projeto provedor de informaÇÕes sobre o setor … · a parte i aborda a situação de novas...

14
PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO DE CONJUNTURA: REGULAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO FEVEREIRO DE 2012 Nivalde J. de Castro Guilherme A. Dantas Ernesto Martelo Junior Daniel V. Ferreira

Upload: hoangcong

Post on 15-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE

O SETOR ELÉTRICO

RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO DE CONJUNTURA:

REGULAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO FEVEREIRO DE 2012

Nivalde J. de Castro

Guilherme A. Dantas

Ernesto Martelo Junior

Daniel V. Ferreira

2

ÍNDICE

SUMÁRIO EXECUTIVO......................................................................................................................................................3

I – Geração de Energia

1.1– Usina de Belo Monte................................................................................................................................................5

1.2– Usinas do Rio Madeira............................................................................................................................................6

1.3– Outras Hidrelétricas ................................................................................................................................................7

1.4 - PCHs e outras energias renováveis..................................................................................................................8

1.5 - Outros.............................................................................................................................................................................9

II – Transmissão de Energia

2.1 – Manutenção e expansão da rede ................................................................................................................... 10

2.2 – Encargos e Multas................................................................................................................................................. 10

2.3 – Outros......................................................................................................................................................................... 11

III – Distribuição de Energia

3.1 – Reajustes Tarifários............................................................................................................................................. 12

3.2 – Encargos e Multas................................................................................................................................................. 12

3.3 – Outros......................................................................................................................................................................... 13

3

SUMÁRIO EXECUTIVO

A complexidade da organização do setor elétrico brasileiro requer uma regulação bem

estruturada e eficiente. O objetivo deste relatório é apresentar um resumo organizado sobre

os principais acontecimentos do mês de fevereiro de 2012 relacionados à regulação do setor

elétrico.

Para tanto, o relatório está dividido em três partes, representando os três segmentos da

produção de energia: I - Geração de energia; II - Transmissão de energia, e; III – Distribuição

de energia.

A parte I aborda a situação de novas usinas que entraram em operação e do andamento

das obras das usinas planejadas para entrar em operação nos próximos anos. A parte II aborda

a situação de construção de novas linhas de transmissão e o funcionamento das que estão em

operação. A parte III aborda a regulação no setor de distribuição, como reajustes tarifários das

empresas. Os acontecimentos relacionados a licenças ambientais e a encargos e multas

aplicadas pela Aneel estão distribuídos nas três partes do relatório.

Em fevereiro, destacaram-se as notícias referentes ao adiamento do início das

operações da usina de Santo Antônio para o mês de março. Ainda no âmbito desta unidade, os

efeitos da construção voltaram a ser novamente discutidos. Diante deste quadro, a Santo

Antônio Energia Termo de Ajustamento de Conduta com os MPE e MPF de Rondônia,

garantindo a cobertura dos custos de remoções e realocações de moradores atingidos pelas

erosões que teriam sido provocadas pelo início dos testes da usina. Por fim, a definição da

agenda de trabalho da Aneel para 2012 e 2013 também se destacou. Os principais pontos

dizem respeito ao aprimoramento da gestão da RGR, fundo administrado pela Eletrobras; as

metodologias para o 3º ciclo de revisão tarifaria das transmissoras e o 4º ciclo de revisão das

distribuidoras; normas para o desligamento de agentes da CCEE e aprimoramento do cálculo

4

do desconto na tarifa de uso dos sistemas de transmissão e distribuição para a

comercialização de energia incentivada.

5

I – GERAÇÃO DE ENERGIA

1.1– Usina de Belo Monte

Neste mês de fevereiro, a multinacional Metso assinou contrato de 35 milhões de euros

com o Consórcio Construtor de Belo Monte para fornecer equipamentos que serão utilizados

na construção da hidrelétrica do rio Xingu. Pelo acordo, a companhia deverá entregar três

plantas de britagem de grande porte automatizadas, duas plantas móveis e duas plantas

Lokotrack. Além dos equipamentos, o contrato inclui o fornecimento de peças e serviços. A

entrega será completada até o primeiro trimestre de 2013.

Além deste contrato, a região, onde está sendo construída a Usina, recebeu no dia 3

deste mês de fevereiro os primeiros materiais e equipamentos dos projetos aprovados com

recursos do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu. A entrega ocorreu

durante a primeira reunião de 2012 do Comitê Gestor do Plano de Desenvolvimento Regional

Sustentável do Xingu em Altamira no Pará e faz parte dos 30 projetos aprovados nesta

primeira etapa. Os equipamentos e materiais serão destinados aos prefeitos e às instituições

de cidades da região. Entre os equipamentos estão 15 veículos, um barco e 15 motores, além

de computadores, impressoras, equipamento de GPS e câmeras fotográficas que serão

utilizados para apoiar ações de inclusão social, fomento a atividades produtivas, regularização

fundiária e gestão ambiental, em benefício das comunidades tradicionais e as populações

indígenas que fazem parte da região próxima à usina.

Ainda neste mês, o Cade aprovou por unanimidade e sem restrições, a entrada da Cemig

e da Light no capital da Norte Energia. As duas empresas anunciaram a operação em outubro

do ano passado. Elas adquiriram por 118,7 milhões de reais, fatia de 9,77% da concessionária,

por meio da Amazônia Energia, empresa na qual a Light tem 51 por cento das ações ordinárias

e a Cemig GT, 49 % das ações com direito a voto.

Por fim, o MPF-PA anunciou que não se mostrou satisfeito com a recusa do BC de

fiscalizar o empréstimo do BNDES para a Norte Energia, visando a construção da hidrelétrica

6

de Belo Monte. Os procuradores pediram ao BC que reconsiderasse a decisão, por “não se

tratar de uma singela operação bancária, mas sim de uma das maiores operações do BNDES,

com uma concentração de risco considerável e com um longo período de duração”. Conforme o

MPF, o empréstimo solicitado pela Norte Energia, concessionária responsável pela usina, é de

R$ 24,5 bilhões, o que o tornaria o maior da história do BNDES.

1.2– Usinas do Rio Madeira

As hidrelétricas do rio Madeira devem ganhar cerca de 415MW em potência instalada

em relação a seus projetos atualmente em construção. A Santo Antônio Energia, responsável

pela usina de mesmo nome, enviou pedido à Aneel de autorização para expansão de 206MW.

Enquanto isso, Jirau, que já aumentou duas vezes o porte do empreendimento em relação aos

estudos iniciais, pleiteia outros 209MW. No caso de Santo Antônio, o investimento necessário

seria na casa de R$1 bilhão. De acordo com autoridades da empresa, talvez não seja possível

inscrever o projeto de expansão no leilão A-3 de março de 2012, mas há chances de ir para a

disputa do A-5, que acontece em abril deste mesmo ano. Em caso de sucesso, as turbinas

entrariam em operação seguindo a sequência programada, logo após as máquinas que

constam do projeto original.

Em contrapartida, as questões referentes às discussões ambientais da construção da

usina hidrelétrica de Santo Antônio novamente ganharam destaque. O ponto central está

relacionado ao acelerado processo de erosão gerado pelos efeitos da construção que destruiu,

recentemente, o centenário marco histórico que delimitava a divisão dos estados de Mato

Grosso e Amazonas. A esse respeito, a Santo Antônio Energia se comprometeu a promover o

resgate, restauração e reinstalação do monumento, seguindo as orientações do Iphan e outros

órgãos responsáveis pelo patrimônio cultural, nas esferas federal, estadual e municipal. A

empresa ainda firmou Termo de Ajustamento de Conduta com os MPE e MPF de Rondônia. O

acordo é para que a companhia se responsabilize por custear remoções e realocações de

moradores atingidos pelas erosões que teriam sido provocadas pelo início dos testes da usina.

7

A empresa também terá de pagar moradia provisória e, depois, providenciar casas em caráter

definitivo ou indenizar os desalojados. O acordo sai depois de moradores terem conseguido na

Justiça, obrigar a empresa a se responsabilizar pelos prejuízos causados por fortes erosões no

Madeira.

Ainda sobre Santo Antônio, o início das operações deve ocorrer em março. A previsão é

que a operação, que havia sido antecipada em um ano, começasse a operar neste mês. A usina,

com potência instalada de 3.150 MW, custou R$ 16 bilhões. Este cenário foi reforçado com a

liberação, por parte da Aneel, no dia 7 deste mês de fevereiro, o início dos testes da segunda

unidade geradora da hidrelétrica.

Em relação ao cronograma do projeto da Usina Hidrelétrica de Jirau, autoridades da

Tractebel Energia destacaram neste mês que a usina está prevista entrar em operação no

último trimestre deste ano. Já a linha de transmissão do Rio Madeira, que vai escoar a

produção na região, embora esteja atrasada deverá ficar pronta em novembro deste ano. O

orçamento total desta hidroelétrica passou dos R$12,5 bilhões, inicialmente previstos, para

R$15,1 bilhões. Segundo a GDF Suez, a alteração leva em conta uma expansão na capacidade,

com novas turbinas, que custará R$1 bilhão. O restante é referente a “mudanças de escopo e

de cronograma”, bem como a provisões para mitigar riscos do projeto.

1.3– Outras Hidrelétricas

UHE Itaipu: A Aneel decidiu no dia 31 de janeiro manter a tarifa de repasse de potência

da usina Itaipu Binacional em US$ 24,88 KW/mês, mesmo valor praticado em 2011 e em

janeiro de 2012. A manutenção da tarifa passou a vigorar a partir do dia 1/02. A Agência

aguarda que a Eletrobrás informe o custo unitário do serviço de eletricidade de Itaipu

Binacional para calcular o valor dos meses posteriores em 2012 e também para realizar a

compensação dos meses que mantiveram o valor homologado em 2011. A tarifa de repasse da

usina é aplicada à prestação dos serviços de eletricidade, sendo custeada pelas 30

8

distribuidoras cotistas para aquisição de energia da hidrelétrica, localizadas nas regiões Sul,

Sudeste e Centro-Oeste.

UHE Teles Pires: Neste mês, a diretoria da Aneel aprovou a celebração do primeiro

termo aditivo ao contrato de concessão da hidrelétrica de Teles Pires. A Companhia

Hidrelétrica Teles Pires realizou alterações no projeto que precisam constar do acordo, o que

levou à assinatura do aditivo. Segundo relatório da Aneel, a CHTP deslocou o eixo do

barramento para montante, o que representou uma mudança de mil metros em relação ao que

constava do projeto original. Também foi reduzido o número de unidades geradoras, que

passou de seis para cinco. Ainda assim, de acordo com a análise da superintendência de

concessões e autorizações de geração, potência instalada e níveis do reservatório não foram

alterados, o que não descaracterizou o empreendimento. Mesmo com a redução do número de

máquinas, a energia firme foi mantida e não deve haver alteração da garantia física.

UHE Colíder: As obras da UHE Colíder, no rio Teles Pires, em Mato Grosso, estão

avançando dentro do cronograma estabelecido. Os cerca de 800 trabalhadores concluíram as

escavações em rocha na área do vertedouro, abrindo espaço para o lançamento de concreto

nas fundações e início da edificação da estrutura em concreto armado. O início das obras do

vertedouro inaugura uma nova etapa nos trabalhos em Colíder, que compreende a execução

das principais estruturas em concreto. Até o momento, os esforços estiveram concentrados, na

maior parte, nas escavações para a fundação da barragem e construção dos acessos, na

montagem do canteiro de obras e nos programas socioambientais - que permanecem em

andamento durante a implantação da usina. As ensecadeiras de primeira fase já foram

concluídas. Nos próximos meses, enquanto o norte do Mato Grosso enfrentar a época de

chuvas, as frentes de trabalho serão preparadas para a construção da barragem.

1.4 - PCHs e outras energias renováveis

Segundo dados do PDE 2020, a redução do nível de contratação da bioeletricidade vai

fazê-la, se não houver mudanças, perder espaço na matriz energética. Atualmente, maior

9

capacidade instalada entre as fontes complementares, a biomassa vai perder esse título para a

eólica já em 2015. Serão 7.782 MW da energia dos ventos, contra 7.653 MW da bioeletricidade.

E essa diferença vai aumentar ainda mais até 2020, quando a biomassa terá 9.163 MW

instalados, contra 11,5 GW da eólica, que passará a ser a terceira mais importante fonte da

matriz, atrás apenas das hidrelétricas (115,2 GW) e gás natural (11,6 GW). Dados da Aneel

demonstram que a biomassa vai instalar, em 2012, 1.481,2 MW de nova capacidade instalada.

Neste mês, o MMA e o BNDES anunciaram R$ 560 milhões em linhas de crédito para o

Programa Fundo Clima. O objetivo da iniciativa é apoiar projetos relacionados à redução ou

mitigação de emissões de gases do efeito estufa. A intenção é estimular investimentos

privados e de governos municipais e estaduais em empreendimentos ou pesquisa aplicada.

Entre as áreas contempladas estão energias renováveis, geração de energia com resíduos e

melhoria de eficiência na produção de carvão vegetal. Segundo o banco estatal, os recursos na

área de energia limpa são voltados para eólicas em sistemas isolados, biomassa, energia dos

oceanos e da radiação solar, além de projetos de desenvolvimento tecnológico e da cadeia

produtiva desses setores.

1.5 - Outros

Em fevereiro, o MME autorizou as empresas de transmissão e de geração de energia a

lançar títulos de dívida, as chamadas debêntures de infraestrutura. Está sendo estudada a

possibilidade de estender o direito aos gasodutos. Esse é o terceiro ministério do governo

Dilma a publicar portaria definindo as regras para esse tipo de operação financeira. Além do

MME, a Secretaria de Aviação Civil e o Ministério dos Transportes já publicaram suas regras.

10

II – Transmissão de Energia

2.1 – Manutenção e expansão da rede

Em fevereiro, o MME aprovou o enquadramento de projetos de transmissão da

Interligação Elétrica Garanhuns, no Nordeste do país, no Reidi, conforme portaria publicada

no DOU do dia 13 de fevereiro. Foram incluídos no Reidi algumas obras como as linhas de

transmissão Luís Gonzaga-Garanhuns; Garanhuns-Pau Ferro; Garanhuns-Campina Grande III;

e Garanhuns-Angelim I. Todas estas linhas são em circuito simples e em 500 kV. Também

estão incluídas as subestações Garanhuns, com transformação 500/230 kV e 600 MVA de

potência, e Pau Ferro, também com transformação de 500/230 kV e 1.500 MVA, e diversos

seccionamentos de linhas. Estas instalações estão situadas nos estados de Alagoas,

Pernambuco e Paraíba.

Ainda no âmbito da transmissão, a diretoria da ANEEL aprovou, em reunião pública

realizada dia 28 de fevereiro, a resolução normativa que estabelece a estrutura ótima de

capital e o custo de capital a serem utilizados na definição da receita teto das licitações de

transmissão a serem realizadas neste ano. A Nota Técnica nº 36/2012 apresenta a

metodologia e os critérios a serem adotados pela ANEEL para determinação do custo de

capital a ser utilizado no cálculo da remuneração das instalações de transmissão para

definição da receita teto das licitações de 2012.

2.2 – Encargos e Multas

O Encargo de Serviços do Sistema deve ultrapassar R$ 76 milhões no mês de janeiro, de

acordo com estimativas da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de

Energia e de Consumidores Livres. A cobrança está relacionada principalmente aos custos

adicionais para geração de energia em termelétricas devido a restrições de operação do

sistema. Na avaliação da Abrace, os problemas de funcionamento apresentados pela linha de

11

transmissão que liga os estados do Acre e Rondônia ao SIN são os maiores responsáveis pelo

despacho dessas usinas termelétricas. Dentro deste contexto, o especialista em Energia

Elétrica da Abrace, Victor Hugo Iocca afirma que o “atual cenário de constantes falhas no

sistema de transporte de energia é a prova da necessidade de melhorias na gestão dos

investimentos em novos sistemas de transmissão. Não podem acontecer problemas como o

atraso na entrega da segunda linha de interligação entre Acre e Rondônia e o SIN, que deveria

ter sido concluída em 2008, mas só deve entrar em operação no final deste ano”.

A Aneel, por sua vez, fixou os valores das cotas referentes aos encargos da CCC e da

CDE, além das cotas de custeio do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas, para

empresas de transmissão. As cotas da CCC e da CDE totalizam R$ 62,105 milhões e são

referentes a dezembro de 2011, sendo R$ 45,6 milhões da CCC e R$ 16,4 milhões da CDE. A

data de recolhimento ocorre até 29 de fevereiro deste ano de 2012. Já as cotas do Proinfa, são

referentes a abril deste ano e o recolhimento se dá até 10 de março e o valor total é de

R$ 17,119 milhões.

2.3 – Outros

Uma das questões levantadas durante o Wind Forum em São Paulo diz respeito a o fato

de os leilões das linhas serem realizados depois dos de usinas. Diante deste quadro, o

presidente da Galvão Energia, Otávio Silveira, sugeriu que as linhas sejam feitas antes e com

certa folga de capacidade. Segundo o representante da empresa: “A solução é uma política de

Estado. Dotar os grandes bolsões eólicos de linhões. Pode ser que no começo não ocupe tudo

(a capacidade), mas em cinco, oito anos, vai ocupar. E vai atrair indústria, que hoje não se

instala na região porque não tem como se conectar”.

12

III – Distribuição de Energia

3.1 – Reajustes Tarifários

Em fevereiro, a Aneel aprovou o reajuste tarifário da Companhia Energisa Borborema.

Os reajustes percentuais estão registrados na tabela abaixo.

Mais informações sobre os processos de reajustes tarifários podem ser consultadas no

endereço eletrônico da Agência1.

3.2 – Encargos e Multas

A ANEEL acolheu parcialmente o recurso interposto pela CEMIG e reduziu de R$ 16,5

milhões para R$ 3,3 milhões a multa por infrações relacionadas ao cálculo dos índices de

continuidade em 2008 e 2009 e ao correspondente crédito de compensações a consumidores.

A decisão foi tomada pela diretoria da agência na última terça-feira (07/02).

Também foram avaliados os recursos das empresas AES Sul Distribuidora Gaúcha de

Energia S/A (AES Sul), Angélica Agroenergia Ltda e Centrais Candeeiro de Energia Ltda, que

1 http://www.aneel.gov.br/area.cfm?idArea=622

Classe de Consumo

Empresa Baixa tensão (abaixo de 2,3 kV) Por ex:

residências

Alta tensão (de 2,3 a 230 kV) Por ex: indústrias

Energisa Borborema 9,04% 8,74%

13

deverão pagar à ANEEL (diretamente ou via agências estaduais), respectivamente, R$ 1,19

milhão, R$ 126 mil e R$ 2,8 mil. No caso da AES Sul, o pleito de celebração de Termo de Ajuste

de Conduta (TAC) não foi aceito pela ANEEL. As decisões encerram a possibilidade de recurso

na esfera administrativa. Confira quadro abaixo com detalhes sobre as infrações. (BT/PG).

3.3 – Outros

Neste mês de fevereiro, a Aneel definiu a agenda de trabalho para 2012 e 2013. Ao

todo, o cronograma de trabalho reúne 64 atividades passíveis de regulamentação ou

aperfeiçoamento. Segundo o diretor da Aneel, Romeu Rufino, a agenda tem “caráter

indicativo”, de modo que outros temas importantes poderão ser aprovados ao longo dos dois

anos. Entre os itens importantes está o aprimoramento da gestão da RGR, fundo administrado

pela Eletrobras; as metodologias para o 3º ciclo de revisão tarifaria das transmissoras e o 4º

ciclo de revisão das distribuidoras; normas para o desligamento de agentes da CCEE e

aprimoramento do cálculo do desconto na tarifa de uso dos sistemas de transmissão e

distribuição para a comercialização de energia incentivada.

Outra questão importante para o setor trata da intenção do ministério em extinguir o

mecanismo de ex-post, usado por vendedores e compradores nos ajustes dos montantes de

energia contratados no mercado livre. De acordo com a proposta do governo, o mercado ex-

post deixaria de existir com a publicação de uma portaria que regulamente a extinção do

registro de contratos na CCEE após o mês de ocorrência do suprimento destes acordos. A

Abiape, por sua vez, por meio de seu presidente, Mario Menel, destaca que uma decisão deste

tipo pode significar perda de eficiência em gestão operacional “uma vez que a existência de

diferenças entre o previsto e o realizado é intrínseca ao mercado de energia elétrica

brasileiro.”

A Aneel ainda estabeleceu as cotas da RGR para geradoras e transmissoras de energia

elétrica, para os períodos de janeiro a junho deste ano - para geradoras e transmissoras - e de

janeiro a dezembro de 2012 - somente para geradoras. A informação está no DOU do dia 13 de

14

fevereiro. As cotas mensais começaram a ser recolhidas pela Eletrobras a partir do dia 15 de

fevereiro. Entre as geradoras e transmissoras que têm cotas fixadas para recolher RGR entre

janeiro e junho deste ano estão a Eletronorte, Chesf, Furnas e Eletrosul. Para o período de

janeiro a dezembro de 2012, estão incluídas apenas geradoras, como a Eletronuclear, Cesp,

Celesc e CGTEE.

Por fim, segundo o diretor-geral da Aneel, Nelson Hübner, a concessão elétrica deve ser

renovada por 30 anos. Neste sentido, a decisão de renovar os atuais contratos está

praticamente resolvida. A prorrogação exigirá uma alteração na Lei de Licitação, já que ela e a

Constituição Federal preveem a retomada dos ativos e a realização de licitações. O ajuste será

encaminhado pelo MME ainda neste semestre e se dará por meio da edição de um projeto de

lei, a ser enviado ao Congresso para viabilizar a prorrogação dos contratos. Ainda que ocorra

essa renovação, os cálculos de avaliação dos ativos amortizados precisarão ser finalizados. Os

números são necessários para avaliar a redução tarifária de energia a qual o consumidor terá

direito após a revisão dos contratos.