produção musical - apostila 4
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Aula 25 Mixagem I (Volumes e Panorâmica)Objetivos desta aula:
1. Apresentar a importância de uma boa mixagem
2. Discussão a mixagem perfeita
3. Preparação de mixagem (exportar para áudio, montar o proje-
to, cortar sobras, arrumar erros de timing e pitch, comping (divi-
dir alguns instrumentos em vários canais)
4. A Mixagem
5. Mixagem Crua (volume e pan)
6. PAN (PANORÂMICA)
7. Como criar e usar grupos
Introdução:O que é música?
A música (do grego musiké téchne, a arte das musas) é umaforma de arte que se constitui basicamente em combinar sons e
silêncio seguindo uma pré-organização ao longo do tempo. (fonte:
Wikipedia).
Essas peças músicais geram sentimentos e emoções, nosso
objetivo nesta aula é o de estudar como cada um dos elementos
de uma música, podem ser combinados de uma forma que
potencialize esses climas, tensões e relaxamentos.
Uma música como "Killing in the Name of do Rage Against the
Machine" causa um sentimento de revolta e muito diferente do efeito
de paz e relaxamente que "What the Wonderful World" do Louis
Armstrong pode gerar.
As ferramentas de um engenheiro de áudio, permitem que você dei-
xe elementos mais suáveis e aéreas, mas também vai permitir criar
poder, agressão, presença, melâncolia, psicodelia e outros humores.
Embora boa parte desse processo também possa ser conside-
rado artístico, e não apenas técnico, pois depende muito da
criatividade e originalidade de quem opera os equipamentos, exis-
tem também alguns métodos e técnicas básicos que podem ser
seguidos para alcançar um resultado aceitável e a partir deste,
fazer uso da imaginação para se obter os efeitos desejados.
Antes de começar a fazer uma mixagem, você vai precisar fazer
as seguintes perguntas:. Sobre o que é essa música?. Quais emoções ela envolve?. Qual é a mensagem que o artista quer passar?. Como a audiência deve responder a este estímulo?É importante você ter em mente que a mixagem não é apenas
sobre ferramentas e técnicas, a mixagem é também um conjunto
de subjetivo de opções que o artista toma, para moldar a sua com-posição. Essas opções podem mudar completamente o sentido e
o sucesso ou não da obra. Nessa aula, veremos os parâmetros
básicos para a execução de uma boa mixagem e os controles de
volumes e panorâmica mais a fundo.
Uma definição básica para mixagem é: "O processo que um
material multi-pista - que pode ter sido gravado, sampleado ou sin-tetizado - é balanceado, tratado e combinado em um arquivo de
dois canais estéreo". Uma definição menos técnica pode ser: uma
representação sônica de emoções, ideias criativas e performance.
Qualquer pessoa (mesmo não sabendo) preza pela qualidade da
mixagem e masterização das músicas, que ele ouve. Sejam essas
músicas tocadas em equipamentos caros de som, som de carro, clu-
bes, celular, TV, cinema e etc. Uma música que apresente uma qua-
lidade melhor vai facilitar a apresentação da sua mensagem e por
consequencia a percepção de qualidade pelo ouvinte.
O engenheiro de som, deve cuidar da qualidade de cada um dos
elementos e também ao balanço final de cada um deles, bem comoa sua masterização. Uma ótima exemplo de como a qualidade da
mixagem possibilita uma melhor qualidade final da obra é a música
Smells Like Teen Spirit.
Confira os exemplos em áudio:. Versão Demo. Versão ao Vivo. Mixagem feita por Butch Vig que não foi lançada no primeiro álbum. Mixagem feita por Andy Wallace e lançada no álbum de 1991Butch Vig foi inicialmente chamado pela gravadora Geffen para
mixar o álbum Neverless do Nirvana, por desentendimento com
Kurt Cobain o engenheiro foi substítuído por Andy Wallace, que
trabalhou com o mesmo material mas conseguiu uma mixagem
com mais brilho e presença que ainda faz ela soar atual mesmo 20
anos depois. Brigas entre o músicos e o engenheiros não são ra-
ros, isso acontece quando o segundo artista tenta colocar a sua
interpretação da música sem levar em consideração os pedidos e
gostos do primeiro.
Um outro exemplo ótimo de comparação é o álbum, http://
itunes.apple.com/gb/album/holy-bible-10th-anniversary/
id275197614 o CD1 e CD2 tem as mesmas faixas mixadas por
diferentes engenheiros. Um fator que deve incentivar você a investir
neste universo é que até as piores gravações, podem ser melhora-
das e polidas para atingir um nível profissional aceitável que impres-
sione o ouvinte.
Não vai demorar muito para você começar a perceber mixagens
e masterizações que tenham problemas, rapidamente, você vai
saber quando um vocal está muito alto, quando um snare está muitobaixo ou alguma frequência está com deficiência. Como você tem
todas as faixas em separados fica fácil de resolver qualquer pro-
blema, mas a sua maior dúvida vai acabar sendo - o que é o certo
e o que é o errado em relação a uma mixagem.
1. A importância de uma boa mixagem
2. A mixagem perfeita
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Exercío de percepção de mixagem & masterização:
Selecione as suas 10 músicas preferidas independente do gênero,
estilo, data e qualidade de áudio. Coloque essas 10 música no DAW
(Digital Audio Workstation - Estação de trabalho digital de áudio), colo-
que as 10 músicas em um mesmo canal de áudio e coloque apenas
trechos de 30 segundos de cada música. Elas não precisam ser mistu-
radas como um DJ faz, só distribuídas lado a lado. Quando uma músi-
ca terminar o seu pedaço você já deve ter outro pedaço ao lado.. Qual é a sua percepção de diferença entre as músicas?. Alguma música soou com mais presença do que outras?. Alguma música soou muito mais baixa?. As músicas mais altas são percebidas como melhor?. Deu para perceber diferentes pesos e importâncias dos ele-mentos em diferentes músicas?. Alguma delas soam naturais? Alguma soa artifical?. Música mais antigas são mixadas diferentes?Você pode fazer esse tipo de estudo, intercalando as suas pro-
duções com músicas de artistas renomados - isso vai te dar um
bom parâmetro do que falta para atingir aquele som profissional.
(Exportar para áudio, montar o projeto, cortar sobras, arrumar erros de
timing e pitch, comping, dividir alguns instrumentos em vários canais)
O processo de mixagem deve ser desenvolvido de forma separada do
processo criativo e também de masterização, ao tentar fazer tudo em um
mesmo projeto provavelmente você vai ultrapasar o poder de
processamento de seu computador e muitas vezes cometer erros empartes destes procesos, sem poder identificar onde ocorreu o problema.
Independente do DAW da sua preferência você deve seguir
os seguintes passos:
1- Termine a parte criativa, adicionando todas as camadas, vira-
das e automações
2 - Exporte a sua música canal por canal (no Live só dar o comando
de exportar "All Tracks" (de preferência com 24 bits (isso vai manter
a qualidade do seu áudio, mesmo com um volume mais baixo).
3 - Abra os áudios exportados em um novo projeto, antes de fazer
isso você deve ir em Preferences > Record / Warp / Launch > Dei-
xar Off a função "Auto Warp Long Samples" (com isso o Live vai
importar o áudio mas não vai mexer no andamento dele via Warp).
4 - Coloque o projeto no BPM da música original.
5 - Renomeie todos os canais com os nomes da cada um dos elementos.
6 - Use cores para dividir os elementos das músicas por grupos
(bateria, baixo, sintetizadores, efeitos e etc).
7 - Corte os pedaços de áudio que não em nenhum som.
8 - Escute a música e perceba se não tem algum erro que você
pode consertar editando o áudio ou adicionando algum tipo de efeito
e automação.
9 - Divida em vários canais um mesmo elements que potencial-
mente vão precisar ser mixados de forma diferente (exemplo: vo-cal, sintetizador principal).
Dica: use a ferramenta de Zoom para visualizar com mais faci-
lidade todos os elementos no projeto
Exercício: Prepare as partes da música Kick em um novo pro-
jeto, você deve:
1 - Desligar o warp automático
2 - Colocar o BPM em 122
3 - Adicionar as partes4 - Renomear os canais com os nomes dos elementos
5 - Organizar os canais por bateria, bass e sintetizadores
6 - Colorir os grupos de canais
O resultado deve ser esse:
3. Preparação de mixagem
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Dica 2: Cuidado para não cortar a sobra de efeitos de alguns
canais, na música kick o único elemento que precisa desse tipo
de organização é o Synth Break.
Nesta música não tem nenhum elemento que você vai precisar
dividir em dois canais, mas leve isso em consideração quando for trabalhar com vocais e outros sons que tenham uma grande dinâ-
mica. Agora que você preparou o áudio, você já pode começar a
trabalhar na mixagem.
Nesse tópico veremos os itens existentes para que seja possível
executar uma boa mixagem. Segundo Bobby Owsinski, existem
alguns parâmetros básicos que devem ser considerados em uma
mixagem:
. Equilíbrio – relação de volume entre os instrumentos;
. Panorama – distribuição de volume pelas caixas;. Espectro de freqüências – quantidade de frequências abrangidas;. Dinâmica – variações de volume de cada instrumento ou damúsica em geral;. Espaço – ambientação de cada instrumento;. Identidade – como tornar sua mixagem especial, diferentedas outras.
Alguns procedimentos e dicas variam dependendo da criatividade
e personalidade de cada técnico de mixagem. O processo de
mixagem é acima de tudo um processo de criação e inovação
musical. Portanto não existem apenas regras ou limites, mas tam-
bém o bom senso e gosto de cada pessoa. Muitas vezes a mixagem
vai variar de acordo com o que é pedido pelo artista, afinal, a com-
posição musical é de autoria do artista e do ponto de vista profissi-
onal o cliente sempre deve receber pelo que pagou.
Podem ocorrer situações onde existam discordâncias entre o
que o técnico de mixagem faz e o que o artista quer.
Nesses casos a última palavra deve ser do artista, por mais
incomum que possa parecer. O que deve ser feito é alertá-lo sobre
as possíveis conseqüências de tais decisões e deixar com que ele
escolha o caminho a seguir.Devemos então estar conscientes de que muitas vezes as técni-
cas vão variar e as opções serão diferentes. A seqüência dessa aula
apresenta as técnicas básicas de mixagem para encontrar um bom
equilíbrio de volumes, uma boa distribuição de panorâmica e como
são realizadas pré-mixes através de canais de grupo. Os outros itens
apresentados acima veremos na aula de Mixagem II.
O primeiro passo em uma mixagem é trabalhar os níveis de vo-
lume dos canais, isso não significa que não será necessário
modificá-los futuramente, mas é um ótimo começo para familiari-
zar-se com a música e se acostumar com as nuances existentes
dentro da mesma.
4. A Mixagem
No entanto, antes de iniciar este trabalho, certifique-se de que
está trabalhando com um nível de volume satisfatório aos seus
ouvidos, nem muito alto (para não comprometer a audição) e nem
muito baixo (em volumes muito baixos nossos ouvidos não captam
muito bem as frequências graves).
Fábio Henriques, autor do livro Guia de Mixagem, diz que se
você está fazendo esforço para ser ouvido ao conversar no estú-
dio, então já está no ponto limite do volume. Se você está tendo
dificuldade para entender todas as nuances sonoras dos instru-
mentos, o volume está baixo demais.
Outro cuidado a ser tomado é com os níveis de volume de cada
fader dos canais de áudio. Nunca deixe o volume de saída passar
de 0dB no Fader (a não ser que o estilo produzido peça esse tipo
de distorção), senão estará inserindo distorções de áudio no som,
devido à saturação da onda de áudio. Cuide também do fader da
saída geral (Master Fader), pois muitas vezes os volumes dos fader
dos canais estão em níveis aceitáveis, mas a soma de todos eles
faz com que a saída geral acabe passando de 0dB.
Por onde começar?Coloquei todos os canais no zero para iniciar a mixagem, geral-
mente uma mixagem começa definindo o volume da base da músi-
ca, que na música eletrônica geralmente são a bateria e o baixo.
Para simplificar um pouco mais podemos utilizar o kick e a caixa
da bateria juntamente com o baixo. Iniciando dessa forma teremos
uma base de volume para podermos definir os níveis de todos os
outros instrumentos.Escolha a parte da música onde tem mais elementos, geralmen-
te o refrão, assim você vai ter um bom parâmetro de como a músi-
ca vai soar na sua parte mais cheia, se você começar a mixar pelo
break ou pela introdução dificilmente você vai ter espaço para dei-
xar a parte cheia mais alta a presente.
Apenas como parâmetro vamos considerar que o volume máxi-
mo do kick sozinho deve atingir -6dB na saída geral, para darmos
uma margem para inserirmos os outros instrumentos. Com isso
regulamos os volumes do restante da bateria e também o baixo.
Com a regulagem da base geralmente conseguimos na saída do
master um pico máximo em torno de -4dB, que é uma margem
mais do que suficiente para os outros instrumentos.
Em seguida são trabalhados os elementos principais da música
como, por exemplo, o Lead ou um vocal. A partir deste ponto a
escolha dos outros instrumentos é opcional.
Uma seqüência boa para mixagem de volumes é a seguinte:. Bumbo e Caixa. Baixo. Hats (Close, Open, Crash).
Elementos principais (Lead, Voz)
. Percussão ou loops de áudio. Elementos de acompanhamento (Pad, Stab, Bleep). FX (noise, ruídos, etc.)
5. Como atingir uma boa mixagem -Mixagem Crua (equilíbrio e panorama)
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O ideal é que no final da mixagem de volumes seja alcançado no
master um pico máximo de volumes mais próximo possível de 0dB.
Caso esse valor tenha sido ultrapassado ou está um pouco abaixo
você pode compensar utilizando o próprio fader do master.
Dica: você pode também alternar os canais que você está su-
bindo o volume em relação a frequência, subo o kick, depois a
caixa, depois o bass, depois um heat, depois um sintetizador,
depois outros hat e assim por diante - isso facilita para você
dividir a sua atenção entre as diferentes frequências e com isso
o seu ouvido tende a ficar menos viciado e com isso perder a
percepção correta de cada elemento.
Dica 2: você pode mixar subindo os canais ou colocando eles
no volume máximo e ir diminuindo eles.
Exercício: baixe o Multitrack da faixa Dorothy no link: http://
www.cambridge-mt.com/ms-mtk.htm#Triviul - prepare as
partes para serem mixadas, abaixe todos os volume e começar
a mixar como proposto acima.
Você pode além de colocar elementos para frente e para trás
(com mais ou menos volume), colocar eles no centro ou em um
dos campos do espectro, isso vai facilitar para encontrar a posi-
ção ideal de cada um dos sons.
A Panorâmica de uma música define a espacialização dos sons
dentro do estéreo (um canal esquerdo e outro direito). Quando
escutamos os sons à nossa volta, ou um show de música, os ins-
trumentos não vêm todos no centro, mas sim espalhados pelo pal-
co ou pelo ambiente.
É para simular esse efeito que utilizamos o controle da panorâ-
mica em uma música.
Assim como fizemos no ajuste de volume, o ideal é iniciarmos a
espacialização pelo bumbo e caixa da bateria juntamente com o bai-
xo. A razão disso é porque esses três instrumentos, que são a base
da música, são geralmente colocados no centro, portanto servem
como um ponto de referência no espaço. A partir desses três ele-
mentos podemos então “espacializar” o restante dos instrumentos.
A ordem seguida na escolha dos instrumentos para distribuir
dentro do estéreo pode ser a mesma que a escolhida na mixagem
de volumes. O único cuidado é lembrar que os elementos princi-
pais de uma música são geralmente colocados no centro e o res-
tante em volta. Também tome cuidado para sempre fazer um equi-
líbrio da música dentro do estéreo, nunca deixe muito som de um
lado e pouco do outro em momento nenhum de sua música.
Uma boa referência é você pensar no posicionamento de umabanda em um palco, a bateria, baixo e vocal, geralmente ficam no
centro e os outros instrumentos são espalhados dentro do palco.
6. PAN (Panorâmica)
Dicas:. Coloque sintetizadores que tocam juntos em lados diferentesdo espectro;. Não coloque nenhum elemento no extremo do estéreo, elespodem sumir se a música for ouvida em mono
. Coloque diferentes hats em diferentes posições do espectro
Exercício: abaixe todos os volume e inicie novamente o ajus-
te de volume, agora além de aumentar o volume espalhe os
elementos dentro da imagem de estéreo.
O canal de grupo facilita a sua mixagem, libera processamento
do seu cpu e ainda é de suma importância para automações, por
isso ele é indispensável.
Como criar um canal de grupo no Ableton Live?Você tem duas formas de agrupar canais:
1 - Com a função group tracks.
2 - Com a função "audio to".
3 - Com canais de send / return.
1 - Com a frunção group tracks
Essa é a forma mais fácil e rápida, mas tem limitação de não
permitir grupos dentro de grupos.
Para agrupar desta forma você deve:
1) Selecione os canais desejados
2) Com botão direito do mouse abra o menu e selecione "Group Tracks"
7. Como criar e usar grupos
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3) O Live vai automaticamente agrupar os canais, você pode ago-
ra controlar o volume de todos os canais em um mesmo local e
também adicionar efeitos que vão ser aplicados em todos os ca-
nais ao mesmo tempo.
2 - Com a função "audio to"
A função “Audio To” agrupa dois ou mais canais, e permite que
sejam criados sub-grupos
Como fazer:
Abra o patch bay clicando no pequeno botão com os inscritos I-
O (“in” e “out” do inglês “entrada” e “saída”) encontrado no lado
direito inferior do Ableton Live.
Cada canal pode direcionar o seu áudio com a função “Audio
To”, abrindo o patch bay você percebe que os canais têm comopadrão enviar o áudio para o canal de master.
Abra um novo canal de áudio. (control + t) e renomeie este como
“GRUPO” (control + R).
Agora na janela “Áudio To” você pode escolher “Grupo”.
Reparem que temos três opções sob a aba de monitor: “in”, “auto” e “off”.
Isso significa que esse canal pode:
“in” - receber o áudio de outros canais tanto de áudio e midi.
“auto” - tocar os clips normalmente.
“off” - desligar a monitoração do canal.
Para nosso grupo funcionar devemos enviar os canais deseja-
dos para o “GRUPO” e selecionar a opção “In” na monitoração
deste canal.
3 - Com canais de send / return
Essa é uma terceira opção para agrupar canais, você pode na
saída de áudio de cada canal usar o "Sends Only", use o controle
de send para enviar o áudio para o canal de return, use esse tipo
de técnica em qualquer canal que você quiser agrupar.
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Aula 26 Mixagem II
Objetivos. Uma nova introdução. Compressão para estabilizar o fader .
Equalização para evitar mascaramento
. Coloque em uma sala. Automação é o último toque. Como o seu mix deve estar antes de enviar para a masterizaçãoIntrodução
Na primeira aula de mixagem você teve a chance de ver todos os
passos técnicos necessários para a realização de uma mixagem (or-
ganização de arquivos, renomeamento de canais, uso de cores,
multing, comping e etc.), você também já teve a chance de mexer
em duas ferramentas que são de extrema importância para ajustar
O som mais alto é percebido como melhor
Você já deve ter escutado a ideia que que se uma música for
tocada alta ela tem a tendência de soar melhor - isso é verdade em
1933 Fletcher e Munson realizaram um teste para analisar a per-
cepção do volume do som em relação a sua frequência. Eles tes-
taram com muitos voluntários se uma outra frequencia soava mais
alta ou mais baixa em relação a frequência de 1kz.
O resultado foi esse (já revisado no ISO 226 há alguns anos atrás):
1. Uma nova introdução
Se você acompanhar a tabela acima, fica fácil de perceber que para
um som no extremo grave e extremo agudo para soar com o mesmo
volume de 1kz precisa ser tocado com um volume bem mais alto.
Só acima de 100 Dbs que essas diferenças ficam menores.
Você pode e deve aprender algumas coisas com esses experimento:
. O som mais alto, soa melhor, pois as frequências baixas e
altas vão ter mais presença. Você deve testar a sua mixagem com diferentes volumes paraanalisar como ela se comporta nestas situações. A frequência média como tem menos variação, acaba se trans-
formando em uma frequência chave para que a sua mixagem fi-
quei melhor em diferentes situações.
Sons percussivos pesam menos
Mixar uma bateria é mais simples e fácil do que mixar um con-
junto de strings e pads, isso acontece por que os sons de bateria,
por serem mais curtos, acabam se sobrepondo menos e com isso
causando menos cancelamento de frequências entre sí. No caso
de strings e pads que são sons que tocam de forma mais constan-
te é necessário usar de controles de pan, equalização e outras
ferramentas para que eles não briguem por espaço na mix.
Importância
Para que ficar horas equalizando e colocando efeitos em sons
que tocam por pouco tempo e volume baixo? Concentre o seu tempo
e a sua atenção nos elementos que tem um papel principal na
música que está sendo trabalhada.
Natural versus artificial
Na música eletrônica e em muitos outros gêneros, engenheiros
de som estão usando a criatividade para criar mixagens que não
sejam naturais mas que chamem a atenção da audiência. Você
pode escolher se a sua mixagem vai para um caminho mais natu-
ral ou artificial, gêneros como o Jazz, que pedem uma ambiêntação
mais natural, mas mesmo esse gênero tem atualmente muitas
músicas que tem o seu kick e snare mais proeminentes e reverbs
que fogem do esperado e comum.
Mudança
Copiar padrões e técnicas que já são amplamente utilizadas por
outros artistas vai facilitar que você aprenda com os mestres - mas
se você for apenas copiar e não adicionar nada, você nunca vai
conseguir um espaço no mercado e também reconhecimento.
Você quer ser o novo The Beatles (original) ou você prefere ser
apenas como o The Monkeys (cópia).
Aprendendo a mixar Sem uma visão você nunca vai chegar lá!Um engenheiro novato só pensa em dois passos na hora de
fazer uma mixagem:. Avaliação (Esse som soa bem? O que tem de errado com ele?). Ação (Quais equipamentos eu devo usar? Como devo usar osequipamentos?)
Um engenheiro experiente trabalha com um outro fator é a Vi-
são, ele com isso consegue pensar em: Como eu quero que isso
soe? Isso facilita para avaliar se o som está correto e quais ferra-
mentas devem ser usadas para corrigir isso.
Algumas habilidades que o engenheiro também precisam de-
senvolver são:. Concentre em poucas e boas ferramentas - não queira sair baixando todos os plug-ins disponíveis, leia o manual, estude
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tutoriais, livros e artigos e se torne mestre das ferramentas que
você já tem;. Relacionamento com pessoas - trabalhar com música e músi-cos as vezes pode ser bem estressante, você precisa desenvolver
um habilidade para contornar problemas e manter os seus clientes
satisfeitos
. Habilidade de fazer rápido - imagine que o João conseguefazer uma nova mixagem a cada 2 dias e o Pedro a cada um mês,no fim de um ano o primeiro vai ter feito 180 mixagens e o segundo
apenas 12. Quem você acha que tem mais chance de aprender
com os seus erros e de se tornar um profissional melhor?. Música de referência e análise de mixes - use boas referênciaelas podem te ajudar a perceber os erros em suas mixagens e
também avaliar técnicas e ferramentas empregradas em outras
produções.. Escute em mono - muitos sistema de som são em mono, comoa sua mixagem vai ficar nestes sistema? Você prefere sacrificar
uma boa audição neste tipo de sistema para deixar ele mais
estereofónico?
Qual processo deve ser aplicado? A formulá tradicional é que você deve seguir passo a passo es-
tes processos:. Faders. Pan. Processadores de áudio (Compressão e Equalização)
. Modulação
. Delay. Reverb. Automação A forma mais moderna e interativa de usar esses processos,
leva em consideração que a mixagem deve ter uma direção e fluxo
constante, você inicia fazendo muitas mais bruscas e usando to-
dos os processos em sequencia, as mudanças continuam em uma
espiral, que vai ficando cada vez mais refinadas.
Qual é a hora de pular fora?
Você nunca acaba uma mixagem e sim desiste dela, saiba a
hora de parar de trabalhar e começar uma nova música / mixagem.
Se você continuar trabalhando sempre vai ter algo para modificar
e melhorar (as vezes pode até piorar).
Finalizando e estabilizando a mixagem
Você vai precisar de muita experiência para conseguir criar uma
mixagem que toque bem em diferentes sistemas de som, mas
mesmo que você não tenha um estúdio com monitores de referên-
cia de alta qualidade e uma sala tratada existem certas práticas
que você podem fazer que vão te auxiliar para perceber se vocêestá indo na direção correta.
Esse tipo de audição deve ser feita tanto com a música que está
sendo mixada quanto com a música que você escolheu como refe-
rência:
. Volume baixo - como o seu mix soa em baixos volumes? Eleperde muitos elementos?. Fora do estúdio - deixe a música tocando e saia da sala,como ele soa do corredor?. No carro - a acústica dos carros geralmente é boa, esse tipode audição podem ajudar a identificar problemas de mixagem
. Heaphones - sem o problema de acústica ouvir comheadphones pode ajudar e muito a enconrtar problemas. Pontos específicos da sala - selecione mais de um pontocomo referência e analise como a sua música soa nestes locais.
O compressor deve ser usado em uma mixagem para permitir
que o fader de um canal ou grupo fique estabilizado - se você está
mixando um vocal e ele está em algumas partes muito alto e ou-
tras muito baixa, esse é um sinal evidente que você vai precisar de
um compressor para estabilizar ele.
Você pode usar o compressor em uma mixagem para:. Tornar sons maiores, mais densos e gordos. Acentuar detalhes do som. Adicionar calor . Segurar volumes. Aumentar o Loudness. Diminuir ou aumentar a enfase na dinâmica de um som. Mudar o envelope de um som
. Mover instrumentos para trás e para frente em um mixagem
. Fazer sons programados em um computador soarem maisnaturais e orgânicos. Aplicar movimento de dinâmica. Use de side-chain para dar espaço para cada elementoExperimente diferentes compressores, para diferentes tipos de sons
e situações, não esqueça de mantar uma visão clara do que realmente
você está querendo com a aplicação deste processador de áudio.
Um dos grandes problemas e obstáculos para qualquer pessoa
que realize uma mixagem é o mascaramento.
O mascaramento é um tipo de limitação auditiva que afeta prin-
cipalmente quem trabalha com sistemas de pior qualidade ou sis-
temas com menor número de pistas, e ocorre quando são grava-
dos dois sons de freqüências próximas e normalmente o mais forte
faz o que está com volume menor desaparecer. Por causa do fe-
nômeno do mascaramento, todo instrumento em uma mixagem soa
de forma completamente diferente quando solado, em compara-
ção a como soa em conjunto com os outros instrumentos.
Cada instrumento produz a freqüência básica de cada nota
tocada, mas também produz múltiplos dessa freqüência. Em umpiano, tocando-se o A3, ouve-se uma freqüência de 440Hz. Mas
também se ouve, com volumes menores, freqüências de 880, 1320,
1760, 2200, e assim às vezes até mais agudas. Esses múltiplos da
freqüência base são conhecidos como harmônicos.
2. Compressão para estabilizar o fader
3. Equalização para evitar mascaramento
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O nível de energia de cada harmônico determina o timbre de um
instrumento, sendo o fator determinante para que a mesma nota
soe diferentemente se tocada em um piano ou em um oboé, por
exemplo. Quando mais de um instrumento é tocado simultanea-
mente, alguns harmônicos são mascarados, fazendo o instrumen-
to soar diferente no conjunto do que solado.
A melhor maneira de evitar o mascaramento é através da
equalização, no entanto algumas vezes não é possível atingir um
resultado satisfatório sem prejudicar o timbre e som do áudio gra-
vado. Nesses casos podem ser usados outros recursos como, por
exemplo, a panorâmica e reverbs diferentes de modo que os ins-
trumentos soem em regiões distintas dentro da mix.
Quais são as aplicações de um equalizador?. Balanceamento de frequências em relação ao espectro -frequências com muita ou pouca ênfase pode ser manipulados
pelo equalizador
. Moldar o timbre de instrumentos - magro, gordo, grande,pequeno, limpo e sujo, são apenas algumas características que
o equializador pode moldar em um som. Separação - instrumentos parecidos podem ter os seus sonsseparados com facilidade através de um equalizador . Definição - o equalizador pode facilitar para a melhor defini-ção de sons e timbres. Uso criativo - o equalizador pode ser usado para transformar um som para que ele soa como nenhum outro na terra
. Interesse - o equalizador pode aumentar o interesse do ou-
vinte por um som. Melhorar a percepção de profundidade - sons médios e agu-dos são mais fáceis absorvidos, por isso é comum que sons que
soem mais longe no mix tenham essas frequências cortadas. Efeitos mais realistas - efeitos também podem ser equalizadospara soar mais realísticos. Melhorias na imagem de estéreo - muitos equializadorestem funções que permitem equalizar de forma diferente a ima-
gem em mono e estéreo. Ajustes de volume - muitas vezes não é o loop que está altoe sim algum som que pode ter o seu volume ajustado através de
equalização.. Melhorar controle sobre a dinâmica - equalizar antes oudepois de um compressor pode mudar muito o resultado deste
processo.. Remoção de conteúdo - o sub de um lead ou o agudo de umgrave pode ser manipulado por um equalizador . Compensação de uma gravação ruim - o equalizador podefazer milagres para "consertar e contornar" problemas gerados
por uma gravação.
Filtros e bandasEqualizadores classícos geralmente tem 2 ou 3 bandas de
frequência, geralmente é isso que você precisa para atingir aquele
som, equalizadores digitais tem as vezes uma dezenas de bandas
e as vezes mais, muitas vezes a grande quantidade de opções
atrapalham e não ajudam.
Filtros. High Pass e Low PassOs filtros de passa alta e passa baixa são ferramentas ideias
para cortar frequências e limpar o som. O filtro de passa baixa é
largamente usada em quase todos os canais para controlar as
frequências baixas que pode "embolar" com facildiade.
Equalizador do Live com a banda 1 especializada para um filtro
de passa alta (High Pass Filter)
Equalizador do Live com a banda 1 especializada para um filtro
de passa baixa (Low Pass Filter)
. Low e High ShelvingDiferente do filro de passa alta e baixa o filtro de Shelving pode
ser usado para aumentar frequências. No caso deste filtro uma
parte do espectro fica intocado e as frequencia acima ou abaixo
deste ponto são amplificados ou cortados.
Exemplo das bandas 1 e 4 do equalizador do Live sendo usados
como Shelving Filter - banda 1 cortando e banda 4 adicionando.
. Filtros ParamétricosPodem ser usados para diminuir áreas inteiras do espectro mas
também pode ser usadas para consertor mais específicos em al-
gum ponto. O Q neste caso é usado para aumentar ou diminuir a
quantidade de frequências influênciadas.
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Como e onde usar equalização:Coloque um high pass filter em praticamente todos os canais
para cortar as frequências baixas
Use o equalizador para cortar e não para adicionar frequências
Equalize os sons em conjunto com os outros elementos, eles
precisam funcionar bem no mix e não em separado
O equalizador adiciona uma espécie de delay na banda modifi-
cada, isso pode alterar a phase de elementos importantes que po-
dem se cancelar dessa forma
Como equalizar?
Na mixagem o equalizador deve ser usado principalmente para
neutralizar qualquer tipo de mascaramento, principalmente dos ele-
mentos primários.
Cada instrumento tem a sua própría faixa de frequência:
Você deve usar o equalizador para fazer o instrumento soar apro-
priadamente e não permitir que ele atrapalhe a frequência de ou-
tros instrumentos.
Delays e reverbs, são importantes elementos de ambiêntação,
eles vão permitir que a sua música soe mais natural e que os dife-
rentes elementos pareçam vir de uma mesma composição.
Você usa Delay em uma mixagem para:
. Criar efeitos de pan - onde os elementos refletem de forma
diferente, em diferentes posições do espectro de estéreo. Efeitos sincronizados com o tempo - isso é ótimo para pre-encher espaços sem confundir o groove de uma música
4. Coloque em uma sala
. Modulação - com delay curtos, esse processador de efeitoconsegue modular o som original. Automação - usar uma automação para aplicar o delay emapenas uma palavra pode dar uma ênfase importante nesta par-
te
. Adicionar vida - em um instrumento que não tem muitas va-
riações e dinâmica. Preencher buracos no estéreo - com delay em pan. Criar uma imagem de estéreo falsa - com o delay em umdos lados você consegue criar uma imagem do estéreo. Fazer sons ficarem maiores / com mais amplitude - delayspodem facilmente sons ficarem maiores
Os delays são ferramentas chaves e importantes para a produ-
ção de música eletrônica, eles podem ser usados para deixar ele-
mentos mais naturais mas também como antecipação de viradas e
mudanças de frases e peças.
Reverb:Na natureza o reverb é comumente encontrado em espaços fe-
chados. A melhor forma de você pensar no som do reverb de uma
sala é imaginar você dando um palma, o som que você vai ouvir
não vem apenas direto das suas mãos, esse som se soma ao som
da palma que ao rebater em qualquer superfície retorna para você,
essas reflexões vão diminuindo de força em relação ao material e
formato da sala de dos seus móveis. Nós usamos emuladores de
reverb nas mixagens para simular esse fenômeno natual.
Como usar o reverb?
Quantidade de reverbs - usar muitas "salas" em uma música
pode criar o fenômeno conhecido por "ambience collision", que é
quando muitos ambientes diferentes sem relação espacial são
mixados juntos. Send ou Insert - Existem algmas situações onde o reverbdeve se inserido em insert mas no geral usar como send é me-
lhor, pois você pode colocar mais de um elemento em uma mes-
ma sala, fica mais fácil a maniupulação em send e você gasta
menos processamento
. Pre ou Post Fader - o melhor é usar em Post Fader para que
o sinal seco e molhado fiquem conectados. Qual o volume ideal? = o reverb na maioria das suas aplica-ções deve ser sentido e não ouvido
Diferentes efeitos pode precisar de diferentes configurações em
diferentes momentos da sua música. As automações podem aju-
dar a criar esse tipo de clima e de tensão, mas também podem ser
usadas para criar dinâmica em uma música e também corrigir pro-
blemas de arranho e composição.
Algumas automações que pode ser feitas são:. Aumentar o volume de algum instrumento em alguma parteda música
5. Automação é o último toque
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. Mutar alguns canais no começo da música. Fazer alguns instrumentos surgirem em fade in. Fazer alguns instrumentos terem mais brilho e presença emalguma passagem. Diminuir a bateria quando entrar um crash ou efeito similar
. Fazer o pan de instrumento para um lado no verso e para o
outro no refrão
. Colocar alguns efeitos especiais no vocal apenas em umaseção da música. Mudar o timbre do kick em algumas seções. Mudar o reverb do snare em apenas alguns sons. Diminuir o volume de alguns sons em algumas partes da música. Colocar distorção no baixo na parte do refrão. Aumentar a compressão da bateria durante o desenvolvimen-to da música. Aumentar e diminuir a imagem de estéreo de alguns instru-mentos em diferentes seções
. O limite aqui é a sua imaginação.
Quando a sua mixagem estiver pronta, chegou a hora de enviar
a sua música para um profissional especializado em masterização
ou você mesmo começar esse processo.
Para que uma boa masterização seja feita na sua música você deve:
. Usar mídias de alta qualidade - algumas marcas de CD temqualdiade inferior, depois de investir tanto tempo produzindo emixagem a sua música não economize aqui;. Não faça fade in / out - deixe essa decisão para a parte damasterização. Deixe um espaço - pelo menos 3 DB, se ve você mandar oseu mix muito quente o engenheiro não vai poder fazer nenhu-
ma processo sem precisar dminuir o volume inicial da música. Use arquivos de .WAV - ele é usado tanto em Windows quantoem MAC
. Mantenha a qualidade atual - não faça nenhum tipo de con-
versão de sample-rate / bit-depth
6. Como o seu mix deve estar antes deenviar para a masterização
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Técnicamente falando a master é a etapa intermediária entre a
mixagem do estúdio e a replicação da mídia escolhida. A master é o processo que sintoniza uma coleção de músicas
que farão parte de uma mesma mídia, fazendo com que estas
músicas soem todas num mesmo tom ou espectro, volume e espa-
ço adequado (intervalo entre músicas).
O processo pode se fazer necessário por razões diferentes. Pode
ser apenas o caso de “acomodar” todas as faixas de um álbum. Ou
então, juntar várias gravações diferentes em um único volume. Ou
ainda quem sabe, criar uma coletânea com músicas de diferentes
volumes. Seja qual for a demanda, existem vários fatores e critérios
a serem levados em consideração na hora de masterizar o material.
O que a Master pode fazer por mim?
Algumas pessoas vem a masterização como desnecessária e
que engenheiros de masterização são uma espécie de fraude.
Outros veêm a masterização como um processo mágico que ira
fazer suas mixagens medíocres soarem como uma gravação de
milhões de dólares. Nenhuma das premissas é verdadeira.
Algumas das coisas que a
masterização pode te ajudar:
. “Apertar” os graves das suas mixagens, o tornando mais con-sistente de música pra música;. Maximizar o ‘loudness’ da sua música sem comprimir mais doque o necessário;. Dar a sua mixagem um som mais “polido”, tendo em mentetodo o material.. Adicionar “calor” e “pressão” na mixagem.O que a Pré-Master NÃO pode fazer por mim?. Consertar problemas de equilibrio na mixagem..
Des-comprimir mixagens muito comprimidas
. Adicionar frequências que estão carentes na mixagem.. Consertar problemas de sinc da gravação. Fazer mixagens medíocres soarem melhor.Há casos onde você fica tão satisfeito com o resultado de uma
mixagem que chega a pensar que nada pode ser melhorado. Até
que escuta a versão masterizada e fica perplexo de como está
soando melhor.
Por outro lado, pde haver situação em que você não está muito
confiante na mixagem, e espera que isso se resolva namasterização, que ela esconda o problema de alguma forma. Ledo
engano. O problema vai apenas se agravar.
Portanto, faça toda a lição de casa durante a gravação, edição e
mixagem. Aí então é hora de masterizar!
Aula 27 Masterização
1. O que é uma master?
Sample Rate e Word Length (bits) determinam a qualidade dosinal digital.. Sample rate = quando um áudio analógico é digitalizado, por um conversor analógico - digital" o que teremos é uma amostra
digital deste áudio, chamado de SAMPLER. Que é a amplitude do
sinal analógico num exato momento de tempo. Quanto mais amos-
tras do áudio conseguir por segundo, melhor será a representação
deste som no formato digital. O áudio num CD respeita um padrão
de 44.100 samplers por segundo (ou 44.1KHz).. BITs - Quanto maior a taxa de Bits no domínio digital, melhor será a faixa dinâmica, isto é, o som será melhor!
É sempre melhor gravar e mixar na melhor amostragem digital
possível, sendo que a redução desta amostragem para um forma-
to menor será feita no processo de masterização.
Pode-se dizer que a masterização é 30% ferramentas e técni-
cas, e 70 % ouvidos e experiência.
As melhores ferramentas que temos para realizar uma boa master são:
a) bons ouvidos;
b) uma boa monitoracao;c) uma boa sala;
3.1. Monitores:Devem responder ao maior espectro possível de maneira flat,
com a mínima alteração no espectro do som;
Monitores grandes têm maior facilidade em atingir um melhor
resultado, alcançando freqüências mais graves.
3.2. SubWoofers
Podem ser utilizados para escutar os subgraves com maior cla-reza e definição. Tome muito cuidado, pois eles devem fazer parte
do sistema de maneira balanceada.
3.3. Equalizadores:Uma das ferramentas básicas da masterização.
Na masterização tanto o equalizador como o compressor são
usados na maior parte das vezes fazendo ajustes leves.
Toda equalização na masterização afeta a mixagem inteira, so-
bras de freqüências em apenas um instrumento, poderão ser leve-
mente corrigidas na master, mas isto acaba sempre alterando um
segundo instrumento que utiliza a mesma região do espectro de
freqüência.
OBS: UMA MASTERIZACAO NUNCA
SALVA UMA MIXAGEM MAL FEITA!
2. Informações básicas doformato de Áudio Digital
3. Ferramentas de Masterização
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Equalizador Paramétrico:
Gain é o volume propriamente dito, pode ser positivo ou negativo;
Q. – quanto maior o Q mais cirúrgico e a atuação do equalizador,
Q baixos (.05) são mais suaves.
3.4. Compressores e LimitersDurante uma gravação ou mix, estas duas funções podem ser
realizadas por um mesmo equipamento ou plugin, na masterização
é necessário duas unidades distintas.
Generalizando, o compressor é usado para controlar a dinâmica
da música acrescentando punch, enquanto o limiter para controlar
os peaks dando volume para a música.
O Limiter é um compressor com um ratio igual ou maior que 10:1;
Novos limiters, chamados de “brickwall limiters”, foram criados
com a capacidade de evitar que qualquer “peak” ultrapasse a linha
do “treeshold”. Estes utilizam uma tecnologia chamada “look ahead”,
que permite analisar e processar o som antes de escutá-los.
3.5. Dither O Dither é uma pequena parte da masterização, mas de extre-
ma importância.
É o processo usado para evitar erros de quantização do áudio
digital, quando reduzimos o “bit depht” do sinal digital.
Ex. quando temos uma mixagem realizada em 24 bits e estamos
masterizando para um CD onde o padrão é 16 bits.
O dither é a ultima operação feita na masterização.
Dica importante: Sempre que utilizar um limiter em sua músi-
ca, deixe o dither desligado! Utilize apenas no último processo
de renderização da música.
Talvez seja uma boa ideia deixar o dither do ableton sempre
desativado e utilizar de algum plugin como o L316 da waves. Para
isso o limiter terá de ser o último plugin de sua cadeia.
3.6. Metter Essencial em qualquer master, hoje é muito utilizado o meter
estilo "peak-reading".
3.7. SignalPathCaminho que o sinal de áudio analógico percorre na masterização
O máximo de volume sem distorção digital.... fazendo com que a
música soe o mais alto possível, é o que a maioria das pessoas
busca numa masterização, e isto nem sempre é bom.
O aumento do volume das músicas vem crescendo de modo
descontrolado, lembrando que quanto mais alto o volume, menor éo “headroom”, fazendo com que a música soe mais “chapada” e
perca sua clareza.
Loudness War Esse é um termo pejorativo aplicado à aparente competição exis-
tente na masterização e lançamento de gravações digitais produ-
zidas com percepção de volume cada vez mais alto, uma competi-
ção entre as gravadoras para soar mais alto, se prevalecer frente
a concorrência, e assim vender mais.
A era digital possibilitou uma evolução assustadora dessa ten-
dência, sofrendo um acréscimo de aproximadamente 20 dB em 20
anos, o que é muita coisa!
A figura a seguir exemplifica o fenômeno:
4. VOLUME
O efeito prático dessa compressão na faixa dinâmica (a diferen-
ça entre os pontos de máxima e de mínima) é que perdem-se mui-
tos detalhes de dinâmica do som, o que pode tornar a música can-
sativa, pois as sutilezas e contrastes foram perdidos, ao ganho de
muita distorção.
Infelizmente a competição no mercado vem tirando a referência
das pessoas, que raramente se atentam para isso. Não raramente,
isso acaba forçando engenheiros de som a destruir suas
masterizações por exigências de mercado ou de clientes que temem
que suas músicas estejam soando “inferiores” às da concorrência.
Esteja atento ao “vício” pelo loudness.
Tabela comparativa da compressão usada durante anos:
Variação da dinâmica em um período de 20 anos
OBS: “HYPERCOMPRESSION” NÃO ENTRE NESTA!
(taxas dinâmicas de 0.1 / 0.2 db)
Dicas de como obter bom volume:a) Regule o compressor com uma taxa baixa de 1.5:1 ou 2:1
para ganhar volume aparente;
b) Use o Limiter para conter os “peaks”;
c) Use -0.1 ou - 0.2 em seu máster fader , afim de evitar clip.
ISRC - International Standard Recording Code foi desenvolvido
pela ISO (International Organization for Standardization).
Tem a finalidade de identificar todos os fonogramas, é um códi-
go inserido no CD, composto por 12 caracteres.Estes caracteres indicam o país de registro do fonograma, pri-
meiro dono, ano da gravação e código da música.
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As etapas do processo geralmente incluem os seguintes itens
(podem não se limitar ao que se segue):. Importar as mixagens em uma sessão de masterização nasua DAW de preferência
. Organizar os áudios na ordem em que serão publicadas na
versão final, inclusive considerando o espaço entre as músicas.. Processar o ‘áudio para maximixar a qualidade sonora pen-sando na mídia particular em que se pretende veícular (ex: um
EQ específico para vinil). Transferir o audio para a mídia desejada (CD, DVD, fita demeia polegada, etc)
Exemplo de ações que podem ser tomadas durante a Pré-Master:. Edição de pormenores
. Aplicação de noise reduction para eliminar hiss (se necessário)
. Ajuste estéreo ou stereo enhancements
. Adicionar ambiência. Equalização. Ajuste de volume. Compressão ou expansão dinâmica. Peak limit (limiter)
Não existe uma receita de como dever ser feito todo o procedi-
mento. Entretanto, podemos dar algumas dicas a respeito para que
você saiba por onde começar a tratar os áudios.
. Separe uma ou duas músicas de referência e importe no seuprojeto para que você possa comparar com as suas músicas. Evi-
te trazer muitas referências para o projeto, pois o efeito pode ser o
oposto e você acabar ficando confuso e sem referência.. Escolha a mixagem que mais lhe agrada do material que preten-de pré-masterizar e comece por ela. Aplique os procedimentos que
julgar necessários (equalização, compressão, reverb, etc) até que
fique satisfeito com o resultado e, a partir daí, adote essa música
como a referência principal para a sua pré-masterização.
. Tome o volume da melodia principal (normalmente a voz) nos
trechos mais intensos de cada música como referência de equilibrio
entre elas. Escolha o caminho mais simples para promover altera-
ções se achar necessário. Por exemplo, se você achar que existe
discrepância de volume de uma das músicas, compare o volume
da voz com outras e simplesmente abaixe o volume daquele track
até encontrar o equilíbrio com as outras músicas. Prefira fazer isso
do que alterar parâmetros de compressão. Normalmente é mais
simples e efetivo.
ExercícioEscolha 4 mixagens e aplique os conceitos de Masterização
com intuito de criar um EP com esse material.
5. Quais são os procedimentos?
6. Dicas sobre como proceder
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Aula 28 Re-Edits e Mash-upsIntrodução
Antigamente, os DJs utilizavam fitas de rolo recortando-as para
criar versões únicas de uma música. Assim, eles poderiam, esten-
der uma música com versão editada para rádio, aumentar um break,
recortar um break ou retirar a parte com vocal.
Naquele tempo, você iria precisar de paciência de monge e a
habilidade de um neurocirurgião para conseguir recortar e colar a
fita e realmente conseguir o efeito desejado. Hoje em dia, ficou
muito mais fácil! Com o Ableton Live você poderá editar e re-editar,
cortar e re-cortar com apenas alguns cliques do mouse.
RE-EDIT: Passo a passoDepois de sincronizar as músicas com o programa com o WARP.
É hora de sermos criativos para adaptar essa faixa da melhor maneira possível ao nosso set.
Com as marcações de warp corretas, podemos manipular a
música escolhida a vontade. Podemos tirar um break ou repeti-lo,
separar pedaços de uma virada e utilizar em mais momentos em
nossa track, aumentar o tamanho da intro se quisermos mixá-la
por mais tempo, bem como loopar qualquer treco da música por
maior tempo, enfim, as possibilidades são infinitas.
Para realizar esse processo, é fundamental que as peças de 32
tempos sejam mantidas, só assim não teremos problemas na hora
de realizar nossa mixagem. Se você tiver dificuldades em visualizar
onde estão as tônicas e suas respectivas peças, experimente tra-
balhar com o grid fixo em 8 bares (cada bar corresponde a um
compasso de 4 tempos logo, a cada 8 bares temos exatamente 32
tempos). Para deixar o grid fixo em 8 bares, basta clicar com o
botão direito do mouse sobre a indicação do grid atual (no canal
master) e selecionar: Fixed Grid: 8 Bars (atalho Cntrl +1 e+2
(pc) Command +1 e +2 (mac).
Agora, cada linha do grid aparecerá sobre uma tônica e o inter-
valo entre essas linhas corresponde a uma peça de 32 tempos.
Você pode começar o trabalho criando um clip para cada peça.
Para isso utilizaremos o comando ctrl ou cmd + “e”. Isso criará um
recorte no clip, transformando um clip em dois. Comece criando
um recorte em cada peça.
Música sem recortes:
Música após os recortes:
Selecionando com o mouse cada ponto da música no clip,
clicamos a tecla “ctrl” mais a letra “e” (ao mesmo tempo) para fazer um corte exatamente nesse ponto.
Você pode melhorar ainda mais sua organização no projeto atra-
vés da utilização de cores. Assinale clipes com características es-
pecíficas com cores diferentes. Nesse caso, os breaks da música
foram pintados de vermelho. Para fazer isso, basta clicar com o
botão direito do mouse sobre o clip e escolher a cor na parte de
baixo do menu que se abre.
Para repetir um clip, você pode utilizar o comando ctrl ou cmd +
d. Isso criará um clip identico logo após o clip selecionado. Sempre
que quiser duplicar um clip sem afetar o restante da música, é im-
portante abrir espaço para ele. Selecione todos os clipes que fi-
cam após o clip que você quer duplicar e mova-os para a direita.
Para selecionar, basta clicar no primeiro clip da seleção, segurar
shift e clicar no último clip da música. Se você quiser duplicar o clip
duas vezes, por exemplo, abra o espaço correspondente (basta
clicar na seleção e arrastar) como na figura abaixo:
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Em amarelo, o clip da intro que será duplicado.
Para duplicar, utilize ctrl ou cmd + d. Os comandos de cópia (ctrl
ou cmd + “c”) e cola (ctrl ou cmd +“v”) também funcionam.
Suponha que nosso objetivo seja encurtar essa música, para
realizarmos uma mixagem rápida. Podemos trazer o segundo break
e todo o restante da música direto para o ponto onde entra o pri-
meiro, eliminando-o.
Para isso basta selecionar a entrada do primeiro break até o
último, pressionamos ctrl ou cmd + x (recortar), clicamos no clip do
primeiro break e ctrl ou cmd + v.
Alguns recursos utilizados naconstrução de Mashups e ReEdits:
FadesDentro da aba de automações de cada canal encontra-se o con-
trole dos Fades, eles são individuais para cada CLIP. No ponto
inicial é feito o FADE IN e no final o FADE OUT, o ponto do meio
determina a curvatura do FADE.
Quando separa um CLIP em dois cada um ficará com seu fade
independente:
Crossfader Quando fizer uma sobreposição de CLIPS se arrastar os pontos
de fade criará o CROSSFADER entre eles.
Controle de ganho CLIPCada clip tem o seu controle de ganho independente. Se sepa-
rar a mesma música em dois ou mais clips eles terão seu controle
de ganho separado.
ReverseDentro da aba Sample no clip está a função reverse (tocar ao
contrário).
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Salvar WARPÉ possível salvar o WARP da música para quando for carregá-la
novamente já vir com o WARP pronto, depois da sincronia basta
clicar no botão SAVE dentro da aba sample.
EfeitosUse e abuse dos efeitos nos canais para modificar realmente o
som original e deixar os mashups com a sua cara. Aplique os mes-
mos conceitos utilizados em suas producões.
Efeitos de SEND/RETURN
Utilize os conceitos já aplicados em suas
produções com os efeitos de SEND/
RETURN utilizando para melhorar as com-
binações e criar mais subidas.
Dica: Reverb com decay longo para subida!
Filter delay efeito rítmico.
AutomaçõesPara fazer as entradas e saidas e aplicação de efeitos use e
abuse das automações.
Automatizando filtros e efeitos.
Recortes para subidaUma técnica muito utilizada nos mashups é utilizar o recorte do clip
(similar ao loop do CDJ). Recorte um trecho e duplique várias vezes
depois diminua o quantize proporcionalmente ao tamanho do loop.
Dica: unir esse conceito a aplicação de efeitos e filtros.
Sample EFX e FILLSPara compor seu Mashup utilize samples de subidas, descidas
e fills nas viradas: Uplifters, Downlifters, Fills, Impact, Noise e etc..
Atenção cuidado com o volume do MASTER!
Ele não pode bater no vermelho.
Você já aprendeu a fazer o warp em músicas inteiras, o que
possibilita ao DJ realizar mixagens sem precisar se preocupar em
acertar o pitch para cada virada. Agora vamos aprender como fa-zer o warp em acapellas, aquelas faixas que contém apenas o áudio
com a gravação do vocal de uma música.
Para o nosso exemplo, utilizaremos o clássico Indeep - Last Night
a DJ Saved My Life.
Nota: Para todas as músicas
utilizaremos o warp mode
COMPLEX (você aprenderá
mais sobre warp modes na
próxima aula).
Warp Avançado
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Como proceder?
Existem duas maneiras básicas de se proceder. A primeira de-
pende de você ter em seu HD a música original, que deu origem à
acapella que você quer trabalhar. Se este é o seu caso, basta des-
cobrir o BPM da música original. Você pode fazer isso de maneira
simples utilizando o Mixed In Key.
Depois que você encontrou o BPM da música original, voce deve
imaginar que este será o mesmo BPM da acapella, e você está
certo (cuidado para não comparar a acapella com nenhum remix
da música original, pois este pode ter um BPM diferente).
Em nosso caso, a música original possui 110 BPMs.
1. Trazer a música original para a tela de arranjo.
2. Ajustar o BPM geral do projeto para 110.
3. Fazer o warp da música original.
Ao conferir o warp que fizemos desta música, percebemos queo processo aprendido em nosso última aula não funcionou da ma-
neira como deveria. Isso se deve ao estilo de gravação da faixa
que estamos utilizando. Percebemos que ela tem um groove mais
acentuado, o que significa que temos um BPM que traz uma certa
variação no decorrer da faixa. Você irá se deparar com esta situa-
ção toda vez que tentar fazer o warp em músicas cujos instrumen-
tos foram gravados por músicos em um estúdio, é o caso de esti-
los como o rock n roll.
E como resolvemos esse problema? Vamos aproveitar a oportu-
nidade para aprender como fazer o warp em faixas que exigem um
cuidado um pouco maior. O processo é mais lento, porém mais
detalhado. Após ter a música em nossa tela de arranjo seguimos
os seguintes passos:
1. Ligamos o metrônomo (canto superior esquerdo do programa).
1 - Warp em Accapella com a música original
2. Dois cliques no clip da música.
3. Marcamos a primeira batida.
4. Set 1.1.1 here.
5. Warp From Here (Straight)
6. Ligamos o loop e selecionamos uma área de 4 bares (Você
pode escolher uma área maior, mas cuidado para não escolher
uma área muito grande)..
7. Clicamos na barra que seleciona o tamanho do loop para que
ela fique preta.
8. Com a barra selecionada, pressionamos shift + seta para cima
no teclado. Isso faz com que o loop pule para os próximos 4 bares.
9. Acertamos o primeiro e o último beat do loop (se sentirmos a ne-
cessidade, podemos acertar mais pontos de warp neste intervalo).
10. Repetimos o processo até o final da música, marcando todos
os pontos que acharmos necessários com o auxílio do metrônomo.
Agora basta desligar o loop e pronto, nossa música está pronta
para ser utilizada.Lembre-se sempre de que o DJ deve confiar mais nos ouvidos
do que nos olhos, e como não poderia deixar de ser, isso também
se aplica a realização do warp das músicas. Muitas vezes vai ser
difícil de identificar uma batida visualmente, tente sempre utilizar o
auxílio do metrônomo para chegar a um bom resultado.
Agora como procedemos com a acapella?
1. Carregamos a acapella em um novo canal de áudio.
2. Desligamos o warp e arrastamos o starting point para o início
da faixa.
3. Na timeline de nosso arranjo, procuramos onde começa o vocal
na música original. Em nosso caso, fica entre o bar 12 e 13.
4. Mexemos em nosso clip para ajustar a entrada do vocal da
acapella com o vocal da música original.
5. Ligamos o warp, marcamos o primeiro ponto e começamos a ajus-
tar nossa acapella a partir daí. A ideia é fazer com que ouçamos
apenas um vocal tocando, já que estarão sobrepostos um ao outro.
6. Nunca esqueça de marcar os pontos de warp no silêncio após
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cada frase do vocal para que os próximos pontos de marcação não
afetem o trabalho que já foi feito (sem mexer na posição dos pontos).
7. Vamos ouvindo e ajustando em relação à música original até
chegarmos ao fim da faixa.
8. Selecione a área entre o bar 12 de nosso arranjo e o bar 97
para que fique em amarelo. em seguida tecle ctrl+J (consolidate)
no teclado para criar um clip que, sempre ao ser disparado, terá
o vocal tocando na hora certa.
9. Clique em save e pronto, você já pode usar a sua acapella em
qualquer música.
Em muitos casos, você não terá acesso à música que deu ori-
gem a acapella que você está querendo utilizar. Para que você
consiga trabalhar com esta faixa no Ableton Live, podemos utilizar
uma técnica de warp um pouco diferente.
Quando você ouve qualquer vocal, é possível imaginar o BPM
deste vocal em questão. O ritmo está presente e, mesmo sem con-
seguir ouvir a marcação dos beats, podemos imaginá-los. É imagi-
nando os beats que faremos o warp de nossa acapella.
O primeiro passo é trazer nossa acapella para a tela de cenas
do Ableton e desligar o warp da faixa..
Oberve que na figura acima o TAP está
circulado em vermelho. É através da uti-lização do TAP que iremos determinar o
BPM da música em questão. Como?
1. Com o warp desligado, dê o play no clip.
2. Deixe o metrônomo desligado.
3. Agora imagine o beat da música e, a cada batida que você
imaginar, dê um clique no TAP. Observe que o BPM do projeto
vai se ajustando a cada clique.
4. Faça isso por alguns segundos e você perceberá que o BPM vai
circular em torno de um determinado valor. No nosso caso, entre
109 e 111, ficando bem próximo de 110 a maior parte do tempo.
5. Arredonde o valor do BPM para 110. É de se imaginar que esse
seja o valor correto, pois apesar de tentar sermos o mais precisos
possível, é muito difícil manter o ritmo correto o tempo inteiro.
Agora que você já sabe o BPM da música, fica muito mais fácil
fazer o warp de nossa acapella.
1. Jogue a acapella de volta para a tela de arranjo.
2. Ligue o metrônomo.
3. Ligue o warp e marque o início da faixa.
4. Identifique as sílabas tônicas
O que são as sílabas tônicas? Em uma música, podemos obser-var que as sílabas mais fortes de uma palavra ou verso quase
sempre ocorrem em cima da marcação de um tempo.
Vamos fazer um exercício: Ouça com atenção a frase que está
sendo cantada em nossa acapella.
Se você concluiu que a vocalista está cantando “Last night a DJ
saved my life”, você está correto.
Dentro desta frase, quais são as sílabas que ela está cantando
com maior intensidade?
Se você acha que as palavras (sílabas) mais fortes da frase são
“night” e “life”, você está correto mais uma vez. Preste bem aten-
ção como estas duas palavras dão toda a cadência da frase. Através
delas é possível imaginar o ritmo da música. Você já sabe que as
tônicas estarão colocadas sobre os beats de nossa música, então
vamos continuar o nosso passo a passo e você irá entender como
manipular estas sílabas tônicas para fazer o warp da música.
5. Marque o início da sílaba “night” com um ponto de warp.
6. Delete a sua primeira marcação.
7. Mova a sílaba “night” para o beat mais próximo, neste caso, 1.2 no grid.
Perceba que o vocal não vai mais começar na primeira batida e quea palavra “life” foi parar logo em cima da primeira batida do segundo
bar. Ouça esse trecho algumas vezes com o metrônomo ligado e tente
perceber se esta marcação faz sentido para você. Faça o ajuste fino da
sílaba “life”. Também podemos ter certeza, a partir destas marcações,
que todas as vezes que a cantora repetir a frase “last night a DJ saves my
life”, a palavra “life” estará na primeira batida de um bar.
8. Continue ouvindo frase a frase, identificando as tônicas, criando
as marcações e comparando o ritmo do vocal com o metrônomo.
Não esqueça de criar um ponto logo após cada frase, no silên-
cio, para que a movimentação das próximas marcações não afete
as anteriores. Pode parecer difícil nas primeiras vezes, mas comum pouco de prática o processo começará a ficar bem prático e
intuitivo. Teste várias acapellas diferentes e aplique-as sobre dife-
rentes músicas para ter certeza de que você está fazendo o pro-
cesso da maneira correta.
2 - Warp em acapella semconhecer a música original
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Aula 29 Mixagem I
Objetivos da aula. Definir o que é remix
. Apresentar motivos para fazer remixes
. Tipos de remix. Como preparar arquivos para remix. Como modificar loops de bateria (envelopes, warp modes,edição de áudio). Como modificar amostras em loop. Como usar amostras de áudio para recriar instrumentos. Como recriar pxadões da música original em MIDI. Como adicionar novos samples e instrumentos ao seu remix
Introdução:Fazer remixes ou ter as suas músicas remixadas é uma prática
que é muito comum e pode servir para você aprender com pa-
drões e timbres de outros produtores, mas também apresentar o
seu trabalho para um novo mercado.
Nesta aula você vai aprender a preparar as suas músicas para
que outros aritstas façam um remix e também aprender como criar
remixes com boa parte dos conceitos e técnicas que foram apre-
sentadas durante todo o curso.
As competições de remixes são atualmente uma febre entre pro-
dutores e selos fonográficos, é altamente aconselhavel participar
deste tipo de disputa para poder aprender como uma música émontada elemento por elemento.
Muita gente confunde produções originais com re-edtis, mash-
ups e remixes. Você sabe como diferencial eles?. Original Mix: música original composta pelo artista. Re-edit: feito pelo próprio aritista ou qualquer produtor / DJ quetenha a música original para modificar (geralmente um re-edit é feito
sem autorização do autor, mas não tem fins diretamente comerciais);
. Mash-ups: re-edits de duas ou mais músicas
. Remixes: artista usa conjunto de amostras de áudio que con-
tém a música separada, elemento por elemento, esse elemen-
tos são usados como base para contruír uma nova música.
Mercado de RemixesQuando um artista pede um remix seu para uma música, ele
quer que você coloque a sua assinatura musical em sua obra, isso
pode ser apenas uma versão com uma melhor mixagem e
masterização, mas geralmente significa que alguns elementos da
música original vão ser mantidos, mas muitos elementos vão ser
substituidos ou adicionados.Um remix pode mudar estilo, bpm, timbres, padrões, arranjo, in-
serir ou tirar vocais ou qualquer outro tipo de modificação criativa.
Muitas bandas de rock e artistas pop utilizam remixes de música
eletrônica para apresentar a sua música para um novo mercado.
1. Definir o que é remix
Você deve fazer remixes para:
. Estudar quantos elementos são usados em uma produção
profissional. Estudar timbres e padrões de cada um dos elementos de umamúsica. Estudo de arranjo e dinâmica, comparando os elementos emseparado com a música inteira original. Apresentar o seu trabalho para um mercado diferente. Aprimorar e testar a sua identidade musical. Criar uma versão que possa ser tocada na rádio. Criar uma versão com qualidade melhor
. Alteração da versão original para que ela se encaixe em ou-
tros gêneros. Reaproveitar uma parte de uma material já produzido. Possibilidade de se conectar com artista renomadosEsses são apenas alguns dos motivos que devem animar você
a começar a fazer remixes e também disponibilizar as suas músi-
cas para outros artistas.
Dependendo da quantidade e profundidade das modificações
que você fizer o remix pode ter vários tipos:
. Remix para melhorar a qualidade - os timbres, padrões e
arranjo são mantidos, as partes são apenas mixadas novamen-
te para obter uma qualidade melhor . Remix para trocar timbres - os padrões e arranjo ficam iguaisou parecidos, mas os timbres são substiuídos para por novos
que combinem com diferentes estilos. Remix para trocar padrões - os timbres ficam parecidos,mas os padrões são modificados. Remix para manter alguns sons - alguns loops da músicaoriginal são mantidas, mas a maioria dos sons é substituída.
Antes de você começar a fazer um remix é uma boa ideia, criar
os seus próprios arquivos para remix de uma música sua, com a
realização desse processo você vai ter a chance de aprender como
manipular as amostras de outros artistas.
Passo a passo:. Abra a música que você vai criar as amostras para remix. Tire qualquer efeito no master . Mantenha efeitos no canal e efeitos de side-chain (pois sem issoas amostras podem soar diferente)
. Sole o primeiro canal, se for um elemento que não tiver nenhu-ma variação de padrão, automação, selecione 4 tempos e exporte
o primeiro canal - aproveita para nomer com o nome do elemento,
se este canal tiver uma variação grande de padrão ou automação,
2. Apresentar motivos para fazer remixes
3. Tipos de remix
4. Como preparar arquivos para remix
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faça uma nova seleção e exporte ela. Siga solando e exportando cada um dos canais. Junte todos os samples em uma mesma pastaPronto! Você já criou o seu primeiro pacote de samples para
remix, agora é só começar a disponibilizar para outros artistas.
Como exemplo nesta aula vamos usar a música Sunshine Groove
do Sonic Future.
No pacote de samples para remix dessa música você tem 12
arquivos, destes 12 arquivos apenas 2 são samples de bateria.
Devo usar os samples de bateria da música original ou não?
Isso vai depender muito da onde você quer levar esse remix, se
ele for manter o mesmo estilo e bpm pode ser uma boa ideia usar
a original, mas se você quiser mudar de bpm / estilo ou imprimir
um som com caraterísticas próprias vai ser importante substituir a
bateria (principalmente o kick).
De qualquer forma é importante você aprender como reciclar
esses loops iniciais, para tentar usar pelo menos alguns sons para
manter algumas características da música original.
Neste caso vamos tentar fazer um remix mais deep da música
original, por isso não vamos usar o kick original e vamo reciclar o
loop de bateria para deixar ele mais limpo e suave.
Siga este passo a passo e utilize as ferramentas que você achar necessárias, lembre-se sempre que nesta parte criativa você utili-
zar diferentes técncias e conceitos para conseguir o resultado es-
perado.
5. Como modificar loops de bateria(envelopes, warp modes, edição de áudio) Por enquanto o Kick foi substitúido o bpm desejado foi colocado
e loop de bateria ainda é o original.
Warp Modes:Qual warp modes é melhor para bateria? O Warp modes beats é o
mais indicado para esse tipo de amostra. No Warp Modes beats você
também pode mudar o Transient Loop Mode, no modo Off você pode
usar o Transient Envelope para deixar os sons mais curtos.
Neste caso todos os sons vão ser encurtados em uma mesma
proporção, o resultado ficou interessante, mas principalmente o
Snare perdeu muito do seu impacto.
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Envelopes de áudio:Eles podem ser uma boa solução para criar silêncio e também encurtar alguns elementos em específico. Esse tipo de envelope
também pode ser usado para isolar os elementos (isso vai facilitar na aplicação de efeitos e também na mixagem da sua música).
Com o envelope de áudio foi possível isolar o Snare, o resultado foi esse:
Crie um novo canal e neste novo canal edite o loop para tirar os Snares e manter apenas os hats.
Como neste loop tem também uma espécie de rim shot foi decidido criar mais um clip só com estes sons (foram selecionados nos outros clipes).
Agora nós já temos 4 canais diferentes:
Para personalizar ele ainda mais você pode:
. Mudar o starting points dos hats e rim shot. Fazer loops mais curtos de cada um dos sons. Usar ferramentas de edição de áudio na tela dearranjo para criar variações diferentes que pode ser
mais simples e complexas.
Uma outra forma pode-
rosa de moficar tanto
loops de bateria quantoquantos loops musicais é
através do Slice to New
Midi Track, com esse fun-
ção você consegue rapi-
damente transformar
áudio em MIDI em com
isso controlar melhor
cada um dos sons.
Selecione o loop que
você quer transformar em áudio, clique com o
botão direito e selecione
no menu, Slice To new
MIDI Track.
6. Como modificar amostras em loop
Você pode selecionar diversas formas de fragmentar este aúdio,
uma das melhores e mais fáceis de serem aplicadas e Transient, o
Live vai automaticamente cortar os sons em diferentes pedaços, umaoutra forma que funciona parecida mas com maior precisão, é mar-
car cada um dos sons com um warp marker (corrigindo qualquer
problema de groove) e na hora do slice selecionar Warp Marker.
O resultado em ambos os casos vai ser este:
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O Live vai manter o loop inicial, adicionar um novo canal MIDI com todos os pedaços em separados e também criar um clip de MIDI
para reproduzir os sons da mesma forma que eles estavam dispostos no loop inicial.
Com o novo canal, você pode usar os mesmos sons mas criar o seu padrão, no exemplo abaixo foi cortado apenas os snares do loop.
As técnicas de sampleamento são uma excelente forma de reaproveitar elementos da música original em um novo padrão e tom.
Para samplear com sucesso e sem muitas surpresas, o ideal é você descobrir o tom da música e também de cada uma das notas do
timbre que você quer modificar. No caso da música Sunshine Groove o tom dela é Dó menor, se você é um música treinado vai ser fácil
de descobrir isso, se você não é a melhor solução é usar o software Mixed in Key, o tom da música já é de grande ajuda, mas nem todos
os elementos e notas devem estar no mesmo tom. Para descobrir o tom de cada uma das notas do baixo, coloque ele na tela de arranjo,
corte ele me pedaços e consolide todos eles, esses pedaços devem ser colocados no Mixed in Key.
7. Como usar amostras de áudio para recriar instrumentos
O Mixed in Key descobriu que algumas
notas são em Dó e algumas são em Fá e
outras em Lá sustenido. Para facilitar vamos
escolher uma nota em dó para colocar no
Sampler.
Carregue a nota em Dó no Live, use as ferramentas de edição e um bom zoom para
selecionar só a nota do Bass. Carregue essa nota no Sampler, como a nota raíz dela já
está em Dó você não vai precisar mudar o Root Key (se fosse outra nota ele precisaria
ser modificado ou qualquer padrão que fosse montado ficaria fora do tom).Com o sample no sampler você pode contruír um novo padrão de baixo, como este abaixo:
Você além de poder construír um novo padrão também pode usar as muitas funcionalidades do Sampler para moldar o som como
você quiser. No caso como estamos neste exemplo fazendo um remix mais deep, cortamos um pouco o som com envelope e também
tiramos algumas frequências com o filtro.
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Agora nós já temos uma
bateria renovada e tam-
bém um baixo com o tim-
bre original e um novo pa-
drão, você pode criar um
nova camada para o bai-
xo com um outro timbre.
A função de slice do new MIDI Track também pode ser usado como uma ferramenta poderosa para conseguir "pegar" o padrão MIDI
de um loop. Selecionamos para isso o sample "Filtered Disco Loop", depois do Slice to New MIDI Track (Transient) ele ficou assim.
8. Como recriar padrões da música original em MIDI
A ideia é pegar as posições de cada um das notas e usar elas em um novo instrumento, se você colocar esse MIDI para tocar ele vai
fazer um som de Glissando, para que o som fique interessante e dentro do tom, você precisar editar ele para ficar dentro da escala, como
por exemplo algo assim:
Você pode fazer isso com vários instrumentos
para manter os padrões originais e adicionar os seuspróprios sintetizadores.
Você pode adicionar quantos novos sons você achar necessário, só é importante levantar em consideração alguns fatores:. Mantenha no mínimo 3 sons originais. Não adicione um vocal se a música já tiver um, a não ser que você crie uma espécie de dueto. Analise como são os breaks e o arranjo da música original, as vezes é importante manter alguma virada e efeito especial.
Procure samples que estejam no tom da música original
. Use as técnicas anteriores, para captar samples ou padrões e usar eles de forma diferente a criativa. Não deixe o seu remix como uma cópia da música original, você deve conseguir colocar a sua identidade nele. Não tenha medo de experimentar trocar a música original para um novo estilo e BPM, na maioria das vezes é isso que o autor procuro em um remixer.
9. Como adicionar novos samples e instrumentos ao seu remix
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Aula 30 Live PAObjetivos. O que é Live PA?. Definindo o conceito do seu projeto.
Vantagens e Desvantagens do formato do Live PA
. Formatando o seu Live PA. LaunchIntrodução
Boa parte do rendimentos de um artista é através da apresenta-
ção ao vivo, muitas gravadores atualmente querem fechar turnês
com os artistas e não apenas álbuns, assim eles também podem
lucrar com os shows.
A boa notícia é que o Live é um software muito versátil, ele pode
ser usado com facilidade como uma ferramenta de performanceao vivo, essas apresentações poder ser em formato solo, duplas,
grupos e uma quantidade enorme de combinações.
Live PA é a apresentação de música eletrônica com produções
próprias criadas ou reeditadas ao vivo com o uso de hardware(s)
(sintetizadores, baterias eletrônicas, grooveboxes e/ou outras
tecnologias), instrumentos musicais, ou apenas um computador
equipado de um DAW .
A sigla PA ("Public Address") implica em algum tipo de criação
ou interferência em tempo real, ao vivo. O termo Public Address,
que significa “endereço público”, se refere ao fato do produtor es-
tar fazendo em um local público (apresentação) o que normalmen-
te estaria sendo feito em estúdio: elementos da música. Bem dis-
tante do formato DJ set, que consite em reproduzir músicas de
outros artistas.
Muitos artistas populares do mundo da música eletrônica são
conhecidos como artistas que se apresentam no formato de Live
PA. Grandes nomes como Kraftwerk, Underworld, The Chemical
Brothers, Crystal Method, The Prodigy, Daft Punk, sendo o primei-
ro o precursor desta modalidade de apresentação.
2.1. Gosto MusicalQue tipo de música você costuma escutar? Se imagine produzin-
do e tocando músicas de um estilo que você não tem nenhuma afini-
dade. Além de não te trazer satisfação pessoal, isso com certeza
renderia uma apresentação sem vida e conseqüentemente pouco
atrativa. A música que você ama deve estar no centro do seu projeto.
2.2. OportunidadesNão perca as raízes, mas procure criar algo novo. Melhor do
que lançar mais um Live P.A. de Electro-House, Techno ou Psy-
Trance é conseguir pensar mais à frente e desenvolver um traba-
lho único, misturando as influências que você realmente gosta com
1. Conceito de Live PA
2. Definindo o conceito do seu projeto
algo que já existe criando algo novo. Assim você seria reconheci-
do como um artista com um diferencial único e talvez até o criador
de um novo estilo de e-music.
A tendência de qualquer movimento musical à medida que vaise enraizando em um país/cultura é de ganhar contornos regio-
nais, o que torna muito difícil conseguir um lugar ao sol produzindo
os gêneros que já tem os seus ícones consolidados em seus paí-
ses de origem.
Temos outros lados a serem explorados, como a inserção de
elementos eletrônicos junto a uma banda, o que é também de cer-
ta forma um Live PA, porém neste caso não é o foco principal da
apresentação. Este tipo de ação esta ficando cada vez mais co-
mum e vem quebrando a barreira do preconceito entre o universos
de bandas e e-music.
2.3.1. Público
O Público tem interesse no conceito que você quer apresentar? Ana-
lise também que alguns gêneros são muito fechados para inovações.
Lembre também que, na maioria das vezes, o público só está na bala-
da por puro entretenimento e não quer fazer o mínimo esforço e para
entender e “digerir” o som, e sim dançar, beber, etc. Outro ponto impor-
tante: qual é o público que você está querendo atingir? Ele realmente
existe? O ideal é você partir do público do qual você faz parte, buscan-
do unir ao seu som elementos que despertem o interesse e a identifica-
ção de pessoas de outros segmentos musicais.
2.3.2. Promoters
Se você está visando se apresentar em clubes de e-music não
adianta nada montar um projeto com uma banda de 5 pessoas ou
coisa parecida se a maioria das cabines de som mal comportam 3
pessoas lado a lado. Pense nisso antes de começar a chamar um
grande número de músicos porque 99% dos clubes não têm mesa
de som/microfones/cabos para suportar essa quantidade de artistas.
Além disso, o clube teria um custo extra na noite, (dinheiro que pode-
ria vir direto para as suas mãos). É importante lembrar que o empre-sário da noite quer ver o dinheiro entrar e ficar no caixa, com muita
gente na balada pagando ingresso e consumindo dentro da sua casa.
2.3.2. Mídia
A mídia está sempre procurando “The Next Big Thing” (a próxi-
ma grande banda, gênero ou tendência). Com esse movimento ela
pode rapidamente levantar a sua banda que foi descoberta em um
novo site de relacionamento (que foi o caso do Bonde do Role no
Myspace, pelo dj americano Diplo) como também podem ajudar a
derrubar o seu gênero preferido mudando o foco para o próximo
destaque da cena.
O ideal é ano a ano lançar um novo álbum trabalhando mais a
fundo o conceito, mas sem mudar completamente o seu foco e sim
incrementando com novidades que podem manter o radar da mídia
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atento ao seu trabalho. Se você tiver o apoio da mídia fica bem
mais fácil vender um show e começar a criar uma legião de fãs.
Mesmo que a indústria fonogr