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1 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Departamento de Engenharia de Produção Lucas Mazzotti Martini PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR São Carlos 2014

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS

Departamento de Engenharia de Produção

Lucas Mazzotti Martini

PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE

AVALIAÇÃO DE GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES

DO TERCEIRO SETOR

São Carlos

2014

Page 2: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

Lucas Mazzotti Martini

PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE

AVALIAÇÃO DE GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES

DO TERCEIRO SETOR

Trabalho de conclusão de curso de Engenharia

de Produção Mecânica na Escola de

Engenharia de São Carlos

Orientador: Prof. Dr. Mateus Cecílio Gerolamo

São Carlos

2014

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Lucas Mazzotti Martini

PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE

AVALIAÇÃO DE GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES

DO TERCEIRO SETOR Esse trabalho foi apresentado para obtenção do diploma no Curso de Engenharia de Produção Mecânica da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo. São Carlos, 24 de novembro de 2014. BANCA EXAMINADORA:

_______________________________ Prof. Mateus Cecílio Gerolamo, Dr.

Orientador

_______________________________ Prof. Kleber Francisco Esposto, Dr.

Examinador

_______________________________ Prof. Fernando César Almada Santos,

Dr. Examinador

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Resumo

O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na

sociedade, já que atua prestando serviços em áreas que nem o poder público nem o mercado

atua, como preservação ambiental, reforço escolar, auxílio a idosos entre outras tantas

atividades. Apesar disso, existe uma grande de taxa de mortalidade entre elas, parte devido ao

pouco auxílio que recebem em gestão. Nesse contexto, esse trabalho visa a proposição de uma

ferramenta de avaliação de gestão de uma organização de terceiro setor genérica, simples e

objetiva, baseada nas avaliações já existentes Malcolm Baldrige National Quality Award,

European Quality Award e Prêmio Nacional da Qualidade e no Balanced Scorecard.

Palavras chave: Total Quality Management, Malcolm Baldrige National Quality Award,

European Quality Award, Prêmio Nacional da Qualidade, Balanced Scorecard, Terceiro

Setor

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Abstract

The third sector, composed by non-profit organizations, has great relevance in actual society,

because of the important services provided in multiple areas that neither the public forces nor

the market acts, such as environmental preservation, school aid, senior living among many

other activities. Despite this, there is a huge mortality rate among the organizations in their

early years of existence, in part because of the lack of managerial aid they receive. In this

context, this study arises to propose a tool to evaluate the management of generic third sector

organizations in a simple and objective way based on other existing evaluations as Malcolm

Baldrige National Quality Award, European Quality Award and National Quality Award

(Brazil) and the Balanced Scorecard.

Keywords: Total Quality Management, Malcolm Baldrige National Quality Award,

European Quality Award, National Quality Award (Brazil), Balanced Scorecard, Third

Sector

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Lista de Figuras

Figura 1 – Etapas de pesquisa desse trabalho...........................................................................11

Figura 2 – Modelo de três setores.............................................................................................12

Figura 3 - Diagrama do Bem Estar Social................................................................................13

Figura 4 – Balanced Scorecard para o Setor Privado e Sem fins Lucrativos...........................15

Figura 5 – Dimensões do planejamento estratégico de acordo com o nível.............................19

Figura 6 – Evolução da Gestão da Qualidade...........................................................................24

Figura 7 – Modelo de Excelência em Gestão...........................................................................27

Figura 8 - Adaptado de Baldrige Performance Excellence Program.......................................28

Figura 9 – Modelo EFQ............................................................................................................29

Figura 10 – Ênfase percentual da pontuação dos prêmios de qualidade..................................32

Figura 11 - Construção do Mapa Estratégico...........................................................................37

Figura 12 – Resultados da pergunta 1 do questionário.............................................................39

Figura 13 – Mapa Estratégico genérico do terceiro setor.........................................................44

Figura 14 – Mapa Estratégico Resultado da Aplicação Piloto.................................................55

Figura 15 – Representação de Matriz de Benchmarking..........................................................58

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Lista de Tabelas

Tabela 1 – Estudo Fasfil...........................................................................................................16

Tabela 2 – Estágios evolutivos da qualidade............................................................................24

Tabela 3 – Descrição dos prêmios............................................................................................32

Tabela 4 – Critérios comuns dos prêmios.................................................................................32

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SUMÁRIO

1! INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 10!1.1! CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................................. 10!1.2! OBJETIVO .................................................................................................................... 11!1.3! PANORAMA GERAL DO MÉTODO DE PESQUISA E ESTRUTURA DO TEXTO DE TCC ......... 11!2! REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 12!2.1! TERCEIRO SETOR ......................................................................................................... 12!2.1.1! Definição .................................................................................................................... 12!2.1.2! Particularidades e desafios do Terceiro Setor ............................................................ 14!2.1.3! Terceiro Setor no Brasil ............................................................................................. 16!2.1.4! Captação de Recursos no terceiro setor ...................................................................... 17!2.2! PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO .................................................................................... 18!2.2.1! Definição .................................................................................................................... 18!2.2.2! Balanced Scorecard (BSC) ......................................................................................... 19!2.2.3! Importância do Planejamento Estratégico para Organizações do Terceiro Setor ...... 21!2.3! TQM ........................................................................................................................... 22!2.3.1! Definição .................................................................................................................... 22!2.3.2! Os prêmios nacionais da qualidade ............................................................................ 25!2.3.2.1! Modelo PNQ (Prêmio Nacional da Qualidade) .......................................................... 25!2.3.2.2! Malcolm Baldrige National Quality Award (MBQNA) ............................................. 27!2.3.2.3! Modelo European Foundation for Quality Management (EFQM) ............................ 29!2.3.2.4! Comparação dos Modelos MBNQA e EFQM ........................................................... 29!2.4! CONCLUSÃO DO LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO ...................................................... 33!3! MÉTODO DE PESQUISA ...................................................................................... 35!3.1! VISÃO GERAL DO MÉTODO ......................................................................................... 35!3.1.1! Etapa 1: Entendimento do Panorama das Organizações de Terceiro Setor no Brasil 35!3.1.1.1! Elaboração do questionário ........................................................................................ 35!3.1.1.2! Elaboração do Mapa Estratégico Genérico do Terceiro Setor ................................... 36!3.1.2! Etapa 2: Proposição e Aplicação da Ferramenta ........................................................ 37!3.1.3! Síntese do Método ...................................................................................................... 38!4! ANÁLISES E PROPOSIÇÕES ............................................................................... 39!4.1! QUESTIONÁRIOS .......................................................................................................... 39!4.1.1! Análise dos Questionários .......................................................................................... 39!4.1.2! Discussão .................................................................................................................... 41!4.2! PROPOSIÇÃO DO MAPA ESTRATÉGICO GENÉRICO DO TERCEIRO SETOR ...................... 42!4.3! PROPOSIÇÃO DA FERRAMENTA .................................................................................... 44!4.3.1! Definição do questionário .......................................................................................... 45!4.3.1.1! Aprendizado e Crescimento ....................................................................................... 45!4.3.1.2! Processos Internos ...................................................................................................... 47!4.3.1.3! Clientes ....................................................................................................................... 50!4.3.1.4! Financeira ................................................................................................................... 51!4.3.1.5! Missão e Visão ........................................................................................................... 51!4.3.1.6! Definição dos pesos .................................................................................................... 52!4.3.1.7! Questionário de feedback da aplicação piloto ............................................................ 52!4.4! ANÁLISE DA APLICAÇÃO PILOTO ................................................................................ 53!4.4.1! Aprendizado e Crescimento ....................................................................................... 53!4.4.2! Processos Internos ...................................................................................................... 53!

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4.4.3! Clientes ....................................................................................................................... 54!4.4.4! Financeira ................................................................................................................... 54!4.4.5! Missão & Visão .......................................................................................................... 55!4.4.6! Resultado final e feedback .......................................................................................... 55!5! DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................... 57!5.1! CONCLUSÃO DO TRABALHO ........................................................................................ 57!5.2! SUGESTÃO DE PRÓXIMOS PASSOS ................................................................................ 57!5.3! IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PARA O AUTOR ................... 58!6! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 59!7! APÊNDICE A – RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EXPLORATÓRIO ...... 63!8! APÊNDICE B – APLICAÇÃO PILOTO DA FERRAMENTA .......................... 66!9! APÊNDICE C – FERRAMENTA FINAL ............................................................. 70

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1 Introdução

1.1 Contextualização

As organizações sem fins lucrativos existem para provocar mudanças nos indivíduos e

na sociedade (DRUCKER, 1995). Com esta missão importante, é que mais de 2 milhões de

pessoas se organizam no Brasil em entidades do terceiro setor.

No entanto, com pouco acesso a técnicas avançadas de gestão e pessoas com formação

adequada para alcançar excelência operacional necessária para minimizar os gastos e

potencializar a atuação que a sociedade precisa, muitas dessas entidades encerram seus

trabalhos com poucos anos de vida (IBGE, 2010). Esse fato, no entanto, não impede o

crescimento do setor no Brasil, com aumento significativo em número: 70% nos últimos 10

anos, saltando de pouco mais 175 mil em 2000 para 290 mil organizações em 2010.

Diferentemente de outras áreas industriais, nas quais a automação tem retirado postos de

trabalho outrora ocupados por pessoas, o terceiro setor é considerado como intensivo em mão-

de-obra e muito importante para a criação de empregos do país. Os dados revelam que em

2010, 2.1 milhões de pessoas estavam empregadas no setor, 23% de aumento em 10 anos.

Por essas e outras razões, o terceiro setor vem ganhando cada vez mais importância e

notoriedade em anos recentes, de acordo com Heckert (2001). No entanto, como apontado por

Falconer (1999), apesar de ser composto por organizações privadas, como o primeiro setor,

passa por desafios próprios que não possuem devido endereçamento por sistemas gerenciais

próprios. Myers e Ruth (2003) mostram que a mera transposição de ferramentas destinadas ao

primeiro setor pode gerar falhas e complicações já que o terceiro setor possui características e

cultura diferente.

Segundo Nogueira (2010), frente a esse desafio, há dois potenciais caminhos lógicos:

(1) criação de ferramentas próprias, originadas dentro das organizações de terceiro setor e (2)

a adaptação de ferramentas existentes em outros setores. É este o esforço empregado nesse

trabalho que busca a criação de uma ferramenta específica para o terceiro setor brasileiro na

avaliação das diferentes esferas de gestão do terceiro setor, apoiado pelo TQM1 e prêmios da

Qualidade existentes.

Neste contexto, coloca-se o seguinte problema de pesquisa: como o Total Quality

Management pode auxiliar a administração de organizações do terceiro setor?

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1.2 Objetivo

Este trabalho tem como objetivo propôr uma ferramenta de avaliação de

desempenho de organizações do terceiro setor com base em critérios reconhecidos de

três prêmios da Qualidade internacionais (Malcolm Baldrige National Quality Award,

Prêmio Nacional da Qualidade, European Quality Award) a fim de que as organizações

consigam identificar oportunidades de melhoria na sua gestão.

1.3 Panorama geral do método de pesquisa e Estrutura do texto de TCC

A metodologia empregada será a instanciação de três métodos genéricos já existentes,

o Malcolm Baldrige National Quality Award, o European Quality Award e o Prêmio Nacional

da Qualidade, para características do terceiro setor brasileiro. A metodologia empregada para

esse estudo consiste na consecução de cinco macro etapas, representadas pela figura 1, que

serão amplamente abordadas durante esse estudo:

• 2. Revisão bibliográfica;

• 3. Método de Pesquisa;

• 4.1 Entendimento do 3º setor: Questionário – análise das entrevistas com

stakeholders do setor para entender as principais lacunas que as instituições

enfrentam no Brasil;

• 4.2 Entendimento do 3º setor: Mapa Estratégico Genérico do 3º Setor –

construção de um mapa estratégico genérico do terceiro setor brasileiro para

suportar a ferramenta posteriormente proposta;

• 4.3 Proposição da ferramenta;

• 4.4 Análise da Aplicação Piloto; e

• 5. Discussão e Considerações finais.

Figura 1 – Etapas de pesquisa desse trabalho. Fonte: autoria própria

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2 Revisão Bibliográfica

2.1 Terceiro Setor

2.1.1 Definição

De forma simplificada, o terceiro setor é o conjunto de entidades da sociedade civil

que prestam serviços em áreas de relevante interesse social e público e não almejam lucro.

Atuam então entre os setores empresarial (primeiro setor) e estatal (segundo setor). A

representação mais simples desse conceito foi feita por Paton (2009), em que ele argumenta

que diferentes princípios e valores são associados com três setores:

• Estado: formalidade, regulação, coerção;

• Mercado: empreendedorismo, investimento, competição;

• Sociedade Civil: associação, altruísmo, democracia.

Essa divisão pode ser feita graficamente conforme a figura 2, um triângulo com cada

setor sendo representado pelos seus cantos.

Figura 2 – Modelo de três setores – adaptado de Paton (2009)

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Figura 3 - Diagrama do Bem Estar Social (Evers e Laville, 2004, p. 17)

Intuitivamente essa divisão faz certo sentido, no entanto, pode-se argumentar que há

características mútuas nesses setores: o estado investe e compete, assim como o Mercado, por

exemplo. Como evolução dessa teoria, um conceito mais complexo de interdependência foi

desenvolvido inicialmente por Pestoff (1992) e em seguida refinado por Evers e Laville

(2004) que defendem que organizações com características mistas existem e que o terceiro

setor encontra-se exatamente nesses interstícios dos demais e que ora se confunde com o

primeiro, ora com o segundo. Argumenta-se ainda que essa coexistência de características

distintas gera a pluralidade do terceiro setor e também características e valores únicos que

impõem desafios para as atividades organizacionais e efetividade das ações empreendidas.

Essas “zonas cinzas”, de transição, podem ser vistas na figura 3.

Percebe-se então a grande importância de organizações sem fins lucrativos do ponto

de vista da sociedade, já que a economia de “fora do mercado” (non-market economy) baseia

a distribuição de sua produção de serviços e bens visando o bem-estar da sociedade na qual

ela está inserida. Perspectiva diferente da reciprocidade de mercado que foca no materialismo

e no capital. Por essa ótica, o terceiro setor não pode ser interpretado apenas como uma peça

desconexa das demais, mas sim um componente integrante e sobreposto aos demais, a saber

Estado, Comunidade e Mercado, baseada na solidariedade e hibridização de diferentes

princípios da economia (Eme, 1993). Fischer (2002) define que em sua maioria as

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organizações do terceiro setor caracterizam-se por serem privadas, sem fins lucrativos,

formais e autônomas

Uma das teorias mais antigas formuladas sobre o papel de organizações sem fins

lucrativos de Weisbrod (1977, 1986) argumenta que estas se inserem nos meios que o

mercado privado e o Estado falham na sua atuação por duas razões principais: (i) falta da

oportunidade de lucro, ou (ii) não entrega da qualidade necessária que determinada população

estava necessitando.

Nesse contexto, o número de associações sem fins lucrativos cresce no mundo todo

desempenhando um papel chave na sociedade.

2.1.2 Particularidades e desafios do Terceiro Setor

As organizações sem fins lucrativos são diferentes em diversos aspectos das

instituições privadas. Os mais claros são o de propósito e relação com o lucro. O capital surge

apenas como um recurso viabilizador da proposta das organizações sem fins lucrativos, seja

ela social, ambiental, de ensino ou filantrópica. Ademais, a sua captação depende fortemente

da boa vontade de pessoas e instituições que fazem a doação. Pode-se concluir então que as

organizações sem fins lucrativos estão sempre, em maior ou menor medida, dependentes do

apoio de entidades externas – seus financiadores ou doadores. Portanto os processos de

estruturação de relações de confiança, marketing, mapeamento de oportunidades de funding e

prestações de contas periódicas são chave para garantir sustentabilidade financeira. Por

desempenhar função de interesse público, espera-se que a organização do terceiro setor

cultive a transparência, seja nas informações dos projetos desenvolvidos, seja nas suas contas

(MARCOVITCH, 1997).

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Por outro lado, apesar do capital ser uma restrição importante, o propósito genuíno

que surge pelo seu papel estar deslocado com relação às empresas com fins lucrativos é sem

dúvida um trunfo para atração de voluntários e funcionários que, em média recebem 24% a

menos que o mercado em se tratando de funcionários de nível superior (IBGE, 2010). Gerir

estas duas forças de trabalho – voluntários e colaboradores – exige cuidados distintos e é de

suma importância que as organizações sem fins lucrativos estejam alertas quanto às suas

motivações.

Figura 4 – Balanced Scorecard para o Setor Privado e Sem fins Lucrativos.

Fonte: Adaptado de Kaplan, Norton (2004) p.8

Do ponto de vista dos serviços prestados, as semelhanças começam a aparecer. A

eficiência é um fator crítico para o sucesso já que as organizações possuem recursos escassos.

Conseguir planejar-se e executar bem tal planejamento é uma atividade chave que deve ser

constantemente aprimorada.

De forma simplificada, essas diferenças foram capturadas por meio do Balanced

Scorecard (BSC) na montagem dos mapas estratégicos (KAPLAN, 1994). Segundo o modelo

proposto, as organizações com fins lucrativos contam com três perspectivas viabilizadoras do

retorno financeiro (figura 4). Já, as organizações sem fins lucrativos têm uma outra realidade,

na qual o fim é sua missão ou visão e 4 perspectivas são viabilizadoras, as mesmas 3 das

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empresas com fins lucrativas somadas à perspectiva financeira que deixa de ser um fim para

ser uma necessidade, em linha com o que foi defendido também por Drucker (1995) que

classifica o processo de captação como necessário, mas enfatiza que a organização do terceiro

setor não pode subordinar-se a esse processo, mas enxergá-lo como um componente a ser

buscado para que sua missão seja atingida.

2.1.3 Terceiro Setor no Brasil

Não diferente do resto do mundo, o terceiro setor brasileiro passa por importantes

desafios. Destaca-se o grande número de organizações sem fins lucrativos que foram

fundadas nos últimos 5 anos, cerca de 21% do total. A tabela 1 contém os dados do senso

feito pelo IBGE sobre as organizações de terceiro setor, bem como os funcionários que nelas

trabalham. Além disso, destaca-se o alto número de organizações pequenas e médias – com

menos de 49 funcionários remunerados – que representam 97% do total, sendo que apenas 3%

podem ser consideradas grandes, com 50 ou mais funcionários remunerados.

Tabela 1 – Estudo Fasfil. Fonte: adaptado de IBGE, 2010, p. 53

Dos dados anteriores (Tabela 1), pode-se concluir que se de um lado há uma

necessidade crescente desse tipo de organização, do outro apenas as maiores entidades

persistem: há uma grande mortalidade das entidades menores, evidenciado pela concentração

dos trabalhadores nas unidades antigas. Pode-se inferir que por serem maiores, elas têm maior

facilidade na captação de fundos que por sua vez é viabilizador da contratação de

colaboradores mais capacitados que possibilitam uma melhor gestão interna destas

organizações – gerando a médio prazo um ciclo virtuoso. Entre todas as organizações

estudadas, apenas 33% dos seus profissionais possuem ensino superior, (IBGE, 2010), o que

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pode-se inferir, deve limitar o acesso dessas organizações à técnicas de gestão. Segundo a

consultoria Kanitz & Associados, em 1999 houve o investimento de R$1,73 bilhão em

projetos sociais pelas 400 maiores entidades filantrópicas brasileiras (LIPPI, 1999).

De forma técnica, a legislação brasileira classifica as organizações sem fins lucrativos e sem

objetivo a atividade político-partidária, associações ou fundações:

1. Associações são caracterizadas como a união de pessoas que se organizam para um

determinado fim, não necessariamente perpétuo (pode ser alterado conforme a vontade

dos associados) e não necessita de patrimônio; e

2. As fundações são criadas com um fim perpétuo (não pode ser alterado) e com

patrimônio dedicado a esse fim.

Uma vez organizada em um destes formatos, as entidades podem buscar a obtenção de

títulos ou certificados que atestem sua qualidade, como OSCIP (Organização da Sociedade

Civil de Interesse Público), Utilidade Pública ou Entidade Beneficente de Assistência Social.

Cada um destes títulos/certificados trazem benefícios aos financiadores, isenções fiscais e

reconhecimento para a própria organização.

Neste contexto encontram-se as ONGs (Organizações Não-Governamentais), que são

um tipo peculiar de organização, estruturada sob a forma de uma associação ou fundação da

sociedade civil, sem finalidades lucrativas e tendo como objetivo comum lutar por causas

coletivas e/ou apoiá-las (INSTITUTO PRO BONO, 2010)

2.1.4 Captação de Recursos no terceiro setor

As organizações de terceiro setor não se sustentam financeiramente de sua atividade

fim, portanto para cumprirem seu propósito, seja ele educacional, artístico, ambiental ou

qualquer outro, dependem grandemente de uma captação eficiente de recursos. As alternativas

de captação podem ser segmentadas em três categorias: (i) de origem pública, (ii) de origem

privada e (iii) da comercialização de produtos e/ou serviços da própria instituição.

A captação direta por meios públicos, segundo a OAB (2011), é restrita à Lei Rouanet

que engloba projetos de fomento de atividades culturais e artísticas do país. Todas as demais

iniciativas públicas não são de investimento direto, mas sim de incentivos fiscais para doações

ou patrocínio, caracterizado pela publicidade ser acompanhada com o dispêndio de dinheiro,

de pessoas físicas e jurídicas, tal como o abatimento no imposto de renda do valor doado à

instituições devidamente regulamentadas. Salienta-se ainda que linhas de captação estaduais

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ou municipais existem, mas por serem específicas não serão abordadas nesse estudo,

restringindo-se às linhas federais.

Dessa forma, grande parte dos recursos que as instituições possuem provêm de

doações/patrocínio ou iniciativa própria da instituição. Por essa razão, Dimenstein (2005)

argumenta que o processo de captação deve idealmente contar com um profissional específico

para essa tarefa, que desenvolva um plano para tal. É comum que organizações menores

terceirizem esse processo, por meio de consultorias (as quais algumas cobram parte do

recurso captado como pagamento pelo serviço), enquanto instituições maiores possuem uma

área focada com força própria remunerada ou voluntários. Boas práticas recentes executadas

por algumas instituições, é o pedido de doação (ou patrocínio) por projeto, em que o benefício

social aportado pelo capital investido é mais claramente identificado (DIMENSTEIN, 2005).

Além disso, é de suma importância a manutenção de um bom relacionamento com seus

stakeholders e grande transparência com os recursos envolvidos nas atividades da instituição,

a fim de que os doadores e apoiadores não tenham dúvida quanto à idoneidade da organização

(Associação Brasileira de Captadores de Recurso - ABCR, 2014). Por fim, a venda de

produtos e serviços pela instituição do terceiro setor pode ser utilizada para seu financiamento

e o está sendo cada vez mais frequentemente, no entanto é de suma importância que (i) esse

meio esteja devidamente descrita no estatuto social da instituição e (ii) as vendas não sejam

registradas como “doações” – deixando assim de emitir notas fiscais com o fim correto e o

pagamento dos impostos devidos, em caso de não isenção (OAB, 2011).

2.2 Planejamento Estratégico

2.2.1 Definição

Com a globalização as empresas se viram em frente a um novo desafio: adaptar-se

mais rapidamente. Nesse sentido, o Planejamento Estratégico, baseado na definição de

missão, visão e valores e na análise dos ambientes interno e externo é indispensável, pois

oferece diretrizes que a organização deve seguir (MACEDO-SOARES e RATTON, 1999).

O principal valor do Planejamento Estratégico não são necessariamente os resultados

em si da sua implantação, mas sim o processo de desenvolvimento que se faz necessário para

atingir os objetivos traçados. Assim, este deve englobar toda a organização, tradicionalmente

dividida em níveis estratégico, tático e operacional (OLIVEIRA, 2001), conforme pode ser

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visto na figura 5, que retrata também cinco dimensões dos respectivos planos que devem ser

traçados de acordo com seu nível organizacional.

• O planejamento estratégico deve considerar objetivos de longo prazo comuns a toda a

empresa e deve ser ajustado de acordo com alterações significativas internas ou

externas à organização, contando então com baixa flexibilidade;

• O planejamento tático engloba uma área da empresa e tem o papel de retratar de uma

forma mais palpável como o planejamento estratégico será atingido nos respectivos

setores da empresa (por exemplo o Plano de Marketing da empresa)

• Por fim, o planejamento operacional deve ter um nível de detalhe maior já que sua

abrangência é reduzida. Da mesma forma, há maior flexibilidade para ser alterado de

acordo com seu atingimento no curto prazo.

Figura 5 – Dimensões do planejamento estratégico de acordo com o nível Fonte: Adaptado de

Oliveira (2001)

2.2.2 Balanced Scorecard (BSC)

No passado o sucesso das empresas estava principalmente baseado no investimento em

ativos tangíveis. No entanto, com o surgimento da era da informação, a fonte de riqueza

passou a depender mais fortemente dos ativos intangíveis. Nesse contexto, Kaplan e Norton

desenvolveram o BSC, que é um sistema de gestão que abrange os níveis estratégico, tático e

operacional, fornecendo um modelo para traduzir a visão e a estratégia em um conjunto

coerente de indicadores de desempenho, colocando em mesmo pé de importância os

investimentos em ativos e em pessoas, por exemplo (KAPLAN; NORTON, 1992).

Sabendo que indicadores financeiros não são suficientes para conduzir a organização a

enfrentar níveis elevados de competição nos dias atuais, os autores do modelo criaram um

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scorecard, que inclui indicadores não-financeiros, que devem ser perseguidos para que a

visão de futuro imaginada torne-se realidade dentro de um determinado número de anos. O

BSC é dito balanceado basicamente por incluir dois tipos de medida: de desempenho, que se

referem ao passado e os direcionadores de performance, que irão determinar os níveis das

medidas de desempenho de resultado no futuro.

O modelo prevê o acompanhamento de resultados através de indicadores e metas,

permitindo que a organização reaja aos resultados em tempo hábil, corrigindo a rota e

ajustando políticas para chegar aos resultados propostos. A ligação entre a estratégia e a ação

é feita por objetivos e medidas de desempenho, que são organizadas em perspectivas. Kaplan

e Norton (1992) traduzem essas perspectivas em quatro perguntas básicas: (i) como os

clientes nos vêem? (perspectiva de clientes); (ii) o que precisamos fazer para superar-nos?

(perspectiva interna); (iii) nós podemos continuar melhorando e criando valor? (perspectiva

de inovação e aprendizado); (iv) como nós vemos nossos financiadores? (perspectiva

financeira).

Estas quatro perspectivas, segundo Kaplan e Norton (1992), podem ser assim

resumidas:

1. Cliente: as preocupações dos clientes se relacionam com quatro categorias:

tempo, qualidade, desempenho, serviço e custo que devem ser desdobrados em

objetivos e traduzidos para medidas de desempenho;

2. Perspectiva Interna (processos): as medidas básicas dos clientes são

importantes, mas elas precisam ser traduzidas em uma série de ações que, em

conjunto, irão garantir a entrega de um serviço ou produto de maior qualidade

ao cliente;

3. Perspectiva de inovação e aprendizado: as medidas de satisfação do cliente

dos processos internos são consideradas pelas empresas, as mais importantes.

No entanto, a intensa competição global requer que as empresas façam

melhorias contínuas em seus produtos e tenham a capacidade de introduzir

outros antes que os antigos tornem-se absolutos; e

4. Perspectiva Financeira: As medidas financeiras devem ser consideradas

como resultado final de todas as outras ações. No caso do resultado financeiro

estar abaixo do esperado, cabe uma reavaliação geral do modelo de sistema de

medição.

Por fim, essas perspectivas devem estar alinhadas para que o conjunto de objetivos

estratégicos contidos em cada uma sejam suficientes para criar sinergias para a organização

Page 21: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

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alcançar sua visão e consequentemente sua missão. A saber, a missão é perene e deve retratar

de forma macro a razão de existência da organização. A visão, por sua vez, deve ser

construída para ser alcançada a cada 3 a 5 anos, e reflete o anseio do que a organização quer

ser ao fim desse período (KAPLAN, 1992). Com esses conceitos, é construído para

comunicação interna e, por vezes, externa à organização um mapa estratégico que é a

representação gráfica da relação causal entre os objetivos estratégicos da empresa, até a

atividade-fim, retratada pelos conceitos de missão e visão. Kaplan (1992) argumenta que ele

deve ser construído em uma abordagem top-down, ou seja, de cima para baixo, colocando os

objetivos fim nas perspectivas mais acima e traçando quais serão os viabilizadores para

alcançar tal objetivo estratégico em perspectivas abaixo. Isso pode ser visto na figura 4.

2.2.3 Importância do Planejamento Estratégico para Organizações do Terceiro Setor

As organizações sociais podem ser classificadas em três gerações distintas (QUEIROZ,

2004):

1. Criadas para prestar assistência em situações de emergência;

2. As que se desenvolveram baseadas na crença de que a melhoria sustentável

depende do aumento de sua capacidade em encontrar usar seus próprios

recursos para cumprir suas próprias necessidades; e

3. Aquelas que pregam que o desenvolvimento próprio depende de sistemas que

unam organizações públicas e privadas, integrando iniciativas locais, num

ambiente de apoio para o desenvolvimento.

Por essa definição fica claro que a 3a geração é a mais recente e também a mais

dependente de planejamento estratégico o que acaba sendo um paradoxo, pois por não

possuírem fins lucrativos as organizações sociais tendem à falta de foco, tendo uma visão

introspectiva, que provoca um dilema entre causa e os resultados. Essa postura de desprezo à

estratégia e a tudo que se assemelha à “venda” leva a uma cegueira em relação aos objetivo de

marketing, aos múltiplos públicos e à busca e manutenção dos financiadores (DRUCKER,

1989).

O Planejamento Estratégico é considerado um dos cinco temas mais importantes para

organizações do terceiro setor, como aponta pesquisa feita em 526 entidades sociais (SILVA,

2000) e portanto qualquer ferramenta para avaliação de desempenho desenvolvida para o

terceiro setor deve tratar esse tema com grande importância.

Page 22: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

22

2.3 TQM

2.3.1 Definição

Da mesma forma que as organizações foram forçadas a ser cada vez inovadoras e

buscar alternativas de mercado mais interessantes em intervalos mais curtos com os já

mencionados planejamentos estratégicos, o conceito de qualidade passou por grandes

mudanças da metade do século XX até hoje, sendo foco de estudo de gurus da qualidade,

como Deming, Juran e Feigenbaum. A qualidade, sua gestão e a melhoria contínua são

olhados por muitas organizações como os meios para a sobrevivência em mercados cada vez

mais competitivos. Nesse sentido, as organizações estão se moldando em volta do TQM

(Total Quality Management) (DALE, 2003).

Apesar do TQM ser muito bem reconhecido no meio científico, os seus benefícios

podem ser discutidos dada a difícil correlação pelos administradores entre ações pontuais

internas e a percepção do cliente na ponta do processo. Sabendo disso, Goodman et al. (2000)

conduziram uma série de estudos para sustentar o fato de que TQM é um poderoso conceito,

levantando dados em que o custo da não qualidade é claro.

• Problemas de conformidade diminuem a lealdade do consumidor de 15 a 30%;

• 50% dos consumidores (pessoas físicas) e 25% das empresas (pessoas

jurídicas) que têm problemas nunca reclamam;

• Mais de 90% de consumidores insatisfeitos não irão comprar do mesmo

fornecedor e não irão dizer a razão; e

• Os consumidores estão dispostos a pagar substancialmente a mais por uma

melhor qualidade intrínseca do produto.

Para entender plenamente a filosofia do TQM é de suma importância conhecer as

etapas pelas quais a Gestão da Qualidade passou, desde meados do século XX até os dias de

hoje (BS EN ISO9000, 2000).

Inicialmente, a inspeção e, mais tarde, o controle da qualidade eram pensados como

as únicas maneiras que existiam para a medição e garantia de qualidade. Portanto diante de

uma série de características do produto, serviço ou atividade, existia um controle que mediria

a conformidade entre o que estava sendo executado e um determinado padrão. Essas medições

em conjunto eram avaliadas para identificar desvios no processos que poderiam ser corrigidos

ou, em casos raros, antecipados. Apesar de trazer grandes benefícios, esse tipo de abordagem

Page 23: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

23

é reativa, tem foco em reparos rápidos, o pensamento é departamentalizado e não envolve

fornecedores e consumidores (DALE, 2003, p. 44).

No entanto, a menos da resolução da causa raiz do problema, este continuaria a ser um

empecilho para a otimização plena do processo. Apenas um constante e duradouro esforço em

melhoria contínua conseguiria trazer benefícios reais na prevenção de problemas ligados à

não conformidades. Foi com esse conceito que surgiu o terceiro estágio do desenvolvimento

da gestão da qualidade, que é a Garantia de Qualidade (BS EN ISO9000, 2000). Exemplos

de ferramentas utilizadas nesta etapa são a análise de pareto, controle estatístico do processo,

FMEA, entre outras muito utilizadas até o dia de hoje. Neste estágio, espera-se que a empresa

tenha ultrapassado a mera detecção para alcançar a prevenção de não conformidades.

O quarto e último estágio da evolução da gestão da qualidade é o TQM que envolve a

aplicação dos princípios da gestão da qualidade em todos os ramos da organização, inclusive

consumidores, fornecedores e a integração destes com processos chave da organização

balanceando problemas técnicos, gerenciais e de pessoas. Para isso, a gestão da qualidade tem

de permear o dia-a-dia de todas as pessoas, atividades e funções da organização. No entanto,

esse nível de sofisticação requer melhor visão sistêmica e competência dos colaboradores, já

que é esperado de que cada um envolva-se diretamente na melhoria do processo que realiza.

De forma simples, TQM é definida pela cooperação mútua de todos na organização e

associada com processos que produzem produtos e serviços valorosos que obtenham ou

excedam as necessidades e expectativas dos clientes. Assim, o TQM pode ser visto tanto

como uma filosofia e uma série de diretrizes a ser seguida para alcançar o bom gerenciamento

da organização sob a ótica de todos os stakeholders (DALE, 2003, p. 52). Os oito princípios

da gestão da qualidade são definidos pelo BS EN ISO9000 (2000) como:

1. Foco no consumidor;

2. Liderança;

3. Envolvimento das pessoas;

4. Visão por processos;

5. Visão sistêmica;

6. Melhoria Contínua;

7. Decisão baseada em fatos; e

8. Relação ganha-ganha com os fornecedores.

A evolução do conceito de qualidade pode ser sintetizado graficamente na figura 6,

desde a Inspeção até o TQM.

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Figura 6: Evolução da Gestão da Qualidade Adaptado de DALE, (2003, p. 62)

De forma semelhante, Garvin (1992) descreveu as fases do movimento da qualidade

como Inspeção, Controle Estatístico da Qualidade, Garantia da Qualidade e Gestão

Estratégica da Qualidade, conforme pode ser visto na tabela 2 abaixo.

Caracte-

rísticas

Básicas

Inspeção Controle Estatístico

da Qualidade

Garantia da

Qualidade

Gestão Estratégica

da Qualidade

Interesse

Principal

Verificação Controle Coordenação Impacto Estratégico

Ênfase Uniformidade do

produto

Uniformidade do

produto, com menos

inspeção

Toda cadeia de

fabricação e a

contribuição de grupos

funcionais para impedir

falhas de qualidade

As necessidade do

mercado e do

cliente

Métodos Instrumentação de

medição

Ferramentas e técnicas

estatísticas

Programas e sistemas Planej. Estratégico,

estabelecimento de

objetivos

Papel dos

profissionais

da qualidade

Inspeção,

classificação,

contagem e avaliação

Solução de problemas e

aplicação de métodos

estatísticos

Planejamento, medição

da qualidade e projeto

de programas

Estabelecimento de

metas, treinamentos

a outros dptos.

Page 25: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

25

Responsável

pela qualidade

Departamento de

Inspeção

Departamento de

produção e engenharia

Todos departamentos e

a alta adm.

superficialmente

Todos na empresa,

e a adm. fortemente

Orientação e

enfoque

Inspecionar a

qualidade

Controlar a qualidade Construir a qualidade Gerenciar a

qualidade

Tabela 2 – Estágios evolutivos da qualidade.

Fonte: Adaptado de Garvin (1992) p. 43

2.3.2 Os prêmios nacionais da qualidade

O primeiro prêmio nacional da qualidade foi instituído no Japão em 1951, o prêmio

Deming, cujo nome é uma homenagem ao professor norte-americano W.E. Deming que

estava no país do sol nascente a convite dos japoneses conduzindo palestras e cursos a

respeito do controle da qualidade. Pouco tempo depois, foi instituído nos EUA um prêmio

semelhante: a medalha Edward, criada pela ASQC (Sociedade Americana de Controle de

Qualidade), em 1959. Em 1987, por iniciativa da NIST – Instituto Nacional de Normas e

Tecnologia nos EUA, foi criado o prêmio Malcolm Baldrige, este baseado nos critérios que

caracterizavam a chamada gestão da qualidade (JURAN, 1994). Desde então, diversos

prêmios surgiram inspirados pela história de sucesso destes dois países. Nesse estudo, opta-se

por tratar de dois dos mais influentes da atualidade: o Malcolm Baldrige e o European

Quality Award, além do prêmio brasileiro, o Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) criado

pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ).

2.3.2.1 Modelo PNQ (Prêmio Nacional da Qualidade)

O PNQ foi criado pela Fundação Nacional da Qualidade com intuito semelhante aos

prêmios correlatos americano e europeu: reconhecer as organizações públicas ou privadas,

com ou sem fins lucrativos que se destacam pela excelência de seu desempenho

(CHIAVENATO,1999)

O Modelo de Excelência da Gestão está alicerçado sobre um conjunto de conceitos

fundamentais da excelência em gestão reconhecidos internacionalmente que se traduzem em

práticas ou fatores de desempenho encontrados em organizações líderes de Classe Mundial,

que buscam constantemente se aperfeiçoar e se adaptar às mudanças globais. A seguir são

apresentados estes fundamentos (FNQ, 2007):

Page 26: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

26

1. Pensamentos Sistêmico: Entendimento das relações da organização e seus

stakeholders internos e externos;

2. Aprendizado Organizacional: Manutenção e incremento do patamar de

conhecimento da organização por meio da percepção, reflexão, avaliação e

compartilhamento de experiências;

3. Cultura de Inovação: Promoção de um ambiente favorável à criatividade,

experimentação e implementação de novas ideias com potencial de gerar um

diferencial competitivo;

4. Liderança e constância de propósitos: atuação de forma aberta, democrática,

inspiradora e motivadora das pessoas, visando ao desenvolvimento da cultura

de excelência;

5. Orientação por processos e informações: compreensão e segmentação do

conjunto das atividades que agreguem valor em partes interessados, sendo que

a tomada de decisões e execução de ações devem ter como base a medição e

análise de desempenho;

6. Visão de futuro: compreensão dos fatores que afetam a organização, seu

ecossistema e o ambiente externo no curto e longo prazo;

7. Geração de valor: alcance dos resultados consistentes, assegurando a

perenidade da organização pelo aumento de valor tangível e intangível;

8. Valorização das pessoas: estabelecimento de relações com as pessoas, criando

condições para que elas se realizem profissionalmente, humanamente,

maximizando seu desempenho por meio do comprometimento;

9. Conhecimento sobre o cliente e o mercado: gerar maior competitividade da

empresa por meio do conhecimento de mercado;

10. Desenvolvimento de parcerias: criar relações de ganha-ganha com outras

organizações a fim de alcançar o benefício mútuo; e

11. Responsabilidade Social: ter relação ética e transparente da organização com

todos os públicos com a qual a empresa se relaciona.

Por meio desses fundamentos, a FNQ traça 8 conceitos representados na figura 7: (i)

Liderança, (ii) Estratégia e Planos, (iii) Clientes, (iv) Sociedade, (v) Informações e

Conhecimento, (vi) Pessoas, (vii) Processos e (viii) Resultados.

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27

Figura 7 – Modelo de Excelência em Gestão. Fonte: FNQ (2007), p. 12

2.3.2.2 Malcolm Baldrige National Quality Award (MBQNA)

Para disseminação da poderosa filosofia do TQM, o governo americano criou o

Malcolm Baldrige que premia negócios de alta qualidade que atuam em solo americano.

Inspirado fortemente no TQM ele avalia 7 aspectos divididos nas seguintes categorias com

suas respectivas pontuações conforme pode ser visto na figura 8:

1. Liderança (120 pontos);

2. Planejamento estratégico (85 pontos);

3. Cliente e foco em mercado (85 pontos);

4. Medida, análise e gestão do conhecimento (90 pontos);

5. Foco nos recursos humanos (85 pontos);

6. Gestão de processos (85 pontos); e

7. Resultados do negócio (450 pontos).

Ressalta-se aqui a importância na pontuação do resultado de negócio (responsável por

45% do total). Várias medidas de desempenho são aceitas, desde percentual de produtos

defeituosos, até financeiras ou marketing. Mais importante que o resultado absoluto, é a

demonstração que o conjunto de ações empreendidas levaram à melhora desses indicadores

(BALDRIGE PERFORMANCE EXCELLENCE PROGRAM, 2013).

O manual do MBNQA aplicado em organizações de terceiro setor deriva da aplicação

para organizações ditas sem fins lucrativos (nonprofit em inglês) que, apesar de se adequarem

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28

a uma das características mais marcantes do terceiro setor, também tem aplicabilidade para

entidades públicas/governamentais. Além disso, é o mesmo aplicado em pequenos negócios, e

nos setores de serviço e manufatura. Para enquadrar cada pergunta para cada instituição, há

notas de rodapé que direcionam o leitor a como interpretar cada pergunta (Baldrige

Performance Excellence Program, 2013). Por exemplo, na pergunta referente a oferta de

produtos, o Malcolm Baldrige lembra o leitor que no caso de instituições sem fins lucrativos,

os produtos podem também ser chamados de programas, projetos ou serviços (Baldrige

Performance Excellence Program, 2013). O questionário se enquadra para organizações sem

fins lucrativos devido à sua genericidade e muito da interpretação do critério acaba ficando

aos dirigentes que fazem a auto-aplicação do critério Malcolm Baldrige e escrevem o relatório

para envio à organização.

Figura 8 - Adaptado de Baldrige Performance Excellence Program (2013), p. 4

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29

2.3.2.3 Modelo European Foundation for Quality Management (EFQM)

Da mesma forma, na Europa surgiu o European Quality Award (EQM) em 1991, que

diferentemente dos demais prêmios da qualidade geralmente segmentados por país, este

engloba 16 países europeus: Áustria, Bélgica, República Tcheca, Dinamarca, Alemanha,

Hungria, Irlanda, Itália, Países Baixos, Noruega, Portugal, Rússia, Eslovênia, Espanha,

Turquia e Inglaterra. O prêmio é semelhante ao MBNQA, mas seu critério é dividido em

Viabilizadores e Resultados. Os viabilizadores são: liderança, gestão de pessoas, estratégia e

política, recursos e processos. A implantação efetiva destes viabilizadores impacta os

resultados segundo as categorias satisfação de pessoas, satisfação dos clientes, impacto na

sociedade e resultados de negócio. Todas essas categorias e seu interrelacionamento podem

ser vistos na figura 9. A EFQM constantemente melhora seu processo por meio do feedback

que recebe de seus aplicantes (EFQM, 2013).

Figura 9 – Modelo EFQ – adaptado de EFQM (2013), p. 4

2.3.2.4 Comparação dos Modelos MBNQA e EFQM

Miguel (2005) realizou um levantamento de prêmios da qualidade em 33 países e

concluiu que as suas missões são semelhantes, no entanto seus objetivos diferem e podem ser

agrupados nos seguintes temas:

• Comunicação, publicação e compartilhamento de melhores práticas;

• Fomento da melhoria contínua, qualidade organizacional e melhoria de processos;

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• Promoção de sensibilização da gestão da qualidade;

• Promoção, suporte e fortalecimento de competitividade;

• Reconhecimento de melhores práticas e benchmarks; e

• Entendimento dos requisitos para excelência em performance.

Além disso, também foi feito um levantamento dos valores e conceitos presentes em

organizações com desempenho excelente. Os mais frequentemente citados são:

1 “Consumidor”, “liderança”, “pessoas”, e “responsabilidade social”;

2 “inovação” e “aprendizado”; e

3 “gestão por fatos” e resultados”.

Os quatro primeiros valores foram citados em todos os prêmios investigados por

Miguel (2010), já que são princípios basais da teoria do TQM, com exceção da

“responsabilidade social” que está cada vez mais presente no contexto empresarial devido ao

tripé de sustentabilidade (financeira, social e ambiental). Destaca-se ainda a inovação como

um instrumento com importância crescente no contexto globalizado da economia já que a

competitividade pressiona as organizações para se diferenciarem.

Em levantamento realizado por Mohammad e Mann (2010), foi encontrado que, dentre

96 prêmios da qualidade estudados no mundo, 32 são baseados no modelo da EFQM e 27 no

MBNQA, mostrando a grande influência desses dois critérios nos demais.

Salienta-se então que para qualquer melhoria ser alcançada, é de suma importância o

conhecimento desses dois critérios da qualidade. A tabela 3 mostra as diferenças básicas entre

eles nos seus conceitos.

Malcolm Baldrige European Quality Award

Objetivos • Auxiliar a melhoria de desempenho de

práticas e capabilidades

• Viabilizar a comunicação e

compartilhamento de melhores práticas

entre organizações dos EUA

• Servir como uma ferramenta de gestão,

entendimento, planejamento e

treinamento

• Estimular e auxiliar organizações

europeias a melhorarem a satisfação de

consumidores e empregados, impacto

na sociedade e resultados de negócio

• Auxiliar administradores europeus nos

seus esforços em busca da TQM e

alcançar vantagem na competição

global

Princípios da

Qualidade

• Companhias devem possuir foco no

consumidor

• Foco no consumidor

• Parceria com fornecedores

Page 31: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

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• Qualidade e desempenhos são julgadas

pelo consumidor

• Aprendizado organizacional e pessoal

são necessários

• Empregados e parceiros são vitais para a

companhia

• Sucesso requer capacidade e

flexibilidade para mudança

• Liderança de mercado requer orientação

para o futuro

• Realizar mudanças grande requer

inovação

• Gestão requer análise de fatos

• Responsabilidade pública é importante

• Análise de desempenho foca em

resultados

• Uma perspectiva sistêmica é necessária

• Envolvimento e desenvolvimento de

pessoas

• Processos e fatos

• Melhoria contínua e inovação

• Liderança e consistência de propósito

• Responsabilidade pública

• Orientação para resultados

Critérios 1 Liderança

2 Planejamento Estratégico

3 Foco no consumidor e mercado

4 Informação e análise

5 Foco em recursos humanos

6 Gestão por processos

7 Resultados do Negócio

1 Liderança

2 Politica e Estratégia

3 Gestão de Pessoas

4 Recursos

5 Processos

6 Satisfação do Consumidor

7 Satisfação das pessoas

8 Impacto na sociedade

9 Resultados do Negócio

Tabela 3 – Descrição dos prêmios - adaptado de Vokurka et al (2000), p. 45

Vokurka et al. (2000) também comparam os critérios comuns e a maneira de que são

avaliados nos prêmios americano e europeu, conforme apresentado na tabela 4.

Malcolm Baldrige European Quality Award

Liderança Liderança executiva, da

companhia e comunidade

Inspiração, suporte e promoção

do TQM

Planejamento Direcionamento estratégico,

desenvolvimento de planos,

execução do plano e

monitoramento da performance

Produto da política e estratégia

Page 32: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

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Clientes Requerimentos de mercado,

relacionamento com consumidor

e satisfação

Medição da satisfação do

consumidor

Empregados Desenvolvimento de recursos

humanos e ambiente participativo

Alcance do potencial máximo por

meio da gestão de pessoas

Processos Desenho de processos,

implantação, gestão e melhoria

Identificação, revisão, gestão e

melhoria

Fornecedores Melhoria de processos de parceria

e avaliação de fornecedores

Envolvimento da liderança e

gestão de recursos de

fornecedores

Resultados Clientes, financeiros, recursos

humanos, fornecedores,

operacionais e competitivo

Alcance de objetivos, satisfação

de stakeholders, sucesso

financeiro e impacto na sociedade

Tabela 4 – Critérios comuns dos prêmios – adaptado de Vokurka et al (2000), p. 46

Em análise da distribuição de pontos nestas categorias, as diferenças entre os dois

prêmios da qualidade mais influentes do mundo ficam ainda mais marcantes. Segundo dados

das próprias fundações, o MBNQA, prêmio americano, destina 45% da sua pontuação para

resultados de negócio, enquanto o EQM possui uma repartição menos concentrada entre seus

critérios cuja maior porcentagem fica com satisfação de clientes com 20% do total de pontos,

conforme ilustram os gráficos da figura 10.

Figura 10 – Ênfase percentual da pontuação dos prêmios de qualidade europeu e americano

Vokurka et al. (2000) – p.46-47

Page 33: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

33

2.4 Conclusão do levantamento bibliográfico

Dentro do contexto do limite de recursos tanto humanos quanto financeiros que as

organizações sem fins lucrativos encontram no Brasil e no mundo, é de suma importância a

aplicação da filosofia do Total Quality Management a fim de potencializar os resultados. Para

avaliar a aderência do TQM nas organizações, fundações disseminadoras dos princípios da

Qualidade desenvolveram modelos de prêmios. Os mais conhecidos no mundo ocidental são o

americano Malcolm Baldrige e o europeu EFQM. Ambos se dizem aplicáveis a todo tipo de

organização, inclusive as não-lucrativas, no entanto, por não serem específicos para o terceiro

setor, pecam em algumas particularidades em que eles buscam, acertadamente pelo seu

propósito, serem genéricos, enquanto o terceiro setor possui, como demonstrado por Evers e

Laville (2004) particularidades marcantes. A falta de recursos e captação muitas vezes feita

por meio de terceiros sem contato direto com os seus doadores (DIMENSTEIN, 2005) aliado

a baixa profissionalização dos seus gestores leva às altas taxas de mortalidade nos primeiros

anos de vida das organizações vistas no estudo do IBGE (2010) em que, apesar do número de

organizações estar distribuído nos anos, a quantidade de colaboradores remunerados, uma

aproximação do tamanho da instituição, é concentrada em instituições com mais de 10 anos.

Um fenômeno que também ocorre com empresas privadas, principalmente de empreendedores

individuais. O diagnóstico do governo foi que a falta de gestão dessas pequenas empresas era

a razão principal para seu fechamento, já que o SEBRAE surge exatamente com essa proposta

de amparo a esses empreendedores individuais. De forma similar, acredita-se que grande parte

da mortalidade das organizações de terceiro setor passarem por dificuldades financeiras e

muitas vezes fecharem, deve-se ao fato do despreparo dos seus gestores.

Nesse sentido, esse estudo irá buscar desenvolver uma ferramenta simples e de fácil

aplicação por qualquer gestor, com o objetivo de avaliar o nível de gestão da sua organização

frente a uma série de critérios identificados como chave e que diferenciam as organizações

que conseguiram ter sucesso, tornaram-se grandes e com isso potencializam seu impacto na

sociedade.

Por meio do cruzamento de conceitos do Total Quality Management retratados nos

prêmios da qualidade, ferramentas de avaliação de gestão, e o Balanced Scorecard, vê-se que

as grandes categorias dos prêmios podem ser agrupadas nas perspectivas do BSC. Isso fica

ainda mais claro no desenho do prêmio da qualidade europeu, que agrupa os critérios em

viabilizadores e resultados, assim como o Mapa Estratégico o faz com as perspectivas. No

prêmio europeu, pode-se inferir que as categorias de Liderança, Gestão de Pessoas, Política e

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Estratégia e Recursos pertencem à perspectiva de Aprendizado e Crescimento do Balanced

Scorecard, a de Processos pertence à perspectiva de Processos Internos e as categorias de

resultado são segmentadas nas perspectivas de Clientes e Financeira. Em uma reengenharia,

pode-se então propôr que a o Balanced Scorecard seja utilizado para a identificação dos

fatores chave de sucesso da organização em objetivos estratégicos, para em seguida ocorrer o

desdobramento destes em perguntas utilizadas nos questionários dos prêmios da qualidade.

Essa proposta é alinhada com o conceito de qualidade defendido por Garvin, em que no

estágio mais avançado, a Gestão Estratégica da Qualidade deve não somente se ater a

programas específicos mas na organização como um todo, propondo objetivos, metas e

indicadores. Por essa razão, é natural que teorias, com conceitos antes estudados

separadamente, Estratégia e Qualidade, correlacionam-se cada vez mais, a medida que a

qualidade saiu da esfera operacional, para a esfera tática para finalmente atingir a esfera

estratégica. Destaca-se ainda que além de ser uma série de diretrizes de boas práticas, a gestão

estratégica da qualidade e o TQM devem ser encarados como filosofias de gestão que devem

permear a cultura das organizações a fim de que estas nunca estejam satisfeitas com o

desempenho atingido naquele momento e sempre busque a melhoria contínua. O eterno

incômodo de saber que uma atividade, um processo ou até o atendimento ao cliente possa ser

feito de maneira melhor e buscando resultados melhores deve ser constante em todos os

funcionários da organização.

Argumenta-se que a extrapolação desses conceitos tão relevantes para as organizações

com fins lucrativos, pode ser a peça faltante no quebra cabeça do terceiro setor brasileiro e

mundial. É certo que muitas das instituições do terceiro setor encontram-se em estágios

primitivos da gestão da qualidade.

Para auxiliar as organizações a identificarem as suas áreas mais deficientes e

conseguirem fazer melhor uso de seus escassos recursos, propõe-se uma ferramenta que

consiga capturar as particularidades do terceiro setor e os maiores problemas enfrentados para

que os gestores possuam um ponto de partida de quais áreas são as mais deficientes e devem

tornar-se foco nos próximos meses. Ainda, seguindo a abordagem causal do Balanced

Scorecard, há níveis de prioridade a serem seguidos para que uma organização consiga se

desenvolver e crescer (os ditos viabilizadores). As restrições identificadas em cada

viabilizador devem ser rapidamente sanadas, pois irão traduzir-se em performance, ou seja,

nas perspectivas de resultado.

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35

3 Método de Pesquisa

3.1 Visão Geral do Método

Para realizar uma proposição efetiva da ferramenta, foi idealizado um processo

composto por 2 etapas principais. A primeira tem como escopo o entendimento do panorama

das organizações de terceiro setor no Brasil e teve início com o levantamento bibliográfico. A

segunda constitui-se de proposição e aplicação piloto da ferramenta.

3.1.1 Etapa 1: Entendimento do Panorama das Organizações de Terceiro Setor no Brasil

O entendimento do panorama das organizações de terceiro setor brasileiro possui

grande importância, pois para que este estudo seja bem sucedido, é necessário que a

ferramenta proposta aborde os pontos considerados mais relevantes pelos gestores das

organizações de terceiro setor a fim de garantir sua perenidade. Dessa forma, após o

levantamento bibliográfico, que identificou inputs relevantes, a próxima atividade identificada

é o mapeamento do conhecimento e necessidades dos gestores das instituições por meio de

entrevistas com perguntas abertas para que eles também possam revelar pontos não

identificadas previamente pelo autor. Salienta-se também o benefício marginal de ambientar

melhor o autor desse estudo na realidade vivida pelas próprias organizações.

Seguidamente às entrevistas, elabora-se um mapa estratégico genérico, representando

o entendimento desse estudo sobre o terceiro setor brasileiro, identificando os principais

fatores chave de sucesso dentro das quatro dimensões do Balanced Scorecard (KAPLAN,

1992). A elaboração do mapa estratégico é importante por três razões principais: (i) sintetizar

o material coletado pelas entrevistas (ii) identificar alguns processos em que as organizações

de terceiro setor devem ser excelentes e (iii) estabelecer um nível de causalidade entre estes

processos – quais são os viabilizadores e quais são os resultados.

3.1.1.1 Elaboração do questionário

A definição das perguntas a serem aplicadas foi feita a partir dos critérios de maior

peso nos prêmios americano e europeu.

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Ao fazer um cruzamento dos critérios de ambos com seus respectivos pesos, foram

escolhidos os quatro critérios a seguir para serem endereçados: (i) liderança, (ii) foco em RH,

(iii) gestão por processos e (iv) planejamento estratégico. Desta forma, opta-se pela criação de

uma a duas perguntas por critério para que a relevância de cada tema seja medida.

• Liderança: Há missão e visão da instituição? Se sim como foram

desenvolvidos?

• Foco em RH: Há o número adequado de voluntários na instituição? Há vagas

em aberto no quadro de funcionários?

• Gestão por processos: como é o processo de captação de recursos? Existem

medições para gerenciá-lo?

• Planejamento Estratégico: É feito planejamento estratégico? Se sim, quem

participa da sua elaboração?

Essas perguntas foram aplicadas em 6 instituições diferentes, que atuam em setores

distintos e têm também diferença significativa de tamanho. Para fins desse estudo, conceitua-

se que instituições com mais de 50 funcionários assalariados (ou mais de 50 voluntários) são

grandes, entre 5 e 49 são médias e abaixo desse número são pequenas. Com base nesse

critério, pelo estudo do IBGE (2010), pode-se verificar que 87% das instituições brasileiras

são pequenas, 10% são médias e apenas 3% são grandes. Os resultados da aplicação da

pesquisa podem ser encontrados no Apêndice A.

3.1.1.2 Elaboração do Mapa Estratégico Genérico do Terceiro Setor

Com as entrevistas e o levantamento bibliográfico, garante-se a coleta de todos os

inputs necessários para a elaboração do mapa estratégico genérico do terceiro setor brasileiro.

Essa ferramenta foi escolhida por duas razões principais:

1. É um instrumento de comunicação poderoso, tanto para entendimento da situação,

tanto por parte do autor, quanto para ser mostrado aos interlocutores.

2. Seguindo o método desenvolvido por Kaplan (1992), apenas os pontos mais críticos

para o sucesso da organização devem sem incluídos na ferramenta.

O primeiro passo para a construção é a escolha das perspectivas para organizações do

terceiro setor. Kaplan (1992) sugere cinco com foco em instituições sem fins lucrativos: (i)

Atingimento da Missão/Visão, (ii) Financeira, (iii) Clientes, (iv) Processos Internos e (v)

Aprendizado e Crescimento. Apesar de existirem circunstâncias específicas do Brasil, como

órgãos reguladores, que podem trazer particularidades, argumenta-se que estas, na maioria

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dos casos, não são refletidas no nível macro. Como a proposta desse mapa estratégico é ser

genérico, opta-se por seguir as perspectivas sugeridas por Kaplan (1992) para sua elaboração.

O próximo passo é a identificação de objetivos estratégicos em cada perspectiva por

meio de uma abordagem top-down (das perspectivas resultado às viabilizadoras), conforme

mostrado na figura 11. Primeiramente fixa-se o resultado a ser atingido para posterior

identificação dos viabilizadores, que serão os objetivos estratégicos que permearão as

perspectivas viabilizadoras, a saber, 3 e 4 na figura 11. Portanto, o levantamento dos objetivos

estratégicos das perspectivas inferiores sempre pode ser feito de maneira inquisitiva, ou seja,

procurando descobrir maneiras de se atingir o resultado da perspectiva superior. Em suma, a

construção do mapa estratégico é realizada por meio desse brainstorming e posterior

refinamento para garantir que o mapa fique MECE – Mutualmente Exclusivo e Coletivamente

Exaustivo.

Figura 11 - Construção do Mapa Estratégico (Autoria Própria)

3.1.2 Etapa 2: Proposição e Aplicação da Ferramenta

A proposição da ferramenta será feita com base no Mapa Estratégico desenhado e

questionários já existentes do Prêmio Nacional da Qualidade, Malcolm Baldrige Quality

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Award e European Quality Award. A principal dificuldade mapeada nessa etapa é a conversão

de perguntas abertas fornecidas por esses prêmios, geralmente indagando a maneira da

aplicação de uma política, para perguntas com resposta objetiva, já que uma premissa do

estudo é que o aplicante não precise ter praticamente nenhum conhecimento de gestão.

Abaixo um exemplo de pergunta do PNQ (FNQ, 2007).

Pergunta PNQ, Liderança 1.2F Como os

processos gerenciais são refinados por meio

do aprendizado e da inovação? (FNQ, 2007,

p. 21)

Ademais, por se tratar da aplicação piloto, além das perguntas da própria ferramenta

desenvolvida, serão feitas também perguntas de feedback, a fim de avaliar a satisfação do

gestor com o questionário e seu resultado.

3.1.3 Síntese do Método

De forma resumida, entende-se que o presente estudo almeja trazer o modelo de

excelência em gestão mais perto do terceiro setor sacrificando parte de sua genericidade. A

fim de deixar os passos tomados nesse estudo mais claros, o autor divide a abordagem em

duas partes: (i) entendimento da problemática e (ii) proposição da ferramenta.

i. O entendimento será pautado em duas fases que, somadas ao levantamento

bibliográfico, aprofundam o conhecimento do autor no setor: (a) entrevistas

com os gestores das instituições e (b) elaboração do mapa estratégico. A

eficácia da ferramenta é potencializada pelo retrato correto dos desafios que as

organizações possuem; e

ii. Proposição da ferramenta com base no Mapa Estratégico construído e prêmios

da qualidade escopo desse estudo e aplicação piloto em uma instituição.

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39

4 Análises e Proposições

4.1 Questionários

4.1.1 Análise dos Questionários

O questionário foi aplicado em 6 instituições do estado de São Paulo, três pequenas

(A, B, C), 1 média (D) e 2 grandes (E, F) – classificadas segundo o critério já citado neste

estudo. As respostas podem ser consultadas no Apêndice A.

Pergunta 1 – Missão e Visão

Conforme pode ser visto na figura 12, apenas duas (33%) das instituições possuem

missão clara e comunicada a todos os seus colaboradores, coincidentemente são as duas

classificadas como grandes. Dessa forma, destaca-se a cisão entre as instituições entrevistadas

seguindo o conceito de tamanho utilizado. Isso se deve ao fato da matriz realizar o repasse da

missão/visão da organização a fim de obter alinhamento entre todas as filiais. Já as menores

não possuem nem missão definida, apesar de até colocarem que entendem que a criação de

uma missão/visão poderia ser benéfico. A hipótese aqui é que a falta de amparo teórico e

priorização pode ser uma das causas para elas não terem tido a iniciativa de confeccioná-la

por conta própria até o momento.

Figura 12 – Resultados da pergunta 1 do questionário (Autoria própria)

Pergunta 2 – Gap de voluntários e funcionarios

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A falta de voluntários foi classificada por dois terços das entrevistadas como um dos

maiores problemas da instituição. Uma delas inclusive colocou-o como viabilizador direto da

quantidade de beneficiados pela atividade fim da organização. Além disso, destaca-se a falta

de recursos financeiros das instituições pequenas, em que 2 o identificam como causa raiz da

falta de pessoal no momento.

Um caso interessante é da instituição B, que funciona somente com voluntários –

possui mais de 170 deles trabalhando regularmente na instituição. Essa atratividade que a

organização conseguiu gerar nos seus mais de 20 anos de história é um ativo muito importante

para sua capilaridade no Brasil, já que somente a matriz possui funcionários e, portanto, folha

de pagamento.

Pergunta 3 – Processo de Captação de Recursos

Todas as instituições declararam que precisam de doações para seu sustento e não

somente das verbas do governo. Nesse sentido, cada uma possui uma abordagem que varia

também da própria realidade da organização. Abaixo aborda-se as ações proativas de

captação:

• Instituição A e D: utilizam ações de telemarketing;

• Instituição C: possuem um carnê de contribuição; e

• Instituição E: realização de bazares.

A instituição B não possui nenhum processo de captação, pois recebe seus recursos da

matriz.

O processo que possui maior efetividade ao longo do ano é o de captação via

telemarketing, já que revela-se como uma forma de redução da variabilidade de renda mensal,

fazendo com que o planejamento financeiro das organizações possa ser mais assertivo.

É muito importante destacar o caso da Instituição C, média, que possui em caixa o

equivalente a um ano de gastos para garantir seu sustento ainda que não recebam nenhuma

doação.

Argumenta-se que as ações citadas poderiam ser realizadas por todas as instituições de

forma complementar. O telemarketing e o carnê de contribuição mensal para mantenedores

são ações recorrentes que aliadas a eventos pontuais durante o ano potencializariam a renda

da instituição.

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Pergunta 4 – Planejamento Estratégico

As instituições foram unânimes independente do tamanho: não há um planejamento

estratégico. Apenas são realizados planejamentos táticos, ou seja, de atividades do ano entre

os diretores.

Esse tipo de resposta mostra uma grande oportunidade para esse estudo disseminar

técnicas de gestão antes não utilizadas no terceiro setor, mas também esbarra na falta de

conhecimento gerencial das diretorias das instituições que pode acarretar a uma falta de

interesse por não identificar aplicabilidade. Esse problema tem que ser endereçado na

proposição da ferramenta, uma vez que termos técnicos devem ser evitados.

4.1.2 Discussão

Pelas respostas dos questionários, pode-se concluir que independente do tamanho das

instituições, os conceitos pregados pelo TQM e técnicas de gestão simples podem se revelar

um grande desafio de entendimento – como o planejamento estratégico. Os gestores passaram

por dificuldades para compreenderem que uma instituição sem fins lucrativos possui

características de organizações privadas com finalidades lucrativas como, por exemplo, a

busca pela eficiência ou a necessidade de planejamentos bem feitos para bom uso dos seus

recursos. Além disso, foi comprovado que os recursos financeiros são muito escassos e se

rarefazem de maneira inversamente proporcional ao tamanho da instituição, que nesse caso é

um indicativo do quanto ela é reconhecida na comunidade e, portanto, atrai doações. As três

instituições de pequeno porte entrevistadas queixaram-se da falta de disponibilidade de

recursos públicos e da baixa previsibilidade do recebimento de doações privadas. Por outro

lado, as instituições maiores não possuem tal problema, e conseguem elaborar planos e

projetos para recursos atuais e futuros, já que apresenta uma constância no aporte de capital

privado, seja por patrocinadores ou doadores particulares. Argumenta-se que há dois tipos de

captação privada: (i) pontual e (ii) recorrente.

i. As captações pontuais se caracterizam por ocorreram por meio de eventos

organizados em intervalos longos, como bazares, quermesses ou ainda venda

de rifas; e

ii. A captação recorrente ocorre pelo aporte periódico de recursos financeiros à

instituição, ainda que não seja proveniente da mesma pessoa física ou jurídica,

por exemplo, as doações por meio do sistema de telemarketing é um tipo de

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captação recorrente que deve ser feita ao longo de todo o ano e permite que a

instituição seja proativa na captação de recursos.

Em geral, essa dinâmica se repete também para os recursos humanos: as instituições

média e grande têm pouca dificuldade para captar recursos humanos e mantê-los na

organização, um desafio considerável para as instituições menores. É relevante destacar que a

instituição B classificada como grande aponta que possui dificuldade para captação de

voluntários, no entanto é uma dificuldade que pode ser considerada relativa, já que ela tem em

seu quadro mais de 170 voluntários ativos.

Salienta-se a grande relevância das organizações pequenas para esse estudo, já que são

muito abundantes e, conforme pode-se inferir das respostas dos questionários, possuem a

maior lacuna de gestão do terceiro setor.

Por fim, conclui-se que o grande desafio das instituições é o bom gerenciamento de seus

recursos, sejam eles financeiros ou humanos. Destaca-se também que esses dois temas são os

que mais chamam a atenção dos gestores das organizações. As dificuldades encontradas na

aplicação do questionário são um alerta importante para o desenvolvimento do questionário

de diagnóstico. O uso de vocabulário técnico sem uma aplicação clara percebida pelo

interlocutor irá afastar as instituições pequenas que são as mais abundantes e as que mais

poderiam se beneficiar.

4.2 Proposição do Mapa Estratégico Genérico do Terceiro Setor

A construção de uma mapa estratégico deve ser feita de maneira top-down, ou seja,

das perspectivas fim até as viabilizadoras, conforme figura 11.

Iniciando então pela atividade-fim da instituição, a primeira perspectiva a ser abordada

é a de Atingimento da Missão & Visão. Conceitua-se que missão retrata a razão de

existência de uma organização e é perene. Já a visão reflete o que a organização quer ser em

um espaço de tempo variável para cada setor que gira em torno de 3 a 5 anos. Independente da

visão e missão escolhidas, a instituição deverá contar com os viabilizadores necessários para

sua execução – e estes são foco do estudo. Na parte financeira, importante ponto levantado

pelas instituições pequenas, o grande foco do terceiro setor não é seu acúmulo ou sua

distribuição entre os gestores/funcionários e sim, garantir que haja o suficiente para

potencializar sua atuação e a qualidade de seu serviço. Dessa forma, o objetivo estratégico

(OE) relevante nessa perspectiva é “Garantir sustentabilidade financeira”, tendo uma reserva

consciente de dinheiro em caixa e sem inadimplência.

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No mesmo nível, há ainda a perspectiva de clientes, que aqui devem ser encarados

tanto como os doadores e patrocinadores (sinteticamente chamados de mantenedores) quanto

como os beneficiados diretos pelo serviço prestado pela instituição. Devido ao problema

social que essas organizações atacam cumprindo muitas vezes o papel do estado, seria muito

difícil falar em satisfação dos beneficiados e conduzir pesquisas sobre esse tema, mas sim de

número de contemplados pelos serviços da organização culminando no objetivo estratégico

“Incrementar número de beneficiados”. Já para os mantenedores, é de suma importância sua

satisfação com os serviços e a comunicação prestada, para que ele continue doando ou

patrocinando a causa da instituição. Assim, sugere-se o objetivo estratégico “Garantir a

satisfação dos mantenedores”.

Na perspectiva de processos internos, devem surgir objetivos estratégicos que sejam

catalizadores para que as perspectivas de clientes e financeira consigam ser atingidas. Uma

das formas utilizadas para encontrar potenciais objetivos estratégicos nessa perspectiva, é

perguntar-se como atingir os objetivos das perspectivas acima.

• Como “Garantir a Sustentabilidade Financeira”?

! Diversificando as fontes de receita

! Potencializando o número de voluntários

! Sendo eficiente no processo de captação

• Como “Incrementar o número de beneficiários”?

! Sendo efetivo na gestão de recursos

• Como “Garantir a satisfação dos mantenedores”?

! Comunicando-se com transparência e frequência adequada

! Mantendo relacionamento com os mantenedores

Esses seis pontos únicos levantados são objetivos estratégicos da perspectiva de

Processos Internos. Destaca-se que muitos desses desafios levantados foram queixas das

instituições. A fim de comunicar melhor a finalidade dessa perspectiva, opta-se por agrupar os

objetivos estratégicos em dois temas: excelência operacional (com os quatro primeiros

objetivos) e relacionamento (com os dois últimos).

Por fim, constrói-se a perspectiva de “Aprendizado e Crescimento” que deve sustentar

todas as demais perspectivas e a pergunta principal a ser respondida é “para alcançar a missão

e visão, como a organização deve aprender e melhorar?”. Nesse sentido, levanta-se dois temas

principais: Recursos Humanos (RH) e Infraestrutura.

Primeiramente, aborda-se o RH. Devem ser contemplados tanto os voluntários quanto os

funcionários e, para isso, traça-se 3 objetivos estratégicos que contemplem (i) atração e

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retenção, (ii) capacitação e (iii) cultura de melhoria. Já para infraestrutura, é de suma

importância que a instituição garanta que ela seja adequada, tanto o espaço necessário, quanto

os materiais. O resultado do mapa estratégico pode ser visto na figura 13.

Figura 13 – Mapa Estratégico genérico do terceiro setor (autoria própria)

Antes de prosseguir é importante realizar uma conferência para garantir que o mapa

estratégico esteja mutualmente exclusivo e coletivamente exaustivo. Para tanto, verifica-se

que todos os temas levantados foram abordados e que os objetivos estratégicos não possuam

conceitos concorrentes, apenas complementares.

4.3 Proposição da Ferramenta

Com o mapa estratégico construído, foram identificados os fatores chave de sucesso para

que organizações do terceiro setor possuam políticas e iniciativas que garantam sua

perenidade e crescimento no decorrer dos anos. A ferramenta deverá então ser capaz de

avaliar se esses fatores já mapeados estão sendo endereçados e, caso estejam, a forma pela

qual estão sendo desenvolvidos dentro das instituições. Essa avaliação deverá ser feita por

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meio da adaptação de questões já existentes dentro dos prêmios da qualidade no escopo desse

estudo, a saber, o Prêmio Nacional da Qualidade, o Malcolm Baldrige Quality Award e o

European Quality Award, ou caso o tema não seja contemplado por esses prêmios, proposta

por esse trabalho.

Para organização da construção da ferramenta, inicia-se das perspectivas viabilizadoras,

até a perspectiva da missão e por objetivo estratégico identificado.

4.3.1 Definição do questionário

4.3.1.1 Aprendizado e Crescimento

Objetivo: Garantir Infraestrutura Adequada

No levantamento dos três prêmios consultados, somente uma pergunta possui

relacionamento direto com infraestrutura física e nota-se que a pergunta versa muito mais

quanto à gestão da infraestrutura já existente, do que da avaliação da suficiência dos ativos

que a instituição possui, bem como o planejamento da aquisição de materiais e construção de

anexos para complementar a infraestrutura existente.

Nesse sentido, propõe-se as seguintes perguntas:

i. Existe uma avaliação quanto à taxa de utilização dos ativos existentes? (por

exemplo: número de computadores por pessoa; número de leitos vacantes;

número máximo de carteiras por sala de aula, etc)

ii. Existe um plano de aquisição de novos materiais (computadores, cadeiras, etc)

uma vez que os existentes tornam-se obsoletos?

iii. Existe um plano de renovação e/ou expansão da estrutura física atual uma vez

que esta tornar-se obsoleta?

Objetivo: Atrair e reter as melhores pessoas

Esse objetivo trata de dois aspectos diferentes do processo de contratação: atração das

melhores pessoas (recrutamento e seleção) e retenção. Portanto, essas duas partes serão

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analisadas separadamente adiante. É importante salientar que para as instituições do terceiro

setor, os recursos humanos englobam colaboradores e voluntários.

A parte de Atração não é contemplada por nenhum dos prêmios da qualidade consultados.

Portanto, propõe-se as seguintes perguntas:

i. Os meios atuais de recrutamento trazem o número adequado de candidatos para

as vagas em aberto do quadro de funcionários?

ii. O atual meio de divulgação de vagas de voluntariado é assertivo?

iii. Existem processos definidos para contratação de funcionários e voluntários?

Já a parte de Retenção é contemplada nos prêmios por meio do tema de “pessoas” no

EQM e no MBQNA. Eles versam principalmente sobre identificação dos fatores de

motivação dos funcionários, incentivo a feedbacks ao RH, a comunicação interna da

organização e o uso de indicadores para medição do engajamento dos funcionários.

À luz do levantamento dos demais prêmios, propõe-se as seguintes perguntas:

i. Já foram levantados os principais fatores de motivação dos funcionários e

voluntários?

ii. Existem políticas de motivação e reconhecimento do trabalho dos voluntários e

funcionários da instituição?

iii. Há uma política de feedbacks periódicos com os funcionários e voluntários

para melhorias de políticas de RH?

iv. Os indicadores de turnover (funcionários que saíram dentre todos os

funcionários em um determinado período) e de absenteísmo são analisados e

usados a fim de medir o engajamento dos funcionários e voluntários?

v. Existe uma política de avaliação de desempenho dos melhores funcionários e

voluntários?

Objetivo: Disseminar cultura de melhoria contínua

Inicialmente foi feito o levantamento nos prêmios, que dão grande foco à integração de

novos funcionários à cultura já existente, reconhecimento e incentivos à funcionários que

demonstrem alinhamento à cultura da organização e avaliação da cultura frente à estratégia da

empresa.

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Propõe-se então as seguintes questões:

i. Há um sistema de benefícios e reconhecimento que premie funcionários e

voluntários que forneçam novas ideias que melhorem o dia-a-dia da instituição?

ii. Existem treinamentos para novos funcionários para explicação da cultura da

instituição e quais são os comportamentos esperados?

Objetivo: Garantir capacitação para voluntários e funcionários

O tema de capacitação é um dos pilares do TQM, é abordado exaustivamente pelos

prêmios da qualidade, que versam principalmente em três pontos: identificação de gaps de

competência, desenvolvimento de programas de treinamentos que acessem as

competências necessárias e incentivos aos funcionários que busquem seu

desenvolvimento. Portanto, propõe-se as seguintes questões:

i. Existe uma avaliação das competências necessárias para o bom desenvolvimento

das atividades dos funcionários?

ii. Existe um programa de treinamentos específico para funcionários?

iii. Há incentivos para funcionários que busquem se desenvolver por meio de cursos

fora da instituição? (exemplo: cursos a distância)

iv. Existe uma avaliação das competências necessárias para o bom desenvolvimento

das atividades dos voluntários?

v. Existe um programa de treinamentos básicos para voluntários?

4.3.1.2 Processos Internos

Objetivo: Comunicar-se com transparência e frequência adequada

Destaca-se que esse objetivo é com foco nos mantenedores. Nesse conceito, ele se

assemelha ao relacionamento com fornecedores chave para as empresas, já que o dinheiro

para as organizações de terceiro setor é o equivalente a uma matéria prima. Em síntese, os

prêmios destacam a relação ganha-ganha entre fornecedores e organização em si, bem como

se há alguma medição nesse sentido. Destaca-se também que esse processo de comunicação

assemelha-se a uma prestação de contas. Assim, propõe-se as seguintes questões:

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i. Há um banco de dados com o cadastro de todos os mantenedores (pessoas físicas

ou jurídicas que doam à instituição), funcionários, voluntários e ex-voluntários?

ii. Existe um relatório de prestação de contas enviado a todos os mantenedores,

funcionários, voluntários e ex-voluntários?

Objetivo: Manter relacionamento com mantenedores

Um objetivo estratégico semelhante e complementar ao acima, porém aqui avalia-se o

relacionamento, que conceitua-se como algo mais profundo que a simples comunicação,

por isso é focado nos mantenedores, stakeholder chave na obtenção de recursos

financeiros para as instituições. O relacionamento deve ser estruturado por meio de

reuniões e newsletter. Os prêmios da qualidade versam nesse tema com relação aos

clientes, a fim de criar fidelização, retenção e aquisição de novos consumidores. Traçando

um paralelo com as instituições de terceiro setor, os objetivos são parecidos, só que com

os mantenedores no lugar de clientes. Nesse sentido, propõe-se as seguintes perguntas:

i. Há uma segmentação entre os mantenedores segundo sua importância

estratégica?

ii. Existe uma política de reuniões presenciais com os mantenedores mais

relevantes?

iii. Há um relatório de atividades enviado periodicamente a todos os

mantenedores?

iv. Há uma política de visitas de mantenedores na instituição para que conheçam

as atividades?

Objetivo: Ser eficiente no processo de captação

Naturalmente, por esse ser o objetivo que surgiu do levantamento bibliográfico e

questionário aplicado nas instituições para este estudo, os questionários dos prêmios da

qualidade não abordam esse tema especificamente, mas sim do controle dos processos chave

da organização por meio de indicadores e é esse conceito que deve ser utilizado na proposição

de perguntas para avaliação desse objetivo.

i. Há processos estabelecidos de captação de recursos financeiros?

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ii. Há controles numéricos (indicadores) para avaliar a efetividade do processo de

captação?

iii. São criados planos de ação caso sejam identificados potenciais melhorias no

processo de captação de recursos financeiros?

Objetivo: Potencializar o uso de voluntários

Assim como o objetivo anterior, este não é contemplado diretamente pelos prêmios da

qualidade. Espera-se aqui avaliar se todas as atividades possíveis de serem desenvolvidas por

voluntários estão o sendo, já que o recurso alocado seria liberado para outra finalidade. Nesse

sentido propõe-se:

i. Todas as atividades que poderiam ser realizadas por voluntários já foram

mapeadas?

ii. A alocação dos voluntários é feita a fim de otimizar sua utilização?

Objetivo: Diversificar as fontes de renda

Mais uma vez, a diversificação de fontes de renda não são contempladas pelos prêmios da

qualidade, no entanto esse tema já foi abordado na discussão dos questionários. Na mesma

linha de raciocínio, propõe-se que toda instituição possui duas fontes de renda: (i) pública e

(ii) privada. Dentro da fonte privada, ela pode ser segmentada entre pontual e recorrente e é

com essa estruturação que as seguintes perguntas são propostas:

i. Há captação de renda por meio de órgãos públicos?

ii. São realizados eventos pontuais para captação de renda? (exemplo:

quermesses, rifas, bazares, etc...)

iii. Há a venda de produtos ou serviços da instituição para captação de renda?

iv. É usado o telemarketing para angariar mais doações?

v. Há algum tipo de programa para captação de doações mensais dos

mantenedores? (exemplo: carnê, patrocinadores, etc...)

Objetivo: Ter efetividade na gestão de recursos

Esse objetivo foca principalmente na gestão efetiva dos recursos financeiros e físicos,

dado a especial escassez destes em se tratando de terceiro setor. Os prêmios de qualidade

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versam a respeito da alocação dos recursos para a boa consecução das atividades rotineiras e

em especial dos planos de ação. Nesse sentido, propõe-se os seguintes pontos:

i. Há uma lógica de priorização no dispêndio de recursos financeiros

excedentes, caso existam?

ii. Há uma lógica de otimização do uso de recursos físicos escassos (ginásio,

leitos, computadores, etc...)

iii. São criados planos de ação com intuito de otimização das atividades dos

colaboradores/voluntários?

iv. Os limitantes de crescimento da instituição são endereçados e criados

planos de ação para serem remediados?

v. Existe um processo estruturado de planejamento financeiro?

4.3.1.3 Clientes

Essa perspectiva e a Financeira são de resultados, ou seja, são diretamente

influenciados pelos objetivos estratégicos abaixo deles. Via de regra, conseguem ser

mensurados com base em uma ou duas perguntas já que possuem um foco claro.

Objetivo: Incrementar o número de beneficiados

Acredita-se que este é um dos objetivos mais importantes das instituições de terceiro

setor já que lida diretamente com sua vocação. É um objetivo que esbarra certamente nos

gargalos de infraestrutura e de recursos humanos disponíveis, e por isso é um objetivo de

resultado. Para avaliar o seu atingimento, propõe-se o seguinte questionamento.

i. Houve incremento do número de beneficiados no último ano?

Objetivo: Garantir Satisfação dos Mantenedores

A satisfação dos stakeholders pode ser medida de duas formas: se ocorre fidelização

desse stakeholder, ou seja, se ele volta a fazer negócios com a organização e por meio de

pesquisas. Por esse raciocínio, propõe-se os seguintes questionamentos:

i. É calculado o número de mantenedores fidelizados, ou seja, que doam

recorrentemente à instituição?

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ii. É calculado o número de mantenedores perdidos, ou seja, os que deixam de

doar após um período?

iii. Há a preocupação de avaliar a satisfação dos mantenedores com a atuação

da instituição?

4.3.1.4 Financeira

Objetivo: Garantir sustentabilidade financeira

Os objetivos estratégicos referentes à captação, diversificação de renda e efetividade na

gestão de recursos garantem que o recursos financeiros sejam conseguidos e alocados nos

respectivos fins, no entanto é necessário ter uma gestão financeira focada na manutenção das

organizações de terceiro setor mesmo com épocas de baixa captação, já que boa parte dos

recursos são provenientes de pessoas física e jurídicas, estas sempre estão sujeitas a

dificuldades financeiras e corte de gastos. É de suma importância que as instituições de

terceiro setor tenham reservas financeiras para garantir sua perenidade e a diversificação das

fontes de renda, já que concentrar-se em um único mantenedor potencializa esses riscos (esse

ponto já é abordado pelo objetivo estratégico “Diversificar as fontes de renda”). Nesse

sentido, propõe-se a seguinte pergunta:

i. A instituição possui reservas financeiras que garantem seu sustento ainda que sem

doações por um determinado período?

4.3.1.5 Missão e Visão

Garantir cumprimento da Missão e Visão

Nessa perspectiva avalia-se o processo pelo qual a instituição cria sua missão e visão e

a conecta com sua organização. Os prêmios versam sobre isso nos temas de “planejamento

estratégico” e “liderança” e foram usados para a formulação das perguntas a seguir:

i. A instituição possui missão e visão definidos e atualizados?

ii. A instituição realiza um planejamento estratégico?

iii. Para confeccionar o planejamento estratégico, há o envolvimento dos funcionário

além da diretoria?

Page 52: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

52

iv. Há o mapeamento do ambiente interno e externo da instituição a fim de identificar

potenciais oportunidades ou ameaças?

Destaca-se que é sabido que há muito mais vertentes relevantes para que um plano

estratégico seja desenvolvido, no entanto argumenta-se que essas são requisitos simples que

até as instituições mais desestruturadas conseguem iniciar sem ajuda de um terceiro.

4.3.1.6 Definição dos pesos

O balanced scorecard foi criado para colocar em mesmo pé de importância todas as

perspectivas de uma empresa em um momento em que a visão financeira se sobrepunha a

todas as outras. Argumentava-se que a gestão era míope, uma vez que alavancas chave para o

futuro da empresa eram desprezadas por não gerarem resultado de curto prazo. É dessa teoria

que surgiu o mapa estratégico, conceito principal por trás da atual ferramenta sendo proposta.

Para permanecer verdadeiro ao seu conceito inicial, propõe-se que todos as perspectivas

devem possuir igual peso, conceito estendido aos objetivos dentro de cada perspectiva e

perguntas em cada objetivo.

A régua de resposta para cada pergunta terá disponível três opções:

i. Sim – há evidências claras

ii. Intermediário – existem iniciativas mas desestruturadas

iii. Não

Opta-se por privilegiar as organizações estruturadas com a definição de pesos destoantes

entre a resposta “Sim” e “Intermediária”. O “Sim” corresponde a 100% dos pontos e a

“Intermediária” corresponde a 33% do total, uma relação 3:1. Para otimizar esse cálculo,

todos os pesos discutidos são incluídos em uma planilha do Microsoft Excel™ com todas as

perguntas, objetivos e perspectivas já descritos, bastando indicar a resposta entre as três

alternativas. A versão final da ferramenta encontra-se no Apêndice C deste estudo.

4.3.1.7 Questionário de feedback da aplicação piloto

Conforme já enunciado no método, para avaliar a qualidade do instrumento e

possibilitar melhorias é necessário que o primeiro avaliado responda um breve questionário

Page 53: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

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acerca da assertividade da ferramenta e a qualidade da medição alcançada por meio da

ferramenta. Nesse sentido, para a aplicação piloto, agrega-se três perguntas:

i. O resultado fornecido pela ferramenta é condizente com sua percepção da

organização? (passar objetivo a objetivo)

ii. Todos os temas relevantes do seu dia-a-dia foram contemplados pelas perguntas?

iii. De 0 a 10, quanto você recomendaria a aplicação desse questionário em outras

instituições?

4.4 Análise da Aplicação Piloto

A instituição escolhida para a aplicação piloto foi a a Instituição C em que o

questionário preliminar foi aplicado, conforme pode ser visto no Apêndice A. É uma

instituição que oferece reforço escolar e atividades recreativas para crianças de até 12 anos

fora do horário escolar. Ela já existe há 29 anos e a aplicação foi realizada com a atual

presidente da instituição, que é a única assalariada da diretoria, já que os demais são

voluntários. O resultado do questionário pode ser visto no Apêndice B deste estudo.

4.4.1 Aprendizado e Crescimento

A parte do processo de contratação que é estabelecido, tanto para voluntários quanto para

funcionários, a instituição possui iniciativas desestruturadas nas frentes dessa perspectiva.

Destaca-se a baixa visibilidade do plano de renovação da infraestrutura que será um gasto

substancial no futuro e a organização ainda não está poupando para ele. Além disso, a parte de

capacitação poderia ser melhorada, já que nenhum ciclo de treinamentos é proporcionado para

os voluntários que acabam sendo colocados em contato com as crianças sem um alinhamento

prévio do que é esperado deles. No que se refere à cultura de melhoria contínua, há um

destaque dado para funcionários que se dedicam a mais no mês, mas não necessariamente

atrelado à sugestão de novas atividades ou otimização dos processos atuais.

4.4.2 Processos Internos

Processos Internos foi dividido em dois temas: (i) relacionamento e (ii) excelência

operacional.

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i. A comunicação externa da instituição é feita de uma maneira extremamente difusa

e fora de um padrão claro. Há um banco de dados com os doadores dos últimos

meses, no entanto não existe nenhuma gerência sobre isso, ou seja, um mantenedor

pode parar de doar para a instituição que esta não irá ter uma ação convertê-lo de

volta. Não existem relatórios financeiros ou de atividades divulgados, nem para

mantenedores, nem para voluntários. Destaca-se apenas o convite que é feito pela

diretoria a todos os mantenedores para que eles conheçam a instituição. No

entanto, não é feito de maneira formal, nem por meio de um evento – a

consequência é que praticamente nenhum realiza a visita.

ii. O processo de captação de recursos privados da instituição poderia ser otimizado

já que na época da pesquisa era feito somente por meio de um carnê mensal. O

mesmo pode ser dito quanto ao uso dos voluntários, já que nem todas as atividades

passíveis de serem feitas por voluntários foram identificadas pela instituição. Mais

uma vez, destaca-se a maneira difusa em que os problemas são endereçados pela

instituição, pela falta de processos estruturados. Por exemplo, os gargalos de

recursos não são identificados de forma sistemática pela diretoria acarretando a

diversas medidas provisórias que são tomadas. O planejamento financeiro é feito

somente pela diretoria, em uma abordagem top-down e muitos recursos

necessários pelos funcionários, mas não identificados pelos diretores acabam se

tornando gastos extras no decorrer do ano.

4.4.3 Clientes

O número de beneficiários é mantido constante há dois anos na instituição por falta de

recursos físicos. Já, do lado dos mantenedores, há uma visão de quantos são fidelizados, no

entanto não há a preocupação com a satisfação destes mantenedores, nem há uma visão clara

dos mantenedores perdidos, que deixaram de doar.

4.4.4 Financeira

Nessa perspectiva há um claro destaque da instituição estudada, já que ela possui uma

reserva financeira de um ano. Isso lhe dá uma grande tranquilidade no caso de atrasos de

pagamentos públicos, por exemplo.

Page 55: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

55

4.4.5 Missão & Visão

A instituição não elabora um planejamento estratégico, portanto não possui missão e visão

definidas. Nessa etapa do questionário, foi revelado o desejo em iniciar esta prática nos meses

seguintes pela presidente entrevistada.

4.4.6 Resultado final e feedback

A ferramenta desenvolvida em Microsoft Excel ® realiza o cálculo automaticamente ao

final da entrevista. Com ajuda dos resultados, foi montada a figura 14, a fim de auxiliar as

perguntas de feedback. Percebe-se que grande parte dos objetivos estão abaixo dos 40% de

atingimento e, portanto, há muitas oportunidades de melhoria.

Figura 14 – Mapa Estratégico Resultado da Aplicação Piloto

Ao analisar o resultado, a presidente da instituição entrevistada manifestou sua

concordância com a maioria das notas resultantes. Destacou que nenhuma área deixou de ser

Page 56: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

56

abordada pela ferramenta, pelo contrário, passou a entender o processo de captação e o uso de

voluntários de uma forma diferente.

Um ponto que foi identificado para alteração no questionário, é a capacitação dos

funcionários. Argumenta-se que mais importante do que possuir um ciclo de treinamentos

para funcionários nas instituições é garantir que todos os funcionários tenham uma formação

na sua área de atuação na organização, alterando assim as perguntas do objetivo “Garantir

capacitação para voluntários e funcionários” para:

i. Existe uma avaliação das competências necessárias para o bom desenvolvimento

das atividades dos funcionários?

ii. Todos os funcionários possuem formação na área que atuam?

iii. Há incentivos para funcionários que busquem se desenvolver por meio de cursos

fora da instituição? (exemplo: cursos a distância)

iv. Existe uma avaliação das competências necessárias para o bom desenvolvimento

das atividades dos voluntários?

v. Existe um programa de treinamentos básicos para voluntários?

Além disso, houve a percepção por parte do autor deste estudo que notas baixas de

resultado podem ter um efeito negativo, já que, em muitas organizações, os dirigentes são

voluntários ou recebem um baixo salário - esta é uma crítica dura ao trabalho destes. Propõe-

se então que as notas “Intermediárias” sejam contadas como 50% ao invés dos 33%

anteriormente sugeridos.

Por fim, a presidente relatou que recomenda fortemente (nota 10) a aplicação dessa

ferramenta em demais instituições, pois esse tipo de reflexão é sempre muito agregadora.

Page 57: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

57

5 Discussão e Considerações Finais

5.1 Conclusão do Trabalho

As organizações de terceiro setor estão em uma posição chave na sociedade brasileira. Em

um país em desenvolvimento, com graves problemas sociais e ambientais, iniciativas de

preservação do meio ambiente, reforço escolar ou ainda de fomento ao esporte, entre tantas

outras, são extremamente importantes. No entanto, conforme destacado diversas vezes nesse

estudo, em muitas ocasiões essas organizações revelam-se sem o devido apoio por parte do

estado, sem programas de incentivo claros para seu desenvolvimento, elas acabam sendo

dependentes de doações privadas, tanto de pessoas físicas quanto pessoas jurídicas. A

competição de mão de obra com os demais setores chega a ser desleal, já que muito poucas

das instituições de terceiro setor são grandes, cerca de 2%, e possuem capital e estruturação

suficiente para conseguirem contratar pessoas talentosas em sua gestão. Em suma, é um setor

de grande relevância, mas de certa forma deixado de lado em tantos aspectos. Nesse contexto,

esse estudo tenta se colocar como um diagnóstico simples e rápido acessível a todas as

instituições de terceiro setor, inclusive as pequenas, para que possam avaliar seu nível de

gestão em diversas áreas chave de qualquer organização, como a captação de fundos, o

recrutamento de voluntários e a gestão de recursos. Argumenta-se que esse tipo de ajuda seja

vital para manter as organizações abertas, já que há uma enorme taxa de mortalidade em

organizações de terceiro setor nos primeiros anos de sua existência. Acredita-se que isso é

devido à falta de apoio de gestão que elas recebem: se de um lado os microempreendedores

possuem no SEBRAE um apoio para seu desenvolvimento, as organizações de terceiro setor

não o recebem de nenhuma fonte de forma gratuita. Muito da motivação por esse trabalho

vem daí: a falta de amparo à tantas pessoas que fazem da prestação de serviço à sociedade seu

objetivo de vida, seja pelo auxílio a pessoas carentes, seja pela preservação de áreas.

5.2 Sugestão de próximos passos

Propõe-se como continuidade para esse trabalho a aplicação em massa desse instrumento

a fim de avaliar sua aplicabilidade em todos os tipos de organização do terceiro setor e

identificar potenciais pontos de melhoria. É claro que o diagnóstico das organizações é apenas

um passo para a melhoria da sua gestão. A capacidade de montagem de planos de ação e

execução serão cruciais para levá-las a outro patamar. Uma recomendação poderia ser a

contratação de uma consultoria ou de funcionários focados nisso, no entanto ambas essas

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58

alternativas envolvem o dispêndio de dinheiro. Para solucionar esse problema é necessária a

criação de uma rede de ajuda entre as organizações de terceiro setor que, uma vez mapeadas

por meio dessa ferramenta, serão colocadas em contato com outras organizações benchmark

nos pontos em que se encontrem as principais lacunas de gestão. Essa dita “matriz de

benchmarking” seria construída conforme a figura 15 e teria o papel de mostrar as melhores

instituições em cada objetivo e perspectiva. Acredita-se que ao colocar os integrantes do

terceiro setor em contato, a troca de informações será um catalizador para potencializar as

melhorias de todas elas.

É certo que esta é uma visão sonhadora, mas factível.

Figura 15 – Representação de Matriz de Benchmarking. Fonte: (Autoria própria)

5.3 Importância do Trabalho de Conclusão de Curso para o autor

O desenvolvimento desse trabalho foi extremamente agregador para a formação do autor.

Os conceitos nele desenvolvidos são catalisadores relevantes para o entendimento do

funcionamento moderno das organizações, sejam elas sem fins lucrativos ou não. Além disso,

o conhecimento das atividades do terceiro setor contribuiu não somente para a formação

acadêmica, mas também para a formação como cidadão e percepção do papel do engenheiro

na sociedade.

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Page 63: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

PerguntasInstituição A

Instituição BTam

anhoG

randeG

rande

Liderança: Há m

issão e visão da instituição? Se sim com

o foram

desenvolvidos?

Sim, porém

não foram desenvolvidas na instituição de São C

arlos, e sim

pelo orgão nacional, logo são as mesm

as para todas as instuições idênticas espalhadas pelo país.

Sim, entretanto a instituição é de nível nacional e internacional, isto é, há

diversas espalhadas por todo o país e em m

ais 23 países do mundo. Logo, a

missão e visão utilizada foi criada pela central nacional, que fica em

Curitiba

(único lugar no Brasil onde há funcionários contratados para

gerenciar/auxiliar as instituições do país), e é utilizada pela instituição em

São Carlos m

esmo sem

nenhuma participação na elaboração.

Foco em R

H: H

á o número adequado de voluntários na instituição? H

á vagas em

aberto no quadro de funcionários?

A instituição funciona bem

com a quantidade atual de voluntários, entretanto

há diversas atividades que poderiam ser potencializadas com

um m

aior núm

ero de pessoas. A em

presa não carece de funcionários uma vez que

possui a verba necessária para contratações e por ser uma grande instituição

está sempre recebendo currículos de pessoas interessadas em

trabalhar lá.

O m

aior problema da instituição é a atração de voluntários: são quem

lim

itam o núm

ero de crianças que podem ser ajudadas, pois são os

reponsáveis por absolutamente todo o trabalho da instituição, desde

coordenadores até líderes de comunidades e dem

ais mem

bros (e em grande

número tornam

enorme o alcance de sua ação). H

avendo funcionários contratados apenas na central nacional (C

uritiba), não há vagas em aberto no

quadro de funcionários.

Gestão por processos: com

o é o processo de captação de recursos? Existem

medições para gerenciá-lo?

A captação de recursos financeiros é feita principalm

ente por doações através do sistem

a de telemarketing. A

lém disso convênios com

o município

e estado fornecem o necessário para o sustento básico. O

gerenciamento de

todo o capital é feito pelo departamento financeiro da instituição, que parece

ser bem estruturado.

Todo o capital necessário para as ações da instituição (R$ 2,02 por criança

por mês) é fornecido pela central de C

uritiba, que remaneja todo o dinheiro

investido pelo Ministério da Saúde. Em

troca, a instituição faz coleta de dados m

ensalmente nas com

unidades (distribuídas em 29 m

unicípios) onde está inserida, preenchendo m

ais de 35 itens catalogados pelo Ministério da

Saúde.

Planejamento Estratégico: É feito planejam

ento estratégico? Se sim, quem

participa da sua elaboração?

O entrevistado (diretor adm

inistrativo) pareceu não compreender bem

o que o term

o "planejamento estratégico"representa, entretanto explicou que toda

tomada de decisão e planejam

ento de atividades é feito pela diretoria da instituição.

O planejam

ento das atividades da instituição restringe-se às reuniões dos coordenadores, que passam

as resoluções para o restante dos mem

bros (não havendo um

planejamento estratégico form

alizado).

Dados num

éricos

Funcionários: 180; Voluntários: 25; Beneficiados: 563 deficientes

intelectuais e 86 autistas; Imóvel da sede: próprio; Existência: 52 anos;

Cam

po de atuação: promover o bem

estar e desenvolvimento de pessoas

com deficiência intelectual e autism

o

Funcionários: 0; Voluntários: 172; Beneficiados: 930 crianças (0 a 7 anos);

Imóvel da sede: cedido; Existência: 29 anos; C

ampo de atuação: auxílio a

famílias carentes com

crianças pequenas (fornecem com

ida, roupas, etc).

7Apêndice A - Respostas do Questionário Exploratório
63
Page 64: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

PerguntasTam

anho

Liderança: Há m

issão e visão da instituição? Se sim com

o foram

desenvolvidos?

Foco em R

H: H

á o número adequado de voluntários na instituição? H

á vagas em

aberto no quadro de funcionários?

Gestão por processos: com

o é o processo de captação de recursos? Existem

medições para gerenciá-lo?

Planejamento Estratégico: É feito planejam

ento estratégico? Se sim, quem

participa da sua elaboração?

Dados num

éricos

Instituição CInstituição D

Média

Pequena

Não tem

mais estão sendo elaboradas: um

mem

bro da diretoria está tentando desenvolvê-las e levando propostas a respeito nas reuniões de diretoria.

Embora o entrevistado (assistente adm

inistrativo) soubesse o que são esses conceitos, eles não foram

aplicados na instituição. No entanto, reconhece o

valor de tal implantação.

Há carência de voluntários: 12 participam

apenas como m

embros da

diretoria e outros 5 desenvolvem atividades na instituição (2 com

o dentistas, 1 em

culinária e 2 em atividades de bordado). A

ssim, a entrevistada

(coordenadora geral) disse sentir falta de mais voluntários que

desenvolvessema atividades culturais e recreativas com

as crianças. No

mom

ento o quadro de funcionários está com vaga em

aberto para monitor de

música, que saiu há pouco tem

po e não conseguem encontrar outro.

Voluntários é uma das carências da instituição: eles dispõem

de espaço adequado para a realização de atividades culturais e educacionais

diferenciadas, promovidas por voluntários (com

o oficinas de música,

artesanato, teatro, ativides esportivas, etc), mas encontram

dificuldade em

encontrar ou manter voluntários para realizá-las . Por outro lado o quadro de

funcionários está completo no m

omento (inclusive foram

contratados estagiários recentem

ente).

A instituição depende de doações para captar recursos financeiros. Em

busca de um

a renda fixa, a instituição criou um carnê de contribuição em

que aproxim

adamente 35 pessoas doam

mensalm

ente valores entre 10 e 20 reais. A

lém disso tam

bém recebem

doações esporádicas de outros colaboradores e tam

bém os pais das crianças colaboram

com o que podem

mensalm

ente. No

que diz respeito a alimentos necessários para as crianças, tem

convênio com

a prefeitura para forncimento m

ensal de recursos alimentícios. A

lgo interessante no gerenciam

ento financeiro da instituição é o fato dela sempre

se planejar para ter em caixa um

a quantia suficiente para mantê-la

funcionando por um ano m

esmo sem

receber nenhum tipo de

recurso/doação.

Além

de receberem verba de um

convênio com a prefeitura, utilizam

principalm

ente o telemarketing, feito por funcionários, essencial para

conseguirem doações que com

pletamentam

o capital necessário para arcar com

as despesas do mês. Tam

bém há pessoas que procuram

a instiuição esporadicam

ente para doar. Quanto ao controle de gastos, eles procuram

sem

pre ter planejado/previsto os gastos dos seis meses seguintes.

A tom

ada de decisões e planejamento das atividades são feitos pela diretoria

em reuniões sem

i fechadas: cada semana um

funcionário diferente pode participar. Entretanto não há um

planejamento estratégico form

alizado.

Embora o entrevistado (assistente adm

nistrativo) soubesse do que se tratava um

planejamento estratégico, isso nunca foi feito na instituição, m

as afirmou

que seria muito interessante/benéfico com

eçarem a fazer.

Funcionários: 12; Voluntários: 17; Beneficiados: 120 crianças (6 a 14 anos);

Imóvel da sede: próprio; Existência: 29 anos; C

ampo de atuação: reforço

escolar e atividades recreativas/culturais no contra-turno escolar.

Funcionários: 4; Voluntários: 6; Beneficiados: 41 crianças (6 a 17 anos);

Imóvel da sede: próprio; Existência: 20 anos; C

ampo de atuação: reforço

escolar e atividades recreativas/culturais no contra-turno escolar.

64
Page 65: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

PerguntasTam

anho

Liderança: Há m

issão e visão da instituição? Se sim com

o foram

desenvolvidos?

Foco em R

H: H

á o número adequado de voluntários na instituição? H

á vagas em

aberto no quadro de funcionários?

Gestão por processos: com

o é o processo de captação de recursos? Existem

medições para gerenciá-lo?

Planejamento Estratégico: É feito planejam

ento estratégico? Se sim, quem

participa da sua elaboração?

Dados num

éricos

Instituição EInstituição F

PequenaPequena

Não há m

issão e visão formalizadas. Entretanto o entrevistado (coordenador

geral) mostrou que o objetivo/cultura da instituição é forte e claro para todos

que fazem parte dela (é reforçado no dia a dia e na form

a de trabalho de todos).

Sim, entretando foram

desenvolvidas há anos e não são revisadas.

A atração de voluntários é a segunda m

aior carência da instituição (depois de recursos financeiros): eles buscam

parceiros e redes sociais para divulgar tal necessidade m

as ainda assim faltam

pessoas (para ajudar na realização de bazares, organização de estoque e outras atividades). M

uitas vagas em aberto

no quadro de funcionários: terapeuta ocupacional, nutricionista, assistente social, fisioterapeuta. Está com

dificuldade em encontrar pessoas para

ocupar o cargo e também

dispõe de verba limitada para a folha de

pagamento.

Tem poucos voluntáros m

as suficientes para fazer as atividades que precisam

. Procuram atrai-los nas igrejas que se envolvem

com a instiuição.

Possuem vagas no quadro de funcionários, com

o por exemplo 2 cozinheiras

e 1 coordenador financeiro, mas faltam

recursos para novas contratações.

Principalmente doações: recebem

verba e recursos de alimentação e higiene

tanto da comunidade quanto dos vicentinos (religiosos que coordenam

e patrocinam

a instiuição). Produtos de higiene, limpeza e alim

entação nunca faltam

: ao lado da instituição há uma igreja atrelada a ela, e os seus

frequentadores encarregam-se de verificar sem

analmente o que está em

falta na instituição e trazem

as doações necessárias. Para o controle financeiro eles contam

com a ajuda de um

contador.

Recebem

verbas parlamentares e recursos de convênio com

a preferitura. Tam

bém recebem

doações esporádicas aleatórias de pessoas que entram em

contato (tanto para doação de dinheiro quando de alim

entos e outros) e há pais das crianças que colaboram

com o que podem

mensalm

ente. Para ajudar na renda realizam

bazares em que vendem

as doações que recebem de

roupas, sapatos brinquedos, etc. O planejam

ento financeiro existe conforme

a demanda, de acordo com

o recebimento de verbas, m

as normalm

ente quando recebem

dinheiro já possuem contas a pagar para as quais ele é

destinado.

Não há um

planejamento estratégico form

alizado. Entretanto qualquer planejam

ento ou tomada de decisão é realizado nas reuniões da diretoria,

composta por 13 voluntários (vicentinos há m

ais de 6 anos), e depois repassada aos dem

ais voluntários e funcionários.

Não. H

á apenas planejamneto pedagógico em

que é feito o plano de aulas sem

estral.

Funcionários: 4; Voluntários: 27; Beneficiados: 35 idosos; Im

óvel da sede: próprio; Existência: 92 anos; C

ampo de atuação: ILPI (Instituição de Longa

Permanência para Idosos).

Funcionários: 3; Voluntários: 8; Beneficiados: 50 crianças (6 a 14 anos);

Imóvel da sede: próprio; Existência: 33 anos; C

ampo de atuação: reforço

escolar e atividades recreativas/culturais no contra-turno escolar.

65
Page 66: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

# Perspectiva Tema Objetivo Estratégico Critério Resposta Observação Pontos Pontuação Máxima

1.1.1 Aprendizado e Crescimento - Garantir Infraestrutura Adequada

Existe uma avaliação quanto à taxa de utilização dos ativos existentes? (por

exemplo: número de computadores por pessoa; número de leitos vacantes;

número máximo de carteiras por sala de aula, etc)

Intermediária

A resposta Intermediária

corresponde ao caso de haver iniciativas, mas desestruturadas

0.55 1.67

1.1.2 Aprendizado e Crescimento - Garantir Infraestrutura Adequada

Existe um plano de aquisição de novos materiais (computadores, cadeiras, etc)

uma vez que os existentes tornam-se obsoletos?

Intermediária

A resposta Intermediária

corresponde ao caso de haver iniciativas, mas desestruturadas

0.55 1.67

1.1.3 Aprendizado e Crescimento - Garantir Infraestrutura AdequadaExiste um plano de renovação e/ou

expansão da estrutura física atual uma vez que esta tornar-se obsoleta?

Não 0.00 1.67

1.2.1 Aprendizado e Crescimento - Atrair e Reter as melhores pessoas

Os meios atuais de recrutamento trazem o número adequado de

candidatos para as vagas em aberto do quadro de funcionários?

Intermediária

A resposta Intermediária

corresponde ao caso de haver iniciativas, mas desestruturadas

0.21 0.63

1.2.2 Aprendizado e Crescimento - Atrair e Reter as melhores pessoas O atual meio de divulgação de vagas de voluntariado é assertivo? Não 0.00 0.63

1.2.3 Aprendizado e Crescimento - Atrair e Reter as melhores pessoasExistem processos definidos para

contratação de funcionários e voluntários?

Sim

Só assinale 'Sim' no caso de evidências

claras. No caso contrário assinale

'Intermediária'

0.63 0.63

1.2.4 Aprendizado e Crescimento - Atrair e Reter as melhores pessoasJá foram levantados os principais

fatores de motivação dos funcionários e voluntários?

Não 0.00 0.63

1.2.5 Aprendizado e Crescimento - Atrair e Reter as melhores pessoas

Existem políticas de motivação e reconhecimento do trabalho dos

voluntários e funcionários da instituição?

Intermediária

A resposta Intermediária

corresponde ao caso de haver iniciativas, mas desestruturadas

0.21 0.63

1.2.6 Aprendizado e Crescimento - Atrair e Reter as melhores pessoas

Há uma política de feedbacks periódicos com os funcionários e

voluntários para melhorias de políticas de RH?

Não 0.00 0.63

1.2.7 Aprendizado e Crescimento - Atrair e Reter as melhores pessoas

Os indicadores de turnover (funcionários que saíram dentre todos os funcionários em um determinado

período) e de absenteísmo são analisados e usados a fim de medir o

engajamento dos funcionários e voluntários?

Não 0.00 0.63

1.2.8 Aprendizado e Crescimento - Atrair e Reter as melhores pessoasExiste uma política de avaliação de

desempenho dos funcionários e voluntários?

Não 0.00 0.63

1.3.1 Aprendizado e Crescimento - Disseminar cultura de melhoria contínua

Há um sistema de benefícios e reconhecimento que premie

funcionários e voluntários por meio de novas ideias que melhorem o dia-a-dia

da instituição?

Intermediária

A resposta Intermediária

corresponde ao caso de haver iniciativas, mas desestruturadas

0.83 2.50

1.3.2 Aprendizado e Crescimento - Disseminar cultura de melhoria contínua

Existem treinamentos para novos funcionários para explicação da cultura

da instituição e quais são os comportamentos esperados?

Intermediária

A resposta Intermediária

corresponde ao caso de haver iniciativas, mas desestruturadas

0.83 2.50

1.4.1 Aprendizado e Crescimento - Garantir capacitação de voluntários e funcionários

Existe uma avaliação das competências necessárias para o bom

desenvolvimento das atividades dos funcionários?

Intermediária

A resposta Intermediária

corresponde ao caso de haver iniciativas, mas desestruturadas

0.33 1.00

1.4.2 Aprendizado e Crescimento - Garantir capacitação de voluntários e funcionários

Existe um programa de treinamentos específico para funcionários? Não 0.00 1.00

8Apêndice B - Aplicação piloto da ferramenta
66
Page 67: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

# Perspectiva Tema Objetivo Estratégico Critério Resposta Observação Pontos Pontuação Máxima

1.4.3 Aprendizado e Crescimento - Garantir capacitação de voluntários e funcionários

Há incentivos para funcionários que busquem se desenvolver por meio de

cursos fora da instituição?Intermediária

A resposta Intermediária

corresponde ao caso de haver iniciativas, mas desestruturadas

0.33 1.00

1.4.4 Aprendizado e Crescimento - Garantir capacitação de voluntários e funcionários

Existe uma avaliação das competências necessárias para o bom

desenvolvimento das atividades dos voluntários?

Não 0.00 1.00

1.4.5 Aprendizado e Crescimento - Garantir capacitação de voluntários e funcionários

Existe um programa de treinamentos básicos para voluntários? Não 0.00 1.00

2.1.1 Processos Internos Relacionamento Comunicar-se com transparência e frequência adequada

Há um banco de dados com o cadastro dos mantenedores (pessoas físicas ou

jurídicas que doam à instituição)?Intermediária

A resposta Intermediária

corresponde ao caso de haver iniciativas, mas desestruturadas

0.55 1.67

2.1.2 Processos Internos Relacionamento Comunicar-se com transparência e frequência adequada

Existe um relatório de prestação de contas enviado a todos os

mantenedores, funcionários, voluntários e ex-voluntários?

Não 0.00 1.67

2.2.1 Processos Internos Relacionamento Manter relacionamento com mantenedores

Há uma segmentação entre os mantenedores segundo sua importância

estratégica?Não 0.00 0.83

2.2.2 Processos Internos Relacionamento Manter relacionamento com mantenedores

Existe uma política de reuniões presenciais com os mantenedores mais

relevantes?Não 0.00 0.83

2.2.3 Processos Internos Relacionamento Manter relacionamento com mantenedores

Há um relatório de atividades enviado periodicamente a todos os

mantenedores?Não 0.00 0.83

2.2.4 Processos Internos Relacionamento Manter relacionamento com mantenedores

Há uma política de visitas de mantenedores na instituição para que

conheçam as atividades?Intermediária

A resposta Intermediária

corresponde ao caso de haver iniciativas, mas desestruturadas

0.28 0.83

2.3.1 Processos Internos Excelência Operacional Ser eficiente no processo de captação Há processos estabelecidos de captação

de recursos financeiros? Sim

Só assinale 'Sim' no caso de evidências

claras. No caso contrário assinale

'Intermediária'

1.11 1.11

2.3.2 Processos Internos Excelência Operacional Ser eficiente no processo de captação

Há controles numéricos (indicadores) para avaliar a efetividade do processo

de captação?Não 0.00 1.11

2.3.3 Processos Internos Excelência Operacional Ser eficiente no processo de captação

São criados planos de ação caso sejam identificados potenciais melhorias no

processo de captação de recursos financeiros?

Não 0.00 1.11

2.4.1 Processos Internos Excelência Operacional Potencializar o uso de voluntários

Todas as atividades que poderiam ser realizadas por voluntários já foram

mapeadas?Não 0.00 1.67

2.4.2 Processos Internos Excelência Operacional Potencializar o uso de voluntários A alocação dos voluntários é feita a fim

de otimizar sua utilização? Sim

Só assinale 'Sim' no caso de evidências

claras. No caso contrário assinale

'Intermediária'

1.67 1.67

2.5.1 Processos Internos Excelência Operacional Diversificar as fontes de renda Há captação de renda por meio de

órgãos públicos? Sim

Só assinale 'Sim' no caso de evidências

claras. No caso contrário assinale

'Intermediária'

0.67 0.67

2.5.2 Processos Internos Excelência Operacional Diversificar as fontes de renda

São realizados eventos pontuais para captação de renda? (exemplo:

quermesses, rifas, bazares, etc...)Não 0.00 0.67

67
Page 68: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

# Perspectiva Tema Objetivo Estratégico Critério Resposta Observação Pontos Pontuação Máxima

2.5.3 Processos Internos Excelência Operacional Diversificar as fontes de renda Há a venda de produtos ou serviços da

instituição para captação de renda? Não 0.00 0.67

2.5.4 Processos Internos Excelência Operacional Diversificar as fontes de renda É usado o telemarketing para angariar

mais doações? Não 0.00 0.67

2.5.5 Processos Internos Excelência Operacional Diversificar as fontes de renda

Há algum tipo de programa para captação de doações mensais dos mantenedores? (exemplo: carnê,

patrocinadores, etc...)

Sim

Só assinale 'Sim' no caso de evidências

claras. No caso contrário assinale

'Intermediária'

0.67 0.67

2.6.1 Processos Internos Excelência Operacional Ter efetividade na gestão de recursos

Há uma lógica de priorização no dispêndio de recursos financeiros

excedentes, caso existam?Intermediária

A resposta Intermediária

corresponde ao caso de haver iniciativas, mas desestruturadas

0.22 0.67

2.6.2 Processos Internos Excelência Operacional Ter efetividade na gestão de recursos

Há uma lógica de otimização do uso de recursos físicos escassos (ginásio,

leitos, computadores, etc...)Intermediária

A resposta Intermediária

corresponde ao caso de haver iniciativas, mas desestruturadas

0.22 0.67

2.6.3 Processos Internos Excelência Operacional Ter efetividade na gestão de recursos

São criados planos de ação com intuito de otimização das atividades dos

colaboradores/voluntários?Intermediária

A resposta Intermediária

corresponde ao caso de haver iniciativas, mas desestruturadas

0.22 0.67

2.6.4 Processos Internos Excelência Operacional Ter efetividade na gestão de recursos

Os limitantes de crescimento da instituição são endereçados e criados

planos de ação para serem remediados?Intermediária

A resposta Intermediária

corresponde ao caso de haver iniciativas, mas desestruturadas

0.22 0.67

2.6.4 Processos Internos Excelência Operacional Ter efetividade na gestão de recursos Existe um processo estruturado de

planejamento financeiro? Intermediária

A resposta Intermediária

corresponde ao caso de haver iniciativas, mas desestruturadas

0.22 0.67

3.1.1 Clientes - Incrementar o número de beneficiados Houve incremento do número de beneficiados no último ano? Intermediária

A resposta Intermediária

corresponde ao caso de haver iniciativas, mas desestruturadas

3.30 10.00

3.2.1 Clientes - Garantir Satisfação dos MantenedoresÉ calculado o número de mantenedores

fidelizados, ou seja, que doam recorrentemente à instituição?

Sim

Só assinale 'Sim' no caso de evidências

claras. No caso contrário assinale

'Intermediária'

3.33 3.33

3.2.2 Clientes - Garantir Satisfação dos MantenedoresÉ calculado o número de mantenedores

perdidos, ou seja, os que deixam de doar após um período?

Não 0.00 3.33

3.2.3 Clientes - Garantir Satisfação dos MantenedoresHá a preocupação de avaliar a

satisfação dos mantenedores com a atuação da instituição?

Não 0.00 3.33

4.1.1 Financeira - Garantir sustentabilidade financeira

A instituição possui reservas financeiras que garantem seu sustento

ainda que sem doações por um determinado período?

Sim

Só assinale 'Sim' no caso de evidências

claras. No caso contrário assinale

'Intermediária'

20.00 20.00

5.1.1 Missão e Visão - Garantir cumprimento da Missão e Visão

A instituição possui missão e visão definidos e atualizados? Não 0.00 5.00

5.1.2 Missão e Visão - Garantir cumprimento da Missão e Visão

A instituição realiza um planejamento estratégico? Não 0.00 5.00

5.1.3 Missão e Visão - Garantir cumprimento da Missão e Visão

Para confeccionar o planejamento estratégico, há o envolvimento dos

funcionário além da diretoria?Não 0.00 5.00

68
Text
Page 69: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

# Perspectiva Tema Objetivo Estratégico Critério Resposta Observação Pontos Pontuação Máxima

5.1.4 Missão e Visão - Garantir cumprimento da Missão e Visão

Há o mapeamento do ambiente interno e externo da instituição a fim de

identificar potenciais oportunidades ou ameaças?

Não 0.00 5.00

37.12 100Total

69
Page 70: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

# Perspectiva Tema Objetivo Estratégico Critério Resposta Observação Pontos Pontuação Máxima

1.1.1 Aprendizado e Crescimento - Garantir Infraestrutura Adequada

Existe uma avaliação quanto à taxa de utilização dos ativos existentes? (por

exemplo: número de computadores por pessoa; número de leitos vacantes;

número máximo de carteiras por sala de aula, etc)

0.00 1.67

1.1.2 Aprendizado e Crescimento - Garantir Infraestrutura Adequada

Existe um plano de aquisição de novos materiais (computadores, cadeiras, etc)

uma vez que os existentes tornam-se obsoletos?

0.00 1.67

1.1.3 Aprendizado e Crescimento - Garantir Infraestrutura Adequada

Existe um plano de renovação e/ou expansão da estrutura física atual uma

vez que esta tornar-se obsoleta?0.00 1.67

1.2.1 Aprendizado e Crescimento - Atrair e Reter as melhores pessoas

Os meios atuais de recrutamento trazem o número adequado de

candidatos para as vagas em aberto do quadro de funcionários?

0.00 0.63

1.2.2 Aprendizado e Crescimento - Atrair e Reter as melhores pessoas O atual meio de divulgação de vagas de

voluntariado é assertivo? 0.00 0.63

1.2.3 Aprendizado e Crescimento - Atrair e Reter as melhores pessoas

Existem processos definidos para contratação de funcionários e

voluntários?0.00 0.63

1.2.4 Aprendizado e Crescimento - Atrair e Reter as melhores pessoas

Já foram levantados os principais fatores de motivação dos funcionários e

voluntários?0.00 0.63

1.2.5 Aprendizado e Crescimento - Atrair e Reter as melhores pessoas

Existem políticas de motivação e reconhecimento do trabalho dos

voluntários e funcionários da instituição?

0.00 0.63

1.2.6 Aprendizado e Crescimento - Atrair e Reter as melhores pessoas

Há uma política de feedbacks periódicos com os funcionários e

voluntários para melhorias de políticas de RH?

0.00 0.63

1.2.7 Aprendizado e Crescimento - Atrair e Reter as melhores pessoas

Os indicadores de turnover (funcionários que saíram dentre todos os funcionários em um determinado

período) e de absenteísmo são analisados e usados a fim de medir o

engajamento dos funcionários e voluntários?

0.00 0.63

1.2.8 Aprendizado e Crescimento - Atrair e Reter as melhores pessoas

Existe uma política de avaliação de desempenho dos melhores funcionários

e voluntários?0.00 0.63

1.3.1 Aprendizado e Crescimento - Disseminar cultura de melhoria

contínua

Há um sistema de benefícios e reconhecimento que premie

funcionários e voluntários por meio de novas ideias que melhorem o dia-a-dia

da instituição?

0.00 2.50

1.3.2 Aprendizado e Crescimento - Disseminar cultura de melhoria

contínua

Existem treinamentos para novos funcionários para explicação da cultura

da instituição e quais são os comportamentos esperados?

0.00 2.50

9Apêndice C – Ferramenta Final
70
Page 71: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

# Perspectiva Tema Objetivo Estratégico Critério Resposta Observação Pontos Pontuação Máxima

1.4.1 Aprendizado e Crescimento - Garantir capacitação de voluntários e

funcionários

Existe uma avaliação das competências necessárias para o bom

desenvolvimento das atividades dos funcionários?

0.00 1.00

1.4.2 Aprendizado e Crescimento - Garantir capacitação de voluntários e

funcionáriosTodos os funcionários possuem formação na área que atuam? 0.00 1.00

1.4.3 Aprendizado e Crescimento - Garantir capacitação de voluntários e

funcionários

Há incentivos para funcionários que busquem se desenvolver por meio de

cursos fora da instituição?0.00 1.00

1.4.4 Aprendizado e Crescimento - Garantir capacitação de voluntários e

funcionários

Existe uma avaliação das competências necessárias para o bom

desenvolvimento das atividades dos voluntários?

0.00 1.00

1.4.5 Aprendizado e Crescimento - Garantir capacitação de voluntários e

funcionáriosExiste um programa de treinamentos

básicos para voluntários? 0.00 1.00

2.1.1 Processos Internos Relacionamento Comunicar-se com transparência e frequência adequada

Há um banco de dados com o cadastro dos mantenedores (pessoas físicas ou

jurídicas que doam à instituição)?0.00 1.67

2.1.2 Processos Internos Relacionamento Comunicar-se com transparência e frequência adequada

Existe um relatório de prestação de contas enviado a todos os

mantenedores, funcionários, voluntários e ex-voluntários?

0.00 1.67

2.2.1 Processos Internos Relacionamento Manter relacionamento com mantenedores

Há uma segmentação entre os mantenedores segundo sua importância

estratégica?0.00 0.83

2.2.2 Processos Internos Relacionamento Manter relacionamento com mantenedores

Existe uma política de reuniões presenciais com os mantenedores mais

relevantes?0.00 0.83

2.2.3 Processos Internos Relacionamento Manter relacionamento com mantenedores

Há um relatório de atividades enviado periodicamente a todos os

mantenedores?0.00 0.83

2.2.4 Processos Internos Relacionamento Manter relacionamento com mantenedores

Há uma política de visitas de mantenedores na instituição para que

conheçam as atividades?0.00 0.83

2.3.1 Processos Internos Excelência Operacional Ser eficiente no processo de captação Há processos estabelecidos de captação

de recursos financeiros? 0.00 1.11

2.3.2 Processos Internos Excelência Operacional Ser eficiente no processo de captação

Há controles numéricos (indicadores) para avaliar a efetividade do processo

de captação?0.00 1.11

2.3.3 Processos Internos Excelência Operacional Ser eficiente no processo de captação

São criados planos de ação caso sejam identificados potenciais melhorias no

processo de captação de recursos financeiros?

0.00 1.11

71
Page 72: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

# Perspectiva Tema Objetivo Estratégico Critério Resposta Observação Pontos Pontuação Máxima

2.4.1 Processos Internos Excelência Operacional Potencializar o uso de voluntários

Todas as atividades que poderiam ser realizadas por voluntários já foram

mapeadas?0.00 1.67

2.4.2 Processos Internos Excelência Operacional Potencializar o uso de voluntários A alocação dos voluntários é feita a fim

de otimizar sua utilização? 0.00 1.67

2.5.1 Processos Internos Excelência Operacional Diversificar as fontes de renda Há captação de renda por meio de

órgãos públicos? 0.00 0.67

2.5.2 Processos Internos Excelência Operacional Diversificar as fontes de renda

São realizados eventos pontuais para captação de renda? (exemplo:

quermesses, rifas, bazares, etc...)0.00 0.67

2.5.3 Processos Internos Excelência Operacional Diversificar as fontes de renda Há a venda de produtos ou serviços da

instituição para captação de renda? 0.00 0.67

2.5.4 Processos Internos Excelência Operacional Diversificar as fontes de renda É usado o telemarketing para angariar

mais doações? 0.00 0.67

2.5.5 Processos Internos Excelência Operacional Diversificar as fontes de renda

Há algum tipo de programa para captação de doações mensais dos mantenedores? (exemplo: carnê,

patrocinadores, etc...)

0.00 0.67

2.6.1 Processos Internos Excelência Operacional Ter efetividade na gestão de recursos

Há uma lógica de priorização no dispêndio de recursos financeiros

excedentes, caso existam?0.00 0.67

2.6.2 Processos Internos Excelência Operacional Ter efetividade na gestão de recursos

Há uma lógica de otimização do uso de recursos físicos escassos (ginásio,

leitos, computadores, etc...)0.00 0.67

2.6.3 Processos Internos Excelência Operacional Ter efetividade na gestão de recursos

São criados planos de ação com intuito de otimização das atividades dos

colaboradores/voluntários?0.00 0.67

2.6.4 Processos Internos Excelência Operacional Ter efetividade na gestão de recursos

Os limitantes de crescimento da instituição são endereçados e criados

planos de ação para serem remediados?0.00 0.67

2.6.4 Processos Internos Excelência Operacional Ter efetividade na gestão de recursos Existe um processo estruturado de

planejamento financeiro? 0.00 0.67

3.1.1 Clientes - Incrementar o número de beneficiados Houve incremento do número de beneficiados no último ano? 0.00 10.00

3.2.1 Clientes - Garantir Satisfação dos MantenedoresÉ calculado o número de mantenedores

fidelizados, ou seja, que doam recorrentemente à instituição?

0.00 3.33

72
Page 73: PROPOSIÇÃO DE FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE … · O terceiro setor, composto pelas organizações sem fins lucrativos, possui grande relevância na ... Figura 12 – Resultados

# Perspectiva Tema Objetivo Estratégico Critério Resposta Observação Pontos Pontuação Máxima

3.2.2 Clientes - Garantir Satisfação dos MantenedoresÉ calculado o número de mantenedores

perdidos, ou seja, os que deixam de doar após um período?

0.00 3.33

3.2.3 Clientes - Garantir Satisfação dos MantenedoresHá a preocupação de avaliar a

satisfação dos mantenedores com a atuação da instituição?

0.00 3.33

4.1.1 Financeira - Garantir sustentabilidade financeira

A instituição possui reservas financeiras que garantem seu sustento

ainda que sem doações por um determinado período?

0.00 20.00

5.1.1 Missão e Visão - Garantir cumprimento da Missão e Visão

A instituição possui missão e visão definidos e atualizados? 0.00 5.00

5.1.2 Missão e Visão - Garantir cumprimento da Missão e Visão

A instituição realiza um planejamento estratégico? 0.00 5.00

5.1.3 Missão e Visão - Garantir cumprimento da Missão e Visão

Para confeccionar o planejamento estratégico, há o envolvimento dos

funcionário além da diretoria?0.00 5.00

5.1.4 Missão e Visão - Garantir cumprimento da Missão e Visão

Há o mapeamento do ambiente interno e externo da instituição a fim de

identificar potenciais oportunidades ou ameaças?

0.00 5.00

0.00 100Total

73