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PROJETO GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS
RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS NA BACIA
DO RIO AMAZONAS, CONSIDERANDO A
VARIABILIDADE E MUDANÇA CLIMÁTICA.
OTCA/GEF/PNUMA
Subprojeto III.1: Projeto piloto
Actividade Nº III.1.2 Gestão sustentável das florestas de várzea
transfronteiriços.
Relatório Técnico Parcial
PRODUTO 3- AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ANTROPOGENICOS SOBRE A
QUALIDADE DA AGUA, DAS ESPECIES AQUATICAS E FERTILIDADE DOS
SOLOS NAS AREAS DE VÁRZEAS PILOTOS.
Santarém/Brasília/Brasil
Agosto 2014
Fundo Para o Meio
Ambiente Mundial
Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente
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PROJETO GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS
RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS NA BACIA
DO RIO AMAZONAS, CONSIDERANDO A
VARIABILIDADE E MUDANÇA CLIMÁTICA.
Actividade Nº III.1.2 Gestão sustentável das florestas de várzea
transfronteiriços.
Relatório Técnico Parcial
PRODUTO 3- AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS
ANTROPOGENICOS SOBRE A QUALIDADE DA AGUA,
DAS ESPECIES AQUATICAS E FERTILIDADE DOS SOLOS
NAS AREAS DE VÁRZEAS PILOTOS.
Coordenação do Projeto
Norbert Fenzl
Consultora
Patrícia Chaves de Oliveira
Agosto/ 2014
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SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO 04--07
2- IMPACTOS ANTROPOGENICOS SOBRE AS AGUAS DOS
ECOSSISTEMAS DE VÁRZEAS ESTUDADOS
07--12
3- IMPACTOS ANTROPOGENICOS SOBRE AS ESPÉCIES AQUATICAS NOS
ECOSSISTEMAS DE VÁRZEAS ESTUDADOS
13--14
4- IMPACTOS ANTROPOGENICOS SOBRE A FERTILIDADE DOS SOLOS
DAS VÁRZEAS ESTUDADAS
14--15
5- CONCLUSÕES 15
6- ANEXOS 16--24
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1- INTRODUÇÃO
Os ecossistemas de várzeas na Amazônia apresentam características muito peculiares na
dinâmica de cheia e seca ao longo do ano. Tal dinâmica acaba por propiciar condições de
uso dos recursos naturais da várzea muito similares entre todas as comunidades. Estes usos
resumem-se na pesca artesanal e na agricultura durante o período de seca, com pouca
atividade de criação de gado e artesanato.
Os efeitos antropogênicos naturalmente decorrentes do uso dos recursos naturais da várzea
no próprio ambiente são relativamente pequenos se compararmos ao uso destes recursos em
larga escala por indústrias pesqueiras por exemplo.
De qualquer forma, as relações de sustentabilidade entre os ecossistemas de várzeas e as
comunidades rurais de várzeas, chamados ribeirinhos, se desenvolvem ao longo do tempo e
com intensidades diferentes, as quais decorrem do maior ou menor nível agrotecnológico
desses povos conforme Figura 1.
Figura1- A sustentabilidade de ecossistemas de várzeas em função da intensidade de uso dos
produtos da sociobiodiversidade.
A Agência Nacional de Águas (ANA) no seu PNQA (Plano Nacional de Qualidade de
Água) visa ampliar o conhecimento sobre a qualidade das águas superficiais no Brasil, com
o intuito de orientar a elaboração de políticas públicas voltadas para a recuperação da
qualidade ambiental em corpos d'água interiores,tais como, rios e reservatórios,
contribuindo assim com a gestão sustentável dos recursos hídricos.
Intensidade de uso pelo
RIBEIRINHO
BIODIVERSIDADE DE VÁRZEA
Sustentabilidade da várzea
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Dessa forma, este Plano atualmente mede 4 parâmetros básicos (pH, oxigênio dissolvido,
condutividade e temperatura) durante as campanhas de medição de vazão. Esses 4
parâmetros têm seus resultados obtidos automaticamente por meio de sondas
multiparamétricas que são postas em contato com os corpos d’água, não necessitando de
coleta, transporte e análise de amostras em laboratórios.
Contudo, tais parâmetros são insuficientes para se medir qualidade da água, sobretudo,
porque o uso dos recursos hídricos é diferenciado em cada estado em função da cultura,
economia e políticas locais. Dessa forma, seria interessante elaboração de termos de
cooperações com instituições de ciência e tecnologia como as Universidades, a fim de que
de forma multisetorial possa se atingir o desafiante objetivo da ANA de conhecer a
qualidade da água de Bacias como a do AMAZONAS por exemplo.
Segundo a ANA (http://portalpnqa.ana.gov.br/pnqa.aspx), as distâncias geográficas e custos
operacionais das medições da qualidade das águas, ou falta de pessoal capacitado acaba por
obrigar um arranjo interestadual para a realização de tais medidas, no entanto, alguns
estados seguem ainda nos dias de hoje sem pontos de coleta, como os estados de Pará e
Amazonas conforme Figura 1.1 abaixo (fonte: www.ana.gov.br).
Figura1.1- Densidades das redes estaduais de monitoramento de qualidade das águas. (fonte:
http://portalpnqa.ana.gov.br/pnqa.aspx)
É inacreditável, portanto, ainda pensarmos em discutir qualidade da água de recursos
hídricos Panamazônicos, se ainda não temos pontos de coleta oficiais nos estados do Para e
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Amazonas, estados estes com intensa atividade de soja, extração de madeira e pesca
predatória; atividades estas que causam grandes impactos em recursos hídricos, quer
assoreando-os, quer tornando-os impróprios ao uso humano, sobretudo para comunidades
florestais amazônicas.
Sendo assim, opções de gestão da qualidade dos recursos Hídricos, através de Termos de
Cooperação entre Universidades e ANA, onde os laboratórios de pesquisa destas
Universidades possam fazer as medições qualitativas das águas em ecossistemas de
várzeas, por exemplo, seria interessante no processo de construção de formas mais eficazes
de abrangência de pontos de coleta atualmente fora de medições oficias da ANA conforme
Figura 1.3 abaixo.
Figura 1.3- Proposição de Arranjo para a Inclusão de Pontos de coleta de agua na Bacia do
Rio Amazonas, sub bacia do Tapajós.
O caráter multiuso (plantas, animais de caça, pescado, medicinais, madeira, artesanato) dos
recursos naturais dos ecossistemas de várzeas acaba por delinear diferentes nuances de
impactos antropogênicos, os quais variam com intensidade de uso e mercado, onde, as altas
demandas mercadológicas por produtos da socio-biodiversidade das várzeas podem
acarretar maior pressão antropogênica local e regional conforme Figura 2.
Dinâmica de Sustentabilidade da agua na Região do Tapajos-Amazonas
Diagnóstico atual Monitoramento
Criação de Pontos de Coleta de Agua (Santarém)
Rio Tapajos Rio Amazonas
Termo de Cooperações & Convenios UFOPA
(Universidade Federal do Oeste do Pará-LEEA-
LABORATORIO DE ESTUDOS DE ECOSSISTEMAS AMAZONICOS
ANA
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Figura 2- A pressão do mercado local e regional por produtos da sociobiodiversidade das várzeas e o
efeito sobre a sustentabilidade das mesmas.
Entender, portanto, as questões que atualmente ocorrem nos ecossistemas de várzeas
relativas aos impactos antropogênicos sobre os recursos da biodiversidade é o que se
pretendeu no âmbito deste projeto.
2- IMPACTOS ANTROPOGENICOS SOBRE AS AGUAS DOS
ECOSSISTEMAS DE VÁRZEAS ESTUDADOS.
As três várzeas estudadas no Brasil, Igarapé do Costa, Tapará Grande e Urucurituba, bem
como, as duas várzeas estudadas em Iquitos-Perú, San Regis e San Jacinto, apresentaram
características semelhantes de uso de seus ecossistemas produtivos, ou seja, realizam a
pesca artesanal e a agricultura no período seco.
Sendo assim, os impactos antropogênicos sobre os recursos hídricos das várzeas são
resultantes de várias ações simultâneas ou não, decorrentes das diferentes atividades
econômicas (agricultura, pesca, artesanato, madeira) conforme Figura 3.
Sustentabilidade Várzeas
Pressão Mercado por produtos
sociobiodiversidade varzeas
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Figura 3- Influência das diferentes atividades econômicas praticada pelos ribeirinhos sobre os
recursos hídricos em ecossistemas de várzeas.
Tais impactos recaem invariavelmente sobre a qualidade físico-química e biológica da água
e, portanto, sobre seu grau de potabilidade para uso pelas comunidades ribeirinhas.
Cada atividade econômica ou de extrativismo exercida por comunidades ribeirinhas exerce
uma influência especifica sobre os recursos hídricos em ecossistemas de várzeas, ou seja, o
uso de agrotóxicos como organo-fosforados e outros pela atividade da agricultura, por
exemplo, desencadeia um efeito residual significativo e longo em solos e recursos hídricos
nas várzeas. Estes agrotóxicos são comumente usados nas várzeas brasileiras estudadas a
fim de eliminar as espécies ruderais (invasoras) para iniciar o cultivo, ou no combate de
pragas e doenças de culturas agrícolas.
Por outro lado, a supressão de espécies de plantas das várzeas para utilização da madeira
e/ou artesanato, pode contribuir ao longo do tempo para o aumento do efeito das terras
caídas conforme Figura 4.
agua nos ecossistemas
de várzeas
agricultura
pesca
extração madeira
artesanato
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Figura 4- Efeito do uso de agrotóxicos e supressão de vegetação em ecossistemas de várzeas e
suas consequências sobre os recursos hídricos.
A indissociabilidade do sistema SOLO-AGUA é perceptível na medida, que todo impacto
antropogênico recai simultaneamente sobre o sistema SOLO-AGUA, ao mesmo tempo e
com a mesma intensidade, haja vista, que o regime hídrico das várzeas caracterizado por 6
meses de seca e 6 meses de cheia, movimenta assim os efeitos residuais dos agrotóxicos.
Dessa forma, e considerando que a água dos rios marginais às casas dos ribeirinhos é
coletada, filtrada e bebida, então é explícito o impacto negativo da atividade da agricultura
em ecossistemas de várzeas. Sendo assim, a população de comunidades ribeirinhas é
diretamente afetada pela baixa potabilidade destes recursos hídricos, os quais são
comprovados pelos relatos nos postos de saúde das várzeas em relação aos altos índices de
diarreia, sobretudo, em crianças.
Com isso, a relação estreita entre a atividade econômica da agricultura em ecossistemas de
várzeas, os corpos hídricos e a saúde de comunidades ribeirinhas, provoca diferentes níveis
de sustentabilidade nestes ambientes estudados conforme Figura 5.
Uso de agrotoxicos
Supressão de vegetação
Consequencia: Impactos sobre recursos hidricos e solos nas várzeas
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Figura 5- A relação entre a atividade agrícola em ecossistemas de várzeas e a saúde de
comunidades ribeirinhas, onde a interface são os recursos hídricos.
Contudo, quantificar o impacto das diferentes atividades econômicas nas várzeas estudadas
sobre os recursos hídricos é um processo que deve se caracterizar por pelo menos 5 anos de
estudos consecutivos, haja vista, a plasticidade do ambiente. Medidas estáticas pouca
credibilidade têm, haja vista, que processos de contaminação e descontaminação requerem
tempo.
A Agência Nacional de Águas (ANA) publicou no Diário Oficial da União a Resolução nº
672, de 28 de abril de 2014, que define a regulamentação para as contratações Prodes
(Programa de Despoluições de Bacias) 2014
(http://www.ana.gov.br/prodes/prodes2014.asp). No entanto, a Bacia do Rio Amazonas está
fora deste programa.
O Prodes visa a incentivar a implantação ou ampliação de estações de tratamento para
reduzir os níveis de poluição em bacias hidrográficas, com prioridade em 2014 para as
bacias dos rios São Francisco, Doce, Paraíba do Sul, Paranaíba e Piranhas-Açu. Também
conhecido como "programa de compra de esgoto tratado", o Prodes paga pelo esgoto
efetivamente tratado – desde que cumpridas as condições previstas em contrato (metas de
remoção de carga poluidora) – em vez de financiar obras ou equipamentos. Podem
participar do Prodes os empreendimentos destinados ao tratamento de esgotos com
capacidade inicial de tratamento de pelo menos 270kg de DBO (carga orgânica) por dia,
cujos recursos para implantação da estação não venham da União. Podem se inscrever
Atividade agricola
recursos hidricos
Saúde povos
ribeirinhos
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estações ainda não iniciadas ou em fase de construção com até 70% do orçamento
executado. Para o ano de 2014 não serão aceitas inscrições de ampliação de Estações e
Tratamento de Esgotos (ETEs).
Fica claro, portanto, que os critérios acima colocados não são compatíveis com a natureza e
quantidade da carga de poluição na Bacia Amazônica. Contudo, a despoluição de cursos
hídricos, rios, igarapés e várzeas na Amazônia, os quais são frutos da atividade madeireira,
uso de agrotóxicos pela agricultura da soja é de fundamental importância para a
conservação da Bacia Amazônica e em sintonia com o pacto pela Conservação das bacias.
Políticas de despoluição de cursos hídricos na Bacia Amazônica por atividades econômicas
predatórias devem ser implantados urgentemente, haja vista, as altas taxas de
desmatamento com impacto direto nas águas dos rios e igarapés, além de uma agricultura
com uso de cargas pesadas de agrotóxicos em cultivos de soja, haja vista, que as
contaminações estão ocorrendo atualmente nestes ecossistemas conforme Figura 5B abaixo.
Figura 5B - Justificativa para a criação do PRODES AMAZÔNIA (Programa de despoluição
de rios amazônicos), em função de dois fatores (agrotóxicos e desmatamento).
PRODES AMAZÔNIA
Desmatamento provocando
assoreamento dos cursos hidricos
Agrotóxicos via cultivo de soja
provocando cenários
ecotoxicológicos nos rios
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Nos últimos anos no Brasil, A Agência Nacional de Águas (ANA) disponibilizou a versão
do Plano Estratégico de Recursos Hídricos da Bacia Amazônica – Afluentes da Margem
Direita (PERH-MDA), aprovada pelo CNRH em sua 25ª Reunião Ordinária, ocorrida em
29 de junho de 2011. Tal Plano descreve detalhadamente toda a conjuntura amazônica
brasileira, uma iniciativa importante da ANA no sentido de tratar por partes a Bacia
Amazônica, neste caso os afluentes da margem direita do Amazonas.
Contudo, o ritmo da pressão antropogênica sobre os recursos hídricos e o potencial de
contaminação ambiental destes recursos, ás vezes é mais veloz do que as etapas dos
diagnósticos. Neste sentido é preciso sintonizar ou acelerar certas ações de conservação,
uso e manejo de recursos hídricos na Amazônia como forma de prevenção de desastres
sobre ecossistemas aquáticos, como as várzeas por exemplo. Perceber o entorno antrópico
sobre a Bacia Amazônica, ou seja, reconhecer seus atores socioeconômicos, é entender o
uso da geobiodiversidade.(Figura 5E)
Figura 5E - O Plano Estratégico de Recursos Hídricos da Margem Direita (PERH-MDA) da
ANA e proposições de forte interação com seu entorno antrópico (comunidades ribeirinhas,
empresários e industriais)
PERH-MDA
Empresários e Industriais
Comunidades ribeirinhas
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3- IMPACTOS ANTROPOGENICOS SOBRE AS ESPÉCIES AQUATICAS
NOS ECOSSISTEMAS DE VÁRZEAS ESTUDADOS.
Alta diversidade de peixes em ambientes de várzeas amazônicas é observada, contudo, os
estoques destas espécies vêm reduzindo ao longo do tempo, sobretudo em função das
atividades de pescas predatórias. Tais atividades de pesca predatória são praticadas com o
uso de grandes redes de arraste, as quais indiscriminadamente capturam peixes em todas as
fases de vida. Este cenário reduz drasticamente os estoques de certas espécies de peixe com
alto valor para o extrativismo e cultura de comunidades rurais.
O impacto antropogênico da pesca predatória é percebido não só no aspecto ecológico,
especificamente quanto à conservação das espécies, quanto no aspecto econômico, para os
pescadores, que se veem ameaçados na sua atividade de pesca extrativista. Esta situação
delineia um perfil de insustentabilidade para povos ribeirinhos em ecossistemas de várzeas
estudados conforme Figura 6 abaixo.
Figura 6- O impacto antropogênico da pesca predatória sobre o estoque de peixes em rios
amazônicos e sua influencia negativa sobre a atividade de pesca artesanal de povos
ribeirinhos.
pesca predatória (frigorifico)
redução estoque de peixes
insustentabilidade da pesca artesanal
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Este contexto associado às políticas públicas vigentes no Brasil, especificamente no que
tange ao período de defeso em que o pescador artesanal fica proibido de pescar
determinadas espécies de peixes em função dos períodos de reprodução destas espécies,
acaba excluindo de mercados promissores, estes mesmos pescadores amazônicos. Sendo
assim, alternativas de piscicultura para ribeirinhos seria uma alternativa urgente para o
desenvolvimento socioeconômico na região Amazônica.
A ausência de modelos tecnológicos de produção de peixes em cativeiro, como a criação
em tanques redes provoca invariavelmente a exclusão produtiva deste setor de mercados
regionais e nacionais.
4- IMPACTOS ANTROPOGENICOS SOBRE A FERTILIDADE DOS SOLOS
DAS VÁRZEAS ESTUDADAS.
Os solos de várzeas geralmente aluviais, sofrem ao longo dos anos e consecutivamente períodos de
desagregação e agregação de suas partículas, respectivamente nos períodos de cheia e seca dos rios.
Dessa forma, condições físico-químicas extremas são observadas, pois, ao longo do período de
seca, os solos recém desinundados estão muito férteis em função dos sedimentos de argila e da
umidade ainda presente nos mesmos.
“São solos pouco desenvolvidos, constituídos por depósitos de sedimentos fluviais
recentes, periodicamente depositados durante as inundações nas margens de rios e
lagoas. Suas características químicas e físicas são muito dependentes da textura e
da mineralogia. Os solos de textura arenosa são geralmente inférteis, enquanto os
aluviais, de textura média a argilosa, apresentam boa fertilidade natural.” Fonte:
adaptado de Klamt et al. (1985); Embrapa (1999); Moraes (1999)
Tais períodos são aproveitáveis pela atividade agrícola referente ao plantio de abóbora, melão,
melancia, mandioca e hortaliças. Neste momento, alguns impactos negativos nesta atividade
econômica são observados sobre os solos, o mais prejudicial seria àquele referente ao uso de
agrotóxicos. Os efeitos residuais destes produtos são longos sobre os recursos edáficos em
ecossistemas de várzeas, tornando esta atividade ainda nos dias de hoje, insustentável sob o ponto
de vista ecológico. Pode se observar que o efeito dos resíduos dos agrotóxicos nos solos tende ao
aprisionamento e indisponibilidade de alguns nutrientes essenciais às plantas, através de processos
conhecidos como inibição de absorção de íons conforme Figura 7.
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Figura 7- O impacto antropogênico quanto ao uso de herbicidas e agrotóxicos sobre a
fertilidade dos solos de várzeas e consequências sobre a nutrição das plantas agrícolas.
5- CONCLUSÕES
Concluímos que nas várzeas estudadas os efeitos antropogênicos observados sobre os
recursos da biodiversidade nestes ecossistemas devem ser monitorados em uma escala
temporal igual ou maior que 5 anos; no entanto, pontos críticos devem ser pautados para
futuras intervenções tecnológicas, entre eles:
a- Os recursos hídricos nas várzeas estudadas apresentam cenários potenciais de
contaminação por organofosforados, haja vista, ausência de práticas
agroecológicas.
b- Os recursos hídricos nas várzeas estudadas apresentam cenários potenciais de
contaminação por coliformes fecais, haja vista, ausência de saneamento
adequado.
c- Os recursos pesqueiros nas várzeas estudadas apresentam cenários de
insustentabilidade ecológica, onde a conservação de determinadas espécies está
em processo de risco em função de pescas predatórias.
d- Povos ribeirinhos estão excluídos de mercados de peixes mais competitivos,
haja vista, os baixos níveis tecnológicos de produção.
e- O impacto antropogênico através da agricultura é negativo sobre a fertilidade
dos solos.
f- A qualidade de produtos agrícolas das várzeas deve ser monitorada.
Uso de herbicidas e agrotóxicos
Desequilibrio da fertilidade dos solos em várzeas
Má nutrição das plantas agricolas
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ANEXO 1B – Análise bacteriológica do sítio Tapará Grande, Santarém, Pará.
Anexo 1C – Análise físico-química sítio Igarapé do Costa, Santarém, Pará.
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ANEXO 2 – A importância da conservação dos recursos hídricos em várzeas
Amazônicas, Santarém, Pará, BRASIL.
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ANEXO 3 – Ecossistemas de várzeas no período de cheia do Rio Amazonas,
altura de lâmina d’água igual a 6 metros, Várzea do Tapará Grande.
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ANEXO 4 – Fitodiversidade em ecossistemas de várzeas, Comunidade de
Urucurituba, Santarém, Para, Brasil.
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ANEXO 6 – Plataforma elevada construída pelo projeto OTCA-GEF
AMAZON-PROJETO TECNOVARZEAS nas comunidades de várzeas de
Tapara Grande e Urucurituba, Santarém, Pará, Brasil.