processo jÓias
DESCRIPTION
PROCESSO JÓIASTRANSCRIPT
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE ARTES E LETRAS
CURSO DE DESENHO INDUSTRIAL PROJETO DE PRODUTO
OS PROCESSOS PRODUTIVOS NO DESIGN DE JOIAS: COLEO FUNDADORES
TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO
Diego Giordani Testa
Santa Maria, RS, Brasil 2012
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OS PROCESSOS PRODUTIVOS NO DESIGN DE JOIAS: COLEO
FUNDADORES
por
Diego Giordani Testa
Monografia apresentada ao Curso de Desenho Industrial,
Habilitao em Projeto de Produto,
da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS),
referente Disciplina Trabalho de Concluso de Curso II.
Orientador: Prof. Dr. Carlos Gustavo Martins Hoelzel
Santa Maria, RS, Brasil
2012
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FICHA CATALOGRFICA
Testa, Diego Giordani, 1986-
Os processos produtivos no Design de Joias: Coleo Fundadores Santa Maria, RS:
UFSM, 2012.
98 p.: Il. (Trabalho de Concluso de Curso Desenho Industrial, Habilitao
Projeto de Produto, Universidade Federal de Santa Maria).
1. Design de Joias 2. Processos produtivos 3. Tecnologia e Materiais
2012 Todos os direitos autorais reservados a Diego Giordani Testa. A reproduo de partes ou do todo deste trabalho s poder ser com autorizao por escrito do autor. Endereo: Rua Appel, n. 420, Bairro Centro, Santa Maria, RS, 97015-030 Fone (0xx) 55 3307 4618; E-mail: [email protected]
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Universidade Federal de Santa Maria Centro de Artes e Letras
Curso de Desenho Industrial Projeto de Produto
A Comisso Examinadora, abaixo assinada, aprova a Monografia
OS PROCESSOS PRODUTIVOS NO DESIGN DE JOIAS: COLEO FUNDADORES
elaborada por
Diego Giordani Testa
como requisito parcial para obteno do grau de Bacharel em Desenho Industrial
COMISSO EXAMINADORA:
Carlos Gustavo Martins Hoelzel, Dr. (Presidente/Orientador)
Fabiane Vieira Romano, Dra. (UFSM)
Ronaldo Martins Glufke, Ms. (UFSM)
Santa Maria, 15 de maro de 2012.
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Aos meus pais, por tudo, sempre.
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeo aos meus pais, pelo
carinho e dedicao, pelo apoio incondicional as minhas
escolhas e por todo o suporte emocional e financeiro.
Ao professor Carlos Gustavo Martins Hoelzel
por todas as oportunidades, ensinamentos, puxes de
orelha, conversas e aprendizados.
s amigas e colegas Caroline Mller e Daiane
Brondani, pelos anos de convvio, pelas trocas de
conhecimentos, e pela disposio de ajudar sempre.
Ao Centro Tecnolgico de Soledade por todo o
apoio tcnico execuo deste trabalho. Em especial, a
Juliano Tonezer da Silva, Coordenador do Centro, a
Edmundo Abreu e Lima, a Jonas Fitz e a Hislie Ferreira.
Agradeo tambm ao Joalheiro Sr. Breno Fitz e famlia,
pelo espao cedido em seu ateli e pela ajuda no
acabamento das peas.
Aos professores, que sempre estiveram
dispostos para ajudar, ensinar e oportunizar meu
crescimento acadmico, profissional e pessoal.
Por fim, mas no menos importante, aos
familiares e amigos, pelo amor, carinho, dedicao e
pacincia durante tantos anos.
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"Jamais sonhariam aqueles casais
aorianos, que da semente que lanavam ao
solo nasceria o esplendor desta cidade."
Desconhecido.
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RESUMO
Trabalho de Concluso de Curso Curso de Desenho Industrial Projeto de Produto
Universidade Federal de Santa Maria
OS PROCESSOS PRODUTIVOS NO DESIGN DE JOIAS: COLEO FUNDADORES
AUTOR: DIEGO GIORDANI TESTA ORIENTADOR: CARLOS GUSTAVO MARTINS HOELZEL
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 16 de maro de 2012.
O presente trabalho tem por objetivo estudar o sistema de produo do produto joia, por
meio do desenvolvimento de uma coleo, considerando um processo vivel de
produo. Para isto, primeiramente foram identificadas e descritas s tipologias
caractersticas da joalheria e foram estudados os processos produtivos, as tecnologias e
os materiais empregados na produo joalheira. A coleo foi desenvolvida observando
um segmento de mercado especifico, identificado por meio de pesquisa analisada,
utilizando tcnicas e tecnologias de ponta. Todo o processo foi orientado por um modelo
de desenvolvimento projetual embasado nas metodologias de Baxter (2000), Lbach
(2001), Munari (1998) e Olver (2003). As peas foram confeccionadas na cidade de
Soledade/RS com o auxilio e apoio tcnico do Centro Tecnolgico de Pedras, Gemas e
Joias do Rio Grande do Sul (CTPJRS) e parceiros.
Palavras-chaves: Design de joias, processos produtivos, tecnologias e materiais.
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ABSTRACT
Monograph Course of Industrial Design Product Design
Federal University of Santa Maria
MANUFACTURING PROCESSES IN JEWELRY DESIGN: FOUNDERS COLLECTION
AUTHOR: DIEGO GIORDANI TESTA SUPERVISOR: CARLOS GUSTAVO MARTINS HOELZEL
Date and Place of the Defense: Santa Maria, March 16, 2012.
The present work has the objective to study the production system of jewelry through
the development of a collection, considering a viable process of production. For this,
were identified and described the characteristic jewelrys types as manufacturing
processes, materials and technologies used to produce jewelry. The collection was
developed by observing a specific market segment, identified through research and
using edge techniques and technologies. The whole process was guided by a
development model grounded in the methodologies of Baxter (2000), Lbach (2001),
Munari (1998) and Olver (2003). The pieces were made in the city of Soledade / RS with
the help and technical support of the Technology Center to Rocks, Gems and Jewels of
Rio Grande do Sul (CTPJRS) and partners.
Key-words: Jewelry Design, manufacturing processes, materials and technologies.
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - METODOLOGIA DE MUNARI. FONTE: ADAPTADO DE MUNARI (1998). ................................................ 4
FIGURA 2 - METODOLOGIA DE BAXTER. FONTE: BAXTER (2000). .................................................................................. 6
FIGURA 3 - METODOLOGIA DE LBACH. FONTE: LBACH (2001). .................................................................................. 7
FIGURA 4 - PROCESSO CRIATIVO. ..................................................................................................................................................... 8
FIGURA 5 - PROCESSO PRODUTIVO. ................................................................................................................................................ 9
FIGURA 6 - MODELO DE PROCESSO. ............................................................................................................................................. 10
FIGURA 7 - ARTESANIA. FONTE: GOOGLE IMAGENS (2011A). ........................................................................................ 17
FIGURA 8 - PRODUO INDUSTRIAL. FONTE: GOOGLE IMAGENS (2011B). ............................................................. 18
FIGURA 9 - CENTRO TECNOLGICO DE PEDRAS, GEMAS E JOIAS DO RIO GRANDE DO SUL. ............................ 21
FIGURA 10 - SCANNER TRIDIMENSIONAL MVEL. FONTE: KONICA MINOLTA (2012). ..................................... 23
FIGURA 11 - PROTOTIPADORA DIGITALWAX 008 E ESTUFA PARA CURA. ............................................................... 23
FIGURA 12 - GRAVADORA A LASER. ............................................................................................................................................. 24
FIGURA 13 - PLOTER DE CORTE A LASER. ................................................................................................................................ 25
FIGURA 14 - EQUIPAMENTO DE CORTE COM JATO D'GUA. ............................................................................................ 25
FIGURA 15 - CABOCHEIRA. ............................................................................................................................................................... 26
FIGURA 16 - BANCADA DE LAPIDAO COM CATRACA, E ESTAO DE CORTE. ................................................... 27
FIGURA 17 - ESTAO DE FUNDIO POR CERA PERDIDA. ............................................................................................. 27
FIGURA 18 - ACABAMENTO MANUAL E A MQUINA. FONTE: ALZAMORA (2005). .............................................. 33
FIGURA 19 - NOMENCLATURA DE UM MODELO DE GEMA LAPIDADA. FONTE: ALZAMORA (2005). ........... 40
FIGURA 20 - LAPIDAO DO TIPO CABOCHO. FONTE: KOROVIN (2001). ............................................................... 41
FIGURA 21 - LAPIDAO DO TIPO FACETADA. FONTE: KOROVIN (2001)................................................................. 42
FIGURA 22 - LAPIDAO TIPO MISTA. FONTE: COSTA [20--]. ......................................................................................... 42
FIGURA 23 - FORMAS MAIS COMUNS NA LAPIDAO. FONTE: KOROVIN (2001). ................................................ 43
FIGURA 24 - EXEMPLOS DE FORMATOS EXISTENTES. FONTE: GOOGLE IMAGENS (2012). .............................. 43
FIGURA 25 - PBLICO-ALVO. FONTE: GOOGLE IMAGENS (2011C). .............................................................................. 47
FIGURA 26 - PAINEL SEMNTICO REFERENTE AOS CONCEITOS. FONTE: GOOGLE IMAGENS (2011D) ..... 48
FIGURA 27 - MAPA SEMNTICO DO TEMA PORTO ALEGRE. ............................................................................................ 49
FIGURA 28 - MAPA SEMNTICO DO MONUMENTO .............................................................................................................. 50
FIGURA 29 - PAINEL DE REFERENCIAL TEMTICO. FONTE: GOOGLE IMAGENS (2011E). ................................ 50
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FIGURA 30 - ESBOOS INICIAIS. ..................................................................................................................................................... 51
FIGURA 31 - ESTUDOS DE MODULARIDADE. ........................................................................................................................... 52
FIGURA 32 - ESTUDOS DE COMPOSIES. ................................................................................................................................ 53
FIGURA 33 - ESTUDOS DE FORMAS E TENTATIVAS DE INCORPORAO DE GEMAS. .......................................... 54
FIGURA 34 - MODELAGEM COM PAPEL, PLASTICO E LATO. VERIFICAO DE FORMAL. ............................... 55
FIGURA 35 - MONUMENTO AOS AORIANOS. FONTE: BLOG RENE HASS (2009). ................................................. 56
FIGURA 36 - MOVIMENTO, RITMO E PLANOS. ......................................................................................................................... 56
FIGURA 37 - GEOMETRIZAO, MODULOS E VAZADOS. .................................................................................................... 57
FIGURA 38 - NOVAS GERAES. ..................................................................................................................................................... 58
FIGURA 39 - ESBOO PARA BROCHE. .......................................................................................................................................... 59
FIGURA 40 FERRAMENTAS E MODELO EM CARA. ............................................................................................................. 59
FIGURA 41 - PRIMEIRA VERSO DOS MODELOS DIGITAIS................................................................................................ 60
FIGURA 42 - MODELOS EM PAPEL. ............................................................................................................................................... 60
FIGURA 43 - TESTE PARA COLOCAO DE GEMAS. .............................................................................................................. 61
FIGURA 44 - VISTAS DO MODELO DIGITAL. .............................................................................................................................. 61
FIGURA 45 - DETALHE POSTERIOR E BASE PARA BROCHE. ............................................................................................ 62
FIGURA 46 - ESBOOS DOS PINGENTES. .................................................................................................................................... 62
FIGURA 47 - TESTE DE COLOCAO DE GEMAS. .................................................................................................................... 63
FIGURA 48 - VISTAS DO MODELO DIGITAL. PINGENTE N 1. ........................................................................................... 63
FIGURA 49 - VISTAS DO MODELO DIGITAL. PINGENTE N 2. ........................................................................................... 64
FIGURA 50 - ESBOO PARA PULSEIRA. ....................................................................................................................................... 64
FIGURA 51 - MODELO SEGMENTADO E SIMPLIFICAO. .................................................................................................. 65
FIGURA 52 - MODELAGEM DIGITAL DA PULSIERA. .............................................................................................................. 65
FIGURA 53 - MODELAGEM DIGITAL DO BERO PARA A GEMA. ...................................................................................... 66
FIGURA 54 - ELO DE UNIO E FECHO TIPO BOIA................................................................................................................... 66
FIGURA 55 - ESBOOS PARA BRINCO. ......................................................................................................................................... 67
FIGURA 56 - MODELO EM PAPEL. .................................................................................................................................................. 67
FIGURA 57 - TESTE PARA COLOCAO DE GEMAS. .............................................................................................................. 67
FIGURA 58 - MODELAGEM DIGITAL DO BRINCO. ................................................................................................................... 68
FIGURA 59 - ESBOO INICIAL E INICIO DA MODELAGEM DO ANEL. ............................................................................ 68
FIGURA 60 - CORTE COM CERRA. .................................................................................................................................................. 69
FIGURA 61 - TRABALHO MANUAL EM CERA. ........................................................................................................................... 69
FIGURA 62 - PRIMEIRO MODELO DO ANEL FINALIZADO. ................................................................................................. 70
FIGURA 63 - CORTE EM CHAPA DE CERA E PEAS SOLDADAS. ...................................................................................... 70
FIGURA 64 - LATERAIS DO ANEL. .................................................................................................................................................. 71
FIGURA 65 - MODELO EM CERA FINALIZADO. ........................................................................................................................ 71
FIGURA 66 - PROTOTIPADORA EM OPERAO. LASER SOLIDIFICANDO A RESINA. ............................................ 72
FIGURA 67 - MODELOS PROTOTIPADOS. ................................................................................................................................... 73
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FIGURA 68 - MONTAGEM DA RVORE DE FUNDIO E PARTES. .................................................................................. 73
FIGURA 69 - PREPARAO DO REVESTIMENTO. ................................................................................................................... 74
FIGURA 70 - PROCESSO DE FUNDIO. ...................................................................................................................................... 75
FIGURA 71 - LIMPEZA DA RVORE DE FUNDIO E SEPARAO DAS PEAS. ....................................................... 76
FIGURA 72 - PROCESSO DE LAPIDAO. .................................................................................................................................... 77
FIGURA 73 - PROCESSO DE ACABAMENTO. .............................................................................................................................. 78
FIGURA 74 - ANEL COM GEMA. ....................................................................................................................................................... 80
FIGURA 75 - ANEL COM GEMA. ....................................................................................................................................................... 81
FIGURA 76 RENDER DO ANEL EM METAL PURO. ............................................................................................................... 82
FIGURA 77 - PINGENTE N1. ............................................................................................................................................................ 83
FIGURA 78 - PINGENTE N1. ............................................................................................................................................................ 84
FIGURA 79 - PINGENTE N2. ............................................................................................................................................................ 85
FIGURA 80 - PINGENTE N2. ............................................................................................................................................................ 86
FIGURA 81 - RENDER DOS BRINCOS. ........................................................................................................................................... 87
FIGURA 82 - RENDER DO BROCHE. ............................................................................................................................................... 88
FIGURA 83 - RENDER DA PULSEIRA. ............................................................................................................................................ 89
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LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - TIPOS DE ACABAMENTOS EM METAIS. FONTE: ADAPTADO DE INFOJOIA (2011). .................... 38
QUADRO 2 - CLASSIFICAO. FONTE: ADAPTADO DE MANUAL TCNICO DE GEMAS (2009). ....................... 39
QUADRO 3 - TIPOS DE CERA PARA MODELAGEM DE JOIAS. FONTE: ADAPTADO DE ALZAMORA (2005). 44
QUADRO 4 - CONCEITOS. ................................................................................................................................................................... 48
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LISTA DE REDUES
AGITPROP Revista Brasileira de Design
CAD Computer Aided Design (Desenho Auxiliado por Computador)
CNC Controle Numrico Computacional
CTPJRS Centro Tecnolgico de Pedras, Gemas e Joias do Rio Grande do Sul
DNPM Departamento Nacional de Produo Mineral
IBGM Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos
MCT Ministrio da Cincia e Tecnologia
MDT Monografias, Dissertaes e Teses
PLT Extenso de arquivos DWG convertidos para impresso, no
editvel e visualizados apenas em programas especficos. Formato
de arquivo reconhecido nas mquinas plotter.
SINDIPEDRAS Sindicato das Indstrias de Joalheria, Minerao, Lapidao,
Beneficiamento e Transformao de Pedras Preciosas do Rio Grande
do Sul
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UPF Universidade de Passo Fundo
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SUMRIO
Resumo ............................................................................................................................................................. vii
Abstract............................................................................................................................................................ viii
Lista de Figuras ............................................................................................................................................... ix
Lista de Quadros ............................................................................................................................................ xii
Lista de Redues ........................................................................................................................................ xiii
Captulo 1 ........................................................................................................................................................... 1
Introduo ......................................................................................................................................................... 1
1.1. Objetivos ............................................................................................................................................... 2
1.1.1. Objetivo geral ............................................................................................................................. 2
1.1.2. Objetivos especficos ............................................................................................................... 2
1.2. Justificativa ........................................................................................................................................... 2
1.3. Mtodo ................................................................................................................................................... 3
1.3.1. Plano de desenvolvimento projetual ................................................................................. 8
Captulo 2 ......................................................................................................................................................... 11
As Joias .............................................................................................................................................................. 11
2.1. Tipologia: classificao quanto a produo ........................................................................... 12
2.1.1. Artesanal: Joia de Autor/Joia-Arte ................................................................................... 12
2.1.2. Experimental: Nova Joia/Joia Contempornea ........................................................... 13
2.1.3. Industrial: Joia Comercial .................................................................................................... 14
2.2. Produo joalheira .......................................................................................................................... 16
2.2.1. Processo artesanal de manufatura Artesania ........................................................... 16
2.2.2. Processo industrial - Produo seriada .......................................................................... 18
Captulo 3 ......................................................................................................................................................... 21
Tecnologias e Materiais .............................................................................................................................. 21
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3.1. Tecnologias disponveis no CTPJRS .......................................................................................... 22
3.2. Materiais.............................................................................................................................................. 28
3.2.1. Metais para joalheria ............................................................................................................. 28
3.2.1.1. Tipos de acabamentos em metais ................................................................................ 32
3.2.2. Gemas .......................................................................................................................................... 38
3.2.2.1. Lapidao ............................................................................................................................... 39
3.2.2.2. Principais tipos de lapidao ......................................................................................... 41
3.2.3. Cera para modelagem ............................................................................................................ 43
Captulo 4 ......................................................................................................................................................... 45
Processo Projetual ........................................................................................................................................ 45
4.1. Definio do consumidor .............................................................................................................. 45
4.1.1. Segmento de mercado ........................................................................................................... 46
4.1.2. Pblico-alvo ............................................................................................................................... 47
4.2. Inspirao ........................................................................................................................................... 47
4.2.1. Conceito ...................................................................................................................................... 48
4.2.2. Tema............................................................................................................................................. 49
4.3. Geraes, experimentaes e modelos .................................................................................... 51
4.3.1. Broche ......................................................................................................................................... 59
4.3.2. Pingentes .................................................................................................................................... 62
4.3.3. Pulseira ....................................................................................................................................... 64
4.3.4. Brinco .......................................................................................................................................... 66
4.3.5. Anel ............................................................................................................................................... 68
4.4. Prottipos ........................................................................................................................................... 72
4.5. Resultados .......................................................................................................................................... 79
4.6. Planejamento da produo .......................................................................................................... 90
Captulo 5 ......................................................................................................................................................... 91
Consideraes Finais ................................................................................................................................... 91
Referncias Bibliogrficas ......................................................................................................................... 93
Anexo A. Desenhos Tcnicos .................................................................................................................... 97
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CAPTULO 1
INTRODUO
Nos anos 90, fatores importantes surgem marcando a indstria joalheira
nacional. O processo de abertura econmica expe o mercado brasileiro de jias a
concorrncia externa. Tal fator exigiu dos joalheiros nacionais um reposicionamento
rpido a fim de aumentar a competitividade perante os novos concorrentes (IBGM, 2003
apud BENZ e MAGALHES, 2008). Segundo o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais
Preciosos IBGM, em relatrio apresentado em 2010, o Setor em Grandes Nmeros, o
Brasil responsvel pela produo de um tero do volume das gemas do mundo e o
dcimo segundo produtor de ouro. Apesar disto, representa pouco mais de 1% das
exportaes mundiais de joias.
A qualificao profissional e o investimento nos recursos tecnolgicos foram,
e ainda se apresentam como formas de tornar as empresas brasileiras mais
competitivas. Devido capacitao, as joias brasileiras deixaram em pouco tempo de ser
cpias para ser referncia, o Brasil est sendo reconhecidos mundialmente por seu
design diferenciado (ANDRADE, 2008).
Neste contexto, este profissional deve ser capaz de antecipar as tendncias de
design, de identificar os desejos e as necessidades do pblico-alvo, de avaliar tanto o
valor material da pea como o seu valor cultural, possuir o conhecimento tcnico de
fabricao e a habilidade de adequar o produto ao uso (ANDRADE, 2002 apud BENZ e
MAGALHES, 2008). Isso permite que a indstria eleve a qualidade de seus produtos,
gerando demanda e ampliando a produo. Dentro da indstria, o design agrega valor ao
produto, e a fidelidade ao modelo, garantida pela tecnologia, considerada fator de
qualidade (GOLA, 2008).
Para este trabalho ser estudado o processo de desenvolvimento de uma
coleo de joias, desde a criao at produo considerando um processo industrial em
baixa escala, com base no design bem como os segmentos do mercado joalheiro
brasileiro, as tecnologias disponveis e os processos produtivos.
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2
1.1. OBJETIVOS
1.1.1. Objetivo geral
Desenvolver uma coleo de joias, com base em um design de produto de
joalheria, voltado para um segmento de mercado especfico, considerando um processo
vivel de produo.
1.1.2. Objetivos especficos
Como objetivos especficos para este trabalho tm:
Reconhecer as etapas da criao produo das joias;
Identificar uma tipologia caracterstica da joalheria;
Reconhecer processos e tecnologias de produo joalheira com nfase em metais e
gemas;
Identificar a segmentao de mercado no contexto da joalheria no cenrio brasileiro;
Sistematizar uma produo em baixa escala com base em design envolvendo
diferentes tecnologias de projeto e produo.
1.2. JUSTIFICATIVA
A justificativa apresentada para a elaborao deste trabalho a identificao
da demanda da indstria joalheira nacional por um profissional com os conhecimentos
exigidos na criao e produo de joias, no mbito industrial.
Tal profissional, o designer de joias, tem por tarefa a pesquisa e a definio da
criao, envolvendo todos os aspectos a ela relacionados, tais como o contexto onde ela
esta inserida, o potencial produtivo e o pblico a quem se destina. Ele trabalha com o
auxilio de uma metodologia de projeto de produtos na resoluo de uma demanda
especfica gerada por um mercado especfico (LLABERIA, 2009).
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3
Para auxiliar neste processo, o estudo das capacidades produtivas de
grande importncia, pois define limites a serem seguidos pelo projetista. preciso
conhecer as tecnologias e as tcnicas disponveis a fim de que projeto possa ser
executado posteriormente.
1.3. MTODO
Para a elaborao deste trabalho, aps analisadas vrias metodologias de
projeto voltadas ao design, verificou-se a necessidade de adaptar uma metodologia que
fosse mais adequada ao projeto. Optou-se pela utilizao de quatro autores como
referncia metodolgica. So eles: Bruno Munari (1998), Elizabeth Olver (2003), Bernd
Lbach (2001) e Mike Baxter (2000).
Em seu livro Das coisas nascem coisas, Bruno Munari (1998) desenvolve
um raciocnio por meio de um esquema que vai desde a proposio do problema at a
soluo final. Segundo o autor, o designer no deve logo procurar pela ideia que ir
resolver o problema. preciso seguir uma srie de passos, como uma receita, que
podem variar de acordo com o projeto, ou caso o projetista acredite ser preciso
aperfeioar o processo.
Parte-se de um problema, o qual deve ser primeiramente definido e
segmentado em subproblemas. Aps, inicia-se uma coleta de dados a fim de entender
todas as partes do problema. Estes dados devem ser analisados e ento feita outra
coleta de dados referente aos materiais e tecnologias a disposio do designer para o
projeto em questo. So ento realizadas experimentaes com os materiais e
tecnologias para dar inicio aos esboos de solues ou partes de solues e com elas a
construo de modelos. Estes modelos passam por uma verificao e o modelo aprovado
passa ento por um detalhamento. Esta fase chamada de desenho de construo servir
para dar todas as instrues a respeito da confeco do prottipo. Na Figura 1 se verifica
um esquema detalhado do processo metodolgico retirado do livro do autor.
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4
Figura 1 - Metodologia de Munari. Fonte: Adaptado de Munari (1998).
J Elizabeth Olver (2003), divide sua metodologia em 10 passos. Inicia-se
com o desenvolvimento de projeto (desarrollo del diseo), o qual consiste na
compreenso dos problemas e no encontro de solues. A segunda etapa chamada de
inspirao (inspiracin). Esta inspirao aquilo que estimula o projetista, sua fonte de
motivao. Segue-se com a realizao de esboos (hacer bocetos) que pode tanto ser
estudos rpidos, rascunhos de uma ideia ou at mesmo desenhos mais acabados. O
quarto passo descrito por Olver como instrues de projeto (instrucciones de diseo).
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Aqui descrito tudo o que deve ser considerado durante o projeto, desde o conceito, os
custos, os materiais, o pblico-alvo, os processos produtivos, entre outros.
A quinta etapa de projeto o conceito (concepto), que representa a ideia por
trs do projeto. O conceito aquilo que se pretende passar para o consumidor. Como
sexta etapa tem-se a chuva de ideias (lluvia de ideas). Nesta fase todas as opes so
consideradas ao mximo. Na stima etapa temos a investigao (investigacin), que
consiste em estudar novas formas de soluo, ampliando os conhecimentos do projetista
e melhorando o projeto.
Olver define como passo oito as amostras e provas (muestras y piezas de
pruebas). Constroem-se modelos e realizam-se testes com os materiais com o qual se
pretende trabalhar a fim de comprovar sua qualidade e funcionalidade.
O penltimo passo do processo a confeco de modelos (hacer modelo).
Aqui so construdos modelos com materiais distintos a fim de verificar a forma, a
proporo, encontrar solues tcnicas e com isso desenhar mais detalhadamente a
pea criada. A ltima etapa do processo descrito por Olver a fabricao (fabricacin),
resultando na pea final acabada. Todas estas etapas so registradas atravs de um
dirio grfico e de um caderno de esboos, onde o desenhista realiza suas anotaes de
ideias, pensamentos e analises.
Para Baxter (2000), a organiza~o das atividades de projeto sempre algo
complexo. Ele divide o processo em quatro etapas. A primeira delas uma explora~o
de ideias para um teste de mercado. Uma ideia apresentada a um grupo de
consumidores em potencial a fim de verificar a potencialidade do projeto. Caso seja
aprovado, parte-se para a prxima etapa, que consiste em especificar a oportunidade e o
projeto. Nesta fase entra o chamado projeto conceitual, onde so gerados conceitos para
verificar qual atende de melhor forma a proposta de projeto.
Num terceiro momento o conceito escolhido passa por uma nova verificao
de mercado e segue para a configura~o do projeto. Nesta etapa, novas alternativas s~o
consideradas e so executados alguns ajustes tcnicos envolvendo materiais e processos
de fabricao. De acordo com as mudanas realizadas torna-se necessrio retroceder
etapas e realizar ajustes. Aps todos os ajustes conferidos, realiza-se outra verificao de
mercado. Com a terceira etapa aprovada inicia-se a quarta e ultima fase, na qual so
feitos os desenhos detalhados do produto e de seus componentes, desenhos para a
fabricao e a produo do prottipo. Com a aprovao final do prottipo, inicia-se a fase
de produo do produto.
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Figura 2 - Metodologia de Baxter. Fonte: Baxter (2000).
O ultimo autor consultado foi Lbach (2001). Ele fala sobre o processo de
design como um processo criativo e, ao mesmo tempo, de resoluo de problemas. O
designer industrial, segundo o autor, o respons|vel por encontrar uma solu~o do
problema, concretizada em um projeto de um produto industrial, incorporando as
caractersticas que possam satisfazer as necessidades humanas, de forma duradoura. O
processo projetual dividido em quatro etapas, as quais ele chama de fases do processo
de design. So elas: analise do problema, gerao de alternativas, avaliao das
alternativas e realizao da soluo do problema (Figura 3).
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7
Figura 3 - Metodologia de Lbach. Fonte: Lbach (2001).
Na primeira etapa, o problema e os objetivos so definidos e, recolhem-se as
informaes necessrias, atravs de uma srie de analises incluindo analise da
necessidade, desenvolvimento histrico, analise de mercado, analise de materiais e
processos de fabricao, entre outras para a resoluo do problema. Na etapa seguinte,
de gerao, define-se o conceito que guiar o projeto e ento se inicia a gerao de
alternativas para a soluo do problema.
Na terceira etapa de projeto, o autor prope a avaliao das alternativas
geradas na fase anterior. Neste momento realizam-se testes com modelos e ento se
escolhe a melhor soluo. Caso necessrio, ajustes podem ser feitos as alternativas
selecionadas. Por fim a ultima etapa consiste na materializao da alternativa escolhida.
Realiza-se o detalhamento do projeto, onde so definidos os desenhos tcnicos e de
representaes, o modelo final e o relatrio final.
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8
1.3.1. Plano de desenvolvimento projetual
Aps analisadas as quatro metodologias acima descritas, foram separados as
etapas mais interessantes a serem aplicadas neste projeto, e descartadas etapas que no
se mostraram necessrias ou que se repetiam de uma metodologia para outra.
Para o processo criativo (Figura 4) foi elaborado um esquema contendo
partes das metodologias de Munari e Olver. Inicia-se o processo com a problematizao.
So ento coletados dados referentes ao problema e tambm quanto as questes de
materiais e tecnologias. O projeto continua com a fase de inspirao, onde surgem o
tema da coleo e os conceitos que guiaro o projeto. Parte-se ento para a fase de
instrues de projeto com a descrio do pblico-alvo, dos materiais, dos processos
produtivos Por fim realiza-se a fase intitulada de experimentaes. Nesta fase inicia-se a
gerao de alternativas com o desenvolvimento de esboos, modelos e verificao dos
mesmos.
Figura 4 - Processo Criativo.
Aps a fase de experimentaes inicia-se a etapa intitulada de processo
produtivo (Figura 5). A primeira fase desta etapa chamada de configuraes do
projeto, onde so apresentadas as peas finais, com descrio de possveis variaes de
materiais e de processos produtivos. A seguir realizado o projeto detalhado com a
descrio das montagens e seus componentes, criao dos modelos digitais e dos
desenhos tcnicos. A fase de teste serve para a confeco dos modelos finais para
verificao e ajuste, caso necessrio, e para a produo de moldes.
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9
A penltima fase a apresentao da coleo, onde as peas so fotografadas
juntamente com a modelo. Por fim tem-se o planejamento de produo, que consiste na
descrio do processo produtivo.
Figura 5 - Processo Produtivo.
Na Figura 6 apresentado um esquema visual elaborado com as fases de
projetos descritas.
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Figura 6 - Modelo de Processo.
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CAPTULO 2
AS JOIAS
O homem sempre buscou individualidade. Desde os primrdios, estamos
sempre procura de destaque e diferenciao de nossos semelhantes. Antes mesmo de
descobrir e utilizar metais preciosos, pedras e outros elementos que hoje so
amplamente utilizados, o homem j era capaz de criar artefatos para adornar seu corpo.
Remotamente reconhecida por seus materiais preciosos, a joalheria se
destaca em nossas sociedades como objeto de grande valor agregado. Traz consigo
diversas simbologias e significados. A joalheria acompanha rituais de passagem,
ressalta status na sociedade e em muitos grupos vem carregada de forte simbologia
religiosa (LLABERIA, 2010).
Antes de us-las como peas de adorno, os homens atribuam aspectos msticos s pedras, ao ouro e prata. Mesmo com a reviso desses conceitos primitivos, permaneceu a simbologia desses materiais ao serem referenciais quanto condio dominante do Estado e dos integrantes da classe nobre, atravs de coroas, brases e moedas cunhadas (CORBETTA, 2007, p. 13).
Gola (2008) tambm ressalta que as joias, como portadoras de valores, tanto
pode representar algo admirvel, poderoso, mstico, como ser sinal de riqueza material.
De mesmo modo, pode ainda carregar definies negativas, representando a futilidade.
Em vrias culturas encontramos referncias da utilizao dos ornamentos
pessoais como amuletos, artefatos estes que eram, e ainda hoje so, carregados com uma
aura de misticismo e poder. De acordo com Pompei (2011) o amuleto considerado um
escudo contra influncias malficas. Na cultura popular, ele deve ser usado junto ao
corpo, protegendo e atraindo a sorte. Os amuletos so comuns a vrias sociedades e
pocas, o que muda so os smbolos utilizados.
A jia pode revisitar sua prpria histria, repensar a poca dos ornamentos, da tradio, do uso para diferenciao de posies sociais ou sexuais, da poca das funes mgico-religiosas. Pode ser o palco para tratar da relao do homem e sua propriocepo, da sensibilidade, do tato, sua relao com o
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corpo. Pode ser auto-referente e discutir seus prprios meios, o brilho, o reflexo dos metais, o peso, a dureza de materiais [...] (NOVA JIA, 2007).
2.1. TIPOLOGIA: CLASSIFICAO QUANTO A PRODUO
Ao estudar mais afundo percebemos certas diferenas que tornam necessria
certa distino entre os tipos de joias. Esta distino se d, em sua maior parte, por conta
da forma como essa joia foi concebida.
Durante as pesquisas foram identificadas trs classificaes bsicas na
joalheria: joia-arte ou de autor, joia contempornea e joia comercial. Nem sempre a
distino entre essas classes facilmente percebida ou aceita, no entanto, para este
trabalho, sero adotadas essas trs divises.
2.1.1. Artesanal: Joia de Autor/Joia-Arte
H uma grande confuso na classificao de joia de autor e joia-arte. Alguns
autores fazem diferenciao entre estas duas nomenclaturas enquanto outros as
utilizam como sinnimos. Segundo Llaberia (2009) a Jia de Autor e a Jia de Arte
poderiam ser classificadas, em teoria pelo menos, de modo diferente entre si, consciente
de que ser muitas vezes de difcil delimita~o na pr|tica.
Em outro texto a autora (Llaberia, 2010) fala que na joia de arte o criador
artista incorpora sua fora de trabalho, mesma fora que ele demonstra em outros
trabalhos artsticos de sua autoria. Esta jia seria por ele idealizada e produzida, sendo
exposta ou comercializada em galerias e museus.
Segundo a designer Cathrine Clarke (2011) na joalheria de arte, o artista em
geral supervisiona a elaborao manual de cada projeto inovador, feito por um arteso
de sua escolha que, se for preciso, crie suas prprias ferramentas para a realizao das
peas.
[...] jias de arte so peas inventivas, compostas a partir de idias especficas, enaltecendo caractersticas nicas. Hoje, para criar a jia-arte, so necessrios smbolos engenhosos com os quais se possa ter um envolvimento mais efetivo. Joalheria artstica, assim como escultura e pintura, revelam com clareza o estilo de quem a concebe e a usa (Clarke, 2011).
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Campos (2007) identifica a joia de autor como sendo aquela produzida por
seu prprio criador. Ela afirma que muitas vezes no h nem mesmo um projeto prvio e
que durante o trabalho e a experimentao com o material que o artista acaba por
desenvolver a sua obra.
[...] jia de autor, caracterizado pela expresso e linguagem pessoal de seu criador, independente do mercado, enquanto objetivo do seu trabalho, mas muitas vezes com uma inteno de venda, j que muito dos autores tem na joalheria sua principal fonte de renda, incluindo-se no mercado de jias exclusivas como as da Alta Joalheria. Esta jia tem seu espao no mercado junto ao pblico que prestigia e valoriza a jia criada por um artista conhecido, tendo a ela agregado o valor de uma assinatura (marca), alm de evidenciar uma pesquisa formal aprofundada (LLABERIA, 2010, p. 3).
Nota-se que tanto a joia-arte quanto a joia de autor surgem de uma
motivao por parte do designer/artista, e no seguem uma tendncia de mercado.
Ambas trabalham com a ideia de joia exclusiva, e com tcnicas de produo artesanais
da ourivesaria tradicional1.
O criador destas joias no est preocupado se elas estaro inseridas nas
tendncias vigentes. Sua criao visa o bom design, um design que ir resistir ao tempo.
Sua grande preocupao so os valores formais (CORBETTA, 2007).
2.1.2. Experimental: Nova Joia/Joia Contempornea
O site Zona D (2011) diz que a jia hoje pode e deve revisitar conceitos,
inovar sendo: diferente, inteligente, engraada, inesperada, provocante e mais do que
nunca, bela. A jia contempornea valoriza o ato criativo expressivo e insufla um novo
sentido ao ornamento. um meio eficaz e sutil de express~o. A pesquisa formal e a
experimentao de materiais, sejam eles nobres ou no, justamente a proposta da
joalheria contempornea. A comercializao no o intuito desta nova joia. Llaberia
1 D valor artstico a metais considerados preciosos, segundo as culturas e as pocas, no importando se os objetos com eles confeccionados sejam jias, armas, baixelas ou objetos utilit|rios. (GOLA, 2008) a arte de trabalhar os metais nobres por meio de vrias tcnicas (filigrana, batido,
cinzelado, burilado, torcido, repuxado, canelado, etc.). Pode-se utilizar outros materiais como o marfim, a madreprola, o coral, as gemas e a laca, entre
outros. Inclui-se tambm na ourivesaria a prataria, a joalharia e outras artes que produzem objetos feitos em materiais preciosos (INFOPEDIA, 2011).
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(2009), diz que esta nova joalheria remete a pesquisas, inquietaes, reflexes e
posies de quem a idealizou [...].
Sobre a joia contempornea, o site Padova Cultural (2008) diz:
Jia-escultura [...] uma experincia de grande originalidade surgida da afirmao de individualidade que se reconhece em um estilo anticomercial e antidecorativo, baseado na pureza das formas, na disposio do material, no equilbrio das propores e uma constante experimentao de novas tcnicas e materiais. (PADOVA CULTURA, 2008, traduzido pelo autor2)
O valor da pea no aqui ditado pelo material da qual ela feita e sim pela
criatividade e originalidade de seu criador. Segundo a Revista Brasileira de Design
AGITPROP (2011), diante da diversidade de materiais a jia como expresso artstica
no se prende ao que entendido como luxo. O ouro assim como o ferro, a madeira, a
fibra de buriti so igualmente preciosos para a confec~o de adornos.
primeira vista a joalheria moderna e contempornea parece caracterizada pela variedade de estilos e pelo design muitas vezes sem organicidade. Entretanto, atravs disso chega-se ao conceito de que as jias devem ser admiradas parte das gemas e metais nas quais so produzidas. Acima de tudo, deve ser considerado seu valor artstico. Com tal propsito, a criao do designer passa a ter completa liberdade de expresso, na qual pode misturar metais nobres com trabalhos artesanais, com gemas brutas ou at sintticas. Atingir harmonia e beleza este o propsito. A espressividade do artsta criador no tem limites; a ele dada liberdade total; no h industria conduzindo sua criao para a ultima tendncia ditada pela linha de jias do momento (CORBETTA, 2007, p. 91).
2.1.3. Industrial: Joia Comercial
De acordo com Llaberia (2009) a joia comercial, tambm conhecida como joia
industrial, reflete um novo conceito de joia. Estas so criadas com base em parmetros
de mercado, tendncias de consumo, avaliao de custos, tecnologias de produo e
materiais. A produo seriada, as inovaes tecnolgicas, as novas tcnicas e a mistura
de materiais so algumas das caractersticas observadas neste novo segmento, com
demandas crescentes de mercados antes privados destes objetos. Krupenia (1997 apud
2 Gioielli-scultura [...] una originalissima esperienza scaturita dallaffermarsi di spiccate individualit{ che si riconoscono in uno stile anticommerciale e
antidecorativo, basato sulla purezza delle forme, la misura della materia, lequilibrio delle proporzioni e una costante sperimentazione di nuove
tecniche e materiali.
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REBELLO, 2007), diz que a orientao da joalheria comercial o marketing, e as
decises de design so tomadas com base em pesquisas direcionadas para vendas e para
o mercado.
Paralelamente ao mundo da jia artstica, estava o mundo da jia comercial, que, nos anos 1970, instigava as mulheres - e, de maneira inovadora, os homens - a usarem adornos, em uma poca empobrecida de ouro. Pedras menos preciosas, negligenciadas at ento, assumiram posio de destaque - como o caso dos cristais, do olho de tigre, do coral, do lpis-lazli, do onix preto - e compuseram as ideias fundamentais das jias daquela dcada. O ouro texturado ainda era popular, assim como designs mais coloridos, feitos com esmalte (GOLA, 2008, p. 122).
Na joalheria comercial a criao voltada para o consumidor, sendo este o
responsvel por ditar as diretrizes de projeto. J na joalheria artstica, o artista joalheiro
cria a partir de sua prpria linguagem de expresso artstica, sem considerar o mercado,
as tendncias ou os desejos e necessidades do pblico. Criar uma jia de produ~o
industrial, envolvem os mesmos parmetros que definem a criao e o projeto de um
celular, de uma caneta, de um relgio ou de um carro, consideradas as devidas
especificidades como reas de conhecimento tcnico (LLABERIA, 2009).
V-se aqui um distanciamento das tcnicas tradicionais de ourivesaria com a
incluso de etapas de maquinofatura. Isto no significa que o ourives se torna
dispensvel no processo de produo, j que ainda so necessrias algumas etapas de
manufatura na confeco dos modelos para a reproduo industrial.
Este tipo de joia vem satisfazer a um pblico especfico, consumidor de joias
de uso cotidiano, com preos mais acessveis possibilitados pela reproduo em larga
escala. O designer raramente ter seu nome vinculado produo, diferentemente de
uma joia de autor onde a assinatura indispensvel. Llaberia (2009) lembra que quando
se fala em produo e consumo em massa em relao ao design de joias, trata-se
principalmente dos projetos voltados para a indstria de folheados e bijuterias3 que
trabalham com a estimativa de produ~o em larga escala.
3 Consideram-se metais folheados (ou chapeados de metais preciosos) os artefatos de metal que apresentem uma ou mais faces recobertas por metais
preciosos, seja por meio de soldadura, laminagem a quente ou por processo mecnico semelhante. Os artefatos de metais comuns incrustados de metais
preciosos tambm considera-se folheados ou chapeados de metais preciosos, salvo disposio contrria.
Consideram-se bijuterias os pequenos objetos de adorno pessoal (ex.: anis, braceletes ou pulseiras, colares, broches, brincos, correntes de relgio,
berloques, pendentes, alfinetes ou pregadores de gravata, abotoaduras (botes de punho), medalhas e insgnias religiosas ou outras) que no
contenham prolas (tanto naturais como cultivadas), pedras preciosas, semi-preciosas, sintticas ou reconstitudas, ou que s contenham metais
preciosos, folheados ou chapeados de metais preciosos (IBGM MANUAL OPERACIONAL DAS EXPORTAES DE GEMAS, JIAS E AFINS, 2000).
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A jia, cuja nobreza distinguida enquanto modelo absoluto e transcendente, encontra na industrializao a possibilidade de seu desdobramento em sries, extrapolando o seu carter de objeto de casta, nico e singular. atraves da difuso serial que a joalheria alarga seu potencial de abrangncia, tornando-se acessvel a todos, por direito. Essa popularizao, que percorre todas as cores do prisma social, acompanha os mesmos movimentos adotados pela moda, entre a alta costura e o prt--porter4 (CAMPOS, 2007).
2.2. PRODUO JOALHEIRA
Uma parte importante no desenvolvimento dos objetos est relacionada com
o modo de produ~o. Segundo Paim (2009), devemos levar em considera~o como os
objetos so feitos e como a sua realizao, enquanto processo consciente, produz
sentido, seja o objeto industrial ou artesanal.
Para este fim, foram observados os sistemas de produo existentes na
joalheria, e dividiram-se os processos em dois tipos principais: um processo artesanal de
manufatura, utilizado principalmente na joalheria de arte, de autor e contempornea, no
qual predominam as tcnicas de produo tradicional da ourivesaria; e um processo
industrial, onde a joia tratada como produto industrial de produo seriada, com
predomnio das tcnicas de produo de maquinofatura, com auxilio, em menor grau,
das tcnicas tradicionais.
2.2.1. Processo artesanal de manufatura Artesania
A produo artesanal como o prprio nome diz a produo de um objeto
artesanalmente pelo artista-arteso (tambm chamado artista-joalheiro). Este arteso,
utilizando seus conhecimentos tcitos e sua habilidade com os materiais, adquiridos
com anos de estudos e experincia profissional, cria e desenvolve suas peas. Estas
sero de certo modo nicas, pois mesmo que o artista-joalheiro reproduza seu trabalho,
elas possuiro algumas diferenas bsicas, fruto do trabalho artesanal de produo.
4 Pronto para vestir, do ingls: ready to wear. Diz-se de roupa de qualidade que, embora geralmente assinada por estilista, fabricada em srie, ao
contrrio da chamada roupa de alta-costura (AULETE ONLINE, 2011).
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Llaberia (2009) diz que este joalheiro [...] concebe suas criaes a partir do
repertrio pessoal e se utiliza em geral de tcnicas da ourivesaria tradicional,
aprendidas hoje em pequenos ateliers e escolas de cursos livres de joalheria prtica,
conhecida como trabalho de bancada.
Figura 7 - Artesania. Fonte: Google Imagens (2011a).
Destaca-se que ao falar em produo artesanal no significa dizer que o
produto final de joalheria pode ser reconhecido como artesanato. Paim (2009), em
resenha do livro A theory of craft do escritor Howard Risatti, considera que a
modalidade n~o industrial de produo do design recorre ao trabalho manual, no ao
artesanato, cuja matriz criativa se alimenta da experincia na oficina ou estdio. Neste
contexto o termo artesania mais bem empregado, j que este engloba tanto a
concepo quanto a criao do objeto.
A artesania feita em pequena escala, cada pea diferente entre si, o que
segundo critrios industriais as torna imperfeitas. Com a prtica, o arteso pode atingir
um nvel esttico aproximado ao da mquina (PAIM, 2009).
Segundo Takamitsu e Menezes (2010), o processo artesanal de criao ainda
muito utilizado pelas micro e pequenas empresas. Segundo as autoras:
Este consiste na representao da pea atravs de um esboo inicial, que pode ou no vir acompanhado de perspectivas, vistas e desenho tcnico com as especificaes de fabricao da jia. Aps a finalizao da etapa de criao o projeto encaminhado para um ourives produzir a pea. um processo eficaz na produo de peas exclusivas e de pequena tiragem, pois muito mais manual e artstico onde o talento do ourives para produzir a pea o elemento crucial do sucesso do resultado almejado (TAKAMITSU E MENEZES, 2010).
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2.2.2. Processo industrial - Produo seriada
Segundo Paim (2009), a indstria que transformou o mundo gerando
imensas riquezas, reduziu drasticamente a atuao da artesania, estabeleceu a distino
entre o designer e o operrio, e promoveu a substituio do trabalho manual pela
m|quina.
Desta forma, o que antes era produzido pelas mos hbeis do ourives, agora
fica a cargo do designer e da tecnologia, que ir reproduzir de forma precisa os artefatos
projetados pelo designer. O trabalho artesanal, contudo, no se torna totalmente
obsoleto. Llaberia (2009) confirma o distanciamento do tradicional trabalho do ourives,
mas diz que este profissional ainda indispensvel na produo dos prottipos que
serviro de moldes para a produo industrial.
O designer , na indstria, o responsvel pelo projeto dos prottipos que
serviro de modelos para a futura produo. Estes prottipos seguem tcnicas e
procedimentos industriais propcios repetio em larga escala. A produo industrial
resultante do trabalho do designer extensa, padronizada e uniforme (PAIM, 2009).
Segundo Clarke (2011), o designer de jias, usando a computa~o ou assistindo o
modelador, produz prottipos para a seria~o das peas, manualmente acabadas.
Figura 8 - Produo industrial. Fonte: Google Imagens (2011b).
Llaberia (2009) comenta que embora este processo envolva tambm etapas
de manufatura, a base est| no sistema de produ~o industrial, onde diversos
profissionais atuam na execuo das diferentes fases de desenvolvimento do projeto.
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A tecnologia digital proporciona a obteno de resultados antes impossveis
atravs dos mtodos tradicionais da ourivesaria. O designer cria as joias de alta
tecnologia e as reproduz em larga escala, em tempo otimizado e custos reduzidos
(ALEANDRI, 2011). Ainda assim, o designer, inserido no sistema de produo, de
fundamental importncia, pois ser ele o profissional responsvel pela melhor utilizao
da tecnologia na criao de peas esteticamente adequadas condizentes com os
materiais, ferramentas, tcnicas, custo e mo de obra disponvel.
Isso exige deste profissional a aquisio de novos conhecimentos. Antes, o
designer desenhava a joia e o modelista era encarregado de traduzir o desenho em
uma pea. Para isso, ele utilizava de seus conhecimentos adquiridos com o tempo e com
a prtica para de certa forma interpretar o trabalho do designer. Com a introduo da
tecnologia no design de joias, o designer acumula funes. Exige-se dele que conhea
mais afundo o processo produtivo, o trabalho com os materiais a tecnologia empregada
e os elementos tcnicos da produo joalheira (BENZ e MAGALHES, 2010).
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CAPTULO 3
TECNOLOGIAS E MATERIAIS
Fundado em 2006, o Centro Tecnolgico de Pedras, Gemas e Joias do Rio
Grande do Sul (CTPJRS) uma parceria entre o Ministrio da Cincia e Tecnologia
(MCT), do Municpio de Soledade/RS e a Universidade de Passo Fundo (UPF). A sede
administrativa do centro localiza-se na cidade de Soledade e financiada pela UPF,
Prefeitura Municipal de Soledade e pelo Sindicato das Indstrias de Joalheria,
Minerao, Lapidao, Beneficiamento e Transformao de Pedras Preciosas do Rio
Grande do Sul (SINDIPEDRAS). Recentemente o CTPJRS firmou um protocolo de
cooperao com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) nas reas de
ensino, pesquisa e extenso.
Figura 9 - Centro Tecnolgico de Pedras, Gemas e Joias do Rio Grande do Sul.
A ideia base do Centro Tecnolgico a contemplao de toda a cadeia
produtiva do setor de gemas e joias, desde a minerao ao beneficiamento e
comercializao dos produtos. Segundo Silva e Hartmann (2010) o Centro Tecnolgico
tem em sua miss~o a atua~o em trs frentes: qualifica~o profissional,
desenvolvimento de pesquisa cientifica e tecnolgica e transferncia de tecnologia
agregada { presta~o de servios especializados para o setor de Gemas e Jias.
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Neste contexto, o Centro Tecnolgico de Soledade vem auxiliar neste trabalho
com o apoio tcnico. O centro participar da etapa de produo das peas, desde a
prototipagem at as questes de fundio, lapidao e acabamentos. Para isto, o centro
oferece acesso a suas instalaes, maquinrios e pessoal treinado.
Neste captulo sero verificadas as tecnologias disponveis no Centro
Tecnolgico de Soledade que podem vir a auxiliar no desenvolvimento da coleo, bem
como os principais materiais utilizados produo de joias, focando a pesquisa em metais
e gemas.
3.1. TECNOLOGIAS DISPONVEIS NO CTPJRS
Atravs de analise do setor, o Centro Tecnolgico de Soledade percebeu a
necessidade de investir em tecnologia de ponta. Segundo o censo realizado pelo
CTPGJRS (SILVA e HARTMANN, 2010) o setor de gemas e joias na regio de Soledade/RS
possui um parque tecnolgico defasado em mais de 10 anos.
Hoje o Centro conta com uma gama de tecnologias de ponta a sua disposio,
possibilitando assim o cumprimento de seus objetivos de transferncia de tecnologias
atravs da prestao de servios para o setor. Abaixo sero apresentados os
equipamentos e processos encontrados no CTPGJRS de Soledade, disponveis para
utilizao na realizao deste trabalho. Todas as informaes foram retiradas do livro
Tecnologias para o setor de Gemas, Joias e Minerao organizado por Silva e Hartmann
em 2010.
Digitalizador tridimensional porttil (Scanner Konica Minolta - Vivid 9i)
O digitalizador um scanner 3D que utiliza um laser (classe II) para captar
imagens tridimensionais de objetos reais e reproduzir virtualmente estes objetos. Com
esta tecnologia possvel obter de forma precisa detalhes de superfcies, relevos,
texturas e inclusive objetos inteiros. Esta tcnica, que j empregada em diversas outras
reas, ainda pouco utilizada no segmento de gemas e joias, sendo a sua maior aplicao
comercial, atualmente, no setor de anlise de diamantes.
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Figura 10 - Scanner Tridimensional Mvel. Fonte: Konica Minolta (2012).
Impressora 3D (Prototipagem rpida por adio)
A impressora 3D um equipamento de prototipagem rpida que trabalha
com o auxlio do sistema CAD5. Atravs deste sistema possvel confeccionar prottipos
de qualquer tipo de objetos projetado via software CAD com alta qualidade, rapidez e
pouca interveno humana. O processo consiste na diviso em mltiplas camadas do
modelo virtual para que o equipamento ento reconstrua o modelo adicionando
material, camada por camada.
No setor de gemas e joias esta tecnologia pode contribuir significativamente,
pois os prottipos podem ser fabricados com material especfico para ser utilizado
diretamente na fundio das peas fundio por cera perdida.
Figura 11 - Prototipadora Digitalwax 008 e estufa para cura.
5 Computer Aided Design Projeto Assistido por Computador.
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Gravadora a laser (Tipo galvonomtrico)
O processo de gravao a laser permite a reproduo de qualquer imagem
digital sobre a superfcie de um material por meio da queima do mesmo por um raio de
energia concentrada na forma de calor (laser).
Figura 12 - Gravadora a Laser.
Esta tecnologia demonstra grande potencial produtivo j que apresenta como
vantagens a alta velocidade e a repetibilidade.
Corte a laser
Ao utilizar uma mquina de corte a laser do tipo plotter que trabalho nos
eixos X e Y e possui rea de gravao de 1250x600 milmetros, possvel realizar cortes,
gravaes e marcaes em materiais como madeira, couro, acrlico, MDF, tecidos, pedras
preciosas, entre outros.
As imagens a serem gravadas, cortadas ou marcadas so provenientes de
fontes digitais. Os desenhos so primeiramente vetorizados em software DRAW e
exportados como arquivos de extenso PLT6 para serem lidos pelo software do
equipamento de corte.
6 PLT a extenso de arquivos DWG convertidos para impresso, no editvel e visualizados apenas em programas especficos. Formato de arquivo
reconhecido nas mquinas plotter.
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Figura 13 - Ploter de corte a laser.
M|quina de corte e recorte a jato d|gua
O corte a jato d|gua, utilizando o comando CNC7, permite recortar formas
bidimensionais em diversos materiais, tais como, gemas, metais, vidros, mrmores,
granitos, porcelanatos, etc., que podem chegar espessura de at 150 milmetros. O
equipamento utiliza compressores para aumentar a presso de gua e assim utiliza-la,
juntamente com um abrasivo mineral granulado, para cortar o material. Como vantagens
so citadas a preciso, a boa qualidade de corte, a repetibilidade e a produo de
qualquer tipo de formato de gemas desejado.
Figura 14 - Equipamento de corte com jato d'gua.
7 Controle Numrico Computacional.
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Este processo tambm torna possvel a reproduo de formas complexas e
vazadas, no passiveis de produo manual e/ou inviveis financeiramente para serem
produzidas por outros processos.
Cabocheira
Esta mquina utilizada para produzir lapidaes do tipo caboches, onde a
gema apresenta superfcie superior em forma de domo arredondado e superfcie inferior
plana. Este tipo de lapidao geralmente aplicada em gemas opacas.
Figura 15 - Cabocheira.
Lapidao com catracas mecnicas
Esta bancada para lapidao possui um brao mecnico acoplado a uma
catraca com regulagens milimtricas que auxiliam os processos de calibragem,
facetamento e polimento. O brao mecnico com catracas confere maior preciso a todo
o processo, possibilitando um controle de qualidade mais rgido e reduzindo o tempo de
trabalho.
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Figura 16 - Bancada de lapidao com catraca, e estao de corte.
Estao para fundio por cera perdida
Esta estao consiste em toda a aparelhagem utilizada no processo de
fundio por cera perdida. Para o processo so utilizados: um forno para a cura do
revestimento; um forno para a fundio onde a liga metlica preparada; um
equipamento de vcuo utilizado na extrao das bolhas de ar no preparo do
revestimento e no processo de derrame do metal incandescente dentro do revestimento;
um tanque com jato d|gua para limpeza das peas; uma prensa para preparo dos
moldes de borracha e uma injetora para a replicao das peas; uma bancada de ourives
com todas as ferramentas utilizadas no ajuste e acabamento das peas; uma politriz
utilizada para o polimento das peas.
Figura 17 - Estao de fundio por cera perdida.
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3.2. MATERIAIS
Nesta sesso sero estudados os materiais utilizados na confeco de joias.
Primeiramente ser feito um levantamento de metais utilizados na fundio de joias,
suas propriedades e caractersticas mais significativas e os tipos de acabamentos mais
utilizados. Em seguidas ser feito um estudo das gemas. Sero levantados dados
referentes aos tipos de gemas e questes relacionadas ao processo e tipos de lapidao.
Por fim sero apresentados os tipos de ceras mais utilizados para modelagem, tanto dos
modelos, quanto para os prottipos finais e replicas para reproduo utilizando moldes
de borracha.
3.2.1. Metais para joalheria
Vrios so os metais e as ligas utilizados na joalheria. Sua escolha depender
do tipo de joia que se est produzindo, do pblico-alvo para quem se projeta e das
capacidades produtivas disponveis. Alm destes fatores, ao conhecer os diferentes
metais, seus benefcios e suas qualidades originais, o projetista poder escolher de
forma mais precisa o metal a ser utilizado em cada criao.
De acordo com o site Heartjoias (2012), dentre os metais e ligas mais
utilizados na joalheria destacam-se o ouro, a platina, a prata, o rdio e o titnio, ditos
metais preciosos, e o cobre, e o lato, como matria prima menos nobre, utilizados em
ligas como outros metais a fim de conferir melhores propriedades fsicas ou na indstria
de semijoias e bijuterias, devido ao baixo custo. A seguir sero apresentadas as
principais caractersticas e propriedades dos metais e ligas acima listados. Estas
informaes esto presentes em Curso de Tecnologias de Materiais, escrito por Patricio
Alzamora (2005).
Cobre
Metal de cor avermelhada, ponto de fuso de aproximadamente 1083 C e
peso especfico de 8,89 gramas por centmetros cbicos. extremamente malevel e
dctil, o que possibilita que ele seja facilmente trabalhado e transformado em chapas,
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fios, ou tubos. Suas maiores utilizaes na joalheria so: componente em banhos e
elemento em ligas de bronze, lato, prata e ouro.
Lato
Possui cor amarela (plida), ponto de fuso 940 C e peso especfico de 8,5
gramas por centmetro cbico. uma liga metlica composta de cobre (65 a 80%) e
zinco. Possui timas qualidades para utilizao na joalheria, apresentando
caractersticas compatveis e similares s ligas de metais preciosos. Como vantagens
apresenta baixo custo, elevada resistncia trao, aceita banho, de fcil acabamento
industrial, obtm brilho com facilidade. Muito utilizado pela indstria de bijuterias e
semijoias.
O lato pode ser normalmente trabalhado com as tcnicas de joalharia,
podendo ser serrado com serra de ourives e tambm se soldado com solda de prata.
Depois de trabalhado no apresenta uma camada protetora podendo oxidar quando
exposto ao ar e/ou ao vapor d|gua.
Liga 88 ou estanho-chumbo
Composta por 88% de estanho, 6% de antimnio e 4% de chumbo, tem ponto
de fuso entre 270 e 310 C e peso especfico de 10 gramas por centmetros cbicos
aproximadamente, uma liga de cor cinzenta no muito reflexiva. Devido ao seu baixo
ponto de fuso muito utilizada em processo de baixa fuso, sendo injetado diretamente
em moldes de silicone, o que facilita o processo produtivo. Possui baixo custo o que se
adequa a peas baratas. Como pontos negativos destaca-se seu peso especfico (peas
pesadas), mole, deformando facilmente e tambm relativamente quebradia.
Platina
Metal precioso de cor branca, ponto de fuso de 1773 C, peso especfico 21,4
gramas por centmetro cbico. Entre os metais preciosos, considerado o mais duro e
nunca perde o brilho ao longo dos tempos, o que lhe confere um valor especial. No sofre
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desgaste, e o seu extremo nvel de durabilidade lhe garante grande resistncia e
longevidade. totalmente hipoalergnico.
No entanto, requer habilidades e ferramentas especiais para se trabalhar,
geralmente sendo utilizada em liga com ouro ou irdio, metais que melhoram suas
caractersticas de trabalho. No um metal suscetvel a problemas como a corroso.
Ouro
Metal nobre muito utilizado na joalheria. Possui uma cor amarelada, ponto de
fuso de aproximadamente 1060 C e peso especfico de 19,5 gramas por centmetro
cbico. Se fosse usado puro, por ser muito macio, deformaria e desgastaria fcil. Por isso
prioriza-se a utilizao de ligas, que conferem melhores propriedades e, de acordo com o
material ligado, assume novas tonalidades e cores. Uma das caractersticas mais
marcantes do ouro puro o fato dele no sofrer oxidao. J em contato com outros
metais pode oxidar levemente.
O ouro branco uma liga composta por ouro amarelo, paldio e prata. O
paldio, metal de cor acinzentada, muito mais duro que o ouro. Por isso acrescenta-se
a prata que, alm de amolecer a liga, tambm barateia um pouco o custo. A liga resulta
em uma cor acinzentada forte, por isso as peas produzidas com ela levam um banho de
rdio, que d vida e luz ao ouro branco.
Prata
Assim como o ouro, a prata considerada um metal nobre, mas em
comparao seu preo muito mais baixo. Em seu estado puro apresenta caractersticas
de maleabilidade e ductilidade. Possui colorao branca lustrosa, ponto de fuso de 960
C e peso especfico de 10,53 gramas por centmetro cbico.
Este metal, assim como o ouro, tambm mais utilizado em forma de liga, o
que proporciona caractersticas mais adequadas, tais como, fluidez e dureza superficial.
A liga mais comum o cobre, que torna a prata mais resistente e mantm sua cor
original, mas tambm acelera a oxidao (primeiro adquirindo uma colorao
amarelada e posteriormente formando uma camada preta).
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comum encontrar este metal recoberto por um banho de rdio, que
dificulta o escurecimento, mas a tonalidade da pea muda (adquire uma colorao
parecida com a do ouro branco). O banho em prata pura retarda um pouco processo de
oxidao, alm de conferir um brilho diferenciado a pea.
Rdio
Com ponto de fuso de 2237 C e peso especfico de 12,45 gramas por
centmetro cbico, o rdio um metal da famlia da platina. O banho de rdio (tambm
conhecido por Galvanoplastia) muito utilizado para conferir acabamentos s joias,
frequentemente aplicado ao ouro, prata, e metais de outras ligas, dando-lhes uma
superfcie branca brilhante como a da platina e protegendo a joia contra arranhes e
aparecimento de manchas. Por no ser um metal muito abundante, o processo de
aplicao do banho de rdio em joias pode ser muito caro.
Titnio
O titnio um metal muito resistente e difcil de cortar, leve (cerca de um
tero do peso do ouro) e resistente corroso. Este metal possui peso especfico de 4,5
gramas por centmetro cbico e ponto de fuso de 1668 C. No encontrado em estado
elementar na natureza, apenas ligado a outros elementos. Possui ponto de solda
extremamente alto (cerca de 1600 a 1800 C) o que inviabiliza sua solda na joalheria.
Costuma ser fixado por meio de cravao, garras, rebites, parafusos, etc. Outra
caracterstica atraente do titnio a possibilidade de obteno de diversas cores. Este
material comea a ser utilizado na produo de joias apenas recentemente e vem
ganhando popularidade.
Zamac
composta por zinco (87,8%), cobre (0,9%), magnsio (0,025%) e alumnio
(10,8 a 11,15%). Tem uma cor acinzentada clara, ponto de fuso de 343C e peso
especfico de aproximadamente 07 gramas por centmetro cbico. Possui um timo grau
de dureza e uma alta fluidez, resultando em peas leves e resistentes. Tambm utilizada
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em processos de baixa fuso, de baixo custo, mas no aceita trabalho mecnico
posterior fundio, pois quebra. Aceita banhos.
3.2.1.1. Tipos de acabamentos em metais
Ao longo do tempo as joias vm sofrendo constantes evolues tanto em
termos de conceito e design quanto em questes tcnicas. Neste contexto os
acabamentos surgem cada vez mais inovadores, esteticamente bonitos e tecnicamente
mais sofisticados.
Alzamora (2005) divide em dois tipos o processo de acabamento: o
acabamento manual e o acabamento em massa (Figura 18). No primeiro, o tratamento
realizado pea a pea. um tipo de acabamento muito utilizado em joalheria artesanal
ou em prottipos que iro entrar em produo. De acordo com o tipo de acabamento
desejado utilizada um tipo especifico de ferramenta, ou processo. Para acabamentos
polidos realiza-se o atrito das peas em rodas ou discos abrasivos, ou ferramentas de
mo (limas e lixas), que desgastam progressivamente a superfcie conferindo-lhe brilho.
Pode-se tambm utilizar jato de areia ou fibras abrasivas a fim de conferir um
acabamento fosco.
J o segundo processo consiste na utilizao de maquinrio especifico para a
tarefa, reduzindo o tempo de trabalho necessrio em produes de grande escala. A
mquina movimenta uma carga ao redor das peas fazendo com que elas sejam
desgastadas e polidas pelo atrito. Esta carga pode ser tanto um material abrasivo (como
se fosse a areia e a gua do mar desgastando e polindo as pedras na praia), ou tambm
materiais duros (pequenas esferas ou pinos de ao) que batem contra a superfcie das
peas, alisando-as por brunimento.
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Figura 18 - Acabamento manual e a mquina. Fonte: Alzamora (2005).
Os tipos de acabamentos mais comuns encontrados na joalheria so as
texturas, os relevos e as salincias, mas tambm existem as aplicaes de esmaltes ou
resinas a superfcie do metal. A fase de acabamento uma das ultimas etapas do
processo de fabricao da joia. No Quadro 1 so apresentados alguns exemplos de
acabamentos que podem ser feitos nas joias. Cada acabamento confere caractersticas
distintas as peas.
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ACABAMENTOS TIPOS DE TEXTURA EXEMPLO
Polido
Superfcie completamente lisa e
brilhante como um espelho.
Acabamento realizado com a
utilizao de escovas. BRNER
Escovado Acabamento realizado com escovas abrasivas.
Tipos
Diamantado
Feito com ferramenta com ponta
diamantada. Superfcie com uma
fina textura, aparentando um
cravejado de diamantes.
MASTER
Com Brilho
Obtido com escovas com cerdas
de ao. Superfcie apresenta
ranhuras com brilho.
Acetinado
Acabamento com brilho
intermedirio entre o alto brilho
(polido) e o fosco (escovado).
Feito por meio da utilizao de
esmeril diamantado. Pode variar
de intensidade.
COSTANTINI
Adiamantado
Diamantado
Textura realizada na superfcie do
metal que consiste em pequenos
buracos, dando a aparncia de um
cravejado de diamantes.
MASTER
Anodizao
Processo eletroltico aplicado a
metais como o titnio e o nibio,
que produz uma camada de oxido
sobre a superfcie. A espessura da
camada determina a cor que ela
ir adquirir.
MIRIAM MIRNA KOROLKOVAS
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Craquelado
Chapa metlica montada de forma
irregular com pedaos de metal
sobrepostos. Acabamento com
aspecto de pequenas rachaduras
(solo seco).
DESCONHECIDO
Esmaltao
Acabamento vtreo. O metal
colorido com a utilizao de
esmaltes a base vtrea e xidos
metlicos, que derrete com calor
grudando no metal.
KENZO
Filigrana
Aparncia rendada. Feita com fios
extremamente finos, cortados,
torcidos, entrelaados e soldados,
produzindo desenhos delicados e
elaborados.
MIRANDOURO
Folheado /
Chapeado
Apresentam uma ou mais faces
recobertas de metais preciosos,
por soldadura, laminagem a
quente ou outro processo
mecnico semelhante. Este um
processo um pouco restrito. Seu
efeito o mesmo do processo de
galvanoplastia. HEFESTOS
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Galvanoplastia
(banho de
revestimento)
Processo de deposio de um
metal sobre o outro atravs de um
banho qumico (eletrlito) e
aplicao de uma corrente
eltrica. Utilizado principalmente
para melhorar a aparncia
superficial de objetos de metal.
CEDRICK GIBBONS
Gravao
Corroso do metal feita com
ferramentas especficas ou mesmo
produtos qumicos, criando
desenhos ou inscries.
GOLDBACKER
Granulao
Superfcie recoberta total ou
parcialmente por microesferas de
metal precioso.
COSTANTINI
Incrustao
Consiste na aplicao de metais
macios, como o ouro e a prata, no
interior de superfcies mais duras,
normalmente de ferro, ao e
bronze.
_____________
Jateado Superfcie levemente fosca obtida
com o jateamento de areia.
ROSEGARDEN
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Laca japonesa
Tcnica japonesa de difcil
aplicao. Necessita muito tempo,
dedicao, habilidade e pacincia.
Consiste na aplicao cor com
urushi.
Urushi uma espcie de resina
vegetal utilizada para revestir
objetos da arte tradicional chinesa
e japonesa.
LGIA ROCHA
Martelado
Batidas com um martelo resultam
em uma superfcie com textura de
amassado.
DWR
Oxidado
Utilizando de produtos qumicos
ou naturais atribui-se a superfcie
do material outra tonalidade.
ARATA FUCHI
Repuxado/
Repouss
Acabamento em alto relevo
cunhado com o auxilio de
pequenos embutidores e
martelos.
DESCONHECIDO
Resina
A resina derretida e colocada na
pea. Para solidificao a pea e
colocada em forno aquecido. Ideal
para joias e bijuterias com partes
coloridas.
CARO
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Riscado
Acabamento superficial riscado.
Dependendo da ferramenta
utilizada os riscos sero
uniformes ou irregulares.
KATZ
Tessuto
Textura com aparncia de teia
e/ou trama de um tecido. O nome
vem do italiano (tessuto = tecido).
ADRIANA DELOGU
Quadro 1 - Tipos de acabamentos em metais. Fonte: Adaptado de INFOJOIA (2011).
3.2.2. Gemas
Gemas so cristais naturais ou sintticos. Segundo o Manual Tcnico de
Gemas (2009) desenvolvido pelo IBGM e pelo Departamento Nacional de Produo
Mineral (DNPM), os materiais gemolgicos naturais s~o aqueles inteiramente formados
pela natureza, sem interferncia do homem. Eles se dividem em org}nicos (de origem
animal ou vegetal) e inorgnicos (no caso dos minerais e das rochas). O Quadro 2
apresenta as diversas nomenclaturas, utilizadas de acordo com as suas origens e
formaes.
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NOMENCLATURA DESCRIO
Gemas Naturais Substncias naturais orgnicas ou inorgnicas, utilizadas principalmente como adorno pessoal.
Materiais Ornamentais Minerais ou rochas naturais utilizados principalmente para colees, esculturas, decoraes de interiores e como acabamento arquitetnico.
Gemas Artificiais So aquelas criadas e fabricadas pelo homem. No existe um correspondente natural.
Gemas Sintticas Produtos cristalizados, cuja fabricao, foi ocasionada pelo homem. Suas propriedades fsicas, qumicas e estrutura cristalina correspondem essencialmente s das gemas naturais.
Gemas Compostas So corpos cristalinos ou amorfos, compostos por duas ou mais partes unidas por mtodos artificiais. Seus componentes podem ser tanto gemas naturais, sintticas ou artificiais, como tambm vidro.
Gemas Revestidas Gemas que tiveram sua superfcie recoberta por uma fina camada, colorida ou no, que pode ser de mesma composio qumica ou no.
Imitaes
So fabricados pelo homem a fim de reproduzir o efeito ptico, a cor e/ou a aparncia das gemas naturais ou sintticas, sem possuir suas propriedades fsicas, qumicas ou sua estrutura cristalina.
Gemas Reconstitudas So aquelas produzidos pelo homem por meio da fuso parcial ou aglomerao de fragmentos de gemas.
Gemas Simulantes Gemas naturais, artificiais ou sintticas que devido a sua aparncia (cor, brilho) simulam gemas naturais de maior valor ou mais conhecidas.
Produtos Gemolgicos Cultivados
So aqueles produzidos pela natureza com interveno parcial do homem.
Quadro 2 - Classificao. Fonte: Adaptado de Manual Tcnico de Gemas (2009).
A escolha das gemas e das lapidaes que iro fazer parte da joia depender
do tipo de joia que est sendo produzida, e consequentemente ao pblico a quem esta
pea destina, alm da questo dos recursos tcnicos disponveis (ALZAMORA, 2005).
3.2.2.1. Lapidao
Segundo Costa [20--], a tcnica de preparo da gema que tem por objetivo
dar forma e aperfeioar qualidades pticas e estticas, tais como brilho, refrao,
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transparncia e cor. Postal (2009) diz que este beneficiamento pode ser feito por trs
tipos de processos: manual, mecanizado ou automatizado.
O processo manual um processo de relativa complexidade e o resultado
depende da habilidade do lapidrio. O processo consiste em quatro etapas. A primeira,
de corte ou serragem, consiste no corte da pedra bruta com o auxilio de uma cerra
diamantada. Nesta etapa o lapidador remove todo e qualquer defeito da pedra, deixando
apenas as partes aproveitveis na lapidao. A segunda etapa a de calibragem, onde a
gema desgastada tomando forma. Est forma muito semelhante forma a qual a
gema assumira no fim do processo. Os principais tipos de lapidao sero vistas mais
adiante. Na terceira etapa intitulada de facetamento, o lapidador cria facetas que iro
definir a forma final da gema. Por fim na etapa de polimento, a gema ganha seu brilho
com a utilizao de um disco de polir (POSTAL, 2009).
Do processo manual para o processo mecanizado a diferena que neste
segundo caso, utiliza-se um brao mecnico ajustvel para realizar as etapas de
calibragem, facetamento e polimento, o que confere maior preciso a todo o processo em
menor tempo (POSTAL, 2009).
J no processo automatizado a lapidao ocorre com o mnimo de
interveno humana. Todo o processo executado por equipamento e software
especficos, sendo necessrio apenas algum para colocar a pea no equipamento,
realizar a inverso (aps um lado lapidado, a gema virada para ser lapidada do outro
lado) e retirar a gema pronta (POSTAL, 2009).
Aps a lapidao as partes de uma gema recebem nomes especficos. Abaixo,
na Figura 19, apresentado um esquema indicativo com os nomes dados a cada parte.
Figura 19 - Nomenclatura de um modelo de gema lapidada. Fonte: Alzamora (2005).
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3.2.2.2. Principais tipos de lapidao
Existem diferentes tipos e formas de lapidaes, desde padres tradicionais
at configuraes exticas. Costa [20--] divide a lapidao em trs