princípios gerais da psicopedagogia · mundo. articula-se 4 funções básicas: intuição,...
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Pós-Graduação em Psicopedagogia
Disciplina:
Princípios Gerais da Psicopedagogia
5º encontro
Elementos do trabalho efetivo: parâmetros de abordagem,
metodologia, diagnóstico, procedimentos e materiais.
Prof. Me. Sergio Gonçalves da Cunha
Objetivos deste encontro:
Discutir aprendizagem escolar dinâmica a partir da
apresentação de fundamentos psicopedagógicos aliados a
uma abordagem integrativo-interdisciplinar e metodologia
integrativa;
Elucidar cada item da sequencia diagnóstica proposta por
Visca (1991) e Weiss (1994, 1997) com foco nas ações dos
entrevistadores e procedimentos internos;
Fazer uma descrição geral e contextualizada de
procedimentos e materiais úteis à prática profissional com
ênfase clínica;
Fundamentos psicopedagógicos Abordagem integrativo-interdisciplinar (FAGALI & VALE, 1993)
•Integração do universo do aluno com informações e conceitos desenvolvidos em
diferentes áreas de conhecimento;
•Ênfase na construção de conhecimento, valorização da sensibilização, ampliação
da percepção, importância da dinâmica inter-relacional na aprendizagem em grupo
e valor da simbolização;
Principais referências teóricas:
- Construtivismo: construção de pensamento do aprendiz com ênfase na
problematização, construção de hipóteses, interpretações, novas sínteses e
conflitos. Perfil dialético.
- Enfoque de Pichon Rivère: importância do trabalho em grupo. Relação dinâmica e
dialética co contexto social. Um grupo pode propor “tarefas” para pensamento e
aprendizagem dada a uma realidade diferenciando-se da atividade individual.
Outrossim, certas necessidades humanas só se satisfazem em grupos. Para
flexibilizar percepções e ações dinâmicas de grupo com variações no jogo de
papéis podem auxiliar.
Abordagem Gestáltico-Pedagógica: valoriza a percepção pelo olhar, ouvir e
sentir através de “um jogo incessante entre figura e fundo”. Há atividades
nesse sentido que estimulam habilidades como raciocínio lógico, formulações
de hipóteses e leituras variadas sobre uma realidade:
Cubo de Louis Albert Necker Vaso de Edgar Rubin
Simbolização e dinâmica entre 4 funções: Aprender é simbolizar no contato com o
mundo. Articula-se 4 funções básicas: intuição, sentimento, sensação (ou
percepção) e pensamento. A abordagem de Jung também enfatiza a arte “como
grande possibilitadora na construção simbólica coletiva individual” (FAGALI &
VALE, 1993, p. 20). É uma abordagem que procura se aprofundar no trabalho de
estreita relação entre terapeuta e paciente. Na escola, de maneira análoga ao
profissional junguiano, o professor deve antes de qualquer coisa não impor suas
opiniões e crenças para que o aluno por si só descubra o melhor jeito de viver e
solucionar problemas, quer seja para resolver um conflito ou no aprendizado de
um novo conteúdo. Histórias e contos ou técnicas expressivas gráficas, plásticas
ou musicais podem ajudar no desvendar de determinadas situações conectadas
ao inconsciente e que podem impactar no desempenho na escola.
Essas funções básicas são estudadas à luz da Teoria dos tipos psicológicos.
Considera-se tipo uma disposição geral que se observa nos indivíduos sobre os
quesitos como referências, interesses e habilidades.
Numa rápida digressão:
Para Lessa (2014):
A sensação e a intuição são funções irracionais, uma vez que a situação é
apreendida diretamente, sem a mediação de um julgamento ou avaliação.
A função sensação é a função dos sentidos, a função do real, a função que traz as
informações (percepções) do mundo através dos órgãos do sentidos.
O oposto da função sensação é a função intuição, onde a percepção se dá através
do inconsciente e a apreensão do ambiente geralmente acontece por meio de
“pressentimentos”, “palpites” ou “inspirações”
As funções pensamento e sentimento são consideradas racionais por terem
caráter judicativo e por serem influenciadas pela reflexão, determinando o modo de
tomada de decisões.
Quem usa o sentimento julga o valor intrínseco das
coisas, tende a valorizar os sentimentos em suas
avaliações, preocupa-se com a harmonia do ambiente e
incentiva movimentos sociais
Para Silveira (1988, p.54), a pessoa que utiliza a função
sentimento “estabelece julgamentos como o pensamento,
mas a sua lógica é toda diferente. É a lógica do coração”.
As pessoas que utilizam o pensamento fazem uma análise
lógica e racional dos fatos: julgam, classificam e
discriminam uma coisa da outra sem maior interesse pelo
seu valor afetivo.
Cabe aos psicopedagogos conciliar oportunamente tipos
psicológicos (previamente observados e estabelecidos),
com determinadas modalidades de raciocínio e
propostas de atividades, seja como atividade clínica, seja
como proposta institucional.
Considera-se como modalidades de raciocínio, segundo Raths (1977
apud. ALVES & ANATASIOU, 2007) as ações mentais de comparação,
observação, imaginação, obtenção e organização dos dados, elaboração
e confirmação de hipóteses, classificação, interpretação, crítica, busca de
suposições, aplicação de fatos e princípios a novas situações,
planejamento de projetos e pesquisas, análise e tomadas de decisão e
construção. de resumos.
Exemplo de linguagem como possibilidade
avaliativa e de desenvolvimento: o desenho
•Linguagem não verbal, brincadeira e comunicação;
•Compreendê-lo como diálogo e aprendizagem com o mundo;
•Entender as diferentes relações com o desenho (reprodução,
expressão, detalhamento etc.)
•Atividades colaborativas (compartilhando suportes, por
exemplo) podem ajudar.;
•Adultos podem se desvencilhar mais da experiência estética
no desenho do que crianças;
•Não se esquecer do movimento sinestésico;
•Desenho é uma linguagem de comunicação não-verbal por
si só e não apenas preparação para a escrita (sendo esta
priorizada pela escola);
•A linguagem do desenho, como linguagem, marca decisões
individuais e culturais. Estimule e as observe mesclando
desenho, contação de histórias e perguntas aos alunos, por
exemplo (interatividade);
Exemplo de expressão e interpretação (observação de caso relatado em curso
sobre Artes Visuais na Educação Infantil)
Sequência diagnóstica segundo Visca (1991)
Sequência diagnóstica segundo Weiss (1994;1997)
EOCA – Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem
•Para Visca (1987, p.70), a EOCA é mais adequada que a anamnese porque “os
pais, invariavelmente ainda que com intensidades diferentes, durante a
anamnese tentam impor sua opinião, sua ótica, consciente ou inconscientemente.
Isto impede que o agente corretor se aproxime 'ingenuamente' do paciente para
vê-lo tal como ele é, para descobri-lo.”
•São utilizadas avaliações sem interferências e distorções das famílias;
•A psicologia social de Pichon Rivière é uma das referências essenciais para
essa linha de trabalho;
•O objetivo é investigar quais modelos de aprendizagem o paciente se
desenvolve mais e quais ele possui dificuldades (frente às expectativas do
universo de estudo e comparação);
•A ferramenta é simples e prevê que o paciente voluntariamente mostre o que
sabe (em relação ao que lhe foi ensinado) através de recursos (materiais)
simples convencionais: folhas A4, lápis de cor, hidrocor, jogos etc.
A postura do psicopedagogo pode variar em função
das atitudes do paciente: em casos de insegurança
ou retração, por exemplo, o profissional pode induzir
a produção (com menor nível de intervenção
possível) para criar um mote. Visca (1987) intitula
essa estratégia de modelo de alternativa múltipla
que estimula respostas através de sugestões como
“você pode desenhar, escrever, fazer alguma coisa
de matemática ou qualquer coisa que lhe venha à
cabeça...“ (ibid. p. 73)
Devem ser observados “conhecimentos, atitudes, destrezas, mecanismos de
defesa, ansiedades, áreas de expressão da conduta, níveis de operatividade,
mobilidade horizontal (campo presente) e vertical (histórico) etc. (ibid.).
É nesta fase que são traçadas as hipóteses que mais adiante nortearão as linhas
de trabalho e investigação, migrando-se para a segunda etapa, a dos testes
específicos com maior rigor para a avaliação de diferentes noções-chave
importantes para o processo cognitivo mensuradas e avaliadas em diferentes
níveis.
Essas avaliações, também chamadas de Provas do Diagnóstico Operatório
(WEISS, 1994, p. 143), são operacionalizadas a partir de:
I – Materiais necessários;
II – Desenvolvimento (propostas, argumentação do paciente, contra-argumentação
III – Procedimentos avaliativos com três níveis (adequados a diferentes faixas
etárias): condutas não conservativas (ausência de noção), condutas
intermediárias (respostas vacilantes) e condutas conservativas (obtenção da
noção com resolução exata das atividades e justificativa de juízos).
Temos como exemplos de provas operatórias (até os 6
anos de idade). Também conhecidas como Piagetianas:
• Provas de conservação:
- de pequenos conjuntos discretos de elementos
- da quantidade de líquido
• Prova de Classificação:
- de mudança de critério ou dicotomia
• Prova de seriação (GOULART, 1990)
Há mais dois tipos de avaliações aplicadas pelos terapeutas: os testes
psicométricos e as técnicas projetivas.
Weiss (ibid.) alerta que no caso dos testes psicométricos alguns cuidados devem
ser tomados pelos terapeutas:
Iniciar o teste apenas quando já houver boa relação com o paciente;
Conhecer bem a forma de aplicação, possíveis respostas e momentos
adequados para adaptações de novas perguntas (momentos de dúvida do
paciente);
Controlar a ansiedade e a impaciência, além do excesso de exigências;
Basicamente os testes psicométricos são divididos em testes de desempenho
de inteligência (com distintos modelos) e o teste gestaltico-visomotor (teste de
Bender). Nos primeiros, o objetivo não é definir Q.I. mas avaliar “se o paciente
está podendo usar a inteligência ao seu favor ou contra si mesmo” (WEISS,
1994, p.109). Construção de conhecimento envolve personalidade como um todo.
Crianças com alto Q.I., por exemplo, em determinados contextos podem ter
dificuldades de aprendizagem;
Já sobre as técnicas projetivas, a autora pontua que:
O diagnóstico psicopedagógico usa técnicas projetivas que
trabalham com situações relativamente pouco estruturadas,
usando-se estímulos com grande amplitude, até mesmo
ambíguos. As tarefas propostas permitem uma diversidade de
respostas, havendo, portanto, livre jogo da imaginação, da
fantasia, dos desejos. (WEISS, 1994, p.133)
E complementa, com base nos apontamentos de Anastasi (1967 apud
ibid.):
[...] espera-se que os matérias do testes sirvam como espécie de
‘tela’, na qual, o sujeito ‘projeta’ suas agressões, seus conflitos,
seus medos, seus esforços, suas ideias características.” Assim, os
aspectos dos processos simbólico aparecem nas produções
gráficas, nos relatos de histórias criadas, no uso do gesto do
próprio corpo, nas dramatizações.
Anamnese
Weiss (1994, p. 48) considera:
[...] A entrevista de anamnese como um dos pontos cruciais de um
bom diagnóstico. E ela que possibilita a integração das dimensões
de passado, presente e futuro do paciente, permitindo perceber
a construção ou não de sua própria continuidade e das diferentes
gerações, ou seja, é uma anamnese da família. A visão familiar da
história de vida do paciente traz em seu bojo seus preconceitos,
normas, expectativas, a circulação dos afetos e do conhecimento,
além do peso das gerações anteriores que é depositado sobre o
paciente (grifo nosso).
Para a autora, além da coleta da dados relevantes sobre a história de vida
do paciente, esta dinâmica estimula na família reflexões importantes através de
resgate ao passado.
Como cada paciente é único, as entrevistas dispõem de grande liberdade,
permitindo-se a fala espontânea da família. Porém seu caráter semidiretivo
exige objetivos bem definidos que conduzem algumas perguntas necessárias.
Devem ser consideradas as histórias familiar, escolar e clínica do paciente.
Entrevista Familiar Exploratória Situacional” - EFES.
(Weiss, 1994)
•Trata-se de uma entrevista conjunta entre o profissional, os pais e o paciente.
Diferente da anamnese (que busca o registro do histórico do paciente), a EFES
é um momento em que pode ser explicada de maneira mais detalhada a
queixa;
•A queixa que é feita pelos pais, escola ou pacientes precisa ser analisada em
seus diferentes significados;
•Para Weiss (1994, p.31) “a queixa não é apenas uma frase falada no primeiro
contato, ela precisa ser escutada ao longo de diferentes sessões diagnósticas,
sendo fundamental refletir-se sobre o seu significado” (grifo nosso);
•Para a construção de hipóteses pelo terapeuta deve-se levar em conta duas
vertentes de problemas escolares do sujeito: as relações com sua família e com
a escola (com foco na aprendizagem);
Informe psicopedagógico
Um informe psicopedagógico é o
documento emitido pelo psicopedagogo à
escola e à família que para além de
oferecer informações sobre as
necessidades educativas do paciente
(após as provas de diagnóstico operatório),
procura oferecer subsídios iniciais para a
intervenção externa desses atores em
diferentes aspectos;
Entre os principais itens desse informe,
podemos citar: dados pessoais, motivo
da avaliação (queixa), técnicas e
instrumentos aplicados, conduta
durante a avaliação, antecedentes do
desenvolvimento, resultados e
interpretação dos resultados.
Sessões lúdicas
Winnicott (1975, apud.Weiss, 1994, p. 58) afirma que: “é no brincar, e somente no
brincar, que o indivíduo, criança ou adulto pode ser criativo e utilizar sua
personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu
(self)”
É oportuno assinalar ainda que para WEISS (2004, p.73):
Com crianças, é indicado um diagnóstico de forma lúdica, onde são
utilizados, principalmente, jogos, brinquedo e objetos diversos para
auxiliar na representação. É interessante proporcionar espaços lúdicos
nas diferentes sessões, alterando com situações formalizadas de
testagem e de avaliação pedagógica. Essa alternativa dependerá de
cada caso em particular. Já os adolescentes apreciam o uso de jogos
de regras, em que possam brincar e ao mesmo tempo desafiar o
psicopedagogo, por isso é interessante separar jogos que exijam
bastante raciocínio, atenção, antecipação de situações e diferentes
estratégias, utilizando-os no início ou na parte final da sessão. Com
facilidade, os sujeitos revelam aspectos que não aparecem nas
situações mais formais do diagnóstico, tanto na área cognitiva como na
afetivo-social.” (grifo nosso)
Síntese diagnóstica (prognóstico) e devolução
Entende-se como prognóstico o “levantamento de
hipóteses sobre a configuração futura do fenômeno atual, na
presença e na ausência dos processos” (ANDERLE, s/d., p.
5);
A devolução é a comunicação verbal feita pela terapeuta
ao paciente e aos pais para a apresentação dos resultados
obtidos no diagnóstico (WEISS, 1994);
As duas maiores dificuldades da devolução é apresentar
um relato organizado do processo diagnóstico e
controlar a “grande mobilização emocional que deflagra
dos pais” (ibid., p. 120);
Uma das situações mais comuns nesse momento é a
polarização feita entre causas orgânicas e emocionais;
Sugere-se a organização dos dados em três áreas:
pedagógica, cognitiva e afetivo-social;
Sobre os materiais de um consultório: (WEISS,
1994;1997)
Na visão dos pacientes:
- Claridade, simplicidade, conforto, aconchego e beleza;
- Espaço suficiente para as atividades, além de possibilitar arrumação
e funcionalidade;
- Possibilidade de manutenção de sigilo quanto aos produtos feitos e
aspectos da individualidade;
Diferentes formas de devolução
No consultório:
1 - Primeiramente só o paciente e depois os pais;
2 - Somente o paciente e num segundo momento,
ele com os pais;
3 - Desde o início o paciente junto de seus pais;
4 Pais separados: varia de acordo com o nível de
entendimento e conflito:
Na escola:
1- Somente a membro da equipe gestora;
2 Com o paciente e um membro da
equipe;
3 Paciente, pais e direção da escola;
4 Os pais e membro da equipe gestora
Encaminhamento
O foco está na decisão de quando outro profissional deve assumir o paciente. As
principais variáveis que devem ser levadas em conta são (WEISS, 1994, p.122):
1- O tipo de problema encontrado;
2 - A idade do paciente;
3 - As questões familiares;
4 - O nível de aceitação do paciente e dos pais;
5 - A confiança dos pais nas diferentes formas de tratamento;
6 - O tipo de escola;
7 - O local de residência;
8 - Os recursos financeiros disponíveis.
Sobre os materiais de um consultório: (WEISS,
1994;1997)
Na visão dos pacientes:
- Claridade, simplicidade, conforto, aconchego e beleza;
- Espaço suficiente para as atividades, além de possibilitar arrumação
e funcionalidade;
- Possibilidade de manutenção de sigilo quanto aos produtos feitos e
aspectos da individualidade;
Mobiliário e objetos:
Mesa
Com dois lados vazados: maior comodidade e posição correta para a escrita do
paciente;
Que possibilite posicionamento frontal entre terapeuta e paciente;
Que possua tamanho adequado para comportar livros, materiais e várias folhas
de papel simultaneamente para as atividades;
Que permita o uso de jogos de variados tamanhos;
Atenção ao quantitativo do mobiliário para atendimento em grupos;
Quadro de giz
Que possua tamanho suficiente para a produção de sucessivas atividades sem
que seja necessário apagar as primeiras produções (importante para terapeuta e
paciente);
Aliado a possibilidade do uso de giz com diferentes cores;
Você pode optar por adesivos que funcionam como lousas;
Armários e outros espaços de guardados
Para guarda das pastas ou caixas de trabalho: sempre
fechados (garantia de sigilo do material de cada paciente). Há
crianças que se sentem perseguidas quando percebem que
seu material pode ser visto por outros pacientes e/ou pelos
pais;
Para guarda de livros, revistas e jogos: depende de duas
abordagens norteadas em função do tratamento de cada
paciente:
Com armários fechados: se a criança necessita explorar
mais um tipo específico de jogo ou precisa ter limitadas as
suas possibilidades de escolha, seleciona-se o material antes
da consulta, deixando-o disponível em estantes abertas
apenas os jogos necessários. O armário com o restante do
material permanece trancado. Caso contrário, é possível a
utilização de armários abertos.
Material de consumo e afins
Novos: papéis de diferentes tipos (lisos,
brancos, folhas coloridas, pautadas,
quadriculadas), tinta (guache), cola colorida,
massinha de modelar, argila etc.
Sucata: caixinhas, fios, latinhas, embalagens
vazias de produtos variados, pedaços de pano,
madeira, papelão, revistas, jornais etc. são
materiais importantes que auxiliam na criação,
autonomia, tomada de decisão e estimativas do
material disponível (cor, forma, consistência,
tamanho etc.);
Painel, prateleira ou bancada: que facilite o
acesso de alguns tipos de materiais
constantemente utilizados pelos pacientes como
caixas ou potes de pincéis, tintas, hidrocor, lápis
de cor e pequenos objetos plásticos (animais,
carrinhos, bonecas, letrinhas, ferramentas etc.);
Relógio e calendário
De uso constante nas sessões:
interiorização do domínio do tempo, suas
subdivisões e a ideia de sequência ligada à
vida e realidade são dimensões importantes
para tratamento;
Dê preferência ao relógio analógico. O
mesmo oferece oportunidades de exercícios
/ perguntas mais variadas;
Tempo e espaço são variáveis que
possibilitam a construção de limites no
mundo interno, externo material e social;
Outras possibilidades como a identificação
de seu ritmo de aprendizagem e reflexões
sobre ele são facilitadas;
Bancada de marceneiro
Possibilita trabalhos com arame e madeira, pois permite prender peças,
martelá-las e pregá-las com facilidade;
A manipulação de prendedores exige bom raciocínio e coordenação motora;
Balança
Utiliza-se a balança médica com
haste para medir altura e o sistema
manual para o equilíbrio de pesos
indicadores de quilos e gramas;
Aferição de peso e altura dos
pacientes pode auxiliar na identificação
dos movimentos constitutivos de
identidade, deslocamento de lugar no
grupo familiar ou na escola, além do
crescimento psicológico;
Pedagogicamente, surge a
oportunidade de diferentes cálculos e
antecipações (como perguntar ao
paciente qual o peso terá determinada
roupa ou sapato, ao subirmos na
balança)
Sala
Com chão forrado de material lavável;
Deve possui lavatório com água corrente ou
adaptação estilo ateliê (para limpeza dos
materiais utilizados);
Decoração cuidadosa: que evite excesso de
estímulo ou dispersão. Lembre-se que cores
quentes, por exemplo emitem mais radiação
luminosa, nos deixando em mais estado de
alerta podendo induzir a agitação nas
crianças;
Em sentido contrário, cores muito frias como
azul marinho podem sugerir introversão;
Excessos de imagens na decoração de
paredes, por exemplo, podem atrapalhar na
concentração. Prefira paredes lisas ou com
poucos desenhos;