projecto de uma ferramenta progressiva
TRANSCRIPT
-
FCT-UNL
Projecto de uma Ferramenta Progressiva 3 Trabalho de TM2 2010/2011
Trabalho Realizado por Grupo 23: Pedro Filipe Pereira dos Santos n30592 MIEMc Pedro Torres Fraga n30604 MIEMc
-
Projecto de uma Ferramenta Progressiva
FCT-UNL 2010/2011
Pgina 1
ndice
Objectivos 2
A Pea 2
Sequncia de operaes 3
Seleco de materiais 5
Dimensionamento da Ferramenta
Punes 7
Matriz 8
Folga 9
Retorno Elstico 9
Clculo das Foras 11
Molas 13
Manga de Fixao 15
Sntese do Trabalho 17
-
Projecto de uma Ferramenta Progressiva
FCT-UNL 2010/2011
Pgina 2
Objectivos
Este trabalho visa projectar uma ferramenta de corte progressiva para o fabrico em srie da
pea dada. Para tal, iremos recorrer ao Solid Works para os modelos da pea e ferramenta.
No projecto da ferramenta estaro includos todos os dados relevantes sua concepo: a
sequncia das operaes a executar, a escolha dos materiais e os clculos do
dimensionamento da ferramenta.
A Pea
Material Lato 70/30
Composio Qumica
Cobre, Cu 68.5% a 71.5%
Zinco, Zn 28.5% a 31.5%
Chumbo, Pb 0.07% Ferro, Fe 0.05% Outros 0.15%
Propriedades Fsicas
Tenso de Rotura 300 MPa
Tenso de Cedncia 75 MPa
Extenso de Rotura 68%
Mdulo de Elasticidade 110 GPa
Dureza 54 HRf
Condutividade Trmica 120 W/mK
-
Projecto de uma Ferramenta Progressiva
FCT-UNL 2010/2011
Pgina 3
Sequncia de Operaes
Para determinar a sequncia de operaes, foi necessrio planificar a chapa.
Para o clculo do comprimento do arco da dobra considera-se:
r = 1.5 mm a = 2.749 mm
r = 2 mm a = 3.534 mm
A pea planificada ter este aspecto e dimenses:
Alt
ura
43
.49
8 m
m
Comprimento 36.637 mm
Com a chapa planificada, a seguinte sequncia de operaes foi proposta.
0 1 2 3 4 5 6
( )
a Comprimento do arco - ngulo da dobra t espessura da chapa r raio interno da dobra K constante dependente da espessura e raio (neste caso, K=2, pois r>2t)
-
Projecto de uma Ferramenta Progressiva
FCT-UNL 2010/2011
Pgina 4
0 Chapa sem deformao plstica
1 Corte do excesso da largura
2 Furos e corte dos excessos de largura laterias
3 Furo rectangular
4 ---------------------
5 Primeira dobragem
6 Destacamento da pea e 2 dobragem
Como se pode verificar, no existe deformao da chapa na etapa 4. Isto deve-se a uma regra
de dimensionamento da matriz da ferramenta: o ltimo corte efectuado ter de estar
distanciado do fim da matriz 1,5 a 2 vezes a espessura da mesma.
-
Projecto de uma Ferramenta Progressiva
FCT-UNL 2010/2011
Pgina 5
Seleco dos Materiais
A seleco dos materiais dos componentes da ferramenta influncia o seu desempenho e
durao. Por vezes compensa um material mais caro se este de facto melhorar a performance
da nossa ferramenta.
Punes e Matriz
Os punes e a matriz devem ser do mesmo material. Como componentes essenciais da
ferramenta, a escolha errada do material pode ser catastrfica.
Necessitamos de um material duro, resistente ao desgaste, para trabalho a frio. A
temperabilidade do nosso interesse, visto que um puno com a mesma dureza at ao
ncleo pode ser rectificado e reutilizado.
Tendo em conta estes critrios optmos pelo ao AISI D2, um ao ferramenta rico em carbono
e crmio, muito utilizado neste tipo de aplicaes. Tem elevada dureza, resistncia ao
desgaste, tenacidade e temperabilidade (pode at ser arrefecido ao ar aps a tempera).
Composio Qumica
Carbono, C 1.55%
Crmio, Cr 11.80%
Mangans, Mn 0.40%
Molibdnio, Mo 0.80%
Silicone, Si 0.30%
Vandio, V 0.80%
Propriedades Mecnicas
Dureza (Rockwell) 43 a 63 HRc
Temperatura de Tmpera 93 a 649C
Condutividade Trmica 20 W/mK
Mdulo de Elasticidade 210 GPa
Guias
Para as guias basta um material duro superfcie. Visto que no sofrem desgaste do mesmo
nvel dos punes, no se justifica utilizar o mesmo ao. Escolhemos ento o ao AISI 1020
(DIN 1.0402), indicado para trabalho a frio onde a dureza no ncleo no a mais relevante.
Composio Qumica
Carbono, C Mangans, Mn Fsforo, P Enxofre, S
Propriedades Mecnicas
Dureza (Rockwell) 68 HRb
Condutividade Trmica 52 W/mK
Mdulo de Elasticidade 205 GPa
-
Projecto de uma Ferramenta Progressiva
FCT-UNL 2010/2011
Pgina 6
Porta punes, Rguas, Base e Tecto
Para estes componentes a estabilidade essencial para o bom funcionamento da ferramenta.
Pensamos que o ao AISI 1040 (DIN 1.1186) satisfaz essa condio.
Composio Qumica
Carbono, C Mangans, Mn Fsforo, P Enxofre, S
Propriedades Mecnicas
Dureza (Rockwell) 80 HRb
Condutividade Trmica 51 W/mK
Mdulo de Elasticidade 200 GPa
Casquilhos
Necessita de alta resistncia ao desgaste, logo queremos um material com alto teor em
mangans. Utilizaremos o AISI 1040 (DIN 1.1186).
Cerra chapa e Colunas de Guia
Para este componente procuramos um ao cuja principal caracterstica seja a resistente ao
desgaste. Optmos pelo ao ferramenta AISI D3, caracterizado pela sua resistncia ao desgaste
e temperabilidade.
Composio Qumica
Carbono, C Crmio, Cr Mangans, Mn Silicone, Si Vandio, V
Propriedades Mecnicas
Dureza (Rockwell) 64 HRc
Mdulo de Elasticidade 207 GPa
-
Projecto de uma Ferramenta Progressiva
FCT-UNL 2010/2011
Pgina 7
Dimensionamento da ferramenta
Punes
Os punes devem ser dimensionados de forma a no encurvarem. A preveno da
encurvadura dos punes evita o acumular de tenses residuais, devidas a deformaes
plsticas, e assegura o bom funcionamento da ferramenta.
Os punes so dimensionados atravs das seguintes frmulas:
Comprimento mximo
- Fora de Corte E= 210GPa Mdulo de Elasticidade do Puno I Momento de inrcia mnimo C Permetro de corte s espessura da chapa
Espessura mnima
Dimetro mnimo (s para punes circulares)
De imediato calculamos a espessura e dimetro mnimo.
Comprimento mximo
Momentos de Inrcia
Punes Rectangulares Punes Circulares
Puno ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
0 81,280 40,015 1,250 6,513 18,601
1 18,850 -------- 3,000 64 121
2 84,772 25,637 16,749 10038 715
3 70,774 31,387 4,000 167 101
4 22,500 10,000 1,250 1,628 17,673
-
Projecto de uma Ferramenta Progressiva
FCT-UNL 2010/2011
Pgina 8
Como podemos verificar, os punes 0 e 4 so os de menor comprimento. Podemos agora
escolher duas formas de proceder; ou dimensionamos os punes todos para comprimentos
inferiores a 17 mm, ou reforamos os punes 0 e 4.
Escolhendo a ltima das duas, teremos de dimensionar os punes 0 e 4 com 2 seces
diferentes (para alm da cabea do puno). A primeira destas seces ter rea de corte
desejada e uma altura inferior ao comprimento mximo calculado anteriormente. A segunda
seco ter uma rea maior, o que permitir o puno ter um comprimento total maior.
Seco menor Seco maior
Puno ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) (
) ( ) 0 40,015 1,250 6,513 18,601 42,500 4,000 227 110 4 10,000 1,250 1,628 17,673 10,000 10,000 833 400
Os punes 0 e 4 podem ter agora comprimentos totais de 128 e 417 mm, respectivamente.
Analisando estes resultados, conclumos que com este mtodo podemos ter punes de 100
mm de comprimento (equivalente ao comprimento mximo do puno 3). Desta forma, os
punes esto dimensionados correctamente, visto que o seu comprimento de 35 mm.
Matriz
Apesar de no existir nenhum modelo de clculo da espessura de matrizes, podemos utilizar
valores recomendados. Atravs da consulta da tabela a baixo conclumos que a nossa matriz
ter uma espessura entre 20 e 22 mm.
-
Projecto de uma Ferramenta Progressiva
FCT-UNL 2010/2011
Pgina 9
Folga entre os Punes e a Matriz
Para chapa fina (espessura inferior a 3mm), a folga entre os punes e a matriz :
=
- Folga entre os punes e a matriz c constante para uma superfcie de corte limpa
Nas operaes de corte os punes sero minorados da folga e nas operaes de furao as
matrizes sero majoradas da folga.
Retorno Elstico
Ao ser dobrada, a chapa sofre deformaes do tipo elstico e plstico. A deformao plstica
caracterizada por ter um efeito permanente, isto , sem nova aplicao de fora, a chapa
no se altera. Com a deformao elstica o mesmo no acontece: se a chapa for deformada
elasticamente, ela recupera a sua forma quando deixarmos de aplicar a fora de dobragem.
Neste caso, necessrio dimensionar os punes e a matriz para dobrar a pea um pouco
alm dos 90 para que esta tenha uma deformao plstica que compense o retorno elstico.
Os valores de so determinados experimentalmente e retirados do seguinte grfico que relaciona o raio interno com a espessura da chapa.
ri (mm) ri' (mm) () 1.5 0.97 1.448 87.3
2 0.96 1.910 86.4
( ) r' raio ajustado r raio interno da dobra - constante de recuperao elstica
- ngulo de dobra ajustado - ngulo de dobra
-
Projecto de uma Ferramenta Progressiva
FCT-UNL 2010/2011
Pgina 10
Ento, a matriz na zona da primeira dobra ter de ter um raio de 1.448 mm e fazer um ngulo
de 87.3 para dentro. O puno da primeira dobra ter um raio de 1.448+0.5=1.948 mm.
Para a segunda dobra, a matriz ter de ter um raio de 1.91mm no topo, 2.41mm em baixo e
fazer um ngulo de 86.4 para dentro. O puno da segunda dobragem ter raio de 2.41mm no
topo e 1.91mm em baixo.
Seco da matriz na primeira dobra Seco da matriz na segunda dobra
-
Projecto de uma Ferramenta Progressiva
FCT-UNL 2010/2011
Pgina 11
Clculos das Foras
Foras de Corte
Puno C (mm) (N)
0 81,280 9754
1 18,850 2262
2 84,772 10173
3 70,774 8493
4 22,500 2700
Permetro de corte total, Fora de Corte total,
Fora de Extraco
A fora de extraco a fora necessria para extrair o puno da chapa. Depende de vrios
factores, mas pode ser estimada atravs da seguinte expresso:
Ento, a fora necessria para extrair todos os punes ser:
Fora de Dobragem
A fora necessria para fazer uma dobra dada pela expresso:
K constante igual a 2 L largura da dobra distncia entre o centro da dobra e ponto de aplicao da fora, que para dobras de 90 igual espessura, t.
Para a primeira dobragem:
Como so feitas 2 dobras, necessria uma fora de 1500 N para a 1 etapa de dobragens.
Para a segunda dobragem:
P Fora de corte - tenso de rotura ao corte,
-
Projecto de uma Ferramenta Progressiva
FCT-UNL 2010/2011
Pgina 12
H que ter ateno: nesta operao h um furo rectangular entre as dobras. Logo, o
comprimento de dobra considerado apenas das zonas onde h material. Como existem duas
dobras iguais, necessria uma fora de 600 N.
Fora de Dobragem total:
Prensa
Ser necessria uma prensa de 5 ton. No nos devemos esquecer que estes clculos de foras
so apenas estimativas e por isso optmos por uma prensa de fora ligeiramente superior
necessria.
-
Projecto de uma Ferramenta Progressiva
FCT-UNL 2010/2011
Pgina 13
Molas
Para a escolha das molas necessrio considerar a fora total de dobragem e a fora de
extraco., onde Fmin e Fmax so as foras mnima e mxima que o conjunto de molas far.
O curso da mola pretendida ter de ser superior a 30 mm, que a distncia do topo do cerra
chapa at s dobras da pea.
Consultando o catlogo da Fibro, optmos por molas 241.14.20.076
Considerando os valores para 30% e 80%:
A razo mxima d-nos o n de molas que precisamos. Neste caso precisamos de 11 molas.
-
Projecto de uma Ferramenta Progressiva
FCT-UNL 2010/2011
Pgina 14
O comprimento mximo:
O comprimento mnimo:
-
Projecto de uma Ferramenta Progressiva
FCT-UNL 2010/2011
Pgina 15
Manga de Fixao
A posio da manga de fixao pode ser calculada atravs das seguintes frmulas:
Posio da Manga segundo o eixo dos xx
Posio da Manga segundo o eixo dos yy
Para o eixo dos xx:
Puno xi (mm) Pi (N)
0 60,0225 9754
1 87,53 2262
2 107,8485 10173
3 140,3615 8493
4 241,954 2700
D1 209,442 1500
D2 263,381 600
Todos os punes, com a excepo do puno 0, so simtricos em relao ao eixo dos xx.
Logo, para a posio da manga de fixao em relao ao eixo dos xx, basta incluir no clculo o
puno 0.
A manga de fixao na fita ter esta posio (aproximadamente).
-
Projecto de uma Ferramenta Progressiva
FCT-UNL 2010/2011
Pgina 16
Em relao ao tecto, a manga de fixao ter estas coordenadas, considerando um dos cantos
como a origem:
X= xcg + 41.019 = 155.619 mm
Y=ycg + 183.5/2 = 100.732 mm
-
Projecto de uma Ferramenta Progressiva
FCT-UNL 2010/2011
Pgina 17
Sntese do Trabalho
O objectivo deste trabalho foi conceber uma ferramenta para a produo em srie de uma
pea dada.
O primeiro passo do nosso projecto foi a anlise da pea a fabricar. Esta obtida por corte,
furao e dobragem de uma chapa fina de lato 70/30. Depois de planificar a pea, foi simples
estimar as dimenses da fita de chapa.
Assim que definimos as operaes a realizar, escolhemos os materiais dos componentes da
ferramenta, tendo em conta a sua funo e as condies a que seriam sujeitos
Componentes Material (AISI)
Punes e Matriz D2
Guias 1020
Porta Punes, Rguas, Base, Tecto, Casquilhos 1040
Colunas Guia, Cerra-chapa D3
Para o dimensionamento dos componentes da ferramenta, utilizmos os modelos propostos
pelo docente e bibliografia recomendada.
Punes:
Espessura mnima: 0.819 mm
Dimetro mnimo: 1.023 mm
Comprimento mximo: 100 mm
Matriz: Espessura recomendada entre 20 e 22 mm
Folga entre os Punes e a Matriz: 0.039 mm
Foras totais:
Fora de corte: 45816 N
Fora de extraco: 4641 N
Fora de dobragem: 2100 N
Fora da prensa: 5000N (5 ton)
Conjunto de 11 Molas:
Fora mxima: 5632 N
Fora mnima: 2112 N
Comprimento mximo: 64 mm
Comprimento mnimo: 44 mm
Posio da manga de fixao (referencial considerado): (X,Y) = (156; 101)mm
-
Projecto de uma Ferramenta Progressiva
FCT-UNL 2010/2011
Pgina 18
Bibliografia
Apontamentos tericos
Estampos Volumes I, II e III Francesco Provenza, 1993 (Dinalivro Lisboa)
www.fibro.com
www.ramada.pt
www.matweb.com