projeto final arquitetura centro de atenção psicossocial para dependentes químicos
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CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALTO DO DISTRITO FEDERAL
UNIPLAN
ARQUITETURA E URBANISMO
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO - TFG
LUANA DA COSTA SILVA
PROPOSTA DE ANTEPROJETO DE ARQUITETURA PARA UM
CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL PARA DEPENDENTES
QUÍMICOS.
BRASÍLIA - DF, 2015.
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LUANA DA COSTA SILVA
PROPOSTA PARA ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE UM CENTRO
DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL PARA DEPENDENTES QUÍMICOS.
Monografia apresentada ao curso de graduação em Arquitetura e
Urbanismo da UNIPLAN – Centro Universitário Planalto do Distrito
Federal com requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em
Arquitetura e Urbanismo.
Orientadoras: (Esp) Ana Isabela Soares Martins
(Me) Ana Paula Gurgel
BRASÍLIA - DF, 2015.
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CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALTO DO DISTRITO FEDERAL
UNIPLAN
Monografia de autoria de Luana da Costa Silva, intitulada “Proposta para anteprojeto
arquitetônico de um Centro de Atenção Psicossocial para dependentes químicos”, apresentada
como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo do
Centro Universitário Planalto do Distrito Federal - UNIPLAN em ___/___/___, defendida e
aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:
________________________________________________________
Prof. (esp.) Ana Isabela Soares - Orientadora
________________________________________________________Prof. (Me) Ana Paula Gurgel - Orientadora
________________________________________________________
Prof. examinadora
________________________________________________________
Examinador convidado.
BRASÍLIA 2015.
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Dedico este trabalho a minha mãe Andréa que com muita garra
sempre batalhou para que eu pudesse realizar meus objetivos de vida,
aos meus irmãos caçulas, para que com meu exemplo saibam o valor da
educação e ao meu namorado Hudson pela dedicação, confiança e
incentivo.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus que sempre está comigo, me fazendo forte nas
dificuldades e me concedendo sabedoria em minhas escolhas de vida e aos familiares, pelo
amor, carinho e apoio que dedicam a mim.
Agradeço aos meus professores por terem sido pacientes e por acreditarem em minha
capacidade. Meus sinceros agradecimentos aos professores Adriana Salles e Ricardo Bitencourt
pelo incentivo e pelas observações assertivas no decorrer deste estudo. Em especial agradeço
às professoras Ana Isabela Soares Martins e Ana Paula Gurgel por acreditarem na importância
deste estudo, pelas críticas construtivas e apoio nos momentos de desespero.
Também não poderia deixar de agradecer aos meus amigos e colegas de turma, aCarmem Silva e Edinéa Martins pelo compartilhamento de conhecimento, e em especial ao meu
querido amigo Carlos Nunes, que foi meu incentivador e encorajador durante todo o curso.
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RESUMO
O presente trabalho abrange uma pesquisa arquitetônica como requisito parcial do
Trabalho Final de Graduação (TFG) do Curso de Arquitetura e Urbanismo e tem como objetivo
a elaboração de um anteprojeto arquitetônico de um Centro de Atenção Psicossocial para
tratamento de dependentes químicos. Trata-se de um equipamento público contrário ao modelo
manicomial, onde pessoas com sofrimento psíquico ligados ao uso de drogas podem receber
tratamento para desintoxicação, e apoio durante a reabilitação, com a promoção de lazer, prática
de atividades terapêuticas e atividades físicas. Além disso, no centro de atenção psicossocial,
os pacientes recebem assistência social e são incentivados à educação e à profissionalização,
objetivando a reinserção desses indivíduos em sociedade. Buscou-se respaldo para aconceituação do anteprojeto por meio da revisão de literatura, estudos de caso, levantamento
de dados e diagnósticos que contribuíram para a proposta arquitetônica. A partir do
levantamento de dados, observou-se a necessidade de implantação de um Centro de Atenção
Psicossocial para dependentes químicos na Região Administrativa (RA) Ceilândia, Distrito
Federal (DF), onde os índices de tráfico de drogas e vulnerabilidade social são elevados. A
proposta arquitetônica prevista para o Centro de Atenção Psicossocial objetiva a composição
de espaços embasados na legislação pertinente e que proporcionem conforto térmico, acústicoe visual, a fim de se obter um ambiente hospitalar humanizado.
Palavras-chave: dependência química, drogas, reinserção social, reabilitação, desintoxicação,
atenção psicossocial, atividades terapêuticas e ambiente hospitalar humanizado.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AGETOP – Agência Goiana de Transportes e Obras
CAPS – Centro de Atenção Psicossocial
CAPSi – Centro de Atenção Psicossocial Infantil
CAPS AD – Centro de Atenção Psicossocial em álcool e drogas
CEBR\ID – Centro Brasileiro de Informações
CODEPLAN – Companhia de Planejamento do Distrito Federal
COE-DF – Código de Edificações do Distrito Federal
COMPP – Centro de Orientação Médico Psicopedagógica
CS-DF – Comissão de Saúde do Distrito FederalCREDEQ-GO – Centro de Referência e Excelência em Dependência Química de Goiás
DF – Distrito Federal
ISM – Instituto de Saúde Mental
MS– Ministério da Saúde
NAPS – Núcleo de Atenção Psicossocial
PDL – Plano Diretor Local
PDAD – Pesquisa Distrital por Amostra de DomicíliosPSF – Programa Saúde da Família
RAPS – Rede de Atenção Psicossocial
RA – Região Administrativa
SEDEST– Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda
SEDHAB– Secretaria de Estado de Habitação Regularização e Desenvolvimento Urbano
SENAD – (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas)
SES-DF – Secretaria de Estado de Saúde do Distrito FederalSSP-DF – Secretaria de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal
SUS – Sistema Único de Saúde
UA – Unidade de Acolhimento
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LISTA DE QUADROS
Quadro 01 – Programa de necessidades (áreas mínimas). .........................................................65
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1.1 - Uso de drogas ilícitas na região centro oeste do Brasil durante 6 meses
compreendidos entre 2011 a 2012. ............................................................................................13
Gráfico 1.2 - Dependência de drogas entre os entrevistados das cidades com mais de 200 mil
habitantes da região centro - oeste. ............................................................................................15
Gráfico 1.3 - Evolução percentual de dependentes de álcool entre 2001 a 2005 por idade nascidades com mais de 200 mil habitantes da região centro-oeste. ...............................................15
Gráfico 1.4 - Evolução percentual de dependentes de tabaco entre 2001 a 2005 nas cidades com
mais de 200 mil habitantes da região centro-oeste. ...................................................................16
Gráfico 1.5 - Índices de vulnerabilidade por Região Administrativa. ........................................18
Gráfico 1.6 - Índices de vulnerabilidade por setores da RA Ceilândia. ...................................18
LISTA DE IMAGENS
Imagem 1.1 - Rede de Atenção à Saúde Mental (RAPS). ..........................................................07
Imagem 1.2 - Planta baixa CAPS II Samambaia. ......................................................................23
Imagem 1.3 - Fachada Principal CAPS II Samambaia. .............................................................24
Imagem 1.4 - Estacionamento Privativo CAPS II Samambaia. .................................................24
Imagem 1.5 - Horta e pergolado CAPS II Samambaia. .............................................................25
Imagem 1.6 - Sala de espera CAPS II Samambaia. ...................................................................25Imagem 1.7 - Recepção CAPS II Samambaia. ..........................................................................26
Imagem 1.8 - Praça de convívio CAPS II Samambaia. .............................................................26
Imagem 1.9 - Plantas baixas CAPS AD III Samambaia. ...........................................................29
Imagem 1.10 - Fachada principal CAPS AD III Samambaia. ...................................................30
Imagem 1.11 - Vista para estacionamento público CAPS AD III Samambaia. .........................30
Imagem 1.12 – Recepção CAPS AD III Samambaia. ................................................................31
Imagem 1.13 - Sala de atividades / Reunião CAPS AD III Samambaia. ...................................31
Imagem 1.14 - Oficina terapêutica CAPS AD III Samambaia. ..................................................32
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Imagem 1.15 - Artesanatos CAPS AD III Samambaia. .............................................................32
Imagem 1.16 - Plantas baixas CAPS AD III Ceilândia. .............................................................34
Imagem 1.17 - Fachada Principal CAPS AD III Ceilândia. .......................................................35
Imagem 1.18 - Sala de Atividades CAPS AD III Ceilândia. ......................................................35
Imagem 1.19 - Recepção CAPS AD III Ceilândia. ....................................................................36
Imagem 1.20 - Enfermaria (lateral masculina) CAPS AD III Ceilândia. ................................. 36
Imagem 1.21 - Enfermaria (lateral Feminina) CAPS AD III Ceilândia. ....................................37
Imagem 1.22 - Implantação CREDEQ-GO. ..............................................................................39
Imagem 1.23 - Vista superior do CREDEQ. (Maquete eletrônica). ...........................................40
Imagem 1.24 - Fachada núcleo de crianças (Maquete eletrônica) CREDEQ-GO. ....................40
Imagem 1.25 - Praça central de convívio CREDEQ-GO. ..........................................................41Imagem 1.26 - Vista da piscina para a praça central e a esplanada CREDEQ-GO. ....................41
Imagem 1.27 - (01) Relatório fotográfico do terreno. ................................................................58
Imagem 1.28 - (02) Relatório fotográfico do terreno. ................................................................58
Imagem 1.29 - (03) Relatório fotográfico do terreno. ................................................................58
Imagem 1.30 - (04) Relatório fotográfico do terreno. ................................................................59
Imagem 1.31 - (05) Relatório fotográfico do terreno. ................................................................59
Imagem 1.32 - (06) Relatório fotográfico do terreno. ................................................................59Imagem 1.33 - (07) Relatório fotográfico do terreno. ................................................................60
Imagem 1.34 - (08) Relatório fotográfico do terreno. ................................................................60
Imagem 1.35 – Organograma. ...................................................................................................66
Imagem 1.36 – Fluxograma. .....................................................................................................67
Imagem 1.37 - Croqui de implantação inicial para o CAPS AD. ...............................................69
Imagem 1.38 - Croqui de implantação em desenvolvimento para o CAPS AD. ........................70
Imagem 1.39 – Croqui final de implantação para o CAPS AD. .................................................71Imagem 1.40 - Croqui (aeração e iluminação natural) de centro comunitário em São Luís MA
por João Filgueiras Lima. ..........................................................................................................71
Imagem 1.41 - Croqui (aeração e iluminação natural) para o Centro de Atenção Psicossocial
para dependentes químicos. ......................................................................................................72
Imagem 1.42 – Detalhe do pré-dimensionamento dos pilares com perfil I e H. .........................73
Imagem 1.43 – Implantação do Terreno....................................................................................73
Imagem 1.44 – Perspectiva Frontal ..........................................................................................74
Imagem 1.45 – Vista Frontal Superior......................................................................................74
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Imagem 1.46 – Vista Lateral 1...................................................................................................74
Imagem 1.47 – Vista Lateral 2...................................................................................................75
Imagem 1.48 – Vista Posterior .................................................................................................75
Imagem 1.49 – Vista Praça de Convívio 1................................................................................75
Imagem 1.50 – Vista Praça de Convívio 2 ...............................................................................76
Imagem 1.51 – Vista Área de Lazer ......... ...............................................................................76
LISTA DE MAPAS
Mapa 1.1 - Áreas vulneráveis Ceilândia RA IX. .......................................................................20
Mapa 1.2 - Localização do lote. ................................................................................................44
Mapa 1.3 - Uso do solo - Ceilândia. ..........................................................................................46
Mapa 1.4 - Equipamentos públicos e mobiliários urbanos - Ceilândia. ...... ..............................48
Mapa 1.5 - Gabarito de altura - Ceilândia. .................................................................................50
Mapa 1.6 - Hierarquia viária - Ceilândia. .................................................................................52
Mapa 1.7 - Fluxo viário - Ceilândia. .........................................................................................53Mapa 1.8 - Bioclimatismo - Ceilândia. ...... ..............................................................................55
Mapa 1.9 - Relatório fotográfico - Ceilândia. ...... ....................................................................57
Mapa 1.10 - Bioclimatismo - Ceilândia. ...... .............................................................................61
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SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
2. OBJETIVOS DA PESQUISA ......................................................................................... 2
2.1
OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 2
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................... 2
3.
JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 3
4. METODOLOGIA ............................................................................................................. 4
5. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 5
5.1 HISTÓRICO DO MODELO HOSPITALAR MANICOMIAL PARA A
ASSISTÊNCIA PSICOSSOCIAL .......................................................................................... 5
5.2 CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS) - SUAS
CARACTERÍSTICAS, FUNÇÕES E MODALIDADES ...................................................... 8
5.3 O CAPS AD E SUA IMPORTÂNCIA QUANTO AO TRATAMENTO DE
DEPENDÊNCIA QUÍMICA ................................................................................................ 10
5.4 A DEPENDÊNCIA QUÍMICA E AS CONSEQUÊNCIAS NA SAÚDE PÚBLICA
11
5.5
O USO DE CRACK E SIMILARES NO BRASIL E NA REGIÃO CENTRO-
OESTE .................................................................................................................................. 13
5.6 O USO ABUSIVO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS NA REGIÃO CENTRO-
OESTE DO BRASIL ............................................................................................................ 14
5.7
REGIÕES ADMINISTRATIVAS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE .. 17
6. ESTUDOS DE CASO ..................................................................................................... 21
6.1 ESTUDO DE CASO 01 - CAPS II SAMAMBAIA ................................................ 21
6.2
ESTUDO DE CASO 02 - CAPS AD III SAMAMBAIA ........................................ 27
6.3 ESTUDO DE CASO 03 - CAPS AD III CEILÂNDIA ........................................... 33
6.4 ESTUDO DE CASO 04 – CREDEQ GO ................................................................. 37
7. DIAGNÓSTICO ............................................................................................................. 42
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7.1
INFORMAÇÕES DO TERRENO ........................................................................... 42
7.2 USOS DO SOLO ...................................................................................................... 45
7.3 EQUIPAMENTOS E MOBILIÁRIOS URBANOS ................................................ 47
7.1
GABARITO DE ALTURA ...................................................................................... 49
7.4 HIERARQUIA VIÁRIA E FLUXO VIÁRIO.......................................................... 51
7.5
BIOCLIMATISMO .................................................................................................. 54
7.6 RELATÓRIO FOTOGRÁFICO .............................................................................. 56
7.7 TERRENO ................................................................................................................ 60
8. PROPOSTA .................................................................................................................... 62
8.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES ....................................................................... 62
8.2 ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA ................................................................. 66
8.3 PARTIDO ARQUITETÔNICO ............................................................................... 68
8.4 PERSPECTIVAS ..................................................................................................... 73
9. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 77
10. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 78
11. ANEXOS ................................................................................................................. 82
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1. INTRODUÇÃO
Em toda a história mundial, o uso de drogas psicoativas esteve presente em diversas
culturas. A partir de meados do século XX, a proporção de pessoas usuárias vem aumentando
gradativamente. (PRATTA; SANTOS, 2009).
Por muitos anos no Brasil e no mundo, a dependência química foi considerada um
desvio de conduta, e a doença mental oriunda da dependência química era tratada em
manicômios como qualquer outro caso de demência. O tratamento era longo e o doente era
mantido longe de qualquer tipo de socialização, incluíam-se também altas doses de medicação,choques elétricos entre outros meios. A doença era o principal foco no tratamento, o ser humano
tratado não era considerado algo importante a ser cuidado, e por muitas vezes estes sofriam
agressões, a tendência nesses casos era dos pacientes regredirem no tratamento.
(GUIMARAES, 2013).
A partir da década de 1970 o Brasil iniciou um longo processo de abolição do modelo
manicomial para a criação de um modelo de assistência psicossocial com base comunitária para
tratamento de doentes mentais. Conseguinte a isso o conceito de dependência química foi sendo
revisto. Percebeu-se que a dependência antes de tudo é oriunda de diversos fatores sociais,
devendo sim ser tratada, mas tendo como foco principal o indivíduo que deve ser ouvido em
seu sofrimento e a partir daí é possível elaborar-se um diagnóstico individual. (BRASIL, 2005).
Com o crescente número de dependentes químicos no país, o Ministério da Saúde (MS)
estabeleceu a criação dos Centros de Atenção Psicossocial em Álcool e Drogas– CAPS AD,
que são unidades regionalizadas com atendimento ambulatorial e internação voluntária de curto
prazo, tempo necessário para a desintoxicação do dependente. São adotadas diversas maneiras
de dar apoio ao doente no período de abstinência, seja com medicações, atividades terapêuticas,
oficinas de aprendizado, realização de atividades em grupo ou individualmente, e práticas de
esportes. (COSTA, 2004).
Segundo Campos e Furtado (2006) o tratamento realizado nos CAPS AD, não se dá
apenas com medicação, mas principalmente com o suporte social, que se estende aos familiares
do indivíduo. Para tanto é necessário conhecer as características sociais intrínsecas ao
dependente químico. Tais informações são lançadas no projeto terapêutico individual realizado
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no início do tratamento, objetivando melhores resultados na reabilitação e posterior reinserção
da pessoa em sociedade.
O ambiente arquitetônico do CAPS AD deve ser planejado com a finalidade de acolher
os pacientes de maneira humanizada, ampliando as chances de uma reabilitação psicossocial
bem sucedida. (COSTA, 2004).
Através dos levantamentos feitos foi perceptível que há a necessidade de serem
implantados novos CAPS em todo o Distrito Federal, sendo assim, apresenta-se uma proposta
para elaboração de um anteprojeto para um Centro de Atenção Psicossocial para dependentes
químicos, que permita ao usuário deixar seus vícios sem imposição e com total apoio, e durante
o tratamento que esse indivíduo possa expandir seus conhecimentos. (SES-DF. CS-DF, 2012).
Também são objetivos do CAPS proposto aumentar a qualidade de vida dessas pessoas
ao proporcionar ambientes de interação em grupo com espaços amplos e acolhedores, áreas
para lazer e prática de esportes. O projeto tem como escopo proporcionar qualidade ao
tratamento, elevando assim, as chances dessas pessoas com transtornos mentais de voltarem ao
convívio em sociedade. (PRATTA; SANTOS, 2009).
2. OBJETIVOS DA PESQUISA
2.1 Objetivo Geral
Elaborar proposta de um anteprojeto de arquitetura para um Centro de Atenção
Psicossocial para dependentes químicos, (CAPS ADIII) considerando a funcionalidade
e a humanização dos espaços, com o intuito de potencializar os resultados positivos
durante o tratamento.
2.2
Objetivos Específicos
a) Revisar a bibliografia referente ao histórico da reforma psiquiátrica brasileira,
mostrando como a consolidação dos CAPS tem sido importante para a
reformulação das políticas públicas em saúde mental;
b) Identificar características de funcionamento e arquitetônicas intrínsecas aos
CAPS AD III;
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c) Elaborar estudos de caso de Centros de Atenção Psicossocial no Distrito Federal
(DF) para saber como funcionam e o que deve melhorar no ponto de vista
arquitetônico;
d) Elaborar estudo de caso de uma clínica de referência em tratamento de
dependência química, com a finalidade de conhecer possíveis atividades
terapêuticas diferenciadas;
e) Identificar Região Administrativa (RA) do DF com demanda para implantação
de um Centro de Reabilitação Psicossocial e definir lote apropriado;
f) Buscar embasamento em literatura, legislação e normas pertinentes ao tema,
para elaboração do anteprojeto arquitetônico;
g) Propor uma edificação adequada ao desenvolvimento das atividades dos
pacientes e funcionários.
h) Desenvolver um ambiente hospitalar humanizado, para motivar os indivíduos
em processo de reabilitação;
i) Propor que a implantação do Centro de Atenção Psicossocial seja inserido ao
meio urbano, para auxiliar na reinserção do indivíduo em sociedade.
3.
JUSTIFICATIVA
Uma das grandes questões sociais que vem sendo debatida em todo o mundo, motivo de
enorme preocupação na saúde pública é o uso indiscriminado de drogas, sejam elas lícitas ou
ilícitas. As pessoas geralmente começam a fazer uso de drogas psicoativas por instigação de
“amigos”, posteriormente, passam utilizar a droga como forma de fugir de seus problemas
sociais, sejam familiares, amorosos, financeiros, profissionais entre outros aspectos. Com o uso
indiscriminado de drogas, consequentemente o indivíduo chega ao vício e em seguida passa a
sofrer com transtornos mentais severos e persistentes. (PRATTA; SANTOS, 2006).
Ao analisar os centros de reabilitação de dependentes químicos disponibilizados pelo
SUS no DF através dos estudos de caso em unidades CAPS do DF (capítulos 6.2 e 6.3)
entendeu-se que a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) precisa melhorar a estrutura física dos
CAPS disponibilizados. Notou-se que atualmente a maioria dos centros de reabilitação são
locadas em edificações projetadas para finalidades comerciais, ou seja, são ambientes
adaptados, por isso não conseguem ser totalmente fiéis às normas e padrões que regulamentam
o CAPS.
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Até 2012, apenas 6 unidades CAPS do Distrito Federal eram credenciadas. São eles:
Um CAPS I no Instituto de Saúde Mental (ISM); um CAPS Infantil (CAPSi) no COMPP; dois
CAPS II em Taguatinga e Paranoá; dois CAPSad no Guará e Sobradinho. Outros 5 CAPS
estavam funcionando normalmente, porém ainda em processo de habilitação no MS, são eles:
3 CAPS II em Planaltina, Samambaia e Gama e 2 CAPS AD em Ceilândia e Santa Maria.
Considerando todos os CAPS do DF, inclusive os que ainda estavam em processo de
regularização, a taxa de cobertura ainda é abaixo do ideal, com 0,44 CAPS/100.000 habitantes
(SES-DF. CS-DF, 2012).
Dessa forma, entende-se que há o pleito para novos CAPS em todo o Distrito Federal,
além disso, é importante lembrar que as populações residentes nas regiões do entorno acabam
utilizando os serviços públicos do DF e comprometendo ainda mais os números apontados. A
RA Ceilândia foi escolhida para a proposta do anteprojeto de arquitetura de um centro de
reabilitação psicossocial em álcool e drogas, por possuir uma situação socioeconômica
vulnerável, além de altos índices de tráfico de droga, conforme consta no capítulo 5, item 5.6
desta pesquisa.
O CAPS AD deve ser um local acolhedor, onde as pessoas que carecem de apoio se
sintam bem e confortáveis para falar sobre o seu sofrimento. Os dependentes químicos
necessitam de um lugar que transmita confiança e acima de tudo que lhes traga novos
horizontes, novas opções e perspectivas de vida. Dessa forma, com dignidade esses indivíduos
poderão viver em sociedade com total controle sobre si.
4. METODOLOGIA
Para o desenvolvimento desta pesquisa optou-se em buscar referências bibliográficas de
pesquisadores e estudiosos que fazem reflexões sobre a dependência química, os métodos de
tratamento e a arquitetura para centros de atenção psicossocial. Também foram utilizadas
normas e Legislação pertinente ao tema.
Além disso, foram realizados quatro estudos de caso para embasar a elaboração do
programa de necessidades. Os três primeiros (CAPS II Samambaia, CAPS AD III Samambaia
e CAPS AD III Ceilândia) puderam ser elaborados através de visita “in loco” nos dias 22 e 23
de setembro de 2014. Também foi realizada a análise de projetos disponibilizados pela
Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES – DF). As fotos foram tiradas apenas nos locais
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autorizados pelos funcionários dos CAPS. No estudo de caso do CAPS AD III Samambaia, foi
possível realizar-se entrevista com o gerente da unidade, Sr. Ademário.
O estudo de caso (capítulo 6.4) do Centro de Referência e Excelência em Dependência
Química (CREDEQ) de Aparecida de Goiânia foi elaborado através da análise do projeto de
implantação disponibilizado pela Agência Goiana de Transportes e Obras (AGETOP) e com a
utilização de imagens obtidas na internet. Foi feita solicitação para visitação, porém não houve
resposta favorável.
Também foi realizado o levantamento dos dados estatísticos mais recentes sobre: o uso
abusivo de drogas ilícitas como o craque e similares; a vulnerabilidade social no DF; demandas
para tratamento psicossocial relacionados ao uso de drogas no DF e dados que se referem a
dependência química de drogas como o álcool, tabaco, maconha, solventes e estimulantes no
Brasil e na região centro-oeste, porém as informações obtidas relacionadas a este último assunto
são defasadas, tendo sido retiradas do I e II levantamento domiciliar sobre o uso de drogas
psicotrópicas no Brasil, neste caso como não existem outros dados recentes com a mesma
relevância, foram elaboradas evoluções comparativas dos anos de 2001 e 2005.
5. REFERENCIAL TEÓRICO
5.1 Histórico do modelo hospitalar manicomial para a assistência psicossocial
O primeiro hospício do Brasil foi instituído no Rio de Janeiro em 1852, durante algum
tempo foi chamado de Hospício Dom Pedro II, posteriormente denominado como Hospício
Nacional de alienados. Na época, este foi o primeiro grande manicômio da América Latina e
manteve a tradição asilar de abrigar todos os tipos de doentes mentais. Em todo o Brasil foram
aos poucos sendo instalados novos asilos e manicômios (GUIMARAES, 2013).
Para o tratamento de doentes mentais, as internações ocorriam por longos períodos comafastamento total dos ambientes familiares e sociais, técnicas de hidroterapia, uso
indiscriminado de medicação, emprego de estímulos elétricos ou procedimentos cirúrgicos,
entre outros. O objetivo principal era tratar a doença, já o doente era discriminado, totalmente
passivo em seu diagnóstico, não era ouvido, e não tinha tratamento individualizado de acordo
com seu sofrimento (GUIMARAES, 2013).
A profissão de enfermagem brasileira surgiu dentro dos manicômios com o intuito de
fiscalizar os internos e castigá-los por suas condutas consideradas inadequadas. Os
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trabalhadores de saúde mantinham-se distantes de quaisquer demonstrações de afeto ou
convívio social com as pessoas em tratamento. (GUIMARAES, 2013, p. 362).
Os doentes constantemente sofriam com violência e suas capacidades físicas e mentais
acabavam regredindo por falta de incentivos, tornando-os cada vez mais impossibilitados de
voltar a conviver em meio à sociedade. “O objetivo das instituições psiquiátricas era utilizar
dispositivos que caminhassem na direção da correção do que sinalizava “anormalidade”.
(GUIMARAES, 2013, p. 362).
Há que se considerar que, desde aproximadamente 1978, o modelo de atenção emsaúde mental no Brasil vem sofrendo um redirecionamento influenciado peloMovimento da Reforma Psiquiátrica que preconiza a criação de novos dispositivosde tratamento de base comunitária como os Centros de Atenção Psicossocial emudanças na terapêutica e no modo de conceber e tratar a pessoa com transtorno
mental (GUIMARAES, 2013, p. 362).
A reforma psiquiátrica no Brasil ocorreu na década de 1970 através de diversas
entidades. Porém foi no ano de 1978, que profissionais da área de saúde, familiares de doentes
mentais e sindicalistas efetivaram um movimento social pelos direitos de pessoas com
transtornos mentais. Foram denunciadas neste período, as medidas de violência adotadas nos
manicômios e requerido pela sociedade um novo modelo de tratamento. Congressos e
Conferências foram realizados contemplando assuntos pertinentes à saúde mental, e ocorreram
a partir daí as primeiras propostas com a finalidade de organizar um modelo assistencial
adequado (BRASIL, 2005).
O primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do Brasil foi inaugurado em março
de 1986, na cidade de São Paulo: Centro de Atenção Psicossocial Professor Luiz da Rocha
Cerqueira, conhecido como CAPS da Rua Itapeva. Posteriormente em Santos, São Paulo,
surgiram os primeiros Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS) que depois de algum tempo
passaram a ser chamados de CAPS III (COSTA, 2004).
Os CAPS foram implementados em vários municípios do país e consolidaram-secomo dispositivos estratégicos para a superação do modelo asilar no contexto dareforma psiquiátrica, e para a criação de um novo lugar social para as pessoas com aexperiência de sofrimento, decorrentes de transtornos mentais, incluindo aqueles pordependência de álcool e outras drogas. (BRASIL, 2013, p.7)
Em 1989 o Projeto de Lei nº 10.216 (6 de abril de 2001) propôs “a regulamentação dos
direitos da pessoa com transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no país”.
(BRASIL. 2005), apenas em 1992, os NAPS/CAPS foram de fato oficializados a partir da
Portaria 224/92 do Gabinete do Ministério da Saúde. (COSTA, 2004).
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Em 2001, entrou em Vigor a Lei n° 10.216 que “Dispõe sobre a proteção e os direitos
das pessoas portadoras de transtornos mentais, redirecionando o modelo assistencial em saúde
mental.” É previsto em seu artigo 2°, o direito da pessoa portadora de transtorno mental, que o
tratamento seja de preferência realizado em serviços comunitários de saúde. No artigo 4° consta
que somente será indicada a internação psiquiátrica, quando os recursos extra hospitalares não
apresentarem suficiência ao tratamento (BRASIL, 2001).
O Ministério da Saúde, através da Portaria n° 3.088, (23 de dezembro de 2011) instituiu
“a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com
necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.” Em seu artigo 1°, atribui-se
à Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) o objetivo de criar, ampliar e articular serviços de
atenção à saúde mental, inclusive quando decorrentes do uso de drogas psicoativas (BRASIL,
2011).
Imagem 1.1 – Rede de Atenção à Saúde Mental. (RAPS)
Fonte: Ministério da Saúde / Saúde Mental no SUS – Os centros de atenção psicossocial. 2004(Alterado pela autora)
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Atualmente, a RAPS é responsável por todo o conjunto de unidades e serviços
destinados à atenção psicossocial. Fazem parte desta rede, por exemplo: Unidades Básicas de
Saúde (UBS), Unidades de Pronto Atendimento 24 horas (UPA), Unidades de Recolhimento;
Equipes de Consultório na Rua, Enfermarias Especializadas em Hospital Geral; Centros de
Atenção Psicossocial (CAPS), entre outras. “A RAPS é agregada ao Sistema Único de Saúde
(SUS)” sendo a ferramenta de fiscalização e de gerenciamento de ações e serviços
fundamentalmente públicos. Seu objetivo é a consolidação da Reforma Psiquiátrica no Brasil
(BRASIL, 2005)
Os métodos de tratamento adotados no modelo manicomial eram desumanos e
desrespeitavam os direitos dos doentes mentais como cidadãos. Sem o estímulo dos
profissionais de saúde para que os doentes melhorassem, associados aos maus tratos e ao uso
irrestrito de medicação, esses indivíduos provavelmente jamais retornariam ao convívio em
sociedade com condições psicológicas adequadas.
A superação do modelo manicomial no Brasil tornou-se possível a partir do surgimento
dos primeiros CAPS, além de outras instituições de tratamento psicossocial, e a posterior
criação da RAPS. Tais ações permitem que os direitos das pessoas com transtornos mentais
sejam preservados, além de proporcionar resultados satisfatórios na saúde das pessoas em
tratamento, possibilitando que coexistam em sociedade sem acarretar riscos à segurança
pública.
5.2 Centro de atenção psicossocial (CAPS) - suas características, funções emodalidades
Segundo Campos e Furtado (2006), os CAPS prestam serviços às comunidades
regionais, com atendimentos clínicos, terapias individuais e em grupos. Além disso, também
podem ser praticadas as atividades lúdicas, recreativas, ateliês e oficinas.
A nova arquitetura clínica e institucional representada pelo CAPS coloca-o comoespaço de produção de novas práticas sociais para lidar com o sofrimento psíquico demaneira diferente da tradicional, requerendo também a construção de novos conceitospara uma adequada aproximação e análise desses novos serviços (CAMPOS;FURTADO. 2006, p. 1056).
É intrínseco ao CAPS ser aberto, comunitário e apto a realizar tratamento em adultos,
jovens e crianças do gênero masculino e feminino, com doenças mentais severas e persistentes,
inclusive transtornos mentais oriundos do uso de drogas psicotrópicas. O acolhimento no CAPS
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é realizado durante o dia e constatando-se a necessidade de internação para desintoxicação, o
paciente pode permanecer também no período noturno. O CAPS tem como objetivo reinserir o
paciente na sociedade, consolidando laços com a família e a comunidade do paciente (COSTA,
2004)
As práticas realizadas nos CAPS se caracterizam por ocorrerem em ambiente aberto,acolhedor e inserido na cidade, no bairro. Os projetos desses serviços, muitas vezes,ultrapassam a própria estrutura física, em busca da rede de suporte social,potencializadora de suas ações, preocupando-se com o sujeito e sua singularidade, suahistória, sua cultura e sua vida quotidiana (COSTA, 2004 p.14).
As atividades nos CAPS podem ser associadas ao contexto social do indivíduo, em seus
laços familiares e em ações da comunidade, não sendo limitadas ao espaço interno do CAPS,
elas podem ser levadas além dos limites do terreno. “As unidades CAPS constituem-se como
um “lugar” na comunidade. Lugar de referência e de cuidado, promotor de vida, que tem a
missão de garantir o exercício da cidadania e a inclusão social de usuários e de familiares. ”
(BRASIL, 2013)
Quando a pessoa chega deverá ser acolhida e escutada em seu sofrimento. Esseacolhimento poderá ser de diversas formas, de acordo com a organização do serviço.O objetivo nesse primeiro contato é compreender a situação, de forma maisabrangente possível, da pessoa que procura o serviço e iniciar um vínculo terapêuticoe de confiança com os profissionais que lá trabalham. Estabelecer um diagnóstico é
importante, mas não deverá ser o único nem o principal objetivo desse momento deencontro do usuário com o serviço (COSTA, 2004 p.14).
Segundo Costa, (2004) as atividades comumente desenvolvidas nos CAPS são:
Tratamento com a utilização de remédios psicoativos ou psicofármacos; Reunião de famílias
para dar apoio aos familiares e incentivar a solidariedade entre as famílias que sofrem com
situações similares, além de serem orientados pelos profissionais de saúde; Atendimento à
família da pessoa em tratamento onde são dadas orientações diversas referentes ao tratamento
ou como agir em situações de crise do paciente; Realização de encontros individuais ou emgrupo para aplicação das técnicas de psicoterapia; Envolvimento dos pacientes com atividades
da comunidade, como festas juninas, quermesses, campeonatos, feiras, entre outras; Suporte
social, onde é dado apoio para busca de empregos, cursos, e ensino básico, aquisição de
documentos pessoais, entre outros; Visitas por profissional do CAPS aos pacientes ou
familiares em suas residências; Desintoxicação ambulatorial: Procedimentos que objetivam a
abstinência do uso de drogas psicoativas; Aprendizagem em grupo em oficinas terapêuticas.
Costa (2004) define também os três tipos de oficinas terapêuticas, são elas: As oficinas
expressivas para pintura, dança, ginástica poesia, atividades musicais, fotografia, teatro,
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oficinas geradoras de renda destinadas a introduzir conhecimentos em diversas profissões e
elaboração de itens para venda com bijuterias e artesanatos; Oficinas de alfabetização para
leitura e escrita.
Conforme consta no manual de estrutura física dos Centros de Atenção Psicossocial e
Unidades de Acolhimento (UA), as modalidades de CAPS são: CAPS I, II e III: Destinados a
atender pacientes com transtornos mentais severos e persistentes, nos quais o uso de álcool e
outras drogas são secundários à condição clínica de transtorno mental; CAPSi: Destinados ás
crianças e jovens, com intenso sofrimento psíquico, decorrentes de transtornos mentais graves
e persistentes, incluindo casos oriundos do uso de drogas psicoativas; CAPS AD: Para pessoas
que possuem transtornos mentais severos e persistentes diretamente relacionadas ao uso de
drogas, ocasionando a dependência química; CAPS AD III: Uma Também direcionada a
dependentes químicos com transtornos mentais severos e persistentes, porém com acolhimento
realizado durante 24 horas e em todos os dias da semana, incluindo feriados e fins de semana.
(BRASIL, 2013)
O projeto de um centro de atenção psicossocial deve afirmar a ideologia de “portas
abertas” no sentido figurado, ou seja, de espaços e relações abertas e comunitárias. O CAPS
deve proporcionar acolhimento, cuidado, apoio e suporte, sendo necessário possuir ambientes
que correspondam a um lugar social para indivíduos com sofrimento psíquico garantindo seus
direitos de cidadãos. (BRASIL, 2013)
É fundamental que os projetos arquitetônicos e de ambiência propostos promovamrelações e processos de trabalho em consonância com as diretrizes e os objetivos daRAPS caracterizada pela atenção humanizada, de base comunitária/territorial,substitutiva ao modelo asilar, pelo respeito aos direitos humanos, à autonomia e àliberdade das pessoas. (BRASIL, 2013 p. 5)
Diante das informações supracitadas, nota-se que as atividades terapêuticas são
extremamente importantes para que as pessoas em tratamento sejam reinseridas em sociedade.
Esses indivíduos passam a ter interesses e práticas saudáveis como o esporte, o lazer, a
educação, o trabalho e a cultura. Com a desintoxicação ambulatorial, aliada ao apoio social e
as atividades terapêuticas, ao retornar aos seus lares, essas pessoas passam a ter mais forças
para lutar contra seus vícios em álcool e outras drogas psicoativas.
5.3 O CAPS AD e sua importância quanto ao tratamento de dependência química
O espaço arquitetônico do Centro de Atenção Psicossocial para dependentes químicos
(CAPS AD) adota um modelo arquitetônico aberto. A enfermaria atende apenas pacientes em
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casos mais graves para desintoxicação, situações mais simples são tratadas nos ambientes
ambulatoriais (NASSIF, 2011).
Os CAPS AD desenvolvem uma gama de atividades que vão desde o atendimento
individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre outros) atéatendimentos em grupo ou oficinas terapêuticas e visitas domiciliares. Tambémdevem oferecer condições para o repouso, bem como para a desintoxicaçãoambulatorial de pacientes que necessitem desse tipo de cuidados e que não demandempor atenção clínica hospitalar (COSTA. 2004, p. 24)
O CAPS AD também adota políticas e medidas para a prevenção ao uso de drogas
psicotrópicas e a redução de danos causados. Práticas de orientação podem ser feitas em escolas,
centros de saúde ou outros meios sociais direcionados à comunidade. Nos atos preventivos os
indivíduos recebem aconselhamento sobre os danos que as drogas podem causar, além disso,
são criados estímulos para o desenvolvimento de atividades que auxiliem a desvincular os
jovens de ambientes propícios ao uso de drogas pela primeira vez. Também são avaliados
possíveis problemas sociais que essas pessoas possuam, e a partir daí dar-se o devido apoio.
Os ambientes mínimos para CAPS AD são: “consultórios para atividades individuais
(consultas, entrevistas, terapias); salas para atividades grupais; espaço de convivência; oficinas;
refeitório; sanitários; área externa para oficinas, recreação e esportes” (COSTA, 2004).
Dessa forma leva-se a acreditar que o tratamento realizado nos CAPS AD, não se dá
apenas com medicação, mas principalmente com o suporte social, estendendo-se aos familiares
e ao meio social do indivíduo. Portanto, conhecer as características peculiares através do Projeto
terapêutico Individual é de extrema importância para obtenção de sucesso no tratamento do
dependente químico.
O ambiente arquitetônico do CAPS AD deve planejado para funcionar de portas abertas,
ou seja, as pessoas passam por tratamento e recebem suporte social apenas se quiserem. Os
ambientes devem ser acolhedores e humanizados objetivando o conforto, tanto das pessoas em
tratamento quando dos funcionários.
5.4 A Dependência Química e as Consequências na Saúde Pública
O consumo de substâncias psicoativas cresceu assustadoramente a partir da segunda
metade do século XX, configurando-se nas últimas décadas desse século como um fenômeno
de massa e como uma questão de saúde pública (PRATTA; SANTOS, 2009).
Antigamente a dependência química era vista apenas como um desvio de conduta ou
um grupo de sintomas, porém em meados do século passado a conceituação de dependência
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passou a ser entendida como um tipo de transtorno mental, um grave problema de saúde que
deve ser diagnosticado e tratado. Para o diagnóstico, deve-se considerar que cada caso merece
uma atenção especial, cada dependente passa por sofrimento físicos e psicológicos complexos,
que influenciam diretamente suas relações sociais. Por isso o indivíduo deve ser avaliado
individualmente e em seguida elabora-se um programa terapêutico singular para seu tratamento
(PRATTA; SANTOS, 2009).
De acordo com o Relatório Brasileiro sobre drogas, “Os transtornos mentais e
comportamentais devidos ao uso de álcool são os responsáveis pelo maior número de
mortes associadas ao uso de drogas, correspondendo aproximadamente a 90% dos
casos, seguidos pelos transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso detabaco, com cerca de 6%, de múltiplas drogas, com 0,7% e de cocaína, com 0,4%.
(DUARTE, P; STEMPLIUK, V; BARROSO L, 2009, p. 182)
Segundo Nassif, (2011) Em todos os tempos na história humana, sempre houve o uso
de drogas, contudo, nem sempre esse hábito foi considerado algo preocupante para os
governantes e sociedade, inclusive é comum em diversas etnias, o consumo de álcool, uma
droga psicoativa como alimento. A autora afirma que apenas nos últimos anos o uso de drogas
se tornou uma preocupação mundial na área da saúde.
Em relação ao tratamento e à clínica, não existem formas efetivas de fazer com que
as pessoas parem de usar substâncias. A maioria das que são utilizadas hoje são iguais
às que estamos combatendo na psiquiatria como um todo, chamadas de tratamento
moral, que é alguém de fora querer dizer para o outro o que ele tem de ser na vida
dele, e impingir alguns tipos de limitações na sua vida. (NASSIF; et al, 2011, p. 106)
Dessa forma, leva-se a acreditar que os sérios problemas oriundos da falta de apoio aosdependentes químicos acarretam em sérios prejuízos à sociedade. Isso é facilmente perceptível
ao considerar que um indivíduo dependente perde o seu controle emocional e seus valores são
deixados de lado, o desespero por manter o vício se torna maior do que qualquer coisa. A
utilização de drogas psicoativas torna-se um grave problema a partir do uso abusivo e
indiscriminado.
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5.5 O uso de crack e similares no Brasil e na região centro-oeste
Assim como o crack, a pasta base, merla e óxi também são derivadas da pasta da
cocaína, essas drogas possuem praticamente a mesma composição, e mantém aspectos físicos
similares, sendo conhecidas como “pedras”. A diferença entre elas é apenas com relação aos
produtos químicos utilizados para a preparação da droga. (FIOCRUZ, 2014).
Como parte do Plano de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, a SENAD determinou
a elaboração de um levantamento nas capitais do Brasil com o intuito de delinear o perfil dos
usuários de crack e similares (pasta base, merla e óxi), além de estimar o número de usuários
por região brasileira. A pesquisa foi realizada nas 26 capitais e no Distrito Federal, tendo sido
levantada durante 6 meses compreendidos entre o fim de 2011 a início de 2012. (FIOCRUZ2014, apud FONSECA D, 2014).
A pesquisa foi realiza com aproximadamente 25 mil pessoas, das quais foram
catalogados usuários que declararam utilizar drogas ilícitas por no mínimo 25 dias em um
período de 6 meses. (FIOCRUZ, 2014).
Gráfico 1.1 - Uso de drogas ilícitas na região centro oeste do Brasil durante 6 mesescompreendidos entre 2011 a 2012.
Fonte: FIOCRUZ Pesquisa Nacional sobre o uso de crack (2014) (Alterado pela autora)
Estimou-se um total de 370 mil usuários de crack e similares no Brasil, compreendendo
51 mil usuários na região centro-oeste. (FIOCRUZ, 2014). De acordo com o gráfico 1.1, nota-
se que o uso regular de crack e similares tem participação expressiva no conjunto de drogas
ilícitas utilizadas regularmente na região centro-oeste. A pesquisa evidenciou ainda que no
108.000
51.000
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
Uso regular de drogas ilícitas Uso regular crack e similares E S
T I M A T I V A D O N Ú M E R O D E
P E S S O A S
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Distrito Federal, os maiores índices de uso de crack e similares são em Brasília, Ceilândia e
Taguatinga. (FIOCRUZ, 2014, apud FONSECA, 2014).
Em síntese, o perfil dos usuários de crack nas capitais e Distrito Federal é em geral
formado por adultos jovens, com idade média de 30 anos, homens (78,7%), não declarados de
cor brancos (80%) e solteiros (60,6%). A baixa escolaridade também é predominante, sendo
que dois em cada dez usuários cursaram ou concluíram o ensino médio e apenas 0,3% concluiu
o ensino superior. O levantamento denota que o uso de crack está fortemente associado à
situação de vulnerabilidade social ao qual o usuário está inserido. (FIOCRUZ, 2014).
5.6 O Uso abusivo de álcool e outras drogas na região centro-oeste do Brasil
Os dados considerados para estudo são oriundos do relatório brasileiro sobre drogas
((DUARTE; STEMPLIUK; BARROSO, 2009), que foi elaborado a partir do I e II
levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil, realizados pela
Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) nos anos de 2001 e 2005
consecutivamente. Estes são os levantamentos mais atualizados em todo o Brasil referentes ao
uso abusivo de drogas em geral, considerando drogas lícitas como o álcool e o tabaco. As
pesquisas abrangem o assunto por regiões brasileiras e dados gerais do país.
As cidades pesquisadas na região centro-oeste para o II levantamento domiciliar sobre
o uso de drogas psicotrópicas no Brasil são: Campo Grande, Cuiabá, Várzea Grande, Anápolis,
Aparecida de Goiânia, Goiânia e Brasília. Nesta região foram entrevistadas em 2005, 673
pessoas, sendo 276 homens e 397 mulheres (DUARTE; STEMPLIUK; BARROSO, 2009)
A população estudada é constituída por brasileiros com idade entre 12 e 65 anos,residentes nas cidades com mais de 200 mil habitantes no Censo de 2000, a pesquisafoi realizada em 108 cidades, sendo que pelo planejamento amostral adotado não foi
possível tirar conclusões para cada cidade, mas somente por região geográfica (Norte,Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste) e para o Brasil como um todo ((DUARTE;STEMPLIUK; BARROSO, 2009. p. 20).
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Gráfico 1.2 - Dependência de drogas entre os entrevistados das cidades com mais de200 mil habitantes da região centro - oeste.
Fonte: SENAD/CEBRID/ I e II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de DrogasPsicotrópicas no Brasil, 2001 e 2005. (Alterado pela autora)
De acordo com o Gráfico 1.2, nos anos de 2001 e 2005 o álcool seguido do tabaco foram
as drogas com maiores índices de dependência química no centro – oeste, tendo crescimento
nas duas situações. A maconha destaca-se em terceiro lugar, porém com diminuição dos valores
em 2005. As demais drogas aparecem com baixos índices. Analisando o gráfico pode ser
concluído que há uma tendência de crescimento na dependência química, principalmente de
álcool e tabaco nos anos seguintes.
Gráfico 1.3 - Evolução percentual de dependentes de álcool entre 2001 a 2005 por idade nas cidadescom mais de 200 mil habitantes da região centro-oeste
Fonte: SENAD/CEBRID/ I e II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas noBrasil, 2001 e 2005. (Alterado pela autora)
Conforme gráfico 1.3, houveram aumentos dos índices de dependência química em
álcool no ano de 2005 com relação a 2001 para todas as idades, mas principalmente nas faixas
10,4%
9,0%
0,9%
12,7% 11,5%
0,6% 0,2% 0,2% 0,2%
0,0%2,0%4,0%6,0%8,0%
10,0%12,0%14,0%
2001
2005
1,8
7,7
11,9
16,7
14,2 15,2
10,6 10,8
0
3
6
9
12
15
18
2001 2005
I N C I D Ê N C I A
I N C I D Ê N C I A
I N C I D Ê N C I A
I N C I D Ê N C I A % 12 A 17
18 A 24
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etárias de 12 a 17 e 18 a 24 anos. Esses dados são preocupantes, pois se conclui que os jovens
estão cada vez mais cedo se tornando alcoólatras.
Gráfico 1.4 - Evolução percentual de dependentes de tabaco entre 2001 a 2005 nas cidades com maisde 200 mil habitantes da região centro-oeste.
Fonte: SENAD/CEBRID/ I e II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas noBrasil, 2001 e 2005. (Alterado pela autora)
De acordo com o gráfico 1.4, houve aumento da dependência química em tabaco para
pessoas com 35 anos ou mais. Já na faixa etária de 12 a 17 anos, o índice saiu de 0% em 2001
para 2,5% em 2005, partindo dessa informação, entende-se que adolescentes também estão
tornando-se dependentes em tabaco.
Com a finalidade de contribuir para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS)
Foi criado o Plano de Saúde do Distrito Federal, resultado da Conferência de Saúde Mental
ocorrida em 2010. O Plano objetiva a melhoria dos serviços de saúde em Brasília-DF e
estabelece as prioridades a serem atendidas de 2012 a 2015. Conforme o referido plano, “o
Distrito Federal ocupa a mais baixa colocação entre os 27 estados no Brasil no que diz respeito
à cobertura de atenção à saúde mental.” (SES-DF, 2012, p. 14).
Em um estado ou município, são necessários 0.50 CAPS ou mais para cada 100 mil
habitantes, este é considerado um indicador positivo na saúde mental. Em 2012 os CAPS
credenciados no DF eram apenas 0,21 por 100 mil habitantes (SES-DF, 2012).
Entre as metas definidas pelo plano supracitado até 2015, está a criação de 31 serviços
substitutivos em saúde mental, sendo 20 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), 03
residências terapêuticas e 08 Unidades de Acolhimento (UA). Além da construção da sede do
Centro de Orientação Médico psicopedagógico e a implantação de leitos de atenção integral em
saúde mental, (inclusive destinados a infância/adolescência e usuários de álcool/drogas) nas 15
02,5
10,811,1
8,89,8
11,5
15,3
0
3
6
9
12
15
18
2001 2005
I N C I D Ê N C I A
I N C I D Ê N C I A
I N C I D Ê N C I A
I N C I D Ê N C I A %
12 A 17
18 A 24
25 A 34
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Coordenações Gerais de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF,
2012)
É possível notar que na região centro - oeste existe dependentes químicos de todas as
idades e gêneros, porém prevalecem em grande escala os casos de dependência em idade adulta
e principalmente do gênero masculino, portanto esses casos merecem atenção especial para que
as unidades de tratamento existentes tenham capacidade de atender a demanda.
5.7 Regiões Administrativas em situação de vulnerabilidade
O censo demográfico obtido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
em 2010 constatou uma população de 2.570.160 habitantes no Distrito Federal. Sendo
2.482.210 habitantes residentes na área urbana e 87.950 habitantes residentes na área rural.
Conforme citado anteriormente, o uso de crack e outras drogas está diretamente ligado
à situação de vulnerabilidade social, por esse motivo, buscou-se dados referentes ao assunto
junto à SEDEST, que elaborou uma pesquisa com a qual foi possível calcular os índices de
vulnerabilidades de cada cidade (macro) e seus setores (micros).
Segundo SEDEST (2010) o conceito de Vulnerabilidade Social adota a definição
proposta no Programa Nacional de Assistência de 2004 (PNAS/2004), onde a população
vulnerável é delimitada, sempre no contexto familiar, mediante 9 combinações excludentes de
atributos relativos principalmente, à renda per capita, tamanho, tipo, chefia e composição da
família.
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Gráfico 1.5- Índices de vulnerabilidade por Região Administrativa.
Fonte: SEDEST. Pesquisa socioeconômica em territórios de
Vulnerabilidade social no distrito federal, 2010 (Alterado pela autora)
No gráfico 1.5 verifica-se que as 04 regiões com maiores índices de vulnerabilidade no
DF são: Varjão, Itapoã, Estrutural e Ceilândia respectivamente. Porém segundo a pesquisa
socioeconômica ao considerar os setores de cada cidade, constatou-se que na RA Ceilândia
existem duas áreas com os maiores índices de vulnerabilidade do Distrito Federal, são elas:setor QNM e setor de chácaras conforme consta no gráfico 1.6 a seguir.
Gráfico 1.6- Índices de vulnerabilidade por setores da RA Ceilândia.
Fonte: SEDEST. Pesquisa socioeconômica em territórios de
Vulnerabilidade social no distrito federal, 2010 (Alterado pela autora)
O Mapeamento de áreas vulneráveis a seguir (desenho 1.5) foi elaborado, levantando-
se os dados disponibilizados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal
(SSP-DF). O mapa identifica as quadras na RA Ceilândia onde ocorreram flagrantes de tráfico
74%
66%
56%
53%
49%
41%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
Ceil!dia c"#cara
Ceil!dia $&
Ceil!dia 'etor (
Ceil!dia $) 'ul
Ceil!dia ) orte *$), $+, $$
Ceil!dia $
55,10%
43,30%48,60%
36,40%60,10%
48,30%44,20%
62,00%41,60%
52,60%53,80%54,40%
45,40%44,30%
51,40%48,60%
52,60%46,80%
48,20%42,50%
64,70%29,60%
0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0%Ceilândia
Braszlândia
Estrutural
Guará
Núcleo Bandeirante
Planaltina
Riacho Fundo I
Samambaia
São Sebastião
Sobradinho II
Varjão
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de drogas no período de janeiro a outubro dos anos de 2011 e 2012. Em 2011 foram 230
flagrantes contra 126 em 2012. Os dados revelam também que a Ceilândia teve no ano de 2012
13,7% do total de índices de flagrantes de tráfico de drogas ilícitas no DF, ficando atrás apenas
de Brasília com participação de 17,5%. (SSP-DF, 2012)
Como o IBGE não disponibiliza senso demográfico por regiões administrativas do DF,
buscou-se estimativa populacional da Região administrativa de Ceilândia em outras fontes,
onde constatou-se que a RA supracitada possuía população estimada em 449.876 em 2010,
(SEDEST, 2010) porém há divergência nos dados considerando que segundo a Pesquisa
Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD, 2013) a população da Ceilândia é estimada em
442.876. De qualquer maneira, a RA Ceilândia é a mais populosa do Distrito Federal.
Conforme a Pesquisa socioeconômica em territórios de Vulnerabilidade social no
Distrito Federal realizada em 2010, a população da Ceilândia possui 52,10% de pessoas do
gênero feminino e 47,90% do gênero masculino. A maior parcela populacional (51,70%) fica
entre as idades de 21 a 60 anos incompletas, seguidas por 19% de crianças e jovens entre 06 e
15 anos. (SEDEST, 2010)
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6. ESTUDOS DE CASO
6.1 Estudo de Caso 01 - CAPS II SAMAMBAIA
Situado na Via QS 615, Área Especial 1, o CAPS II de Samambaia funciona de segunda
a sexta feira das 08:00h às 12:00h e das 14:00 às 18:00h. Essa unidade foi inaugurada em 14 de
fevereiro de 2014.
Trata-se do único CAPS no Distrito Federal, projetado seguindo as demandas dos
serviços psicossociais. Seu projeto foi concebido com a finalidade de funcionar como um CAPS
III, ou seja, com atendimento durante 24 horas, porém segundo funcionários do
estabelecimento, por falta de profissionais não é possível hoje atender a demanda da enfermaria.
Portanto, essa unidade funciona apenas em horários diurnos conforme já relatado acima.
O público alvo são moradores da Samambaia, sendo adultos com idade superior a
dezoito anos, com transtornos mentais graves e persistentes. Para acolhimento, são
disponibilizadas seis vagas por turno. A demanda pode ser espontânea (quando o próprio
usuário procura apoio), ou através de outras unidades de saúde que encaminham o paciente.
As atividades desenvolvidas são: bazar, dança, pintura, artesanato, música, meditação,
sessões de filmes, trabalhos de plantio na horta, entre outras.
O projeto desta unidade possui em sua parte frontal a recepção e sala de espera. Nas
laterais existem dois corredores que dão acesso aos demais ambientes. Na lateral direita estão
localizadas as oficinas, o refeitório com a cozinha e despensa e ao final localizam-se os
sanitários. Na lateral esquerda estão locadas as salas de atividades, os consultórios, sala de
espera para consultas e a enfermaria. (Imagem 1.2) Na parte central da edificação fica a área de
administração e em seguida uma praça de convívio semicoberta, com jardins, espelho d’água e
bancos. (imagem 1.5). Este último espaço é muito utilizado nos trabalhos terapêuticos, (sessões
de relaxamento, meditação e conversas em grupo) a vegetação existente na praça melhora ascondições bioclimáticas no interior da edificação e torna o local mais agradável.
Ao analisar o projeto, notou-se que foi evitado utilizar esquadrias na fachada voltada à
direção oeste. Os ventos predominantes nos períodos de estiagem podem acessar facilmente o
interior da edificação através dos elementos vazados existentes na direção leste, (Imagem 1.3)
auxiliando na eliminação do ar quente que pode ser liberado através das aberturas existentes na
cobertura.
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Foi observado que por falta da previsão de um depósito de materiais, a despensa da
cozinha, é utilizada para guarda de materiais didáticos. Cabe ainda ressaltar que não existem
enfermarias separadas por gênero, há apenas uma ampla enfermaria, onde em seu eixo, existe
um posto de enfermagem que serve como divisão para dois ambientes, um lado é destinado ás
mulheres e o outro aos homens, cada lado possui um sanitário. Ao questionar o motivo deste
uso, foi explicado que dessa forma, aproveita-se a mão de obra disponibilizada.
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Imagem 1.2
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Imagem 1.3- Fachada Principal
Fonte: A autora - Data: 22/09/2014
A imagem 1.3 mostra a fachada frontal do CAPS, onde é notável o uso de elementos
vazados para proporcionar ventilação natural. Em frente à fachada são disponibilizadas vagas
para o público.
Imagem 1.4 - Estacionamento Privativo
Fonte: A autora - Data: 22/09/2014
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A imagem 1.4 permite visualizar o estacionamento na lateral da edificação, destinada
para funcionários.
Imagem 1.5 - Horta e pergolado
Fonte: A autora - Data: 22/09/2014
Pode ser visto na imagem 1.5 um ambiente para interação dos pacientes, com bancos,pergolado e uma horta cultivada pelas pessoas em tratamento juntamente com os profissionaisda unidade.
Imagem 1.6 – Sala de espera
Fonte: A autora - Data: 22/09/2014
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Na imagem anterior está a sala de espera, em seguida há uma porta dupla que dá acesso
a uma das salas de atividades.
Imagem 1.7 – Recepção
Fonte: A autora - Data: 22/09/2014
No espaço mostrado na imagem 1.7 é evidenciada a recepção em atendimento aos
pacientes e familiares e ao lado estão as oficinas terapêuticas. Foi percebido que as oficinas
são apenas pequenas salas com cadeiras e n mobiliários específicos para cada tipo de atividade
desenvolvida.
Imagem 1.8 - Praça de convívio
Fonte: A autora - Data: 22/09/2014.
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A praça de convívio retratada na imagem 1.8, pode ser considerada o ambiente
diferencial da unidade, um lugar amplo, arejado e que permite atividades de terapias grupais
em maior número de pessoas. Ao fundo há uma sala de espera para atendimento nos 3
consultórios.
6.2 Estudo de Caso 02 - CAPS AD III SAMAMBAIA
Situado na QS 107, Conjunto 07, Lotes 03 e 04, o CAPS AD III de Samambaia funciona
durante 24 horas por dia para acolhimentos de pacientes em fase de desintoxicação. Para
tratamentos sem internação o atendimento vai até as 19:00h. Este CAPS fica aberto todos os
dias da semana, incluindo feriados e atende demandas da Samambaia, Recanto das Emas eTaguatinga. Essa unidade teve sua inauguração em 30 de agosto de 2013.
No dia 22 de setembro de 2014, foi entrevistado no CAPS AD III de Samambaia, então
gerente, Sr. Ademário que afirmou que apenas 10% do seu público são do gênero feminino,
sendo que por dia chegam a ser atendidas em média 40 pessoas, este CAPS trabalha com seu
limite máximo de até 12 pessoas em internação, sendo que a demanda pode ser espontânea, ou
através de outras unidades de saúde que encaminhem o paciente.
Os adultos acima de dezoito anos, com uso nocivo (abuso/dependência) de álcool eoutras drogas são o público alvo do CAPS. As atividades desenvolvidas nas oficinas são dança,
terapia, meditação, pintura, artesanato, música, entre outras.
Este CAPS possui ambientes e mobiliários bastante simples, as enfermarias são
improvisadas em salas comerciais, não há estacionamento privativo, sendo que a única opção
para os funcionários é estacionar em uma rua sem asfalto em frente ao edifício. (Imagem 1.11)
O Sr. Ademário afirmou também que não há rede de internet e intranet por ser um local
temporário. Dessa maneira, os prontuários não são eletrônicos e são preenchidos manualmente,ocupando-se espaço para arquivamento e guarda destes prontuários. Há neste CAPS uma
farmácia que disponibiliza medicamentos, tanto para o uso da enfermaria, quanto para pessoas
em tratamento ambulatorial.
No edifício em questão, os consultórios e enfermaria localizam-se no pavimento térreo
esta última tem acesso voltado para a rua, além disso a única abertura para ventilação natural
existente neste ambiente está em direção ao norte, não havendo nenhum tipo de proteção contra
excesso de luz solar durante o período da tarde. A fachada leste é totalmente fechada,
impossibilitando uma boa ventilação natural da edificação. (Imagem 1.09)
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Além disso, os andares superiores podem ser acessados apenas através de escadas, não
tendo sido prevista rampa ou elevador. No primeiro pavimento existem salas de atividades,
refeitório e oficinas e no terceiro pavimento é concentrada a administração e apoio técnico do
CAPS.
Apesar dos sanitários possuírem espaço suficiente para rotação de cadeiras de rodas,
não existem barras de apoio, portanto não são acessíveis. Não há rampas de acessibilidade na
entrada do CAPS e não existem elevadores no prédio. Sendo assim, caso um dependente
químico seja cadeirante, ele não poderá ser atendido com a qualidade ideal. No primeiro
pavimento, funcionam o refeitório, salas de atividades e algumas oficinas e no segundo
pavimento fica a parte administrativa da unidade.
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IMAGEM 1.9
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Imagem 1.10 - Fachada principal
Fonte: A autora - Data: 22/09/2014
Na imagem 1.10, é mostrada a fachada principal do CAPS, na lateral esquerda localiza-
se a enfermaria, na qual existe uma porta de rolar totalmente inadequada quanto às normas de
arquitetura hospitalar, a referida porta fica aberta durante o dia para ventilar o ambiente que nãopossui janela.
Imagem 1.11 - Vista para estacionamento público
Fonte: A autora - Data: 22/09/2014
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O espaço mostrado na imagem 1.11 é uma área pública que fica em frente ao CAPS, ela
é utilizado com estacionamento por funcionários, pacientes e visitantes.
Imagem 1.12 – Recepção
Fonte: A autora - Data: 22/09/2014
A imagem 1.12 evidencia a recepção e ao fundo uma sala de convívio social com sofá.
Imagem 1.13 - Sala de atividades / Reunião
Fonte: A autora - Data: 22/09/2014
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A última imagem retrata uma das salas de atividades que também é utilizada como sala de
reunião.
Imagem 1.14–Oficina terapêutica
Fonte: A autora - Data: 22/09/2014
A imagem 1.14 é de um ambiente que funciona como oficina terapêutica.
Imagem 1.15 – Artesanatos
Fonte: A autora - Data: 22/09/2014
Na imagem 1.15 podem ser visualizados alguns dos artesanatos elaborados pelos
pacientes, essas peças vendidas em bazares e geram renda para essas pessoas. Além desses
objetos mostrados na foto também são feitos quadros para decoração do CAPS.
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6.3 Estudo de Caso 03 - CAPS AD III CEILÂNDIA
O CAPS AD III de Ceilândia fica na QNN 01, Conjunto A Lote 45 e 47 Avenida Leste.
Seu funcionamento é durante 24 horas por dia, para tratamento de pessoas que não necessitam
de internação o atendimento ocorre até as 19:00h.
O CAPS destina-se a atender a demanda de Ceilândia e Brazlândia para adultos acima
de dezoito anos, com uso nocivo (abuso/dependência) de álcool e outras drogas. Este CAPS
trabalha com seu limite máximo de até 12 pessoas em internação. O atendimento pode acontecer
de forma espontânea, quando o paciente procura diretamente o CAPS ou através da indicação
por outras unidades de saúde. As atividades desenvolvidas nas oficinas são dança, terapia,meditação, pintura, artesanato, música, entre outras.
Essa unidade funciona em um edifício alugado, localizado em lote destinado a fins
comerciais. A ventilação do subsolo é precária, com janelas laterais que ficam fechadas para
evitar a entrada de insetos e ratos advindos da rua.
O CAPS possui farmácia com fornecimento de medicamentos tanto para o uso da
enfermaria, quanto para pessoas em tratamento ambulatorial. Cabe ressaltar que a enfermaria
existente é dividida, um lado é destinado a mulheres e o outro aos homens, separando osambientes ao meio há um posto de enfermagem que atende ambos os lados.
No edifício em questão há no pavimento térreo uma recepção, sala de espera,
consultórios, farmácia e enfermarias. Os sanitários não são acessíveis e a rampa existente no
subsolo ao lado da escada possui inclinação muita inclinação, impossibilitando o uso por
cadeirantes, além disso, não existem elevadores no prédio. Sendo assim, caso um dependente
químico seja cadeirante, nesta unidade CAPS ele terá dificuldades de participar das atividades
realizadas nas oficinas e salas de atividades que estão localizadas no subsolo. (Imagem 1.16)No primeiro pavimento existem quatro unidades de apartamentos que estão desativados,
porém a SES-DF prevê a possibilidade de aproveitar o espaço para implantação de uma Unidade
de Acolhimento (UA), trata-se de uma unidade destinada a servir como moradia transitória a
pessoas que estão passando por tratamento nos CAPS AD e que necessitam de um lugar para
viver por alguns meses. BRASIL. (2013)
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IMAGEM 1.16
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Imagem 1.17 - Fachada Principal
Fonte: A autora - Data: 23/09/2014
A imagem 1.17 retrata a fachada principal do CAPS. A frente do edifício é utilizada
com estacionamento público.
Imagem 1.18 - Sala de Atividades
Fonte: A autora - Data: 23/09/2014
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A imagem 1.18 é de uma das salas de atividades, onde existem cadeiras para conversas
em grupo.
Imagem 1.19 - Recepção
Fonte: A autora - Data: 23/09/2014
A recepção vista na imagem 1.19 é separada da sala de espera por uma bancada de
atendimento em alvenaria.
Imagem 1.20 – Enfermaria (lateral masculina)
Fonte: A autora - Data: 23/09/2014
A enfermaria é ampla e possui um posto de enfermagem centralizado. A lateral mostrada
na imagem 1.20 é reservada aos pacientes do gênero masculino, ao fundo existe uma porta de
acesso ao sanitário destinado a homens.
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Imagem 1.21 - Enfermaria (lateral Feminina)
Fonte: A autora - Data: 23/09/2014
A Imagem 1.21, evidencia a lateral direita da enfermaria que é destinada a repouso de
pacientes do gênero feminino, este ambiente também possui um sanitário para mulheres.
6.4 Estudo de Caso 04 – CREDEQ GO
O Centro de Referência e Excelência em Dependência Química (CREDEQ), situa-se na
Avenida Copacabana s/n – Setor Expansul, Aparecida de Goiânia – Goiás. O CREDEQ foi
escolhido para estudo de caso, por pertencer ao SUS, ser um serviço público, possuir diversos
ambientes sociais e por atender todos as idades e gêneros de pessoas com dependentes químicas.
Conforme analisado em projeto de implantação (Imagem 1.22), o CREDEQ conta com
10.000 metros quadrados de área construída, onde os ambientes são divididos em 06
setorizações: Setor A (núcleo ambulatório, praça central e esplanada); Setor B (núcleo dos
adultos); Setor C (núcleo dos adolescentes); Setor D (núcleo das crianças); Setor E (núcleo de
apoio) e Setor F (núcleo esportivo)
A implantação do terreno foi planejada com o intuito de posicionar os núcleos de
adolescentes, adultos e crianças nas extremidades, o núcleo esportivo ao meio e o ambulatório
na fachada principal voltada ao sul. Conforme imagem 1.23, é perceptível que as fachadas das
edificações voltadas para a direção oeste são protegidas do excesso de iluminação solar com o
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uso de arborização, exceto o setor C e o ambulatório. No entorno do complexo foi mantida a
vasta vegetação existente, possibilitando sensação térmica agradável.
Nos núcleos B, C e D estão situadas as casas de acolhimento, também conhecidas como
Unidades de Acolhimento (UA), as casas possuem 12 leitos cada. Todos os 3 núcleos possuem
a sua própria unidade de terapia.
A humanização do espaço é proporcionada através da disponibilização de ambientes
para práticas de lazer, esporte, aprendizagem e contemplação como o jardim, espaço
ecumênico, quadra de jogos, piscina, horta, canil, parquinho infantil, praça de convívio, ateliê,
salas de terapia, biblioteca, sala de informática e brinquedoteca. Além disso existem jardins que
tornam o CREDEQ um local ainda mais agradável e confortável para os pacientes.
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IMAGEM 1.22
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Imagem 1.23–Vista superior do CREDEQ (Maquete eletrônica)
Fonte: Saúde – GO. http://www.saude.go.gov.br/index.php?idMateria=179317>
Acessado em 10/11/2014.
Na imagem acima, visualiza-se que na fachada frontal do complexo se dá o acesso para
o edifício principal de ambulatórios. Nas extremidades situam-se as casas de acolhimento, e na
parte central concentram-se ás áreas de lazer e a praça em formato circular. A mata existente
no perímetro do lote foi preservada.
Imagem 1.24 – Fachada núcleo de crianças (Maquete eletrônica)
Fonte: Saúde – GO. http://www.saude.go.gov.br/index.php?idMateria=179317>
Acessado em 10/11/2014.
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Como o núcleo de crianças fica ao fundo do lote, próximos ás áreas de lazer, criou-se
uma passarela coberta chamada de esplanada. (Imagem 1.24). Existem áreas verdes em todo o
percurso até este núcleo.
Imagem 1.25 – Praça central de convívio
Fonte: Saúde – GO http://www.saude.go.gov.br/index.php?idMateria=179317>
Acessado em 10/11/2014.
Na imagem 1.25, é mostrada a praça central de convívio ainda em fase de construção,
com vista para o restante da área de lazer.
Imagem 1.26 – Vista da piscina para a praça central e a esplanada
Fonte: Saúde – GO. http://www.saude.go.gov.br/index.php?idMateria=179317>
Acessado em 10/11/2014.
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Na última imagem evidencia-se a piscina e ao fundo a p