processamento mti moving target indicator - ulisboa

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Processamento MTI Moving target indicator ‱ Conceito introduzido na WWII ‱ TĂ©cnica de processamento de sinal desenvolvida desde a dĂ©cada de 1950-60 ‱ Introdução de processamento digital levou Ă  generalização do MTI ‱ Fundamental em vigilĂąncia aĂ©rea na presença de clutter ‱ Atualmente todos os sistemas de defesa aĂ©rea utilizam tĂ©cnicas de separação dos alvos mĂłveis do clutter Radar – IST – A. Moreira 1

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Page 1: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Processamento MTIMoving target indicator

‱ Conceito introduzido na WWII‱ TĂ©cnica de processamento de sinal desenvolvida desde a

dĂ©cada de 1950-60‱ Introdução de processamento digital levou Ă  generalização

do MTI‱ Fundamental em vigilĂąncia aĂ©rea na presença de clutter‱ Atualmente todos os sistemas de defesa aĂ©rea utilizam

técnicas de separação dos alvos móveis do clutter

Radar – IST – A. Moreira 1

Page 2: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Radar MTI/ Radar Doppler de impulsos

Radar – IST – A. Moreira 2

Efeito Doppler

Determinação velocidade (CW)

Separação de alvos:

estacionĂĄrio (clutter)/ em movimento

MTI – s/ ambiguidade na distñncia

c/ ambiguidade na frequĂȘncia Doppler (velocidades “cegas”)

Radar Doppler de impulsos – s/ ambiguidade na frequĂȘncia Dopplerambiguidade na distĂąncia

Page 3: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Ilustração das fases relativas no retorno de uma sequĂȘncia de impulsos

Radar – IST – A. Moreira 3

Radar

Impulso 1

Impulso 2

Impulso 3

Alvo parado; clutter→ Fases iguais

Alvo móvel; Doppler→ Fases diferentes

Page 4: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Determinação da frequĂȘncia Doppler com um radar de impulsos

Radar – IST – A. Moreira 4

Utiliza um detetor de fase

tf dt ff ±

Modulador de impulsos

Amp. de potĂȘncia

Oscilador CW ftDuplexer

Sinal de referĂȘncia

Recetor Filtro

Doppler Output

Page 5: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Impulsos na transmissĂŁo, e na saĂ­da do detetor de fase de um radar Doppler de impulsos

Radar – IST – A. Moreira 5

a) Impulsos transmitidos; b) impulsos na saĂ­da do detetor de fase quando fd>1/τ (situação pouco frequente); c) idem quando fd<1/τ. A traço interrompido representa-se o output que corresponderia a uma deteção em radar CW.

A determinação da frequĂȘncia Doppler Ă© possĂ­vel com tĂ©cnicas de processamento de sinal desde que o a janela de observação seja suficientemente larga (em teoria pelo menos um ciclo Doppler e em c) no mĂ­nimo 2 impulsos por ciclo).

Page 6: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Observação de retornos num “A-scope”

Radar – IST – A. Moreira 6

(a-e) Varrimentos sucessivos num display tipo A-scoperepresentando a saĂ­da de um detetor de fase.

(f) sobreposição de vários varrimentos; efeito “borboleta”

a) e b) Varrimentos sucessivos num display tipoA-scope representando a saĂ­da de um detetor defase.

c) Subtração de a) e b) resultando nocancelamento de clutter.

as setas indicam a posição de alvos móveis

Page 7: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Blocos de um radar MTIPAT - Transmissor com amplificador de potĂȘncia

Radar – IST – A. Moreira 7

Klystrons, TWTïżœs, CFAïżœs, ...

Recetor/ excitador

Nota: ïżœStalo = stable local oscillatorïżœ

ïżœCoho = coherent oscilatorïżœ

Mod. impulsos

Amp. potĂȘncia

StalofL

Cohofc

MixerMixer

Duplexer

Amp.IF

detetor fase

Cancelador

fL+fc

fL+fc

fL+fc ± fd

fc ± fd

fd

fc ± fd

Page 8: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

MTI coerente

No slide anterior mostra-se um diagrama de blocos de um radar MTI coerente.

A transmissĂŁo coerente Ă© assegurada pelo “oscilador estĂĄvel coerente” (STALO - STAble Local

Oscillator).

O output do STALO, com frequĂȘncia fLO , e do COHO (COHerent Oscillator), fC , sĂŁo misturados por

forma a produzir a frequĂȘncia de transmissĂŁo fLO + fC .

Em torno da frequĂȘncia intermĂ©dia, IF ( Intermediate Frequency), obtĂ©m-se fC ïżœ fd misturando o sinal

com o do oscilador local (STALO). Após amplificação no amplificador de IF, o sinal é submetido,

juntamente com o sinal do oscilador COHO, a um detetor de fase, sendo convertido para a banda base.

Finalmente, o sinal Ă© submetido a um filtro cancelador, que elimina do output os sinais correspondentes a

desvio Doppler nulo (estacionĂĄrios).

Radar – IST – A. Moreira 8

Page 9: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Blocos de um radar MTIPOT - Oscilador de potĂȘncia como transmissor

Radar – IST – A. Moreira 9

Duplexer

Mixer MixerStalo

CohoAmp.IF

detetor fase

MagnetrĂŁo Mod. impulsos

Geradorde trigger

RF locking

IF locking

ReferĂȘncia CW

Cancelador

Page 10: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

10

Cancelador simples

Diagrama de blocos de um cancelador simples

A/D AtrasoTp=1/fp

subtrator Valor absoluto D/A Mostrador

analĂłgico

Output MTI digital para deteção automåtica e processamento de dados

Input video bipolar

video bipolar

Video unipolar

Radar – IST – A. Moreira

Page 11: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

11

Resposta em frequĂȘncia de um cancelador simples

AtrasoTp=1/fp

subtrator

Radar – IST – A. Moreira

x(t)

h(t)

y(t)

y(t) = x(t) – x(t – Tp)

h(t) = ή(t) – ή(t – Tp)Resposta impulsiva

H(f) = 1 – e–j2π f TpFunção de transferĂȘncia

Resposta

|H(f)| 2 = 4 sin2 (π f Tp)

|H(f)| = 2| sin (π f Tp)|→

Page 12: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Resposta em frequĂȘncia de um cancelador simples

Radar – IST – A. Moreira 12

pT/1 pT/2 pT/3 pT/3×××

|H(f)

|

2

1

FrequĂȘncia Doppler

Resposta de um filtro cancelador simples

|)sin(|2|)(| pfTfH p=

,...2,1n2fn

T2nv p

pn ===

llVelocidades “cegas”

,...2,1,02

==== nnfTnvf pp

rd l

Page 13: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

101 102 103100

101

102

103

104

105

300 MHz

1 GHz

3 GHz

10 GHz

30 GHz

distĂąncia nĂąo-ambĂ­gua, km

velo

cida

de c

ega,

km

/h

Velocidade cega vs DistĂąncia nĂŁo-ambĂ­gua

Radar – IST – A. Moreira 13

fccMURv

fcMUR

fv b

p

pb 44

22

2

11 ==ÂŽ==ll

Page 14: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Impulsos escalonadosperĂ­odos mĂșltiplos

Radar – IST – A. Moreira 14

a) Resposta em frequĂȘncia de uma linha de atraso canceladora simples para fp=1/T1 ; (b) Idem parafp=1/T2 ; (c) Resposta composta com T1 /T2=4/5

Page 15: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Impulsos escalonadosperĂ­odos mĂșltiplos

Radar – IST – A. Moreira 15

‱ Quando se usam impulsos escalonados com tempo entre impulsos com dispersão em torno de um valor central, numa proporção

‱ A primeira velocidade cega tem o valor

‱ Onde vB Ă© o valor que corresponderia a usar tempo entre impulsos constante

1 2

1 2

... N

N

nn nT T T= = =

1 21 ... NB

n n nvv N

+ +=

1 2 ... NT T TTN

+ +< >=

Page 16: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Impulsos escalonadosperĂ­odos mĂșltiplos

Radar – IST – A. Moreira 16

Resposta em frequĂȘncia de um 5 impulsos (4 linhas de atraso) escalonados

Page 17: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Radar – IST – A. Moreira 17

Comparação da resposta em frequĂȘncia de um cancelador simples e um cancelador duplo

ÎŁÎŁ-

+

-

+

Atraso Tp Atraso Tpinput output

ÎŁAtraso Tp Atraso Tpinput output

+1

+1

-2

a)

b)

a) Cancelador “duplo”; b) cancelador de 3 impulsos

Page 18: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Caraterização do clutter

‱ Clutter Ă© um termo que se refere a qualquer objeto que gere ecos nĂŁo desejados que prejudicam

a operação de um radar. O clutter pode atingir o radar quer pelo lobo principal quer pelos lobos

secundårios do diagrama de radiação da antena.

‱ O clutter pode ser classificado em duas categorias: clutter de superfície e de volume.

– O clutter de superfície pode ser originado por árvores, vegetação diversa, terreno, estruturas

construĂ­das pelo homem, e clutter de mar.

– O clutter de volume inclui “chaff” *, chuva, pássaros e insectos.

– O clutter de superfĂ­cie pode ter variaçÔes considerĂĄveis com a ĂĄrea geogrĂĄfica, enquanto que o de

volume pode ser mais previsĂ­vel.

*nĂșmero elevado de dipolos refletores dispersos num volume considerĂĄvel, lançados como um meio hostil

destinado a confundir um sistema de defesa

Radar – IST – A. Moreira 18

Page 19: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Caraterização do clutter

‱ Os ecos do clutter sĂŁo aleatĂłrios e tĂȘm caraterĂ­sticas semelhantes Ă s do

ruĂ­do porque os refletores locais dĂŁo origem a fases e amplitudes

“random”.

‱ Em muitos casos o clutter Ă© mais intenso que o prĂłprio ruĂ­do, pelo que

a capacidade de um radar detetar alvos sobrepostos a clutter depende

mais fortemente da relação sinal/ clutter do que da relação sinal/ ruído.

Radar – IST – A. Moreira 19

Page 20: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Caraterização do clutter

Radar – IST – A. Moreira 20

A secção radar equivalente do clutter, sc, proveniente de uma årea de reflexão, Ac, é dada por

onde σ0 Ă© um coeficiente de scattering do clutter, adimensional, (expresso habitualmente em dB).

Como jĂĄ referimos anteriormente, o termo que descreve a interferĂȘncia construtiva/ destrutiva das ondas

refletidas por um objeto (alvo ou clutter) designa-se por “fator de propagação”, F. Como alvo e clutter

correspondem a diferentes ñngulos de chegada (AoA – angle of arrival) a relação sinal/ clutter (S/C) vem

dada por

onde Fc é o fator de propagação relativo ao clutter e Ft e Fr são os fatores relativos ao percurso

transmissor-alvo e alvo-recetor (geralmente iguais).

2

22

cc

rtt

FFFC/S

ss

=

cc A0ss =

Page 21: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Clutter de superfĂ­cie

Os fatores que influenciam o nĂ­vel do clutter no lobo principal sĂŁo o Ăąngulo rasante (grazing angle) , a

rugosidade da superfĂ­cie, e o comprimento de onda (tipicamente σ0 Ă© maior para λ menor). A figura

mostra, qualitativamente, a dependĂȘncia de com o Ăąngulo rasante. Identificam-se trĂȘs regiĂ”es: baixos

Ăąngulos rasantes (atĂ© um Ăąngulo crĂ­tico), regiĂŁo plana (“plateau”), e Ăąngulos elevados (>60Âș).

Ângulo rasante RegiĂ”es do clutter

Radar – IST – A. Moreira 21

Page 22: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Clutter de superfĂ­cie

O Ăąngulo crĂ­tico Ă© estimado por

onde hrms Ă© o valor estimado da rugosidade da superfĂ­cie (rms – root mean square)

No caso do mar, uma estimativa para hrms Ă©

onde S Ă© o estado do mar, numa escala de 1-10

Radar – IST – A. Moreira 22

rmsgc h

arcsin4ly =

72.10456.0025.0 Shrms +»

Page 23: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Equação do radar para clutter de superfícieConsidere-se a situação representada na figura

A dimensĂŁo da ĂĄrea correspondente

ao “footprint” Ă©

A potĂȘncia recebida de um alvo na regiĂŁo Ac Ă©

A potĂȘncia do clutter Ă©

A relação S/C vem

Radar – IST – A. Moreira 23

Ac ≈ RΞ3dBcτ

2cosψ g

( ) 43

22

4 RGPS tt

t psl

=

( ) 43

22

4 RGPS ct

Ac psl

=

tqsyscR

NSdB

gtAc

30

cos2)/( =

Page 24: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Clutter de volume

O coeficiente de clutter de volume é expresso em m2 (RCS por resolução em volume). O clutter

“biolĂłgico” (tambĂ©m designado por “angel”), devido a aves e insetos. De acordo com referĂȘncias na

literatura, por exemplo, a RCS por ave/ insecto pode ser estimada por

(dBsm = dB/m2)

onde Wb Ă© o peso por indivĂ­duo em gramas. Este valor pode depender da frequĂȘncia (ex: pombo, na banda

S, ~ -26 dBsm e na banda X ~ -27 dBsm).

Outro exemplo Ă© o “chaff” que tem RCS mĂĄxima quando os dipolos tĂȘm meio comprimento de onda.

Neste caso pode estimar-se

Onde ND Ă© o nĂșmero de dipolos num volume de resolução

Radar – IST – A. Moreira 24

bdBsmb Wlog8.546)( +-»s

Dchaff N215.0 ls »

Page 25: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Clutter de volume

O clutter de meteorolĂłgico ou de chuva Ă© mais fĂĄcil de suprimir que o de “chaff”. Em primeira

aproximação as gotas de ågua podem ser consideradas esféricas e pode usar-se a a teoria de Rayleigh para

estimar a RCS das partículas refletoras. Sem considerar o índice de refração no meio, a RCS pode ser

estimada por

onde k=2π/λ, e r Ă© o raio das partĂ­culas. Note-se que quando a polarização incidente Ă© circular (direita/

esquerda) a onda refletida Ă© circular, mas de sentido contrĂĄrio (esquerda, direita)

Definindo, η, RCS por unidade de volume de resolução VW

N Ă© o nĂșmero total de refletores

Radar – IST – A. Moreira 25

ïżœ = 9⇡r2 (kr)4 (r << ïżœ)

Ă„=

=N

ii 1sh

Page 26: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Clutter de volume

A RCS total devida a um volume V Ă© entĂŁo

Num volume de resolução com um feixe de secção como ilustrado na figura

!" ≈ $%$&'()*/2

Se o feixe tiver secção elíptica, será !" ≈ -. $%$&'

()*

Ξa , largura de feixe em azimute, Ξe, em elevação

Radar – IST – A. Moreira 26

Ă„=

=N

WiWi

V1ss

Page 27: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Clutter de volume

Considerando agora a propagação num meio com índice de refração m, para a partícula i,

onde

e Di Ă© o diĂąmetro da partĂ­cula i, por exemplo

para ĂĄgua

e para gelo

entĂŁo

onde Z Ă© definido por (habitualmente expresso em mm6/m3 )

Radar – IST – A. Moreira 27

624

5

ii DKlps »

2

2

22

21

+-

=mmK

64

5

930 ii D.lps »

64

5

20 ii D.lps »

ZK 24

5

lph =

Ă„=

=N

iiDZ1

6

Page 28: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Equação do radar para clutter de volume

A potĂȘncia recebida de um alvo Ă© dada por

A potĂȘncia do clutter de volume Ă©

Substituindo os resultados anteriores vem (feixe com secção elíptica)

A relação S/C vem então dada por

Radar – IST – A. Moreira 28

43

22

4 R)(GPS tt

t psl

=

43

22

4 R)(GPS Wt

W psl

=

Ă„=

=N

iiea

tW cR

R)(GPS

1

243

22

84stqqp

pl

Ă„=

= N

iiea

tV

Rc)C/S(

1

2

8

stqpq

s

Page 29: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

FlutuaçÔes internas do clutter

Radar – IST – A. Moreira 29

As fontes com movimento de translação ou oscilação originam flutuaçÔes internas do clutter:

ex - ĂĄrvores/ ramagem e vegetação em geral - oscilaçÔes dependendo das caraterĂ­sticas do ventomar: translação variĂĄvel em amplitude e faseChuva: translação e oscilaçÔes dependendo das condiçÔes de turbulĂȘncia atmosfĂ©ricas

As flutuaçÔes originam espalhamento do espectro.Quanto mais espalhamento, menos efetivo é o cancelamento do clutter

Page 30: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

FlutuaçÔes do clutter, espalhamento do espectro

Radar – IST – A. Moreira 30

Chuva (4)“Chaff”(5)

Eco de mar/Vento forte (3)Encostas arborizadas /vento a 20 mph (1)

Montes arborizados esparsos, vento fraco (2)

Page 31: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Espectro do clutter

Idealmente o espectro do clutter estacionårio (zero Doppler) pode ser representado por uma função delta.

Contudo, nem sempre o clutter Ă© estacionĂĄrio, por exemplo devido a vento ou ao movimento de

exploração angular da antena.

Espectro de potĂȘncia do clutter pode ser decomposto numa componente estacionĂĄria e numa “random”,

em muitos caso modelada por uma distribuição gaussiana. Denotando a razĂŁo entre a potĂȘncia random e a

fixa por W2, a densidade espectral de potĂȘncia do clutter pode ser descrita por

Dado que a maior parte da potĂȘncia estĂĄ concentrada em torno da frequĂȘncia nula (estacionĂĄria), o modelo

do clutter pode muitas vezes ser simplificado para

onde Pc Ă© a potĂȘncia total do clutter

Radar – IST – A. Moreira 31

( )Ă·Ă·Ăž

öççÚ

ĂŠ --

++Ă·Ă·

Ăž

öççÚ

ĂŠ+

= 2

20

220

02

2

0 2211 ff

cffexp

)W()f(

WW)f(S

spssds

( )Ă·Ă·Ăž

öççÚ

ĂŠ --= 2

20

2 22 ff

cc

ffexpP)f(Ssps

Page 32: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Exemplo de um espectro de clutter

Radar – IST – A. Moreira 32

Page 33: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Radar – IST – A. Moreira 33

Atenuação do clutterAdmitindo por hipótese que o clutter tem uma densidade espectral representada por

ou

Obtém-se para a relação entre a amplitude do clutter sem e após filtragem, também designada por atenuação do clutter,

2

0

0

2

22

2

2

80

20

/m/s em espectro do padrĂŁo desvio/c

)f(eS)f(S

Hertz em espectro do padrĂŁo desvio/c)f(eS)f(S

cv

v

f

c

f

v

c

lsss

s

sl

s

==

Âł=

=Âł=

-

-

ĂČĂČ

„

„

=

0

20

df)f(H)f(S

df)f(SAC

Page 34: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Atenuação do clutter

No caso de um cancelador simples

No caso de um cancelador duplo

Radar – IST – A. Moreira 34

1>>AC

Nota: aproximação vĂĄlida se !" â‰Ș $%

AC =S0e

− f2

2σ c df0

∞

∫S0e

− f2

2σ c 4sin2 π fTp( )df0

∞

∫= 0.5

1− e−2π2Tp2σ c2

≈f p2

4π 2σ c2 =

f p2λ 2

16π 2σ v2

AC =S0e

− f2

2σ c df0

∞

∫S0e

− f2

2σ c16sin4 π fTp( )df0

∞

∫≈

f p4

48π 4σ c4 =

f p4λ 4

768π 4σ v4

Page 35: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Radar – IST – A. Moreira 35

Fator de melhoriaDefine-se fator de melhoria do processamento MTI pela razĂŁo entre a relação sinal/ clutterapĂłs e antes da filtragem do clutter; como o sinal detetado tambĂ©m Ă© afetado pela filtragem,toma-se como referĂȘncia o valor mĂ©dio sobre uma distribuição de velocidade radial(aproximação/ afastamento) uniforme na gama de interesse.

No caso de um cancelador simples

No caso de um cancelador duplo

I =SCR( )0

SCR( )i

⎡

⎣⎱⎱

⎀

⎊⎄⎄

fd

=Ci

C0

×S0

Si

⎛

⎝⎜⎞

⎠⎟ fd

= AC × ganho⎡⎣ ⎀⎊ onde [...] se refere ao valor mĂ©dio sobre fd

22

2

22 821

)f/()f/(I

pvpc spl

sp=»

44

4

44 12881

)f/()f/(I

pvpc spl

sp=»

Page 36: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

CaraterĂ­sticas de um filtro MTI

Radar – IST – A. Moreira 36

Um filtro MTI ideal deveria rejeitar o clutter dc e os mĂșltiplos de PRF mas ter uma caraterĂ­stica plana (flat) em todas as restantes frequĂȘncias da banda.

A possibilidade de formatar a resposta de frequĂȘncia depende em grande parte do nĂșmero de impulsos a processar; mais impulsos maior flexibilidade no desenho do filtro.

Infelizmente o nĂșmero de impulsos Ă© limitado pela velocidade de varrimento e largura do feixe da antena. AlĂ©m disso os n-1 primeiros impulsos de um cancelador de n impulsos nĂŁo dĂŁo resposta Ăștil na saĂ­da.

Page 37: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Filtros transversais (nĂŁo-recursivos)

Radar – IST – A. Moreira 37

Os canceladores simples e duplos podem nĂŁo garantir a resposta mais adequada para a filtragem MTI. Podem desenhar-se outros filtros de resposta finita (FIR) com outras funçÔes de transferĂȘncia.

Forma canĂłnica de filtros de resposta finita

w1 w2 w3 w4 w... w.. w.. wN

SOMADOR

Atraso T1


 Atraso TN-1

Atraso T2

Atraso T3


 
input

output

Page 38: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Radar – IST – A. Moreira 38

Filtros recursivos com “feed-back” e “feed-forward”

Configuração canónica

Uma forma mais geral de filtros com malhas de atraso consiste na utilização loops de feed-back e de feed-forward. Estes filtros recursivos (IIR – Infinite Impulse Response) tĂȘm a seguinte configuração canĂłnica

Page 39: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Exemplo de filtro recursivo

Radar – IST – A. Moreira 39

Usando a transformada Z

c/ z = e j2π f T

1

1

11)( -

-

--

=KzzzH)2cos(21 Tfzz p=+ - ( )

fTKKfTeH fTj

ppp

2cos2)1()2cos1(2

222

-+-

=

y(t) = x(t) – (1 – K)w(t) v(t) = y(t) + w(t) w(t) = v(t – T)

Y(z) = X(z) – (1 – K)W(z) V(z) = Y(z) + W(z) W(z) = z–1V(z)

Page 40: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Exemplo de filtro recursivo

Radar – IST – A. Moreira 40

Neste exemplo de filtro comparam-se as respostas de amplitude, na frequĂȘncia, para diferentes valores de K. Para K=0 reduz-se a um filtro cancelador simples; para outros valores de K a resposta pode ser mais aplanada, mas note-se que para evitar oscilaçÔes temporais o nĂșmero de impulsos a processar deve ser da ordem de (1-K)-1, o que para K=0.9 corresponde a 10 impulsos.

Page 41: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Radar – IST – A. Moreira 41

Exemplo de filtro recursivo

Exemplo de realização de um filtro de Chebyshev com 0.5 dB de ripple na banda passante

Função de transferĂȘncia

Page 42: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Banco de Filtros Doppler

‱ Utilizados para separar diferentes alvos‱ Melhorar a relação sinal/ ruído, aumentando a

sensibilidade da deteção‱ Determinação da velocidade radial (com

ambiguidade)‱ Alternativa analógica ao uso de FFT

Radar – IST – A. Moreira 42

Page 43: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Banco de Filtros Dopplerex: filtro transversal com 8 elementos de atraso

Radar – IST – A. Moreira 43

ïżœPesosïżœ multiplicativos:

w w w w w w w w

SOMADOR

z-1 z-1 z-1z-1 z-1 z-1 z-1

[ ]Nkijik ew /)1(2 --= p

i= 1,2,3
 N e k ∈[0, N-1]

Page 44: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Banco de Filtros Doppler

Radar – IST – A. Moreira 44

‱ Consiste em N (geralmente 8) filtros transversais com coeficientes

‱ Resposta impulsiva do filtro “k”

‱ Função de transferĂȘncia do filtro “k”

)N...(,kN...,iN/k)i(j

k,i ew 1102112

-==-= p

N/k)i(jN

ipk e]T)i(t[)t(h 12

11 -

=Ă„ --= pd

)N/kfT)(i(jN

ik

pe)f(H ---

=Ă„= 12

1

p

Page 45: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Banco de Filtros Doppler

Radar – IST – A. Moreira 45

‱ Função de transferĂȘncia

‱ Um algoritmo de seleção do output de maior intensidade nos filtros contíguos permite uma determinação da velocidade aproximada do alvo detetado.

)]N/kfT(sin[)]N/kfT(Nsin[

e)f(H

p

p

)N/kfT)(i(jN

ik

p

--

=

= ---

=Ă„

pp

p 12

1

Page 46: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Exemplo: N=8, filtro k=3

Radar – IST – A. Moreira 46

Page 47: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Radar – IST – A. Moreira 47

Processamento digital

‱A utilização de deteção em quadratura permite eliminar o problema das fases cegas, que pode ocorrer quando o desvio Doppler Ă© metade da frequĂȘncia de repetição. ‱ A deteção em quadratura nĂŁo foi utilizada em processadores analĂłgicos pela dificuldade em realizar linhas de atraso que garantissem desvios de fase nulos

Processamento digital MTI

Canal em quadratura

I, canal em fase

Q, canal em quadratura

Page 48: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

LimitaçÔes do processamento MTI

Radar – IST – A. Moreira 48

‱ Modulação de scanning da antena‱ Flutuação interna do clutter

‱ Instabilidades no equipamento

– Valores indicativos para a atenuação do clutter‱ FrequĂȘncia do transmissor‱ FrequĂȘncia dos osciladores (coho e stalo)

‱ Fase do transmissor

‱ Locking de fase‱ Temporização dos impulsos

‱ Largura dos impulsos

‱ Amplitude dos impulsos

‱ Processamento digital‱ Erro de quantização

‱ Combinação de efeitos

2)( -tDp2)T2( -Dp22 )/(DF46 )/(DFttDt B2)( 22

ttDt B)( 22

2)A/A( D

[ ]dB.)(logI NQ 7501220 10 -»

Cancelador simples

Cancelador duplo

44

4

22

2

42

)/(128)/(8

26.072.0

pvc

pvc

BaBa

fI

fI

nI nI

spl

spl

»»

»»

duplo Cancelador simples Cancelador

N21f I1

I1

I1

I1

+++= !

Page 49: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Radar – IST – A. Moreira 49

MTD – “Moving Target Detector”

Notas: o processador MTD original foi desenhado para a banda S (2.7-2.9 GHz) com duração de impulsos de 0.6”s, 1.35Âș de largura

de feixe azimutal, wrpm de 12.8, PRF de 1040pps e potĂȘncia mĂ©dia de 875 W. Usava uma implementação FFT de um banco de filtros

Doppler, PRF alternados para eliminar velocidades cegas, limiar adaptativo (para implementar CFAR - “constant false alarm ratio”) e

um mapa de clutter. Cobria 47.5 mi, discretizadas em 1/16 mi e (Ÿ)Âș em azimute (~metade da largura de feixe) e analisava 10

impulsos transmitidos com o mesmo PRF. O mapa de clutter era refrescado em cada varrimento e mantinha informação acumulada de

10 a 20 varrimentos anteriores. Com este mapa era possível estabelecer os limiares de deteção em cada célula, e também fornecer a

informação necessåria para seguir alvos com trajetória perpendicular à linha de observação.

Page 50: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Processador MTD – caraterísticas típicas

Radar – IST – A. Moreira 50

Utilização em radares ASR (Airport Surveillance Radar)

‱Banda S (2.7 – 2.9 GHz)

‱ τ ~1 ”s

‱ ΞB ~1.4Âș

‱ ωrpm ~12.5 – 15

‱PRF 700 – 1200

‱Pav 400 – 600 W

Filtro clutter : cancelador de 3 impulsos (1ÂȘ geração MTD)

cancelador de 2 impulsos (2ÂȘ e 3ÂȘ geração)

Filtro Doppler: banco de (8) filtros [8 impulsos* ;1ÂȘ e 2ÂȘ geração

2 perĂ­odos de 8 e 10 impulsos; 3ÂȘ geração]

Algoritmos CFAR

STC (sensitive time control, 3ÂȘ geração)

(S/C)o/(S/C)i 45 dB

CĂ©lulas 1/16 mi (atĂ© 47.5 mi); (Ÿ)Âș; 365000 cĂ©lulas

PRF duplo alternado (diferem de 20%)

Filtro de velocidade 0; mapa de clutter

10 – 20 scans para estabelecer o nível de clutter

Ajuste de limiar por célula

* 10 impulsos para implementar o algoritmo FFT com os filtros Doppler

Page 51: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Radar – IST – A. Moreira 51

Após a filtragem pelo banco de filtros Doppler os outputs são pesados para reduzir o efeito dos “lóbulos” laterais

Os outputs dos filtros sĂŁo alterados pesando 25% do output dos filtros adjacentes.

Processador MTD

Page 52: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Utilização de PRF duplo Ex: distinguir alvos afetado pelo “fold-over” com dois PRF

Radar – IST – A. Moreira 52

deteção de uma aeronave numa cĂ©lula de chuva usando 2 PRFs e filtros Doppler ilustrando a visibilidade da aeronave com PRF 1 devido ao Doppler “fold-over” sendo invisĂ­vel por sobreposição da chuva para PRF 2

Page 53: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

MTI em plataforma móvel AMTI – Airborne Moving Target IndicatorGMTI – Ground Moving Target Indicator

Radar – IST – A. Moreira 53

- os alvos fixos (clutter) originam efeito Doppler

-o espectro Doppler exibe alargamento

qlcosv2

fd =

qDql

D

qdl

d

ÂŽ=

=

sinv2

f

)(cosv2

)f(

d

d

qv

v cos q

Page 54: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

AMTI – Airborne Moving Target Indicator

Radar – IST – A. Moreira 54

‱ Compensação do “Clutter Doppler Shift”

TĂ©cnica: TACCAR – “time averaged clutter coherent airborne radar”

‱ Compensação do alargamento do espectro

TĂ©cnica: DPCA – “displaced phase center antenna”

‱ Compensação por processamento adaptativo no espaço e no tempo

TĂ©cnica: STAP – “space-time adaptive processing”. O melhor mĂ©todo, permite redução superior do clutter, mas mais exigente do ponto de vista do processamento

qlcosv2

fd =

qql

D sinv2f Bd =

Page 55: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

GMTI – Ground Moving Target Indicator

Radar – IST – A. Moreira 55

Utilização de radar Doppler MTI para distinguir entre alvos móveis e clutter de superfície

Torna possĂ­vel detetar, localizar e seguir veĂ­culos numa grande ĂĄrea mesmo que em movimento lento Ă  superfĂ­cie ou sobre o mar.

Page 56: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

PulseDoppler de impulsos

‱ Os radares Doppler de impulsos podem ser de PRF mĂ©dio ou de PRFmuito elevado

‱ O princĂ­pio de funcionamento Ă© semelhante ao do processamento MTI,mas utilizando PRF’s mais elevados, com o consequente aumento deambiguidades no domĂ­nio da frequĂȘncia (Doppler - velocidades cegas)

‱ Um radar Doppler de impulsos recebe em geral mais clutter do que umradar MTI, pelo que requer fatores de melhoria mais elevados para umfuncionamento satisfatório.

Radar – IST – A. Moreira 56

Page 57: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Radar Doppler de impulsos em plataforma aérea

Radar – IST – A. Moreira 57

Lobo principal

Retorno de altitudeAlvo em

observação

outras direçÔes

Radar Doppler de impulsos Ă© utilizado em plataformas aĂ©reas como, por exemplo, nos sistemas AWACS – Airborne Warning and Control Systems

Na figura ilustra-se o lobo principal, os lobos secundĂĄrios, e o retorno de clutter do solo

Page 58: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Radar Doppler de impulsos de PRF elevado em plataforma aérea - espectro de transmissão

Radar – IST – A. Moreira 58

Espectro de uma sequĂȘncia periĂłdica de impulsos, com prf elevado ( 1/τ » fp)

‱ O espectro estĂĄ centrado na frequĂȘncia do oscilador, e estĂĄ concentrado essencialmente numa banda de largura 2/τ

‱o espectro Ă© constituĂ­do por riscas separadas pela frequĂȘncia de repetição de impulsos fp

f0

fp

f0+1/tf0 -1/t

2/t

f

Page 59: Processamento MTI Moving target indicator - ULisboa

Radar Doppler de impulsos de PRF elevado em plataforma aérea - espectro na receção

Radar – IST – A. Moreira 59

f0 f0+fclp f0+fdf0+2v/l

f0-2v/l f0+fpf0 - fp

Retorno de altitude

Clutter do lobo principal

Retorno do alvo

Clutter dos lobos laterais

0f

clpfdf l/2v

pf

frequĂȘncia de transmissĂŁo

desvio Doppler devido ao alvo (velocidade relativa radar/ alvo)

frequĂȘncia de repetição

espalhamento do clutter dos lobos laterais

v velocidade da plataforma relativa ao solo

clutter do lobo principal

Nota: fp muito elevado permite a separação das componentes espectrais identificadas na figura