principais métodos de pesquisa utilizados na...

Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração

Modulo 3

Principais métodos de pesquisa utilizados na Administração.

Pesquisa bibliográfica Pesquisa documental

Levantamento Estudo de Caso

Pesquisa experimental Pesquisa-ação

UAB - UNEMAT 1 Prof. Dr. Marcos Luís Procópio

Pesquisa bibliográfica

O que é?

“A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado” (GIL, 2010, p. 29).

Livros;

Periódicos;

Anais de congressos ou encontros científicos;

Teses e dissertações;

Revistas;

Dicionários técnicos;

Sites especializados;

Jornais; etc...

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Uma pesquisa bibliográfica “pura” é aquela onde se buscam respostas ou soluções para a questão de partida ou problema de pesquisa especificamente em material bibliográfico.

Todavia, como vimos, toda pesquisa científica deve se basear em conhecimento já produzido sobre os fenômenos, em conceitos e teorias já publicados.

Por isso...



Importância

A pesquisa bibliográfica “trata-se de estratégia de pesquisa necessária para condução de qualquer pesquisa científica” (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 54).

“Praticamente toda pesquisa acadêmica requer em algum momento a realização de trabalho que pode ser caracterizado como pesquisa bibliográfica” (GIL, 2010, p. 29).

No caso do trabalho monográfico, trata-se de uma etapa preliminar da pesquisa, antes da investida no campo empírico.



Por que?

Porque é através da pesquisa bibliográfica que se constrói o referencial teórico do estudo, referencial teórico este que servirá para orientar a coleta e interpretação dos dados do campo.



Fontes de material

Graças a popularização da internet, muito material bibliográfico pode hoje ser encontrado na web.

Todavia, é preciso saber “classificar” ou filtrar esse material. Como:

Verificando a natureza do site em questão; Verificando a forma da publicação do material; Verificando o conteúdo da publicação.

Lembre-se:

Todo referencial teórico tem que ser construído sobre bases sólidas e confiáveis de conhecimento.




Sugestões de fontes

Vários periódicos http://www.periodicos.capes.gov.br/

Vários artigos http://www.scielo.org/php/index.php

Revista do Serviço Público - ENAP

http://www.enap.gov.br/index.php?option=content&task=view&id=257

Revista de Administração Pública – RAP

http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap

Anais dos eventos da ANPAD

http://www.anpad.org.br/

Cadernos EBAPE – FGV

http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/index

Revista eletrônica de Administração

http://seer.ufrgs.br/read/index

http://www.periodicos.capes.gov.br/

http://www.scielo.org/php/index.php

http://www.scielo.org/php/index.php














http://www.anpad.org.br/







http://seer.ufrgs.br/read/index


Seleção do material

Título e subtítulo;

Resumo;

Introdução / conclusão;

Sumário;

Palavras chave;

Data de publicação;

Currículo do autor;

Referências utilizadas na obra.



Leitura do material

Embora as pessoas leiam por diversas razões, a leitura realizada em um estudo monográfico é sistemática e tem por objetivos ampliar o conhecimento e ajudar a organizar as ideias do pesquisador sobre aquilo que ele está lendo.

Depois da seleção de material, o procedimento de leitura passa por diversas fases que vão sucessivamente aprofundando a compreensão do leitor sobre o conteúdo lido. São elas:



• O material interessa à pesquisa?

Exploratória

• Que partes do material interessam à pesquisa e por que? Seletiva

• Como as ideais presentes no material selecionado se relacionam com a pesquisa, seu problema, objetivos ou hipóteses?

Analítica

• Como as ideias presentes no material selecionado se relacionam com outras ideias de outros autores para formar uma interpretação crítica sobre a questão estudada?

Interpretativa


Nível de profundidade

da leitura


Documentação da leitura

Para fazer a monografia, ler apenas não é suficiente.

A redação do texto final exige que o pesquisador sistematize vários conceitos, ideias e teorias sobre o que está dissertando.

Por isso, documentar a leitura é um procedimento muito útil ao estudante, já que permite economia de tempo e esforço na hora de redigir a monografia.

Como documentar?

1. Apontamento simples; 2. Fichamento – fichas complexas podem se tornar verdadeiros

bancos de dados indexados; 3. Resumos. UAB - UNEMAT Prof. Dr. Marcos Luís Procópio 11

Pesquisa documental

O que é? A pesquisa documental se aproxima da pesquisa bibliográfica,

entretanto, suas fontes são “documentos”.

Relatórios; Tabelas, gráficos; Organogramas. Documentos contábeis; Leis, normativas, manuais; Cartas, memorandos, e-mails; Cartazes, panfletos; Boletins e jornais internos; Fotos, mapas, fluxogramas.


Fonte documental Material interno

Fonte bibliográfica Material obtido em bibliotecas ou bases de dados bibliográficos

Pesquisa documental

Utilização Um estudo pode utilizar-se da pesquisa documental como

método principal de investigação.

Exemplo: qual é o conceito de democracia presente na constituição de 1988?

Todavia, a pesquisa documental também pode ser utilizada como uma técnica de coleta de dados em estudos guiados por outras metodologias.

Neste caso, a pesquisa documental pode ser combinada com outras técnicas de coleta de dados com o propósito de trazer evidências mais ricas para o estudo.

Exemplo: a pesquisa documental pode ser combinada com a entrevista em um estudo de caso que busque descrever o processo de licitação de obras em um município.


Levantamento

O que é?

Trata-se de uma estratégia de pesquisa bastante utilizada na Administração.

“Caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer” (GIL, 2010, p. 35).

Quando são todos os elementos do universo, tem-se um censo.

Quando não se pode abordar todos os elementos do universo, estipula-se uma amostra.

Pode ser utilizado tanto para descrever fenômenos quanto para explicar fenômenos a partir da prova de hipóteses, embora na maior parte das vezes seja utilizado em pesquisa do primeiro tipo.


Levantamento

Instrumentos de coleta de dados normalmente utilizados

Entrevistas (para públicos pequenos);

Formulários (para públicos intermediários);

Questionários (para grandes públicos).

Tamanho da amostra

A amostra precisa ser representativa para que as constatações feitas a partir dela possam ser generalizadas aos demais elementos do universo.

“Entende-se por representativa a amostra que tem a mesma estrutura ou composição da população” (RICHARDSON, 2012, p. 160).

Existem cálculos estatísticos específicos para se estimar o tamanho da amostra em uma população finita ou infinita, mediante um nível de confiança estabelecido e um erro de estimação permitido.


Levantamento

Tipos de amostras

Uma vez calculado o tamanho da amostra, seus indivíduos ou elementos devem ser identificados.

1. De modo probabilístico – todos os indivíduos tem a mesma probabilidade de ser selecionados:

1. Amostragem aleatória simples. 2. Amostragem estratificada. 3. Amostragem por conglomerados.

2. De modo não probabilístico: 1. amostra acidental – impossibilidade de representatividade. 2. amostra intencional – indivíduos são intencionalmente

selecionados segundo certas características comuns (sujeito-tipo) – representatividade questionável.


Estudo de caso

“Entre os tipos de pesquisa qualitativa característicos, talvez o estudo de caso seja um dos mais relevantes” (TRIVIÑOS, 1987, p. 133).

“A estratégia de pesquisa estudo de caso pede avaliação qualitativa, pois seu objetivo é o estudo de uma unidade social que se analisa profunda e intensamente” (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 61-62).

Embora o estudo de caso possa até gerar teorias sobre os fenômenos estudados, normalmente seus achados não podem ser generalizados.


Estudo de caso

O que é?

“É uma categoria de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa profundamente” (TRIVIÑOS, 1987, p. 133).

Indivíduo; Organização; Departamento.

“Trata-se de uma investigação empírica que pesquisa fenômenos dentro do seu contexto real, onde o pesquisador não tem controle sobre eventos e variáveis, buscando apreender a totalidade de uma situação e, criativamente, descrever, compreender e interpretar a complexidade de um caso concreto” (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 61-62).


Estudo de caso

Características principais

O estudo de caso se caracteriza pela análise de

uma ou poucas unidades – unidade caso; em sua totalidade; em profundidade; historicamente – no decorrer do campo, e; dentro do seu contexto real.

O nível de dificuldade do estudo de caso variam em função do problema ou questão de partida que se pretende responder e também em função da complexidade do caso em questão.

Como não há um procedimento rígido para condução deste tipo de pesquisa, “os estudos de caso exigem do pesquisador muito mais habilidades, quando comparados a pesquisas quantitativas” (GIL, 2010, p. 123).


Estudo de caso

Todavia, alguns cuidados podem ser tomados para garantir a qualidade do estudo, tais como:

1. Justificar cientificamente a escolha do caso.

1. Caso raro;

2. Caso revelador;

3. Caso discrepante ou extremo – “passa dos limites...”

2. Verificar se os informantes são representativos (entrevistas).

3. Controlar o “efeito pesquisador” – “um dos maiores riscos da condução de um estudo de caso é utilizar a investigação para comprovar posições preconcebidas” (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 62).

4. Fazer triangulação dos dados coletados – “os estudos de caso executados com rigor requerem a utilização de fontes documentais, entrevistas e observações’ (GIL, 2010, p. 119).


Pesquisa experimental

O que é?

É a modalidade de pesquisa mais típica das ciências naturais.

“Consiste essencialmente em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis capazes de influenciá-lo e definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto” (GIL, 2010, p. 32).

“O experimento é uma pesquisa em que se manipulam uma ou mais variáveis independentes e os sujeitos são designados aleatoriamente a grupos experimentais” (GIL, 2010, p. 72).



É ideal para realização de pesquisas explicativas, pois “os experimentos são os estudos que melhor se adaptam ao propósito de identificação das relações causais entre variáveis” (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 56).

Em resumo, “trata-se de pesquisa em que uma ou algumas variáveis são manipuladas (variáveis independentes) – possíveis causas – e são observados possíveis efeitos sobre uma variável (dependente)” (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 57).



Características

Variável dependente: é aquela cujo comportamento está sendo observado (efeito) enquanto a variável independente (causa) é manipulada.

Variável independente: (causa) é aquela que está sob o controle do pesquisador e é manipulada para se medir o efeito sobre a variável dependente.

Grupo experimental ou de teste: é o grupo de elementos que está submetido às mudanças na variável independente (causa).

Grupo de controle: é um grupo de elementos, parelho ao grupo experimental, cujas condições de funcionamento são mantidas inalteradas como uma referência para se medir as variações no grupo experimental.



Condições para realização

Nas Ciências Sociais Aplicadas as pesquisas experimentais normalmente não podem ser realizadas em um ambiente controlado de laboratório. Comumente são realizadas em campo, onde o controle das variáveis e mais difícil.

Todavia, isso não livra a pesquisa experimental das seguintes exigências:

1. Controle de interferências nas variáveis dependentes: “um dos grandes desafios do investigador é planejar e executar o experimento de tal forma que interferências de outros fatores sobre a variável dependente – variável de estudo – sejam minimizadas, de forma que os efeitos das variáveis independentes possam ser corretamente avaliados” (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 57).



2. Existência do grupo de controle: sem esse grupo torna-se mais difícil mensurar os resultados do experimento.

3. Aleatoriedade na composição dos grupos experimentais e de controle: sem essa aleatoriedade, a generalização dos resultados do experimento fica comprometida.

Os resultados obtidos em uma pesquisa experimental “pura” podem ser generalizados para o universo do qual seus elementos constituem uma amostra.

Caso os grupos experimentais e de controle não possam ser formados aleatoriamente ou caso não seja possível isolar satisfatoriamente as interferências sobre as variáveis dependentes, então tem-se uma pesquisa quase experimental, muito útil em estudos exploratórios e descritivos.


Pesquisa-ação

O que é?

É um método de pesquisa que envolve a participação ativa e cooperativa de pesquisadores e demais participantes na busca de soluções para problemas práticos e, simultaneamente, desenvolvimento, teste ou aprimoramento de conceitos e teorias.

É “um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou ainda, com a resolução de um problema coletivo, onde todos os pesquisadores e participantes estão envolvidos de modo cooperativo e participativo” (THIOLLENT, 1985 apud GIL, 2010, p. 42).


Pesquisa-ação

Não se confunde com pesquisa participante, pois não busca, necessariamente, emancipar o grupo em questão.

Não se confunde com consultoria, pois possui um viés voltado ao desenvolvimento teórico-conceitual, mesmo que seus resultados não possam ser facilmente generalizados.

Características principais

1. É um método de pesquisa bem diferente dos demais, a ponto de ser entendido como uma “reação ao modelo clássico de ciência” (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 72).

2. “Há uma ampla e explícita interação entre o pesquisador e pessoas implicadas na situação pesquisada” (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 73), o que contesta a clássica separação sujeito-objeto.


Pesquisa-ação

3. Os pesquisadores e demais interessados participam das diversas atividades da investigação em todas as suas fases, desde a identificação do problema de pesquisa até a avaliação de ações executadas durante o projeto.

4. Há um ciclo que se caracteriza pela reflexão – ação – reflexão, ou seja, identifica-se um problema, age-se e, depois, volta-se a avaliar a questão.

5. Os problemas de pesquisa muitas vezes não são totalmente identificados antes da ação.

6. Além disso, os problemas de pesquisa são identificados coletivamente.

7. Todavia, a pesquisa-ação não é aplicada para resolução de questões cotidianas e de pequenos problemas, mas sim de problemas complexos e profundos que exigem diagnóstico e reflexão científica. Exemplo: crise de governabilidade.


Pesquisa-ação

8. “Enquanto na pesquisa clássica os problemas referentes a como fazer as coisas tendem a ser rechaçados, na pesquisa-ação, são privilegiados” (GIL, 2010, p. 152).

Por exemplo, se uma pesquisa busca investigar as causas da evasão fiscal, ela também pode se propor a buscar meios para diminuir essa evasão.

9. “Sem esse objetivo de solucionar problemas práticos a pesquisa-ação não teria sentido, já que seria difícil conseguir a participação dos interessados” (GIL, 2010, p. 152).


Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração

Obrigado!

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