projeto cobertura jornalística da corrupção política ... · d/ux~îììô u^ corrupção:...
TRANSCRIPT
Projeto Cobertura Jornalística da Corrupção Política: sistemas políticos, sistemas mediáticos, enquadramento legais
António João [email protected]
13
-11
-20
14
1
13
-11
-20
14
De que falamos ao falarmos de corrupção?
1 –O discurso mediático;
2 –A perceção social;
3 –Os crimes associados à noção de corrupção;
4 –A dimensão conhecida;
5 –Onde está a verdade?
2
13
-11
-20
14
1 –O discurso mediático da corrupção
3
13
-11
-20
14
4
- A comunicação social contribui para agendar os problemas sociais – a corrupção, a violência doméstica, a pedofilia, etc.;
- O discurso mediático produzido é fator de indução e edificação da perceção e do discurso social sobre os problemas sociais;
13
-11
-20
14
5
Número de notícias por ano analisado (2000/2001 e 2005/2006)
Títulos Total de Notícias 2000 / 2001 % 2005 / 2006 %CORREIO DA MANHÃ 208 33 15,9% 175 84,1%
PÚBLICO 211 48 22,7% 163 77,3%EXPRESSO 78 24 30,8% 54 69,2%
VISÃO 29 8 27,6% 21 72,4%
TOTAL 526 113 21,5% 413 78,5%
Adaptado de Maia (2008)
21%
79%
2000 - 2001
2005 - 2006
13
-11
-20
14
6
Tipologias de crimes correspondentes aos factos noticiados (2000/2001 e 2005/2006)
Título
Tota
l
Cri
me
de
co
rru
pçã
o
Ou
tro
s ti
po
sd
e
crim
inal
idad
ee
con
óm
ica
Ou
tro
s cr
ime
s (c
rim
es
não
eco
nó
mic
os)
Fact
os
qu
en
ãoco
rre
spo
nd
em
a n
en
hu
mti
po
lega
l de
cri
me
Nº % Nº % Nº % Nº %
CM 208 42 20,2% 22 10,6% 4 1,9% 140 67,3%
PÚBLICO 211 60 28,4% 23 10,9% 8 3,8% 120 56,9%
EXPRESSO 78 32 41,0% 15 19,2% 1 1,3% 30 38,5%
VISÃO 29 6 20,7% 2 6,9% 1 3,4% 20 69,0%
TOTAL 526 140 26,6% 62 11,8% 14 2,7% 310 58,9%Adaptado de Maia (2008)
13
-11
-20
14
7
Figura do corruptor mais realçada pelas notícias (2000/2001 e 2005/2006)
TítuloTota
l
Activo Passivo Ambos Não refere
Nº % Nº % Nº % Nº %
CM 42 13 31,0% 26 61,9% 2 4,8% 1 2,4%
PÚBLICO 60 12 20,0% 36 60,0% 10 16,7% 2 3,3%
EXPRESSO 32 7 21,9% 23 71,9% 1 3,1% 1 3,1%
VISÃO 6 0 0,0% 3 50,0% 3 50,0% 0 0,0%
TOTAL 140 32 22,9% 88 62,9% 16 11,4% 4 2,9%
Adaptado de Maia (2008)
13
-11
-20
14
8
Número de notícias identificadas nos sites com utilização do termo corrupção (2004 a 2013)
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Correio da Manhã 409 586 625 969 700 763 610 848 681 546
Diário de Notícias 122 631 441 493 499 1984 1257 933 717 678
Jornal de Notícias 224 578 611 742 638 786 447 469 400 358
Público 149 65 52 85 76 65 53 58 45 43
TSF 176 126 164 168 186 364 208 199 150 146
13
-11
-20
14
2 –A perceção social da corrupção
9
13
-11
-20
14
10
Importância de conhecer a perceção social da corrupção:
- Permite conhecer a forma como a sociedade vê e sente o problema;
- Permite perceber como as pessoas provavelmente se comportam perante situações concretas de corrupção;
- Sentimentos de impunidade podem ser fator potenciador de riscos para a ocorrência destes crimes;
13
-11
-20
14
11
Alguns traços evidenciados pela percepção / discurso social dos portugueses relativamente à corrupção:
- Confiança sobre o trabalho da comunicação social;
- Os portugueses assumem edificar a perceção sobre a corrupção a partir das notícias da televisão e da imprensa;
- A corrupção tem vindo a aumentar sistematicamente em Portugal – os índices de corrupção em Portugal têm vindo a aumentar desde o ano 2000, com particular incidência nos partidos políticos e no futebol;
13
-11
-20
14
12
Alguns traços evidenciados pela percepção / discurso social dos portugueses relativamente à corrupção:
- Crime dos outros (sobretudo dos políticos – os partidos políticos, o Parlamento, o Governo, os Serviços Públicos, tanto os centrais como os locais, e as entidades de justiça são merecedores de pouco confiança);
- Impunidade (justiça incapaz de punir – justiça pesada, lenta e ineficaz na sua função de punir a corrupção);
13
-11
-20
14
3 –Os crimes associados à noção de corrupção
13
13
-11
-20
14
O quadro de crimes do Código PenalConceito de funcionário (art.º 386º)- Corrupção passiva para ato ilícito (art.º 372º);- Corrupção passiva para ato lícito (art.º 373º);- Corrupção ativa (art.º 374º);- Tráfico de influência (art.º 335º);- Participação económica em negócio (art.º 377º);- Violação de segredo por funcionário (art.º 383º);- Peculato (art.º 375º);- Peculato de uso (art.º 376º);- Concussão (art.º 379º);- Abuso de poder (art.º 382º);
Relação
funcionário /
cidadão
Relação
funcionário /
gestão e
utilização dos
bens públicos 14
13
-11
-20
14
O quadro de crimes praticados por titulares de cargos políticos
Crimes praticados por titulares de cargos políticos
Diploma Súmula
Lei n.º 34/87, de 16 de
JulhoDefine os crimes praticados por titulares de cargos políticos
Lei n.º 108/2001, de
28 de Novembro
Estabelece o quadro de crimes praticados por funcionários em
organizações estrangeiras e a corrupção no sector privado –
decorre da convenção da OCDE
Lei n.º 30/2008, de 10
de Julho
Estende a responsabilidade dos crimes políticos aos
Representantes da República nas Regiões Autónomas dos
Açores e Madeira
Lei 41/2010, de 3 de
Setembro
Altera o regime dos crimes praticados por titulares de cargos
políticos
Lei 4/2011, de 16 de
FevereiroIntroduz algumas alterações no regime das penas
15
13
-11
-20
14
4 –A dimensão conhecida da corrupção
16
13
-11
-20
14Ocorrências
conhecidas
Ocorrências
ocultas
(desconhecidas)
DIM
EN
SÃ
O R
EA
L D
O
PR
OB
LE
MA
Cifras negras
17
13
-11
-20
14
Estatísticas oficiais dos crimes praticados no exercício de funções
públicas – 2003 a 2012
AnoProcessos Arguidos
Iniciados Julgados
Valo
r p
erc
en
tual
méd
io d
e
pro
cesso
s a
cu
sad
os
Julgados Condenados
Valo
r p
erc
en
tua
l m
éd
io d
e
arg
uid
os c
on
den
ad
os
2003 205 129 155 119
2004 155 110 138 98
2005 227 110 169 116
2006 189 127 260 142
2007 224 172 251 142
2008 195 190 358 212
2009 160 174 343 186
2010 172 163 332 160
2011 177 150 288 145
2012 143 143 247 153
Valores
Médios185 147 79,5% 254 147 58,0%
Fonte: Estatísticas oficiais da Justiça - http://www.dgpj.mj.pt/sections/estatisticas-da-justica/index/
18
13
-11
-20
14
Evolução dos processos e arguidos em crimes praticados no exercício de
funções públicas – 2013 a 2012
19
13
-11
-20
14
Estatísticas oficiais do crime de corrupção – 2003 a 2012
AnoProcessos Arguidos
Iniciados Julgados
Valo
r p
erc
en
tual
méd
io d
e
pro
cesso
s a
cu
sad
os
Julgados Condenados
Valo
r p
erc
en
tua
l m
éd
io d
e
arg
uid
os c
on
den
ad
os2003 115 53 63 55
2004 72 48 69 49
2005 105 47 89 60
2006 106 29 147 71
2007 122 53 81 50
2008 103 56 100 58
2009 62 43 133 65
2010 51 62 163 68
2011 65 42 133 48
2012 52 45 86 48
Valores
Médios85 48 56,0% 106 57 53,8%
Fonte: Estatísticas oficiais da Justiça - http://www.dgpj.mj.pt/sections/estatisticas-da-justica/index/20
13
-11
-20
14
Evolução dos processos e arguidos pelo crime de corrupção – 2003 a 2012
21
13
-11
-20
14
5 –Onde está a verdade sobre a corrupção?
22
13
-11
-20
14
- A verdade dos media;- A verdade que a sociedade (as pessoas) verbaliza;- A verdade demonstrada nos processos judiciais (a verdade na
fase de inquérito e a verdade em julgamento)- Onde esta afinal a verdade (se existe?) sobre este objeto?
23
13
-11
-20
14
Nota Final:Independentemente da formulação que queiramos considerar, a corrupção corresponde a um conjunto de práticas que traduzem atitudes sociais e culturais tendencialmente egoístas – os interesses particulares são colocados num plano superior e emdetrimento dos interesses coletivos – que contrariam as mais elementares regras de cidadania e de sã vivência social
24
13
-11
-20
14
GRATO PELA VOSSA ATENÇÃO!
25
13
-11
-20
14
26
Bibliografia: COSTA, A. (1987), “Sobre o Crime de Corrupção”, Livraria Almedina, Coimbra;
CUNHA, I. (2012), “Análise dos Media”, Imprensa da Universidade de Coimbra, Coimbra;GIGLIOLI, P. (1996), “Political Corruption and the Media: The Tangentopoli Affair”, in “International Social Science Journal – Vol.
48”, UNESCO, Paris, 381 - 394; MAIA, A. (2004). Os números da corrupção em Portugal. in Polícia e Justiça – Branqueamento de Capitais: 83-129;
MAIA, A. (2006), “Representações Sociais da Corrupção – Contributo para o seu Conhecimento”, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Lisboa;
MAIA, A. (2008), “Corrupção: Realidade e Percepções – o papel da imprensa”, Tese de Mestrado, Seminário do Curso de Mestrado em Sociologia, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Lisboa – também disponível na Biblioteca Online das Ciências da Comunicação, em http://www.bocc.ubi.pt/pag/maia-antonio-corrupcao-realidade-e-percepcoes.pdf ; MAIA, A. (2009), “O Problema da Corrupção em Portugal: Um Contributo para a sua Caracterização”, in Revista de Ciências Sociais
e Políticas – Vol. 3: 83 – 132; McCOMBS, M. & D. Shaw (1972), “The Agenda Setting Function of Mass Media”, in “Public Opinion Quarterly – Vol. 36 (2)”,
University of Chicago Press, Chicago, 176 - 187;MORGADO, Maria José; VEGAR, José, (2003), “O Inimigo Sem Rosto – Fraude e Corrupção em Portugal”, Publicações Dom Quixote,
Lisboa;SERRANO, E. (1998), “O Espaço Público e o Papel do Estado na Sociedade Global da Informação”, Biblioteca online das ciências da comunicação, acessível em http://www.bocc.ubi.pt/pag/serrano-estrela-espaco-publico-estado.pdf ; SOUSA, L. & J. Triães (2007), “Corrupção e Ética em Democracia: O Caso de Portugal”, Centro de Investigação e Estudos de Sociologia – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, Lisboa – disponível em http://www.obercom.pt/client/?newsId=369&fileName=obf3.pdf ;
SOUSA L. & J. Triães (org.) (2008), “Corrupção e os Portugueses – Atitudes, Práticas e Valores”, Rui Costa Pinto Edições, Lisboa;
Sites Consultados:- Banco Mundial / Indicadores de Governança - http://info.worldbank.org/governance/wgi/index.aspx#home ; - Correio da Manhã - http://www.cmjornal.xl.pt/ ;- Diário de Notícias - http://www.dn.pt/pesquisa/default.aspx?Pesquisa=corrup%E7%E3o ;- Direção-Geral de Política da Justiça - http://www.siej.dgpj.mj.pt ; - Jornal de Notícias - http://www.jn.pt/pesquisa/default.aspx?Pesquisa=corrup%e7%e3o ;- Público (http://www.publico.pt/jornal :- Transparecny International - http://www.transparency.org/research/gcb/overview ;- TSF - http://www.tsf.pt/pesquisa/default.aspx?Pesquisa=corrup%e7%e3o ;