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PRÁTICA CONSCIENTE DO ALUNO AGRICULTOR EM SUA PROPRIEDADE - CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA DA CASA FAMILIAR RURAL DE
CÂNDIDO DE ABREU/PR
Magda Marques da Silva Soethe1
Adriana C. F. Pereira2
Resumo
A proposta da pesquisa foi a investigação da dificuldade que os alunos apresentam em vincular os conhecimentos teóricos, obtidos na escola com aqueles práticos adquiridos na comunidade em que vivem. Tal pesquisa foi realizada no Colégio Estadual Professora Reni Correia Gamper – EMPN, envolvendo os alunos da primeira série do Curso Técnico em Agropecuária da Casa Familiar Rural de Cândido de Abreu/Pr, onde investigou-se a eficácia do curso como meio efetivo na formação dos alunos da Casa Familiar Rural eficácia do curso, além de analisar se o aprendizado dos alunos está baseado nos conhecimentos teóricos e práticos com atividades de pesquisa de sua realidade do dia-a-dia. Ao responder a essas questões se buscou investigar a eficácia do Curso Técnico em Agropecuária, no que diz respeito à efetivação do processo ensino-aprendizagem baseado na Pedagogia da Alternância da Casa Familiar Rural. Para tanto, foram realizadas atividades práticas com os alunos, tais como atividades teóricas (leitura, interpretação e produção de textos, charges e cartazes), atividades práticas e culturais (visita a uma exposição agropecuária, palestra, produção de uma peça de teatro). Como resultados e conclusões, verificou-se vários aspectos interferindo no desenvolvimento e aprendizagem dos alunos, desde a realidade econômica e cultural destes até o relacionamento familiar e dificuldades de aprendizagem. O trabalho possibilitou ao educando investigar e dar significado a vários temas estudados em sala de aula e as pesquisas em diversas bibliografias, alem de atividades práticas, contribuíram para a construção do conhecimento. Com o desenvolvimento da presente pesquisa, permitiu-se ao jovem agricultor perceber as dificuldades que a agricultura familiar enfrenta na atualidade em consequência de uma modernização da agricultura excludente. Com o aprendizado da Pedagogia da Alternância foi assegurado aos alunos condições para solucionar as dificuldades encontradas no dia-a-dia de sua comunidade, bem como desenvolver melhores condições de vida e trabalho no campo para todos, alunos e família.
Palavras-chave: Pedagogia da Alternância; Agricultura; Casa Familiar Rural.
Abstract 1 Autora2 Orientadora
The aim of this research was to investigate the difficulties that students have to link the theoretical knowledge obtained in school with those practical knowledge acquired in the community where they live. This research was conducted in the State High School Teacher Reni Correia Gamper - EMPN, involving first-graders of the Agricultural Technical Course in Rural Family House of Candido de Abreu / Pr, which investigated the effectiveness of the course as an effective means of training student,.besides analyzing if the student’s learning is based on theoretical and practical knowledge with researches activities of its reality of day-to-day. In answering these questions it was looked for to investigate the effectiveness of the Technical Course in Agriculture, with respect to the effectiveness of the teaching-learning process based on the Pedagogy of Alternation Rural Family House. To this end, there were accomplished practical activities with students, such as theoretical activities (reading, interpretation and production of texts, cartoons and posters), cultural and practices activities (visit to an agricultural exposition, presentation, production of a play). As results and conclusions, it was verified several aspects interfering in development and learning of student, from the economic and cultural reality to the family relationship and learning difficulties. The work enabled the student to investigate and give meaning to several topics studied in the classroom and research in many bibliographies, besides practical activities contributed to the construction of knowledge. With the development of this research, it permitted the young farmer to realize the difficulties that family faces today as a result of modernization of agriculture exclusionary. With learning Pedagogy of Alternation was assured the students able to resolve the difficulties found in day-to-day life of their community and to develop better living and working in the field for all: students and families.
Keywords: Pedagogy of Alternation, Agriculture, Rural Family House.
1 Introdução
A presente pesquisa trata das dificuldades encontradas pelos jovens
agricultores, em especial aqueles do Curso Técnico em Agropecuária da Casa
Familiar Rural de Cândido de Abreu, em vincular os conhecimentos teóricos e
práticos vivenciados na escola com as atividades que realizam em seu dia a dia na
comunidade rural em que vivem.
Para tanto, baseou-se em alguns estudos relacionados nas alterações que a
Modernização da Agricultura provocou, como mudanças econômicas, culturais,
políticas e sociais e demográficas no espaço geográfico brasileiro, conforme as
Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Geografia (2008),
(...) A produção agrícola pressupõem alterações ambientais, culturais e
sociais, que podem desencadear conflitos geopolíticos, movidos por interesses
econômicos e pelas novas relações de poder geradas por essa transformação.
(PARANÁ, 2008, p 57).
Quatro fases principais moldaram o desenvolvimento da presente pesquisa,
além da produção deste artigo, a primeira contou com a confecção do projeto, onde
se traçou os objetivos e importância do mesmo para a comunidade escolar; a
segunda foi a produção de material (Unidade Didática) disponibilizada no Portal Dia
a Dia Educação para que outros professores pudessem utilizá-lo como pesquisa; na
terceira fase implementou-se o material com as práticas a serem aplicadas nas
aulas; e por fim a quarta fase onde desenvolveu-se a pesquisa de campo com uma
turma de 1ª série do Curso Técnico em Agropecuária da Casa Familiar Rural, do
município de Cândido de Abreu, que tem como Escola Base o Colégio Estadual
Profª Reni Correia Gamper – EMPN, do município de Manoel Ribas.
O material utilizado para a preparação da pesquisa, contou com atividades
teóricas, como estudo e análise de textos, charges e atividades práticas e culturais,
como excursão, palestra, apresentação de teatro feito pelos alunos além da
elaboração de um portfólio apresentando as atividades referentes ao uso da teoria e
prática adquiridos na escola e aplicados no dia a dia da pequena propriedade rural.
Procurou-se com tais atividades o amadurecimento do jovem agricultor para
que perceba as dificuldades que a agricultura familiar enfrenta na atualidade em
conseqüência de uma modernização da agricultura excludente, e que ele, com seu
aprendizado baseado na Pedagogia da Alternância, assegure condição para
solucionar as dificuldades que enfrentará, com os subsídios trazidos da Escola.
Inicialmente, apresenta-se uma revisão bibliográfica, com as reflexões de
vários autores importantes na temática Agricultura Familiar e Pedagogia da
Alternância, mostrando a situação atual do agricultor familiar e da educação do
campo.
Na sequência, apresenta-se a metodologia para o desenvolvimento da
pesquisa, e por fim as conclusões, com sugestões de atitudes corretas para
melhorar a situação do aluno filho de pequeno agricultor rural, em seu meio.
Nesta implementação optou-se pela perspectiva histórico crítica, segundo o
professor Gasparim (2005), tendo como objetivo a construção de conceitos com
maior significado para os educandos. Nesse caso, escolhemos a prática consciente
do aluno agricultor, sendo este o objeto de estudo.
Sugerimos mudanças que levem à elaboração de conteúdos mais
contextualizados à realidade dos alunos, através da problematização, da motivação
e do desafio, para que os educandos entendam a importância da participação, do
envolvimento e da interação deles nas atividades.
Segundo Gasparim (2005), o ponto de partida de um novo método não é a escola,
nem a sala de aula, mas a realidade social mais ampla. A leitura crítica de uma
realidade torna-se possível apontar um novo pensar e agir pedagógico. Esse
pensamento foi o tema gerador do Projeto de Pesquisa, “A Prática Consciente do
Aluno Agricultor em sua propriedade – Curso Técnico em Agropecuária da Casa
Familiar Rural de Candido de Abreu /Pr” que levou a uma reflexão sobre um
problema constatado, que envolve a dificuldade do aluno vincular os conhecimentos
teóricos práticos vivenciados na tempo/escola com o tempo/comunidade.
desperdício cotidiano da água e a degradação de nascentes. Com a intenção de
preparar o jovem agricultor a ser criativo e seguro para quando for exercer o seu
papel em sua propriedade, pois a instituição escolar tem responsabilidade de formar
cidadãos conscientes e participativos em uma sociedade.
1.2 A Modernização da Agricultura Brasileira e a Agricultura Familiar
A agricultura brasileira conheceu a modernização tecnológica durante a
década de 1970, onde o uso de insumos agrícolas como tratores, máquinas, adubos
e defensivos químicos, tomaram conta do campo num processo desenvolvido pelos
países ricos, denominado de “Revolução Verde”.
A “revolução verde” recebeu esta denominação em função da ameaça da revolução-comunista que pairava no ar no período de sua introdução. Na verdade eram "pacotes tecnológicos" difundidos através de órgãos oficiais que incluíam máquinas agrícolas, sementes geneticamente modificadas, fertilizantes químicos, venenos químicos entre outros. O que representou para o setor agrícola dos países pobres uma maior dependência de importações tecnológicas e matérias-primas dos países ricos (MUSSOI, 1999, p.22).
O principal objetivo da modernização tecnológica era aumentar os resultados
de produção da agropecuária brasileira. Todo esse processo veio favorecer o
desenvolvimento das grandes propriedades monocultoras, com potencial de
compradores de produtos industriais e cuja produção era voltada ao mercado
externo, observa-se:
Inovações técnicas e organizacionais na agricultura concorrem para criar um novo uso do tempo e um novo uso da terra. O aproveitamento de momentos vagos no calendário ou o encurtamento dos ciclos dos vegetais, a velocidade da circulação de produtos e de informações, a disponibilidade de crédito e a preeminência dada à exportação constituem, certamente, dados que vão permitir reinventar a natureza, modificando solos, criando sementes e até buscando, embora pontualmente, impor leis ao clima. Eis o novo uso agrícola do território no período técnico-científico-informacional. (SANTOS, 2005, p.118).
Outro fato importante que se pode destacar da década de 1970 foi a chegada
dos Complexos Agroindustriais que trouxeram a integração tecnológica da indústria
com a agropecuária. A agricultura brasileira sempre se apresentou subordinada ao
capital, sofrendo a transformações e as conseqüências que a transnacionalização da
economia provocou, [...] a chamada modernização da agricultura não é outra coisa,
para ser mais correto que o processo de transformação capitalista da agricultura,
que ocorre vinculado às transformações gerais de economia brasileira recente.
(GRAZIANO, 1985, p.27).
Mas esta invasão não é ingênua. Atende ao modelo capitalista de
desenvolvimento em curso no país, conforme Fernandes, Ceriolis, Caldart (2004),
cujo rápido avanço no campo foi baseado em três elementos que estes autores
(Idem, p. 28) consideram fundamentais:
[...] um desenvolvimento desigual nos diferentes produtos agrícolas e nas diferentes regiões; um processo excludente, que expulsou e continua expulsando camponeses para as cidades e para regiões diferentes de sua origem; e um modelo de agricultura que convive e reproduz simultaneamente relações sociais de produção atrasadas e modernas, desde que subordinadas ambas à lógica do capital.
A modernização da agricultura dentro dos parâmetros capitalistas não inclui
todos os agricultores e isso tem gerado discussões e lutas sociais entre a população
rural, capitalistas e poder público. A extraordinária migração campo-cidade
combinada com a hegemonia de um modelo de vida urbano tem levado a concluir
que a agricultura familiar passou e está passando por sérias dificuldades, onde
observa-se
Vamos começar identificando quais são os principais problemas da educação no meio rural hoje. O primeiro deles é a própria escassez de dados e análises sobre este tema, o que já identifica o tipo de tratamento que a questão tem merecido, tanto pelos órgãos governamentais quanto pelos estudiosos. Mas, mesmo sem o acesso a muitos dados e estudos científicos, não é difícil fazer um primeiro diagnóstico à medida que uma simples observação da realidade, combinada com algumas informações disponíveis, nos permite perceber vários problemas preocupantes. (ARROYO; CALDART; MOLINA, 2005, p.34).
Atualmente os pequenos agricultores buscam uma maior valorização da
agricultura familiar, lutam por políticas diferenciadas, que garantam condições de
melhores produções para que possam permanecer no campo. Mas, apesar de terem
ocorrido mudanças sociais, políticas e econômicas, ainda assim a situação
apresenta muitas dificuldades, como observado por Pochmann (2001):
As mudanças tecnológicas nesta década, impetradas como forma de redução de custos, qualidade dos produtos, competitividade, etc., exigiram a necessidade de qualificação do trabalhador, para adaptar-se ao novo ambiente produtivo, fazendo que o trabalhador tenha a possibilidade de operar diferentes máquinas em diferentes etapas do processo de produção, tornando-se assim, um operário polivalente, fazendo o trabalho de vários trabalhadores. (POCHMANN 2001, p. 182).
Na década de 1990 a agricultura familiar brasileira surge num contexto em
que os problemas sociais, políticos e econômicos do Brasil estão num momento de
efervescência, nesse meio a agricultura familiar mostra-se importante, garantindo o
sustento de uma parcela da população brasileira.
De outro lado, a afirmação da agricultura familiar no cenário social e político brasileiro estão relacionados à legitimação que o Estado lhe emprestou ao criar, em 1996, o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Esse programa, formulado como resposta às pressões do movimento sindical rural desde o início dos anos de 1990, nasceu com a finalidade de prover crédito agrícola e apoio institucional às categorias de pequenos produtores rurais que vinham sendo alijados das políticas públicas ao longo da década de 1980 e encontravam sérias dificuldades de se manter na atividade. (SCHNEIDER, 2010).
Atualmente a agricultura familiar conta com a maioria dos produtores rurais do
Brasil com produção voltada ao mercado interno, ou seja, para a alimentação dos
brasileiros, e chega a ser responsável por 60% da produção. Esses pequenos
agricultores, na sua maioria, apresentam um baixo nível de escolaridade, fazendo
com que permaneçam no campo, pois se forem para a cidade dificilmente
conseguirão trabalho formal, o que faz com que diversifiquem sua produção,
aumentando a renda e aproveitando a oportunidade de oferta.
O PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) é
um programa para atender as famílias mais carentes, para os que querem abrir seu
próprio negócio ou ampliar seu empreendimento.
Segundo Amadeo (1998, p. 22) com esse programa a estimativa é de que
tenham sido criados mais de 550 mil postos de trabalho no período de 1995 a 1997.
Essas pequenas propriedades são responsáveis pela geração de muitos
empregos, pois utilizam em sua maioria mão-de-obra humana e toda renda gerada é
revertida ao comércio e aos serviços prestados às comunidades, provocando uma
melhoria na renda da população e levando a uma inserção no mercado. Isso está
abrindo maiores créditos aos agricultores, levando a mais investimentos e em
melhorias para sua propriedade. Também não podem ser deixados de lado os
programas do governo federal, além dos programas estaduais de assistência
técnica, associativismo, como pode ser observado no trabalho desenvolvido por
Wesz Junior (2008):
O objetivo desse trabalho é analisar a inserção da agricultura familiar no sistema agroalimentar globalizado, percebendo primeiramente a situação nas cadeias alimentares integradas diante dos novos Standards de coordenação e, posteriormente, considerado como esses agricultores se inserem nos sistemas alternativos de distribuição. Portanto, procura-se entender os reflexos da nova dinâmica dos mercados sobre os agricultores e as estratégias assumidas por estes para se assegurar na atividade e no meio rural. (Wesz Junior, 2008, p.36).
Conforme Camacho (2008, p. 37) existe outra maneira de valorizar a
agricultura familiar, o pequeno agricultor e sua família. Esta seria através do
desenvolvimento de uma educação voltada para a realidade das pequenas
propriedades agrícolas, que venha de encontro aos anseios dos alunos, filhos
desses pequenos agricultores, para que eles permaneçam na terra e se
conscientizem de que seu aprendizado será de extrema importância para sua
propriedade, assim proporcionando uma melhor qualidade de vida para sua família.
Nascimento (2003, p. 2) afirma:
A situação da educação no meio rural brasileiro sempre foi tratada com descaso pelas oligarquias rurais que se constituíram como força hegemônica na sociedade desde as Capitanias Hereditárias [...]. Não se pode negar uma dura realidade de exclusão historicamente formada pelas classes dominantes ligadas ao meio rural. Neste sentido, torna-se
necessário desvendar as representações simbólicas de cunho ideológico que foi se formando na consciência dos camponeses/as onde a educação foi vista como um processo desnecessário para aqueles/as que estavam emergidos num mundo onde ler, escrever, pensar e refletir não tinha nenhuma utilidade e serventia. Assim, trabalhar na roça, criar cultura a partir do manejo com a terra, estar inteiramente ligado ao ecossistema do mundo campesino, era condição, sine qua non para não se ter acessibilidade ao mundo do conhecimento.
1.3 A Agricultura Familiar e a Educação no Campo
De acordo com Camacho (2008, p. 37) desde a colonização do Brasil a
educação foi privilégio das classes dominantes. A educação era vista como algo
desnecessário para aqueles que trabalhavam na lavoura, o saber ler, escrever,
pensar e refletir não tinha nenhuma utilidade para a atividade que desenvolviam. No
entanto, o homem é um ser cultural, o processo educacional ocorre mesmo fora das
escolas, a partir da vivência diária, dos costumes, hábitos, festas e histórias
contadas de pai para filho.
Então, pode-se dizer que os problemas com a educação não são privilégio
dos dias atuais, mas se arrasta há muito tempo pela história do Brasil.
A educação oferecida aos camponeses sempre esteve fora das agendas
políticas, o que evidencia sua marginalização e exclusão. Tem-se feito muito para
que a Educação Básica do Campo seja reconhecida e passe a ser vista de forma
que as pessoas que vivem no campo tenham acesso a uma educação de qualidade,
que atenda aos anseios dessa população.
Maluf (2004) argumenta que a agricultura de base familiar é a forma mais
conveniente de ocupação social do espaço agrário, onde a ascensão dos pequenos
produtores de alimentos requer a igualdade e a inclusão social em simultâneo a uma
maior, mais diversificada e mais sustentável oferta de alimentos de qualidade à
população.
O pequeno agricultor precisa de uma educação que contribua com o seu dia a
dia, sendo importante para que realmente ocorra a modernização da agricultura no
campo e nas pequenas propriedades, mas de uma forma coerente, madura e
sustentável.
É necessário que sejam feitos investimentos no desenvolvimento de escolas
do campo, que desenvolvam e preparem os alunos para trabalharem e
permanecerem no campo, e que saibam utilizar as novas tecnologias em prol da
agricultura. Ainda segundo ARROYO; CALDARDT; MOLINA (2005):
[...] Existe a urgência de investimentos na interpretação e produção de conhecimentos desde um modelo alternativo de agricultura, e de outros processos de trabalho que com ela se combinem. Um passo importante é reconhecer a necessidade da escola do campo e para o campo. [...].
Se as escolas públicas dos centros urbanos enfrentam sérios problemas e
desafios falhando em pontos fundamentais na formação de seus alunos, como
podem as escolas do campo sobreviver e cumprir o seu papel de formadores de
cidadãos com referências culturais e políticas?
Estevam (2003, p.14) afirma que: “a necessidade de estudar as Casas
Familiares Rurais, surgiu devido a pouca referência de estudo sobre o tema no
Brasil .Outro agravante é a quase inexistência de literatura sobre o assunto, e
especialmente em relação às metodologias de formação por “alternância” presentes
em contexto das Casas Familiares.
Dentro dessa lógica surge no Brasil as Casas Familiares Rurais, trazidas da
França na década de 1960, que, como pode ser observado:
É uma proposta voltada para a defesa de uma formação escolar ligada à realidade local, com o envolvimento das famílias e da comunidade, no qual o aprendizado é baseado nas atividades desenvolvidas na própria propriedade do jovem, além de se comprometer em fixá-lo no campo proporcionando melhoria na qualidade de vida. Outra proposição contida na proposta é oferecer uma educação atrativa e que prepare o jovem para ser agricultor e para a vida em comunidade sem afastá-lo de seu meio: pois, o conteúdo teórico é nela ministrado (Casa Familiar Rural) – em regime de semi-internato – e a parte prática do conteúdo, no estabelecimento rural onde o aluno vive e trabalha. (SCHMIDT,1992, apud, ESTEVAM, 2003, p. 14).
Nas Casas Familiares Rurais adotou-se a Pedagogia da Alternância como
projeto de formação apropriado ao meio rural, onde ocorrem momentos alternados
de formação entre escola, família e comunidade visando a formação integral do
jovem, levando em conta todas as dimensões da pessoa, formando cidadãos
autônomos, com consciência crítica e solidária que constitui a base do
desenvolvimento pessoal e comunitário.
A fórmula encontrada por agricultores e lideranças foi a criação da Casa Familiar Rural, que tem como objetivo a formação profissional e pessoal do jovem agricultor, bem como, uma proposta voltada para a defesa de uma formação escolar ligada a realidade local. (ESTEVAM, 2003, p.13).
O jovem poderá desempenhar seu papel de agente multiplicador de um
conhecimento técnico, proporcionando não apenas o desenvolvimento da família,
bem como de toda comunidade onde vive e trabalha.
Alterna-se assim, o desenvolvimento agrícola na propriedade com a formação
teórica total na escola que, além das disciplinas básicas também prepara para a vida
associativa comunitária. Evidencia é dada à participação das famílias na condução
do projeto educativo e na gestão da escola, assim como a perspectiva de
desenvolvimento comunitário rural que, articulados à alternância, sustenta o trabalho
pedagógico dos conhecimentos no que pulsa à formação em alternância, ainda
segundo Martins (s/d, pp. 3-4):
Pensar numa proposta Educacional em oposição à educação convencional foi uma necessidade frente à realidade rural brasileira. Os fatores que contribuíram para o surgimento das Casas Familiares Rurais no Brasil tiveram relação direta com a economia agrícola baseada na produção de subsistência, a falta de conhecimento de técnicas alternativas para a preservação ambiental, o rápido processo de desmatamento, o uso do fogo de modo indevido, preparo adequado do solo, uso intensivo de agrotóxicos, baixo uso de práticas conservacionistas nas áreas de cultivos, a monocultura, êxodo rural, evasão escolar pela falta de respostas das escolas existentes às reais necessidades dos jovens camponeses e pela falta de escola básica do campo.
A agricultura familiar e a Pedagogia de Alternância se ajustam por esta
alternar a formação do aluno entre momentos no ambiente escolar e momentos no
ambiente familiar e comunitário, desenvolvendo um processo de ensino-
aprendizagem contínuo em que o aluno percorre o trajeto propriedade – escola –
propriedade, voltando-se para a observação, pesquisa e descrição da realidade
sócio-profissional do contexto no qual se encontra.
A formação do jovem pela alternância implica o seu envolvimento em
atividades produtivas, de maneira a relacionar suas ações com a reflexão sobre o
por quê e o como das atividades desenvolvidas (Silva, 2003). Ou seja, essa
formação busca a interação entre as atividades práticas e a reflexão teórica sobre
elas. Nessa perspectiva educativa o jovem deve ser o protagonista de sua própria
formação (Gimonet, 2005).
2. Desenvolvimento
2.1 Atividades Teóricas
A presente pesquisa, aplicada no curso técnico em agropecuária da casa
familiar rural de Candido de Abreu/PR, conta com uma comunidade de
características rurais, porém com parte da população trabalhadora de pequenas
empresas e outras propriedades rurais que não as suas.
O Colégio funciona em três turnos, oferecendo Ensino Médio Regular,
Técnico em Agropecuária pela Pedagogia da Alternância, Técnico em
Administração, Técnico em Agente Comunitário de Saúde, Técnico em Enfermagem,
Técnico em Informática e Formação de Docentes.
A implementação do Projeto PDE – “A Prática Consciente do Aluno Agricultor
do Curso Técnico em Agropecuária da Casa Familiar Rural em sua Propriedade”,
iniciou-se com a apresentação do Projeto de Implementação Pedagógica junto aos
professores, equipe pedagógica, direção e agentes educacionais do Colégio na
semana pedagógica.
Após a apresentação do projeto, houve uma reunião de trabalho com os
professores da casa familiar rural, para analisar a viabilidade de aplicação do
mesmo.
O desenvolvimento do projeto se deu com a primeira série do curso técnico
em agropecuária da casa familiar rural, envolvendo 19 alunos. Uma explicação
sobre o projeto e as ações de seu desenvolvimento foi realizada inicialmente, para
posterior aplicação de uma pesquisa quantitativa com os alunos, onde estes
respondiam um questionário objetivo sobre o uso da teoria e prática adquiridas na
escola e aplicadas no dia a dia de sua pequena propriedade.
Após o trabalho de pesquisa do perfil dos alunos, com utilização dos
questionários, foram desenvolvidos temas, como a Educação Básica do Campo,
Pedagogia da Alternância e Casa Familiar Rural Com a intenção de valorização do
jovem agricultor mostrando para ele a importância e os objetivos da Casa Familiar
Rural em sua formação profissional e pessoal.
2.2 Atividades Práticas e Culturais
Na intenção de ampliar as experiências dos jovens para que conheçam as
novidades tecnológicas voltadas ao campo e perceberem que é possível mudar uma
realidade desde que se conheçam as possibilidades, se realizou uma visita numa
exposição agropecuária, como pode ser observada na figura 2.
Como estímulo e para ampliar as experiências os jovens agricultores,
acompanhados de algumas professoras e técnicas fizeram uma visita a uma feira
agropecuária, com o objetivo levar e desenvolver uma maior integração com novas
tecnologias voltadas às pequenas e grandes propriedades. Lá eles puderam
observar o que há de novo no setor agrícola, não esquecendo que sempre os jovens
estavam sendo orientados pelas técnicas da Casa Familiar (veterinária e agrônoma).
A visita Também promoveu uma maior integração entre professoras e alunos.
Figura 1: Foto dos alunos na exposição agropecuária de Ponta Grossa – Pr.
Fonte a autora, 2011.
Para reforçar o que estava sendo desenvolvido, realizou-se uma palestra com
um técnico da EMATER que enfocou as atividades práticas possíveis de serem
desenvolvidas em pequenas propriedades sempre destacando importância da
agricultura familiar e a sua ligação com a agricultura sustentável.
FIGURA 2 - Atividades práticas na CFR
Fonte: fotos de Magda
Motivando os alunos a colocarem suas experiências, expectativas de
aprendizagem em prática foi realizada e apresentada uma peça de teatro pelos
jovens agricultores que enfocou os problemas mais freqüentes enfrentados pelos
pequenos agricultores.
3. Resultados
Como resultados desta pesquisa foram elaborados textos, produzidos
cartazes e charges, onde se percebeu os diversos motivos que levaram cada aluno
a estudar na casa familiar rural; sendo que a maioria pode-se dizer, que foi com a
intenção de melhoria das condições de vida sua e de sua família, além de aprimorar
as técnicas utilizadas em sua pequena propriedade rural, para ali permanecer e viver
dignamente. Uma dessas pesquisas encontra-se descrita na Tabela 1, a seguir.
Tabela Nº. 01 – Questionário objetivo referente ao uso da teoria e da prática do
aluno agricultor.
Pergunta Sim Não
Utiliza os conhecimentos teóricos e práticos
adquiridos na escola em sua propriedade?
15 4
Consegue visualizar, avaliar e buscar soluções às
dificuldades de sua propriedade?
16 3
A família aceita sugestões das informações
levadas da escola para a propriedade?
15 4
Percebe mudanças na forma de trabalho de sua
família na propriedade, desde que ingressou na
escola?
13 6
No internato você se sente ativo e participativo da
construção de sua aprendizagem?
19 0
Percebe mudanças no seu relacionamento com as
pessoas de sua família e comunidade, a partir do
momento que começou a estudar na CFR?
17 2
A CFR está colaborando na formação de sujeitos
pensantes que lhe permitam mais do que saber
coisas, mais do que receber uma informação,
colocar-se frente à realidade, apropriar-se do
momento histórico de modo a pensar
historicamente essa realidade e reagir a ela?
19 0
Fonte: Pesquisa realizada pela autora em agosto 2011.
Percebeu-se que alguns jovens sentiram dificuldades em apresentar e colocar
em prática os conhecimentos, experiências e informações técnicas adquiridos na
escola com relação à aceitação da família. Constatou-se também que essas
dificuldades estão ligadas ao grau de desinformação dessas famílias, problemas
econômicos e alguns casos ligados à descendência europeia dessas famílias
(polonesa, alemã e italiana) que muitas vezes são extremamente resistentes
aceitarem e mudar certos hábitos, com novas informações. Também se observou as
dificuldades que os técnicos encontram na realização das visitas de estudos e visitas
técnicas, que devem ser feitas nas propriedades periodicamente e que muitas vezes
não ocorrem por inúmeros motivos como problemas com transporte, financeiros,
climáticos, tempo hábil para todas as visitas e outros.
Após o trabalho de pesquisa do perfil dos alunos, foram trabalhados textos
que levavam a um aprofundamento teórico sobre a agricultura familiar, educação
básica do campo, Pedagogia da Alternância e Casa Familiar Rural, com intenção de
valorizar o jovem agricultor, mostrando para ele a importância e os objetivos da
Casa Familiar Rural em sua formação profissional e pessoal. Junto com os textos
foram desenvolvidas atividades como elaboração de cartazes, análise e produção de
charges e interpretações e produções de textos. Além dos textos foram
desenvolvidas visita a exposição agropecuária, palestra e apresentação de uma
peça de teatro pelos alunos enfocando os temas desenvolvidos sobre a Agricultura
Familiar. Com a intenção de que os alunos percebessem a importância da
Agricultura Familiar, valorizando assim suas pequenas propriedades rurais e
desmistificando a ideia de que a agricultura familiar está associada à pobreza no
meio rural e a ineficiência no uso dos fatores produtivos. Com isso, terão capacidade
de identificar e desenvolver as potencialidades dessas propriedades rurais.
Observou-se então, a partir de tais análises que a maioria dos alunos procurou a
Casa Familiar Rural por vontade própria, intencionando melhores condições de vida
para sua família, além do aprimoramento de técnicas utilizadas em sua propriedade,
podendo assim permanecer no campo.
Para concluir a pesquisa, foi solicitado aos jovens que escrevessem a sua
história com a Casa Familiar Rural, e dos trabalhos entregues, foi selecionado um,
de Evandro de Andrade Bridi. Que mostra claramente o seu comprometimento com
a CFR, demonstrando também que o apoio da família foi essencial para seu
crescimento e amadurecimento.
Evandro de Andrade BridiCurso Técnico em Agropecuária da Casa Familiar Rural - do Município de Candido de Abreu – PR
Olá meu nome é Evandro de Andrade Bridi tenho 14 anos sou filho de
Luismar Bridi e Eni Luiz de Andrade Bridi. Moro na localidade de Barra Azul no
município de Manoel Ribas. Estou cursando a 1ª série no Curso Técnico em
Agropecuária da Casa Familiar Rural de Cândido de Abreu, município de Cândido
de Abreu, que tem como Escola Base o Colégio Estadual Professora Reni Correia
Gamper – EMPN, do município de Manoel Ribas.
Assim que iniciei os estudos na CFR foi um pouco difícil ficar longe de casa,
dos pais, mas fui acostumando e hoje vejo que a escola está sendo muito importante
para minha vida. A diferença da CFR entre os Colégios Agrícolas e as Escolas com
a formação no Ensino Médio, é que ela valoriza muito o saber dos avós, dos pais e o
que eles aprenderam com suas experiências de vida, também valoriza a cultura e a
religião de cada um.
A CFR proporciona ao jovem agricultor o aprendizado sobre a agricultura e a
pecuária, voltado à agricultura familiar conciliando seus conhecimentos adquiridos
na CFR com os seus familiares, evitando o confronto de ideias.
Em nossa regional existem todos os anos os jogos escolares das CFR’s do
Paraná, que se encontram durante cinco dias para promover a prática de esportes e
convivência com outras culturas e a troca de informações entre os jovens.
Concluindo posso dizer que alguns jovens não conseguem permanecer na
CFR, pelo ensino diferenciado, mas os que permanecem não se arrependem, pois
alcançam formação profissional e humana adquiridas durante o período que ficamos
na Escola.
Essas atividades foram desenvolvidas nos meses de agosto e setembro de
2011.
4. Grupo de Trabalho em Rede – Capacitação à Distância
Fazendo parte da implementação desse projeto, houve a realização do
Grupo de Trabalho em Rede – GTR, que é um curso de capacitação à distância,
onde eu, professora PDE, atuei como Tutora no processo. Os professores
participantes desse curso também focaram esforços ativamente nas atividades
propostas pela professora PDE e sendo desafiados a aplicarem as mesmas para
seus alunos.
De acordo com os depoimentos dos professores participantes do Grupo de
Trabalho em Rede (GTR) foi muito importante para os mesmos que atuam em Casa
Familiar Rural ou mesmo que trabalham em escolas que recebem alunos
provenientes da agricultura familiar, pois segundo eles está na hora de abrir
horizontes para a educação no campo, já que o estado do Paraná apresenta uma
grande porcentagem da população ligada a esse setor. Oportunizaram momentos de
aprofundamento dos conhecimentos, troca de experiências e debate de questões
polêmicas sobre a educação brasileira que muitas vezes não chega de maneira
igualitária a todos os brasileiros principalmente aos ligados ao campo. O tema deste
projeto foi muito interessante, trouxe a problemática muito séria sobre a realidade
educacional dos filhos dos pequenos agricultores, que muitas vezes frequentam
escolas que não atendem seus anseios e não permanecem nela, Porém, se a
formação for qualidade, voltada a atender suas necessidades, trazendo condições
de desenvolver técnicas voltadas à agricultura familiar, será muito eficiente e bem
aceita pela comunidade rural.
Segundo Arroyo (1999), a educação rural ignorada e marginalizada está
mostrando seu rosto, verdadeiro, não a caricatura tão repetida que reduz a
educação à escolinha rural, à professora desqualificada, às massas de analfabetos.
Uma visão preconceituosa que os educadores rurais vão desconstruindo na medida
em que postula uma Educação do Campo.
5. Conclusão
Ao criar condições envolvendo várias formas de participações, esse trabalho
permitiu que os alunos se colocassem como agentes no processo ensino
aprendizagem, buscando, discutindo e apresentando suas ideias por meio de
práticas orais, escritas e artísticas. Para tanto, foram criadas várias formas de se
apresentar os problemas relacionados à questão da educação do campo, da Casa
Familiar Rural e da prática consciente do aluno agricultor relacionando a
teoria/prática em suas atividades no tempo escola e em propriedade no tempo
comunidade. Nesse processo, foi possível observar que os estudantes se tornaram
capazes de lançar um olhar crítico para a situação da agricultura familiar no Brasil,
no papel da Casa Familiar Rural e da importância da Pedagogia da Alternância em
sua formação. Além disso, constatou-se o interesse, o compromisso e o
envolvimento dos educandos no desenvolvimento das atividades propostas na
implementação do projeto. Atividades práticas sempre motivam os alunos, desperta
maior interesse, e auxiliam no aprendizado levando-os a sentirem a importância do
saber a teoria, para desenvolver a consciência responsável de sua prática em sua
propriedade e comunidade. Também ficou muito claro que tanto a escola, o jovem
agricultor, a família e a comunidade devem estar em sintonia para que o processo
ensino aprendizagem aconteça de forma tranquila, segura e compromissada.
Embora a organização e implementação de algumas atividades não dependessem
somente de organização interna, mas também externa, tais como a visita a feira
agropecuária, os resultados foram gratificantes ao se observar o empenho e
interesse dos alunos em participar da atividade. Assim, todas as expectativas em
relação à participação dos estudantes nesta pesquisa foram superadas.
6. Agradecimentos
Muitos contribuíram de forma direta ou indireta na elaboração do presente
artigo. A todos sou profundamente grata pretendo retribuir na convivência e na
minha gratidão deixando meu reconhecimento e agradecimento em especial:
A Professora Doutora Adriana C. F. Pereira, que me orientou desde os
primeiros passos no desenvolvimento desse projeto.
A Direção e Equipe Pedagógica, em especial ao Professor Altevir dos Santos
do Colégio Estadual Professora Reni Correia Gamper – EMPN, por disponibilizarem
informações e apoio no desenvolvimento da implementação do projeto.
A Todos da CFR do Município de Candido de Abreu que contribuíram em
especial aos jovens da 1ª Série de 2011, que não mediram esforços em colaborar e
participar no desenvolvimento das atividades do projeto.
Ao meu esposo Jeferson pela paciência, compreensão, dedicação e pelo
carinho dedicado.
Aos meus filhos João Gabriel e Igor Felipe pelo amor e pela compreensão da
minha ausência.
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