programaClássica na FábricaLOCAL: AuditórioCLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: M/6

14 outubro[18h00]

A Flauta Transversal na era da electrónica…Obras da compositora Isabel PiresINTÉRPRETES

Solange Silva (Flauta Transversal)Isabel Pires (Electrónica)

entrada gratuitalimitada à lotação da sala, mediante o levantamento de bilhete na receção nos 30 min. que antecedem o espetáculo.

Programa

SideralMúsica electroacústica com imagem.

Duração: 10 minutos. Composição 2006

Untied scrawlsFlauta solo

2014

186FFlauta e electrónica em Tempo Real

2017

PULSARSMúsica electroacústica com imagem

Duração: 12 minutosComposição 2013/2017

Largo Mário MagalhãesInfante, n.º 142600-187 Vila Franca de XiraTel: 263 285 600 ext. 4822Email: cultura@cm-vfxira.ptGPS: 38º 57’ 7.44” N, 8º 59’ 17.78” W

Solange Silva (Flauta Transversal)Nasceu em Lisboa, em 1982. Em 1995 foi admitida na Escola de Música do Conservatório Nacional. Em 2005, terminou a Licenciatura em Música – Flauta Transversal na Universidade de Évora e em 2009, o Mestrado em Música – Flauta Transversal na Universidade de Aveiro. Participou em concertos integrando a Orquestra do Festival Rota dos Monumentos sob a direcção dos maestros Christopher Warren-Green

e Douglas Bostock, e a Orquestra A2M sob a direcção do maestro Jean Sébastien Béreau, apresentou-se ainda a solo com a SpiccatOrquestra. É membro do Ensemble Contemporaneus onde tem trabalhado com maestros como Christopher Bochmann, João Paulo Santos, Paulo Lourenço, Pedro Amaral, Roberto Perez e Vera Baptista. Tem-se apresentado em concertos quer a solo, quer inserida em diversos grupos de música de câmara. Mantém desde 2001 um duo com a clarinetista Sónia Silva, com a qual gravou para RDP – Antena2. Colaborou com a Companhia de Dança Amálgama. Participou em várias Master-Class com os flautistas Olavo Barros, Istvan Matusz, Patrick Galois, Zoltan Gyöngyössy e Jorge Carievsky. É professora de Flauta Transversal na Escola de Música do Conservatório Nacional (desde 2009) e no Conser-vatório Regional Silva Marques (desde 2005).

Isabel Pires (Electrónica)Compositora e interprete de música acusmática, Isabel Pires é doutora em Esthétique, Sciences et Technologies des arts – spécialité musique pela Universidade de Paris VIII. Docente no departamento de Ciências Musicais da Universidade Nova de Lisboa e responsável pelo LIM (Labo-ratório de Informática Musical), Isabel Pires é Investigadora no CESEM e coordenadora do Grupo de Investigação em Música Contemporânea.

A sua investigação relaciona-se com a composição musical, tanto instrumental como tecnologica-mente assistida, mas também com o funcionamento cognitivo da percepção auditiva, as carac-terísticas físicas do fenómeno sonoro e as noções de espaço na composição musical. Incluímos ainda análise musical, incluindo de música electroacústica e a preservação de suportes áudio.A sua obra musical inclui obras instrumentais, electroacústicas e de música mista e têm sido apresentadas maioritariamente na Europa. Destas obras salientamos “Smoke of Memories” (encomenda do GMCL), “Incertitude”, “Méditations Intimes” e “Ombres” (dedicada a Guillaume Coppola), assim como “Le fil double”, “Triforme Mundus”, “Réflexions Intemporelles”, “Sideral”, “Voyage au centre de la 5ème essence”, “Estranhas presenças que já não existem” e “Pulsars”.

biografia

Sideral (10 minutos; 2006)

“Imagine um universo no qual para compreender alguma coisa é necessário compreender tudo. (…) A beleza da relatividade é que a física da gravidade é controlada pela geometria do espaço. Com dimensões espaciais complementares...” (Brian Greene in “The Fabric of Cosmos”)O imaginário viaja em espaços siderai multidimensionais e deseja compreender o espaço do universo acusmático, onde ideia primárias, constituem esta obra multidimensional.Originalmente criada para 4 canais, sem imagem, Sideral é uma obra que transmite sensa-ções de espaços siderais. Órbitas planetárias, objetos rochosos ásperos ou movimentos ele-gantes de estrelas, os corpos celestes estranhos, distúrbios, cintilações, cercam o ouvinte. A versão escutada hoje foi realizada com imagem para a “Fábrica das Palavras”.

Untied scrawls(Flauta solo; 2014)

Obra para flauta solo, composta a partir de elementos por vezes desconexos, gestos soltos, momentos sonoros diversos que se encontram articulados por um complexo sistema inter-valar. Gestos quase repetidos, mas sempre distintos, rabiscos desenlaçados que o som doce da flauta transformará num mundo em Fá.

186F(Flauta e electrónica em Tempo Real; 2017)

186F pode parecer um nome estranho... 186F é um exoplaneta descoberto pela sonda Kepler em 2014. Encontrando-se a cerca de 500 anos-luz de distância, é o primeiro planeta que se estima ter uma dimensão seme-lhante à da Terra e que orbita a zona habitável da sua estrela, uma anã vermelha. Aqui farei minhas as palavras de Horacio Vaggione que afirma, em 1997, que “ninguém pode dizer de que é feita a música […] porque ela é feita de alguma coisa não demonstrável, e não é, em si mesma, nem arbitrária nem fundada”, para dizer que a ideia original para a composição desta obra, também não é, em certa medida, nem arbitrária nem fundada. Não é arbitrária porque surge de algo concreto, não é fundada porque esse concreto não é musical, mas antes espacial, não é real, mas antes imaginário. Composta para ser estreada na Fábrica das Palavras, esta obra implica a captação e mani-pulação em tempo real da flauta, criando ao mesmo tempo um duplo imaginário que é tam-bém real, porque é som.

PULSARS(12 minutos; 2013/2017)

Supernova, corpo de uma estrela massiva, a estrela de neutrões gira incansável e vertigino-samente, luz, pulsar, pulsar, pulsar ... assim é o contexto do espaço intenso, denso, imersivo

desta obra. O ouvinte perdido no negro cósmico do qual não se pode libertar, girando sobre si mesmo, recebe a Terra apenas vislumbres longínquos.Originalmente composta em 2013 para um sistema de 4 canais que devem envolver o público, levando-o a sensações intensas e imersivas, foi adaptada para uma nova versão cinematográ-fica em 2017. Esta é a versão que ouvimos hoje.

NOTAS: ISAbel PIreSS

Rita

Mor

ais