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Prof. Diogo Mayer FernandesTécnica CirúrgicaMedicina Veterinária – Anhanguera Dourados
Uma disciplina separada da medicina, não podendo ser excluída das demais:
• Anatomia• Fisiologia• Microbiologia• Patologia• Anestesiologia
Cirurgia = interferência manipulatória para diagnóstico de tratamento de doenças, mudanças fisiológicas e anatômicas com um propósito específico.
LAPAROTOMIA EXPLORATÓRIA OVARIECTOMIA VASECTOMIA
o Aumentar o Valor econômico
o Valorização dos animais (OSH e oequiectomia)
o Diagnóstico de doenças (laparotomia exploratória), coleta de materiais,
inserção de materiais, mensuração da pressão arterial
o Tratamento de doenças
o Correção através de cirurgias cosméticas e plásticas
o Pesquisas (biomédicas)
ATIVIDADE:
- CIRURGIA REPARADORA DE FERIDAS- CIRURGIA EXTIRPATIVA (Órgão ou tecidocomprometido)- CIRURGIA RECONSTRUTIVA (plásticas, ortopedia)- CIRURGIA FISIOLÓGICA (orquiectomia, adrenalectomia, tireoidectomia)
TIPO DE CIRURGIA:
LEVE – Sem risco de vidaGRAVE – Com risco de vidaSIMPLES – Rápida, envolve um tipo de órgão ou tecidoCOMPOSTA – Mais demorada, envolve mais órgãos ou tecidosCRUENTA – Sangramento excessivoINCRUENTA – Sem perda de sangueELETIVA – sem gravidade e urgência, cirurgias por conveniência e sem envolvimento clínico gravePALIATIVA – melhora a saúde do animal mas não curaURGENTE – apresentação graveREGULAR – cirurgias planejadasIRREGULAR – cirurgias não planejadasRADICAL – Cura total da doença
ESPECIALIDADES:
Cirurgia CardiovascularCirurgia torácica
Cirurgia ReprodutivaCirurgia Abdominal
Neurocirurgia
Estuda as execuções das operações e manobras cirúrgicas de forma regular esincrônica, visando maior eficiência
A técnica cirúrgica geral estuda as manobras básicas como ligadura de vasos emanipulação dos instrumentais
A técnica cirúrgica especial estuda manobras específicas que envolvem umsistema, uma situação particular
Tempos operatórios ou Cirúrgicos, resultam da reunião de muitas manobrasgerais ordenadas e executadas em uma determinada região anatômica, comfinalidade didática, descritiva e de estudo
Salvar vidas, mesmo com mutilações
Limite econômico
Produção e Trabalho
1. PRÉ-OPERATÓRIO:
Momento da preparação do paciente até o momento de se iniciar a cirurgia
- Banho no animal- Avaliação pré-cirúrgica- Coleta de Exames- Tricotomia- Medicação pré-anestésica- Anestesia- Anti-sepsia- Paramentação- Mesa de Instrumentação- Limpeza, esterilização e separação dos materias- Planejamento cirúrgico- Jejum
2. TRANS-OPERATÓRIO:
Compreende o início do procedimento cirúrgico até o término da sutura.
Diérese, Hemostasia, Procedimentos Especiais e Síntese
2.1 DIÉRESE
Separação dos tecidos, por intervenções manuaisPele, aponeurose, muscular ou órgãos específicos
LÂMINA, BISTURI ELÉTRICO, TESOURA (RAIO LASER)
TRAÇADO DA INCISÃO
-AGULHA HIPODÉRMICA- LÁPIS DERMATOLÓGICO- LEVE ESCARIFICAÇÃO COM A PONTA DO BISTURI- COMPRESSÃO COM O FIO E ESCARIFICAÇÃO
SECÇÃO DA INCISÃO
- FIRMA A PELE COM A MÃO ESQUERDA E SECCIONA-SE COM A DIREITA- CRÂNIOCAUDAL
TIPOS DE SECÇÃO DE PELE:
MAGISTRAL – Sem a retirada do bisturi, movimenta-se o punho e o braço
MAGISTRAL BREVE – pequena incisão, movimenta-se rapidamente o punho
SERRILHADA – quando perde-se o fio da lâmina de bisturi, movimentos de
serrote
PUNÇÃO – pequena perfuração com a ponta do bisturi na vertical
TRANSFIXAÇÃO – secção com o corte do bisturi voltado para cima
CIRCULAR – realiza-se antes o traçado, pode ser feito em um ou dois tempos
BISTURIA AMPLIADO COM TESOURA – realizado primeiramento com o
bisturi seguido da tesoura
TESOURA – utilização apenas da tesoura, na ausência do bisturi ou cirurgias
reparadoras
DESPREGAMENTO CUTÂNEO:
Utilizado quando há necessidade da separação da pele dos tecidos adjacentes
SECÇÃO MUSCULAR:
Com bisturi, tesoura, mãos ou dedos
Simples = Todos os planos são seccionados no mesmo sentido
Complexo = Cada plano é seccionado no sentido dos feixes musculares
Magistral, com tesoura ou com os dedos
2.2 HEMOSTASIA
Manobras utilizadas para estancar ou prevenir uma hemorragia
Compressas, Dígitos, Pinças Hemostáticas e Nós de cirurgião
PINÇAMENTOAPRESENTAÇÃO
LIGADURA OU TRANSFIXAÇÃO
2.3 SÍNTESE
Manobras utilizada para unir tecidos, afim de restabelecer a funcionalidade anatômica
- Fios de sutura
- Grampos de Sutura
- Colas Sintéticas Biodegradáveis
- Membranas Biológicas
CONDIÇÕES PARA UM BOA CICATRIZAÇÃO
Buscar as condições para uma boa síntese:
- Assepsia e anti-sepsia
- Unir tecidos de mesma origem
- Bordas limpas e regulares
- Posição anatômica correta
- Hemostasia perfeita
- Obliteração de espaço morto
- Tração adequada dos nós
- Ausência de corpo estranho ou tecido desvitalizado
- Utilização de materiais e instrumentos corretos
MANIPULAÇÃO EXCESSIVA = ROMPIMENTO CELULAR = ENZIMAS QUE RETARDAM A CICATRIZAÇÃO
PREVENÇÃO:
- Planejamento cirúrgico- Trabalho em conjunto da equipe- Boa iluminação- Suave manipulação tecidual
- Controle dos movimentos e gestos- Ponto de apoio (aumenta precisão)- Diminuição do tempo de cirurgia- Estudo da anatomia topográfica
DOUTRINA DE HALSTED
- Cirurgião calmo durante os procedimentos e tempos operatórios- Movimentos mínimos e precisos- Dissecar somente o necessário- Expor o mínimo de tecidos e órgãos- Utilizar instrumentos e técnicas adequadas- Evitar o ressecamento tecidual
CIRURGIA = RISCO PARA O ANIMAL = INFECÇÃO
- LIMPEZA E DESINFECÇÃO A ENTRE CIRURGIAS
- PROCEDÊNCIA DA ÁGUA (VEÍCULO DE CONTAMINAÇÃO)
- PÊLOS REMOVIDOS DURANTE A PREPARAÇÃO DEVEM SER ASPIRADOS
- SANGUE, URINA, FEZES, TECIDOS ORGÂNICOS E NÃO ORGÂNICOS DEVEM SER
DESCARTADOS
- MATERIAL COM RISCO BIOLÓGICO DEVEM SER DESCARTADOS EM SACOS
ESPECÍFICOS, IDENTIFICADOS
- PISOS DEVEM SER REALIZADOS ESFREGÃO MOLHADO
- LIMPAR FILTROS DE AR CONDICIONADO
- MENSALMENTE ESFREGAR PAREDE, PISOS E SE POSSÍVEL O TETO
ÁREA LIMPA, INTERMEDIÁRIA (MISTA) E CONTAMINADA (SUJA)
1) ÁREA LIMPA
SALA CIRÚRGICA:
- Tamanho Ideal- Revestimento com tinta impermeável ou azulejada- Lisos, não porosos e à prova de fogo- Sistema de Ventilação- Umidade e temperatura controlada (17 a 20º C, Umidade de 50%)- Iluminação adequada (alógena) diminui fadiga muscular e diminui a produção de calor- Focos superiores e com máxima manobrabilidade- Mesas de aço inox (ajustável em altura e inclinação)- Isolante de mesa, capacidade para calha em V- Manutenção temperatura corpórea durante a cirurgia (< 1kg ou mais de 2 horas)- Disponibilidade de mesas acessórias (mesa de mayo)- Balde a chute- Monitores, carrinho de emergência, desfibrilador, bancos para assento- Cilindros de oxigênio, aparelho de anestesia- Negatoscópio- Relógio de parede- Armário de suprimento de encaixe justo (fios, agulhas, gazes, lâminas de bisturi, catéteres...)- Portas fechadas
SALA DE PROCEDIMENTOS MENORES:
- Mesma condições, para realização de procedimentos menores e contaminados- Lacerações, odontológicos, endoscopia, biópsias, curativos extensos, pequenos procedimentos- Limpos e desinfetados com maior frequência- kits de procedimentos menores
ÁREAS DE PIAS DE ESCOVAÇÃO OU ESCARIFICAÇÃO:
- Centralmente em relação aos conjuntos de sala cirúrgica- Anti-sepsia das mãos, antebraços e cotovelos- Sabão anti-séptico com dosador de parede- Torneiras acionadas pelo cotovelo, joelho ou pés- Aço inoxidável- Profunda e distante dos suprimentos esterilizados e embalados
SALA DE SUPRIMENTOS:
- Adjacentes à enfermaria, ao lado da sala cirúrgica- Dispor dos suprimentos em ordem lógica e corretamente identificados- Conferidos rotineiramente
2) ÁREA MISTA
CORREDORES:
- Deve permitir fácil acesso as outras áreas- Equipe cirúrgica como suprimentos e equipamentos
ENFERMARIA E ESTERILIZAÇÃO
- Destinada ao uso dos enfermeiros à preparação do material- Embalagem, esterilização emergencial
- Limpeza, separação, embalagem e esterilização
3) ÁREA CONTAMINADA
PREPARO E DEPILAÇÃO VESTIÁRIO
CONSULTÓRIOS INTERNAÇÃO
CIRURGIÃO
AUXILIAR
ANESTESISTA
INST
RU
MEN
TAD
OR
VOLANTE CIRCULANTE
CIRURGIÃO
Chefe da EquipeConhecimento da Patologia e do Procedimento a ser realizadoPlanejamento cirúrgico (materiais e instrumentos)
Características:
- Nível de paciência elevado- Habilidade na realização dos procedimentos- Conhecimento clínico- Destreza- Criatividade e capacidade para mudar técnica cirúrgica- Saber conduzir os tempos operatórios- Conhecimento do paciente em relação à espécie ou raça
AUXILIAR
Conhecimento do procedimento a ser realizadoDeve prever os movimentos do cirurgiãoCapacidade de substituí-lo quando impedidoAntecipar os tempos cirúrgicosControle da hemorragia, exposição de tecidos, ligadura, corte de fios
INSTRUMENTADOR
Separar material corretamenteMontar a mesa cirúrgicaManter materiais limpos e contaminados separadosContagem do material (Gaze, compressas, fios, agulhas, instrumentos)Passagem dos instrumentos correto ao cirurgião e/ou auxiliar antes da solicitaçãoLimpar os materiais contaminadosLimpeza da ferida pós-cirúrgica
ANESTESISTA
Responsável pela vida do pacientePermitir realização do procedimento pelo cirurgião, mantendo relaxamento muscular Controle da dor e alterações hemodinâmicasAutorização para início do procedimento
VOLANTE
Assessorar toda equipe cirúrgicaImprevistosNão deve se ausentar em nenhum momento
LINGUAGEM TÉCNICA
CELIO/ABDOMINO = ABDÔMENCISTO = BEXIGAHISTERO = ÚTEROORQUI = TESTÍCULONEFRO = RIMCOLPO = VAGINADERME = PELEADENO = GLÂNDULACOLE = VESÍCULA
COLO = CÓLONENTERO = INTESTINOGASTRO = ESTÔMAGOLARINGO = LARINGEMIO = MÚSCULONEURO = NERVOOFTALMO = OLHOOOFOR = OVÁRIOOSTEO = OSSOOTO = PAVILHÃO
AURICULARSALPINGO = TROMPASPROCTO = RETORINO = NARIZTÓRACO = TÓRAXTRAQUEO = TRAQUÉIAMASTO = MAMAADRENO = ADRENAL
RADICAIS + SUFIXO
TOMIA = ABERTURA E FECHAMENTOOSTOMIA = ABERTURA PERMANENTE, ABERTURA PARA O EXTERIORECTOMIA = RETIRADA, EXTIRPAÇÃO, EXÉRESE, ABLAÇÃOCENTESE = PUNÇÃOANASTOMOSE = UNIR ÓRGÃOSSCOPIA = VISUALIZAÇÃO, OBSERVAÇÃO, EXPLORAÇÃORAFIA = SUTURA, UNIÃOSTASIA = PARARPLASTIA = PLÁSTICA, RECONSTRUÇÃOPEXIA = FIXAÇÃODESE = IMOBILIZAÇÃOCLASIA = FRATURA
P. EXEMPLO:
VASECTOMIA
RADICAL + SUFIXO SIGNIFICADO
CELIOTOMIA Abertura da cavidade abdominal com posterior fechamento
CISTECTOMIA PARCIAL Retirada parcial da vesícula urinária
MASTECTOMIA Retirada da cadeia mamária
ORQUIECTOMIA Retirada dos testículos
OMENTOPEXIA Fixação do Omento
HISTERORRAFIA Síntese do Útero
OTOPLASTIA Reconstrução do pavilhão auricular
COLONOSCOPIA Visualização do cólon
ENTEROANASTOMOSE União de partes do intestino
ADRENALECTOMIA Retirada da Glândula Adrenal
TRAQUEOSTOMIA Abertura da Traquéia
ARTRODESE Imobilização da articulação
CISTOCENTESE Punção da Vesícula Urinária
EXEMPLOS ROTINEIROS