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Universidade de São Paulo Escola de Comunicações e Artes Danilo Bueno Ipolito Proposta de inclusão da disciplina Infografia no currículo de Jornalismo São Paulo 2010

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Universidade de São Paulo

Escola de Comunicações e Artes

Danilo Bueno Ipolito

Proposta de inclusão da disciplina Infografia no currículo de

Jornalismo

São Paulo

2010

IntroduçãoEste projeto tem como objetivo estimular a discussão a respeito da instituição de uma disciplina de Infografia no currículo de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, tendo como base teórica o campo de estudos da Visualização da Informação. Essa proposta é fruto do meu trabalho de conclusão de curso, que está em andamento, sob orientação do professor Eugênio Bucci, que tem como objetivo analisar o ensino dessa disciplina no mundo e formular uma proposta para as escolas de Jornalismo brasileiras.O meu primeiro contato com as discussões sobre Infografia ocorreu em 2006, quando participei do encontro da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) na Universidade Federal de Santa Catarina. Na ocasião tive a oportunidade de participar de um mini-curso sobre o tema ministrado pela professora Tattiana Teixeira, hoje a principal pesquisadora da área no país. Continuei a pesquisar sobre o assunto durante a graduação, enquanto estagiava no Núcleo José Reis de Divulgação Científica, onde organizei um grupo de estudos quinzenal sobre o tema.As primeiras pesquisas sobre infográficos no Brasil estiveram intimamente ligadas ao campo do Jornalismo Científico, que compreende a infografia como um recurso valioso para disseminar esse tipo de conhecimento, que enfrenta várias barreiras para atingir o público leigo, e promover uma cultura baseada na aprendizagem empírica e humanista. No entanto, observa-se que a infografia superou há muito tempo esse campo de aplicação, transformando-se em um elemento fundamental em todas as esferas do jornalismo, principalmente em jornais, revistas e internet, mas também aplicado de forma cada vez mais profissional na televisão.Um dos principais desafios dessa proposta é combater a ideia de que o infográfico é um recurso unicamente técnico ou artístico, de responsabilidade do designer gráfico ou do ilustrador, e de que o jornalista tem um papel secundário na formulação do conjunto de elementos que compõem esse tipo de estrutura. Este pensamento está ligado à ideia de que a qualidade ilustrativa do infográfico é o ponto central de sua importância editorial e que a forma se sobrepõe à informação no decorrer do processo de criação. Essa concepção é, no entanto, rechaçada por todos os infografistas entrevistados durante a pesquisa, que admitiram ter sérios problemas para combater essa ideia também dentro de suas redações.Na verdade, a infografia é um recurso absolutamente informativo, com potencial para substituir o texto em algumas ocasiões ou mesmo contar histórias e revelar detalhes que não poderiam ser apresentados de outra forma. Justamente pela capacidade de mostrar detalhes que seriam incompreensíveis ou cansativos em um texto (ver Figura 5), o infográfico demanda uma apuração completamente diferente daquela feita para uma reportagem escrita, e tão minuciosa quanto.Além de aprender a lidar com uma apuração diferente do jornalismo tradicional, o infografista precisa superar um desafio ainda maior, que é aprender a pensar visualmente a informação, superando a barreira do texto e sendo capaz de analisar com mais cuidado o teor do assunto que está sendo tratado. Por isso, essa proposta vai apresentar o conceito de Visualização da Informação, que trata não só da infografia, mas também de outros recursos visuais antigos e muito estudados, como a fotografia e outras formas de apresentação de dados, como mapas e gráficos, ou qualquer outro recurso capaz de simplificar e potencializar a transmissão da informação.Entre os poucos consensos dos pesquisadores e profissionais da área de infografia está o de que nem toda informação tem potencial imagético. No entanto, existem pautas que podem ser melhor exploradas se o jornalista conseguir identificar mentalmente seu conteúdo visual. Para exemplificar essa ideia, tomemos como modelo uma matéria que se proponha a explicar a complexa rede de alianças entre os partidos políticos brasileiros, em nível estadual e federal, após a lei que permitiu que legendas que participam de uma coligação em uma esfera pudessem disputar o mesmo cargo em outro nível político. Um texto jornalístico poderia, com um pouco de dificuldade, dar conta de explicar a polarização entre PT e PSDB na disputa presidencial, mas como mostrar ao leitor a confusa dinâmica de coligações na eleição para governador? (ver Figura 1)

Figura 1 - Diagrama das coligações publicado na revista Época

O que é infografia?Infografia é uma linguagem que reúne elementos visuais e texto para contar histórias. Amplamente utilizada nos jornais, revistas, televisão e internet nos últimos anos, o ramo passa por um processo de especialização, com o surgimento de cursos nas faculdades de jornalismo e de artes gráficas.Acompanhando a comunicação humana desde seus primórdios, a infografia só tomou a forma contemporânea “industrial” no final da década de 80, com a chegada dos primeiros Macintosh às redações, que possibilitaram uma produção capaz de acompanhar a velocidade da mídia.A infografia pode reunir elementos diversos como fotografia, texto, ilustrações, mapas, gráficos ou qualquer recurso visual necessário para dar coerência entre todas as suas partes, com o objetivo de transmitir informações variadas sobre um determinado acontecimento, explicar um lugar, uma prática ou objeto. Um infografista nada mais é do que um jornalista que pensa a informação de modo visual, e não apenas textual. O rigor da informação, as entrevistas de fontes, a checagem, o cuidado com os números e estatísticas, são preceitos do jornalismo incorporados pela infografia.Se for considerada uma linguagem jornalística, a infografia pode ser situada ao lado de outras, bem mais valorizadas nos currículos de jornalismo, como fotojornalismo, documentário, telejornalismo, radiojornalismo, texto jornalístico, entre outros.

Figura 2 – Esse infográfico da revista Época é um exemplo muito comum de infografia publicada em jornais e revistas, e que relaciona fotos, ilustrações, texto corrido, legendas, mapas e iconografia variada. A diagramação da página difere muito do design básico, formado por título, colunas de texto, foto e eventualmente “olhos” e box. A produção desse infográfico teve a participação de três repórteres e três ilustradores e exigiu ao menos cinco dias de trabalho

O que não é infografiaExistem sérias discussões a respeito da definição de infografia, no entanto, os profissionais e acadêmicos estão mais ou menos de acordo de que a função principal do infográfico é relacionar elementos diversos, com o objetivo de repassar diferentes aspectos do tema explorado. Dessa forma, vários recursos comuns em jornais, revistas e na web, que não são considerados infográficos quando apresentados isoladamente, podem ser organizados para formar uma infografia.

• Infografia não é gráfico ou tabela, mesmo que apresentados enfeitados por uma ilustração

• Infografia também não é ilustração, ainda que possa conter ilustrações

• Infografia não é uma obra de arte nem uma técnica, é uma linguagem que pode envolver elementos artísticos (assim como o documentário, que é uma linguagem jornalística)

• Infografia não é diagramação, apesar de influenciar fortemente a organização dos elementos nas páginas, ocupando muitas vezes a página inteira, ou uma dupla

Figura 3 – Gráfico Ilustrado – Gráfico, tabela ou mapa ilustrado não é infografia. Para ser um infográfico, o conjunto deve ter elementos que se associam para passar uma mesma informação e responder sempre que possível às questões básicas do jornalismo: o que, quem, quando, onde, como e por que. No entanto, um infográfico pode ter como base um grande gráfico, um grande mapa ou qualquer outro elemento visual

O que é Visualização da Informação?Visualização da Informação é um conceito muito mais amplo do que Infografia (na qual esta está necessariamente inserida), que se preocupa com a construção de representações visuais de dados abstratos de forma a facilitar o seu entendimento e ajudar na descoberta de novas informações que estão escondidas nos números. Visualizar a informação quer dizer apreender o significado de uma mensagem através de imagens, que podem ou não ser apoiadas por textos. O campo de estudo Visualização da Comunicação forneceria a base teórica para um eventual curso de Infografia.Através da imagem, alguns tipos de informação podem ser apreendidos de forma mais clara e rápida. O campo da Visualização da Informação estuda como o infografista pode manter essa clareza e rapidez, enquanto apresenta os dados com a profundidade e precisão cada vez maiores, de acordo com as exigências do jornalismo.No termo “visualização” está implícita a transformação de uma informação textual ou numérica, em uma estrutura lógica visual, por isso esse conceito abrange, além da infografia mais utilizada em jornais e revistas, as infografias interativas (geralmente estruturadas com linguagem de programação no formato flash) e os infográficos produzidos com a ajuda de programação e técnicas avançadas de Tecnologia da Informação, tendo como base dados bem mais complexos. Um curso de Infografia baseado no conceito de Visualização da Informação teria como foco a formação de um Jornalista Visual e como objetivo capacitar o profissional a identificar e analisar as informações que podem ser apresentadas com a ajuda de imagens. O jornalista visual precisa conceber intelectualmente como a notícia poderia ser apresentada na forma de imagens. Para isso, tem que ter em mente quais tipos de dados se adaptam melhor a cada categoria de infográfico já existente, ou ainda propor um modelo totalmente novo de infográfico adaptado àquela informação.

Figura 4 – O Newsmap é um serviço que hierarquiza a informação em função da agregação de notícias do Google News. O tamanho dos blocos reflete a popularidade de um item em um determinado momento e é um exemplo clássico do que se está convencionando chamar Infografia em Base de Dados, que são as imagens produzidas automaticamente com a ajuda de uma determinada programação. Por tratar de conjuntos extremamente complexos, esse tipo de infografia muitas vezes é considerada um sistema de análise de dados, e exige, ao invés da parceria entre jornalista e designer, um trabalho conjunto do repórter com especialistas em Tecnologia da Informação

Infografia não é trabalho de designer gráfico?Não. A infografia é um trabalho essencialmente coletivo. A função do jornalista na “cadeia produtiva” da infografia pode variar de empresa para empresa, mas normalmente está relacionada à apuração e organização das informações que serão apresentadas na composição que vai dar origem ao infográfico. Com os dados em mãos, o jornalista precisa fazer um esboço de como imagina que as informações poderiam ser apresentadas. Em seguida o repórter se reúne com o editor e o designer que irá passar as ideias para o computador.Para traçar um paralelo e pensar sobre o “conflito” entre o jornalismo e a técnica, vamos considerar a produção de um documentário. Teoricamente gravação e edição são funções de técnicos ou de profissionais de audiovisual, ainda assim esses conhecimentos são considerados indispensáveis para a formação de um bom jornalista, que precisa ter conhecimentos básicos de todo o processo de produção do documentário.Apesar de atuar como repórter e não como designer, o jornalista precisa coletar as informações já tendo em mente como elas serão apresentadas visualmente. Isso muitas vezes requer uma atenção extra a detalhes que não seriam necessários na produção de uma matéria unicamente textual, por exemplo. No caso da figura 2, os jornalistas que trabalharam na infografia precisaram dar atenção extra à estrutura dos edifícios, procurar a planta dos três teatros em destaque e escolher quais aspectos da reforma do prédio deveriam ser valorizados na reportagem, que foi desde o começo concebida como fundamentalmente visual. Os jornalistas também precisam ter um conhecimento mínimo das ferramentas de edição, para conhecer as limitações dos softwares, poder administrar o tempo necessário para cada etapa da produção e orientar o designer durante o trabalho.Atualmente, nas redações brasileiras, existe um número muito pequeno de jornalistas que atuam também como designers. As vantagens desses profissionais é que são capazes de atuar em toda a linha de produção do infográfico. Um curso de infografia para jornalistas não teria como objetivo a formação de designers gráficos, mas poderia despertar o interesse dos estudantes que porventura buscariam uma formação mais especializada na área em outros cursos. Quem deseja atuar em infografia na função de designer precisa ter uma grande habilidade com as ferramentas gráficas.Figura 5 - Trabalho individual? - Imagine um jornalista tentando fazer um infográfico como esse sozinho. Agora imagine um designer administrando e apurando essa quantidade de informação

Qual deve ser o foco de um curso de Infografia para jornalistas?De acordo com os editores e os infografistas entrevistados, os profissionais formados em jornalismo têm uma grande dificuldade em pensar visualmente a pauta e em conceber a página como um todo, deixando muitas vezes de explorar o potencial do tema trabalhado.Um curso universitário não pode ter apenas um caráter técnico, mas também discutir de forma teórica quais são as implicações dos usos dos infográficos, como podem ser utilizados, quais são suas características, quais são os vários tipos de infográficos existentes e quais se adaptam melhor a cada tipo de informação.Na universidade pública a pesquisa acadêmica deveria permear o ensino de todas as disciplinas. Por isso um curso de Infografia aplicado em uma escola de comunicação como a ECA deveria estimular os estudantes a procurar campos inexplorados dentro dessa área teórica que é a Visualização da Comunicação. As possibilidades de pesquisas nesta área são imensas, por tratar de um tema relativamente novo, com importância crescente e pouco explorado na academia.Particularmente na Universidade de São Paulo, existe um potencial (e uma necessidade) muito grande de pesquisas na área, já que existem pouquíssimas teses que discutem a Infografia aplicada ao jornalismo.

Existe conteúdo para um semestre de disciplina?Uma disciplina, quer tenha como foco a produção do infográfico em si, quer tenha como proposta estimular a discussão teórica dos estudantes no sentido de ampliar as possibilidades de comunicação através da Visualização da Comunicação, precisaria ser dividida em uma parte teórica e uma prática.Apesar de ser um campo de estudos novo no país, o acúmulo teórico relevante com relação à Visualização da Comunicação pode muito bem ser organizado em um curso de um semestre, ainda que boa parte da bibliografia específica esteja em língua inglesa ou espanhola, principalmente por causa do destaque da Espanha na pesquisa acadêmica sobre o assunto.Apesar de ser uma disciplina teórica, não se pode pensar em organizar um curso de infografia que não contemple algumas atividades práticas. Assim como é difícil conceber um produtor de vídeo sem nenhuma experiência em filmagem, fica também muito complicado um jornalista avaliar, orientar e propor uma infografia sem conhecer todas as etapas da elaboração.A melhor forma de fazer isso seria um projeto de infográfico sobre um tema relevante qualquer, acompanhado pelo professor durante as aulas com conteúdo teórico. Em grupos, os alunos definiriam a pauta, apurariam as informações, desenhariam o rascunho e desenvolveriam a parte gráfica do projeto sozinhos ou com ajuda de estudantes de editoração ou artes gráficas. Esse processo todo, em uma redação, pode levar dois dias, uma semana ou um mês, dependendo da complexidade do tema abordado, mas deve ser encaminhado com mais cuidado na universidade, por se tratar de um espaço de estudo e análise.

O jornalista precisaria aprender ferramentas gráficas?Assim como para fazer um jornal, editar um vídeo ou áudio, qualquer pessoa que se disponha a criar uma infografia precisa saber o mínimo das ferramentas gráficas essenciais. A principal responsabilidade do jornalista é a concepção do infográfico, mas produzir graficamente a estrutura é uma ótima experiência, que pode ser aplicada de várias formas em outras atividades de comunicação.É notório que o curso de Jornalismo da USP ainda não foi capaz de definir qual o papel das áreas gráficas no ensino universitário, se a aprendizagem é responsabilidade do curso ou dos próprios alunos. Uma opção seria ter um monitor responsável não por ensinar, mas para acompanhar a parte

técnica do ensino, tanto de uma possível disciplina de Infografia, quanto as laboratoriais como São Remo, Jornal do Campus, Claro e revista Babel.No caso do Departamento de Jornalismo da ECA-USP, uma disciplina de Infografia ou Visualização da Informação também seria aberta aos alunos de editoração, que geralmente têm uma relação mais amigável com os softwares gráficos. A disciplina poderia funcionar como um importante espaço de integração entre os estudantes dos dois grupos, que participariam juntos dos projetos de infografia.Considerando a dificuldade de se encontrar um professor com experiência acadêmica e profissional na disciplina, uma possibilidade interessante seria dividir o curso entre duas pessoas, uma “da casa”, responsável pelo ensino teórico, pelas avaliações e por selecionar o profissional, ou os profissionais que apoiariam a parte prática da disciplina em cada semestre. Figura 6 – Esboço – A parte conceitual do infográfico é um trabalho que pode ser feito tanto pelo jornalista quanto pelo designer gráfico, dependendo do tipo de informação que será trabalhada. Evidentemente cada tipo de profissional vai imprimir no trabalho as características de sua formação: mais centrada na informação ou no visual. Daí a importância da atuação do jornalista no processo, já que um infográfico é basicamente uma linguagem informativa.

O curso seria uma formação para o mercado? Ele seria crítico o suficiente para justificar seu ensino em uma universidade pública?A infografia é uma linguagem, assim como o fotojornalismo ou o documentário, que pode ser usada das mais variadas formas, tanto pela grande imprensa quanto por veículos alternativos. Na prática, no entanto, notamos que as grandes empresas de comunicação são as únicas capazes de bancar financeiramente este tipo de produção, justamente pela pouca disponibilidade de profissionais qualificados para atuar na área, o que acaba aumentando os custos dessa atividade.Os infográficos são uma forma muito eficiente de chamar atenção para a informação, e até mesmo repassar dados que seriam praticamente impossíveis de serem transmitidos de outras formas. Um curso de Infografia será crítico na medida em que analisar a dinâmica desse tipo de comunicação no contexto social, e não se focar apenas em atividades práticas.

Há exemplos de ensino de Infografia em universidades?No exterior esse tipo de disciplina já está se popularizando, ao contrário do Brasil, onde existe ainda pouca produção acadêmica, concentrada principalmente na UFSC, onde existe um curso de Infografia focado na produção impressa e outro de Infografia na Internet. Já a ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), vai oferecer a disciplina Infografia a partir de 2011, no curso de jornalismo que será lançado neste ano. A Unip (Universidade Paulista) também já oferece a disciplina em cursos de jornalismo em São Paulo.Os currículos dos cursos de comunicação na Europa e nos Estados Unidos têm a vantagem de trabalhar sob o sistema de especialização, que permite ao estudante focar sua formação na área do jornalismo em que pretende atuar, favorecendo a concentração de disciplinas ligadas à infografia nos cursos de especialização em Comunicação Visual. Alguns exemplos:Missouri School of Journalism – a disciplina Infografia é obrigatória para estudantes que optaram pela especialização na área de Convergence Journalism e optativa para quem se especializa em Magazine Journalism, Print and Digital News e On-line Journalism.A disciplina Infografia também é obrigatória para quem presta mestrado nas áreas Convergence Journalism, Concentration Convergences, Magazine Design, Magazine Editing e News Design; e como eletiva em Magazine Writing e Visual Editing Management.University of North Carolina, Chapel Hill – a instituição oferece em seu programa de graduação uma especialização em Jornalismo Visual, com a disciplina Infografia e outras três relacionadas. A universidade também tem, em um de seus programas de mestrado, a disciplina Information Visualization.Universidad de Navarra, tem entre seus programas de especialização a opção Jornalismo Visual, que oferece em sua grade, além da disciplina Infografia, cursos de apoio, como Comunicación Visual em el Periodismo e Diseño Avanzado I.

Figura 7 – Esboço de infográfico sobre uma nova técnica de reciclagem de papel, criado por estudantes durante exercício da disciplina de Infografia na UFSC

Visualização da Informação tem alguma coisa a ver com Arquitetura da Informação?Ao questionar os estudantes de jornalismo sobre o conceito de Visualização da Informação, percebi que existiam dúvidas sobre sua relação com a Arquitetura da Informação. Ao pesquisar sobre o tema, concluí que arquitetura da informação é uma área que está mais relacionada à estruturação de bancos de dados usados em sites dinâmicos, do que propriamente à infografia on-line, interativa ou em base de dados. Arquitetura da informação é definida pela Information Architecture Institute como:

1. O design estrutural de ambientes de informação compartilhada.

2. A arte e ciência de organização e etiquetação de sites web, intranets, comunidades online e software de apoio à encontrabilidade e usabilidade.

3. Uma comunidade de prática emergente focada em trazer princípios de design e arquitetura para o paisagismo digital.

Principais profissionais entrevistados para a pesquisaAlberto Cairo – Professor de Visualização da Comunicação na Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill e infografista da Editora GloboMario Kanno – Diretor-adjunto de arte da Folha de São PauloLuiz Iria – Chefe do departamento de Infografia da Editora AbrilTattiana Teixeira – Professora de Infografia e Jornalismo Científico da UFSCAna Estela – Editora de Treinamento da Folha de São PauloCarlos Alberto Di Franco – Diretor do curso Master em Jornalismo, do Instituto Internacional de Ciências Sociais

Bibliografia e indicação de leituras disponíveis na internetERREA, Javier. “Por qué la infografia salvará a los diarios”. In: PEREZ, Álvaro e GIL, Ana (eds.). 15 Premios Internacionales de Infografía Malofiej, Pamplona: SND-E/Universidad de Navarra, 2008, pp. 56-71.TEIXEIRA, Tattiana – História da Infografia Jornalística – fundamentos – Disponível em http://www.slideshare.net/tattianat/histria-da-infografia-jornalstica-fundamentos, acessado em 01/10/2010CASTRO ANDRADE, Rafael de - Sistematização de um método para produção de infográficos com base no estudo de caso do jornal Folha de São Paulo – Londrina, UEL, 2008RAJAMANICKAM, Venkatesh - Infographics Seminaar Handout, 2005CALVO HERNANDO, Manuel – Ciencia y Periodismo Científico en Iberoamérica - II Congreso Iberoamericano de Comunicación Universitaria y I Reunión Iberoamericana de Radios Universitarias, Granada, 2005. Acessado em 23/03/2005, disponível em: www.manuelcalvohernando.es/articulo.php?id=38ERREA, Javier. “Por qué la infografia salvará a los diarios”. In: PEREZ, Álvaro e GIL, Ana (eds.). 15 Premios Internacionales de Infografía Malofiej, Pamplona: SND-E/Universidad de Navarra, 2008, pp. 56-71.