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Projecto FEUP: 2010/2011
Supervisor: Engª Ana Sofia Guimarães
Monitor: Alberto Araújo
A Reabilitação dos Edifícios da Baixa
do Porto
A que época pertencem os edifícios da Baixa do Porto e que tipo de
problemas apresentam?
Realizado pelos discentes:
Ana Filipa Costa
Francisca Silva
Gonçalo Martins
João Macedo
José Pedro Leite
Pedro Alves
Equipa 227
A Reabilitação dos Edifícios da Baixa do Porto
1 Equipa 227
Resumo
Este relatório, realizado no âmbito da unidade curricular “Projecto FEUP”,
surge após uma reflexão sobre “A Reabilitação dos edifícios da Baixa do Porto”,
tema que nos foi proposto, sendo então retratado neste relatório: “A que época
pertencem os edifícios da Baixa do Porto e que tipo de problemas apresentam?”.
Durante a elaboração do relatório o nosso grupo tinha como principal
objectivo a pesquisa sobre a época de construção dos edifícios da Baixa do Porto e
as principais patologias que afectavam esses edifícios.
Verificou-se então que a maioria dos edifícios remontam o século XVIII,
tendo ainda patentes as características dessa época e havendo alguns reabilitados,
recentemente.
Quanto ao tipo de problemas encontrados nas construções, constatou-se
que se repetiam, a maioria, ao longo de toda a zona histórica.
Para que o trabalho pudesse ser mais especializado e para que também
fosse possível uma melhor aprendizagem, para uma posterior transmissão, optámos
pela focagem de duas ruas (Rua das Flores e Rua Mouzinho da Silveira) que
retratam na perfeição a situação actual da Baixa do Porto.
Nas visitas efectuadas ao local e também nas pesquisas sobre as mesmas
concluímos que apesar da situação se relacionar com a evidente idade dos edifícios
também resulta de um conjunto de desprezo e maus-tratos por parte da nossa
sociedade.
A Reabilitação dos Edifícios da Baixa do Porto
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Agradecimentos
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Câmara Municipal do Porto
Serviço de Reabilitação Urbana
Engenheira Ana Sofia Guimarães
Monitor Alberto Araújo
A Reabilitação dos Edifícios da Baixa do Porto
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Índice
1. Introdução pág. 04
2. Síntese de Conhecimentos pág. 05
2.1 Época dos edifícios da Baixa do Porto e distribuição da reabilitação por épocas de
construção pág. 05
2.2 Patologias mais frequentes desses edifícios pág. 08
3. Conclusão pág. 12
4. Referências bibliográficas pág. 13
5. Anexo pág.14
A Reabilitação dos Edifícios da Baixa do Porto
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1. Introdução
A Baixa da cidade do Porto é uma das zonas mais antigas da cidade, e como tal
são visíveis algumas “marcas” da idade. Assim, na Baixa, é possível observar uma
série de estragos nos seus edifícios.
Os principais problemas a afectar esta área repetem-se ao longo de vários
quarteirões, denegrindo uma zona que hoje em dia é palco de uma série de
importantes acontecimentos sendo diariamente visitada por cidadãos dos quatro
cantos do mundo!
Para que fosse então modificada esta situação foi criada em 2004 a Porto Vivo,
SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense que criou uma zona de
intervenção prioritária, ou seja, uma zona onde a sua acção se foca
maioritariamente, devido ao seu grave estado e às consequências que daí advêm.
Apesar de todo o trabalho desta sociedade, a Baixa da cidade Invicta ainda está
repleta de edifícios num estado ruína.
A Reabilitação dos Edifícios da Baixa do Porto
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2. Síntese de Conhecimentos
2.1 Época dos edifícios da Baixa do Porto e distribuição da reabilitação por épocas de
construção
O tema do projecto que nos foi proposto foi a reabilitação dos edifícios da baixa do
Porto. Assim, o grupo decidiu analisar o "Quarteirão Mouzinho Da Silveira/ Flores"
delimitado pela Rua Mouzinho da Silveira, Rua de Trindade Coelho, Rua das Flores e Praça
de Almeida Garrett. A operação de reabilitação deste quarteirão insere-se no programa de
reabilitação urbana da Baixa do Porto e do seu Centro Histórico promovida pelo Porto Vivo
SRU. Este quarteirão é considerado, pela SRU, como uma unidade de intervenção e por isso
foi elaborado um plano estratégico, a partir do qual se pretende criar condições para atrair
actividades e novos residentes, beneficiando da sua localização estratégica no centro
histórico do Porto; e melhorando as condições de salubridade, funcionalidade, segurança e
estética dos edifícios, criando, assim, novos espaços comerciais, de serviços e de habitação.
Imagem 1 (perspectiva sobre o quarteirão Mouzinho flores) (5)
Este quarteirão pertence à área do porto classificada pela UNESCO como
Património Mundial, delimitada pela antiga muralha fernandina, conhecido e apreciado
pelas suas características arquitectónicas e comerciais. É, principalmente, constituído por
duas ruas: a Rua das Flores e Rua de Mouzinho da Silveira. São duas ruas muito diferentes,
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que ligam a Baixa à Ribeira, e devido ao seu grande valor patrimonial e urbano são
utilizadas como passagem de milhares de portuenses e de turistas que procuram a zona
monumental e comercial da cidade, ruas estas que serão utilizadas como “amostras” dos
problemas da cidade.
A Rua das Flores, antigamente denominada Rua de Santa Catarina das Flores,
começou a ser construída a partir do século XVI. Ainda hoje é possível observar o seu perfil
transversal original e o seu traçado, mantendo a generalidade das construções que foram
erguidas ao longo dos séculos, nomeadamente o século XVIII. Esta foi tradicionalmente a
rua do ouro e da prata, e é também a rua do Porto com mais casas apalaçadas e
abrasonadas dos séculos XVII e XVIII.
A Rua de Mouzinho da Silveira construída na última metade do século XIX tem um
perfil transversal de 19 metros e a maioria dos seus edifícios foram erguidos na mesma
época. As características comerciais privilegiadas desta rua estão relacionadas com a
proximidade à estação de São Bento; que outrora, teve uma grande importância no
abastecimento das áreas rurais do Minho e Douro.
As duas ruas apresentam uma forte e importante componente monumental,
marcadas por edifícios que caracterizam uma época, uma cidade e os seus habitantes.
Hoje em dia, muitos portuenses desejam viver no Centro Histórico do Porto, pelo
seu valor patrimonial, e contribuem para a preservação do património, com um grande
valor cultural e imobiliário.
Efectivamente, é essencial valorizar os espaços e garantir a rentabilidade do
investimento na reabilitação destes. Assim, é fundamental realçar a estética dos edificados
e preservar o seu volume e imagem, conservando o essencial da sua estrutura inicial e
mantendo aqueles que estão num razoável estado de conservação, e ainda, promover a
intervenção naqueles que se encontram degradados.
Este tipo de intervenção torna-se bastante necessária pela importância da
localização destas ruas e pelo tamanho do quarteirão.
Alguns dos edifícios destas ruas já foram reabilitados com o apoio da SRU, como
os edifícios representados nas imagens seguintes, mas outros ainda precisam de uma
intervenção bastante profunda. Todas as construções deste quarteirão datam da mesma
época e, como tal, estas precisam urgentemente de serem reabilitadas.
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Imagem 2 Rua Mouzinho da Silveira
Imagem 3 Rua Mouzinho da Silveira
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2.2 Patologias mais frequentes desses edifícios
Nos edifícios da Baixa do Porto, mais particularmente na Rua Mouzinho da Silveira
e Rua das Flores, pode observar-se que existe uma riqueza invulgar em termos de materiais
usados na construção de habitações. Os materiais mais frequentemente utilizados como
revestimento de pavimentos são as madeiras, os cerâmicos e as pedras. Nos revestimentos
de coberturas em função da sua tipologia pode-se verificar a utilização das telhas cerâmicas
nas coberturas inclinadas, fazendo parte da linguagem arquitectónica em Portugal, e a
utilização das telhas betuminosas como material impermeável para as coberturas planas.
A madeira que também é utilizada em portas, caixilharias de janelas e estruturas
de telhados, tem como principais patologias a fendilhação, empolamentos e
empenamentos, que provêm sobretudo da acção da água, da radiação solar e variações de
temperatura.
Imagem 4 ( fotografia ilustrativa do mau estado das madeiras)
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Estes fenómenos naturais também atacam os telhados, que têm a sua estrutura interior
construída em madeira e que consequentemente sofre dos mesmos problemas que as
portas em madeira, mas também as telhas sofrem com o tempo e com a acção do clima,
nomeadamente ao nível das variações de temperatura que causam fissuras nas telhas e
desgastam a camada impermeável permitindo assim infiltrações que são nocivas para a
maioria dos materiais usados na construção.
Imagem 5 ( Imagem demonstrativa do mau estado dos telhados)
I
A Reabilitação dos Edifícios da Baixa do Porto
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Nos revestimentos de pavimentos são utilizados com frequência madeira,
material cerâmico e pedra.
No caso dos materiais cerâmicos e pedra, os seus maiores problemas estão
relacionados com as fissuras em rebocos, o descolamento, enodoamento,
riscagem/desgaste, alteração de cor, desprendimento do vidrado e eflorescências.
Imagem 7 ( imagem ilustrativa do mau estado da pedra)
Estes problemas podem ter sido causados, para alem do desgaste natural dos matérias,
pelos movimentos de contracção ou expansão, pela incompatibilidade de materiais
utilizados para “colar” a pedra e os cerâmicos. Também a acção do calor contribui para a
degradação destes materiais.
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Imagem 8 ( imagem ilustrativa do mau estado da pedra)
A pedra natural é usada pelo homem na construção desde tempos imemoriais e é
conhecida pela sua grande durabilidade. No entanto, a contínua exposição a agentes
químicos e físicos podem causar na rocha alterações no equilíbrio estrutural dos minerais
que a constituem, levando a consequências indesejáveis, como a perda de cor e brilho da
superfície e á degradação do edifício, aumentando em grande o risco de fracturação e de
desagregação. A porosidade das rochas, imagem da respectiva estrutura, do espaço
existente entre os grãos que a constituem, da micro fissuração e do grau de alteração,
constitui em si a principal condição para explicar a degradação das rochas, pois representa
as vias de acesso da água ao interior da rocha.
A água é um dos mais problemáticos agentes patológicos, seja no seu estado
líquido, sólido ou gasoso. A água, ao conter iões nela dissolvidos, ao entrar em contacto
com a rocha irá causar alterações na cor e estrutura, tendo como consequência a
degradação do material ao longo do tempo. A própria água que é usada diariamente para a
limpeza dos edifícios contêm sais minerais dissolvidos, que farão com que a pedra perca o
seu brilho e vá ficando baça e descolorida.
Também o vandalismo contribui para a degradação da cidade, nas viagem pela
cidade encontramos muitas fachadas pintadas por graffittis e janelas e portas estroncadas e
vidros partidos, e isso ainda contribui mais para a ruína da cidade, pois para alem do mau
estado dos edifícios e do seu aspecto deplorável ainda servem como telas a pinturas
horrorosas que sobrepõem umas às outras.
Imagem 9 ( o vandalismo)
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3. Conclusão
Para realizar este trabalho, o grupo necessitou de uma grande entreajuda e esforço da
parte de todos. Tentamos reunir o máximo de informação possível, mas nem sempre foi
fácil encontrá-la. Visitamos bibliotecas, pesquisamos informação na internet e até pedimos
ajuda a engenheiros especializados na área. Com, finalmente, toda a informação que
precisávamos reunida, conseguimos levar a realização do trabalho a bom porto.
O grupo deu-se bastante bem e as relações que se estabeleceram, apenas ajudaram a
melhorar a concretização do objectivo que tínhamos entre mãos.
Conseguimos, então, perceber que é essencial concentrarmo-nos em reabilitar a baixa
do Porto visto que se trata de um local onde habitamos e com imensa historia que não
queremos ver destruída.
Conclui-se que a requalificação da zona histórica é importantíssima para que a cidade
não se desmorone e não vire um autêntico cemitério de lojas e habitações que outrora
foram o leme e os motores da cidade. Caso isto aconteça esta parte da cidade pode tornar-
se numa zona muito perigosa pois pode servir de esconderijo a muitos criminosos, pois ao
saberem que a zona não e habitada ficam mais ou menos livres para actuarem ao saberem
que têm um esconderijo na próxima casa.
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4. Bibliografia
1. http://www.portovivosru.pt/
2. www.patorreb.com
3. Appleton, João, “Reabilitação de edifícios antigos – patologias e tecnologias de
intervenção”, Edições Orion, 2003
4. Paiva, José V., Aguiar, José, Pinho, Ana, “Guia Técnico de Reabilitação Habitacional”,
LNEC, 2006
(nota: estas quatro fontes foram utilizadas para elaborar o relatório na generalidade
não fazendo sentido associa-las a uma passagem em especial)
5. http://www.bing.com/maps/#JndoZXJlMT1SdWErRGFzK0Zsb3JlcyUyYys0MDUwK1B
vcnRvKyhQb3J0byklMmMrUG9ydHVnYWwmYmI9NDEuMTQ3NDA5MjY3MDQ5OCU
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A Reabilitação dos Edifícios da Baixa do Porto
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5. Anexos
Cartogramas explicativos das prioridades de construção nas ruas abordadas
Tabela 1: grau de degradação dos edifícios que corresponde à figura a baixo indicada
Figura 1
Prédio
Infra estruturas águas pluviais
Estrutura vertical
Estrutura horizontal
Cobertura Paredes exteriores
Paredes interiores
Acessos verticais
Tectos Caixilharias Pavimentos Sínteses da construção
1 bom bom bom bom bom bom bom bom bom bom bom
2 satisfatório bom bom médio bom bom bom médio médio/modesto bom razoável
3 mau médio mau mau médio mau mau mau mau mau mau
4 mau médio mau mau médio mau mau mau mau mau mau
5 inexistente mau ruína mau mau ruína ruína mau mau mau mau
6 satisfatório bom bom médio médio médio médio bom médio bom razoável
7 mau médio mau mau mau mau mau mau mau mau mau
8 mau médio médio médio médio … … médio médio mau modesto