produção de morango orgânico

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PRODUÇÃO DE MORANGO ORGÂNICO RECOMENDAÇÕES GERAIS: Na área produtiva um conjunto de práticas é recomendado para a produção orgânica e agro- ecológica, entre elas: a rotação de culturas, diversificação de culturas e espécies, adubação verde, adubação orgânica, etc., práticas estas que favorecem à saúde do solo, à manutenção e sobrevivência de inimigos naturais, enfim, a uma maior biodiversidade e melhores condições de equilíbrio do agro-ecossistema. A diversificação de atividades também é importante para garantir renda aos agricultores, evitando a dependência e os riscos de uma ou poucas atividades econômicas. PRODUTOS RECOMENDADOS E AUXILIARES NO PREPARO DO SOLO E ADUBAÇÃO: Microorganismos eficientes É uma colônia de vários fungos coletados no meio ambiente e multiplicados em meio de cultura e que são mais agressivos e eficazes no solo do que a maioria dos fungos causadores de doenças como Fusarium, Sclerotínia, Phythoftora, etc..., inibindo o desenvolvimento destes no solo. A utilização de E.M. (Microorganismos Eficientes) é uma ótima maneira de auxiliar na recuperação de solos e controlar doenças que afetam as raízes de plantas. Para atuar ele necessita de matéria orgânica (restos de plantas, esterco, etc.) no solo. Como são organismos vivos e são sensíveis, devem ser aplicados em dias nublados ou chuvosos, ou perto da noite e depois irrigado para penetrarem no solo. A dosagem é em torno de 20 litros de E.M por hectare, podendo ser reduzida ou eliminada quando o solo estiver em equilíbrio. O E.M pode ser multiplicado da seguinte forma: 2 litros de E.M 2 quilos de açúcar mascavo 1 punhado de capim (folhas) picado 20 litros de água. Deixar fermentar por 3 dias e utilizar de imediato na dosagem de 20 litros por hectare. Podem ser feitas mais aplicações no início, sem prejudicar o solo. Observação: O E.M. também pode ser utilizado em pulverização foliar, na dosagem de 20 a 30 ml /20 litros de água, como um auxiliar no manejo de podridões de frutos e outras doenças fúngicas. Adubação e compostagem Para os cultivos em sistemas orgânicos, todos os estercos de animais devem ser aplicados após a compostagem, que é a fermentação aeróbica do material. A aplicação de composto orgânico, devido a sua composição química e microbiológica, é uma das melhores formas de favorecer uma nutrição equilibrada às plantas e prevenir desequilíbrios que possam levar ao aparecimento de microorganismos patogênicos no solo, possíveis causadores de doenças das plantas. A aplicação de composto favorece as associações das raízes com micorrizas, facilitando a nutrição e aumentando a resistência das plantas. A aplicação de esterco diretamente ao solo somente é tolerada antes do plantio das plantas para adubação-verde. Neste caso, recomenda-se a aplicação de E.M. juntamente com o esterco, para acelerar sua decomposição. Compostagem A seguir sugerimos a quantidade de materiais para o preparo de composto para adubar 1000 plantas de morangueiro, aproximadamente 120 metros de canteiro. Materiais:

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Produção de Morango Orgânico

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Page 1: Produção de Morango Orgânico

PRODUÇÃO DE MORANGO ORGÂNICO RECOMENDAÇÕES GERAIS: Na área produtiva um conjunto de práticas é recomendado para a produção orgânica e agro-ecológica, entre elas: a rotação de culturas, diversificação de culturas e espécies, adubação verde, adubação orgânica, etc., práticas estas que favorecem à saúde do solo, à manutenção e sobrevivência de inimigos naturais, enfim, a uma maior biodiversidade e melhores condições de equilíbrio do agro-ecossistema. A diversificação de atividades também é importante para garantir renda aos agricultores, evitando a dependência e os riscos de uma ou poucas atividades econômicas. PRODUTOS RECOMENDADOS E AUXILIARES NO PREPARO DO SOLO E ADUBAÇÃO: Microorganismos eficientes É uma colônia de vários fungos coletados no meio ambiente e multiplicados em meio de cultura e que são mais agressivos e eficazes no solo do que a maioria dos fungos causadores de doenças como Fusarium, Sclerotínia, Phythoftora, etc..., inibindo o desenvolvimento destes no solo. A utilização de E.M. (Microorganismos Eficientes) é uma ótima maneira de auxiliar na recuperação de solos e controlar doenças que afetam as raízes de plantas. Para atuar ele necessita de matéria orgânica (restos de plantas, esterco, etc.) no solo. Como são organismos vivos e são sensíveis, devem ser aplicados em dias nublados ou chuvosos, ou perto da noite e depois irrigado para penetrarem no solo. A dosagem é em torno de 20 litros de E.M por hectare, podendo ser reduzida ou eliminada quando o solo estiver em equilíbrio. O E.M pode ser multiplicado da seguinte forma: 2 litros de E.M 2 quilos de açúcar mascavo 1 punhado de capim (folhas) picado 20 litros de água. Deixar fermentar por 3 dias e utilizar de imediato na dosagem de 20 litros por hectare. Podem ser feitas mais aplicações no início, sem prejudicar o solo. Observação: O E.M. também pode ser utilizado em pulverização foliar, na dosagem de 20 a 30 ml /20 litros de água, como um auxiliar no manejo de podridões de frutos e outras doenças fúngicas. Adubação e compostagem Para os cultivos em sistemas orgânicos, todos os estercos de animais devem ser aplicados após a compostagem, que é a fermentação aeróbica do material. A aplicação de composto orgânico, devido a sua composição química e microbiológica, é uma das melhores formas de favorecer uma nutrição equilibrada às plantas e prevenir desequilíbrios que possam levar ao aparecimento de microorganismos patogênicos no solo, possíveis causadores de doenças das plantas. A aplicação de composto favorece as associações das raízes com micorrizas, facilitando a nutrição e aumentando a resistência das plantas. A aplicação de esterco diretamente ao solo somente é tolerada antes do plantio das plantas para adubação-verde. Neste caso, recomenda-se a aplicação de E.M. juntamente com o esterco, para acelerar sua decomposição. Compostagem A seguir sugerimos a quantidade de materiais para o preparo de composto para adubar 1000 plantas de morangueiro, aproximadamente 120 metros de canteiro. Materiais:

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1- esterco de galinha ou cama de aviário - 200 kg e ou esterco de gado – 500 kg. Pode-se usar um ou outro ou a mistura de ambos. O ideal é o esterco fresco atingir no máximo 1/3 da mistura. 2- material vegetal- 500 a 1000 kg. Pode-se usar os mais diversos tipos de materiais, de preferência que tenham uma relação carbono/nitrogênio ( C/N ) inicial entre 25 a 30/1, mas que não é fonte de preocupação. Pode-se usar inclusive as plantas dos morangueiros que já produziram, pois a compostagem elimina os microorganismos patogênicos, insetos e ácaros que poderiam causar problemas, devido a temperatura de até 75 ºC atingida no processo. Relação C/N de alguns materiais: palhas, talos de milho, etc.- 50 a 150/1, folhas de árvores - 40 a 60/1, esterco- 15/1. - fosfato natural - 5 kg por tonelada de material, podendo reduzir com o tempo. - terra de superfície (como inoculante). - calcário -5 kg por tonelada de material. - cinzas de madeira - 5 kg por tonelada. Preparo do Composto:

Ir alternando em camadas os materiais acima, iniciando com o material vegetal. A 1ª camada deve ter mais ou menos 30 centímetros de altura, feita com material mais grosseiro como cana de milho inteira, sabugos, galhos finos, etc. a fim de melhorar a aeração e preparar uma cama. O restante do material vegetal deverá ser preferencialmente triturado, não muito grosso nem muito fino. Depois fazer uma camada com o esterco, misturando levemente para facilitar a fermentação.

A parte lateral da pilha de composto deve ser erguida com material mais grosseiro, como que erguendo uma parede. A finalidade é facilitar a entrada de ar, e assim, evitar a viragem da pilha, que aumenta a mão de obra e interrompe os processos biológicos em curso.

O calcário, terra, fosfato e cinzas são aplicados sempre acima do esterco como se fosse salgar. A cada camada de esterco, a pilha deve ser uniformemente umedecida, sendo o ideal entre 50 e 60% de umidade, nem molhado pingando e nem seco poirento.

A camada de capim pode ter de 10 a 30 centímetros e a de esterco de 3 a 5 centímetros. No final, deve-se cobrir a pilha com palha para manter a umidade. Dentro de 1 a 3 dias a temperatura do composto pode chegar a 75 º C, mantendo-se por alguns dias ou semanas e posteriormente vai baixando e se igualando a do meio ambiente. Aproximadamente depois de dez dias é interessante abrir a camada superficial da pilha e acrescentar material novo, como capim e esterco, para melhorar a fermentação.

Com a mistura, o teor de umidade, o tamanho das partículas, o formato das pilhas e a relação C/N adequados, não é necessário fazer o revolvimento da pilha. Os fungos filamentosos (termofílicos), diminuem a atividade quando tem a sua estrutura (micélios) quebrada com o revolvimento. Quanto maior a quantidade de esterco, mais rápido vai fermentar e aumentar a probabilidade de perder nitrogênio por volatilização. Quanto maior a disponibilidade de material verde e que não seja muito fibroso, melhor vai ser a compostagem. As pilhas podem ter de 1 a 3 metros de largura por 1,5 metros de altura. No verão, entre três a seis meses o composto pode ser utilizado. Quanto mais estreita as pilha, melhor é a aeração, que é importante para uma boa compostagem, evitando mau cheiro e fermentação anaeróbica. Adubação verde É uma ótima forma para estruturar o solo, diminuir a aplicação de composto ou esterco e realizar uma rotação de culturas. Dar preferência às leguminosas, consorciadas com gramíneas e outras espécies na mistura. As leguminosas podem suprir quase totalmente a necessidade de nitrogênio da cultura, que é o nutriente de mais difícil manejo na Agricultura Orgânica. As principais espécies de leguminosas recomendadas para Rancho Queimado são: a ervilhaca (inverno) mucuna e crotalárias (verão). Fosfatagem

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No primeiro ano aplicar 500 kg/ha, pelo menos 30 dias antes da calagem para evitar a fixação do fósforo. Cinzas de madeira Podem ser aplicadas de 500 a 1000 kg/ha ano, diretamente ao solo. Calagem Quando forem necessárias aplicações de mais de 10 t/ha de calcário, segundo análise de solo, recomenda-se aplicar no máximo dez toneladas e refazer a análise no próximo ano. Biofertilizante para adubação no gotejamento (para 100 metros de canteiro). 50 litros de água 15 Kg esterco gado fresco 1,5 Kg esterco de galinha (sem maravalha) 1,0 litros de melado 1,0 Kg cinza de madeira Deixar fermentar por 4 a 5 dias. Filtrar e aplicar a cada 2 semanas no gotejamento. Após a adubação irrigar com água limpa por 10 a 15 minutos, para evitar entupimento. Urina de Vaca: Aplicar em média 10 litros para cada mil plantas por semana em irrigação por gotejamento, observando as condições climáticas e o estágio das plantas, em duas ou três aplicações. Condições climáticas como: frio, chuva, baixa luminosidade e plantas com pouca carga de frutas e flores utilizam menos nutrientes. Deixar a urina descansar por pelo menos três dias em recipiente fechado. Composição aproximada de nutrientes nos excrementos frescos em porcentagem Tipo/ Nutriente Nitrogênio Fósforo Potássio Cálcio MagnésioEsterco vaca 0,35 0,27 0,07 0,7 0,15 Urina vaca 0,61 0,01 1,30 0,01 0,04 Esterco + urina 0,46 0,16 0,58 0,41 0,10 Ester gal poedeira 1,53 1,08 0,59 1,22 0,28 Composto orgânico Ferticel ou outros compostos orgânicos: Aplicar na ferti-irrigação entre uma a três vezes por semana tomando os devidos cuidados para não entupir os gotejadores. Diluir em caixa de água deixando em solução por pelo menos dois dias na forma de sachê ou coando o líquido resultante. Quantidades recomendadas para aproximadamente mil plantas por semana: 06 a 10 quilos. Observação: Sempre irrigar com água limpa após a aplicação dos biofertilizantes. ROTAÇÃO DE CULTURAS: Para orientação sugerimos observar a tabela abaixo, adaptada de: Menos veneno no prato, de Roland Fischer. Florianópolis/SC. CULTURA PLANTAS AMIGAS PLANTAS INIMIGAS Abóbora milho, vagem, acelga, chicória, amendoim, cenoura batatinhas Acelga salsa, nabo, couve-flor, feijão, rabanete, cenoura Alface cenoura, rabanete, alho-porró, beterraba, rúcula,

acelga, feijão, milho, alho, nabo, hortelã, chicória, ervilha, cebola, couve-flor, tomate.

pepino, salsa, morango, aipo

Alho alface, beterraba, cenoura, camomila, morango, ervilha, feijão, couve-flor,

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rosa, tomate, salsa aspargo Alho-porro cenoura, cravo-de-defunto, tomate, salsa Aspargo tomate, salsa, manjericão, mal-me-quer, cravo-de-

defunto, rabanete cebola, alho

Bardana cenoura, funcho Batata feijão, milho, repolho, alho, favas, urtiga, cravo-de-

defunto, caruru, ervilha, salsa, alho, cebola, espinafre.

aipo, beterraba, couve-flor, tomate

Beterraba alface, alho, nabo, vagem, salsa, cebola, pepino mostarda, milho, batata Beringela feijão, vagem Cebola beterraba, morango, cenoura, camomila, tomate,

couve, sálvia, alface, rosa, alecrim, macela, salsa, pepino, abóbora

ervilha, feijão, couve-flor, aspargo

Cenoura ervilha, alface, manjerona,feijão, rabanete, tomate, cravo-de-defunto, sálvia, cebola, cebolinha, bardana, salsa, hortelã, chicória, abóbora, alho.

endro, funcho

Cebolinha cenoura, mostarda, espinafre, tomate, rosa, repolho, couve-flor.

ervilha, feijão

Chicória alface, tomate, cenoura Couve feijão, ervilha, camomila, hortelã, endro, sálvia,

alecrim, tomilho, losna, aipo, salsa, acelga, espinafre, alface, pepino, rabanete.

beterraba, alho, cebola, batata, tomate

Ervilha cenoura, nabo, rabanete, pepino, milho, couve, abóbora, batata, salsa, couve-flor, alface

alho, cebola, cebolinha, tomate

Espinafre morango, feijão, beterraba, couve-flor, cebolinha, salsa, nabo, batata, rabanete, tomate

Feijão milho, girassol, berinjela, alface, batata, cenoura, pepino, couves, repolho, petúnia, alecrim, nabo, aipo, salsa, beterraba, rabanete, tomate

mandioca, alho, ervilha, cebola

Girassol pepino, feijão, milho batatinhas Macela cebola Morango feijões, espinafre, tomate. repolho, alface. CULTURA PLANTAS AMIGAS PLANTAS INIMIGAS Milho batatas, ervilha, feijões, pepino, abóbora, melão,

melancia, trigo, rúcula, nabo, rabanete,quiabo, mostarda, serralha, moranga, girassol, endro, beldroega, caruru, mucuna, berinjela, amendoim, salsa, tomate, alface.

funcho, aipo, beterraba

Nabo ervilha, milho, alecrim, hortelã, acelga, espinafre, alface, tomate

Pepino girassol, feijão, milho, ervilha, aipo, salsa, beterraba, cebola

rabanete, tomate, alface

Rabanete aspargo, tomate, ervilha, agrião, cenoura, espinafre, vagem, chicória, milho, salsa, couve, alface, batata, feijão

pepino

Repolho batata, beterraba, alface, aspargo, cebola, cebolinha, tomate, endro, alecrim

morango

Rúcula chicória, vagem, milho Salsa tomate, aspargo, pimenta alface Salsão alho-porro, batata, cravo-de-defunto, ervilha,

tomate, repolho, feijão

Serralha tomate, cebola, milho

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Tomate aspargo, alecrim, alho, cebola, cebolinha, hortelã, salsa, cenoura, calêndula, serralha, salsão, sálvia, tomilho, mal-me-quer, urtiga, aipo, nabo, chicória, espinafre, alface, milho, feijão, rabanete

pimenta, soja, batatinha, ervilha, pepino, batata.

Vagem milho,abóbora, rúcula, chicória, acelga, rabanete Caldas e Preparados recomendadas e ou toleradas no manejo Fitossanitário de uso mais comum na cultura do morango. - “KIT” SUPERMAGRO (NUTRITIVO/DEFENSIVO) Aplicação: diluir em água e fazer aplicação foliar (1 a 5%) P R E P A R O: Em um recipiente de 200 litros (tipo tonel ou bombona plástica), colocar 30 Kg de esterco fresco e complementar com água até 100 litros. A cada 5 dias colocar um dos elementos abaixo na mistura. Caso alguns elementos, como o Sulfato de Cobalto, não forem encontrados, não há problema. “KIT”: 2,0 Kg de Sulfato de zinco 2,0 Kg de sulfato de Magnésio (sal amargo) 300 g de Sulfato de Manganês 300 g de Sulfato de Cobre 2,0 Kg de Cloreto de Cálcio 1,0 Kg de Ácido Bórico 300 g de Sulfato de Ferro 100 g de Molibdato de Sódio 50 g de Sulfato de Cobalto Cada vez que colocar um dos produtos acima, acrescentar junto um dos produtos da lista abaixo (quanto maior diversidade, melhor). Após a adição de 4 dos elementos acima, colocar mais 20 Kg de esterco fresco. 1 litro de leite e/ou soro de leite 200 g de farinha de osso (acompanha o KIT) 1 litro de melado de cana ou 500 g de açúcar mascavo 100 ml de sangue 200 g de farinha de conchas, ou ostras (Acompanha o KIT) OBS. Se não conseguir algum dos produtos dessa lista, coloque o material que dispuser, repetindo se necessário. AO FINAL DA SÉRIE, COMPLEMENTAR O RECIPIENTE COM ÁGUA ATÉ 200 LITROS E, ESPERAR NO MÍNIMO 1 MÊS ANTES DE USAR. OBS.: Para facilitar a pulverização, evitando entupimentos, coar 2 a 3 vezes e usar filtros. - CALDA SULFOCÁLcICA: usar na concentração de 0,3 % aumentando até 0,4 % (300 a 400

ml/100 litros ou 60ml para 20 litros). Encontra-se calda pronta (Pré-fabricada). Para doenças foliares e ácaro.

- CALDA BORDALESA: Sulfato de cobre e cal hidratada, iniciar com concentração (0,20 até 0,30 %) – Para doenças foliares.

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Vários sais de cobre têm sido usados no manejo de doenças que incidem sobre as plantas cultivadas. A Calda bordalesa já é tradicionalmente utilizada há mais de um século tendo propriedades excepcionais, ditas mesmo superiores aos melhores produtos similares produzidos industrialmente. É excelente como fungicida, bactericida, e tem propriedade repelente contra vários insetos. A Calda bordalesa deve ser neutra ou ligeiramente alcalina. No campo, é comum os agricultores usarem uma faca ou canivete para fazerem o teste de acidez. Sobre a lâmina, bem limpa, depositam duas a três gotas de calda preparada e após três minutos, sacodem a lâmina; se ficarem manchas avermelhadas nos pontos onde estavam as gotas de calda, esta ainda estará ácida. Devido a natureza gelatinosa da calda, esta se adere com facilidade á superfície das plantas, sobre as quais seca, formando um depósito muito resistente e estável. Observação: Como o cobre é um metal pesado o uso dessa calda deve ser feito de modo parcimonioso. Preparação: Para 100 litros de água: ( Calda Bordaleza a 0,3% ) 1- Diluir 0,3 quilos de cal.hidratada, em 50 litros de água em um balde de plástico. 2- Diluir 0,3 quilos de sulfato de cobre em 50 litros de água em outro balde plástico; 3- Em seguida derramar a diluição de cal hidratada bem vagarosamente sobre a solução de

sulfato de cobre agitando constantemente. A cal hidratada deve ser de boa qualidade e armazenada em embalagem hermética para não ter contato com ar, pois pode reagir com o gás carbônico formando carbonato de cálcio e não neutralizar a acidez da solução de sulfato de cobre. Tratamentos no Morango: - Antes da Floração: Aplicar a Calda Bordaleza a 0,3 % acrescentando 2 litros de Supermagro para 100 litros de água. OBSERVAÇÃ0: A Calda Bordaleza tem um efeito curativo de 3 dias e de 2 dias de proteção. Recomenda-se intervalos de tratamento entre uma a duas semanas ou mais; dependendo das condições climáticas. Caso houver chuva maior de 20 mm (chuva forte) repetir o tratamento. Depois que forem colocados os túneis nos canteiros as aplicações podem ser mais espaçadas, dependendo também, das condições climáticas. Alternar o tratamento anterior com Calda Sulfocálcica na quantia de 700 ml para 100 litros de água acrescentando 2,5 litros de Supermagro.

- Início da Floração:

Usar nesta fase somente os tratamentos com a Calda Sulfocálcica na quantia de 500 ml para 100 litros de água, mais 2,5 litros de Supermagro, mais 40 gramas de Bórax e 40 gramas de cloreto de cálcio.

- Durante a Floração e Frutificação:

Aplicar a Calda Sulfocálcica 500 ml para 100 litros de água, mais 1,5 litros de Supermagro mais 250 gramas de Cloreto de Cálcio 250 gramas por 100 litros mais 80 gramas de bórax por 100 litros de água.

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Após uma a duas semanas aplicar Calda Sulfocálcica 500 ml para 100 litros mais 1,5 litros de Supermagro mais 150 gramas de sulfato de potássio. Após uma a duas semanas aplicar Calda Bordaleza a 0,3% mais 2 litros de Supermagro por 100 litros mais 150 gramas de Sulfato de Magnésio (SALAMARGO.

Observação: A calda Bordaleza e a Calda Sulfocálcica não podem ser misturadas. Devem ser usadas alternadamente até o início da Floração. A calda Bordaleza e Calda Sulfocálcica sempre devem ser misturadas com o Biofertilizante Supermagro na dosagem de 250 a 400 ml para 20 litros de água. A função do Supermagro na mistura é diminuir a fitotoxidade para as plantas.

Como o Morango é cultivado em ambiente protegido (túneis), pode-se aumentar o espaçamento entre as aplicações, ou diminuir a concentração das caldas com o passar do tempo.

Aplicar sempre a calda bordaleza e a calda Sulfocálcica misturadas com Supermagro, pois sozinhas elas podem prejudicar as plantas, principalmente as flores.

Aplicar a Calda Bordaleza sempre após 2 ou 3 tratamentos com Calda Sulfocálcica. Após o início da floração nunca usar a calda Bordaleza em concentração maior que 0,3%.

- MANEJO DE PODRIDÃO DE FRUTOS:

Cultivo protegido (manejo dos túneis): O cultivo protegido em túneis baixos ou altos protege as plantas do sereno e da chuva, favorecendo a criação de um ambiente com menor umidade do ar ao nível das plantas, dificultando o desenvolvimento da maioria dos fungos causadores de doenças. Mas quando mal manejado, o cultivo protegido pode aumentar a umidade e, favorecer o aparecimento de doenças. Para evitar tal problema, nos dias ensolarados e nublados é recomendável erguer os túneis até meia altura entre as primeiras horas da manhã até o entardecer, evitando o sereno. Já, nos dias chuvosos, é recomendado deixar os túneis abaixados. A irrigação, mesmo que seja por gotejamento, deve preferencialmente ser feita de manhã, e nos dias ensolarados, para evitar a formação de umidade. Produtos auxiliares no manejo de podridões de frutos: Extrato Hidroalcoólico de Própolis. Como Preparar: Diluir 300 gramas de própolis em 800 ml de álcool. Para diluir o própolis deixar 1 dia no freezer e bater no liquidificador. Deixar por 20 dias em solução agitando 5 minutos por dia. Depois filtrar em papel ou algodão. Pegar o que ficou no filtro colocando em 800 ml de água deixando dissolver por 20 dias mexendo 5 minutos por dia. Juntar na seguinte proporção. 400 ml extrato alcoólico 800 ml extrato hídrico (água) Usar na dosagem de 250 a 300 ml/por 100 litros de água. Clonosnat PM + Clonosnat EF: Estes dois produtos devem ser aplicados sempre associados. São produzidos à base do fungo Clonostachys rósea, que apresenta ação específica sobre Botrytis sp. A dosagem recomendada de cada um é 50 ml em 20 litros de água, com aplicação preferencial no final da tarde ou com alta umidade do ar. Leva em torno de 7 dias para agir.

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Trichonat CE: Este produto é obtido à base do fungo Trichoderma sp. , que tem ação inibidora sobre vários fungos de solo e da parte aérea, que podem causar danos à planta ou partes da planta do morangueiro. Também tem ação inibidora de Botrytis, embora seja menos específico. A dosagem recomendada é de 50 ml/ 20 litros de água, no final da tarde. Manejo do ácaro rajado, ácaro da gema e outros insetos. ÁCAROS: Um dos principais problemas no monocultivo em uma lavoura de morango é o aumento da população de ácaros fitófagos (que podem causar danos econômicos) O cultivo protegido cria melhores condições para eles se desenvolverem, pois preferem calor e pouca umidade. As recomendações gerais para manter sua população sob controle, são:

- plantar mudas isentas e sadias. - manter o ambiente do modo o mais diversificado possível evitando o monocultivo, pois

existem vários inimigos naturais (insetos e ácaros predadores) que se alimentam dos ácaros fitófagos, sendo que os mesmos necessitam do pólen de várias flores para se alimentar e plantas para se abrigarem.

- Fazer os canteiros em vários pontos da área de plantio de hortaliças, dificultando aos ácaros fitófagos (“Pragas”) identificarem com facilidade uma grande fonte de alimento, dificultando a sua proliferação.

- Evitar o excesso de fornecimento de nitrogênio para as plantas, que as torna mais sensíveis aos ácaros.

- Observar sempre a lavoura acompanhando o possível surgimento de um foco de ataque dos ácaros, pois eles sempre aparecem em reboleiras e se disseminam na lavoura. Quando identificados fazer a aplicação de produtos alternativos para seu controle, como: Óleo de NiM, Enxofre Molhável, Boverril e Metarril (fungos entomopatogênicos), Calda sulfocálcica, Calda Bordaleza, irrigar por aspersão, etc... As aplicações das caldas anteriormente descritas (Sulfocálcica, Supermagro, Bordaleza) possuem um efeito inibidor da população dos ácaros.

- Usar cobertura morta entre canteiros, como: acícula de pinus, casca de arroz, bagaço de cana, ou qualquer outro material para evitar o respingo das gotas de chuva e manter a umidade.

Deixar pés de caruru e outras ervas de folha larga, principalmente no caminho. Plantar em área mais isolada, podendo plantar filas de milho isolando o plantio. Quanto mais diversificada a área de plantio, melhor é. Outras culturas que podem ser usadas como culturas intercalares são: alho, espinafre, cebola, cenoura. Óleo de NiM Este produto, cujo principal ingrediente ativo é a azadirachtina é obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta Azadirachta indica. Tem sido descrito na literatura como um inseticida, acaricida e nematicida de largo espectro. Por isto, deve ser usado parcimoniosamente, evitando causar desequilíbrios no ambiente. Quando a população do ácaro rajado tem causado danos ao morango, sua aplicação tem auxiliado de forma eficiente no seu controle. A dosagem normal recomendada é de 100 ml/20 litros de água. Quando as populações do ácaro estão muito elevadas, tem se aplicado até 200 ml/20 litros de água em reboleira, ou seja, nas partes da lavoura onde a população está maior. Deve-se ter o cuidado de dirigir os jatos para a face inferior das folhas, onde estão localizados os ácaros. Pironat Este produto é um extrato pirolenhoso. Sua principal finalidade é atuar como um ativador fisiológico e repelente de insetos e ácaros. É aplicado na dosagem de 20-30 ml/20 litros de água. Apresenta ação sinérgica quando misturado a outros produtos, como o Óleo de Neem.

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Observação: Algumas Empresas que certificam a produção orgânica, não permitem a utilização desse produto. Beauveria e Metarrizium Estas recomendações não são baseadas em dados de Pesquisa, mas a partir de experiências de produtores de morango orgânico e indicações de pesquisadores. Este produtos são produzidos à base do fungo Beauveria bassiana e Metarrizium anisoplae, possuindo ação parasita de ácaros, lagartas e outros insetos. A dosagem recomendada é de 50 ml/ 20 litros de água, ou entre dois a quatro kg por hectare. Deve-se ter o cuidado de adquirir o produto de Empresas idôneas, pois são organismos vivos. A Epagri de Itajaí produz Beauveria e Metarrizium em seu Laboratório. De preferência devem ser aplicados de tardinha, junto com espalhante adesivo, e podem também ser associados ao Óleo de Neem. Como Beauveria e Metarril são sensíveis à seca e ao calor excessivo para se reproduzirem e atuarem, deve-se procurar as condições ideais para sua aplicação, que são períodos de maior umidade do ar e temperaturas amenas, entre 20 a 30 ºC. É recomendável reaplicar Beauveria nas primeiras vezes durante algumas semanas ou quando persistirem condições impróprias para esses produtos. Rotenat CE Este produto tem como princípio ativo a rotenona, tendo ação inseticida de largo espectro. Tem sido mais utilizado no controle de pulgões e formigas, na dosagem de 100 a 120 ml/ 20 litros de água. Quando associado ao Óleo de Neem, pode-se reduzir sua dosagem pela metade. PULGÃO VERDE 01 kg de cinza de madeira e 01 litro de soro de leite. Deixar descansar a cinza 12 horas em água antes de fazer a mistura. Coar bem a água de cinza para não entupir o bico do pulverizador, juntar o soro e completar com água até 20 litros. PULGÃO PRETO Aplicar cinza de madeira manualmente ainda quando as plantas estiverem úmidas pelo sereno da manhã. Isca Formicida Citromax Este produto é indicado para o controle de formigas cortadeiras. É produzido a base de polpa cítrica e extratos naturais, que contaminam o fungo, do qual as formigas se alimentam.

Variedades: 1- Indiferentes ao foto-período: Aromas: Apresenta frutos firmes, de ótima coloração, aroma e sabor. São de tamanho médio a grande e tem alta produtividade. Está sendo uma das variedades mais plantadas em Rancho Queimado, pelo fato de produzir ao longo de todo o ano, apesar da produção mais concentrada entre setembro a fevereiro. É sensível á Antracnose (Flor Preta). Em climas mais quentes, são recomendadas outras variedades, como Oso Grande, Camarosa e Tudller, pois a qualidade dos frutos para mercado in natura se apresenta melhor. Diamante: Tem frutos maiores que Aroma, com alta produtividade, mas a coloração é deficiente (Alaranjados). É mais sensível a fungos de solo e menos vigorosa que Aroma. Os frutos são menos firmes.

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Albion: Esta variedade está sendo experimentada pelos produtores e está tendo boa aceitação e produtividade. Seus frutos tem melhor sabor em relação a Aromas e Diamante. 2- Sensíveis ao foto-período: Camarosa: Variedade muito vigorosa e de alta produtividade. Frutas grandes, firmes e de ótima aparência e coloração. Oso Grande: Variedade menos vigorosa que Camarosa. Frutas grandes, firmes e de excelente sabor tamanho e aparência. Tem dado excelentes resultados em produções de segundo ano (dois ciclos). Tudler: Variedade vigorosa e mais precoce que as outras. A fruta é excelente para um mercado mais local, pois é um pouco mais sensível ao transporte. Tem tamanho grande e excelente aroma, com os frutos de excelente coloração e de formato mais comprido. Festival: Variedade com ótimo desempenho em regiões mais quentes e de frutos muito saborosos. Observação: Frequentemente vão surgindo novas variedades oriundas de programas de melhoramento genético, convindo obter informações nas regiões de cultivo a respeito das cultivares em utilização pelos produtores. Cia do Morango- Rancho Queimado. Edson Walmor Wuerges – Engº Agrº Epagri