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ESAF - DIRES Apreciação de recurso(s) interposto(s) às provas objetivas do Concurso Público:
Ministério da Fazenda- 2014 Assistente Técnico-Administrativo – ATA/2014
Prova Objetiva
Disciplina: Atualidades
Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3 Gabarito 4
41 21 11 1
D D D D
PARECER
Os candidatos recorreram da questão alegando que (1) artigo da professora Vera Masagão Ribeiro
do Instituto Paulo Montenegro apresenta críticas ao conceito adotado como correto na prova de
atualidades, e pela insuficiência de tal conceito, o Instituto Paulo Montenegro criou o Indicador
Nacional de Alfabetismo Funcional; (2) o IBGE adota o critério de número de séries cursadas –
analfabeto funcional seria, em síntese, quem não concluiu a 4ª. série do ensino fundamental – e
isso daria margem a considerar correta a alternativa cujo enunciado é: “São consideradas analfabetas
funcionais as pessoas que não concluíram o ensino fundamental”; (3) a expressão “operações
matemáticas mais elaboradas” poderia compreender uma gama ampla de operações – tal como
cálculo financeiro, algoritmos , etc., de modo que o conceito é impreciso.
Não procedem os argumentos apresentados considerando que:
1) A perspectiva crítica faz parte do debate público de qualquer assunto que se discuta – de
modo que divergências existem em qualquer tema. A partir dos aspectos críticos que
apresenta, o Instituto Paulo Montenegro, propõe outra abordagem - o Indicador Nacional de
Alfabetismo Funcional. Ocorre que a questão discute o analfabetismo funcional e nenhuma
alternativa abordava o alfabetismo funcional. Por não serem acadêmicos, textos de jornais
e revistas não aprofundam a discussão conceitual, assim, os conceitos são apresentados de
forma mais acessível a não especialistas. Apenas a título de exemplo, seguem alguns links
evidenciado que o conceito correspondente à alternativa correta é apresentado pela grande
mídia:
Carta Capital: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/progressao-continuada-alastra-analfabetismo-
funcional-em-sp-afirmam-professores
Planeta Educação: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=700
UOL Economia: http://m.economia.uol.com.br/empreendedorismo/colunistas/2012/05/09/emocione-
para-se-comunicar-com-os-consumidores-populares.htm
2) Na atualidade, o IBGE aborda o tema do analfabetismo funcional a partir do número de séries
cursadas: o “analfabetismo funcional (...) engloba as pessoas de 15 anos ou mais de idade com
menos de quatro anos completos de estudo, ou seja, que não concluíram a 4ª série do ensino
fundamental” (ex: “Síntese de Indicadores sociais – uma análise das condições de vida da
população brasileira – 2010” - p.227 -
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinte
seindicsociais2010/SIS_2010.pdf).
A alternativa que alguns recursos apontam como dando margem a dúvidas tem a seguinte redação:
“São consideradas analfabetas funcionais as pessoas que não concluíram o ensino
fundamental”.
Não concluir o ensino fundamental significa não concluir as 9 séries do ensino fundamental. Não é
possível equiparar com não concluir a 4ª série do ensino fundamental - grandezas muito diversas.
Não concluir a 4ª. seria significa estudar no máximo 4 anos. Não concluir a 9ª. série significa estudar
no máximo 8 anos – o que pode ser mais que o dobro do número de anos em comparação com a
conclusão da 3ª. série. Assim, não há entre as 5 alternativas da questão, outra que se possa considerar
correta.
3) A alegação de que a expressão “operações matemáticas mais elaboradas” é imprecisa, podendo referir-
se, por exemplo a algoritmos, matemática financeira, também não procede: se a discussão diz respeito
a analfabetismo, a interpretação do texto deve ater-se ao contexto da questão. De outra forma, e
adotando o raciocínio apresentado nos recursos, a maioria das pessoas no mundo não domina
operações matemáticas de alta complexidade – e assim seriam analfabetas funcionais.
Diante do exposto, mantenho a questão.
ESAF - DIRES Apreciação de recurso(s) interposto(s) às provas objetivas do Concurso Público:
Ministério da Fazenda- 2014 Assistente Técnico-Administrativo – ATA/2014
Prova Objetiva
Disciplina: Atualidades
Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3 Gabarito 4
42 22 12 2
E E E E
PARECER
Os candidatos recorreram da questão alegando que (1) a alternativa “a” não contemplou entre os
destinatários da norma ABNR NBR ISO 26.000 : 2010 as organizações do terceiro setor; (2) a norma
ABNT e a Norma ISO de Responsabilidade Social não teriam o mesmo teor; (3) a erradicação do
trabalho infantil não foi tratada na Norma ABNT NBR ISO 26000 : 2010.
O primeiro argumento não procede pois a alternativa “a” engloba o terceiro setor ao dispor: “Tanto as
demandas por maior responsabilidade social (...) têm como destinatárias as organizações da
sociedade civil, as organizações empresariais e as organizações governamentais”.
O segundo argumento não procede pois a convergência do conteúdo das duas normas foi uma opção
dos formuladores das mesmas e tal está explicitado no “Prefácio Nacional” da Norma ABNT NBR ISO
26000 : 2010.
O terceiro argumento não procede pois a erradicação do trabalho infantil é tratado expressamente
nos itens 6.3.10.2 e 6.3.110.3 – princípios e direitos fundamentais no trabalho.
Estas análises podem ser confirmadas na leitura da referida norma, disponível no sítio do Inmetro:
http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/[field_generico_imagens-
filefield-description]_65.pdf
Diante do exposto, mantenho a questão.
Prova Objetiva
Disciplina: Atualidades
Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3 Gabarito 4
43 23 13 3
D D D D
PARECER
Quatro foram os questionamentos apresentados pelos candidatos que recorreram, os quais serão
analisados a seguir.
Questionamento 1: o Código de Defesa do Consumidor (CDC) não constava entre os temas do edital
portanto não se poderia elaborar questão tratando de dispositivos desta lei.
Análise: O questionamento não procede. O tema central da questão é o endividamento da população
brasileira – tema relevante da vida em sociedade, e que gera inúmeros conflitos familiares e
problemas sociais. A sociedade atual é fortemente voltada ao consumo – que é diretamente
relacionado ao endividamento. Assim, o Código de Defesa do Consumidor faz parte do universo de
discussão do endividamento, já que disciplina as relações de consumo – portanto se enquadra no
item 1 “Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade.”
A alternativa que motivou o argumento foi: “Um dos instrumentos que ajudam a reduzir o problema
do endividamento é o Código de Defesa do Consumidor”.
A leitura do enunciado demonstra que não se questionou qualquer dispositivo específico do CDC.
Assim como não se precisa conhecer dispositivos específicos da lei penal para compreender o que é
um homicídio ou um furto e saber que o tema é tratado no Código Penal, é de conhecimento geral
que o Código de Defesa do Consumidor trata de defender o consumidor. O título é auto-explicativo.
Empréstimos não são feitos pelo prazer de ter o dinheiro em mãos e pagar juros para isso, mas para
viabilizar o consumo. Assim, o endividamento está diretamente relacionado ao consumo – que, por
sua vez está diretamente relacionado ao CDC.
Questionamento 2: O CDC não protege os indivíduos contra o endividamento.
Análise: O questionamento não procede. É de conhecimento geral que o CDC prevê que os contratos
sejam claros quanto a seus diferentes aspectos: juros, número de prestações, obrigatoriedade de
letras de tamanho legível, proteção contra a propaganda enganosa. O CDC existe desde 1990 (24
anos, portanto) e noções gerais de seu conteúdo já foram incorporadas pela população – sem que
isso implique em conhecimento técnico e específico dos dispositivos desta lei – mas permitindo que
os consumidores tenham o CDC como referência.
Parte significativa das aquisições no Brasil é feita através da compra a crédito. Portanto as cláusulas,
juros e multas – cuja disciplina geral se dá através do CDC são uma das possíveis formas de prevenir
abusos ou desconhecimento do consumidor.
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Ministério da Fazenda- 2014 Assistente Técnico-Administrativo – ATA/2014
O enunciado da alternativa “d” em nenhum momento afirmou que o CDC resolve o endividamento
pessoal, ou que o CDC é um instrumento de educação financeira, mas que é um instrumento que
ajuda a reduzir o problema do endividamento.
Não é o direito de família que resolve o problema de crianças não reconhecidas pelos pais. Mas as
leis que disciplinam o reconhecimento de paternidade ajudam a reduzir este problema.
Assim, dizer que o Código de Trânsito ou o Estatuto da Cidade nada pode ajudar a resolver o
problema do endividamento é razoável. Mas não é razoável concluir que o Código de Defesa do
Consumidor nada tem a ver com o assunto, ainda que outras medidas como a educação financeira
possam ter um resultado muito mais direto sobre o tema – o que a alternativa “e” aborda.
E mesmo quando ajuda em problemas de consumo já realizado, conseguir recuperar parte do prejuízo
financeiro em uma relação de consumo mal sucedida pode, sim reduzir o endividamento.
Questionamento 3: A compra a crédito não é um fator de endividamento. Comprometer todo o
rendimento de um mês em uma aquisição necessária, sim, poderia resultar em endividamento.
Análise: O questionamento não procede. A compra a crédito é um instrumento de ampliação do
acesso aos bens e sob vários aspectos vem permitindo uma melhoria na qualidade de vida dos
brasileiros. Entretanto, juros abusivos são amplamente praticados e resultam em um preço final do
produto muito superior ao que ele vale. De outra parte, a concessão do crédito vem sendo feita de
forma indiscriminada por muitas instituições financeiras e comerciais e isto se intensificou com o
crédito consignado. Estes fatores estimulam o consumo por impulso e vem causando sérios
problemas de endividamento de aposentados pela pressão de familiares para que eles assumam
compromissos financeiros pela facilidade do crédito consignado. Assim – e este tema é de amplo
debate na mídia – através da compra a crédito, parte significativa da população brasileira vem
comprometendo parcelas de seu rendimento que, somadas, excedam sua capacidade de
comprimento das obrigações.
Assim, entre as 5 alternativas propostas, a alternativa “d” se apresenta como a incorreta.
Questionamento 4: A norma legal que propõe uma política para ao enfrentamento do endividamento
é o Decreto no 7.963/2013 – por isso não haveria uma alternativa correta entre as alternativas e este
seria o instrumento cabível para impedir o endividamento.
Análise: O questionamento não procede. Ainda que o Decreto no 7.963/2013 tenha sido criado
especificamente com o propósito de combater o endividamento – o que comprova gravidade e
dimensão que o problema atingiu na sociedade brasileira, a questão propõe a discussão do problema
endividamento que é anterior ao decreto e bem mais familiar a todo e qualquer candidato que
acompanhe assuntos de atualidade enquanto o decreto é recente e ainda não se incorporou ao
conhecimento médio da população. Mesmo que já houvesse ampla disseminação do decreto e a
consolidação de diversas iniciativas nele propostas, nada disso impediria o endividamento mas
colaboraria (de forma mais direcionada que os demais instrumentos legais) para reduzir o problema.
Vale o mesmo que já se observou em relação ao Código Penal: a norma é um dos instrumentos que
ajuda a reduzir a criminalidade mas não impede que ela ocorra.
Diante do exposto nas análises acima, mantenho a questão.
Prova Objetiva
Disciplina: Atualidades
Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3 Gabarito 4
44 24 14 4
B B B B
PARECER
Os candidatos que recorreram desta questão alegaram que ela extrapola o edital pois nele não foram
mencionadas leis como a de no 12.187/2009 (Política Nacional sobre Mudanças do Clima) e a Lei no
12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos).
O questionamento não procede. Entre os itens propostos para a prova de atualidades estão: 4. Desenvolvimento Sustentável e Administração Pública. 4.1.Origem e evolução do conceito de Desenvolvimento Sustentável. 4.2. Questões ambientais contemporâneas: mudança climática, efeito estufa, chuva ácida, biodiversidade. 4.3. A nova ordem ambiental internacional – Rio/92, Agenda 21, Rio + 20. 4.4. O serviço público e os desafios da sustentabilidade: Agenda Ambiental da Administração Pública; Contratações Sustentáveis, Plano de Logística Sustentável. As questões que tratam do item 4 e subitens refletem as demandas crescentemente dirigidas ao país,
tanto internacional como nacionalmente. O tema foi introduzido na grande mídia brasileira desde a
Eco/92 – portanto há mais de 20 anos – através de documentários, artigos de periódicos, etc., e foi
objeto recente de muita exposição com a realização da Rio+20.
As demandas levaram, sim, à edição de várias leis, mas a questão, na forma como foi apresentada,
não exigiu conhecimento sobre o conteúdo das leis mas sobre informações amplamente disponíveis
para a abordagem da questão.
Portanto leis não foram objeto da pergunta e não são necessárias para a resposta.
Diante do exposto, mantenho a questão.
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Prova Objetiva
Disciplina: Atualidades
Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3 Gabarito 4
45 25 15 5
C C C C
PARECER
Dois foram os questionamentos apresentados pelos candidatos que recorreram: (1) Não existe
nenhuma norma do TCU que inclua as contratações sustentáveis e a educação para a
sustentabilidade como tema de auditoria; (2) a competência do TCU em suas auditorias se desvia da
abordagem da sustentabilidade como atualidades pois o tema não se faz presente em artigos, notícias
e sítios da internet em geral.
Quanto ao primeiro argumento, a DN TCU no. 127 de 2013 - Anexo II da Parte A, Item 8 (ver p. 4 e
109-110 do link:
http://www.cgu.gov.br/Publicacoes/RelatGestao/Arquivos/relatorio_gestao_cgu_2013.pdf) reitera o
que já dispunha o Item 10, Parte “A” do anexo II da DN TCU Nº 107/2010 - gestão ambiental e
licitações sustentáveis (ver p. 1 e p. 26 e 27 do link:
http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CCgQFjAA&url=http%3A%
2F%2Fportal2.tcu.gov.br%2Fportal%2Fpage%2Fportal%2FTCU%2Fcomunidades%2Fcontas%2Fcontas_ordinar
ias_extraordinarias%2F2010%2FQuadros%2520da%2520Portaria%2520277_2010.doc&ei=5txrU4fBIcnSsAS7v
IDoAg&usg=AFQjCNEA7PzdlvVf8yM0veveqrxcsUmzow&sig2=51eJpxpcqyzX6iooacotzA&bvm=bv.66111022,d.
cWc).
Neste sentido – as orientações do TCU, já em 2010 (portanto há 4 anos), previam a auditoria no tema.
Assim, o argumento não procede.
Entretanto, o segundo argumento é pertinente: trata-se de norma muito específica e que não seria
objeto de estudo tão aprofundado em uma prova de atualidades.
Diante do exposto, a questão deve ser anulada.
Prova Objetiva
Disciplina: Atualidades
Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3 Gabarito 4
46 26 16 6
E E E E
PARECER
Foram três os questionamentos apresentados pelos candidatos que recorreram, os quais serão
analisados a seguir.
Questionamento 1: A questão extrapola o edital pois discute uma droga lícita.
Análise: O questionamento não procede. O item do edital que é questionado é “1.2 O debate sobre
a legalização das drogas e seu impacto sobre as políticas públicas e sobre a sociedade”.
O enunciado não trata da legalização das drogas em sentido estrito, mas do (1) debate sobre a
legalização e sobre o (2) impacto da legalização sobre as políticas públicas e sobre a
sociedade.
Os prejuízos causados pelo consumo de drogas lícitas (ex: álcool, cigarro) bem como pelo consumo
de drogas ilícitas é tema de amplo debate nacional nos meios de comunicação e, portanto, não traz
especificidade que fuja ao conhecimento médio da população.
A mudança de uma política – como descriminalizar o adultério, admitir a união estável entre pessoas
do mesmo sexo, ou legalizar o comercio de drogas que até o momento são ilícitas – tem como pano
de fundo a discussão da situação que motiva a proposta de mudança: qual a gravidade do adultério
para a sociedade contemporânea? Porque duas pessoas do mesmo sexo que têm uma relação
afetiva semelhante às que são de sexo diferente não podem ser pensionistas (no falecimento de uma
delas) ou dependentes para o imposto de renda? Quais os efeitos da descriminalização da maconha,
considerando que cada vez mais se reconhecem os efeitos altamente prejudiciais do consumo
excessivo do álcool? Em que medida a licitude tem contribuído para que os crimes de contrabando
(de bebidas alcoólicas, de cigarro) a violência doméstica (nos casos em que fortemente influenciadas
pela ingestão do álcool) se aplicam ao tratamento a ser dado para a eventual descriminalização da
maconha?
Assim, quando se discutiu o reconhecimento legal da união estável entre pessoas do mesmo sexo,
tinha-se como pano de fundo a união legalmente admitida de pessoas de sexo diferente (o
casamento).
A “Lei Seca” trouxe uma mudança na política que envolve o comportamento no trânsito do ponto de
vista do uso de substâncias tóxicas – compreendendo drogas lícitas e ilícitas. Esta política se criou e
reelaborou em um transcurso de 4 anos e ampla exposição nos meios de comunicação e integra,
necessariamente, o debate mais amplo sobre a legalização de drogas: discutir a legalização é
necessariamente discutir o que se dá com políticas restritivas daquilo que, já legalizado, está sendo
criminalizado em circunstâncias dadas.
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Ministério da Fazenda- 2014 Assistente Técnico-Administrativo – ATA/2014
Tanto assim que a “Lei Seca” aborda a influência de álcool ou outra substância psicoativa que
determine dependência – de modo que as consequências do consumo de substância psicoativa
que determine dependência é o principal conteúdo discutido na legalização das drogas – e que é o
que justifica a discussão.
Questionamento 2: Pela relação direta entre 2 questionamentos, eles serão tratados em conjunto:
(1) a caracterização da embriaguez não foi alterada com a nova redação da lei e (2) este tema exigiria
conhecimento específico da lei, o que extrapola o edital.
Análise: Os questionamentos não procedem. A exaustiva exposição dos debates sobre a “Lei Seca”
na mídia transmitiu à população o propósito da mudança e o comportamento esperado do motorista.
E hoje, crescem os debates sobre a legalização da maconha – que abordam parte significativa da
mesma discussão travada em relação à criminalização do consumo do álcool em certas
circunstâncias. O conhecimento público e o debate não focavam os artigos e incisos da lei. E a
questão aqui impugnada abordou o tema da mesma forma como foi feito nos meios de comunicação:
não apontou artigos e incisos, mas somente a mensagem trazida na discussão da mudança
legislativa, ou seja: 1) outros meios permitem que se verifique o estado de embriaguez além do
bafômetro, 2) qualquer nível de álcool no sangue já configura a infração, posto que altera a
capacidade cognitiva do motorista – o que os meios de comunicação amplamente divulgaram com
a expressão “tolerância zero” – por si só explicativa.
É também o que ocorre com outras infrações à lei: pessoas com um nível médio de informação sabem
que a Lei Maria da Penha criminaliza a violência contra a mulher, e não precisaram ler o artigo ou o
inciso que tratam do assunto para discutir a pertinência da lei, o impacto social da violência familiar,
etc.
Sob o enfoque específico da disciplina legal, constataremos que a alteração legislativa se concentra
nos art. 165 e 276.
Redação antiga:
Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool, em nível superior a seis decigramas
por litro de sangue, ou de qualquer substância entorpecente ou que determine
dependência física ou psíquica.
Art. 276. A concentração de seis decigramas de álcool por litro de sangue
comprova que o condutor se acha impedido de dirigir veículo automotor.
Art. 277. Todo condutor de veículo automotor, envolvido em acidente de trânsito
ou que for alvo de fiscalização de trânsito (...) será submetido a testes de
alcoolemia, exames clínicos, perícia, ou outro
Nova Redação:
Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância
psicoativa que determine dependência. não há mais tolerância a qualquer
nível de álcool no sangue.
Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de
ar alveolar sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165.
Art. 277. O condutor de veículo automotor (...) poderá ser submetido a teste,
exame clínico, perícia ou outro procedimento que, por meios técnicos ou
científicos, na forma disciplinada pelo Contran, permita certificar influência
de álcool ou outra substância psicoativa que determine dependência.
Par. 2º. A infração prevista no art. 165 também poderá ser caracterizada
mediante imagem, vídeo (...) etc.
Questionamento 3: A alternativa “c” também estaria incorreta por não citar expressamente o termo
“perícia” e, assim, estaria incompleta.
Análise: O questionamento não procede. O dispositivo normativo referido no questionamento 3 é o
art. 277, acima citado.
A perícia é um dos procedimentos que permitem certificar cientificamente a influência do álcool –
é, portanto, um procedimento técnico e científico. A lei exemplifica os procedimentos técnicos
e científicos. Não é uma relação fechada e definitiva. Portanto não explicitar a perícia não significa
que ela não esteja entre os procedimentos de certificação científica.
Ainda que o questionamento jurídico não proceda, reitera-se que a questão não foi elaborada na
dependência de uma discussão sobre dispositivos de lei mas sobre os grandes temas que foram
levados à mídia – o que incluía o bafômetro e outros meios para aferir a influência do álcool sobre o
motorista.
Diante do exposto, mantenho a questão.
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Prova Objetiva
Disciplina: Atualidades
Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3 Gabarito 4
47 27 17 7
A A A A
PARECER
O parecer abrange dois questionamentos apresentados pelos candidatos que recorreram, analisados
a seguir.
Questionamento 1: O primeiro argumento sobre esta questão é no sentido de que ela exige
conhecimento de norma específica não mencionada no edital – no caso o Decreto no 7.746/2012.
Análise: O questionamento não procede. De fato, esta questão pressupunha uma análise do decreto
mencionado. Cita-se, mais uma vez o conjunto de itens relacionados à questão: “4. Desenvolvimento
Sustentável e Administração Pública. 4.1.Origem e evolução do conceito de Desenvolvimento
sustentável. 4.2. Questões ambientais contemporâneas: mudança climática, efeito estufa, chuva
ácida, biodiversidade. 4.3. A nova ordem ambiental internacional – Rio/92, Agenda 21, Rio + 20. 4.4.
O serviço público e os desafios da sustentabilidade: Agenda Ambiental da Administração Pública;
Contratações Sustentáveis, Plano de Logística Sustentável.”
O Plano de Logística Sustentável insere-se no subitem 4.4 que trata especificamente do serviço
público e os desafios da sustentabilidade. Como não se trata de assunto corriqueiro, o PLS foi
pontuado e situado em um subitem bem preciso: não se está falando de empresas, de sociedade
civil. O tema dirige-se especificamente ao serviço público.
O tema é novo e como foi diretamente explicitado pressuporia que o candidato fizesse uma pesquisa
e o estudasse. A busca pela internet de “Plano de Logística Sustentável” leva, de imediato, ao Decreto
no 7.746/2012 e, na seqüência de sítios indicados, a vários deles com informações sobre o assunto,
bem como sobre as normativas que decorrem do decreto para viabilizar sua implementação – em
especial a Instrução Normativa SLTI/MPOG no 10/2012. As respostas a todas as alternativas
poderiam ser obtidas na leitura do referido decreto, que contém somente 16 artigos, e na análise de
tal decreto associada aos conhecimentos demandados no item 4 e subitens 4.1 a 4.4 pois a
abordagem da pergunta foi bastante genérica e não contemplava conceitos técnicos ou detalhes
sobre a elaboração do PLS.
Para ilustrar a clara definição do tema: se, em uma sala de aula de uma série do ensino médio o
professor pedisse que os alunos fizessem uma pesquisa sobre Plano de Logística Sustentável e
explicasse que se trata de um assunto que envolve o serviço público e os desafios da
sustentabilidade, estas referências seriam suficientes para que aluno pesquisasse e se inteirasse do
tema. Se o concurso se dirige a pessoas com nível médio completo, a viabilidade seria a mesma.
Assim, o argumento não procede.
Questionamento 2: O tempo verbal adotado na alternativa “d” afetou a compreensão da mesma,
levando a crer que estava errada. Com isso haveria 2 alternativas incorretas - “a” e “d”.
A alternativa questionada tem a seguinte redação: “d) Embora os PLS tenham como destinatários os
órgãos e servidores públicos, seu impacto também se dará sobre os colaboradores terceirizados, que
também precisaram, passar por um processo de capacitação”.
Houve, de fato, erro de redação: o correto seria precisarão.
Ainda que se possa argumentar que o erro de digitação não comprometeu de forma significativa a
interpretação e análise pelos candidatos, tal avaliação não afasta a ocorrência do erro na formulação
da alternativa e a dificuldade de ponderação quanto a seu impacto sobre a interpretação da questão.
Diante do exposto, a questão deve ser anulada.
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Prova Objetiva
Disciplina: Atualidades
Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3 Gabarito 4
49 29 19 9
C C C C
PARECER
Quatro foram os questionamentos apresentados pelos candidatos que recorreram, os quais serão
analisados a seguir.
Questionamento 1: As conferências públicas não ocorrem com periodicidade específica mas
atendem as necessidades e planejamento do governo
Análise: O questionamento não procede. A adoção da expressão “periodicidade específica” registra
que cada conferência se estrutura de forma específica, adota uma periodicidade específica e se
organiza segundo as características e contextos específicos – não há uma norma única ou um critério
homogêneo para definir quando elas devem ocorrer. Neste sentido, algumas são regulares, outras
acontecem segundo as necessidades e planejamento do governo – conforme registrado no
argumento apresentado nos recursos. Assim, não se pode confundir ocorrência com periodicidade
pré-determinada e constante, com ocorrência específica.
Questionamento 2: Não é atribuição das conferências determinar as principais questões das
temáticas relacionadas às políticas públicas.
Análise: O questionamento não procede. As conferências públicas – como qualquer mecanismo de
participação social (como as próprias eleições) tem suas limitações quanto aos resultados
alcançados. As referências apresentadas nos recursos subsidiam-se em análises críticas em relação
à estruturação e condução deste mecanismo, apontando que ele ainda tem muito a melhorar.
Entretanto, as deficiências não afastam a relevância para levar ao poder público as demandas sociais
de forma organizada e para a construção da cultura de participação social pois permitem o debate e
a sistematização das temáticas que se propõem a trabalhar e a sua progressiva inserção na pauta de
prioridades das políticas públicas.
Vale a comparação com as manifestações sociais de meados de 2013, onde houve dificuldade tanto
para os analistas sociais como para o Poder Público, de compreender o que as pessoas que foram
às ruas estavam reivindicando.
Questionamento 3: A pesquisa sobre o tema revela que há conferências temáticas, conferências
públicas e conferências de políticas públicas e este fato gera incerteza quanto a qual delas se refere
a questão.
O questionamento não procede. Toda conferência pública se realiza para tratar de um tema
específico – portanto toda conferência pública é temáticas – permitindo que os grupos de interesse
voltados à temática e os especialistas em tais temáticas se reúnam de forma organizada.
Por outra, falar em conferências públicas e conferências de políticas públicas são duas formas de
fazer referência ao mesmo instrumento, o qual tem por objetivo a ampla discussão e participação
social para subsidiar a formulação de políticas públicas.
Questionamento 4: As audiências públicas também são formas de controle e participação social e
democrática no âmbito do Poder Judiciário.
Análise: O questionamento não procede. De fato, as audiências públicas também são formas de
participação social no âmbito do Poder Judiciário. Entretanto elas não são criadas segundo as
regras do Código de Processo Civil o qual disciplina os procedimentos envolvendo disputas
judiciais.
Diante do exposto, mantenho a questão.
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Prova Objetiva
Disciplina: Atualidades
Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3 Gabarito 4
50 30 20 10
A A A A
PARECER
Os candidatos recorreram da questão alegando que o CFC é um gás que, além de destruir a camada
de ozônio, também contribui para as mudanças climáticas, de modo que há duas alternativa corretas
– a alternativa “a” (conforme o gabarito) e a alternativa “d”.
O enunciado da alternativa “d” cuja correção foi alegada é: “d) Uma das medidas relevantes para o
enfrentamento das mudanças do clima foi a proibição do uso dos clorofluorcarbonetos (CFC) na
produção de geladeiras e ar condicionados”.
O argumento procede. O motivo para a proibição do uso do CFC foi a descoberta de seu efeito de
destruição sobre a camada de ozônio e o próprio Protocolo de Kyoto não incluía o CFC entre os gases
de efeito estufa. Entretanto, pesquisas cientificas recentes comprovaram que este gás também
provoca o efeito estufa. Assim, ainda que o propósito da proibição do CFC não visasse o combate às
mudanças climáticas, tal medida acabou por contribuir, sim, para o enfrentamento das mudanças do
clima.
Diante do exposto, a questão deve ser anulada.