projeto politico pedagogico traducao
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PROJETO POLTICO PEDAGGICO DO
CURSO DE TRADUO
BACHARELADO EM TRADUO
INSTITUTO DE LETRAS E LINGUSTICA
UBERLNDIA
2009
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SUMRIO
I. IDENTIFICAO...................................................................... 04
II. ENDEREOS............................................................................04
III. APRESENTAO...................................................................... 05
Desenvolvimento da rea de Estudos da Traduo..............................08
A Traduo no contexto das Letras o caso da UFU...............................12
Infra-estrutura do ILEEL para o desenvolvimento das atividades do Curso de
Traduo.........................................................................................17
Corpo docente do ILEEL.....................................................................20
Composio do colegiado...................................................................21
IV. JUSTIFICATIVA........................................................................22
V. PRINCPIOS E FUNDAMENTOS...................................................24
VI. CARACTERIZAO DO EGRESSO...............................................25
VII. OBJETIVOS DO CURSO.............................................................27
VIII. ESTRUTURA CURRICULAR.........................................................29
Matriz curricular................................................................................30
Ncleo de Formao Bsica................................................................31
Ncleo de Formao Especfica.......................................................... 32
Ncleo de Formao Acadmico-cientfico-cultural.................................33
IX. DIRETRIZES GERAIS PARA O DESENVOLVIMENTO METODOLOGCIO
DO ENSINO.............................................................................40
Pesquisa, ensino e extenso...............................................................43
X. DIRETRIZES GERAIS PARA OS PROCESSOS DE AVALIAO DA
APRENDIZAGEM DO CURSO......................................................45
Formas de avaliao dos educandos....................................................46
Avaliaes externas...........................................................................47
XI. COMPOSIO DO QUADRO DOCENTE.........................................48
XII. ACERVO BIBLIOGRFICO..........................................................48
CONSIDERAES FINAIS..................................................................49
ANEXO 1 Fluxograma do curso
ANEXO 2 Fichas de disciplinas
ANEXO 3 Atas de aprovao
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLNDIA
INSTITUTO DE LETRAS E LINGUSTICA
CURSO DE TRADUO
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I - IDENTIFICAO
Denominao: Curso de Traduo (portugus e ingls)
Modalidade oferecida: Bacharelado
Titulao conferida: Bacharel em Traduo
Ano de incio de funcionamento do curso: 2010
Durao do curso: Sete (07) semestres (Carga horria: 2.480 h)
Prazo regular: 3 anos e meio
Tempo mnimo de integralizao: 3 anos
Tempo mximo de integralizao: 6 anos
Regime Acadmico: Semestral, com entrada anual
Turnos de oferta: Noturno
Nmero de vagas oferecidas: 20 vagas anuais.
II - ENDEREOS
Da Instituio: Universidade Federal de Uberlndia Campus Santa Mnica
Avenida Joo Naves de vila, 2121 CEP: 38408-100
Uberlndia - MG
Da Unidade: Instituto de Letras e Lingustica - ILEEL Campus Santa Mnica Bloco U - Sala 1U206 Tel/Fax: (34) 3239-4162
Do Curso: Campus Santa Mnica Bloco G Tel/Fax: (34) 3239-4237
e-mail: [email protected]
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III - APRESENTAO
Este documento tem por objetivo apresentar o Projeto Poltico
Pedaggico do Curso de Traduo da Universidade Federal de
Uberlndia, tendo em vista a participao do Instituto de Letras e
Lingustica no Plano de Expanso da UFU para o perodo 2008-2012,
com recursos do Programa de Apoio a Planos de Reestruturao e
Expanso das Universidades Federais REUNI.
O Programa de Apoio a Planos de Reestruturao e Expanso
das Universidades Federais REUNI, institudo pelo Decreto n
6.096, de 24 de abril de 2007, ao definir como um dos seus objetivos
dotar as universidades federais das condies necessrias para
ampliao do acesso e permanncia na educao superior, apresenta-
se como uma das aes que consubstanciam o Plano de
Desenvolvimento da Educao PDE, lanado pelo Presidente da
Repblica, em 24 de abril de 2007. Este programa pretende
congregar esforos para a consolidao de uma poltica nacional de
expanso da educao superior pblica, pela qual o Ministrio da
Educao cumpre o papel atribudo pelo Plano Nacional de Educao
(Lei n 10.172/2001) quando estabelece o provimento da oferta de
educao superior para, pelo menos, 30% dos jovens na faixa etria
de 18 a 24 anos, at o final da dcada.
Em setembro de 2007, em consonncia com as propostas do
REUNI visando oferecer um nmero maior de vagas na educao
superior e, de forma a contemplar a formao de um profissional que
transite pela expressiva diversidade das atribuies do profissional da
linguagem hoje, cujo perfil profissional no se restrinja formao de
licenciados em Letras, os professores do Instituto de Letras e
Lingustica da UFU, aps uma srie de discusses, decidiram
encaminhar uma proposta de Bacharelado em Traduo junto ao
projeto do REUNI/UFU. Tal proposio vem a atender uma demanda
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antiga por um curso que se destine formao de tradutores,
profissionais cada vez mais solicitados no contexto do mundo
globalizado.
Em 09/09/2008, foi nomeada, pela Portaria ILEEL/UFU/n
030/2008, uma comisso para discusso e elaborao do Projeto
Poltico Pedaggico do Curso de Traduo, formada pelos professores
Paula Godoi Arbex (presidente), Maria Ins Vasconcelos Felice, Srgio
Marra de Aguiar e Waldenor Barros Moraes Filho.
Os trabalhos da comisso tiveram incio com um amplo
levantamento dos cursos de traduo existentes no Brasil, com vistas
a uma viso abrangente acerca da oferta de cursos na rea e de suas
principais caractersticas, nos mais variados cantos do pas. Para
tanto, foram utilizadas, primordialmente, as informaes acessadas
no portal do Ministrio da Educao (Cadastro das Instituies de
Educao Superior - http://www.educacaosuperior.inep.gov.br). Em
seguida, foram examinados, a partir dos dados disponibilizados nas
home pages das instituies, os currculos dos cursos de Traduo
encontrados, em busca de subsdios para a elaborao de nossa
proposta de novo curso. Assim, o currculo aqui idealizado prope a
maior adequao possvel s novas demandas dos profissionais
ligados grande rea de Letras, qual primeiramente se filia a
Traduo, sem perder de vista seu carter multidisciplinar e
abrangente. Concluda essa primeira etapa do trabalho, a referida
comisso elaborou uma proposta inicial do curso, cuja smula foi
apresentada ao Conselho do ILEEL (CONSILEEL), no dia 09 de
dezembro de 2008. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2009, a
comisso deu prosseguimento elaborao do projeto pedaggico e
promoveu, nos meses de maro e abril de 2009, uma jornada para
nova apresentao da proposta de curso junto aos ncleos do ILEEL,
em busca de sugestes dos discentes.
Para envolver toda a comunidade acadmica ligada ao ILEEL, e
evitar a convocao de numerosas assemblias, os ncleos
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pertencentes ao Instituto discutiram as novas propostas levadas por
seus representantes no Colegiado, que deram retorno ao Conselho da
unidade com o posicionamento da maioria da comunidade. Nas
instncias do Colegiado do Curso de Letras e do Conselho da Unidade
CONSILEEL, a proposta do Curso de Traduo e de seu Projeto
Pegaggico foi aprovada por unanimidade, conforme atestam as atas
das respectivas reunies, anexadas ao presente projeto. Em ambos
os documentos, consta, entre outras consideraes feitas pela
comunidade do ILEEL, a condio de que o Curso de Traduo se
constitua, do ponto de vista administrativo, como curso
independente do Curso de Letras, com coordenador, secretrio e
espao fsico prprios, tendo em vista as especificidades de seu
funcionamento e da modalidade que ele prope o bacharelado.
Dessa maneira, o ILEEL passar a ser, assim como outras Unidades
Acadmicas da UFU, um instituto que abrigar dois cursos de
graduao distintos: Letras e Traduo.
Cursos diferentes, porm afins, cabe ainda dizer que a
elaborao do Plano Pedaggico foi desenvolvida em consonncia
com as diretrizes curriculares para os cursos da rea de Letras, uma
vez que no existe legislao especfica do Conselho Nacional de
Educao para a rea de Traduo. Sendo assim, buscou-se
preservar as concepes historicamente construdas ao longo da
consolidao do Instituto de Letras e Lingustica (ILEEL) e, ainda,
considerou-se a necessidade de construo de uma identidade
prpria para o Bacharelado em Traduo, de modo a priorizar as
caractersticas de independncia intelectual que devero marcar os
egressos deste curso e dos demais da instituio. Em decorrncia,
esta proposta visa a traar os parmetros que nortearo a
elaborao de projetos especficos para o Curso de Traduo, de
maneira a que este possa oferecer uma formao que desenvolva,
em todo aluno egresso desta universidade, caractersticas de sujeito
reflexivo, questionador e aberto s inovaes, bem como uma slida
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formao cientfico-pedaggica nesta rea especfica, aliada a uma
consistente formao humana e cultural.
O documento a seguir reflete todo o amadurecimento que as
reflexes e discusses da comunidade acadmica do Instituto de
Letras e Lingustica produziram ao longo desse processo.
O desenvolvimento da rea de Estudos da Traduo
A traduo uma atividade que existe desde tempos
imemoriais e se desenvolve sempre que povos, culturas e lnguas
diferentes esto em contato. Assim como outras reas, a traduo,
embora h muito presente no cotidiano, s adquiriu dimenso
intelectual a partir de uma investida terica e institucionalizada
prtica da atividade. Em outras palavras, tradutores tm traduzido ao
longo dos sculos, mas somente h algumas dcadas pensadores tm
refletido sobre esse ofcio1.
Primeiramente, e por muito tempo, os prprios tradutores
escreveram sobre o ato de traduzir, nos prefcios a suas tradues.
At a segunda metade do sculo XX, todavia, as reflexes sobre a
traduo em forma de escrita acadmica eram publicadas de modo
aleatrio, dispersas em peridicos de campos disciplinares j
estabelecidos (como, por exemplo, a Lingustica Aplicada ou a
Literatura Comparada), sem ainda constituir um conjunto de
conhecimentos agrupados num campo especfico. O que faltava,
ento, at a segunda metade do sculo XX, era a constituio de um
campo de estudos que tivesse como objeto de investigao a
Traduo como disciplina institucionalizada. 1 No cenrio brasileiro, a prpria histria do Brasil uma histria de traduo (...). O primeiro documento oficial sobre o Brasil a Carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei Manuel I narra o descobrimento de novas terras e registra um ato de traduo: descreve como os portugueses e os ndios tentavam se comunicar por meio de gestos e tambm como um membro da frota de Cabral, Afonso Ribeiro, foi deixado com os ndios para aprender sua lngua e, a partir de ento, servir como intrprete nas interaes. (Ver BAKER, Mona. Routledge Encyclopaedia of Translation Studies. London & New York: Routledge, 1998).
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O pesquisador James S. Holmes foi talvez o primeiro a
problematizar tal situao, quando, em um congresso de Lingustica
Aplicada, sediado em Estocolmo, em 1972, apresentou um trabalho
hoje reconhecido pela comunidade acadmica como texto
fundacional para esta rea do conhecimento em que sugeriu um
nome para esse campo de investigao cientfica: Estudos da
Traduo.
O trabalho de Holmes The name and nature of Translation
Studies [O nome e a natureza dos Estudos da Traduo] s foi
publicado em 1988, dezesseis anos aps sua primeira apresentao.
Recentemente, foi includo entre os textos considerados centrais da
rea, reunidos em um volume organizado por um dos principais
pesquisadores da Traduo da atualidade, o americano Lawrence
Venuti, no ano de 2000.
Em 2003, Pagano & Vasconcellos publicam, na revista Delta,
uma forma de visualizao da proposta de Holmes, representada na
figura abaixo:
Fonte: BARTHOLAMEI JR., L & VASCONCELLLOS, M. L. Estudos da Traduo I. Florianpolis: Centro de Comunicao e Expresso/UFSC, 2008.
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A relevncia de se fazer o mapeamento de um campo
disciplinar deve-se a, pelo menos, dois aspectos: (i) a insero do
praticante em um campo disciplinar especfico, contribuindo para a
constituio de seu status de profissional, e (ii) a conscientizao
desse profissional com relao aos possveis desdobramentos e
expanses do campo disciplinar no qual est inserido. Com relao
aos desdobramentos, observe-se, por exemplo, na figura acima, que,
em 1972, Holmes no mencionou estudos de traduo baseados em
tecnologia (traduo apoiada por computador), nem mesmo a
interpretao. Isso porque as tecnologias no estavam ainda
desenvolvidas e o ofcio de intrprete no havia se institucionalizado.
No entanto, algumas poucas dcadas depois, novos mapeamentos
sugerem possibilidades de subcampos sequer vislumbrados no
mapeamento de Holmes.
Vejamos, por exemplo, a proposta de mapeamento de Williams
& Chestermanem seu livro The Map [O Mapa], de 2002, com a
incluso de algumas novas reas de pesquisa ligadas ao campo da
Traduo, como se pode observar a seguir:
Fonte: BARTHOLAMEI JR., L & VASCONCELLLOS, M. L. Estudos da Traduo I. Florianpolis:
Centro de Comunicao e Expresso/UFSC, 2008.
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Uma outra possibilidade de investigao dos subcampos
relacionados Traduo pode ser feita no contexto editorial. As
publicaes especializadas em Traduo apontam para novos
interesses disciplinares, apresentados como reas sistematizadas e
consolidadas e passando a constituir ramos do campo disciplinar na
atualidade. Entre essas vrias reas podem ser citadas:
1 Traduo Multimdia e Audiovisual
2 Traduo Religiosa e Bblica
3 Bibliografias
4 Interpretao para a Comunidade/ Interpretao de Dilogo/
Interpretao para Servio Pblico
5 Interpretao Simultnea e de Conferncia
6 Estudos Comparativos e Contrastivos
7 Estudos Baseados em Corpus
8 Interpretao Legal e Jurdica
9 Avaliao /Qualidade /Avaliao /Testes
10 Histria da Traduo e Interpretao
11 Estudos Interculturais
12 Estudos de Interpretao
13 Traduo Literria
14 Traduo (auxiliada) por Computador
15 Trabalhos de Mltiplas Categorias
16 Estudos Orientados ao Processo
17 Metodologia de Pesquisa
18 Interpretao de Lnguas Sinalizadas
19 Traduo Tcnica e Especializada
20 Terminologia e Lexicografia
21 Gnero e Traduo
22 Traduo e Ensino de Lnguas
23 Traduo e Poltica
24 Traduo e a Indstria da Lngua
25 Polticas de Traduo
26 Teoria de Traduo
27 Formao de Tradutor e Intrprete
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A formao do tradutor, como se v, mantm-se como
preocupao dos Estudos da Traduo. A discusso sobre a formao
deste profissional tem, igualmente, sido foco de inmeros eventos
acadmicos realizados em torno da Traduo. Esse campo disciplinar
busca desenvolver, no momento atual, recursos institucionalizados
para a preparao de seus futuros membros (os futuros tradutores) e
para sua insero no mercado de trabalho, bem como para o fomento
de pesquisas na rea.
Levando em considerao tais desdobramentos, que se
constituiu o presente projeto poltico pedaggico, que visa a propor
um Curso de Traduo sintonizado com as atuais demandas
profissionais e comprometido com a formao tica e integrada de
seus discentes. Para tal, buscamos elaborar um currculo que
contemplasse o maior nmero possvel de expanses do campo da
Traduo.
A rea de Traduo no contexto das Letras o caso da UFU
Os cursos de Traduo, nas principais instituies
educacionais, do Brasil e do resto do mundo, esto tradicionalmente
ligados grande rea de Letras. No contexto da UFU, tal filiao no
seria diferente. A proposta de criao do curso de Traduo nasce,
pois, no mbito do Instituto de Letras e Lingustica - ILEEL, o qual
abriga um curso de Letras bastante slido. O curso de Letras da UFU
funciona desde 1960, quando foi criada a Faculdade de Filosofia,
Cincias e Letras de Uberlndia. O reconhecimento do curso se deu
pelo Decreto n. 53477, de 23 de janeiro de 1964.
Ao longo de quase cinco dcadas, o curso passou por vrias
mudanas curriculares e em vrias delas se cogitou inserir a rea de
Traduo como uma de suas habilitaes, ou mesmo criar um curso
parte de Traduo, proposta que deixou de ser levada adiante pela
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falta de professores com especialidade na rea e por demandas
outras que se mostraram mais urgentes.
O primeiro grande processo de discusso curricular no mbito
do curso de Letras atravessou toda a dcada de 1980, com reunies
promovidas pelo Colegiado do Curso de Letras, reunindo e
professores e alunos do curso, com o objetivo de iniciar estudos e
projetos para uma reforma da estrutura do curso.
O resultado desse processo foi uma alterao curricular inicial
que culminou na Reforma Curricular implantada a partir de 1991.
Alm das duas habilitaes existentes, Graduao em Letras
Portugus/Ingls e Portugus/Francs, foram criadas mais seis
habilitaes. Em 28/02/92, na 207 reunio do Conselho
Universitrio, foi autorizada, atravs da Resoluo 03/92, do
CONSUN, a criao das seguintes habilitaes: Licenciatura Plena
em Portugus e Literaturas de Lngua Portuguesa, Licenciatura Plena
em Ingls e Literaturas de Lngua Inglesa, Licenciatura Plena em
Francs e Literaturas de Lngua Francesa, Bacharelado em Portugus
e Literaturas de Lngua Portuguesa, Bacharelado em Ingls e
Literaturas de Lngua Inglesa e Bacharelado em Francs e
Literaturas de Lngua Francesa.
Esse aumento no nmero de habilitaes baseava-se em
alguns pressupostos decorrentes da anlise da situao do curso na
poca. Foi constatada uma insatisfao por parte dos alunos com a
estrutura anterior, alegando-se como primeiro fator dessa
insatisfao a falta de opes para o aluno.
Buscou-se, assim, construir uma grade curricular que
oferecesse mais opes formao dos alunos. Isso se deu,
principalmente, pela criao das licenciaturas simples em Portugus,
em Francs e em Ingls e pela implantao dos Bacharelados
(Portugus, Francs e Ingls).
Com essas licenciaturas simples, objetivou-se dar ao aluno a
oportunidade de uma formao mais aprofundada em segmentos
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especficos do mercado de trabalho do professor, evitando que ele
tivesse contato desnecessrio com contedos curriculares muitas
vezes pouco afeitos sua opo profissional dentro da rea de
Letras.
Quanto ao bacharelado, supunha-se que viesse atender ao
anseio de uma parte do universo discente interessada na formao
acadmica do Curso, mas sem nenhuma inteno de trabalhar em
sala de aula.
Aps o primeiro ciclo de implantao desse novo currculo, no
entanto, observou-se que os cursos de Bacharelado, que se
propunham a atender a anseios dos alunos e propiciar maiores
opes de mercado de trabalho, contavam com pouqussimos
alunos.
A partir desta e de outras discusses, o Colegiado de Curso e
os departamentos mais diretamente envolvidos, o corpo discente e a
Coordenao da gesto 1994/1996, desenvolveram um conjunto de
propostas de reestruturao e redimensionamento do Curso de
Letras no sentido de torn-lo vivel e mais dinmico. Uma dessas
propostas era a de reduzir o nmero de vagas ofertadas poca
pelo curso de Letras, consideradas excessivas naquele contexto
scio-educacional.
Em dezembro de 1994, o Colegiado enviou documento
bastante minucioso ao CONCEHAR (Conselho do Centro de Cincias
Humanas e Artes), solicitando adequao das vagas do Curso de
Letras, de duzentos e quarenta (240) por ano para cento e vinte
(120) vagas anuais, ou seja, sessenta (60) vagas por semestre,
nmero este aprovado no referido Conselho. No entanto, quando do
relato do processo junto ao CONSEP, este conselho entendeu que a
solicitao da adequao do nmero de vagas deveria ser
apresentada junto com a proposta de redimensionamento do
currculo e de mudanas estruturais que o tornassem vivel e com a
qualidade desejada.
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Em 9 de outubro de 1998, foi aprovado na 236 reunio do
CONSEP, o projeto de adequao de vagas para o Curso de Letras.
Foram fixadas oitenta (80) vagas por semestre, alm suspenso dos
bacharelados por oito (8) semestres, a partir do primeiro semestre
de 1999, sendo avaliada, aps este perodo, a pertinncia ou no de
sua continuidade. Com uma srie de ajustes, o novo currculo foi
implantado no segundo semestre de 1999 e, nas ltimas cinco
avaliaes do MEC (Provo), o curso recebeu conceito A, o que
demonstra que os esforos despendidos em busca da qualidade no
foram em vo.
Todavia, desde 1999 mantiveram-se suspensos os
bacharelados, tendo em vista a pequena procura e a dificuldade de
mercado para um bacharel em Letras. Isso ocorreu, a nosso ver, pelo
fato de o bacharelado ento proposto no oferecer ao aluno os
atrativos de uma rea de atuao que tivesse uma real demanda no
contexto socioeconmico e cultural da regio. A Traduo seria, no
entanto, muitas vezes requisitada pelos alunos do curso de Letras
como uma rea de formao desejada, ainda que em nvel de uma
especializao; assim, na ausncia dessa rea de formao, houve
uma macia escolha, dentre as opes de curso, pela licenciatura
dupla (portugus-ingls) no mbito do curso de Letras.
Embora o magistrio seja, ainda hoje, a rea de atuao mais
comum aos profissionais ligados s Letras, a opo de um
bacharelado em Traduo, no contexto atual, vem ampliar
sobremaneira as possibilidades de trabalho para os egressos da
grande rea de Letras, que tm como outras reas de atuao no s
a traduo, mas tambm a reviso de textos, a assessoria lingustica
a sites de contedo, a redao publicitria, entre outras. A proposta
de criao de um bacharelado em Traduo vem, dessa forma, suprir
uma real necessidade de formao e de ateno a um mercado
crescente.
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A Traduo , por excelncia, um espao de encontro de
lnguas, linguagens, culturas e ideologias. Constitui-se, pois, como
uma rea de estudos e uma especializao profissional de natureza
multidisciplinar, que, em grande medida, tem como referncia
modelos tericos e epistemolgicos das Cincias Humanas e,
especialmente, dos estudos da linguagem. Assim, a proposta de
criao de um bacharelado em Traduo, pelo Instituto de Letras e
Lingustica da UFU, mostra-se extremamente adequada e promissora
em funo das possibilidades de intercmbio e enriquecimento
acadmico propiciadas pela existncia de outras habilitaes e cursos
na rea das Humanidades. Sendo a prtica da Traduo uma
importante manifestao de fenmenos lingusticos inseridos em
prticas sociais, podemos fundamentar o seu ensino nos
pressupostos da lingustica aplicada, da literatura comparada e dos
estudos interculturais, entre outros, confirmando assim a sua
vocao interdisciplinar. Por isso, o bacharel em Traduo dever
desenvolver um perfil ao mesmo tempo generalista, com uma slida
base cientfica e humanista, em parte comum aos cursos de Letras, e
tambm especializado, visando formao especfica do tradutor
profissional.
A expanso do mercado ampliou as possibilidades oferecidas ao
Bacharel em Traduo. Assim, este estar capacitado a atuar
profissionalmente em editoras, jornais e outros veculos de
comunicao, escritrios de indstrias e de empresas em geral,
organizaes governamentais e no governamentais, universidades,
indstria farmacutica etc., que necessitem de tradues para livros,
manuais, folhetos, correspondncias, publicidade. Alm disso, estar
credenciado para a pesquisa acadmica, em programas de ps-
graduao, bem como para o magistrio superior na rea em
questo.
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Apto a oferecer a formao que o aluno de um curso de
Traduo necessita, o ILEEL conta com uma estrutura humana e
fsica que ser descrita a seguir.
Infra-estrutura do ILEEL para o desenvolvimento das
atividades do Curso de Traduo
a. Laboratrios Pedaggicos de Lnguas
Para a realizao de atividades de pesquisa, ensino e extenso,
o Instituto de Letras e Lingustica conta com nove (09) Laboratrios
Pedaggicos. Esses Laboratrios so salas de aula ambientadas
especialmente para o ensino de Lnguas Estrangeiras, contando com
infra-estrutura audiovisual, ponto de Internet, sendo trs (03) delas
com TV e DVD/vdeo; alm dessas salas, h armrios mveis
contendo TV e DVD/vdeo, que podem ser deslocados para uso em
salas comuns.
b. Laboratrio de Lnguas
O ILEEL conta, ainda, com um moderno Laboratrio de Lnguas
(LABLING), com trinta e seis (36) cabines para estudo coletivo e
individual, com um acervo de filmes e documentrios, em VHS ou
CD-Rom, msicas com a transcrio de letras, exerccios de fontica,
entre outros. Alm disso, o LABLING possui ferramentas de ltima
gerao, tais como cmara de documentos, projeo de sites de
Internet e de arquivos udio-visuais em power point, em vdeo,
estticos ou em movimento, em qualquer formato.
c. Laboratrio Multimdia de Projetos
Alunos da graduao envolvidos em projetos de extenso,
ensino ou pesquisa, sob a orientao de um professor, podem fazer
uso deste Laboratrio (LABILEEL), um moderno laboratrio
multimdia que serve s pesquisas da Ps-graduao e contm
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moderno acervo tecnolgico, com acesso Internet, cmeras
fotogrficas, filmadoras digitais, gravadores, scanners, impressora,
acesso rede sem fio e espao para gravao de arquivos
acadmicos.
d. Laboratrios de Informtica
Os seguintes laboratrios de informtica, compartilhados com
alunos de outros cursos, estaro disponibilizados aos discentes do
Curso de Traduo:
a) Bloco U sala 1U108 de 7h30 s 11h30 e de 13h s 17h, de segunda sexta-feira;
b) Bloco H sala H01 - de 8h s 11h30, de 13h s 17h e de 19h s 21h30, de segunda sexta-feira;
c) Bloco B Lab. 01 (Sala 01), Lab. 05 (Sala 05) e Lab. 06 (Sala 06) de 7h s 22h, de segunda sexta-feira e de 7h s 11h30, aos sbados.
e. Laboratrio de Traduo e Reviso
O Laboratrio de Traduo e Reviso, a ser constitudo j a
partir de 2010, visar formao especfica e continuada dos alunos
do curso de Traduo, bem como servir de local para a prtica da
traduo assistida por computador, em consonncia com as
modernas tcnicas de traduzir.
f. Central de Lnguas
Os alunos do Curso de Traduo, assim como os alunos do
Curso de Letras dos Programas de Ps-Graduao do ILEEL, podem
contar com a Central de Lnguas como um laboratrio de ensino,
pesquisa e extenso. A CELIN atende a aproximadamente 800
alunos com cursos de alemo, espanhol, francs, ingls e italiano em
diversos nveis e suas atividades servem como campo de estgio e de
investigao para os corpos discente e docente do ILEEL.
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g. Hall de Estudos
Espao para reunies em grupo e para atendimentos coletivos
em rea reservada prxima aos gabinetes dos docentes, ambientado
adequadamente para favorecer a concentrao e facilitar a interao.
h. Gabinetes dos Docentes
Ambientes para atendimentos individualizados aos alunos, que
comportam trs (03) docentes cada, agrupados por rea.
i. Sala Multimdia
Para atender aos alunos da Graduao e da Ps-Graduao, o
ILEEL oferece infra-estrutura moderna para projeo de arquivos,
multimdia, com acesso Internet, datashow, DVD, TV, Vdeo, som
ambiente, climatizao, tela de projeo e mobilirio confortvel.
j. Sala para grupos de estudo
Os alunos so estimulados a participar de grupos de estudos
em torno de projetos de ensino, pesquisa e extenso em
desenvolvimento no mbito do ILEEL e, para esse fim, contam com
sala multimeio, contando com TV/DVD/veo, tela para projeo,
retroprojetor, ponto de rede, aparelho de som e moblia adequada.
k. Salas de Grupos de Pesquisa
Os Programas de Ps Graduao do ILEEL investem na
integrao com a graduao em torno de projetos de iniciao
cientfica e na participao dos discentes em aes dos Grupos de
pesquisa. O espao destinado realizao destas atividades
compreende duas (02) salas de 62m2, planejadas racionalmente para
uso simultneo, bem como mobilirio, arquivos, computadores e
Internet.
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l. Coordenadoria de Eventos
O ILEEL responsvel igualmente por vrios eventos regulares e
significativos no calendrio da grande rea de Letras, na qual se insere
os Estudos da Traduo. Entre esses eventos, tem destaque o
SILEL (Seminrio Nacional de Letras e Lingustica), j em sua
dcima segunda edio, e que desde 2006 tem sua edio internacional,
sendo promovido a cada dois anos. Para dar suporte aos eventos, o
ILEEL dispe de uma Coordenadoria e Eventos que oferece apoio tcnico
e logstico, com infra-estrutura de equipamentos e de visando a
realizao de eventos acadmicos.
Programas de Integrao com a Ps-Graduao
a. Programas de Ps-Graduao
O ILEEL possui dois Programas de Ps-Graduao: a ps-
graduao em Lingustica, com o curso de Mestrado e Doutorado em
Lingustica, e a ps-graduao em Letras, com o curso de Mestrado em
Teoria Literria. Em ambos os programas, j existe espao para a
pesquisa na rea de Traduo, seja em estudos ligados Lingustica
Aplicada, seja relacionado Literatura Comparada. Os Programas de
ps-graduao do ILEEL tm como princpio fundamental a integrao de
suas aes de pesquisa com a graduao, o que concretizado por meio
da participao dos alunos da graduao em projetos PIBIC, PIBEG, na
organizao de eventos, em grupos de estudo em grupos de pesquisa.
b. Revista Letras & Letras
Registrada sob o nmero ISSN 0102-3527, uma publicao
peridica ligada ao Instituto de Letras e Lingustica da Universidade
Federal de Uberlndia, editada em volumes anuais compostos de 02
(dois) nmeros publicados um a cada semestre, sendo o do primeiro
semestre temtico vinculado a uma das reas do Instituto e o do
segundo semestre, aberto a publicaes de todas as reas de
linguagem. A revista pode lanar, tambm, cadernos especiais dedicados
divulgao de trabalhos de alunos. Desta forma, os alunos dos cursos
ligados ao ILEEL, seja na graduao ou na ps-graduao, por meio de
sua participao em grupos de estudos, de Pesquisa e de projetos de
ensino, pesquisa e extenso, ou de sua participao em eventos, podem
submeter seus trabalhos para publicao na Revista Letras e Letras,
mediante encaminhamento de seu orientador.
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Corpo docente do ILEEL
O ILEEL, no segundo semestre de 2009, conta, em seu corpo
docente, com 71 professores, sendo 63 doutores e 8 mestres. Os
docentes organizam-se em 4 (quatro) diferentes ncleos: Ncleo de
Lngua Portuguesa e Lingustica, Ncleo de Lnguas Estrangeiras, Ncleo
de Literatura e Ncleo de Estudos Clssicos. Na estrutura do Curso de
Traduo aqui proposto, haver a participao de todos os Ncleos do
ILEEL, tendo em vista a abrangncia da formao do tradutor.
Acreditamos, ainda, que, no contexto do novo curso, justificar-se- a
criao de mais um ncleo na estrutura do ILEEL, o Ncleo de Traduo,
a ser formado pelos professores concursados especificamente para o
novo curso2 e tambm por aqueles que nele forem atuar.
Composio do Colegiado
O Curso de Traduo da UFU, como parte integrante do Instituto
de Letras e Lingustica, ter seu funcionamento normalizado
pelo Regimento Geral da Instituio e pelo Regimento Interno do
Instituto. Com relao composio do colegiado, este ser formado
pelo Coordenador, como seu presidente, por trs representantes do
corpo docente do curso e por um representante discente. No que tange
s competncias do colegiado, estas sero as seguintes: i) cumprir e
fazer cumprir as normas de graduao; ii) estabelecer as diretrizes
didticas, observadas as normas da graduao; iii) elaborar proposta de
organizao e funcionamento do currculo do curso, bem como de suas
atividades correlatas; iv) manifestar-se sobre as formas de admisso e
seleo, bem como sobre o nmero de vagas iniciais; v) propor
convnios, normas, procedimentos e aes; vi) estabelecer normas
internas de funcionamento do curso; vii) aprovar, acompanhar, avaliar e
fiscalizar os Planos de curso das disciplinas; viii) promover
sistematicamente e periodicamente avaliaes do curso; ix) orientar e
acompanhar a vida acadmica, bem como proceder adaptaes
curriculares dos alunos dos cursos; x) deliberar sobre requerimentos de
alunos no mbito de suas competncias; xi) deliberar sobre
transferncias.
2 O Curso de Traduo contar, por meio dos recursos do REUNI, com 5 novos professores. O primeiro concurso na rea, para preenchimento de duas vagas, ocorreu no ms de setembro ltimo, com a aprovao de um candidato. Novo concurso ser promovido no prximo ms de novembro, para suprir a vaga remanescente. A partir de 2010, sero recebidos os recursos para a realizao do concurso relativo s 3 vagas restantes.
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IV - JUSTIFICATIVA
As mudanas culturais, econmicas e sociais ocorridas nos
ltimos anos acabaram por alterar as demandas do mercado de
trabalho, no Brasil e no mundo. Nesse contexto, a Traduo das
reas que mais tem se expandido, sendo um importante instrumento
na comunicao entre os pases e seus governos e representando a
possibilidade de integrao e de intercmbios entre as diversas
culturas e sociedades. O Tradutor , assim, um profissional
requisitado em diferentes setores, seja nos veculos de comunicao,
seja nas instncias jurdicas, seja no mundo da cincia ou no universo
diplomtico.
Em 2002, na atualizao da Classificao Brasileira de
Ocupaes (CBO), documento do Ministrio do Trabalho que
reconhece, nomeia e codifica os ttulos e descreve as caractersticas
das ocupaes do mercado de trabalho brasileiro, foram
sistematizadas e nomeadas as seguintes ocupaes relacionadas
grande rea de Letras:
OCUPAES ATIVIDADES NAS QUAIS O PROFISSIONAL PODE ATUAR
Fillogo crtico textual; fillogo dicionarista
Linguista lexicgrafo; lexiclogo; linguista dicionarista; vocabularista
Intrprete intrprete comercial; intrprete de comunicao eletrnica; intrprete
de conferncia; tradutor simultneo
Tradutor tradutor de textos eletrnicos; tradutor de textos escritos; tradutor
pblico juramentado
Todos esses grupos profissionais situam-se no campo
denominado de indstrias da lngua, cuja existncia pode ser
comprovada por meio de inmeros produtos colocados no mercado
cotidianamente, tais como: livros, ferramentas computacionais,
produtos multimdia, programas televisivos e radiofnicos, dicionrios
especializados, produo de vdeo, animao etc.
As ocupaes relativas ao grupo de profissionais denominados
TRADUTORES E INTRPRETES requerem ensino superior completo e
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encontram um mercado de trabalho bastante amplo na atualidade.
H possibilidades de atuao em instituies pblicas e privadas, na
traduo de legendas de filmes e documentrios, em tradues
literrias, comerciais, econmicas, jurdicas, tcnicas, mdicas,
jornalsticas, entre outras, bem como na elaborao de glossrios, na
interpretao simultnea e consecutiva, na editoria grfica, na
traduo de softwares, na reviso de textos em portugus e ingls,
naassessoria a diretorias de empresas e setores hoteleiros e
tursticos, nos rgos governamentais, instituies e
empreendimentos que demandem servios ligados s lnguas
portuguesa, inglesa e respectivas literaturas.
Como objeto de estudo, a Traduo relaciona-se a vrias outras
disciplinas, tais como a lingustica, a filosofia, a literatura, a filologia
etc. Do ponto de vista acadmico, a Traduo vm ganhando espao
nas universidades, com presena no s nos cursos de graduao
como tambm nas linhas de pesquisa de inmeros programas de ps-
graduao3.
Assim, a prtica da traduo e as reflexes tericas a seu
respeito vm despertando um crescente interesse de acadmicos e
de profissionais das mais diversas reas do conhecimento humano.
Como parte integrante do processo de comunicao, a traduo tem-
se mostrado, pois, um instrumento imprescindvel no mundo
globalizado e uma importante rea de pesquisa nos estudos sobre a
linguagem.
3 No portal do INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, em consulta ao cadastro das instituies da educao superior do Brasil, so encontrados um total de 46 cursos de Traduo, em nvel de graduao, em instituies das mais diferentes regies do pas. Deste total, apenas 14 cursos esto em instituies pblicas Em junho de 2009, tambm no contexto do REUNI, tivemos a feliz notcia da aprovao do Projeto Poltico-Pedaggico do Curso de Traduo da UFPB, ao qual pretende se juntar a presente proposta do Curso de Traduo da UFU.
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V - PRINCPIOS E FUNDAMENTOS
Com base nos princpios definidos pelo Conselho de Graduao
(CONGRAD) para a elaborao do projeto pedaggico, todas as
discusses inerentes a essa tarefa, no que tange proposta de
criao do Curso de Traduo, foram orientadas pelos seguintes
pontos:
Contextualizao e a criticidade dos conhecimentos;
Indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extenso de modo a
desenvolver, nos estudantes, atitudes investigativas e
instigadoras e sua participao no desenvolvimento do
conhecimento e da sociedade como um todo;
Interdisciplinaridade e articulao entre as atividades que
compem a proposta curricular, evitando-se a pulverizao e a
fragmentao de contedos;
Flexibilidade curricular com a adoo de diferentes atividades
acadmicas de modo a favorecer o atendimento s expectativas
e interesses dos alunos;
Rigoroso trato terico-prtico, histrico e metodolgico no
processo de elaborao e socializao dos conhecimentos;
A tica como orientadora das aes educativas; e
O desenvolvimento de uma prtica de avaliao qualitativa do
aprendizado dos estudantes e uma prtica de avaliao
sistemtica do Projeto Pedaggico do curso de modo a produzir
ressignificaes constantes no trabalho acadmico.
Todos esses princpios guiaram as reflexes feitas durante a
elaborao do presente Projeto Pedaggico e esto contidos nos
objetivos do curso, nos perfis dos egressos e nas diretrizes para o
desenvolvimento metodolgico do ensino, assim como na prpria
estrutura curricular proposta.
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VI CARACTERIZAO DO EGRESSO
O Curso de Traduo visar o desenvolvimento das seguintes
competncias e habilidades especficas em seus alunos, bacharis
em Traduo:
domnio do uso da lngua portuguesa e da lngua inglesa,
nas suas manifestaes oral e escrita, em termos de
recepo e produo de textos, com nfase na recepo em
lngua inglesa e produo em lngua portuguesa;
reflexo crtica sobre a linguagem;
viso crtica das perspectivas tericas dos Estudos da
Traduo;
percepo dos diferentes contextos interculturais;
desenvolvimento da pesquisa no mbito acadmico;
uso dos recursos da informtica com competncia,
principalmente aqueles disponveis para a atividade
tradutria.
Para atender a essas demandas, o perfil do graduando em
Traduo dever incluir:
I. conhecimentos tericos e descritivos bsicos dos componentes
fonolgico, morfolgico, sinttico, semntico e discursivo da
lngua portuguesa/inglesa, nas perspectivas sincrnica e
diacrnica;
II. domnio de diferentes noes de gramtica e (re)conhecimento
das variedades lingusticas existentes, nos vrios nveis e
registros de linguagem;
III. conhecimento ativo e crtico de um repertrio representativo de
literatura em lngua portuguesa/inglesa;
IV. capacidade de traduzir textos de diferentes tipologias;
V. capacidade de revisar tradues em lngua materna a partir da
lngua estrangeira;
VI. capacidade de revisar textos em lngua materna;
VII. capacidade de produzir textos de diferentes tipologias;
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VIII. capacidade de acompanhar e orientar a produo de textos na
prestao de servio de redao especializada, reconhecendo
diferentes instncias e especificidades de autoria e de
comunicao;
IX. ter conscincia das variedades lingusticas e culturais;
X. ser capaz de reconhecer materiais terminogrficos e/ou
lexicogrficos mais adequados a cada trabalho;
XI. ser capaz de gerenciar projetos de traduo;
XII. reconhecer, gerir e mediar informaes bsicas de reas
diversas de conhecimento;
XIII. ser capaz de fazer uso de novas tecnologias e de compreender
sua formao profissional como processo contnuo, autnomo e
permanente;
XIV. prestar servios profissionais com qualidade e pontualidade,
com valor econmico agregado e reconhecido, e adequados s
especificidades de diferentes tomadores de servio,
estabelecendo com eles um canal de comunicao eficiente e de
respeito mtuo.
Em sntese: o aluno do Curso de Traduo dever demonstrar
capacidade de perceber que a complexidade da sociedade manifesta-
se atravs de diferentes formas e modos de linguagem,
correspondentes a diferentes interesses em constantes confrontos e
conflitos, em relao aos quais o cidado dever se posicionar. Alm
disso, ele dever ser capaz no apenas de dominar os recursos da
lngua falada e da lngua escrita, mas tambm de desempenhar o
papel de multiplicador, capacitando as pessoas para a mesma
proficincia lingustica. Espera-se, sobretudo, que o profissional em
Traduo assuma um compromisso com a tica, com a
responsabilidade social e com as consequncias de sua atuao no
mercado de trabalho; e que tenha senso crtico para compreender a
importncia da busca permanente do aprimoramento profissional.
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VII - OBJETIVOS DO CURSO
Fundamentados nas concepes citadas anteriormente, sobre
o perfil do egresso do Curso de Traduo e as competncias e
habilidades dele requeridas, podemos nortear as aes acadmicas
do Curso de Traduo da UFU pautadas nos seguintes objetivos
gerais:
I. Apresentar uma conjuntura de subsdios terico-metodolgicos
no intuito de promover a formao de tradutores, buscando
compreender a relao entre a linguagem e a sociedade na
construo de aes para uma vivncia da cidadania;
II. Fomentar a construo do conhecimento em torno das
particularidades da linguagem com vistas a uma participao
cogente na formao do futuro profissional em Traduo nos
diversos nveis de educao formal vigentes;
III. Possibilitar uma formao acadmica ao futuro Tradutor e/ou
pesquisador em Traduo, que lhe permita consorciar suas
reflexes tericas sobre a linguagem, o traduzir e as
tecnologias;
IV. Construir uma formao acadmico-pedaggica, cuja meta seja
um perfil de profissional de traduo engajado em um processo
de formao continuada, instaurado em uma relao de
autonomia, transformao e continuidade.
Objetivos especficos
No que se refere aos objetivos especficos dessa formao,
temos por meta:
I. Fornecer subsdios terico-metodolgicos com vistas a uma
reflexo sobre os processos de identificao do indivduo com a
lngua e com a linguagem e com a traduo;
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II. Promover reflexes acadmicas acerca do processo de traduo
em diferentes contextos, sejam profissionais, sejam
acadmicos;
III. Discutir a dicotomia teoria/prtica na percepo de formas de
encaminhamento do conhecimento sobre a traduo na
formao do futuro profissional;
IV. Integrar as instncias de Ensino, Pesquisa e Extenso,
fomentando inter-relaes contnuas entre os componentes
curriculares em seus aspectos de re-significao constante com
as prticas profissionais e acadmicas no mbito da traduo.
Em sntese: formar profissionais com slidos conhecimentos das
lnguas materna (portugus) e estrangeira (ingls) e suas respectivas
culturas, conscientes da integrao entre os conhecimentos tericos e
a prtica tradutria, capacitados para realizar tradues de diferentes
gneros (tcnico-cientfico, audiovisual, literrio etc.). Tendo em vista
o mercado em franca expanso para os tradutores, cuja formao
deve corresponder s vrias competncias exigidas desse
profissional, o enfoque do curso ser dado, prioritariamente,
traduo para a lngua materna, de vrios tipos de textos, com o
auxlio da tecnologia e da reflexo terica acerca dos estudos da
Traduo.
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VIII - ESTRUTURA CURRICULAR
O curso de Bacharelado em Traduo tem como carga horria
mnima para a sua integralizao 2480 horas, ou 160 crditos,
distribudos ao longo de 7 (sete) semestres, o que fixa em 3,5 anos
(trs anos e meio) o tempo de durao do curso.
Anualmente, sero oferecidas 20 vagas, no perodo noturno, e o
ingresso atender s normas dos processos seletivos organizados
pela COPEV-UFU, em suas diferentes modalidades (Vestibular, PAAES
e PAIES). A exemplo de outros cursos no mbito da UFU, o Curso de
Traduo prope a exigncia de uma prova de habilidade especfica,
com o intuito de verificar a proficincia do candidato com relao s
lnguas portuguesa e inglesa e sua aptido para o exerccio da
Traduo4. Tal condio se faz necessria porque o curso de Traduo
no ser um curso de formao em lnguas, mas um curso especfico
para a formao do ofcio do tradutor, sendo condio para ingresso o
domnio prvio das lnguas envolvidas no curso. Assim, a prova de
habilidade especfica constar de um exame escrito-prtico, em que o
candidato dever demonstrar aptido no que se refere ao uso fluente
das normas cultas do portugus e do ingls. A prova consistir em
exerccios tradutrios, bem como em questes de leitura e escrita em
ambas as lnguas, visando selecionar candidatos que demonstrem a
proficincia lingustica necessria para o desenvolvimento das
habilidades e competncias do tradutor propostas pelo curso.
Com relao a sua estrutura curricular, considerando a
legislao vigente, os princpios bsicos acima descritos, o perfil do
egresso e os objetivos propostos, a matriz do curso de Traduo ser
a que segue:
4 Ver Edital do Processo seletivo 2010 da UFU, j disponvel no endereo:
http://www.ingresso.ufu.br/sites/default/files/anexos/procsel/20101/Edital-PS2010-1.pdf
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MATRIZ CURRICULAR (disciplinas e carga horria por perodo) Traduo (portugus e ingls) Bacharelado em Traduo (2.480 h)
1. PERODO Estudos de texto: coeso, coerncia e tipologia (60h)
Leituras do texto literrio (60h)
Lngua inglesa: estrutura e uso (60h)
Introduo aos estudos da traduo (60h)
Do Latim ao Portugus (60h)
2. PERODO Tipos e gneros textuais (60h)
Estudos dos gneros literrios (60h)
Lngua inglesa: idiomaticidade e convencionalidade (60h)
Traduo Comentada (60h)
Procedimentos tcnicos da traduo (60h)
3. PERODO Produo criativa de textos (60h)
Literaturas de expresso em lngua inglesa (60h)
Lngua inglesa: anlise contrastiva em lngua inglesa (60h)
Prtica de traduo: textos gerais (90h)
Teorias contemporneas da traduo (60h)
4. PERODO Portugus para tradutores (60h)
Metodologia de pesquisa em traduo (60h)
Lngua inglesa: redao em lngua inglesa (60h)
Prtica de traduo: textos tcnicos e cientficos (90h)
Treinamento de tradutores e novas ferramentas I (60h)
5. PERODO Reviso de textos (60h)
Lngua inglesa: estudos descritivos e linguistica
de corpus (60h)
Traduo para a lngua inglesa I (60h)
Prtica de traduo: textos audiovisuais (90h)
Treinamento de tradutores e novas ferramentas II (60h)
6 PERODO Terminologia aplicada traduo (60h)
Fundamentos da interpretao (60h)
Traduo parta a lngua inglesa II (60h)
Prtica de traduo: textos literrios (90h)
Projeto de monografia (120h)
7 PERODO Disciplina optativa (60h) Disciplina optativa (60h) Disciplina optativa (60h)
Monografia (120h) + Atividades complementares (200h)
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31
Tendo em vista a matriz apresentada, o currculo do Curso de
Traduo ILEEL/UFU est organizado em trs ncleos5:
I. Ncleo de Formao Bsica (Disciplinas obrigatrias na grande
rea de Letras e optativas em rea escolha do aluno);
II. Ncleo de Formao Especfica (Disciplinas obrigatrias e
optativas na rea de Traduo);
III. Ncleo de Formao Acadmico-Cientfico-Cultural (Atividades Acadmicas Complementares).
1. Ncleo de Formao Bsica
Como alicerce aos conhecimentos especficos a serem
adquiridos durante o Curso de Traduo, o aluno cursar disciplinas
obrigatrias e optativas da grande rea de Letras (nas sub-reas
lngua portuguesa, lngua estrangeira/ingls, literatura e estudos
clssicos), de carter obrigatrio. Tais disciplinas iro totalizar 1020
horas, conforme mostra o quadro abaixo.
Quadro 2: Componentes curriculares que integram o Ncleo de Formao Bsica
do Bacharelado em Traduo
Disciplinas de formao bsica pertencentes grande rea de Letras nas sub-reas lngua portuguesa, lngua estrangeira, literatura e estudos clssicos (obrigatrias)
CH Terica
CH Prtica
CH Total
Estudos do texto: coeso, coerncia e tipologia 1X 60 60 - 60
Tipos e gneros textuais 1X 60 60 - 60
Produo criativa de textos 1X60 60 - 60
Portugus para tradutores 1 x 60h 60 - 60
Reviso de textos 1X 60 60 - 60
Do Latim ao portugus 1X 60 60 - 60
Leitura do texto literrio 1X 60 60 - 60
Estudo dos gneros literrios 1X 60 60 - 60
Literaturas de expresso em lngua inglesa 1X 60 60 - 60
Lngua inglesa: estrutura e uso 1X 60 60 - 60
Lngua inglesa: idiomaticidade e convencionalidade1X60 60 - 60
Lngua inglesa: anlise constrastiva 1X 60 60 - 60
Lngua inglesa: redao 1X 60 60 - 60
5 Para uma melhor compreenso da estrutura aqui descrita, ver ANEXOS 1 e 2, que correspondem, respectivamente, ao Fluxograma do curso de Traduo e s Fichas de disciplinas do curso de Traduo.
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Lngua inglesa: estudos descritivos e lingustica de corpus 1X 60
60 - 60
14 disciplinas Total de horas: 840 - 840
3 Disciplinas optativas* CH
Terica CH
Prtica CH
Total
3 Eletivas de qualquer rea escolha do aluno 3 X 60h 180 - 180
17 disciplinas - Total de horas em formao
bsica:
1020 - 1020
TOTAL GERAL no curso: 34 disciplinas/horas: 1740 540 2280
2. Ncleo de Formao Especfica
No Curso de Traduo aqui proposto, desde o primeiro
semestre e at o ltimo, o aluno cursar disciplinas especficas da
rea de Traduo. Tais disciplinas dividem-se em tericas e prticas
(obrigatrias e optativas), e iro totalizar 1260 horas, conforme
mostra o quadro abaixo.
Quadro 1: Componentes curriculares obrigatrios6 que integram o Ncleo de
Formao Especfica do Bacharelado em Traduo
Disciplinas de formao especfica (obrigatrias) CH Terica
CH Prtica
CH Total
Introduo aos Estudos da Traduo 1 x 60h 60 - 60
Traduo comentada 1 X 60h 60 - 60
Procedimentos tcnicos da Traduo 1 x 60h 60 - 60
Prtica de Traduo: textos gerais 1 x 90h - 90 90
Teorias contemporneas da Traduo 1 x 60h 60 - 60
Prtica de Traduo: textos tcnicos e cientficos 1 x 90h - 90 90
Treinamento de tradutores e novas ferramentas I 1X60 60 - 60
Metodologia de pesquisa em Traduo 1X 60 60 - 60
Prtica de Traduo: textos audiovisuais 1 X 90h - 90 90
Treinamento de tradutores e novas ferramentas II 1X 60 60 - 60
Traduo para a lngua inglesa I 1X 60 60 - 60
Terminologia aplicada Traduo 1X 60 60 - 60
Fundamentos da Interpretao 1X 60 60 - 60
Prtica de Traduo: textos literrios 1 X 90h - 90 90
Traduo para a lngua inglesa II 1X 60 60 - 60
Projeto de monografia 60 60 120
Monografia - 120 120 17 disciplinas - Total de horas em formao especfica: 720 540 1260
6 O rol das disciplinas optativas do ncleo de formao bsica e do ncleo de formao especfica , acompanhado de suas respectivas fichas, ser apresentado como adendo ao presente projeto.
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33
3. Ncleo de Formao Acadmico-Cientfico-Cultural
As atividades acadmicas curriculares integram a estrutura
curricular do Curso de Letras, com carga horria de 200h. Incluem a
participao de alunos em eventos de natureza social, cultural
artstica, cientfica e tecnolgica, tanto no mbito da Traduo, de
modo geral, quanto no mbito de sua preparao tica, esttica e
humanstica.
O elenco das Atividades Complementares previstas neste
Projeto Pedaggico est dividido em quatro grupos:
(1) Atividades de Ensino, Pesquisa, Extenso e Representao
Estudantil (incluindo-se as disciplinas facultativas);
(2) Atividades de Carter Cientfico e de Divulgao Cientfica;
(3) Atividades de Carter Artstico e Cultural;
(4) Atividades de Carter Tcnico
Nos quadros abaixo, esto relacionadas as atividades previstas
em cada grupo, as formas de comprovao para que sejam
aproveitadas e a correspondncia em horas, para efeito de
integralizao curricular.
Especificaes dos Grupos de Atividades Complementares: GRUPO 1 - ATIVIDADES DE ENSINO, PESQUISA, EXTENSO E REPRESENTAO ESTUDANTIL
Atividade Forma de
Comprovao
Equivalncia em
Carga Horria
- Representao estudantil
(Colegiado da Graduao,
Conselho do Instituto, Conselhos
Superiores, Centro Acadmico,
DCE, UNE...).
- Atas ou documentos
similares que atestem
a nomeao e a
exonerao ou trmino
do mandato, emitidas
pelo rgo colegiado
competente.
30 horas por ano de
mandato,
respeitando o teto
de 60 horas para o
total de atividades
deste tipo.
- Disciplina Facultativa, cursada
com aproveitamento, na UFU ou
em outra Instituio de Ensino
Superior, em curso devidamente
reconhecido pelo MEC
- Histrico Escolar At 60 horas
-
34
- Atividades de pesquisa com bolsa
(UFU, CNPq, FAPEMIG...).
- Documento que
ateste o cumprimento
das atividades
previstas no projeto,
emitido pelo orientador
e/ou pelo rgo
competente.
50 horas por ano de
bolsa, respeitando o
teto de 100 horas
para atividades
deste tipo.
- Atividades de pesquisa sem
bolsa.
(obs.: atividades de pesquisa sem
bolsa que forem submetidas ao
comit da UFU que avalia o PIBIC e
que forem aprovadas seguiro os
mesmos critrios de atividades de
pesquisa com bolsa)
- Documento emitido
pelo orientador da
atividade, devidamente
validado pelo
Colegiado do Curso de
Traduo. No
documento dever
constar uma descrio
sumria da atividade,
seus objetivos e uma
apreciao do
desempenho do aluno.
At 50 horas por
ano, respeitando o
teto de 100 horas
para o total de
atividades deste
tipo.
- Atividades de extenso com
bolsa.
- Documento que
ateste a participao
do aluno no projeto e
seu desempenho,
emitido pelo rgo que
financiou o mesmo.
50 horas por ano de
bolsa, respeitando o
teto de 100 horas
para atividades
deste tipo.
- Atividades de extenso sem
bolsa.
(obs.: atividades de extenso sem
bolsa que forem submetidas ao
comit da UFU que avalia o PIBEG
e que forem aprovadas seguiro os
mesmos critrios de atividades de
extenso com bolsa)
- Documento emitido
pelo orientador da
atividade, devidamente
validado pelo
Colegiado do Curso de
Traduo. Dever
conter uma descrio
sumria da atividade,
seus objetivos e uma
apreciao do
desempenho do aluno.
At 50 horas por
ano, respeitando o
teto de 100 horas
para o total de
atividades deste
tipo.
- Atividades de monitoria em
disciplinas de graduao.
- Documento emitido
pela Diretoria de
Ensino, atestando a
participao e o
desempenho do aluno
na atividade.
40 horas por
semestre de
monitoria,
respeitando o teto
de 80 horas para o
total de atividades
deste tipo.
- Atividades de monitorias ou
estgio em ambientes acadmicos
do ILEEL
- Documento emitido
pelo Conselho do ILEEL
que ateste a realizao
da monitoria e o
desempenho do
monitor.
40 horas por
semestre de
monitoria,
respeitando o teto
de 80 horas para o
total de atividades
deste tipo.
- Atividades de monitorias em
ambientes acadmicos de outras
unidades da UFU.
- Documento emitido
pelo Conselho da
unidade que recebeu o
monitor, atestando sua
participao e
desempenho.
40 horas por
semestre de
monitoria,
respeitando o teto
de 80 horas para o
total de atividades
deste tipo.
-
35
- Realizao de trabalhos voltados
educao e/ou alfabetizao de
jovens e adultos, sem
remunerao.
(Sujeito aprovao do colegiado)
- A critrio do
colegiado do curso.
- A critrio do
colegiado do curso,
respeitando o teto
de 120 horas para o
total de atividades
deste tipo.
- Realizao de trabalhos voltados
promoo do exerccio da
cidadania.
(Sujeito aprovao do colegiado)
- A critrio do
colegiado do curso.
- A critrio do
colegiado do curso,
respeitando o teto
de 60 horas para o
total de atividades
deste tipo.
GRUPO 2 - ATIVIDADES DE CARTER CIENTFICO E DE DIVULGAO CIENTFICA
Atividade Forma de
Comprovao
Equivalncia em
Carga Horria
- Participao, como ouvinte, em
minicursos, cursos de extenso,
oficinas, colquios, palestras e
outros.
- Certificado de
participao, emitido
pela entidade promotora,
constando a carga
horria da atividade.
- Igual carga
horria
especificada no
certificado de
participao,
respeitando o teto
de 60 horas para
o total de
atividades deste
tipo.
- Apresentao de comunicaes
ou psteres em eventos cientficos
- Certificado de
apresentao emitido
pela entidade promotora.
- 10 horas por
comunicaes ou
psteres
apresentados ou
carga horria
constante no
certificado de
participao,
respeitando o teto
de 80 horas para
atividades deste
tipo.
- Publicao de trabalhos
completos em anais de eventos
cientficos.
- Cpia do material
publicado.
- 10 horas por
publicaes em
anais, respeitando
o teto de 40 horas
para atividades
deste tipo.
- Publicao de resumos em anais
de eventos cientficos.
- Cpia do material
publicado.
- 05 horas por
resumo publicado,
respeitando o teto
de 20 horas para
atividades deste
tipo.
- Publicao de artigos em
peridicos cientficos com ISSN e
conselho editorial.
- Cpia do material
publicado.
- 30 horas por
artigo publicado.
-
36
- Publicao de artigos em
peridicos de divulgao cientfica
ou de carter no acadmico
(jornais, revistas...).
- Cpia do material
publicado e certificado do
editor do peridico.
- 15 horas por
artigo publicado,
respeitando o teto
de 60 horas para
atividades deste
tipo.
- Desenvolvimento ou participao
no desenvolvimento de material
informacional (divulgao
cientfica) ou didtico (livros, CD-
ROMs, vdeos, exposies...)
- Cpia do material
desenvolvido e
certificado do
coordenador ou
organizador do projeto.
- 20 horas por
material
desenvolvido,
respeitando o teto
de 80 horas para
atividades deste
tipo.
- Organizao ou participao na
organizao de eventos cientficos
- Certificado de
participao emitido pela
entidade promotora.
- 10 horas por
evento
organizado,
respeitando o teto
de 40 horas para
atividades deste
tipo.
- Outras atividades de carter
cientfico ou de divulgao
cientfica.
(Sujeito aprovao do colegiado)
- A critrio do colegiado
do curso.
- A critrio do
colegiado do
curso.
GRUPO 3 - ATIVIDADES DE CARTER ARTSTICO E CULTURAL
Atividade Forma de
Comprovao
Equivalncia em
Carga Horria
- Produo ou participao na
produo de objetos artsticos
(vdeo, artes plsticas, curadoria,
literatura, artes performticas,
msica...).
(Sujeito aprovao do colegiado)
- A critrio do colegiado
do curso.
- 20 horas por
produo,
respeitando o teto
de 80 horas para
o total de
atividades deste
tipo.
- Participao em oficinas, cursos
ou minicursos relacionados a
manifestaes artsticas e
culturais.
- Certificado de
participao, emitido
pela entidade promotora
e constando a carga
horria da atividade.
- Igual carga
horria
especificada no
certificado de
participao,
respeitando o teto
de 60 horas para
o total de
atividades deste
tipo.
- Outras atividades de carter
artstico ou cultural.
(Sujeito aprovao do colegiado)
- A critrio do colegiado
do curso.
- A critrio do
colegiado do
curso.
-
37
GRUPO 4 - ATIVIDADES DE CARTER TCNICO
Atividade Forma de Comprovao Equivalncia
em Carga
Horria
- Tradues de artigos, produo
de resenhas, editorao,
diagramao e reviso tcnica de
material publicado em peridicos
acadmicos com ISSN e poltica
seletiva.
- Cpia do material
publicado e certificado do
editor do peridico.
- 20 horas por
material
publicado,
respeitando o
teto de 40
horas para
atividades
deste tipo.
- Participao em oficinas, cursos
ou minicursos relacionados ao
aprendizado de tcnicas teis
profisso do tradutor
- Certificado de
participao, emitido pela
entidade promotora e
constando a carga horria
da atividade.
- Igual carga
horria
especificada no
certificado de
participao,
respeitando o
teto de 60
horas para o
total de
atividades
deste tipo.
- Outras atividades de carter
tcnico ou educativo.
(Sujeito aprovao do colegiado)
- A critrio do colegiado do
curso.
- A critrio do
colegiado do
curso.
- Pesquisa de campo, relacionadas
a projetos de pesquisa, extenso
ou complementares a atividades de
ensino que no sejam obrigatrias.
(Sujeito aprovao do colegiado)
- Documento comprobatrio
emitido pelo professor
orientador do projeto
- Igual carga
horria
especificada no
certificado de
participao,
respeitando o
teto de 40
horas para o
total de
atividades
deste tipo.
Ainda que o cumprimento das Atividades Complementares seja
de responsabilidade do estudante, isso no significa que caiba
somente a ele a busca por caminhos para a sua integralizao. Isso
porque a exigncia curricular de tais atividades implica
acompanhamento, orientao e oferta de possibilidades por parte do
curso que as entende como necessrias.
Para que o aluno tenha condies efetivas para sua
integralizao, o curso oferecer, em sua estrutura, condies para o
desenvolvimento das atividades ou, pelo menos, da maioria delas.
Assim, para orientar os alunos na escolha de Atividades
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38
Complementares, este projeto pedaggico apresenta as seguintes
condies de oferta colocadas disposio:
No que se refere s Atividades de Ensino, Pesquisa, Extenso e
Representao Estudantil (Grupo 1), cabe lembrar que os estudantes
tero representao com direito a voz e a voto no Colegiado do Curso
de Traduo e no Conselho do Instituto de Letras e Lingustica. Nos
projetos de pesquisa e extenso do Instituto de Letras e Lingustica e
de seus docentes, os estudantes encontram, ainda, possibilidades de
obteno de bolsas (financiadas pela UFU ou outros rgos de
fomento) e de desenvolvimento de trabalhos voluntrios. Por ltimo,
o curso contar com possibilidades de bolsas para monitores de
disciplinas de cursos de graduao.
Quanto s Atividades de Carter Cientfico e de Divulgao
Cientfica (Grupo 2), o curso de Traduo buscar promover eventos
acadmicos anuais, na forma de Semana Acadmica, contando com a
apresentao de trabalhos dos discentes, palestras e minicursos.
Alm disso, no mbito do ILEEL e da UFU, existe a promoo regular
de diversos eventos acadmicos dos quais os alunos podem participar
como ouvintes e/ou apresentadores de trabalhos. O Instituto de
Letras e Lingustica e outros rgos da Universidade possuem, ainda,
recursos que podem ser utilizados para o financiamento de viagens
de estudantes para apresentao de trabalhos em eventos
acadmicos externos. Por ltimo, a UFU prev a possibilidade de
matrculas de seus alunos em disciplinas facultativas, quer dizer,
disciplinas oferecidas por quaisquer de suas unidades acadmicas que
o discente queira cursar, obedecidas as normas de matrculas.
Algumas Atividades de Carter Artstico e Cultural (Grupo 3)
tambm podem ser proporcionadas no ambiente acadmico do
Instituto de Letras e Lingustica e/ou de outras Unidades Acadmicas
da UFU. O ILEEL poder estabelecer parcerias com outros
departamentos e/ou unidades acadmicas que desenvolvam
atividades que interessem s respectivas reas do saber. Os
-
39
discentes do curso de Traduo podero, ainda, encontrar espaos
para a realizao de atividades de carter artstico e cultural tambm
fora do ILEEL e mesmo fora da prpria UFU, aproximando-se dos
ambientes da cidade que promovem atividades artsticas e culturais
como foco de sua atuao.
As Atividades de Carter Tcnico (Grupo 4) encontram espao
no interior dos ambientes acadmicos do prprio Instituto de Letras e
Lingustica e tambm da UFU, incluindo aqui os peridicos
acadmicos que so mantidos e publicados por vrias unidades e
que, com frequncia, demandam por servios de traduo. Para as
pesquisas de campo, articuladas a projetos de pesquisa e/ou
extenso que se realizam no interior do ILEEL, o curso contar com
recursos que podem ser mobilizados para seu financiamento,
obedecendo aos critrios utilizados para sua liberao. Minicursos,
palestras ou oficinas de carter tcnico ou educativo podem ainda
compor eventos acadmicos promovidos pelo Curso de Traduo.
Por fim, preciso salientar que as Atividades Complementares
no so previstas para serem realizadas nos horrios e turnos em
que se do as disciplinas do curso. O Colegiado do curso poder
estabelecer diretrizes e normas complementares que garantam a
realizao das Atividades Complementares em concordncia com os
objetivos e parmetros aqui apresentados.
Em decorrncia da ampliao do conceito de currculo, entende-
se que diferentes atividades acadmicas que so hoje desenvolvidas
pelo discente, durante sua permanncia na Universidade, so to
teis para sua formao profissional quanto as diversas disciplinas do
ncleo de formao especfica que ele cursa. Assim sendo, justo
que, do mesmo modo que essas ltimas geram crditos, as primeiras
tambm o faam, sendo consideradas como atividades
complementares sua vida acadmica.
-
40
IX - DIRETRIZES GERAIS PARA O DESENVOLVIMENTO
METODOLGICO DO ENSINO
A luta pela democratizao tanto da educao quanto da
gesto institucional das universidades pblicas caminha lado a lado
com o processo de redemocratizao da sociedade brasileira que
vem ocorrendo desde o final dos anos de 1970 e incio dos anos de
1980. A partir de movimentos desencadeados por educadores e
estudantes, nasceram as primeiras ideias relativas a uma lei de
diretrizes para a educao, discutida em uma poca de grande
agitao social, devido retomada da direo do pas pelos civis.
Tratava-se de um projeto para fazer frente forte reproduo da
discriminao social, ainda realizada pelo sistema escolar brasileiro.
Com base na lgica do direito de todos educao, lutava-se por
uma lei segundo a qual caberia ao Estado, com a contribuio da
sociedade, dar condies para a efetivao desse direito.
Em continuidade a esse processo, desde o incio dos anos de
1990, perodo frtil em relao s reformas educacionais, reflexes
e anlises crticas vm ocorrendo, no sentido de fundamentar
reformas que substituam os modelos padronizados de planejamento
institucional, de modo a se chegar ao estabelecimento de metas
educacionais que reflitam concepes da relao homemmundo e a
prtica pedaggica necessria a um determinado momento histrico
das instituies de ensino pblico. Nessa perspectiva, muitas
instituies pblicas de ensino superior elaboraram ou esto em fase
de elaborao coletiva de seu Projeto Poltico-Pedaggico, buscando
colocar em prtica aes locais que traduzam conquistas em termos
de legislao.
Para esse tipo de planejamento, existem vrias terminologias,
dentre as quais podemos citar: o planejamento global integral (para
as escolas federais), a proposta pedaggica (presente na LDB),
projeto educativo, Projeto Poltico-Pedaggico, (para as instituies
-
41
pblicas de ensino superior), todas envolvendo a ideia de se
conceber um projeto que envolva toda a organizao institucional,
ou seja, pensar as aes educacionais de forma coletiva.
O termo projeto (do latim projectu, particpio passado do
verbo projicere) significa lanar para diante (plano, intento,
desgnio), ou seja, a capacidade de antever aes para que um
grupo possa trabalhar de forma mais harmnica e estabelecer
aes, metas, propostas a serem executadas em um momento
especfico. O termo poltico contm um sentido de compromisso com
a formao do cidado). O Projeto Poltico Pedaggico envolve, pois,
este componente poltico, uma vez que, em seu processo de
construo, a instituio ter de definir quais so seus
compromissos sociais, sua concepo de mundo, de aluno e de
sociedade. Enfim, poltico porque est voltado para a formao do
alunado, ao preparo de um tipo de cidado para viver em uma
determinada sociedade. Para tal, necessrio definir aes
educativas e as condies necessrias para que as instituies
consolidem seus propsitos e metas. Logo, o Projeto Poltico
Pedaggico o plano global da instituio que define claramente o
tipo de ao educativa que se quer realizar. Pode ser entendido
como a sistematizao, nunca definitiva, de um processo de
planejamento participativo, que se aperfeioa e se concretiza na
caminhada, ou seja, um instrumento terico-metodolgico para
interveno e mudana na realidade.
A partir dessa viso, o presente Projeto Poltico e Pedaggico
renega a concepo meramente informativa de um curso de
graduao. A formao do Tradutor no deve se restringir a
capacit-lo a lidar apenas com a traduo, a ter domnio de
conhecimentos tericos sobre seu o funcionamento, viso esta que
seria muito limitada para o momento ps-moderno. Diferentemente,
o formando deve ser capacitado a compreender, questionar e ler
criticamente os fenmenos que tm ressonncias no mbito do
-
42
domnio lingustico/tradutrio, mas inserido em uma contingncia
mais ampla, o que causa impactos na sua prpria leitura de mundo.
Em decorrncia de expectativas e incertezas geradas por
constantes transformaes e instabilidades observadas nos
contextos scio-histrico e econmico no panorama internacional,
bem como dos desafios e expectativas por ns vivenciados em nvel
nacional, ganharam destaque, tanto no mbito dos rgos
governamentais, quanto no mbito das instituies de ensino
superior no pas, os debates atinentes aos novos perfis profissionais
dos egressos e, consequentemente, aqueles relacionados
adequao dos currculos.
Nesse contexto, o Curso de Traduo da UFU buscar preparar
o futuro profissional no s para enfrentar um contexto scio-
histrico-econmico e cultural dinmico e competitivo, mas,
sobretudo, para atuar como leitor crtico no sentido amplo do
termo e como agente eficaz na construo da cidadania e,
portanto, capaz de fazer uso da traduo em suas diferentes
manifestaes.
O Curso de Traduo da UFU est sendo pensado, portanto, na
perspectiva de que a graduao deve ser prioritariamente formativa
e no simplesmente informativa. Isto significa que no um curso
que visa, exclusiva ou principalmente, ao aprendizado da norma
culta da lngua materna ou a aquisio de proficincia em lngua
estrangeira, tampouco ao mero exerccio da traduo. Almeja-se,
outrossim, um curso que possibilite o desenvolvimento da
competncia de refletir sobre o ato tradutrio por meio da anlise,
da descrio e da explicao, luz de uma fundamentao terica
pertinente, tendo em vista a formao de de um profissional
competente da traduo.
Para tal, o Curso de Traduo dever facultar ao estudante o
desenvolvimento de uma viso multifacetada de mundo, de maneira
que ele possa pautar suas aes baseando-se numa percepo ntida
-
43
do papel a desempenhar no seu ambiente sociocultural e,
consequentemente, a sentir-se como partcipe e co-responsvel pela
sua formao. Consequentemente, tanto seu senso crtico como sua
capacidade empreendedora e de iniciativa sero estimulados e
desenvolvidos, melhor capacitando-o para afrontar os desafios da
profisso. Ademais, o curso pretende fornecer uma slida formao
acadmica e o desenvolvimento de competncias e habilidades
exigidas para uma atuao profissional eficaz.
Assim, os princpios que norteiam a concepo do Curso de
Traduo da UFU fundam-se na formao tradutores que se
constituam, em primeira instncia, como leitores constitudos da
sociedade em que atuam, compreendendo seu ofcio inserido num
universo cultural, poltico, histrico e lingustico.
Trata-se da formao de profissionais que iro atuar como
agentes de cidadania no sentido de explicitar o papel da linguagem e
da traduo nos processos de identificao e ao do indivduo em
seu grupo social. Nesse sentido, a formao de tradutores envolve
um compromisso poltico de uma reflexo sobre a natureza da
insero do sujeito no grupo social em que vive e de seu papel
enquanto cidado do mundo, constitudo na e pela linguagem.
Pesquisa, ensino e extenso
A pesquisa constitui, dentro da proposta pedaggica do Curso
de Traduo, a base do processo de ensino e de aprendizagem, uma
vez que ensinar requer dispor de conhecimentos, refletir criticamente
sobre eles e mobiliz-los para a ao. Mais do que identificar os
conhecimentos existentes, o que seria simples tarefa de
reconhecimento, preciso compreender o processo de construo do
conhecimento, seus fundamentos histricos, sociais e
epistemolgicos.
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44
O processo de ensino-aprendizagem deve ser orientado por um
princpio metodolgico geral, que pode ser traduzido pela ao-
reflexo-ao e que aponta a resoluo de situaes problema como
uma das estratgias didticas privilegiadas. Nesse sentido, e em
harmonia com as Diretrizes Nacionais, a dimenso da pesquisa no
deve constituir apenas um espao de ao institucional, mas uma
prtica constante e inerente ao prprio processo de ensinar e de
aprender, perpassando todos os momentos da formao. Deve estar
presente na extenso, atravs das aes reflexivas sobre cada
atividade; deve estar presente na sala de aula, nas prticas reflexivas
sobre os conhecimentos, no processo de avaliao formativa, como o
momento de desenvolvimento do raciocnio lgico e da capacidade de
resoluo de problemas. Entende-se, portanto, a pesquisa, como uma
dimenso constitutiva da formao. Institucionalmente, a pesquisa
tem seus lugares especficos de inscrio e de organizao, quando
so reunidas em projetos pontuais, com objetos pr-definidos e sob
orientao docente, tais como os programas de iniciao cientfica e
de iniciao extenso.
X - DIRETRIZES GERAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DE
AVALIAO DA APRENDIZAGEM E DO CURSO
Com o objetivo de visar essencialmente aprendizagem, a
avaliao dever ser vista como processo diagnstica, formativa e
somativa. Tal processo ser contnuo e composto de, no mnimo,
quatro instrumentos ou momentos de avaliao: provas e trabalhos
escritos (resumos, resenhas, artigos), seminrios, debates, pesquisa
e produo intelectual, estudo dirigido, alm da auto-avaliao
individual e em grupo.
A verificao do rendimento escolar compreender a avaliao
do aproveitamento do processo ensino aprendizagem mais a
frequncia conforme a legislao em vigor. Ser exigida a
assiduidade dos alunos nas aulas tanto tericas quanto prticas para
efeito de aprovao, com frequncia mnima de (75%) setenta e
cinco por cento.
A mdia para aprovao em disciplinas que constituem a grade
curricular do curso igual ou superior a seis (6,0) em cada disciplina.
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45
A mensurao do conjunto das atividades desenvolvidas em cada
disciplina compor unidades de ensino a serem definidas de acordo
com a especificidade da disciplina e com o plano de trabalho do
docente ministrante.
Ao trmino de cada semestre letivo, professores e coordenao
de curso, por meio de um instrumento especfico, avaliaro o
processo obtido com relao ao semestre anterior. O instrumento de
avaliao abranger questes objetivas sobre a atuao docente,
discente, coordenao de curso e da secretaria acadmica,
contemplando a implementao do projeto pedaggico, o
desenvolvimento terico e prtico de cada disciplina ministrada, as
condies de trabalho e de infra-estrutura para o funcionamento do
curso (condies gerais, recursos audiovisuais, laboratrios), servios
de apoio e acervo de livros e peridicos especficos disponveis na
biblioteca e o envolvimento efetivo dos alunos com o curso.
As informaes obtidas aps trabalho de anlise e interpretao
do instrumento de avaliao permitir compor uma viso diagnstica
dos processos pedaggicos, cientficos e sociais e identificar possveis
causas de problemas, bem como potencialidades e possibilidades
permitindo a re-anlise das prioridades estabelecidas no projeto
pedaggico do curso e o engajamento da comunidade acadmica na
construo de novas alternativas e prticas.
Pelo fato de o Curso de Traduo ser um bacharelado, ser
ainda proposta, como forma de avaliao do aluno, a monografia, a
ser realizada sob a forma de duas disciplinas (Projeto de Monografia e
Monografia), que totalizaro uma carga horria de 240 horas. Dessa
forma, ao final do curso, haver a obrigatoriedade de apresentao
de uma monografia, que ser orientada por um professor durante os
dois ltimos perodos do curso. Ao final do curso, a monografia
dever ser defendida perante uma banca de trs professores (o
orientador e mais dois professores). A rea em que ser desenvolvido
o trabalho monogrfico ser definida pelo conjunto de disciplinas
cursadas pelo aluno.
Acredita-se que a monografia seja uma opo de avaliao
desejvel pelas seguintes razes:
(i) fornece um objetivo final que direciona o desempenho do aluno
durante toda a graduao;
-
46
(ii) aproxima estudantes e professores, mediante o sistema de
orientao de monografia;
(iii) requer que o aluno produza um texto escrito acadmico;
(iv) permite aos professores oferecer orientao em suas reas de
interesse, favorecendo interfaces interessantes;
(v) facilita a socializao de conhecimentos produzidos pela pesquisa.
O detalhamento das normas de monografia ser oportunamente
estabelecido pelo colegiado do curso.
Formas de avaliao dos educandos do curso
O momento de avaliao como um dos instrumentos mais
importantes para o curso levar em considerao diferentes
dimenses do processo educativo, objetivando ser alm de contnua o
mais coletiva possvel.
O sistema de avaliao do curso dever ser realizado em trs
dimenses, levando-se em considerao a organizao das atividades
curriculares obrigatrias do curso numa estreita relao entre teoria e
prtica:
a) avaliao do educando:
- pelo professor de cada disciplina de acordo com as exigncias da
universidade;
b) avaliao da estrutura do curso:
- pelo processo organizativo do curso por meio de avaliao de forma
coletiva e individual, devendo orientar-se pela vivncia dos
estudantes;
c) avaliao dos processos de ensino utilizados:
- dilogos avaliativos sero propostos, nos quais os sujeitos do
processo (docentes e estudantes) podero analisar criticamente as
modalidades pedaggicas empregadas, a pertinncia do contedo
ministrado, o atendimento do objetivo da disciplina, os recursos
utilizados, entre outros.
O objetivo estimular o dilogo entre alunos e professores de
maneira a desenvolver a melhoria do curso como um todo.
Esse processo visa a identificar os limites e as potencialidades
das atividades em andamento e ser registrado numa espcie de
memria do curso para servir de anlise em futuras avaliaes. O
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acompanhamento poltico e pedaggico ter como objetivo o registro
e a avaliao do processo ensino-aprendizagem. Com isto espera-se
atingir dois objetivos:
a) Acumular os elementos formais para comprovao do desempenho
dos alunos e garantir sua diplomao;
b) Acompanhar permanentemente o desempenho dos alunos,
buscando suprir deficincias especficas, priorizar demandas
identificadas e promover os ajustes necessrios ao funcionamento do
curso para que este seja plenamente adaptado realidade dos
alunos.
Avaliaes externas
Na dcada de 1990, os sistemas de avaliao de
monitoramento de grande alcance foram implantados de forma
contnua e integrada ao planejamento e financiamento das reformas
educacionais pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais INEP. Em 1990, foi realizado pela primeira vez o
levantamento do Sistema Nacional de Avaliao da Educao Bsica
(SAEB), o qual coleta dados que permitem a avaliao de
conhecimentos e habilidades dos alunos em diferentes sries e reas
curriculares e a identificao de fatores relacionados organizao e
funcionamento da escola, aos professores e diretores, prtica
pedaggica e aos alunos, que, acredita-se, influenciam na qualidade
do ensino ministrado.
No nvel do ensino superior, o MEC implantou outros sistemas
de avaliao alm do Saeb,