progressão harmônica e modulação

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PROGRESSÃO HARMÔNICA A elaboração de uma progressão harmônica deve sempre ser pensada a partir da idéia de frase musical (mesmo que não haja uma melodia definida). Segue abaixo algumas instruções: 1) Toda progressão deve terminar com uma cadência, fechando a frase musical. 2) É fundamental que a tonalidade da frase esteja clara, salvo ocasiões específicas (Ex.: transições e desenvolvimentos). Para tanto, os graus diatônicas devem ser priorizados. 3) É fundamental considerar o ritmo harmônico (ou pulso harmônico) da frase! 4) Leve em consideração os tipos de progressões na escolha da sequência de acordes. Para progressões tonais são preferíveis as progressões fortes (terminologia retirada do livro Harmonia, de A. Schoenberg): a) Progressões fortes: progressões em que a fundamental do 2º acorde é uma nota que não pertencia ao acorde anterior; Ex.: Dó M – Fá M. b) Progressões fracas: progressões em que a fundamental do 2º acorde é uma nota que já estava presente no acorde anterior; Ex.: Dó M – Mi m (a nota mi é a 3ª do acorde anterior). 5) Não se esqueça de resolver as dissonâncias harmônicas! (5ª dim., 7as, 9as, etc.) Importante salientar que: 1

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Page 1: Progressão harmônica e Modulação

PROGRESSÃO HARMÔNICA

A elaboração de uma progressão harmônica deve sempre ser pensada a partir da idéia de frase musical (mesmo que não haja uma melodia definida). Segue abaixo algumas instruções:

1) Toda progressão deve terminar com uma cadência, fechando a frase musical.

2) É fundamental que a tonalidade da frase esteja clara, salvo ocasiões específicas (Ex.: transições e desenvolvimentos). Para tanto, os graus diatônicas devem ser priorizados.

3) É fundamental considerar o ritmo harmônico (ou pulso harmônico) da frase!

4) Leve em consideração os tipos de progressões na escolha da sequência de acordes. Para progressões tonais são preferíveis as progressões fortes (terminologia retirada do livro Harmonia, de A. Schoenberg):

a) Progressões fortes: progressões em que a fundamental do 2º acorde é uma nota que não pertencia ao acorde anterior; Ex.: Dó M – Fá M.

b) Progressões fracas: progressões em que a fundamental do 2º acorde é uma nota que já estava presente no acorde anterior; Ex.: Dó M – Mi m (a nota mi é a 3ª do acorde anterior).

5) Não se esqueça de resolver as dissonâncias harmônicas! (5ª dim., 7as, 9as, etc.)

Importante salientar que:

- Tenha sempre em mente que a progressão elaborada servirá para a construção de uma textura polifônica com APENAS 2 ou 3 vozes. Neste contexto, acordes com muitas extensões (9as, 11as, etc) via de regra não funcionam como tal.

MODULAÇÃO

O princípio de modulação consiste na passagem de um campo harmônico a outro. Para tanto, deve-se alterar o campo diatônico, eliminando notas da armadura anterior e introduzindo as alterações da nova armadura. Há 3 procedimentos gerais de modulação, cada uma com características e efeitos distintos:

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Page 2: Progressão harmônica e Modulação

1) Modulação diatônica: modulação gradual e suave, parte do princípio de acorde pivô (acorde comum a duas tonalidades). Só pode ser utilizada para modulações entre campos harmônicos próximos.

2) Modulação cromática: modulação de efeito mais súbito, ocasionado pela utilização de cromatismo na inserção de notas alteradas em combinação com a utilização de uma ou mais notas repetidas.

3) Modulação enarmônica: modulação muito súbita e de forte impacto, consiste na refuncionalização de um acorde por conta de uma leitura enarmônica.

IMPORTANTE: toda modulação consiste de 3 etapas:

1ª) Afirmação da tonalidade inicial (monte uma frase, concluindo com uma cadência autêntica);

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Page 3: Progressão harmônica e Modulação

2ª) Modulação (monte uma passagem modulatória, coforme os 3 modelos acima, concluindo com uma cadência dentro da nova tonalidade);

3ª) Afirmação da nota tonalidade (monte uma frase, concluindo com uma cadência autêntica).

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