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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

CURSO DE ENGENHARIA DE TELECOMUNICACÕES

PROTÓTIPO DE UM GATEWAY VOIP PARA

COMUNICAÇÃO DE TELEFONE IP COM TELEFONE STFC

BRUNO TRISOTTO MARCHI

BLUMENAU 2006

2006/1

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BRUNO TRISOTTO MARCHI

PROTÓTIPO DE UM GATEWAY VOIP PARA

COMUNICAÇÃO DE TELEFONE IP COM TELEFONE STFC

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade Regional de Blumenau para a obtenção dos créditos na disciplina Trabalho de Conclusão de Curso do curso de Engenharia de Telecomunicações.

Prof. Francisco Adell Péricas, Mestre – Orientador

BLUMENAU 2006

2006/1

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PROTÓTIPO DE UM GATEWAY VOIP PARA

COMUNICAÇÃO DE TELEFONE IP COM TELEFONE STFC

Por

BRUNO TRISOTTO MARCHI

Trabalho aprovado para obtenção dos créditos na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, pela banca examinadora formada por:

______________________________________________________ Presidente: Prof. Francisco Adell Péricas, Mestre – Orientador, FURB

______________________________________________________ Membro: Prof. Fábio Rafael Segundo, Mestre,FURB

______________________________________________________ Membro: Prof. Marcelo Grafulha Vanti, Mestre – FURB

Blumenau, 03 de julho de 2006.

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Dedico este trabalho aos meus pais por caminharem sempre comigo e a todos os amigos, especialmente aqueles que me ajudaram diretamente na realização deste.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, pelo seu imenso amor e graça.

À minha família, que sempre esteve presente.

À minha namorada, que me apóia em todos os momentos.

Aos meus amigos, pelo apoio e cobranças.

Ao Eduardo Dalpiaz, por todo o apoio e ajuda na conclusão deste trabalho.

Ao meu orientador, Francisco Adell Péricas, por ter me orientado de forma brilhante

fazendo com que eu realizasse este trabalho.

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“If I have seen farther than others it is because I stood on the shoulders of giants”

Sir. ISAAC NEWTON

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RESUMO

Este trabalho apresenta uma forma de obter-se o Gateway VoIP através de recursos de software e sua integração com uma placa DIGIUM TDM400P FXO.Também é apresentado um estudo sobre o antigo sistema telefônico e a inovadora tecnologia VoIP, envolvendo seus requisitos, protocolos e sua capacidade de integração. Foi proposto um sistema de comunicação envolvendo dois computadores, sendo um deles com a placa DIGIUM TDM400P FXO, rodando o software ASTERISK e conectado a rede telefônica, para que fosse estabelecida a conexão e comprovada a integração.

Palavras-chave: Gateway VoIP. Comunicação. Integração.

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ABSTRACT

This paper presents a way to obtain a Gateway VoIP through resources of software and its integration with a DIGIUM TDM 400P FXO board. It is also presented a study on the old telephone system and the innovative VoIP technology, involving its requirements, protocols and its capacity of integration. It was considered and implemented a communication system involving two computers, being one of them with a DIGIUM board, running the software ASTERISK and connected to the telephone network, to establish a connection and prove the integration.

Key-words: Gateway VoIP. Communication. Integration.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Estrutura da rede de telefonia fixa convencional.....................................................17

Figura 2 - Terminais H.323 numa rede baseada em pacotes ....................................................31

Figura 3 – Arquitetura de rede H.323.......................................................................................35

Figura 4 – Estrutura em camadas dos protocolos .....................................................................39

Figura 5 – Arquitetura Geral de um sistema de Telefonia IP. ..................................................41

Figura 6 – Arquitetura básica do ASTERISK ..........................................................................45

Figura 7 - Softphone X-LITE ...................................................................................................46

Figura 8 – Tela de configuração do arquivo sip.conf ...............................................................48

Figura 9 – Rotina de configuração do arquivo sip.conf no terminal LINUX...........................49

Figura 10 – Tela de configuração do arquivo extensions.conf.................................................50

Figura 11 – Rotina de efetuação de chamada no terminal LINUX ..........................................51

Figura 12 – Rotina de recebimento de chamada no terminal LINUX......................................52

Figura 13 – Tela de configuração do arquivo zapata.conf .......................................................53

Figura 14 – Software logado ao ASTERISK ...........................................................................54

Figura 15 – Software com uma conexão estabelecida na rede LAN........................................55

Figura 16 – Sistema proposto ...................................................................................................56

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Comparativo entre H.323 e SIP ..............................................................................36

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LISTA DE SIGLAS

ADSL – Assymetric Digital Subscriber Line

ATM – Asynchronous Transfer Mode

CAS – Channel Associated Signalling

CCITT – Consultative Committee for International Telegraphy and Telephony

CCS – Common Channel Signalling

DAC – Direcionamento Automático de Chamadas

DNS – Domain Name System

FDDI – Fiber Distributed Data Interface

FXS – Foreign Exchange Station

FXO – Foreign Exchange Office

HTTP – HyperText Transport Protocol

IBM – International Business Machines Corporation

IETF – Internet Engineering Task Force

IP – Internet Protocol

IPX – Internet Packet Exchange

ISDN – Integrated Services Digital Network

ITU - T – International Telecommunication Union Telecommunication Standardization sector

IVR – Interactive Voice Response

LAN – Local Area Network

LRQ – Location requests

MC – Multipoint Controller

MCU – Multipoint Control Unit

MP – Multipoint Processors

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MEGACO – Media Gateway Control Protocol

MGCP – Media Gateway Control Protocol

MIME – Multipurpose Internet Mail Extension

OSI – Open Systems Interconnection

PABX – Private Automatic Branch Exchange

PSTN – Public Switched Telephone Network

QoS – Quality of Service

RFC – Request for Comments

RTCP – Real-Time Transport Control Protocol

RTPC – Rede Telefônica Pública Comutada

RTP – Real-Time Transport Protocol

SDP – Session Description Protocol

SIP – Session Initiation Protocol

SSL – Secure Socket Layer

SS#7 – Signalling System Number 7

STFC – Serviço Telefônico Fixo Comutado

TCC – Trabalho de Conclusão de Curso

TCP – Transport Control Protocol

UDP – User Datagram Protocol

URI – Universal Resource Indicator

URL – Uniform Resource Locator

VoIP – Voice over Internet Protocol

WAN – Wide Area Network

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SUMÁRIO

1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO ........................................................................................13

1.2 OBJETIVO GERAL..........................................................................................................14

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................14

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ......................................................................................15

2.1 HISTÓRICO......................................................................................................................17

2.2 MEIOS DE COMUNICAÇÃO .........................................................................................18

2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS REDES TELEFÕNICAS .........................................................19

2.4 SINALIZAÇÃO ................................................................................................................19

3.1 FUNCIONAMENTO DO VOIP .......................................................................................21

3.2 QUALIDADE DE SERVIÇO (QOS) ...............................................................................23

3.3 PROTOCOLOS DE MÍDIA (TRANSPORTE DE VOZ).................................................24

3.3.1 Real-time Transport Protocol (RTP)...............................................................................24

3.3.2 Real-Time Transport Control Protocol (RTCP)..............................................................25

3.4 PROTOCOLOS DE SINALIZAÇÃO...............................................................................25

3.4.1 SIP ...................................................................................................................................25

3.4.2 H.323...............................................................................................................................30

3.5 PROTOCOLOS DE CONTROLE DE GATEWAY.........................................................38

3.5.1 MGCP (Media Gateway Control Protocol)....................................................................38

3.5.2 MEGACO (Media Gateway Control Protocol)..............................................................38

3.6 GATEWAY VOIP.............................................................................................................39

4.1 REQUISITOS DO SISTEMA...........................................................................................42

4.2 IMPLEMENTAÇÃO ........................................................................................................43

4.2.1 Softwares Utilizados .......................................................................................................43

4.2.2 Integração ASTERISK x Placa DIGIUM TDM400P FXO ............................................47

4.2.3 Configuração do ASTERISK..........................................................................................47

4.3 TESTES E VALIDAÇÃO.................................................................................................54

5.1 EXTENSÕES ....................................................................................................................58

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1 INTRODUÇÃO

A rede pública de telefonia e os equipamentos que a tornam funcional estão

implantados na maioria das localidades do mundo hoje. A disponibilidade de um telefone e o

acesso a uma rede telefônica mundial de alta qualidade e baixo custo é considerada essencial

na sociedade moderna. Espera-se que os telefones continuem funcionando mesmo quando

haja queda de energia. Tudo que comprometa esta rede é tratado com cautela. Contudo, uma

mudança de paradigma começa a ocorrer quando mais e mais as comunicações se dão na

forma digital e transportada por redes de pacotes, tais como IP, células ATM e quadros de

Frame Relay. O tráfego de dados está crescendo muito mais que o tráfego telefônico e há um

interesse cada vez maior em transportar informações de voz sobre rede de dados alterando

radicalmente o modo de comutação de dados sobre rede de voz.

Uma das mais recentes tecnologias é o VoIP, ou voz sobre IP, e umas das aplicações

que mais facilitam a nossa vida hoje é a utilização de gateways para transportar chamadas

telefônicas através da rede de dados em tempo real. Sendo assim o Gateway VoIP permite

comunicação entre usuários sem a necessidade de um computador e um microfone ou até

mesmo configurações complicadas de software.

Desde sua primeira aparição no mercado, em 1995, é espantoso observar a rapidez com

que a tecnologia de telefonia IP evoluiu. A velocidade com que a telefonia IP se transformou

em uma indústria é realmente impressionante (HERSENT;GUIDE;PETIT 2002).

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1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO

Este trabalho vem a servir como referência para a implementação de um Gateway

VoIP a partir de uma placa DIGIUM TDM400P FXO, de fácil utilização e manuseio.

Os equipamentos comerciais na área de VoIP com fins didáticos têm custo elevado e o

objetivo do trabalho é, além de esclarecer dúvidas nessa área, permitir progressos em um

glossário anterior (CALVACHE, 2005), apresentando novas aplicações, como convergência

de serviços e dados e utilização de tecnologias de padrão aberto.

O presente documento visa à implementação de um Gateway VoIP a partir de uma

placa DIGIUM TDM400P FXO, que possa ter alguma aplicação didática futura, além de

apresentar toda a fundamentação teórica e esclarecimentos a respeito do equipamento.

O Gateway será implementado utilizando-se uma placa DIGIUM TDM400P FXO para

a execução das chamadas, ligada a rede de telefonia convencional, comprovando assim a

integração entre a tecnologia VoIP e o antigo sistema STFC. A demonstração deverá ser

comprovada a partir de uma experiência na qual o computador estabelece conexão VoIP com

um servidor, e este conecta-se à Rede de Telefonia Pública Comutada (RTPC).

Apesar de ser uma área em constante desenvolvimento e possuir muita fundamentação

teórica, a comunicação VoIP não possui muito material prático para o auxílio de acadêmicos

no sentido de pesquisas e contato com a tecnologia.

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1.2 OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem como objetivo a implementação de um Gateway VoIP a partir de

uma placa DIGIUM TDM400P FXO, para a comunicação com a rede STFC.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos com relação ao Gateway são:

a) Implantar um Gateway VoIP

b) estabelecer comunicação de voz com a rede analógica conectada ao mesmo;

c) comprovar, a partir de teste, a conexão e comunicação entre equipamentos.

Os objetivos específicos com relação ao desenvolvimento são:

a) expor alguns conceitos básicos da tecnologia, através do Gateway VoIP;

b) usar o Gateway VoIP ASTERISK em Linux.

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1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho está estruturado em cinco capítulos, sendo o primeiro deles a introdução

que compreende os objetivos do trabalho, geral e específicos e estrutura do trabalho. O

segundo capítulo trata da fundamentação teórica da telefonia convencional, e o terceiro

capítulo trata da mesma fundamentação, porém em relação à tecnologia VoIP, o Gateway

VoIP e suas funcionalidades. O quarto capítulo, por sua vez, apresenta o desenvolvimento do

protótipo que esta estruturado pelos requisitos do sistema, implementação, testes e validação

do protótipo. E por fim no quinto capítulo é feita a conclusão do trabalho.

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2 TELEFONIA FIXA (STFC)

Desde a implantação das primeiras linhas telefônicas, a telefonia fixa tem cada vez

mais atendido às pessoas em vários locais do mundo, inclusive em regiões remotas.

Entretanto, muitas pessoas ainda não tiveram acesso a uma linha telefônica por vários

motivos, por razoes política, investimentos por parte das concessionárias, poder aquisitivo da

população, entre outros. Mas a grande causa da não cobertura total dessas áreas ainda é o fator

distância (PINHEIRO, 2005).

A estrutura que separa a central telefônica de uma localidade distante demanda muito

tempo e investimento para que possa ser concluída. Essa distância se chama o local loop ou

última milha (last mile).

Hoje o sistema telefônico mais utilizado para estabelecer a comunicação de voz entre

dois pontos ainda é o sistema público. Para que se ocorra uma comunicação telefônica, é

necessário estabelecer um circuito entre um assinante A (emissor) e um assinante B

(receptor).

Essa comunicação telefônica, também conhecida como convencional, é representada

pela Public Switched Telephone Network (PSTN), que em português responde pela sigla

RTPC (Rede de Telefonia Publica Comutada) (PINHEIRO, 2005). Trata-se do serviço de

telecomunicações que, por meio de transmissão de voz e de outros sinais, destina-se à

comunicação entre pontos fixos determinados, utilizando os processos de telefonia.

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Fonte: Pinheiro (2005)

Figura 1 - Estrutura da rede de telefonia fixa convencional

A Public Switched Telephone Network (PSTN) é uma rede de comunicação (analógica

ou digital), com acessos analógicos por parte do assinante. Destina-se, basicamente, ao

serviço de telefonia, oferecendo suporte à comunicação de dados na faixa de voz (entre 300

Hz e 3400 Hz).

Trata-se de uma estrutura de comunicação muito complexa e de grande capilaridade. É

composta pela rede de longa distância (centrais interurbanas e internacionais) e os respectivos

entroncamentos, rede local (composta pelas centrais locais e entroncamentos urbanos) e o

enlace de assinante, constituído pelos terminais e linhas de assinante.

2.1 HISTÓRICO

De acordo com Pinheiro (2005), o objetivo original da rede telefônica comutada era a

comunicação de voz entre dois pontos. Inicialmente ligavam-se dois telefones. Mas com o

aumento no numero de terminais de assinante, foi necessário encontrar uma maneira de

efetuar sua interligação. Como hipótese, surgiu uma opção de ligar cada telefone a cada um

dos outros telefones na rede. Mas esta solução seria um desperdício de fiação, sem considerar

os enormes custos associados a esta solução.

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Surgiram então as primeiras centrais telefônicas manuais, onde todas as ligações entre

os telefones dos assinantes eram feitas pelas telefonistas. Esse processo tinha como

desvantagem a demora na conexão, pois dependia da habilidade da operadora, além da falta

de privacidade, uma das virtudes pelas qual o telefone tinha sido inventado, pois a operadora

para efetuar a conexão tinha que saber quem deveria receber a chamada.

2.2 MEIOS DE COMUNICAÇÃO

As redes públicas de telecomunicações utilizam uma variedade de meios guiados e não

guiados para os sistemas de transmissão. Meios guiados tratam-se de fios e cabos em geral e

meio não guiado é considerado o espaço livre. Os fios de cobre ainda são largamente

utilizados na ligação entre a central telefônica e os terminais de assinantes. Para ligações entre

sistemas de longa distância interligando centrais telefônicas (urbanas e interurbanas) até a

implantação de novos serviços de comunicações, por exemplo, para as Redes Digitais de

Serviços Integrados (ISDN), os cabos metálicos foram substituídos por cabos de fibras

ópticas. Alem disso no caso de regiões remotas um sistema muito utilizado hoje em dia é a

comunicação via ondas de radio.

Uma das aplicações pioneiras das fibras ópticas em sistemas de comunicação

corresponde a utilização das mesmas como sistemas tronco, interligando centrais de tráfego

interurbano (PINHEIRO, 2005). Esses sistemas tronco exigem meios de transmissão, digitais

em sua maioria, de grande capacidade, envolvendo distâncias que vão, desde algumas dezenas

até centenas de quilômetros e, eventualmente, entre países com dimensões continentais, até

milhares de quilômetros. As fibras ópticas, com suas características de grande banda passante

e baixa atenuação, atendem perfeitamente a esses requisitos de transmissão.

Posteriormente, a utilização de sistemas de digitalização de voz mais eficientes veio

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permitir o tratamento e comutação por computadores, obtendo-se assim uma maior qualidade

e rapidez no estabelecimento das comunicações.

2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS REDES TELEFÕNICAS

Conforme Pinheiro (2005), as redes telefônicas podem ser classificadas, quanto à

hierarquia, em redes interurbanas e redes locais. As redes locais dividem-se em redes de

assinantes (que ligam os assinantes às centrais telefônicas) e redes de entroncamentos (que

interligam as estações locais). As redes de assinantes por sua vez, podem ser classificadas em

redes de alimentação (redes primárias), redes de distribuição (redes secundárias) e redes

internas (redes terciárias).

Quanto ao método de comutação, as redes podem utilizar a comutação de circuitos ou

de pacotes. A comutação de circuitos utiliza uma técnica de alocação do meio onde todos os

recursos necessários em todos os subsistemas de telecomunicações que conectam origem e

destino são reservados durante todo o tempo da conexão. É o tipo de comutação destinado a

sistemas com alto índice de utilização como o sistema de telefonia.

Já a comutação de pacotes é projetada para sistemas pouco utilizados, onde os recursos

são utilizados apenas por curtos períodos de tempo. Atualmente é muito utilizada para a

comunicação entre computadores, incluindo a transmissão de voz e imagem.

2.4 SINALIZAÇÃO

A sinalização é responsável pela transferência de informação de controle entre a rede

de comutação (centrais telefônicas) e os assinantes, sendo responsável pelo estabelecimento,

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manutenção e desconexão das ligações.

A sinalização tem como funções:

a) alerta;

b) endereçamento;

c) supervisão;

d) informação;

e) tarifação;

f) gerência da rede.

A relação entre as funções de sinalização e controle nas centrais de comutação tem

sido o principal fator de desenvolvimento dos sistemas de sinalização (PINHEIRO, 2005).

Nas centrais analógicas as funções de controle estavam intimamente ligadas às funções de

comutação. Neste caso, os caminhos físicos de sinalização e de voz são os mesmos, sendo por

isso designados por sistemas de sinalização de canal associado ou CAS (Channel Associated

Signalling).

Outro tipo de sistema de sinalização é a sinalização em canal comum ou CCS

(Common Channel Signalling). Neste tipo de sistema é usado um caminho comum para um

determinado número de circuitos de sinalização, o que leva a existirem caminhos diferentes

para a voz e sinalização. O sistema de sinalização em canal comum, desenvolvido pelo antigo

CCITT (atual ITU-T) é chamado "Signalling System Number 7", conhecido por SS#7, que é o

sistema de sinalização adotado pelas operadoras de serviços de telefonia pública.

Segundo Pinheiro (2005), o sistema de sinalização SS#7 foi projetado usando

conceitos de comutação de pacotes e estruturado em diferentes níveis conforme o modelo OSI

para ser usado em ligações nacionais e internacionais. A rede do SS#7 pode ser vista como

uma rede de comutação de pacotes que é usada para transmitir mensagens de sinalização entre

os processadores das várias centrais de comutação.

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3 VOIP

VoIP (Voice over Internet Protocol) é uma tecnologia que permite a transmissão de

voz por IP, tornando possível a realização de chamadas telefônicas (com qualidade, esta será

definida a seguir no tópico QoS) pela internet. Também conhecida por Voz sobre IP, o VoIP

está cada vez mais popular e surgem cada vez mais empresas que lidam com essa tecnologia.

O VoIP faz com que as redes de telefonia se "misturem" às redes de dados

(ALECRIM, 2005). Dessa forma, é possível que, a partir de um microfone, caixas ou fones de

ouvido e um software apropriado, seja feita uma ligação para telefones convencionais por

meio de um computador.

A tecnologia VoIP também tem sido aplicada em PABX (Private Automatic Branch

Exchange), mais conhecidos como sistemas de ramais telefônicos. Dessa forma, muitas

empresas estão deixando de ter gastos com centrais telefônicas por substituírem estas por

sistemas VoIP.

3.1 FUNCIONAMENTO DO VOIP

Para que a transmissão de voz seja possível, o VoIP captura a voz, que até então é

transmitida de forma analógica e a transforma em pacotes de dados, sendo que esta

transformação envolve vários processos até a digitalização da voz, como por exemplo, a

quantização, conversão para números binários e compressão do sinal, que podem ser enviados

por qualquer rede TCP/IP (Transport Control Protocol/Internet Protocol). Desta forma é

possível trabalhar com esses pacotes pela internet. Quando o destino recebe os pacotes, estes

são retransformados em sinais analógicos e transmitidos a um meio no qual seja possível

ouvir o som.

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Apesar de ganhar destaque recentemente, o VoIP não é uma tecnologia nova. Ela já era

trabalhada antes mesmo da popularização da internet e chegou a ser considerada um fracasso

pelo fato da velocidade de transmissão de dados ser baixa, impedindo-a de se tornar funcional

na maioria das redes.

Para que o VoIP se tornasse uma tecnologia viável, foi e é necessário investir em QoS

(Quality of Service), isto é, em qualidade de serviço. Para que isso fosse possível, uma das

soluções seria o aumento da largura de banda, ou seja, o aumento da velocidade de

transmissão e recepção de dados. Como o acesso à internet em banda larga é cada vez mais

comum, principalmente em empresas, o VoIP passou a se beneficiar disso. No entanto, apenas

velocidade não é suficiente.

É muito comum a tecnologia VoIP ser confundida com Telefonia IP. Ambos são

diferentes, a Telefonia IP é uma espécie de "versão evoluída" do VoIP. Na verdade, o que

caracteriza um serviço como Telefonia IP são as funcionalidades e qualidade equivalentes à

telefonia convencional (ALECRIM, 2005), assim como a presença de terminais telefônicos.

A tecnologia VoIP, basicamente, converte sinal de voz (analógico) para o formato

digital, utilizando tanto a infra-estrutura de dados, quanto a infra-estrutura analógica. A

Telefonia IP, por sua vez, também faz uso de aparelhos telefônicos específicos e utiliza de

maneira efetiva as redes de computadores (como a internet). Tais dispositivos, geralmente,

são sofisticados o suficiente para a transmissão de voz em tempo real e com qualidade que

muitas vezes supera a telefonia convencional. O fato mais interessante é que a Telefonia IP

consegue essa eficiência utilizando uma rede que está pronta, a Internet, sem assim necessitar

de centrais telefônicas e ainda pode apresentar integração com outros serviços de dados, como

vídeo e e-mail.

A Telefonia IP está em constante evolução e com ela também evoluem os seus

padrões, porém hoje apenas os protocolos de comunicação H.323 da ITU-T e o SIP do IETF

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podem ser vistos como concorrentes diretos. Ambos os protocolos servem para fazer a

negociação de uma troca de informações, e, além disso, utilizam RTP/RTCP (apresentados na

próxima seção) para o transporte de informações.

3.2 QUALIDADE DE SERVIÇO (QOS)

Na internet e nas intranets atuais, a largura de banda é um assunto importante. Mais e

mais pessoas estão usando a Internet por motivos comerciais e particulares. O montante de

dados que precisa ser transmitido através da internet vem crescendo exponencialmente. Novos

aplicativos, como RealAudio, RealVideo, Internet Phone e sistemas de videoconferência

precisam cada vez de mais largura de banda que os aplicativos usados nos primeiros anos da

Internet. Enquanto que aplicativos Internet tradicionais, como WWW, FTP ou Telnet, não

toleram perda de pacotes, mas são menos sensíveis aos retardos variáveis, a maioria dos

aplicativos em tempo real apresenta exatamente o comportamento oposto, pois podem

compensar uma quantidade razoável de perda de pacotes, mas são, normalmente, muito

críticos com relação aos retardos variáveis. Neste conceito entra a tecnologia que mais

necessitará de qualidade garantida, o VoIP, uma vez que também é em tempo real e não tolera

atrasos ou perdas.

Segundo Eide (2002), isso significa que, sem algum tipo de controle de largura de

banda, a qualidade desses fluxos de dados em tempo real depende da largura de banda

disponível no momento. Baixas larguras de banda, ou mesmo larguras de banda melhores,

mas instáveis, causam má qualidade em transmissões em tempo real, com eventuais

interrupções ou paradas definitivas da transmissão. Mesmo a qualidade de uma transmissão

usando o protocolo de tempo real RTP depende da utilização do serviço de entrega IP

subjacente. Por isso, cada vez mais se fazem necessários novos conceitos para garantir uma

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QoS específica tanto para aplicativos VoIP quanto para quaisquer programas que dependam

desta tecnologia inovadora.

3.3 PROTOCOLOS DE MÍDIA (TRANSPORTE DE VOZ)

Os protocolos de mídia são responsáveis pela transmissão da voz em um sistema de

comunicação.

3.3.1 Real-time Transport Protocol (RTP)

O protocolo RTP definido através da recomendação RFC 1889 do IETF é o principal

protocolo utilizado pelos terminais, em conjunto com o RTCP, para o transporte fim-a-fim em

tempo real de pacotes de mídia (voz) através de redes de pacotes. Pode fornecer serviços

multicast (transmissão um para muitos) ou unicast (transmissão um para um).

O RTP não reserva recursos de rede e nem garante qualidade de serviço para tempo

real (HERSENT;GUIDE;PETIT 2002). Ele apenas tenta fazer com que os pacotes sejam

recebidos conforme a ordem de envio. O RTP "ordena" os pacotes de dados, de forma que

seja possível a transmissão de dados em tempo real. Caso algum pacote chegue atrasado, o

RTP descarta o mesmo e segue ordenando os pacotes seguintes. O transporte dos dados é

incrementado através do RTCP (protocolo de controle) que monitora a entrega dos dados e

provê funções mínimas de controle e identificação. No caso das redes IP, este protocolo faz

uso dos pacotes UDP, que estabelecem comunicações sem conexão.

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3.3.2 Real-Time Transport Control Protocol (RTCP)

O protocolo RTCP, definido também através da recomendação RFC 1889 do IETF, é

baseado no envio periódico de pacotes de controle a todos os integrantes da conexão

(chamada), usando o mesmo mecanismo de distribuição dos pacotes de mídia (voz). Desta

forma, assim como no protocolo RTP, com um controle mínimo é feita a transmissão de

dados em tempo real usando o suporte dos pacotes UDP (para voz e controle) da rede IP.

3.4 PROTOCOLOS DE SINALIZAÇÃO

Os protocolos de sinalização são os responsáveis pelo controle das chamadas. São dois

os principais padrões de protocolos de sinalização: o SIP do IETF e o H.323 da ITU-T.

3.4.1 SIP

Assim como no HTTP (Hyper Text Transfer Protocol) onde existe uma padronização

na forma de requisitar as páginas, o SIP (Session Initiation Protocol) é um protocolo de

comunicação e um conjunto de regras que definem como os equipamentos (computadores,

telefones, celulares) trocarão informações entre si (NETO, 2005). No HTTP, por exemplo, foi

criado um conjunto de regras que estabelecem como os computadores acessam os conteúdos

da Web que estão armazenados nos servidores centrais, e como resultado observamos como a

Internet teve um impacto estrondoso no comportamento do mundo todo. O SIP promete ter o

mesmo impacto na maneira como nos comunicaremos em tempo-real: com celulares ou

telefones comuns, via mensagens instantâneas, ou utilizando qualquer dispositivo baseado em

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IP. O SIP é um protocolo que pode ser composto e gerenciado em qualquer dessas sessões,

independente do tipo de dispositivo utilizado (chamada telefônica, mensagens instantâneas,

jogos, ou até em videoconferência). De fato, se levada em conta toda a sua simplicidade e

flexibilidade o SIP tem um potencial muito grande. O SIP foi criado pelo IETF (Internet

Engineering Task Force) que é o órgão responsável pela padronização das tecnologias que

estão por trás de protocolos como o IP e o HTTP.

O protocolo SIP, como mencionado anteriormente, foi modelado à imagem do HTTP,

e como o HTTP, foi desenhado para trabalhar sobre redes IP. Também como no HTTP, ele

não encontrou barreiras para o desenvolvimento e implementação de inovadores e fantásticos

serviços, levando o controle das aplicações para os dispositivos terminais. “Um dos mais

poderosos conceitos da Internet é o fato de que as aplicações podem operar entre um servidor

Web e um browser sem nenhuma dependência e conhecimento da rede IP” (UNICAP, 2005).

O mesmo vale para as sessões baseadas no protocolo SIP. Um servidor SIP e um dispositivo

cliente terão o total controle de suas sessões (voz, vídeo, mensagens, mensagens

instantâneas). Essa condição é o oposto do modelo de serviços no mundo controlado pelas

operadoras de telecomunicações com circuitos comutados, onde os terminais como telefones,

têm apenas a capacidade de enviar e receber as chamadas e todo o restante dos serviços é

controlado por elementos de uma central de operações.

O modelo SIP tem como principais características:

a) O controle sobre os serviços é colocado no terminal

Num ambiente de telecomunicações tradicional, o compartilhamento e a centralização

de elementos relacionados com voz e outros serviços é a base do seu funcionamento,

aumentando significativamente o tempo e o custo requerido para criar e disponibilizar novos

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serviços. O SIP passa o controle dos serviços para o terminal (como um celular baseado em

SIP ou um PC cliente), e elimina a necessidade de o sistema central controlá-lo. Por este

motivo, existe uma grande promessa de desenvolvimento de novos serviços em tempo real

baseados em Internet, que tenham baixo custo e um ciclo de implementação muito rápido.

b) Flexibilidade

Como um protocolo de sinalização, o SIP é uma mensagem e uma sessão ao mesmo

tempo. Quando o SIP é tratado como uma sessão (voz, vídeo, mensagem, jogos) ele não trás

informações ou regras pré-definidas do que essas sessões podem ser. Quando o SIP é tratado

como um protocolo de transporte, ele suporta qualquer tipo de mensagem MIME

(Multipurpose Internet Mail Extensions). Isso permite que o SIP atue em um grande conjunto

de serviços disponíveis, incluindo novas aplicações nunca antes previstas.

c) Alcance

O SIP pode facilmente ser ampliado para suportar novas funcionalidades, bem como

novos tipos de serviços. Como no HTTP, as capacidades do SIP podem ser aumentadas

conforme os novos requerimentos surjam. Por exemplo: o SIP para Mensagens Instantâneas e

de Presença (Simple) é uma extensão do SIP para suportar sistemas de Mensagens

Instantâneas e sistemas de Presença. A respeito do seu alcance, o SIP foi desenvolvido para

permanecer interoperável e compatível com o que já foi desenvolvido. Se dois terminais SIP

não puderem se juntar e constituir uma extensão SIP, eles ainda poderão se comunicar

baseando-se apenas no protocolo.

d) Integração com os padrões da Internet

O SIP oferece uma total integração com os padrões e tecnologias abertas da Internet. O

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SIP utiliza URI (Universal Resource Indicator), DNS (Domain Name System), MIME

(Multipurpose Internet Mail Extentions) de forma a ser o mais compatível possível com as

outras aplicações baseadas no protocolo IP (SYSTRADE, 2004). Isso permite ao SIP

interoperar facilmente com aplicações Web e resolver os grandes problemas que os serviços

de telefonia móvel têm no momento. Com o SIP, as operadoras de telefonia móvel podem

disponibilizar serviços que aparentemente estão integrados com a voz, mensagens, mensagens

instantâneas e interações com a Web, criando as fundações de serviços com possibilidades

virtualmente ilimitadas. Em razão da extensão dessas capacidades, o SIP teve um crescimento

e um sucesso excepcional no mercado. Este atualmente está sendo usado para suportar um

grande conjunto de serviços baseados em voz, mensagens instantâneas, serviços de telefonia

móvel, redes sem fio, e serviços baseados em IP.

Os principais componentes da arquitetura do SIP são:

- O Agente do Usuário SIP

O Agente do Usuário é o terminal SIP ou o software de estação final. O Agente do

Usuário funciona como um cliente no pedido de inicialização de sessão e também age como

um servidor quando responde a um pedido de sessão. Dessa forma, a arquitetura básica é

cliente-servidor. O Agente do Usuário armazena e gerencia situações de chamada, faz

chamadas com um endereço parecido com o de e-mail ou número de telefone e pode aceitar e

receber chamadas de outro agente do usuário sem requerer nenhum componente adicional do

SIP (VIDEO DEVELOPMENT INITIATIVE, 2004). Esses componentes restantes fornecem

gerenciamento e funcionalidades adicionais.

- Servidor Proxy SIP

Um tipo de servidor intermediário do SIP é o Servidor Proxy SIP. O Servidor Proxy

SIP passa requisições adiante, do agente do usuário para o próximo servidor SIP, e também

retém informações com a finalidade de contabilidade e faturamento. Além disso, o servidor

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proxy SIP pode operar com comunicação “stateful” (como um circuito) ou “stateless” (como

um TCP). O servidor SIP “stateful” pode organizar as chamadas por ordem de chegada para

que várias extensões estejam tocando de uma vez e o primeiro que atender pega a chamada

(VIDEO DEVELOPMENT INITIATIVE, 2004). Essa capacidade significa que você pode

configurar o seu servidor para que seu telefone de desktop SIP, seu telefone celular SIP e suas

aplicações de videoconferência de casa SIP possam “tocar” todas ao mesmo tempo, e você

atende de alguma dessas locações e começa a conversar enquanto a outras duas locações

param de tocar. O servidor proxy SIP pode utilizar múltiplos métodos para tentar resolver o

pedido de endereço de host, incluindo busca de DNS, busca em base de dados ou retransmitir

o pedido para o próximo servidor proxy.

- Servidor de Redirecionamento SIP

Um outro tipo de servidor intermediário do SIP é o Servidor de Redirecionamento SIP.

Sua função é fornecer a resolução de nome e locação do usuário. O servidor de

redirecionamento SIP responde ao pedido do agente do usuário fornecendo informações sobre

o endereço do servidor para que o cliente possa contatar o endereço diretamente.

- Registrador SIP

O Registrador SIP fornece um serviço de informação de localidades, ele recebe

informações do agente do usuário e armazena essa informação de registro.

A arquitetura do SIP utiliza o SDP (Session Description Protocol). O SDP foi uma

ferramenta de conferência multicast via IP desenvolvida para descrever sessões de áudio,

vídeo e multimídia (UFGRS, 2005). De fato, qualquer tipo de MIME (Multipurpose Internet

Mail Extension) pode ser descrita, similar à habilidade do e-mail de suportar todos os tipos de

anexos em mensagens. A descrição da sessão pode ser usada para negociar uma aceitação de

um conjunto de tipos de mídias compatíveis.

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3.4.2 H.323

O padrão H.323 é parte da família de recomendações ITU-T (International

Telecommunication Union Telecommunication Standardization sector) H.32x, que pertence à

série H da ITU-T, e que trata de "Sistemas Audiovisuais e Multimídia". De acordo com

NewsGeneration (2004), a recomendação H.323 tem o objetivo de especificar sistemas de

comunicação multimídia em redes baseadas em pacotes e que não provêem uma Qualidade de

Serviço (QoS) garantida. Além disso, estabelece padrões para codificação e decodificação de

fluxos de dados de áudio e vídeo, garantindo que produtos baseados no padrão H.323 de um

fabricante interoperem com produtos H.323 de outros fabricantes.

O padrão H.323 é completamente independente dos aspectos relacionados à rede,

portanto não faz restrições às tecnologias de enlace, tornando livre a escolha entre as mais

conhecidas e utilizadas atualmente como Ethernet, Fast Ethernet, FDDI, ou Token Ring.

Também não há restrições quanto à topologia da rede, que pode consistir tanto de uma única

ligação ponto a ponto, ou de um único segmento de rede, ou ainda serem complexas,

incorporando vários segmentos de redes interconectados. A figura 2 ilustra a comunicação

entre dois terminais H.323 em uma rede baseada em pacotes.

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Fonte: UFRGS (2004) Figura 2 - Terminais H.323 numa rede baseada em pacotes

O padrão H.323 especifica o uso de áudio, vídeo e dados em comunicações

multimídia, sendo que apenas o suporte à mídia de áudio é obrigatório. Mesmo sendo somente

o áudio obrigatório, cada mídia (áudio, vídeo e/ou dados), quando utilizada, deve seguir as

especificações do padrão. Existe uma variedade de formas de comunicação, envolvendo áudio

apenas (telefonia IP), áudio e vídeo (videoconferência), áudio e dados e, por fim, áudio, vídeo

e dados.

De acordo com Rodrigues (2004), o padrão H.323 para aplicações multimídia em redes

tem como características:

a) Independência da rede

O padrão H.323 é projetado para utilização em redes baseada em pacotes, como as

redes IP. Na atualidade, a maioria das redes utilizadas possui uma infra-estrutura com

protocolo de transporte baseado em pacotes. Assim a adoção do padrão H.323 permite a

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utilização de aplicações multimídia sem requerer mudanças na estrutura de redes. Por outro

lado, à medida que as tecnologias de enlace de redes evoluem e proporcionam maiores limites

de velocidade e largura de banda, seus benefícios serão imediatamente incorporados e

usufruídos pelas aplicações H.323.

b) Interoperabilidade de equipamentos e aplicações

O H.323 permite interoperabilidade entre dispositivos e aplicações de diferentes

fabricantes. Por isso, vários fornecedores de grande porte como Intel, Microsoft, Cisco e IBM

investem em linhas de produtos H.323.

c) Independência de plataforma

O H.323 não determina o hardware ou sistema operacional a ser usado. Desse modo,

as aplicações H.323 podem ser de naturezas diversas voltadas para mercados específicos, que

vão desde software de videoconferência executado em computadores, a telefones IP,

adaptadores para TV a cabo, sistemas dedicados, etc.

d) Representação padronizada de mídia

O H.323 estabelece codificadores para compressão e descompressão de sinais de áudio

e vídeo. Ele também prevê mecanismos de negociação dos codificadores a serem utilizados

numa conferência a fim de que os seus participantes encontrem um subconjunto comum entre

si.

e) Flexibilidade nas aplicações clientes

Uma conferência H.323 pode envolver aplicações clientes com capacitações

multimídia diferentes. Por exemplo, é possível que um terminal com suporte apenas para

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áudio participe de uma conferência com terminais que tenham suporte adicional de vídeo e/ou

dados.

f) Interoperabilidade entre redes

É possível estabelecer conferências entre participantes localizados numa LAN e em

outras redes completamente diferentes, como a rede telefônica pública ou ISDN. O H.323

prevê o uso de codificadores que são comuns a vários tipos de redes. Isto é possível através da

utilização do componente gateway.

g) Suporte a gerenciamento de largura de banda

O tráfego dos fluxos de vídeo e áudio é caracteristicamente consumidor de largura de

banda em uma rede. O padrão provê mecanismos de gerenciamento que permitem delimitar a

quantidade de conferências simultâneas e a quantidade de largura de banda destinada às

aplicações H.323. Além do mais, o H.323 também prevê facilidade de contabilidade de uso

dos recursos da rede que podem ser usadas para fins de cobrança. Isto é possível através da

utilização do componente gatekeeper.

h) Suporte a conferências multiponto

O H.323 suporta conferências com três ou mais participantes ao mesmo tempo.

i) Suporte a multicast

O H.323 suporta técnicas de multicast nas conferências multiponto. Uma mensagem

multicast envia um único pacote a todo um subconjunto de destinatários na rede sem

replicação. Esse tipo de transmissão usa a largura de banda de uma forma muito mais

eficiente que as transmissões unicast.

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Para que seja possível a comunicação multimídia, o padrão H.323 especifica quatro

tipos de componentes indispensáveis. São eles:

a) Terminais

São os computadores pessoais utilizados na rede, a qual provê comunicação em tempo

real. Todos os terminais devem suportar voz. O suporte a vídeo e dados é opcional.

b) Gateways

São elementos opcionais em conferências H.323, que têm como função prover a

comunicação de terminais H.323 com outros terminais de padrões diferentes (H.310, H.321,

H.322).

c) Gatekeepers

Componentes mais importantes. Atuam como ponto central para todas as chamadas

dentro de sua zona (conjunto de todos os terminais, gateways e MCUs gerenciados por um

único gatekeeper. Uma zona deve incluir, pelo menos, um terminal e pode incluir segmentos

de LAN conectados usando roteadores) e provêem serviços de controle de chamada para

registrar participantes. Dentre outras coisas, são também responsáveis pelo gerenciamento da

largura de banda em conferências H.323.

d) Multipoint Control Units (MCUs)

Suporta conferências entre três ou mais participantes. Sob H.323, um MCU consiste de

um Multipoint Controller (MC) e zero ou mais Multipoint Processors (MP). O MC manipula

as negociações entre todos os terminais para determinar capacidades comuns para

processamento de áudio e vídeo. Já o MP é o responsável por mesclar, chavear e processar os

bits de áudio, vídeo e/ou dados.

Um sistema que utiliza o padrão H.323 e as recomendações ITU-T associadas provê

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uma forma útil e flexível para comunicação multimídia, e o fato de ser executado sobre

diversas plataformas o torna escalável (Rodrigues, 2004). As recomendações relacionadas ao

padrão H.323 continuam a evoluir e a serem adaptadas a novas situações através de um

esforço contínuo do grupo de estudo da ITU-T. Muitas dificuldades que surgem na utilização

do H.323 são decorrentes de outros problemas relacionados, como por exemplo, a garantia de

qualidade de serviço durante toda a sessão.

Fonte: UFRGS (2004)

Figura 3 – Arquitetura de rede H.323

A Figura 3 mostra a arquitetura de rede do protocolo H.323. Ela relata as posições de

todos os componentes da rede e suas interligações com os serviços disponíveis.

Porém apesar de todas as vantagens do padrão H.323, a complexidade existente

dificulta a sua implementação e a falta de guias de ajuda dificulta assegurar a compatibilidade

e a interoperabilidade e tornam o padrão substituível. Levando em conta essas adversidades a

ITU-T, através de esforços contínuos do seu grupo, continua evoluindo a adaptando-se a

novas situações. Segue abaixo uma tabela comparativa entre os padrões SIP e H.323.

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H.323 SIP

Arquitetura O H.323 cobre quase todos os serviços, como capacidade de troca, controle de conferência, sinalização básica, QoS, registro e outros.

O SIP é modular e cobre todas as sinalizações de chamada básica, locação de usuários e registro. Outras características estão separadas em um protocolo ortogonal.

Componentes Terminal/Gateway Gatekeeper

Agente do usuário/servidor Proxy/Registrador

Protocolos RAS/Q.931 H.245

SIP SDP

Transferência de chamadas Sim Sim

Captação de ligação Sim Sim

Chamada em espera Sim Sim

Indicação de chamada em espera

Sim Não

Finalização de chamada Sim Sim

Intrusão de chamada (trata-se de introduzir uma chamada de forma ilegal)

Sim Não

Sinalização Multicast Sim, por meio de location requests (LRQ) e auto gatekeeper discovery (GRQ).

Sim, por meio do group invites

Controle de chamadas de terceiros

Sim Sim

Conferência Sim Sim

Grade quantidade de chamadas

O controle de chamadas H.323 pode ser implementado de vários modos. O Gateway tem capacidade para usar mensagens definidas no H.225, ajudando o Gatekeeper a executar o balanceamento de carga nos gateways.

O controle de chamada pode ser implementado de vários modos. O SIP suporta N para N entre as UAs e servidores, também exige menos ciclos de CPU para gerar a sinalização de mensagens e com isso pode teoricamente manusear mais transações. O protocolo tem um método específico para balanceamento sob o mecanismo DNS SRV.

Internacionalização Sim, o H.323 usa Unicode (BMPString com ASN.1) para algumas informações textuais (h323-id), mas geralmente tem poucos parâmetros

Sim, o SIP usa Unicode (ISO 10646-1), codificado como UTF-8 para todos os caracteres.

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Segurança Define mecanismos de segurança e facilidade de negociação com o H.235 e pode ainda usar SSL.

O SIP suporta autenticação de chamadas com mecanismos HTTP. A autenticação segura e encriptação são suportadas por SSL/TSL.

Tarifação Mesmo com o modelo de chamada direta do H.323, a capacidade de tarifar não é permitida porque o cliente informa ao Gatekeeper o começo e o fim da chamada via protocolo do RAS.

Se o Proxy SIP quiser coletar informações de faturamento, não tem nenhuma escolha a não ser permanecer na chamada sinalizando o caminho para a duração inteira, de modo a captar quando termina.

Codecs O H.323 suporta qualquer codec, proprietário ou padrão, não apenas os codecs da ITU-T. Os tipos de carga podem estar especificados estaticamente ou dinamicamente.

O SIP suporta qualquer codec IANA ou outro codec cujo nome mutuamente é concordado entre ambos. Os tipos de carga podem estar especificados estaticamente ou dinamicamente.

Divisão de chamada O H.323 codifica mensagens em um formato binário compacto que combina com conexões banda larga e estreita

As mensagens SIP são codificadas no formato ASCII

Endereçamento Mecanismo de endereçamento flexível, incluindo URL e E.164

O SIP apenas entende endereços do tipo URL

Conferência de vídeo e dados O H.323 suporta inteiramente conferência de vídeo e dados. Os procedimentos estão alocados para fornecer controle para a conferência assim como a sincronização de áudio e vídeo.

O SIP tem suporte limitado para vídeo e não tem suporte para protocolos de conferência de dado com o T.120. O SIP não tem protocolos para controlar conferências e muito menos mecanismos de sincronização.

Fonte: Systrade (2005)

Tabela 1 – Comparativo entre H.323 e SIP

A tabela acima tem como função mostrar as características funcionais dos protocolos

de sinalização H.323 e SIP, além de seus componentes e arquitetura. Nela é possível observar-

se as muitas aplicações de cada protocolo concluir-se que ambos são muito vantajosos no que

diz respeito às funções, mas as aplicações de cada protocolo são diferentes. O H.323

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comporta-se muito melhor em conferencias de vídeo e dados. Já o SIP tem a sua configuração

muito mais simples, tornando mais fácil o seu manuseio.

3.5 PROTOCOLOS DE CONTROLE DE GATEWAY

Os protocolos de controle de gateway são responsáveis pelo controle das conexões de

chamada.

3.5.1 MGCP (Media Gateway Control Protocol)

De acordo com Teleco (2005), o protocolo MGCP (Media Gateway Control Protocol),

definido através de recomendação RFC 2705 do IETF, é usado para controlar as conexões nos

gateways presentes nos sistemas VoIP. O MGCP implementa uma interface de controle

usando um conjunto de transações do tipo comando – respostas, que criam, controlam e

auditam as conexões nos gateways. Estas mensagens usam como suporte os pacotes UDP da

rede IP, e são trocadas entre os gatekeepers e gateways para o estabelecimento,

acompanhamento e finalização de chamadas.

3.5.2 MEGACO (Media Gateway Control Protocol)

O protocolo MEGACO (Media Gateway Control Protocol) é resultado de um esforço

conjunto do IETF e do ITU-T. O texto da definição do protocolo é o mesmo para o Draft

IETF e a recomendação H.248, e representa uma alternativa ao MGCP e outros protocolos

similares.

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Este protocolo foi concebido para ser utilizado para controlar gateways monolíticos

(um único equipamento) ou distribuídos (vários equipamentos) (TELECO, 2005). Sua

plataforma aplica-se a gateway, controlador multiponto, e unidade interativa de resposta

audível (IVR). Possui também interface de sinalização para diversos sistemas de telefonia,

tanto fixa como móvel.

Fonte: Teleco (2005) Figura 4 – Estrutura em camadas dos protocolos

Para finalizar e facilitar o entendimento, a Figura 4 mostra a estrutura de todos os

protocolos explicados anteriormente, e define a interligação entre eles.

3.6 GATEWAY VOIP

São equipamentos que conectam a rede de dados à rede de telefonia existente e têm a

função de converter, compactar a voz das ligações telefônicas em pacotes de dados digitais e

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encaminhar ao seu destino através de uma rede de dados.

A primeira medida de sucesso dos Gateway VoIP é a redução de custos das ligações de

longa distância sem adicionar inconvenientes ao usuário final, como, por exemplo, a

necessidade de usar um microfone em um PC, ou mesmo configurações complicadas para se

realizar uma chamada (SILVA, 2005).

Os Gateways VoIP possibilitam transportar chamadas telefônicas através das redes de

dados em tempo real, sem atrasos e com excelente claridade de voz. Estes equipamentos

foram desenvolvidos dentro do conceito de otimização das empresas, caracterizados pela

convergência de serviços de voz e dados e utilização de tecnologias de padrão aberto. O

Gateway VoIP, com duas interfaces sendo uma FXS e uma FXO, permite sua ligação direta

em troncos analógicos de PABX ou mesmo diretamente em telefones.

A funcionalidade do Gateway VoIP provê serviços de VoIP com uma ótima relação

custo/benefício para interligação de escritórios. Caso a empresa possua PABX coorporativo, o

mesmo deve ser conectado aos troncos analógicos. Caso não possua PABX, este deve ser

conectado diretamente aos aparelhos telefônicos. Em ambos os casos, o Gateway VoIP

permite comunicação entre os ramais dos escritórios. As formas de utilização do gateway

podem ser ponto-a-ponto ou através de um gerenciador fazendo um roteamento de IP no

equipamento. O Gateway VoIP assegura um alto desempenho e uma perfeita qualidade de

voz. É possível trabalhar com vários padrões de compressão de voz, além de mecanismos

utilizados para assegurar maiores níveis de claridade de voz com menor utilização de banda.

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Fonte: Advento Networks (2005)

Figura 5 – Arquitetura Geral de um sistema de Telefonia IP.

A Figura 5 apresenta uma arquitetura geral de um sistema de telefonia IP, mostrando a

posição dos Gateways VoIP. Estes podem ser conectados tanto a uma central telefônica a

partir de uma entrada FXO, quanto a um aparelho telefônico convencional, a partir de uma

entrada FXS.

A entrada FXS entrega o serviço da central telefônica diretamente ao assinante e deve

ser conectada diretamente a um telefone, enquanto a entrada FXO é conectada à central

telefônica ou diretamente a rede de telefonia convencional, podendo ser ligada a um ramal de

um PABX.

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4 DESENVOLVIMENTO DO PROTÓTIPO

A seguir será demonstrada uma metodologia de desenvolvimento para o protótipo do

Gateway VoIP proposto, procurando-se detalhar cada passo proposto pela metodologia. Serão

também apresentados os resultados do trabalho obtidos a partir de testes, fazendo-se assim

uma avaliação do que foi estudado e desenvolvido.

4.1 REQUISITOS DO SISTEMA

Os requisitos do sistema foram divididos em requisitos funcionais e não-funcionais.

Os requisitos funcionais do Gateway VoIP são:

• receber ligações de um telefone STFC;

• encaminhar ligações para a um computador com VoIP;

• registrar ligações recebidas e efetuadas;

• fazer ligações VoIP de um computador para um telefone RTPC.

Os requisitos não-funcionais do Gateway VoIP são:

• operar no sistema operacional LINUX;

• ser configurável via interface Web;

• ser configurável via prompt de comando.

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4.2 IMPLEMENTAÇÃO

O trabalho utilizou o software ASTERISK como Gateway VoIP e uma placa DIGIUM

TDM400P FXO.

4.2.1 Softwares Utilizados

ASTERISK

O ASTERISK é um software PABX completo que utiliza o modelo de software livre,

que conta com uma base de usuários em contínuo crescimento e foi criado pela Digium Inc., a

empresa líder em aplicações de telefonia open source. De maneira informal o ASTERISK é

possivelmente o mais poderoso e flexível software de telecomunicações disponível. O nome

ASTERISK provém do símbolo asterisco *, que nos sistemas operacionais UNIX e DOS

representa um wildcard ou coringa, significando qualquer nome de arquivos. O ASTERISK

foi projetado para conectar todo tipo de software ou hardware de telefonia com qualquer

aplicação de telefonia de forma segura e de qualidade.

Tradicionalmente telefones são projetados para uma função específica em uma rede,

mas muitas aplicações nestes aparelhos possuem muita tecnologia. É dessa sinergia que o

ASTERISK tira vantagem para criar um ambiente a ser moldado para todo tipo de aplicação,

conforme a vontade do usuário.

O ASTERISK possui, entre outras, as seguintes aplicações de telefonia:

• conexão entre empregados trabalhando de casa para o PABX do escritório sobre

conexões de banda larga;

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• conexão entre escritórios em vários estados sobre IP;

• correio de voz, integrado com a Web e e-mail;

• música em espera para clientes em filas, suporte a streaming de media e arquivos

MP3;

• integração para sintetização de fala (text-to-speech);

• registro de chamadas para integração com sistemas de tarifação;

• gateway VoIP heterogêneo: MGCP, SIP, H.323, IAX;

• transferência de chamadas;

• integração com reconhecimento de voz (IVR);

• suporte para áudio conferências.

O ASTERISK é considerado hoje uma revolução na área de telefonia por várias

razões. A primeira razão na qual se baseia o conceito do ASTERISK é a redução de custos. Se

for feita uma comparação entre um PABX convencional e o ASTERISK a diferença não se

mostra muito grande, mas comparando-se este com uma central analógica a diferença torna-se

enorme (HALL, 2005). Se forem adicionados recursos como VoIP, URA e DAC, a diferença

aumenta ainda mais e faz com que o ASTERISK seja cada vez mais utilizado atualmente.

Outra razão muito importante é o controle do seu sistema de telefonia. O usuário tem

liberdade de configuração do seu PABX proprietário e interface padrão.

Entre outras vantagens, o ASTERISK se mostra extremamente rico e abrangente em

recursos, provê conteúdo dinâmico por telefone, plano de discagem flexível, roda em LINUX

o que o torna um software livre de código aberto, e possui um ambiente de desenvolvimento

simples e fácil.

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A arquitetura do ASTERISK é muito simples, porém diferente de outros produtos

telefônicos. Ele atua como uma transição entre as tecnologias e as aplicações telefônicas

criando um ambiente consistente para desdobrar um ambiente misto de telefonia. Nas

tecnologias entram VoIP e serviços como SIP e H.323, e nas aplicações estão transferência de

chamadas, correio de voz e áudio conferências.

Fonte: Gonçalves (2005)

Figura 6 – Arquitetura básica do ASTERISK

A Figura 6 mostra a arquitetura do ASTERISK e a partir desta podem ser visualizados

os canais, codecs e suas conversões, protocolos e aplicações responsáveis por todo o ambiente

do programa.

Outra aplicação é o X-LITE, um telefone SIP com características de um PBX. Permite

fazer e receber chamadas através do computador e funciona como interface para o software

ASTERISK.

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O software escolhido foi o X-LITE da X-TEN, pois permite interoperabilidade e

integração com a rede além da facilidade na utilização. É nele que são introduzidos os

números de telefone a serem discados, este também permite um acompanhamento e avaliação

da situação a partir dos Logs (registros de atividades gerados por programas de computador),

para avaliação de possíveis problemas na conexão.

Fonte: www.xten.com

Figura 7 - Softphone X-LITE

Na Figura 7 a interface do softphone X-LITE, exatamente como um telefone

convencional, para assim facilitar o seu uso.

Existem vários outros modelos de softphones de diferentes marcas, como por exemplo,

o Omnifree da Orgalogic, o eStara Softphone da eStara e o Cisco IP Softphone, da Cisco. A

interface da X-ten foi escolhida por ser muito simples em termos de configuração, e foi

adquirido no site oficial da X-ten, www.xten.com.

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4.2.2 Integração ASTERISK x Placa DIGIUM TDM400P FXO

Para a realização do projeto, seriam possíveis vários tipos de hardware para estabelecer

a comunicação entre o software e a rede telefônica, sendo eles cartões de interface analógica

ou digital, módulos analógicos e adaptadores de telefone analógicos. O equipamento

escolhido foi o DIGIUM TDM400P FXO para a integração com a rede telefônica. O DIGIUM

TDM400P FXO, como indica o nome, possui uma entrada FXO. A entrada será utilizada para

a conexão com uma linha telefônica fixa e estabelecimento de uma conexão da rede VoIP

com a RTPC e com a rede móvel.

4.2.3 Configuração do ASTERISK

Este tópico apresenta as telas de configuração correspondentes aos arquivos

necessários para o estabelecimento da chamada e comprovação do projeto. O programa

utilizado para a configuração do software ASTERISK é o Asterisk@Home e a partir do

terminal LINUX são observadas as rotinas realizadas pelo ASTERISK. De acordo com

NotíciasLinux (2005) o Asterisk@Home possibilita ao usuário doméstico uma instalação e

configuração rápida do ASTERISK. Este apresenta uma interface gráfica web para tornar o

seu manuseio mais simples.

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Figura 8 – Tela de configuração do arquivo sip.conf

A Figura 8 apresenta a tela que contém as linhas de configuração do arquivo sip.conf,

que diz respeito ao protocolo de sinalização SIP. Pode ser visualizada a criação do usuário

[bruno]. O Asterisk@Home tem como opções a configuração do arquivo extensions.conf, que

serão mostradas a seguir, e de todas as outras aplicações do ASTERISK através do web

browser. Algumas destas aplicações são transferências de chamadas, tempo de espera, seleção

de arquivos mp3 no caso de chamada em espera, correio de voz entre outras.

Destacam-se as linhas “name” e “secret”, necessárias para o registro no softphone.

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Figura 9 – Rotina de configuração do arquivo sip.conf no terminal LINUX

A Figura 9 mostra o terminal LINUX e as rotinas executadas pelo software

ASTERISK. É possível observar-se o usuário registrado, o endereço IP atribuído, e a

comunicação estabelecida com o software X-Lite.

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Figura 10 – Tela de configuração do arquivo extensions.conf

A figura 10 apresenta a tela que contém as linhas de configuração do arquivo

extensions.conf, que diz respeito aos procedimentos a serem seguidos para que a conexão seja

estabelecida. Nela são visualizados todos os procedimentos de estabelecimento de chamada.

A “[entrada_sip]” trata da efetuação de chamadas e encaminhamento para a placa

TDM 400P FXO e a “[entrada_pstn]” diz respeito ao recebimento de chamadas e

encaminhamento para o softphone.

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Figura 11 – Rotina de efetuação de chamada no terminal LINUX

Novamente no terminal LINUX a Figura 11 mostra a chamada propriamente dita no

terminal LINUX. O software X-Lite executa a discagem do usuário “bruno” para o numero

desejado, e em seguida o canal 4 do arquivo zapata.conf (que será mostrado a seguir) atende a

chamada e assim estabelece-se a conexão.

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Figura 12 – Rotina de recebimento de chamada no terminal LINUX

A Figura 12 mostra as rotinas referentes ao recebimento de uma chamada pelo

ASTERISK, o software detecta alguém chamando e responde com o estabelecimento da

conexão entre as partes.

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Figura 13 – Tela de configuração do arquivo zapata.conf

A Figura 13 contém as linhas de configuração do arquivo zapata.conf, que trata do

reconhecimento do hardware utilizado no projeto, para que seja possível o estabelecimento da

conexão física do projeto. Todas as configurações foram realizadas através de um editor de

textos via interface web, fator que facilitou muito o estabelecimento da conexão na rede LAN.

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4.3 TESTES E VALIDAÇÃO

Este tópico comprova a comunicação entre o softphone e o ASTERISK, as telas serão

apresentadas a seguir.

Figura 14 – Software logado ao ASTERISK

A Figura 14 mostra o software X-LITE, com o usuário logado ao software ASTERISK

para que assim possa estabelecer chamadas.

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Figura 15 – Software com uma conexão estabelecida na rede LAN

Na tela da Figura 15, pode-se visualizar o software X-LITE estabelecendo uma

chamada. Esta visualização valida a configuração do software ASTERISK, pois a conexão

comprovada na tela obtém o resultado esperado em relação à rede LAN.

A rede a ser implementada é mostrada na Figura 16. O projeto consiste de um

notebook (cliente SIP) conectado a um computador com ASTERISK, estes irão fazer a

conexão VoIP do sistema. Este, por sua vez, fará a conexão RTPC com uma linha de telefonia

convencional, para que esta possa estabelecer conexão com um telefone móvel de um dos

integrantes da banca.

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Figura 16 – Sistema proposto

A Figura 16 mostra o sistema a ser implementado. Nela ficam visíveis os caminhos

onde a voz trafega por pacotes e também na forma analógica. Para tornar o projeto ainda mais

completo foi proposta a comunicação de toda a rede com um telefone móvel qualquer. O

projeto teve sucesso em todos os aspectos, desde as configurações de software ate a

comunicação com o hardware previsto, concluindo assim possível a comunicação VoIP entre

uma rede de pacotes com a rede de telefonia convencional e móvel celular.

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5 CONCLUSÃO

A tecnologia VoIP é uma revolução no mercado de Internet e Telefonia e não há como

fugir desta tendência. A evolução da base de banda larga e a estabilização total de penetração

de linhas fixas no mundo levam a conclusão de que o VoIP é um caminho sem volta, se

levadas em conta a mobilidade e a inovação nesta aplicação. Porém a principal vantagem do

VoIP é o custo/beneficio, as tarifas e mensalidades cobradas são fantásticas e é uma questão

de tempo para que a tecnologia seja uma realidade em todo o Brasil.

O desenvolvimento deste trabalho proporcionou um maior entendimento no que diz

respeito à tecnologia VoIP, suas especificações e requisitos.

Baseado neste conceito foi proposto um Gateway VoIP para integração e comunicação

entre a rede RTPC e um softphone e através de pesquisas e experimentos práticos foram

obtidos resultados de sucesso e de acordo com as propostas iniciais. As ferramentas utilizadas

foram selecionadas de acordo com a necessidade e mostraram-se muito úteis, uma vez que

foram estudadas detalhadamente, para tornar todo o processo o mais completo possível. Os

softwares ASTERISK e X-Lite fazem a conexão, e estabelecem comunicação com a placa

DIGIUM TDM400P FXO, que por sua vez se comunica com a rede de telefonia convencional

tornando assim possível alcançar os objetivos propostos. Com o sucesso na conclusão da

proposta fica clara a importância da escolha correta dos equipamentos a serem utilizados,

tanto de hardware quanto de software, uma vez que sem a placa DIGIUM TDM400P FXO

não teria sido possível obter sucesso.

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5.1 EXTENSÕES

Como sugestões para trabalhos futuros, a fim de incrementar este trabalho, são

relacionadas as seguintes opções:

a) continuação da presente proposta demonstrando todas as funcionalidades do

software ASTERISK;

b) a implementação de um componente muito importante chamado Gatekeeper;

c) a implementação de uma videoconferência através do software Asterisk,

envolvendo mais de dois usuários.

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