projeto de curso de extensão mônica 2

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE IMPERATRIZ DEPARTAMENTO DE LETRAS Projeto de Curso de Extensão Título: COM VERSO EM CENA E UM DEDO DE PROSA: análise das obras literárias do Vestibular PAES/2016 Centro(s)/Departamento(s): CESI/UEMA – DEPARTAMENTO DE LETRAS Coordenador(a): Profa. Me. Mônica Assunção Mourão Matrícula: 1697325 CPF: 789.081.593-04 [email protected] Colaboradores: Profa. Dra. Kátia Carvalho da Silva Matrícula: ****** CPF: E-mail: [email protected] Profa. Me. Rute Maria Chaves Pires Matrícula: ****** CPF: E-mail: [email protected]

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Projeto de Curso de Extensão UEMA 2015

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Page 1: Projeto de Curso de Extensão Mônica 2

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃOCENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE IMPERATRIZ

DEPARTAMENTO DE LETRAS

Projeto de Curso de Extensão

Título: COM VERSO EM CENA E UM DEDO DE PROSA: análise das obras literárias

do Vestibular PAES/2016

Centro(s)/Departamento(s): CESI/UEMA – DEPARTAMENTO DE LETRAS

Coordenador(a):Profa. Me. Mônica Assunção MourãoMatrícula: 1697325CPF: [email protected]

Colaboradores:Profa. Dra. Kátia Carvalho da SilvaMatrícula: ******CPF:E-mail: [email protected]

Profa. Me. Rute Maria Chaves PiresMatrícula: ******CPF:E-mail: [email protected]

Prof. Saulo Lopes de SousaMatrícula: 2471852CPF: 045.580.873-22E-mail: [email protected]

Monitores:

Page 2: Projeto de Curso de Extensão Mônica 2

10 (seis) – acadêmicos que estejam cursando a partir do V período de Letras.

Justificativa

O estudo de obras literárias como requisito cobrado nos exames de

vestibulares se constitui numa oportunidade de o candidato ampliar seu domínio

cultural e cognitivo, além de avaliar a condição de expressividade linguística, uma

vez que a cobrança da produção textual já não alçava tal propósito. Segundo

Andrade (2003), a exigência de leitura e análise de obras literárias no vestibular

principiou-se nos anos 90 e, desde esse instante, o ensino de literatura passou a

transmutar-se sob estratégicas teóricas que busquem alternativas no intuito de

suplantar dificuldades referentes à resistência do aluno em se embrenhar pelo objeto

literário.

Ciente do papel sócio-cidadão da universidade em possibilitar à comunidade o

acesso ao conhecimento produzido no interior da academia, em conformidade com

um dos tripés que alicerçam a manutenção do Ensino Superior – a saber, ensino,

pesquisa e extensão – o Projeto Com verso em cena e um dedo de prosa compõe-

se em componente favorecedor à construção do conhecimento literário dos

vestibulandos, além de auxiliá-los nos estudos de obras literárias indicadas pelo

Processo Seletivo de Acesso ao Ensino Superior – PAES/2016, da Universidade

Estadual do Maranhão. Pensando dessa forma, as aulas de literatura, bem como as

análises literárias, antes de se comportarem como meras atividades interpretativas

“do texto no texto”, constituirão também oportunidades de o aluno-candidato se

posicionar reflexivamente ante à realidade, mediado pela relação dialética leitor-obra.

Os saberes literários requeridos nas provas de vestibulares objetivam a

aproximação permanente do candidato com as obras escritas, e ainda aperfeiçoar a

desenvoltura escrita de sua produção textual, colaborando com o acréscimo de

conhecimento e expressividade nos textos produzidos. Observa-se, ainda, que a

exigência de obras literárias atuais nos vestibulares configura-se como uma tentativa

de se reverter o quadro de deficiência da produção escrita. Obras que se

desvinculam dos clássicos literários e dos Parâmetros Curriculares do Ensino Médio

impelem o estudante – e também do professor – a estar em constante processo de

atualização, buscando novas leituras, estando a par das recentes obras literárias.

Page 3: Projeto de Curso de Extensão Mônica 2

Nesse particular, obtém-se a justificativa para o implante deste projeto de

extensão, mediante o qual, com base no trabalho de releitura – acreditando que o

público-alvo já tenha se familiarizado com os textos investigados – e análise das

literaturas selecionadas para o Vestibular PAES/2016, o aluno-candidato terá

condições de refletir criticamente e interpretar obras literárias. Importa ressaltar que

o projeto será desenvolvido em parceira com professores do quadro efetivo do

Departamento de Letras, do Centro de Estudos Superiores de Imperatriz (CESI).

No ato de (re)significação da obra literária, o leitor-aluno assume função

essencial, pois este é o principal sujeito atuante na construção de sentido do texto,

inserindo-se também nesse processo comunicativo. O leitor deve comportar-se como

um “interlocutor ativo”, aquele que interage juntamente com a obra lida. Nesse

sentido, Lajolo enfatiza que “ou o texto dá um sentido ao mundo, ou ele não tem

sentido nenhum” (1993, p.15).

Entende-se por leitura a concepção de sentido atribuída a pensamentos

exprimidos graficamente, estimando-se as experiências vivenciais e afetivas do

leitor. É por meio da leitura que o ser humano toma posse do conhecimento. Sendo

assim, a competência de ler texto participa significativamente no processo de

aprendizagem em geral, haja vista da relação saber-linguagem escrita.

A ação da leitura está sempre sujeita às experiências do leitor, adquiridas no

decorrer de sua jornada terrena. Toda atividade, e inclui-se o ato de ler, processa-se

mediante a convivência com o próprio mundo. Conforme Paulo Freire, anterior à vida

escolar e ao primeiro contato com o mundo das palavras, existe a leitura do mundo,

que circunda nosso entorno: “A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí

que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele”

(FREIRE, 1989, p. 9).

Freire ainda assinala que “a leitura da palavra não é apenas precedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de escrevê-lo, quer dizer, de transformá-

lo através de nossa prática consciente” (1989, p.20). Nessa perspectiva, o ato de ler

não deve se restringir ao decurso da leitura, mas difundi-se por todas as instâncias,

não deixando de lado a ótica do texto lido. A partir desse momento, a leitura literária

Page 4: Projeto de Curso de Extensão Mônica 2

exerce outra função e se permuta no exercício de constituição do sujeito. É

importante pontuar que a leitura de mundo - principiadora da leitura literária – deve

caracterizar-se pela criticidade, na medida em que indivíduo e sociedade interagem e

se constituem, mediados pelas experiências interpessoais e culturais.

Leitura literária, assim, alegoriza uma colheita de conhecimentos, consoante

Vargas: “ler significa sempre um ato de compreender, estabelecer relações

inicialmente individuais com cada objeto ou ser que nomeia, ampliando-as mais

tarde” (1955, p.05). A função da leitura é contribuir para que o ser se torne sujeito de

sua própria história a partir da reflexão do texto literário. A obra literária é um objeto

social e como tal possui uma dimensão político-ideológica que precisa ser

considerada, portanto deve-se ensinar literatura para trazer o homem a sua realidade

e não para fugir dela. Literatura não é escape, literatura é enraizamento.

A leitura é inerente ao ato de educar e, portanto, é “[...] a ponte para o

processo educacional eficiente, proporcionando a formação integral do indivíduo.

(MARTINS, 2004, p. 25). Ambos permeiam a necessidade de conhecer, movida por

um desassossego, inclusive pelo desejo de desvendar o oculto: “[...] A aprendizagem

da leitura quase sempre apresentam-na intencionalmente como algo mágico, senão

enquanto ato, enquanto processo de descoberta de um universo desconhecido e

maravilhoso.” (MARTINS, 2004, p. 15). Dessa forma, o estudo de obras literárias

poderia estender as fronteiras culturais desses alunos a partir das leituras e análises

feitas, ou seja, contribuir para a formação de leitores críticos.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio apontam fatores

linguísticos, culturais e ideológicos que participam da relação do leitor com o texto,

podendo ir desde a rejeição ou incompreensão até a adesão incondicional (BRASIL,

2006). Sendo assim, percebe-se o despreparo desses novos leitores e a insuficiência

em atribuírem sentido ao que leem, mesmo quando esse texto foge aos cânones

literários.

Tais presenças [de obras canônicas], no entanto, não diminuem o impacto que as obras atuais provocam entre os receptores das listas. Se por um lado obras novas não atendem às expectativas dos leitores, por outro, impõem a relação tradicional versus contemporâneo como um dos eixos essenciais para analisar o tipo de leitura indicada para esse vestibular. É desse modo que as indicações tornam-se um meio de valorizar a produção

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contemporânea, com repercussão sobre todos os segmentos envolvidos nesse consumo. (ANDRADE, 2003, p. 55).

Essas orientações curriculares revelam, ainda, que “não se deve

sobrecarregar o aluno com informações sobre épocas, estilos, características de

escolas literárias, etc.” (LDB, Lei nº 9.394/96, 2006, p. 54). Dessa maneira, o uso de

um texto literário como simples articífio a ser memorizado para a prova, ou por meio

de “macetes” que indiquem os possíveis conteúdos ou os trechos da obra que

possam figurar nas questões das provas, desqualifica o estudo da produção literária,

pulverizando, assim, os aspectos artísticos, os linguísticos, os ideológicos e os

sociais que somente a obra, como um todo, é capaz de evidenciar.

A leitura do texto literário constitui uma atividade sintetizadora, permitindo ao indivíduo penetrar o âmbito da alteridade, sem perder de vista sua subjetividade e história. O leitor não esquece suas próprias dimensões, mas expande as fronteiras do conhecido, que absorve através da imaginação e decifra por meio do intelecto. (SANTOS, 2008, p. 53).

Portanto, a leitura da obra literária é um exercício indispensável para a

constituição de leitores, necessariamente, por conceder a possibilidade de esse leitor

atingir um nível de conhecimento crítico do mundo, além de torná-lo leitor

intelectualmente autônomo e humanizado. Alimento da alma, a literatura pode e deve

ser apresentada as alunos, principalmente da educação básica, como um modo

sedutor e condicionado à descoberta.

Objetivo Geral:

Auxiliar os vestibulandos da rede pública de ensino de Imperatriz na análise crítica das

obras literárias exigidas pelo PAES/2016 (Processo Seletivo da Universidade Estadual

do Maranhão).

Metodologia:

1. Apresentação da proposta de curso aos alunos;

2. Seleção de alunos para o projeto;

3. Aulas expositivas e dialogadas;

4. Atividades dirigidas:

4.1.Debates;

4.2.Seminários;

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4.3.Avaliações orais e escritas;

4.4.Avaliações quantitativa e qualitativa.

Local de Funcionamento: Campus CESI/UEMA

Previsão de início: Setembro de 2015

Previsão de término: Novembro de 2015

Dias e Horários de Funcionamento: Aos sábados, de 9h às 12h e das 15h às 18h.

Carga horária: 40h

Conteúdo Programático

Contextos histórico-literários:

1. Trovadorismo;

2. Segundo momento do Modernismo no Brasil – Prosa;

3. Segundo momento do Modernismo no Brasil – Poesia.

Análise das obras:

1. A rosa do povo – Carlos Drummond de Andrade;

2. Vidas secas – Graciliano Ramos;

3. Auto da barca do inferno – Gil Vicente.

Recursos didáticos Quadro;

Pincel;

Apostila;

Apagador;

DVD Player;

Projetor;

Notebook;

Amplificadores de som.

Público-Alvo:

Alunos que estejam cursando o 3º Ano do Ensino Médio ou que já o

tenham concluído em instituição da rede pública.

Público atingido:

60 alunos

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Cronograma de Execução

Mês

Atividades Jul Ago Set Out Nov Dez

Elaboração do projeto X

Apresentação do Projeto ao Departamento de Letras X

Seleção dos Monitores X X

Início das aulas X

Análise das obras literárias X X X

Término X

Financiamento/Infraestrutura

Valores (por

unidade)Subtotal

O CESI/UEMA disponibilizará salas de aula e

recursos didáticos.

Recursos materiais necessários para a execução

do projeto:

1. Camisetas (15 unidades); R$ 15,00 R$ 225,00

2. Pastas com aba ofício (80 unidades); R$ 5,00 R$ 400,00

3. Canetas esferográficas (80 unidades); R$ 3,00 R$ 240,00

4. Resmas de papel Chamex (2 unidades); R$ 15,00 R$ 30,00

5. Apagadores (10 unidades); R$ 5,00 R$ 50,00

6. Pincéis para quadro branco (20 unidades); R$ 10,00 R$ 200,00

7. Certificados (70 unidades). R$ 5,00 R$ 350,00

TOTAL R$ 1.495,00

Referências bibliográficas:

ANDRADE, Claudete Amália Segalin de. Dez livros uma vaga: a leitura de literatura no vestibular. Florianópolis: UFSC, 2003.

BRASIL, Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. v.1. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica, 2006.

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BRASIL. LEI Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em 26 jun. 2015.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 23. ed. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989. (Coleção Polêmicas do nosso tempo; 4)

LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1993.

MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 2004. (Coleção primeiros passos)

SANTOS, Josalba Fabiana dos; OLIVEIRA, Luiz Eduardo (orgs). Literatura & ensino. Maceió: EDUFAL; 2008.

VARGAS, Suzana. Leitura: uma aprendizagem de prazer. Rio de Janeiro: José Olympio, 1955.

Imperatriz, 25 de agosto de 2015

Local e data

Profa. Me. Mônica Assunção Mourão______________________________________

Assinatura e carimbo do(a) Coordenador(a)