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Psicologia e Senso Comum "... a Psicologia tem um longo passado, porém uma curta história." EBBINGHAUS

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Psicologia e SensoComum

"... a Psicologia tem um longo passado, porém uma curta história." EBBINGHAUS

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Psicologia e Senso Comum

� O que é Psicologia?� Como usamos o termo Psicologia ?� A Psicologia é recente (sec 19) - há uma

diversidade de objetos de estudo. � As pessoas tem um certo domínio sobre os

conteúdos da Psicologia.

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Introdução

Os filósofos da antiguidade jáindagavam sobre:

� o sentido da vida;

� a natureza das idéias;

� a validade do conhecimento;

� a natureza da mente, etc.Platão e Aristóteles

Imagem: Wikipedia commons

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Platão

� Platão (séc. IV a.C.), foi um dos primeiros filósofos a levantar questões sobre ...� a natureza da mente e das idéias;

� a origem e veracidade do conhecimento;

� a forma de chegar ao conhecimento verdadeiro. Imagens: Wikimedia commons

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O Conhecimento Segundo Platão

� Platão perguntava-se: � “O QUE” é a verdade e “COMO” chegar até ela.

� Concluiu:� O nosso mundo é o das sensações e aparências

(imperfeitas, mutáveis).

� Pode-se acessar o mundo das formas ideais(perfeitas, imutáveis) por meio da filosofia e da matemática.

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Aristóteles

� Aristóteles (séc. IV a.C), discípulo de Platão:� Usou a filosofia e a matemática para

descobrir, por trás da aparência mutável das coisas, aquilo que era imutável;

� Fez contribuições importantes para a Geometria, Física e Astronomia. Imagem:

Wikimedia commons

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Idade Média

� As idéias de Platão e Aristóteles foram dogmatizadas pela Igreja Católica;

� O conhecimento ficou limitado pela cosmo-visão religiosa;

� Galileu, Bruno, Copérnico, Kepler: questionamento das “verdades” religiosas.

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O que mudou do mundo feudal

para o mundo capitalista?

� Século19: Capitalismo - industrialização -ciência deve dar explicações às questões práticas

� Capitalismo: produção de mercadorias e necessidades

- Conhecimento é independente da fé:todos são consumidores em potencial; noção de eu e a individualização;

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A Constituição da Psicologia como Ciência no Séc. XIX

� Preocupação de encontrar no homem as mesmas leis que regem os fenômenos naturais.” (Foucault, 1990).

� A Filosofia e da Fisiologia criaram terreno propício à nova ciência.

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Psicologia Científica: Psicofísica

� Lei de Fechner-Weber: percepção - medida do fenômeno psicológico que então ganha status científico

� Wundt: paralelismo psicofísico: método introspeccionista

EUA: avan ço econômico - primeiras abordagens em Psicologia

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3 Escolas Psicológicas

♣ Funcionalismo -"o que os homens fazem" e "porque o fazem” - William James: o homem usa a consciência para adaptar-se ao meio

♣ Estruturalismo - relaciona os estados da consciência com estruturas mentais

♣ Associacionismo - a aprendizagem se dá pela associação de idéias - Lei do Efeito: o comportamento recompensado tende a se repetir

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SÉCULO 20

� BEHAVIORISMO: (EUA) Teoria S-R: comportamento;

� GESTALT: (EUROPA) preocupa-se em entender o homem em sua totalidade;

� PSICANÁLISE: (ÁUSTRIA-Freud) importância da afetividade e estudo do inconsciente .

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As Grandes Correntes: Psicanálise

� Sigmund Freud (1856-1939):� EU é dividido entre consciente e

inconsciente. � A sexualidade ocupa papel central

no desenvolvimento psíquico. � A dinâmica do inconsciente explica

a psicopatologia: neuroses, psicoses etc. � Baseia-se na introspecção e na interpretação

da fala dos pacientes.� Influências do racionalismo, do darwinismo e

da psiquiatria.

Imagens: Wikimediacommons

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As Grandes Correntes: Behaviorismo

� John Watson (1878-1958) e B.F. Skinner (1904-1990):� comportamentos são aprendidos e controlados

por meio de estímulos, recompensas e punições.

� Influências do positivismo, empirismo e mecanicismo.

� Baseia-se na observação e mensuração de comportamentos.

� Rejeita o mentalismo, a introspecção, a consciência e o inconsciente.

Imagens: Wikimedia commons

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As Grandes Correntes: Gestalt

� Max Wertheimer (1880-1943), Kofka, Köhler e outros:

� investiga as relações entre dinâmica perceptiva e pensamento.

� Percepções são influenciadas pela dinâmica interna fisiologia, memória, pensamentos etc.

� Influências do idealismo e do mentalismo alemão.

Imagens: Wikimedia commons

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As Grandes Correntes: Humanismo

� Abraham Maslow (1908-1970), Carl Rogers (1902-1987) e outros:� estuda aspectos mais “elevados” do ser

humano: a maturidade psicológica, a consciência, o livre-arbítrio, o potencial criativo e de auto-realização.

� Opõe-se ao mecanicismo e reducionismo do behaviorismo e ao negativismo e determinismo da Psicanálise.

� Influências da filosofia existencial-humanista e da fenomenologia.

Imagens: Wikimedia commons

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As Grandes Correntes: Psicologia social

� Kurt Lewin (1890-1947)

� Psicologia social : estuda as interações sociais, a dinâmica dos grupos e dos papéis sociais, a percepção social, as atitudes, o processo de socialização, relação entre cognição e percepção social.

� Influências do Behaviorismo e da Psicologia Gestalt: uso de métodos descritivos da observação social e relatos dos indivíduos.

Imagens: Wikimedia commons

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As Grandes Correntes: Psicologia

Cognitiva

� George Miller (1920-): estuda a percepção, o pensamento, a memória e a comunicação a partir de modelos de processamento da informação e computacionais.� Assume a existência de processos mentais

internos (crenças, desejos, motivações).

� Rejeita a introspecção e a interpretação como métodos.

� Influências do: Behaviorismo, Psicologia Gestalt, Informática e Neurociências.

Imagens: Wikimedia commons

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As Grandes Correntes

(Adaptado de Schultz, 2005)

1875 1900 1925 1950 1975 2000

ESTRUTURALISMO

FUNCIONALISMO

GESTALT

BEHAVIORISMO

HUMANISTA

SOCIAL E COGNITIVA

PSICANÁLISE

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RESUMINDO

� Não existe uma Psicologia, mas v árias ciências psicológicas em desenvolvimento;

� A psicologia estuda a subjetividadehumana: é uma CIÊNCIA HUMANA.

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Bibliografia

� Moraes, M. A Psicologia como reflexão sobre as práticas humanas: da adaptação à errância. Estudos de Psicologia, 8(3), 2003, pp. 535-539 Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/epsic/v8n3/19976.pdf

� Cambaúva, L.G. et al. Reflexões sobre o estudo da história da Psicologia. Estudos de Psicologia, 3(2), 1998, pp.207-227 Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/epsic/v3n2/a03v03n2.pdf