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PROCESSO DO TRABALHO Apresente e explique todos os princípios que foram objeto de estudo na presente aula, com a indicação de dispositivos legais e Súmulas do TST, se for o caso. Princípios gerais: Devido processo legal - garantia constitucional, por meio da qual se assegura a qualquer acusado o direito de se defender. CF/88, art. 5º, incisos XXXV, LIV, XXXVII, LIII, LX, LXXIV.b) nas Lei 1.060/50 e 5.584/70.c) no CPC, arts. 125, I (igualdade de tratamento das partes), 214 (citação inicial do réu como condição de validade do processo), 264 (proibição de alteração do pedido após a citação do réu, com exceções), 321 (proibição de alteração do pedido, na revelia), 326 (prazo ao autor, na hipótese de alegação de fato impeditivo, modificativo ou extintivo de seu direito); 327 (oitiva do autor, se argüidas preliminares). d) na CLT, art. 841 (notificação inicial ao reclamado), art. 847 (oportunidade de defesa) e art. 850 (razões finais), além de outros. Contraditório - assegura às partes igualdade de tratamento no processo, necessidade de citação inicial do réu como condição de validade do processo, proibição de alteração do pedido após a citação do réu (há exceções), direito de ser intimado da juntada de qualquer documento, oitiva de testemunhas, prazo de recurso etc. Ampla defesa - consiste no direito de merecer o mesmo tratamento no processo, com iguais prazos e de produzir todas as provas legais, com a mesma intensidade e amplitude. Publicidade - Destina-se a dar completa transparência ao processo, às audiências e às sentenças. Excepcionam-se os processos que correm em segredo de justiça 1) Constituição, art. 5º, LX e art. 93, 1ª parte. 2) CPC, arts. 155 e 444. 3) na CLT, arts. 770, 813 e 834. Juiz natural - Deve entender-se o direito de ser submetido a julgamento por um juiz investido de jurisdição pelo Estado e não por um juízo de exceção, constituído para aquele caso em concreto, na Constituição, art. 5º, XXXVII e LIII. Gratuidade - O processo deve ser, sempre que possível, gratuito, ou, no mínimo, acessível a todos; impedir o acesso do menos favorecido ao Judiciário, em razão de custas exorbitantes, é denegar-lhe justiça. 1) Na Constituição, art. 5º, LXXIV. 2) Leis nº. 1.060/50 e 5.584/70.3) CLT, art. 822. Inafastabilidade do Judiciário - Detendo, o Estado, o monopólio da jurisdição, nenhuma lei pode excluir do Judiciário lesão ou ameaça de lesão. na Constituição, art. 5º, XXXV. Livre convencimento - Significa que o juiz poderá apreciar livremente as provas, não ficando adstrito a nenhuma delas; deverá, contudo, fundamentar as razões de seu convencimento. 1) CPC, arts. 335, 340, 342, 355, 359, 382 e 386, 418, 427 e 436.2) CLT, arts. 456, 818, 829, 830, 844. Lealdade e boa-fé - Presume que as partes ajam com lealdade entre si e para com o Juiz, não demandando pretensões infundadas, não produzindo provas desnecessárias e não interpondo recursos despropositados. Boa-fé significa que todos os sujeitos processuais (inclusive o juiz e os auxiliares de justiça) devem agir lealmente para alcançar seus propósitos comuns: No CPC, arts. 14, I, II, III, IV; 15 a 18, 31 (lealdade das partes), 144 (auxiliares de justiça), 147 (peritos), 153 (intérpretes). Economia - Significa que os atos processuais devem ser praticados da forma menos onerosa possível e com o maior grau de eficácia. Imparcialidade - Significa que só haverá lisura na entrega da prestação jurisdicional se estiver diante de um juiz descomprometido com a causa e com as partes, isto é, um juiz isento, insuspeito, imparcial. No CPC, arts. 125 a 137. Na CLT, art. 801.

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PROCESSO DO TRABALHO Apresente e explique todos os princípios que foram objeto de estudo na presente aula, com a indicação de dispositivos legais e Súmulas do TST, se for o caso. Princípios gerais: Devido processo legal - garantia constitucional, por meio da qual se assegura a qualquer acusado o direito de se defender. CF/88, art. 5º, incisos XXXV, LIV, XXXVII, LIII, LX, LXXIV.b) nas Lei 1.060/50 e 5.584/70.c) no CPC, arts. 125, I (igualdade de tratamento das partes), 214 (citação inicial do réu como condição de validade do processo), 264 (proibição de alteração do pedido após a citação do réu, com exceções), 321 (proibição de alteração do pedido, na revelia), 326 (prazo ao autor, na hipótese de alegação de fato impeditivo, modificativo ou extintivo de seu direito); 327 (oitiva do autor, se argüidas preliminares). d) na CLT, art. 841 (notificação inicial ao reclamado), art. 847 (oportunidade de defesa) e art. 850 (razões finais), além de outros. Contraditório - assegura às partes igualdade de tratamento no processo, necessidade de citação inicial do réu como condição de validade do processo, proibição de alteração do pedido após a citação do réu (há exceções), direito de ser intimado da juntada de qualquer documento, oitiva de testemunhas, prazo de recurso etc. Ampla defesa - consiste no direito de merecer o mesmo tratamento no processo, com iguais prazos e de produzir todas as provas legais, com a mesma intensidade e amplitude. Publicidade - Destina-se a dar completa transparência ao processo, às audiências e às sentenças. Excepcionam-se os processos que correm em segredo de justiça 1) Constituição, art. 5º, LX e art. 93, 1ª parte. 2) CPC, arts. 155 e 444. 3) na CLT, arts. 770, 813 e 834. Juiz natural - Deve entender-se o direito de ser submetido a julgamento por um juiz investido de jurisdição pelo Estado e não por um juízo de exceção, constituído para aquele caso em concreto, na Constituição, art. 5º, XXXVII e LIII. Gratuidade - O processo deve ser, sempre que possível, gratuito, ou, no mínimo, acessível a todos; impedir o acesso do menos favorecido ao Judiciário, em razão de custas exorbitantes, é denegar-lhe justiça. 1) Na Constituição, art. 5º, LXXIV. 2) Leis nº. 1.060/50 e 5.584/70.3) CLT, art. 822. Inafastabilidade do Judiciário - Detendo, o Estado, o monopólio da jurisdição, nenhuma lei pode excluir do Judiciário lesão ou ameaça de lesão. na Constituição, art. 5º, XXXV. Livre convencimento - Significa que o juiz poderá apreciar livremente as provas, não ficando adstrito a nenhuma delas; deverá, contudo, fundamentar as razões de seu convencimento. 1) CPC, arts. 335, 340, 342, 355, 359, 382 e 386, 418, 427 e 436.2) CLT, arts. 456, 818, 829, 830, 844. Lealdade e boa-fé - Presume que as partes ajam com lealdade entre si e para com o Juiz, não demandando pretensões infundadas, não produzindo provas desnecessárias e não interpondo recursos despropositados. Boa-fé significa que todos os sujeitos processuais (inclusive o juiz e os auxiliares de justiça) devem agir lealmente para alcançar seus propósitos comuns: No CPC, arts. 14, I, II, III, IV; 15 a 18, 31 (lealdade das partes), 144 (auxiliares de justiça), 147 (peritos), 153 (intérpretes). Economia - Significa que os atos processuais devem ser praticados da forma menos onerosa possível e com o maior grau de eficácia. Imparcialidade - Significa que só haverá lisura na entrega da prestação jurisdicional se estiver diante de um juiz descomprometido com a causa e com as partes, isto é, um juiz isento, insuspeito, imparcial. No CPC, arts. 125 a 137. Na CLT, art. 801.

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Preclusão - O processo é um andar para frente. Os atos processuais devem ser praticados no tempo, lugar, forma e modo definidos em lei. A parte que não praticar o ato processual que lhe incumbe incorre em preclusão, que pode ser lógica ou temporal; lógica é a preclusão em que incorre a parte quando pratica um ato e, num momento processual seguinte, manifesta a intenção de praticar outro com ele incompatível; temporal é a preclusão em que incorre a parte que deixa de praticar um ato no prazo definido em lei ou pelo juiz. no CPC, arts. 245, 300, 302, 357 c/c 359, 516. Na CLT, art. 795. Eventualidade - Significa que os atos processuais devem ser praticados de forma concentrada, isto é, de uma só vez, de sorte que a economia processual não seja comprometida e o processo não se alongue além do necessário. no CPC, arts. 245, 300, 302, 357 c/c 359, 516. na CLT, art. 795. Dispositivo - A jurisdição é inerte e demanda provocação da parte interessada; uma vez provocada, prevalece o impulso oficial. O processo começa com a ação, de iniciativa da parte O sistema brasileiro é o dispositivo (CPC, 333 e 355), com mitigação. no CPC, arts. 130 e 131 (livre convencimento racional), art. 262 (processo começa com a iniciativa das partes e desenvolve-se com impulso oficial), art. 335 (se não houver normas jurídicas particulares, o juiz aplicará as regras de experiência comum e regras de experiência técnica), art. 342 (o juiz pode, de ofício, em qualquer momento do processo, determinar o comparecimento pessoal das partes, para interrogatório), art. 381 (o juiz pode ordenar, de ofício, a exibição de livros e documentos), art. 417 (pode ordenar inquirição de testemunhas referidas), art. 440 (pode inspecionar pessoas e coisas). O Direito do Trabalho e o Processual do Trabalho brasileiro são dispositivos, mas é intenso o caráter inquisitório de ambos. No direito do trabalho há duas exceções: Quanto ao ajuizamento da ação: dissídio coletivo instaurado de ofício; reclamação trabalhista instaurada de ofício, quando o empregador, na DRT, nega a relação de emprego (CLT, 39); Quanto ao procedimento: a) CLT, arts. 765; 856 e 878; b) Lei nº. 5584/70, art. 4º (impulso de ofício); c) chamamento ao processo CLT, art. 2º, § 2º)d) sucessão (CLT, 10 e 448); e) empreitada (CLT, 455)f) execução de ofício (CLT, 878). Inquisitoriedade - Significa que a despeito de o processo ser marcado pela dispositividade, o juiz pode, em busca da verdade real, afastar-se dessa dispositividade, até a inquisitoriedade, determinando prova que nem mesmo tenham sido pretendidas pelas partes. no CPC, arts. 130 e 440. na CLT, arts. 39, § 1º, 765, 795, § 1º, 820, 827, 848 etc. Imediatidade ou imediação - Significa que o juiz mais habilitado a julgar a causa é aquele que tomou contato mais íntimo com as partes e as provas, isto é, aquele que presidiu a instrução. Daí o princípio da identidade física do juiz com o processo, de tal sorte que o juiz que iniciou o processo só não o sentenciará ser for transferido, promovido, aposentar-se ou morrer. Não se aplica à Justiça do Trabalho. Conciliação - A conciliação é obrigatória no processo do trabalho (CLT, art. 764). Não havendo pelo menos duas propostas de conciliação, a sentença será nula. A Lei nº. 9.022, de 5/4/95 alterou os arts. 764 847 e 850 da CLT. Pelo art. 847 a 1ª proposta conciliatória deveria ser feita após a defesa do reclamado; pelo art. 850, assim que terminada a instrução. Com a Lei nº. 9.022/95 a 1ª proposta de conciliação deverá ser feita antes da defesa. CLT, arts. 764, §'s 1º, 2º e 3º, 847 e 850, Lei nº. 9.022/95. Non reformatio in pejus - Significa que os Tribunais só podem apreciar a matéria que lhes foi devolvida no recurso; nunca poderão reformar a decisão para prejudicar o recorrente (non reformatio in pejus). Duplo grau de jurisdição - em tese, assegura-se a todo vencido o direito de ver reexaminada a sentença de mérito de 1ª instância, por um Tribunal, desde que satisfeitos certos requisitos de prazo, forma, depósito prévio, encargos de sucumbência. A Lei nº. 5584/70, ainda em vigor, estabeleceu que nenhuma sentença caberá de decisão cujo valor da causa seja inferior a dois salários mínimos.) No CPC, arts. 475 e 515.) Na CLT, arts. 893 e seguintes. Eventualidade - Significa que toda a defesa da parte (processual e mérito) deve ser feita num único momento. No CPC, arts. 297, 299, 300, 301, 302 e 303. PRINCIPIOS SINGULARES

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Irrenunciabilidade - Visa tutelar o direito dos trabalhadores para que não sejam diminuídos ou suprimidos. Limita a autonomia da vontade. Fundamenta-se no princípio de que trabalho É UM DIREITO FUNDAMENTAL, não pode ser ressarcido. Privilegia o fato de que as normas trabalhistas são imperativas e, na sua maioria, de ordem pública. Os direitos trabalhistas compõem um estatuto mínimo abaixo do qual as partes não podem transigir; a irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas é regra; a renunciabilidade, exceção. Na CLT, arts. 9º e 444. Ultrapetição da sentença - Em alguns casos, e exatamente porque admite o juspostulandi, a sentença trabalhista pode conceder além do pedido. Caso típico é aquele em que o empregado reclama verbas rescisórias que decorrem de uma relação de emprego que não é reconhecida pelo empregador. Nesse caso, reconhecida por sentença a relação de emprego, o juiz pode condenar a empresa, de ofício, a anotar a CTPS do empregado; ainda que não tenha sido pedida a dobra das verbas salariais incontroversas, o juiz poderá determiná-la na sentença, ante o comando imperativo do art. 467 da CLT. Ver, também, os arts. 484 e 496 da CLT. Jus postulandi - Significa que, na Justiça do Trabalho, as partes podem litigar pessoalmente, sem patrocínio de advogados. O art. 133 da CF/88 não revogou a CLT. O TST já se pronunciou sobre o assunto, firmando esse entendimento. na CLT, arts. 791,839, a, 840 e 846. Oralidade - prevalência da palavra como meio de expressão. A oralidade pressupõe outro princípio: imediação ou imediatidade, isto é, o contato direto do juiz com as partes e com as provas. No direito comum, a aplicação desse princípio impõe a identidade física do juiz, isto é, determina que o juiz que haja presidido à instrução, isto é, assistido a produção das provas, em contato pessoal com as partes, testemunhas, peritos julgue a causa. As impressões colhidas pelo juiz no contato direto com as partes, provas e fatos são elementos decisivos no julgamento. Na CLT, art. 840, § 2º, 846, 848 e 850. Pagamento imediato das parcelas salariais incontrov ersas - Impõe pesados encargos ao empregador que protela pagamento de verbas salariais incontroversas. O art. 467 da CLT manda pagar em dobro as verbas salariais incontroversas. Lembrem-se: não é qualquer verba que se pode dobrar; apenas as de natureza jurídica salarial e, mesmo assim, se incontroversas. Aviso prévio, férias, 13º salário, FGTS, vale-transporte, seguro-desemprego, horas extras não têm natureza salarial, e, portanto, não se dobram. na CLT, art. 467. Irrecorribilidade das interlocutórias - visa impedir, tanto quanto possível, interrupções da marcha processual; motivadas por recursos opostos pelas partes das decisões do juiz. A matéria fica imune à preclusão, sendo apreciada depois, pelo Tribunal. Atende ao princípio da celeridade processual. Na CLT, arts. 799, § 2º e 893, § 1º. Sentenças de alçada - O § 4º do art. 2º da Lei nº. 5584/70 estabelece que nenhum recurso cabe de sentença a cuja inicial se tenha dado valor de causa inferior a dois salários mínimos. O STF já disse que a Lei nº. 5584/70 é constitucional. Concentração - Significa que toda a instrução deve resumir-se a um número mínimo de audiências; se possível, a uma. na CLT, art. 845 a 851. Celeridade - Significa que todos os sujeitos processuais (partes, advogado, juízes, auxiliares, perito, intérprete, testemunhas etc.) devem agir de modo a que se chegue rapidamente ao deslinde da controvérsia com o menor dispêndio de atos, energia e custo e com o maior grau de justiça e de segurança na entrega da prestação jurisdicional. na CLT,arts. 765 768 (nos casos de falência) e 843 a 852. Apresente um costume processual aplicado corriqueir amente na hipótese de inconformismo do advogado em relação a decisões interlocutórias apon tando a sua finalidade. Suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal Explique de forma fundamentada a Organização da Jus tiça do Trabalho, apresentando as hipóteses de competência originária e recursal da cada órgão jur isdicional.

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VARAS DO TRABALHO – A jurisdição da vara do trabalho abrange um ou mais municípios. Cada vara compõe-se de um juiz do trabalho titular e um juiz do trabalho substituto (em tese. Geralmente isso de fato não ocorre). Compete às Varas do trabalho conciliar e julgar, em linhas gerais, os dissídios individuais oriundos das relações de trabalho. Os juízes do trabalho ingressam na magistratura como juízes substitutos (art. 654 da CLT) após aprovação em concurso público de provas e títulos realizado pelo Tribunal Regional do Trabalho da região respectiva.Art. 112 da CF – redação nova EC 45/2004 dispõe que a “lei criará varas da justiça do trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho”.

Juízes de Direito: Nas comarcas não abrangidas pela jurisdição da Vara do Trabalho, será atribuída competência à Juízes de Direito, com recurso ao TRT.

TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO - estão divididos por regiões. A título de exemplo o Estado de São Paulo, possui dois TRTs (única hipótese da Federação), o TRT da 2ª Região com sede na Capital e o TRT da 15ª Região com sede em Campinas. Existem vários TRTs com competência para mais de um Estado da Federação,

Os Magistrados dos tribunais serão juízes do trabalho escolhidos e nomeados pelo Presidente da República por promoção, alternadamente, por antigüidade e merecimento.

Composição : No mínimo de 7 juízes (quando possível na respectiva região) dentre brasileiros com mais de 30 (trinta) e menos de 65 (sessenta e cinco) anos.

Um quinto dentre os Advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 (dez) de exercício. (leitura dos artigos 94 e 115 da CF).

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – sede na Capital da República e jurisdição em todo o território nacional é a instância superior da Justiça do Trabalho.

Composição: 27 ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 anos e menos de 65, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação por maioria absoluta do Senado Federal, sendo um quinto dentre Advogados com mais de 10 anos de carreira profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de exercício. Os demais serão Juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior do Trabalho.

Funcionarão junto ao TST: Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho; o Conselho Superior da Justiça do Trabalho.

ÓRGÃOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DO TRABALHO – secretaria, distribuidor e a contadoria. Secretaria – Diferentemente de como se utiliza na justiça comum, na Vara do trabalho usa-se a denominação de secretaria e não cartório. A Vara do Trabalho possui uma secretaria que, recebe petições, faz autuações e demais serviços determinados pelo Juiz (art. 711 da CLT) Diretor de Secretaria: dirige a secretaria preparando os despachos para o juiz, cumprindo as determinações deste. (art. 712 da CLT). Nos Tribunais Regionais também terão secretarias, dirigidas por um secretário. (art. 718 da CLT) O secretário, exercerá a mesma função que exerce o diretor da secretaria da Vara, além de mandar os processos a conclusão do juiz presidente e da organização e manutenção de um fichário de jurisprudência do tribunal para consulta dos interessados. Oficiais de Justiça: desempenha os atos determinados pelo Juiz da vara do Trabalho. Regra geral, fazem as citações nas execuções, mas podem também notificar testemunhas, traze-las à Juízo, ou fazer as citações nos processos de conhecimento onde haja problema de endereço, e outros. O Oficial de justiça na Vara do Trabalho e na Justiça Federal é também avaliador. Distribuidor: Existindo mais de uma vara na localidade, haverá um distribuidor. Os distribuidores podem fornecer recibos ou certidões da distribuição.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO : incumbência de defender a ordem pública, o regime democrático e os interesses indisponíveis da sociedade e dos indivíduos …” (art. 129 da CF). O MPT tem como “chefe” o Procurador Geral do Trabalho. É um dos ramos do Ministério Público da União. O Procurador Geral do

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Trabalho é nomeado pelo Procurado Geral da República entre os integrantes da Procuradoria com mais de 35 anos de idade e cinco anos de carreira. A Procuradoria Geral do Trabalho atua perante o TST, através do Procurador Geral e dos subprocuradores-gerais. Junto aos Tribunais Regionais funcionam as procuradorias Regionais do Trabalho, compostas por procuradores regionais, nomeados por concurso público de títulos e provas.Todas as Procuradorias contam com os serviços de uma Secretaria

Apresente todo o regramento da competência material , indicando exemplos fáticos para cada hipótese.

Relação de trabalho é conceito mais amplo que relação de emprego e abrange todas as relações jurídicas em que há prestação de trabalho por pessoa natural ou outra pessoa, tanto no âmbito de contrato de trabalho (artigo 442 da Consolidação das Leis do Trabalho), como de prestação de serviços (arts. 593 e seguintes do Código Civil), e, também, outros tipos de contratos de trabalho como a empreitada, mandato, transporte e demais. Um dos critérios determinantes para a delimitação da expressão relação de trabalho é a pessoalidade na prestação de serviços. Já a subordinação e a onerosidade que anteriormente eram necessárias, com a atual expressão "relação de trabalho", em sentido amplo, quer tenha sido formalizada ou não, autônomo ou não, serão de competência da Justiça do Trabalho para julgar tais conflitos.

Apresente todo o regramento da competência territor ial, indicando exemplos fáticos para cada hipótese. A competência das VARAS DO TRABALHO é definida pelo local onde o empregado prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro (CLT, art. 651), como regra geral. Se tratar de empregado agente ou viajante será competente a Vara do Trabalho ou Juiz da localidade onde o empregador tiver seu domicílio, salvo se o empregado estiver subordinado à agência ou filial, quando será competente a Vara em cuja jurisdição estiver situada a mesma agência ou filial (CLT, art. 651, § 1º); Se o empregador prestar serviços fora do lugar da contratação o empregado pode reclamar no foro da celebração do contrato ou no da prestação do serviço (CLT, art. 651, § 2º). É competente a Justiça do Trabalho do Brasil para decidir dissídio trabalhista entre empregado brasileiro e agência ou filial de empresa, no estrangeiro, se não houver convenção internacional dispondo em contrário. ( CLT, art., 651 § 23º) Qualquer que seja a regra em contrário, constante do direito estrangeiro, será competente a autoridade judiciária brasileira, em razão do lugar, quando:

a) o réu for domiciliado no Brasil. b) aqui tiver de ser cumprida a obrigação. c) a empresa estrangeira não-domiciliada no Brasil aqui possuir agência ou filial (porque a obrigação

deverá ser cumprida aqui). d) a ação se originar de ato ou fato ocorrido ou praticado no Brasil.

Quais são os pressupostos processuais, apresente ex emplos A doutrina costuma dividir os pressupostos processuais em objetivos e subjetivos. Os objetivos são ainda divididos em intrínsecos (ou positivos) e extrínsecos (ou negativos). Os pressupostos processuais objetivos intrínsecos (positivos, porque permitem a instauração da instância, isto é, estão aptos a provocar a quebra da inércia da jurisdição) dizem respeito à subordinação do procedimento às normas legais. Ex.: petição inicial apta; e citação realizada conforme a lei. Os pressupostos processuais objetivos extrínsecos (negativos, porque impedem o exame do mérito) dizem respeito aos fatos impeditivos do exame sobre o mérito. Ex.: perempção (CPC, art. 268, parágrafo único), compromisso arbitral (CPC, art. 1072). coisa julgada (CPC, art. 301), litispendência (CPC, art. 301).

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Os pressupostos processuais subjetivos dizem respeito aos sujeitos principais da relação processual (juiz e partes). São eles:

1º - quanto ao juiz: a) que se trate de órgão estatal investido de jurisdição; b) que o juiz tenha competência originária ou adquirida; c) que o juiz seja imparcial (desimpedido e insuspeito).

2º - quanto às partes:

a) que tenham capacidade de ser parte (isto é, que sejam titulares de direitos e obrigações, possuindo capacidade jurídica. Ou seja: que tenham capacidade para figurar num dos pólos da relação processual). Têm capacidade de ser parte as pessoas naturais (inclusive o nascituro), as pessoas jurídicas e as pessoas formais (ex.: massa falida, herança jacente ou vacante e o espólio).

b) que tenham capacidade processual (ou seja: que possuam capacidade de estar em juízo, isto é, que possam exercer direitos e deveres processuais e praticar de forma válida os atos processuais).

Ex.: o absolutamente incapaz é titular de direitos (tem capacidade de ser parte) mas não pode, por

si, agir no processo (não tem capacidade de praticar atos processualmente válidos; ou seja: não tem capacidade processual), devendo atuar por meio dos representantes legais.

c) que tenham capacidade de postular em juízo (ou seja: as partes devem participar da relação

processual através de quem tenha direito de postular em juízo Advogados; jus postulandi na Justiça do Trabalho).

Quais são as condições da Ação, apresente exemplos POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO - sua falta conduz à inépcia da petição inicial, podendo resultar no seu indeferimento liminar. Não importa saber se o autor é ou não titular da pretensão de direito material que afirma e invoca na ação; importa saber se esse direito, em abstrato, está ou não amparado pelo sistema jurídico, ou, se constante do ordenamento, está proibida a providência pretendida. LEGITIMIDADE (OU LEGITIMAÇÃO) PARA A CAUSA (ou legitimatio ad causam) - Legitimação para a causa é a possibilidade jurídica de se afirmar titular da pretensão de direito material. Sendo a ação um direito abstrato de agir, e sendo a relação processual autônoma, distinta da relação de direito material, não é necessário que o titular da ação seja, verdadeiramente, o titular do direito material. A norma é de direito processual e apenas por coincidência poderá haver identidade entre o titular do direito material e o titular da ação, embora isso ocorra na maioria dos casos. INTERESSE PROCESSUAL - O Estado está obrigado à prestação jurisdicional. Só deve prestá-la, contudo, se for necessária ou útil a sua intervenção. Defina dissídio individual e coletivo. Bem como apo nte a sua natureza. a) individuais (o objeto da investigação cognitiva é um interesse individual de um ou mais de um empregado

(litisconsórcio ativo) e de um ou mais de um empregadores (litisconsórcio passivo); b) coletivos (o objeto da cognição será o interesse de natureza jurídica ou econômica de um grupo, ideal e

abstratamente considerado (categoria econômica e categoria profissional). Apresente de forma lógica o transcurso da audiência trabalhista. O reclamante e seu advogado sentam-se à esquerda do juiz; o reclamado e seu advogado, à direita. Antes da contestação, o juiz proporá a conciliação é a primeira proposta obrigatória de conciliação; a 2ª, ocorrerá após as razões finais, depois de terminada a instrução (CLT, art. 850); não havendo acordo, será apresentada a defesa trabalhista é oral, feita em 20 minutos (CLT, art. 846), pelo que consta da CLT; inobstante, a praxe consagrou a defesa escrita iniciar-se-á a instrução, ouvindo-se o reclamante e o reclamado, de ofício ou a

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requerimento das partes, depois as testemunhas do autor e em seguida as do réu, o perito e os técnicos, se houver; dependendo da matéria alegada, e do ônus de cada parte na produção da prova, essa ordem poderá ser invertida pelo juiz, sem qualquer nulidade. Após o interrogatório, qualquer das partes poderá retirar-se, prosseguindo a instrução com seus representantes. Quais as formas de defesa Contestar, reconvir ou excepcionar Explique a substituição processual Substituto processual, para que seja aceito no processo, nessa condição (de substituto processual), tem de ser, tanto quanto o substituído, titular do mesmo direito material em discussão, e tem de provar, no processo, que está agindo em seu nome, mas no lugar do substituído, para evitar que a inércia do substituído prejudique o seu (do substituído) direito, que é o mesmo direito dele, substituto. Quais as conseqüências de ausência do autor e do ré u à audiência O não comparecimento injustificado do reclamante à audiência impõe o arquivamento do processo; o não comparecimento do reclamado implica revelia e confissão quanto à matéria de fato. Se houver motivo relevante, o juiz poderá suspender o julgamento, designando nova audiência, e deixando de aplicar qualquer penalidade. É o que consta do art. 844 da CLT: "Art. 844 - O não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação e o não comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato”. Parágrafo único - Ocorrendo, entretanto, motivo relevante, poderá o presidente suspender o julgamento, designando nova audiência". Quais os requisitos do pedido no rito sumaríssimo? O procedimento sumaríssimo será aplicável às causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente no momento do ajuizamento da demanda, conforme estabelece o art. 852-A da CLT Qual a limitação de testemunhas no rito ordinário e sumaríssimo Ordinário: até 3 testemunhas para cada parte Sumaríssimo: até 2 testemunhas para cada parte Qual a hipótese de recurso de revista no rito sumar íssimo? É certo que o referido recurso somente será admitido quando a decisão recorrida for contrária à súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho e violação direta da Constituição Federal Quais os pressupostos necessários para a interposiç ão de recurso?

Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.

Podem ser interpostos sem qualquer fundamentação ou razões recursais. No entanto, a fundamentação é necessária, pois assim assegura-se a ampla defesa e o contraditório, além de permitir que o Tribunal conheça o motivo que gerou o inconformismo da parte com a decisão proferida. O que significa preparo para fins recursais? O processo do trabalho exige que o recorrente recolha as custas e realize o depósito recursal, sob pena de não conhecimento.

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As custas sempre serão pagas pelo vencido após o trânsito em julgado da decisão. Em caso de recurso, as custas devem ser pagas, devendo ser comprovado seu recolhimento dentro do prazo recursal, sob pena de não conhecimento do apelo por deserção. As entidades públicas e a massa falida estão sujeit as a preparo e depósito recursal? Súmula 86 do TST, a massa falida não está sujeita ao pagamento de custas nem ao depósito recursal, o que é obrigatório para as empresas em fase de liquidação extrajudicial, de acordo com a mesma Súmula: Quais são os requisitos da admissibilidade recursal ? Possibilidade de recorribilidade do ato, adequação, tempestividade, preparo e regularidade de representação. Legitimidade das partes, capacidade e interesse. Analise cada uma das súmulas e Orientações Jurispru denciais do TST sobre a teoria geral dos recursos

Súmula nº. 23. Recurso.

Não se conhece de recurso de revista ou de embargos, se a decisão recorrida re-solver determinado item do pedido por diversos fundamentos e a jurisprudência transcrita não abranger a todos.

Súmula nº. 25. Custas.

A parte vencedora na primeira instância, se vencida na segunda, está obrigada, independentemente de intimação, a pagar as custas fixadas na sentença originária, das quais ficara isenta a parte então vencida. Súmula nº. 126. Recurso. Cabimento.

Incabível o recurso de revista ou de embargos (arts. 896 e 894, "b", da CLT) para reexame de fatos e provas. Súmula nº. 218. Recurso de revista. Acórdão proferido em agravo de instrumento.

É incabível recurso de revista interposto de acórdão regional prolatado em agravo de instrumento. Súmula nº. 221. Recursos de revista ou de embargos. Violação de lei. Indicação de preceito. Interpretação razoável.

I - A admissibilidade do recurso de revista e de embargos por violação tem como pressuposto a indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição tido como violado. (ex-OJ nº 94 da SBDI-1 - inserida em 30.05.1997)

II - Interpretação razoável de preceito de lei, ainda que não seja a melhor, não dá ensejo à admissibilidade ou ao conhecimento de recurso de revista ou de embargos com base, respectivamente, na alínea "c" do art. 896 e na alínea "b" do art. 894 da CLT. A violação há de estar ligada à literalidade do preceito. (ex-Súmula nº 221 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) Súmula nº. 266. Recurso de revista. Admissibilidade. Execução de sentença.

A admissibilidade do recurso de revista interposto de acórdão proferido em agravo de petição, na liquidação de sentença ou em processo incidente na execução, inclusive os embargos de terceiro, depende de demonstração inequívoca de violência direta à Constituição Federal. Súmula nº. 285. Recurso de revista. Admissibilidade parcial pelo juiz-presidente do TRT. Efeito.

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O fato de o juízo primeiro de admissibilidade do recurso de revista entendê-lo cabível apenas quanto a parte das matérias veiculadas não impede a apreciação integral pela Turma do Tribunal Superior do Trabalho, sendo imprópria a interposição de agravo de instrumento. Súmula nº. 296. Recurso. Divergência jurisprudencial. Especificidade.

I - A divergência jurisprudencial ensejadora da admissibilidade, do prosseguimento e do conhecimento do recurso há de ser específica, revelando a existência de teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo legal, embora idênticos os fatos que as ensejaram. (ex-Súmula nº 296 - Res. 6/1989, DJ 19.04.1989)

II - Não ofende o art. 896 da CLT decisão de Turma que, examinando premissas concretas de especificidade da divergência colacionada no apelo revisional, conclui pelo conhecimento ou desconhecimento do recurso. (ex-OJ nº 37 da SBDI-1 - inserida em 01.02.1995) Súmula nº. 333. Recursos de revista. Conhecimento.

Não ensejam recurso de revista decisões superadas por iterativa, notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. Súmula nº. 337. Comprovação de divergência jurisprudencial. Recursos de revista e de embargos.

I - Para comprovação da divergência justificadora do recurso, é necessário que o recorrente:

a) Junte certidão ou cópia autenticada do acórdão paradigma ou cite a fonte oficial ou o repositório autorizado em que foi publicado; e

b) Transcreva, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos dos acórdãos trazidos à configuração do dissídio, demonstrando o conflito de teses que justifique o conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso. (ex-Súmula nº 337 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)

II - A concessão de registro de publicação como repositório autorizado de jurisprudência do TST torna válidas todas as suas edições anteriores. (ex-OJ nº 317 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003) OJ nº. 111. SDI-I/TST. Recurso de revista. Divergência jurisprudencial. Aresto oriundo do mesmo Tribunal Regional. Lei Nº. 9.756/1998. Inservível ao conhecimento.

Não é servível ao conhecimento de recurso de revista aresto oriundo de mesmo Tribunal Regional do Trabalho, salvo se o recurso houver sido interposto anteriormente à vigência da Lei nº 9.756/1998. OJ nº. 115. SDI-I/TST. Recurso de revista ou de embargos. Nulidade por negativa de prestação jurisdicional.

O conhecimento do recurso de revista ou de embargos, quanto à preliminar de nulidade por negativa de prestação jurisdicional, supõe indicação de violação do art. 832 da CLT, do art. 458 do CPC ou do art. 93, IX, da CF/1988. OJ nº. 147. SDI-I/TST. Lei estadual, norma coletiva ou norma regulamentar. Conhecimento indevido do recurso de revista por divergência jurisprudencial.

I - É inadmissível o recurso de revista fundado tão somente em divergência jurisprudencial, se a parte não comprovar que a lei estadual, a norma coletiva ou o regulamento da empresa extrapolam o âmbito do TRT prolator da decisão re-corrida. (ex-OJ nº 309 da SBDI-1 - inserida em 11.08.2003)

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II - É imprescindível a argüição de afronta ao art. 896 da CLT para o conhecimento de embargos interpostos em face de acórdão de Turma que conhece indevidamente de recurso de revista, por divergência jurisprudencial, quanto a tema regulado por lei estadual, norma coletiva ou norma regulamentar de âmbito restrito ao Regional prolator da decisão. OJ nº. 219. SDI-I/TST. Recurso de revista ou de embargos fundamentado em orientação jurisprudencial do TST.

É válida, para efeito de conhecimento do recurso de revista ou de embargos, a invocação de Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho, desde que, das razões recursais, conste o seu número ou conteúdo. OJ nº. 257. SDI-I/TST. Recurso. Fundamentação. Violação legal. Vocábulo violação. Desnecessidade.

A invocação expressa, quer na revista, quer nos embargos, dos preceitos legais ou constitucionais tidos como violados não significa exigir da parte a utilização das expressões "contrariar", "ferir", "violar", etc. OJ nº. 334. SDI-I/TST. Remessa “ex officio”. Recurso de revista. Inexistência de recurso ordinário voluntário de ente público. Incabível.

Incabível recurso de revista de ente público que não interpôs recurso ordinário voluntário da decisão de primeira instância, ressalvada a hipótese de ter sido agravada, na segunda instância, a condenação imposta.

· ERR 522601/1998, Tribunal Pleno

· Em 28.10.03, o Tribunal Pleno decidiu, por maioria, ser incabível recurso de revista de ente público que não interpôs recurso ordinário voluntário.

Quais os pressupostos de cabimento do Recurso Ordin ário? Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: a) das decisões definitivas das Juntas e Juízos, no prazo de 10 (dez) dias; b) das decisões definitivas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 10 (dez) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. Quais os pressupostos de cabimento do Recurso de Revista?

Art. 896. Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou a Súmula de Jurisprudência Uniforme dessa Corte; b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória, em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a; c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal.

Quais os pressupostos de cabimento do Recurso Extra ordinário?

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: (...) III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:

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a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

Quais os pressupostos de cabimento de cada um dos r ecursos apresentados? Indique: Fundamento Legal Efeitos Especificidades AGRAVO DE PETIÇÃO O agravo de petição é cabível, em regra, para impugnar as decisões terminativas ou definitivas prolatadas no processo de execução trabalhista, como a decisão que julga eventuais embargos à execução ou embargos de terceiros ou a que extingue a execução. Obs.: parcela da doutrina aceita a interposição do agravo de petição em face de decisões interlocutórias, desde que sejam terminativas em relação ao mérito da pretensão, como nos casos de decisão que torna a penhora sem efeito. O agravo de petição (razões e contra razões) deve ser interposto no prazo de oito dias, sendo julgado pelo tribunal presidido pela autoridade recorrida, ressalvados os casos em que se tratar de decisão de juiz da Vara do Trabalho ou de juiz de direito investido de jurisdição trabalhista, tendo em vista que nesses casos a competência para o julgamento do agravo de petição passará a ser de uma das turmas do Tribunal Regional do Trabalho a que estiver subordinado o prolator da decisão recorrida, conforme estabelece o art. 897, § 3º da CLT:

§ 3º Na hipótese da alínea a deste artigo, o agravo será julgado pelo próprio tribunal, presidido pela autoridade recorrida, salvo se tratar de decisão de Juiz do Trabalho de 1ª Instância ou de Juiz de Direito, quando o julgamento competirá a uma das Turmas do Tribunal Regional a que estiver subordinado o prolator da sentença, observado o disposto no artigo 679, a quem este remeterá as peças necessárias para o exame da matéria controvertida, em autos apartados, ou nos próprios autos, se tiver sido determinada a extração de carta de sentença.

O agravo de petição possui como requisito específico de admissibilidade a delimitação justificada das matérias e valores impugnados. Esse pressuposto específico está contido no art. 897, §1º da CLT:

§ 1º O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença.

O Tribunal Superior do Trabalho estabelece em sua Súmula 416 que a matéria que não tenha sido objeto de agravo de petição pode continuar a ser executada:

Súmula 416. Mandado de segurança. Execução. Lei nº. 8.432/92. art. 897, §1º, da CLT. Cabimento. Devendo o agravo de petição delimitar justificadamente a matéria e os valores objeto de discordância, não fere direito líquido e certo o prosseguimento da execução quanto aos tópicos e valores não especificados no agravo.

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Diante disso, é possível afirmar que não se admite o agravo de petição genérico, devendo ser indicado pelo agravante as matérias e valores impugnados, acompanhados da devida fundamentação, sob pena de não conhecimento do recurso. Por conta da ausência de efeito suspensivo, as parcelas não impugnadas através de agravo de petição poderão ser executadas definitivamente, sendo possível desde logo a extração da carta de sentença pelo exeqüente para a execução definitiva da parte não impugnada, remetendo o juiz ao Tribunal Regional do Trabalho respectivo os autos originais contendo o agravo de petição (art. 897, §3º, parte final). Obs.: O §3º do art. 897 da CLT também admite a remessa das peças necessárias ao exame da matéria controvertida, em autos apartados, ao tribunal, permanecendo os autos principais no juízo responsável pela execução, o qual realizará os atos executórios. A maior parte da doutrina entende ser desnecessário o depósito judicial para se interpor agravo de petição, sendo suficiente que o juízo esteja previamente garantido com a penhora ou nomeação de bens, conforme determina a Súmula 128 do TST:

Súmula 128. Depósito recursal. I- É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. II- Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/88. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. III- Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide.

Interposto o agravo de petição, o executado deverá pagar, ao final do processo, custas no valor de R$ 44,26, conforme prevê o art. 789-A da CLT:

Art. 789-A. No processo de execução são devidas custas, sempre de responsabilidade do executado e pagas ao final, de conformidade com a seguinte tabela: (...) IV – agravo de petição: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos);

Por fim, impende destacar o §8º do art. 897 da CLT que estabelece:

§ 8º Quando o agravo de petição versar apenas sobre as contribuições sociais, o juiz da execução determinará a extração de cópias das peças necessárias, que serão autuadas em apartado, conforme dispõe o § 3º, parte final, e remetidas à instância superior para apreciação, após contraminuta.

AGRAVO DE INSTRUMENTO O agravo de instrumento está previsto no art. 897, b, da CLT, que assim dispõe:

Art. 897. Cabe agravo, no prazo de oito dias: b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos.

O agravo de instrumento é o recurso cabível para impugnar os despachos que negarem seguimento a recurso. Destaque-se que o preparo é desnecessário para sua interposição. É competente para julgar o agravo de instrumento o tribunal que seria competente para conhecer o recurso cuja interposição foi obstada, conforme prevê o art. 897, §4º da CLT:

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§ 4º Na hipótese da alínea b deste artigo, o agravo será julgado pelo Tribunal que seria competente para conhecer o recurso cuja interposição foi denegada.

Obs.: não se pode confundir a função do agravo de instrumento na justiça comum com a sua função na justiça do trabalho, visto que nesta só se utiliza o agravo de instrumento para destrancar recurso ao qual foi denegado seguimento pelo primeiro juízo de admissibilidade, enquanto que naquela é utilizado para recorrer de decisões interlocutórias. Nessa esteira, sempre que o primeiro juízo de admissibilidade negar seguimento a recurso ordinário, recurso de revista, agravo de petição, adesivo, recurso extraordinário e ao próprio agravo de instrumento, será cabível o agravo de instrumento, com o intuito destrancar o recurso e fazer com que seja analisado em instância superior. Por outro lado, o agravo de instrumento pode ser interposto perante o juízo que não conheceu o apelo, tendo em vista que admite o chamado juízo de retratação ou reconsideração. Dessa forma, o juiz reconsiderará a decisão agravada, conhecendo o recurso e ordenando sua remessa a instância superior para julgamento. Se a decisão objeto do agravo de instrumento for mantida, o agravado será intimado para que, no prazo de oito dias, ofereça resposta ao agravo e ao recurso principal, instruindo sua petição com as peças que entender necessárias ao seu julgamento. Assim aduz o art. 897, §6º da CLT: § 6º O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso principal, instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao julgamento de ambos os recursos. O art. 897, §2º, da CLT determina que o agravo de instrumento interposto contra despacho que não receber agravo de petição não suspende a execução da sentença, tendo em vista a ausência de efeito suspensivo. Vejamos o dispositivo: § 2º O agravo de instrumento interposto contra o despacho que não receber agravo de petição não suspende a execução da sentença.

Todavia, demonstrado o fumus boni juris e o periculum in mora, nada impede que o agravante ajuíze ação cautelar perante a autoridade judiciária competente para julgar o recurso, objetivando alcançar o efeito suspensivo da decisão, suspendendo, assim a execução. Obs.: o apelo cabível para impugnar as decisões que denegarem seguimento ao recurso de embargos no TST não é o agravo de instrumento, mas o agravo regimental. Com o advento da Lei 9.756/98 que alterou os parágrafos 5º, 6º e 7º da Consolidação, as partes passaram a ser obrigadas a promover, sob pena de não conhecimento do recurso, a formação do instrumento do agravo, instruindo o recurso com peças necessárias e facultativas, de modo a permitir o imediato julgamento do recurso denegado, em caso de provimento do agravo. Assim dispõem os parágrafos 5º e 7º: § 5º Sob pena de não conhecimento, as partes promoverão a formação do instrumento do agravo de modo a possibilitar, caso provido, o imediato julgamento do recurso denegado, instruindo a petição de interposição: I – obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, da comprovação do depósito recursal e do recolhimento das custas; II – facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis ao deslinde da matéria de mérito controvertida. § 7º Provido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento do recurso principal, observando-se, se for o caso, daí em diante, o procedimento relativo a esse recurso.

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Com a edição da Instrução Normativa 16/2000, o TST interpretou a Lei 9.756/98. De acordo com a referida Instrução em seu item II, §§ 1º e 2º, era possível que o agravo de instrumento fosse processado nos autos principais nas seguintes situações: improcedência total dos pedidos, recurso de ambas as partes e denegação de um ou de ambos ou em caso de postulação do agravante no prazo recursal. Todavia, os referidos dispositivos da Instrução foram revogados, passando o agravo de instrumento a ser processado em autos apartados e não nos autos principais do processo. Ressalte-se que a possibilidade de julgamento imediato do recurso principal em face do provimento do agravo de instrumento deve atender de forma harmônica aos princípios da celeridade processual, da ampla defesa e do contraditório. Uma forma de garanti-los é a designação de audiência própria para o julgamento do recurso trancado, com o intuito de que as partes formulem suas alegações. AGRAVO REGIMENTAL

O agravo regimental tem natureza recursal e está previsto nos regimentos internos dos Tribunais, embora a Consolidação mencione o recurso em seu art. 709, §1º. Vejamos a redação do dispositivo: Art. 709. Compete ao Corregedor, eleito dentre os Ministros togados do Tribunal Superior do Trabalho: I – exercer funções de inspeção e correição permanente com relação aos Tribunais Regionais e seus Presidentes; II – decidir reclamações contra os atos atentatórios da boa ordem processual praticados pelos Tribunais Regionais e seus Presidentes, quando inexistir recurso específico; § 1º Das decisões proferidas pelo Corregedor, nos casos do artigo, caberá o agravo regimental, para o Tribunal Pleno.

Nessa esteira, a Lei 5.584/70, que cuida do procedimento sumário, também menciona o agravo regimental em seu art. 9, parágrafo único, que assim dispõe:

Art. 9º - No Tribunal Superior do Trabalho, quando o pedido do recorrente contrariar súmula de jurisprudência uniforme deste Tribunal já compendiada, poderá o Relator negar prosseguimento ao recurso, indicando a correspondente súmula.

Parágrafo único. A parte prejudicada poderá interpor agravo desde que à espécie não se aplique o prejulgado ou a súmula citada pelo Relator.

A Lei 7.701/88 também prevê hipóteses de cabimento para o agravo regimental, estabelecendo a possibilidade de interposição do agravo contra a decisão que indeferir recurso em ações coletivas e nos embargos de divergência em ações individuais. Assim aduz o dispositivo: Art. 3º Compete à Seção de Dissídios Individuais julgar: III – em última instância: a) os recursos ordinários interpostos contra decisões dos Tribunais Regionais em processos de dissídio individual de sua competência originária; b) os embargos das decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais; c) os agravos regimentais de despachos denegatórios dos Presidentes das Turmas, em matéria de embargos, na forma estabelecida no Regimento Interno; d) os Embargos de Declaração opostos aos seus acórdãos; e) as suspeições argüidas contra o Presidente e demais Ministros que integram a seção, nos feitos pendentes de julgamento; e f) os Agravos de Instrumento interpostos contra despacho denegatório de recurso ordinário em processo de sua competência.

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O agravo regimental, portanto, será utilizado, em regra, para provocar o reexame de decisões monocráticas proferidas pelo Tribunal, como as que concedem ou negam medidas liminares, ou de decisões proferidas pelo presidente do Tribunal em matérias administrativas. Também será cabível para impugnar decisão monocrática proferida pelo juiz relator que negue seguimento a recurso, dentro dos limites do segundo juízo de admissibilidade. O agravo regimental também é cabível para impugnar decisão monocrática do Presidente do Tribunal Superior do Trabalho que nega seguimento ao recurso de embargos no Tribunal Superior do Trabalho. O prazo para interposição do agravo regimental é fixado pelos próprios Tribunais em seus regimentos internos ao regular o agravo de instrumento. Os Tribunais Regionais do Trabalho fixam o prazo, em regra, em cinco dias. Enquanto isso, o Tribunal Superior do Trabalho fixa o prazo de oito dias para interposição do agravo em seu regimento interno. Não haverá custas ou depósito recursal, sendo recebido apenas em seu efeito devolutivo. O prazo para interposição do recurso é contado em dobro quando a parte for pessoa jurídica de direito público ou o Ministério Público do Trabalho. O agravo regimental será interposto perante o órgão judicial que prolatou a decisão a ser impugnada, sendo possível o juízo de retratação. Contudo, se não houver retratação pelo juízo prolator da decisão, o relator incluirá o processo na pauta de julgamento pelo órgão colegiado competente perante o regimento interno, não sendo cabível a apresentação de contra razões ou de sustentação oral. Impende destacar que o processamento do agravo regimental segue o previsto no regimento interno de cada Tribunal. Sobre agravo regimental é possível destacar as seguintes Súmulas e Orientações Jurisprudenciais:

Súmula nº. 192. Ação rescisória. Competência e possibilidade jurídica do pedido. (...) V - A decisão proferida pela SBDI, em sede de agravo regimental, calcada na Súmula nº 333, substitui acórdão de Turma do TST, porque emite juízo de mérito, comportando, em tese, o corte rescisório. Súmula nº. 411. Ação rescisória. Sentença de mérito. Decisão de tribunal regional do trabalho em agravo regimental confirmando decisão monocrática do relator que, aplicando a Súmula nº. 83 do TST, indeferiu a petição inicial da ação rescisória. Cabimento. Se a decisão recorrida, em agravo regimental, aprecia a matéria na fundamentação, sob o enfoque das Súmulas nºs. 83 do TST e 343 do STF constitui sentença de mérito, ainda que haja resultado no indeferimento da petição inicial e na extinção do processo sem julgamento do mérito. Sujeita-se, assim, à reforma pelo TST, a decisão do Tribunal que, invocando controvérsia na interpretação da lei, indefere a petição inicial de ação rescisória. OJ/Tribunal Pleno nº. 5. Recurso ordinário. Cabimento. Não cabe recurso ordinário contra decisão em agravo regimental interposto em reclamação correicional ou em pedido de providência. OJ/SDI1 nº. 132. Agravo regimental. Pecas essenciais nos autos principais. Inexistindo lei que exija a tramitação do agravo regimental em autos apartados, tampouco previsão no Regimento Interno do Regional, não pode o agravante ver-se apenado por não haver colacionado cópia de peças dos autos principais, quando o agravo regimental deveria fazer parte dele. OJ/SDI2- nº. 69. Fungibilidade recursal. Indeferimento liminar de ação rescisória ou mandado de segurança. Recurso para o TST. Recebimento como agravo regimental e devolução dos autos ao TRT. Orientação Jurisprudencial da SBDI-2 E-19. Recurso ordinário interposto contra despacho monocrático indeferitório da petição inicial de ação rescisória ou de mandado de segurança pode, pelo princípio de

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fungibilidade recursal, ser recebido como agravo regimental. Hipótese de não conhecimento do recurso pelo TST e devolução dos autos ao TRT, para que aprecie o apelo como agravo regimental. OJ/SDI2- nº. 100. Recurso ordinário para o TST. Decisão de TRT proferida em agravo regimental contra liminar em ação cautelar ou em mandado de segurança. Incabível. Não cabe recurso ordinário para o TST de decisão proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho em agravo regimental interposto contra despacho que concede ou não liminar em ação cautelar ou em mandado de segurança, uma vez que o processo ainda pende de decisão definitiva do Tribunal "a quo".

Analise cada uma das modalidades recursais apresent adas nesta aula indicando: - Cabimento: Embargos no TST A Lei 11.496/07 estabeleceu nova redação ao art. 894 da CLT que assim dispõe:

Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias: I – de decisão não unânime de julgamento que: a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e II – das decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, salvo se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal.

Embargos de declaração Os embargos de declaração têm previsão no art. 897-A da Consolidação, que assim dispõe:

Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso.

Parágrafo único. Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das partes.

Os embargos de declaração serão cabíveis quando se buscar suprir omissão, obscuridade ou contradição do julgado, através de seu esclarecimento ou complementação. Também serão cabíveis quando se buscar obter efeito modificativo da decisão, nos casos de omissão, contradição ou manifesto equívoco na análise dos pressupostos de admissibilidade recursal (pressupostos extrínsecos). Nessa esteira, impende destacar a Súmula 278 do Tribunal Superior do Trabalho: Pedido de revisão

§ 1º Em audiência, ao aduzir razões finais, poderá qualquer das partes, impugnar o valor fixado e, se o Juiz o mantiver, § 2º O pedido de revisão, que não terá efeito suspensivo deverá ser instruído com a petição inicial e a Ata da Audiência, em cópia autenticada pela Secretaria da Junta, e será julgado em 48 (quarenta e oito) horas, a partir do seu recebimento pelo Presidente do Tribunal Regional.

§ 4º - Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação.

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Pedido de revisão a ser interposto perante o Tribunal Regional do Trabalho competente, no prazo de 48 horas, devendo ser encaminhado ao presidente do respectivo Tribunal.

De acordo com o §2º, o pedido de revisão não possui efeito suspensivo e deve ser instruído com cópias da petição inicial e da ata de audiência, devendo ser julgado no prazo de 48 horas, a partir de seu recebimento pelo presidente do Tribunal.

Referente ao tema, o Tribunal Superior do Trabalho editou a Súmula 356, em que o Tribunal reconhece a constitucionalidade do procedimento sumário e determina ser possível a fixação do valor da alçada com base no salário mínimo. Vejamos a redação da Súmula:

Súmula nº. 356. Alçada recursal. Vinculação ao salário mínimo.

O art. 840, §1º, da CLT, não estabeleceu como requisito da petição inicial a fixação do valor da causa, determinando apenas que a reclamação escrita deverá conter:

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

Parágrafo único. Não havendo impugnação, presume-se aceito o valor atribuído à causa na petição inicial.

A alçada é fixada pelo valor dado à causa na data de seu ajuizamento, desde que não impugnado, sendo inalterável no curso do processo.

§ 4º - Salvo se versarem sobre matéria constitucional,

De acordo com esse posicionamento, as demandas com valor até 2 salários mínimos também serão submetidas ao procedimento sumaríssimo,

RECLAMAÇÃO CORREICIONAL

II - Decidir reclamações contra os atos atentatórios da boa ordem processual praticados pelos Tribunais Regionais e seus presidentes, quando inexistir recurso específico;

A correição parcial não possui natureza jurídica de recurso (embora alguns doutrinadores a classifiquem como recurso

sucedâneo recursal, visto que se trata de instrumento idôneo para impugnar decisão ou ato judicial, mas que não possui natureza recursal ou de ação autônoma de impugnação.

Impende destacar que a correição parcial deve preencher alguns requisitos para sua admissibilidade, como a necessidade de que o ato seja atentatório à boa ordem processual, a inexistência de recurso cabível contra o ato viciado, devendo, ainda, ser demonstrado o prejuízo processual à parte recorrente.

Para melhor ilustrar, pode ser classificado como ato atentatório à boa ordem processual o fato de o juiz ter em sua mesa há vários meses processo concluso para sentença e não julga por mera displicência.

Explique a finalidade da liquidação de sentença. A liquidação da sentença sempre constituiu, um procedimento prévio (ou preparatório) da execução trabalhista, pois a liquidez do título é imprescindível, isto é, encerra condição sine qua non de procedibilidade da execução. Explique de forma detalhada cada uma das modalidade s de liquidação de sentença

Liquidação por cálculos

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Neste método, mais comum e utilizado nas liquidações trabalhistas, os elementos suficientes para apuração do título exeqüendo, já estão presentes nos autos.

Far-se-á liquidação por cálculo quando o montante da condenação depender de simples cálculo aritmético. Neste caso a sentença abriga em seu interior todos os elementos necessários à fixação do “quantum debeatur”, destinando esta fase em virtude disso, apenas a revelar a exata expressão pecuniária desses elementos.

Não havendo impugnação, o juiz julgará imediatamente a conta, podendo corrigi-la no que lhe parecer conveniente, e mandará citar o executado para o cumprimento ou seguro o juízo, uma vez que estará precluso o direito de impugnar a conta.

Tornada líquida a sentença, com essa decisão, o Juiz mandará citar o executado para cumprimento ou embargar a execução, após seguro o juízo, no prazo de 05 dias.

Liquidação por arbitramento

Se liquida a sentença por arbitramento quando a apuração não depende de simples cálculos, nem de prova de fatos novos, mas seja necessário o “juízo ou parecer de profissionais ou técnicos”. Arbitrar está aqui, não no sentido de julgar, mas no de estimar. Em princípio, o arbitrador será um perito, mas pode ocorrer que, na impossibilidade de calcular-se com exatidão o débito, a estimativa não tenha outro fundamento senão o bom senso, o prudente arbítrio de um cidadão ou até do próprio juiz; isto para que a ausência de elementos não impeça a reparação, quando não há possibilidade de encontrar elementos bastantes.

Liquidação por Artigos

A liquidação da sentença trabalhista por artigos é utilizada quando há necessidade de se provar fato novo (CPC. Art. 608). Não é qualquer fato, mas aquele que influencia a fixação do valor da condenação ou a individuação do seu objeto.

Cabe às partes, em geral ao credor, que irá articular em sua petição, aquilo que deve ser liquidado. Quem elabora os artigos é a própria parte e não o juiz.

A sentença é de mérito e enseja ação rescisória.

Nos termos dos dispositivos legais constantes na CLT o juiz na liquidação por cálculos é obrigado a abrir o contraditório antes da homologação dos cálculos?

A CLT dispõe “por cálculo “, sem acrescentar “do contador”. Essa simplificação permite admitir-se que o cálculo possa ser realizado pelo contador do juízo ou Tribunal quando houver, e, também, pelas partes ou por laudo pericial contábil.

Assim, a liquidação por simples cálculos se consuma com os passos do artigo 879 da CLT. (rodapé)

Explique cada um dos princípios aplicáveis a execuç ão, apresentando um exemplo hipotético para a sua observância

Princípio da natureza real: o princípio da natureza real estabelece que a execução deve recair sobre os bens do devedor, e não sobre a pessoa natural. Este princípio está expresso nos seguintes dispositivos, ambos do Código de Processo Civil:

Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei.

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Art. 646. A execução por quantia certa tem por objeto expropriar bens do devedor, a fim de satisfazer o direito do credor (art. 591).

Princípio da limitação expropriatória : este princípio impede o gravame total do patrimônio do devedor quando parte dos bens for suficiente para satisfazer o crédito. Nessa esteira, os arts. 659 e 692 do CPC e o art. 883 da CLT determinam:

Art. 659. A penhora deverá incidir em tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, juros, custas e honorários advocatícios.

Art. 692. Não será aceito lanço que, em segunda praça ou leilão, ofereça preço vil.

Parágrafo único. Será suspensa a arrematação logo que o produto da alienação dos bens bastar para o pagamento do credor.

Art. 883 - Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora dos bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescida de custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que for ajuizada a reclamação inicial.

1. Princípio da utilidade para o credor: segundo este princípio, o credor não pode se valer do processo de execução apenas para prejudicar o devedor, nos casos em que o patrimônio deste não for suficiente para arcar com o valor integral da dívida.

Nesse contexto, assim dispõe o art. 659, §2º do CPC:

Art. 659. A penhora deverá incidir em tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, juros, custas e honorários advocatícios.

§ 1o Efetuar-se-á a penhora onde quer que se encontrem os bens, ainda que sob a posse, detenção ou guarda de terceiros.

§ 2o Não se levará a efeito a penhora, quando evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução.

Diante do exposto, caberá ao magistrado, nos moldes do art. 40 da lei de execução fiscal, suspender a execução trabalhista enquanto não for localizado o devedor ou encontrado bens sobre os quais possa recair a penhora.

Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição.

§ 1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante judicial da Fazenda Pública.

Contudo, ainda conforme a Lei 6.830/80, decorrido o prazo máximo de um ano da suspensão do curso processual, sem que haja sido localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos, o qual poderá ser desarquivado a qualquer tempo para o andamento da execução, caso sejam encontrados o devedor ou bens penhoráveis.

§ 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos.

§ 3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão desarquivados os autos para prosseguimento da execução.

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§4o Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato.

§5o A manifestação prévia da Fazenda Pública prevista no § 4o deste artigo será dispensada no caso de cobranças judiciais cujo valor seja inferior ao mínimo fixado por ato do Ministro de Estado da Fazenda.

Princípio da não prejudicialidade do devedor: este princípio está fundamentado no art. 620 do CPC, que assim dispõe:

Art. 620. Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor. Ou seja, o credor deverá prestigiar o meio executório que cause menos transtornos ao devedor, sempre que puder realizar a execução por mais de uma forma. Além disso, o art. 668, caput, do CPC auxilia o executado, assegurando-lhe a seguinte faculdade:

Art. 668. O executado pode, no prazo de 10 (dez) dias após intimado da penhora, requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove cabalmente que a substituição não trará prejuízo algum ao exeqüente e será menos onerosa para ele devedor.

Todavia, não se pode esquecer que o processo do trabalho é norteado por princípios que objetivam resguardar o empregado hipossuficiente que, em regra, figura na condição de credor na ação trabalhista. Por conta disso, muitos magistrados invertem a aplicação do princípio em tela, determinando que a execução trabalhista seja processada da maneira menos gravosa ao credor hipossuficiente.

Princípio da igualdade das partes: o executado deve arcar com os efeitos dos atos expropriatórios gerados pela execução, sendo-lhe assegurado que no cumprimento do julgado seja observada a legalidade.

Princípio da especificidade: estabelece que o credor tem direito a receber o valor da coisa adicionado de perdas e danos, quando a coisa não lhe for entregue, se deteriorou, não for encontrada ou não for reclamada do poder do terceiro adquirente. Este princípio está expresso nos arts. 627 e 633 do CPC:

Art. 627. O credor tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa, quando esta não Ihe for entregue, se deteriorou, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente.

Art. 633. Se, no prazo fixado, o devedor não satisfizer a obrigação, é lícito ao credor, nos próprios autos do processo, requerer que ela seja executada à custa do devedor, ou haver perdas e danos; caso em que ela se converte em indenização.

Princípio da livre disponibilidade do processo pelo credor: expresso no art. 569 do CPC, este princípio estabelece:

Art. 569. O credor tem a faculdade de desistir de toda a execução ou de apenas algumas medidas executivas.

Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte:

a) serão extintos os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o credor as custas e os honorários advocatícios;

b) nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do embargante.

Isto é, desde que atendidos os requisitos expressos nas alíneas do parágrafo único do art. 569, CPC, o credor pode desistir de toda a execução ou de algumas medidas executivas. Contudo, é necessário ressaltar que a desistência da execução só produzirá efeitos após a homologação por sentença, de acordo com o parágrafo único do art. 158, CPC:

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Art. 158. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais.

Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada por sentença.

Impende destacar, ainda, que a doutrina e a jurisprudência divergem quanto à possibilidade da desistência da execução se operar de modo unilateral nos casos em que o devedor houver oferecido embargos à execução.

Art. 600. Considera-se atentatório à dignidade da Justiça o ato do executado que:

II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;

IV - intimado, não indica ao juiz, em 5 (cinco) dias, quais são e onde se encontram os bens sujeitos à penhora e seus respectivos valores.

Uma vez identificada qualquer das hipóteses do art. 600, CPC, o juiz poderá, em qualquer fase processual, demonstrar ao devedor que seu procedimento constitui ato atentatório à dignidade da justiça, conforme estabelece o art. 599, II, também do CPC: (...) deverá relevar a pena quando o devedor se comprometer a não mais praticar qualquer dos atos apresentados nos incisos do art. 600, ou seja, qualquer dos atos definidos como atentatórios à dignidade da justiça, e apresentar fiador idôneo, que responda ao credor pela dívida principal, juros, despesas e honorários advocatícios:

Art. 601. Nos casos previstos no artigo anterior, o devedor incidirá em multa fixada pelo juiz, em montante não superior a 20% (vinte por cento) do valor atualizado do débito em execução, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material, multa essa que reverterá em proveito do credor, exigível na própria execução

Defina fraude a execução

Considera-se fraude à execução atos do devedor praticados nos moldes do art. 593 do CPC que assim dispõe:

I - quando sobre eles pender ação fundada em direito real;

III - nos demais casos expressos em lei.

Formule um exemplo de execução de obrigação de faze r no processo do trabalho.

A condenação do empregador no sentido de anotar a carteira de trabalho do empregado, de reintegrar servidor estável, de entregar guias para levantamento de importâncias depositadas no FGTS são algumas entre as hipóteses em que, descumprida a sentença condenatória, executa-se obrigação de fazer no processo trabalhista.

Explique cada uma das espécies das ações apresentad as nesta aula, considerando a admissibilidade, competência do juízo .

Consignação em pagamento O prazo de 30 (trinta) dias para a propositura da ação de consignação em pagamento a partir da recusa no recebimento dos créditos.

Sendo assim diante da recusa do empregado em receber as verbas trabalhistas provenientes do rompimento do vinculo de emprego o empregador terá o prazo de 30 dias a partir da referida recusa para propor ação de consignação em pagamento evitando assim a culminação da multa prevista §8º do art. 477 da CLT.

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AÇÃO RESCISÓRIA O fundamento da ação rescisória é a busca pela segurança jurídica. A parte que propuser ação rescisória deverá efetuar, no âmbito da Justiça do Trabalho, o depósito prévio de 20% do valor da causa, que funcionará como multa, caso a ação seja declarada inadmissível ou improcedente. Impende destacar que para alguns doutrinadores a exigência de depósito e o valor exigido violam o direito de amplo acesso ao Judiciário, bem como a ampla defesa, além de ofender os princípios constitucionais da proporcionalidade e da isonomia. No entanto, outros doutrinadores defendem que não há qualquer ofensa aos princípios citados, posto que a estipulação do depósito ocorre com o intuito de evitar litigância de má-fé. A ação rescisória não pode ser utilizada antes do trânsito em julgado da sentença ou acórdão, pois, segundo a jurisprudência, não se admite ação rescisória preventiva. Nesse sentido, a Súmula 299 do TST, que aduz:

MANDADO DE SEGURANÇA

Mandado de segurança é a ação constitucionalmente prevista para a proteção de direito líquido e certo, individual ou coletivo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que esse direito for lesionado ou ameaçado por ato de autoridade pública ou de agente que esteja no exercício de função pública. Podem se valer desse instrumento pessoas físicas ou jurídicas, ou ainda entes despersonalizados com capacidade processual. A Justiça do Trabalho é competente para julgar mandado de segurança quando o ato ilegal ou abusivo provier das autoridades que a compõe, conforme a posição adotada pelo próprio Tribunal Superior do Trabalho. Se o mandado de segurança julgado originariamente pelo Tribunal Superior do Trabalho for negado, a denegação da segurança é recorrível por meio de recurso ordinário a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (art. 102, II, a, da Constituição).