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Proceedings EIC – Encontro de Iniciação Científica 2019

A Fatec de Cruzeiro – Faculdade de Tecnologia Prof. Waldomiro May tem o

prazer de convidar a todos os profissionais e estudantes para acessarem os Proceedings

com os trabalhos apresentados no EIC – Encontro de Iniciação Científica, edição de 2019,

que teve lugar na Fatec Cruzeiro – Prof. Waldomiro May.

Tradicionalmente o EIC conta com a presença de alunos e professores que

pesquisam e discutem os diversos temas sobre Tecnologia. Foram apresentados, como

parte da programação, trabalhos de diversas áreas de conhecimento, bem como

lançamento de livros e atividades culturais.

O EIC é, assim, um importante espaço de debate e divulgação do conhecimento

científico produzido no nível superior. Esperamos que você possa se beneficiar das

discussões realizadas nesse espaço.

Conselho Científico

• Profa. Dra. Benedita Hirene de França Heringer, FATEC, Cruzeiro/SP, Brasil

• Profa. Dra. Ana Lúcia Magalhães, FATEC – Cruzeiro/SP, Brasil; PUC - Pontifícia

• Universidade Católica/SP

• Prof. Dr. Herlandí de Souza Andrade, FATEC - Guaratinguetá/SP, Brasil

• Profa. Dra. Denise Ferreira Laurito Nascimento, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil

• Prof. Me. José Walmir Gonçalves Duque FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil

• Prof. Me. Norio Ishisaki, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil

• Prof. Me. Éber José dos Santos, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil

• Prof. Dr. Henrique Martins Galvão, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil; UNIFATEA -

Centro

• Universitário Teresa D'Ávila - Lorena/SP, Brasil

• Prof. Dr. Marcílio Farias da Silva, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil; FCN - Faculdade

Canção

• Nova - Cachoeira Paulista/SP

• Prof. Dr. Messias Borges Silva, EEL/USP - Escola de Engenharia de Lorena -

Universidade

• de São Paulo - Lorena/SP

• Prof. Dr. Rosinei Batista Ribeiro, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil; UNIFATEA -

Centro

Page 4: Proceedings EIC

• Universitário Teresa D'Ávila - Lorena/SP

• Profa. Dra. Ingrid Meirelles Salvino Tomaszewski, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil

Preparação e Suporte Técnico

• Sr. Jenner Bernardes, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil

• Prof. Me. Pedro Otávio, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil

Revisão

• Profa. Dra. Ana Lúcia Magalhães, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil

• Prof. Me. Éber José dos Santos

• Profa. Natália Ramos, FATEC - Cruzeiro/SP, Brasil

Editor

• Profa. Dra. Ana Lúcia Magalhães, FATEC – Cruzeiro – SP, Brasil

Publicação On Line:

• www.fateccruzeiro.edu.br/eic/downloads/publicacoes

Page 5: Proceedings EIC

SUMÁRIO

A APLICAÇÃO DO PROTOCOLO OPERACIONAL PADRÃO (POP) NO SETOR DE

TERAPIA OCUPACIONAL ............................................................................................ 8

A ESTRATÉGIA DA COMUNICAÇÃO DIGITAL PARA VENDAS POR MEIO DO

WHATSAPP BUSINESS ............................................................................................... 22

A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DE PEQUENAS EMPRESAS COM

FOCO NA FIDELIZAÇÃO DOS CLIENTES. ............................................................. 34

A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NO COMPORTAMENTO

ORGANIZACIONAL CONTEMPORÂNEO ............................................................... 48

A LIDERANÇA E A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL APLICADAS NO CONTEXTO

DE GESTÃO DE PROJETOS ....................................................................................... 61

A UTILIZAÇÃO DO SISTEMA IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

(MODELO KANBAN ELETRÔNICO) PARA GERENCIAMENTO DE ESTOQUE DE

MATÉRIA PRIMA ........................................................................................................ 74

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA RESISTÊNCIA A CORROSÃO EM AÇO

300M SOLDADO VIA PROCESSO A LASER ............................................................ 91

APLICAÇÃO DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) PARA

OTIMIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS EM UMA EMPRESA

DE MANUTENÇÃO ELÉTRICA. .............................................................................. 115

AS VANTAGENS NO PLANEJAMENTO ADEQUADO DE LAYOUT DENTRO DAS

INDÚSTRIAS .............................................................................................................. 131

AVALIAÇÃO ERGONÔMICA EM UMA EMPRESA DE LUBRIFICANTES E

DESENGRAXANTES. ................................................................................................ 143

BRANDING: A IMPORTÂNCIA DE UMA BOA GESTÃO DA MARCA .............. 157

DESAFIOS NA EXPORTAÇÃO PARA A UNIÃO EUROPÉIA: ESTUDO DE CASO

DE UMA EMPRESA FABRICANTE DE FITA DE BORDA ................................... 175

Page 6: Proceedings EIC

EMPREENDEDORISMO: FATORES CONTRIBUINTES PARA A

SOBREVIVÊNCIA OU MORTALIDADE DAS MICROEMPRESAS ..................... 196

ESCOLA AUSTRÍACA DE ECONOMIA VS ECONOMIA POLÍTICA MARXISTA

...................................................................................................................................... 208

ESTUDO COMPARATIVO DE BANCOS DE DADOS NOSQL PARA

ARMAZENAMENTO DE DADOS DO ..................................................................... 220

ESTUDO DE CASO: RECREAÇÃO APLICADA A MEIOS DE HOSPEDAGEM . 233

FESTA DAS NAÇÕES DE JUIZ DE FORA: ............................................................. 245

GET TOGETHER: ESTUDO E IMPLEMENTAÇÃO DE UMA APLICAÇÃO

BLOCKCHAIN USANDO SMART CONTRACTS ................................................... 245

IMAGEM INSTITUCIONAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL: UM ESTUDO DE

CASO SOBRE O EVENTO MATEMÁTICA VANGUARDA .................................. 262

INDÚSTRIA 4.0: O CRESCIMENTO DA IMPLANTAÇÃO DESSE CONCEITO NAS

INDÚSTRIAS DA REGIÃO DE CRUZEIRO-SP. ..................................................... 284

MERCADO DE TRABALHO, RH E LIDERANÇA NA INDÚSTRIA 4.0 ............... 301

O CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA DE GAMES POR MEIO DE EVENTOS DE E-

SPORTS ....................................................................................................................... 314

O PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO NO MODELO PITCH .......... 328

OS 3 M’S DO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO (MUDA, MURA E MURI

CONHECENDO E ELIMINANDO-OS) ..................................................................... 341

OS DIFERENTES TIPOS DE PERSONALIDADE NO AMBIENTE

ORGANIZACIONAL INFLUENCIANDO O FATOR MOTIVACIONAL .............. 355

OS EFEITOS DA TECNOLOGIA NA PRIMEIRA ETAPA DA INFÂNCIA DE 0 A 6

ANOS ........................................................................................................................... 387

Page 7: Proceedings EIC

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TURÍSTICOS NO VALE DO PARAÍBA: ANÁLISE

SOBRE AGENCIAMENTO DE VIAGENS ............................................................... 406

PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DE

AMOSTRAS EM UMA INDÚSTRIA DE COMPONENTES AUTOMOTIVOS ..... 428

PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA ANDON PARA REALIZAR

O MONITORAMENTO OPERACIONAL EM UMA ESCOLA DE TORNEARIA

MECÂNICA ................................................................................................................. 442

PROPOSTA DE MELHORIA NO CONTROLE E ENDEREÇAMENTO DO

ESTOQUE DE CHAPAS DE AÇO NUMA INDÚSTRIA DO RAMO METALÚRGICO

...................................................................................................................................... 459

PROTÓTIPO AUXILIAR DE DIAGNÓSTICO PARA FISIOTERAPIA .................. 474

PROTÓTIPO PARA MONITORAMENTO DE DADOS DE MONÓXIDO DE

CARBONO, TEMPERATURA E UMIDADE EM AMBIENTES FECHADOS ....... 496

RECOLOCAÇÃO PROFISSIONAL: A TERCEIRA IDADE NO MERCADO DE

TRABALHO ................................................................................................................ 513

REPRESENTAÇÕES DAS IDENTIDADES CULTURAIS E GASTRONÔMICAS 533

SISTEMA COMPUTACIONAL PARA CIDADES INTELIGENTES: UMA

PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO DE CÂMERAS DIGITAIS VISANDO A GESTÃO

DA MOBILIDADE URBANA EM VIAS PÚBLICAS .............................................. 552

SISTEMA DE CONTROLE DE ENTRADA E SAÍDA DE VEÍCULOS EM

ESTACIONAMENTOS USANDO VISÃO COMPUTACIONAL ............................ 569

TENDÊNCIAS DE MARKETING EM EVENTOS: ANÁLISE DE EVENTOS GEEKS

...................................................................................................................................... 580

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A APLICAÇÃO DO PROTOCOLO OPERACIONAL PADRÃO (POP) NO

SETOR DE TERAPIA OCUPACIONAL

GRAZIELE MARTINS GONÇALVES

ROSINEI BATISTA RIBEIRO

THUANE CRISTINA FERREIRA ROCHA

Resumo

A presente pesquisa expõe os aspectos que permeiam a qualidade e suas ferramentas em

atendimentos hospitalares, em particular o uso do Procedimento Operacional Padrão (POP) com

o auxílio do 5W2H uma ferramenta utilizada no mapeamento e padronização de processos, por

meio de indicadores gerenciais que são divididos em 7 etapas, sendo elas ferramentas que

contribuirão na melhoria continua dentro do setor de Terapia Ocupacional em um Hospital

visando padronizar os processos internos, estratégias e metas definidas por meio da utilização das

ferramentas descritas. Espera-se também um atendimento padronizado, qualificado e eficiente na

realização dos procedimentos, o qual venha atender as exigências dos padrões de qualidade em

especial as atender as expectativas dos pacientes internados que necessitam de terapia, a fim de

promover a reabilitação quanto as alterações cognitivas, afetivas, perceptivas e psicomotoras,

decorrentes ou não de distúrbios genéticos, traumáticos ou de doenças adquiridas.

Palavra-chave: Protocolo Operacional Padrão (POP). Hospital. 5W2H. OSM (Organização,

Sistemas de Métodos). Terapia Ocupacional.

Abstract

The present research exposes aspects that permeate the quality and its tools in hospital care, in

particular the use of the Standard Operating Procedure (SOP) with the help of 5W2H, a tool used

in the mapping and standardization of processes, through management indicators that are divided

into 7 stages, being these tools that will contribute to the continuous improvement within the

Occupational Therapy sector in a Hospital aiming to standardize the internal processes,

strategies and goals defined through the use of the described tools. It is also expected a

standardized, qualified and efficient attendance in the accomplishment of the procedures, which

will attend the requirements of the quality standards, especially to meet the expectations of

hospitalized patients who need therapy, in order to promote rehabilitation regarding cognitive

alterations , affective, perceptive and psychomotor, arising or not from genetic, traumatic or

acquired disorders

Keywords: why, what, where, when, who, how e how much.

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa busca compreender qual o grande desafio no setor hospitalar

e o gerenciamento de seus processos. Para isto a busca por recursos que os façam obter

êxito são incansáveis. Pode-se destacar o Protocolo Operacional Padrão (POP) como uma

ferramenta de contribuição e auxílio do 5W2H. Esse por sua vez, vem se tornando um

sólido sistema de melhoria contínua planejando e descrevendo de maneira clara e objetiva

protocolos a serem executados.

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A investigação, portanto, parte do seguinte problema de pesquisa: Qual a

contribuição do POP dentro dos processos do setor de Terapia Ocupacional de um

hospital?

Sugere-se a hipótese de que, a aplicação do POP dentro do setor hospitalar, pode

auxiliar nas relações financeiras e no seu desempenho, contribuindo, sobretudo nos

processos internos e crescimento da organização, buscando um atendimento padronizado

de excelência.

Defende-se, também, que o POP não só ajuda a entender como um problema

surge, mas, também como pode ser solucionado padronizando ações realizadas no dia a

dia.

No que concerne à contribuição ao conhecimento científico, qualquer estudo que

se atente em colocar em relevo as abordagens do POP, tendo por objetivo a sistematização

das abordagens já existentes, é pertinente, visto que este auxiliará o gerenciamento da

estratégia no planejamento e soluções diárias.

Em razão das lacunas ainda existentes em um amplo processo de padronização

dos atendimentos hospitalares, que vivem em uma busca constante de excelência em

serviços prestados, a presente pesquisa objetiva contribuir com os estudos sobre o POP

por meio de uma abordagem qualitativa.

O objetivo geral será aplicação de uma ferramenta que visa sanar e/ou diminuir as

ocorrências, deficiências diárias de procedimentos dentro do ambiente hospitalar,

identificando as principais ocorrências do departamento de Terapia Ocupacional,

analisando as dificuldades encontradas e elaborando um planejamento estratégico

considerando o uso da ferramenta POP e 5W2H.

Como metodologia, adotou-se a pesquisa bibliográfica. Procedeu-se à leitura

crítica das obras pertinentes ao enfrentamento do tema e à comprovação das hipóteses,

além da leitura de livros pertinentes ao objeto de pesquisa.

1. ORGANIZAÇÃO SISTEMAS E MÉTODOS

Oliveira et al (2018), descrevem o conceito de OSM tem por finalidades a

racionalização na distribuição de tarefas, a padronização de ferramentas e documentos, a

eliminação de atividades desnecessárias, a elaboração de formulários e manuais, evitar o

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desperdício de tempo e re-trabalho, redução de custos e principalmente, minimização de

esforços e maximização de resultados.

Trata-se de programar as atividades e processos em grupos e etapas de forma

coordenadas, atribuindo as funções, responsabilidades para quem irá realizar a atividades,

e delegar a esses indivíduos a autoridade necessária para a execução de suas atribuições.

Os sistemas são construídos com base em dados e informações coletadas, sua

elaboração está dentro dos próprios objetivos organizacionais, ou seja, um sistema é

construído com um fim próprio, devendo atender a um objetivo específico, seja ele

operacional ou financeiro.

Eles possuem duas figuras importantes, o locutor (quem fornece a informação,

podendo ser máquina, grupo de pessoas ou indivíduo) e o ouvinte/ou receptor (que é quem

recebe a informação).

O sistema, ainda, deve levar em consideração o ambiente em que serão instaladas

as realizações das atividades. O sistema ainda é composto por inputs (tudo que o sistema

importa ou recebe do mundo exterior), outputs (pode ser uma ou várias, é o resultado do

processamento das entradas que o sistema envia para o exterior), feedback (é a resposta

do que foi entendido pelo ouvinte), e processamento (fase em que os dados são

processados e transformados em informação).

Os métodos buscam facilitar o processo de criação da área de OSM (organização,

sistemas e métodos), considerados processos que representam um conjunto de atividades

sequenciais que apresentam relação lógica entre si, com a finalidade de atender e,

preferencialmente, suplantar as necessidades e expectativas dos clientes externos e

internos da empresa.

2. GESTÃO DA QUALIDADE E FERRAMENTAS

Segundo Rodrigues (2014, p.04), o conceito de qualidade não é novo e revendo a

história pode-se identificar diversas preocupações com a qualidade dos produtos que

datam do início da existência da humanidade.

Garvin (1988) pondera que Walter A. Shewhart, junto com Joseph Juran, foram

responsáveis pelo desenvolvimento do controle estatístico da qualidade. Shewhart deu

uma definição concisa e mensurável do controle da produção, apresentando técnicas de

monitoramento e avaliação da produção diária, e identificou a variabilidade como um

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fator da vida industrial que pode ser previsto usando princípios de probabilidade e

estatística.

Com isso, um evento pode ser controlado se, graças às experiências reunidas, for

possível prever, dentro de certos limites, a sua variabilidade no futuro.

Para Mendes (2007, p.14) apud FONSECA (2014), a gestão da qualidade total

como modelo de gestão teve origem no Japão e foi adaptado posteriormente por empresas

norte-americanas e europeias. Autores como Deming, Juran, Crosby, Feigenbaun,

Taguchi, Ishikawa, entre outros, são considerados os grandes mestres da gestão da

qualidade e descreveram em seus trabalhos alguns princípios fundamentais para a

implementação deste novo modelo.

Segundo Carvalho (2006, p. 08), alguns autores fazem marcações temporais entre

as principais tendências, embora a interseção e a complementaridade entre os modelos

predominantes em cada época sejam grandes. Uma das classificações mais adotadas é a

de David Garvin, que classifica a evolução da qualidade em quatro eras.

De acordo com Martins, Costa e Neto (1998, p.302), as eras são divididas em 4

etapas, sendo elas: inspeção, controle estatístico da qualidade, garantia da qualidade e

gestão estratégica da qualidade, conforme tabela 1.

Tabela 1: As Quatros Principais Eras da Qualidade

Fonte: Adaptado de Martins, R. A.& Costa, P.L., Neto (1998, p.302).

Quando se pensa em qualidade imagina-se um produto acabado ou um serviço

realizado. Entretanto, toda essa qualidade esperada precisa vir desde o processo de

fabricação ou laboração. Para isso a gestão da qualidade vem sendo utilizada com uma

incidência muito maior para melhorar desempenho, diminuir e/ou minimizar erros, evitar

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desperdícios e aumentar lucros. Com a evolução dos processos a qualidade passou a ser

uma responsabilidade de todos os setores em uma organização.

Atualmente, a gestão da qualidade abrange uma visão macro da existência

humana, influenciando modos de pensar e de agir. Qualidade não significa apenas o

controle da produção, a qualidade intrínseca de bens e serviços, o uso de ferramentas e

métodos de gestão, ou a assistência técnica adequada. Num sentido mais amplo, o

conceito de qualidade total ou de gestão da qualidade passou a significar modelo de

gerenciamento que busca a eficiência e a eficácia organizacional Marshall Junior (et

al,2010, p.17)

Para Pearson (2011, p. 6), a gestão da qualidade diz respeito a todas as pessoas

envolvidas em um processo. Uma pessoa não pode garantir sozinho todo um processo

sem erros, mas, se ela se envolver no processo a probabilidade de sucesso irá aumentar.

Outro fator que influencia a gestão da qualidade são as ferramentas, elas garantem a

previsibilidade do resultado final, padronizando processos e rotinas.

2.1 Ferramentas da Qualidade

Fazer qualidade é procurar a satisfação dos clientes em primeiro lugar e a

verificação deste princípio fez com que muitas empresas se sobressaíssem nos últimos

anos. Tal verificação é feita por meio de ferramentas da qualidade.

As ferramentas sempre devem ser utilizadas como meio para atingir metas e

podem identificar e melhorar a qualidade, bem como onde podemos chegar.

A qualidade não pode estar separada das ferramentas básicas usadas no controle,

melhoria e planejamento da qualidade, visto que estas fornecem dados que ajudam a

compreender a razão dos problemas e determinam soluções para eliminá-los.

Para Gobis, Campanatti (2012), uma gestão de qualidade eficiente necessita da

criação de um conjunto de estratégias e planos de ação com o intuito de acompanhar o

desenvolvimento da produção, onde o processo evolutivo da gestão da qualidade é obtido

através da interação de toda a empresa por um longo período, de forma contínua e

progressiva.

A administração da qualidade utiliza várias ferramentas na obtenção de resultados,

entre elas destacam-se: Diagrama de causa-efeito, Folha de verificação, Histograma,

Gráfico de Pareto, Diagrama de Correlação, Fluxograma e Gráfico de Controle.

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Especialmente nesse estudo se priorizará o 5W2H no contexto do Protocolo Operacional

Padrão POP.

2.2 POP - Protocolo Operacional Padrão

O Protocolo Operacional Padrão (POP), também conhecido como Norma

Operacional Padrão (NOP), tem o objetivo básico de garantir, por meio de uma

padronização de tarefas, os resultados esperados por cada rotina. É uma ferramenta

simples, que fornece as instruções de trabalho para toda equipe em um setor de atuação,

garantindo uma assistência padronizada e segura de se realizar.

De acordo com Fonseca (2014, p.08), o Protocolo Operacional Padrão (POP), é

uma forma sistematizada e padronizada de um procedimento técnico-assistencial ou

administrativo. Tem a finalidade de garantir e alcançar resultados esperados por ocasião

de sua realização, livre de modificações indesejáveis, objetivando esclarecer, orientar a

execução de uma determinada tarefa ou procedimento.

Para Colenghi (2007, p.23), estes são instrumentos simples do rol das informações

técnicas e gerenciais da área da qualidade. As instruções de trabalho, também conhecidas

como POP, têm uma importância capital dentro de qualquer processo funcional cujo

objetivo básico é o de garantir, mediante uma padronização, os resultados esperados por

cada tarefa executada. É importante entender que esta ferramenta visa uma sistematização

dos processos, permitindo aos profissionais da equipe compor o andamento de

determinado procedimento de maneira eficaz e segura.

A avaliação de procedimentos operacionais padrão implantados em um serviço de

saúde afirmam que a descrição e a oficialização de técnicas e processos de trabalho têm

muitas vantagens, como facilitar a supervisão dos procedimentos e a educação

permanente da equipe, configurando-se como uma ferramenta na busca da qualidade

assistencial e administrativa.

Um estudo realizado aponta a necessidade do POP ser claro, explicativo,

atualizado e de acordo com a realidade do setor. Assim, o POP permite padronização e

atualização das técnicas, maior segurança tanto para o paciente quanto para o funcionário

do serviço, controle de gastos e economia de tempo.

A partir dessas potencialidades, a construção e a validação de um POP vêm da

necessidade percebida no ambiente de trabalho. Os manuais ou POP asseguram ao

paciente um tratamento planejado, em que cada ação é cuidadosamente estudada para

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melhor atendê-los. Só se pode melhorar o que se conhece bem e só se pode repetir um

sucesso se este for normatizado.

Sob este enfoque os manuais são considerados importantes ferramentas na

padronização, pois possibilitam a reunião das informações de maneira sistematizada,

tendo como principal finalidade o esclarecimento e orientação para a execução das ações

relacionadas às rotinas ou procedimentos, constituindo-se um instrumento de consulta

(Brasil, 2002).

É sabido que em uma organização existem várias tarefas e setores co-dependentes

e quando ocorre um erro, este poderá atingir outros processos. O POP visa diminuir e/ou

erradicar esses erros de maneira simples, sendo eficaz no treinamento de um novo

colaborador ou na verificação de coordenadores ou auditores. Quanto à parte prática, cada

uma das etapas de elaboração do POP deverá ter a participação da equipe envolvida e se

necessário a contratação de um profissional especializado na área de qualidade. É

essencial que cada profissional tenha total conhecimento de seu setor e suas funções para

que a partir destes elabore os POPs.

2.3 Ferramenta 5W2H

Segundo Marsshall (2010, p.115), o método 5W2H é uma ferramenta utilizada

principalmente no mapeamento e padronização de processos, na elaboração de planos de

ação e no estabelecimento de procedimentos associados a indicadores. Sua função é

gerenciar e deve ser de fácil entendimento, estabelecendo responsabilidades, métodos,

prazos, objetivos e recursos associados.

O 5W2H representa as iniciais das palavras em inglês:

1) why (por que),

2) what (o que),

3) where (onde),

4) when (quando),

5) who (quem),

6) how (como) e

7) how much (quanto custa)

O método consiste em responder essas setes perguntas de modo que todos os

aspectos básicos e essenciais de um planejamento sejam analisados.

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De acordo com Franklin (2006, p.30) at al BRUM 2013, a ferramenta 5W2H é

entendida como um plano de ação, ou seja, resultado de um planejamento como forma de

orientação de ações que deverão ser executadas e implementadas, sendo uma forma de

acompanhamento do desenvolvimento do estabelecido na etapa de planejamento.

O gerenciamento de processos pode se tornar complexo e através de respostas

objetivas e simples essa ferramenta permite organizar e identificar necessidades para a

elaboração de um planejamento.

Segundo BRUM (2013, p.30), a tabela 2 resume os questionamentos da

metodologia e o conteúdo esperado para as respostas de cada pergunta.

Tabela 2: Quadro explicativo da metodologia 5W2H.

Passos Conteúdo das respostas Exemplo de perguntas

What Ações necessárias ao tema O que deve ser ou esta sendo feito?

analisado Quais os insumos do

problema/processo?

O que se pretende extrair do problema

/processo?

Quais os métodos , materiais e

tecnologias que devem ser utilizados?

Why Justificativas das ações Por que ocorre este problema?

Por que executar desta forma?

Para que atuar neste problema?

Where Locais influenciados pelas Onde ocorre/ocorreu o problema?

ações Onde é preciso atuar para corrigir o

problema?

Who Responsabilidades pelas ações Quem são os agentes envolvidos?

Quem conhece melhor processo?

Quais pessoas deverão executar cada

plano de ação.

When Definir prazos Quando começar e terminar?

Quando deverão ser executadas cada

etapa do plano?

How Métodos a serem utilizados Como será executado o plano?

Como registrar as informações

necessárias?

Como definir as etapas do processo?

How Much Definir orçamentos Quanto será o custo envolvido?

Quanto custará os recursos necessários?

Quanto custa corrigir o problema?

Fonte: Brum (2013, p.30)

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3. TERAPIA OCUPACIONAL NO CONTEXTO HOSPITALAR

Segundo o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (2018), a

Terapia Ocupacional é uma profissão da área da saúde que promove prevenção,

tratamento e reabilitação de indivíduos portadores de alterações cognitivas, afetivas,

perceptivas e psicomotoras, decorrentes ou não de distúrbios genéticos, traumáticos ou

de doenças adquiridas por meio da utilização da atividade humana como base de

desenvolvimento de projetos terapêuticos específicos.

É uma área que tem intervenção voltada para a pessoa e seu grupo social. O

objetivo é ampliar o campo de ação, desempenho, autonomia e participação, considerando

recursos e necessidades de acordo com o momento e lugar, estimulando condições de

bem-estar e autonomia. Por meio do fazer afetivo, relacional, material e produtivo o

profissional contribui com os processos de produção de vida e saúde. Este profissional

pode trabalhar com tecnologias com objetivo de dar autonomia a pessoas que por diversas

demandas podem ter limitações e/ou dificuldades em sua vida social.

Analisando esses contextos, pode-se observar que a Terapia Ocupacional é uma

profissão que tem em seu eixo centralizador uma conexão forte com os contextos

hospitalares. Assim, nascida em contextos hospitalares e construída a partir da ação com

os doentes crônicos, a prática da Terapia Ocupacional constitui-se sempre vinculada à

vida ocupacional, pela utilização de ocupações ou atividades, sejam elas produtivas, de

autocuidado ou de lazer. CARLO e LUZO (2004, p. 5) apud JESUINO (2016).

No contexto hospitalar pode-se destacar funções como Procedimento de

avaliação, intervenção e orientação, realizado com o cliente internado e/ ou familiar e

cuidador, em pronto atendimento, enfermaria, berçário, CTI, UTI (neonatal, pediátrica e

de adulto), unidade coronariana, isolamento, brinquedoteca hospitalar, unidade materno-

infantil, internação domiciliar e unidade de desintoxicação, para intervenção o mais

precoce possível, a fim de prevenir deformidades, disfunções e agravos físicos e/ou

psicoafetivo-sociais, promovendo o desempenho funcional/ocupacional e qualidade de

vida durante a hospitalização.

4. METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do estudo, a metodologia adotada é a do tipo exploratória,

bem como suportada por pesquisa bibliográfica relacionada ao tema abordado. Para Gil

(2009, p. 09), a pesquisa exploratória tem como propósito formulação de um problema

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para investigação mais aprimorada ou para a construção de hipóteses, envolvendo

literatura, estudo pessoas e análise que estimula a compreensão.

Segundo Andrade (2009, p.25), a pesquisa bibliográfica é o primeiro passo para

todas as atividades acadêmicas. Na sequência, será feito um estudo de caso, por meio de

levantamento de dados com o auxílio da ferramenta 5W2H, para identificar pontos de

melhorias nos processos de atendimentos de um Hospital da cidade de Cruzeiro, situada

no Vale do Paraíba estado de São Paulo. De acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística, o município se estende por 305,7 km² e conta com uma população

estimada em 81.895 habitantes no ano de 2018. A densidade demográfica é de 252

habitantes por km² no território do município e tem como municípios vizinhos, a cidade

de Cachoeira Paulista, Lavrinhas e Silveiras estando também a 23 km a Norte-Leste de

Lorena.

Figura 1: Local de coleta e realização de pesquisas.

Fonte: Google Maps.(2018)

Segundo Gil (2009,p.10), o estudo de caso indica princípios e regras a serem

observados ao longo de todo o processo de investigação, envolvendo as etapas de

formulação e delimitação do problema, da seleção da amostra, determinação dos

procedimentos para coleta e análise de dados, bem como dos modelos para a sua

interpretação.

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De modo a atender aos objetivos, a presente pesquisa faz uso do seguinte modelo

de pesquisa baseado na metodologia da ferramenta 5W2H e do POP, conforme exposto

figura 1.

Figura 1: Modelo de pesquisa.

Fonte: Autoras.

RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se com esta pesquisa, contribuir para o atendimento padronizado, dentro

das normas de processos que visam satisfazer as necessidades dos pacientes internados,

realizando procedimentos corretos no tempo programado pelo terapeuta ocupacional

designado para a tarefa. Com essa padronização, visará a saúde e o bem-estar de seus

pacientes por meio de um atendimento padronizado e qualificado. Com o objetivo de

padronizar os processos internos as estratégias e metas definidas por meio da utilização

do uso das ferramentas POP e 5W2H o setor de Terapia Ocupacional, trabalhará na

qualificação de seus funcionários, capacitando-os com treinamento e reunião mensal.

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Dessa forma, os colaboradores poderão expor suas visões e mostrar seus indicadores de

qualidade, contribuindo para estruturação do serviço padronizado e eficiente.

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A ESTRATÉGIA DA COMUNICAÇÃO DIGITAL PARA VENDAS POR MEIO

DO WHATSAPP BUSINESS

DAYANE RODRIGUES PEREIRA

DIEGO DE MAGALHÃES BARRETO

TALISSA CÁSSIA CRISTINA DA SILVA

Resumo

Este estudo objetiva entender a estratégia utilizada nas redes sociais, mais especificamente no

aplicativo WhatsApp Business, e sua influência nas vendas de uma empresa. Será usado a revisão

bibliográfica para buscar conceitos técnicos em livros de marketing e comunicação para o

esclarecimento do estudo. O artigo mostrará de maneira pragmática as funções do aplicativo, e

como a chegada de tecnologias de comunicação possibilitou o desenvolvimento das vendas de

maneira rápida e efetiva. Espera-se que o texto possa mostrar a importância da estratégia eficaz

como fator crucial e determinante para o atendimento do cliente por meio da ferramenta, assim

como, entender como isso contribui para o desempenho da organização como todo.

Palavras-chave: Comunicação; Estratégia; WhatsApp; Vendas; Digital.

Abstract

This study aimed to use a strategy in social networks, more specifically the WThatsApp Business

application and its interface in the sales of a company. A literature review will be used for

research solutions in marketing and communication books to clarify the study. The articles of

pragmatic way the functions of application, and such as the date of the communications of the

informative the development of v2s from a quick and effective. What is it that the text can show

the importance of the strategy as essential and determinant for the performance of the client in

the same way as the program, as for the performance of the organization as a whole.

Keywords: Communication; Strategy; WhatsApp; Sales; Digital.

INTRODUÇÃO

A cada dia surgem novas tecnologias no mercado, e o ramo empresarial tende a

usar essas novas tecnologias para manter sua qualidade de serviço e assim continuar a sua

competitividade. O aplicativo WhatsApp Business é uma das ferramentas novas que vem

sendo utilizada desde de janeiro de 2018 por algumas empresas com o intuito de otimizar

o atendimento ao cliente com qualidade e rapidez.

Acredita-se que trabalhar a área de comunicação digital pode ser um jeito de

beneficiar os dois lados: empresa e consumidor. Sabe-se que existem várias plataformas

para o atendimento on-line e que nem todos os públicos estão acostumados com essa

comunicação considerada informal. Então, no presente projeto, pretende-se estudar as

estratégias voltadas para a área de vendas, em que sua maior comunicação é feita por

meio do aplicativo WhatsApp Business, como auxílio nas vendas e nas divulgações. O

estudo tem como base Philip Kotler e Martha Gabriel, que são autores renomados na área

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de marketing e comunicação. Segundo Martha Gabriel (2010, p.36), “o estudo descreve

que estratégia é definida como recursos que serão alocados para atingir o objetivo do

marketing. Desta forma, conhecer as possibilidades digitais de praça para combiná-las

com as tradicionais, em função das características do produto, pode trazer vantagens

competitivas a ele”.

Nesse sentido, é objetivo geral do trabalho relatar a definição da estratégia

aplicada na comunicação digital para aumentar as vendas de uma empresa. Para isso, foi

buscado conceitos de marketing e comunicação em livros, artigos e sites prestigiados do

ramo de comunicação. Mais à frente será feita uma pesquisa de campo com uma

microempresa que atua na cidade de Cruzeiro/SP, para identificar melhor os resultados

obtidos após a utilização do Whatsapp Business.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. Marketing

Segundo Kotler e Keller (2015), marketing é a identificação e a satisfação das

necessidades humanas e sociais, como uma forma de suprir necessidades lucrativamente.

Com base na American Marketing Association, os mesmos autores (KOTLER; KELLER,

2015, p.29) descrevem marketing como: “atividade, o conjunto de conhecimentos e os

processos de criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que tenham valor para

consumidores, clientes, parceiros e sociedade como um todo”.

Existem vários significados para o marketing, podendo ser complexas ou com um

foco específico. Entretanto uma das definições mais usadas é sobre como o cliente busca

o produto para satisfazer a sua necessidade pessoal e em atender os desejos pessoais.

Martha Gabriel (2010, p.28) menciona que “O marketing é dirigido para satisfazer

necessidades e desejos humanos e, dessa forma, precisa levar em consideração o público-

alvo antes de tudo, conhecendo-o para poder satisfazê-lo”. Ainda sobre o conceito de

marketing, Chiavenato (2014, p.33) descreve com o uma atividade ampla e constante

dentro de uma organização.

Marketing envolve ações coordenadas de vender, divulgar, propagar,

promover, distribuir, definir preço, construir marca, atender o cliente e, mais

do que isso, encanta-lo e fidelizá-lo. [...] Todas as atividades de marketing são

feitas em resposta às necessidades, aos desejos e às expectativas do público

consumidor, que são mutáveis.

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Com isso, coloca-se o cliente como o público-alvo da atuação do marketing.

Assim partam-no para conhecer o melhor perfil do cliente, para a estratégia que será usada

para atraí-lo, mediante a identificação do seu perfil. Como o mundo está em constante

mudança, é necessária uma mudança na estratégia de marketing para sempre continuar a

satisfazer seus clientes e atrair um novo público.

1.2. Marketing Digital

No mundo atual algumas pessoas entendem que o marketing digital se baseia em

rádio, TV e folhetos impressos. Mas não é bem assim, com a tecnologia ganhando seu

espaço e o uso frequente no dia a dia, as empresas apostam em novos meios de

comunicação, por meio das redes sociais, na qual o alcance de atingir o público é maior

do que os métodos de comunicação convencionais. Frisando que esses métodos são muito

mais caros dos que o de mídias sociais e tendo um alcance menor de atingimento de

público-alvo. Ferreira Junior e Azevedo (2015, p. 60) trazem em sua obra a definição de

Marketing Digital como:

É a atividade estratégica da empresa que utiliza ferramentas de marketing por

meio da Internet. É um trabalho que visa a fidelização do cliente, à avaliação

imediata do impacto das estratégias de comunicação utilizadas e a melhoria do

relacionamento empresa- cliente de forma dinâmica (FERREIRA JUNIOR;

AZEVEDO. 2015 p. 60).

Com o surgimento dessa ferramenta possibilita-se a divulgação de produtos e

aproximação de clientes com as empresas de forma mais fácil. Tornando-se ainda mais

próxima o modo de analisar o perfil do cliente e o que ele busca no seu produto ideal.

Para Cláudio Torres (2009), o marketing digital é uma ferramenta para facilitar as ações

da empresa por meio de: marketing de conteúdo, marketing viral, marketing de mídias

sociais, e-mail marketing, pesquisa on-line, publicidade on-line e monitoramento. Cada

um desses segmentos possui regras informais que precisam ser levadas em consideração

e a campanha deve ser adaptada para cada meio.

[...] quando você ouve falar de marketing digital, publicidade on-line,

marketing web, publicidade na Internet ou quaisquer outras composições

criativas que se possa fazer dessas palavras, estamos falando em utilizar

efetivamente a Internet como uma ferramenta de marketing, envolvendo

comunicação, publicidade, propaganda e todo arsenal de estratégias e

conceitos já conhecidos na teoria no marketing. (TORRES, 2009, p.45).

Como a imersão das empresas nos aplicativos ainda é uma novidade para o

mercado, poucas empresas adotam essa estratégia como seu diferencial. Sendo assim

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ainda é um campo pouco explorado e possibilita o avanço no relacionamento para as

organizações que são pioneiros na utilização dessa estratégia.

1.3. Comunicação

A competitividade dos dias atuais faz com que os colaboradores de uma empresa

procurem por uma comunicação mais ágil para a busca por clientes. Pensando-se sempre

em alinhar as ferramentas de comunicação digitais para uma estratégia bem realizada e

com alcance dos objetivos. Comunicação vai além de uma simples troca de palavras. É

levantar os braços em uma música, fazer um desenho. O ato de ver se a pessoa que emitiu

passou corretamente e a que recebeu a mensagem entendeu e a compreendeu. Sendo

assim, tendo a possibilidade na qual criou-se um diálogo. Kotler e Keller (2015, p.516)

descrevem os elementos no processo de comunicação da seguinte forma:

Mostra um macromodelo com os nove principais elementos de uma

comunicação eficaz. Dois deles representa as principais partes envolvidas – o

emissor e o receptor. Outros dois representam as principais ferramentas: a

mensagem e o meio. Outros quatro elementos representam as principais

funções de uma comunicação – codificação, decodificação, resposta e

feedback. O último elemento no sistema é o ruído, mensagens aleatórias e

concorrentes que podem interferir na comunicação pretendida. (KOTLER;

KELLER, 2015 p. 516)

De acordo com a Figura 1, a seguir, comunicação é compartilhar e estabelecer um

diálogo entre quem emite a mensagem e quem a recebe. O ruído é momento da emissão

da mensagem na qual ocorrem falhas entre a pessoa emissora e a receptora da mensagem.

Que pode ocasionar brigas recorrente a mensagem decodificada incorretamente.

Figura 1: Os elementos no processo de comunicação

Fonte: KOTLER; KELLER, 2015, p.516.

Assim, a comunicação mostra-se importante pois bem realizada evita ruídos,

desentendimentos ou até mesmo a falência de uma empresa.

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1.4. Vendas

Chiavenato (2014 p. 15) descreve venda como: “[...] uma ciência (com princípios

e conceitos), uma técnica (uma maneira especial de fazer) e uma arte (algo criativo e

inovador, capaz de encantar as pessoas)”, logo o processo de vendas está ligado com a

capacidade de criar valor ao cliente.

Vendas é popularmente conhecida pela troca dinheiro por produtos ou serviços,

ou seja, é transferir propriedade de algo para outra pessoa. O ato de vender, segundo

Christianini (2015, [s.p.]), “é a ação ou efeito de vender, ou seja, entregar algo a alguém

através de um tipo de pagamento”. A venda é um contrato através da prestadora de serviço

ao consumidor por um preço acordado. Através das vendas que uma organização obtém

renda e lucratividade. Segundo Chiavenato (2014, p.15), “Na prática, vender é entregar

valor e fazer valer a pena o investimento feito pelo comprador, tornando a compra algo

que ele pretenda realizar novamente”, o autor ainda aborda a necessidade de um

planejamento de vendas de acordo com o objetivo da organização e a importância de

alinhar a capacidade de estratégia com a expectativa do futuro e posicionamento da

empresa no mercado.

Vender é a parte de um conjunto de atividades e processos organizacionais que

busca intensificar cada vez mais o relacionamento entre organização e sua

clientela. Vender - e vender bem - significa colocar toda a organização a

serviço do cliente, antes, durante e depois do processo de venda propriamente

dito (CHIAVENATO, 2014, p.29).

A ação de vender deve estar estruturada para satisfazer e encantar o cliente da

melhor maneira possível, de forma que o ato de venda deve-se parecer natural aos olhos

do cliente e não uma abordagem forçada.

1.5. Estratégia

Segundo Johhnson, Scholes e Whittington (2011, p.25), a “estratégia é a

orientação e alcance de uma organização a longo prazo, que conquista vantagens num

ambiente inconstante por meio da configuração de recursos e competências com o intuito

de atender às expectativas dos stakeholders”, uma empresa que deseja competir no

mercado deve-se elaborar estratégias de acordo com a sua capacidade de execução com

o intuito de atrair e fidelizar uma fatia maior de clientes. Sendo assim, suas decisões

estratégicas devem atingir seu público-alvo, além de saber analisar o perfil do seu público.

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A decisão estratégica diz respeito a ação que a empresa deve tomar perante ao

mercado. As tomadas de decisões estratégicas são realizadas através do nível de

umaorganização. As estratégias em nível corporativo são escolhidas com o objetivo de

alcance geral da organização.

[...] A estratégia em nível corporativo, que diz respeito ao alcance total de uma

organização e que determina o valor das diferentes visões (unidades de

negócios) da organização. Pode incluir questões de cobertura geográfica, e

diversidade de produtos/serviços ou de uma unidade de negócios e como os

recursos devem ser alocados entre as diversas divisões da organização

(JOHHNSON; SCHOLES; WHITTINGTON, 2011 p.25).

Já as estratégias de negócios ou de nível competitivo tem o objetivo de orientar

asempresas de como competir no mercado e ter um ótimo resultado. Estratégia

operacional trata-se de recursos, processos e os colaboradores que se possam realizar em

nível de negócios.

A gestão estratégica é diferente do gerenciamento operacional; realiza-se no dia a

dia, e podendo-se influenciar nas tomadas de decisões em todos os aspectos da

organização. Sendo assim podendo-se ser apresentada por três elementos que a partir

deles podem-se compreender o posicionamento estratégico, as escolhas estratégicas e a

estratégia de ação. Por isso as empresas adotam novos meios de comunicação para melhor

atender seus clientes, visando um relacionamento mais, próximo usando as ferramentas

que o consumidor já está acostumado a utilizar, ou seja, o uso da comunicação digital

trata-se de uma vantagem estratégica perante aos concorrentes. Bueno (2015, p.16) relata

como é importante as organizações repensarem suas estratégias de comunicação.

Contemplar as mídias e redes sociais digitais com serenidade em seus

planejamentos pode ser interessante para efetivar o relacionamento direto com

seus públicos sem a necessidade de intermediário, considerando o baixo custo

e o alto grau de atratividade desses meios, em que os usuários, Co criadores

dos conteúdos, colaboram para construir a imagem das empresas.

Bueno (2015) ainda relata em sua obra, que empresas que pensam em estar a frente

de seus concorrentes, devem começar a implantar a estratégia de comunicação onde

incentiva os consumidores a interagirem entre si em prol da imagem da organização, e

não ficar apenas na comunicação convencional entre consumidor e empresa.

1.6. Redes Sociais

O e-commerce já está difundido na sociedade, e consiste na utilização de sites para

transferir ou facilitar vendas de bens ou serviços pela internet.

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A importância do e-commerce vem crescendo à medida que as empresas

adotam um sistema de canais virtual e real. A integração dos canais deve levar

em conta as vantagens da venda online e da venda convencional, afim de

maximizar a contribuição de ambas (KOTLER: KELLER, 2015, p.474).

Redes sociais é uma plataforma usada para pessoas interagirem entre si, dando

espaço para pessoas compartilharem-se informações umas com as outras e assim criando

uma rede de contatos. Com o aumento de pessoas aderirem-se a suas rotinas essa

plataforma, atraiu um grupo muito importante nas sociedades. Favero (2014, p. 40) define

redes sociais como “[...] plataformas que suportam em um espaço comum a partilha de

informações com outros usuários, de conteúdos diversos por meio de diferentes formatos,

criando redes ou comunidades colaborativas”. Com base na autora Favero (2014), às

mídias sociais é a comunicação feita dentro dessas plataformas on-line.De acordo com

Fonseca (2018, [s.p.]), do jornal eletrônico Exame, “Hoje, 87% das PMEs que usam o

WhatsApp acreditam que o aplicativo ajuda na comunicação comos clientes e 81%

acreditam que ele auxilia no crescimento de seus negócios”. As empresas viram nisso

uma grande oportunidade de criar uma comunicação entre cliente e organização, e

consequentemente um meio de uso do marketing digital. Pode-se assim atingir um grande

aumento nas suas vendas. Favero (2014) comenta a importância de observar que essas

plataformas exigem um comportamento social, e de como a empresadeve se portar nas

redes sociais de forma a construir uma boa imagem.

Com base na obra de Cipriani, o autor Bueno (2015, p.17) alerta sobre o uso

dasredes sociais por organizações:

Antes de tomar qualquer decisão sobre a atuação nas mídias e redes sociais

digitais, as organizações necessitam certificar-se de os objetivos de suas

estratégias de comunicação na internet são coerentes com os objetivos

definidos por seus planos de comunicação e planejamento estratégico; assim

como necessitam garantir que tais objetivos sejam de uma maneira empreender

valor.

Além de que é necessário determinar a abordagem mais adequada para operar os

meios virtuais de acordo com a identidade da organização.

1.7. WhatsApp Business

De acordo com Rafael Kiso (apud FONSECA, 2018), fundador da mLabs,

empresa de gestão de redes sociais, em uma entrevista para o jornal eletrônico Exame

comentou sobre o WhatsApp Business e como afeta o mercado digital atual.

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O WhatsApp é uma das ferramentas de mensagens instantâneas mais usadas

no mundo, com mais de 1,5 bilhão de usuários frequentes. A funcionalidade

Business vai ajudar as empresas a fornecerem dados verdadeiros sobre seus

serviços, além de novas funções que ajudarão, inclusive, no marketing digital

dos negócios (KISO apud FONSECA, 2018, [s.p.]).

Os criadores do aplicativo resolveram desenvolver a versão business com o foco

de atender empresas fornecendo seus dados mais verídicos e ajudando no marketing

digital da mesma.

Para utilizar esse recurso, a empresa cria um perfil corporativo que contém

informações da empresa como e-mail, horário de atendimento, e entre outros. Umas das

vantagens de utilizar o WhatsApp Business é uma função exclusiva de mensagens

automáticas que a empresa personaliza conforme sua necessidade, como por exemplo

respostas para perguntas mais frequentes ou uma breve apresentação da empresa ou

serviço, essa função otimiza o tempo de serviço, pois o funcionário não perde tempo

digitando tudo novamente para cada cliente, as mensagens automáticas podem ser

ativadas por um atalho do próprio teclado.

Outra função vantajosa são mensagens automáticas por ausência, ou seja, caso o

cliente entre em contato no número fora do horário efetivo de atendimento, o cliente

recebe automaticamente uma mensagem que também pode ser personalizada de acordo

com a empresa. Um outro recurso que o aplicativo proporciona para otimização de tempo

são as listas de transmissão, esse recurso possibilita a empresa passar o mesmo recado

para vários números diferentes ao mesmo tempo, porém a mensagem chega

separadamente à cada número e não como forma de grupo. O aplicativo conta com

recursos de etiquetas para as conversas em andamento, o que facilita a busca e a

visualização dos atendimentos, sendo outra vantagem para otimização de tempo e

organização para empresa.

O WhatsApp Business pode ser utilizado como ferramenta de relacionamento ao

cliente, de forma mais clara e objetiva, para que ambos tenham uma comunicação mais

rápida e amigável.

De acordo com a Figura 2, a seguir, o perfil da empresa dentro do aplicativo. Essas

informações são visíveis para os outros usuários. No perfil pode-se configurar o horário

de funcionamento, colocar o link de uma rede social ou site, assim os clientes deverão ser

direcionados a página da web, indicando qual setor a empresa atua, os produtos que

oferecem e sua localização.

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Na aba de configurações, a empresa tem acesso a estatísticas das mensagens, como

visualizar quantidade de mensagens enviadas, recebidas e até mensagens não entregues.

Essa aba também dá acesso as configurações de mensagens automáticas.

Fonte: Disponível em:< https://www.whatsapp.com/business/ > Acesso em:

15mar.2019.

1.7.1. Emojis

Os emojis ou emoticons são pictogramas que se utilizam de figuras para transmitir

mensagens de modo rápido, sem a necessidade de escrever textos explicativos.

O hábito de usar emojis na comunicação digital já faz parte da rotina dos

internautas do mundo inteiro. Levando em conta este fenômeno, as empresas podem

também incorporaram essa prática como estratégia de aproximação do cliente.

Em uma publicação de artigo eletrônico foi relatado resultados de pesquisas feitas

nos últimos anos para comparar o impacto do uso dos emojis por empresas na

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comunicação com seus consumidores, os dados relatados mostraram “que mais de 63%

dos conteúdos postados em mídias sociais são visuais [...] postagens no Facebook com

emojis apresentam uma taxa de likes 57% maior do que os textos isentos de emoticons”,

além de que foram apresentados outros resultados relevantes como:

As pesquisas apontaram que, atualmente, 80% das pessoas fazem uso dos

emojis em mensagens de texto, enquanto 76% utilizam o recurso no Facebook,

e outros 15% durante o uso de e-mails. Só os e-mails tiveram uma taxa de

abertura 20% a mais do que as mensagens contendo apenas texto.

(REDAÇÃO, 2018, [s.p.]).

Isso acontece porque os emoticons representam expressões humanas, e dessa

forma ajuda a humanizar a mensagem e transmitir o sentimento na comunicação, que

muitas vezes, não conseguimos passar por meio das palavras, além deixar o cliente mais

à vontade para fazer uso dos emojis também.

A utilização dos emojins deve ser utilizada de forma consciente por parte da

empresa, de forma que não polui e nem tirar o foco da mensagem principal. Algumas

empresas adotam o uso de apenas alguns emojis na comunicação do dia a dia, dessa forma

pode-se manter um padrão e identificação da empresa.

2. METODOLOGIA

No processo de conhecimento pretendido para o desenvolvimento desse estudo,

buscou-se, a princípio, pesquisas que fundamentam os conceitos utilizados. Nesse

sentido, a metodologia usada consta de uma pesquisa bibliográfica, que é a base para a

revisão da literatura e foram utilizados livros e artigos que tratam dos temas abordados.

A fundamentação teórica foi desenvolvida por meio de livros na área de comunicação,

marketing e artigos já publicados. Conforme Severino (2007, p.122), “a pesquisa

bibliográfica é aquela que se realizam a partir do registro disponível, decorrente de

pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc.”, que

possibilita uma investigação técnica dos fenômenos de maneira mais ampla.

Foi também utilizada a pesquisa documental, que segundo Severino (2007, p.124)

“é a coleta de dados a partir de reportagens de jornais eletrônicos”, por artigos publicados

em sites de grande prestígio na área de marketing.

E futuramente será realizado uma pesquisa de campo em uma microempresa

situada na cidade de Cruzeiro/SP.

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RESULTADOS ESPERADOS

Observa-se que existe uma tendência de mais empresas adquirirem novas

ferramentas de comunicação no ramo de redes sociais e afins, para isso foi procurado

investigar conceitos de relacionamento de vendas que levam a entender o motivo dessa

imersão das empresas no mundo digital. Espera-se que o presente trabalho mostra como

o WhatsApp Business contribui para o aumento das vendas das empresas, e as vantagens

de ser usar essa ferramenta para otimização de tempo, pensando-se na comunicação ativa

entre empresa e cliente.

REFERÊNCIAS

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Leonidas Magno de. Modelo para o Projeto de TG (Trabalho de Graduação) da

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A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DE PEQUENAS EMPRESAS COM

FOCO NA FIDELIZAÇÃO DOS CLIENTES

DAVI JOSÉ DA SILVA JUNIOR

DIEGO DE MAGALHÃES BARRETO

SAMUEL QUINTANA DE PAULA

Resumo

Empresas de pequeno porte no mercado atual enfrentam empresas maiores com um número

grande de clientes e muitos deles fiéis aos seus produtos e serviços. A fidelização é alcançada a

longo prazo, atendendo as necessidades do cliente para que assim surja a confiança e a

preferência. O objetivo geral deste projeto é o estudo e a pesquisa para o esclarecimento de

atividades que auxiliarão empresas no mercado atual com a fidelização de clientes. Os objetivos

específicos do projeto são buscar métodos e ferramentas para serem utilizados em pequenas

empresas que estão se lançando no mercado e também identificar possíveis pontos que podem ser

aprimorados. A metodologia utilizada será uma pesquisa bibliográfica, sendo possível

futuramente ser realizada uma pesquisa de campo. Os resultados esperados são identificação de

como as pequenas empresas podem ser bem-sucedidas no mercado atual focando na fidelização

e facilitar a compreensão deste conceito para que possa ser melhor aplicado.

Palavras-chave: Fidelização. Cliente. Empresa.

Abstract

Small businesses have a larger number of customers than customers and many of them are loyal

to their products and services. Loyalty is achieved in the long term, meeting the needs of the client

so that confidence and preference arise. The general objective is the study and research for the

clarification of activities that help companies to present themselves with a loyalty of clients. The

specific method is to look for schemes and tools to be used in the small companies that are

launching the market and can also identify points that can be improved. The study available is a

bibliographical research, being possible for field research. The expected results are the

identification of how companies can be successful in today's market.

Keywords: Loyalty. Client. Company.

INTRODUÇÃO

Pequenas e novas empresas de prestação de serviços e revenda de produtos que

emergem no mercado atualmente enfrentam corporações já sólidas e experientes, com um

número grande de clientes e muitos deles fiéis aos seus produtos e serviços. Isso torna

tudo muito mais difícil para essas organizações que, precisão não só ganhar clientes que

muitas vezes tem o hábito de comprar somente de um estabelecimento a qual adquiriu

confiança, como também fidelizá-los. Sendo que, ganhar novos clientes é uma tarefa

muita mais complicada do que manter clientes já existentes, o que torna a fidelização

muito importante para empreendimentos pequenos e iniciantes. A fidelização não é algo

simples a ser adquirida. Ela é alcançada ao longo do tempo, atendendo as expectativas e

as necessidades do cliente para que assim surja a confiança e a preferência pela empresa.

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Sendo assim, o objetivo geral deste projeto é analisar estudos sobre a fidelização

de clientes para o esclarecimento de atividades que podem auxiliar pequenas empresas a

se perpetuarem no mercado. Os objetivos específicos do projeto são, por meio da análise

de estudos referentes a fidelização de clientes, buscar métodos e ferramentas para serem

utilizados em pequenas empresas que estão se lançando no mercado, identificar possíveis

pontos onde esses métodos e ferramentas podem ser aprimorados e mostrar a importância

da fidelização no mercado atual.

A metodologia utilizada para atingir os objetivos propostos é a princípio de

pesquisa bibliográfica, sendo possível futuramente ser realizada uma pesquisa de campo

com empresas do médio Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo. Além disso, para o

embasamento teórico, utiliza-se dos estudos de Kotler e de outros autores, para mostrar

conceitos de fidelização que pequenas empresas possam utilizar para própria criação de

modelos competitivos, tornando-as em empresas de maior desempenho.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Pequenas Empresas

Pequenos negócios, são entidades específicas, com dificuldades administrativas

diferentes das grandes organizações, como: estrutura administrativa centralizada;

estratégias evidentes e de curto prazo; pouca especialização; simplicidade e informalidade

do sistema de informação e atuação em mercados locais. (Souza, Mazzali, 2008).

Essas características nos mostram porque os pequenos empreendimentos

enfrentam dificuldades no seu desenvolvimento comercial. A falta de especialização

muitas vezes pode gerar um mau atendimento ou um produto defeituoso, criando uma

imagem ruim da instituição.

1.1. Ferramenta de fidelização: marketing

Uma ferramenta que pode nos oferecer várias contribuições para a fidelização dos

clientes é o marketing, que segundo Kotler e Keller (2006, p. 22) afirmam que o requisito

principal de um profissional dessa área é o conhecimento das necessidades, dos desejos e

da demanda dos clientes. Conhecer o cliente promove uma maior facilidade para o

profissional entender suas necessidades e o que o motiva comprar seu produto (BARROS,

2018).

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Portanto, vemos que o marketing se mostra como uma ferramenta fundamental na

tarefa de fidelização de clientes, oferecendo informações sobre o seu público-alvo que

podem ser usadas como base na tomada de decisão; tornando maior o sucesso da empresa

na missão de reter seus clientes.

Pode-se definir o marketing como uma troca entre as organizações e os clientes,

que é gerada pela oferta de um determinado produto ou serviço e a demanda dos mesmos.

As organizações disponibilizam seus produtos ou serviços para receber em troca algum

acrescentamento, gerando um vínculo, uma troca de benefícios entre ambas as partes

(BARROS, 2018).

A fidelização busca a retenção de lucros evitando que os clientes comecem a

consumir de outras empresas. E a fidelidade dos clientes é algo um pouco mais

complicados de se obter, pois os clientes podem comprar, gostar do que compraram, mas

somente por um outro preço mais acessível podem não voltar a comprar (MOUTELLA,

2002).

Há uma grande diferença entre os clientes fiéis e não fiéis como mostra quadro 1

a seguir:

Quadro 1 – Clientes fiéis versos cliente não fiéis.

Clientes Fiéis Clientes não Fiéis

Compram de múltiplos canais Utilizam poucos ou um único canal

Consomem mais Compram eventualmente

Reclamam para resolver o problema Deixam de comprar

Recomendam para 5 pessoas Influenciam negativamente 13 pessoas

Mais baratos desse manter Mais caros de se recuperar

Aumentam as vendas e reduzem as despesas Diminuem as vendas e aumentam as despesas

Fonte: Moutella (2002, p. 5)

Clientes fiéis tendem a comprar pelo telefone, loja, internet etc. Tendem a consumir

mais que consumidores não fiéis. Os fregueses fiéis reclamam quando tem algum

problema, esperando que o problema seja resolvido pois acreditam na empresa e

buscam ajudar a melhorá-la. A fidelização dos compradores também traz uma

redução nos custos com a recuperação de clientes e agrega maior valor a marca da

empesa, como descreve Moutella (2002, p. 5),

Clientes fiéis são muito mais propensos a comprar através de mais de um canal

(telefone, loja, internet, etc) e tendem a consumir mais. E quanto mais fiéis,

maior a vida útil da carteira de clientes da empresa, menor o custo de

recuperação de clientes e maior valor financeiro agregado à marca. Clientes

fiéis reclamam quando têm uma experiência ruim, porque querem ver seu

problema resolvido, acreditam na marca/empresa e querem melhorá-la.

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Para uma empresa ter mais chances de sucesso no mercado, faz-se necessário a

escolha de um mercado-alvo. Esta escolha deve ser feita com cuidado e bem detalhada,

para que a empresa obtenha uma maior chance de sucesso, como descreve Kotler (2000,

p. 42): “as empresas têm maiores chances de se saírem bem quando escolhem seus

mercados-alvo com cuidado e preparam programas de marketing customizados”.

Um programa de marketing customizado também pode ser uma ferramenta eficaz

para reter clientes, pois quando se trabalha com um público-alvo, buscando atender suas

necessidades e seus desejos, há uma maior chance de fidelizá-lo, torná-lo um defensor da

empresa e pôr fim a indicação, transformando o cliente um parceiro da empresa.

1.1.1. Marketing de Relacionamento

O relacionamento com os clientes é o que move as empresas nos dias atuais, uma

empresa que não possua um bom relacionamento com seus clientes, não se desenvolve,

ou não permanece no mercado (AUGUSTO; ALMEIDA JÚNIOR, 2015).

Sobre o marketing de relacionamento, segundo Augusto e Almeida Júnior (2015),

algumas empresas de pequeno porte não possuem o conhecimento pleno desta ferramenta.

Para Kotler (2003, p. 25),

O cliente é nosso visitante mais importante. Ele não depende de nós – nós é

que dependemos dele. Não é um estranho em nosso negócio – é parte dele. Não

prestamos nenhum favor aos clientes quando os servimos [...] ao contrário, ele

é que nos presta um favor, ao dar-nos a oportunidade de servi-lo.

Com tudo isso, vemos que o cliente deve ser compreendido como personagem

principal para o crescimento da empresa. Nos dias atuais, a preocupação da empresa não

deve ser somente em oferecer um produto de qualidade, seu maior foco deve ser o cliente.

Para tanto, observa-se que a empresa deve pensar a frente do cliente, presumir seus

desejos e como satisfazê-los, proporcionando uma maior chance de conquista-lo.

Criar relacionamento com o cliente pode tornar essa tarefa mais fácil para a

empresa, pois, manter contato com o cliente proporcionará a possibilidade de conhecê-lo

cada vez melhor. Outro ponto forte da fidelização é que, se caso houver um deslize, um

cliente fidelizado pode ser muito mais fácil de recuperar e corrigir o erro. Medir o nível

de fidelidade do cliente é uma tarefa complicada, por isso investir nos meios para receber

um melhor feedback dos clientes é muito importante. Treinar os funcionários, por

exemplo, para observar os clientes, encorajá-los a comentar e informar as críticas ao

gestor. O erro de muitas empresas é não buscar conhecer seus clientes, focando somente

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no produto e no ganho de novos clientes, esquecendo de avaliar a satisfação dos clientes

atuais abrindo espaço para concorrência (AUGUSTO; ALMEIDA JÚNIOR, 2015).

Para que a empresa obtenha sucesso no mercado, todos os colaboradores devem

compartilhar a mesma visão, o mesmo pensamento e objetivo, sempre priorizando o

cliente. Para isso, deve haver investimento em treinamento técnico dos colaboradores,

tecnologia, qualidade do produto, competitividade de custos, satisfação do colaborador,

recursos humanoscom pessoas que gostem de se relacionar e resolver problemas etc.

(AUGUSTO; ALMEIDA JÚNIOR, 2015).

1.1.2. Relacionamento com Clientes

O relacionamento entre empresa e clientes é feito por intermédio de funcionários

aptos a realizarem suas atividades, que devem gerar uma percepção de valor agregado ao

cliente. Segundo Moutella (2002, p. 11), “o relacionamento com os clientes se dá em

vários níveis de acordo com seu grau de comprometimento com a fidelização”. Sendo

assim, o comprometimento da empresa em viabilizar o investimento em capacitação de

atendimento ao cliente fator determinante para melhorar o nível de satisfação do cliente,

como ilustra a Figura 1 a seguir:

Figura 1: Fatores de satisfação

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Fonte: Moutella (2002, p. 7)

Ainda conforme descreve Moutella (2002, p. 6), “a satisfação se mede através da

relação entre o que um cliente recebeu ou percebeu e o que esperava ver (Percepção x

Expectativa) ”. Se a percepção do Produto ou Serviço superar as expectativas que os

clientes possuem, o mesmo cliente aumentará muito sua satisfação e se tornará mais

adepto da empresa.

A relação com cliente ou grupo de clientes deve ser intimamente ligada por

diálogos, para que os produtos e serviços possam ser elaborados pensando unicamente

nas necessidades e desejo dos consumidores, por exemplo a confecção de uma roupa, que

do início deve ser desenha para atender as medidas de alguém, acompanhada pelos

tecidos, estampagens e demais itens que devem atender as necessidades e gostos do

consumidor, podemos dizer então que cada cliente é único e cada qual tem seu potencial

de relacionamento com a empresa.

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O nível de Relacionamento pode ser medido através de alguns comportamentos,

sendo estes normalmente de característica comportamental, como exemplo a frequência

e quantidade em que consome os produtos e serviços da organização que está atendendo

seus desejos e necessidades, conforme comprova o seguinte argumento de Pinto (2015,

p. 11), “é necessário estudar e acumular os dados transacionais dos clientes para aprender

com eles”. Depois de medido o nível de investimento do grupo de consumidores para

com a empresa, deve-se fazer a divisão individual dos clientes, para que todas ou o maior

número possível de necessidades sejam atendidas, como afirma Pinto (2015, p.12),

“Descobrir novas necessidades é descobrir novas oportunidades. Quanto mais

a empresa sabe sobre as necessidades de seus clientes, mais valor você tem

para eles. Quanto mais a empresa entende e responde a essas necessidades,

mais seus serviços são percebidos como diferenciados”.

Dentre os principais benefícios que existem sobre a retenção de clientes, ou seja,

a fidelização deles, pode ser citada os benéficos mútuos para as duas partes.

Primeiramente será agregado valor ao cliente que estará satisfeito com o produto ou

serviço que estará usufruindo, aumentando o seu nível de satisfação, ao mesmo tempo em

que será gerado valor para a empresa que estará captando recursos, que podem ser

utilizados para continuamente estarem investindo em desenvolvimento dos seus produtos

e ou serviços, atendimento ao cliente ou em qualquer outros setores corporativos,

desenvolvendo meios para que cada vez mais seja agregado valor ao cliente, gerando mais

valor para a empresa continuamente até que está atinja todo o seu potencial para com o

cliente que em todos os casos deverá ser somente teórica. Segundo Bergamo, Farah e

Giuliani (2007, p. 58),

O efeito provocado por um consumidor leal traz benefícios para a empresa,

entre os quais o crescimento da base de consumidores, pois esses clientes

recomendaram-na para outros, e a propensão dos novos consumidores é se

tornarem também leais clientes por conta dessa recomendação, mais do que se

tivessem escolhido a empresa por apelo publicitário.

Desta maneira, a gestão de empresas de maneira geral, quando bem direcionada

economiza recursos importantíssimos que poderiam estar mais bem alocados, dentro de

um setor específico como o setor de marketing ou setor comercial da empresa que

normalmente em pequenas empresas é realizada por um número baixo de pessoas. Poderá

ser melhor empregado porque o esforço em publicidade será menor, pois os mesmos

clientes devem fazer recomendações e criar potenciais consumidores da empresa, pois os

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mesmos já estarão adeptos da cultura da empresa, e a mesma já estará ciente das

preferencias e peculiaridades deles.

1.1.3. Gestão da Qualidade

Pequenas companhias que surgem no mercado atual, se deparam com um grande

número de concorrentes. A globalização aproximou organizações e clientes pela primeira

vez no mercado internacional, podendo as pequenas empresas considerarem a

possibilidade de um mercado ainda mais amplo e a Gestão da Qualidade como diferencial

competitivo. Tal qual afirmam Gobis e Campanatti (2012, p. 1),

A utilização de sistemas de qualidade dentro das organizações passou por um

processo de constantes mudanças que foram motivadas por fatores econômicos

e sociais de abrangência mundial. Entre eles podem-se destacar a

intensificação da concorrência, a alteração dos critérios de sucesso

empresarial, além das pressões para a adoção de técnica de gestão de qualidade

adequadas.

Com isso, podemos dizer que a qualidade é uma questão muito importante no

mundo empresarial. Com base no tema estudado, a qualidade no atendimento é um ponto

fundamental para ganhar a confiança do cliente, não sendo somente voltada ao produto.

1.1.3.1. Ciclo PDCA

Com a globalização as organizações se deparam com muitas mudanças no

mercado, tendo que buscar meios diferenciados e inovadores para se adaptarem,

atingirem suas metas, objetivos e se tornarem mais competitivas no mercado. Uma

ferramenta muito utilizada é o ciclo PDCA.

O ciclo PDCA é um método de gestão da qualidade e melhoria contínua, que,

segundo Peleteiro (2018, p. 35), “segue quatro etapas que são conectadas e buscam atingir

melhores resultados a cada giro do mesmo. Essas etapas são conhecidas como Plan

(Planejar), Do (Executar), Check (Verificar) e Act (Agir) e formam a base da aplicação

de melhoria contínua nas empresas” a qual as pequenas empresas devem fazer uso para

planejar e melhorar suas atividades, podendo também utilizá-lo para à fidelização de

clientes, pois o ciclo pode contribuir para melhorar o nível de satisfação. Porém, conforme

Peleteiro (2018, p. 36) explica, “ressalta-se a importância de ser conduzido um

treinamento para a equipe, explicando e ensinando a metodologia do PDCA antes de

iniciar o primeiro período de resolução dos problemas”.

Plan (planejar) é a fase de planejamento do ciclo, o qual serão reunidas todas as

informações que serão utilizadas na constituição do PDCA. Que segundo Peleteiro (2018,

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p. 36), “essa etapa pode ser subdivida em quatro partes, que são a Identificação do

Problema, Análise de Fenômeno, Análise de Processo e Plano de Ação, sendo seus

principais objetivos: definir quais metas serão perseguidas e o plano de ação necessário

para atingi-las”. Sendo assim o planejamento método pelo qual será avaliado a viabilidade

da implementação do Ciclo PDCA.

Do (execução). Se o planejamento é importante, a execução é a aplicação de todo

o conhecimentos e técnicas reunidas para utilização eficiente do PDCA, devem ser

reunidas todas as informações durantes este processo, também devendo haver

comprometimento da equipe de colaboradores e gestores em reunir todas as informações

para a próxima parte do ciclo, como descreve Peleteiro (2018, p. 49), “Sendo assim, o

importante dessa etapa é ter a disciplina para executar as ações planejadas, [...], pois o

resultado só virá com a execução do plano de ação”.

Check (checar). Se o planejamento e a execução foram bem planejados e

executados, esta parte seguinte do ciclo mostrará isso, através de gráficos ou avaliação

pessoal da situação e medirá o desempenho de todo ciclo, conforme afirma Peleteiro

(2018, p. 50), “Nessa etapa, será verificado se os indicadores de projeto atingiram os

objetivos esperados”

Act (Ação). Esta é a parte onde as devidas correções serão implantadas. Segundo

Peleteiro (2018, p. 50), “como podem surgir problemas apenas durante a execução das

atividades, essa etapa é importante para que as devidas correções de percurso para atingir

a meta possam ser tomadas, tendo em mãos e utilizando as novas informações geradas”.

Sendo essa a última parte do ciclo PDCA, lembrando que este é um processo de melhoria

contínua, após o final de cada ciclo o mesmo voltará ao início e um novo ciclo se iniciara.

Portanto, podemos tomar o ciclo PDCA como uma ferramenta para manter uma

rotina de fidelização. Como é um ciclo que após seu término retorna ao início, trazendo

todos os problemas e dificuldades encontrados no decorrer das atividades, pode ser

utilizado como um instrumento de melhoria continua focado na fidelização dos clientes.

Com base nos estudos desta pesquisa, pode-se dizer que a lealdade do cliente é algo que

se adquiri aos poucos, a longo prazo. Por isso, a introdução de uma rotina voltada à

fidelização pode ser muito eficaz para manter atenção total à satisfação do consumidor.

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1.2. Marketing Verde e a Logística Reversa

Nos dias atuais, os impactos ambientais provocados pelas atividades produtivas

das indústrias vem sendo cada vez mais observados pela sociedade. O aquecimento

global, a poluição dos rios e mares, vem preocupando as pessoas o que fez com que as

empresas começassem a pensar em melhores práticas de preservação do meio ambiente e

reutilização de materiais.

Segundo Shibao, Moori e Santos (2010, p. 3), “No atual cenário econômico,

muitas empresas procuram se tornar competitivas, nas questões de redução de custos,

minimizando o impacto ambiental e agindo com responsabilidade.” A crescente

preocupação dos consumidores com responsabilidades ambientais tem se tornado uma

fonte de preocupação das indústrias, que acompanham os pensamentos dos seus

consumidores, que estão se tornando mais atentos ao ambiente em que vivem, criando

expectativas em relação aos produtos que consomem e são ofertados pelas empresas,

como a utilização de métodos para o descarte e em alguns casos reutilização de alguns

componentes dos produtos ofertados no mercado, como por exemplo, embalagens de

plástico e alguns produtos como o papel.

Quando falamos sobre marketing verde ou logística reversa, queremos dizer que

os produtos devem a pós a venda ter um acompanhamento das empresas quando forem

descartados, que é confirmado por Shibao, Moori e Santos (2010, p. 5), “Logística

reversa, diz respeito ao fluxo de materiais que voltam à empresa por algum motivo tal

como, devolução de produtos com defeitos, retorno de embalagens, retorno de produtos

e/ou materiais para atender à legislação”.

As empresas devem ter condições tecnológicas e financeiras para o

reaproveitamento de alguns materiais e o descarte apropriado de outros, para que seja

criado valor não somente para o meio ambiente, como também para os seus clientes, que

provavelmente se tornarão adeptos aos meios corretos de descarte, já que cada vez mais

a preservação do meio ambiente vem sendo valorizada pelas pessoas.

O que pode ser obtido com isso é a preferência dos clientes para a empresa que dá

os devidos fins aos seus produtos. A preservação do meio ambiente não é mais vista

somente como uma obrigação, mas também como uma estratégia para atrair pessoas

preocupadas com a natureza e de redução de gastos, como diz Shibao, Moori e Santos

(2010, p. 3),

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No atual cenário econômico, muitas empresas procuram se tornar

competitivas, nas questões de redução de custos, minimizando o impacto

ambiental e agindo com responsabilidade. E descobriram que controlar a

geração e destinação de seus resíduos é uma forma a mais de economizar e que

possibilita a conquista do reconhecimento pela sociedade e o meio ambiente,

pois não se trata apenas da produção de produtos, mas a preocupação com a

sua destinação final após o uso.

Por meio do reaproveitamento de materiais recicláveis, a redução no custo de

produção pode ser significativa, proporcionando maior rentabilidade para a organização.

Mesmo as pequenas empresas em menor escala deverão ter vantagens com o

descarte apropriado de resíduos, algumas dessas vantagens sendo o aumento de número

de vendas e uma maior visibilidade da sociedade.

A coleta seletiva é uma forma simples e eficaz de separar os materiais recicláveis

que vem se desenvolvendo enormemente nos países de primeiro mundo (RIBEIRO;

LIMA, 2000). A prática da coleta seletiva nas empresas pode ser bem vista pelos

funcionários, já que não é mais vista somente como uma forma de atender à legislação.

Os próprios funcionários podem se tornar clientes e indicar a empresa para amigos por

constatarem a preocupação da mesma com o meio ambiente.

Portanto, quanto mais a empresa diminuir a responsabilidade dos clientes sobre os

aspectos negativos que podem ser causados ao consumirem seus produtos, investindo em

meios sustentáveis, melhor será a aceitação do mercado.

2. METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho é a princípio de base bibliográfica, está

relacionada com leitura de trabalhos, artigos e livros relacionados com o objeto de

pesquisa da área de fidelização de clientes.

Segundo Gil (2007, p. 8), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de

material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. A

principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir o investigador à

cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia

pesquisar diretamente.

Utilizamos estudos de Kotler e de outros autores para demonstrar conceitos de

fidelização usados em diversas empresas, de diversos seguimentos que, podem ser

adotados por pequenas empresas iniciantes no mercado; visando a criação de seus

próprios modelos com base nos conceitos apresentados, tornando-as empresas de maior

desempenho e competitividade.

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Para o embasamento teórico, separamos estudos tratando da fidelização de

clientes e sua importância para o sucesso das empresas no mercado atual. Nos estudos

analisados buscamos identificar as ferramentas citadas pelos autores como ferramentas

de fidelização.

Como o marketing e suas derivações, que segundo os autores é uma ferramenta

fundamental. Também buscamos identificar a relevância desses estudos para o mercado

atual, se há a necessidade de mais estudos sobre o assunto e principalmente estudos sobre

fidelização voltados a pequenas empresas.

Pretende-se futuramente realizar uma pesquisa de campo com a elaboração de um

questionário para identificar qual o nível de preocupação e investimento da empresa na

fidelização de clientes. Esse questionário será composto por questões fechadas e será

respondido pelo gestor responsável.

3. RESULTADOS ESPERADOS

Com esta pesquisa esperamos compreender o que é necessário para uma empresa

ser bem-sucedida no mercado atual focando na fidelização. É fundamental que se

preocupe não somente com um produto de qualidade, mas também com o seu

relacionamento com o cliente? A empresa deve se preocupar somente em ganhar novos

clientes? Esse tipo de questão entre outras que buscamos responder com este estudo.

Empresas iniciantes muitas vezes buscam ganhar o máximo de clientes que

podem, mas em alguns casos não se preocupam em fidelizá-los perdendo para empresas

mais antigas a qual os clientes já criaram confiança. Esperamos confirmar se aderir a

visão dessas empresas mais graduadas seria o melhor caminho para que essas empresas

sejam bem-sucedidas.

Portanto, a necessidade de estudos expressando métodos de sucesso, já utilizados

no mercado por empresas mais graduadas, é muito significativo para empresas iniciantes

entenderem, aderirem ou criarem seus próprios meios de fidelização. Almejamos que

nosso estudo colabore com o desenvolvimento da fidelização de clientes para empresas

ainda jovens no mercado.

4. REFERÊNCIAS

AUGUSTO, Marion Neves; ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo de. Marketing de

relacionamento: a gestão do relacionamento e suas ferramentas para fidelização de

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A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NO COMPORTAMENTO

ORGANIZACIONAL CONTEMPORÂNEO

RENAN FRANCA GOMES NOGUEIRA

VICTÓRIA ISLANE CIPOLI

Resumo

A forte presença da tecnologia na atualidade trouxe avanços, referentes à rapidez, eficiência e

produtividade do serviço, porém, também acarretou prejuízos devido a sua má utilização, como a

falta de foco na utilização de uma ferramenta tecnológica. O uso das redes sociais no ambiente

organizacional é frequentemente discutido, porém, existem poucos estudos sobre a influência do

uso das redes sociais no comportamento organizacional. Nesse contexto, o objetivo geral desta

pesquisa é analisar o uso descompromissado das redes sociais, que influencia negativamente o

comportamento organizacional. Como metodologia, adotou-se a princípio a pesquisa

bibliográfica na busca de conceitos e teorias. Com a forte presença que as redes sociais ganharam

as empresas atentarem a esse fato e passaram a tentar usá-las como aliada, acompanhando suas

influências positivas, como facilidade na comunicação, aproximação dos seus colaboradores e

clientes. Porém, há influências negativas devido ao uso descompromissado por parte de seus

funcionários, mas também mostrando o uso de forma responsável pode ser um contributo para o

processo de comunicação imediata nas empresas.

Palavras-chave: Comportamento organizacional. Cultura Organizacional. Redes Sociais.

Abstract

The strong presence of technology at the present time has brought advances, referring to the

speed, efficiency and productivity of the service, however, it also entailed losses due to its misuse,

such as the lack of focus on the use of a technological tool. The use of social networks in the

organizational environment is often discussed, however, there are few studies on the influence of

the use of social networks on organizational behavior. In this context, the general objective of

this research is to analyze the uncompromised use of social networks, which negatively influences

organizational behavior. As a methodology, bibliographical research was used in the search for

concepts and theories. With the strong presence that the social networks won the companies to

attend to this fact and they began to try to use them as an ally, accompanying their positive

influences, like easiness in the communication, approach of its collaborators and clients.

However, there are negative influences due to uncompromised use by its employees, but also

showing the use in a responsible manner can be a contribution to the process of immediate

communication in companies.

Keywords: Organizational behavior. Organizational culture. Social networks.

INTRODUÇÃO

O comportamento organizacional busca estudar a aplicação do conhecimento

sobre como as pessoas agem dentro das organizações. Diante disso, na atualidade, busca-

se analisar a figura do colaborador na empresa, bem como os fatores que influenciam seu

comportamento, em especial as redes sociais com a influência da tecnologia.

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O uso das redes sociais no ambiente organizacional é frequentemente discutido,

porém, existem poucos estudos sobre a influência do uso das redes sociais no

comportamento organizacional.

Diante deste contexto, surge uma pergunta de pesquisa: Quais são as influências

das redes sociais no comportamento organizacional na atualidade?

Nesse sentido, o objetivo geral desta pesquisa é analisar o uso descompromissado

das redes sociais, que influencia negativamente o comportamento organizacional. Os

objetivos específicos são: estudar conceitos atrelados ao comportamento organizacional,

cultura organizacional, mostrar a presença das redes sociais na atualidade e verificar

possíveis mudanças de comportamento organizacional devido ao uso das redes sociais.

O comportamento organizacional é fundamental para uma empresa que deseja ter

diferencial competitivo no mercado atual, que é tão dinâmico, além de sofrer frequentes

mutações. Devido a isso, é importante investigar como a tecnologia, em especial as redes

sociais, têm influenciado no comportamento dos colaboradores, para diante disso, buscar

as melhores estratégias possíveis para desenvolver o grupo de trabalho.

A metodologia adotada foi a princípio de base bibliográfica na busca de conceitos

e teorias que possam embasar ações para a desenvolvimento da pesquisa. Na sequência,

aplicação de questionários numa determinada organização, focando no líder e

colaboradores, e ainda uma pesquisa aplicada a alunos e coordenadores da Fatec Cruzeiro.

Espera-se mostrar que o uso responsável das redes sociais pode ser um contributo

para o processo de comunicação imediata nas empresas.

1. COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

O comportamento organizacional é um importante elemento de estudo na gestão

de pessoas. Para entender o objeto principal deste trabalho, faz-se necessário entender as

bases e os conceitos atrelados ao comportamento organizacional. Nesse sentido, a cultura

organizacional é também importante tema que está envolvido com o comportamento

organizacional.

De acordo com Oliveira (2013, p.1), pode-se dizer que o comportamento

organizacional é um estudo sistemático e aplicação do conhecimento sobre como as

pessoas (indivíduos e grupos) interagem dentro da organização.

De acordo com Dubrin (2003, p. 02), “o comportamento organizacional é a forma

que o indivíduo se comporta no ambiente de trabalho, a interação entre as pessoas e a

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organização em si”. Ou seja, a forma como o indivíduo se comporta dentro do ambiente

de trabalho, levando em consideração sua postura e os grupos nos quais o indivíduo está

inserido.

Corroborando com Chiavenato (2010) e Robbins, Judge e Sobral (2011, p.6),

definem comportamento organizacional como sendo: “Um campo de estudo que investiga

o impacto que indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o comportamento dentro das

organizações com o propósito de aplicar este conhecimento em prol do aprimoramento

da eficácia de uma organização”.

De acordo com Edvinsson e Malone (1998), o capital em forma de imobilizado e

o trabalho na velha concepção de mão de obra cedeu o lugar a fatores que, na falta de

melhor expressão, designamos por intangíveis. Os ativos intelectuais tornaram-se os

elementos mais importantes no mundo dos negócios.

Sendo assim, a organização, por sua vez, deve oferecer um ambiente motivador a

fim de potencializar a capacidade do seu capital intelectual.

Essa relação demonstra, por exemplo, que não adianta tratar o funcionário, sem

antes se lembrar de que ele tem um lar e uma vida além daquela que desempenha

diariamente dentro do trabalho, isto é, em outras palavras, a empresa deve lidar como ser

humano atuante em sua totalidade, como humano que é (SOTO, 2002, p. 09).

O conceito de valor das pessoas deve ser diferente daquele atrelado à produção, e

reconhecer que as pessoas estão em outra esfera, uma superior, é de extrema importância

no que tange ao respeito e à dignidade, refutando, assim, o conceito antigo de que os

funcionários são apenas ferramentas econômicas de trabalho conforme a era do

Taylorismo.

2. REDES SOCIAIS

As redes sociais estão presentes cada vez mais na vida das pessoas. Atualmente,

elas são usadas para interação entre pessoas, de diversas regiões, que têm afinidades ou

não.

Elas são grandes conglomerados que possuem diversos usuários que trocam fotos,

mensagens, vídeos, notícias, acumulam amigos, jogam, entre outras atividades. As

principais redes sociais para o estudo deste trabalho são: Facebook e o Twitter

(GNIPPER, 2018).

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De acordo com Afonso (2009, p. 29), as redes sociais devem ser minuciosamente

analisadas, principalmente, pela forma com que tem se espalhado como um meio de

comunicação.

Com o desenvolvimento das ferramentas tecnológicas, principalmente aquelas

promovidas pelo advento da Internet, emergem em nossa sociedade novas formas de

relação, comunicação e organização das atividades humanas, entre elas, merecem

destaque o estudo de redes sociais virtuais.

As redes sociais servem para diversas finalidades, como para lazer, conhecer

novas pessoas com quem tenha afinidades, procurar oportunidades de empregos. De

acordo com Afonso (2009, p. 29), as Redes Sociais Virtuais podem ser usadas também

de outras formas:

A comunicação em rede tem sido explorada como instrumento de ativação de

movimentos sociais e culturais como a luta dos direitos humanos, feministas,

ambientalistas. Na educação, a participação em comunidades virtuais de debate

e argumentação encontra um campo fértil a ser explorado. Através dessa

complexidade de funções, percebesse que as redes sociais virtuais são canais

de grande fluxo na circulação de informação, vínculos, valores e discursos

sociais, que vêm ampliando, delimitando e mesclando territórios. Entre

desconfiados e entusiásticos, o fato é que as redes sociais virtuais são convites

para se repensar as relações em tempos pós-modernos.

O desenvolvimento que essas redes apresentam, são as responsáveis por atrair os

usuários, ainda mais se fornecerem fácil acesso através dos diversos dispositivos móveis

disponíveis atualmente no mercado, como smartphones, notebooks e tablets.

Todo o conteúdo da ferramenta, só poderia ser visualizado por usuários já

cadastrados; o mesmo valia para as “comunidades” onde havia a discussão ou troca de

informações sobre um determinado assunto que apenas os usuários pertencentes a essas

comunidades poderiam ver e participar delas (COSTA, 2010, p.47).

Em 2003, em fevereiro, Mark Zuckerberg criou o Facebook, uma rede social feita

primeiramente para alunos da Faculdade de Harvard, nos Estados Unidos, se

comunicarem entre si e que foi se expandindo muito rapidamente por outros países.

No Facebook não há um layout sofisticado, mas sim, de fácil visualização com

páginas consideradas “limpas” (porque não faz a publicação de várias propagandas). O

Facebook tem o objetivo de qualquer outra rede social, ou seja, manter as pessoas

conectadas.

Afonso (2009, p.30) traz a seguinte definição:

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O Facebook é uma rede social que reúne pessoas a seus amigos e àqueles com

quem trabalham, estudam e convivem. As pessoas participam do Facebook

para manter contato com seus amigos, carregar um número ilimitado de fotos,

compartilharem links e vídeos e aprender mais sobre as pessoas que conhecem.

Servindo, assim, como meio de facilitação da comunicação entre pessoas que

estão em diversos lugares diferentes.

Outro ponto importante do Facebook é a parte de privacidade, pois todas as

informações que se encontram nos perfis dos usuários podem ser gerenciadas através de

regras que possibilitam defini-los com permissão de visualizar estas informações

(SHIMAZAKI, 2011).

Em outubro de 2006, foi lançada outra rede social, o Twitter. Com proposta

diferenciada, seu objetivo é a troca de mensagens rápidas entre os usuários, ferramenta

esta que logo se tornou sucesso no mundo inteiro.

Para Rufino (2009, p.11) o twitter “é um micro-blogging, ou seja, um blog

limitado, que permite a publicação de apenas 140 caracteres. É uma proposta de trocar

informações e noticiar o que acontece em poucas palavras”.

O Twitter, que tem como símbolo um pássaro azul e o nome faz referência ao

piado do animal, foi criado, em outubro de 2006, por Jack Dorsey e é uma das redes

sociais que mais ganhou notabilidade nos últimos anos, estima-se que haja 11 milhões de

contas ativas. Ele poderia ser descrito como o SMS da internet ou um microblog.

Segundo Recuero (2009, p. 110), a plataforma supõe mais que um simples suporte

tecnológico, mas um espaço onde ocorre a interação entre sujeitos, deixando de ser

intermediário para virar intermediador.

Assim, a estética da rede social Twitter é muito mais atraente para a comunicação,

além de proporcionar a diminuição das barreiras físicas entre seus usuários, pois, assim,

eles não precisam mais estar face a face para se comunicarem um com os outros.

Por outro lado, Recuero (2009, p.112) diz que a sociabilidade na rede valoriza as

manifestações do cotidiano e, por isso mesmo, além disso, “a vida comum transforma-se

em algo espetacular, compartilhada por milhões de olhos potenciais. E não se trata de

nenhum evento emocionante. Não há histórias, aventuras, enredos complexos ou

desfechos maravilhosos”. Empobrecendo, de certa forma, o lado cultural da população,

visto que o conteúdo é de forma rápida e pouco elaborada, tendo espaço limitado e usado,

muitas vezes, para relatar coisas do cotidiano, nada relevante culturalmente.

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Segundo Afonso (2009, p. 33), a repercussão instantânea de uma gafe virtual é um

dos efeitos negativos de se usar as ferramentas das redes sociais. Outro problema

apontado é a dificuldade em ser capaz de adaptar o discurso a espaços onde a

informalidade é a regra.

De acordo com Costa (2010, p. 50), a maioria dos brasileiros no Twitter (80%)

segue ou já seguiu algum tipo de veículo informativo e é por este canal que se atualizam

das notícias.

As redes sociais são muito relevantes na sociedade atual, elas evoluíram com o

tempo e hoje são úteis tanto para as pessoas como para as empresas que as utilizam para

se comunicarem com seus colaboradores e clientes.

3. AS INFLUÊNCIAS DAS REDES SOCIAIS BRASILEIRAS NO

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL CONTEMPORÂNEO

As redes sociais estão presentes, também, no ambiente organizacional brasileiro,

sendo elas responsáveis pelo aumento da utilização da tecnologia, em especial, redes

sociais de grande influência, como Twitter, Facebook e Linkedin.

As redes sociais estão presentes no cotidiano de grande parte da população e as

empresas também foram atingidas por esse fenômeno e tiveram que se adaptar, ou

enxergar uma oportunidade através delas.

Como traz Moura (2011, p.2), em sua visão sobre a presença das redes sociais:

“As ações nas redes sociais visam promover experiências e interações diretas entre a

marca e o usuário, fortalecendo na mente do consumidor, conceitos ou reforços

intangíveis que venham à tona no momento da decisão de aquisição.

As redes sociais apresentam diversas finalidades, que são exploradas pelas

empresas hoje em dia, criando um vínculo maior com a sociedade em geral, atingindo

diversos públicos, ainda de acordo com Moura (2011, p.2):

A utilização das redes sociais tem motivações diferentes. No Twitter, o

principal interesse é a informação, com destaque para a busca de atualidades e

leitura de notícias. No Facebook, a principal motivação é cultivar os laços

sociais, mantendo contato com amigos e parentes. As empresas devem levar

em consideração que diferentes redes, com motivações para uso específicas,

devem gerar políticas de ação segmentada.

As empresas devem ater-se ao fato de que as redes sociais apresentam diversos

públicos e muitas faces. As empresas devem estar atentas a isso, pois influenciam no

comportamento de seus funcionários, por muitos deles estarem inseridos nesse meio,

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estarem acompanhando as inovações e novidades que acontecem e são informadas em

tempo real.

Além da comunicação, as empresas têm utilizado as redes sociais para recrutar

novos colaboradores., como afirma Gomes (2015, p.39):

Presentemente, existem diversas redes sociais que auxiliam no processo de

recrutamento na internet, como o Linkedin e Facebook. Estas redes sociais são

utilizadas por empresas que colocam as oportunidades de emprego online nas

redes sociais mais adequadas para o perfil pretendido.

Sendo assim, as empresas estão atentas às mutações e interações que estão

acontecendo por meio das mídias sociais, e com isso, estão entendendo e tentando, cada

vez mais, se aproximar de seus colaboradores com a utilização de diversas redes sociais,

como Facebook, Twitter e Linkedin.

3.1. Aspectos negativos das redes sociais

As redes sociais servem como canal de interação e aproximação entre empresas e

colaboradores, porém, por mais que existam os benefícios do uso da rede, há

desvantagens.

Em um estudo promovido por Alméri et al (2013, p. 5), foram analisados os

impactos das tecnologias, com destaque as redes sociais, nos ambientes organizacionais,

onde foram traçadas as desvantagens da utilização das redes sociais no comportamento

organizacional de seus colaboradores, que serão descritos no Quadro 1 a seguir:

Quadro 1: Análises os impactos das tecnologias em relação as redes sociais.

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Fonte: Alméri et al (2013, p. 5).

Nota-se que um dos fatores preocupantes para as empresas quanto às redes sociais

é quanto ao uso indevido pelo colaborador das redes sociais, que podem ocasionar a

divulgação de documentos sigilosos da empresa, causando grande impacto em sua

reputação ou competitividade.

Temos, também, a alteração do comportamento no relacionamento entre os

próprios colaboradores, que deixam de dialogar com seu colega de trabalho, para se

isolarem em seus computadores ou smatphones, como defendem Silva et al (2013, p. 10).

Diferente do relacionamento olho no olho, que é forte, duradouro, sincero, real,

autêntico e sólido, esse tipo de relacionamento é considerado um relacionamento frágil,

descartável e superficial, uma vez que não há compromissos ou vínculos entre os

envolvidos.

Sendo assim, pelo uso indevido das redes sociais no ambiente organizacional, as

pessoas tendem a se isolar, não realizarem seu trabalho com dedicação e excelência, além

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de acabar por não desenvolverem relacionamento com outros membros do grupo, não

criando assim uma sinergia, que é importante para todos na empresa.

Observa-se a clara influência das redes sociais no comportamento do colaborador,

quanto à influência negativa, destaca-se a diminuição drástica da produtividade.

3.2. Aspectos positivos das redes sociais

Frente às desvantagens que foram expostas anteriormente, as redes sociais não são

vistas apenas como algo negativo pelas empresas, tendo também seu aspecto positivo.

As redes sociais trouxeram grande avanço para toda a sociedade, inclusive para as

empresas, como conceitua Telles (2009, p 23):

Na geração digital, a tecnologia atinge todos os segmentos na vida de uma

pessoa: profissional, afetivo, familiar e pessoal. As pessoas estão interligadas

em rede, colaborando na troca de informação. O comportamento da geração

digital é fortemente influenciado pela evolução tecnológica, com a entrada nas

nossas vidas do que nos acostumamos a chamar de tecnologia da informação,

ou informática, que transformou nosso dia a dia.

Acompanhando a evolução das redes sociais e seu relacionamento com as

empresas, Alméri et al (2013, p. 5), anota que:

As redes digitais estão dispostas em uma infinidade de canais diferentes que

podem ser úteis aos interesses das organizações. A rapidez da expansão de

pessoas integradas nesses canais tem influenciado empresas a utilização dessas

redes como recursos orientados a construção de estratégia, praticidade e

aperfeiçoamento aos meios de comunicação.

Como as redes sociais são variadas e possuem diversos públicos-alvo, o

entendimento, por parte das empresas, das vantagens oferecidas por elas pode ser um

diferencial competitivo, ajudando na construção das estratégias, que devem ir em

consonância com o comportamento de seus colaboradores.

Alméri et al (2013, p. 5) elaboraram no mesmo estudo, as vantagens do uso das

redes sociais no comportamento organizacional dos colaboradores, que serão descritos no

Quadro 2 a seguir:

Quadro 2: Análise sobre os impactos positivos das tecnologias em relação as redes sociais.

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Fonte: Alméri et al (2013, p. 5).

Sobre os pontos citados anteriormente, podemos notar que as influências positivas

das redes sociais no ambiente corporativo são inúmeras, como aumentar a rapidez na troca

de informações entre os colaboradores, pela facilidade de acesso as redes sociais.

E essa rapidez impacta diretamente na “diminuição” da distância geográfica entre

diversos departamentos da empresa, isso faz com que os colaboradores não tenham mais

que sair de seus departamentos para se locomoverem até a outra pessoa para realizar um

tipo de conversa. Isso influencia diretamente no comportamento dos colaboradores pela

facilidade adquirida de contato, podendo aumentar, assim, a produtividade do

colaborador por não ter que se descolar.

As redes sociais, também, proporcionam a possibilidade da realização de

videoconferência, possibilitando se comunicar com qualquer lugar do mundo sem sair de

sua sala.

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Entre outros, destaca-se também o fato de o uso das redes sociais pelas empresas

impactarem na vida de todos, por meio da aproximação entre os colaboradores e as

empresas.

4. METODOLOGIA

Segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 83),

todas as ciências caracterizam-se pela utilização de métodos científicos; em

contrapartida, nem todos os ramos de estudo que empregam estes métodos são

ciências. Dessas afirmações podemos concluir que a utilização de métodos

científicos não é da alçada exclusiva da ciência sem o emprego de métodos

científicos.

A abordagem metodológica da pesquisa consiste em um debate bibliográfico

sobre o tema que tem por base o desenvolvimento do presente trabalho.

5 RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se mostrar que o uso responsável das redes sociais pode ser um contributo

para o processo de comunicação imediata nas empresas. Vale ressaltar que o uso indevido,

descompromissado pode prejudicar não só a empresa como um todo, como também o

próprio colaborador.

Com o desenvolvimento deste trabalho, espera-se mensurar os impactos que a as

redes sociais causam em ambientes de trabalho, no que concerne execução de atividades

diárias, bem como interação entre colaboradores.

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A LIDERANÇA E A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL APLICADAS NO

CONTEXTO DE GESTÃO DE PROJETOS

CRISTIE ELLEN LOPES FERREIRA

LIGIA MARIA TEIXEIRA DE FARIA BREZOLIN

TALITA DA SILVA CORREA

Resumo

O presente artigo apresenta um estudo sobre a liderança e a inteligência emocional aplicadas no

contexto de gestão de projetos. Tem como objetivo geral analisar as principais habilidades e

competências que o gestor de projetos precisa ter para obter resultados satisfatórios no projeto.

Identificou-se que há cinco principais habilidades que o gestor de projetos precisa desenvolver:

liderança, comunicação, negociação, gerenciamento de conflitos e influência. E, em relação

inteligência emocional, identificou-se que há alguns elementos importantes, dentre eles estão: o

autoconhecimento, a automotivação, a gerência das relações com as outras pessoas, a

espontaneidade, a empatia, e a gerência de suas próprias emoções. A metodologia utilizada no

artigo foi a pesquisa bibliográfica elaborada a partir da seleção da literatura existente sobre o

assunto. Assim, espera-se contribuir para que o gestor desta área saiba utilizar a inteligência

emocional em favor da sua liderança e obtenha um maior desempenho na realização,

desenvolvimento e gerenciamento do projeto.

Palavras-chave: Gestão de Projetos. Liderança. Inteligência Emocional. Gestor de Projetos.

Abstract

This article presents a study on leadership and emotional intelligence applied in the context of

project management. Its main objective is to analyze the main skills and competences that the

project manager must have to obtain satisfactory results in the project. It was identified that there

are five main skills that the project manager needs to develop: leadership, communication,

negotiation, conflict management and influence. And in relation to emotional intelligence, it has

been identified that there are some important elements, among them are: self-knowledge, self-

motivation, the management of relationships with other people, spontaneity, empathy, and the

management of their own emotions. The methodology used in the article was the bibliographical

research elaborated from the selection of existing literature on the subject. Thus, it is hoped that

the manager of this area will be able to use the emotional intelligence in favor of his leadership

and obtain a greater performance in the realization, development and management of the project.

Keywords: Project management. Leadership. Emotional intelligence. Project Manager.

INTRODUÇÃO

Muito se tem discutido, recentemente, acerca de liderança em projetos,

principalmente quanto às características presentes no líder, tendo em vista os resultados

alcançados. O papel do gestor dentro de um projeto é fundamental para o seu sucesso,

sendo um fator crucial para o êxito de uma iniciativa dentro da empresa.

Muitos projetos não conseguem obter sucesso devido à falta de planejamento,

monitoramento, controle, gerenciamento das equipes, a falta de comunicação, dentre

outros problemas, que podem interferir diretamente na execução e no êxito do projeto.

Levando-se em consideração esses aspectos, o objetivo geral da pesquisa é analisar quais

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são as principais habilidades e competências que o gestor de projetos precisa alcançar

para obter sucesso em seu projeto. A metodologia utilizada no artigo foi a pesquisa

bibliográfica, buscando subsidiar os conceitos tratados neste trabalho. Assim, espera-se

contribuir para que o gestor desta área obtenha um maior desempenho na realização,

desenvolvimento e gerenciamento do seu projeto, juntamente com sua equipe.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. Definição de Projeto

Para compreender de forma clara sobre a gestão de projetos, primeiramente é

preciso entender o que é um projeto.

Segundo Nocêra (2009, p.11), o termo projeto vem do latim projectu e significa

adiante, ou seja, ideia que se forma para executar ou realizar algo no futuro; plano;

intento; desígnio. É perceptível que um projeto é um empreendimento único, e a sua

existência deve-se basicamente à necessidade de planejamento específico para alcançar

seus objetivos, sendo estes objetivos compostos por custos, prazos, atividades, entre

outros aspectos.

Vargas (2016, p.8) define projeto como:

[...] um empreendimento não respectivo, caracterizado por uma sequência clara

e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo

claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros

predefinidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade.

O PMI (Project Management Institute) é um instituto para profissionais de

gerenciamento de projetos. Segundo o PMI (2019), um processo é um conjunto de ações

e atividades inter-relacionadas que são executadas para criar um produto, serviço, ou

resultado pré-especificado. Cada processo é caracterizado por suas entradas, ferramentas

e técnicas que podem ser aplicadas, e as saídas resultantes.

1.1.1. Gestão de Projetos

Segundo Clements (2013, p.13), a “Gestão de Projetos significa planejar,

organizar, coordenar, liderar e controlar recursos para concretizar o objetivo do projeto”.

E, ainda, para Bento (2013, p.25), “Gestão de Projetos é a aplicação do conhecimento,

habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto, de forma a atingir e exceder

as expectativas dos interessados pelo projeto”.

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De acordo com o PMI (2019, [s.p.]), o gerenciamento de projetos é “uma

competência estratégica para organizações, permitindo com que elas unam os resultados

dos projetos com os objetivos do negócio e, assim, melhor competir em seus mercados”.

O PMI (2019) ainda estabelece cinco grupos para o processo de gerenciamento

dos projetos, são eles: o início, o planejamento, a execução, o monitoramento e controle

e o encerramento. Dentre esses cincos grupos, Clements (2013) afirma que há duas

funções de maior relevância que envolve o processo de gestão de projetos, sendo a

primeira estabelecer o plano e a segunda executá-lo para concretizar o objetivo do projeto:

Tendo o patrocinador preparado o termo de abertura do projeto, o esforço em

geri-lo deve ser focado em estabelecer um plano-base realista que contenha um

roteiro de como o escopo do projeto será concretizado a tempo e dentro do

orçamento. O objetivo do projeto estabelece o que deve ser concretizado. O

processo de planejamento determina o que é necessário ser feito (escopo,

entregas), como será feito (atividades, sequência), quem o fará (recursos,

responsabilidade), quanto tempo será necessário (durações, programação),

quanto custará (orçamento) (CLEMENTS, 2013, p.13).

Em virtude do que foi mencionado, a empresa que investe em uma gestão de

projetos eficiente, se torna mais competitiva no mercado, agregando mais valor em sua

marca e deixando seus clientes cada vez mais satisfeitos.

1.2. Gestor de Projetos

De acordo com o PMI (2014, p.16) o gerente de projetos:

[...] é a pessoa alocada pela organização executora para liderar a equipe

responsável por alcançar os objetivos do projeto. O papel do gerente de

projetos é diferente de um gerente funcional ou gerente de operações.

Normalmente, o gerente funcional se concentra em proporcionar a supervisão

de gerenciamento de uma unidade funcional ou de negócios, e os gerentes de

operações são responsáveis pela eficiência das operações de negócios.

Segundo Maximiano (2006, p.182), a responsabilidade do gestor de projetos “é

assegurar a realização do projeto dentro dos padrões de desempenho da missão, prazo e

custo, o que exige a administração de comunicações, recursos humanos, contratos,

materiais e riscos”. E todas essas responsabilidades podem variar de empresa para

empresa, dependendo de muitos fatores como a complexidade do projeto, os interesses

do cliente, a estrutura do projeto, dentre outros.

1.2.1. Habilidades e competências do Gestor de Projetos

Para que a organização alcance resultados satisfatórios referente a seus projetos,

faz se necessário o investimento em sua liderança. É importante para um gestor de

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projetos buscar o aprimoramento de suas habilidades e competências para melhorar o

desempenho e resultado do projeto. Para PMI (2014, p.513), “gerentes de projetos

eficazes adquirem um equilíbrio de habilidades técnicas, interpessoais e conceituais que

os ajudam a analisar situações e a interagir de forma apropriada”.

1.2.2. Competências do Gestor de Projetos

De acordo com Rabechini Jr. (2005, p.72), “as competências em gestão referem-

se ao ambiente comportamental, de relacionamento pessoal e de domínio das capacidades

de influenciar indivíduos para o bem do projeto”. E, ainda, conforme Maximiano (2006,

p.194), “competências são as qualificações necessárias para o desempenho eficaz do

papel de gerente de projetos. As competências gerenciais agrupam-se em três categorias

principais: conhecimentos, habilidades e atitudes”. O autor descreve cada umas delas:

▪ Conhecimentos: são as informações que fazem parte do sistema de informação do

gerente. São obtidos por meio dos tipos de educação formal e informal e até mesmo

por experiências. Alguns conhecimentos são importantes para o gestor de projetos,

dentre eles estão, a competência técnica, conhecimento de ferramentas de

administração de projetos, compreensão de sistemas organizacionais e do ciclo de

vida.

▪ Habilidades: são as competências práticas, desenvolvidas pela experiência, que

permitem ao gestor lidar de maneira assertiva com as dificuldades dos projetos. Essas

habilidades são agrupadas em cinco categorias: interpessoais, conceituais, analíticas,

intrapessoais e pragmáticas.

▪ Atitudes: no âmbito da administração de projetos, as atitudes estão na base do

interesse do gerente por seu próprio cargo – a motivação intrínseca associada a

performance em seu papel de gerente. Há três motivações que estão relacionadas aos

papeis gerenciais: a liderança, a contribuição para o alcance dos objetivos da empresa

e a realização pessoal por meio da superação de dificuldades.

1.2.3. Habilidades do Gestor de Projetos

Segundo Vieira (2003, p. 23), “para exercer o nobre papel de gestor de projetos,

o gerente precisa de habilidades de administração geral, tais como: liderança,

comunicação, negociação, solução de problemas e influência”.

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1.2.3.1. Liderança

A liderança é uma grande ferramenta para o desenvolvimento da organização. Ela

auxilia nos processos da empresa, como mostra Silva (2015, p.236), que define a liderança

como “o processo de dirigir e influenciar as atividades de pessoas no sentido de alcançar

os objetivos de uma organização”. Dessa forma, a liderança é necessária dentro da

organização, pois ela influencia nos processos e nas atividades, a fim de se fazer com que

alcance as metas determinadas dentro da empresa. Para Ervilha (2012, p.73), “liderar é

influenciar e conduzir nas situações em que é identificado um objetivo claro e definido,

na busca dos resultados desejados”. A autora ressalta que a liderança é saber como

acompanhar a sua equipe nos processos, para assim, atingir os objetivos da empresa.

Silva (2015) mostra que a liderança é dividida de duas formas, a liderança formal

e a informal. A liderança formal, exercida por pessoas escolhidas para posições nas

organizações, ou seja, pessoas pré-designadas para exercer o cargo. Já a liderança

informal é exercida por pessoas que se tornam influentes por suas habilidades especiais,

que servem as necessidades de outros. Em suma, são pessoas que tem certa influência

sobre a equipe.

Além disso, nota-se que muitas vezes o gestor é visto como líder, o que nem

sempre ocorre dentro das organizações, como ressalta Cosme et al (2012, p.2), “por vezes

confunde se liderança com gestão, mas nem sempre os líderes são gestores ou vice e

versa, isto é, nada indica que o gestor seja líder”. Robbins (2005, p. 258) diz que “o

administrador utiliza a autoridade natural de sua posição na organização para obter o

comprometimento dos membros”. Já o líder, como já mencionado, é aquele que tem a

capacidade de influenciar sua equipe para conseguir chegar aos resultados exigidos pela

empresa. Muitas vezes ele pode ser escolhido de forma involuntária pelo grupo ou pela

equipe, como mostra Silva (2013, p.81), “o líder, por sua vez, é eleito pelo grupo de forma

explicita, por meio de uma votação, ou de modo implícito”.

De acordo com Silva (2013, p.84):

Há necessidade de conhecer melhor os estilos de liderança que podem estar

presentes no grupo; pela identificação desses elementos, será mais fácil

observar qual é o tipo de líder mais indicado para um grupo, observando-se,

desse modo, de que maneira se deve proceder para que os objetivos definidos

pelo grupo possam ser atingidos, salientando-se de que maneira a intervenção

do líder poderá facilitar esse processo.

Levando-se em consideração esses aspectos, há quatro estilos de liderança, sendo:

o autocrata, o democrático, o situacional e o Laissez-faire.

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▪ Estilo Autocrata: Para Silva (2013, p.84), “esse estilo de liderança mostra-se

adequado quando o principal objetivo do grupo é obter um bom índice de

produtividade, quanto mais organizadas puderem ser as tarefas, melhores serão os

resultados obtidos”. Ainda segundo a autora, pode-se afirmar que esse tipo de liderança

é mais reservado, visando sempre buscar os resultados das tarefas exercidas pela sua

equipe no ambiente organizacional. Para França (2006, p.59), nesse estilo, “o poder é

emanado de um núcleo centralizador e mobilizador das regras, decisões e informações.

O uso incorreto gera o autoritarismo, a ditadura, o monopólio e a verticalização do

poder”. O líder é o encarregado na realização da separação e monitoramento das tarefas

para sua equipe, porém, sem muita participação e envolvimento na mesma.

▪ Estilo Democrático: No estilo democrático, por sua vez, o grupo sempre será incluído

na tomada de decisões e das etapas. Silva (2013, p.84) fala que “nessa modalidade, o

grupo se incumbe de debater seus objetivos e seus integrantes participam de todas as

etapas para alcançá-los; o líder envolve-se diretamente com essas tarefas e permite que

o grupo se subdivida como desejar”. E assim, o grupo consegue ter um maior

envolvimento, criatividade e motivação, como expõe a autora, “esse estilo de liderança

favorece altos índices de motivação dos integrantes do grupo, estimulando sua

criatividade, autodeterminação e a cooperação”. Logo, esse estilo de liderança

contribui para o aumento da produtividade em relação à equipe dentro da organização.

▪ Estilo Laissez-faire: Nesse estilo de liderança, afirma Silva (2013, p.85), “a

participação no grupo é mínima; caberá às pessoas a definição de seus objetivos e os

procedimentos que deverão adotar para alcançá-los”. Em face a essa realidade, nesse

estilo é a equipe que determina como será feito as atividades e como será dividido as

tarefas, sem a interferência do líder. Esse estilo de liderança é mais recomendado para

situações onde os integrantes do grupo tenham maior conhecimento dos processos,

como dizem Cosme et al (2012, p.3), “é um estilo pouco aceitável, a não ser em casos

excepcionais em que os membros do grupo são especialistas e bem motivados”, e

podendo ser denominada como uma escolha prematura, “nesses casos a escolha do

líder pode ter sido precipitada e não irá contribuir para o melhor engajamento entre as

pessoas”, conclui Silva (2013, p.85).

▪ Estilo situacional: consiste no modo como o líder consegue se adaptar com a situação

e o tipo de liderança que melhor se enquadra nela. Segundo Silva (2013, p.85), nesse

tipo de liderança, o líder se denomina como: “autocrático, democrático, ou permissivo,

de acordo com a situação. Ele possui sabedoria em aplicar os três estilos de liderança

conforme a situação organizacional e esse exercício determinará seu sucesso pessoal

como líder”. Silva (2013, p.85) ainda ressalta que “é fundamental que se conheça o

comportamento do liderado e a situação organizacional para se exercer a liderança de

forma mais adequada”.

1.2.3.2. Comunicação

A comunicação é a chave para o êxito do projeto, para PMI (2013, p.515):

Uma comunicação eficaz dentro da equipe do projeto e entre o gerente de

projeto, os membros da equipe e todas as partes interessadas externas é

essencial. A comunicação aberta conduz ao trabalho em equipe e de alto

desempenho. Ela aprimora as relações entre os membros da equipe e cria

confiança mútua.

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Em virtude do que foi mencionado, a comunicação da equipe é a essência do

projeto, pois, ela que irá conduzi-lo para obter melhores resultados. Segundo o PMI

(2013, p.515), “o gerente de projetos deve estar ciente dos estilos de comunicação das

outras partes, das questões culturais, relacionamentos, personalidades e contexto geral da

situação”. E ainda segundo o instituto PMI (2013), “devem identificar os vários canais de

comunicação, entender quais informações devem fornecer, quais informações precisam

receber, e quais habilidades interpessoais os ajudarão a se comunicar de modo eficaz

[...]”. Ou seja, o gestor tem que utilizar de suas habilidades para saber se comunicar de

forma clara e sucinta, para que haja entendimento do grupo sobre o que está sendo

trabalhado.

O PMI (2013, p.515) ressalta que dentro da comunicação também é importante

saber escutar, e que isso auxilia nas tomadas de decisões, “fornecem ao usuário uma visão

melhor das áreas problemáticas, das estratégias de negociação e gerenciamento de

conflitos, do processo decisório e da resolução de problemas”.

1.2.3.3. Influência

Para PMI (2013, p.515), a influência “é uma estratégia de compartilhar o poder e

confiar nas habilidades interpessoais para fazer com que outros cooperem para o alcance

de objetivos comuns”. O autor explica que há diretrizes que podem influenciar os

membros da equipe, que são liderar, cumprir os objetivos, explicar como será tomada a

decisão e usar a habilidade interpessoal.

1.2.3.4. Gerenciamento de conflitos

Muitos fatores podem ocasionar em conflitos dentro de um projeto, como mostra

o instituto PMI (2013, p.518):

Os conflitos são inevitáveis em um ambiente de projeto. Os requisitos

conflitantes, a competição por recursos, as falhas de comunicação e muitos

outros fatores podem se tornar fontes de conflitos. No ambiente de um projeto,

o conflito pode produzir resultados disfuncionais. No entanto, se gerenciados

de modo eficaz, os conflitos podem, na verdade, ajudar a equipe a chegar a

uma solução melhor.

Desta forma, se o gestor souber como gerenciar os conflitos, ele auxiliará a equipe

na resolução do problema. E, de acordo com o PMI (2013, p.518), “o gerente de projetos

deve estar apto a identificar as causas do conflito e então gerenciar o conflito minimizado,

assim, os impactos negativos potenciais”.

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Além de saber como auxiliar sua equipe, é essencial que o gestor constitua

confiança entre os colaboradores no projeto, como explica o autor (PMI, 2013, p.518),

“O gerenciamento de conflitos em um ambiente de projetos envolve o estabelecimento

da confiança necessária para que todas as partes sejam abertas e honestas e se engajar na

busca de uma solução positiva para a situação que está criando o conflito”.

Conforme o instituto PMI (2013, p.518), o gerenciamento de conflitos “é um dos

maiores desafios enfrentados pelo gerente do projeto. Ele mobiliza todas as outras

habilidades interpessoais de um gerente do projeto a fim de conduzir a equipe a uma

solução bem-sucedida do conflito”.

1.2.3.5. Negociação

O PMI (2013, p.517) diz que a negociação é:

[...] uma estratégia de deliberação com as partes sobre os interesses em comum

ou divergentes visando o compromisso de se chegar a um acordo. A

negociação é uma parte integral do gerenciamento de projetos e, se bem-feita,

aumenta a probabilidade de êxito do projeto.

O autor ainda acrescenta que há habilidades e comportamentos que são essenciais

na hora da negociação, como, por exemplo, examinar a situação, distinguir entre desejos

e necessidades, concentrar-se nos interesses ao invés de posições, escutar com atenção e

sempre se comunicar de maneira clara e objetiva, dentre outras habilidades.

1.3. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

É de extrema importância a inteligência emocional para o gestor. Segundo Silva

(2013, p.57), “inteligência emocional (IE) envolve a habilidade de monitorar as próprias

emoções e as dos outros, discriminando-as e utilizando-as para guiar pensamentos e

ações”. Assim entende-se que a IE auxilia na tomada de decisões de forma mais eficaz e

precisa na organização. Para Robbins (2010, p.105), inteligência emocional “é a

capacidade da pessoa de ser autoconsciente do seu estado afetivo (reconhecer suas

próprias emoções quando as sente), detectar as emoções nos outros e administrar as pistas

e administrar as pistas e informações transmitidas pelas emoções”. Esses aspectos

mostram, que a pessoa que possui inteligência emocional, consegue ter um controle de

suas emoções, assim transfere uma estabilidade emocional para motivar a sua equipe.

Ainda para França (2006, p. 35), “a inteligência emocional é a capacidade de uma

pessoa intuir por meio de sentimentos, emoções e sensibilidade social”, a autora

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acrescenta que há alguns elementos relevantes dentro da inteligência emocional, como o

autoconhecimento, a automotivação, a gerência das relações com as outras pessoas, a

espontaneidade, a empatia, e a gerencia de suas próprias emoções. Dessa forma, a

inteligência emocional favorece na comunicação, no gerenciamento e no engajamento do

trabalho com sua equipe.

Para Lacombe (2005, p. 218), “líderes verdadeiramente eficientes se distinguem

por um alto grau de inteligência emocional, que abrange autoconhecimento, autocontrole,

motivação, empatia e habilidade social”. Observa-se que esses fatores são essenciais para

a formação de um líder eficaz. Lacombe (2005, p.219) descreve cada um deles:

• Autoconhecimento: é o primeiro componente da inteligência emocional. Pessoas que

tem alto grau de autoconhecimento reconhecem como seus sentimentos afetam a elas

próprias, aos outros e ao desempenho no trabalho. Autoconhecimento envolve a

compreensão clara de seus valores e objetivos. Em vista do que foi mencionado, o

gestor conhecendo a si mesmo, consegue ter um controle da situação, evitando que os

seus sentimentos afetem dentro do projeto.

• Autocontrole: é o componente da inteligência emocional que nos liberta de ficarmos

presos em nossos próprios sentimentos. E, isso é importante para criar um ambiente

de confiança e justiça, favorecendo o aumento na produtividade e diminuição das lutas

internas. O autocontrole auxilia o gestor a sempre manter o controle no ambiente,

evitando conflitos internos que possam ocorrer e, com isso, gerar confiança entre as

partes interessadas do projeto.

• Motivação: os líderes com inteligência emocional, tendem a motivar sua equipe a

sempre alcançar os objetivos estabelecidos no projeto. Ainda, segundo Lacombe

(2005, p.219):

Líderes procuram obter êxito além das expectativas. São motivados por fatores

internos: um desejo profundamente enraizado de realização pela própria

realização em si. Eles tendem a se manter realisticamente otimistas mesmo

quando os indicadores mostram que as coisas não estão indo bem.

Dessa forma, entende-se que se mesmo o projeto não estiver indo como o

esperado, o gestor buscar-se-á manter otimista, a fim de sempre motivá-los.

• Empatia: é um dos aspectos que mais transparece no líder, é ela que vai ajudar o

gestor na hora de saber identificar se a equipe está no equilíbrio para atingir os

resultados do projeto. A empatia para um líder, não significa procurar agradar a

todos ou tornar seus os sentimentos dos outros, significa considerar de forma

ponderada os sentimentos dos outros no processo de tomada de decisões

inteligentes.

• Habilidade social: as pessoas com essa habilidade tendem a ter um grande círculo

de conhecimentos pessoais e buscam encontrar interesses comuns com essas

pessoas. Dessa forma gestor precisa saber se comunicar de forma clara, para que

assim consiga ter um envolvimento com sua equipe.

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Levando-se em consideração os aspectos mencionados, todos são importantes

para formar um líder com inteligência emocional e, que essas habilidades auxiliam no

gerenciamento da equipe, a fim de se atingir os objetivos esperados no projeto.

2. A LIDERANÇA E A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL APLICADA NA

GESTÃO DE PROJETOS

Segundo Rabechini Jr. (2005, p.148), “liderança foi considerada a habilidade mais

importante do gerente de projetos [...]. Está intimamente ligada ao conceito de influência,

ou seja, capacidade do líder de influenciar sua equipe visando aos resultados do projeto”.

Ainda segundo o autor, o desenvolvimento de projetos através do uso da gestão de

liderança exige, por parte dos gerentes, conhecimento dos enfoques motivacionais e

comportamentais dos envolvidos nas equipes de projeto.

Conforme Maximiano (2006, p.205):

A liderança orientada para o gerente compreende uma grande variedade de

comportamentos específicos e outros estilos, que dão maior importância à

participação do gerente no processo de administrar o projeto. A liderança

orientada para o gerente é designada como: liderança autocrática; liderança

orientada para a tarefa; liderança autoritária; liderança orientada para os

resultados.

Dessa forma, entende-se que a liderança na gestão de projetos é uma habilidade

de extrema importância para o gestor, assim como, a inteligência emocional, que segundo

Caruso e Salovery (2007, p.187), pode ajudar o líder em seis desafios centrais da

administração e da liderança, são eles: criar equipes eficientes; planejar e decidir com

eficiência; motivar as pessoas; comunicar uma visão; promover mudanças e gerar

relacionamentos interpessoais efetivos.

Ainda, de acordo com Caruso e Salovey (2006, p.186), “não existe maneira única

e conclusiva de formar um líder emocionalmente inteligente”. Segundo os autores

(CARUSO E SALOVEY, 2006, p. 186):

Se adquirir essa inteligência e a puser em prática, terá a chance de se tornar

algo ainda melhor: um líder de equipes e organizações com qualidades

positivas e duradouras que podem lhe proporcionar uma vantagem em termos

de lealdade e comprometimento, bem como no empenho da equipe por fazer a

coisa certa.

Percebe-se que, se o gestor de projetos possui inteligência emocional, ele

consegue lidar e incentivar de maneira positiva sua equipe para atingir bons resultados.

E, conforme os autores Caruso e Salovey (2006, p.187), as competências emocionais são

tão importantes quanto os conhecimentos técnicos.

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Considerando as implicações no desenvolvimento da inteligência emocional na

gestão de projetos há de se afirmar que ela traz benefícios ao projeto, auxiliando nas

tomadas de decisões, nas resoluções de conflitos, dentre diversas habilidades positivas

que farão do gestor um bom líder.

3. METODOLOGIA

A metodologia da presente pesquisa consiste numa abordagem teórica, a partir de

livros, sites, artigos relacionados ao tema. É uma pesquisa bibliográfica elaborada a partir

da seleção da literatura existente sobre o assunto.

De acordo com Brasileiro (2014, p.23), metodologia científica é o “conjunto de

normas e procedimentos padronizados para levar uma investigação ao seu objetivo: um

resultado confiável e convincente”.

Brasileiro (2014, p.29) diz que a pesquisa “é uma atividade cotidiana, uma atitude,

um questionamento sistemático crítico e criativo, ou o diálogo crítico permanente com a

realidade em sentido teórico e prático”. Ainda, segundo o autor, toda a pesquisa traz o

objetivo que será investigado, seja do tema, assunto ou fenômeno que será estudado.

Segundo Gil (2002, p.44), pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em

material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora

em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há

pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.

4. RESULTADOS ESPERADOS

Em virtude do que foi exposto, entende-se que é imprescindível para a obtenção

de bons resultados e para alcançar o sucesso de um projeto que a organização invista em

sua liderança dentro da gestão de projetos.

Assim, espera-se contribuir com o gestor de projetos para que alcance um maior

desempenho na realização, desenvolvimento e gerenciamento do seu projeto, juntamente

com sua equipe de trabalho.

REFERÊNCIAS

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2013.

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A UTILIZAÇÃO DO SISTEMA IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

(MODELO KANBAN ELETRÔNICO) PARA GERENCIAMENTO DE

ESTOQUE DE MATÉRIA PRIMA

CASSIANO RODRIGUES FAUSTINO

LARISSA STEFANI RODRIGUES ALVES

ROSINEI BATISTA RIBEIRO

Resumo

A presente pesquisa ressalta a importância da fabricação enxuta (e da produção na quantidade e

no momento correto), usando ferramentas da qualidade, PCP e logística. Tem como objetivo

contribuir para a melhora no processo de armazenagem de matéria-prima, utilizando a

combinação do modelo Kanban eletrônico, o sistema RFID e logística de estoques, com os

princípios do Lean manufactory e Just In Time. O sistema RFID tem a função de realizar o

apontamento e rastreabilidade do item no estoque com a finalidade de agilizar o processo por

meio da automatização e acessibilidade, permitindo a visualização do que entrou, saiu e está no

estoque em tempo real. Desta forma será possível verificar se há um aumento na eficácia do

processo tanto na inserção do material no sistema, bem como na facilitação da rastreabilidade dos

mesmos no estoque eletronicamente. Com esses procedimentos, espera-se otimizar tempo com

inventários físicos, evitando problemas com erros de não realização de baixa sistêmica de

material, com material em estoque registrado contabilmente, mas inexistente fisicamente ou

quantidades divergentes.

Palavras-chave: Produção exuta. Kanban Eletrônico. Identificação por Radio Fraquência.

Abstract

The present research emphasizes the importance of lean manufacturing and production in the

right quantity and at the right time, using quality, PCP and logistics tools. The objective is to

improve the raw material storage process, using the Kanban model, electronic RFID system and

inventory logistics, with the principles of Lean manufactory and Just In Time. In this way, the

RFID system will allow item tracking and traceability in the inventory to be agile, automated and

accessible, allowing the visualization of what has entered, left and is in the inventory in real time,

dynamically, increasing efficiency both in insertion of the material in the system, as well as

facilitating their traceability in the inventory electronically, and finally, optimizing time with

physical inventories, avoiding problems such as inventory material and non-material physically

or divergent quantities and also problems with non-performing errors of material.

Keywords: Lean Manufactory. Electronic Kanban. Radio Frequency identification.

1. INTRODUÇÃO

Com um panorama cada vez mais competitivo e estando em um ambiente

globalizado, faz-se necessário que as empresas busquem estar à frente da concorrência

por meio da realização de atividades que visem a redução de custos e a melhoria de seus

processos continuamente.

A todo momento surgem novas ferramentas a serem utilizadas nos processos para

eliminar diferentes desperdícios contidos nas operações para auxiliar a fabricação ou

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manufatura enxuta. Um novo conceito de gestão com o pensamento de Manufatura

Enxuta é conhecido como produção enxuta.

O Lean Manufacturing é uma ferramenta muito útil na forma de gerenciamento

que visa a melhora do desempenho da empresa em seus requisitos principais, afetando

diretamente a qualidade e menor custo de seu produto.

O Lean Manufacturing traz consigo ferramentas que auxiliam este modelo de

indústria inovadora e competitiva, uma proposta de mudança de mentalidade e quebra de

paradigmas. Alguns fatores devem ser trabalhados uma vez que costumam ser grandes

obstáculos durante a fase de adaptação desta nova filosofia de trabalho. Em outras

palavras, para a implantação de um processo de manufatura enxuta e suas ferramentas, a

empresa deve saber em que situação ela está, e estabelecer de forma clara a razão para a

mudança.

Para a adoção de um novo pensamento sobre gestão torna-se essencial o

envolvimento de todos colaboradores, desde a direção até o setor de fabricação.

Uma organização voltada ao aumento da produtividade, eficiência e qualidade

deve evitar perdas, retrabalhos e aspectos que não agregam valor ao seu produto. Entender

o fluxo do material desde a aquisição das matérias-primas até a sua entrega evita a

fragmentação das atividades promovendo a coerência dos processos. A gestão dos

estoques está diretamente ligada à lucratividade da empresa. Ao gestor cabe garantir o

giro cada vez mais rápido das mercadorias sem colocar em risco o abastecimento das

linhas de produção e em consequência o atendimento aos pedidos.

A redução dos níveis de estocagem ganha importância acerca da diminuição das

margens de lucro nas organizações e do tempo de vida cada vez mais curto dos seus

produtos.

O administrador de materiais deve manter sob controle as quantidades dos

diferentes materiais existentes proporcionando o menor impacto financeiro dentro do

montante estocado.

Deixar de lado a importância da rotatividade das mercadorias pode impedir o

consumo de itens no tempo correto gerando acréscimo do nível de produtos obsoletos e

impróprios para utilização. Este estudo procura mostrar maneiras de eliminar e reduzir os

níveis de estoques e produtos que não são utilizados, ter informações mais precisa para

saber onde atuar no momento certo sem perda de tempo. A ferramenta utilizada para este

contexto é o sistema de rádio frequência (RFID).

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Uma ferramenta que pode ajudar muito no controle de estoque, rastreabilidade,

coleta de dados mais eficaz, otimização do tempo e espaço, redução de tempo com

inventários, assim antecipando irregularidades no processo é denominada Sistema de

Identificação por Radiofrequência ou RFID (Radio Frequency IDentification). Essa

ferramenta pode ajudar a elevar o nível de competitividade da empresa com uma gestão

de manufatura enxuta.

Com a implantação do RFID, a gestão de estoques passa a buscar atender as

diferentes demandas no menor período de tempo evitando o abastecimento desnecessário.

Os menores custos operacionais na manutenção dos estoques podem ser compreendidos

na redução dos desperdícios por excesso de abastecimento decorrente de falhas de

planejamento.

O alinhamento de ferramentas disponíveis (RFID) nesta nova filosofia poderá

informar ao gestor de materiais a capacidade de conhecer melhor o perfil dos seus

fornecedores, clientes, produtos e processos ligados à sua área de negócio.

Esta pesquisa ressalta a importância da fabricação enxuta (e da produção na

quantidade e no momento correto), usando ferramentas da qualidade, PCP e logística.

Tem como objetivo contribuir para a melhora no processo de armazenagem de matéria-

prima, utilizando a combinação do modelo Kanban eletrônico, o sistema RFID e logística

de estoques, com os princípios do Lean manufactory e Just In Time.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Lean Manufactory (Manufatura Enxuta)

De acordo com Womack e Jones (1992), a manufatura enxuta se início com o

Sistema Toyota de Produção, composto por um conjunto de recomendações e princípios

que as empresas industriais devem seguir com o intuito de tornarem sua produção enxuta

e ágil e, se potencializarem no tempo, perante a atual dinâmica do mercado.

Nas palavras de Andrade (2006, p. 65),

A manufatura enxuta, ou originalmente lean manufacturing, foi cunhada após

uma pesquisa de benchmarking em empresas, para denominar aquelas que no

desempenho de suas atividades procuravam sempre “fazer cada vez mais com

cada vez menos”.

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Segundo Andrade (2006), a implantação e uso destas técnicas e ferramentas

promove uma nova configuração dos sistemas produtivos. Além da redução de custos, a

adoção do sistema produtivo enxuto resulta em um sistema flexível para adaptar-se às

variações da demanda, o rápido atendimento ao cliente em decorrência da redução do

tempo de espera e, também, a produção visando a qualidade.

Andrade (2006, p. 89) afirma que:

A adoção da manufatura enxuta em ambientes produtivos de inúmeras

organizações se deu por conta dos seus requisitos que se tornaram “critérios

conquistadores de clientes.

Pesquisadores como Womack e Jones (1992) procuraram estabelecer alguns

princípios que, segundo eles, serviriam como um guia confiável para a ação de implantar

a produção enxuta. A aplicação destes princípios, segundo Womack e Jones (1992), evita

que “gerentes se afoguem nas técnicas ao tentarem implementar partes isoladas de um

sistema enxuto sem entender o todo”.

Andrade (2006, p. 89) apresenta estes princípios:

1. Definir detalhadamente o significado de valor de um produto a partir da

perspectiva do cliente final, em termos das suas especificações como preço,

prazo de entrega, etc;

2. Identificar a cadeia de valor para cada produto ou família de produtos, além

dos dados de cada operação de transformação necessária, bem como o fluxo

de informação inerente a esta família ou produto;

3. Gerar um fluxo de valor com base na cadeia de valor obtida, de modo que

ocorra sem interrupções, objetivando reduzir e, se possível, eliminar as

atividades que não agreguem valor que componham a cadeia identificada;

4. Configurar o sistema produtivo de forma que o acionamento se dê, a partir do

pedido do cliente, sejam eles internos ou externos, de forma que o fluxo da

programação seja puxado e não empurrado.

5. Buscar incessantemente a melhoria do fluxo de valor por meio de um

processo contínuo de redução de perdas.

Considerando os itens apresentados por Andrade (2006), pode-se perceber que

para se implantar a manufatura enxuta é fundamental a identificação e eliminação de

desperdícios pelo uso das práticas relacionadas.

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2.2 Just In Time

Para SEIBEL (2004), na busca industrial para evitar desperdícios, a manufatura

enxuta busca operar de tal forma que os produtos finais sejam produzidos apenas na

quantidade e no momento demandado, bem como os itens componentes possam chegar

às estações de trabalho na quantidade e no momento em que são necessários. Evita-se,

desta forma, não apenas a superprodução, o tempo de espera do cliente pelo produto.

Para Andrade (2006), esta forma de produzir apenas no momento e na quantidade

certa (Just in Time) é conseguida pela operacionalização do Sistema Puxado de Produção,

cujo funcionamento está baseado na seguinte lógica: o processo subsequente vai ao

processo precedente buscar apenas os itens que necessitam ser processados e apenas no

momento exato.

2.3. Logística integrada (LI) e gestão da cadeia de suprimentos (GCS)

O potencial considerável de evolução da logística e os impactos operacionais

significativos que representa nas organizações a tornam crítica para o sucesso da empresa

em penetrar em novos mercados. Rushton et al. (1989 apud BAUMGARDT, 2002)

definem a logística como o movimento eficiente de produtos acabados do fim da linha de

produção para o consumidor e, em alguns casos, abrange o movimento de matérias-

primas da fonte de suprimento para o início da linha de produção. Para Coughlin et al.

(2001), a logística transformou-se em um conceito da gestão da cadeia de suprimentos

que, por sua vez, acompanha sempre os elementos de maior valor agregado da cadeia.

De acordo com Ching (2001), o alto desempenho na cadeia de logística integrada

(LI) requer maior qualidade nos processos, foco nas necessidades do serviço prestado ao

cliente, provendo melhoria na estrutura de custos por meio de todo o processo e

otimização de prazos de entrega. Para Arbache et al. (2004), a LI é uma forma organizada

de perceber todos os processos que geram valor para o cliente final de um produto,

independentemente de onde ele esteja sendo executado, se na própria empresa ou em

alguma outra com a qual há algum tipo de relacionamento.

Essa mudança conceitual na forma como as empresas gerenciam sua relação com

o produto ofertado ao mercado, passando a compartilhar com outros componentes da

cadeia os processos-chave do negócio, é justamente o GCS (ARBACHE et al., 2004).

Wanke (2003) ressalta que o GCS é uma tarefa mais complexa que a gerência

logística dos fluxos de produtos, serviços e informações relacionadas do ponto de origem

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para o ponto de consumo. Uma ferramenta muito utilizada que pode ajudar nesta gestão

é o Kanban.

2.4.Kanban

Ohno (1997) afirma que o sistema Kanban foi desenvolvido na década de 60 com

o objetivo de simplificar e dar agilidade as atividades de programação e controle da

produção. Foi desenvolvido analogamente ao sistema de ressuprimento encontrado nos

supermercados americanos, onde os itens das prateleiras são repostos somente nas

quantidades em que foram consumidas e no momento certo. Dessa forma, pode ser

considerado uma ferramenta utilizada para sinalizar as necessidades de um processo

produtivo, ou seja, informar o que produzir, quanto e quando.

Rasteiro (2009), aborda que a dinâmica de abastecimento dos supermercados e do

sistema Kanban, mostra que o cliente é quem determina quando e em que quantidade o

item deve ser reposto.

Georgetti (2004) afirma que este é o mais antigo e mais conhecido método de

puxar a produção, consistindo em um sistema visual de informações (Figura 1), criado e

desenvolvido por Taiicho Ohno, ex-presidente da Toyota no pós-segunda guerra.

Figura 1: Modelo esquemático dos componentes do RFID

Fonte: www.isoflex.com.br

Tagliari (2002) diz que o Kanban de forma mais ampla define-se como um sistema

de informação que coordena vários departamentos de processo interligados em uma

empresa. Segundo Monden (1998, apud NAZARENO, 2008), as regras que devem ser

cumpridas para que o Sistema Kanban funcione, uma alternativa, é o uso da ferramenta

no modo eletrônico.

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2.4.1. Kanban eletrônico

De acordo com Rasteiro (2009), o Kanban eletrônico é uma solução tecnológica

desenvolvida para ser um sistema integrado provedor de informações de apoio a

implantação e sustentação de metodologias de produção puxada em empresas. Para

Viegas e Canto (2005), a diferença em essência está no uso da internet e outras

tecnologias de informação em substituição aos tradicionais cartões de Kanban. Esta

tecnologia tem como principal função informar quantidades, de peças em estoques

mostrando quantas e quando repor no estoque.

Rasteiro (2009) também afirma que as principais funções consistem no controle

de cartões de forma eletrônica, através de código de barras ou RFID (Radio Frequency

IDentification), e a extensão deste controle pode ser feita para a produção de um fábrica

toda, podendo fazer o acompanhamento desde o início da entrada da matéria-prima até o

seu produto acabado.

Os recursos computacionais de um sistema de Kanban eletrônico atualmente estão

sendo muito utilizado, permitindo a administração das atividades de produção em tempo

real através do acompanhamento de índices de controle de apoio à tomada de decisões.

Estes índices orientam os responsáveis pela produção sobre mudanças em função das

variações da demanda ou na aplicação de melhorias em um setor específico.

2.5. Sistemas e tecnologias de informação (TI) integrando a cadeia de suprimentos

O avanço da tecnologia da informação (TI) está fortemente ligado ao

desenvolvimento industrial, uma vez que a TI desponta como uma aliada ao gestor

moderno. A logística é uma atividade complexa que exige velocidade e precisão nas

decisões, tornando a TI indispensável para tal.

Segundo Carvalho (2006), o mundo se depara com a Revolução da Informação,

no qual o volume e a velocidade das informações estão em níveis inimagináveis décadas

atrás.

De acordo com Carvalho (2006, p. 02):

A revolução da informática fez com que a área de tecnologia da informação

evoluísse muito rapidamente num espaço relativamente curto de tempo,

beneficiando diretamente diversas áreas técnicas, entre as quais se pode

ressaltar a logística moderna.

Sendo assim, a TI traz formas práticas para a logística, facilitando o

gerenciamento de materiais no prazo certo, nos locais solicitados.

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Para isso, é necessário a administração da cadeia de suprimentos por diferentes

elos, em que os administradores devem comunicar-se para que esta se torne uma

organização competitiva através da redução dos estoques.

Uma nova tendência, denominada como Internet das coisas (IoT), vem para

facilitar e ajudar a TI nesta nova forma de gerenciamento de dados, trazendo agilidade e

exatidão.

2.5.1. Internet das Coisas (IoT)

De acordo com Ashton (2011), a expressão “Internet of Things” surgiu nos anos

90 no MIT Auto-ID Labs. Surge do desenvolvimento de RFID e Wireless Sensor

Networks e tem como objetivo interligar e integrar o mundo físico e o mundo cibernético.

A IoT é uma rede de objetos físicos com sensores e conexão à internet, que são

capazes de coletar e transmitir dados. Essa conexão permite não apenas controlar

dispositivos remotamente, como também compartilhar dados que podem ser analisados e

usados para melhorar produtos e tornar serviços mais eficientes.

Na indústria a IoT pode automatizar a produção, medir a produtividade real de

cada equipamento, distribuir e otimizar suprimentos, monitorar equipamentos que

precisam de manutenção, tanto entre máquinas quanto entre fábricas diferentes.

Segundo Diniz (2006), a IoT traz uma nova realidade, de uma nova necessidade

de conexão, ou seja, para além das capacidades já existentes. Isto irá dar origem a dois

novos conceitos: H2T (Human to Thing) e T2T (Thing to Thing). Estes dois conceitos

explicam a evolução que se dá com a introdução da IoT no quotidiano.

Para Diniz (2006), passa-se então relação de H2T (humano-coisa) para T2T

(coisa-coisa). Isto quer dizer que, até aos dias de hoje, para que os equipamentos

funcionassem entre si, era necessária uma pessoa para que tal acontecesse e com a

introdução da internet das coisas deixa de ser necessário a intervenção das pessoas. As

coisas passam a funcionar e a comunicar entre si autonomamente. Como exemplos, pode

ser observado em empresas que fazem uso da IoT e também das redes RFID em armazéns

de grossistas para ligar os objetos aos computadores, ficando tudo a uma única rede

(T2T).

2.6. Conceito de Identificação Rádio- frequência (RFID)

Para entendermos melhor o que é a tecnologia RFID, antes devemos entender o

que está por traz desta nas mais diversas perspectivas.

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Para Glover (2006) e Grasso (2004) uma visão em tecnológica, RFID vem

sendo utilizado desde a segunda grande guerra, quando o Reino Unido utilizou

dispositivos para diferenciar aeronaves retornando de batalhas de aviões

inimigos. Antes desta nova tecnologia em outro contexto, a tecnologia de

identificação por código de barras foi desenvolvida e amplamente usada para

a identificação de produtos. Na visão de negócio, identificar um item de

qualquer produto e conseguir acompanhar sua movimentação ao longo da

cadeia de processo tem um impacto enorme na visibilidade e no gerenciamento

da mesma. Na visão da implantação, esta tecnologia é um diferencial entre

projetos de TI, pois depende de processos que estão acontecendo no mundo

físico: a cadeia de suprimentos. Por este motivo ela não pode ser instalada em

um data-center igual aos outros sistemas de TI, ela tem que estar presente nos

eventos da cadeia de suprimentos estão acontecendo, assim o conceito de

computação nas extremidades é um diferencial em relação às outras

implantações.

Segundo Mark Roberti, fundador e editor do RFID Journal em POIERER (2005):

“RFID irá influenciar todas grandes e médias empresas que produzem, transportam ou

vendem produtos – em todos os setores”.

É uma tecnologia que, por meio de ondas de rádio frequência, permite que

dados sejam armazenados e recuperados em um circuito integrado (chip). O

RFID tem como objetivo básico viabilizar a captura automática de

características e identidade de objetos (veículos, documentos, caixas, paletes,

produtos), animais e até pessoas. Rasteiro (2009).

De acordo com Finkenzeller (2003), todo sistema de captura de dados por RFID

possui o seguinte conjunto de componentes:

● Leitores / Gravadores

● Antenas

● Etiquetas RFID

● Software para gerenciamento do sistema de leitura

● Infra-estrutura de instalação

Na figura 1, pode-se observar o funcionamento do RFID

Figura 2: Modelo esquemático dos componentes do RFID

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Fonte: NAZARENO, 2008

2.6.1. Etiquetas de RFID (tag)

Rasteiro (2009) explica que o tag faz o trabalho de associar dados a um objeto

físico, ou seja, cada tag tem um sistema de armazenamento e comunicação de dados.

Pode-se encontrar duas características universais em todos os tags, sendo eles: são

anexados para identificar produtos e capazes de transmitirem informação através de ondas

de rádio. Também pode-se ter outras capacidades, mas estas não são universais, ou seja:

a possibilidade de serem desligados por um comando e nunca mais responderem a um

interrogador, a capacidade de serem graváveis (uma ou mais vezes), terem protocolos de

anti-colisão e encriptação, e o mais importante, seguirem padrões de mercado. Na Figura

2 é apresentado um exemplo de um tag.

Figura 2: Foto de um TAG

Fonte: Nazareno, 2008

Rasteiro (2009) apresenta os componentes das etiquetas RFID que estão na sua

estrutura, conforme abaixo:

● Sensor: responsável pela aquisição da grandeza física exigida pela aplicação

(temperatura, luminosidade, etc.).

● Antena: por meio do qual o chip se comunica com o leitor.

● Processador ou chip: responsável pela execução dos protocolos de comunicação e

pela gestão dos dados armazenados em sua memória.

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● Encapsulamento: invólucro externo no qual o chip, a antena e o sensor são

acomodados.

O conjunto processador e antena de uma etiqueta também é chamado de Inlay. A

geometria e tamanho da antena interna do tag influenciam diretamente na interação do

Inlay com o leitor, sendo assim encontra-se uma grande diversidade de formatos e

tamanhos de antenas nas etiquetas Rasteiro (2009).

E acrescenta, no mercado encontram-se vários tipos de antena. A geometria e

tamanho da antena interna do tag influencia diretamente na interação do Inlay com o

leitor. Assim a diversidade de modelos de etiquetas, e utilidade é grande para melhor

adaptação de negócios.

Na Figura 3 é apresentado uma comparação entre RFID ativo e RFID passivo. Figura 3: RFID ativo versus Passivo.

Fonte: Nazareno, 2008.

Rasteiro (2009) apresenta o leitor RFID também o conhecido também como

interrogador, transmite energia por meio de ondas eletromagnéticas através de suas

antenas a um tag próximo que capta esta onda e a converte em energia. Energia esta, que

é utilizada para transmitir de volta sua identidade (armazenada internamente), a qual é

captada pelas antenas do interrogador que recebe a identificação e a envia para outros

subsistemas.

Figura 4: Dispositivo de leitura

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Fonte: https://www.solucoesindustriais.com.br/. Acesso 20 Mar 2019

E explica: o leitor é onde o tag se liga com a rede, e é responsável por se comunicar

com os tags e transmitir estes dados adiante, integra sua parte físicas a antena, o

controlador e a interface de rede.

Código de produto eletrônico (EPC)

Rasteiro (2009) afirma que o EPC é um padrão de identificação de processos para

aplicação empresarial do RFID à cadeia de suprimentos. A estrutura do código EPC

garante a identificação única para cada produto. Para isso, a quantidade e distribuição das

informações disponíveis dentro da etiqueta são padronizadas, conforme Quadro 1.

Quadro 1: Descrição dos componentes da rede EPC (GS1 Brasil, 2005).

Número EPC

Identificar global e único, que serve como um ponteiro para realizar consultas sobre um objeto que ele identifica.

Etiqueta EPC (tag)

Portador de dados do EPC que se comunica com as leitoras por RF. É constituído por um chip e por uma antena.

Reader / Leitora Diapositivo de captura de dados/; portátil ou fluxo (instalado), que conecta-se à rede EPC.

EPC míddleware

Software que controla as leitoras. Pode funcionar como um repositório local de números EPCs e informações associadas.

NOS

Object Name Service: recurso distribuído que "conhece" aonde as informações associadas ao número EPC podem ser encontradas (assim como o DNS PARA INTERNET).

EPC Information Service: Serviço de informação de EPCs que mantem todos os dados

EPC-IS relativos a um EPC. (utiliza o PML que é o vocabulário definido em XML, para permitir

consultas e obter dados relacionados aos números EPCs)

Fonte: Rasteiro, 2009.

Conclui-se então que o EPC padroniza o chip RFID físico, as informações

armazenadas no chip e as transações para utilização dessas informações.

Aplicação do sistema do software

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Gomes, J. E. 2006, apud Akkermans, H. A. (2003) apresentam que quando se

implanta um sistema EPC, aplicando-se as etiquetas RFID nos produtos a serem

rastreados e instalando-se leitores e antenas em cada ponto estratégico da cadeia de

suprimentos, é necessária a interligação de toda essa infra-estrutura com os sistemas de

gestão já em operação.

2. METODOLOGIA

A presente pesquisa consiste em referências bibliográficas a partir de livros,

artigos, sites entre outros. Para Gil (2002, p.17), a pesquisa é “o procedimento racional e

sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são

propostos”.

Para a obtenção destas evidências é necessário a utilização de uma metodologia

que auxilie os pesquisadores na melhor forma de se obter conhecimento sobre o assunto

que se pretende abordar.

De acordo com Marconi e Lakato (2005, p. 83), metodologia:

É o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança

e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros

– traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões

do cientista.

Com base nas informações apresentadas pelos autores neste estudo bibliográfico,

realizar-se-á uma pesquisa para verificar a viabilidade de aplicação de recursos de

tecnologia em uma empresa do Vale do Paraíba.

A princípio está sendo estudada a estrutura básica e sua funcionalidade para

conhecer melhor a tecnologia RFID, para então levar aos colaboradores que trabalham

diretamente com a área de estoque de matéria prima para entender como a utilização do

RFID nesta área de estoque pode facilitar e ajudá-los na identificação automática dos

materiais que serão puxados a produção, mais rápido, fácil e com uma coleta de dados

precisa.

Pretende-se realizar uma entrevista semiestruturada com colaboradores da área de

estoque de matérias prima dessa empresa se torna de suma importância, para coletar os

dados e assim entender como o RFID pode trazer benefícios para empresa, como: baixo

nível de estoque, ganho de tempo em relação de puxada de matéria prima para produção,

tomada de decisões, mas rápida e ganho de tempo com inventários.

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Portanto, com o auxílio deste estudo, mostrando como utilizar esta ferramenta

RFID, poderemos avaliar os resultados após a implementação desta tecnologia, para

procurar entender os itens de melhora e o que ainda falta melhorar em relação à utilização

do RFID nas empresas.

Figura abaixo ilustra esta metodologia:

3. RESULTADOS ESPERADOS

Ao se realizar esta pesquisa, espera-se que se possa colaborar para uma utilização

do Sistema RFID, a fim de otimizar as informações para tomada de decisões em menor

tempo e eficácia, auxiliando a empresa a se tornar mais competitiva em relação aos seus

concorrentes, alcançando qualidade e melhoria de seus processos continuamente.

4. REFERÊNCIAS

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ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA RESISTÊNCIA A CORROSÃO EM

AÇO 300M SOLDADO VIA PROCESSO A LASER

BRENDO CALANDRIA PINHEIRO DA SILVA

ROSINEI BATISTA RIBEIRO

Resumo

A indústria de manufatura aeroespacial, aeronáutica e automobilística incorporou como uma nova

alternativa o processo de soldagem a laser. O presente trabalho visa analisar o comportamento da

corrosão microestrutural em aço 300M soldado via processo a laser. Caracterizar o material

soldado por meio do processo a laser e conforme recebido. Os parâmetros avaliados nesta

pesquisa foi a morfologia e a classificação dos pites da microscopia da superfície do material. A

metodologia que será utilizada consiste no ensaio de corrosão realizado pelo método de imersão

no período de (15,30,45 e 60) dias. A avaliação da microestrutura do material será caracterizada

por meio de microscopia óptica (MO) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Será

analisado o metal base (MB), a zona termicamente afetada (ZTA) e o cordão de solda (zona

fundida – ZF). Além, de determinar a microdureza HV (ASTM 384) do aço. Os resultados obtidos

servirão para avaliar o comportamento e a morfologia da corrosão do material diante do método

de imersão por pesagem de perda de massa do material.

Palavras-chave: Aços Aeronáuticos. Corrosão. Soldagem a laser. Propriedades Mecânicas.

Morfologia.

Abstract

The aerospace, aeronautics and automotive manufacturing industry incorporated as a new

alternative the process of laser welding. The present work aims to analyze the behavior of

microstructural corrosion in 300M steel welded by laser process. Characterize the welded

material by means of the laser process and as received. The parameters evaluated in this research

were the morphology and classification of microscopic pites from the surface of the material. The

methodology consists of the corrosion test carried out by the immersion method in the period of

(15.30,45 and 60) days. The evaluation of the microstructure of the material will be characterized

by means of optical microscopy (MO) and scanning electron microscopy (SEM). The base metal

(MB), the thermally affected zone (ZTA) and the weld bead (melt zone - ZF) were analyzed. In

addition, to determine the HV microhardness (ASTM 384) of the steel. The results obtained were

to evaluate the behavior and the morphology of the corrosion of the material before the immersion

method by weighing the mass loss of the material.

Keywords: Aeronautical Steel.Corrosion. Laser Welding. Mechanical properties. Morphology.

INTRODUÇÃO

O Programa Espacial Brasileiro (PEB) embora iniciante em comparação com o

americano ou europeu, é notável ressaltar que, trouxe muitos benefícios ao

desenvolvimento nacional e principalmente econômico. Por isso, criou-se uma

necessidade em desenvolvimento técnico – científico para suprir à produção de peças e/ou

componentes, e obter auto - suficiência nacional. Logo, eliminaria a dependência em

importação de materiais, componentes e aumentaria o desenvolvimento que,

desencadearia o surgimento de vagas de emprego no país (BOSCOV,1996).

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O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) desenvolveu o

projeto de foguetes baseado em sistemas propulsivos usando propelentes sólidos. No

entanto, esta opção levou a necessidade de desenvolver estruturas metálicas com a função

de alojar esses blocos juntamente ao corpo do foguete. Essa estrutura recebe o nome de

envelopes motores (propulsores), pois são projetadas com o objetivo de obter um peso

morto mínimo, ou seja, ligas metálicas com uma série de parâmetros da engenharia

mecânica (BOSCOV, 1996).

Encontrar aços que satisfaçam esses parâmetros em uma única liga é impossível,

por isso, se fez necessário desenvolver aços pensando no setor aeronáutico e aeroespacial

com características importantes como: elevada resistência específica (resistente e leve),

alta resistência mecânica à fadiga, boa soldabilidade e tenacidade à fratura após o

tratamento térmico de têmpora e revenimento.

Na década de 1970, apresentava-se no cenário de tratamentos térmicos e/ou

termomecânicos que, consistia em controle da diversidade de transformação de fases, do

controle da morfologia e também do tamanho dos grãos do aço. Os aços SAE (Society of

Automotive Engineers) 4340 e 300M podem ser classificados como aços ARBL (alta

resistência e baixa liga) e são amplamente utilizados nos setores de aeronaves, veículos

lançadores de satélites, finalidades estruturais, aplicações automotivas e equipamentos.

Atualmente, no Brasil os Veículos Lançadores de Satélites (VLS), utilizam o aço de ultra

– alta resistência 300M para a confecção dos propulsores. O desenvolvimento do aço

300M no Brasil basicamente é uma evolução tecnológica do aço 4340, apresentando

similarmente uma taxa de carbono verossimilhante ao aço 4340, no entanto, apresenta-se

vanádio e um alto teor de silício em sua composição química. Portanto, estes elementos

permitem ao aço 300M um nível crescente de resistência mecânica extremamente

elevada, e por isso, demonstrando ser um substituto em potencial (ABDALLA et al.,

2007).

Na década de 80, a DCTA elaborou uma concatenação com empresas brasileiras

para cooperação em relação ao projeto de estudo do maraging 300, objetivando futuras

substituições ao aço 300M (família maraging) nos VLS e sondagem. No entanto,

lentamente e gradativamente está sendo substituído o aço 300M pelo maraging 300, pelas

vantagens que esse aço oferece, mas necessita ser estudado suas influências nos

parâmetros de soldagem.

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O trabalho possui tripla relevância: científica, social e pessoal. No âmbito ao

conhecimento científico, à pesquisa do aço ultra – alta - resistência 300M contribuirá para

a indústria bélica e, principalmente no setor aeroespacial obtendo o domínio do processo.

Na contribuição social, o estudo da análise do comportamento da corrosão possa

contribuir para a sociedade fomentando vagas de emprego, auxiliando setores industriais

importantes na compreensão do controle da corrosão no aço aeronáutico, aeroespacial e

veículos lançadores de satélites (VLS). Na dimensão pessoal, a realização de um estudo

com a junção teórica e prática, o que potencializa este projeto de trabalho.

O objetivo geral do trabalho foi avaliar o comportamento da corrosão

microestrutural em aço 300M soldado via processo a laser. Caracterizar o material

soldado por meio do processo a laser e conforme recebido. Os parâmetros avaliados nesta

pesquisa foram a morfologia e a classificação dos pites da microscopia da superfície do

material.

A metodologia que será utilizada consiste no ensaio de corrosão realizado pelo

método de imersão (ASTM G-31) no período de (15,30,45 e 60) dias. Exposição em meio

salino. A avaliação da microestrutura do material será caracterizada por meio de

microscopia óptica (MO) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Foi analisado o

metal base (MB), a zona termicamente afetada (ZTA) e o cordão de solda (zona fundida

– ZF). Determinar a microdureza HV (ASTM 384) do material.

Os resultados obtidos foram para avaliar o comportamento e a morfologia da

corrosão do material diante do método de imersão por pesagem de perda de massa do

material.

Ao final da pesquisa teórica serão construídos os resultados esperados e

discussões referente a análise do comportamento da corrosão no aço aeronáutico 300M,

que permitirão as exposições das considerações epistemológicas do projeto de pesquisa.

A fundamentação teórica apoia-se nos trabalhos de autores da engenharia de

processos como Cardoso (2010), Abdalla et al (2007), Askeland; Wright (2015), Gentil

(2014) e outros.

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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. Aços de Ultra - Alta Resistência (UHSS)

Aços de ultra – alta resistência comumente são utilizados em aplicações

estruturais, onde se aplicam elevadas cargas e, se exige uma resistência em contrapartida

na interação do peso desses aços (VAYNMAN; FINE; MANGANELLO, 1997).

É imprescindível notar nesses materiais o seu desempenho com relação as suas

propriedades mecânicas, ductilidade e tenacidade à fratura fundamental para aplicação

desses materiais na indústria. Não há valores que indicam a resistência mínima para ser

considerado como ultra – alta resistência, no entanto essas ligas habitualmente

apresentam elevado limite de escoamento superiores a 1400 MPa (ASM HANDBOOK,

2014).

A classe deste material de ultra – alta resistência abrange uma diversidade de

famílias. E, pode ser dividido em 4 distintos aços, conforme enumeração abaixo:

a) Aços de médio carbono e baixa liga;

b) Aços de média endurecíveis ao ar;

c) Aços de alta tenacidade à fratura;

d) Aços Maraging.

Os aços de médio carbono e baixa liga incluem os aços SAE – AISI 4130, 4140 E

4340. O aço 4340 ao longo dos anos sofreu diversas mudanças, evoluindo para o aço

300M. O teor do elemento silício (Si) é aumentado para reduzir a fragilização durante o

tratamento térmico chamado revenido (CARDOSO, 2010).

1.2. Aço 300M

Os aços AISI 300M são aços de ultra – alta resistência empregados na indústria

aeroespacial. Este aço possui característica e/ou propriedade mecânica como: boa

resistência mecânica e tenacidade, elevada resistência à tração e limite de escoamento

(ABDALLA et al., 2007).

O aço 300M é uma modificação do 4340, todavia se distingue apenas pelo alto

teor de silício, incrementos do elemento vanádio e molibdênio, e pelo aumento de teor de

carbono, isso proporciona ao aço 300M, elevado limite de escoamento e maior resistência

à tração. A cerne do alto teor de silício é garantir a prevenção da fragilização durante o

tratamento térmico aplicado a este aço (ABDALLA et al., 2007). Logo, o aço 300M, em

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termos de composição química, é simplesmente um aço AISI/SAE 4340 com algumas

adições de elementos Si, Mo e V.

Quadro 1: Comparação dos aços aeronáuticos e sua composição química.

Aço C S P Si Mn Cr Ni Mo V

4340 0,39 0,0010 0,0017 0,26 0,64 0,80 1,82 0,22 -

300M 0,39 0,0005 0,0009 1,78 0,76 0,76 1,69 0,40 0,08

Fonte: Abdalla et al. (2007, adaptação do autor, 2019)

O manganês (Mn) é um ótimo estabilizador da fase austenítica. O silício (Si)

adicionado no aço 300M, tem o objetivo de retardar a precipitação da cementita (Fe3C),

assim retardando a FMR (Fragilização da Martensita Revenida). Logo, aumenta a sua

dureza em solução sólida e, consequentemente aumenta a resistência mecânica em altas

temperaturas (CALLISTER, 2012).

O Veículo Lançador de Satélites (VLS) e alguns veículos de sondagem fazem

parte da PEB, e utilizam o aço 300M para a construção dos propulsores. O envelope

metálico que contém o propelente necessita suportar altas pressões de trabalho no

momento da queima do mesmo, cujo valor é 60 bar. Por isso, o aço de ultra – alta

resistência 300M é um potencial enorme para substituir o aço 4340, pois possui excelentes

resultados obtidos após a determinação dos parâmetros de tratamento térmico e soldagem

desse aço (BOSCOV, 1996).

1.2. Corrosão

O conceito de corrosão segundo Gentil (1996), persistentemente difundido e

aceito universalmente, podendo ser definido a corrosão como a deterioração de um

material. Normalmente, o material é metálico e suas causas são por ação química e/ou

eletroquímica em relação a interação do meio que está inserido o material atrelado aos

esforços mecânicos que o mesmo é estimulado.

Essa deterioração do material é uma interação físico-química entre o próprio

material e seu meio operacional (ambiente). Assim, o material possui modificações

prejudiciais indesejáveis como por exemplo: desgastes, variações químicas e

consequentemente alterações nas estruturais do material, portanto fica inapropriado a

utilização do material. Ainda segundo o autor Gentil (1996), a corrosão pode ser

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caracterizada um processo espontâneo, pois está constantemente modificando os

materiais metálicos, assim a durabilidade e desempenho dos mesmos passam a não

satisfazer suas respectivas funções conforme projetado.

A corrosão é um fenômeno fortemente dispendioso para as indústrias. Em suas

formas e comparando com um país considerado uma superpotência como os EUA que,

anualmente 3% do seu PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, centenas de bilhões de

dólares anualmente (ASKELAND; WRIGHT, 2015).

Parafraseando Lesko (2004), é possível observar que a natureza por si só tende a

voltar em seu estado inicial. Podemos destacar algumas ligas e suas aplicações na

engenharia. Os aços inoxidáveis como, Al, Ti e suas ligas possuem uma camada óxido

passivo, que se forma naturalmente na superfície desse metal reduzindo à taxa de

corrosão. As propriedades dos metais se classificam em: propriedades mecânicas e

físicas.

A resistência à corrosão é a capacidade do material em resistir à deterioração da

superfície. Suas causas são basicamente por oxigênio, produtos químicos e outros

agentes. É fato que a ferrugem está associada a corrosão e, por isso, se relaciona ao

ambiente em que o metal está exposto. Sua perda gradativa de átomos que são removidos

do material sólido é o resultado de um circuito elétrico que é produzido. Assim, essa perda

de átomo degrada o material formando um subproduto sólido (óxidos e hidróxidos de

ferro) (LESKO, 2004).

As falhas estruturais nos componentes se devem a fatores relacionados a corrosão

localizada, pois essa camada de óxido passiva que se forma na superfície do material

acelera as descontinuidades e/ou defeitos. Por exemplo, formação de poros, buracos,

trincas e consequentemente a fratura. Assim, existe permanentemente uma influência

suscetível de modificação na corrosão por pites, sendo um ataque localizado resultante de

uma rápida penetração e remoção do metal em pequenas áreas (ASKELAND; WRIGHT,

2015).

É fundamental identificar a causa dos pites, porque há uma influência na sua

formação, como por exemplo: presença de outro material (inclusão), nomenclatura da

liga, a escolha do processo de fabricação também pode ser um fator de descontinuidades,

estímulos externos, elevada solicitação mecânica de trabalho, poros, buracos, inclusões,

substâncias químicas, composição, e integridade da camada de óxido formada na

superfície.

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Figura 1: Esquema da corrosão conforme aparência da superfície.

Fonte: ICZ Portal da Galvanização (2017).

É possível enumerar os materiais e componentes predisposto à corrosão localizada

em diferentes meios. Os halogenetos ou halogêneos (Flúor, Cloro, Bromo) são

responsáveis pela formação da camada de óxido passivo destes metais e ligas, pois são

expostos aos ânions agressivos em solução. A corrosão sob tensão é um fenômeno de

corrosão localizada por efeito do ambiente corrosivo e da tensão mecânica de tração. Essa

corrosão pode ocorrer mesmo com tensão abaixo do limite de escoamento, por causa do

ataque do ambiente corrosivo. Em materiais metálicos, a corrosão se manifesta com

trincas finas e profundas (ASKELAND; WRIGHT, 2015, p.224).

1.2.1. Corrosão uniforme

Conceituando Askeland e Wright (2015, p.605), uma das formas mais comuns de

corrosão eletroquímica, é a corrosão uniforme. O metal é colocado em um eletrólito e

algumas regiões do material se comportam de forma anódicas em relação a outras.

Entretanto, a localização dessas regiões se move continuamente uma vez ou outra, assim

o metal é corroído de forma uniforme. A corrosão uniforme processa-se sobre toda a

extensão da superfície do material, assim ocorre como consequência perda gradativa da

espessura. A determinação da velocidade da corrosão uniforme é bem mais simples

informar do que a corrosão localizada.

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1.2.2. Localizada

Qualquer corrosão é localizada, contudo pela divergência da classificação

adotaremos as três principais como: corrosão por pite, alveolar e por placas.

Segundo Askeland e Wright (2015, p.605-608), a corrosão galvânica são células

eletroquímicas que são divididas em: células de composição, células de tensão e células

de concentração. Portanto, o que provoca a corrosão alveolar ou por pites é seu padrão de

célula de concentração do oxigênio, ou seja, está ligado a privação de oxigênio. Em uma

reação catódica é o eletrodo de oxigênio, assim os elétrons se movimentam da região com

pouco oxigênio (ânodo), para a região com maior quantidade de oxigênio (cátodo).

Assim, depósitos, por exemplo, como ferrugem ou gotículas de água protegem o metal

subjacente do oxigênio. Como consequência, o metal sob depósito é o ânodo e por isso

corrói. Seguindo esse princípio, a corrosão por fresta são trincas e fendas que têm menor

concentração de oxigênio do que em comparação com o metal básico ao redor, assim a

ponta da trinca ou fenda é o ânodo.

A corrosão por pites ou puntiforme são pequenos pontos ou áreas pequenas do

material metálico caracterizado pites, que são cavidades formadas no material com certa

profundidade geralmente maior que seu diâmetro. A corrosão alveolar é inversamente a

por pites, pois sua profundida é geralmente menor que seu diâmetro e, são sulcos ou

escavações que se processam no material metálico de forma localizada. A corrosão por

placas forma placas ou escavações de forma localizada na superfície do material. Para

informar a determinação da velocidade da corrosão localizada, um dos métodos seria se

caso a área corroída estivesse limitada e, se a área perdesse de forma constante, assim

poderia calcular a perda da massa pelo quociente da área atingida. Ou, outra maneira seria

fotos ilustrativas com maior localização da corrosão. Contudo, se a corrosão é por pites

esse método informará muito pouco sobre a velocidade da corrosão, portanto deve-se

determinar o número de pites por unidade de área, o tamanho médio e a profundidade

máxima ou médias dos mesmos.

Logo, com auxílio computacional é possível realizar previsões de quando (tempo)

o material será perfurado (GENTIL, 2014).

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1.2.3. Corrosão intergranular ou intercristalina

A corrosão intergranular ou intercristalina ocorre nos grãos cristalinos na estrutura

cristalina do material, por isso o material perde as propriedades mecânicas na qual fratura

sobre o menor estímulo ou esforço solicitado e fratura. Chama-se corrosão sob tensão

fraturante (CST). No entanto, para compreender a corrosão intergranular é necessário

lembrar que, uma liga bifásica tem menor resistência à corrosão do que uma liga

monofásica de composição similar. Portanto, a ferrita é um exemplo anódico em relação

a fase cementita do aço, logo essas pequenas microcélulas fazem com que o aço corroa

galvanicamente. (ASKELAND; WRIGHT, 2015).

Então, a corrosão intergranular ocorre pela precipitação de uma segunda fase e/ou

uma segregação nos contornos de grão produzindo uma célula galvânica. A segregação

são impurezas que segregam durante o processo de fabricação do material e, são

segregados durante a solidificação do material.

1.2.4. Corrosão Transgranular

Segundo Askeland; Wright (2015), a corrosão transgranular também se processa

na rede cristalina do material, contudo seus efeitos são mais perigosos do que a corrosão

intergranular. Pois, a menor solicitação mecânica esse material pode fraturar justamente

porque perdera suas propriedades mecânicas.

1.2.5. Corrosão Filiforme

Esse tipo de corrosão ocorre semelhante a finos filamentos, em que se propagam

em todas direções, contudo não se cruzam. Porém, ocorre em materiais que receberam

revestimentos protetivos, por exemplo, tintas, metais e poliméricos ocorrendo o

deslizamento deste filme sobre o substrato (ASKELAND; WRIGHT, 2015).

1.2.6. Empolamento pelo Hidrogênio

O hidrogênio no estado atômico possui um potencial de difusão em materiais

metálicos. Logo, se o hidrogênio é gerado sobre a superfície acaba ocasionando a

migração para o interior, que por sua vez toda estrutura cristalina possui defeitos. Esses

defeitos podem ser de processos de fabricação como laminações e inclusões de materiais.

O hidrogênio passa de atômico para molecular ocasionando altas pressões no

interior do material, esse acúmulo próximo a superfície do material provoca deformações

que ocasiona empolamento do material (ASKELAND; WRIGHT, 2015).

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1.2.7. Em torno do cordão de solda

Segundo Askeland; Wright (2015), ainda existe o tipo de corrosão que ocorre no

contorno do material que passo pelo processo de algum tipo de soldagem. Por isso,

observa-se principalmente na ZTA (zona termicamente afetada).

1.3. Norma ASTM G - 31

Ás ténicas para a avaliação da corrosão na indústria possuem como presuposto a

constante e persistente resposta adequada e segura avaliação dos seus produtos fornecidos

aos mercados em combate à corrosão. O quadro 2, divide os ensaios de corrosão na

academia:

Quadro 2:Técnicas de avaliação da corrosão

Fonte: Askeland; Wright (2015, p.98, adaptação do autor, 2018).

Assim, conforme quadro 2, é possível estudar os possíveis mecanismos de

corrosão, controle de qualidade de produtos, caracterização dos meios de exposição e a

verificação do desempenho dos mesmos. A corrosão pode ser medida por meio da perda

de massa (gravimétrico). A fórmula será lançada no excel para a elaboração da planilha

de cálculo:

A taxa de corrosão 1e/ou velocidade de desenvolvimento do processo corrosivo,

expressa pela variação depreciativa da massa por unidade de tempo (mm/ano ou mpy). A

figura 2 abaixo, foi construído no software GeoGebra a velocidade da taxa de corrosão

por meio de uma função qualquer e uma tangente em um ponto. Pois, podemos determinar

a taxa de corrosão instantânea, porque a taxa não é constante, ou a taxa de corrosão média

depois de um período de tempo.

Figura 2: Determinação da velocidade da taxa de corrosão.

1 Tc: Taxa de corrosão

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Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

Portanto, o gráfico no eixo da ordenada demonstra a perda de massa versus o

tempo no eixo da abcissa. A ideia da velocidade média de corrosão é, o total da perda de

massa do material dividido pelo tempo total do ensaio de imersão dos corpos de prova

(CPs).

Outra maneira de determinar a perda de massa em função do tempo no ensaio de

corrosão seria encontrando a área da amostra, ou seja, uma figura mais exata como

quadrado: base multiplicado pela altura. E, em seguida, aplicando a cinemática da perda

de massa:

Portanto, a corrosão por imersão segue a norma ASTM G-31 e, consiste em uma

série de parâmetros para encontrar a perda de massa em função do tempo (ASTM G-31,

2004).

1.4. Soldagem a Laser

A palavra Laser é formada pelas iniciais de “Light Amplification by Stimulated

Emission of Radiation”, que pode ser entendida como sendo “Amplificação de Luz por

Emissão Estimulada de Radiação”. A soldagem a Laser e soldagem por feixes de elétrons

são denominadas soldagens de alta tecnologia. Todavia, o processo de soldagem a laser

(laser beam welding – LBW) utiliza-se um feixe de luz concentrada, coerente e alta

intensidade direcionada e precisa focada na peça (RIVA; LIMA; OLIVEIRA, 2009).

Quadro 3: Vantagens da soldagem a laser

1. Não necessita de vácuo.

2. Não há geração de raios x.

3. Melhor qualidade de solda.

4. Menos fusão incompleta, respingos e porosidade.

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5. Flexibilidade elevada no caso de manipulação de feixes por meio de fibras ópticas.

6. Versatilidade na automação de soldagem por robôs.

Fonte: Lesko (2004, p.98, adaptação do autor, 2018).

Conforme quadro 3, a soldagem a laser é utilizada mundialmente, inclusive no

setor automobilístico. Logo, a tecnologia de soldagem a laser possuem dados consistentes

e universais. Por exemplo: o custo total da solda, a produtividade requisitada baseada no

processo, os materiais, a espessura, a qualidade e as propriedades da solda, possibilidade

de automatização, posição da soldagem, o conhecimento e as habilidades necessárias e

disponíveis e os possíveis impactos ambientais (ION, 2005). Na figura 3 abaixo, segue

um exemplo de processo de soldagem por condução.

Figura 3: Esquema do processo de soldagem por condução.

Fonte: Riva; Lima; Oliveira (2009, p.48-50).

Conforme ilustra cima (figura 3), o mecanismo de soldagem a laser pelo método

de condução acontece com parâmetros bem definidos em relação a ordem de

trabalho/potência (10^4/cm²), assim é possível fundir o material criando a junção de

vaporização necessária. Logo, o fenômeno de radiação é absorvida na superfície do

material soldado e transferido para o interior do material por meio da condução.

Todo processo de soldagem ocorre a passagem do estado sólido ao líquido no

fornecimento de calor na área soldada e, em seguida, a solidicação do material. Assim,

uma poça fundida e uma zona afetada por calor (ZAC) se forma semelhante a um perfil

transversal aproximadamente de formato esférica. Geralmente, existe uma profundidade

irrisória de penetração, porém com perfil transversal verossimilhante circular

(RIVA;LIMA;OLIVEIRA,2009, p.48-50). A seguir, na figura 4, é ilustrado outro método

do processo de soldagem a laser por meio da penetração.

Figura 4: Desenho esquemático do processo de soldagem por penetração.

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Fonte: Riva; Lima; Oliveira (2009, p.48-50).

O processo de soldagem a laser por penetração é diferente do processo de

soldagem a laser por condução, pois, no primeiro a energia é absorvida na superfície do

material, porém na soldagem por penetração a energia é distribuída ao longo do canal a

ser soldado. Ou seja, as paredes mantém a temperatura de vaporização do material.

Normalmente, a temperatura é constante, já que o calor é dependente do gradiente

da temperatura e da velocidade do fluxo de calor. Isso pode ser visto, quando observamos

a figura 4, o fluxo de calor geraddo é na direção radial e, é fortemente influenciado por

uma corrente de convecção que ocorre na superfície e no interior do material

(RIVA;LIMA;OLIVEIRA,2009, p.48-50).

1.5. Tratamento Térmico

“A operação ou conjunto de operações realizadas no estado sólido compreendendo

o aquecimento, a permanência em determinada temperatura e o resfriamento, realizado

com a finalidade de conferir ao material determinadas características” (FREITAS, 2014,

p.1).

Os tratamentos isotérmicos são caracterizados durante a transformação das

propriedades do aço no ponto “eutetoide”. Assim, a medida que a temperatura de

transformação decresce, a perlita (microconstituinte do ponto eutético) se torna

progressivamente mais fina antes que comece a fase “metaestável” da formação da

microconstituintes bainita.

Portanto, a temperatura é um fator importante nos tratamentos térmicos. A

martensita também é obtida em temperaturas mais baixas (ASKELAND; WRIGHT,

2015, p. 412).

Os tratamentos térmicos são essenciais nas indústrias, pois oferecem

características pertinentes a solicitação de trabalho, aos estímulos que o material poderá

sofrer com o ambiente em que está inserido e, principalmente o objetivo de conferir ao

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projeto a escolha correta de quais materiais empregar segundo as formas e funções dos

mesmos.

Destacaremos os quatro tratamentos térmicos usualmente empregados para os

aços na indústria em geral:

Alívio de tensões; Recozimento pleno; Normalização; e Esferoidização.

A seguir na figura 5, está ilustrado os parâmetros utilizados nos tratamentos

térmicos. O aço por ser um material que podemos trabalhar conforme as fases estáveis

desejáveis para cada trabalho que este será estimulado.

Figura 5: Diagrama de fases do aço

Fonte: Askeland; Wright (2015, p.407).

Conforme figura 3 abaixo, segue a ilustração do gráfico de equilíbrio. Tratamento

para alívio de tensões: em materiais, o tratamento para alívio de tensões recebe essa

nomenclatura, pois esse tratamento térmico térmico possui como objetivo eliminar o

encruamento em aços que apresentam aproximadamente 0,25% C. Sua finalidade é

eliminar e/ou reduzir as tensões residuais do material.

Recozimento e normalização-endurecimento por dispersão: nesse segundo tipo de

tratamento térmico, os aços podem ser endurecidos por dispersão, ou seja, pelo controle

que há do tamanho e da morfologia da perlita. Isso acontece pelo aquecimento que existe

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no processo chamado de austenitização, logo é produzida uma austenita mais homogênea

e monofásica; logo uma fase gama de configuração CFC (cúbica de face centrada). Assim,

no recozimento, ou recozimento pleno, esse aço é resfriado lentamente sem a necessidade

de retirar do forno, como consequência obteremos uma perlita grosseira.

No terceiro tipo de tratamento térmico, a normalização o aço é resfriado mais

rapidamente, porque é colocado ao ar e, por isso produz uma perlita fina. Para a

normalização, a austenitização possui uma temperatura específica, o aço é retirado do

forno e exposto ao ar para ser resfriado. Portanto, o resfriamento ao ar é mais rápido do

que resfriar na água ou óleo, logo resulta em uma perlita fina e proporciona ganhos nas

propriedades mecânica do material, por exemplo, a resistência mecânica elevada.

O quarto e último tipo de tratamento térmico usual é esferoidização – melhoria da

usinabilidade. No diagrama de fases, a cementita (Fe3C) possui uma característica

indesejável de baixa usinabilidade. No entanto, pelo tratamento denominado de

esferoidização é possível modificar a morfologia da cementita. Neste tratamento o

material permanece determinadas horas e com uma determinada temperatura, como

resultado obtemos a mudança de lamelas para glóbulos da morfologia cementita. Logo, a

àrea de contorno e a correspondente energia superficial é menor. Chamamos de

microestrutura esferoidita, pois possui uma matriz de ferrita macia e com boa

usinabilidade martensita (ASKELAND; WRIGHT, 2015, p.410-411).

2. METODOLOGIA

Os materiais a serem utilizados neste projeto estão ilustrados abaixo e, segue o

fluxograma das etapas deste trabalho de pesquisa.

Figura 6: Fluxograma das etapas de execução do plano de trabalho.

Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

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Conforme se observa na figura 4, o fluxograma é essencial para a definição e,

realização de cada etapa. Pois, esta metodologia científica estabelece a divisão de etapas

a serem resolvidas individualmente.

2.1. Materiais

Os materiais a serem utilizados nesta pesquisa serão chapas de aços 300M de uso

aeronáutico, com espessuras de aproximadamente 3 mm, fornecida pelo Instituto de

Estudos Avançados (IEAv) do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial

(DCTA).

Figura 7: Chapa (corpo de prova) soldada e abaixo a “gravatinha”

Fonte: O autor (2019).

Esta chapa estava na EEL USP Lorena – SP, foi submetida ao processo de

soldagem a laser do IEAv/DCTA em São José dos Campos.

Foi idealizado os CPs soldado e CR conforme chapa retangular acima, portanto

traçamos 9 amostras para ambos os CPs, todos com um furo como preparação do ensaio

de imersão. O software utilizado foi o Inventor Profissional 2016.

Figura 8: Equipamento da máquina de corte a laser.

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Fonte: O autor (2019).

A figura 8, ilustra o equipamento utilizado para cortar os CPs. A laser se encontra

no laboratório da universidade Unifatea – Lorena (SP).

Figura 9: CP modelo idealizado no Inventor.

Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

No Inventor Profissional 2016, além do esboço 2D para determinar a área (base x

altura), foi possível estabelecer o tipo de material, por isso, a figura 5 possui a aparência

semelhante ao aço deste trabalho, além das características mecânicas e físicas.

Figura 10: Broca de 2 mm utilizado para furar os CPs.

Fonte: O autor (2019).

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Conforme a figura 5, é uma broca de aço rápido com diâmetro de 2 mm para

furadeira. Projetada exclusivamente para furadeiras de bancada ou manuais, essa broca é

temperada com tratamento térmico, garantindo resistência a deformação e ruptura.

Figura 11: Furadeira de Impacto 1/2" para furar os CPs.

Fonte: O autor (2019).

Furadeira da marca DeWalt, modelo DWD502, tamanho do mandril de 13 mm –

1/2’’, potência de 710 W, utilizada principalmente como ferramenta de impacto.

Perfuração máxima em aço 10 mm e velocidade de 0 a 2.600 rpm.

Figura 12: Os CPs cortados e furados.

Fonte: O autor (2019).

A figura 9 abaixo, segue os exemplos dos CPs e o paquímetro para medir as áreas

das amostras. O cálculo da área foi importante para determinar a perda de massa em

função do tempo.

Figura 13: Dimensionamento das áreas dos CPs.

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Fonte: O autor (2019).

Paquímetro universal DIGIMESS 300 mm, fabricado com aço inoxidável

temperado.

Capacidade de 300 mm – 12”, graduação de 0,02 mm/.001”.

Quadro 4: Dimensionamento dos CPs

CPs soldado Área CRs Área

S1 S = 81,9 mm² CR1 S = 108, 55 mm²

S2 S = 87 mm² CR2 S = 148 mm²

S3 S = 81,6 mm² CR3 S = 258 mm²

S4 S = 77,6 mm² CR4 S = 95,7 mm²

S5 S = 178 mm² CR5 S = 137,6 mm²

S6 S = 116,44 mm² CR6 S = 244,8 mm²

S7 S = 123 mm² CR7 S = 132,86 mm²

S8 S = 91 mm² CR8 S = 138,45 mm²

Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

A amostra 9 foi realizada a caracterização e/ou metalografia do material para

determinar o histórico de processamento do material, os microconstituintes e a análise

química do aço 300M.

2.2. Métodos

A caracterização do material sem solda e soldado pelo processo a laser. A

princípio a caracterização do aço 300M é analisado na dualidade: longitudinal e

transversal. Pois, a chapa acima da figura 4, possui o histórico de processo de fabricação

por laminação. Portanto, haverá um alongamento dos grãos.

Esse projeto é multidisciplinar, por isso envolve algumas instituições parceiras

para atingir o objetivo do trabalho. Por isso, as etapas abaixo seguem sendo realizadas na

FEG/UNESP, localizada em Guaratinguetá – SP, no laboratório de química. Em seguida,

o embutimento dos corpos de prova e a metalografia dos mesmos para caracterizar o

material conforme recebido e soldado.

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Corrosão por imersão (estático), conforme norma ASTM G-31; Preparação da

superfície e das amostras; Determinação do peso e área dos CPs; Exposição em meio

salino/tempo; Microscopia da superfície para determinar pites ativos e passivos;

Cinemática (perda de massa) do experimento de 1 a 4 conforme os quadros 4 e 5 abaixo.

Quadro 5: Lote de CPs sem solda.

Sem solda Tempo (dias)

Amostra: 1 e 2 15

Amostra: 3 e 4 30

Amostra: 5 e 6 45

Amostra: 7 e 8 60

Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

Para a entrega do trabalho final, talvez o número de dias possa ser a cada 10 dias.

Isso é válido para o lote de CPs sem solda e soldado.

Quadro 6: Lote de CPs soldado.

Soldada Tempo (dias)

Amostra: 1 e 2 15

Amostra: 3 e 4 30

Amostra: 5 e 6 45

Amostra: 7 e 8 60

Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

Analisaremos os corpos de prova em relação a perda de massa por meio de uma

balança sensível. Pois, a corrosão não é um fator constante e, por isso, deve ser analisada

do ponto de vista de pesagem.

Segue o procedimento com as amostras no quadro 6, em relação ao ensaio de imersão:

Quadro 7: Etapas do procedimento com as amostras.

1. Medir as áreas expostas.

2. Limpeza com álcool isopropílico no ultrassom por 12 min.

3. Secagem com corrente forçada de ar quente durante 15 min.

4. Pesagem em balança analítica.

5. Imersão por duplicata em água salina sintética em temperatura ambiente.

6. Retiradas de duas a cada 48 horas.

7. Lavagem com água três vezes no ultrassom por 12 min.

8. Secagem em estufa de fluxo forçado à 105° C por 30 min.

9. Pesagem em balança analítica.

10. Repetir etapas 8 e 9 até massa constante ou diferença de 0,0002 gramas.

11. Calcular as perdas de massa percentual por unidade de área exposta (PMR).

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12. Graficar PMR versus tempo de imersão e analisar comportamento.

Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

2.2.1. Soldagem a Laser

A escolha do método de soldagem é fundamental para todo e qualquer processo

produtivo, pois é necessário avaliar uma série de fatores primordiais. A figura 4, mostra

o equipamento para o processo de soldagem a laser.

Figura 14: Esquema de montagem do lase

Fonte: Abdalla et al. (2007).

A figura 4, demonstra o esquema de montagem da laser a ser utilizado nesse

trabalho de pesquisa. Será um laser a fibra de alta potência, fabricado pela IPG Photonics

Ltda., modelo YLR-2000, instalado no Laboratório Multiusuário de Desenvolvimento e

Aplicações de Lasers e Óptica (DEDALO), do IEAv/DCTA.

2.3. Caracterização Microestrutural

A metalografia clássica norma ASTM 3 – 11, caracteriza-se pelos procedimentos

que, prescrevem conceitos generalizados em relação a preparação de corpos de prova para

análise microscópica. Para analisar a microestrutura do aço 300M empregado neste

projeto serão utilizadas técnicas de microscopia óptica (MO) e microscopia eletrônica de

varredura (MEV). As análises serão realizadas no metal base (MB), na zona termicamente

afetada (ZTA) e no cordão de solda (Zona Fundida – ZF).

2.3.1. Análise da microestrutura no software Image J

Consiste em um programa/software livre e gratuito, obtido por meio da Internet

pelo link:http://rsb.info.nih.gov/ij. É uma análise automatizada que permite ao usuário a

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programação conforme a necessidade do projeto, na manipulação das imagens,

binarização, filtros e níveis de cinza, além dos cálculos com imagens para delimiter a àrea

da figura. Essa ferramenta auxilia na análise da microestrutura e permite a manipulação

de algumas variáveis de processamento conforme a escolha do usuário.

2.4. Ensaios de Microdureza

Para esta pesquisa foi estabelecida na norma ASTM 384, a dureza por

microindentação (HV) será obtida pelo ensaio de dureza Vickers por endentação com o

objetivo de se obter o perfil de dureza das amostras por meio da região soldada.

2.5. Ataque Químico

A taxa de corrosão possui uma análise quantitativa: potencial de corrosividade e

taxa uniforme. Embora, responsável pelo ataque químico a metais, normalmente, é

utilizado o NaCl (5%) como ataque químico em uma superfície metálica devidamente

polida, utilizando um ácido adequado que, por sua vez diversas características na

microestrutura são reveladas permitindo a análise do material por meio de técnicas de

microscopia.

3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Ao final deste projeto, foram construídos os resultados esperados da pesquisa A

soldagem a laser comparadas com outras possui muitas vantagens. A soldagem

oxiacetilênica, por exemplo, a fonte de calor é de baixa intensidade, tempo de soldagem

são longos e o metal sólido vizinho fica muito aquecido. As soldagens pelo arco elétrico

utilizam fnte de calor muito intensa, reduzindo a zona térmicamente afetada (ZTA) e

rápido resfriamento. Soldagem por atrito utiliza o próprio calor gerado pela rotação entre

as faces da junta para unir as partes.É interessante ressaltar também a importância da

compreensão de informações da soldagem a laser com ou sem tratamento térmico (pós-

soldagem) do aço aeronáutico.

Além do entendimento do processo de soldagem, é necessário compreender o

comportamento da corrosão e associar os aspectos da microestrutura, a classificação e a

morfologia dos pites do aço. É óbvio e perfeitamente aceitável desenvolver, gerar novas

tecnologias e procedimentos capazes de contribuir para a melhoria das propriedades

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eletroquímicas e mecânicas do aço aeronáutico 300M. Espera-se, que o trabalho possa

contribuir para um novo nível de formação e desenvolvimento de qualificação no

departamento de materiais. E, seria muito interessante a participação em congressos e a

publicação desta pesquisa em periódicos e/ou revistas especializadas.

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APLICAÇÃO DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM) PARA

OTIMIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS EM UMA

EMPRESA DE MANUTENÇÃO ELÉTRICA

IVONALDO JUSTINO GONÇALVES

PAULO HENRIQUE SILVA CONRADO

RODRIGO AUGUSTO CASSIANO

ROSINEI BATISTA RIBEIRO

Resumo

Embora seja uma metodologia aplicada na indústria, poucos estudos referem-se à adequação da

TPM (Manutenção Produtiva Total) em setores que são interligados à cadeia produtiva de uma

empresa, como o setor administrativo, que engloba desde o financeiro, recursos humanos, até o

planejamento estratégico. Assim, este artigo visa mensurar as vantagens da aplicação da TPM ao

ser implementada no setor administrativo de uma empresa prestadora de serviços de manutenção

elétrica mecânica, civil e refrigeração. Para tanto, este estudo de caso apresenta um levantamento

bibliográfico sobre o assunto. E com a aplicação da metodologia, espera-se uma redução no tempo

das atividades, juntamente com uma maior eficiência durante a execução destas.

Palavras-chave: TPM; Implementação; Gestão da Qualidade, Produção Industrial Setores

Administrativos.

Abstract

Although it is an applied methodology in the industry, few studies refer to the adequacy of TPM

(Total Productive Maintenance) in sectors that are interconnected to the productive chain of a

company, such as the administrative sector, which includes everything from financial, human

resources, to strategic planning. Thus, this article aims to measure the advantages of applying

TPM when it is implemented in the administrative sector of a company providing mechanical,

civil and refrigeration electrical maintenance services. Therefore, this case study presents a

bibliographical survey on the subject. And with the application of the methodology, it is expected

a reduction in the time of the activities, together with a greater efficiency during the execution of

these.

Keywords: TPM; Implementation; Quality Management, Industrial Production Administrative

Sectors.

INTRODUÇÃO

Com a chegada da Revolução Industrial e, posteriormente, a Segunda Guerra

Mundial, houve modificações no processo produtivo tendo como consequência a

mecanização de equipamentos e instalações de novas áreas industriais (NOGUEIRA et

al., 2012). Hoje, na era da globalização, as constantes mudanças e incertezas incentivam,

ainda mais, as indústrias a tornar seus processos mais eficientes, com padrões de

qualidades e métodos específicos que devem ser gerenciados corretamente, desde a parte

administrativa até o acabamento do produto final, a fim de evitar falhas futuras, os quais

devem ser de conhecimento do gestor de produção para que possa evitar perdas em toda

a cadeia produtiva. Quanto aos equipamentos, estes necessitam de manutenção para o

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bom funcionamento, a qual, por muito tempo, foi negligenciada pelos responsáveis por

acreditarem que o seu custo era alto e por tanto não valia o investimento.

Em vista disto, pode-se dizer que a sobrevivência das empresas depende muito do

empenho por melhorias contínuas, por uma gestão de qualidade com uso de ferramentas

adequadas que evitem o desperdício e que preveja o risco antecipadamente. Assim,

justifica-se esse trabalho em virtude das constantes mudanças no cenário da indústria que

diante de altas taxas de impostos e infraestrutura precária ainda assim não podem deixar

de serem competitivas para se manter no mercado.

Este artigo tem como objetivo principal relacionar a ferramenta TPM,

Manutenção Produtiva Total (Total Productive Maintenance), utilizada nos setores de

produção como um fator para a otimização em procedimentos administrativos. A TPM

surgiu em 1969, durante a fase de reconstrução do Japão, com uma metodologia de

manutenção contínua na qual envolvia todos os seus funcionários, daí o termo

Manutenção Produtiva Total (CARRIJO e TOLEDO, 2006).

Neste contexto, visando um maior entendimento sobre o assunto proposto, esta

pesquisa será realizada com embasamento teórico e prático. Teórico, em virtude das

informações coletadas por meio de referenciais bibliográficos como Carrijo e Toledo

(2006), Paladini, (2004), Palmeira e Tenörio (2002) e trabalhos disponibilizados on-line;

prático, pelo fato que se pretende, por meio de um estudo de caso, aplicar o TPM no setor

administrativo de uma empresa de engenharia que presta serviços de manutenção elétrica

e mecânica, com intuito de averiguar a sua aplicabilidade.

Com este trabalho, por meio da aplicação de uma ferramenta utilizada em setores

industriais de manutenção e produção em um ambiente administrativo, espera-se uma

melhor organização, uma maior agilidade e um ganho na produtividade da empresa.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. O surgimento da TPM – Manutenção Produtiva Total

A manutenção preventiva originou-se nos Estados Unidos e passou a ser utilizada

no Japão após a Segunda Guerra Mundial, em 1950. Até então, a indústria japonesa atuava

apenas com a manutenção corretiva, ou seja, a manutenção que ocorre após a falha,

quebra de uma máquina ou equipamento (FREITAS, 2009).

Como uma forma de sobreviver no momento pós-guerra eminente, o Japão, com

o apoio de pesquisadores americanos, como Edward Deming e Joseph Juran, passou então

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a conscientizar a todos sobre a importância da qualidade no setor produtivo e, desta forma,

os japoneses investiram em métodos de melhoria contínua com eliminação de

desperdícios vinculados ao aumento da qualidade e de produtividade (CARRIJO e

TOLEDO, 2006).

Yamaguchi (2005, p. 6-8) postula que, em meados das décadas de 50 e 60, já

existiam ferramentas de manutenção corretiva e preventiva, conforme segue:

• 1951(PM) – Manutenção Produtiva: Acompanhamento das condições físicas do

equipamento;

• 1957 – (CM) Manutenção Por Melhoria: prevenção de defeitos em equipamentos;

• 1960 – (MP) Prevenção Contra a Manutenção: grupos de projetos elaborados para

evitar a manutenção, com a ideia de participação de todos os envolvidos.

Para Carrijo e Toledo (2006), foi em 1969 que surgiu a definição de TPM, quando

então a empresa Nippondenso2, participante do Grupo Toyota, que tinha como base o

slogan “Manutenção produtiva com participação total dos empregados”, uniu a

aplicabilidade das ferramentas de manutenção já citadas como PM, CM e MP em uma

metodologia de manutenção contínua na qual envolvia todos os seus funcionários, daí o

termo TPM.

Yamaguchi (2005) contribui ao afirmar que a TPM é uma evolução da PM:

A partir de 1969, a Nippondenso, pertencente ao grupo Toyota, sediada no

Japão, introduziu o TPM, através da evolução da PM (Manutenção Produtiva)

o qual pregava a PM e era chamada de “Total PM”. Esta evolução culminou

na obtenção do “PM Award” prêmio concedido pelo JIPE (Japan Institute of

Plant Engineers) em 1971. Devido a excepcional desempenho obtido pela

empresa, o TPM foi desde então desenvolvido pelo JIPE e posteriormente pela

JIPM3 (p. 8).

Dessa forma, a Nippondenso tornou-se a primeira empresa a conquistar as

certificações em qualidade produtiva com base na TPM.

De acordo com Palmeira (2002), no decorrer dos anos, a TPM passou por

mudanças, as quais podem ser divididas em quatro gerações, que aconteceram a partir de

seu surgimento, conforme apresentado no Quadro 1, a seguir:

Quadro 1: As quatro gerações da Manutenção Produtiva Total

2 Nippondenso atualmente conhecida como DENSO Corporation - fabricante mundial de

componentes automotivos com sede na cidade de Kariya, província de Aichi, no Japão. 3 Japan Institute of Plant Maintenance

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Fonte: Adaptado de Palmeira; Tenörio (2002, p. 92)

.

Com a análise dos dados históricos, nota-se a evolução desta ferramenta

metodológica, que, inicialmente, era utilizada somente para fábricas e em setores

produtivos e a cada geração foi aumentada a abrangência e, hoje, com um conceito mais

abrangente do seu original, passou a incorporar também os aspectos da gestão

administrativa da organização.

3.2. Objetivo da Manutenção Produtiva Total - TPM

Pode-se dizer que o principal objetivo da TPM parte do princípio de que quando a

manutenção é feita de modo eficiente é possível obter zero em perdas, zero em

acidentes, zero em falha de equipamentos, visando uma redução de custos empresariais,

envolvendo a necessidade de atingir a máxima eficácia de todo o sistema produtivo e

atingindo uma maior competitividade no mercado.

Conforme Suzuki (1994 apud JUNIOR e SILVA, 2010, p.4), os objetivos podem ser

definidos em cinco pontos, a saber:

1) Criar uma organização que maximize a eficiência dos sistemas produtivos;

2) Gerenciar a planta como uma organização que minimize as perdas, por meio do

estabelecimento de metas orientadas a “zero acidentes” e “zero defeitos”, ao

longo do ciclo de vida dos elementos produtivos;

3) Envolver todos os departamentos na implantação do TPM, incluindo o

desenvolvimento de novos produtos, vendas e administração;

4) Envolver todos os funcionários desde a alta gerência até os operadores de chão

de fábrica;

5) Orientar as ações visando atingir a meta de “zero perdas”, utilizando-se das

atividades de pequenos grupos de trabalho.

Basicamente, entende-se que o TPM é uma ferramenta metodológica que busca a

eliminação de perdas em todos os setores da organização, por meio do gerenciamento do

setor produtivo aliado a uma manutenção eficaz com a participação total.

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1.1. As 16 Perdas da Manutenção Produtiva Total

Um dos principais conceitos da TMP é a eliminação das perdas. Com o passar dos

anos, foram identificadas dezesseis fontes que influenciaram negativamente em todo o

processo de uma empresa. Essas perdas da TPM subdividem-se em três grupos (mão de

obra, equipamentos e recursos). Adiante, na Figura 1, estão todas as perdas da TPM:

Figura 1: Estrutura das 16 grandes perdas por falta de manutenção

Fonte: SILVEIRA (2016) - adaptado de JMA Consultants Inc.

Visto que este artigo tem enfoque na aplicação da TPM no setor administrativo,

serão destacadas, a seguir, somente as cinco grandes perdas de mão de obra:

1) Falhas Administrativas: competem principalmente à gestão e ao gerenciamento,

como erros em documentações e falta de comunicação entre a alta direção e os

colaboradores;

2) Falhas Operacionais: ocorrem devido à falta de planejamento ou manejo

indevido, quando o setor não segue a linha planejada para a execução das

atividades ocasiona em perdas e retrabalhos;

3) Desorganização: ocasiona perdas de tempo na atividade a ser executada;

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4) Perdas Logísticas: layout não adequado interfere negativamente nas execuções

operacionais e na movimentação;

5) Medições e Ajustes excessivos: fiscalizações excessivas e desnecessárias

ocasionam em perdas de tempo.

Para Marocco (2013), essas perdas em geral podem ser sanadas, pois, afinal:

O programa da TPM é sustentado por oito pilares, são princípios que quando

adequadamente seguidos geram, por consequência, os resultados que as

empresas brasileiras precisam: qualidade, competitividade e eficiência (p.13).

Embora cada pilar possua suas próprias características, os de sustentação, quando

aplicados corretamente possibilitam a adequação dessa ferramenta metodológica em

todos os setores, incluindo um ambiente administrativo ou off-line, no qual se espera que,

como resultado, a manutenção preventiva possa transformar as falhas administrativa,

operacionais, desorganização e medições em excessos em um total de perdas zero.

1.2. Os pilares da Manutenção Produtiva Total - TPM

Para atingir o seu objetivo a TPM se pauta em 8 pilares. Segundo Marocco (2013,

p. 25), podem-se descrever tais pilares da seguinte forma:

1) Melhoria Focada ou Específica: Ênfase na manutenção corretiva de melhorias

voltadas para perdas crônicas relacionadas ao maquinário;

2) Manutenção Planejada: Por meio do planejamento consegue-se estar atento a

possíveis falhas, de modo que é possível manter uma melhoria contínua nos

equipamentos, mantendo a disponibilidade, a confiabilidade e a redução de

custos;

3) Gestão Antecipada: Tem como base a prevenção da manutenção. O gestor deve

planejar a manutenção levando em conta o histórico do equipamento e de quem

irá operá-lo;

4) Treinamento e Educação: refere-se à importância do treinamento técnico e

comportamental de todos os envolvidos e de acordo com as atividades exercidas;

5) Manutenção Autônoma: destina-se aos treinamentos teóricos e práticos

oferecidos aos operadores para que possam conhecer plenamente o equipamento

utilizado e proativamente oferecer melhorias contínuas;

6) Manutenção da Qualidade: manutenção em dia gera confiança nos

equipamentos, em sua qualidade e disponibilidade para uso;

7) Melhoria dos Processos Administrativos: tem como objetivo aprimorar os

processos a fim de reduzir as perdas geradas pelo trabalho de escritório e os

desperdícios, tornando as atividades mais eficientes, contribuindo assim para o

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gerenciamento da empresa. É conhecido também como TPM de escritório ou

offline;

8) Pilar da Segurança, Saúde e Meio Ambiente: refere-se à melhoria contínua

visando melhores condições de trabalho, com redução dos riscos referentes à

segurança de todos os colaboradores e também do meio ambiente.

No sétimo pilar da TPM, a manutenção produtiva total também deve ser feita nos

processos gerenciais, afinal, esta é a primeira etapa para uma real implantação de todo o

processo nos demais setores. Depreende-se, assim, que a TPM pode ser aplicada em toda

a cadeia produtiva, ou seja, desde a parte operacional ao setor administrativo.

1.3. A Manutenção Produtiva Total em Setores Administrativos

Paladini (2004, p. 209) cientifica que um ambiente off-line pode ser definido como

“[...] sendo aquele em que enfatiza as atividades não diretamente ligadas ao processo de

fabricação, mas relevantes para adequar o produto ao uso que dele se espera desenvolver”.

Desta forma, entende-se que em um ambiente off-line, neste caso, pode ser identificado

como os setores operacionais administrativos que servem de suporte para a área de

manutenção e produção, dentre outros como: Departamento de Compras, Logística,

Recursos Humanos e Treinamento.

Para Marocco (2013, p.16), “a gestão inteligente da manutenção ganha

importância pela necessidade das organizações de exporem seus produtos e serviços aos

mercados globalizados”. Ou seja, a empresa busca por meio da gestão o melhor modo de

promover melhorias visando resultados, para tanto, ela trabalha o seu gerenciamento de

modo a acompanhar devidamente os processos referentes à manutenção e produção desde

equipamentos a mão de obra. Ainda, Ribeiro (2004, p. 66) certifica que “o pilar de

melhorias administrativas está voltado para as áreas de planejamento, desenvolvimento,

engenharia, as quais não agregam valor diretamente à área de produção” (apud CARRIJO

e TOLEDO, 2006, p.3).

Com o objetivo de ressaltar a necessidade de envolver todos os setores dentro do

conceito de TPM, Suzuki (1992, p. 43) definiu que “[...] a extensão do TPM para outras

áreas além da produção e da manutenção dos equipamentos é vital para promover a

manufaturabilidade e a qualidade dos produtos” (apud CARRIJO e TOLEDO, 2006, p.3).

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Assim, para a manufaturabilidade de um produto, faz-se necessário o envolvimento dos

setores administrativos para que haja o bom planejamento, controle e organização.

1.4. Implementação da Manutenção Produtiva Total – TPM

Conforme Suzuki (1994), a implementação da TPM normalmente ocorre em

quatro fases, dentre elas: Preparação, Introdução, Implantação e Consolidação (apud

RESENDE e DIAS, 2014, p.3). Essas fases podem ser divididas em doze passos e

apresentadas em 3 etapas conforme mostra a Figura 2, a seguir:

Figura 2: As 12 Implementações da Manutenção Produtiva Total

Fonte: Os autores (adaptado de Silveira, 2016)

Assim, os procedimentos para a implantação devem ser executados pela empresa

seguindo as etapas apresentadas.

1ª Fase – Preparação (passos 1-5): esta fase se inicia com a decisão da diretoria de

realizar a implementação da TPM e termina quando o plano mestre de desenvolvido é

planejado e realizado de acordo com os seguintes cinco passos:

Passo 1 – A alta direção da empresa declara a decisão da implantação da TPM;

Passo 2 – Iniciam-se as atividades de educação, treinamento e divulgação;

Passo 3 – Etapa de organização e promoção da TPM;

Passo 4 – Estabelecimento dos objetivos e diretrizes;

Passo 5 – Elaboração do plano-mestre de desenvolvimento (apud RESENDE e

DIAS, 2014, p.3).

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2ª Fase – Introdução (passo 6): Quando ocorre o lançamento do projeto. Esta fase

consiste na apresentação por parte da diretoria sobre a metodologia a ser aplicada, os

objetivos, metas e planos de implementação que foram definidos durante a fase de

preparação (TENÓRIO; PALMEIRA, 2002).

3ª Fase – Implantação (passos 7-11): Início da implementação da TPM no setor

produtivo, com base em seus oito pilares de sustentação.

4ª Fase – Consolidação (passo 12): Como o próprio nome já diz é a fase em que

ocorre a execução plena das atividades planejadas. O objetivo desta fase é manter os

níveis e resultados que foram obtidos pela empresa, incentivando a continuidade das

atividades já então executadas nos departamentos por meio dos 8 pilares de sustentação

da TPM (TENÓRIO; PALMEIRA, 2002).

1.5. Etapas de Implementação da Manutenção Produtiva Total (TPM) em ambiente

off-line:

Quando se trata de implementação, deve-se levar em conta que tais mudanças não

irão ocorrer de um dia para o outro, pois envolve tempo para aplicar e colher resultados.

Para Carrijo e Toledo (2006), em um ambiente administrativo, ao qual se aplica a

TPM off-line, as características da implantação envolvem:

• Manutenção e inovação: uso de TI para a automatização de tarefas repetitivas para

melhoraria e inovações na produtividade nestes tipos de atividades;

• Fornecedores e clientes administrativos: cria-se um elo entre cliente-fornecedor ao se

fornecer as informações administrativas de ambas as partes;

• Quebra de barreiras entre os departamentos: redução do administrativo necessário;

• Variações no ritmo e fluxo de trabalho: os setores administrativos se organizam de

acordo com o ritmo, dificuldades e demanda do trabalho de tempo em tempo;

• Funções administrativas comuns a todas as áreas: classificação das tarefas

administrativas diárias de cada setor de acordo com sua função básica a fim de serem

identificadas as oportunidades de melhorias nesses fluxos;

• Tornar os arquivos pessoais como informações compartilhadas: as empresas que

aplicam a TPM compartilham os arquivos pessoais, o que possibilita recuperar

informações mais rapidamente.

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Desse modo, percebe-se que o TPM aplicado em um ambiente off-line pode

resultar em benefícios para a empresa como um todo, objetivando a qualidade por meio

da redução de quebras zero em todas as competências, por meio de um bom planejamento

e prevenção de riscos.

2. METODOLOGIA

Metodologia é o tópico do projeto de pesquisa que abrange maior número de itens,

pois responde às seguintes questões: Como? Com quê? Onde? Quanto? (LAKATOS,

2003).

Para a realização deste artigo, serão utilizadas pesquisas em estudos bibliográficos

e online de trabalhos já realizados acerca do assunto. Para Gil (2002, p. 37), o estudo de

caso é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e

sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira

que permita seu amplo e detalhado conhecimento.

O trabalho está centrado no seguinte problema de pesquisa: Qual o benefício da

implantação do TPM na área de gestão de uma organização?

A partir disso, algumas questões de pesquisa poderão nortear o desenvolvimento

do estudo, tais como:

• É possível mensurar quantitativa e qualitativamente a qualidade das atividades

administrativas desenvolvidas pela empresa, após a aplicação da ferramenta TPM?

• Que procedimentos uma empresa deve adotar para que seja possível a

implementação do TPM?

• Até que ponto a aplicação da TPM na área administrativa reflete na eficiência

também dos processos produtivos?

A aplicação da ferramenta TPM será feita, a partir de um diagnóstico prévio,

obtido por meio de uma análise SWOT da empresa. O diagnóstico tem por objetivo:

• Conhecer o quadro de funcionários da empresa, bem como o seu fluxo de

trabalho;

• Entender o modelo de gestão e como funciona a delegação de tarefas ao setor

operacional;

• Levantar quais são os clientes e a demanda de solicitações de serviço para

empresa em estudo.

O quadro representado na Figura 3, adiante, apresenta os principais fatores internos e

externos, obtidos na empresa estudada pelos autores.

Figura 3: Análise SWOT Utilizada na Empresa

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Fonte: Os autores (2018)

A partir desse levantamento de informações, apresentados na matriz SWOT, será

feito um estudo estratégico de aplicação da TPM na área de gestão da organização.

Mediante essas informações, reforça-se que este estudo está compreendido de 4

fases: 1º semestre de 2017 (levantamento teórico e identificação do corpus); 2º semestre

2017 até 2º semestre 2018 (aplicação da ferramenta na empresa); 1º semestre de 2019

(coleta dos dados) e 2º semestre 2019 (apresentação dos resultados obtidos com as

considerações finais).

3. RESULTADOS ESPERADOS

O foco deste artigo é voltado para aplicação do TPM em um ambiente

administrativo. Para o estudo de caso, quanto a sua aplicabilidade, foi escolhida uma

empresa localizada no interior do Vale do Paraíba, Estado de São Paulo. A organização

atua no segmento de prestação de serviços em diversos nichos de mercado, que estima

pela qualidade e excelência dos trabalhos de sua equipe de engenheiros, nas áreas de

elétrica, mecânica, civil e refrigeração.

3.1. Implementação da TPM

Esta etapa consiste na execução do plano de ação e no acompanhamento da

melhoria. O primeiro passo na aplicação do plano de ação foi a realização de organização

no escritório de trabalho, que começou pelos documentos dos funcionários e também com

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repasse das informações para os demais funcionários, de modo que o funcionamento das

atividades de um determinado processo fosse compartilhados para todos os participantes,

o quais serão orientados em como realizar suas funções e também agir conforme uma

determinada situação ou ocorrência de erros durante o processo de trabalho. Porém,

somente a alteração na instrução de trabalho não é suficiente para que a melhoria seja

implantada. O alinhamento com os funcionários por meio de reuniões e treinamentos é

essencial para a consolidação da alteração.

Com a análise, foi possível identificar os possíveis pontos para serem aprimorados

no setor administrativo da organização, tais como: a utilização de um sistema de gestão

integrado (ERP), que permite o controle de vários dados financeiros da empresa, e a

contratação de funcionários para estes setores da organização. O quadro 2 apresenta o

status da empresa antes da implementação da TPM e todas as propostas apresentadas.

Quadro 3: Comparativo do Atual Sistema da Empresa e Com a Proposta Apresentada

Fonte: Os autores (2019)

Algumas propostas já foram implementadas e já tiveram resultados, os quais estão

sendo analisados. Dentre as propostas que apresentaram resultados, destacam-se:

Integração de um Sistema ERP; Aumento do Quadro de Funcionários.

3.2. Integração de um Sistema ERP

O sistema ERP foi sugerido parar ser adquirido na empresa em estudo, visto que

é composto por vários módulos, entre eles: recursos humanos, compras, vendas, controle

de estoque.

A integração do sistema ERP pode ser dividida em dois momentos: o primeiro,

pela captura das informações que nele serão incluídas, e, em seguida, a análise das

informações para a tomada de decisão.

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Antes da aplicação, eram utilizadas planilhas distintas no Microsoft Excel e as

informações administrativas e financeiras ficavam separadas em pastas, salvas na nuvem,

conforme apresentado na imagem 4, adiante.

Figura 4: Antigo Sistema de Organização de Documentos Administrativos e Financeiro

Fonte: Os autores (2018)

O sistema ERP foi instalado em 2018 e levou três meses para ajustar a sua

integração aos funcionários administrativos. Nesse período, foram realizados

treinamentos para que a utilização desse sistema passasse a fazer parte da cultura do dia

a dia dos funcionários.

A imagem adiante (5) apresenta o sistema ERP que a empresa passou a adotar.

Figura 5: Sistema ERP de Gestão Financeira Implementado na Empresa

Fonte: Os autores (2019)

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É importante destacar que as melhorias sugeridas foram resultadas de trabalhos

desenvolvidos pelas áreas de melhoria contínua na empresa. Um destes resultados

gerados pela implantação do ERP foi a agilidade e disponibilidade dos dados, além de

poupar tempo nas atividades de realização de documentação manualmente. É consenso

entre todos que viabilizaram este trabalho que o aumento da produtividade e economia de

tempo foram fruto de todos envolvidos nesse processo.

3.3. Aumento do Quadro de Funcionários

Com base nos dados da visita, foi sugerido ao sócio gestor a contratação de pelo

menos mais um funcionário para composição da área administrativa, ajudando assim nas

atividades diárias, a qual o gestor executava, que, por sua vez, não tinha muito tempo para

focar na estratégia da empresa em captar mais contratos e, por consequência, não tinha

um controle detalhado sobre as entradas de recursos na empresa e saída. A imagem 6

representa uma parcela do antigo organograma utilizado empresa, com os respectivos

funcionários em que se contava apenas com o sócio diretor para as atividades rotineiras

do setor administrativo da empresa.

Figura 6: Antigo Organograma da Empresa

Fonte: TMA Engenharia (2017)

Em junho de 2018, os sócios realizaram a contratação de dois novos colaboradores

para atuarem no setor administrativo, cada um em uma filial da empresa (Lorena e São

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Paulo). O funcionário de São Paulo atua na rotina administrativa e o colaborador de

Lorena opera com a rotina administrativa e financeira, conforme a imagem 7, a seguir.

Figura 7: Atual Organograma da Empresa

Fonte: TMA Engenharia (2017)

Com essa ajuda, o sócio gestor participou de licitação, obtendo mais dois contratos

de suma importância na empresa, passando de 18 para 24 funcionários em um período de

6 meses.

REFERÊNCIAS

CARRIJO, José Ricardo Scareli; TOLEDO, José Carlos de. A implementação da

metodologia de Total Productive Maintenance-TPM em ambientes administrativos: um

estudo de caso em um departamento de uma indústria gráfica. XII SIMPEP – Bauru, SP,

7 a 9 de novembro de 2005. Disponível em:

<http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_12/copiar.php?arquivo=CARRIJO_JRS_

A%20implement a%E7%E3o%20da.pdf> Acesso em: 25 mar. 2017 16:30.

FREITAS, Éder Benevides. Engenharia de Produção. TPM – Manutenção Produtiva

total. Artigo online, publicado em 15 de maio e 2009. Disponível em:

<http://engenhariadeproducaoindustrial.blogspot.com.br/2009/05/tpm-

manutencaoprodutivatotal.html>. Acesso em: 15 mar. 2019.

GIL, Antônio Carlos. - Como elaborar projetos de pesquisa - 4. ed. - São Paulo: Atlas,

2002.

JUNIOR, Joel da Conceição; SILVA, Sérgio Luís da Silva. Implementação dos

conceitos do TPM (total productive maintenance) no processo de desenvolvimento de

produtos: estudo de caso na indústria automobilística. In: Encontro Nacional de

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AS VANTAGENS NO PLANEJAMENTO ADEQUADO DE LAYOUT DENTRO

DAS INDÚSTRIAS

AURELIANO HENRIQUE DE SOUZA

BRUNO BITTENCOURT PERRONI

HELEN CAROLINE SILVA DINIZ

JOSÉ RICARDO CRISPIM BARBOSA

LEONIDAS MAGNO DE MORAIS

Resumo

Este artigo busca mostrar a importância da escolha assertiva de um layout para cada tipo de

situação. É possível perceber que um layout bem planejado gera um impacto positivo a indústria,

podendo minimizar os custos das operações e melhorar a produtividade dos processos.

Apresentaremos alguns tipos de layout que são mais utilizados, e que quando implementados de

forma estratégica gera a otimização dos procedimentos de fabricação do determinado produto.

Mostraremos que o layout pode ser colocado individualmente ou juntamente com outros tipos,

para que se possa obter os resultados esperados, deixando claro que é preciso uma análise do

ambiente escolhido para instalação e implementação do layout, olhando para especificações e

técnicas estudadas no presente artigo.

Palavras-chave: Layout, Planejamento, Impacto, Implementação.

Abstract

This article tries to show the importance of the assertive choice of a layout for each type of

situation. You can see that a well-planned layout has a positive impact on the industry, which can

minimize transaction costs and improve process productivity. We will present some types of layout

that are most used, and that, when implemented in a strategic way, generate the optimization of

the manufacturing procedures of the product in question. We will show that the layout can be

placed individually or in conjunction with other types, so that the expected results can be

obtained, making clear that an analysis of the chosen environment for installation and

implementation of the layout is necessary, observing the specifications and techniques studied in

this article.

Keywords: Layout, Planning, Impact, Implementation.

INTRODUÇÃO

O tema de Layout refere-se, sobretudo estabelecer ou redirecionar o arranjo físico

de uma instalação. Assim sendo, máquinas, equipamentos, mão de obra, áreas de

movimentação e estoques são ajustadas de forma harmônica. Tendo como finalidade

proporcionar o melhor desempenho dos funcionários e dos equipamentos, de forma que

o trabalho proceda de modo simples e descomplicado.

Com uma preparação de layout feita de maneira equivocada toda a capacidade e

produtividade da organização serão atingidas, provocando paradas no procedimento,

perca de tempo para ajuste gerando assim falhas no estoque e atrasos nas entregas dos

pedidos, além de aumentar os custos altos e gerar prejuízos.

Ao planejar e analisar qual tipo de layout se encaixa melhor no espaço físico da

indústria é possível oferecer economia nos custos e maior produtividade dos

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colaboradores, evitando possíveis transtornos em uma reformulação de um novo layout

para a indústria.

Como justificativa, o trabalho visa mostrar a importância que o layout tem quando

planejado adequadamente, de modo que seja possível aproveitar ao máximo os recursos

disponíveis, sendo os de colaboradores ou equipamentos, durante a execução dos

processos. Ao criar uma trajetória de produção, é possível diminuir o tempo entre um

processo e outro, tendo um controle maior de onde está o produto e em que fase se

encontra. Sem um layout adequado podem ser gerados gargalos na produção, excesso de

mão de obra, recursos ociosos e desperdício de tempo gerando maiores custos a empresa.

O objetivo desta pesquisa é mostrar a importância da escolha adequada do layout

de acordo com a necessidade e tipo de produto ou serviço prestado. Com isso busca

melhorar entre outros fatores determinantes como: melhor aproveitamento de espaço,

tempo e produtividade.

Como fundamentação teórica foram estudados os principais conceitos dos autores

Hergaru, Mecklenburgh e Francis, Siqueira, Slack, Chambers e Jhonston, Ambrose e

Harris, entre outros.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Com os conceitos estudados será possível demonstrar a importância que um layout

tem dentro da industria e apresentar seus tipos mais utilizados, sua melhor maneira de

planejamento e como deve ser implantado dentro do espaço físico disponível.

1.1. Conceito de Layout

Para definir o layout de uma indústria é necessário decidir como será o ambiente

de cada processo, ou seja, como será seu arranjo físico. É preciso definir como todo

material, equipamentos, maquinários e pessoas envolvidas no processo deverão estar

posicionados para melhor atender o processo de produção.

A expressão layout ou disposição física está atrelada a acomodações industriais,

contudo, sua aplicação é mais abrangente e pode se estender a instalações como, lojas

comerciais, escritórios, armazéns, e assim por diante. Por conceito podemos atestar que

layout é a forma que um determinado espaço é ordenado.

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Desta forma, HERAGU (1997), classifica o layout de uma instalação como sendo

a disposição de tudo o que é necessário para a produção de bens ou prestação de serviços

sendo a instalação, a área que facilita o desempenho de qualquer trabalho.

O layout é uma característica intrínseca a qualquer operação, visto que determina

a sua forma, aparência e a maneira como materiais, informações e clientes fluem através

dessa operação (SLACK, et al., 1997). A vista disto o autor delineia layout padrão aquele

que procura reduzir o distanciamento total percorrido, com o deslocamento mais

apropriado dos materiais em busca de custos reduzidos no armazenamento com maior

flexibilidade.

O estudo do planejamento de layout, normalmente é abordado como fator

quantitativo, tendo como objetivo minimizar o custo de movimentação de pessoas e

materiais numa instalação concreta, (MECKLENBURGH, 1985 e FRANCIS et al.,1992).

Ainda assim, segundo FRANCIS e WHITE, (1974), o estudo de layout deve considerar

fatores qualitativos, tais como, a segurança da instalação, a flexibilidade do layout, o ruído

e a estética.

Nas diversas aplicações das concepções de layout a particularidades para cada

caso, vale ressaltar que o senso de melhoria continua converge em todas essas aplicações

no que tange seu objetivo final que é criar/ ajustar a disposição dos elementos matérias e

humanos da melhor forma possível, para que a fluidez dos processos progrida ao mais

baixo custo com desenvolvimento sustentável em todos os âmbitos.

1.2. Tipos de layout

De acordo com Siqueira (p.99, 2009) layout é a forma em que são distribuídos os

recursos produtivos no espaço. Na indústria é possível identificar alguns tipos básicos de

layout que são muito encontrados, eles podem ser feitos de várias formas.

Vamos nos aprofundar no conhecimento de quatro deles que são:

▪ O layout Funcional;

▪ Layout em linha;

▪ Layout celular;

▪ Layout de posição fixa.

Layout Funcional, os recursos são posicionados em locais específicos formando

áreas ou setores. Tendo assim, uma plasticidade para que seja possível atender as

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mudanças que surgem no mercado, porém o seu percurso se torna mais longo até chegar

a sua finalização. A figura 1, ilustra um modelo de layout funcional dentro de uma

metalúrgica que contém áreas de usinagem, pesagem, furação, montagem e acabamento

(SIQUEIRA, p. 100, 2009).

Figura 1: Modelo de layout funcional dentro de uma metalúrgica

Fonte: Siqueira (p.100, 2009)

O layout funcional é bem flexível e pode atender produtos diversificados com

quantidades variáveis, sendo adequado para as indústrias com produções que podem ser

feitas em pequenas ou médias quantidades.

Layout em linha não é muito flexível, por isso acaba sendo indicado para

operações que são pouco diversificadas e seu investimento em equipamentos pode ser

bem alto. Seus recursos são colocados de forma linear, de acordo com a sequência das

operações. Esse tipo de layout também pode ser colocado em outras formas como em S,

U ou L(SIQUEIRA, p. 100, 2009).

Figura 2: Modelo de layout em linha com formato U

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Fonte: Siqueira (p. 101, 2009)

O layout em linha tem seu caminho definido, sendo preferido pelas indústrias na

fabricação de um produto em larga escala que tornara a produção ainda mais eficiente.

Layout celular é constituído por duas ou mais estações em um mesmo local, onde

é possível executar por completo uma etapa da fabricação. Entre as células existe um

fluxo em linha, tornando sua flexibilidade média e com índice de qualidade elevado, por

isto, exige um comprometimento grande por parte dos colaboradores de cada célula.

Nesta figura, podemos observar uma fábrica de aparelhos com duas estações (SIQUEIRA

p.101, 2009).

Figura 3: Modelo layout celular com duas estações

Fonte: Siqueira (p. 101, 2009)

O layout celular, seus produtos podem ser encaminhados para outra célula com

outro tipo de produção, tendo uma maior flexibilidade nos processos e diminuindo os

estoques e transportes de materiais.

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Layout de posição fixa é praticamente impossível de ser movido por ser muito

grande e pesado, por isto, é colocado de forma fixa e os outros equipamentos utilizados

na produção são deslocados ao seu redor. Na figura a seguir podemos observar um modelo

de layout fixo onde um navio está sendo construído, os trabalhadores e equipamentos

devem se deslocar em torno para sua produção (SIQUEIRA, p. 102, 2009).

Figura 4:Modelo de layout fixo na produção de um navio

Fonte: Siqueira (p. 102, 2009)

O layout de posição física, os produtos que estão sendo produzidos não se movem,

pois se torna praticamente impossível seu deslocamento devido ao tamanho e peso de

seus componentes. Esse tipo de processo é utilizado na construção de pontes, navios,

aviões entre outros.

Existem algumas maneiras para escolher o tipo de layout mais adequado para a

indústria em seu sistema produtivo. Com base em uma ferramenta de Slack, Chambers e

Jhonston (2008) que é apresentada como uma solução que considera os volumes e as

variedades na produção, onde a decisão deve ser tomada avaliando as vantagens e

desvantagens de cada layout (SIQUEIRA, p. 103, 2009).

Figura 5:Ferramenta para decisão de layout

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Fonte: Siqueira (p.103, 2009)

Os tipos de layout dentro uma indústria tem grande importância e se mal planejado

poderá prejudicar andamento da produção devido as máquinas estarem fora de lugar ou

distantes, o que gera grande perda de tempo, espaço e dificulta a condução do estoque

dentro do setor, podendo ocasionar perdas de peças no decorrer da fabricação. Que levam

a indústria ser ineficaz em seus processos diminuindo as possibilidades de gerar mais

lucros.

1.3. Planejamento de layout

O planejamento de um layout consiste no ato de organizar determinadas atividades

e processos para atingir um objetivo, quando bem elaborado a chance de êxito é

promissora. O planejamento proporciona redução de tempo e dinheiro, como também

aperfeiçoa a chance de melhoria e com isso garante o sucesso, também colabora para a

diminuição de risco na produção. O desenvolvimento adequado do mesmo mostra aos

gestores o aproveitamento de uma grande oportunidade de como otimizar os recursos

disponíveis.

Segundo Ambrose e Harris (2012, p. [9]), “O Layout é o arranjo de elementos de

um design em relação ao espaço que eles ocupam e em conformidade com um esquema

estético geral. Também podemos chamá-lo de gestão da forma e do espaço”. O Layout,

portanto, busca minimizar os custos e os espaços dentro de uma organização visando

melhorar o rendimento do mesmo trazendo benefícios aos indivíduos que se utilizam

dessa ferramenta.

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Após o desenvolvimento do Layout, inicia-se um processo de seleção, onde

essa ferramenta passa por uma avaliação de viabilidade e aprovação entre as

áreas envolvidas onde analisam se os critérios utilizados no projeto que foram

satisfeitos (KERNS, 1999 apud TORTORELLA, FOGLIATTO, 2008, p. 612).

Após o desenvolvimento do arranjo físico, os gestores analisam a esquematização

da ferramenta e viabilizam sua utilização no espaço físico industrial na qual houve

solicitação.

De acordo com MUTHER, “Além disso, eles permitem que o usuário-chave e os

envolvidos que irão aprovar o layout participem das decisões tomadas” (MUTHER et al,

2000 apud TORTORELLA, FOGLIATTO, 2008, p. 612).

Apesar do problema de layout de uma empresa ser um tema de grande

relevância prática, a literatura sobre sistemática para avaliação das alternativas

de layout e relativamente ilimitada. A avaliação de alternativa de layout

consiste em analisar as condições de tempo, espaço e informação. Assim

permitindo encontrar soluções para tornar objetiva a avaliação do layout

proporcionando uma seleção da melhor alternativa. (LIN; SHARP, 1999 apud

TORTORELLA, FOGLIATTO, 2008, p. 612).

Portanto para começar uma empresa devem-se analisar quais os principais

objetivos da mesma, para então conseguir dar início a um processo de estruturação, o

layout é de extrema importância para qualquer instituição, deve ser bem planejado desde

a entrada da matéria prima até a sua saída, buscando minimizar o tempo e os custos e

melhorar a qualidade de seus produtos, além de atender as expectativas de seus usuários

trazendo maior conforto em seus locais de trabalho.

O responsável pela elaboração do planejamento de layout deve analisar diversas

vertentes, Russel (2002) apud Neumann; Scalice (2015 p. 14) ressalta que “as decisões

fundamentais para o planejador de layout envolvem o volume de capital a investir, a

facilidade de criação de pontos de estoque, o ambiente e atmosfera do trabalho...”, ou

seja, todo o ambiente necessita de prévia análise para execução do planejamento.

1.4. Impacto e implementação de um layout

De acordo com Siqueira (p.98, 2009) um layout bem planejado gera grandes

impactos positivos, onde causa um desempenho maior na produção. Isso permite que as

operações para fabricação de determinados produtos sejam mais eficazes e eficientes,

tornando os resultados garantidos. Por isso se torna necessário um planejamento

adequado e preciso na escolha do layout e na sua implantação.

Em alguns casos o layout é planejado de maneira incorreta, fazendo-se necessária

algumas mudanças. Além de causar confusão nos fluxos, perder muito tempo na

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produção. Porém, é difícil de serem realizadas, já que geram grandes custos, tendo que

provavelmente ser parada toda uma linha de produção para o reajuste do layout que está

gerando resultados insatisfatórios (SIQUEIRA, p.98,2009).

A sua implementação ou mudança, normalmente é defina pelo nível estratégico

ou tático da empresa, pois envolve um bom planejamento e grandes custos. Esse tipo de

decisão por ser feita por vários motivos, como para introdução de uma nova linha de

processos para fabricação de determinados produtos, um elevado custo operacional,

melhoria do espaço físico. O layout deve ser flexível as mudanças, pois podem ocorrer

algumas necessidades da parte da operação como redução da distância percorrida pelos

processos de produção, considerando uma boa utilização do espaço (PEINADO E

GRAEML, 2007).

De acordo com Slack et al. (p.214, 2007) para se decidir como implantar um layout

deve ser analisada suas vantagens e desvantagens e ter um entendimento correto sobre

elas. Tendo em vista, os custos aproximados de sua escolha, pois ter o valor exato dos

custos se torna difícil obter já que existem vários fatores a analisar.

Tabela 1: Vantagens e desvantagens de cada tipo de Layout

TIPOS DE LAYOUT

VANTAGENS

DESVANTAGENS

Espaço utilizado é maior;

FUNCIONAL

Flexibilidade; Menor Dificuldade em controlar

investimento; Alcance da

fluxos; Tempo alto de

supervisão. produção.

Reduz tempo; Fácil controle; Alto investimento;

LINHA Produção simples; Baixa Inflexibilidade;

necessidade de inspeção. Vulnerabilidade na produção.

Redução de espaço, estoques, Alto investimento;

CELULAR lead-time; Operários Dificuldade em alterar o

multifuncionais; Motivação. layout; Capacidade adicional.

Baixa eficiência; Produtos de

FIXO

Produto não se move; baixa escala; Grande

Variedade na mão de obra;

movimentação de mão de obra

e equipamentos.

Fonte: Slack et al. (p.214, 2007) Adaptado

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Antes de implementar um layout deve ser analisados todos os aspectos da

indústria, como qual produto será produzido, o espaço físico e suas vantagens e

desvantagens. Isto faz com que os equipamentos, os colaboradores, as instalações e

maquinário estejam alocados de forma adequada, para que sejam evitadas futuras

mudanças por erro no modelo de layout. Como já foi dito, gera grandes custos uma

mudança no layout e pode se tornar longo o processo de reparo, afetando todo o fluxo de

materiais, e atrasos no cumprimento de contratos com os clientes.

2. METODOLOGIA

Para elaboração deste trabalho foram feitas pesquisas bibliográficas e eletrônica

referentes ao assunto de layout e suas vantagens como artigos, teses e livros. Por meio

destas informações adquiridas, este trabalho vem falar de forma simples e objetiva os

tipos de layout e suas vantagens e assim conseguir transmitir uma informação clara e de

fácil compreensão.

3. PROBLEMÁTICA

Dentre todos os motivos para se reorganizar o layout de uma empresa observamos

a defasagem de seus modelos atuais com necessidade de serem adequados para a melhoria

organizacional da produção, dos quais elencamos alguns deles:

- Quando adquirimos na linha de produção novos produtos, o layout deve ser alterado

modificando assim o método de produção para melhor eficiência, fluxo de matérias,

equipamentos e estocagem de produtos.

- Os recursos que ficam distantes uns dos outros podem ocasionar um deslocamento

desnecessário dos colaboradores, gerando uma perda de tempo na produção muito alta.

- As condições das instalações inapropriadas como sinalização, iluminação, ventilação e

temperatura.

- Cortes de mão de obra ou equipamentos que geram um novo fluxo de produção.

4. RESULTADOS ESPERADOS

Esperamos que este trabalho tenha uma contribuição para um melhor

entendimento de layout e como ele pode ser um procedimento que executado de forma

estratégica irá contribuir na otimização dos processos de produção, aumentando a

produtividade e tornando a organização mais competitiva. Nesse estudo, vimos que o

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layout atribuiu várias vantagens para a indústria quando utilizado adequadamente de

acordo com cada tipo de processo da produção.

Ao planejar um layout será possível diminuir custos para indústria, de forma que

reduzirá os investimentos com transporte de uma operação para outra, o tempo se tornará

mais produtivo, o espaço será utilizado de forma mais adequada. Com isso, podemos

harmonizar e integrar todos os procedimentos de produção, resultando em um rendimento

máximo de todos os fatores da produção.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O layout dentro de uma indústria é essencial para seu desempenho de forma

positiva, pois se os equipamentos, maquinários e os colaboradores não estiverem

trabalhando em forma proporcional e adequada aos processos, a produção se torna frágil

ficando propicia a erros de controle de materiais, imprevistos em relação ao tempo,

podendo ocasionar extravios de produtos durante sua fabricação.

Podemos perceber que para a elaboração de um layout é uma tarefa difícil e

desafiadora, pois são envolvidos vários fatores para seu planejamento sendo eles,

humanos, equipamentos, espaço físico e maquinário. No entanto ao minimizar a distância

em qual será percorrida pelo produto ate a sua produção final, e aproximando os setores

com processos parecidos e seguintes ao o outro, pode-se obter um resultado maior na

produtividade da indústria.

Com um layout feito adequadamente dentro dos processos de produção na

indústria, será possível melhorar os fluxos, o espaço físico dos equipamentos, reduzir

custos e tempo de produção, tornando a organização ainda mais competitiva em relação

ao mercado.

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AVALIAÇÃO ERGONÔMICA EM UMA EMPRESA DE LUBRIFICANTES E

DESENGRAXANTES

IVONALDO JUSTINO GONÇALVES

ROSINEI BATISTA RIBEIRO

VÂNIA DA SILVA GONLÇALVES

Resumo

As doenças ocupacionais, ou seja, as doenças relacionadas com o ambiente de trabalho, além de

atingir a vida do trabalhador, têm implicações legais. Dentre elas, estão a LER (Lesões por

Esforços Repetitivos) e o DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). Este

trabalho tem como objetivo identificar e amenizar os riscos causados pelos movimentos

repetitivos dos colaboradores de uma empresa de lubrificantes e desengraxantes ao executarem

as tarefas diárias. O levantamento de dados será a partir de medições e imagens de 1 (um)

colaborador do setor de produção, para analisar os esforços realizados por ele. A partir do

levantamento de dados, será desenvolvido um protótipo para auxiliar nas atividades. Espera-se

que este trabalho consiga melhorar os postos de trabalho evitando assim futuras lesões que possam

prejudicar a saúde física e mental dos colaboradores.

Palavras-chave: LER/DORT; Ergonomia; Qualidade de Vida.

Abstract

Occupational diseases, ie diseases related to the work environment, in addition to reaching the

life of the worker, have legal implications. Among them are the LER (Repetitive Strain Injuries)

and the DORT (Work-Related Musculoskeletal Disorders). This work aims to identify and

minimize the risks caused by the repetitive movements of the employees of a lubricants and

degreasers company when performing the daily tasks. The data collection will be based on

measurements and images of 1 (one) collaborator of the production sector, to analyze the efforts

made by him. From the data collection, a prototype will be developed to assist in the activities. It

is hoped that this work will improve the jobs, thus avoiding future injuries that could harm the

physical and mental health of employees.

Keywords: LER / DORT; Ergonomics; Quality of life.

INTRODUÇÃO

Segundo a pesquisa de 2013 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística), cerca de 3.568.095 trabalhadores disseram ter tido diagnóstico de

LER/DORT, sendo uma das doenças ocupacionais mais frequentes nas estatísticas da

Previdência Social.

Este trabalho tem como objetivo identificar e amenizar os riscos causados pelos

movimentos repetitivos dos colaboradores ao executar as tarefas diárias dentro de uma

empresa de lubrificantes e desengraxantes.

O projeto justifica-se pois irá proporcionar uma diminuição nos custos opercionais

e principalmente, melhorar a qualidade de vida dos funcionarios diminuindo o esforço

repetitivo e a ergonomia inadequada que pode causar lesões nos músculos, tendões,

nervos e ligamentos.

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Neste contexto, visando um maior entendimento sobre o assunto proposto, esta

pesquisa, será realizada com embasamento teórico e prático. Teórico, em virtude das

informações coletadas por meio de referenciais bibliográficos como Ildo (2010), Silveira

(201?), Capeletti (2013) e trabalhos disponibilizados on-line; prático, pelo fato que se

pretende, por meio da aplicação do método Rula, identificar possíveis não conformidades

nas atividades desempenhadas pelos colaboradores e propor melhorias.

Com este trabalho, avaliação ergonômica em uma empresa de lubrificantes e

desengraxantes, espera-se melhorar a satisfação pessoal dos colaboradores e também

organização, uma maior agilidade e um ganho na produtividade da empresa.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. Automatização

A automação industrial e promovida pela implementação da tecnologia em um

processo, para que ele seja simplificado e agil. O intuito dela é substituir metodologias de

trabalhos defasados que provocam perda de tempo em setores de uma empresa por

recursos tecnológicos que potencializam o trabalho.

Tem como intuito melhorar as condições de trabalho das pessoas para eliminiar

os riscos e perigos, consequentemente aumentando a segurança nos postos de trabalho,

melhorar a produtividade aumentando o número de itens produzidos por hora e

simplificar a produção.

Cada vez mais os segmentos de produção industrial, geração e distribuição de

energia, transportes e muitos outros requerem um número crescente de novos

sistemas e máquinas automatizadas. Isto se deve ao aumento da produção, aos

custos mais baixos de componentes de automação e máquinas, a qualidade e

estabilidade de novos produtos e à necessidade de substituir trabalhos

perigosos e monótonos dos operadores. (SILVEIRA, 201?)

O sistema automatizado é composto por 2 partes principais:

▪ Parte operacional: Segundo Silveira (201?), é a parte responsável pela atuação direta

no processo que faz com que a máquina se mova e realize a operação desejada, através

do acionamento e pré-acionamento dos dispositivos como motores, cilindros, válvulas,

pistões, compressores de ares e por dispositivos como sensores de visão, indutivo,

capacitivo, etc.

▪ Parte de controle: Segundo Silveira (201?), é a parte programável do sistema que

geralmente utiliza o CLP (Controlador Lógico Programável), ele é considerado o

cérebro na automação industrial, pois é capaz de se comunicar com todos os

componentes que compõem este sistema. Antigamente era utilizado temporizadores,

placas eletrônicas, módulos lógicos e relês eletromagnéticos.

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1.2. Ergonomia

A ergonomia está presente no ser humanos desde os homens das cavernas, quando

perceberam que poderiam transformar materias do dia-a-dia em facilitadores de suas

atividades, como por exemplo: afiar uma pedra e amarra-la em um pedaço de galho para

usar como lança. A ergonomia é um estudo cientifico das relações entre o homem e a

máquica, com a intenção de facilitar o trabalho do homem.

O termo ergonomia deriva-se de duas palavar gregas: ergo = trabalho nomos =

leis, normas e regras.

A ergonomia contribui para melhorar a eficiência, a confiabilidade e a

qualidade das operações industriais. Isso pode ser feito basicamente por três

vias: aperfeiçoamento do sistema homem-máquina-ambiente, organização do

trabalho e melhoria das condições de trabalho. (IIDA, 2005, pag. 19)

Oficialmente a ergonomia surgiu com a Sociedade de Pesquisa em Ergonomia,

sendo datado em 12 de julho de 1949, na Inglaterra, logo após o fim da 2ª Guerra Mundial,

com a necessidade de corrigir os erros que foram cometidos com a produção em massa

de aviões, tanques, submarinos e armas. Engenheiros, médicos e cientistas deram início

a estudos sobre alavancas, pedais, botões, campo de visão dos tanques, etc.

São considerados riscos ergonômicos: esforço físico, levantamento de peso,

postura inadequada, controle rígido de produtividade, situação de estresse,

trabalho em período noturno, jornada de trabalho prolongada, monotonia e

repetitividade, imposição derotina intensa. (AGAHNEJAD, 2011, pág. 37)

A partir de 1960 os arquitetos e designers começaram a estudar sobre novas

formas afim melhoras as condições de trabalho em industrias. Já em 1980 ocorre um

avanço na área ergonômica, com o sistema carrossel de armazenagem, que proporcional

o operador não precisar abaixar, subir escadas ou andar longas distâncias para procurar

ou armazenar um determinado, os itens solicitados são trazidos automaticamente até a

altura proporcional para que o operário retire sem causar riscos de lesões por esforço.

A aplicação sistemática da ergonomia na indústria é feita identificando-se os

locais onde ocorrem problemas ergonômicos mais graves. Estes podem ser

reconhecidos por certos sintomas como alto índice de erros, acidentes,

doenças, absenteísmos e rotatividade dos empregados. Por trás dessas

evidências podem estar ocorrendo uma inadaptação das máquinas, falhas na

organização do trabalho ou deficiências ambientais, que provocam dores

musculares e tensões psíquicas nos trabalhadores, resultando nos sintomas

acima mencionados. (IIDA, 2005, pag. 20)

Conforme diz a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), a ergonomia

tem como objetivo intervenções e projetos que visam a aumentar a segurança, o conforto,

o bem-estar e a eficácia das atividades humanas.

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1.3. Os Tipos de Ergonomia

De acordo com Iida (2005), existem 3 principais tipos de ergonomia, são eles:

▪ Ergonomia física – caracteriza-se pela anatomia humana, antropometria, fisiologia e

biomecânica, relacionados com a atividade física. Sendo eles a postura no trabalho,

manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios musculoesqueléticos

relacionados ao trabalho, projeto de postos de trabalho, segurança e saúde do

trabalhador.

▪ Ergonomia cognitiva – Caracteriza-se pelos processos mentais, como a percepção,

memória, raciocínio e resposta motora, relacionados com as interações entre as

pessoas e outros elementos de um sistema. Sendo eles a carga mental, tomada de

decisões, interação homem-computador, estresse e treinamento.

▪ Ergonomia organizacional – Caracteriza-se pela otimização dos sistemas sócio

técnicos, abrangendo as estruturas organizacionais, políticas e processos. Sendo eles

as comunicações, projeto de trabalho, programação do trabalho em grupo, projeto

participativo, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede,

teletrabalho e gestão da qualidade.

1.4. LER e DORT

A LER (Lesão por esforço repetitivo) e a DORT (Distúrbio Muscular Relacionado

ao Trabalho), são doenças que afetam os músculos e sistema nervoso, sendo desencadeia

por tarefas repetitivas, posições desagradáveis e esforços por longos períodos de tempo.

(KUORINKA e FORCIER, 1995)

Segundo o Ministério da Saúde (2009), para que se possa prevenir e evitar a

LER/DORT, as principais medidas são a adaptação e ou ajustamento do meio ambiente

(posto de trabalho), às características do corpo humano.

1.5. Método RULA

O método RULA (Rapid Upeer Limb Assessment)) é utilizado para avaliar e

analisar a postura e a angulação entre os membros e o corpo para identificar riscos que

merecem atenção maior, utilizando diagramas para mostrar a amplitude de movimentos

nas articulações e as forças exercidas pelos segmentos em análise. Ele avalia os membros

superiores e inferiores, sendo assim o corpo foi dividido em 2 grupos, A e B.

• Grupo A, membros superiores: braços, antebraços e punhos.

• Grupo B, membros inferiores: pescoço, tronco, pernas e pés

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São atribuídos valores de 1 a 7 progressivamente, sendo 1 menor risco de lesão e

7 maiores riscos de lesão para o membro avaliado. Após os registrados nas tabelas 1 e 2,

os valores são lançados na tabela 3, onde se torna visível a pontuação final da avaliação

da postura.

Grupo A: Membros superiores: braços, antebraços e punhos.

Braços: De acordo com Capeletti (2013), a análise do braço é pontuada de acordo

com a amplitude do movimento durante a atividade (figura 1), valores que variam de 1 a

4. A essa pontuação, deve-se adicionar 1 ponto quando o braço está abduzido ou o ombro

elevado; por outro lado deve-se subtrair 1 ponto se o braço está apoiado, atenuando a

carga. A pontuação segue a seguinte ordem da esquerda para a direita das silhuetas, 1-2-

2-3-4.

Figura 1: Amplitude do braço.

Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993)

Antebraços: De acordo com Capeletti (2013), a análise do antebraço é similar à

do braço, (figura 2), analisa-se as posturas e se atribui pontos (1 ou 2). A esta pontuação,

deve-se adicionar 1 ponto quando o antebraço cruza a linha média do corpo ou se há

afastamento lateral.

Figura 2: Amplitude dos antebraços.

Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993)

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Punhos: De acordo com Capeletti (2013) a pontuação do punho se dá de 1 a 3

(figura 3). Sendo que se deve adicionar 1 ponto se o punho apresentar desvio lateral

(radial ou ulnar). Verifica-se a realização ou não de rotações do punho (prono supinação)

e as pontuações devem ser: 1 ponto para amplitude média e 2 para rotações de grandes

amplitudes.

Figura 3: Amplitude do pulso.

Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993)

Grupo B: Membros inferiores: pescoço, tronco, pernas e pés.

Pescoço: De acordo com Capeletti (2013), a postura do pescoço é analisada (figura

4), atribui-se os valores de 1 a 4 conforme a amplitude dos movimentos realizada durante

a atividade. Deve-se adicionar 1 ponto quando pescoço está inclinado lateralmente ou

rodado.

Figura 4: Amplitude do pescoço.

Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993)

Tronco: De acordo com Capeletti (2013), a postura do tronco é analisado (figura

5), atribuindo valores de 1 a 4. Da mesma forma que para o pescoço, adiciona-se 1 ponto

quando o tronco estiver inclinado lateralmente ou rodado, ou ainda se o indivíduo estiver

sentado. A pontuação, da esquerda para a direita, 1-2-3-4, para cada silhueta.

Figura 5: Amplitude do tronco.

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Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993)

Pernas e pés: os pontos são atribuídos da seguinte maneira, 1 quando estão

apoiados e 2 quando não estão apoiados. Quando os valores registrados das tabelas 1 e 2

em mãos, eles são cruzados e lançados no quadro 3 da pontuação geral.

Quadro 1: Contração muscular.

Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993)

O quadro 2, adiante, apresenta a relação, pontuação, entre a força utilizada na

realização das atividades, com a intensidade com que ela é realizada.

Quadro 2: Força e carga.

Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993)

O quadro 3 a seguir, mostra a relação entre a contração muscular, quadro 1, e a

força, quadro 2, conforme a atividade desenvolvida.

Quadro 3: Pontuação geral.

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Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993)

2. METODOLOGIA

Metodologia é o tópico do projeto de pesquisa que abrange maior número de itens,

pois responde às seguintes questões: Como? Com quê? Onde? Quanto? (LAKATOS,

2003, p.221).

Para a realização deste artigo, serão utilizadas pesquisas em estudos bibliográficos

e web gráficos de trabalhos já realizados acerca do assunto. Para Gil (2002, p. 37), o

estudo de caso é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências

biomédicas e sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos,

de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento.

O trabalho está centrado no seguinte problema de pesquisa: Qual o benefício e

uma ferramenta automatizada para mitigar os esforços repetitivos realizados pelos

funcionários da empresa?

Figura 6: Tampa menor da bombona.

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Fonte: Autores (2019)

O fluxograma apresentado, representa as etapas deste trabalho que já foram

realizadas e as que ainda serão realizadas ao decorrer da pesquisa.

• Pesquisas – Foram realizadas pesquisas bibliograficas e webgraficas sobre o

tema abordado. Utilizado-se do laboratório de materiais, texturas e modelagens

do UNIFATEA.

Figura 7: Laboratório de Materiais, Texturas e Modelagem do UNIFATEA.

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Fonte: Autores (2018)

• Automatização – Estudo através de pesquisar em livros e artigos publicados para

que fosse possivel compreender melhor o tema e efetuar a escreita do artigo.

• Ergonomia – Estudo através de pesquisar em livros e artigos publicados para que

fosse possivel compreender melhor o tema e efetuar a escreita do artigo.

• Análise do setor a receber a intervenção – Com visitas periodicas a empresa

Anaser Industrial LTDA, observou-se qual processo necessita de uma atenção

melhor e uma mudança.

Figura 8: Empresa Anaser Industrial e Comercial Ltda.

Fonte: Autores (2018)

• Desenvolvimento do propósta- Em posse das informações obtidas será

elaboradoum protótipo de uma ferramenta facilitadora para abrir as tampas das

bombonas.

• Aplicação do método rula - será aplicado no setor de produção, para ver a

rotação do pulso do colaborador que abre as tampas da bombona, ele realiza esse

movimento de rotação durante todo o expediente, tornado-se um movimento

repetitivo que a longo prazo poderá se tornar prejudicial a saúde do mesmo.

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• Protótipo - será desenvolvido a partir da utilização do aço para ser modelado de

acordo com as tampas da bombona e para que a outra extemidade se encaixe em

uma parafusadeira.

Atualmente, a atividade desenvolvida é com a utilização de uma chave manual,

conforme apresentado na imagem 9, adiante

Figura 9: Chave que abre as tampas.

Fonte: Autores (2019)

Figura 10: Tampa maior da bombona.

Fonte: Autores (2019)

Figura 11: Tampa menor da bombona.

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Fonte: Autores (2019)

Figura 12: Parafusadeira ilustrativa.

Fonte: www.lojadomecanico.com.br (2019)

• Teste – Após a finalização do protótipo será realizado testes de rotação e força,

para compreender se a sua utilização será viavel

• Novo protótico – caso haja algum resultado não satisfatório, o protótipo será

avaliado e corrigido.

• Utilização na empresa – após a ser aprovado nos testes, será implantado na

empresa a nova ferramenta.

3. RESULTADOS ESPERADOS

A empresa em estudo está no mercado desde 1990, situada na cidade de Lorena,

São Paulo, fornece óleo lubrificante, fluídos de refrigeração, protetivos (anticorrosivos)

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e desengraxantes (líquidos em pós) para empresas do estado e de todo o Brasil.

Atualmente a empresa conta com 07 colaboradores, entre produção, laboratório de

pesquisa e desenvolvimento, vendas e administrativo.

Espera-se que o protótipo passe nos teste e que seja implementado na empresa,

gerando assim menos riscos à saúde do colaborador responsavel por abrir e fechar as

tampas por esforço repetitivo e que com isso melhore a qualidade de vida nos posto de

trabalho.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao CNPq pela concessão da bolsa PIBITI e a empresa

Anaser Industrial e Comercial Ltda.

REFERÊNCIAS

AGAHNEJAD, Payman. Análise ergonômica no posto de trabalho numa linha de

produção utilizando método Niosh – um estudo de caso no pólo industrial de

Manaus. Disponível em:

<http://repositorio.ufpa.br/jspui/bitstream/2011/2730/1/Dissertacao_AnaliseErgonomica

Posto.pdf> Acesso em: 03 de outubro de 2018.

CAPELETTI, Ben Hur Giovani Mascarello. Aplicação do método RULA na

investigação da postura adotada por operador de balanceadora de pneus em um

centro automotivo. Disponível em: <

http://repositorio.ufpa.br/jspui/bitstream/2011/2730/1/Dissertacao_AnaliseErgonomicaP

osto.pdfAcesso em: 21 de dezembro de 2018.

GIL, Antônio Carlos. - Como elaborar projetos de pesquisa - 4. ed. - São Paulo:

Atlas, 2002.

IIDA, Itiro; Ergonomi Projeto e Produção 2º ed. rev. e amplitude – São Paulo: Edgard

Blucher, 2005.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicílios: pesquisa básica − 2001 a 2014. IBGE; 2013 [citado em 2015 maio 15].

Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/PNS/2013/pns2013.pdf

KUORINKA, I., FORCIER, L., editors. Work-related musculoskeletal disorders

(WMSDs): a reference book for prevention. Great Britain: Taylor & Francis; 1995.

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LAKATOS, Marconi. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo Editora

Atlas S.A. – 2003.

SILVEIRA, Cristiano Bertolucci. O que é Automação

Industrial. Disponível em: < https://www.citisystems.com.br/o-que-e-

automacao-industrial/> Acesso em: 02 de março 2019.

PAIM, Cleverson; PERAÇA, Daniele; SAPPER, Flávia; MOREIRA, Içara; MOREIRA,

Thaísa. Análise ergonômica: métodos RULA e OWAS aplicados em uma instituição

de ensino superior. Disponível em:

<http://www.revistaespacios.com/a17v38n11/a17v38n11p22.pdf> Acesso em: 03 de

março de 2019.

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BRANDING: A IMPORTÂNCIA DE UMA BOA GESTÃO DA MARCA

DIEGO DE MAGALHÃES BARRETO

JULIA MOTA MOREIRA, JESSICA CAROLINA VIEIRA

LIDIANE STEFANI LAURINDO MARCELINO

Resumo

Ao analisar o atual conceito mercadológico, nota-se uma baixíssima demanda de empresas que

estão focadas no intuito de construir um vínculo direto com o consumidor por meio da marca.

Tanto é que existem sucessos e insucessos na gestão e construção da imagem, bom

relacionamento e novas estratégias para conquistar e fidelizar, pois garantir transparência e

qualificação de identidade da marca é um compromisso que se deve ter.

O intuito deste artigo é verificar o impacto de uma boa gestão da marca, demonstrando o valor de

um bom posicionamento focado na imagem da empresa. Por meio do estudo de caso elaborado

sobre a marca Rio 2016, é possível notar o impacto que as ferramentas utilizadas nas pesquisas

interferem no mercado, o que faz com que os gestores e profissionais de marketing que aderem e

adotam esse método contem com um retorno positivo.

Palavras-chave: Marca; Estratégia; Mercado.

Abstract

When analyzing the current marketing concept, there is a lack of demand from companies that

are focused on building a direct link with the consumer through the brand. So much that there

are successes and failures in the management and construction of the image, good relationship

and new strategies to win and loyalty, since guaranteeing transparency and qualification of the

brand identity is a commitment that must be had. The purpose of this article is to verify the impact

of good brand management, demonstrating the value of a good positioning focused on the

company image. Through the study developed in the Rio 2016 brand, it is possible to denote the

impact that the tools used in the surveys interfere in the market, causing that the managers and

marketers that adhere and adopt this method will have a positive return.

Keywords: Brand; strategy; market.

INTRODUÇÃO

Compreende-se que a marca vem sendo utilizada com o intuito de identificar e

diferenciar um produto ou serviço dos concorrentes como citado por Kotler e Armstrong

(1998). Ela é o grande patrimônio para uma empresa, e para distinguir-se no mercado,

deve desenvolver estratégias para criar ou fortalecer a imagem da marca, agregando além

das qualidades técnicas, os valores esperados pelos consumidores, ou seja, um conjunto

de atributos tangíveis e intangíveis que relacione o produto ao usuário, já que estão

atualmente cada vez mais bem informados, mais críticos e mais conscientes.

A abordagem da pesquisa concentra-se em um estudo de caso da marca Rio 2016,

que se trata dos jogos olímpicos sediados no Brasil. Sabe-se da importância desse evento

para o país e principalmente para a cidade do Rio de Janeiro, onde a marca precisa de

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uma boa gestão para garantir o sucesso em geral do evento. Por meio da pesquisa

consegue-se identificar os fatores responsáveis pelo êxito da marca com a aplicação do

branding, que utilizou essa ferramenta para adquirir posicionamento. Para atingir o foco

principal deste trabalho é preciso contextualizar o conceito de branding. Kotler (1994)

afirma que branding é muito mais do que dar nome a uma oferta. Branding é fazer certa

promessa aos clientes sobre como viver uma experiência e um nível de desempenho

completo. A gestão da marca envolve uma atividade de planejamento estratégico, como

o branding sensorial que está ligado às emoções e branding equity aos significados que

ela passa para o consumidor.

Por meio dessas estratégias é possível criar uma comunicação direta com o público

e compreender melhor o impacto que se pode causar no consumidor e no mercado.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. MARCA

Segundo Kotler e Armstrong (1998), a marca é um nome, termo, sinal, símbolo

ou combinação destes, que tem o propósito de identificar os bens ou serviços de uma

empresa ou grupo de empresas e diferenciá-los da concorrência. Obviamente se fala muito

mais do consumidor, pois com maior precisão, a marca é capaz de aprimorar suas

respostas para o que os clientes desejam ou necessitam.

Aaker (1998) afirma que as pessoas tendem a comprar uma marca conhecida, pois

se sentem confortáveis com o que lhes é familiar, confiável e tem boa qualidade. Uma

marca reconhecida será, assim, frequentemente selecionada diante de outra desconhecida.

Pode-se dizer que existem várias formas de identificar algum produto, empresa ou

serviço através da marca. Ela é a união de atributos tangíveis e intangíveis relacionados,

simplesmente, ao ato de “marcar”, um sinal, um traço, alguma forma, ou ainda uma

expressão deixada por alguém. Assim, gerenciadas de forma adequada, criam e geram

valor, além de impactar sistematicamente na hora de decisão da compra.

Quando se relaciona a palavra marca ao termo branding, torna-se muito mais que

apenas um logotipo, uma embalagem, um nome ou um design. Grandes marcas são

construídas e apresentam uma gestão de crescimento e prosperidade por meio de um

conjunto de experiências, que mantém a imagem da empresa sempre em um lugar de

destaque na lembrança do consumidor.

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1.2. BRANDING

Brand em inglês significa “marca” e a expressão “branding” resume a prática de

gestão da marca. O mercado busca a valorização da imagem da empresa e não somente

do produto/serviço em si. Sua construção é um conjunto de ações estratégicas, que quando

usadas de forma eficiente contribuem para a construção da percepção positiva do

consumidor em relação a sua empresa. Pavitt (2003, p.21) explica que “[...] é

principalmente o processo de afixar um nome e uma reputação para algo ou alguém”.

Para expressar o sentimento, Kotler (1994) afirma que branding é muito mais do

que dar nome a uma oferta, é fazer certa promessa aos clientes sobre como viver uma

experiência e um nível de desempenho completo.

Da mesma forma, segundo Walter Landor (1975), responsável pela gestão visual

da Coca-cola e da Levi’s, produtos são feitos nas fábricas, mas marcas são construídas na

mente. Branding não é um logo, identidade, produto e não é o que se diz e sim o que

dizem sobre sua empresa. É fazer com que um potencial consumidor, direto ou indireto,

parceiros, funcionários, acionistas e fornecedores perceba a marca como a única solução

para o que buscam.

Ele é um sistema de comunicação que deixa claro porque a marca importa, é achar

e comunicar algo que atraia os consumidores para a marca.

A melhor forma de compreender o conceito é, primeiro, entender o processo de

construção de uma marca, elaborado por três junções: definição do negócio,

posicionamento e proposta de valor.

• Um negócio deve transmitir de forma clara qual será o produto ou serviço

oferecido.

• O posicionamento é a relação direta para as estratégias de reputação, ele irá

determinar onde a marca se localizará na escolha do consumidor e todos os

cuidados em relação às opiniões de seus serviços.

• A proposta de valor é basicamente resumida em qual benefício será entregue ao

cliente que consumir a marca.

Após definir a identidade da empresa, deve-se avaliar para quem vai se revelar ao

mercado, ou seja, a escolha do público-alvo. “O sucesso de um processo de

posicionamento só é possível com a adequada segmentação do mercado em perspectiva”

(OLIVEIRA; CAMPOMAR, 2007, p. 48). O ponto da questão é o mercado em

perspectiva, nesse contexto não se pode priorizar todos os segmentos ao mesmo tempo.

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A Unilever, por exemplo, é uma das grandes marcas corporativas que agrega à sua marca

inúmeras outras marcas (exemplo: Nescau e Dove). Para esse fator será necessário um

estudo mais aprofundado de cada item. “A empresa deve analisar seus mercados e

ambientes de marketing a fim de descobrir oportunidades atraentes e evitar ameaças

ambientais” (KOTLER; ARMSTRONG, 1998, p.33).

Segundo Wally Olins (1989, p.10), fundador da conceituada consultoria de marcas

que leva o seu sobrenome, falar sobre marca e a construção do branding é entender que o

design estratégico faz parte da identidade corporativa: “Branding: persuadir os de fora a

comprar e persuadir os de dentro a acreditar”.

A gestão da marca envolve uma atividade de planejamento estratégico que visa a

identidade visual da empresa e pretende alcançar uma posição única na mente dos

consumidores. De modo geral, significa a ação de administrar a imagem de uma

organização.

Em um ambiente empresarial, o termo “Gestão da Marca” é considerado

fundamental e muito utilizado, principalmente pelos profissionais de Marketing, pode ser

exibida como a missão da empresa e o seu posicionamento, que ambos devem ser

coerentes e o que se vende deve ser real. O branding é o trabalho que deve ser permanente

e com o foco voltado para ações estratégicas, que faça com que a imagem da empresa se

mantenha sempre em destaque na mente do consumidor.

O posicionamento consiste no desenvolvimento e na transmissão (alicerçada

em uma marca) de uma proposta de valor, a partir de aspectos significativos

para um determinado público-alvo, os quais serão processados e comparados

com concorrentes, dando origem ao posicionamento percebido (OLIVEIRA;

CAMPOMAR, 2007, p.47).

A marca representa-se em três aspectos essenciais: definição do negócio,

posicionamento e proposta de valor. Algumas ações de Marketing fazem uma ligação

emocional direta da marca com os clientes, utilizando tais ferramentas por meio da

ambientação das lojas, promoções, campanha publicitária, diferenciais em ofertas de

produtos, discurso de imprensa, ações sociais, endomarketing4, entre outros. Algumas

marcas exploram e fornecem uma experiência voltada ao emocional, para isso existe o

brand sensorial.

4 Endomarketing: o termo Endo é oriundo do grego Endus e significa para dentro, logo seu conceito

é definido como o estudo do marketing para o público interno da empresa.

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1.3. BRAND SENSORIAL

Para Lindstrom (2007), as marcas se veiculam à memória dos consumidores,

ligada diretamente as suas emoções. Essa afirmação pode ser entendida ao explorar os

sentidos humanos e conquistar muitos clientes com isso. As marcas devem oferecer uma

experiência sensorial e emocional completa, porque, ao ter sua emoção atingida, o

consumidor tem sua razão influenciada e isso vai afetar no processo decisório de compra.

• O cheiro no que diz respeito ao olfato, se conecta diretamente às lembranças.

• A audição é relacionada ao som, o que gera o ânimo.

• O toque gera o contato, que se oportuniza por meio do tato, proporcionando o bem-

estar.

• O paladar frisa a importância do sabor, do prazer e do humor.

• A visão cria a primeira impressão, gerando o impacto e se estabelece a

diferenciação.

Entre uma pessoa que cumprimenta com um aperto de mão fraco e outra que além

de dar um aperto de mão firme aprimora-se com um sorriso, tem-se impressões

diferenciadas entre uma pessoa e outra, a primeira pode transmitir ser alguém sem força

e sem personalidade. Com a marca não é diferente, ela tem aproximadamente dois

segundos para causar uma impressão instantânea nas pessoas. Desta forma, torna-se

relevante explorar os cinco sentidos de forma intensa e precisa, mas de maneira cautelosa,

sem deixar evidências para o consumidor final.

Lindstrom (2007) aconselha que é relevante que as organizações invistam de

forma igualitária no plano de gestão de suas marcas e em um plano sensorial para elas.

Pode se dizer que a marca sensorial expressa sua identidade nos pontos de contato com o

consumidor por meio de: cores, imagens, formatos, sons, atendimento, texturas, formas

de utilização dos produtos, entre outros pontos. Cada um é entendido com o intuito de

fortalecer o posicionamento da marca, atua-se sozinha ou interligada a outras estratégias.

O branding sensorial (LINDSTROM, 2007), como o próprio nome indica,

compreende o planejamento e gestão de marcas sob o ponto de vista sensorial, com o

objetivo de estabelecer um compromisso emocional com o consumidor. A criação de

estratégias origina-se de uma profunda análise sobre a marca e leva em conta uma quinta

auditoria sensorial:

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• a montagem da marca;

• a dramatização da marca;

• a assinatura da marca;

• a implementação;

• a avaliação da marca sensorial.

Por sua finalidade, envolve uma análise crítica das estratégias implementadas,

considerando em que grau a marca sensorial alcançou o efeito desejado sem perder sua

autenticidade.

Sob o ponto de vista sensorial, a gestão de marcas pode garantir altos níveis de

fidelidade do consumidor em um propósito mercadológico saturado por apelos

publicitários. O branding sensorial auxilia na criação de uma plataforma única, calcada

em um vínculo emocional capaz de transitar em diferentes mercados, consumidores e

linhas de mercadorias. Para Lindstrom (2007), por meio do reconhecimento do poder dos

sentidos, os profissionais de marketing encontrarão novos meios para elaborar um vínculo

especial e duradouro com seus clientes, pelo prazer e apreciação das marcas sensoriais.

Ao abordar sobre como o cliente constrói uma imagem favorável das marcas no mercado,

fala-se de brand equity.

1.4. BRAND EQUITY

A marca só começa a significar algo para o consumidor a partir da aproximação

de ambos. Quando o consumidor constrói uma imagem favorável da marca, essa imagem

é justamente o valor da marca ou brand equity.

“O brand equity é o valor agregado atribuído a produtos e serviços [...] é um

importante ativo intangível que representa valor psicológico e financeiro para a empresa”

(KOTLER; KELLER, 2006, p.270).

Para Keller (2014), uma marca tem brand equity positivo quando é designada,

pois os consumidores reagem de forma mais favorável a um produto de que quando a

marca não é identificada. De forma mais simples, o consumidor é mais receptivo quando

consome determinado produto de sua marca favorita quando este é distinguido.

Apesar da marca ser importante, o foco da comunicação está no consumidor,

portanto, deve demonstrar importância por seu público. Para que o brand equity seja

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sempre positivo, será necessário gerar situações favoráveis envolvendo o consumo da

marca.

“O conhecimento da marca consiste em todos os pensamentos, sensações,

imagens, experiências, crenças etc. ligados à marca. Especificamente, elas devem criar

associações fortes, favoráveis e exclusivas com os clientes” (KOTLER; KELLER, 2006,

p.271).

Um exemplo sobre ações que criam fortes associações com os clientes foi de um

jornal em São Paulo, que teve a ideia de presentear alguns formadores de opiniões, com

uma semana de almoço grátis, era um marmitex entregue como mala-direta. Sobre a

tampa do recipiente estava impressa a primeira folha do jornal, informação e satisfação

de necessidades, sendo entregue em horário de almoço. O que fortalece o brand equity

são exemplos como esse, que propõe uma experiência com a marca e faz com que o

consumidor se sinta importante e divulgue o tal presente.

1.5. O QUE O BRANDING FAZ?

A multinacional UNILEVER possuía desde 1930 um símbolo modernista que

significava união, uma marca conservadora e sólida em 2005, ela renovou sua marca

representando as 13 submarcas da empresa em apenas um símbolo, que retratam um

pouco da história da organização, juntamente com aspectos de produtos, natureza e

vitalidade. Segundo Furrier (2008), depois de iniciar um projeto de branding em 2006, o

índice de conhecimento da marca era de 7% com faturamento bruto de 9,5 bilhões de

reais, passou para 73% no ano passado com o faturamento bruto de 11,9 bilhões. Uma

empresa é sempre melhor sucedida se for criada uma atmosfera que fascine não apenas

os que entram em contato com ela, mas também todos os que fazem parte dela.

Para Furrier (2008), quando se deseja um reposicionamento da marca, é preciso

explorar o empreendedorismo e correr alguns riscos importantes em relação ao atual eixo

de clientes atendidos, pois essa atual base pode ser abalada quando a intenção é atingir

um novo segmento. Quando isso acontece, o segmento anterior, composto por clientes já

fixos e constantes, é praticamente perdido, pois a comunicação não é mais direcionada

aos mesmos. O risco está justamente em tentar atingir um novo público sem ter a certeza

do retorno garantido pelo anterior. Por esse motivo é necessário “[...] rever a estratégia

de comunicação por completo e alterar elementos de um composto de marketing já

existente para suportar o programa de reposicionamento” (FURRIER, 2008, p. 166). Para

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que não haja erros e perdas financeiras para a empresa, é necessário analisar todos os

pontos do mix de marketing, como preço, praça, produto e promoção.

1.2. RELACIONAMENTO ENTRE MARCA, CONSUMIDOR E MERCADO

A gestão da marca se torna essencial para criar uma conexão com o público,

primeiramente é necessário conhecer melhor o público-alvo e seus pensamentos. E por

meio dessas informações consegue-se criar uma comunicação direta, uma ação eficaz e

um bom relacionamento.

“Os consumidores buscam por produtos que proporcionem emoção e prazer.

Buscam por produtos com características específicas e que possam refletir as suas

próprias personalidades” (OLIARI; ANNUSECK, 2010, p.5).

A publicidade e o marketing são os responsáveis por encontrar formas relevantes

de abordagem e relação em meio a tantos apelos. Lindstrom (2007) impõe as marcas

sensoriais, ou brandsense neste contexto. Ao analisar o pressuposto de que os seres

humanos compreendem o mundo por meio dos sentidos, o pesquisador afirma que o

diferencial destas marcas no mercado está em serem planejadas, levando em consideração

as dimensões sensoriais que fornecem um vínculo emocional com o consumidor, que

oportuniza a entrarem em contato com suas memórias, convencendo-os por intermédio

do lado irracional.

O mercado está cada vez mais dinâmico, competitivo e completo de novas

informações, por isso a marca é a representação da empresa. Trabalhar esses aspectos

pode ser trabalhoso, pois requer tempo e dedicação, em função disso é fundamental que

a empresa trabalhe fortificando sua marca, fazendo com que exista uma ligação emocional

positiva.

2. METODOLOGIA

A metodologia usada foi um estudo de caso, que se aprimorou como método

qualitativo. Para Yin (2001), o estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que

compreende um método, abrange tudo em abordagens específicas de coletas e análise de

dados.

O estudo de caso foi elaborado como foco nos Jogos Olimpícos Rio 2016 e uma

análise mais detalhada sobre cada etapa, na procura de identificar como uma boa gestão

da marca pode transformar ou interferir no resultado final, além da importância referente

ao sucesso. O estudo demonstra que para isso é necessário ter o conhecimento das

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necessidades do público, criando e desenvolvendo um projeto que tenha um efeito

positivo. Por meio dos materiais utilizados na realização da pesquisa, com foco principal

em analisar as diversas características da marca com a inclusão do branding e seus

métodos utilizados. Posteriormente, serão exibidas as análises sobre a aplicação do

branding na marca Olimpíadas Rio 2016, que teve grande influência e repercussão no

mercado.

3. RESULTADOS OBTIDOS

Classificado como o maior evento esportivo do planeta, os Jogos Olímpicos têm

como objetivo estimular a competição sadia entre os povos dos continentes do mundo. O

herói Hércules criou as Olimpíadas por volta de 2.500 a.C., na Grécia Antiga, segundo a

mitologia grega foi em homenagem ao seu pai, Zeus. No entanto, os primeiros registros

históricos são de 776 a.C., quando os atletas vencedores começaram a ter seus nomes

registrados. Como consequência e aprimoramento desse evento que ocorre a cada quatro

anos, continua-se evoluindo e nos anos atuais há novos destaques estratégicos, que

envolvem a marca como base de reconhecimento para a cidade e país em que os jogos

são sediados.

Por meio de pesquisas, pode-se verificar que os criadores da marca Rio 2016,

utilizaram três estratégias de identidade visual: o Seixo – a base da marca, pictogramas e

tipografia – paixão e transformação. A seguir, serão apresentados os reflexos sobre a

marca no país, que utilizou a estratégia de branding.

1.1. O SEIXO – A BASE DA MARCA

O Seixo é o símbolo representado na marca que lhe arredonda as arestas, foi o

ponto de partida para a criação da identidade visual da marca, em que a imagem é

encarregada de manter a uniformização da comunicação, que interliga todas as áreas,

tanto nos Jogos Olímpicos quanto os Jogos Paraolímpicos.

Reunir informações que podem envolver diversas atividades profissionais e

incluir projetos como logotipo, design de produtos e web design consiste no

desenvolvimento da identidade visual, faz com que toda referência visual de

reconhecimento crie uma associação do produto/serviço e empresa, a caminho do sucesso

pela importante estratégia que é a comunicação. Martins (2000, p. 73) afirma que “por

mais que um nome pareça perfeito e seja exclusivo, ele apenas existirá como marca

quando puder ser percebido como um sinal gráfico pelos consumidores”.

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Com o grande desenvolvimento da venda de produtos das empresas nos últimos

anos, Strunck (2001, p.67) destaca que “hoje, se uma empresa não tem uma boa imagem,

não causa uma boa impressão à primeira vista e isso com certeza irá refletir no seu

crescimento e na sua valorização no mercado”. Pode-se concluir que a elaboração de

símbolos, cores e logotipos, é essencial para o progresso de toda empresa.

Figura 1 – Marca: Jogos Olímpicos e Paraolímpicos

Fonte: https://www.google.com.br/search?q=Olimpiadas+rio+2016&rlz=1C1GCEU_pt-

BRBR821BR821&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiku9yU7dTeAhWIDZAKHZ9NA

2gQ_AUIDigB&biw=1440&bih=789#imgrc=jhKpZ8_x9pIfFM:

As sinuosidades e gama de cores foram inspiradas no que a cidade do Rio de

Janeiro representa para o mundo, incorporando todas suas características e

individualidades, com foco no convite para a maior celebração esportiva, acomodando

atletas, mídia e público com simpatia, diversidade e respeito.

Devem ser ilustrados outros pontos principais, não apenas a Cidade Maravilhosa,

pois o Brasil é um país com muitas culturas, com vários atributos, qualidades e

particularidades. O look5 conduziu todo o planejamento e desenvolvimento da marca e

das outras cidades integrantes: Belo Horizonte, São Paulo, Brasília, Manaus e Salvador,

que também são cenários das competições. Conforme demonstra a figura 2 a seguir:

Figura 2 – Belo Horizonte, Brasília, São Paulo e Salvador

5 Look: Visual. Conjunto, composição ou configuração em acessórios.

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Fonte: https://www.google.com.br/search?q=Olimpiadas+rio+2016&rlz=1C1GCEU_pt-

BRBR821BR821&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiku9yU7dTeAhWIDZAKHZ9NA

2gQ_AUIDigB&biw=1440&bih=789#imgrc=L97ml9kpUBpBeM:

1.2. A COMUNICAÇÃO VISUAL POR MEIO DE PICTOGRAMAS

Otto Neurath é o criador da ISOTYPE (Sistema Internacional de Educação

Tipográfica e Visual). O sistema estabelecido de comunicação visual por pictogramas é

uma linguagem visual universal, criada para ser compreendida independentemente do

idioma nativo do leitor. Segundo Neurath (apud KITT, 2012), partindo do princípio que

pictogramas são representações que podem ser compreendidas facilmente, elas podem

auxiliar na compreensão de informações que são muito complexas ou muito demoradas

de serem lidas e compreendidas somente com textos. Ele afirma e traz influências de que,

“Palavras dividem, imagens conectam” (NEURATH apud KITT, 2012, p.4).

É interessante ressaltar a importância dos pictogramas relacionados a cada

esporte implantado nas Olimpíadas, pois além de especificar o esporte também garante

identidade própria dentre os demais. Vale lembrar que se trata de um evento mundial, em

que pessoas de vários países se reúnem e necessitam de facilidade na comunicação,

principalmente visual em torno de todas as áreas que fazem ligação com o evento.

Beth Lula (2016), responsável pelo projeto e gerente da marca do comitê

Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, intencionada em deixar um

legado para o design brasileiro, pensou em todos os detalhes para que isso fosse possível.

O trabalho durou 16 meses e envolveu 28 profissionais jovens, da área de design e

experientes do Pan de 2007, dentre eles envolveu as federações internacionais, vários

setores do Comitê Rio 2016, do COI e do Comitê Paralímpico Internacional. Segundo

Lula (2016), os esportes e o Rio serviram de inspiração: suas curvas, a natureza

exuberante, os movimentos dos atletas, a ginga do brasileiro e do carioca.

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A criação dos pictogramas oficiais da competição foram influenciados pelas

belezas naturais e arquitetônicas do Rio de Janeiro, o “R” lembra a pedra da Gávea e as

curvas das letras a Praia de Copacabana. Envolvidos pelo desenho do seixo, somando no

total 64 pictogramas, sendo 41 olímpicos e 23 paralímpicos, que usaram como fontes as

letras da marca dos Jogos de 2016, transformaram a identidade visual dos esportes com

muita inovação e evidências da história da cidade escolhida para o sucedido. Os

pictogramas foram utilizados nos estádios, nas tabelas de jogos, placas de identificação e

tornaram a comunicação acessível para todas as pessoas e idiomas.

Nas figuras a seguir, se pode observar e apontar os comparativos de inovação em

todos os aspectos que as Olímpiadas de 2016 visou atribuir na identidade visual dos

esportes.

A figura 3 ilustra os pictogramas das olimpíadas de Londres 2012, como

comparativo mais atual das olimpíadas do Rio 2016:

Figura 3 – Pictogramas das olimpíadas de Londres 2012.

Fonte: https://www.logotipo.pt/blog/pictogramas-olimpicos-do-london-2012/

A figura 4 ilustra a inovação dos pictogramas remodelados para as Olimpíadas de

2016 no Rio de Janeiro:

Figura 4 – Pictogramas dos jogos olímpicos Rio 2016

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Fonte: http://www.bloggokin.it/2014/01/09/la-storia-dei-pittogrammi-olimpici-di-rio-

2016/pictos_alexferro_28102013-6107/

Ao analisar as figuras acima, percebem-se os diferenciais utilizados no design dos

pictogramas das Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, que obteve fatores históricos e

envolveram a identidade do país, concedendo inovação, características únicas e

personalidade na remodelação dos pictogramas, enquanto na ilustração da figura de

Londres que sediou os jogos anteriormente, não há nenhum vestígio de preocupação com

a diferenciação, ou a valorização dos pictogramas por mérito da organização do evento

no país.

1.3. TIPOGRAFIA – PAIXÃO E TRANSFORMAÇÃO

De acordo com a definição do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa

(HOUAISS, 2001, [s.p.]), tipografia é o “[...] conjunto de procedimentos artísticos e

técnicos que abrangem as diversas etapas da produção gráfica (desde a criação dos

caracteres até a impressão e acabamento), espelhados no sistema de impressão direta com

o uso de matriz em relevo; imprensa [...]”. As composições tipográficas têm como

objetivo a boa legibilidade e a construção de um visual envolvente, que atraia o leitor e

contextualize com o conteúdo e o intuito da publicação.

A tipografia criada para os Jogos Olímpicos de 2016 tem o propósito de traduzir

de maneira clara a essência dos jogos, focado na paixão e transformação. Segundo a Tátil

Design ([s.d.]), responsável pela criação da marca, o propósito era deixar um legado para

a cultura brasileira, ela reproduz a fluidez do traço do pincel no papel alternando entre o

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traço fino e grosso, fazendo a palavra Rio única e contínua. O logotipo expressivo,

gestual, com as letras interligadas de forma fluida, reforça o desejo de união e a essência

humana e acolhedora da marca, traduzindo a simpatia carioca. O desenho tipográfico

exclusivo combina excelência e leveza, inspiração e atenção aos detalhes.

Figura 5: Marca Rio 2016

Fonte: https://www.google.com.br/search?q=rio+2016+olimpiadas&rlz=1C1GCEU_pt-

BRBR821BR821&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj1vNaa_dTeAhXGEZAKHd2nC4sQ

_AUIDigB&biw=1440&bih=789#imgrc=EiRG7MiQg7oe4M:

1.4. REFLEXO DO BRANDING APLICADO A MARCA RIO 2016 NO PAÍS

Todo o conceito sobre a criação da marca veio da ideia de Paixão e

Transformação. Segundo Marcelo Boschi (apud LEVIN, 2016), coordenador de MBA

Estratégica da ESPM Rio, no início à repercussão era muito negativa na mídia antes dos

Jogos começarem, tudo era criticado, por conta da baixa capacidade de gestão, além de

serem incapazes de lidar com os problemas, seriam incapazes de gerenciar um evento

deste porte. Do ponto de vista de branding, o evento foi extremamente benéfico para o

Brasil, mais para o Rio em particular, pois surpreendeu a todos positivamente. Mais do

que o design, do que a forma, cada marca precisa ter uma alma e um propósito. De acordo

com a agência Tátil ([s.d.]), o resultado foi de uma marca humana, feita da mistura de

povos, atletas e culturas, que acolhe com um abraço e tem um jeito apaixonante de

celebrar.

As principais marcas patrocinadoras dos Jogos Olímpicos Rio 2016 também

tiveram um resultado positivo. Conforme afirma Levin (2016), em notícia publicada no

site Meio & Mensagem, a Nissan registrou o aumento de um ponto percentual de market

share6 no Brasil desde o início dos Jogos passando para 3,5%. A marca obteve 2,4 bilhões

de impressões no Twitter para a hashtag específica da Nissan. Esses foram os resultados

6 Market Share: Market, em inglês, é mercado, e share é quota ou fatia. Market Share pode ser

traduzido literalmente como quota de mercado, que é a expressão utilizada em Portugal, ou mesmo

participação no mercado.

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de um trabalho que buscou gerar awareness7 para a sua marca e fazer um

reposicionamento. Para isso, atuou em algumas frentes: patrocinou o Revezamento da

Tocha, que levou seu nome a todo País; lançou um novo carro, o Nissan Kicks; investiu

em mídia on-line e off-line; e interagiu com o público no Rio de Janeiro.

Para Fred Gelli (apud LEVIN, 2016, [s.p.]), sócio e diretor criativo da Tátil

Design, especialista em trabalhar o branding de marcas, os patrocinadores fizeram

praticamente o marketing tradicional, com a vinculação de sua imagem a dos Jogos, sem

aproveitar as conexões que existem entre a essência de cada uma delas com os Jogos. O

branding é responsável por essa ligação de sentimento com a marca, esse era o objetivo a

ser atingido por meio de toda gestão.

Pode-se então classificar a Olimpíada Rio 2016, como um grande sucesso, não só

para os organizadores, como também para patrocinadores e sociedade. A Tátil Design

([s.d.]) ainda informou que foi a marca bem mais avaliada de todos os jogos. Apenas no

lançamento, foram mais de 25 mil referências nas redes sociais, com transmissão de TV

por satélite para mais de 50 países. Loredana Sarcinella, diretora sênior de marketing da

divisão de dispositivos móveis da Samsung Brasil, classificou como excelente o resultado

dos Jogos Olímpicos para a marca.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nota-se a partir do desenvolvimento do presente estudo, que o Branding ou Gestão

da Marca se faz necessário em qualquer empreendimento que tenha o intuito de

permanecer no mercado ou deixar seu legado. Ao citar a marca e algumas funções

essenciais de causas e efeitos do Branding, percebe-se a primordialidade em levar a gestão

dessas funções traçadas e bem estruturadas.

Além da boa gestão da marca, as ferramentas a serem implementadas são de

extrema importância para o sucesso. O Brand sensorial e o Brand equity são

indispensáveis em marcas, como, de exemplo as Olimpíadas. É com eles que se absorvem

todas as informações que diz respeito a aproximação da marca com o público, tendo-se

todo o cuidado com cada detalhe, cor, estrutura, design e principalmente as informações

relevantes sobre as pessoas a serem alcançadas, para que o envolvimento com o público

consumidor seja evidentemente marcante e cativante. É exatamente o caso da marca que

envolve o seixo, pictogramas e tipografia dos esportes das Olimpíadas Rio 2016, em que

7 Awareness: É uma expressão em inglês, derivada de aware, que significa ter conhecimento ou

percepção de algo. Awareness significa a qualidade do que está ciente, atento, advertido

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a gestão visou incrementar toda essência da cidade, da cultura do país, a recepção calorosa

e muitos detalhes importantes que, por fim, resultou em elogios e uma ótima afeição de

muitos sentimentos positivos que marcaram a história do evento no Brasil.

A evolução dos esportes do movimento olímpico é notória em todas as regiões do

mundo, mas a evolução dos conceitos e importância da marca que cada país precisa

reproduzir quando se tem a honra de sediar esse evento, nunca foi tão sonhada e

reproduzida como ocorreu no Rio 2016, levando-se em consideração que foi a trigésima

primeira edição desse evento de nível mundial. Em todas as edições foram utilizadas

características de pictogramas e tipografia, porém além da última reprodução sediada no

Brasil, dificilmente encontra-se outra na história olímpica que deixou um legado tão e

influenciador com a marca toda tracejada com a história, beleza e paixão do país, que

com toda certeza envolveu o público e expandiu um cartão postal acolhedor de boas-

vindas à nível mundial.

Portanto conclui-se que para obter sucesso e triunfo com qualquer marca, é

necessário uma boa gestão e domínio sobre as ferramentas do Branding, que,

consequentemente, influenciará em todas as etapas desde criação a reconhecimento no

mercado.

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TÁTIL design. Rio 2016 marca olímpica: o projeto dos sonhos. [s.d.]. Disponível

em:<http://tatil.com.br/pb/projetos/rio-2016/>. Acesso em: 20 out. 2018.

YIN, K. Robert. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. 2.ed. Porto Alegre:

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DESAFIOS NA EXPORTAÇÃO PARA A UNIÃO EUROPÉIA: ESTUDO DE

CASO DE UMA EMPRESA FABRICANTE DE FITA DE BORDA

LUCIANO THOME E CASTRO

THOMAZ MARTINS DE AQUINO

Resumo

Este artigo teve por objetivo estudar uma empresa que fabrica fita de borda melamínica e plástica

e que têm por atuação o mercado moveleiro nacional e internacional. Foram identificados os

principais desafios e adequações que a indústria teve que realizar visando exportação para o

mercado europeu. Neste contexto, a empresa teve de aplicar melhorias para que fossem sanados

os problemas e as adequações perante às exigências que o mercado europeu faz para que se possa

comercializar os produtos importados dos países produtores de componentes para móveis. Para a

elaboração do presente artigo, foi realizada uma pesquisa qualitativa com base em conceitos

bibliográficos e sites especializados. Um dos métodos utilizados na pesquisa foi um estudo de

caso, valendo-se da obtenção de documentos técnicos que mostram os dados estatísticos de não

conformidade dos produtos reprovados no ano de 2018. Há que se considerar ainda o processo de

simulação dos processos na empresa em questão, visando os a identificação dos gargalos

estruturais.

Palavras-chave: Comércio Exterior. Qualidade. Melhoria Contínua.

Abstract

The objective of this article was to study a company that manufactures melamine and plastic edge

tape and that have a performance the national and international furniture market. The main

challenges and adjustments that the industry had to carry out in order to exportto the European

market were identified. In this context, there were improvements that the company had to apply

in order to remedy the problems and adaptations to the requirements of the European market so

that products imported from the countries producing furniture components could be marketed.

For the elaboration of this article, qualitative research was carried out based on bibliographical

concepts and specialized sites. One of the methods used in the research was a case study, using

technical documents showing statistics from non-conformity of the products fail in the year

2018.It is also necessary to consider the process of simulation of the processes in the company in

question, aiming at identifying the structural bottlenecks.

Keywords:Foreign Trade. Quality. Continuous Improvement.

INTRODUÇÃO

Para haver a exportação para a União Europeia há que se considerar a exigência

de certificações de garantia de qualidade nos produtos que são expedidos pelos países

produtores para esse bloco econômico. Com isso, os exportadores precisam atender a

diversas exigências aduaneiras, para que suas empresas possam comercializar para esse

mercado. Ao exportar, as empresas têm que aperfeiçoar a mão-de-obra, melhorar a

qualidade e a apresentação do produto e aprimorar os processos industriais.

O presente artigo apresenta uma análise de uma empresa do setor moveleiro com

enfoque nos problemas de qualidade que são apresentados frente a diversas reclamações

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de clientes. A indústria tem por objetivo expandir suas vendas para o mercado europeu, e

com isso, foi necessário sanar essas dificuldades primeiramente, a fim de se elaborar um

Plano de Exportação para a União Europeia.

A justificativa para este trabalho é que, com base nas informações colhidas na

empresa, deveria ser elaborado um Plano de Ação para que não houvesse mais

reclamações de clientes e a empresa poderia, assim, concretizar a sua expansão de

mercado para a União Europeia.

O Objetivo Geral deste trabalho foi elaborar um Plano de Ação para sanar os

problemas de qualidade nos produtos, para então poder elaborar o Plano de Exportação

para a União Europeia, cujos Objetivos Específicos foram analisar os problemas de

qualidade que os produtos da empresa possuem, através das reclamações de clientes,

estudar as ferramentas da qualidade e propor um Plano de Ação à empresa para que a

qualidade dos produtos possa ser garantida além de elaborar um Plano de Exportação para

a União Europeia.

Os autores escolhidos para embasar a Fundamentação Teórica do artigo foram

autores conceituados nas áreas de gestão, como German Segre (2012) na área de

Comércio Exterior, Hitt (2008) na área de Planejamento Estratégico empresarial, dentre

outros autores.

Para a realização do presente artigo, foi feita uma pesquisa qualitativa com base

em conceitos bibliográficos e sites especializados, bem como a utilização de estudo de

caso. O mesmo foi realizado em uma empresa do ramo de componentes para a fabricação

de móveis, valendo-se da obtenção de documentos técnicos que mostram os dados

estatísticos dos produtos não conformes do ano de 2018.

A indústria brasileira fabricante de fita de borda melamínica e plástica está em

vias de realizar uma parceria comercial com uma empresa que tem sede em Praga, capital

da República Tcheca. A organização estrangeira ficará responsável por comercializar os

produtos originários do Brasil na Europa. Com a formulação do Plano de Ação para que

não haja mais reclamações devido à falta de qualidade dos produtos, será possível haver

a exportação para a União Europeia sem ter o risco de objeções por parte dos clientes.

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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. GESTÃO DA QUALIDADE

Conforme a Academia Person (2011, p.4), a Ge stão da Qualidade é uma filosofia

de gestão organizacional que foi criada após a Segunda Guerra Mundial e colocada em

prática especialmente pelos japoneses.

A qualidade está ligada a três fatores: redução de custos, aumento da

produtividade e satisfação dos clientes. É fazer o melhor, com menor custo, entregando

produtos que atinjam as expectativas dos clientes ou até supere.

1.1.1. GRÁFICO DE PARETO

Segundo a Academia Person (2011, p.92), esse princípio acredita que 80% dos

efeitos derivam de 20% das causas. É um gráfico de barras verticais que mostra essa

classificação do problema, permitindo a definição de prioridades.

O Gráfico 1 mostra um exemplo de como deve ser o Gráfico de Pareto.

Gráfico1: Exemplo do Gráfico de Pareto

Fonte: Microsoft Suport office. (2018).

O gráfico de Pareto possui colunas em ordem decrescente e uma linha que

representa a porcentagem total acumulada, ilustrando os problemas maiores que

prejudicam a situação que está sendo analisada (Academia Person, 2011).

1.1.2. DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO (ISHIKAWA)

O diagrama de Ishikawa, espinha de peixe ou diagrama de causa e efeito, é

utilizado para mostrar a relação entre as causas e os efeitos de um determinado processo.

É bastante utilizado quando um processo é problemático e não alcança o efeito desejado

(Academia Person, 2011).

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A Figura 1 mostra a estrutura de um Diagrama de Causa e Efeito.

Figura 1: Diagrama de Ishikawa.

Fonte: Dicionário Financeiro. (2018).

O Diagrama de Ishikawa é composto, em sua estrutura por: Métodos - que

significa analisar os procedimentos utilizados, Matéria-Prima - em que é feita a inspeção

das características dos materiais utilizados, pela sua qualidade e pelo fornecimento dos

materiais, Mão-de-Obra - em que é preciso analisar a aplicação através dos trabalhadores,

pelo treinamento fornecido, e por possíveis imprudências, que possam ser a causa para os

problemas, Máquinas - em que é preciso realizar inspeção no maquinário utilizado, pela

sua manutenção ou deterioração, que possam estar causando as falhas na produção e Meio

Ambiente – em que é necessário analisar as características do ambiente de trabalho

(arranjo físico), como também por aspectos do clima, como calor, frio e poeira, e

Medidas–onde analisa-se as medidas tomadas por uma gestão, que podem não ter sido as

melhores para o processo, sendo a possível causa para os problemas em questão.

1.1.3. 5W 2H.

A planilha 5W2H (a sigla 5W se refere a cinco questões, em inglês, que exigem

uma resposta concreta: What (O que?), Who (Quem?), When (Quando?), Where (Onde?),

e Why (Por que?). Em seguida vem o 2H, que envolve duas perguntas: How (Como?) e

How much (Quanto?), questionando como será feito o projeto e o quanto irá custar para

a empresa); é um plano de ação, uma ferramenta administrativa que pode ser utilizada em

qualquer empresa existindo um objetivo a ser alcançado de forma organizada e planejada,

determinando como serão realizadas as ações, porque, por quem, quando, onde, e quanto

irá custar para a organização. (ProLucro,2013)

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Na planilha 5W2H é necessário ter as causas do problema e realizar cada etapa de

forma correta. Ela designa uma sigla que contém todas as iniciais dos processos em inglês

como se pode verno Quadro 1.

Quadro 1: Planilha 5W 2H.

Fonte: EscolaEdit. (2018).

As questões que deverão ser respondidas na planilha devem ser O que (What): O

que será feito, etapas; Quem (Who): Por quem será feito, quais colaboradores estarão

envolvidos no processo; Quando (When): Qual é a data inicial e a data final para ser

realizado o plano de ação, pode ser feito um cronograma para ajudar; Onde (Where):

Onde será feito, deverá ser feito dentro ou fora da empresa, qual setor; Porque (Why):

Por que isso precisa ser feito, quais benefícios, é importante para a empresa e para os

clientes, vai solucionar algum processo ou problema da organização; Como (How): Quais

as etapas e ações que são precisas para alcançar o objetivo; Quanto (HowMuch): Qual o

custo para cumprir com as tarefas determinadas, qual valor dos materiais e dos recursos

humanos necessários. Calcular todas as despesas com recursos, equipamentos e

processos.

1.1.4. O PROCESSO DE SIMULAÇÃO

O processo de simulação é constituído pela modelagem do sistema em questão via

modelo lógico-matemático no qual são conduzidos experimentos que permitem fazer

inferências próximas da realidade.

Neste trabalho foi utilizado o software Visual Object Net++ para a simulação do

processo de produção da fita de borda, visando melhor compreensão do processo para

visualização dos “gargalos” e possíveis melhorias.

A Figura 2 apresenta a visão macro do processo de produção de fita de borda

melamínica da empresa estudada.

Figura 2: Simulação do processo de produção de fita de borda.

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Fonte: Autores. (2019).

O processo de produção de fita de borda melamínica têm início no setor de

Impressão. São utilizadas as matérias-primas papel de 1 m² de largura e tinta nesse

primeiro processo. As tintas vêm formuladas da sala de tintas, isto é, já misturadas de

acordo com o padrão aprovado pelo cliente. As impressoras são utilizadas nesse processo

para ser feito as bases e os veios de cada produto de forma a imitar o desenho da madeira

ou outro conforme o padrão A4. O papel é desbobinado na impressão e a tinta é impressa

por cima dele, gravando o desenho. Depois no final deste processo, o papel é rebobinado

e levado por uma paleteira manual até um estoque verticalizado para a cura da tinta. Esse

processo normalmente deve ser feito em 48 horas para que a tinta seque.Depois do

processo de cura, a bobina de papel impresso segue para o setor de Impregnação. Neste

processo são utilizadas as matérias-primas de Solução Impregnante Básica (SIB) e verniz.

Na formulação de SIB são utilizados resina acrílica, ureia, formol, álcool e aditivos UC e

CT03. Essa mistura química é colocada em uma banheira das impregnadoras, isto é,

máquinas com banheiras e fornos. O papel é desbobinado e é mergulhado nessa banheira

e depois seco em um forno de 180°C. Após a primeira secagem o papel é passado por um

processo de aplicação da primeira camada de verniz ou primer. São utilizadas barras

untadas com o primer para ser aplicado no papel. Após esse processo o papel é novamente

seco em um forno a 180°C. Depois desse processo é utilizada outra camada de verniz

aplicada da mesma forma do que o primer e o papel novamente é passado no forno. Após

isso o papel é rebobinado e supervisionado por um revisor que avalia se ficou de acordo

com o padrão aprovado pelo cliente. No caso de desvio de tonalidade, é imediatamente

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abortada a produção para que haja o retrabalho no setor de Impressão. O papel impresso

consegue ser retrabalhado, porém o papel impregnado não consegue ser retrabalhado,

ocasionando perda para a empresa quando feito de forma errônea.

Após esse processo, há um último processo em que o papel é gofrado, isto é,

passado por uma máquina que grava a textura. A gofradeira aplica verniz fosco e abaixa

o brilho do papel ao mesmo tempo em que grava texturas. Após isso, o papel é levado

para uma máquina de revisão, em que é conferido novamente para ver se não há defeitos.

Após isso, o papel fica no estoque e deverá depois ser embalado e enviado ao cliente, ou

então refilado em tiras menores de acordo com a especificação de cada produto.

A empresa tem clientes no mercado interno e externo, exportando atualmente para

35 países em vários continentes, sendo a Europa a última fronteira a ser transposta.

1.2. PROCESSO DE EXPORTAÇÃO PARA A UNIÃO EUROPEIA

1.2.1. O PAPEL DA UNIÃO EUROPEIA NO MERCADO MOVELEIRO

Segundo o site oficial da União Europeia, o bloco econômico é uma parceria

econômica e política com características únicas, constituída por 28 países europeus, que,

em conjunto, abarcam uma grande parte do continente europeu.

A União Europeia (UE), baseia-se nos princípios do Estado de direito: toda a sua

ação deriva de tratados voluntária e democraticamente aprovados por todos os Estados-

Membros. Nesses tratados, estão definidos os objetivos do bloco econômico nos seus

muitos domínios de intervenção, inclusive dando origem a uma moeda única, o euro. As

pessoas também podem circular livremente em quase todo o continente. Tornou-se

também muito mais fácil viver e trabalhar noutro país integrante do bloco.

Os Países membros da UE são: Áustria, que entrou no acordo em 1995;Bélgica,

em 1958; Bulgária, em 2007; Chipre, em 2004; Croácia, em 2013;República Tcheca, em

2004; Dinamarca, em 1973; Estônia, em 2004; Finlândia, em 1995; França, em 1958;

Alemanha, em 1958; Grécia, em 1981; Hungria, em 2004; Irlanda, em 1973; Itália, em

1958; Letônia, em 2004; Lituânia, em 2004; Luxemburgo, em 1958; Malta, em 2004;

Países Baixos, em 1958; Polônia, em 2004; Portugal, em 1986; Romênia, em 2007;

Eslováquia, em 2004; Eslovênia, em 2004; Espanha, em 1986; Suécia, em 1995; Reino

Unido, em 1973.

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A caminho da adesão à UE: Países candidatos: Albânia, Antiga República

iugoslava da Macedónia, Montenegro, Sérvia e Turquia. Potenciais países candidatos:

Bósnia e Herzegovina e Kosovo.

Segundo a Apex Brasil (2018), o continente com as maiores oportunidades para o

mercado moveleiro do Brasil é a Europa. Os países Alemanha, França, Reino Unido,

Holanda, Itália, Polônia e Rússia concentram essas oportunidades, sobretudo Alemanha

e França, que juntas importam 50% dos móveis. Já o Reino Unido importou US$56,8

milhões em móveis no ano de 2018.

1.2.2 ACESSO AO MERCADO EUROPEU: REPÚBLICA TCHECA

A República Tcheca (Českárepublika, em tcheco) é um país independente, sem

saída para o mar, localizada no centro da Europa. Seu território de 78.866 km², limita-se

a oeste e noroeste com a Alemanha; a nordeste e leste com a Polônia; a sudeste com a

Eslováquia e ao sul, com a Áustria, como se pode ver na Figura 3.

Figura 3: Mapa da República Tcheca

Fonte: Mapa Múndi (2018)

A capital é Praga, e a maioria dos 10,4 milhões de habitantes do país são tchecos

(94%), sendo que eslovacos, Roma (ciganos), silésios, poloneses, alemães e ucranianos

constituem minorias. A maioria dos cidadãos tchecos são cristãos, divididos entre

católicos romanos e protestantes. O idioma oficial do estado é o tcheco. A moeda utilizada

no país é a coroa tcheca. A República Tcheca está atualmente a preparar a adoção do euro.

É um país membro do espaço Schengen desde 2007. As cidades principais são: Praga,

Brno, Ostrava, Pizen, Olomouc. O clima é temperado continental. A Densidade

demográfica do país é de 137,1 hab./km² (estimativa 2017).

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A República Tcheca é uma república parlamentarista, em que o chefe de governo

é o primeiro-ministro e o chefe de Estado o Presidente. O país foi fundado em 1993,

depois da divisão da Checoslováquia em República Checa e Eslováquia. Está dividido

em 14 regiões, incluindo a capital, Praga. O primeiro ministro, desde 2017, é

AndrejBabiš.

Em 2016, os principais setores da economia tcheca foram a indústria (32,1 %), o

comércio e os serviços de transportes, alojamento e restauração (18,6 %), a administração

pública, a defesa, a educação, a saúde e os serviços sociais (14,7 %). No que diz respeito

às exportações, 84 % destinam-se a outros países da União Europeia (Alemanha – 32 %;

Eslováquia – 8 % e Polónia – 6 %). Das exportações para o exterior da União Europeia,

2 % destinam-se aos Estados Unidos e outros 2 % à Rússia. No que respeita às

importações, 79 % provêm de países da UE (Alemanha - 31 %, Polónia - 10 % e

Eslováquia - 6 %). Das que provêm do exterior da UE, destacam-se as importações

provenientes da China (7 %) e as da Coreia do Sul (2 %).

A República Tcheca será o país escolhido para o processo de exportação para a

União Europeia, pois a empresa que será parceira na expansão comercial para a Europa

tem sede em Praga, capital da República Tcheca.

1.2.3. PROCESSO DE EXPORTAÇÃO

Para a realização de uma exportação tem que haver um planejamento constante

para todos os processos fluírem de maneira adequada. São exigidos dos exportadores os

seguintes requisitos:

- Nos objetivos sociais do contrato social da empresa constar a “exportação

e importação, por conta própria, de terceiros e por encomenda”;

- Possuir um cadastro no Sistema Radar.

De acordo com Segre (2012, p. 48) “o sistema Radar ou Ambiente de Registro e

Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros, foi disponibilizado, em 21 de

agosto de 2002, para todas as Unidades Aduaneiras da Secretaria da Receita Federal. Os

requisitos de acesso são determinados através de Instruções Normativas da Secretaria da

Receita Federal. Basicamente, é um sistema que permite ao governo habilitar ou não uma

empresa a operar no comércio exterior, através necessidade de habilitação do seu

responsável legal”.

- Elaborar a Proforma Invoice para a negociação com o importador.

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O documento denominado Proforma Invoice (Fatura Proforma) é conforme Segre

(2012, p. 68) “de responsabilidade do exportador, emitido a pedido do importador, para

que este providencie a Licença de Importação, se for o caso, e tomar outras providências”.

- Realizar o Contrato de Câmbio.

Segundo Segre (2012, p. 86) “o contrato de câmbio é um instrumento particular,

bilateral, no qual um vendedor se compromete a entregar certa quantidade de moeda

estrangeira sob determinadas condições (taxas, prazos, forma de entrega, etc.) a um

comprador, recebendo em contrapartida o equivalente em moeda nacional”.

- Registro de exportação no SISCOMEX

De acordo com Segre (2012), o Sistema Integrado de Comércio Exterior

(SISCOMEX) foi criado pelo decreto nº 660, de 25 de setembro de 1992 e é um sistema

informatizado que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle do

comércio exterior, mediante um fluxo único de informações através de computadores.

- Documentos necessários para a exportação

Segundo Segre (2012, p. 68) “os documentos utilizados na importação ou

exportação variam de acordo com a existência ou não de acordos comerciais, o tipo de

produto e outras variáveis”. Alguns dos documentos mais utilizados são: Nota Fiscal

(DANFE), Conhecimento de Embarque Nacional e Internacional, Fatura Comercial

(CommercialInvoice), Packinglist ou Romaneio de Carga, Certificado de Origem,

Certificado de Fumigação, Certificado de Análise e Certificado de Seguro.

Nota Fiscal (DANFE):a nota fiscal acompanha a mercadoria desde a saída do

estabelecimento até o efetivo desembaraço físico junto à Secretaria da Receita Federal.

Conhecimento de Embarque Nacional e Internacional: o conhecimento de

embarque é o documento emitido pela empresa transportadora que atesta o recebimento

da carga, as condições de transporte e a obrigação de entrega das mercadorias ao

destinatário legal, no ponto de destino preestabelecido, conferindo a posse de

mercadorias.

Commercial Invoice (Fatura Comercial): a CommercialInvoice é um documento

internacional, emitido pelo exportador, que, no âmbito externo, equivale à nota fiscal,

cuja validade começa a partir da saída da mercadoria do território nacional e é

imprescindível para o importador desembaraçar a mercadoria no país destino.

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Packing List ou Romaneio de Carga: o Packing List ou Romaneio de Carga é o

documento que é emitido pelo exportador relacionando os produtos e respectivas

quantidades a serem exportadas.

Certificado de Origem: o Certificado de Origem é o documento providenciado

pelo exportador, sendo expedido pelas federações da agricultura, da indústria e do

comércio, por associações comerciais, centros e câmaras de comércio.

Certificado de Fumigação é um comprovante que garante que a embalagem foi

sanitizada.

Certificado de Análise: o Certificado de Análise é um documento emitido pelo

vendedor ou exportador que declara formalmente, a qualidade do produto a ser vendido

ou embarcado de acordo com as exigências feitas pelo comprador e também a quantidade

de cada componente que compõe o produto.

Certificado de Seguro: o Certificado de Seguro é o documento necessário quando

a condição de venda envolve a contratação de seguro da mercadoria. Deve ser

providenciado antes do embarque, junto a uma empresa seguradora, de livre escolha do

exportador.

- Exportação Indireta

Segundo Segre (2012, p. 57), as exportações podem ser realizadas por meio de

intermediários, sendo que dentre esses intermediários há as seguintes diferenças: empresa

comercial exclusivamente exportadora, empresa comercial de atividade mista (que opera

tanto nas atividades de mercado interno como da importação e exportação), cooperativas

ou consórcios de fabricantes ou exportadores e indústria cuja atividade comercial de

exportação seja desenvolvida com produtos fabricados por terceiros.

Trading company é a empresa que compra mercadoria em um mercado para

revendê-la em outro. Não deixa de ser uma exportação indireta, mas é diferente do que

operar através de uma comercial exportadora.

As comerciais exportadoras são empresas que têm por objetivo social a exportação

indireta de produtos, ou seja, a Empresa Comercial Exportadora recebe mercadorias do

fabricante com o fim específico de exportar. A Comercial Exportadora não estabelece

nenhuma modalidade de sociedade, não está vinculada a composição de capital, de

registro e de movimentação mínima de valores etc. Pode ser, portanto, qualquer empresa

que exporta, até mesmo uma indústria que também opere comercialmente na exportação,

constituindo-se como qualquer outra empresa. Já a Trading Company é uma organização

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comercial que atende especificamente a algumas exigências como: obter um registro

especial, possuir um capital mínimo próprio, constituir-se sob a forma de sociedade por

ações. Basicamente, a Trading Company é uma Empresa Comercial Exportadora que

atende exigências especiais.

- Incoterms

Segundo o site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

(2019) os Incoterms surgiram em 1936, quando a Câmara Internacional do Comércio

(CCI), com sede em Paris, interpretou e consolidou as diversas formas contratuais que

vinham sendo utilizadas no comércio internacional.

Segundo Segre (2012, p. 70) “os Incoterms fixam direitos e obrigações, tanto do

exportador como do importador, estabelecendo com precisão o significado do preço

negociado entre ambas as partes”. Uma operação de comércio exterior com base nos

Incoterms reduz a possibilidade de interpretações controversas e de prejuízos a uma das

partes envolvidas. A importância dos Incoterms reside na determinação precisa do

momento da transferência de obrigações, ou seja, do momento em que o exportador é

considerado isento de responsabilidades legais sobre o produto exportado.

Os Incoterms definem regras apenas para exportadores e importadores, não

produzindo efeitos com relação às demais partes, como transportadoras, seguradoras,

despachantes etc. São de denominados condições de venda e são reconhecidos

mundialmente por exportadores e importadores.

Os Incoterms regulam a distribuição dos documentos, as condições de entrega da

mercadoria, a distribuição dos custos da operação e a distribuição dos riscos da operação;

porém não regulam a legislação aplicável aos pontos não considerados pelos Incoterms e

a forma de pagamento da operação.

Apesar de o seu uso ser facultativo, os Incoterms são utilizados em praticamente

todas as operações do comércio internacional.

O constante aperfeiçoamento dos processos negocial e logístico, com este último

absorvendo tecnologias mais sofisticadas, fez com que os Incoterms passassem por

diversas modificações ao longo dos anos, culminando com um novo conjunto de regras,

conhecido atualmente como Incoterms 2000. A partir de 1º de janeiro de 2011 entrou em

vigor a versão Incoterms 2010, que extinguiu 2 termos do Incoterms 2000, ficando

portanto com 11 fórmulas contratuais, sendo elas: EXW – ExWorks (ex-fábrica); FAS –

Free Alongside ship (livre ao lado do navio); FCA – Free carrier (livre no transportador);

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FOB – Free on board (livre a bordo); CFR – Cost and freight (custo e frete); CPT –

Carriage paid to... (Transporte pago até...); CIP – Carriage and insurance paid to...

(transporte e seguro pagos até...); CIF - Cost, insurance and freight (custo, seguro e frete);

DAT – Delivered at terminal (entregue no terminal); DAP – Delivered at place (entregue

no local designado) e DDP – Delivered duty paid (entregue com direitos pagos).

- Barreiras ao comércio internacional

Segundo Segre (2012, p.31) “não há uma definição precisa para barreira, ela pode

ser qualquer lei, regulamento, política, medida ou prática governamental que acarreta

restrições ao comércio exterior”.

De acordo com Maia (2007, p.208) “há barreiras necessárias e também barreiras

inaceitáveis”. As necessárias são implantadas quando a produção nacional está sendo

agredida por empresas do exterior com a finalidade de destruir a produção nacional e os

empregos gerados por ela. E as barreiras inaceitáveis são os monopólios, os oligopólios,

os trusts, os cartéis e o dumping.

Segundo Maia (2007, p.209) “o dumping consiste em vender no exterior por preço

abaixo do custo de produção”. O objetivo é destruir o concorrente e ficar dono do

mercado, pois dessa forma terá meios de impor preços e condições. De acordo com Segre

(2012, p.29) “a competência para julgar os processos que envolvem a prática de dumping

é da Organização Mundial do Comércio (OMC). Quando constata efetivamente a prática,

a OMC autoriza os países em que se localizam as empresas prejudicadas a adotar taxas

antidumping”.

De acordo com Segre (2012, p. 31) “as barreiras mais comuns são as seguintes:

- Barreiras tarifárias ou alfandegárias”

As barreiras tarifárias são representadas pelas alíquotas de imposto de importação,

taxas diversas e valoração aduaneira. Essas tarifas incidem na entrada do produto quando

de sua importação.

- Barreiras não tarifárias

As barreiras não tarifárias são as disposições legais distintas dos impostos de

importação, cujo objetivo principal é limitar a importação de mercadorias por

determinado país (quotas ou anuências prévias para importação).

Restrições quantitativas, licenciamento de importações, procedimentos

alfandegários, medidas antidumping e compensatórias são exemplos de barreiras não

tarifárias.

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Essas barreiras podem proporcionar exigências legítimas de segurança e proteção

à saúde, e também, podem apresentar outras formas de protecionismo disfarçado por

demandas legítimas da sociedade, tendo, pois, grande importância como forma de

proteção aos mercados nacionais.

- Barreiras técnicas.

As barreiras técnicas podem surgir em consequência da falta de transparência nas

normas e nos regulamentos ou da imposição de procedimentos de avaliação demorados

ou dispendiosos.

Essas barreiras são definidas como normas e regulamentos técnicos, regulamentos

sanitários, fitossanitários e de vigilância animal.

É importante observar que as normas e os regulamentos técnicos não são barreiras

comerciais. Entretanto, as barreiras técnicas podem assumir caráter protecionista, não

apresentar a necessária transparência ou impor procedimentos morosos ou dispendiosos

de avaliação de conformidade.

As barreiras técnicas podem também ocultar intenções protecionistas, ao

apresentarem regulamentos excessivamente rigorosos, discriminação com relação ao

produto importado ou inspeções caracterizadas pelo arbítrio ou excesso de zelo.

- Transporte Internacional de Carga

Conforme Segre (2012, p. 124) “o transporte é o principal componente do sistema

logístico. Sua importância pode ser medida através de pelo menos três indicadores

financeiros: custos, faturamento e lucro”.

O transporte ainda representa, em média, 60% dos custos logísticos, 3,5% do

faturamento e, em alguns casos, mais que o dobro do lucro. Além disso, o transporte tem

um papel preponderante na qualidade dos serviços logísticos, pois impacta diretamente o

tempo de entrega, a confiabilidade e a segurança dos produtos.

O transporte internacional pode ser realizado pelos meios aéreo, marítimo e

terrestre, ou pela combinação dos mesmos em uma mesma remessa que denominamos

Multimodalidade. Cada um possui custos e características operacionais próprias, que os

tornam mais adequados para certos tipos de operações e produtos.

Os critérios para escolha de modais devem sempre levar em consideração aspectos

de custos, por um lado, e características dos serviços, por outro. Em geral, quanto maior

o desempenho em serviços, maior tende a ser o custo do mesmo.

- Custos e formação de preço na exportação

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Segundo o Sebrae SP (2015), a elaboração do preço de exportação depende de

vários fatores como:

a. Competidores potenciais;

b. Custos de produção;

c. Esquemas de financiamento à exportação;

d. Tratamento tributário aplicável à exportação;

e. Elevado custo logístico de exportação;

f. Preços praticados por competidores de terceiros países;

g. Comportamento dos consumidores;

h. Novas tecnologias.

Para a formação do preço de exportação, deve ser realizado um estudo das

condições de mercado, de forma a verificar a viabilidade de exportação dos produtos da

empresa. Essa análise é fundamental para o conhecimento das condições dos produtos a

serem exportados.

Os primeiros fatores a serem analisados são o custo de produção e a meta de lucro,

bem como as pressões competitivas no mercado internacional, para que a escolha do

preço determine a viabilidade exportadora. Outro ponto levantado para a formação do

preço é a estratégia de comercialização do produto. Quando um novo produto é colocado

no mercado ele é pouco conhecido, a princípio deve ter um preço um pouco inferior ao

do produto fabricado pelos concorrentes, entretanto com o mesmo nível de qualidade ou

até mesmo superior aos produtos que estão no mercado.

- Forma de Pagamento

Nas transações internacionais, para evitar os riscos de natureza comercial segundo

o site Aprendendo a Exportar (2019), o exportador deve tomar algumas precauções para

receber o pagamento. Por sua vez, o importador também necessita de segurança quanto

ao devido recebimento da mercadoria, nas condições acertadas com o exportador.

É necessário para exportação definir com clareza a forma de pagamento que

atenderá tanto o importador, quanto o exportador, sendo feita de comum acordo, levando

em consideração a confiança de ambas as partes.

Cobrança Documentária (Sight Draft)

De acordo com o site Aprendendo a exportar (2019), a cobrança documentária é

caracterizada pelo manuseio de documentos pelos bancos.

Os bancos intervenientes nesse tipo de operação são meros cobradores

internacionais de uma operação de exportação, cuja transação foi fechada diretamente

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entre o exportador e o importador, não lhes cabendo a responsabilidade quanto ao

resultado da cobrança documentária.

O exportador embarca a mercadoria e remete os documentos de embarque a um

banco, que os remete para outro banco, na praça do importador, para que sejam

apresentados para pagamento (cobrança à vista) ou para aceite e posterior pagamento

(cobrança a prazo).

Para que o importador possa desembaraçar a mercadoria na alfândega, ele

necessita ter em mãos os documentos apresentados para cobrança. Portanto, após retirar

os documentos do banco, pagando à vista ou aceitando (assina, manifestando

concordância) a cambial para posterior pagamento, o importador estará apto a liberar a

mercadoria.

Segre (2012, p. 92), remete que, “por envolver um terceiro na transação (banco),

a modalidade de cobrança documentária pode ser classificada como de médio risco para

ambas as partes”.

Existem duas modalidades de cobrança: cobrança à vista e a prazo.

Na cobrança à vista, o risco para o exportador é limitado, pois os documentos

necessários ao desembaraço da mercadoria somente serão liberados pelo banco cobrador

contra pagamento por parte do importador. Porém, o importador poderá recusar-se a

pagar. Nesse caso, resta ao exportador procurar novo comprador para a mercadoria ou

trazer a mesma de volta ao país.

O importador também corre o risco de pagar o embarque para a liberação dos

documentos e no momento do desembaraço constatar falta, modificação ou avaria na

mercadoria, restando somente a possibilidade de reclamação junto ao exportador e/ou

companhia de seguros ou, ainda, início de ação judicial contra o exportador.

Na cobrança a prazo o risco é maior, pois a documentação será liberada mediante

aceite de saque, o qual deverá ser pago no vencimento. Caso isso não ocorra, restará ao

exportador iniciar cobrança judicial no país do importador.

Sob aspecto cambial, a legislação brasileira prevê o prazo máximo de 180 dias

após o embarque para as cobranças de exportação e 360 dias para as cobranças de

importação.

O exportador, depois de efetuado o embarque da mercadoria, entregará os

documentos de exportação ao banco do país de origem, para que envie ao banqueiro no

exterior, que se encarregará da cobrança. Os documentos são enviados ao exterior junto

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com as instruções precisas a fim de realizar a cobrança. O banco do país de origem garante

o fechamento da taxa de câmbio, liquidação dos dólares originados com a exportação e o

crédito em conta corrente no mesmo dia.

- Fluxo de Exportação

O fluxo de exportação é o passo a passo resumido de todas as informações já

levantadas pela empresa e as etapas pelas quais os produtos irão passar para chegar ao

cliente. A Figura 4 ilustra o fluxo de exportação de uma empresa.

Figura 4: Fluxo de exportação

Fonte: PUC Goiás (2014)

O fluxo de exportação tem início com o planejamento o levantamento de todas as

informações necessárias para o conhecimento do cliente e do mercado. Logo depois há o

processo de negociação com o importador: o câmbio, o frete, o seguro, local de embarque

e desembarque e desembaraço aduaneiro, assim como os prazos, lead time de produção e

transit time da mercadoria. Nesta fase também é importante negociar a forma de

pagamento.

Com o uso destas informações é elaborada a Proforma Invoice (Fatura Proforma)

e encaminhada ao importador. Com o aceite da proposta é gerado o pedido de compra e

a negociação é então finalizada. Estando tudo em conformidade é elaborado a

Commercial Invoice (Fatura Comercial).

A empresa nesta fase está pronta para preparar a mercadoria para o embarque. É

solicitado também o Registro de Exportação no SISCOMEX.

Para a o transporte deve-se fazer o Booking, isto é, a reserva do espaço que a carga

irá ocupar no navio e a data da exportação, para tanto a empresa deve juntamente com o

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setor de expedição realizar a unitização da carga, com as características volume, peso,

dimensões e tipo de embalagem que vai ser utilizado.

Com os dados coletados na unitização o próximo passo é emitir o Packing List,

documento que será necessário para o desembaraço da mercadoria e para orientação do

importador quando os produtos chegarem ao destino. Juntamente com o Packing List a

empresa emite a Nota Fiscal (DANFE) que vai acompanhar a mercadoria desde a saída

da empresa até o desembaraço físico realizado pela Secretaria da Receita Federal.

O exportador providencia o transporte até o porto de origem juntamente com todos

os documentos necessários: Packing List e Nota Fiscal. Quando a mercadoria chega até

o porto inicia-se o despacho aduaneiro: Registro da DDE Declaração para Despacho de

Exportação (esta declaração é feita aproveitando os dados do RE); há a confirmação da

presença de carga, recepção dos documentos e a parametrização (canal verde, laranja e

vermelho), os auditores fiscais farão as análises. É feito também os acertos e ao

pagamento do frete de responsabilidade do exportador.

A companhia transportadora atesta o recebimento da carga, as condições de

transporte e a obrigação de entrega das mercadorias ao importador através do Bill of

Landing (BL). Depois da carga desembaraçada a fiscalização faz a averbação e a

mercadoria é despachada para a exportação. Após este procedimento é fornecido pelo

SISCOMEX um comprovante de exportação.

Com a mercadoria embarcada, a Empresa consolida toda a documentação e envia

a cópia para o importador: Nota Fiscal, Registro de Exportação, Commercial Invoice,

Conhecimento de Embarque, Apólice de Seguro, Comprovante de Exportação,

Certificado de Fumigação, Certificado de Origem, Certificado de Análise.

A finalização do fluxo se dá na liquidação do Câmbio, isto é, o procedimento de

entregar a moeda estrangeira ao Banco autorizado, que efetua o pagamento do valor

equivalente em moeda nacional no valor da taxa de câmbio que foi acertada na data do

fechamento do câmbio.

2. METODOLOGIA

Para a realização do presente artigo, foi realizada uma pesquisa qualitativa com

base em conceitos bibliográficos e sites especializados para uma explicação conceitual

sobre a Gestão da Qualidade, Comércio Exterior. Foi feita uma simulação da produção

da empresa em um software para encontrar os “gargalos”. Um dos métodos utilizados na

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pesquisa foi um estudo de caso. O estudo de caso foi realizado em uma empresa do ramo

de componentes para a fabricação de móveis, na Região Metropolitana do Vale do Paraíba

e Litoral Norte, valendo-se da obtenção de documentos técnicos que mostram os dados

dos produtos não conformes de 2018. Através destes dados foi possível formular o

Gráfico de Pareto para representar as 20% das causas responsáveis por 80% dos

problemas. Será utilizada a ferramenta Diagrama de Ishikawa para extratificar as causas

subclassificadas pela empresa e será feito o Plano de Ação utilizando a ferramenta 5W2H.

Após isso, será confeccionado o Plano de Exportação para a empresa.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O principal desafio da empresa estudada neste projeto foi que ao exportar para a

República Tcheca, e ser revendidos os produtos para a União Europeia, corria-se o risco

de ter muitas reclamações de clientes, sendo estas decorrentes de problemas com a

qualidade dos produtos da empresa. A empresa enfrenta problemas com matérias-primas

e atrasos constantes nas entregas dos produtos devido aos problemas com as máquinas e

o processo de fabricação que é praticamente artesanal. É necessário garantir a

repetibilidade, de acordo com o padrão aprovado pelo cliente, das fitas de borda.

Conforme a simulação no software Visual Object Net++, foi visto que o principal gargalo

na empresa deve-se ao desvio de tonalidade, pois a matéria-prima que necessita de mais

atenção é a tinta que é utilizada para formular a cor dos produtos. Com base na simulação,

no Gráfico de Pareto e no Diagrama de Ishikawa, será elaborado um plano de ação com

base nos dados obtidos da empresa.

Para a confecção do plano de ação, foi primeiramente colhido os dados de 2018

da empresa dos produtos não conformes. Com estes dados, foi possível elaborar o Gráfico

de Pareto conforme ilustrado pelo Gráfico 2.

Gráfico 2: Gráfico de Pareto das Não Conformidades de 2018

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Fonte: De autoria dos alunos.

De acordo com o Gráfico de Pareto, foi possível ver que 42,92% das causas de

reprovação dos produtos na empresa estão classificados como “Não Classificadas/

Outras”, 33,37% das causas estão classificados como “Fora de Tonalidade” e 7,86%

foram classificados como “Outros”; totalizando 84,15% das causas de não conformidade

de produtos reprovados da empresa no ano de 2018.

O Diagrama de Ishikawa será utilizado para extratificar as possíveis causas dos

produtos reprovados classificados como “Não Classifacadas/ Outras” e “Outros”. Com a

estratificação, será possível confeccionar o Plano de Ação para resolver os problemas dos

produtos não conformes. Só assim será confeccionado o Plano de Exportação para a

União Europeia.

REFERÊNCIAS

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em <https://http://www.apexbrasil.com.br/Content/imagens/581b6489-f158-45fd-afec-

70173efadeec.pdf> Acesso em 15/03/2019.

DICIONÀRIO FINANCEIRO: Diagrama Ishikawa,2018. Altura: 354 pixels. Largura:

630 pixels. Formato JPG. Disponível em:

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KEEDI, Samir. O ABC do Comércio Exterior. 3ªed. Ed. Aduaneiras, 2006. 317

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KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 12ª ed. São Paulo: Pearson Prentice

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MAIA, Jayme de M. Economia Internacional e Comércio Exterior. 433 p.11ª Ed.

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MICROSOFT Suport Office: Criar Gráfico de Pareto, Redmond, Washington – USA,

2018. Altura: 270 pixels. Largura: 454 pixels. Formato PNG. Disponível em: <

https://support.office.com/pt-br/article/criar-um-gr%C3%A1fico-pareto-a1512496-

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OLIVEIRA, Otávio José de Gestão da Produção e Operações: Bases para a

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Education do Brasil, 2011.

PETENATE, Marcelo: 5W 2H execução prática, Bela Vista – SÃO Paulo, 2018.

Altura: 342 pixels. Largura: 1030 pixels. Formato PNG. Disponível em:

https://www.escolaedti.com.br/conheca-o-5w2h-e-suas-contribuicoes/# Acesso

em:22/09/2018.

SEGRE, German. Manual Prático de Comércio Exterior. 4ªed. Ed Atlas. 2012.

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EMPREENDEDORISMO: FATORES CONTRIBUINTES PARA A

SOBREVIVÊNCIA OU MORTALIDADE DAS MICROEMPRESAS

BEATRIZ STÉFANI DE OLIVEIRA ALVES FONSECA

MARCILIO FARIAS DA SILVA

Resumo

As microempresas são essenciais para o crescimento e desenvolvimento econômico do Brasil. Há

uma grande importância no processo de estruturação e organização, portanto, a necessidade de

analisar o processo de gerenciamento das empresas é essencial. O objetivo deste projeto é analisar

os fatores condicionantes de sucesso/fracasso que resultam na sobrevivência/mortalidade das

microempresas e identificar as estratégias que o empreendedor utiliza para ter destaque diante de

seus concorrentes. Para isso, a fundamentação teórica se baseia em autores da área, que

acrescentem informações importantes para a análise. A metodologia se baseia em um estudo

bibliográfico do tipo exploratório e futuramente será realizado um estudo de caso. Pretende-se,

com esta análise, ter uma visão ampla dos microempreendedores no mercado e relatar possíveis

falhas no gerenciamento que possam vir a afetá-lo futuramente.

Palavras-chave: Microempresas. Empreendedor. Fatores condicionantes. Gerenciamento.

Abstract

Microenterprises are essential for the growth and economic development of Brazil, there is great

importance in the process of structuring and organization. Therefore, the need to analyze the

business management process is essential. The objective of this work is to analyze the factors of

success / failure that result in the survival / mortality of microenterprises and to identify the

strategies that the entrepreneur uses to stand out from his competitors. For this, the theoretical

basis is based on authors of the area who add important information for the analysis. Having as

methodology a bibliographic study of the exploratory type and in the future a case study will be

carried out. The purpose of this analysis is to have a broad vision of microentrepreneurs in the

market and to report possible management failures that may affect them in the future.

Keywords: Microenterprises. Entrepreneur. Conditioning factors. Management.

INTRODUÇÃO

No Brasil, as microempresas movimentam milhões de reais por ano e empregam

milhares de trabalhadores. Com isso, a economia tem se fortalecido com a ajuda desse

setor. Esses tipos de empresas têm características próprias, são mais ágeis, flexíveis e

adaptam-se com mais facilidade do que as de grande porte. Atuantes em todos os setores

de atividade, essas empresas representam um fôlego extra para a economia nacional e

para o sustento de muitas famílias. É também uma oportunidade para os jovens se

ingressarem no mercado de trabalho e uma alternativa de renda para muitos que passaram

dos 40 anos de idade e têm dificuldade de se reestabelecer no mercado de trabalho.

Em um estudo realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas (SEBRAE, 2016), a taxa de sobrevivência das microempresas com até 2 anos

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de atividade foi de 76,6%, a maior taxa já calculada para aquelas nascidas no período de

2008 a 2012.

Mesmo com os indicadores positivos de sobrevivência, não se pode desprezar o

índice de mortalidade, visto que essa taxa é complementar à da sobrevivência, que

apresenta 23,4%.

Nesse sentido, o objetivo geral deste projeto é analisar os fatores determinantes

de sobrevivência/mortalidade das microempresas e identificar as estratégias que o

empreendedor utiliza para ter destaque diante de seus concorrentes. Para tanto, como

objetivos específicos serão realizadas análises do processo decisório e de planejamento

para identificar os fatores condicionantes de sucesso/fracasso das microempresas.

Também será realizada uma análise do perfil do empreendedor para identificar as

características e fatores que contribuem para tal, uma vez que as microempresas são um

dos fatores primordiais para a economia do Brasil, pois são responsáveis por mais da

metade dos empregos com carteira assinada.

A metodologia que constitui com o desenvolvimento do trabalho se deu, a

princípio pela pesquisa bibliográfica do tipo exploratória e pretende-se realizar o estudo

de caso futuramente.

Justifica-se este projeto pela necessidade de conhecer e analisar os fatores

determinantes para a sobrevivência/mortalidade das microempresas e de fazer um estudo

detalhado dos fatores condicionantes de sucesso/fracasso para avaliar como os

empreendedores agem diante das circunstâncias para que os cases de sucesso se tornem

exemplares e os erros não sejam repetidos.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O conceito de empreendedorismo foi utilizado inicialmente pelo economista

Joseph Schumpeter, em 1950. Empreendedorismo significa empreender, resolver um

problema ou situação complicada. É um termo muito usado no âmbito empresarial e

muitas vezes está relacionado com a criação de empresas ou produtos novos. Empreender

é também agregar valor, saber identificar oportunidades e transformá-las em negócio

lucrativo.

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1.1. Características do empreendedor

Existem diversos estudos que identificam os fatores de sucesso/fracasso das

microempresas no Brasil. Há um consenso de que a sobrevivência/mortalidade está

relacionada aos aspectos das características do empreendedor.

Para Hisrich e Peter (2004, p. 29), “o conceito de empreendedor fica mais refinado

quando são considerados princípios e termos de uma perspectiva empresarial,

administrativa e pessoal”.

Para empreender com eficácia e assegurar o sucesso do negócio, Luecke (2007)

afirma que é preciso que o empreendedor alie análise, planejamento estratégico,

capacidade de implementação e controle para o seu negócio, que são os elementos

fundamentais para o êxito de empreendimentos inovadores.

Portanto, ao iniciar um novo negócio, o empreendedor deve ter consciência de que

isso envolve risco e esforço para que seja superado o desafio da criação de algo novo.

Contudo, ao decidir por desenvolver uma nova empresa, o empreendedor assume a

responsabilidade e os riscos pelo desenvolvimento e sobrevivência da criação, além de

lidar com novos desafios passa também a fazer parte da economia.

Luecke (2007, p.29) define o empreendedor como “aquele que combina recursos,

trabalho, materiais e outros ativos para tornar seu valor maior do que antes. Também é

aquele que introduz mudanças, inovações e uma nova ordem”.

O empreendedor é o visionário dentro de cada ser, o catalisador das mudanças e

diante disso,

O empreendedor vive no futuro, nunca no passado, raramente no presente. É

mais feliz quando livre para construir imagens de “e se” e de “e quando”. O

empreendedor é a personalidade criativa, sempre lidando melhor com o

desconhecido, perscrutando o futuro, transformando possibilidades em

probabilidades, caos em harmonia (GERBER, 1992, p. 22).

O empreendedor deve apresentar algumas características básicas para o sucesso

de seus negócios, como exemplo: as necessidades, o conhecimento, as habilidades e os

valores, nesse sentido, o empreendedor deve estabelecer metas, obter informações, ter

planejamento, estar atento às oportunidades, ter qualidade e eficácia, saber calcular os

riscos, ter persistência, comprometimento e acima de tudo autoconfiança sobre si.

No empreendedorismo, podem-se constatar três critérios de comportamento:

• Tomada de iniciativa;

• Aceitação de riscos/fracassos;

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• Organização dos mecanismos socioeconômicos.

Hisrich e Peter definem empreendedorismo como:

O empreendedorismo é o processo de criar algo novo com valor dedicando o

tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psíquicos e

sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da

satisfação e independência econômica e pessoal, ou seja, é o processo de criar

algo novo e assumir os riscos e as recompensas (HISRICH e PETER, 2004, p.

29).

Nesse sentido, um empreendedor qualificado é aquele que combina recursos,

trabalho, materiais e outros ativos para tornar seu valor maior do que antes; também é

aquele que introduz mudanças e traz inovações, como organização, criação e riqueza.

Há pessoas que nascem em famílias empreendedoras, passam de geração a

geração, tornando grandes empresas respeitáveis, mas há também os que se deparam com

o empreendedorismo repentinamente, muitas vezes pela busca de novos desafios, assim

como cita Dornelas:

A decisão de se tornar empreendedor pode ocorrer aparentemente por acaso.

Esse fato pode ser testado fazendo-se uma pergunta básica a qualquer

empreendedor que você conhece: O que o levou a criar sua empresa? Não se

surpreenda se a resposta for: “Não sei, foi por acaso...” (DORNELAS, 2016,

p. 31).

Na verdade, isso ocorre devido a diversos fatores sociais, econômicos, externos.

Para a pessoa que inicia seu próprio negócio, que busca novos desafios, a experiência

pode ser de entusiasmo, frustração, ansiedade e trabalho duro. Elas se acham aptas a

empreender, mas há um alto índice de fracasso diante das diversas situações como baixa

venda, concorrência intensa, falta de capital e de capacidade administrativa. Portanto, os

riscos financeiros e emocionais podem ser altíssimos.

Filion (2008) acredita que o sucesso de um empreendimento, principalmente

considerando as características das micro e pequenas empresas, é resultante do perfil do

próprio empreendedor, pois elas são fundamentais para o alcance do sucesso, uma vez

que o êxito aparece apenas para aqueles que embarcam em um processo de

aprimoramento contínuo, e para manter-se no mercado é preciso ter espírito

empreendedor.

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1.2.As Microempresas no Brasil

Segundo o World Bank (2006), as empresas de pequeno porte apresentam, no

mínimo, três contribuições para a economia. A primeira diz respeito ao seu impacto no

mercado de trabalho expresso pela geração de novas vagas de emprego e por esse motivo

contribui automaticamente com a redução da pobreza. A segunda contribuição refere-se

ao fato de que elas são fontes inesgotáveis de atividades e inovação, o que colabora no

desenvolvimento do talento empreendedor. E a terceira por dar impulso e incentivo à

economia pela abertura de novos empreendimentos e introdução de novas atividades.

Tavares (2008) salienta que as microempresas são fundamentais para a economia

do país e por isso têm sido alvo cada vez maior de políticas específicas com a finalidade

de promover e contribuir para a sua sobrevivência no mercado. Dentre tais políticas, a

autora aponta como exemplo a referida Lei Geral para Micro e Pequenas Empresas, que

tem como finalidade criar facilidades em questões tributárias como o Super Simples.

O número de empresas optantes pelo Simples chegou a 11,8 milhões em

maio/2018, sendo 6,9 milhões de Microempreendedor Individual (MEI) e 4,9 milhões de

Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP), conforme o gráfico 1.

Gráfico 1 – Empresas optantes pelo simples nacional (Maio/2012 a Maio/2018)

FONTE: Panorama Sebrae, 2018.

O total de empresas cadastradas no Simples registrou alta de 1,2% em maio, na

comparação com abril. O crescimento do total de empresas continua no MEI, que avançou

1,8% na mesma comparação, com isso reforça a tese de que as Micro e Pequenas

empresas são de importância para a economia do país.

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Para auxiliar e apoiar as micro e pequenas empresas, Palermo (2002) cita a criação

do SEBRAE. A autora afirma que a organização é uma instituição técnica que oferece

apoio ao pequeno empreendedor para o desenvolvimento do seu negócio e das suas

atividades empresariais de pequeno porte, direcionada para o fortalecimento das micro e

pequenas empresas. A instituição oferece suporte pessoal e também por meio do seu site

que possui uma gama de informações fundamentais para quem deseja abrir uma empresa.

Tal suporte é dado desde a elaboração do Plano de Negócios, passando pela escolha do

tipo de negócio até sua formalização. Além disso, há ainda atendimento personalizado,

pessoalmente, nas diversas cidades brasileiras, com vários postos de atendimento.

No entanto, mesmo com o auxílio do SEBRAE, é preciso que sejam realizadas

mais atuações por meio do governo, assim como segmentos da iniciativa privada, ações

voltadas à realidade do país. Essa seria uma forma de valorizar a capacidade

empreendedora que os brasileiros possuem na busca de soluções para os problemas

existentes.

Dolabela (1999) destaca que, mesmo com apoio legal para se manter no mercado,

a mortalidade das microempresas ainda ocorre constantemente. Mesmo assim ainda

representam grande significância para o mercado, seja na geração de novos empregos ou

no desenvolvimento econômico e tecnológico.

1.3. A sobrevivência das microempresas no Brasil

O SEBRAE (2016) realizou uma pesquisa sobre a taxa de sobrevivência das

empresas com até dois anos de atividade, tendo como referência as empresas brasileiras

constituídas em 2012, as informações sobre estas empresas disponíveis na Secretaria da

Receita Federal (SRF) até 2014. O resultado foi o índice de 76,6% (Gráfico 2). Essa foi

a maior taxa de sobrevivência de empresas com até dois anos já calculada para as

empresas nascidas em todo o período compreendido entre 2008 e 2012.

Gráfico 2 – Taxa de sobrevivência das empresas de até 2 anos de funcionamento

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FONTE: SEBRAE, 2016

Esse é o estudo mais atualizado atéo presente momento e pode-se analisar como

esse índice vem influenciando os empreendedores a abrirem seu próprio negócio. As

causas para o sucesso das micro e pequenas empresas estão ligadas à capacidade de

inovarem no processo de gestão e no uso de novas tecnologias. Nesse sentido, aponta-se

o fator da inovação como diferencial para a sustentabilidade das organizações.

Contudo, para que elas se mantenham sustentáveis é importante que o

empreendedor tenha uma visão mais ampla do mercado, sendo o plano de negócio a etapa

fundamental para o sucesso do empreendimento. Antes que seja iniciado, deve-se decidir

qual será o negócio para que, assim, seja uma empresa de permanente crescimento no

mercado. Portanto, para criar uma empresa, é preciso que o empreendedor tenha uma

diversidade de conhecimentos a respeito do ramo que deseja atuar, estabelecendo

objetivos, metas e procedimentos operacionais.

Entre julho e agosto de 2016, o SEBRAE realizou uma pesquisa com 2.006

empresas, criadas nos anos de 2011 e 2012. A pesquisa tinha o propósito de identificar os

fatores que determinam a sobrevivência das empresas. Como resultado, verificou-se que

a sobrevivência das empresas não resulta apenas de um único fator, mas depende da

combinação de um conjunto de fatores: os “fatores contribuintes”. Esses podem ser

agrupados em, pelo menos, quatro grandes conjuntos, expostos no Quadro 1.

Quadro 1 – Fatores contribuintes para a sobrevivência das empresas.

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FONTE: SEBRAE, 2016

Diante da pesquisa, pode-se confirmar o exposto neste estudo, em que as

principais características devem ser observadas e alinhadas para que haja sucesso.

A criação e o desenvolvimento de um negócio, só ocorre pela real necessidade dos

consumidores a serem satisfeitas e esse é o primeiro fator associado ao sucesso, visto que

muitos negócios são abertos diante da necessidade existente no mercado de ser satisfeita.

Existe uma maneira para a análise de oportunidades, conhecido como 3Ms do

empreendedorismo, que tem como base uma série perguntas que formam um checklist,

subdivididas em três categorias. “Os 3Ms são definidos como Demanda de Mercado,

Tamanho e Estrutura de Mercado e Análise de Margem” (DORNELAS, 2016, p. 61), que

auxiliam o empreendedor a analisar o potencial de sua ideia. É recomendável que seja

aplicado para descobrir se se trata de uma boa oportunidade de negócio. Há um

questionário a ser realizado a cada “M”. Após analisar e responder todas as perguntas, o

empreendedor terá uma visão global do cenário mercadológico, o que lhe permitirá definir

o futuro de seu empreendimento, o que auxilia o empreendedor a entender seu mercado

e o de seus competidores. É importante fazer um checklist no final do questionário para

analisar os pontos fracos e fortes.

1.4. A mortalidade das Microempresas no Brasil

Como a taxa de mortalidade é complementar à da sobrevivência, pode-se dizer

que a taxa de mortalidade das empresas com até dois anos caiu de 45,8%, nas empresas

nascidas em 2008, para 23,4%, nas empresas nascidas em 2012, conforme exposto no

Gráfico 3.

Gráfico 3 – Taxa de mortalidade das empresas de até 2 anos de funcionamento.

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FONTE: SEBRAE, 2016

As taxas de mortalidade das micro e pequenas empresas sempre despertaram o

interesse dos pesquisadores em diversas partes do mundo, e com o gráfico é possível

compreender o motivo, pois um estudo aprofundado renderia uma ótima análise.

Em pesquisa realizada pelo SEBRAE (2014), foram identificados os principais

fatores responsáveis pelo fechamento prematuro das empresas:

• Comportamento empreendedor pouco desenvolvido;

• Deficiência no planejamento;

• Políticas insuficientes de apoio ao setor;

• Falta de mão de obra especializada;

• Falta de infraestrutura e instabilidade econômica;

• Falta de clientes;

• Falta de estratégia de marketing;

• Falta de capital de giro e lucros;

• Custo de criação da empresa muito alto;

• Seleção e gestão de pessoas sem competência para o negócio.

Entretanto, entre eles, o que tem maior peso para o fechamento é o financiamento,

uma vez que a falta de capital foi e ainda tem sido um grande agravo desse segmento.

Segundo Dornelas (2016), “o índice de mortalidade das micro e pequenas

empresas brasileiras, nos primeiros anos de existência, atinge percentuais não

desprezíveis”. Esse fato não é uma particularidade somente do Brasil. Nos Estados

Unidos, a mortalidade dos startups também é alto. Uma pesquisa realizada pelo SBA

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(Small Bussiness Administration), órgão do governo americano de auxílio às pequenas

empresas, concluiu que o motivo da mortalidade é a falha ou falta de planejamento

adequado do negócio.

No Brasil, os fatores de mortalidade das empresas nacionais não são muito

diferentes: a falta de planejamento aparece nos primeiros lugares, como a principal causa

do insucesso, seguida de deficiências de gestão, políticas de apoio insuficientes,

conjuntura econômica e fatores pessoais. “Essas falhas podem acontecer devido a

armadilhas no gerenciamento do dia a dia das micro e pequenas empresas”.

(DORNELAS, 2016, p. 91)

2. METODOLOGIA

A Metodologia científica é o estudo dos métodos necessários para a elaboração de

um trabalho científico que aborda as principais regras para uma produção científica,

fornecendo as técnicas, os instrumentos e os objetivos para um melhor desempenho e

qualidade de um trabalho científico. Portanto, “Em suma, método científico é a lógica

geral, tácita ou explicitamente empregada para apreciar os méritos de uma pesquisa”

(NAGEL, 1969, p. 19).

A pesquisa bibliográfica tipo exploratória é muito utilizada para realizar um

estudo preliminar do principal objetivo da pesquisa que será realizada e permite ao

pesquisador definir seu problema de pesquisa e formular a sua hipótese com mais

precisão. O objetivo desse tipo de estudo é procurar padrões, ideias ou hipóteses. Segundo

Gil (2010), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,

constituído principalmente de livros e artigos científicos, e podem ser também

publicações periódicas (jornais e revistas).

Segundo Marconi e Lakatos (2017), a pesquisa de campo é utilizada com o

objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o

qual se procura uma resposta que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos

fenômenos ou as relações entre eles. Marconi e Lakatos (2017) ainda dizem que a

pesquisa de campo consiste na observação de fatos, fenômenos, tal como ocorrem

espontaneamente, coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que

presumem relevantes, para analisá-los. Visto isso, pode-se perceber que a pesquisa de

campo será utilizada para fundamentar, analisar e colher o material.

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Nesse sentido, a metodologia que constitui o desenvolvimento deste trabalho é a

pesquisa bibliográfica do tipo exploratória e pretende-se realizar um estudo de caso com

os empreendedores da cidade de Cruzeiro, por meio de um questionário para identificar

as características do empreendedor e de sua empresa, as dificuldades que o empreendedor

encontra para gerenciar sua empresa, os fatores determinantes de sucesso/fracasso de seu

empreendimento, dentre outras. Com o estudo de caso finalizado, a conclusão do projeto

terá um embasamento.

3. RESULTADOS ESPERADOS

Pretende-se com a conclusão deste projeto, ter uma visão de como os

microempreendedores da cidade de Cruzeiro reagem ao mercado, conhecer suas

características, os fatores condicionantes de sucesso/fracasso e os fatores determinantes

para a sobrevivência/mortalidade da empresa. Pretende-se também conhecer os métodos

que os microempreendedores utilizam para se manterem ativos no mercado diante das

diversas concorrências. Com isso, o conhecimento adquirido será atribuído ao

empreendedor e contribuirá para possíveis situações emergenciais.

REFERÊNCIAS

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Disponível em: <http://inf.unisul.br/~ingo/empreendedorismo.pdf>. Acesso em 20

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GERBER, M. E. O mito do empreendedor: como fazer de seu empreendimento um

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ESCOLA AUSTRÍACA DE ECONOMIA VS ECONOMIA POLÍTICA

MARXISTA

FELIPE RODRIGUES

JOSE AUGUSTO PAES DECCACHE

JOSÉ FELIPE VICENTE DE OLIVEIRA

MATHEUS MOTA FERREIRA DA SILVA

PABLO LEITE JUNQUEIRA

Resumo

A presente pesquisa consiste em uma análise teórica sobre economia e a relação do estado na

escola austríaca de economia e economia política marxista. Serão apresentados pontos de vista

diferentes em relação às duas escolas no que se refere ao intervencionismo do estado na vida de

cada um. A metodologia consiste numa pesquisa bibliográfica, que abrange diversos autores

especialista no assunto abordado. O objetivo dessa pesquisa é analisar estas formas de governo e

como elas contribuem para a formação de uma sociedade mais livre e que dê uma maior

importância ao indivíduo. Portanto, o tema é de total interesse dos mesmos, pois nele é descrito

como essas duas escolas distintas operam no governo. Espera-se com este estudo compreender

melhor a maneira como o governo interage com a população e sua influência.

Palavras-chave: Economia. Política. Intervencionismo. Estado.

Abstract

The present research consists of a theoretical analysis on economics and the relation of the state

in the Austrian school of economics and Marxist political economy. Different views will be

presented in relation to the two schools regarding state interventionism in the life of each one.

The methodology consists of a bibliographical research, which covers several authors specialized

in the subject matter. The purpose of this research is to analyze these forms of government and

how they contribute to the formation of a freer society that gives greater importance to the

individual. Therefore, the theme is of total interest to them, as it is described in these two distinct

schools operating in government. It is hoped that this study will better understand how

government interacts with the population and its influence.

Keywords: Economy. Policy. Interventionism. State.

INTRODUÇÃO

O estudo de diferentes pensamentos econômicos é tarefa essencial para a

compreensão dos fundamentos teóricos e metodológicos que permeiam as propostas

políticas. Falar da escola austríaca de economia e economia política marxista não é tarefa

fácil, pois esses dois pensamentos sobre formas de governos divergem em vários

aspectos, tais como: a produção, a acumulação, a circulação e a distribuição de riquezas.

Essas divergências são o ponto de partida para a presente pesquisa que tem como

foco principal compreender o impacto desses dois pensamentos econômicos na

sociedade. A contribuição da compreensão desses pensamentos está ligada diretamente à

tomada de decisão dos governantes do país. Sendo assim, a escola austríaca de economia

e economia política marxista serão abordadas com base em autores que defendem essas

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formas econômicas de governar uma nação. E, desta forma, chegar a um entendimento

geral de qual seria a forma de governo mais vantajosa para a sociedade.

A linha de pensamento econômico austríaca é voltada, principalmente, para o

estudo das relações humanas, procurando compreender de modo verdadeiro e simples a

economia. Segundo esta escola, verdadeiro pelo fato da economia ser regida pela ação

humana, que nada mais é que as relações entre os homens no dia-a-dia, considerados por

eles como economia prática ou real. Conforme explica Mises (2009, p.29);

“Liberdade na sociedade significa que um homem depende tanto dos demais

como estes dependem dele. A sociedade, quando regida pela economia de

mercado, pelas condições da economia livre, apresenta uma situação em que

todos prestam serviços aos seus concidadãos e são, em contrapartida, por eles

servidos”.

E simples pelo fato de que todo o estudo tem como fator principal explicar o que

ocorre na economia prática, do qual resultam as teorias sobre economia. Esta linha de

pensamento desconsidera como teorias econômicas qualquer fórmula que pregue uma

economia planejada, como no Keynesianismo e no Socialismo, onde seria impossível um

cálculo econômico lógico e as próprias ações humanas seriam planificadas, subtraindo,

assim, a liberdade individual.

O objetivo dessa pesquisa é analisar estas formas de governo e como elas

contribuem para a formação de uma sociedade mais livre e que dê uma maior importância

ao indivíduo. Já que para muitos de nossos representantes no governo, a forma mais

comum de se resolver um problema é pensando na sociedade como um todo, porém nem

sempre o que é bom para um é bom para o outro.

A partir de grandes nomes como, Ludwig Von Mises, fazendo referência à escola

austríaca de economia e Karl Marx sobre economia política marxista, serão analisados

seus maiores pensamentos sobre política e como esses dois pensadores encaravam a arte

de governar. Assim sendo, a escola austríaca de economia e economia política marxista

serão analisados a partir de uma abordagem histórica, que não pretende descrever a

história destes movimentos, mas mostrar que estas formas de encarar a política podem

influenciar muito na vida de cada pessoa da nação e como mudou cada país em que

penetrou.

Espera-se com o desenvolvimento da pesquisa, apresentar diversos pontos de

vistas para que se possa entender qual desses pensamentos seria mais apropriado para

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uma sociedade livre. Para tanto, a metodologia utilizada neste estudo foi à pesquisa

bibliográfica em sites, livros e artigos publicados sobre o tema.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O artigo será desenvolvido através das ideias de grandes autores que tiveram

grandes contribuições para o estudo da economia. Dessa forma, inicialmente será

necessário abordar alguns aspectos teóricos, que são fundamentais para o entendimento

do mesmo.

1.1. ESCOLA AUSTRÍACA DE ECONOMIA

A escola austríaca de economia é baseada numa política econômica liberal, que

visa a livre concorrência num livre mercado. Sendo contra a quaisquer meios de governos

intervencionistas, que queiram interferir no mercado, criando leis que prejudicam a

competitividade de empresas privadas e favorecendo empresas estatais que monopolizam

o mercado, dificultando não só a vida do empresário quanto à do consumidor. Segundo

Ludwig Von Mises (1966, p.984):

Onde predominam as ideias intervencionistas, só aqueles que se identificam

com os interesses de um grupo de pressão podem fazer uma carreira política.

(...) O verdadeiro estadista procura invariavelmente estabelecer políticas de

longo prazo; aos grupos de pressão só interessam os resultados de curto prazo.

(Mises, 1966, p. 984).

O nome desta escola vem do fato de os primeiros teóricos serem de origem

austríaca, a saber: Carl Menger (autor de Princípio de Economia Política), Eugen Von

Bohm-Bawerk (que contestou a teoria da mais-valia de Karl Marx em A Teoria da

Exploração do Socialismo-Comunismo), e também Ludwig Von Mises que é considerado

um dos principais autores da Escola Austríaca (autor de Ação Humana).

Fica fácil de perceber que, para Mises governantes com pensamentos

intervencionistas, apenas buscam os interesses daqueles que tem os mesmos

pensamentos, desfavorecendo aqueles que divergem da sua opinião, criando barreiras

para a diversidade de ideias e prejudicando assim a população. Nas palavras de Hayek

(2001, p. 1):

Se algum dia se terá uma moeda decente, ela não virá do governo: ela será

emitida por empresas privadas, porque prover o público com boa moeda que

pode ser confiável e seu uso não apenas um negócio extremamente lucrativo

impõe ao emitente uma disciplina na qual o governo nunca e jamais será

sujeito. É um negócio que uma empresa com concorrentes conseguirá manter

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somente se ela der ao público uma moeda tão boa quanto todos seus

concorrentes. (Hayek, 2001, p. 1).

Percebesse que Hayek usa o exemplo da moeda para dar uma ênfase na má

qualidade de serviços prestados por governos intervencionistas, pois para o governo

interessa satisfazer uma pequena parte da população, desde que seja lucrativo aos que

compartilham do mesmo interesse. Entretanto, Hayek afirma que, a melhor solução é tirar

tais poderes das mãos do governo e transferir ao setor privado, que tem mais capacidade

de oferecer um serviço de qualidade a população, fazendo jus a livre concorrência e

lutando sempre para oferecer o melhor serviço possível.

Na perspectiva de Hayek, é razoável supor que o indivíduo esteja em equilíbrio,

no sentido de que seus planos apresentem coerência e compatibilidade com o

conhecimento que ele possui. Contudo, a passagem do equilíbrio individual para o

equilíbrio geral (no sentido de envolver todos os participantes do mercado) não é trivial,

na medida em que requer compatibilidade entre os planos dos inúmeros participantes do

mercado, em particular com relação ao comportamento esperado dos demais indivíduos.

Diante disso, cumpriria aos economistas explicar a passagem do equilíbrio individual ao

geral por meio da maior compatibilização do conhecimento e dos planos. O problema da

maior parte dos economistas é que a escolha metodológica deles é estudar estados de

equilíbrio, admitindo conhecimento perfeito. Por isso a necessidade de estudo do

processo de mercado, onde acontece a revisão de planos com a descoberta, transmissão e

difusão de conhecimento.

Assim, pode-se argumentar que o problema central, para a economia Austríaca, é

o problema do conhecimento, e que isso se vincula à opção não de se estudar estados de

equilíbrio, mas o processo de mercado por meio do qual ocorre a coordenação de planos.

Tal fato fica explícito na própria definição de Escola Austríaca que dá destaque ao

processo de mercado como tema central, segundo diferentes autores.

Boettke (1994) fala que, a despeito da heterogeneidade existente dentro do

austrianismo, existem ao menos dois objetivos e três princípios metodológicos que

conferem ao austrianismo um grau de coesão que justifica a utilização do termo “Escola”.

Os objetivos perseguidos por um autor austríaco seriam (i) apresentar os eventos

econômicos em termos da ação humana direcionada a um propósito (purposive human

action) e (ii) relatar as consequências não intencionais dessa ação humana. Para atingir

estes dois objetivos, os três postulados metodológicos seriam: (i) individualismo

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metodológico; (ii) subjetivismo metodológico; e (iii) foco em processos ao invés de

estados de equilíbrio.

Já Rizzo (2009, 2013), mais voltado aos desenvolvimentos recentes feitos pelo

austrianismo, cita oito temas que caracterizam a identidade Austríaca. Nas suas palavras:

(1) the subjective, yet socially embedded, quality of human decision making; (2)

the individual’s perception of the passage of time (‘real time’); (3) the radical uncertainty

of expectations; (4) the decentralization of explicit and tacit knowledge in society; (5) the

dynamic market processes generated by individual action, especially entrepreneurship;

(6) the function of the price system in transmitting knowledge; (7) the supplementary role

of cultural norms and other cultural products (‘institutions’) in conveying knowledge; and

(8) the spontaneous - that is, not centrally directed - evolution of social institutions.

(Rizzo, 2013, p. 50-51).

Kirzner (1987), por sua vez, mostra que, no começo da década de 1930, a Escola

Austríaca era reconhecida como um capítulo importante, mas já encerrado, da história do

pensamento econômico. Em parte isso se devia a que muitos dos austríacos entendiam

que o austrianismo havia sido absorvido pela corrente principal da profissão, deixando de

existir razão que justificasse uma escola autônoma, seja pela vitória da posição defendida

por Menger no Methodenstreit a respeito da possibilidade de teorização em Economia

contra a crítica historicista, seja porque muitas das contribuições Austríacas à teoria

econômica haviam sido incorporadas pelos economistas de fora da Áustria (Kirzner,

1987).

Tal visão teria surgido com a geração de Böhm-Bawerk e Wieser, que se

enxergavam não como uma alternativa radical à abordagem mainstream, mas como

colaboradores dela - ao contrário de Menger, que procurou guardar distância entre sua

abordagem e as de Walras e Jevons (Boettke, 1994).

No entendimento da escola, a intervenção do Estado prejudica o conjunto das

relações econômicas, por isso defende o laissez-faire. No seu conjunto, as intervenções

são vistas como uma prática equivocada, perniciosa e trazem danos e consequências

desastrosas. O Estado mínimo é condição essencial para florescer o “espírito capitalista”,

prevalecendo a radicalização da crença smithiana da mão invisível, na capacidade autor

reguladora do mercado e na crença da lei de Say. Logo, “quem pede maior intervenção

estatal está, em última análise, pedindo mais compulsão e menos liberdade”. Partindo

desta defesa, a postura da escola quanto a não intervenção do Estado é muito mais

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aguerrida do que os próprios clássicos. Em última instância, há por detrás desta visão, que

a espada do Leviatã é uma arma opressora que apunhala as liberdades individuais.

Neste debate, Ludwig von Mises dá uma atenção especial à atividade bancária. A

intervenção do governo no mercado de crédito, ou seja, na sua intensificação/expansão

“está fadada ao fracasso. Mais cedo ou mais tarde resultará numa catástrofe”. Ao lançar

crédito no mercado, faz aumentar a quantidade de dinheiro em circulação e isso gera

inflação. O mesmo se dá para os gastos “irresponsáveis” do governo, que são uma espécie

de fermento para dívidas públicas e pressionam a inflação.

1.2. ECONOMIA POLÍTICA MARXISTA

A economia marxista se refere ao corpo do pensamento econômico que nasce das

obras de Karl Marx. Para Marx o intervencionismo faria o interesse dos trabalhadores e

administraria melhor uma nação, pois para o mesmo uma nação tem que ser teleguiada

por uma espécie de “ditador”, criando regras e normas para um convívio harmonioso e

pleno. Marx não acreditava na propriedade privada e na livre concorrência. Para ele o

estado deveria produzir tudo que uma nação necessita. Segundo Engels (1884, p.69):

O Estado não é, pois, de forma alguma, um poder imposto à sociedade de fora

para dentro; tampouco é a realização da ‘ideia moral’ ou ‘a imagem e realidade da razão’.

É, antes, um produto da sociedade num determinado estágio de desenvolvimento; é a

revelação de que essa sociedade se envolveu numa irremediável contradição consigo

mesma e que está dividida em antagonismos irreconciliáveis que não consegue exorcizar.

(Engels, 1884, p. 69).

Fica claro perceber que, na visão de Engels um estado intervencionista é essencial

no convívio de uma sociedade, pois em sua perspectiva a sociedade está sempre em

conflito consigo mesmo. Eis que entra o papel do estado, com normas e leis para conciliar

um convívio adequado, mesmo que para isso o estado tenha que interferir nas decisões

dos indivíduos, impondo leis sem ter que prestar nenhum esclarecimento quanto a isso.

Segundo Marx (1964, p.78):

Através da emancipação da propriedade privada diante da comunidade o Estado

se torna uma entidade separada ao lado e de fora da sociedade civil, mas não é nada mais

do que a forma de organização que a burguesia necessariamente adota para fins internos

e externos, para a garantia mútua de sua propriedade e interesses. (Marx, 1964, p. 78).

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Para Marx o estado só é produtivo para a sociedade quando se torna

intervencionista, pois para o mesmo, outra forma de governo levaria os governantes a

tomar decisões que coubesse a burguesia. Sendo assim, ele defende que, por meio de

decisões que o próprio estado acha ser o correto para a população, não cabendo ao povo

decidir o que é correto ou não para sua vida.

2. METODOLOGIA

A metodologia cientifica é a área que determina a maneira e os métodos utilizados

para a elaboração de um trabalho científico, ou seja, ela irá nortear todo o processo de

pesquisa apresentando as técnicas, os instrumentos e os objetivos para um melhor

desempenho na realização do trabalho.

Para o desenvolvimento deste artigo a metodologia adotada baseou-se na pesquisa

bibliográfica com o intuito de revisar e filtrar algumas teorias e informações sobre o tema.

Segundo Gil (2007) a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já

elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. A principal

vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir o investigador a cobertura

de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar

diretamente.

Já para Severino (2007), a pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir

do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, e, documentos impressos,

como livros, artigos, teses, etc. Utiliza-se de dados ou de categorias teóricos já trabalhados

por outros pesquisadores e devidamente registrados.

3. RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se alcançar com este artigo o entendimento das diferentes formas de

governo aqui abordadas, para que haja uma melhor forma de interação da população com

o estado, e com isso melhorando a relação de ambos. Um melhor entendimento sobre o

tema pode favorecer a tomada de decisões da população na hora de escolher seus futuros

governantes, e assim, melhorando cada vez mais a política de seu país. Este artigo

pretende também buscar a compreensão daqueles que querem conhecer um pouco mais

sobre o tema abordado e consequentemente informá-los sobre a relação estado/população.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Compreender o tema abordado é de suma relevância as pessoas que vivem em

nossa sociedade, pois o entendimento proporcionará uma visão mais ampla das decisões

e os rumos que os governantes estão a levar o país. Não procurar se informar sobre tais

pensamentos, pode acarretar em uma possível decisão errada acerca de um futuro

governante do nosso país, que não segue essa mesma linha de pensamentos. Sabendo da

importância do esclarecimento de uma nação, estudar sobre o assunto pode ajudar na

tomada de decisão no momento em que as pessoas forem escolher, seja um governante

ou até mesmo uma empresa onde deseja trabalhar. Dessa forma, falar sobre a Escola

Austríaca de Economia e Economia política marxista se torna um peso na decisão final

de algo, afetando o futuro da sociedade.

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ESTUDO COMPARATIVO DE BANCOS DE DADOS NOSQL PARA

ARMAZENAMENTO DE DADOS DO

EUGENIO SPER DE ALMEIDA

GLENDA PAOLA BARBOZA LAMI

Resumo

A demanda para atender ao grande volume de dados gerados na web fez com que se buscassem

novas formas de armazenamento de dados que possibilitassem maior escalabilidade a baixo custo,

o que levou ao surgimento do banco de dados NoSQL, chamados, dessa forma, por não fazerem

uso de álgebra relacional. O Sistema Integrado de Dados Ambientais (SINDA) é um banco de

dados relacional que armazena dados provenientes de sensores, ou seja, existe um grande volume

de dados sendo gerados em um espaço curto de tempo, que necessitam, assim, de uma solução de

banco de dados escalável, sendo o NoSQL uma opção viável. A grande quantidade de bancos de

dados NoSQL existentes dificulta a escolha. Esta pesquisa procura, por meio de revisões

bibliográficas e estudo da natureza dos dados armazenados do SINDA, definir qual seria a melhor

opção de banco de dados NoSQL para armazenamento e análise dos dados do SINDA.

Palavras-chave: Banco de dados, NoSQL, Dados observacionais;

Abstract

The demand to meet the large volume of data generated on the web made it necessary to search

for new forms of data storage that would allow greater scalability at low cost, which led to the

emergence of NoSQL databases, so called because they did not make use of relational algebra.

The Integrated Environmental Data System (SINDA) is a relational database that stores data

from sensors, that is, there is a large volume of data being generated in a short space of time,

thus requiring a database solution scalable, with NoSQL being a viable option. The large number

of existing NoSQL databases makes it difficult to choose. This research searches through

bibliographic reviews and study the nature of the data stored in SINDA, defining which would be

the best option of NoSQL database for storage and analysis of SINDA data.

Keywords: Data Bases, NoSQL, Observational data;

INTRODUÇÃO

Com o aumento do volume de dados gerados na Web, em geral dados não

estruturados (texto) ou semiestruturados (html, xml etc), propiciam um aumento da

necessidade de armazenamento, somado à necessidade de maior disponibilidade e

velocidade no acesso aos dados. Isso fez com que novas tecnologias de armazenamento

fossem estudadas, o que levou ao desenvolvimento dos bancos de dados NoSQL.

Sistemas distribuídos e técnicas de consulta foram desenvolvidas para tentar solucionar a

necessidade de alto desempenho nas consultas a essas estruturas de dados. (DE SOUZA,

2014).

O Sistema Integrado de Dados Ambientais (SINDA) é um banco de dados

relacional que armazena regularmente dados provenientes de diferentes tipos sensores.

Esse volume crescente de dados heterogêneos necessita de uma solução de banco de

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dados escalável e que seja de baixo custo de implantação e manutenção. Por essas

características, a utilização de bancos NoSQL aparenta ser uma boa opção. Entretanto,

existem na atualidade muitos bancos de dados NoSQL, o que torna difícil a escolha.

Estudos realizados em trabalhos anteriores (De Oliveira, 2014; De Souza, 2014;

Lóscio et. al., 2011; entre outros) e levantamento das principais características na tentativa

de elencar as diferenças e semelhanças entre os vários tipos de banco NoSQL, dispõem

essas informações de forma gráfica que facilita sua visualização e comparação.

Com isso, espera-se que este trabalho contribua para identificação dos possíveis

bancos de dados NoSQL que possam ser utilizados para o armazenamento dos dados do

SINDA, e também possa servir de referência para outros trabalhos que envolvam o uso

de sensores.

A finalidade deste trabalho, portanto, é estabelecer um comparativo entre bancos

de dados NoSQL de diferentes estruturas de armazenamento para a escolha dos mais

indicados para armazenamento e manipulação de dados do SINDA.

Este artigo foi dividido em quatro seções. A Seção 1 contém a introdução, a seção

2 traz um embasamento teórico, com apresentação de um detalhamento sobre o SINDA,

o conceito de banco de dados NoSQL e suas classificações, qual a amostra de bancos de

dados selecionados para a pesquisa, e um comparativo entre os bancos; a seção 3

apresenta os resultados esperados e, por fim, na seção 4 estão as referências.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. SINDA

Sistema Integrado de Dados Ambientais (SINDA) é um sistema responsável por

processar, armazenar e repassar os dados aos seus usuários. Os dados são coletados nas

Plataformas de Coleta de Dados (PCDs), que são formadas por uma constelação de

satélites que carregam a bordo o sistema DCS (Transportador de Coleta de Dados).

(SANTOS et. al. ,2013)

O SINDA visa atender demandas e necessidades de uso de dados ambientais pelas

instituições consideradas integrantes do Segmento Usuário de Satélites de Coleta de

Dados Ambientais, tais como: Agência Nacional de Água (ANA), Centro de Previsão do

Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) /Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)

e Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Companhia Ambiental do Estado de São

Paulo (CETESB), entre outros. Essas instituições dependem da quantidade e qualidade

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dos dados adquiridos pelos satélites, recebidos em solo e disponibilizados aos usuários

na fase de operação do satélite. (SANTOS et. al. , 2013).

Os dados, antes de serem enviados para o SINDA, são transmitidos pelas PCDs

para os satélites orbitais, retransmitidos por estes e recebidos nas estações de Cuiabá e/ou

Alcântara. As principais atribuições do SINDA são: cadastrar as PCDs e os usuários,

tratar, armazenar e distribuir os dados para os usuários, além de fazer a manutenção da

base de dados históricos, gerenciar os números de identificação (IDs) das PCDs, gerenciar

as redes de plataformas de coleta e interface com os usuários, apoiar na especificação de

aquisição das PCDs e demais atividades de processamento específico a pedido dos

usuários. (SANTOS et. al. , 2013).

Para ter acesso aos dados do SINDA é preciso selecionar uma das estações de

monitoramento e o período de tempo que não pode ultrapassar um ano. Em seguida, pode-

se salvar esses dados em um arquivo com formato “xls”. Nesses arquivos, cada registro

do sensor está em uma linha, enquanto nas colunas estão dispostos os atributos com seus

respectivos valores. A primeira coluna guarda a data e hora, e funciona como uma espécie

de chave para cada registro, tornando-o único.

A tabela 1 traz um exemplo de registro do SINDA, cujos dados compreendem o

período de primeiro de fevereiro de 2018, às dez horas da manhã até primeiro de fevereiro

de 2018, às quinze horas.

Tabela 1- estação: Cruzeiro do Sul/AC, Latitude: -7.617, Longitude: -72.667, Altitude:

Fonte:SINDA, 2018.

1.2.Banco de dados NoSQL

Os bancos de dados NoSQL são assim chamados por não usarem álgebra

relacional e nem possuírem linguagem de consulta nativa SQL (DE OLIVEIRA, 2014).

Eles surgiram como uma alternativa aos bancos relacionais, devido ao alto custo de

armazenamento de dados não estruturados e escalabilidade para dados provenientes da

Web. Outros fatores que contribuíram para o crescimento da utilização dos bancos

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NoSQL e que tornam esses bancos capazes de manipular um grande volume de dados se

deve às suas características como: escalabilidade, alta disponibilidade, esquema flexível

e simples manipulação.

● Escalabilidade: possibilidade de aumentar a capacidade de armazenamento de dados

com o menor custo possível e de forma uniforme. Existem duas formas de escalabilidade:

horizontal e vertical, sendo que na primeira, significa adicionar mais nós ao sistema,

usando técnicas de clustering, a segunda significa adicionar recursos em um único nó do

sistema, acrescendo mais memória ou um disco rígido mais rápido.

● Alta disponibilidade: significa que o sistema precisa ser tolerante a falhas de software,

ou seja, ele precisa manter-se funcionando o máximo de tempo possível, além de ser

capaz de autogerenciamento de memória e estar apto a responder todas as requisições em

todo o tempo possível.

● Esquema Flexível: Nos bancos de dados NoSQL a organização de como o banco de

dados é construído não é um esquema pré-determinado, ou seja, sua construção é mais

simplificada e não possui um esquema, isso facilita a inserção de dados de diferentes

formatos. Em um banco de dados relacional, um campo de texto dedicado ao

armazenamento desse tipo de dado pode ser definido, porém, a indexação e consulta não

têm desempenho satisfatório para a maioria das aplicações Web atuais.

● Simples manipulação: Em sua maioria, os bancos NoSQL são simples de manipular

e configurar devido à simplicidade de sua estrutura, o que muitas vezes faz com que os

próprios desenvolvedores sejam capazes de executar essa tarefa.

1.3. Classificação dos bancos de dados NoSQL

Existem quatro tipos mais comuns de bancos de dados: NoSQL, chave-valor,

família de Coluna, Documento e grafo. (LÓSCIO et al., 2011).

1.3.1. Chave-Valor

Um armazenamento de chave-valor funciona de forma muito semelhante a uma

tabela hash, em que cada valor é associado a uma chave exclusiva e é por meio dela que

o dado pode ser armazenado e acessado. É mediante a utilização de uma função hash

apropriada que é possível a gravação do dado no banco e a distribuição de chaves.

(ZOINERTEJADA e O LPROD, 2018).

A chave-valor não faz distinção entre os dados que estão sendo armazenados,

como se eles fossem opacos ao sistema de armazenamento (figura 1). Alguns bancos

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apenas limitam o tamanho dos dados a serem armazenados e cabe à aplicação as regras

de definição de esquema de quais dados podem ser armazenados. (ZOINERTEJADA e

OLPROD,2018)

Figura 1– Esquema de chave valor

Fonte:Microsoft, 2018

Essa ausência de esquema faz com que os bancos de dados chave-valor sejam

altamente otimizados para aplicativos que utilizam pesquisas simples através das chaves

ou intervalo de chave, mas não é otimizado para pesquisas mais elaboradas onde se deseja

a união de dados de tabelas diferentes, e também em filtragem de dados a partir de valores

não chave. (ZOINERTEJADA e OLPROD, 2018).

A maioria dos bancos de chave-valor só permite leitura e gravação de um único

valor por chave, além de realizar apenas operações como consulta simples, inserção e

exclusão. Os dados chave-valor podem ser acessados utilizando as operações:

● get (chave): recupera o valor ou uma lista associada a chave passada como parâmetro;

● put (chave, valor): cria um novo registro associado a chave;

● delete (chave): exclui um registro através da chave;

A persistência dos dados, os armazenamentos chave-valor podem ser classificados

em três tipos:

● Armazenamento na memória: possui acesso muito rápido e é indicado para

informações temporárias. Ex. Informações de sessão de usuário acessada por servidores

de aplicativo;

● Armazenamento persistente: tem alta disponibilidade, pois as informações não

transacionais, são armazenadas no HDD/SSD;

● Armazenamento híbrido: primeiro mantém na memória e depois transfere os dados

para o HDD/SSD. (DAVOUDIN e CHEN , 2018)

1.3.2. Família de Coluna

Banco de dados de família de colunas pode ser entendido como contendo dados

de tabelas com linhas e colunas (ZOINERTEJADA e OLPROD,2018). Os dados são

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indexados por uma tripla (linha, coluna e timestamp), onde linhas e colunas são

identificadas por chaves e o timestamp permite diferenciar múltiplas versões de um

mesmo dado. (DE SOUZA, 2014)

Possuem esquema otimizado para a leitura de dados estruturados pois armazenam

os dados contiguamente na coluna. (DE OLIVEIRA, 2014).

Um recurso interessante desse tipo de banco é poder usar a mesma chave de linha

para dados, pertencentes à mesma entidade, que estão em famílias de colunas distintas,

criando interconexão entre elas (ZOINERTEJADA e OLPROD, 2018), o que é

exemplificado na figura 2.

Figura 2- Diagrama de famílias de colunas

Fonte:Microsoft, 2018

1.3.3. Documento

O modelo orientado a documento é semelhante ao chave-valor, porém, enquanto

este apresenta uma grande tabela hash para todo o banco, no modelo documento, cada

registro é tomado como um documento, ou seja, em cada documento existe um conjunto

de chaves e valores. (DE SOUZA, 2014).

Todo documento possui uma chave própria, que dependendo do banco é gerada

automaticamente assim que um novo registro é gravado e, em outros casos, o banco

permite que seja especificado o valor de um dos campos como chave. (ZOINERTEJADA

e OLPROD,2018)

Neste modelo, os dados são armazenados em formatos como XML, YAML,

JSON, BSON ou texto. Os documentos não precisam possuir a mesma estrutura.

Geralmente cada documento contém todos os dados de uma mesma entidade, o que

favorece a flexibilidade e otimiza as buscas, respetivamente. (ZOINERTEJADA e

OLPROD,2018)

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A figura 3 mostra um banco de dados de documento em que podem ser observadas

duas chaves, cada uma com um valor único e associada a um registro. Percebe-se que os

registros não possuem a mesma estrutura, ou seja, no primeiro registro, cuja chave é 1001,

para o “CustomerID: 99”, são adicionados dois produtos: “productID: 2010” e

“productID: 4365”, enquanto que para o registro de chave 1002 é associado apenas uma

produto “productID: 220”.

Figura 3 - Esquema de armazenamento do modelo document

Fonte:Microsoft, 2018

1.3.4. Grafo

Diferentemente dos demais bancos de dados NoSQL, o banco de dados baseado

em grafo é considerado o que possui maior complexidade (DE OLIVEIRA, 2014) Esse

banco armazena objetos e acessa as informações por meio desses objetos. Sua estrutura é

baseada em grafos, ou seja, é composto por vértices, onde são armazenados os objetos e

as arestas que representam as interconexões entre esses objetos. (ZOINERTEJADA e

OLPROD,2018)

Este tipo de banco de dados pode ser pensado como um multigrafo rotulado e

direcionado. Cada par de nós pode ser conectado por mais de uma aresta, fornecendo um

ganho de performance e permitindo um melhor desempenho das aplicações que possuem

esse tipo de estrutura, como aplicações em redes sociais, se comparado aos bancos

relacionai (DE OLIVEIRA, 2014).

De acordo com o mesmo autor, os bancos de dados garfos possuem grande

potencial de aplicabilidade em que as interconexões das informações ou a topologia dos

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dados são tão ou mais importantes que os dados. Os dados são armazenados em grafos

para permitir consultas eficazes, através da rede de nós e vértices, e análises das relações

entre as entidades. A Figura 3 mostra um esquema gráfico das relações (representada

pelas setas) entre os dados pessoais das entidades funcionários e departamento de uma

empresa. (ZOINERTEJADA e OLPROD,2018)

Figura 3- Dados de pessoal de uma organização estruturados como um grafo

Fonte:Microsoft.com

1.4.Soluções abordados na comparação

Foram selecionados dezesseis bancos de dados NoSQL, mediante critério de

popularidade, cujos dados foram extraídos do levantamento8 realizado pela equipe Solid

IT, divulgados no site DB-Engines, e o suporte fornecido pelos sites oficiais dos bancos.

Essa seleção resultou nos seguintes bancos de dados NoSQL: Microsoft Azure Table

Storage, Datastax Enterprise, Memcached, Cassandra, Couch Base, Couch DB, Dynamo

DB, Hazelcast, Hbase, MarkLogic, Hypertable, Microsoft Azure Cosmos DB (grafo),

Neo4J, Mongo, OrientDB, ArangoDB e Redis.

8 O levantamento realizado pela Solid IT considerou os seguintes critérios para definir a pontuação

no rank de popularidade dos bancos Relacionais e NoSQL: Frequência de menções em pesquisas (google,

Bing e Yandex); Frequência com que aparecem em discussões técnicas (Stack Overflow e DBA Stack

Exchange); Número de ofertas de trabalho onde são mencionados como conhecimento esperado (Indeed e

Simply Hired); Número de menções em perfis profissionais (LinkedIn e Upwork.); Relevância em trabalhos

sociais (Twitter).

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A tabela 1 mostra a posição dos bancos de dados NoSQL no ranking geral dos

bancos de dados existentes (dados de março de 2019), que incluem os bancos relacionais

e NoSQL.

Tabela 1– Posição no rank geral de popularidade dos bancos de dados NoSQL

Posição no Rank Bancos NoSQL Pontuação

5º Mongo DB 401.34

8º Redis 146.12

11º Cassandra 122.80

17º Hbase 58.80

21º Dynamo DB 54.49

22º Neo4J 48.58

23º Couch Base 33.80

24º Memcached 28.73

27º Microsoft Azure Cosmos DB 24.83

33º Couch DB 18.63

37º MarkLogic 13.74

42º Datastax Enterprise 9.33

44º Hazelcast 8.02

51º OrientDB 6.13

62º Microsoft Azure Table Storage 4.52

64º ArangoDB 4.26

Fonte:db-engines, 2019.

Nota-se que nos dez mais populares estão Mongo DB, um banco baseado em

documentos e Redis, baseado em chave-valor.

Nesta pesquisa, por ser desenvolvida em uma instituição governamental, faz-se

necessário conhecer a classificação mercadológica dos bancos de dados, pois a prioridade

é trabalhar com bancos NoSQL gratuitos. A tabela 2 categoriza os bancos de dados

segundo sua classificação mercadológica, se possuem licença de código aberto (open

Source) ou se são comerciais, ou seja, cobram por sua utilização, e também segundo o

modelo no qual cada banco foi estruturado.

Tabela 2- Banco de dados NoSQL por estrutura de armazenamento e tipo de uso

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Fonte:db-engines, 2019.

Como pode ser observado na tabela 2, dos quatro bancos de dados NoSQL mais

utilizados de cada modelo, a maioria é open source.

Outra característica importante a se saber sobre um banco de dados NoSQL é em

quais linguagens ele possui suporte para desenvolvimento e manipulação. A tabela 3

relaciona cada banco utilizado nesta pesquisa com as linguagens mais utilizadas do

mercado. Uma informação que se destaca ao observar a tabela é que todos os bancos

selecionados possuem suporte para as linguagens Java e Python.

Tabela 3- Banco de dados NoSQL e as principais linguagens suportadas

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Fonte:db-engines, 2019.

2. METODOLOGIA

Este trabalho é desenvolvido no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE),

como projeto de iniciação científica. Os passos para o desenvolvimento da pesquisa são:

• Revisão bibliográfica;

• Análise do formato dos dados fornecidos pelo SINDA.

• Estabelecimento de um critério para a seleção da amostra de bancos de dados NoSQL

que serão abordados na pesquisa;

• Análise das categorias de bancos de dados que utilizam o formato semelhante de

dados do SINDA;

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• Definição do banco de dados que será utilizado para armazenamento e análise de

dados de sensores ambientais;

3. RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se que este trabalho contribua para identificar as características presentes

em cada banco de dados NoSQL e avaliar os métodos utilizados na literatura para

armazenamento de dados em bancos de dados NoSQL.

Espera-se também que, ao final, seja possível a identificação dos bancos de dados

NoSQL mais adequados para serem utilizados ao armazenamento dos dados do SINDA.

Agradecimento

Ao CNPq, bolsa PIBIC, processo 102773/2019-0

REFERÊNCIAS

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Computing Surveys (CSUR),51(2), p.40.

De Oliveira, Samuel Silva. Bancos de dados Não-Relacionais: um novo paradigma

para armazenamento de dados em sistemas de ensino colaborativo. Revista da

Escola de Administração Pública do Amapá, v. 2, n. 1, p. 184-194, 2014.

De Souza, Alexandre Morais et al. Critérios para Seleção de SGBD NoSQL: o Ponto

de Vista de Especialistas com base na Literatura.Anais do X Simpósio Brasileiro de

Sistemas de Informação (Londrina–PR, Brasil. 27 a 30/05/2014, 2014.

Lóscio, B. F., Oliveira, H. R. e Pontes, J. C. S. (2011) “NoSQL no desenvolvimento de

aplicações Web colaborativas”,VIII Simpósio Brasileiro de Sistemas Colaborativos.

SANTOS, M. A. F.; MATTIELO-FRANCISCO, M. F.; YAMAGUTI, W. O Sistema

Nacional de Dados Ambientais e a Coleta de Dados por Satélite. Anais XVI Simpósio

Brasileiro de Sensoriamento Remoto,2013.

SINDA. Sistema Integrado de Dados Ambientais. Disponível em: sinda.crn.inpe.br.

Acesso em: 10 fev. 2019.

Solid IT. DB-Engines Ranking - Trend Popularity. Site de base de conhecimento sobre

o sistema de gerenciamento dos bancos de dados relacional e NoSQL Disponível em:

https://db-engines.com/en/ranking_trend. Acesso em: 15 fev. 2019.

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system based on Cassandra”, Computer and Management (CAMAN), p. 19-21.

Zoinertejada e Olprod.Microsoft. Dados não relacionais e NoSQL.

Disponível em:https://docs.microsoft.com/pt-br/azure/architecture/data-guide/big-

data/non-relational-data. Acesso em: 15 fev. 2019.

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ESTUDO DE CASO: RECREAÇÃO APLICADA A MEIOS DE HOSPEDAGEM

DANIEL PINTO TAVARES

DANIELE NEVES DA SILVA

ÉBER JOSE DOS SANTOS

EVELINE APARECIDA DA SILVA OLIVEIRA

Resumo

A recreação é uma forma lúdica de oferecer bem-estar a quem dela se beneficia. Este trabalho

tem como objetivo esclarecer e mostrar que existem padrões de qualidade voltados à

aplicabilidade da recreação aos meios de hospedagem. Reside aqui a justificativa para tratar do

tema, pois, observa-se que há certo equívoco quanto à aplicação de atividades recreativas, então,

é preciso mostrar que existem regras estabelecidas para tais atividades que devem ser respeitadas.

As bases teóricas permeiam assuntos como meios de hospedagem e suas classificações, diferenças

de recreação e lazer, segurança e modos de se lidar com cada faixa etária que está participando

de alguma atividade, um melhor esclarecimento sobre hospitalidade e os benefícios da recreação.

O método científico utilizado é o estudo de caso, visto que o trabalho tem como unidade de análise

o Hotel Mira Serra da cidade de Passa Quatro – MG. Foram analisadas bibliografias sobre os

assuntos citados, presentes em livros e artigos, e planejada uma pesquisa de campo composta por

entrevista a ser realizada com o gestor do empreendimento e dois questionários a serem aplicados

para recreadores e hóspedes. Espera-se que este estudo possa fornecer suporte para entender

melhor como deve ser a atuação de um recreador e a quão benéfica ou não é a atividade recreativa

para meios de hospedagem. Também, almeja-se que este trabalho sirva de fonte de pesquisa para

futuros estudos voltados à mesma temática.

Palavras-chave: Recreação. Hospitalidade. Meios de Hospedagem.

Abstract

Recreation is a playful way of offering well-being to those who benefit from it, this work aims to

clarify and establish standards of quality aimed at the applicability of recreation to the means of

lodging. here is a justification here for dealing with the subject, because it is observed that there

is a certain misunderstanding about the application of recreational activities, so it is necessary

to show that there are established rules for such activities that must be respected. Theoretical

bases permeate subjects such as lodging and classifications, differences in recreation and leisure,

safety and ways of dealing with each age group participating in some activities, a better

understanding of hospitality and the benefits of recreation. The scientific method used is the case

study, since the work has as unit of analysis the Hotel Mira Serra in the city of Passa Quatro -

MG. Bibliographies were analyzed on the mentioned subjects, in books and articles, and a field

research was planned, consisting of an interview to be carried out with the project manager and

two questionnaires to be applied to recreators and guests. It is hoped that this study may provide

support to better understanding on how a recreator should behave and how beneficial or the

recreational activity is for lodging facilities. Also, it is hoped that this work will serve as a

research source for future studies focused on the same theme.

Keywords: Recreation. Hospitality. Means of Hosting.

INTRODUÇÃO

Pela vivência prática como recreador de um dos autores deste artigo, percebe-se

que a recreação é uma forma de lazer e entretenimento voltada para o bem-estar dos

participantes, que usa de práticas físicas e motoras. Em meios de hospedagens, têm se

tornado um atrativo e um diferencial.

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O Curso Superior que regulamenta a profissão de recreador é o de Educação

Física. Também são necessárias habilidades de persuasão, carisma e habilidades motoras,

uma vez que muitas das atividades são físicas, principalmente quando envolvem dança,

alongamentos e esportes.

A recreação é uma forma legítima de interação e contato humano em ambiente em

que ninguém se conhece. Ela busca no interior do indivíduo a sua inibição, treina seu

senso de justiça, até sua liderança. Em um meio de hospedagem, foco deste estudo,

quando são incluídas atividades recreativas para os hóspedes, pode-se ter em mente que

haverá integração entre pessoas de todos os níveis sociais, estados e cidades, com

costumes e educações totalmente diferentes.

A partir dessas características, este artigo, que estuda a recreação no âmbito de um

hotel, poderá ajudar profissionais da área e até gestores a encontrarem um padrão de

qualidade para aplicação de atividades recreativas, além de o estudo ser uma fonte para

futuras pesquisas e projetos com o mesmo tema.

Para o desenvolvimento deste artigo, foi utilizado o método estudo de caso, visto

que a unidade de análise é um hotel da cidade de Passa Quatro–MG. Para tanto, será

aplicada pesquisa de campo com questionários e entrevista de forma a conhecer a

experiência dos hóspedes com atividades aplicadas pelos recreadores do hotel, bem como

a visão da gerência sobre a recreação como valor agregado ao serviço de hospedagem.

Algumas questões de pesquisa norteiam este trabalho: Como aplicar uma recreação a um

hotel?; Quais são os aspectos a serem considerado quando se aplica a recreação?; Quais

métodos de segurança para realizar recreação com todas as faixas de idade?

Para a fundamentação teórica, foram selecionados alguns autores que tratam de

hospitalidade, meios de hospedagem e recreação, tais como: Castelli (2016), Cavallari e

Zacharias (2014), Mian (2003), Melo e Alves Jr. (2012) e Ribeiro (2014).

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. Hospitalidade

De acordo com Castelli (2016, p.3), a hospitalidade é o ato de hospedar, ou seja,

receber e cuidar de alguém que está acostumado com um ambiente diferente do anfitrião.

Quando se aplica a hospitalidade a um hotel, sempre terá que haver um ambiente

amistoso, acolhedor, hospitaleiro que contribua como fator decisivo e atrativo para o

cliente permanecer e retornar.

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O mesmo autor ainda afirma que existem várias razões para falar de hospitalidade.

Ela está em todo lugar e se torna importante em vários aspectos, como: doméstico, social

e comercial, conforme apontam Lashley & Morrison (2004, apud Castelli, 2016, p. 3).

Tais autores ainda afirmam que esses três domínios de convivência (Figura 1) apresentam

características específicas e que “não se pode, por exemplo, confundir a hospitalidade

oferecida no domínio doméstico com aquela ofertada no domínio comercial e/ou público”

(p.3).

Figura 1: Domínio/oferta da hospitalidade

Fonte: Lashley & Morrison, (2004, apud Castelli, 2016)

A Figura 1 retrata o sistema de hospitalidade que engloba os três domínios. É

válido ressaltar que eles não se manifestam isoladamente, mas sim, se entrelaçam, ou seja,

no domínio público pode haver também o comercial, se considerado um almoço de

negócios, por exemplo, em que se pratica a hospitalidade de ambas as esferas.

1.2. Meios de Hospedagem

Segundo o SBCLASS (Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de

Hospedagens), os meios de hospedagem são classificados de acordo com o Quadro 1:

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Quadro 1: Classificação de Hospedagem

Estabelecimento com serviço de recepção, alojamento temporário, com ou sem

Hotel alimentação, ofertados em unidades individuais e de uso exclusivo dos

hóspedes, mediante cobrança de diária.

Hotel com infraestrutura de lazer e entretenimento que disponha de serviços de

Resort estética, atividades físicas, recreação e convívio com a natureza no próprio

empreendimento.

Hotel Empreendimento localizado em ambiente rural, dotado de exploração

Fazenda agropecuária, que ofereça entretenimento e vivência do campo.

Cama & Hospedagem em residência com no máximo três unidades habitacionais para

Café uso turístico, com serviços de café da manhã e limpeza, na qual o possuidor do

estabelecimento resida.

Edificação preservada em sua forma original ou restaurada, ou ainda que tenha

Hotel sido palco de fatos histórico-culturais de importância reconhecida, ou seja,

Histórico aqueles tidos como relevantes pela memória popular, podendo o

reconhecimento ser formal ou informal.

Empreendimento de característica horizontal, composto de no máximo 30

Pousada unidades habitacionais e 90 leitos, com serviços de recepção, alimentação e

alojamento temporário.

Unidades habitacionais que disponham de dormitório, banheiro, sala e cozinha

Flat/Apart- equipada, em edifício com administração e comercialização integradas, com

Hotel serviço de recepção, limpeza e arrumação.

Fonte: SBClass (2018)

Dentre as tipologias apresentadas no Quadro 1, o Hotel, Resort, Hotel Fazenda e

Hotel Histórico são meios de hospedagem que comportam a recreação, por ter espaço

amplo, que propicia a aplicação de gincanas, jogos, brincadeiras etc, e atender a uma

grande demanda de hóspedes, assim se pode explorar todas as idades, o que colabora na

fidelização dos clientes.

1.3. Lazer e Recreação

Cavallari e Zacharias (2014, p.15) afirmam que “O lazer é o estado de espírito em

que o ser humano se coloca, instintivamente (não deliberadamente), dentro do seu tempo

livre, em busca do lúdico (diversão, alegria, entretenimento). ”

Lazer implica no tempo vago ou livre de obrigações que cada pessoa tem e,

diferentemente de recreação, necessita que a pessoa entenda que o divertimento, o lúdico

e o entretenimento podem acontecer em qualquer situação ou/em qualquer hora, afirmam

Cavallari e Zacharias (2014). Nos dias atuais, o lazer é considerado menos importante

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que o trabalho, por se pensar que terá de gastar dinheiro para se divertir, mas, pelo

contrário, há exemplos de espaços com atividades de lazer sem custos: praças, praias,

eventos culturais, reuniões de família, brincadeiras infantis, futebol com os amigos,

parques e até o próprio tempo ocioso do indivíduo.

Os teóricos apontam ainda que “a recreação é o fato, ou o momento, ou a

circunstância que o indivíduo escolhe espontânea e deliberadamente, através do qual ele

satisfaz (sacia) seus anseios voltados ao seu lazer”. (CAVALLARI e ZACHARIAS,

2014, p.15).

A atividade de recreação necessita de uma pessoa com predisposição, um estado

de espírito favorável com vontade de se dedicar a alguma atividade voltada para o lúdico.

Este pode ser entendido como tudo que leva a pessoa a se divertir, se entreter, se alegrar,

passar o tempo. Vale ressaltar que esse estado de espírito acontece espontaneamente, ou

seja, não pode ser provocado, talvez estimulado, observam Cavallari e Zacharias (2014).

A Figura 2 apresenta algumas tipologias de recreação, com base em Melo e Alves

Júnior (2012), que podem ser aplicadas nos mais diversos ambientes, inclusive em meios

de hospedagem.

Figura 2: Atividades Recreativas

Fonte: Melo e Alves Júnior (2012)

Para melhor entendimento, cada tipologia é explicada na sequência.

➢ Brincadeiras

Segundo Cavallari e Zacharias (2014), a brincadeira não tem objetivo competitivo,

nem precisa ser vencida, pois só terá continuidade se houver motivação e interesse por

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ela. Além disso, não segue uma formalidade, ou seja, não há uma evolução regular e nem

maneiras formais de se desenvolver como regras, finalização, ápice, modificações e

consequências.

➢ Jogos

Conforme os mesmos autores, os jogos são diferentes de brincadeiras, pois

possuem objetivo competitivo; almeja-se alcançar a vitória, ou seja, haverá vencedor

porque em um jogo pressupõe-se a vitória e a derrota. Apresentam uma evolução regular,

portanto, têm começo, meio e fim, existindo maneiras formais como regras, final, ápice,

modificações e consequências.

Os autores ainda destacam a importância de se fixar a diferenciação de faixas

etárias entre brincadeiras e jogos. De acordo com a faixa etária que estiver pretendendo

animar, o recreador poderá escolher que tipo de atividade empregar, pois, com base em

suas características, é notório que as brincadeiras atingem faixas etárias mais baixas,

enquanto pequenos jogos atingem as intermediárias e grandes jogos são mais propícios

às mais elevadas.

Cavallari e Zacharias (2014) afirmam ainda que o recreador pode se valer de

pequenos ou grandes jogos, adaptando-se às regras de acordo com as necessidades do

grupo. A diferença entre pequenos e grandes jogos é que, nos primeiros, as regras são

cobradas de forma mais flexível, são mais simples e em menor quantidade e a atuação do

profissional é apenas como orientador. Por outro lado, nos grandes jogos as regras são

cobradas de forma totalmente rígida e complexa, em maior quantidade e o profissional

atua como um árbitro que cobra regras. (CAVALLARI e ZACHARIAS, 2014).

➢ Esporte

Para Mian (2003, apud PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2018, online)9, uma

definição precisa de esporte é impossível devido à grande variedade de significados.

Quase tudo que é entendido sob o termo esporte é menos determinado por análises

9https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/turismo-e-hotelaria/perfil-do-profissional-

do-lazer/36620

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científicas em seus domínios do que pelo uso diário e desenvolvimento histórico e

transmitido pelas estruturas sociais, econômicas, políticas e judiciais.

De acordo com o estudioso, uma definição bastante aceita para esporte é que se

trata de atividade competitiva, institucionalizada, que envolve esforço físico vigoroso ou

o uso de habilidades motoras relativamente complexas, por indivíduos cuja participação

é motivada pela combinação de fatores intrínsecos e extrínsecos.

➢ Gincana

Cavallari e Zacharias (2014, p.73) asseveram que, de todas as

atividadesrecreativas, as gincanas são vistas pelos participantes como uma das mais

empolgantes e atrativas. Em função disso, o trabalho do recreador se torna bastante

prazeroso e criativo.

Gincanas são lúdicas, competitivas e sempre buscam um vencedor. Desse modo,

são classificadas como jogos que possuem algumas caraterísticas que podem ser

atividades físicas e/ou mentais. Seu final é sempre previsto e há regras que podem ser

simples ou complexas. O que as diferencia dos outros jogos são as atividades

extremamente motivantes que potencializam a competividade, assim são envolvidas em

grandes jogos, atestam Cavallari e Zacharias (2014).

1.3.1. Adequação das atividades as diversas faixas etárias

Cavallari e Zacharias (2014) deixam claro que não acreditam que existam

atividades específicas para determinadas faixas etárias. Qualquer atividade pode ser

adaptada a qualquer uma delas, sempre com respeito às características das idades.

No caso de portadores de necessidades especiais, vale ressaltar que não se pode

tratá-los conforme sua idade cronológica e sim sua maturidade mental. Dessa forma, o

profissional responsável deve analisar o comportamento e assim definir qual faixa etária

deverá ser realocado o indivíduo, cientificam os autores.

Para crianças e adolescentes, há que se ter em mente o risco de machucados e

ferimentos, pois, por mais seguras que sejam, as brincadeiras podem oferecer algum risco

na prática; é preciso também levar em conta a mentalidade de cada um, pois o recreador

responsável terá que ter ideia de como cada criança é e se comporta. Para crianças

pequenas, a partir dos quatro até seis anos de idade, são requeridas atividades com maior

movimentação, sabendo-se que elas começam a lidar bem com regras, aceitam-nas e as

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compreendem. Essa faixa etária, também, começa a se interessar por números, letras e

palavras.

Adolescentes sempre gostam de intensas atividades e nessa idade começam a

compreender melhor as diferenças de habilidades motoras entre os sexos, assim, o

profissional precisa saber que nessa faixa etária as meninas já estão na pré-puberdade e

os meninos são mais infantis, de modo que os riscos nas atividades se tornam maiores,

afirmam Cavallari e Zacharias (2014).

Para os adultos, a recreação pode incluir mais atividade física, o que exige um

preparo maior por parte do profissional, pois não somente ensinará, mas orientará cada

atividade proposta. O alongamento é essencial para o começo de qualquer atividade.

Importante mencionar ainda que essa faixa etária valoriza mais a atividade lúdica, dando

preferências para as atividades em grupo, pois têm a dificuldade de se expor por medo de

passar vergonha ou algum constrangimento.

A terceira idade valoriza a atividade em grupo, lúdica, física e cultural, uma vez

que sentem necessidade de corrigir as pessoas, encontram dificuldade de aceitar algo novo

e aceitam muito mais a participação do que o resultado. O recreador precisa saber as

limitações de cada indivíduo e compreender que não pode forçar ou influenciar alguma

atividade mais intensa, finalizam os teóricos.

1.3.2. Benefícios da aplicabilidade da recreação

Dentre os benefícios da aplicabilidade da recreação, há a qualidade de vida,

desenvolvimento de capacidade de liderança e atividades físicas.

Mian (2003, p.29) afirma que a qualidade de vida se dá na percepção do próprio

indivíduo da sua posição no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive

em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Pode ser explicada

ou até mesmo classificada por seis grandes domínios, que são: físico, psicológico, nível

de independência, relações sociais, meio ambiente e espiritualidade (religiosa, crenças

pessoais).

Em uma atividade de recreação, o participante exerce e comanda mais influência

do que os outros membros do grupo e está na posição de tomar decisões que impactam

suas ações e sentimentos podendo, efetivamente, organizar, controlar e dirigir o trabalho

dos outros. Nesse sentido desenvolve sua capacidade de liderança, afirma Mian (2003,

p.28),

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Para Menescal et al. (2000, online),

O bom recreador é aquele que vive na liderança, a condição de participante.

Que sabe olhar o interesse de todos, que escuta o desejo comum, que procura

na medida do possível, aproximar-se de cada um, sem perder a noção de grupo.

Segundo Mian (2003), influenciar pessoas e grupos com atos ou objetivos

definidos pode ser realizado devido ao prestígio pessoal ou por meio dos seus ciclos

sociais assim aceitos por todos, para serem liderados.

O autor observa, ainda, que, num sentido mais restrito, a atividade física é todo

movimento corporal produzido por músculos esqueléticos, que provocam um gasto de

energia, onde destaca a importância da prática de atividades físicas para todas as idades

são as seguintes: promover a integração entre os participantes, por meio de atividades

lúdicas; resgatar a cultura popular e não deixá-la se perder com o tempo; ter contato com

as brincadeiras (de regras mais flexíveis) e com os jogos (regras mais definidas), que seus

pais brincavam; prevenir futuros problemas que a falta a atividade física poderá causar-

lhes, como a obesidade, a hipertensão, o estresse e a tendinite (que são agravados por

jogos eletrônicos, como videogame e o computador, por exemplo); e trabalhar a fantasia

e o faz-de-conta das crianças, por intermédio de jogos com personagens caracterizados,

que nela desenvolvem as mais diversas reações.

2. METODOLOGIA

A metodologia utilizada para este artigo é o estudo de caso, como aponta Yin

(2015), que investiga um fenômeno/situação específico de forma aprofundada e

se estrutura por meio de um Protocolo composto de algumas partes, dentre elas: questões

de pesquisa (questões que o trabalho responde); proposições de estudo (representam os

objetivos da pesquisa, ou seja, porque se pretende pesquisar sobre determinado tema);

unidade de análise/dados (permite o recorte adequado da investigação e que dados o

pesquisador precisará para dissertar e discutir a temática em estudo).

Assim, para atingir os objetivos propostos, foi realizada uma pesquisa

bibliográfica com base no protocolo e em autores que discutem o tema ora tratado neste

trabalho, e planejada uma pesquisa de campo a ser realizada no Hotel Mira Serra Passa

Quatro-MG. Foi elaborado um questionário (Apêndice A) a ser aplicado com os hóspedes

e outro com os recreadores (Apêndice B), cada qual com cinco perguntas fechadas. Além

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disso, foi feito um roteiro de entrevista estruturada (Apêndice C), com cinco questões

abertas, a ser aplicada ao gestor do hotel.

Considerando que o hotel contém 172 unidades habitacionais e, em um final de

semana, poderá haver uma lotação mínima de 344 pessoas, se todos os leitos forem

ocupados na configuração dupla/casal, tomou-se como base tal número de hóspedes e, a

partir disso, foi realizado o cálculo amostral10 para definição de uma amostra que

revelasse um resultado confiável, embora para estudos de casos, não sejam necessárias

amostras amplas. Desse modo, chegou-se ao número de 182 hóspedes que deverão ser

entrevistados. Caso haja totalidade de respostas aos questionários, os resultados terão

confiabilidade de 95%.

3. RESULTADOS ESPERADOS

O foco deste artigo é a Recreação e Hospitalidade aplicada a Meios de

Hospedagem. Para o estudo de caso, foi escolhido um hotel localizado na cidade de Passa

Quatro, Estado de Minas Gerais. A proposta se baseou na ideia de como é realizada e

vista a recreação no meio de hospedagem.

Espera-se com esta pesquisa mostrar que existe um padrão de aplicabilidade de

recreação que deve ser seguido por profissionais atuantes da área. Outra contribuição é

que este trabalho poderá ser fonte de pesquisa para futuros estudos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério do Turismo. Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de

Hospedagem (SBCLASS). Disponível em:

http://www.classificacao.turismo.gov.br/MTUR-classificacao/mtur-site/Entenda?tipo=2

Acesso em: 15 nov. 2018.

CASTELLI, Geraldo. Gestão Hoteleira. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

CAVALLARI, Vinicius Ricardo; ZACHARIAS, Vany. Trabalho com Recreação. 13.

ed. São Paulo: Ícone, 2014.

MELO, Victor Andrade de; ALVES JR, Edmundo de Drummod. Introdução ao Lazer.

2. Ed. Altura: 7,17 cm Largura: 16,46 cm, formato: JPEG. Barueri SP: Manole, 2012.

10 https://www.publicacoesdeturismo.com.br/calculoamostral/

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https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/turismo-e-hotelaria/perfil-do-

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MIAN, Robson. Monitor de Recreação: Formação Profissional. São Paulo: Editora

Texto Novo, 2003.

RIBEIRO, Olívia Cristina Ferreira. Lazer e Recreação. 1. ed.. São Paulo: Érica, 2014.

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Disponível

em: http://www.calculoamostral.vai.la. Acesso em: 29 nov. 2018.

YIN, Robert.K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 5ª ed. Trad. Cristhian

Matheus Herrera. Porto Alegre, RS: Bookman, 2015.

APÊNDICE A

Hóspede – Questionário

1- Tem o hábito de frequentar hotéis para qual finalidade?

( ) Férias ( ) Lazer ( ) Negócios

2- Antes de se hospedar, procura saber se há recreação no hotel?

( ) Sim ( ) Não

3- Em sua opinião a recreação é um meio de entretenimento?

( ) Sim ( ) Não

4- Costuma participar de Atividades da Recreação?

( ) Sim ( ) Não

5- Em sua opinião a recreação é necessária em hotel?

( ) Sim ( ) Não

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APÊNDICE B

Recreador - Entrevista

1. Já fez algum tipo de curso para trabalhar como Recreador?

( ) Sim ( ) Não ( ) Pretende fazer

2. Com qual dessas faixas etárias prefere trabalhar?

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) Terceira Idade

3. Qual é a maior dificuldade que encontra em trabalhar na área da recreação?

( ) Espaço físico ( ) Falta de material ( ) Clima (chuva e sol)

4. Sabendo que estamos em constante mudanças e atualizações, com que periodicidade

costuma realizar uma reciclagem:

( ) 6 meses ( ) 1 ano ( ) 1 ano e meio ( ) Não considera importante

5. Na sua opinião, quais os benefícios se aplica em uma recreação?

( ) Socialização ( ) Atividade Física ( ) Exercitar a criatividade ( ) Interação

APÊNDICE C - GESTOR – ENTREVISTA

1. Os funcionários recebem treinamentos de hospitalidade?

2. A recreação é um ponto forte para os hóspedes retornar ao hotel?

3. Qual o público que mais frequenta o hotel?

4. Para qual público é redirecionada a recreação?

5. Quais benefícios a recreação traz para o hotel?

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FESTA DAS NAÇÕES DE JUIZ DE FORA: GET TOGETHER: ESTUDO E

IMPLEMENTAÇÃO DE UMA APLICAÇÃO BLOCKCHAIN USANDO SMART

CONTRACTS

MARIA FERNANDA DE FRANÇA PEREIRA

RESUMO

A evolução da tecnologia é cada vez mais rápida e tem impacto direto na sociedade - o modo

como as pessoas veem o dinheiro mudou drasticamente e a tecnologia começou a afetar a

economia com o nascimento do Bitcoin, a primeira Criptomoeda do mundo, que foi inicialmente

proposta em 2008 e em 2018 inspirou este artigo. Em face ao cenário das Criptomoedas, este

trabalho tem por objetivo desenvolver um protótipo de aplicação de Crowdfunding, fazendo uso

da Blockchain e que possa ser capaz de processar Smart Contracts dentro da Ethereum Network,

a fim de demonstrar a efetividade da aplicação de métodos, técnicas e ferramentas adequadas a

esse contexto moderno de tecnologia. Para o desenvolvimento da solução, foi admitida a

Criptomoeda Ethereum, totalmente digital e descentralizada. Fazendo uso de uma API

disponibilizada pela Ethereum, a web3, foi possível escrever as transações na Blockchain e, para

uma interface amigável, foi utilizada a biblioteca React.js. Em paralelo, para viabilizar a escrita

dos contratos, foi utilizada a linguagem Solidity, baseada em Javascript. Como resultado do

trabalho, obteve-se um sistema eletrônico de transação descentralizado que não necessita de um

intermediário, que conta com assinaturas digitais que permitem forte controle sobre propriedade

prevenção de gasto duplo, tudo isso por meio de uma rede peer-to-peer que utiliza prova de

trabalho para criar um registro público, que é impraticável para fraudadores modificarem.

Portanto, o artigo oferece uma visão atual sobre aplicações envolvendo Criptomoedas e mostra o

quão eficazes são essas soluções modernas referentes a transações de capital.

Palavras-chave: 1. Blockchain; 2. Smart Contracts; 3. Crowdfunding; 4. Criptomoedas

ABSTRACT

The evolution of technology is increasingly rapid and has a direct impact on society - the way

people view money has changed dramatically, and technology has begun to affect the economy

with the birth of Bitcoin, the first Cryptomane in the world, which was initially proposed in 2008

and in 2018 inspired this article. This work aims to develop a Crowdfunding application

prototype, making use of Blockchain and able to process Smart Contracts within the Ethereum

Network, in order to demonstrate the effectiveness of the application of methods, techniques and

tools appropriate to this modern technology context. For the development of the solution, the

Criptomoeda Ethereum, totally digital and decentralized, was admitted. Using an API provided

by Ethereum, web3, it was possible to write the transactions in Blockchain and, for a user-friendly

interface, the React.js library was used. In parallel, to make viable the writing of the contracts,

the language Solidity, based on Javascript, was used. As a result of the work, a decentralized

electronic transaction system that does not require an intermediary, which has digital signatures

that allow strong control over property double expense prevention, is achieved through a peer-

to-peer network that uses proof of work to create a public record, which is impractical for

fraudsters to modify. Therefore, the article offers a current insight into applications involving

Cryptomanes and shows how effective these modern solutions are for capital transactions.

Keywords: 1. Blockchain; 2. Smart Contracts; 3. Crowdfunding; 4. Criptomanes

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INTRODUÇÃO

O comércio na Internet passou a depender quase exclusivamente de instituições

financeiras que servem como “terceiros confiáveis” para processar pagamentos

eletrônicos. Enquanto o sistema funciona bem para a maioria das transações, ainda sofre

das fraquezas inerentes do modelo baseado em confiança.

As instituições financeiras atuam como uma “contra-parte” confiável para facilitar

a transação, mas elas gastam tempo resolvendo disputas e lidando com transações

fraudulentas. Isso, obviamente, aumenta o custo de se performar uma transação por meio

da Internet e torna as transações relativamente caras.

Hoje existe uma versão “Peer-to-peer” de dinheiro eletrônico que permite

pagamentos on-line enviados diretamente de uma parte para outra sem passar por uma

instituição financeira. Nesse sistema, as transações criptográficas serão

computacionalmente impossíveis de serem revertidas, protegendo assim os usuários

contra qualquer tipo de fraude nas transações. Este sistema de dinheiro (Criptomoeda)

Peer-to-peer ainda por cima é capaz de resolver um problema antigo que é o “gasto

duplo”, ou seja, quando se executam duas transações online simultaneamente com uma

mesma moeda.

O sistema dessas chamadas Criptomoedas funciona com uma cadeia de

assinaturas digitais (Blockchain), que podem ser passadas de uma pessoa para outra,

utilizando uma assinatura eletrônica (Hash). Durante este processo, o remetente da moeda

assina eletronicamente as transações passadas e também a chave pública do receptor para

quem está enviando aquela moeda.

Analogamente, seria como assinar o recebimento de uma encomenda e, então,

escrever um endereço para onde a encomenda deverá ser enviada, mantendo assim

validadas as transferências pelos próprios mantenedores das moedas. Este registro

histórico das transações cria a Blockchain das Criptomoedas, que é essencialmente um

livro contábil de todas as transações de Criptomoedas que ocorreram até então.

Visando contornar problemas com moeda e instituições no ambiente de

Crowdfunding, este artigo mostra uma nova visão sobre os meios de pagamento e

transações no mundo das Criptomoedas, como funcionam e onde podem ser aplicadas.

Em face ao cenário supracitado das Criptomoedas, este trabalho tem por objetivo

desenvolver um protótipo de aplicação Crowdfunding fazendo uso da blockchain, que

possa ser capaz de processar Smart Contracts dentro da Ethereum Network, a fim de

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demonstrar a efetividade da aplicação de métodos, técnicas e ferramentas adequadas a

esse contexto moderno de tecnologia.

1. CRIPTOMOEDAS E BLOCKCHAIN

A base teórica deste artigo consiste em Criptomoedas e Blockchain – técnicas e

métodos de desenvolvimento serão explicitados e jusitificados na seção 2, metodologia,

deste trabalho.

1.1. Criptomoedas

A evolução da tecnologia é cada vez mais rápida e tem impacto direto no mundo

e em várias áreas da sociedade, visando sempre melhorá-la e/ou simplificá-la. O modo da

sociedade de ver o dinheiro mudou drasticamente e a tecnologia começou a afetar

diretamente a economia com o nascimento do Bitcoin, a primeira Criptomoeda

descentralizada do mundo – Bitcoin foi inicialmente apresentada em 2008 na “The

Cryptography Mailing List” (Um grupo de discussão sobre criptografia).

Um usuário conhecido somente pelo seu pseudônimo, Satoshi Nakamoto fez uma

proposta no mínimo interessante, a criação de uma moeda virtual descentralizada,

segundo Satoshi:

O que é preciso é um sistema de pagamentos eletrônicos baseado em provas

criptográficas em vez de confiança, que permita que duas partes interessadas

em fazer transações diretamente façam-nas sem a necessidade de um

intermediário confiável. Transações que são computacionalmente

impraticáveis de reverter podem proteger vendedores de fraude, e serviços de

proteção poderiam ser facilmente implementados para proteger os

compradores (algo como PagSeguro, Paypal ou MercadoPago fazem

atualmente).” (SATOSHI, 2008, The Cryptography Mailing List)

Após o lançamento da moeda em 2009 e a declaração de que seu código seria

open-source, outras moedas começaram a surgir e desenvolvedores começaram a estudar

a tecnologia a fim de desenvolver aplicações capazes de realizar transações com

criptomoedas. Atualmente existem mais de 1195 versões de Criptomoedas de acordo com

o site de empreendedores startse.com (fonte: coinmarketcap.com) e o mercado tende a

crescer cada vez mais. A chave do sucesso das criptomoedas é a Blockchain, assunto a

ser tratado na próxima sub-seção.

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1.2. Blockchain

Blockchain trata de uma tecnologia que viabiliza as criptomoedas – é na

Blockchain onde são feitas, armazenadas e replicadas as transações. Essa foi a grande

invenção por trás do sistema das moedas e o futuro da Blockchain aponta outros usos

além do financeiro. Segundo Don Tapscott (Blockchain Revolution p.10) a Blockchain é

conhecida por revolucionar a era digital:

A tecnologia que, provavelmente, terá o maior impacto sobre o futuro da

economia mundial chegou, e não são carros autodirigidos, energia solar ou

inteligência artificial. Essa tecnologia é conhecida por Blockchain. A primeira

geração da revolução digital nos trouxe a internet da informação. A segunda

geração – impulsionada pela tecnologia do Blockchain – está nos trazendo a

internet do valor: uma nova plataforma distribuída que pode nos ajudar a

remodelar o mundo dos negócios e a transformar a velha ordem dos assuntos

humanos para melhor.

Uma definição interessante do conceito na era 1.0 da Blockchain foi citada por

Vitalik Buterin, co-fundador da Ethereum, capturando o sentido amplo do que é uma

Blockchain:

“Uma blockchain é um computador mágico para o qual qualquer pessoa pode

fazer upload de programas e deixar os programas auto-executáveis, onde o

estado atual e todos os anteriores de cada programa são sempre publicamente

visíveis, e que possui uma garantia criptoeconômica muito forte de que

programas rodam em execução. A cadeia continuará a executar exatamente da

maneira que o protocolo blockchain especifica ”. (Buterin 2015, 1)

Pilkington (2015) argumenta que essa definição carece de rigor científico, pois

“computador mágico” é um termo discutível - transmite a ideia de que as aplicações

executadas em tal plataforma têm um alcance global: “sem fronteiras nacionais ou

geopolíticas, e se estendem sem limites para o futuro” (Davidson, De Filippi en Potts

2016, 8). No entanto, essa definição é interessante para os recursos que ela omite.

O uso abstrato de tal definição permite que Buterin (2015) enfatize a ideia de que

blockchain é “informacional e processual” (Pilkington, 2015). Além disso, a definição

carece de termos financeiramente carregados, tais como: razão, dinheiro, criptomoeda,

transações e taxa de hash.

Buterin (2015) complementa sua própria definição dizendo “… eles são

[Blockchains] sobre a liberdade de criar um novo mecanismo com um novo conjunto de

regras extremamente rápido e empurrá-lo para fora. Eles são Lego Mindstorms para

construir instituições econômicas e sociais”.

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O que é importante para a visão geral de Buterin (2015) é que as Blockchains não

precisam se relacionar com uma esfera monetária. Como explica Pilkington (2015), os

conceitos de "Criptoeconomia" e "finalização de pagamento" não definem a Blockchain,

mas são características fundamentais das aplicações Blockchain. Consequentemente, a

visão de Buterin (2015) prediz que Blockchains podem existir sem tokens subjacentes.

Há uma nuance, no entanto: “a moeda é necessária para fazer com que blocos de

criptografia funcionem…” Mas a moeda está lá simplesmente como encanamento

econômico para incentivar a participação consensual, manter depósitos e pagar taxas de

transação, não como o ponto central da mania especulativa, interesse do consumidor e

excitação” (Buterin, 2015).

Gideon Greenspan apoia a visão de Buterin, afirmando: "Se modificarmos nosso

esquema de" banco de dados "para que cada linha possa representar vários ativos, em vez

da moeda nativa do Blockchain, poderemos nos livrar dessa moeda por completo. Isso

nos deixa com uma Blockchain como uma forma de alcançar consenso e segurança em

um aplicativo financeiro peer-to-peer para qualquer classe de ativo.” (Greenspan 2015).

De qualquer forma, nem todos os especialistas concordam com essa definição do

Blockchain. Muitos parecem argumentar que Blockchains sem Tokens subjacentes não

podem existir. “A moeda é parte integrante do mecanismo de incentivo da rede para

manter sua segurança; os dois têm uma relação simbiótica existencial” (Swanson 2015,

8). Da mesma forma, Jeremy Allaire diz: "Tem de haver um valor subjacente ao Token

usado para mover o valor ..." (Allaire 2015).

Embora o debate ainda não tenha sido encerrado, pode-se argumentar que o último

autor está fechando o tópico e deixa pouco ou nenhum espaço para a expansão do

Blockchain em aplicativos não relacionados a finanças. Essas definições que limitam os

bloqueios a uma esfera monetária têm menos interesse pelas aplicações Blockchain 3.0.

No entanto, todos os autores parecem concordar que a moeda é um aspecto

importante nas Blockchains, seja sua representatividade apenas “Um encanamento

econômico para incentivar a participação de consenso” ou uma parte inseparável e

fundamental do processo. Por uma questão de pesquisa e raciocínio intelectual, este

documento considera a definição de Buterin (2015) como uma base para a tecnologia

Blockchain, sem prejudicar a importância da moeda na propagação da tecnologia em

aplicações não financeiras.

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Quanto ao seu funcionamento, a Blockchain trabalha como um livro caixa de

todas as transações realizadas com as moedas e as armazena na rede. Sobre sua

confiabilidade e persistência Muhammad Mannir Ahmad Getso (THE BLOCKCHAIN

REVOLUTION AND HIGHER EUCATION p.57), Mestre em Engenharia de Sistemas

de Computação afirma:

O blockchain é uma tecnologia relativamente nova usada para verificar e

armazenar registros de transações de criptomoedas on-line, como o Bitcoin. O

sistema é redundante e distribuído, dificultando que as transações sejam

rescindidas, duplicadas ou falsificadas. Além de moedas on-line, o blockchain

tem usos potenciais em saúde, educação e muitos outros campos.

A Blockchain realmente é muito poderosa e segura pelo fato de os dados serem

replicados a todo momento e cada nó de sua cadeia possuir uma cópia completa de toda

base de dados, sempre visando proteger as transações nela realizadas, um outro grande

benefício dessa tecnologia é o chamado P2P, que elimina a necessidade de um

intermediário nas transações. Muhammad Mannir Ahmad Getso (THE BLOCKCHAIN

REVOLUTION AND HIGHER EUCATION p.58) diz que: “A Blockchain funciona

como uma plataforma global, distribuída e altamente segura, um banco de dados onde

poderíamos armazenar e trocar coisas de valor e onde poderíamos confiar uns nos outros

sem intermediários no processo”.

2. METODOLOGIA

2.1. Divisão das Tecnologias

O desenvolvimento do projeto e o uso de seus materiais e métodos foram divididos

em dois setores: Front-end e Back-end. No setor Front-end foram dispostas tecnologias

referentes a interface onde o usuário terá contato com o aplicativo, definindo estruturas

visuais e construindo a navegação entre telas.

No setor do Back-end foi construída toda a lógica por trás da aplicação, como a

escrita do Smart Contract responsável pelas transações e a conexão da aplicação com a

rede Ethereum e sua Blockchain.

No setor do Front-end com foco em facilidade de acesso e performance, a

aplicação foi desenvolvida com interface voltada totalmente para a web fazendo uso da

biblioteca React para o Front-end, seguindo padrões modernos de UX e design, para que

o usuário não se intimide com essa tecnologia complexa.

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2.2. O Back-end

Para o desenvolvimento do Back-end da aplicação foi necessário um grande

estudo sobre a arquitetura utilizada, pois trata-se de uma tecnologia completamente nova

que se encontra no início de seu desenvolvimento.

Graças a Ethereum network e seu forte apreço por desenvolvedores, a API escrita

em JavaScript Web3 foi escolhida para a interação com a rede e a Blockchain - por ser

criada pela própria comunidade Ethereum, fornece uma base sólida de ferramentas de

interação, envio e recebimento de dados por meio de chamadas RPC.

2.2.1. Web3

Quanto a API responsável por interagir com a Blockchain Ethereum, a melhor

opção no mercado é o Web3.js, uma api desenvolvida pelos próprios criadores da

Ethereum Network.

O Web3.js funciona com qualquer nó Ethereum, que expõe uma camada RPC. O

Web3 também contém o objeto eth - web3.eth (especificamente para interações

blockchain Ethereum) e o objeto shh - web3.shh (para interação Whisper). Para efetivar

transações e realizar testes na aplicação foi utilizada uma sub-rede da Ethereum chamada

de rinkeby, que facilita a obtenção da moeda.

2.2.2. Solidity

Como linguagem chave foi utilizada a Solidity, que é essencialmente uma

linguagem de programação para escrever Smart contracts. Com o Solidity, é possível criar

aplicativos que simulem uma campanha de financiamento coletivo, uma loteria, um

empréstimo ou qualquer outro tipo de instrumento financeiro. O Solidity é conhecido por

ser bastante semelhante ao Javascript e excepcionalmente fácil de aprender para quem

tem experiência anterior em JS.

Para interagir com a rede Ethereum foi utilizado um plugin do Chrome chamado

Metamask, que funciona como uma espécie de carteira para armazenar Ethereum.

2.2.3. Web3 - Solidity

Existem aspectos diferentes a serem considerados no desenvolvimento de

aplicações

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Blockchain com Ethereum, tais como, por exemplo:

• Desenvolvimento de contrato inteligente (Smart Contract) - código de escrita

que é implantado no Blockchain com a linguagem de programação Solidity.

• Desenvolvimento de sites ou clientes que interagem com o Blockchain – escrita

do código que lê e grava dados do Blockchain com contratos inteligentes.

O Web3.js permite cobrir a segunda responsabilidade citada acima: desenvolver

clientes que interagem com a Etherem Blockchain. O Web3.js é uma coleção de

bibliotecas que permitem realizar ações como enviar Ether de uma conta para outra, ler e

gravar dados de contratos inteligentes, criar contratos inteligentes e muito mais.

Basicamente pode-se usar o Web3.js para ler e gravar na Ethereum Blockchain.

Para que isso fique mais claro o entendimento do Web3.js interagir com o

Blockchain Ethereum. A Figura 01 apresenta um exemplo de diagrama de cliente com

Ethereum:

Figura 01 – Interação Web3.js e Ethereum

Fonte: Website Ethereum (2018)

Web3.js “fala” com a Blockchain Ethereum via JSON RPC, que significa

"Remote Procedure Call" - trata-se de um protocolo para as chamadas da rede. Ethereum

é uma rede Peer-to-peer de nós que armazena uma cópia de todos os dados e códigos no

Blockchain. O Web3.js permite realizar solicitações a um nó Ethereum individual com

JSON RPC para ler e gravar dados na rede.

Quanto à primeira responsabilidade citada acima é possível contar com o

SolidityJS (Linguagem orientada a contratos), que nada mais é do que uma linguagem

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feita para escrever Smart Contracts. Pode-se pensar que é uma forma de controlar uma

conta bancária com código. Totalmente baseada em Javascript, oferece uma facilidade de

aprendizado para quem já teve contato com a linguagem.

A Solidity foi inicialmente proposta em agosto de 2014 por Gavin Wood. A

linguagem foi posteriormente desenvolvida pela equipe de Solidity do projeto Ethereum,

liderada por Christian Reitwiessner. É uma das quatro línguas (sendo as outras Serpente,

Viper (experimental) e Mutan (depreciado) destinadas a atingir a Máquina Virtual

Ethereum (EVM).

Atualmente, o Solidity é o idioma principal do Ethereum, bem como em outros

Blockchains privados executados em plataformas que competem com o Ethereum, como

o Monax e sua Blockchain Hyperledger Burrow, que usa o Tendermint para obter acesso.

2.2.4. Metamask

MetaMask é um plugin desenvolvido para ser utilizado no Google Chrome e

FireFox que permite que um usuário rode Ethereum Apps diretamente no seu navegador

sem executar um nó completo na Ethereum Network.

O MetaMask inclui um cofre de identidade seguro, fornecendo uma interface de

usuário para gerenciar suas identidades em sites diferentes e assinar transações

Blockchain.

O MetaMask desempenha um papel importantíssimo para a Criptomoeda

Ethereum pois tem a missão de tornar o Ethereum mais fácil de usar para o maior número

de pessoas possível.

2.2.5. Ethereum Network

A Ethereum Network: É uma plataforma descentralizada que é capaz de executar

contratos inteligentes (Smart contracts) e aplicações descentralizadas fazendo uso da

tecnologia Blockchain. São aplicações que funcionam exatamente como programadas,

gerando assim confiabilidade nos sistemas, sem qualquer possibilidade de censura, fraude

ou interferência de terceiros. Isso porque o contrato (Smart contracts) é imutável.

Em sua base possui uma máquina virtual descentralizada Turing completude, a

chamada Ethereum Virtual Machine (EVM), que pode executar scripts usando uma rede

internacional de nós públicos (Blockchain). Pode-se entender a Blockchain como uma

tecnologia que é capaz de armazenar registros de transações em um arquivo que funciona

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como uma espécie de planilha pública distribuída e de segurança garantida por

criptografia. As transações publicadas na Blockchain são verificadas e validadas pelos

próprios usuários num processo conhecido como mineração.

A mineração ocorre via execução de códigos de natureza criptográfica, sendo

assim, o sistema pode funcionar num protocolo distribuído recompensando seus usuários

pelo poder computacional empregado por eles. Contratos inteligentes "assinados" no

Blockchain do Ethereum e a mineração são pagos em Ether, o combustível da plataforma.

O Ethereum foi fundado por Vitalik Buterin em janeiro de 2014, e formalmente

apresentado para a comunidade na forma de um White Paper (assim como o Bitcoin). A

definição formal da Virtual Machine do Ethereum (EVM) foi escrita por Gavin Wood.

O ponto que torna o Ethereum diferente da moeda digital mais difundida do

mundo (o bitcoin), é que o Ethereum visa levar a tecnologia do Blockchain e os contratos

inteligentes para "tudo" que possa ser programado.

O princípio é que toda transação, execução de código e registro, assinatura de

contrato digital, ou qualquer outra aplicação que seja executada na rede do Ethereum seja

paga em Ether, sendo assim, o Ethereum pode ser considerado um grande computador

onde os usuários pagam pela quantidade de recurso utilizado.

O Ether é uma moeda digital utilizada dentro da plataforma do Ethereum para

rodar os contratos inteligentes, serviços computacionais dentro da rede e para pagar taxas

aos mineradores. O Ether é negociado nas corretoras com o código ETH.

2.3. Front-End

O React JS, que surgiu em 2011, é o responsável por todo setor do front-end. React

foi desenvolvido por engenheiros de software do Facebook. A primeira implementação

do React foi na timeline do próprio Facebook no mesmo ano de 2011; um ano mais tarde

seu uso também foi implementado no feed do Instagram. O React é uma biblioteca open

source, em JavaScript, usada para construção de interfaces.

Por ter um objetivo muito bem definido, ele é capaz de realizar essa tarefa com

excelência, principalmente em relação a manipulação do DOM (Document Object

Model), afinal, trata-se de uma biblioteca focada em construção de interfaces e uma de

suas maiores qualidades deve ser manipular o DOM. É nesse quesito que o React se

destaca e é por isso que ele é tão utilizado atualmente.

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Um dos grandes diferenciais do React é o Virtual-DOM. O v-dom é uma técnica

simples e complexa ao mesmo tempo. Simples no conceito e complexa na aplicação.

Simples porque ela é apenas uma representação em JavaScript puro (memória) do DOM

“real”. A manipulação do dom não é algo “produtivo”, é extremamente lento e causa

vários problemas nas aplicações. Então com v-dom passamos a manipular esse objeto e

não o DOM real. Quando o objeto v-dom é atualizado um algoritmo calcula a diferença

entre o v-dom e o DOM real, alterando então partes do DOM. É muito mais produtivo

alterar os elementos DOM no JavaScript, processa-los e “aplicar de uma vez” na Árvore

DOM do navegador. React veio com o objetivo de facilitar isso.

Para entender um pouco melhor o motivo do React facilitar o desenvolvimento e

ser aplicado nesse projeto é necessário falar sobre web componentes. Trata-se de uma

técnica que vem sendo discutida desde 2009. Componentes Web são um conjunto de

normas atualmente sendo produzidas por engenheiros do Google que permitem a criação

de componentes reutilizáveis em documentos e aplicações web. A intenção por trás deles

é trazer a engenharia de software baseada em componentes para a web.

Um web component tem a capacidade de criar Custom Tags HML que encapsulam

estrutura (HTML), estilo (CSS) e comportamento (JavaScript). Pode-se entender como

trechos de HTML reaproveitáveis.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Resultados

Aplicando as ferramentas utilizadas e métodos apresentados o resultado do

desenvolvimento foi uma interface simples, agradável e intuitiva para lidar com a

aplicação. Quanto à estrutura do projeto, foram aplicadas as boas práticas de programação

Javascript, preconizadas pela biblioteca do React, resultando na árvore de pastas

apresentada na Figura 02 a seguir:

Figura 02 – Árvore de Pastas do Projeto

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Fonte: Os Autores (2018)

O ReactJS foi aplicado no design e nas rotas entre as páginas da aplicação, com

transições suaves e um reaproveitamento de código baseado nos princípios dos Web

Components. Um bom exemplo de componente reaproveitável no código da aplicação,

conforme visto na Figura 03 a seguir:

Figura 03 – Componente reaproveitável

Fonte: Os Autores (2018)

Uma vez apresentada a estrutura do projeto, serão mostradas as páginas

implementadas do sistema. Em primeiro lugar, a Página inicial do sistema que contém

todas as campanhas que foram cadastradas na plataforma, conforme visto na Figura 04 a

seguir:

Figura 04 – Página inicial do sistema

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Fonte: Os Autores (2018)

Em seguida, apresenta-se na Figura 05 a seguir o Formulário de criação de

campanha, onde o mantenedor deve definir um valor mínimo de contribuição para

participar da campanha:

Figura 05 – Formulário de Criação de campanha

Fonte: Os Autores (2018)

Seguindo adiante, na Figura 06 é possível visualizar uma campanha - no primeiro

campo pode-se ver informações sobre o mantenedor da campanha, no segundo campo

pode-se ver informações sobre contribuição mínima para se tornar um aprovador de

retiradas da campanha, no terceiro campo pode-se ver a quantidade de requisições de

retirada existentes na campanha, no quarto campo pode-se ver o número de pessoas que

realizaram doações para essa campanha e no quinto campo pode-se ver o valor em Ether

que a campanha arrecadou até o momento. Para facilitar contribuições existe um campo

na lateral direita da tela para que outros usuários possam contribuir com a campanha em

questão com apenas um clique:

Figura 06 – Formulário de Visualização de campanha

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Fonte: Os Autores (2018)

Uma nova tela, mostrada na Figura 07, permite que contribuintes com título de

aprovadores podem localizar essa área no sistema – nesse recurso pode-se ter acesso às

requisições de retirada de fundo das campanhas que participam e podem decidir se

concordam com as retiradas ou não:

Figura 07 – Consulta e Aprovação de Requisições de Retirada de Fundos

Fonte: Os Autores (2018)

Por fim, na Figura 08, é mostrada uma tela do sistema na qual o mantenedor

poderá solicitar retiradas, preenchendo devidamente os campos solicitados e oferecendo

uma breve descrição sobre o motivo de tal retirada:

Figura 08 – Criação de Requisição de Retirada de Fundos das Campanhas

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Fonte: Os Autores (2018)

3.2. Discussão

Ao finalizar esse projeto, alguns resultados eram esperados como funcionalidades

perceptíveis na aplicação implementada:

• Um sistema eletrônico de transação descentralizado que não necessita de um

intermediário;

• Assinaturas digitais que permitem forte controle sobre propriedade e o gasto

duplo é prevenido;

• Uma rede Peer-to-peer que utiliza prova de trabalho sendo usada para criar um

registro público que é impraticável para fraudadores modificarem.

O esperado com o desenvolvimento da aplicação foi obter a possibilidade de

passar adiante informações e conhecimento sobre este tema que gera tanto interesse

atualmente. Foi discutido que o desenvolvimento deste projeto é apenas um dos meios

em que se pode aplicar soluções financeiras dentro do atual mundo das Criptomoedas.

Essa área tende a mudar muito como o dinheiro e as transações financeiras serão tratadas

daqui para a frente e isso causa um impacto enorme na vida das pessoas, tornando assim

este assunto tão importante para nossas vidas.

Foi avaliado também que o resultado da aplicação foi muito positivo e confiável

em relação ao uso das tecnologias citadas. Transações realizadas numa Blockchain se

mostraram totalmente confiáveis e irreversíveis, economizando tempo e dinheiro e

solucionando grandes problemas em relação ao modelo atual de transações (baseado em

confiança), garantindo assim que as pessoas que fazem uso dessa tecnologia possam

desfrutar de um padrão de segurança altíssimo.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo teve como objetivo construir uma aplicação Blockchain usando Smart

Contracts – para tal, foi usado um caso de Crowdfunding onde o doador pode participar

mais nas decisões das campanhas, tornando assim um aplicativo mais confiável e atraente

para esse público-alvo.

O trabalho também ofereceu uma visão atual sobre aplicações envolvendo

Criptomoedas e também mostrou que podem ser consideradas plausíveis essas modernas

soluções referentes a transações e manipulação de capital. Percebeu-se, também, seu

vasto espectro de aplicação como, por exemplo, loterias, bancos e até a área de logística,

em uma transportadora, na qual aplicações devessem rastrear algum objeto ou carga.

As tecnologias empregadas na construção da solução se demonstraram

tecnicamente apropriadas e ofereceram um bom resultado ao permitir entregar, de fato,

as funcionalidades requeridas pela aplicação: a prática integração de Web3 com

Blockchain viabiliza a interação com Ethereum. Em consonância com a Web3, a Solidity

facilitou a construção de Smart Contracts. Em termos de front-end, o React altamente

direcionado a manipulação do DOM, mais especificamente V-DOM, viabiliza web

components. Percebe-se, em todas essas tecnologias a presença forte e crescente do

"JavaScript" como um padrão, tanto no back quanto no front-end.

Por meio das tecnologias citadas, esse trabalho também apresentou a importância

de se utilizar criptografia (por sua segurança e confiabilidade) e que os dados sejam de

conhecimento público, diferentemente das instituições financeiras tradicionais: permite-

se transparência e evita-se fraudes no mercado financeiro, ao se eliminar custos extras

com transações e resolver problemas como o gasto duplo (uso de uma mesma moeda

digital mais de uma vez).

REFERÊNCIAS

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abr2018, Ethereum Blog: https://blog.ethereum.org/2014/08/21/introduction-futarchy/

BUTERIN, V. (2015, May 6). DAOs, DACs, DAs and More: An

IncompleteTerminology Guide. Acesso em: 15 abr 2018, Ethereum

Blog:https://blog.ethereum.org/2014/05/06/daos-dacs-das-and-more-anincomplete-

terminology-guide/

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mar 2018.

Conteúdo oficial relacionado ao Bitcoin. Disponível em: <https://bitcoin.org/pt_BR/

>. Acesso em: 24 mar 2018. Conteúdo oficial relacionado ao Ethereum. Disponível em:

<https://www.ethereum.org/>. Acesso em: 24 mar 2018.

Conteúdo oficial relacionado a react. Disponível em: <https://reactjs.org/>. Acesso

em: 2 abr 2018.

Conteúdo oficial relacionado a web3js. Disponível em:

<https://web3js.readthedocs.io/en/1.0/>. Acesso em: 8 abr 2018.

Conteúdo oficial e github relacionado a Solidity. Disponível em:

<https://github.com/ethereum/solidity>. Acesso em: 12 abr 2018.

Conteúdo oficial relacionado a Metamask. Disponível em: <https://metamask.io/>.

Acesso em: 15 abr 2018.

Ethereum White paper. Disponível em:

<https://github.com/ethereum/wiki/wiki/White-Paper>. Acesso em: 26 mar 2018.

Github oficial React. Disponível em: < https://github.com/facebook/create-react-

app>.Acesso em: 4 abr 2018.

Github oficial web3js. Disponível em: <https://github.com/ethereum/web3.js/>.

Acesso em: 8 abr 2018.

Github oficial Metamask. Disponível em: < https://github.com/MetaMask>. Acesso

em: 8 abr 2018.

LOMBA, ALEX Ethereum: O Guia de Insider Completo Para Universo de

Ethereum Abrangente Que, Desde Programação, Mineração Até Contratos

Inteligentes, Investimento, Negociação E Tecnologia Blockchain. 7 mar 2018.

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IMAGEM INSTITUCIONAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL: UM ESTUDO

DE CASO SOBRE O EVENTO MATEMÁTICA VANGUARDA

JULIANA VIEIRA DA SILVA

MARIA FERNANDA DE FRANÇA PEREIRA

MARIANA RAMOS DE OLIVEIRA ESPÍNDOLA

TAYARA SEVERINO RAMOS

Resumo

Diante de um cenário organizacional competitivo, no qual conteúdos informativos e produtos

estão disponíveis para grande parte dos consumidores, o trabalho de comunicação institucional

de uma empresa deve buscar estratégias para expor a marca da instituição, de forma a definir a

identidade e a imagem institucional para os seus públicos. Buscou-se com este artigo, por meio

de um estudo de caso, analisar quais as possíveis contribuições do projeto de responsabilidade

social Matemática Vanguarda, para a imagem da emissora de televisão que realiza esse evento, a

Rede Vanguarda. A fundamentação teórica foi construída a partir de autores renomados para o

debate acerca de comunicação e imagem institucional, bem como eventos. Para o

desenvolvimento do estudo de caso, utilizou-se da observação direta da final do Matemática

Vanguarda 2018 e realização de entrevistas semiestruturadas com os organizadores e

participantes do evento. Conclui-se com o presente estudo que o projeto de responsabilidade

social em análise estreita relacionamento com os envolvidos. A empresa cria e fortalece a sua

imagem e mostra que suas ações conseguem atingir positivamente uma parcela da sociedade.

Palavras-chave: Comunicação Institucional. Imagem Institucional. Eventos. Responsabilidade

Social.Rede Vanguarda.

Abstract

In the face of a competitive organizational scenario, in which informative content and products

are available to most consumers, the work of institutional communication of a company should

seek strategies to expose the institution's brand, in order to define its identity and image for the

public. This article, a case study, aimed to analyze the possible contributions of Matemática

Vanguarda, a social responsibility project, to the image of the television station that performs

this event, Rede Vanguarda. The theoretical basis was constructed from authors renowned in

order to sustain the debate about communication and institutional image as well as events. For

the development of the case study, we used direct observation of the finals of Matemática

Vanguarda 2018 and semi-structured interviews with the organizers and participants of the event

were also carried out. It was concluded with the present study that the social responsibility project

under analysis has a close relationship with those involved, ans therefore the company creates

and strengthens its image within the public. And also shows that its actions can positively reach

a portion of society.

Keywords: Institutional Communication. Institutional Image. Events. Social responsability. Rede

Vanguarda.

INTRODUÇÃO

As empresas procuram gradativamente comunicar-se diretamente com o seu

público, logo, a área de eventos pode atuar na construção desse relacionamento, uma vez

que permite ao público vivenciar a marca, seja por meio de execução de eventos próprios

ou patrocínio de terceiros. Os participantes associam a marca ao momento único e

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emocionante por ela proporcionado. A música, a iluminação, a infraestrutura e as atrações

criam uma atmosfera na qual a empresa reflete sua imagem.

Diante desse contexto, uma das alternativas buscadas pelas organizações é o

investimento em eventos com foco em responsabilidade social, no qual é possível

trabalhar a imagem institucional da empresa de forma positiva e transmitir parte da sua

missão, visão e valores. Com os impactos causados pela produção em massa, os projetos

de responsabilidade social são uma via para ações que visam promover o

desenvolvimento da cidadania, educação, acesso à cultura e à preservação do meio

ambiente.

Esta pesquisa tem como objetivo avaliar as possíveis contribuições da promoção

de eventos de responsabilidade social para a imagem institucional da Rede Vanguarda,

em específico o evento socioeducativo Matemática Vanguarda, junto ao público

participante.

O presente artigo justifica-se pela necessidade de estudos sobre eventos de

responsabilidade social como estratégia para a promoção de uma marca. Espera-se que

esta pesquisa possa contribuir com reflexões sobre o tema e instigar as organizações a

investirem nesse tipo de ação, pois alia benefícios tanto para a imagem institucional da

empresa promotora, quanto para a sociedade civil, que é impactada por projetos de cunho

social, cultural e ambiental.

Considerando tais aspectos, a metodologia utilizada foi um estudo de caso com a

emissora de televisão Rede Vanguarda e os trabalhos realizados para a divulgação da

imagem institucional, por meio de eventos de responsabilidade social. A fim de

acompanhar os procedimentos do evento e recolher informações relevantes para o

presente trabalho, realizou-se observação direta da fase final do evento Matemática

Vanguarda 2018, e, com isso, foram efetuadas entrevistas semiabertas e coleta de

depoimentos das pessoas envolvidas com o evento, os idealizadores, os organizadores e

os representantes das escolas.

Com o trabalho, pontuou-se que as realizações de eventos socioeducativos

possibilitam à empresa aproximação com a comunidade. É notório que os eventos

socioeducativos propiciam a criação de laços com o público, pois, neste caso, ao

participar do evento, ele se sente socialmente valorizado, por meio de conhecimentos e

méritos, parte importante para a organização e o sucesso do evento. Todavia, destaca-se

que o capital investido não traz retorno financeiro imediato, mas sim a longo prazo, com

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o posicionamento positivo da imagem institucional e a construção de relacionamentos

duradouros com o público.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. A COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL NAS EMPRESAS

A comunicação é uma importante estratégia para agregar valor à marca e

fortalecer a imagem da empresa aos seus parceiros e ao mercado consumidor. Para que a

comunicação entre os diversos setores seja eficiente, é necessário que o trabalho seja feito

em conjunto e alinhado ao mesmo objetivo, considerando a missão, visão e valores da

organização.

Bueno (2003) destaca que a comunicação de uma organização não pode ser

resultado de esforços individuais, pois a imagem da empresa precisa ser uniforme e todos

os setores precisam estar alinhados a esse objetivo, portanto a organização deve se

apresentar para o público externo da mesma forma que o público interno a visualiza.

Por isso, o departamento de comunicação ou relações públicas11 é responsável por

planejar, coordenar e gerenciar os processos comunicativos organizacionais e os

relacionamentos com os diversos públicos de interesse da empresa. A comunicação

integrada emerge do encontro das comunicações administrativas, institucionais,

mercadológicas e internas, que, segundo Kunsch (2003), juntas, formam o mix composto

da comunicação organizacional.

A comunicação institucional garante visibilidade da marca, produto ou serviço e

é responsável por transmitir a imagem da empresa, de forma que a missão, visão, valores,

políticas e filosofia se tornem conhecidos entre todos seus parceiros e pelos

consumidores, sejam eles público interno ou externo.

De acordo com Rego (1986), a comunicação institucional objetiva conquistar

simpatia, credibilidade e confiança para ter a influência político-social e afirmar que o

propósito não é somente tornar visível a marca da empresa, mas fazer com que ela seja

11 Segundo Cesca (2012, p.26), a denominação “relações públicas” vem sendo substituída, nas

organizações, pelos seguintes termos: “gerente de comunicação”, “coordenador de comunicação interna”,

“coordenador de serviços ao consumidor”, “coordenador de relações com a comunidade”, “diretor de

relações governamentais”, “gerente de relações institucionais”, “coordenador de relações com meio

ambiente”, “coordenador de relações com o terceiro setor”, “assessor de imprensa, analista de

comunicação”, entre outros. que acreditam na empresa e em seu potencial, é o que afirmam Grunig, Ferrari

e França (2011, p 33):

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reconhecida por meio de seus valores e, em especial, exibir ao seu público de interesse o

comprometimento no bom êxito das ações e na busca pela satisfação de seus

colaboradores e clientes, construindo, assim, um bom relacionamento e, por

consequência, bons resultados.

Para gerir a comunicação institucional de uma organização, normalmente recorre-

se ao setor de relações públicas ou departamento de comunicação e marketing. Cabe a

essa seção zelar pelo bom relacionamento entre a empresa e seus colaboradores,

fornecedores e clientes, transmitindo as mensagens corretamente. Vale destacar que as

atividades de relações públicas e marketing estão interligadas, porém possuem funções

diferentes. As relações públicas são responsáveis pela comunicação e relacionamento

ligados à organização com seu público, o marketing, por sua vez, com o mercado, focando

nas vendas (KUNSCH, 2003).

A imagem da empresa começa pelo bom relacionamento que ela possui interna e

externamente, portanto agir com transparência é conquistar a credibilidade e atrair

parceiros que acreditam na empresa e em seu potencial, é o que afirmam Grunig, Ferrari

e França (2011, p 33):

As organizações que se comunicam bem com seus públicos com os quais se

relaciona sabem o que esperar desses públicos, e os públicos sabem o que

esperar delas. É possível que nem sempre haja acordo ou relacionamento

amigável, mas as partes entendem uma a outra – e o entendimento é o objetivo

primordial das relações públicas.

A comunicação é negociação que, quando bem feita, é capaz de gerar resultados

positivos e, é por meio do bom gerenciamento das relações públicas, que ela acontece,

pois permite que as mensagens sejam transmitidas sem a existência de ruídos, gerando

benefícios para a empresa, tornando seus públicos satisfeitos.

1.2. IMAGEM INSTITUCIONAL

Antes de aprofundar no debate sobre imagem institucional, faz-se necessário

pontuar as diferenças entre imagem e identidade, pois são conceitos profundamente

atrelados. A imagem é como a empresa é vista pelo seu público, assim, pode ser diferente

de acordo com cada tipo de público que atinge. A identidade é única e independe do

público, consiste na missão, visão, valores, nome, logotipo, instalações e as demais peças

exibidas pela empresa. De acordo com Argenti (2014, p. 84), “a imagem é o reflexo da

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identidade de uma organização. Em outras palavras, é a organização sob o ponto de vista

de seus diferentes públicos”.

Dessa forma, cabe à área de comunicação administrar e zelar pela imagem e

identidade da organização, considerando que esse setor é responsável pelo

relacionamento entre os diversos públicos. A empresa que se compromete com o bem

social contribui para a criação de sua imagem positiva perante seu público, pois estes irão

associar tais ações à empresa. Costa (2001) destaca que a imagem é a representação

mental, bem como um efeito de causas diversas, dentre elas estão: percepções, sensações,

emoções e experiências dos indivíduos.

Quando o mesmo produto é oferecido por diferentes empresas, muitos dos

consumidores, na hora da compra, se guiam mais pela imagem da empresa do que pelo

produto em si. Kunsch (2003, p. 171) relata que:

A imagem representa o que está na cabeça do público a respeito do

comportamento institucional das organizações e dos seus integrantes, qual é a

imagem pública, interna, comercial e financeira que passa pela mente dos

públicos e da opinião pública sobre as mesmas organizações.

A imagem institucional é o que a empresa realiza e apresenta, isso deve caminhar

lado a lado com sua identidade, para que possam ser transmitidos os valores básicos da

organização. A identidade, para Costa (2001, p. 214), “se define por dois parâmetros: o

que a empresa é e o que ela faz”.

Portanto, a construção de uma imagem positiva e de uma identidade forte é

decorrente de um conjunto de ações correlativas entre os diversos setores da empresa e

os instrumentos utilizados pelas relações públicas, destacando-se os projetos de

responsabilidade social como o comprometimento da organização com o meio em que

está inserida.

1.3. RESPONSABILIDADE SOCIAL

O termo responsabilidade social vem ganhando forças e se tornou uma ferramenta

importante para as empresas de sucesso, sobretudo por fortalecer a imagem institucional

junto ao público de interesse das organizações. Seu objetivo está fortemente associado ao

comprometimento das organizações em promover ações e projetos voltados para a

escolaridade, profissionalização, cultura e também a preocupação com o meio ambiente,

a diminuição da poluição e meios de minimizar os impactos causados pela produção em

massa (KUNSCH, 2003).

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Para o Instituto Ethos12 (2000, p 31), a responsabilidade social é:

Compromisso de cada um com a qualidade de vida, com a preservação da

natureza e com uma sociedade mais justa. Também é fundamental que cada

líder assuma o seu papel como cidadão e como dirigente empresarial, cuidando

para que os valores, políticas e práticas da organização se orientem por uma

política de responsabilidade diante de toda sociedade. A responsabilidade

social das empresas ultrapassa a geração de emprego, o pagamento de

impostos, a implantação de ações filantrópicas isoladas, muitas vezes

paliativas, mas ainda assim importantes em uma sociedade profundamente

marcada pela desigualdade e que privilegia o capital em detrimento da

dignidade humana. Para o Brasil de hoje, a grande contribuição das empresas

é colaborar para a construção de uma sociedade mais justa e ambientalmente

sustentável.

A empresa Itaú realiza um trabalho exemplar de responsabilidade social. Criadora

da Fundação Itaú Social tem como objetivo gerir, apoiar e desenvolver projetos voltados

para comunidade e visa o progresso das políticas públicas de educação, por meio de

metodologia focada na qualidade de ensino, atuando de forma integrada com os governos

municipais, estaduais e federal (ITAU, 2018).

Um dos seus projetos é o “Leia para uma Criança”, de acordo com o site

institucional tem como intuito incentivar a leitura do adulto para com a criança, com foco

em fortalecer os vínculos e incentivar a educação desde a infância. Desde sua criação, já

foram distribuídos

Ressalta-se que com a alta competitividade no mercado, em que as empresas

prestam o mesmo serviço, com o aumento da tecnologia e lançamentos de novos produtos

a todo tempo, os clientes estão mais exigentes. Isso inclui, além da qualidade de produtos

e serviços, a escolha por empresas que estão alinhadas à responsabilidade social e nesse

compromisso de ajudar a sociedade em sua transformação de melhoria.

1.4. EVENTOS

Eventos vêm conquistando seu espaço em diversas áreas e segmentos e utilizam-

se de inovação, de tecnologia e de serviços diferenciados. Dados da ABEOC (2018) 13

apontam, por meio de uma pesquisa em parceria com SEBRAE (Serviço Brasileiro de

Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que foram realizados no ano de 2013 no Brasil

12 Instituto Ethos é uma Organização da Sociedade Civil de Interesses Públicos, tendo como missão

mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável. para a

sociedade mais de 51 milhões de livros impressos e mais de 3 milhões de livros enviados para bibliotecas

públicas, organizações da sociedade civil e escolas (ITAÚ, 2018). 13 ABEOC: Associação Brasileira de Empresas de Eventos.

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mais de 590 mil eventos nacionais e internacionais, contribuindo para o incremento da

economia e geração de empregos.

Observa-se que esse setor está em crescimento, levando em consideração que os

eventos são realizados com diversos objetivos como festas sociais, aniversários,

casamentos, bodas de casamento, baile de debutante, formatura e também para apresentar,

promover ou vender sua marca e/ou seus produtos. Portanto, as metas devem estar

alinhadas com a sua categoria, tipologia, abrangência, área de interesse e público alvo.

Segundo Britto e Fontes (2002, p. 20), evento é a “ação profissional que envolve

pesquisa, planejamento, organização, coordenação, controle e implementação de um

projeto, visando atingir o seu público-alvo com medidas concretas e resultados

projetados”. Com base nessa definição, a realização de eventos exige esforços de todos

os envolvidos e consiste em um conjunto de estratégias de planejamento, estudo e

conhecimento, que tem como objetivo atingir o seu público seja ele comercial ou não.

Cesca (2012, p. 20) afirma que “para relações públicas, evento é a execução do

projeto devidamente planejado de um acontecimento, com o objetivo de manter, elevar

ou recuperar o conceito de uma organização juntamente ao seu público de interesse".

As empresas participam de eventos das mais diversas formas, sejam como

patrocinadoras ou promotoras visando lançar uma marca, produto e/ou serviço; aumentar

a receita e clientes; apresentar os valores da instituição aos envolvidos; recuperar a

imagem da organização ou manter o relacionamento com seu público.

Realizar ou patrocinar eventos de lazer, entretenimento ou de responsabilidade

social permite à empresa se interligar a diversos públicos, estimular os envolvidos a

associar a marca ao produto promovendo a relação entre empresa e consumidor. Com a

execução de eventos de responsabilidade social, as organizações apresentam ao público

o comprometimento que possuem perante a sociedade, além de transmitir seus valores e

missão. Será apresentado e analisado neste trabalho o evento socioeducativo Matemática

Vanguarda, realizado pela Rede Vanguarda.

1.5. REDE VANGUARDA

Conforme consta no Manual de Regulamento do evento Matemática Vanguarda,

(REDE VANGUARDA, 2016), a Rede Vanguarda é uma emissora regional, filiada da

Rede Globo e composta por duas empresas, TV Vale do Paraíba Ltda na cidade de São

José dos Campos/SP, local sede da Rede Vanguarda e a geradora, inaugurada em 2003,

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TV Taubaté Ltda em Taubaté/SP. Cabe ressaltar que, após essa inauguração, a emissora

passou a ser denominada por Rede Vanguarda.

De acordo com o site institucional da Rede Vanguarda (2018a), atualmente a

empresa possui 72 canais e cobre 46 municípios e seus distritos, que abrange o Vale do

Paraíba, Litoral Norte, Serra da Mantiqueira, Região Bragantina e Vale Histórico. Foi

eleita seis vezes como a melhor TV regional pela Academia Brasileira de Marketing e

recebeu o Prêmio Comunicação da Revista Propaganda. É considerada uma das emissoras

mais modernas da América Latina por usar equipamentos e tecnologia inovadora (REDE

VANGUARDA, 2018a).

Além dos investimentos em alta definição para levar imagem de qualidade, a Rede

Vanguarda tem uma programação diversificada. Com um jornalismo de 24 horas, a

emissora utiliza de ferramentas para levar ao público informações atualizadas e mantê-lo

próximo e atuante por meio do aplicativo Vanguarda Repórter, que permite ao

telespectador enviar notícias e curiosidades da região e o Vancop14 que agiliza todo o

processo jornalístico da emissora (G1, 2018).

A Rede Vanguarda (2018b) oferece, além de informação com os telejornais Bom

Dia Vanguarda, Link Vanguarda e Jornal Vanguarda, entretenimento com diversos

programas locais como o Madrugada Vanguarda, Papo Vanguarda, Vanguarda Mix,

Roteiro Vanguarda e os produzidos pela Rede Globo, que são transmitidos pelo sinal da

emissora. Conforme o site da Rede Vanguarda (2018c), a TV possui 43 dos canais dos

programas mais vistos no Brasil, mais de 2,8 milhões de telespectadores e 51% da

audiência da TV aberta.

A Rede Vanguarda está presente também na internet e utiliza das redes sociais

Facebook e Instagram, site próprio e dois sites interligados com a Rede Globo, além do

Youtube. Nos sites, o número de visitantes por mês chega a ser de 1,6 milhão no G1, no

Globo Esporte.com, 624 mil, e no seu próprio site TV Vanguarda, 24 mil visitantes por

mês (REDE VANGUARDA, 2018d).

Dentre as suas programações, a empresa também se preocupa e promove ações de

responsabilidade social. Em apresentação no seu canal do Facebook, a emissora relata

qual a sua missão para com o público: “Nossa missão é entreter, informar, interagir com

a comunidade, defender a liberdade de expressão, divulgando fatos com responsabilidade

14 Vancop é o helicóptero utilizado para as reportagens externas da emissora

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e imparcialidade, contribuindo para o progresso cultural, político econômico e social da

nossa região” (REDE VANGUARDA, 2003).

A empresa conta com inserções nos intervalos comerciais de campanhas de

responsabilidade social como a Prevenção da Dengue, Gacc – Criança com câncer15,

Festas Beneficentes e apoio a projetos de cunho social, cultural, educacional e esportivo,

somando um investimento em 2018 no valor de R$ 3,9 milhões (REDE VANGUARDA,

2018c).

Além de campanhas e de apoio a projetos, a empresa realiza eventos esportivos

como a Copa Vanguarda de Futsal Masculino, evento dessa categoria mais antigo

realizado pela emissora, em sua 20ª edição. Além de lazer e de entretenimento, a

responsabilidade social se faz presente nesse projeto, metade dos valores arrecadados com

a venda de ingressos é entregue a instituições beneficentes das cidades que sediam os

jogos. A Rede Vanguarda produz outros eventos de cunho esportivo, tais como, a Taça

Vanguarda de Futsal, a Copa Vanguarda de Beach Soccer, a Taça Vanguarda de

Basquete, que têm como objetivo o entretenimento e interação entre os moradores dos

municípios da área de cobertura da emissora (REDE VANGUARDA, 2018e).

A Rede Vanguarda (2018f) realiza também eventos socioeducativos como a

Gincana da Solidariedade, que tem como objetivo a arrecadação de alimentos para

beneficiar entidades da região. O projeto teve início em 2000 e se encontra em sua 19ª

edição. Até hoje foram arrecadados três milhões e 237 mil quilos de alimentos, mais de

300 instituições foram beneficiadas com as doações.

A disputa acontece entre as escolas dos municípios que recebem o sinal da Rede

Vanguarda e ganha a escola que fizer a maior pontuação na arrecadação dos alimentos.

Na última edição, cada escola teve que doar uma cadeira de rodas para alguma instituição

de caridade e ainda elaborar atividades culturais. O evento mobiliza alunos, professores,

coordenadores e toda a comunidade para arrecadar os alimentos. A empresa também

promove o Matemática Vanguarda, objeto da investigação desta pesquisa, que será

apresentado no corpus de análise do artigo.

15 O GACC é uma instituição social sem fins lucrativos que nasceu em 1991 para garantir a

crianças e adolescentes com câncer as chances de cura. Para isso, desde 1998, possui um hospital que, em

parceria técnica-científica com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), é referência no tratamento

da doença, principalmente os casos de maior complexidade e alcançando altos índices de cura. Por ano,

mais de 3.500 pacientes são atendidos. Além de diagnosticar e tratar o câncer infantil, o GACC atua no

desenvolvimento do ensino e pesquisa. Fundamentado na parceria universidade, empresa e comunidade.

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2. METODOLOGIA

Para a fundamentação teórica utilizou-se a pesquisa bibliográfica, que reside no

levantamento, leitura e fichamento de livros e artigos acadêmicos extraídos de revistas e

de eventos científicos, assim como em sites especializados nos conteúdos relacionados a

este trabalho. Segundo Stumpf (2011, p. 52), “a revisão de literatura é uma atividade

continua e constante em todo trabalho acadêmico e de pesquisa, iniciando com a

formulação do problema e/ou objetivos de estudo e indo até a análise dos resultados”.

Para o embasamento dos conceitos chave desta pesquisa, foram utilizados os

seguintes autores: Bueno (2003), Rego (1986) Grunig, Ferrari e França (2011), Kunsch

(2003) Argenti (2014) e Costa (2001) para abordar os temas de comunicação e imagem

institucional; Instituto Ethos (2000), para responsabilidade social, e Brito e Fontes (2002)

e Cesca (2012) com o foco em eventos, entre outros.

Com o objetivo de avaliar as possíveis contribuições da promoção de eventos de

responsabilidade social para a imagem institucional da Rede Vanguarda, em específico o

evento socioeducativo Matemática Vanguarda, juntamente ao público participante, fez-

se uso do método estudo de caso.

De acordo com Yin (2001, p. 32), essa metodologia “é uma inquirição empírica

que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto de vida real, quando

a fronteira entre fenômeno e contexto não é claramente evidente e onde múltiplas fontes

de evidência são utilizadas”. O autor complementa que o poder diferenciador do estudo

de caso reside em “sua capacidade de lidar com ampla variedade de evidências –

documentos, artefatos, entrevistas e observações” (YIN, 2001, p. 27).

Posto isso, foram realizadas entrevistas de caráter qualitativo, semiestruturadas,

seguindo um roteiro com abordagem em profundidade e respostas indeterminadas

(DUARTE, 2011) com os idealizadores do evento, os representantes de três das escolas

selecionadas para a fase final do Matemática Vanguarda 2018, o depoimento do aluno

bicampeão do evento e do prefeito da cidade de São José do Barreiro, cidade vencedora

nos dois últimos anos.16

16 Os roteiros das entrevistas podem ser conferidos ao final do trabalho, no apêndice.

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3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Para a execução da análise, realizou-se observação direta da fase final do

Matemática Vanguarda 2018, que aconteceu no dia 26 de outubro, entre as 14 e 17 horas,

no Auditório do CEFE17, em São José dos Campos/SP.

No decorrer do evento, foram realizadas entrevistas com o gerente de

comunicação e eventos da Rede Vanguarda, Valério Luiz Fernandes; o organizador e

apresentador do evento, Daniel Pasqualin; representantes das escolas classificadas para

fase final; prefeito Alexandre Siqueira Braga, da cidade vencedora, São José do Barreiro;

e o aluno bicampeão João Gabriel Pereira da Silva.

Os resultados estão estruturados em dois eixos de análise: o primeiro diz respeito

à perspectiva dos idealizadores do evento e, consequentemente, da emissora, e o segundo

visa apresentar o ponto de vista das instituições de ensino e dos alunos que as

representaram.

3.1. CORPUS DA ANÁLISE: O EVENTO MATEMÁTICA VANGUARDA

Conforme o Regulamento do Matemática Vanguarda (REDE VANGUARDA,

2016), o evento é um projeto focado na educação, na competição e na responsabilidade

social. O intuito é estimular a participação em eventos socioeducativos dos alunos com

idade entre 09 e 13 anos, matriculados nas escolas da rede pública, municipais e estaduais,

cursando o ensino fundamental em uma das 46 cidades e seus distritos, da área de

cobertura da Rede Vanguarda, dentre eles, Vale do Paraíba, Litoral Norte, Vale Histórico,

Serra da Mantiqueira e Região Bragantina.

Ainda de acordo com o regulamento do evento (REDE VANGUARDA, 2016), o

projeto é dividido em três fases - seletiva, classificatória e final:

Fase seletiva: realizada nas cidades participantes, sob a responsabilidade das

Secretarias de Educação. As cidades inscritas realizam as suas próprias

seletivas entre escolas participantes, quando será conhecido o aluno que

representará a cidade na fase seguinte. Caso não tenha a participação da

Secretaria de Educação de alguma cidade, caberá a Diretoria Regional de

Ensino indicar o representante daquela cidade, caso haja interesse. Fase

classificatória: São formados quatro grupos conforme critérios da organização

do Projeto. Os alunos de cada grupo competem entre si. O primeiro colocado

de cada grupo irá direto para a final. Fase final: os quatro alunos classificados

na fase classificatória disputarão a final. Nessa fase, são feitas vinte e cinco

perguntas.

17 CEFE: Centro de Educação do Formador.

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As fases classificatórias e finais são realizadas pela organização do projeto,

seguindo as regras do uso somente de papel e caneta para a execução das contas. Os

participantes têm trinta segundos para apresentarem os resultados, deixando a folha sobre

a mesa para que o apresentador divulgue à plateia as respostas de cada questão. Os alunos

são classificados em cada fase conforme o número de acertos e pontuação final.

A competição ranqueia os alunos da fase final em primeiro, segundo, terceiro e

quarto lugar, de acordo com o desempenho. A premiação para o 1º lugar é o troféu

campeão e valor R$ 2.300,00; o 2º colocado recebe o troféu vice-campeão e R$ 1.000,00;

o 3º e 4º lugar recebem o troféu de acordo com a sua posição18 (REDE VANGUARDA,

2016).

Os finalistas da edição 2018 foram de duas escolas estaduais e duas municipais,

em 4º lugar: Thales Henrique Elotério – 12 anos, escola EE Padre Chico, da cidade de

Lagoinha; 3º lugar: Thiago Kouji Okubo – 13 anos, da escola EMEF Proª Maria

Aparecida Ujio, de Caraguatatuba; 2º lugar: Amanda Eduarda da Silva Lima – 12 anos,

da escola EE José Siqueira Bueno, de Piracaia; e o bicampeão do evento João Gabriel

Pereira da Silva – 13 anos, da escola EMEF Cônego Benedito Gomes França, da cidade

de São José do Barreiro.

3.2. PERSPECTIVA DA EMISSORA E DOS COLABORADORES DOS

EVENTOS

O evento Matemática Vanguarda surgiu há 11 anos, fruto da união de esforços de

Daniel Pasqualin, organizador e mediador do evento, em parceria com a emissora Rede

Vanguarda. Pasqualin (2018) afirma que seu envolvimento com eventos socioeducativos

surgiu no momento em que sentiu a necessidade de deixar um legado para sua filha. Foi

então que idealizou e criou há mais de 20 anos a Gincana da Solidariedade, um evento

que tem como objetivo principal incentivar os alunos a se preocupar com a sociedade e,

assim, arrecadar alimentos e distribuir entre as instituições necessitadas.

Até o ano de 2018, já foram arrecadados mais de três milhões de quilos de

alimento. Assim, Daniel Pasqualim percebeu a força que a juventude possui e o legado,

18 Existe também a premiação oferecida pelo apoiador Villarreal Supermercados: 1º lugar:

notebook, mochila exclusiva Villarreal, celular, vale livros no valor de R$ 200,00, vale compras no

supermercado no valor de R$ 400,00 e festa na escola em homenagem ao vencedor; 2º lugar: notebook,

mochila Villarreal, vale livros no valor de R$ 200,00 e vale compras no supermercado no valor de R$

300,00; 3º lugar: notebook, mochila Villarreal, vale livros no valor de R$ 200,00, vale compras no Villa no

valor de R$ 200,00 e 4º lugar: mochila Villarreal e vale livros no valor de R$ 200,00.

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que antes era somente para a filha, é deixado para todas as cidades participantes

(PASQUALIN, 2018).

Ressalta-se que a parceria com a emissora teve início em 1999, quando aceitaram

a união com Pasqualin e desde então surgiram novos projetos, como o caso do Tabuada

Vanguarda, que iniciou em 2008 e, a partir de 2015, passou a se chamar Matemática

Vanguarda, por envolver não somente a multiplicação, mas também operações de

soma, subtração e divisão.

Em relação ao Matemática Vanguarda, Fernandes (2018) relata que promover

eventos socioeducativos é a oportunidade de expor para a sociedade que a educação

pública ainda é eficiente e, desta forma, promover o ensino oferecido pelos professores e

valorizar o aprendizado do aluno.

Após serem questionados sobre os principais desafios encontrados na realização

de eventos de cunho educacional, Pasqualin e Fernandes (2018) reconhecem que

convencer as escolas a participarem é a maior dificuldade, pois existe uma grande

resistência por parte delas. Nem todas as convidadas participam do evento, acredita-se

que o motivo seja exatamente por medo de se expor na mídia, em especial na TV, afirmam

os entrevistados.

Nesses casos, os organizadores apresentam a seriedade do projeto e também a

história de sucesso do evento. Segundo os entrevistados, após aderirem ao projeto pela

primeira vez, grande parte das escolas continuam participando nos anos seguintes, a

exemplo da EMEF Cônego Benedito Gomes França, da cidade de São José do Barreiro,

representada pelo aluno João Gabriel Pereira da Silva, que foi o vencedor da edição 2017

e 2018.

Consoante com esses relatos é evidente o vínculo que o evento criou com as

escolas participantes e, por consequência, também com a Rede Vanguarda, promotora do

evento. Conforme mencionado anteriormente, para ter bons resultados, não basta apenas

tornar a marca conhecida, deve-se estabilizar um relacionamento com os clientes, de

forma a transmitir valores, credibilidade, confiança e comprometimento (REGO, 1986).

Assim como em outras organizações, Fernandes (2018) confessa que, para a

execução do evento, não utilizam profissionais ligados diretamente ao setor de relações

públicas, mas outros colaboradores da área comunicação da Rede Vanguarda. A equipe é

formada por Fernandes, o gestor de comunicação e eventos, profissionais de marketing,

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jornalismo, vendas e Daniel Pasqualin, colaborador externo, responsável por organizar e

coordenar a parte estrutural do projeto.

O fato da Rede Vanguarda ser uma empresa de comunicação facilita e potencializa

o seu poder de divulgação de eventos, bem como de criação e de solidificação de

relacionamento com seu público, uma vez que apresentadores e programas entram nas

casas dos telespectadores diariamente. Com isso, Fernandes (2018) explica que “Nós

temos um ‘canhão’ de comunicação, como não usar isso para um projeto social? Não só

fazer pelo social, mas fazer para melhorar a vida da pessoa mais carente e formar

cidadãos”

Fernandes (2018) afirma que os eventos de responsabilidade social realizados pela

emissora não trazem retorno financeiro direto, contudo, a emissora prefere ter sua marca

vinculada a eventos que promovam o envolvimento com a população, pois, dessa forma,

contribuem para a formação escolar de crianças e adolescentes e mostram para a

comunidade que a Rede Vanguarda está socialmente comprometida com a educação e a

solidariedade.

Quando perguntado sobre as possíveis contribuições sociais que o Matemática

Vanguarda realiza, Pasqualin (2018) reconhece que o projeto é feito com dedicação e

deixa para as crianças somente valores positivos, distanciando-as da realidade ruim do

mundo de hoje marcado pelas drogas na juventude. O organizador do evento acredita que

a parceria com emissora fez o projeto ganhar força e atrair mais pessoas interessadas em

participar e se envolver e, com isso, o objetivo de incentivar a educação é alcançado.

Essas afirmações vão ao encontro do pensamento de Kunsch (2003) de que, com

o passar do tempo, as organizações descobrem que sua missão não é apenas produzir e

prestar serviços em função de gerar rentabilidade, mas também ponderar retornos sociais,

tendo em vista que os resultados são atingidos em aperfeiçoamento do conceito

institucional e na construção de uma imagem estável e resistente.

Avaliou-se que, além de promover a ação, a emissora consegue envolver a

sociedade e, mediante a sua natureza comunicacional, os eventos socioeducativos tornam-

se cada vez mais (re) conhecidos. Destaca-se que o evento não apresenta um lucro

imediato para emissora, entretanto, este é responsável por manter, construir e melhorar o

relacionamento com o público da Rede Vanguarda, além da realização pessoal para seus

idealizadores.

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3.3. PERSPECTIVAS DOS PARTICIPANTES

Com a finalidade de analisar qual a perspectiva que o público envolvido possui do

evento e da emissora em estudo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com as

representantes das escolas participantes: professora de Educação Física Márcia Cristina

Grandchamp da escola EMEF Cônego Benedito Gomes França, de São José do Barreiro;

professora e coordenadora pedagógica Natália Siqueira Pinto Macedo da escola EMEF

Professora Maria Aparecida Ujio, de Caraguatatuba; e a professora de matemática Cíntia

Oliveira da escola EE Padre Chico, de Lagoinha. Também foram entrevistados o prefeito

Alexandre Siqueira Braga de São José do Barreiro e o aluno João Gabriel Pereira da Silva,

bicampeão da Matemática Vanguarda nos anos de 2017 e 2018.

Questionadas sobre o envolvimento das escolas com o evento, as professoras

Grandchamp, Macedo e Oliveira (2018) ressaltam que o primeiro contato é feito pela

emissora com a Secretaria de Educação dos munícipios, em seguida é realizada uma

reunião com as escolas das cidades para instruir sobre o processo de seleção interna.

Depois de uma triagem entre os selecionados de cada escola, elege-se um único

representante de cada cidade.

As professoras destacam que a participação no evento é, hoje, uma tradição e que

a comunidade escolar espera por ele anualmente.

Kunsch (2003) certifica que o público se baseia no que a empresa mostra fazer,

ou seja, nas atitudes perante a sociedade, assim é criada na cabeça de cada um a imagem

da organização. Deste modo, observou-se que a empresa promotora criou laços com as

escolas participantes, pois elas se sentem parte do projeto, portanto, fidelizam-se ao

evento e, por conseguinte, com a Rede Vanguarda.

Ao responder a pergunta sobre quais as contribuições que esse evento

socioeducativo traz para a comunidade escolar, em termos de formação cidadã dos alunos

e transmissão de valores, Oliveira (2018) testemunha que, com o evento, as crianças têm

a oportunidade de conhecer outras realidades, se posicionarem em um mundo

desconhecido para elas e perceberem que é possível grandes conquistas.

Segundo a professora, mesmo morando em uma cidade pequena como Lagoinha,

que possui apenas cinco mil habitantes, as crianças que residem na cidade não são menos

merecedoras que qualquer outra que resida em municípios maiores da região, e que o

projeto faz com que elas saiam da zona de conforto. O acontecimento traz visibilidade

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para a escola e todos os envolvidos, uma vez que a cidade não tem acesso à outra

emissora, a não ser os que possuem TV a cabo (OLIVEIRA, 2018).

Macedo (2018) conclui dizendo:

Eu acho que acima de tudo é a oportunidade que todos têm de participar, e

eventos como esses nos ajudam a descobrir talentos que possuímos na escola

e eles são múltiplos, alguns são bons em artes, outros em língua portuguesa e

alguns em cálculos. E quando descobrimos esses talentos, nós professores em

conjunto com os pais, podemos acompanhar melhor o aluno e os incentivar e

apoiar.

Essas afirmações revelam que eventos socioeducativos como o Matemática

Vanguarda, propiciam a valorização e incentivo do estudo na rede pública e também na

percepção de talentos entre os alunos. Segundo a professora de Lagoinha, ex-partipantes

estão na faculdade de engenharia, pois, por meio do evento de responsabilidade social,

descobriram o amor e talento pela matemática, dessa forma, foi com foco em seus

objetivos que chegaram onde estão hoje, em uma faculdade estadual e construindo um

futuro, fruto do Matemática Vanguarda (OLIVEIRA, 2018).

Com esses apontamentos, constatou-se que a Rede Vanguarda executa o trabalho

de comunicação institucional por meio de eventos de responsabilidade social, como o

Matemática Vanguarda, visto que o evento conquista a simpatia e a credibilidade do

público que são transferidas para a marca Vanguarda.

No que se refere à percepção da imagem da empresa, o prefeito de São José do

Barreiro declara que a Rede Vanguarda é importante para o Vale Histórico, pois possui

uma vasta abrangência e, com isso, é parceira dos municípios e usa do Matemática

Vanguarda para somar e contribuir com a educação e a cultura dos jovens, passando assim

uma imagem positiva e de comprometimento perante a comunidade (BRAGA, 2018).

Para a professora de São José do Barreiro, Grandchamp (2018):

A emissora é um meio de comunicação de massa que todo mundo sabe, tudo

mundo vê. E eles [os alunos], claro, não deixam de ver também e, esse evento

eu acho que traz um envolvimento muito grande dos alunos, eles gostam, eles

ficam esperando, mesmo aqueles que não são muito chegados em matemática,

mas gostam de estar ali participando, de se envolver, de estar junto. Eu acho

que isso faz com que una a escola, motive mais os alunos. Porque todos sabem

que são capazes, entra todo mundo na competição, todos que querem e eles se

sentem capazes, eles se sentem parte daquilo, principalmente da nossa escola

e é uma competição, mas também um momento de aprendizado para eles, tudo

isso como consequência do evento e da Rede Vanguarda.

O bicampeão do Matemática Vanguarda, aluno da escola EMEF Cônego Benedito

Gomes França, de São José do Barreiro, relata como se sente em participar do programa

e também em como é tratado pela emissora:

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É um processo de preparação muito complicado porque tem que treinar desde

o começo e diariamente, mas é muito bom e vale a pena e eu só tenho a

agradecer ao meu treinador Professor Chico, a minha professora de matemática

Luciana e a equipe Vanguarda, que são pessoas muito humildes, muito alegres,

que me trazem paz e tranquilidade, é uma equipe muito boa. Só tenho que

agradecer, eu criei uma amizade com todos aqui, muito legal estar com eles

(SILVA, 2018).

Com todos os relatos aqui apresentados, notou-se que o evento, mesmo com foco

localizado, por ser voltado para a comunidade escolar, é um projeto bem visto e enriquece

a formação do cidadão e a educação das crianças e adolescentes. Com isso, a emissora

criou laços e uma imagem positiva perante seu público, pois os depoimentos dos

participantes ressaltam que a Rede Vanguarda faz um bom trabalho de comprometimento

social.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No universo das organizações, a imagem institucional transmitida para o público

é reflexo do que estes veem da atuação comunicacional, bem como ações realizadas pelas

organizações. Isso é mais do que oferecer produtos de qualidade e por bom preço, é

persuadir todas as partes interessadas mostrando que a organização possui valores, além

de obtenção de lucro.

O evento Matemática Vanguarda é um dos braços de atuação para construção de

laços e consolidação do relacionamento da Rede Vanguarda com seu público e, pensando

em uma perspectiva mercadológica, ao manter relacionamentos, a empresa conquista e

fideliza seus clientes que, no caso de uma emissora de televisão, é convertido em

audiência. Se ela é alta, consequentemente será buscada por empresas anunciantes que

almejam divulgar sua marca e/ou seu produto, pagando valores elevados por este serviço.

Após a realização das entrevistas e o auxílio dos autores que baseiam este trabalho,

é possível perceber que com a promoção de eventos socioeducativos, a Rede Vanguarda

mostra-se preocupada com o meio em que está inserida e coopera com as escolas públicas

incentivando alunos a se dedicarem aos estudos. A mensagem que a Rede Vanguarda

transmite é que a educação gera bons resultados na vida acadêmica e permite aos

discentes se desenvolverem como cidadãos mais comprometidos com a sua carreira e com

a sociedade como um todo.

No caso da Matemática Vanguarda, no momento em que as crianças se sentem

parte importante para a realização do evento, elas descobrem que com força de vontade e

dedicação podem ser vencedoras, haja vista terem aprendido em sala de aula o que é

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cobrado na competição. Posto isto, o aluno envolve seus colegas, sua escola e sua família;

em decorrência, a empresa cria, consolida sua imagem e mostra que de fato as ações de

envolvimento socioeducativo acontecem e chegam ao alcance da sociedade.

Estrategicamente essas ações de comunicação são criadas para estreitar o

relacionamento com seu público de interesse, uma vez que atinge o emocional este se

sente parte importante do projeto e busca mostrar que a instituição está próxima do seu

público e comprometida em minimizar as desigualdades.

Constatou-se que ao desenvolver um projeto como o Matemática Vanguarda, após

várias edições, o evento já conquistou sua visibilidade e a empresa tem a função de

organizar e divulgar o projeto constantemente, para que ele não saia da lembrança da

comunidade. Mas as ações de fato são realizadas pela população e o maior trabalho é feito

nas escolas, pois sem bons professores e alunos que apreciem as contas, o programa não

teria sucesso, dessa forma, o estudo e a dedicação precisam acontecer diariamente.

Percebe-se, por fim, que foi construída uma parceira com a própria sociedade, pois

estes também são responsáveis por parte da realização social. De forma planejada, a

emissora une o canal de comunicação que possui para alcançar o maior número de pessoas

envolvidas com os eventos e, por consequência, atrela a sua marca, mas o trabalho vem

da própria comunidade para ela mesma.

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YIN, Robert K. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. Porto Alegre: Bookman,

2001.

APÊNDICE I - ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA

Roteiro para representante da Rede Vanguarda

Nome do Profissional:

Cargo:

Tempo de atuação na empresa:

Questões

1) Quando e de que forma surgiu a iniciativa da TV Vanguarda em promover eventos

socioeducativos?

2) Atualmente, quem planeja, organiza e coordena esses eventos? Este trabalho é

realizado por um profissional de Relações Públicas? Uma equipe que integra

diversos profissionais? Quem são eles e qual a formação respectivamente?

3) Quais são os principais desafios na elaboração do evento Matemática Vanguarda?

4) Como é realizado o contato com as escolas participantes?

5) O que levou a TV Vanguarda a investir nesses eventos? É um trabalho de

responsabilidade social? Caso positivo, de que forma a emissora avalia sua

contribuição perante a sociedade?

6) E quais tipos de retorno que a TV Vanguarda obtém com esses eventos, em termos

de imagem e financeiros?

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7) Existe na empresa algum tipo de política/cultura relacionada patrocínio e apoio a

eventos e projetos sociais? Quais os critérios adotados?

APÊNDICE II - ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA

Roteiro para os representantes das escolas participantes do Matemática Vanguarda 2018

Nome da Escola:

Nome do Profissional:

Cargo:

Questões:

1) Como se deu o envolvimento da escola para participar da competição Matemática

Vanguarda? (De quem foi iniciativa? Quem coordenou as ações? Como foi feita a

seleção interna do aluno (a)? E externa?)

2) De que forma ocorreu o engajamento da direção/coordenação, professores e demais

alunos?

3) De acordo com a sua avaliação, quais são as contribuições desse evento

socioeducativo para a comunidade escolar? (Para o ensino das disciplinas? Para

formação cidadã dos alunos? Transmissão de valores positivos/saudáveis?).

4) Qual é a sua percepção em relação à imagem da TV Vanguarda? (Você acredita que

é uma empresa que contribui para a sociedade? De que forma? E os eventos

socioeducativos que realizam?).

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INDÚSTRIA 4.0: O CRESCIMENTO DA IMPLANTAÇÃO DESSE CONCEITO

NAS INDÚSTRIAS DA REGIÃO DE CRUZEIRO-SP

DENER SAMUEL PENA SOUZA

FERNANDO DE CARVALHO BARROS

IGOR ALEXANDRE FIORAVANTE

WELYSON FILIPE DE OLIVEIRA

Resumo

A descoberta de novos conceitos e tecnologias permitiram evoluções significativas em um curto

espaço de tempo. Este trabalho tem como objetivo identificar o grau de conhecimento a respeito

do conceito de Indústria 4.0 e quais os principais desafios a serem enfrentados para sua adoção,

além de desenvolver um material técnico científico para consulta. O método utilizado foi um

levantamento bibliográfico por meio de pesquisas em sites, livros e artigos relacionados ao tema,

também será desenvolvido um questionário que será utilizado como base para uma análise

qualitativa sobre como as empresas da região de Cruzeiro/SP planejam aderir esta revolução, e,

quais técnicas serão utilizadas para alcançar esse objetivo. Portanto, espera-se, que, por meio do

estudo de caso, possa se obter novas e relevantes informações sobre a atual situação em que se

encontram as empresas da região, além de disseminar e contribuir com informações significativas

à empresários, gestores e estudantes sobre o referido tema.

Palavras-chave: Revolução Industrial. Avanço tecnológico. Implantação da Indústria 4.0.

Abstract

The Discovery of new concepts and technologies have allowed significant evolutions in a short

space of time. This work has as main objective to identify knowledge about the concept of Industry

4.0 and what are the main challenges to be faced in its adoption, in addition to developing a

scientific technical material for consultation. The method used was was a bibliographical survey

through research on websites, books and articles related to the topic, will also be developed a

questionnaire that will be based on the qualitative analysis on how companies in the region of

Cruzeiro/SP, plan to join to the revolution, and what techniques will be used to achieve this goal.

Therefore, it is hoped, that, by means of the case study, to obtain new and relevant information

about the current situation of companies in the region, in addition to disseminate and contribute

important information to the entrepreneurs, managers and students on the subject to.

Keywords: Industrial Revolution. Technological Advancement. Deployment of Industry 4.0.

INTRODUÇÃO

Desde o princípio da humanidade o homem busca desenvolver métodos e

tecnologias para melhorar seu modo de sobreviver e facilitar o seu trabalho. A história da

evolução industrial passa por períodos de Revolução, desde o aperfeiçoamento da

máquina a vapor por James Watt, colocando a indústria têxtil como símbolo da produção

excedente, gerando a riqueza da época, criando um novo modelo econômico, passando

pela criação da linha de produção em massa, por Henry Ford, tornando a produção

empurrada, reduzindo o custo e popularizando o produto. Segue com o protagonismo a

Internet e consolidada entre as pessoas como um grande canal de comunicação

convergente de todas as tecnologias, até chegarmos a tão utilizada internet das coisas e

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tudo que ela abrange criações cada vez mais complexas e que proporcionam facilidade e

conforto num ambiente onde todos os equipamentos e máquinas estão conectados em

redes e disponibilizando informações de forma única. (DANGEL, 2016).

A 4º Revolução industrial transformará a vida das pessoas será possível ter acesso

a uma grande variedade de produtos, e novas formas de geração e distribuição de energia

e meios de transportes mais eficientes. Baseando-se na internet que algum tempo atrás

havia revolucionado o mundo com novos acessos de informações e o modo de

relacionamento com as pessoas, porém desta vez ela irá contribuir para um novo modelo

de manufatura que trará praticidade, e automatização dos seus processos, tornando a

empresa mais produtiva e consequentemente mais competitiva no mercado. (BEZERRA,

2018).

Este trabalho visa abordar uma nova tendência que vem sendo popularizada em

todo o mundo: a Indústria 4.0, utilizando de um novo método de trabalho com internet

como base para interligação de máquinas no processo. Tem como objetivo identificar o

nível de conhecimento e a importância da Quarta Revolução Industrial, na realidade das

empresas da região de Cruzeiro, avaliando o grau de maturidade quanto ao conceito da

Indústria 4.0 e os desafios a serem enfrentados para sua adoção, bem como essas

organizações estão se preparando para essa adequação e contribuir com informações

relevantes a empresários, gestores e estudantes sobre o referido tema, por meio dessa

pesquisa técnico-científica.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O mundo vem passando por mudanças desde os tempos mais antigos, através disso

as formas de se trabalhar também passaram por uma cadeia evolutiva. Essas mudanças

no modo de trabalho são conhecidas mundialmente como revoluções industriais, elas

trouxeram uma ampla variedade tecnológica que nos influenciam até hoje. Segundo

Bezerra (2018), chamado de Revolução Industrial o processo que levou à substituição das

ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de

produção doméstico (ou artesanal) pelo sistema fabril.

Seguindo essa grande linha de descobertas e invenções, os avanços tecnológicos

que surgiram ao longo do tempo, acabaram acarretando uma diferença entre os países de

primeiro mundo para os demais, devido suas insuficiências financeiras e políticas.

Proporcionando aos países mais industrializados com maior poder econômico e político,

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uma grande vantagem em relação aos demais países. Portanto essa minoria não conseguia

acompanhar os desenvolvimentos da industrialização, com isso, continuaram apenas

como fornecedores de matérias-primas.

Como as revoluções anteriores à quarta revolução está trazendo novas inovações

tecnológicas, que tem como principais: Internet das Coisas (internet of things- IOT), big

data, Manufatura Aditiva, Realidade Aumentada, cyber security, cloud computing,

Sistemas Integrados (vertical e horizontal), e muito mais segurança das informações.

Isso será possível devido a total automatização das empresas por meio de sistemas

inteligentes, robóticos, comunicação integrada e cooperada com os seres humanos em

tempo real. Portanto, tais diferenciais geram autonomia de operação, otimização de mão

de obra e informações relevantes para a tomada de decisão.

Pode-se notar, dessa forma, que as revoluções tecnológicas não transformaram

somente as indústrias e os meios de produção, mas também o próprio espaço geográfico

e as relações humanas sejam em âmbito estrutural ou cultural (PENA, 2016).

As revoluções ocorrem pelo avanço tecnológico de determinada época que

transforma o modo de se fazer e de pensar da sociedade, passando assim pela cultura até

chegar ao setor industrial.

A figura 1 a seguir exemplifica a evolução cronológica das revoluções industriais

e a descrição detalhada de cada evolução, levando em consideração os pontos chaves de

cada momento da história.

Figura 1: Revoluções Industriais

Fonte: A quarta revolução industrial. Disponível em:< https://endeavor.org.br/tecnologia/industria-40-

oportunidades-de-negocio-de-uma-revolucao-que-esta-em-curso//>Acesso em: 13nov. 2018.

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1.1. Pilares da Indústria 4.0

1.1.1. Internet das coisas (internet of things- IOT)

Internet das coisas é uma tradução da expressão em inglês internet of things, que

descreve um cenário em que inúmeros objetos estão conectados à internet e se comunicam

mutuamente. Essa nova tecnologia tem como objetivo conectar itens que são utilizados

diariamente, tornando o mundo digital mais próximo do físico.

Devido à falta de tempo que as pessoas possuem no seu cotidiano, acabam gerando

necessidade de se conectar à internet utilizando métodos diferentes, que permitem que

dispositivos façam atividades para que o ser humano não precise fazer. Esses dispositivos

conversam por diferentes protocolos dentro da mesma rede, acompanham nossas

atividades, armazenam informação e, a partir daí nos auxiliam no dia a dia

(HOSTGATOR, 2018).

Com isso, a ideia não é apenas para ter mais dispositivos para se conectar, como

por exemplo: computadores, smatphones, TV’s e videogames, mas sim para tornar esses

acessórios mais eficientes e assim podendo otimizar e economizar recursos naturais, para

saúdes e outras oportunidades.

• Como funciona a internet das coisas:

De forma simples, a Internet das Coisas trata de objetos conectados entre si pela rede, que

trocam informações para facilitar ou criar diversas ações. Para isso acontecer há um

conjunto de fatores (HOSTGATOR, 2019). Sobretudo, existem três componentes que

precisam trabalhar conjuntamente para que funcione bem dentro do conceito da internet

das coisas, são eles: dispositivos, a rede e um sistema de controle.

• Os dispositivos: Os mesmos são aqueles utilizados no dia a dia, como: geladeira, carro,

celulares, tv’s. Portanto, é necessário que estes acessórios estejam implementados com

itens que possibilitem a comunicação com os demais.

• Sistema de controle: Se encarrega de utilizar os dados capturados dos dispositivos,

através disso eles são processados e cada aspectos são controlados pelo mesmo podendo

causar novas conexões.

• A rede: É o meio de comunicação utilizado, que são essas tecnologias utilizadas:

Bluetooth, Wifi, e dados móveis (3G, 4G e 5G).

Compreende-se que a internet das coisas não é uma realidade muito distante, pois

já é utilizada em algumas áreas. Com isso, sabe-se que quando for totalmente aplicada irá

trazer muitas mudanças para o cotidiano das pessoas, trazendo maior eficácia na hora de

reproduzir uma tarefa através de dispositivos interligados pela a mesma.

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1.1.2. Big Data Analytics

O conceito de Big Data Analytics é a análise de dados gerados por equipamentos

e transformar os mesmos em informações para que possam ser usadas. Desde os meados

da década de cinquenta antes mesmo de alguém pensar no termo “Big Data”, as

organizações faziam o estudo de dados, mesmo que de maneira simples e manual

buscando encontrar melhorias e novas tendências.

Segundo NASCIMENTO (2017), O diferencial do Big Data está justamente

atrelado à possibilidade e oportunidade em cruzar esses dados por meio de diversas fontes

para se obter insights rápidos e preciosos. Nos dias de hoje que é visto uma grande

concorrência para se ganhar a confiança de um cliente nos força a inovar e com ajuda

desta ferramenta isso poderá ocorrer de modo mais eficaz.

Por isso o Big Data é tão essencial nos dias de hoje. Conseguimos obter

informações de mercado por meio de nossos consumidores, extraindo o que eles estão

dizendo sobre tudo o que você faz. Insatisfações, satisfações, desejos, necessidades, entre

outros são possíveis de captar em mídias sociais e cruzar com dados internos de sua

empresa e assim criar insights incríveis (NASCIMENTO, 2017).

Esta ferramenta tem como conceito gerar valores ou dados. Quanto mais dados

forem obtidos, maior esforço para gerar informações, com o máximo de velocidade

causando assim uma superioridade para quem estiver utilizando desta incrível ferramenta.

1.1.3. Segurança

Sabe-se que o conceito da indústria 4.0 está diretamente ligado à internet devido

a sua conectividade entre as máquinas, equipamentos e softwares de gerenciamento.

A utilização destas tecnologias nos sistemas industriais, focando no uso da internet

das coisas e inteligência artificial, otimiza o sistema fazendo com que o mesmo produza

mais num período menor, porém o avanço da conectividade preocupa pelo fato de ocorrer

uma quebra de sigilo de informações compartilhadas na rede.

As falhas de segurança, comumente, são heranças de sistemas legados e decorrem

da ascensão da conectividade (ALMEIDA, 2018). Dispositivos que utilizam a tecnologia

IOT (Internet das coisas) ao serem implementados em sistemas fabris que não possuem

tal suporte torna complexa a garantia de segurança, pois ocorre uma defasagem de itens

que comporte tamanha tecnologia de uma forma segura.

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Pode-se ver que os riscos não podem ser desconsiderados, um ataque cibernético

pode ocasionar uma parada intencional nas operações, espionagem industrial, roubo e

vendas de dados, sequestro e bloqueio de informações. Contudo, não há apenas lados

negativos, algumas ferramentas surgiram com o objetivo de ajudar a acabar com a

probabilidade desses pequenos problemas aparecerem.

Segundo ALMEIDA (2018), não se pode ignorar que a atual dinâmica dos

negócios requer a informação em todos lugares. Portanto, faz-se necessário assegurar a

proteção das operações como um todo, implementando sistemas de segurança em um

nível mais estratégico. As novas tecnologias possuem grandes capacidades para otimizar

um sistema de produção, porém deve-se colocar a segurança em primeiro lugar.

1.2. Requisitos da Indústria 4.0

De acordo com SILVEIRA, ([2016?]) “Existem seis requisitos que são necessários para

a implantação da indústria 4.0”. São eles:

Quadro 1: Requisitos da indústria 4.0

Esse sistema possui a capacidade de tomada de

Interoperabilidade: decisões com as interações de banco de dados entre o

ser humano e a máquina em rede.

O objetivo é o monitoramento e rastreabilidade de

Virtualização todos os processos da empresa por meio de sensores

colocados estrategicamente na planta.

É o processo de tomada de decisões por meio do

Descentralização sistema cyber-físico nos processos produtivos e no

ciclo de trabalho.

É a operação em tempo real, um dos problemas

enfrentados nas organizações é a dificuldade ou erro

Capacidade nas tomadas de decisões. Esse sistema auxilia na

tomada de decisões com interpretações e

transformações de dados permitindo instantaneamente

serem tomadas as decisões.

A internet de serviços é um recurso de arquitetura de

Orientação a serviços software orientado para serviço, é otimizada e

customizada aliada ao conceito internet of services.

É o conceito semelhante do sistema “puxado”

caracterizado pele nível de demanda do mercado.

Neste conceito de demanda a produção é mais flexível,

Modularidade logo as máquinas podem ser facilmente mudadas. Por

meio desses sistemas inteligentes a tendência natural é

a mudança na rotina e no ambiente de trabalho de

forma a contribuir nos ganhos de produtividade e

lucratividade.

Fonte: Silveira ([2016?], adaptação dos autores,2019).

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Conforme ilustrado no quadro 1, os alicerces da indústria 4.0 e suas descrições

demonstram de maneira holística os principais requisitos para o entendimento da quarta

revolução.

1.2.1 Formação multidisciplinar

Para trabalhar numa indústria 4.0, os profissionais terão de desenvolver um perfil

multidisciplinar.

“As indústrias continuarão precisando de gente com formação específica, mas eles

terão de lidar cada vez mais com áreas sobre as quais não estudaram na faculdade”

(CEZAR TAURION, 2015).

Segundo Maia (2015) “Isso depende de uma boa dose de iniciativa e

conhecimentos, além do que a profissão exigia no passado”. O profissional de hoje

necessita de novas formas de desenvolver produtos e serviços com qualidade e de forma

diferenciada. Essa será as novas maneiras de gerir riquezas. Precisa transformar suas

ideias em projetos inovadores que atendam ao mercado.

As empresas possuem o capital intelectual como seu maior bem, por isso, é

necessário compreender que, qualquer bem ou serviço a ser oferecido passará pelos

colaboradores. Logo os investimentos por parte da empresa devem incentivar esse

profissional a dar seu melhor.

1.2.2. Capacidade de Adaptação

De acordo Maia (2015) “Está chegando ao fim a era do técnico que só aperta

botões”. Às máquinas não serão mais subordinadas ao ser humano como

tradicionalmente, pois obedecerá aos comandos por softwares de suas funções. Mas

poderão tomar decisões sobre seu funcionamento e ciclo de trabalho da perspectiva de

manutenção preventiva e será comunicada.

Parte dos comandos será por móbile, além de que esses profissionais precisam se

adequar a essas novas tendências tecnológicas e aprende lidar com funcionamento dessas

máquinas inteligente. Caso não consiga se adaptar sofrera alterações na rotina de trabalho

e possível não ficara na empresa.

1.2.3. Senso de Urgência

A disseminação dos sistemas de big data vai permitir que os funcionários tenham

cada vez mais acesso a informações que antes eram restritas aos sistemas internos das

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empresas. De casa, por meio de um celular ou de um tablet, os empregados poderão

interferir num processo que acontece a quilômetros de distância, dentro da fábrica.

Os profissionais da indústria do futuro terão de aprender a equilibrar essa dinâmica

e de entender os limites entre o que é urgente e o que pode ser resolvido depois (CEZAR

TAURION, 2015).

Depois da revolução industrial as organizações nunca mais foram as mesmas.

A era da informação é a moeda de troca dos níveis crescentes da tecnologia

que auxilia a tendência humana em melhorar as suas atividades cotidianas. “A

facilidade que a tecnologia proporciona deve alterar a rotina do trabalho”

(CEZAR TAURION, 2015).

1.2.4. Bom Relacionamento

Embora a tecnologia esteja transformando a maneira como as coisas são

fabricadas, algumas regras para se manter um profissional relevante não mudam tanto

assim. Ter um bom relacionamento com os colegas de trabalho continuará sendo

importante, ainda mais em um ambiente em que o avanço da automação exigirá

competências diferentes de cada um.

Cultura organizacional é o conjunto de hábitos, crenças, valores e tradições,

interações e relacionamentos sociais típicos de cada organização. Representa a

maneira tradicional e costumeira de pensar e fazer as coisas e que não são

compartilhadas por todos os membros da organização (CHIAVENATO, 2003,

p. 373).

Em outras palavras são os aspectos informais e não escritos que vão orientar o

comportamento dos funcionários. Entre os especialistas é forte a ideia de que, num

ambiente cada vez mais digitalizado, a colaboração ganhará força.

Com o avanço dos sistemas de big data e da chamada internet das coisas, o

controle da produção poderá ser feito remotamente. “É uma questão de tempo para que

indústrias de todo tipo se adaptem a esse novo conceito” (OSVALDO MAIA, 2015).

As organizações que querem se manter no mercado de forma competitiva para

sobreviver precisará acompanhar as tendências tecnológicas e se adaptar a elas ou

simplesmente se tornará ultrapassada. “Quem quiser trabalhar nas fábricas do futuro terá

de desenvolver habilidades técnicas e interpessoais bem específicas” (CEZAR

TAURION, 2015). Uma ilustração do conteúdo que foi apresentado acima. Confira a

imagem:

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Figura 2: Ciclo da Indústria 4.0.

Fonte: Indústria 4.0: A indústria 4.0 vai impactar o mundo-encontrado

em:http://www.grouppromotion.com/industria-4-0/industria-4-0

1.3. Aspectos Sociais e Econômicos

Segundo Venturelli (2014) a indústria 4.0 ainda não é uma realidade mais com o

avanço da tecnologia, sua existência se torna cada vez mais próxima.

A preocupação de que aconteça uma grande queda da mão-de-obra devido à

automatização que se desenvolve gradualmente, pressuposição certamente aceitável,

como também é verdade que a modificação industrial vai levar o aperfeiçoamento dos

trabalhadores; serão necessários, de fato, profissionais para controlar e administrar as

máquinas transversalmente do computador. No mundo já existem fortes permutas para as

quais os objetos que nos cercam estão cada vez mais conectados uns com os outros e ao

homem, essa ideia se chama internet das coisas. Os otimistas discutem que as tarefas mais

repetitivas serão mudadas por outras mais inovadoras, para o benefício do trabalhador.

“Quem quiser trabalhar nas fábricas do futuro terá de desenvolver habilidades

técnicas e interpessoais bem específicas” (CEZAR TAURION, 2015).

Pensando no lado ecológico as indústrias serão mais limpas, não somente

a produção mais limpa, mas também o gasto será limpo. À reutilização será realidade

caso possível, a fim de acabarem com os desperdícios, energia e matéria-prima

não pode ser reaproveitado então o consumo será mais consciente.

Países com a iniciativa da indústria inteligentes como Alemanha, EUA e França,

têm seus governos pretendendo aumentar e continuar a produzir tecnologia industrial.

Países emergentes como Brasil, China, Índia vão começar a consumir essas tecnologias

para aumentar a eficiência na sua manufatura.

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O impacto das novas tecnologias e do novo modelo de produção será maior do

que todas as revoluções anteriores juntas, proporcionando um aumento

significativo na economia doméstica dos países que estejam preparados para

esse novo cenário. Especialistas estimam que o Produto Bruto Mundial alcance

a cifra de 90.000 bilhões de dólares, impulsionado por novas tecnologias e pela

modernização dos processos produtivos (SANTOS, 2016).

Vê-se que com o avanço da tecnologia e com o novo modelo de produção o

impacto desta revolução será bem maior do que as outras juntas, ocorreu um aumento

significativo na economia do país que estiver preparado para esta situação. Alguns

especialistas estipulam um acréscimo significativo no Produto Bruto Mundial. Veja a

imagem a seguir:

Figura 3: Estimativa de arrecadamento das revoluções.

Fonte: http://www.revistaferramental.com.br/novo/artigos/industria-40sistemasinteligentes-para-

manufatura-do-futuro/8.

1.4. Indústrias 4.0 no Contexto Mundial e no Brasil

No quesito indústria 4.0 a tecnologia do Brasil ainda é obsoleta se for comparado

a outros países desenvolvidos. As máquinas usadas nas fábricas brasileiras têm em média

quinze anos, já na Alemanha elas são renovadas em no máximo cinco anos. Isso ocorre,

pois, a economia é fechada, dificultando o investimento em novas tecnologias.

A cultura brasileira é retardatária. Achamos que o sucesso de um

empreendimento tem a ver com número de postos de trabalho gerados,

enquanto a Europa e os EUA estão focados em competências técnicas que só

eles têm. A lição de casa é bem mais profunda (ZAWISLAK, 2015).

Para o Brasil começar a entrar no contexto da quarta revolução industrial, deve-se

primeiro mudar seus conceitos. “Temos algumas experiências isoladas no Brasil em

direção a esse futuro, bem distante da realidade da Alemanha” (DANGEL, 2015).

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Poucas fábricas brasileiras estão preparadas para as indústrias 4.0. Essas

indústrias, geralmente são estrangeiras e seguem os princípios de seus países de origem.

O Brasil ainda está em transição da segunda para a terceira revolução industrial e isso

também é um fator que prejudica a integração da quarta revolução no país. “As indústrias

locais inovam muito pouco. Está focado na redução de custos, o que acaba impactando

na qualidade dos produtos” (ZAWISLAK, 2015).

A qualidade dos produtos nacionais comparados aos produtos importados também

é um ponto que vale ser ressaltado, pois ainda pecamos muito nesse quesito.

Considerando que a indústria brasileira precisa competir globalmente e que se

encontra atrás nessa corrida, é preciso saltar etapas. O esforço de digitalização

precisa ser realizado, simultaneamente, em todas as dimensões (FONSECA,

2016).

Para o Brasil ainda é muito difícil competir com os países que já se adaptaram ao

modelo indústria 4.0, pois eles utilizam recursos e tecnologias que o Brasil não possui.

No mundo inteiro as empresas estão cada vez mais buscando adquirir tecnologias

para se manter competitiva no mercado nessa nova era criada pela quarta revolução.

“Seus efeitos ainda não muito claros provocam grande entusiasmo quanto ao

desenvolvimento tecnológico, mas também grande preocupação quanto aos impactos no

emprego global” (LIBERAL, 2016).

Apesar de que alguns países no mundo já adotam esse sistema de manufatura,

ainda é muito pouco. A maioria dos países ainda não está nem perto de alcançar os EUA

e a Alemanha que são referências em indústria 4.0.

1.5. Impactos da Indústria 4.0

Nesse novo modelo de indústria falar de impactos é o mesmo que falar em

mudança, melhorias, deve-se considerar como alto a descentralização que esse modelo

irá causar. Segundo Silveira ([2016?]) os trabalhos manuais e repetitivos estão sendo

escassos, porém com o desenvolvimento nas pesquisas e muitas demandas, surgiram

oportunidades para funcionários tecnicamente capacitados, para trabalhar com as

variedades que compõem uma fábrica inteligente.

Outro ponto que será abalado pela quarta revolução industrial será a pesquisa e

desenvolvimento nos campos de segurança em T.I. Confiabilidade da produção e

interação máquina-máquina (SILVEIRA, [2016?]). As máquinas vão conseguir corrigir

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seus defeitos através de informações obtidas por si mesmas, isso irá ajudar na maior

produtividade e serão mais eficazes e eficientes.

Flexibilidade que tende a acontecer com as linhas de produção também é algo

muito notável, Haminsch, et al. (2015) [...] “mais flexíveis e mais eficientes para fabricar

produtos de alta qualidade com custos reduzidos”.

Os impactos irão muito além de ganhos na produção e diminuição dos

desperdícios, a produtividade no chão de fábrica será algo impressionante nunca visto

antes. Sabendo-se que no mercado a rapidez é algo essencial, a indústria 4.0 vem

desenvolvendo soluções e aprimoramentos para que novos produtos estejam disponíveis

no mercado com um menor prazo, os maiores impactos causados pela indústria 4.0 será

uma mudança que afetará o mercado como um todo que consiste na criação de novos

modelos de negócios.

Em um mercado cada vez mais exigente, muitas empresas já procuram integrar ao

produto necessidades e preferências específicas de cada cliente (SILVEIRA, [2016?]).

O mundo está sempre em constante mudança, com novas ideias, e técnicas, porém

com a capacidade de integrar-se em cadeias globais de valor que difundem uma melhor

comunicação, podendo ser da relação com os clientes, fornecedores, ciclo de produção e

a distribuição do produto.

1.6. Desafios para Incorporação e Desenvolvimento da Indústria 4.0 no Brasil

A quarta revolução ou à indústria 4.0 trouxe um novo método de funcionamento

no modelo de manufatura, baseado na internet e na sua conectividade, que coleta dados

em tempo real, estratégias de gestão e automação. Em busca de uma maior

competitividade no mercado, adaptar-se a novas tecnologias é primordial, mas no Brasil

ainda há vários obstáculos para a aplicação da mesma nas organizações (SANTINI,

2018).

Segundo CNI (Confederação Nacional da Indústria, 2016) no médio e longo

prazo, a incorporação das novas tecnologias em uma estratégia para o desenvolvimento

da indústria brasileira será essencial para a competitividade do país e para melhorar a sua

participação nas cadeias globais de valor. Em alguns países essa nova forma de indústria

se tornou uma realidade, devido à alguns governos que trabalharam juntamente com as

empresas para aplicá-lo. Para o Brasil se torna um duplo desafio se adequar a esses novos

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avanços tecnológicos, com tal agilidade a fim de evitar que a diferença do gap de

competitividade aumente do Brasil para os seus principais competidores.

Nos outros países que estão aderindo essa nova revolução ocorre uma

homogeneidade entre os setores industriais fazendo que seja aplicado da mesma forma e

ao mesmo tempo. Porém, no Brasil ocorre uma heterogeneidade entre os setores

industriais, exigindo uma maior cautela para a política industrial, deixando-a mais

flexível para dar suporte aos diversos setores (SANTINI, 2018).

Devido a essa ampla variedade de tecnologias que surgiram ao longo dos anos e

foram aperfeiçoadas nesta nova forma de indústria, ocorrerão dificuldades na sua

aplicação no Brasil. A sua execução trará alguns obstáculos como: Falta de conhecimento,

custo de implantação, falta de qualificação, pouca infra instrutora e incentivos,

inexperiência na sua transição e ausência de projeto piloto (SANTINI, 2018).

Percebe-se que a implantação desta revolução no Brasil passará por dificuldades

caso não ocorra um verdadeiro plano para se aplicar de maneira correta, as organizações

acabaram ficando para trás, deixando a economia do país em baixa no mercado.

2. METODOLOGIA

Segundo Lakatos e Marconi (2001, p. 43-44) pesquisa bibliográfica define-se

como o levantamento de toda a bibliografia já publicada em forma de livros, revistas,

artigos e sites. Este artigo foi realizado por meio de pesquisas bibliográficas como, livros,

artigos e sites relacionados ao tema, sua finalidade é colocar o pesquisador em contato

direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado tema, com objetivo de permitir

o reforço paralelo na análise de suas pesquisas.

Yin (2005) define estudo de caso como uma estratégia de pesquisa que

compreende um método que abrange coletas e análise de dados. Para explorar o tema,

será realizado um estudo de caso através de um questionário que tem como propósito

principal o desenvolvimento e absorção de novas informações relevantes sobre o

desdobramento e o crescimento da 4ª Revolução Industrial.

Para aprofundar-se sobre o conhecimento do tema, será elaborado um questionário

pelos autores a serem respondidos por profissionais que atuam nas empresas da região de

Cruzeiro/SP, o método utilizado de estudo de caso, é considerado por Yin (2005) como

um tipo de análise qualitativa. Yin (2005) apresenta quatro aplicações para o Método do

Estudo de Caso utilizado neste trabalho: para explicar ligações causais nas intervenções

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na vida real que são muito complexas para serem abordadas por pesquisas e/ou estratégias

experimentais; para descrever o contexto da vida real no qual a intervenção ocorreu; para

fazer uma avaliação, ainda que de forma descritiva, da intervenção realizada; e para

explorar aquelas situações onde as intervenções avaliadas não possuam resultados claros

e específicos.

Portanto, no devido artigo será utilizado o método de análise qualitativa, aplicando

um questionário para evidenciar os reais status das empresas na região de Cruzeiro/SP

sobre a indústria 4.0. O questionário será para fins de estudos por isso será submetido ao

comitê de ética (UNIFATEA) para que se obtenha um devido desdobramento do

questionário nas suas aplicações, assim constituído através da plataforma Google drive

para obtenção dos gráficos comparativos, para que logo se possa demonstrar esse avanço

tecnológico conhecido também como: 4ª Revolução Industrial. Devido às diversas etapas

do presente artigo, foi elaborado um fluxograma para melhor detalhar o desenvolvimento.

Figura 3: Etapas a elaboração trabalho.

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

3. RESULTADOS ESPERADOS

A discussão sobre a Industria 4.0 é recente no Brasil, uma das preocupações dessa

pesquisa será identificar o nível de conhecimento e a importância da Quarta Revolução

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Industrial na realidade das empresas da região de Cruzeiro, avaliando o grau de

maturidade quanto ao conceito da Indústria 4.0 e os desafios a serem enfrentados para sua

adoção, bem como essas organizações estão se preparando para essa adequação.

Almeja-se contribuir para a disseminação efetiva sobre o conceito e técnicas

de aplicação dessa temática, inclusive, difundir a nível introdutório seu significado

(tecnologias, expectativas e riscos) para que as empresas possam seguir os próximos

passos rumo à implementação, ocorrendo por meio do levantamento de dados e

conhecimentos científicos que serão agrupados ao longo da pesquisa.

Espera-se com os dados obtidos desenvolver material científico prático, para que

este sirva de apoio a empresários, gestores e estudantes como embasamento nas tomadas

de decisões relativas à implementação das referidas tecnologias desse novo conceito.

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MERCADO DE TRABALHO, RH E LIDERANÇA NA INDÚSTRIA 4.0

GISELE MELO GIORNES

MARCIA CRISTINA ANANIAS DA SILVA RUBEZ DE CASTRO

Resumo

Este trabalho tem por objetivo analisar qual o mercado de trabalho ideal para a Indústria 4.0, as

modificações necessárias no mercado atual, qual o perfil desse novo profissional, qual o papel

que a liderança desempenha para que as mudanças sejam aderentes ao que a nova indústria

demanda e como o comportamento organizacional é um fator que auxilia todo o processo.

Questionamentos como quais são os desafios encontrados pelos profissionais, quais os impactos

positivos e negativos da Indústria 4.0, o que pode a tecnologia trazer para essa revolução industrial

serão alguns dos motivadores da pesquisa. A metodologia utilizada neste artigo será a pesquisa

bibliográfica em livros, sites e artigos publicados sobre o tema. Como resultado esperado é uma

análise do mercado de trabalho e dos profissionais no contexto da Indústria 4.0.

Palavras-chave: Mercado de trabalho. Liderança. Indústria 4.0. Tecnologia. Cultura

organizacional.

Abstract

This paper aims to analyze the ideal job market for industry 4.0, what changes needed in the

current market, what is the profile of new professional, what role does leadership play in order

to change for new industry demands and how organizational behavior is a factor that assists the

whole process. Some questions such as what challenges are faced by professionals, what positive

and negative impacts of industry 4.0, what can technology brings to this industrial revolution will

be the motivators of this research. The methodology used in this article will be the bibliographical

research in books, websites and published articles on the subject. An expected result is an analysis

of the labor market and professionals in the context of Industry 4.0.

Keywords: Job market. Leadership. Industry 4.0. Technology. Organizational culture.

INTRODUÇÃO

A quarta Revolução Industrial já está presente no Brasil. A Indústria 4.0 (I4.0) é

o resultado dessa revolução e trouxe a integração entre dados, tecnologias, redes e

pessoas, com foco em métodos e processos inteligentes de produção. Para que essa

mudança ocorra, é preciso que a realidade acompanhe as novas demandas, que haja

cooperação, entendimento, capacitação, criatividade, inovação e sobretudo pessoas que

abracem o novo tempo.

De acordo com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel: “A Indústria 4.0 é a

transformação completa de toda a esfera da produção industrial através da fusão da

tecnologia digital e da internet com a indústria convencional. ” (FIRJAN, 2016, p. 7)

Não apenas a forma como o trabalho passa a ser realizado sofre alterações. O

mercado de trabalho precisa se adequar assim como os profissionais e as empresas

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precisam mudar. Esta pesquisa é importante para auxiliar os profissionais que estão

chegando ao mercado de trabalho a reconhecerem o que deles será solicitado e,

principalmente, para aqueles que já estão inseridos nesse mercado e que precisam se

adequar à nova realidade profissional.

O objetivo geral desta pesquisa é analisar as mudanças necessárias no mercado de

trabalho para que o novo profissional se integre na Indústria 4.0 para fomentar o debate

sobre esse novo mercado. Já os objetivos específicos são:

• Reconhecer as modificações que a Indústria 4.0 realiza no mercado de trabalho.

• Definir o perfil do novo profissional.

• Reconhecer o papel da liderança na mudança para a Indústria 4.0.

• Reconhecer a importância da gestão da mudança nesse processo.

Para tal análise, serão utilizados autores como Klaus Schwab, Ana Cristina

Limongi-França, Edgar H. Schein e Jean Pierre Marras.

A metodologia será a pesquisa bibliográfica neste momento, tendendo a evoluir

para estudos de casos existentes.

O resultado esperado será a análise do mercado de trabalho e dos profissionais no

contexto da Indústria 4.0, sinalizando as mudanças necessárias para que tais profissionais

possam estar capacitados a terem a melhor performance nesse novo cenário.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. Indústria 4.0

Indústria 4.0 é a definição dada à evolução da indústria utilizando o que há de

mais moderno na produção de bens de consumo, por exemplo: big data, internet das

coisas, inteligência artificial, processo e pessoas, em suma, engloba a automação, a

tecnologia da informação e principais inovações tecnológicas. É uma transformação nos

modos de produção.

Essa indústria representa a fusão entre o mundo real e o virtual. É a indústria do

futuro, também conhecida como Fábricas Inteligentes. O conceito é que máquinas e

sistemas conectados tenham autonomia e capacidade para decidir e adequar os processos

quando for necessário. São três os grandes motivadores da Indústria 4.0:

• Grande avanço na capacidade dos computadores.

• Enorme quantidade de informação digitalizada.

• Novas estratégias de inovação englobando pessoas, pesquisa e tecnologia.

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As Revoluções Industriais trouxeram mudanças no modo de produção das

indústrias. A quarta revolução iniciou com a integração das máquinas, processos e

pessoas.

Figura 1: Evolução e mudanças nos padrões tecnológicos com as Revoluções Industriais

Fonte: PwC Brasil (2016, p. 8)

Seis são os princípios que caracterizam a Indústria 4.0: tempo real – coleta e

tratamento de dados instantâneas, o que permite a tomada de decisão em tempo real;

virtualização – cópia virtual das fábricas inteligentes, o que permite rastrear e monitorar

remotamente todos os processos; descentralização – a máquina é a responsável pela

tomada de decisão; orientação a serviços – softwares são orientados a disponibilizar

soluções como serviços; modularidade – módulos podem ser acoplados e desacoplados

de acordo com a demanda da fábrica, o que flexibiliza a alteração de tarefas; e

interoperabilidade – máquinas e sistemas podem se comunicar. (FIA, 2018)

Os avanços tecnológicos mais relevantes, considerados pilares da I4.0, são:

• Internet das Coisas – conexão de aparelhos físicos à rede, hiperconectividade, é uma

das bases da I4.0.

• Big data – grande quantidade de dados coletada e armazenada na rede, algoritmos que

propiciam robôs tratarem e aproveitarem melhor esses dados.

• Inteligência artificial – é o que permite a tomada de decisão da máquina sem a

interferência humana.

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• Segurança – a preocupação muda o foco do comportamento humano para garantir

mais robustez nos sistemas de informação e prevenção de problemas de comunicação

entre máquinas.

• Computação em nuvem – servidores compartilhados e interligados pela internet onde

os sistemas são armazenados.

Os três principais impactos da Indústria 4.0, citados por Schwab (2017, p. 35-37)

são o crescimento econômico, a produtividade e empregos.

Na transição para a I4.0, diversos são os impactos. Na economia, os efeitos estarão

na macroeconomia (consumo, emprego, padrão de comércio, inflação e investimento). A

forma de trabalho terá mudanças na natureza do trabalho entre indústrias e ocupações. A

grande preocupação está na automação, que causa impacto no mercado de trabalho e no

capital humano necessário. O mercado de trabalho demandará novos cargos e ocupações,

exigindo criatividade, cognição e desenvolvimento de novas ideias. A área de Recursos

Humanos precisará de capital humano adequado e capacitado, assim como profissionais

com capacidade de aprender e mudar. A liderança também necessitará de mudanças nos

modelos de gerenciamento. Criar uma cultura de inovação será imprescindível, assim

como uma gestão da mudança orientada para a nova tecnologia.

1.2. Mercado de Trabalho

O mercado de trabalho se caracteriza pela oferta de trabalho das empresas e a

procura dos profissionais aptos a desempenharem as funções, estando ou não

empregados. É dinâmico e influenciado pelo crescimento econômico.

Com a chegada da Indústria 4.0, o mercado de trabalho precisou se adequar a esse

novo modo de produção, onde a automação é o elemento principal das indústrias que já

estão nessa fase. Portanto, há uma preocupação que os empregos não existam mais. Em

realidade, as profissões sofrerão uma adequação necessária ao modo de produção, na qual

a qualificação é a resposta para tais preocupações. É fato que as profissões mais

mecanizadas serão substituídas pela máquina, que terá poder de decisão com base em

informações predeterminadas. Por outro lado, novos postos de trabalho especializados

serão demandados para tarefas indiretas como informática, engenharia e outras. De

acordo com Schwab (2016, p. 1), “estamos no início de uma revolução que está mudando

fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos um com o

outro”.

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O que se espera do profissional da I4.0 é que tenha formação multidisplinar e

esteja em constante qualificação profissional. O trabalho será menos manual e mais

estratégico. O profissional que não se adequar, ficará mais vulnerável e corre o risco de

aumentar o número de desempregados.

Um novo mercado de trabalho se configura e o impacto da tecnologia no mercado

de trabalho é inegável. O que se demanda dos profissionais para essa nova indústria são

habilidades como pensamento crítico, criatividade, solução de problemas complexos,

trabalho em equipe, capacidade de avaliação e decisão, flexibilidade cognitiva entre

outras.

A importância do capital humano nas fábricas inteligentes é indiscutível.

Entretanto, a interação homem-máquina requer capacitação e qualificação dos

funcionários para lidar com sistemas que devem ser inovadores e colaborativos.

1.3. Área de Recursos Humanos

A área de Recursos Humanos (RH) tem participação fundamental na I4.0. “Na era

do Big Data, imagine quantas informações o departamento de RH não poderá recolher e

obter total visão das necessidades de cada colaborador, processo e operação de suas

unidades ou departamento. O detalhamento certamente será rico e trará possibilidades

imensas. [...] A introdução de tecnologias inovadoras ao RH é fundamental nesse

processo. ” (GUERRA, 2017)

Figura 2: Fases evolutivas do RH

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Adaptado pela autora.

Fonte: Jean Pierre Marras (2011, p. 11)

As cinco fases evolutivas do RH, de acordo com Marras (2011, p. 11),

compreendem as seguintes características:

• Fase Contábil – Década de 1930. Marco da evolução. Preocupação apenas com os

custos da organização. Sem preocupação com remuneração justa para os trabalhadores.

• Fase Legal – Décadas de 1930 e 1950. Chefe de pessoal surge. Era Getulista.

Consolidação das Leis de Trabalho.

• Fase Tecnicista – Décadas entre 1950 e 1965. - Surge o gerente de pessoal, em meio

ao nível operacional-tático, para recrutar, selecionar, treinar e descrever cargos e salários.

Higiene pessoal e segurança de trabalho.

• Fase Administrativa – Décadas entre 1965 e 1985. Revoluções movidas pelos

trabalhados com o movimento sindical. Gerente de RH mais voltado para os indivíduos e

suas relações.

• Fase Estratégica – De 1985 até os dias atuais. Participação estratégica e efetiva dos

Recursos Humanos no planejamento estratégico da empresa. Atua diretamente na busca

de resultados.

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Essa visão estratégica do RH é a que perdura até os dias de hoje. De acordo com

ela, a organização deve ser vista integramente (visão holística), sendo que os objetivos

não devem mais ser definidos e atingidos por áreas, é preciso que ter um olhar para todos

os departamentos e neles também está a área de Gestão de Pessoas. Todas essas áreas

devem estar interligadas e focadas no mesmo objetivo, o da organização.

Para Chiavenato (2010. p. 15), a Gestão de Pessoas moderna é formada por

atividades integradas entre si para criar as condições para aumentar o capital humano e o

intelectual os integrantes e das organizações. Essas atividades configuram seis processos:

• Agregar pessoas: São usados para incluir novas pessoas na empresa através do

recrutamento e seleção.

• Aplicar pessoas: São usados para desenhar as atividades que serão realizadas, além da

análise e descrição de cargos, que orientam as pessoas e a avaliação de desempenho.

• Recompensar pessoas: São utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas

necessidades individuais mais elevadas. Podem ser recompensas, remuneração,

benefícios e serviços sociais.

• Desenvolver pessoas: São usados para capacitar e fomentar o desenvolvimento

profissional e pessoal das pessoas, por exemplo, treinamento e desenvolvimento, gestão

do conhecimento e de competências, aprendizagem, programas de mudanças e

desenvolvimento de carreias e programas de comunicação.

• Manter as pessoas: São usados para criar um bom clima organizacional, condições

ambientais e psicológicas satisfatórias, como, higiene, disciplina, administração da

cultura organizacional, segurança, qualidade de vida e manutenção de relações sindicais.

• Monitorar pessoas: São usados para acompanhar e controlar as atividades de cada

funcionário, além de verificar resultados, por exemplo, banco de dados e sistemas de

informações gerenciais.

Dentro do conceito de RH estratégico, há um tipo de organização chamado linha-

staff, que é o resultado da combinação dos tipos de organização linear e funcional, com o

objetivo de unir as vantagens desses dois tipos de organização e diminuir as desvantagens.

Esse modelo de organização é mais completo e complexo.

Nessa organização, coexistem os órgãos de linha (execução) e os de assessoria

(apoio e consultoria). Há um superior e uma staff, ou equipe, com diversos funcionários,

que devem ser especialistas que levam seu conhecimento para auxiliar as metas da

empresa, ou seja, há um líder que conta com profissionais para atuarem ativamente nas

áreas específicas.

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Esse modelo de trabalho contrata pessoas que saibam lidar com todos os temas

que dizem respeito à empresa, o que faz com que nenhum setor fique defasado. O líder

funciona como um consultor e pode ser aquele que toma a decisão final.

O modelo organização linha-staff é uma maneira conjunta e unificada, onde toda

a estrutura organizacional consegue interagir durante a execução do trabalho, o que

garante o controle da qualidade do serviço e representa um bom cenário para a Indústria

4.0. Esse modelo auxilia muito na implantação da nova Revolução Industrial, já que o

RH se torna apoio das outras áreas da empresa para em uma posição estratégica, deixando

de ser apenas quem controla as pessoas e realiza o pagamento. Toda a estrutura

organizacional interage durante a realização do trabalho, além de contar com funcionários

especializados, resultados que afetam a produtividade de forma crescente, com qualidade

de entrega e alcance de metas. O modelo também mostra o mapeamento do perfil e as

tendências de comportamento, podendo chegar a uma gestão de pessoas eficaz, que

desenvolva as capacidades dos colaboradores. O método trabalha os perfis

comportamentais, a otimização do processo de gestão de pessoas, o desenvolvimento de

funcionários, trazendo resultados positivos para a empresa.

Caso não se encontre o profissional qualificado no mercado de trabalho para a

Indústria 4.0, será importante investir na formação desse profissional, que já conhece a

cultura organizacional da empresa. Formar um especialista é mais interessante que buscar

pessoas de fora. Entretanto, ter atenção nos profissionais que ainda estão em formação

deve estar na pauta das instituições de ensino. Viviane Ribeiro, do Centro Paula Souza,

identifica como ponto importante na formação dos novos profissionais que atuarão na

I4.0 a integração e a conectividade nos conteúdos e disciplinas, “baseada em projetos e

problemas reais”. Afirma que “A interconectividade que avança nas fábricas também

coloca em evidência o ensino baseado em habilidades e competências e a sintonia que

deve ter com as novas tecnologias e tendências”. (RIBEIRO, 2017)

1.4. Liderança

A liderança também deve se adequar a esse novo paradigma, precisa ter uma visão

estratégica. O estilo a ser adotado deve ser o da liderança transformacional, ou seja, o

líder colabora com seus liderados para identificar pontos de melhorias no ambiente, nos

processos e no comportamento de profissionais, além de se manter constantemente

atualizado.

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Segundo Limongi-França (2011, p. 72): “A liderança transformacional é a

influência do líder sobre os seus liderados, tendo como característica o compartilhamento

de significados, valores e projetos de vida aceitos, praticados e admirados de forma

recíproca e intensa.” Essa visão vai ao encontro da reinvenção da gestão, com líderes

capazes de implantar as modificações necessárias para aumentar a motivação, o

engajamento e o desempenho dos funcionários. É um estilo de liderança necessário, pois

é pautado na inovação e agilidade, também é importante para moldar a cultura da empresa

a essa nova realidade.

Novas habilidades serão necessárias para os líderes do futuro. É esperado dos

líderes uma postura dinâmica com características como abordagem motivacional, tomada

de decisão, inclusão, transparência. A gestão deve se adequar ao novo modelo,

demandando uma cultura da inovação que use modelos de inovação aberta, crie processos

de inovação e faça essa gestão de acordo com a estratégia de negócios da empresa. Outro

ponto relevante é o uso de dados e tecnologias para a tomada de decisão e gestão, pois

esse uso não deve ficar restrito apenas à automação, mas deve permear as ações de todos

os funcionários.

1.5. Cultura Organizacional

Uma empresa não é apenas o que ela produz. Toda empresa, independentemente

de seu tamanho, possuiu um conjunto de valores que é compartilhado pelos seus membros

em sua totalidade e que a diferencia das outras empresas. A cultura organizacional é o

que a empresa valoriza e usa para atingir seus objetivos. Essa cultura pode ser formal ou

não. É um organismo vivo, que se adequa ao momento e às diretrizes da empresa. A

cultura organizacional é o que diferencia as empresas, forma a identidade e promove o

engajamento dos membros da empresa.

De acordo com Schein (2009, p. 1):

"Cultura é um fenômeno dinâmico que nos cerca em todas as horas, sendo

desempenhada e criada por nossas interações com outros e moldada pelo

comportamento da liderança, e um conjunto de estruturas, rotinas, regras e

normas que orientam e restringem o comportamento. Esses processos

dinâmicos da criação e do gerenciamento da cultura são a essência da liderança

e fazem-nos perceber que liderança e cultura constituem dois lados da mesma

moeda."

Ou seja, são os líderes que transmitem para os liderados o comportamento ideal

no trabalho, são os propagadores. O papel da liderança é criar e inserir a cultura em um

grupo. São os líderes que iniciam a criação do processo cultural. Schein (2009, p. 211)

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ressalta que “A cultura é criada por experiências compartilhadas, mas é o líder que inicia

esse processo ao impor suas crenças e suposições desde o início”.

A área de Recursos Humanos (RH) é quem originalmente acompanha a cultura

organizacional, sendo implementada pelas lideranças da organização. É uma área

fundamental “não só pela implementação de um programa formal de identificação e

fixação de uma cultura organizacional, mas principalmente pela sua manutenção ao longo

do tempo”. (MARRAS, 2011, p. 298)

Figura 3: Pressupostos da cultura organizacional

Adaptado pela autora.

Fonte: Jean Pierre Marras (2011, p. 299)

A importância da cultura organizacional em uma mudança tão sensível como a

chegada da Indústria 4.0 está em seus membros compreenderem os valores

compartilhados, como a liderança influencia positivamente os funcionários e o caminho

que será seguido.

Como mudam todos os processos e o organograma da empresa, é preciso um

planejamento antes de a empresa entrar na Quarta Revolução Industrial. Também é

necessário desenvolver a cultura organizacional de valorização da estratégia.

As mudanças nas empresas não acontecem de uma hora para outra. Elas envolvem

as estruturas e processos que auxiliam os funcionários a se adaptarem com o novo cenário.

Os desafios são grandes e conseguir a adesão dos funcionários representa o maior de todos

esses desafios. Para auxiliar nesse processo, a liderança é um fator fundamental. É o líder

que deve ter a visão de onde a empresa precisa chegar e compartilhar com os envolvidos

essa importância.

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Segundo Marras (2011, p. 311), os tempos modernos impulsionam o homem a

uma corrida voraz na luta por sobrevivência e desenvolvimento. Essa luta é por sede de

informação, de saber, ter, bem-estar, vencer, estando a empresa nesse mesmo movimento

e luta — no caso das empresas a abertura de mercados e a globalização são fatores de

decisão. A implantação da Indústria 4.0 é um propulsor dessa mudança na cultura

organizacional.

2. METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste artigo foi a pesquisa bibliográfica de autores que já

abordaram os temas Indústria 4.0, mercado de trabalho, liderança e comportamento

organizacional. A seguir serão feitos estudos de caso de empresas que já tem como

realidade a Indústria 4.0, para análise das mudanças ocorridas nas profissões e funções, o

que o RH de tais empresas promove para seus funcionários em termos de adequação ao

novo paradigma das indústrias, além da conduta da liderança e da cultura organizacional.

A pesquisa bibliográfica inclui toda a bibliografia sobre o tema a ser estudado que

já foi publicada seja em revistas, boletins, livros, teses entre outros tipos de publicação.

Manzo (1971, p. 32) afirma que a bibliografia correta "oferece meios para definir,

resolver, não somente problemas já conhecidos, como também explorar novas áreas onde

os problemas não se cristalizaram suficientemente".

É importante ressaltar que não basta repetir o que já foi dito e escrito, a pesquisa

bibliográfica permite analisar o tema sob nova abordagem para chegar a conclusões

inovadoras. (MARCONI; LAKATOS, 2009, p. 57)

Qualquer pesquisa, seja qual for a área escolhida, exige a pesquisa bibliográfica

em primeiro lugar, para o levantamento da questão, para fundamentação teórica e para

justificar quais serão as contribuições da própria pesquisa. (RAMPAZZO, 2005, p. 53)

3. RESULTADOS ESPERADOS

Como resultado, espera-se uma visão ampla do mercado de trabalho na Indústria

4.0, quais as possibilidades para os profissionais já inseridos nesse mercado e o que deve

ser propiciado para os futuros profissionais, a análise do papel da liderança e da gestão

da mudança nesse cenário inovador e tão inicial no Brasil.

O estudo de casos trará dados reais e atuais da implantação da I4.0 no Brasil. Por

meio de questionários, será feita análise de empresas multinacionais que já estejam na

I.40 em suas sedes e também o status atual dessa indústria no Brasil. Também será

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importante analisar como uma empresa nacional se insere na Quarta Revolução Industrial.

A partir desses questionários e análises, será possível criar um relatório robusto com o

status atual da Indústria 4.0 no Brasil, quais as mudanças necessárias para que ela seja

realidade no país e quais os próximos passos para uma estruturação eficaz.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Indústria 4.0 já é uma realidade. No Brasil, ainda está em desenvolvimento a

implementação desse modelo. O principal desafio do país é integrar especialistas e

indústrias para aumentar o conhecimento sobre os benefícios da I4.0 na cadeia produtiva.

A busca pela informação e atualização profissional devem ser constantes. É

preciso não temer a tecnologia, mas antecipar os desafios e se adequar. O Brasil possui

uma indústria que ainda está pouco envolvida com a tecnologia. Para mudar essa

condição, será preciso formar profissionais qualificados para planejar, executar e

gerenciar essas inovações tecnológicas, além de ter criatividade e proatividade.

O grande desafio da Indústria 4.0 é a interação entre tecnologia, pessoas e

domínios físicos. O maior recurso da empresa segue sendo o capital humano e o papel

que o RH desempenhará será de atuação estratégica, ainda nas funções recrutar,

selecionar e desenvolver colaboradores nas novas tecnologias. É o momento de investir

em inovação e conhecimento.

O papel do líder é de incentivador e multiplicador do novo modelo, ele que

replicará as definições do mercado de trabalho e as adequações do RH para cada empresa.

É pelo seu modelo que os trabalhadores irão se empenhar em estar preparados e abertos

para a I4.0.

De fato, as máquinas não irão substituir as pessoas, mas é um novo momento em

que ser faz necessária a reorganização do trabalho, com gestores capacitados e

funcionários também.

Importante lembrar também a relevância da cultura organizacional na

implementação dessa indústria. Remodelar essa cultura para a inovação da Indústria 4.0

é um trabalho realizado pelo RH junto com a diretoria. Após a definição da nova cultura,

a liderança tem um papel crucial junto com os trabalhadores, é ela que promoverá a

adesão ao modelo, que mostrará o melhor caminho a seguir, que dará os passos com sua

equipe para fazer a Quarta Revolução Industrial acontecer.

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REFERÊNCIAS

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CRA–SP – Conselho Regional de Administração de São Paulo. Administrador. 2017.

FIA – FUNDAÇÃO E INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO. Indústria 4.0: o

que é, consequências, impactos positivos e negativos.

Disponível em: https://fia.com.br/blog/industria-4-0/ — Acesso em: 7 mar. 2019.

FIRJAN. Indústria 4.0. Sistema FIRJAN. 2016.

FRANÇA, Ana Cristina Limongi. Comportamento organizacional. Saraiva. 2006.

GUERRA, Mariane. Como tornar o RH mais global. Disponível em:

https://www.baguete.com.br/noticias/21/02/2017/como-tornar-o-rh-mais-global —

Acesso em: 7 mar. 2019.

MANZO, A. J. Manual para la preparación de monografías: una guía para

presentear informes y tesis. Buenos Aires: Humanistas, 1971.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa:

planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração,

análise e interpretação de dados. São Paulo: Atlas, 2009.

MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos do operacional ao

estratégico.São Paulo: Saraiva, 2011.

PWC – Brasil. Indústria 4.0: Digitização como vantagem competitiva no Brasil.

Disponível em: https://www.pwc.com.br/pt/publicacoes/servicos/assets/consultoria-

negocios/2016/pwc-industry-4-survey-16.pdf — Acesso em: 6 mar. 2019.

RAMPAZZO, Lino. Metodologia científica: para alunos dos cursos de graduação e

pós- graduação. São Paulo: Edições Loyola, 2005.

SCHEIN, Edgar H. Cultura organizacional e liderança. São Paulo: Atlas, 2009.

SCHWAB, Klaus. A Quarta Revolução Industrial. São Paulo: Edipro, 2017.

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O CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA DE GAMES POR MEIO DE EVENTOS DE

E-SPORTS

ALINE RODRIGUES SIQUEIRA

BENIZA FIGUEIRA

GUILHERME AUGUSTO GUIMARAES FERREIRA

Resumo

O projeto de pesquisa apresenta uma proposta de estudo que discutirá as competições de e-Sports,

de forma a identificar seus legados e discutir seu potencial econômico. A metodologia aplicada

inclui pesquisas bibliográficas sobre o desenvolvimento histórico dos e-sports, com foco na

evolução da tecnologia da informação e comunicação, coleta de dados empíricos em sites oficiais

dos eventos e clubes participantes, pesquisa de campo, entrevistas com a organização do evento

e aplicação de questionário para os atletas. Espera-se, por meio do estudo, a constatação do alto

rendimento dos torneios de e-Sports.

Palavras-chave: E-Sport. Eventos. Legados.

Abstract

The research project presents a study proposal that will discuss e-Sports competitions in order to

identify their legacies and discuss their economic potential. The applied methodology includes

bibliographical research on the historical development of e-sports, focusing on the evolution of

information and communication technology, empirical data collection on official sites of events

and participating clubs, field research, interviews with the organization of the event and

questionnaire for the athletes. It is hoped, through the study, to verify the high performance of e-

sports tournaments.

Keywords: E-Sport. Events. Legacy.

INTRODUÇÃO

Este projeto de pesquisa tem por objetivo geral estudar a produção de eventos de

jogos eletrônicos para, a partir da identificação de seus legados, entender o seu potencial

econômico.

O crescimento da indústria de games19 se dá pelo progressivo desenvolvimento da

tecnologia da informação e da comunicação a partir de 1958, quando surgiu o primeiro

jogo eletrônico: Tennis for Two. Esse primitivo jogo desenvolvido pelo físico americano

Higinbotham consistia em uma adaptação de um osciloscópio20 para um software

(programa para computador) que descreveria a trajetória de uma bola em movimento,

com o qual o jogador deveria interagir. Três anos depois, o Instituto de Tecnologia de

Massachusetts (MIT) lança o primeiro jogo de tiro: Spacewar, no cenário é possível

controlar naves para destruir o oponente lançando torpedos.

19 Tradução do inglês: jogo 20 Instrumento de medição e representação gráfica de sinais de tensão.

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Em 1975 foi lançado o primeiro console: Odyssey 100, que chegou nas prateleiras

custando US$ 100,00. Era acompanhado por dois controles e 12 jogos instalados em sua

memória: Table Tennis, Tennis, Hockey, Cat and Mouse, Football, Ski, States, Roullete,

Haunted House, Analogic, Simon Says e Submarine. Considerando que o console

funcionava em apenas em televisores da marca Magnavox e que a população americana

da década de 70 era de aproximadamente 200 milhões de habitantes, em apenas seis meses

foram vendidas 100 mil unidades do console (BRANS, 2017, p. 28)

Paralelo ao lançamento do Odyssey 100 surgiram os fliperamas, mais conhecidos

como Arcades: máquinas de jogos geralmente encontradas em casas especializadas que

funcionam através das compras de fichas ou uso de moedas. Dentre os mais famosos

arcades (também conhecidos como fliperamas) destaca-se o Atari PONG (CLUA;

BITTENCOURT. 2005, p. 1314).

A década de 80 foi marcada pelo surgimento de novos consoles como Nintendo e

MasterSystem. A empresa Nintendo é criadora do famoso Super Mario Bros, jogo que já

vendeu mais de 40 milhões de cópias em todo mundo. A década também apresenta o uso

do CD Rom como mídia de compartilhamento de informações e o surgimento de um novo

gênero: Role-Playing Game21 (RPG), um jogo dinâmico que consiste na inserção do

jogador na trama que vai se revelando ao longo da narração, permitindo ao jogador

assumir a responsabilidade por suas ações in game22. É como em uma peça de teatro que

é escrita à medida que acontece, apesar de contar com uma história preestabelecida pelos

criadores (BATISTA et al. 2009, p. 107).

O primeiro jogo de RPG para console foi lançado pela Nintendo em 1986,

chamado Legend of Zelda. Com a popularização da internet foi lançado na década de 90

o primeiro RPG Online. Mais tarde, em 1997 a empresa Blizzard lança Diablo que

combina a narrativa com uma interface rica em recursos gráficos trazendo ênfase na

animação e dando origem ao gênero: Massively Multiplayer Online Role Playing

(MMORPG), que permite a interação simultânea dos jogadores por meio da internet. Com

a internet também se consolidou o lado social da indústria de games, uma característica

que permite relacionar os jogos com outras formas de interação online, como o

compartilhamento de vídeos.

21 Em português: jogo de interpretação de papéis 22 Decisões que o jogador faz no jogo

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O século XXI é marcado pelo progresso na indústria de games. Em 2000 a

companhia americana Valve lançou Counter Strike, que foi um fenômeno. O jogo de tiro

em primeira pessoa trata de uma guerra entre Terroristas e Policiais, no qual o jogador

pode escolher qualquer um dos dois times e matar os jogadores da equipe inimiga.

Durante esse período no Brasil o acesso à banda larga ainda não era acessível para maior

parte da população, foi quando surgiram as Lan Houses: lojas com computadores de ótima

qualidade com diversos jogos e conexão com a internet, disponível para os clientes que

pagavam por hora.

Considerando este cenário de rápido desenvolvimento, o projeto de pesquisa

pretende de maneira específica: a) contextualizar e descrever o surgimento e a

consolidação dos eventos de games a partir do desenvolvimento da tecnologia da

comunicação, entendendo como a vinculação dos esportes eletrônicos (e-Sports) com as

novas mídias (internet, redes sociais e plataformas streaming23) permitiu a ascensão de

um novo nicho de mercado para o setor de eventos; b) descrever e analisar o cenário dos

eventos de games no Brasil e, de forma específica, o caso do TUeSports, bem como seus

legados; c) discutir, a partir do caso estudado, o potencial econômico e os impactos dos

eventos de e-sport na indústria do entretenimento.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Quando se compara a história dos eventos, percebe-se o crescimento em números,

o aumento da complexidade e o surgimento de novas modalidades de eventos, sobretudo

a partir de 1990 (GIACÁGLIA, 2010, p.3).

Com essas mudanças, ampliaram-se as exigências presentes na produção de

eventos, uma vez que o consumidor passou a ser mais exigente, buscando por

experiências, não apenas pelo produto. Analisando esse cenário é possível entender o

quão ligados estão os eventos com o desenvolvimento dos campeonatos de e-Sports, que

deixaram de lado as pequenas lan houses24 em busca de estádios para alocação de grandes

torneios de abrangência internacional e alvo de altos investimentos.

As competições de jogos eletrônicos tornaram-se cada vez mais comuns

permitindo a criação de vários campeonatos, por exemplo o World Cyber Games em

23 Forma de distribuição digital contínua de mídias (filmes, jogos e música). Exemplo: Netflix,

Steam e Spotify. 24 Pequenos estabelecimentos onde os usuários pagam por hora para utilizar o computador com

acesso à Internet.

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Seoul, na Coréia do Sul. O evento contou com a presença de 174 competidores de 17

países e distribuiu US$ 200 mil dólares em premiação (BRANS, 2017, p. 28). Nota-se

então uma nova segmentação de eventos esportivos: Torneios de Eletronic-Sports (e-

Sports).

O termo e-Sport foi usado pela primeira vez em uma comparação sobre o esporte

tradicional e o esporte eletrônico, divulgada em um comunicado de imprensa pela Online

Game Association (WAGNER, 2006, p.1, apud PEREIRA, 2014, p. 24). A partir disso as

partidas passaram a ser transmitidas pela Entertainment and Sports Programming

Network (ESPN), intensificando grandes investimentos e a ascensão de um novo

mercado.;

Com a disseminação dos campeonatos, os videogames passaram a ser vistos por

uma perspectiva profissional ainda que seu objetivo principal seja o entretenimento.

Começaram a aparecer os primeiros jogadores profissionais do novo esporte que

dedicavam horas para treinamento para participar de competições de alto nível em que se

faz necessário o controle físico, empenho mental, ambiente competitivo e participação do

atleta (na maioria das vezes em equipes) assim como os esportes “tradicionais”.

Ao final do século XX, também foi observado o desenvolvimento de várias

cidades, ocasionado pelas transformações na economia mundial que deu grande destaque

aos megaeventos. (OLIVEIRA, 2011, p. 259).

Dentre os grandes eventos do segmento desde o surgimento, destaca-se World

Electronic Sports Games (WESG) da AliSports. Empresa fundada em 8 de setembro de

2015, é construída sobre a base do Alibaba e visa impulsionar a indústria de esportes

como um todo, buscando desenvolver a plataforma básica de economia esportiva da

China. Seu atual Chief Executive Officer (CEO) 25é o ex-vice-presidente do Shangai

Media Group26, Zhang Dazhong. Atualmente a WESG conta com a maior premiação em

dinheiro da história dos e-Sports, chegando à US$ 800 mil em 2017 para o primeiro lugar,

o segundo lugar recebeu US$ 400mil e o terceiro US$ 200 mil, segundo informações

publicadas no site da ESPN em 2017.27 Considerando o rápido desenvolvimento

tecnológico supracitado nota-se a presença ativa do público através da participação em

campeonatos e da resposta ativa em mídias, como as plataformas streaming.

25 Tradução do inglês: Diretor Executivo. 26 Um dos maiores conglomerados de mídia e cultura da China. 27 Mais informações em: <http://www.espn.com.br/noticia/662502_counter-strike-envyus-vence-

wesg-e-fica-com-maior-premiacao-da-historia>. Acesso em: 02 out. 2018.

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Os públicos estão se fazendo nitidamente presentes ao modelarem ativamente

os fluxos de mídia, e produtores, gerentes de marca profissionais de serviço ao

consumidor e comunicações corporativas estão acordando para a necessidade

comercial de ouvi-los e de responder a eles de maneira ativa. (JENKINS,

GREEN, FORD, 2014, p. 25).

Essa interação do público com o ambiente virtual de entretenimento se dá

principalmente pelo fluxo de conteúdos nos meios de comunicação, motivados pela

substituição da radio fusão pela Internet, que permite a cooperação de multiplataformas

para promover maior entretenimento (JENKINS, 2009, p. 33). Em se tratando de games,

o crescimento se dá principalmente pelo uso de plataformas tanto para produzir e/ou

consumir tutoriais, quanto para transmitir campeonatos ao vivo e promover maior

interação da marca com o público, conforme mostra a tabela a seguir sobre as estatísticas

do WESG 2016:

Tabela 1 Números do WESG 2016

WESG 2016

Países e regiões participantes 125

Competidores 63,256

Visualizações de livestream28 375,893,813

Premiação total (dólar) $ 5,500,00

Fonte: Site oficial WESG29

Como mostra a tabela, os jogos produzem um impacto cultural e social muito

significativo (AOYAMA e IZUSHO, 2004, p. 121), que tornaram possível o rápido

crescimento da WESG em poucos anos desde sua criação.

Já o cenário brasileiro tem como referência o Campeonato Brasileiro de League

of Legends (CB LoL), da empresa inglesa Riot Games. A premiação total é de R$ 200 mil

reais por Split (torneios que acontecem em cada semestre do ano).30

Em 2017, a final do CB LoL aconteceu no estádio do Mineirinho em Belo

Horizonte (BH). A partida pode ser assistida por aproximadamente 2,6 milhões de

pessoas, por meio de streaming online nos canais da Riot Games, no YouTube e no

Twitch.TV31. Também na TV a cabo, pelo SporTV 2.32

28 Twitch.TV: plataforma de streaming ao vivo e on-demand. 29 Disponível em: <http://2017.wesg.com/en>. Acesso em: 16 de mar. 2019. 30 Mais informações em: <http://www.espn.com.br/noticia/665415_league-of-legends-cblol-

2017-mantera-r-200-mil-como-premiacao>. Acesso em: 02 out. 2018. 31 Plataforma de streaming. 32 Mais informações em: > https://globoesporte.globo.com/sportv/e-sportv/noticia/26-milhoes-

assistiram-a-final-do-campeonato-brasileiro-de-lol.ghtml> . Acesso em: 16 mar. 2019.

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Além do CB LoL, a Riot Games também atua como parceira na promoção de

outros eventos em território brasileiro como o Circuito Desafiante realizado pela Promo

Arena e o Torneio Universitário de E-Sport (TUe-Sport) da Iron Storm TV. O Circuito

Desafiante possui a mesma premiação do CB LoL, é um torneio que consiste na

classificação de novos times para os grandes torneios profissionais, semelhante à

classificação da Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol para a Copa Libertadores.

Já o TUeSport, foi criado em 2016 por ex-membros de atléticas universitárias e

utiliza desse cenário competitivo e conta com faculdades do Brasil inteiro. É dividido em

2 splits, em que no segundo semestre de 2017 teve a participação de 84 organizações

estudantis de 11 estados diferentes. Colaborou com aproximadamente R$13.000,00 de

doações para os institutos: Adote um Focinho e Gabriel Medina (dinheiro 100%

arrecadado das inscrições). O Torneio Universitário também enviou 5 dos melhores

jogadores para representar o Brasil no Desafio Brasil X Portugal, em Penafiel – Portugal,

conforme o site oficial do torneio.33

A Medida em que os campeonatos ganharam espaço entre os grandes

investimentos, conforme publicado no site da Newzoo,34 foi votado o Projeto de Lei nº

383 de 2017 que apresenta a regulamentação da prática esportiva eletrônica e do “atleta”

eletrônico, que já recebem o mesmo tratamento de jogadores de futebol, por exemplo. No

qual contam com centros de treinamento e assistência de profissionais qualificados.

1.1. Legados

Em se tratando de legados, a literatura já bastante consolidada constitui-se de uma

pesquisa que toma por base eventos esportivos como os Jogos Olímpicos, Copa do Mundo

de Futebol da Federação Internacional de Futebol (FIFA World Cup) que passaram pelo

Brasil e podem contribuir com o debate acadêmico da temática.

Observa-se que os estudos deste âmbito apresentam de um lado os legados

materiais, e de outro, os imateriais. (CASHMAN, 1998, p 111 apud RAEDER, 2013, p

11). Um dos argumentos para a realização desses megaeventos esportivos é que eles

constituem uma estratégia para a promoção do desenvolvimento social e econômico nas

33 Mais informações em: <http://tuesport.com.br/edicoes_anteriores/2017-s2/>. Acesso em: 02

out. 2018. 34 Mais informações em: < https://newzoo.com/insights/infographics/brazil-games-market-2018>

Acesso em: 02 out. 2018.

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localidades sedes, geralmente a partir do turismo. Soma-se a isso os investimentos

realizados na preparação das sedes para receber o evento, que acabam gerando melhorias

permanentes para as populações locais. Trigo et al. resume:

Os estados e municípios brasileiros estão visualizando os benefícios que a

atividade turística pode representar no equilíbrio das contas públicas. Isto faz

que sejam canalizados investimentos para as áreas de infraestrutura como

aeroportos, recuperação do patrimônio histórico, saneamento básico e outros,

com o objetivo de atrair os empresários interessados em investir no turismo em

nosso país nos mais diversos segmentos da atividade. A criação de novos

empregos é um dos objetivos principais do direcionamento para a atividade

turística. (TRIGO et al, 2000, p. 279).

O conceito de legados pode ser entendido como sendo o conjunto de bens

materiais e imateriais que se conformam no espaço geográfico por meio de ações que são

desenvolvidas para a implementação do evento. Dentre os legados imateriais destacam-

se: a percepção dos cidadãos sobre o município, capacitação técnica de profissionais,

produção de conhecimentos, mudanças na imagem urbana a partir da publicidade, dentre

outros. Entre os legados materiais pode-se destacar: ações que incorporam à paisagem

urbana (como instalações esportivas, estruturas de transporte, elementos de comunicação

e segurança) através de recursos direcionados para o aumento de circulação de capital.

(CASHMAN, 1998, p 111 apud RAEDER, 2013, p 11).

São muitas as perspectivas que podem ser utilizadas para avaliar os benefícios de

um megaevento, fazendo com que seja preciso quantificar e qualificar os legados para

que se possa utilizar como referência para avaliação do potencial econômico de

determinado evento.

Embora este projeto de pesquisa reconheça a importância e a contribuição que os

legados imateriais podem oferecer para o desenvolvimento da temática, os recursos

limitados para a realização deste estudo inviabilizam a análise. Portanto, serão estudados

apenas os legados materiais e, de forma específica, os investimentos privados na

realização de eventos, nos jogadores profissionais e na construção de centros de

treinamento de algumas equipes.

Figura 1 Treinamento da equipe INTZ

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Fonte: SporTV

Dentre as equipes brasileiras de maior destaque no cenário mundial de e-sports,

destaca-se a INTZ e-Sports Club que inaugurou em 2018 o maior centro de treinamento

para cyber atletas da América Latina. O espaço conta com uma área, dividida em quatro

andares, de aproximadamente 1000m² para comportar até 30 atletas. O planejamento do

espaço também disponibilizou uma área administrativa e salas personalizadas para os

patrocinadores receberem streamers35 e influenciadores da equipe, além de uma sala para

receber entrevistas e torcidas (comporta 50 pessoas).36

1.2. Patrocínio e marketing esportivo

Marketing esportivo é um segmento do marketing promocional que se diferencia

da publicidade tradicional devido baixo valor cobrado nas mídias tradicionais e o alto

relacionamento com os consumidores, que consequentemente possui menor risco e maior

eficácia (PITTS e STOLAR, 1996, p.80).

O marketing esportivo baseia-se sobre os mesmos quatro. Os que servem de

base para o marketing em sentido amplo (...). No caso específico do esporte

deve-se acrescentar outro P, este sim próprio desta disciplina: a Paixão.

(CARDIA, 2000, p. 279).

Contursi (1996, p.23) afirma que uma organização pode aumentar seu mercado

baseado nos benefícios oferecidos pelo marketing esportivo, uma vez que a imagem

transmitida pelos eventos esportivos representa valores como desempenho, conquista e

35 Produtores de conteúdo para streaming. 36 Mais informações em: < https://sportv.globo.com/site/e-sportv/noticia/intz-inaugura-maior-

gaming-house-da-america-latina-em-sp-veja-fotos.ghtml> Acesso em: 17 mar. 2019.

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energia. Com isso, o patrocínio esportivo atua como um meio de negociação entre

empresas, clubes e produtores de eventos por meio do favorecimento de trocas monetárias

e da compra de direitos, além da fidelização de clientes e melhoria no relacionamento

com o público-alvo (MELO, NETO. 2013, p 83 apud ROCHA, et al. 2016, p. 192).

Diz-se também que se pode definir o mercado através do produto, que se divide

em nível primário, pessoas que se relacionam com o esporte ativamente; e secundário,

que possuem um propósito para utilização do esporte (CARDIA, 2004, p. 117).

No primário, encontram-se todas as pessoas que se relacionam direta ou

indiretamente com a prática do esportiva: produtores, treinadores, atletas, clínicas com

profissionais especializados e espectadores, sendo este último dito como o verdadeiro

mercado uma vez que não adianta existir um praticante sem haver quem consuma.

No secundário encontram-se os anunciantes, que trabalham para atingir o público

com eficácia e de maneiras diferenciadas; os publicitários, semelhantes aos anunciantes

mas que possuem maior vantagem financeira e dinamismo com público; e os

patrocinadores, aqueles que buscam diferenciação com os concorrentes e sua atuação se

baseia no estímulo emotivo do público para favorecimento social; (POZZI, 1988, p. 92)

ou seja, são mercados que se envolvem com o esporte para atingir seus próprios

propósitos.

1.3. Público

Dentro do universo dos games, o termo nerd tem-se tornado cada vez mais comum

para identificar um grupo social, que se popularizou a partir de 1970 como forma de

identificar um jovem que se dedica aos estudos e também que possui uma relação com

um determinado conjunto de bens culturais, com elementos da cultura pop explícitos em

videogames, quadrinhos, produções audiovisuais e na literatura.

Análoga ao desenvolvimento desses interesses, a ficção científica possui grandes

autores e científicas referências do público nerd, que com o desenvolvimento da

tecnologia e da comunicação, descobriu-se que nerds consomem.

Figura 2 Estádio Mineirinho (BH) na final do CB LoL 2017

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Fonte: ESPN

Em 2015 a Evenbrite37 realizou uma pesquisa sobre o comportamento de estudos

dos consumidores de games e a influência dos eventos de videogames. O estudo contou

com respostas de mais de 1,5 mil jogadores e fãs que participaram de eventos realizados

com o uso da plataforma entre 2013-2014, em que o responsável pelo setor de parcerias

da Evenbrite, Christine Bohle concluiu: “Eventos ao vivo têm o poder de fazer crescer o

engajamento e de conduzir o comportamento de compra do consumidor desse segmento,

e isso é exatamente o que estamos vendo nas comunidades de gamers com os torneios e

competições de e-Sports. ”38

2. METODOLOGIA

O trabalho de graduação que será produzido por esta pesquisa estará organizado

em três capítulos.

No primeiro, pretende-se fazer a contextualização histórica do objeto de estudo.

Para tanto, será feita uma pesquisa bibliográfica sobre o desenvolvimento histórico dos

eventos de e-Sports, com foco na relação entre mídias e esportes digitais.

No segundo capítulo, será feita a descrição do Torneio Universitário de e-Sports

e semelhantes através da coleta de dados empíricos em mídias online oficiais dos eventos

e dos clubes participantes nos seguintes sites:

37 Plataforma online de gerenciamento de eventos. 38 Mais informações em: <https://www.tecmundo.com.br/video-game-e-jogos/79812-estudo-

eventbrite-esports-revela-impacto-eventos-vivo.htm> Acesso em: 17 mar. 2019.

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a) TUeSports <http://tuesport.com.br/>

b) WESG <http://2017.wesg.com/en>

c) LoL E-sports <https://br.lolesports.com/>

d) CNB <https://cnb.gg/>

Propõe-se uma pesquisa de campo que conta com a participação da autora como

observadora na realização de uma das rodadas dos jogos. Por fim, pretende-se fazer

entrevistas semiestruturadas online com membros da organização do evento e pesquisa

fechada com os “atletas” por meio da elaboração e envio de formulário em plataformas

digitais como Google Docs.

Para entender melhor o perfil dos atletas, o formulário será dividido em duas

etapas, sendo: a primeira para definir o perfil socioeconômico, com informações como

gênero, faixa etária, grau de escolaridade e renda familiar. A segunda etapa abordará

questões diretamente ligadas a experiência dos jogadores e práticas de consumo.

O terceiro capítulo trará a análise dos dados onde serão destacados os legados

materiais desenvolvidos na implementação do evento para aumento de circulação de

capital, permitindo assim, levantar questões sobre o potencial econômico dos e-Sports.

3. RESULTADOS ESPERADOS

O que se espera com a pesquisa é a identificação de um alto rendimento

econômico da indústria de games através dos eventos de e-Sports.

De forma específica, pretende-se constatar predisposições básicas para o

crescimento econômico por meio do incentivo dos mercados, dos direitos de propriedade

e das trocas monetárias refletido no comportamento dos consumidores e dos vendedores,

uma vez que os torneios de e-Sports são eventos ricos em legados materiais e imateriais,

gerando serviços que atingem atualmente 75,7 milhões jogadores e pode movimentar até

1,5 bilhões de reais segundo dados publicados no site da Newzoo39 em julho de 2018,

números não desprezíveis para a política macroeconômica e objeto de consideráveis

investimentos públicos e privados, motivados pela eficácia do marketing esportivo e os

39 Mais informações em: <https://newzoo.com/insights/infographics/brazil-games-market-

2018/>. Acesso em 02 set. 2018.

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baixos riscos apresentados (PARKIN, 2009, p. 558; VASCONCELOS; GARCIA, 2010,

p. 27).

Considerando este favorável panorama de grande crescimento, o Projeto de Lei nº

383 de 2017 votado pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), apresenta a

regulamentação do esporte eletrônico e da profissão do “atleta eletrônico”. Conforme

publicado no site do Senado40, o autor do projeto, senador Roberto Rocha (PSDB-MA)

destaca a importância do e-Sport para socialização, diversão e aprendizagem. (BRASIL,

[2017], p.5), que assim como o xadrez pode ser classificado como esporte devido

necessidade do controle físico, empenho mental, ambiente competitivo e participação do

atleta, na maioria das vezes em equipes (PEREIRA. 2014, 112 f).

Estudos recentes apresentam que o Brasil conta com 375 empresas do segmento

de games, que segundo o relator, senador José Medeiros (Pode-MT) é propícia a

aprovação no CCT sob a forma do substitutivo41, elaborado pelo senador Davi

Alcolumbre (DEM-AP). As mudanças que a aprovação da PL 383 pode causar são

diversas, uma vez que se pensa em apoios e patrocínios é imprescindível para um

promotor de eventos também tratar sobre Leis de Incentivo, que atuam como estímulo

para grandes empresas como condicionante para influência do sucesso das ações de

marketing. (ZAN, 2011, p. 20).

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40 Mais informações em: <https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2018/06/29/ce-vota-

regulamentacao-dos-esportes-eletronicos > Acesso em 17 de nov. de 2018. 41 Mais informações em: < https://legis.senado.leg.br/sdleg-

getter/documento?dm=7723388&disposition=inline# Emenda1 > Acesso em 17 de nov. de 2018.

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O PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO NO MODELO PITCH

AMANDA PIRES DE ARAUJO

LUCAS SIMÕES RAMIRES

TAÍSE ELEN LOPES

Resumo

Em uma época em que os avanços tecnológicos contribuem para a competitividade constante

entre as empresas, pessoas são consideradas verdadeiro capital humano. Cada vez mais as

empresas buscam por profissionais eficazes capazes de aumentar os objetivos organizacionais e

consequentemente, alcançar o sucesso pessoal e profissional. Desta forma o objetivo deste

trabalho é apresentar os conceitos e direcionamentos do processo de recrutamento e seleção em

formato pitch e investigar como esse processo contribui para a escolha de novos colaboradores.

Será demonstrada através de revisão bibliográfica os conceitos do processo de recrutamento e

seleção e também a pesquisa de campo que terá como finalidade mostrar o processo de seleção

no modelo pitch, além de descrever as contribuições e avanços obtidos dentro das organizações

após a utilização deste processo. Com esse projeto buscou-se identificar a viabilidade de utilizar

o modelo pitch no processo de seleção, com o intuito de selecionar novos colaboradores através

de apresentações pessoais.

Palavras-chaves: Recrutamento, Seleção, Pitch.

Abstract

In a time when technological advances contribute to steady growth between companies.

Increasingly as companies sought by professionals can increase organizational goals and,

consequently, achieve personal and professional success. In this way the work is presented to the

concepts and drivers of the process of recruiting and selecting research and development articles

as a process for choosing new collaborators. They will be demonstrated through the bibliographic

review of the recruitment and selection processes and also of a case study that can improve the

selection process in the model, besides describing and monitoring the information on the use of

this process. What is a process that seeks to identify the feasibility of using the selection process,

in order to improve the new package through personal power.

Keywords: Recruitment, Selection, Pitch.

INTRODUÇÃO

A importância do recrutamento e de seleção tem levado as empresas a

aperfeiçoarem seus processos na busca de candidatos adequados aos cargos existentes nas

organizações.

O processo de recrutamento e seleção visa à importância que se tem a recrutar e

selecionar pessoas que possuam determinadas características desejadas, pois o candidato,

em toda sua complexidade, é o recurso essencial do processo seletivo dentro das

empresas.

O pitch é uma apresentação curta, que pode ser utilizada dentro do processo de

seleção, onde os candidatos devem apresentar suas características, suas habilidades. Na

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maioria das vezes, o pitch é o primeiro contato marcante, podendo durar um pouco mais

de 30 segundos ou até 15 minutos.

O objetivo geral da pesquisa é apresentar os conceitos e direcionamentos do

processo de recrutamento e seleção em forma pitch e investigar como esse processo

contribui para a escolha de novos colaboradores.

A relevância da pesquisa possui tripla dimensão: científica, social e pessoal. No

que concerne à contribuição ao conhecimento científico, a futura pesquisa trará uma

adequação e flexibilidade da importância do processo de recrutamento e seleção

proporciona e consequentemente aos seus benefícios tornando-se indispensáveis para

contribuição na atualidade.

Pretende-se, para tanto, observar como a empresa pode fazer o uso inteligente do

processo de seleção além de aumentar a eficácia da empresa e identificar a importância

do pitch na hora de contratar pessoas.

Estruturalmente, o projeto está dividido em três capítulos. No primeiro capítulo

será abordado sobre recrutamento de pessoal, no segundo capítulo, abordam-se a

definição de seleção de pessoas dentro de uma empresa. Já o terceiro e último capítulo

discorre sobre o processo pitch.

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1. Recrutamento

As empresas dependem da dedicação e empenho de seus funcionários para atingir

seus objetivos e metas - não há empresa sem pessoas, desta forma os funcionários são

considerados o bem mais valioso das empresas. É necessário buscar pessoas que se

adequem as necessidades e exigências dos cargos disponíveis, para isso existe o processo

de recrutamento.

O recrutamento é método mais utilizado pelas empresas, pois é através dele que

as empresas divulgam e oferecem as vagas de empregos disponíveis visando a busca por

profissionais qualificados para preenchê-las, como cita Chiavenato (2010, p.115):

Recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair

candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da

organização. É basicamente um sistema de informação, por meio do qual a organização

divulga e oferece ao mercado de recursos humanos as oportunidades de emprego que

pretende preencher. (CHIAVENATO, 2010, p. 115)

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O recrutamento de pessoas é importante não só para as empresas, mas também

para as pessoas, pois como foi visto anteriormente o recrutamento ao mesmo

tempo em que ajudam as empresas a divulgarem e preencherem as vagas de

emprego disponíveis ajudam também as pessoas muitas vezes a se inserirem

no mercado de trabalho ou mesmo se manterem nele.

Assim como as organizações oferecem oportunidades de emprego e determinam

os requisitos necessários que os candidatos devem ter, as pessoas também escolhem o

local onde pretendem trabalhar muitas vezes levando em conta a questão dos benefícios

oferecidos e a qualidade do ambiente de trabalho.

Sabe-se que o recrutamento é importante para as organizações, por isso é

necessário que haja qualidade no processo de recrutamento, pois possui grande influência

sobre os candidatos, como afirma Chiavenato (2010, p.125) “Embora a eficácia do

recrutamento seja importante, é necessário considerar que a qualidade do processo de

recrutamento produz forte impacto sobre os candidatos. ”

Quanto maior o número de candidatos selecionados para participar do processo

de recrutamento, melhor será o resultado para a organização, pois a cada etapa o número

de candidatos reduz, como mostra a Figura 1:

Figura 1 - Pirâmide seletiva do recrutamento

Fonte: Chiavenato (2010, p.125).

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4.2. Tipos de Recrutamento

O recrutamento é divido em dois processos que se diferem entre si. O

recrutamento interno serve como um incentivo aos funcionários, pois as oportunidades

são oferecidas diretamente para os colaboradores que já atuam dentro das empresas, logo,

o recrutamento externo busca os candidatos fora da empresa de modo que permita a

escolha de pessoas que atendam às necessidades e expectativas das organizações como

pode ser visto na Figura 2:

Figura 2 – Recrutamento Interno e Recrutamento Externo

Fonte: Chiavenato (2010, p. 115).

4.2.1. Recrutamento Interno

O Recrutamento Interno é um processo de seleção onde as vagas são preenchidas

através de funcionários que já atuam dentro da empresa, podendo ser feito através de

promoção de pessoal, planos de carreira e desenvolvimento de pessoal. Sendo assim, o

recrutamento interno é uma fonte poderosa de motivação para os funcionários que já

fazem parte da empresa.

Para Caxito (2008, p.21):

No processo de recrutamento interno, as vagas são preenchidas por meio da

seleção de funcionários que já atuam na empresa. Ou seja, os candidatos

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aprovados correspondem a funcionários atuantes que serão transferidos ou

promovidos para outras da mesma empresa.

As empresas buscam através do recrutamento interno, manter os seus

colaboradores mais eficientes e desempenhados para que sirva como uma motivação,

assim agregando mais conhecimento e desenvolvendo novas práticas de trabalho.

No recrutamento interno devem ser destacados os seguintes aspectos:

1. Aproveita melhor o potencial humano da organização. 2. Motiva e encoraja

o desenvolvimento profissional dos atuais funcionários. 3. Incentiva a

permanência e a fidelidade dos funcionários a organização. 4. Ideal para

situações de estabilidade e pouca mudança ambiental. 5. Não requer

socialização organizacional de novos membros. 6. Probabilidade de melhor

seleção, pois os candidatos são bem conhecidos. 7. Custa financeiramente

menos do que fazer o recrutamento externo.

Deste modo, tanto os colaboradores quanto os funcionários são favorecidos

quando as organizações utilizam o processo de recrutamento através das fontes internas

Além das vantagens, o recrutamento interno também apresenta algumas

desvantagens, conforme afirma Chiavenato (2010, p.117):

1. Pode bloquear a entrada de novas ideias, experiências e expectativas. 2.

Facilita o conservantismo e favorece a rotina atual. 3. Mantém quase inalterado

o atual patrimônio humano da organização. 4. Ideal para empresas burocráticas

e mecanísticas. 5. Mantém e conserva a cultura organizacional existente. 6.

Funciona como um sistema fechado de reciclagem contínua.

Apesar das desvantagens, o recrutamento interno ainda é prioridade dentro das

organizações, pois os funcionários sentem-se motivados com um possível crescimento

dentro da empresa, como cita Scremin (2014, p.01):

As vantagens ainda superam as desvantagens. Os colaboradores sentem-se

valorizados, trabalham com foco e pró atividade, buscam o desenvolvimento e

aperfeiçoamento por saber que existe uma possibilidade real de crescimento na

organização.

4.2.2. Recrutamento Externo

O recrutamento externo é um processo que busca atrair novos colaboradores fora

da organização, como afirma Caxito (2008, p.114): “No caso do recrutamento externo o

preenchimento das oportunidades é feito por meio da admissão de candidatos de fora da

organização”

Para que o recrutamento externo ocorra, as empresas buscam atrair pessoas

qualificadas para as vagas existentes e os interessados devem enviar seus currículos, pois

é um dos requisitos principais para que o processo se inicie, como afirma Chiavenato

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(2010, p. 118): “O processo de recrutamento inicia com o candidato preenchendo a sua

proposta de emprego ou apresentando seu curriculum vitae à organização. ”

Em toda a organização e até mesmo no processo de recrutamento externo, o papel

dos profissionais de recursos humanos é fundamental, sendo eles responsáveis por todo o

processo, de modo que consiga atingir os objetivos e metas da organização, como afirma

Milkovich (2010, p.158):

Na maioria das organizações, os profissionais de recursos humanos têm um

papel fundamental no processo de seleção externa. Frequentemente, eles

projetam e recomendam as técnicas especificas de seleção, conduzem o

processo e, em geral, ajudam a interpretar seus resultados, assegurando o

atingimento das metas dos empregados, da organização e da legislação.

É extremamente importante a participação dos profissionais de recursos humanos

em um processo de seleção externa, pois eles possuem todo um conhecimento específico

que garante a qualidade no processo, de modo que contribuam para a empresa atingir seus

resultados.

Antes de se iniciar um processo de recrutamento é necessário que os profissionais

analisem se realmente é necessário, pois como qualquer outro processo, envolve tempo e

dinheiro.

Segundo Chiavenato (2010, p.120-124):

As principais técnicas de recrutamento externo são: anúncios e jornais

especializados; agências de recrutamento; contratos com escolas,

universidades e agremiações; cartazes ou anúncios em locais visíveis;

apresentação de candidatos por indicação; consulta aos arquivos de candidatos;

recrutamento virtual e banco de candidatos ou banco de talentos.

Dentre as técnicas citadas acima, a empresa pode escolher qualquer uma, de forma

que as pessoas selecionadas se adequem ao perfil procurado.

Assim como no recrutamento interno, o recrutamento externo também possui suas

vantagens, como cita Chiavenato (2010, p.119):

1.Introduz sangue novo na organização: talentos, habilidades e expectativas.2.

Enriquece o patrimônio humano, pelo aporte de novos talentos e habilidades.

3. Aumenta o capital intelectual ao incluir novos conhecimentos e destrezas.

4. Renova a cultura organizacional e a enriquece com novas aspirações. 5.

Incentiva a interação da organização com o MRH. 6. Indicado para enriquecer

mais intensa e rapidamente o capital humano.

Quando a empresa utiliza o método do recrutamento externo ela renova seu quadro

de funcionários trazendo novas ideias que contribuam para um melhor desempenho, de

modo que aumente a produtividade e contribua para o sucesso da organização.

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Apesar de ser um método bastante utilizado pelas empresas, o recrutamento

externo possui algumas desvantagens, como afirma Chiavenato (2010, p.119):

1.Afeta negativamente a motivação dos atuais funcionários da organização.

2.Reduz a fidelidade dos funcionários ao oferecer oportunidades a estranhos.

3.Requer aplicação de técnicas seletivas para escolha dos candidatos externos.

Isso significa custos operacionais. 4. Exige esquemas de socialização

organizacional para os novos funcionários. 5. É mais custoso, oneroso,

demorado e inseguro que o recrutamento interno.

Ao optar pelo método de recrutamento externo, a empresa precisa conhecer todos

os aspectos negativos, e verificar se realmente é importante, de modo que se possa evitar

gastos desnecessários.

Apesar do recrutamento possuir altos custos, ele é essencial para o sucesso de

qualquer empresa pois ela precisa de profissionais qualificados e comprometidos para

preencherem o quadro de funcionários, de modo que garantam um melhor desempenho

de toda a organização.

1.3 Avaliação dos Resultados do Recrutamento

Após a realização do processo de recrutamento, tanto o interno como o externo, a

empresa precisa identificar quais foram os resultados obtidos e se os objetivos e metas

foram alcançados.

A avaliação dos resultados é extremamente importante pois ajuda a verificar se o

processo de recrutamento foi positivo, como cita Chiavenato (2010, p.124-125) “Como

toda e qualquer atividade importante, o recrutamento deve proporcionar resultados para

ambas as partes. A avaliação dos resultados é importante para aferir se o recrutamento

está realmente cumprindo a sua função e a que custo. ”

Quando a empresa utiliza a avaliação dos resultados ela é capaz de realizar

mudanças dentro da organização caso os resultados não tenham sidos satisfatórios.

É extremamente importante que os recrutadores sejam treinados e capazes de fazer

um processo de qualidade, como afirma Chiavenato (2010, p.125):

Os esforços de recrutamento são mais bem-sucedidos quando os recrutadores

são escolhidos e treinados. Embora a eficácia do recrutamento seja importante,

é necessário considerar que a qualidade do processo de recrutamento produz

forte impacto sobre os candidatos.

Embora o recrutamento seja importante, é preciso que haja qualidade em todo o

processo, pois os resultados das organizações dependem de seus colaboradores.

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Ainda, segundo Chiavenato (2010, p.126), existem três critérios de medidas

utilizadas para avaliar o recrutamento da empresa, sendo eles: medidas globais, medidas

orientadas para o recrutador e medidas orientadas para o método utilizado para o

recrutamento, conforme exemplifica a Figura 3:

Figura 3 - Medidas para avaliar o recrutamento

Fonte: Chiavenato (2010, p.126)

Quando a empresa utiliza qualquer um destes métodos, é possível avaliar todo o

processo de recrutamento, sendo capaz de identificar possíveis erros.

Após o término do processo de recrutamento na empresa, é iniciado o processo de

seleção dos candidatos, onde será escolhido qual candidato está apto para aquela

determinada vaga. Diante disto, no próximo capítulo falaremos sobre a seleção de pessoas

nas empresas.

A organização deve buscar o maior número de candidatos possíveis para a vaga,

pois conforme a Figura 3, a cada etapa do processo o número de candidatos é reduzido,

deixando os mais importantes e que estejam disponíveis a atender todas as necessidades

da empresa.

Após o término do processo de recrutamento na empresa, é iniciado o processo de

seleção dos candidatos, onde será escolhido qual candidato está apto para aquela

determinada vaga.

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1.1.1. Seleção

O processo de seleção de pessoas é importante para as organizações pois ele

contribui para atrair somente as pessoas que têm o perfil necessário ao qual a empresa

busca, conforme afirma Chiavenato (2010, p.133):

A seleção de pessoas funciona como uma espécie de filtro que permite que

apenas algumas pessoas possam ingressar na organização: aquelas que

apresentam características desejadas pela organização. (CHIAVENATO,

2010, p. 133)

Deste modo, a seleção de pessoas refere-se ao processo pelo qual as empresas

buscam encontrar os profissionais que atendem ao perfil exigido pelas organizações.

Na visão de Lacombe (2005, p.79) “A seleção abrange o conjunto de práticas e

processos usados para escolher, dentro os candidatos disponíveis, aquele que parece ser

o mais adequado para a vaga existente. ”

O processo de seleção consiste em analisar as características e qualidades

profissionais dos candidatos, verificando se as condições e comportamento do mesmo se

adequam com o perfil necessário buscado pela organização.

Em um processo de seleção onde se tem vários candidatos a chance se de

selecionar a pessoa certa é maior, pois as diferenças no modo de comportamento, no modo

de tratar os colegas, e na forma de como se lida com alguns problemas dentro das

organizações, são observados pelos profissionais no momento do processo e isto interfere

diretamente na decisão de contratação.

De acordo com Chiavenato (2010, p. 135), a melhor maneira de definir seleção é

representando como uma comparação entre duas variáveis, conforme pode ser visto na

figura 4:

Figura 4 - Seleção de pessoal como uma comparação.

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Fonte: Chiavenato (2010, p.135).

Conforme visto na Figura 4, de um lado estão os requisitos do cargo a serem

preenchidos, e do outro, o perfil do candidato que se apresenta para concorrer as vagas

disponíveis.

No processo de seleção, podemos utilizar o modelo pitch, que é uma apresentação

pessoal dos candidatos, buscando despertar o interesse dos avaliadores.

1.1.2. Pitch

O pitch é uma apresentação objetiva e clara dos principais pontos de um negócio,

com a intenção de despertar o interesse do avaliador, conforme cita (Augusto, 2016):

Pitch é um termo utilizado especialmente para Startups que precisam captar

investidores. Trata-se de um discurso curto, de poucos minutos, que resume

aquilo que há de essencial sobre o negócio, visando provocar o interesse dos

ouvintes e conquistar certa confiança. (AUGUSTO, 2016)

Para construir um pitch, o apresentador deve ter um discurso prático, objetivo e

claro, expondo seus diferencias em relação aos concorrentes. Esse método simplifica a

filtragem dos melhores candidatos para preencher determinada vaga de emprego.

Levando em conta também a diminuição do tempo comparado o que é utilizado durante

as entrevistas, a apresentação já busca o objetivo individual e interesse de quem participa,

conforme cita (Melo 2014):

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O pitch nada mais é do que uma apresentação curta de um produto. A grande

diferença é que ela adota uma metodologia para facilitar a comunicação e

entendimento entre quem tem algo a oferecer e as pessoas interessadas

(geralmente investidores ou compradores). Na maioria das vezes, o pitch é o

primeiro contato marcante, pode durar um pouco mais de 30 segundos (pith

elevator) ou até 15 minutos (em apresentações formais), e que o leva

posteriormente a novos patamares de negociação e entrosamento. (MELO,

2014)

Diferentemente do modo tradicional de entrevista, o pitch irá modificar o formato

de seleção facilitando que o candidato consiga agradar e convencer que está preparado

para ser contratado.

Esse modelo de apresentação não tem a obrigatoriedade de utilizar os três minutos,

o tempo será desenvolvido de acordo com a capacidade do grupo, priorizando e levando

em conta a individualidade de cada indivíduo como afirma (ALBANEZ, 2016):

Porém, a princípio, já digo que o pitch não precisa ter necessariamente três

minutos, pode ter mais ou menos, e isso vai depender da situação em que ele

surge. Mas três (minutos) pode ser uma boa média para transmitir uma ideia,

com dinamismo, ineditismo e ainda vender. (ALBANEZ, 2016)

A intenção da apresentação no modelo pitch é estimular a criatividade e a

desenvoltura durante o tempo utilizado. Pois como para muitos indivíduos será uma

participação inédita, e possivelmente existira uma grande dificuldade por parte dos

indivíduos ao realizar a apresentação.

2. METODOLOGIA

Como metodologia, adotou-se a pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo

descritiva, exploratória e qualitativa com o intuito conhecer a teoria e prática para filtrar

algumas informações sobre o tema.

Segundo Gil (2007), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material

já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. A principal

vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir o investigador a cobertura

de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar

diretamente.

A metodologia cientifica é a área que determina o modo e os métodos utilizados

para a elaboração de um trabalho científico, ou seja, ela irá mostrar todo o processo de

pesquisa, apresentando suas as técnicas, os instrumentos e os objetivos para um melhor

desempenho na realização do trabalho.

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Segundo ANDRADE (2009), o desenvolvimento de uma pesquisa de campo,

exige um planejamento geral e um plano específico para a coleta de dados, bem como

relatório escrito das várias etapas da pesquisa, incluindo os resultados obtidos.

Será realizada a pesquisa de campo através de uma apresentação sobre o formato

do modelo pitch, para que os alunos de um programa social de educação profissional de

jovens de baixa renda possam aprender sobre o processo, fazendo sua própria

apresentação pessoal, com o intuito de convencer o entrevistador que está apto a ingressar

no mercado de trabalho. Será aplicado um questionário no início da pesquisa e após a

apresentação. Será verificado, ao longo do projeto, a viabilidade desse processo, se houve

ou não a introdução dos participantes no mercado de trabalho.

3. RESULTADOS ESPERADOS

Com este projeto, espera-se identificar a viabilidade de um novo modelo de

processo de seleção, com o intuito de selecionar através das apresentações perfis

adequados as vagas.

Neste cenário, foi observado que um olhar mais atento para o processo de seleção

é um ponto significativo para o desenvolvimento e engajamento das empresas, visto que

todas as atividades dependem diretamente dos colaboradores. Portanto, assegurar a

satisfação dos colaboradores pode fazer com que eles produzam mais e muito melhor e

atrair novos talentos para a empresa.

Por isso, em continuidade do projeto, será aplicada uma pesquisa de campo para

verificar a viabilidade do método pitch, e apontar qual é a maior dificuldade em todo o

processo, procurando maneiras que ajudem a melhorar e torná-lo flexível para ser

utilizado por qualquer empresa.

REFERÊNCIAS

ALBANEZ, Juliana. Pitch: 3 minutos para comunicar e vender. Barueri: Novo Século, 2016.

Acesso em: 16 out. 2018. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=Q!Y

vDwAAQBAJ&printsec=frontcover&dq=pitch&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwiEltG0

geveAhUCxpAKHWWVDnwQ6AEIOjAC#v=onepage&q=pitch&f=false.

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração

de trabalhos na graduação. 9.ed. São Paulo: Atlas, 2009.

AUGUSTO, Bruno. 7 Passos Para Construir Seu Elevator Pitch.

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ACESSO em: 16 out. 2018. Disponível em: http://www.venatusconsultoria.com.br/201 6/09/7-

Passos-para-construir-seu-picth-pessoal/

CAXITO, Fabiano de Andrade. Recrutamento e seleção de pessoas. 2008

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: O novo papel de recursos humanos nas

organizações. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007.

LACOMBE Francisco José Masset. Recursos humanos: Princípios e Tendências. São

Paulo: Saraiva, 2005.

MELLO, Fabio Bandeira (2014) - Como elaborar um pitch fantástico?

Acesso em: 16 out. 2018. Disponível em: http:///www.administradores.com.br/artigos/

Carreira/como-elaborar-um-pitch-fantástico/81613/.

MILKOVICH, George T.; BOUDREAU, John W. Administração de recursos humanos. 5. ed.

São Paulo: Atlas, 2010.

PRODANOV, C. C. Manual de metodologia científica. 3. ed. Novo Hamburgo, RS:

Feevale, 2006.

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OS 3 M’S DO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO (MUDA, MURA E MURI

CONHECENDO E ELIMINANDO-OS)

CARLOS ROBERTO Q DE SOUZA

EVALDO PEREIRA DE PAULA JUNIOR

LEONIDAS MAGNO DE MORAIS

MILIANY OLIVEIRA DE ANDRADE

Resumo

Muda, Mura e Muri palavras de origem japonesa que traduzidas significam Desperdício

(Muda), Distribuição (Mura) e Sobrecarga (Muri), assim nomeado por Taiichi Ohno

(1988) criador do Sistema Toyota de Produção. Este artigo pretende apresentar

explicações e prevenções de como os desperdícios podem aparecer em uma linha de

produção gerando inúmeros problemas e afetando principalmente no valor do produto

final. A metodologia utilizada foi de pesquisa bibliográfica feita por meio de livros, web

site e artigos. A fundamentação teórica abrange características históricas de como foi

criado e qual o impacto causado caso empregando-as corretamente em uma empresa.

Espera-se ter informado satisfatoriamente sobre a relevância urgência dos conceitos

desenvolvidos pela empresa japonesa Toyota e foco na eliminação dos 3 M’s, de forma

abrangente em todos os setores fabris e focando na organização e padronização como

um todo.

Palavras-chave: Desperdício; Excesso; Sobrecarga.

Abstract

Muda, Mura and Muri Japanese words that translate mean Waste (Muda), Distribution

(Mura) and Overload (Muri), named after Taiichi Ohno (1988) creator of the Toyota

Production System. This article aims to present explanations and precautions of how

waste can appear in a production line generating numerous problems and mainly

affecting the value of the final product. The methodology used was bibliographic

research made through books, web site and articles. The theoretical rationale covers

historical features of how it was created and what impact it had if it was correctly

employed in a company. It is expected to have satisfactorily reported on the urgent

relevance of the concepts developed by the Japanese company Toyota and focus on

eliminating the 3 M's, comprehensively across all manufacturing sectors and focusing

on organization and standardization as a whole.

Keywords: Overproduction; Overload; Rework.

1. INTRODUÇÃO

Este artigo tem como propósito apresentar, nomear e erradicar os mais variados

tipos de desperdícios gerados em uma organização ou linha de produção. Conceito

relativamente simples, entretanto, se aplicado corretamente e com urgência, os ganhos

serão gigantescos, tanto para a empresa quanto para os trabalhadores em geral, assim

como, evitará a elevação de custos de produção e danos maiores.

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Em 1950, após a Segunda Guerra Mundial, o Japão passava por uma imensa crise

financeira, sem recursos e investimentos para produção em massa, situação que quase

levou a falência da Montadora Toyota. Mediante este quadro, os japoneses Eiji Toyota,

Taiichi Ohno, Shigeo Shingo e o professor americano Deming iniciaram estudos para

melhorias daquele cenário, com o propósito de criar medidas de melhoria no próprio

sistema de produção e assim salvar a indústria no país. Perante um mercado que visava

variedades e qualidade, Ohno estudou técnicas de como atender as exigências dos

clientes, mesmo com poucos recursos, comparado ao mercado norte americano.

Taiichi Ohno, nascido em 29 de fevereiro de 1912, em Dalian (China), foi o

principal responsável pela criação do Sistema Toyota de Produção e escritor do livro

"Sistema Toyota de Produção", de 1988. Livro criado com o intuito de compartilhar todas

suas experiências e inovações do sistema, utilizado para melhorias do setor industrial,

com propostas de eliminar desperdícios e produzir sem defeitos. Neste livro ele aborda

problemas gerados pela produção em massa e descreve como a Toyota o superou. O

sucesso do livro foi tão grande que, segundo a revista Time, a obra foi considerada um

dos vinte e cinto livros mais utilizados em gestão de negócios.

Este sistema só foi explorado por outras empresas após passarem pela crise do

petróleo em 1973, afetando governos, sociedades e empresas mundiais, onde mesmo em

meio à crise conseguiram manter o lucro maior que as demais empresas.

Mediante os resultados que a Toyota estava obtendo mesmo durante a crise, outras

empresas começaram a se interessar pelo Sistema criado por Ohno (1988), já que eles

estavam tendo resultados bem melhores que os seus.

Taiichi Ohno (1988, p.23)

Antes da crise do Petróleo, quando eu conversava com as pessoas sobre a

tecnologia de fabricação e o sistema de produção da Toyota, as pessoas

demonstraram pouco interesse pelo tema. Contudo, quando o rápido

crescimento parou, tornou-se bastante óbvio que uma empresa não poderia ter

lucratividade usando o sistema convencional de produção em massa americano

que havia funcionado tão bem por tanto tempo.

No Sistema Toyota de Produção era visado primeiramente o que o cliente queria

obter, como meio de produzir o correto, diminuindo estoques, evitando desperdícios e

melhorando os resultados.

Após estudos sobre o mercado americano, Taiichi Ohno (1988) percebeu que a

produção em massa, vista nos outros países, não seria um padrão buscado pelo Japão,

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pois sua ideia era produzir apenas o pedido feito pelo cliente, não gerar estoques e

aumentar as vendas da Toyota, visando economia e principalmente a qualidade.

Dentre os temas abordados por Ohno (1988) em seu livro, deu-se ênfase neste

trabalho ao Muda, Mura e Muri, conhecidos como os “3m’s da Toyota”, palavras em

japonês que significa desperdício, variação e sobrecarga, sendo elas responsáveis pelo

processo de identificação dos desperdícios que podem ser aplicadas em vários setores de

uma empresa.

Com o avanço da tecnologia e necessidade constante de melhorias nas

organizações, nosso trabalho tem por objetivo alertar sobre os três tipos de desperdícios

que devem ser excluídos das empresas, evitando gastos desnecessários, tempo ocioso e

sobrecarga de maquinários, inclusive a sobrecarga braçal dos funcionários.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O desperdício gerado em uma linha de produção, geralmente é ocasionado

por falta de conhecimento e técnicas. Para começar a entender sobre os 3M’s

primeiramente é preciso entender o que é Lean Manufacturing.

Figura 1 –Ilustração de Lean combatendo os 3M’s numa temática japonesa.

Fonte:http://www.barbararodeker.com/2016/01/03/muda-mura-y-muri-the-three-japanese-lean-fights-

with/

Lean Manufacturing ou produção enxuta, é a técnica produzida e utilizada no

Sistema Toyota de Produção para diminuir desperdícios, aumentando a qualidade e

produtividade. Criada na década de 1950, esta técnica foi responsável por deixar a

empresa Toyota como principal exemplo de produção enxuta no mundo.

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Esta técnica é utilizada mundialmente em vários ramos de atividades, visando

melhoria contínua, redução de custos, agilidade na produção, maior capacidade produtiva

e melhor ambiente de trabalho para os funcionários.

Segundo Ohno (1988)

Tudo o que estamos fazendo é olhar para a linha temporal que se inicia quando

o cliente nos faz encomendas até ao momento em que recebemos o dinheiro…

E estamos a reduzir esse tempo através da redução dos desperdícios que não

acrescentam valor.

Figura 2 – Charge Ex: Muda, Muri, Mura

Fonte: https://ideiasesquecidas.com/2015/05/30/muri-mura-muda/

2.1. Muda (Desperdício)

Quando as pessoas pensam em resíduos na fabricação, normalmente focam em

todo o material de sucata que é jogado fora ou por sorte reciclado, porém, muitas vezes

se esquecem de todas as outras ações que desperdiçam tempo, recursos e dinheiro.

Podemos dividir o Muda em dois grupos, o Tipo 1, desperdícios que não podem

ser eliminados, dando exemplo como atividade de inspeção em uma empresa. E o tipo 2,

desperdícios que podem ser eliminados, como por exemplo, retrabalho e movimentação

dos funcionários.

Ohno (1988) desenvolveu sete tipos de desperdícios, através do ponto de vista do

Lean Manufacturing, são eles:

2.1.1. Defeitos:

Muitas vezes causada por um cliente que não define correto o que quer do produto,

fazendo com que se fabrique algo inadequado para o uso, tendo que refazer o trabalho e

gastar mais tempo e mão de obra. Pode ser ocasionado também por falha de controle do

processo, mão de obra não qualificada ou fornecedores desqualificados.

Esses defeitos causam muitos danos, como desperdício de tempo, insatisfação do

cliente e uma visão negativa para empresa, fazendo com que diminuam sua credibilidade

e lucro.

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2.1.2. Excesso de Produção ou Superprodução

Causado por produzir mais do que o necessário ou produzir muito mais rápido que

o recomendado.

Este excesso é produzido por metas de produção, que muitas vezes são

desnecessárias, pois vão contra o Just Time, que visa produzir apenas o que foi pedido.

Tal erro pode ocasionar estoques de produtos, que com o passar do tempo podem não

serem vendidos e ocupar espaço que poderia ser utilizado para algo mais importante na

empresa.

2.1.3. Espera

Tempo ocioso de funcionários ou máquinas, responsáveis pelo desperdício de

tempo. Isso ocorre por atraso da matéria-prima, demora nas informações de como

executar o trabalho ou disponibilidade de outros recursos que fazem parte daquele

processo.

2.1.4. Transporte

Movimentos desnecessários de material, ferramentas ou equipamentos. Este

desperdício é gerado muitas vezes quando se entrega um material inadequado, algum

documento em local errado, no qual é causado desperdício de tempo e gasto a mais de

combustível, quando tais entregas são feitas por veículos.

2.1.5. Deslocamento

Movimento desnecessário dos trabalhadores, ocasionado por ambiente de

trabalho, estoque ou células desorganizadas, instruções de trabalho não padronizadas ou

não compreendidas, dentre outras atividades irregulares. Qualquer movimento de abaixar,

levantar, deslocar ou procurar peças e documentos são desperdícios que devem ser

removidos através de mudanças feitas na linha de produção, e assim ajudar na economia

do tempo.

2.1.6. Estoque

Produção em excesso, demora na entrega do produto ao consumidor, fabricação

de grandes lotes de produtos, desiquilíbrio na linha, ou até mesmo excesso de matéria-

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prima. Esses desperdícios são ocasionados por falta de organização nas compras e

fabricação, e acabam afetando espaços, podem danificar produtos armazenados por muito

tempo e até mesmo perda por validade ou defeitos.

2.1.7. Processamento Inapropriado

Ocorre quando se produz de maneira desnecessária e inapropriada algo que não

agrega valor ao produto, causando aumento de custo.

2.2. Mura (Variação)

Mura é um tipo de resíduo causado por irregularidades na produção e nos serviços.

Também é causado quando os padrões são inexistentes ou não são seguidos. Um exemplo

comum é quando as empresas aumentam a produção para atingir as metas, mesmo quando

não há demanda dos clientes. Isso força o departamento de vendas a se apressar para

tentar atender aos pedidos e cria um fardo à medida que o departamento de expedição se

apressa em enviar os produtos antes do final do mês.

O resultado? Os clientes recebem produtos ou serviços inconsistentes. A produção

se esforça para completar grandes encomendas e fica ocioso conforme as encomendas

diminuem. Ainda mais preocupante é que o Mura cria Muri (sobrecarga), que por sua vez

prejudica os esforços para eliminar os sete desperdícios de Muda.

2.3. Muri (Sobrecarga)

A terceira categoria de desperdício é o resultado de tarefas ou processos que são

excessivamente difíceis ou que sobrecarregam os trabalhadores. Na maior parte, causado

quando não há:

• treinamento adequado;

• padrões para seguir;

• ferramentas erradas para o trabalho.

Quando os trabalhadores não têm as ferramentas certas para o trabalho, por

exemplo, as tarefas se tornam muito mais difíceis, levando mais tempo e potencialmente

danificando o produto. Por exemplo, o trabalho de chapa metálica com o martelo e o

carrinho errado danificará o painel no qual você está trabalhando - triplicando o tempo

necessário para concluir a tarefa e exigindo que os produtos sejam retrabalhados.

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Da mesma maneira, usar sua caixa de entrada de e-mail para gerenciar as tarefas

que você precisa concluir torna-se as tarefas mais difíceis do que deveriam. Manter e-

mails para lembrá-lo de tarefas a serem concluídas faz com que centenas, se não milhares,

de e-mails se acumulem. Como resultado, leva muito tempo para encontrar informações

importantes e pode fazer com que você as ignore, possivelmente fazendo com que os

projetos fiquem atrasados ou fazendo com que outras pessoas parem de trabalhar

enquanto esperam por uma resposta.

Figura 3 -Esquemática dos 3 M's em uma máquina da linha de produção

Fonte: 3M's (www.lean.org consultado a 22-05-2015)

2.4. Como eliminar os 3Ms?

Patenate (2019) destaca que: “Um plano de ação eficaz para eliminar os 3

desperdícios serve para identificar os gargalos de produtividade e, dessa forma, otimizar

todo o funcionamento da empresa. ”

Normalmente, o Muda pode ser combatido por todos, mas para ser

definitivamente eliminado, precisa de interferências gerenciais, assim como o Mura e o

Muri.

Um ótimo primeiro passo é elaborar um balanço detalhado de todos os setores:

• processos e atividades desempenhadas;

• composição das equipes;

• distribuição das funções;

• descrição de todas as máquinas e equipamentos;

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• levantamento dos recursos materiais e financeiros.

Com essas informações, será mais fácil identificar as inconsistências que estão

encaminhando para as falhas. A busca pelos gargalos deve envolver uma profunda análise

de possibilidades e projeções de resultados, além, é claro, da reunião com as equipes para

uma perspectiva mais precisa dos problemas enfrentados.

A participação coletiva é fundamental, principalmente na avaliação das alterações

que serão implementadas após a etapa anterior. Com uma cultura de feedback, as

melhorias funcionarão realmente para eliminar os desperdícios. Assim, o negócio

crescerá em ritmo saudável e com muito mais estabilidade.

Silveira (2019), engenheiro elétrico com Pós-Graduação MBA em Gestão de

Projetos pela FVG (Fundação Getúlio Vargas) e certificação internacional em Gestão de

Projetos pelo PMI (Project Management Institute):

Os 3Ms (Muda, Mura e Muri) podem ser comparados, em uma analogia com

o corpo humano, como sendo três vírus mortais que combinados são capazes

de resultar desde em anormalidades na saúde da pessoa quanto a completa

falência da mesma. Na empresa este cenário não é diferente....

Deve-se sempre tratar com urgência a eliminação do muda, muda e muri em

uma organização, fazendo uma análise ampla desde o chão-de-fábrica até o

escritório administrativo, de forma a abranger a organização como um todo.

Os 3Ms não escolhem local ou empresa e podem ser observados em

organizações públicas ou privadas, pequenas, grandes ou médias. Estes vírus

“devoram” recursos em todos os níveis, a todo instante com duração de

minutos, dias, semanas e meses. É preciso desenvolver critérios e

principalmente uma cultura permanente nas organizações para que os 3Ms

sejam detectados e diagnosticados o quanto antes para que assim possam ser

remediados. Trabalho que deve ser constante e acontecer em todos os lugares,

nas pequenas células ou grupos de trabalho, de forma a evitar que se torne

difundida na organização que elevará os custos de produção e refletirá em

danos maiores para a empresa.

Exemplos de mura, muri e muda ocorrem todos os dias em todos os tipos de

empresas. Muitas sequer percebem esses fenômenos escondidos em processos mal

desenhados, frutos de sistemas de gestão ultrapassados.

É preciso desenvolver critérios e principalmente uma cultura permanente nas

organizações para que os 3M’s sejam detectados e diagnosticados o quanto antes para que

assim possam ser eliminados. Este trabalho deve ser constante e acontecer em todos os

lugares, nas pequenas células ou grupos de trabalho, de forma a evitar que se torne uma

epidemia na organização que elevará os custos de produção e refletirá em danos maiores

para a empresa.

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Figura 4 – Simples exemplo do dia-a-dia

Fonte: Disponível em: <https://theleanway.net/muda-mura-muri>. Acesso em:

2.5. Pesquisa de aplicação do conteúdo

Título: Aplicação do sistema Toyota de produção no processo de carregamento

das entregassem uma fábrica de cimentos.

Autores: Mario Vitor Bessa de Souza

Instituição: Universidade de Brasília, Faculdade de Tecnologia, Departamento

de Engenharia de Produção, 2016

No projeto em questão foram aplicadas ferramentas e técnicas de Lean

Manufacturing no processo de carregamento das entregas de uma Fábrica de

Cimentos do Grupo Votorantim. O resultado obtido foi uma evolução de

aproximadamente 12% no resultado do KPI que mede a produtividade do

processo. (SOUZA (2016)

É possível concluir que os objetivos do projeto foram alcançados. Uma vez que

os gargalos foram identificados através dos desperdícios encontrados na Fábrica (espera,

movimentação, transporte, superprodução e estoque); o MFV e os sete desperdícios

representam as ferramentas e métodos do Sistema Toyota de Produção; foram

apresentadas propostas de melhoria para o TMAC (nova política de estoques, novo

layout, utilização das travas do sistema SAP, realocação de um colaborador e alteração

do limite de veículos no interior da unidade); por fim, foi realizada uma análise das

melhorias. Um ponto importante a ser notado foi a mobilização de diferentes níveis

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hierárquicos dentro da companhia, principalmente dos gestores. Sendo assim, o

andamento do estudo foi positivamente afetado, fazendo com que diferentes opiniões, de

diversos setores, fossem consideradas. Como o projeto todo foi realizado em parceria com

os colaboradores e gestores da unidade, as propostas apresentadas já estão sendo aplicadas

no processo de carregamento e, nos primeiros meses, apresenta uma melhoria de

aproximadamente 12% no resultado do KPI TMAC. Existe uma grande dificuldade na

implementação de ferramentas de Produção Enxuta em grandes empresas e,

especialmente, para a empresa em estudo, por se tratar de uma empresa tradicional

familiar. Existem diversos pontos a serem melhorados para adoção de um sistema enxuto.

Observando resumidamente o artigo acima, vimos que a empresa citada melhorou

em 12% os resultados, aplicando o método de produção enxuta, que foca em reduzir

desperdícios, consultar os clientes e o mercado antes de fabricar os produtos, nivelar

tarefas executadas por máquinas e funcionários, de acordo com a capacidade limite, evitar

estoque parado, entre outros erros que a fábrica estava cometendo. Com a aplicação dos

métodos todos saíram ganhando, desde os proprietários, até os fornecedores.

2.6. Modo prático de como aplicar o conceito.

Nesta figura, a marcação do piso ajuda a manter a área organizada, e o

quadro de sombra ajuda os funcionários a identificar rapidamente onde as ferramentas

pertencem.

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Fonte: Disponível em: <https://www.kaizen.com/blog/post/2018/05/09/muda-mura-muri.html>. . Acesso

em:

O objetivo da fabricação Lean é encontrar e eliminar muda, mura e muri, a fim de

melhorar a qualidade, segurança e eficiência. Uma ferramenta Lean que pode ajudá-lo a

eliminar essas formas de desperdício é o sistema 5S. O 5S ajuda a organizar, limpar o

local de trabalho usando os cinco princípios “S”: organizar, definir em ordem, brilhar,

padronizar e sustentar.

Ordenar é o primeiro passo no 5S. Durante essa fase, você remove ferramentas,

suprimentos e equipamentos que não fazem parte do processo de trabalho. Isso desativa

o local de trabalho, liberando espaço que antes era mal utilizado.

Definir em ordem é o próximo passo, exigindo que você organize o local de

trabalho e tudo o que há nele para melhorar o fluxo de trabalho, com base em como o

trabalho é realmente feito.

“Shine” (brilho), o terceiro passo, exige que você limpe o local de trabalho e

restaure tudo à sua condição original. Isso facilita a identificação de defeitos de

equipamentos e produtos que, de outra forma, poderiam estar ocultos.

Padronizar, a quarta etapa, exige que você desenvolva regras que garantam que o

trabalho seja concluído de forma consistente e que o 5S seja aplicado de maneira uniforme

e regular.

Sustentar é o passo final do 5S. Isso requer que você trabalhe para garantir que o

5S se torne um hábito diário.

Figura 5 – Foto do exemplo citado acima.

Fonte: Disponível em: <https://www.kaizen.com/blog/post/2018/05/09/muda-mura-muri.html>. Acesso

em:

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3. METODOLOGIA

Com o intuito de fortalecer o objetivo foi abordada nesta proposta uma pesquisa

bibliográfica feita por meio de livro, web sites e artigos.

Sobre o Sistema Toyota de Produção há vários materiais bibliográficos

disponíveis, sendo assim, definimos abordar primeiramente o conceito histórico do

sistema criado por Ohno (1988) passando por suas motivações e objetivos chegando ao

foco do trabalho, o significado e conceitos práticos dos 3M’s. Nossa fundamentação

teórica, abordamos o Lean Manufacturing e seu propósito, ferramenta fundamental para

entender e introduzir o conceito dos 3M’s em uma linha de produção e como evitá-los.

E finalizando com uma pesquisa de aplicação do sistema Toyota no processo de

carregamento das entregas em uma fábrica de cimentos, citando os métodos e os

resultados alcançados.

4. RESULTADOS ESPERADOS

Com base nos dados apresentados, esperamos ter informado de forma clara e

satisfatória sobre a importância dos conceitos desenvolvido e implantada pela empresa

japonesa Toyota. Podemos afirmar que toda empresa deve ter como filosofia tratar com

urgência e foco a eliminação dos 3M’s, realizar ampla análise em todos os setores fabris,

do chão-de-fábrica até ao escritório administrativo, de forma a abranger a organização e

padronização como um todo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Anexos

Figura 6 –Simbologia 3M’s

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Fonte: Disponível em: <https://www.iebschool.com/blog/agile-3ms-mudas-muris-muras-agile-scrum/>.

Acesso em:

Figura – 7 – Simbologia dos 7 desperdícios do Muda

Fonte: Disponível em: <https://www.iebschool.com/blog/agile-3ms-mudas-muris-muras-agile-scrum/>.

Acesso em:

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OS DIFERENTES TIPOS DE PERSONALIDADE NO AMBIENTE

ORGANIZACIONAL INFLUENCIANDO O FATOR MOTIVACIONAL

CRISTIE ELLEN LOPES FERREIRA

LAIZA HELENA SILVA COSTA

MARCIA CRISTINA ANANIAS DA SILVA RUBEZ DE CASTRO

TALITA DA SILVA CORREA

VITORIA ALVARENGA DE OLIVEIRA

Resumo

Este artigo apresenta um estudo sobre diferentes tipos de personalidades e seus traços usando o

indicador de tipo Myers-Briggs e o modelo Big Five, mostrando a influência de cada

personalidade no ambiente organizacional e a teoria dos temperamentos, que possuem quatro

tipos: o melancólico, o colérico, o fleumático e, o sanguíneo. O objetivo deste trabalho é mostrar

os diferentes tipos de personalidade no ambiente organizacional, que podem influenciar o fator

motivacional e, identificou-se que há sete principais tipos de personalidades, dentre elas estão: o

automonitoramento, a autoestima, o maquiavelismo, o centro de controle, personalidades do Tipo

A e B e a proativa. A metodologia utilizada no artigo foi a fundamentação bibliográfica. Assim,

conclui-se que a identificação dos tipos de personalidades que existem no ambiente

organizacional, pode auxiliar gestores na condução assertiva dos seus colaboradores, podendo

aumentar o envolvimento e a motivação no ambiente organizacional, proporcionando melhor

desempenho e envolvimento de sua equipe.

Palavras-chave: Personalidade. Ambiente Organizacional. Temperamento. Motivação.

Abstract

This article presents a set on different personality types and their traits using the Myers-Briggs

type indicator and the Big Five Model, showing the influence of each personality in the

organizational environment and the theory of temperaments, that in dived on four types: the

melancholic, the choleric, the phlegmatic, and the sanguine one. The objective of this work was

to show the personality types in the organizational, that can influence the motivational factor,

identify it that there are seven main types of personalities, among them are: self-monitoring, self-

esteem, Machiavellianism, personalities of Type A and B and proactive. The methodology used

in the article was the bibliographic foundation. Thus, we conclude the identification of the types

of personalities that exist in the organizational environment, can assist managers in the assertive

conduct of their employees, can increase the involvement and motivation in the organizational

environment, providing better performance and involvement of their team.

Keywords: Personality. Organizational Environment. Temperament.Motivation.

INTRODUÇÃO

Toda organização, seja ela de pequeno ou grande porte, é constituída por

diferentes tipos de pessoas, cada qual com suas características, modo de agir e pensar,

comunicar e se relacionar. Há diferentes tipos de personalidade que moldam o

comportamento do indivíduo e muitos conflitos são gerados por não haver essa

compreensão de como lidar com os diferentes tipos de características que cada pessoa

possui. A metodologia utilizada no artigo foi a pesquisa bibliográfica, buscando subsidiar

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os conceitos tratados neste trabalho. Com isso, foi importante entender cada uma dessas

personalidades e temperamentos, para melhor compreender o comportamento das pessoas

dentro do ambiente organizacional. Assim, é essencial apresentar para as empresas, como

cada tipo de personalidade influencia tanto na vida social de seus colaboradores, quanto

no ambiente de trabalho, podendo o gestor trabalhar de forma mais eficaz na gestão de

conflitos e aumentar o envolvimento e a motivação de seus colaboradores dentro do

ambiente organizacional. Levando-se em consideração esses aspectos, o objetivo deste

trabalho foi mostrar os diferentes tipos de personalidade no ambiente organizacional

influenciando o fator motivacional. Dessa forma, espera-se contribuir com as mesmas,

mostrando como lidar com cada tipo de personalidade e identificar a existência dessas

personalidades dentro da organização.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. Comportamento Organizacional

Segundo Chiavenato (2014, p. 8), o comportamento organizacional (CO), é o

estudo de pessoas e equipes atuando em organizações, que se encontram em um ambiente

dinâmico, mutável e competitivo; trata-se da influência que grupos e indivíduos causam

dentro do ambiente empresarial e, vice-versa, com a influência das organizações sobre

pessoas e grupos. Ou seja, o comportamento organizacional retrata a influência que as

organizações causam no seu ambiente interno e externo e nas pessoas. Abrange a área do

conhecimento para todos que necessitam lidar com organizações, principalmente liderar,

trabalhar e realizar nelas um trabalho de qualidade e com excelência. É uma disciplina

acadêmica que retrata o comportamento humano dentro de organizações. Diz- se,

comportamento organizacional, mas na verdade, não são as organizações que se

comportam de tal maneira e sim as pessoas que se comportam nas organizações, o mais

correto seria chamar, comportamento humano nas organizações.

1.2. Pessoas certas no cargo

Para que uma organização consiga um bom resultado e obtenha crescimento, ela

precisa de colaboradores adequados para cada cargo e função e, para isso, é necessário

recrutar e selecionar primeiramente pessoas com o perfil do cargo que irá exercer. Todo

ser humano é diferente um do outro e cada qual com uma característica diferente. Diante

disso, é importante selecionar pessoas certas para o cargo certo, afim, de trazer bons

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resultados para a empresa. Chiavenato (2010, p.133) diz que, “se não houvesse as

diferenças individuais e se todas as pessoas fossem iguais e reunissem as mesmas

condições individuais para aprender e trabalhar, a seleção de pessoas seria totalmente

desnecessária”.

Em suma, a variabilidade humana é grande, todos possuem características

individuais diferentes umas das outras, seja física, como o peso, a força, a estatura etc.,

como também, as psicológicas, sendo elas, as habilidades, os temperamentos, a

inteligência e o caráter, por exemplo. Levando em consideração todos esses aspectos,

quando uma pessoa é mal selecionada e colocada em um cargo que não possui o perfil,

pode ser que o seu rendimento não seja tão satisfatório como a de uma pessoa que possui

esse perfil, além de, como consequência a desmotivação por não conseguir desempenhar

bem a função que a foi atribuída. Por esse motivo, o gestor, juntamente com o RH

(Recursos Humanos), precisa recrutar e selecionar de forma estratégica, pessoas com

características que se adequam ao perfil do cargo. E, para auxiliá-los na tomada de

decisão, há softwares que fazem análise do perfil comportamental, como por exemplo, o

CIS Assessment, que é um software de análise de perfil comportamental com base na

Teoria DISC, onde, fornece uma série de informações relacionadas ao perfil do indivíduo,

tais como: lidar com problemas e desafios, estilo de liderança, tomada de decisão,

relacionamento com as pessoas e como as influencia, melhor área de atuação, dentre

outras.

1.3. A influência do Marketing Pessoal no ambiente organizacional

Segundo Ciletti (2011), há diversidade no mercado de trabalho, onde, temos

percepções sobre diferentes grupos de pessoas,

Embora suas impressões possam ser verdadeiras para uma pessoa, ou mesmo

para muitas pessoas, em determinado grupo, elas não são exatas para a

totalidade do grupo e conduzem a falsas suposições. Você deve tentar deixar

de lado suas noções preconcebidas e ver cada pessoa como única. (CILETTI,

2011, p.219)

Dentro do ambiente organizacional, é imprescindível que cada indivíduo deixe de

lado conceitos pré-estabelecidos sobre pessoas ou grupos, pois, muitos conflitos são

gerados por esse falso conceito que a pessoa tem, pela falta de conhecimento sobre os

mesmos. Neste sentido, é preciso considerar qual é a comunicação mais adequada que as

pessoas devem ter com indivíduos de diferentes culturas. Ciletti (2011, p.265) diz que, “o

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primeiro passo na comunicação efetiva com pessoas de diferentes culturas é pensar sobre

os valores dos grupos culturais e estabelecer se eles se aplicam a seus colegas de

trabalho”.

1.4. Teoria dos temperamentos

Bernardello (2006) define,

A teoria dos quatros temperamentos pode ser rastreada até a teoria dos quatro

humores, defendida pelo Grego Hipócrates, segundo a qual existem quatro

fluidos corporais básicos: sangue, fleuma, bile amarela e bile negra. Os gregos

afirmavam que a predominância de um ou mais destes fluidos determina o tipo

de humor ou temperamento de cada indivíduo. Assim, o sangue, como o

próprio nome já diz, estaria ligado ao humor do tipo sanguíneo; a fleuma,

associada à linfa e aos mucos que circulam no corpo, ao humor fleumático; a

bile amarela ao humor colérico, e a bile negra (ou escura) ao humor

melancólico. O médico grego Galeno, em seu tratado, Pericraison, de

temperamentis, formulou tão bem essa teoria que ela permaneceu como a

grande obra de referência sobre o assunto durante séculos. Galeno foi o

primeiro a chamar os humores de “temperamentos”, mas manteve a

classificação de: colérico, fleumático, melancólico e sanguíneo.

(BERNARDDELLO, 2006, p. 5)

Ainda segundo Bernardello (2006), a teoria dos temperamentos originou-se dos

mitos e práticas da antiguidade, evoluindo a partir da teoria dos quatros humores de

Hipócrates, percorrendo pelo grego Galeno, surgindo então, as teorias de personalidade

de Myer-Briggs, David Keirsey, Jung, onde é usada até hoje na psicologia, dentre outros.

É importante que as pessoas tenham conhecimento sobre a existência desses

temperamentos, para que assim, identificando qual temperamento tem maior

predominância em sua maneira de ser e agir, permitirá que elas possuam um

autoconhecimento de si mesmas, e, conhecendo esses temperamentos, saberão melhor

lidar com as pessoas em sua volta.

1.4.1. Temperamento colérico

Os indivíduos que possuem esse temperamento têm como características a

ambição, eles sempre buscam algo maior, crescer no mundo dos negócios, possuem

espírito de liderança, lutam pelos seus objetivos, não desistem fácil e possuem força de

vontade ao enfrentar os obstáculos.

Dentre as características que o colérico possui, há também nele pontos fracos.

Entre eles estão: o autoritarismo, onde a pessoa com esse temperamento sempre quer estar

no poder e, para isso ela não mede esforços para exercer sua autoridade perante seus

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subordinados, podendo até mesmo passar por cima de pessoas e agindo com má conduta

ética. Também, esse indivíduo pode ser imprudente muitas vezes, pois pelo fato dele

querer conquistar seus objetivos a qualquer custo, também por sua ansiedade, acaba

deixando o bom senso de lado. E, por fim, o orgulho e a teimosia, que segundo

Bernardello (2006, p.17), “em busca pela perfeição e realização em todos os campos de

sua vida, o colérico torna-se obstinado e tem dificuldade de voltar atrás, mesmo quando

fica claro que está errado”.

1.4.2. Temperamento sanguíneo

Bernardello (2006, p.18) vai dizer que “uma das características mais marcantes

do sanguíneo é o otimismo e a grande confiança que tem em si mesmo, o que o faz correr

riscos sem planejar”. Os indivíduos que possuem esse temperamento costumam participar

com entusiasmo em novas coisas, porém, muitas vezes não conseguem concluir aquilo

que começam. São pessoas que estão sempre alegres e acabam contagiando os que estão

em sua volta. Agem mais com o coração do que com a razão, sabem se comunicar, são

bons oradores e, ainda segundo Bernardello (2006), “no campo profissional, os

sanguíneos gostam de trabalhos que valorizem contatos pessoais e a interação social”.

1.4.3. Temperamento melancólico

Indivíduos que possuem esse tipo de temperamento, são considerados

introvertidos, reservados e, muitas vezes podem apresentar timidez. Bernardello (2006)

diz que,

[...] ele também é um excelente planejador e costuma organizar sua vida no âmbito

mental, antes de colocar suas ideias em prática. Assim, os melancólicos são excelentes

estrategistas e consultores, porque ponderam tudo antes de agir e dão valor aos pequenos

detalhes que podem fazer a diferença. (BERNARDELLO, 2006, p.22)

Dentro do ambiente organizacional, o melancólico pode contribuir muito com a

empresa, pois, esse indivíduo gosta sempre de estar analisando as situações, é prudente e

nunca irá tomar uma atitude sem pensar nas possíveis consequências que possam

prejudicar o bom andamento do trabalho. É detalhista, criativo, fala pouco, mas é preciso

no que fala.

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1.4.4. Temperamento fleumático

O fleumático é um tipo de pessoa bem equilibrada, sabe ponderar as coisas, não

costuma demostrar seus sentimentos, é calmo, regrado, ótimo reconciliador, possui um

fino gosto pelas coisas, mas também é indeciso, descompromissado, não se envolve com

nada e deixa tudo para amanhã.

Para Bernardello (2006),

Por sua natureza conciliadora e flexível, o fleumático, em geral, costuma ficar

em cima do muro. Se o assunto não lhe diz respeito diretamente, ele prefere se

calar, o que o prejudica no médio e longo prazo, principalmente em sua vida

profissional, pois seu silêncio pode ser visto como falta de iniciativa.

(BERNARDELLO, 2006, p.27)

O silêncio e a passividade do fleumático segundo a autora, não tem a intenção de

ser algo ofensivo. Pois, esse indivíduo sempre busca evitar problemas e desentendimentos

que podem ocorrer com as pessoas em sua volta.

1.5. Personalidade

Ao descrevermos o que seria personalidade, temos que deixar de lado aquela

antiga ideia de que ela é somente o jeito de uma pessoa agir diante das situações.

Personalidade “[...] refere-se a um conceito dinâmico que descreve o crescimento

e o desenvolvimento de todo o sistema psicológico de um indivíduo.” (ROBBINS 2005

p.78), ou seja, ela analisa o todo, seria como uma soma de qualidades, maneiras de reagir

e interagir, comportamento, pensamentos, os traços mensuráveis que uma pessoa

expressa.

1.5.1. Determinantes da personalidade

O que determina a personalidade de alguém é algo dificultoso de garantir. Uns

dizem que o fator determinante é a hereditariedade, outros o ambiente em que se encontra,

e recentemente surgiram os que dizem que ela é determinada pelo fator situação. De fato,

“a personalidade de um indivíduo adulto é considerada, de maneira geral, como resultado

de fatores ambientais e hereditários, moderados pelas condições situacionais.”

(ROBBINS 2005 p.78).

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1.5.2. Hereditariedade

De acordo com Robbins (2005 p.78) “A hereditariedade se refere a todos os

fatores determinados na concepção.” São detalhes como estatura, beleza, temperamento

adquiridos dos pais por seus perfis biológicos, físicos e psicológicos. Na abordagem da

hereditariedade é perceptível que “[...] a personalidade de um indivíduo está na estrutura

molecular de seus genes [...]” (ROBBINS 2005 p.78)

Há três fundamentos que destacam a hereditaried ade como um importante

fator na determinação da personalidade de alguém:

O primeiro deles estuda os fundamentos genéticos do comportamento e

temperamentos humanos entre crianças pequenas. O segundo estuda irmãos

gêmeos separados no nascimento. O terceiro, a coerência na satisfação com o

trabalho no decorrer do tempo e em diferentes situações. (ROBBINS 2005

p.78)

Os três fundamentos alcançaram resultados positivos. No primeiro foi constatado

que alguns traços como timidez, medo e angústia geralmente são determinados pela

herança dos pais da mesma forma que a estatura ou a beleza. No segundo, os resultados

indicaram que mesmo afastados, os gêmeos possuíam muitas coisas em comum, segundo

Robbins (2005 p.79) “os pesquisadores descobriram que a genética é responsável por

cerca de 50 por cento das variações de personalidade e por mais de 30 por cento da

variação dos interesses ocupacionais e de lazer. ” E no terceiro, descobriu-se que a

satisfação é algo próprio do indivíduo sem relação alguma com o ambiente externo.

Seguindo essa linha, se as características da personalidade estivessem ligadas

exclusivamente a hereditariedade, seria definida no nascimento e nada poderia mudá-las.

Mas elas não são delimitadas a hereditariedade.

1.5.3. Ambiente

A cultura na qual estamos, a infância que tivemos, os princípios de nossa família

e a convivência com nossos amigos são algumas das influências que a vida nos apresenta.

Conforme diz Robbins (2005 p.79) “o ambiente ao qual estamos expostos tem um papel

importante na formação de nossa personalidade.”.

“A hereditariedade determina os parâmetros ou limites, mas o potencial total de

um indivíduo será determinado pelo seu ajuste às demandas e exigências do ambiente”.

(ROBBINS 2005 p.79). Tem-se então como conclusão, que tanto a hereditariedade como

o ambiente são determinantes primários da personalidade igualmente importantes.

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1.5.4 Situação

O fator situação intervém na hereditariedade e no ambiente.

“A personalidade de uma pessoa, embora coerente e estável de maneira geral,

pode mudar em determinadas situações. ” (ROBBINS, 2005 p.79). Ou seja, independente

de quão seguro de sua personalidade você é, em algumas situações podemos nos

surpreender com aspectos de nossa personalidade que não imaginávamos que existissem.

1.5.5. Traços de personalidade

Robbins (2005, p. 80) afirma que os primeiros estudos relacionados a área de

estrutura da personalidade, tiveram como objetivo identificar e classificar características

persistentes que pudessem descrever o comportamento das pessoas. Timidez,

agressividade, submissão, preguiça, ambição, lealdade e acanhamento são características

que podem ser grandemente difundidas em diversas situações, chamadas de traços de

personalidade. E quanto maior o número de ocorrências com essas características, maior

a importância para a descrição do indivíduo.

Antigamente, acreditava-se que os traços de personalidades podiam auxiliar na

seleção de funcionários, visando a adequação das pessoas ao trabalho e direcionando a

adaptação a um tipo específico de tarefa, podendo ser usado para o melhor desempenho

dos funcionários dentro da empresa.

Há duas abordagens dominantes para a identificação e classificação dos traços de

personalidades, chamadas Tipos Myers-Briggs e o Modelo Big Five.

1.5.5.1. O indicador de tipos Myers-Briggs

De acordo com Robbins (2005, p.80), o indicador de tipos Myers-Briggs (Myers-

Briggs Type Indicator, em inglês, também conhecido pela sigla MBTI), é uns dos

modelos mais utilizados pela tipologia de personalidade, sendo este, um teste contendo

cem questões para que as pessoas respondam como agem ou se sentem em determinadas

situações.

A partir das respostas dadas, elas são classificadas como extrovertidas ou

introvertidas (E ou I), de bom-senso ou intuitivas (S ou N, segundo as letras dos termos

em inglês), racionais ou emocionais (T ou F) e perceptivas ou julgadoras (P ou J). Estes

termos são definidos da seguinte maneira:

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E ou I: Extrovertidos versus Introvertidas. As pessoas extrovertidas são aquelas

que possuem uma boa comunicação com todos, alegre, divertida, sociável. Já as

introvertidas são quietas e tímidas.

S ou N: Bom senso versus Intuitivos. Os indivíduos do tipo bom senso são os

práticos, detalhistas, organizados, que preferem a rotina. Os intuitivos possuem uma visão

ampliada, criativa, com a capacidade de observação.

T ou F: Racionais versus Emocionais. Os tipos racionais possuem um rápido

raciocínio, facilidade de distinguir as coisas e solução de problemas. Já os emocionais

usam seus valores pessoais e suas emoções.

P ou J: Perceptivos versus Julgadores. Os indivíduos perceptivos são flexíveis,

espontâneos e com habilidades de perceber e compreender facilmente. Os tipos

julgadores gostam de estar no controle e preferem seu mundo organizado e estruturado

da maneira que achar correto.

Ainda segundo Robbins (2005, p.80), há 16 combinações com esses tipos de

personalidades. Como exemplo, os do tipo INTJ são os visionários, que possuem mentes

originais, tomam iniciativa e acreditam em suas ideias. São caracterizados como céticos,

críticos, teimosos, independentes e determinados. Os do tipo ESTJ são os organizados,

realistas e decisivos. Possuem habilidades em dirigir e organizar atividades. O tipo ENTP

é o conceitualista e uma pessoa inovadora, porém, individualista, atraído por ideias novas

e que não aprecia tarefas rotineiras.

1.5.5.2 Modelo Big Five

Robbins (2005, p.81) diz que “nos anos recentes, um número considerável de

pesquisas indica que cinco dimensões básicas dão a base para todas as outras e englobam

as variações mais significativas na personalidade humana”. Os cinco fatores são:

1º Extroversão: Diz respeito ao bom relacionamento do indivíduo com o

próximo, costumam ser divertidos, sociáveis e afirmativos. Os introvertidos são aqueles

que apresentam características de comportamento tímido, quietos e reservados.

2º Amabilidade: São pessoas simpáticas, receptivas e confiantes. As pessoas com

baixa pontuação nessa dimensão são mais frias e desagradáveis.

3º Consciência: São indivíduos que apresentam características confiáveis,

organizada e persistente. Já os opostos são aqueles que apresentam facilidade em

distração, mal organizadas e pouco confiáveis.

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4º Estabilidade emocional: São pessoas com a habilidade de administrar suas

emoções. As estabilidades positivas geralmente são calmas, autoconfiantes, seguras. Já

as negativas, são ansiosas, nervosos e inseguros.

5º Abertura para experiências: A última dimensão se trata de pessoas sempre

dispostas a inovações. São criativas e curiosas. Na outra ponta desta dimensão tendem a

ser convencionais e se dão bem com o que lhe é familiar.

Segundo Robbins (2005, p. 82), a pesquisa realizada sobre estas cinco dimensões

retratou importantes relações entre elas e o desempenho no trabalho. Os resultados

mostraram que a consciência foi um previsor de desempenho de todos os grupos

ocupacionais. Logicamente com essas descobertas, as evidências também apontam para

uma relação relativamente forte entre a consciência e o comportamento de cidadania

organizacional. Para as demais dimensões da personalidade, a previsibilidade depende

tanto do critério de desempenho como do grupo ocupacional, envolvendo muita interação

social.

1.5.6. Os tipos de personalidade e a influência no ambiente organizacional

No ambiente organizacional é preciso saber lidar com vários tipos de

personalidades. Robbins (2005, p.82) diz que há “alguns atributos específicos de

personalidade que são vistos como poderosos indicadores do comportamento nas

organizações”, ou seja, dentro das personalidades existe alguns atributos que influenciam

o comportamento das pessoas dentro da empresa. Robbins (2005, p.82) acrescenta que há

7 principais a serem citados, “O primeiro se refere onde uma pessoa acredita estar o centro

de controle de sua vida e, os outros são o maquiavelismo, a autoestima, o

automonitoramento, a propensão para correr riscos e as personalidades do Tipo A e B, e

as proativas”. Assim, é preciso compreender cada um deles.

1.5.6.1 Centro de controle

Robbins (2005, p.82) mostra que há dois tipos de centro de controle, os internos e

os externos. O autor distingue os internos e os externos como, “[...] aquele que acredita

controlar o próprio destino, foi denominado como interno, enquanto o outro tipo, que

acredita que sua vida é controlada por fatores alheios à sua vontade, é chamado de

externo”. Os do grupo interno, são pessoas que controlam mais suas ações dentro do

ambiente organizacional, são pessoas que tem mais proatividade e costumam tomar mais

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decisões no ambiente de trabalho, enquanto as externas funcionam melhor seguindo

ordens e as regras dentro do mesmo, como afirma Robbins (2005).

1.5.6.2. Maquiavélico

Pessoas que possuem alto nível maquiavélico, são mais manipuladores e tem

menos probabilidade de serem persuadidas do que os indivíduos que possuem menor

nível maquiavélico. Robbins (2005, p. 83) afirma, “As personalidades altamente

maquiavélicas manipulam mais, vencem mais e são menos persuadidas, mas persuadem

mais do que aqueles indivíduos de pouco maquiavelismo”. Robbins ainda acrescenta

dizendo que eles conseguem interagir melhor pessoalmente do que indiretamente, assim,

dando espaço para ter um envolvimento emocional e conseguindo improvisar para

conseguir convencer as pessoas pouco maquiavélicas. Entretanto, para Robbins (2005),

[...]os indivíduos altamente maquiavélicos são bons funcionários? A resposta

depende do tipo de trabalho e se as implicações éticas serão consideradas na

avaliação do desempenho. Em trabalhos que requerem habilidades de barganha

(como nas vendas negociações trabalhistas) ou que oferecem recompensas

significativas pelo sucesso (como vendas comissionadas), os indivíduos

altamente maquiavélicos serão produtivos. Mas se os fins não justificarem os

meios, se houver padrões absolutos de comportamento [...], fica difícil prever

o desempenho desses indivíduos. (ROBBINS, 2005, p.83)

Em suma, pessoas altamente maquiavélicas acabam tendo um melhor

desempenho em trabalhos que elas possam usar a habilidade de se comunicar, do que em

trabalhos que acabam possuindo padrões de comportamento pré-estabelecidos.

1.5.6.3. Autoestima

A autoestima para grande parte das pessoas pode estar apenas relacionada a

imagem pessoal. Porém, ela influencia em muitas áreas, inclusive no ambiente de

trabalho. Robbins (2005, p. 83) defende que, “[...] a autoestima tenha uma relação com a

satisfação no trabalho. Diversos estudos confirmam que as pessoas com autoestima

elevada estão mais satisfeitas com seu trabalho do que as que tem baixa autoestima. ” A

satisfação ou insatisfação dentro do ambiente de trabalho acabam influindo na autoestima

do indivíduo, o que provavelmente vai influenciar no seu desempenho dentro da

organização.

Para Robbins (2005, p.83), “[...]indivíduos com baixa autoestima são mais

vulneráveis às influências externas. ” Ou seja, elas ficam a par da aceitação e dependentes

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da análise positiva de outros indivíduos, assim, acabam tendo uma menor chance de

assumir uma posição diferente como os indivíduos com uma autoestima elevada.

Em suma, Robbins (2005) afirma,

[...] a autoestima está diretamente relacionada às expectativas de sucesso. Os

indivíduos com autoestima elevada acreditam possuir a capacitação de que

necessitam para ter sucesso no trabalho. Eles também aceitam correr mais

riscos na seleção de suas tarefas e tem maior probabilidade do que os

indivíduos com baixa autoestima de escolher serviços poucos convencionais.

(ROBBINS, 2005, p. 83)

Contudo, pessoas com autoestima elevada tem mais propensão a correr riscos

dentro de uma empresa, do que indivíduos que possuem uma autoestima baixa, podendo

assim influenciar no ambiente de trabalho.

1.5.6.4 Automonitoramento

De acordo com Robbins (2010, p.83), o automonitoramento se refere à

“capacidade do indivíduo para ajustar seu comportamento a fatores externos

situacionais”. Ou seja, a pessoa que possui um bom automonitoramento apresenta

diferentes comportamentos de acordo com as situações e, costumam observar os

comportamentos de outras pessoas e se adequam com mais facilidade. Pessoas com baixo

automonitoramento, tem dificuldade de se adaptar às situações, pois, costumam ter o

mesmo tipo de comportamento em todo lugar. Geralmente, indivíduos com alta

capacidade de automonitoramento tendem a ser bons líderes, desempenhando bem suas

funções e conforme as situações, demonstram competência em lidar com diferentes tipos

de públicos.

1.5.6.4. Personalidade Tipo A

O indivíduo que apresenta personalidade do tipo A, tem como característica

buscar sempre de forma crescente, resultados e objetivos para a obtenção de determinadas

coisas em um curto período. Segundo Robbins (2005, p.84), essas pessoas em seu

trabalho, estão sempre preocupadas na quantidade que estão produzindo e não na

qualidade do produto, pois, para elas, o mais importante é produzir cada vez mais e em

prazos cada vez menores. São pessoas que estão sempre em movimento, agitadas, fazem

mais de uma coisa ao mesmo tempo e não suportam ficar paradas, sem fazer nada.

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1.5.6.5. Personalidade Tipo B

Pessoas que possuem essa personalidade, diferentemente do tipo A, são mais

tranquilas, não são acompanhadas por um sentimento de urgência e impaciência, não

sentem pressionadas para obtenção de resultados rápidos em curto prazo, conseguem

relaxar durante seu trabalho sem se sentirem culpadas e, não se preocupam em expor suas

conquistas e realizações para outras pessoas, desde que não seja preciso. Para Feola

(2015), as pessoas com esse tipo de personalidade “tendem a colocar menos pressão sobre

si, levando uma vida com menores níveis de stress. Ainda que tenham ambições, o fato

de não conseguirem realizá-las não lhes acarreta uma grande derrota”.

1.5.6.6. Personalidade proativa

Pessoas proativas possuem iniciativa para a realização de atividades, agem e

identificam oportunidades futuras que possam ocorrer. Esses indivíduos são vistos como

bons líderes, que podem contribuir para um bom desempenho de uma empresa, pois, não

desistem fácil perante um desafio e sim, persistem até o fim para a obtenção dos

resultados esperados pela mesma e, cuidam do planejamento de sua carreira.

1.6. Fatores motivacionais no ambiente de trabalho

1.6.1. Conceito de motivação

Quando falamos de motivação, devemos estar conscientes de que ela não se

conquista de uma forma fixa e única. Segundo Robbins, “o nível dela varia tanto entre os

indivíduos, quanto em apenas um único individuo em diferentes momentos”. Portanto, ao

analisarmos a motivação devemos também analisar o indivíduo e então, a forma de

conquistá-lo será eficiente.

Podemos então definir a motivação de acordo com Robbins (2010, p.196) como

“processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa

para alcançar determinado objetivo”.

No ambiente organizacional, Robbins (2010, p.197) interpreta esses três

componentes da seguinte forma: a intensidade, que se refere a quanto esforço a pessoa

despende, que no caso é o primeiro elemento que identificamos ao falar de motivação.

No entanto, uma alta intensidade não significa resultados positivos de desempenho

profissional, a não ser que haja uma convergência para uma direção favorável a

organização. Sendo assim, é necessário cogitar qualidade do esforço e a intensidade, a

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fim de buscar uma direção que harmonize com os objetivos da empresa e do funcionário.

Por fim, a persistência que se refere a medida de quanto tempo a pessoa consegue manter

seu esforço. Indivíduos que são motivados da maneira correta, irão se conservar na sua

função até que atinjam seus objetivos.

1.6.2. Teoria de Maslow

Segundo Robbins (2010, p.197), uma das teorias mais conhecidas sobre

motivação é a hierarquia de necessidades, de Abraham Maslow, onde, segundo o autor,

“dentro de cada ser humano existe uma hierarquia de cinco categorias de necessidades”,

que são: fisiológica, que envolve a fome, sede, abrigo, sexo e outras necessidades

corporais; segurança, que inclui segurança e proteção contra danos físicos e emocionais;

social, sendo a afeição, aceitação, amizade e o sentimento de pertencer a um grupo;

estima, que compõe-se fatores internos de estima, incluindo respeito próprio, realização

e autoestima e fatores externos, como status, reconhecimento e atenção e, por fim,

autorrealização, força de se tornar tudo aquilo que se é capaz de ser. Inclui crescimento,

alcance do próprio potencial e autodesenvolvimento.

Apesar de, mesmo que todas essas necessidades citadas anteriormente não sejam

supridas por completo, o indivíduo sempre que conseguir satisfazer uma de suas

necessidades, sempre tentará buscar satisfazer as demais necessidades, assim,

sucessivamente. É importante que a empresa sempre fique atenta e se preocupe com seus

colaboradores, no sentindo de, se essas necessidades estão sendo supridas, pois, um dos

fatores que desmotivam os funcionários é justamente a ausência delas.

1.6.3. Teoria de Elton Mayo

1.6.3.1. Grupos informais

Toda organização possui grupos informais, Chiavenato (2014, p.109) diz que, “os

grupos informais constituem a organização humana da empresa, muitas vezes em

contraposição à organização formal estabelecida pela direção”. Os grupos informais são

grupos de colaboradores que se formam dentro das organizações e que muitas vezes vão

de contrapartida com as formas definidas pela empresa. Ainda segundo Chiavenato

(2014, p.109), “os grupos informais definem suas regras de comportamento, formas de

recompensas ou sanções sociais, objetivos, escala de valores sociais, crenças que cada

participante vai assimilando e integrando em suas atitudes e comportamento”. As regras

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determinadas pelo grupo vão influenciar no comportamento do indivíduo no ambiente

organizacional, seja em suas atitudes ou na forma de execução do trabalho, para que

melhor se assimile na forma de agir do grupo.

1.6.3.2. Relações Humanas

Para que se entenda a interação social, de acordo com Chiavenato (2014), é preciso

estudar sobre as relações humanas. Dentro do ambiente organizacional, cada pessoa

possui um tipo diferente de personalidade que influencia no seu comportamento

organizacional. Apesar dessas diferentes personalidades, o colaborador ao se inserir em

um grupo informal, ele tenta se moldar aos comportamentos dos demais indivíduos do

grupo, como mostra Chiavenato (2014, p.109), “as pessoas procuram ajustar-se às demais

pessoas e grupos: querem ser compreendidas, aceitas e participar, no intuito de atender a

seus interesses e aspirações. ” O comportamento do indivíduo acaba mudando e se

modificando devido as normas e regras do grupo em que se está inserido. Portanto, é

necessário que o gestor compreenda as relações humanas como algo necessário para a

criação de uma atmosfera em que o colaborador se sinta confortável e motivado a

produzir, afirma o autor.

1.6.3.3. Teoria das relações humanas

O comportamento dos indivíduos é influenciado pelo grupo de trabalho que ele

convive. Conforme Chiavenato (2014, p.108), “Os trabalhadores não agem ou reagem

isoladamente como indivíduos, mas como membros de grupos. A qualquer desvio das

normas grupais, o trabalhador sofre punições sociais ou morais dos colegas, no intuito de

se ajustar aos padrões do grupo”. O colaborador tende a trabalhar de acordo com as

normas e padrões sociais estabelecidos pelo grupo de trabalho, pois se ele não seguir

determinado padrão ele poderá sofrer alguma punição do grupo e assim se sentirá

desmotivado a produzir.

Contudo, os grupos informais dentro da empresa não influenciam apenas no

comportamento organizacional do colaborador, mas também influenciam na forma de

execução do trabalho.

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2. METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho foi utilizado à pesquisa bibliográfica. Será uma

pesquisa bibliográfica elaborada a partir da seleção da literatura existente sobre o assunto.

Segundo Gil (1996), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material

já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos, podendo ser

também publicações periódicas (jornais e revistas). Serão pesquisados artigos científicos

e livros que, de alguma forma, estão ligados ao tema.

Segundo Marconi e Lakatos (1991), a pesquisa de campo é utilizada com o

objetivo de conseguir informações e ou conhecimentos acerca de um problema, para o

qual se procura uma resposta que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos

fenômenos ou as relações entre eles. Marconi e Lakatos (1991) ainda dizem que, a

pesquisa de campo consiste na observação de fatos, fenômenos, tal como ocorrem

espontaneamente, coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que

presumem relevantes, para analisá-los.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com este estudo, conclui-se que a identificação dos diferentes tipos de

personalidade e temperamentos dentro da organização pode contribuir para que o gestor

consiga administrar melhor os conflitos internos e compreender e agir de forma correta

com cada colaborador. Assim como também, aplicando os fatores motivacionais, o gestor

pode influenciar seus colaboradores no direcionamento, desempenho e envolvimento

pessoal e profissional nas atividades desenvolvidas dentro do espaço organizacional.

REFERÊNCIAS

Bernardello, Maiza P. Os 4 Temperamentos. São Paulo: Editora Nova Cultural, 2006.

Chiavenato, Idalberto. Comportamento Organizacional: A dinâmica do sucesso das

organizações. Editora: Manole, 3º edição, 2014.

Chiavenato, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas

organizações. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

Chiavenato, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 9 ed. Barueri, SP:

Manole, 2014.

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Ciletti, Dorene. Marketing pessoal. São Paulo: Cengage Learning, 2011.

Feola, Silvia. A e B: o mundo dividido entre dois tipos de pessoas. Estadão: São

Paulo, 20jul. 2015. Disponível em: http://brasil.estadao.com.br/blogs/cotidiano-

transitivo/a-e-b-o-mundo-dividido-entre-dois-tipos-de-pessoas/. Acesso em: 24 nov.

2017.

GIL,A. C.. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas,

1996.

MARCONI, Mariana de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de

Metodologia Científica. 3 ed. rev. e ampl. São Paulo: Editora Atlas S.A., 1991.

Robbins, Stephen P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson, 2005.

Robbins, Stephen P. Comportamento Organizacional. 14. ed. São Paulo: Pearson

Prentice Hall, 2010.

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PLANEJAMENTO E CONTROLE: Orçamento Empresarial

Resumo

O planejamento e controle são métodos utilizados dentro das organizações para planejar e

organizar de maneira eficaz e eficiente as áreas de finanças. A escolha do tema foi devido ao

número de organizações que entram em estado de insolvência por falta de conhecimento e

preparo. O presente trabalho tem como objetivo geral elaborar o orçamento empresarial em

formato de Excel para microempresas e pequenas empresas. O objetivo específico é elaborar

planilhas auxiliares de controle de receitas e gastos das empresas. A metodologia utilizada é a

pesquisa bibliográfica, exploratória e documental. Os resultados esperados envolvem a

continuidade do projeto, que será desenvolver planilhas auxiliares em Excel, para apontar o

Demonstrativo do Resultado do Exercício Projetado, o Balanço Patrimonial Projetado e o Fluxo

de Caixa Projetado, a fim de apresentar os resultados do período atual e futuro da organização, e

assim planejar e controlar o orçamento empresarial.

Palavras-chave: Planejamento. Controle. Orçamento. Planilha.

Abstract

Planning and control are methods used within organizations to effectively plan and organize

finance areas. The choice of theme was due to the number of organizations that enter into

insolvency due to lack of knowledge and preparation. The present work has as general objective

to elaborate the business budget in format of Excel for microenterprises and small companies.

The specific objective is to prepare auxiliary worksheets for the control of revenues and expenses

of companies. The methodology used is bibliographic, exploratory and documentary research.

The expected results involve the continuity of the project, which will be to develop Excel

spreadsheets to indicate the Projected Statement of Income, Projected Balance Sheet and

Projected Cash Flow, in order to present the results of the current and future period of the

organization, and so plan and control the business budget.

Keywords: Planning. Control. Budget. Spreadsheet.

INTRODUÇÃO

No Brasil, pode-se observar dezenas de micro e macro empresas tentando se

reestruturar devido à crise política e social que afetou economicamente o país. Com isso,

muitas empresas fecharam suas portas decretando insolvência e outras diminuíram suas

vendas, tornando mais difícil manter seus colaboradores e o seu capital de giro.

De acordo com pesquisas realizadas por órgãos públicos como o IBGE – Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística e SERASA - Centralização de Serviços dos Bancos,

nos anos de 2014 e 2015 foram apresentados que 708,6 mil empresas novas entraram no

mercado enquanto 713,6 mil foram fechadas causando um número aproximado de 1,6

milhões de pessoas desempregadas no país.

Dados mostram que apenas uma a cada quatro empresas sobrevive após

recuperação judicial. Além de outros fatores como falta de preparo para lidar com as

mudanças de mercado, o que está relacionado diretamente com a economia, ou até mesmo

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não contar com profissionais capacitados ou ignorar as necessidades de demanda do

mercado, o que é referente à situação social.

Em toda empresa existe uma estrutura de planejamento e controle para que as

decisões sejam eficientes e eficazes. A melhoria de performance maximiza a eficiência

da gestão de processos, visando a melhoria da competitividade da empresa no mercado,

o aumento da rentabilidade e valorização do negócio.

O planejamento é essencial para manter a parte estratégica, a financeira, as vendas,

as operações, o estoque, os custos, os produtos e o bom atendimento ao cliente. O controle

é responsável pela análise sobre o que foi planejado e está em execução, ou seja, verifica

todo o processo em andamento.

A escolha do tema justifica-se pelas médias e as grandes empresas de capital

aberto (Sociedade Anônima), que na sua maioria utilizam nas suas atividades sistemas

integrados de informática, que possibilitam realizar o planejamento e controle “Online”,

pois esses sistemas oferecem esses recursos. Já as microempresas e pequenas empresas

não utilizam sistemas sofisticados, portanto, um simples controle em Excel poderá ser útil

para o planejamento e controle.

O presente estudo tem como problema de pesquisa as microempresas e pequenas

empresas que não utilizam as ferramentas de planejamento e controle, o Orçamento

Empresarial.

O objetivo geral é elaborar o modelo de orçamento empresarial em Excel para

microempresas e pequenas empresas e como objetivo específico elaborar planilhas

auxiliares de controle de receitas e os gastos das empresas.

Como metodologia adotou-se a pesquisa bibliográfica, exploratória e documental

para o levantamento de dados sobre o tema em questão, objetivando teorias para fundar

as práticas com vias a soluções para a situação problema do tema em questão. Autores

que fundamentam o trabalho são: Capucho (2017), Chiavenato (2014) e Maximiano

(2009).

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. Planejamento

O planejamento é utilizado como uma ferramenta dentro de uma empresa ou no

dia a dia de um indivíduo.

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O planejamento consiste em identificação, análises, estruturação, coordenação de

missão, propósitos, objetivos, desafios, metas, estratégias, políticas internas e externas,

programas, projetos e atividades, a fim de alcançar de modo mais eficiente, eficaz, efetivo

o máximo do desenvolvimento possível, com a melhor concentração de esforços e

recursos.

Conforme Chiavenato (2007, p. 166) o planejamento é “[...] a função

administrativa que determina o que se deve fazer e quais objetivos devem ser alcançados”.

De certa forma o planejamento consiste a partir de uma ideia e para a execução da

mesma é necessário elaborar etapas para um desenvolvimento eficiente.

Em vista aponta-se que o planejamento é decidir antecipadamente, ou seja,

controlar o seu próprio futuro (FREZATTI, 2000, p. 17).

O indivíduo que utiliza o planejamento como uma ferramenta no seu trabalho

demonstra um interesse em prever e organizar ações e processos que vão acontecer no

futuro.

No conceito de planejamento pode-se abordar o planejamento empresarial e os

níveis de planejamento, sendo eles, estratégico e operacional.

1.1.1. Planejamento Empresarial

O planejamento empresarial é utilizado dentro das organizações, visando uma

definição antecipada dos resultados a serem alcançados, por meios necessários para que

isso ocorra.

As empresas precisam ter três tipos de decisões distintas. A primeira é a decisão

estratégica, que é a escolha do mercado em que o produto ou serviço será colocado. A

segunda é a decisão administrativa, que consiste na estruturação dos recursos da empresa

para obter um desempenho otimizado e a terceira é a decisão operacional, que está ligada

ao preço, produção, controle e políticas estratégicas (FREZATTI, 2000, p. 18).

Os objetivos do planejamento empresarial é definir a missão, ou seja, saber o

motivo da existência da organização e qual a sua contribuição para o ambiente,

delimitando expectativas de longo prazo. Os objetivos em longo prazo possibilitam o

monitoramento e as suas principais características, sendo elas a negociação entre

acionistas e executivos. E a divisão dos objetivos em atributo, padrão e meta.

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1.1.2. Planejamento Estratégico

O planejamento estratégico é o nível em que se encontram os principias

responsáveis pelas decisões da empresa, sendo eles, o presidente, os sócios e os diretores.

Nesse nível são definidos todos os processos e objetivos das organizações. Ele pode ser

definido como o processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação razoável

entre os objetivos e recursos da empresa e as mudanças e oportunidades de mercado.

No planejamento estratégico os processos são sistemáticos e de uma sequência de

análises e decisões (MAXIMIANO, 2009, p. 96).

Para o autor Chiavenato e Sapiro (2004 p. 39):

Planejamento estratégico é o processo continuo, sistematicamente e com o

maior conhecimento possível do futuro contido, tomar decisões atuais que

envolvem riscos; organizar sistematicamente as atividades necessárias à

execução dessas decisões, através de uma retroalimentação organizada e

sistemática, medir o resultado dessas decisões em confronto com as

expectativas alimentadas.

Sendo assim, percebe-se que o planejamento estratégico é fundamental dentro das

organizações e para a execução das atividades.

1.1.3. Planejamento Operacional

O planejamento Operacional é um processo para definir as atividades e os recursos

necessários. Neste processo existem as seguintes etapas ou decisões, sendo elas, a análise

dos objetivos, o planejamento do uso do tempo, o planejamento dos recursos, a avaliação

dos riscos e a previsão dos meios de controle (MAXIMIANO 2009, p. 117).

O planejamento operacional é necessário para o bom desempenho organizacional

e para as decisões de “o que fazer” e “como fazer”.

1.2. Histórico do Orçamento

A existência de orçar veio juntamente com a humanidade. Os homens das

cavernas precisavam prever o quanto de alimentos para os longos invernos teriam que

guardar, desenvolvendo assim o orçamento.

A origem da palavra orçamento vem dos antigos romanos, que usavam uma bolsa

de tecido chamada de fiscus para coletar os impostos cobrados na época. No início da

Idade Média, a tesouraria do Reino Unido era conhecida como “fisc”. Na França, o termo

era conhecido como bouge ou bougette, que vem do latim bulga. Entre os anos de 1400 e

1450 o termo bougette tornou-se parte do vocabulário inglês. (LUNKS, 2003, p.35).

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Com o passar dos tempos o orçamento se desenvolveu através da Constituição

inglesa de 1689, que determinava a cobrança de certos impostos e gastos de recursos por

parte do rei e do primeiro ministro, autorizada pelo Parlamento.

Em meados do século XVIII, o primeiro ministro levava ao Parlamento os planos

de despesas envoltos em uma grande bolsa de couro, cerimônia que passou a chamar-se

de opening of the budget, ou abertura do orçamento. A palavra budget substituiu o termo

bolsa e em 1800 foi incorporada ao dicionário inglês. (LUNKS, 2003, p.36).

Os métodos orçamentários conhecidos hoje se desenvolveram no século XIX. As

principais modificações aconteceram no governo de Napoleão, como forma de obter mais

controle sobre as despesas.

Por volta de 1860, a França tinha desenvolvido um sistema de contabilidade

uniforme, que foi aplicado a todos os departamentos e todas as unidades dentro dos

departamentos. Foi estabelecido um ano fiscal padrão e convenções de tempo para

prestação de contas. Uma das exigências dos departamentos era explicar a programação

fiscal das contas para todos os recursos que foram alocados e os procedimentos padrão e

relatórios de fim de ano que comparavam estimativas e gastos, introduzidos também um

sistema de auditoria, bem como a reversão dos recursos não utilizados e o registro de

todos os recursos solicitados. (LUNKS, 2003, p.36).

Os franceses foram os pioneiros na elaboração dos métodos e etapas necessárias

para a elaboração do orçamento, logos os outros países viram a importâncias desses

desenvolvimentos e começaram a fazer suas adaptações para melhor atender as suas

necessidades.

No Reino Unido, o primeiro ministro Gladstone, na metade do século XIX, viu

nas técnicas orçamentárias francesas um modo promissor para controlar finanças do

governo. E em 1861, a Inglaterra criou o Comitê de Contas Público no Parlamento e, em

1866, os Escritórios de Controladoria e Auditoria Geral, substituindo as práticas

oportunistas do passado pelos procedimentos sistemáticos com o objetivo de equilibrar

as contas do governo. Nos Estados Unidos, no início do século XX, foram desenvolvidos

conceitos e uma série de práticas para planejamento e administração financeira que

vieram a ser conhecida como o “movimento do orçamento público”. O orçamento público

consistia em um plano elaborado contendo todas as atividades do governo que

compreendia todas as receitas e todas as despesas para um período fiscal definido, que

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usava um número limitado de contas-padrão para promover os gastos. (LUNKS, 2003,

p.36).

Em 1907, Nova Iorque implantou o orçamento público. E em 1921, foi aprovada

a obrigatoriedade do orçamento público pelo Congresso norte americano, que exigia uma

proposta anual ao congresso, cobrindo as receitas e despesas federais durante o próximo

ano fiscal.

Em empresas privadas, o orçamento foi utilizado primeiramente por Brown,

gerente financeiro da Du Pont de Memours, nos Estados Unidos em 1919. (LUNKS,

2003, p.37).

No Brasil, o orçamento começou a ser estudado em meados de 1940, foi pouco

utilizado nas décadas seguintes até perceberem sua importância.

Atingiu o apogeu a partir de 1970, quando as empresas passaram a adotar com

mais frequência em suas atividades. (LUNKS, 2003, p.37).

Imagem 1: Mostra a Evolução dos Métodos Orçamentários

Fonte: Autores adaptado Lunkes (2003, p. 38)

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Podem-se ainda considerar outros métodos, como o orçamento padrão, orçamento

de tendência e o orçamento incremental.

1.3. Planejamento Orçamentário

Quando se fala de planos, formalmente se entende que há um projeto futuro de

melhoria. Dentro do contexto orçamentário trata-se de uma melhoria para a empresa tendo

como objetivo o controle financeiro ou a maximização do valor da instituição.

Segundo Padoveze (2005, p. 31) “[...] o orçamento aprovado não deixa de ser um

meio de liberação de recursos para todos os setores da empresa [...]”.

A falta de planejamento orçamentário é a procedência de problemas quando se

trata de controle das finanças. Todos os processos devem ser amplamente pensados, a fim

de evitar riscos que podem comprometer as organizações. Observa-se que o planejamento

orçamentário é de responsabilidade da controladoria ligada diretamente ao diretor

financeiro.

Em vista disso, Padoveze (2005, p. 31) diz “[...] o conjunto das peças

orçamentárias será utilizado para o processo de projeções e planejamento, permitindo,

inclusive, estudos para períodos posteriores”.

A partir dessas projeções o planejamento orçamentário tem como objetivo

demonstrar as posições em que a empresa poderá se encontrar no futuro.

Os objetivos constituem enunciados das posições em que a empresa deseja estar

futuramente, em termos de algum aspecto ou de vários aspectos, essenciais

(SANVICENTE 1997, p. 209).

Para que o planejamento seja efetivo, são formuladas tarefas a serem

desempenhados em prazos específicos, sendo eles planejamento a longo prazo e

planejamento a curto prazo.

O planejamento a longo prazo parte do princípio de desenvolver previsões sobre

o comportamento esperado do ramo de atuação da empresa, a fixação de objetivos amplos

e a elaboração dos documentos que formalizam o processo de planejamento.

Enquanto que o planejamento a curto prazo demonstra um plano para o primeiro

segmento anual, do plano de longo prazo, decorre dos estudos do ambiente e dos objetivos

incluídos no plano inicialmente feito para vários anos futuros.

Além de serem diferenciados quanto à dimensão do prazo para o qual são

elaborados, os planos, como formalização do processo de planejamento, podem se

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projeções ou níveis desejados de desempenho ou de recursos (SANVICENTE, 1997, p.

209).

Para que o planejamento seja aplicado, são necessários expressões quantitativas e

orçamentos, para obter valores específicos da empresa para desenvolver o planejamento

a curto e longo prazo.

Portanto pode-se dizer que num plano de desempenho, o plano representa um

nível desejável de atuação suficientemente adequando, no período futuro considerado.

Para a continuação das atividades da empresa.

Contudo, vale ressaltar que o planejamento orçamentário tem outros objetivos,

onde devem ser buscados e consultados em seu conjunto, sendo uma ferramenta ideal

para o processo de coerência de diversos objetivos corporativos e setoriais (PADOVEZE,

2005, p. 31).

1.4. Controle Orçamentário

Após o planejamento orçamentário ser desenvolvido é aplicado no controle

orçamentário. É por meio do controle orçamentário baseado em documentos e relatórios

comparativos que se pode perceber os reais resultados alcançados durante o período de

planejamento, e assim gerando medidas corretivas que se fazem necessárias.

O controle orçamentário baseia-se em registros e na totalização de recursos

mensais. A partir destes dados elaboram-se as demonstrações de valores previstos e

valores realizados e das diferenças ocorridas.

Nos orçamentos resumidos os dados sobre as realizações são fornecidos pela

contabilidade, em sua maior parte. Nos orçamentos analíticos os dados provem de

diversos setores, notadamente do controle estatístico, que não deve faltar em nenhuma

empresa (LIMA, 1980, p. 201).

Portanto para controlar é preciso registrar os dados aos acontecimentos ocorridos

durante o período de planejamento.

Para Sanvicente (1997 p. 212):

A formalização do planejamento anual ocorre através dos planos e orçamentos

para o período. A formalização do controle orçamentário, por sua vez, dar-se

através de relatórios de execução, indicando a comparação entre os valores

orçados e os valores realizados bem como as diferenças entre eles e as análises

corresponde, conforme seja necessário.

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Esta função é específica da contabilidade da instituição, que utilizará

características específicas como, a geração dos dados contábeis para a inclusão nos

relatórios deve obedecer a subdivisões por áreas de responsabilidades e os dados de

receita e despesa devem estar sujeitos a análise em termos de sua variabilidade em relação

a algum bem como refletir, no plano de contas, a sua controlabilidade efetiva pelas

unidades administrativas a que tiverem sido atribuídas.

1.4.1. Demonstrativo de Resultado (DRE) Projetado

Demonstrativo de Resultado do exercício demonstra o nível de vendas em

determinado período de tempo projetado, os custos correspondentes a essas vendas, as

dispensas incorridas no período e o lucro/ prejuízo desses períodos. As vendas são obtidas

por meio do Market Share.

O Demonstrativo de Resultado do exercício projetado atende os interesses de

vários seguimentos e gestores de várias instituições. As vendas brutas interessam

principalmente ao governo, pois por meio deste consegue calcular os impostos que a

empresa recolhe.

As vendas líquidas interessam a todos os colaboradores da empresa; o lucro bruto

interessa especificamente ao gestor da área produtiva. O lucro operacional interessa ao

dirigente da empresa e o lucro líquido após o imposto de renda interessa aos

Stakeholder42.

O demonstrativo de resultado tem como objetivo demonstrar valores acumulados

em um período de tempo, baseados em relatórios indicadores de resultados das atividades

em um período específico.

Segundo Sanvicente (1997, p. 166) “[...] utilizaremos um relatório em que a

empresa indica os resultados das suas atividades num período especificado”. Portanto, os

dados da chamada Demonstração dos Resultados são valores acumulados entre datas.

Durante este período nota-se o acumulo das receitas e das despesas do período,

assim conhecendo os resultados desse intervalo de tempo, ou seja, seus lucros e prejuízos.

42 Todas as partes envolvidas

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1.4.2. O Market Share

Market Share significa participação de mercado, em português, e é a fatia ou quota

de mercado que uma empresa tem no seu segmento ou no segmento de um determinado

produto.

De acordo com o Kotler (2000, p. 44), o Market Share identificará o potencial

total (Market Share Nacional) e o potencial da área (Market Share Regional) das vendas

setoriais que estão ocorrendo do mercado.

O Market Share serve para avaliar a força e as dificuldades de uma empresa, além

da aceitação dos seus produtos.

O Market Share, geralmente apresentado enquanto um índice percentual, ajuda na

comparação com a concorrência e dá uma visão real do quanto à empresa pode expandir

dentro do segmento, ou se vai tomar como estratégia a conquista de novos mercados.

Também é um ponto importante a ser observado por investidores, tanto pelo potencial da

empresa como também do próprio mercado em que atua.

De acordo com Nunes e Haigh (2003, p. 67):

Em um mercado competitivo, quando surge a concorrência, o objetivo da

empresa, além de vender, passa a ser também manter e conquistar Market

Share 10 de seus concorrentes. O seja, ela precisa agora “brigar” por um

pedaço de pizza do mercado em que atua.

Toda a atividade competitiva é norteada por um posicionamento frente ao

mercado de atuação. Assim sendo, a concorrência é muito forte e influenciadora das

definições e estratégias a serem tomadas. Com isso, toda empresa, produto ou serviço

acaba criando um Market Share, ou seja, uma participação de mercado diante da sua

atuação.

Assim, verifica-se que dividir o mercado e possuir uma participação forte requer

da organização um equilíbrio em sua atuação para apresentar todos os possíveis elementos

participativos do processo de forma equacionada, pois assim, o empreendimento

conseguirá, diante de seu desenvolvimento, atingir patamares positivos e altamente

competitivos, conquistando, portanto, a tão sonhada vantagem competitiva.

Um bom exemplo dessa participação do mercado, e que pode esclarecer este

processo, é o setor de bebidas, mais especificadamente o de cerveja. Existe uma marca

nacional muito forte, que possui um Market Share alto diante das demais, de forma a deter

uma comercialização e exposição de seus produtos ao mercado muito mais significativa

e participativa.

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O cálculo do Market Share é baseado nas vendas totais daquele segmento. A

empresa interessada em conhecer sua fatia de mercado considera suas vendas em um

determinado período e as divide pelas vendas totais, ou seja, da própria empresa e de

todas as outras concorrentes, e no mesmo espaço de tempo. O resultado é o percentual de

quota de mercado.

O cálculo do Market Share é baseado nas vendas totais daquele segmento. A

empresa interessada em conhecer sua fatia de mercado considera suas vendas em um

determinado período e as divide pelas vendas totais, ou seja, da própria empresa e de

todas as outras concorrentes, e no mesmo espaço de tempo. O resultado é o percentual de

quota de mercado.

1.4.3. Balanço Patrimonial Projetado

O Balanço Patrimonial Projetado demonstra o saldo das contas patrimoniais da

empresa nos períodos. O ativo mostra a aplicação dos recursos da empresa em bens e

direitos. O passivo mostra as origens de recursos da empresa que são divididos em capital

de terceiros e capital próprio. Os capitais de terceiros são constituídos por financiamentos

espontâneos compostos dos itens do passivo circulante e os recursos de instituições

públicas e privadas. O capital próprio são recursos oriundos dos acionistas e os lucros

obtidos.

Para Sanvicente (1997; p. 165), o balanço patrimonial projetado é uma maneira

“[...] importante para a análise financeira, pois os valores apresentados num balanço são

de natureza distinta da possuída pelos valores da Demonstração de Resultados ou de uma

Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos”.

O ativo demonstra onde os recursos da empresa foram aplicados. Enquanto que o

passivo mostra a origem desses recursos. Assim é determinado, que a soma do ativo e do

passivo sejam equivalente, balanceando os dois lados do balanço patrimonial. Devido a

essas condições é permitido que se faça projeções futuras de curto e longo prazo, afim de

almejar uma situação futura favorável para a instituição.

1.4.4. Fluxo de Caixa Projetado

O Fluxo de Caixa projetado exibe todas as entradas de recursos e saídas de

recursos de uma empresa em um determinado período de tempo. Todas as entradas e

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saídas de recursos de um período são conhecidas como Fluxo Líquido. O fluxo líquido

pode ser positivo ou negativo conforme o caso.

Há duas subdivisões no fluxo de caixa sendo eles o fluxo convencional e o fluxo

não convencional.

O fluxo de caixa convencional é composto por somente uma entrada e várias

saídas ou uma única saída e várias entradas. Enquanto que o fluxo de caixa não

convencional é integrado por várias estradas e saídas.

Segundo Hoji (2014, p. 74) “em um fluxo de caixa, deve existir pelo menos uma

saída e pelo menos uma entrada (ou vice-versa) ”.

A partir da verificação dos dados registrados anteriores do fluxo de caixa, se pode

desenvolver o fluxo de caixa projetado, assim planejando possíveis medidas para

aumentar as entradas, a fim de melhorar a situação futura da instituição.

2. METODOLOGIA

A metodologia da presente pesquisa é bibliográfica, exploratória e documental,

que está relacionada com o trabalho Ishisaki (2003), além da leitura de artigos e livros

relacionados com o objeto da pesquisa da área de planejamento, controle e orçamento

empresarial, sites e documentos online.

Dessa forma, Andrade (2009, p. 25) explica que a pesquisa bibliográfica é [...] o

primeiro passo para todas as atividades acadêmicas. [...]. Ela é obrigatória nas pesquisas

exploratórias, na delimitação do tema de uma pesquisa, no desenvolvimento do assunto,

nas citações, na apresentação das conclusões.

Segundo GIL (2007, p. 8) a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de

material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. A

principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir o investigador à

cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia

pesquisar diretamente.

Para o autor Ciribelli (2003, p. 54) a pesquisa exploratória “[...] é o primeiro passo

de qualquer Trabalho Cientifico. É também denominada Pesquisa Bibliográfica”.

Severino (2007, p. 124) define a pesquisa documental como “[...] toda forma de

registro e sistematização de dados, informações, colocando-os em condições de análise

por parte do pesquisador”.

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3. RESULTADOS ESPERADOS

Com esta pesquisa, espera-se conhecer a importância da gestão orçamentária e a

relevância da aplicação e desenvolvimento em microempresas e pequenas empresas, a

fim de identificar e solucionar problemas de planejamento e controle orçamentário.

Percebe-se que diversas instituições têm problemas com controle financeiro, o que

pode ocasionar a situação de insolvência, sendo necessárias ferramentas para auxiliar e

facilitar a administração das finanças. Neste contexto observa-se a relevância de uma boa

gestão do orçamento da instituição, pois a partir do planejamento se desenvolve as

estratégias para manter a organização da empresa no dia a dia, além de ter uma previsão

dos próximos períodos, assim possibilitando a maximização da empresa.

Por isto, em continuidade da pesquisa, serão desenvolvidas planilhas auxiliares

em Excel, para apontar o Demonstrativo do Resultado do Exercício Projetado, o Balanço

Patrimonial Projetado e o Fluxo de Caixa Projetado, a fim de apresentar os resultados do

período atual e futuro da instituição. Dessa forma, pode-se planejar, controlar e

acompanhar o orçamento empresarial.

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OS EFEITOS DA TECNOLOGIA NA PRIMEIRA ETAPA DA INFÂNCIA DE 0

A 6 ANOS

DAYANE ESTEFANY ROSA PEREIRA DE BARROS

FLAVIANE MENDES MIRANDA

MARCOS ROBERTO DOS SANTOS

MICHELE DONIZETE DA CONCEIÇÃO

NATANE DOS SANTOS

Resumo

Neste trabalho foram abordadas questões, como o uso desenfreado e rotineiro da tecnologia na

primeira infância. Foram expostas nesta pesquisa as discussões de como a criança reage perante

tamanha exposição tecnológica, e também como esses recursos tecnológicos inovadores e

viciantes podem ser usados de forma construtiva ao invés de destrutiva. Abordando também as

gerações baby boomers, e gerações X, Y, Z sempre colocando suas facilidades e dificuldades

perante as inovações, observando suas evoluções até os dias atuais, abordando o ponto que se

encontra atualmente. O objetivo geral da pesquisa foi analisar por que as crianças estão deixando

de brincar, exercitar, ou seja, deixando a vida social para permanecerem conectadas em um mundo

virtual, possibilitando um aspecto que parece ser bom, mas pode tornar-se prejudicial à saúde

física e psicológica da criança. Como metodologia optou-se pela pesquisa bibliográfica de modo

a embasar as hipóteses levantadas. Como conclusão constatou-se que não se pode esquecer que

em meio à negatividade há também o lado positivo, a tecnologia em boas mãos e sendo bem

planejada ela pode revolucionar a maneira de pensar e o conhecimento, ou seja, ela usada da

maneira correta pode colaborar para uma evolução na primeira etapa da infância. linha em branco

Palavras-chave: Tecnologia. Inovação. Conexão. Evolução.

Abstract

This job was addressed issues such as the rampant and routine use of early childhood technology.

Discussions on communication issues have been exposed, as well as how innovative and addictive

technological resources can be used constructively to the president of destructive. Also abandon

the baby boomer generations, and classes X, Y, Always their conventions and their conditions of

innovation, observing their evolutions to the present day, approaching the point that they are

currently. The overall goal of the consultation was to analyze why children are waiting to play,

exercise, ie leaving social life to stay connected in a virtual world, enabling an aspect that seems

to be good, but become harmful to health physical and psychological aspects of the child .. How

is the methodology of the bibliographic research so as to base as hypotheses raised. As the

conclusion is that one can not be forgotten as a positive one, a technology in good hands and

being well planned can revolutionize a way of thinking knowledge, that is, it is used worldwide

for an evolution in the first stage of childhood .

Keywords: Technology. Innovation. Connection. Evolution.

INTRODUÇÃO

Quando se trata de qualquer assunto relacionado a educação infantil, sabemos que

são tratados de uma faixa etária de 0 a 5 anos. Este trabalho está evidenciando os pontos

positivos e negativos da tecnologia, dentro e fora da escola, nessa sociedade em que a

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tecnologia muda constantemente, todos precisam estar sempre preparados para o novo

mundo.

Até um tempo atrás as crianças eram motivadas e tinham como distração as

brincadeiras corriqueiras, desenvolvidas no quintal de casa ou nas calçadas com crianças

de mesma idade. O que tornava o brincar um momento não só de descontração, mas

também de troca de experiências e de motivação para o aprendizado.

Na atualidade de forma geral perdeu-se muito este costume do brincar, as crianças

são motivadas desde muito cedo a utilizarem o celular. enquanto comem ou quando os

pais procuram momentos de mantê-las ocupadas de modo a sobrar-lhes tempo suficiente

para outros afazeres, porem a criança ainda não sabe as consequências de usar os métodos

tecnológicos sem o aprendizado e o suporte de limites que deveriam ter, a pesquisa vai

estar mostrando como a criança reage perante as mudanças, e quais meios os familiares

utilizam para impor limites, para o melhor desenvolvimento infantil.

A pesquisa teve como objetivo, analisar de que forma a exposição tão precoce a

esta tecnologia pode contribuir para o crescimento e desenvolvimento das crianças na

idade de 0 a 6 anos de idade. Tem como objetivo também falar da importância do brincar,

mas sem desprezar a importância da tecnologia citando sempre os limites e o

desenvolvimento das crianças de hoje, abordando e refletindo a importância da tecnologia

e seus pontos positivos e negativos.

A relevância da pesquisa possui tripla dimensão: científica, social e pessoal. No

que concerne ao conhecimento cientifico, qualquer estudo que se preocupe em analisar o

desenvolvimento do ser humano desde sua fase inicial contribui para o entendimento e

estudo dos indivíduos. Na sociedade atual qualquer estudo que favoreça o

desenvolvimento da criança de forma humanizada e prazerosa é valido.

Em razão das lacunas ainda existentes, em um amplo processo educativo

igualitário, à pesquisa tem o objetiva contribuir com estudos no sentido de preencher

lacunas existentes no âmbito do desenvolvimento infantil com a presença das tecnologias

disponíveis na atualidade.

Como as pesquisadoras se interessam pelo tema, viram a oportunidade para

desenvolverem seus conhecimentos pelo tema de forma a colocá-los em prática no

exercício da função de educadoras. Este estudo vai favorecer as atividades, bem como a

aplicação do que foi aprendido. Além disso, tornou-se um lugar comum à aplicação das

práticas aqui relacionadas, bem como a integração e socialização das crianças, que é

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condição indispensável ao exercício da cidadania e desenvolvimento do indivíduo em sua

singularidade.

Como metodologia foi utilizada a pesquisa bibliográfica, a análises de obras

pertinentes ao enfrentamento do tema, bem como ao embasamento das hipóteses

apresentadas, foram utilizadas também obras de autores e artigos disponíveis online.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Há alguns anos a tecnologia começou a crescer porem estava limitada apenas para

família com condições financeiras boas. Esse novo horizonte de conhecimento trouxe

com ele uma expansão de materiais que muitos ainda não sabem manipular. Até hoje

novos meios de técnicas são utilizados para aprimorar esta área da tecnologia sempre

pensando no benefício e no progresso.

Outra questão que a tecnologia faz pensar é que já na primeira infância a criança

que não tem certo limite diante de tantas inovações ficara presa em uma ilusão virtual,

ficando a maior parte do tempo diante de uma tela. As crianças são estimuladas e depois

acabam ficando dependentes dessas novas informações que são apresentadas, cada vez

mais cedo, hoje dificilmente você vai conhecer uma criança que ao pegar um celular ela

não vai deslizar seu dedo na tela em uma apresentação de imitação, ou seja acabou se

tornando uma cultura familiar o ensinamento de manipular um celular.

A cultura e a tecnologia (tecnologia entendida como cultura), uma vez que, é

pelas decisões adultas (a escolha do artefato a ser utilizado não é da criança,

tampouco é neutra) que a criança pode participar das modificações culturais de

seu meio ativamente, agindo de acordo com suas necessidades e interesses (ou

sendo obrigada a agir e acordo com o planejamento docente e as demandas

curriculares) (MACHADO, 2009, p. 24)

Com tudo isso hoje, na primeira infância, as crianças estão cada vez mais fixadas

e conectas no ambiente tecnológico, as crianças estão sendo cada vez mais aprimoradas

a escolherem o que as chamam mais atenção em uma tela, mexendo com seu desempenho

e aprendizado. Segundo Altoé e Silva:

Assim sendo, verificamos que as tecnologias estão presentes em todos os

lugares e em todas as atividades que realizamos. Isso significa que para

executar qualquer atividade necessitamos de produtos e equipamentos, que são

resultados de estudos, planejamentos e construções específicas. Ao conjunto

de conhecimentos e princípios científicos que se aplica ao planejamento, à

construção e à utilização de um equipamento em um determinado tipo de

atividade nós chamamos de tecnologia. Portanto, para que os instrumentos

possam ser construídos, o homem necessita "pesquisar, planejar e criar

tecnologias" (ALTOÉ; SILVA, 2005, p.17).

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A tecnologia foi criada para melhorar tudo o que já existia porem o que era apenas

para facilitar e ampliar os conhecimentos na rotina cotidiana acabou se tornando

distrações, para o conhecimento e prejudicando outas gerações. Alguns tipos de

tecnologias que acabaram repercutindo no mundo foram os desenhos, músicas, vídeos e

outras. São as que mais fixam os olhares das crianças diante da construção dos novos

saberes.

A pesquisa irá relacionar que os dias atuais estão cada vez mais tecnológicos e

quanto mais a se desenvolve, mais se sabe que se está em processo de construção. Toda

e qualquer tecnologia vai impactar no modo de compreender e de se relacionar, desta

forma pensa-se, o que está havendo na evolução de 0 a 6 anos muitos concordam e outros

nem tanto. A tecnologia interfere ou modifica o desenvolvimento da primeira etapa? E a

resposta é que sim, porque nos dias atuais a tecnologia corresponde a novos aprendizados,

novas modificações, ela interfere na vida social e interfere até na maneira de criação da

criança e sua característica cultural.

De acordo com Sancho:

A tecnologia constitui um novo tipo de sistema cultural que reestrutura o

mundo social e ao escolhermos as nossas tecnologias nos tornamos o que

somos e desta forma fazemos uma configuração do nosso futuro (SANCHO,

1998, p.27).

Este sistema prepara a sociedade para um novo momento, momento este de

integração e desenvolvimento mútuo, todos com base na tecnologia, focados e

objetivando um futuro muito próximo, tornando essa geração que está conectada em

provavelmente adultos que não saberiam viver sem tecnologia aprimoradas.

3. A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA LÚDICA

Para que a criança viva com qualidade, a primeira coisa que deve ser incentivada

é a brincadeira, desde o seu primeiro brinquedo. Muitos pensam que brincadeira é uma

maneira de apenas liberar a energia, mas o que parece ser apena uma brincadeira acaba

sendo um estimulo à aprendizagem. Ao brincar a criança demonstra o que ela realmente

está sentindo através do seu modo de agir, é nela que a criança encontra confrontos e

emoções que serão transferidas posteriormente ao seu mundo real determinando seu

modo de agir. De acordo com Machado:

Os brinquedos e jogos, inanimados, podem até atrair a curiosidade da criança

caso ela tenha sido estimulada pela família a utilizar e se divertir com tais

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recursos em sua experiência anterior, mas invariavelmente os jogos, cores,

sons, recursos multimídia, o teclado, o mouse, a possibilidade de apertar botões

e acionar programas, abrir janelas e variar as brincadeiras irão fazer com que

o computador ganhe a disputa. (MACHADO 2007, p.10).

Através dos anos jogos simples foram se modificando, brincadeiras que eram

fáceis aumentaram seu grau de dificuldade, como por exemplo, as bonecas de

antigamente eram de pano e as crianças estimulavam sua criatividade, imitando como

seria a sua voz, seu choro e suas frases. Nos dias atuais os pais optam por oferecer aos

filhos brinquedos que prendam sua atenção e os mantenham calmos e tranquilos por mais

tempo, gerando muitas vezes limitações no desenvolvimento dos pequenos.

Limitações estas que num determinado momento os levarão às sérias

consequências, como por exemplo se uma criança assiste o mesmo desenho como se fosse

uma rotina e nele há encontra luta e agressividade certamente a imitação desta criança

será a mesma, demonstrando aquilo que ele ou ela está vendo. Desde a imitação das

influências dos desenhos e jogos, até as imitações de reações dos pais. Tudo isso é uma

forma da criança demostrar o aprendizado que está tendo através do que vê.

Segundo Leontiev:

[...] sabemos como o brinquedo aparece na criança em idade pré-escolar. Ele

surge a partir de sua necessidade de agir em relação não apenas ao mundo dos

objetos diretamente acessíveis a ela, mas também em relação ao mundo mais

amplo dos adultos. Uma necessidade de agir como um adulto surge na 14

criança, isto é, de agir de modo que ela vê os outros agirem da maneira que lhe

disseram, e assim por diante (LEONTIEV, 1998, p. 125)

Esta interação que a criança desenvolve com o brinquedo é necessária e muito

importante para seu desenvolvimento e da formação da personalidade própria. Antes os

familiares tinham um controle sobre a tecnologia, também tinham diversas interatividades

para as crianças, e sempre que os pais não gostavam do que estava sendo apresentado na

TV ou em videogames aos filhos simplesmente desligavam e tratavam de procurar outra

ocupação para as crianças.

Sobre estas situações de interação ressalta Vygotsky:

A criação de uma situação imaginária não é algo fortuito na vida da criança;

pelo contrário, é a primeira manifestação da emancipação da criança em

relação às restrições situacionais. O primeiro paradoxo contido no brinquedo é

que a criança opera com um significado alienado numa situação real. O

segundo é que, no brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço –

ela faz o que mais gosta de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer – e

ao mesmo tempo, aprende a seguir os caminhos mais difíceis, subordinando-

se a regras e, por conseguinte renunciando ao que ela quer, uma vez que a

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sujeição a regras e a renúncia a ação impulsiva constitui o caminho para o

prazer do brinquedo. (VYGOTSKY, 1998, p. 130)

A tecnologia hoje é fundamental para as mudanças da característica humana, hoje

o que mais chama atenção da criança de 2 a 5 anos são os desenhos, porque não basta ela

assistir uma vez, ela tende a querer assistir o mesmo episódio por vários dias e depois

coloca em pratica tudo aquilo que aprendeu, repetindo atitudes e comportamentos, porque

a expectativa é que a criança consiga elaborar e colocar em pratica aquilo que ela está

visualizando assim ela acaba se identificando ou não com certas atitudes apresentadas

para ela . Com isso a tecnologia mostra para a criança novas experiências e traz novos

tipos de curiosidades.

Tudo isso interfere na maneira de pensar da criança, ela está sempre disposta a

aprender coisas novas desde uma brincadeira em conjunto que irá aprimorar seus

aspectos, ou até mesmo uma brincadeira onde ela vai trabalhar apenas o individual. Sabe-

se que tudo que a criança aprende na primeira etapa é o que vai estimular ela a aprender

mais coisas, muitas das crianças preferem brincar em um mundo imaginário do que ficar

em sua realidade.

No primeiro momento as crianças observam e aprendem e através desse estimulo,

e despertada a curiosidade de entenderem o que se passa ao seu redor, deixando de ser

meros espectadores, passando à uma posição de questionadores.

Com tudo isso compreende-se que os vídeos educacionais, as músicas, os

desenhos e os assuntos estipulados, se forem bem planejados através do uso tecnológico

podem trazer benéficos no aprendizado.

3.1. AS REAÇÕES DAS GERAÇÕES COM A TECNOLOGIA

No passado as gerações eram divididas a cada 25 anos, marcados por mudanças

no comportamento e na forma de agir, com o passar dos anos este período foi reduzido

para 10 anos, visto a velocidade com que as transformações vinham ocorrendo no mundo,

em parte pela globalização e pelo alcance da tecnologia.

As gerações estão divididas em categorias de acordo com sua data de nascimento:

Baby boomers, Geração X, Geração Y e Geração Z.

As pessoas que nasceram entre os anos 1948 a 1963 vem da geração baby

boomers, nascidos após a Segunda Gerra, este boom se refere à assustadora taxa de

natalidade ocorrida nos Estados Unidos no período pós-guerra. Sobre os baby boomers

conceituam Carrara, Nunes e Sarsur:

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Pontuam que os indivíduos dessa geração vivenciaram a esperança pelo

desenvolvimento econômico do pós-guerra, o aumento da competitividade e

da dedicação ao trabalho em detrimento da vida pessoal e da necessidade de

reconhecimento e valorização (CARRARA, NUNES E SARSUR, 2013, p. 4)

Cada geração tem suas motivações e inspirações, e as pessoas pertencentes a esta

geração, puderam experimentar um período de grandes transformações na forma de

trabalhar e de se relacionar.

Ainda segundo os mesmos autores:

Em geral, essa geração vive para trabalhar, atua conforme regras estabelecidas,

demonstra forte compromisso e lealdade com a organização e procura

estabilidade e segurança nessa relação. Tendem a preferir sistemas de

reconhecimento por senioridade, sendo indicadores de sucesso a posição

ocupada na hierarquia e o ganho financeiro. No ambiente organizacional

evitam conflitos, utilizam a habilidade política ao lidar com a autoridade e são

cautelosos diante de mudanças (CARRARA; NUNES; SARSUR, 2013, p. 4).

Depois dos baby boomers os seus descendentes foram chamados de geração X, a

diferença entre eles era que essa nova geração, tinha um maior interesse em estudar para

entender o momento em que eles viviam, tinham as preferências e valores diferentes da

época anterior, buscavam qualidades e sempre estavam à procura de seus direitos e suas

liberdades, eram apegados a regras e as normas, as pessoas dessa geração se tornaram

profissionais que tinham a inspiração e segurança do emprego e foi marcada por um

período onde elas se esqueciam da qualidade de vida e principalmente da convivência

familiar.

De acordo com Santos et al:

Quanto aos principais benefícios oportunizados pela contratação de pessoas

pertinente a geração X destacou-se a qualidade, o melhor atendimento, o

aumento da lucratividade e as melhores condições de trabalho. Também se

destacaram pelo crescimento profissional. Quanto aos pontos fracos

identificados para a melhoria, verificou-se a falta de contentamento com as

decisões tomadas por outras pessoas e a batalha, um tanto quanto conflituosa,

por posições mais elevadas na empresa. Percebeu-se a aversão à supervisão e

a busca pela ascensão profissional como os principais objetivos dessa geração.

(SANTOS et al., 2011, p. 11).

Após a geração X vieram também seus descendentes que foram chamados de

geração Y que seriam consequentemente os filhos da geração X eles vivem em um

ambiente tecnológico, e que além da TV tem os celulares e os tablets, ou seja, essa geração

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é a que mais tem convívio com a internet, tendo assim pessoas que se dedicam cada vez

mais ao trabalho do que as pessoas que estão a sua volta. Essa época prefere ficar em

frente ao computador dialogando online ao invés de irem aos seus amigos. As pessoas

dessas épocas valorizavam o tempo livre e o agora, não se importam tanto com o futuro,

são consideradas imediatistas, acerca das frustações ressalta Lipkin e Perrymore:

As frustrações da Geração Y também são evidentes porque as pessoas dessa

geração querem viver a vida agora, não quando se aposentarem. A Geração Y

valoriza o tempo livre, a energia e a saúde no trabalho, que deve ser parte da

vida, não a própria vida. Nisso reside o contraste de valores que está fazendo

o mundo corporativo balançar hoje em dia. (LIPKIN, PERRYMORE, 2010, p.

3)

Essa geração é muito dependente da tecnologia para sua vida social e convívio

diário, querem crescer com ajuda das informações revolucionárias, essa geração está

aprimorando e elaborando maneiras para que no futuro a tecnologia ofereça não apenas

uma facilidade útil para uma boa vida.

E ainda através da geração Y chegara também a nova formação da era, ou seja,

uma nova turma que se chamará geração Z, ela sim se beneficiará com os novos avanços

da tecnologia tendo em vista que as modificações acontecem diariamente, sempre são

aprimoradas para melhor. Se a geração y era dinâmica a geração Z é bem mais, eles estão

conectados em vários dispositivos tendo grande potencial e com multitarefas em seu

ambiente, a visão dessa geração é ampla, porém é uma geração que foge das regras

comuns, e querem liberdade em um todo, reforçando tal ideia Ceretta e Froemming

afirmam:

[...] essa geração deseja liberdade em tudo aquilo que faz, desde a liberdade de

escolha à liberdade de expressão. Considera normal a proliferação de canais de

vendas e de tipos de produtos e marcas, ao contrário das gerações mais velhas.

Espera escolher onde trabalhar, utilizando-se da tecnologia para fugir das

regras tradicionais do escritório e integrar a vida profissional à vida doméstica

e social. (CERETTA; FROEMMING, 2011, p.18).

3.2. A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO

Na educação o professor tem que saber desenvolver uma maneira de introduzir a

tecnologia juntamente com o aprendizado cognitivo trabalhando sempre a interação e a

motivação. Através da introdução da música e da arte é possível criar pontes que

desenvolvam o conhecimento individual e conjunto.

A tecnologia ainda é muito discutida, porém é uma forma mais dinâmica que está

sendo introduzida na sala de aula, mas não basta apenas ser inovadora se não tiver a

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colaboração do professor possibilitando os diversos recursos que podem ser utilizados, o

planejamento de qual técnica utilizar em sala de aula, sempre tendo um caminho

alternativo e tendo reflexão de como esses projetos irão afetar a construção do

conhecimento infantil.

Hoje a tecnologia é uma maneira também mais fácil da colaboração dos pais com

a escola, o aplicativo WhatsApp é uma abordagem de auxiliar a rotina do grupo da sala

de aula mandando mensagens de reuniões, opiniões e tendo sempre informações

diretamente com os professores, uma forma muito mais rápida de comunicação e

interação.

Quando se fala da educação não se refere apenas ao aluno e sim também ao

professor que muitas das vezes não aceita que a tecnologia entre em sala de aula, porém

não percebem o quanto é bom ter a colaboração de um computador para demonstrar

imagens, filmes e até mesmo tirar dúvidas e se esquecem que se tirarem a tecnologia das

salas de aula, simplesmente estarão tirando uma coisa que já está na rotina diária da

criança, e como já é um procedimento que vem de casa significa que o aprendizado

começa da rotina e da família.

Segundo Bock:

Aprendizagem da criança inicia-se muito antes de sua entrada na escola, isto

porque desde o primeiro dia de vida, ela já está exposta aos elementos da

cultura e à presença do outro, que se torna o mediador entre ela e a cultura. A

criança vai aprendendo a falar e a gesticular, a nomear objetos, a adquirir

informações a respeito do mundo que a rodeia, a manusear objetos da cultura;

ela vai se comportando de acordo com as necessidades e as possibilidades.

(BOCK, 2007, p. 162)

A criança aprende primeiramente convivendo com sua cultura, portanto é

fundamental que os educadores sejam facilitadores do ensino e aprendizagem e evitem

conflitar com características que são próprias do meio social em que convivem, bem como

de valores e conhecimentos que herdaram de seus familiares.

Hoje a internet dentro da escola tem o objetivo e a finalidade de cooperar com o

ensino e a aprendizagem através de projetos de forma a orientar os alunos e no saber como

utilizar de maneira correta a tecnologia tendo sempre como motivação passar a

observação das vantagens e perigos que a internet oferece, sobre estas ideias reforça

Moran:

As mudanças na educação dependem também dos alunos. Alunos curiosos e

motivados facilitam enormemente o processo, estimulam as melhores

qualidades do professor, tornam-se interlocutores lúcidos e parceiros de

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caminhada do professor-educador. Alunos motivados aprendem e ensinam,

avançam mais, ajudam o professor a ajudá-los melhor. Alunos que provêm de

famílias abertas, que apoiam as mudanças, que estimulam afetivamente os

filhos, que desenvolvem ambientes culturalmente ricos, aprendem mais

rapidamente, crescem mais confiantes e se tornam pessoas mais produtivas

(MORAN, 2000, p.17-18)

Com todas as dificuldades de aceitação das atividades tecnológicas com os

diversos tipos de professores, a primeira coisa que o professor tem que pensar com tudo

isso é em multiplicar o saber, ou seja, a construção teórica e a pratica de renovação e

tendo assim como destacada a importância da troca de experiência em ambientes ricos

em diversidade. A relação aberta não é só de professor para aluno, mas vem também do

reconhecimento do trabalho feito para melhoria do aprendizado dando méritos e

colaborações para que também o professor tenha novas capacitações para melhorar o seu

modo de transmitir o conhecimento.

Os elementos utilizados para uma boa aula muitas das vezes podem ser elaborados

e melhorados se os próprios professores estiverem adequados a aceitação da mudança, é

gratificante para um professor saber que seu planejamento da rotina pode ser modificado

para melhoria do seu trabalho quando adquiridos novos conhecimentos didáticos.

Sobre a atitude do professor destaca Demo:

O professor deve ser um pesquisador, assumindo um compromisso com o

questionamento reconstrutivo a fim de ultrapassar a simples socialização do

conhecimento. Para tanto, é fundamental a consciência crítica, o

questionamento para a construção ou para a realização de intervenção

alternativa. O professor ao estruturar o planejamento da sua aula e ao utilizar

novas técnicas estará experimentando outras propostas pedagógicas,

qualificando o processo de ensino aprendizagem (DEMO, 1998, p. 113).

O professor tem sempre que estar atualizado pois a escola e suas culturas estão

sendo mudadas constantemente e juntamente com os avanços da nova geração,

justamente com tudo o que acontecido está se desenvolvendo em nossa era novas

metodologias, capazes de atingirem resultados nunca antes imaginados ou estipulados,

mas não basta apenas colocar um computador nas salas, o professor tem que ter a

consciência que se trata de um instrumento que aprofundará os conhecimentos de todos

que o utilizarem e que devem estar sempre aliadas com informação e comunicação que o

educador passa para os alunos.

As tecnologias serão uma ferramenta a mais que reforçará as práticas tradicionais

de ensino. “As tecnologias não se modificam sozinhas o processo de ensinar e aprender,

mas a atitude básica, pessoal e institucional diante da vida, do mundo, de si mesmo e do

outro e das atitudes fundamentais das instituições escolares” (MORAN, 2007 p 89),

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reforçando que os profissionais têm de ser preparados para aproveitarem ao máximo os

recursos disponíveis.

É necessário que o educador reconheça a importância da tecnologia para o melhor

empenho de sua classe, tudo isso sempre voltado para a elaboração de seus conteúdos

com a ajuda da tecnologia para melhor empenho de ambas as partes, se o professor tem

um bom convívio com seus alunos, umas das melhores maneiras para um bom resultado

na aprendizagem é interligar o que os alunos gostam de fazer no seu horário de lazer e

aprimorar de alguma forma esses conteúdos em sala de aula, sobre esta prática ressalta

Moram:

[...] na sociedade da informação, todos estamos reaprendendo a conhecer, a

comunicar-nos, a ensinar; reaprendendo a integrar o humano e o tecnológico,

a integrar o individual, o grupal e o social. É importante conectar sempre o

ensino com a vida do aluno. Chegar ao aluno por todos os caminhos possíveis:

pela experiência, pela imagem, pelo som, pela representação (dramatizações,

simulações), pela multimídia, pela interação on-line e off-line. (MORAN,

2000, p.61).

A interação de um aluno com um professor é algo significativo para ambas as

partes, porque quando há um convívio dentro de classe que ajude a estimular o

conhecimento com coisas que o aluno goste de fazer, simplesmente vai fluir e haverá

resultados significativos para todos, ou seja, basta ter a consciência que o professor faz

parte dos ensinamentos dessas novas gerações.

3.3. A TECNOLOGIA EXAGERADA

Sabe-se que a tecnologia da comunicação, representada pela internet foi algo que

ultrapassou as barreiras das culturas e aprimorou a comunicação social, porem hoje um

dos primeiros recursos que os pais utilizam para que seus filhos se comportem no decorrer

do dia é entregar em suas mãos um celular, um tablet ou a TV na intenção de deixá-lo

calmo, porem se esquecem que com tal atitude pode negligenciar com a questão da

atenção e do afeto que muitas vezes eles tanto necessitam.

Elas vivem um momento de enclausuramento coletivo, “As crianças do período

moderno têm dificuldades em expressar publicamente seus sentimentos, aflições e

desejos por meio do mundo real, com isso, isolam-se dentro de seus domicílios, já que, a

tecnologia satisfaz suas necessidades (PREVITALE, 2006, p. 87), elas isolam-se mesmo

quando estão cercados por pessoas.

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O excesso absurdo da tecnologia que ultimamente se tornou comum é pelo simples

fato que não há mais contribuição na participação dos pais na vida cotidiana dos filhos,

hoje o que dá a impressão é que os pais perderam o interesse da vida dos filhos, mesmo

que tal comportamento seja inconsciente e que esteja mais ligado à correria e atribulação

no dia-a-dia.

A tecnologia entra como ilusão de companhia, ou seja, ver filmes e desenhos que

interajam chamando as crianças para brincarem juntos, acaba sendo melhor do que a

presença dos familiares, o uso exagerado faz com que a criança se prejudique em todos

os aspectos tanto físico virando uma criança sedentária e sem vontade de praticar outras

coisas comuns como esportes e brincadeiras, sendo prejudicial a sua saúde.

O nível de atividade física nas crianças tem demonstrado que a tecnologia tem

ganhado espaço no mundo das crianças e vem diminuindo a atividade física na

infância. As crianças vem se tornando cada vez mais sedentárias por hábitos

como assistir televisão, jogar vídeo games, usar computadores (MACHADO,

2011, p.13).

Com isso dá para observar que as brincadeiras que eram para serem estimuladas

e valorizadas não estão sendo nem praticadas, os hábitos de antigamente de correr, pular

gritar em brincadeiras estas como: esconde-esconde, pega-pega, taco, bolinha de gude,

entre outras foram trocados pelo o estimulo de jogos online e aparelhos eletrônicos

liberados pelos pais dando a liberdade para a pratica tecnológica sem limites.

O uso excessivo da tecnologia influencia em vários aspectos rotineiros de uma

criança, a família tem obrigação de limitar horários, e o que as crianças visualizam. Se

são coisas adequadas para sua idade e quais os benefícios que serão obtidos em sua rotina

diária, dando sempre preferência aos aplicativos, programas e tecnologias que favoreçam

a interação e o aprendizado. segundo Chimelli:

Na família aprende-se o que são valores, virtudes, e como vive-los, a partir do

exemplo dos pais. Na família forma-se a consciência, educam-se a inteligência

e a vontade através do exercício contínuo do bem ser (amor, carinho,

segurança, limites, proteção, confiança, respeito, oportunidades, formação de

hábitos, convivência, coerência...) e do bem-estar (as necessidades básicas do

ser humano – alimento moradia, vestuário, estudos, serviços de saúde, lazer,

...tantas) (CHIMELLI, 2002, p. 49).

É na família que o indivíduo estabelece seus limites, suas crenças e valores, e se

lança no mundo embasado por estes mesmos princípios que o nortearão até a fase adulta.

Observar, orientar, conversar e acompanhar tudo o que a criança está vendo, vai ser uma

forma de passar vários ensinamentos segundo as regras dos pais. Pois segundo Chimelli

(2002, p. 48), “os pais devem ser o exemplo dos filhos” e seu suporte e guia.

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Além de tudo isso a exposição excessiva aos computadores e celulares ou mesmo

uma televisão, seja para assistirem filmes desenhos, vídeos os apenas para jogar, pode

causar danos físicos ao sujeito, devido à claridade fixa em seus olhos, sentado ou deitado

da maneira que acha mais confortável pode trazer danos à saúde, muitos ignoram esse

fato, porém quando o uso se trata de uma criança entre 0 a 6 anos pode trazer prejuízos

pelo resto de suas vidas.

Usando muito tempo a criança começa a ter sonos irregulares por exagerar no

tempo em frente a uma tela vendo diversos desenhos. Se torna cada vez mais comum, o

isolamento e o estimulo dos pais, que acabam se tornando um vício, e deixando a criança

sempre se sentindo sozinha. E sua companhia é o desenho, filmes, jogos, ou seja,

induzindo a criança antissocial e com problemas de saúde. Até a maneira que a criança

senta pode ser prejudicial para seu desenvolvimento, causando problemas sérios em sua

coluna por falta de exercícios físicos e pela exagerada tensão nos músculos.

É importante citar “uma conscientização corporal do próprio indivíduo,

principalmente, em relação a uma postura correta e a melhor maneira de minimizar todo

o esforço pelo qual o corpo é submetido nas infinitas atividades diárias” (VERDERI,

2001, p. 36), buscando sempre posições ergonomicamente corretas. Neste sentido,

“incorporadas à espécie e à coluna vertebral, essas alterações anatômicas, sofreram,

constantemente, novas modificações devido a fatores como idade, hábitos, tipo de

trabalho e outros” (KNOPLICH, 1982, p. 16), ou seja, esse modo errado de se sentar ou

mesmo de se ajustar aliado a outros fatores podem gerar perdas que se mostrarão

irrecuperáveis no futuro.

As alterações posturais são desvios que podem afetar qualquer estrutura óssea do

corpo, mas mais frequentemente atingem a coluna. As principais alterações posturais são:

Escoliose, Hipercifose e Hiperlordose da coluna vertebral.

Na questão ocular e o excesso da exposição à claridade é algo prejudicial deixando

os olhos das crianças irritados, vermelhos e secos induzindo a uma sensibilidade à luz, ou

seja, síndrome da visão do computador.

Blehm et al (2005) definem a síndrome como um “conjunto de queixas oculares

experimentadas pelos usuários de computador que tipicamente incluem fadiga visual,

queimação e irritação ocular, visão embaçada e olho seco” (BLEHM et al., 2005), já a

Occupational Safetyand Health Administration – OSHA, a define como “conjunto de

problemas oculares e visuais experimentados durante ou relacionados ao uso de

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computadores” (BALI; NAVIN; THAKUR, 2007, p. 14), em ambos os casos os

malefícios acabam se sobrepondo aos benefícios.

Outras possibilidades são os problemas psicológicos que se iniciam na primeira

etapa da criança, adquiridos com o uso extensivo destas tecnologias visuais, ou seja, uma

criança que fica muito tempo em frente a uma diversidade de desenhos sem limites

propostos tem grande chance de se tornar uma criança agitada e ansiosa, ocasionando

distúrbios de humor, ou seja, cansaço irritabilidade, entre outros.

Tudo isso prejudica em todos os aspectos o desenvolvimento infantil, criando a

partir daí uma personalidade onde o prazer da criança será ficar isolada de tudo que há a

sua volta para apenas ficar onde ela se sinta bem, ou seja, em frente a uma tela, passando

a um comportamento compulsivo e depois consequentemente um adulto com as mesmas

dificuldades, isso não melhora com o tempo se nada for feito, sobre estes danos reforça

Silva et al:

A dependência de internet pode trazer prejuízos na vida do indivíduo em

diversas esferas de sua vida, seja em casa ou no trabalho, quando se torna um

comportamento compulsivo (SILVA et al, 2011, p. 25).

São conhecidos hoje como hábitos, mas que no futuro poderão desencadear

transtornos e síndromes que não permitirão que as vantagens obtidas com sua utilização

tenham grandes aproveitamentos.

4. METODOLOGIA

Foi realizada uma pesquisa Bibliográfica de modo a embasar as hipóteses

levantadas pelos autores de forma fundamentar o assunto.

Como metodologia foram analisadas as obras pertinentes ao enfrentamento do

tema, bem como ao embasamento das hipóteses apresentadas, foram utilizados livros,

também obras de autores, e artigos disponíveis online. Afirmando a hipótese levantada,

que a tecnologia pode ser prejudicial ou se for bem trabalhada pode ser benéfica. A

pesquisa também abordou os levantamentos sobre a proposta do tema, por partes dos

autores do material discutido.

Através da situação levantada, sobre a tecnologia ter seus malefícios, e influenciar

diretamente as crianças, provocando prejuízos. Se os adultos não souberem abordar com

consciência os métodos de aprendizagem a criança pode ficar alienada e viciada no

mundo tecnológico. Mostrando que através do brincar a criança tende a evolui e tem

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motivação com vários benéficos, tanto para a formação do indivíduo como para se tornar

social e sadio nos dias atuais.

Foi abordado a elaboração de um questionário que foi respondido pela as crianças,

além de observações e conversas informais com professores e alunos de uma escola. E

através das respostas foi feito um planejamento de transferência de aprendizagem

expondo a importância do brincar.

Foi realizada a coleta de dados através da observação das crianças durante as

brincadeiras

Foi utilizado o ambiente de informática, em um momento livre, para observação

qual seria a reação e quais finalidades eles iriam se conectar. Nessa realização verificamos

que muitos entraram em redes sociais, até mesmo os menores.

Construímos meios de reflexão no momento da aplicação, conscientizando que a

tecnologia pode ser prejudicial.

Foi realizada uma conversa, explicando que sem motivação dos adultos a criança

acabam não tendo o conhecimento e o próprio interesse por brincadeiras culturais que

antes eram comuns.

Foi realizada gincanas e outros jogos estimulando as criatividades e a interação de

todos os participantes, brincadeiras onde foram envolvidos métodos pedagógicos que

incentivava a evolução e as dificuldades dos alunos, e as habilidades.

Observamos que ao estimular as crianças, obtivemos a participação e a interação

de todos, em todas as atividades. Ou seja, sem criticarem a hipótese de que poderiam

escolher a sala de informática para jogar.

Através da elaboração, de interações, estratégias e aulas recreativas foi

apresentado que o brincar é mais importante e mais saudável do que ficar em frente a uma

tela em um mundo tecnológico.

Através de observação constante, sobre a aplicação do projeto. Verificamos que

ao longo das aulas praticadas as crianças preferiam brincar e interagirem ao invés de

ficarem na sala de informática, jogando jogos de suas escolhas, ou seja depois de

estímulos, explicações conversações tivemos a percepção que as crianças preferem

brincar porem não tem esse incentivo através dos familiares.

Pretende-se que a criança no uso da tecnologia se desenvolva de forma sadia e

com qualidade, não se tornando refém e deixando de brincar, viver as peculiaridades

própria da idade.

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Metodologia ainda em aplicação.

CONCLUSÃO /CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desde o princípio os avanços tecnológicos vêm sendo aprimorados, e atualizados

para um melhor benefício do ser humano. Os conhecimentos sempre foram passados

paras novas gerações, sempre tendo em vista elaborações de novas invenções, com tudo

isso, os recursos foram “beneficiando” o lazer, a educação e o trabalho revolucionando

infinitos assuntos.

A tecnologia é essencial para a escola, o aluno e o professor podendo observar que

com todas as informações, podem ser válidas para uma transformação individual ou

conjunta, tantas evoluções podem trazer benefícios, para um bebe uma criança ou até

mesmo um adulto. Tendo em vista explorar seus reflexos, sentimentos, coordenação e até

mesmo aprimorando, mais conhecimento psicológico para uma melhor evolução.

Essa evolução é continua fazendo com que as pessoas, desde as crianças

soubessem o que é um celular, tablet e vários outros objetos tecnológicos, e isso também

fez com que quase todas as pessoas se esquecessem da importância do estimularem as

brincadeiras.

As reações das gerações antigas sobre a importância da brincadeira fizeram com

que eles não se aproximassem tanto dessas novas oportunidades de avançar, a reflexão

sobre esse assunto, traz também os pontos negativos sobre os riscos com tanto

aprimoramento da tecnologia, as doenças, perigos e outros aspectos que as novas

tecnologias podem trazer. Ou seja, juntamente com o prazer e o lazer, trazem também os

riscos, vícios entre outros malefícios que podem ser evitados através de observações e

estímulos.

A tecnologia é importante para nosso desenvolvimento, por exemplo: há desenhos

que estimulam o conhecimento, como também tem desenhos que podem prejudicar, ou

seja tudo tem o seu ponto de vista positivo e o seu lado negativo, com a tecnologia e o

brincar não é diferente, o brincar traz benefícios, desde o social quanto no

desenvolvimento infantil, trazendo benefícios em todos os aspectos, tanto na saúde

quanto na educação, a família tem que observar e estimular o que é necessário para

melhorar e capacitar a criança, mas também verificar e observar o que irá prejudica-la.

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O aprendizado nunca é demais então a conclusão chegada foi que a tecnologia é

sim um universo de novos conhecimentos, porem para todas as idades tem que impor

certos limites, e levando novas possibilidades para o desenvolvimento da criança, como

introduzi-la ao meio de conhecimento das brincadeiras, ajudando a incluía-la no meio

social com suas próprias realidades.

REFERÊNCIAS

ALTOÉ, A; SILVA, H. O Desenvolvimento Histórico das Novas Tecnologias e seu

Emprego na Educação. Maringá: Eduem, 2005.

BALI, J.; NAVIN, N.; THAKUR, B. Computer vision syndrome: A study of the

knowledge, attitudes and practices in Indian Ophthalmologists. Indian Journal of

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PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TURÍSTICOS NO VALE DO PARAÍBA:

ANÁLISE SOBRE AGENCIAMENTO DE VIAGENS

ÉBER JOSE DOS SANTOS

SIMONE DE JESUS MARTINS LOPES

Resumo

O mercado de viagens e turismo tem tradicionalmente um papel significativo na economia. Em

2016, foi responsável por 3,2% do PIB brasileiro, o que justifica o estudo do tema. Este artigo

estuda o mercado de agências de viagens da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral

Norte (o agregado das duas áreas é conhecido por RMVPLN), especialmente o da chamada Sub-

Região 3, que inclui nove municípios vizinhos ou próximos a Cruzeiro, SP. Foi realizado o

levantamento de todos os prestadores de serviços de agenciamento de viagens credenciados no

Sistema Cadastur, mostradas 7 realidades de negócios, bem e identificadas suas tipologias,

pacotes mais comercializados e como está a adaptação necessária para enfrentar o aumento da

competição promovido pelas transações comerciais online. O método científico utilizado é o

estudo de caso: além do embasamento teórico foi aplicada pesquisa de campo por meio de

entrevistas com gestores de nove estabelecimentos. Os resultados demonstram crescimento do

número de agências a partir das duas últimas décadas, concentração desse aumento em duas

cidades principais, predominância do serviço emissivo e reelaboração de estratégias de negócios

para enfrentar a concorrência do e-commerce.

Palavras-chave: Agenciamento de viagem. Turismo. Gestão de negócios.

Abstract

The travel and tourism market has a significant role in the economy of Brazil. In 2016, travel &

tourism accounted for 3.2% of the Brazilian GDP, which justifies the study of the theme. This

article studies the market for travel agencies in the Paraíba Valley Metropolitan Area of Brazil,

as well as the Northern Coast of the state of Sao Paulo (the aggregate of both areas is known as

RMVPLN), especially the so-called Sub-Region 3, which includes nine municipalities neighboring

or near the city of Cruzeiro. A survey was made of all providers of travel agency services,

accredited in an official list of businesses related to tourism called Cadastur System, showing 7

business realities, as well as identifying travel agency types, pointing out the most commercialized

packages and studying how the agencies are coping with increased competition by online

business. The scientific method used was the case study. Therefore, in addition to the theoretical

study, field research was applied through of interviews with nine travel agency managers. The

results show a growth in the number of travel agency bureaus along the last two decades with

concentration in two cities, predominance of sending over receiving tourists and re-elaboration

of business strategies to face e-commerce competition.

Keywords: Travel agency. Tourism. Business management.

INTRODUÇÃO

A área de turismo tem ganhado representatividade nos últimos anos, conforme

evidencia o Plano Nacional de Turismo 2018 – 2022, publicado pelo Ministério do

Turismo, que traz dados importantes sobre o panorama turístico no Brasil. Pelo

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diagnóstico realizado em 2016, a participação direta do segmento na economia brasileira

foi de U$$ 56,8 bilhões, o que corresponde a 3,2% do PIB43.

Até 2027, a WTTC44 prevê um crescimento de 3,3%, o que representará 9,1% do

PIB. O relatório também mostra que a Receita Cambial Turística, que inclui o turismo

internacional, registrou U$$ 5,8 bilhões, um pouco abaixo da média computada nos

últimos 10 anos, mas ainda assim o resultado da atividade turística no país é considerado,

por especialistas, como positivo.

Nesse contexto, apesar de existirem centenas de trabalhos acadêmicos sobre

turismo, ainda é relevante tratar do assunto por um viés, talvez ainda não muito explorado,

como é o caso deste artigo, que se inscreve na linha de pesquisa Turismo, Organizações

e Sustentabilidade e propõe estudar sobre o mercado de agenciamento de viagens.

Para o desenvolvimento do trabalho, delimitou-se o tema, ou seja, selecionou-se

as agências de viagens e turismo da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral

Norte (RMVPLN), do estado de São Paulo, especificamente, da Sub-Região 3, que

contempla 9 (nove) municípios – de Cachoeira Paulista a Roseira. Assim, foi realizado

levantamento de todos os prestadores de serviços do segmento, devidamente

credenciados no Cadastur, mostrada a realidade de mercado de uma amostra desse

universo de agências de viagens, identificadas suas tipologias, verificados os tipos de

pacotes mais comercializados, tanto emissivos quanto receptivos e, por fim, tomado

conhecimento sobre como os empreendedores têm trabalhado com a popularidade das

transações comerciais online (e-commerce).

Mediante esses objetivos, o método científico mais adequado é o Estudo de Caso,

que estuda determinados casos com profundidade. Para tanto, foi desenvolvido um

protocolo com questões de pesquisa, proposições de estudo, unidade de análise, lógica

que liga dados às proposições e definidos critérios de análise. Dentre as questões que

norteiam a pesquisa estão: Qual o impacto do e-commerce nas agências de viagens? Quais

as ferramentas que os agentes de viagens utilizam para gerar negócios? Que tipos de

pacotes são mais comercializados? Qual o perfil dos clientes das agências emissivas e

receptivas?

Além da pesquisa webgráfica e documental, que consta de consultas em sites

como IBGE, Ministério do Turismo, Emplasa e Assembleia Legislativa de São Paulo,

43 Produto Interno Bruto 44 World Travel & Tourism Council

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foram consultados autores importantes que fornecem sustentação ao trabalho, como

Badaró (2002), Candioto (2012), Costa (2014), Fontes Filho (2006) e Pellizzer (2013),

para citar os principais.

E, para ter um resultado prático, foi desenvolvido um roteiro de entrevista aplicado

aos empreendimentos selecionados para análise.

A partir dos resultados da pesquisa, observou-se que para atuar na área de turismo

com serviços de agenciamento, o empreendimento precisa ser legalmente constituído,

pois assim terá oportunidade de se credenciar junto ao sistema Cadastur, obrigatório e

previsto em legislação. Na Sub-Região 3, algumas agências emissivas enfrentaram o

impacto do avanço tecnológico, porém houve crescimento nesse setor a partir do

investimento em atendimento personalizado para retenção de clientes.

1. REVISÃO DE LITERATURA

Com o intuito de mostrar a realidade de mercado das agências de turismo da Sub-

Região 3, composta pelas cidades de Aparecida do Norte, Cachoeira Paulista, Canas,

Cunha, Guaratinguetá, Lorena, Piquete, Potim e Roseira, tipologia, pacotes turísticos

mais comercializados, suas tecnologias e inovações, será apresentado quadro teórico, a

partir de pesquisas bibliográficas que subsidiarão a análise dos resultados e discussões,

seção 3, de forma a compreender como é o processo da atual dinâmica do mercado de

agenciamento de viagens na RMVPLN.

1.1 Turismo

O turismo desenvolveu-se rapidamente nas últimas décadas, tornando-se

importante em vários segmentos que envolvem qualidade de vida e bem-estar e, com isso,

encontra-se em constante transformação e acompanha as tendências do mercado.

A atividade turística visa lazer, entretenimento, profissionalismo, realização de

sonhos e felicidade do turista, com ampla ação para o planejamento e estabelecimento de

prioridades e objetivos para se chegar a uma situação previamente desejada.

Diversos autores definem turismo e, para este trabalho, optou-se pelo conceito de

Pelizzer (2013, p. 01): “conjunto de elementos sociais, políticos, culturais e econômicos

provocados ou gerados pelo deslocamento de turistas (de um pólo emissivo para um pólo

receptivo)”. A escolha pelo teórico se deu pelo fato de a definição estar associada ao

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serviço de agência de viagem que emite ou recebe turistas nos destinos em que estão

instaladas.

Também não se pode deixar de citar o conceito de turismo aceito mundialmente e

referenciado em variadas obras sobre o assunto, atribuído à Organização Mundial do

Turismo (OMT). Segundo a OMT (2011, apud DANTAS & BRANCO, 2015, p. 49), o

turismo “compreende as atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e estadas

em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um

ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras”.

Nota-se, pelas definições, que o termo também se refere ao deslocamento de

pessoas que procuram pelo prazer, lazer e bem-estar.

A literatura apresenta uma diferença entre turismo, já definido, e viagem.

Conforme Badaró (2003, p.22), “viagem, no sentido amplo do termo, pode ter diversos

objetivos não necessariamente turísticos”.

Vale ressaltar que, de acordo com Pellegrini Filho (2000, apud COSTA, 2014, p.

52), turista

É toda pessoa que se desloca para fora de seu lugar de residência permanente

por mais de 24 horas, efetuando pernoite, sem a intenção de fixar residência

ou exercer atividade remunerada, realizando gastos de qualquer espécie com

renda auferida fora do local visitado.

Existem diversos tipos de turismo sob diferentes classificações, dentre eles:

Turismo Religioso, Turismo de Massa, Turismo de Incentivo, Turismo Cultural, Turismo

de Eventos, Turismo de Estudos, Agroturismo, Turismo Rural, Turismo Náutico,

Turismo Ecológico e Turismo de Aventura.

Para Badaró (2003, p. 27-30), o turismo é classificado por diferentes critérios,

como evidencia o Quadro 1:

Quadro 1: Classificação de turismos quanto a diversos critérios

Quando envia turistas para fora de sua

Por natureza Emissivo região.

Economicamente passivo.

Receptivo

Quando recebe turistas de outras regiões.

Economicamente ativo.

Nacional

Desenvolvido por turistas que residem no

Nacionalidade dos próprio país.

turistas Estrangeiro

Desenvolvido por turistas que entram no

país.

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De Minoria Destinos menos procurados. Pelo volume

De massa Destinos mais procurados.

Composição social Classes privilegiadas, média Depende do poder aquisitivo do turista.

ou popular

Livre

O turista escolhe tanto a temporada quanto a

Autonomia destinação.

Dirigido Respeitar o calendário anual.

Duração Excursionista, fim de semana, férias, tempo indeterminado.

Frequência Regular ou esporádico.

Alojamento Hoteleiro ou extra hoteleiro.

Fonte: A autora (adaptado de Badaró, 2003)

Badaró (2003, p. 30) afirma que

Uma vez exposta essa classificação, verifica-se a importância de se proceder,

hipoteticamente, a cruzamentos entre diversos tipos de turismo sob a

perspectiva das classes sociais, objetivando uma posterior identificação de

conflitos surgidos dos diferentes tipos de turismo e possíveis soluções sob a

égide do direito.

Os critérios são importantes para que se conheça de forma clara e objetiva a

classificação, de modo a atender os fatores para a movimentação de pessoas. Por sua vez,

os serviços turísticos podem ser oferecidos por meio das agências de turismo, de forma a

suprir a necessidade de cada cliente, analisar a melhor solução e a disponibilidade

financeira de cada indivíduo. Para que tais serviços sejam prestados com qualidade e o

turista possa fazer seus roteiros de viagem com segurança, o Governo Federal instituiu,

por meio da Lei nº 11.771/08, o Sistema Cadastur (Cadastro dos Prestadores de Serviços

Turísticos), no âmbito no MTur (Ministério do Turismo), em parceria com Órgãos

Oficiais de Turismo das Unidades da Federação, que visa promover o ordenamento, a

formalização e a legalização dos prestadores de serviços turísticos no Brasil. Portanto, é

um cadastro obrigatório para boa parte do trade turístico, que tem como objetivo reunir

todos aqueles empreendimentos, pessoas físicas ou jurídicas, que estejam legalmente

constituídos e em operação.

O Mtur (2011) elaborou o “Manual de Orientações para Cadastramento dos

Prestadores de Serviços Turísticos junto ao Ministério do Turismo” com a finalidade de

orientar os prestadores de serviços turísticos para o correto cadastramento no Sistema

Cadastur. De acordo com o documento (p. 4-5), o cadastro no Cadastur apresenta as

seguintes vantagens:

✓ comprovar que o empreendimento turístico está legalmente constituído;

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✓ certificar que está em funcionamento e em operação;

✓ atestar que o profissional atende aos requisitos legais para o exercício da

atividade;

✓ disponibilizar informações ao turista sobre os prestadores de serviços

cadastrados; e

A seguir, no Quadro 2, é apresentada a relação de estabelecimentos que,

necessariamente, têm de possuir o Cadastur e aqueles para quem o cadastro é opcional,

para operar seus serviços turísticos:

Quadro 2: Empreendimento com cadastro obrigatório e opcional no Cadastur

Obrigatório Opcional

Meios de hospedagem Casa de Espetáculos & Equipamento de Animação Turística

Agências de turismo Centro de Convenções

Guia de Turismo Empreendimento de Entretenimento e Lazer & Parque Aquático

Transportadoras turísticas Locadora de veículos para turistas

Organizadoras de Empreendimento de Apoio ao Turismo Náutico e à Pesca Desportiva

Eventos

Acampamentos turísticos Prestador Especializado em Segmentos Turísticos

Parques temáticos Prestador de Infraestrutura de Apoio para Eventos

Restaurante, Cafeteria, Bar e Similares

Fonte: MTur345 (2018, online)

Verifica-se, pelo Quadro 2, que as agências de turismo, para operarem no território

nacional, precisam conter o Certificado Cadastur, cujo cadastro pode ser online ou por

meio dos Órgãos Estaduais de Turismo.

No que concerne à definição de Agência de Turismo, a Lei nº 11.771, de 17 de

setembro de 2008, dispõe em seu art. 27, Subseção III:

Art. 27. Compreende-se por agência de turismo a pessoa jurídica que exerce a

atividade econômica de intermediação remunerada entre fornecedores e

consumidores de serviços turísticos ou os fornece diretamente. (BRASIL,

2008, online)

Pelo dispositivo legal, a agência de turismo auxilia antes, durante e depois da

viagem, atende os clientes individualmente para oferecer a melhor solução, conforme os

desejos e a disponibilidade financeira, com segurança, cordialidade e experiência.

Outra fonte oficial é a Lei 12.974, de 15 de maio de 2014, que estabelece as

funções da agência do turismo, dentre as quais estão intermediação na comercialização

de reserva e contratação de passagens aéreas, meios de hospedagens, locação de veículos,

45 www.turismo.gov.br

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seguros de viagens etc. Tais atribuições são citadas por Marcela Candioto (2012), em sua

obra sobre agências de viagens do Brasil.

Candioto (2012, p. 9) classifica as agências de turismo em duas categorias:

Operadoras turísticas ou agências produtoras: organizam pacotes

turísticos, desenvolvem roteiros e conjugam em um só preço os itens de uma

viagem: transporte, hospedagem, alimentação, serviços (guia de turismo,

passeios, entretenimento etc.), facilitando a comercialização dos destinos

turísticos. Agências de viagens ou distribuidoras: empresas que fazem a

conexão entre o consumidor final (turista) e os produtos turísticos das

operadoras, além dos demais fornecedores independentes (meios de

hospedagem, de transporte, alimentação e inúmeros outros serviços turísticos).

(grifos nossos).

Pela citação, percebe-se que as operadoras criam os pacotes e as agências

comercializam para os clientes finais, ou seja, são pessoas jurídicas que atuam como

intermediadoras.

A mesma autora (p. 10-11) ainda apresenta a classificação de cada grupo de

empreendimentos, conforme o Quadro 3:

Quadro 3: Classificação das Operadoras Turísticas e Agências de Viagens

Operadoras turísticas ou agências produtoras Agências de viagens ou distribuidoras

Operadoras turísticas nacionais desenvolvem Agência de viagem vendedora revende os

roteiros e pacotes turísticos aéreos, marítimos, produtos elaborados pelas operadoras turísticas

rodoviários ou mistos, dentro do território produtoras, como também, meios de transporte,

nacional. hospedagem, alimentaçao e entretenimento

recebendo, na maioria dos casos, uma comissão

de seus fornecedores.

Operadoras turísticas internacionais

Agência de viagem representante revende os desenvolvem roteiros e pacotes turísticos aéreos,

produtos e serviços elaborados por uma ou mais marítimos, rodoviários ou mistos, em países

operadoras turísticas ou fornecedor. distintos daquele que esta estabelecida.

Operadoras turísticas locais ou receptivas atuam

no atendimento e na prestação de serviços no

local onde estão estabelecidas.

Ambas (vendedoras e representantes) têm Operadoras turísticas mistas atuam tanto como

caráter varejista e atendem ao consumidor final, operadora nacional quanto internacional e

prestando serviços, assessoria e informações receptiva.

detalhadas sobre os produtos. Operadoras turísticas segmentadas podem ser

nacionais ou internacionais. Desenvolvem

pacotes e roteiros para um determinado nicho de

mercado.

Fonte: A autora (adaptado de Candioto, 2012, pp. 10,11)

Com o advento da Internet, surgiu, ainda, outro tipo de agência de viagem: as

chamadas OTAs (Online Travel Agencies), que, segundo Sass (2017), tiveram origem em

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1996, nos EUA, com a Travelcity. Basicamente, são empresas do segmento que

promovem vendas online de produtos e serviços relacionados ao turismo.

Neves (2017, online) afirma que

as Online Travel Agencies (OTAs), como Booking.com, Hotels.com (empresa

da Expedia), Decolar.com, entre outras, têm crescido no número de vendas de

diárias em hotéis, nos últimos anos, o que tem sido resultado da queda nos

meios de vendas diretas.

O consumidor tem preferência por esse tipo de serviço por ser mais rápido, em

muitos casos eficientes, práticos, além do custo benefício. Por outro lado, há clientes que

ainda optam pelas agências físicas, pois sentem mais segurança ao negociar com um

agente de viagens presencial, que passe confiança na relação comercial.

Ainda, segundo Candioto (2012, p. 11), há outras empresas do segmento do

turismo que prestam suporte às agências de viagens. São as consolidadoras, que repassam

e revendem o transporte aéreo para as agências de turismo que não possuem o

credenciamento necessário para essa operação no SNEA (Sindicato Nacional das

Empresas Aeroviárias) ou IATA (International Air Transport Association, Associação

Internacional de Transporte Aéreo), dependendo se for voo nacional ou internacional,

respectivamente.

Existem, também, os General Sales Agents (GSAs), que se caracterizam como

uma forma de representação de um determinado produto ou serviço, servindo como

atacadista na distribuição às agências de viagem de um determinado país ou região.

Atendem exclusivamente a operadoras turísticas e agências de viagem, e não ao

consumidor final.

É pertinente a este estudo mencionar sobre Gestão de Negócios, de modo a

entender como empreendedores de agenciamento de viagens e turismo fazem a gestão de

suas empresas.

1.2 Gestão de negócios

Em empreendimentos de pequeno e médio porte - como é o caso das agências de

viagens da Sub-Região 3 da RMVP - geridos, muitas vezes, pelos próprios proprietários

e que pretendem crescer, faz-se necessário mais do que uma simples mudança

organizacional, é preciso que os empreendedores atuem como administradores, ou seja,

façam uma gestão profissional da empresa.

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De acordo com Silva, Oliveira e Prado (2005, p. 4), o bom administrador executa

cinco operações básicas, que, juntas, resultam na integração dos recursos em um

organismo viável e em desenvolvimento: fixa objetivos, organiza, lidera, avalia e

desenvolve pessoas. Cabe a ele, então, se adequar à empresa, conhecer pontos fortes e de

melhoria para que possa atingir os objetivos propostos, de forma eficiente, e aprimorar o

crescimento da empresa.

Dentre as ferramentas disponíveis que podem ajudar na boa gestão de um negócio,

existe o Plano de Negócios, que, segundo Fontes Filho (2006, p. 87), consiste em

um relatório ou documento de trabalho onde são detalhados, de forma clara e

objetiva, todos os aspectos importantes de um novo empreendimento,

incluindo as oportunidades de negócio identificadas, a definição de objetivos

esperados, os recursos e ações necessárias seu alcance, e a forma como o

empreendimento será gerenciado para o alcance dos objetivos.

Percebe-se que o plano é importante para descrever os objetivos e a forma como

serão alcançados, analisar a viabilidade do negócio, identificar possíveis riscos e quanto

mais detalhado, mais amplas serão as chances de acertos e sucesso do novo

empreendimento.

Com a evolução da tecnologia, novos formatos de negócios surgiram como o e-

commerce.

Cruz et al. (2017) afirmam que, com o surgimento do comércio eletrônico nos

EUA, em 1995, esse novo formato de venda chegou ao Brasil em 2000, com a promessa

de revolucionar o comércio varejista, com um conceito totalmente inovador.

É comum a confusão entre os termos e-commerce e e-business, mas Chaffey

(2015, online) esclarece a diferença:

E-commerce são transações mediadas eletronicamente entre uma organização

e qualquer terceiro com o qual ela se relacione. Não se restringem somente a

compra e venda de produtos, mas incluem atividades de pré-vendas e pós-

vendas ao longo da cadeia de suprimentos. E-businesses incluem pesquisas e

desenvolvimento, marketing, manufatura e logística de entrada e mídia. (grifos

nossos)

O e-commerce assume um papel cada vez mais expressivo na competitividade do

mercado no setor de turismo, possibilitando o contato direto entre a empresa e o cliente,

o que facilita a informação e a venda. Desse modo, torna-se preciso entender a

necessidade e desejo do consumidor, identificar a intenção por realizar compra on-line,

além de levar em consideração três aspectos: confiança, design e segurança, explicados

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por Oneto et al. (2015) que se baseiam em teorias de Araújo, Silva e Christo (2002), Ponte

et al. (2015) e Kim, Chung e Lee (2011).

Nesse universo online, a confiança é um fator primordial para a compra, assim, os

sites precisam transmitir confiabilidade e credibilidade por meio das referências,

aparência de suas páginas, comentários de clientes, experiência e informações claras e

positivas.

O design também é um atrativo para o internauta e, como está em constante

mudança de tendências, precisa estar atualizado e ser funcional para que o usuário tenha

a praticidade ao realizar sua pesquisa.

Por fim, a segurança é a garantia de que o usuário receberá seu produto/serviço,

conforme a descrição no site.

Mediante esse novo cenário, o empresário que se propõe a comercializar produtos

e serviços virtualmente tem de se adaptar a essa nova forma e cuidar, especialmente, do

modo como se apresenta aos seus clientes, pois, diferentemente da loja física, esses são

conhecidos pelo visual do produto, avaliações de compradores etc.

Assim, o e-commerce possui característica como flexibilidade de negócios,

diferencial das demais formas de comércio, podendo realizar compra ou venda de vários

tipos de produtos.

Sass (2017) comenta que, do total de vendas em turismo, em 2016, 16% foram

efetuadas via agências de viagens online, como Expedia, Booking, Decolar e Viajanet,

denominadas de OTAs, e afirma ainda que enquanto o turismo total crescerá em média

3% nos próximos anos, no Brasil, o turismo online chegará a 12%, alcançando 48% de

penetração em 2020.

Esses dados devem suscitar preocupação nos agentes de viagens que mantêm suas

empresas físicas, uma vez que demonstram uma tendência do consumidor a usar cada vez

mais a Internet para efetuar suas compras, portanto, é importante associar criatividade e

inovação, para se reinventar no mercado e garantir sobrevivência.

1.3 Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte

A Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVPLN),

composta por 39 municípios, foi criada pelo Governador do Estado de São Paulo, Geraldo

Alckmin, ao promulgar, em 09/01/2012, a Lei Complementar 1.166/2012, que estabelece

em seu texto os seguintes objetivos:

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I - o planejamento regional para o desenvolvimento socioeconômico e a

melhoria da qualidade de vida;

II - a cooperação entre diferentes níveis de governo, mediante a

descentralização, articulação e integração de seus órgãos e entidades da

administração direta e indireta com atuação na região, visando ao máximo

aproveitamento dos recursos públicos a ela destinados;

III - a utilização racional do território, dos recursos naturais e a proteção do

meio ambiente, dos bens culturais materiais e imateriais;

IV - a integração do planejamento e da execução das funções públicas de

interesse comum aos entes públicos atuantes na região;

V - a redução das desigualdades regionais (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

DE SÃO PAULO, 2012, online).46

Conforme tal dispositivo legal, a RMVPLN é dividida em sub-regiões:

Quadro 4: Divisão da RMVPLN em Sub-regiões

Sub-Região 1 Caçapava, Igaratá, Jacareí, Jambeiro, Monteiro Lobato, Paraibuna, Santa Branca e

São José dos Campos;

Sub-Região 2 Campos do Jordão, Lagoinha, Natividade da Serra, Pindamonhagaba, Redenção da

Serra, Santo A. Pinhal, São B. Sapucaí, São L. Paraitinga, Taubaté e Tremembé;

Sub-Região 3 Aparecida, Cachoeira Paulista, Canas, Cunha, Guaratinguetá, Lorena, Piquete, Potim

e Roseira;

Sub-Região 4 Arapeí, Areias, Bananal, Cruzeiro, Lavrinhas, Queluz, São José do Barreiro e

Silveiras;

Sub-Região 5 Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.

Fonte: A autora (adaptado da Lei Complementar 1.166/2012)

Geograficamente, a RMVPLN está distribuída conforme a Figura 1, a seguir:

Figura 1: Mapa da RMVPLN

46 https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei.complementar/2012/lei.complementar-

1166-09.01.2012.html

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Fonte: Emplasa (2017)

Dados do IBGE (2017) mostram que a população estimada da Sub Região 3 era

de 350.201 habitantes em 2017, distribuídos entre as nove cidades que a compõe,

conforme mostrada no Quadro 4.

A seleção da Sub-Região 3 para análise se justifica por se buscar, com este estudo,

compreender tendências de crescimento e a forma como as agências de turismo evoluíram

com as inovações tecnológicas, além dessa região deter o foco maior em turismo.

2. METODOLOGIA

Dentre os métodos científicos, para este artigo, elegeu-se o Estudo de Caso

conforme definido por Yin (2015). A escolha se justifica pelo fato de que se pretendeu

analisar as agências de turismo da Sub-Região 3 da RMVPLN, ou seja, tais

estabelecimentos foram estudados de forma aprofundada para levantar suas

características. Tal procedimento vai ao encontro da teoria de Yin (2015), que defende o

uso do Estudo de Caso quando o pesquisador almeja, justamente, analisar de forma

sistemática determinado caso.

A partir dessa escolha, elaborou-se um protocolo para o desenvolvimento do

estudo. Assim, foram delineadas questões de pesquisa, proposições de estudo, unidade de

análise, lógica que liga os dados às proposições e os critérios de análise.

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Com relação às fontes de pesquisa, valeu-se de artigos disponíveis em sites

confiáveis e obras que tratam de assuntos como agenciamento de viagem, turismo e

gestão de negócios, para dar embasamento teórico e contribuir para a discussão dos

resultados obtidos.

Adicionalmente, foi aplicada uma pesquisa de campo com proprietários de nove

agências de viagens receptivas e emissivas, devidamente pertencentes ao Sistema

Cadastur, existentes nas cidades que compõem a Sub-Região 3, que revelou um universo

de 35 (trinta e cinco) empreendimentos, distribuídos entre os nove municípios eleitos

como unidade de análise, os quais foram analisados quanto ao tempo de mercado e

localização geográfica. Para aplicação da entrevista, que visou conhecer como funciona

a prestação de serviços de cada empreendimento, como se dá a sua gestão e como encaram

o e-commerce e a ampliação das OTAs no mercado, foram selecionados nove

estabelecimentos, com base na relevância no mercado e tipo de prestação de serviço

(emissivo/receptivo), e, também, no retorno obtido pela pesquisadora quanto à

disponibilidade e aceite de concessão da entrevista por parte dos gestores, o que configura

como uma amostra por acessibilidade, conforme Vergara (2010).

3. RESULTADOS OBTIDOS

Como primeiro procedimento de pesquisa, foi realizado levantamento, a partir do

site Cadastur, de todas as agências de viagens presentes nas nove cidades da Sub-Região

3 da RMVPLN. Como mencionado, foram identificados 35 (trinta e cinco)

estabelecimentos, elencados no Quadro 5.

Quadro 5: Relação de agências de turismo da Sub-Região 3 da RMPLN

Município Agências

Alc Turismo

Aparecida Aparecida Tur

Agência Neto Master Turismo

Edimea Excursões

Cachoeira Paulista Encanturismo

Peregrinações com Maria

Voo de Águia Viagens

Canas Chacon Agência de Viagens e Turismo com Frota Ltda Me

Cunha Shalom Passagens Aéreas e Turismo

Accetur Agência de Turismo e Locação de Veículos Ltda

Guaratinguetá Adriano Reis Viagens e Turismo

Aerovalp Turismo

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Friends & Trips

Guaratrekking Turismo – Eireli – Me

Matheus Augusto Farias da Silva

Momento Turismo

Mundial Tur

Rocco Agência de Viagens e Turismo Ltda – Me

Sambatur Viagens

Tirelli Turismo

Trevus Turismo

Vale Paraibana Agência de Viagens e Turismo Ltda – Me

Vibe Vale Viagens – Agência de Ecoturismo

Carpe Diem Turismo Especializado

Eco Vale Trip Agência de Viagens e Turismo Ltda – Me

Famitur

Feg Agência de Viagens e Turismo Ltda – Me

Intercities Agência de Viagens e Turismo Ltda – Me

Lorena JM Viagens

Lorentur Viagens Ltda – Me

Neytur Viagens

Otimatur Agência de Viagens e Turismo Ltda-Me

Start Intercâmbio e Turismo

Vaiviver - Ecoturismo e Aventura

Piquete Não consta

Potim Não consta

Roseira Francisco Monteiro Fernandes Da Cunha Turismo Me

Fonte: A autora (adaptado de https://cadastur.turismo.gov.br/hotsite/#!/public/sou-prestador/inicio)

A partir desse quadro, foram gerados dois gráficos que apresentam variáveis

interessantes para o objetivo deste trabalho.

O Gráfico 1, a seguir, mostra a concentração de abertura de agências no período

de quase 40 anos (1980 – 2018).

Gráfico 1: Concentração de abertura de agências de 1980 - 2018

Fonte: A autora

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Pelo que se pode observar houve crescimento do número de estabelecimentos,

sobretudo, nas duas décadas mais recentes, mesmo nesse período de transição em que as

OTAs começaram a tomar conta do mercado de agenciamento (SASS, 2017). Esse

crescimento de 2011 em diante pode ter reflexos também da Lei nº 11.771/08, que

instituiu o Sistema Cadastur, cadastro obrigatório para a prestação de serviços de

agenciamento que alimentou tal plataforma com mais estabelecimentos. Outros fatores

também podem ter contribuído como a comercialização do turismo religioso doméstico

no Circuito Religioso do Vale do Paraíba, pois, embora as agências estudadas sejam

predominantemente emissivas (Gráfico 6), atuam também em serviços receptivos; o

incentivo do Ministério do Turismo para o turismo nacional que faz aumentar a demanda

por pacotes; e, consequentemente, o crescimento da oferta de estabelecimentos que os

oferecem.

A pesquisa revela, também, o número de empreendimentos por cidade, conforme

Gráfico 2.

Gráfico 2: Número de agências por cidade

Fonte: A autora

Guaratinguetá e Lorena, destacadas no resultado, são cidades maiores e

economicamente bem desenvolvidas, com isso oferecem opções de localização

estratégica dessas agências, pois possuem fluxo maior de pessoas, o que contribui para

fomentarem potenciais consumidores de viagens emissivas, como evidencia Badaró

(2003), que classifica o turismo por natureza emissiva e receptiva. Essa inferência se

confirma ao se observar que as cidades de Piquete e Potim, consideradas pequenas, não

contêm agências de viagens, ao menos, devidamente credenciadas.

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Acerca das entrevistas aplicadas com os gestores de nove agências, foram

abordadas questões relativas ao perfil do público, pacotes mais comercializados, serviços

oferecidos, desafios e impactos com a tecnologia e quais as medidas adotadas a partir da

propagação do e-commerce (CRUZ et al., 2017; CHAFFEY, 2015).

Gráfico 3: Tipo de público atendido pelas agências

Fonte: A autora

Os clientes são diferentes, como se pode observar, com necessidades e

expectativas diversas, e que desejam escapar da rotina diária e obrigações, descansar e

recuperar-se do trabalho ou estresse. Os motivos e condições variam em virtude da idade,

situação sócioeconômica, vida conjugal, disponibilidade de tempo livre, dentre outros.

Interessante observar que há uma demanda da melhor idade, o que se deve ao fato de que

a aposentadoria, por volta dos 65 anos, criou um grupo de pessoas ativas que realizam

viagens internacionais e nacionais. Além disso, as agências têm oferecido pacotes

personalizados e com preços acessíveis a esse grupo de cliente.

Os gestores também foram questionados quanto ao uso de sistemas de compras de

passagens aéreas utilizados, uma vez que atuam com serviços emissivos. Os resultados

estão no Gráfico 4:

Gráfico 4: Uso de sistemas para emissão de passagens aéreas

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Fonte: A autora

Os resultados do gráfico evidenciam que as agências consultadas não possuem

credenciamento no SNEA (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) ou IATA

(International Air Transport Association, Associação Internacional de Transporte Aéreo),

portanto, não estão habilitadas para emitirem passagens aéreas. Assim, em entrevista, os

gestores afirmaram que não trabalham com sistemas como Amadeus, Galileo ou Sabre e

que se valem das consolidadoras, empresas devidamente credenciadas a essas instituições

e que prestam serviços a agências menores que não detêm tais credenciamentos, conforme

pontua Candioto (2012).

Os pacotes mais comercializados pela amostra de agências da Sub-Região 3 estão

dispostos no Gráfico 5.

Gráfico 5: Destinos mais comercializados

Fonte: A autora

O resultado revela o Nordeste como destino mais escolhido pelos clientes das

agências, o que vai ao encontro da pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo, em

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2017, que apontava uma tendência de brasileiros que pretendiam viajar em 2018 para o

nordeste brasileiro.

O que se pode depreender também é que o Nordeste, além de ser uma região com

nove estados, o que amplia o leque de opções para o turista, é uma destinação turística

rica de belezas naturais, tradições, festejos, diversificada gastronomia e com ampla

infraestrutura de hospedagem, representada até por marcas de redes hoteleiras

internacionais.

Acerca dos tipos de serviços oferecidos, os resultados estão compilados no

Gráfico 6.

Gráfico 6: Tipo de serviço oferecido

Fonte: A autora

A maioria das agências entrevistadas mencionou que seus serviços são emissivos,

embora também atuem como receptivas, mas o grande nicho de mercado são as viagens

para fora da localidade onde estão instaladas, sejam elas rodoviárias, aéreas ou marítimas,

nacionais ou internacionais. Tais resultados dialogam com o Gráfico 2 ao passo que o

desenvolvimento econômico das cidades de maior concentração de agências –

Guaratinguetá e Lorena – contribui para um poder aquisitivo maior dos clientes, o que

permite destinar parte do orçamento pessoal para o lazer, que contempla as viagens

(PELIZZER, 2013).

Sobre os desafios enfrentados pelos gestores com o advento da tecnologia, o

Quadro 6 apresenta os principais apontados pelos entrevistados.

Quadro 6: Principais desafios enfrentados com o advento da tecnologia

Concorrências

Necessidade de conferência de todos os

detalhes

Falta de Marketing

Falta de segurança dos sistemas e-

commerce

Baixa nas vendas Reciclagem de funcionários

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Oferecimento de diferenciais competitivos e

Participação em eventos de inovação

tecnológica

inovação

Fonte: A autora

Pelo quadro, observa-se que a tecnologia trouxe um impacto positivo para a

maioria, o que fez com que as agências passassem por um processo de inovação

organizacional de produtos e serviços para atender a essa nova demanda de clientes e

concorrer em igualdade com as OTAs, gerando modelos e planos de negócios mais ágeis,

criativos e produtivos (FONTES FILHO, 2006).

Por fim, quando questionados sobre o impacto do e-commerce e que medidas de

gestão foram adotadas para esse novo cenário de mercado, ou seja, das vendas online, os

gestores disseram que tal novidade instigou-os a investir em novas tecnologias para atrair

esse cliente que realiza compra online, como um site mais interativo, ampliação dos

canais de distribuição e de relacionamento com os clientes, como o uso constante das

redes sociais. Por outro lado, eles acreditam que a compra online ainda causa certa

resistência pela insegurança do mundo virtual, portanto, têm procurado capacitar seus

funcionários para agirem como consultores de viagens e não mais como simples agentes.

Um consultor pode oferecer informações que a internet não disponibiliza, afirmam os

respondentes, assim têm apostado em um atendimento personalizado e de qualidade, com

a finalidade de reter e prospectar novos clientes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do estudo realizado, os objetivos gerais e específicos bem como as

questões de pesquisas levantadas no protocolo deste artigo foram atingidos e respondidas,

respectivamente.

Pelos resultados, depreende-se que o mercado de agenciamento na RMVPLN é

bastante representativo, pois, embora se tenha estudado somente uma Sub-Região, o

quantitativo de 35 estabelecimentos mostra uma tendência de que outras cidades maiores

como São José dos Campos, Jacareí, Caçapava, por exemplo, contenham um número que

segue esse comportamento da Sub-Região 3, ainda mais se considerado que esses

municípios, juntos, têm uma representatividade econômica significativa.

Especificamente, pelos resultados obtidos, foi possível perceber que as teorias

apresentadas pelos teóricos selecionados para este artigo têm correlação com a realidade

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de mercado encontrada por meio das agências da Sub-Região 3 investigadas. De forma

resumida, os empreendimentos tiveram de se formalizar e se credenciar no Cadastur,

precisaram adequar suas estruturas organizacionais para que pudessem continuar

competitivos no mercado cuja concorrência com as OTAs tem crescido, mudaram

estratégias de gestão e se adaptaram às novas tendências dos negócios, de modo a oferecer

um atendimento personalizado e, estabelecer uma relação de parceria e confiança entre

cliente e prestador de serviços.

Depreende-se, por fim, que este artigo contribui com a pesquisa acadêmica e

propicia novas abordagens para futuras pesquisas, a partir dos limites de estudo definidos

até aqui.

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nº 1.166, de 09 janeiro 2012. Cria a região metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral

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PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO

DE AMOSTRAS EM UMA INDÚSTRIA DE COMPONENTES AUTOMOTIVOS

EVERTON GOMES MACHADO

LEONIDAS MAGNO DE MORAIS

LUIZ FELIPE OLIVEIRA BIONDI

Resumo

Atualmente, há uma necessidade das organizações de se adaptarem continuamente de modo a se

tornarem cada vez mais competitivas no mercado. Este projeto apresenta a implementação de um

Centro de Distribuição de Amostra - CDA com intuito de resolver os problemas de produção com

as necessidades da engenharia, ainda, contribuir para o incremento da eficiência e eficácia na

organização

e meios logísticos de distribuição das amostras, ao proporcionar a redução dos custos operacionais

e ganho de produtividade. Após análise do processo produtivo, numa empresa da região produtora

de componentes e conjuntos automotivos, mediu-se o local e os fluxos utilizados em processo a

fim de promover a produção e distribuição de mercadorias na quantidade, local e momento certos.

Sugeriu-se que a produção continuasse mantendo o mesmo arranjo físico por processo, porém foi

proposto um centro de distribuição de amostra numa área estratégico na Prensaria Leve,

diminuindo movimentos desnecessários e ganhos financeiros indiretos proporcionados com

elevados custos operacionais e logísticos. Além da proposição da criação do CDA, destaca-se a

melhor integração entre os setores de produção, qualidade e engenharia de desenvolvimento. O

projeto será realizado por meio de um estudo de caso com apoio em estudo bibliográfico.

Palavras-chave:. CDA. PPAP. Fluxo. Modelo.

.

Abstract

Actually, there is a need for organizations to continually adapt to become increasingly

competitive in the marketplace. This paper presents an implementation of a Sample Distribution

Center (CDA) with the purpose of solving production problems with the needs of engineering,

then, as contributing to the increase of efficiency and effectiveness in the organization and logistic

means of distribution of the samples, by providing the reduction of operating costs and

productivity gains. After analyzing the production process, a company in the region producing

automotive components and assemblies measured the location and the flows used in the process

in order to promote the production and distribution of goods in the right quantity, place and time.

It was suggested that production should continue to maintain the same physical arrangement by

process,but a sample distribution center was proposed in a strategic area in Light Press, reducing

unnecessary movements and indirect financial gains provided with high logistic operating costs.

In addition to the proposal for the creation of CDA, the best integration between the production,

quality and development engineering sectors is highlighted. The project will be carried out

through a case study with support in a bibliographic study.

Keywords: CDA. PPAP. Flow. Model

INTRODUÇÃO

O mercado econômico mundial tem se mostrado cada vez mais instável e

competitivo, onde os consumidores se tornaram mais exigentes, com isso empresas

tiveram que repensar suas estruturas de produção para permanecer no mercado atual.

Correa e Correa (2006) ressalta que o principal objetivo das escolhas de um

arranjo físico é assegurar a estratégia competitiva da operação, estabelecendo um elo entre

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o projeto de layout e as prioridades da empresa. Portanto, cabe o gestor utilizar de forma

ideal o arranjo físico por meio das instalações industriais, procurando alinhar a alocação

dos recursos produtivos e melhorando o fluxo de operações, tornando-se uma ferramenta

de fundamental importância na estratégia e competitividade da empresa.

A empresa em questão possui linhas exclusivas de prensas para fabricação de

estampados com diferenciados materiais, dimensões, peso e espessura. Além da

estamparia, possuem diversos processos de usinagem e montagem dos mais complexos

conjuntos e know-how na aplicação de tratamento superficial, adequando-se as mais

diversas necessidades do mercado de autopeças.

Abordando a justificativa, espera-se que esse projeto de pesquisa traga uma

contribuição acadêmica e científica nas lacunas gerais do conhecimento que serão

abordados e, por outro lado, pessoal e social a fim de alcançar a contribuição técnica de

melhoria institucional.

A justificativa baseia-se na dificuldade da empresa em estocar, padronizar o

processo para obtenção das amostras, pois possuem vários locais (ECOAT, Pintura Pó,

Conjuntos Leves, Expedição, Áreas de recebimento, Metrologia de chassis, sala de

engenharia de desenvolvimento, entre outros) de estocagem e sem efetiva

responsabilidade das áreas de produção, resultando em movimentos desnecessários e

perdas financeiras indiretas, além de proporcionar com elevado custo operacional

logístico. De modo mais específico, espera-se que todo projeto de pesquisa traga uma

contribuição acadêmica e científica para a sua área de conhecimento.

Este projeto tem o objetivo geral de apresentar uma implementação de um Centro

de Distribuição de Amostra, com intuito de resolver os problemas de produção com as

necessidades da engenharia, ainda, contribuir para o incremento da eficiência e eficácia

na organização e meios logísticos de distribuição das amostras, ao proporcionar a redução

dos custos operacionais e ganhos de produtividade. Partiremos da premissa, com um local

estratégico na Prensaria Levede resolver os problemas relacionados às amostras de peças

menores, isso numa área que possui sua própria logística e controle de produtos

(fornecedores, comodatos).

Para que o objetivo seja atingido, será realizado o estudo da disposição física

existente nos vários setores de produção, onde será observado o fluxo dos processos e

estocagem de amostras, a movimentação dos operários, estagiários e empilhadeiras até o

destino (produtos semiacabados e acabados).

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Os objetivos específicos deste trabalho são:

a) . Realizar o estudo da disposição física da área modelo (Prensaria Leve), layout

(ver Figura 3) existente nos vários setores de produção;

b) Analisar o fluxo dos processos e estocagem de amostras, a movimentação dos

operários entre as áreas do processo produtivo, estagiários e empilhadeiras até o destino

(produtos semi-acabados e acabados);

c) Esboçar, discutir e melhorar o projeto de implementação do Centro de

Distribuição de Amostra.

O presente trabalho insere-se no âmbito de um estudo de caso, tendo como

objetivo, apresentar propostas de implementação de melhorias associada a mudanças no

layout e no processo produtivo de amostra de peças automobilísticas. Para o

desenvolvimento do tema, foi realizado um levantamento bibliográfico por meio de

pesquisas em sites, livros e artigos relacionados ao tema. A pesquisa se embasará em

Slack (2016); Peiter (2009); Soares (2009); Correa (2006); Figueiredo, Fleury e Wanke

(2003); Lummus&Vokurka (1999); e outros para melhor compreensão de tais sistemas e

reflexão sobre possibilidades de aplicação dos mesmos.

Espera-se criar um bom projeto para implantação de um Centro de Distribuição

de Amostra na Prensaria Leve como modelo a ser seguido futuramente para outras áreas.

Acredita-se que se não for realizado a implementação do CDA, pode-se levar a padrões

de fluxo longos, estoque de materiais, tempos de processamento longo, atrasos na entrega

dos produtos, fluxos imprevisíveis e altos custos. (SLACK et al, 2013, p.201).

Este trabalho é constituído por três capítulos, apresentados da seguinte forma: o

primeiro capítulo apresenta considerações importantes acerca da importância da escolha

de um arranjo físico para uma melhor estratégia competitiva no mercado. Em seguida são

apresentados as justificativas e os objetivos.

O primeiro capítulo apresenta a revisão bibliográfica, acerca de temas sobre

Estrutura Organizacional, Gerenciamento de Cadeia de Suprimentos (SCM), Estoques,

Centro de Distribuição, PPAP e Fluxograma de Materiais e Recursos.

O segundo capítulo, apresenta as informações da metodologia sobre o estudo de

caso com as informações e problematização de uma empresa produtora de componentes

e conjuntos automotivos, situada no Vale do Paraíba no Estado do estado de São Paulo.

Será apresentado à alta capacidade produtiva da empresa e o aumento de novos produtos

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para serem desenvolvidos, juntamente com a problemática do processo de produção de

amostras e a implementação de um CDA.

Em seguida, no terceiro capítulo, são abordados a Análise e Discussão dos

Resultados, com a implementação de um Centro de Distribuição de Amostras na

Prensaria Leve com finalidade de redução do lead time, melhor fluxo de integração entre

os setores de produção, qualidade e engenharia de desenvolvimento.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. Estrutura Organizacional

Para selecionar os processos críticos, a empresa optou por abordar todos os

macroprocessos, processos e sub processos de forma a substituir o mapeamento utilizado

baseado na Gestão Funcional. Entende-se por macroprocesso aquele processo que

envolve mais que uma função na estrutura organizacional, cuja operação tem um impacto

significativo no modo como a organização funciona.

Para os autores (HARRINGTON, 1993, 1997), sub processo é a parte que tem um

objetivo específico em apoio ao processo e contribui para a missão do mesmo. O

mapeamento das atividades e tarefas foi realizado em um segundo momento, após o

amadurecimento da implantação dos macroprocessos definidos.

Dessa maneira, observa-se que uma boa gestão da Cadeia de Suprimentos resulta

no crescimento da satisfação dos clientes.

1.2. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (SCM)

A cadeia de suprimentos é definida como o conjunto de atividades que envolvem

a distribuição do produto para o consumidor final, desde a aquisição de matéria-prima,

manufatura e montagem, armazenagem, controle de estoques, controle de entrada e saída

de materiais, distribuição entre os elos da cadeia, entrega ao consumidor e também o

sistema de informações envolvido (LUMMUS & VOKURKA, 1999).

Furlaneto (2002) ressalta que a cadeia de suprimentos é um sistema envolvendo

os fornecedores de matéria prima, os processadores, os serviços de distribuição e

comercialização e os clientes, todos estes ligados por meio da aquisição de produtos e

fluxo de recursos e informações. Sua formação deve ser uma decisão estratégica, por ser

composta por diversas empresas.

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Segundo Lummus&Vokurka (1999), o gerenciamento da cadeia de suprimentos

(SCM) é responsável por integrar e coordenar as atividades da cadeia de suprimentos,

conciliando as principais áreas da cadeia, com o intuito de promover a produção e

distribuição de mercadorias na quantidade, local e momento certos (SIMCHI-LEVI et al.,

2003)

Relacionado com SCM, o Estoque é atender as demandas de acordo com a

constante procura, continuidade na gestão do estoque com um bom gerenciamento

administrativo nas operações permitindo um local adequado para armazenar as matérias-

primas.

1.3. Estoques

Gestão de estoques, segundo Martins, Petrônio G (2006), constitui uma série de

ações que permitem ao administrador verificar se os estoques estão sendo bem utilizados,

bem localizados em relação aos setores que deles se utilizam, bem manuseados e

controlados. Segundo dados do Instituto Imam (2000), a administração dos estoques está

relacionada com o planejamento e o controle de estoques de materiais ou de produtos que

serão utilizados na produção ou na comercialização de bens ou serviços.

O controle do estoque é de suma importância para a realização de um centro de

distribuição, pois o planejamento e controle da cadeia de suprimentos consideram

aspectos importantes do processo de produção e este necessita da organização estruturada

de um estoque.

1.4. Centro de Distribuição

Autores como Figueiredo; Fleury e Wanke, (2003, p.27) afirmam que o

gerenciamento da cadeia de suprimentos é “a gestão dos fluxos correlatos de informações

e de produtos que vão do fornecedor ao cliente, tendo como contrapartida os fluxos

financeiros”. Já o Global Supply Chain apresenta que “o gerenciamento de cadeia de

suprimentos consiste na integração dos principais processos de negócio a partir do

consumidor final para o fornecedor inicial de produtos, serviços e informações que

adicionam valor”

Segundo Soares (2009, p. 20) o Centro de Distribuição

é um armazém que tem por missão realizar a gestão dos estoques de

mercadorias na distribuição física. Suas atividades englobam recepção,

expedição, manuseio e armazenagem de mercadorias, administração de

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informações, emissão de notas fiscais, conhecimentos de transporte e outros

documentos e, em alguns casos, agregação de valor intrínseco (físico), como a

colocação de embalagens e rótulos e preparação de kits comerciais (“compre

dois e leve três”, por exemplo).

A distribuição física de produtos constitui-se em permanente desafio logístico. A

escolha do posicionamento e da função das instalações de armazenagem é uma definição

estratégica. É parte de um conjunto integrado de decisões, que envolvem políticas de

serviço ao cliente, políticas de estoque, de transporte e de produção que visam prover um

fluxo eficiente de materiais e produtos acabados ao longo de toda a cadeia de suprimentos

(LACERDA, 2000).

Os Centros de distribuição tornaram-se uma opção adequada, apresentando a

melhor versão da armazenagem, pois permitem mais competitividade por meio dos

avanços tecnológicos, otimização dos espaços, redução de tempo e dos custos

operacionais.

1.5. PPAP

O PPAP é o processo de aprovação da peça de produção derivado do APQP-PPAP

desenvolvido no final dos anos 80 por uma comissão das empresas Ford, General Motors

e Chrysler. Seu propósito é determinar se todos os requisitos dos registros de projeto de

engenharia do cliente e especificações estão adequadamente entendidos pela organização,

e que o processo tem potencial para produzir um produto. (AIGI, [s.n], 2008).

Para PPAP (2006) a organização deve ter registro para produto e peça vendável,

incluindo registros de projeto para componentes ou detalhes de produto. Onde o registro

de projeto estiver em formato eletrônico, por exemplo: dados numéricos de CAD/CAM,

a organização deve fabricar uma cópia em papel (ex.: gravuras, relatório de

Dimensionamento Geométrico e de Tolerância (GD&T), desenhos) para identificar as

medições tomadas.

Para Peiter (2009) o PPAP possui 18 elementos essenciais a saber, destacando:

14. A mostra do Produto: é uma quantidade pré-definida de peças que

podem ser usadas para os ensaios, montagem de veículo protótipo, por

exemplo;

15. Amostra Padrão: peça aprovada no ensaio dimensional que é mantida

pela organização para comprovar o atendimento aos requisitos químicos,

físicos, metalúrgicos e dimensionais especificados pelo Cliente;

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A Figura 1 mostra os itens que compõe um automóvel e suas peças que antes de

serem produzidas em série, elas passam por um processo de aprovação de amostras:

Figura 1 – Exemplos de peças de um automóvel

Fonte: Disponível em <https://www.maosaoauto.com.br/2017/10/qualidade-de-pecas-e-suas-

diferencas/>Postedby Fernando Ivanenko | Publicado em 27/10/2017. Acesso em 27/03/2019

A partir o PPAP, observa-se as etapas de desenvolvimento de um sistema de

avaliação da qualidade com aplicação na linha exclusiva de prensas para a fabricação de

estampados em uma empresa do setor de produção de componentes automotivos.

1.6. FLUXOGRAMA DE MATERIAIS E RECURSOS

Conforme ensinamentos de Bertaglia (2003), a gestão do fluxo logístico pode ser

compreendida como as etapas das informações logísticas e também do

processo de movimentação de produtos. Por fim, a gestão compreende: nas informações,

financeiro, fluxo de materiais/produtos e reverso.

A Figura 2 apresenta um resumo esquemático da definição de logística.

Figura 2 – Definição esquemática de logística.

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Fonte: Disponível em <https://www.logisticadescomplicada.com/logistica-empresarial-conceitos-e-

definicoes/>Posted on 1 de fevereiro de 2010 by Leandro Callegari Coelho in Gestão da Cadeia de

Suprimentos, Logística, Supply Chain Management. Acesso em 25/03/2019.

O fluxo físico dos materiais dispõe o produto no local, no momento e na

quantidade solicitada pelo cliente, seja ele interno ou externo. Ele agrega valor ao

processo, devendo estar em perfeita sintonia com o fluxo de informações.

O objetivo da movimentação de materiais é transportar e estocar os materiais do

início ao fim do processo produtivo, com o mínimo de transferências possíveis, e entregá-

los nos locais apropriados de trabalho ou centros de produção, de modo a evitar

congestionamentos, atrasos e manuseios desnecessários.

Moura (1997) expõe sobre a movimentação de materiais como um estudo dos

movimentos internos da empresa, diferentemente da movimentação externa que se

resume em transporte. O fluxo dessa movimentação de materiais está relacionado com o

transporte de matérias-primas e produtos acabados, com o armazenamento e distribuição

dos materiais no âmbito interno da empresa.

Refere-se, então, como a produção e eliminação de movimentos de materiais, em

qualquer área da empresa, por quaisquer meios de movimentos ou estocagem, que

direcionará mudança de posição de qualquer material para processamento de

armazenagem ou estocagem, exceto quando em operações de consumo de materiais.

2. METODOLOGIA

O estudo de caso foi feito numa empresa da região produtora de componentes e

conjuntos automotivos, situada no Vale do Paraíba no Estado de São Paulo.

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A empresa tem alta capacidade produtiva e todo seu know-how em produção de

componentes estruturais para veículos comerciais. Com o aumento de novos produtos

para serem desenvolvidos e a necessidade de produção das amostras, isso para atender as

documentações técnicas para liberação da produção e atendimento ao cliente, precisou

reavaliar o processo capaz de resolver os problemas de produção com as necessidades da

engenharia, ainda, contribuir para o incremento da eficiência e eficácia na organização e

meios logístico de distribuição das amostras, ao proporcionar a redução dos custos

operacionais e ganhos de produtividade no novo LAYOUT.

Este projeto será realizado por meio de pesquisas bibliográficas como, livros,

artigos e sites relacionados ao tema.

Este projeto mostra uma implementação estrutural de um arranjo físico para um

Centro de Distribuição de Amostras, onde o processo é capaz de resolver os problemas

da engenharia e produção, identificando com melhor êxito as peças conforme a

necessidade da Engenharia de Desenvolvimento, e ainda, contribuir para o incremento da

eficiência e eficácia na organização e meio logístico para o envio de amostras nos

processos produtivos e embarque para o cliente. Neste novo layout em foco estrutural

podemos reduzir custos operacionais e alcançar melhorias em todo o processo produtivo.

Segundo Marconi e Lakatos (2011, p. 43-44) pesquisa bibliográfica define-se

como o levantamento de toda a bibliografia já publicada em forma de livros, revistas,

artigos e sites. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo

que foi escrito sobre determinado tema, com objetivo de permitir ao cientista o reforço

paralelo na análise de suas pesquisas. Além de pesquisas bibliográficas, foram realizadas

visitas técnicas a empresa que foi utilizada como objeto para o estudo de caso.

Yin (2001) define o estudo de caso como uma estratégia de pesquisa que

compreende um método que abrange tudo em abordagens específicas de coletas e análise

de dados. A pesquisa proporcionou maior compreensão da questão da logística na

implementação de um Centro de Distribuição de Amostra.

Para explorar o tema foi realizado um estudo de caso no local estratégico na

Prensaria Leve, onde partir-se-á da premissa, de resolver os problemas relacionados às

amostras de peças menores, isso numa área que possui sua própria logística e controle de

produtos (fornecedores, comodatos) ao proporcionar a redução dos custos operacionais e

ganhos de produtividade no novo LAYOUT.

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A metodologia empregada pretendeu investigar as relações entre os conceitos

teóricos e práticos envolvidos na questão do rearranjo físico.

O layout (Planta da Empresa) no setor de produção geral, como demonstra o processo a

seguir na figura 3:

Figura 3: Layout do Setor de Produção Geral

Fonte: Indústria Automotiva

LEGENDAS

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A Figura 3 ilustra o arranjo físico global por processo, cada área e um setor de funções e equipamentos

variados. Para cada área de processo há um local de estoque de amostras.

O problema maior é que são vários itens e clientes para cada amostra produzida.

Itens que são desenvolvidos pela engenharia com o auxílio da produção. Cada estoque

não tem um controle de entrada e saída e precário apoio logístico.

Assim, quando existe a necessidade de embarcas os itens em desenvolvimento, há

uma dificuldade dos engenheiros e produção desenvolver mecanismos capaz de atender

a demanda da engenharia e ao mesmo tempo não prejudicar a produção normal dos itens

liberados para produção.

3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS – PRENSARIA LEVE

A ideia inicial foi criar um Centro de Distribuição de Amostra na Prensaria Leve,

indicado no quadrado preto, como modelo a ser seguido futuramente para outras áreas,

conforme na Figura 4:

Figura 4: Layout do Setor de Produção Geral

Fonte: Indústria Automotiva

A principal finalidade dos CDs consiste em oferecer melhores níveis de serviço

ao cliente, através da redução do lead time, com isso se estabelece a diminuição dos

movimentos desnecessários e ganhos financeiros indiretos, pois com o ganho de tempo

na identificação das amostras, se agiliza todo o processo de produção e envio de peças,

além de melhorar o fluxo de integração entre os setores de produção, qualidade e

engenharia de desenvolvimento, oferecendo condições para agilizar o atendimento dos

pedidos.

De acordo com, MOURA (2000) apud SANTOS (2006), destacamos as

principais:

Vantagens:

Melhoria nos níveis de serviço em função de reduções no tempo e no

desempenho das entregas ao cliente/usuário;

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Redução nos gastos com transporte de distribuição;

Facilita a gestão de materiais;

Tende a melhorar o nível de serviço e o atendimento de pedidos completos

isentos de danos, avarias e não conformidades;

Reduz a burocracia;

Reduz custos de armazenagem;

Reduz custos de inventários;

Reduz custos de controle;

Reduz custos de comunicação;

Aumenta a produtividade.

Já com o autor HILL (2003) apud SANTOS (2006), os fatores principais que

levam ao uso dos Centros de Distribuição são basicamente: “Redução do lead time;

Desempenho nas entregas; Localização geográfica”

Espera-se alcançar com este projeto, solucionar os problemas de produção com as

necessidades da engenharia, contribuir para o incremento da eficiência e eficácia na

organização e meios logísticos de distribuição de amostras utilizando o processo PPAP,

proporcionando desta forma, a redução dos custos operacionais e ganhos de

produtividade.

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PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA ANDON PARA

REALIZAR O MONITORAMENTO OPERACIONAL EM UMA ESCOLA DE

TORNEARIA MECÂNICA

IGOR DE SOUZA COUTINHO

IGOR GABRIEL SILVA

LEONIDAS MAGNO DE MORAIS

MATEUS SANTIAGO FERNANDES

MATEUS WILLIANS RAFAEL

Resumo

Diante do cenário atual, as empresas têm buscado investir na melhoria contínua dos processos

produtivos, onde um desses processos é a gestão visual, que possibilita o entendimento e com

uma rápida visualização compreender a situação atual de uma linha de produção. O presente

trabalho apresenta um estudo de caso propondo um monitoramento operacional há uma tornearia

mecânica, com auxílio do sistema Andon. Com a aplicação desse sistema, é possível realizar o

monitoramento operacional de cada torno mecânico, armazenar um histórico a ser utilizado para

o planejamento de manutenções futuras e dar autonomia ao operador relatar falhas da máquina.

A partir da implementação desse sistema integrado ao torno mecânico é possivel obter uma

agilidade para tomada de decisão para uma eventual falha da máquina e ajudar, através de dados

armazenados, um melhor planejamento de manutenção.

Palavras-chave: Gestão Visual; Sistema Andon; Monitoramento de Máquina; Manutenção

Mecânica; Torno Mecânico.

Abstract

Given the current scenario, companies have sought to invest in the continuous improvement of

production processes, where one of these processes is the visual management, which allows the

understanding and with a quick visualization to understand the current situation of a production

line. The present work presents a case study proposing an operational monitoring there is a

mechanical turning, with the help of the Andon system. With the application of this system, it is

possible to perform the operational monitoring of each lathe, store a history to be used for the

planning of future maintenance and give the operator autonomy to report machine failures. From

the implementation of this integrated system to the lathe it is possible to obtain agility for decision

making for a possible machine failure and to help, through stored data, a better maintenance

planning.

Keywords: Visual Management; Andon System; Machine Monitoring; Mechanical Maintenance;

Lathe.

INTRODUÇÃO

O Sistema de Produção Toyota teve sua origem no Japão em 1950, por parte de

Eiji Toyoda e seu engenheiro de produção de Taiichi Ohno, que após terem visitado e

estudado cada canto da fábrica de Ford no Estados Unidos, analisaram que não era

possível implantar a produção em massa no Japão, pois o país se recuperava

economicamente e infraestruturamente após a Segunda Guerra Mundial.

A partir disso decidiram então criar um sistema de produção que faria da virtude

uma necessidade. Por exemplo, a falta de capital incentivou o desenvolvimento de

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máquinas flexíveis e tamanho certo, além de trocas rápidas. As restrições legais às

demissões de trabalhadores criaram uma imagem da Toyota como uma comunidade e

estabeleceu as bases para que o funcionário se envolvesse de forma intensiva e ajudasse

a solucionar os problemas.

Com o passar do tempo o Sistema de Produção Toyota criou uma cultura, que

tinha por objetivo atingir a excelência. Essa cultura passa por valores, atitudes e

comportamento, visando processos produtivos padronizados, realizando no tempo certo,

mantendo qualidade em todas etapas, capacitando e envolvendo seus colaboradores na

melhoria contínua, dando a eles ferramentas que permitia ver e eliminar a causa dos

desperdícios.

Devido a ideia de melhorar desempenho e incentivar a maior participação dos

colabores no processo, foi desenvolvido um sistema de gestão visual, capaz de informar

aos colaboradores sobre controle de estoque, planejamento de produção, métodos para

soluções de problemas, controle de manutenção, controle de produção, entre outras

formas, pois é um processo de melhoria contínua.

O controle da produção foi aperfeiçoado com a implementação do sistema Andon,

que sua função é mostrar o status da estação de trabalho, informar sobre anormalidades

de operação, dar autonomia ao operador para que possa identificar e parar a linha de

produção devido a problemas e evitar que o processo produtivo continue. Esse processo

é realizado através de equipamentos de sinalização visível e sonoro, capaz de fornecer

informações instantâneas e agilizar na tomada de decisão, sendo implantado em um lugar

de boa visualização na fábrica.

Com a finalidade de monitorar uma tornearia mecânica, espera-se com a proposta

de implementação de um sistema Andon atingir uma melhor comunicação entre alunos,

professores e equipe de manutenção em eventuais falhas da máquina, assim também

melhorar o planejamento de manutenção da tornearia mecânica, através de um histórico

operacional de cada torno mecânico.

O objetivo geral da pesquisa é propor a implementação do sistema Andon no

monitoramento operacional de cada torno mecânico.

Objetivos específicos:

- Integrar o torno mecânico, professor e equipe de manutenção com o sistema Andon;

- Dar autonomia para o operador relatar problemas durante a operação;

- Fazer um histórico operacional de cada torno mecânico.

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Página 444

A fundamentação teórica do trabalho se baseou nos seguintes autores: Vazzoler,

I. G.; Silveira, C. B.; Xenos, H. G.; Ricardo, E.; Vergara, S. C.

O presente trabalho é um estudo de caso com uma proposta de implementação do

sistema Andon no monitoramento operacional de cada torno mecânico, seguindo os

seguintes métodos: análise da comunicação sem o sistema Andon; análise da

comunicação com o sistema Andon implementado; integração de aluno, professor e

equipe de manutenção com o sistema Andon Werma.

Com isso o sistema Andon aplicado ao controle operacional de cada torno

mecânico, possibilita soluções mais rápidas e o armazenamento de dados para que a

manutenção seja melhor planejada, possibilitando uma maior disponibilidade das

máquinas aos alunos e redução de custos quanto à manutenção.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. Gestão Visual

Na metade do século XX os japoneses passaram a investigar e sistematizar

modelos de gestão direcionados, principalmente, aos procedimentos operacionais fabris.

Concomitante, junto a essa busca por melhores desempenhos foram desenvolvidas

propostas que incentivavam a maior participação dos colaboradores no processo, o

trabalho em equipe e o uso de instrumentos gerenciais. Os japoneses até hoje induzem

seus operários a pensar e a criar. Por isso, incentivam a criatividade e o acesso a

informações (Paladini, 1998).

Desde o início, principalmente após a disseminação da filosofia Lean (que utiliza

o gerenciamento visual, mapeamento de fluxo de valor e outros mecanismos visuais), a

Gestão Visual tem se mostrado importante por buscar meios rápidos e simples que

permitam aos envolvidos saber o estado atual da situação e colaborar com a organização

(Womacck, 1998; Locher, 2008; Osterwalder e Pigneur, 2010; Lean Institute Brasil,

2012).

O Lean Institute Brasil (2012) define Gestão Visual como um sistema de

planejamento, controle e melhoria contínua que integra ferramentas visuais simples que

possibilitam o entendimento, e permitam com uma rápida visualização compreender a

situação atual. Isso apoia o trabalho padronizado, a aderência dos processos e viabiliza

melhorias.

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A Gestão à Vista surge para facilitar e otimizar os processos e para melhorar as

estratégias de gestão de pessoas que já existem. Essa prática aumenta a motivação e a

autogestão dos funcionários, além de trabalhar o engajamento das equipes (Vazzoler,

2016).

Além disso, quando as informações estão facilmente disponíveis, as pessoas

recebem mais autonomia para tomar decisões: o que impacta positivamente na satisfação

pessoal dos seus colaboradores (Vazzoler, 2016).

Essa autonomia também permite que os problemas sejam solucionados mais

rapidamente, resultando em menores perdas produtivas (Vazzoler, 2016).

As perdas, que são atividades que geram custos e não agregam valor, impactam

na eficiência das operações e quanto maior for a eficiência, maior a produtividade,

competitividade e o ganho (Vazzoler, 2016).

Por finalidade, a Gestão Visual busca permitir aos envolvidos visualização e

compreensão, tornando a situação mais transparente, ajudando a focar em processos e a

priorizar o que realmente é necessário. Pode-se ainda, fornecer informações que gerem

ações no ponto da comunicação e a manutenção e atualização de tais informações deve

ser feita pelos que realmente fazem o trabalho, que na maioria das vezes são os primeiros

a perceber as anormalidades. E, finalmente, deve estar conectada aos objetivos do negócio

(Meredith & Mantel, 2006; Osterwalder e Pigneur, 2010, Lean Institute Brasil, 2012). A

Figura 1 representa as vantagens quando há clareza e disponibilidade das informações.

Figura 1: Vantagens da gestão à vista para empresas

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Fonte: https://endomarketing.tv/gestao-a-vista/#.XJjGtFRKjIV

3.2. Sistema Andon

Sistema Andon é um sistema de comunicação de suporte ao operador por meio de

sinais visuais e auditivos, assim permite que o processo de produção continue sem ser

afetado por fatores externos ou internos de diversos tipos e a linha seja parada. O Sistema

Andon apoia o princípio de melhoria contínua, ajudando a cumprir os objetivos da

empresa (GUTIERREZ; CAMELO, 2005).

Andon é uma forma de gestão à vista de ocorrências na linha de produção que

podem ser apresentadas em forma de alerta sonoro ou representações visuais: quadros,

sinalizadores (Silveira, 2013).

Segundo Silveira (2013), o Andon é um sistema utilizado pelos operadores da

linha de produção ou mesmo pelo próprio equipamento para sinalizar a produtividade ou

alguma falha no processo, solicitando assim a ajuda de técnicos de manutenção,

engenheiros e outros responsáveis pela resolução do problema. As falhas podem ser

variadas, como:

- Material ruim;

- Falta de material;

- Problema com o dispositivo ou com a máquina;

- Ausência de funcionário;

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- Demora no setup.

Além de alertar sobre a produtividade e os problemas da linha de produção, o

Andon é utilizado para minimizar a movimentação do operador e ainda tem como

premissa a resolução imediata de problemas, contribuindo para a melhora na gestão da

produtividade com o aumento da eficiência e agilidade (Silveira, 2013).

Segundo Silveira (2013), o Andon permite a empresa obter os seguintes

benefícios:

- Os problemas de produção são relatados imediatamente quando ocorrem

reduzindo o tempo perdido e o risco de atraso na entrega;

- Regula e padroniza o trabalho dos trabalhadores;

- Aumento efetivo de produção, permitindo que os operadores visualizem em

tempo real o objetivo de produção com relação ao produzido, fornecendo o feedback

instantâneo a toda a equipe. Assim, eleva a motivação e moral dos funcionários;

- Permite uma revisão automática do planejamento e das metas com base no

acompanhamento em tempo real da produção;

- Permite a criação e o acionamento de toda uma “cadeia de ajuda” para atingir os

objetivos de produção;

- Reduz custos associados à coleta e entrada de dados manualmente;

- Reduz erros associados à coleta e entrada de dados manualmente;

- Minimiza as perdas de produção, permitindo a análise em tempo real do

problema e providências para sua correção;

- Permite a geração de dados históricos de problemas e produção que podem ser

utilizados para ajudar a identificar problemas subjacentes, aumentando a capacidade de

identificar agilmente correções para problemas específicos.

Na figura 2 segue exemplos de Andon.

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Fonte: https://www.citisystems.com.br/andon/

Liker e Meier (2008) aconselham que antes de tentar construir um sistema, é

importante entender o ciclo completo do problema, desde o reconhecimento até sua

resolução e prevenção. Todo esse ciclo é repetido muitas vezes durante o dia. Os

problemas estão constantemente vindos à tona e sendo corrigidos, com mínima

interrupção do fluxo de produção.

3.3. Monitoramento de máquina

Anastasia, Vilhena e Brito (2013, p. 31), afirmam que o monitoramento é um

acompanhamento contínuo e simultâneo, com o objetivo de conduzir os gestores para

decisões necessárias em relação a seus objetivos e metas. É uma função peculiar à gestão

que permite a implantação de medidas corretivas para melhorar os processos,

desempenhado por indicadores combinados regulamente por diferentes fontes, gerando

informações relacionadas ao desempenho.

O monitoramento permite identificar problemas sistêmicos bem como medidas

para soluções em tempo hábil. No contexto da manutenção industrial, a falha é o desfecho

da capacidade de um determinado item realizar a função requerida. É a atenuação parcial

ou total da capacidade de um componente ou equipamento desenvolver a sua função

durante uma frequência determinada, o item deverá passar por uma ação corretiva,

levando o processo a um estado de indisponibilidade. (XENOS, 1998, p. 67) Para Xenos

(1998, p. 84), um sistema de tratamento de falhas é essencialmente uma estrutura de

gerenciamento de informações e de ações posteriores.

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Na composição, a análise de falhas tem como finalidade chegar à causa

fundamental da falha abordada, definindo ações corretivas, assim como medidas de

controle, garantindo a melhoria contínua nos processos. (HELMAN E ANDERY, 1995,

p. 20).

3.4. Manutenção mecânica

A literatura disponibiliza diversas definições de manutenção, cujos enfoques são

estabelecidos de acordo com os objetivos que se pretenda alcançar. No geral, a premissa

básica gira em torno da correção e prevenção de falhas, sendo que de acordo com o

enfoque, o ambiente de aplicação ou a criticidade da falha, tornam-se mais relevantes os

aspectos sobre elementos econômicos envolvidos, otimização da produção, preservação

do meio ambiente, disponibilidade dos equipamentos, segurança de operadores etc.

Citam-se, a seguir, alguns exemplos sobre a definição de manutenção.

De acordo com Motter (1992), manutenção é um conjunto de técnicas e de

organização capazes de conservar tão bem quanto novas, máquinas, instalações e

edificações, durante o maior tempo possível, com máxima eficiência (limites a serem

conquistados), tendo sempre em vista diminuir desperdícios, satisfazer e motivar tanto os

que recebem como os que fazem manutenção.

A Norma Brasileira NBR 5462-1994 define manutenção como a combinação de

ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou

recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida

(ABNT, 1994).

Para Tavares (1996), a manutenção se constitui de todas as ações necessárias para

que um item seja conservado ou restaurado, de modo a poder permanecer de acordo com

uma condição especificada.

Xenos (1998) definiu as atividades de manutenção de equipamentos como as

ações necessárias a manter as condições de operação e seu desempenho pelo

restabelecimento de eventuais deteriorações destas condições.

Para Pinto e Xavier (2001), a manutenção deve garantir a disponibilidade da

função dos equipamentos atendendo à produção, mas preservando o meio ambiente, com

confiabilidade, segurança e custos adequados.

Segundo Moubray (2003) a função manutenção assegura que os ativos físicos

continuam fazendo tudo aquilo que seus usuários querem que eles façam.

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De acordo com Fogliatto (2009), equipamentos (e sistemas) reparáveis são

aqueles sobre os quais ações de manutenção podem ser aplicadas durante um intervalo de

tempo. Segundo Xenos (2004), Kardec e Nascif (2001), Branco Filho (2008) e Pereira

(2009) a atividade de manutenção pode ser dividida em: Manutenção corretiva;

Manutenção preventiva; Manutenção preditiva e Engenharia de Manutenção. Os autores

as definem como sendo:

- Manutenção Corretiva: consiste no conserto da máquina ou equipamento,

somente após a quebra, substituindo a peça avariada por outra que faça com que o sistema

volte a funcionar corretamente, corrigindo o problema. É a forma mais cara de

manutenção quando encarada do ponto de vista total do sistema. Pode ser dividida em

duas fases:

Programada e de emergência.

a) Programada: O reparo pode ser programado e planejado para uma data

posterior, ficando a máquina em pane até ser consertada. Ela é mais barata e segura que

a manutenção de emergência.

b) Emergência: O reparo deve ser efetuado imediatamente. Geralmente implica

em altos custos, pois a quebra inesperada pode gerar perdas na produção e da qualidade

do produto.

- Manutenção Preventiva: baseada em planejamento e organização. É feita não

quando a máquina ou equipamento está com defeitos, mas sim para prevenir o surgimento

de avarias, é realizada para manter o equipamento e prolongar sua vida útil. Este modelo

de manutenção serve como precaução, para que não haja surpresas desagradáveis ou

acidentes que possam pôr em risco vidas humanas, por exemplo. Está relacionada com a

conservação periódica, ou seja, com os cuidados e consertos que são feitos entre

determinados períodos com o intuito de preservar.

Uma empresa ao implantar uma manutenção preventiva estará almejando

aumentar a disponibilidade dos equipamentos e máquinas, a qualidade dos produtos e

elevar o nível de competitividade da empresa.

- Manutenção Preditiva: é um conjunto de atividades de acompanhamento das

variáveis ou parâmetros que indicam a performance ou desempenho dos equipamentos,

de modo sistemático, visando a definir a necessidade ou não de intervenção. Para Xavier

(2003) quando a intervenção, fruto do acompanhamento preditivo, é realizada, estamos

fazendo uma Manutenção Corretiva Planejada. Esse tipo de manutenção é conhecido

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como manutenção baseada na condição, permite que os equipamentos operem por mais

tempo e a intervenção ocorra com base em dados e não em suposições.

- Engenharia de Manutenção: também chamada de Manutenção Melhorativa, para

Kardec e Nascif (2001) é onde foca-se na causa básica do problema, ou seja, ao contrário

de somente reparar, eliminar a razão do defeito/falha, através de estudo do projeto do

equipamento, análise dos problemas e modificações. É considerada por muitos autores o

tipo de manutenção que requer mais tempo para ser desenvolvida em uma empresa que

busca as melhorias para esta atividade. É o último estágio a ser alcançado por empresas

que buscam a confiabilidade de sistemas.

3.5. Torno mecânico

De acordo com Ricardo (2014), a máquina-ferramenta, também chamada de

máquina operatriz no Brasil, é uma máquina utilizada na fabricação de peças metálicas,

plásticas etc. de revolução, por meio da movimentação mecânica de um conjunto de

ferramentas. O torno mecânico é a máquina ferramenta mais antiga e dele derivaram todas

as outras inventadas pelo homem. Inicialmente, os movimentos de rotação da máquina

eram gerados por pedais. A ferramenta para tornear ficava na mão do operador que dava

forma ao produto. Daí a importância de sua habilidade no processo de fabricação. Quando

a ferramenta foi fixada à máquina, o operador ficou mais livre para trabalhar. Pode-se

dizer que nesse momento nasceu a máquina-ferramenta, que está representada na figura

3.

Figura 3: Primeira máquina-ferramenta

Fonte: https://www.ebah.com.br/content/ABAAABM2gAB/usinagem-torno-mecanico

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Torno mecânico é uma máquina-ferramenta utilizada para executar operações de

usinagem cilíndrica externa ou interna e outras operações que normalmente são feitas por

furadeiras, fresadoras e retificadoras, com adaptações relativamente simples.

A principal característica do torno é o movimento rotativo contínuo realizado pelo

eixo-árvore, conjugado com o movimento de avanço da ferramenta de corte. As outras

características importantes são o diâmetro do furo do eixo principal, a distância entre

pontas e a altura da ponta, que compreende a distância ao fundo da cava, ao barramento

e ao carro principal (Ricardo,2014) . A figura 4 representa as características estrutural de

um torno mecânico universal, modelo Romi-tormax 20.

Figura 4: Torno mecânico universal e suas características

Fonte: https://pt.slideshare.net/EltonRicardo/aula-02-torno-mecnico?from_action=save

3.5.1. Operações do Torno Mecânico

De acordo com Ricardo (2014), o torneamento é um processo de usinagem que se

baseia no movimento da peça ao redor de seu próprio eixo, com a retirada progressiva de

cavaco. O cavaco é cortado por uma ferramenta de um só gume cortante, com dureza

superior à do material a ser cortado.

As operações de torneamento consiste em:

Torneamento cilíndrico externo - consiste em dar um formato cilíndrico a um

material em rotação submetido à ação de uma ferramenta de corte.

Faceamento - operação que permite fazer no material uma superfície plana

perpendicular ao eixo do torno, de modo a obter uma face de referência para as medidas

que derivam dessa face.

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Furação - permite abrir furos de centro em materiais que precisam ser trabalhados

entre duas pontas ou entre placa e ponta.

Torneamento Cônico - o torneamento cônico externo admite duas técnicas: com

inclinação do carro superior e com desalinhamento da contraponta. O torneamento com

inclinação do carro superior é usado para tornear peças cônicas de pequeno comprimento.

O torneamento cônico com deslocamento do carro superior consiste em inclinar o carro

superior de modo a fazer ferramenta avançar manualmente ao longo da linha que produz

o corte no ângulo de inclinação desejado.

2. METODOLOGIA

Segundo Vergara (2011), a pesquisa é classificada em dois critérios básicos:

quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins trata-se de uma pesquisa aplicada,

pois o apresenta objetivo prático de melhorar o planejamento de manutenção e monitorar

a condição operacional da tornearia mecânica, podendo resolver os problemas concreto e

quanto aos meios um estudo de caso em uma escola de tornearia mecânica para propor a

implementação do sistema Andon no monitoramento operacional de cada torno

mecânico.

Por meio do sistema Andon pode-se comunicar com mais facilidade os problemas

causados durante a operação do torno mecânico. Com a ajuda do sistema Andon, com sua

forma de gestão visual de relatar as ocorrências na operação da máquina, pode-se agir na

causa raiz diminuindo o tempo de atendimento ao problema, assim obtendo um aumento

da disponibilidade operacional da máquina ao aluno.

O presente trabalho é um estudo de caso em uma escola de tornearia mecânica,

onde na sua área de ensino possui 16 torno mecânico. As coletas de dados foram feitas

com professores, equipe de manutenção e alunos, onde foi identificado os problemas de

comunicação em ocorrências de falhas operacionais do torno mecânico, pois a um

processo longo de comunicação entre a falha até que acontece a manutenção da máquina.

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2.1. Comunicação na tornearia mecânica sem a implementação do sistema Andon

Segundo o fluxograma acima, a comunicação sem o sistema Andon exige da

movimentação de aluno e professor para conseguir comunicar a falha, assim a um

desperdício de aprendizado, devido ao aluno não poder operar aquela máquina e tempo

de manutenção, pois há um longo processo, desde a comunicação da falha até a

manutenção do torno mecânico.

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2.2 Comunicação na tornearia mecânica com a implementação do sistema Andon

Observação: O botão de comando verde é permitido o acionamento somente pela

equipe de manutenção.

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A condição operacional do torno mecânico é monitorada através do sistema

Andon, onde ao acionar o botão amarelo ou vermelho é relatado o software,

proporcionando ação imediata e o aluno não precisa se deslocar até o professor. O sistema

Andon permite a comunicação rápida e apresentação da gravidade da falha por meio da

sinalização.

O relatório de falha armazenado no software da possibilidade de análise para

futuras manutenções planejada, além de eliminar a utilização de papel para registrar o

relatório escrito.

1.1. Integração do Sistema Andon Werma com a equipe de manutenção, professor

e aluno

O sistema Andon Werma irá proporcionar, de acordo com a figura 11, uma gestão

visual na tornearia mecânica, através da coluna de sinalização que ficará em cima do torno

mecânico, onde a ocorrência de alguma falha na máquina o aluno irá acionar o botão de

comando vermelho ou amarelo.

Figura 5: Coluna de sinalização sobre o torno mecânico

Fonte:https://3dwarehouse.sketchup.com/model/a55c9d4c26a654867469e7b5396088fd/torno -

mecanico?hl=pt-BR (adaptada)

Após o aluno acionar um dos botões de comando, o software recebe essa

informação, que aparece no monitor do professor e equipe de manutenção em tempo real,

como é representado na figura 12.

Figura 6: Comunicação em tempo real pelo sistema Andon Werma

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Fonte: http://www.leanworkshopgroup.com/werma/ (adaptada)

2. RESULTADOS ESPERADOS

Acreditamos que o sistema Andon aplicado ao monitoramento operacional de

cada torno mecânico, possibilita a comunicação mais rápida em eventuais falhas,

acompanhando em tempo real a condição operacional de cada máquina e registrando um

armazenamento de dados, para que a manutenção seja melhor planejada, possibilitando

uma maior disponibilidade das máquinas aos alunos e redução de custos quanto à

manutenção.

REFERÊNCIAS

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Visual: uma proposta de modelo para facilitar o processo de desenvolvimento de

produtos. 2012. Disponível: http://www.juliomontex.com.br/wp

content/iploads/2013/04/IRDEMi:_2012_Gestao_Visual.pdf. Acesso em: 28 fev. 2019.

Vazzoler, I. G. Gestão à vista. 2016. Disponível: http://www.endomarketing.tv/gestao-

a- vista/#.XJ_Ghvdkj/V. Acesso em: 7 mar. 2019.

Cabral, I. D.; Borges, N. O. M.; Santolin, R. C. proposta de implementação da lógica e

conceito de sistema andon no processo produtivo de indústrias metálicas. 2016.

Disponível: http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_232_354_28872.pdf. Acesso

em: 7 mar. 2019.

Silveira, C. B. Andon. Disponível: http://www.citisystems.com.br/andon/. Acesso em: 7

mar. 2019.

Sousa, S. R. O. A implantação de um sistema de informações para o monitoramento e

análise de falhas: um estudo aplicado ao processo de manutenção Industrial de

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http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_226_321_28640. Acesso em: 13 mar.

2019.

Motter, O. Manutenção Industrial – O poder oculto na empresa. São Paulo: Hemus,

1992.

ABNT NBR 5462 - Confiabilidade e Mantenabilidade, 1994.

Tavares, L. A. Excelência na manutenção. Estratégias para otimização e gerenciamento.

Salvador: Casa da qualidade, 1996.

Xenos, H. G. Gerenciando a manutenção produtiva. Belo Horizonte: editora de

desenvolvimento gerencial, 1998.

Pinto, A. K.; Xavier, J. N. Manutenção: função estratégica. Rio de janeiro: Qualitymark,

2001.

MouBray, J. Maintenence Management. A new paradigm. 1995. Disponível:

http://www.citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.172.2269&Rep=Rep/&

type=pdf. Acesso em: 11 mar. 2019.

Ricardo, E. O torno mecânico. 2014. Disponível:

https://pt.slideshare.net/EltonRicardo/aula-02-torno- mecnico?from_action=save.

Acesso em: 9 abr. 2019.

VERGARA, S. C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 13 ed. São

Paulo: Atlas, 2011.

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PROPOSTA DE MELHORIA NO CONTROLE E ENDEREÇAMENTO DO

ESTOQUE DE CHAPAS DE AÇO NUMA INDÚSTRIA DO RAMO

METALÚRGICO

ERIK LEONEL LUCIANO

JENNIFER MARCELA DOS SANTOS ALMEIDA

OLIVIA LUANA NKEMDIRIM CORREA ONYILIAGHA

ROSINEI BATISTA RIBEIRO

Resumo

Devido a importância de um eficiente controle de estoque paras empresas em geral, foi escolhido

uma empresa do ramo metalúrgico para Estudo de Campo. Com a visita in loco foram levantados

os seguintes problemas: Problema crítico de fluxo de gestão de estoque de chapas de aço. Mistura

das chapas de várias categoriais, características e espessuras empilhadas em cima da outra.

Dificuldade de movimentação e localização pelo operador. Falta de padronização do layout do

estoque. Mistura de chapas decapadas e não decapadas. Por esse motivo, o objetivo geral desse

projeto será propor melhorias no controle e endereçamento do estoque de chapas de aço, tendo

como objetivo específico a otimização e maximização do controle logístico do estoque, com a

alteração no layout visando facilitar a movimentação e localização dos materiais. O presente

trabalho justifica-se devido a relevância do tema e seu teor prático, possibilitará conhecer mais de

perto o dia a dia da indústria. A metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica, com o

levantamento dos principais referenciais teóricos como Dias (1996), Gonçalves (2012), entre

outros e estudo de campo, com a realização da visita in loco e de entrevistas. Espera-se que ao

final desse projeto os objetivos gerais e específicos sejam alcançados.

Palavras-chave: Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Balanceamento de Linha. Gestão de

Estoque. Aços Avançados.

Abstract

Due to the importance of efficient inventory control for companies in general, a metalworking

company was chosen for Field Study. With the on-site visit, the following problems were raised:

Critical steel sheet stock management flow problem. Mixture of plates of various categories,

characteristics and thicknesses stacked on top of each other. Difficulty of movement and location

by the operator. Lack of standardization of inventory layout. Mixture of pickled and un pickled

sheets. For this reason, the overall objective of this project will be to propose improvements in

the control and addressing of the steel sheet stock, with the specific objective of optimizing and

maximizing the logistical control of the stock, with the alteration in the layout in order to facilitate

the movement and location of the materials. The present work is justified due to the relevance of

the theme and its practical content, it will allow to know more closely the day to day of the

industry. The methodology used is the bibliographical research, with the survey of the main

theoretical references such as Dias (1996), Gonçalves (2012), among others and field study, with

the realization of the on-site visit and interviews. It is hoped that at the end of this project the

general and specific objectives will be achieved.

Keywords: Supply Chain Management. Line Balancing. Inventory Management. Advanced Steels.

INTRODUÇÃO

As empresas que atuam como fabricantes ou montadoras, voltadas para a

produção de bens, dependem fortemente de um estoque bem gerenciado por uma série de

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razões. No fim das contas, uma empresa que dependa de produção não pode sobreviver

sem um bom sistema de gerenciamento de estoques.

Sabe-se que a gestão cautelosa dos estoques permite a empresa executar suas

operações sem problemas, com continuidade. Se uma organização fabrica produtos que

dependem de matérias-primas, é evidente que a empresa precisa de um bom estoque de

matérias-primas para que as operações sigam sem contratempos.

Além disso, sabe-se que um sistema de gerenciamento de estoques bem

administrado permite que uma empresa possa cortar custos desnecessários eliminando

desperdícios.

E devido a importância de um eficiente controle de estoque paras empresas em

geral, e para dar um teor prático a esse projeto, foi escolhido uma empresa do ramo

metalúrgico da região alvo para o Estudo de Campo que por questões de sigilo será

denominada de empresa X.Com a primeira visita in loco foram levantadas as seguintes

situações problemas: Problema crítico de fluxo de gestão de estoque de chapas de aço

onde o processo logístico de controle de estoque precisa ser urgentemente melhorado. Há

a mistura de chapas de aço de várias categoriais, características e espessuras empilhadas

em cima da outra, misturando as chapas pretas (não decapadas) e as chapas brancas

(decapadas), dificultando sua movimentação e localização de operador. Evidenciou-se a

falta de padronização do layout. Foi enfatizado pelo Gestor da área que precisa ser feito

um jeito que as duas categorias de chapas decapadas e não decapadas possam ser

enxergadas pela logística de força separada.

Sua Principal Vulnerabilidade: A armazenagem das Chapas está sendo feito do

modo Blocada onde há um grande problema de movimentação das chapas; Pediu-se que

o foco do Projeto seja o melhoramento do estoque de chapas. Além disso, o Hack das

chapas são descartados, não sendo reaproveitados, vendido como sucata para Amsted:

Pediu-se que fosse pensado num modo de melhor aproveitamento do Hack. Comentou-

se que está sendo feito a migração do Logix para o SAP onde está tendo divergências

devido aos problemas de logística no estoque.

Por esse motivo, o objetivo geral desse projeto será propor melhorias no controle

e endereçamento do estoque de chapas de aço numa indústria do ramo metalúrgico, tendo

como objetivo específico a otimização e maximização do controle logístico do estoque

de chapas de aço, com a alteração no layout do estoque visando facilitar a movimentação

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e localização dos materiais, permitindo uma fácil identificação das diferentes

características pelos funcionários da empresa. Álias, será proposto um jeito que as duas

categorias de chapas decapadas e não decapadas possam ser enxergadas pela logística de

forma separada.

O presente trabalho justifica-se devido a relevância do tema contando com seu

teor prático, possibilitando aos alunos do Curso de Gestão da Produção Industrial a

conhecer mais de perto a indústria e a sentir na pele alguns dos problemas em seu dia a

dia.

Além disso, o trabalha tratará de aspectos como os principais objetivos da

armazenagem, sobre o endereçamento logístico, sobre os sistemas existentes de

endereçamentos, sobre os benefícios de um bom endereçamento, sobre como é divido,

quais são as etapas. Será explicado também como funciona um sistema de armazenamento

blocado, o mesmo utilizado pela empresa estudo de campo, sobre a montagem desse

sistema, sobre o endereçamento nesse tipo de sistema, sobre as faixas limitadoras e

vantagens desse sistema.

A metodologia utilizada será a pesquisa bibliográfica, com o levantamento dos

principais referenciais teóricos do assunto como Dias (1996), Gonçalves (2012), Jacinto

et al (2016), Moura (2005), Pozo (2010), entre outros. E estudo de campo, com a

realização da visita in loco e de entrevistas com os gestores e funcionários da área a ser

estudada. A análise bibliográfica foi uma das ferramentas escolhidas pois a realização da

pesquisa bibliográfica é fundamental para que se conheça e analise as principais

contribuições teóricas sobre um determinado tema ou assunto. E o Estudo de Campo pois

é um tipo de pesquisa que procura o aprofundamento de uma realidade específica.

Espera-se que ao final desse projeto, que as propostas que serão sugeridas possam

facilitar a movimentação e localização das chapas de aço pela logística da empresa. E que

os objetivos gerais e específicos possam ser alcançados.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De acordo com Pozo (1999) a armazenagem faz parte do processo logístico e é

considerada uma atividade de apoio que dá suporte as atividades primárias possuindo a

função de atender com efetividade a gestão da cadeia de suprimento.

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Pozo (2010, p.11) a conceitua como “o processo que envolve administração dos

espaços necessários para manter os materiais estocados”. Assim, entre os objetivos da

armazenagem, Gonçalves (2012) cita os seguintes:

✓ Maximizar o uso dos espaços;

✓ Facilitar o acesso aos itens do Depósito;

✓ Proteger e abrigar os materiais;

✓ Facilitar a movimentação interna do Depósito;

✓ Maximizar a utilização de mão de obra e equipamentos.

Para Jacinto et al (2016), para que tais objetivos possam ser alcançados e os

clientes tenham as suas necessidades satisfeitas, é necessário que exista um esmiuçado

planejamento das operações de armazenagem.

Os objetivos dos armazéns, que são os locais destinados para o armazenamento

dos materiais, segundo Moura (2005, p.131) é “fornecer o material certo, na quantidade

certa, no lugar certo e no momento certo”.

Além disso, Jacinto et al (2011, p.5) citam como objetivos a “maximização do

serviço ao cliente, utilização de mão de obra, equipamentos, espaço, energia, giro de

estoque, acesso 4 às mercadorias, proteção dos itens, controle de perdas, produtividade e

minimização de custos”. Existem quatro funções básicas que fazem parte da

armazenagem, segundo Moura (1997): receber, estocar, separar e expedir.

Sobre o Layout dos armazéns, de acordo com Dias (1996), layout pode ser

definido como o arranjo de homens, máquinas e materiais que permite integrar o fluxo de

materiais e a operação dos equipamentos de movimentação. Este arranjo interfere

diretamente na realização de uma operação eficiente e efetiva de armazenagem, pois, é o

layout que determina, tipicamente, o grau de acessibilidade ao material, os locais de áreas

obstruídas, a eficiência de mão-de-obra, a segurança do pessoal e do armazém.

Segundo Moura (1997), os objetivos do layout devem ser:

✓ Assegurar a utilização máxima do espaço;

✓ Propiciar a mais eficiente movimentação de materiais;

✓ Propiciar a estocagem mais econômica, com relação às despesas de

equipamento, espaço e mão-de-obra;

✓ Propiciar flexibilidade máxima para satisfazer as necessidades de

mudança, de estocagem e de movimentação.

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1.1. ENDEREÇAMENTO LOGÍSTICO

O endereçamento logístico é mais um dos diversos processos que exige o

conhecimento de técnicas e boas práticas em busca de resultados efetivos. Existem

diversas formas de realizar esse conjunto de etapas, garantindo a ordem dentro do seu

armazém.

Moura (2004) afirma que o endereçamento é uma ferramenta que auxilia de forma

simples e eficaz na localização de um produto no estoque, possibilitando uma perfeita e

correta armazenagem. Através de uma orientação geográfica acompanhada por

sinalização estabelece locais específicos para as mercadorias proporcionando um

entendimento simples e fácil a ponto de qualquer pessoa que entre no estoque consiga

localizar o item, evitando cálculos e controlando melhor a entrada e a saída do mesmo.

Esse sistema emprega ruas, números e andares para assim atribuir endereços fixos às

prateleiras.

Como o próprio nome já diz, trata-se de uma padronização dos espaços dentro do

galpão por meio de endereços com o objetivo de facilitar o fluxo logístico interno.

Foco direto para a movimentação de mercadorias e equipamentos, o mal

endereçamento do local de armazenagem pode trazer grandes prejuízos para o setor.

Portanto, é preciso investir em uma maneira simples e de lógica fácil, capaz de ser

entendida por todo o público que tem algum contato com o armazém.

Muito mais simples do que possa parecer, a premissa básica dessa atividade se

baseia na criação de um plano com orientação geográfica, fortalecido pela sinalização. O

ideal é que as pessoas não tenham que fazer cálculos ou sintam dificuldades para se

localizar no espaço.

Portanto, ao pensar sobre tal iniciativa, vale a pena considerar, sobretudo, a

facilidade de movimentação. Do mesmo modo, deverá lembrar de tornar claro os locais

onde guardar e retirar mercadorias. Nos próximos tópicos, vamos falar melhor sobre os

grandes benefícios que a empresa pode ganhar com tal investimento.

De acordo com Rodrigues (2007) os sistemas de endereçamento mais comuns são:

✓ Alfabético: os materiais são codificados de acordo com as letras do

alfabético.

✓ Alfanumérico: é a possibilidade de combinar letras e números,

normalmente é dividido em grupos e classes.

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✓ Numérico ou decimal: é o mais utilizado e recomendado por apresentar

enorme amplitude de inúmeros itens de estoque.

Segundo Moura (2004) no endereçamento ocorre a necessidade de observação de

alguns fatores e objetivos para maior eficiência e organização do trabalho, sendo

primordial realizar um planejamento do espaço nas áreas de recebimento e expedição que

inclui identificar os materiais a serem recebidos e expedidos, como também, determinar

as docas de recebimento e a necessidade de espaço para movimentação de materiais

também é importante realizar um planejamento do espaço de estocagem determinando os

materiais e as quantidades que serão estocados além de determinar o tipo de localização

que poderá ser fixa e aleatória.

1.2. BENEFÍCIOS DO ENDEREÇAMENTO NO ARMAZÉM

Dentre as principais vantagens dessa iniciativa, podemos ressaltar dois grandes

tópicos extremamente valiosos para a cadeia logística dentro das organizações. São eles:

Mais rapidez: A velocidade de locomoção dentro de um Centro de Distribuição

(CD) é um fator muito relevante para o processo logístico. Como você deve saber, as

operações que acontecem dentro de um armazém têm forte ligação com o tempo. Por isso,

toda prática que puder ser implementada com a promessa de otimizar a produção ganha

destaque.

Mais compatibilidade: O endereçamento logístico (principalmente por números)

também traz a vantagem da compatibilidade de identificação, facilitando os processos.

Códigos de barras são muito utilizados em conjunto com coletores de dados Warehouse

Management System (WMS). Mais adiante, você verá como os códigos de barra e a

rapidez no deslocamento se conectam com o endereçamento em questões mais práticas.

1.3. COMO É DIVIDIDO O ENDEREÇAMENTO NO ARMAZÉM

Os endereços dentro de um armazém costumam ser feitos seguindo o mesmo

formato utilizado na identificação das moradias nas cidades. Eles seguem o seguinte

padrão:

✓ corredores = ruas;

✓ módulos = edifícios;

✓ nível = andar;

✓ vão = apartamento.

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Um dos grandes benefícios dessa analogia com a vida é a facilidade que as pessoas

encontram para se localizarem dentro do lugar. Por isso, para atenuar ainda mais a

identificação dos colaboradores com o sistema estabelecido, deve se evitar utilizar letras.

Afinal de contas, se estiver na rua 5 e deseja chegar na rua 15, fica fácil calcular

que faltam 10. Seu cálculo seria tão rápido se você precisasse calcular a distância entre

as ruas “J” e “V”.

1.4. QUAIS SÃO AS ETAPAS DO ENDEREÇAMENTO LOGÍSTICO

Blocados: No caso de blocados, o endereçamento está ligado ao endereço de um

bairro só de casas. Isso significa que não é preciso indicar o nível ou o vão (conforme a

correlação que deixamos acima). Assim, é necessário dar endereço apenas para a área,

rua e número da posição do palete.

Faixas limitadoras e de pedestres: Assim como o uso de faixas limitadoras está

presente no código de trânsito das cidades, no armazém não é diferente. Para demarcar as

posições de blocados e o alinhamento dos paletes no piso inferior de uma estrutura, deve-

se utilizar faixas de largura entre 10 e 15 cm. Além de garantir segurança para quem

transitar pelo local, a pintura das faixas contribui para o alinhamento com os padrões

internacionais, ressaltando organização e excelência.

Sinalização e identificação do endereçamento: Como o nome já diz, é a

sinalização que fará com que os colaboradores saibam se localizar e se locomover de

forma estratégica dentro do galpão. Vale lembrar que esse é um dos investimentos que se

recupera com mais velocidade, já que tanto o armazenamento quanto a expedição ganham

em qualidade quase que de imediato.

Etiquetas devem seguir um planejamento meticuloso, sendo aplicadas de maneira

visível para as pessoas. Se essa etapa for feita sem atenção à legibilidade e

posicionamento, o efeito poderá ser contrário ao imaginado, trazendo mais prejuízos do

que vantagens. Sinalização de trânsito de transportes

A sinalização é também uma ferramenta de apoio para o trânsito dentro do CD. É

normal que hajam espaços com corredores mais estreitos, e outros mais largos. Por conta

disso, você poderá definir a mão de direção para cada rua do CD, evitando o risco de

colisões e acidentes.

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No piso, você também pode aproveitar para colocar a cultura preventiva em

prática sinalizando não só sobre a mão de direção de cada rua, mas também mencionando

a preferência nos cruzamentos e túneis.

Placas de rua

É claro que quando o endereçamento logístico é a pauta principal, não podemos

pular este tópico. As placas de rua (ou placas de corredor) são essenciais para a

comunicação. Elas devem ter o tamanho adequado para que sejam vistas de longe.

No começo, meio e fim de cada corredor, as placas devem ser instaladas de acordo

com as características do espaço, facilitando a vida de quem está transitando e prevenindo

acidentes. Códigos de barra

Por fim, os códigos de barra configuram a melhor opção na otimização da busca

por produtos e mercadorias. Além disso, eles podem auxiliar no endereçamento das

prateleiras e estantes, como Porta Pallet, Drive-in e Push-Back, fazendo conexão com os

softwares utilizados por sua empresa. Para a melhor utilização desse recurso, sugerimos

a utilização de:

• números, e nunca letras;

• boa quantidade de números pares, favorecendo a codificação da leitura digital;

• barras mais largas;

• cuidado com a quantidade de caracteres presentes, pois precisa seguir de acordo

com o espaço disponível na própria etiqueta.

1.5. SISTEMA DE ARMAZENAGEM BLOCADO

Como a empresa objeto do estudo de campo já tem em seu setor de logística

implantado o sistema de armazenagem blocado, então se faz necessário destrinchar como

funciona esse sistema.

O sistema de armazenagem blocado é aquele em que os paletes são estocados

diretamente um sobre o outro, colocando-se o primeiro diretamente sobre o piso do

almoxarifado. No caso de se utilizar esse modelo de sistema de armazenagem, a altura

máxima deve ser determinada pelo peso e pela estabilidade da pilha de paletes,

considerando-se, obviamente, o pé-direito do local.

A aplicação do sistema é de grande utilidade quanto existem vários paletes por

item e quando o giro do estoque é elevado.

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A principal característica do sistema é a pequena área que deve ser usada para

circulação. O palete, neste modelo de armazenagem, fica mais protegido, já que, quando

não está sendo movimentado, a estrutura fica no formato de um blocado, sendo o tipo de

armazenamento mais utilizado nos espaços mais restritos, protegendo produtos de alto

valor agregado, mantendo em espaços menores maior densidade de armazenagem.

1.6. MONTAGEM DO SISTEMA DE ARMAZENAGEM BLOCADO

O sistema de armazenagem blocado consiste num bloco de estrutura contínua,

mantendo corredores para circulação e armazenando a carga em paletes, desde que os

itens sejam pouco variados, não precisando de alta seletividade ou velocidade de

movimentação.

Os componentes do sistema são, em geral, semelhantes aos utilizados em estantes

convencionais para paletes, embora a estrutura, desta maneira, apresente mais fragilidade,

já que se trata de um armazenamento um tanto instável, precisando de algumas estruturas

extras para se estabilizar.

No modelo de estrutura, como existe baixa seletividade, a retirada dos paletes é

feita de forma mais lenta e, entre o drive-in e drive-thru, apresenta alguma diferença, uma

vez que, no primeiro, a arrumação da estrutura impossibilita a empilhadeira de atravessar

os corredores, enquanto que no segundo é possível manter a movimentação, fazendo a

arrumação da parte superior.

Trata-se, portanto, de um modelo de armazenagem onde o aproveitamento do

espaço é mais importante do que a agilidade no processo de armazenamento.

1.7. ENDEREÇAMENTO NO SISTEMA DE ARMAZENAGEM BLOCADO

No sistema é importante criar códigos de endereçamento para diferentes áreas de

armazenagem, principalmente para permitir o crescimento do espaço do almoxarifado.

Assim,é importante manter estruturas porta paletes, áreas de blocado interna e externa,

trabalhando de acordo com as exigências da logística para os itens estocados. Com o

sistema de endereçamento, torna-se mais prático aumentar o espaço de armazenamento,

continuando com a numeração de corredores em sua sequência sem haver necessidade de

trocar nomes de ruas de outros locais.

No sistema, a identificação pode indicar até mesmo diversos galões que estejam

no mesmo local ou em locais diferentes, sabendo-se sempre onde estão os itens

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armazenados. O endereçamento, no sistema de armazenagem blocado, pode corresponder

ao mesmo tipo de endereçamento de um local residencial, por exemplo, não havendo

necessidade de indicar níveis ou vãos, endereçando-se apenas a área, o corredor e o

número da posição do palete.

1.8. FAIXAS LIMITADORAS NO SISTEMA DE ARMAZENAGEM

BLOCADO

É importante também criar faixas de larguras até 15 cm para demarcar as posições

dos blocados e o alinhamento dos paletes no piso inferior de uma estrutura. A pintura de

faixas ajuda a evitar acidentes e possibilita uma convivência segura entre operadores de

empilhadeira e demais trabalhadores do local, além de visitantes, se houver.

De acordo com as normas de segurança, a correta sinalização das faixas de

movimentação devem atender os padrões internacionais, demonstrando organização e

garantindo a segurança dos trabalhadores, prevenindo possíveis acidentes.

1.9. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO SISTEMA DE ARMAZENAGEM

BLOCADO

O sistema de armazenagem blocado garante a integridade do material

acondicionado, facilitando a movimentação com empilhadeiras ou paleteiras, embora

dificulte a utilização do sistema FIFO (first in-first out), devido à limitação de

movimentação e da dimensão das estruturas de pilhas.

Embora limite o sistema FIFO, o sistema de armazenagem blocado facilita a

movimentação com a empilhadeira ou paleteira, podendo ser criado ainda um sistema de

armazenamento de 45 graus, possibilitando melhor movimentação dos equipamentos.

Nesse caso, no entanto, deve-se observar que, apesar de ganho de área nas áreas de

movimentação, cria-se áreas perdidas.

Na implantação e utilização do sistema de armazenagem blocado, para se evitar o

uso de empilhamento em 45 graus, há a necessidade de aumentar a largura do corredor,

possibilitando à empilhadeira fazer o giro de 90 graus.

A empresa pode, também, agregar o sistema de armazenagem blocado a outros

sistemas, utilizando os que mais lhe são convenientes para maximizar o espaço e fazer a

melhor movimentação, obtendo um mix e destinando cada tipo de material ao seu sistema

mais apropriado.

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Sua desvantagem é que não há um acesso individual a cada item. Há desperdício

de tempo na localização do item e um grande risco de danos ao estoque e ao pessoal.

2. METODOLOGIA

A metodologia utilizada nesse trabalho é a análise bibliográfica com levantamento

dos principais teóricos e a Estudo de Campo, com a realização da visita in loco e

entrevistas com os gestores da área e seus funcionários.

2.1. DA ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA

A análise bibliográfica foi uma das ferramentas escolhidas pois a realização da

pesquisa bibliográfica é fundamental para que se conheça e analise as principais

contribuições teóricas sobre um determinado tema ou assunto. Para Koche (1997, p. 122)

afirma que a pesquisa bibliográfica pode ser realizada com diferentes fins: a) para ampliar

o grau de conhecimentos em uma determinada área, capacitando o investigador a

compreender ou delimitar melhor um problema de pesquisa; b) para dominar o

conhecimento disponível e utilizá-lo como base ou fundamentação na construção de um

modelo teórico explicativo de um problema, isto é, como instrumento auxiliar para a

construção e fundamentação de hipóteses; c) para descrever ou sistematizar o estado da

arte, daquele momento, pertinente a um determinado tema ou problema.

Os principais teóricos consultados até o momento para elaboração desse projeto

são Koche (1997), Ventura (2002), Moura (2004), Rodrigues (2007), Moura (1997/2005),

Jacinto et. al (2011/2016), Dias (1996), Pozo (2010), Gonçalves (2012), Rodrigues

(2007).

2.2. DO ESTUDO DE CAMPO

O Estudo de Campo foi a outra ferramenta escolhida pois é um tipo de pesquisa

que procura o aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente realizado por

meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com

informantes que captam as explicações e interpretações do que ocorre naquela realidade.

Para Ventura (2002, p. 79), a pesquisa de campo deve merecer grande atenção,

pois devem ser indicados os critérios de escolha da amostragem (das pessoas que serão

escolhidas como exemplares de certa situação), a forma pela qual serão coletados os

dados e os critérios de análise dos dados obtidos. Estrutura de um estudo de campo a)

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Introdução: Além das características comuns de uma introdução (tema, delimitação,

objetivo, justificativa, procedimentos metodológicos...), a pesquisa de campo exige que

se deixe claro o campo (empresa, comunidade, bairro, escola, prefeitura, rua etc) em que

foi realizada a pesquisa.

No dia 01 março de 2019 foi feito visita in loco com entrevista direta entre

responsável pelo setor de logística da empresa, orientador e orientandos. Nesse dia foi

possível fazer uma síntese da situação problema, com a delimitação do tema e

agendamento de futuras visitas. No entanto, através da exposição do responsável

apareceram várias dúvidas posteriores, onde foi feito um questionário que foi enviado via

e-mail no dia 22 março de 2019 com perguntas que ajudarão a enriquecer esse trabalho,

sendo elas:

1) Quem são os Clientes Internos que recebem as chapas de aço da logística?

2) Quanto aproximadamente chega em toneladas ou quantidades por mes e ano?

3) Quem são os fornecedores das Chapas?

4) Qual o tamanho e largura da menor e maior chapa?

5) O suporte ou rack são feitos na empresa ou são comprados?

6) Quantos funcionários aproximadamente trabalham no setor que trabalham

com estoque de chapas? Quantos turnos?

7) Quais as principais dificuldades encontradas pelos operados ou

empilhaderistas ao lidar com a movimentação das chapas de aço?

8) Como a logística faz o endereçamento, separação e classificação? Segue uma

ordem ou padrão?

9) Quais as principais dificuldades encontradas para se localizar as chapas

solicitadas?

10) Qual é o tamanho aproximado em m2 do estoque de chapas?

11) As chapas decapadas e não decapadas estão misturadas ou ficam separadas?

12) Existe coisa específica que chamaram a atenção de vocês para implantar o

sistema de estoque de chapas na forma blocada em relação aos outros tipos?

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como resultados esperados deseja-se que ao final desse presente projeto os

objetivos gerais e específicos consigam ser atingidos com a elaboração de diversas

propostas de melhorias no controle e endereçamento do estoque de chapas de aço da

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empresa alvo do estudo de campo gerando uma otimização do seu sistema de

endereçamento de chapas de aço. Espera-se que possa ser possível criar um método que

as chapas decapadas e não decapadas possam ser enxergadas pelos operadores de forma

separada. E que, com a escolha pelo gestor da empresa em implantar uma das propostas

que possa trazer um ganho de eficiência em seu processo logístico possibilitando redução

de desperdício de tempo na localização do item, com a eliminação de movimentações

desnecessárias, além da redução de custos e perdas de matérias. Espera-se também que

possa ser possível, ao final desse projeto, facilitar de algum modo o acesso individual a

cada item no estoque.

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PROTÓTIPO AUXILIAR DE DIAGNÓSTICO PARA FISIOTERAPIA

CARLOS HENRIQUE LOUREIRO FEICHAS

EDUARDO HIDENORI ENARI

GABRIEL RODRIGUES MODESTO

IVAN MARQUES DOS REIS

THAIS BARBOSA MARQUES

Resumo

Em um tratamento fisioterapêutico atual, existem algumas barreiras que podem se tornar

obstáculos para o avanço dos pacientes em “enfermidades” existentes desde seu nascimento ou

pós-traumáticos, principalmente em crianças, principalmente aquelas que ainda estão aprendendo

movimentos comuns como: andar, sentar, ficar em pé, movimentar os braços etc. Assim, o

presente trabalho parte de uma importante questão: o que poderia ser feito para aperfeiçoar e

agilizar o processo de aprendizado ou recuperação do paciente? Dessa forma, o objetivo geral

deste trabalho foi desenvolver um dispositivo que capture “contrações musculares” por meio dos

conceitos da Eletromiografia de Superfície e que alimente um sistema computacional que permita

ao fisioterapeuta acompanhar a evolução do tratamento por meio de gráficos relacionados a essas

contrações musculares. Este trabalho apresenta um estudo e identificação de sensores que são

utilizados para acompanhar essas contrações; uso desses sensores juntamente com a tecnologia

arduino para capturar as contrações musculares; desenvolvimento de um sistema que gera gráficos

a partir dos dados transmitidos pelo arduino e que disponibilize uma interface que pode ser

utilizada por um profissional da área de saúde durante o tratamento. Desenvolveu-se, assim, o

protótipo de um sistema para captura da contração muscular baseado no arduino, uma aplicação

web que registra os dados do paciente e apresenta a resposta muscular por meio de gráficos que

podem ser facilmente manuseados pelo fisioterapeuta.

Palavras-chave: Saúde; Fisioterapia neurológica; Tratamento; Trauma físico; Dispositivo

médico; Sistema Web.

Abstract

In a current physiotherapeutic treatment, there are some barriers that can become obstacles for

the advancement of patients in "infirmities", existing since birth or post-traumatic, especially in

children, who are still learning common movements, such as: walking, sitting , standing up,

moving arms, etc. Thus, the present work is based on an important question: what could be done

to improve and speed up the process of learning or recovering the patient? Thus, the general

objective of this work was to develop a device that captures "muscular contractions" through the

concepts of Surface Electromyography, and to feed a computational system that allows the

physiotherapist to follow the evolution of the treatment, by means of graphs related to these

muscle contractions. This work presents a study and identification of sensors that are used to

follow these contractions; use of these sensors along with Arduino technology to capture muscle

contractions; development of a system that generates graphs from the data transmitted by the

Arduino and that provides an interface that can be used by a healthcare professional during the

treatment. Based on this, a prototype arthritic-based muscle contraction system was developed,

a web application that records patient data and displays muscle response through graphs, which

can be easily manipulated by the physiotherapist.

Keywords: Health; Neurological Physioterapy; Treatment; Physical trauma; Medical device;

Web System.

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INTRODUÇÃO

É considerada deficiência motora qualquer déficit ou anomalia que tem como

consequência qualquer tipo de dificuldade, alteração e/ou não existência de determinado

movimento considerado normal em pessoas sem deficiência. A deficiência tem diferentes

origens que se diferenciam por grupos musculares, estrutura óssea, estrutura ósseo-

articular ou anomalia do Sistema Nervoso Central (SNC). Deficiências motoras podem

ter o caráter definitivo (não sofrem alterações com o passar do tempo) ou evolutivo

(sofrem alterações com o passar do tempo). Considerando as causas das deficiências

motoras, elas podem ter causas como congênitas (nascem com a pessoa) e adquiridas

(desenvolvidas com o tempo) (TEIXEIRA, 2010).

Tratamentos fisioterapêuticos são utilizados em pessoas com deficiência motora

para auxiliar no desenvolvimento ou reabilitação. A principal área da fisioterapia em que

se encaixa o tratamento para essas pessoas é a Fisioterapia Neurofuncional, que trabalha

a prevenção e o tratamento de disfunções do sistema nervoso central e/ou sistema nervoso

periférico. Recursos fisioterapêuticos como cinesioterapia (terapia pelo movimento),

eletroterapia (pela eletricidade), equoterapia (com ajuda de cavalos) e outros, são os

procedimentos seguidos por profissionais de fisioterapia. (ABRAFIN, 2009).

Em uma avaliação de contrações e/ou lesões musculares ainda são empregados

recursos humanos, como visão e tato dos fisioterapeutas. Porém, para otimizar esse

processo, é possível captar contrações por eletromiografia (EMG). A EMG é a

metodologia de captação de contrações para diagnóstico, que visa avaliar problemas

nervosos ou musculares. A princípio, a captação é feita por meio de um par de eletrodos

colados à pele, em que esses eletrodos farão a medição da atividade elétrica gerada pelo

músculo avaliado em questão (ENOKA, 2000).

A utilização de máquinas e dispositivos para avaliações físicas está presente em

grandes centros e clínicas de fisioterapia. Infelizmente essa realidade não é encontrada

em todas as clínicas de porte médio e pequeno, muito presente em cidades do interior. A

solução possível adotada neste trabalho, foi a utilização de dispositivos baseados no

arduino, para desenvolvimento de equipamentos de baixo custo, permitindo que mais

clínicas tenham acesso a dispositivos de apoio ao tratamento de seus pacientes. Isso

porque o arduíno possui shields que cumprem a função de um sensor EMG. Eles captam

o movimento muscular e os transformam em dados digitais. Esses dados foram

capturados para serem trabalhados de forma que fosse possível desenvolver interfaces

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visuais, com gráficos e/ou números para dar suporte ao Fisioterapeuta. A seguir, a Figura

1 demonstra, inicialmente, o funcionamento da arquitetura deste trabalho:

Figura 1 - Arquitetura inicial do funcionamento do dispositivo.

Fonte: Autoria própria, 2018.

Com o intuito de auxiliar na melhor avaliação e identificação de determinadas

lesões ou traumas, o objetivo do trabalho é desenvolver um protótipo de dispositivo que

visa capturar reações musculares por meio de sensores colocados estrategicamente em

músculos indicados por especialistas em fisioterapia. Dessa forma, os sensores ligados a

um músculo capturam contrações musculares e geram dados que serão apresentados por

meio de gráficos, para serem analisados por um fisioterapeuta, proporcionando mais

informações para decidir a melhor indicação de tratamento, bem como acompanhar a

evolução dos resultados, armazenando todos os dados para futura consulta. O dispositivo

proporciona, inicialmente, uma boa precisão em diagnósticos, a partir de um estudo

prévio de como realizar análises a partir dos gráficos gerados, para que o fisioterapeuta e,

principalmente o paciente, sintam-se seguros ao buscar melhores formas de tratamento

para diferentes situações, bem como acompanhar os progressos.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De acordo com Mello (2006, p. 86), “a fundamentação teórica apresentada deve

servir de base para a análise e interpretação dos dados coletados na fase de elaboração do

relatório final. Dessa forma, os dados apresentados devem ser interpretados à luz das

teorias existentes”.

A seguir, estão as bases teóricas utilizadas, demonstrando o que são bem como as

tecnologias já existentes e qual o diferencial deste trabalho em relação a tais tecnologias.

2.1. ANATOMIA

Moore e Dalley (2001) definem “Anatomia - o estudo da estrutura e função do

corpo - é uma das ciências médicas básicas mais antigas”. A anatomia tem três principais

abordagens: Anatomia Regional, Anatomia Sistêmica e Anatomia Clínica (MOORE;

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DALLEY, 2001). A anatomia serve de base para o conhecimento, mesmo que superficial,

da forma e da função dos músculos que poderão ser analisados pelo dispositivo.

A seguir, a Figura 2 mostra a anatomia muscular do corpo humano e seus

respectivos nomes:

Figura 2 - Anatomia muscular do corpo humano

Fonte: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/sistemamuscular.php Acesso em 25/Abril/2018

2.2. FISIOTERAPIA

Segundo o COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional),

fisioterapia é “uma ciência da saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos

funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações

genéticas, por traumas e por doenças adquiridas, na atenção básica, média complexidade

e alta complexidade.

De acordo com a ABRAFIN (Associação Brasileira de Fisioterapia

Neurofuncional), fisioterapia Neurofuncional é

a área de especialidade da Fisioterapia que atua de forma preventiva, curativa,

adaptativa ou paliativa nas sequelas resultantes de danos ao Sistema Nervoso,

abrangendo tanto o Sistema Nervoso Central como o Periférico, bem como

àqueles com doenças neuromusculares (do neurônio motor, da placa motora e

do músculo propriamente dito – miopatias).

2.3. ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE

A eletromiografia de superfície (EMG-S) consiste na captação dos potenciais de

ação emanados pelo músculo esquelético durante a contração. Essa captação é realizada

por meio de eletrodos fixados na pele que registram a diferença de potencial provocada

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pelo constante deslocamento de íons positivos e negativos para o interior e exterior das

estruturas musculares (GUYTON; HALL., 2006).

A EMG-S é uma ferramenta aplicável em diversos ramos das ciências da saúde e

fisiologia humana. Nas áreas do treinamento físico e reabilitação, a EMG-S é utilizada

para avaliar a fadiga no sistema neuromuscular (MERLETTI; PARKER, 2004). Por se

tratar de procedimento não invasivo e de execução relativamente simples, a EMG-S

permite monitorar, de forma contínua, o processo de exaustão dos músculos. Tal

característica representa uma vantagem em relação a outros métodos que quantificam a

fadiga somente ao final do esforço ou dependem de procedimentos mais complexos,

como coleta sanguínea (CIFREK et al., 2009). O mesmo consiste no registro da atividade

elétrica gerada pelos potenciais de ação de todas as unidades motoras recrutadas durante

a ação. O sinal elétrico das fibras musculares percorre passivamente o volume condutor

que recobre o músculo (tecido conjuntivo, tecido adiposo e todas as demais estruturas) e

é captado por eletrodos fixados na pele, como exemplificado na Figura 3 a seguir:

Figura 3 - Eletrodos de superfície fixados na pele (A) e ilustração de seu

funcionamento na captação dos potenciais de ação das unidades motoras através do

volume condutor (B)

Fonte: Rocha Júnior., V. A. (2016).

2.4. CONTRAÇÃO MUSCULAR – ISOCINÉTICA

Como base principal deste projeto, temos a contração muscular, mais

especificamente a Isocinética, que se dá por meio da utilização de um aparelho

denominado “Dinamômetro Isocinético”, em que o indivíduo realiza um esforço

muscular máximo ou submáximo que se acomoda à resistência do aparelho. A contração

ocorre em uma velocidade angular constante, permitindo mensurar a força aplicada pelo

músculo em toda a amplitude articular do movimento.

Para tal, o ‘aparelho isocinético’ é um ‘dinamômetro eletromecânico’ com sistema

servomotor, que atualmente se apresenta todo computadorizado. O indivíduo realiza um

esforço muscular máximo ou submáximo que se acomoda à resistência do aparelho. Este

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se caracteriza por possuir velocidade angular constante, permitindo realizar movimento

na sua amplitude articular. A força exercida pelos grupos musculares varia durante o arco

de movimento, devido ao seu braço de alavanca que se altera conforme a amplitude do

movimento. Tem-se, então, o chamado momento angular de força ou torque. A resistência

oferecida também é variável conforme a força realizada em cada ponto da amplitude

articular. Mas a velocidade angular é sempre constante, em graus por segundo (°/seg.),

definida previamente pelo examinador. O aparelho isocinético é um recurso valioso, que

pode ser indicado tanto para a avaliação do equilíbrio funcional muscular como também

para a reabilitação das lesões do aparelho locomotor (HISLOP; PERRINE, 1967).

Porém há uma desvantagem significativa, que é o preço, ou seja, na maior parte

dos casos, o aparelho só consegue ser adquirido por, por exemplo, grandes clubes de

futebol, para análise e recuperação dos jogadores. A Figura 4 é a representação do

aparelho de isocinética, junto ao paciente realizando o exame:

Figura 4 - Representação do Dinamômetro Isocinético

Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-6-Aparelho-para-realizacao-de-exercicio-isocinetico-

flexao-extensao-joelho_fig4_312095829. Acesso em 26/Abril/2018

2.5. APLICAÇÃO WEB

Aplicações web se destinam a sistemas de informática que fazem uso de

navegadores por meio da internet ou aplicativos desenvolvidos com tecnologias web, tais

como HTML, CSS e Javascript. A execução dos aplicativos ocorre através de servidores

HTTP (Web Host) ou servidores locais (máquina própria) (APLICAÇÕES WEB; 2018).

Um servidor web tem como função receber uma requisição (request) do cliente

por meio do browser e, assim, devolver uma resposta (response) para o usuário. O

navegador é o responsável por permitir que o usuário faça suas solicitações, além de ser

responsável também por mostrar ao usuário as respostas dadas pelo servidor em relação

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à requisição feita anteriormente. As requisições e respostas são escritas em HTML

(HyperText Markup Language). Na Figura 5 está representada a forma como a

comunicação é feita entre servidor e browser.

Figura 5 - Comunicação entre browser e servidor

Fonte: Autoria Própria, 2018.

Uma aplicação web pode consistir mais do que apenas cliente e servidor, pode ser

dividida em mais camadas, tais como:

a) Camada de apresentação: Camada que exibe informações ao usuário;

b) Camada Lógica: Camada responsável por consultar, editar, atualizar e deletar

informações através de formulários;

c) Camada de dados: Camada que retém os dados e informações da aplicação. Um

website pode ser facilmente confundido com uma aplicação web, porém um site é

apenas um conjunto de páginas WEB, escritas em HTML & CSS, como o intuito de

informar o usuário, são páginas não dinâmicas.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Para a criação do dispositivo, foi necessário o aprofundamento nos estudos em

áreas específicas da computação, biomedicina e da anatomia humana, como: Engenharia

de Software, Arduino (Microcontrolador), Python, Django, HTML5, CSS3, JavaScript,

Materialize, Banco de Dados (MongoDB), Interface Homem x Máquina, Sensor EMG e

Anatomia / Funcionamento Muscular.

3.1. ENGENHARIA DE SOFTWARE

A Engenharia de Software está relacionada a todos os aspectos da produção de

software, desde os estágios iniciais de especificação do sistema até sua manutenção,

depois que o software entrar em operação. Para fornecer uma introdução ao

funcionamento da interação do fisioterapeuta com o dispositivo e software, temos os

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Requisitos Funcionais e os Não Funcionais do software, o Diagrama de Contexto e o Caso

de uso:

2.1.1 REQUISITOS FUNCIONAIS

Segundo Sommerville, requisitos funcionais são: “declarações de serviços que o

sistema deve fornecer, como o sistema deve reagir a entradas específicas e como o sistema

deve se comportar em determinadas situações. Em alguns casos, os requisitos funcionais

podem também estabelecer explicitamente o que o sistema não deve fazer”. A seguir,

estão descritos os requisitos funcionais deste projeto:

a) Cadastrar Usuário: O fisioterapeuta pode se cadastrar no sistema a fim de

utilizá-lo;

b) Cadastrar Paciente: O fisioterapeuta pode cadastrar seu paciente no sistema

para que seja possível gerar registros atualizados;

c) Consultar Ficha: O fisioterapeuta pode consultar a ficha de um determinado

paciente de acordo com suas necessidades;

d) Cadastrar Avaliação: O fisioterapeuta pode cadastrar uma avaliação atualizada

realizada em um determinado paciente para alimentar a ficha do paciente;

e) Atualizar Ficha: O fisioterapeuta pode atualizar a ficha de seus pacientes com

avaliações realizadas e anotações, quando necessário;

f) Excluir Ficha: O fisioterapeuta pode excluir a ficha de um paciente caso haja

necessidade.

2.1.2. REQUISITOS NÃO FUNCIONAIS

Segundo Sommerville, requisitos não funcionais são: “Restrições sobre os

serviços ou as funções oferecidas pelo sistema”. A seguir estão descritos os requisitos não

funcionais deste projeto:

b) Login: O fisioterapeuta pode logar no sistema através de login e senha;

c) SGBD: O sistema de gerenciamento de banco de dados é o MongoDB;

d) Gerar Gráficos: O sistema é responsável por gerar gráficos para avaliação dos

pacientes;

e) Usabilidade: O sistema possui uma interface simples para facilitar a vida do

fisioterapeuta.

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f) Segurança: O sistema possui proteção dos dados dos profissionais e dos

pacientes.

2.1.3. DIAGRAMA DE CONTEXTO

Diagrama de contexto é uma ferramenta que possibilita a representação do sistema

e o fluxo dos dados (VAZQUEZ; SIMÕES, 2016). No caso do projeto, o diagrama de

contexto representado na Figura 6 demonstra, em forma de imagem, a relação dos dois

atores que o sistema tem. Para acesso a todas as funcionalidades que o sistema dispõe

será preciso o login.

Figura 6 - Diagrama de Contexto

Fonte: Autoria própria, 2018.

2.1.4. DIAGRAMA DE CASO DE USO

Um diagrama de caso de uso documenta todo o sistema de acordo com o ponto de

vista de um ator (PRESSMAN, 2011). O diagrama de caso de uso do projeto está

representado na Figura 7, em que a representação está sendo do ponto de vista do

fisioterapeuta (ator); o usuário principal do sistema, que conta com as funcionalidades

representadas nos balões do meio e que a maioria das funcionalidades só é permitida

através da efetuação do login.

Figura 7 - Diagrama de Caso de Uso

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Fonte: Autoria própria, 2018.

2.2. ARDUINO

O Arduino (Microcontrolador) é uma placa de prototipagem eletrônica de código

aberto, que inclui hardware e software livres, visando oferecer ferramentas adaptáveis e

de baixo custo para a criação de projetos interativos de diversos fins. O Arduino permite,

por meio de suas portas digitais e analógicas, que outros dispositivos se conectem a ele,

como os Shields. Shields são placas de circuito que podem ser conectadas ao Arduino,

fazendo com que seja possível expandir seu potencial. Além do Hardware, o Arduino

possui o software, que é o Arduino IDE, ambiente multiplataforma que proporciona o

desenvolvimento de códigos que são compilados e gravados no microcontrolador, e

exercem papel fundamental para o sucesso de projetos que o utilizam (ARDUINO, 2017).

Para o projeto foi utilizado o Arduino MEGA 2560, que contém 54 pontos de

entrada e saída digitais, 16 entradas analógicas e 4 portas para comunicação serial, com

memória flash de 256 KB. Junto ao Arduino foi utilizado um shield EMG, descrito no

item seguinte. A Figura 8 mostra um resumo dos componentes de uma placa arduino:

Figura 8 - Componentes do Arduino Mega

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Fonte: https://www.embarcados.com.br/arduino-mega-2560/. Acesso em 26 de Abril de 2018

2.3. SENSOR EMG

Sensores de EMG (Eletromiografia de superfície), são utilizados para avaliar os

padrões de ativação muscular. São tradicionalmente utilizados em pesquisas médicas e

para exames de distúrbios neuromusculares. Atualmente os sensores estão sendo

utilizados em próteses, mais precisamente na área de robótica em sistemas de controle. O

sensor utilizado no projeto, foi o Muscle Sensor v3, o qual capta os sinais analógicos dos

músculos através de eletrodos colados à pele, e converte em voltagem, para que assim

sejam mostrados em forma numérica. Para o projeto a faixa de amostragem analisada pelo

sensor, é a leitura analógica entre 0 – 1023, onde ela é convertida em voltagem para a

faixa entre o – 5v. (MUSCLE SENSOR V3, 2018). O sensor está representado na Figura

9:

Figura 9 - Sensor Muscle v3 - Responsável por conectar eletrodos a protoboard/arduino.

Fonte: http://www.advancertechnologies.com/p/muscle-sensor-v3.html. Acesso em 15 de Outubro de

2018

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2.4. PYTHON

Python é uma linguagem de alto nível, com tipagem dinâmica e forte,

multiparadigma, que suporta os paradigmas de orientação a objetos, imperativo, funcional

e procedural, multiplataforma, além de ser interpretada. Sua sintaxe é considerada

elegante. É uma linguagem open source, até para projetos comerciais.

O nome da linguagem é inspirado no grupo de humor britânico “Monty Python”.

Foi criada em 1991 pelo holandês Guido van Rossum, com o objetivo de legibilidade e

produtividade. Atualmente é mantida pela Python Software Foundation (PSF),

organização sem fins lucrativos.

A linguagem Python possui diversos recursos, tais como: meta-classes,

decorators, herança múltipla. Possibilidade de utilização de pacotes e bibliotecas de

terceiros, além de sua gama em frameworks disponíveis, como: Django, Flask, entre

outros. Para este projeto, foi utilizado o Python na versão 3.6.7, em sua versão estável

(PYTHON, 2018).

2.5. DJANGO

Django é um framework web e open source, escrito em Python, para o

desenvolvimento web ágil. Utiliza o princípio DRY (Don’t Repeat Yourself - Não se

repita). Criado em 2005 pela equipe do Lawrence Journal-World com o intuito de ser um

sistema de gerenciamento de um site jornalístico, atualmente é mantido pela Django.

Software Foundation. Sites como: Instagram, Pinterest, Mozilla, utilizam o

Django em sua estrutura. (DJANGO, 2018).

O framework segue o padrão MTV (model-template-view), apresentado na Figura

10, que é bem similar ao padrão MVC (model-view-controller):

Figura 10 - Padrão MTV Django

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Fonte: https://www.tutorialspoint.com/django/django_overview.htm. Acesso em 20/Outubro/2018

A figura representa o padrão Model-Template-View, que se define por:

a) URLs (Universal Resource Locator) - Mapeia rotas e recursos do sistema, pelo qual

o usuário irá acessar, por exemplo: www.site.com.br/login, sendo esse exemplo a rota

para o acesso do login;

b) View - Intermediário entre Model e Template, responsável pela requisição (request)

do objeto e retorno da resposta (response) e redirecionando (redirect) para outra URL;

c) Model - Onde são definidos os modelos do banco de dados, como tabelas ou

collections;

d) Template - Representação visual do sistema dada ao usuário, sendo elas páginas

HTML com estilos (CSS) e interações (JS).

Django é um framework de alta produtividade e agilidade com grandes recursos

como urls amigáveis, painel administrativo, sistema de templates, sistema de rotas,

formulários, segurança (DJANGO, 2018). Para este projeto, foi utilizado o Django em

sua versão 2.1.2, estável.

2.6. MATERIALIZE

Framework web responsivo baseado no Material Design da Google foi criado em

2014 por um grupo de estudantes da Universidade Carnegie Mellon, dos Estado Unidos.

O Materialize é um framework cujo objetivo é acelerar o processo de criação da parte

front-end, focando no usuário (User Experience). Ele oferece artifícios como: Slider,

Lightbox, Captions, Modais, Transitions, Waves, Grid voltado ao responsivo, Cards, ou

seja, todos os elementos para um melhor desenvolvimento da parte front-end de um site,

sistema web e desktop. Neste projeto, a versão do Materialize utilizada foi a 1.0.0

(MATERIALIZE, 2018).

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2.7. CHART.JS

Chart.JS é uma biblioteca Javascript responsável em auxiliar na criação de

gráficos para designers e desenvolvedores (CHARTJS, 2018), plotando diversos tipos de

gráficos, utilizando-se da tag <canvas>, presente no HTML. A biblioteca gera oito tipos

diferente de gráficos (Linha, Pizza, Barra e outros). A biblioteca também se encarrega da

customização do estilo dos gráficos, facilitando no desenvolvimento de uma aplicação

que necessite expor dados em forma de gráficos. Neste projeto, foi de extrema

importância, uma vez que o fator principal de análise deste projeto são os gráficos.

2.8. MONGODB

O banco de dados consiste em um conjunto de dados relacionados logicamente,

os quais, por exemplo, podem conter dados e informações sobre determinados

procedimentos realizados em um paciente, que, mais tarde, poderão ser acessados. São

projetados para gerir grandes volumes de dados e informações relativos aos mais variados

domínios de conhecimento (MACHADO, 2008). Neste projeto foi utilizado o banco de

dados não relacional e open source, MongoDB. MongoDB é um banco de dados orientado

a documentos, com escalabilidade e flexibilidade, com consulta e indexação

(MONGODB, 2008). Mais especificamente, foi utilizado, neste projeto, o MongoDB

server, na versão 4.0.3, para fazer a integração com o Django por meio da engine Djongo,

que permite a criação de collections através dos Models do Django.

2.9. LINGUAGENS WEB

2.9.1. HTML5

HTML5 (HyperText Markup Language - Linguagem de marcação de hipertexto,

versão 5) é uma linguagem web responsável pela marcação de uma página web, que tem,

nessa versão 5, o princípio de semântica e acessibilidade na linguagem, para melhor

adaptação a diversos dispositivos, sistemas e navegadores (HTML5, 2018).

2.9.2. CSS3

CSS3 (Cascading Style Sheets - Folhas de Estilo em Cascata, versão 3) é uma

linguagem que trabalha junto ao HTML para estilização das páginas, fazendo com que os

elementos assumam tamanhos, posições, cores e outros atributos de acordo com as

definições programadas para cada um ou para um conjunto (CSS3, 2018).

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2.9.3. JAVASCRIPT

JavaScript é uma linguagem de programação interpretada, criada em dezembro de

1995 por Brendan Eich, cujo objetivo era fazer parte dos navegadores, para que pudessem

interpretar scripts sem a necessidade deles passarem pelo servidor. Atualmente a

linguagem tem como características: a tipagem dinâmica, o paradigma imperativo e

estruturado, baseado em objetos, funcional, funções de primeira classe. Além do mais,

pode funcionar tanto como uma linguagem procedural quanto como uma linguagem

orientada a objetos (JAVASCRIPT, 2018).

2.10. INTERFACE HOMEM x MÁQUINA

A interface Homem x Máquina trata-se da parte de redução de aspectos negativos

na experiência do usuário com o sistema, tais como: decepção, arrependimento de utilizar

um sistema e outras. Porém, por outro lado, trata-se de elevar os aspectos positivos, tais

como: funções desejadas e atingidas e satisfação que o sistema traz ao usuário ao utilizá-

lo. (ROGERS; SHARP; PREECE, 2013).

2.11. FUNCIONAMENTO MUSCULAR

O Funcionamento muscular engloba anatomia e fisioterapia, bem como os

sensores e a isocinética. Para o estudo da anatomia foi utilizado como base no livro

“Anatomia: orientada para a clínica”. Além deste livro, foram utilizadas práticas de

aplicação com o acompanhamento de um fisioterapeuta, fornecendo o conhecimento

necessário para utilização do dispositivo.

Para o estudo dos sensores foi realizada uma pesquisa sobre tipos que mais se

adequam ao problema a ser solucionado.

Para compreender a captação da contração muscular isocinética, foi feito um

estudo sobre o dinamômetro isocinético, entendendo seu funcionamento, obstáculos,

aplicação e benefícios que são de suma importância para este trabalho.

2.12. MÉTODO

O método é responsável por definir a estruturação do desenvolvimento do projeto

como um todo. A estrutura de construção do projeto seguiu as seguintes fases, fases estas

baseadas na abordagem sequencial (SOMMERVILLE, 2011).

a) LEVANTAMENTO DE REQUISITOS

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Nesta parte do trabalho, foi definido qual seria o escopo do projeto: um dispositivo

que analisa o músculo e gera dados numéricos para serem visualizados em forma de

gráficos em um sistema web. A ênfase maior foi dada ao dispositivo composto pelo

Arduino e pelo sensor EMG.

b) ANÁLISE E PROJETO DO SISTEMA

Nessa fase do projeto foi definida a modelagem do sistema e do dispositivo, sendo

a modelagem do sistema baseada nos casos de usos, e a do dispositivo baseada na

disposição dos sensores e demais componentes. Em seguida, foi criado o diagrama do

banco de dados.

c) IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO

Na fase de implementação do projeto foram feitas três partes. A primeira foi a

montagem do dispositivo com Arduino, Sensores EMG e Protoboard. A segunda parte

foi relacionada à montagem do dispositivo, pois nessa fase foi implementado o código

responsável pela leitura dos dados que o sensor capturou. Na terceira parte foi

desenvolvido o sistema web em Django, no padrão MTV. Na Figura 11, a seguir, é

possível visualizar a arquitetura proposta:

Figura 11 - Ilustração da arquitetura utilizada no projeto

Fonte: Autoria própria, 2018.

Essa estrutura da arquitetura proposta inicialmente, demonstra as partes

componentes do projeto. Na primeira parte temos o paciente com o sensor de EMG e seus

respectivos eletrodos, dispostos estrategicamente no paciente, ligados ao arduino. Para

este trabalho foram utilizados 3 (três) sensores, sendo eles: o eletrodo representado pela

cor amarela funciona como o “terra”, para que a eletricidade do corpo não interfira na

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captação dos sinais, e os eletrodos verde e vermelho são os responsáveis por captar os

sinais analógicos do músculo. Após a captação desses sinais, está representado o servidor

(Raspberry pi 3), inicialmente proposto para este trabalho, que recebe os dados analisados

pelo sensor EMG e Arduino, e logo após envia os dados para o dispositivo do

fisioterapeuta (computador, tablet ou celular) através da requisição feita pelo mesmo

através da interface web, com gráficos gerados a partir da leitura dos dados dos sensores.

3. RESULTADOS OBTIDOS

O dispositivo deste trabalho foi testado, avaliado e aprovado por um profissional

da área de fisioterapia, que definiu quais movimentos e quais lugares dos eletrodos para

melhor análise. É preciso ressaltar que a aprovação se deve a proposta inicial deste

trabalho, ainda necessitando de ajustes para coleta de dados mais precisas a partir dos

trabalhos futuros.

A Figura 12 representa o dispositivo montado e analisando o músculo do

antebraço através dos eletrodos do sensor EMG, enquanto o antebraço se encontra em

repouso. O momento do repouso serve para que o sistema monte uma linha de base, como

no gráfico, representado na Figura 13. A linha de base é um comparativo em relação a

análise do músculo após uma contração ou movimentação.

Figura 12 - Dispositivo montado com braço em repouso

Fonte - Autoria Própria, 2018.

Figura 13 - Gráfico com os dados do braço em repouso

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Fonte - Autoria Própria, 2018

Na Figura 14 novamente o dispositivo montado, porém o antebraço se encontra

em contração concêntrica (o músculo se aproxima de suas inserções, há o encurtamento).

A contração foi exercida para que o sistema analisasse o movimento e gerasse no gráfico,

como representado na Figura 15, o dado fora da linha de base. No gráfico da Figura 15,

percebe-se, antes do pico da contração, a linha de base mencionada anteriormente e, após

o pico, percebe-se a volta para a linha de base representada pelo relaxamento do músculo.

Figura 14 - Dispositivo com o braço em contração

Fonte - Autoria Própria, 2018.

Figura 15 - Gráfico com os dados da contração

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Fonte - Autoria Própria, 2018

4. CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS

O objetivo inicial deste trabalho era criar um dispositivo para auxiliar o

fisioterapeuta a diagnosticar, acompanhar e decidir a melhor forma de tratar o paciente,

com bons resultados e com baixo custo para as partes envolvidas. O trabalho apresentou

a necessidade do estudo de sensores de Eletromiografia de Superfície e suas unidades de

corrente elétrica para captação dos movimentos musculares, bem como o Arduino,

analisando como seria possível gerar dados após essa captura pelos sensores e como um

sistema web poderia interagir com este dispositivo para gerar gráficos no momento da

avaliação muscular comandada pelo fisioterapeuta.

Dessa forma, foi criado o dispositivo de análise muscular com Arduino e sensor

de Eletromiografia de Superfície, que está integrado a um sistema web, em que é possível

receber os sinais musculares de um então músculo avaliado, utilizando estes sinais para

gerar gráficos monitorados por um fisioterapeuta, a fim de gerar visualmente a melhor

análise do músculo em avaliação para indicação de evolução.

Como trabalhos futuros, deseja-se aprimorar visualmente a interface web;

implementar um sistema de calibragem mais preciso para coleta de linha de base, onde

os dados coletados serão mais precisos que no protótipo, uma vez que a linha de base

permite que o músculo em análise tenha uma medida em repouso e em movimento, que

variam de pessoa para pessoa; aprimorar o uso do EMG com um medidor acelerômetro

dentro do gráfico de análise, para que seja possível definir até onde pode ser realizado o

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movimento do músculo que esteja sendo analisado; realizar testes em áreas diferentes do

corpo além da área de estudo já utilizada nesse protótipo e iniciar testes clínicos

ambulatoriais em pessoas com idades diferentes e consequentemente tônus diferentes,

fazendo com que a área de estudo seja mais ampla e funcional para beneficiar todo e

qualquer tipo de paciente.

Pode-se concluir que o dispositivo cumpriu as expectativas da proposta inicial e

tem grande potencial de análise, uma vez que o mercado de análise fisioterápica é restrito

a grandes clínicas com capital elevado ou em ambientes de mestrado, fazendo com que a

proposta de baixo custo e para clínicas de baixo porte seja totalmente válida. Outro

diferencial desse dispositivo é a flexibilidade de utilização, mesmo em atendimentos

homecare, ou seja, fora da clínica, pois muitos pacientes não podem sair de suas casas ou

simplesmente se sentem mais confortáveis ao serem atendidos em suas residências. Esse

dispositivo junto a sua interface web permite que as análises possam ser feitas nestes

ambientes.

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PROTÓTIPO PARA MONITORAMENTO DE DADOS DE MONÓXIDO DE

CARBONO, TEMPERATURA E UMIDADE EM AMBIENTES FECHADOS

JHON KENNEDY DE ALMEIDA PEREIRA NOVAIS

LUIS FERNANDO DE ALMEIDA

Resumo

Com o desenvolvimento social e a urbanização, o ser humano passou a permanecer mais tempo

em locais fechados. Porém, muitas vezes, esses ambientes não são lugares adequados para

permanecer por um longo período de tempo. Além das consequências graves à saúde, é observada

a queda de desempenho do ser humano na realização de tarefas cotidianas, tais como atividades

intelectual, laboral e outras, sendo em ambiente empresarial, público ou residencial. Nesse

sentido, o projeto consiste do aprimoramento de uma plataforma para monitoramento da

qualidade do ar de um determinado ambiente interno. Neste trabalho, são implementadas as

seguintes funcionalidades adicionais: acesso remoto ao sistema, sensor de umidade e um buzzer

para emitir alertas sonoros. Os testes realizados demonstram a capacidade do protótipo em realizar

o monitoramento dos itens propostos, possibilitando aos usuários visualizarem a condição do

ambiente interno inserido, possibilitando tomar decisões sensatas e evitar acidentes graves ou até

fatais.

Palavra-chave: Arduino; Umidade; Temperatura; Monóxido de Carbono; Ambiente Fechado.

Abstract

With social development and urbanization, the human being started to stay longer in closed

places. However, often these environments are not suitable places to stay for a long period of

time. In addition to the serious health consequences, the performance of the human being is

observed in the accomplishment of daily tasks, such as intellectual, labor and other activities,

being in a business, public or residential environment. In this sense, the project consists of the

improvement of a platform for monitoring the air quality of a certain internal environment. In

this work, the following additional functionalities are implemented: remote access to the system,

humidity sensor and a buzzer to emit audible alerts. The tests carried out demonstrate the ability

of the prototype to perform the monitoring of the proposed items, allowing users to visualize the

condition of the internal environment inserted, making possible sensible decisions and avoiding

serious or even fatal accidents.

Keywords: Arduino; Humidity; Temperature; Carbon Monoxide; Closed Environments.

INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, o homem busca abrigo, proteção e segurança nos ambientes

artificiais onde vive. As características atuais das sociedades desenvolvidas e em

desenvolvimento, fazem com que um elevado número de indivíduos passe a maior parte

do seu dia em ambientes fechados. Segundo Quadros (2008), o desenvolvimento social e

a consequente urbanização, e as formas de trabalho sedentárias tomam o lugar do trabalho

ao ar livre nas cidades urbanizadas, podendo-se afirmar que passamos a maior parte do

tempo em ambientes fechados.

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Ao longo dos anos, muitos acidentes graves e até mesmo fatais, vêm ocorrendo

pela inalação de monóxido de carbono (CO). Um caso em massa que pode ser destacado

é o acidente de trem na Itália durante a II Guerra Mundial, na região de Balvano, no sul

do país, onde uma locomotiva teve uma interrupção brusca quando estava em um trecho

íngreme, no interior do túnel do exército, ou seja, um ambiente fechado levou a morte,

por volta de 520 pessoas.

O debate sobre qualidade do ar interno não é algo novo, existem publicações do

século XIV que já discutiam o assunto e até sugeriam algumas soluções. Segundo Haines

e Wilson (1998), a solução para o problema seria a ventilação adequada desses ambientes.

Anos mais tarde, surgiam os sistemas de ar condicionado, porém com o passar do tempo,

observou-se que trabalhadores de ambientes internos estariam reclamando da qualidade

do ar desses ambientes, assim como os estudos de Zhang (2004) revelaram que as

concentrações de poluentes nesses ambientes poderiam ser de até cinco vezes maiores

que as de ambientes externos.

Segundo Dangelo e Fattini (1998), o funcionamento de todo o corpo, em síntese,

depende das trocas gasosas entre Oxigênio (O2) e gás carbônico (CO2). O sistema

respiratório um dos principais responsáveis pela manutenção da homeostase do corpo

humano, constituído por dois pulmões e por vários órgãos que conduzem o ar para dentro

e para fora das cavidades pulmonares, realizando o processo de hematose. Os órgãos que

constituem esse sistema são fossas nasais, boca, faringe, laringe, traqueia, brônquio,

bronquíolos e alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões.

O poluente foco do trabalho é o monóxido de carbono, que mesmo sendo essencial

na indústria química para a transformação de alguns compostos orgânicos, pode causar

sérios problemas a saúde humana. Isso se justifica, segundo Böhm (2011), por se tratar

de um gás incolor, inodoro, insípido produzido por queima incompleta de combustível

contendo átomos de carbono, e que prejudica a oxigenação dos tecidos. Com isso esse

elemento é classificado como um asfixiante sistêmico.

O grande número de horas que as pessoas ficam em ambientes fechados e a difícil

detecção do monóxido de carbono são justificativas sociais plausíveis para a realização

desse trabalho.

Dentro desse cenário, o objetivo da pesquisa é aprimorar o trabalho desenvolvido

e proposto por Souza (2018), onde será acrescentado alguns sensores à plataforma para

possibilitar acesso remoto ao sistema.

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Para tanto, ações específicas como adaptar uma plataforma de prototipagem

eletrônica de sensores de monóxido de carbono (MQ-7), umidade e temperatura (DHT

11), por fim, desenvolver uma aplicação para dispositivo móvel com acesso local e

remoto que irá coletar informações fornecidas pela rede de computadores através dos

sensores e informar em tempo real, os dados da concentração do monóxido de carbono,

umidade e temperatura ao usuário e ainda emitir alertas caso as concentrações dos

sensores estejam acima do tolerável a saúde.

Como resultados da pesquisa, espera-se contribuir na busca de soluções para

minimizar o número de incidentes causados pelo CO. No caso específico do software

apresentado neste trabalho, essa contribuição provém de uma interface bem intuitiva e de

fácil manuseio, possibilitando ao usuário monitoramento do nível de concentração do CO,

umidade e temperatura no local instalado.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nessa seção, o referencial teórico traz estudos sobre a poluição do ar,

monitoramento e internet das coisas.

1.1. POLUIÇÃO DO AR

Com o desenvolvimento dos grandes centros urbanos e o consumo cada vez mais

exagerado, o ser humano é o grande responsável por tornar o mundo cada dia mais

poluído. O ar impróprio e nocivo pode causar sérios problemas tanto para o homem como

para os demais seres vivos. Segundo Santos (2011) a poluição pode ser entendida, como

a presença de substâncias geradas por humanos ou pela própria natureza, essas

substâncias podem colocar em risco à qualidade de vida de todos os seres vivos.

Desde a revolução industrial que aconteceu na Europa nos séculos XVIII e XIX

(HISTORIA, 2012), a poluição começou a crescer, mas foi no começo do século XX que

se intensificou com o crescimento de indústrias automobilísticas, porém, como citado

anteriormente, a poluição do ar também pode ocorrer por causas naturais, os vulcões são

exemplos disso.

Com base na Figura 1, é possível identificar os principais agentes poluidores do

ar. Nesta figura, é importante destacar a presença do Monóxido de Carbono (parte do

objeto de estudo deste projeto).

Figura 1: Poluentes Atmosféricos

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Fonte: Santos (2011).

1.2. MONÓXIDO DE CARBONO

O monóxido de carbono é representado pela fórmula química CO, é um gás

incolor e inodoro proveniente da combustão incompleta de combustíveis fósseis (carvão

mineral, petróleo e gás natural).

O monóxido de carbono é um óxido neutro extremamente letal: se inalado em

altas concentrações (acima de 400 partículas por milhão) pode matar por

asfixia. Isso ocorre porque, ao ser inspirado, o monóxido de carbono é capaz

de estabelecer ligações químicas altamente estáveis com a hemoglobina das

hemácias, formando a carboxiemoglobina (HbC), o que as impossibilita de

transportar oxigênio em todo o processo de respiração. Por isso, esse óxido foi

muito utilizado na Segunda Guerra Mundial pelos nazistas para extermínio dos

judeus nas câmaras de gás. Como é desprovido de cheiro e cor, a presença do

monóxido de carbono não é facilmente percebida, por isso, o gás é comumente

taxado como assassino silencioso (CARDOSO, 2017).

É importante destacar que o monóxido de carbono (CO) é capaz de inibir a troca

de oxigênio do sangue com os tecidos vitais e, em concentrações elevadas, pode provocar

a morte por envenenamento, afetando principalmente o sistema cardiovascular e nervoso

(COELHO, 2007). Através de pesquisas realizadas, foi encontrada a associação de

monóxido de carbono com atendimentos por infecções de vias aéreas superiores em São

Paulo (SP) (MARTINS et al, 2002).

1.3. LIMITES DE EXPOSIÇÃO AO MONÓXIDO DE CARBONO (CO)

Os limites admitidos podem variar de país para país. Nos Estados Unidos, as

normas estabelecidas pelo National Institute for Occupational Safety and Healthy

(NIOSH, 1978), que a exposição seja de 35ppm para até 10 horas de trabalho, 40 horas

por semana com um teto de 200ppm. Conforme Occupational Safety and Health

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Administration (OSHA, 1991), é permitido para 8 horas de trabalho a concentração de

50ppm. No Brasil, de acordo com as normas NR-7 (NR-7,1994), que estabelece os

parâmetros para controle biológico da exposição a alguns agentes químicos, é de apenas

39ppm para 8 horas de trabalho para o monóxido de carbono.

Contudo, mesmo com as normas estabelecidas, o índice de CO identificado em

ambientes de trabalho pode ultrapassar os limites permitidos. Em concordância com um

estudo realizado por Goudreau (1992), 46% das oficinas mecânica de Montreal (Canadá),

ultrapassam o limite que é de 35ppm. Um estudo realizado pela Fundacentro, a dose

excedeu o limite de CO que é de 39ppm em shopping center e de prédios comerciais do

Rio de Janeiro (FONSECA, 2003).

1.4. UMIDADE RELATIVA DO AR

Conforme Tipler (1995), o ar atmosférico é composto de uma mistura de gases

com cerca de 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e uma parcela pequena de dióxido de

carbono, vapor de água e alguns outros gases. Toda a pressão que é exercida pela

atmosfera em um ponto a soma das pressões parciais dos gases que o compõem, pois,

segundo a Lei de Dalton, diz cada um dos gases tem comportamento independente um

dos outros (SEARS et al, 1984).

Para um estudo do conforto térmico humano, é sempre levado em conta conhecer

a umidade relativa à umidade de saturação do que conhecer a umidade absoluta do ar

atmosférico (BARROS, 2010).

De acordo com Sears (1984), a Umidade Relativa do Ar (UR) é determinado como

a relação, e apresenta em porcentagem, através da umidade absoluta e a umidade no seu

ponto de saturação para uma determinada temperatura ou a relação entre as pressões

parcial de vapor e a pressão de saturação, à mesma temperatura.

Em concordância com Esganzela (2014), exemplificado na Tabela 1, quando uma

mistura de água contem 25 g de vapor por 1 m3 de ar a 40 °C aponta uma umidade relativa

de 50%. Logo podendo ocorrer a saturação, UR = 100%, reduzindo a mistura, sem

remoção da água do ar, a umidade relativa sobe, podendo ocorrer à saturação, UR=100%.

Tabela 1: Relação entre saturação e temperatura do ar

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Fonte: Silva (2006)

A Tabela 2 mostra os baixos níveis de umidade e o que devemos fazer em relação

aos dados descritos abaixo.

Tabela 2: Baixo níveis de umidade do ar assim classificados

Nível de umidade Estado Descrição

20% a 30% Atenção

É recomendável nesse caso a não realização de esforços físicos

durante os períodos mais quentes do dia que vai das 11h às 15h

no horário convencional

12% a 20 Alerta

Não realizar muitos esforços entre as 10h e 16h, devendo

consumir muito liquido, e evitar lugares muito aglomerados e

fechados e, se houver a necessidade, utilizar soro fisiológico para

os olhos e narinas

Abaixo de 12% Emergência

Manter todas as recomendações acima mencionadas, sendo

necessário umidificar locais fechados com aparelhos específicos

ou com toalhas molhadas.

Fonte: Pena (2019, adaptado pelo autor).

1.5. O MONITORAMENTO DE ATIVIDADES ATRAVÉS DO SOFTWARE

EMBARCADO

Atualmente, o sistema embarcado vem sendo utilizado em diversas áreas, como

por exemplo, em máquinas de lavar roupa, veículos, fogão, geladeiras, micro-ondas entre

outros.

Segundo Taurion (2005), já não é possível ver a sociedade vivendo sem estes

sistemas, mas alerta que pode haver falhas que podem causar pequenos contratempos até

danos a integridades físicas das pessoas. Fatos desta natureza podem ser evidenciados,

como por exemplo, uma situação ocorrida em 2015 e reportada pelo site Olhar Digital

demonstra que o sistema pode conter falhas que com isso, uma empresa utiliza de um

software enganador com o propósito de enganar os testes de medição de poluentes.

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Entre as dezenas de sistemas eletrônicos inteligentes embarcados nos carros

mais modernos, os veículos com motor a diesel trazem um software específico

que monitora a quantidade de combustível não queimado que sai pelo

escapamento. Para evitar essa emissão, no escapamento dos carros a diesel da

Volks existe um compartimento que absorve e captura o óxido de nitrogênio –

caso contrário o NOx seria jogado na atmosfera. O software ilegal utilizado

pela empresa é, na verdade, um algoritmo dentro de um desses sistemas

eletrônicos que faz parecer que o automóvel atende os padrões de emissão.

(OLHARDIGITAL, 2015).

A cada dia, o setor automobilístico pode ser uma referência de forte uso de

sistemas embarcados. Vários modelos de veículos já estão equipados com painéis

eletrônicos, injeção eletrônica etc.

A injeção eletrônica é um sistema responsável pela alimentação de combustível e

gerenciamento eletrônico do motor, ajudando também na redução de consumo de

combustível e emissão de gases poluentes.

1.6. O PAPEL DA INTERNET DAS COISAS (IOT) PARA ALAVANCAR O

DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

O conceito de IOT visa disseminar a ideia de conectividade, ou seja, procura

estabelecer comunicação entre equipamentos com tecnologias e sistemas diferentes. Com

isso podemos citar como exemplo a indústria 4.0.

Desde a década dos anos 80, braços robóticos vêm executando funções como

soldar, mover equipamentos, etc. Com a indústria 4.0, essas máquinas já podem

comunicar entre elas, trocando dados e informações, ou seja, capacidades de tomar

decisões sem nenhuma interação humana.

Segundo uma matéria publicada no site Olhar Digital (2017), a indústria 4.0 ainda

se encontra em desenvolvimento, mesmo em países desenvolvidos ainda existe muita

evolução para acontecer, mas especialistas afirmam que isso irá causar um impacto

traumático nos postos de empregos.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

O desenvolvimento deste trabalho consistiu nas seguintes etapas:

• Pesquisa Bibliográfica: foi realizado um estudo com base em alguns acidentes causados pelo

monóxido de carbono, principalmente em ambientes fechados como: garagem, oficina entre

outros, onde a maior parte das fontes produtoras são os veículos de motor a combustão

interna.

• Modelagem da plataforma: nesta etapa, todos os componentes que fazem parte do projeto

foram organizados e montados em uma placa de protótipo.

• Programação da plataforma: através dos ambientes de desenvolvimento integrado (IDE), foi

realizada toda a programação para que a plataforma pudesse fazer a leitura dos dados.

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• Programação da página e aplicativo: foi desenvolvido uma página web e um web aplicativo

para que o usuário pudesse visualizar esses dados de forma fácil e visual, além de poder

configurar para que fossem notificados caso o nível de concentração desses fosse

inadmissível.

• Acesso remoto: foi criado uma conta e domínio dinâmico no No-IP, liberada a porta necessária

no roteador para o Arduino, e criado uma Zona Desmilitarizada (DMZ) com o IP do mesmo

para que pudesse acessar diretamente o Arduino quando acessasse o domínio.

• Testes: após a etapa de programação, foram definidos e realizados os testes visando a validação

do protótipo.

• Análise dos resultados: foram analisados os resultados destes testes a fim de verificar a

funcionalidade do protótipo.

Para desenvolvimento deste trabalho foram utilizados: plataforma de

prototipagem Arduino, módulo E-+.

+++-thernet Shield, sensor MQ-7 e o sensor DHT 11, sensor Buzzer Ativo,

Ambientes de desenvolvimento, como, IDE Arduino, e APP Inventor, DDNS No-IP,

linguagens JavaScript, CSS 3, HTML 5. Esses itens são descritos com mais detalhes nas

subseções seguintes.

2.1. ARDUINO MEGA (MICROCONTROLADOR)

Plataforma de prototipagem eletrônica composta por um microcontrolador,

circuitos de entrada/saída e de fácil conectividade a um computador, e sua programação

é realizada via Ambiente de Desenvolvimento Integrado IDE utilizando uma linguagem

de programação baseado em C/C++, dispensando o uso de equipamento extras além de

um único cabo USB. Essa plataforma é muito utilizada em projetos de automação

residencial até industrial. Com o Arduino é possível utilizar uma enorme quantidade de

componentes e sensores como de temperatura, umidade, magnético, gás etc.

2.2. ETHERNET SHIELD

A placa Ethernet Shield é um componente que permite o Arduino se conecte à

uma rede local ou à internet. Ele fornece acesso a rede IP nos protocolos TCP ou UDP.

Esse Shield ainda possui um slot para cartão micro SD para guardar e armazenar arquivos

de um servidor na rede, compatível com as plataformas de prototipagem eletrônica mais

tradicionais, inclusive com o Arduino MEGA usado nesse projeto.

2.3. SENSOR MQ-7

A Figura 4 exibe o sensor de MQ-7 que tem como objetivo detectar o gás

Monóxido de Carbono no ambiente. Este sensor é muito usado em projetos de segurança

e automação residencial com o objetivo de identificar o gás CO que é altamente tóxico

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para o ser humano. Com esse sensor é possível ao identificar a alta concentração de CO

no ambiente, emitir alarme, destravar portas, enviar alertas com o intuito de evitar a

inalação do mesmo.

2.4. SENSOR DHT 11

Tem baixo consumo de corrente elétrica e possui em seu interior um sensor de

umidade capacitivo e um termistor usado principalmente para medir a umidade e

temperatura. Esse sensor detecta os valores de umidade e temperatura no ambiente, faz a

comunicação com o microcontrolador e envia através da plataforma Arduino para que

possa ser lido e ou armazenado.

2.5. BUZZER ATIVO

O Buzzer Ativo é um componente eletrônico composto por duas camadas de metal

e uma terceira camada interna de cristal Piezoelétrico, possui tensão de operação de 3,5 a

5v, muito utilizado para projetos de campainhas e alarmes pois possui bipe contínuo.

Neste projeto será utilizado para alertar o usuário quando o ambiente estiver em condições

de impróprias de permanência.

2.6. ARDUINO IDE

IDE, Integrated Development Environment ou Ambiente de Desenvolvimento

Integrado, em português, que consiste em um programa de computador que tem

características e ferramentas para apoiar no desenvolvimento do software, deixando

assim, o processo mais ágil e fácil. Dentre algumas características encontradas na IDE,

as principais são: Editor, a interface utilizada para escrever o código-fonte do programa

e o compilador que compila o código-fonte do programa, escrito em uma determinada

linguagem de programação para transformar em linguagem de máquina.

2.7. AMBIENTE DE DESENVOLVIMENTO MIT APP INVENTOR

O ambiente de desenvolvimento do App Inventor, online, que possui muitas

ferramentas para desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis Android. Ele

possui várias interfaces de usuário, layout, media etc.

O App Inventor é muito conhecido e usado por desenvolvedores e criado pela

empresa Google e mantida pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Com ele é

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possível criar aplicativos para dispositivos móveis com sistema operacional Android. A

sua utilização é muito simples e fácil.

Essa plataforma de desenvolvimento se torna uma alternativa para aqueles que

precisam desenvolver aplicativos para dispositivos móveis Android e não possuem muito

conhecimento de programação.

2.8. LINGUAGENS HTML5, CSS3 E JAVA SCRIPT

O HTML5 (Hypertext Markup Language 5- “Linguagem de marcação de

hipertexto”) foi desenvolvido por Tim Berners-Lee. É uma linguagem baseada em

marcação. Essas marcações são as chamadas tags. A utilizada neste projeto é a quinta

versão da linguagem HTML. Essa nova versão traz consigo importantes mudanças quanto

ao papel do HTML no mundo da Web, através de novas funcionalidades como de

semântica e acessibilidade.

O CSS3 (Cascading Style Sheets 3 - “Folha de estilo") é uma linguagem para que

seja configurado o visual das páginas do sistema, a qual será responsável pela cor, fonte

e todo o layout. A principal função do CSS3 é abolir as imagens de plano/Background de

fundo, bordas arredondadas, apresentar transições e efeitos para criar animações de vários

tipos, como um simples relógio de ponteiro.

O JavaSript – linguagem de programação orientada a objetos – é uma linguagem

leve, mas que possui um núcleo que permite ser utilizada para diversos propósitos, tanto

para o lado cliente, quanto para o lado servidor. No lado cliente, é capaz de fornecer

objetos para que consiga monitorar o navegador web, colocando elementos em um

formulário HTML, permitindo que usuários respondam a esses eventos, através de cliques

de mouse, por exemplo. No lado servidor, também fornece objetos, mas para se

comunicar com o banco de dados ou realizar uma manipulação de arquivos.

2.9. NO-IP

NO-IP é um provedor de DNS dinâmico para serviços pagos e gratuitos, ou seja,

serve para identificar dispositivos com endereços IP remotamente, mesmo que seu acesso

à internet seja através de IP dinâmico. Muito utilizado para acessar remotamente as

câmeras de segurança. No serviço gratuito é possível a criação de até 3 hostnames e

necessário a confirmação de dos domínios a cada 30 dias.

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3. O PROTÓTIPO PROPOSTO

A Figura 2 ilustra a plataforma utilizando o Arduino juntamente com o Shield,

sensor DHT11, MQ7 e Buzzer em funcionamento, capturando as concentrações de

monóxido de carbono, umidade e temperatura do ambiente e emitindo sinais sonoros

quando necessário.

Figura 2: Protótipo proposto

Fonte: O Autor (2019).

Conforme a Figura 3, todos os dados que estão sendo lidos pela plataforma, tais

como a concentração de monóxido de carbono, umidade e temperatura sendo exibidos no

monitor da IDE do Arduino em um intervalo de 1 segundo.

Figura 9: Leitura dos dados

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Fonte: O Autor (2019).

3.1 DESENVOLVIMENTO

A primeira etapa caracteriza-se pela definição dos requisitos do sistema e de todas

as ferramentas a serem utilizadas. Após essa definição foi elaborado o diagrama de casos

de uso, com a utilização do software Astah Professional, para mostrar como ocorre a

interação do usuário com o sistema e as principais funcionalidades. Assim como pode ser

visto na figura 4, o usuário terá a opção de consultar a concentração do monóxido de

carbono, umidade e temperatura do ambiente, e ainda configurar os valores ideais para

que o sistema possa emitir um sinal de alerta.

Figura 4: Diagrama de caso de uso

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Fonte: O Autor (2019).

A segunda etapa consistiu em construir a plataforma de prototipagem, Arduino,

juntamente com o sensor de monóxido de carbono MQ-7, umidade e temperatura DHT

11 e Buzzer Ativo. Após isso, foi feita a comunicação com a placa Ethernet Shield W5100

para enviar os dados da concentração de monóxido de carbono, umidade e temperatura

do ambiente pela rede de computador local.

A terceira etapa foi desenvolver um aplicativo mobile e uma página web como

forma de visualizar a concentração desses componentes de forma mais visual e interativa,

além de possibilitar a visualização em gráfico e o recebimento de notificações quando os

valores não estiverem em condições ideais de permanência.

A quarta etapa foi a criação de uma conta gratuita no No-IP e criação de um

domínio. Após isso, foi feito o login no roteador e na parte de DNS Dinâmico foi

configurado com a conta criada no No-IP, e então foi feito a liberação da porta 81 no

roteador e criado uma Zona Desmilitarizada (DMZ) com o IP do Arduino, para quando

acessar o domínio, ir direto no Arduino. Após essas configurações foi possível acessar

remotamente o sistema digitando o domínio na URL de qualquer navegador.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a validação deste protótipo foram definidos os seguintes testes em uma

garagem fechada de aproximadamente 6m2 por 3 horas:

• Monóxido de Carbono: foi ligado um carro e acessa uma pequena fogueira no local para

consumir oxigênio e produzir monóxido de carbono.

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• Temperatura: com a pequena fogueira acessa a temperatura no local foi aumentada.

• Umidade: com a temperatura alterada e a fumaça gerada pela fogueira, a umidade relativa

do ar também foi comprometida.

Tabela 3 – Resultados dos Testes Realizados

Sensor de Concentração Descrição do Teste

Monóxido de Carbono 10.61 ppm

Umidade 39% Sem simulação

Temperatura 22º Celsius

Monóxido de Carbono 46.57 ppm

Umidade 23% Com Simulação

Temperatura 40º Celsius

Fonte: O Autor (2019).

Os estudos decorrentes das pesquisas realizadas mostram que o monóxido de

carbono apresenta alto risco à saúde das pessoas, podendo causar sérios danos, graves

acidentes e ainda podendo ser fatal quando exposto a grande concentração de CO. Nos

resultados apresentados percebe-se que mesmo com alguns limites estabelecidos, a média

de concentração em determinado ambiente se apresenta acima do permitido.

A umidade do ambiente também representa um fator importante em modo geral,

principalmente para algumas pessoas que têm alguns problemas respiratórios e precisam

estar em ambientes com a umidade controlada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse trabalho propôs o aprimoramento de uma plataforma utilizando Arduino,

para monitoramento da emissão de CO, umidade e temperatura em ambiente fechado e

ou locais com grandes fontes produtoras de monóxido de carbono. Os testes realizados

demonstraram que o protótipo, por meio de seus sensores e do software implementado, é

capaz de realizar o monitoramento desses itens. Entretanto, ressalta-se que o projeto

apresentado é um protótipo, levando em conta as margens de erro e limitações dos

sensores, MQ7 e DHT 11. Para uma medição mais precisa dos dados se faz necessário a

utilização de sensores mais robustos.

Os efeitos gerados pela habitação de um ambiente com o ar impróprio e nocivo

são devastadores, entretanto, não é uma tarefa fácil identificar um ar impróprio e nocivo

à olho nu. Desse modo, entender as variáveis que podem impactar esse cenário, pode ser

muito útil para o desenvolvimento de práticas sistêmicas e integradoras de tratamento,

que, em uma perspectiva mais ampla, são necessários equipamentos específicos para

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fazer a leitura desse ar frequentemente, e, caso apresente alguma nocividade ao ser

humano, possa notifica-lo para que tome as devidas providências.

Portanto, o protótipo contribui para o avanço de um sistema com o intuito de

realizar a medição de monóxido de carbono, umidade e temperatura, em ambientes

fechados, de pouca ventilação. Além disso, com o aplicativo ou através da página web o

usuário pode obter acesso as concentrações desses gases nos ambientes em tempo real e

remotamente, podendo saber quando esses ambientes estão próprios ou impróprios de

permanência.

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RECOLOCAÇÃO PROFISSIONAL: A TERCEIRA IDADE NO MERCADO DE

TRABALHO

ALINE APARECIDA DE CARVALHO SILVA MARCOLINO

ELIZABETH THOMAZ PEREIRA

KAROLINA GUEDES HENRIQUE

Resumo

A expectativa de vida da população mundial está crescendo. Portanto, observa-se que a

oportunidade de permanecer no mercado de trabalho para as pessoas que estão envelhecendo

ainda é uma barreira a ser superada. Diante disso, o objetivo desta pesquisa é fazer uma revisão

bibliográfica sobre o tema e uma pesquisa de campo sobre este assunto, mostrando a importância

dos mais velhos para o mercado de trabalho e mostrando, também, para os gestores como os

idosos ainda podem ser parte de suas equipes de colaboradores. Espera-se esclarecer que, embora

essas pessoas tenham algumas limitações, eles podem contribuir no mercado de trabalho para o

crescimento da sociedade.

Palavras-chave: Gestores. Empresas. Terceira Idade. Mercado de Trabalho.

Abstract

The life expectancy of the world's population is growing. Therefore, it is noted that the opportunity

to remain in the labor market for people who are aging is still a barrier to be overcome. Given

this, the objective of this research is to make a bibliographic review on the subject and a field

research on this subject, showing the importance of the older ones to the labor market and

showing, also, for managers how the elderly can still be part of their staff teams. It is hoped to

clarify that, although these people have some limitations, they can contribute in the labor market

to the growth of society.

Keywords: Managers. Companies. Third Age. Labor Market.

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo evidenciar que, com o envelhecimento da

população, muitos idosos desejam e/ou precisam ser mantidos ou reinseridos no mercado

de trabalho. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicado

no site G1 (2018), indicam que o país está envelhecendo de forma muito rápida. Em 2060,

o percentual da população com 65 anos ou mais de idade chegará a 25,5% (58,2 milhões

de idosos), enquanto em 2018 essa proporção é de 9,2% (19,2 milhões), o que implica

diretamente no envelhecimento da força produtiva. Com isso, as empresas precisam

analisar as políticas adotadas para que os idosos possam trabalhar ou voltar a trabalhar,

visto que eles possuem um grande capital intelectual, vindo a contribuir positivamente

para o crescimento da empresa.

No Brasil, de acordo com o Estatuto do Idoso (2003), todo cidadão acima de 60

anos é considerado idoso, e os direitos dos idosos estão basicamente garantidos nesse

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estatuto, inclusive o direito ao exercício da atividade profissional, respeitando suas

condições físicas, intelectuais e psíquicas.

Para Cepellos (2013), as principais vantagens para as empresas em ter

profissionais mais velhos compondo o quadro de colaboradores são: experiência

profissional, conhecimentos técnicos adquiridos, ideias e pontos de vistas diferentes

dentro das equipes, comprometimento e responsabilidade, capacidade de transmitir aos

colaboradores mais jovens a cultura organizacional.

Este trabalho tem como fundamentação autores como Braga (2013), Tridapalli

(2017) e Monaco (2016), além de fontes de pesquisa como Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que realizou uma

pesquisa em 2013 com 95 empresas de pequeno a grande porte. Foram constatados que

88% das instituições pesquisadas não desenvolvem campanhas para recrutamento e

seleção para candidatos mais velhos e 73% delas não tem uma postura de aceitação na

contratação de profissionais idosos, aposentados ou próximo de ser aposentar.

Para isso, está sendo feita uma pesquisa bibliográfica exploratória com a intenção

de mostrar a contribuição dos idosos para o ambiente de trabalho e mostrar características

que favorecem o olhar das empresas para esses idosos. Futuramente, será feito uma

pesquisa de campo, com aplicação de questionários na tentativa de identificar as

dificuldades encontradas pelos idosos na recolocação e/ou permanência no mercado de

trabalho.

Portanto, o objetivo deste trabalho é conscientizar as empresas da importância da

reinserção do idoso no mercado de trabalho. Mostrando que eles podem contribuir para o

crescimento de uma instituição, com todas as suas experiências, desenvolvendo tarefas

com mais eficiência e menos desperdício e, serem mais seguros nas tomadas de decisões.

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1. Crescimento da população idosa

De acordo com Pereira (2014, p. 40) envelhecer é um processo pelo qual todos

irão passar, e essas transformações acarretam perdas e ganhos. Atualmente, a expectativa

de vida da população é maior que a expectativa que seus pais tinham no passado, isso nos

projeta para um futuro mais “idoso”.

Segundo Pereira (2014, p.23), a própria OMS (Organização Mundial da Saúde),

possui princípios diferenciados para definir o processo de envelhecimento. No ano de

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1982, a OMS instituiu que nos países considerados mais ricos, o processo de

envelhecimento tem início a partir dos 65 anos e nos países em desenvolvimento, se inicia

aos 60 anos. No Brasil, de acordo com o Estatuto do Idoso (2003), é considerado idoso

todo cidadão acima de 60 anos. Os direitos dos idosos estão basicamente garantidos no

chamado Estatuto do Idoso, onde dão a eles direito assegurado relacionado à saúde, ao

transporte público, ao trabalho, à violência e ao abandono.

De acordo com dados do IBGE (2018), em 2060, o percentual da população com

65 anos ou mais de idade chegará a 25,5% (58,2 milhões de idosos), enquanto em 2018

essa proporção é de 9,2% (19,2 milhões). Já os jovens (0 a 14 anos) deverão representar

14,7% da população (33,6 milhões) em 2060, frente a 21,9% (44,5 milhões) em 2018.

Bueno (2016, p. 1) cita que, as novas tecnologias trouxeram avanços na medicina

gerando a capacidade de vencer a morte precoce com a diminuição das doenças

infecciosas. Segundo o autor, também, houve além do aumento da expectativa de vida ao

nascer, a diminuição da taxa de fecundidade e, como consequência, a redução da taxa de

natalidade. Tivemos ainda a diminuição à falta de acesso aos cuidados básicos de saúde.

Todos esses fatores contribuem para o aumento do percentual de idosos.

Ser idoso não significa que a pessoa se tornará incapaz, inútil e não poderá se

socializar, pelo contrário, segundo Pereira (2014, p. 38), as pessoas idosas têm a frente

um grande desafio, pois esse é o tempo denovas oportunidades, de dar um rumo diferente

à vida, de inserção em novas atividades, e até mesmo de aprimoramento dos

conhecimentos. Esses fatores apontam para um futuro, onde as instituições não terão outra

alternativa a não ser investir na população idosa.

Marzano (2018) considera que neste cenário crescente, há a necessidade de pensar

que, além do envelhecimento impactar setores importantes como saúde, urbanismo,

assistência social, economia e, principalmente previdência social, a sociedade deve se

preparar para receber esse público ofertando possibilidades e oportunidades para que

possam ter oportunidades de trabalho ou geração de renda informal.

4.2. Mercado de Trabalho

Em diversas línguas, o trabalho possui significados diferentes. De acordo com o

significado que aparece no dicionário básico jurídico, (TARANTI, 2011), trabalho é

“aplicação de forças e faculdades humanas para alcançar uma determinada atividade

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coordenada, de caráter físico ou intelectual, necessária a qualquer tarefa, serviço ou

empreendimento”.

Segundo Albornoz (1994) trabalho também é conceituado como uma forma de

exercer uma determinada atividade com ocupação permanente, ofício e profissão. Para

Bezerra (2018), o trabalho é extremamente necessário para a formação do ser, e também

da própria expansão do capitalismo. Segundo o IBGE, o trabalho pode ser compreendido

de duas formas, o trabalho remunerado, que é a forma onde o trabalhador é submetido às

condições de oferta e demanda do mercado de trabalho, ou seja, um empregado trabalha

cumprindo uma jornada de trabalho e recebendo remuneração ou o trabalho por conta

própria, onde a pessoa trabalha em seu próprio empreendimento.

Neves e Silva, 2014 (apud, SOUZA e SOUZA, 2012, p.46) afirmam que, o

sistema capitalista marcou o início dos meios de produção e capital de propriedade

privada, onde decorreu da utilização do trabalho assalariado em maior escala, surgindo

assim, o mercado de trabalho como uma questão fundamental no funcionamento da

economia. O mercado de trabalho é um considerável indicador de que a atividade

econômica é importante para o crescimento e desenvolvimento de certas localidades.

A década de 90 foi marcada pela globalização, pelo acesso as novas tecnologias

da informação e comunicação, o mercado de trabalho passou a sofrer uma mudança na

configuração de vida individual, social ecultural. A competitividade e a produtividade se

tornaram padrão no mundo da produçãoe do trabalho (ANTUNES, 2007, apud LIMA et

al., 2017, p.03).

No Brasil, de acordo com Santos, 2017 (apud, Trevizan, 2017, p. 04), além dos

problemas na economia global, os fatores internos do Brasil, como o cenário político foi

um relevante problema que levou a crise econômica entre 2010 e 2016. Com isso, o

mercado de produção foi afetado, não somente o indivíduo, como também a própria

sociedade e a própria dinâmica de trabalho. Essa realidade atual, segundo a reportagem

publicada no site Educando seu Bolso (2018) mudou as relações de trabalho, tanto na

questão jurídica relacionada a elas, quanto nas mudanças da economia. Por exemplo, com

o aumento dos tributos relacionados à produção, aumentou também o número de recursos

em fundos de previdências, entres outras questões. Para os indivíduos, isso afetou a

própria relação do indivíduo com seu trabalho.

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Outro fato relevante é que, além das questões do trabalho, o indivíduo passou a

tomar decisões sobre sua vida em áreas que o emprego formal, até então, atendia. Por

exemplo, a aposentadoria.

As características do trabalho no Brasil são também investigadas na Pesquisa

Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, onde é retratada anualmente a situação da

força de trabalho do país, captando a desocupação e as formas de inserção das pessoas

ocupadas no mercado de trabalho e a sua remuneração. (Brasil em Síntese, 2018).

De acordo com a reportagem do site da Agência Brasil, publicada em 2018, a taxa

de desemprego no país caiu 0,6 pontos percentuais e fechou o trimestre em julho com

12,3%, comparado ao trimestre anterior de 12,9%. Os dados divulgados pelo IBGE

mostram que, mesmo com uma população de desempregados de 12,9 milhões de pessoas,

o número significa uma queda de 4,1% em relação ao trimestre fevereiro-abril, quando a

população desempregada era de 13,4 milhões. Esse número tambémé 3,4% menor do que

quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, quando havia 13,3 milhões de

desempregados (Agência Brasil, 2018).

Deste modo, podemos analisar que o mercado de trabalho passou por evoluções,

e que essas contribuíram para o bom desenvolvimento tanto dos trabalhadores quanto do

próprio mercado. E que, apesar da crise que assolou o país nos últimos anos, o mercado

de trabalho vem tendo que se reerguer. Desta forma, o atual cenário no mercado e em

todo Brasil está melhorando levando as empresas a conseguirem se manter ativas nos seus

ramos de atividade, proporcionando uma permanência e até mesmo recolocação dos

trabalhadores no mercado de atividades.

4.2.1. Os Jovens no Mercado de Trabalho

O trabalho realiza um papel fundamental na vida das pessoas, uma vez que

concede identidade. É um elemento de dignidade para a sociedade, principalmente, para

quem está no exercício de sua função. Para inúmeros jovens, trabalho significa também

a transição para a vida adulta.

O trabalho realiza na vida do jovem uma função relevante, relacionada à

independência financeira, por exemplo, tornando um dos assuntos de maior relevância

para eles, conforme afirma Santos, 2018 (apud, COELHO et al, 2008, p. 96).

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Os jovens no mercado de trabalho atual estão ligadosa geração Y (nascido entre

1984 a 1996) e geração Z (nascidos depois de 1997). Suas características, segundo Braga

(2013), em relação ao trabalho são inúmeras, sendo as mais relevantes: a habilidade de

fazer várias coisas ao mesmo tempo, a capacidade de absorver grande número de

informação, a rapidez de raciocínio e a vontade de aprender.

Desta forma, a autora (BRAGA, 2013), afirma que, quando esses jovens que já

estão inseridos no mercado de trabalho enfrentam situações difíceis, eles não conseguem

satisfazer suas expectativas ou não sabem lidar com valores distintos dos seus, e acabam

não reconhecendo as perspectivas de avanço na carreira, levando-os a tomarem a decisão

deescolher outra organização.

A autora ainda retrata que, essa nova geração, às vezes, está no mercado de

trabalho apenas procurando uma atividade que faça mais sentido para elas. Finalmente, o

que os jovens das gerações Y e Z esperam é adquirir aprendizado e crescimento

profissional como um todo; executar tarefas que gerem reconhecimento, e ofereçam

segurança e remuneração justa; e, talvez o mais importante, um trabalho que permite um

futuro profissional que seja desejável.

Por esses motivos, muitos jovens almejam muito mais do mercado onde estão

inseridos ou, até mesmo, encontram dificuldades de inovar seus processos de trabalho, e

com isso acabam buscando outro emprego.

É evidente que as gerações Y e Z possuem características que pode ajudar a

agregar um bom desempenho das empresas. Porém, é possível perceber que a inserção

dos jovens vem sofrendo alterações. As características de serem comprometidos com a

empresa e estarem sempre em busca de qualificação acabam se tornando um diferencial

na hora de conquistar uma vaga de emprego.

Contudo, segundo Tridapalli et al. (2017, p.133), os jovens da atualidade encaram

o trabalho como uma forma de satisfazer seus desejos pessoais. Essas características

acabam tornando os jovens desta geração pouco fiel ao emprego e aos objetivos da

empresa, pois trocam com facilidade de emprego e não conseguem enxergar dentro da

empresa caminhos que possam levá-los a alcançar seus objetivos. Mediante esta

realidade, a contratação de pessoas mais velhas pode ser uma alternativa para as empresas.

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4.2.2. Os Idosos no Mercado de Trabalho

Com o um aumento da população idosa, cresce também o aumento da população

economicamente ativa (PEA), e como no Brasil estar aposentado não significa parar de

trabalhar, muitos idosos continuam exercendo suas atividades mesmo recebendo o

benefício da aposentadoria, segundo Camargo (2001 apud BUENO, 2016, p.12).

De acordo com o Art. 26, do Estatuto do Idoso (2003, p. 19), “O idoso tem direito

ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e

psíquicas”.

Porém, os idosos têm encontrado dificuldade em permanecer ou até mesmo voltar

a serem ativos no mercado. Segundo a reportagem, publicada no site da G1 (2013) muitos

idosos se aposentam, mais querem permanecer ativos, no entanto, eles encontram

dificuldade, muitas vezes, por conta do preconceito, como cita um entrevistado na

reportagem: “muitos acreditam que por conta da idade, nós não temos mais condições de

trabalhar”, entretanto, ele ainda afirma que os anos de prática podem ser um diferencial

para algumas empresas.

Com o aumento da expectativa de vida dos idosos nos últimos anos, as instituições

não terão alternativas a não ser investir nas pessoas mais velhas. Segundo Júnior e

Ventura (apud BUENO, 2016, p.02), as organizações sabem da importância de ter

funcionários mais velhos em seu meio, mas elas não têm nenhum programa preparado ou

estratégia para aproveitar o capital intelectual que eles possuem. Isso mostra o despreparo

das instituições e de seus gestores, que não sabem como lidar com o envelhecimento e

seu capital humano.

Em uma pesquisa realizada pela fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2013, com

95 empresas de pequeno a grande porte, foram constatados que 88% das instituições

pesquisadas não desenvolvem campanhas para recrutamento e seleção para candidatos

mais velhos. Setenta e três por cento delas não tem postura de aceitação na contratação

de profissionais idosos, aposentados ou próximo de ser aposentar. Isso é comum em um

cenário onde existem muitos profissionais jovens, e no qual as empresas não percebem a

importância da contratação de idosos, até que passem a enfrentar escassez de talentos.

De acordo com Cepellos (2013, p.83), os gestores não exercem a gestão de idade

de fato, tentando inserir e/ou manter os idosos na organização. A única coisa que a

instituição procura fazer nesse sentido são programas de conscientização dos seus

funcionários sobre a importância de trabalhar com idosos. Programa esses, que para a

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autora não são eficazes quando o objetivo é derrubar as barreiras para promover a inclusão

e permanência do idoso no mercado de trabalho.

Conforme Pereira (2014, p.33), a sociedade em geral deve conceder oportunidade

para os idosos, mesmo sabendo que o envelhecimento varia de pessoa para pessoa. É de

extrema importância que se tenha a valorização do ser humano, pois através dessas novas

oportunidades é que se proporciona uma melhoria na sua autoimagem e autoestima.

Os idosos que tanto contribuíram e ainda contribuem para a formação da

sociedade com seus valores e experiências, não podem ser excluídos dos direitos que são

a eles assegurados, pois como disse o Papa Francisco (2015) em audiência geral, “uma

sociedade que descarta os seus idosos é uma sociedade sem dignidade, perde as suas

raízes e vigor; uma sociedade que não se rodeia de filhos, que os considera um problema,

um peso, não tem futuro”. É dentro desse contexto que se percebe a importância de pensar

sobre a inclusão do idoso no mercado de trabalho como um sujeito que luta pela sua

dignidade. Uma luta que não tem idade, não tem barreiras, mas que se faz necessária em

respeito à experiência e vontade de existir em essência.

4.2.2.1. Características do Idoso no Ambiente de Trabalho

O trabalho é uma das razões para que qualquer pessoa se desenvolva, e através

dele é construída a identidade de cada indivíduo. Sendo assim, devemos levar em

consideração a importância da inclusão da pessoa idosa no mercado e no ambiente de

trabalho (POLLETINNI, 2018).

Para Vitório (2017), é nítida a importância do trabalho na vida do idoso, pois

contribui para o desenvolvimento físico, o aprendizado e para o desenvolvimento de

fatores emocionais das pessoas que estão envelhecendo.

De acordo com Santos (2018), médico geriatra da Universidade Federal do Estado

de São Paulo (Unifesp), em matéria publicada no site da revista Exame, a atividade

profissional é benéfica para os idosos porque a função cotidiana melhora o envolvimento

e autoestima que são essenciais para o envelhecimento saudável e ativo.

Além de melhorar a qualidade do processo de envelhecimento, os idosos possuem

características positivas, que os diferem dos indivíduos mais jovens em um ambiente de

trabalho. (MONACO, 2016).

Em reportagem realizada pela revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, o

presidente do Instituto de Longevidade Mongerai Aegon, Nilton Molina (apud

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MONACO, 2016), afirma que as empresas estão começando a entender que, dependendo

da atividade a ser realizada, a experiência da pessoa mais velha é mais produtiva que o

recurso do funcionário mais novo, devido a carga de experiências já vivenciadas.

Nilton (apud MONACO, 2016) destaca algumas características que segundo ele,

diferenciam os idosos no ambiente de trabalho. A primeira característica evidenciada por

ele foi o fator da decisão, que segundo o autor, em momentos de prudência na empresa,

a experiência faz toda a diferença. Logo, os profissionais mais velhos tendem a ser mais

ágeis para tomar decisões.

Os funcionários mais jovens geralmente estão fascinados pela carreira e se

desapontam com as limitações e insucessos encontrados no desenvolvimento do trabalho.

Na contramão do jovem, o idoso por ser mais experiente está mais habituado a ouvir

“Não” e na visão de Nilton (apud MONACO, 2016), isso faz com que o idoso seja mais

resiliente.

Em uma reportagem divulgada pela Folha de São Paulo, Fraga e Pinto (2018)

apontam mais características positivas para a contratação de idosos. O profissional idoso

não se irrita facilmente quando perguntado várias vezes sobre uma mesma questão,

entende melhor a necessidade dos clientes e tem mais disposição para atendê-los.

As autoras observaram ainda, que os colaboradores idosos têm as menores taxas

de absenteísmo e rotatividade, ou seja, são mais assíduos e fiéis, faltam menos ao trabalho

e não se deslumbram facilmente com outras ofertas de emprego.

Os mais velhos ganham também em responsabilidade, dedicação e resistência. Os

idosos dificilmente executam uma tarefa sem entenderem todo o processo ao qual estão

envolvidos, realizam suas atividades com mais empenho, e geralmente respeitam prazos

estabelecidos, tendo grande nível de eficiência na realização das tarefas atribuídas a eles,

visando contribuir com o crescimento da empresa e a sua satisfação pessoal (FRAGA e

PINTO, 2018). Além disso, segundo Ribas (2018), os idosos têm mais “jogo de cintura”

para lidar com situações diversas e com clientes mais exigentes.

João Lins (apud VITÓRIO, 2017), professor da Fundação Getúlio Vargas afirma

em matéria publicada no site da revista Exame, que se o Brasil criasse instrumentos e

políticas para ampliar a empregabilidade dos mais velhos, o valor do PIB (Produto Interno

Bruto) aumentaria em 18,2 bilhões de reais por ano, isso significa aproximadamente 0,3%

do valor total do PIB. Lins destaca que o valor é pouco, mas a vantagem de utilizar essa

mão de obra vai além do crescimento econômico, passa por uma economia na previdência

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e uma melhora na qualidade de vida dessas pessoas, sem contar que as empresas também

ganhariam com a contratação desses profissionais.

A mudança de pensamento em relação a essas questões é um processo lento,

porque a cultura brasileira valoriza mais os jovens. Contudo essa visão já começou a

mudar, diz Mórris Litvak (apud FRAGA E PINTO, 2018), presidente executivo da

MaturiJobs, start up de recolocação profissional para pessoas acima de 50 anos.

Além de todas as características positivas dos idosos para o ambiente de trabalho,

Ribas (2018) afirma que também é preciso salientar que tem a questão do idoso querer

permanecer inserido no mercado ativo, ocupado e útil, além da questão financeira.

Todas essas questões afetam diretamente o mercado de trabalho trazendo novos

desafios às empresas e aos gestores. Um deles é justamente o equilíbrio e a harmonia das

gerações diferentes em um mesmo ambiente, uma vez queambos agregam valores ao

mercado: os mais velhos com suas experiências, alto padrão de qualidade e empenho e os

mais jovens com entusiasmo, fácil adaptação e familiaridade com tecnologias (RIBAS,

2018).

Segundo o escritor e especialista Luciano Meira (apud RIBAS, 2018) é de

responsabilidade das empresas e dos gestores saberem aproveitar o que cada um tem de

melhor a oferecer e conseguir manter o equilíbrio das diferentes gerações no ambiente

organizacional.

Para Meira (apud RIBAS, 2018), os trabalhadores brasileiros ainda não estão

preparados, mas precisam se adaptar para esse novo cenário, cada vez mais real no

mercado de trabalho.

4.3. Iniciativas para reinserção do idoso no mercado de trabalho

Com o aumento da expectativa de vida da população idosa e a busca por encontrar

talentos em um mercado cada vez mais competitivo, nos últimos anos, muitas empresas

vem mudando seu conceito em relação à contratação de profissionais idosos. Esses

profissionais podem sim, buscar uma oportunidade de se inserir novamente no mercado

de trabalho. Algumas empresas já estão contando com programas de inclusão, onde parte

da vaga ofertada é preenchida exclusivamente por profissionais idosos. Como afirma uma

reportagem publicada no site Feliz Melhor Idade.

Normalmente, quando uma empresa abre um processo seletivo, a maioria

especifica a idade que a pessoa deve possuir para preencher aquela determinada vaga.

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Porém, este conceito vem sendo mudado nos últimos anos e algumas empresas já estão

proporcionando aos idosos uma nova oportunidade de serem inseridos novamente no

mercado de atividade. Muitas empresas já estão percebendo que, os idosos possuem

vitalidade e capacidade de aprender novas habilidades, e com isso contribuírem para o

sucesso da empresa.

De acordo com a reportagem publicada no site Atividade Legislativa (2018), foi

criado recentemente pelo Senado um projeto de Lei (PLS) 154/2017, de autoria do

Senador Pedro Chaves (PSC-MS), que incentiva as empresas na contratação de idosos

com idade igual ou superior a 60 anos. O site evidência que, a proposta apresentada prevê

que o empregador poderá deduzir da contribuição social, o valor do salário para cada

semestre de contrato de trabalho, e a empresa também poderá deduzir a base de cálculo

da contribuição social sobre o lucro líquido, o total da remuneração paga ao idoso. O

Senador Chaves afirma que, este é um iniciativo às empresas a contratarem mais idosos,

assegurando aos trabalhadores todos os seus direitos (Infonet, 2018).

Algumas empresas conhecidas já adotam essa iniciativa de inclusão contratando

profissionais com mais de 50 anos, através de projetos e programas que tem como

principal objetivo trabalhar a reinserção dessas pessoas no mercado de atividade. A rede

de fast food

Bob’s é um exemplo dessa prática. Ela possui um programa chamado: Projeto

Melhor Idade onde oferecem capacitação e a inserção dos idosos no mercado, como

mostra a reportagem publicada no site Vagas Abertas, publicada em 2018.

A empresa Playstation de games, também é uma das empresas que no ano de 2017,

começou a contratar pessoas com mais de 60 anos. Como mostra a reportagem publicada

no site Instituto Longevidade (2017), a empresa criou uma política que faz com que 10%

da equipe de promotores até 2017, fosse representado por trabalhadores com mais 60

anos.

Porém, há uma empresa que possui o Programa Terceira Idade há mais ou menos

duas décadas. Ela é o grupo Pão de Açúcar, onde contrata mais de 2.000 pessoas acima

de 50 anos. O grupo Pão de Açúcar relata que possuir pessoas idosas no quadro de

funcionários é motivador, além do que, acaba possibilitando a troca de experiência tanto

na parte profissional, quanto na experiência de vida. A reportagem ainda relata outra

grande rede de supermercado, o Extra, que também possuiu programas para a contratação

de idosos.

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Vale salientar que como mostra a reportagem Via de Carreira, publicada em 2017,

mesmo os idosos que já estão aposentados por tempo de serviço ou idade, podem disputar

as vagas. Conforme previsto em lei, os aposentados que tem o propósito de continuar

ativo no mercado de trabalho, possui os mesmos direitos de outros trabalhadores

registrados sob regime CLT.

Portanto, as iniciativas de contratação de idosos é um processo que vem crescendo

ao longo dos anos. As empresas já estão começando a ter uma nova visão de mercado

quando se fala em contratar idosos. Pois, com o aumento da expectativa de vida, muitos

optam por continuar a trabalhar ou muitos estão à busca de se reinserir novamente no

mercado, e essas oportunidades fazem com que eles se sintam valorizados pela sociedade

em geral, proporcionando uma realização tanto profissional quanto pessoal.

2. METODOLOGIA DE PESQUISA

Este artigo foi realizado por meio de pesquisas bibliográficas em livros, artigos

científicos e reportagens relacionados com o tema. Segundo Lakatos e Marconi (2003,

p.43-44), a pesquisa bibliográfica define-se como o levantamento de toda a bibliografia

já publicada em forma de livros, revistas, artigos e sites. Trazendo como finalidade

colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre

determinado tema, com objetivo de permitir o reforço paralelo na análise de suas

pesquisas.

Posteriormente para explorar o tema, será realizada uma pesquisa de campo.

Segundo Mattar (2005, p.152), uma pesquisa de campo permite a construção de um

modelo da realidade. A partir deste modelo de realidade, é possível delimitar as formas

de fazer uma observação. Existem técnicas de observação bastante diversas, mas a

escolha de uma ou mais técnicas deve ser determinada por modelos prévios, que no fundo

fazem parte da própria hipótese da pesquisa. Para isso, será aplicado um questionário de

perguntas com respostas fechadas de múltipla escolha em idosos da comunidade.

Questionário que se encontra em anexo.

Essa pesquisa de campo será realizada com os idosos do Centro de Convivência

do Idoso (CCI) e com os alunos da universidade aberta da terceira idade de uma

instituição de ensino superior localizados em uma cidade do interior do Estado de São

Paulo, perfazendo uma total de aproximadamente 50 idosos com idade a partir de 60 anos.

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Segundo Mathias 2017, um questionário de resposta fechada, no formato de múltipla

escolha, produz resultados facilmente quantitativos, de modo que nos auxilia no processo

de análise, pois, por mais que exista uma variação de perguntas fechadas, o respondente

sempre terá que escolher entre as opções de alternativas pré-determinada. A aplicação

desse questonário auxiliará na identificação das dificuldades encontradas pelos idosos em

relação a recolocação e/ou permanecia no mercado de trabalho. O resultado desta

pesquisa será demonstrado, posteriormente, através de gráficos e tabelas para melhor

visualização.

5. RESULTADOS ESPERADOS

A partir desses levantamentos será possível gerar conhecimento científico sobre o

assunto. O trabalho poderá ser fonte de pesquisa para futuros artigos correlacionados

sobre a recolocação dos idosos no mercado de trabalho, visto que é um tema de bastante

relevância no cenário atual e que precisa ser mais explorado.

Espera-se também com nesta pesquisa, conscientizar as empresas da importância

de manter e/ou reinserir os idosos no mercado de trabalho, mostrar a elas que manter em

seu quadro de funcionários pessoas idosas, e pode vir a contribuir para o crescimento da

empresa, visto que eles possuem alto capital intelectual adquirido com seus anos de

experiência vivenciados. Espera-se também esclarecer para uma parcela da sociedade,

que não acredita no potencial do idoso, que com todas as suas limitações, os idosos podem

continuar contribuindo para o crescimento de uma instituição e da sociedade, exterminado

o preconceito, mantendo-se sempre ativo e tendo mais respeito e dignidade nessa nova

fase da vida.

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+faculdades+humanas+para+alcan%C3%A7ar+uma+determinada+atividade+coordena

da+de+car%C3%A1ter+f%C3%ADsico+ou+intelectual,+necess%C3%A1ria+a+qualqu

er+tarefa,+servi%C3%A7o+ou+empreendimento&source=bl&ots=NBwJRlXvHl&sig=

1i8s9M8O_TgaKEzop3AzF-wGB5E&hl=pt

16BR&sa=X&ved=2ahUKEwiw_8bv75zeAhVBjZAKHel8DyQQ6AEwAnoECAkQA

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Q%3D%3D>. Acesso 28 out.2018.

ANEXO

Questionário de pesquisa de campo:

1. Gênero?

Masculino

Feminino

Não quero declarar

2. Qual a sua faixa etária?

Entre 60 e 64 anos

Entre 65 e 69 anos

Entre 69 e 74 anos

Entre 75 e 79 anos

Acima de 80 anos

3. Qual seu grau de escolaridade?

Ensino fundamental incompleto

Ensino fundamental completo

Ensino médio incompleto

Ensino médio completo

Ensino superior incompleto

Ensino superior completo

Sem escolaridade

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4. É aposentado?

Sim

Não

5. Se a questão anterior foi SIM, mesmo aposentado você continua trabalhando?

Sim

Não

6. Se a resposta anterior for não, se houvesse a oportunidade, você gostaria de

reinserir no mercado de trabalho novamente?

Sim

Não

Talvez

7. Se a resposta anterior for sim, quais fatores influenciariam sua permanência

no mercado de trabalho após adquirir o benefício da aposentadoria?

Necessidade de complementar a renda

Sentir-se produtivo

Realização pessoal

Por ter me aposentado jovem

8. Em sua opinião, as empresas oferecem oportunidade para as pessoas com mais

de 60 anos?

Sim

Não

Não sei responder

9. Você acredita que, a integração de jovens e idosos no ambiente de trabalho

pode contribuir para o crescimento organizacional?

Sim

Não

Talvez

Depende da situação

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10. Em um ambiente de trabalho, você se adaptaria trabalhando com pessoas mais

jovens?

Sim

Não

Depende da situação

11. O mercado de trabalho age de forma preconceituosa com a presença de idosos

no mercado de trabalho?

Sim

Não

12. Se sim, que tipo de preconceito?

Por ser idoso

Por ser aposentado

Pelo grau de escolaridade

Pela função exercida

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REPRESENTAÇÕES DAS IDENTIDADES CULTURAIS E GASTRONÔMICAS

MARIA FERNANDA DE FRANÇA PEREIRA

Resumo

As Festas das Nações têm cada vez mais se popularizado por diversas cidades do país e com

objetivos diversos, embora a sua origem esteja relacionada com a celebração dos processos

imigratórios que colaboraram para a formação social brasileira. Por meio do estudo de caso

embasado em Yin (2001), objetivou-se com este trabalho investigar as diversas relações

identitárias da Festa das Nações, edição de 2015, do município de Juiz de Fora, MG, com foco

nos aspectos culturais e gastronômicos. Esse evento local celebra os povos que imigraram para a

cidade e parte da sua relevância se dá por ter sido uma festa tradicional durante o período de 1950

e 1980, que marcou a história da cidade. Para o desenvolvimento da pesquisa, construiu-se um

debate teórico sobre o conceito, as características, as especificidades e as potencialidades dos

eventos culturais e gastronômicos, bem como a suas contribuições para o turismo. Para apoiar o

método científico estudo de caso, utilizou-se de entrevista semiestruturada aplicada à organização

da festa e observação participante durante o transevento. Um breve histórico das edições

anteriores foi traçado, a fim de construir um quadro comparativo com a edição de 2015. Por fim,

verificou-se com a análise que algumas nacionalidades têm suas representações das identidades

culturais e gastronômicas mais elaboradas em detrimento de outras.

Palavras-chave: Eventos Culturais. Eventos Gastronômicos. Identidade. Festas das Nações. Juiz

de Fora.

Abstract

The Festivals of Nations have become increasingly popular in various cities of Brazil and with

different goals, although their origin is related to the celebration of the immigrant processes that

contributed for the Brazilian social formation. Through the case study based on Yin (2001), the

objective of this paper was to investigate the various identity relations of the Festival of Nations,

edition of 2015, in the city of Juiz de Fora, Minas Gerais, focusing on its cultural and gastronomic

aspects. This local event celebrates the people who immigrated to the city and part of its relevance

is given to the fact that it was a very traditional celebration during the period of 1950 and 1980,

which marked the history of the city. For the development of the research, a theoretical debate

was built on the concept, characteristics, specificities and potential of cultural and gastronomic

events, as well as their contributions to tourism. In order to support the scientific method, a case

study, a semi-structured interview was applied to the organization of the party and a participant

observation was held during the festival. A brief history of the previous editions was drawn up,

in order to construct a comparison with the 2015 edition. Finally, it was verified with the analysis

that some nationalities have their representations of cultural and gastronomic identities more

elaborated than others.

Keywords: Cultural Events. Gastronomic Events. Identity. Festivals of the Nations. Juiz de Fora.

INTRODUÇÃO

A história do Brasil é marcada pela imigração de diferentes países que ajudaram

no processo de colonização, ou seja, esses imigrantes trouxeram suas distintas culturas,

tradições e gastronomia que foram incorporadas à cultura brasileira.

A Festa das Nações é um evento comemorativo dessas trocas culturais, um modo

de celebrar e reavivar a cultura de países que aqui se aportaram. Espalhada por diferentes

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cidades brasileiras que receberam imigrantes, também foi realizada em Juiz de Fora, MG,

entre os anos de 1950 e 1980 e retomada em 2015.

Neste artigo pretendeu-se analisar a representação das identidades culturais e

gastronômicas dos países participantes da edição de 2015 da cidade de Juiz de Fora, que

foi escolhida justamente por ser um momento de possível retomada do evento. Para isso,

avaliou-se as relações culturais dos países representados com a cidade sede do evento,

buscando identificar as motivações da escolha da participação de algumas nações em

detrimento de outras.

A análise de cardápios da praça de alimentação e os respectivos restaurantes

participantes e a interpretação de apresentações das manifestações culturais que

ocorreram durante o evento foram consideradas como elementos componentes da

pesquisa, com intuito de verificar a representatividade dessas nacionalidades.

Esse evento marcou a história de Juiz de Fora por 30 anos e, curiosamente, foi

retomado três décadas depois. A recente história da cidade faz parte da festa, mas também

resgata memórias de um passado mais distante, quando pessoas de distintas nações

imigraram em busca de um futuro melhor e assim contribuíram para o desenvolvimento

local e deixaram suas marcas culturais.

Ao ser retomada em 2015, a Festa das Nações passa a ser ressignificada na cidade,

por pessoas que já participaram de edições anteriores e de outras que não tiveram contato.

Ao se reinventar, confronta memórias e elementos modernos, e como o também precisa

ser vendável, os organizadores investem em estratégias de comunicação com o seu

público.

Por ser um evento cultural e gastronômico, se relacionar com a história da cidade

e com identidade cultural em várias instâncias, ou seja, dos descendentes de imigrantes,

dos juiz-foranos e das identidades nacionais representadas, torna-se um instigante e

complexo objeto de estudo, que, ao ser revelado, pode trazer esclarecimentos sobre as

relações identitárias entre a gastronomia e seu povo.

Para desenvolvimento deste estudo, realizou-se pesquisa bibliográfica por meio

de livros, artigos acadêmicos, notícias e reportagens veiculadas na mídia juiz-forana. Por

meio do estudo de caso, aplicou-se entrevistas semiestruturadas com os organizadores da

Festa das Nações do ano de 2015 e observação participante durante o evento para a coleta

de dados, paea criar um comparativo entre os eventos do passado e o contemporâneo.

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Na primeira seção realizou-se um debate conceitual sobre eventos culturais e

gastronômicos, de modo a criar subsídios para a compreensão da Festa das Nações.

Destacou-se o importante papel do turismo para essas modalidades de eventos. Na análise

dos resultados, foi traçado um breve histórico da Festa das Nações e sobre a imigração

em Juiz de Fora, e também acerca da edição de 2015. Por fim, foram analisadas as

possíveis representações das identidades culturais e gastronômicas nesse contexto.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. Eventos Culturais

Os eventos culturais têm como protagonistas fatos ou manifestações culturais,

artísticas ou folclóricas individuais, comunitárias, regionais ou nacionais, podendo ter

também escala internacional. Essas expressões podem ser artes visuais, literatura, teatro,

danças, músicas, artesanato, gastronomia, entre outros. Os objetivos mais comuns desse

tipo de evento são divulgação, reconhecimento e comercial.

De acordo com o Ministério do Turismo brasileiro (BRASIL, 2010), os eventos

culturais promovem os bens materiais e imateriais47 da cultura de um povo e de uma

região. Em muitos casos, auxiliam na preservação do patrimônio histórico e cultural, pois

são eles o centro da atração turística.

Os eventos culturais englobam as manifestações temporárias, enquadradas ou

não na definição de patrimônio, incluindo-se nessa categoria os eventos

gastronômicos, religiosos, musicais, de dança, de teatro, de cinema, exposições

de arte, de artesanato e outros. (BRASIL, 2010, p.16)

Além de revitalização e divulgação do patrimônio cultural, os eventos culturais

proporcionam momentos de lazer, diversão e conhecimento. Também têm o poder de

movimentar a economia local e fortalecer a vida na cidade, potencializando a inclusão,

sustentabilidade e criatividade. Para Ali-Knight e Robertson (2006), a produção cultural

47 Segundo o Ministério do Turismo (2010), considera-se patrimônio histórico e cultural os bens

de natureza material e imaterial que expressam ou revelam a memória e a identidade das populações e

comunidades. São bens culturais de valor histórico, artístico, científico, simbólico, passíveis de se tornarem

atrações turísticas. São divididos em bens materiais, ou seja, palpáveis, como coleções arqueológicas;

acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e

cinematográficos; núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos. E em bens imateriais, que não

palpáveis, porém dinâmicos. São expressões de vida e tradições, transmitidas por gerações e recriadas,

motivando um sentimento de identidade e continuidade. Dessa forma, podem ser considerados bens

imateriais: conhecimentos enraizados no cotidiano das comunidades; manifestações literárias, musicais,

plásticas, cênicas e lúdicas; rituais e festas que marcam a vivência coletiva da religiosidade, do

entretenimento e de outras práticas da vida social; além de mercados, feiras, santuários, praças e demais

espaços onde se concentram e se reproduzem práticas culturais.

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cria empregos, atrai investimentos e enriquece a vida dos indivíduos que vivem e

trabalham na cidade, bem como daqueles que a visitam: “a cultura traz superioridade para

a imagem e o perfil da cidade e torna cada comunidade única em sua história e posição

frente ao mundo” (ALI-KNIGHT e ROBERTSON, 2006, p.6).

Os eventos culturais mais comuns são vernissage, exposições, feiras, mostras,

concursos, oficinas, festas, festivais, lançamentos de livros, desfiles, concertos, shows,

saraus, palestras, entre outros. Podem envolver como tema a literatura (Festa Literária

Internacional de Paraty - Flip), o cinema (Festival de Cinema de Tiradentes), as artes

visuais (Bienal de Artes de São Paulo).

Feiras e festivais de gastronomias, como a Festa das Nações de Juiz de Fora, cada

vez mais têm se tornado um dos pilares dos eventos culturais que acontecem pelo Brasil

afora. Além de ser um atrativo cultural, os eventos gastronômicos aliam alimentação com

aquisição de novas experiências e conhecimento. A seguir, debate-se sobre os eventos

gastronômicos, suas implicações para as identidades culturais e para o turismo.

1.2. Gastronomia, Identidade Cultural e Turismo

Assim como os eventos, a gastronomia acompanha a humanidade desde seus

primórdios. Na verdade, alimentar-se é uma das necessidades mais básicas do homem,

sem a qual não seria possível sobreviver, mas para além das questões biológicas e

fisiológicas, a gastronomia é cultura e linguagem.

Na raiz etimológica da palavra, gastronomia significa leis do estômago, bem como

o seu estudo, “gaster” quer dizer ventre e “nomo” lei/conhecimento (FRANCO, 2001,

p.35). Não é apenas culinária, igualmente diz respeito às bebidas, aos ingredientes

utilizados na elaboração dos pratos, aos utensílios utilizados na preparação e às

características socioculturais que envolvem o seu preparo e consumo.

Diversos fatores influenciam a gastronomia e por ela são influenciados como

geografia, economia, sociedade e classe social, gênero, religião, ética, estética, entre

outros. Por exemplo, sabe-se que certos tipos de alimentos só se desenvolvem em solos e

climas específicos ou de tabus alimentares em algumas religiões, como a carne de vaca

para o hinduísmo e o porco para judeus, mulçumanos e adventistas do sétimo dia.

Schluter sintetiza o debate sobre a gastronomia como necessidade fisiológica e

como cultura:

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Na alimentação o homem biológico e o homem social ou cultural estão

estreitamente ligados e reciprocamente implicados, já que nesse ato conjunto

de condicionamentos múltiplos e regulagem de caráter bioquímico,

termodinâmico, metabólico ou psicológico; pressões ecológicas, modelos

socioculturais; preferências e aversões individuais ou coletivas; sistema de

representações ou códigos (prescrições ou proibições, associações e

exclusões); gramáticas culinárias, etc. Tudo isto influi na escolha, na

preparação e no consumo dos alimentos. (SCHLUTER, 2003, p.16)

Por meio de cores, aromas e sabores, cada sociedade constrói sua gastronomia,

bem como uma relação de identidade local, regional ou até mesmo nacional, pois ela

possui caráter coletivo e capacidade histórica, de memória e herança familiar e,

consequentemente, cultural. A gastronomia é capaz de perpetuar e replicar hábitos e

modos de fazer por gerações e assegura a continuação de tradições de um povo e de sua

história.

A alimentação é um fator de diferenciação cultural, que permite manifestação,

classificação, identificação ou não de integrantes em relação a uma cultura. As

identidades culturais não são naturais, são construções discursivas, simbólicas e

imagéticas, mediadas pela linguagem e tensionadas pelo jogo de poder, no qual se fala

sobre si próprio e o outro numa relação entre igualdade e alteridade, para se localizar

socialmente e definir a que grupos pertencer ou não (HALL, 2003).

Para Schluter (2003, p.32), a identidade pode ser comunicada pelas pessoas por

meio da gastronomia, que “reflete suas preferências, aversões, identificações e

discriminações e, quando imigram, a levam consigo, reforçando o seu sentido de

pertencer ao lugar que deixaram”. A cultura de uma região pode ser conhecida por seus

pratos, insumos, culinária ou na visita de um mercado local.

Logo, acessar e conhecer outras culturas pode ser feito pela gastronomia. É

crescente o número de pessoas que buscam esse tipo experiência, seja por meio de

restaurantes étnicos, do turismo ou de eventos especializados.

O turismo pode movimentar o setor gastronômico de duas formas. Primeiramente,

por uma questão básica, as pessoas que estão viajando precisam se alimentar. E turistas

que buscam uma imersão cultural maior na cidade visitada, desejam compreender os

costumes locais e hábitos alimentares, assim, consomem pratos típicos e conhecem seus

produtos e modos de preparo.

O turismo cultural, de acordo com Costa (2009), são viagens que buscam

conhecimento, “através do legado cultural; interações com comunidades e locais; das

curiosidades de um povo (como lendas, mitologias, costumes, receitas típicas, etc), que

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mostram a identidade local em visitação” (COSTA, 2009, p.68). Como mencionado

anteriormente, no caso do turismo cultural, o principal atrativo é o patrimônio cultural,

formado por bens materiais e imateriais; a gastronomia se encaixa no segundo grupo.

Pode-se observar que a gastronomia tem potencial catalisador para o turismo.

Além de conhecimento, o turista busca interação e integração com a comunidade local, e

a cozinha passa a ser um cenário para o envolvimento. Em contrapartida, pode contribuir

para a preservação e valorização do patrimônio cultural local e para os residentes ao passo

que proporciona incremento na renda e intercâmbio cultural.

1.3 Eventos Gastronômicos

Em muitos eventos, a comida é imprescindível para a sua boa execução e, por

muitas vezes, desempenha um papel central, ou seja, é o motivo da reunião das pessoas.

Isso ocorre tanto em festividades familiares, como aniversários e casamentos, quanto

coletivamente como o Natal e Páscoa. Os alimentos e bebidas servidos nessas ocasiões

não são o que se consome cotidianamente, são refeições diferenciadas, com ingredientes

menos usuais da culinária trivial, o que confere uma aura especial.

A partir de Zanella (2006, p.199), pode-se pensar especificamente sobre eventos

gastronômicos. Para o autor, estes têm potencial de integração familiar e social e

constituiem-se como importante ferramenta de desenvolvimento local ou regional ao

colaborar em distintas atuações:

promover e divulgar a localidade ou região; revigorar a imagem de quem o

promove; atrair novos clientes, estimulando o mercado potencial; apresentar

novos pratos, serviços e instalações; aumentar receitas de vendas; absorver

novas técnicas de serviço pela participação de especialistas; revigorar ou

mudar a forma de administração dos estabelecimentos; e aumentar os índices

de ocupação na baixa temporada. (ZANELLA, 2006, p.199)

O autor ainda ressalta que, de uma forma geral, os eventos gastronômicos estão

atrelados a outras tipologias, seja com promoções paralelas ou atuação complementar,

tais como exposições ou feiras. Para Zanella (2006, p.199), principalmente ao assumir o

protagonismo, “o tema de evento um evento gastronômico deve inspirar qualidade, sabor

e despertar a atenção e o interesse público”.

Os eventos gastronômicos agem de forma complementar ao turismo cultural,

contudo cada vez mais tem se tornado protagonista. Outro tipo de evento gastronômico

são os que atuam como atrativo para movimentar a economia dentro da própria cidade e

para seus residentes, que buscam opções de lazer diferenciadas do convencional.

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O Festival Internacional de Cultura e Gastronomia de Tiradentes (MG) é um

exemplo da primeira situação. Em sua 22ª edição no de 2019, o evento ocorre no mês de

agosto e utiliza como cenário a cidade histórica de Tiradentes, e apesar de apresentações

culturais, shows e feira de artesanato, a gastronomia é o atração principal, visto que traz

a cozinha regional brasileira e a internacional à mesa dos visitantes de cerca de 40 mil

turistas na última edição (G1 Zona da Mata, 2015).

O Comida Di Buteco ilustra o segundo caso. Criado em 2000 e organizado pela

Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), é um concurso gastronômico

que acontece em 20 cidades do Brasil e, especialmente em Minas Gerais tem mais

representantes, como Belo Horizonte, Juiz de Fora, Uberlândia, Montes Claros e Poços

de Caldas.

O objetivo desse evento é resgatar e valorizar a gastronomia produzida pelos

botecos, acionando a memória afetiva dos participantes. Cada ano é pensado em um tema

e cada boteco cria um “tira gosto” para participar. O júri e o público votam e elegem o

campeão. Esse tipo de evento até pode gerar certo fluxo turístico, mas a maioria dos

participantes são os próprios moradores da cidade, que aproveitam para conhecer novos

estabelecimentos e apreciar novos pratos ou prestigiar o boteco de sua preferência.

O tema é outro elemento importante nos eventos gastronômicos. Existem diversas

maneiras de estabelecer suas bases. O evento pode ter inspiração em único alimento e

todos os pratos são desenvolvidos a partir dele. As festas do milho que acontecem pelo

Brasil afora utilizam esse ingrediente como motivo e oferecem seus derivados como

pamonha, curau, bolo, pastel e escondidinho.

Há a possibilidade de o evento ser inspirado em um único prato típico, este

etendido como “uma iguaria gastronômica tradicionalmente preparada e degustada em

determinado local representando uma ligação com a história de quem prepara e a degusta

integrando um panorama cultural que extrapola o prato em si” (CUNHA e OLIVEIRA,

2009, p.10). O prato típico reforça a identidade cultural de uma localidade e de seu povo.

Por fim, um evento gastronômico pode reunir vários tipos de pratos que são

inspirados em uma localidade, nacionalidade ou até possuir caráter internacional ou ter

uma forma especial em que são disponibilizados, como os foods trucks, que oferecem

comidas gourmetizadas ou não, de fácil consumo, em caminhões itinerantes.

A partir dessa discussão, pode-se dizer que os eventos gastronômicos podem atuar

para a valorização do patrimônio histórico, resgatando a memória coletiva local ou

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regional e fortalecendo laços identitários. Também pode impulsionar o turismo cultural

agindo como protagonista ou de forma complementar a outras atrações e se tornar opção

de lazer para os moradores da cidade sede. E, ainda, movimentar a economia local por

meio de investimentos, fluxo turístico ou renda para comerciantes e moradores, que, de

alguma forma, vendem algum produto associado à gastronomia.

2. METODOLOGIA

Para o desenvolvimento dos aportes teóricos deste trabalho utilizou-se a pesquisa

bibliográfica, que reside no levantamento, leitura e fichamento de livros e artigos

acadêmicos extraídos de revistas e eventos científicos. Segundo Stumpf (2011, p. 52), “a

revisão de literatura é uma atividade contínua e constante em todo trabalho acadêmico e

de pesquisa, iniciando com a formulação do problema e/ou objetivos de estudo e indo até

a análise dos resultados”.

Como a unidade de análise da pesquisa trata-se de um recorte específico, a

metodologia de pesquisa utilizada foi o estudo de caso. De acordo com Yin (2001, p. 32),

essa metodologia “é uma inquirição empírica que investiga um fenômeno contemporâneo

dentro de um contexto de vida real, quando a fronteira entre fenômeno e contexto não é

claramente evidente e onde múltiplas fontes de evidência são utilizadas”.

O estudo de caso permite a utilização de distintas ferramentas metodológicas para

coleta de evidências, tais como documentos, artefatos, entrevistas e observações (YIN,

2001). Salienta-se que notícias e reportagens publicadas na imprensa local de Juiz de Fora

desempenharam relevante papel no processo de reconstrução de informações históricas

pertinentes ao tema.

Recorreu-se também à aplicação de entrevista semiestruturada com um dos

organizadores do evento, cujo objetivo foi coletar informações sobre o processo de

planejamento e organização do evento, bem como a avaliação do pós-evento feita pelos

atores sociais e instituições envolvidas na Festa das Nações 2015.

Com a finalidade de complementar a pesquisa com informações sobre a dinâmica

do evento in loco, utilizou-se da observação participante em dois períodos distintos: na

quinta-feira (1º de outubro de 2015) à noite e no sábado (3 de outubro de 2015) no período

da tarde. Essa técnica de coleta de dados possibilita o pesquisador se inserir no grupo

pesquisado, participar e acompanhar suas atividades e vivenciar a situação concreta que

abriga o objeto de sua investigação (PERUZZO, 2011). Isso possibilitou o conhecimento

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dos cardápios ofertados na praça de alimentação, a degustação de parte dos pratos típicos,

apreciação das apresentações musicais e de dança, a interação do público com o evento e

o transevento, com seus aspectos positivos e negativos.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na seção de análise e discussão dos resultados foi feito um breve levantamento

histórico sobre a relação da imigração em Juiz de Fora com a Festa das Nações da cidade.

Em seguida, o corpus da análise é apresentado, ou seja, a edição do evento em 2015 e,

por fim, as possíveis representações das identidades culturais e gastronômicas nesse

contexto foram identificadas e avaliadas.

3.1. Breve Histórico da Festa das Nações de Juiz de Fora

Diversas cidades brasileiras e instituições como escolas e igrejas realizam e

celebram a Festa de Nações com diferentes objetivos, como culturais, turísticos,

educativos, filantrópicos ou comerciais, mas a ideia central desse tipo de evento é colocar

em evidência a cultura de outros países, sobretudo os que têm uma ligação histórica mais

profunda com o país ou a cidade sede. Ou seja, essa festa é um dos eventos que rememora

a colonização e imigração de distintas nações para o Brasil.

Outros países que não tinham essa relação também passaram a integrar a Festa das

Nações motivada por influências e intercâmbios culturais, curiosidades e facilidades

estratégicas, pois muitas vezes o conhecimento sobre um país, como os Estados Unidos

da América, era maior do que outros cujo elo histórico fosse mais concreto. Este

fenômeno pode ser atribuído à globalização, que diminui as barreiras geográficas e

intensifica o fluxo informacional, ainda que desigual, entre culturas distantes.

Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira, é um dos municípios brasileiros que tem

um passado de realizações da Festa das Nações. Além da formação social brasileira

constituída por indígenas, portugueses e negros, o município recebeu imigrantes italianos,

alemães e sírio-libaneses, que acabaram constituindo-se em grupos de maior

expressividade social e cultural na cidade.

Na publicação Primeiro Livro Festa das Etnias de Juiz de Fora: Afrodescentes,

alemães, italianos, libaneses, sírios e portugueses48 (2007), feita pela Prefeitura de Juiz

48 A Festa das Etnias é uma realização da Prefeitura de Juiz de Fora, sua primeira edição foi em

2007 e evento aconteceu até 2015, ainda não sabemos se terá continuidade. A sua organização é similar a

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de Fora, fica evidente que esses grupos étnicos marcaram a história da cidade e tiveram

maior influência cultural. Porém o município recebeu em menor número famílias

espanholas, francesas e estadunidenses.

De acordo com o jornal Tribuna de Minas (2015a), a Festa das Nações de Juiz de

Fora se tornou um evento tradicional na cidade entre as décadas de 1950 e 1980, depois

foi interrompida por três décadas até o resgate no de 2015. Sua origem está associada ao

bairro Bom Pastor, onde moradores se uniram para organizar uma festa com o objetivo

de arrecadar fundos para a construção de uma Igreja Católica. Conforme Miranda49, esse

evento surgiu em 1963, por meio da iniciativa dos moradores do Bom Pastor para

arrecadar fundos para terminar a igreja do bairro (MIRANDA, 2016).

O empreendimento deu tão certo que, mesmo após a construção da igreja, a Festa

das Nações continuou com objetivos filantrópicos, assim, foi construído um prédio para

funcionar as Obras Sociais do bairro Bom Pastor e diversas entidades beneficentes e

instituições de caridades receberam parte do dinheiro arrecadado para manutenção de seu

funcionamento e ações sociais.

Segundo Miranda, as barracas eram distribuídas para famílias que contribuíram

para a formação de Juiz de Fora, que tivessem descendência de outra nacionalidade e

fossem organizados em associações.

Em Juiz de Fora, eles buscaram as origens e aquelas famílias que contribuíram

para a formação de Juiz de Fora. Então em Juiz de Fora, notadamente e

historicamente, a gente sabe que quem contribuiu aqui foram os portugueses;

italianos; alemães, melhor, povos germânicos; os sírio-libaneses, que aqui são

tratados de maneira próxima ou igual, a gente coloca duas nações no mesmo

tratamento, mas são nações distintas, os sírios e os libaneses. Também tiveram

importância outros grupos como os norte-americanos, que tiveram influência

no Instituto Granbery da Igreja Metodista; os espanhóis também tiveram uma

participação aqui. Essas que falei primeiro tiveram influência maior e outras

que foram trazendo algumas influências para cá. E essas colônias eram

organizadas de alguma maneira, como tem até hoje alguma organicidade. É o

caso, por exemplo, da Associação Brasil e Alemanha (...), a Sociedade

Portuguesa (...), o Clube Espanhol. E tinham representantes que montavam as

tendas levando a gastronomia de cada país e valorizando cada país.

(MIRANDA, 2016)

Além da gastronomia, essas associações culturais promoviam apresentações de

danças típicas e outros tipos de atrações e também ornamentavam as barracas inspiradas

Festa das Nações, contudo somente as etnias de maior expressividade recebem espaço nesse evento. São

elas os portugueses, alemães, italianos, sírios, libaneses e afrodescendentes.

49 Realizou-se uma entrevista semiestruturada, gravada em áudio, com Marcos Miranda, executivo

da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) Zona da Mata e um dos organizadores da Festa

das Nações 2015.

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no país representado. Com o sucesso da Festa das Nações, brinquedos do parque

PlayCenter foram montados em plena Avenida Rio Branco, uma das principais ruas da

cidade, em várias edições.

Diversos fatores contribuíram para o término da Festa das Nações. Segundo um

dos idealizadores, o empresário Campos50, parte do problema se deu devido ao inchaço

do evento, “Infelizmente, o crescimento acarretou outros problemas, que envolviam

segurança, limpeza e muita gente do bairro deixou de incentivar” (TRIBUNA DE

MINAS, 2015a).

Consequentemente, o deslocamento do evento para vários lugares fez com ele

fosse se descaracterizando com o tempo. Outro fator que colaborou para esse processo

foi quando uma produtora de eventos, com uma visão empresarial, passou a organizá-lo.

O fato de sair de onde ele foi gestado, foi criado, foi um problema e o outro

problema era a visão que era meramente empresarial, eu acho que acabou

perdendo o foco. Acabou tendo festas grandes, que foram realizadas no Parque

de Exposições de Juiz de Fora, mas eram festas que podiam ser quaisquer

festas, podia ser Festa Country, que era a mesma coisa tinha mais ou menos a

mesma identidade. Não mais valorizava a gastronomia dos países, já não tinha

mais aquela ligação com as colônias. Isso se perdeu ao longo do tempo.

(MIRANDA, 2016)

Após 30 anos, a Festa das Nações foi retomada e repaginada, com manutenção de

algumas das características anteriores e acrescida de novos elementos para se modernizar

e atrair o público antigo e o novo. O primeiro caso está atrelado mais com a relação afetiva

com o evento, já o segundo público é motivado principalmente pela busca de experiências

gastronômicas, mas ambos procuram opções de lazer. A seguir, buscou-se compreender

como se deu o processo de retomada e organização da edição 2015, considerando os

interesses de diversos atores sociais e instituições.

3.2. Edição 2015: O Resgate Da Festa Das Nações

O retorno da Festa das Nações no ano de 2015 é resultado da parceria entre a

Abrasel Zona da Mata e da Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora (ACEJF)

e do apoio da prefeitura da cidade. De acordo com o ex-prefeito51 da cidade, "É importante

resgatarmos ações e projetos que valorizam as raízes, a tradição e a cultura da nossa

50 João Carlos Campos foi um dos idealizadores da primeira versão da Festa das Nações nos anos

1960. O depoimento foi concedido ao Jornal Tribuna de Minas. 51 O prefeito Bruno Siqueira (MDB) cumpriu mandato entre os anos de 2013 e 2018, abrindo mão

do mandato para concorrer a outros cargos políticos.

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cidade. É mais uma oportunidade de ampliarmos a autoestima da população de Juiz de

Fora" (TRIBUNA DE MINAS, 2015a).

Houve uma convergência de interesses entre essas instituições, que isoladamente

amadureciam a ideia de resgatar o evento. Logo, cada um desses órgãos se comprometeu

com a organização de sua alçada. Esta pesquisa deter-se-á apenas em elementos que

dizem respeito à identidade cultural gastronômica, sem enfoque nas questões de

infraestrutura ou logísticas.

A Festa das Nações aconteceu de 1º a 4 de outubro de 2015, na quinta e sexta de

18h a 1h, no sábado de 11h a 1h e no domingo entre 11h e 19h. Retornou ao seu local de

origem, a Praça Bom Pastor, e contou com mais de 1.400 metros quadrados de área

coberta, espaço livre para circulação, recreação infantil e instalação de dez barracas de

comidas e bebidas típicas de cada um dos países homenageados.

Com slogan “As memórias de cada um, vividas por todos”, a festa também

manteve o caráter filantrópico das edições iniciais, com doação de 10% da renda total do

evento para entidades assistenciais. De acordo com o jornal Tribuna de Minas (2015b),

17 entidades de Juiz de Fora foram beneficiadas com repasse de R$ 40.600,00 referentes

à arrecadação.

Coube à Abrasel Zona da Mata organizar o setor de gastronomia da Festa das

Nações. Segundo Marcos Miranda (2016), diretor executivo desse órgão, os dez

restaurantes convidados foram os que já eram associados à Abrasel e que tinham

proximidade com a nação a ser representada.

Assim, a Alemanha foi responsabilidade do Das Haus Comedoria. A Argentina

foi representada pela Churrasqueira. O Serra do Ibitipoca Hotel de Lazer e o restaurante

Bistrô a Três foram responsáveis pela Espanha. O Garagem Gastrobar pelo Brasil. O São

Bartolomeu representou os Estados Unidos. A culinária francesa ficou a cargo do Savoir-

Faire Bistrô. O Assunta à frente da italiana. A Adega Dom Manuel foi representante de

Portugal. E a Estância Dom Viçoso e o Espeto & Cia ficaram com a barraca das nações

síria e libanesa.

Além da gastronomia, a Festa das Nações 2015 também contou com apresentações

de shows e danças para representar as culturas dos países participantes e ao mesmo tempo

oferecer mais lazer e entretenimento durante o evento. Ao longo da programação

ocorreram apresentações de danças típicas árabes (grupos Silmara, Tânia Paula e Nabak),

dança italiana (grupo Tarantolato), alemã (conjunto Schmetterling) e tango argentino.

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Para representar a negritude no Brasil houve apresentações de capoeira e do Grupo

H.F. CREW Danças Urbanas. O Arte Dança Performance trouxe diversos tipos de dança

de salão. E os shows ficaram por conta das bandas de rock Martiataka e Tuka’s Band e

de forreggae52 Arrasta Roots.

Por meio de observação participante e acompanhamento de mídia e redes sociais,

pode-se inferir que o evento foi bem sucedido. A estimativa inicial para o evento foi de

20 mil pessoas, ao final, a contabilização se aproximou de 35 mil pessoas (MIRANDA,

2016). Este fato fez com que algumas barracas estivessem despreparadas para esse

número de público, o que acabou gerando filas e esperas demoradas e, no domingo, alguns

pratos esgotaram-se mais cedo.

Com acertos e alguns erros, a retomada da Festa das Nações resgatou e valorizou

a cultura da cidade, bem como dos países que imigraram e ajudaram a construir Juiz de

Fora, propiciando aos frequentadores rememorarem essa história ou conhecê-la, além de

lazer e gastronomia. Do ponto de vista econômico mostrou-se sustentável e lucrativa,

além de gerar mais visibilidade aos restaurantes participantes, que tiveram aumento de

demanda de seus clientes por meio do evento.

3.3. As Representações das Identidades Culturais e Gastronômicas: aspectos

positivos e conflitos

A Festa das Nações de Juiz de Fora, edição 2015, foi um evento que reuniu a

gastronomia de diversos países. Relacionou-se com a cultura local, ao prestigiar alguns

países que colonizaram ou imigraram para a cidade e, ao mesmo tempo, contemplou a

cozinha internacional, ao trazer pratos de outros países que não têm uma ligação histórica

profunda com ela.

Ao se pensar sobre identidades culturais no contexto da Festa das Nações 2015,

há que considerar dois elementos distintos. Primeiramente, em relação à identidade da

cidade em si. Uma festa tradicional, que existiu por 30 anos, ligou-se e até confundiu-se

com a história de Juiz de Fora. O slogan “As memórias de cada um, vividas por todos”

reforça esse laço trabalhado como conceito pela organização do evento.

De acordo com Halbwachs (1990), lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir,

repensar com imagens e ideias de hoje, as experiências do passado. Para o autor, “cada

52 Estilo musical que mistura forró com reggae.

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memória individual é um ponto de vista sobre a memória coletiva, e este ponto de vista

muda conforme o lugar que ali eu ocupo, e que este lugar muda segundo as relações que

mantenho com outros meios” (HALBWACHS, 1990, p. 77).

Essa também é a percepção dos organizadores desse evento. Para Miranda (2016),

iniciativas como a Festa das Nações devem ser regatadas para alimentar a autoestima do

juiz-forano, mas também modernizar-se. “Juiz de Fora precisa resgatar algumas coisas

positivas, não com uma perspectiva saudosista, mas de retomar em outros moldes e outros

padrões, trazendo para outra realidade” (MIRANDA, 2016).

O compartilhamento de memórias individuais e coletiva pode ser experimento por

um evento, como a Festa das Nações.

A memória é uma intersecção entre a experiência individual com a coletiva,

bem como entre passado e presente. É também construção social em devir, é

repensada e refeita conforme as necessidades da sociedade, ou seja, ambas

estão em constante interação e negociação. [...] É através da memória que as

identidades coletivas são fundadas, as representações, mitos, ritos e heranças

estabelecem vínculos e “unidades” identitárias. (PEREIRA, 2011, p.30-31).

Outra questão a ser pensada sobre identidade cultural nesse evento diz respeito à

representatividade das nações escolhidas para participar. Pode-se observar que alguns

países têm maior ligação histórica e cultural com Juiz de Fora em detrimento de outros.

Contudo, como já relatado anteriormente, procurou-se manter também a inspiração das

edições anteriores em que famílias e associações culturais coordenavam as barracas. Isso

explica o fato de alguns países com menor expressividade cultural terem seu espaço.

Dos cinco grupos de imigrantes com mais influência em Juiz de Fora, quatro

foram representados: os portugueses, cuja barraca trouxe bolinho de bacalhau, sardinhas

fritas e pastel de nata mais conhecidos como de Pastel de Belém; outro grupo foi

composto pelos sírios e libaneses, que ofertaram pão sírio com labne, homus e

babaganuche, além de kaftas. Também tiveram barracas dos italianos, que, entre vários

pratos, serviram polenta e risoto, e os alemães com comidas típicas como salsichão e o

tradicional joelho de porco.

Porém, a cultura africana não teve representatividade, nenhuma barraca foi

montada para que iguarias de matriz africana fossem vendidas. Isso gerou revolta em

algumas pessoas na página que foi criada para evento no Facebook53, que acusaram a

53 A ACEF (Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora), que foi uma das instituições

organizadoras da Festa das Nações 2015, criou na rede social Facebook, na parte destinada a Eventos, uma

página e convite para Festa das Nações 2015. Nesse espaço virtual havia interações entre os membros

convidados que discutiam a festa em diversos aspectos, sendo a ausência da barraca africana um dos

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Festa das Nações de preconceituosa e racista, inclusive foi criada a hashtagm

#nãoesxistenegronaFestadasNações.

De acordo com Miranda (2016), a Festa das Nações foi organizada em 45 dias,

não havia nenhum restaurante especializado em culinária africana e, apesar de três

tentativas de contato com o Grupo Afro de Juiz de Fora, não foi possível mobilizá-lo a

tempo, pois a organização demorou a dar uma resposta. É pertinente ressaltar que a

culinária africana foi tema do JF Sabor, um dos mais importantes eventos realizados pela

a Abrasel Zona da Mata (ABRASEL, 2016) e que durante as atrações culturais houve

apresentações de capoeira e de dança de rua voltada para o hip hop, ambas, expressões

culturais afro-brasileiras.

Entre os pratos da barraca espanhola estava a paella e dos Estados Unidos da

America os hambúrgueres, que embora inventados na Holanda, se popularizaram lá. No

caso desses dois países, eles não tiveram um forte fluxo migratório para Juiz de Fora, mas

algumas famílias, que, em algum momento, foram importantes para a cidade, como os

fundadores do colégio Granbery (1889), os missionários John Mcphearson Lander e John

W. Wolling (PIRES, 2013,)

No entanto, há um grupo que não tem vínculo histórico mais efetivo que seriam

as barracas da França e Argentina. Algumas famílias desses países migraram para Juiz de

Fora, porém não tiveram a mesma projeção que as citadas anteriormente. Entre algum

dos seus pratos, a barraca francesa serviu frites rustiques, coq au vin (drume ao molho de

vinho e bacon com purê de batatas) e profiterolis. Por sua vez, a barraca argentina

ofereceu churrasco com cortes de carne típicos da sua região.

É importante ressaltar que também foi montada a barraca brasileira, que na sua

gastronomia reúne contribuições de matrizes indígenas, negras, portuguesas e de seus

imigrantes. Um exemplo dessa mistura foi o prato arroz de frango com quiabo, que é uma

referência na cozinha mineira. Nas edições passadas existiu a barraca Cabo Frio54, que

trazia a comida típica do litoral brasileiro, mas em 2015 a Abrasel optou por trabalhar

somente com estados nacionais.

principais temas. Disponível em: https://www.facebook.com/events/771322659646646/?active_tab=posts.

Acessado em: 11 dez 2015. 54 Essa cidade litorânea do estado do Rio de Janeiro recebe muitos turistas juizforanos em suas

praias.

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De um modo geral, as barracas se atentaram de fato em reproduzir pratos típicos

das nações representadas, mas que ao mesmo tempo pudessem ser comercializados com

facilidade. Ou seja, recorreu-se a pratos que foram popularizados pela cozinha

internacional ou que são familiares em consequência da imigração.

No que se refere as escolhas das nações participantes, observou-se que a Festa das

Nações 2015 preocupou-se em manter sua estrutura original com alguns reajustes. Então

o trabalho de pesquisa se concentrou mais nos esforços de buscar a memória do evento

para a sua construção, como a escolha da maioria das nações e a filantropia. Contudo,

trouxe elementos novos como a gestão das barracas por restaurantes e também se mostrou

aberta para sugestões e críticas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A gastronomia como manifestação cultural pode ser entendida como patrimônio

cultural imaterial, porque sustenta o caráter coletivo e capacidade histórica, de memória

e herança familiar e, consequentemente, cultural. É capaz de dar continuidade e replicar

hábitos e modos de fazer por gerações e garante a perpetuação de tradições de um povo e

de sua história.

A Festa das Nações 2015 de Juiz de Fora é um evento cultural e gastronômico,

pois traz como protagonista a gastronomia de diversos países que de alguma forma

contribuíram para a cidade em seu desenvolvimento, sua história e cultura. Assim, resgata

a memória e tradições e valoriza a história da cidade por meio da cozinha, fortalecendo

os laços sociais e a identidade cultural do juiz-forano.

Esse evento toca a identidade cultural em dois aspectos, em relação à cidade e as

representações edificadas dos países participantes. Ao resgatar um evento que ocorreu

por 30 anos na cidade e que ficou 30 sem acontecer, a Festa das Nações 2015 reaviva a

memória de quem experenciou, recria para quem não participou e também se coloca como

acontecimento novo, criando relações identitárias.

O outro aspecto diz respeito à capacidade de pratos típicos serem parte e

representarem uma identidade cultural, uma vez que a gastronomia de uma região ou

países revela sobre sua geografia, clima, produtos, história, religião, hábitos, dentre outros

aspectos sociais. Ao trazer um pouco da gastronomia de outros países e mesmo a

brasileira, a Festa das Nações 2015 possibilitou a experiência de identificação e alteridade

e o acesso a outras identidades.

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Por fim, também é importante destacar as contribuições institucionais e

comerciais que a Festa das Nações 2015 promoveu e pode promover nas edições futuras.

Pode-se citar alguma delas: a divulgação da cidade; revigoramento da imagem de quem

o organiza, neste caso, a Abrasel e ACEJF e mesmo a prefeitura da cidade; a atração de

novos clientes, estimulando o mercado potencial; apresentação de novos pratos e serviços

e, consequentemente, o aumento receitas de vendas.

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SISTEMA COMPUTACIONAL PARA CIDADES INTELIGENTES: UMA

PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO DE CÂMERAS DIGITAIS VISANDO A

GESTÃO DA MOBILIDADE URBANA EM VIAS PÚBLICAS

ANIBAL EVARISTO FERNANDES

BRUNO BASTOS MELO

BRUNO BUSTAMANTE FERREIRA LEONOR

Resumo:

A área da Tecnologia da Informação - TI, tem se tornado fundamental para todas as áreas do

conhecimento humano. Um dos aspectos de interesse atuais está relacionado a mobilidade urbana,

pois essa possui impacto direto na gestão pública de recursos para a tomada de decisão de controle

de fluxo nos grandes centros urbanos. As principais cidades do mundo, tais como Singapura,

Tóquio e Londres estão investindo em sistemas inteligentes, integrados com câmeras, resultando

em uma grande quantidade de dados relacionadas com o tráfego urbano. Há que se considerar que

o conceito de cidades com sistemas integrados remete às cidades digitais que respeitem a

sustentabilidade, cujo foco não está apenas na inclusão digital, mas permitir também que as

cidades sejam autossustentáveis. Contudo, é importante ressaltar os desafios existentes para que

uma cidade se torne sustentável tecnologicamente, pois há que se considerar a integração e

comunicação máquina-máquina com o compromisso da análise rápida e segura dos dados. Nesse

contexto, faz-se necessário que diversos projetos sejam criados a fim de atender as expectativas

das cidades inteligentes. Este trabalho visa contribuir com um dos pilares das cidades inteligentes

na gestão e controle do tráfego urbano, tendo como objetivo principal o desenvolvimento de um

sistema computacional para a captação de dados, em tempo real, que seja capaz de identificar e

contar os veículos monitorados por câmeras instaladas em vias públicas. O sistema está preparado

para suportar uma base de dados que possam ser transformados em informações, por meio de

gráficos e tabelas, para futura tomada de decisão relacionada com a mobilidade urbana.

Palavra-Chave: Cidades inteligentes, Tecnologia, Tráfego Urbano, Sistemas Inteligentes,

Sustentabilidade.

Abstract:

The area of Information Technology - IT, has become fundamental for all areas of human

knowledge. One of the interesting aspects nowadays is related to urban mobility, since this one

has direct impact in the public management of resources for the decision of control of flow in the

great urban centers. The major cities in the world such as Singapore, Tokyo and London are

investing in intelligent systems, integrated with cameras, resulting in a lot of data related to urban

traffic. The concept of cities with integrated systems must be considered as referring to digital

cities that respect sustainability, which focus not only on digital inclusion, but also to allow cities

to be self-sustaining. However, it is important to highlight the challenges that exist to make a city

technologically sustainable, since it is necessary to consider machine-to-machine integration and

communication with a commitment to rapid analysis and data security. In this context, it is

necessary that several projects be created in order to meet the expectations of smart cities. This

work aims to contribute to one of the pillars of intelligent cities in the management and control

of urban traffic, having as main objective the development of a computer system for data capture,

in real time, that is able to identify and count the vehicles monitored by cameras installed on

public roads. The system is prepared to support a database that can be transformed into

information, through graphs and tables, for future decision making related to urban mobility.

Keywords: Smart Cities, Technology, Urban Traffic, Smart System, Sustainability.

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INTRODUÇÃO

Um dos indicadores de qualidade de vida atualmente é a mobilidade urbana. O

constante crescimento das cidades, em alinhamento ao crescimento de veículos obtidos

devido ao fácil acesso de crédito para compra do mesmo, são notáveis o aumento de

engarrafamento e a lentidão devido ao grande fluxo de veículos em vias públicas.

Em virtude do exposto acima, este trabalho vislumbra a possibilidade da criação

de um sistema inteligente, capaz de realizar o monitoramento de câmeras instaladas em

vias públicas e quantificar os veículos que passam perante a mesma. O sistema será

responsável pelo tratamento dos dados capturados e da disponibilização de informações

para uma melhor gestão, possibilitando estudos para aprimoramento de projetos de vias

e outros artefatos que possam melhorar a mobilidade urbana.

Atualmente há uma vasta quantidade de câmeras instaladas próximo as vias

públicas, que fazem o trabalho de monitoramento. Esse projeto propõe uma

funcionalidade a mais para essas câmeras, que se trata da coleta quantitativa dos veículos

que trafegam no ambiente monitorado pelas câmeras. O reaproveitamento das câmeras já

instaladas viabiliza a aplicação do projeto, já que a demanda seria no processamento de

identificação dos veículos e em sua quantificação.

O principal objetivo desse trabalho é a criação de um sistema de gerenciamento

de fluxo de tráfego autônomo, inteligente e eficaz. Utilizando técnicas de processamento

digital de imagem para o reconhecimento do veículo, uma base de dados para o

armazenamento das informações coletadas e processadas pelo sistema, e um portal que

possibilite a visualização desses dados de uma forma organizada através de gráficos e

tabelas.

Os objetivos específicos deste projeto são: reaproveitamento das imagens

coletadas pelas câmeras, utilizar tecnologias de processamento de imagem com a

biblioteca OpenCV, desenvolver um algoritmo capaz de identificar veículos e armazenar

essas informações em uma base de dados.

A elaboração deste projeto pode ser divido em três etapas. A definição do escopo

do projeto, desenvolvimento do sistema e avaliação dos dados obtidos.

Na primeira etapa, serão analisados os requisitos para o desenvolvimento do

projeto, para que o categorize com características fundamentais para ser

consideravelmente útil e preciso neste campo.

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Na segunda etapa, o processo de desenvolvimento será iniciado. Durante essa

etapa é notável a necessidade de novas subetapas, bem como a preparação do ambiente

para início do desenvolvimento, a criação do algoritmo de reconhecimento, a criação de

uma base dados para armazenar os dados processados pelo algoritmo e uma plataforma

acessível para que possa ser possível fazer a análise estatística dos dados armazenados na

base de dados.

A partir da finalização da segunda etapa e da obtenção de dados para análise, será

possível acessar o portal de transparência dos dados, para analisar os resultados obtidos

pela captura das câmeras. Assim, nesta etapa será possível aprimorar, corrigir e adaptar

todo o sistema para atingir os resultados aguardados.

Desta forma, é esperado que com a criação desse projeto, o trabalho da gestão de

fluxo de trafego possa ser facilitado pela autenticidade dos dados coletados e processados

pelo sistema.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O grande crescimento populacional e a mobilização das pessoas que residiam em

zonas rurais para zonas urbanas, impulsiona um conjunto de estudos a fim de quantificar

a população e compreender os impactos que este crescimento pode resultar. Segundo

Hwang (2018), no ano de 1.800, a população humana na Terra era de 1 Bilhão de pessoas,

e 211 anos depois, em 2011, a população chegou ao número de 7 Bilhões de pessoas.

Ainda em relação aos estudos de Hwang (2018), projeta-se que em 2023, a população

atinja o marco de 8 Bilhões, e em 2100, estabilize-se em torno de 10 e 12 Bilhões de

pessoas.

Devido a essa grandeza populacional, em 2012, foi realizada no Brasil a

conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, também conhecida

como Rio+20, com o intuito de reiterar seus compromissos com a sustentabilidade do

desenvolvimento, sobretudo, no que se refere ao modo como estão sendo utilizados os

recursos naturais no planeta. Neto, Silva e Monte-Mór (2014), em seu trabalho sobre o

Rio+20, examinam a questão de urbanização, ofertando uma visão crítica dos desafios e

algumas recomendações para reorientar as políticas urbanas. Foram privilegiadas duas

dimensões em seu trabalho, a primeira na qual trata a necessidade de ações para

reformulação da estrutura do espaço e da rede urbana das grandes cidades e metrópoles,

e a segunda tratando sobre a gestão e dimensões institucionais associadas a essa

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reformulação. É notável a preocupação existente a respeito do expansionismo

populacional, pois há uma exaustiva tarefa na gestão e na demanda de recursos

necessários para suprir a necessidade de cada indivíduo.

Atualmente, existem diversos projetos voltados para reformulação das cidades,

com o objetivo de atender a demanda populacional sem prejudicar a qualidade de vida.

Esses projetos são denominados de Smart Cities (cidades inteligentes), que visam

solucionar os impactos causados pelo expansionismo populacional por meio de práticas

sustentáveis.

A esse respeito, Guedes et Al (2015) declaram:

O conceito “Smart City” é um conceito recente e inovador que possui uma

perspetiva muito flexível, permitindo a sua adaptação a cidades, povoações,

territórios ou comunidades. A necessidade da criação deste conceito advém da

forte urbanização das cidades a nível mundial, uma vez que trouxe novos

desafios à gestão das cidades e dos seus recursos que, por sua vez, levaram à

criação de um modelo virtual de uma cidade eficiente e sustentável (Guedes et

Al, 2015).

Em virtude do exposto acima, é notável que a eficiência de uma cidade inteligente

se faz justa no comprometimento com a sua infraestrutura. De acordo com Chede (2011)

“[... ] infraestrutura é uma extensa e complexa rede de componentes que inclui pessoas,

empresas, sistemas de transporte, comunicação, segurança pública, água, saneamento,

energia, saúde e assim por diante”.

É de grande importância que toda infraestrutura seja mantida ativa, pois caso haja

uma interrupção em algum componente, como o fornecimento de energia ou no sistema

de telecomunicação, há o potencial de paralisar toda a cidade e suas atividades. Para

Ghedin (2013), “para que uma cidade seja classificada como cidade inteligente, é

necessário que sejam avaliados cinco indicadores, são eles, economia, meio ambiente,

governo, mobilidade urbana e estilo de vida”.

Em vista dos indicadores citado por Ghedin (2013), a constante atuação de

inovação e aprimoramento tecnológico se faz necessária, e essa tendência é irreversível,

uma vez que o mundo está se tornando mais interconectado. Segundo Chede (2011), um

mundo ou uma cidade mais instrumentada e interconectada consegue obter e tratar dados

de forma muito mais rápida e eficiente. Sendo assim, se torna clara a importância da

constante coleta dos dados para serem analisados e transformados em informação. De

acordo com Guedes et Al (2015), uma cidade inteligente faz o uso consciente da

tecnologia da informação como suporte para facilitar a análise dos dados, visto que pode

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ser incorporada em todas as decisões de gestão de uma cidade como forma de oferecer

serviços mais eficientes. Com base nisso, ao utilizar a tecnologia da informação como

auxilio na análise dos dados, é necessário o desenvolvimento de modelos e algoritmos

analíticos que possam quantificar e qualificar esses dados, transformando-os em

informação.

A transformação de uma cidade tradicional para uma cidade inteligente, é um

projeto trabalhoso e exaustivo, e se torna imprescindível uma avaliação da cidade atual e

das necessidades de mudanças para que se atinja os qualificadores que indicam e definem

uma cidade como cidade inteligente. Apresentadas as circunstâncias, é necessária uma

análise e definição de escopo a fim de se obter uma sequência de medidas a serem

trabalhadas e aprimoradas. Segundo Ismail (2018), o transporte inteligente deve ser o

primeiro passo no movimento da cidade inteligente. Isso pode incluir o monitoramento

de padrões de tráfego, áreas de pedestres altamente trafegadas, estações de metrô, horários

de trens e muito mais. Segundo Araújo (2018), o paulistano leva uma hora e cinquenta e

sete minutos para se deslocar, ida e volta, pela cidade de São Paulo para realizar a

atividade principal, como trabalho ou estudo. O que afeta diretamente na qualidade de

vida da população, um outro indicador que compõe as cidades inteligentes.

O congestionamento no fluxo de veículos em vias, pode trazer diversos

problemas, como o stress que o motorista adquire ao ficar preso no congestionamento.

Segundo Dantas (2018), “ficar várias horas sentado com as pernas encolhidas pode causar

vários problemas circulatórios: as pernas incham, ficam doloridas e os efeitos das varizes

são agravados, podendo até levar à trombose venosa profunda em algumas pessoas”. Em

consequência desses cenários, é necessário precaver essas ocasiões desenvolvendo uma

boa gestão de trafego urbano. Portanto, o controle intensificado no monitoramento do

trafego urbano, pode facilitar as tarefas das demais áreas que compõem uma cidade

inteligente, como a logística de entrega de recursos, a segurança e a saúde.

Referente ao controle intensificado do trafego urbano, Ismail (2018) declara:

Ele fornece uma abordagem holística para o gerenciamento de riscos, pois

fortalece as capacidades de preparação e resposta a emergências para as

cidades, incluindo evasão de tarifas, vandalismo ou violência, emergências

médicas, rastreio de obstruções e outros tipos semelhantes de eventos

perturbadores (Ismail, 2018).

Como fator primário para a transformação de uma cidade tradicional em cidade

inteligente, a mobilidade urbana deve atingir o índice necessário para que possa facilitar

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o desenvolvimento das demais áreas. Para que o gerenciamento da mobilidade urbana

possa ser feito, é necessário obter informações sobre o estado atual das vias públicas, o

volume e o fluxo de veículos e de pessoas na região a ser estudada. É inevitável o auxílio

da tecnologia para realização dessa tarefa. A captação de dados e seu respetivo

processamento para transformar em informação se torna essencial, exigindo uma

demanda de algoritmos que possam trabalhar de forma rápida e eficiente, a fim de atender

suas requisições.

Com base nos trabalhos citados anteriormente, torna-se compreensível que as

cidades atuais necessitam ser transformadas em cidades inteligentes, a fim de melhorar a

qualidade de vida de seus habitantes e atender seus serviços de modo eficiente, além de

manter a integridades dos dados e o gerenciamento dos recursos mais proveitosamente.

Segundo Ismail (2018), os sistemas de transporte são um dos componente chave de

qualquer cidade, com isso, vislumbra-se a importância da tecnologia no desenvolvimento

e no auxílio da gestão na mobilidade urbana, que busca realizar a coleta de dados e a

pratica de quantificar e qualificar esses dados a fim de se obter uma informação,

permitindo a aplicação de tomadas de decisões em dados confiáveis.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Para o desenvolvimento do projeto, foi necessário um estudo aprofundado em

algumas áreas da computação, como processamento digital de imagem, manipulação de

Threads, estrutura de dados e arquitetura de sistemas. Foi necessário também um estudo

de estatísticas no ramo da matemática, a fim de que os gráficos gerados pelo sistema,

fosse eficientes e concisos em sua elaboração.

2.1. Métodos

O projeto em todo seu desenvolvimento, seguiu um ciclo de vida para definição

dos processos de acordo com as normas ISO/IEC 12207:1998.

Segundo Morais (2009) a NRB ISO/IEC 12207:1998 estabelece uma estrutura

para processos de ciclo de vida de software, com uma terminologia bem definida, que

pode servir de referência para indústria de software, ou seja, o ciclo de vida de um

software é uma estrutura que contém atividades, tarefas e processos envolvidos em seu

desenvolvimento, incluindo operações e manutenções em um produto de software

abrangendo a vida do sistema. Com isso, foram analisados os modelos de

desenvolvimento existentes e selecionado o que melhor regeria todo o progresso do

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projeto, orientando-se, como parâmetros, a necessidade de se ter uma resposta após o

desenvolvimento de cada funcionalidade.

2.1.1. Ciclo de Vida

O modelo de desenvolvimento adotado foi o modelo espiral, proposto por Barry

Boehm em 1988. Este modelo, segundo Nepomuceno (2012), tende a criar um roteiro de

atividades e etapas para que se alcance uma maturidade do processo evolutivo de

desenvolvimento de sistemas complexos e obter, ao final, um produto em sua forma mais

completa possível.

Fundamentando-se nesse modelo, o projeto foi fragmentado e está sendo

desenvolvido em módulos, a fim de que cada modulo possa trabalhar de forma

independente e ao final do desenvolvimento de cada modulo já possa ser obtido algum

resultado e, possa ser integrado aos módulos já existentes, conforme Figura 1.

Figura 1 – Modelo espiral

Fonte: Silva (2016)

Para uma gestão eficiente do projeto, foram criados dois módulos: operacional e

estratégico.

O módulo operacional é composto por dois sistemas, o primeiro consiste em um

sistema de web páginas, responsável pelo cadastro das câmeras, usuários e logradouros,

e um segundo sistema que irá operar sobre o ambiente principal do computador, ese é

responsável pela identificação dos veículos monitorados pelas câmeras e da sustentação

de dados na base de dados.

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O módulo estratégico consiste em um sistema de web página, responsável por

apresentar os dados através de informações (gráficos e tabelas). A arquitetura dos

módulos pode ser compreendida na Figura 2.

Figura 2 – Arquitetura do Projeto

Fonte: O autor.

2.1.2. Levantamento de Requisitos

Em um primeiro cenário, foi realizado um levantamento de requisito do projeto

para definição de escopo. Dentro de cada módulo, os requisitos foram aperfeiçoados e

detalhados, resultando em uma definição mais determinística.

2.1.3. Planejamento e Modelagem

Após o levantamento de requisitos, foi iniciado a fase de planejamento, que pode

ser dividida em duas etapas, sendo a primeira etapa a modelagem dos dados em diagramas

utilizando a linguagem UML, que será especificado nos diagramas descritos na sessão de

materiais, e uma segunda etapa que refina a modelagem dos dados em relação ao banco

de dados.

Com os dados modelados, foi definido um fluxo de desenvolvimento dentro dos

módulos, correspondente as descrições dos diagramas na UML. Ao final de cada tarefa,

a mesma era submetida a testes unitários a fim de obter sua autenticidade no sistema,

prosseguida de uma análise dos resultados obtidos conforme os resultados esperados

pelos requisitos.

2.2. MATERIAIS

Para o desenvolvimento desse projeto, foram selecionados os materiais que

melhor atendem os requisitos do projeto mantendo um custo relativo em processamento,

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em vista de que a manipulação de imagens requer um custo elevado de processamento.

As linguagens de programação selecionadas para o projeto, foram Python3, JavaScript,

PHP e SQL.

Para auxiliar no desenvolvimento do projeto, também foram utilizadas algumas

bibliotecas e frameworks, a fim de atender os requisitos do projeto otimizando rotinas e

tarefas.

De acordo com Zanette (2017), uma biblioteca é um conjunto de funções prontas

com a disposição de fornecer de forma rápida, soluções que atendam de modo eficiente

um determinado problema, já framework é uma estrutura real, ou conceitual, que visa

servir como guia para o desenvolvimento do projeto.

As bibliotecas utilizadas foram OpenCV, NumPy, ChartJS e o Framework

Materialize.

2.2.1. Python 3

O Python3 é uma linguagem de programação de alto nível, de tipagem dinâmica.

A linguagem foi projetada com a filosofia de enfatizar a importância do esforço do

programador sobre o esforço computacional. Prioriza a legibilidade do código sobre a

velocidade ou expressividade. Sua atuação no projeto é de grande importância, uma vez

que todo algoritmo de monitoramento, manipulação das Threads no sistema operacional

e de identificação dos veículos, foram escritos nesta linguagem.

2.2.2. JavaScript

O JavaScript é uma linguagem de programação de alto nível, de tipagem dinâmica.

A linguagem possui implementação como parte dos navegadores web para que scripts

pudessem ser executados do lado do cliente e interagissem com o usuário sem a

necessidade deste script passar pelo servidor, controlando o navegador, realizando

comunicação assíncrona e alterando o conteúdo do documento exibido.

2.2.3. PHP

O PHP, acrônimo para Personal Home Page, é uma linguagem de programação de

alto nível, de tipagem dinâmica. A linguagem possui atuação próxima ao servidor, é

responsável por atender as requisições vindas pelos clientes, realizar o mapeamento das

páginas e a validação dos dados, além de fazer as requisições de dados no servidor.

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2.2.4. SQL

O SQL, acrônimo para Structured Query Language, é a linguagem padrão para

banco de dados relacionais. Sua utilidade se encontra na interação com os SGBDs

(Sistemas de Gerenciamento de Bando de Dados) e execução de várias tarefas como

inserção e alteração de registros, criação de objetos no banco de dados, gerenciamento de

usuários, realização de consultas em informações e controle de transações. Todas as

operações realizadas no banco de dados podem ser solicitadas ao SGBD utilizando esta

linguagem.

2.2.5. OpenCV

A biblioteca que foi utilizada para análise dos dados recolhidos pela câmera, foi o

OpenCV (Open Source Computer Vision Library), como o próprio nome já faz referência,

é uma biblioteca de código livre para fins acadêmicos e comerciais. Essa biblioteca tem

como foco o processamento de imagens, foi projetada para eficiência computacional e

com um forte foco em aplicações em tempo real.

2.2.6. NumPy

A biblioteca NumPy é uma biblioteca básica da linguagem Python que permite

trabalhar com arranjos, vetores e matrizes de N dimensões, de uma forma comparável e

com uma sintaxe semelhante ao software proprietário Matlab, mas com muito mais

eficiência, e com toda a expressividade da linguagem.

2.2.7. Materialize

O Framework Materialize é composto por um conjunto de estilizações

desenvolvidas em CSS, que trabalham em conjunto com as animações escritas em

JavaScript. Seu objetivo é facilitar o desenvolvimento front-end, estilizando a página web

e deixando-a responsiva com poucas linhas de códigos.

2.2.8. ChartJS

ChartJS é uma biblioteca JavaScript responsável em auxiliar na criação de

gráficos para designers e desenvolvedores, plotando diversos tipos de gráficos. A

biblioteca também se encarrega da customização do estilo dos gráficos, facilitando no

desenvolvimento de uma aplicação que necessite expor dados em forma de gráficos.

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2.2.9. UML

A UML, Unified Modeling Language, é uma linguagem de notação utilizada para

elaboração da estrutura de um projeto de software, de acordo com Ventura (2019) a UML

é uma linguagem poderosa para comunicação em equipes de produção de software.

Segundo Ventura (2019), a UML ajuda muito a deixar o escopo claro, pois

centraliza numa única visão (o diagrama) um determinado conceito, utilizando uma

linguagem que todos os envolvidos no projeto podem facilmente entender.

A linguagem UML se expressa através em um conjunto de diagramas, sendo cada

diagrama composto por elementos que possuem relação entre si.

De acordo com Dicio (2019), um diagrama é um modo de representação feito

através de gráficos, de esquemas, de linhas, de pontos: diagrama elétrico. Para expressar

o processo deste trabalho, foram utilizados os diagramas de classe, caso de uso e

sequência.

2.2.9.1. Diagrama de Caso de Uso

O diagrama de Caso de Uso, Segundo Pressman (2011) descreve como o usuário

interage com o sistema definindo os passos necessários para atingir um objetivo

específico. No contexto de caso de uso, um usuário é representado por um ator.

Neste projeto, há três tipos de atores, o primeiro ator é o usuário de cadastros, que

é responsável por gerenciar os cadastros (Câmeras e endereços) no sistema, o segundo

ator é o administrador, que tem acesso em todas as áreas que compõe o sistema. O terceiro

ator não necessita realizar uma autenticação no sistema para interagir, ou seja, o terceiro

usuário é qualquer pessoa que acesse a página para consultar as informações que objetiva

este trabalho. O diagrama de caso de uso, pode ser visto na Figura 3.

Pode-se observar que o sistema possui três usuários: a) visitante, cujo acesso está

relacionado somente com consultas, b) usuário cadastrado que pode gerenciar uma

câmera e c) administrador, que possui acesso irrestrito ao sistema.

Figura 3 – Diagrama de Caso de Uso

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Fonte: O autor.

2.2.9.2. Diagrama de Classe

O diagrama de Classe, diferentemente do diagrama de caso de uso, não se

preocupa em abordar as interações dos usuários com o sistema.

De acordo com Pressman (2011), o diagrama de classe “[...] fornece uma visão

estática ou estrutural de um sistema, mas não mostra a natureza dinâmica das

comunicações entre os objetos das classes no diagrama”.

O diagrama de classe elaborado para atender os requisitos do projeto, pode ser

visto na figura 4.

Figura 4 – Diagrama de Caso de Classe

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Fonte: O autor.

2.2.10. Processamento de Imagens

O processamento de imagens é um conjunto de técnicas que atuam sobre uma

imagem e visam novos processamentos de dados, tais como aprendizagem de máquina e

reconhecimento de padrões, diferentemente do tratamento de imagem, que tem como

objetivo somente a manipulação de figuras para sua representação final.

As técnicas de processamento de imagem, em sua maioria, envolvem o tratamento

de imagem, no qual são aplicados padrões de processamento de sinal.

3. RESULTADOS OBTIDOS

O sistema está em fase de testes e foi projetado para captar imagens de vias

públicas cadastradas no sistema, além de fornecer informações referentes aos dados

capturados, como a quantidade de veículos contabilizados em todos bairros da cidade em

análise, a quantidade de veículos semanais e mensais, além de apresentar uma média

diária de veículos que circulam pela cidade. Todo o monitoramento é composto por uma

linha reta que se comporta em dois estados.

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O primeiro estado é expresso pela cor laranja, e indica que não há veículo para ser

contabilizado, ou seja, o sistema está aguardando um veículo para ser identificado. O

segundo estado é representado pela cor magenta, e indica quando um veículo é

contabilizado, após contabilizar o veículo, o estado volta a ser laranja.

A Figura 5 representa o monitoramento no estado laranja, onde está aguardando

um veículo trafegar sobre a linha indicadora.

Figura 5 – Monitoramento da via – estado laranja

Fonte: O autor.

Quando um veículo passa pela linha determinística, o sistema altera o estado da

linha para magenta e contabiliza aquele veículo, conforme apresentado na Figura 6.

Figura 6 – Monitoramento da via – estado magenta

Fonte: O autor.

Com os dados capturas e armazenados pelas câmeras é possível realizar o

principal objetivo desse trabalho, transformar dados em informação por meio de gráficos

e tabelas, permitindo o controle e monitoramento das vias públicas.

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Como descrito na sessão de Materiais e Métodos, o sistema está dividido em dois

módulos, um modulo operacional e um modulo analítico. O modulo analítico permite que

se analise o trafego de uma determinada cidade dentro de um intervalo de tempo, que é

definido pelo próprio usuário. A Figura 7, exemplifica uma análise realizada na cidade de

Piquete.

Figura 7 – Modulo Mirim Analítico – Informações gerais

Fonte: O autor.

A Figura 7 representa uma prévia dos requisitos do projeto, com isso, deve-se

considerar que o sistema se comportou adequadamente, pois ocorreu a contagem dos

veículos na região monitorada conforme o esperado, e foi realizado o levantamento e

armazenamento desses dados sobre a região em um determinado intervalo de tempo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O crescimento populacional, principalmente nos grandes centros urbanos, tem

consequências diretas na mobilidade urbana, com impacto direto na tomada de decisão

dos órgãos públicos. O acesso à informação correta, em tempo real, relacionada com o

deslocamento de veículos em grandes vias, torna-se essencial para decisões estratégicas

que visem a melhoria do deslocamento urbano.

O sistema desenvolvido está em fase de testes e foi projetado para captar imagens

de uma via pública em tempo real para um número ilimitado de câmeras no processo. O

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desenvolvimento utilizou as principais ferramentas tecnológicas disponíveis com

integração de processamento digital de imagens para a identificação de veículos em

movimento.

Espera-se que o sistema possa contribuir para a mobilidade urbana, permitindo

um fluxo de tráfego mais elaborado e menos vagaroso. E permitindo que as cidades que

implantarem o sistema, estejam um passo mais próximo das cidades inteligentes.

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dos-pedestres-se-sentem-inseguros-diz-pesquisa.ghtml> Acesso em 25 de Mar.2019.

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<https://www.ateomomento.com.br/diagramas-uml/> Acessado em 11 de Mar. 2019.

ZANETTE Alysson, Framework x Bibliotecas x API. Disponível em: <

https://becode.com.br/framework-biblioteca-api-entenda-as-diferencas/> Acesso em 03

de Mar. 2019.

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SISTEMA DE CONTROLE DE ENTRADA E SAÍDA DE VEÍCULOS EM

ESTACIONAMENTOS USANDO VISÃO COMPUTACIONAL

DAWILMAR GUIMARAES ARAUJO

RICARDO AMARAL DE ANDRADE

Resumo

Desde o surgimento dos estacionamentos particulares de veículos, o controle de entrada e saída,

bem como a liberação da passagem, é feita de forma manual. Tal ação repetitiva pode ser

automatizada, organizada e classificada de forma que a margem de erro humano seja minimizada.

Este trabalho tem como objetivo apresentar uma solução que agregue independência

computacional ao processo de controle de fluxo de veículos, com o auxílio de tecnologia

embarcada e redes neurais de reconhecimento óptico de caracteres. Ao final deste trabalho,

espera-se obter um sistema autônomo, no sentido de permitir a entrada e saída de veículos sem

intervenção humana, com registros de data e hora, minimizando erros e possíveis tentativas de

fraudes e/ou possíveis eventualidades, como a perda do tíquete de identificação.

Palavras-chave: Identificação automática de veículos. Visão computacional. Redes neurais.

Abstract

Since the emergence of private parking lots, the entry and exit control, as well as the release of

the passage, is done manually. Such a repetitive action can be automated, organized and

classified so that the human margin of error is minimized. This work aims to present a solution

that adds computational independence to the vehicle flow control process, with the aid of

embedded technology and optical character recognition neural networks. At the end of this work,

it is expected to obtain an autonomous system, in order to allow the entry and exit of vehicles

without human intervention, with date and time records, minimizing errors and possible attempts

of fraud and/or possible eventualities, such as loss of the identification ticket.

Keywords: Automatic vehicle identification. Computer Vision. Neural networks.

INTRODUÇÃO

Com o advento dos veículos automotores, foi necessária a criação de algum

código que o identificasse unicamente em meio a todos os outros. O sistema de

identificação por placas tem um número único que o identifica e diferencia em meio a

tantos outros. Segundo Contisini (2016), esta identificação existe desde 1901, e com a

crescente frota no país, precisou ser revisado diversas vezes.

A fim de evitar roubos, penalizar o usuário correto pela transgressão de alguma

lei de trânsito, entre outras necessidades, que são suportadas pela identificação única dos

veículos automotores, a automatização de serviços associados aos veículos também é

identificada. A exemplo, a entrada e saída de veículos de forma confiável tem sido uma

tendência, com cada vez mais empresas surgindo para trazer mais um diferencial no

relacionamento com o cliente.

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Soluções para estes problemas estão associadas ao uso e poder computacional

alcançado hoje, que nos permite ir muito além do que está disponível no mercado, mas

esse poder também traz um grande desafio: como desenvolver um sistema para agilizar e

otimizar este cenário de forma totalmente autônoma?

Diante o exposto, é sabido que toda automação visa retirar o trabalho manual e/ou

repetitivo das tarefas humanas, fazendo o homem focar em outras tarefas que demandem

mais decisões intuitivas. Quanto mais repetitiva uma tarefa for, maior a chance de ela ser

automatizada, controlada por um equipamento que a execute em menos tempo, e de forma

suficientemente confiável.

Conforme Souza (2000, p. 13) o processamento digital de imagens é uma área

surgida na década de 60, mas que devido às limitações tecnológicas da época, teve um

crescimento limitado até os anos 80, com os avanços da microeletrônica. Na sequência

veio a evolução computacional. Atualmente há um conjunto de hardware e software

suficientemente potente, além de novas técnicas de processamento visual, para entregar

resultados confiáveis, em um tempo aceitável.

Tendo como base os conceitos da identificação visual de objetos via software, o

presente tema propõe a criação de um algoritmo, em conjunto com um hardware

dedicado, que seja capaz de reconhecer as placas de identificação de automóveis, extrair

os caracteres que compõem a identificação, e registrar em um banco de dados.

Para tanto, serão estudados e colocados em prática os conceitos de captura e

processamento de imagens digitais, a criação e aplicação de um algoritmo que relacione

a imagem da placa com os caracteres correspondentes, o armazenamento da informação

adquirida e o acionamento do hardware de liberação da passagem.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O algoritmo a ser desenvolvido contará com redes neurais para, a partir da imagem

tratada, extrair os caracteres que compõem a placa de um veículo, automatizando o

processo de liberação da entrada e saída do estacionamento.

Estacionamentos que contam com alguma automação (como entrada de shopping

centers) se limitam a permitir a entrada mediante o pressionamento de um botão, que gera

um código sequencial de entrada, e registra esse código no sistema. Na saída, o cliente

precisa se encaminhar ao local de pagamento, onde será cadastrada a quitação. Na catraca

de saída, o código gerado anteriormente é verificado através de um leitor óptico,

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consultado no servidor central, e liberado. Nenhuma “inteligência” é atrelada aos

equipamentos. Existem três pontos de melhoria nesse cenário:

• O reconhecimento da placa do veículo gerará um código único, que pode ou não

emitir algum tíquete para o cliente. No caso de clientes mensalistas, por exemplo, o

tíquete será desnecessário, o que gerará além de uma economia de papel, benefício

ao meio ambiente.

• O pagamento tradicional já aceita cartões (além de dinheiro em moeda corrente, que

está entrando em desuso paulatinamente), então na saída, ao invés de escanear o

código gerado, o sistema será capaz de consultar a placa do veículo, calcular o valor

a ser pago, e através de um terminal de cartão, fazer a cobrança, o que eliminará o

atendimento humano no ponto de pagamento, normalmente localizado próximo às

portas de acesso ao interior do edifício.

• Será realizado um registro da placa do veículo, que poderá ter diversos usos futuros,

desde estatísticos até mesmo servindo como prova legal de casos jurídicos.

1.1 Captura e Identificação de Imagens

Segundo Souza (2000) e Campos (2001), o reconhecimento óptico trabalha com

redes neurais artificiais, para se obter um resultado o mais próximo da realidade possível.

Redes neurais são, segundo Haykin (1994 apud CAMPOS, 2001) “sistemas

paralelos distribuídos, compostos por unidades de processamento simples que computam

determinadas funções matemáticas”.

Campos (2001) resumiu o processo de captura da imagem em cinco etapas:

II. a aquisição da imagem, que no caso será feita por uma câmera estrategicamente

colocada de modo a ter a placa do veículo no centro da imagem, a fim de facilitar a

separação da informação útil do que pode ser desprezado na análise. Com a imagem

capturada, a etapa posterior, ou pré-processamento, visa;

III. remoção de ruídos, que nada mais são que erros na formação da imagem, que o olho

humano automaticamente despreza, mas que a máquina precisa aprender a

diferenciar de uma informação relevante da imagem. Isto é conseguido utilizando

técnicas matemáticas, para remover (ou no mínimo atenuar) estes sinais, fazendo

conversões ou escalonamentos que visam melhorar a imagem adquirida para

aumentar a chance de acerto do algoritmo.

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IV. a segmentação, ou particionamento da imagem em setores com características

comuns entre si, como cores ou texturas é a próxima etapa. A representação nada

mais é do que uma catalogação de acordo com as características internas ou externas

da área que foi segmentada.

V. Por fim, o reconhecimento e a interpretação são consideradas etapas de alto nível,

que tornam a compreensão dos conceitos “menos precisos e mais especulativos”

(Campos, 2001).

1.2 Sistemas de Placas

Para tal, será aproveitado o fato fundamental de que as placas seguem um padrão

em conformidade com as resoluções vigentes, o que tornará o reconhecimento dos

caracteres viável.

Sabendo que todas as placas utilizam um padrão já definido segundo a resolução

241 do Contran (CONTRAN, 2007), já se tem condições iniciais de delimitar o domínio

do problema, que consiste no reconhecimento óptico de padrões, de modo que a extração

dos caracteres da placa seja mais assertivo.

Figura 1: modelo de emplacamento atual.

Fonte: Resolução 231. Contran, 2007.

O padrão a partir de 1999 (conforme a Figura 1) conta com três letras, um hífen e

quatro números, gerando uma combinação de 175.742.424 (cento e setenta e cinco

milhões, setecentos e quarenta e dois mil, quatrocentos e vinte e quatro possibilidades).

Esse número é conseguido porque existem vinte e seis letras no alfabeto, e dez

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possibilidades numéricas por dígito (exceto a combinação 0000). Então 26 x 26 x 26 x

9999 gera uma quantidade maior que o padrão anterior. Porém, em 2015 foi previsto que

essas combinações se esgotarão em 10 anos. O emplacamento conta também com uma

tarjeta metálica com o estado e cidade do registro.

Figura 2: Fonte “Mandatory”, padrão a partir de 2008 conforme a Resolução 231 do Contran.

Fonte: Resolução 231. Contran, 2007.

A fonte usada, de nome “Mandatory”, é similar à usada na Grã-Bretanha desde

2001. Também é obrigatória, segundo a resolução 231 do Contran, e como é padrão,

facilitará ainda mais o reconhecimento dos caracteres, por ter contornos e traços bem

definidos, que poderão criar regras adicionais no algoritmo de verificação, aumentando a

taxa de acerto do reconhecimento.

A Figura 3, mostra exemplos de aquisição de imagens que serão processadas para

a extração dos códigos das placas e liberação da catraca.

Figura 3: Exemplos de imagens com foco na placa de identificação.

Fonte: Campos, 2000, p. 14.

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1.3 Cores das Placas

Além do padrão reflexivo cinza para veículos particulares, existe um padrão de

cores para cada utilização específica do veículo, conforme a Tabela 1:

Tabela 1: padrão de cores conforme a atividade do veículo.

Placa com texto preto e fundo cinza: Veículos particulares

Placa com texto branco e fundo vermelho: Transportes públicos e veículos de

aluguel (ônibus, táxis, vans escolares, caminhões que prestam serviços a

terceiros, ou seja, frete).

Placa com texto vermelho e fundo branco: Autoescolas.

Placa com texto preto e fundo branco: Uso oficial (Governos, Polícias,

Corpos de Bombeiros etc.).

Placa com texto cinza e fundo preto: Automóveis de colecionadores (com

mais de trinta anos e em excelente estado de conservação e certificado de

originalidade).

Placa com texto branco e fundo verde: Experiência, os carros que estão em

reparo nas concessionárias ou oficinas e que precisam ser testados na rua, ou

carros das montadoras que ainda estão em fase de testes para ver seu

desempenho.

Placa com texto branco e fundo azul claro: Uso diplomático-consular, com as

siglas na tarjeta que descreve o estado, dividido em: ADM (Administrativo), CC

(Corpo Consular), CD (Corpo Diplomático), CMD (Chefe de Missão

Diplomática, exclusiva do Embaixador), OI (Organismo Internacional) no local

do estado.

Placa com texto branco e fundo azul escuro: Usada pelas montadoras para

testes em modelos antes do seu lançamento. O tom do azul é mais escuro que a

placa de uso diplomático.

Placa com texto dourado e fundo preto: Utilizadas em carros oficiais de

governadores, prefeitos, presidente da Assembleia Legislativa, presidentes de

Câmaras, presidente de Tribunais Estaduais ou federais e outros. O fundo é

preto e os caracteres alfanuméricos dourados. As placas possuem o Brasão da

República Federativa do Brasil, do Estado ou do Município coloridos, alinhados

à esquerda na placa.

Placa presidencial: Carros oficiais utilizados somente pela Presidência da

República, pela Vice-Presidência dela, pelos presidentes do Senado, pelos da

Câmara, pelos ministros, pela Advocacia Geral dela e pela Procuradoria-Geral.

A placa possui o Brasão da República Federativa do Brasil, colorido, alinhado à

esquerda na placa.

Fonte: Resolução 241. Contran (2007).

Todas as variações de placa utilizam a mesma fonte (exceto a placa presidencial),

o que facilitará a implementação de um código que faça o reconhecimento dos caracteres,

fundamental para este projeto.

A nova legislação (regulamentada conforme a resolução 510 do Contran), em

vigor a partir de setembro de 2018, modifica o padrão das placas para padronizar a

identificação em todos os países participantes do Mercosul, conforme a Figura 4. Embora

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haja mudanças à vista, o presente trabalho poderá ser adaptado às novas regras de

dimensões, cores e caracteres, e manter as funcionalidades iniciais propostas.

Figura 4: novo padrão Mercosul de identificação.

Fonte: Resolução 510. Contran, 2014.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Para o desenvolvimento do trabalho, será usado um computador de baixo custo, a

fim de minimizar o custo total. Tal equipamento necessitará de memória RAM e de

armazenamento suficiente para comportar um sistema operacional, o software

controlador da câmera de captura e do algoritmo de reconhecimento das placas. As opções

do mercado atualmente que atendem a estes requisitos são:

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• Arduino Yun

• BeagleBone xM

• BeagleBone A6

• Cubieboard

• Pcuino

• Rascal Micro

• Raspberry Pi modelo B

• Raspberry Pi modelo 3

Apesar de existirem inúmeros outros modelos de placas de computador

considerados de baixo custo, a disponibilidade de muitos é restrita a mercados de outros

países, sendo pouco conhecidos ou com informações na comunidade insuficientes para

justificar seu uso.

Por se tratar de projeto de baixo custo, foi definido um limite de 50 dólares como

teto do valor do computador a ser escolhido.

Isto posto, apenas as seguintes placas atenderam a regra:

• Cubieboard

• Raspberry Pi modelo B

• Raspberry Pi modelo 3

Ambos suportam as necessidades que o algoritmo tem para executar sua função,

porém o modelo Cubieboard foi descartado por dois fatores: ter armazenamento fixo e

limitado a 4GB, enquanto os outros modelos se adequam dinamicamente às memórias

mais novas; e por ter um número menor de interfaces de comunicação. Coincidentemente,

também é o modelo de maior custo dos três, mas conta com um processador intermediário

entre os modelos de Raspberry Pi (ganha do modelo B em velocidade, mas perde para

modelo 3).

A Tabela 2 ilustra isso de forma mais clara.

Tabela 2: comparativo das placas disponíveis no mercado para o projeto.

Cubieboard Raspberry Pi Model B Raspberry Pi Model 3

Preço $49,00 $20,00 $35,00

Processador 1 GHz ARM Cortex-A8 BCM2835 ARM11 700 MHz 1.2 GHz Cortex-A53 64bit

Gráfico Mali-400 Broadcom VideoCore IV

RAM 512 MB

Armazenamento Flash 4 GB NAND Cartão SD Cartão microSD

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Tamanho 3.94” x 2.4” 3.37” × 2.125”

Tensão 5V

Interfaces I2C, SPI, IR GPIO, UART, I2C, SPI

USB 2.0 SIM

Dispositivo USB Host USB Host USB Host

Rede SIM

Wi-Fi Não SIM

Fonte: o autor.

A linguagem Python será utilizada, com as bibliotecas necessárias para a captura

da imagem da placa do veículo (através de uma câmera, ou sensor de imageamento

similar), e o reconhecimento dos caracteres desta, através de um algoritmo a ser

desenvolvido para tal. Uma base de dados com uma estrutura relacional base conforme a

Figura 5, em destaque a tabela lado esquerdo-superior será mantida.

A lógica da automação e controle, vista na Figura 5, completa-se com a

liberação da catraca, feita por comandos internos ao Raspberry Pi.

Figura 5: Esquema do projeto

Fonte: o autor.

Além do comando de liberação da catraca, um comando também fará o registro

das informações pertinentes no banco de dados, que poderá estar armazenado localmente,

ou em qualquer outro computador que possa ser acessado via rede.

3. RESULTADOS ESPERADOS

O projeto contará com o registro e liberação da cancela de entrada de forma

autônoma, através do registro da placa do veículo, por meio do reconhecimento visual

enquanto o veículo está parado aguardando a cancela se erguer.

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Na saída, após a quitação do valor cobrado pela estadia, a liberação também será

feita através do reconhecimento visual da placa do veículo. O registro da entrada e saída

será feita em um banco de dados, podendo servir de diversas formas, desde um controle

de clientes mensalistas, até mesmo fornecer dados do fluxo de clientes, que podem ser

usados para, por exemplo, possíveis promoções ou eventos, a fim de potencializar os

lucros.

O trabalho visa, então: um algoritmo que seja capaz de reconhecer um objeto

automaticamente analisando uma imagem ao vivo, ou através de foto, uma vez a placa,

composta por elementos visuais (letras e números), que identifica o veículo, e registra sua

entrada na base de dados automaticamente, liberando a catraca; e por fim, a saída também

registrará a data e hora, onde poderá ser calculado o tempo de estadia do cliente, e abrirá

a cancela da saída do estacionamento.

O registro será feito em banco de dados, e poderá ser acessado via Internet. O

monitoramento também poderá ser feito em tempo real.

Com a concretização do projeto, espera-se adquirir expertise na área de

reconhecimento de padrões em conjunto com inteligência artificial, áreas estas que estão

que franco desenvolvimento, o que abre oportunidades únicas de trabalho.

REFERÊNCIAS

Jornal do Carro. Disponível em: <https://goo.gl/CqGC7J>. Acesso em: 13 ago 2018.

CAMPOS, T. J. D. Reconhecimento de Caracteres Alfanuméricos de Placas em

Imagens de Veículos. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2001.

DENATRAN. Resolução 231, 2007. Disponível em: <https://goo.gl/Qgg87D>. Acesso

em: 14 ago 2018.

DENATRAN. Resolução 241, 2007. Disponível em: <https://goo.gl/6c5gzL>. Acesso

em: 14 ago 2018.

DENATRAN. Resolução 510, 2014. Disponível em: <https://goo.gl/Ttr4At>. Acesso

em: 07 set 2018.

DENATRAN. Resolução 372, 2014. Disponível em: <https://goo.gl/v7bwF3>. Acesso

em: 14 ago 2018.

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FLATOUT. A História e a Evolução das Placas de Carro do Brasil. Disponível em:

<https://goo.gl/gfQ7uZ>. Acesso em: 18 ago 2018.

SOUZA, F. P. C. D. Localização e Leitura Automática de Caracteres

Alfanuméricos. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2000.

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TENDÊNCIAS DE MARKETING EM EVENTOS: ANÁLISE DE EVENTOS

GEEKS

ÉBER JOSE DOS SANTOS

MATHEUS SALES

PATRICK LEITE JUNQUEIRA

THAYNARA FATIMA FERREIRA FONTES DOS SANTOS

Resumo

O mercado de eventos tem um papel representativo na economia e, em 2013, foi responsável por

4,3% do PIB brasileiro, segundo dados coletados pela ABEOC Brasil, o que justifica a

investigação desse segmento. Assim, este artigo tem como objetivo estudar as tendências do

Marketing em eventos geeks, a partir da análise da Comic Con Experience (CCXP), feira que

acontece anualmente em São Paulo para esse tipo de público. Para isso, foi realizada uma pesquisa

bibliográfica sobre marketing, em livros, sites especializados e, ainda, uma pesquisa de campo foi

planejada. O método científico utilizado é o estudo de caso, que conta com a elaboração do

protocolo e construção de um questionário que será aplicado via e-mail ao público do evento,

contendo cinco perguntas, e uma entrevista com um dos organizadores. Espera-se que os dados

coletados sejam suficientes para realizar a análise das ações de marketing utilizadas nessa feira.

Palavras-chave: Marketing. CCXP. Eventos.

Abstract

The event market has a representative role in the economy and, in 2013, was responsible for 4.3%

of Brazilian GDP, according to data collected by ABEOC Brasil, which justifies the investigation

of this segment. Thus, this article aims to study the trends of Marketing in geeks events, from the

analysis of the Comic Con Experience (CCXP), a fair that happens annually in São Paulo for this

type of public. For this, a bibliographic research was carried out on marketing, in books,

specialized sites and, still, a field research was planned. The scientific method used is the case

study, which counts on the elaboration of the protocol and construction of a questionnaire that

will be applied via e-mail to the public of the event, containing five questions, and an interview

with one of the organizers. It is hoped that the data collected will be sufficient to carry out the

analysis of the marketing actions used in this fair.

Keywords: Marketing. CCXP. Events.

INTRODUÇÃO

Um estudo realizado pela ABEOC Brasil55, em parceria com o SEBRAE, em

2013, revela que foram realizados 590 mil eventos no Brasil, o que gerou em torno de R$

209,2 milhões e movimentou a economia com a criação 7,5 milhões de empregos. Dentre

as mais variadas áreas de interesse, os eventos geek 56têm movimentado o mercado de

consumo com os seus quadrinhos, camisetas, arctic figures57 e a experiência única de

55 Link: http://www.abeoc.org.br/2014/10/abeoc-brasil-e-sebrae-apresentam-estudo-sobre-do-

setor-de-eventos/ 56 Link: http://www.abeoc.org.br/2015/10/eventos-geek-ganham-espaco-no-mercado/?s=geek 57 Esculturas imóveis, de elevado valor monetário, que retratam uma cena de filme ou série e que

apresentadas em eventos Geeks.

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participar de eventos voltados para a cultura pop nerd, de forma que vêm ganhando cada

vez mais espaço entre o público mais jovem.

Nesse sentido, o objetivo geral desta pesquisa é entender o funcionamento do

marketing no evento da CCXP - a Comic Con Experience ou CCXP tem origem em São

Paulo e encontra-se na sua quinta edição, com público participante de aproximadamente

30 mil - para descobrir tendências. Os objetivos específicos levantados visam saber o

quanto as tendências de marketing mudaram em eventos nos últimos anos e qual o retorno

para uma empresa organizadora de eventos fazer um investimento em novas ações de

marketing.

Cabe observar que o marketing é muitas vezes a porta de entrada de uma empresa

e, longe de ser apenas um meio de propaganda de produtos e serviços oferecidos, é

importante para gerar valor e efetuar vendas. Um trabalho de marketing bem feito faz

com que um empreendimento esteja à frente da concorrência e por esse motivo é tão

importante estudar tal segmento em eventos. Assim, este estudo poderá trazer

contribuições para futuras pesquisas acadêmicas, além de ser uma referência para

trabalhos que tratam de eventos geeks.

O metodo científico utilizado é o estudo de caso, para tanto, será aplicado um

questionário via e-mail e realizada uma entrevista com um dos organizadores da CCXP.

Este artigo tem embasamento teórico nos estudos de Richers (2001), Zitta (2014),

Martin (2015) e Coutinho (2010), além de pesquisas webgráficas.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Com o objetivo de mostrar a realidade sobre as tendências de marketing tendo em

foco os eventos Geeks, em especial a CCXP (Comic Con Experience), e detalhes sobre

como é feita a divulgação do evento, programação, publicidade de novos games e novos

consoles, suas tecnologias e inovações, será apresentado nas próximas subseções suporte

teórico, a partir de pesquisas bibliográficas e webgráficas, que subsidiará a análise dos

resultados e discussões, quando o artigo for concluído, de forma a compreender como é

o processo de lançamento das novas tendências nesse segmento.

4.1. Marketing

Como foi apresentado por Santângelo (2009), em artigo publicado no site

www.administradores.com.br, o marketing surgiu no pós-guerra, quando ocorreu um

maior avanço na industrialização mundial, que fez com que houvesse uma competição

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mais forte entre as empresas e maior disputa de mercado. Produzir e vender produtos e

serviços de qualidade já não era mais suficiente para alcançar a meta de lucro das

empresas. O cliente passou a ter o poder de escolha, assim, selecionava qual alternativa

no mercado oferecia melhor custo-benefício e atendia suas necessidades. As

organizações, ao reconhecer que estaria nas mãos dos clientes a escolha final, começaram,

então, a desenvolver técnicas como pesquisa de mercado, comunicação das qualidades e

dos benefícios dos produtos em veículos de massa, expansão e diversificação dos canais

de distribuição, adequação de produtos e serviços, de acordo as necessidades e desejos

dos clientes. E, dessa forma, passaram a investir em Marketing, definido como “as

atividades sistemáticas de uma organização humana voltadas à busca e realização de

trocas para com o seu meio ambiente, visando benefícios específicos” (RICHERS, 2001,

p.17).

Há quem pense que marketing se resuma somente em “propaganda”. Segundo

Keller & Kotler (2006, apud BROCHATO et al., 2009, p. 8), propaganda é “qualquer

forma paga de apresentação não pessoal e promocional de ideias, bens ou serviços por

um patrocinador identificado”, isso se deve porque todos os dias a sociedade é

bombardeada com comerciais de televisão, anúncios em jornais e revistas, outdoors,

telemarketing. De acordo com o Código de Ética dos Profissionais de Propaganda no

Brasil,

A propaganda é a técnica de criar opinião pública favorável a um determinado

produto, serviço, instituição ou ideia, visando orientar o comportamento

humano das massas num determinado sentido (CÓDIGO DE ÉTICA DOS

PROFISSIONAIS DA PROPAGANDA NO BRASIL, 2014, on-line).

Na realidade, a questão de vendas e propaganda é apenas uma parte desse

universo. A administração mercadológica, como função empresarial, integra ao conjunto

de funções desempenhadas pela empresa, tal como produção, finanças, logística, recursos

humanos, sistema de informação, engenharia dos produtos, pesquisa tecnológica, entre

outros. Assim, o marketing engloba a tomada de decisão, a gestão de recursos, a

coordenação de processos e a avaliação de resultados, como qualquer função empresarial.

Para Santângelo (2009), a palavra marketing pode ser traduzida assim: market +

ing, que significa “Mercado em ação”. Mercadologia em sua essência é usar de todas as

ferramentas e recursos possíveis para satisfazer as necessidades e desejos do cliente.

Armstrong (2007, apud SOUZA, 2016, on-line) menciona que, de modo geral, “o

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marketing é um processo administrativo e social pelo qual os indivíduos e organizações

obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação e troca de valor com os outros”.

O marketing e suas ferramentas definirão as estratégias de uma empresa para se

posicionar no mercado, que se valerá das ferramentas disponíveis para abordar, fazer

parte da decisão e gerar fidelidade aos clientes.

1.2 Eventos

O evento é uma atividade social determinada, um acontecimento especial.

Conforme Zitta (2014, p.23), “Evento é um acontecimento onde se reúne diversas pessoas

com os mesmos objetivos e propósitos sobre uma atividade, tema ou assunto. ”

Desse modo, infere-se que evento é um fato que foge da rotina e que precisa ser

devidamente planejado.

1.2.1. Classificação

Para Martin (2015), muitos autores e especialistas tentam encontrar formas para

agrupar os inúmeros tipos de eventos, pois existe um número vasto de classificações que

podem ser adotadas.

A seguir, serão apresentados alguns critérios de classificações mais utilizados em

eventos, com base no livro “Manual Prático de Eventos”, de Vanessa Martin.

De acordo com Andrade (2002, apud MARTIN, 2015, p.37), existem vários tipos

de eventos, que podem ser destacados segundo a sua abrangência:

a. Mundial – reúne participantes de todos os continentes;

b. Internacional – no mínimo 20% dos participantes representam outro

continente que não aquele onde se realiza;

c. Latino-Americano – no mínimo 20% dos participantes representam

quatro outros continentes que não aquele onde se realiza o evento;

d. Brasileiro – reúne participantes de todos os Estados;

e. Regional – reúne participantes de determinada região de um país, de um

continente ou do mundo (sub-brasileiro, Mercosul, pan-americano);

f. Municipal – de interesse local, cuja tarefa é limitada e restrita a um

município.

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Para Tenan (apud MARTIN, 2015, p.38), a classificação da data ou frequência do

evento leva em conta quatro critérios:

b. Permanentes – o evento ocorre periodicamente

c. Esporádicos – os intervalos para acontecer o evento são irregulares.

d. Únicos – acontecem apenas uma vez.

e. De oportunidade – eventos marcantes da história ou tradição local.

Eventos também são agrupados por dimensão, porte ou tamanho, que, de acordo

com Allen (apud MARTIN, 2015, p.39), leva em consideração quatro critérios:

b. Megaevento – o evento mobiliza um grande número de pessoas,

classificado como um evento grandioso, pois atrai a cobertura televisiva.

c. De grande porte – é operado por empresas privadas e mobiliza milhares

de participantes.

d. De médio porte – normalmente realizado com adesão de menos que mil

participantes.

e. De pequeno porte – um segmento ou setor em que o número de

participantes é reduzido.

Existem três tipos de perfis para os participantes, conforme observa Martin (2015,

p. 41):

b. Geral – os participantes são de setores diferentes.

c. Dirigido – são eventos destinados a profissionais de certa atividade e

interesses comuns.

d. Específico ou especializado – composto de técnico e profissionais de

uma determinada área com interesses comuns, como os eventos médicos.

Martin (2015, p. 41) afirma que os eventos podem ter dois tipos de adesão, aberto

ou fechado, assim o organizador pode escolher qual a melhor forma para realizar a adesão

dos participantes:

a. Fechado – o organizador do evento toma para si todas as despesas e

emite os convites para os participantes, pois se trata de um evento

específico.

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b. Aberto – existem dois critérios, cada participante paga o seu convite ou o

acesso é livre, sem restrições e nem taxas de admissão.

Quanto à tipologia, a mesma autora classifica os eventos de acordo com o Quadro

1:

Quadro 1: Tipologia de Eventos

Fonte: Os autores (adaptado de Martin, 2003, p. 45)

A seguir estão descritas duas dessas tipologias, com base em Coutinho (2010),

que convergem com os eventos geeks, corpus deste artigo.

✓ Feira:

A feira é uma iniciativa mercadológica de uma ou várias empresas que se

associam para divulgar e promover seus produtos, técnicas ou serviços, visando à

comercialização. A finalidade principal da feira é, em última instância, a conquista de

mercado, isto é, o aumento da demanda pelos produtos em exposição. Exemplo: Beauty

Fair.

✓ Workshop:

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São encontros onde há uma parte expositiva seguida de demonstrações do objeto

(produto) que gerou o evento. Poderá fazer parte de um evento de maior amplitude.

Exemplo: Workshop Realismo Colorido (mostra técnicas de tatuagem seguidas de

demonstração prática).

A seguir é apresentado o evento geek que se classifica nessas duas tipologias

supracitadas.

1.3. Eventos Geeks

Segundo o site Entretendo58, as primeiras convenções criadas para o segmento

nerd foram representadas pelo evento Comin Con, que trouxe várias novidades dessa

Geek é um sinônimo para nerd e ambos os termos são uma gíria muito usada para

caracterizar pessoas com um jeito peculiar, que exercem diversas atividades intelectuais

e que geralmente têm muita afinidade com tecnologia, cuja cultura envolve tecnologia,

eletrônica, HQ’s, filmes, livros, jogos eletrônicos ou de tabuleiro e etc.

Para Matos et al. (2011), o nicho mercadológico voltado para cultura pop tem

atraído bastante entusiastas, fazendo o consumo de quadrinhos, filmes, arctic figures,

entre outros produtos, crescer e assim gerar uma identidade e personalidade para o grupo.

“A esfera do consumo é hoje central no cotidiano do mundo globalizado, não só para os

jovens, mas para os sujeitos contemporâneos de forma geral, ainda que caiba àquele lugar

privilegiado no processo cultural” (ENNE, 2010, apud MATOS et al., 2011, p. 9).

Estrategicamente, essa tipologia de eventos é marcada por um marketing bem

elaborado e contemporâneo com vistas a chamar a atenção do público.

1.3.1 Marketing em Eventos Geeks

De acordo com o blog He:blog59, o público alvo para esses eventos são os geeks

e é na internet que eles procuram se manter informados sobre as novidades tecnológicas

que envolvem seu universo, e é também no meio digital que as empresas fazem a

58 link: http://www.entretendo.com.br/noticias/834/Saiba-como-surgiu-o-maior-evento-de-

Cultura-Pop-do-mundo-a-Comic-Con cultura, em 1970, em San Diego (Califórnia/EUA), e hoje se tornou

a maior convenção de cultura pop do planeta.

59 link: https://helabs.com/blog/como-atrair-o-publico-geek-para-o-seu-negocio/

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divulgação de seus eventos, assim atingem diretamente o público desejado ao fazerem

campanha nas redes sociais mais populares, como WhatsApp, Facebook e o Youtube.

Os Geek´s são pessoas apaixonadas por histórias em quadrinho e personagem de

filmes de heróis, admiradores de games e de tecnologias. São conhecidos como os nerds

do passado e, hoje, são influenciadores de um grupo muito fiel.

De acordo com He:blog, dentre as estratégias para atrair o público geek, estão:

➢ Manter a credibilidade.

Para atrair este público, é necessário em primeiro lugar garantir informações

corretas, pois um pequeno detalhe errado pode fazer com que se perca completamente a

credibilidade. Tendo isso em mente, uma boa estratégia que vem sendo utilizada por

diversas companhias é produzir conteúdo sobre o seu produto. Por exemplo, se a

especialização é vendas de games eletrônicos, criar um blog que traga informações sobre

o jogo, abrir fóruns para discussão sobre o produto e editar vídeos mostrando o game em

si são ações eficazes para atrair os consumidores. Há outras como:

➢ Buscar sempre exclusividade.

2. METODOLOGIA

A metodologia utilizada para este artigo é o estudo de caso, discutido por Yin

(2015), que investiga um fenômeno/situação específico de forma aprofundada e

se estrutura por meio de um Protocolo composto das seguintes partes: questões de

pesquisa (questões que o trabalho responde); proposições de estudo (representam os

objetivos da pesquisa, ou seja, porque se pretende pesquisar sobre determinado tema); e

unidade de análise/dados (permite o recorte adequado da investigação e que dados o

pesquisador precisará para dissertar e discutir a temática em estudo).

Assim, para atingir os objetivos propostos, foi realizada uma pesquisa

bibliográfica com base no protocolo e em autores que discutem o tema ora tratado neste

trabalho e um questionário a ser enviado para o e-mail construído na plataforma Survey

Monkey (Apêndice A) com participantes do evento CCXP, unidade de análise deste

estudo.

O questionário aplicado foi elaborado da seguinte forma: 5 (cinco) questões: todas

fechadas, ou seja, o respondente terá opção de assinalar somente 1 (uma) alternativa de

resposta, de modo a facilitar a tabulação dos dados coletados.

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Também foi preparado um roteiro de entrevista com um dos organizadores

composto por 5 (cinco) perguntas abertas.

O universo da pesquisa é composto de 227 mil pessoas (base de 2017), com faixa

etária de 05 a 65 anos. Considerando a inviabilidade de contatar todos os participantes,

optou-se por definir uma amostra confiável [embora para o método estudo de caso não

seja necessário ter um número significativo de respondentes] a partir do universo total,

assim, foi realizado o Cálculo Amostral no Survey Monkey60 e chegou-se a 1.835 (mil,

oitocentos e trinta e cinco) pessoas, uma amostra que traz confiabilidade de 99% nos

resultados e com margem de erro de 3%.

3. RESULTADOS PARCIAIS

3.1. CCPX

A Comic Con Experience ou CCXP surgiu em 2014 na capital paulista. Segundo

o site oficial61 do evento, a primeira edição em São Paulo contou com um total de 97 mil

pessoas na convenção; na sua quinta edição, em 2018, o total de pessoas foi de 262 mil

(Figura 2), o que só reforça como a cultura nerd no Brasil tem se consolidado. Segundo

matéria de Fábio Gomes, veiculada no site Ometele62, a quinta edição, em Dez/2018,

marcou cinco anos de CCXP e foi a maior da história. O espaço Artists´ Alley, que é

considerado o coração da Comin Con, contou com 352 mesas e recebeu mais de 540

quadrinistas brasileiros e estrangeiros.

Figura 1: A maior do mundo é nossa

Fonte: Comic Con Experience

60 https://pt.surveymonkey.com/mp/sample-size-calculator/ 61 Link: https://www.ccxp.com.br/a-ccxp 62 Link: https://www.omelete.com.br/quadrinhos/ccxp-2018-mais-de-540-nomes-sao-

confirmados-no-artists-alley-deste-ano

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Figura 2: Número de participantes

2018

2017

5º Edição

4º Edição

2016

3º Edição

2015

2º Edição

1º Edição

2014

0 50000 100000 150000 200000 250000 300000

Fonte: Os autores (adaptado do Site oficial da Comic Com Experience)

Segundo dados do próprio site da CCXP, o evento de 2018, durante os seus 4 dias

de feira, de 6 a 9 de dezembro, foi o maior festival de cultura pop do mundo, visto que

contou com um total de 262 mil pessoas na convenção, tendo 32 mil pessoas a mais do

que o da última edição, tornando assim o maior festival de cultura pop do mundo.

3.1.1. Classificação do evento

De acordo com a teoria de classificação de eventos apresentada, o evento se

classifica da seguinte forma:

• Abrangência: mundial

• Dimensão: megaevento

• Data: permanente

• Tipologia: feira & workshop

• Adesão: aberto

Com embasamento em todas as teorias dos autores citados neste artigo, pode-se

definir a CCXP como um evento mundial, pois tem a participação de celebridades de

várias localidades do mundo e o seu público é bastante vasto. É um megaevento, pois, em

sua última edição, o total do público chegou a 262 mil pessoas.

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A Comic Con vem acontecendo todos os anos no Brasil, desde 2014, desse modo,

pode ser classificada como um evento com data permanente, pela sua constante e regular

realização.

A tipologia enquadra-se em feira e workshop, pois há a associação de várias

empresas ligadas a essa cultura, como a Netflix, com suas séries de heróis; a Sony, com

o seu console e jogos; e HBO, com suas séries voltadas à fantasia, como Game Of

Thrones; há, também, a parte expositiva de produtos e objetos, como HQ´s e arctic

figures.

A CCXP é um evento aberto com adesão, pois o foco não é apenas os nerds e sim

o maior número de público e não precisa ser “nerd” para apreciar o mundo dos heróis.

3.3. Resultados Esperados

O foco deste artigo é voltado para as tendências de marketing em eventos geek.

Para o estudo de caso, foi escolhido o evento CCXP, que acontece em São Paulo, capital.

Trata-se de um megaevento geek brasileiro de cultura pop que abrange as áreas dessa

indústria como: história em quadrinhos, filmes, séries e videogames.

A proposta consiste em entender quais são as melhores maneiras de atrair o

público geek para um evento ao ponto de torná-lo executável nessas dimensões.

Além do resultado parcial obtido, que procurou trazer, por enquanto, dados sobre

o evento e sua classificação, espera-se, com esta pesquisa, a partir de uma análise mais

aprofundada, identificar as ferramentas de marketing que foram utilizadas para a

divulgação a edição de 2018 e investigar a influência desse marketing no público-alvo da

CCXP. Desse modo, pretende-se entender mais sobre essa tipologia de evento que vem

crescendo cada vez mais no Brasil e, assim, buscar aperfeiçoamento do assunto para

aplicação em eventos futuros de mesma natureza.

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Brasil e SEBRAE apresentam estudo sobre do setor de eventos. Disponível em:

http://www.abeoc.org.br/2014/10/abeoc-brasil-e-sebrae-apresentam-estudo-sobre-do-

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http://www.abeoc.org.br/2015/10/eventos-geek-ganham-espaco-no-

mercado/?s=geekAcesso em: 29 nov. 2018.

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http://www.unisalesiano.edu.br/encontro2009/trabalho/aceitos/CC36919369893.pdfAce

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COUTINHO, Helen Rita Menezes. Organização de eventos. 2010. Disponível em:

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DUARTE, João David Oliveira. Organização e gestão de eventos. 2009. Disponível

em:https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/1198/1/Monografia_Jo%C3%A3o%20Duarte

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ENTRETENDO. Saiba como surgiu o maior evento de Cultura Pop do mundo, a

Comic Con! Disponível em: http://www.entretendo.com.br/noticias/834/Saiba-como-

surgiu-o-maior-evento-de-Cultura-Pop-do-mundo-a-Comic-Con Acesso em: 08 nov.

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GOMES, Fábio de Souza. CCXP 2018/ Mais de 540 nomes são confirmados no

Artists’ Alley deste ano. 2018. Disponível em:

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confirmados-no-artists-alley-deste-ano Acesso em: 08 nov. 2018.

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http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sudeste2011/resumos/R24-1149-1.pdf

Acesso em: 05 nov. 2018.

RICHERS, Raimar. O que é marketing: Primeiros 27 passos. 15.ed. São Paulo:

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SANTÂNGELO, Caio César Ferrari. A origem e evolução do marketing. Disponível

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SIGNIFICADOS. Significado de Geeks. Disponível em:

https://www.significados.com.br/geeks/ Acesso em: 14 mar. 2019

SOUZA, Clebson Ferreira de Souza. Marketing digital a evolução do marketing.

Disponível em: https://www.administradores.com.br/artigos/academico/marketing-

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SURVEY MONKEY. Obtenha as respostas que você precisa. Disponível em:

https://pt.surveymonkey.com Acesso em: 28 nov. 2018.

ZITTA, Carmem. Organização de eventos: da ideia a realidade. 5.ed.Brasilia: SENAC

DF. 2014.

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO - SURVEY MONKEY

1-Como você ficou sabendo do evento?

A) Amigos

B) Internet

C) Rádio/Tv

D) outros

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2-Você viu divulgação deste evento?

A) sim, bastante

B) sim, razoavelmente

C) não me lembro

D) não

3-Você já sabia do acontecimento desse evento?

A) sim, desde o início

B) sim, há vários anos

C) não, fiquei sabendo este ano

D) não, fiquei sabendo agora

4- Você já foi a um evento como esse?

A) sim, várias vezes

B) sim, uma vez

C) não, mas tenho vontade

D) não, não tenho interesse

5- Qual meio de divulgação você acha que foi mais utilizado?

A) YouTube

B) Facebook

C) Twitter

D) Instagram

E) Televisão

APÊNDICE B - ENTREVISTA COM OS ORGANIZADORES

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1-De onde surgiu a ideia de realizar este tipo de evento?

2- Qual o meio de divulgação mais importante para esse tipo de evento?

3- Qual é a expectativa para o evento deste ano?

4- De onde vêm as inspirações para divulgação do evento?

5- Qual o desafio mais importante na divulgação do evento?

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