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PRODUTO 03 - BENCHMARKING INTERNACIONAL REFERENCIAL - RCCV ARM_TEC_02_03_REL_Benchm_Ref_RCCV_05_20151017

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PRODUTO 03 - BENCHMARKING INTERNACIONAL

REFERENCIAL - RCCV

ARM_TEC_02_03_REL_Benchm_Ref_RCCV_05_20151017

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AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO

METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO

INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM

RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) E

RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E

VOLUMOSOS (RCCV)

PRODUTO 03: BENCHMARKING

INTERNACIONAL REFERENCIAL - RCCV

ARM_TEC_02_03_REL_Benchm_Ref_RCCV_05_20151017

Outubro de 2015

Consórcio:

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CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA Y ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA. Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)

Pag. 2

PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

(RSS) E RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV)

Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte

Consórcio: IDP FERREIRA ROCHA Status: Externo

Título do documento: Produto 03: BENCHMARKING INTERNACIONAL REFERENCIAL -

RCCV

Nome/código: ARM_TEC_02_03_REL_Benchm_Ref_RCCV_05_20151017 Versão: Final

Elaboração:

Ο Alex José de Almeida

Ο Alex Quiroga

Ο Ana Maria Castro da Silveira

Ο Cristiano Figueiredo Lima

Ο Cynthia Fantoni

Ο Delfim José Leite Rocha

Ο Eduard Millet

Ο Gonzalo Herranz

Ο Gustavo Azeredo Furquim Werneck

Ο Gustavo Tetzl Rocha

Ο Henrique Ferreira Ribeiro

Ο Henrique S L V Gomes

Ο Isadora Braga Camargos

Ο Jesús Blasco Gómez

Ο José Cláudio Junqueira Ribeiro

Ο Juan Carlos Rives López

Ο Juliana Felisberto

Ο Luciana de Nardi

Ο Marcos Antônio de Almeida Rodrigues

Ο Maria Antônia Vieira Martins Starling

Ο Murilo Zaparoli

Ο Renato Nogueira de Almeida

Ο Solange Vaz Coelho

Ο Thiago de Alencar Silva

Ο Vicente Jimenez de la Fuente

Data: 28/10/2014

Revisão: Jesus Blasco Goméz, Juan Carlos Rives Lopes, Thiago de Alencar

Silva, José Claudio Junqueira Ribeiro Data: 06/03/2015

Aprovação: Jesús Blasco Goméz Data: 17/10/2015

Observações: O Produto em sua primeira versão foi entregue em 12/08/2014 e as considerações para

revisão foram encaminhadas em 16/09/2014. Houve uma nova apresentação no dia 28/10/2014 e outras considerações foram encaminhadas. Uma nova apresentação do documento foi realizada em 06/03/2015 que originou uma nova leva de considerações por parte dos revisores que foram consideradas nesta versão final. Esta é, portanto, a versão final, após todas as possíveis considerações de todos que acompanham o projeto.

Aprovação do Gestor:

Nome: Visto:

Data da Aprovação:

Consórcio:

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Pag. 3

APRESENTAÇÃO

O presente documento denominado Benchmarking Referencial Internacional dos Resíduos

da Construção Civil e Volumosos (RCCV) congrega, de forma analítica, as principais

tendências em âmbito internacional para a gestão e gerenciamento dos RCCV. Este

documento, formalmente denominado Produto 03 – Benchmarking Internacional

Referencial é o primeiro produto da Fase 02 do PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO

INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

(RSS) E RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV) e foi elaborado

pelo Consórcio formado pelas empresas IDP Ingeniería y Arquitectura Iberia e Ferreira

Rocha - Gestão de Projetos Sustentáveis (Consórcio IDP Ferreira Rocha) sob a

coordenação da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte

(ARMBH) e do seu Grupo de Acompanhamento (GA).

Como definido inicialmente, a elaboração do Plano está estruturada em três fases:

Fase 01: Diagnóstico da situação atual dos RCCV na Região Metropolitana de Belo

Horizonte (RMBH) e Colar Metropolitano de Belo Horizonte;

Fase 02: Elaboração de propostas para a gestão e o gerenciamento dos RCCV;

Fase 03: Preparação para elaboração e implantação das alternativas para gestão

e gerenciamento dos RCCV.

O prazo previsto para a conclusão do projeto é de 22 (vinte e dois) meses e como o início

foi em janeiro de 2014 seu término está previsto para setembro de 2015.

A Fase 01, finalizada em setembro de 2014 teve a função de levantar dados e apresentar

o Diagnóstico da Situação Atual dos RCCV na RMBH e Colar Metropolitano de Belo

Horizonte e, por sua vez, foi composta por três produtos além de um Resumo Executivo,

conforme esquema apresentado na Quadro 1.

Quadro 1 - Etapas da Fase 01 - Diagnóstico da Situação Atual dos Resíduos.

Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

Fase 01: Diagnóstico da situação atual dos RCCV na RMBH e Colar Metropolitano de BH

Produto 00: Balizamento técnico, legal e

metodológico para elaboração do Plano

Produto 01: Geração e fluxo de gestão e

gerenciamento dos RCCV

Produto 02: Levantamento de planos e projetos, executados e

em execução, para gestão e gerenciamento

dos RCCV

Resumo Executivo:Síntese analítica de

dados e informações

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Pag. 4

A Fase 02, iniciada paralelamente a etapa final da Fase 01 com a elaboração do Produto

03, é composta por seis produtos conforme descrito de forma sintética no Quadro que

segue.

Quadro 2: Etapas da Fase 02: Elaboração de proposta para o manejo, tratamento e disposição

final dos RCCV.

Fonte: Plano de Trabalho atualizado aprovado, Elaboração Própria, Consórcio IDP FR, 2014.

Fase 02: Elaboração de proposta para o manejo, tratamento e disposição final dos RCCV

Produto 03: Benchmarking

Referencial Nacional e

Internacional de Gestão e

Gerenciamento de RCCV

Produto 04 -Alternativa de

Gestão e Gerenciamento

de RCCV recomendada

Produto 05 -Alternativas

para o Transbordo, Tratamento e Disposição

Final

Produto 07 -Possibilidades

de Implantação de Soluções Integradas

Produto 06 -Áreas

Favoráveis para

Instalação de Infraestruturas

de RCCV

Produto 08 -Sistema de

Gerenciamento Proposto

RESUMO EXECUTIVO

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Pag. 5

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 3

LISTA DE QUADROS ....................................................................................................... 7

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................10

LISTA DE SIGLAS ...........................................................................................................11

1.0. INTRODUÇÃO ......................................................................................................12

2.0. ASPECTOS METODOLÓGICOS ..........................................................................14

3.0. IDENTIFICAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO .................................15

4.0. OBJETIVOS DE UM BENCHMARKING REFERENCIAL ......................................16

4.1. O PROCESSO DE BENCHMARKING ...............................................................16

4.2. BENEFÍCIOS DO BENCHMARKING .................................................................17

5.0. OBJETIVOS DO PRODUTO .................................................................................18

5.1. ESTRUTURA DE ANÁLISE DE BENCHMARKING PARA RESÍDUOS SÓLIDOS

..........................................................................................................................19

6.0. BENCHMARKING REFERENCIAL RCCV ............................................................20

6.1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................20

6.2. CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS RCC .......................................21

6.3. COMPOSIÇÕES TÍPICAS DOS RCC ................................................................26

6.4. VISÃO GLOBAL DA LEGISLAÇÃO ...................................................................31

6.4.1. Âmbito geral nos países membros da União Europeia ............................... 32

6.5. METODOLOGIAS DE CÁLCULO DA GERAÇÃO DE RCCV .............................34

6.6. CARACTERÍSTICA DO CENTRO DE TRATAMENTO SEGUNDO A TIPOLOGIA

DO RESÍDUO DE ENTRADA .......................................................................................38

6.7. EXEMPLOS DE PLANTAS INDUSTRIAIS PARA O TRATAMENTO DE RCC ..42

6.8. DESCRIÇÃO DE UMA PLANTA DE TRATAMENTO TÍPICA ............................48

6.8.1. Infraestruturas necessárias ......................................................................... 52

6.8.3. Descrição dos equipamentos ...................................................................... 54

6.9. IMPACTOS AMBIENTAIS .................................................................................60

6.10. MODELOS DE GESTÃO DOS RCC ..............................................................61

6.10.1. Objetivos dos Modelos de Gestão .............................................................. 61

6.10.2. Infraestruturas mínimas disponíveis para a gestão dos RCCV ................... 61

6.10.2.1. Unidades de tratamento ............................................................................. 61

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Pag. 6

6.10.2.2. Centros de agrupamento ............................................................................ 62

6.10.2.3. Centros de classificação e transbordo ........................................................ 62

6.10.4. Responsabilidades ..................................................................................... 72

6.10.4.1. Responsabilidades na fase de projeto ........................................................ 72

6.10.4.2. Responsabilidades na fase de construção .................................................. 73

6.10.5. Instrumentos econômicos ........................................................................... 73

6.10.6. Alternativas para a conscientização e Educação Ambiental ....................... 79

6.10.7. Campanhas de sensibilização .................................................................... 81

6.10.8. Práticas Internacionais de incentivo para o setor da reciclagem dos RCC .. 84

6.10.9. Medidas a promover ................................................................................... 85

6.10.10. Exemplos de obras realizadas com agregados reciclados .......................... 87

6.10.11. Aspectos comparativos entre modelos de gestão ..................................... 100

6.11. MÉTODOS DE FINANCIAMENTO ............................................................... 103

6.11.1. Os fundos de coesão da União Europeia .................................................. 103

6.11.2. Concessão de serviços ............................................................................. 105

7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 111

8.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 114

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Pag. 7

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Etapas da Fase 01 - Diagnóstico da Situação Atual dos Resíduos. ............ 3

Quadro 2: Etapas da Fase 02: Elaboração de proposta para o manejo, tratamento e disposição final dos RCCV............................................................................................ 4

Quadro 3 - Descrição dos resíduos típicos de construção e demolição e seu respectivo processo de valorização e tratamento segundo a normativa Europeia. ...................... 22

Quadro 4 - Valorização e tratamento recomendados para os resíduos de construção e demolição de acordo com a Normativa Europeia. ....................................................... 24

Quadro 5 - Alternativa de valorização e tratamento de acordo com o código Europeu de Resíduos (CER - 2000/532/CE) para os RVOL codificados pela IN 13 de 2012 Ibama. ................................................................................................................................... 25

Quadro 6 - Valorização de RVOL, de acordo com a Normativa Europeia CER - 2000/532/CE para os resíduos classificados pela IN 13, 18/13/2012. ......................... 25

Quadro 7 - Tratamento de RVOL, de acordo com a Normativa Europeia CER - 2000/532/CE para os resíduos classificados pela IN 13, 18/13/2012. ......................... 26

Quadro 8 - Composição típica dos RCC de acordo com o Plano Regional de Resíduos de Madri, Espanha, 2006 a 2014. ............................................................................... 26

Quadro 9 - Caracterização específica do item Entulho, referente à Quadro 1. ............ 26

Quadro 10 - Composição dos resíduos RCC nos Estados Unidos e Canadá, 2005. ... 27

Quadro 11 - Composição típica dos RCC no Chile. .................................................... 28

Quadro 12 - Composição típica dos RVOL de acordo com a Planta de tratamento de resíduos volumosos de Tersa na Espanha (2013). ..................................................... 28

Quadro 13 - Composição típica dos RCC, Itatinga, SP, Brasil, 1999. ......................... 29

Quadro 14 - Composição típica da fração cerâmica dos RCCV de Itatinga, SP, Brasil, 1999. .......................................................................................................................... 29

Quadro 15 - Geração de resíduos de construção civil no Brasil e outros países de acordo com o estudo publicado por John e Agpyan em 2005. ................................................ 30

Quadro 16 – Geração (t) per capta de RCD nos EUA e membros da União Europeia.37

Quadro 17: Aplicação dos RCC reutilizados e ou reciclados. ...................................... 40

Quadro 18 - Planta de recuperação de Resíduos da Construção e Demolição instalada em Jacksonville, Florida, EUA. ................................................................................... 42

Quadro 19 - Planta de seleção de resíduos da construção e demolição instalada no Principado de Astúrias, Espanha. ............................................................................... 43

Quadro 20 - Centro de Reciclagem de resíduos de construção e demolição da cidade de Quebec, Canadá. ................................................................................................... 44

Quadro 21 - Planta para o tratamento de resíduos da construção e demolição instalada na Ilha de Palma, Espanha. ........................................................................................ 46

Quadro 22 - Planta para o tratamento de resíduos da construção e demolição localizada em Arganda del Rey, Espanha. .................................................................................. 46

Quadro 23 - Planta para o tratamento de resíduos volumosos localizada em Barcelona, Espanha. .................................................................................................................... 47

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Pag. 8

Quadro 24 - Especificações técnicas básicas de um Alimentador de Placas. ............. 54

Quadro 25 - Parâmetros de dimensionamento de projeto para os moinhos de cone. . 57

Quadro 26 - Especificações técnicas básicas de uma Peneira elétrica. ...................... 59

Quadro 27 – Percentual de resíduos recicláveis presentes no RCCV de diversos países do mundo. ................................................................................................................... 65

Quadro 28 - Geração dos RCD e quantidades destinadas à disposição final em aterro sanitário (2002 – 2009). .............................................................................................. 66

Quadro 29 - Geração de RCD e quantidade destinada à disposição em aterros específicos para RCD, 2002 – 2009 (Catalunha, Espanha). ....................................... 67

Quadro 30 - Instalações para Valorização, Disposição e Transbordo de RCD na região da Catalunha, Espanha (dez. 2009). ........................................................................... 69

Quadro 31 - Dados referentes à Figura 16. Gestão dos RCD gerados na Catalunha para cada zona. .................................................................................................................. 70

Quadro 32 - Preços pagos para a reciclagem de RCD nas Plantas de reciclagem Belgas, 2004. .......................................................................................................................... 71

Quadro 33 - Preços de entrada do RCD nas Plantas de reciclagem da Alemanha, 2004. ................................................................................................................................... 71

Quadro 34 - Preços de entrada dos RCD em planta da COGERSA (Compañía para la Gestión de los Resíduos Sólidos en Asturias, Sociedad Anónima Unipersonal en España). ..................................................................................................................... 71

Quadro 35 - Evolução do valor arrecadado pela cobrança fiscal pelo RCD em Madri. 78

Quadro 36 - Instrumentos econômicos utilizados por alguns estados membros da UE para evitar a disposição de resíduos da construção civil e volumosos em aterros. ..... 78

Quadro 37 - Quadro de bonificações para iniciativas de reciclagem de resíduos. ....... 85

Quadro 38 - Preço dos agregados derivados dos RCD na Bélgica. ............................ 86

Quadro 39 - Preço dos agregados derivados dos RCD na Alemanha. ........................ 86

Quadro 40 - Preço dos agregados derivados dos RCD na Planta COGERSA na Espanha. .................................................................................................................... 87

Quadro 41 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados. ................................................................................................................................... 87

Quadro 42 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados. ................................................................................................................................... 88

Quadro 43 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados. ................................................................................................................................... 89

Quadro 44 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados. ................................................................................................................................... 90

Quadro 45 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados. ................................................................................................................................... 92

Quadro 46 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados. ................................................................................................................................... 93

Quadro 47 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados. ................................................................................................................................... 94

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Pag. 9

Quadro 48 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados. ................................................................................................................................... 95

Quadro 49 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados. ................................................................................................................................... 96

Quadro 50 - Detalhes de uma obra Espanha realizada com agregados reciclados. ... 97

Quadro 51 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados. ................................................................................................................................... 98

Quadro 52 - Quadro comparativo entre modelos de gestão e mecanismos para a gestão adequada dos resíduos da construção civil em diferentes países. ............................ 101

Quadro 53 - Modalidades de Associações Público Privadas mais usadas e a transferência de riscos. ............................................................................................. 108

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Pag. 10

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Relação entre Plano, Gestão e Gerenciamento. ..............................................12

Figura 2 - Modelo de ciclo de melhora contínua. ..............................................................17

Figura 3 - Exemplo da codificação de resíduos definidos pelo Ibama na IN 13 de 18/12/2002. ......................................................................................................................22

Figura 4 - Base histórica da geração de resíduos sólidos, total/ano e per capita nos EUA, de 1960 a 2010 (EPA, 2010). ...........................................................................................35

Figura 5 - Comparação do PIB, da população, da geração total e per capita de resíduos sólidos analisados pela OECD (1980-2030). ...................................................................36

Figura 6 - Hierarquia nos sistemas de tratamentos dos Resíduos Sólidos. ......................39

Figura 7 - Linha de tratamento básica para reciclagem de RCCV. ...................................51

Figura 8 - Imagem de um alimentador de placas. ............................................................55

Figura 9 - Imagem de um triturador primário. ...................................................................56

Figura 10 - Imagem de um separador magnético. ............................................................56

Figura 11 - Imagem de um separador eletromagnético. ...................................................57

Figura 12 - Triturador (moinho de cone) de resíduos. ......................................................58

Figura 13 - Peneira elétrica - equipamento utilizado para a triagem automática dos resíduos por tamanho e densidade. ...............................................................................................59

Figura 14 - Evolução da gestão dos resíduos da construção e demolição na Catalunha 2001 - 2013. (entrada de resíduos nas instalações de gestão de RCD). .........................68

Figura 15 - Localização geográfica das instalações para valorização, disposição e transbordo de RCD na região da Catalunha, Espanha, (dez. 2009). ................................69

Figura 16 - Mapa que representa a absorção dos RCD gerados na região da Catalunha no ano de 2009. ....................................................................................................................70

Figura 17 - Fluxograma administrativo da gestão dos RCCV em cada etapa de uma obra. ........................................................................................................................................75

Figura 18 – Montante recolhido por meio da cobrança pelo aterramento de RDC ...........78

Figura 19: Campanha “Somente entulho, Obrigado.” Realizada para a conscientização sobre os benefícios da reciclagem de resíduos da construção e demolição em Madri. ....82

Figura 20 - Campanha para a reciclagem de resíduos da construção e demolição em um município espanhol. .........................................................................................................83

Figura 21 - Campanha para a reciclagem de RCD em Chennai, Índia. ............................83

Figura 22 - Ciclo ideal dos resíduos gerados em obras de construção e demolição. .......84

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Pag. 11

LISTA DE SIGLAS

€ - Euro

3R - Reduzir, Reutilizar e Reciclar

APP - Associações Público Privadas

ARM - Agregado reciclado misto de concreto

BLT - Build-Lease-Transfer

BOOT - Build-Own-Operate-Transfer

CER - Código Europeo de Residuos

CO2 - Dióxido de Carbono

CSR - Combustível sólido recuperado

DBFO - “Design-Build-Finance-Operate”

DBO - Design-Build-Operate

DDC - Departamento de Design e Construção

EPA - Environmental Protecction Agency (Agência de Proteção Ambiental)

EPI - Equipamento de Proteção Individual

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IN - Instrução Normativa

INE - Instituto Nacional de Estatísticas da Espanha

KW - Quilowatts

NYC - New York City

OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico

OMS - Organização Mundial de Saúde

PIB - Produto Interno Bruto

PNRCD - Plano Regional de Resíduos da Construção e Demolição

PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos

GPC - Produção per Capita

RCCV - Resíduos da Construção Civil e Volumosos

RD - Real Decreto

RESCON - Resíduos da Construção e Demolição

RMBH - Região Metropolitana de Belo Horizonte

RTE - Rede Trans-européia de transporte

RVOL - Resíduos Volumosos

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Pag. 12

1.0. INTRODUÇÃO

Um plano de gestão de resíduos, em linhas gerais, tem a função de orientar a gestão e o

gerenciamento dos resíduos para a região que se aplica. A elaboração do Plano

Metropolitano de Gestão Integrada dos Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)

visa promover uma melhora contínua no fluxo desses resíduos, considerando a realidade

e as soluções mais adequadas para os municípios da Região Metropolitana (RMBH) e

Colar Metropolitano de Belo Horizonte. A gestão dos resíduos é de responsabilidade

governamental, intransferível, e abarca a definição de estratégias, políticas, diretrizes e

metas que determinam o gerenciamento dos resíduos, este de responsabilidade do

gerador, de âmbito mais operacional, como demonstrado na Figura 1.

Figura 1 - Relação entre Plano, Gestão e Gerenciamento.

Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP FR, 2014

Uma vez concluído este Plano, que está sendo elaborado com base nas premissas da

pluralidade e da representatividade da RMBH e do Colar Metropolitano de Belo Horizonte,

este contribuirá para um processo de gestão e gerenciamento dos resíduos de forma mais

eficaz, uma vez que:

a) A situação atual será conhecida;

b) Estarão definidos, com perspectiva metropolitana, as diretrizes, objetivos e metas;

c) Serão fomentadas a implantação e o aperfeiçoamento da gestão, e a sistematização

de dados e informações;

d) Serão planejadas, alinhadas, ordenadas e monitoradas as atividades do

gerenciamento;

e) Serão otimizados esforços, em busca de uma maior eficiência e menor custo das

atividades.

PLANO = orientativo/ diretrizes, objetivos e metas

GERENCIAMENTO = operacional/ responsabilidade

do gerador

GESTÃO = estratégica/responsabilidade

do poder público

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Pag. 13

Este Benchmarking Referencial Internacional de Gestão e Gerenciamento dos RCCV da

RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte apresenta, de forma objetiva, os meios,

processos, tecnologias e alternativas para a gestão e gerenciamento de RCCV mais

utilizados no âmbito internacional. As informações apresentadas não necessariamente

representam as alternativas mais adequadas à realidade da RMBH e Colar Metropolitano,

porém são exemplos de algumas possibilidades de sucesso praticadas em outros países

que podem ser tomadas como referência para o aprimoramento das práticas regionais de

gestão e gerenciamento dos RCCV. Neste sentido, é importante destacar que todas as

referências apresentadas neste documento devem passar por uma análise rigorosa que

considere as características intrínsecas da região de abrangência do Plano objetivando

estudar a sua viabilidade de aplicação na gestão e no gerenciamento dos RCCV.

A organização deste documento, bem como dos demais produtos que serão desenvolvidos

para a Fase 02, segue as recomendações descritas pela Política Nacional de Resíduos

Sólidos (PNRS) para a elaboração de planos de gestão de resíduos, permitindo assim sua

fácil integração a outros planos desenvolvidos ou a serem desenvolvidos nos municípios e

no Estado de Minas Gerais.

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2.0. ASPECTOS METODOLÓGICOS

O Benchmarking Referencial Internacional para os RCCV foi elaborado a partir de dados

secundários de forma que alguns deles foram parcialmente complementados por dados e

informações primárias, como, por exemplo, aqueles relativos à gestão e ao gerenciamento

de algumas plantas para reciclagem de RCC localizadas na Espanha.

Neste documento estão reunidas informações, dados publicados por instituições

governamentais internacionais, entidades representativas, acadêmicas, e, em alguns

momentos, são apresentados materiais comerciais e de comunicação visual de empresas

de tecnologia para o gerenciamento de RCCV. Vale ressaltar que, em todos os casos, o

consórcio não está sendo beneficiado pela apresentação e divulgação dessas

informações.

Foram coletadas informações relativas à gestão e ao gerenciamento de RCCV nos

seguintes locais: Nova York (Estados Unidos da América), Canadá, Espanha, Austrália.

Além de informações publicadas pelos respectivos órgãos/secretarias de obras ou

planejamento destas localidades, também foram utilizados para fins de parâmetros em

âmbito mundial, os dados e referências definidos pela Organização Mundial de Saúde

(OMS), pela Cruz Vermelha, dentre outros.

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3.0. IDENTIFICAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO

O Benchmarking Referencial Internacional para a Gestão e o Gerenciamento de RCCV,

juntamente com os Produtos do diagnóstico da Fase 01 são essenciais ao desenvolvimento

dos próximos Produtos do Plano. Uma vez que as informações do Diagnóstico sejam

cruzadas com aquelas levantadas no Benchmarking surgirá uma base com múltiplas

alternativas para análise daquelas mais viáveis para a gestão e gerenciamento dos RCCV

gerados na RMBH e no Colar Metropolitano.

Vale ressaltar que o Plano é um documento dinâmico. Durante sua elaboração podem

surgir a qualquer momento novas informações que, caso relevantes, podem ser

incorporadas aos documentos e à base de dados de forma que esta atualização poderá

indicar um redirecionamento para os produtos subsequentes.

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4.0. OBJETIVOS DE UM BENCHMARKING REFERENCIAL

A técnica de Benchmarking tem sido empregada habitualmente para medir, comparar e

estabelecer o nível de desempenho alcançado por uma empresa, sistema ou produto.

É, portanto, uma técnica comparativa que possui como metodologia a análise de:

a) Gestão da empresa e práticas operacionais;

b) Processos e melhores práticas;

c) Nível tecnológico e melhores técnicas disponíveis;

d) Planejamento de recursos e organização da empresa;

e) Programas ambientais: controle e fiscalização ambiental.

O Benchmarking apresentado neste documento, como já mencionado em itens anteriores,

possui um caráter referencial e de consulta, portanto, não consta neste documento um

capítulo específico dedicado à comparação das alternativas encontradas por outros países

entre aquelas praticadas na área de estudo. Tal análise é conteúdo do Produto 04, no qual

serão definidas, de acordo com as características socioeconômicas, regionais e ambientais

as alternativas mais adequadas a RMBH e Colar Metropolitano.

4.1. O PROCESSO DE BENCHMARKING

O processo de Benchmarking em uma empresa, para um produto ou uma tecnologia,

segue normalmente um modelo de ciclo de melhoras contínuas, onde as etapas se dividem

em quatro grandes blocos: PLANEJARFAZERCONSTATARAGIR.

Cada bloco deve incluir, ao menos, a execução das seguintes atividades:

a) PLANEJAR: etapa na qual se definem as ações, objetivos e recursos.

b) FAZER: executar as ações previstas.

c) CONSTATAR: avaliar e quantificar os resultados das ações.

d) AGIR: validar os resultados.

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Figura 2 - Modelo de ciclo de melhora contínua.

Fonte: Elaboração Própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

4.2. BENEFÍCIOS DO BENCHMARKING

O resultado de uma análise de benchmarking apresenta um cenário de alternativas,

técnicas e modelos de gestão resultantes de uma avaliação dos dados de população,

economia e geração de resíduos.

Seguindo o esquema de fases indicado anteriormente, é possível perceber a importância

de trabalhar com dados fidedignos à realidade, já que os objetivos são concebidos ad-hoc*1

aos dados existentes, contemplando uma faixa mínima e média de incerteza que permite

visualizar cenários de geração mínima e máxima de resíduos para os próximos anos.

Os valores de referência para abordar o estudo de benchmarking serão obtidos dos

Produtos 01 e 02. Espera-se que estes valores sejam fundamentados em trabalhos de

estudo e pesquisa na origem, de forma a minimizar o uso de valores estatísticos teóricos.

1 Ad hoc vem do latim e significa “para esta finalidade”. É um termo um pouco difícil de entender,

devido à sua utilização em várias áreas. Mas é um termo bastante amplo e de conteúdo muito

interessante.

Se ad hoc quer dizer algo que serve a uma finalidade, tem-se, por premissa, que este algo veio

suplementar ou incrementar algo que estava faltando e que não foi planejado prioritariamente como

parte do projeto para se alcançar determinado objetivo. Em termos simples, ad hoc seria uma

solução para um problema que não foi inicialmente previsto.

Verificação e análise Auditorias internas Medidas preventivas e corretivas

Avaliação diretiva Definição de novos

objetivos

Realização das ações Comunicação interna Ativação de recursos

Definição das ações e objetivos Definição de recursos

P

L F

C

HA

C

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5.0. OBJETIVOS DO PRODUTO

O objetivo de um Plano de gestão de resíduos, neste caso, dos resíduos da construção

civil e volumosos, é de orientar a gestão e o manejo dos resíduos por meio de

ferramentas baseadas nas diretrizes legais, metas, estratégias e ações de determinada

região. Além disso, o plano auxilia na definição de objetivos estratégicos como, por

exemplo, o de garantir a proteção do meio ambiente e a manutenção da saúde pública,

maximizar o aproveitamento dos recursos contidos nos resíduos de acordo com os

critérios de sustentabilidade e, por fim, assegurar eficiência técnica e econômica da

gestão e gerenciamento dos RCCV.

Dentre os objetivos gerais deste produto se destaca a apresentação de alternativas

orientadas à prevenção, à melhoria da gestão, ao controle e planejamento das ações

dos cidadãos e da sociedade, além destas serão apresentadas outras opções

relacionadas ao desenvolvimento de mercado de reciclagem de RCCV da RMBH e

Colar Metropolitano. Outros objetivos estão listados a seguir:

a) Facilitar um maior conhecimento da situação atual, em âmbito internacional, do

tratamento dos resíduos gerados nas diferentes obras de construção e reformas,

incluindo os resíduos volumosos provenientes dessas atividades. Para a análise

serão utilizados alguns exemplos internacionais de planos de gestão de resíduos

assim como a bibliografia base de alguns estudos, manuais de alguns países da

América Latina, Europa, Oceania, dentre outros.

b) Apresentar, de forma comparativa, as diferentes composições ou caracterizações

dos resíduos utilizados para o planejamento da gestão e gerenciamento em

diferentes países estabelecendo uma comparação entre a classificação

estabelecida no Brasil. Como referência nacional será usada a Instrução Normativa

nº 13 de dezembro de 2012 (IBAMA) a qual será comparada com normativa

Europeia (Código Europeu de Resíduos – CER aprovado pela decisão

2005/532/CE) para cada tipo de resíduo definido na legislação brasileira;

c) Oferecer uma visão geral da normativa vigente nos diferentes países para a gestão

e tratamento dos resíduos da construção, demolição e volumosos;

d) Enumerar e explicar de forma geral as diferentes classes de tratamento dos RCCV,

bem como a tecnologia que as compõe, dependendo do resíduo de entrada e o

produto final esperado, assim como alguns custos de referência destas instalações

no contexto global;

e) Mostrar alguns exemplos de caráter internacional de plantas de tratamento de RCCV

atualmente em funcionamento, identificando de forma geral os processos e

tecnologia incluídos no tratamento. Descrever, ainda de forma geral, quais são as

infraestruturas mínimas de uma planta de tratamento de resíduos da Construção

Civil e Volumosos;

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f) Descrever, de forma comparativa, tomando como referência os diferentes planos de

gestão e bibliografia consultada, as diferentes estratégias de melhoria da gestão,

responsabilidades, instrumentos econômicos para a gestão dos RCCV, alternativas

de conscientização ambiental, exemplo de campanhas de sensibilização e os

métodos de financiamento mais utilizados em âmbito mundial.

5.1. ESTRUTURA DE ANÁLISE DE BENCHMARKING PARA RESÍDUOS

SÓLIDOS

No presente item será exposta a estrutura empregada para realizar o estudo de

benchmarking para os resíduos da construção civil e volumosos. Cada item está

composto por:

a) Introdução: resíduos e suas características peculiares;

b) Classificação do resíduo: classificação e descrição básica de tratamento e

valorização;

c) Composição do resíduo: gravimetrias em diversos países;

d) Tratamentos e subprodutos obtidos: sistemas de tratamento e aplicação dos

subprodutos obtidos;

e) Exemplos de tecnologias: fichas técnicas das plantas de tratamento;

f) Apresentação de três plantas modelo de reciclagem de RCCV: tecnologia, tipos de

material processado de RCC e subprodutos obtidos;

g) Modelos de gestão: apresentação de vários modelos de gestão de RCCV em âmbito

internacional.

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6.0. BENCHMARKING REFERENCIAL RCCV

6.1. INTRODUÇÃO

O planejamento da gestão e do gerenciamento dos resíduos oriundos das atividades de

construção civil e demolição devem ser elaborados com atenção já que são

responsáveis por definir e pontuar a forma de execução de todas as etapas

subsequentes: segregação, coleta e transporte, tratamento e valorização, incluindo o

coprocessamento, e disposição final ambientalmente adequada.

No que diz respeito aos Resíduos Volumosos, a casuística é similar no que diz respeito

à necessidade de conduzir os resíduos de grandes dimensões ao tratamento com o

objetivo de reduzir ao máximo sua presença em aterros especiais e/ou locais de

disposição inadequados.

Neste documento, a sigla RCCV será usada para o termo Resíduos da Construção Civil

e Volumosos. Já a sigla RCC será usada para se referir somente aos Resíduos da

Construção Civil. Por sua vez, RVOL, será usada em menção aos Resíduos Volumosos.

No contexto internacional, especificamente nos países industrializados, o principal

objetivo dos planos estratégicos de gestão de resíduos é a reciclagem e reuso dos

resíduos que procedem das atividades da construção e demolição, bem como a inclusão

dos mesmos em processos que visem o manejo sustentável e integral dos recursos

naturais.

Os RCCV possuem uma composição quantitativa e qualitativamente diferente dos

resíduos sólidos urbanos – RSU. São gerados por atividades de movimentos de terras,

construção de edificações novas e demolição ou reparação de estruturas. Uma parte

desses resíduos é denominada inerte já que não sofre transformações de caráter físico,

químico ou biológico significativos, tal como definido pela Resolução Conama 452/2012.

“III - Resíduos Inertes - Classe IIB: quaisquer resíduos que, quando amostrados

de uma forma representativa, segundo a ABNT NBR 10.007, e submetidos a um

contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura

ambiente, conforme ABNT NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus

constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de

potabilidade da água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor,

conforme Anexo G da ABNT NBR 10.004;” (Conama, 452/2012, Capítulo 01).

O tratamento deste tipo de resíduo e a reutilização dos produtos finais obtidos no

processo resultam em vantagens tanto socioeconômicas, através da conscientização

da população sobre a gestão dos resíduos e estímulo ao envolvimento no processo de

reciclagem, quanto ambientais, pela diminuição do volume de resíduos dispostos em

aterros, a eliminação dos pontos irregulares de disposição, redução da exploração dos

recursos naturais, reutilização de materiais e, ainda, redução da emissão gases de efeito

estufa.

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Para a elaboração do plano de gestão dos RCCV para a RMBH e Colar Metropolitano

de Belo Horizonte é fundamental dispor de uma caracterização dos RCCV gerados, bem

como de um dimensionamento por zonas das quantidades geradas em cada um dos

municípios. Estas informações devem ser levantadas com uma frequência determinada,

sendo muito importante incluí-las no planejamento de projetos correlatos para os

próximos anos. Os estudos e análises necessários são simples e de baixo custo, porém

indispensáveis devido à importância para o correto dimensionamento e detalhamento

dos seguintes aspectos:

a) Localização dos pontos de coleta e frota de veículos necessários para

atendimento da demanda da geração de resíduos.

b) Planejamento da implantação de centrais de transbordo para RCCV.

c) Localização, dimensionamento e projeto da(s) Planta(s) de tratamento

(capacidade e desenho dos equipamentos).

A existência de dados sobre a geração, coleta e caracterização dos resíduos em

questão é indispensável para iniciar qualquer desenho de sistema de coleta, logística e

tratamento, independentemente da área de estudo.

6.2. CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS RCC

Normalmente, as características dos RCC variam sensivelmente dependendo do país,

de sua riqueza mineral e geológica bem como em função dos materiais utilizados pela

indústria da construção civil. Estes aspectos influenciam diretamente no

dimensionamento e utilização dos equipamentos básicos que compõem os centros de

tratamento assim como as características físicas dos subprodutos resultantes e as

alternativas para a disposição ou reutilização do produto obtido ao final do processo de

tratamento e valorização.

No Brasil, a INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 13, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2012 do

Ibama classifica e lista os resíduos em geral para fins de padronização da linguagem

utilizada para prestação de informações sobre resíduos sólidos e, ainda, para permitir e

facilitar o monitoramento, o controle, a fiscalização e a avaliação da eficiência da gestão

e gerenciamento de resíduos sólidos nos diversos níveis, inclusive dos sistemas de

logística reversa implantados. Esta classificação é utilizada pelo Cadastro Técnico

Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos

Ambientais, pelo Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa

Ambiental e pelo Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos que engloba

todos os tipos de resíduos e identifica o processo ou atividade geradora, seus

constituintes e características e, ainda faz uma comparação destes constituintes com a

listagem de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é

conhecido. Os resíduos apresentados na referida lista, quando indicados com (*) são

classificados como resíduos perigosos ou pela sua origem, ou porque, em razão de suas

características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade,

patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam

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significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei,

regulamento ou norma técnica. Os diferentes tipos de resíduos são definidos pelo seu

código (ver Quadro abaixo) que possui 06 (seis) dígitos para definição do resíduo e, dois

e quatro dígitos para os números dos capítulos e subcapítulos, respectivamente.

Figura 3 - Exemplo da codificação de resíduos definidos pelo Ibama na IN 13 de 18/12/2002.

Fonte: Instrução Normativa 13 de 18 de dezembro de 2012 (Ibama).

Alguns resíduos gerados em atividades de construção civil são contemplados nesta lista

referencial publicada pelo IBAMA e estão incluídos no Capítulo 17 da referida lista.

Apresenta-se, a seguir um Quadro resumido dos resíduos relativos ao capítulo 17

(Resíduos da Construção Civil e Demolição) apresentando os respectivos processos de

valorização/tratamento recomendados pela normativa Europeia (Código Europeu de

Resíduos – CER – aprovado pela decisão 2000/532/CE), uma vez que esses processos

não são definidos na legislação brasileira.

Quadro 3 - Descrição dos resíduos típicos de construção e demolição e seu respectivo processo

de valorização e tratamento segundo a normativa Europeia.

Código Descrição Valorização Tratamento

17 01 Cimento, tijolos, ladrilhos, telhas e materiais cerâmicos.

17 01 01 Resíduos de cimento. V71 T11/T15

17 01 02 Tijolos. V71/V84 T15

17 01 03 Ladrilhos, telhas e materiais cerâmicos. V71/V84 T11/T15

17 01 06 (*)

Misturas ou frações separadas de cimento, tijolos, ladrilhos, telhas e materiais cerâmicos contendo substâncias perigosas.

-- T13/T24/T33

17 01 07 Misturas de cimento, tijolos, ladrilhos, telhas e materiais cerâmicos não contidos em 17 01 06.

V71 T12/T15

17 02 Madeira, vidro e plástico.

17 02 01 Madeira. V15/V61 --

17 02 02 Vidro. V14 T11

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Código Descrição Valorização Tratamento

17 02 03 Plástico. V12 T12

17 02 04(*) Vidro, plástico e madeira que contenham substâncias perigosas ou estejam contaminados por estas.

-- T13/T24/T33

17 03 Misturas betuminosas, asfalto e produtos de alcatrão.

17 03 01 Misturas betuminosas contendo alcatrão. V71 T13

17 03 02 Misturas betuminosas não contidas em 17 03 01.

V71 T12

17 03 03(*) Asfalto e produtos de alcatrão. V71 T13

17 04 Sucatas metálicas (incluindo ligas).

17 04 01 Cobre, bronze e latão. V41 --

17 04 02 Alumínio. V41 --

17 04 03 Chumbo. V41 --

17 04 04 Zinco. V41 --

17 04 05 Ferro e aço. V41 --

17 04 06 Estanho. V41 --

17 04 07 Mistura de sucatas. V41 --

17 04 09 (*) Resíduos metálicos contaminados com substâncias perigosas.

-- T13

14 04 10(*) Cabos contendo hidrocarbonetos, alcatrão ou outras substâncias perigosas.

V45 --

17 04 11 Cabos não contidos em 17 04 10. V45 --

17 04 12 Magnésio. -- --

17 04 13 Níquel. -- --

17 05 Solos (incluindo solos escavados de locais contaminados), rochas e lodo de dragagem.

17 05 02 (*) Solos e rochas contendo combifenilas policloradas (PCB).

-- --

17 05 03 (*) Solos e rochas contendo outras substâncias perigosas.

-- T13/T24/T33

17 05 04 Solos e rochas não contidos em 17 05 03. V71/V84 T11/T12/T15

17 05 05 (*) Lodo de dragagem contendo substâncias perigosas.

-- T13/T33

17 05 06 Lodo de dragagem não contido em 17 05 05.

V71/V84 T11/T12/T15/T33

17 05 07 (*) Brita de linhas ferroviárias contendo substâncias perigosas.

-- T13

17 05 08 Brita de linhas ferroviárias não contida em 17 05 07.

V71/V84 T11/T12/T15

17 05 09(*) Resíduos resultantes da incineração ou tratamento térmico de solos contaminados por substâncias orgânicas perigosas.

-- --

17 06 Materiais de isolamento e materiais de construção contendo amianto.

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Código Descrição Valorização Tratamento

17 06 01(*) Materiais de isolamento contendo amianto. -- T13

17 06 03(*)

Outros materiais de isolamento contendo ou constituídos por substâncias perigosas – 17 06 04 Materiais de isolamento não contidos em 17 06 01 nem em 17 06 03.

-- T13

17 06 04(*) Materiais de construção contendo amianto (por exemplo, telhas, tubos, etc.).

-- T12

17 06 05(*) Materiais de isolamento contendo amianto. -- T13

17 08 Materiais de construção compostos por gesso

17 08 01 (*) Materiais de construção compostos por gesso e contaminados com substâncias perigosas.

-- T13

17 08 02 Materiais de construção contendo gesso e não contidos em 17 08 01.

V71 T12

17 09 Outros resíduos de construção e demolição

17 09 01(*) Resíduos de construção e demolição contendo mercúrio.

-- T13

17 09 02(*)

Resíduos de construção e demolição contendo PCB (por exemplo, vedantes com PCB, revestimentos de piso à base de resinas com PCB, condensadores de uso doméstico com PCB).

-- T22

17 09 03 (*) Outros resíduos de construção e demolição (incluindo misturas de resíduos) contendo substâncias perigosas.

-- T13

17 09 04 Mistura de resíduos de construção e demolição não contidos em 17 09 01, 17 09 02 e 17 09 03.

V71 T15/T33

Fonte: Normativa Ibama nº 13 de 18 de dezembro de 2012 e Normativa Europeia - Código Europeo de Resíduos – CER – aprovado pela decisão 2000/532/CE.

A valorização (V) e o tratamento (T) recomendados para os resíduos de construção e

demolição, segundo a normativa Europeia, são:

Quadro 4 - Valorização e tratamento recomendados para os resíduos de construção e demolição

de acordo com a Normativa Europeia.

Código Classe de valorização Destino

V12 Reciclagem de plásticos. Embalagens novas e outros produtos plásticos.

V14 Reciclagem de vidro. Novas embalagens e outros produtos de vidro.

V15 Reciclagem e reutilização da madeira.

Fabricação de painéis de construção, murais, estrado para gado.

V21 Regeneração de dissolventes. Novos dissolventes.

V41 Reciclagem e recuperação dos metais ou compostos.

Matéria-prima para a fabricação de novos produtos.

V45 Recuperação de cabos. Fabricação de novos produtos.

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Código Classe de valorização Destino

V46 Recuperação de produtos fotográficos.

--

V61 Utilização como combustível. Combustível sólido recuperado – CSR ou CDR (Combustível derivado de resíduos).

V71 Utilização na construção. --

V84 Utilização na construção de terraplanagem.

Realização de terraplanagem e preenchimento (restauração paisagística de extrativas).

Fonte: Normativa Europeia (Código Europeu de Resíduos – CER – aprovado pela decisão 2000/532/CE).

No que diz respeito aos RVOL, as alternativas de valorização/ tratamento são

apresentadas na Quadro 5:

Quadro 5 - Alternativa de valorização e tratamento de acordo com o código Europeu de Resíduos

(CER - 2000/532/CE) para os RVOL codificados pela IN 13 de 2012 Ibama.

Código Descrição Valorização Tratamento

20 03 99 Resíduos volumosos V12/V15/V41/61 T12 Fonte: Normativa Ibama nº 13 de 18 de dezembro de 2012 e Normativa Europeia - Código Europeu de Residuos – CER – aprovado pela decisão 2000/532/CE.

A valorização e o tratamento recomendado para os resíduos listados na norma

brasileira, segundo a normativa Europeia estão apresentados nos quadros a seguir.

Valorização

Quadro 6 - Valorização de RVOL, de acordo com a Normativa Europeia CER - 2000/532/CE

para os resíduos classificados pela IN 13, 18/13/2012.

Código Classe de valorização Destino

V12 Reciclagem de plásticos. Novas embalagens e outros produtos plásticos.

V15 Reciclagem e reutilização da madeira.

Fabricação de murais, painéis construção, estrado para gado e combustível biomassa.

V41 Reciclagem e recuperação de metais ou compostos.

Matéria-prima para a fabricação de novos produtos.

V61 Utilização como combustível. Combustível sólido recuperado – CSR. Fonte: Código estabelecido pela Normativa nº 13 de 18 de dezembro de 2012 (BRASIL, IBAMA) e Classe de valorização e destino de acordo com o Código Europeu de Resíduos – CER – aprovado pela decisão 2000/532/CE. Elaboração própria, IDP Ferreira Rocha, 2014.

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Tratamento

Quadro 7 - Tratamento de RVOL, de acordo com a Normativa Europeia CER - 2000/532/CE para

os resíduos classificados pela IN 13, 18/13/2012.

Código Classe de tratamento Subproduto

T12 Depósito controlado de resíduos não especiais --

Fonte: Código estabelecido pela Normativa nº 13 de 18 de dezembro de 2012 (BRASIL, IBAMA) e Classe de valorização e destino de acordo com o Código Europeu de Resíduos – CER – aprovado pela decisão 2000/532/CE. Elaboração própria, IDP Ferreira Rocha, 2014.

6.3. COMPOSIÇÕES TÍPICAS DOS RCC

A composição típica dos RCC, tomando como referência a Resolução de 14 de junho

de 2001 da Secretaria Geral de Meio Ambiente do Governo Espanhol - por meio da qual

se aprova o Plano Nacional de Resíduos da Construção e Demolição (2001 – 2006) - e

o Plano Regional de Resíduos da Construção de Madri – Espanha (2006 a 2016) a

composição típica dos RCC gerados naquela cidade está descrita no Quadro seguinte:

Quadro 8 - Composição típica dos RCC de acordo com o Plano Regional de Resíduos de Madri, Espanha, 2006 a 2014.

COMPOSIÇÃO TÍPICA DOS RCC

Entulho 75% a 80%

Madeira 4% a 3%

Vidro papel e gesso 1%

Plástico 1,5% a 1%

Metais 2,5% a 1,5%

Asfalto 5% a 3%

Restos/sobras 7%

Outros 4% a 3,5%

Total 100% Fonte: Resolución del 14 de junio de 2001 PNRCD e Plan Regional de Residuos de la Construcción de Madrid – España - 2006 a 2016.

Como se observa, para os municípios de Madri, 75% a 80% dos resíduos categorizados

são entulhos, sendo esta uma porção maioritária do volume total no qual está incluída

a maior quantidade de produtos para valorização no tratamento. Em sequência, é dada

ênfase à composição específica do entulho. Observa-se que o estudo realizado para a

elaboração do Plano Regional de Resíduos da Construção Civil de Madri detectou uma

variação percentual em alguns dos constituintes do entulho nas amostras analisadas,

tal como mostra o Quadro abaixo:

Quadro 9 - Caracterização específica do item Entulho, referente à Quadro 1.

CARACTERIZAÇÃO DO ENTULHO

Material Faixa de variação percentual

Tijolos, azulejos e outros cerâmicos. 54% a 54%

Concreto. 12% a 12%

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CARACTERIZAÇÃO DO ENTULHO

Material Faixa de variação percentual

Pedra. 5% a 5%

Areia, brita e outros arenosos. 9% a 4%

Total 80% a 75%

Fonte: Resolución del 14 de junio de 2001 PNRCD e Plan Regional de Residuos de la Construcción de Madrid – España - 2006 a 2016.

Como se pode comprovar, os componentes dos RCC que apresentam a maior

contribuição percentual em peso são os cerâmicos (54%) e o concreto (12%). Por isso,

os subprodutos obtidos possuem diversas tipologias e podem ter usos muito variados,

tais como materiais para sub-base de obras e estradas, camadas para pavimento de

rodovias, material de preenchimento de sarjetas, material granulado, entre outros.

Para fins de comprovação da influência da localização geográfica na composição dos

RCC apresenta-se no quadro abaixo o resultado de um projeto conjunto para a

caracterização dos resíduos resultante de uma parceria entre Alberta Ambiental em

decorrência de seu Plano de Ação 2000 em Mudanças Climáticas e o Conselho de

Reciclagem de Alberta, publicado em outubro de 2005:

Quadro 10 - Composição dos resíduos RCC nos Estados Unidos e Canadá, 2005.

COMPOSIÇÃO TÍPICA DOS RCC

Madeira 33%

Papel/ Gesso 13%

Concreto 10%

Forro 10%

Metais 6%

Asfalto 1%

Tijolos/pedras 1%

Outros 26%

Total 100%

Fonte: Sistema de caracterização de resíduos da Província, Projeto Conjunto entre Alberta Ambiental, Plano de Ação 2000 em Mudanças Climáticas (Programa de Reciclagem Acentuada) e o Conselho de Reciclagem de Alberta, outubro de 2005 (The provincial waste characterisation framework, a Joint Project of Alberta environment, Action Plan 2000 on Climate Change - Enhanced Recycling Program and the Recycling Council of Alberta October 2005).

Na classificação apresentada no Quadro 10, 33% dos resíduos categorizados são

compostos por madeira, sendo esta uma proporção maioritária no volume total e na qual

está incluída a maior quantidade de produto a ser valorizado no tratamento. Portanto, o

produto final valorizável terá uma maior presença de compostos de madeira e similares

e, por isso, possivelmente, poderá ser utilizado na elaboração de composto orgânico,

material estruturante para a geração de biomassa, dentre outras alternativas.

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Tomando como referência o “Guia para a Gestão e tratamento de resíduos e

desperdícios de projetos de construção e demolição”, publicado pela Universidade

Austral de Chile em 2010, o Resíduo da Construção e Demolição (RESCON) constitui-

se basicamente por:

Quadro 11 - Composição típica dos RCC no Chile.

COMPOSIÇÃO TÍPICA DOS RESCON*

Agregados 79%

Cimento 11,20%

Tijolo 5,36%

Revestimentos plásticos 2,38%

Outros 2,06%

Total 100%

*Resíduos de Construção Fonte: Guía para la gestión y tratamiento de resíduos y desperdicios de proyectos de construcción y demolición, Universidad Austral de Chile, 2010 e Elaboração própria, 2014.

Como pode ser visto aproximadamente 79% dos resíduos categorizados são

agregados, ou seja, formados por materiais pétreos, brita, areia, e material de diâmetro

variável procedente das obras de edificação e obras públicas. A fração “outros” está

composta por materiais como madeira, gesso, metais, telhas, cerâmicos, blocos

residuais de concreto e outros de menor relevância.

No que se refere aos resíduos volumosos (RVOL) a composição típica, tomando como

referência o modelo praticado na “Planta de tratamento de resíduos voluminosos de

Tersa - Espanha (2013)”, está descrita no quadro seguinte:

Quadro 12 - Composição típica dos RVOL de acordo com a Planta de tratamento de resíduos

volumosos de Tersa na Espanha (2013).

COMPOSIÇÃO TÍPICA DOS RESÍDUOS VOLUMOSOS

Resíduos Percentual (%) Anual (t/ano)

Resíduos Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos 0,40% 296 t/ano

Móveis, portas e murais 86,26% 63.832,4 t/ano

Poda 2,00 % 1.480 t/ano

Especiais 0,17 % 125,8 t/ano

Rejeitos 7,48 % 5.535,2 t/ano

Metais 1,75 % 1.295 t/ano

Plásticos 0,05 % 37 t/ano

Colchões 1,89 % 1.398,6 t/ano

Total 100% 74.000

Material solicitado no processo 63.832,4 Fonte: Relatório anual, Planta de tratamento de resíduos volumosos de Tersa – Espanha, 2013.

Dos dados apresentados no Quadro 12 percebe-se a prevalência em 86,26% de móveis,

portas e murais de madeira compensada na composição total dos resíduos

encaminhados para valorização e reciclagem. Estes dados, de certa forma, retratam a

dinâmica social, econômica e as práticas construtivas da região na qual a planta está

instalada.

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Para termos de comparação com a realidade brasileira, dentre os poucos estudos

gravimétricos disponíveis, apresenta-se estudo realizado em 1999, no aterro de Itatinga,

São Paulo, que recebe predominantemente resíduos originados das atividades de

construção de edifícios.

Quadro 13 - Composição típica dos RCC, Itatinga, SP, Brasil, 1999.

COMPOSIÇÃO TÍPICA DOS RCC (Itatinga, SP, Brasil)*

Solos 32%

Fração Cerâmica 63%

Outros 5%

Total 100% Fonte: Adaptado de Reciclagem de resíduos da construção, Vanderley M. John (1), Vahan Agopyan (2), Departamento de Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica da USP (PCC USP), 2005.

Do total de resíduos recebidos no aterro de Itaguara (SP), a composição típica é

formada por: uma fração cerâmica que, neste estudo, é composta por rochas naturais,

concreto, argamassas a base de cimento e cal, resíduos de cerâmica vermelha como

tijolos e telhas, cerâmica branca, especialmente a de revestimento e cimento-amianto;

o item outros é composto por gesso – pasta e placa e vidro. Dentre todos os

componentes listados, a fração cerâmica, é composta especificamente por:

Quadro 14 - Composição típica da fração cerâmica dos RCCV de Itatinga, SP, Brasil, 1999.

COMPOSIÇÃO TÍPICA DA FRAÇÃO CERÂMICA (Itatinga, SP, Brasil)* Concreto 13%

Cerâmicos 47%

Argamassas 40%

Total 100% Fonte: Adaptado de reciclagem de resíduos da construção, Vanderley M. John (1), Vahan Agopyan (2), Departamento de Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica da USP (PCC USP), 2005.

Dadas as diferenças entre as composições apresentadas, os produtos que podem ser

obtidos possuem tipologias diferentes e podem ter usos variados, tais como, material

para sub-base de obras lineares, pavimentação de estradas e rodovias, material para

preenchimento de sarjetas, material granulado, dentre outros.

Como já mencionado inicialmente, os dados comprovam que a tipologia dos RCC

variam de acordo com o local da geração. Estas diferenças impactam diretamente no

desenho e da configuração do tipo de tratamento mais adequado e do subproduto final

obtido. Além disso, esta configuração irá variar também de acordo com o planejamento

inicial e dependendo das necessidades demandadas, das metas, diretrizes e objetivos

gerais.

De acordo com John e Agpyan (2005), a geração de RCC no Brasil e em outros países

do mundo pode variar de 130 a 3000 kg/hab. por ano como apresentado no Quadro 15

abaixo.

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Quadro 15 - Geração de resíduos de construção civil no Brasil e outros países de acordo com o estudo

publicado por John e Agpyan em 2005.

País Quantidade Anual

Fonte Mct./ano Kg/hab.

Suécia 1,2 – 6 135 - 680 Tolstoy, Borklund & Carlson (1998), EU

(1999)

Holanda 12,8 – 20,2 820 - 1300

LAURITIZEN (1998), BROSSINK,

BROUWERS & VAN KESSEL (1996),

EU(1999)

EUA 136 - 171 463 - 584 EPA (1998) PENG, GROSSKOPF,

KIBERT (1994)

UK 50 – 70 880 - 1120 DETR (1998), LAURITZEN (1998)

Bélgica 7,5 – 34,7 735 - 3359

LAURITZEN (1998), EU (1999) Dinamarca 2,3 – 10,7 440 - 2010

Itália 35 - 40 600 - 690

Alemanha 79 – 300 963 - 3658

Japão 99 785 KASAI (1998)

Portugal 3,2 325 EU (1999)

Brasil Na 230 - 660 PINTO (1999) Fonte: Reciclagem de resíduos da construção, Vanderley M. John (1), Vahan Agopyan (2), Departamento de Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica da USP (PCC USP), 2005.

Existem diversos protocolos para realização da caracterização de resíduos. A seguir

será apresentada, para a caracterização de RCCV, uma adaptação do procedimento de

gravimetria utilizado para resíduos orgânicos pela Agência de Resíduos da Catalunha

(Espanha):

1. Definir os EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) e os equipamentos de

trabalho necessários para conduzir a caracterização. Aqui devem ser incluídos

também materiais de limpeza, para manipulação dos resíduos (pá manual),

material para registro dos dados, etc.

2. Definição da metodologia a ser seguida:

I. Conceitos prévios: para realizar uma caracterização sobre os resíduos

coletados em uma área de coleta ou lote. Trabalhar com uma amostra

representativa da totalidade da área.

II. Identificação e pesagem: para a análise da amostra, deve-se contar com

informações básicas da área de abrangência tal como dia e roteiro da

coleta, quantidade total (m3 ou t) descarregada e ou informação que

possibilite a identificação do veículo que realiza a coleta.

III. Local onde será executada a caracterização: o ideal é que haja a

disponibilidade de uma zona fechada, pavimentada, bem ventilada e sem

circulação de veículos no momento de estudo da amostra. Na ausência

de uma área pavimentada pode ser utilizada uma lona para cobertura do

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solo evitando-se qualquer tipo de contaminação tanto da amostra (com

terra) quanto do local.

IV. Condições de recepção do material: a descarga do material deve ser

realizada, preferencialmente, em uma área pavimentada, limpa e

coberta.

V. Homogeneização do material: a amostra, após ser descarregada, passa

por um procedimento de quarteamento, para homogeneização do

material coletado.

VI. Quarteamento da amostra:

a. Subdivisão da amostra em duas partes de volume iguais;

b. Nova subdivisão da amostra, em 4 partes de volumes iguais;

c. Duas, das quatro partes obtidas são escolhidas diametralmente

opostas sendo que as outras duas são eliminadas;

d. O material restando é, mais uma vez, homogeneizado;

e. Repetir as etapas b e c até que seja obtida uma amostra de

aproximadamente 250 kg.

VII. Peso inicial da amostra: a amostra final tem seu peso auferido; são

separadas as sacolas, se houverem, e demais elementos que podem

estar presentes e dificultar a caracterização;

VIII. Caracterização:

a. Estabelecer critérios de seleção de acordo com a composição

básica dos RCCV da região;

b. Estabelecer procedimentos de caracterização;

c. Separar as frações em recipientes individuais (incluindo também

impróprios);

d. Pesar cada recipiente;

e. Limpar a zona de trabalho:

f. Não se esquecer de tirar fotos durante todo o processo.

IX. Registro dos resultados: em % relativo ao total.

X. Sistema informatizado para emissão dos relatórios de caracterização por

meio do qual os dados obtidos poderão ser disponibilizados para consulta

dos interessados.

6.4. VISÃO GLOBAL DA LEGISLAÇÃO

Em termos gerais, no âmbito Europeu, a legislação para a gestão dos RCCV está

catalogada por “Diretivas”. Centrando-nos no contexto estatal estaremos referindo-nos

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aos Decretos Reais (“Reales Decretos”), no caso da Espanha, em âmbito local, nos

referimos à legislação autonômica baseada em Leis e Decretos de marco local.

6.4.1. Âmbito geral nos países membros da União Europeia

A seguir, será apresentada a legislação aplicável em alguns países da comunidade

Europeia que regulamentam a reutilização de agregados reciclados que podem ser

empregados, por exemplo, como brita para bases e sub-base de vias e estradas.

Holanda

a) Norma BRL 2506:2003. Directiva Nacional de Evaluación 2506, para a certificação

de produtos, tais como agregados de RCD para a utilização em obras realizadas em

concreto e estradas, processos com reaproveitamento de solos e em trabalhos e

obras de construção civil.

Alemanha

a) RuA-StB 2001: diretrizes para a utilização compatível com o Meio Ambiente

de subprodutos e materiais de construção reciclados e na construção de

estradas e caminhos (RuA-StB).

b) TL Gestein-StB 2004: prescrição técnica de aterro para os agregados

utilizados na construção de estradas e vias.

c) TL SoB-StB 2004: prescrição técnica de aterro para mesclas de material de

construção e solos utilizados em camadas não relacionadas à construção de

estradas e vias.

Suíça

d) SN 670 062 Reciclagem, considerações gerais;

e) SN 670 141 Reciclagem, materiais betuminosos de demolição;

f) SN 670 142 Reciclagem, materiais não betuminosos de demolição;

g) SN 670 143 Reciclagem, concreto de demolição;

h) SN 670 144 Reciclagem, materiais heterogêneos de demolição.

França

Na França, o documento de referência para a reutilização de agregados reciclados em

obras de terraplenagem, calçadões e terraços é:

a) NF P 11-300 segundo a qual, os agregados reciclados para estas obras estão

relacionados à família de subprodutos industriais, para seu emprego em

terraplenagem e explanadas.

União Europeia

No ano de 1985, a União Europeia decidiu estabelecer um marco para um mercado

único de resíduos e fixou especificações técnicas comuns a todos os países membros

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que afetavam também os materiais reutilizados e advindos de processos de valorização

ou tratamento de RCCV.

A legislação de referência é a Diretiva 89/106/CEE, para subprodutos de construção, e

a “Diretiva Marco Europeu 2006/12/CE”, além das normas listadas a seguir, publicadas

até o momento:

a) UNE-EN 12620: agregados para concreto;

b) UNE-EN 13043: agregados para misturas betuminosas e tratamento

superficial de pistas de pouso e outras áreas pavimentadas;

c) UNE-EN 13055-1: agregados leves, para concretos, chapiscos e rejunte;

d) UNE-EN 13139: agregados para argamassa;

e) UNE-EN 13242: agregados para camadas granuladas e camadas tratadas

com conglomerados hidráulicos para uso em camadas estruturais de

estradas firmes;

f) UNE-EN 13383-1: barreira/muro de arrimo, “quebra-mar”, especificações;

g) UNE-EN 13450: agregados para lastro, sub-base de estradas e linhas de

trem.

Em nível Autonômico (correspondente ao nível municipal no Brasil)

Na Espanha, pode-se considerar como marco legal básico nacional o Plano Nacional

de Resíduos da Construção e Demolição (PNRCD) de 2001-2006, aprovado pelo

Conselho de Ministros em junho de 2001 e, por meio do qual, se estabelecem alguns

princípios de gestão destes resíduos e as suas possiblidades de reutilização.

Em 2008, o Ministério do Meio Ambiente elaborou um novo Plano Nacional Integrado

de Resíduos (PNRI), valido pelo período de 2008-2015, que contém em seu Anexo 6 o

II Plano Nacional de Resíduos da Construção e Demolição (II PNRCD).

A primeira modificação dentro do marco legal apontado, tendo em conta as Diretivas do

Parlamento Europeu, foi produzida no âmbito das misturas betuminosas, onde o

Ministério de Fomento, em 27 de dezembro de 2001, aprovou a Ordem Circular 8/2001

sobre reciclagem de bases firmes, incluída, no Caderno de Prescrições Técnicas Gerais

para Obras de Conservação de Estradas (“Pliego de Prescripciones Técnicas Generales

para Obras de Conservación de Carreteras - PG-4”).

A PG-4, supracitada, reconhece, pela primeira vez, ainda que no âmbito dos materiais

betuminosos, a existência de agregados reciclados e sua viabilidade de uso em

diferentes aplicações na área de obras e conservação de estradas.

Desde o ano 2001, como consequência da necessidade de adaptação da normativa

técnica espanhola às novas normas harmonizadas e revisadas, estão sendo feitas uma

série de atualizações do Caderno de Prescrições Técnicas Gerais para as Obras de

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Estradas e Pontes (PG-3) principalmente no que diz respeito à utilização de material

granular reciclado nas camadas de pavimento.

Os artigos atualizados que contemplam a possibilidade de uso de materiais reciclados

no que se refere às bases de pavimentação de estradas são:

a) Artigo 510. Brita. (Ordem do Ministério - Fomento / OM FOM 891/2004);

b) Artigo 513. Materiais tratados com cimento (solo-cimento* e brita- cimento**).

(Ordem do Ministério - Fomento / OM FOM 891/2004);

c) Artigo 540. Rejunte betuminoso. (OM FOM 891/2004);

d) Artigo 542. Misturas betuminosas tipo concreto betuminoso (Obras de Estradas

/OC 24/2008);

e) Artigo 543. Mistura betuminosa para camada de estrada de rodagem;

f) Mistura drenante e descontínua (Obras de Estradas OC 24/2008);

g) Artigo 550. Pavimentos de concreto. (Ordem do Ministério - Fomento / OM FOM

891/2004);

h) Artigo 551. Concreto magro vibrado. (Ordem do Ministério - Fomento / OM FOM

891/2004).

6.5. METODOLOGIAS DE CÁLCULO DA GERAÇÃO DE RCCV

Atualmente existem algumas metodologias consolidadas para estimativa dos volumes

de geração dos resíduos sólidos.

A metodologia mais comum é a que permite projetar a evolução das toneladas geradas

de RCCV em um país de forma bastante paralela à evolução de seu Produto Interno

Bruto (PIB) e, em concreto, este índice é corrigido com a evolução do setor da

construção civil, incluindo grandes infraestruturas. Isto permite dimensionar com um

maior grau de assertividade a capacidade de tratamento e porte das plantas de

reciclagem previstas para implantação. Neste caso, uma fonte de erro pode estar

associada a dificuldade de estimativa da evolução do PIB em longo prazo. Para

amenizar este risco, é recomendável cruzar estes dados com algum outro parâmetro

mais específico como, por exemplo, o crescimento populacional, PIB per capita, etc.

A relação entre a evolução da geração dos resíduos, a evolução do PIB e do PIB per

capita pode ser observada nos países membros da OCDE (Organização para a

Cooperação e Desenvolvimento Econômico), (Campos, 2010). De acordo com Campos,

2010, na publicação “Evolución de la generación per cápita de resíduos sólidos en

países desarrollados y emergentes en el año 2009”, a geração de resíduos nos países

da OCDE evoluiu de forma muito parecida com o crescimento do seu PIB até o ano

2000. A partir de então, a geração de resíduos superou os níveis de crescimento

populacional e tomou uma evolução mais logarítmica e estabilizada. De acordo com o

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autor, este fato se deve a vários motivos, tais como o esforço de muitos países para

minimizar os volumes de resíduos gerados mediante a implantação de políticas de meio

ambiente e o aparecimento de crises econômicas no contexto mundial que refletiu de

forma direta no consumo e desenvolvimento interno dos países que compõe a OCDE.

Nos Estados Unidos, a EPA (Environmental Protection Agency) divulgou no ano de 2010

o crescimento da geração per capita de resíduos sólidos desde o ano 1960 até 2006.

Estudos posteriores indicaram que, entre 2007 e 2010, ocorreu uma redução de,

aproximadamente, 231 milhões de toneladas de resíduos sólidos, segundo mostra a

Figura 4, com uma pequena redução da geração per capita de 2,10 a 2,01 Kg/hab. dia.

O período coincide com a grave crise econômica, cujo epicentro foi os Estados Unidos

demonstrando, mais uma vez, a correlação entre os fatores econômicos e a geração

per capita de resíduos sólidos em geral.

Figura 4 - Base histórica da geração de resíduos sólidos, total/ano e per capita nos EUA, de 1960 a 2010

(EPA, 2010). Fonte: Environmental Protection Agency – EPA, 2010.

Para os países emergentes, o momento atual da geração de resíduos deveria ser em

termos de tendência, equivalente à existente nos países da OCDE antes do ano 2000.

Tomando esta consideração como base, para os próximos 10 anos, tal evolução da

geração de resíduos poderia ser projetada utilizando-se como parâmetro o PIB, ou

PIB/per capita com o objetivo de definir o dimensionamento dos sistemas de tratamento,

reciclagem e/ou valorização dos resíduos. (Evolução da Geração per capita de resíduos

sólidos em países desenvolvidos, Publicado por Heliana Katia Tavares em Resíduos

Sólidos e Saneamento).

Na imagem seguinte é apresentada a comparação do crescimento do PIB, da população

e da geração total per capita de resíduos sólidos analisados pela OECD e a projeção da

mesma para 2030.

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Figura 5 - Comparação do PIB, da população, da geração total e per capita de resíduos sólidos

analisados pela OECD (1980-2030). Fonte: Informe Evolución de la generación per cápita de resíduos sólidos en países desarrollados y emergentes, Publicado por Heliana Kàtia Tavares en Residuos Sólidos y Saneamiento (http://www.metro.org.br/).

O conhecimento da população atual e futura é, por sua vez, uma informação de extrema

importância na gestão integrada dos resíduos sólidos posto que a geração está

diretamente relacionada à população e ao crescimento e desenvolvimento dos polos

populacionais, dentre outros fatores (Jaramillo, 1999), (Gestión Integral de los Resíduos

sólidos Municipales – GIRSM, Medellín – Colombia, 1999, disponível em:

http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/acodal/viii.pdf).

A estimativa da população urbana é o aspecto principal na definição do nível de

complexidade de um centro de tratamento de resíduos. O quantitativo populacional

considerado para fins de projeto deve corresponder à população projetada ao final do

horizonte de planejamento do projeto (II Simpósio Ibero-americano de Ingeniería de

resíduos, Barranquilla – Colombia, 2009) a qual pode ser estabelecida mediante alguns

métodos de cálculo:

a) Aritmético, geométrico e exponencial (nível de complexidade baixo e médio);

b) Aritmético, geométrico e exponencial e outros (nível de complexidade médio

e alto);

c) Por componentes (nível médio e alto);

d) Detalhar por zonas e detalhar a densidade (nível médio e alto);

Para calcular a geração média de resíduos, toma-se como referência a geração per

capita (GPC) que se define como a quantidade gerada de resíduos por um habitante por

dia (kg/hab. por dia). Os métodos utilizados para estimar a GPC consideram a

quantidade de resíduos gerados por dia e o número de habitantes da área de estudo.

No quadro seguinte, adaptada do artigo “Situação dos RCD e sua repercussão no

desenvolvimento sustentável” (Aneiros L. M., 2008), são recolhidos os dados

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quantitativos sobre a geração per capita dos RCD nos diferentes países membros da

União Europeia.

Quadro 16 – Geração (t) per capta de RCD nos EUA e membros da União Europeia.

Geração (t) per capta de RCD nos EUA e membros da União Europeia. Alemanha 720 Irlanda 285

Áustria 650 Itália 350 Espanha 450 Luxemburgo n/d Finlândia 200 Portugal n/d França 427 Reino Unido 530 Grécia 200 Suécia 235

Holanda 730 Dinamarca 600 Bélgica 700 Media: 467

Fonte: Adaptado do artigo Situación de RCD y su repercusión en el desarrollo sostenible, Laura María Aneiros, 2008, disponível em: http://www.inese.es/html/files/pdf/amb/iq/R102-48.pdf.

É necessário ter em conta que o planejamento e o projeto dos sistemas e infraestruturas

para a gestão e gerenciamento integrado dos resíduos não deve considerar dados

atuais de gravimetria e de GPC. Para este tipo de planejamento, é imprescindível que

seja tomado como referência dados de projeção de geração para os próximos anos. Do

contrário, podem resultar plantas com porte sub ou superestimado incapazes de serem

readequadas para uma possível mudança de hábitos de consumo da população.

Quando existe um planejamento de longo prazo é fundamental analisar cuidadosamente

a tendência na produção e composição dos RCCV.

A GPC e a composição dos RCCV podem ser afetadas pelos seguintes condicionantes

(II Simpósio Ibero-americano de Ingeniería de Resíduos, Barranquilla – Colombia,

2009):

a) Políticos: redução na origem, legislação e atitudes públicas;

b) Geográficos: crescimento demográfico e clima;

c) Estilo de vida: nível de desenvolvimento da localidade que pode ser avaliado pelo

PIB, estações do ano e período de férias escolares.

Para estimar a GPC futura, é recomendado utilizar taxas de crescimento anual entre

0,5% a 1% de tal maneira que, para as populações pequenas o percentual de

crescimento tende a ser menor, e para os municípios de maior porte, a tendência de

crescimento adotado tende a 1%. (Sufian M. Bala, 2007).

Existem três métodos para o estudo da conformação física de uma linha de tratamento

de resíduos (LOBO A., 2000):

a) A análise dos produtos residuais: se baseia na análise química elementar dos

produtos resultantes de um processo de tratamento mecânico ou biológico - que não

se enquadra neste caso;

b) O estudo de mercado: baseia-se em um estudo do ciclo de vida de um produto no

local de estudo;

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c) Amostragem direta: é o mais empregado hoje em dia e consiste em analisar

amostras dos resíduos tomadas antes de qualquer etapa de processamento ou

segregação.

Já a produção média diária de RCCV, atual e futura, pode ser calculada por meio da

seguinte equação:

Produção Média (RCCV) = GPP * População Equação 1.0

Onde:

Produção Média: Kg/dia

GPP: geração per capita: Kg/hab. por dia

População: o número de habitantes atuais ou futuros da área de estudo.

6.6. CARACTERÍSTICA DO CENTRO DE TRATAMENTO SEGUNDO A

TIPOLOGIA DO RESÍDUO DE ENTRADA

A tendência mundial atual na gestão dos resíduos toma como referência uma pirâmide

hierárquica que valoriza as ações voltadas ao conceito de 3R’s - Redução, Reutilização

e Reciclagem. O 3R’s é um conceito que representa a essência do ciclo de vida do

produto “do berço à cova” cujos benefícios se refletem na diminuição do volume de RCC

destinado ao aterramento e que, como resultado, reduz a exploração de matéria prima

virgem, aumentando a vida útil das fontes naturais dos recursos minerais utilizados para

a fabricação de materiais para a construção.

Os Centros de Tratamento de RCC propostos neste documento buscam promover a

reutilização e a reciclagem dos resíduos com o objetivo de obter subprodutos que

possam ser utilizados como matéria prima, inclusive, para a elaboração de novos

produtos.

A tendência atual de hierarquia para a orientação das estratégias para o gerenciamento

de resíduos está apresentada na pirâmide abaixo no qual cada patamar é,

simbolicamente, representativo do volume de resíduo que deveria ser gerido da forma

sugerida.

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Figura 6 - Hierarquia nos sistemas de tratamentos dos Resíduos Sólidos. Fonte: http://www.epa.gov/waste/nonhaz/municipal/hierarchy.htm

Considerando as particularidades quanto à sua composição e tipologia, a gestão dos

diversos componentes do RCC é, habitualmente, realizada de maneira separada e

requer linhas de tratamento especificamente planejadas e projetadas para o volume de

resíduos de entrada.

A correta gestão dos RCC deve ter como prioridade principal a segregação de todos os

seus componentes não inertes prestando especial atenção aos resíduos perigosos e,

posteriormente, à recuperação máxima dos demais materiais aproveitáveis e

valorizáveis.

A linha de tratamento dos resíduos pode variar, ainda, em maior ou menor medida

dependendo do tipo de resíduo que se pretende tratar e, obviamente, em função

também da localização geográfica do centro de tratamento.

Nos Estados Unidos e no Canadá, por exemplo, a tipologia de RCC varia

significativamente devido ao seu alto conteúdo em madeira, entre 30% a 40%,

(Enhanced Recycling Program and the Recycling Council of Alberta) quando comparado

aos 3% - 4% deste material nos RCC gerados na Europa (II PNRCD, España). Este fato

indica que, a matéria prima principal para a construção de moradias é a madeira e não

o concreto ou o tijolo, como ocorre no segundo caso. Sendo assim, uma planta de

tratamento e reciclagem de RCC localizada nos EUA e no Canadá deverá considerar

um volume superior de madeira para o dimensionamento das linhas de tratamento.

A gestão e o tratamento dos RCCV apresentam numerosas possibilidades para cumprir

com o esquema dos 3R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) e dentro da Reutilização e

Prevenção

Minimização

Reutilização e reacondicionamento

Reciclagem

Recuperação de energia

Disposição final

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Reciclagem, existem aplicações para os materiais ou subprodutos obtidos. Algumas

destas aplicações serão descritas em seguida (Aldana, J. Serpell A, 2012).

Quadro 17: Aplicação dos RCC reutilizados e ou reciclados.

Aplicação dos RCC reutilizados e/ou reciclados

Resíduo Aplicação

Concreto

Agregado para base de caminhos e estacionamentos;

Agregado para novas misturas de concreto;

Blocos para pavimentação com 70% - 100% de agregados de

concreto reciclado;

Cobertura para aterros de resíduos industriais.

Agregado Sub-base de caminhos, preenchimento de sarjetas e concretos.

Asfalto

Misturas quentes para pavimentos;

Preenchimento de agregados e de sub-bases;

Misturas frias para recapeamento, trilhas, agregado para base de

caminhos/trilhas;

Irrigação com material em estado semilíquido em estradas de

terra/não

pavimentadas de forma a evitar sua deterioração e emissão de pó gerado pelo trânsito de veículos.

Madeira

Elaboração de pellets para caldeiras;

Matéria prima para a elaboração de murais e painéis;

Elaboração de composto;

Matéria prima para a indústria da energia.

Material de

escavação

Preenchimento de cavas da indústria extrativa e realização de

terraplenagem.

Placas de drywall

Melhoramento de solos com baixa alcalinidade;

Novas placas de drywall;

Melhorias para a drenagem de solos.

Tijolos São triturados para utilização em preenchimentos;

Cobertura de aterros.

Metal Matéria prima para a elaboração de novos metais.

Vidro Substituição de areia e agregados como material de suporte para

tubulações.

Plástico Como matéria prima para a elaboração de novos produtos. Fonte: Tópicos e tendências de resíduos da construção e da demolição, Construction Magazine, 2012. (Topics and tendencies of construction and demolition waste, construction magazine, 2012)

Outra alternativa de aplicação do princípio da hierarquização na gestão dos resíduos é

a valorização energética realizada em conjunto com a eliminação dos RCC. Neste caso,

os únicos materiais susceptíveis de valorização energética dentro da linha destes

resíduos são os constituídos por madeira, plástico, papel e papelão (II PNRCD, España).

No caso dos resíduos plásticos que, por ventura, possam estar presentes nos resíduos

de construção civil, a decisão de que se deve priorizar a valorização energética frente à

disposição em aterro, dependerá fundamentalmente da disponibilidade de plantas

autorizadas para sua valorização energética e, unido a isso, das distâncias de transporte

desde os centros de geração até o local de tratamento e/ou disposição final.

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Já em relação aos resíduos de papel ou papelão, quando sua reciclagem não for

possível ou for inviável economicamente, a prioridade deve ser a valorização energética

frente à disposição em aterro. A aplicação da legislação da comunidade europeia sobre

aterros indica que se deve evitar a emissão de gases de efeito estufa originados dos

aterros e, para atender a esta demanda, uma alternativa viável é o desvio dos resíduos

de composição orgânica para outros tipos de tratamento, como por exemplo, a

compostagem, a biometanização, dentre outros.

Tendo em vista que, dos dados que foram levantados para a RMBH e Colar

Metropolitano, não é possível auferir com segurança a quantidade de papel ou papelão

presente nos RCC gerados na região, não é possível estimar o volume de material

suscetível para a reciclagem e valorização energética e, assim, neste documento não

estarão propostas medidas para sua valorização energética.

O volume dos resíduos de madeira presente no fluxo dos RCC deve ser analisado na

fase de planejamento das opções para destinação final. Se o volume de resíduo de

madeira que não possuí opção técnica ou que não seja economicamente viável para

reciclar for elevado, estes devem ser encaminhados à valorização energética

alternativamente para a opção de disposição final em aterros sanitários. No contexto

mundial, aos poucos, os países estão se comprometendo com a elaboração de

estratégias para evitar a entrada de resíduos biodegradáveis nos aterros e, ao longo

dos últimos anos é possível verificar que existe uma busca constante para a redução de

emissão de gases de efeito estufa derivados deste tipo de atividade.

Os resíduos de madeira apresentam um elevado poder calorífico e quando aterrados,

há um desperdício do seu potencial de geração de energia como biomassa (II Plano

Nacional de Resíduos da construção e Demolição 2008- 2015 (II PNRCD), Ministério do

Meio Ambiente, Espanha/ II Plan Nacional de Resíduos de Construcción y Demolición

2008-2015 (II PNRCD), Ministério de Medio Ambiente, España).

No caso da existência de resíduos de madeira tratada é conveniente ressaltar que suas

possibilidades de reciclagem e de valorização energética são muito limitadas. Alguns

tipos de tratamento feitos em madeira podem transformar este material em resíduo

perigoso de forma que sua reciclagem se torna economicamente inviável e sua

valorização energética se reduz à utilização em instalações de incineração autorizadas

para este fim. Assim, muitas vezes seu destino mais viável é a disposição em aterros

adequados para o recebimento deste tipo de resíduo.

A madeira não tratada, quando a reutilização e outras formas de reaproveitamento forem

inviáveis economicamente, pode ser destinada ao aproveitamento energético das

seguintes formas:

a) Obtenção de calor: aproveita-se a biomassa florestal, ou material similar, para a

produção de serragem, pellet de madeira ou lascas de madeira de pequena

granulometria que, em condições de umidade adequada, podem ser usados como

combustível.

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b) Obtenção de energia elétrica: estas instalações que transformam subproduto de

madeira em eletricidade. Neste caso é necessário garantir um volume suficiente e

constante de material para que não haja interrupções na geração de energia.

Em muitos países, principalmente aqueles com pouca disponibilidade de matéria prima,

a principal alternativa encontrada é a construção de infraestruturas para o tratamento e

reciclagem de resíduos.

Existem tecnologias disponíveis no mercado que podem ser aplicadas para o tratamento

dos RCC e que, juntos, conformam os componentes principais das linhas de tratamento

das centrais de tratamento e valorização de RCC.

Em seguida, são descritas uma série de infraestruturas existentes e em operação em

vários países, que representam uma tendência internacional no processo para o

tratamento de RCC. É importante destacar que a Espanha é um dos países de

referência no mundo no que se refere às experiências com plantas de reciclagem de

RCCV, fato que pode ser constatado com a grande variedade de exemplos deste país.

6.7. EXEMPLOS DE PLANTAS INDUSTRIAIS PARA O TRATAMENTO DE RCC

Quadro 18 - Planta de recuperação de Resíduos da Construção e Demolição instalada em Jacksonville, Florida, EUA.

NOME DA INSTALAÇÃO PLANTA DE RECUPERAÇÃO DE MATERIAL DE RESÍDUOS DA RCCV

Localização: Cidade de Jacksonville – Florida

Investimento: 3,27 M US$

Tecnologia: Krause Manufacturing Subproduto obtido: Reciclado de RCD

Capacidade nominal: 500 t/dia

Ano do início da operação: 2013

Descrição:

Os resíduos recebidos na planta são heterogêneos e estão compostos de todos os resíduos procedentes da construção e demolição (C&D), com exceção dos perigosos.

Ao entrar no centro, os resíduos são depositados no pátio de descarga que deve estar coberto para evitar que o resíduo adquira umidade devido à chuva. A primeira classificação dos resíduos consiste na retirada das frações mais volumosas e de fácil coleta manual.

Após esta etapa, o resíduo já classificado é alimentado mediante um equipamento móvel até um alimentador de placas, o qual deposita o resíduo sobre uma peneira vibrante que separa em fração médio-fina e volumosa.

A fração médio-fina é transportada mediante uma esteira, passando, no percurso, por um detector de metais, até dois trommels que separam as frações menores que 3/8”, entre 3/8” e 2”, e maiores de 2”.

O material menor que 3/8” e aquele entre 3/8” e 2” é chamado de fração passante e é enviado a uma cabine de classificação manual onde são recuperadas as frações de madeira, papel e papelão, plásticos, rochas e britas e, posteriormente, passa-se a mesa dessimétrica para eliminação das impurezas. O rejeito é enviado até um compactador de resíduos que será destinado ao aterro.

A fração volumosa (maiores que 2”) passa por uma peneira vibrante e chega até uma cabine

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de classificação manual na qual se recuperam as frações volumosas de papel, pedras e britas, metais, entre outros.

A fração passante (rejeito) é enviada até um compactador de resíduos e, posteriormente é enviado a um depósito controlado.

Tecnologia empregada:

Alimentador de placas;

Peneira vibrante;

Separador de metais;

Trommels de separação;

Mesa dessimétrica;

Compactador de resíduos.

Fonte: Portfólio técnico do grupo IDP (2015)

Quadro 19 - Planta de seleção de resíduos da construção e demolição instalada no Principado

de Astúrias, Espanha.

NOME DA INSTALAÇÃO PLANTA DE SELEÇÃO DE RESÍDUOS DA C & D

Localização: Principado de

Astúrias – Espanha

Investimento: 80% co-financiada pelos fundos de

coesão da União Europeia

Tecnologia/construtor:

Cogersa Subproduto obtido: Reciclado de RCD

Capacidade nominal: 400 t/dia

Ano de início da operação: 2004

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Descrição:

Os resíduos que entram na planta contêm concreto, alvenaria interna, pedras, madeiras, metais, papel, papelão e plástico.

Os resíduos recebidos são depositados no pátio de descarga e passam por uma inspeção visual dos resíduos para descartar a presença de resíduos volumosos.

O resíduo já classificado alimenta um silo de alimentação mediante um equipamento móvel que se conecta com um alimentador de placas que transporta o resíduo ate um Trommel de classificação, do qual se obtém três frações: agregados menores que 35 mm, entre 35 -150 mm, e maiores que 150 mm. O material que não passa pelos orifícios da peneira segue por uma esteira e passa por um separador de metais e, posteriormente, é tratado em uma cabine de classificação com uma esteira dupla que atende a duas granulometrias diferentes, dependendo da necessidade da planta. Nesta cabine de classificação são separadas as frações de: metal, madeiras, papel e papelão, plásticos, entre outros.

A fração de agregados de 0 a 35 mm que apresenta menor qualidade pode ser empregada como preenchimento e assento de tubos em sarjetas. Para a obtenção de brita de alta qualidade é utilizada a fração maior que 150 mm a qual é triturada em um triturador móvel de onde podem ser obtidas até três granulometrias diferentes, dependendo das necessidades.

As peças de madeira são trituradas em uma trituradora móvel e são destinadas à venda ou como material estruturante/ volumoso para biomassa.

O rejeito do processo é destinado ao aterro sanitário devidamente licenciado.

Tecnologia empregada:

Silo de alimentação;

Alimentador de placas;

Trommel de separação;

Separador de metais;

Esteiras transportadoras;

Triturador de agregados;

Triturador de madeiras.

Fonte: Portfólio técnico do grupo IDP (2015)

Quadro 20 - Centro de Reciclagem de resíduos de construção e demolição da cidade de Quebec, Canadá.

NOME DA INSTALAÇÃO CENTRO DE RECICLAGEM DOS

RESÍDUOS DE RCCV

Localização: Quebec City – Canadá Investimento: não disponível

Tecnologia/construtor: Veolia

Environmental Services

Subproduto obtido: Reciclado de

RCD

Capacidade nominal: 100.000 t/ano Ano início de operação: 2007

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CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA Y ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA. Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)

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Descrição

Os resíduos que entram na planta contêm em maior proporção: madeira, concreto, alvenaria, pedras, metais, papel, papelão e plástico.

Após passar por uma vistoria para eliminar os possíveis resíduos perigosos, os resíduos recebidos são depositados no pátio de descarga.

O resíduo já classificado mediante um equipamento móvel (guindaste) alimenta um triturador primário com o objetivo de reduzir o volume do resíduo. Em seguida, o resíduo já triturado é transportado por uma esteira transportadora até chegar a uma cabine de classificação manual onde são retiradas as frações de papel, papelão, plásticos e resíduos volumosos. Na mesma linha, o resíduo passa por uma peneira de discos, onde é feita uma separação em duas frações, uma menor e outra maior que 2 ½”.

Da fração com diâmetro maior (>2 ½”) são retiradas as impurezas (plástico, papel, papelão e resíduos leves) ou finos mediante um sistema de separação pneumática, que transporta os voláteis a uma zona de estoque e então segue para ser distribuído no mercado como combustível para processos térmicos.

Posteriormente, a fração maior é submetida a uma separação por um processo de flotação. Neste processo, são separados aproximadamente 98% da madeira desta linha, obtendo-se uma fração de flutuantes (madeira) e uma fração pesada (resto de componentes). Em seguida, este material passa por uma peneira de discos que separa duas frações: maiores que 24” (pedaços ou serragem de madeira) e menores que 24” (finos) com destino ao mercado de reciclagem.

A fração pesada recuperada do sistema de flotação passa por uma linha de separação de onde se extraem os metais, asfalto e outros materiais.

A fração não metálica é separada ao final da linha por um sistema de correntes de Foucault (alumínio).

Todo material recuperado se destina à fabricação de novos produtos sendo que o rejeito é enviado para disposição adequada em aterro sanitário.

Madeira: pallets, painéis de madeira, serragem e composto para jardinagem, matéria prima para a indústria de energia.

Metal: mercado de reciclado e fornos para entrar novamente na cadeia produtiva de outros materiais por meio da geração de energia.

Rocha mista: cobertura de aterros sanitários.

Asfalto: é reincorporado ao processo para a produção de asfaltos.

Tecnologia empregada:

Triturador primário ou de volumosos;

Alimentador;

Peneiras de separação;

Cabines de classificação manual;

Separador de metais;

Esteiras transportadoras;

Sistema pneumático de separação de impurezas;

Sistema de flotação.

Fonte: Portfólio técnico do grupo IDP (2015)

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Pag. 46

Quadro 21 - Planta para o tratamento de resíduos da construção e demolição instalada na Ilha de Palma, Espanha.

NOME DA INSTALAÇÃO PLANTA PARA O TRATAMENTO DE RESÍDUOS DA

C & D

Localização: Ilha de Palma –

Espanha

Investimento: 390.000 €

Tecnologia/construtor: Áridos

el riachuelo, S.A.U.

Subproduto obtido: Reciclado de RCD

Capacidade nominal: 150

t/hora

Ano início de operação: 2007

Descrição

Os resíduos que entram na planta procedem de escavações (terras limpas), demolição de estruturas de concreto armado ou rejeitos dos materiais de construção de novas obras.

Os resíduos recebidos são ou não depositados no pátio de descarga de acordo com a sua classificação. Caso o resíduo seja considerado volumoso será depositado no pátio para adequá-lo ao tratamento no triturador primário. Caso contrário, o resíduo não precisa passar por uma adequação e pode ser conduzido diretamente para a zona de estoque do pátio de descarga ao triturador primário.

Ao passar pelo triturador primário, são retiradas as frações férricas por meio de um separador magnético ou Overband que deposita o material selecionado em um contêiner ou fosso para seu envio ao mercado de reciclagem. Deste primeiro tratamento, caso o mercado de

reciclagem exija, podem ser extraídas frações de concreto de 300 mm, as quais se destinam como material de agregado para a construção de diques.

O material que passa pelo triturador primário é vertido sobre um silo dosificador que alimenta o triturador secundário ou moinho, aonde a fração pétrea é homogeneizada. Posteriormente, mediante um separador de metais, se extrai a fração metálica que, por ventura, possa ter sido aderida. Em seguida, o resíduo é submetido a um tratamento de eliminação de resíduos leves ou voláteis mediante separação pneumática, antes de ser levado à peneira de classificação final de subproduto.

Na peneira de classificação final separam-se as diferentes granulometrias que são enviadas às suas respectivas zonas de estoque.

O rejeito do processo é destinado ao depósito controlado.

Tecnologia empregada:

Triturador de rolo ou de mandíbulas;

Alimentador de placas;

Silo dosificador;

Separador de metais;

Triturador de cone;

Peneira de discos.

Fonte: Portfólio técnico do grupo IDP (2015)

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Quadro 22 - Planta para o tratamento de resíduos da construção e demolição localizada em

Arganda del Rey, Espanha.

NOME DA INSTALAÇÃO PLANTA PARA O TRATAMENTO DE RESÍDUOS DA

C & D

Localização: Arganda del Rey

– Espanha

Investimento: 8.2 M €

Tecnologia/construtor:

Gedesma - Gestión y

Desarrollo del Medio Ambiente

de Madrid

Subproduto obtido: Reciclado de RCD

Capacidade nominal: 450.000

t/ano

Ano do início de operação: 2008

Descrição

Os resíduos que entram na planta contêm concreto, alvenaria, pedras, madeiras, metais, papel, papelão e plástico.

Os resíduos recebidos são depositados no pátio de descarga para uma inspeção visual que é chamada de primeira classificação do resíduo volumoso.

A fração separada no pátio de descarga apresenta dois estados: RCC limpo ou RCC misturado. O considerado limpo é enviado à trituradora para obtenção de agregado reciclado, e, no outro caso, o resíduo misturado é direcionado até uma cabine de classificação manual onde são recuperadas as frações de papel/papelão, plástico, madeira, etc. que é enviada, posteriormente, ao mercado de reciclagem.

Em seguida, o material passa por um separador de metais e um sistema de eliminação de impurezas mediante um sistema de separação pneumática.

Antes de entrar na trituradora o resíduo é enviado a uma peneira da qual resultam duas frações: rejeito e agregado. O agregado é enviado à trituração para obtenção de três frações diferentes, dependendo das necessidades do mercado.

O rejeito do processo é destinado ao Depósito Controlado.

Tecnologia empregada

Alimentador;

Peneira de volumosos;

Trituradora;

Trommel de separação;

Separador de metais;

Esteiras transportadoras;

Moinho;

Peneira para separação de agregados.

Fonte: Portfólio técnico do grupo IDP (2015)

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Quadro 23 - Planta para o tratamento de resíduos volumosos localizada em Barcelona, Espanha.

NOME DA INSTALAÇÃO: PLANTA DE TRATAMENTO DE RVOL BARCELONA

Localização: Barcelona – Espanha

Investimento: 2,5 M €

Tecnologia: PAL Subproduto obtido: Madeira para fabricação de painéis particulados

Capacidade nominal: 160 t/dia Ano início de operação: Em construção. Previsão de início em 2015

Descrição:

A maioria dos resíduos que serão recebidos nesta planta será de volumosos similares à madeira, ou seja, resíduos de mobiliários de escritórios, industriais, etc.

O objetivo da planta será o de triturar os resíduos de madeira e separar as frações férricas e não férricas assim como obter madeira reciclada em diferentes granulometrias.

o De 0 a 20 mm: madeira pulverizada e particulada para incineração em planta de valorização energética.

o De 20 a 40 mm: madeira pré-triturada para introdução em planta de fabricação de painéis ou também conhecido como particulado.

O resto dos resíduos volumosos, como, por exemplo, possíveis resíduos eletroeletrônicos, é separado manualmente e enviado a outras plantas específicas como Eletrorecycling para o tratamento adequado.

Os resíduos volumosos similares a resíduos têxteis, como espumas de móveis, colchões etc., são também triturados com uma granulometria específica para envio à incineração como estratégia de valorização energética. Tecnologia empregada:

Alimentador plano de avanço progressivo;

Triturador de martelos Tiger;

Separador de metais férricos certificado Atex**;

Separador de metais não férricos certificado Atex**;

Peneira de discos regulável DynaScreen*;

Elevadores de cadeia tipo redler;

Transportadores horizontais tipo redler;

Armazéns tipo silo circular de fundo plano;

Descarregadores orbitais tipo Morillon (denominação técnica especifica deste tipo de equipamento).

* DynaScreen é um equipamento de referência que pode ser visto em:

http://www.imalpal.com/pdf_prodotti/dynascreen.pdf. ** Em função das características da instalação, das substâncias processadas ou armazenadas, assim como outros fatores, as zonas de trabalho podem ser suscetíveis para gerar atmosferas explosivas e, portanto, estão obrigadas a cumprir com os requisitos da Diretiva ATEX 99/92/CE. Isto implica que seus responsáveis devem determinar o nível de risco e as precauções que devem ser tomadas.

Fonte: Portfólio técnico do grupo IDP (2015)

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6.8. DESCRIÇÃO DE UMA PLANTA DE TRATAMENTO TÍPICA

Todas as plantas de tratamento de resíduos da construção civil apresentam uma

estrutura muito similar sendo que as variações existentes se concentram,

principalmente, na tipologia dos equipamentos em função da caracterização dos

resíduos da construção e volumosos gerados no local em que será instalada. Isto é

muito importante, pois, a eficiência da planta é ajustada à tipologia de resíduos da

construção e volumosos para os quais foi planejada. É fácil de compreender, por

exemplo, que o tratamento de resíduos da construção civil gerados no Canadá, os quais

apresentam um alto percentual de madeira, é diferente do tratamento que será

planejado para aqueles gerados na Espanha, onde o concreto é altamente majoritário

no conteúdo total de RCCV. Neste caso, em termos, por exemplo, de dimensionamento

de equipamento, os trituradores primários, definidos para a planta no Canadá seriam

muito diferentes do equipamento especificado para a planta Espanhola.

Um simples erro na caracterização dos resíduos procedentes da construção pode levar

à previsão de um orçamento com erros significativos que terá reflexo, principalmente,

em distorções no dimensionamento dos equipamentos de trituração, nos separadores

magnéticos e quase todos os demais equipamentos da linha de tratamento.

As plantas de tratamento típicas estão projetadas para tratar resíduos da construção e

volumosos (RCCV) procedentes de grandes obras de infraestruturas tais como pontes,

estradas, galpões industriais, etc. e remodelações/ reformas de edifícios e habitações.

As plantas estarão preparadas para receber o resíduo diretamente da etapa de coleta e

transporte ou das estações de transbordo sendo que a definição final se dá em função

das distâncias a serem percorridas para a coleta e seus custos comparativos.

Apesar de poder sofrer uma variação percentual de um material ou outro, dependendo

do local, a composição básica dos resíduos de construção civil é formada,

principalmente por:

a) Concreto estrutural;

b) Argamassa;

c) Tijolos;

d) Azulejos;

e) Telhas;

f) Metais;

g) Pedras;

h) Terra e resíduos misturados;

i) Papel e papelão;

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j) Plásticos;

k) Tecidos.

A proporção de cada um dos componentes em relação ao volume ou quantidade total

de resíduos é determinante para a definição dos modelos de equipamentos de cada

planta e do fluxo do processo mais adequado para determinada gravimetria. A existência

de uma etapa prévia de segregação manual de rejeitos, por exemplo, pode ser

desnecessária caso o resíduo adentre o processo devidamente limpo e segregado.

Para garantir que o produto final cumpra com os padrões de qualidade, alguns países

possuem normativas específicas que definem, dentre outros temas, as exigências

mínimas de qualidade do material para que o resíduo tenha um determinado uso futuro.

Na Espanha, por exemplo, algumas das normativas seguidas são a “PG-3 – Caderno

de prescrições técnicas para obras de estradas e pontes” (Pliego de Prescripciones

Técnicas Particulares para obras de carreteras y puentes) e a “PG04 - Caderno de

prescrições técnicas gerais para obras de conservação de estradas” (PG-4 - Pliego de

Prescripciones Técnicas Generales para obras de conservación de carreteras). De

qualquer forma, para garantir a qualidade do subproduto gerado é indispensável que

haja uma etapa de separação de impurezas antes e ao longo do processo. Os sólidos

voláteis como o plástico, papel e a madeira leve, por exemplo, podem ser retirados por

meio de um sistema de aspiração de materiais finos ou mediante uso da técnica de

flotação. Assim, como resultado do processo de reciclagem de resíduos da construção

civil tipo MISTO, o produto final poderá ser utilizado como:

a) Agregado para a fabricação de misturas betuminosas;

b) Material granulado para preenchimento de sarjetas e encerramento de aterros de

resíduos industriais, desde que atenda a legislação ambiental vigente;

c) Manutenção de estradas rurais;

d) Construção de diques portuários, no caso do concreto;

e) Preenchimento para muros com objetivo de isolamento térmico/acústico;

A segregação dos resíduos compostos por madeira, vidro, papel/papelão, plásticos e

metais pode ser realizada de forma manual. Os subprodutos recuperados podem ser

comercializados no mercado de reciclagem para reintrodução no ciclo de produção. Os

resíduos recicláveis (papel, plástico, vidro, metal) misturados aos RCCV costumam

chegar limpos e sem sinais de contaminação por resíduos orgânicos o que favorece a

revenda às recicladoras.

No que diz respeito aos resíduos volumosos, sua composição básica típica é:

a) Resíduos e aparelhos eletroeletrônicos;

b) Madeira de reciclagem;

c) Poda;

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d) Rejeito;

e) Grandes peças de metal;

f) Materiais plásticos;

g) Colchões e móveis.

Caso os resíduos listados acima sejam descartados no início da linha de tratamento, o

resto dos resíduos pode ser conduzido de forma praticamente paralela para a linha de

tratamento, seguindo um esquema similar a aplicado aos resíduos da construção civil,

conforme apresentado a seguir:

Figura 7 - Linha de tratamento básica para reciclagem de RCCV. Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

CLASIFICAÇAO

PRIMARIASILO

TRITURADOR

PRIMARIO

FÉRRICOS

PAPEL / PAPELAO

PLÁSTICO

OUTROS

FÉRRICOS

SILO DOSIFICADOR

MOINHO

PENEIRAZONA DE ESTOQUE II

> 22 mm

CARROSEL

ZONA DE ESTOQUE

III

5 a 11 mm

ZONA DE ESTOQUE

IV

0 a 5 mm

ZONA DE ESTOQUE IV

11 a 22 mm

SEPARADOR DE

IMPUREZAS

ZONA DE ESTOQUE I

CONCRETO TRITURADO

> 300 mm

CLASIFICAÇAO

SECUNDARIA

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6.8.1. Infraestruturas necessárias

A infraestrutura típica e mínima de um Centro de Tratamento de Resíduos da construção

civil e volumosos, apresenta, normalmente, as seguintes etapas:

a) Zona de acesso à balança: é a área de onde se realiza o controle do volume de

resíduos que entram no centro. Neste ponto é verificada a ficha de origem da carga,

se a procedência é de uma estação de transbordo ou de um gerador primário e,

além do peso, é aferido à composição principal dos resíduos (entulhos, concreto e

pavimentos, etc.). O veículo volta a passar pela balança na saída da planta. O

acesso de veículos com uma porcentagem muito alta de resíduos impróprios pode

ser barrado. Existem algumas referências que estabelecem os parâmetros de

entrada de resíduos em um aterro, dentre as quais a lei 10/1998, de Resíduos e o

Real Decreto (Rd) 952/1997, que regula os resíduos perigosos que podem ser

gerados em obras de construção e demolição. A estas normas adiciona-se ainda o

RD 1481/2001 que regula a disposição de resíduos em aterro e a decisão do

conselho da União Europeia 2003/33/CE, que estabelece critérios e procedimentos

de admissão de resíduos em aterros na Europa.

b) Zona de armazenamento ou pátio de descarga de material: é a zona habilitada

para a descarga dos resíduos na qual é feita uma segregação primária do resíduo

volumoso (troncos de árvores, vigas e elementos estruturais de grandes dimensões)

e de materiais impróprios (eletroeletrônicos, mobiliário, etc.), mediante triagem

manual ou da utilização de maquinaria adequada (pá carregadeira de rodas e

máquina provida de equipamento complementar para cortar as vigas e resíduos de

grandes dimensões ou objetos volumosos).

c) Separação de metais: a função é recuperar os resíduos ferrosos mesclados aos

RCCV. O número de separadores magnéticos e sua capacidade são estimados em

função da caracterização dos resíduos. Também podem ser incluídos separadores

indutivos (correntes de Foucault) caso a caracterização dos resíduos indicar esta

demanda, ou seja, a presença de um percentual elevado de material aluminoso.

d) Classificação secundária (segregação manual): os resíduos procedentes da

trituração primária são transportados mediante um alimentador de placas à cabine

de classificação secundária ou manual onde é recuperada a fração não mineral dos

resíduos como: papel, papelão, plástico, etc., que, após a segregação, são

encaminhados para venda no mercado de reciclagem.

e) Trituração primária: devido à entrada de resíduos de grandes dimensões, em sua

maioria, provenientes das obras de infraestruturas, de demolições e dos serviços de

coleta de volumosos é necessária a inclusão de um triturador primário com o objetivo

de reduzir o volume e eliminar alguns elementos como peças metálicas para evitar

que estes sejam incorporados na linha de tratamento prejudicando o processo e

reduzindo a qualidade do produto final.

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f) Separador pneumático de impurezas: tem como função a eliminação de resíduos

das frações de menor tamanho compostas por plástico, papel, madeira, etc., que

não podem ser segregados manualmente. No mercado existe uma tecnologia

alternativa, realizada por flotação, para a segregação das impurezas dos resíduos.

O uso desta opção não é aconselhável quando o volume de RCCV de entrada

apresentar um conteúdo insignificante de madeira em sua composição.

g) Zona de peneiramento: composto por uma peneira que pode ser de disco vibrante

ou, em outros casos, por uma peneira elétrica. Em ambas a função é a de separar

as frações finas presentes nos resíduos tais como terras, argilas, madeira, etc.

h) Carrossel: é a zona aonde se realiza a distribuição dos resíduos processados nas

diferentes granulometrias obtidas ao final do processo e de acordo com as

necessidades, parâmetros e premissas estabelecidas inicialmente.

i) Zona de armazenamento e estoque do produto final: é a zona de

armazenamento dos resíduos processados em suas diferentes granulometrias e

características.

j) Infraestruturas auxiliares: de acordo com o local no qual será instalada a central

de tratamento faz-se uma análise da necessidade de inclusão de infraestruturas

auxiliares tais como: sistema de proteção contra incêndios, centros de

transformação e água potável, edifício administrativo e vestiários.

6.8.2. Descrição do processo de produção

A princípio, o ideal seria que os municípios que compõe a RMBH e o Colar Metropolitano

tivessem um sistema único de registro e rastreabilidade para todos os geradores,

públicos ou privados, de resíduos da construção civil. Este registro poderia servir, por

exemplo, para o controle e compreensão do fluxo dos resíduos desde a sua geração

até a sua destinação final, seja esta a reciclagem ou a disposição em Aterro Classe A.

Alguns processos de sucesso no mundo recomendam este cadastro prévio obrigatório

indispensável, como mencionado no documento denominado “Nota de política de Wiego

(políticas urbanas) nº3”, no qual é feita referência a esta obrigação pelas empresas.

Os veículos autorizados a transportar RCCV, na entrada das infraestruturas de

tratamento ou disposição final devem passar pela etapa de pesagem. Neste momento,

deve-se solicitar a apresentação do manifesto de transporte de resíduos e realizar uma

vistoria geral do conteúdo do resíduo transportado verificando de forma genérica a

presença de contaminante e ou material impróprio. Se os resíduos de entrada

apresentarem materiais contendo cera, sinteco, eletrodomésticos, e mobiliário inservível

e outros resultantes de processos de demolição, estes serão separados e enviados ao

gestor autorizado e licenciado. Estando todos os documentos em dia e a carga

adequada o motorista é orientado para realizar a descarga.

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Caso o resíduo seja considerado volumoso deverá ser fragmentado em pedaços

menores, que pode ser feito com uma máquina móvel equipada com uma cisalha. Os

resíduos em menor diâmetro são encaminhados para um triturador primário. Caso não

haja necessidade de uma fragmentação inicial, o resíduo pode ser diretamente

encaminhado ao triturador por meio de uma pá carregadeira.

Ao passar o resíduo pelo triturador primário a fração ferrosa será retirada por meio de

um separador magnético ou Overband, a qual é depositada em um contêiner ou fosso

e pode ser comercializado, se houver viabilidade. Desta primeira etapa de tratamento,

se o mercado de reciclagem assim o exigir, podem ser extraídas frações de concreto de

ø > 300 mm, os quais são destinados como material de agregado para a construção de

diques.

O material que passa por esta etapa é vertido em um contêiner, o qual poderá ser

alimentado diretamente com material de diâmetro reduzido do pátio de descarga. O

referido contêiner está unido ao alimentador de placas que alimenta a cabine de

classificação secundária ou manual de onde se extrai a fração leve como plástico, papel,

papelão, alumínio, etc.

Na saída da cabine de classificação secundária os resíduos passam por um separador

de metais com o objetivo de eliminar qualquer fração metálica, evitando assim seu

ingresso na trituração secundária e danos ao equipamento.

A fração de resíduos que procede da cabine de classificação secundária segue a linha

de tratamento mediante uma esteira transportadora até o silo dosificador que verte o

resíduo para um moinho, onde a fração de resíduos é homogeneizada. Posteriormente,

o resíduo é submetido a um tratamento para eliminação de materiais leves mediante

segregação pneumática ou por flotação, antes de ser levado à peneira de classificação

final do subproduto.

Na peneira são separadas as diferentes granulometrias que são enviadas, de acordo

com o diâmetro, à sua respectiva zona de armazenamento final para posterior

comercialização ou estoque.

6.8.3. Descrição dos equipamentos

Os equipamentos que compõe uma usina de tratamento de RCC são descritos em

ordem a seguir:

I - Alimentador de Placas: por sua concepção, são equipamentos que quase não

exigem manutenção. As especificações técnicas básicas, dependendo de sua amplitude

e determinações do projeto, são apresentadas no Quadro 24 abaixo:

Quadro 24 - Especificações técnicas básicas de um Alimentador de Placas.

Largura

(mm)

Comprimento

(mm)

Potência

(KW)

800 3.000 5,5

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Largura

(mm)

Comprimento

(mm)

Potência

(KW)

1.000 3.000 – 4.000 7,5 – 11

1.200 4.000 – 6.000 11 – 15

1.500 6.000 – 8.000 18,5 – 30

2.100 8.000 37 Fonte: Triman group, 2014.

Figura 8 - Imagem de um alimentador de placas. Fonte: Triman Group, 2014.

II - Classificação secundária: é executada manualmente em uma cabine de

segregação com o objetivo de recuperar a fração mais grossa de papel, papelão,

plástico e alumínio, etc.

III - Equipamento de trituração primária: podem ser utilizadas trituradoras de tambor

ou de mandíbulas horizontais sobre correia transportadora e taliscas. Para a definição

do equipamento mais adequado é muito importante dispor de uma caracterização dos

resíduos de entrada. Esta fase é indispensável para o processo.

O material triturado é recolhido na saída por meio de um canal vibrante sobre o qual

pode ser acoplado um separador magnético ou Overband para recuperação do aço da

estrutura metálica de peças de concreto armado.

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Figura 9 - Imagem de um triturador primário. Fonte: Triman Group, 2014.

IV – Separador de metais: por meio de campos magnéticos a fração metálica presente

no resíduo é atraída e eliminada da linha de reciclagem. Existe a opção de se separar

a fração ferrosa por meio de separadores eletromagnéticos ou separadores de ímã

permanente ou, ainda, no caso de resíduos não férricos, utilizam-se equipamentos

separadores por correntes de Foucault.

Figura 10 - Imagem de um separador magnético.

Fonte: C&D Recycling System – Tinsley Company, 2014.

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Figura 11 - Imagem de um separador eletromagnético.

Fonte: C&D Recycling System – Tinsley Company, 2014.

V - Trituração: o material limpo, procedente da classificação secundária, é triturado em

um moinho de tambor de impacto ou de cone. O produto resultante é transportado até

a zona de peneiramento.

As características mais importantes dos moinhos de cone são apresentadas a seguir:

Quadro 25 - Parâmetros de dimensionamento de projeto para os moinhos de cone.

Diâmetro do

cone

(mm)

Tamanho máx.

alimentação

(mm)

Capacidade de

trituração

(t/hora)

Potência do motor

(kW)

600 65 40 30

900 115 50 55

1.200 145 110 110

1.750 185 115 160

2.200 230 120 260 Fonte: Grupo Metso, 2014.

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Figura 12 - Triturador (moinho de cone) de resíduos. Fonte: Imagem Triturador, Grupo Metso, 2014.

VI - Equipamento de separação pneumática de impurezas: o equipamento tem por

objetivo a eliminação das impurezas de pequeno diâmetro.

As impurezas leves são separadas do material de interesse por meio da emissão de

uma corrente de ar em alta velocidade e são aspiradas por meio de tubos que as

conduzem a um ciclone de 1600 mm de diâmetro. O ciclone separa as partículas das

impurezas de material leve (ligeiramente mais pesadas que o ar) que são conduzidas

por meio de uma porta de arraste com duas válvulas deslizantes até o contêiner de

coleta. O ventilador de 12.000 m³/hora e 30 KW de potência succiona o ar limpo das

impurezas de materiais leves e os envia de novo, sob pressão, às mangueiras de

injeção.

Com a finalidade de evitar a emissão de pó, a quantidade de ar aspirado nos tubos de

extração é maior que o que se injeta através dos dois outros tubos. Isto significa que se

cria certo vazio dentro do recipiente. O excesso de ar (aproximadamente 25% da

corrente de ar total do processo) se purifica mediante um sistema de filtro anti-pó e é

expulso pela chaminé de ar limpo (o conteúdo de pó residual de ar limpo de saída é

inferior a 20 mg/ m³).

VII - (a) Peneira de discos: é uma máquina muito eficaz para separar a terra de má

qualidade que acompanha os resíduos de demolição e apresenta um bom

comportamento diante da presença do conteúdo habitual de plásticos, papéis e

carpetes, etc.

Essas máquinas funcionam à base de eixos com discos, de forma que estes garantem

não apenas o movimento constante de material, mas também uma boa separação

superficial da argila, plásticos, papéis etc., e uma excelente limpeza do produto.

A dimensão do equipamento é decidida caso a caso, em função dos materiais e das

condições de implantação.

ou

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VII - (b) Peneira elétrica: a peneira elétrica é uma parte fundamental das instalações

de tratamento de resíduos, já que a maior parte dos tratamentos mecânicos aos quais

os resíduos são submetidos depende da eficiência de segregação. A peneira elétrica

apresenta uma variedade de aplicações: para separar a matéria orgânica em plantas de

resíduos sólidos urbanos de embalagens, para eliminar do processo os materiais

volumosos ou para separar materiais inertes em usinas de polimento/ refino de

composto orgânico e usinas de resíduos da construção civil e volumosos.

O mercado oferece uma ampla gama de especificações técnicas adequadas as

necessidades e ao volume de RCCV que será tratado, tal como se apresenta no Quadro

seguinte:

Quadro 26 - Especificações técnicas básicas de uma Peneira elétrica.

CAPACIDADE

(m3/ h)

POTÊNCIA

(kW)

DIÂMETRO

(mm)

COMP. PENEIRA

(mm)

COMP. TOTAL

(mm)

55 15 2.100 5.000 7.000

70 15 2.100 7.000 9.000

85 15 2.500 6.000 8.000

110 18,5 2.500 8.000 10.000

145 18,5 3.000 8.000 10.000 Fonte: Masias Recycling, 2014.

Figura 13 - Peneira elétrica - equipamento utilizado para a triagem automática dos resíduos por

tamanho e densidade. Fonte: Masias Recycling, 2014.

VIII - Sistema complementar - Sistema de supressão de pó: mediante via úmida que

atua diretamente sobre o material, este sistema funciona como um aspersor, evitando a

emissão de pó para a atmosfera.

As usinas de reciclagem de RCCV apresentam algumas vantagens, dentre as quais,

além das já mencionadas, podem ser citadas:

Não é necessária a pavimentação ou obras de drenagem e cimentação no local de

instalação da usina;

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Não é necessário o uso de silos de alimentação;

O carregamento da máquina pode ser feito no nível do solo sem que haja a

necessidade de construir rampas. O uso de terrenos com desnível acentuado é

recomendado;

O processo é praticamente 100% automatizado, mas é necessária a atenção do

profissional responsável pela alimentação do resíduo no triturador;

Facilidade de transferência, movimentação e reordenação dos equipamentos da

usina, caso seja necessário. Podem ser usadas usinas móveis sobre plataforma de

pneumáticos ou sobre trens de rodagem de correias.

6.9. IMPACTOS AMBIENTAIS

Um centro de tratamento de RCCV desempenha atividades que geram impactos

ambientais e, neste caso, vale ressaltar que uma atividade pode impactar

negativamente o meio ambiente, ou um determinado local, mas também pode impactar

de forma positiva, apresentando uma solução para algum problema ambiental. Neste

caso, uma Usina de reciclagem de RCCV recicla materiais descartados e gera novos

recursos. A má gestão de uma obra gera ônus tanto ao proprietário da obra como para

o poder público. Os grandes volumes de materiais desperdiçados reduzem a vida útil de

aterros, pois, muito dos materiais que poderiam ser reaproveitados ou reciclados

acabam se tornando resíduos em uma área que, por sua vez, poderia ter sua vida útil

ampliada caso houvesse uma gestão mais eficaz dos RCC/RCD (SINDUSCON-SP,

2005). Neste cenário, se insere a reciclagem dos RCC/RCD como uma alternativa viável

para solução deste problema ambiental e, também, para o aumento da vida útil dos

aterros, redução dos pontos de descarte irregular e de todos os efeitos negativos destas

práticas.

Dentre os impactos negativos podemos citar o aumento no tráfego de caminhões de

carga, a dispersão de materiais particulados na atmosfera, o risco de acidentes e a

poluição sonora (SINDUSCON-SP, 2005).

No que se refere aos impactos positivos, podem ser listados os seguintes:

Economia de matéria prima virgem para a produção ou fabricação dos materiais

para a construção. Evitam-se as repercussões negativas no ambiente, resultantes

da fabricação destes materiais, tais como: contaminação do meio ambiente durante

a extração de matéria prima, alto consumo de energia, emissões de CO2 a

atmosfera, material particulado em suspensão, ruídos e vibrações, lançamento de

efluentes líquidos contaminados à água e o excesso de consumo energético;

Redução das emissões de gases de efeito estufa associado ao seu transporte

quando o aproveitamento de RCC é realizado próximo ao seu local de geração;

Redução dos riscos à saúde e ao meio ambiente;

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Redução de pontos de disposições inadequados e irregulares;

Redução dos focos de acumulação e disposição de materiais nos leitos e corpos

d’água de superfície;

Geração de subprodutos com aplicação em construção como matéria prima, com a

consequente economia de novos materiais no processo de fabricação que os gera.

6.10. MODELOS DE GESTÃO DOS RCC

6.10.1. Objetivos dos Modelos de Gestão

Como referência foram utilizados os objetivos mais relevantes estabelecidos para os

diferentes modelos de gestão de resíduos da construção e demolição na Espanha,

Estado Unidos, Austrália e Canadá. São eles:

Reduzir ao máximo a taxa de geração de RCCV, promovendo a reutilização e

geração de resíduos na origem;

Realizar uma organização territorial integrada por meio de uma rede de centros de

tratamento (depósitos controlados e plantas de reciclagem) e de centrais de

transbordo para aperfeiçoar o transporte entre os produtores e os centros de

tratamento;

Estabelecer taxas de referência para a gestão de resíduos nos diferentes centros de

tratamento;

Exigir um cheque caução para os geradores de resíduos, no momento de solicitar a

licença de obras, mediante a apresentação do projeto de reforma ou de novas obras

bem como um Estudo de Geração de Resíduos – EGR. O propósito dessa garantia

é permitir no mínimo uma boa gestão dos resíduos que serão gerados. Quando

realizada de forma inadequada o valor é retido por parte da Administração Pública;

Programas de divulgação e conscientização cidadã para minimizar a geração dos

RCC como, por exemplo, a promoção da reutilização de madeira e dos agregados

resultantes da trituração de peças de concreto, etc.

6.10.2. Infraestruturas mínimas disponíveis para a gestão dos RCCV

Para a correta gestão dos RCC enunciados nos diferentes planos de gestão de

referência é indispensável contar com uma rede de infraestruturas que garantam o

correto tratamento dos RCC. A seguir serão apresentados alguns exemplos: unidades

de tratamento, centros de agrupamento, centros de classificação e transbordo e centros

de tratamento integrados.

6.10.2.1. Unidades de tratamento

Estão estruturadas com o propósito de conseguir a máxima recuperação de todos os

materiais de entrada, como papel, papelão, plásticos, metais, madeira, etc. O processo

é basicamente formado pela trituração dos agregados com um peneiramento posterior

para obter diferentes granulometrias de acordo com as necessidades do mercado.

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Estas unidades podem ser fixas ou móveis e, neste último caso, podem ser deslocadas

para reciclar diretamente na origem da geração.

6.10.2.2. Centros de agrupamento

São instalações simples que podem ser alocadas em áreas pouco povoadas e afastadas

dos centros de tratamento mais complexos. Nestes centros, são recebidos e agrupados

em volumes maiores os resíduos pré-classificados, limpos para transferência às

unidades mais complexas de tratamento e reciclagem. Nestes os resíduos perigosos

como baterias, pneumáticos, tambores e barris são armazenados até a sua entrega a

um gestor autorizado.

6.10.2.3. Centros de classificação e transbordo

Nos centros de classificação e transbordo os resíduos recebidos são selecionados,

classificados e limpos para a obtenção de produtos aptos para sua comercialização

(madeira, papelão, papel e plástico). Os demais produtos, uma vez separados são

encaminhados à Central de Tratamento Integrada onde os agregados passarão por um

processo de trituração.

6.10.2.4. Centrais de Tratamentos Integrado

As centrais de tratamento integrado são projetadas para oferecer uma solução global

aos RCC. Nestas infraestruturas são realizadas as etapas de classificação, trituração,

compactação e peneiramento para obtenção de agregados de diferentes granulometrias

e de outros materiais recicláveis tais como madeira, plástico ou metal. Estes Centros

contam com um aterro para disposição dos resíduos derivados do tratamento, para

disposição do rejeito gerado no processo de reciclagem.

Em seguida, apresentam-se dois exemplos de Centrais de Tratamento Integrado de

Resíduos da Construção Civil, Demolição e Volumosos que estão, atualmente, em

funcionamento na Espanha.

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Usina de tratamento integral de El Molar

Localização: Madri Ano de início da operação: 2011

Capacidade Nominal: 120.000 t/ano Investimento: 8 Milhões de Euros (€)

Fonte: Portfólio técnico do grupo IDP (2015)

Usina de tratamento integral de resíduos volumosos - TERSA

Localização: Barcelona Ano de início da operação 2008 e atualmente em funcionamento.

Capacidade nominal: 50.000 t/ano Investimento: 2,8 Milhões de Euros (€)

Fonte: Portfólio técnico do grupo IDP (2015)

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6.10.2.5. Aterros para disposição de RCCV

Os aterros para disposição de RCCV devem cumprir as regras ambientais vigentes

locais.

A seguir, apresentam-se alguns exemplos internacionais de legislação ambiental para

este tipo de infraestrutura de disposição:

a) Espanha: RD 1481, de 27 de Dezembro de 2001, pelo qual se regula a eliminação

de resíduos mediante depósito em aterro;

b) Diretiva Europeia 1999/31/CE instituída pelo conselho europeu em 26 de Abril;

relativa à prevenção e redução dos efeitos ambientais negativos da disposição final

de resíduos;

c) Estados Unidos: Agência de Proteção Ambiental (EPA - Environmental Protection

Agency): Código de regulações federais (CFR) partes 239 a 299.

d) México: Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais, Norma oficial Mexicana

083/2003, especificações de proteção ambiental, para a seleção de local, desenho

e elaboração do projeto, construção, operação, monitoramento, encerramento e

obras complementares de um local de disposição final de resíduos sólidos urbanos

e resíduos especiais.

6.10.3. Estratégia – Reduzir, Reutilizar e Reciclar

As três práticas fundamentais de Reduzir, Reutilizar e Reciclar – 3R - combinadas com

a disposição adequada de rejeitos constitui a estratégia básica da gestão de resíduos,

nos planos de gestão de referência (Espanha, Estados Unidos, Austrália e Canadá).

Para que esta estratégia possa cumprir com os objetivos previstos, é requerido o

compromisso e a atenção de todas as partes envolvidas no processo de geração dos

RCC – ciclo de vida do processo – como se descreve em seguida (NYC, DDC, 2003).

Departamento de projeto e construção: assim como o cliente e o gestor,

estabelecem e se encarregam de manter a direção da estratégia estabelecida.

Equipe de arquitetos do projeto: engenheiros e outros consultores que

propõem alternativas para prevenção e reutilização dos resíduos bem como

estabelecem os objetivos para obtenção de material reciclado em cada tipo de

projeto.

Equipe de construção: planeja e implanta o programa de reciclagem previsto,

as práticas de prevenção e de reutilização dos materiais na obra.

Para que a estratégia tenha êxito, a redução na produção dos RCC deve ser uma parte

integrante da tomada de decisões, que pode ser obtida com a unificação das estratégias

de cada grupo de trabalho, buscando sempre a cooperação e o diálogo.

Os RCC tem seu potencial de valorização reconhecido, mas sua viabilidade pode ser

limitada por motivos técnicos, de regulação de mercado, ausência de normas e

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orientações legais e pelos baixos custos de sua disposição em aterro Classe A, o que

acaba por desestimular a opção por outras alternativas.

Os agregados reciclados produzidos no processo são materiais versáteis que podem

ser reutilizados com objetivos diversificados. Por este motivo, pode-se afirmar que é um

dos subprodutos mais importantes da reciclagem de RCCV. Algumas possibilidades de

uso são:

a) Bases e sub-bases para pavimentação de estradas de vias vicinais nas quais não

se prevê passagem de veículos pesados como, por exemplo, caminhões e, ainda

para projetos de urbanização de áreas industriais;

b) Agregados ou resíduos de tijolo podem ser utilizados para drenagem,

preenchimento de sarjetas e superfícies de caminhos rurais e trilhas;

c) Agregados ou resíduos de tijolos podem ser reutilizados para cobertura da superfície

de pátios externos e telhados;

d) Agregados para produção de concreto leve;

e) Para os elementos pertencentes aos resíduos inertes, existe um mercado

emergente no que se refere a:

o Metais;

o Vidro;

o Materiais nobres da construção e carpintaria (cercas, portas, grades,

janelas, estruturas, etc.).

Outros materiais recuperados como o papel, papelão, madeira e plástico, dispõe de seu

mercado de material reciclado para ser utilizado como matéria prima na elaboração dos

novos produtos.

Os percentuais de resíduos com potencial de reciclagem podem oscilar de acordo com

o local de geração (ALDANA, J. SERPELL, A., 2012). Este fato pode ser ilustrado pelas

informações apresentadas no quadro a seguir:

Quadro 27 – Percentual de resíduos recicláveis presentes no RCCV de diversos países do mundo.

País Percentual

Alemanha 17%

Dinamarca 81%

Holanda 90%

Reino Unido 45%

Espanha, Grécia, Portugal <5%

Brasil 8%

Noruega 7%

Israel 20%

Bélgica 87%

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País Percentual

França 15%

Itália 9%

Áustria 51%

Austrália 51%

Japão 65%

Estados Unidos 30%

Suíça 80%

Fonte: Topics and tendencies of construction and demolition waste: a meta-analysis, Revista de la construcción, vol. 12 No 22, 2012.

No caso da Espanha quando se realiza uma comparação da evolução da geração e da

estratégia de gerenciamento dos RCD gerados em Madri e na região da Catalunha nos

últimos anos é fácil perceber que houve uma queda notável do percentual de resíduos

aterrados do ano de 2003 para 2004 (Adaptado da informação do Conselho de Meio

Ambiente e ordenação territorial da comunidade de Madri, 2010/ Consejería del medio

ambiente y ordenación del territorio de la comunidad de Madrid, 2010).

Quadro 28 - Geração dos RCD e quantidades destinadas à disposição final em aterro sanitário (2002 –

2009).

GERAÇÃO DE RCD E QUANTIDADES DESTINADAS À DISPOSIÇÃO EM ATERRO SANITÁRIO, 2002 – 2009 EM MADRI

Ano Geração (t) Envio ao aterro

sanitário(t) Redução no aterramento

(%)

2002 5.527.152 8.011.296 ---

2003 5.674.911 7.069.962 -13.32%

2004 5.810.229 4.026.521 -75.58%

2005 5.929.097 2.033.828 -97.98%

2006 5.995.601 1.917.933 -6.00%

2007 6.063.108 2.009.989 +0.05%

2008 6.116.403 1.236.515 -62.55%

2009 6.163.554 778.779 -62.98%

Fonte: Adaptado da informação do Conselho de Meio Ambiente e ordenação territorial da comunidade de Madri, 2010 (Consejería del medio ambiente y ordenación del territorio de la comunidad de Madrid, 2010).

Como se pode observar, as quantidades de RCD dispostos em aterros controlados entre

2001 e 2003 superam as estimativas. Em 2002 pouco mais de 8 milhões de toneladas

eram encaminhadas para disposição em aterros sem o tratamento prévio, reciclagem e

reuso. Já em 2009 apenas 779 mil toneladas foram dispostas em aterro. Nota-se que,

essa queda, a partir do ano de 2003, foi coincidente com o ano de introdução do imposto

(cheque caução).

Além deste fator, outras medidas tomadas na última década para estimular a redução

da disposição final de resíduos da construção civil e de demolição em aterros também

contribuíram para a redução dos dados de disposição. Dentre elas, ressalta-se a criação

de uma rede pública autônoma de instalações para o gerenciamento de RCD e o

estabelecimento de uma garantia proporcional ao volume de RCD gerados em uma

determinada obra, dentre outras.

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Em seguida, serão demonstrados: o total de resíduos gerados, bem como a quantidade

destinada ao aterro sanitário e o volume tratado nas plantas de reciclagem, no período

de 2001 a 2012 na Catalunha, Espanha (Evolução da Gestão dos resíduos da

construção, Agência de Resíduos da Catalunha, 2013/ “Evolució de la Gestió dels

residus de la construcció, Agència de Residus de Catalunya, 2013”).

Quadro 29 - Geração de RCD e quantidade destinada à disposição em aterros específicos para RCD, 2002

– 2009 (Catalunha, Espanha).

GERAÇÃO DE RCD E QUANTIDADE DESTINADA À DISPOSIÇÃO EM ATERRO PARA RCD, 2002 – 2009 NA CATALUNHA, ESPANHA.

Ano Geração

(t)

Disposição final em aterro sanitário

(t)

Entrada para valorização

(t)

% reciclagem em plantas do total

gerado

2001 6.849.508 6.401.285 448.223 6,5%

2002 5.821.476 5.025.918 795.558 13,7%

2003 6.315.283 5.420.531 894.752 14,2%

2004 7.064.521 5.936.551 1.127.970 16,0%

2005 8.759.203 7.246.365 1.512.838 17,3%

2006 10.961.145 9.081.558 1.879.586 17,1%

2007 10.657.385 8.857.810 1.799.575 16,9%

2008 7.408.785 6.073.199 1.335.586 18,0%

2009 4.714.237 2.623.541 2.090.696 43,5%

2010 3.527.020 1.496.375 2.030.645 57,6%

2011 3.234.072 1.653.350 1.580.722 48,9%

2012 2.540.320 1.446.750 1.093.570 43,0% Fonte: Adaptado do relatório Evolução da Gestão dos resíduos da construção, Agência de Resíduos da Catalunha, 2013 (Evolució de la Gestió dels residus de la construcció, Agència de Residus de Catalunya, 2013).

No gráfico abaixo são mostrados os dados apresentados no Quadro 29 com a inclusão

do ano de 2013:

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Figura 14 - Evolução da gestão dos resíduos da construção e demolição na Catalunha 2001 - 2013.

(entrada de resíduos nas instalações de gestão de RCD). Fonte: Agência de resíduos da Catalunha, disponível em:

http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:57gANR76wMEJ:premsa.gencat.cat/pres_fsvp/docs/2014/07/

11/13/10/2c078ae4-872b-4e5d-b7b2-e5ef0dc030da.ppt+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk.

As atividades de construção estão estreitamente ligadas aos ciclos econômicos já que

a queda da geração apresenta indiscutivelmente, como fator principal, a crise

econômica pela qual a Espanha passou no ano de 2008. Para se ter uma ideia

quantitativa, de acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas da Espanha (INE, 2010),

o número de projetos para novas obras na Catalunha caiu de 12.334 em 2007, para

4.748 em 2008.

No ano de 2012, as plantas de valorização absorveram 43% dos resíduos da construção

e demolição gerados na Catalunha. Os dados estatísticos de 2012, apresentados

abaixo, foram obtidos a partir da entrada de resíduos nas instalações autorizadas para

a gestão de RCD que estavam em funcionamento na época e mostram o destino dos

RCD gerados (Evolução dos resíduos da construção, Agência de Resíduos da

Catalunha, 2013/ Evolució de la Gestió dels residus de la construcció, Agència de

Residus de Catalunya, 2013):

a) Aterros especiais para recebimento de RCD: 55%;

b) Plantas de reciclagem: 44%;

c) Plantas de classificação (Resíduo Volumoso): 9%;

d) Plantas de transbordo: 12%.

A Figura 15 apresenta o mapa da Catalunha (Espanha) e o mapeamento das

instalações para a gestão de RCD em funcionamento e em construção conforme dados

de dezembro de 2009.

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Figura 15 - Localização geográfica das instalações para valorização, disposição e transbordo de RCD na

região da Catalunha, Espanha, (dez. 2009). Fonte: Residus de la Construcció, informe 2009, Agència de Residus de Catalunya.

Quadro 30 - Instalações para Valorização, Disposição e Transbordo de RCD na região da Catalunha,

Espanha (dez. 2009).

TIPO DE INSTALAÇÃO EM

FUNCIONAMENTO EM CONSTRUÇÃO

Valorização Planta de reciclagem (23)

Planta de classificação (5) (1)

Disposição Aterro Sanitário (46)

Transferência (11)

Fonte: Adaptado do relatório Evolução da Gestão dos resíduos da construção, Agência de Resíduos da Catalunha, 2013 (Evolució de la Gestió dels residus de la construcció, Agència de Residus de Catalunya, 2013).

De acordo com a Agência de Resíduos da Catalunha, no ano de 2009 a absorção dos

RCD gerados na região apresenta a tendência de destino dos RCCV gerados

apresentada na Figura 14 (Residus de la Construcció, informe 2009, Agència de

Residus de Catalunya).

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Figura 16 - Mapa que representa a absorção dos RCD gerados na região da Catalunha no ano de 2009. Fonte: Residus de la Construcció, informe 2009, Agència de Residus de Catalunya.

Quadro 31 - Dados referentes à Figura 16. Gestão dos RCD gerados na Catalunha para cada

zona.

Território % resíduos

gerenciados por zona

% enviado para reciclagem

% enviado a aterro sanitário

Zona 1 42,61 61,46 38,54

Zona 2 10,95 73,90 26,10

Zona 3 25,92 16,87 83,13

Zona 4 10,39 15,86 84,14

Zona 5 1,98 52,73 47,27

Zona 6 7,61 33,53 66,47

Zona 7 0,55 0,00 100,00

TOTAL 100,00% 43,50% 56,50% Fonte: Adaptado do relatório “Residus de la Construcció, informe 2009, Agència de Residus de Catalunya”.

Para fins referenciais serão descritos a seguir os custos de entrada nas plantas de

reciclagem de RCC localizadas em três países da comunidade Europeia: Alemanha,

Bélgica e Espanha. Destaca-se que os valores para Bélgica e Alemanha são referentes

Plantas de reciclagem

Aterro específico para RCD

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Pag. 71

ao ano de 2004 e para Espanha foram atualizados em 01 de janeiro de 2014

(COGERSA, 2014).

Quadro 32 - Preços pagos para a reciclagem de RCD nas Plantas de reciclagem Belgas, 2004.

PREÇOS DE ENTRADA DOS RCD NAS PLANTAS DE RECICLAGEM BELGAS

Material Euro/t

Concreto (sem ser armado) sem cargas

Concreto armado 1,25 – 2,50

Concreto fortemente armado 6,25 – 12,50

Alvenaria 2,50 – 6,25

RCD heterogêneo incluindo madeira, plásticos. 2,50 – 12,50

Fonte: Adaptado do manual para a Gestión de los resíduos de la construcción y demolición, Departamento de Ordenación de Territorio y Medio Ambiente del País Vasco – IHOBE, 2004 y Brite EuRam CTT-0048, Elaboração própria, Consórcio IDP FR, 2014.

Quadro 33 - Preços de entrada do RCD nas Plantas de reciclagem da Alemanha, 2004.

PREÇOS DE ENTRADA DOS RCD NAS PLANTAS DE RECICLAGEM DA ALEMANHA

Material Euro/t

Resíduos da C&D mineral limpo 3,00 – 5,00

Material de alvenaria 7,50 – 10,00

RCD heterogêneo (menos de 20% de conteúdo mineral) 50,00 – 75,00

Fonte: Adaptado do manual para a Gestão dos resíduos da construção e demolição. Departamento de ordenação territorial e meio ambiente do País Vasco/ Gestión de los residuos de la construcción y demolición, Departamento de Ordenación de Territorio y Medio Ambiente del País Vasco – IHOBE, 2004, Brite EuRam CTT-0048 e Elaboração própria, Consórcio IDP FR, 2014.

De acordo com a Companhia para Gestão de Resíduos Sólidos nas Astúrias os preços

da planta para a gestão de RCD nessa mesma região da Espanha e atualizados em 01

de janeiro de 2014, são:

Quadro 34 - Preços de entrada dos RCD em planta da COGERSA (Compañía para la Gestión de los

Resíduos Sólidos en Asturias, Sociedad Anónima Unipersonal en España).

PREÇOS DE ACEITAÇÃO DOS RCD NA PLANTA COGERSA NA ESPANHA

Material Euro/t

Gestão Mínima 13,18

RCD muito heterogêneo sem classificação na origem 17,17

Resíduos selecionados de madeiras não tratadas 0,00

Resíduos selecionados de plásticos de embalagem

limpos 0,00

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Pag. 72

PREÇOS DE ACEITAÇÃO DOS RCD NA PLANTA COGERSA NA ESPANHA

Material Euro/t

Resíduos selecionados de papel/papelão industrial /

comercial limpos 0,00

Mistura RCD + outros materiais + matéria orgânica 30,45

Concreto, pedra-brita, paredes (heterogêneas) 6,58

Concreto (sem misturas até 900 x 600 mm) 2,38

Pedra / brita (sem misturas) 2,38

RCD heterogêneos e parcialmente classificados 10,19

Resíduos de madeira tratada 8,09

Resíduos de madeira, papelão, plásticos misturados

e limpos 8,09

Concreto armado 6,58

Resíduos metálicos 0,00

Misturas betuminosas 6,58

Materiais de isolamento 17,17

RCD a partir de gesso ou misturas com muito gesso 24,01

Fonte: Compañía para la Gestión de Residuos Sólidos en Asturias, Sociedad Anónima – COGERSA, S.A.U., 2014.

6.10.4. Responsabilidades

Nos países cuja gestão foi tomada como referência (EUA, Espanha, Austrália e Canadá)

são definidas as responsabilidades de cada parte envolvida no processo com a

finalidade de cumprir com os objetivos propostos na estratégia. As responsabilidades

são estipuladas em paralelo com as diferentes fases do ciclo de vida de um projeto, ou

seja – fase de elaboração e planejamento do projeto e fase construtiva - não se

esquecendo do compromisso do patrocinador ou construtora em querer contribuir com

o processo e apresentar à equipe, tanto de projeto como de obra, o seu empenho na

gestão adequada dos RCC, dentre outros aspectos.

6.10.4.1. Responsabilidades na fase de projeto

Ao Gerente de Projeto, ou Project Manager, na fase de Elaboração e desenho do

projeto, são atribuídas as seguintes responsabilidades:

a) Assegurar que as especificações incluídas no projeto para a gestão dos RCC

previstos sejam as adequadas;

b) Assegurar que a gestão dos RCC cumpra com os objetivos propostos na estratégia

e que sejam estritos e especificados para cada projeto;

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Pag. 73

c) Começar de imediato o processo de elaboração do projeto para identificar as

diferentes oportunidades de reutilizar e/ou reciclar. Entender que os projetos de

construção, demolição e remodelação oferecem consideráveis oportunidades para

a aplicação dos 3R - Reduzir, Reutilizar e Reciclar;

d) Instruir a equipe de projeto para que conheça as utilidades dos diferentes materiais

recuperados enquanto são desenvolvidos os objetivos da gestão de resíduos do

projeto;

e) Revisar e discutir os objetivos da gestão dos RCC como parte das reuniões de

progresso do projeto.

6.10.4.2. Responsabilidades na fase de construção

O Gerente de Projeto na fase de construção tem as seguintes responsabilidades:

a) Trabalhar de maneira conjunta com o mestre de obras e o contratante geral da

obra, para desenvolver um Plano de Gestão rigoroso, de acordo com as especificações

estabelecidas pela equipe de elaboração do projeto;

b) Verificar, continuamente, o Plano de Gestão com o contratante e os relatórios

periódicos de boas práticas de reciclagem dos RCC;

c) Realizar continuamente a gestão dos resíduos, baseado nos requerimentos

especificados e no plano de gestão aprovado. Comparar o progresso da reciclagem em

obra com relação ao plano e encaminhar os relatórios pertinentes ao construtor;

d) Manter-se atento para a gestão dos resíduos e para a qualidade dos produtos a

serem utilizados na construção;

e) Coletar informações junto à equipe de Elaboração do projeto com relação ao

plano de gestão de resíduos com o objetivo de adequar e aprimorar as medidas de

prevenção propostas tais como as formas de segregação e armazenamento, etc.

6.10.5. Instrumentos econômicos

Na maioria dos planos de gestão consultados são instituídos instrumentos econômicos

para garantir o cumprimento dos objetivos definidos. A caução ou fiança, por exemplo,

é uma opção. Esta deve ser proporcional ao volume de resíduos (RCC) gerados, sendo

depositada pelo produtor ou gerador em uma conta da Administração Pública no ato de

tramitação da licença municipal. O objetivo desse instrumento é o de cobrir possíveis

imprevistos econômicos relacionados com as responsabilidades do gerador, fazendo-

lhe cumprir com as obrigações relacionadas com a gestão dos RCC gerados.

Em consequência, e como critério fundamental, a responsabilidade de financiamento de

uma gestão adequada de RCC deve ser responsabilidade dos geradores, que terão a

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Pag. 74

obrigação de cobrir os custos correspondentes com a gestão e gerenciamento dos

resíduos gerados.

O depósito da fiança é exigido aos geradores de RCC de obras de pequeno e grande

porte que requerem projetos técnicos para obter a licença municipal. As atividades que

não requerem a aprovação de um projeto técnico para sua execução, mas que estão

submetidas à licença municipal de obra de pequeno porte também necessitam seguir

este procedimento administrativo.

Para a devolução da taxa caução é necessária a apresentação de justificativas do

gerenciamento adequado dos RCC por meio da emissão dos certificados dos

transportadores e centros de valorização e reciclagem dos RCC para os resíduos

encaminhados bem como para prever ainda as possíveis causas de retenção.

A seguir, se apresenta um fluxograma administrativo burocrático (documentação

necessária) da gestão dos RCD na Espanha – de acordo com o RD 105/2008, de 1º de

fevereiro, através do qual se regula a produção e gestão dos RCD na Espanha, e o

Decreto 72/2010, de 28 de outubro, pelo qual se regula a produção e gestão dos RCD

na Comunidade Autônoma da Cantábria na Espanha.

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Pag. 75

Notas: * Concreto, ladrilho, telhas, cerâmicas, metal, madeira, vidro, plástico, papel e papelão. ** É necessário apresentar também documentos que comprovem o destino daqueles resíduos que não foram cedidos ao gestor autorizado, porém entregues para sua reutilização.

Figura 17 - Fluxograma administrativo da gestão dos RCCV em cada etapa de uma obra.

Fonte: adaptado do Guia para a gestão dos RCD em Cantábria 2010 - 2014 (Espanha), de acordo com o Decreto 72/2010, de 28 de Outubro, pelo que se regula a produção e gestão dos RCD na Comunidade Autônoma de Cantábria, Elaboração própria, Consórcio IDP FR, 2014. (Guía para la que se regula la producción y gestión de los RCD en la Comunidad Autónoma de Cantabria, elaboración propia) gestión de los RCD en Cantabria 2010 - 2014 (España), de acuerdo al Decreto 72/2010, de 28 de octubre, por el que se regula la producción y gestión de los residuos de construcción y demolición en la Comunidad Autónoma de Cantabria.

A seguir, são apresentadas as alternativas executadas em localidades diversas

relacionadas com a aplicação de impostos, incentivos e regras no que se refere à gestão

dos RCCV gerados em obras públicas e/ou privadas, além de como gerenciar.

CANTÁBRIA – ESPANHA

O valor da taxa caução ou garantia financeira equivalente é proporcional à quantidade

de resíduos estimada por meio da elaboração e estudo do gerenciamento e gestão dos

mesmos gerando indicadores no orçamento. A taxa é calculada conforme indicado

abaixo:

a) 6 €/m³: quando o estudo de gestão contempla um procedimento adequado para a

segregação dos resíduos na origem.

PROMOTOR CONTRATANTE TRANSPORTADOR GESTOR PREFEITURA

X

X

Validação

FLUXO ADMINISTRATIVO A SER APLICADO PELOS AGENTES ENVOLVIDOSFI

NA

L D

A O

BR

A

Compilação dos

certificados de

Gestão

Solicitação de

devolução da

cauçãoRetenção da taxa

caução

Doc.

Planejamento da

Gestão

Gestão de RCCV

Doc. de controle

da GestãoXX

AN

TES

DA

OB

RA

Geração de

Resíduos

Segregação de

Frações*

Devolução da taxa

caução

DU

RA

NTE

A O

BR

A

Projeto

+

Plano de Gestão

de RCCV

Taxa caução

+

Licença de Obras

Plano de Gestão

RCCV

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Pag. 76

b) 10 €/m³ nos casos restantes.

Valor mínimo: 40 €

Valor máximo: 60.000 €.

A disposição de RCD em aterro sanitário implica uma taxa caução ou garantia financeira

equivalente a 0,2 % do orçamento da obra.

A administração pública pode exigir nos contratos e editais licitatórios que, pelo menos,

10% dos materiais utilizados em obra sejam reciclados desde que a viabilidade técnica

exista.

MADRI – ESPANHA

Cobrança de um imposto de 3 €/m³ para a disposição dos RCD em aterros sem que

este seja valorizado.

O valor da taxa caução ou da garantia financeira equivalente é proporcional à

quantidade de resíduos indicada no orçamento e no estudo de gestão dos mesmos que

deve ser entregue junto ao projeto executivo para aprovação.

c) 10 €/m³: resíduos da construção e demolição de Nível II*.

d) 4,0 €/m³: terras e materiais pétreos que chamamos de resíduos da construção e

demolição de Nível I**:

Valor mínimo do caução: 40 €/m³

Valor máximo: 60.000 €/m³.

*Nível I: Materiais pétreos de escavação não contaminados.

** Nível II: Demais casos.

O valor da fiança não poderá ser inferior a 0,2 % do orçamento da obra.

A administração pública pode exigir nos contratos e editais licitatórios que, pelo menos,

5% dos materiais utilizados em obra sejam reciclados sempre que houver viabilidade

técnica.

NOVA YORK - ESTADOS UNIDOS

Também em Nova York, o valor do caução é proporcional ao volume de resíduos

previstos no plano de gerenciamento de RCCV de determinada obra, que deve ser

apresentado para aprovação juntamente aos projetos arquitetônicos executivos. O valor

mínimo da caução é 0,2% do orçamento da obra, em todos os casos.

e) 10 €/m³: resíduos da construção e demolição de Nível II**:

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Pag. 77

f) 4 €/m³: terras e materiais pétreos ou resíduos da construção e demolição de Nível

I*).

Valor mínimo: 40 €/m³

Valor máximo: 60.000 €/m³.

*Nível I: Materiais pétreos de escavação não contaminados.

** Nível II: Demais casos.

Para as obras privadas é exigida uma taxa de reciclagem in loco de 50% dos resíduos

gerados em obra. Para obras públicas este percentual é mais exigente e igual a 75%.

Essa é uma maneira de responsabilizar os grandes geradores pelos resíduos gerados,

evitar que as usinas de reciclagem públicas ou privadas fiquem sobrecarregadas e ainda

reduzir o volume de resíduo que é encaminhado para aterro sanitário.

AUSTRÁLIA

Cobrança de 35 dólares Australianos para cada metro cubico de RCCV disposto em

aterro.

As obras privadas devem reciclar, in loco, 50% dos resíduos gerados no processo

construtivo e, para a administração pública, esta taxa é igual a 75%.

Além das taxas, impostos e medidas citadas acima, um possível instrumento econômico

que pode ser avaliado é a aplicação de um imposto para a disposição de RCD em

aterros. Para isto, alguns critérios devem ser levados em conta, tais como:

a) Proibir a disposição de RCD em aterro sem que este passe, antes, por um

tratamento prévio ou valorização, quando possível;

b) Isenções para resíduos procedentes de operações de tratamento de RCD,

independentemente de sua classificação;

c) Repercussão do imposto ao produtor de resíduos;

d) Utilização prioritária das receitas oriundas da cobrança para o financiamento de

projetos ambientais que inclua a prevenção e valorização de RCD e a reparação de

danos ambientais provocados pelos RCD.

No caso da Espanha, a cobrança dos impostos para o RCD aterrados é feita por cada

metro cubico de resíduo gerado. No caso da região da Catalunha, também na Espanha,

os impostos são cobrados com base no peso, em toneladas (t), aterrado. A cobrança

fiscal na Catalunha estabelece que o valor arrecadado seja destinado ao fomento de

atividades de redução e recuperação de materiais prevendo o financiamento de

pesquisas de alternativas de aplicação dos materiais recuperados. Já em Madri, não há

menção de um destino específico dos recursos obtidos que são encaminhados ao caixa

geral da Comunidade Autonômica. (Ventosa, 2012)

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Pag. 78

A evolução da cobrança fiscal em Madri (Conselho de Economia e Fazenda da

Comunidade de Madri, Direção Geral de Tributos e ordenação, 2011), apresentou o

seguinte perfil para o período de 2003 a 2009:

Quadro 35 - Evolução do valor arrecadado pela cobrança fiscal pelo RCD em Madri.

Ano Recolhimento (€)

2003 8.145.689

2004 6.966.965

2005 7.279.582

2006 7.079.203

2007 6.755.531

2008 634.305

2009 237.120

Figura 18 – Montante recolhido por meio da cobrança pelo aterramento de RDC

Fonte: Consejería de Economía y Hacienda de la Comunidad de Madrid, Dirección General de Tributos y Ordenación, 2011.

A partir de meados do ano de 2007 houve uma queda considerável do recolhimento

total de impostos sobre o aterramento de RCD. Esse fato está relacionado com a brusca

diminuição da entrada deste tipo de resíduos em aterros, como já comentado

anteriormente no item sobre Estratégia – Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

No Quadro a seguir são apresentados os instrumentos econômicos utilizados por alguns

estados membros da União Europeia, mais especificamente, os impostos cobrados pela

disposição de resíduos da construção e da demolição em aterros de acordo com o artigo

“Gestão de RCD e sua repercussão no desenvolvimento sustentável”, publicado em

2008 por Laura María Aneiros.

Quadro 36 - Instrumentos econômicos utilizados por alguns estados membros da UE para evitar a

disposição de resíduos da construção civil e volumosos em aterros.

0

2.000.000

4.000.000

6.000.000

8.000.000

10.000.000

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Montante (Euros) recolhido por meio da cobrança pelo aterramento de RCD

Montanterecolhido(euros)

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Pag. 79

Estado Membro

Impostos

Dinamarca

- Imposto não finalista de caráter geral para todos os resíduos estabelecido em 1987 e revisado em 1997: 42,5 €/t;

- A extração de britas se agrava com um imposto sobre recursos naturais: 1,35 €/t; - A reciclagem está isenta do imposto sobre resíduos, ao contrário do que acontece

com a incineração ou aterramento (os impostos sobre a entrega de resíduos em aterro são 13% maior do que para incineração).

Holanda

- Imposto geral de caráter dissuasivo para o aterramento: 13,8 €/t. A partir daqui os impostos sobre aterramento variam de província a província entre 22,8 €/t e 13,8 €/t;

- Desde 1997 existe a proibição total para o aterramento de RCD;

- Taxa de aterramento para materiais não recicláveis: 110 €/t; - Taxa planta de classificação dos materiais: 110 €/t; - Taxa planta de trituração: entre 5 e 10 €/t.

Suécia - Imposto geral para aterros introduzido em 2000: 30,05 €/t.

Finlândia - Imposto sobre o aterramento, desde 1997: 15 €/t; - Imposto sobre a gestão de resíduos perigosos.

Bélgica - Imposto federal por declaração para importação/exportação: 16,1 €/t.

Flandres

- Carga definida para resíduos que vão ao aterro ou ao incinerador: 3,6 - 22,2 €/t; - Imposto sobre RCD: 10 €/t. É proibido o aterramento de RCD caso tenham critérios

necessários para a sua aplicação na construção de estradas; - Imposto sobre resíduos perigosos: 94 €/t.

Valônia - Imposto sobre resíduos perigosos: 9,6 – 74,45 €/t.

Alemanha

- Não existem impostos para o aterramento dos RCD. Os únicos instrumentos, de caráter fiscal, são: imposto para o aterro de resíduos perigosos de 96,3 €/t e para o aterro de resíduos industriais volumosos: 75 €/t;

- Incremento dos preços dos aterros, com um valor médio para RCD mistos em torno de 450 €/t;

- Impostos em vigor desde 1996.

Reino Unido

- Para os resíduos ativos (que possuem potencial de valorização): 10 €/t se prevê um incremento de até 14,5 €/t;

- Para os resíduos inativos (pouco valorizáveis) que podem ser usados para o preenchimento ou recuperação de terreno no lugar de origem: 2,9 €/t;

- Atualmente o Governo está avaliando um imposto para os agregados extraídos nas mineradoras.

Itália - Desde 1996 se aplica um imposto sobre o aterramento de resíduos inertes: 10,3 €/t.

França

- Imposto sobre o aterramento de resíduos urbanos e perigosos (fixado no contexto local e em função do volume e procedência – industrial comercial ou residencial – em torno de 6 €/t);

- Imposto para os resíduos industriais tratados: 12 €/t; - Não há imposto para os resíduos inertes.

Espanha, Irlanda, Portugal e Grécia

- Existem impostos sobre o aterramento;

- Na Irlanda existem algumas taxas para a disposição em aterro e um novo imposto sobre o aterramento.

Luxemburgo - Sem informação.

Fonte: Gestão de RCD e sua repercussão no desenvolvimento sustentável e Gestión del RCD y su repercusión en el desarrollo sostenible, Laura María Aneiros, 2008.

6.10.6. Alternativas para a conscientização e Educação Ambiental

A execução de um programa de divulgação e conscientização cidadã tem como

finalidade apresentar a problemática, as normas para sua aplicação e o modelo de

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gestão dos RCC, tanto para o setor diretamente envolvido, como para as

Administrações públicas e para a população em geral. A realização do programa é

essencial para viabilizar a gestão dos RCC e consolidar o Plano.

As estratégias que devem ser abordadas no momento da implantação de um Programa

de Educação Ambiental podem ser classificadas como: formais e informais.

Formais: referem-se aos processos educativos gerados em contextos escolares

direcionados aos corpos docentes, técnicos e universitários.

Geralmente os objetivos da educação formal se baseiam na conscientização e

na mudança de atitudes. O desenvolvimento da consciência ambiental se

manifesta especialmente no compromisso e na participação cidadã durante a

configuração e execução das políticas de gestão ambiental.

Informais: a Educação Ambiental informal é aquela realizada em espaços e

ambientes externos ao sistema de educação formal onde se constroem saberes,

atitudes e valores ambientais que possibilitam a tomada de consciência social

em relação ao valor local e global dos temas e problemas ambientais. Estas

estratégias contribuem para a gestão sustentável dos recursos naturais por meio

de processos de educação, comunicação e treinamento in situ.

Os ambientes nos quais são realizadas as atividades de educação ambiental podem ser

classificados em:

a) Espaços de participação cidadã tais como agrupamentos, ONG’s, municípios, sedes

de partidos políticos, sindicatos, colégios profissionalizantes e técnicos, empresas,

redes socioambientais, fundações, centros regionais de investigação e

desenvolvimento de serviços de informação ambiental entre outros;

b) Espaços comunitários como bairros, famílias, associações de bairros, centros

religiosos, centros educativos de apoio escolar, centros de saúde e qualquer lugar

onde se desenvolvam programas educativos para promover a qualidade de vida com

a necessária responsabilidade dos diversos agentes comunitários envolvidos.

O programa de educação ambiental na gestão dos resíduos pode utilizar as seguintes

ferramentas de comunicação e sensibilização da população:

a) Folhetos informativos;

b) Campanhas de divulgação;

c) Documentos escritos que descrevem a origem de impactos ambientais locais;

d) Painéis com imagens, representações, registros fotográficos, mapas de temas

específicos importantes, como por exemplo, a coleta dos resíduos e as disposições

finais não controladas, impactos na paisagem e no tempo, clima;

e) Vídeos em programas informativos de televisão e rádio;

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f) Redes de rádios comunitárias;

g) Internet;

h) Pesquisas de opinião sobre as necessidades na gestão dos RCC por parte da

população.

Com o objetivo de promover o uso de materiais reciclados, a Administração pode

promover programas técnicos como o curso “Manejo de resíduos da Construção e

demolição na Austrália, Consultoria Hyder, 2011”. O objetivo destes tipos de cursos é o

de envolver os geradores de RCC, consumidores e a população em geral.

Dentre os pontos relevantes lecionados nestes cursos, estão:

a) Demonstração de diferentes locais para a reutilização de material reciclado: sub-

base de obras lineares (estradas, rodovias, etc.) e terraplenagem com amostragem

dos materiais obtidos com a finalidade de elaborar fichas técnicas dos produtos e

análise visual;

b) Utilização dos subprodutos obtidos no processo.

No que diz respeito à conscientização da atividade empresarial quanto à correta gestão

dos RCCV, sugere-se a adoção de estratégias que visem objetivos em longo prazo que

inclua toda a cadeia de processo de geração e tratamento dos resíduos. A seguir,

apresenta-se uma relação de sugestões deste tipo:

a) Registro completo das empresas que geram RCCV, incluindo a tipologia de RCCV

e quantidade estimadas;

b) Registro das empresas e dos autônomos que se encarregam da logística de RCCV

incluindo os carroceiros e catadores de resíduos e as informações completas de

pontos de coleta e localização de instalações que os permita otimizar rotinas e

quantidades coletadas;

c) Estabelecimento e exigência de um documento Manifesto de Transporte de

Resíduos ou Controle de Transporte de Resíduos (CTR) para a coleta e envio ao

tratamento dos resíduos. Este documento seria o único aceito nas plantas de

tratamento da administração;

d) Estabelecimento de programas de incentivos e benefícios a empresas geradoras e

manipuladoras de RCCV com o objetivo de que sigam cada um dos passos

estabelecidos para possibilitar o rastreamento do resíduo.

6.10.7. Campanhas de sensibilização

Para a sensibilização dos trabalhadores, construtoras e todos os empreendimentos

relacionados com a construção ou demolição, além da população em geral, foram

escolhidos vários exemplos de referência que estão implantados atualmente na

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Administração pública ou em empresas de coleta de resíduos, em diferentes locais,

países, estados, etc.

O programa de sensibilização e conscientização realizado pela Administração pública

de Madri (Espanha) foi pensado para potencializar a reciclagem dos resíduos da

construção e demolição de uma forma correta dentro das politicas de cuidado ambiental,

cujo ano de instauração foi 2006 e é o primeiro dos exemplos apresentados abaixo:

Figura 19: Campanha “Somente entulho, Obrigado.” Realizada para a conscientização sobre os

benefícios da reciclagem de resíduos da construção e demolição em Madri. Fonte: Campaña “Solo escombros. Gracias” para la concienciación sobre los benefícios del reciclaje de residuos de la construcción y demolición, Comunidad de Madrid, 2006.

O segundo exemplo é a campanha realizada pela Planta de Reciclagem e Valorização

de Resíduos da Construção e Demolição de Valdepenhas na Espanha, destinada à

população em geral e também para as empresas relacionadas com a produção destes

resíduos, na qual se estimula a correta segregação.

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Figura 20 - Campanha para a reciclagem de resíduos da construção e demolição em um município espanhol.

Fonte: Campanha para a reciclagem de resíduos da construção e demolição, Planta de Reciclagem e Valorização de RCD’s de Valdepenhas, Espanha.

Figura 21 - Campanha para a reciclagem de RCD em Chennai, Índia. Fonte: Campanha para el reciclaje de residuos de la construcción y demolición, Chennai por, www.thehindu.com.

O último exemplo é um gráfico que explica o ciclo ideal para os resíduos da construção

e demolição, realizado pela empresa CEMEX, destinado a todos aqueles produtores

deste tipo de resíduo. O ciclo específica que na própria obra deveria ser realizada uma

classificação inicial antes de encaminhar os resíduos ao tratamento ideal e realizar uma

classificação mais eficiente.

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Figura 22 - Ciclo ideal dos resíduos gerados em obras de construção e demolição.

Fonte: Construdata, 2016. (http://www.construdata.com/Bc/Construccion/Noticias/como_manejar_los_escombros_en_su_obra.asp

6.10.8. Práticas Internacionais de incentivo para o setor da reciclagem dos RCC

Dentro das alternativas locais para promover o setor de reciclagem dos RCC, estão:

a) A inclusão de cláusulas de procedimentos na contratação de obras para uma maior

valorização das ofertas que supõe menor geração de resíduos ou que utilizam nas

unidades de obra agregados e outros produtos procedentes da valorização dos

resíduos acima do mínimo exigido no capítulo dedicado às especificações técnicas

do projeto (II Plano Nacional de Resíduos da construção e Demolição 2008; II

PNRCD, Espanha);

b) Proposição e estudo de uma redução da carga tributária às empresas ou sociedades

que investem em instalações para a proteção do meio ambiente (Ventosa, 2012);

c) Uma possível medida que se pode avaliar consiste na aplicação de um imposto

ambiental sobre a extração de agregados naturais em cavas de mineração. Tais

receitas poderiam fomentar, dentre outros objetivos sustentáveis, o emprego de

agregados reciclados em obras substituindo o uso de agregados naturais;

d) Promover as iniciativas que tenham uma incidência especial na prevenção da

geração dos RCC, em particular nas fases de demolição, desenvolvendo técnicas

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seletivas com o objetivo de reutilizar e valorizar os RCD de um imóvel, edifício ou

obra pública a ser demolido;

e) Na Catalunha, Espanha, existe um modelo no qual se estabelece uma bonificação

aplicável de forma linear onde 60% do valor do imposto sobre a disposição que

retorna à administração pública é deduzida de forma automática no recibo da taxa

do próximo ano.

f) A bonificação é aplicada de forma automática no valor anual do imposto e

corresponde ao número de contribuições anuais realizadas em dias diferentes nas

deixalleries que são os pontos limpos municipais. O Quadro de bonificações está

apresentado a seguir (Guia dos direitos e deveres dos contribuintes, Prefeitura de

Terrassa – Barcelona, 2012).

Quadro 37 - Quadro de bonificações para iniciativas de reciclagem de resíduos.

Contribuições (número de vezes que o munícipio utilizou a infraestrutura)

% Desconto na taxa de resíduos cobrada anualmente

De 4 a 6 10%

De 07 a 12 15%

Mais de 12 20%

Fonte: Guía de los derechos y deberes de los contribuyentes, Ayuntament de Terrassa – Barcelona, 2012.

6.10.9. Medidas a promover

Dentro das medidas que devem ser promovidas incluídas nos diferentes planos de

gestão tomados como referências neste documento podem ser citados os seguintes:

a) Promover a implantação de padrões para a utilização dos agregados reciclados em

obras, com vistas à substituição progressiva fundamentalmente nas obras públicas

de parte dos agregados naturais por um percentual dos resíduos reciclados entre

5% a 10% do total;

b) Estabelecimento de acordos de colaboração com as grandes empresas construtoras

e associações para a adoção de práticas de segregação de RCC na origem;

c) Em casos nos quais a distância de determinado município até as plantas de

tratamento dos RCC e até o aterro sanitário seja superior a 30 km, algumas

experiências internacionais mostram que, o ideal, é que os RCC passem por uma

estação de transbordo onde possam ser armazenados temporariamente. Quando

considerado oportuno, em termos logísticos, neste local pode ser realizada uma

primeira classificação;

d) Promover a aceleração e simplificação dos processos burocráticos para a

autorização das plantas de tratamento dos RCC, frente às instalações de eliminação

(aterros sanitários) ou de tratamento prévio à eliminação (plantas que não cumprem

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com os padrões de recuperação e de eficiência, mas que buscam uma segregação

de certas frações de RCC), (II PNRCD, Espanha).

Com objetivos referenciais, são apresentados os preços de mercado dos materiais

reciclados na gestão dos RCC nas plantas de tratamento da Bélgica e Alemanha no ano

de 2004 e da Espanha atualizado para o ano de 2014 (IHOBE, 2004 y BRITE EURAM

CTT-0048), (COGERSA, 2014).

Quadro 38 - Preço dos agregados derivados dos RCD na Bélgica.

PREÇOS DOS AGREGADOS DERIVADOS DOS RCD NA BÉLGICA

Material/uso/aplicação Euro/t

Concreto e material de alvenaria misturado e triturado para

utilização como material de sub-base. 5,25

Concreto triturado, crivado a um tamanho de 4 a 32 mm, para

ser utilizado na fabricação de concreto.

5,75 – 6,50 (2,50 a menos que os

agregados naturais)

Material de alvenaria triturada (0-56 mm) para preenchimento

de obras de engenharia e estacionamentos para carros. 3,75

Areia crivada e triturada, para sub-base de pavimento ou

embarcadouros. 1,25 – 2,50

Agregados de asfalto reciclado para estradas e

estacionamentos para carros. 3,75 – 5,75

Fonte: Gestão dos resíduos da construção e demolição, Departamento de Ordenación de Territorio y Medio Ambiente del País Vasco – IHOBE, 2004 y Brite EuRam CTT-0048, elaboração própria, Consórcio IDP FR, 2014.

Quadro 39 - Preço dos agregados derivados dos RCD na Alemanha.

PREÇOS DOS AGREGADOS DERIVADOS DOS RCD NA ALEMANHA

Material/uso/aplicação Euro/t

Material de sub-base não triturado pré-crivado (0-45mm) 1,00 – 1,50

Material não triturado pré-crivado 2,50

Material triturado e crivado, para pavimento, sub-base ou embarcadouros

1,50 – 2,50

Agregados triturados de qualidade (0,45mm ou 5-45mm) para utilização como material de base.

3,00 – 5,00

Agregados triturados de qualidade (> 45mm) 4,00

Fonte: Gestión de los resíduos de la construcción y demolición, Departamento de Ordenación de Territorio y Medio Ambiente del País Vasco – IHOBE, 2004 y Brite EuRam CTT-0048, Elaboração própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

De acordo com os dados da Companhia para a Gestão de Resíduos Sólidos nas

Astúrias, Sociedade Anônima COGERSA (SAL), os preços de venda do agregado

resultante do processo de tratamento dos RCD nesta região, atualizados em janeiro de

2014, são:

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Quadro 40 - Preço dos agregados derivados dos RCD na Planta COGERSA na Espanha.

PREÇO DOS AGREGADOS DERIVADOS DE RCD NA PLANTA COGERSA* NA ESPANHA

Material/uso/aplicação Euro/t

Agregado de 0-40 mm (material granulado) 3,00

Agregado de 40-100 mm (brita) 3,00

* http://www.cogersa.es/metaspace/portal/14498/14519-inicio

Fonte: Compañía para la Gestión de Resíduos Sólidos en Asturias, Sociedad Anónima – COGERSA, S.A.U., 2014.

6.10.10. Exemplos de obras realizadas com agregados reciclados

A seguir serão apresentadas algumas obras realizadas com agregados procedentes do

tratamento de resíduos da construção e demolição na Espanha. Para tais obras foi

utilizado um procedimento de controle e seguimento mediante a realização das

seguintes atividades (Projeto GEAR, 2012):

a) Visita à obra;

b) Revisão das informações indicadas no check-list para garantir o preenchimento

correto da ficha;

c) Análise de todos os ensaios de caracterização e de controle in situ realizados.

Quadro 41 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados.

Código da obra OBP12.2

Fornecedor do agregado Contemax Gestión Medioambiental, S.L.

Promotor Prefeitura de Gijón

Local Gijón – Espanha

Descrição da obra Reurbanização do entorno da autopista A-66 com a Av. de Portugal

Uso específico do agregado reciclado

Sub-base de vias no último trecho de Autopista

Tipo de agregado 25/50 mm agregado reciclado misto

Quantidade utilizada (t) 1,152

Procedimentos realizados

O trecho da estrada foi frisado e readequado, empregando posteriormente agregado reciclado misto 0-25 mm como sub-base em todo o trecho, estendendo-se com retroescavadeira e compactado com rolo compactador de 20 t. Logo, se estendeu e compactou uma base de material granulado artificial, aplicando-se o asfalto na zona de rodagem e bordas, e terra vegetal na rotatória e taludes.

Conformidade do produto utilizado O material se comporta segundo as exigências do PG-3 para

sub-bases. Conformidade do produto fabricado

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Conclusões e observações

O resultado final tem sido satisfatório tendo em conta o uso destinado ao trecho.

Fonte: Adaptado do portfólio técnico do grupo IDP (2015)

Quadro 42 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados.

Código da obra OBP 20.5

Fornecedor do agregado Gestora de Runes de la Construcción – UTE Segria

Promotor Prefeitura de Lleida

Local Lleida – Espanha

Descrição da obra

Pavilhão Balàfia-Secà de Sant Pere (2ª fase): material granulado 0/40 mm para base em trecho de caminho asfaltado para passagem provisória de veículos. O material granulado é espalhado em uma única camada de 30 cm e compactado com um rolo compactador acima de 15 t. Posteriormente, aplica-se uma camada de rodagem asfáltica.

Uso específico do agregado reciclado

Base para caminho asfaltado

Tipo de agregado Agregado reciclado 0/40 mm

Quantidade utilizada (t) 6,600

Procedimentos realizados

Realização de ensaios de controle sobre o material granulado segundo PG-3, protocolo do Projeto GEAR, e exigências da direção de obra.

Conformidade do produto utilizado De modo geral, o agregado reciclado esteve conforme com as

características indicadas pelo PG-3. Os resultados de densidade e umidade in situ foram considerados muito bons. Conformidade do

produto fabricado

Conclusões e observações

O pavimento foi executado sem problemas e o resultado final foi satisfatório. De acordo com os resultados obtidos, o material apresenta uma absorção de 12 a 13%. Foi determinado um requerimento de maior disponibilidade de água na obra durante o processo de compactação.

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Fonte: Adaptado do portfólio técnico do grupo IDP (2015)

Quadro 43 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados.

Código da obra OBP 25.2

Fornecedor do agregado Reciclaje de Inertes del Noroeste, S.L. (RECINOR)

Promotor Concello de Ferrol

Local A Coruña – España

Descrição da obra Via secundária de acesso de tráfego pesado a cava de mineração de Las Calenas e renovação das redes de saneamento em São Paulo (Ferrol).

Uso específico do agregado reciclado

Os trabalhos realizados foram a renovação das redes de saneamento existentes, de forma que a aplicação dos materiais tenha sido especialmente para assentamento ou envolvimento de tubos e preenchimento de canalização. Foram utilizados agregados 0/20 mm e 20/60 mm para preenchimentos do nivelamento, e o material granulado como sub-base. A brita reciclada mista foi utilizada como componente de concreto em massa fabricada com substituição de 20 e 40%.

Tipo de agregado Material granular artificial reciclado 0/20 mm de concreto, areia reciclada mista e de concreto 0/6 mm e brita reciclada 20/60 mm.

Quantidade utilizada (t)

Areia 0/6 mm concreto: 26,00 Areia 0/6 mm mista: 619,38 Brita 12/25 mm concreto: 241,84 Agregado 0/20 mm: 865,54 Agregado 20/60: 107,76 Material granulado de concreto: 2.374,30

Procedimentos realizados

Lançamento e compactação do material. Testes do concreto com brita 12/25 mista, a 20 e 40% de agregado reciclado. Realizadas análises da mistura granulada reciclada.

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Código da obra OBP 25.2

Conformidade do produto utilizado

O agregado reciclado não cumpria com todos os requisitos do PG-3. O material reciclado misto cumpre com os requisitos da EHE 08, exceto a quantidade de material cerâmico presente, a absorção e o coeficiente Los Angeles.

Conformidade do produto fabricado

Os ensaios de compactação in situ foram satisfatórios. O concreto com 20% de agregado reciclado apresentou resistência média após 7 dias de 24,8 MPa, após 29 dias de 28,9 MPa e consistência branda. O concreto com 20% de agregado reciclado apresentou resistência media após 7 dias de 20,7 MPa e consistência fluida.

Conclusões e observações

A obra foi executada sem problemas e o resultado final foi satisfatório.

Fonte: Adaptado do portfólio técnico do grupo IDP (2015)

Quadro 44 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados.

Código da obra OBP 26.1

Fornecedor do agregado Sudismin, S.L.

Promotor Prefeitura de Zaragoza

Local Zaragoza – España

Descrição da obra Execução de sub-base de estrada e de pista de trem em obras de construção da linha de trem (“Tranvia”) de Zaragoza.

Uso específico do agregado reciclado

Base de material granulado artificial

Tipo de agregado Agregado reciclado 0/25 mm

Quantidade utilizada (t) 7,745 (até outubro de 2010)

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Pag. 91

Código da obra OBP 25.2

Procedimentos realizados

O transporte se realiza mediante um dumper desde a planta de tratamento até a zona de armazenamento temporário de materiais para uso nos finais de semana quando as instalações se encontram fechadas. Procedimento de produção segundo o Caderno de Condições da Obra, transporte, aterramento, irrigação e compactação por meios mecânicos. Agregados fabricados na planta com marca de CE.

Conformidade do produto utilizado

Em termos gerais o agregado reciclado estava conforme com as características indicadas pelo PG-3.

Conformidade do produto fabricado

A conformidade do produto utilizado e fabricado foi considerada satisfatória tendo em conta o uso destinado ao trecho.

Conclusões e observações

O armazenamento temporário e prolongado do material reciclado pode provocar sua desagregação e, por isso, sugere-se que seja empregado sem depósito em obra. O material é regado intensamente antes de passar pelo processo de compactação mediante trator equipado com cuba compactadora. Não sendo suficiente o risco na extensão, é solicitada à empresa administradora do agregado a umectação do mesmo no depósito sobre o caminhão, mediante trator e cuba ou manualmente com mangueira.

Fonte: Adaptado do portfólio técnico do grupo IDP (2015)

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Pag. 92

Quadro 45 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados.

Código da obra OBP 9.1

Fornecedor do agregado Áridos Reciclados, S.A.

Promotor Metrô de Madrid

Local Madri – Espanha

Descrição da obra Linha 9 Metrô Madri

Uso específico do agregado reciclado

Material granulado artificial para preenchimento de valas

Tipo de agregado 0/50 mm agregado reciclado de concreto

Quantidade utilizada (t) 4,544

Procedimentos realizados

O total da obra consiste na prolongação da Linha 09 do Metrô de Madri. Como parte desta obra foram construídos uma série de pilares com o objetivo de servir de apoio a uma laje que faria a cobertura na nova estação do metrô. Uma vez passado o tempo de cura do concreto desta laje, se procedeu à retirada das escoras. O concreto procedente do pilar triturado in situ foi utilizado como material de preenchimento na vala perimetral da viga de suporte da laje citada. Após a umectação foi realizada compactação manual.

Conformidade do produto utilizado

Em geral o agregado reciclado esteve em conformidade com as características indicadas pelo PG-3.

Conformidade do produto fabricado

Conclusões e observações

O pavimento foi executado sem problemas e o resultado final foi satisfatório.

Fonte: Adaptado do portfólio técnico do grupo IDP (2015)

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Pag. 93

Quadro 46 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados.

Código da obra OBP 22.2

Fornecedor do agregado Noulas Resevi, S.L.

Promotor Cespa GR

Local Vila-Real (Castellón) – Espanha

Descrição da obra Pátio para caminhões Cespa em Vila-Real (estacionamento)

Uso específico do agregado reciclado

Pátio (zona de estacionamento)

Tipo de agregado Árido reciclado misto 0/40 mm

Quantidade utilizada (t) 459,90

Procedimentos realizados Foram realizadas inspeções visuais e os ensaios de controle segundo o PG-3 e protocolo de controle do Projeto GEAR.

Conformidade do produto utilizado

Em termos gerais o agregado reciclado estava em conformidade com as características indicadas pelo PG-3.

Conformidade do produto fabricado

Sem informação.

Conclusões e observações A conformidade do produto utilizado e fabricado foi considerada satisfatória, considerando o uso para o qual foi destinado.

Fonte: Adaptado do portfólio técnico do grupo IDP (2015)

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Pag. 94

Quadro 47 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados.

Código da obra OBP 25.3

Fornecedor do agregado Reciclaje de Inertes del Noroeste, S.L. (RECINOR)

Promotor -

Local A Coruña – Espanha

Descrição da obra Caminho para pedestres (Paseo Marítimo San Valentín)

Uso específico do agregado reciclado

Solo-cimento*

Tipo de agregado Agregado reciclado misto 0/6 mm

Quantidade utilizada (t) 77

Procedimentos realizados A execução da obra seguiu os procedimentos indicados no PG-3.

Conformidade do produto utilizado

Em termos gerais, o agregado reciclado estava em conformidade com as características indicadas pelo PG-3.

Conformidade do produto fabricado

Os ensaios de compressão da mistura fabricada em laboratório cumprem com as especificações do PG-3 para seu uso como solo-cimento, obtendo-se resistências de 4 MPa para o conteúdo mínimo exigível de cimento de 3%.

Conclusões e observações O pavimento foi executado sem problemas e o resultado final foi satisfatório, tendo em vista o uso para o qual foi produzido.

Fonte: Adaptado do portfólio técnico do grupo IDP (2015)

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Pag. 95

Quadro 48 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados.

Código da obra OBP 1.C1.1

Fornecedor do agregado Verbena

Promotor -

Local Villanueva de Castellón (Valência) – Espanha

Descrição da obra Trecho experimental na CV-560

Uso específico do agregado reciclado

Solo-cimento melhorado tipo SC40

Tipo de agregado Solo e material granulado artificial reciclado (0/40) mm

Quantidade utilizada (t) 500 m³

Procedimentos realizados A execução da obra seguiu os procedimentos indicados na PG-3.

Conformidade do produto utilizado

Foram realizados ensaio de caracterização do material granulado reciclado para seu uso na fabricação de solo cimento. A granulometria se adaptou ao uso previsto como um solo-cimento SC40 e os ensaios de plasticidade, matéria orgânica e sulfatos cumpriram as exigências previstas no PG-3 para tal finalidade.

Conformidade do produto fabricado

Os ensaios de compressão da mistura fabricada em laboratórios, cumpre as especificações do PG-3 para seu uso como solo cimento, obtendo-se uma resistência de 4 MPa para o conteúdo mínimo exigível de cimento de 3%.

Conclusões e observações O pavimento foi executado sem problemas e o resultado final foi satisfatório tendo em conta o uso destinado ao percurso.

Fonte: Adaptado do portfólio técnico do grupo IDP (2015)

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Pag. 96

Quadro 49 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados.

Código da obra OBP 5.C1.1

Fornecedor do agregado Asociación La Belonga, Impulso Industrial Alternativo

Promotor Universidade de Oviedo

Local Latores, Oviedo (Asturias) – Espanha

Descrição da obra

Produção de meio-fio de concreto com 0% (concreto de controle), 20%, 50%, 70%, 100% de substituição de agregado natural por agregado reciclado.

Largura = 500 mm.

Uso específico do agregado reciclado

Material granulado para a produção de meio-fio de concreto.

Tipo de agregado Agregado reciclado misto de concreto ARM-h. Fração; 0-10mm. Presença maioritária de resíduos de concreto. Composição (concreto 71%, agregados 29%)

Quantidade utilizada (t) 3,4

Procedimentos realizados

O meio-fio foi fabricado da mesma forma e o procedimento utilizado para a produção de um concreto com agregado natural. Entretanto, houve um ajuste no volume de água na mistura.

Conformidade do produto utilizado

O produto final não apresentou variações significativas em comparação às peças fabricadas com agregado natural quando o percentual de substituição foi inferior a 50%.

Conformidade do produto fabricado

Sem informação.

Conclusões e observações

O meio-fio foi fabricado da mesma forma e procedimento utilizado para a produção de um concreto com agregado natural. Entretanto houve um ajuste no volume de água na mistura.

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Pag. 97

Fonte: Adaptado do portfólio técnico do grupo IDP (2015)

Quadro 50 - Detalhes de uma obra Espanha realizada com agregados reciclados.

Código da obra OBP 10.1

Fornecedor do agregado Arids Pérez, S.L.

Promotor Arids Pérez ,S.L.

Local Can Cararact – Caldes Montbui (Barcelona) – Espanha

Descrição da obra

Produção comercial de blocos GDP de concreto para os fechamentos. O percentual de substituição de agregados natural por reciclado pode variar entre 50% e 100%. Os blocos são maciços já que há um interesse da empresa em colocar uma máxima quantidade de agregado reciclado, e, por ser um muro que funciona por pressão é conveniente que seja pesado. Os blocos são fabricados com elementos de encaixe para evitar o deslizamento dos mesmos. Os blocos que são colocados na parte superior do muro apresentam um acabamento liso.

Uso específico do agregado reciclado

Material granulado para a produção de blocos GDP de concreto para fechamentos.

Tipo de agregado Agregado reciclado misto 5/10 e 12/40 mm.

Quantidade utilizada (t) 15.600 t/ano

Procedimentos realizados

A mistura de concreto foi fabricada com agregados reciclados e em seguida foi introduzida em um molde para obter o formato desejado. Podem ser adicionados os corantes apropriados para conseguir o aspecto de rocha natural.

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Pag. 98

Código da obra OBP 10.1

Conformidade do produto utilizado

O agregado que constitui o bloco GDP está isento de agentes contaminantes, de matéria orgânica, de sulfatos, tem uma baixa proporção de finos e há um contínuo controle de qualidade. O concreto possui boa consistência, ótima resistência a compressão e bom comportamento na retração. Além disso, os blocos permitem uma montagem simples, rápida e segura com um impacto ambiental reduzido. Possui grande solidez e são econômicos.

Conformidade do produto fabricado

Sem informação.

Conclusões e observações

A mistura de concreto foi fabricada com agregados reciclados e durante o processo foi introduzida em um molde para obter a forma desejada. Podem ser adicionados os corantes apropriados para conseguir o aspecto de rocha natural.

Fonte: Adaptado do portfólio técnico do grupo IDP (2015)

Quadro 51 - Detalhes de uma obra na Espanha realizada com agregados reciclados.

Código da obra OBP 31.4

Fornecedor do agregado Casalé Transporte y Excavaciones S.L.

Promotor Diputación Provincial de Zaragoza

Local Zaragoza – Espanha

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Pag. 99

Código da obra OBP 31.4

Descrição da obra

A obra consiste na construção de um edifício de serviços na localidade de Cinco Olivas. É desenvolvida em um único pavimento com uma superfície construída de 224,5 m2. Toda a fundação e estrutura são projetadas na origem com HRA e foi executada de acordo com estas exigências. As fundações foram elaboradas com sapatas isoladas com estacas e suporte radier como apoio aos muros de fachada. A estrutura é de pórticos ortogonais de concreto armado com seções unidirecionais de 25+5/70 cm com blocos de concreto. Em algumas das zonas a laje é substituída por lajes de HRA-25 de 20 cm de espessura. O volume de HRA-25 empregado nos diferentes elementos é composto por: sapatas, vigas de borda e muretas: 55,44 m3, pilares 5,13 m3, lajes 40,9m3 e soleira 33,7 m3.

Uso específico do agregado reciclado

Concreto armado com 20% de agregado reciclado grosso aplicado nas fundações, pilares, laje e soleira.

Tipo de agregado Agregado reciclado de concreto 4/20 mm.

Quantidade utilizada (t) 25,8

Procedimentos realizados

O agregado reciclado foi submetido a ensaio de acordo com o artigo 28 da Instrução EHE08 para determinar a identidade do mesmo como agregado e poder dosificar o concreto com finalidades estruturais. Tanto o processo de mistura do concreto como a sua utilização na obra não contou com nenhum procedimento específico. Foram respeitadas as exigências impostas pela Instrução EHE08 como em qualquer outra estrutura de concreto convencional, controlando os prazos de cura do concreto.

Conformidade do produto utilizado

O agregado reciclado foi submetido a ensaios de acordo com o artigo 28º da Instrução EHE08 para determinar a idoneidade do mesmo como agregado para dosificar concretos com finalidades estruturais. Tanto o processo de mistura do concreto como a sua utilização na obra não contou com nenhum procedimento específico. Foram respeitadas as exigências impostas pela Instrução EHE08 como em qualquer outra estrutura de concreto convencional, controlando os prazos de cura do concreto.

Conformidade do produto fabricado

Conclusões e observações A obra foi executada sem problemas e o resultado final foi satisfatório. Nenhum problema foi destacado.

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Pag. 100

Código da obra OBP 31.4

Fonte: Adaptado do portfólio técnico do grupo IDP (2015)

6.10.11. Aspectos comparativos entre modelos de gestão

Em seguida, foi elaborado um quadro comparativo dos diferentes modelos de gestão,

tomando como base o país, formas de declaração da geração de resíduos, mecanismos

de arrecadação e devolução, normativa de referência e uso proposto do produto final

valorizado.

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Pag. 101

Quadro 52 - Quadro comparativo entre modelos de gestão e mecanismos para a gestão adequada dos resíduos da construção civil em diferentes países.

PAÍS CIDADE DECLARAÇÃO

DE RCC

MECANISMO DE

ARRECADAÇÃO

MECANISMOS

DE DEVOLUÇÃO REFERÊNCIA USO DO PRODUTO FINAL

Espanha

Cantábria

No momento de

tramitação da

licença de

construção/obra

Taxa caução associada à

concessão da licença de

obra/construção.

Justificativa

mediante

certificado de

gestão e

transporte.

Anexo III, Decreto 72/2010.

Restauração de cavas de extração

mineral a céu aberto, acondicionamento

e preenchimento com objetivos

construtivos.

Madri

No momento de

tramitação da

licença de

construção/obra

.

Taxa caução associada à

concessão da licença de

obra/construção.

Justificativa

mediante

certificado de

gestão e

transporte.

Lei 5 de 2003, de 20 de março.

Brita reciclada: sub-base e base para

construção de estradas;

Solos arenosos: construção de

terraplenagem, preenchimento de

acostamentos e sarjetas;

Material grosseiro: material de

drenagem, obras de quebra-mar e

material de suporte.

Estados

Unidos Nova York

No momento de

tramitação da

licença de

construção/obra

.

Taxa caução associada à

concessão da licença de

obra e do certificado “US

Green Building Council

Certification” da empresa

construtora.

Justificativa de

haver recuperado

no mínimo 50%

dos resíduos

gerados na obra.

Manual de Resíduos da

Construção e Demolição -

Departamento de design e

construção da cidade de Nova

York, 2003 (Construction &

demolition waste manual -

Department of design and

construction of NYC, 2003).

Material alternativo de cobertura diária

para aterros;

Madeiras recuperadas como

combustível para caldeiras;

Base granulada para obras lineares

Segundo o Departamento de

Transportes dos Estados Unidos (US

Department of transportation).

Austrália Sidney ----

Não existe uma taxa caução

específica vinculada à

tramitação da licença de

obras já que cada produtor

deve se responsabilizar

pelos resíduos de

construção e demolição

gerados. O que existe é uma

taxa de gestão por:

---

Gestão dos resíduos da

construção e demolição na

Austrália, Hyder Consultora,

2011.

(Management of construction

and demolition waste in

Austrália - Hyder Consulting,

2011).

Concreto e tijolo triturado em

caminhos de pouco trânsito bem como

sub-base de pavimentos e aplicações

não estruturais;

Substituto de rocha virgem triturada.

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Pag. 102

PAÍS CIDADE DECLARAÇÃO

DE RCC

MECANISMO DE

ARRECADAÇÃO

MECANISMOS

DE DEVOLUÇÃO REFERÊNCIA USO DO PRODUTO FINAL

Resíduo misto de

construção e demolição

enviado ao aterro licenciado

ou planta de tratamento;

Por material separado e

enviado a instalações de

reprocessamento;

Por resíduos de construção e demolição limpo (concreto, tijolo, etc).

Canadá Ontário ---

Por resíduo misto de

construção e demolição

enviado ao aterro

licenciado.

Uma das barreiras na reciclagem dos resíduos de construção e demolição é o valor reduzido da taxa que se paga para enviar os resíduos sem tratamento para o aterro licenciado para o seu recebimento.

---

Ontario regulation 102/94 and

103/94 are applied to building

projects relate to C&D waste

management.

O concreto triturado é utilizado na construção de obras lineares.

Fonte: Planos consultados para elaboração do documento. Elaboração Própria, Consórcio IDP FR, 2014.

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Pag. 103

6.11. MÉTODOS DE FINANCIAMENTO

Tendo em vista os custos implícitos na gestão dos RCCV, pode ser necessária a

instituição de uma linha específica no orçamento anual viabilizando o estabelecimento

de padrões sustentáveis e qualidade. Isto permite aos administradores dos

estabelecimentos, operar, manter e supervisionar eficientemente o sistema interno de

gestão dos resíduos.

Antes de se planejar a implantação de uma nova infraestrutura para o tratamento de

RCCV deve-se considerar e avaliar a possibilidade de trabalhar em conjunto com

municípios limítrofes com o propósito de que os resíduos coletados simultaneamente

sejam tratados/valorizados em uma planta centralizada tendo em vista os princípios de

ganho de escala pode gerar uma grande economia as etapas de gerenciamento.

Ao realizar uma avaliação comparativa detalhada dos riscos, benefícios e custos dos

diferentes métodos de tratamento centralizados ou descentralizados a decisão de se

investir ou não deve incluir as seguintes considerações: (Barlow, J., Roehrich, J.K. and

Wright, S., 2013)

a) A caracterização dos resíduos;

b) Quantidade de resíduos gerados;

c) Disponibilidade de veículos de transporte ou companhias transportadoras;

d) Infraestruturas disponíveis (vias, tráfego, etc.);

e) Disponibilidade e capacidade de tecnologia de tratamento;

f) Disponibilidade de mão-de-obra com habilidades e a experiência requerida;

g) Orçamento e custos.

A disponibilidade de agentes e técnicos locais que possam proporcionar manutenção

especializada, reparação e troca de peças deve ser considerada no momento da

seleção das tecnologias de tratamento. Sem técnicos locais as tecnologias importadas

podem acarretar custos de importação altos e longos períodos de espera para receber

as reposições e poder realizar as assistências técnicas externas. E, ainda, em caso de

falhas de equipamento deve haver uma forma de reparar e realizar a manutenção

planejada.

6.11.1. Os fundos de coesão da União Europeia

O Fundo de Coesão é um instrumento estrutural que, desde 1994, ajuda os Estados

Membros da União Europeia a reduzir as disparidades econômicas e sociais, bem como

estabilizar suas economias.

O Fundo financia até 85% dos gastos subvencionáveis de projeto de grande porte no

âmbito do meio ambiente e infraestrutura de transporte. Esta medida fortalece a coesão

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Pag. 104

e a solidariedade dentro da UE. Os países subvencionáveis são aqueles considerados

os menos prósperos da União, cujo produto interno bruto (PIB) per capita é inferior a

90% da media da comunidade Europeia – desde 1/05/2004. São eles: Grécia, Portugal,

Espanha, Chipre, República Checa, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Mata, Polônia,

Eslováquia e Eslovênia.

Entre 2004 e 2006 o orçamento direcionado ao Fundo de coesão chegou a 15.900

milhões de euros (valores de 2004) sendo que deste total, mais da metade está

destinada aos noves estados membros.

Quem tem direito a subvenção

Em conformidade com o Regulamento nº1164/94 de 16 de maio de 1994, podem ser

beneficiados pelo fundo os estados membros que:

a) Apresentam produto interno bruto (PIB) per capita, calculado de acordo com as

paridades em poder de compra, inferior a 90% da média comunitária;

b) Aqueles que seguem um programa que os permita cumprir com as condições de

convergência econômica tal como determina a letra c do artigo 104 do Tratado

Constitutivo da Comunidade Europeia.

A partir de 1º de janeiro de 2000, os estados membros que podiam ser subvencionados

no marco do Fundo de Coesão eram: Espanha, Grécia, Portugal e Irlanda. A revisão

intermediária da Comissão de 2003 considerou que a Irlanda - cujo PIB representa 10%

da média - já não cumpria os critérios para ser beneficiária das subvenções do Fundo a

partir de 1º de janeiro de 2004. No dia 1º de Maio de 2004, data da ampliação da UE,

todos os novos Estados Membros (Chipre, República Checa, Estônia, Hungria, Letônia,

Lituânia, Malta, Polônia, Eslováquia e Eslovênia) cumpriam com as condições para

receber ajuda do Fundo.

A ajuda do Fundo é condicionada, ou seja, o financiamento concedido a um estado

membro pode ser suspenso caso este não cumpra com a execução de seu programa

de convergência para a união econômica e monetária estabelecidos no pacto de

estabilidade e crescimento dos países membros. Assim, um déficit público excessivo -

que atualmente para Espanha, Portugal e Grécia significa um valor correspondente a

3% do PIB - caso não seja controlado, pode ser um motivo de reprovação de novos

projetos. É importante destacar que este limite está sendo negociado de forma

individualizada para cada um dos dez novos estados membros de forma que será levado

em consideração o seu próprio déficit público no momento da adesão.

Tipos de projetos que podem ser subvencionados:

Para serem subvencionados, os projetos devem pertencer a uma das seguintes

categorias:

a) Projetos relacionados ao meio ambiente que participem na consecução dos

objetivos do Tratado da CE e, em particular, dos projetos que coincidam com as

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Pag. 105

prioridades da politica comunitária meio ambiental estabelecida pelos planos de

ação ambientais e de desenvolvimento sustentável que couberem.

O Fundo prioriza o abastecimento de água potável, o tratamento das águas

residuais e a eliminação dos resíduos sólidos. Também tem direito as medidas

de reflorestamento, controle da erosão e conservação da natureza.

b) Projetos de infraestrutura de transporte destinado a estabelecer ou desenvolver

as infraestruturas de transporte tal como são definidas pelas pautas da Rede

TransEuropeia de transporte (RTE).

Vale lembrar ainda que a concessão de recurso preza sempre pelo equilíbrio justo entre

o financiamento de projetos de infraestruturas e projetos relacionados ao meio

ambiente.

6.11.2. Concessão de serviços

Nos últimos tempos a privatização das operações de gestão de resíduos tem sido

adotada cada vez mais como estratégia em vários países para estabelecer um método

alternativo de financiamento dos diferentes tipos de obras públicas, entre as quais se

inclui a assistência à saúde. A privatização mediante o modelo de concessão pode ser

uma opção desejável, sobretudo para os métodos de tratamento que requerem elevados

investimentos iniciais para a construção da infraestrutura e aquisição dos equipamentos.

Uma concessão é o outorgamento do direito de exploração por um período de tempo

determinado (normalmente médio-longo), de bens e serviços por parte de uma

administração pública ou de uma empresa a outra, geralmente privada.

O “Real Decreto legislativo 3/2011 de 14 de Novembro” pelo qual se aprova o texto da

Lei de contratos do Setor Público na Espanha, estabelece que a concessão tenha por

objeto a administração dos bens públicos mediante o uso, aproveitamento, exploração

das instalações ou a construção de obras e novos terminais de qualquer tipo, seja

marítimo, terrestre ou aquático dos bens de domínio público. (RD legislativo 3/2011, de

14 de noviembre).

A propriedade dos ativos se reverte à Administração ao final do período de concessão

incluindo os ativos adquiridos pelo operador. Em uma concessão o operador

normalmente obtém suas receitas diretamente dos consumidores já que tem uma

relação direta com o consumidor. Uma concessão inclui, por sua vez, o sistema

completo de infraestruturas (ao operador, isto pode acrescentar os ativos existentes,

assim como a construção e operação de novos ativos).

Existem na atualidade diferentes modelos de estruturas de concessão ou Associações

Público Privadas (APP):

BLT - “Build-Lease-Transfer”

DBFO - “Design-Build-Finance-Operate”

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DBOT - “Design-Build-Operate-Transfer”

DCMF - “Design-Construction-Manage-Finance)

BOOT - “Build-Own-Operate-Transfer”

BOO - “Build-Own-operate”

DBO - “Design-Build-Operate”.

Descreve-se, a seguir, os mais utilizados no âmbito global (Wilde Sapte LLP, Denton

(2006) Public Private Partnerships: Bot Techniques and Project Finance):

a) Associações (ou Parcerias) público-privadas - APP: implicam em um contrato

entre uma entidade do setor público e uma parte privada, na qual a parte privada

presta um serviço público e assume substancialmente o risco financeiro, técnico

e operacional no projeto. Em alguns tipos de APP, o custo de se utilizar um

serviço fica a cargo exclusivo do usuário e não do contribuinte. Em outro tipo

(iniciativa de financiamento privado), o investimento de capital é feito pelo setor

privado em base a um contrato com o governo para a prestação de um serviço,

e o custo da prestação do serviço se confirma em sua totalidade ou em parte

pelo governo.

As contribuições do Governo para uma APP (ou PPP) também podem ser em

espécie (em particular a transferência dos ativos existentes). Nos projetos que

têm como objetivo a criação de bens públicos, como o setor de infraestrutura, o

governo pode proporcionar uma subvenção de capital, na forma de uma

subvenção única, com a finalidade de torná-lo mais atrativo para os investidores

privados. Em alguns outros casos, o governo pode apoiar o projeto mediante a

eliminação das receitas anuais garantidas por um período de tempo fixo

(Healthcare Public Private Partnerships, Department of Health, United Kingdom,

2013).

b) Design Build – DB: o setor público financia o projeto e a construção das

infraestruturas necessárias. O setor privado planeja e constrói os ativos para

cumprir com os produtos definidos dentro de um orçamento estabelecido pelo

setor público.

c) Design-Build-Operate (Maintenance) – DBO(M): neste tipo de contrato, o setor

público possui e financia a construção de novos ativos. O setor privado planeja,

constrói e opera todos os ativos para cumprir com certos produtos estabelecidos.

A documentação para o DBO é normalmente mais sensível que para um BOOT

já que não há documentação de financiamento e tipicamente consistem em um

contrato de obra civil mais um contrato de operação ou uma seção anexa ao

contrato que abarque as operações (PPP in Infrastructures Resource Center,

The World Bank, 2012).

O operador não assume nenhum risco de financiamento, normalmente será paga

uma quantia pelo projeto e construção da planta e logo uma cota de operação

para o período operacional.

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d) Design-Build-Finance – DBF: Com este modelo o setor público contrata o setor

privado para realizar o projeto, a construção e o financiamento total ou parcial de

uma instalação. A responsabilidade da manutenção em longo prazo e a

exploração da instalação fica a cargo do setor público. Este enfoque permite que

o patrocinador do projeto possa englobar todo ou parcialmente o financiamento

durante a fase de construção do projeto. (U.S. Department of infrastructures,

Federal Administration, 2010).

e) Build-Own-Operate-Transfer – BOOT: é uma forma de financiamento de

projetos onde uma entidade privada recebe em concessão do setor público ou

privado para financiar, projetar, construir e operar uma planta declarada no

contrato de concessão durante um tempo determinado. Isto permite que o

proponente do projeto possa recuperar os gastos do investimento operação e

manutenção do projeto (PPP in Infraestructures Resource Center, The World

Bank, 2012).

Devido à natureza de longo prazo dos contratos, a taxa ou imposto aumenta durante o

período que dura a concessão e, frequentemente, está vinculada a uma combinação de

variáveis internas e externas o que permite ao proponente, alcançar uma taxa interna

de retorno satisfatória para seu investimento.

Alguns exemplos de países que utilizam o modelo de concessão BOOT são: Canadá,

Austrália, Nova Zelândia, Tailândia, Turquia, Taiwan, Arábia Saudita, Israel, Índia, Irã,

Croácia, Japão, China, Vietnam, Malásia, Filipinas, Egito em alguns estados dos

Estados Unidos como Califórnia, Flórida, Indiana e Virgínia.

Nas APP (ou PPP’s) onde se inclui o financiamento do projeto, as empresas privadas

podem utilizar diferentes possibilidades para financiar seus custos de alcance total do

contrato. Em alguns casos o setor privado pode apresentar autofinanciamento e afrontar

por conta própria os custos de implantação até que o setor privado tenha disponibilidade

de repor estes custos. Em outros casos, o projeto/construção pode ser financiado

mediante empréstimos por meio de linhas de crédito ou utilização da combinação de

ambos.

No caso de que grandes quantidades de dinheiro sejam necessárias durante longos

períodos de tempo, o projeto pode requerer projetos específicos de financiamento. Os

credores do empréstimo avaliam o risco que tem o projeto de acordo com a capacidade

financeira do patrocinador (U.S. Department of infrastructures, Federal Administration,

2010).

A decisão sobre qual dos enfoques de financiamento deverá ser utilizado, é avaliada

diretamente pelo tamanho da empresa que projeta e constrói e esta depende em grande

parte do seu porte, pela quantidade de dinheiro em espécie, créditos aos quais tem

acesso e tolerância ao risco.

Em seguida, serão apresentadas as modalidades de APP (ou PPP) mais usadas e as

respectivas transferências de riscos de acordo com o documento “Setor Privado como

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Aumenta a transferência de risco para o setor privado

sócio do Governo”, apresentado pelo governo do Porto Rico –- durante o Primeiro Foro

de Infraestrutura Governo e Empresa, em 2013:

Quadro 53 - Modalidades de Associações Público Privadas mais usadas e a transferência de riscos.

DB DBO(M) DBF DBFO(M)

Design-Build Design-Build-Operate

(Maintain) Design-Build-Finance

Design-Build-

Finance-Operate

(Maintain)

Governo define os

requisitos do Projeto e

assume o

financiamento.

Setor privado assume o

risco de projeto,

construção e

normalmente qualquer

sobre-custo.

Setor privado constrói e

maneja o projeto.

Setor privado recebe os

pagamentos periódicos

pela operação.

Setor privado realiza o

financiamento e a

construção.

Setor privado recebe

pagamentos durante o

desenvolvimento do

projeto relacionados ao

seu custo.

Setor privado financia,

constrói e opera

(mantém) o projeto

mediante um contrato

de longo prazo.

Governo ou usuários

provém pagamento

para cobrir custos de

desenvolvimento e

gastos de operação e

manutenção.

Não há transferência

de risco em longo

prazo.

Contrato/Acordo de

longo prazo.

Contrato de aliança de

longo prazo com

financiamento privado.

Contrato de aliança

com financiamento

privado e

propriedade.

Fonte: Adaptado do Primer Foro de Infraestructuras Gobierno y Empresa, Estado Libre Associado de Puerto Rico,

2013.

No caso do Reino Unido, foram introduzidos os acordos de Associação Público Privadas

no setor da saúde em 1991. Em 1896, foi assinado o primeiro contrato DBFO com a

construção e operação do hospital de Norwich com uma capacidade para 1.000 leitos.

O projeto foi finalizado em 2001 dentro do orçamento e 5 meses antes do período

previsto no planejamento (Department of Health, United Kingdom, 2013).

Em 2006 foi assinado o maior contrato de APP (ou PPP) no setor hospitalar com um

orçamento de £1.1 bilhões (£ = Libra Esterlina) no projeto dos hospitais de St.

Bartholomew’s e Royal London e a finalização dos projetos mencionados está prevista

para o ano de 2016.

Desde 2011 foram aprovados ou estão em aprovação mais de 130 contratos de APP

(ou PPP) no setor hospitalar no Reino Unido.

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As vantagens mais relevantes deste tipo de contratos, de acordo com as informações

do Centro de Pesquisa em PPP’s do Banco Mundial (PPP in Infraestructures Resource

Center, The World Bank, 2012) são:

a) Promover o investimento do setor privado;

b) Injetar novos capitais estrangeiros no país;

c) Transferência de tecnologia e know-how;

d) Finalização de projetos dentro do prazo e orçamento previstos;

e) Proporcionar fontes financeiras adicionais para outros projetos prioritários;

f) Liberar carga de orçamento público para o desenvolvimento de novas

infraestruturas.

Estes acordos implicam em esquemas de financiamento privado onde uma empresa

privada projeta, constrói, opera os centros de tratamento e presta seus serviços de

coleta e disposição final dos resíduos gerados pelas instalações governamentais

definidos por meio de contrato de longo prazo negociados, podendo ser entre 15 ou 20

anos (Comissão das comunidades Européias, 2004).

Uma das razões para a privatização da gestão de resíduos é a maior eficiência do setor

privado, quando comparado ao setor público. Por exemplo, o setor privado tem uma

maior flexibilidade nas políticas de compra e de contratação de pessoal, o acesso mais

fácil ao capital (investimento) dos fundos, uma adaptação mais rápida às novas

tecnologias e às novas necessidades de mercado.

Outros benefícios da privatização é que as organizações dedicadas à prestação de

serviços de operação e manutenção de gestão de resíduos, com frequência dispõem de

mais recursos para manter o nível de prestações do centro de tratamento.

Contudo, uma desvantagem percebida da privatização é a perda potencial do controle

global das operações de gestão de resíduos dos centros de tratamento. O risco de não

cumprimento do serviço se reduz ao mínimo já que conta com um excelente

equipamento de gestão de contratos e uma negociação de contrato com sanções caso

o serviço seja mal executado.

Os seguintes itens devem ser incluídos em um acordo formal entre o operador privado

e a agência pública (ATTAC, 2012).

a) Definir a frequência e medida de qualidade e limpeza que devem alcançar em cada

área do centro de tratamento junto com um sistema de monitoramento e sanções

por serviço deficiente acordado entre as partes;

b) Outras medidas para definir o nível mínimo de serviço, sobre tudo no que diz respeito

à confiabilidade, segurança, riscos a saúde pública e uma eventual ampliação do

contrato de serviço caso o Estabelecimento de Saúde amplie seu escopo de

atividades;

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c) Futuros incrementos nos custos resultantes de fatores que não podem ser avaliados

plenamente desde o princípio e falta de uma fórmula no contrato para o cálculo da

inflação futura nos custos;

d) Âmbito ambiental;

e) Futura transferência da propriedade das instalações;

f) A inspeção regular e o controle regulamentar;

g) Exploração da viabilidade da cooperação entre dois ou mais Estabelecimentos de

Saúde, como um meio de reduzir ao mínimo os custos totais;

h) Cláusula de rescisão no contrato para permitir revisões periódicas do serviço de

resíduos e outras revisões do contrato.

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7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como considerações finais ao documento, temos:

Quanto à caracterização dos RCCV, os diferentes planos de gestão e bibliografia

consultada (incluindo a brasileira) apresentam um aspecto em comum quanto ao

agrupamento RCCV em dois grandes grupos: de um lado os resíduos de concreto,

ladrilhos e materiais cerâmicos e, do outro, a madeira, vidros, plásticos, misturas

betuminosas, solos, pedras e outros materiais. Os estudos e artigos consultados

indicam que na composição dos RCCV as maiores frações de resíduos são compostos

por ladrilhos, azulejos, concreto, pedras e brita e, dependendo do país, pela fração

madeira, que pode ter maior ou igual relevância percentual no total dos RCCV gerados.

De acordo com os padrões europeus de geração, podemos observar que a maioria dos

RCCV possuem um potencial de valorização, reaproveitamento, reciclagem e reuso.

Com relação à legislação existente é importante ressaltar que existe, no âmbito

Europeu, uma legislação bastante desenvolvida para promover a reutilização dos

subprodutos valorizados como, por exemplo, o uso dos agregados reciclados como

material granulado para base e sub-base de vias e estradas. No caso da Holanda,

Alemanha, Suíça, França e Espanha, existem legislações específicas para a certificação

dos subprodutos, além de prescrições técnicas para os agregados reciclados, materiais

betuminosos, etc.

Quanto às metodologias para a estimativa da geração dos RCCV, entre as duas

apresentadas, a mais comum é aquela que permite projetar a evolução das toneladas

de resíduos gerados em um país de forma paralela à evolução de seu PIB, sendo que

este pode ser cruzado, ainda, com outros parâmetros de estimativa tais como a

evolução da população, PIB per capita, crescimento do mercado da construção, etc.

Esta informação permite dimensionar com um nível maior de certeza e confiança a

capacidade de tratamento das plantas e infraestruturas propostas e planejadas para

qualquer região ou pais.

Relativamente aos centros de tratamento/valorização de RCCV atualmente em

funcionamento observa-se que, na maioria deles, as linhas de tratamento e as

tecnologias que os compõem dependem das características dos resíduos de entrada

para o tratamento e este dado é imprescindível para garantir sua eficiência produtiva e

o retorno do investimento.

É importante ressaltar que na maioria dos centros de tratamento existem no mínimo

duas linhas de tratamento: uma dedicada aos resíduos volumosos que dependendo do

local podem ser compostos por diferentes tipos de material tais como madeira, plásticos,

papel, etc. e outra dedicada para o tratamento de resíduos compostos por concreto,

ladrilho, metais, etc.

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Os atuais centros de tratamento de RCCV possuem a vantagem da versatilidade e, além

disso, são relativamente econômicos alcançando um percentual elevado de

recuperação de materiais.

No que se refere às diferentes tecnologias de tratamento dos resíduos sanitários, foi

feita uma descrição das tecnologias básicas que atualmente existem no mercado e que

fazem parte do processo de tratamento de uma planta convencional. Sobre isso é

importante considerar, que os centros de tratamento de RCCV são infraestruturas que

requerem grande disponibilidade de área para o armazenamento dos resíduos de

entrada e dos subprodutos valorizáveis produzidos.

As reformas, ampliações e demolições juntamente com as novas construções são os

dois maiores focos de geração de RCCV.

Quanto às tecnologias, qualquer um dos dois modelos de centros de tratamento pode

ser adequado às necessidades de determinada região, mas ambos devem ser validados

após estudo detalhado de mercado e da viabilidade econômica para que possam ser

considerados uma alternativa adequada para o tratamento dos resíduos da construção

Civil e Volumosos da região Metropolitana de Belo Horizonte e Colar Metropolitano.

O subproduto valorizável obtido após o tratamento/valorização apresenta as

características técnicas e mecânicas para sua utilização como agregado ou material

granulado em obras, tal como se mostra em alguns exemplos e, ainda, possui vários

outros usos: fabricação de meio fio, material de preenchimento para terrenos, sub-base

granulada para obras lineares, preenchimento de valas, matéria prima para a construção

de blocos para muros de contenção e utilização em um determinado percentual como

agregado para a produção de concreto.

No que se refere aos instrumentos econômicos, em alguns países da Europa, América

do Norte e Oceania, um mecanismo que merece destaque é a taxa caução provisória

cobrada pelas prefeituras, cujo valor é proporcional ao volume de resíduos que será

gerado em uma determinada obra, de pequeno ou grande porte, que, por sua vez, é

previsto pelo gerador na elaboração do plano de gestão de resíduos da mesma. O valor

é creditado à Prefeitura no momento da solicitação da licença da obra e devolvido na

comprovação da destinação adequada dos resíduos gerados. Este instrumento,

juntamente com o imposto sobre a disposição final dos RCD, foi identificado como o de

maior eficácia para promover a reciclagem na origem e o tratamento/valorização dos

RCCV gerados. Este modelo pode ser implantado e inicializado em um curto período de

tempo, dado sua simplicidade, porém para que seja adotado, independentemente da

localização geográfica, deve ter todos os parâmetros validados e estudados de acordo

com as especificações locais e legislação vigente.

Por outro lado, existe outro instrumento de incentivo econômico utilizado na Catalunha

– Espanha e que é estruturado na existência de infraestruturas de recebimentos de

pequenos volumes, denominadas pontos limpos (deixalleries). Estes espaços são

planejados para o recebimento de pequenos volumes de resíduos gerados pelos

próprios cidadãos tais como: pilhas, eletrodomésticos estragados, móveis, raios-x, cd’s,

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fita cassete, fios, etc. O incentivo se dá individualmente, ou seja, quanto mais vezes um

cidadão utiliza estes espaços há um desconto na taxa anual de gestão de resíduos paga

à prefeitura. Este é um modelo que vem funcionando, pois incentiva a reciclagem e

disposição adequada dos resíduos gerados pela população que, no caso dos RCCV,

por exemplo, constituem grande parte do total. Para que este incentivo seja reproduzido

em outros locais, todos os seus parâmetros e aspectos legais envolvidos devem ser

estudados individualmente.

Entre os métodos de financiamento citados, a Associação Público Privada, ou, Parceria

Público Privada, é um instrumento que cada vez mais permite aos entes governamentais

financiar projetos em âmbito público por meio de um convênio com uma empresa

privada assegurando a eficiência do serviço que será prestado.

Os diferentes modelos de PPP apresentados serão estudados de forma mais detalhada

para que possam ser definidos como uma ferramenta viável para a situação da RMBH

e Colar Metropolitano.

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8.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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