projeto de mapeamento dos recursos comunitários para a...
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Projeto de Mapeamento dos Recursos Comunitários para a Juventude do Taquaril
Escrito e Organizado porDaniel Gerson
Bruno Cesar de Souza
Apoiado Pelo Projeto“Novos Consórcios Públicos para Governança Metropolitana”
Parceiros no Projeto:A Comunidade do Taquaril
A Prefeitura do Belo Horizonte
Centre for Human Settlements
© Centre for Human Settlements2008
PREFEITURA BHT R A B A L H O P E L A V I D A
Agradecimentos
Gostaríamos de agradecer às
seguintes pessoas:
José Jarbas, Nilo, e todos os jovens
que participaram das ofi cinas; toda
a família De Souza; Flávia Mello
e o pessoal do Departamento de
Planejamento da Prefeitura de Belo
Horizonte; Heloisa, Liane, Eliane, e
Miriam da Escola Municipal
Fernando Dias Costas; Padre Mário
e Silvana do Projeto Providência
Páscoa; Blitz e Francis do Instituto
Pauline Reichstul; Alessandro e o
Grupo de Mobilização Comunitária
do Fica Vivo; Pedro do Agente
Jovem; Roberto do Grupo Abolição
Capoeira; Ednéia Aparecida de
Souza, da Federação das
Associações de Moradares do
Estado de Minas Gerais e toda a
equipe canadense do projeto
“Novos Consórcios Públicos
para Governança Metropolitana”
Índice
O PROJETO NO TAQUARIL
I. Apresentação e Objetivos do Projeto 6
II. Caracterização da área de abrangência do Projeto 7
III. A Importância do Mapeamento Comunitário 8
EXPERIÊNCIA DE MAPEAMENTO COMUNITÁRIO NO TAQUARIAL
IV. Metodologia de Mapeamento Comunitário 10
V. Realidade Mapeada Pelos Jovens da Comunidade 13
Mapa 1: Recursos de Educação no Taquaril 14-15
Mapa 2: Recursos de Emprego e Renda no Taquaril 16-17
Mapa 3: Recursos de Liderança no Taquaril 18-19
Mapa 4: Recursos de Saúde no Taquaril 20-21
Mapa 5: Recursos de Esportes e Lazer no Taquaril 22-23
VI. Recomendações dos Jovens para o Futuro 24
Autores 29
I. Apresentação e Objetivos do ProjetoEsta cartilha é o resultado do Projeto de
Mapeamento dos Recursos Comunitários
para a Juventude, que foi desenvolvido no
bairro Taquaril, na cidade de Belo Horizonte,
durante os meses de outubro e novembro
de 2006. Este projeto contou com a par-
ticipação de, aproximadamente, duzentos
jovens compreendidos na faixa etária de
quatorze a vinte e quatro anos de idade.
A partir das ofi cinas, os jovens tiveram a
oportunidade de refl etir criticamente so-
bre seu bairro e indicaram os recursos
disponíveis que conheciam e utilizavam.
O processo foi participativo e voluntário,
inspirado por um sentido de cidadania e
responsabilidade social.
Apesar de o projeto não ter identifi cado to-
dos os recursos, ele representou um passo
signifi cativo, pois transmitiu aos jovens um
modelo de aquisição de conhecimentos que
poderá ser aprimorado e replicado posteri-
ormente.
O Projeto de mapeamento teve como obje-
tivos:
a. propiciar aos jovens um maior conheci-
mento sobre o espaço em que vivem –
quais os equipamentos e recursos comu-
nitários disponíveis, que favorecerem o
exercício da cidadania;
b. ampliar o conhecimento entre as diversas
organizações, existentes no bairro, na
perspectiva de aprimorar a comunicação
e facilitar um planejamento conjunto
entre as mesmas;
c. apontar direções para um melhor desen-
volvimento da comunidade à medida que
os mapas apresentam, tanto os recur-
sos comunitários existentes, quanto os
necessários e inexistentes.
A cartilha subdividi-se em seis partes, a
saber:
I. Apresentação e Objetivos do Projeto;
II. Caracterização da área de abrangência
do Projeto;
III. A Importância do Mapeamento Comu-
nitário;
IV. Metodologia do Mapeamento Comu-
nitário;
V. Realidade Mapeada Pelos Jovens da
Comunidade;
VI. Recomendações dos Jovens para o
Futuro.
6
II. Caracterização da área de abrangência do ProjetoO Taquaril é um bairro pobre na periferia da
cidade do Belo Horizonte, a capital do Es-
tado de Minas Gerais. Fica na região leste
da cidade a 6 km do centro, cobrindo uma
área de aproxima-damente um milhão de
metros quadrados, dos quais 26% estão no
território da cidade vizinha de Sabará.
Em 1987, os moradores conseguiram que
a área do Taquaril fosse parcelada em lotes
para atender a duas mil famílias. Foram en-
tão organizados grupos de trabalhos e cri-
ado o Centro Comunitário Pró-Construção
e Desenvolvimento do Taquaril. A maioria
das moradias do bairro foram construídas
pelas mulheres, uma vez que os homens
trabalhavam fora do bairro. Depois da
construção das casas, a luta continuou nos
anos seguintes para obtenção dos serviços
básicos de infra-estrutura. Após esse
período, o bairro começou a crescer rápida
e desordenadamente. Ocupações de áreas
em risco geológico começaram a aconte-
cer, inclusive nas áreas da municipalidade
vizinha, Sabará. Em 1995 e 2001, o Taquaril
foi objeto de um plano diretor próprio, mas
esse plano foi desenvolvido apenas para
a área que está dentro da cidade de Belo
Horizonte.
Hoje, o Taquaril é a maior favela do Estado
de Minas Gerais: não há um número defi ni-
tivo da população total residente. Uma esti-
mativa atual é que a população do Taquaril
é de aproximadamente 40.000 pessoas,
sendo que 40% dessa população está
abaixo de 24 anos. A população é bastante
pobre: 82% da população ganha até 2
salários mínimos. Considerando-se que o
Índice de Qualidade da Vida Urbana (IQVU)
é um índice com variação entre 0-1, o bairro
do Taquaril tem um IQVU de 0.363. Dentro
da cidade de Belo Horizonte, a pior região
tem um índice de 0.328, e o melhor bairro,
um índice de 0.645. O Índice de Vulnera-
bilidade Social (IVS) do Taquaril é de 0.77,
sendo que o pior bairro de Belo Horizonte
apresenta um IVS de 0.79, e o melhor, tem
o IVS de 0.12. Esses indicadores mostram
que a comunidade do Taquaril tem muitos
problemas e desafi os a enfrentar, relativos
não só aos aspectos relacionados a infra-
estrutura física urbana, mas também em re-
lação a infra-estrutura social e de serviços.
Uma das maiores difi culdades para os
jovens é o desemprego. Esse problema
se agrava devido à percepção do bairro
na cidade de Belo Horizonte de que o
Taquaril é um lugar perigoso, impressão
continuamente reforçada pela mídia. Essa
percepção faz com que haja muitos precon-
ceitos contra os jovens do Taquaril. No en-
tanto, este projeto mostra que a maioria dos
jovens do Taquaril são responsáveis, hábeis
e se interessam por sua comunidade. Ape-
sar dos desafi os que os jovens enfrentam
no bairro, existem muitos exemplos de or-
ganizações com projetos feitos para e pelos
jovens, que estão tentando melhorar suas
vidas e de sua comunidade.
7
III. A Importância do Mapeamento ComunitárioO que é o Mapeamento dos Recursos
Comunitários para a Juventude?
É um processo que permite às pessoas
identifi car e registrar os recursos existentes
e, assim, acessá-los de forma mais efi caz.
É um processo de mapeamento que está
focalizado na experiência das pessoas que
vivem no local (comunidade) e que identi-
fi ca os recursos sociais, políticos, culturais,
econômicos e ecológicos que contribuem
para a saúde ambiental e o sentimento de
pertencimento à comunidade.
Para a juventude, o mapeamento comu-
nitário freqüentemente identifi ca demandas,
tanto no tocante a programas (nas áreas
de esportes, lazer) quanto a serviços. Esse
processo de ‘reconhecimento’ leva também
à identifi cação e à compreensão de mecan-
ismos de governança que estão ligados à
disponibilidade de serviços, equipamentos,
etc.
O produto do mapeamento é também um
processo de desenvolvimento comunitário,
pois se cria um diálogo entre as pessoas
em torno dos sistemas que afetam a comu-
nidade e sua sustentabilidade, especial-
mente no que se refere à juventude e aos
princípios de uma comunidade saudável.
As conexões estabelecidas entre a comuni-
dade e a juventude durante esse processo
pode ser o aspecto mais valioso do mapea-
mento comunitário.
Nesse processo, a contribuição de todos os
participantes é extremamente valiosa. Elas
não signifi cam, necessariamente, conheci-
mento sistematizado e convencional (por
exemplo, conhecimento acadêmico sobre
biologia, sobre geologia, etc). Fundamen-
talmente, trazem uma composição rica das
suas experiências no local, dos seus con-
hecimentos específi cos e das suas idéias.
Por que Mapear os Recursos
Comunitários?
A aplicação do mapeamento comunitário
contribui para: o aprendizado, o planeja-
mento de políticas, o compartilhamento de
informação, a capacitação da sociedade
civil, a conservação do meio ambiente, o
desenvolvimento econômico e cultural, o
conhecimento do patrimônio histórico e
ainda para o estabelecimento de metas
para a comunidade. Os atributos centrais
do mapeamento são:
a. Desenvolver ferramentas que possibilitam
o aprimoramento da comunicação e do
planejamento.
b. Informar o processo do planejamento
participativo. A inclusão de perspectivas
diversas enriquece o processo de toma-
8
da de decisão, incorporando valores da
comunidade (e da juventude).
c. Focalizar nos recursos existentes ao in-
vés do que falta e enfatizar a importância
da participação da comunidade na deter-
minação de seu próprio desenvolvimento.
d. Valorizar o conhecimento, as habilidades
e os recursos que as comunidades pos-
suem de forma imediata e enfática.
Por que o mapeamento pode ser um
processo local com conexões regionais?
O mapeamento comunitário tem como
sujeito uma comunidade inteira, cuja área
ocupada não se situa, necessariamente,
dentro das fronteiras municipais ou de out-
ros limites administrativos ou políticos. Isso
é importante no contexto metropolitano,
onde várias comunidades se estendem por
diversas municipalidades; como é o caso
do bairro do Taquaril que se localiza em
Belo Horizonte e também em Sabará.
Por que o mapeamento comunitário
promove o ‘consorciamento’ horizontal e
vertical?
O mapeamento pode encorajar a integração
horizontal de agências administrativas (por
exemplo, das prefeituras envolvidas) estim-
ulandoas a trabalhar em conjunto na busca
do desenvolvimento comunitário. Isso pode
resultar num planejamento mais adequado,
tanto em relação à geografi a (os limites
políticos não respeitam as característi-
cas geográfi cas) quanto à distribuição de
recursos e serviços, que podem ser melhor
articulados ao nível local;
Além disso, o mapeamento propicia a
integração vertical de níveis diferentes de
governança e da sociedade civil, promov-
endo uma conscientização maior de todos
os recursos e programas que funcionam na
comunidade, melhorando a comunicação e
a coordenação entre eles (de certa forma,
isso já funciona em termos com relação a
alguns programas do Orçamento Participa-
tivo, uma vez que necessidades e recursos
disponíveis são discutidos pelos residentes
de uma região).
Por que o mapeamento comunitário
mostra o relacionamento entre a comuni-
dade e a região urbana?
Ao relacionar os recursos existentes, pode
haver a identifi cação de quais recursos
estão próximos e que, potencialmente, po-
deriam atender às necessidades da comu-
nidade. Essa identifi cação pode provocar e
estimular o diálogo e o maior entrosamento
entre diversas agências de diferentes níveis
de governo, promovendo as interconexões
entre as diversas áreas de uma região
urbana, com envolvimento direto da socie-
dade civil (comunidades);
O diálogo entre diversas agências e insti-
tuições governamentais com comunidades
vizinhas pode mostrar de que maneira os
recursos estão sendo distribuídos em toda
região urbana. Isso é particularmente impor-
tante quando se discute o meio ambiente
degradado, pois os mananciais ou bacias,
assim como fl orestas urbanas ou áreas
de preservação se estendem, sempre, por
diversos municípios, que tem diferentes re-
cursos técnicos e orçamentários para lidar
com os problemas urbanos.
9
IV. Metodologia do Mapeamento ComunitárioA. Etapas desenvolvidas
1) Defi nir o espaço de abrangência do
projeto
Realizar uma reunião com o grupo-núcleo
do projeto. Esse grupo deverá incluir rep-
resentantes da comunidade, integrantes
dos diversos grupos que fazem parte da
comunidade (no caso de jovens: meninos
e meninas de diferentes classes sociais
e com diferentes tempos de moradia na
comunidade).
Nessa reunião, decide-se o seguinte:
• Quem vai participar?
• Quais são os tipos de recursos ou ‘coisas’
que serão mapeadas?
• Quais são os limites da área geográfi ca a
ser mapeada?
Por exemplo, para este projeto, decidimos
que queríamos trabalhar com os jovens
do Taquaril e mapear recursos de saúde,
educação, esportes, lazer principais lider-
anças e possibilidades de emprego. Devido
ao limitado tempo previsto para realização
do projeto, escolhemos uma parte menor
do bairro onde se concentram a maioria dos
recursos.
2) Identifi car parceiros potenciais
É mais fácil trabalhar com grupos já es-
truturados, em que as pessoas já se con-
hecem e trabalham juntas, ou seja, com
pessoas que já possuem uma agenda
comum. Os representantes da comunidade
conhecem quais são os grupos já ex-
istentes. Faz-se então uma lista de todos os
grupos que os representantes conhecem.
Por exemplo, para este projeto, trabal-
hamos com as escolas, com os projetos
de formação profi ssionalizante e com os
grupos de esportes e recreação.
3) Criar o pacote de informação
O pacote de informação é o conjunto de
dados e informações que deverá ser com-
partilhada com os parceiros em potencial.
Nosso pacote consistiu em uma carta de
apresentação sobre o projeto (descrição
das ofi cinas e das responsabilidades dos
atores envolvidos); uma descrição sobre
mapeamento comunitário, um plano de
ação e um detalhamento sobre o funciona-
mento de as ofi cinas (todas essas infor-
mações são as mesmas que estão neste
folheto).
4) Falar com os parceiros potenciais
É importante realizar uma reunião com as
pessoas responsáveis pela organização
com quem se irá trabalhar. Nessa reunião,
o projeto é explicado e são estabelecidas
as regras e o modelo de organização das
ofi cinas de mapeamento. Optou-se por
trabalhar com os jovens em momentos em
que os mesmos já se reuniam, para que os
participantes não tivessem que conciliar
mais uma agenda de atividades.
5) Realizar as Ofi cinas
As ofi cinas foram organizadas com ativi-
dades animadas e educativas, o que con-
tribuiu para que os jovens participassem de
maneira entusiasmada de todo o processo
(o item b apresenta a dinâmica das ofi cinas).
6) Coletar e analisar dados
Durante as ofi cinas, os jovens relacionam
os diversos recursos em diferentes mapas
e ao fi nal do processo tem-se uma coleção
de mapas temáticos. Não importa quantas
vezes cada lugar foi indicado (por quantos
grupos). Se houver apenas uma indicação,
o recurso/lugar deve aparecer. O que é
importante é a informação coletada sobre os
lugares/recursos que existem, dividido por
temas. Esses mapas fi nais irão representar
o conhecimento total de todos os grupos
participantes do projeto.
7) Conhecer os lugares indicados
Nessa etapa, faz-se uma visita aos lugares
indicados para saber o que está acontecen-
do in loco, para ter certeza de que tudo está
certo. É importante falar com alguém que
seja responsável pelo recurso ou equipa-
mento, que saiba bastante sobre o mesmo.
Caso seja necessário, colocam-se infor-
mações adicionais nos mapas.
8) Coletar recomendações
Nesse momento, faz-se uma leitura crítica
dos mapas e o levantamento das demandas
da comunidade. Isso pode ser feito por meio
de uma ofi cina adicional, na qual os par-
ticipantes examinam os mapas e discutem
sobre o que existe e o que falta. Ë interes-
sante ter uma discussão sobre cada tema.
Uma boa pergunta, que ajuda a organizar a
discussão, é a seguinte: “Se você pudesse
adicionar mais um recurso por cada tema, o
que seria?”
B. Estrutura básica das ofi cinas realiza-
das no Taquaril
1) Apresentação
Quem somos? O que é este projeto?
Porquê (e para quem) estamos fazendo este
projeto?
2) O que são recursos?
Discussão do conceito de recursos. Apre-
sentação de dois tipos de recursos: Pes-
soais (habilidades) e Comunitários. O grupo
faz uma lista de todos os tipos de recursos
que existem na comunidade.
11
3) Recursos Pessoais: Entrevista
Cada grupo de cinco pessoas faz uma lista
das habilidades pessoais; os participantes
fazem entrevistas, para saber quais são
as habilidades pessoais que o grupo tem.
Depois de discutir o tema, por 10 minu-
tos, os participantes apresentam suas
listas de habilidades ao grupo. Com essas
listas, monta-se um conjunto com todas
as habilidades pessoais existentes. Desta
forma, demonstra-se como a comunidade
do Taquaril possui habilidades, que pod-
erão ser utilizadas para estimular o desen-
volvimento da comunidade, ou seja, para
melhorar a vida pessoal de cada um dos
participantes e de suas famílias.
4) Atividade de Mapeamento
Cada grupo trabalha em torno de um
mapa da comunidade. Os mapas possuem
apenas os nomes das ruas. Cada grupo
terá canetas de cores diferentes (amarela,
vermelha, verde, azul e laranja), podendo ter
mais cores se identifi carem outros recursos
não citados. Cada grupo escolhe uma pes-
soa para escrever os detalhes dos recur-
sos indicados nos mapas. O facilitador da
ofi cina instrui os grupos.
a. Com a caneta amarela, marca-se no
mapa todos os lugares onde existem re-
cursos educativos; lugares onde se pode
aprender alguma coisa.
b. Com a caneta vermelha, marca-se no
mapa todos os lugares onde existem
recursos de atendimento à saúde; lugares
onde se pode ir para fi car mais saudável.
c. Com a caneta verde, marca-se no mapa
todos os lugares onde existem recursos
para praticar esportes e de lazer; lugares
onde se vai se divertir.
d. Com a caneta azul, marca-se no mapa
todos os lugares onde existem recursos
para saber sobre empregos e possibili-
dades de ganhar dinheiro; lugares onde
se podem ir para obter informações
sobre oportunidades de empregos ou
ganhar algum dinheiro.
e. Com a caneta laranja, marca-se no mapa
todos os lugares onde existem recursos
que apóiam lideranças; lugares onde as
pessoas podem ser ajudadas a tomar
decisões para melhorar sua comunidade.
12
V. Realidade Mapeada pelos Jovens da Comunidade
1) Experiência em Serviços
a. Gerais: Cozinhar, faxinar, pintar e
construir (pedreiro).
b. Especializados: Jardinagem, decoração,
marcenaria, bombero hidráulico e
atendimento no balcão.
c. Estética e vestuário: Costurar. Cortar
cabelo. Barbear. Maquiar. Escovar.
Trançar. Manicure/Pedicure.
d. Administrativos: Digitar. Arquivar.
Gerenciar. Escrever relatórios. Conduzir
uma equipe. Administrar.
e. Vendas: Operar uma caixa registra
dora. Vender roupas. Vender alimentos.
Vender coisas diversas. Vender
materiais recicláveis.
f. Atendimento: Tomar conta de crianças,
doentes, idosos e defi cientes. Tomar
conta de animais.
2) Habilidades
a. Artísticas: música, canto, pintura,
desenho, dança, artesanato, ilusionismo
e grafi te.
b. Comunição: Informática, locutor de
rádio e fotografi a.
c. Manutenção: utensílios domésticos,
eletrônicos e bicicletas.
d. Direção: Carro, ônibus, caminhão,
motocicleta e bicicleta.
e. Esportivas: Capoeira, futebol,
basquetebol, musculação, patins,
acrobata, volei.
Levantamento das Habilidades
A lista abaixo relaciona as experiências em serviços que os jovens do Taquaril desempenham, além de suas habilidades pessoais.
13
14
Esplanada
Alair Perreira Da S
ilva
Sagrada Familia
Paraiso
Gleucy Jose De O
liveira
Anchieta
Uniao
Cruzeiro
Joaquim Teixeira Dos Anjos
Pedro Alexandrino Mendonca
Laguna
Itamar
Serraverde
JaraguaCeu Azul
Mangabeira
BetaniaGuanabara
Nova Suissa Dona Clara
Grajau
Pai TomazAparecida
Primeiro De M
aio
Nacional
Maria Gor
Vista Alegre
An
ConcordiaRenascenca
Belvedere
Jardim Das Oliveiras
Maria Virginia
Eldorado
Ramiro Siqueira
Durval De Barros
Riacho
Monte Catelgo
Olaria
Das Agacias
Funcionarios
Dom Rafael
Bm
8 . Igreja Shekina
1. Fica Vivo
2. Creche N S Maria Menina
3. Projeto Providencia Páscoa
4. Projeto Providencia Páscoa
6. Rádio Taquaril
5. Igreja São Vicente de Paula
11. Escola Municipal Fernando Dias Cost
10. CREAR
9. Projeto Quer Viver
12. Casa Maria Menina
7. Projeto TOCHA
1. Fica VivoProgramas abertos para jovens de 14-24 anos• Ofi cinas de axé; hip hop; percussão; artesanatos; dança de rua; futsal; grafi te, pintura e desenho; em vários lugares;
• Atendimento psicológico;• Cursos em saneamento básico;• Cursos profi ssionalizantes;• Cinema Vivo (mostra de vídeos e discussão).
Mais Informações em: “Infor-mações sobre organizações no Taquaril” p. 27.
2. Creche Nossa Senhora Maria MeninaVários eventos, espaço aberto para a comunidade
• Ofi cinas de rap e violão aber-tas ao público;• Curso de empreendedorismo;• Curso de massas;• Curso ‘Varejo Forte’ para os comerciantes do bairro.
15
Suzana
Jatoba
Gameleira
marati
Ludgero Feupe Ferreira
Santa Luzia
Floresta
Camargo
California
Dom Cabral
Pindorama
Agua Branca
Alvorada
Filadelfia
Serrano
Calafate
Prado
Jardim America
Industrial
tas
13. Centro de Oportunidades
3 e 4. Projeto Providência PáscoaFormação sócio-político-ambi-ental-religiosa• Apoio pedagógico: atendi-mento de 6 a 14 anos;• Ofi cina de trabalhos manuais: horticultura, atendimento de 14
a 16 anos;• Ofi cinas de educação pelo trabalho: atendimento de 16 a 18 anos.Formação sócio-profi ssional• Arte culinária; • Eletricidade;• Corte costura;
• Arte em madeira;. Para jovens e adultos : Ensino Médio (EJA); Informática.
Mais Informações em: “Infor-mações sobre organizações no Taquaril” p. 27.
5. Igreja São Vicente de PaulaProjeto Natureza Jovem: oferece cursos de formação pessoal, preparando os jovens para o mercado de trabalho; é necessário fazer inscrição e pas-sar por testes para fazer parte do projeto.
6. Rádio TaquarilPromoção de programas cultur-ais, educativos e informativos.
7. Projeto TOCHAOfi cina de Corte e Costura.
8. Igreja Batista Shekina• Creche para crianças de 0 a 6 anos;• Aulas de reforça escolar para alunos de 7a14 anos;• Aulas de Informática e in-clusão digital;• Sala de computadores aberta ao público quando não há aulas; funciona também como lan house, a um custo de R$ 1,00 por hora. Em implementação:• Programa Contra Drogas (Nú-cleo de Assistência ao Viciado), em conjunto com ofi cinas do Fica Vivo;• Programa Cozinhar, com a construção de uma cozinha in-dustrial e uma quadra esportes.
9. Projeto Quer Viver• Programa de acompanha-mento escolar• Ofi cinas de Dança de rua, percussão, pintura, artesanato. $R 5,00
• Programa contra drogas (Nú-cleo de assistência ao viciado), ofi cinas do Fica Vivo, Programa Cozinhar, construção de uma cozinha industrial e quadra esportes.
10. CREAR Centro de Referência em Área de Risco: promoção da for-mação de agentes (Núcleo de Defesa Civil Voluntário) para trabalhar na prevenção de risco geológico (deslizamento de terra, enchentes etc.).
11. Escola Municipal Fernando Dias CostasEscola de ensino fundamental atende crianças e adolescentes de 6 à 15 anos durante o período do dia; à noite funciona como escola de ensino mé-dio (Escola Estadual Coração Eucarístico), e também com o programa EJA (Educação para Jovens e Adultos).Nos fi nais de semana:• Quadra poliespotiva aberta para a comunidade;• Ofi cinas de capoeira, per-cussão, pintura e desenho, cro-chê, dança, futebol, trabalho em mosaico, cestaria de jornal, biju-teria, música; todas as ofi cinas são gratuitas e abertas a toda a comunidade, não havendo limite de idade.
12. Casa Maria MeninaPromoção de várias ofi cinas, realizadas pelo Fica Vivo e pelo Programa Agente Jovem;
13. Centro de OportunidadesCurso Pré-Vestibular Pré-UFMG, à noite.
RECURSOS DE EDUCAÇÃO NO TAQUARIL
MAPA 1:
16
Esplanada
Alair Perreira Da S
ilva
Sagrada Familia
Paraiso Gleucy Jose De O
liveira
Anchieta
Uniao
Cruzeiro
Joaquim Teixeira Dos Anjos
Pedro Alexandrino Mendonca
Laguna
Itamar
Serraverde
JaraguaCeu Azul
Mangabeira
BetaniaGuanabara
Nova Suissa Dona Clara
Grajau
Pai TomazAparecida
Primeiro De M
aio
Nacional
Maria Gor
Vista Alegre
An
ConcordiaRenascenca
Belvedere
Jardim Das Oliveiras
Maria Virginia
Eldorado
Ramiro Siqueira
Durval De Barros
Riacho
Monte Catelgo
Olaria
Das Agacias
Funcionarios
Dom Rafael
Bm
1. Fica Vivo
2. Institute Pauline Reichstule
3. Projeto Providência Páscoa
4. Escola Municipal Fern
5. Agente Jovem
17
Suzana
Jatoba
Gameleira
marati
Ludgero Feupe Ferreira
Santa Luzia
Floresta
Camargo
California
Dom Cabral
Pindorama
Agua Branca
Alvorada
Filadelfia
Serrano
Calafate
Prado
Jardim America
Industrial
ando Dias Costas
1. Fica VivoCursos profi ssionalizantes.
2. Institute Pauline ReichstuleCursos de empreendimento, massas e varejo forte.
3. Projeto Providência Páscoa Formação sócio-profi ssional: 16 a 18 anos;• Arte culinária; • Eletricidade;• Corte costura; • Arte em madeira.
4. Escola Municipal Fernando Dias Costas
5. Agente JovemPrograma fi nanciado através de uma parceria entre a Prefeitura e o Governo Federal. Podem participar estudantes de 15 à 17 anos, que ganham uma bolsa mensal para freqüentar o progra-ma durante 4 dias por semana (de segunda a quinta feira). • Cursos: audiovisual, artes plásticas, desenvolvimento pes-soal.
Mais Informações em: “Infor-mações sobre organizações no Taquaril” p. 27.
MAPA 2: RECURSOS DE EMPREGO E RENDA NO TAQUARIL
18
Esplanada
Alair Perreira Da S
ilva
Sagrada Familia
Paraiso Gleucy Jose De O
liveira
Anchieta
Uniao
Cruzeiro
Joaquim Teixeira Dos Anjos
Pedro Alexandrino Mendonca
Laguna
Itamara
Serraverde
JaraguaCeu Azul
Mangabeira
BetaniaGuanabara
Nova Suissa Dona Clara
Grajau
Pai TomazAparecida
Primeiro De M
aio
Nacional
Maria Gor
Vista Alegre
ConcordiaRenascenca
Belvedere
Jardim Das Oliveiras
Maria Virginia
Eldorado
Ramiro Siqueira
Durval De Barros
Riacho
Monte Catelgo
Olaria
Das Agacias
Funcionarios
Dom Rafael
Bm
2. Rádio Taquaril
3. CREAR
1. Fica Vivo
19
Suzana
Jatoba
Gameleira
marati
Ludgero Feupe Ferreira
Santa Luzia
Floresta
Camargo
California
Dom Cabral
Pindorama
Agua Branca
Alvorada
Filadelfia
Serrano
Calafate
Prado
Jardim America
Industrial
4. Associação Pró-Melhoramentos
1. Fica VivoGrupo Mobilização Comunitária: trata-se de um grupo de jovens que atuam na mobilização da comunidade para eventos rela-cionados ao Fica Vivo.
2. Rádio TaquarilRádio Taquaril FM: jovens po-dem expressar suas opiniões, seus pensamentos políticos, sua cultura.
3. CREARCentro de Referência em Áreas de Risco: formação de agentes (Núcleo de Defesa Civil Voluntário) para trabalhar na prevenção de risco ge-ológico (deslizamento de terra, enchentes etc.).
4. Associação Pró-Melhoramentos
MAPA 3: RECURSOS DE LIDERANÇA NO TAQUARIL
20
Esplanada
Alair Perreira Da S
ilva
Sagrada Familia
Paraiso
Gleucy Jose De O
liveira
Anchieta
Uniao
Cruzeiro
Joaquim Teixeira Dos Anjos
Pedro Alexandrino Mendonca
Laguna
Itamara
Serraverde
JaraguaCeu Azul
Mangabeira
BetaniaGuanabara
Nova Suissa Dona Clara
Grajau
Pai TomazAparecida
Primeiro De M
aio
Nacional
Maria Gor
Vista Alegre
An
ConcordiaRenascenca
Belvedere
Jardim Das Oliveiras
Maria Virginia
Eldorado
Ramiro Siqueira
Durval De Barros
Riacho
Monte Catelgo
Olaria
Das Agacias
Funcionarios
Dom Rafael
Bm
1. Projeto Providência Páscoa
2. Restaurante Popular4. Posto de Saúde Novo Horizont
3. Academia Coliseu
21
Suzana
Jatoba
Gameleira
marati
Ludgero Feupe Ferreira
Santa Luzia
Floresta
Camargo
California
Dom Cabral
Pindorama
Agua Branca
Alvorada
Filadelfia
Serrano
Calafate
Prado
Jardim America
Industrial
te
1. Projeto Providência PáscoaAcompanhamento odontológico grátis para todos aos alunos do projeto.
2. Restaurante PopularBom almoço a R$ 1,00.
3. Academia Coliseu Musculação e ginástica.
4. Posto de Saúde Novo HorizonteVacinação, curativos, dispensa de medicamentos, coleta de ma-terial para exames, autorização e marcação de exames, marcação de consultas especializadas, av-aliação e encaminhamento para urgência, transporte sanitário (ambulância) quando necessário, visitas domiciliares,orientações sobre como prevenir doenças, prevenção de doenças transmiti-das por animais, controle de hi-pertensão, controle de diabetes, tratamento de doenças sexual-mente transmissíveis, tratamento de tuberculose, tratamento de hanseníase, acompanhamento de crescimento e desenvolvi-mento das crianças, acom-panhamento de desnutridos, planejamento familiar, pré-natal, prevenção de câncer de mama e ginecológico.
MAPA 4: RECURSOS DE SAÚDE NO TAQUARIL
22
Esplanada
Alair Perreira Da S
ilva
Sagrada Familia
Paraiso
Gleucy Jose De O
liveira
Anchieta
Uniao
Cruzeiro
Joaquim Teixeira Dos Anjos
Pedro Alexandrino Mendonca
Laguna
Itamar
Serraverde
JaraguaCeu Azul
Mangabeira
BetaniaGuanabara
Nova Suissa Dona Clara
Grajau
Pai TomazAparecida
Primeiro De M
aio
Nacional
Maria Gor
Vista Alegre
An
ConcordiaRenascenca
Belvedere
Jardim Das Oliveiras
Maria Virginia
Eldorado
Ramiro Siqueira
Durval De Barros
Riacho
Monte Catelgo
Olaria
Das Agacias
Funcionarios
Dom Rafael
Bm
1. Fica Vivo
2. Espaço Cultural Planetários
4. Projeto Providência Páscoa
5. Projeto Providência Páscoa
6. Rádio Taquaril3. Praça Che Guevara
9. Escola Municipal Fernando Dias Costas
7. Projeto Quer Viver
8. Academia Coliseu
23
Suzana
Jatoba
Gameleira
marati
Ludgero Feupe Ferreira
Santa Luzia
Floresta
Camargo
California
Dom Cabral
Pindorama
Agua Branca
Alvorada
Filadelfia
Serrano
Calafate
Prado
Jardim America
Industrial
s
1. Fica VivoOfi cinas gratuitas, abertas a jovens de 14 a 24 anos, que acontecem em vários lugares do bairro: axé, hip hop, percussão, artesanatos, dança de rua, fut-sal, pintura, desenho e grafi te.
2. Espaço Cultural PlanetáriosCinema, aulas de violão e rap, eventos para a comunidade.
3. Praça Che GuevaraÚnica praça no bairro freqüen-tada pelos moradores nos fi ns-de-semana.
4 e 5. Projeto Providência PáscoaQuadra esportiva aberta para comunidade nos fi nais de semana.
6. Rádio TaquarilPromoção de programas cultur-ais, educativos e informativos.
7. Projeto Quer ViverOfi cinas de dança de rua, per-cussão, pintura, artesanato, a um custo de $R 5,00.
8. Academia ColiseuAulas de hip hop, forró, muscu-lação e ginástica.
9. Escola Municipal Fernando Dias CostasQuadra esportiva aberta para a comunidade nos fi nais de semana;Ofi cinas de capoeira, percussão, pintura e desenho, crochê, dança, futebol, trabalho em mosaico, cestaria em jornal, bijuteria e música.
MAPA 5: RECURSOS DE ESPORTES E LAZER NO TAQUARIL
VI. Recomendações dos Jovens para o FuturoA lista abaixo relaciona dois tipos de
informação: a) as defi ciências existentes
na comunidade, e b) as recomendações
dos jovens. Ambas as informações foram
coletadas por meio da realização de entre-
vistas com jovens do Taquaril. Para cada
entrevistado foi mostrada uma primeira
versão do mapeamento e solicitado ao
mesmo que comentasse a respeito de cada
tema. Para facilitar a dinâmica, fez-se a
seguinte pergunta: “Se você pudesse acres-
centar um recurso a mais em cada mapa,
qual seria esse recurso?”
1. Esportes e Lazer
Defi ciências:
• A praça do Taquaril é o único lugar onde
as pessoas podem se ver, reunir e con-
viver ao ar livre e no entanto não possui
equipamentos – é praticamente só uma
rua do bairro.
• Não há recursos fi nanceiros para o fun-
cionamento das ofi cinas de esportes e
lazer.
• Não há apoio das autoridades à comuni-
dade do Taquaril: não há visitas de gov-
ernantes, seja às ofi cinas, aos eventos
culturais.
• Não há espaço para a prática de es-
portes.
Recomendações:
• Reconstrução da praça que poderia ser-
vir como um lugar de convivência.
• Construção de um espaço poliesportivo
com professores para todas as modali-
dades de esportes.
2. Educação
Defi ciências:
• Não há escola de ensino médio no bairro.
Os jovens com mais de 14 anos não têm
oportunidade de estudar no bairro.
• Os professores das escolas na comuni-
dade não são do bairro, e não têm con-
hecimento sufi ciente sobre as condições
dos jovens do bairro e, portanto, não
estão capacitados a lidar com as situ-
ações específi cas da comunidade juvenil
do Taquaril.
Recomendações:
• Implantação de uma escola de en-
sino médio no bairro – essa é a reco-
mendação mais importante de todas
(todas as pessoas que foram entrevista-
das falaram disso).
• Maior oferta de cursos de capacitação
para que os professores pudessem mel-
horar seu relacionamento com os alunos
e criassem condições de confi ança entre
professores e alunos.
3. Saúde
Defi ciências:
• Há somente um Posto de Saúde para
todo o bairro, hoje com mais de 40.000
pessoas, e a maioria das pessoas entre-
vistadas apontaram a necessidade de
outro Posto de Saúde.
• O Centro de Saúde existente funciona
precariamente, há falta de médicos e de
remédios, não atendendo a uma comu-
nidade de mais de 40 000 pessoas.
Há uma grande espera para consultas
especializadas no Posto de Saúde - em
média, hoje, 6 meses.
24
Recomendações:
• Implantação de um Posto de Saúde
adicional ao existente, um equipamento
que afeta a todas as famílias, com maior
número de médicos atendendo às neces-
sidades da comunidade e diminuindo a
espera para consultas especializadas.
• Plantão permanente no Centro de Saúde
para atender pequenas urgências, o que
poderia implicar eventualmente na con-
strução de uma unidade de atendimento
de urgência.
• Implantação de programas de educação
sexual para combater DST/AIDS.
• Implantação de programas de tratamento
odontológico.
Observação: Foi sugerido que o atendimen-
to de vários dos equipamentos identifi cados
como inadequados poderia ser melhorado
através de convênios com universidades,
de forma a poder aumentar o número de
pessoas atendidas.
4. Emprego e Renda
Defi ciências:
• Não há oferta sufi ciente de cursos profi s-
sionalizantes.
• Não há espaço para divulgação e venda
de mercadorias produzidas no bairro.
Recomendações:
• Apoio à organização de uma cooperativa
de jovens envolvendo artesanato e cultu-
ra: uma organização da comunidade que
possa vender o que os jovens produzem
dentro da comunidade.
• Criação de um Centro Profi ssionalizante.
5. Liderança
Defi ciências:
• Falta iniciativa às pessoas, há poucos
líderes para muita gente.
• Não há participação da comunidade nas
reuniões.
• Para as pessoas novas na comunidade é
muito difi cil participar da vida política da
comunidade, pois não há consistência
nos convites e na preparação (instrução)
das reuniões.
Recomendações:
• Defi nição clara de tópicos que possam
se tornar focos – um ponto em comum –
para unifi car as associações, facilitando
maior comunicação e cooperação entre
as organizações.
• Criação de um Centro de Referência para
jovens.
• Incentivo à comunidade para participar
mais em eventos externos.
25
Centro de Referência da Juventude: uma
idéia dos jovens
Uma idéia que foi indicada por muitas pes-
soas é a criação de um Centro de Referên-
cia da Juventude, que poderia abrigar todos
os recursos para a juventude do Taquaril em
um só local. Nesse local, haveria infor-
mações sobre todos os recursos e serviços
disponíveis, com o Centro servindo como
ponto de articulação de todos os progra-
mas para a juventude.
O Centro de Referência não irá substituir
os programas já existentes, mas poderá
funcionar como centro de coordenação e
informação sobre tudo que existe e está
em funcionamento. Poderá ter como fun-
cionários os próprios jovens, utilizando suas
habilidades e ao mesmo tempo atendendo
às necessidades da comunidade.
Um outro aspecto importante é que o Cen-
tro poderá ser um lugar que incentive idéias
da juventude sobre o desenvolvimento do
bairro, e oferecerá um espaço para cultivar
uma maior participação e engajamento da
juventude na lideranca do bairro.
O Centro poderá ser ligado a um sistema
de Centros de Referência da Juventude
em vários lugares nas cidades vizinhas,
promovendo o desenvolvimento social no
bairro, a troca de informações e idéias,
estimulando a interação com outras comu-
nidades e uma visão regional de programas,
equipamentos, serviços para os jovens.
Esse Centro poderá, por exemplo, abrigar:
• diversos tipos de ofi cinas de esportes e
lazer;
• cursos profi ssionalizantes de todos tipos;
• informações sobre saúde sexual para a
juventude;
• informações sobre emprego e ajuda
fi nanceira;
• cursos pre-vestibular e ajuda acadêmica;
• programas de assitência e ajuda na
busca de emprego;
• acesso à internet;
• centro de informações sobre a gov-
enança da comunidade;
• sede de um conselho da juventude do
bairro;
• sede de uma cooperativa de jovens.
Um exemplo desse tipo de iniciativa está
acontecendo na cidade da Fortaleza, que
está implantando o projeto CUCA - Centro
Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte.
Esse projeto vai reunir em só um lugar
espaços para a prática de esporte, lazer e
entretenimento; espaços para a produção
cultural, artística, profi ssional e inclusão
digital; espaços de fomento à circulação e
difusão artística; e qualifi cação profi ssional
e socio-economia solidária.
26
Informações sobre organizações no Taquaril
Favela É Isso Ai•
Uma organização não-governamental que tem como
missão: “promover a atividade artística e cultural dos
moradores de vilas e favelas, contribuindo para inserção
social, construção da cidadania e a melhoria da quali-
dade de vida”:
http://www.favelaeissoai.com.br/
Fica Vivo•
Núcleo de Referência Alto Vera Cruz/Taquaril/Granja de
Freitas
Coordenadores: Josiane e Alessandro
Endereço: Rua Antão Gonçalves, nº 60 Bairro Taquaril
Telefone: (31) 3483-2366
O Programa de Controle de Homicídios Fica Vivo! é
coordenado pela Superintendência de Prevenção à
Criminalidade e tem como objetivo reduzir o número de
homicídios favorecendo a organização comunitária e dos
jovens. O trabalho alia ações preventivas, que mobilizam
os jovens, entre 12 e 24 anos, das comunidades em
ofi cinas educativas, culturais e profi ssionalizantes e de
patrulhamento ostensivo feito pelo Grupamento Espe-
cializado de Áreas de Risco (Gepar) da Polícia Militar de
Minas Gerais.
http://www.seds.mg.gov.br/eixos_fi cavivo.asp
Projeto Providência Páscoa Taquaril•
Rua Alair Pereira, 100 30290-580 - Belo Horizonte - MG
Fone:(31) 3483-3887 E-mail: [email protected]
Entidade fi lantrópica que atende crianças e adolescentes
na faixa etária de 4 a 18 anos, em situações de risco
social, violência familiar e pobreza extrema.
O Projeto vem atuando como agente transformador na
vida de milhares de pessoas (crianças, adolescentes e
seus familiares) que antes não tinham nenhuma perspec-
tiva de vida digna. Atualmente são mais de 3 mil crianças
e adolescentes assistidos todo dia por quatro horas, em
horário alternado ao da escola.
http://www.arquidiocese-bh.org.br/projsociais/default.
asp
Agente Jovem•
Rua União, nº. 100 – Conjunto Taquaril – CEP:
30.290-370
Fone: (31) 3483-4808
O Projeto Agente Jovem de Desenvolvimento Social e
Humano, compreendido como a conjugação da Bolsa
Agente Jovem e da ação socioeducativa deverá promov-
er atividades continuadas que proporcionem ao jovem,
entre 15 e 17 anos, experiências práticas e o desenvolvi-
mento do protagonismo juvenil, fortalecendo os vínculos
familiares e comunitários e possibilitando a compreensão
sobre o mundo contemporâneo com especial ênfase
sobre os aspectos da educação e do trabalho.
http://www.mds.gov.br/programas/rede-suas/protecao-
social-basica/projeto-agente-jovem-de-desenvolvimento-
social-e-humano
27
28
Informações sobre Mapeamento Comunitário
Environmental Youth Alliance - EYA•
A EYA é uma organizacao de Vancouver, British Colum-
bia, Canadá que faz projetos de mapeamento de recur-
sos comunitários com jovens no Canadá e em diversos
lugares do mundo (em inglês):
http://www.eya.ca/youthmappers/
Informações em inglês na internet
A página do Center on Education and Training for
Employment contem informações sobre mapeamento
comunitário, e sobre livros, artigos, organizações, e pági-
nas específi cas na internet:
http://www.cete.org/acve/docgen.asp?tbl=tia&ID=170
Na página seguinte existem informações e recursos:
http://www.backspace.com/notes/2004/06/23/x.html
No endereço eletrônico seguinte há um manual sobre
como se fazer o mapeamento comunitário:
http://srdc.msstate.edu/publications/227/227_asset_
mapping.pdf
Informações sobre o projeto “Novos Consórcios Públi-
cos para Governança Metropolitana”:
http://www.chs.ubc.ca/consortia/
Daniel Gerson
Sou um estudante canadense,
fazendo o meu mestrado em plane-
jamento urbano na Universidade
da British Columbia, na cidade de
Vancouver. Já tenho um bacharelado
em antropologia e trabalhei como
professor de inglês durante alguns
anos na Coréia. Adoro viajar, con-
hecer outras culturas e pessoas.
Tenho muito interesse em questões
de desenvolvimento social,
governança municipal e o engaja-
mento de jovens nos processos
de governança e de mapeamento
comunitário. Esta foi a minha pri-
meira experiência no Brasil e foi
uma experiência maravilhosa. Gostei
muito de todas as pessoas que
conheci e tenho muitas lembranças
especiais do tempo que morei e
trabalhei em Belo Horizonte. Tenho
saudades do Brasil e espero poder
voltar em breve.
Bruno Cesar de Souza
Meu nome é Bruno Cesar de Souza,
tenho 22 anos. Eu estudei até o 3º
período de Ciências Contábeis em
uma universidade particular, onde
tinha uma bolsa de 100%. Cresci
no Taquaril e vi essa comunidade
crescer junto comigo. Aos 16 anos
consegui um estágio na PBH para
trabalhar em uma escola no Taquaril,
durante todo o estágio eu aprendi
muito sobre o Taquaril, depois deste
estágio, eu trabalhei no CREAR
(Centro de Referência em Área de
Risco do Taquaril). Durante um ano
de estágio que realizei no CREAR
meus conhecimentos sobre o
Taquaril—suas necessidades e suas
riquezas—foram muito ampliados
através de várias visitas técnicas que
ajudei a realizar em áreas de risco
geológico. Foi muito chocante para
mim, pois ainda não tinha conheci-
mento da situação real de muitas
pessoas que moram no bairro.
Comecei a trabalhar como voluntário
na FAMEMG (Federação das Asso-
ciações de Moradores do Estado de
Minas Gerais) em fevereiro de 2006,
no mesmo ano em que tive a oportu-
nidade de desenvolver este trabalho
de Mapeamento Comunitário, que
me deixou muito feliz por que senti
que estava fazendo algo muito legal
para o Taquaril.
29
Daniel (left) and Bruno
Autores