transporte coletivo de
passageiros, e a concorrência desleal
feita pelo transporte clandestino, são
os principais desafios enfrentados
pela Viação Sertaneja neste início do
século XXI.
TRAJETÓRIA
A história da companhia teve início
em 1953 na cidade de Abaeté-MG.
Na época, ela operava apenas duas
linhas: Abaeté-Frei Orlando e Abaeté-
-Paineiras. Em 1955, com o ingresso
de um novo sócio, Geraldo Mendes
Morato, a empresa comprou a linha
Abaeté-Belo Horizonte. Três anos mais
tarde, foram adquiridas as quotas dos
Irmãos Faria, ficando como sócios
Bernardo Mendes Ribeiro, seus filhos
Geraldo Mendes Morato e Moacir
Mendes Morato, e Sebastião Ferreira
de Andrade.
Aos poucos, a Viação Sertaneja
adquiriu outras linhas no interior da
região centro-oeste de Minas Gerais. O
passo decisivo para o seu crescimento
foi dado na década de 1960, com a
aquisição da linha Belo Horizonte-
-Paracatu, da Viação Cisne, que lhe
valeu o início da conquista da região
noroeste do Estado. Em seguida, a
empresa ganhou em concorrência
algumas linhas junto ao DER/MG,
além de comprar outras, inclusive
várias linhas intermunicipais na Zona
da Mata de Minas Gerais. Sua pri-
meira linha interestadual foi Mar de
Espanha-Petrópolis. Em 1999, ganhou
em concorrência junto ao DNER a linha
São João Del Rei-Brasília.
A cada mês, a frota sempre renovada
da Viação Sertaneja percorre
858.000 quilômetros em média.
Div
ulga
ção
REVISTA ABRATI, Março 2012 53
piniãoO
Volvo: um ano de recordes
Div
ulga
ção
Luis Pimenta
Presidente da Volvo Bus Latin America
Oano de 2011 foi o melhor da his-
tória da Volvo Bus Latin America.
No ano passado, conquistamos 23%
de participação no mercado brasileiro
de ônibus, um aumento bastante
significativo em relação aos 17% que
detínhamos em 2010. É uma história
de conquistas, que começou em 1979,
quando o primeiro chassi da marca,
um B58 rodoviário, saiu da linha de
montagem na fábrica de Curitiba.
Os resultados foram recordes em
toda a América Latina. A Volvo comer-
cializou 3.652 ônibus no continente,
um número 153% maior que as 1.441
unidades registradas em 2010. Um
volume 95% maior no segmento ro-
doviário e 190% superior no urbano.
Estamos muito orgulhosos!
Os números positivos de 2011
refletem o aumento de nossa oferta de
produtos e também a grande aceitação
de nossos ônibus por um mercado
tão exigente. Temos atualmente o
mais novo e mais completo portfolio
de produtos, incluindo o segmento
de semipesados, com o nosso motor
dianteiro, B270 F, veículo que teve 700
unidades comercializadas em apenas
três meses após seu lançamento.
2011 foi também um ano de gran-
des vitórias da Volvo Bus Latin America
em BRT’s (Bus Rapid Transit). Con-
firmando nossa liderança neste seg-
mento, conquistamos os pedidos dos
BRT’s de Curitiba, Goiânia e Manaus,
fazendo uma participação de mais de
75% no Brasil. No mercado externo,
conquistamos os pedidos de BRT de
Quito, Equador, e os pedidos decor-
rentes da expansão do Transmilênio
em Bogotá, Colômbia. Conquistamos
também o maior dos BRT’s de 2011,
que resultou no faturamento de mais
de 1.000 unidades para o Panamá.
Dessa forma, estamos prepara-
dos para competir e manter nossa
liderança neste segmento com o
reconhecimento por parte de opera-
dores e autoridades, e a performance
e adequação de nossos produtos aos
sistemas organizados de transporte de
pessoas com qualidade de vida.
Não só de números são nossas
conquistas. Construímos e consoli-
damos uma estrutura sólida de pós-
-venda, com o desenvolvimento da
Linha Azul, garantindo a excelência nos
nossos serviços, com a prioridade no
atendimento de ônibus em nossa rede
de concessionárias.
Outra grande vitória foi o nosso
ônibus híbrido, com uma tecnologia
revolucionária, pois permite economia
de combustível (diesel) de até 35% e
ainda reduz as emissões de gases po-
luentes entre 80% e 90%. Concorrendo
com as unidades fabris do México e
Índia, fomos escolhidos para produzir
o chassi do híbrido no Brasil, na nossa
unidade de Curitiba.
A Volvo é o primeiro fabricante a
produzir veículos híbridos no Brasil. A
pré-produção conta com uma previsão
de 80 unidades. A operação brasileira
será a primeira a fabricar híbridos fora
da Suécia.
Este ano, para estar ainda mais
próximo dos nossos clientes, vamos
percorrer todo o País com uma cara-
vana para apresentar nossos novos
modelos e nossa linha de ônibus Euro
5. Queremos conhecer ainda mais
de perto as necessidades de nossos
clientes, tirar dúvidas sobre a nova
tecnologia e reforçar nossos diferen-
ciais e soluções para o transporte de
pessoas com qualidade, segurança e
respeito pelo meio ambiente.
Queremos conhecer ainda mais de perto as
necessidades de nossos clientes, tirar dúvidas
sobre a nova tecnologia e reforçar nossos
diferenciais e soluções para o transporte de
pessoas com qualidade, segurança e respeito pelo meio ambiente.
54 REVISTA ABRATI, março 2012