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Princípio da Legalidade

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Princpio da Legalidade

Princpio da Legalidade O princpio da legalidade encontra-se expressamente disposto em nossa Constituio Federal nos seguintes artigos:

Art. 5 - Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:

II - ningum ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei;

Enquanto no art. 5, II, CF, temos o Princpio da Legalidade disposto sob a tica individual, determinando que o Poder Pblico, para determinar o que se poder e o que no se poder fazer, deve elaborar leis, o que nos garante uma maior segurana jurdica, no Art. 37 de nossa Carta Magna, o Princpio da Legalidade est descrito sob a tica da Administrao Pblica, ao estabelecer que administrador pblico s poder agir dentro daquilo que previsto e autorizado por lei, seno vejamos:Art. 37 - A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia e, tambm, ao seguinte: ...Feitas as consideraes introdutrias, podemos definir que a presente apresentao tem por objetivo realizar uma breve anlise acerca do Princpio da Legalidade: Teoria dos Poderes Implcitos.

O Princpio da Legalidade nasceu com o Estado Democrtico de Direito e essencial para a configurao do regime jurdico-administrativo. Significa que a vontade da Administrao Pblica a definida pela lei e dela deve decorrer, ou seja, na relao administrativa, temos uma relao de submisso do Estado em relao lei, constituindo-se, portanto em uma das principais garantias de respeito aos direitos individuais, posto que a lei os define e estabelece os limites de atuao do Estado que objetivem restringir o exerccio dos referidos direitos em prol da sociedade.

DOUTRINAHely Lopes Meirelles, em sua obra Direito Administrativa Brasileiro, define: A legalidade, como principio de administrao (CF, art. 37, caput), significa que o administrador pblico est, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e s exigncias do bem comum, e deles no se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato invlido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso.E continua: A eficcia de toda atividade administrativa est condicionada ao atendimento da Lei e do Direito. o que diz o inc. I do pargrafo nico do art. 2 da Lei 9.784/99. Com isso, fica evidente que, alm da atuao conforme lei, a legalidade significa, igualmente, a observncia dos princpio administrativos.

Os governantes, nada mais sendo que os representantes da sociedade, ao serem proclamados como detentores do poder, devem exerc-lo obedecendo, cumprindo e colocando em prtica um quadro normativo, que busca embargar quaisquer tipos de favoritismos, perseguies ou desmandos, enfim opondo-se a todas as formas de poder autoritrio.Na Administrao Pblica, no h espao para liberdades e vontades particulares, deve o agente pblico sempre agir com a finalidade de atingir o bem comum, os interesses pblicos, e sempre segundo quilo que a lei lhe impe, s podendo agir secundum legem. Enquanto no campo das relaes entre particulares lcito fazer tudo o que a lei no probe (princpio da autonomia da vontade), na Administrao Pblica s permitido fazer o que a lei autoriza. A lei, define at onde o administrador pblico poder atuar de forma lcita, sem cometer ilegalidades, define como ele deve agir.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro, de forma lapidar, explana em sua obra Direito Administrativo: A observncia do referido preceito constitucional - art. 5, inciso II, da Constituio Federal garantida por meio de outro direito assegurado pelo mesmo dispositivo, em seu inciso XXXV, em decorrncia do qual a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa de leso, ainda que a mesma decorra de ato da Administrao. E a Constituio ainda prev outros remdios especficos contra a ilegalidade administrativa, como a ao popular, o habeas corpus, o habeas data, o mandado de segurana e o mandado de injuno; tudo isto sem falar no controle pelo Legislativo, diretamente ou com auxlio do Tribunal de Contas, e no controle da prpria Administrao..

CONCLUSOConclumos, por fim, que o principio da Legalidade, ao limitar a legtima atuao da Administrao Pblica quilo que permitido por lei, de acordo com os meios e formas que por ela estabelecidos e segundo os interesses pblicos, confere ao Estado um carter democrtico, traduzindo-se numa expresso de direito, revelando-se um elemento de garantia e segurana jurdicas.

Quem Pode Mais Pode Menos?Existe um princpio de Direito Pblico que preceitua que no deve ser proibido o menos a quem permitido o mais.

Polmica!!!!Quem pode mais pode menos???Os que condenam essa possibilidade defendem, por exemplo, a tese de que permitir o ingresso de pessoas com formao escolar superior exigida para determinado cargo no apenas diminuir as chances de aprovao do verdadeiro pblico alvo desse cargo, como tambm permitir o ingresso de pessoas que desde logo estaro tentando sair desse cargo para ocupar outros com melhores remuneraes, onerando o servio pblico com a necessidade de realizao de novos concursos e fragmentando o aperfeioamento da prestao do correspondente servio.Ser???E, a Enfermagem?Todos sabemos que a Emfermagem possui categorias bem distintas, so elas:

Enfermeiro(a);Tcnico(a) em Enfermagem;Auxiliar de Enfermagem;Parteira (o), eObstetriz.Cada Categoria possui os seus prprios graus de formao e funo determinda!Seguindo o exemplo paradigma, poderia o Enfermeiro, que ingressou na carreira por concurso pblico, exercer as atividades de tcnico ou auxiliar de enfermagem? Sem a titulao exigida?A aplicao da tese no fere o princpio constitucional da legalidade?

A utilizao da tese do quem pode mais pode menos, supostamente contrria aos princpios administrativos, especialmente o princpio da legalidade, seria vivel sob a alegao de estar o agente pblico cumprindo seu dever de eficincia?

Como a aplicao da tese decorreu de situaes especficas, mas j se evidenciam discusses sobre o tema, deve-se relembrar que eventual violao ao princpio da legalidade pode ser caracterizado como ato de improbidade administrativa ou violao funcional.