proposta pedagÓgica curricular educaÇÃo de jovens …€¦ · oportunidades apropriadas,...

236
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS CEEBJA – SANTA HELENA PROPOSTA PEDAGÓGICA- CURRICULAR EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS SANTA HELENA - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO SANTA HELENA 2012 Rua Minas Gerais, 1233. Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 1

Upload: lykiet

Post on 24-Sep-2018

217 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

PROPOSTA PEDAGÓGICA­ CURRICULAR

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS SANTA HELENA ­ ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

SANTA HELENA2012

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 1

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Ofício nº  23/2012                            Santa Helena, 15 de maio de 2012.

Senhora Chefe de Departamento

O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Santa Helena – 

Ensino Fundamental  e  Médio,  do  município  de Santa  Helena,  vem apresentar  a  Vossa 

Senhoria a Proposta Pedagógica da EJA – Modalidade Presencial, deste Estabelecimento 

de Ensino, para  a Renovação de Autorização de Funcionamento do  Ensino Fundamental 

Fase I e da Renovação do Reconhecimento do Ensino Fundamental – Fase II e Ensino 

Médio, Presencial, da Modalidade de Educação de Jovens e Adultos, implantados em 2006, 

conforme legislação vigente orientadora da elaboração documento.

Atenciosamente,

MARCIA IVONE FRANZ KLEIN

Assinatura e carimbo da Direção

Ilma.  Senhora

CIBELE LACERDA

Chefe do Departamento de Legislação Escolar/SEED

CURITIBA – PR.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 2

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Santa Helena, 15 de maio de 2012.

Exmo. Senhor

FLAVIO ARNS

MD Secretário de Estado da Educação

Curitiba – PR.

REQUERIMENTO

Senhor Secretário de Estado da Educação

A direção do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Santa 

Helena   –   Ensino   Fundamental   e   Médio,   do   município   de   Santa   Helena,   vem   mui 

respeitosamente  Requerer  a   Vossa   Excelência   a   Renovação   de   Autorização   de 

Funcionamento do Ensino Fundamental Fase I e da Renovação do Reconhecimento do 

Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio, Presencial, da Modalidade de Educação 

de Jovens e Adultos,   implantados em 2006,  conforme  legislação vigente orientadora da 

elaboração documento.

 Nestes termos, pede deferimento,

MARCIA IVONE FRANZ KLEIN

Assinatura e carimbo da Direção

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 3

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

I – IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO

1 – Denominação Completa do Estabelecimento de Ensino

Centro Estadual de Educação Básica Para Jovens e Adultos / CEEBJA - Santa Helena -

Ensino Fundamental e Médio (47774)

2 – Endereço completo

Rua Minas Gerais, 1233

3 – Bairro/Distrito

Centro

4 – Município

Santa Helena (2371)

5 – NRE

Toledo

6 – CEP

85.892-000

7 –Caixa Postal 8 – DDD

45

9 – Telefone

3268- 2806

10 – Fax

3268- 2806

11 – E-mail

[email protected]

12 – Site

www.shaceebjasantahelena.seed.pr.gov.br

13 – Entidade mantenedora

Governo do Estado do Paraná

14 – CNPJ/MF

76.416.965/0001-21

15 – Local e data

Santa Helena, 15 de maio de 2.012.

16 – Assinatura

Direção

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 4

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

1 ­ OBJETIVO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Tomando como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais da 

Educação   de   Jovens   e   Adultos,   este   estabelecimento   de   ensino   tem   como   uma   das 

finalidades   a   oferta   de   escolarização   de   jovens,   adultos   e   idosos   que   buscam   dar 

continuidade   a   seus   estudos   no   Ensino   Fundamental   ou   Médio,   assegurando­lhes 

oportunidades apropriadas, consideradas suas características, interesses, condições de vida 

e   de   trabalho,   mediante   ações   didático­pedagógicas   coletivas   e/ou   individuais.   Com 

compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo a que os 

educandos venham a participar  política e produtivamente das relações sociais,  podendo 

aprender   permanentemente,   refletir   criticamente;   agir   com   responsabilidade   individual   e 

coletiva;   participar   do   trabalho   e   da   vida   coletiva;   comportar­se   de   forma   solidária; 

acompanhar a dinamicidade  das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo 

soluções originais.

1.1 PERFIL DO EDUCANDO

Tomando como referência a caracterização dos educandos da educação de jovens 

e  adultos  apresentada no documento  Diretrizes  Curriculares  Estaduais  da  Educação de 

Jovens e Adultos do Paraná,  este Centro Estadual  de Educação Básica para Jovens e 

Adultos   atenderá   educandos   de   diferentes   gerações,   etnias,   gêneros,   crenças,   cuja 

característica não se restringe exclusivamente a faixa etária, mas articula dentre outras a 

diversidade  sócio­cultural,   como  populações  do  campo,   em privação  de   liberdade,   com 

necessidades educativas especiais, indígenas, assentados que demandam uma educação 

que considere o tempo/espaço e a cultura desses grupos.

1.2  CARACTERIZAÇÃO DO CURSO

Este   estabelecimento   de   ensino   tem   como   uma   das   finalidades,   a   oferta   de 

escolarização de jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus estudos no 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 5

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Ensino Fundamental ou Médio, assegurando­lhes oportunidades apropriadas, consideradas 

suas características, interesses, condições de vida e de trabalho, mediante ações didático­

pedagógicas coletivas e/ou individuais.

Portanto,  este  Estabelecimento  Escolar  oferta  Educação de  Jovens  e  Adultos  – 

Presencial, que contempla o total de carga horária estabelecida na legislação vigente nos 

níveis do Ensino Fundamental e Médio, com avaliação no processo.

Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de modo a 

viabilizar processos pedagógicos, tais como:

• pesquisa e problematização na produção do conhecimento;

• desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;

• registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, fotografias, 

ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização e 

socialização dos conhecimentos;

• vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos, bem 

como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural.

Para  que  o  processo   seja  executado  a  contento,   serão  estabelecidos  plano  de 

estudos e atividades. O Estabelecimento de Ensino deverá disponibilizar o Guia de Estudos 

aos educandos, a fim de que este tenha acesso a todas as informações sobre a organização 

da modalidade. 

Organização Coletiva

Será  programada   pela   escola   e   oferecida   aos   educandos   por   meio   de   um 

cronograma que estipula  o período,  dias e horário  das aulas,  com previsão de  início e 

término de cada disciplina,  oportunizando  ao educando a   integralização do  currículo.  A 

mediação  pedagógica  ocorrerá   priorizando  o  encaminhamento  dos   conteúdos  de   forma 

coletiva, na relação professor­educandos e considerando os saberes adquiridos na história 

de vida de cada educando.

A organização coletiva destina­se, preferencialmente, àqueles que têm possibilidade 

de frequentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma pré­estabelecido. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 6

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Organização Individual

A organização individual destina­se àqueles educandos trabalhadores que não têm 

possibilidade de  freqüentar  com regularidade as aulas,  devido  às condições de horários 

alternados   de   trabalho   e   para   os   que   foram   matriculados   mediante   classificação, 

aproveitamento de estudos ou que foram reclassificados ou desistentes quando não há, no 

momento em que sua matrícula é  reativada, turma organizada coletivamente para a sua 

inserção.   Será   programada   pela   escola   e   oferecida   aos   educandos   por   meio   de   um 

cronograma que estipula os dias e horários das aulas, contemplando o ritmo próprio do 

educando, nas suas condições de vinculação à escolarização e nos saberes já apropriados.

1.3 NÍVEL DE ENSINO

1.3.1 Ensino Fundamental – Fase I

A oferta  de  Ensino  Fundamental  –  Fase  I  atende  jovens,  adultos  e   idosos  não 

alfabetizados e/ou aqueles que não concluíram as séries iniciais do ensino fundamental, 

com o objetivo de continuidade dos estudos e conclusão da educação básica.  Ocorrerá 

somente, em situações específicas que sejam de competência exclusiva do Estado, como 

para educandos  

em privação de liberdade ou em locais onde não haja esta oferta, em caráter excepcional.

A mediação pedagógica ocorrerá de maneira interdisciplinar, não havendo nenhuma 

separação   entre   alfabetização   e   outras   possibilidades   de   intermediação,   que   possam 

constituir barreiras ao desenvolvimento educacional do educando. Este será matriculado ao 

mesmo tempo em todas as áreas do conhecimento.

1.3.2 Ensino Fundamental – Fase II

Ao   se   ofertar   estudos   referentes   ao   Ensino   Fundamental   –   Fase   II,   este 

estabelecimento   escolar   terá   como   referência   as   Diretrizes   Curriculares   Nacionais   e 

Estaduais, que consideram os conteúdos ora como meios, ora como fim do processo de 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 7

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

formação humana dos educandos, para que os mesmos possam produzir e ressignificar 

bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruírem.

Visa,   ainda,   o   encaminhamento   para   a   conclusão   do   Ensino   Fundamental   e 

possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio.

1.3.3 Ensino Médio

O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em sua oferta, os 

princípios,  fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes Curriculares Nacionais 

para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução n.º 02 de 07 de abril de 1998/CNE, nas 

Diretrizes   Curriculares   Estaduais   da   Educação   de   Jovens   e   Adultos   e   nas   Diretrizes 

Curriculares Estaduais da Educação Básica.

1.4 EDUCAÇÃO ESPECIAL

A   EJA   contempla,   também,   o   atendimento   a   educandos   com   necessidades 

educativas especiais, inserindo estes no conjunto de educandos da organização coletiva ou 

individual,   priorizando   ações   que   oportunizem   o   acesso,   a   permanência  e   o   êxito   dos 

mesmos no espaço escolar, considerando a situação em que se encontram individualmente 

estes educandos.

Uma   vez   que   esta   terminologia   pode   ser   atribuída   a   diferentes   grupos   de 

educandos, desde aqueles que apresentam deficiências permanentes até aqueles que, por 

razões   diversas,   fracassam   em   seu   processo   de   aprendizagem   escolar,   a   legislação 

assegura   a   oferta   de   atendimento   educacional   especializado   aos   educandos   que 

apresentam necessidades educativas especiais decorrentes de:

•deficiência mental, física/neuromotora, visual e auditiva;

•condutas   típicas   de   síndromes   e   quadros   psicológicos,   neurológicos   ou 

psiquiátricos; 

•superdotação/altas habilidades.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 8

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

É importante destacar que “especiais” devem ser consideradas as alternativas e 

as   estratégias   que   a   prática   pedagógica   deve   assumir   para   remover   barreiras   para   a 

aprendizagem e participação de todos os alunos.1

Desse   modo,   desloca­se   o   enfoque   do   especial   ligado   ao   educando   para   o 

enfoque   do   especial   atribuído   à   educação.   Mesmo   que   os   educandos   apresentem 

características   diferenciadas   decorrentes   não   apenas  de   deficiências   mas,   também,   de 

condições sócio­culturais diversas e econômicas desfavoráveis, eles terão direito a receber 

apoios diferenciados daqueles normalmente oferecidos pela educação escolar.

Garante­se, dessa forma, que a inclusão educacional realize­se, assegurando o 

direito  à   igualdade com eqüidade de oportunidades.   Isso não significa o modo  igual  de 

educar a todos, mas uma forma de garantir os apoios e serviços especializados para que 

cada um aprenda, resguardando­se suas singularidades.

1.5 AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS ­ APED

Este Estabelecimento Escolar desenvolverá ações pedagógicas descentralizadas, 

efetivadas em situações de evidente necessidade, dirigidas a grupos sociais com perfis e 

necessidades  próprias  e  onde  não  haja  oferta  de  escolarização  para   jovens,  adultos  e 

idosos, respeitada a proposta pedagógica e o regimento escolar, desde que autorizado pela 

SEED/PR, segundo critérios estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria.

1.6 FREQUÊNCIA

A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é  de 100% 

(cem por cento) presencial no Ensino Fundamental – Fase I e Fase II e no Ensino Médio, 

sendo que a  frequência mínima na organização coletiva é  de 75% (setenta e cinco por 

cento) e na organização individual é de 100% (cem por cento), em sala de aula.

1 CARVALHO, R.E. Removendo barreiras à aprendizagem. Porto Alegre, 2000, p.17.Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 9

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

1.7 EXAMES SUPLETIVOS

Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao disposto 

na Lei  n.º  9394/96,  desde  que  autorizado e  credenciado  pela  Secretaria  de  Estado  da 

Educação, por meio de Edital próprio emitido pelo Departamento de Educação e Trabalho, 

através da Coordenação da Educação de Jovens e Adultos.

1.8 CONSELHO ESCOLAR

Este Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos tem constituído 

um   Conselho   Escolar   com   representantes   da   equipe   técnico­pedagógica,   professores, 

alunos, pais ou responsáveis e representantes da sociedade. Esse Conselho é um órgão 

Colegiado,   representativo   da   Comunidade   Escolar,   de   natureza   consultiva,   deliberativa, 

avaliativa   e   fiscalizadora,   sobre   a   organização   e   realização   do   trabalho   pedagógico   e 

administrativo   da   instituição   escolar   em   conformidade   com   as   políticas   e   diretrizes 

educacionais da SEED, observando a Constituição, a LDB, o ECA,  a Proposta Pedagógica 

e o Regimento deste Centro de Educação, para o cumprimento da função social e específica 

da   Escola.   Além   disso,   objetiva   promover   a   articulação   entre   os   vários   segmentos   da 

sociedade e  os  setores  da escola,  a   fim de garantir  a  eficiência  e a qualidade do seu 

funcionamento.

1.9  CONSELHO DE AVALIAÇÃO

O   Conselho   de   Avaliação   é   um   órgão   colegiado   de   natureza   consultiva   em 

assuntos didático­pedagógicos,  com atuação dirigida  a cada educando da  instituição de 

ensino, tendo por objetivo avaliar o processo de ensino e de aprendizagem, com a finalidade 

de analisar os dados resultantes do processo de ensino e de aprendizagem, constantes 

nesta proposta, propondo o aperfeiçoamento do mesmo, de tal forma que vise assegurar a 

apropriação dos conteúdos estabelecidos. 

Constituído   por   todos   os   professores   que   ministram   aulas   nas   disciplinas 

constantes na matriz curricular, por educandos (pelo menos dois de cada nível de ensino), 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 10

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

pela equipe de professores pedagogos. 

Que se reunirá sempre que um fato o exigir, sendo lavrada ata, em livro próprio, 

para registro, divulgação ou comunicação aos interessados. 

Compete ao Conselho de Avaliação:

I.  emitir  parecer sobre assuntos referentes ao aproveitamento pedagógico dos 

educandos, respondendo a consultas feitas pelo diretor, pela equipe pedagógica ou pelo 

educando interessado; 

II. analisar as informações apresentadas pelos diversos professores sobre cada 

educando, quanto às atitudes e domínio dos conteúdos, que afetem o rendimento escolar 

na(s) disciplina(s) em curso; 

III. analisar o desempenho dos educandos e dos professores, face aos conteúdos 

e aos encaminhamentos metodológicos; 

IV.   propor   medidas   para   melhoria   do   aproveitamento,   integração   e 

relacionamento dos educandos e professores; 

V. estabelecer projetos viáveis de recuperação dos educandos, em consonância 

com a proposta curricular; 

VI.  opinar   sobre  os  procedimentos  a  serem utilizados nas  diversas  Áreas  de 

Conhecimento. 

1.10  MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO

Serão   adotados   os   materiais   indicados   pelo  Departamento   de   Educação   e 

Trabalho/Coordenação  de  Educação  de   Jovens  e  Adultos,  da  Secretaria   de  Estado  da 

Educação do Paraná, como material de apoio.

Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, utilizarão outros 

recursos didáticos.

Serão adotados materiais didáticos (apostilas de toda as disciplinas para Ensino 

Fundamental   e   Médio)   fornecidos   pela   SEED/DET,   que   servem   de   apoio   ao   trabalho 

pedagógico, bem como, a Coleção Cadernos de EJA enviados pelo Secad/MEC, revistas, 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 11

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

jornais, materiais de pesquisa disponíveis na Biblioteca, vídeos, CDs, DVDs educativos e 

mapas. Para o Ensino Médio, acrescenta­se o Livro Didático Público (Folhas).

1.11  BIBLIOTECA ESCOLAR

A biblioteca é  um espaço pedagógico  democrático com acervo bibliográfico à 

disposição de toda a comunidade escolar.

entendermos melhor o conceito de biblioteca escolar é preciso entendê­la como 

um local privilegiado para a prática pedagógica. 

“É  organizada  para se  integrar  com a sala  de aula  no desenvolvimento  do currículo escolar. Além disso, a Biblioteca Escolar tem como objetivo despertar os alunos para a leitura, desenvolvendo o prazer de ler, podendo servir, também, como suporte para a comunidade, em suas necessidades de informação.”

A   Biblioteca   é   responsável   pela   execução   de   atividades   que   busquem   a 

identidade   cultural   de   nossa   escola,   assim   como   priorizem   aspectos   significativos   da 

estética, da sensibilidade, da ética e da igualdade de cada educando.

Os professores desse estabelecimento atuarão em conjunto na implementação de 

ações que dinamizem a Biblioteca.

1.12  LABORATÓRIO

O laboratório de Informática é um espaço pedagógico para uso dos professores e 

alunos,   que   tem   por   finalidade   auxiliar   a   compreensão   de   conteúdos   trabalhados   nas 

diferentes disciplinas do Ensino Fundamental, Médio e Educação Profissional, como uma 

alternativa metodológica diferenciada.

Ciência   e   tecnologia   são   elementos   essenciais   para   a   transformação   e   o 

desenvolvimento   da   sociedade   atual.   Esta,   por   sua   vez,   tem   exigido   um   volume   de 

informações muito maior do que em qualquer época do passado, quer seja para o acesso ao 

mundo do trabalho, quer para o exercício consciente da cidadania e para as atividades do 

cotidiano.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 12

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

A apropriação significativa do conhecimento científico, de modo a contribuir para 

a compreensão dos  fenômenos do mundo natural,  em diferentes  espaços e  tempos do 

planeta,   como  um  todo  dinâmico,   como  elementos  em permanente   interação  do   corpo 

humano e sua integridade, da saúde como dimensão pessoal e social, do desenvolvimento 

tecnológico e das transformações ambientais causadas pelo ser humano, são os resultados 

esperados na área de Ciências do Ensino Fundamental e Médio.

As atividades de  laboratório,  quando bem implementadas,  assumem papel  de 

suma importância, auxiliando o professor no encaminhamento metodológico de temas ou 

assuntos em estudos, propiciando a participação ativa dos educandos, potencializando as 

atividades experimentais e facilitando a compreensão de conceitos ou fenômenos.

Assim, seguindo o entendimento do Conselho Estadual de Educação, expresso 

no Parecer nº 095/99

“...   indubitavelmente,   um   conceito   novo   para   o   espaço   denominado   laboratório acompanha uma educação científica nova, espaço que passará a incluir também o pátio da escola, a beira do mar, o bosque ou a praça pública...” 

que explicitam a necessidade de estender o laboratório para os espaços citados 

no referido parecer, com o intuito de complementar as possibilidades de experimentação a 

serem realizadas pelos alunos,  reforçando o princípio pedagógico da contextualização que 

se quer implementar neste Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos.

            

1.13  RECURSOS TECNOLÓGICOS

Vivemos em um tempo de “globalização do conhecimento”,  quando o cidadão 

deve   dominar   as   tecnologias   existentes.   Assim   sendo,   a   informática   na   escola   é 

possibilidade   de   construir   estratégias   e   habilidades   necessárias   para   compreensão   e 

inserção no mundo atual com novas formas de expressão e comunicação. Neste enfoque 

será tratada como um recurso e estratégia para garantir e ampliar a qualidade do processo 

ensino e aprendizagem.

É preciso ensinar o aluno a trabalhar a informação, utilizando­a para colaborar na 

solução dos problemas da realidade. Dessa forma, o uso da tecnologia pelo Laboratório do 

Paraná   Digital   possibilita   ensinar   de   formas   diferentes,   transformando   a   aula   em 

investigação.Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 13

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

A escola é o lugar da organização dos conhecimentos. E é preciso que jovens e 

adultos sejam preparados para lidar com a informação.

2 ­ FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO­PEDAGÓGICOS

A educação de adultos exige uma  inclusão que tome por base o reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Coloca­nos o desafio de pautar o processo educativo pela compreensão e  pelo   respeito  do diferente  e da diversidade:   ter  o direito  a ser   igual quando   a   diferença   nos   inferioriza   e   o   de   ser   diferente   quando   a   igualdade   nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princípios que regem a educação de adultos, há de buscar­se uma educação qualitativamente diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e  igualitária,  que a reconhece ao  longo da vida como direito inalienável de todos. (SANTOS, 2004)

A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional que 

atende a educandos­trabalhadores, tem como finalidade e objetivos o compromisso com a 

formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo a que os educandos venham a 

participar   política   e   produtivamente   das   relações   sociais,   com   comportamento   ético   e 

compromisso político, através do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.

Tendo em vista este papel, a educação deve voltar­se para uma formação na qual 

os educandos­trabalhadores possam: aprender permanentemente, refletir criticamente; agir 

com   responsabilidade   individual   e   coletiva;   participar   do   trabalho   e   da   vida   coletiva; 

comportar­se   de   forma   solidária;   acompanhar   a   dinamicidade     das   mudanças   sociais; 

enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir 

da  utilização metodologicamente  adequada de conhecimentos  científicos,   tecnológicos e 

sócio­históricos2. 

Sendo assim, para a concretização de uma prática administrativa e pedagógica 

verdadeiramente   voltada   à   formação   humana,   é   necessário   que   o   processo   ensino­

aprendizagem, na Educação de Jovens e Adultos seja coerente com

2 KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem

do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000, p.40.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 14

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• o seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que 

os levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural;

• o exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo cognitivo, 

crítico e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo, solidariedade e justiça;

• os   três   eixos   articuladores   do   trabalho   pedagógico   com   jovens,   adultos   e 

idosos – cultura, trabalho e tempo; 

Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, as relações entre cultura, 

conhecimento e currículo, oportunizam uma proposta pedagógica pensada e estabelecida a 

partir  de reflexões sobre a diversidade cultural,   tornando­a mais próxima da realidade e 

garantindo sua  função socializadora  – promotora do acesso ao conhecimento capaz de 

ampliar o universo cultural do educando – e, sua função antropológica – que considera e 

valoriza a produção humana ao longo da história.

A   compreensão   de   que   o   educando   da   EJA   relaciona­se   com   o   mundo   do 

trabalho e que através deste busca melhorar a sua qualidade de vida e ter acesso aos bens 

produzidos pelo homem, significa contemplar, na organização curricular, as reflexões sobre 

a função do trabalho na vida humana.

É   inerente   a   organização   pedagógico­curricular   da   EJA,   a   valorização   dos 

diferentes tempos necessários à  aprendizagem dos educandos de EJA, considerando os 

saberes adquiridos na informalidade das suas vivências e do mundo do trabalho, face à 

diversidade de suas características.

E ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação de Jovens e 

Adultos no Estado do Paraná:

• A   EJA   deve   constituir­se   de   uma   estrutura   flexível,   pois   há   um   tempo 

diferenciado de aprendizagem e não um tempo único para todos os educandos, bem como 

os mesmos possuem diferentes possibilidades e condições de reinserção nos processos 

educativos formais; 

• O  tempo que  o  educando   jovem,  adulto  e   idoso  permanecerá  no  processo 

educativo tem valor próprio e significativo, assim sendo à escola cabe superar um ensino de 

caráter  enciclopédico,   centrado  mais  na  quantidade  de   informações  do  que  na   relação 

qualitativa com o conhecimento; 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 15

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Os   conteúdos   específicos   de   cada   disciplina,   deverão   estar   articulados   à 

realidade, considerando sua dimensão sócio­histórica, vinculada ao mundo do trabalho, à 

ciência, às novas tecnologias, dentre outros;

• A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a capacidade 

de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da atividade reflexiva. A ação 

da escola será  de mediação entre o educando e os saberes, de forma a que o mesmo 

assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua realidade social;

• O currículo na EJA não deve ser entendido, como na pedagogia tradicional, que 

fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza nas matérias escolares, mas sim, 

como uma forma de organização abrangente, na qual os conteúdos culturais relevantes, 

estão articulados à  realidade na qual o educando se encontra, viabilizando um processo 

integrador dos diferentes saberes, a partir da contribuição das diferentes áreas/disciplinas 

do conhecimento.

Por   isso,   a   presente   proposta   e   o   currículo   dela   constante   incluirá   o 

desenvolvimento de conteúdos e formas de tratamento metodológico que busquem chegar 

às finalidades da educação de jovens e adultos, a saber:

• Traduzir a compreensão de que jovens e adultos não são atrasados em seu 

processo  de   formação,  mas  são  sujeitos  sócio­histórico­culturais,   com conhecimentos  e 

experiências acumuladas, com tempo próprio de formação e aprendizagem;

• Contribuir   para   a   ressignificação   da   concepção   de   mundo   e   dos   próprios 

educandos;

• O   processo   educativo   deve   trabalhar   no   sentido   de   ser   síntese   entre   a 

objetividade das relações sociais e a subjetividade, de modo que as diferentes linguagens 

desenvolvam   o   raciocínio   lógico   e   a   capacidade   de   utilizar   conhecimentos   científicos, 

tecnológicos e sócio­históricos;

• Possibilitar trajetórias de aprendizado individuais com base na referência, nos 

interesses   do  educando   e   nos   conteúdos   necessários   ao   exercício   da   cidadania   e  do 

trabalho;

• Fornecer subsídios para que os educandos tornem­se ativos, criativos, críticos 

e democráticos;

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 16

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Em síntese, o atendimento a escolarização de jovens, adultos e idosos, não se 

refere exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta modalidade com 

a diversidade sócio­cultural  de seu público, composta,  dentre outros,  por populações do 

campo, em privação de liberdade, com necessidades educativas especiais, indígenas, que 

demandam uma proposta pedagógica­curricular que considere o tempo/espaço e a cultura 

desse grupos.

3 ­ INDICAÇÃO DA FASE DE ESTUDOS

Propõe­se a oferta do curso de Educação de Jovens e Adultos no nível do Ensino 

Fundamental – Fase I e II  e do Ensino Médio a jovens, adultos e idosos que não tiveram o 

acesso ou continuidade em seus estudos.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 17

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

4 ­ MATRIZ CURRICULAR

4.1  Ensino Fundamental – Fase I

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO FUNDAMENTAL – FASE IESTABELECIMENTO: Centro Estadual  de Educação Básica para Jovens e Adultos de SANTA HELENA – CEEBJA – SANTA HELENAENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do ParanáMUNICÍPIO:  Santa Helena                                  NRE: ToledoANO DE IMPLANTAÇÃO:  1ºSem/2013               FORMA: SimultâneaCARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO:  1200 horas ou 1440 horas/aula

ÁREAS DO 

CONHECIMENTOTotal deHoras

Total deHoras/aula

LÍNGUA PORTUGUESA

1200 1440MATEMÁTICA

ESTUDOS da SOCIEDADE e da NATUREZA

TOTAL 1200 1440

Total de Carga Horária do Curso                1200horas ou 1440 horas/aula

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 18

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

4.2  Ensino Fundamental – Fase II

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO FUNDAMENTAL – FASE IIESTABELECIMENTO:  Centro  Estadual  de  Educação  Básica  para  Jovens  e  Adultos  de SANTA HELENA – CEEBJA – SANTA HELENAENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do ParanáMUNICÍPIO: Santa Helena                            NRE: ToledoANO DE IMPLANTAÇÃO: 1ºSem/2013        FORMA:  SimultâneaCARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1600/1610 horas ou 1920/1932 horas/aula

DISCIPLINAS Total deHoras

Total dehoras/aula

LÍNGUA PORTUGUESA 280 336ARTE 94 112

LEM – INGLÊS 213 256EDUCAÇÃO FÍSICA 94 112

MATEMÁTICA 280 336CIÊNCIAS NATURAIS 213 256

HISTÓRIA 213 256GEOGRAFIA 213 256

ENSINO RELIGIOSO * 10 12

TOTAL 1600/1610 1920/1932

* DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 19

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

4.3  Ensino Médio

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 

ENSINO MÉDIOESTABELECIMENTO:   Centro Estadual  de Educação Básica para Jovens e Adultos de SANTA HELENA – CEEBJA – SANTA HELENAENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do ParanáMUNICÍPIO: Santa Helena                             NRE: ToledoANO DE IMPLANTAÇÃO: 1ºSem/2013          FORMA: SimultâneaCARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1200 horas ou 1440 horas/aula

DISCIPLINAS Total deHoras

Total dehoras/aula

L. PORTUGUESA ELITERATURA

174 208

LEM – INGLÊS 106 128ARTE 54 64

FILOSOFIA 54 64SOCIOLOGIA 54 64

EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64MATEMÁTICA 174 208

QUÍMICA 106 128FÍSICA 106 128

BIOLOGIA 106 128HISTÓRIA 106 128

GEOGRAFIA 106 128LEM ­ ESPANHOL * 106 128

TOTAL 1200/ 1306 1440/ 1568

*  LEM ­ ESPANHOL, DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 20

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

5 ­ CONCEPÇÃO,    CONTEÚDOS   E   SEUS   RESPECTIVOS   ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS.

A Educação de Jovens e Adultos  do Estado do Paraná  é uma modalidade de ensino 

da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como espaço sócio­

cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem, ou seja, considera 

os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. 

Esse   currículo   entendido,   ainda,   como     um   processo  de   construção   coletiva   do 

conhecimento escolar  articulado à  cultura,  em seu sentido antropológico,  constitui­se no 

elemento principal de mediação entre educadores e educandos e deve ser organizado de tal 

forma   que   possibilite   aos   educandos   transitarem   pela   estrutura   curricular   e,   de   forma 

dialógica  entre   educando   e   educador     tornar   os   conhecimentos   significativos   às   suas 

práticas   diárias.   Nesta   ótica   o   conhecimento   se   constitui   em  núcleo   estruturador   do 

conteúdo do ensino.

Nesse enfoque,  a organização do trabalho pedagógico na Educação de Jovens e 

Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada em razão dos 

critérios de uma seleção de conteúdos que lhes  assegurem o acesso aos conhecimentos 

historicamente construídos e o respeito às suas especificidades. 

Após  a  definição  das  Diretrizes  Curriculares  Estaduais  da  Educação  Básica,       a 

Educação   de   Jovens   e  Adultos   do   Estado   do   Paraná   como   modalidade   da  Educação 

Básica, passa a adotar  os mesmos conteúdos curriculares previstos por essas diretrizes.

No   entanto,   cabe   ressaltar   que  a   organização   metodológica   das   práticas 

pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos nas 

Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais devem se 

articular   tendo   em   vista   a   apropriação   do   conhecimento   que   não   deve   se   restringir   à 

transmissão/assimilação de fatos, conceitos,  ideias, princípios,  informações, entre outros, 

mas   sim   compreender   a   aquisição   cognoscitiva   e  estar   intrinsecamente   ligados   à 

abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a Educação Básica.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 21

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

5.1. Ensino Fundamental – Fase I

CONCEPÇÃO,   CONTEÚDOS   E   SEUS   RESPECTIVOS   ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

“A investigação dos temas geradores ou da  temática significativa do povo, tendo como objetivo fundamental a captação dos seus temas básicos, só a partir de cujo conhecimento é possível a organização do conteúdo programático para qualquer ação com ele,  se  instaura  como ponto  de partida  do processo da ação,  como síntese cultural.” (FREIRE, 2005. p. 209.)

A   Concepção,   Conteúdos   e   Encaminhamentos   Metodológicos,   a   seguir 

apresentados,   foram   organizados   em   regime   de   colaboração   coletiva,   envolvendo 

professores da rede pública estadual do Estado do Paraná.

Esta concepção proposta para as ações pedagógicas desenvolvidas na Fase I do 

Ensino   Fundamental   é   a   dialógica,   reflexiva   e   crítica,   voltada   para   questões 

sociais,  culturais,  políticas, dentre outras,  compreendendo o educando como sujeito  que 

participa e interfere na construção histórica da sociedade em que vive. 

Reconhecendo a especificidade desse nível de ensino, o perfil do educando, a 

diversidade   cultural   destes   sujeitos   e   suas   experiências   socialmente   construídas, 

o  trabalho pedagógico é efetivado, considerando a participação coletiva do educando e do 

educador   e  ainda,  a   relevância  e  a  possibilidade  de  articulação  das  questões   locais  e 

universais de forma interdisciplinar.

Isso significa que a escola não pode ser vista de forma isolada da sociedade, pois 

muitas   das   demandas   não   resolvidas   pelas   políticas   sociais   básicas   tais   como   saúde, 

educação, cultura e lazer contribuem de certa forma para a marginalidade dos educandos. 

Assim sendo, cabe ao professor em sala de aula fazer um diagnóstico traçando metas de 

curto e médio prazo, a fim de sanar as dificuldades educacionais e culturais que o educando 

traz de sua  vida pregressa.

Assim, na Fase I deste CEEBJA é responsabilidade política do professor preparar 

conteúdos e materiais pedagógicos que oportunizem ao educando situar­se criticamente na 

sociedade capitalista contemporânea. Tal pressuposto visa desvelar ao educando que talvez 

a educação não salve o mundo, mas através dela, ele pode transformar a sua vida, e a partir 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 22

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

daí,  colaborar  significativamente  em sua comunidade  indígena  ,  de  modo a  diminuir  as 

desigualdades sociais . 

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

O encaminhamento se dará a partir   da definição de temáticas, articuladas aos 

conteúdos,   com   práticas   pedagógicas   que   privilegiem   estratégias   e   contemplem   as 

diferentes  linguagens verbal  ou  alfabética e não verbal,   icnográfica  (leitura de  imagens, 

desenhos, filmes, outdoor) e cinética (sonora, olfativa, tátil, visual e gustativa), para que  o 

educando reconheça as diferentes formas de falar,  escrever e  interpretar, bem como os 

efeitos dessas linguagens.

A problematização dos temas possibilita ao educando a aprendizagem de novos 

conhecimentos, por meio da articulação entre os saberes e experiências por ele acumulados 

e  os  saberes científicos,  utilizando as  várias   linguagens  textuais  e  situações problemas 

como mediadores do processo de construção individual e coletiva de conhecimento. Essa 

possibilidade de diálogo entre educador e educando poderá revelar o conhecimento prévio 

que possuem sobre o assunto.

Outros   fatores,   tais   como:   fonte,   interlocutor,   data,   local,   suporte   de 

texto, contexto histórico, autor, entre outros, contribuem para a contextualização da temática 

definida.  Esses       elementos       também      contribuem      para       localizar       informações 

explícitas, implícitas e para que o educando possa estabelecer relação com outros textos a 

partir da leitura     alfabética.     Esta     deve     destacar     elementos     da     construção     dos 

gêneros de apresentação do texto verbal.  Isso compreende o discurso histórico, político, 

econômico, filosófico,   científico,   senso   comum,   entre   outros,   que   possibilitem   a  

compreensão     dos diversos pontos de vista  para que o educando possa posicionar­se 

diante das diferentes situações     do     cotidiano.     Além   disso,     a     pesquisa     orientada  

poderá   favorecer   outras possibilidades de compreensão da temática em estudo.

A reflexão sobre as temáticas permite a abordagem dos conteúdos e articulação 

entre   os   eixos   de   cada   disciplina   garantindo,   dessa   forma,   a interdisciplinaridade.  

Nesse sentido, a prática pedagógica deve facilitar a integração entre os diferentes saberes.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 23

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

As   atividades   desenvolvidas   a   partir   da   leitura   e   análise   de   cada   área   do 

conhecimento   devem   culminar   com   uma   produção   oral   ou   escrita   que   revele   o 

posicionamento a respeito do assunto, bem como o nível de aprendizagem do 

educando.

O   texto   verbal   ou  não   verbal   produzido  pelo   educando,   indica  os   conteúdos 

apreendidos     ou     não     no     processo     ensino aprendizagem     e     que     permitem o  

redirecionamento do trabalho pedagógico e ainda subsidiam a avaliação.

No   intuito   de   contemplar   a   Lei   11.645/08   referente   à  História   e   cultura  afro­

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade 

de cada disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade. 

           

AVALIAÇÃO

A avaliação deverá  se constituir  num processo contínuo, diagnóstico, dialético, 

devendo   ser   tratada   como   parte   integrante   do   processo   ensino aprendizagem e  

está   diretamente   relacionada   ao   encaminhamento   metodológico   adotado.   Portanto,   os 

critérios de avaliação precisam ser claros e conhecidos pelos educandos.

Toda  produção,   verbal  ou  não  verbal,   será   avaliada  servindo  para  orientar  a 

prática pedagógica do educador, bem como possibilitar ao educando rever sua forma de 

estudar. Nesse processo, o erro assume um caráter mediador, permitindo ao educando e ao 

educador redirecionar a prática pedagógica.

Para que os alunos alcancem os objetivos delineados para a Fase I do Ensino 

Fundamental  na Língua Portuguesa,  Matemática,  Estudos da Sociedade e da Natureza, 

propõe­se situações de variadas formas nas quais os alunos terão que utilizar a linguagem 

oral  com diferentes objetivos,  desafiando­os a participar  ativamente,   falando ou ouvindo 

nesses momentos de interação. Essas aprendizagens realizadas no ambiente escolar são 

muito importantes, para que possam lidar com situações que se dão fora deste contexto: no 

trabalho, na comunidade, no sindicato e em outros espaços de participação política ou, até 

mesmo, em situações como: consultas médicas, requisição de informações ou documentos 

em repartições públicas e outros. Do mesmo modo ao relacionar ideias matemáticas entre 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 24

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

si,   os   alunos   reconhecerão   princípios   gerais,   tais   como:   proporcionalidade,   igualdade, 

composição e inclusão, percebendo que processos como o estabelecimento de analogia, de 

indução e dedução está presente tanto no trabalho com números e operações, como em 

espaços,   formas e medidas.  Também os alunos  têm ideias  a  cerca  de seu corpo,  dos 

fenômenos naturais, do modo de realizar transformações no meio, ao expor suas ideias e 

confrontá­las com outras explicações, eles podem perceber seus limites e necessidade de 

novas informações,

Esse processo não é espontâneo, é construído com a intervenção do professor, 

criando  situações  interessantes  e  significativas   fornecendo  informações que  permitam a 

reelaboração e a ampliação dos conhecimentos  prévios,  provendo articulações entre  os 

conceitos construídos, para organizá­los em um corpo de conhecimento sistematizado.

CONTEÚDOS FASE I

LÍNGUA PORTUGUESA

VARIEDADES LINGUÍSTICAS

• Norma culta, dialetos, gírias, regionalismos, outras formas de registros.

• Funções da linguagem.

• Linguagem verbal e não­verbal.

GÊNEROS TEXTUAIS OU DISCURSIVOS

• Elementos   da   construção   dos   diferentes   gêneros   discursivos   e   tipos   de   textos 

(informativo, instrucional, poético, narrativo, carta, bilhete, sinopse, etc.).

• Análise do discurso: linguagem, aspecto formal, finalidade, estilo, ideologia, posição do 

autor, contexto histórico, social, econômico, político, entre outros.

• Elementos   coesivos   e   coerência   textual:   unidade   temática,   elementos   lógico­

discursivos, organização dos parágrafos, contexto discursivo, interlocutor, ideia central, 

sequência lógica, progressão, retomada dos elementos coesivos, título como elemento 

coesivo entre outros.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 25

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Recursos visuais, sonoros, gráficos, etc.

• Relações referenciais: elipse, repetição, sinais de pontuação.

• Aspectos   formais   do   texto:   acentuação,   pontuação,   ortografia,   paragrafação,   título, 

legibilidade, aceitabilidade, entre outros.

• Ambiguidade como recurso de construção do texto.

• Ambiguidade como problema de construção do texto.

• Informações explícitas, implícitas e intertextualidade.

• Relações entre imagem e texto.

ELEMENTOS GRAMATICAIS NA CONSTRUÇÃO DO TEXTO

• Pontuação e seus efeitos de sentido na construção do texto: vírgula, ponto­e­vírgula, 

ponto   final,   ponto   de   interrogação,   exclamação,   dois   pontos,   aspas,   parênteses, 

travessão, reticências, entre outros.

•  Identificação da sílaba tônica e acentuação.

• Identificação das classes de palavras no texto, reconhecendo sua função na construção 

de   sentidos:   substantivo,   adjetivo,   verbo,   preposição,   conjunção,   artigo,   numeral, 

pronome, advérbio e interjeição.

• Sujeito e predicado na construção do texto.

• Aposto e vocativo na construção do texto.

• Concordância verbal e nominal na construção do texto.

CONTEÚDOS – MATEMÁTICA

NÚMEROS E OPERAÇÕES

• Construção do conceito de número: classificação e seriação.

• Conjuntos numéricos: abordagem histórica.

• Números naturais, Inteiros, Racionais.

• Números racionais (relação entre fracionários e decimais).

• Algoritmos e operações.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 26

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Cálculo Mental e Estimativo.

• Traduzir informações contidas em tabelas e gráficos.

GEOMETRIA

• Conceitos de: direção e sentido; ângulo; paralelismo e perpendicularismo.

• Figuras   geométricas   espaciais:   cubo,   paralelepípedo,   prisma   reto,   pirâmide,   cilindro, 

esfera e cone.

• Figuras geométricas planas: quadriláteros, triângulos, círculos e polígonos regulares.

• Relações entre figuras espaciais e planas.

• Simetria.

MEDIDAS

• Tempo: calendário, relógio e relações com o sistema de numeração decimal, uso das 

medidas de tempo e conversões.

• Temperatura Corporal e Climática.

• Sistema Monetário. Conversões e relação entre as principais moedas: real, dólar, euro, 

pesquisa de mercado.

• Medidas de comprimento, superfície, capacidade, volume, massa.

• Perímetro e área de figuras planas.

• Porcentagem.

CONTEÚDOS – CIÊNCIAS DA SOCIEDADE E DA NATUREZA

IDENTIDADE CULTURAL

• O educando e seu espaço de vivência.

• História pessoal.

• A escola.

• A comunidade.

• Festividades e manifestações culturais.

• Patrimônio cultural e memória.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 27

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

ORGANIZAÇÃO SOCIAL

• Serviços públicos.

• Órgãos de administração pública.

• Movimentos sociais.

CULTURA E DIVERSIDADE CULTURAL

• Caráter dinâmico da cultura.

• Formação da sociedade brasileira.

• Diversidade cultural brasileira.

OS ESPAÇOS DA PRODUÇÃO: CAMPO E CIDADE

• O espaço agrícola.

• O processo industrial.

• Industrialização no Paraná.

• Transporte, comunicação e consumo.

• Movimentos sociais no campo.

• Tecnologia no campo e na cidade.

RELAÇÕES DE TRABALHO

• Trabalho escravo no passado e na atualidade.

• Relações de trabalho no campo e na cidade.

• Desemprego.

• Trabalho informal.

ORGANIZAÇÃO SÓCIO ESPACIAL BRASILEIRA

• Formação do estado nacional.

• O território brasileiro.

• Organização político administrativa.

• Os três poderes.

• Ocupação e formação do espaço paranaense.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 28

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Movimentos migratórios.

• Desigualdade econômica no Brasil.

CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO

• Cidadania e trabalho.

• Direitos civis, políticos e sociais.

• Legislação trabalhista (CLT).

• Estatuto da criança e do adolescente.

• Estatuto do Idoso.

• Movimentos   e   organizações   populares   (Conselhos,   Associações   de   Moradores, 

Sindicatos e outros).

QUESTÕES AMBIENTAIS NO CAMPO E NA CIDADE

• Degradação ambiental.

• Poluição.

• Questão da água.

• Preservação ambiental.

• Solo.

• Problema do lixo.

O SER HUMANO, CONSTITUIÇÃO, SAÚDE E QUALIDADE.

• O corpo humano.

• Reprodução

• Alimentação e saúde.

• Qualidade de vida.

ECOSSISTEMA

• Planeta Terra – movimentos consequências.

• O sol como fonte de energia.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 29

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Relações dos seres vivos com o ecossistema.

• Ciclos naturais.

• Cadeia alimentar e fotossíntese.

NOÇÕES DE CARTOGRAFIA

• Leitura de mapas.

• Escala.

• Localização e orientação espacial.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARANTES, A. A. O que é cultura popular. São Paulo: Brasiliense, 1983.ARGAN, G. C. Arte e crítica de arte. Lisboa: Estampa, 1988.ARNHEIM, R. Intuição e intelecto na arte. São Paulo: Martins Fontes, 1989.BARBOSA, A. M. e SALES, H. M. (orgs.).  O ensino da arte e sua história. São Paulo: 

MAC/USP, 1990.BASTIDE, R. Arte e sociedade. São Paulo: Nacional, 1979.BENJAMIN, W.  A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica. In: COSTA 

LIMA, L. (org.). Teoria da cultura de massa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.BOSI, A. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Ática, 1985.BRONOWSKI, J.  Arte e conhecimento: ver, imaginar, criar. São Paulo: Martins Fontes, 

1983.CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística: SP Scipione, 1997.CALABRESE, O. A linguagem da arte. Rio de Janeiro: Globo, 1987.Coletivo de Autores.  Metodologia  do Ensino de Educação Física.  São Paulo.  Cortez. 

1992.FARACO, C.A. Escrita e alfabetização. Sp: Ática,1994.FREIRE,   João   Batista;   Scaglia,   Alcides   José.  Educação   como   prática   corporal.   São 

Paulo. Scipione. 2004.FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.FUSARI, M. F. R e FERRAZ, M. H. C. T.  Arte na educação escolar. São Paulo: Cortez, 

1992.GOMBRICH, E. H. Norma e forma. São Paulo: Martins Fontes, 1990.LEMLE, Miriam. Guia teórico do alfabetizador. São Paulo: Ática, 1995.MASSINI, . CAGLIARI, O.  Fala e escrita: problemas de coerência e coesão em textos de 

alfabetizandos. Porto Alegre, Kuarup/PUCRS,1992.Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 30

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

MATTOS,   Mauro   Gomes;   NEIRA,   Marcos   Garcia.  Educação   Física   na   Adolescência: construindo o conhecimento na escola. São Paulo. Phorte Ed. Ltda. 2000.

MOLES, A. Arte e computador. Porto: Edições Afrontamento, 1990.READ, H. Educação pela arte. São Paulo: Martins Fontes, 1977.SILVA, Maria Alice Souza. Construindo a leitura e as escrita. São Paulo: Ática, 1995.SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma perspectiva social. SP: ÁTICA, 1986.TEBEROSKY, A. Aprendendo a escrever. São Paulo: Ática, 1994.ZUNTHOR, P. A letra e a voz. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.Coletivo de Autores. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo. Ed. Cortez. 

1992.

5.2. Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio

DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Considerando­se   as   indicações   das   Diretrizes   Curriculares   Estaduais   da 

Educação de Jovens e Adultos que propõem o compromisso com a formação humana e 

com o acesso à cultura geral, bem como o respeito à diversidade cultural, à inclusão e ao 

perfil  do  educando,  o  estudo da  linguagem na organização da proposta  pedagógica  do 

ensino de Língua Portuguesa está  pautado na concepção sociointeracionista,  a  qual  dá 

ênfase ao uso social dos diferentes gêneros textuais.

Nesse sentido, a escola está sendo entendida como um espaço onde se produz o 

conhecimento e tem por objetivo propiciar uma formação intelectual, cognitiva e política, por 

meio de pesquisas, leituras, estudos que favoreçam o respeito aos diferentes falares e aos 

saberes próprios da cultura do educando, preparando­o para produção de seu próprio texto, 

oral ou escrito, adequado às exigências dos diversos contextos sociais. 

O   trabalho   pedagógico   proposto   para   as   práticas   de   linguagem   está 

fundamentado nos pressupostos teóricos de alguns estudiosos que entendem a linguagem 

como interação.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 31

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

VYGOTSKY (1989) dedicou­se   a estudos sobre a origem cultural das funções 

superiores do ser humano, isto é, o funcionamento psicológico, a partir da interação social e 

da   relação   linguagem­pensamento.   Por   isso,   propõe   que   se   estudem   as   mudanças 

ocorridas   no   desenvolvimento   mental,   inserindo   o   indivíduo   num   determinado   contexto 

cultural, a partir da interação com os membros de seu grupo e de suas práticas sociais. Para 

esse autor, a cultura   é uma espécie de palco de negociações. Seus membros estão em 

movimentação   constante   de   recriação   e   reinterpretação   de   informações,   conceitos   e 

significados. 

Nessa   mesma   direção,   BAKHTIN   (2003)   afirma   que   os   seres   humanos 

apreendem a  realidade e  a  constroem na  medida  em que  se   relacionam com o outro,  

atribuindo,   assim,   sentido   ao   seu   próprio   viver,   permeado   pelo   exercício   efetivo   da 

linguagem. Esse autor propõe o confronto dos diversos discursos a partir de temáticas do 

cotidiano, com ênfase na polifonia,  dialogismo e polissemia. O primeiro constitui as diversas 

vozes do discurso  oral e escrito; o segundo, consiste na interação do “eu” com o “outro”; por 

último, a polissemia, que compreende os diferentes significados da palavra, de acordo com 

a vivência sociocultural de cada sujeito.

As ideias de BAKHTIN e FREIRE (2004) convergem no sentido de que a prática 

pedagógica deve se dar numa relação dialógica entre os sujeitos envolvidos no processo 

ensino­aprendizagem.   Para   FREIRE,   a   relação   pedagógica   consiste   no   diálogo   entre 

educador  e educando, como sujeitos mediatizados pelo mundo.

As propostas teóricas dos autores citados valorizam o processo interativo como 

espaço de construção dos sentidos do texto, confrontando situações a partir do contexto 

histórico, político, filosófico, social, entre outros.  

Nessa   perspectiva,   GERALDI   (2001,   p.   41)   identifica   historicamente   três 

concepções   de   linguagem:   como   expressão   do   pensamento,   destacada   nos   estudos 

tradicionais; como instrumento de comunicação; como uma forma de interação humana.

A linguagem como interação propõe estudar as relações que se constituem entre 

os sujeitos no momento em que falam, e não simplesmente estabelecer classificações e 

dominar os tipos de sentenças. Portanto, o objeto de estudo da língua deve ser o texto oral 

e escrito produzido nas diversas situações de interação social.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 32

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

A partir desses pressupostos, VAL (1993, p.3) estabelece, como propriedade do 

texto, a unidade sócio­comunicativa – interação social e a unidade semântica – em que a 

coerência é o fator responsável pela unidade formal e material, ou seja, “pode­se definir  

texto   ou  discurso   como  ocorrência   linguística   falada   ou  escrita,   de  qualquer   extensão,  

dotada de unidade sócio­comunicativa, semântica ou formal”.

Essa autora afirma que, para o texto ser compreendido, precisa ser avaliado sob 

três   aspectos:   o   pragmático,   que   se   pontua   em   situação   informal   e   comunicativa;   o 

semântico, que depende da  coerência; e  o formal, que  diz respeito à coesão.

Ainda, de acordo com a autora, “a textualidade é o conjunto de características 

que fazem com que um texto seja um texto, e não apenas uma sequência de frases” (VAL, 

1993, p.5). Embasada em Beaugrande e Dressler, VAL relaciona sete fatores responsáveis 

pela   textualidade   de   um   discurso   qualquer:   coerência,   coesão,   intencionalidade, 

aceitabilidade, situacionalidade, informatividade e intertextualidade.

Portanto, pode­se afirmar que o texto, em suas diferentes  formas de 

apresentação ou gêneros, se constrói no aspecto sócio­comunicativo por meio dos fatores 

pragmáticos funcionais, em constante interação entre os sujeitos.

Os gêneros, segundo BAKHTIN (1997, p.179), são caracterizados pelo conteúdo 

temático,   pelo   estilo   e   pela   construção   composicional,   que   numa   esfera   de   utilização 

apresentam tipos relativamente estáveis de enunciados, tais como o conto, o relato, o texto 

de opinião, a entrevista, o artigo, o resumo, a receita, a conta de luz, os manuais, entre  

outros.   A   escolha   do   gênero   depende   do   contexto   imediato   e,   consequentemente,   da 

finalidade a que se destina, dos interlocutores e do conteúdo.

O   trabalho   com  a   diversidade  de   gêneros   textuais   possibilita   o   confronto  de 

diferentes   discursos   sobre   a   mesma   temática   e   ainda,   permite   uma   metodologia 

“interdisciplinar com atenção especial para o funcionamento da língua e para as atividades  

culturais e sociais” (MARCUSCHI, 2005, p.18). Além disso, contribui para que o educando 

perceba  a  organização  e  os  elementos  de  construção  dos  diferentes  gêneros  ou   tipos 

textuais, para que possa reconhecer a finalidade, as características e produzir textos, seja 

do tipo narrativo, descritivo, argumentativo ou expositivo, entre outros.

A enunciação é dotada de tema e significação. O tema dá sentido na realização 

da  enunciação,  uma vez  que  ele  é   determinado  não  só   pelas   formas   linguísticas,  mas Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 33

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

também pelos elementos não verbais da situação. Segundo Bakhtin (1986, p. 132) “ toda 

palavra usada na fala real possui não apenas tema e significação no sentido objetivo, de 

conteúdo, desses termos, mas também um acento de valor  ou apreciativo,  isto é, quando 

um conteúdo objetivo é expresso (dito ou escrito) pela fala viva, ele é sempre acompanhado 

por um acento apreciativo determinado. Sem acento apreciativo não há palavra”.

O tema e a significação indicam as particularidades de estilo e composição do 

enunciado,  esclarecendo a que gênero pertence o texto,  se é  composto por um ou por 

diferentes tipos de discurso, considerando um acento de valor, ou seja, “convém discernir  

igualmente o grau de  firmeza  ideológica, o grau de autoritarismo e de dogmatismo que  

acompanha a apreensão do discurso”. (Bakhtin, 1986, p.149). Nesse enfoque, há que se 

considerar o contexto de produção e o conteúdo temático que o sujeito utiliza para produzir 

um texto, envolvendo os  três mundos distintos,   interiorizados por ele: o mundo físico,  o 

mundo   social   e   o   mundo   subjetivo.   Assim,   o   contexto   de   produção   ou   a   situação 

comunicativa exercem influências na forma como um texto se apresenta.

Ler um texto, nessa perspectiva, significa perceber o contexto histórico, social, 

econômico, filosófico e político em que ele se insere, assim como a ideologia, a finalidade do 

texto, a posição do autor e o possível  interlocutor, dentre outros elementos, tais como a 

escolha pela linguagem utilizada, os elementos gramaticais e seus efeitos na construção do 

texto, nos diferentes gêneros textuais, nos momentos de reflexão sobre a língua.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

A concepção  assumida  em Língua  Portuguesa  pressupõe  ações  pedagógicas 

pautadas na construção do conhecimento de forma crítica, reflexiva, engajada na realidade, 

de modo a privilegiar a relação teoria­prática, na busca da apreensão das diferentes formas 

de  apresentação  do   saber.  Nesse   sentido,   a   organização  do  planejamento  pedagógico 

pressupõe a reflexão sobre a linguagem a partir de temáticas que exploram os diferentes 

gêneros discursivos e tipos de textos, com o objetivo de analisar as práticas de linguagem, 

ou seja, leitura, análise linguística e produção textual.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 34

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

A prática de leitura pressupõe a análise de diferentes linguagens, seja na forma 

verbal  ou  não verbal:   iconográfica   (imagens,  desenhos,   filmes,  charges,  outdoors,  entre 

outros), cinética (sonora, olfativa, tátil, visual e gustativa) e alfabética, nos diferentes níveis.

Os   diferentes   níveis   de   leitura   constituem­se   num   meio   para   identificar,   nos 

diversos gêneros, os elementos de construção do texto, localizar as informações explícitas, 

subentender as implícitas, fazer ligação entre o conhecimento do educando e o texto, bem 

como estabelecer relações intertextuais.

Os   gêneros   textuais   apresentados   aos   educandos   precisam   contemplar   as 

possíveis situações de uso social da linguagem nas atividades propostas, tendo por objetivo 

identificar a finalidade do texto, a  posição assumida pelo autor, o contexto social, político, 

histórico, econômico, filosófico, entre outros, com destaque para as variedades linguísticas, 

os mecanismos gramaticais e os lexicais na construção do texto.

Nesse contexto, salienta­se a importância de apreender os dados sobre o autor 

(biografia), a fonte referencial (data, local, suporte de texto), além do interlocutor a quem se 

destina o texto.

Os   mecanismos   gramaticais   e   lexicais   não   são   estudados   de   forma 

descontextualizada ou com a intenção da apropriação da metalinguagem, mas a partir do 

texto, para que o educando possa reconhecê­los como elementos de construção textual dos 

gêneros estilísticos e do cotidiano, uma vez que o objetivo do ensino da língua é orientar 

para o uso social da linguagem, de acordo com a norma padrão.

Para  isso,  faz­se necessária a prática orientada da produção oral e escrita de 

textos dos diferentes gêneros do discurso. O desenvolvimento dessa prática é importante, 

porque   o   texto   do   educando   revela,   além   do   conhecimento   de   mundo,   os   conteúdos 

aprendidos e os que devem ser priorizados no planejamento do educador.

Para a seleção de conteúdos essenciais do Ensino Fundamental e Médio, bem 

como para as práticas de  linguagem ,  foram utilizados os seguintes critérios: o perfil  do 

educando da EJA; a diversidade cultural; a experiência social construída historicamente e os 

conteúdos significativos a partir de atividades que facilitem a integração entre os diferentes 

saberes. É importante destacar que embora os conteúdos sejam os mesmos para os dois 

níveis de ensino, o que difere é o grau de complexidade dos textos apresentados para a 

reflexão sobre a linguagem. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 35

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

No  intuito   de   contemplar   a   Lei   11.645/08,   referente   à   história   e  cultura  afro­

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade 

da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade. 

ENSINO FUNDAMENTAL ­ FASE II

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

1 ­ DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL (*)

CONTEÚDOS BÁSICOS

GÊNEROS DISCURSIVOS 

Para   o   trabalho   das   práticas   de   leitura,   escrita,   oralidade   e   análise   linguística,   serão 

adotados, como conteúdos básicos, os gêneros discursivos, conforme suas esferas sociais 

de circulação. Caberá ao professor fazer a seleção de gêneros, nas diferentes esferas, de 

acordo com o Projeto Político Pedagógico, com a Proposta Pedagógica Curricular, com o 

Plano Trabalho Docente, ou seja, em conformidade com as características da escola e com 

o nível de complexidade adequado.

LEITURA 

• Tema do texto; 

• Interlocutor; 

• Finalidade do texto; 

• Argumentos do texto; 

• Discurso direto e indireto; 

• Elementos composicionais do gênero; 

• Léxico; 

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, 

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem. 

• Ambiguidade; 

• Contexto de produção; Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 36

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Repetição proposital de palavras; 

• Intertextualidade; 

• Informações explícitas e implícitas; 

• Conteúdo temático; 

• Intencionalidade do texto; 

• Vozes sociais presentes no texto; 

• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto; 

• Semântica;

• Operadores argumentativos; 

• Sentido figurado;

• Expressões que denotam ironia e humor no texto; 

• Discurso ideológico presente no texto;

• Partículas conectivas do texto; 

• Progressão referencial no texto; 

• Polissemia.

ESCRITA 

• Ambiguidade; 

• Expressões que denotam ironia e humor no texto; 

• Modalizadores; 

• Operadores argumentativos; 

• Polissemia;

• Sentido figurado; 

• Significado das palavras; 

• Acentuação gráfica; 

• Argumentatividade; 

• Concordância verbal e nominal; 

• Conteúdo temático; 

• Contexto de produção; 

• Discurso direto e indireto; 

• Divisão do texto em parágrafos; 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 37

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Elementos composicionais do gênero; 

• Finalidade do texto; 

• Informatividade; 

• Intencionalidade do texto; 

• Interlocutor; 

• Intertextualidade; 

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, 

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem; 

• Ortografia; 

• Partículas conectivas do texto; 

• Processo de formação de palavras; 

• Progressão referencial no texto; 

• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto; 

• Semântica;

• Sintaxe de concordância; 

• Sintaxe de regência; 

• Vícios de linguagem; 

• Vozes sociais presentes no texto; 

• Contexto de produção; 

• Papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e sequenciação do 

texto; 

ORALIDADE 

• Tema do texto; 

• Finalidade; 

• Argumentos; 

• Papel do locutor e interlocutor; 

• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas; 

• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.); 

• Adequação do discurso ao gênero; 

• Turnos de fala; 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 38

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras); 

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, conectivos, recursos semânticos; 

• Semântica; 

• Conteúdo temático; 

• Elementos semânticos; 

• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito. 

ANÁLISE LINGUÍSTICA, perpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:

• Coesão e coerência do texto lido ou produzido pelo aluno;

• Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto;

• Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como elementos 

do texto;

• A pontuação e seus efeitos de sentido no texto;

• Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito,  hífen, itálico;

• Acentuação gráfica;

• Processo de formação de palavras;

• Algumas figuras de pensamento (prosopopeia, ironia,hipérbole, eufemismo,antítese);

• Procedimentos de concordância verbal e nominal;

• Particularidades de grafia de algumas palavras;

• Discurso direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes que falam no texto;

• Valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais;

• A representação do sujeito no texto (expressivo/elíptico;determinado/indeterminado; 

ativo/passivo);

• Neologismo;

• Linguagem digital;

• Semântica;

• Semelhanças e diferenças entre o discurso escrito e oral;

• Conotação e denotação;

• A função das conjunções na conexão de sentido do texto;

• Progressão referencial (locuções adjetivas, pronomes, substantivos...);Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 39

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Figuras de linguagem;

• A elipse na sequência do texto;

• Estrangeirismos, neologismos, gírias;

• As irregularidades e regularidades da conjugação verbal;

• A função do advérbio: modificador e circunstanciador;

• Complementação do verbo e de outras palavras;

• Vícios de linguagem;

• Operadores argumentativos e os efeitos de sentido;

• Expressões modalizadoras.

ENSINO MÉDIO 

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL (*)

CONTEÚDOS BÁSICOS

LEITURA

• Conteúdo temático; 

• Interlocutor; 

• Finalidade do texto; 

• Intencionalidade; 

• Argumentos do texto; 

• Contexto de produção; 

• Intertextualidade; 

• Vozes sociais presentes no texto; 

• Discurso ideológico presente no texto; 

• Elementos composicionais do gênero; 

• Contexto de produção da obra literária; 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 40

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, 

pontuação,     recursos gráficos como aspas, travessão, negrito; 

• Progressão referencial; 

• Partículas conectivas do texto; 

• Relação de causa e consequência entre partes e elementos do texto; 

• Semântica: 

­ operadores argumentativos; 

­ modalizadores; 

­ figuras de linguagem. 

ESCRITA 

• Conteúdo temático; 

• Interlocutor; 

• Finalidade do texto; 

• Intencionalidade; 

• Informatividade; 

• Contexto de produção; 

• Intertextualidade; 

• Referência textual; 

• Vozes sociais presentes no texto; 

• Ideologia presente no texto; 

• Elementos composicionais do gênero; 

• Progressão referencial; 

• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto; 

• Semântica: 

­ operadores argumentativos; 

­ modalizadores; 

­ figuras de linguagem; 

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, 

conectores, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, etc.; 

• Vícios de linguagem; 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 41

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Sintaxe de concordância; 

• Sintaxe de regência. 

ORALIDADE 

• Conteúdo temático; 

• Finalidade; 

• Intencionalidade; 

• Argumentos; 

• Papel do locutor e interlocutor; 

• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas ...; 

• Adequação do discurso ao gênero; 

• Turnos de fala; 

• Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras); 

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição; 

• Elementos semânticos; 

• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.); 

• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito 

ANÁLISE LINGUÍSTICA:

Conotação e denotação;

Figuras de pensamento e linguagem;

Vícios de linguagem;

Operadores argumentativos e os efeitos de sentido;

Expressões modalizadoras;

Semântica;

Discurso direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes que falam no texto;

Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto;

Progressão referencial no texto;

Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como elementos 

do texto;

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 42

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Função das conjunções e preposições na conexão das partes do texto;

A pontuação e seus efeitos de sentido no texto;

Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico;

Acentuação gráfica;

Gírias, neologismos, estrangeirismos;

Procedimentos de concordância verbal e nominal;

Particularidade de grafia de algumas palavras.

AVALIAÇÃO

É   imprescindível  que a avaliação em Língua Portuguesa e  Literatura  seja um 

processo de aprendizagem contínuo e dê  prioridade à qualidade e ao desempenho, com 

prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do 

período.

A avaliação formativa considera que os alunos possuem ritmos e processos de 

aprendizagem   diferentes   e,   por   ser   contínua   e   diagnóstica,   aponta   dificuldades, 

possibilitando que a intervenção pedagógica aconteça a todo tempo. 

• Oralidade: será avaliada em função da adequação do discurso/texto aos 

diferentes interlocutores e situações. 

•  Leitura: serão avaliadas as estratégias que os estudantes empregam para a 

compreensão   do   texto   lido,   o   sentido   construído,   as   relações   dialógicas   entre   textos, 

relações   de   causa   e   consequência   entre   as   partes   do   texto,   o   reconhecimento   de 

posicionamentos  ideológicos no  texto,  a   identificação dos efeitos  de  ironia  e  humor  em 

textos   variados,   a   localização   das   informações   tanto   explícitas   quanto   implícitas,   o 

argumento principal, entre outros.

• Escrita: o texto do aluno é visto como uma fase do processo de produção, nunca 

como produto final. O que determina a adequação do texto escrito são as circunstâncias de 

sua produção e o resultado dessa ação. É a partir daí que o texto escrito será avaliado nos 

seus   aspectos   discursivo­textuais,   verificando:   a   adequação   à   proposta   e   ao   gênero 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 43

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

solicitado,   se   a   linguagem   está   de   acordo   com   o   contexto   exigido,   a   elaboração   de 

argumentos consistentes, a coesão e coerência textual, a organização dos parágrafos. 

• Análise Linguística: é no texto – oral e escrito – que a língua se manifesta em 

todos   os   seus   aspectos   discursivos,   textuais   e   gramaticais.   Por   isso,   nessa   prática 

pedagógica,   os   elementos   linguísticos   usados   nos   diferentes   gêneros   precisam   ser 

avaliados sob uma prática reflexiva e contextualizada que lhes possibilitem compreender 

esses elementos no interior do texto.  

Com o uso da língua oral e escrita em práticas sociais, os alunos são avaliados 

continuamente em termos desse uso, pois efetuam operações com a linguagem e refletem 

sobre as diferentes possibilidades de uso da língua, o que lhes permite o aperfeiçoamento 

linguístico constante, o letramento.

A avaliação precisa ser entendida como instrumento de compreensão do nível de 

aprendizagem dos alunos em relação às práticas de linguagem: leitura, produção de texto e 

análise linguística, para que o educador possa re­encaminhar seu planejamento.

O processo avaliativo deve ser coerente com os objetivos propostos e com os 

encaminhamentos metodológicos. Desse modo, a avaliação deve ser dialética, ou seja, o 

educando confronta­se com o objeto do conhecimento, com participação ativa, valorizando o 

fazer, o refletir e o refazer.. Sendo assim, a avaliação no processo ensino­aprendizagem 

indica os conteúdos que devem ser retomados. Portanto, o trabalho com as práticas de 

linguagem deve partir das necessidades dos educandos.

Para isso, é importante que o educador dê significado ao objeto do conhecimento, 

lance desafios aos educandos, incentive os questionamentos e exerça a função de mediador 

da aprendizagem, valorizando a interação. 

REFERÊNCIAS

BAKHTIN,  Mikhail   (In:  VOLOSHINOV,  V.N).  Marxismo e   filosofia  da   linguagem.  São Paulo: Hucitec, 1986.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.PARANÁ.   SECRETARIA   DE   ESTADO   DA   EDUCAÇÃO.  Diretrizes   Curriculares   da 

Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná  (versão preliminar), Curitiba, 2004. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 44

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

FARACO,   Carlos   Alberto;   CASTRO,   Gilberto   de.  Por   uma   teoria   lingüística   que fundamente  o  ensino  de  língua  materna  (ou  de  como apenas  um pouquinho  de gramática nem sempre é bom). In: Educar, n.15, Curitiba: UFPR, 1999.

FREIRE,   Paulo.  Pedagogia   da   autonomia:  saberes   necessários   à   prática   pedagógica educativa. 30. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004. 

GERALDI, João Wanderlei (org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 2001.HOFFMANN, Celso Almiro.  Programa de Linguística Textual e Língua Portuguesa do 

Ensino Médio. Apostilamento de Material Pedagógico.Toledo, 2010.MARCUSCHI, Luiz antônio. Gêneros textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In: 

KARWOSKI,  Acir  Mário;  GAYDECKZKA, Beatriz;  BRITO,  Karim S.   (Orgs.)  Gêneros textuais: reflexões e ensino. União da vitória: Gráfica Kaygangue, 2005.

SEED.  Diretrizes Curriculares  da  Educação Básica de Língua  Portuguesa,  Curitiba, 2008.

VAL, Maria da Graça Costa. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1993.VYGOTSKI, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989. 

DISCIPLINA DE ARTE

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE ARTE

Encontramos o ensino da Arte presente no Brasil desde o século XVI, com a ação 

dos jesuítas. A Arte era parte dos ensinamentos, cujo objetivo principal era a catequização 

dos grupos que aqui habitavam e que incluía a Retórica, a Literatura, a Escultura, a Pintura, 

a Música e as Artes Manuais. Com a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal e a 

posterior Reforma Educacional Brasileira (1792­1800) – Reforma Pombalina ­ o ensino da 

Arte tornou­se irrelevante e o Desenho, por exemplo, foi associado à Matemática na forma 

de Desenho Geométrico.

Mesmo com o incentivo de D. João VI ao ensino da Arte no início do século XIX – 

o que resultou na Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro (1826) – nas escolas, o 

ensino ainda era influenciado pelo Iluminismo, priorizando a área científica. Essa visão foi 

ratificada na 1ª. Reforma Educacional do Brasil República em 1890, realizada por Benjamin 

Constant, cujo objetivo ainda era valorizar a Ciência e a Geometria. A partir de 1931, com a 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 45

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

implantação do ensino da Música por meio do Canto Orfeônico, o ensino da Arte fez­se 

presente no primeiro projeto de educação pública de massa. 

No Paraná, em 1954, foi criada a Escola de Artes no Colégio Estadual, na cidade 

de Curitiba, envolvendo Artes Plásticas, Teatro e Música.

O ensino da Arte somente passa a ser obrigatório nas escolas brasileiras em 

1971, com a Lei 5692/71, porém, com conteúdo reduzido, fundado em uma visão tecnicista 

e entendendo o educador de Artes como um profissional polivalente, ou seja, aquele que 

deve dominar os conteúdos de Artes Plásticas e Música. Em 1996, a Lei de Diretrizes e 

Bases da  Educação,   ratifica  a  obrigatoriedade do  ensino  da  Arte  na  Educação Básica, 

porém,   a   Arte   passa   a   compor   a   área   de   Linguagens,   Códigos   e   suas   Tecnologias, 

abrangendo Música, Artes Visuais, Dança e Teatro.

Esse breve passeio pela história nos dá uma ideia dos conceitos que permearam 

a educação de Artes no Brasil, abrangendo desde um caráter religioso, com a catequização 

dos nativos, até aquela com fins puramente tecnicistas. Passamos de um extremo a outro, 

do “sensibilizador” para o “científico racional”. É importante frisar que a educação pública no 

Brasil   até   o   início   do   séc.   XX   estava   voltada   para   uma   elite   basicamente   masculina. 

Verificamos   também   que,   após   a   expulsão   dos   jesuítas,   o   pensamento   iluminista   e 

positivista foi preponderante no ensino público brasileiro. 

Atualmente,  o  trabalho na disciplina de Arte exige do educador  reflexões que 

contemplem a arte efetivamente como área de conhecimento fundamental na formação dos 

educandos e das educandas.

Quando   Regina   Migliori   (1993   p.14)   propõe   uma   “perspectiva   de  abordagem 

global” como sendo “a possibilidade de lidarmos com tudo o que se nos apresenta e não 

somente com os aspectos artificialmente eleitos”, a ideia é que se busque uma nova leitura 

da   realidade.   O   entendimento   de   Migliori   nos   remete   para   uma   perspectiva   de   uma 

formação omnilateral,3 crítica e autônoma do educando e da educanda, ou seja, “temos que 

aprender a lidar com as divergências de forma não excludente” (MIGLIORI,  1993 p. 14).

Quando privilegiamos a produção artística de um determinado grupo, povo ou 

etnia, fragmentamos a realidade e automaticamente criamos um juízo de valor no qual os 

recortes do conhecimento que fazemos passam a ser os verdadeiros ou os únicos. “Essa 

3Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 46

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

visão fragmentada, geradora dos  incluídos e excluídos, gera uma outra verdade cruel: a 

marginalidade   que   não   é   alternativa”   (MIGLIORI.   1993   p.14).   Isso   implica   que   ao 

apresentarmos   em   nossa   seleção   de   conteúdos   curriculares   outras   vozes   que   estão 

presentes na ação histórica da construção do conhecimento, possibilitamos ao educando e 

a educanda outras leituras diferentes daquelas que vêm sendo oficialmente apresentadas.

A Arte – fruto da percepção e da necessidade da expressão humana – revela a 

realidade interior e exterior ao homem e à mulher. Essa expressão artística é concretizada 

utilizando­se de sons, formas visuais, movimentos do corpo, representação cênica, dentre 

outras,  que são percebidas pelos sentidos.  Isso   contribui  para outras possibilidades de 

leituras da realidade e,  portanto,  com mais subsídios para repensá­la.  O objetivo dessa 

proposta é gerar um ser reflexivo, autônomo e inserido criticamente na realidade em que 

vive. A Arte ajuda nesse processo, na medida em que nos fornece uma simbologia própria e 

portanto,  outras   leituras  do  mundo  que  nos  cerca.  Segundo   Isabel  Marques4:   “Um dos 

elementos essenciais que caracteriza o ensino da Arte no ambiente escolar é o fato de que, 

na   escola,   temos   a   possibilidade   de   relacionar,   questionar,   experimentar,   refletir   e 

contextualizar os trabalhos artísticos a fim de que façam sentido em nossas próprias vidas e 

na construção da sociedade brasileira.”

A discussão em torno da arte como linguagem pondera o entendimento de que a 

arte   não   apenas   suscita   sentimentos,   mas   pressupõe   uma   relação   de   transmissão   e 

recepção  de   ideias,  ou  seja,  de  comunicação.  Portanto,  a  Arte  aqui   é  entendida  como 

linguagem, que se utiliza de símbolos e de elementos próprios que estão presentes na 

Dança (movimento e não movimento), na Música (sons), no Teatro (dramatização) e nas 

Artes Visuais (forma e luz).

Ler o produto artístico em suas diversas relações, nos diversos prismas e no que 

tange  aos  seus  significados   socialmente  construídos  pressupõe  que  o  produto  artístico 

como seja um “veículo portador de significado” (ver Bakhtin 1995, p.132). Nesse sentido, os 

símbolos são fundamentais para a vida social, pois é por meio deles que nos comunicamos 

e manifestamos nossa capacidade de sentir e de pensar.

4 Esta citação é transcrição da fala da Profª Dra Isabel Marques no Simpósio Estadual de Educação Artística, Paraná abril, 2005.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 47

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Na cultura escolar, os saberes são apropriados pela escola de maneira singular, 

dando­lhes   um   sentido   pedagógico   (Sacristan   J.G.,   2001).   Na   escola,   esse   trabalho, 

ressignifica os saberes e os conceitos científicos produzidos na sociedade.  É  com base 

nestes pressupostos que trataremos a Arte como linguagem. Linguagem artística.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

O   encaminhamento   metodológico   para   a   disciplina   de   Arte   do   Ensino 

Fundamental  e Médio da Educação de Jovens e Adultos da rede pública do Estado do 

Paraná   está   fundamentado   nas   Diretrizes   Curriculares   Estaduais   de   EJA,   onde   estão 

identificados três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. Com base nesses eixos que 

norteiam o currículo na EJA, elegemos ARTE E ESTÉTICA, ARTE E IDENTIDADE e ARTE 

E   SOCIEDADE   como   eixos   específicos   da   disciplina   de   Arte,   dos   quais   derivarão   as 

temáticas propostas e os conteúdos que serão desenvolvidos em células de aula.

No   intuito  de  contemplar  a  Lei  11.645/08,   referente   à  História  e  cultura  afro­

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade 

da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade.

Para   atender   a   Instrução   nº009/2011   –   SUED/SEED   sobre   conteúdo   da 

Prevenção do Uso Indevido de Drogas, Sexualidade Humana, Educação Fiscal e Tributária 

(Decreto  nº  1143/99,  Portaria  nº  413/02)  serão  trabalhados conteúdos  relacionados aos 

movimentos e períodos artísticos afins.

ARTE E ESTÉTICA

Hoje se utiliza o termo estética para indicar... no campo das belas artes, uma concepção especial, uma maneira de fazer, uma escola ou tendência determinada (Zamacois, 1986).

A experiência estética se revela com a sensibilização, com a descoberta do olhar, 

um encontro com as emoções, libertando o ser para perceber o mundo em si e ao seu redor, 

permitindo um pensar filosófico, crítico e reflexivo. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, em 

seu Dicionário da Língua Portuguesa, apresenta, dentre outros, os seguintes significados 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 48

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

para a palavra estética: “1­ estudo das condições e dos efeitos da criação artística. 2­ (...) 

estudo racional do belo, quer quanto à possibilidade da sua conceituação, quer quanto à 

diversidade de emoções e sentimentos que ele suscita no homem”.

Partindo dessas definições e as ampliando, a Estética aqui é  entendida como 

sendo  “toda  teoria  que se  refira  à  beleza ou à  arte"   (Pareyson,  1997,  p.  2),  sendo ela 

derivada   de   uma   experiência   filosófica   ou   concreta.   E   por   ser   uma   reflexão   sobre   a 

experiência,   inclui­se   aqui   o   fazer   artístico,   que   é   a   manipulação   dos   elementos   da 

linguagem   artística,   presentes   nas   Artes   Visuais,   na   Música,   no   Teatro   e   na   Dança. 

Portanto,  entendemos que ao adotar um eixo articulador para a disciplina de Educação 

Artística   e   Arte   baseado   no   entendimento   acima   exposto,   devemos   possibilitar   as 

experiências estéticas e compreender como aproximar e proporcionar o olhar estético para 

as produções artísticas e para o cotidiano. E assim sendo, “o educando da EJA torna­se 

sujeito na construção do conhecimento mediante a compreensão dos processos de trabalho, 

de criação, de produção e de cultura.”(Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e 

Adultos, p. 30)

ARTE E IDENTIDADE

É comum ouvirmos falar de crise de identidade, mas o que é identidade e como 

essa identidade se revela a partir da arte que produzimos? A identidade está em crise?

O   que   é   identidade?   É   idêntico,   igual,   registro...   Para   o   dicionário   Houaiss 

identidade é: 

1­ estado que não muda <a identidade das impressões digitais> 2­ consciência da 

persistência da própria identidade, 3­ o que faz com que uma coisa seja a mesma que outra, 

4­ conjunto de características e circunstâncias que distinguem uma pessoa ou uma coisa e 

graças às quais é possível individualizá­la.

A   identidade  singulariza  e   faz  com que  nos  sintamos  diferentes  dos  demais. 

Identificar  pode   ser  aplicado  a   indivíduos  e  grupos,  ou   seja,   tornar   idêntico,   fazer   (se) 

reconhecer, distinguir traços característicos como gosto, música, festas, folguedos, crenças 

de grupos urbanos,  rurais,  etnias e outros  tantos que usam da  linguagem artística para 

expressar­se e assinar suas características sociais, antropológicas e psicológicas.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 49

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Diferentes  modos   de   vida   social   são   constituídos   a  partir   das   idéias   que  as 

pessoas têm sobre si, e das práticas que emergem dessas idéias e como afirma Candau 

(2002,  p.  24),   “identidade   é   um conceito  polissêmico,  podendo   representar   o   que  uma 

pessoa tem de mais característico ou exclusivo e ao mesmo tempo, indica que pertencemos 

ao mesmo grupo”, a  identidade cultural de um indivíduo ou grupo permite que este seja 

localizado em um sistema social. Em um mundo onde as mudanças são rápidas, face à 

globalização   e   aos   eventos   tecnológicos   e   científicos   vertiginosos,   a   arte   é   um   dos 

elementos   que   faz   parte   da   identidade   dos   povos.   As   mudanças   globais   aceleradas 

influenciam a identidade dos indivíduos e a sua manifestação artística.

Podemos ver com Marques (2003, p. 157) que: Não se domina um país pela 

invasão territorial, mas principalmente pela superposição e diluição de repertórios culturais e 

sociais.  Caso nossos repertórios não estejam enraizados de forma significativa, ou seja, 

relacional, consciente e crítica, poderemos ser massacrados pela pasteurização de idéias 

estéticas.

A nossa identidade pessoal e social é um importante mediador das relações com 

os demais. A proposta deste eixo temático na Educação de Jovens e Adultos do Ensino 

Fundamental e Médio do Estado do Paraná preocupa­se em uma educação pela arte que 

transmita   significados   que   estão   próximos   da   vida   concreta   do   educando,   produzindo 

aprendizagem. É um processo que mobiliza tanto os significados e os símbolos quanto os 

sentimentos e as experiências a que se propõe.

Quando um indivíduo desenvolve sua percepção estética e tem consciência do 

poder destas representações, textos e imagens na produção das identidades, compreende a 

força persuasiva da arte, no sentido de criar e reforçar representações que possuímos como 

indivíduos e como identidade coletiva. 

ARTE E SOCIEDADE

...  concernem à  determinação social  da atividade artística,  seja do ponto de vista da finalidade social das obras – por exemplo, o culto religioso ou o mercado de arte – seja o lugar ocupado pelo artista – por exemplo, iniciado numa seita secreta, financiado por um mecenas renascentista,  profissional   liberal   ligado ao mercado de arte,  etc – seja das condições de  recepção da obra de arte – a comunidade  de  fiéis,  a  elite  cultivada  e economicamente poderosa, as classes populares, a massa, etc. (CHAUÍ, 2003, p. 153)

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 50

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

A   arte   não   é   uma  produção   fragmentada  ou   fruto  de  modelos  aleatórios  ou 

apartados do contexto social nem tampouco mera contemplação, e sim, uma ciência que 

trabalha com o conhecimento presente em diferentes instâncias sociais.

A   profunda   relação   entre   arte   e   sociedade   é   possível   na   medida   em   que 

pensarmos a arte como construção social e não como um dom natural,  talento ou mera 

produção.   As   pessoas   são   construções   sociais,   que   necessariamente   influem   e   são 

influenciados pelo fazer e pensar arte. A música rap, por exemplo, constrói um determinado 

tipo   de   consciência   social,   propaga   os   conhecimentos   de   um   grupo   popular,   que   são 

absorvidos   e   muitas   vezes   até   revivificados   em   outras   formas   artístico­culturais.   A 

abordagem crítica e intertextualizada é necessária para que no cotidiano se problematizem 

as relações entre arte e sociedade e se permita, assim, a formação de sínteses pessoais 

enriquecedoras. Em outras palavras, o conceito de arte e sociedade abrange grandes temas 

da   vida   social   como:   a   relação   do   homem   com   o   trabalho;   as   relações   de  gênero;   a 

ocupação   do   espaço   urbano   e   outros.   Também   através   deles   podemos   compreender, 

inclusive, a influência da indústria cultural, segundo a qual, muitas vezes a (pseudo) cultura 

de   massa   tenta   impor   uma   ordem   social   passiva   e   alienada.   Em   contrapartida,   o 

conhecimento da arte em seu aspecto social, deve desvelar­se de modo que o ser humano 

possa pertencer, dialogar e transformar a realidade que o circunda.

No que concerne à Educação de Jovens e Adultos, não podemos perder de vista 

as  concepções  de  mundo  e  de   sociedade  que  queremos construir   e   vivenciar   com os 

educandos, pois o grande desafio do trabalho pedagógico em arte nos dias de hoje não se 

resume somente em aceitar e respeitar a diversidade, mas principalmente   em trabalhar,  

partilhar, dialogar e recriar conjuntamente a fim de educar para uma sociedade mais justa e 

igualitária. “A ação da escola será de mediação entre o educando e os saberes, de forma 

que o mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua 

realidade social” (Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos, p. 31).

No   intuito   de  contemplar   a   Lei   11.645/08   referente   à  História  e  cultura  afro­

brasileira,   africana   e   indígena,   serão   trabalhados   de   acordo   com   a   especificidade   da 

disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade. 

Os temas de estudo são temas que direcionam, motivam e articulam a construção 

do   conhecimento   em   arte,   propiciando   diferentes   leituras   de   mundo,   de   cidadania Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 51

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

participativa, reflexiva e crítica. O educador escolherá  um tema de estudos abrangente e 

articulado entre os eixos –  identificados na disciplina de Educação Artística e Arte e os 

indicados nas Diretrizes Curriculares para a EJA – de maneira a englobar o conteúdo que 

fará  parte do planejamento da célula de aula.   Os temas de estudo terão a flexibilidade 

necessária para que possam ser adequados ao contexto do educando e da educanda. 

Os temas de estudo são perpassados por um processo, denominado “validação”, 

ou seja, o tema só será adequado para continuar o planejamento se passar positivamente 

pelas seguintes perguntas:

1. É relevante? É  importante? Para quem? Perpassa pelos eixos definidos nas 

Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA ­ Cultura, Trabalho e Tempo?;

2. Gera conhecimento em arte? Perpassa pelos eixos Arte e Identidade, Arte e 

Sociedade e Arte e Estética?

3. É abrangente? Contempla o local e o global (regional, nacional e mundial)? É 

flexível?

4. É possível adequá­lo às necessidades dos educandos e educandas da EJA 

(Idade, condições físicas, espaciais, etc)?

Uma vez escolhido o tema de estudo, o próximo passo é a elaboração da célula 

de aula, que serão compostas por (MARQUES, 2001, p.91­102):

1. Textos – Repertórios.

2. Subtexto – Elementos da linguagem (conteúdos da disciplina).

3. Contexto – Elementos históricos, sociais e culturais.

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

Cada linguagem artística possui  um elemento básico por meio do qual  ela se 

manifesta, ou seja: o som (Música), o movimento e o não movimento (Dança), a forma e a 

luz   (Artes  Visuais)  e  a dramatização  (Teatro).  Destes  elementos básicos derivam­se os 

elementos   de   linguagem   específicos   da   arte.   Portanto,   os   conteúdos   para   o   Ensino 

Fundamental e Médio devem contemplar os elementos de cada linguagem artística (Música, 

Teatro, Dança e Artes Visuais), sua articulação e organização. Esses elementos permitirão 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 52

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

ao educando e a educanda ler e interpretar o repertório, assim como elaborar o seu próprio 

trabalho artístico. A leitura, interpretação e produção artística avalia a apreensão por parte 

educando e da educanda dos conteúdos propostos na sala de aula. 

ENSINO FUNDAMENTAL 

ÁREA MÚSICA

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Elementos Formais 

CONTEÚDOS BÁSICOS  

Altura 

Duração 

Timbre 

Intensidade 

Densidade

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Composição

CONTEÚDOS BÁSICOS  

Ritmo 

Melodia 

Harmonia

Escalas 

Gêneros: folclórico, indígena, popular e étnico 

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 53

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Movimentos e Períodos 

CONTEÚDOS BÁSICOS  

Música popular e étnica 

Indústria Cultural 

Eletrônica 

Minimalista 

Rap, Rock, Tecno

Música Engajada 

Música Popular Brasileira. 

Música Contemporânea

ÁREA ARTES VISUAIS

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Elementos Formais 

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Ponto 

Linha 

Forma 

Textura 

Superfície 

Volume 

Cor 

Luz

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Composição

CONTEÚDOS BÁSICOS Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 54

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Bidimensional

Tridimensional 

Figurativa 

Geométrica, simetria 

Proporção 

Figura e fundo 

Abstrata 

Perspectiva 

Semelhanças 

Contrastes 

Ritmo Visual 

Estilização 

Deformação 

Figura­fundo 

Técnicas: Pintura, arquitetura, modelagem, gravura, desenho,  fotografia,  áudio – visual e 

mista, grafite, perfornance,...

Gêneros: Cenas da mitologia, paisagem, retrato, natureza morta, paisagem urbana, cenas 

do cotidiano...

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Movimentos e Períodos 

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Greco ­ Romana

Arte Africana 

Arte Pré­Histórica

Arte Indígena 

Arte Popular 

Brasileira e Paranaense 

Indústria Cultural 

Arte no Séc. XX Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 55

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Arte Contemporânea

Realismo 

Vanguardas 

Muralismo e Arte 

Latino­Americana 

Hip Hop

ÁREA TEATRO

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Elementos Formais 

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais 

Ação 

Espaço

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Composição

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Enredo, roteiro. 

Espaço Cênico, adereços

Representação, 

Leitura dramática, 

Cenografia. 

Representação no Cinema e Mídias 

Texto dramático 

Maquiagem 

Sonoplastia 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 56

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Roteiro 

Técnicas: jogos teatrais, teatro indireto e direto, improvisação, manipulação, máscara, 

mímica formas animadas, jogos teatrais, sombra, adaptação cênica, monólogo, jogos 

teatrais, direção, ensaio, Teatro­Fórum... 

Dramaturgia 

Cenografia 

Sonoplastia 

Iluminação 

Figurino

Gênero: Tragédia, Comédia e Circo.

Rua e arena, Caracterização

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Movimentos e Períodos 

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Greco­Romana 

Comédia dell’ arte 

Teatro Popular 

Brasileiro e Paranaense 

Teatro Africano

Indústria Cultural 

Realismo 

Expressionismo 

Cinema Novo

Teatro Engajado 

Teatro do 

Oprimido 

Teatro Pobre 

Teatro do Absurdo 

VanguardasRua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 57

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

ÁREA DANÇA

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Elementos Formais 

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Movimento Corporal 

Tempo 

Espaço

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Composição

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Kinesfera 

Eixo 

Ponto de Apoio 

Movimentos articulares 

Fluxo (livre e interrompido e conduzido) 

Rápido e lento 

Formação 

Níveis (alto, médio e baixo) 

Deslocamento (direto e indireto) 

Dimensões (pequeno e grande)

Ponto de Apoio 

Rotação 

Coreografia 

Salto e queda 

Peso (leve e pesado) 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 58

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

conduzido) 

Lento, rápido e moderado 

Direção 

Giro 

Rolamento 

Saltos 

Aceleração e desaceleração 

Direções (frente, atrás, direita e esquerda) 

Improvisação 

Sonoplastia 

Extensão (perto e longe) 

Técnica: Improvisação 

Gênero: Circular

Folclórica, popular e étnica

Indústria Cultural e espetáculo

Performance e moderna

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

Movimentos e Períodos 

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Dança Clássica

Dança Popular 

Brasileira 

Paranaense 

Africana 

Indígena

Hip Hop 

Musicais 

Expressionismo 

Indústria Cultural Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 59

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Dança Moderna

Vanguardas 

Dança Moderna 

Dança Contemporânea

ENSINO MÉDIO 

ÁREA MÚSICA

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Elementos Formais

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Altura 

Duração 

Timbre 

Intensidade 

Densidade

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Composição

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Ritmo 

Melodia 

Harmonia 

Escalas 

Gêneros: erudito, clássico, popular, étnico, folclórico, Pop

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 60

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Movimentos e Períodos 

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Música Popular Brasileira 

Paranaense 

Popular 

Indústria Cultural 

Engajada 

Vanguarda 

Africana 

Latino­Americana

ÁREA ARTES VISUAIS

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

 Elementos Formais 

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Ponto 

Linha 

Forma 

Textura 

Superfície 

Volume 

Cor 

Luz

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Composição

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 61

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Bidimensional 

Tridimensional 

Figura e fundo 

Figurativo 

Abstrato 

Perspectiva 

Semelhanças 

Contrastes 

Ritmo Visual 

Simetria 

Deformação 

Estilização 

Técnica: Pintura, desenho, modelagem, instalação performance, fotografia, gravura , 

arquitetura ... 

Gêneros: paisagem, natureza­morta, Cenas do Cotidiano, Histórica, Religiosa, da Mitologia.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Movimentos e Períodos 

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Renascimento 

Barroco 

Arte Africana  

Arte Brasileira 

Arte Paranaense 

Arte Popular 

Arte de Vanguarda 

Indústria Cultural 

Arte Contemporânea 

Arte Latino­ AmericanaRua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 62

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

ÁREA TEATRO 

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Elementos Formais 

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Personagem:

expressões corporais, vocais,  gestuais e  faciais 

Ação 

Espaço

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Composição

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Técnicas: jogos teatrais, teatro direto e indireto, mímica, ensaio, Teatro­Fórum 

Roteiro 

Encenação e leitura dramática 

Gêneros: Tragédia, Comédia, Drama e Épico 

Dramaturgia 

Representação nas mídias 

Caracterização 

Cenografia, 

sonoplastia, figurino e iluminação 

Direção 

Produção

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Movimentos e Períodos 

 Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 63

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Teatro Greco­Romano 

Teatro Medieval 

Teatro Brasileiro 

Teatro Paranaense 

Teatro Popular 

Indústria Cultural 

Teatro Engajado 

Teatro Dialético 

Teatro Essencial 

Teatro do Oprimido 

Teatro Pobre 

Teatro de Vanguarda 

Teatro Renascentista 

Teatro Latino­ Americano 

Teatro Realista 

Teatro Simbolista

ÁREA DANÇA

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

Elementos Formais 

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Movimento Corporal 

Tempo 

Espaço

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Composição

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 64

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Kinesfera 

Fluxo 

Peso 

Eixo 

Salto e Queda 

Giro 

Rolamento 

Movimentos articulares 

Lento, rápido e moderado 

Aceleração e desaceleração 

Níveis 

Deslocamento 

Direções 

Planos 

Improvisação 

Coreografia 

Gêneros: Espetáculo, indústria cultural, étnica, folclórica, populares e salão.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

Movimentos e Períodos 

 

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Dança Clássica 

Dança Popular 

Brasileira 

Paranaense 

Africana 

Indígena 

Hip Hop 

Indústria Cultural Dança Moderna Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 65

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Vanguardas 

Dança Contemporânea

AVALIAÇÃO

A   concepção   de   avaliação   para   a   disciplina   de   Arte   proposta   nas   Diretrizes 

Curriculares é diagnóstica e processual. É diagnóstica por ser a referência do professor para 

planejar as aulas e avaliar os alunos; é processual por pertencer a todos os momentos da 

prática   pedagógica.   A   avaliação   processual   deve   incluir   formas   de   avaliação   da 

aprendizagem,  do  ensino   (desenvolvimento  das  aulas),  bem como  a  autoavaliação  dos 

alunos. 

De acordo com a LDB (n. 9.394/96, art. 24, inciso V) a avaliação é “contínua e 

cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os 

quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais”. Na 

Deliberação   07/99   do   Conselho   Estadual   de   Educação   (Capítulo   I,   art.8º),   a   avaliação 

almeja “o desenvolvimento formativo e cultural do aluno” e deve “levar em consideração a 

capacidade   individual,   o   desempenho   do   aluno   e   sua   participação   nas   atividades 

realizadas”. 

De fato, a avaliação requer parâmetros para o redimensionamento das práticas 

pedagógicas, pois o professor participa do processo e compartilha a produção do aluno. Ou 

seja, a avaliação permite que se saia do lugar comum, dos gostos pessoais, de modo que 

se  desvincula  de  uma  prática  pedagógica  pragmatista,   caracterizada  pela  produção  de 

resultados ou a valorização somente do espontaneísmo. Ao centrar­se no conhecimento, a 

avaliação gera critérios que transcendem os  limites do gosto e das afinidades pessoais, 

direcionando de maneira sistematizada o trabalho pedagógico. 

Assim, a avaliação em Arte supera o papel de mero instrumento de medição da 

apreensão de conteúdos e busca propiciar aprendizagens socialmente significativas para o 

aluno.  Ao   ser   processual   e   não  estabelecer   parâmetros  comparativos  entre  os  alunos, 

discute dificuldades e progressos de cada um a partir da própria produção, de modo que 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 66

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

leva em conta a sistematização dos conhecimentos para a compreensão mais efetiva da 

realidade. 

O método de avaliação proposto nestas Diretrizes inclui observação e registro do 

processo de aprendizagem, com os avanços e dificuldades percebidos na apropriação do 

conhecimento pelos alunos. O professor deve avaliar como o aluno soluciona os problemas 

apresentados e como ele se relaciona com os colegas nas discussões em grupo. Como 

sujeito   desse   processo,   o   aluno   também   deve   elaborar   seus   registros   de   forma 

sistematizada. As propostas podem ser socializadas em sala, com oportunidades para o 

aluno apresentar, refletir e discutir sua produção e a dos colegas. 0

É importante ter em vista que os alunos apresentam uma vivência e um capital 

cultural  próprio,  constituído em outros  espaços sociais  além da escola,  como a   família, 

grupos, associações, religião e outros. Além disso, têm um percurso escolar diferenciado de 

conhecimentos artísticos relativos à Música, às Artes Visuais, ao Teatro e à Dança. 

O professor deve fazer um levantamento das formas artísticas que os alunos já 

conhecem e de suas respectivas habilidades, como tocar um instrumento musical, dançar, 

desenhar ou representar. Durante o ano letivo, as tendências e habilidades dos alunos para 

uma ou mais áreas da arte também devem ser detectadas e reconhecidas pelo professor. 

Esse diagnóstico é a base para planejar futuras aulas, pois, ainda que estejam 

definidos os conteúdos a serem trabalhados, a forma e a profundidade de sua abordagem 

dependem do conhecimento que os alunos trazem consigo. 

Essa   é   outra   dimensão   da   avaliação,   a   zona   de   desenvolvimento   proximal, 

conceito elaborado por Lev Semenovich Vigotsky que trabalha a questão da apropriação do 

conhecimento. Vigotsky argumenta que a distância entre o nível de desenvolvimento real, 

determinado   pela   capacidade   de   resolver   um   problema   sem   ajuda,   e   o   nível   de 

desenvolvimento potencial, determinado pela resolução de um problema sob a orientação 

de   um   adulto   ou   em   colaboração   com   outro   colega,   é   denominado   de  zona   de 

desenvolvimento proximal. 

Portanto,  o conhecimento que o aluno acumula deve ser  socializado entre os 

colegas   e,   ao   mesmo   tempo,   constitui­se   como   referência   para   o   professor   propor 

abordagens diferenciadas. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 67

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

A fim de se obter uma avaliação efetiva individual e do grupo, são necessários 

vários instrumentos de verificação tais como: trabalhos artísticos individuais e em grupo.

REFERÊNCIAS

BAKHTIN, Mikhail (Volochínov). Marxismo e filosofia da linguagem.  Trad. Michel Lahud e Yara F. Vieira. 7ª ed. São Paulo: Hucitec, 1995.

BOURO, S.B. Olhos que pintam: a leitura de imagens e o ensino da arte. São Paulo: Educ/Fapesp/Cortez, 2002.

CAMPOS, Neide P. A construção do olhar estético crítico do educador. Florianópolis: UFSC, 2002

CANDAU, Vera Maria (org.). Sociedade, educação e cultura: questões e propostas. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2002.

CHAUÍ, Marilena.  Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003.FERRAZ, M.; FUSARI, M. R.  Metodologia do ensino de Arte. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 

1993.FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. 3ª ed. 

Curitiba: Positivo, 2004.FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 12ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983._____________. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 8ª 

ed. São Paulo: Terra e Paz, 1998._____________, A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1995.HOUAISS, Antônio e Vilar, M. de S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. 1ª ed.Rio 

de Janeiro: Objetiva, 2001KOSIK, K. Dialética do Concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.LABAN, Rudolf. Domínio do Movimento. São Paulo: Summus, 1978.MARQUES, Isabel A. Ensino de dança hoje: textos e contextos. 2ª ed. São Paulo: 

Cortez, 2001._________________. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003.MIGLIORI, R. Paradigmas e educação. São Paulo: Aquariana, 1993.OSTROWER, Fayga P. Universo da arte, 7ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1991.PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do.  Diretrizes Curriculares de Arte para a 

Educação Básica. Departamento de Educação Básica. Curitiba, 2008.PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Departamento de Ensino Médio. LDP: 

Livro Didático Público de Arte. Curitiba: SEED­PR, 2006.PAREYSON, L. Os problemas da estética. São Paulo. Martins Fontes, 1997.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 68

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

SACRISTAN J.G. A escolarização transforma­se em uma característica antropológica das sociedades complexas. In: A educação Obrigatória: seu sentido educativo e social. Porto Alegre: ARTMED, 2001, p. 35­55

SANTAELLA, Lucia. (Arte) & (Cultura): Equívocos do elitismo. São Paulo: Cortez, 3ª. Ed, 1995.

SILVA, Tomas Tadeu. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

ZAMACOIS, Joaquin.  Temas de estética y de historia de la música. Barcelona: Labor, 1986.

DISCIPLINA DE LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM) ­ INGLÊS

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM) ­ INGLÊS

A Língua Estrangeira Moderna ­ LEM ­ é um espaço em que se pode ampliar o 

contato com outras formas de perceber, conhecer e entender a realidade, tendo em vista 

que a percepção do mundo está, também, intimamente ligada às línguas que se conhece. 

Ela se apresenta também como um espaço de construções discursivas contextualizadas 

que refletem a ideologia das comunidades que a produzem. Desta maneira, o trabalho com 

LEM parte do entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais do que meros 

instrumentos de acesso à   informação: as LEM são também possibilidades de conhecer, 

expressar e transformar modos de entender o mundo e construir significados. (SEED, 2005)

É um instrumento de inclusão social a partir do momento em que oportuniza o 

acesso a outras comunidades e conhecimentos,  permitindo o alargamento de horizontes e 

a expansão das capacidades interpretativas e cognitivas dos educandos. Através da LEM se 

reconhece a diversidade cultural, e torna­se possível oportunizar o educando a vivenciar 

criticamente a cultura do outro ao mesmo tempo em que valoriza a própria.

A LDB 9394/96, estabelece o caráter compulsório de uma língua estrangeira a 

partir  do 6º ano do Ensino Fundamental,  facultando ao Ensino Médio a possibilidade da 

inclusão de uma segunda língua estrangeira.

Segundo Gimenez (2005), a língua se constitui como um espaço de comunicação 

intercultural, exercendo “o papel de mediadora das relações entre pessoas de diferentes 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 69

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

línguas maternas.”, tendo em vista que existem, aproximadamente, mais de 300 milhões de 

falantes nativos e mais de 1 bilhão de usuários no mundo todo, sendo a língua principal em 

livros,   jornais,   aeroportos   e   controle   de   tráfego   aéreo,   negócios   internacionais   e 

conferências acadêmicas, ciência, tecnologia, medicina, diplomacia, esportes, competições 

internacionais, música pop e propaganda.

Partindo desse pressuposto, a LEM é um instrumento para que o educando seja 

capaz   de   construir   e   não   somente   consumir   o   conhecimento   oferecido   por   outros, 

propiciando “reflexões sobre a relação entre língua e sociedade e, consequentemente, sobre 

as motivações subjacentes às escolhas linguísticas em situações de comunicação (oral e 

escrita).”   (PARANÁ,  2005).  Ao serem expostos  às diversas manifestações da  língua na 

sociedade, os educandos podem entender as implicações político­ideológicas.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

O trabalho a ser desenvolvido com a língua segue uma abordagem onde a língua 

é vista como instrumento de interação, investigação, interpretação, reflexão e construção, 

norteada pelos três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. Nessa concepção, levar­

se­á   em   consideração   a   realidade   do   educando,   valorizando   sua   bagagem   de 

conhecimentos e respeitando suas necessidades e características individuais, na certeza de 

que o adulto aprende melhor e desenvolve maior autonomia e responsabilidade quando se 

vê envolvido no processo ensino­aprendizagem.

Há que se pensar que ao ensinar uma LEM deve­se buscar a autenticidade da 

Língua, a articulação com as demais disciplinas e a relevância dos saberes escolares frente 

à experiência social construída historicamente pelos educandos.

Para  a definição das metodologias  a serem utilizadas,   é  necessário   levar  em 

conta que o educando é parte integrante do processo e deve ser considerado como agente 

ativo da aprendizagem, visto que ele traz saberes e estes vão interagir com os saberes que 

ele vai adquirir.

Na   busca   desta   interação,   deve­se   buscar   uma   metodologia   que   leve   em 

consideração   que   as   habilidades   da   LEM   –   leitura,   escrita,   compreensão   oral   e 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 70

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

compreensão   auditiva   –   não   são   únicas,   elas   interagem   de   acordo   com   o   contexto   e 

precisam ser vistas como plurais, complexas e dependentes de contextos específicos.

Deve­se levar em conta, ainda, que a língua não pode ser entendida como algo 

fechado ou abstrato, na forma de uma gramática, onde toda a transformação, o aspecto vivo 

da LEM, sua capacidade de se transformar em contextos diferentes, toda diversidade da LE 

se perde.

Portanto,   as   metodologias   a   serem   aplicadas   devem   levar   em   conta, 

principalmente, o contexto em que estão sendo aplicadas, de acordo com as necessidades 

regionais, que levem o educando a criar significados, posto que estes não vêm prontos na 

linguagem. 

No   intuito   de  contemplar   a   Lei   11.645/08   referente   à  História  e  cultura  afro­

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade 

da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade. 

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS

ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDOS   ESTRUTURANTES   que   norteiam   o   ensino/aprendizagem   da   LEM   no  

Ensino fundamental ­Fase II

     O conteúdo Estruturante da Língua Estrangeira Moderna tem o  Discurso como 

prática social. A língua será tratada de forma dinâmica, por meio de leitura, de oralidade e 

de escrita  que são as práticas que efetivam o discurso.  Nesta perspectiva o aluno  terá 

contato com  diferentes gêneros.

                                                           

Conteúdos Básicos

LEITURA

• Tema do texto;

•  Interlocutor;Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 71

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Finalidade do texto;

• Aceitabilidade do texto;

• Informatividade;

• Situacionalidade

• Informações explícitas

• Discurso direto e indireto

• Elementos composicionais do gênero;

• Repetição proposital de palavras;

• Léxico;

• Repetição proposital de palavras;

• Conteúdo temático;

• Intertextualidade;

• Vozes sociais presente no texto;

• Semântica:

• Operadores argumentativos;

• Ambiguidade;

• Sentido conotativo e denotativo das palavras no texto;

• Expressões que denotam ironia e humor no texto.

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, 

pontuação, recursos gráficos (  como aspas, travessão, negrito), figuras de 

linguagem.

ESCRITA

• Conteúdo temático;

• Tema do texto;

•  Interlocutor;

•  Finalidade do texto;

•  Discurso direto e indireto;

•  Informatividade;

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 72

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

•  Elementos composicionais do gênero;

•  Vozes sociais presentes no texto;

•  Acentuação gráfica;

•  Ortografia;

•  Concordância verbal/nominal.

•  Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, 

pontuação, recursos gráficos (  como aspas, travessão, negrito), figuras de 

linguagem.

•  Semântica:

    – Operadores argumentativos;

    – Ambiguidade;

    – Significado das palavras;

    – Figuras de linguagem;

    – Sentido conotativo e denotativo;

    – Expressões que denotam ironia e humor no texto.

ORALIDADE

• Tema do texto;

• Conteúdo temático;

• Aceitabilidade;

• Informatividade;

• Elementos extralinguísticos: entonação, expressão facial, corporal e gestual, pausas; 

• Finalidade;

• Papel do locutor e interlocutor;

• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...;

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos.

• Elementos semânticos;Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 73

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Adequação da fala ao contexto ( uso de conectivos, gírias, repetições, etc);

• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito.

Conteúdos temáticos contemporâneos

• Textos que abordam a cultura afro­brasileiro descendente e indígena: letras de 

músicas, culinária, biografias.

•  Textos que abordam a cultura indígena

• Textos científicos

• Textos poéticos

• Textos cinematográficos

• Textos humorísticos

 

CONTEÚDOS   ESTRUTURANTES   que   norteiam   o   ensino/aprendizagem   da   LEM   no 

Ensino Médio 

O conteúdo Estruturante da Língua Estrangeira Moderna tem o Discurso como 

prática social. A língua será tratada de forma dinâmica, por meio de leitura, de oralidade e 

de escrita  que são as práticas que efetivam o discurso.  Nesta perspectiva o aluno  terá 

contato com  diferentes gêneros.

Conteúdos Básicos  

LEITURA    

• Tema do texto;

      • Interlocutor;

      •  Finalidade do texto;

•  Aceitabilidade do texto;

•  Informatividade;

•  Situacionalidade;

• Temporalidade;

      • Referência textual;

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 74

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

      • Partículas conectivas do texto;

•  Informações explícitas;

•  Discurso direto e indireto;

•  Elementos composicionais do gênero;

•  Repetição proposital de palavras;

•  Léxico;

•  Repetição proposital de palavras;

      •  Conteúdo temático;

•  Intertextualidade;

•  Vozes sociais presente no texto;

      •  Semântica:

•  Operadores argumentativos;

      •  Ambiguidade;

      • Polissemia;

•  Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

•  Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto.

•    Marcas   linguísticas:   coesão,   coerência,   função  das   classes  gramaticais   no   texto, 

pontuação,   recursos   gráficos   (     como   aspas,   travessão,   negrito),   figuras   de 

linguagem.

ESCRITA

• Tema do texto;

•  Interlocutor;

•  Finalidade do texto;

•  Aceitabilidade do texto;

•  Discurso direto e indireto;

•  Informatividade;

•  Situacionalidade;

•  Intertextualidade;

•  Temporalidade;

•  Referência textual;

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 75

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

•  Partículas conectivas do texto;

•  Elementos composicionais do gênero;

•  Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

•  Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;

      •  Polissemia;

 • Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, 

pontuação, recursos gráficos (  como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem.

 •  Acentuação gráfica;

 • Ortografia;

 • Concordância verbal/nominal. 

ORALIDADE

     • Conteúdo temático;

• Informatividade;

     • Aceitabilidade do texto;

• Elementos extralinguísticos: entonação, expressão facial, corporal e gestual, pausas;     

• Finalidade;

• Papel do locutor e interlocutor;

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição,  semântica.

     • Adequação da fala ao contexto ( uso de conectivos, gírias, repetições, etc);

     • Diferenças e semelhanças entre o discurso oral ou escrito.

AVALIAÇÃO

A avaliação  subsidia  o  professor   com elementos  para  uma  reflexão  contínua 

sobre sua prática e a criação de novos instrumentos de trabalho, possibilitando também a 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 76

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

retomada de aspectos que devem ser revistos, ajustados ou reconhecidos como adequados 

para o processo de ensino/aprendizagem do educando da EJA.

Dentro   da   nova   concepção   de   ensino/aprendizagem   de   Língua   Inglesa,   a 

avaliação deve estar  centrada em um diálogo  interativo,  em que o  sujeito/  aluno possa 

compreender   as   relações   subjacentes   em   cada   discurso.   Para   tanto,   as   atividades 

desenvolvidas devem proporcionar ao aluno, uma reflexão crítica do contexto em que está 

inserido.   Dessa   forma,   a   avaliação   será   contínua,   cumulativa,   qualitativa   e   processual, 

valorizando a construção do conhecimento,  bem como sua aplicação no  relacionamento 

homem   e   sociedade,   utilizando   a   Língua   Inglesa   para   uma   possível   transformação   da 

realidade em que está inserido. 

REFERÊNCIAS

GIMENEZ, Telma. Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental: Línguas Estrangeiras Modernas – Questões para Debate. In:  PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna.

PARANÁ.   Secretaria   de   Estado   da   Educação.  Diretrizes   Curriculares   da   Educação Básica de Língua Estrangeira Moderna, Curitiba, 2008.

PENNYCOOK,  Alastair. English and the discourses of Colonialism. London: Routledge. 1999.

DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Vivenciamos   nos   últimos   quinze   anos   a   afirmação   gradativa   do   ensino   da 

Educação Física numa perspectiva cultural e é a partir desse referencial que se propõe essa 

disciplina como área de estudo da cultura humana, ou seja, que estuda e atua sobre o 

conjunto de práticas ligadas ao corpo e ao movimento, criadas pelo homem ao longo de sua 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 77

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

história. Trata­se, portanto, privilegiar nas aulas de Educação Física, além da aprendizagem 

de movimentos, a aprendizagem para e sobre o movimento.

Neste sentido, como enfatizam Taborda e Oliveira (apud PARANÁ, 2005, p.10) os 

objetivos  da  Educação  Física   devem  estar   voltados   para  a  humanização   das   relações 

sociais,  considerando a noção de corporalidade,  entendida como a expressão criativa e 

consciente   do   conjunto   das   manifestações   corporais   historicamente   produzidas.   Esse 

entendimento permite ampliar as possibilidades da intervenção educacional dos professores 

de Educação Física, superando a dimensão meramente motriz de uma aula, sem no entanto 

negar o movimento como possibilidade de manifestação  humana e, desse modo contemplar 

o   maior   número   possível   de   manifestações   corporais   explorando   os   conhecimentos   já 

trazidos pelos educandos e a sua potencialidade formativa.

Segundo Soares et all (1992, p. 50) a Educação Física é conceituada como:

(...)   uma   prática   pedagógica   que,   no   âmbito   escolar,   tematiza   formas   de   atividades expressivas   corporais   como:   o   jogo,   esporte,   dança,   ginástica,   formas   estas   que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal. Esses conteúdos expressam um sentido/significado nos quais se interpenetram.

A partir desse entendimento a proposta para a disciplina de Educação Física deve 

favorecer o estudo, a integração e a reflexão da cultura corporal de movimentos, formando o 

cidadão que vai produzi­la, reproduzi­la e transformá­la, instrumentalizando­o para usufruir 

das atividades proposta em beneficio da sua inserção social, levando­o a descobrir motivos 

e sentidos nas práticas corporais que favoreçam o desenvolvimento de atitudes positivas, 

contemplando assim todas as manifestações corporais  e culturais,  partindo da realidade 

local para as diferentes culturas.

Cabe   aos   professores   de   Educação   Física   mediar   o   processo   de   ensino­

aprendizagem   deflagrado   nas   aulas   de   Educação   Física   quanto   à   construção   de   um 

ambiente que proporcione ao aluno a aprendizagem dos conteúdos significativos para o seu 

processo de conhecimento e desenvolvimento, incrementando sua capacidade para tomar 

decisões relacionadas à atividade física, isto é, movimento corporal humano.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 78

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

A Educação  de  Jovens  e  Adultos  –  EJA,  atende  um público  diverso   (jovens, 

adultos,   idosos,  povos das  florestas,   ribeirinhos,   indígenas, populações do campo, entre 

outros) que não teve acesso ou não pode dar continuidade à  escolarização mesma por 

fatores,  normalmente,  alheios a sua vontade.  Esses educandos possuem uma gama de 

conhecimentos adquiridos em outras instâncias sociais, visto que, a escola não é o único 

espaço de produção e  socialização de saberes.  O atendimento  a  esses alunos não se 

refere, exclusivamente, a uma determinada faixa etária mas a diversidade sócio­cultural dos 

mesmos.

Se considerarmos que os educandos frequentadores dessa modalidade de ensino 

encontram­se em grande parte, inseridos no mundo do trabalho, é importante que o trabalho 

pedagógico nas aulas de Educação Física seja compatível com as peculiaridades dessa 

parcela de educandos. Desse modo, a aprendizagem do movimento deve ceder espaço às 

práticas   que   estejam   direcionadas   para   e   sobre   o   movimento,   focalizando 

preponderantemente aspectos relacionados ao desenvolvimento de atitudes  favoráveis à 

realização   de   atividades   físicas   e   ao   aprofundamento   do   entendimento   de   conceitos 

relacionados a essas atividades.

Numa   primeira   aproximação,   tendemos   a   nos   precipitar   na   constatação   da 

incompatibilidade quase paradoxal de se relacionar a Educação Física com adolescentes, 

adultos e até idosos na escolarização de Jovens e Adultos podemos assumir, portanto, que 

o propósito da intervenção do professor que atua no campo da Educação Física no contexto 

da EJA é potencializar as possibilidades de participação ativa de pessoas com demandas 

educacionais específicas, em programas com foco na atividade física/movimento corporal 

humano.  Outrossim,   há   que   se   considerar   que  a   sustentação  para  ações  pedagógicas 

direcionadas ao processo de escolarização dessas mesmas pessoas que se encontram em 

fase de construção, carecendo ainda da produção de conhecimento capaz de contribuir para 

a consolidação da participação da Educação Física nessa modalidade de ensino.

Duas questões essenciais precisam nortear o trabalho pedagógico da disciplina 

de Educação Física com jovens e adultos: 

- Quem são os alunos da EJA?

- Como pode ser desenvolvida a Educação Física para esses alunos?

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 79

Avaliação

Sequenciação

Trabalho

Cultura

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Compreendendo o perfil do educando da EJA, a Educação Física deverá valorizar 

a  diversidade cultural  dos educandos e  a   riqueza das suas  manifestações corporais,  a 

reflexão das problemáticas sociais e a corporalidade “entendida como a expressão criativa e 

consciente do conjunto das manifestações corporais historicamente produzidas” (PARANA, 

2005), considerando os três eixos norteadores do trabalho com a EJA que são a cultura, o 

trabalho e o tempo   1  .

  É,   portanto,   imprescindível   que   tempo,   cultura  e   trabalho   se  manifestem   na 

prática pedagógica do educador, expressando ideias e ações relacionadas a: sequenciação 

(organização do conteúdo em função do tempo escolar), comprometimento na condução do 

processo ensino­aprendizagem (efetivação da aprendizagem dos conteúdos) e avaliação do 

trabalho pedagógico (critérios de acompanhamento das consequências do processo ensino­

aprendizagem), conforme representados na figura 1:

No   intuito  de  contemplar  a  Lei  11.645/08,   referente   à  História  e  cultura  afro­

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade 

da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade. 

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

1 Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná (versão preliminar).

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 80

Tempo Comprometimento

Figura 1: relação dos eixos tempo, cultura e trabalho com a intervenção pedagógica.

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Os conteúdos são definidos como conhecimentos necessários à  apreensão do 

desenvolvimento sócio­histórico das próprias atividades corporais e à explicitação das suas 

significações objetivas. Os mesmos foram estruturados de forma a garantir aprendizagens 

novas e significativas, despertando o interesse e a atenção dos educandos a consciência da 

necessidade de atitudes favoráveis a prática de atividades físicas ao longo da sua vida, 

valorizando a  cultura corporal, logo “a cultura humana é uma cultura corporal, uma vez  

que o corpo realiza as intenções humanas” (FREIRE, 2003 p. 34).

Desse   modo   a   Educação   Física   deve   considerar   conteúdos   e   práticas   que 

contemplem:

- a relação entre o conhecimento social e escolar do educando;

- a identidade e as diferenças sócio­culturais dos educandos na proposição das 

praticas educativas;

- ensino com base na investigação e na problematização do conhecimento;

- as diferentes linguagens na medida em que se instituem como significativas na 

formação do educando;

- as múltiplas interações entre os diferentes saberes;

- articulação entre teoria, prática e realidade social;

- atividades pedagógicas que priorizem o pensamento reflexivo.

Baseado  na  perspectiva  dos  educadores,  propomos a  articulação  do   trabalho 

docente em torno dos seguintes conteúdos: saúde, esportes, jogos, ginástica, dança e lazer.

Ultrapassando a tendência dominante de conceber a  saúde  como investimento 

individual, o conteúdo deve oferecer condições de articular o individual com o cultural, social 

e político. Ou seja, a saúde é um bem que se adquire,  pelas atividades físicas e corporais, 

por   intermédio  de:  alimentação,  saneamento  básico,  moradia,  educação,   informação    e 

preservação do meio ambiente, enfim, o direito de acesso às condições mínimas para uma 

vida digna. Esse conteúdo permite compreender a saúde como uma construção que requer 

uma dimensão histórico­política e social.

O  esporte  pode   ser   abordado   pedagogicamente   no   sentido   de   esportes   “da 

escola” e não “na escola”, como valores educativos para justificá­lo no currículo escolar da 

EJA.  Se  aceitarmos  o  esporte   como  prática  social,   tema  da   cultura  corporal,   devemos 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 81

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

questionar suas normas, resgatando os valores que privilegiam o coletivo sobre o individual, 

o compromisso da solidariedade e respeito humano, que se deve jogar com o outro e não 

contra o outro. Por isso esse conteúdo deve ser apresentado aos alunos de forma a criticá­

lo, promovendo a sua ressignificação, e sua adaptação à realidade,   à prática que   cria e 

recria, colocando­o como um meio e não fim em si mesmo.

Os jogos oportunizam ao jovem e ao adulto experimentar atividades prazerosas, 

que envolvam partilhas, negociações e confrontos que estimulem o exercício de reflexão 

sobre as relações entre as pessoas e os papéis que elas assumem perante a sociedade, 

bem como a possibilidade de resgatar as manifestações lúdicas e culturais.

O   estudo   da  ginástica,  pretende   favorecer   o   contato   do   educando   com   as 

experiências corporais diversificadas, seu caráter preventivo, modismo, melhora da aptidão 

física,   tem o objetivo de conscientizar os educandos de seus possíveis benefícios,  bem 

como os danos causados pela sua prática inadequada ou incorreta.

A  dança  a   ser   trabalhado   na   EJA,   contribui   para   o   desenvolvimento, 

conhecimento e ritmo do corpo. Ao relacionar­se com o outro, cada gesto representa sua 

história,  sua cultura, como manifestação de vida, por meio de um processo continuo de 

integração e relacionamento social.

O estudo sobre o lazer proporciona  reflexões a cerca do uso do tempo livre, com 

atividades que lhe propiciem prazer, descontração, alegria,  socialização, conscientização e 

clareza das necessidades e benefícios que serão adquiridos e que contribuam para o seu 

bem estar físico, mental e social.

Os conteúdos propostos poderão ser distribuídos de forma informativa, prática ou 

teórica e poderão ser modificados de acordo  com cada realidade. Os conteúdos  esporte, 

jogos, dança, lazer e  ginástica são comuns ao Ensino Fundamental e ao Ensino Médio, o 

conteúdo saúde mantêm a especificidade de cada ensino.

CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL 

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 82

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

ESPORTE

CONTEÚDOS BÁSICOS

Coletivos

Individuais

Radicais

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

• História e origem.

• Princípios básicos (fundamentos).

• Regras e elementos básicos do esporte

• Relação com os jogos populares

• Compreender por meio de discussões o sentido da competição esportiva

• Aspectos positivos e negativos das práticas esportivas

• Contexto social e econômico em que os diferentes esportes se diferenciam

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

JOGOS E BRINCADEIRAS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Jogos e brincadeiras populares e tradicionais no contexto brasileiro

Brincadeiras e cantigas de roda

Jogos de tabuleiro

Jogos dramáticos

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 83

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Jogos cooperativos

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

• Aspectos históricos sociais.

• Definição de jogo.

• Tipos de jogos: jogos cooperativos, jogos recreativos/ jogos lúdicos, jogos 

intelectivos, jogos de dramatização e  jogos pré­desportivos.

• Diferentes manifestações culturais.

• Atividades práticas.

• Diferenciar os jogos cooperativos e os jogos competitivos a partir dos seguintes 

elementos: 

­ Visão do jogo

­  Objetivo

­  O outro

­  Relação

­  Resultado

­  Consequência

­  Motivação

CONTEÙDO ESTRUTURANTE:

DANÇA

CONTEÚDOS BÁSICOS

Danças folclóricas

Danças de rua

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 84

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Danças criativas

Danças circulares

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

• Origem e alguns significados (místicos, religiosos, entre outros) das diferentes danças

• Tipos de dança: danças folclóricas, danças circulares, danças de salão, danças criativas

• Conhecer os diferentes ritmos, passos, posturas, conduções, formas de deslocamento 

no forró, vanerão e nas danças africanas

• Expressão corporal/atividades rítmicas.

• Danças da cultura local.

• Atividades práticas.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

GINÁSTICA

CONTEÚDOS BÁSICOS

Ginástica rítmica

Ginástica circense

Ginástica geral

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

• Origem e histórico da ginástica e suas diferentes manifestações

• Estimular a ampliação da consciência corporal

• Fundamentos básicos da ginástica:

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 85

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

­ Saltar

­ Equilibrar

­ Rolar/Girar

­ Trepar

­ Balançar/Embalar

­ Malabares

• Modismos relacionados a ginástica

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

LUTAS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Lutas de aproximação

Lutas que mantêm a distância

Lutas com instrumento mediador

Capoeira

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

• Pesquisar a Origem e os aspectos históricos, filosóficos e as características das 

diferentes formas de lutas

• judô, luta olímpica, sumô...

• karatê; boxe; taekwondo

• esgrima; kendô

• Capoeira

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 86

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

CONTEÚDOS DO ENSINO MÉDIO

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

ESPORTE

CONTEÚDOS BÁSICOS

Coletivos

Individuais

Radicais

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

• Diferenças entre esporte de da escola, o esporte de rendimento e a relação entre esporte 

e lazer

• Função social do esporte

• Influência da mídia, da ciência e da indústria cultural no esporte

• Dopping

• Recursos ergogênicos

• Nutrição, saúde e prática esportiva

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

JOGOS e BRINCADEIRAS

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 87

Ficaram definidos como

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

CONTEÚDOS BÁSICOS

Jogos de tabuleiro

Jogos dramáticos

Jogos cooperativos

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

• Dinâmicas de grupos que possibilitem a aproximação e considerem as individualidades

• dama, trilha, resta um, xadrez

• improvisação, imitação, mímica

• futpar, volençol, cadeira livre...

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

DANÇA

CONTEÚDOS BÁSICOS

Danças folclóricas

Danças de salão

Danças de rua

Danças circulares

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

• Diferentes passos , posturas, conduções, formas de deslocamento

• Ritmos e expressões culturais por meio da dança

• Apropriação das danças pela indústria cultural

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 88

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

GINÁSTICA

CONTEÚDOS BÁSICOS

Ginástica artística/olímpica

Ginástica de condicionamento físico

Ginástica geral

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

• Função social da ginástica

• Fundamentos da ginástica

• Ginástica no mundo do trabalho

• Ginástica X Sedentarismo X Qualidade de vida

• Relação da ginástica com: tecido muscular, resistência muscular, diferença entre 

resistência e força, fontes energéticas, frequência cardíaca, fonte metabólica, gasto 

energético, composição corporal, desvios posturais...

• LER, DORT

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

Lutas

CONTEÚDOS BÁSICOS

Lutas de aproximação

Lutas que mantêm a distância

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 89

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Lutas com instrumento mediador

Capoeira

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

• Aspectos históricos, filosóficos e as características das diferentes manifestações das lutas

• Diferença entre lutas e artes marciais

• judô, luta olímpica, sumô...

• karatê; boxe; taekwondo

• esgrima; kendô

• Capoeira

AVALIAÇÃO

A avaliação proposta para a EJA entende a necessidade da avaliação qualitativa 

e voltada para a realidade. Proceder a avaliação da aprendizagem clara e consciente, é 

entendê­la   como   processo   contínuo   e   sistemático   de   obter   informações,   de   perceber 

progressos e de orientar os alunos para a superação das suas dificuldades. Reforçando este 

pensamento Vasconcelos (apud PARANÁ, 1994, p. 44) diz que:

o professor que quer superar o problema da avaliação precisa a partir de uma 

autocrítica: abrir mão do uso autoritário da avaliação que o sistema lhe faculta e autoriza; 

rever a metodologia do trabalho em sala de aula; redimensionar o uso da avaliação (tanto do 

ponto de vista  da  forma como do conteúdo);  alterar  a postura diante dos resultados da 

avaliação; criar uma nova mentalidade junto aos alunos, aos colegas educadores e aos pais.

Atualmente a perspectiva tradicional de avaliação cede espaço para uma nova 

visão que procura ser mais processual, abrangente e qualitativa. Não deve ser um processo 

exclusivamente   técnico   que   avalia   a   práxis   pedagógica,   mas   que   pretende   atender   a 

necessidade  dos  educandos  considerando  seu  perfil   e  a   função  social  da  EJA,   com o Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 90

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

reconhecimento de suas experiências e a valorização de sua história de vida. Isso torna­se 

essencial para que o educador reconheça as potencialidades dos educandos e os ajude a 

desenvolver suas habilidades para que os mesmos atinjam o conhecimento na busca de 

oportunidades de inserção no mundo do trabalho e na sociedade, assim como, atitudes que 

ampliem sua qualidade de vida e saúde.

Diante das discussões desenvolvidas nas DCEs, é necessário entender que a 

avaliação em Educação Física à luz dos paradigmas tradicionais, como o da esportivação, 

desenvolvimento   motor,   psicomotricidade   e   da   aptidão   física   é   insuficiente   para   a 

compreensão do fenômeno educativo em uma perspectiva mais abrangente. 

Dessa forma, a avaliação deve estar vinculada ao projeto político pedagógico da 

escola,   de   acordo   com   os   objetivos   e   a   metodologia   adotada   pelo   corpo   docente 

considerando o comprometimento e envolvimento dos alunos no processo pedagógico por 

meio dos seguintes critérios:

• entrega as atividades propostas; 

• houve assimilação de jogos e regras analisadas;

• houve assimilação dos conteúdos propostos;

• recriação de jogos e análise de regras esportivas;

• questionam   situações   apresentadas   de   maneira   crítica   e   criativa   com 

posicionamento frente a divergências;

• envolvimento nas atividades práticas;

• realiza os questionários sobre os textos e conteúdos trabalhados.

Partindo­se desses critérios, a avaliação deve se caracterizar como um processo 

contínuo,   permanente   e   cumulativo,   tal   qual   preconiza   a   LDB,   nº   9394/96,   em   que   o 

professor organizará o seu trabalho, sustentado nas diversas práticas corporais, culturais e 

sociais,   reconhecendo   oportunidades   de   relacionamento,   convívio   e   respeito   entre   as 

diferenças, com desenvolvimento de ideias e de valorização humana.

A avaliação deve, ainda, estar relacionada aos encaminhamentos metodológicos, 

constituído­se na forma de resgatar as experiências e sistematizações realizadas durante o 

processo de aprendizagem. Isto é, tanto o professor quanto os alunos poderão revisitar o 

trabalho  realizado,   identificando avanços e dificuldades no processo pedagógico,  com o 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 91

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

objetivo de (re)planejar e propor  encaminhamentos que reconheçam os acertos e ainda 

superem as dificuldades constatadas.

Por   fim,   a   avaliação   não   deve   ser   pensada   à   parte   do   processo 

ensino/aprendizado da escola, mas sim compreendida como algo contínuo, permanente e 

cumulativo.

REFERÊNCIAS

BETTI, M.; ZULIANI. L.R.  Educação Física: uma proposta de diretrizes pedagógicas  . Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. Guarulhos  I(I): 73­81.2002

COLL,   C.  Psicologia   e   currículo:  uma   aproximação   psicopedagógica   à   elaboração   do currículo escolar. 2.ed. São Paulo: Ática, 1997.

COLL,  C.;  POZO,   J.I.;  SARABIA,  B.;  VALLS,  E.  Os  conteúdos  na   reforma:   ensino  e aprendizagem de conceitos,  procedimentos e atitudes.  Porto  Alegre:  Artes Médicas, 2000.

CORBIN,   C.B.  The   field   of   Physical   Education:   common   goals,   not   common   roles. JOPERD, Reston, p.79­87, 1993.

FREIRE, J.B.; SCAGLIA, A . J. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2003.LOVISOLO, H. Educação Física: a arte da mediação. Rio de Janeiro: Sprint, 1995.NEIRA,   M.G.;   MATTOS.  Educação   Física   na   Adolescência:   construindo   o 

conhecimento na  escola. São Paulo: Phorte, 2004. NETO, L.P.X.   ;  ASSUNÇÃO, J.R.  Saiba mais sobre Educação Física.  Rio de Janeiro: 

Âmbito Cultural Edições, 2005.PARANÁ.   Secretaria   de   Estado   da   Educação.  Diretrizes   Curriculares   da   Educação 

Básica de Educação Física. Curitiba, 2008.SANTO,  D.  L.  Tendências  e  expectativas  da  educação   física  escolar.   In:   I  Semana de 

Educação Física, 1993, São Paulo. Anais... São Paulo: Universidade São Judas Tadeu ­ Departamento de Educação Física, 1993. v. 1.

SAVIANI, D. Escola e democracia. 35.ed. Campinas: Autores Associados, 2002.SOARES, C.L.; et all . Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 

1992.SOUZA, E.S. VAGO. T. M. Trilhas e Partilhas: Educação Física na Cultura escolar e nas 

práticas sociais. Belo  Horizonte: Ed. dos Autores 1997.ZABALA, A. Aprendizaje significativo: el professor como movilizador de lãs competências de 

sus alunos.   In:  SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO E SOCIEDADE, 6.,  1997,  São Paulo. Anais... São Paulo: Grupo Associação de Escolas Particulares, 1997. p.1­39.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 92

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

________. (Org.).  Como trabalhar os conteúdos procedimentais em aula.  2.ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

BETTI, M. Por uma teoria da prática. Motus Corporis, Rio de Janeiro, v.3,n.2, p.73­127, dez. 1996.

BRACHT,   V.;   PIRES,   R.;   GARCIA,   S.P.;   SOFISTE,   A.F.S.   A   prática   pedagógica   em educação física: a mudança a partir da pesquisa­ação. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v.23, n.2, p. 9­30, jan. 2002.

BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação   Nacional.   Disponível   em:   <  http://www.ufop.br/graduação/idbtext.html.>. Acesso em: 8 jan. 2001.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO.  Resolução CNE/CEB nº 1, de 5 de julho de 2000.  Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Brasília, 2000.

GUEDES,   D.P.;   GUEDES,   J.E.R.P.   Implementação   de   programas   de   Educação   Física escolar direcionados à  promoção da saúde.  Revista Brasileira de Saúde Escolar, Campinas, v. 3 n.1/4, p. 67­75, 1994.

LAWSON,   H.A.   Education   for   social   responsibility:   preconditions   in   retrospect   and   in prospect. QUEST, Champaign, n.51, p.116­149, 1999.

LOVISOLO, H. Hegemonia e legitimidade nas ciências dos esportes. Motus Corporis, Rio de janeiro, v.3, n.2, p.51­72, dez. 1996.

MANOEL,   E.J.   Desenvolvimento   motor:   implicações   para   a   Educação   Física   escolar. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.8, n.1, p.82­97, 1994.

MATVEEV, A.P.  Educação física escolar:   teoria e metodologia.  Rio de Janeiro:  Grupo Palestra Sport, 1997.

OLIVEIRA,   A.   A.   B.   Educação   Física   no   ensino   médio   ­   período   noturno:   um   estudo participante. Revista Movimento, Porto Alegre, n. 12, p. 05­13, 2000.

PARANÁ. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná. Curitiba, 1997.

_______.  Diretrizes  Curriculares  da Educação Básica de Educação Física.  Curitiba, 2008.

TANI, G. Vivências práticas no curso de graduação em Educação Física: necessidade, luxo ou perda de tempo? Caderno Documentos, nº 2, Universidade de São Paulo, 1996.

UNESCO. Education: the necessary utopia.  Disponível em: <http://www.unesco.org/delors/ utopia.htm>. Acesso em: 18 jan. 2005.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 93

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

DISCIPLINA DE MATEMÁTICA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE MATEMÁTICA 

A Educação Matemática é  um  importante ramo do conhecimento que envolve 

saberes diversos,  onde só  o saber  matemático ou a experiência de magistério  não são 

considerados suficientes para atuação profissional. Desta forma, faz­se necessário estudar 

os  processos   que   investigam  como   o  estudante   compreende  e   se  apropria   da  própria 

Matemática e,   também, como ele, ao  fazer uso do conhecimento matemático adquirido, 

desenvolve valores e atitudes de natureza diversa, visando a sua formação integral como 

cidadão. Na Educação Matemática, o conhecimento é abordado sob uma visão histórica, de 

modo   que   os   conceitos   são   apresentados,   discutidos,   construídos   e   reconstruídos, 

influenciando na formação do pensamento do aluno. Percebe­se, então, que este campo do 

conhecimento está centrado na prática pedagógica e envolve as relações entre o ensino, a 

aprendizagem e o conhecimento matemático.

Nesta   concepção,   o   educador   matemático   é   o   professor   que   procura   o 

desenvolvimento   intelectual   e   profissional,   refletindo   criticamente   sobre   sua   prática, 

tornando­se um pesquisador que busca constantemente meios para superar os desafios 

pedagógicos que se lhe apresentam.

Enquanto ramo de conhecimento, a Matemática pode ser concebida como um 

saber pronto e acabado ou como um saber dinâmico que necessita ser discutido, ampliado e 

reelaborado. Desta forma, entende­se que o Educador Matemático seja aquele que conceba 

a Matemática como atividade humana em construção. Esta ciência, então, constitui­se para 

ele um campo de estudos que lhe possibilita balizar sua ação docente, de forma crítica. 

Consequentemente, o ensino de Matemática deve possibilitar aos estudantes 

analisar, discutir, conjecturar, apropriar­se de conceitos e formular ideias, pois a concepção 

presente é a de que aprender Matemática deve levar a uma ampliação do conhecimento e 

do desenvolvimento social.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 94

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

A comunidade de Educação Matemática no Brasil entende que a abordagem dos 

conteúdos faça uso das tendências metodológicas que compõem este campo de estudos, 

sendo elas: a resolução de problemas; a modelagem matemática; as mídias tecnológicas; a 

etnomatemática; a história da Matemática e as investigações matemáticas. Este movimento 

compreende   também   que   nenhuma   destas   tendências,   de   forma   isolada,   atende   às 

necessidades educativas, mas que a articulação entre elas é fundamental para promover 

uma aprendizagem eficaz.

Fazer esta articulação significa que a abordagem de um conteúdo específico 

pode abranger: a utilização da história da Matemática   para que o educando compreenda a─  

evolução   do   conceito   através   dos   tempos;   a   formulação  de   um   modelo   matemático   ─ 

modelagem matemática;  a  solução  deste  modelo    uso  da metodologia  de  solução  de─  

problemas;  o  uso  de  recursos  tecnológicos na  solução   mídias   tecnológicas;  e  ao  se─  

chegar a solução, é necessário validá­la, discuti­la, analisá­la   metodologia de investigação─  

matemática.

Como   encaminhamento   metodológico   na   Educação   de   Jovens   e   Adultos 

entende­se que a solução de problemas seja o eixo organizador do trabalho pedagógico, 

pois que no ensino de Matemática nesta modalidade educativa, temos um sujeito que, no 

exercício da cidadania,  soluciona problemas reais,  urgentes e essenciais  nas atividades 

profissionais   ou  em outras   circunstâncias   (FONSECA,  2002).  Trabalhos   importantes  da 

psicologia   evolutiva   indicam   também   que   o   aluno   adulto   tem   melhor   desempenho   na 

solução de problemas reais do que em situações fictícias, portanto a seleção de conteúdos 

e atividades matemáticas em EJA não pode desconsiderar este fato. 

Destaca­se ainda que, em EJA, a Etnomatemática pode ser uma alternativa 

para valorizar a maneira como os jovens, adultos e idosos lidam com a Matemática, pois 

nesta perspectiva, o conhecimento matemático é considerado uma construção social. 

Já  a modelagem matemática para o ensino de Matemática em EJA viabiliza a 

solução   de   problemas   do   cotidiano   de   forma   bastante   eficiente,   pois,   ao   partir   de 

experiências reais para abstrações e formalizações, tornam o ensino desta disciplina mais 

significativo para quem aprende. Ao tomar a Matemática como um modelo da realidade esta 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 95

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

abordagem   permite   ao   estudante   de   EJA   conciliar   a   necessidade   que   tem   de   adquiri 

instrumental  para   resolver  problemas com os   recursos  que  adquiriu  no  convívio  social, 

familiar e profissional.

No   intuito   de   contemplar   a   Lei   11.645/08   referente   à  História   e   cultura  afro­

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade 

da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade. 

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS

A   organização   dos   conteúdos   na   EJA   contempla   os   conteúdos   básicos   e 

estruturantes previstos nas DCE do Estado do Paraná.  No Plano de Trabalho Docente, os 

Conteúdos Básicos terão abordagens diversas a depender dos fundamentos que recebem 

de   cada   conteúdo   estruturante.   Quando   necessário,   serão   desdobrados   em   conteúdos 

específicos sempre, considerando­se o aprofundamento a ser observado para  no nível de 

ensino. A distribuição dos conteúdos é igual tanto para a organização individual quanto para 

o coletivo. A carga horária do Ensino Fundamental e Médio obedece à legislação vigente.

ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Números e Álgebra; Grandezas e Medidas; Geometrias; Funções; Tratamento 

da Informação;.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

Números e Álgebra;

CONTEÚDOS BÁSICOS:

• Sistemas de numeração;

• Números Naturais;

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 96

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Múltiplos e divisores;

• Potenciação e radiciação;

• Números fracionários;

• Números decimais

• Números Inteiros;

• Números Racionais e Irracionais;

• Equação e Inequação do 1º grau;

• Razão e proporção;

• Regra de três simples.

• Potências;

• Monômios e Polinômios;

• Produtos Notáveis

• Números Reais;

• Propriedades dos radicais;

• Equação do 2º grau;

• Teorema de Pitágoras;

• Equações Irracionais;

• Equações Biquadradas;

• Regra de Três Composta

 

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

GRANDEZAS E MEDIDAS

CONTEÚDOS BÁSICOS: 

• Medidas de comprimento;

• Medidas de massa;

• Medidas de área;

• Medidas de volume;

• Medidas de tempo;

• Medidas de ângulos;

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 97

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Sistema monetário

• Medidas de temperatura;

• Medidas de ângulos.

• Medidas de comprimento;

• Medidas de área;

• Medidas de volume;

• Medidas de ângulos.

• Relações Métricas no Triângulo Retângulo;

• Trigonometria no Triângulo Retângulo.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

GEOMETRIAS.

CONTEÚDOS BÁSICOS

• Geometria Plana;

• Geometria Espacial

• Geometrias não­euclidianas

• Geometria Analítica;

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

CONTEÚDOS BÁSICOS

• Dados, tabelas e gráficos;

• Porcentagem

• Pesquisa Estatística;

• Média Aritmética;

• Moda e mediana;Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 98

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Juros simples.

• Gráfico e Informação;

• População e amostra.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

FUNÇÕES

CONTEÚDOS BÁSICOS:

• Noção intuitiva de Função Afim.

• Noção intuitiva de Função

• Quadrática. 

ENSINO MÉDIO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Números e Álgebra.

CONTEÚDOS BÁSICOS: 

• Números Reais;

• Números Complexos;

• Sistemas lineares;

• Matrizes e

• Determinantes;

• Polinômios;

• Equações e Inequações

• Exponenciais, Logarítmicas e Modulares.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 99

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:

 GRANDEZAS E MEDIDAS

CONTEÚDOS BÁSICOS: 

• Medidas de Área;

• Medidas de Volume;

• Medidas de Grandezas

• Vetoriais;

• Medidas de Informática;

• Medidas de Energia;

• Trigonometria.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

FUNÇÕES

CONTEÚDOS BÁSICOS: 

• Função Afim;

• Função Quadrática;

• Função Polinomial;

• Função Exponencial;

• Função Logarítmica;

• Função Trigonométrica;

• Função Modular;

• Progressão Aritmética;

• Progressão Geométrica

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:

GEOMETRIAS

CONTEÚDOS BÁSICOS: 

• Geometria Plana;Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 100

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Geometria Espacial;

• Geometria Analítica;

• Geometrias não­euclidianas.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO.

CONTEÚDOS BÁSICOS: 

• Análise Combinatória;

• Binômio de Newton;

• Estudo das Probabilidades;

• Estatística;

• Matemática Financeira.

AVALIAÇÃO

A avaliação em Matemática na EJA deve permitir ao educador fazer observações 

sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos da apreensão do conhecimento pelo 

educando, estabelecendo relações entre o conhecimento matemático e o contexto social.

É fundamental que a avaliação seja coerente com a metodologia utilizada pelo 

educador, bem como, com os objetivos que se pretende alcançar, visto que, esta tem a 

finalidade de fornecer informações do processo de desenvolvimento do educando   a ele─  

mesmo e  ao  educador.  Essas   informações  permitem ao  educador,  uma  reflexão  crítica 

sobre a sua prática pedagógica, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas 

dificuldades   e   possibilitar   uma   tomada   de   decisão   sobre   o  que   fazer   para   superar   os 

obstáculos, uma vez que os educandos possuem diferentes tempos de aprendizagem. 

Desta forma, o processo avaliativo é um recurso pedagógico, que considera erros 

e acertos como elementos sinalizadores para seu replanejamento,  ou seja,  toma o erro  

como ponto de partida para rever caminhos, para compreender e agir sobre o processo de 

construção do conhecimento matemático.Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 101

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

No que se refere à avaliação em matemática, considerando o perfil do educando 

jovem,   adulto   e   idoso,   pontua­se   alguns   indicativos   a   serem   contemplados   pelos 

educadores:

- considerar todas as formas de raciocínio, ou seja, os procedimentos/métodos 

utilizados pelo educando para resolver uma determinada situação­problema; 

- resultado não é o único elemento a ser contemplado na avaliação matemática, 

pois, mesmo que este não esteja de acordo, ele pode ter utilizado­se de métodos coerentes, 

equivocando­se   em   apenas   parte   do   processo   de   desenvolvimento   do   raciocínio 

matemático. 

- erro   deve   ser   considerado   como   ponto   de   partida   para   rever   caminhos, 

compreendendo todo o processo de construção do conhecimento matemático.

Portanto,   a   avaliação   da   aprendizagem   matemática   considerada   como 

mecanismo   diagnóstico,   deverá   englobar   todas   as   instâncias   que   compõem   a   escola: 

currículo,   planejamento,   metodologia,   conteúdos,   o   educando,   o   educador   e   a   própria 

escola.

Entendida   como   processo,   a   avaliação   deverá   possibilitar   uma   constante 

elaboração e reelaboração não só do conhecimento produzido, mas da ação pedagógica 

como um todo.

A   proposta   de   avaliação   compreende   a   explicitação   de   alguns   critérios   e 

instrumentos. De acordo com os conteúdos   desenvolvidos, podem ser contemplados os 

seguintes critérios:

• indicação dos processos adotados na solução de um problema;

• valorização da expressão oral do estudante; 

• utilização adequada dos conceitos matemáticos necessários na solução de 

problemas;

• revisão   de   noções   elementares   a   qualquer   momento   em   que   uma 

dificuldade se apresente; 

• utilização de materiais didáticos manipuláveis, sempre que necessário;

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 102

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• análise dos erros cometidos e dos devidos encaminhamentos para suas 

soluções;

• produções do aluno sob orientação do professor.

Constituem­se   instrumentos  de  avaliação  dos  conteúdos  da  disciplina:   provas 

escritas e trabalhos.

REFERÊNCIAS

BICUDO, M. A. V. e GARNICA, ª V. M. Filosofia da educação matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

BOYER, C. B.  História da matemática.  Tradução: Elza F. Gomide. São Paulo> Edgard Blucher, 1974 

BRASIL.  Matemática: livro do estudante: ensino fundamental/coordenação Zuleika de Felice Murrie. – Brasília: MEC: INEP, 2002

_________.  Matemática:   matemática   e   suas   tecnologias:   livro   do   professor:   ensino fundamental e médio/ coordenação Zuleika de Felice Murrie. – Brasília: MEC: INEP, 2002

_________.   Ministério   da   Educação.   Secretária   de   Educação   Fundamental,   2002   – Proposta Curricular para a educação de jovens e adultos: segundo segmento do ensino fundamental: 5ª a 8ª série: introdução.

DUARTE, Newton. O ensino de matemática na educação de adultos. São Paulo: Cortez, 1994.

FONSECA,   Maria   da   Conceição   F.R.  Educação   Matemática   de   Jovens   e   Adultos: especificidades, desafios e contribuições. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.MATO GROSSO DO SUL, Secretaria de Estado de Educação. Subsídios de matemática. 

V:8, 1 ed. Campo Grande: 2000.MIORIM, Maria Ângela. Introdução à história da matemática. São Paulo: Graal, 1973.NAGEL,   Lízia   Helena.  Em   questão:   profissionalismo   no   ensino.   Maringá:   UEM, 

2003(texto digitado)PARANÁ,   Secretaria   de   Estado   de   Educação.   Diretrizes   Curriculares   da   Educação   de 

jovens e adultos no Estado do Paraná – DCE. Curitiba, 2006.________. Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Matemática. Curitiba, 2008.PAIS,   L.   C.  Didática   da   matemática   –   uma   análise   da   influência   francesa.   Belo 

Horizonte: Autêntica, 2001.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 103

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

PETRONZELLI, Vera Lúcia Lúcio. Educação Matemática e a aquisição do conhecimento matemático: alguns caminhos a serem trilhados, 2002. (Dissertação de Mestrado, UTP) 166p.

SMOLE, K. S., DINIZ, M. I.  Ler escrever e resolver problemas. Porto Alegre: ARTMED, 2001.

DISCIPLINA DE CIÊNCIAS NATURAIS

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE CIÊNCIAS

A Educação de Jovens e Adultos ­ EJA, no Estado do Paraná, de acordo com 

suas   Diretrizes   Curriculares   e   em   consonância   com   as   discussões   realizadas   com   os 

professores   da   rede   pública   estadual   de   ensino,   apresenta   os   fundamentos   teóricos, 

metodológicos e avaliativos do ensino de Ciências, que norteiam a elaboração da proposta 

curricular desta disciplina. 

Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade absoluta, 

pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e aprendizagem de Ciências 

no contexto escolar, de modo que o modelo tradicional de ensino dessa disciplina, no qual 

se prioriza a memorização dos conteúdos, sem a devida reflexão, seja superado por um 

modelo  que  desenvolva  a  capacidade  dos educandos de  buscar  explicações  científicas 

para os fatos, através de posturas críticas, referenciadas pelo conhecimento científico. 

É   necessário  distinguir     os   campos  de  atuação  da  ciência,   seus  contextos  e 

valores,   como  também,   os  objetivos  dispensados   à  disciplina  de  Ciências  no  contexto 

escolar. Para tanto,

“...deve­se reconhecer que a ciência é diferente da disciplina escolar ciências. A ciência realizada   no   laboratório   requer   um   conjunto   de   normas   e   posturas.   Seu   objetivo   é encontrar resultados inéditos, que possam explicar o desconhecido. No entanto, quando é ministrada na sala de aula, requer outro conjunto de procedimentos, cujo objetivo é alcançar resultados esperados, aliás planejados, para que o estudante possa entender o que   é   conhecido.   A   ciência   sabe   como   procurar   mas   não   conhece   resultados   de antemão. O ensino, ao contrário, conhece muito bem quais são os objetivos a encontrar, mas   as   discussões   de   como   proceder   para   alcançá­los     apontam   para   diferentes caminhos.   Existe   portanto   uma   diferença   fundamental   entre   a   comunicação   de 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 104

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

conhecimento em congressos científicos, entre cientistas, e a seleção e adaptação de parcelas desse conhecimento para ser utilizado na escola por professores e alunos.” (BIZZO, 2002, p.14)

Nessa   perspectiva,   a   disciplina   de   Ciências   tem   como   fundamento   o 

conhecimento científico proveniente da ciência construída historicamente pela humanidade. 

Os fatos cotidianos e os conhecimentos adquiridos ao longo da história podem 

ser entendidos pela interação das várias áreas do conhecimento, revelando a importância 

da   Química,   da   Física,   da   Biologia,   da   Astronomia   e   das   Geociências,   que   se 

complementam para explicar os fenômenos naturais e as transformações e interações que 

neles se apresentam.

Os fenômenos não são explicados apenas por um determinado conhecimento, 

portanto, é importante estabelecer as relações possíveis entre as disciplinas, identificando a 

forma com que atuam e as dimensões desses conhecimentos, pois o diálogo com as outras 

áreas do conhecimento gera um movimento de constante ampliação da visão a respeito do 

que se estuda ou se conhece.

Outro aspecto a ser desenvolvido pelo ensino de Ciências na EJA é a reflexão 

sobre a importância da vida no Planeta. Isso inclui  a percepção das relações históricas, 

biológicas, éticas, sociais, políticas e econômicas, assim como, a responsabilidade humana 

na   conservação   e   uso   dos   recursos   naturais   de   maneira   sustentável,   uma   vez   que 

dependemos do Planeta e a ele pertencemos.

O caminho evolutivo da ciência promoveu o avanço tecnológico que deve ser 

discutido   no   espaço   escolar,   de   tal   maneira   que   o   educando   possa   compreender   as 

mudanças ocorridas no contexto social, político e econômico e em outros meios com os 

quais   interage,   proporcionando­lhe   também   o   estabelecimento   das   relações   entre   o 

conhecimento   trazido   de   seu   cotidiano   e   o   conhecimento   científico   e,   partindo   destas 

situações,   compreender   as   relações   existentes,   questionando,   refletindo,   agindo   e 

interagindo com o sistema.

Essa   relação   entre   ciência   e   tecnologia,   aliada   à   forte   presença   da   tecnologia   no cotidiano das pessoas, já não pode ser ignorada no ensino de Ciências, e sua ausência aí   é   inadmissível.   Consideram­se,   ainda,   os   efeitos   da   ciência/tecnologia   sobre   a natureza e o espaço organizado pelo homem, o que leva à necessidade de incluir no currículo escolar  uma melhor compreensão do balanço benefício­malefício da relação ciência­tecnologia (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p.68­69).

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 105

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

É importante que o educando tenha acesso ao conhecimento científico a fim de 

compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente, os seres vivos e o universo, 

numa concepção   flexível  e  processual,  por  meio  do  saber  questionador  e   reflexivo.  Da 

mesma forma, se faz necessário possibilitar ao educando perceber os aspectos positivos e 

negativos da ciência e da tecnologia, para que ele possa atuar de forma consciente em seu 

meio social  e  interferir no ambiente, considerando a ética e os valores sociais, morais e 

políticos que sustam a vida. 

O conjunto de saberes do educando deve ser considerado como ponto de partida 

para  o  processo  de  ensino  e  aprendizagem,  estabelecendo   relações  com o  mundo  do 

trabalho e com outras dimensões do meio social.

As Ciências Naturais são compostas de um conjunto de explicações com peculiaridades próprias   e   de   procedimentos   para   obter   essas   explicações   sobre   a   natureza   e   os artefatos materiais. Seu ensino e sua aprendizagem serão sempre balizados pelo fato de que os sujeitos já dispõem de conhecimentos prévios a respeito do objeto de ensino. A base de tal assertiva é a constatação de que participam de um conjunto de relações sociais e naturais prévias a sua escolaridade e que permanecem presentes durante o tempo da atividade escolar (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO,  2002,  p.131).

Dessa forma, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de Ciências 

na EJA, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a construção do 

conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação, para que possa argumentar e 

se posicionar criticamente.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto da ação 

de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e espaço e, no 

estudo na disciplina de Ciências, como uma das formas de resgate e de construção de 

melhores   possibilidades   de   vidas   individuais   e   coletivas,   há   que   se   optar   por   uma 

metodologia de ensino e de aprendizagem adequada à realidade do educando da EJA, em 

consonância com as Diretrizes Curriculares Estaduais propostas para esta modalidade de 

ensino. Segundo RIBEIRO (1999, p.8),

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 106

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

criar   novas   formas   de   promover   a   aprendizagem   fora   dos   limites   da   organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de   competência   pedagógica,   pois   para   isso   o   professor   precisará   decidir,   em   cada situação,  quais   formas  de  agrupamento,   sequenciação,  meios  didáticos  e   interações propiciarão  o  maior   progresso  possível   dos  alunos,   considerando  a  diversidade  que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos.

Nessa   perspectiva,   destaca­se   a   importância   de   propiciar   aos   educandos,   a 

compreensão dos conceitos científicos de forma significativa, ou seja, que o conhecimento 

possa  estar   sendo  percebido  em seu  contexto  mais  amplo,  não  somente  nos  afazeres 

diários, mas na forma de perceber a realidade local e global, o que lhe permitirá posicionar­

se e interferir na sociedade de forma crítica e autônoma. Para tanto, o educador da EJA 

deve partir dos saberes adquiridos previamente pelos educandos, respeitando seu tempo 

próprio de construção da aprendizagem, considerando

- que o educador é mediador e estimulador do processo, respeitando, de forma 

real, como ponto de partida, o conjunto de saberes trazidos pelos educandos;

- as experiências dos educandos no mundo do trabalho;

- a necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando, ainda, o 

tempo pedagógico e o tempo físico;

- as relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento científico.

Nesse aspecto, ressalta­se a importância de trabalhar a disciplina de Ciências de 

forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a 

inter­relação dos vínculos dos conteúdos com as diferentes situações com que se deparam 

no seu dia­a­dia. Essa contextualização pode acontecer a partir de uma problematização, ou 

seja,  em  lançar desafios que necessitem de  respostas  para determinadas situações.   “A 

essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é necessário transpor, uma 

dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada" 

(SAVIANI, 1993, p.26). As dúvidas são muito comuns na disciplina de Ciências, devendo ser 

aproveitadas para reflexão sobre o problema a ser analisado, e assim, para o educador, o 

desafio consiste em realizar esta contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua 

aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 107

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Um   aspecto   importante   a   ser   considerado   no   trabalho   com   a   disciplina   de 

Ciências é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento da 

Ciência, propiciando condições para que o educando perceba o significado do estudo dessa 

disciplina, bem como a compreensão de sua  linguagem própria e da cultura científica e 

tecnológica oriundas desse processo.

É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador, que será 

indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o olhar atento e crítico 

sobre a realidade trazida pelos educandos.

A   busca   de   soluções   para   as   problematizações   constitui­se   em   referência 

fundamental no ensino de Ciências. Quando elaborada individual ou coletivamente deve ser 

registrada,   sendo   valorizados   os   saberes   trazidos   pelos   educandos   e   a   evolução   do 

processo   de   aprendizagem.   É   importante   lembrar   que   a   cultura   científica   deve   ser 

incentivada mesmo que de forma gradual, respeitando o tempo de cada grupo ou indivíduo.

Uma estratégia comum em Ciências é  a utilização de experimentos e práticas 

realizadas em laboratório. É importante que seja definido com clareza o sentido e o objetivo 

dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes, situações muito ricas do cotidiano 

são   deixadas   de   lado   em   detrimento   do   uso   do   laboratório.   Deve­se   considerar   a 

possibilidade de aproveitamento de materiais do cotidiano, assim como lugares alternativos,  

situações   ou   eventos   para   se   desenvolver   uma   atividade   científica.   A   utilização   de 

experimentos e práticas realizadas em laboratório devem ser vistas como uma atividade 

comum e diversificada e que não abrem mão do rigor científico, devendo ser acompanhada 

pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75),

é  importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências,  mas que ela,  por  si  só,  não garante bom aprendizado.   (...)  a realização   de   experimentos   é   uma   tarefa   importante,   mas   não   dispensa   o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas   pelos   alunos   para   os   resultados   encontrados.   É   comum   que   seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos.

Um   outro   aspecto  a   ser   considerado   no   trabalho   docente,   é   a   utilização   do 

material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não 

seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro didático, BIZZO (2002, 

p. 66), propõe

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 108

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

que ele deve ser utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários,  cabendo ao professor, selecionar o melhor material  disponível diante de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos.

Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar àqueles que 

possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os conteúdos devem 

possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas visões sobre um determinado 

fenômeno   e,   a   partir   das   relações   entre   os   diversos   saberes,   estimular   a   autonomia 

intelectual  dos mesmos, através da criticidade, do posicionamento perante as situações­

problemas e da busca por mais conhecimentos. Os conteúdos podem ser organizados sem 

a  rígida sequência   linear  proposta  nos  livros  didáticos.  Para   tanto,  deve ser  avaliada a 

relevância e a necessidade desses conteúdos, assim como a coerência dos mesmos no 

processo educativo.

O   processo   avaliativo   precisa   ser   reconhecido   como   meio   de   desenvolver   a 

reflexão de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por parte do 

educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de partida para a 

revisão   e   reconstrução   do   caminho   metodológico   percorrido   pelo   educando   e, 

principalmente, pelo educador.

O ensino de Ciências na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto de 

educandos  como  de  educadores,  a   fim de  que   reflitam sobre  o  processo  de  ensino  e 

aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a sua prática a fim 

de retomar o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e estratégias diversificadas, 

sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o 

educando   e   o   educador   compreendam   e   ajam   sobre   o   processo   de   construção   do 

conhecimento, caracterizando­o como um exercício de aprendizagem.

No   intuito   de  contemplar   a   Lei   11.645/08   referente   à  História  e  cultura  afro­

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade 

da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade. 

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 109

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

É indispensável que a organização dos conteúdos da disciplina de Ciências na 

proposta curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo dos educandos e à 

experiência cotidiana destes, procurando apresentar os conteúdos como instrumentos de 

melhor compreensão e atuação na realidade. 

Ao   pensar   nessa   organização,   o   educador   deve   priorizar   os   conteúdos   que 

possam  ter   significado   real   à   vida  dos  educandos,  possibilitando­lhes  a  percepção  das 

diversas abrangências sobre um determinado fenômeno. Dessa forma, o ensino de Ciências 

não pode se  restringir  apenas ao  livro didático ou ao material  de apoio.   “A seleção de 

conteúdos é tarefa do professor; ele pode produzir uma unidade de ensino que não existe 

no livro ou deixar de abordar um de seus capítulos, pode realizar retificações ou propor uma 

abordagem diferente” (BIZZO, 2000, p.66).

Considerando as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e 

Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino, principalmente no que tange ao 

tempo de ensino do educador e o tempo de aprendizagem dos educandos, a proposta de 

conteúdos essenciais da disciplina de Ciências, contempla:

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

ASTRONOMIA

CONTEÚDOS BÁSICOS

Universo

Origem e evolução do Universo

Sistema solar

Movimentos terrestres

Movimentos celestes

Astros

Gravitação universal

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 110

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Conteúdos Específicos

• Fenômenos da natureza

• Características básicas de diferenciação entre estrelas, planetas, planetas anões, 

satélites naturais, cometas, asteróides, meteoros, meteoritos

• Teorias geocêntricas e heliocêntricas

• Movimentos de rotação e translação

• Movimentos aparentes do céu, noites e dias, eclipses do Sol e da Lua

• Movimento terrestre: as estações do ano

• Modelos científicos que abordam a origem e a evolução do universo

• Relações entre as teorias e sua evolução histórica

• Diferenciação das teorias que consideram um universo inflacionário e teorias que 

consideram o universo cíclico

• Classificação cosmológica(galáxias, aglomerados, nebulosas, buracos negros, Lei de 

Hubble, idade do Universo, escala do Universo leis de Kepler para as órbitas dos 

planetas

• Leis de Newton no tocante a gravitação universal

• Fenômenos terrestres relacionados à gravidade, como as marés

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

MATÉRIA 

CONTEÚDOS BÁSICOS

CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA 

PROPRIEDADES DA MATÉRIA

Conteúdos específicos

• Constituição do planeta Terra; atmosfera e crosta, solos, rochas, minerais, manto e 

núcleo

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 111

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Composição da água

• Composição físico­química do Sol e produção da energia solar

• Constituição do Planeta Terra primitivo, antes do surgimento da vida

• Conceito de matéria, sua constituição, propriedades e suas transformações

• Conceito   de   átomo,   íons,   elementos   químicos,   substâncias,   ligações   químicas, 

reações químicas

• Leis da conservação da massa

• Compostos orgânicos e relações destes com a constituição dos organismos vivos

• Propriedades da matéria, massa, volume, densidade, compressibilidade, elasticidade, 

divisibilidade,   indestrutibilidade,   impenetrabilidade,   maleabilidade,   ductibilidade, 

flexibilidade, permeabilidade, dureza, tenacidade, cor, brilho, sabor

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

 SISTEMAS BIOLÓGICOS 

CONTEÚDOS BÁSICOS

CÉLULA

NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO CELULAR 

MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DOS SERES VIVOS

MECANISMOS DE HERANÇA GENÉTICA

Conteúdos Específicos

• Constituição dos sistemas orgânicos e fisiológicos

• Características gerais dos seres vivos

• Teoria celular como modelo explicativo da constituição dos organismos

• Níveis de organização celular

• Estrutura química da célula

• Constituição da célula e as diferenças entre os tipos celulares

• Fotossíntese

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 112

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• As relaçôes entre os órgãos e sistemas animais e vegetais a partir dos entendimentos 

dos mecanismos celulares

• Os mecanismos celulares e sua estrutura

• Estrutura e funcionamento dos tecidos

• Conceitos que fundamentam os sistemas digestório, cardiovascular, respiratório, 

excretor e urinário

• Fundamentos teóricos que descrevem os sistemas nervoso, sensorial, reprodutor e 

endócrino

• Herança genética, os cromossomos, genes, os processos de  mitose e meiose

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

ENERGIA

CONTEÚDOS BÁSICOS

FORMAS DE ENERGIA

CONVERSÃO DE ENERGIA

TRANSMISSÃO DE ENERGIA

CONSERVAÇÃO DE ENERGIA

Conteúdos Específicos

• Conceito de energia por meio da análise de suas manifestações

• Conversão de uma forma de energia em outra

• Conceito de transmissão de energia

• Energia mecânica, térmica, luminosa, nuclear, fontes e processos de irradiação, 

convecção e condução

• Relação das formas de energia aos ciclos de matéria na natureza

• Energia luminosa

• Importância da energia solar para os seres vivos

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 113

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• A identificação dos fundamentos da luz, as cores, e a radiação ultravioleta e 

infravermelha

• Conceito de calor com energia térmica e suas relações com os sistemas 

endotérmicos e ectotérmicos

• Os fundamentos da energia química, mecânica e nuclear, suas fontes, modos de 

transmissão e armazenamento

• Lei da conservação da energia

• As relações entre sistemas conservativos

• Conceitos de movimento, deslocamento, velocidade, aceleração, trabalho e potência

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

BIODIVERSIDADE

CONTEÚDOS BÁSICOS

ORIGEM DA VIDA

ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS

SISTEMÁTICA 

ECOSSISTEMAS

EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS

INTERAÇÕES ECOLÓGICAS

Conteúdos Específicos

• O reconhecimento da diversidade das espécies e sua classificação

• Distinção entre ecossistema, comunidade, população

• Extinção das espécies

• Formação de fósseis e sua relação com a produção contemporânea de energia não 

renovável

• Fenômenos metereológicos e catástrofes naturais e sua relação com os seres vivos

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 114

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Conceito  de  biodiversidade e  sua amplitude  de   relações  com os  seres  vivos,  de 

categorias taxonômicas, filogenia

• Interações e sucessões ecológicas, cadeia alimentar, seres autótrofos e heterótrofos

• Teorias evolutivas

• Ciclos biogeoquímicos

AVALIAÇÃO

A   avaliação   é   atividade   essencial   do   processo   ensino­aprendizagem   dos 

conteúdos científicos escolares e, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases n. 9394/96, 

deve ser contínua e cumulativa em relação ao desempenho do estudante, com prevalência 

dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos. 

Assim, a avaliação como prática pedagógica que compõe a mediação didática 

realizada pelo professor é entendida como ação, movimento, provocação, na tentativa de 

reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa. Para que tal ação torne­se 

significativa,   o   professor   precisa   refletir   e   planejar   sobre   os   procedimentos   a   serem 

utilizados   e   superar   o   modelo   consolidado   da   avaliação   tão   somente   classificatória   e 

excludente. 

Será preciso respeitar o estudante como um ser humano inserido no contexto das 

relações que permeiam a construção do conhecimento científico escolar. Desse modo, a 

considerar o modelo ensino­aprendizagem proposto nestas diretrizes, a avaliação deverá 

valorizar   os   conhecimentos   alternativos   do   estudante,   construídos   no   cotidiano,   nas 

atividades   experimentais,   ou   a   partir   de   diferentes   estratégias   que   envolvem   recursos 

pedagógicos e  instrucionais diversos. É   fundamental que se valorize,  também, o que se 

chama de “erro”, de modo a retomar a compreensão (equivocada) do estudante por meio de 

diversos instrumentos de ensino e de avaliação.

Na   aprendizagem   significativa,   o   conteúdo   específico   ensinado   passa   a   ter 

significado real para o estudante e, por isso, interage “com idéias relevantes existentes na 

estrutura   cognitiva   do   indivíduo”   (MOREIRA,   1999,   p.   56).   Mas,   como   o   professor   de 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 115

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Ciências poderia fazer para investigar se a aprendizagem de conceitos científicos escolares 

pelo estudante ocorreu de forma significativa? 

A investigação da aprendizagem significativa pelo professor pode ser por meio de 

problematizações envolvendo relações conceituais, interdisciplinares ou contextuais.

  Dentre  essas possibilidades,  a  prova pode ser  um excelente   instrumento  de 

investigação   do   aprendizado   do   estudante   e   de   diagnóstico   dos   conceitos   científicos 

escolares   ainda   não   compreendidos   por   ele,   além   de   indicar   o   quanto   o   nível   de 

desenvolvimento   potencial   tornou­se  um  nível   real   (VYGOTSKY,  1991b).  Para   isso,   as 

questões da prova precisam ser diversificadas e considerar outras relações além daquelas 

trabalhadas em sala de aula.

Nestes termos, avaliar no ensino de Ciências implica intervir no processo ensino­

aprendizagem do estudante,  para que ele  compreenda o real  significado dos conteúdos 

científicos   escolares   e   do   objeto   de   estudo   de   Ciências,   visando   uma   aprendizagem 

realmente significativa para sua vida.

Partindo da ideia de que a metodologia deve respeitar o conjunto de saberes do 

educando,   o   processo   avaliativo   deve   ser   diagnóstico   no   sentido   de   resgatar   o 

conhecimento   já   adquirido   pelo   educando   permitindo   estabelecer   relações   entre   esses 

conhecimentos.  Desta   forma,  o  educador   terá  possibilidades de perceber  e  valorizar  as 

transformações ocorridas na forma de pensar e de agir dos educandos, antes, durante e 

depois do processo.

A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou classificatório, 

deve­se respeitar e valorizar o perfil e a realidade dos educandos da EJA em todos os seus  

aspectos, oportunizando­lhe o acesso e a permanência no sistema escolar. Há necessidade, 

tanto por parte do educador, quanto da comunidade escolar, de conhecer o universo desses 

educandos, suas histórias de vida e suas trajetórias no processo educativo, visto que, cada 

um seguirá seu próprio caminho, dentro dos seus limites. Portanto, a avaliação tem como 

objetivo promover um diálogo constante entre educador e educandos, visando o seu êxito 

nos estudos e, de modo algum, a sua exclusão do processo educativo.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 116

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

REFERÊNCIAS

ANDREOLI, Francisco. Ciências: Ambiente. São Paul:. Ed. Do Brasil, 1989.BARROS, Carlos; PAULINO, Wilson Roberto. O meio ambiente. São Paulo: Àtica, 1998. 52 

ed.______. Corpo Humano. São Paulo: Ed. do Brasil, 1989.BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.BORGES, R. M. R.  Em debate: cientificidade e educação em Ciências.  Porto Alegre: 

SE/CEC/RS, 1996.CANIATO, R. O céu. São Paulo: Ática, 1990._____. O que é astronomia. São Paulo: Brasiliense, 1981._____. A terra em que vivemos. Campinas: Papirus, 1985.CHASSOT, A. I. Catalisando transformações na educação. Ijuí: Editora Unijuí, 1994._____. Para que(m) é útil o ensino? Canoas: Editora da ULBRA, 1995._____.A ciência através dos tempos. São Paulo: Moderna, 1994.CHASSOT,  A.   I.  &  OLIVEIRA,  R.  J.     (Org.)  Ciência,  ética  e  cultura  na  educação.  São 

Leopoldo: Unisinos, 1998.CRUZ,  Daniel.  Ciências e Educação Ambiental:  O meio ambiente.  São Paulo:  Ática, 

1995. 12 ed.DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A. Metodologia do ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 

1992.DELIZOICOV,   D.;   ANGOTTI,   J.   .A.;   PERNAMBUCO,   M.   A.  Ensino   de   Ciências: 

fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.GASPAR, Alberto.  Experiências de Ciências para o Ensino Fundamental.  São Paulo: 

Ática, 2003.GIL­PEREZ,   D.   &   CARVALHO,   A.   M.   P.  Formação   de   professores   de   ciências: 

tendências e inovações. São Paulo: Cortez.GOWDAK, Demétrio; MATTOS, Neide S. de; FRANÇA, Valmir de. O universo e o homem: 

Astronomia – Matéria e energia – Saúde. São Paulo: FTD, 1993.______. O corpo humano. São Paulo: Ática, 1998. 52 ed.HAMBERGER, A. I. & LIMA, E.C. A. S. Pensamento e ação no ensino de ciências. São 

Paulo: Instituto de Física, 1989.KRASILCHIK, M. O professor e o currículo das ciências. São Paulo: EPU/USP, 1987.PARANÁ.   Secretaria   de   Estado   da   Educação.  Diretrizes   Curriculares   da   Educação 

Básica de Ciências. Curitiba, 2008.PAULINO,  Wilson Roberto.  Biologia  Atual  –  Genética,  Evolução e Ecologia.  São Paulo: 

Ática, 1995. 7ª Ed. Vol. 3.  OLIVEIRA, Fátima. Engenharia Genética. São Paulo: Editora Moderna, 1995.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 117

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

OLIVEIRA, Renato José de.  A escola e o ensino de ciências. São Leopoldo: Unissinos, 2000.

RIBEIRO,  Vera  Masagão.  A  formação de educadores e  a  constituição da educação de jovens   e   adultos   como   campo  pedagógico.  Educação   &   Sociedade.   v.20,   n.   68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999.

SANTOS, Boaventura de Sousa.  Um discurso sobre as ciências.  São Paulo:   Cortez, 2001.

SAVIANI, Dermeval. A filosofia na formação do educador. In: _______. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados, 1993, p.20­28. 

STENGERS, Isabelle. Quem tem medo da ciência? São Paulo: Siciliano, 1989.SOARES, José Luís. Biologia. São Paulo: Scipione, 1993.

DISCIPLINA DE BIOLOGIA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE BIOLOGIA

A Educação de Jovens e Adultos ­ EJA, no Estado do Paraná, de acordo com 

suas  Diretrizes  Curriculares  e  em consonância  com o  documento  apresentado  como a 

segunda proposta preliminar das Diretrizes Curriculares Estaduais para o ensino Médio de 

Biologia   da   Rede   Estadual   de   Ensino   do   Paraná,   apresenta   os   fundamentos   teóricos, 

metodológicos e avaliativos do ensino de Biologia, que norteiam a elaboração da proposta 

curricular desta disciplina. 

Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade absoluta, 

pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e aprendizagem da Biologia 

no contexto escolar, de modo que o modelo tradicional de ensino dessa disciplina, no qual 

se prioriza a memorização dos conteúdos, sem a devida reflexão, seja superado por um 

modelo que desenvolva  a  capacidade dos educandos em buscar  explicações científicas 

para os fatos, através de posturas críticas, referenciadas pelo conhecimento científico.

É   necessário   distinguir   os   campos   de   atuação   da   ciência,   seus   contextos   e 

valores,   como   também,   os   objetivos   dispensados   à   disciplina   de   Biologia   no   contexto 

escolar.Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 118

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia ­ Ensino Médio, desta Secretaria 

de Estado da Educação, “é objeto de estudo da Biologia   o  fenômeno vida  em toda sua 

diversidade de manifestações. Esse fenômeno se caracteriza por um conjunto de processos 

organizados  e   integrados,  quer  no  nível  de  uma célula,  de  um  indivíduo,  ou  ainda,  de 

organismos no seu meio. Um sistema vivo é sempre fruto da interação entre seus elementos 

constituintes e da interação entre esse mesmo sistema e os demais componentes de seu 

meio. As diferentes formas de vida estão sujeitas a transformações que ocorrem no tempo e 

no espaço, sendo, ao mesmo tempo, transformadas e transformadoras do ambiente”.

Nas Diretrizes, ainda, afirma­se que “ao longo da história da humanidade várias 

foram as explicações para o surgimento e a diversidade da vida, de modo que os modelos 

científicos conviveram e convivem com outros sistemas explicativos como, por exemplo, os 

de inspiração filosófica ou religiosa. Elementos da História e da Filosofia tornam possível, 

aos  alunos,  a  compreensão  de  que  há  uma ampla   rede de   relações  entre  a  produção 

científica   e   os   contextos   sociais,   econômicos   e   políticos.   É   possível   verificar   que   a 

formulação,   a   validade   ou   não   das   diferentes   teorias   científicas   está   associada   a   seu 

momento histórico.”

As Diretrizes do Ensino Médio para a disciplina de Biologia consideram que “o 

conhecimento   do   campo   da   Biologia   deve   subsidiar   a   análise   e   reflexão   de   questões 

polêmicas que dizem respeito ao desenvolvimento, ao aproveitamento de recursos naturais 

e a utilização de tecnologias que implicam em intensa intervenção humana no ambiente, 

levando­se em conta a dinâmica dos ecossistemas, dos organismos, enfim, o modo como a 

natureza se comporta e a vida se processa. Sabe­se que desde o surgimento do planeta 

Terra, a espécie humana, ou Homo sapiens, não foi o ser predominante, e muito menos, o 

ser vivo mais importante dentre todos os diversos seres vivos que por aqui passaram. Por  

outro  lado,  ao  longo deste processo de humanização, que durou aproximadamente  três 

milhões de anos, o homem criou a linguagem, a escrita e a fala, diferenciando­se de todas 

as demais formas de vida. Isso possibilitou ao homem a socialização, a organização dos 

espaços físicos, a fabricação de instrumentos utilitários e o início das atividades agrícolas”. 

Ressaltam   também,   “o   papel   da   Ciência   e   da   sociedade   como   pontos 

articuladores   entre   a   realidade   social   e   o   saber   científico.   Cabe   aos   seres   humanos, 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 119

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

enquanto sujeitos históricos atuantes num determinado grupo social,  reconhecerem suas 

fragilidades  e   buscarem  novas   concepções   sobre  a  natureza   (...)   É   preciso  que  estes 

sujeitos percebam que sua sobrevivência, enquanto espécie, depende do equilíbrio e do 

respeito a todas as formas de vida que fazem do planeta o maior ser vivo conhecido”. 

É   importante  que o  educando  jovem e adulto   tenha acesso ao conhecimento 

científico a fim de compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente, os seres 

vivos e o universo, numa concepção flexível e processual, por meio do saber questionador e 

reflexivo. Da mesma forma, se faz necessário que perceba os aspectos positivos e negativos 

da ciência e da tecnologia, para que possa atuar de forma consciente em seu meio social e 

interferir  no ambiente,  considerando a ética e os valores sociais,  morais  e  políticos que 

sustentam a vida.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Compreender o fenômeno da VIDA e sua complexidade de relações, na disciplina 

de Biologia, significa analisar uma ciência em transformação, cujo caráter provisório permite 

a   reavaliação   dos   seus   resultados   e   possibilita   repensar,   mudar   conceitos   e   teorias 

elaborados em cada momento histórico, social, político,econômico e cultural.

O conjunto de saberes do educando deve ser considerado o ponto de partida 

para  o  processo  de  ensino  e  aprendizagem,  estabelecendo   relações  com o  mundo  do 

trabalho e com outras dimensões do meio social.

Conforme as Diretrizes Curriculares para a disciplina de Biologia­ Ensino Médio – 

SEED­PR, “na escola, a Biologia deve ir além das funções que já desempenha no currículo 

escolar. Ela deve discutir com os jovens instrumentalizando­os para resolver problemas que 

atingem direta ou indiretamente sua perspectiva de futuro”.

As Diretrizes, ainda, consideram que

para a discussão de todas estas características socioambientais e do papel do ensino formal de Biologia, as relações estabelecidas entre professor­aluno e aluno­aluno são determinantes   na   efetivação   do   processo   ensino­aprendizagem,   e   para   isto,   há necessidade de leitura e conhecimento sobre metodologia de ensino para que as aulas de   Biologia   sejam   dinâmicas,   interessantes,   produtivas,   e   resultem   em   verdadeira aprendizagem.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 120

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Ressaltam   também   que,   “pensar   criticamente,   ser   capaz   de  analisar   fatos   e 

fenômenos   ocorridos   no   ambiente,   relacionar   fatores   sociais,   políticos,   econômicos   e 

ambientais exige do aluno investigação, leitura, pesquisa. No ensino de Biologia, diferentes 

metodologias podem ser utilizadas com este propósito. A metodologia de investigação, por 

exemplo,   permite   ao   aluno   investigar   a   realidade   buscando   respostas   para   solucionar 

determinados problemas”.

Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto da ação 

de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e espaço e, ainda 

na   disciplina   de   Biologia,   como   forma   de   resgate   e   de   construção   de   melhores 

possibilidades de vida   individuais e coletivas,  há  que se optar  por  uma metodologia de 

ensino e aprendizagem adequada à realidade do aluno da EJA. Segundo RIBEIRO (1999, 

p.8),

criar   novas   formas   de   promover   a   aprendizagem   fora   dos   limites   da   organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de   competência   pedagógica,   pois   para   isso   o   professor   precisará   decidir,   em   cada situação,  quais   formas  de  agrupamento,   sequenciação,  meios  didáticos  e   interações propiciarão   o  maior   progresso  possível   dos  alunos,   considerando  a  diversidade  que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos.

Nessa   perspectiva,   destaca­se   a   importância   de   propiciar   aos   educandos,   a 

compreensão dos conceitos científicos de forma significativa, ou seja, que o conhecimento 

possa  estar   sendo  percebido  em seu  contexto  mais  amplo,  não  somente  nos  afazeres 

diários, mas na forma de perceber a realidade local e global, o que lhe permitirá posicionar­

se e interferir na sociedade de forma crítica e autônoma. Para tanto, o educador da EJA 

deve partir dos saberes adquiridos previamente pelos educandos, respeitando seu tempo 

próprio de construção da aprendizagem, considerando

- que o educador é  mediador e estimulador do processo,   respeitando,  de 

forma real, como ponto de partida o conjunto de saberes trazidos pelos educandos;

- as experiências dos educandos no mundo do trabalho;

- a necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando, o tempo 

pedagógico e o físico, visto que os mesmos interferem na sua “formação” científica;

- as relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento científico.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 121

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Nesse  contexto,   ressalta­se  a   importância  de   trabalhar  a  disciplina  de   forma 

contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a inter­

relação   dos   vínculos   do   conteúdo   estudado   com   as   diferentes   situações   com   que   se 

deparam   no   seu   dia­a­dia.   Essa   contextualização   pode­se   dar   a   partir   de   uma 

problematização,   ou   seja,   em   lançar   desafios   que   necessitem   de   respostas   para 

determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é  

necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode  

deixar de ser dissipada” (SAVIANI, 1993, p.26)”. As dúvidas são muito comuns na disciplina 

de Biologia, devendo ser aproveitadas para reflexão sobre o problema a ser analisado, e 

assim, para o educador, o desafio consiste em realizar esta contextualização, sem reduzir 

os conteúdos apenas à sua aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico.

Um   aspecto   importante   a   ser   considerado   no   trabalho   com   a   disciplina   de 

Biologia é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento da 

Ciência, propiciando condições para que o educando perceba o significado do estudo dessa 

disciplina, bem como a compreensão de sua  linguagem própria e da cultura científica e 

tecnológica oriundas desse processo.

É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador, que será 

indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o olhar atento e crítico 

sobre a realidade trazida pelos educandos. 

A   busca   de   soluções   para   as   problematizações   constitui­se   em   referência 

fundamental no ensino de Biologia. Quando elaborada individual ou coletivamente deve ser 

registrada,   sendo   valorizados   os   saberes   trazidos   pelos   educandos   e   a   evolução   do 

processo   de   aprendizagem.   É   importante   lembrar   que   a   cultura   científica   deve   ser 

incentivada mesmo que de forma gradual, respeitando o tempo de cada grupo ou indivíduo.

Uma estratégia comum em Biologia é a utilização de experimentos e práticas realizadas em 

laboratório.   É   importante   que   seja   definido   com   clareza   o   sentido   e   o   objetivo   dessa 

alternativa metodológica, visto que muitas vezes,  situações muito ricas do cotidiano são 

deixadas de lado em detrimento do uso do laboratório. Deve­se considerar a possibilidade 

de aproveitamento de materiais do cotidiano, assim como espaços alternativos, situações ou 

eventos   para   se   desenvolver   uma   atividade   científica.   A   utilização   de   experimentos   e 

práticas   realizadas   em   laboratório   devem   ser   vistas   como   uma   atividade   comum   e Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 122

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

diversificada e que não abrem mão do  rigor  científico,  devendo ser  acompanhada pelo 

professor. Segundo BIZZO (2002, p.75), 

é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências,  mas que ela,  por si  só,  não garante bom aprendizado.   (...)  a realização   de   experimentos   é   uma   tarefa   importante,   mas   não   dispensa   o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas   pelos   alunos   para   os   resultados   encontrados.   É   comum   que   seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos.

Um   outro   aspecto  a   ser   considerado   no   trabalho   docente,   é   a   utilização  do 

material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não 

seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro didático, BIZZO (2002, 

p. 66) propõe que ele deve ser utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que  

se fazem necessários, cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível diante 

de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada 

à realidade dos alunos.

Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar aqueles que 

possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os conteúdos devem 

possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas visões sobre um determinado 

fenômeno   e,   a   partir   das   relações   entre   os   diversos   saberes,   estimular   a   autonomia 

intelectual. Os conteúdos podem ser organizados sem a rígida sequência linear proposta 

nos   livros   didáticos.   Para   tanto,   deve   ser   avaliada   a   relevância   e   a   necessidade   dos 

mesmos, bem como a coerência dos mesmos no processo educativo.

O  processo   avaliativo  precisa   ser   reconhecido   como   meio  de   desenvolver   a 

reflexão, de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por parte do 

educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de partida para a 

revisão   e   reconstrução   do   caminho   metodológico   percorrido   pelo   educando   e, 

principalmente, pelo educador. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 123

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

O ensino de Biologia na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto de 

educandos  como de  educadores,  a   fim  de  que   reflitam sobre  o  processo  de  ensino  e 

aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a sua prática a fim 

de retomar o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e estratégias diversificadas, 

sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o 

educando   e   o   educador   compreendam   e   ajam   sobre   o   processo   de   construção   do 

conhecimento, caracterizando­o como um exercício de aprendizagem.

No   intuito   de  contemplar   a   Lei  11.645/08   referente   à  História  e  cultura  afro­

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade 

da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade. 

CONTEÚDOS – BIOLOGIA ENSINO MÉDIO

A proposta de sugestão de conteúdos básicos para a elaboração do currículo da 

disciplina   de   Biologia   na   Educação   de   Jovens   e   Adultos   –   EJA,   fundamenta­se   nas 

“Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio”, da Secretaria de Estado da Educação 

do Paraná– SEED – PR.

É   importante   considerar   que   a   organização   dos   conteúdos   curriculares   da 

disciplina de Biologia na EJA tem o objetivo de contemplar as necessidades e o perfil dos 

educandos desta modalidade de ensino da Educação Básica.

Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio – SEED­PR,

os conteúdos básicos são entendidos como os saberes mais amplos da disciplina que podem   ser   desdobrados   nos   conteúdos   pontuais   que   fazem   parte   de   um   corpo estruturado de saberes construídos e acumulados historicamente e que  identificam a disciplina   como   um   campo   do   conhecimento.   Dentro   da   perspectiva   dos   conteúdos escolares como saberes, o termo "conteúdo" não se refere apenas a fatos, conceitos ou explicações   destinados   aos   alunos   para   que   estes   conheçam,   memorizem, compreendam,   apliquem,   relacionem,   etc.   Hoje,   o   critério   que   decide   se   certos conhecimentos concretos devem ser incluídos no currículo não se restringe ao seu valor epistemológico e aceitação como conhecimento válido: a relevância cultural, o valor que lhes   é   atribuído   no   âmbito   de  uma  cultura  particular   em   um  determinado  momento histórico, entra em cena.

Segundo as Diretrizes,Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 124

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

estabelecer os conteúdos básicos para o ensino de Biologia requer uma análise desse momento   histórico,   social,   político   e   econômico   que   vivemos;   da   relevância   e abrangência   dos   conhecimentos   que   se   pretendem   serem   desenvolvidos   nessa modalidade de ensino; da atuação do professor em sala de aula; dos materiais didáticos disponíveis  no  mercado;  das  condições  de  vida  dos  alunos  e  dos  seus  objetivos.  A decisão sobre o que e como ensinar Biologia no Ensino Médio deve ocorrer de forma a promover  as   finalidades  e  objetivos  dessa  modalidade  de  ensino  e  da  disciplina  em questão. Não se trata de estabelecer uma lista de conteúdos em detrimento de outra por manutenção   tradicional   ou   por   inovação   arbitrária.   Referimo­nos   aos   conceitos   e concepções que têm a ver com a construção de uma visão de mundo; outros práticos e instrumentais  para a ação,  e ainda aqueles  que permitem a  formação de um sujeito crítico. Precisaremos estabelecer conteúdos básicos que, por sua abrangência, atendem às realidades regionais e, ao mesmo tempo garantem a identidade da disciplina.

Na proposta, elaborada a partir das discussões com os professores do Ensino 

Médio Regular, propõe­se ampliar a integração entre os conteúdos básicos, destacando os 

aspectos essenciais sobre a vida e a vida humana que vão ser trabalhados por meio dos 

conhecimentos científicos referenciados na prática.

Por   serem   conhecimentos   fundamentais   para   a   disciplina   de   Biologia,   os 

conteúdos   básicos   não   podem   ser   suprimidos   nem   reduzidos,   porém,   ao   construir   a 

proposta  pedagógica,  o  professor  poderá   seriar/sequenciar  esses conteúdos básicos de 

modo a orientar  o   trabalho de seleção de conteúdos específicos no Plano de Trabalho 

Docente, lembrando da articulação dos mesmos com os conteúdos estruturantes.

1. CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS

O trabalho pedagógico neste conteúdo estruturante deve ser permeado por uma 

concepção metodológica que permita abordar a classificação dos seres vivos como uma das 

tentativas de conhecer e compreender a diversidade biológica considerando,  inclusive, a 

história   biológica   da   VIDA.   Desse   modo,   fica   evidente   a   impossibilidade   de   discutir   a 

classificação sem considerar as contribuições dos estudos sobre filogenética.

1.1 CONTEÚDOS BÁSICOS

• Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e filogenéticos;

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 125

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Sistemas biológicos: anatomia, morfologia e fisiologia;

1.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

• Organização celular e molecular:

                 ­ membrana,

                  ­ citoplasma e núcleo

                  ­ divisão celular

               ­ tecidos

• Os seres vivos e o Ambiente

• Saúde

2. CONTEÚDO ESTRUTURANTE: 

MECANISMOS BIOLÓGICOS

Neste   conteúdo   estruturante   é   importante   que   o   professor   considere   o 

aprofundamento, a especialização e o conhecimento objetivo dos mecanismos biológicos. 

Para que se compreendam os sistemas vivos como fruto da interação entre seus elementos 

constituintes e da  interação destes com os demais componentes do meio,   é   importante 

adotar concepções metodológicas que favoreçam o estabelecimento de relações entre os 

diversos mecanismos de funcionamento e manutenção da vida.

2.1 CONTEÚDOS BÁSICOS

• Mecanismos de desenvolvimento embriológico

• Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos

2.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

• Origem e evolução da vida

• Origem das espécies

• Genética

• Embriologia

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 126

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

3.3  CONTEÚDO ESTRUTURANTE

BIODIVERSIDADE

Nestas   Diretrizes,   pretende­se   que   as   reflexões   propostas   pelo   trabalho 

pedagógico   neste   conteúdo   estruturante   sejam   permeadas   por   uma   concepção 

metodológica que permita abordar as contribuições de Lamarck e Darwin para superar as 

ideias fixistas já superadas há muito pela ciência e supostamente pela sociedade. Pretende­

se a superação das concepções alternativas do aluno, com a aproximação das concepções 

científicas, procurando relacionar os conceitos da genética, da evolução e da ecologia, como 

forma de explicar a diversidade dos seres vivos.

3.1 CONTEÚDOS BÁSICOS

• Teorias evolutivas

• Transmissão das características hereditárias

3.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

• Biomas terrestres e Aquáticos

• Ecossistemas

• Ciclos

• Biogeoquímicos

• Desequilíbrio ambiental urbano e rural

4.   CONTEÚDO ESTRUTURANTE

MANIPULAÇÃO GENÉTICA

Ao propor este conteúdo estruturante pretende­se que o trabalho pedagógico seja 

permeado por uma concepção metodológica que permita a análise sobre as implicações dos 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 127

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

avanços biológicos que se valem das técnicas de manipulação do material genético para o 

desenvolvimento da sociedade.

4.1 CONTEÚDOS BÁSICOS:

• Dinâmica dos ecossistemas: relações entre os seres vivos e interdependência com o 

ambiente 

• Organismos geneticamente modificados

4.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

• Ciência e saúde

• Pesquisas científicas Biológicas

• Bioética

• Biotecnologia

AVALIAÇÃO

Nestas Diretrizes, ao assumir fundamentos teórico­metodológicos que garantam 

uma abordagem crítica para o ensino de Biologia, propõe­se um trabalho pedagógico em 

que se perceba o processo cognitivo contínuo, inacabado, portanto, em construção.

Nesta   perspectiva,   a   avaliação   como   momento   do   processo   ensino 

aprendizagem, abandona a ideia de que o erro e a dúvida constituem obstáculos impostos à 

continuidade do processo.  Ao contrário,  o  aparecimento  de erros  e  dúvidas dos alunos 

constituem importantes elementos para avaliar o processo de mediação desencadeado pelo 

professor   entre   o   conhecimento   e   o   aluno.   A   ação   docente   também   estará   sujeita   a 

avaliação e exigirá observação e investigação visando à melhoria da qualidade do ensino.

O   processo   de   ensino­aprendizagem   está   vinculado   à   avaliação   como 

instrumento reflexivo que prevê um conjunto de ações pedagógicas pensadas e realizadas 

pelo   professor   ao   longo   do   processo   por   meio   de   um   diagnóstico   contínuo   e   usando 

instrumentos  avaliativos  variados,   como:  debates,  problematização,  exposição   interativa­Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 128

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

dialogada,   pesquisa,   experimentação,   trabalho   em  grupo,   resolução   das   questões   para 

estudos   e   exercícios,   relatórios   de   aulas   práticas,   avaliação   objetiva,   estudo   do   meio, 

seminários,   paines,   discussões   e   provas.   Práticas   estas,   amarradas   nos   critérios: 

pensamento crítico, oralidade, desenvolvimento do processo investigativo – científico.

Concomitantemente ocorrerá  a recuperação paralela, com o  intuito de diminuir 

possíveis casos de desnível de aprendizado, equalizando o ensino­aprendizado.

REFERÊNCIAS

ANDERY, M. A. et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. São Paulo: EDUC, 1988.

APPLE, M. W. Ideologia e currículo. Porto Alegre: Artmed, 2006.

ARROYO, M. G. A função do ensino de Ciências. Em Aberto. ano 7, n. 40, out/dez, 1988.

ASTOLFI, J. P. & DEVELAY, M. A didática das ciências. Campinas: Papirus, 1991.

BAPTISTA, G.C.S. Jornal a Página da Educação, ano 11, nº 118, dez 2002, p.19.

BASTOS, F. História da Ciência e pesquisa em ensino de ciências. In: NARDI,R. Questões Atuais no Ensino de Ciências. São Paulo: Escrituras,1998.

BACHELARD, G. A epistemologia. Rio de Janeiro: Edições 70, 1971.

BARRA, V. M. & LORENZ, K. M. Produção de materiais didáticos de ciências no Brasil,  período: 1950 a 1980.  Revista Ciência e Cultura.  Campinas, v. 38 n. 12, p. 1970 ­ 1983, dezembro, 1986.

BERNARDES,J.A .& FERREIRA, F. P. de M. Sociedade e Natureza. In: CUNHA, S.B. da & GUERRA,A.J.T.  A   Questão   Ambiental.   Diferentes   Abordagens.   Rio   de   Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.

BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.

_____. Manual de Orientações Curriculares do Ensino Médio, MEC, Brasília, 2004.

CARRETRO,   Mario.  Construir   y   enseñar   las   ciencias   experimentales.  Aique   Grupo Editor. Argentina.

CARVALHO,   A.   M.   P.   &   GIL­PÉREZ,   D.  Formação   de   professores   de   ciências: tendências e inovações. São Paulo: Cortez, 2001.

FEIJÓ, R. Metodologia e filosofia da ciência. São Paulo: Atlas, 2003.

FERNANDES, J. A. B. Ensino de ciências: a biologia na disciplina de ciências.  Revista da Sociedade Brasileira de Ensino de Biologia, São Paulo, v.1, n.0, ago 2005.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 129

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

FREIRE­MAIA, N. A ciência por dentro. Petrópolis: Vozes, 1990.

FUTUYMA,   D.   J.  Biologia   evolutiva.   Ribeirão   Preto:   Sociedade   Brasileira   de Genética/CNPq, 1993.

FRIGOTTO,   Gaudêncio,   CIAVATTA,   Maria.  Ensino   Médio:   ciência,   cultura   e   trabalho. Secretaria de Educação Média e Tecnológica – Brasília: MEC, SEMTEC, 2004.

GUIMARÃES,M. A formação de Educadores Ambientais. Campinas, São Paulo: Papirus, 2004.

HOFFMANN,   J.  Avaliação   mediadora:   uma   prática   em   construção   da   pré­escola   à universidade. Porto Alegre: Mediação, 1993. 20ª Edição revista, 2003.

KNELLER, G. F.  A ciência como atividade humana.  Rio de Janeiro: Zahar. São Paulo: EDUSP, 1980.

KRASILCHIK, M. O professor e o currículo das ciências. São Paulo: EDUSP, 1987.

_______________. Prática de ensino de biologia. São Paulo: EDUSP, 2004.

KUHN, T. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 2005.

KUENZER,A . Z. Ensino Médio: Construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2002.

LIBÂNEO, J. C. Tendências pedagógicas na prática escolar. Revista da ANDE. Nº 6, p.11 ­ 19, 1983.

MAYR, E. Desenvolvimento do pensamento biológico: diversidade,evolução e herança. Brasília:  UnB,  1998.  MEC/SEB –  Orientações Curriculares Nacionais  do Ensino Médio. Brasília, 2004.

MIZUKAMI, M. G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.

MORIN,E. O Pensar Complexo e a Crise da Modernidade. In: RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: dez, 1999.

MOURA, M. O. A séria busca no jogo: do lúdico na matemática. A Educação Matemática em Revista. Nº 3. Blumenau, 1994.

NARDI, R. (org). Questões atuais no Ensino de Ciências. São Paulo: Escrituras, 2002.

POPPER, K. R. A sociedade aberta e seus inimigos. Belo Horizonte Itatiaia, 1987.

PRETTO, N. D. L. A ciência nos livros didáticos. Campinas: Editora da Unicamp, 1985.

RAW, I. Aventuras da microbiologia. São Paulo: Hacker Editores/Narrativa Um, 2002.

REALE, G. & ANTISERI, D. História da filosofia. São Paulo: Paulus, 2005.

RONAN, C.A. História ilustrada da ciência: Oriente, Roma e Idade Média. Rio de Janeiro: Jorga Zahar Editor, 1997a.

___________.  História   ilustrada  da  ciência:  a  ciência  nos  séculos  XIX  e  XX.  Rio  de Janeiro: Jorga Zahar Editor, 1997b.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 130

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

ROSSI, P. O nascimento da ciência moderna na Europa. Bauru, SP: Edusc, 2001.

RUSS, J. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Scipione, 1994.

SAVIANI,   D.  Pedagogia   histórico­crítica:  primeiras   aproximações.   Campinas:   Autores Associados, 1997.

SCHLICHTING,  M.  C.  R.  A  formação  do  professor  de   biologia.   Florianópolis,   1997. Dissertação (Mestrado em Educação) ­ Universidade Federal de Santa Catarina.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Departamento de Ensino Médio. Texto   elaborado   pelos   participantes   do   “I   e   II   Encontro   de   Relações  (Im) pertinentes”. Pinhais (2003) e Pinhão (2004).

_________. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Biologia, 2008.

_________.   Departamento   de   Ensino   Médio.  Reestruturação   do   Ensino   de   2º   grau. Proposta de conteúdos do Ensino de 2ºgrau – Biologia. Curitiba, 1993.

SIDEKUM,A.  Bioética:   como   interlúdio   interdisciplinar.   Revista   Centro   de   Educação. vol.27,n.º 01. Edição 2002, disponível em www.ufsm.br/ce/revista/index.htm

SNYDERS, G. A alegria de aprender na escola. São Paulo: FDE, 1991.

DISCIPLINA DE FÍSICA 

CONCEPÇÃO DO ENSINO DA FÍSICA

Os princípios que norteiam a proposta da elaboração do currículo da disciplina de 

Física   para   a   Educação   de   Jovens   e   Adultos   –   EJA,   baseiam­se   na   Fundamentação 

Teórico­Metodológica, contida na parte da “Introdução” das “Orientações Curriculares de 

Física – Texto Preliminar ­ Ensino Médio”, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná– 

SEED – PR. 

O processo ensino­aprendizagem em Física tem sido objeto de pesquisas por 

aqueles  que  se   interessam ou  se   identificam com esse  objeto.  Parece  haver  um certo 

consenso que "... a preocupação central tem estado na identificação do estudante com o 

objeto   de   estudo.   Em   outras   palavras,   a   questão   emergente   na   investigação   dos 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 131

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

pesquisadores está relacionada à busca por um real significado para o estudo dessa Ciência 

na educação básica ­ ensino médio" (ROSA & ROSA, 2005, p.2). 

Essa Ciência não é neutra visto que o cientista faz parte de um contexto social, 

econômico e cultural,  influenciando e sendo influenciado por esse contexto, fato que não 

pode ser  ocultado de nossos estudantes.   Isso  significa  mostrar  que a  ciência  não está 

pronta nem acabada e não é  absoluta, mas, revelar aos nossos estudantes “...  como  é 

penoso, lento, sinuoso e, por vezes, violento, o processo de evolução das idéias científicas” 

(PONCZEK, 2002, p. 22). 

Se o conhecimento físico é ou foi produzido pelos sujeitos sociais que vivem ou 

que  viveram num determinado  contexto  histórico,  então,  ele   faz  parte  da  cultura  social 

humana e, portanto, é um direito dos estudantes conhecê­lo. 

Além   disso,   se   queremos   contribuir   para   a   formação   de   sujeitos   que   sejam 

capazes   de   refletir   e   influenciar   de   forma   consciente   nas   tomadas   de   decisões,   não 

podemos   deixá­los   alheios   às   questões   relativas   à   Ciência   e   à   tecnologia.   Por   isto   é 

importante buscarmos o entendimento das possíveis relações entre o desenvolvimento da 

Ciência e da tecnologia e as diversas transformações culturais, sociais e econômicas na 

humanidade decorrentes deste desenvolvimento que, em muitos aspectos, depende de uma 

percepção histórica de como estas relações foram sendo estabelecidas ao longo do tempo.

Mas, considerando que também as tecnologias são historicamente construídas e 

entendendo que

... tecnologia refere­se à forma específica da relação entre o ser humano e a matéria, no processo de trabalho, que envolve o uso de meios de produção para agir sobre a matéria, com base em energia, conhecimento e informação. (...) refere­se a arranjos materiais e sociais  que envolvem processos  físicos  e organizacionais,   referidos  ao conhecimento científico aplicável. No entanto, a tecnologia não é propriedade neutra ligada à eficiência produtivista,  e não determina a sociedade,  da mesma forma que esta não escreve o curso da transformação tecnológica. Ao contrário, as tecnologias são produtos da ação humana, historicamente construídos, expressando relações sociais das quais dependem, mas que também são influenciados por eles. Os produtos e processos tecnológicos são considerados  artefatos  sociais   e   culturais,  que  carregam consigo   relações  de  poder, intenções e interesses diversos. (OLIVEIRA,2001, p. 101­102)

Considerando ainda que, como nos ensina Paulo Freire, ensinar exige respeito 

aos saberes dos educandos, o processo de ensino­aprendizagem em Física deve partir do 

conhecimento   prévio   dos   alunos   respeitando   seu   contexto   social   e   suas   concepções 

espontâneas a respeito de ciência. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 132

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Em primeiro lugar, de acordo com MOREIRA (s/d, p.2), devemos abandonar o 

papel   de   ser   apenas   transmissores  de   conhecimentos  e  passarmos  a   ver,   de   fato,   os 

sujeitos como elaboradores do saber físico, mas que precisam do professor como mediador. 

O autor parte do pressuposto que o objetivo do ensino é compartilhar, professor e aluno, 

significados e promover a aprendizagem significativa. Mas, isso acontecerá somente quando 

o educando internalizar esses significados de maneira não arbitrária e não literal, quando as 

novas informações adquirirem significado por interação com o conhecimento prévio do aluno 

e, simultaneamente, derem significados adicionais, diferenciarem, integrarem, modificarem e 

enriquecerem o conhecimento já existente. 

Em segundo, é  preciso considerar que os sujeitos constroem suas ideias, sua 

visão do mundo tendo em vista os objetos a que têm acesso nas suas experiências diárias e 

nas   suas   relações   afetivas.   Segundo   Novak,   citado   por   MOREIRA   (1999),   os   seres 

humanos fazem três coisas: pensam, sentem e atuam (fazem). Ou seja, ao se pensar uma 

metodologia   de   ensino   para   a   Física   é   preciso   ter   em   vista   o   que   os   estudantes   já 

conhecem.   Esta   ideia   remete   aos   estudos   das   concepções   espontâneas   ou   ideias 

alternativas dos sujeitos:

(...) Os estudos realizados sob essa perspectiva revelaram que as idéias alternativas de crianças   e   adolescentes   são   pessoais,   fortemente   influenciadas   pelo   contexto   do problema   e   bastante   estáveis   e   resistentes   à   mudança,   de   modo   que   é   possível encontrá­las mesmo entre estudantes universitários (...). Realizadas em diferentes partes do  mundo,  as  pesquisas  mostraram o  mesmo padrão  de   idéias   em  relação  a   cada conceito investigado. (MORTINER, 1996, p.2)

O educando será apresentado a princípios, concepções, linguagem, entre outros 

elementos utilizados pela Física,  em que o discurso do professor  deve permitir  que ele 

perceba as diferenças entre a sua forma e a forma utilizada pela ciência para explicar um 

determinado fenômeno. Esse processo contribuirá para que o educando reformule as suas 

idéias  tendo em vista  a concepção científica.  Assim, espera­se que esteja reelaborando 

seus conceitos, mas não necessariamente, que abandone suas idéias espontâneas. Poderá 

estar negociando ou adequando sua interpretação e linguagem ao contexto de utilização. 

Ou seja, seus conceitos serão mais elaborados ou menos elaborados, ou mais próximos do 

científico   quanto   maior   for   a   necessidade   ou   interesse   deste   sujeito   em   utilizar   esses 

conhecimentos no contexto da comunidade científica. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 133

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Entendemos, então, que a Física deve educar para cidadania, contribuindo para o 

desenvolvimento de um sujeito crítico,  "...  capaz de compreender o papel da ciência no  

desenvolvimento da tecnologia. (...) capaz de compreender a cultura científica e tecnológica 

de seu tempo" (CHAVES & SHELLARD, 2005, p. 233). 

Cabe colocar aqui que a cidadania da qual estamos falando não é a cidadania 

para o consumo, não é a cidadania construída através de intervenções externas, doações 

da burguesia e do Estado moderno, mas, a cidadania que se constrói no interior da prática 

social e política de classes. Estamos entendendo que a

...   nossa  maneira   de  estar   no  mundo  e  com o  mundo,   como  seres  históricos,   é   a capacidade de,  intervindo no mundo, conhecer o mundo. Mas, histórico como nós,  o nosso  conhecimento  do mundo  tem historicidade.   (...)  Daí  que seja   tão  fundamental conhecer   o   conhecimento   existente   quanto   saber   que   estamos   abertos   e   aptos   à produção do conhecimento ainda não existente. (FREIRE, 1996, p.31)

Por   isso   entendemos   que   a   contribuição   da   Física   no   Ensino   Médio   é   a 

contribuição para a formação dos sujeitos através das

...   lutas pela escola e pelo saber, tão legítimos e urgentes (...). Por este caminho nos aproximamos de uma possível redefinição da relação entre cidadania e educação (...) a luta pela cidadania, pelo legítimo, pelos direitos, é o espaço pedagógico onde se dá o verdadeiro  processo de  formação e constituição do cidadão.  A educação não é  uma precondição   da   democracia   e   da   participação,   mas   é   parte,   fruto   e   expressão   do processo de sua constituição. (ARROYO, 1995, p.79)

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Na reflexão desenvolvida com professores de Física da Educação de Jovens e 

Adultos,   identificou­se   algumas   estratégias   para   o   desenvolvimento   metodológico   da 

disciplina de Física, considerando que essas estratégias metodológicas podem contribuir 

para o ensino e a aprendizagem dos educandos. Dessa forma, deve ser levado em conta a 

formação do professor, o espaço físico, os recursos disponíveis, o tempo de permanência 

do educando no espaço escolar  e as possibilidades de estudo  fora deste,  para que as 

estratégias metodológicas possam ser efetivadas.

Assim,   é   preciso   repensar   os   aspectos   metodológicos,   para   que   propiciem 

condições de ensino que aproxime educadores e educandos da aventura da descoberta, 

tornando o processo de ensino e aprendizagem prazeroso, criativo e estimulador.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 134

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Criar   novas   formas   de   promover   a   aprendizagem   fora   dos   limites   da   organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de   competência   pedagógica,   pois   para   isso   o   professor   precisará   decidir,   em   cada situação,  quais   formas  de  agrupamento,  sequenciação,  meios  didáticos  e   interações propiciarão  o  maior  progresso  possível  dos  alunos,   considerando  a  diversidade  que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. (RIBEIRO, 1999, p 7­8)

A partir desse pressuposto, para romper com o modelo tradicional de ensino é 

necessário rever os meios de apresentação dos conteúdos, priorizando os conceitos físicos 

e optando por metodologias de ensino que se adaptem às necessidades de aprendizagem 

dos educandos. (...),

não   vemos   como   necessário,   no   momento,   grandes   alterações   nos   conteúdos tradicionais,  mas  sim,  na   forma  como eles  serão  desenvolvidos.  Entendemos  que  o avanço nos conhecimentos de Física deverá ser dado por uma inovação na metodologia de trabalho e não em termos de conteúdos. (GARCIA; ROCHA;COSTA, 2000, p.40).

No  intuito   de  contemplar   a   Lei   11.645/08   referente   à  História  e  cultura  afro­

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade 

da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade. 

CONTEÚDOS DE FÍSICA – ENSINO MÉDIO

Considerando  a  amplitude  dos   conhecimentos   físicos,   é   necessário   pensar   a 

importância   e   essencialidade   dos   conteúdos,   visando   contemplar   aprendizagens 

significativas aos educandos da EJA.

Para   isso,     é   indispensável   que   a   organização   dos   conteúdos   na   proposta 

curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo dos educandos e a experiência 

cotidiana destes,  procurando apresentar  esses conteúdos como  instrumentos de melhor 

compreensão e atuação na realidade. Para a maioria dos educandos da EJA, como também

... para uma grande parte da população, os conhecimentos de Física do Ensino Médio têm grande possibilidade de serem os únicos dessa disciplina aos quais os alunos terão acesso   pela   via   escolar.   Percebemos,   então,   a   pertinência   e   necessidade   de reorganização   dos   componentes   curriculares   de   física   ­     entendida   aqui   a   ideia   de currículo como sendo algo muito mais amplo do que mera listagem de conteúdos de tal forma que possam dar conta, tanto das demandas de continuidade dos estudos e das de natureza profissional como, e principalmente, daquelas exigidas pela vida no seu dia­a­dia. (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2000, p. 139­140)

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 135

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Ao  pensar   os   conteúdos  a   serem   trabalhados,   o   educador   deve   priorizar   os 

essenciais,  ou seja,  àqueles que possam ter significado  real   à  vida dos educandos.  Os 

conteúdos devem possibilitar a percepção das diversas abrangências sobre um determinado 

fenômeno, portanto, o ensino não pode se restringir apenas ao livro didático ou ao material 

de apoio. “A seleção de conteúdos é tarefa do professor; ele pode produzir uma unidade de  

ensino que não existe no livro ou deixar de abordar um de seus capítulos, pode realizar  

retificações ou propor uma abordagem diferente” (BIZZO, 2000, p.66).

Considerando­se ainda as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de 

Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino, principalmente no que 

tange ao  tempo de ensino do educador e o tempo da aprendizagem dos educandos,  a 

proposta de conteúdos básicos da disciplina de Física, segue o disposto a seguir.

INTRODUÇÃO À FÍSICA 

Campo de estudo e atuação da Física.

História da Física.

A Física contemporânea e suas aplicações tecnológicas.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

 MOVIMENTO

CONTEÚDOS BÁSICOS

Momentum e inércia 

Conservação de quantidade de movimento (momentum) 

Variação da quantidade de movimento = Impulso 

2ª Lei de Newton 

3ª Lei de Newton e condições de equilíbrio 

Energia e o Princípio da Conservação da energia 

Gravitação

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 136

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Conteúdos Específicos

Movimento retilíneos.

Movimentos curvilíneos.

Mecânica (Leis de Newton).

Energia. Trabalho. Potência.

Impulso e Quantidade de movimento.

A Gravitação Universal.

A Hidrostática.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

TERMODINÂMICA 

CONTEÚDOS BÁSICOS

Leis da Termodinâmica: 

Lei zero da Termodinâmica 

1ª Lei da Termodinâmica 

2ª Lei da Termodinâmica 

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Fenômenos térmicos.

O calor e a Temperatura.

O fenômeno da dilatação nos sólidos, líquidos e gases.

As mudanças de estado físico da matéria.

Trocas de calor. Transmissão de calor.

Comportamento térmico dos gases.

As Leis da Termodinâmica.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

 Eletromagnetismo

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 137

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

CONTEÚDOS BÁSICOS

Carga, corrente elétrica, campo e ondas eletromagnéticas 

Força eletromagnética 

Equações de Maxwell: Lei de Gauss para eletrostática/Lei de Coulomb, 

Lei de Ampère, Lei de Gauss magnética, Lei de Faraday) 

A natureza da luz e suas propriedades 

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Aspectos estáticos e dinâmicos da eletricidade.

A Lei de Coulomb.

O campo elétrico. Potencial elétrico.

A corrente elétrica. 

Geradores e circuitos elétricos.

O campo magnético.

Indução magnética.

Energia e suas transformações.

Fontes e tipos de energia.

Fenômenos ondulatórios.

Ondas mecânicas e eletromagnéticas.

Natureza ondulatória e quântica da luz.

Aplicações do fenômeno da reflexão e refração da luz.

Lentes e instrumentos ópticos de observação.

Espelhos.

A óptica e o olho humano.

AVALIAÇÃO

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 138

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

A construção da Proposta  Pedagógica  Curricular  para  a  EJA,  ampara­se  nos 

fundamentos teóricos metodológicos das Diretrizes Curriculares da Educação Básica.

Assim,   a   teoria   pedagógica   contemplada   no   plano   de   Trabalho   Docente 

embasado nas DCE é  que dará  suporte para qualificar a avaliação e os caminhos para 

intervenção. A avaliação deve levar em conta os pressupostos da disciplina de Física para a 

Educação de Jovens e Adultos.

Do   ponto   de   vista   específico,   a   avaliação   deve   prever   a   apropriação   dos 

conceitos, leis e teorias que compõem o programa de Física para o Ensino de EJA. Isso 

pressupõe o acompanhamento constante do progresso do estudante quanto à compreensão 

dos aspectos históricos, filosóficos e culturais, da evolução das idéias da Física, envolvendo 

a Cientificidade dos fenômenos.

Considerando sua dimensão diagnóstica, a avaliação é um instrumento tanto para 

que o professor conheça o seu aluno, antes que se  inicie o trabalho com os conteúdos 

escolares,   quanto   para   o   desenvolvimento   nas   outras   etapas   do   processo   educativo. 

Embora o sistema de segmento da vida escolar do estudante esteja centrado em uma nota 

para sua aprovação, a avaliações será um instrumento auxiliar a serviço da aprendizagem 

dos alunos, cuja finalidade é sempre o seu crescimento e sua formação.

Para   o   professor   a   avaliação   deve   ser   vista   qualitativamente   como   um   ato 

educativo   essencial   para   condução   de   um   trabalho   pedagógico   inclusivo,   no   qual   a 

aprendizagem seja  um direito  de   todos  e  a  escola  pública  o  espaço onde a  educação 

democrática   deve   acontecer   do   ponto   de   vista   qualitativo   e   deve   orientar­se   pelo 

estabelecido no regimento escolar.

Quanto aos critérios de avaliação em Física, deve­se verificar:

• A compreensão  os  conceitos   físicos  essenciais  a  cada  unidade  de  Ensino 

aprendizagem planejada;

• A compreensão do conteúdo físico expresso em textos científicos;

• A compreensão de conceitos físicos presentes nos conhecimentos empíricos;

• A capacidade de elaborar relatórios tendo como referência os conceitos, as leis 

e   as   teorias   físicas   sobre   um   experimento   ou   qualquer   outro   evento   que   envolva   os 

conhecimentos da Física.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 139

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

REFERÊNCIAS

ALVARES. B.A. Livro didático – análise e reflexão. In: MOREIRA, M. A.; AXT, R. Tópicos em Ensino de Ciências. Porto Alegre: Sagra, 1991, p.18­46.

ARROYO, M. G. Educação e exclusão da cidadania. In: BUFFA, Ester; ARROYO, Miguel G.; NOSELLA, PAULO. Educação e cidadania: quem educa o cidadão? 5 ed. São Paulo: Cortez, 1995. (Coleção questões de nossa época)

AXT, Rolando. O Papel da Experimentação no Ensino de Ciências.  In: MOREIRA, Marco Antonio. AXT, Rolando. Tópicos em Ensino de Ciências. Porto Alegre: Sagra, s/d.

BARROS, Henrique Lins.In: BEM­DOV, Yoav. Convite à física. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed., 1996. Prefácio da obra.

BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.

CHAVES,   A.;   SHELLARD,   R.C.  Física   para   o   Brasil:   pensando   o   futuro.   São   Paulo: Sociedade Brasileira de Física, 2005. 

DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 2. ed.,Campinas: Autores Associados, 1997.

FREIRE, Paulo.  Pedagogia da autonomia:  saberes necessários à  prática educativa.  São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura)

GARCIA, N. M. Dias ; ROCHA,V. Jazomar ; COSTA, R. Z. Visneck. Física. In: KUENZER, Acácia   Zeneida.  Ensino   Médio:   construindo   uma   proposta   para   os   que   vivem   do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000.

MOREIRA, M.A. Teorias da aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999.

________.  Revalorização   do   professor   e   aprendizagem   significativa:   dois   fatores importantes para a reconstrução da escola pública. Texto digitalizado, s/d2.

MORTIMER, F. E.  Construtivismo, Mudança Conceitual e Ensino de Ciências: para onde vamos?   Investigações   em   Ensino   de   Ciências.   V.1,   n.1,   abril   de   1996.  In: http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/. Acesso em 07/06/2005.

OLIVEIRA.   M.   R.N.   S.   Do   mito   da   tecnologia   ao   paradigma   tecnológico;   a   mediação tecnológica   nas   práticas   didático­pedagógicas.   In:  Revista   Brasileira   de   Educação, set/ou/nov/dez, 2001, n.18. Reunião anual da ANPED, 24º. Caxambu: ANPED, p.101­107.

RAMOS,  Eugênio  M.  de  França.  FERREIRA,  Norberto  Cardoso.  O desafio   lúdico  como alternativa metodológica para o ensino de física. In:  Atas do X SNEF, 25­29/ janeiro, 1993.

RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade, vol. 20, n.68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999.

ROBILOTTA,  Manoel  Roberto.   BABICHAK,  Cezar   Cavanha.   Definições  e   conceitos   em Física. In: Cadernos Cedes, ano XVIII, no. 41, junho/ 97, p. 35 – 45. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 140

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

ROSA, C.  W. da;  ROSA, A.  B.  da.  Ensino de Física:  objetivos e  imposições no ensino médio. Revista Eletrónica de Ensenãnza de las Ciencias. Vol.4, nº 1, 2005.

SEED­PR. Proposta pedagógica e autonomia da escola. Set, 2000, texto digitalizado.

SAVIANI,   Dermeval.  Do   senso   comum   à   consciência   filosófica.   Campinas:   Autores Associados, 1993, p. 20­28.

PIETROCOLA, M.; ALVES, J. de P.F.; PINHEIRO, T. de F. Pratica disciplinar de professores de ciências. In: htttp://www.if.ufrgs.br/public/ensino/vol8/n2/v8_v8_n2_a3.html. Acesso em 09/06/2005.

PARANÁ.   Secretaria   de   Estado   da   Educação.  Diretrizes   Curriculares   da   Educação Básica do Paraná de Física. Curitiba: 2008.

DISCIPLINA DE QUÍMICA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA

A   consolidação   da   Química   como   ciência   foi   um   dos   fatos   que   permitiu   o 

desenvolvimento das civilizações, determinando maneiras diferenciadas no modo de viver. A 

Química está inserida nas ações e nos recursos utilizados nas diversas atividades diárias 

das pessoas e, segundo BIZZO (2002, p.12),

o domínio dos fundamentos científicos hoje em dia é indispensável para que se possa realizar tarefas tão triviais como ler um jornal ou assistir à televisão. Da mesma forma, decisões  a   respeito  de  questões ambientais,  por  exemplo,  não podem prescindir  da informação científica, que deve estar ao alcance de todos.

Assim, a Química fundamenta­se como uma ciência que permite a evolução do 

ser humano nos aspectos ambientais, econômicos, sociais, políticos, culturais, éticos, entre 

outros, bem como o seu reconhecimento como um ser que se relaciona, interage e modifica,  

positiva ou negativamente, o meio em que vive.

A Química como ciência contempla as tradições culturais e as crenças populares 

que  despertam a curiosidade por fatos, propiciando condições para o desenvolvimento das 

teorias e das leis que fundamentam as ciências. BIZZO (2002, p.17), afirma que

a ciência não está amparada na verdade religiosa nem na verdade filosófica, mas em um certo tipo de verdade que é diferente  dessas outras. Não é correta a imagem de que os conhecimentos científicos, por serem comumente fruto de experimentação e por terem 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 141

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

uma base lógica, sejam “melhores” do que os demais conhecimentos. Tampouco se pode pensar que o conhecimento científico possa gerar verdades eternas e perenes.

Desta forma, é   importante considerar que o conhecimento químico não é  algo 

pronto, acabado e inquestionável, mas em constante transformação.

A   Química,   trabalhada   como   disciplina   curricular   do   Ensino   Médio,   deve 

apresentar­se como propiciadora da compreensão de uma parcela dos resultados obtidos a 

partir da Química como ciência.

A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e posturas. Seu objetivo é   encontrar   resultados   inéditos,   que   possam   explicar   o   desconhecido.   No   entanto, quando  é  ministrada  na  sala  de  aula,   requer  outro  conjunto  de  procedimentos,  cujo objetivo é alcançar resultados esperados, aliás planejados, para que o estudante possa entender  o que é  conhecido.   (...)  Existe  portanto uma diferença  fundamental  entre a comunicação de conhecimento em congressos científicos, entre cientistas, e a seleção e adaptação de parcelas desse conhecimento para ser utilizado na escola por professores e alunos. (BIZZO, 2002, p.14)

Essa percepção deve fazer parte do trabalho pedagógico realizado nas escolas e 

conforme MALDANER (2000, p.196),

compreender   a   natureza   da   ciência   química   e   como   ela   se   dá   no   ensino   e   na aprendizagem   passou   a   ser   um   tema   importante,   revelado   a   partir   das   pesquisas educacionais, principalmente as pesquisas realizadas na década de 1980 sobre as idéias alternativas dos alunos relacionadas com as ciências naturais. No âmbito da pesquisa educacional, mais ligado à educação científica, estava claro, já no início dos anos 90, que era fundamental que os professores conhecessem mais o pensamento dos alunos, bem como, a natureza da ciência que estavam ensinando. No entanto, isso não era prática usual nos cursos de formação desses professores.

Tal consideração vem de encontro com a forma com que muitos educadores têm 

trabalhado esta disciplina, priorizando fatos desligados da vida dos educandos, em que os 

educadores   abordam,   principalmente,   os   conteúdos   acadêmicos,   enfatizando   a 

memorização, o que torna a disciplina desvinculada da realidade dos seus alunos e sem 

significação para sua vida. 

Considerando que uma das funções do aprendizado dos conhecimentos químicos 

na escola deve ser a de perceber a presença e a importância da Química em sua vivência, 

para DELIZOICOV et.all. (2002, p.34),

a ação docente buscará constituir   o entendimento de que o processo  de produção do conhecimento  que caracteriza  a ciência e a tecnologia constitui uma atividade humana, sócio­historicamente   determinada,   submetida   a   pressões     internas   e   externas,   com processos e resultados ainda pouco acessíveis à maioria das pessoas escolarizadas, e por isso passíveis de uso e compreensão acríticos ou ingênuos; ou seja, é um processo de produção que precisa, por essa maioria, ser apropriado e entendido.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 142

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Assim, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de Química na EJA, 

possibilite   ao   educando,   a   partir   de   seus   conhecimentos   prévios,   a   construção   do 

conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação, para que possa argumentar e 

se posicionar criticamente.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Considerando   os   encaminhamentos   metodológicos   contidos   na   proposta 

pedagógica   de   ensino   para   a   disciplina   de   Química   no   Ensino   Médio   Regular,   faz­se 

necessário refletir as especificidades do trabalho com a Química na Educação de Jovens e 

Adultos (EJA), considerando as Diretrizes Curriculares Estaduais para essa modalidade de 

ensino da educação básica.

Nesse sentido, para o trabalho metodológico com essa disciplina, uma alternativa 

seria   partir   da   seqüência:   “fenômeno–problematização–representação­explicação” 

(MALDANER, 2000, p.184). Para o autor,

episódios de alta vivência dos alunos passariam a ser importantes no processo de ensino e aprendizagem e não obstáculo a ser superado (...) O importante é identificar situações de alta vivência comuns ao maior número possível de alunos e a partir delas começar o trabalho de ensino. (MALDANER, 2000, p. 184)

Nessa ótica, não cabe ao educador apresentar apenas fórmulas, classificações, 

regras práticas, nomenclaturas, mas sim,  trabalhar conteúdos com os quais o educando 

venha   a   apropriar­se   dos   conhecimentos   de   forma   dinâmica,   interativa   e   consistente, 

respeitando os diferentes  tempos de aprendizagem e propiciando condições para que o 

mesmo perceba a função da Química na sua vida.

Criar   novas   formas   de   promover   a   aprendizagem   fora   dos   limites   da   organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de   competência   pedagógica,   pois   para   isso   o   professor   precisará   decidir,   em   cada situação,  quais   formas  de  agrupamento,   sequenciação,  meios  didáticos  e   interações propiciarão   o  maior   progresso  possível   dos  alunos,   considerando  a  diversidade  que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. (RIBEIRO, 1999, p.8)

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 143

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Conforme SCHNETZLER (2000) citada em MALDANER (2000, p. 199), “Aprender 

significa   relacionar”.   A   aprendizagem   dos   vários   conceitos   químicos   terá   significado 

somente se forem respeitados os conhecimentos e as experiências trazidos pelo educando 

jovem e adulto, de onde sejam capazes de estabelecer relações entre conceitos micro e 

macroscópicos,   integrando   os   diferentes   saberes   –   da   comunidade,   do   educando   e 

acadêmico.

Segundo FREIRE (1996, p.38), “a educação emancipatória valoriza o ’saber de  

experiência feito’, o saber popular, e parte dele para a construção de um saber que ajude  

homens e mulheres na formação de sua consciência política.”

Para que isso se evidencie no ambiente escolar, para a disciplina de Química, 

considera­se a afirmação de MALDANER (2000, p. 187),  de que “o saber escolar deve  

permitir   o   acesso,   de   alguma   forma,   ao   conhecimento   sistematizado.   Assim   ele   será  

reconstruído   e   reinventado   em   cada   sala   de   aula,   na   interação   alunos/professor,  

alunos/alunos e, também, na interação com o entorno social”. Dessa forma, o ensino da 

disciplina de Química deve contribuir para que o educando jovem e adulto desenvolva um 

olhar crítico sobre os fatos do cotidiano, levando­o a compreensão dos mesmos de forma 

consciente, dando­lhe condições de discernir algo que possa ajudá­lo, daquilo que pode lhe 

causar problemas. 

Nesse   sentido,   ressalta­se   a   importância   de   trabalhar   a   disciplina   de   forma 

contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a inter­

relação   dos   vínculos   do   conteúdo   estudado   com   as   diferentes   situações   com   que   se 

deparam   no   seu   dia­a­dia.   Essa   contextualização   pode­se   dar   a   partir   de   uma 

problematização,   ou   seja,   lançando   desafios   que   necessitem   de   respostas   para 

determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é  

necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode  

deixar de ser dissipada.” (SAVIANI, 1993, p.26) As dúvidas são muito comuns em Química, 

devendo ser aproveitadas para a reflexão sobre o problema a ser analisado. Sendo assim, 

para  o  educador,   o   desafio   consiste  em   realizar   esta   contextualização   sem   reduzir   os 

conteúdos apenas a sua aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico.

Um   aspecto   importante   a   ser   considerado   no   trabalho   com   a   disciplina   de 

Química é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento na Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 144

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

ciência  Química,  propiciando  condições  para  que  o  educando  perceba  o  significado  do 

estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem própria e da cultura 

científica e tecnológica oriundas desse processo, pois as diversas contingências históricas 

têm levado os professores a deixar de lado a importância do saber sistematizado, resultando 

numa prática pedagógica pouco significativa.

É   fundamental mencionar,   também, a utilização de experimentos e as práticas 

realizadas em laboratório como um dos recursos a serem utilizados no trabalho docente, a 

fim de que o educando possa visualizar uma transformação química,  inserindo conceitos 

pertinentes e estabelecendo relações de tal  experimento com aspectos da sua vivência. 

Segundo BIZZO (2002, p.75), é

importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas   de   ciências,   mas   que   ela,   por   si   só,   não   garante   bom   aprendizado.   (...)   ...a realização   de   experimentos   é   uma   tarefa   importante,   mas   não   dispensa   o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas   pelos   alunos   para   os   resultados   encontrados.   É   comum   que   seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos.

Nesse   sentido,  um aspecto   importante  a   ser   considerado   é   o   fato  de  que  o 

educador não deve se colocar como o verdadeiro e único detentor do saber, apresentando 

todas as respostas para todas as questões. Conforme BIZZO (2002, p.50),

o professor deveria enfrentar a tentação de dar respostas prontas, mesmo que detenha a informação exata, oferecendo novas perguntas em seu lugar, que levassem os alunos a buscar a informação com maior orientação e acompanhamento. Perguntas do tipo “por quê?” são maneiras de os alunos procurarem por respostas definitivas, que manifestem uma vontade  muito  grande  de  conhecer.  Se  o  professor  apresenta,  de  pronto,  uma resposta na forma de uma  longa explicação conceitual,  pode estar  desestimulando a busca de mais dados e informações por parte dos alunos.

Ao proceder dessa forma, o educador leva o educando a pensar e a refletir sobre 

o assunto trabalhado, estimulando­o a buscar mais dados e informações.

Um   outro   aspecto  a   ser   considerado   no   trabalho   docente,   é   a   utilização  do 

material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não 

seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. MALDANER (2000, p. 185), afirma que 

é por isso que não é possível seguir um “manual” de instrução, do estilo de muitos livros “didáticos” brasileiros originados dos “cursinhos pré­vestibulares”, para iniciar o estudo de química no ensino médio. A lógica proposta nesses “manuais” é a da química estruturada para quem já conhece a matéria e pode servir, perfeitamente, de revisão da matéria para prestar um exame tão genérico como é o exame vestibular no Brasil.(...) O que seria adequado para uma boa revisão da matéria, característica original dos “cursinhos pré­vestibulares”, tornou­se programa de ensino na maioria das escolas brasileiras. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 145

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

A respeito do livro didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser utilizado 

como um dos materiais  de  apoio,  como outros  que se   fazem necessários,  cabendo ao 

professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as 

informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos.

Ao  pensar   os   conteúdos  a   serem  trabalhados,   o   educador   deve  priorizar   os 

essenciais, ou seja, aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e 

adultos.  Os conteúdos  trabalhados devem possibilitar  aos mesmos a percepção de que 

existem diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir dessa relação, poderem 

constituir   a   sua   própria   identidade   cultural,   estimulando   sua   autonomia   intelectual.   Os 

conteúdos   podem   ser   organizados   sem   a   rígida   sequência   linear   proposta   nos   livros 

didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade desses conteúdos, 

assim como a coerência dos mesmos para o processo educativo.

É   importante   ressaltar   que   cabe   ao   educador,   a   partir   da   investigação   dos 

conhecimentos   informais   que   os   educandos   têm   sobre   a   Química,   sistematizar   as 

estratégias   metodológicas,   planejando   o   que   será   trabalhado   dentro   de   cada   um   dos 

conteúdos mencionados anteriormente, qual a intensidade de aprofundamento, bem como a 

articulação entre os mesmos ou entre os tópicos de cada um. 

Para   a   organização   dos   conteúdos   é   indicado   que   seja   utilizada   a 

problematização, cujo objetivo consiste em gerar um tema para contextualização. Os temas 

são baseados em fatos locais, regionais, nacionais ou mundiais, que possam refletir sobre 

os acontecimentos que relacionam a Química com a vida, com o ambiente, com o trabalho e 

com as demais relações sociais. 

A   partir   do   contexto   abordado,   devem   ser   selecionados   os   conteúdos   que 

possam   ser   trabalhados,   independentemente   da   sequência   usual   presente   nos   livros 

didáticos da disciplina. Nesse sentido, ao organizar os conteúdos, bem como, a forma como 

serão   desenvolvidas   as   atividades   para   aprofundamento   e   avaliação,   o   educador   terá 

condições   de   desenvolver   metodologias   que   visem   evitar   a   fragmentação   ou   a 

desarticulação dos conteúdos dessa disciplina.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 146

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

No  intuito  de  contemplar  a  Lei   11.645/08   referente   à  História  e  cultura  afro­

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade 

da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade. 

CONTEÚDOS DE QUÍMICA – ENSINO MÉDIO

O   programa   de   Química   contempla   os   seguintes   conteúdos,   considerados 

essenciais  para  a  conclusão da  disciplina  de  Química  no  Ensino  Médio  na modalidade 

Educação de Jovens e Adultos. 

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:

Matéria e Sua Natureza 

Biogeoquímica 

Química Sintética

CONTEÚDOS BÁSICOS

LIGAÇÃO QUÍMICA 

• Tabela periódica; 

• Propriedade dos materiais; 

• Tipos de ligações químicas em relação as propriedades dos materiais; 

• Solubilidade e as ligações químicas; 

• Interações intermoleculares e as propriedades das substâncias moleculares; 

• Ligações de Hidrogênio; 

• Ligação metálica (elétrons semi­livres) 

• Ligações sigma e pi; 

• Ligações polares e apolares; 

• Alotropia. 

REAÇÕES QUÍMICAS 

• Reações de Oxi­redução 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 147

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Reações exotérmicas e endotérmicas; 

• Diagramas das reações exotérmicas e endotérmicas; 

• Variação de entalpia; 

• Calorias; 

• Equações termoquímicas; 

• Princípios da termodinâmica; 

• Lei de Hess; 

• Entropia e energia livre; 

• Calorimetria; 

• Tabela Periódica. 

RADIOATIVIDADE 

• Modelos Atômicos (Rutherford); 

• Elementos químicos (radioativos); 

• Tabela Periódica; 

• Reações químicas; 

• Velocidades das reações; 

• Emissões radioativas; 

• Leis da radioatividade; 

• Cinética das reações químicas; 

• Fenômenos radiativos (fusão e fissão nuclear); 

GASES 

• Estados físicos da matéria; 

• Tabela periódica; 

• Propriedades dos gases (densidade/ difusão e efusão, pressão x temperatura, pressão x 

volume e temperatura x volume); 

• Modelo de partículas para os materiais gasosos; 

• Misturas gasosas; 

• Diferença entre gás e vapor; 

• Leis dos gases Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 148

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

FUNÇÕES QUÍMICAS 

• Funções Orgânicas 

• Funções Inorgânicas 

• Tabela Periódica 

AVALIAÇÃO

A avaliação na disciplina de Química vem mediar a práxis pedagógica, sendo 

coerente com os objetivos propostos e com os encaminhamentos metodológicos, onde os 

erros e os acertos deverão servir como meio de reflexão e reavaliação da ação pedagógica 

como um todo. É essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida 

para que o educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção 

do conhecimento, caracterizando­o como um exercício de aprendizagem.

Nessa ótica, a avaliação deve considerar que a cultura científica é   repleta de 

falhas, de pontos de vista diferenciados e, muitas vezes, sem consenso. 

A avaliação é  sempre uma atividade  difícil  de se  realizar.  Toda avaliação supõe um processo   de  obtenção   e   utilização   de   informações,   que   serão   analisadas   diante  de critérios estabelecidos segundo juízos de valor. Portanto, não se pode pretender que uma avaliação   seja   um   processo   frio   e   objetivo;   ele   é,   em   si,   subjetivo,   dependente   da valorização  de  apenas  uma parcela  das   informações  que  podem ser  obtidas.  Essas características são importantíssimas para que possamos compreender a utilidade e os limites da avaliação e como ela pode ser utilizada pelo próprio professor para reorientar sua prática. (BIZZO, 2002, p.61)

Ao avaliar, o educador deve superar o autoritarismo, o conteudismo e o ato de 

avaliar   como   objeto   de   punição,   perpassando   por   vários   caminhos,   fundamentados   na 

concepção   teórica   e   no   encaminhamento   metodológico   da   disciplina   de   Química, 

estabelecendo uma perspectiva de torná­la reflexiva, crítica, que valoriza a diversidade e 

reconhece as diferenças,  voltada para a autonomia do educando  jovem, adulto e  idoso. 

Logo   ,   a  avaliação  deve  ser  de   forma  processual   e   formativa,  ocorrendo  de   forma  de 

interações recíprocas, no dia a dia, no transcorrer da própria aula utilizando­se várias formas 

de expressão do próprio aluno, relacionando sempre teoria com prática, dependendo de 

cada conteúdo trabalhado.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 149

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

REFERÊNCIAS

BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.

DELIZOICOV,   D.,   ANGOTTI,   J.   A.   &   PERNAMBUCO,   M.   M.  Ensino   de   Ciências: fundamentos  e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

MALDANER, O. A.  A formação inicial  e continuada de professores de química.   Ijuí: Editora Unijuí, 2000.

RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico.  Educação & Sociedade.  v.20, n.  68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999.

SAVIANI,   Dermeval.  Do   senso   comum   à   consciência   filosófica.   Campinas:   Autores Associados, 1993, p.20­28.

PARANÁ.   Secretaria   de   Estado   da   Educação.  Diretrizes   Curriculares   da   Educação Básico Paraná de Química. Curitiba: 2008.

DISCIPLINA DE HISTÓRIA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE HISTÓRIA

A História é um conhecimento construído pelo ser humano em diferentes tempos 

e espaços. É a memória que se tornou pública, em geral, expressão das relações de poder. 

De acordo  com  BEZERRA,  (2003 pg. 42)  “o  objetivo primeiro do conhecimento histórico é 

a compreensão dos processos e dos sujeitos históricos, o desvendamento das relações que 

se estabelecem entre os grupos humanos em diferentes tempos e espaços”. 

Diferentes historiadores e sujeitos históricos contam a História a partir  de sua 

visão de mundo. Nesse sentido não há uma verdade única, mas sim aquela que foi tecida 

por um grupo social. Trata­se de um conhecimento científico, que precisa ser interpretado. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 150

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Hoje,   por   exemplo   a   História     busca   os   diversos   aspectos   que   compõem   a 

realidade histórica e tem nisso o seu objeto de estudo, deixando de lado uma História que a 

partir do século XIX privilegiava o fato político, os grandes feitos e os heróis em direção a um 

progresso pautado pela   invenção do estado­nação que precisava ser   legitimado.  Nesse 

contexto,  é  criada a disciplina de História  que  tinha como  função  legitimar  a  identidade 

nacional.

Até a década de 80, do século XX, a disciplina de História manteve seu conteúdo 

eurocêntrico e sua divisão quadripartite,   até hoje presente no currículo de muitos   cursos 

universitários. Numa outra perspectiva algumas universidades, começaram a abrir espaço 

ao estudo da História Oriental e da História da África. No entanto, essa é uma prática bem 

recente.

A História   trata  de  toda ação humana no  tempo em seus múltiplos aspectos: 

econômicos, culturais, políticos,  da vida cotidiana,  de gênero,  etc. Para se perceber como 

sujeito da História, o educando precisa reconhecer que essa ação transforma a sociedade, 

movimenta um espiral de mudanças, na qual há permanências e rupturas. 

O homem/mulher   como sujeito da História, deve ser conhecedor dos porquês, 

dos problemas, das ideias, das ideologias e que só com uma visão holística do mundo e da 

sociedade ele   se entenderá como cidadão ativo e conhecedor de seus direitos e de seus 

deveres.

Na Educação de Jovens e Adultos deve­se levar em consideração o fato de que 

os seus educandos possuem maior experiência de vida e que essa modalidade tem como 

finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana e o acesso à cultura geral. A 

diversidade presente na sala de aula, a partir dos diferentes perfis sociais, deve ser utilizada 

a favor do trabalho pedagógico no ensino de História. Pode­se recorrer às diferenças para 

estabelecer   comparações,   levantar   diferentes   concepções   de   mundo   e   ainda   buscar 

trabalhar com o respeito e a aceitação das diferenças.

É   preciso  que  o  ensino  de    História  na  Educação  de  Jovens  e  Adultos  seja 

dinâmico e que o educando  perceba que a História não está sepultada, mas em constante 

transformação. Nesse sentido, pode­se  tomar sempre como ponto de partida e de chegada 

o próprio presente, onde estão inseridos educandos e educadores. Há que se considerar 

que o passado explica o presente, mas também o presente explica o passado. Isso não 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 151

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

significa, no entanto, que se possa abrir mão do rigor na interpretação do passado, pois não 

se pode  incorrer  em anacronismos ou em posturas  teleológicas.    É  preciso  estimular  o 

interminável   diálogo   entre   o   presente   e   o   passado   levando   em   consideração   as 

especificidades de cada contexto histórico.

É   fundamental  que  o  educador  de  História  não  atue  como  reprodutor  de  um 

conhecimento pronto,  de uma coleção  inesgotável  de fatos do passado.  Mas,  que  torne 

possível desconstruir na sala de aula os múltiplos olhares da História, criar argumentos que 

possam concordar ou discordar de um autor, tomar posição diante do que já ocorreu e ainda 

está ocorrendo. Não se pode ser um cidadão pleno sem que se realize uma análise crítica 

dos caminhos percorridos pelo homem/mulher ao longo da história.

Por   fim,   reconhecer   que   esses   sujeitos   são   produtores   de   signos   e   utopias, 

capazes de transformar a natureza  e escrever  sua própria História. Portanto, a História é 

uma  construção coletiva em que  todos os sujeitos tem um papel principal e suas ações são 

de suma importância para uma participação consciente na transformação da   sociedade e 

do mundo em que vivem.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

De   acordo   com   as   contribuições   da   historiografia,   nas   últimas   décadas   a 

aprendizagem histórica se efetiva quando o conhecimento passa a ser experiência para o 

educando no sentido de que ele se aproprie do que aprendeu para ler e explicar o seu 

mundo.

No mundo contemporâneo um constante  (re)pensar  sobre a cultura escolar   é 

fundamental para acompanhar as mudanças que ocorrem quotidianamente e que implicam 

diretamente na vida de educandos e educadores. Nesse sentido, a partir  de discussões 

teórico­metodológicas significativas e que colocam o educando na centralidade do processo 

ensino­aprendizagem, pretende­se contribuir para uma prática de qualidade e de reflexão 

nas ações pedagógicas. 

Para isso, propõem­se a abordagem   dos conteúdos   a partir de temáticas, no 

ensino de História, para os  educandos (as) da Educação de Jovens e Adultos rompendo, 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 152

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

dessa  forma, com a narrativa  linear  e   factual  num diálogo permanente com a realidade 

imediata sobre a qual se constituem os diversos saberes. Pretende­se com isso priorizar 

uma   prática   pautada   na   associação   ensino­pesquisa   e   no   uso   de   diferentes   fontes   e 

linguagens.

Nessa perspectiva, exige­se uma abordagem problematizadora dos conteúdos de 

História,   em  que  educadores   e   educandos  possam   dialogar   e  nesse  diálogo,   propiciar 

condições   de  pensar,   argumentar   e   fundamentar   suas  opiniões   através   dos   conteúdos 

socialmente   significativos   relacionados   ao   contexto   político   e   social,   reconhecendo   a 

pluralidade étnica e cultural onde esses sujeitos estão inseridos.

Esta   problematização   deve   propiciar   uma   análise   crítica   da   realidade   social, 

distinguindo­se da “educação bancária” em que o educador apresenta os conteúdos aos 

educandos, impondo­lhes um saber desprovido de reflexão (FREIRE, 1987).

É impossível, ensinar tudo a todos, desta forma se faz necessário a seleção e a 

escolha de conteúdos essenciais que possibilitem o êxito no processo ensino­aprendizagem 

e permitam satisfazer as necessidades dos educandos, respeitando suas especificidades, 

objetivando sua formação humanista e a busca de sua autonomia intelectual e moral.

Considerando a concepção do ensino de História pautada pela linha da cultura, 

optou­se por três eixos articuladores: Cultura, Trabalho e Tempo, que também orientam o 

documento   das   Diretrizes   Curriculares   para   EJA   no   Estado   do   Paraná.   Esses   eixos 

estabelecem relações entre si e articulam­se às temáticas que por sua vez articulam­se aos 

conteúdos,   sendo   que   o   eixo   Tempo,   presente   nessa   concepção,   refere­se   ao   tempo 

histórico.

Os   conteúdos   selecionados,   foram   organizados   em   quatro   temas   plurais   no 

Ensino   Fundamental:   Identidade   e   Cultura;   Estado   e   Relações   de   Poder;   Terra   e 

Propriedade; Cidadania e Trabalho e três temas para o Ensino Médio: Diversidade Cultural; 

Relações de Poder e Movimentos Sociais;  Mundo do Trabalho e Cidadania . É importante 

que na abordagem desses conteúdos o educador crie situações de aprendizagem,   que 

respeitem   o   perfil   dos   educandos   da   EJA   e   possibilitem   o   diálogo   entre   os   conceitos 

construídos cientificamente e a cultura do educando, considerando a sua História de vida, o 

ambiente cultural e a identidade do grupo. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 153

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

No  intuito   de  contemplar   a   Lei  11.645/08   referente   à  História  e  cultura  afro­

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade 

da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade. 

A abordagem pode ser realizada partindo do não conhecido ao conhecido ou do 

conhecido ao conhecido de outra forma. Os conteúdos não devem ser trabalhados de forma 

isolada ou compartimentada, o estudo deve se dar de forma abrangente no tempo e no 

espaço, como por exemplo, no que refere as questões sociais, as contradições, a Histórica 

local, conteúdos estes que estabeleçam relação entre o local e o global e possibilitem aos 

educandos, compreender as semelhanças e diferenças, as permanências e as  rupturas do 

contexto histórico.

Transformar   os   conteúdos   em   “situações   problemas”   é   imprescindível     para 

demonstrar a relevância do que se vai estudar. O questionamento deve  levar a reflexão 

crítica e permanente, possibilitando a construção de saberes socialmente significativos para 

que o educando interfira no sentido de transformar a sociedade, em que vive. Dessa forma o 

ensino de História será sempre possibilidade e nunca determinação.

É  essencial  no processo ensino­aprendizagem que a teoria esteja em sintonia 

com  a  prática,   respeitando  os  níveis   de   compreensão  dos  educandos   sobre  a  própria 

realidade.

Em   suma,   esse   processo   deve   contribuir   para   formar   um   educando   leitor   e 

escritor,   que   se   aproprie   dos   conhecimentos   históricos,   a   partir   da   leitura,   análise   e 

interpretação de diversas linguagens, bem como da produção de textos orais e escritos, que 

valorizem o fazer e o refletir. Também é importante que o educando da EJA possa ampliar a 

sua leitura de mundo percebendo­se como sujeito da História na busca da autonomia e da 

cidadania.

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS

Ensino Fundamental e Ensino Médio

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Relações de trabalho 

Relações de poder Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 154

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Relações culturais   

CONTEÚDOS BÁSICOS

Ensino Fundamental

A EXPERIÊNCIA HUMANA NO TEMPO

Tempo e memória

As periodizações e as diversas temporalidades

Fontes e documentos históricos

Narrativas históricas no tempo: oral e escrita

OS SUJEITOS E SUA RELAÇÃO COM O OUTRO NO TEMPO

O surgimento da humanidade na África

Cultura indígena, africana e dos imigrantes europeus e asiáticos

Crianças, jovens e idosos no Brasil e no mundo

Sociedade s: comunitária, matriarcal, patriarcal

CULTURA LOCAL E CULTURA COMUM

Mitos, lendas e cultura popular

Festas e religiosidade

A constituição do pensamento científico: Antiguidade clássica e transição da Idade Média 

para Moderna

Remanescentes dos Quilombos

HISTÓRIA DAS RELAÇÕES DA HUMANIDADE COM O TRABALHO O TRABALHO E A 

VIDA EM SOCIEDADE. 

Trabalho nas sociedades: indígenas, patriarcal, escravocrata

Mocambos e Quilombos: resistência na colônia 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 155

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

História do trabalho nas primeiras sociedades humanas

Trabalho e vida cotidiana nas colônias espanholas: a mita

O trabalho assalariado

Trabalho feminino

O TRABALHO E AS CONTRADIÇÕES DA MODERNIDADE 

O trabalho na antiguidade clássica

As três ordens no imaginário feudal

Desvalorização do trabalho no Brasil Colônia el Imperial

Busca pela cidadania no Brasil Império

As três ordens no imaginário feudal

As corporações de ofício

O nascimento das fábricas e a vida cultural em seu entorno

OS TRABALHADORES E AS CONQUISTAS DE DIREITO RESISTÊNCIA E CONQUISTA 

DOS DIREITOS    

Discriminação

Consciência negra e a luta dos escravos contra os senhores

Congadas como forma de resistência

Declaração dos direitos do homem e do cidadão

Ludismo

Os primeiros sindicatos

Movimento sufragista

A FORMAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES

Cacicado e os jesuítas no Brasil

Irmandades católicas e as religiões afrodescendentes

O surgimento das prisões, hospitais bancos e universidades

Ordens religiosas

Guildas e corporações de ofício

O surgimento das empresas transnacionais Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 156

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

A FORMAÇÃO DO ESTADO

Monarquia

República: aristocracia, ditadura, democracia

Quilombos

Formação do estado Nação brasileiro

Constituições brasileiras

Os três poderes

A constituição do MERCOSUL

A formação dos reinos africanos

Monarquia e nobreza medieval

O estado absolutista europeu

O imperialismo no séc. XX

Formação dos blocos econômicos

SUJEITOS, GUERRAS E REVOLUÇÕES

Revoltas indígenas e quilombolas

Revoltas no Brasil Colônia e Império

Movimentos: abolicionista, anarquista, tenentista, comunista.

Movimento de redemocratização

Revoltas na antiguidade clássica

Heresias na Idade Média­ mulheres

Revoltas religiosas

Revoluções socialistas

AS RELAÇÕES DE PROPRIEDADE

Terras coletivas (indígenas e outros), latifúndio, minifúndio

Reforma agrária no Brasil

Sociedades oligárquicas e latifundiárias no Brasil e no Paraná

RELAÇÕES CAMPO CIDADERua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 157

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

As cidades: mineradoras, do tropeirismo, da erva­mate

Os cercamentos

ENSINO MÉDIO

CONTEÚDOS 

1. RELAÇÕES DE TRABALHO

1. Conceito de trabalho

2. Trabalho compulsório e livre: escravo, servil, assalariado

3. O trabalho nas mais diferentes sociedades

4.  Transição do trabalho escravo e a construção do trabalho livre e assalariado

5. O trabalho nas sociedades contemporâneas

2. URBANIZAÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO

• O conceito de cidade

• As cidades ontem e hoje

• Urbanização e industrialização no Brasil

• Urbanização e industrialização no séc. XIX 

• Urbanização e industrialização nas sociedades contemporâneas

• Industrialização e urbanização no Paraná

• O Paraná no contexto do capitalismo

3­ ESTADO E AS RELAÇÕES DE PODER

1. Conceito de poder e de estado

2. Formas   de   estado   e   suas   doutrinas:   capitalismo,   socialismo,   liberalismo, 

neoliberalismo, Estado de Bem estar social

3. Emancipação do Paraná

4. Populismo e ditaduras na América latina

4. MOVIMENTOS SOCIAIS

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 158

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

  Conceitos: revolução, classe social e gênero

•  As lutas femininas

•  Lutas da plebe na Roma antiga

•  Resistências camponesas na Idade Média

•  As lutas dos escravos e indígenas no Brasil

•  Movimentos de resistências no Paraná: Contestado, Sem Terra

•  Movimentos contemporâneos no Brasil

•  Estados africanos e guerras étnicas

5. CULTURA E RESISTÊNCIA

• Religiosidade:   africanos,  americanos,   asiáticos,   europeus;   xamanismo,   totemismo, 

animismo (procurar)

Grandes religiões: judaísmo, cristianismo, islamismo, confucionismo, budismo.

• Teocentrismo e antropocentrismo

•  Reforma e contra reforma

• Cultura africana e indígena

• Manifestações populares: congada, cavalhada, fandango, folia de reis.

AVALIAÇÃO

De acordo com os pressupostos a avaliação será vista na sua totalidade, para 

tanto   diferenciando   critérios  de   instrumentos.   Os   primeiros   implicam   em   se   ter   clareza 

daquilo que se pretende. Portanto os critérios serão: conhecimento do código e linguagem 

formal para realização de leitura, interpretação e compreensão dos textos e narrativas em 

geral e  igualmente para produzir suas próprias narrativas e nestas os alunos necessitam 

evidenciar a compreensão e apropriação de conceitos chaves essenciais na disciplina de 

história.

Outro   aspecto   são   os  instrumentos:  provas   formais,   pesquisas   bibliográficas, 

produções narrativas escritas ou orais com base em leitura, compreensão e interpretação, 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 159

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

participação efetiva em sala de aula em seminários e debates, o que significa leitura em 

classe   e   extra­classe.   O   pressuposto   da   participação   efetiva   requer   pontualidade   e 

assiduidade para que se processe a efetivação da avaliação processual e contínua.

REFERÊNCIAS

VÁRIOS AUTORES. HISTÓRIA. Curitiba: SEED­PR, 2008.

FIGUEIRA, Divalte Garcia. HISTÓRIA. 1º ED. São Paulo: Ática, 2005.

GOMES JUNIOR, J. SILVA, G. L. COSTA, P. A. B. (orgs). Curitiba:UFPR/PROEC, 2008.

SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2006.

Secretaria   de   Estado   de   Educação   do   Paraná.  Diretrizes   Curriculares   da   Educação Básica de História. Curitiba: 2008.

BITTENCOURT, Circe (Org.).  O saber histórico na sala de aula.  São Paulo: Contexto, 1998.BLOCH, Marc. Introdução à história. Lisboa, Portugal: Europa­América, 1997. 

CABRINI, Conceição et. al. O ensino de história: revisão urgente. São Paulo: Brasiliense, 1986.

DAVIES, Nicholas (Org.). Para além dos conteúdos no ensino de história. Niterói: Eduff,

FREIRE, Paulo.  Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz    e Terra, 1987. 

KARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003. 

SILVA, Marcos A. da (Org.). Repensando a história. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1984. 

SILVA, Thelma Nobre Machado Bittencourt & RABELLO, Heloisa de Jesus.  O ensino da história. Niterói, RJ: Eduff, 1992.

DISCIPLINA DE GEOGRAFIA 

CONCEPÇÃO DO ENSINO DA GEOGRAFIA

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 160

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Atualmente, a grande velocidade com que vem ocorrendo as transformações no 

espaço   planetário,   tem   levado   a   escola   a   rever   conceitos   e   metodologias,   pois   esses 

refletem diretamente nos elementos fundamentais do ensino da Geografia.

Para   iniciar   a   reflexão   sobre   o   ensino   de   Geografia   se   colocam   algumas 

questões: O que é Geografia? Para que serve? Como ensinar Geografia?

Para responder a essas questões, faz­se necessário esclarecer que a Geografia 

como ciência, sofreu ao longo da história profundas transformações, tanto em nível teórico 

quanto metodológico. Até as primeiras décadas do século XX, predominavam nas escolas 

concepções tradicionais e os livros se limitavam a uma Geografia puramente descritiva e 

enumerativa, tipo catálogo. Os educandos eram obrigados a memorizar listas intermináveis 

de nomes e números, ou confundiam a Geografia com a topografia e a cartografia.

Esta Geografia tradicional, centrada na observação e na descrição principalmente 

do quadro natural estrutura­se em três aspectos: os físicos, os humanos e os econômicos.

Os aspectos  físicos, nesta concepção, são considerados os mais  importantes. 

Abrangem especialmente a hidrografia (rios, bacias hidrográficas, redes fluviais e tudo o que 

se refere ao mundo das águas); o relevo (planícies, planaltos, serras – ou seja, as formas da 

superfície terrestre); o clima (calor, frio, geada, neve e estados do tempo em geral); e a 

vegetação (florestas, campos, cerrados, caatinga e temas relacionados à distribuição das 

espécies vegetais pela superfície terrestre). 

Os aspectos humanos referem­se ao homem “inserido” no quadro natural, como 

se a paisagem tivesse sido moldada para recebê­lo e fornecer­lhe suas “dádivas”, ou seja, 

seus recursos: solo, água, animais, vegetais e minerais, por exemplo.

Por   fim,   na   parte   econômica   busca­se   explicar   como   o   homem   explora   e 

transforma o ambiente por meio das atividades econômicas, expressas pela seguinte ordem: 

extrativismo, agricultura, pecuária, indústria, comércio, serviços e meios de transporte – a 

circulação no território.

Observa­se que, na Geografia tradicional, o ensino desenvolve­se por meio de 

blocos (Geografia física, humana e econômica) que não se relacionam nem internamente, 

nem entre si, desarticulados no espaço e no tempo. Na Geografia física, por exemplo, não é 

estabelecida uma relação entre clima, solo, relevo e hidrografia, faz­se uma descrição sem 

correlações entre os elementos. Com tudo isso, segundo MORAES (1993, p.93), no Brasil, 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 161

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

“a   partir   de   1970,   a   Geografia   Tradicional   está   definitivamente   enterrada;   suas  

manifestações,  dessa data em diante,  vão soar  como sobrevivências,   resquícios de um 

passado já superado”.

Assim,  se  faz necessário   repensar  o ensino e a construção do conhecimento 

geográfico, bem como a serviço de quem está esse conhecimento. Qual o papel do ensino 

de Geografia na formação de um cidadão crítico da organização da realidade socioespacial.

A partir da compreensão do espaço geográfico como “um conjunto indissociável, 

solidário   e   também   contraditório   de   sistemas,   de   objetos   e   sistemas   de   ações,   não 

considerados  isoladamente,  mas como quadro  único  no qual  a  história  se dá”,    Santos 

(1996, p.51), propõe uma concepção de geografia que possibilite  ao educando desenvolver 

um conhecimento do espaço, que o auxilie na compreensão do mundo, privilegiando a sua 

dimensão socioespacial. Para MORAES (1998, p.166), “formar o  indivíduo crítico implica 

estimular   o   aluno  questionador,   dando­lhe  não  uma  explicação  pronta   do  mundo,  mas 

elementos   para   o   próprio   questionamento   das   várias   explicações.   Formar   o   cidadão 

democrático   implica   investir   na   sedimentação   no   aluno   do   respeito   à   diferença, 

considerando a pluralidade de visões como um valor em si”.

Nesse contexto, a Geografia explicita o seu objetivo, de analisar e interpretar o 

espaço geográfico, partindo da compreensão de que o espaço é entendido como produto 

das múltiplas,  reais e complexas relações, pois, como mostra SANTOS (2001, p.174) “vive­

se em um mundo de indefinição entre o real e o que imagina­se dele”. E, em conformidade 

com RESENDE (1986, p.181) “é preciso reconhecer a existência de uma saber geográfico,  

que é  próprio do educando trabalhador, um saber que está  diretamente ligado com sua  

atitude   intelectiva,   respondendo   sempre   ao   seu   caráter   social,   objetivo,   de   um   todo  

integrado, um espaço real”.

Desse modo,  à  Geografia  escolar  cabe  fornecer   subsídios  que permitam aos 

educandos compreenderem a realidade que os cerca em sua dimensão espacial, em sua 

complexidade e em sua velocidade, onde o espaço seja entendido como o produto das 

relações reais, que a sociedade estabelece entre si e com a natureza. Segundo CARLOS 

(2002,  p.165)   “A sociedade não é  passiva  diante  da  natureza;  existe  um procedimento 

dialético  entre  ambas  que   reproduz  espaços  e  sociedades  diferenciados  em  função  de 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 162

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

momentos históricos específicos e diferenciados. Nesse sentido, o espaço é humano não 

porque o homem o habita, mas porque o produz”.

Compreender as contradições presentes no espaço é o objetivo do conhecimento 

geográfico, ou seja, perceber além da paisagem visível.

Torna­se urgente, assim, romper com a compartimentalização do conhecimento 

geográfico.  Neste  sentido,   faz­se  necessário  considerar  o  espaço geográfico  a  partir  de 

vários   aspectos   interligados   e   interdependentes,   os   fenômenos   naturais   e   as   ações 

humanas, as transformações impostas pelas relações sociais e as questões ambientais de 

alcance planetário, não desprezando a base local e regional.

Nesse contexto, o homem passa a ser   visto como sujeito, ser social e histórico 

que produz o mundo e a si  próprio.  Segundo CAVALCANTI (1998, p.192) “O ensino de 

geografia deve propiciar ao aluno a compreensão de espaço geográfico na sua concretude, 

nas suas contradições,  contribuindo para a  formação de  raciocínios e concepções mais 

articulados  e  aprofundados  a   respeito  do  espaço,  pensando  os   fatos  e  acontecimentos 

mediante várias explicações”. 

O   ensino   de   Geografia   comprometido   com   as   mudanças   sociais   revela   as 

contradições   presentes   na   construção   do   espaço,   inerentes   ao   modo   como   homens   e 

mulheres transformam e se apropriam da natureza. Nesta perspectiva, há  que se tornar 

possível ao educando perceber­se como parte integrante da sociedade, do espaço e da 

natureza.  Daí   a   possibilidade   dele  poder   (re)pensar   a   realidade  em  que  está   inserido, 

descobrindo­se nela e percebendo­se na sua totalidade, onde revelam­se as desigualdades 

e as contradições. Sob tal perspectiva, o ensino de Geografia contribui na formação de um 

cidadão mais completo, que se percebe como agente das transformações socioespaciais, 

reconhecendo as temporalidades e o seu papel ativo nos processos.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Percebe­se que a prática metodológica no tocante ao ensino de Geografia, tem 

sido assentada em aulas expositivas, na leitura de textos e em questionários com respostas 

pré­determinadas, tendo como objetivo a memorização dos conteúdos. Porém, tal prática 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 163

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

tem   se   mostrado   insuficiente   para   que   se   concretize   a   construção   do   conhecimento 

geográfico.   Portanto,   faz­se   necessário   repensar   a   metodologia   para   que,   de   fato,   se 

assegurem os objetivos a que a disciplina de Geografia se propõe.

É   preciso  que  o  educando  se  perceba  enquanto  sujeito,   como  produto  e  ao 

mesmo tempo   transformador do espaço, por meio de suas ações e até mesmo de suas 

omissões.

É importante que a escolha da metodologia possibilite ao educando mecanismos 

de análise e reflexão sobre sua condição. Segundo FREIRE (1983, p.61): “não há educação 

fora   das   sociedades   humanas   e   não   há   homens   isolados”,   portanto,   é   importante   a 

valorização dos saberes que os educandos possuem e que foram acumulados ao longo de 

suas existências. Esses saberes devem ser o ponto de partida para a construção de outros 

saberes. No caso da Geografia, tais pressupostos se tornam mais evidentes e necessários.

A realidade dos educandos deve ser valorizada e a metodologia deve tornar os 

conteúdos   significativos   para   que,   por   intermédio   do   diálogo,   se   busque   explicitar   e 

oportunizar   a   observação,   a   análise   e   a   reflexão,   categorias   essenciais   para   o 

desenvolvimento de “um olhar geográfico” da realidade, ou seja, do mundo vivido.

Nessa   perspectiva   a   problematização   surge   como   metodologia   para   a 

abordagem dos conteúdos ou temas. Problematizar significa levantar questões referentes ao 

tema e ao cotidiano dos educandos, o que  implica em expor as contradições que estão 

postas, buscar explicações e relações  e construir conceitos. Exemplo: ao trabalhar o tema 

“Indústrias no Brasil”, escolher uma indústria local e questionar:

1­ Qual a necessidade de termos uma indústria na nossa cidade?

2­ Quais mudanças foram provocadas por sua instalação?

3­ Qual a sua importância para o município, estado, país?

4­ Qual  sua importância para a população?

5­ Por que ela se instalou nessa região?

6­ Como é seu processo produtivo?

7­ Quais impactos vêm causando no ambiente?

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 164

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Se não houver   indústria   local,  problematizar  a   razão disso e  questionar  se  é 

necessário uma indústria para garantir qualidade de vida na comunidade ou na cidade.

A   problematização   pressupõe   que   se   estabeleça   o   diálogo,   ou   seja,   que   o 

educando seja ouvido, o que significa envolve­lo na construção do conhecimento.

  No  intuito  de contemplar  a  Lei  11.645/08  referente  à  História  e  cultura afro­

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade 

da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade. 

CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA

Ensino Fundamental e Médio

Os conteúdos propostos são os mesmos para o Ensino Fundamental e para o 

Ensino Médio. A abordagem dos conteúdos deve ser diferenciada nos níveis de ensino a 

partir do grau de aprofundamento e de complexidade dos textos.

Os   conteúdos   devem   ser   trabalhados   em   diferentes   escalas:   local,   regional, 

nacional e mundial.

Porém é necessário que o educador perceba que o espaço geográfico só pode 

ser  entendido em sua  totalidade,  sendo que os  recortes de análise espacial  devem ser 

apenas  procedimentos  operacionais  para  decompor  o  espaço,   para  depois   recompô­lo, 

sobretudo para facilitar a compreensão do educando.

ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 165

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Dimensão econômica do espaço geográfico

Dimensão política do espaço geográfica

Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico

Dimensão socioambiental do espaço geográfico

Conteúdos Básicos:

• Formação e transformação das paisagens naturais e culturais

• Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e 

produção

• A formação, localização e exploração dos recursos naturais.

• A distribuição espacial das atividades   produtivas, a transformação da paisagem, a 

(re)organização do espaço geográfico. 

•  As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista 

• A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade cultural

• A   evolução   demográfica,   a   distribuição   espacial   da   população   e   os   indicadores 

estatísticos.

• As diversas regionalizações do espaço geográfico

• Formação  território brasileira

• A formação,  mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território brasileiro. 

• As diversas  regionalizações do espaço brasileiro

• A mobilidade populacional e as manifestação socioespaciais da diversidade cultural

• A   evolução   demográfica   da   população,   sua   distribuição   espacial   e   indicadores 

estatísticos.

• Movimentos migratórios e suas motivações

• O espaço rural e a modernização da agricultura

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 166

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

•  Os movimentos sociais, urbanos e rurais, e a apropriação do espaço.

• O   formação,   o   crescimento   das   cidades,   a   dinâmica   dos   espaços   urbanos   e   a 

urbanização.

•   A   distribuição   espacial   das   atividades   produtivas,   a   (re)organização   do   espaço 

geográfico 

• A circulação de mão­ de­ obra, das mercadorias e das informações. 

• As diversas regionalizações do espaço geográfico 

• A     formação,   mobilidade   das   fronteiras   e   a   reconfiguração   dos   territórios   do 

continente americano

• A circulação de mão­de­obra, do capital, das mercadorias e informações 

• A   distribuição   espacial   das   atividades   produtivas,   a   (re)organização   do   espaço 

geográfico 

•  As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista

• O espaço rural e a modernização da agricultura 

•   A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial  e os indicadores 

estatísticos

• A formação, o localização, exploração  dos recursos naturais

• A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado

• A   revolução   tecnico­científico­informacional   e   os   novos   arranjos   no   espaço   da 

produção

• O comércio mundial e as implicações socioespaciais.

• A  formação,  mobilidade das fronteiras e a reconfiguração territórios.

• A evolução demográfica da população,  sua distribuição espacial  e  os  indicadores 

estatísticos

• A mobilidade populacional e as manifestações sociespaciais da diversidade cultural 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 167

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações.

• A   distribuição   das   atividades   produtivas,   a     transformação   da   paisagem   e   a 

(re)organização do espaço geográfico 

•  A formação, localização, exploração dos recursos naturais;

•  A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração 

e produção

• O  espaço   em   rede:   produção,   transporte   e   comunicações   na   atual   configuração 

territorial.

ENSINO MÉDIO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:

Dimensão econômica do espaço  geográfico

Dimensão política do espaço geográfica

Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico

Dimensão socioambiental do espaço geográfico

Conteúdos Básicos:

• A formação e transformação das paisagens.

• A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e 

produção.

• A distribuição espacial das atividades produtivas, a transformação da paisagem, a 

(re)organização do espaço geográfico  

• A formação, localização e  exploração  dos recursos naturais.  

• A revolução técnico­científica­informacional e os novos arranjos no espaço da 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 168

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

produção;

• O espaço rural e a modernização da agricultura.

• O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual configuração 

territorial.

• A circulação de mão­de­obra, do capital, das mercadorias e das informações

• Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios 

• As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista.

• A formação e o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a 

urbanização recente.

• Os movimentos sociais, urbanos e rurais,  e a  apropriação do espaço.

• A evolução demográfica, a distribuição espacial da população e os indicadores 

estatísticos.   

• Os movimentos migratórios e suas motivações.

• A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade cultural.

• O comércio e as implicações socioespaciais.

• As diversas regionalizações do espaço geográfico. 

• As  implicações socioespaciais do processo de mundialização.

• A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.

AVALIAÇÃO

A Lei  de Diretrizes e Bases da Educação Nacional  (LDBEN) determina que a 

avaliação do processo de ensino­aprendizagem seja formativa, diagnóstica e processual. 

Respeitando o prenúncio da lei, cada escola da rede estadual de ensino, ao construir seu 

Projeto Político Pedagógico, deve explicitar detalhadamente a concepção de avaliação que 

orientará a prática dos professores. Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 169

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Propõe­se,   nestas   Diretrizes,   que   a   avaliação   deve   tanto   acompanhar   a 

aprendizagem   dos   alunos   quanto   nortear   o   trabalho   do   professor.   Para   isso,   deve   se 

constituir numa contínua ação reflexiva sobre o fazer pedagógico. Nessa perspectiva, 

Nessa concepção de avaliação, considera­se que os alunos têm diferentes ritmos 

de aprendizagem, identificam­se dificuldades e isso possibilita a intervenção pedagógica a 

todo  o   tempo.   O  professor   pode,   então,   procurar   caminhos  para  que   todos  os  alunos 

aprendam e participem das aulas. 

Assim, recomenda­se que a avaliação em Geografia seja mais do que a definição 

de   uma   nota   ou   um   conceito.   Desse   modo,   as   atividades   desenvolvidas   ao   longo   do 

desenvolvimento  das  aulas  devem possibilitar  ao  aluno  a  apropriação  dos  conteúdos  e 

posicionamento crítico frente aos diferentes contextos sociais. 

O processo de avaliação deve considerar, na mudança de pensamento e atitude 

do aluno, alguns elementos que demonstram o êxito do processo de ensino/ aprendizagem, 

quais   sejam:  a  aprendizagem,  a  compreensão,  o  questionamento  e  a  participação  dos 

alunos.  Ao   destacar   tais   elementos   como   parâmetros   de   qualidade   do   ensino   e   da 

aprendizagem, rompe­se a concepção pedagógica da escola tradicional que destacava tão 

somente a memorização, a obediência e a passividade (HOFFMANN, 1993). 

O processo de aprendizagem discutido por Vygotsky é condicionado pelo conflito/ 

confronto entre as idéias, os valores, os posicionamentos políticos, a formação conceitual 

prévia   dos   alunos   e   as   concepções   científicas   sobre   tais   elementos.   Esse   método 

pedagógico dialético possibilita a (re)construção do conhecimento, em que o processo de 

aprendizagem atinge,   ao   longo  da  escolarização,   diferentes  graus  de   complexidade  de 

acordo com o desenvolvimento cognitivo dos alunos (CAVALCANTI, 2005). 

Nessa concepção de avaliação, considera­se que os alunos têm diferentes ritmos 

de aprendizagem, identificam­se dificuldades e isso possibilita a intervenção pedagógica a 

todo  o   tempo.   O  professor   pode,   então,   procurar   caminhos  para  que   todos  os  alunos 

aprendam e participem das aulas. 

Assim, recomenda­se que a avaliação em Geografia seja mais do que a definição 

de uma nota ou um conceito. Desse modo, as atividades desenvolvidas ao longo do ano 

letivo devem possibilitar  ao aluno a apropriação dos conteúdos e posicionamento crítico 

frente aos diferentes contextos sociais. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 170

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

O processo de avaliação deve considerar, na mudança de pensamento e atitude 

do aluno, alguns elementos que demonstram o êxito do processo de ensino/ aprendizagem, 

quais   sejam:  a  aprendizagem,  a  compreensão,  o  questionamento  e  a  participação  dos 

alunos.  Ao   destacar   tais   elementos   como   parâmetros   de   qualidade   do   ensino   e   da 

aprendizagem, rompe­se a concepção pedagógica da escola tradicional que destacava tão 

somente a memorização, a obediência e a passividade (HOFFMANN, 1993). 

O processo de aprendizagem discutido por Vygotsky é condicionado pelo 

conflito/confronto entre as idéias, os valores, os posicionamentos políticos, a formação 

conceitual prévia dos alunos e as concepções científicas sobre tais elementos. Esse método 

pedagógico dialético possibilita a (re)construção do conhecimento, em que o processo de 

aprendizagem atinge, ao longo da escolarização, diferentes graus de complexidade de 

acordo com o desenvolvimento cognitivo dos alunos (CAVALCANTI, 2005).

A prática docente, sob os fundamentos teórico­metodológicos discutidos nestas 

Diretrizes Curriculares, contribui para a formação de um aluno crítico, que atua em seu meio 

natural e cultural e, portanto, é capaz de aceitar, rejeitar ou mesmo transformar esse meio. É 

esse resultado que se espera constatar no processo de avaliação do ensino de Geografia. 

Para isso, destacam­se como os principais critérios de avaliação em Geografia a 

formação dos conceitos geográficos básicos e o entendimento das relações socioespaciais  

para compreensão e  intervenção na realidade. O professor  deve observar  se os alunos 

formaram  os   conceitos   geográficos  e   assimilaram  as   relações   Espaço    Temporais   e↔  

Sociedade   Natureza para compreender o espaço nas diversas escalas geográficas. ↔

No entanto, ao assumir a concepção de avaliação formativa, é importante que o 

professor   tenha   registrado,   de   maneira   organizada   e   precisa,   todos   os   momentos   do 

processo de ensino­aprendizagem, bem como as dificuldades e os avanços obtidos pelos 

alunos, de modo que esses registros tanto explicitem o caráter processual e continuado da 

avaliação quanto atenda às exigências burocráticas do sistema de notas. 

Será necessário, então, diversificar as técnicas e os instrumentos de avaliação. 

Ao   invés   de   avaliar   apenas   por   meio   de   provas,   o   professor   pode   usar   técnicas   e 

instrumentos que possibilitem várias formas de expressão dos alunos, como: 

• interpretação e produção de textos de Geografia; 

• interpretação de fotos, imagens, gráficos, tabelas e mapas; 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 171

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• pesquisas bibliográficas; 

• relatórios de aulas de campo; 

• apresentação e discussão de temas em seminários; 

•  construção,   representação  e  análise  do espaço  através  de maquetes,  entre 

outros. 

A avaliação é parte do processo pedagógico e, por isso, deve tanto acompanhar a 

aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do professor. Ela permite a melhoria do 

processo   pedagógico   somente   quando   se   constitui   numa   ação   reflexiva   sobre   o   fazer 

pedagógico. Não deve ser somente a avaliação do aprendizado do aluno, mas também uma 

reflexão   das   metodologias   do   professor,   da   seleção   dos   conteúdos,   dos   objetivos 

estabelecidos   e   podem   ser   um   referencial   para   o   redimensionamento   do   trabalho 

pedagógico. 

Nestas Diretrizes Curriculares de Geografia para a Educação Básica, valoriza­se 

a noção de que o aluno possa, durante e ao final do percurso, avaliar a realidade sócio 

espacial em que vive, sob a perspectiva de transformá­la, onde quer que esteja.

REFERÊNCIAS

CARLOS, Ana Fani A.  A Geografia brasileira hoje: Algumas reflexões. São Paulo: Terra Livre/AGB, vol. 1, nº 18, 2002.

CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos, (org.) Geografia em sala de aula: Práticas e Reflexões. Porto Alegre, RS: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul/AGB, 1999.

CAVALCANTI, L.S. Geografia: escola e construção de conhecimentos. Campinas: Papirus, 1998.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.MORAES, Antonio C R. Geografia: Pequena História Crítica. São Paulo: Hucitec, 1993.MOREIRA, Ruy. O que é Geografia. São Paulo: Brasiliense, 1981.Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: 

Record, 2001.PARANÁ.   Secretaria   de   Estado   da   Educação.  Diretrizes   Curriculares   da   Educação 

Básica  – Geografia. Curitiba: 2008. RESENDE, M.S. A Geografia do aluno trabalhador. São Paulo: Loyola, 1986.RODRIGUES, Neidson. Por uma nova escola. São Paulo: Cortez, 1987.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 172

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

SANTOS, Milton.  A Natureza do Espaço:  técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.

DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA

CONCEPÇÃO DO ENSINO 

Historicamente, a sociedade tem assumido, características capitalistas e a busca 

da compreensão destas, entre outras coisas, tem sido a preocupação da Sociologia para 

sua consolidação como ciência. 

O período de conformação do capitalismo foi marcado por profundas mudanças 

na organização social que fizeram com que seus contemporâneos buscassem explicações 

para os fenômenos sociais com os quais conviviam. 

As antigas formas organizativas do mundo foram sucessivamente alteradas pelas 

experiências da Modernidade que propõe, entre outras coisas, a utilização  da razão como 

formatadora   da   realidade.   Sendo   assim,   várias   relações   sociais   cotidianas   foram 

transformadas neste processo. 

O capitalismo com sua nova  forma de organização das relações sociais  e  de 

trabalho,   traz   em   seu   bojo   questões   econômicas/culturais   que   precisam   de   respostas. 

Surgem então os pensadores da Sociologia que buscam dar conta destas questões através 

da  elaboração  de   teorias  explicativas  dessa  dinâmica     social,   sob  diferentes  olhares  e 

posicionamentos políticos. 

Com Augusto Comte (1798­1857) surge o termo Sociologia, este autor buscará 

criar um método específico para o estudo da sociedade, já  que acreditava que a ciência 

deveria   ser   usada   na   organização   das   mesmas   e   afirmando   que   a   ordem   levaria   ao 

progresso. 

Émile Durkheim (1858­1917) irá utilizar­se de conceitos de Comte na elaboração 

e consolidação de uma ciência que tenta entender a sociedade e as relações sociais. Para 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 173

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Durkheim o sujeito faz parte da sociedade e a sociedade o  compõe, então, a mesma só faz 

sentido se :” compreendida como um conjunto cuja existência própria, independentemente 

de manifestações individuais, exerce sobre cada ser humano uma coerção exterior, a partir 

de pressões e obrigatoriedades porque, de alguma forma ela não “cabe” na sua totalidade, 

na mente de cada indivíduo” (SEED, 2006, p.21). Sendo assim, a precedência da sociedade 

sobre os indivíduos faz com que a cooperação seja necessária à organização social. Tal 

cooperação só pode existir no consenso, daí caber à educação papel fundamental neste 

processo. 

Em   Max   Weber(1864­1920)   a   orientação   vai   num   outro   sentido,   para   ele   o 

indivíduo prevalece sobre a sociedade. Ele estabelece a Sociologia Compreensiva que vai 

buscar  entender  a  sociedade partindo da compreensão das ações  individuais.  Para  ele 

“compreender a sociedade é analisar os comportamentos movidos pela racionalidade dos 

sujeitos com relação aos outros, é compreender o agir dos homens que se relacionam uns 

com os outros, de acordo com um cálculo e uma finalidade que tem por base as regras”.

(SEED, 2006, p.22). 

A   sociedade   estaria   marcada,   então,   pelo   desenvolvimento   da   racionalidade, 

rumando a “burocratização”. Caberia, pois, a educação o papel de “(...) prover os sujeitos de 

conteúdos especializados, eruditos, e de disposições que os predisponham a ter condições 

– conduta de vida e conhecimento especializados – necessárias para realizar suas funções 

de perito na burocracia profissional” (SEED, 2006, p22). 

Outro autor relevante para o entendimento das sociedades é  Karl Marx (1818­

1883). Muito embora Marx não esteja preocupado com a constituição de uma ciência, suas 

reflexões são importantes para a compreensão das sociedades. Buscando compreender a 

sociedade capitalista e apontar uma direção para sua transformação, Marx desvenda os 

mecanismos de exploração e manutenção das relações sociais apontando para o fato das 

sociedades estarem divididas em classes, enunciou “(...) como lei de validade geral que a 

história das sociedades é movida pela luta entre as classes sociais. (SEED, 2006, p.21). 

Ainda de acordo com o autor, a educação é um mecanismo que, conforme seu conteúdo de 

classe, pode oprimir ou emancipar o homem. 

Desde então, a preocupação com a sociedade e as relações sociais tem  sido a 

principal preocupação desta ciência, ou seja, entender, explicar e questionar os mecanismos 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 174

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

de   produção,   organização,   domínio,   controle   e   poder   institucionalizados   ou   não,   que 

resultam em relações sociais de maior ou menor exploração ou igualdade, possibilitando 

aos indivíduos compreender e atuar de forma efetiva sobre a realidade que os cercam. 

É neste contexto que se faz necessária a introdução desta disciplina na Educação 

de Jovens e Adultos, tendo em vista que a mesma tem o compromisso com a formação 

humana e o acesso à cultura geral, a Sociologia contribuirá no desempenho de tal tarefa, na 

medida em que propicia aos educandos a possibilidade de uma maior compreensão da 

sociedade onde o mesmo vive e sua atuação sobre a mesma. 

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO 

No   ensino   da   Sociologia  propõe­se   que   sejam   redimensionados   aspectos   da 

realidade por meio de uma análise didática e crítica dos problemas sociais. 

É preciso, entretanto, levar em conta as particularidades da Educação de Jovens 

e Adultos, que tem por base o reconhecimento do educando como sujeitos do aprendizado,  

um compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral. Sendo assim, os 

conteúdos específicos deverão estar articulados à  realidade, considerando sua dimensão 

sócio­histórica, vinculado ao mundo do trabalho, à  ciência, às novas tecnológicas, dentre 

outras coisas. 

Neste sentido, destacam­se os conteúdos específicos da disciplina não precisam 

ser   trabalhados,  necessariamente,  de   forma sequencial,  do  primeiro ao  último conteúdo 

listado, podendo ser alterada a ordem dos mesmos sem problemas para compreensão, já 

que eles, apesar de estarem articulados, possibilitam sua apreensão sem a necessidade de 

uma “amarração” com os demais. 

Sugere­se,   no   entanto,   que   a   disciplina   seja   iniciada   com   uma   rápida 

contextualização do surgimento da Sociologia, bem como a apresentação de suas principais 

teorias na análise/compreensão da realidade. 

No   ensino   de   Sociologia   é   necessária   a   adoção   de   múltiplos   instrumentos 

metodológicos, instrumentos estes, que devem adequar­se aos objetivos pretendidos, seja a 

exposição, a leitura e esclarecimentos do significado dos conceitos e da lógica dos textos 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 175

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

(teóricos, temáticos, literários), sua análise e discussão, a apresentação de filmes, a audição 

de músicas,  enfim,  o  que  importa  é  que o educando seja constantemente  provocado a 

relacionar a teoria com o vivido, a rever conhecimentos e a reconstruir coletivamente novos 

saberes. 

Por   fim,   o   conhecimento   sociológico  deve   ir   além da  definição,   classificação, 

descrição e estabelecimento de correlações dos fenômenos da realidade social. É  tarefa 

primordial do conhecimento sociológico explicitar e explicar problemáticas sociais concretas 

e contextualizadas, de modo a desconstruir pré­noções e preconceitos que quase sempre 

dificultam o desenvolvimento da autonomia intelectual e de ações políticas direcionadas á 

transformação social. 

No   intuito   de   contemplar   a   Lei   11.645/08   referente   à   História   e   cultura  afro­

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade 

da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade. 

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS 

1­Conteúdo estruturante: 

O surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas. 

Conteúdos básicos: 

Modernidade   (Renascimento;   Reforma   Protestante;   Iluminismo;   Revolução   Francesa   e 

Revolução Industrial). 

­ Desenvolvimento das Ciências; 

­ Senso comum e Conhecimento científico; 

­ Teóricos da sociologia: Comte, Durkheim, Weber, Engels e Marx; 

­ Produção Sociológica Brasileira. 

2­Conteúdo estruturante: 

O processo de socialização e as instituições sociais. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 176

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Conteúdos básicos: 

­ Instituições familiares; 

­ Instituições escolares; 

­ Instituições religiosas; 

­ Instituições políticas, dentre outras. 

3­Conteúdo estruturante:

Cultura e Indústria Cultural. 

Conteúdos básicos: 

­ Conceitos antropológicos de cultura; 

­ Diversidade cultural; 

­ Relativismo; 

­ Etnocentrismo; 

­ Identidade; 

­ Sociedade de consumo; 

­ Cultura de massa – cultura erudita e cultura popular; 

­ Questões de gênero e outras minorias. 

4­Conteúdo Estruturante: 

Trabalho, produção e classes sociais; 

Conteúdos básicos: 

­ Salário e lucro; 

­ Desemprego, desemprego conjuntural e desemprego estrutural; 

­ Subemprego e informalidade; 

­ Terceirização; 

­ Voluntariado e cooperativismo; 

­ Empreendedorismo; 

­ Agronegócios; Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 177

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

­ Empregabilidade e produtividade; 

­ Capital humano; 

­ Reforma trabalhista e Organização Internacional do Trabalho; 

­ Economia solidária; 

­ Flexibilização; 

­ Neoliberalismo; 

­ Reforma agrária; 

­ Reforma sindical; 

­Toyotismo, Fordismo; 

­ Estatização e privatização; 

­ Parcerias público­privadas; 

­ Relações de mercado, entre muitos outros. 

5 – Conteúdo estruturante:

Poder, política e ideologia 

Conteúdos básicos: 

­ Estado Moderno; 

­Tipos de Estados; 

­Conceito de poder; 

­Conceito de dominação; 

­Conceito de Política; 

­Conceito de ideologia. 

6­Conteúdo Estruturante: 

Direitos, cidadania e movimentos sociais. 

Conteúdos básicos: 

­ Conceito moderno de direito; Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 178

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

­ Conceito de movimento social; 

­ Cidadania; 

­ Movimentos sociais urbanos; 

­ Movimentos sociais rurais; 

­ Movimentos sociais conservadores. 

AVALIAÇÃO

A   avaliação,   na   disciplina   de   Sociologia,   não   pode   ser   confundida   com   um 

processo de técnico de medição, neste sentido é preciso repensar os instrumentos utilizados 

nesse   processo,   de   modo   que   os   mesmos   reflitam   os   objetivos   desejados   no 

desenvolvimento   do   processo   educativo,   superando   o   conteudismo,   numa   perspectiva 

marcada pela autonomia do educando. 

Sendo assim, as práticas de avaliação em Sociologia, acompanham as próprias 

práticas de ensino e de aprendizagem da disciplina, seja a reflexão crítica em debates, que 

acompanham os textos ou filmes, seja na produção de textos que demonstrem capacidade 

de articulação entre teoria e prática, seja na pesquisa bibliográfica, enfim, várias podem ser 

as formas, desde que se tenha como perspectiva, ao selecioná­las, a clareza dos objetivos 

que se pretende atingir, no sentido da apreensão, compreensão e reflexão dos conteúdos 

pelo educando. 

REFERÊNCIAS 

ALBORNOZ, S. O que é trabalho. São Paulo: Brasiliense, 1989. ANTUNES, R.  (Org.)  A dialética do trabalho: Escritos de Marx e Engels.  São Paulo: 

Expressão popular, 2004. AZEVEDO, F.  Princípios de Sociologia:pequena introdução ao estudo da Sociologia 

geral. São Paulo: Duas Cidades, 1973. BOBBIO,  N.  Estado,   governo,   sociedade:   por  uma   teoria   geral   da   política.  Rio  de 

Janeiro: Paz e Terra, 1990. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 179

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

BOSI, E.  Cultura de massa e cultura popular: leituras de operárias. 5 ed. Petrópolis: Vozes, 1981. 

COELHO, T. O que é indústria cultural. 15ed. São Paulo: Brasiliense, 1993. COMTE, A . Sociologia. São Paulo: Ática, 1978. DURKHEIM, E. Sociologia. São Paulo: Ática, 1978. GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1973. GIDDENS, A  Sociologia. 6 ed. Porto Alegre: Artmed,2005. GOHN,  M.  G.   (Org.)  Movimentos  sociais  no  início  do século  XXI:  antigos  e  novos 

atores sociais. Petrópolis: Vozes, 2003. LAPLANTINE, F. Aprender antropologia. 12 ed. São Paulo: Brasiliense, 2000. MARX, K. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede pública de 

Educação Básica do Estado do Paraná – Sociologia. Curitiba, 2008. _______.   SECRETARIA   DE   EDUCAÇÃO   DO  ESTADO   DA   EDUCAÇÃO  DO   PARANÁ. 

Diretrizes Curriculares da Rede pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Sociologia. Curitiba, 2008. 

WEBER, M. Sociologia. São Paulo: Ática, 1979. 

DISCIPLINA DE FIILOSOFIA

CONCEPÇÃO DO ENSINO

Esta Proposta Pedagógica Curricular para o Ensino de Filosofia na Educação de 

Jovens e Adultos foi elaborada tendo como referência as Diretrizes Curriculares de Filosofia 

para a Educação Básica do Estado do Paraná e as especificidades desta modalidade de 

ensino que considera os educandos sujeitos de um processo histórico em que a experiência 

vivida fora do processo de educação institucionalizada constitui forte elemento formativo. 

As Diretrizes Curriculares de Filosofia pontuam que ao se tratar de ensino de 

Filosofia, é comum retomar a clássica questão a respeito da cisão entre Filosofia e filosofar. 

Ensina­se  Filosofia  ou  a   filosofar?  Muitos  citam Kant,  para   lembrar  que não é  possível 

ensinar Filosofia e sim a filosofar. Ocorre que para ele não é possível separar a Filosofia do 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 180

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

filosofar. Kant quer afirmar a autonomia da razão filosofante diante da própria filosofia. Do 

mesmo modo Hegel,  não é  possível  conhecer  o  conteúdo da Filosofia  sem  filosofar.  A 

Filosofia constitui seu conteúdo na medida em que reflete sobre ele. A prática da Filosofia 

leva consigo o seu produto não é possível fazer filosofias sem filosofar, nem filosofar sem 

filosofia, porque a Filosofia não é um sistema acabado, nem o filosofar apenas investigação 

dos princípios universais propostos pelos filósofos (GALLO & KOHAN, 2000, p.184). 

Não é  possível   filosofar sem Filosofia  e estudar Filosofia sem filosofar.  Deste 

modo, entende­se que as aulas de Filosofia, na EJA, são espaços de estudo da Filosofia e 

do   filosofar.   A   Filosofia   apresenta­se   como   conteúdo   filosófico   e   também   como   um 

conhecimento que possibilita ao educando da EJA o desenvolvimento de um estilo próprio 

de pensamento. 

As Diretrizes Curriculares para o ensino de Filosofia no Estado do Paraná propõe 

que este ensino seja um espaço para criação de conceitos, unindo a Filosofia e o filosofar 

como atividades indissociáveis que dão vida a aula. 

Seguindo essas Diretrizes, propomos que o trabalho pedagógico com a EJA tome 

esse ensino como criação e ressignificação de conceitos. 

Sobre a necessidade de pensar a Filosofia e o seu ensino com caráter de criação 

de conceitos, Deleuze & Guattari (1992) têm uma significativa contribuição. Mas o conceito é 

dado é criado, está por criar; não é formado, ele próprio se põe em si mesmo, autoposição 

(DELEUZE & GUATTARI, 1992, p, 20). 

Portanto, a Filosofia na EJA, em sua dimensão pedagógica, significa o espaço de 

experiência filosófica, o espaço de criação e provocação do pensamento original, da busca, 

da compreensão, da imaginação da investigação e da criação de conceitos. 

Os conteúdos devem ser trabalhados na perspectiva de pensar problemas com 

significados histórico  e  social  para os  educandos,  e  serão estudados e analisados com 

auxilio   de   fragmentos   de   textos   filosóficos,   que   devem   fornecer   subsídios   para   que   o 

educando   possa   pensar   o   problema,   pesquisar,   fazer   relações,   ressignificar   e   criar 

conceitos. 

Por   isso   é   importante   não   fazer   apenas   uma   leitura   histórica   dos   textos 

filosóficos, o que seria uma atualização de formas antigas que colocaria em risco a atividade 

filosófica.   Ir   ao   texto   filosófico   ou   à   história   da   Filosofia   não   significa   trabalhar   numa 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 181

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

perspectiva   em   que   esses   conteúdos   passem   a   ser   a   única   preocupação   da   aula   de 

Filosofia.  Eles são importantes na medida em que atualizam o problema filosófico a ser 

tratado com os educandos. 

O trabalho realizado em sala de aula deve assegurar, para o educando da EJA, a 

experiência do “específico” da atividade filosófica. Este exercício poderá se manifestar em 

cada   aula   refazendo   o   percurso   filosófico.   O   educador   organiza   a   aula   propondo 

problematizações,   leituras   filosóficas   e   análises   de   textos;   organiza   debates,   propõe 

pesquisas, sistematizações e elaborações de conceitos. 

O ensino de Filosofia na EJA possui uma especificidade que se concretiza na 

relação com o educando com os problemas suscitados, com a busca de soluções nos textos 

filosóficos por meio do diálogo investigativo. 

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Na   EJA,   o   trabalho   pedagógico   com   os   conteúdos   específicos   da   Filosofia 

constitui­se em quatro momentos: a sensibilização; a problematização; a investigação; e a 

criação de conceitos. 

Em sala de aula, o início do conteúdo pode ser facilitado pela exibição de um 

filme ou de uma imagem; da leitura de um texto jornalístico ou literário; da audição de uma 

música; ou tantas outras possibilidades (atividades geralmente conduzidas, pelo educador, 

com o objetivo de investigar e mobilizar possíveis relações entre o cotidiano do educando e 

o conteúdo filosófico a ser desenvolvido) damos o nome a essa etapa de sensibilização. 

Após   a   sensibilização,   inicia­se   o   trabalho   propriamente   filosófico   –   a 

problematização,   a   investigação   e   a   criação   de   conceitos.   Não   significa   dizer   que   a 

sensibilização não possa ocorrer diretamente a partir do conteúdo problematizado. 

A problematização seria o segundo momento, quando o educador e educando 

levantam   questões,   identificam   problemas   e   problematizam   o   conteúdo.   Ë   importante 

ressaltar que o recurso utilizado para a sensibilização seja o filme, a música, ou o texto, 

filosófico ou não, podem ser retomados a qualquer momento no trabalho em sala. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 182

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Problematizando,   o   educador   convida   o   educando   da   EJA   a   investigar   o 

problema em questão, isto se dá por meio do diálogo investigativo. O diálogo investigativo a 

partir do texto e com o texto é o primeiro passo para possibilitar a experiência filosófica em 

sala de aula. Recorrendo à história da Filosofia e aos clássicos, o educando defronta­se 

com as diferentes maneiras de enfrentar o problema e com as possíveis soluções que já 

foram   elaboradas,   que   não   obstante,   podem   não   resolver   o   problema,   mas   orientar   a 

discussão. 

A aula de Filosofia na EJA deve estar na perspectiva de quem dialoga com a 

vida, por isso, é importante que a busca de resolução do problema se preocupe também 

com uma análise atual, fazendo uma abordagem contemporânea que remeta o educando a 

sua própria realidade.  Desta forma, partindo de problemas atuais,  estudados a partir  da 

história  da  filosofia,  do estudo dos  textos clássicos,  da  abordagem realizada por  outras 

ciências,  e de sua abordagem contemporânea, o educando da EJA pode  formular seus 

conceitos   e   construir   seu   discurso   filosófico.  Portanto,   o   texto   filosófico   que   ajudou  os 

filósofos do passado a entender e analisar filosoficamente o problema em questão deve ser 

trazido para o presente. O contemporâneo, no sentido de fazer entender o que ocorre hoje e 

como o educando pode, a partir da história da filosofia, entender os problemas da nossa 

sociedade. Após esse exercício, o educando terá condições de perceber o que está implícito 

nas ideias e de com elas se tornam conhecimentos e por vezes ideologias, criando assim a 

possibilidade de argumentar   filosoficamente,  por  meio  de   raciocínios   lógicos um pensar 

coerente e crítico. 

É imprescindível que a aula de Filosofia seja permeada por atividades individuais 

e coletivas, que organizem e orientem o debate filosófico, dando um caráter  dinâmico e 

investigativo ao ato de filosofar. No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História 

e cultura afro­brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a 

especificidade da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa 

sociedade.

As Diretrizes Curriculares de Filosofia  para a Educação Básica do Estado do 

Paraná  propõe seis  conteúdos estruturantes,  com possibilidades para  a organização do 

ensino de Filosofia, de acordo com o número de aulas disponíveis no curso ou na matriz 

curricular. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 183

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Esses   conteúdos   são   conhecimentos   de   maior   amplitude   e   relevância   que, 

desmembrados   em   um   plano   de   Ensino,   deverão   garantir   conteúdos   significativos   ao 

educando da EJA. Estes conteúdos são: Mito e Filosofia; Teoria do Conhecimento; Ética; 

Filosofia Política; Estética; Filosofia da Ciência. 

CONTEÚDO ESTRUTURANTE1. MITO E FILOSOFIA 

O homem pode ser identificado e caracterizado como um ser que pensa e cria 

explicações. Na criação do pensamento está presente tanto o mito como a racionalidade, ou 

seja,  a  base  mitológica  enquanto  pensamento  por   figuras;  e  a  base   racional,  enquanto 

pensamento por  conceitos  são constituintes  do processo de  formação do conhecimento 

filosófico. Esse fato não pode deixar de ser considerado, pois é a partir dele que o homem 

desenvolve suas idéias, cria sistemas, inventa e elabora leis, códigos, práticas. Entender a 

conquista da autonomia da racionalidade (LOGOS) diante do mito, marca o advento de uma 

etapa   fundamental   na   história   do   pensamento   e   do   desenvolvimento   de   todas   as 

concepções científicas produzidas ao longo da história humana. Autores sugeridos: Jean­

Pierre Vernant, Mircea Elíade, Moses Finley, Vidal Naquet. 

1.1 CONTEÚDOS BÁSICOS

1.1.1 O nascimento da Filosofia; 

1.1.2 A vida cotidiana na sociedade grega; 

1.1.3 O mito a origem de todas as coisas; 

1.1.4 Mito e razão filosófica; 

1.1.5 Senso comum e conhecimento filosófico; 

1.1.6 Senso comum, conhecimento filosófico e conhecimento científico; 

1.1.7 Ciência e senso comum.

1.2 CONTEÚDOS  ESPECÍFICOS

1.2.1 Atitude Filosófica

1.2.2 Contextualização da Grécia anterior à Filosofia

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 184

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

1.2.3 Os mitos como forma de explicação do mundo

1.2.4 Os mitos gregos e os mitos nos dias de hoje

1.2.5 Enfraquecimento dos mitos e surgimento da Filosofia

1.2.6 Afinal, o que é Filosofia?

1.2.7 Para que serve a Filosofia?

1.2.8 Senso comum e senso crítico

1.2.9 Relação entre Mito e Filosofia

1.2.10 Filosofia e Cotidiano

1.2.11 Os primeiros filósofos da Grécia Antiga: Safo de Lesbos, Aspásia de Mileto, 

Hiparquia, Hipácia

1.2.12 A história de vida de Sócrates

1.2.13 “Alegoria da Caverna” de Platão

 

2. CONTEÚDO ESTRUTURANTE

 TEORIA DO CONHECIMENTO 

Este conteúdo teoriza e problematiza o sentido, os fundamentos, a possibilidade e 

a validade do conhecimento. Evidencia os limites do conhecimento possibilitando perceber 

fatores   históricos   e   temporais   que   influíram   na   sua   elaboração   e   assim   retomar 

problemáticas já pensadas na perspectiva de novas soluções relativas a seu tempo. Entre 

os   clássicos   que   trataram   do   problema   do   conhecimento   podemos   citar:   Aristóteles, 

Descartes, Hegel, Hume, Kant, Platão, Russell. 

2.1 CONTEÚDOS BÁSICOS

2.1.1 O problema do conhecimento; 

2.1.2 Fundamentos do conhecimento; 

2.1.3 Filosofia e método; 

2.1.4 Racionalismo; 

2.1.5 Empirismo; 

2.1.6 Ceticismo; 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 185

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

2.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

2.2.1 O conhecimento

2.2.2 Realidade e aparência

2.2.3 Formação do conhecimento e suas fontes

2.2.4 Platão e Protágoras: relativismo e racionalismo

2.2.5 As críticas de Aristóteles a Platão

2.2.6 Racionalismo cartesiano

2.2.7 Hume e a experiência no processo do conhecimento

2.2.8 Kant e a crítica da razão

3. CONTEÚDO ESTRUTURANTE

ÉTICA 

Trata dos fundamentos da ação humana e dos valores que permeiam as relações 

intersubjetivas.   Por   ser   especulativa   e   também   normativa,   um   dos   grandes   problemas 

enfrentados pela ética é a tensão entre o sujeito (particular) e a norma (universal). Outra 

grande questão está na fundamentação dos valores e das ações: razão ou paixões/desejos. 

A   ética   possibilita   a   problematização,   análise   e   crítica   dos   valores,   virtude,   felicidade, 

liberdade,   consciência,   responsabilidade,   vontade,   autonomia,   heteronomia,   anomia, 

niilismo, violência, relação entre os meios e os fins. Alguns filósofos: Adorno, Aristóteles, 

Nietzsche, Scheler, Schopenhauer, Sêneca. 

3.1 CONTEÚDOS BÁSICOS

3.1.1 Ética e moral; 

3.1.2 Concepções éticas; 

3.1.3 O que é liberdade?; 

3.1.4 Liberdade e autonomia; 

3.1.5 Liberdade e determinismo; 

3.1.6 Sociabilidade e reconhecimento; 

3.1.7 Autoridade e autoritarismo; 

3.1.8 Responsabilidade e liberdade; Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 186

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

3.1.9 Questões de gênero; 

3.1.10 Diversidade e sociedade. 

3.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

3.2.1 Diferença entre Ética e Moral

3.2.2 A Ética em Aristóteles

3.2.3 A felicidade e o “saber viver” aristotélico

3.2.4 A Ética em Sartre

3.2.5 Jean Paul Sartre e a liberdade

3.2.6 Cultura afro­descendentes, africanas e indígenas

3.2.7 movimento feminino

4. CONTEÚDO ESTRUTURANTE

 FILOSOFIA POLÍTICA 

Discute as relações de poder para compreender os mecanismos que estruturam e 

legitimam os diversos sistemas políticos. Ocupa­se na  investigação sobre a necessidade 

humana da vida em comum, seja pela capacidade de autogoverno ou pela necessidade da 

existência de um poder externo e coercitivo. Problematiza conceitos como o de cidadania, 

democracia, soberania, justiça, igualdade, liberdade, público e privado, retórica, indivíduo e 

cidadão. Alguns pensadores clássicos: Aristóteles,  Arendt,  Gramsci,  Hegel,  Hobbes, J.S. 

Mill, Kant, Locke, Maquiavel, Marcuse, Marx, Montesquieu, Platão, Rousseau, Voltaire. 

4.1. CONTEÚDOS BÁSICOS 

4.1.1 O preconceito contra política; 

4.1.2 Os Gregos e a invenção da Política; 

4.1.3 Nascimento da democracia; 

4.1.4 Ética e Política; 

4.1.5 Concepção liberal e Política; 

4.1.6 Crítica de Marx ao liberalismo. 

4.1.7 Relações entre comunidade e poder

4.1.8 Liberdade e igualdade políticaRua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 187

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

4.1.9 Política e Ideologia

4.1.10 Esfera pública e privada

4.1.11 Cidadania formal e/ou participativa

4.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

4.2.1 Introdução à Filosofia Política

4.2.2 Relação entre Ética e Política

4.2.3 Qual é a importância do envolvimento político?

4.2.4 Preconceito contra a política e a política de fato

4.2.5 O surgimento da Democracia

4.2.6 Democracia Direta e Indireta

4.2.7 O que são formas de Governo?

4.2.8 Política na Grécia: o ideal político ateniense

4.2.9 Teoria Política de Aristóteles

4.2.10 O Contrato Social

4.2.11 O Estado: Poder e Violência

4.2.12 Marx e a crítica à sociedade burguesa e capitalista

4.2.13 Desigualdade social e violência no Brasil

4.2.14 Alienação e emancipação humana

4.2.15 Política na escola: Grêmio Estudantil, APMF, CE, etc

4.2.16 Políticas afirmativas: sistema de cotas, financiamento estudantil, etc.

5. CONTEÚDO ESTRUTURANTE

 ESTÉTICA 

Compreender a sensibilidade, a representação criativa, a apreensão intuitiva do 

mundo concreto e a forma como elas determinam as relações do homem com o mundo e 

consigo mesmo é objeto de conhecimento desse conteúdo. Voltada principalmente para a 

beleza e a arte, a estética está intimamente ligada à realidade e às pretensões humanas de 

dominar,   moldar,   representar,   reproduzir,   completar,   alterar,   apropriar­se   do   mundo 

enquanto   realidade  humanizada.  Também   estão   em   questão   as  diferentes   concepções 

sobre a arte, as relações entre a arte e pensamento, arte e mercado, arte e sociedade. Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 188

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Alguns filósofos: Baumgarten, Hegel Hume, Dufrenne, Bachelard, Schiller, Eagleton, Kant, 

Benjamim, Adorno Rancière, Merleau­Ponty, Husserl, Paul Valéry. 

5.1 CONTEÚDOS BÁSICOS

5.1.1 Pensar a beleza; 

5.1.2 Estética ou Filosofia da Arte?; 

5.1.3 Concepções de estética; 

5.1.4 Concepções de Arte; 

5.1.5 Arte como conhecimento; 

5.1.6 Necessidade ou finalidade da Arte; 

5.1.7 Arte e Política; 

5.1.8 Crítica do gosto; 

5.1.9 Arte e movimento: cinema, teatro e dança; 

5.1.10 Perspectivas contemporâneas: Arte conceitual e suas perspectivas. 

6. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

 FILOSOFIA DA CIÊNCIA 

É  o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas 

ciências.  Discute a provisoriedade do conhecimento científico  e o  relaciona com planos 

epistemológicos,   ideológicos,  políticos,  econômicos,   religiosos.  Ciência  e   tecnologia  são 

frutos da cultura do nosso tempo e envolvem o universo do empirismo e do pragmatismo da 

pesquisa   aplicada,   daí   a   necessidade   de   entendê­las.   Filósofos   sugeridos:   Bachelard, 

Feyerabend, Foucault, Granger, Habermas, Kuhn, Popper, Ricouer. 

6.1 CONTEÚDOS BÁSICOS

 6.1.1 O que é Ciência; 

6.1.2 Revoluções científicas e progresso da ciência; 

6.1.3 As consequências sociais e políticas da ciência; 

6.1.4 Bioética: geral, especial e clínica; 

6.1.5 Tendências da Bioética; 

6.1.6 Bioética e Aborto; Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 189

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

6.1.7 Bioética e experiência Genética. 

AVALIAÇÃO 

Para Kohan e Waksman, (2002), o ensino de Filosofia tem uma especificidade 

que deve ser levada em conta no processo de avaliação. Como prática, como discussão 

com   o   outro,   como   construção   de   conceitos   essa   disciplina   encontra   seu   sentido   na 

experiência   do   pensamento   filosófico.   Entendemos   por   experiência   esse   conhecimento 

inusitado que o educador pode propiciar, preparar, porém não determinar e, menos ainda, 

avaliar ou medir. 

A   avaliação   deve   ser   concebida   na   sua   função   diagnóstica;   isto   e   não   tem 

finalidade em si mesma, mas tem a função de subsidiar e mesmo redirecionar o curso da 

ação no processo de ensino­aprendizagem, pela qualidade com que educadores,educandos 

e  a própria   instituição de ensino  o  constroem coletivamente.  Apesar  de  sua  inequívoca 

importância   individual,   no  ensino  de  Filosofia,  a  avaliação  não   resumir­se­á  a  perceber 

quanto o educando assimilou do conteúdo presente, na história da Filosofia, do texto ou dos 

problemas filosóficos, nem a examinar sua capacidade de tratar deste ou daquele tema. 

O ensino da Filosofia é,  acima de tudo, um grande desafio conforme salienta 

Langón (2003, p. 94): Ora, parece­me que a atividade filosófica do mestre consiste em gerar 

ou   dar   poder   ao   outro:   isto   quer   dizer   também   fazê­lo   responsável.   Nisto   reside   a 

fecundidade, a atividade de “produzir” a capacidade de pensar, dizer e agir de outro, que 

implica a realização de pensamentos, palavras, ações diferentes das do mestre, que lhe 

escapam ao querer e ao “controle” [...} Querer que o outro pense, diga e faça o que queira, 

isto não é um querer fácil. 

Ao avaliar, o educador deve ter profundo respeito pelas posições do educando, 

mesmo   que   não   concorde   com   ela,   pois   o   que   está   em   questão   é   a   capacidade   de 

argumentar e de identificar os limites dessas posições. 

O que deve ser  levado em conta é  atividade com conceitos, a capacidade de 

construir e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes aos temas e 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 190

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

discursos. Assim, torna­se relevante avaliar a capacidade do educando da EJA trabalhar e 

criar conceitos sob os seguintes pressupostos: 

• Qual conceito trabalhou e criou/recriou; 

• Qual discurso tinha antes; 

• Qual discurso tem após o estudo da Filosofia. 

A avaliação da Filosofia se inicia com a sensibilização, com a coleta do que o 

educando   pensava   antes   e   o   que   pensa   após   o   estudo.   Com   isso,   torna­se   possível 

entender a avaliação como um processo, não como um momento separado, visto em si 

mesma. 

REFERÊNCIA 

ASPIS,  R.  O professor  de Filosofia:  o  ensino da  Filosofia  no Ensino  Médio  como experiência filosófica. CEDES. Campinas. n. 64, 2004. 

BACHELARD, G. O ar e os sonhos. Ensaios sobre a imaginação do movimento. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

BORNHEIM, G.  O sujeito e a norma.  In NOVAES, Adauto.  Ëtica. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

CHAUI,   M.  O   retorno   do   teológico­político.   In:   Sérgio   Cardoso   (org.).   Retorno   ao republicanismo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004. 

CORBISIER, R.  Introdução à filosofia. 2 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986, v.1. 

DELEUZE, G.;  GUATTARI,  F.  O que é  a filosofia? Rio de Janeiro: Ed.34, 1992. 288p. (coleção Trans). 

GALLINA, S. O ensino da Filosofia e a criação de conceitos. CEDES. Campinas, n. 2004. GALLO, S.; KOHAN, W. O. (orgs). Filosofia no ensino médio. Petrópolis: Vozes, 2000. HORN, G. B.  Por uma mediação praxiológica do saber filosófico no ensino médio: 

análise   e   proposição   a   partir   da   experiência   paranaense.   Tese   (Doutorado, FEUSP). São Paulo, 2002. 

LANGON, M. Filosofia do ensino de filosofia. In: GALLO, S.; CORNELLI, G.; DANELON, M. (org.) Filosofia do ensino de filosofia. Petrópolis: Vozes, 2003. 

LEPOLDO E SILVA, F. Por que Filosofia no segundo grau. Revista estudos avançados, v. 6, n. 14, 1992. 

KOHAN; WAKSMAN. Perspectivas atuais do ensino de filosofia no Brasil. In: FÁVERO, A; KOHAN, W. O.; RAUBER, J. J. Um olhar sobre o ensino de Filosofia. Ijuí: Ed. Da Unijuí, 2002. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 191

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

PARANÁ.  Secretaria   de  Estado  da   Educação.  Proposta  curricular   para  o  ensino  de filosofia no 2º grau. Curitiba, 1994.

______.   Secretaria   de   Estado   da   Educação.  Diretrizes   Curriculares   para   Educação Básica de Filosofia no Paraná. Cuririba: 2008.

RANCIÈRE, J. A partilha do sensível. Estética e política. São Paulo: Ed. 34, 2005. REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: patrística e escolástica. São Paulo: Paulus, 

2003. RIBEIRO, R. J. Último vôo da andorinha solitária. Estado de São Paulo, 06 mar.. 2005. RUSSELL, B. Os problemas da filosofia. Coimbra: Almedina, 2001. SEVERINO, A. J. In: GALLO, S.; DANELON, M.; CORNELLI, G. (orgs.). Ensino de filosofia: 

teoria e prática. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004. WOLFF, F. A invenção da política, In: NOVAES, A. (org.) A crise do estado nação. Rio de 

Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. 

DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO

CONCEPÇÃO DO ENSINO

“Ao repensar nos dados concretos da realidade, sendo vivida, o pensamento profético, que é   também utópico,  implica a denúncia de como estamos vivendo e o anúncio de como poderíamos viver.” “É essencial que os enfoques da educação de adultos estejam baseados no patrimônio, na cultura, nos valores e nas experiências anteriores das pessoas, e que as distintas maneiras de por em prática estes enfoques facilitem e estimulem a ativa participação e expressão do educando” (FREIRE, Paulo. Declaração de Hamburgo sobre Educação de Adultos. Item 5, 1997). 

Considerando­se   as   indicações   das   Diretrizes   Curriculares   da   Educação   de 

Jovens e Adultos, que propõem o compromisso com a formação humana e com o acesso à 

cultura geral, bem como o respeito à diversidade cultural, a disciplina de Ensino Religioso 

está pautada no entendimento do conhecimento constituído sobre as diversas tradições e 

organizações   religiosas,   o   qual   deve   dimensionar   o   respeito   na   inter­relação   entre   as 

diferentes manifestações e crenças religiosas. 

Esta concepção, que deve reger o Ensino Religioso, se pautou na necessidade de 

superação   de   uma   situação   historicamente   constituída,   que   se   perfazia   no   ensino   do 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 192

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

catolicismo,   o   qual   expressava   a   proximidade   desde   o   Império   com   a   Igreja   Católica. 

Depois, com o advento da República, a nova constituição separou o Estado da Igreja e o 

ensino passou a ser laico. Mesmo assim, a presença das aulas de religião foi mantida nos 

currículos escolares, devido ao poder da Igreja Católica junto ao Estado brasileiro. 

Tal influência pode ser constatada em todas as Constituições do Brasil, nas quais 

o   Ensino   Religioso   foi   citado,   com   a   representatividade   hegemonicamente   cristã   no 

processo de definição dos preceitos legais. Em consequência, desde a época do Império, a 

doutrina cristã tem sido preferida na organização do currículo de Ensino Religioso. 

Entretanto, a vinculação do currículo de Ensino Religioso ao cristianismo e às 

práticas catequéticas já não corresponde ao sentido dessa disciplina na escola. Os debates 

em  torno da sua permanência  como disciplina  escolar   têm sido  intensos e a busca de 

explicações   que   justificam   as   novas   configurações   da   disciplina   não   se   restringem   ao 

contexto brasileiro. 

Costella (2004) afirma que três fatores ajudam a entender a necessidade de um 

novo enfoque para o Ensino Religioso: 

. o primeiro é atribuído à pluralidade social, num Estado não confessional, laico e 

que garante, por meio da constituição, a liberdade religiosa; 

. o segundo fator diz respeito à própria maneira de apreender o conhecimento, 

devido às profundas transformações ocorridas no campo da epistemologia, da educação e 

da comunicação; 

. o terceiro fator, traço característico da cultura ocidental, mostra uma profunda 

reviravolta  nas concepções,  em especial  no  séc.  XIX,  que atinge seu ápice  na célebre 

expressão do filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844­1900): “Deus está morto”, 

metáfora do autor para dizer que sociedade não é capaz de crer numa ordenação cósmica 

transcendente e imanente. Isto conduz a uma repulsa aos valores absolutos e também ao 

questionamento em qualquer valor ditado por uma ordem superior, visto que o homem é um 

ser  pensante,   logo criador.  Para Nietzsche,  esta  posição subjetiva   leva a  sociedade ao 

niilismo, à  decadência moral­religiosa vinculada à  manutenção de um local reservado ao 

princípio transcendente e imanente, o qual vem sendo destruído pela sociedade. Mesmo 

que aparentemente contraditório ao que se interpõem nos dias de hoje – uma sociedade 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 193

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

racional e tecnologicamente equipada, há uma necessidade social de retorno à busca de 

explicações no sagrado. 

Nesse   contexto,   há   um   ressurgimento  das   religiões,   já   que   as   limitações   da 

racionalidade moderna e do saber científico se tornaram latentes, fenômeno já apontados e 

estudados por autores como o filósofo alemão Edmund Husserl (1859­1938), com a obra A 

Crise das Ciências Europeias, e o filósofo austríaco   Ludwig Joham Wittgenstein (1889­

1951) com seus escritos a respeito do entendimento da linguagem que circunda o homem e 

o mundo. Foram críticas sobre a redutibilidade dos saberes do mundo à linguagem científica 

e a sua pretensa superioridade em relação às demais formas de conhecimento e expressão. 

Assim,   faz­se  necessário  superar  modelos  lineares e  fragmentados de compreensão da 

realidade e a busca de outros referenciais que permitam uma análise mais complexa da 

sociedade.   É   essa   realidade  que   se   coloca   como   desafio   para   a   disciplina   de   Ensino 

Religioso e para toda a escola. 

Desta   forma,   o   processo   de   ensino   e   de   aprendizagem   proposto   para   este 

documento,   visa   à   construção   e   produção   do   conhecimento   que   se   caracteriza   pela 

promoção do debate, da hipótese divergente, da dúvida – real ou metódica – do confronto 

de ideias, de informações discordantes e, ainda, da exposição competente de conteúdos 

formalizados.   Opõe­se   a   um   modelo   educacional   que   centra   o   ensino   tão­somente   na 

transmissão dos conteúdos pelo educador, o que reduz as possibilidades de participação do 

educando e não respeita a diversidade religiosa. 

Tanto as Diretrizes Curriculares como a Proposta Curricular da EJA, do Ensino 

Religioso, expressam a necessária reflexão em torno dos modelos de ensino e do processo 

de   escolarização,   diante   das   demandas   sociais   contemporâneas   que   exigem   a 

compreensão ampla da diversidade cultural, postas também no âmbito religioso entre os 

países e, de forma mais restrita, no interior de diferentes comunidades. Nunca, como no 

presente,  a  sociedade  esteve  consciente  da  unidade  do  destino  do  homem em  todo  o 

planeta e das radicais diferenças culturais que marcam a humanidade. 

Nesse   contexto,   está   a   escola   e   nela   o   currículo   do   Ensino   Religioso, 

historicamente  marcado   como  espaço   de   transposição  do  que   era   a   catequese   e  que 

permitia a introdução sistemática e orgânica do complexo doutrinal cristão. 

Dentre os desafios para o Ensino Religioso na atualidade, pode­se destacar: 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 194

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

­ a necessária superação das tradicionais aulas de religião; 

­ a inserção de conteúdos que tratem da diversidade de manifestações religiosas, 

dos seus ritos, das suas paisagens e símbolos; 

­ as relações culturais, sociais, políticas e econômicas de que são impregnadas 

as diversas formas de religiosidade. 

Além   disso,   é   necessário   que   o   Ensino   Religioso   escolar   adquira   status   de 

disciplina escolar, a partir da definição mais consistente de seus conteúdos escolares, da 

produção de referenciais didático­pedagógicos e científicos, bem como da formação dos 

educadores. 

No processo de constituição do Ensino Religioso como disciplina escolar, ainda 

persistem   dúvidas   quanto   aos   conteúdos   a   serem   tratados   na   escola;   portanto,   vale 

destacar que para a sociedade as religiões são confissões de fé e de crença. 

No ambiente escolar, as religiões interessam como objeto de conhecimento a ser 

tratado nas aulas de Ensino Religioso, por meio do estudo das manifestações religiosas que 

delas  decorrem e as  constituem.  As diferenças culturais  são abordadas para  ampliar  a 

compreensão da diversidade religiosa como expressão da cultura, construída historicamente 

e, portanto, são marcadas por aspectos econômicos, políticos e sociais. 

Dessa forma, reafirma­se o compromisso da escola com o conhecimento, sem 

excluir do horizonte os valores éticos que fazem parte do processo educacional. 

Em outras palavras, pode­se dizer que: aquilo que para as igrejas é objeto de fé, 

para a escola é objeto de estudo. Isto supõe a distinção entre fé/crença e religião, entre o 

ato subjetivo de crer e o fato objetivo que o expressa. Essa condição implica a superação da 

identificação entre   religião  e   igreja,  salientando sua  função  social  e  o  seu  potencial  de 

humanização das culturas. Por  isso, o Ensino Religioso na escola pública não pode ser 

concebido,   de   maneira   nenhuma,   como   uma   espécie   de   licitação   para   as   Igrejas 

(COSTELLA, 2004, pp. 97­107). 

Desse modo, assim como para as Diretrizes Curriculares para o Ensino Religioso, 

esta Proposta Curricular tem como objetivo orientar também a abordagem e a seleção dos 

conteúdos. Nessa perspectiva, todas as religiões podem ser tratadas como conteúdos nas 

aulas de Ensino Religioso, uma vez que o sagrado compõe o universo cultural humano e faz 

parte   do   modelo   de   organização   de   diferentes   sociedades.   Assim,   o   currículo   dessa 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 195

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

disciplina propõe­se a subsidiar os educandos, por meio dos conteúdos, à compreensão, 

comparação e análise das diferentes manifestações do sagrado, com vistas à interpretação 

dos seus múltiplos significados. A disciplina de Ensino Religioso subsidiará os educandos na 

compreensão de conceitos básicos no campo religioso e na forma como a sociedade sofre 

inferências das tradições religiosas ou mesmo da afirmação ou negação do sagrado. 

Por   fim,   destaca­se   que   os   conhecimentos   relativos   ao   sagrado   e   às   suas 

manifestações são significativos para todos os educandos no processo de   escolarização, 

por  propiciarem subsídios  para  a  compreensão  de  uma das   interfaces  da  cultura  e  da 

constituição da vida em sociedade. 

OBJETO DE ESTUDO DO ENSINO RELIGIOSO

O objeto  de  estudo  da  disciplina  de  Ensino  Religioso   é   o  sagrado,  o  qual   é 

interpretado   dentro   das   Diretrizes   Curriculares   como   foco   do   fenômeno   religioso   por 

contemplar algo presente em todas as manifestações religiosas. Esta concepção favorece 

uma abordagem ampla de conteúdos específicos da disciplina. Tais conteúdos privilegiam o 

estudo das diferentes manifestações do sagrado e possibilitam sua análise e compreensão 

como o cerne da experiência religiosa que se expressa no universo cultural de diferentes 

grupos sociais. 

As   expressões   do   sagrado   diferem   de   cultura   para   cultura,   ou   seja,   sua 

apreensão  pode  ser   realizada  somente  de  acordo  com cada   realidade.  As   religiões  se 

apresentam como modalidades do sagrado que se revelam em processos históricos e em 

espaços marcados por representações da necessidade humana de se convergir em uma 

unidade sociocultural. 

Como parte da dimensão cultural, o sagrado influencia a compreensão de mundo 

e a maneira como o homem, não somente o religioso, vive o seu cotidiano. Por  isso, o 

sagrado perpassa todo o currículo de Ensino Religioso de modo a permitir uma análise mais 

complexa de sua presença nas diferentes manifestações religiosas, cujas instâncias podem 

ser assim estabelecidas: 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 196

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

•   Paisagem   Religiosa:   refere­se   à   materialidade   fenomênica   do   sagrado, 

apreendida   por   meio   dos   sentidos.   É   a   exterioridade   do   sagrado   e   sua   concretude 

constituindo o os espaços sagrados. 

• Símbolo: é a apreensão conceitual dada pela razão para se conceber o sagrado, 

pelos   seus  predicados,   reconhecendo   sua   lógica   simbólica.   É   entendido   como  sistema 

simbólico e projeção comunicativa cultural. 

• Texto Sagrado: é a tradição e a natureza assumida do sagrado como fenômeno. 

Pode ser manifestado de forma material (escrito) ou imaterial (oral). É reconhecido por meio 

das Escrituras Sagradas, das tradições orais sagradas e dos mitos. 

• Sentimento Religioso: é o seu caráter transcendente e imanente não­racional. É 

a experiência do sagrado em si, a qual escapa à  razão conceitual em sua essência e é 

reconhecida por seus efeitos. Trata­se do que qualifica uma sintonia entre o sentimento 

religioso e o fenômeno sagrado. 

A partir do objeto de estudo, busca­se superar as tradicionais aulas de religião e 

entender esta disciplina escolar como processo pedagógico, cujo objetivo é o conhecimento: 

o   entendimento   sobre   os   cultos   (culturas)   e   sobre   o   sagrado,   de   uma   forma   que   a 

diversidade cultural e religiosa sejam respeitadas e que a sociedade, em seu sentido lato, 

efetive­se. 

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Propor o encaminhamento metodológico da disciplina de Ensino Religioso   para 

Educação de Jovens e Adultos, não se reduz a determinar formas, métodos,conteúdos ou 

materiais a serem adotados em sala de aula, mas pressupõe um constante repensar das 

ações que subsidiarão esse trabalho. Logo, as práticas   pedagógicas desenvolvidas pelo 

educador da disciplina poderão fomentar o respeito às diversas manifestações religiosas, o 

que amplia e valoriza o universo cultural dos educandos. 

É importante ficar claro, que em se tratando da Educação de Jovens e Adultos, 

cabe ao educador despertar no educando uma nova forma de relação, buscando junto a ele, 

elementos oriundos de experiências vividas, que façam parte de seu contexto social. Dessa 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 197

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

maneira, o educando deixa de ser um “depósito de informações” e passa a ressignificar 

conhecimentos anteriormente adquiridos. 

Também, faz­se necessário superar práticas que tradicionalmente têm marcado o 

currículo da disciplina de Ensino Religioso, desvinculando­as das aulas de religião, seja em 

relação aos fundamentos teóricos, ao objeto de estudos, aos conteúdos selecionados, ou, 

ainda, em relação ao encaminhamento metodológico adotado pelo educador. 

Assim, um dos encaminhamentos propostos para este documento é a abordagem 

dos   conteúdos   de   Ensino   Religioso,   através   de   exposições   dialogadas,   debates   entre 

educador e educando, educando e educando, cujo objeto de estudo é o sagrado, conceito 

discutido nos fundamentos teórico­metodológicos das Diretrizes Curriculares da disciplina e 

a base a partir da qual serão tratados todos os demais conteúdos. 

Dessa   forma,   pretende­se   assegurar   a   especificidade   dos   conteúdos   da 

disciplina,  sem desconsiderar  sua aproximação com as demais  áreas do conhecimento. 

Pode­se citar,  por exemplo, que os espaços sagrados também constituem conteúdos de 

geografia e de arte; no entanto, o significado atribuído a esses espaços pelos adeptos desta 

ou daquela religião serão tratados de forma mais aprofundada nas próprias aulas de Ensino 

Religioso, cujo foco é o sagrado. 

A   fim  de  que  o  Ensino  Religioso  contribua  efetivamente  para  o  processo  de 

formação dos educandos, foram indicados, a partir dos conteúdos estruturantes paisagem 

religiosa,   símbolos   e   textos   sagrados,   o   conjunto   de   conteúdos   específicos   a   serem 

observados pelo educador no Ensino Fundamental na modalidade de Educação de Jovens 

e Adultos. 

Os conteúdos propostos nestas Diretrizes contemplam as diversas manifestações 

do   sagrado,   entendidos   como   integrantes   do  patrimônio   cultural,   os  quais   poderão   ser 

enriquecidos pelo educador, desde que contribuam para a construir, analisar e socializar o 

conhecimento religioso, para favorecer a formação  integral dos educandos, o respeito e o 

convívio com o diferente.  No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e 

cultura   afro­brasileira,   africana   e   indígena,   serão   trabalhados   textos   que   tratem   destes 

temas,  nessas  culturas,  bem como a   influência  dessas  culturas  na   formação  de  nossa 

sociedade. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 198

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Para corresponder a esse propósito,  a  linguagem a ser adotada nas aulas de 

Ensino Religioso, referente a cada expressão do sagrado, é a pedagógica e não a religiosa, 

é a adequada ao universo escolar. Da mesma forma deve­se levar em consideração que na 

educação de jovens e adultos as terminologias utilizadas também devem ser adequadas a 

realidade dos educandos. 

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Pela observância dos aspectos que marcam o sagrado e as  relações que se 

estabelecem em decorrência dele, nas diferentes manifestações religiosas a serem tratadas 

pelo Ensino Religioso, ressalta­se a necessidade de definir como conteúdos estruturantes 

desta   disciplina   referenciais   que   incluam   nos   conteúdos   escolares   a   pluralidade   das 

tradições religiosas. 

Dessa   forma,   os   conteúdos   estruturantes   compõem   os   saberes,   os 

conhecimentos de grande amplitude, os conceitos ou práticas que identificam e organizam 

os campos de estudos a serem contemplados no Ensino Religioso. 

Apropriados   das   instâncias   que   contribuem  para   compreender   o   sagrado,   os 

conteúdos estruturantes propostos para o Ensino Religioso são: 

. a paisagem religiosa; 

­ universo simbólico religioso;

. o texto sagrado. 

Os   conteúdos   estruturantes   de   Ensino   Religioso   não   devem   ser   entendidos 

isoladamente; antes, são referências que se relacionam intensamente para a compreensão 

do objeto de estudo em questão e se apresentam como orientadores para a definição dos 

conteúdos escolares. 

A   relação  do  sagrado  com os  conteúdos  estruturantes  pode  ser  apresentada 

conforme o seguinte esquema: 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 199

SAGRADO

PAISAGEMRELIGIOSA

UNIVERSO SIMBÓLICO RELIGIOSO

TEXTO SAGRADO

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

PAISAGEM RELIGIOSA 

Por paisagem religiosa define­se a combinação de elementos culturais e naturais 

que   remetem a  experiências  do  sagrado,  que  por   força  dessas  experiências  anteriores 

remetem a uma gama de representações sobre o transcendente e o imanente. 

Os   lugares   considerados   sagrados   são   simbolicamente   onde   o   sagrado   se 

manifesta. Para o homem religioso, a natureza não é exclusivamente natural; sempre está 

carregada de um valor sagrado.

A  ideia da existência de  lugares sagrados e de um mundo sem  imperfeições 

conduz o homem a suportar suas dificuldades diárias. O homem consagra determinados 

lugares porque necessita viver e conviver no mundo sagrado. 

Para as religiões, os lugares não estabelecem somente uma relação concreta, 

física, entre os povos e o sagrado; neles, há também uma relação pré estabelecida por meio 

de   ações   e   práticas.   Nessa   simbologia,   não   podem   ser   ignorados   o   imaginário   e   os 

estereótipos   de   cada   civilização,   impregnados   de   seus   valores,   identidade   etc.   Muitas 

pessoas necessitam de espaços aos quais lhes são atribuídos o sentido de sagrado, para 

manifestar  a  sua   fé.  Com esse   lugar  definido,  entre  outras  atividades,  organizam  ritos, 

festas, homenagens em prol desse objeto. 

Nos momentos em que os grupos se reúnem para reverenciar o divino, para unir­

se ao sagrado, os lugares se transformam num universo especialmente simbólico, resultante 

das crenças existentes nas tradições religiosas. 

A paisagem religiosa é fruto do espaço social e cultural construído historicamente, 

em vivências dos inúmeros grupos humanos. Portanto, a paisagem sagrada é uma imagem 

socialmente   construída,   de   maneira   que   é   preciso   compreendê­la   corretamente   para 

entender tal aspecto do estudo do sagrado. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 200

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

UNIVERSO SIMBÓLICO RELIGIOSO

A complexa realidade que configura o universo simbólico tem como chave de 

leitura as diferentes manifestações do sagrado no coletivo, cujas significações se sustentam 

em determinados símbolos religiosos. 

Os símbolos  são  linguagens que expressam sentidos,  comunicam e exercem 

papel relevante para a vida  imaginativa e para a constituição das diferentes religiões no 

mundo.   Neste   contexto,   o   símbolo   é   definido   como   qualquer   coisa   que   veicule   uma 

concepção; pode ser uma palavra, um som, um gesto, um ritual, um sonho, uma obra de 

arte, uma notação matemática, entre tantos outros. 

De modo geral, a cultura se sustenta por meio de símbolos, que são criações 

humanas cuja função é comunicar ideias. Os símbolos são parte essencial da vida humana, 

todo sujeito  se  constitui  e  se  constrói   por  meio  de  inúmeras  linguagens simbólicas.  Ao 

abranger a linguagem do sagrado, os símbolos são a base da comunicação e constituem o 

veículo que aproxima o mundo vivido, cotidianamente, do mundo misterioso dos deuses, 

deusas, encantados, enfim, da linhagem de seres supra­sensíveis que habitam o território 

do inefável. O símbolo é um elemento importante porque para o estudo do sagrado porque 

é manifestação religiosa. 

TEXTO SAGRADO 

Os   textos   sagrados   expressam   ideias   e   são   meios   de   dar   viabilidade   à 

disseminação e à preservação dos ensinamentos de diferentes tradições e manifestações 

religiosas, o que ocorre de diversas maneiras, como: dança sagrada, pinturas sacras, textos 

orais e escritos, entre outras. 

Ao   articular   os   textos   sagrados   aos   ritos   –   festas   religiosas,   situações   de 

nascimento  e  morte  –,   as  diferentes   tradições  e  manifestações   religiosas  buscam criar 

mecanismos de unidade e de identidade do grupo de seguidores, de modo a assegurar que 

os ensinamentos sejam consolidados e transmitidos às novas gerações e novos adeptos. 

Tais   ensinamentos   podem   ser   retomados   em   momentos   coletivos   e   individuais   para 

responder a impasses do cotidiano e para orientar a conduta de seus seguidores. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 201

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Algumas tradições e manifestações religiosas são transmitidas apenas oralmente 

ou revividas em diferentes rituais. Por sua vez, os textos sagrados registram fatos relevantes 

da tradição e manifestação religiosa, quais sejam: as orações, a doutrina, a história, que 

constituem sedimento no substrato social de seus seguidores e lhes orientam as práticas. O 

que caracteriza um texto como sagrado é o reconhecimento pelo grupo de que ele transmite 

uma mensagem originada do ente sagrado ou, ainda, que favorece uma aproximação entre 

os adeptos e o sagrado. 

A   compreensão,   interpretação   e   significação   do   texto   pode   ser   modificada 

conforme a  passagem do   tempo ou,  ainda,  para  corresponder   às  demandas  do   tempo 

presente.   Pode,   também,   sofrer   alterações   causadas   pelas   diversas   interpretações 

secundárias, diferentes do texto original. 

Como conteúdo estruturante, o texto sagrado é uma referência importante para o 

Ensino Religioso,  pois permite  identificar como a tradição e a manifestação atribuem às 

práticas religiosas o caráter sagrado e em que medida orientam ou estão presentes nos 

ritos, nas festas, na organização das religiões, nas explicações da morte e da vida. 

CONTEÚDOS BÁSICOS

Os conteúdos básicos para a disciplina de Ensino Religioso têm como referência 

os conteúdos estruturantes, já apresentados. No caso do Ensino Religioso, o sagrado é o 

objeto de estudo da disciplina, portanto, o tratamento a ser dado aos conteúdos específicos 

estará sempre a ele relacionado. 

Ao   tratar   dos   líderes   ou   fundadores   das   religiões,   o   educador   enfatizará   as 

implicações da relação que eles  estabeleceram com o sagrado,  quanto a sua visão do 

mundo, atitudes, produções escritas, posições político­ideológicas, etc. 

A organização dos conteúdos se referencia em manifestações religiosas menos 

conhecidas ou desconhecidas, a fim de ampliar o universo cultural dos educandos. Por sua 

vez, o conteúdo templos e espaços sagrados se inicia da discussão dos espaços físicos 

identificados   como   sagrados.   Posteriormente,   o   educador   tratará   de   espaços   sagrados 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 202

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

pouco   conhecidos  entre  os  educandos,   como por   exemplo:  mesquitas,   sinagogas,   rios, 

montanhas, entre outros. 

Somente  depois  de   trabalhar  a  composição e  o  significado atribuído a  esses 

espaços sagrados, por seus adeptos, serão tratados os espaços sagrados já conhecidos 

pelos   educandos,   que   então   terão   mais   elementos   para   analisar   as   configurações   e 

significados   dos   espaços   sagrados   que   lhes   são   familiares,   sempre   com   respeito   à 

diversidade religiosa. Tal organização curricular se repete nos demais conteúdos, conforme 

o quadro apresentado a seguir: 

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES PAISAGEM RELIGIOSA 

UNIVERSO SIMBÓLICO RELIGIOSO

TEXTO SAGRADO 

CONTEÚDOS BÁSICOS 

Lugares sagrados 

Textos sagrados orais e escritos 

Organizações religiosas 

símbolos religiosos

Ritos 

Festas religiosas 

Vida e morte

Temporalidade sagrada

AVALIAÇÃO

A avaliação é um meio e não um fim em si mesmo. É um processo   contínuo, 

diagnóstico,  dialético e  deve ser   tratada como parte   integrante das  relações de ensino­

aprendizagem.   Para   Luckesi   (2000),   a   avaliação   da     aprendizagem,   é   um   recurso 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 203

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

pedagógico sutil e necessário para auxiliar cada educador e cada educando na busca e na 

construção de si mesmo e do seu melhor modo de vida. 

Dentre as orientações metodológicas para a disciplina de Ensino Religioso, faz­se 

necessário  destacar  os procedimentos  avaliativos a serem adotados,  uma vez que este 

componente curricular não tem a mesma orientação que a maioria das disciplinas no que se 

refere a atribuição de notas e ou conceitos. Ou seja, o Ensino Religioso não se constitui 

como   objeto   de   reprovação,   isso   se   justifica   pelo   caráter   facultativo   da   matrícula   na 

disciplina. 

Mesmo   com   essas   particularidades,   a   avaliação   não   deixa   de   ser   um   dos 

elementos   integrantes   do   processo   educativo   na   disciplina   do   Ensino   Religioso   na 

modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Assim, cabe ao educador a implementação 

de   práticas   avaliativas   que   permitam   acompanhar   o   processo   de   apropriação   de 

conhecimentos pelo educando e pela turma, tendo como parâmetro os conteúdos tratados e 

os seus objetivos bem como a realidade e a experiência de vida de cada educando. 

Para atender a esse propósito, o educador terá que elaborar instrumentos que o 

auxiliem a registrar o quanto o educando e a turma se apropriaram ou têm se apropriado 

dos conteúdos tratados nas aulas de Ensino Religioso. Significa dizer que o que se busca 

com   o   processo   avaliativo   é   identificar   em   que   medida   os   conteúdos   passam   a   ser 

referenciais   para   a   compreensão   das   manifestações   do   sagrado   pelos   educandos.   Da 

mesma forma deve­se procurar perceber o quanto o conteúdo ministrado possui significado 

no cotidiano dos educandos. 

Nesse sentido, a apropriação do conteúdo que fora antes trabalhado pode ser 

observado  pelo  educador   em diferentes   situações  de  ensino  e  aprendizagem.  Pode­se 

avaliar, por exemplo, em que medida o educando expressa uma relação respeitosa com os 

colegas de classe que  têm opções  religiosas diferentes da sua;  aceita  as diferenças e, 

principalmente, reconhece que o fenômeno religioso é um dado da cultura e da identidade 

de   cada   grupo   social;   emprega   conceitos   adequados   para   referir­se   às   diferentes 

manifestações do sagrado. 

Diante  da  sistematização  das   informações  provenientes  dessas  avaliações,  o 

educador terá elementos para planejar as necessárias intervenções no processo de ensino 

e   aprendizagem,   retomando   as   lacunas   identificadas   no   processo   de   apropriação   dos 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 204

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

conteúdos  pelos  educandos,   bem como   terá   elementos  para  dimensionar   os  níveis   de 

aprofundamento   a   serem   adotados   em   relação   aos   conteúdos   que   irá   desenvolver 

posteriormente. 

Nessa perspectiva,  o  educador  de  Ensino Religioso  terá   também, a  partir  do 

processo   avaliativo   dos   educandos,   indicativos   importantes   para   realizar   a   sua   auto­

avaliação que orientará a continuidade do trabalho ou a imediata reorganização daquilo que 

já tenha sido trabalhado, tendo como referência este documento de diretrizes. 

É   importante  lembrar que a disciplina de Ensino Religioso está  num processo 

recente de implementação nas escolas e que, o ato de avaliar é um dos fatores que poderá 

contribuir para a sua legitimação como um dos componentes curriculares. 

Mesmo   que   não   haja   aferição   de   notas   ou   conceitos   que   impliquem   na 

reprovação ou aprovação dos educandos, as diretrizes orientam que o educador proceda ao 

registro formal do processo avaliativo, adotando instrumentos que permitam à  escola, ao 

educando, aos seus pais ou responsáveis, identificarem os progressos obtidos na disciplina. 

Com   essa   prática,   os   educandos,   especificamente,   terão   a   oportunidade   de 

retomar   os   conteúdos,   como   também   poderão   perceber   que   a   apropriação   dos 

conhecimentos dessa disciplina possibilita conhecer e compreender melhor a diversidade 

cultural da qual a religiosidade é parte integrante, bem como possibilitará a articulação desta 

disciplina com os demais componentes curriculares, os quais também abordam aspectos 

relativos à cultura. 

REFERÊNCIAS 

CISALPIANO, M. Religiões. São Paulo: Scipione, 1994. COSGROVE,   D.   A   geografia   está   em   toda   parte:   cultura   e   simbolismo   nas   paisagens 

humanas. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHl, Z. Paisagem, Tempo e Cultura. Rio de Janeiro: Eduerj, 1998. 

COSTELLA,   D.   O   fundamento   epistemológico   do   ensino   religioso.  In:   JUQUEIRA,   S.; WAGNER, R. (Orgs.) O Ensino Religioso no Brasil. Curitiba: Champagnat, 2004. 

CUNHA, A.  G.  da.  Dicionário  Etimológico Nova Fronteira  da Língua Portuguesa.  Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 205

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

DURKHEIM, É. As Formas Elementares de Vida Religiosa. São Paulo: Edições Paulinas, 1989. 

ELIADE, M. O Sagrado e o Profano: a essência das religiões. São Paulo: Martins Fontes, 1992. 

_______. Tratado de História das Religiões. São Paulo: Martins Fontes, 1998. GIL FILHO, S. F. Espaço de representação e territorialidade do sagrado: notas para uma 

teoria do fato religioso. Ra’e Ga O Espaço Geográfico em Análise: Curitiba, v. 3 n. 3, p. 91­120, 1999. 

GIL FILHO, S. F.; GIL, A. H. C. F. Identidade religiosa e territorialidade do sagrado: notas para uma teoria do fato religioso. In ROSENDAHL, Z. & CORREA, R. L.(org.). Religião, Identidade e Território. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2001. 

GIL FILHO, Sylvio F; GIL, A. H. C. F. Por uma geografia do sagrado.  In: MENDONÇA, F.; KOEZEL,   S.   (org.).  Elementos   de   Epistemologia   da   Geografia   Contemporâneo. Curitiba: UFPR, 2002. 

HEIDEGGER, M. Conferências e Escritos Filosóficos (Coleção Os Pensadores). São Paulo: Nova Cultural, 1989. 

HINNELS, J. R. Dicionário das Religiões. São Paulo: Cultrix, 1989. HOUAISS, A.; VILLAR, M. de S. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: 

Objetiva, 2001. HUSSERL,  E.   Investigações  Lógicas:  sexta   investigação   ­elementos  de  uma elucidação 

fenomenológica do conhecimento (Coleção Os Pensadores). São Paulo: Nova Cultural, 1988. 

JUNQUEIRA, S. R. A. (Orgs.)  Conhecimento Local e Conhecimento Universal: pesquisa, didática e ação docente. Curitiba, Champagnat, 2004. 

MACEDO, C. C. Imagem do Eterno: religiões no Brasil. São Paulo: Moderna, 1989. MENDONÇA,   F.;   KOZEL,   S.   (orgs.).   Elementos   de   Epistemologia   da   Geografia 

Contemporânea. Curitiba: UFPR, 2002. OLIVEIRA, M. A. A. de. Componente Curricular. In: JUNQUEIRA, S. R. A.; WAGNER, R. 

Ensino Religioso no Brasil. Curitiba: Champagnat, 2004.p. 119. OTTO, R. O Sagrado. Lisboa: Edições 70, 1992. PARANÁ.   Secretaria   de   Estado   da   Educação.  Diretrizes   Curriculares   da   Educação 

Básica  – Ensino Religioso. Curitiba: 2008. PEDRO, A. de. Dicionário de Termos Religiosos e Afins. Aparecida do Norte: Santuário, 

1993. ROHMANN, C.. O Livro das Ideias: pensadores, teorias e conceitos que formam nossa visão 

de mundo. Rio de Janeiro: Campus, 2000. SACHS,   W.   Dicionário   do   Desenvolvimento:   guia   para   o   conhecimento   como   poder. 

Petrópolis: Vozes, 2000. WITTGENSTEIN, L. Investigações Filosóficas. Petrópolis: Vozes, 1994. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 206

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

DISCIPLINA DE ESPANHOL

 

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE ESPANHOL 

A língua tem um princípio social e dinâmico, por isso não se limita a uma visão 

sistêmica e estrutural do código linguístico; é heterogênea, ideológica e opaca. Repleta de 

sentidos a ela conferidos por nossas culturas e sociedades, ela organiza e determina as 

possibilidades de percepção do mundo, estabelecendo entendimentos possíveis, entre eu e 

o outro, sujeito que se constitui socialmente em um espaço discursivo.

Desta   forma,  a   língua  é   concebida não  como uma estrutura  ou código a  ser 

decifrado e sim como discurso onde se constrói significados e não apenas os transmite. Ao 

se apropriar de uma língua o sujeito se apropria de sua cultura e torna­se capaz de delinear 

um   contorno   para   sua   própria   identidade,   atuando   sobre   os   sentidos   possíveis   e 

reconstruindo sua identidade.

Assim,   o   ensino   de   língua   estrangeira   abre   possibilidade   para   que   o   sujeito 

compreenda   que   os   significados   são   sociais   e   historicamente   construídos   e,   portanto, 

passíveis de transformação na prática social, tenha maior consciência sobre o papel das 

línguas na sociedade, reconheça e compreenda a diversidade  linguística e cultural, bem 

como seus benefícios para o desenvolvimento cultural do país e também sua contribuição 

para a formação de sujeitos críticos e transformadores.

O estudo  da   língua  estrangeira  oportuniza  o  desenvolvimento  da  consciência 

sobre o papel exercido pelas línguas estrangeiras na sociedade brasileira e no panorama 

internacional,   favorecendo   ligações   entre   a   comunidade   local   e   planetária.   Bem   como, 

favorecendo a inclusão social dos alunos numa sociedade reconhecida, diversa e complexa, 

alargando   seus   horizontes   e   expandindo   sua   capacidade   interpretativa   e   cognitiva, 

tornando­os   integrantes   da   sociedade   e   participantes   ativos   do   mundo,   construindo 

significados para entender melhor a realidade. 

“Se a reprodução da ideologia dominante implica a ocultação de verdades, a distorção da razão de ser de fatos que, explicados, revelados ou desvelados trabalhariam contra os  interesses   dominantes,   a   tarefa   das   educadoras   e   dos   educadores   progressistas   é  desocultar,  verdades”. Freire, P. 1995, p.96 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 207

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL

CONTEÚDOS BÁSICOS

GÊNEROS DISCURSIVOS E SEUS ELEMENTOS COMPOSICIONAIS. 

Caberá   ao  professor  a  seleção de gêneros,  nas  diferentes  esferas  sociais  de 

circulação, de acordo com a Proposta Pedagógica Curricular e com o Plano de Trabalho 

Docente, adequado ao nível Médio.

LEITURA 

• Identificação do tema; 

• Intertextualidade; 

• Intencionalidade; 

• Vozes sociais presentes no texto; 

• Léxico; 

• Coesão e coerência; 

• Marcadores do discurso; 

• Funções das classes gramaticais no texto; 

• Elementos semânticos; 

• Discurso direto e indireto; 

• Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto; 

• Recursos estilísticos ( figuras de linguagem); 

• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como aspas, 

travessão, negrito); 

• Variedade linguística. 

• Acentuação gráfica; 

• Ortografia. 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 208

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

ESCRITA 

• Tema do texto; 

• Interlocutor; 

• Finalidade do texto; 

• Intencionalidade do texto; 

• Intertextualidade; 

• Condições de produção; 

• Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto); 

• Vozes sociais presentes no texto; 

• Vozes verbais; 

• Discurso direto e indireto; 

• Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto; 

• Léxico; 

• Coesão e coerência; 

• Funções das classes gramaticais no texto; 

• Elementos semânticos; 

• Recursos estilísticos( figuras de linguagem); 

• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como aspas, 

travessão, negrito); 

• Variedade linguística; 

• Ortografia; 

• Acentuação gráfica. 

ORALIDADE 

• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc ...; 

• Adequação do discurso ao gênero; 

• Turnos de fala; 

• Vozes sociais presentes no texto; 

• Variações linguísticas; 

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição; 

• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito; Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 209

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• Adequação da fala ao contexto; 

• Pronúncia. 

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

A prática democrática jamais separa do ensino dos conteúdos o desvelamento da 

realidade.   Estimula   a   presença   das   classes   sociais   populares   na   luta   em   favor   da 

transformação democrática da sociedade, no sentido da superação das injustiças sociais.

Não   considera   suficiente   mudar   apenas   as   relações   entre   educador(a)   e 

educandos,  mas,  ao criticar  e   tentar   ir  além das  tradições autoritárias da escola,  critica 

também a natureza autoritária e exploradora do capitalismo. Um equívoco: reduzir a prática 

educativa ao ensino puro dos conteúdos; este equívoco é tão carente de dialética quanto o 

seu contrário, o que reduz a prática educativa a puro exercício ideológico. 

Ensinar, aprender, são atos importantes e essencial numa sala de aula, o que mede a  

qualidade  do  ato  educativo  e  muito   mais   a   solidariedade  de   classe  e   formação  da  

cidadania militante do que a quantidade de conhecimentos adquiridos. SILVA,2002, p.08.

O ensino de língua estrangeira deve considerar, em primeira instância, o papel 

das línguas nas sociedades para além de meros instrumentos de acesso  à informação. É 

imprescindível que, nos encaminhamentos dos trabalhos com a língua, estas sejam vistas 

como possibilidade de conhecer, expressar, e transformar, modos de entender o mundo e 

de construir significados.

Assim,   partindo   do   conteúdo   estruturante   “Discurso   como   prática   social” 

manifestado nas e pelas práticas discursivas, oralidade, leitura e escrita serão abordadas 

questões linguísticas, sociopragmáticas, culturais e discursivas.

O   professor   (a)   deve   partir   do   texto   como   unidade   da   linguagem   em   uso 

(comunicação verbal, não verbal) o qual trará uma problematização em relação a um tema. 

O trabalho com o texto deve possibilitar que os alunos desenvolvam uma prática analítica e 

crítica   acerca   dos   discursos   que   circulam   em   Língua   Estrangeira,   ampliem   seus 

conhecimentos   linguístico­culturais   e   percebam   as   implicações   sociais,   históricas   e 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 210

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

ideológicas presentes num discurso e que nele se revele, o respeito às diferentes culturas, 

crenças e valores.

Neste sentido, nas aulas de Língua Estrangeira Moderna devem ser abordados 

vários tipos de textos em atividades diversificadas não deixando de contemplar os aspectos 

culturais do idioma estudado.

Os   elementos   do   interdiscurso   (o   contexto   físico:   o   lugar,   o   momento   e   as 

circunstâncias de produção) e do intradiscurso (a superfície discursiva: o texto propriamente 

dito, as sequências linguísticas e os tipos de textos em seus diversos gêneros) nos quais os 

sentidos   da   enunciação   se   cruzam   com   outros   dizeres   que   residem   na   memória   dos 

sujeitos, dizeres estes ativados pelo e no processo de leitura é que constroem os sentidos.

Assim, no processo de leitura é possível integrar as demais práticas discursivas 

por  meio de discussões orais  sobre a compreensão do que se  leu,  bem como produzir 

textos orais, escritos e\ou visuais a partir do texto lido.

No processo, o conhecimento de mundo e as experiências dos alunos devem ser 

valorizadas,   por   meio   de   discussões   dos   temas   abordados.   É   preciso   explorar   seus 

pressupostos, formular hipóteses, criar situações que ajudem os alunos(as) a construírem 

expectativas, quanto ao sentido possível dos textos estudados.

Ao   se   trabalhar   a   produção   escrita   deve   ser   garantida   seu   caráter 

sociointeracional, isto é, deve­se propor atividades significativas, em situações reais de uso 

da   língua:   escreve­se   sempre   para   alguém   ou   um   alguém   de   quem   se   constrói   uma 

representação.  É  preciso  que  no  contexto  escolar  esse  alguém seja  definido  como um 

sujeito sócio­histórico­ideológico.

 Para isso, de acordo com o quadro de conteúdos básicos que foram elaborados 

a partir das Diretrizes Curriculares de LEM, o professor desenvolverá seu trabalho buscando 

atingir   os  objetivos  propostos.  Assim,   ele   irá   propiciar   práticas   de   leitura   de   textos  de 

diferentes   gêneros,   considerar   os   conhecimentos   prévios   dos   alunos,   encaminhar 

discussões sobre o tema e intenções do texto, contextualizar os gêneros tais como gráficos, 

fotos, imagens, mapas, criar situações para a socialização das ideias dos alunos sobre o 

texto; na escrita, o professor planejará a produção textual a partir da delimitação do tema, do 

interlocutor,  do  gênero  e da  finalidade,  acompanhará  a  produção e  a   re­escrita   textual, 

revisando argumentos,   ideias  e  elementos que compõem o gênero,  conduzirá   reflexões 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 211

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

sobre os elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos; na oralidade, organizará 

apresentações de textos produzidos pelos alunos, proporá reflexões sobre os argumentos 

utilizados nas exposições orais dos alunos, dará orientações sobre o contexto social de uso 

do gênero oral selecionado, promoverá apresentações que explorem as marcas linguísticas 

típicas da oralidade em seu uso formal e informal.

No   intuito   de   contemplar   a   Lei   11.645/08   referente   à  História   e   cultura  afro­

brasileira, africana e indígena, serão trabalhados textos que tratem deste tema, bem como a 

influência dessas culturas na formação de nossa sociedade. 

AVALIAÇÃO

A   avaliação   como   parte   do   processo   ensino­aprendizagem   deve   ter   como 

principal   objetivo   o   de   favorecer   este   processo   norteando   o   trabalho   do   professor   e 

fornecendo  dados  aos  alunos  da  dimensão  do  ponto  em que  se  encontra  no  percurso 

pedagógico. Ela se sobrepõe ao caráter eventualmente punitivo e de controle cumprindo sua 

função de subsidiar a construção da aprendizagem bem sucedida. Assim, ela se configura 

como   processual,   e,   como   tal   levanta   dados   para   discussões   sobre   as   dificuldades   e 

avanços dos alunos.

Nesta concepção de avaliação cabe ao professor observar a participação dos 

alunos e considerar que o engajamento discursivo na sala de aula se faz pela interação 

verbal, a partir dos textos e de diferentes formas: entre os alunos e o professor, entre os 

alunos na turma; na interação com o material didático, nas conversas em língua materna e 

língua estrangeira; e no próprio  uso da  língua, que  funciona como recurso cognitivo ao 

promover o desenvolvimento de ideias.

Avaliar em língua estrangeira não se trata de testar conhecimentos linguísticos­

discursivos­gramaticais, de gêneros textuais, entre outros de um texto, mas sim verificar a 

construção dos significados na interação com textos e nas produções textuais dos alunos, 

não   perdendo   de   vista   que   vários   significados   são   possíveis   e   válidos,   desde   que 

apropriadamente justificados.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 212

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

No Ensino Fundamental e Médio a avaliação de determinada produção em língua 

estrangeira considera o erro como resultado do processo de aquisição de uma nova língua. 

Assim,   na   avaliação   reflexiva,   o   erro   deve   ser   visto   como   um   passo   para   que   a 

aprendizagem   se   efetive   e   não   como   um   entrave   no   processo   que   não   é   linear,   não 

acontece da mesma forma e ao mesmo tempo para diferentes pessoas.

Considerando   que   no   processo   ensino­aprendizagem   o   aluno   é   também 

construtor do conhecimento ele deve ter seu esforço reconhecido por meio de ações tais 

como: um retorno sobre seu desempenho e o entendimento do erro como integrante da 

aprendizagem. Desta maneira, tanto o professor quanto os alunos poderão acompanhar o 

percurso  desenvolvido  até  então  e   identificar  dificuldades,  bem como planejar  e  propor 

outros encaminhamentos que busquem superá­las.

Além da avaliação processual,  é   importante considerar   também avaliações de 

outras naturezas: dialógica, diagnóstica e formativa desde que se articule com os objetivos 

específicos e conteúdos definidos. 

REFERÊNCIAS

ANTUNES Celso.  Professor  bonzinho=aluno  difícil.  Editora  Vozes  (5ª  ed.).  Petrópolis 

2006,

ANAYA.  Diccionario – Lengua Española

ALVES, Adda­Nari M. ¡Vale! Español para brasileños. São Paulo: Moderna, 2002. (vol. 1, 

2, 3 e 4).

BRIONES, Ana Isabel, FLAVIAN Eugenia, FERNÁNDEZ Gretel Eres. Español ahora. São 

Paulo: Moderna, 2005. Vol. Único.

FANJUL, Adrián.  Gramática de Español Paso a Paso.  São Paulo: Moderna, 2005. Vol. 

Único.

FREIRE, P. ­ Política e Educação (2ª ed.). São Paulo, Cortez, 1995

Língua Estrangeira Moderna –  Espanhol e Inglês  / vários autores – Curitiba, SEED­PR, 

2006. p. 256.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 213

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

GLOBO Dicionário Português / Espanhol

ITER Sopena – Diccionario ilustrado de la lengua española.

LAROUSSE. Grande dicionário Usual da Língua Espanhola.

LAROUSSE. Dicionário prático. Português/Espanhol – Español/Portugués.

MARTÍN, Ivan Rodrigues. Espanhol série Brasil. São Paulo: Ática, 2005. Vol. Único.

PARANÁ.   Secretaria   de   Estado   da   Educação.  Diretrizes   Curriculares   da   Educação Básica  – Língua Estrangeira Moderna. Curitiba: 2008. 

ROMANOS & JACIRA.  Espanhol Expansión ensino médio. São Paulo: FTD, 2004. Vol. 

Único.

SEÑAS Dicionário de Língua Espanhola.

SILVA, Ezequiel T., da ­   O professor e o combate a alienação imposta  (5ª ed.). São 

Paulo, Cortez, 2002

SOUZA, Jair de Oliveira. ¡Por Supuesto! Español para brasileños. São Paulo: FTD, 2003. 

Vol. Único.

6 ­ PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO

6.1  CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO

A   avaliação   é   compreendida   como   uma   prática   que   alimenta   e   orienta   a 

intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se estuda e 

interpreta os dados da aprendizagem. Tem a  finalidade de acompanhar e aperfeiçoar o 

processo de aprendizagem dos educandos, diagnosticar os resultados atribuindo­lhes valor. 

A avaliação será realizada em função dos conteúdos expressos na proposta pedagógica.

Na   avaliação   da   aprendizagem   é   fundamental   a   análise   da   capacidade   de 

reflexão   dos   educandos   frente   às   suas   próprias   experiências.   E,   portanto,   deve   ser 

entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma atitude 

crítico­reflexiva frente à realidade concreta.Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 214

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

A  avaliação  educacional,   nesse  Estabelecimento  Escolar,   seguirá   orientações 

contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os seguintes princípios:

• investigativa   ou   diagnóstica:   possibilita   ao   professor   obter   informações 

necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos;

• contínua: permite a observação permanente do processo ensino­aprendizagem 

e possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica;

• sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando, utilizando 

instrumentos diversos para o registro do processo;

• abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo­escola 

do educando;

• permanente:  permite um avaliar  constante na aquisição dos conteúdos pelo 

educando no decorrer do seu tempo­escola, bem como do trabalho pedagógico da escola.

Os   conhecimentos   básicos   definidos   nesta   proposta   serão   desenvolvidos   ao 

longo da carga horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz curricular, 

com oferta diária de 04 (quatro) horas­aula por turno, com avaliação presencial ao longo do 

processo ensino­aprendizagem.

Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados 

como   ponto   de   partida   real   do   processo   pedagógico,   a   avaliação   contemplará, 

necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações que marcaram o seu 

trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação formal, como durante o atual 

processo de escolarização.

A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais como: 

provas   escritas,   trabalhos   práticos,   debates,   seminários,   experiências   e   pesquisas, 

participação em trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades complementares propostas 

pelo  professor,  que  possam elevar  o  grau de aprendizado dos  educandos  e  avaliar  os 

conteúdos desenvolvidos.

É   vedada a avaliação em que os  educandos sejam submetidos a  uma  única 

oportunidade   de   aferição.   O   resultado   das   atividades   avaliativas,   será   analisado   pelo 

educando   e   pelo   professor,   em   conjunto,   observando   quais   são   os   seus   avanços   e 

necessidades, e as consequentes demandas para aperfeiçoar a prática pedagógica.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 215

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

6.2  PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS PARA ATRIBUIÇÃO DE NOTAS

a) as avaliações utilizarão técnicas e  instrumentos diversificados,  sempre com 

finalidade educativa;

b) para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06 

(seis)   notas   por   disciplina,   que   corresponderão   às   provas   individuais   escritas   e 

também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a 

que,   obrigatoriamente,   o   educando   se   submeterá   na   presença   do   professor, 

conforme   descrito   no   Regimento   Escolar.   Na   disciplina   de   Ensino   Religioso,   as 

avaliações   realizadas   no   decorrer   do   processo   ensino­aprendizagem   não   terão 

registro de nota para fins de promoção e certificação.

c) a   avaliação   será   realizada   no   processo   de   ensino   e   aprendizagem, 

sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez v írgula zero);

d) para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis 

vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED e 

frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total  da carga horária de 

cada   disciplina   na   organização   coletiva   e   100%   (cem   por   cento)   na   organização 

individual;

e) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada 

registro da avaliação processual. Caso contrário terá direito à recuperação de estudos. Para 

os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos 

conhecimentos;

f) para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina, a 

média final  corresponderá  à  média aritmética das avaliações processuais,  devendo 

os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero);

g) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em 

documentos   próprios,   a   fim   de   que   sejam   asseguradas   a   regularidade   e 

autenticidade da vida escolar do educando;

h) o   educando   portador   de   necessidades  educativas  especiais,   será 

avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver;

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 216

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

i) na  disciplina  de  Língua  Espanhola,   as  avaliações  serão   realizadas  no 

decorrer   do   processo   ensino­aprendizagem,   sendo   registradas   04   (quatro)   notas 

para fins de calculo da média final;

j) no Ensino Fundamental – Fase II, a disciplina de Ensino Religioso será 

avaliada  no  processo  de  ensino  e  aprendizagem,   não   tendo   registro  de  notas  na 

documentação escolar, por não ser objeto de retenção. 

6.3  RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de 

construção   do   conhecimento,   de   aceitá­lo   como   parte   integrante   da   aprendizagem, 

possibilitando  a   reorientação dos  estudos.  Ela  se  dará   concomitantemente  ao  processo 

ensino­aprendizagem,   considerando   a   apropriação   dos   conhecimentos   básicos,   sendo 

direito de todos os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos.

A   recuperação   será   também   individualizada,   organizada   com   atividades 

significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o 

nível de aprendizagem de cada educando.

Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos 

básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos 

conteúdos,   de   novas   atividades   significativas   e   de   novos   instrumentos   de   avaliação, 

conforme o descrito no Regimento Escolar.

6.4 APROVEITAMENTO DE ESTUDOS

O   aluno   poderá   requerer   aproveitamento   de   estudos   realizados   com   êxito, 

amparado pela legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar, por meio 

de   cursos   ou   de   exames   supletivos,   nos   casos   de   matrícula   inicial,   transferência   e 

prosseguimento de estudos.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 217

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

6.5 CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO

Para  a   classificação  e   reclassificação  este  estabelecimento  de  ensino   utilizará   o 

previsto na legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar.

7 ­ REGIME ESCOLAR

7.1 ORGANIZAÇÃO

Os conteúdos escolares estão organizados por áreas do conhecimento no Ensino 

Fundamental – Fase I e por disciplinas no Ensino Fundamental – Fase II e Médio, conforme 

dispostas   nas   Matrizes   Curriculares,   em   concordância   com   as   Diretrizes   Curriculares 

Nacionais, contidas nos Pareceres n.º 02 e 04/98­CEB/CNE para o Ensino Fundamental e 

Resolução   n.º   03/98   e   Parecer   n.º   15/98   ­   CEB/CNE  para   o  Ensino  Médio  e   com   as 

Deliberações  nº  01/06,  nº  04/06,  nº  07/06  e  nº  03/08,   todas  do  Conselho  Estadual  de 

Educação.

7.2 FORMAS DE ATENDIMENTO

A   educação   neste   Estabelecimento   Escolar   é   de   forma   presencial,   com   as 

seguintes ofertas :

a) organização   coletiva   para   o   Ensino   Fundamental   –   Fase   I,   nas   Áreas   do 

Conhecimento;

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 218

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

b) organização coletiva e individual para o Ensino Fundamental – Fase II e Ensino 

Médio, em todas as disciplinas, sendo priorizadas as vagas para matricula na organização 

coletiva;

c) a   disciplina   de   Língua   Espanhola   será   ofertada   somente   na   organização 

coletiva.

7.2.1  Ensino Fundamental – Fase I e II e Ensino Médio

No Ensino Fundamental  –  Fase  I,  Fase  II  e  Ensino Médio  considerar­se­á,  a 

oferta de 100% da carga horária total estabelecida.

7.3  MATRÍCULA

Para a matrícula no Estabelecimento Escolar de Educação de Jovens e Adultos:

a) a idade para ingresso respeitará a legislação vigente;

b) será respeitada instrução própria de matrícula expedida pela mantenedora;

c) o   educando   do   Ensino   Fundamental   –   Fase   I   será   matriculado, 

concomitantemente, em todas as áreas do conhecimento;

d) o educando do Ensino Fundamental  –  Fase  II  e  do  Ensino Médio,  poderá 

matricular­se de uma a quatro disciplinas simultaneamente;

e) no Ensino Fundamental Fase II, a disciplina de Ensino Religioso é de matrícula 

facultativa para o educando;

f) no Ensino Médio, a disciplina de Língua Espanhola é de matricula facultativa 

para o educando e entrará  no cômputo das quatro disciplinas que podem ser  cursadas 

concomintante;

g) poderão ser aproveitadas integralmente disciplinas concluídas com êxito por 

meio de cursos organizados por disciplina, por exames supletivos, série(s) e de período(s) / 

etapa(s) / semestre(s) equivalente(s) à conclusão de série(s) do ensino regular, mediante 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 219

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

apresentação   de   comprovante   de   conclusão,   conforme   regulamentado   no   Regimento 

Escolar;

h) para   os   educandos   que   não   participaram   do   processo   de   escolarização 

formal/escolar;   bem   como   o   educando   desistente   do   processo   de   escolarização 

formal/escolar,  em anos  letivos anteriores, poderão ter  seus conhecimentos aferidos por 

processo de classificação, definidos no Regimento Escolar;

i) será  considerado desistente, na disciplina, o educando que se ausentar por 

mais  de  02  (dois)  meses consecutivos,  devendo a  escola,  no  seu  retorno,   reativar  sua 

matrícula para dar continuidade aos seus estudos, aproveitando a carga horária cursada e 

os registros de notas obtidos, desde que o prazo de desistência não ultrapasse 02 (dois) 

anos, a partir da data da matrícula inicial;

j) o educando desistente, por mais de dois anos, a partir da data de matrícula 

inicial   na   disciplina,   no   seu   retorno,   deverá   fazer   rematrícula   na   disciplina,   podendo 

participar do processo de reclassificação;

k) o educando desistente da Língua Espanhola,  por mais de 02  (dois) meses 

consecutivos ou por mais de 02 (dois) anos, a contar da data da matrícula inicial, no seu 

retorno, deverá   reiniciar a disciplina sem aproveitamento da carga horária  cursada e os 

registros de notas obtidos, caso opte novamente por cursar essa disciplina.

No ato da matrícula, conforme instrução própria da mantenedora, o educando 

será   orientado   por   equipe   de   professor­pedagogo   sobre:   a   organização   dos   cursos,   o 

funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar, a duração e a 

carga horária das disciplinas.

O educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas, que os 

receberão   individualmente   ou   em   grupos   agendados,   efetuando   as   orientações 

metodológicas, bem como as devidas explicações sobre os seguintes  itens que compõem o 

Guia de Estudos:

• a organização dos cursos;

• o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar;

• a dinâmica de atendimento ao educando;

• a duração e a carga horária das disciplinas;

• os conteúdos e os encaminhamentos metodológicos;Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 220

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

• o material de apoio didático;

• as sugestões bibliográficas para consulta;

• a avaliação;

• outras informações necessárias.

7.4  MATERIAL DIDÁTICO

Serão   adotados   os   materiais   indicados   pelo   Departamento   de   Educação   e 

Trabalho/Coordenação  de  Educação  de   Jovens  e  Adultos,   da  Secretaria  de  Estado  da 

Educação do Paraná, como material de apoio.

Além desse material,  os docentes, na sua prática pedagógica, deverão utilizar 

outros recursos didáticos.

7.5  AVALIAÇÃO

a) avaliação   será   diagnóstica,   contínua,   sistemática,   abrangente, 

permanente;

b)   as avaliações utilizarão técnicas e  instrumentos diversificados,  sempre com 

finalidade educativa;

c)  para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06 

(seis)   notas   por   disciplina,   que   corresponderão   às   provas   individuais   escritas   e 

também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a 

que,   obrigatoriamente,   o   educando   se   submeterá   na   presença   do   professor, 

conforme descrito no regimento escolar;

d) a   avaliação   será   realizada   no   processo   de   ensino   e   aprendizagem, 

sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez v írgula zero);

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 221

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

e) para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis 

vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED e 

frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total  da carga horária de 

cada   disciplina   na   organização   coletiva   e   100%   (cem   por   cento)   na   organização 

individual;

f) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada 

registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de estudos. Para 

os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos 

conhecimentos;

g)a média  final,  de cada disciplina, corresponderá  à  média aritmética das 

avaliações   processuais,   devendo   os   mesmos   atingir   pelo   menos   a   nota  6,0   (seis 

vírgula zero);

h) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em 

documentos   próprios,   a   fim   de   que   sejam   asseguradas   a   regularidade   e 

autenticidade da vida escolar do educando;

i) o educando portador de necessidades educativas especiais, será avaliado 

não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver;

j) para   fins  de certificação e  acréscimo da carga horária  da  disciplina  de 

Língua Espanhola,  o  educando deverá  atingir  a  média mínima de 6,0  (seis  virgula 

zero)   e   frequência   mínima   de   75%   (setenta   e   cinco   por   cento)   do   total   da   carga 

horária da disciplina;

k)   no  Ensino  Fundamental  Fase   II,  a  disciplina  de Ensino Religioso será 

avaliada   no   processo   de   ensino   aprendizagem,   não   tendo   registro   de   notas   na 

documentação escolar, por não ser objeto de retenção;

l) para   fins   de   acréscimo   da   carga   horária   da   disciplina   de   Ensino 

Religioso,  na  documentação escolar,  o  educando deverá   ter   frequência mínima de 

75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária da disciplina.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 222

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

7.6  RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de 

construção   do   conhecimento,   de   aceitá­lo   como   parte   integrante   da   aprendizagem, 

possibilitando  a   reorientação dos  estudos.  Ela  se  dará   concomitantemente  ao  processo 

ensino­aprendizagem,   considerando   a   apropriação   dos   conhecimentos   básicos,   sendo 

direito de todos os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos.

A   recuperação   será   também   individualizada,   organizada   com   atividades 

significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o 

nível de aprendizagem de cada educando.

Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos 

básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos 

conteúdos,   de   novas   atividades   significativas   e   de   novos   instrumentos   de   avaliação, 

conforme o descrito no Regimento Escolar.

7.7  APROVEITAMENTO DE ESTUDOS, CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO

Os procedimentos de aproveitamento de estudos, classificação e reclassificação 

estão regulamentados no Regimento Escolar e atenderão o disposto na legislação vigente.

7.8  ÁREA DE ATUAÇÃO

As  ações  desenvolvidas  pelo  Estabelecimento  Escolar  Estadual   que  oferta   a 

Educação de Jovens e Adultos  limitam­se à   jurisdição do Estado do Paraná,  do Núcleo 

Regional de Educação, podendo estabelecer ações pedagógicas descentralizadas, desde 

que autorizadas pela mantenedora.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 223

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

7.9  ESTÁGIO NÃO­OBRIGATÓRIO

Este Estabelecimento Escolar,  em consonância com as orientações da SEED, 

oportunizará o estágio não­obrigatório, como atividade opcional, desenvolvido no ambiente 

de trabalho, conforme a Lei Federal nº 11.788, de 25 de setembro de 2008.

7.10  PROGRAMA PRONTIDÃO ESCOLAR PREVENTIVA ­ PEP

O Programa Prontidão Escolar Preventiva – PEP, é  um programa de natureza 

pedagógica que visa preparar os profissionais que atuam nas escolas e o corpo discente a 

executar  ações  de  prevenção  de   incêndios,   desastres  naturais   e  situações  de   risco.   É 

importante que docentes, discentes e toda comunidade escolar estejam preparadas para, de 

modo eficaz, enfrentar esses acontecimentos. Na eventualidade de um sinistro é de grande 

valia que todos saibam os primeiros passos de enfrentamento de princípios de incêndio, 

procedimentos de segurança pessoal, bem como noções de primeiros socorros a serem 

utilizados até que o socorro especializado chegue ao local. 

Este programa fará parte das ações da escola e os temas serão integrados aos 

conteúdos específicos das disciplinas afins, conforme Instrução Nº 02/10 – DAE/SUDE que 

orienta sobre o Programa Prontidão Escolar Preventiva nos Estabelecimentos de Ensino da 

Rede Estadual. O programa será realizado em etapas: de conscientização, de mobilização e 

de operacionalização através das palestras sobre os temas: desastres naturais e segurança, 

incêndio e rotas de fuga, primeiros socorros, procedimentos em caso se sequestro e artefato 

explosivo. Após as orientações, serão realizados exercícios de alerta simulado.

Também se fez necessário a organização de uma Brigada composta por direção, 

equipe pedagógica,   funcionários  e  alunos,   tendo como atribuição  principal  as  ações  de 

prevenção e emergência em casos de sinistros, bem como, na efetivação de exercícios 

simulados.  

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 224

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

7.11 PROGRAMA VIVA ESCOLA

O   Programa   Viva   Escola   se   constitui   em   atividades   de   complementação 

curricular.   Isto  significa dizer  que,  como o  tempo de aprendizagem de  tais  conteúdos é 

diferente entre os alunos, haja vista o referencial conceitual real dos mesmos para aprender,  

bem como  suas  condições  concretas   ­   sejam elas  subjetivas  ou  objetivas   (sem  jamais 

sonegar   conhecimento   em   nome   das   dificuldades   de   aprendizagem)   –   a   forma   de   se 

trabalhar um ou outro conteúdo das disciplinas pode variar em outro tempo ou outro espaço. 

Segundo a  Resolução  n°  3683/2008,  o  Programa Viva  Escola  assume como 

política pública as Atividades Pedagógicas de Complementação Curricular, contempladas na 

Proposta   Pedagógica   Curricular   (PPC)   relativas   aos   possíveis   recortes   do   conteúdo 

disciplinar.   Isso   implica   numa   seleção   de   atividades   organizadas   em   núcleos   de 

conhecimentos  que   venham   ao   encontro   do  Projeto   Político­Pedagógico   (PPP),   com  o 

objetivo de:

a)  dar  condições para  que os  profissionais  da  educação,  os  alunos da Rede 

Pública Estadual e a comunidade escolar desenvolvam diferentes atividades pedagógicas 

no contraturno, no Estabelecimento de Ensino ao qual estão vinculados;

b)   viabilizar   o   acesso,   à   permanência   e   à   participação   dos  alunos  da   Rede 

Pública   Estadual   em   atividades   pedagógicas   de   seu   interesse,   oferecidas   pelo 

Estabelecimento de Ensino onde estão vinculados;

c)   possibilitar  maior   integração  na   comunidade  escolar   ao   realizar  Atividades 

Pedagógicas de Complementação Curricular, de modo a promover a interação entre alunos, 

professores e comunidade (Instrução n° 010/2009 – SUED/SEED).

Portanto, ao propor uma atividade de complementação curricular no contraturno, 

a   escola   o   faz   tomando   como   referência   o   currículo,   os   conteúdos   propostos   para   a 

disciplina, o plano de trabalho docente e uma avaliação sobre as necessidades de seus 

alunos.

Ao   se  analisar   que   conteúdos  devem,  ainda,   ser   trabalhados  de   forma  mais 

ampliada e metodologicamente diferente, a escola proporá atividades complementares com 

este fim, por meio do Programa Viva Escola.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 225

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

8 ­ RECURSOS HUMANOS

8.1  ATRIBUIÇÕES DOS RECURSOS HUMANOS

De todos os profissionais que atuam na gestão, ensino e apoio pedagógico neste 

Estabelecimento   Escolar   na   modalidade   Educação   de   Jovens   e   Adultos,   exigir­se­á   o 

profundo conhecimento e estudo constante da fundamentação teórica e da função social da 

EJA,  do  perfil  de  seus  educandos   jovens,  adultos  e   idosos;  das  Diretrizes  Curriculares 

Nacionais e Estaduais de EJA; bem como as legislações e suas regulamentações inerentes 

à Educação e, em especial, à Educação de Jovens e Adultos.

8.1.1  Direção

Para todos os profissionais que atuam na gestão de ensino e apoio pedagógico, é 

de suma importância que tenha um profundo conhecimento e estudo constante da LDB, Lei  

nº 9394/96, e das normalizações do Conselho Estadual  de Educação do Paraná,  e das 

conferências municipais sobre a EJA, promovida pela UNESCO.

Ao diretor e equipe cabe administrar o Centro Estadual de Educação Básica para 

Jovens e Adultos, junto com o Conselho Escolar, coordenando a execução de um plano de 

trabalho,   construído   coletivamente,   no   sentido   de   elevar   os   padrões   de   qualidade   do 

Estabelecimento Escolar.

O diretor trabalha com uma equipe constituída por vice­diretor, coordenadores, 

equipe de apoio pedagógico, professores e apoio administrativo.

É responsável por gerenciar todas as atividades pedagógicas e administrativas 

realizadas no CEEBJA.

O diretor deve ser um líder e agir como motivador, responsável pela integração e 

articulação das diversas atividades internas e externas, para viabilização de uma política 

institucional em educação na forma presencial, assim como pela definição de apurações e 

tomadas de decisão, para que os objetivos fundamentais do curso sejam alcançados.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 226

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

O diretor deve ser um articulador dos diferentes segmentos escolares em torno da 

Proposta Pedagógica que se quer desenvolver. Quanto maior for essa articulação, melhor 

poderão ser desempenhadas suas próprias tarefas, sejam no aspecto organizacional ou da 

comunidade em que a escola está inserida.

Com as  atuais  diretrizes  o  gestor  deve  ser  um profissional  apto  a  gerir   com 

competência,   todos   os   recursos   pedagógicos,   desta   proposta   e   as   atividades   de 

aperfeiçoamento dos profissionais e funcionários junto com a SEED.

Espera­se que o diretor incentive o trabalho em equipe, de modo a mobilizar a 

comunidade escolar em torno de um compromisso  com a qualidade do ensino público.

Compete ao diretor:

- Convocar integrantes da comunidade escolar para a elaboração do plano anual 

e do Regimento  Interno do Estabelecimento de Ensino,  submetendo­o  à  apropriação do 

Conselho Escolar.

- Elaborar os planos de aplicação financeira, a respectiva prestação de contas e 

submeter à apreciação e aprovação do Conselho Escolar.

- Coordenar   a   implementação   das   diretrizes   pedagógicas,   aplicar   normas, 

procedimentos e medidas administrativas de acordo com instruções da secretaria de Estado 

da Educação.

- Supervisionar as atividades dos órgãos de apoio, administrativo e pedagógico 

do estabelecimento.

- Coordenar e supervisionar os serviços da secretaria Escolar.

- Abrir espaço para discussão, avaliação e intercâmbio, interno e externo   das 

experiências de sucesso.

- Deferir as matrículas, no prazo estipulado pela legislação.

- Implementar   uma   gestão   participativa,   estimulando   o   desenvolvimento   das 

responsabilidades individuais e promovendo o trabalho coletivo.

- Coordenar a equipe pedagógica (vice­diretor,  coordenadores, orientadores e 

professores)   para   coleta   e   análise   dos   indicadores   educacionais,   para   elaboração   e 

implementação de plano de trabalho.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 227

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

- Abrir espaço para discussão, avaliação e intercâmbio,  interno e externo das 

práticas escolares.

- Coordenar   toda   a   equipe,   tendo   em   vista   o   cumprimento   dos   objetivos 

propostos para a EJA.

- Solicitar ao NRE, suprimento e cancelamento de demanda de funcionários e 

professores do estabelecimento, observando a legislação vigente.

- Administrar os recursos financeiros.

- Controlar a frequência de professores e funcionários.

- Adquirir e controlar material de consumo e permanente.

- Acompanhar e validar a Avaliação de conteúdos por disciplina.(???)

­ Executar a avaliação institucional conforme orientação da mantenedora.

- Cabe ampliar e fazer cumprir o Regimento Escolar.

- Negociar   com   competência,   para   harmonizar   interesses   divergentes   e 

estabelecer  relacionamentos nutrientes,   levando em conta as necessidades de  todos os 

envolvidos direta ou indiretamente.

O diretor exerce sempre a função de liderança na escola, mas uma liderança com 

o modelo participativo, capaz de dividir o poder de decisão dos assuntos escolares com toda 

a sua equipe, criando e estimulando a participação de  todos.  A  liderança como modelo 

participativo,   requer   um   profissional   que   possui:   comunicação,   ética,   informação, 

acessibilidade,   construção   de   cadeias   de   relacionamento,   motivação,   compromisso, 

agilidade.

  Deve agrupar as competências de: saber agir, mobilizar, transferir, engajar, ter 

visão estratégica e assumir responsabilidades.

8.1.2  Professor Pedagogo

Esses profissionais  têm participação decisiva no contexto pedagógico que não 

são estáticas, mas que se transformam em função de interação com o todo da escola, no 

contexto pedagógico e também administrativo.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 228

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

O trabalho coletivo é  fundamental, com o envolvimento de toda a equipe para 

construção de estratégias de ação que favoreçam a atuação em grupo, para diagnosticar e 

propor   encaminhamentos   para   melhoria   de   metodologias,   do   processo   ensino   e 

aprendizagem.

Informações   para   compreensão   da   realidade   social   e   cultural   do   educando 

atendido, possibilitando modificações, se necessárias, nas praticas pedagógicas, de forma a 

beneficiar a aprendizagem do educando.

O   professor   pedagogo   tem   funções   no   contexto   pedagógico   e   também   no 

administrativo, tais como:

- Orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada disciplina;

- Promover e acompanhar reuniões de estudo e trabalho;

- Propor a implementação de projetos que visem o enriquecimento pedagógico 

nas diversas áreas do conhecimento;

- Participar de eventos da SEED  quando solicitados;

- Transmitir orientações da SEED para os demais professores;

- Avaliar e acompanhar o trabalho pedagógico dos professores;

- Elaborar juntamente com toda a equipe da escola a Proposta Pedagógica e o 

Regimento da EJA;

- Tornar­se   ciente   das   políticas   educacionais   para   a   EJA   (acompanhar   a 

Proposta Pedagógica);

- Coordenar e acompanhar ações pedagógicas descentralizadas e Exames   de 

Suplência   quando,   no   estabelecimento,   não   houver   coordenação(ões)     específica(s) 

dessa(s) ação(ões).

-  Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.

-  Acompanhar o estágio não­obrigatório.

8.1.3  Coordenações

As Coordenações de Ações Pedagógicas Descentralizadas – Coordenação Geral 

e Coordenação Itinerante, bem como a Coordenação dos  Exames de Suplência, têm como 

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 229

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

finalidade a execução dessas ações pelo Estabelecimento Escolar, quando autorizadas e 

regulamentadas pela mantenedora.

Cabe ao(s) Coordenador(es) de Ações Pedagógicas Descentralizadas:

Coordenador Geral

- Receber e organizar as solicitações de Ações Pedagógicas Descentralizadas.

- Organizar os processos dessas Ações para análise pelo respectivo NRE.

- Elaborar os cronogramas de funcionamento de cada turma da Ação.

- Digitar os processos no Sistema e encaminhar para justificativa da direção do 

Estabelecimento.

- Acompanhar   o   funcionamento   de   todas   turmas   de   Ações   Pedagógicas 

Descentralizadas vinculados ao Estabelecimento.

- Acompanhar a matrícula dos educandos e a inserção das mesmas no Sistema.

- Organizar a documentação dos educandos para a matrícula.

- Organizar as listas de frequência e de notas dos educandos.

- Enviar   material   de   apoio   didático   para   as   turmas   das   Ações   Pedagógicas 

Descentralizadas.

- Responder ao NRE sobre todas as situações dessas turmas.

- Organizar   o   rodízio   dos   professores   nas   diversas   disciplinas,   garantindo   o 

atendimento aos educandos de todas as turmas.

- Orientar  e   acompanhar  o  cumprimento  das  atividades  a  serem executadas 

durante as horas atividades dos professores.

- Realizar   reuniões   periódicas   de   estudo   que   promovam   o   intercâmbio   de 

experiências pedagógicas e a avaliação do processo ensino­aprendizagem.

- Elaborar   materiais   de   divulgação   e   chamamento   de   matrículas   em 

comunidades que necessitam de escolarização.

- Acompanhar a ação dos Coordenadores Itinerantes.

- Tomar ciência e fazer cumprir a legislação vigente.

- Prestar à Direção, à Equipe Pedagógica do Estabelecimento e ao NRE, quando 

solicitado,   quaisquer   esclarecimentos   sobre   a   execução   da   escolarização   pelas   Ações 

Pedagógicas Descentralizadas sob sua coordenação;

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 230

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Coordenador Itinerante

- Acompanhar   o   funcionamento  in   loco  das   Ações   Pedagógicas 

Descentralizadas.

- Atender e/ou encaminhar as demandas dos professores e dos educandos.

- Verificar o cumprimento do horário de funcionamento das turmas.

- Observar e registrar a presença dos professores.

- Atender à comunidade nas solicitações de matrícula.

- Solicitar e distribuir o material de apoio pedagógico.

- Solicitar e distribuir as listas de frequência e de nota dos educandos.

- Encaminhar as notas e frequências dos educandos para digitação.

- Acompanhar   o   rodízio   de   professores,   comunicando   à   Coordenação   Geral 

qualquer problema neste procedimento.

- Solicitar e organizar a documentação dos educandos para a matrícula.

- Acompanhar o funcionamento pedagógico e administrativo de todas as turmas 

das Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua responsabilidade.

- Participar das reuniões pedagógicas e da hora atividade, juntamente com os 

professores;

Coordenador de Exames Supletivos

- Acompanhar e viabilizar todas as ações referentes aos Exames Supletivos.

- Tomar conhecimento do edital de exames.

- Fazer as inscrições dos candidatos, conforme datas determinadas no edital.

- Verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os exames possam 

ser executados.

- Digitar, no sistema, a inscrição dos candidatos.

- Conferir  a   inserção das  inscrições dos candidatos  no Sistema por  meio  da 

emissão de Relatório de Inscritos.

- Solicitar   credenciamento   de   outros   espaços   escolares,   quando   necessário, 

para execução dos exames.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 231

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

- Solicitar,  por  e­mail  ou  ofício,  com o conhecimento  do NRE,  as provas em 

Braille e as ampliadas, das etapas a serem realizadas, quando for o caso.

- Solicitar,   por   e­mail   ou   ofício,   com   o   conhecimento   do   NRE,   para   o 

DET/CEJA/SEED, autorização para a realização de quaisquer bancas especiais.

- Comunicar   ao   NRE   todos   os   procedimentos   tomados   para   realização   dos 

Exames.

- Receber os materiais dos Exames Supletivos nos NREs.

- Capacitar a(s) equipe(s) de trabalho do Estabelecimento para a realização dos 

Exames Supletivos, quanto ao cumprimento dos procedimentos, em especial a organização 

e o preenchimento dos cartões­resposta.

- Acompanhar a aplicação das provas, para que transcorram com segurança e 

tranquilidade, em conformidade com os procedimentos inerentes aos Exames.

- Divulgar as atas de resultado.

- Acompanhar e executar todas as ações referentes aos Exames On Line.

8.1.4  Docentes

O   corpo   docente   da   educação   de   EJA   deve   ser   composto   de   profissionais 

habilitados.

Entender que os educandos de EJA, são jovens, adultos e idosos que possuem 

uma bagagem de conhecimento adquirido em sua vida, necessitando de ações educativas 

inovadoras,  que  respondam  às novas exigências  de  uma sociedade  em  transformação, 

requerendo assim,  educadores que garantam a contextualização em suas disciplinas,  a 

inter­relação personalizada e continua da realidade de cada educando com o sistema de 

ensino.

O processo  educativo  deve  estar   compromissado  em garantir   a   formação  de 

identidade  dos  cidadãos,  propondo coletivamente  ações  de  interação,  acompanhando  e 

avaliando o trabalho a ser realizado pelo educando.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 232

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Cabe ao docente:

- Organizar   os   conteúdos   a   serem   abordados   de   forma   interdisciplinar   e 

contextualizada.

- Estabelecer um processo de avaliação a respeito do desempenho dos alunos, 

tendo como principio o acompanhamento contínuo da aprendizagem.

- Implementar projetos de recuperação de conteúdos, por meio de exposições 

dialogada com atividades significativas e novos instrumentos de avaliação para diagnosticar 

o nível de aprendizagem de cada educando.

- Organizar, acompanhar e validar a avaliação da apropriação de conteúdos por 

disciplina (????).

- Executar a avaliação institucional conforme orientação da mantenedora.

- Definir   e   desenvolver   o   seu   plano   de   ensino,   conforme   orientações   das 

Diretrizes  Curriculares  Nacionais   e   Estaduais   de  EJA   e  da   proposta   pedagógica  deste 

Estabelecimento Escolar.

- Conhecer o perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos.

- Utilizar   adequadamente   os   espaços   e   materiais   didático­pedagógicos 

disponíveis, tornando­os meios para implementar uma metodologia de ensino que respeite o 

processo de aquisição do conhecimento de cada educando  jovem, adulto e  idoso deste 

Estabelecimento.

Os docentes de EJA deverão apresentar perfil inovador e estar apto em enfrentar 

mudanças no dia a dia.

Ter   compromisso     com   a   proposta   de   EJA,   com   objetividade   no   trabalho 

realizado, com disponibilidade de horário que venha favorecer ao educando trabalhador, ser 

criativo e ter espírito coletivo.

Os docentes supridos neste Estabelecimento deverão atuar na sede e nas ações 

pedagógicas descentralizadas, bem como nos exames supletivos. Deverão atuar em todas 

as formas de organização do curso: aulas presenciais coletivas e individuais

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 233

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

8.1.5  Secretaria e Apoio Administrativo

A   secretaria   é   o   setor   que   tem   sob   sua   responsabilidade   todo   registro   de 

escrituração   escolar   e   correspondência   do   Estabelecimento   de   Ensino.   Este   serviço   é 

coordenado e supervisionado pela Direção, ficando a ela subordinado.

O cargo de secretário (a) é exercido por um profissional devidamente qualificado 

para o exercício desta função. Portanto, a organização, a minúcia, a seriedade daqueles que 

ocupam este ambiente têm, obrigatoriamente, que fazer parte de todas as suas ações.

Aos profissionais que executam esta função, cabe a tarefa de:

- Manter atualizado o sistema de acompanhamento do educando, considerando 

a organização da EJA prevista nesta proposta.

- Conhecer   a   Legislação   que   rege   o   registro   de   documentação   de   alunos, 

matrículas   e   todos   os   registros   sobre   o   processo   escolar   em   pastas  individualizadas, 

expedindo   toda   documentação   (declarações,   certificados,   transferências,   relatórios, 

estatísticas e outros) sempre que necessário.

- Utilizar somente as matrizes autorizadas pelo órgão competente.

- Participar de reuniões, encontros e / ou cursos sempre que convocados e por 

iniciativa própria com o intuito de aprimoramento profissional.

9 ­ BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Maria Conceição Pereira de. Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e  

Adultos, a Grande Conquista, Arte & Cultura, 1999, 1ª Edição.

BRZEZINSKI,   Iria.  LDBEN   Interpretada:   diversos   olhares   se   entrecruzam.  São   Paulo   : 

Cortez, 1997.

CARNEIRO, Moaci Alves. LDBEN fácil. Petrópolis, RJ : Vozes, 1998.

(5ª) Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V CONFINTEA).Rua Minas Gerais, 1233.

Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 234

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Conselho Estadual de Educação ­ PR

Deliberação 011/99 – CEE.

Deliberação 014/99 – CEE.

Deliberação 005/98 –CEE.

Deliberação 008/00 – CEE.

Indicação 004/96 – CEE.

Parecer 095/99 – CEE (Funcionamento dos Laboratórios).

Conselho Nacional de Educação

Parecer 011/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais de EJA.

Parecer 004/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.

Parecer 015/98 –Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.

Resolução 03/98 – CEB.

Constituição Brasileira – Artigo 205.

DELORS, J. Educação : Um tesouro a descobrir. São Paulo : Cortez ; Brasília, DF : MEC : 

UNESCO, 1998.

DEMO, Pedro. A Nova LDBEN – Ranços e Avanços. Campinas, SP : Papirus, 1997.

DRAIBE, Sônia Miriam; COSTA, Vera Lúcia Cabral;  SILVA Pedro Luiz  Barros.  Nível  de 

Escolarização da População. mimeog.

DI PIERRO; Maria Clara.  A educação de Jovens e Adultos na LDBEN. mimeog.

DI PIERRO; Maria Clara. Os projetos de Lei do Plano Nacional de Educação e a Educação  

de Jovens e Adultos. mimeog.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 235

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – SANTA HELENA

Decreto 2494/98 da Presidência da República.

Decreto 2494/98 da Presidência da República.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 40ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

LDBEN nº 9394/96.

KUENZER,Acácia Zeneida.Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do 

trabalho. São Paulo: Cortez.2000, p.40. 

OLIVEIRA, Thelma Alves de, et al. Avaliação Institucional (Cadernos Temáticos). Curitiba: 

SEED – PR, 2004.

Parâmetros Curriculares Nacionais 1º segmento do Ensino Fundamental.

Parâmetros Curriculares Nacionais 2º segmento do Ensino Fundamental.

Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio.

Plano Nacional de Educação – Educação de Jovens e Adultos.

SILVA, Eurides Brito da. A Educação Básica Pós­LDBEN.

SOUZA, Paulo N. Silva & SILVA, Eurides Brito da. Como entender e aplicar a nova LDBEN.

SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de; SILVA, Eurides Brito da. Como entender e Aplicar a  

Nova LDBEN. SP, Pioneira Educ., 1997. 1ª Edição.

Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 236