propostas famato pap 2013/2014 · 2013-03-12 · subsidiar as discussões e a elaboração do plano...
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PROPOSTAS FAMATO
PAP 2013/2014
OFÍCIO Nº 045/2013 - FAMATO Cuiabá, 11 de março de 2013.
Ao Senhor Neri Geller Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Brasília – DF. Assunto: Plano Agrícola Pecuário 2013/2014
Senhor Secretário,
Em resposta ao Ofício Circular nº 002/2013/SPA-MAPA que visa enriquecer e
subsidiar as discussões e a elaboração do Plano Agrícola Pecuário 2013/2014,
apresentamos abaixo as propostas da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado
de Mato Grosso – FAMATO para o Plano Agrícola Pecuário - PAP 2013/2014. Algumas
propostas foram embasadas por estudos realizados pelo Instituto Matogrossense de
Economia Agropecuária – IMEA. Os estudos encontram-se enumerados no anexo, as
demais propostas seguem neste documento. Esperamos que estas propostas venham
a compor o elenco de medidas do Novo Plano Safra.
Propostas FAMATO:
1. Alterações nas Condições do Custeio Pecuário: Conforme estudo realizado
pelo Instituto Matogrossense Economia Agropecuária – IMEA, (estudo 1) a
rentabilidade da atividade pecuária em Mato Grosso é significativamente
menor quando comparada a atividade agrícola. Com base neste
entendimento, solicitamos que a taxa de juros aplicada ao Custeio
Pecuário seja de 3,0% e não mais de 5,5% a.a.
2. Aumento do Limite de Crédito para Custeio Agrícola: O estudo
apresentado pelo IMEA (estudo 2) aponta que o limite de 800 mil
oferecido pelo Plano Safra 12/13 foi insuficiente para as propriedades
acima de 1000 ha cultivados com soja que somam mais da metade das
propriedades do Estado de Mato Grosso. Solicitamos que o limite
financiável para o Custeio Agrícola seja de R$ 1,7 milhões e a taxa de
juros de 4,0% a.a para os produtores de Mato Grosso.
3. Análise das Condições Atuais da Linha de Crédito Disponível Para
Armazenagem: O estudo apresentado pelo IMEA (estudo 3) aponta que a
linha atual Moderinfra não atende as necessidades dos produtores rurais
mato-grossense por isso, solicitamos que os itens necessários para a
4. aquisição dos armazéns incluindo a parte da construção civil bem como
todos os itens necessários para a sua construção, sejam incluídos como
item financiável dentro do PSI (Programa de Sustentação do
Investimento) ou que a Linha Moderinfra passe a ter as mesmas
condições de
financiamento do PSI, ou seja com limite financiável de 100% atendendo
a necessidade de cada produtor e com taxa de 3,0% a.a. A necessidade
de disponibilização de recursos para sanar o problema da armazenagem
Estadual é de R$ 6,2 bilhões.
5. Criação de uma Linha de Crédito Específica para Reforma de Pastagem:
Tendo em vista a dimensão do problema e as pequenas margens que
sobram para a pecuária nacional solicitamos a criação de uma linha de
crédito específica para reforma de pastagem que tenha um prazo mínimo
para pagamento de 15 anos e taxa de juros igual a 2,0% a.a.
6. Criação do Preço Mínimo do Boi Gordo: Os resultados obtidos através do
estudo do IMEA (estudo 4) indicam o valor mínimo da arroba do boi gordo
de Mato Grosso. Para garantia da estabilidade da atividade pecuária,
solicitamos a criação do preço mínimo da arroba do boi gordo no valor de
R$ 70,00 assim como seu respectivo mecanismo de funcionamento.
7. Revisão dos Preços Mínimo da Soja do Milho e do Algodão: Com base no
estudo realizado pelo IMEA (estudo 5), solicitamos que o preço mínimo da
soja para Mato Grosso seja elevado de 22,87 para R$ 27,39/saca e do
milho de R$ 13,02 para R$ 14,89/saca. E, de acordo com a AMPA, que o
preço mínimo do algodão também seja elevado de R$ 44,60 para R$
56,00/arroba no próximo Plano Safra 13/14.
8. Intervenções Governamentais para a Safra 13/14: em virtude dos baixos
estoques governamentais de milho faz-se necessário a recomposição dos
mesmos, para isso a melhor alternativa é disponibilizar Leilões de
Contrato de Opções de Venda para os produtores mato-grossenses.
Mesmo assim, diante do alto custo de escoamento, ainda é imprescindível
á intervenção para equalizar estes valores. Diante disto, solicitamos que
seja lançando mão de 4 milhões de toneladas operações de PEPRO/PEP e
4 milhões de toneladas de opções de venda ao preço de R$ 15,00 por
saca.
9. Subvenção ao Prêmio Para Aquisição de um Contrato de Opção de Venda
na Bolsa de Futuros: Com o objetivo de propor uma alternativa à política
de garantia do preço mínimo, apresenta-se esse mecanismo de incentivo
ao produtor de travamento de preço na bolsa de futuros através dos
contratos de opção. Desta forma, solicitamos a disponibilização deste
mecanismo para a comercialização do milho a partir da safra 13-14.
10. Criação do Seguro de Comercialização Para Bovinos de Corte: Tendo em
vista que na comercialização do produto final da pecuária bovina de corte
existem poucos compradores e com históricos recente de inadimplência
como as recuperações judicias, solicitamos a criação desse mecanismo
para que os pecuaristas possam ter a garantia do recebimento do valor
do gado comercializado mesmo que o frigorífico não honre com o
compromisso do pagamento pela mercadoria recebida.
11. Criação de uma Política de Incentivo à Novos Produtores Rurais: Como o
objetivo do PAP é fomentar o crescimento da agricultura e da pecuária, a
criação de uma linha de crédito destinado ao investimento em novas áreas
seria uma maneira de aumentar a produção de alimentos e fomentar o
crescimento do setor, solicitamos que esta política seja iniciada com a
criação de uma linha de crédito para aquisição de terras com base no
(estudo 6) realizado pelo IMEA. Pela análise, esta linha de crédito deve
ter um prazo para pagamento de no mínimo 10 anos. E, posteriormente
seja criada uma linha de crédito especial e diferenciada para os jovens
produtores.
Respeitosamente,
RUI CARLOS OTTONI PRADO Presidente
ESTUDO 1: ALTERAÇÕES NAS CONDIÇÕES DO CUSTEIO PECUÁRIO – PAP 2013/14
INSTITUTO MATOGROSSENSE DE ECONOMIA AGROPECUÁRIA
IMEA
1. Introdução
O Plano Agrícola e Pecuário disponibilizou R$ 86,95
milhões, a juros controlados de 5,5% a.a., no ano
safra 2011/12, para custeio e comercialização de
produtos agropecuários. O crédito individual é
limitado em 800 mil reais, independente da
atividade realizada pelo produtor.
O objetivo do estudo é demonstrar, por meio da
margem de lucro das atividades agrícola e pecuária,
que a taxa de custeio agropecuário estabelecida no
último PAP, não é viável para os pecuaristas, já que
há uma diferença entre as margens da pecuária e
da agricultura.
2. Metodologia
Para embasar o trabalho de redução da taxa de
juros para o custeio pecuário, demonstramos a
diferença dos lucros operacional e total existente
entre as atividades agrícola e pecuária em Mato
Grosso.
Levou-se em consideração uma propriedade
produtora de soja, para o exemplo de lucro agrícola
e uma propriedade de engorda de bovinos, para o
exemplo de lucro na pecuária.
Os indicadores utilizados, como o custo de
produção agrícola e o preço médio da soja têm
como referência o ano safra de 2012/13. Já os
dados de custo e preço da arroba do boi gordo têm
como base o ano de 2012.
3. Resultados
Tabela 1 – Diferença entre os lucros nas produções
agrícolas (safra 2012/13) e pecuária (2012) em Mato
Grosso
Com base na margem de lucro operacional, o produtor
de soja possui margem de 30,3 pontos percentuais
maior do que o a margem do pecuarista, que para o
período de 2012 atingiu em média 16,3%.
Pela diferença entre a margem de lucro do pecuarista e
do agricultor, é necessária uma linha de crédito para
custeio do pecuarista com taxa de juros adequadas a
atividade.
4. Considerações finais
Com a intenção adaptar as condições para custeio à
margem de lucro dos pecuaristas, é necessária a
alteração da taxa de juros atual, criando uma linha de
crédito específica para esta classe produtiva.
Dados Soja -
R$/sc (A)
Engorda de bovinos - R$/@ (B)
Diferença (B-A)
Receita bruta 48,0 84,00 -
Receita líquida 47,4 83,69 -
Custo operacional 25,3 70,05 -
Custo total 44,4 79,23 -
Lucro operacional 22,1 13,64 -
Margem operacional 46,6% 16,3% -30,3%
Fonte: Imea
Presidente: Rui Carlos Ottoni Prado Superintendente: Otávio Lemos de Melo Celidonio
Analistas: Bruna Lopes, Cleber Noronha, Daniel Ferreira, Elisa Gomes, Fabio da SIlva, Meuryn Lima, Gemelli Lyra, Otávio Behling Junior, Talita Takahashi e Thiago Assis Estagiários: Arthur Pinheiro, Maira Spanholi, Emanuele Fernandes, Thainá Pinheiro, Marina Lara, Tainá Heinzmann, Maíza Zambiazzi, Nikolas Quirino, William Capriata, Haig César.
ESTUDO 2:AUMENTO DO LIMITE DE CRÉDITO PARA CUSTEIO AGRÍCOLA – PAP 2013/14
INSTITUTO MATOGROSSENSE DE ECONOMIA AGROPECUÁRIA
IMEA
1. Introdução
O Plano Agrícola e Pecuário (PAP) disponibilizou R$
86,95 milhões, a juros controlados de 5,5% a.a., no ano
safra 2012/13, para custeio e comercialização de
produtos agropecuários. O crédito individual era
limitado em R$ 650 mil na safra 2011/12 e passou para
R$ 800 mil em 2012/13, independente da atividade
agrícola realizada pelo produtor.
O objetivo do estudo é demonstrar por meio do custo
total da safra de soja, que o limite de crédito individual
disponível hoje ainda não atende a necessidade total
dos produtores de Mato Grosso.
2. Metodologia
Para elaborar este trabalho do aumento do limite de
crédito individual para custeio de safra, utilizamos o
custo para produção de soja no último ano safra
2012/13, e comparamos a quantidade financiável dentro
do limite de crédito atual.
Requisitos do financiamento atual:
Taxa de juros: 5,5% a.a.
Crédito máximo por indivíduo: R$ 800 mil
Prazo de pagamento: 1 ano
3. Resultados
Para demonstrar o quanto a safra pode ser custeada
pelo PAP 2012/13, foi elaborado três cenários com
propriedades agrícolas de tamanhos típicos de Mato
Grosso. A propriedade A com 1.000 ha, B possui 3.000, e
a C com 10.000 ha.
O custo variável de produção de soja no ano safra
2011/12 foi de R$ 1.756/ha, o que no custo total das
propriedades A, B e C foi calculado proporcionalmente.
Tabela 1 – Simulações da cobertura do custeio agrícola na safra 2011/12 para três propriedades típicas de MT
De acordo com os tamanhos de propriedade, demonstra-se
que a linha de custeio do PAP 2012/13 apenas atenderia
45,5% do custo total da safra no caso A, 15,2% na
propriedade B e 4,5% no exemplo C.
Segundo a Aprosoja, cerca de 52% das propriedades
produtoras de soja em Mato Grosso apresentam mais de
1.000 ha. Desta maneira, grande parte dos produtores
buscaram custear sua safra com outros tipos financiamentos,
pois a linha disponível do PAP 2012/13 atenderia em
pequena porcentagem esse custo.
4. Considerações finais
Os produtores rurais do Estado de Mato Grosso,
principalmente sojicultores, necessitam de uma linha de
custeio com um limite de crédito financiável maior, pois o
limite atual atende apenas aproximadamente 48% das
propriedades, evitando assim o desgaste de buscar outras
linhas de financiamento para o custeio da safra.
Presidente: Rui Carlos Ottoni Prado Superintendente: Otávio Lemos de Melo Celidonio
Analistas: Bruna Lopes, Cleber Noronha, Daniel Ferreira, Elisa Gomes, Fabio da SIlva, Meuryn Lima, Gemelli Lyra, Otávio Behling Junior, Talita Takahashi e Thiago Assis Estagiários: Arthur Pinheiro, Maira Spanholi, Emanuele Fernandes, Thainá Pinheiro, Marina Lara, Tainá Heinzmann, Maíza Zambiazzi, Nikolas Quirino, William Capriata, Haig César.
Dados da propriedade
Unidade A B C
Tamanho ha
1.000 3.000 10.000
% Financiada %
45,5% 15,2% 4,5%
Custo total da safra
mil R$ 1.756,42 5.269,26 17.564,20
Fonte: Imea
ESTUDO 3: READEQUAÇÃO DO LIMITE DE CRÉDITO PARA LINHAS AGRÍCOLAS DE ARMAZENAGEM E MÁQUINAS – PAP 2013/14
INSTITUTO MATOGROSSENSE DE ECONOMIA AGROPECUÁRIA
IMEA
1. Introdução
As linhas agrícolas disponíveis para investimento no
setor rural no Plano Agrícola e Pecuário 2012/13não
atendem a real necessidade do setor, e acabam por
impedir o investimento no Estado de Mato Grosso.
O presente estudo tem o objetivo de avaliar a
viabilidade de duas linhas de crédito para investimento,
a Moderinfra e o Programa de Sustentação do
investimento (PSI) ao produtor mato-grossense. As duas
linhas financiam armazéns e máquinas agrícolas
respectivamente, e o principal gargalo da produção de
grãos do Estado é a infra-estrutura logística.
2. Metodologia
Analisando-se os requisitos de cada linha de
financiamento, Moderinfra e PSI, para retirada do
crédito junto a Instituição Financeira Credenciada, foi
possível analisar o quanto o produtor mato-grossense
seria atendido pelo limite de crédito por indivíduo
estabelecido atualmente.
2.1. MODERINFRA
Requisitos atuais:
Limite financiável: R$ 1.300 mil
Prazo máximo: 12 anos
Carência: 3 anos
Taxa de juros: 5,5% a.a.
Limite financiável: até 100%
2.2. MODERFROTA - PSI
Requisitos atuais:
Limite financiável: 100%
Prazo máximo: 10 anos
Carência: sem carência
Taxa de juros: 3,0% a.a.
3. Resultados
3.1. MODERINFRA
Como um dos objetivos da linha é aumentar a
capacidade de armazenagem dos produtores rurais,
utilizamos como exemplo de financiamento a
construção de um armazém de grãos.
Os produtores foram distribuídos segundo os números
do IBGE, em 3 faixas de tamanho de propriedades de
soja.
A. Área de 1.000 hectares;
B. Área de 1.000 a 2.500 hectares;
C. Área de acima de 2.500 hectares;
O investimento inicial (CAPEX) necessário para atender
esses produtores, e também a percentagem financiável
a armazenagem de propriedades típicas de Mato
Grosso, é apresentada para 3 tamanhos de
propriedades:
Figura 1. Distribuição dos produtores de soja em Mato
Grosso.
Para cada propriedade foi estimado respectiva
capacidade necessária do armazém, estocando 100% da
produção de soja (Tabela 1).
Fonte: IBGE 2006
20%
> 2.500 ha
24% entre 1.000 e 2.500 ha
56% < 1.000 ha
Estudo para readequação do limite de crédito para linhas agrícola, PAP 2012/13
Tabela 1 – Cenários para o percentual financiado pelo
MODERINFRA no investimento em armazéns
Entre os três cenários propostos, a linha de crédito
MODERINFRA só seria capaz de atender em 70% o valor
do financiamento, para produtores com áreas de 1.000
hectares. Assim, para produtores que gostariam de
investir em armazéns com capacidade de 4.000
toneladas ou mais, a Linha Moderinfra não é capaz de o
financiamento em 100%
3.2. PLANO DE SUSTENÇÃO DE INVESTIMENTOS
No PAP 2012/13 o Moderfrota - Programa de
Modernização da Frota de Tratores Agrícolas,
Implementos Associados e Colheitadeiras – passou a ser
substituído pelo Programa de Sustentação de
Investimentos (PSI).
Deste modo, a aquisição de máquinas agrícolas e
equipamentos passou a ser financiada com taxa de juros
3% ao ano, sendo que o comprador pode financiar até
100% da valor do equipamento. Por ser uma linha de
crédito muito flexível, e visto o problema crônico de
infra-estrutura de armazenagem, a sugestão utilizar o
modelo de crédito do PSI para todo o investimento em
armazéns.
4. Considerações finais
Deste modo, para viabilizar o investimento em
armazenagem na principal região produtora de grãos do
País, o PSI deve manter as mesmas condições de
financiamento, mas além de financiar máquinas e
equipamentos, o crédito deve ser utilizado para os
seguintes itens:
Construção civil
Reforma e ampliação
Capacitação da mão-de-obra
Reflorestamento para a biomassa necessária do
armazém
Armazém Unidade Propriedades
A B C
CAPEX R$ 3.288.000 2.781.000 1.864.000
Capacidade ton 12.000 9.000 4.000
Tam. da propriedade
ha > 2500 1000 a 2500
1.000
% Financiável
% 40% 47% 70%
Fonte: Imea
Presidente: Rui Carlos Ottoni Prado Superintendente: Otávio Lemos de Melo Celidonio
Analistas: Bruna Lopes, Cleber Noronha, Daniel Ferreira, Elisa Gomes, Fabio da SIlva, Meuryn Lima, Gemelli Lyra, Otávio Behling Junior, Talita Takahashi e Thiago Assis Estagiários: Arthur Pinheiro, Maira Spanholi, Emanuele Fernandes, Thainá Pinheiro, Marina Lara, Tainá Heinzmann, Maíza Zambiazzi, Nikolas Quirino, William Capriata, Haig César.
ESTUDO 4: CRIAÇÃO DO PREÇO MÍNIMO DO BOI GORDO – PAP 2013/14
INSTITUTO MATOGROSSENSE DE ECONOMIA AGROPECUÁRIA
IMEA
1. INTRODUÇÃO
As questões relacionadas a política agrícola brasileira
começaram a tomar forma a partir dos efeitos da crise de
1929 na economia cafeeira. No entanto, essas questões
sempre tiveram como foco o respaldo e incentivo a atividade
agrícola, e assim garantir o abastecimento do país. Deste
modo, a pecuária de corte brasileira, apesar de sua
importância econômica, não recebeu a devida atenção com
relação à necessidade de uma política visando a segurança
do produtor no momento da comercialização de sua
produção.
E essa falta de mecanismos de proteção, acessíveis e
respaldados pelo governo justamente no momento crucial
da comercialização da produção, acaba por gerar uma
insatisfação em relação ao futuro da atividade nos
produtores. Deste modo, acabam inibindo maiores
investimentos na atividade capazes de resultar em um
aumento da produtividade.
O preço do boi gordo em cada região é ainda influenciado
por questões econômicas locais, tendo a logística para
escoamento da produção como fator para a composição do
preço regional. Assim como o cenário de oferta (rebanho
para abate) e demanda (indústrias atuantes na compra)
encontrado em cada região, sendo afetado por aquisições e
paralisação de frigoríficos que alteram a composição das
forças de mercado.
Isso se agrava quando verificamos que a atividade da
pecuária de corte possui a característica da existência de
ciclos econômicos de altas e de baixas nos preços conhecido
como “ciclo da pecuária”.
Esse ciclo é fruto da oscilação da oferta de bovinos
destinados ao abate, que sofre a influência direta do
descarte de fêmeas. Sendo essa maior opção pelo abate de
matrizes observada em períodos em que a alternativa
encontrada pelo pecuarista se torna mais atraente em razão
da queda na remuneração por bezerros. Com isso, essa
maior oferta de fêmeas para o abate acaba por pressionar
para baixo o preço pago pelo boi gordo. No entanto, após
certo período de maior abate de fêmeas, surge uma menor
oferta de bezerros e com isso verifica-se uma pressão de alta
para os preços do boi gordo e uma maior opção dos
pecuaristas pela retenção de fêmeas.
Deste modo, a formação das condições do abastecimento
de hoje foram definidas, em parte, pela situação financeira
de anos atrás, descompassando o repasse de preços para a
população.
Neste sentido, uma política de preço mínimo para o setor
pode vir a ser desenvolvida, a partir de um valor
estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), como solução para minimizar esses
problemas e permitir a continuação dos investimentos nesta
cultura e consequentemente do abastecimento constante do
mercado brasileiro e outros países.
A definição do preço mínimo a ser pago ao produtor deve
ser baseada no valor dos custos ligados diretamente à
produção (custos operacionais) e, portanto, esta política
deve ser construída para atender os produtores apenas nas
regiões onde efetivamente se identificar prejuízos,
permitindo o acionamento do gatilho dos mecanismos que
garantem o recebimento do preço mínimo.
2. METODOLOGIA E RESULTADOS
Definindo-se como o preço mínimo apropriado a ser pago
pela arroba do boi gordo, aquele que consiga cobrir os
custos diretos da produção, sendo calculado como o valor do
custo operacional. Deste modo, adotando-se apenas o Custo
Operacional Efetivo da atividade da engorda, isto é, o custo
direto envolvido na operação da atividade, em que se
excluem os custos da terra e a depreciação. Desta maneira,
encontra- se qual o preço necessário de venda, para que o
produtor não tenha prejuízo com as operações da produção.
Com os resultados obtidos através do levantamento de
custo de produção para a atividade da engorda na pecuária
de corte em Mato Grosso, elaborado pelo Imea, conforme
tabela que está presente no Anexo I deste trabalho, é
possível encontrar os seguintes custos envolvidos na
operação, resumidamente.
Tabela 1 - Custo da engorda em Mato Grosso (R$/@)
Itens 2011 2012
1. MANEJO SANITÁRIO E REPRODUTIVO 1,12 1,09
2. SUPLEMENTAÇÃO 2,32 2,84
3. VOLUMOSOS 0,00 0,00
4. RENOVAÇÃO DE PASTAGEM 6,46 6,03
5. RECUPERAÇÃO DE PASTAGEM 3,07 3,06
6. CONTROLE DE PRAGAS 0,09 0,10
7. OUTRAS OPERAÇÕES 0,02 0,03
8. AQUISIÇÃO DE ANIMAIS 41,24 41,21
9. MÃO DE OBRA 4,62 4,62
10. OUTROS CUSTOS 10,59 10,48
COE (1 + 2 +...+ 10) 69,51 69,46
Fonte: Imea
COE - Custo Operacional Efetivo
Deste modo, chegou-se a um custo mínimo para a
atividade de R$ 69,51/@ na média do ano de 2011 e de R$
69,46/@ no ano de 2012.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim sendo, o Instituto acredita que a criação de uma
política quanto a proteção da atividade da pecuária de corte
no momento da comercialização é interessante. Isto sendo
feito através de um mecanismo de garantia de preços
mínimos da arroba do boi gordo. Considerando a evolução
dos instrumentos de garantias aos preços mínimos
desenvolvidas pelo governo federal que acompanhou a
modernização dos instrumentos de comercialização.
Inicialmente, os preços mínimos eram garantidos por meio
de aquisições diretas do governo federal e empréstimos,
com ou sem opção de venda, no caso de garantias para o
financiamento. Posteriormente, foram criados os contratos
de opção pública de venda, que para a possibilidade de
venda da produção, o governo passou a ter a prerrogativa de
determinar o local, data, qualidade e tipo de produto
negociado em bolsa de mercadorias,
Em seguida, a política de preços mínimos foi aprimorada
com a criação do prêmio para escoamento da produção.
Através deste instrumento, o governo concede uma
subvenção econômica a aquele adquirir determinado
produto pelo valor de referência, escoando a produção,
Deste modo, o governo passou a garantir um maior volume
da produção com um menor volume financeiro, pois os
recursos públicos passaram a ser apenas no valor da
subvenção.
Assim, o uso do mecanismo do prêmio para o escoamento
da produção da pecuária corte poderia surgir como
instrumento de auxílio ao produtor permitindo o acesso a
outros mercados, diminuindo ainda as distorções regionais.
Essa subvenção seria então resultante do preço
estabelecido em leilão, a partir do estabelecimento de um
preço mínimo, de modo a compensar o produtor pela
diferença residual.
Com esta base, o preço mínimo partiria do levantamento
do custo de produção regional, levando-se em conta os
custos e características do sistema de produção local,
minimizado possíveis problemas de desabastecimento.
Presidente: Rui Carlos Ottoni Prado Superintendente: Otávio Lemos de Melo Celidonio
Analistas: Cleber Noronha, Daniel Ferreira, Elisa Gomes, Fábio da Silva, Gemelli Lyra, João Buschin, Meuryn Lima, Otávio Behling Junior, Talita Takahashi e Thiago Assis Estagiários: Luisa Steffanello Brandão, Maira Spanholi, Emanuele Veiga, Thainá Pinheiro, Marina Lara, Tainá Heinzmann, Maíza Zambiazzi, Nikolas Quirino, Willian Capriata, Haig César.
ANEXO I
CUSTO DA BOVINOCULTURA DE CORTE EM MATO GROSSO POR SISTEMA DE PRODUÇÃO (R$/@)
Itens Engorda
2º sem./11 2º sem./12 Var. (11-12)
1. MANEJO SANITÁRIO E REPRODUTIVO 1,11 1,10 -0,6%
Vacinas 0,46 0,44 -4,6%
Controle Parasitário 0,65 0,67 2,2%
Insumos para reprodução animal 0,00 0,00 0,0%
2. SUPLEMENTAÇÃO 2,38 3,14 32,0%
Suplementação mineral 2,38 3,14 32,0%
Concentrados 0,00 0,00 0,0%
Operações mecanizadas 0,00 0,00 0,0%
4. RENOVAÇÃO DE PASTAGEM 6,30 5,90 -6,4%
Fertilizantes/Corretivos 1,96 2,10 7,1%
Defensivos 0,32 0,29 -7,5%
Plantio 2,91 2,39 -17,9%
Operação mecanizada 1,12 1,12 0,0%
5. RECUPERAÇÃO DE PASTAGEM 2,99 3,23 8,0%
Fertilizantes/Corretivos 0,00 0,00 0,0%
Defensivos 2,79 3,03 8,5%
Operação mecanizada 0,20 0,20 0,0%
6. CONTROLE DE PRAGAS 0,08 0,11 32,6%
Defensivos 0,06 0,09 45,9%
Operação mecanizada 0,02 0,02 0,0%
7. OUTRAS OPERAÇÕES 0,02 0,04 49,3%
Defensivos 0,02 0,03 79,0%
Operação mecanizada 0,01 0,01 0,0%
8. AQUISIÇÃO DE ANIMAIS 41,10 41,43 0,8%
Compra dos animais 38,74 39,06 0,8%
Comissão 1,16 1,17 0,8%
Transporte 1,20 1,20 0,0%
9. MÃO DE OBRA 4,62 4,62 0,0%
Manejo do gado 2,61 2,61 0,0%
Outros 2,01 2,01 0,0%
10. OUTROS CUSTOS 10,56 10,48 -0,8%
Assistência Técnica 0,09 0,08 -3,8%
Impostos 2,45 2,37 -3,1%
Seguros 0,00 0,00 0,0%
Financiamentos 0,00 0,00 0,0%
Custos Administrativos 8,02 8,02 0,0%
COE (1 + 2 +...+ 10) 69,17 70,05 1,3%
11. CUSTOS FIXOS 9,04 9,18 1,5%
Depreciação de máq. e equipam. 0,81 0,81 0,0%
Custo da terra 8,23 8,37 1,7%
COT (COE + 11) 78,21 78,68 0,02
Fonte: Imea COE - Custo Operacional Efetivo COT - Custo Operacional Total
ESTUDO 5:REVISÃO DO PREÇO MÍNIMO DE SOJA E MILHO PARA MATO GROSSO – PAP 2013/14
INSTITUTO MATOGROSSENSE DE ECONOMIA AGROPECUÁRIA
IMEA
1. Introdução
Com o intuito de proporcionar uma proteção para os
produtores de soja e milho do Estado, prevenindo-se da
possibilidade da ocorrência de uma redução nos preços das
commodities, este estudo demonstra o preço mínimo a ser
pago pela soja e milho no Estado de Mato Grosso para a
safra 2012/13.
2. Metodologia
A elaboração deste custo é realizada através de painel
nas cidades de referência nas principais regiões produtoras
do Estado.
No painel, os participantes convidados respondem às
questões sobre as especificações de área típica das
propriedades, mão de obra, benfeitorias construídas nas
propriedades, maquinários e implementos utilizados na
produção, além de elaborar um pacote de insumos com os
produtos mais utilizados na região de atuação e dizer a
produtividade esperada pelos produtores de acordo com o
pacote selecionado.
A partir destes dados, o acompanhamento mensal dos
custos se dá através do acompanhamento de preço dos
produtos citados nos pacotes em cada uma das regiões,
juntamente com o acompanhamento de comercialização dos
insumos.
Para definir um preço mínimo apropriado a ser pago
pela saca de soja e de milho, este deve cobrir os custos
ligados diretamente à produção. Desta forma, adota-se o
custo variável de produção para referência de cálculo do
preço mínimo, por este envolver todas as operações ligadas
à produção, desconsiderando o custo da terra e a
depreciação de máquinas, equipamentos e benfeitorias.
Para a elaboração do preço mínimo, será utilizada uma
média efetiva da safra 2012/13, ponderando as regiões do
Estado buscando um balanceamento destes custos de
acordo com a área de cada região, encontrando desta forma
um indicador de preço médio de produção.
Para definir um preço mínimo que cubra ao menos os
custos variáveis de produção, é necessário que o valor do
custo variável seja dividido pela produtividade esperada
pelo produtor.
Custo Variável
Produtividade Objetivada= Preço Mínimo
Desta forma encontra-se o preço necessário para que o
produtor não tenha prejuízos com as operações de
produção.
3. Resultados
De acordo com a média calculada (Anexo I), por meio
dos indicadores de custo de produção dos meses de janeiro
efevereiro de 2012 nas cinco principais regiões produtoras
de soja de Mato Grosso, o custo médio variável para
produção da soja ficou em R$ 1.506,31/ha no Estado.
Com este valor, a produtividade esperada pelos
produtores é de 55 sacas (60 kg) por hectare.
Para cobrir o custo da oleaginosa e manter o produtor
no mercado, em caso de crise, é necessário que o preço pago
pela saca de soja seja ao menos R$ 27,39, considerando a
produtividade acima citada.
Para o milho, o custo médio variável ficou em
R$1.358,23/ha, com uma produtividade esperada de 91
sacas (60 kg) por hectare.
Para o cereal, o preço mínimo estimado da saca para
que o produtor possa cobrir as despesas com a produção é
de R$ 14,89, considerando a produtividade esperada.
Presidente: Rui Carlos Ottoni Prado Superintendente: Otávio Lemos de Melo Celidonio
Analistas: Carlos Ivam, Cleber Noronha, Daniel Ferreira, Elisa Gomes, Felipe Argeu, João Henrique Buschin, Meuryn Lima, Gemelli Lyra, Otávio Behling Junior, Talita Takahashi e Thiago Assis.
Estagiários:Arthur Pinheiro, Bruno Battaglini, Gabriela de
Oliveira,Inessa Alves, João Paulo Sanchet, Laryana Miranda, Raruan Pacheco.
Anexo I
Cultura Soja Milho
Produtividade Objetivada 55 91
1. INSUMOS (R$/ha) R$ 968,34 R$ 840,29
Sementes R$ 106,78 R$ 270,84
Semente da Cultura R$ 95,17 R$ 270,84
Semente de Milheto R$ 11,61 R$ 0,00
Fertilizantes R$ 518,05 R$ 377,86
Corretivos de Solo R$ 39,29 R$ 0,00
Macronutrientes R$ 464,68 R$ 377,86
Micronutrientes R$ 14,07 R$ 0,00
Defensivos R$ 343,51 R$ 191,59
Fungicidas R$ 97,17 R$ 36,84
Herbicidas R$ 91,95 R$ 81,36
Inseticidas R$ 136,74 R$ 68,47
Adjuvantes R$ 17,66 R$ 4,92
2. OPERAÇÕES AGRÍCOLAS (R$/ha) R$ 142,47 R$ 98,91
Mão de Obra R$ 44,36 R$ 23,85
GradagemAradora R$ 2,06 R$ 0,00
Gradagem Niveladora R$ 14,95 R$ 0,00
Adubação e Semeadura R$ 19,62 R$ 28,33
Aplicações R$ 21,49 R$ 13,07
Colheita R$ 37,59 R$ 33,67
Dessecação Pós Colheita R$ 2,39 R$ 0,00
CUSTO OPERACIONAL (1 + 2) R$ 1.110,81 R$ 939,20
CUSTO OPERACIONAL (US$/ha) $612,73 $480,38
3 - OUTROS CUSTOS (R$/ha) R$ 395,50 419,02
Assistência Técnica R$ 10,16 R$ 8,40
Transporte da Produção R$ 44,33 R$ 83,62
Armazenagem e Beneficiamento R$ 95,50 R$ 159,57
Impostos R$ 75,48 R$ 45,88
Financiamentos R$ 86,37 R$ 72,52
Custos Administrativos R$ 83,66 R$ 49,04
CUSTOS VARIÁVEIS (1 + 2 + 3) R$ 1.506,31 R$ 1.358,23
CUSTO VARIÁVEL(US$/ha) $823,94 $697,72
PREÇO MÍNIMO ESTIMADO (R$/saca) R$ 27,39 R$ 14,89
Fonte: Imea
ESTUDO 6: PROPOSTA DE CRIAÇÃO DA LINHA DE CRÉDITO PARA AQUISIÇÃO DE TERRAS AGRÍCOLAS – PAP 2013/14
INSTITUTO MATOGROSSENSE DE ECONOMIA AGROPECUÁRIA
IMEA
1. Introdução
O Plano Agrícola e Pecuário 2012/13 apresenta mais R$
28 milhões em linhas de investimentos para o produtor
rural. Entre os itens financiáveis estão máquinas e
armazéns, mas não existe uma linha de crédito
destinada a aquisição de terras.
Como o objetivo do PAP é fomentar o crescimento da
agricultura e pecuária, a criação de uma linha de crédito
destinada ao investimento em novas áreas seria uma
maneira de aumentar a produção de alimentos e
fomentar o crescimento do setor.
O objetivo do paper é demonstrar quais os padrões da
linha de financiamento para que o investimento em
novas áreas apresente viabilidade econômica no Estado
de Mato Grosso.
2. Metodologia
Para a análise do investimento em terras foram tomados
três cenários para um produtor de 1.500 hectares que
quer realizar um novo investimento:
A. Aquisição de área de pastagem no nordeste de
Mato Grosso, sem necessidade de destoca
B. Aquisição de área de pastagem no nordeste de
Mato Grosso, com necessidade de destoca
C. Aquisição de área de agricultura no médio-
norte de Mato Grosso
Nos três casos a aquisição da terra seria destinada para
a produção de soja e milho. Seguem os principais
indicadores utilizados nos cenários:
Área de soja: 1.000 ha
Área de milho: 350 ha
Preço da soja: R$ 40,00/sc
Preço do milho: R$ 15,00/sc
Assim, foi calculado o fluxo de caixa de cada
investimento. Após isso, foi possível encontrar os
seguintes indicadores de viabilidade:
Valor agregado ao montante investido, ou seja,
o Valor Presente Líquido (VPL);
A taxa de retorno do investimento (TIR);
Em quantos anos o valor investido será pago
(Payback).
3. Resultados
Os investimentos propostos obtiveram resultados
positivos quanto a viabilidade econômica. Na Tabela 1,
estão os valores obtidos de VPL, TIR e Payback para cada
cenário.
Tabela 1. Indicadores de viabilidade econômica
A aquisição de área de pastagem no Nordeste de Mato
Grosso sem a necessidade de destoca, mostrou-se a
mais viável entre os cenários.
Já a aquisição de terra pronta pra a agricultura, no
cenário C ainda é viável mas, o resultado dos indicadores
mostra-se mais arriscado, pois o investidor só terá o
retorno do investimento acima de 10 anos.
4. Considerações finais
A análise mostra que a linha de crédito para o produtor
rural que deseja adquirir terras agrícolas deve possuir
condições de prazo adequadas a viabilidade do
investimento.
Neste caso, como o Payback é de 10 anos, o prazo de
pagamento deve ser superior a 10 anos e com as taxas
de juros praticadas pelas linhas de crédito agrícola atuais
do BNDES.
Cenários Investimento
Inicial (milhões) VPL
(milhões) Payback (anos)
A -R$ 7,4 R$ 11,03 10
B -R$ 8,1 R$ 10,34 10
C -R$ 16,1 R$ 3,2 10
Fonte: Imea
Presidente: Rui Carlos Ottoni Prado
Superintendente: Otávio Lemos de Melo Celidonio Analistas: Bruna Lopes, Cleber Noronha, Daniel
Ferreira, Elisa Gomes, Fabio da SIlva, Meuryn Lima, Gemelli Lyra, Otávio Behling Junior, Talita Takahashi e
Thiago Assis. Estagiários: Arthur Pinheiro, Maira Spanholi, Emanuele
Fernandes, Thainá Pinheiro, Marina Lara, Tainá Heinzmann, Maíza Zambiazzi, Nikolas Quirino, William
Capriata, Haig César.