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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
EJA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
CASTURINA CAMPANHARO BONFIM
PITANGA - PR
Pitanga
2017
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO................................................................................................................ 05
IDENTIFICAÇÃO ................................................................................................................. 06
Estabelecimento ................................................................................................................... 06
Município .............................................................................................................................. 06
Dependência Administrativa ................................................................................................. 06
Ato de autorização da Instituição de Ensino ........................................................................ 06
N.R.E. ................................................................................................................................... 06
Ato de Reconhecimento da Instituição de Ensino ................................................................ 06
Reconhecimento do Curso ................................................................................................... 06
Parecer do N.R.E. de aprovação do Regimento Escolar ..................................................... 06
Parecer do N.R.E. de aprovação do Projeto Político Pedagógico e Propostas
Pedagógicas Curriculares....................................................................................................
06
Entidade mantenedora ......................................................................................................... 06
Localização .......................................................................................................................... 07
Histórico da instituição ......................................................................................................... 08
OFERTAS DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO ......................................................................... 09
Organização Coletiva ........................................................................................................... 10
Organização Individual ......................................................................................................... 10
Ensino Fundamental – Fase II ............................................................................................. 10
Ensino Médio ....................................................................................................................... 11
Organização Funcional ........................................................................................................ 13
Ambientes e materiais pedagógicos .................................................................................... 15
Instâncias colegiadas ........................................................................................................... 17
Perfil da comunidade escolar ............................................................................................... 18
MARCO SITUACIONAL ...................................................................................................... 22
Critérios de Organização ..................................................................................................... 22
Cronogramas ....................................................................................................................... 24
Eixos articuladores da EJA .................................................................................................. 25
Dinâmicas e rotina ............................................................................................................... 26
Organização e acompanhamento da hora-atividade ........................................................... 27
Formação continuada .......................................................................................................... 28
Participação dos pais ........................................................................................................... 28
Contradições e conflitos presentes da prática pedagógica .................................................. 29
Presença dos adolescentes ................................................................................................. 29
Relações de trabalho ........................................................................................................... 30
Organização dos equipamentos físicos e pedagógicos ....................................................... 31
Dados estatísticos ................................................................................................................ 31
ENEM ................................................................................................................................... 32
Exames On-line .................................................................................................................... 32
Processo de avaliação ......................................................................................................... 33
Recuperação ........................................................................................................................ 35
Conselho de avaliação ......................................................................................................... 35
Aproveitamento de estudos ................................................................................................. 36
Organização de inclusão para alunos com necessidades especiais ................................... 38
Sinopse das atividades complementares realizadas ou em andamento no CEEBJA ......... 39
Desafios educacionais contemporâneos ............................................................................. 40
Registros das práticas pedagógicas .................................................................................... 41
Relações interpessoais ........................................................................................................ 41
Gestão Escolar ..................................................................................................................... 42
Processo de transição .......................................................................................................... 43
Abandono escolar ................................................................................................................ 44
Material didático ................................................................................................................... 45
Gestão de conflitos .............................................................................................................. 46
MARCO CONCEITUAL ....................................................................................................... 47
Concepção de mundo: sociedade; cidadania ...................................................................... 48
Concepção de homem ......................................................................................................... 48
Adolescência, juventude, adulto, idoso ................................................................................ 49
Concepção de trabalho, ciência, tecnologia e cultura .......................................................... 52
Concepção de educação: ensino aprendizagem; conhecimento; escola ............................ 55
Concepção alfabetização e letramento ................................................................................ 57
Concepção de currículo ....................................................................................................... 59
Concepção de avaliação de aprendizagem, recuperação de estudos e possibilidades de
intervenção do professor(a) no processo de aprendizagem do estudante ..........................
61
Concepção de gestão escolar .............................................................................................. 63
Formação continuada do professor e a dinâmica de sua prática em sala de aula .............. 64
Avalição Institucional ............................................................................................................ 65
MARCO OPERACIONAL .................................................................................................... 68
Ações didático pedagógicas ................................................................................................ 68
Cronograma para 2018 ........................................................................................................ 75
Planos de Ação .................................................................................................................... 76
Forma de acompanhamento e avaliação do projeto político pedagógico............................. 76
Ata de apreciação do Projeto Político Pedagógico pelo Conselho Escolar ......................... 77
Calendário Escolar ............................................................................................................... 79
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 80
5
APRESENTAÇÃO
O Projeto Político Pedagógico do Centro Estadual de Educação Básica para
Jovens e Adultos – CEEBJA - Casturina Campanharo Bonfim, atendendo à LDB
9394/96, art. 12, 13 e 14, a Del. 014/99 – CEE e a Instrução 03/2015 – SUED/SEED,
foi construído coletivamente e está dividido em três Marcos. Procura, ao longo do
seu texto, revelar ao leitor o perfil do CEEBJA em todos os aspectos: institucional,
estrutural, organizacional, operacional e pedagógico.
O Marco Situacional descreve, identifica, explicita e analisa os problemas,
necessidades e avanços presentes na realidade escolar. Faz uma síntese do
levantamento de dados pesquisados junto à Comunidade Escolar, perfil de seus
alunos e de seus educadores, a organização do seu espaço físico, as ações
desenvolvidas, seu contexto, sua história, suas articulações, dificuldades e acertos.
O Marco Conceitual expressa a opção teórica a partir da realidade descrita e
analisada no diagnóstico, as opções da Comunidade Escolar quanto às concepções
que orientam as ações da escola e expressam a compreensão de mundo,
sociedade, cidadania, homem, trabalho, ciência, tecnologia, cultura, educação,
ensino-aprendizagem, conhecimento, currículo, avaliação, gestão e formação.
Define e explicita o conjunto de ideias, de opções e teorias que orientarão a prática
da escola. Analisa o contexto que o CEEBJA está inserido, define e explicita com
que tipo de sociedade a escola se compromete, que sujeito ela buscará formar, qual
é a sua intencionalidade política, social, cultural e educativa.
O Marco Operacional define as linhas de ação, a curto, médio e longo prazo,
em relação aos problemas detectados no diagnóstico, amparado pela
fundamentação teórica assumida pela escola, reorganizando o trabalho nos âmbitos:
administrativo, pedagógico, financeiro e político educacional, reorganizando o
trabalho pedagógico. O documento procura pensar estratégias, linhas de ação,
normas, ações concretas permanentes e temporárias para responder às
necessidades apontadas, tendo por referência a intencionalidade assumida.
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1. IDENTIFICAÇÃO
1.1. Estabelecimento
Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos CEEBJA –
CASTURINA C. BONFIM - Ensino Fundamental e Médio.
Código: 47775
1.2. Município: Pitanga
Código: 1980
1.3. Dependência Administrativa: Estadual
1.4. Ato de autorização da Instituição de Ensino
Ensino Fundamental - Resolução nº 2003/91
Ensino Médio - Resolução nº 3633/96
1.5. NRE: Pitanga
Código: 24
1.6. Ato de Reconhecimento da Instituição de Ensino
Ensino Fundamental - Resolução nº 2120/10
Ensino Médio - Resolução nº 2120/10
1.7. Reconhecimento do Curso:
Resolução nº 5515/13, DOE 27/11/2013.
1.8. Parecer do NRE de aprovação do Regimento Escolar
nº __________________de _____/_____/_______.
1.9. Parecer do NRE de aprovação do Projeto Político Pedagógico e Propostas
Pedagógicas Curriculares.
nº __________________de _____/_____/_______.
1.10. Entidade mantenedora
Governo do Estado do Paraná (SEED)
CNPJ/MF: 76.416.965/0001-21
7
1.11. Localização:
Urbana
Rua Ébano Pereira – 145, Centro, Pitanga – Paraná
CEP: 85200-000
Telefone: 42 3646 3513
e-mail: [email protected]
Site: [email protected]
8
1.12. HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO
O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Casturina
Campanharo Bonfim, jurisdicionado ao Núcleo Regional de Educação de Pitanga,
situado à Rua Ébano Pereira, número 145, Centro, teve sua autorização de
funcionamento para o Ensino Fundamental – Fase I através da Resolução 4163/91
de 26/12/91, Fase II em 11/06/1991, através da Resolução nº 2003/91, ainda com a
denominação Centro de Estudos Supletivos – CES. O reconhecimento deste nível
de ensino se deu através da Resolução nº 5319/93, de 29/09/1993, do Conselho
Estadual de Educação.
O Ensino Médio foi autorizado pelo Conselho Estadual de Educação através
da Resolução n. 3633/96, de 16/06/1996 e reconhecido pela Resolução nº 3893/98
de 10/11/1998.
Em 1999, pela Resolução Secretarial nº 3.120/98, passou a denominar-se
Centro de Educação Aberta, Continuada e à Distância – CEAD.
A partir do início do ano de 2000, atendendo ao artigo 28 da Deliberação nº
12/99 do Conselho Estadual de Educação e Resolução nº 4561/99 de 15/12/1999,
passou a denominar-se Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos
– CEEBJA.
Em 2001, foi autorizado o funcionamento do Ensino Fundamental – Fase I e II
e Médio – na modalidade de Educação de Jovens e Adultos semipresencial, através
da Resolução 2968/01 de 04/12/01, que também reconhece os cursos.
No ano de 2006 altera-se para presencial – Fase II e Ensino Médio, através
da Resolução nº 3957/06, DOE 22/08/2006, sendo renovado em 2010 pela
Resolução Nº 2010/10 de 20 de maio de 2010.
O CEEBJA nunca teve sede própria. No início, funcionou no Casarão (como
era conhecido), situado à Rua Visconde de Guarapuava, 381, ao lado da Prefeitura
Municipal de Pitanga. Mais tarde, em 2005, passou a funcionar em outro prédio, na
Avenida Getúlio Vargas. Em 1998 mudou para a Rua Visconde de Guarapuava,
onde funcionou por 15 anos e em 2013, mudou para o prédio atual, situado à Rua
Ébano Pereira, 145. O nome da Instituição Casturina Campanharo Bonfim, surgiu em homenagem
à professora que trabalhou na EJA, mesmo depois de aposentada, até falecer vítima
de tumor cerebral. Seu trabalho na EJA foi muito importante, pois quando a escola
começou, não havia material pronto, então, juntamente com os demais professores
9
que ali trabalhavam, elaboraram todo o material para iniciar o ano letivo e aos
poucos foram modificando as apostilas, as atividades e modelos de provas. Por sua
importante contribuição como educadora e por ter sido uma das primeiras
professoras do CEEBJA, após a sua morte, foi homenageada com seu nome à
escola.
Desde a sua criação, o CEEBJA teve 6 diretores: Leocádia Gaioski 1991 –
1995, Pedro Iubel 1996 -2000, Nadir Aparecida de Lima 2000, Maria Aparecida Menk
Romanichen 2002 – 2006, Ivonete Terezinha de Lima Bueno 2012 e Vacilina Kovalki
da Silva 2007 – 2011 e 2013 – 2017.
O CEEBJA, nestes Vinte e Seis anos de existência, vem cumprindo de forma
exemplar sua função social, oferecendo oportunidade de escolarização a milhares
de alunos dos mais diversos perfis, porém com uma característica comum, ou seja,
todos por um motivo ou outro não puderam concluir os estudos na idade certa e
viram no CEEBJA a oportunidade de retomar a escolarização.
Por esta razão, o CEEBJA tornou-se a escola da diversidade por excelência,
pois a ela recorrem todos aqueles que sofreram ao longo de suas vidas, processos
excludentes que os fizeram interromperem trajetórias educacionais convencionais.
O CEEBJA, ao proporcionar a conclusão da Educação Básica, a mais 9.000
alunos, deu a muitos a possibilidade de ingressar num curso superior, mesmo que
tardiamente e hoje temos profissionais em todas as áreas, muitos até atuando nesta
escola. Para todas essas pessoas o CEEBJA foi fundamental.
Assim, o CEEBJA orgulhosamente pode afirmar que é: “O lugar onde se
aprende a escrever a vida, a ler o mundo e a fazer amigos”.
2. OFERTAS DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR
O CEEBJA funciona nos turnos vespertino e noturno. Tem como uma das
finalidades, a oferta de escolarização presencial para jovens, adultos e idosos que
buscam dar continuidade a seus estudos no Ensino Fundamental ou Médio,
assegurando-lhes oportunidades apropriadas, consideradas suas características,
interesses, condições de vida e de trabalho, mediante ações didático-pedagógicas
coletivas e/ou individuais. Contempla o total de carga horária estabelecida na
legislação vigente nos níveis do Ensino Fundamental fase II e Médio.
10
2.1. ORGANIZAÇÃO COLETIVA
É programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um
cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de início
e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização do
currículo. A mediação pedagógica ocorre priorizando o encaminhamento dos
conteúdos de forma coletiva, na relação professor-educandos e considerando os
saberes adquiridos na história de vida de cada educando.
A organização coletiva destina-se, preferencialmente, àqueles que têm
possibilidade de frequentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma
pré-estabelecido.
2.2. ORGANIZAÇÃO INDIVIDUAL
A organização individual destina-se àqueles educandos trabalhadores que
não têm possibilidade de frequentar com regularidade as aulas, devido às condições
de horários alternados de trabalho e para os que foram matriculados mediante
aproveitamento de estudos ou que foram reclassificados ou desistentes quando não
há, no momento em que sua matrícula é reativada, turma organizada coletivamente
para a sua inserção. É programada pela escola e oferecida aos educandos por meio
de um cronograma que estipula os dias e horários das aulas, contemplando o ritmo
próprio do educando, nas suas condições de vinculação à escolarização e nos
saberes já apropriado.
2.3. ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II
Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este
estabelecimento escolar tem como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e
Estaduais, que consideram os conteúdos ora como meios, ora como fim do processo
de formação humana dos educandos, para que os mesmos possam produzir e
ressignificar bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruírem.
Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental
11
Fase II e possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio.
MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II
ESTABELECIMENTO: CEEBJA – Casturina C. Bonfim
ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná
MUNICÍPIO: Pitanga NRE: Pitanga
ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2010 FORMA: Simultânea
CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1600/1610 Horas ou 1920/1932 H/A
DISCIPLINAS Total de
Horas
Total de
horas/aula
LÍNGUA PORTUGUESA 280 336
ARTES 94 112
LEM – INGLÊS 213 256
EDUCAÇÃO FÍSICA 94 112
MATEMÁTICA 280 336
CIÊNCIAS NATURAIS 213 256
HISTÓRIA 213 256
GEOGRAFIA 213 256
ENSINO RELIGIOSO* 10 12
Total de Carga Horária do Curso 1600/1610 horas ou 1920/1932 h/a
*DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE
MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.
2.4. ENSINO MÉDIO
O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar tem como referência em sua
oferta, os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução n.º 02 de
07 de abril de 1998/CNE, nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de
Jovens e Adultos e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica.
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MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - ENSINO MÉDIO
ESTABELECIMENTO: CEEBJA – Casturina C. Bonfim
ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná
MUNICÍPIO: Pitanga NRE: Pitanga
ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2010 FORMA: Simultânea
CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440/1568 H/A ou 1200/1306 HORAS
DISCIPLINAS Total de
Horas
Total de
horas/aula
LÍNGUA PORT. E LITERATURA 174 208
LEM – INGLÊS 106 128
ARTE 54 64
FILOSOFIA 54 64
SOCIOLOGIA 54 64
EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64
MATEMÁTICA 174 208
QUÍMICA 106 128
FÍSICA 106 128
BIOLOGIA 106 128
HISTÓRIA 106 128
GEOGRAFIA 106 128
LÍNGUA ESPANHOLA* 106 128
TOTAL 1200/1306 1440/1568
*LÍNGUA ESPANHOLA, DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA E DE MATRÍCULA FACULTATIVA
PARA O EDUCANDO.
A área de atuação desse Centro Educacional corresponde aos municípios de
Pitanga, Boa Ventura de São Roque, Mato Rico e Nova Tebas.
No turno vespertino são atendidos aproximadamente 190 alunos (as) do E.F.
Fase II e Médio no turno noturno aproximadamente 324 alunos (as) tanto no
atendimento individual, como no coletivo.
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CURSO TURNO TURMAS MATRÍCULAS
Ensino Fundamental Fase II – 6º ao 9º Ano – Organização
Coletiva
Tarde
8
152
Ensino Fundamental Fase II – 6º ao 9º Ano – Organização
Individual
Tarde
2
19
Ensino Médio – Organização Coletiva
Tarde 12 62
Ensino Fundamental Fase II – 6º ao 9º Ano – Organização
Coletiva
Noite
8
77
Ensino Fundamental Fase II – 6º ao 9º Ano – Organização
Individual
Noite
4
31
Ensino Médio
Organização Coletiva
Noite 12 195
Sala de Recursos Multifuncional Tarde 1 14
Sala de Recursos Multifuncional Noite 1 13
Total de Matrículas 536
Nas APEDs são atendidos 152 alunos.
As APEDs (Ações Pedagógicas Descentralizadas) estão assim distribuídas:
Município Localidade Escola Nível Nº de alunos
Pitanga Alto do Ivaí Imperatriz Leopoldina E.M. 14
Boa Ventura de São Roque
Terra Santa Nossa Senhora de Fátima
E.M 15
Boa Ventura de São Roque
B.V.S.R. Adonis Morski E.M. 19
Boa Ventura de São Roque
B.V.S.R. Adonis Morski E.F. 18
Boa Ventura de São Roque
Sítio Boa Ventura Sítio Boa Ventura E.M. 12
Nova Tebas Volta Grande Volta Grande E.M. 20
Nova Tebas Barreirinho Ari Kffuri E.M. 11
Nova Tebas Nova Tebas Carlos Drumond E.M. 23
Nova Tebas Nova Tebas Carlos Drumond E.F. 20
Total de alunos 152
2.5. ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL
O quadro funcional do CEEBJA é assim composto:
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Quadro Funcional Nome
Função Turno Habilitação Vínculo
Funcional
Vacilina Kovalski da Silva Diretora Tarde/Noite História QPM Anita Terezinha Aguiar Mazur Pedagoga Tarde Pedagogia QPM Arlete Probst de Lima Pedagoga Noite Pedagogia QPM Benilda Loch Blau Pedagoga Noite Pedagogia QPM Rose Maria Porfirio Pulga Coord.
APEDS
Noite Ciências/ Matemática
QPM
Ana Pietroski Professora Noite Ciências Biológicas
QPM
Angela Marcia Petrechen Professora Tarde História QPM Angela Maria Knupp Professora Tarde/Noite Matemática QPM Ausdry V. Vanzela Brandalise Professora Tarde Matemática SC02 Carmélia Correia Professora Tarde História PSS Cladir Lucia B. Finatto Professora Tarde Matemática SC02
Claudete Dziubate Professora Tarde/Noite Ciências Biológicas
QPM
Claudete Hrysyk Vujanski Professora Tarde/Noite Ciências Biológicas
SC02
Claudia de Lima Professora Noite Artes Visuais QPM Edicleia Apª K. de Campos Leal Professora Tarde Ed. Física QPM Elizangela Teixeira Professora Tarde/Noite Matemática QPM Eloy de Lurdes Ottoni Professora Noite Ciências
Biológicas
SC02
Ivete Karoluz Portugal Professora Noite Ciências Biológicas
QPM
Jeferson Luis de Paula Professor Tarde/Noite Filosofia QPM
Jose Adilson Teixeira Professor Tarde/Noite Letras QPM
Lucia Ester Mattielo Dziubat Professora Tarde/Noite Geografia QPM/SC02
Lucia Viviurka Professora Noite Letras QPM
Marciano Kerniski Professor Tarde/Noite Física PSS
Maria Joana M. de Andrade Professora Tarde/Noite História QPM
Maria Olanda Nunes Bonfim Professora Tarde Biologia QPM
Marlene Knaut Professora Tarde/Noite Letras QPM Marli do Nascimento Teixeira Professora Tarde/Noite Letras QPM Miguel Angelo Vieira Mazur Professora Ed. Física QPM Rosana Machado Professora Tarde História QPM Rosana Poluha Professora Tarde Geografia QPM Sidiane Rissi Professora Tarde Artes Visuais SC02 Tânia M. da Silva Menegusso Professora Noite Sociologia PSS
Tânia M. G. de Oliveira Costa Professora Tarde/Noite Letras QPM
Teresinha Zama Vargas Witcel Professora Tarde Artes Visuais SC02
Terezinha Aparecida de Oliveira Professora Noite Matemática QPM Zeli Maria Krause Professora Tarde/Noite Química QPM/
SC02
Juliano Korchak Secretário Tarde/Noite Bacharel Adm.
QFEB
Anderson Adriano Trojan Agente Ed. II Tarde/Noite Profunc. QFEB Everli Padilha Agente Ed. II Tarde/Noite Administ. QFEB
15
Vagner Reciote Ribeiro Agente Ed. II Tarde/Noite Profunc. QFEB Eva Aparecida Ferreira da Silva Agente Ed. I Tarde/Noite Profunc. QFEB Evandro Vujanski Agente Ed. I Tarde/Noite Ensino Médio QFEB Jose Renato Rak Aux.
Operacional Tarde/Noite Agronegócio READ
Rosa Leandro Agente Ed. I Tarde/Noite Profunc. QFEB Roseni Batista de Lima Agente Ed. I Tarde/Noite História QFEB
Nome Disciplina Vínculo
Adilson Gonçalves de Maia Filosofia REPR
Aline Aguiar Geografia REPR
Amanda Aguiar B. Dos Santos Arte REPR
Andreia Hrysyki Matemática REPR
Cristina de Fátima Pinheiro Matemática REPR
Daiane Kerniski L. Portuguesa REPR
Joanilda Izabel dos S. Shaff Arte REPR
Josimar Claudio Cionek Educação Física REPR
Josimar Domingos de Assis Matemática REPR
Lucilene Miranda Física REPR
Marlene Rodrigues M. de Almeida L. Portuguesa REPR
Regina Celia Barbosa Martins Matemática SC02
Micheli Fortunato Geografia REPR
Valéria Novac T. da Silva História REPR
Wandamir Vieira de Siqueira Martins Filosofia REPR
Professores Educação Especial
Nome Função Turno Habilitação Vínculo Funcional
Arlete Probst de Lima Professora Sala Rec. Mult Tarde Pedagogia QPM
Cleide Dal Santos Professora Sala Rec. Mult Noite Pedagogia QPM
Janete Dal Santos Professora de Apoio Tarde Pedagogia QPM
Lucia de Cássia de Andrade
Professora de Apoio Tarde Pedagogia QPM
Rene Roque Pereira Lopes
Professor Intérprete Tarde Geografia QPM
2.6. AMBIENTES E MATERIAIS PEDAGÓGICOS
DEPENDÊNCIA QUANTIDADE
Salas de Aula 12
Sala de Recursos Multifuncional 1
Laboratório de Informática 1
Laboratório de Ciências 1
Biblioteca 1
Cozinha 1
Refeitório 1
Banheiros 7
Banheiro Adaptado 1
Almoxarifado 1
16
Sala de Professores 1
Sala de Hora Atividade 1
Secretaria 1
Sala de Atendimento Pedagógico 1
Sala de Direção 1
Depósito de Merenda 1
Despensa 1
Recepção 1
Estacionamento 1
O prédio está dividido em três pisos, compartilhados com estabelecimentos
comerciais, sendo de uso exclusivo do CEEBJA o segundo, terceiro andar e
almoxarifado.
No térreo, em frente à rua encontram-se os acessos por escada; pelo
estacionamento nos fundos do prédio a acessibilidade ocorre por escada e
plataforma de elevação que dá acesso apenas ao segundo piso, no qual funcionam
salas de aula, cozinha, refeitório, laboratório de informática, sala dos professores,
secretaria, sala da direção equipe pedagógica e biblioteca. No segundo piso, com
acesso por uma única escada, localizam-se as demais salas de aula e laboratório de
Ciências. Em todos os ambientes existem banheiros, mas somente no primeiro piso
há um banheiro adaptado para deficientes físicos.
Como citado anteriormente, as salas de aula não são adequadas e sim
adaptadas para o funcionamento da escola, pois o prédio foi construído em formato
de apartamentos. Portanto, temos salas maiores nas quais geralmente funcionam as
turmas da organização coletiva com maior número de alunos e outras salas
pequenas que nem sempre são suficientes para comportar de maneira confortável
todos os alunos, e ainda, o acesso a elas se dá pelo interior da sala principal,
prejudicando muitas vezes, as explicações e concentração do professor e dos
alunos, devido ao trânsito constante entre elas. Ainda, enfrentamos o desafio de
atendimento das aulas de educação física, pois a escola não possui quadra para a
prática de atividades físicas e esportivas, assim os professores necessitam utilizar
outros espaços quando fazem aula prática. Estes espaços são: praças,
estacionamento, quadra do colégio vizinho, entre outros.
Um outro problema que enfrentamos é a falta de segurança, pois a porta
principal do prédio tem acesso livre para a rua, sem portão nem muro, o que dificulta
o trabalho de um funcionário que controle o fluxo de entrada e saída das pessoas,
tudo isso torna este estabelecimento de ensino bastante vulnerável a entrada de
estranhos.
17
2.7. INSTÂNCIAS COLEGIADAS
Membros Conselho Escolar
Nome Função
Vacilina Kovalski da Silva
Presidente
1. Arlete Probst de Lima
Anita Terezinha Aguiar Mazur
Representante Equipe Pedagógica
Suplente
2. Claudete Dziubate
Tânia Mara Gabriel de Oliveira Costa
Represente do corpo docente – E.F
Suplente
3. Marli do Nascimento Teixeira
José Adilson Teixeira
Represente do corpo docente – E.M
Suplente
4. Anderson Adriano Trojan
Vagner Reciote Ribeiro
Representante Funcionários Ag. II Suplente
5. Eva Aparecida Ferreira da Silva
Roseni Batista de Lima
Representante Funcionários Ag. I Suplente
6. Rosangela de Fátima de Ramos
Ivone Gonçalves Caetano
Representante dos Pais
7. Angelita de Fátima Elmatos de Oliveira
Gilberto Antonio de Lima
Representante do corpo discente – E.F. e E.M.
Suplente
8. Evandro Vujanski Juliano Korchak
Representante da APAF
Suplente
9. Aparecida Assunta D. Santelli Adair Hey
Representante da Comunidade Externa
10.Mauro Hitoshi Hirose
Daniel Batista e Luz
Representante da saúde
Suplente
Membros APAF
Nome Função
José Anderson Fortunato de Souza Presidente
Jacob Hudema Vice-Presidente
Anderson Adriano Trojan 1º Secretário
Marli do Nascimento Teixeira 2º Secretário
Tereza portela Franco Lima 1º Tesoureiro
Zelia Pereira de Godoy 2º Tesoureiro
Arlete Probst de Lima 1º Diretora Sociocultural e Esportiva
Juliano Korchak 2º Diretor Sociocultural e Esportivo
18
Professora Rose Maria Porfírio Pulga, Agente Educacional II Everli Padilha e
Alunos: Claudinei Pires de Oliveira, Andreia de Lima dos Santos, Rosana
de Jesus e Sueli Teresinha dos Santos.
Membros Colaboradores
Brigadistas
Anita Terezinha Aguiar mazur
Arlete Probst de Lima
Claudete Dziubate
Eloy de Lourdes Ottoni
Evandro Vujanski
Everli Padilha
Janete Dal Santo
Lucia de Cássia de Andrade
Maria Olanda Nunes B. De Lara
Marlene Knaut
Rosana Poluha
Terezinha Aparecida de Oliveira
Membros da Equipe Multidisciplinar
Nome Função Arlete Probst de Lima Coordenadora
Angela Maria Knup Representante da área de Matemática Anita Terezinha Aguiar Mazur Representante Equipe Pedagógica Claudete Vujanski Representante da área Ciências
Humanas
Elizete de Lima Representante da Comunidade
Igro Gabriel Ferreira de Oliveira Representante dos Alunos Juliano Korchak Representante dos Agentes
Educacionais II
Marciano Kernisk Representante da área Ciências da Natureza
Maria Joana Machado de Andrade Representante da área Ciências Humanas
Marli do Nascimento Teixeira Representante da área da Linguagens
Rose Maria Porfirio Pulga Representante da área das Biológicas
Roseni Batista de Lima Representante dos Agentes Educacionais I
2.8. PERFIL DA COMUNIDADE ESCOLAR
O CEEBJA Casturina C. Bonfim está localizado no Centro da cidade de
Pitanga. A rua de localização é de muitos comércios, movimento de carros e
circulação de pedestres. Sua Comunidade Escolar é formada por famílias que
19
moram em diferentes bairros da cidade e várias localidades do interior do Município
de Pitanga e também de Municípios vizinhos.
Os alunos que residem em comunidades da zona rural sofrem pela
dificuldade de acesso nos dias de chuva, devido às longas distância e condições de
estradas. Os dias frios de inverno também são fatores que dificultam a presença dos
alunos às aulas. Além disso, o grande público trabalhador sofre com questões de
horários, rotatividade de emprego, fome e cansaço levando muitos alunos a
perderem aulas, prejudicando seu desempenho escolar ou levando-os à evasão.
“Compreender o perfil do educando da EJA requer conhecer a sua história, cultura e
costumes, entendendo-o como um sujeito com diferentes experiências de vida e que
em algum momento afastou-se da escola devido a fatores sociais, econômicos,
políticos e/ou culturais. Entre esses fatores, destacam-se o ingresso prematuro no
mundo do trabalho, a evasão ou a repetência escolar”. (DCE EJA, p.29)
O perfil dos educandos da EJA deixou de ser apenas do jovem e do adulto
que não teve oportunidade de estudar em idade própria, ou foi excluído da escola
por algum motivo. A EJA rejuvenesceu. Na sede do CEEBJA Casturina C. Bonfim, de
Pitanga, verifica-se um alto número de adolescentes com defasagem idade série
que, ao completar 15 anos são transferidos do ensino regular para esta escola. A
maior causa das transferências é a indisciplina. Os desafios para a EJA manter
esses educandos frequentando as aulas, são muito grandes. Muitos se evadem.
Os educandos do Ensino Fundamental têm idade entre 15 e 67 anos, com
prevalência de 17 a 19 anos. Do Ensino Médio, a média de idade é de 18 a 56 anos,
com prevalência de 18 a 26 anos. São homens e mulheres, em paridade, brancos, a
maioria solteira, heterossexual e com filhos. Grande parte mora com familiares (Pais
e Avós) são trabalhadores em diversas atividades que ganham em média um salário
mínimo e não recebem benefícios do governo. Seus pais, na grande maioria
cursaram apenas as séries iniciais do Ensino Fundamental. Vêm de diversas
localidades rurais e urbanas do Município e também de outros municípios.
Muitos desses educandos tiveram uma passagem curta e acidentada pela
escola regular. Hoje, percebendo a necessidade de retomar os estudos, seja por não
conciliar estudo e trabalho, por necessidade de estar estudando para garantir uma
vaga como estagiário ou por exigência do mercado de trabalho, pela pretensão de
futuramente fazer um curso técnico ou ingressar numa universidade, voltam aos
bancos escolares. Cabe ressaltar ainda que muitos jovens e adolescentes voltam ao
CEEBJA para cumprir medida socioeducativa com liberdade assistida.
20
Há de se elencar também uma grande presença da mulher que, durante anos,
sofreu e ainda sofre as consequências de uma sociedade machista que a tem
historicamente excluído das oportunidades educativas. Além disso, é também na
questão feminina que se manifestam as contradições entre os direitos civis, políticos
e sociais, à medida que as conquistas femininas, não foram suficientes para superar
aspectos da exploração econômica e moral que marcam as relações de gênero em
nossa sociedade.
Não poderíamos também deixar de considerar a presença de vários
representantes da população idosa tanto no CEEBJA como nas APEDs. A sociedade
capitalista ao transformar todos os sujeitos em mercadorias, reserva para esses
sujeitos o estigma da improdutividade, precisamos estar atentos em reconhecer o/a
idoso(a) como sujeitos de conhecimento e de cultura, para os quais o acesso à
educação formal, mesmo em idades avançadas é um direito vinculado à formação
humana e, por isto inegociável. Ademais é preciso considerar o patrimônio cultural
dos idosos (as) de modo que as trocas Inter geracionais possam se constituir como
mais uma mediação educativa na EJA.
Pode-se constatar, também nesta escola, o atendimento aos educandos com
necessidades educacionais especiais oriundos da Educação Especial (APAE) e
também com avaliação para a Sala de Recursos Multifuncional, com defasagem
intelectual, nas áreas de: Transtorno Global do Desenvolvimento, Transtorno
Funcional Específico, deficiência intelectual, auditiva, visual e neuromotora que
necessitam de Sala de Recursos Multifuncional, Intérprete de Libras e Professor de
Apoio à comunicação. Além destes, há alunos encaminhados pelo Ministério
Público, que cumprem Medidas socioeducativas.
É necessário elencar também nossos educandos das 10 APEDs, em número
de 152, localizadas em 10 locais de difícil acesso com muitos problemas
relacionados ao transporte escolar. Estes educandos são, na maioria adultos,
agricultores(as) familiares, assalariados(as) rurais, meeiros, posseiros, arrendatários,
assentados enfim, povos do campo que precisam de uma escola não circunscrita
apenas a um espaço geográfico, mas vinculada aos povos do campo, seja os que
vivem no meio rural ou os que vivem nas sedes dos municípios rurais do nosso
núcleo.
O campo é heterogêneo, agrega sujeitos de diferentes gerações, etnias,
gêneros, crenças e distintas experiências de trabalho, de organização de vida.
Dessa forma, a educação para o campo deve estar relacionada com a cultura e os
21
saberes desses sujeitos resgatando suas identidades muitas vezes esfaceladas pelo
modelo social hegemônico.
Por último destacamos também a presença em nossa escola de educandos
afrodescendentes e pardos. Estes representam no Brasil a maioria entre aqueles
que não tiveram acesso, ou foram excluídos da escola. Para estes que tiveram esse
direito negado, a EJA, representa talvez a última tentativa de escolarização, sendo
assim é essencial observar o que preconiza a Lei 10.639/03, como possibilidade de
ampliar o acesso e a permanência desta população no sistema educacional, visando
a equidade social.
Conhecer mesmo que minimamente cada um desses sujeitos, bem como
suas necessidades, é um subsídio para a formulação de uma PPC, contendo
estratégias para superação dos problemas dentro da escola bem como enriquecê-la
com outros conhecimentos e valores que ampliem sua dimensão cultural, num
movimento de valorização dessa diversidade que compõe a EJA.
22
3. MARCO SITUACIONAL
3.1. CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO
A EJA, por ser uma modalidade a Educação Básica, contempla o Ensino
Fundamental Fase II que corresponde às séries finais do Ensino Fundamental – 6º a
9º Ano e Ensino Médio.
O CEEBJA Casturina C. Bonfim, oferta estas duas modalidades na Sede e
nas Ações Pedagógicas Descentralizadas – APEDs que são turmas vinculadas ao
CEEBJA. A APED pode ser solicitada por qualquer instituição de ensino devidamente
reconhecida em locais onde não seja possível a autorização de implantação de
cursos na modalidade EJA e não haja conflito com outros locais que já ofertam a
modalidade, sempre que for identificada a existência de demanda discente na
comunidade.
O CEEBJA organiza o trabalho curricular presencial, nas formas coletiva e
individual para cada disciplina no Ensino Fundamental Fase II. O tempo é composto
por 200 dias letivos, distribuídos em 1600 horas para o Ensino Fundamental. Esta
modalidade atende adolescentes com 15 anos ou mais, jovens, adultos e idosos. As
disciplinas contempladas na Matriz Curricular são ofertadas sob forma de
cronograma, organizado pelas equipes pedagógica e diretiva, conforme a demanda
de educandos matriculados, estipulando o período, dias e horários das aulas, com
previsão de início e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a
integralização do currículo.
Nas APEDs, as disciplinas são ofertadas num sistema de rodízio, sendo duas
disciplinas semanais simultâneas, obedecendo também uma sequência pré-
estabelecida de início e término de cada uma. Neste sentido devem-se ofertar quatro
horas-aulas diárias, de 50 minutos cada, durante quatro dias da semana, totalizando
dezesseis horas-aula semanais, sendo um dia da semana preferencialmente a
sexta-feira, destinado à hora-atividade do professor, que deverá ser cumprida na
Sede do CEEBJA, de acordo com o planejamento elaborado pela coordenação da
APED ou pedagogo da Instituição em conjunto com os professores.
No Ensino Médio, a idade mínima para ingresso é de 18 anos. A Matriz
Curricular é de 1200 horas-aula, presencial, organizada por disciplina, ofertada em
forma de cronograma nos mesmos moldes do ensino fundamental, na Sede e nas
APEDs.
23
Conforme a Deliberação Nº 05/2010, CEE/PR, no Ensino Fundamental o
tempo de conclusão é de no mínimo dois anos na Sede e três anos nas APEDs. No
Ensino Médio seu tempo de integralização é de no mínimo um ano e meio na Sede e
dois anos nas APEDs.
Visto que, a carga horária na modalidade EJA é cerca de metade da carga
horária total estabelecida para o ensino regular, as práticas pedagógicas na EJA
devem considerar o perfil do educando, suas características, seus interesses e suas
condições de vida e de trabalho, assegurando-lhes oportunidades apropriadas.
Assim, destaca-se a importância da seleção de conteúdos e as formas de
atendimento ao educando, considerando as particularidades e especificidades deste
público específico.
Para ambas as fases, o mínimo da carga horária a ser cursada, são de 75%.
24
3.2. CRONOGRAMAS
25
3.3. EIXOS ARTICULADORES DA EJA
As Diretrizes Curriculares Estaduais para EJA identificam a Cultura, o
Trabalho e o Tempo como eixos articuladores de toda ação pedagógica curricular.
Tais eixos foram definidos a partir da concepção de currículo, como processo de
seleção da cultura e do perfil do educando da EJA.
A cultura compreende a forma de produção da vida material e imaterial e
compõe um sistema de significações envolvido em todas as formas de atividade
social (WILLIANS, 1992). O tempo e o espaço são aspectos da cultura escolar. A
cultura abarca toda produção humana e inclui também, o trabalho e todas as
relações que lhe perpassa. No terreno da formação humana, a cultura é o elemento
de mediação entre o indivíduo e a sociedade e, nesse sentido, tem duplo caráter:
remete o indivíduo à sociedade e é, também, o intermediário entre a sociedade e a
formação do indivíduo (ADORNO, 1996). Como elemento de mediação da formação
humana, torna-se objeto da educação que se traduz, na escola, em atividade
curricular.
Trabalho - O trabalho compreende uma forma de produção da vida material a
partir da qual se produzem distintos sistemas de significação. É a ação pela qual o
homem transforma a natureza e transforma-se a si mesmo. Portanto, a produção
histórico-cultural atribui à formação de cada novo indivíduo essa dimensão histórica.
A ênfase no trabalho como princípio educativo não deve ser reduzida à preocupação
em preparar o trabalhador para atender às demandas do mercado de trabalho nem
apenas destacar as dimensões relativas à produção e às suas transformações
técnicas (ARROYO, 2001). Os vínculos entre educação, escola e trabalho situam-se
numa perspectiva mais ampla, a considerar a constituição histórica do ser humano,
sua formação intelectual e moral, sua autonomia e liberdade individual e coletiva,
sua emancipação.
Tempo - Cada educando que procura a EJA apresenta um tempo social e um
tempo escolar vivido, o que implica a necessidade de reorganização curricular, dos
tempos e dos espaços escolares, para a busca de sua emancipação. Cultura e
conhecimento são produzidos nas e pelas relações sociais. Desse modo, o currículo
não pode ser pensado fora dessas relações.
Historicamente, a cultura curricular tem privilegiado uma forma mecânica e
instrumental de organização dos saberes. A lógica disciplinar que hierarquiza e
26
fragmenta o conhecimento, limita a possibilidade de uma aprendizagem analítica,
crítica e, portanto, significativa. Se o currículo orienta a ação pedagógica, ele deve
expressar os interesses dos educadores e educandos: oferecer os conhecimentos
necessários para a compreensão histórica da sociedade; usar metodologias que
deem voz a todos os envolvidos nesse processo e adotar uma avaliação que
encaminhe para a emancipação.
3.4. DINÂMICAS E ROTINA
Todos aqueles que procuram a EJA, sejam adolescentes, jovens, adultos ou
idosos, são acolhidos pelos Agentes Educacionais II. Estes, através de uma
conversa bem informal, identificam qual nível da Educação Básica se encontram,
quais documentos necessitam para realizar a matrícula, quais são os turnos de
funcionamento da escola, matrícula por disciplina, idade mínima para o Ensino
Fundamental ou Médio, carga horária das disciplinas, aproveitamento de estudos,
frequência e formas de atendimento (coletivo ou individual).
Após efetivação da matrícula, o educando recebe orientação da Equipe
Pedagógica que explica minuciosamente a dinâmica da EJA, a diversidade
existente, a prioridade dos alunos jovens e adultos, os aspectos do PPP e
Regimento Escolar e demais informações relevantes para o aluno recém-chegado
mover-se com desenvoltura nos espaços da escola, respeitando suas dinâmicas
instituídas.
O educando, antes de ir para a sala, recebe os horários e a Ficha de Ingresso
para as disciplinas por ele escolhidas ou sugeridas pela equipe pedagógica, a qual
deve ser entregue ao professor da disciplina. Nesta ficha de encaminhamento,
consta o nome do aluno, nome do professor, modalidade, aproveitamento de
estudos (quando o aluno já cursou alguma série do ensino regular) ou validação de
carga horária (quando o aluno já cursou no CEEBJA alguma carga horária), telefone,
data, identificação do aluno egresso da educação especial e se é menor de idade. O
professor fica com esta ficha até que o aluno conclua sua disciplina, só então esta é
devolvida à equipe pedagógica que providencia o ingresso do aluno em outra
disciplina, até a integralização completa da Matriz Curricular.
O funcionamento da escola se dá nos períodos vespertino e noturno.
27
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO
TURNO CURSO AULAS INÍCIO TÉRMINO
Vespertino EF 1ª 13:00 h 13:50 h
EF 2ª 13:50 h 14:40 h
EF 3ª 14:40 h 15:30 h
intervalo 15:30 h 15:45 h
EF 4ª 15:45 h 16:30 h
Vespertino EF 5ª 16:30 h 17:15 h
EM 1ª 13:00 h 13:50 h
EM 2ª 13:50 h 14:40 h
EM 3ª 14:40 h 15:30 h
intervalo 15:30 h 15:45 h
EM 4ª 15:45 h 16:30 h
Noturno EF/EM 1ª 19:00 h 19:50 h
EF/EM 2ª 19:50 h 20:40 h
EF/EM 3ª 20:40 h 20:55 h
intervalo 20:55 h 21:45 h
EF/EM 4ª 21:45 h 22:35
As turmas da EJA já nascem diversas, pois temos adolescentes de 15 anos
convivendo com Senhores e Senhoras muitas vezes com o triplo ou até o quádruplo
da idade destes meninos e meninas. Num ambiente assim, os conflitos geracionais
são constantes, porém em muitas situações, os aspectos positivos percebidos dessa
convivência superam os conflitos, pois o adolescente acostumado a comandar
situações em que ele aparece como o centro das atenções dos colegas,
principalmente em casos de mal criação, gracinhas e rebeldia que influenciam
negativamente a turma do regular como um todo, no CEEBJA, os colegas adultos,
quando não valorizam estas atitudes, desmotivam o adolescente a continuar com
tais comportamentos, levando-os a uma nova postura, condizente com a cultura de
uma sala de EJA.
3.5. ORGANIZAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA HORA-ATIVIDADE
A hora-atividade destinada ao docente, para estudos, planejamento, avaliação
e outras atividades de caráter pedagógico é cumprida no CEEBJA, no mesmo turno
das aulas e é acompanhada pela equipe pedagógica que auxilia nas questões do
Livro Registro de Classe, Ficha Individual e questões pedagógicas. Entendemos que
a “hora-atividade” deveria ser distribuída de forma a favorecer o trabalho coletivo dos
professores que atuam na mesma área de conhecimento ou de forma que o trabalho
28
interdisciplinar fosse favorecido, no entanto a organização de cronograma da EJA e
os muitos casos de professores que completam seus padrões em outras escolas
impedem esta organização. Grande parte dos professores cumpre sua hora-
atividade nas janelas, outros, em dias que não tem aulas.
Se todos os professores tivessem seu padrão completo no CEEBJA, a
organização da hora-atividade concentrada funcionaria de forma plausível.
Os professores que atuam nas Ações Pedagógicas Descentralizadas –
APEDs cumprem a hora-atividade também no CEEBJA, que é a escola Sede, de
forma concentrada, na sexta-feira, quinzenalmente. O assessoramento é feito pela
coordenação das APEDs, pela equipe pedagógica e diretiva.
3.6. FORMAÇÃO CONTINUADA
O CEEBJA não conta com um projeto de formação continuada próprio, pois a
SEED oferece a todos os profissionais da rede (professores, pedagogos, diretores,
agentes educacionais) cursos de formação continuada nas modalidades presencial,
semipresencial e a distância. A autonomia que a escola tem é escolher o tema da
formação dentro das opções que a SEED oferece. Nos últimos anos poucos temas
foram específicos para a EJA e por isso, algumas vezes a pauta é modificada para
que fique condizente com as necessidades da EJA.
3.7. PARTICIPAÇÃO DOS PAIS
A participação dos pais ou responsáveis pela vida escolar dos filhos é fator
importante para o bom desempenho das atividades pedagógicas. No entanto, a EJA
tem uma realidade diferente das escolas regulares. Os alunos que cursam o Ensino
Médio e a maioria dos alunos do Ensino Fundamental são maiores de idade e
responsáveis. Já com os alunos menores de idade, a demonstração de interesse
dos pais em relação ao acompanhamento das atividades escolares dos filhos é
insuficiente. Com isso nos deparamos com muitos desafios, sendo o mais grave, a
questão da evasão escolar.
A escola tenta buscar estratégias para maior envolvimento, fazendo reuniões
esporádicas, eventos e semana da família na escola, porém, apesar dos esforços,
poucos pais comparecem. Mesmo a escola proporcionando horários diferenciados, a
maior justificativa para o não comparecimento é o trabalho e isso acaba frustrando
29
as expectativas que direção, equipe pedagógica e docentes têm.
3.8. CONTRADIÇÕES E CONFLITOS PRESENTES NA PRÁTICA PEDAGÓGICA
O CEEBJA adotou em 2016, o relógio ponto para facilitar o acompanhamento
da frequência de todos os funcionários da Instituição. Além disso, equipe
pedagógica, administrativa e diretiva, acompanham as faltas e reposições. Quando o
professor precisa faltar para consulta médica, deixa atividades organizadas e a
equipe pedagógica atende a turma, mas quando a falta não é planejada, os alunos
são conduzidos para alguma atividade diferenciada e o professor deve
posteriormente repor os conteúdos. Quando não ocorre a reposição da falta e
quando ela não é justificada, a falta é lançada no RMF (Relatório Mensal de
Frequência).
O problema mais sério em relação ao corpo docente é a rotatividade, pois a
falta de professores efetivos leva inevitavelmente a contratação de professores
temporários que no ano seguinte dificilmente voltarão. A rotatividade aliada a falta de
capacitação específica para a EJA, são dois problemas que decrescem a qualidade
do ensino, pois para o docente se apropriar das especificidades do currículo da EJA,
formas de atendimento, metodologia, perfil dos alunos, enfim toda complexidade
diferencial dessa modalidade de ensino, demanda tempo e estudo. Jamais um
professor aligeirado ou motivado apenas pela boa vontade conseguirá assimilar
todos os conceitos e mediações que esta modalidade requer.
Em relação ao corpo discente, muitas dificuldades são encontradas
diariamente. Uma delas é a presença de crianças que precisam vir com suas mães
para que estas consigam estudar. No período noturno, esta situação se dá pela falta
de creches que funcionem à noite. Esta ação acaba prejudicando o ensino-
aprendizagem de toda a turma. Por este motivo, muitas destas mães acabam
desistindo de estudar.
3.9. PRESENÇA DOS ADOLESCENTES
A EJA como o próprio nome diz, trata-se de educação de jovens e adultos,
portanto a presença de adolescentes na EJA, não pode ser vista com naturalidade.
Natural é a presença desses educandos no ensino regular, porém a deliberação nº
05/2010, “Estabelece Normas para a Educação de Jovens e Adultos no Ensino
30
Fundamental e Médio do Sistema de Ensino do Paraná”: Art. 7°. Considera-se como
idade para matrícula:
I - no ensino fundamental a idade mínima de 15 (quinze) anos completos;
II – no ensino médio a idade mínima de 18 (dezoito) anos completos.
Como dá para perceber, o CEEBJA acaba se tornando o escoadouro, para
onde tudo conflui, e por conta disso os problemas se alargam. Um dos maiores
desafios em relação aos adolescentes é a frequência escolar, ou seja, sua presença
efetiva em sala de aula, estudando e cumprindo a carga horária diária. O que se
constata através de minucioso acompanhamento feito pela equipe pedagógica, com
raras exceções, é via de regra frequências esporádicas, irregulares sem nenhuma
periodicidade.
Porém quando os pais são avisados da situação esses dizem que os filhos
saem religiosamente todos os dias dizendo que vão para a escola. Esta situação é
preocupante, pois estes adolescentes ficando na rua estão se colocando em
situação de risco e vulnerabilidade. E a EJA desta forma acaba assumindo um
problema, que o ensino regular aparentemente resolveu só que na realidade o
problema longe de ser resolvido agravou-se, pois dá a falsa impressão que estes
sujeitos estão socialmente cobertos pela educação formal.
Outra situação bastante preocupante é em relação aos alunos que concluem
o Ensino Fundamental antes de completarem 18 anos e não podem ingressar no
Ensino Médio do CEEBJA devido à legislação. Muitos deles não querem voltar para
o Ensino Regular, pois já saíram de lá por problemas de indisciplina, relacionamento
com colegas, com professores e muitos outros. Estes, não voltam para o Ensino
Regular e até que completem a idade de 18 anos, ficam fora da escola.
3.10. RELAÇÕES DE TRABALHO
Todas as relações dentro da escola são refletidas diretamente no rendimento
do profissional e consequentemente dos discentes. Um ambiente permeado de boas
relações entre o grupo de trabalho, o qual abrange direção, funcionários,
professores e alunos são fundamentais para o sucesso da Instituição. Se alguma
destas relações não estiver equilibrada, faltará motivação e o trabalho ficará
prejudicado.
Há de se ter ciência de que, com algumas pessoas estabelecemos relações
de maior ou menor proximidade, porém o respeito deve ser o parâmetro na
31
convivência de todos, dentro ou fora da escola.
Dentro do CEEBJA, são estabelecidos alguns princípios a serem seguidos
para as boas relações interpessoais, tais como: cultivar o espírito de equipe;
estabelecer vínculos afetivos, de forma a não comprometer e não modificar a
postura e a ética profissional; primar por um bom relacionamento entre
professor/aluno, professor/professor, professor/direção, professor/agentes
educacionais; agentes educacionais/alunos, agentes educacionais/direção,
professor/pais, aluno/aluno; direção/pais, agentes educacionais/pais, agentes
educacionais/agentes educacionais, etc.; jamais abrir mão de limites; parar para
ouvir o outro; respeitar as diferenças individuais; manter um ambiente motivado onde
todos possam expressar suas potencialidades.
3.11. ORGANIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS FÍSICOS E PEDAGÓGICOS
O CEEBJA encontra-se razoavelmente equipado. Dispõe de: jogos e recursos
pedagógicos para alunos de Sala de Recursos, TVs, aparelhos de DVDs,
computadores para atender a área pedagógica e administrativa, máquina fotográfica
digital, mapas e 02 Datashow.
O Laboratório de Informática atualmente conta com 16 computadores com o
sistema LINUX Educacional 5.0/Proinfo, em bom estado de uso e 07 computadores
com o sistema Linux/Paraná Digital, estes, ultrapassados e manutenção inviável por
falta de peças de reposição. Também conta com um computador adaptado para uso
dos alunos cadeirantes, com deficiência física neuromotora e cegos. O espaço físico
não é adequado.
O Laboratório de Ciências e Biologia possuem os equipamentos básicos,
permitindo o desenvolvimento de experiências e compreensão dos conceitos
científicos.
A Biblioteca tem um acervo restrito e pouco atualizado, entre livros de
pesquisa e literatura. O espaço e mobiliários não são adequados.
3.12. DADOS ESTATÍSTICOS
O CEEBJA não participa de nenhuma avaliação externa que demonstre dados
estatísticos. Dados do Censo Escolar mostram que de 1998 a 2016, mais de 19.000
pessoas fizeram matrículas na EJA. Deste número, 9.327 foram concluintes. Os
32
alunos concluintes por meio dos exames de suplência, equivalência e ONLINE não
são contabilizados nestes resultados. Os demais alunos cursaram algumas
disciplinas e desistiram, outros foram transferidos e grande parte abandonaram os
estudos por vários motivos. Porém, ano após ano, retornam, cursam outras
disciplinas até a integralização completa da matriz curricular.
Através do sistema SEJA, é possível consultar o número de matrículas ativas,
alunos desistentes e alunos concluintes. Com estes dados, no início do ano letivo,
na semana pedagógica, a equipe pedagógica e diretiva, juntamente com a equipe
docente e agentes educacionais, analisam os resultados do ano anterior e a partir
destes dados são traçadas as ações que deverão nortear o trabalho, procurando
reduzir os índices de evasão e desistência.
3.13. ENEM
O Exame Nacional do Ensino Médio, prova elaborada pelo Ministério da
Educação para verificar o domínio de competências e habilidades dos estudantes
que concluíram ou ainda vão concluir o ensino médio, até o ano de 2016 era
utilizado por adultos para conseguirem a certificação de conclusão do Ensino Médio.
O CEEBJA Casturina C. Bonfim é credenciado para expedir declaração de
proficiência e certificação, desde 2011. Nestes cinco anos, o CEEBJA expediu 56
declarações de proficiência e 15 certificados. A partir de 2017, o ENEM perde esta
função e os adultos que não terminaram o Ensino Médio na idade regular, terão que
fazer o ENCCEJA para pegar o certificado de conclusão.
3.14. EXAMES ONLINE
Os exames on-line da EJA, também chamados de provão, são realizados pela
SEED e constituem-se de um conjunto de provas aplicadas no laboratório de
informática das escolas da rede pública estadual, credenciadas conforme edital
divulgado a cada ano, para avaliar os conhecimentos adquiridos por jovens, pessoas
com deficiências, adultos e idosos que interromperam seus estudos em nível de
Ensino Fundamental ou Ensino Médio. (Todos os CEEBJA do Estado são
credenciados para ofertar os exames on-line).
Tal avaliação tem como objetivo a certificação da Educação Básica para o
prosseguimento de estudos de candidatos que tenham 15 anos para exame do
33
Ensino Fundamental e 18 anos para o exame de Ensino Médio. É importante
destacar que, os exames para os dois níveis de ensino acontecem em datas
diferentes, preferencialmente as duas primeiras etapas para o Ensino Fundamental e
as duas etapas finais para o Ensino Médio, conforme edital específico divulgado a
cada ano, no site da SEED-PR.
Além da certificação para o curso desejado, também é possível obter a
proficiência para o aproveitamento de disciplinas. Este aproveitamento, ou
certificação parcial, ocorre quando o candidato consegue obter aprovação em
algumas disciplinas, no caso dos exames on-line de EJA, ENCCEJA, em alguma
área do conhecimento, e não na totalidade para a certificação do nível de ensino. As
disciplinas que ele não obteve aprovação, ele poderá cursar na EJA ou fazer
exames de certificação.
O candidato só pode aproveitar as disciplinas do Ensino Médio se tiver
completado o Ensino Fundamental, seja por exames ou cursando disciplinas de EJA,
ou se tiver cursado o ensino regular.
Os exames de EJA on-line também podem ser aplicados para as pessoas que
desejam concluir o Ensino Médio e que não tenham concluído o Ensino
Fundamental, pois não é necessária a comprovação do Ensino Fundamental para
quem vai prestar exames de certificação.
Para a realização dos exames de EJA on-line, a SEED conta com a
colaboração de professores de todas as disciplinas dos dois níveis de ensino e que
atuam na rede estadual. Esses professores elaboram itens (questões) que são
inseridos no banco de dados do sistema de aplicação de exames. Esses itens são
constantemente renovados e para cada prova/disciplinas temos um grande número
de questões disponíveis.
3.15. PROCESSO DE AVALIAÇÃO
A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a
intervenção pedagógica. Durante o processo de ensino-aprendizagem, a avaliação
deve ser diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente, cumulativa e
processual, utilizando técnicas e instrumentos diversificados e, deve refletir o
desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no
conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos.
34
Tem por finalidade acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem
dos educandos, diagnosticar os resultados atribuindo-lhes valor. Dessa forma o
educador tem em suas mãos um instrumento que possibilita a retomada de ações
pedagógicas em favor de uma aprendizagem significativa, oportunizando uma
atitude crítico-reflexiva frente à realidade concreta.
Para o educador e para o educando constitui-se em um recurso pedagógico
útil e necessário na busca e na construção de si mesmo e do seu melhor modo de
estar na vida. (Luckesi, 2000 in Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de
Jovens e Adultos, 2006).
A avaliação será realizada em função dos conteúdos expressos nas
Diretrizes Curriculares da Educação Básica, seguindo as orientações contidas no
Regimento Escolar, e no Manual de Orientações da EJA.
Os conhecimentos básicos são desenvolvidos ao longo da carga horária
total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz curricular, com avaliação
presencial ao longo do processo ensino-aprendizagem.
Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser
respeitados como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação
contemplará, necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações
que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação
formal, como durante o atual processo de escolarização.
A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais
como: provas escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e
pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades
complementares propostas pelo professor, que possam elevar o grau de
aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos.
É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma única
oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas, são analisado pelo
educando e pelo professor, em conjunto, observando quais são os seus avanços e
necessidades, e as consequentes demandas para aperfeiçoar a prática pedagógica.
Na modalidade EJA, são registradas de 02 (duas) a 06 (seis) notas por
disciplina, que correspondem a provas individuais escritas e a outros instrumentos
avaliativos adotados, aos quais, obrigatoriamente, o aluno submete-se na presença
do professor.
Os registros de nota na EJA, para o Ensino Fundamental - Fase II e Ensino
Médio constituem-se de: 06 (seis) registros de notas, nas disciplinas de Língua
35
Portuguesa e Matemática. 04 (quatro) registros de notas, nas disciplinas de História,
Geografia, Ciências Naturais, Língua Estrangeira Moderna, Química, Física e
Biologia e 02 (dois) registros de notas nas disciplinas de Arte, Filosofia, Sociologia e
Educação Física.
O aluno deve atingir no mínimo a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada registro
de nota resultante das avaliações processuais e frequência mínima de 75% do total
da carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% na organização
individual. O aluno que não atingir a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada registro de
nota terá direito à recuperação de estudos. Os resultados obtidos pelo aluno no
término dos blocos ou na conclusão da organização individual são devidamente
inseridos no sistema SEJA para fins de registro e expedição de documentação
escolar.
3.16. RECUPERAÇÃO
A recuperação de estudos é direito dos alunos, independentemente do nível
de apropriação dos conhecimentos básicos. A recuperação de estudos dar-se-á de
forma permanente e concomitante ao processo ensino e aprendizagem. A
recuperação será organizada com atividades significativas, por meio de
procedimentos didático-metodológicos diversificados.
A proposta de recuperação de estudos deverá indicar a área de estudos e os
conteúdos da disciplina. A avaliação da aprendizagem terá os registros de notas
expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero).
Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas
durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do
aproveitamento escolar, sendo obrigatória sua anotação no Livro Registro de Classe.
3.17. CONSELHO DE AVALIAÇÃO
A EJA, devido às suas especificidades, não realiza Conselho de Classe, mas
Conselho de Avaliação que “é um órgão colegiado de natureza consultiva em
assuntos didático-pedagógicos, com atuação dirigida a cada educando do
estabelecimento de ensino, tendo por objetivo avaliar o processo de ensino e de
aprendizagem.” (Art. 23 Regimento Escolar).
O Conselho de Avaliação, segundo o Manual de Orientações da EJA, é
36
constituído por todos os professores que ministram aulas nas disciplinas constantes
na matriz curricular, por pelo menos dois educandos de cada nível de ensino e pela
equipe pedagógica que se reúne, após convocação feita com antecedência de 48
horas, sempre que um fato exigir, e é secretariado por um conselheiro, que lavra ata,
em livro próprio.
Desta forma, ao término da carga horária da disciplina ofertada na
organização coletiva, o aluno que não atingir média 6,0 (seis vírgula zero) em todos
os registros de nota exigidos, nem mesmo com a recuperação concomitante, o
professor antes do término do coletivo, deverá solicitar reunião com o Conselho de
Avaliação, que poderá indicar o remanejamento para a organização individual para
fins de que o educando tenha o tempo necessário, ao seu ritmo de aprendizagem,
para apropriação dos conteúdos faltantes para a conclusão da disciplina, desde que
tenha no momento, docente suprido na disciplina em curso na organização
individual. Caso não haja a disciplina em curso na organização individual, o
Conselho de Avaliação pode indicar a continuidade da disciplina, com o mesmo
professor da organização coletiva, por “determinado tempo,” até que o educando
consiga apropriar-se dos conteúdos faltantes e atingir a média necessária para
inserção no Sistema SEJA dos Registros de nota. Nesse caso, é registrado Ata,
constando a carga horária necessária para a recuperação dos conteúdos, a qual é
encaminhada ao NRE para ciência e acompanhamento.
3.18. APROVEITAMENTO DE ESTUDOS
No ato da matrícula, o educando pode requerer aproveitamento de estudos de
disciplinas, mediante apresentação de documento comprobatório de: conclusão com
êxito de série/período/etapa/semestre a ser aproveitada; disciplinas concluídas com
êxito por meio de cursos organizados por disciplina ou por exames supletivos.
Para cada série e período/etapa/semestre equivalente à conclusão, com
êxito, de uma série do ensino regular, será feito aproveitamento de 25% da carga
horária total de cada disciplina, constante na Matriz Curricular da EJA,
independentemente de ter ou não cursado determinada disciplina na série
aproveitada. Série concluída com disciplina em dependência (resultado AP-D –
Aprovado com dependência - Progressão Parcial) não é aproveitada na EJA.
Para os estudos realizados no Ensino Médio organizado por blocos de
37
disciplinas, são necessários dois blocos completos (correspondente a 200 dias
letivos e 800 horas) concluídos com êxito, para aproveitar 25% da carga horária total
de cada disciplina da Educação de Jovens e Adultos - EJA. Não é realizado o
aproveitamento de disciplina cuja carga horária foi cumprida em apenas um bloco.
Os estudos realizados no curso EJA - Presencial organizado por etapa (2001 a
2006), ofertado na Rede Estadual de Ensino, considerando que a matrícula e o
resultado eram por disciplina/módulo, poderá aproveitar na EJA, 100% da
disciplina/módulo quando no Histórico Escolar constar na etapa final dessa
disciplina, a nota e o Resultado AP. A disciplina não concluída e no Histórico Escolar
consta como resultado, a Promoção Continuada (PC), esta deverá ser cursada
integralmente, podendo o educando, desde que demonstre apropriação dos
conteúdos, ser indicado para participar do processo de reclassificação.
No ensino médio, o aproveitamento de estudos será no máximo, de 50% do
total da carga horária da disciplina da EJA, constante na Matriz Curricular da EJA.
Para cada disciplina concluída com êxito por meio de cursos organizados por
disciplina ou por exames supletivos, o aproveitamento será de 100% do total da
carga horária da disciplina da EJA.
Mediante apresentação do Certificado de Proficiência, será feito
aproveitamento de 100% do total da carga horária das disciplinas que compõem a
Área de Conhecimento, na qual o interessado obteve a pontuação exigida no ENEM,
até o ano de 2016. “A partir de 2017, O ENEM perde essa função e os adultos que
não terminaram o ensino médio na idade regular, terão que fazer o ENCCEJA para
pegar o diploma” (INEP).
Disciplina de Língua Estrangeira Moderna, diferente de Inglês, concluída em
curso organizado por disciplina, de forma obrigatória ou eliminada por meio de
Exames, poderá ser aproveitada no curso da EJA, mediante apresentação do
Histórico Escolar, para fins de conclusão da disciplina de Língua Estrangeira
Moderna: Inglês, de oferta obrigatória na EJA.
Considerando o aproveitamento de estudos, o educando deverá cursar a carga
horária restante de todas as disciplinas constantes na Matriz Curricular.
Na inserção da matrícula na disciplina com aproveitamento de estudos no
Sistema SEJA, deverá ser indicado o percentual da carga horária total da disciplina
que será aproveitado: 25%, 50%, 75% ou 100%, quando for disciplina do Ensino
Fundamental – Fase II e, no Ensino Médio, enquadramento de 25% ou 50% da
carga horária total de cada disciplina.
38
3.19. ORGANIZAÇÃO DE INCLUSÃO PARA ALUNOS COM NECESSIDADES
ESPECIAIS
A EJA contempla o atendimento a educandos com necessidades educativas
especiais, inserindo estes no conjunto de educandos da organização coletiva ou
individual, priorizando ações que oportunizem o acesso, a permanência e o êxito dos
mesmos no espaço escolar, considerando a situação em que se encontram
individualmente estes educandos.
Uma vez que esta terminologia pode ser atribuída a diferentes grupos de
educandos, desde aqueles que apresentam deficiências permanentes até aqueles
que, por razões diversas, fracassam em seu processo de aprendizagem escolar. A
legislação assegura a oferta de atendimento educacional especializado aos
educandos que apresentam necessidades educativas especiais decorrentes de:
deficiências mental, física/neuromotora, visual e auditiva; condutas típicas de
síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos; superdotação/altas
habilidades.
Carvalho, 2000, diz que “é importante destacar que “especiais” devem ser
consideradas as alternativas e as estratégias que a prática pedagógica deve assumir
para remover barreiras para a aprendizagem e participação de todos os alunos”.
Desse modo, desloca-se o enfoque do especial ligado ao educando para o
enfoque do especial atribuído à educação. Mesmo que os educandos apresentem
características diferenciadas decorrentes não apenas de deficiências, mas, também,
de condições sócio-culturais diversas e econômicas desfavoráveis, eles terão direito
a receber apoios diferenciados daqueles normalmente oferecidos pela educação
escolar. (Carvalho, 2000)
Garante-se, dessa forma, que a inclusão educacional se realize, assegurando
o direito à igualdade com equidade de oportunidades. Isso não significa o modo
igual de educar a todos, mas uma forma de garantir os apoios e serviços
especializados para que cada um aprenda, resguardando-se suas singularidades.
O CEEBJA atende alunos com diferentes necessidades educativas especiais:
deficientes físicos neuromotora, cegos, surdos, alunos com transtorno global do
desenvolvimento e alunos com dificuldades de aprendizagem. Oferta Sala de
Recursos Multifuncional nos dois períodos para todos os educandos que forem
egressos do Ensino Educacional Especializado do Ensino Regular ou da APAE. A
S.R.M, na EJA, segundo a Instrução Nº 07/2016, pode montar as turmas no mesmo
39
horário em que o aluno está cursando a disciplina, desde que o horário seja
organizado de forma a não prejudicar a frequência na disciplina em curso. Os alunos
surdos têm acompanhamento de um professor intérprete de libras que os
acompanha 100% do tempo em todas as atividades pedagógicas, assim como os
deficientes físicos neuromotora que contam com professor de apoio à comunicação.
3.20. SINOPSE DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES REALIZADAS OU EM
ANDAMENTO NO CEEBJA: Atividade Complementar Curricular
Feira - Evento organizado com o objetivo de estimular e dar oportunidade ao
aluno de demonstrar sua criatividade com produtos artesanais, bem como produtos
oriundos da agricultura familiar, incentivando ao empreendedorismo como fonte de
renda.
Torneio CEEBJA - Realizado entre os alunos do Centro, das APEDs e equipes
convidadas. Trata-se de um torneio de Futsal, realizado anualmente no ginásio de
Esportes, objetivando o lazer e a integração entre os alunos do Centro e das APEDs.
Festa Junina - Evento tradicional aguardado pelos alunos tanto do Centro
como das APEDs, proporciona momentos de lazer entre os educandos e seus
familiares, professores e funcionários, quando são realizadas as atividades típicas
dessas festas.
Noite Cultural - Realizada anualmente com o objetivo de descobrir talentos
artísticos da escola. Também como forma de descontração entre alunos, professores
e agentes educacionais.
Sarau Cultural Literário - Evento realizado com o intuito de aprofundar de
forma lúdica, informações, conhecimentos e curiosidades sobre a História e Cultura
Afro-Brasileira, Africana e Indígena.
Seminário - Evento realizado no dia 20 de novembro – Dia da Consciência
Negra – com o objetivo de mostrar todas as atividades desenvolvidas durante o ano
letivo, pela equipe multidisciplinar e toda a comunidade escolar.
Olimpíadas de Matemática (OBMEP) - Evento de nível nacional que
oportuniza os educandos da rede pública participar de provas para evidenciar o
conhecimento de matemática.
Exames Online - Este estabelecimento escolar oferta Exames Online,
atendendo ao disposto na Lei 9694/96, autorizado e credenciado pela SEED, por
meio de edital próprio, emitido pelo Departamento de Educação e Trabalho (DET).
40
Formação continuada - A formação continuada dos professores(as) e equipe
técnico pedagógica, vem acontecendo por meio de Formação em Ação nas
Semanas Pedagógicas, Formação disciplinar, Grupo de Trabalho em Rede (GTR),
PDE Programa de Desenvolvimento Educacional, Formação Disciplinar, Cursos on-
line, Formação para as Equipes Multidisciplinares e Brigadistas.
Confraternização - Evento realizado ao final do ano letivo onde as famílias
são convidadas para participar de uma cerimônia de formatura para os alunos
concluintes, seguido de um jantar de confraternização.
3.21. DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS
Os desafios sócios educacionais expressam conceitos e valores básicos à
democracia e à cidadania. Tais desafios são temas que permeiam todas as áreas do
conhecimento. Neste sentido, as Leis, Decretos e portarias que tratam dos Desafios
Educacionais Contemporâneos, reafirmam, ratificam a tarefa educacional e são
trabalhados por todas as disciplinas constantes na matriz. Todos os desafios estão
contemplados nas PPCs da EJA: Federal Nº 9.795/99 e Deliberação Nº 04/2013 do
CEE/PR – Educação Ambiental; Decreto 4201/02 - Educação Fiscal; Decreto No
1.143/99 - Educação Tributária; Lei Nº 11525/07 - Enfrentamento à Violência contra a
criança e adolescente; Lei Nº 11.343/06 - Prevenção ao Uso Indevido de Drogas e à
violência; Lei Nº 10.639/03 e Lei Nº 11.645/08 - As Relações Étnico-Raciais e o
ensino de História e cultura Afro-brasileira e africana e Indígena; Decreto Nº
1.143/99 e Portaria Nº 413/2002 - Cidadania e Direitos Humanos; Lei Nº 11.733/97 –
Gênero e Diversidade Sexual, Diversidade Educacional e Inclusão; Lei Nº 13.381/01
- História do Paraná, Lei Nº9.795/99; Educação do Campo; Lei Nº11.863/97-
Educação para o Envelhecimento Digno e Saudável; Lei Nº 10.741/2003 – Estatuto
do Idoso. Lei Estadual Nº 17650/13 – Educação Sexual e prevenção à AIDS e DST;
Lei Nº 9503/97 – Educação para o Trânsito; Lei Federal Nº 12852/13 – Estatuto da
Juventude; Lei Nº 11.769/08 – Musicalização; Decreto Federal Nº 7257/10, Decreto
Estadual Nº 4837/12 e Instrução Nº 024/12 – SEED/SUED – Brigada Escolar.
Para o trabalho efetivo em sala de aula, cada docente escolhe os temas que
mais se adequam à sua disciplina e os contemplam no Plano de Trabalho Docente,
com o qual devem trabalhar durante todo o ano letivo.
41
3.22. REGISTROS DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
A Equipe Pedagógica, dentro das suas atribuições, acompanha toda a prática
pedagógica dos docentes da Instituição. No início do ano letivo, todos os Planos de
Trabalho Docente são analisados como documento em que os professores definem
e delineiam o trabalho a ser realizado em uma turma específica durante um bloco,
ou em turmas de organização individual. A análise é feita seguindo um roteiro para
elaboração, com itens específicos para a EJA. Quando o P.T.D. não respeitar a
inclusão de todos os itens, é devolvido ao docente com indicação dos itens faltantes.
Depois de reorganizado, uma cópia é arquivada para a Equipe Pedagógica. A cada
encontro para replanejamento, o processo é repetido. Os registros são feitos em
fichas Individuais.
O Livro Registro de Classe (L.R.C.) é visto constantemente pelos pedagogos.
O L.R.C. da EJA tem campos e registros diferentes do ensino regular e por isso
necessitam de acompanhamento e orientações. A cada bloco concluído, o livro é
recolhido, vistados, entregue à secretaria para inserção no sistema SEJA e
arquivado. Os registros das observações, orientações e ou conclusão são feitos em
ficha individual do docente.
As fichas individuais utilizadas no sistema individual de ensino são recolhidas
semestralmente para análise e acompanhamento. As observações necessárias são
feitas em devolutiva escrita ao docente e os registros feitos em ficha individual.
O CEEBJA utiliza diferentes livros ata para registro: reunião com pais,
conselho de avaliação, convocação do quadro funcional, equipe multidisciplinar,
plano de abandono e ocorrências. Estes livros ficam disponíveis à comunidade
escolar.
3.23. RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Relações interpessoais positivas entre professores e alunos são fundamentais
no processo de ensino e aprendizagem. Quando professor e aluno trocam
impressões da realidade, informações e opiniões, ambos acabam crescendo. Para
Freire: “O clima de respeito que nasce de relações justas, sérias, humildes,
generosas, em que a autoridade docente e as liberdades dos alunos se assumem
eticamente, autentica o caráter formador do espaço pedagógico” (1996, p. 103).
No CEEBJA, compartilha-se a ideia de que ensinar é trocar informações, é
42
contribuir para a reconstrução de conhecimento dos alunos e principalmente para
que cresçam como pessoas.
Nesta Instituição, em todos os momentos de formação coletiva, as equipes
diretiva e pedagógica abordam constantemente esse tema, enfatizando que o
relacionamento entre educadores e alunos, deve pautar-se no equilíbrio e na
compreensão, onde o papel dos educadores é atender os alunos com manifestações
de afeto, sem abrir mão dos limites necessários para que se construa uma dinâmica
de respeito a todos que interagem neste grupo. Os alunos precisam ter seus
espaços, pois é também na escola que eles aprendem a defender seus argumentos
e firmar suas posições.
3.24. GESTÃO ESCOLAR
A gestão escolar preocupa-se com o todo da escola, busca atender as
exigências de todos os setores que direta ou indiretamente estão envolvidos com a
atividade fim da escola, ou seja, ensinar com qualidade visando a formação plena do
cidadão.
Para que o processo de ensino e aprendizagem ocorra e a escola cumpra sua
função social, tudo deve funcionar harmônica e sistematicamente. Todo o sistema
escolar, todos os dias devem ser acionados para que o ato de ensinar aconteça com
qualidade, envolvendo desde o agente educacional I, responsável pela ordem dos
espaços físicos, da merendeira, do trabalho burocrático dos agentes educacionais II,
da equipe pedagógica, de todos os recursos humanos que dão o suporte necessário
para que o/a professor/a realize as mediações pedagógicas necessárias para que o
aluno vá se apropriando contínua e gradativamente dos conteúdos escolares que
impactarão positivamente toda a sua vida.
É neste cenário que a importância da gestão se manifesta, pois sem uma
liderança comprometida, as várias engrenagens que compõem o sistema podem
falhar, afetando sobremaneira o motor e/ou o coração da escola, ou seja, a atividade
pedagógica. Desta forma, a gestão escolar abrange a gestão pedagógica,
administrativa, financeira e de recursos humanos.
A gestão pedagógica organiza, planeja e administra a área educativa,
embasada nas diretrizes, PPP, PPC, PTD e demais legislações vigentes. Gestão
administrativa: organiza e administra a estrutura física, os equipamentos, materiais
necessários para o funcionamento das aulas e dos projetos propostos pelos
43
professores e equipe pedagógica. Gestão financeira: organiza juntamente com as
instâncias colegiadas o orçamento da escola, responsabilizando-se em distribuir de
forma ordenada a verba para os diferentes setores da escola. Cuida de toda a parte
financeira, abrangendo o fluxo de caixa, definição de orçamento, operacionalização,
sistema GRF, prestação de contas, etc. Gestão de recursos humanos: organização
de pessoal, ou seja, de toda a comunidade que faz parte do ambiente escolar
(alunos, professores, funcionários, pais e comunidade em geral). A principal missão
é proporcionar satisfação e, consequentemente um ambiente de trabalho que
favoreça o rendimento das atividades, preserve os direitos de todos, bem como a
observância dos deveres atribuídos a cada um. Todas as atribuições das pessoas
que compõem a instituição estão explicitadas no Regimento Escolar.
3.25. PROCESSO DE TRANSIÇÃO
Para que o aluno tenha uma transição de etapas educacionais equilibradas e
consiga manter a motivação para os estudos, é necessário repensar o papel da
escola em cada modalidade/etapa de ensino. Isso requer um trabalho conjunto entre
a rede municipal e estadual, estadual/estadual, estadual/privada.
O CEEBJA recebe, todos os anos, alunos oriundos do Ensino Fundamental
Fase I sob responsabilidade do município. Muitos destes alunos chegam semi
alfabetizados, com dificuldades acentuadas de aprendizagem. A transição da fase I
para a fase II nem sempre é tranquila, pois estes alunos se deparam com um
sistema de organização diferente, carga horária determinada para cumprir, horários
diferenciados, oito disciplinas, das quais poderão cursar até quatro, se o horário
permitir, professores específicos, etc. Para alguns, a fase de adaptação é rápida e
para outros é um pouco mais demorada, dependendo do grau de dificuldade.
Quando este aluno é avaliado e oriundo da educação especial, é encaminhado para
a sala de recursos.
Com o crescente perfil juvenil dos alunos da EJA, alimentado através da
prática da transparência compulsória e/ou “induzida”, realizada por direções das
escolas para os alunos com idade igual ou superior a 15 anos, que se encontram em
defasagem idade/série, estes adolescentes ao ingressarem na EJA, tem na sua
imensa maioria 25% ou 50% de aproveitamento de estudo, ou seja, o 6º ou 7º ano.
Ao recebermos esses adolescentes, colocam-se novos desafios aos educadores e a
escola como um todo, pois temos que lidar com esses jovens que descaracterizam
44
um tanto quanto a EJA, levando a perda da identidade dessa modalidade. Para que
isso não ocorra, o trabalho principalmente da equipe pedagógica é fundamental, pois
é preciso introduzir este educando num ambiente escolar completamente diferente
daquele que o adolescente conhece. Diferente na forma organizacional, espacial,
temporal e cultural, enfim, um ambiente ocupado por colegas de faixas etárias
diferentes as suas, em geral pouco tolerantes com a efusão e expressividade juvenil,
causadora de conflitos.
Sendo assim, a inserção desses adolescentes na EJA, requer muito diálogo
das equipes diretiva, pedagógica e administrativa, no sentido de acolher bem estes
adolescentes inserindo-os às rotinas da EJA e extirpando toda e qualquer postura
negativa que rotule negativamente esses indivíduos, sem, no entanto, nunca
esquecer que a EJA é prioritariamente destinados a educandos jovens, adultos e
idosos que não puderam escolarizar-se em idade própria.
A transição do Ensino Fundamental Fase II para o Ensino Médio para aquele
aluno que concluiu o ensino fundamental no CEEBJA, ocorre de forma harmônica
tendo em vista que este aluno já está habituado com as rotinas da escola.
3.26. ABANDONO ESCOLAR
Um dos mais sérios, senão o maior problema enfrentado pela EJA é sem
dúvida alguma a evasão escolar. Muitos são os motivos que levam os educandos da
EJA a abandonarem a escola, entre eles destacam-se: a necessidade de trabalhar
para o sustento da família ou do seu próprio, a pobreza absoluta, os conflitos
familiares (ciúmes), a distância da moradia da escola, a falta de transporte, etc. Os
altos índices de evasão devem-se também aos muitos fracassos vivenciados pelos
alunos ao longo de sua vida, e quando retornam aos bancos escolares sentem-se
constrangidos, assumem que são culpados pela situação indesejável em que se
encontram, e neste momento é preciso muito acolhimento, muita valorização.
Assim como a vida do nosso educando é instável, a EJA também é, isto
significa que a ausência do nosso educando por um longo período, nem sempre
representa um abandono definitivo, muitas vezes essa ausência é o tempo que ele
está envolvido com um trabalho sazonal, e tão logo termine, ele voltará, para cursar
mais uma disciplina ou terminar aquela já iniciada. No ano seguinte a história se
repete e é assim que ele vai buscando estratégias de sobrevivência e de
escolarização. Alguns desses alunos só retornam anos mais tarde, quando atingem
45
maturidade ou os desafios da vida adulta os levam a buscar estratégias de
sobrevivência que só a escola pode proporcionar via qualificação para o trabalho e
cidadania.
O CEEBJA, assim como as escolas regulares, participa do Programa de
Combate ao Abandono Escolar. Este programa é um plano de ação destinado a
combater o abandono escolar nas instituições de ensino da Rede Estadual de
Educação. Seu objetivo principal é resgatar estudantes com 5 (cinco) faltas/dias
consecutivas ou 7(sete) faltas/dias alternados por meio de ações integradas entre a
escola e o Conselho Tutelar, que unem forças para evitar que essas faltas se
configurem em evasão escolar.
Para que esta ação se efetive, o professor, ao perceber as constantes faltas
do aluno, preenche uma ficha (FICA), na qual descreve as datas de faltas e os
motivos apurados e entrega à Equipe Pedagógica que, como primeira ação, tenta,
via telefone, entrar em contato com os pais ou responsáveis. Quando este contato
não é possível e o aluno não retorna, esta ficha é enviada ao Conselho Tutelar com
o máximo de informações possíveis para facilitar a visita dos conselheiros às
famílias. Estes, após a visita, fazem uma devolutiva à escola, explicando quais foram
os encaminhamentos. Infelizmente muitos alunos voltam, mas são reincidentes,
outros não voltam.
3.27. MATERIAL DIDÁTICO
Na EJA, o Ensino Fundamental Fase II é contemplado com o Livro Didático
Público, desde o ano de 2011, porém o Ensino Médio nunca recebeu este material
de apoio. Nos últimos anos, o CEEBJA tem feito parcerias com algumas escolas
regulares que se dispõem a doar as sobras de Livros Didáticos que a escola não
utiliza, no entanto, nem sempre a quantidade disponibilizada é suficiente, assim
como também a escolha do livro não foi a mesma nas escolas parceiras e acabamos
recebendo livros de vários autores, o que impossibilita a utilização para todos os
alunos.
O livro didático público disponibilizado pela SEED em 2008, também vem
sendo utilizado pelos alunos e professores da SEDE e das APEDs.
Para suprir esta falta de Material de apoio, é prática corrente do CEEBJA, a
impressão de apostilas produzidas pelos professores das diversas disciplinas. Isso
vem onerando a escola devido ao alto custo destas impressões e encadernações.
46
3.28. GESTÃO DE CONFLITOS
A dinâmica das relações interpessoais na escola, nem sempre ocorrem
harmoniosamente. Os conflitos entre as pessoas surgem motivados por muitos
fatores, tais como competitividade, falta de comunicação, incompatibilidade
ideológica, informações divergentes, informações ocultas, função, hierarquia,
personalidade, questão de valores, visões de mundo, etc.
O conflito não é um mal em si, ele sempre está relacionado com diferentes
pontos de vista entre duas ou mais pessoas. O rótulo de algo ruim é devido aos
aspectos emocionais que surgem com ele, porém cada situação conflituosa, se
devidamente tratada, pode se revelar uma excelente oportunidade de reflexão e
aprendizado para todos. No CEEBJA, sempre quando surgem conflitos, na medida
do possível eles são resolvidos através do diálogo com as partes envolvidas.
Sendo assim, a boa gestão de conflitos impacta positivamente a instituição e
tornar-se um aliado para o crescimento de todos.
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4. MARCO CONCEITUAL
O marco conceitual do Projeto Político Pedagógico, expressa a opção teórica
a partir da realidade diagnosticada, ou seja, implica em definir e explicitar o conjunto
de ideias, de opções e teorias que orientarão a prática da escola. Através dele,
podemos definir com que tipo de sociedade a escola se compromete, qual sujeito ela
buscará formar e qual a sua intencionalidade política, social, cultural e educativa.
... A educação só pode se realizar através de mediações práticas que se desenvolvem a partir de um projeto educacional, vinculado, por sua vez, a um projeto histórico e social e que a instituição escolar é lugar por excelência desse projeto... (Antônio Joaquim Severino).
O papel político e pedagógico que a escola cumpre na sociedade, implica
reconhecer a educação como um ato político, com intencionalidade. Para Vieira
Pinto (2000), “... a educação é necessariamente intencional. Não se pode formar um
homem sem um prévio conceito ideal de homem. Este modelo, contudo, é um dado
de consciência e, portanto, pertence à consciência de alguém”.
Neste sentido, reforça-se a importância de compreender que o Projeto Político
Pedagógico traz concepções, visto que não existe neutralidade no fazer pedagógico.
Sobre isso, FREIRE afirma:
Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre isto e aquilo. Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a favor de não importa o quê. Não posso ser professor a favor simplesmente do Homem ou da Humanidade, frase de uma vaguidade demasiado contrastante com concretude da prática educativa. Sou professor a favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita ou de esquerda. Sou professor a favor da lista constante contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais. Sou professor contra a ordem capitalista vigente que inventou esta aberração: a miséria na fartura. (1996, p.115).
Compreender o papel político da escola, a forma como ela contraditoriamente
se vincula a um determinado projeto de sociedade, é fundamental para discutir a
importância e o significado que o Projeto Político Pedagógico assume na
organização do trabalho pedagógico escolar.
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4.1. CONCEPÇÃO DE MUNDO; SOCIEDADE; CIDADANIA
Para a construção de uma sociedade mais justa, a educação tem um papel
fundamental: formar cidadãos que sejam capazes de conhecer sua realidade e
conscientemente sejam capazes de interferir nesta realidade como sujeitos da
história. Segundo Paulo Freire:
O mundo não é. O mundo está sendo. Como subjetividade curiosa, inteligente, interferidora na objetividade com que dialeticamente me relaciono, meu papel no mundo não é só de quem constata o que ocorre, mas também de quem intervém como sujeito de ocorrências. Não sou apenas objeto da História, mas seu sujeito igualmente. (Freire, 2000, p. 85).
Segundo o dicionário Aurélio, “Cidadania é o exercício dos direitos e deveres
civis, políticos e sociais estabelecidos na Constituição de um país. A cidadania
também pode ser definida como a condição do cidadão, indivíduo que vive de
acordo com um conjunto de estatutos pertencentes a uma comunidade politicamente
e socialmente articulada”.
Sendo a escola uma instituição que trabalha com a educação formal, e a
mesma é de suma importância na construção da cidadania, onde o cidadão seja
capaz de conhecer seus direitos e deveres, bem como saber argumentar e refletir
sobre situações que venham a surgir em seu meio, isso para a escola é um grande
desafio. Freire estabelece a relação entre libertação e humanização: “A libertação
autêntica, que é a humanização em processo, não é uma coisa que se deposita nos
homens. Não é uma palavra a mais, oca, mitificante. É práxis, que implica a ação e a
reflexão dos homens sobre o mundo, para transformá-lo.” (1987, p.67).
4.2. CONCEPÇÃO DE HOMEM
Segundo Paulo Freire:
A existência humana não pode ser muda, silenciosa, nem tampouco pode nutrir-se de falsas palavras, mas de palavras verdadeiras, com que os homens transformam o mundo. Existir humanamente, é pronunciar o mundo, é modificá-lo. O mundo pronunciado, por sua vez, se volta problematizado aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles novo pronunciar. Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. A escola busca formar um cidadão que seja capaz de conduzir sua vida respeitando a diversidade cultural, ética e religiosa, sendo
49
assim, ele é preparado para ser o autor da sua própria historia, participando ativamente, articulando teria e prática, buscando uma sociedade democrática. (1987, p.78)
Sendo o homem um ser histórico, ele não pode ser compreendido ou
estudado de forma isolada, é necessário em cada momento da história, tentar
compreendê-lo, bem como as relações estabelecidas com o meio em que vive.
Sendo ele um ser social, estabelecendo relações com o outro nos diversos
segmentos da sociedade, é capaz de produzir a vida e interferir no meio em que
vive, tendo autonomia. Sendo o homem um sujeito ativo na história, capaz de
interpretar e participar da construção do mundo e de sua própria história, como
cidadão crítico, consciente e produtivo. O mesmo pode de forma intencional e
planejada agir na natureza, por meio do seu trabalho, transformando-a, buscando
mudanças para atender suas necessidades, dependendo muito de cada momento
histórico.
Com suas ações o homem ao longo da vida, acumula experiências e produz
seu próprio conhecimento e em contato com seu próximo tanto ele ensina como
aprende, adquirindo autonomia, regras e valores importantíssimos para a
convivência em sociedade.
4.2.1. ADOLESCÊNCIA, JUVENTUDE, ADULTO, IDOSO
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a adolescência constitui
um processo basicamente biológico, durante o qual se acelera o desenvolvimento
cognitivo e a estruturação da personalidade. Ela abrange as idades de 10 a 19 anos,
sendo subdivididas em pré-adolescência dos 10 aos 14 anos e adolescência de 15 a
19 anos de idade. O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA estabelece a
adolescência entre 12 e 18 anos incompleta.
O CEEBJA atende adolescentes a partir dos 15 anos de idade. A palavra
adolescência vem do latim e quer dizer começar a crescer. Este período da vida é
uma etapa entre a puberdade e a maturidade, caracteriza-se pelo desenvolvimento
emocional, mental, físico, sexual e social. Nesta etapa o indivíduo apresenta
mudanças no corpo e atinge a maturidade quando estabelece seu crescimento e
personalidade.
Nessa fase, devido ao desenvolvimento biopsicossocial, estes indivíduos
50
precisam de atendimento e cuidados especiais para seu pleno desenvolvimento.
A EJA deveria ser a escola dos jovens, adultos e idosos, porém ela deixou de
ser. Cada dia mais temos nos deparado com alunos adolescentes. Na sede do
CEEBJA, recebemos um alto número de adolescentes com defasagem idade série
que, ao completar 15 anos são transferidos do ensino regular para esta escola.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), 1985, o conceito juventude se
resume a uma categoria “essencialmente sociológica”, que indica o processo de
preparação para a vida adulta, no plano familiar e no profissional. A juventude é a
etapa que vai dos 15 aos 24 anos, mais especificamente dos 19 aos 24.
Segundo o dicionário Aulete (2008): Adulto é a “Pessoa que chegou ao pleno
amadurecimento e encontra-se entre a adolescência e a velhice”.
Grande parte dos educandos da EJA são adultos, pessoas que já adquiriram
pensamento lógico, autonomia, maturidade, mas que vivem em contínuo estado de
aprendizagem. A prevalência de idade desses educandos é de 18 aos 26 anos de
idade. Segundo Furter, “... o adulto é, também, um ser aperfeiçoável, perfectível,
mesmo dentro dos seus limites e limitações e, a capitalização das suas experiências
lhe impõe a possibilidade de modificar seu futuro em busca do equilíbrio”. (p. 85)
Para a EJA, segundo Oliveira:
O adulto, não é o estudante universitário, o profissional qualificado que freqüenta cursos de formação continuada ou de especialização, ou a pessoa adulta interessada em aperfeiçoar seus conhecimentos em áreas como artes, línguas estrangeiras ou música, por exemplo. Ele é geralmente o migrante que chega às grandes metrópoles proveniente de áreas rurais empobrecidas, filho de trabalhadores rurais não qualificados e com baixo nível de instrução escolar (muito freqüentemente analfabetos), ele próprio com uma passagem curta e não sistemática pela escola e trabalhando em ocupações urbanas não qualificadas, após experiência no trabalho rural na infância e na adolescência, que busca a escola tardiamente para alfabetizar-se ou cursar algumas séries do ensino supletivo. E o jovem, relativamente recentemente incorporado ao território da antiga educação de adultos, não é aquele com uma história de escolaridade regular, o vestibulando ou o aluno de cursos extra-curriculares em busca de enriquecimento pessoal. Não é também o adolescente no sentido naturalizado de pertinência a uma etapa biopsicológica da vida. Como o adulto anteriormente descrito, ele é também um excluído da escola, porém geralmente incorporado aos cursos supletivos em fases mais adiantadas da escolaridade, com maiores chances, portanto, de concluir o ensino fundamental ou mesmo o ensino médio. É bem mais ligado ao mundo urbano, envolvido em atividades de trabalho e lazer mais relacionadas com a sociedade letrada, escolarizada e urbana. (OLIVEIRA, 1999, p.2).
O estatuto do Idoso, Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, define idoso
pessoas com 60 anos ou mais. A população idosa vem aumentando muito nos
51
últimos anos. Com isso a realidade vem mudando, havendo a necessidade de
repensar todos os setores da sociedade como saúde, moradia, educação entre
outros a fim de garantir que o idoso seja inserido na sociedade e tenha uma melhor
qualidade de vida.
Encontramos hoje idosos muito mais ativos na sociedade, demonstrando uma
postura cada vez mais independente, buscando participar de atividades culturais,
políticas, sendo participativos nas comunidades que estão inseridos, demonstrando
que são bem diferentes da geração anterior. Esta nova geração de idosos está
desenvolvendo atividades que não puderam realizar durante a juventude. A maioria
percebe que agora é a oportunidade e o momento de buscar pelo sonho de concluir
os estudos, pois já não tem mais o dever com o trabalho e nem a responsabilidade
com os filhos, podendo ser eles mesmos a prioridade.
Muitas são as dificuldades que o idoso pode encontrar quando decide voltar
aos bancos escolares. Alguns docentes e colegas podem ver nele uma imagem de
incapaz. Quando o idoso retoma ou inicia seus estudos, eles procuram recuperar o
direito à educação formal que há tempos atrás lhes foi tirada, estes já têm uma
noção mais crítica de suas dificuldades e particularidades que ocorreram no passado
e das consequências que os levaram a ficar fora da escola na idade regular.
Segundo Pereira (2012), os idosos ao ingressar em uma escola “buscam uma
imagem de escola socialmente construída (sala de aula, professor, disciplina
escolar) e a convivência com outras faixas etárias” (p. 34).
Sabendo de todo este contexto atual, do aumento da população idosa na
escola, a mesma que recebe este aluno, não possui recursos adequados e
profissionais muitas vezes preparados para integrá-los ao ambiente escolar.
Percebe-se este fato principalmente na infraestrutura da escola, onde não há
rampas, sendo preciso ser feito o acesso às salas de aulas por meio de escadas,
cadeiras nada confortáveis, sendo que muitos apresentam problemas de saúde,
escassez no material didático e quando tem não é atrativo, entre outras questões.
Podemos perceber que grande parcela dos profissionais que atuam na EJA
não recebeu formação específica para trabalhar nesta modalidade de ensino,
tampouco para lidar com a grande especificidade que nela existe. Desta forma o
aprendizado da população idosa se torna mais difícil. Com isso, as atividades, os
objetivos, metodologias e especialmente os critérios avaliativos devem ser
repensados de forma a oferecer a todos, sem distinção, uma formação de qualidade.
As atividades e práticas desenvolvidas devem sempre estimular a participação do
52
idoso, que por vários motivos se sente incapaz de novas experiências e
descobertas. Muitas vezes a visão de improdutividade que eles têm deles mesmos,
ainda é reforçada pelos familiares, que vêem na velhice um ponto negativo e de
pessimismo. É de suma importância que o coletivo, família, escola e o próprio idoso
acreditem que “a velhice não é a trágica etapa final; tal como todos os estágios de
nossa vida, ela é também uma retomada” (SEVIERO, 2012, p. 31).
4.3. CONCEPÇÃO DE TRABALHO, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E
CULTURA
A partir das reflexões durante o processo de elaboração das Diretrizes
Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e Adultos, identificaram-se os
eixos cultura, trabalho e tempo como os que deverão articular toda ação
pedagógico-curricular nas escolas. Tais eixos foram definidos tendo em vista a
concepção de currículo como um processo de seleção da cultura, bem como pela
necessidade de se atender ao perfil do educando da EJA.
A cultura compreende toda forma de produção da vida material e imaterial e
compõe um sistema de significações envolvido em todas as formas de atividade
social. (Williams, 1992). Por ser produto da atividade humana, não se pode ignorar
sua dimensão histórica. No terreno da formação humana, a cultura é o elemento de
mediação entre o indivíduo e a sociedade, e nesse sentido, possui um duplo caráter:
remete o indivíduo à sociedade e é, também, o intermediário entre a sociedade e
formação do indivíduo. (Adorno, 1996).
A cultura compreende, portanto,
...desde a mais sublime música ou obra literária, até as formas de destruir-se a si mesmo, as técnicas de tortura, a arte, a ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as instituições sociais, as crenças, as formas de trabalhar. (Sacristán, 2001, p.105).
Como elemento de mediação da formação humana, torna-se objeto da
educação que se traduz, na escola, em atividade curricular. Desse modo, podemos
compreender o currículo como a porção da cultura – em termos de conteúdos e
práticas de (ensino, avaliação, etc.) - que, por ser considerado relevante num dado
momento histórico, é trazida para a escola, isso é, é escolarizada (Williams, 1984).
De certa forma, então, um currículo guarda estreita correspondência com a cultura
53
na qual dele se originou, de modo que ao analisarmos um determinado currículo,
poderemos inferir não só nos conteúdos que, explícita ou implicitamente, são vistos
como importantes naquela cultura, como, também, de que maneira aquela cultura,
prioriza alguns conteúdos em detrimentos de outros, isso é, podemos inferir quais
foram os critérios de escolha que guiaram os professores, administradores,
curriculistas, etc., que montaram aquele currículo. (Veiga-Neto, 1995)
Se a cultura abarca toda produção humana, inclui também, o trabalho e todas
as relações que ele perpassa. O trabalho compreende, assim, uma forma de
produção da vida material a partir do qual se produzem distintos sistemas de
significação. É a ação pela qual o homem transforma a natureza e, nesse processo,
transforma-se a si mesmo. É, portanto, produção histórico-cultural que atribui à
formação de cada novo indivíduo, também, essa dimensão histórica. A ênfase no
trabalho como princípio educativo não deve ser reduzida à preocupação em preparar
o trabalhador apenas para atender às demandas do industrialismo e do mercado de
trabalho, nem apenas destacar as dimensões relativas à produção e às suas
transformações técnicas (Arroyo, 2001). Os vínculos entre educação, escola e
trabalho situam-se numa perspectiva mais ampla, tendo em vista a constituição
histórica do ser humano, de sua formação intelectual e moral, sua autonomia de
liberdade individual e coletiva e sua emancipação.
Um dos fatores que leva os educandos da EJA a retornarem para a escola
está relacionado à elevação do nível de escolaridade para atender ao contexto atual
do mundo do trabalho. No entanto, cada educando que procura a EJA apresenta, em
sua particularidade, um tempo social e um tempo escolar vivido no decorrer de sua
vida, o que implica na reorganização curricular, dos tempos e espaços escolares
para atender o perfil daqueles que buscam a sua emancipação.
Do ponto de vista da dimensão social, pode-se dizer que os educandos
viveram e vivem tempos individuais e coletivos, os quais compreendem os
momentos da infância, da juventude, da vida adulta, no contexto das múltiplas
relações sociais.
Na dimensão escolar, o tempo de cada educando compreende um tempo
definido pelo período de escolarização e um tempo singular de aprendizagem, que
no caso dos educandos da EJA é bem diversificado, tendo em vista a especificidade
dessa modalidade de ensino que busca atender, ainda, o tempo de que o educando
dispõe para se dedicar aos estudos.
O tempo e o espaço são aspectos da cultura escolar e, portanto, fazem parte
54
da ação pedagógica, uma vez que regulam e disciplinam educandos e educadores
de formas diferenciadas de escola para escola ou mesmo de sistema educacional
para sistema educacional.
A organização do tempo escolar compreende três dimensões: o tempo físico,
o tempo vivido e o tempo pedagógico. O primeiro está relacionado ao calendário
escolar organizado em dias letivos, horas/aula e disciplinas que organizam e
controlam o tempo da ação pedagógica. O segundo, diz respeito ao tempo vivido
pelo professor nas suas experiências pedagógicas, nos cursos de formação, na
ação docente propriamente dita, bem como o tempo vivido pelos educandos nas
experiências sociais e escolares. O último compreende o tempo que a organização
escolar disponibiliza para a escolarização e socialização do conhecimento, e ainda,
o tempo de que o aluno dispõe para se dedicar aos afazeres escolares internos e
externos exigidos pelo processo educativo.
Na escola, a organização dos tempos está articulada com os espaços
escolares preenchidos pelos educandos em toda ação educativa. A organização
desses tempos e espaços compreende características que devem ser entendidas
como discursos que revelam, por exemplo, um espaço autoritário ou um espaço
democrático. Cabe destacar que a organização dos tempos e dos espaços escolares
interfere na formação dos educandos, seja para conformar ou para produzir outras
práticas de significação.
Pensar as práticas de significação que se devem gerar na escola, impõe estar
atento à dinâmica das relações sociais com o objetivo de
Democratizar o saber, a cultura e o conhecimento, bem como conduzir o educando a aprender o significado social e cultural dos símbolos construídos, tais como as palavras, as ciências, as artes, os valores, dotados da capacidade de propiciar-nos meios de orientação, de comunicação e de participação. (Arroyo, 2001, p.144).
Cultura e conhecimento são produzidos nas e pelas relações sociais. Desse
modo, o currículo não pode ser pensado fora dessas relações. Nessa perspectiva,
de acordo com Silva (2000a, p. 13), o currículo, tal como a cultura, é compreendido
como prática de significação, e como tal, vinculado à prática produtiva, às relações
sociais e de poder, enfim, uma prática que produz identidades sociais.
O homem, através da sua inteligência e de seu trabalho, pode mudar seu
modo de pensar e agir e consequentemente modificar sua vida. Os avanços
tecnológicos são resultado deste trabalho.
55
A tecnologia tem contribuído para remodelar e melhorar o trabalho
pedagógico dentro das Instituições de Ensino.
Freire, assim define o uso de tecnologias: “O uso de computadores no
processo de ensino aprendizagem em lugar de reduzir, pode expandir a capacidade
crítica e criativa de nossos meninos e meninas” (2000, p. 98).
A tecnologia pode ser definida como uma ferramenta aprimorada, que pode e
deve ser usada em todo ambiente educacional, pois ela pode contribuir no combate
das desigualdades sociais, dar mais condições de acesso aos avanços dos
conhecimentos produzidos pela humanidade e ajudar na diminuição da alienação
que muitos alunos se encontram. Para Paulo Freire: “O uso de computadores no
processo de ensino aprendizagem em lugar de reduzir, pode expandir a capacidade
crítica e criativa de nossos meninos e meninas” ( 2000(a), p. 98).
No entanto, Conforme a Declaração Mundial sobre Educação para Todos da
UNESCO, de março de 1990, em Jomtiem na Tailândia:
... mais de um terço dos adultos do mundo não têm acesso ao conhecimento impresso, às novas habilidades e tecnologias, que poderiam melhorar a qualidade de vida e ajudá-los a perceber e a adaptar-se às mudanças sociais e culturais. Para que a educação básica se torne equitativa, é mister oferecer a todas as crianças jovens e adultos, a oportunidade de alcançar um padrão mínimo de qualidade de aprendizagem.
É claro que hoje, anos depois desta declaração, muita coisa mudou, mas
infelizmente ainda vemos muitas pessoas sem acesso às tecnologias e entendemos
que o principal desafio em relação às tecnologias, hoje, seja resgatar, no campo
pedagógico, uma compreensão de que ela é “...uma atividade humana subordinada
a outras dimensões humanas, como a ética, a qual, por sua vez, depende da
verdade” (Silva, 2005). Por esta razão, não podemos colocar a tecnologia como
superior às demais dimensões da atividade humana, como superior à verdade e ao
bem.
4.4. CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO; ENSINO APRENDIZAGEM;
CONHECIMENTO; ESCOLA
Segundo a Constituição Federal, a educação fundamental é um direito de
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todos e dever do Estado. Educar é tornar o homem livre da condição de ser passivo
para um ser ativo, que busca, através do conhecimento, compreender a realidade
em que vive, transformando-a. Para Paulo Freire, o homem é um ser autônomo,
capaz de contribuir para uma real transformação do mundo.
Vitor Paro define a educação como:
Entendida a educação como apropriação da cultura humana produzida historicamente e a escola como instituição que provê a educação sistematizada, sobressai a importância das medidas visando à realização eficiente dos objetivos da instituição escolar, em especial da escola pública básica, voltada ao atendimento das camadas trabalhadoras... é pela educação que o ser humano atualiza-se enquanto sujeito histórico, em termos do saber produzido pelo homem em sua progressiva diferenciação do restante da natureza. (2003, p. 7).
Conhecimento é algo que se dá a partir das experiências do homem com o
meio em que convive. A aquisição do conhecimento é um processo
fundamentalmente humano, que não se dá de maneira individual, mas nas relações
sociais, que gera mudanças na sua forma de pensar e que, consequentemente
contribuirá para a mudança da sociedade.
Segundo Freire (1982): “Conhecimento, porém, não se transfere, se cria,
através da ação sobre a realidade “(p. 141).
Sonhamos com uma escola pública capaz, que se vá construindo aos poucos num espaço de criatividade. Uma escola democrática em que se pratique uma pedagogia da pergunta, em que se ensine e aprenda com seriedade, mas que a seriedade jamais vire sisudez. Uma escola em que, ao se ensinarem necessariamente os conteúdos, se ensine a pensar certo. (Freire, 2000 a, p. 24).
O eixo organizador da prática pedagógica está na aprendizagem,
entendendo que alguns alunos precisam de mais tempo e de metodologias
diferenciadas para garantir que ocorra a efetiva aprendizagem. A filosofia que
norteia o trabalho pedagógico do CEEBJA é a pedagogia histórico-crítica. Ela
respeita e considera os diferentes níveis de conhecimento que o aluno traz consigo,
pois estes conhecimentos são a base da sua formação cultural, adquirida no
convívio social. Aliada a esta concepção, na EJA, o modelo de educação que mais
se aproxima às necessidades do aluno adulto, é a Andragogia que é “... a arte ou
ciência de orientar adultos a aprender”. De origem grega, a palavra “andragogia” tem
como significado: andros-adulto e gogos-educar. Esta ciência considera, não apenas
para a fase de alfabetização, mas em qualquer nível em que o adulto se encontre,
57
que a fonte mais rica para a aprendizagem do adulto é a sua experiência, pois
através dela eles se sentem motivados para aprender.
A andragogia baseia-se nos princípios de necessidade de saber, autoconceito
do aprendiz, experiências, prontidão para aprender, contextualização, motivação e
autoestima. Nela, o foco da aprendizagem é naquilo que é necessário à vivência do
aluno na sociedade com ações que o irão ajudá-lo a enfrentar problemas reais do
cotidiano.
A educação de adultos exige uma inclusão que tome por base o reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Coloca-nos o desafio de pautar o processo educativo pela compreensão e pelo respeito do diferente e da diversidade: ter o direito a ser igual quando a diferença nos inferioriza e o de ser diferente quando a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princípios que regem a educação de adultos, há de buscar-se uma educação qualitativamente diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e igualitária, que a reconhece ao longo da vida como direito inalienável de todos. (SANTOS, 2004)
A escola precisa ser o espaço social responsável pela apropriação do
conhecimento. Seu papel é promover a relação entre os saberes populares e os
científicos. Não podemos mais conceber mais uma escola que fique alheia as
mudanças, a tecnologia e às questões sociais, precisamos de uma escola que
repense sua função social e busque garantir qualidade no processo ensino
aprendizagem.
É preciso que, pelo contrário, desde os começos do processo, vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado. É nesse sentido que ensinar não é transferir conhecimento, conteúdos, nem formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado ( Freire, 2000, p. 25).
4.5. CONCEPÇÃO ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Alfabetizar Jovens e Adultos é uma tarefa árdua, uma preocupação constante
que vai muito além da tarefa escolar, da educação formal, está relacionada a
sonhos, busca por mudança, expectativas, melhora na qualidade de vida.
Normalmente é no decorrer do tempo, depois da adolescência, que a pessoa
percebe a necessidade e a importância que tem o conhecimento escolar, passando
a buscá-lo. Os motivos do adulto de hoje não ter sido alfabetizado na faixa etária
adequada, podem ter sido várias, como o casamento precoce, o trabalho, falta de
58
acesso, ou difícil acesso à escola, evasão, preconceito em relação a mulher, e até
mesmo o desinteresse.
Para Aranha:
O homem iletrado chega humilde e culpado, mas aos poucos descobre com orgulho que também é um “fazedor de cultura” e, mais ainda, que a condição de inferioridade não se deve a uma incompetência sua, mas resulta de lhe ter sido roubada a humanidade. (1996, p.209)
Alfabetizar tais pessoas é proporcionar para elas grandes mudanças, uma
nova visão de mundo, a chance de ter uma vida melhor pelo menos com mais
oportunidades.
Sobre letramento, Soares define:
Letramento é, de certa forma, o contrário de analfabetismo, aliás, houve um momento em que as palavras letramento e alfabetismo se alteravam para nomear o mesmo conceito. Ainda hoje há quem prefira a palavra letramento eu mesma acho alfabetismo uma palavra mais vernácula que letramento, que é uma tentativa de tradução da palavra inglesa literary, mas curvo-me ao poder das tendências lingüísticas, que estão dando preferência a letramento. Analfabetismo é definido como o estado de quem não sabe ler e escrever, seu contrário, alfabetismo ou letramento, é o estado de quem sabe ler e escrever, ou seja:letramento é o estado em que vive o indivíduo que não só sabe ler e escrever, MS exerce as práticas sociais de leitura e escrita
que circulam na sociedade em que vive. (2007)
Muitos são os conceitos que definem alfabetizar como o ato de ensinar a ler e
escrever, porém aos poucos este conceito está sendo mudado para “letramento”,
que vai além de alfabetizar, letrar é a compreensão da leitura e escrita. O indivíduo
está alfabetizado quando aprende ler e escrever e letrado quando compreende o
que leu e escreveu, quando domina a leitura e a escrita e faz o uso social delas.
Ler e escrever é fundamental e também é uma arte, principalmente para
aqueles que não tiveram a oportunidade de estudar quando crianças e depois de
adultos viram a necessidade de buscar pela leitura e escrita. Nos últimos tempos a
oferta do ensino tem aumentado e também o acesso a escola não é tão difícil,
porém, para muitos o acesso ainda é limitado, nem todos tiveram ou tem a
oportunidade de alfabetizar-se na infância.
O processo de alfabetização na EJA é um pouco diferente, com os jovens e
adultos a alfabetização não acontece da mesma forma que com a criança, os
adultos necessitam de incentivo, de motivação, de ser reconhecido o conhecimento
informal que trazem consigo, não deixando que os problemas do dia a dia os
59
desestimulem e os afastem da escola.
Segundo Libâneo:
A motivação é a chave para o sucesso da educação de jovens e adultos, desmotivados eles não conseguirão enfrentar as barreiras cotidianas, tudo se tornará mais difícil, cabe aos professores e a escola em geral incentivá-los para que não desistam. (2003, p.53)
O professor precisa conhecer e utilizar diferentes metodologias para atender
este aluno.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional assegura o direito à
educação gratuita para jovens e adultos que não tiveram acesso na idade própria,
além disso, o poder público deve assegurar acesso e permanência deste alunado na
escola.
4.6. CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO
Historicamente, a cultura curricularizada tem privilegiado uma forma mecânica e instrumental de organização dos saberes. A lógica disciplinar que hierarquiza e fragmenta o conhecimento, limita a possibilidade de uma aprendizagem reflexiva, crítica e, portanto, significativa. (Paraná, 2005, p. 41)
Saviani compreende currículo como a “... organização do conjunto das
atividades nucleares distribuídas no espaço e tempos escolares, um currículo é,
pois, uma escola funcionando, quer dizer, uma escola desempenhando a função que
lhe é própria” (1992, p. 36.)
A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade da Educação Básica e
adota os mesmos conteúdos curriculares previstos nas Diretrizes Curriculares da
Educação Básica do Estado do Paraná.
Para que ocorram mudanças na forma de organizar o conhecimento na
escola, é imprescindível que toda a ação educativa esteja voltada para os
educandos. É preciso rever a cultura escolar em seus aspectos limitadores, como
por exemplo, nas práticas formais de planejamento que desconsideram a
dinamicidade e a concretude dos processos de ensino e aprendizagem, nas aulas
distanciadas da realidade de referência do educando, nas práticas de avaliação
60
coercitivas e burocráticas, na ausência de interlocução entre a escola e a
comunidade, dentre outras.
O currículo, entendido como seleção da cultura, como processo ordenador da
socialização do conhecimento que engloba toda a ação pedagógica, é o principal
elemento de mediação da prática dos educadores e educandos. Por isso, a
organização dos espaços, dos tempos escolares e da ação pedagógica deve ser
objeto de reflexão entre os educadores e educandos para que o currículo seja
significativo.
Nessa perspectiva, o currículo não é neutro e deve ser compreendidas em
suas três dimensões: currículo formal ou prescrito, currículo vivo ou real e currículo
oculto.
O currículo formal tem suas bases assentadas na regulação prévia
estabelecida seja pela escola, seja pelo sistema educacional. É o que se prescreve
como intenção na formação dos indivíduos.
O currículo real ou vivo, é aquele que acontece na sala de aula e produz e
reproduz usos e significados, por vezes, distintos das intenções pré-determinadas no
currículo formal. Nele se explicitam, com maior nitidez, as visões de mundo e as
ações dos diferentes sujeitos da prática educativa no espaço escolar.
O currículo oculto é inerente a toda e qualquer ação pedagógica que media a
relação entre educador e educando no cotidiano escolar, sem estar, contudo,
explicitado no currículo formal. Desde a organização do horário das aulas, a
organização da entrada dos educandos na escola, os métodos, as ideologias, a
organização do espaço e do tempo, bem como todas as atividades que, direta ou
indiretamente disciplinam, regularizam por meio de normas as atitudes, os valores e
comportamentos do educandos.
Se o currículo orienta toda a ação pedagógica, ele deve expressar os
interesses dos educadores e educandos: o conhecimento necessário para a
compreensão histórica da sociedade; metodologias que dêem voz a todos os
envolvidos nesse processo; bem como uma avaliação que encaminhe para a
emancipação.
O currículo na EJA não deve ser entendido, como na pedagogia tradicional,
que fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza nas matérias escolares,
mas sim, como uma forma de organização abrangente, na qual os conteúdos
culturais relevantes estão articulados à realidade na qual o educando se encontra,
viabilizando um processo integrador dos diferentes saberes, a partir da contribuição
61
das diferentes áreas/disciplinas do conhecimento.
4.7. CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM,
RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS E POSSIBILIDADES DE
INTERVENÇÃO DO PROFESSOR NO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE
Compreendemos avaliação como uma prática que alimenta e orienta a
intervenção pedagógica. Um dos principais componentes do ensino, pelo qual se
estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Sua finalidade é acompanhar e
aperfeiçoar o processo de ensino e aprendizagem, diagnosticar os resultados e
atribuir-lhes valor. Conforme consta no Manual de Orientações da EJA e nas DCEs,
durante o processo de ensino-aprendizagem, a avaliação deve ser diagnóstica,
possibilitando ao professor obter informações necessárias para propor atividades e
gerar novos conhecimentos; contínua, permitindo a observação permanente do
processo ensino-aprendizagem e possibilitando ao educador repensar sua prática
pedagógica; sistemática, acompanhando o processo de aprendizagem do educando
e utilizando instrumentos diversos para o registro do processo; abrangente,
contemplando a amplitude das ações pedagógicas no tempo-escola do educando e
permanente, permitindo avaliar constantemente a aquisição dos conteúdos pelo
educando no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho pedagógico da
escola.
De acordo com Hoffmann, a avaliação deve ter um caráter mediador:
A avaliação, enquanto relação dialógica vai conceber o conhecimento como apropriação do saber pelo aluno e também pelo professor, como ação-reflexão-ação que se passa na sala de aula em direção a um saber aprimorado, enriquecido, carregado de significados, de compreensão. Dessa forma, a avaliação passa a exigir do professor uma relação epistemológica com o aluno – uma conexão entendida como reflexão aprofundada a respeito das formas como se dá a compreensão do educando sobre o objeto do conhecimento. (1991)
Avaliação é um instrumento que possibilita a retomada de ações
pedagógicas em favor de uma aprendizagem significativa. Para o educador e para o
62
educando constitui-se em um “recurso pedagógico útil e necessário na busca e na
construção de si mesmo e do seu melhor modo de estar na vida”. (Luckesi, 2000 in
Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos, 2006)
Como afirma Vasconcelos:
O professor que quer superar o problema da avaliação precisa, a partir de uma autocrítica: abrir mão do uso autoritário da avaliação que o sistema lhe faculta, lhe autoriza; rever a metodologia do trabalho em sala de aula; redimensionar o uso da avaliação (tanto do ponto de vista da forma como do conteúdo); alterar a postura diante dos resultados da avaliação; criar uma nova mentalidade junto aos alunos, aos colegas educadores e aos pais. (1994, p.54)
Conforme as Diretrizes, toda ação em sala de aula é uma ação política. A
avaliação é um ato político a favor de um modelo de sociedade para a qual se quer
formar a pessoa. Na EJA é um momento de romper com a dicotomia
objetividade/subjetividade, com a alienação, é um momento, conforme disse
Mészáros (2004), citando Gramsci, de “resgatar o sentido estruturante da educação
e de sua relação com o trabalho, as suas possibilidades criativas e emancipatórias”.
O autor resgata também no texto (Paracelso apud Mészáros, 2002), de que “a
aprendizagem é a nossa própria vida, desde a juventude até a velhice, de fato quase
até a morte; ninguém passa dez horas sem nada aprender”.
A recuperação de estudos ocorre, conforme o Manual de Orientações da EJA
e da DCE da EJA, “... concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem,
considerando a apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os
educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos”. Quando o
aluno conclui a carga horária da disciplina e não consegue a média mínima de 6,0
em todas as notas necessárias, mesmo tendo feito a recuperação concomitante, o
professor pode requerer reunião com o Conselho de Avaliação e este poderá indicar
seu remanejamento para a organização individual, desde que exista a oferta nesta
modalidade. Em caso da não oferta, o aluno poderá continuar cursando a disciplina
no coletivo, no seu ritmo e tempo necessários para que o aluno se aproprie dos
conteúdos e atinja a média necessária para lançamento no Sistema SEJA. Qualquer
que seja o encaminhamento decidido em reunião deve ser lavrado em ata, em livro
próprio da Instituição.
Nesse caso, deve ser registrado Ata, constando a carga horária necessária para a recuperação dos conteúdos, a qual deverá ser encaminhada ao NRE para ciência e acompanhamento. O docente da disciplina deverá registrar
63
no mesmo Livro Registro de Classe, a carga horária extra, assim como os conteúdos que estão sendo ministrados, as atividades de recuperação e as avaliações. Esses registros devem ser vistados pelo Professor Pedagogo e posteriormente pelo NRE. A carga horária frequentada a mais na Organização Coletiva, não será computada na carga horária total da disciplina. (Manual da EJA, p.12)
4.8 CONCEPÇÃO DE GESTÃO ESCOLAR
Gerir uma Instituição Escolar é administrar o todo da escola. Em outras
palavras, quer dizer que a gestão procura atender todos os setores que envolvem
essas práticas, desde estrutura física, funcionários, pais, alunos, questões
administrativas, financeiras e especialmente pedagógicas.
A gestão escolar, expressa na Lei 9394/96, corporificou como princípio no
âmbito da educação brasileira o seu caráter democrático, quando no capitulo III,
inciso VI a LDB salienta que os sistemas de ensino definirão as normas de gestão
democrática do ensino publico na educação básica, de acordo com suas
peculiaridades, conforme os seguintes princípios: Participação dos profissionais da
educação na elaboração do PPP; Participação da comunidade escolar e local em
conselhos escolares equivalentes;
Desta forma a gestão democrática se concretiza através das instancias
colegiadas que garantem representatividade, continuidade e legitimação da escola.
Estes órgãos representados pelo Conselho Escolar, Associação de Professores,
Alunos e Funcionários (APAF) e Grêmio Estudantil, auxiliam na tomada de decisões,
favorecendo todos os segmentos da escola, zelando pelos interesses, crenças e
reivindicações.
Segundo Luck:
O fim último da gestão é a aprendizagem efetiva e significativa dos alunos, de modo que, no cotidiano que vivenciam na escola desenvolvam as competências que a sociedade demanda, dentre as quais se evidenciam pensar criativamente: analisar informações e proposições diversas, de forma contextualizada; expressar idéias com clareza, oralmente e por escrito; empregar a aritmética e a estatística para resolver problemas; ser capaz de tomar decisões fundamentadas e resolver conflitos.( LUCK, 2008)
O Projeto Político Pedagógico é o instrumento de concretização da gestão
democrática, pois sua elaboração deve ter participação coletiva da comunidade
escolar e sociedade. Para Gadotti (2000, p.71) “... construir o PPP da escola e
64
mantê-la em constante estado de reflexão e elaboração numa esclarecida
recorrência as questões relevantes de interesse comum e, historicamente
requeridos”.
A boa gestão deve se capaz de promover ações educativas de qualidade,
com condições de atendimento a toda a comunidade escolar, respeitando as
especificidades de cada aluno, de cada família com o objetivo de construir o
conhecimento através de práticas educacionais participativas que possam fazer de
cada um, um cidadão atuante, participativo e transformador.
4.9 FORMAÇAO CONTINUADA DO PROFESSOR E A DINÂMICA DE
SUA PRÁTICA EM SALA DE AULA
Formação é uma constante na vida do profissional professor. É através da
formação continuada que o professor pode aperfeiçoar sua prática docente, refletir
sobre ela e se adaptar às mudanças ocorridas na sociedade atual e no campo
educacional, superando as dificuldades que surgem dia a dia na sala de aula,
ressignificando conceitos de aula, aluno, aprendizagem e ensino.
Olhar e compreender a sociedade na qual estamos inseridos, com uma visão
crítico-reflexivo, é dar possibilidade de entender problemas que surgem no dia a dia
e proporcionar possíveis soluções. Por meio do processo de formação, das teorias
educacionais, o docente pode, através de sua própria investigação, compreender e
analisar o seu “ensinar” e desenvolver métodos e técnicas de aperfeiçoamento das
suas atividades docentes.
É de suma importância que os professores através do dialogo, da
investigação, tenham conhecimento do seu aluno, buscando saber de suas
particularidades, seus anseios, suas angústias e questionamentos, principalmente
as dificuldades e necessidades na aprendizagem, deixando assim de ser uma
transmissão do conhecimento, tornando-se uma aprendizagem significativa
embasada na realidade do educando. Segundo Freire (2001, p. 52); “O que se
pretende com o diálogo é a problematização do próprio conhecimento em sua
indiscutível relação com a realidade concreta na qual se gera e sobre a qual incide,
para melhor compreendê-la, explicá-la, transformá-la”. Caracterizando-o em ação-
reflexão. Desta forma a pratica docente, deve estar embasada em bases teóricas.
65
A Educação de Jovens e Adultos, além do conhecimento formal deve servir
como um apoio, algo que os incentive a buscar melhoria em suas vidas. Para isso, o
educador precisa buscar formas de intervenção, sempre dialogando com o
educando, o importante não e só passar conteúdos, muitas vezes longe da sua
realidade, porém despertar e buscar conteúdos que venham de encontro com suas
experiências vividas, quando isso acontece, suas aulas não se tornam fragmentadas
e descontextualizadas. Vê-se, assim, a exigência de formação específica para atuar
na EJA, evidenciado pelo Parecer CEB/CNE 11/2000: "Trata-se de uma formação
em vista de uma relação pedagógica com sujeitos, trabalhadores ou não, com
marcadas experiências vitais que não podem ser ignoradas" (p. 58).
Como consta na V Conferência Internacional de Educação de Adultos –
CONFINTEA:
A educação de adultos engloba todo o processo de aprendizagem, formal ou informal, onde pessoas consideradas "adultas" pela sociedade desenvolvem suas habilidades, enriquecem seu conhecimento e aperfeiçoam suas qualificações técnicas e profissionais, direcionando-as para a satisfação de suas necessidades e as de sua sociedade. A educação de adultos inclui a educação formal, a educação não-formal e o espectro da aprendizagem informal e incidental disponível numa sociedade multicultural, onde os estudos baseados na teoria e na prática devem ser reconhecidos. (Declaração de Hamburgo sobre Educação de Adultos, V CONFINTEA, UNESCO, 1997, p. 42)
Deste modo, muitos educadores da EJA adquirem e aperfeiçoam seus
conhecimentos na prática e através das formações feitas, pois na sua formação
inicial os conceitos recebidos para trabalhar com o adulto são insuficientes. A partir
deste pressuposto, compreendemos que “... o professor cotidianamente vai
construindo e reconstruindo sua prática pedagógica, a partir de novas experiências
e conhecimentos. Sendo necessário combinar elementos teóricos com situações
práticas reais”. (LIBÂNEO, PIMENTA, 1999).
4.10. AVALIACAO INSTITUCIONAL
Avaliação institucional consiste em um processo que engloba diferentes
questões de organização administrativa, financeira e pedagógica escola. Seu
objetivo maior e a superação dos problemas e conflitos internos e a reorientação da
66
pratica pedagógica para a melhoria da qualidade de ensino.
Um Processo de Avaliação Institucional é um processo democrático, contínuo,
transparente e ético que busca identificar falhas e replanejar ações conjuntas da
comunidade escolar e seu constante aperfeiçoamento em prol de um bem comum.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394/96, discorre em
diferentes artigos a necessidade de a escola manter padrão de qualidade na oferta
do processo de ensino e de aprendizagem: o artigo 3º, inciso IX, registra garantia de
padrão de qualidade. No artigo 4º, inciso IX, “padrões mínimos de qualidade de
ensino definidos como variedade e quantidade mínimas por aluno de insumos
indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem”. Com
base na lei, fica claro a necessidade de garantia de uma educação com qualidade
para todos os alunos, desta forma, a escola precisa, por meio de avaliações,
detectar possíveis falhas no processo administrativo, financeiro e pedagógico para
rápidas intervenções e mudanças para a garantia do alcance da função social da
escola que é a aprendizagem.
Avaliação não é habitual nas Instituições de Ensino, embora muitos
educadores reconheçam sua importância. A cultura de avaliativa ainda não foi
desenvolvida, no entanto, conhecer a escola para planejar mudanças e
intervenções, poderá se tornar uma prática constante, registrado no plano de ação
anual da escola, com cronograma de metas e ações a serem desenvolvidas e que
redefinira estratégias de aperfeiçoamento. Ela se tornará legitima a partir do
momento em que a escola estabelecer relações entre o Projeto Político Pedagógico
e a prática diária da instituição.
Há várias maneiras para se organizar a aplicação de instrumentos que compõem o processo de avaliação institucional, alguns aspectos, porém, são de relevância comum a qualquer tipo de organização: a garantia de que todos os segmentos da escola sejam avaliados e se auto avaliem, bem como o gestor escolar; a cientificidade do processo seguindo etapas como a coleta de dados, de maneira fidedigna, sigilosa, preservando o autor das informações; a divulgação e utilização dos resultados da avaliação. (Portal Educação, 2013)
Para uma avaliação eficaz e democrática, é necessário que todos os
segmentos da escola se unam na discussão e definição do processo avaliativo que
assegure um padrão de qualidade, que possa demonstrar uma visão clara do
funcionamento de todos os aspectos da escola, de suas relações, que mostrem
como pensam os diferentes segmentos, suas fragilidades, anseios e também os
67
pontos fortes. Estes dados poderão dar condições ao gestor de promover ajustes e
melhorias com maior sintonia de trabalho.
68
5. MARCO OPERACIONAL
O Projeto Político Pedagógico exige profunda reflexão sobre a finalidade da
escola, assim como a explicação de seu papel social e a clara definição de
caminhos, formas operacionais e ações a serem empreendidas por todos os
envolvidos com o processo educativo.
No marco operacional definimos a curto, médio e longo prazo, estratégias,
linhas de ação, normas, ações concretas permanentes e temporárias para responder
às necessidades apontadas a partir do diagnóstico, balizadas pela fundamentação
teórica, estabelecida no Marco Conceitual, assumida pela Escola, reorganizando o
trabalho nas perspectivas administrativa, pedagógica, financeira e político-
educacional tendo por referência a intencionalidade assumida.
O desafio que se impõe à comunidade escolar é de como trabalhar essas
questões na escola, dentro da sala de aula e no cotidiano das atividades formativas,
de tal forma que os educandos jovens e adultos consigam incorporar conhecimentos
e comportamentos que levem a uma transformação para uma sociedade mais justa
e humana.
5.1 AÇÕES DIDÁTICO PEDAGÓGICAS
REFLEXÃO PROBLEMA AÇÕES
EIXOS ARTICULA
DORES DA EJA:
CULTURA, TRABALHO E TEMPO
- Falta de compreensão teórica suficiente pelos docentes de como trabalhar os conteúdos escolares tendo como elemento norteador os eixos articuladores da EJA.
- Garantir que os eixos articuladores da EJA sejam inclusos em todos os documentos que norteiam o trabalho pedagógico, como PPC e Plano de Trabalho Docente. - Propor momentos de estudo acerca dessa questão, em todos os momentos de formação na escola.
DINÂMICAS E ROTINA
- Desconhecimento das dinâmicas exclusivas da EJA, por parte dos discentes que reiniciam os estudos no CEEBJA; - Esgotamento da capacidade física das salas de aula. - Falta de organização de um sistema de chamamento
- O trabalho feito diariamente para receber os novos alunos, na ordem de: passar pelos Agentes Educacionais II, os quais verificam a documentação, efetivam a matrícula, pela Equipe Pedagógica, que explica sobre a dinâmica da EJA, tem funcionado satisfatoriamente e deve continuar nos mesmos moldes, com ajustes que se fizerem necessário; - No início do ano letivo, muitas
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(lista de espera) para aqueles alunos com aproveitamento de estudos que podem aguardar a abertura da vaga sem prejuízo pedagógico.
pessoas procuram o CEEBJA para retornar aos estudos e com isso o fluxo de alunos é muito grande e devido à estrutura física da escola, torna-se impossível acolher a todos. Desta forma, uma lista de espera deve ser organizada, com nome, endereço e telefone atualizado para que assim que seja possível, este aluno possa ser chamado para iniciar seus estudos.
HORA-ATIVIDADE
- Otimização da H.A. de acordo com a instrução; (Professores têm aula em mais de uma escola; muitos aproveitam “janelas” para suas H.A.) -Horário da EJA incompatível para concentração de H.A.
- Acompanhamento pedagógico da H.A., através de um cronograma com periodicidade pré-definida pela Equipe Pedagógica.
FORMAÇÃO CONTINUA
DA
- O CEEBJA não conta com um projeto de formação continuada próprio; - Dificuldade para reunir todo o coletivo da escola nos momentos de formação ofertados pela SEED, pois todos são inscritos pelo SICAPE e acabam participando em outras escolas.
- Reivindicar junto ao NRE/SEED, formação específica em EJA e/ou autonomia para o CEEBJA definir as pautas dos seus momentos de formação. - Inserir momentos de formação em reuniões pedagógicas onde se consegue reunir todo o coletivo da escola.
PARTICIPA
ÇÃO DOS PAIS
- A demonstração de interesse dos pais em relação ao acompanhamento das atividades escolares dos filhos menores de idade é insuficiente. Com isso nos deparamos com muitos desafios, sendo o mais grave, a questão da evasão escolar.
- Buscar estratégias para maior envolvimento dos familiares e/ou responsáveis, fazendo reuniões Periódicas, eventos e semana da família na escola; - Proporcionar horários diferenciados para reuniões e atendimento de pais, dando oportunidade para todos participar.
ABANDONO E EVASÃO
- Grande êxodo de adolescentes com distorção idade/série do ensino regular para a EJA por problemas de indisciplina e/ou aprendizagem para os moldes da EJA;
- Mobilização da rede de proteção; - Controle rigoroso da frequência escolar, através do Programa de Combate à Evasão; - Trabalho integrado com o Conselho Tutelar e Patrulha Escolar;
70
ESCOLAR
- Fragilidade econômica e familiar; - Educandos incursos em ato infracional, cumprindo medidas sócio educativas; - Falta de colaboração e participação familiar.
- Comunicação constante com a família e /ou responsáveis.
CONTRADI ÇÕES E
CONFLITOS PRESEN
TES NA PRÁTICA PEDAGÓ
GICA
- Rotatividade docente, especialmente de PSS; - Faltas docentes que desestabilizam a rotina escolar; - Relógio Ponto. Esta ferramenta impõe rotina menos flexível, causando resistência de alguns; - Conflitos Geracionais; - Problemas domésticos; - Presença de crianças que precisam acompanhar suas mães à escola.
- Dar especial atenção ao professor “novo”, acerca das especificidades da EJA; - Estabelecer mecanismo eficiente de comunicação a fim de minimizar o impacto da falta docente; - Reiterar a importância da assiduidade e pontualidade de todos; - Desconstruir preconceitos em relação aos idosos e demais sujeitos da diversidade que compõem a EJA; - Flexibilizar o horário de saída para as mães que precisam buscar os filhos nos CMEIS; - Proporcionar momentos de formação com temas relacionados à: machismo; gravidez na adolescência, sexismo, etc. - Sensibilizar as mães sobre os riscos de se trazer crianças em ambiente com grande fluxo de pessoas;
RELAÇÕES DE
TRABALHO
- O espaço escolar é um local de convivência de múltiplos sujeitos, com necessidades e expectativas diferentes, que nem sempre convergem.
- Cultivar o espírito de equipe; - Estabelecer vínculos afetivos, de forma a não comprometer e não modificar a postura e a ética profissional; - Primar por um bom relacionamento entre professor/aluno, professor/professor, professor/direção, professor/agentes educacionais; agentes educacionais/alunos, agentes educacionais/direção, professor/pais, aluno/aluno; direção/pais, agentes educacionais/pais, agentes
71
educacionais/agentes educacionais, etc.; - Jamais abrir mão de limites; - Parar para ouvir o outro; - Respeitar as diferenças individuais; - Manter um ambiente motivado onde todos possam expressar suas potencialidades.
ORGANIZAÇÃO DOS EQUIPA
MENTOS FÍSICOS E PEDAGÓ
GICOS
- Computadores com o sistema Linux/Paraná Digital ultrapassados; - Manutenção inviável por falta de peças de reposição; - Espaço físico não adequado.
- Substituição gradativa dos computadores, através de verbas do PDDE;
DADOS ESTATÍSTI
COS
- O CEEBJA não participa de nenhuma avaliação externa que demonstre dados estatísticos;
- Através do sistema SEJA, é possível consultar o número de matrículas ativas, alunos desistentes e alunos concluintes. Com estes dados, no início do ano letivo, na semana pedagógica, a equipe pedagógica e diretiva, juntamente com a equipe docente e agentes educacionais pode analisar os resultados do ano anterior e a partir destes dados traçar ações que deverão nortear o trabalho, procurando reduzir os índices de evasão e desistência.
EXAMES ONLINE
- Laboratório de Informática precário para realização dos exames.
- Estudar alternativas com o NRE/SEED.
PROCESSO
DE AVALIAÇÃO
- Contemplar as experiências acumuladas e o trajeto educativo do aluno, tanto anterior ao reingresso na educação formal, como durante o atual processo de escolarização.
- Respeitar os saberes e a cultura do educando como ponto de partida real do processo pedagógico.
RECUPERAÇÃO
- Ofertar a recuperação de forma permanente e concomitante ao processo ensino e aprendizagem
- Orientar os docentes na organização de atividades significativas, por meio de procedimentos didático-metodológicos diversificados.
ORGANIZAÇÃO DE
INCLUSÃO
-Dificuldade de encaminhamento para atendimento especializado
- Buscar parcerias junto ao NRE, CREAS, atendimento especializado para alunos com necessidades;
72
PARA ALUNOS
COM NECESSIDA
DES ESPECIAIS/
SALA DE RECURSOS MULTIFUN
CIONAL
(fonoaudiólogo, psicóloga, neurologista); - Falta de interação do professor da classe comum com o professor SEM; - Falta de compreensão por alguns docentes sobre a importância da flexibilização curricular;
-Buscar articulação e interação entre os professores da Sala de Recursos Multifuncional, Sala de Aula comum e demais profissionais da escola, visando a melhoria na aprendizagem dos alunos necessidades especiais; - Orientar os demais professores quanto às dificuldades apresentadas pelos alunos de SRM.
ATIVIDADES COMPLE
MENTARES
- Muitos alunos não gostam de participar de atividades fora da escola;
- Continuar oferecendo essas atividades e introduzindo novos projetos de acordo com as necessidades da escola; - Pensar em novas estratégias de atendimento e participação, metodologia e didática para os alunos que se negam a participar de atividades extraclasse, com o intuito de não privar os demais a novos espaços e formas de aprendizagem.
DESAFIOS EDUCACIO
NAIS CONTEMPO
RÂNEOS
- Contemplar os Desafios no PTD e garantir que sejam trabalhados. - Compreensão sobre a importância de se trabalhar os temas/desafios educacionais contemporâneos.
- Acompanhamento pedagógico às práticas pedagógicas /curriculares elencadas nos PTDs. - Buscar estratégias de estudo/formação sobre a importância dos temas; - Trabalhar com e sobre a diversidade cultural usando-a como meio de superação à discriminação e a exclusão social.
REGISTROS DAS
PRÁTICAS PEDAGÓGI
CAS
- Registrar de forma compreensiva as ocorrências, falhas, acertos e ações referentes às práticas pedagógicas da escola.
- Reelaborar as fichas de acompanhamento das orientações feitas individualmente ao professor; - Tornar o registro diário de orientações docentes uma ação diária. (PTD, LRC, Fichas individuais do aluno e outros).
RELAÇÕES
- Gestão de conflitos cotidianos.
- Abordar em todos os momentos de formação coletiva este tema, enfatizando que o relacionamento entre educadores/educadores, educadores/agentes educacionais, agentes educacionais/agentes educacionais, professores/alunos, agentes educacionais/alunos, deve pautar-se no equilíbrio e na
73
INTERPES
SOAIS
compreensão, onde o papel dos educadores é atender os alunos com manifestações de afeto, sem abrir mão dos limites necessários para que se construa uma dinâmica de respeito a todos que interagem neste grupo. - Dar espaço aos alunos, pois é também na escola que eles aprendem a defender seus argumentos e firmar suas posições.
GESTÃO ESCOLAR
- Administrar a escola de acordo com os princípios descritos nos Marcos Situacional e Conceitual.
- Gestão de conflitos; - Gestão pedagógica; - Gestão financeira; - Gestão institucional;
AVALIAÇÃOINSTITUCIO
NAL
- Falta de instrumento avaliativo.
- Criar um instrumento avaliativo que seja eficiente para avaliar todos os setores da escola.
APEDs
- Transporte para os alunos; - Merenda.
-Reunir-se com os responsáveis pelo transporte escolar de cada município, relatar as dificuldades dos alunos, procurando soluções. - Reunião com a direção do colégio que oferta APED, juntamente com a responsável pela merenda escolar do NRE, para esclarecimento de dúvidas quanto à merenda oferecida aos alunos.
INCLUSÃO E FLEXIBILI
ZAÇÃO CURRICU
LAR
- Diversidade dos sujeitos da EJA
- Buscar estratégias de oferta de formação docente sobre a importância da flexibilização curricular; como fazer, para quem fazer e especialmente formas de avaliação. - Desenvolver práticas pedagógicas contextualizadas e inclusivas de acordo com os diversos perfis que coexistem na EJA.
DOCUMEN
TOS: PROPOSTA PEDAGÓGI
CA CURRICU
LAR,
- Falta de compreensão de que as PPCs são subsídios para a elaboração do PTD, que representa a operacionalização do que foi planejado no PPP e que O Plano de Trabalho
- Acompanhamento pedagógico, a fim de se buscar a efetiva utilização de todos esses referenciais na pratica pedagógica diária, e não somente para se atender a exigências do sistema;
74
PLANO DE TRABALHODOCENTE,
REGIMENTO ESCOLAR, PROJETO POLÍTICO PEDAGÓ
GICO
Docente é expressão da PPC; - Desconhecimento da importância desses documentos.
- Procurar abordar e estudar estes documentos em todos os momentos de formação docente; - Envolver todo o coletivo nos momentos de revisão e reformulação do PPP, PPC, PTD, Regimento Escolar e Plano de Ação da Escola.
Todas as ações contempladas serão executadas por todo o coletivo do
CEEBJA. Os responsáveis e o cronograma de execução serão determinados
conforme as especificidades, abrangência e urgência de cada ação, em forma de
Plano de Ação, na primeira reunião pedagógica do ano de 2018 e ficará em anexo
junto ao caderno das Propostas Pedagógicas Curriculares.
75
5.2 CRONOGRAMA PARA 2018
Dia da semana Sala 1 Sala 2 Sala 3 Sala 4 Sala 5 Sala 6 Sala 7 Sala 8 Sala 9
LPORTFC MATFC HISTFC GEOFC ARTEMC EDFISMC LPORTMC MATMC
LPORTFC MATFC HISTFC GEOFC ARTEMC EDFISMC LPORTMC MATMC
INGFC CIEFC HISTFC GEOFC HISTMC BIOMC LPORTMC MATMC
INGFC CIEFC ARTEFC EDFISFC HISTMC BIOMC LPORTMC MATMC
INGFC CIEFC ARTEFC EDFISFC HISTMC BIOMC
INGFC CIEFC ARTEFC EDFISFC FILOMC SOCIOMC INGMC QUIMC LPORTMI
INGFC CIEFC ARTEFC EDFISFC FILOMC SOCIOMC INGMC QUIMC LPORTMI
INGFC CIEFC ARTEFC EDFISFC FILOMC SOCIOMC INGMC QUIMC LPORTMI
LPORTFC MATFC ARTEFC EDFISFC FILOMC SOCIOMC INGMC QUIMC LPORTMI
LPORTFC MATFC
INGFC CIEFC HISTFC GEOFC ARTEMC EDFISMC LPORTMC MATMC
INGFC CIEFC HISTFC GEOFC ARTEMC EDFISMC LPORTMC MATMC
LPORTFC MATFC HISTFC GEOFC HISTMC BIOMC LPORTMC MATMC
LPORTFC MATFC HISTFC GEOFC HISTMC BIOMC LPORTMC MATMC
LPORTFC MATFC
LPORTFC MATFC HISTFC GEOFC HISTMC BIOMC INGMC QUIMC LPORTMI
LPORTFC MATFC HISTFC GEOFC HISTMC BIOMC INGMC QUIMC LPORTMI
INGFC CIEFC HISTFC GEOFC GEOMC FISMC INGMC QUIMC LPORTMI
INGFC CIEFC HISTFC GEOFC GEOMC FISMC INGMC QUIMC LPORTMI
INGFC CIEFC GEOMC FISMC
INGFC CIEFC HISTFC GEOFC GEOMC FISMC LPORTMC MATMC
INGFC CIEFC HISTFC GEOFC GEOMC FISMC LPORTMC MATMC
INGFC CIEFC HISTFC GEOFC GEOMC FISMC LPORTMC MATMC
INGFC CIEFC HISTFC GEOFC GEOMC FISMC
NOITE
2a. Feira
3a. Feira
4a. Feira
5a. Feira
6a. Feira
76
5.3 PLANOS DE AÇÃO
Plano de Ação é uma ferramenta muito importante que contribui para o
planejamento, acompanhamento, redirecionamento e avaliação das atividades
necessárias na Instituição de Ensino, para que os resultados desejados sejam
alcançados. Em um Plano de Ação é possível planejar as ações, o tempo e prazo de
execução e os responsáveis.
No CEEBJA, existem Planos de Ação da Escola, da Equipe Pedagógica, da
Equipe Multidisciplinar e da Brigada Escolar. Todos os Planos de Ação descritos,
estão em anexo junto ao Cadernos das Propostas Pedagógicas Curriculares.
5.4 FORMA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO
POLÍTICO PEDAGÓGICO
O Projeto Político Pedagógico do CEEBJA Casturina C. Bonfim será
revisto e reformulado anualmente pelo coletivo da Escola, pois o PPP
precisa ser completo, não pode deixar dúvidas sobre a função social da
escola, sobre seu alunado e sobre que educação queremos para que se
possam fazer as necessárias adaptações às necessidades de aprendizagem
dos alunos.
A cada reformulação, a comunidade escolar será envolvida para que
todos possam refletir, discutir e opinar. "Mesmo que no começo do processo
de discussão poucos participem com opiniões e sugestões, o gestor não
deve desanimar. Os primeiros participantes podem agir como multiplicadores
e, assim, conquistar mais colaboradores para as próximas revisões do PPP".
(Vasconcelos, 2000) O envolvimento da comunidade é um desafio, mas
significa compartilhar a responsabilidade na definição dos novos rumos da
escola.
Sempre que este trabalho for feito, uma ata de apreciação do
Conselho Escolar será anexada.
77
5.5 ATA DE APRECIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO PELO
CONSELHO ESCOLAR
ATA DE APROVAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
Aos dezoito dias do mês de dezembro do ano de Dois Mil e Dezessete(18/12/2017)
às dezenove horas e trinta minutos, no CEEBJA Casturina Campanharo Bonfim, a
Diretora Professora Vacilina Kovalski da Silva, na qualidade de Presidente do
Conselho Escolar reuniu-se com os demais membros do Conselho Escolar do
CEEBJA Casturina Campanharo Bonfim: Srª Arlete Probst de Lima, Representante
da Equipe Pedagógica, Srª Eva Aparecida F. Da Silva, Representante dos Agentes I,
Sr. Anderson Adriano Trojan, Representante dos Agentes II, Srª Claudete Dziubate,
Representante dos Professores do Ensino Fundamental, Srª Marli do Nascimento
Teixeira, Representante dos Professores do Ensino Médio, Sr ª Angelita de Fátima
Elmatos de Oliveira, Representante dos Alunos, Srª Rosangela de Fátima de
Ramos, Representante dos Pais, Sr. Evandro Vujanski, Representante da APAF, e
Srª Aparecida Assunta D. Santelli, Representante da Sociedade, para a análise do
Projeto Político Pedagógico do Colégio reformulado, a ser encaminhado para a
Equipe do Núcleo Regional de Educação para Análise e Parecer, que logo estará
disponível a versão impressa e versão publicada no site da Escola. Iniciando a
reunião a Diretora argumentou sobre a importância da participação do Conselho na
análise e aprovação do Projeto Político Pedagógico e acrescentou que o trabalho de
reelaboração proporcionou momentos de discussões no coletivo, este documento
apresenta anseios e desejos da comunidade escolar, falou que serão investidos
todos os esforços possíveis para a realização de um projeto educativo que busque
maior qualidade, onde o aluno é o centro do processo. Na sequência foi realizado
uma apresentação do PPP e todos os presentes concordaram com as propostas
elencadas APROVANDO o Projeto Político Pedagógico do Centro Estadual de
Educação Básica para Jovens e Adultos - CEEBJA Casturina Campanharo Bonfim,
por unanimidade. Nada mais havendo a constar, eu, Arlete Probst de Lima,
secretária designada “ad hoc” lavrei a presente ata que vai assinada por mim,
também componente do Conselho Escolar e demais presentes.
Pitanga, 18 de Dezembro de 2017.
78
________________________________
Diretor/Presidente do Conselho
OBS. Cópia Fiel da Ata de Reunião do Conselho Escolar/2017, lavrada às fls. 33 do
Livro de Reuniões do Conselho Escolar nº 01, onde constam as assinaturas dos
presentes.
79
5.6 CALENDÁRIO ESCOLAR
80
5.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADORNO, T. Horkeimer, M. Teoria da semicultura. In: Educação e Sociedade. Ano XVII, n. 56, dezembro/1996. ARANHA, Maria Lúcia de A. A história da educação. São Paulo: Moderna, 1996. ARROYO, Miguel Gonzalez. Trabalho – Educação e Teoria Pedagógica. In: Frigotto, Gaudencio (Org.). Educação e crise do trabalho: perspectivas de final de século, 6ª Ed. Petrópolis: Vozes, 2001. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Parecer 11/2000. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Disponível em: Acesso em: 05 dez 2017. BRASIL. Lei Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília: Ministério da Educação, 1996. CARVALHO, R. E. Removendo barreiras para a aprendizagem. Rio de Janeiro: WVA, 2000. CARNEIRO, Moacir Alves. LDBEN fácil. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. (5ª) Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V CONFINTEA). Constituição Federal de 1988. Deliberação Estadual – CEE - nº05/10
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