programa de aprendizagem: um estudo … · nacional de estímulo ao primeiro emprego, gerenciado...
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Universidade Estadual de Maringá 12 a 14 de Junho de 2013
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PROGRAMA DE APRENDIZAGEM: UM ESTUDO
COMPARATIVO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL REALIZADA
POR ENTIDADES FILANTRÓPICAS E PRIVADAS
SOUZA, Jaqueline Puquevis de (UNICENTRO)1
DALAROZA, Adair Ângelo (Orientador/UNICENTRO)2
Este trabalho é parte de uma pesquisa em andamento pelo Mestrado em
Educação da Universidade Estadual do Centro Oeste, buscando analisar as discussões
presentes sobre as políticas de educação e trabalho, especificamente a Lei de
Aprendizagem nº 10.097/2000 regulamentada pelo Decreto nº 5.598 de 1º de dezembro
de 2005 e as diretrizes curriculares estabelecidas na Portaria MTE nº 615, de 13 de
dezembro de 2007. O objetivo geral desta pesquisa é realizar um estudo comparativo da
formação atribuída aos jovens aprendizes no Programa de Aprendizagem por agências
formadoras privadas e filantrópicas de um Município do Interior do Paraná e como
objetivos específicos fazer um levantamento histórico das entidades formadoras em
educação profissional; conceituar histórica, política e economicamente o Sistema
Nacional de Aprendizagem e Terceiro Setor ; analisar a documentação pertinente ao
Programa de Aprendizagem e analisar as divergências e singularidades na formação
atribuída pelas agências formadoras e filantrópicas sob a ótica dos jovens aprendizes.
A educação profissional atual tem proposto diretrizes que buscam contemplar a
formação técnica adequada à produção, aos componentes produtivo-sociais da vida do
ser humano. Alguns estudos permeiam o tema nesta área, mas poucas referências fazem
estudos comparativos da formação atribuída pelo Sistema Nacional de Aprendizagem e
1 Mestranda em Educação pela Universidade Estadual do Centro Oeste, Graduada em Psicologia. Professora do colegiado de Psicologia da Faculdade Guairacá. 2 Licenciado em Filoso�a, PUC/BH/MG. Pós-Doutorado. Facoltà di Scienze della Formazione dell`Universitá di Urbino Itália Mestre e Doutor em Educação, Unicamp. Professor Adjunto do Departamento de Educação e do Programa de Mestrado em Educação da Universidade Estadual do Centro Oeste, PR – UNICENTRO.
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por instituições filantrópicas, que são as entidades formadoras dentro desta proposta de
educação profissional. Por Programa de Aprendizagem entede-se que:
É um programa técnico-profissional que prevê a execução de atividades teórica e práticas, sob a orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional-metódica, com especificação do público-alvo, dos conteúdos programáticos a serem ministrados, período de duração, carga horária teórica e prática, mecanismos de acompanhamento, avaliação e certificação do aprendizado, observando os parâmetros estabelecidos na Portaria MTE nº 615, de 13 de dezembro de 2007(BRASIL, 2007, p 13).
As entidades formadoras em educação profissional atuam com modelos de
educação profissional modular. Estes módulos são ministrados por Instrutores efetivos e
terceiros, que ministram disciplinas isoladas. As entidades formadoras do Programa de
Aprendizagem são compostas pelo Sistema Nacional de Aprendizagem ou Sistema S
(SENAI, SENAC, SENAR, SENAT, SESC, SESI, SEBRAE, SEST, SESCOOP), outra
possibilidade de execução é via entidades filantrópicas através de seus projetos
específicos em cada município. Através da Lei de Aprendizagem nº. 10.097/2000
regulamentada pelo Decreto nº 5.598, de 1º de dezembro de 2005, estas entidades
devem seguir as diretrizes curriculares estabelecidas pela portaria nº 615, de dezembro
de 20073,contemplando a execução teórico-prática na profissionalização destes jovens
com especificações de cada grupo e ainda uma formação para o desenvolvimento social
do aprendiz. Ela também reformula algumas diretrizes da lei de aprendizagem e cria o
Cadastro Nacional de Aprendizagem, para que entidades qualificadas em formação
profissional possam se inscrever no processo de credenciamento para ministrar os
cursos. Os diversos projetos de educação profissional existentes no Brasil têm sua
carga-horária teórica-prática, público-alvo, conteúdos programáticos e avaliação do
aprendizado, estabelecidos por esta portaria.
Outros conteúdos programáticos que são estabelecidos nas diretrizes
curriculares são propostas correlacionadas a prevenção de drogas lícitas e ilícitas,
3 As Diretrizes Curriculares dos Programas de Aprendizagem na integra estão disponíveis em: ttp://www.mte.gov.br/politicas_juventude/aprendizagem_pub_manual_aprendiz_2009.pdf
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discussão dos direitos humanos e conscientização ambiental, entre outros, no intuito de
formar trabalhadores técnicos e articulados, praticantes do exercício da cidadania.
Neste estudo estão sendo pesquisadas duas entidades formadoras, uma
filantrópica e uma privada. A entidade filantrópica local pesquisada é um Instituto
mantido por fins religiosos , que contempla vários projetos sociais e educativos. O
projeto pesquisado será “A Escola e a Formação Profissional” que são centros de
educação sistemática, inspirada nos valores evangélicos e promovem uma educação
popular atenta aos jovens mais necessitados, à sua formação profissional e ao
acompanhamento em sua inserção no mundo do trabalho. A entidade formadora privada
constitui uma das instituições do Sistema S de uma cidade do interior do Paraná.
Tanto no Sistema S como na entidade filantrópica o público atendido pelo
Programa de Aprendizagem é “o aprendiz adolescente ou jovem entre 14 e 24 anos que
esteja matriculado e freqüentando a escola, caso não haja concluído o ensino médio, e
inscrito no programa de aprendizagem” (BRASIL,2007, p.10
Aprendizes com necessidades especiais, não possuem limite de idade para
participação no programa, também são aceitos aprendizes com ensino fundamental
completo em municípios que não tenham o segundo grau disponível. Nos programas de
aprendizagem muitos jovens são provenientes de classes menos favorecidas,
necessitando aliar o trabalho à educação básica, como meio de subsistência.
Alguns debates atuais sobre os programas de aprendizagem são expostos em
pesquisas como a de Kuenzer (2006) que traça uma discussão sobre o Programa
Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego, gerenciado pelo Ministério do Trabalho e
Emprego implementado pela Lei nº10.748, de 22 de outubro de 2003, que se desenvolve
por meio de duas linhas: qualificação social e profissional e da inserção imediata no
mercado de trabalho. Esta ação não é vinculada ao Sistema Nacional de Educação,
ficando por conta do aluno matricular-se nos projetos. Em parceria com o Ministério do
Trabalho a ação propõe qualificar para inserção no mercado de trabalho. Alguns
projetos de aprendizagem existentes atualmente são: Consórcios Sociais da Juventude,
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Empreendedorismo Juvenil, Programa Nacional de Inclusão de Jovens, Juventude
Cidadã, Escola da Fábrica, Soldado Cidadão e outros4.
Todos estes projetos possuem uma mesma característica: qualificar jovens entre
16 e 24 anos, sem experiência prévia, que tenham completado o ensino fundamental.
Esta formação deve garantir: estímulo e apoio efetivo a elevação da escolaridade,
formação para cidadania e direitos humanos, qualificação social e profissional definida
pelo Ministério do Trabalho a partir das demandas regionais.
Para que a lei de aprendizagem seja efetivada pelas entidades formadoras, a
inclusão dos jovens que participam dos programas no mercado de trabalho deve chegar
a 30%, mas estes índices são cumpridos apenas pela formalidade. Segundo Kuenzer
(2006), existem duas grandes dificuldades nestes programas: os empregos informais e a
permanência destes jovens no programa pela precariedade cultural.
Outro dado relevante analisado nos programas de aprendizagem é a gestão
intermediária de contrato com as entidades gestoras, que “terceiriza o anteriormente
terceirizado” (KUENZER, 2006, p. 898). A gestão dos programas inclui conselhos
especialmente criados para este fim, compostos por representantes de ministério,
secretarias e outras instituições responsáveis pela implementação, contando com a
intermediação de um órgão público que seleciona entidades executoras diretamente,
entidades âncoras, uma espécie de franquia social. Kuenzer levanta a discussão sobre a
existência de tantos intermediários envolvidos na gestão dos projetos e os interesses
econômicos atrás deste programa.
Kuenzer (2006) em um artigo intulado “Educação profissional nos anos 2000: a
dimensão subordinada das políticas de inclusão”, relata a contradição proposta nos
programas de aprendizagem, na prática dos trabalhadores brasileiros na cadeia coureiro-
calçadista do vale do Rio dos Sinos. Analisa que o discurso de uma educação
profissional inclusiva, formadora de um aprendiz crítico e conhecedor do mundo não
acontece. Após o governo Fernando Henrique Cardoso e durante o governo Lula, este
discurso contradiz e precariza as propostas educacionais, observadas principalmente nas
práticas destes trabalhadores, tornando-se excludente. Ela toma como campo de estudo
4 Informações sobre esses projetos, consultar o site do Ministério do Trabalho e Emprego em: www.mtegov.br .
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alguns segmentos industriais brasileiros, analisando o ponto de vista do mercado de
trabalho, mostrando que este mercado que fecha e reestrutura postos de trabalho
constantemente, exclui o trabalhador e o inclui em outras práticas precárias de trabalho.
Do ponto de vista da educação, a criação de novas propostas de inclusão
profissional não significativas é uma decadência evidente nesta formação. Kuenzer
(2006) resume que o mercado de trabalho tem um processo de exclusão includente,
consumindo força de trabalho precária, já a educação profissional teria um processo de
inclusão excludente , pois tem uma formação precária e fragilizada, que acaba por
excluir estes jovens trabalhadores.
Em outra pesquisa intulada “Os percursos profissionais de jovens inscritos no
Projovem Trabalhador em Santa Catarina: a precariedade circular”, Lima (2012) traz
a exposição de dados relevantes quanto ao escasso mercado de trabalho para o jovem
brasileiro. Atualmente o índice de desemprego é de 74 milhões para jovens entre 15 e
25 anos de idade, podendo triplicar nos próximos anos5.
A autora faz um recorte da lei de aprendizagem analisando o Programa Nacional
de Inclusão de Jovens (PROJOVEM), focando a modalidade trabalhador e buscando
entender as relações sociais. Percebe-se que as diversas modalidades do programa
buscam geração de renda através da qualificação do jovem e estímulo a entrada no
mercado de trabalho.
A preocupação desta pesquisa não está focada apenas na formação, mas até que
ponto as políticas de educação profissional propostas superam as desigualdades sociais
entre os jovens brasileiros. Para Silva (2012) pensar em políticas educacionais que
buscam a formação de “jovens em situação de risco e vulnerabilidade social” é reduzir o
contexto real, sem instigar uma análise da totalidade. Mészaros (apud LIMA, 2012),
comenta que o sistema atual contribuiu historicamente para uma “estrutura totalizadora”
que controla tudo, inclusive os homens que precisam provar suas capacidades
produtivas.
5 Dados obtidos em: http://oglobo.globo.com. A taxa de desemprego dos trabalhadores entre 15 e 24 anos foi de 12,6% no mundo em 2011 e deve ficar em 12,7% este ano, segundo a OIT. O desempenho é muito próximo dos 12,6% registrados em 2009, no ponto mais alto da crise econômica. A entidade prevê que a taxa se mantenha neste nível pelo menos até 2016.
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Silva (2012) comenta que para analisar as práticas educativas do PROJOVEM6 é
necessário entender as transformações que sustentam o capitalismo, principalmente após
os anos 70. Estas transformações mostram uma divisão nos subgrupos dos
trabalhadores, que foram divididos entre aqueles com alguma qualificação e contratos
integrais e outro grupo de trabalhadores em condições adversas de total instabilidade.
O capitalismo passa por “crises cíclicas”, onde a “reestruturação produtiva,
financeirização e a ideologia neoliberal” (SILVA, 2012) são alternativas na busca de
superar estas dificuldades enfrentadas pelo capital. Fontes (apud LIMA, 2004) comenta
ainda que estas alternativas buscadas nas políticas sociais e trabalhos flexíveis geram
degradação do homem nas relações capitalistas. Faz uma reflexão sobre a “precarização
das relações de trabalho”, focando os jovens inseridos nos programas de aprendizagem,
que contrariam as propostas de reestruturação produtiva. Comenta que o discurso de
formação humana, pautado no trabalho de equipe, de formação cidadã, apenas são
discursos para adaptação do jovem no novo cenário, buscando desempenho máximo
profissional, de uma “mais – valia extraordinária”.
Para entender a precarização da educação profissional no Brasil é necessária
uma análise histórica dos determinantes sociais e econômicos que respaldam os atuais
parâmetros educacionais vigentes.
Historicidade das instituições formadoras pra o trabalho no Brasil no início do
século
A história das instituições formadoras para o trabalho no Brasil tem seu ápice no
início do século XIX paralelamente a industrialização nacional, surgindo em meio as
crises sociais. A proposta inicial da criação destes espaços de formação, estava
6 Disponível em: http://www.projovem.gov.br. “ O ProJovem Urbano tem como finalidade primeira proporcionar formação integral aos jovens, por meio de uma efetiva associação entre: Formação Básica, para elevação da escolaridade, tendo em vista a conclusão do ensino fundamental;Qualificação Profissional, com certificação de formação inicial; Participação Cidadã, com a promoção de experiência de atuação social na comunidade.”
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fundamentada na preparação para o trabalho através da educação, buscando
principalmente a redução criminalidade muito evidente na época.
Com a precarização das atividades agrárias e o crescente aumento da
industrialização, um grande número de imigrantes e trabalhadores invadiram a cidade de
São Paulo aumentando o crescimento populacional (Santos, 2007) . Começa então uma
contradição “entre os mundos do trabalho e da vadiagem, protagonizados
respectivamente pelo imigrante e pelo nacional, principalmente advindo da escravidão”
(SILVA, 2007, p. 213). Imigrantes e negros não constituíam uma padrão de trabalhador
não aceito integralmente pelas indústrias, tendo dificuldades na inserção das vagas de
trabalho , gerando o aumento do desemprego e vadiagem nas ruas :
As ruas da cidade, repletas de trabalhadores rejeitados pelo mercado formal de mão-de-obra e ocupados com atividades informais, era palco de inúmeras prisões motivadas pelo simples fato de as “vítimas” não conseguirem comprovar, perante a autoridade policial, sua ocupação.(SANTOS, 2007, p. 222).
No período entre 1900 e 1916 estes índices de criminalidade e vadiagem
aumentaram significativamente. Os filhos destes trabalhadores excluídos pelas
contradições sociais na cidade de São Paulo também atuavam nas fábricas em atividades
lícitas e ilícitas, oficinas, atividades ilegais, prostituição e mendicância para auxiliar na
renda familiar. Algumas destas crianças e adolescentes acabaram entrando na
criminalidade e “tinham na malícia e na esperteza suas principais ferramentas de ação; e
nas ruas da cidade, o local perfeito para pôr em prática as artimanhas que garantiam a
sobrevivência” (SANTOS, 2007, p.214).
Para amenizar o impacto da criminalidade foi determinado para estes menores
segundo o Código Penal da República, que maiores de nove anos e menores de quatorze
anos não seriam julgados criminosos, aos maiores de quatorze anos que estivessem
conscientes de suas ações ilegais deveriam ser recolhidos nos estabelecimentos
disciplinares industriais, tendo a pedagogia do trabalho como ferramenta de
regeneração.
Algumas entidades formadoras privadas já executavam atividades de reabilitação
e educação para o trabalho em São Paulo desde o séc. XIX como: Lyceo do Sagrado
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Coração de Jesus, o Abrigo de Santa Maria, o Instituto Dona Ana Rosa e o Instituto
Escolástica Rosa de Santos. “Fundados normalmente por congregações religiosas ou por
particulares ligados a indústria e ao comércio, estes institutos tinham no ensino
profissional sua tônica e diretriz, acolhendo filhos de operários e comerciantes”
(SANTOS, 2007, p.222).
A dificuldade do Estado nesta época para cumprir as determinações impostas
pelo Código Penal da República era imensa, pois o número de vagas para inserção
destes menores nas entidades existentes era bastante reduzida, coube ao Estado criar
uma instituição de recolhimento desta clientela. Em 1902 com a lei nº844 7, Bento
Bueno secretário da Justiça autoriza a construção do Instituto Disciplinar, destinado a
menores de 21 anos rotulados mendigos, viciosos e abandonados, ou os maiores de nove
anos de idade que poderiam ficar na instituição até os 21 anos.
Este Instituto tinha uma pedagogia baseada no trabalho, uma regeneração pela
eliminação da ociosidade, através da disciplina do corpo pelas atividades físicas e da
aceitação social baseada na produção, principalmente nas atividades agrícolas
consideradas mais higiênicas, pois estimulavam a força física e o contato com a
natureza. O grande problema deste instituto referia-se a educação formal, pois muitos
jovens saiam do local em estado de semi-analfabetismo, outro dificuldade as fugas
constantes, pois os jovens não viam neste espaço uma possibilidade de
desenvolvimento. Ficam evidentes neste período as contradições entre as expectativas
com o inicio da industrialização e do capitalismo, com a nova sociedade que estaria se
formando (Moura, 2007).
Em 1910 o Instituto Disciplinar fica responsável em adotar o “ensino de
atividades industriais” para capacitar os jovens que freqüentavam suas instalações. A
proposta era oferecer um ensino adequado às atividades que estavam realizando e os 7 Disponível em http://www.al.sp.gov.br. A lei n º 844 de 1902 atribuía ao Estado o direito de criar o Instituto Disciplinar sob a inspeção de um chefe de polícia, para maiores de 14 e menores de 21 anos condenados por infração, ou a crianças pequenas de 9 a 14 anos considerados mendigos, vadios, viciosos, abandonados. Estes menores eram distribuídos nos trabalhos de acordo com sua aptidão e robustez física, menores com bom desempenho poderiam sair do instituto com um premio não superior a dez mil reis e um certificado de conclusão. O Instituto Disciplinar constava de duas secções destinadas a incutir hábitos de trabalho e a educar, fornecendo instrução literária, profissional e industrial e de referencia agrícola.
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preparar para o mercado de trabalho quando deixassem a instituição. O problema desta
formação residiram em uma formação unilateral, que contemplava apenas a qualificação
técnica para trabalho, não fornecendo condições para superação da pobreza e de
obtenção de cidadania.
O caráter formativo em educação profissional no Brasil através de seus
programas de aprendizagem, está direcionado principalmente aos jovens em situação de
vulnerabilidade social, preceitos de uma história política e social do início do século.
No início da industrialização os industriais exploravam as crianças em longas
jornadas de trabalho. Estes pequenos trabalhadores estavam presentes nas indústrias,
nos afazeres domésticos e nas lavouras dos grandes proprietários de terra. Com a
abolição da escravatura o Estado apenas legaliza esta situação, propondo uma
preparação do adolescente para o trabalho, justificando uma possível solução para
delinqüência e abandono (Rizzini, 1997) .
A relação entre mestres e aprendizes, entre patrões e operários no início do séc.
XIX no Brasil era relacionada a uma disciplina árdua, crianças e adolescentes mesmo
sem idade para desenvolver algumas atividades de risco, eram submetidos a funções que
não estavam preparados. Esta exploração da mão de obra infantil pode ser vista em
relatos da época:
Em maio de 1905, Antonio Lombardo, de 14 anos de idade, aprendiz em uma oficina de sapateiro, foi castigado pelo patrão, que o atingiu com uma correia, em virtude de suas brincadeiras durante o horário de serviço. O resultado foram duas largas e extensas esquimoses nas costas (MOURA, 2007, p. 268).
A indústria têxtil era responsável pela maioria das contratações dos menores
aprendizes no Brasil. Segundo Rizzini (2007) na cidade de São Paulo em 1912 de 9.216
empregados, 371 eram menores de 12 anos e 2.564 estavam na faixa etária de 12 a 16
anos, maiores de 16 anos eram considerados operários padrão como os adultos.
Em Pernambuco as indústrias têxteis recrutavam famílias inteiras e o principal
requisito para contratação era que estas famílias tivessem filhos pequenos e jovens, para
auxiliarem no trabalho. Estes pequenos trabalhadores eram contratados por período de
aprendizagem e posteriormente obtinham um emprego fixo (Rizzini , 2007).
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Em 1910 os Códigos Sanitários do Estado8, determinaram algumas medidas
como redução da carga horária para menores de 15 anos , intervalo para as refeições e
proibição do trabalho noturno. Em 1911 a legislação decai em relação aos direitos dos
menores, pelo Decreto Estadual nº 2141, é permitido o trabalho a crianças de dez anos
de idade em atividades leves. A única garantia de direitos a estas crianças foi estipulada
pela Lei Estadual nº 1596/1917 e Decreto nº 2918/1918, que previa “apresentação de
freqüência escolar e atestado médico”.
Os salários destes menores eram baixos e a exploração do empresariado
paulistano era evidente em relação aos aprendizes, eles se utilizavam do argumento do
trabalho gratuito, justificando a oportunidade destes jovens em aprender um ofício. A
categoria dos aprendizes era a mais prejudicada e explorada, pois não recebiam
nenhuma remuneração.
As limitações e precariedades na educação profissional são evidentes deste o
início do século, mesmo com o aumento significativo da industrialização o Estado
pouco investiu nos centros de formação. Deste esta época os grandes industriais
justificavam através do trabalho oferecido aos menores, uma forma de benfeitoria contra
os problemas sociais:
[...] o empresariado encontraria justificativa para empregar na condição de aprendizes – ou a custos íntimos – um número considerável de crianças e adolescentes, ocultando, sob os suaves tons da filantropia, os próprios interesses (MOURA, 2007, p. 272).
Por volta de 1914 muitas crianças e jovens foram selecionados para atuar nos
asilos de caridade, com a justificativa do Estado que estes espaços eram locais de
trabalhos úteis, mas a carga horária destes pequenos trabalhadores chegava a atingir 8 Os meios legais que regulamentavam o trabalho de crianças e adolescentes nas fábricas e oficinas estavam pautados na legislação dos Códigos Sanitários do Estado. A carga horária era pré determinada de acordo com a idade do trabalhador de cinco horas diárias, para a faixa etária de 12 a 15 anos e 12 horas diárias para os operários em geral. O Decreto Estadual nº 233 de 1894, na tentativa de amenizar as conseqüências no desenvolvimento infantil, adotou intervalos para as refeições e proibiu o trabalho noturno além das nove horas, para os meninos menores de 15 anos e para o sexo feminino até a idade de 21 anos. Neste período o Departamento Estadual do Trabalho, adotava um ideal para a importância de modernização da industrialização vigente, e do cuidado com as crianças. “Devem ter sido muitas as crianças e também os adolescentes encaminhados ao mundo do trabalho pelas mãos do abandono, uma história que, salvo exceções, permanece na obscuridade” (MOURA, 1999 p.284).
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doze horas diárias. Rizzini (2007) comenta que o médico Moncorvo Filho após
examinar os menores aprendizes que trabalhavam no local atestou que 70% deles
tinham adquirido tuberculose e que a maioria destes aprendizes eram menores de 16
anos.
Outra campo de atuação dos menores aprendizes no Brasil era o campo. Moura
(2000) relata que no caso das famílias de origem camponesa as atividades eram
paralelas as fábricas, geralmente o pai da família era encaminhado às atividades nas
lavouras dos grandes empresários e deveriam substituir seu trabalho por algum filho se
ficassem doentes, pois residiam nas casas da empresa e lhes deviam favores. Os baixos
salários forçavam as famílias a burlarem as leis trabalhistas que proibiam o trabalho aos
menores de 12 anos de idade, inserindo as crianças nas atividades do campo para o
aumento da renda, mesmo sob condições de insalubridade e má alimentação.
Em 1920 com a precariedade de mão de obra na agricultura, foram criadas as
escolas agrícolas e patronatos9 que abrigavam crianças abandonadas de ruas, formando
futuros trabalhadores nacionais, mas estas instituições foram extintas anos mais tarde ,
pois para Moura (2000) se tornaram “depósitos de menores”. Na década de 1950 o
Serviço de Assistência aos Menores, defende a completa eliminação dos institutos de
formação agrícola, relatando que os grandes agricultores utilizavam os menores
aprendizes apenas para o trabalho escravo, pois quando retornavam a capital voltavam
sem nenhuma educação formal aprendida, vinham com problemas de desnutrição e
maltratados:
A história destes institutos mostra que o preparo do jovem tinha mais um sentido político-ideológico do que de qualificação para o trabalho, pois o mercado (tanto industrial como agrícola) pedia grandes contingentes de trabalhadores baratos e não-qualificados, porém dóceis , facilmente adaptáveis ao trabalho ( RIZINNI, 2007, p. 380).
9 Disponível:htp://www.senado.gov.br/legislacao/ListaNormas.action?numero=12893&tipo_norma=DEC&data=19180228&link=s Os primeiros patronatos agrícolas foram construídos no governo Wenceslau Braz pelo DECRETO N. 12.893 – de 28 de fevereiro de 1918, sob a responsabilidade do Ministério da Agricultura, afim de educar os menores desvalidos, através da formação para o trabalho em fazendas modelos e núcleos coloniais. O objetivo era abrigar e educar menores recolhidos nas ruas para alfabetização, alimentação e moradia.
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Nas escolas agrícolas esta situação tornou-se caótica e no cenário industrial as
mudanças relacionadas a formação profissional foram evidentes. A escola profissional
brasileira historicamente sempre atendeu a necessidades burguesas, Zibas citado por
Estacheski e Oliveira, coloca que na década de 1940 com a Constituição de 1937 e a Lei
Orgânica do Ensino Secundário de 1942, a educação dual fica explicita, ou seja, o
ensino secundário regular seria destinado as elites e a classe popular seria incentivada a
entrar nos cursos profissionalizantes. Esta proposta visava adequar a sociedade ao
desenvolvimento industrial, que buscava rapidamente qualificar a mão de obra
brasileira.
No ano de 1988 com o Estatuto da Criança e do Adolescente o termo “menor”
deixa de ser utilizado, neste momento a educação é voltada a formação para cidadania .
O Estado brasileiro agora se desvincula das “internações governamentais para
abandonados e carentes, reabre-se o mundo da filantropia privada, agora surgirão novos
vínculos entre Estado e organizações não-governamentais, inaugurando um novo tempo
na história da cidade” (PASSETTI,2007, p.365) .
Com o Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990, fica estabelecida a
proibição do trabalho infantil, proibindo o trabalho a menores de 14 anos, exceto o
aprendiz na condição de um auxílio financeiro através da bolsa aprendizagem. O
Governo FHC sanciona a lei da aprendizagem, que modifica e regulamenta o
aprendizado profissional:
Na década seguinte foi sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso a Lei 10.097/2000, conhecida como “Lei da Aprendizagem”, que versa sobre a formação profissional de jovens aprendizes, focando objetivamente a relação trabalho e educação num período de reestruturação econômica e produtiva, e de acirramento da competitividade interfirmas (GUIMARÃES E SANTOS, p.213).
Esta lei é proposta no final do governo Fernando Henrique Cardoso embasada na
adoção das políticas neoliberais10, buscando aliar a qualificação técnica a educação
10 Disponível em : http://www.webartigos.com/artigos/legitimacao-da-politica-de-aprendizagem-de-adolescentes-e-jovens-no-brasil/23717/#ixzz2MqtE02k8. No Brasil a Aprendizagem é regulamentada, pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) passando por inovações com as Leis nos 10.097, de 19 de
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formal, através do ensino metódico pelas agências formadoras do Sistema S ou de
entidades filantrópicas, que auxiliam na manutenção de programas sociais, o próximo
capítulo irá fundamentar e discutir estes dois sistemas em sua historicidade, embates
políticos, econômicos e sociais.
O jovem aprendiz na atual configuração dos programas de aprendizagem
Atualmente Programa de Aprendizagem é um programa de qualificação
profissional destinado a adolescentes e jovens de 14 a 24 anos, no qual os aprendizes
administram sua carga horária com ensino regular, o curso de qualificação profissional e
as atividades práticas das empresas parceiras. O programa esta embasado pela legislação
específica Lei 10.097/2000 e o Decreto 5.598/2005 que estabelece as diretrizes gerais
para a instituição que promove a aprendizagem, bem como para a empresa que participa
do programa. O programa de aprendizagem atualmente em vigor no Brasil:
É um programa técnico-profissional que prevê a execução de atividades teóricas e práticas, sob a orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional-metódica, com especificação do público alvo, dos conteúdos programáticos a serem ministrados, período de duração , carga horária teórica-prática, mecanismos de acompanhamento, avaliação e certificação do aprendizado, observando os parâmetros curriculares estabelecidos na Portaria MTE nº 615, de 13 de dezembro de 2000(BRASIL, 2010, p. 13)
Segundo o ECA (ART.62) entende-se por aprendizagem “a formação técnico-
profissional ministrada ao adolescente ou jovem segundo diretrizes e bases da legislação
de educação em vigor, implementada por meio de um contrato de
aprendizagem”(Brasil, 2010).
Estes contratos são direcionados a jovens entre 14 e 24 anos, que estejam
cursando a escola caso não tenha terminado o ensino médio, associados a formação dezembro de 2000, 11.180, de 23 de setembro de 2005, e 11.788, de 25 de setembro de 2008 (BRASÍLIA, 2009). Também fundamentam a Aprendizagem, a Constituição Federal de 1988 (CF/88) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECRIAD).
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técnica em uma das entidades formadoras, não podendo ter duração maior que dois
anos. No contrato realizado com o empresário através da entidade formadora, devem
estar implícitas todas as informações sobre as atividades, horas teóricas e práticas e
início e término do programa de aprendizagem.
A lei da aprendizagem obriga que toda empresa de qualquer natureza, com mais
de sete funcionários, tenha um percentual de 5% a 15% de jovens aprendizes em seu
quadro. O objetivo principal deste programa é a formação do aprendiz para sua
certificação através de uma entidade formadora, neste processo o empresário não tem
nenhum custo , pois as empresas contribuem com o financiamento do “Sistema S”, meio
da alíquota de 1% na folha de pagamento, em casos aonde o aprendiz tem sua formação
atribuída por uma Entidade Filantrópica, o empresário só arcará com as despesas do
curso se a entidade solicitar ou a empresa quiser colaborar com a instituição.
Segundo o Ministério do Trabalho (BRASIL, 2010) fica vedado a participação
de do dos aprendizes nas atividades insalubres ou que apresentem riscos a saúde dos
mesmos. Também não podem ser atribuídas aos aprendizes funções gerenciais ou
cargos de confiança ou demitidos por redução de quadro de funcionários.
Em relação a fiscalização do cumprimento das cotas de aprendizes a
responsabilidade fica a cargo das Superindentências Regionais do Trabalho, enquanto as
obrigatoriedades das atividades desenvolvida pelos programas e empresas em relação ao
aprendiz, a fiscalização deve ser feita pelos Conselhos Tutelares (BRASIL, 2010).
Em 13 de dezembro de 2007 fica estabelecido pela Portaria nº 615 , o Cadastro
Nacional de Aprendizagem que determina as obrigações das entidades a cursos
oferecidos. Para conseguir a inscrição no Cadastro Nacional de Aprendizagem, as
instituições devem ter alguns requisitos mínimos e descrição detalhada da clientela
atendida, para justificar sua solicitação como:
Público participante do programa/curso: número, perfil socioeconômico e justificativa para seu atendimento; objetivos do programa: propósito das ações a serem realizadas, indicando sua relevância para o público participante, para a sociedade e para o mundo do trabalho; conteúdos a serem desenvolvidos:conhecimentos, habilidades e competências, indicando sua pertinência em relação aos objetivos dôo programa, público participante a ser atendido e potencial de aplicação no mercado de trabalho (BRASIL, 2007, p. ).
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Outra determinação para funcionamento dos cursos nas entidades formadoras é
que para o funcionamento dos cursos mantenham uma estrutura física adequada com
todos os equipamentos e instalações adequadas para a efetivação dos cursos.
Algumas normativas são impostas aos empregadores para assegurar a
integridade do aprendiz e o verdadeiro objetivo da aprendizagem profissional. Aos
aprendizes maiores de 14 anos e menores de 24 anos inscritos nestes programas é
assegurado um contrato de trabalho especial, com anotação na carteira de trabalho,
salário mínimo de remuneração e prazo estipulado de no máximo dois anos, não
ultrapassando a seis horas diárias de trabalho . A função deve ser “compatível com o seu
desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e
diligência as tarefas necessárias a essa formação”(BRASIL, 2010).
Em casos onde o Serviço Nacional de Aprendizagem11 não suprir o número de
vagas suficiente para atender as demandas desta propostas, estes aprendizes poderão
participar da qualificação em escolas técnicas de educação ou entidades sem fins
lucrativos com objetivo de atender as demandas da educação profissional.
Quanto aos direitos do empresariado este poderá romper o contrato de trabalho
com o aprendiz quando este não tiver desempenho suficiente, falta disciplinar grave,
ausência injustificada a escola que implique perda do ano letivo, a pedido do aprendiz .
Conclusão
Esta pesquisa está em processo de construção, a análise da documentação do
programas de aprendizagem e as entrevistas ainda estão sendo realizadas. Mas através
das pesquisas bibliográficas realizada é evidente as contradições entre as propostas dos
Programas de Aprendizagem e a prática dos mesmos, ficando evidente suas limitações 11No Brasil os empresários contam com o Serviço Nacional de Aprendizagem para qualificação e formação profissional de seus empregados, formado pelo Sistema S, ou seja a participação de segmentos formado por organizações criadas pelos setores produtivos (indústria, comércio, agricultura, transportes e cooperativas). O Sistema S tem espaços distribuídos por todo Brasil , ofertando cursos gratuitos ou pagos. As organizações que participam deste sistema são SENAC, SESI, SESC, SESI, SESCOOP, SENAR, SENAT, SEBRAE, SEST.
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formativas. Além de uma educação excludente, traz em suas entrelinhas disputas
financeiras que geram a produção do “capital” em cima do produto final , que seria a
inserção de uma parcela de jovens inseridos no mercado de trabalho, pelas entidades
formadoras em educação profissional.
Esta educação modular atribuída pelas entidades formadoras no Brasil, sejam
elas privadas ou filantrópicas, não pode ser apenas reprodutoras da teoria e prática, mas
deveriam promover os jovens para consciência crítica, dotados de ato político e ético.
Para Kuenzer (2006) as propostas de educação profissional formam apenas
superficialmente os jovens inseridos nestes projetos, cumprindo apenas formalmente as
propostas de governo. Esta formação pincela o conhecimento que desconhece o
aprendizado.
Os programas de aprendizagem propõe uma formação técnica-cidadã, mas
capacitam para o conhecimento técnico aplicável às demandas capitalistas. Com estas
contradições evidentes ficam alguns questionamentos: como qualificar e formar
socialmente o jovem aprendiz? Como instigar a capacidade crítica da formação para o
trabalho, num ambiente que inclui através da exclusão?
Gramsci afirma que a qualificação profissional deveria não apenas treinar o
operário, mas formar homens capazes de tornarem-se governantes de suas próprias
ações (SEMERARO, 2011).
Este tipo de formação deve fornecer condições que tornem os jovens aptos a
adquirirem as abstrações do trabalho, com conhecimento amplo no âmbito educacional,
técnico, social e político. Programas de aprendizagem profissional não podem se limitar
a modernizar o país, mas devem formar jovens qualificados e pensantes com condições
de instigar a sociedade e quem as dirige. Um jovem não apenas qualificado para o
mundo do trabalho, mas capaz de se perceber como agente das relações sociais.
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REFERÊNCIAS
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PASSETI, E. Crianças carente e políticas públicas. In: PRIORY, M.D. História das crianças no Brasil. 6.ed. São Paulo: Contexto, 2007, pp.347-375. RIZZINI, I. Pequenos trabalhadores no Brasil. In: PRIORY, M.D. História das crianças no Brasil. 6.ed. São Paulo: Contexto, 2007, pp.376-405. SANTOS, M.A.C. Criança e criminalidade no início do século. In: PRIORY, M.D. História das crianças no Brasil. 6.ed. São Paulo: Contexto, 2007, pp.210-229. SEMERARO, Giovani. Gramsci educador de relações hegemônicas. Revista Educação, Cultura e Sociedade. v.1, n.1, p.143-156, fev./jun. 2011. Disponível em <http://sinop.unemat.br/projetos/revista/index.php/educacao/article/view/173/112>. Acesso em 10 dez. 2012. SILVA, M.M. Os percursos profissionais dos jovens inscritos no Projovem trabalhador em Santa Catarina: precariedade circular. Anais... ANPED Sul 4. Porto Alegre, 2012.