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1 Analisando o texto 1. Em Aqui dentro há um longe imenso há muita intertextualidade: a obra dialoga com outras for- mas de cultura (cinema, música, arte etc.). Explique aos alunos o conceito de intertextualidade, de como ela enriquece uma obra e, igualmente, quão importante é o acesso à cultura para entender essas referências quando aparecem em um texto. Listamos alguns abaixo, que podem servir como exemplo: a) “Hoje terminei de ler Moby Dick” (p. 21) – referência ao romance do autor america- no Herman Melville, que conta o relato de um marinheiro sobre a última viagem em um baleeiro. O original, em inglês, pode ser baixado gratuitamente, em pdf, no site www.dominiopublico.gov.br . b) “Ando vendo baleias por todo lado. A última foi no livro Vidas secas, de Graciliano Ramos, no qual em pleno sertão há um personagem de nome Baleia. Uma cadela.” (p. 65) – referência a um dos ícones da literatura brasileira, leitura obrigatória pré-vesti- bular, posteriormente transformada em filme homônimo no cinema nacional (Direção: Nelson Pereira dos Santos, 103 minutos, preto e branco, 1963). c) “Baixou no MP3 suas músicas preferidas. Até isso estava diferente. Renato Russo, Caetano Veloso, a trilha do filme Imensidão azul e Chico Buarque. A música ‘Cálice’ não saía da sua cabeça. ‘Pai, afasta de mim esse cálice, pai.’.” (p. 55) – referência ao filme dirigido por Luc Besson (França-Estados Unidos, 1998, 160 min.), disponível em DVD, e à música de Chico Buarque e Gilberto Gil, composta em 1973, cuja letra pode ser lida na íntegra no site oficial do primeiro. d) “Hoje encontrei um livro incrível na biblioteca do colégio: A Morte da Baleia, de Affonso Romano de Sant’Anna. O poema foi escrito na década de 1970, mas me pare- ceu muito atual.” (p. 33) – parte do poema pode ser lido no blog oficial do autor . e) “Rio Tibre, Roma. Diz a lenda que Júpiter, tendo se apaixonado por Juturna, tornou- a imortal e lhe deu o domínio dos rios e das águas. A ninfa Lara, famosa tanto pela beleza quanto pela loquacidade, revela este segredo a Juno, a esposa traída de Júpi- ter. Enfurecido, o rei dos deuses manda cortar sua língua e ordena a Mercúrio que a QUESTÕES COMPLEMENTARES ÀS DO SUPLEMENTO DE LEITURA ENCARTADO NA OBRA

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Analisando o texto

1. Em Aqui dentro há um longe imenso há muita intertextualidade: a obra dialoga com outras for-mas de cultura (cinema, música, arte etc.). Explique aos alunos o conceito de intertextualidade, de como ela enriquece uma obra e, igualmente, quão importante é o acesso à cultura para entender essas referências quando aparecem em um texto. Listamos alguns abaixo, que podem servir como exemplo:

a) “Hoje terminei de ler Moby Dick” (p. 21) – referência ao romance do autor america-no Herman Melville, que conta o relato de um marinheiro sobre a última viagem em um baleeiro. O original, em inglês, pode ser baixado gratuitamente, em pdf, no site www.dominiopublico.gov.br.

b) “Ando vendo baleias por todo lado. A última foi no livro Vidas secas, de Graciliano Ramos, no qual em pleno sertão há um personagem de nome Baleia. Uma cadela.” (p. 65) – referência a um dos ícones da literatura brasileira, leitura obrigatória pré-vesti-bular, posteriormente transformada em filme homônimo no cinema nacional (Direção: Nelson Pereira dos Santos, 103 minutos, preto e branco, 1963).

c) “Baixou no MP3 suas músicas preferidas. Até isso estava diferente. Renato Russo, Caetano Veloso, a trilha do filme Imensidão azul e Chico Buarque. A música ‘Cálice’ não saía da sua cabeça. ‘Pai, afasta de mim esse cálice, pai.’.” (p. 55) – referência ao filme dirigido por Luc Besson (França-Estados Unidos, 1998, 160 min.), disponível em DVD, e à música de Chico Buarque e Gilberto Gil, composta em 1973, cuja letra pode ser lida na íntegra no site oficial do primeiro.

d) “Hoje encontrei um livro incrível na biblioteca do colégio: A Morte da Baleia, de Affonso Romano de Sant’Anna. O poema foi escrito na década de 1970, mas me pare-ceu muito atual.” (p. 33) – parte do poema pode ser lido no blog oficial do autor.

e) “Rio Tibre, Roma. Diz a lenda que Júpiter, tendo se apaixonado por Juturna, tornou-a imortal e lhe deu o domínio dos rios e das águas. A ninfa Lara, famosa tanto pela beleza quanto pela loquacidade, revela este segredo a Juno, a esposa traída de Júpi-ter. Enfurecido, o rei dos deuses manda cortar sua língua e ordena a Mercúrio que a

QUESTÕES COMPLEMENTARES ÀS DO SUPLEMENTO DE LEITURA ENCARTADO NA OBRA

leve para o inferno. Mercúrio, ao ver Lara tão indefesa e linda, transforma-a em sua amante e a salva. Os gregos consideram Lara a deusa do silêncio eterno.” (p. 49) – referência à mitologia greco-romana.

Para aprofundamento do tema, sugerimos a leitura de Intertextualidades: teoria e prática, de Graça Paulino, Ivete Walty e Maria Zilda Cury (6. ed. São Paulo: Formato, 2005), que pode ser acessado aqui.

Linguagem

1. Depois de procurar as palavras destacadas na questão 11 do suplemento, os alunos podem ex-pandir o vocabulário em um exercício semântico.

Divida a turma em grupos e distribua entre eles os vocábulos da página seguinte. Cada grupo deve procurar a definição das palavras que recebeu, todas relacionadas a “baleia”. Oriente os alunos a procurar as acepções corretas no dicionário, pois algumas das palavras têm mais de um sentido.

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baleal baleato barba

recolho toadeira vinhoneira

arrieiro baleia-azul surgida

meio-peixe balaieiro

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2. A personagem Lara fala sempre na segunda pessoa do singular, característica própria de quem vive na região Sul do Brasil. Peça aos alunos para pesquisarem palavras, gírias e expressões dessa re-gião. Se, entretanto, os alunos forem da região Sul, peça-lhes para elaborarem uma lista das palavras regionais mais populares que eles utilizam ou ouvem no dia a dia. Com o material coletado, pode-se fazer um minidicionário.

Refletindo

1. A obra está repleta de frases que fazem pensar. Leia para os alunos os trechos abaixo para saber a opinião deles.

a) “— As pessoas colocam seu prazer à frente de tudo.” – fala de Régis, p. 30.

b) “Quem está acostumado a um lar demonstra o maior desprezo por quem vive na rua.” – gato Preto, p. 75.

c) “Se pudesse desabafar, Rodrigo entenderia: todos, feito ele, em maior ou menor grau, têm os mesmos problemas que o assolam nesta noite quente de primavera.” – narra-dor, ao explicar os sentimentos de Rodrigo, p. 45.

2. Esta proposta de reflexão pode ser feita após a pesquisa sugerida na questão 16 do suplemento encartado na obra, que, por sua vez, pode gerar um debate interessante em sala de aula (veja também a questão 7, da seção Pesquisando, na próxima página 7).

“O Dr. Arthur W. Galston, cuja pesquisa levou à criação do agente laranja, disse certa vez: ‘Nada do que você faz na ciência garante que os resultados sejam benéficos para a humanidade. Acho que qualquer descoberta é moralmente neutra, e pode ser mo-dificada para fins construtivos e destrutivos. E isso não é culpa da ciência’.” (fonte: http://ciencia.hsw.uol.com.br/herbicida-agente-laranja1.htm.)

Pergunte aos alunos se eles concordam com a afirmação e peça-lhes para justificar a resposta.

3. Antes de propor a reflexão descrita no exercício 13 do suplemento de trabalho encartado na obra, sugerimos a leitura (individual, em grupo ou em voz alta) do artigo “Cada gesto conta muito”, de Renata Schiavo. Acesso em 15/07/2010.

Outros artigos interessantes sobre o assunto podem ser encontrados em: <www.sustentabilidade.natura.net/editoria/sustentabilidade>. Acesso em 15/07/10.

4. Em uma matéria feita pelo jornal O Estado de S. Paulo, há um documentário sobre a baleia-jubarte, comum no litoral brasileiro. Que tal passar o documentário para a classe, propondo-lhe uma reflexão? Acessando a matéria, também é possível ver um raio-X da baleia, além de outras informações igualmente interessantes.

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Pesquisando

1. No enredo, os adolescentes integram uma missão junto com ativistas da Sea Shepherd. No su-plemento de trabalho encartado na obra, as questões 14 e 15 abordam a atuação de ativistas contra a caça indiscriminada de baleias. Pode parecer mais uma instituição de proteção ambiental como muitas outras. Mas não é. A Sea Shepherd causa polêmica por seu “jeito próprio” de defender a vida marinha. Seus ativistas são às vezes chamados de “piratas”, pela forma como abordam os baleeiros japoneses, que, agressivos, atacam-nos de várias formas. Para se defender, os ativistas às vezes revidam.

Professor, aproveite a oportunidade para estabelecer um debate em sala de aula e exercitar a habi-lidade de interpretação de texto. Junto com a turma, leiam o artigo “Os piratas brasileiros da Sea She-pherd”, de Daniel Lisboa. (Acesso em 16/07/10.) Convide os alunos a visitarem o blog dos voluntários da Sea Shepherd, para entenderem o ponto de vista deles. Depois, inicie o debate, fomentando-o com as perguntas a seguir:

a) Rebater violência com violência é assertivo, nesse caso?

b) Vocês acham contradição, falta de equilíbrio ou uma reação comum uma organiza-ção que defende a natureza prejudicar seres humanos em defesa de seus propósitos?

c) Vocês concordam com a declaração do ativista Gunter, que diz: “Se você vê uma criança sendo espancada na rua, ou interfere para salvá-la ou faz de conta que não vê e segue o seu caminho. Ficar reclamando, escrever cartazes de protesto ou espe-rar que outro tome uma atitude não vai resolver”?

d) Os ativistas da Sea Shepherd usam a criatividade para abordar os baleeiros japone-ses com artefatos não letais (bombas de manteiga estragada, por exemplo). Isso é eficaz?

e) Outra declaração do ativista Gunter revela que, “apesar dos perigos envolvidos, na hora de interceptar um baleeiro, é a adrenalina que fala mais alto”. Deixar a emoção sobrepujar a razão é sábio?

f) Sabotar os países que desrespeitam a proibição à caça às baleias é uma forma efi-ciente de combatê-los? Como?

g) Como se defender, de modo pacífico, do contra-ataque promovido pelos baleeiros?

h) Se vocês estivessem em um navio da Sea Shepherd e se vissem em confronto com baleeiros japoneses, acham que fugir para salvar a própria vida seria uma solução inteligente ou covarde?

i) O que vocês entendem por heroísmo?

2. O texto “Novo confronto entre ativistas da Sea Shepherd e baleeiros japoneses dura mais de cinco horas”, de Raquel Soldera, é uma valiosa fonte para dar ideia aos alunos da gravidade da situação. Acesso em 16/07/10.

3. Antes de sugerir a pesquisa proposta na questão 15 do suplemento encartado na obra ou como forma de estimular os alunos a saber mais sobre o assunto, se possível passe para eles a apresentação em Flash, feita pelo Greenpeace, sobre o Santuário das Baleias. Acesso em 16/07/10.

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4. Que tal montar um “varal legislativo” na sala de aula, com leis, tratados, convenções ou confe-rências sobre a caça às baleias? A atividade aproxima os alunos da linguagem jurídica e torna a legis-lação mais “palpável”. Exposto em sala de aula durante o período dos trabalhos, o varal possibilita que os alunos o explorem com o tempo, lendo, na íntegra ou em partes, os textos nele reunidos.

Antes de montar o varal, pode-se fazer um trabalho de interpretação de texto e redação com os alunos. Divida-os em grupos e peça que cada grupo pesquise uma legislação sobre o tema proposto. Não se esqueça de mencionar a importância de citar a fonte de onde a legislação foi retirada. Em seguida, peça aos grupos para lerem a legislação encontrada, destacando (sublinhando ou utilizando uma caneta marca-texto) os principais trechos do texto. O passo seguinte será a interpretação propriamente dita: cada grupo deverá redigir um resumo do texto expositivo lido e um texto argumentativo, no qual poderá expor a opinião dos integrantes do grupo sobre o texto, sua aplicação e eficácia.

O varal poderá contemplar os textos na íntegra, com os trechos importantes destacados, e os textos redigidos pelos grupos, mostrando a opinião de cada um, que pode ser oportunamente debatida em sala de aula.

O varal pode começar com os seguintes documentos:

Lei. no 7.643/1987Decreto no 6.698/2008Decreto no 28.524/1950 Decreto s/no/2000-SCComunicação da comissão europeia ao parlamento europeu e ao conselho sobre a ação comunitária relativa à atividade baleeira: http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=COM:2007:0823:FIN:PT:PDF.

5. Os pais do personagem Fabiano, quando jovens, estiveram envolvidos em lutas políticas, em busca de liberdade. Este fato histórico brasileiro ficou conhecido como “Revolução de 64” ou “Anos de Chumbo”. Em parceria com o professor de História, explique aos alunos o que foi esse período ou peça a eles para pesquisarem, de modo a conhecer o que aconteceu naquele período.

Sugestões de leitura:

CALDEVILLA, Vinícius; LOCONTE, Wanderley. A ditadura no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2008. (Coleção Por dentro da História)

FICO, Carlos. O regime militar no Brasil (1964-1985). 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. (Coleção Que História é Esta?)

NAPOLITANO, Marcos. O regime militar brasileiro – 1964-1985. 4. ed. São Paulo: Atual, 2009.

6. A pesquisa proposta na atividade 16 pode ser mais bem explorada. Primeiro, retome com os alu-nos as características do agente laranja (veja, por exemplo: http://ciencia.hsw.uol.com.br/herbicida-agente-laranja.htm).

a) Peça aos alunos para pesquisar sobre a Guerra do Vietnã ou solicite a ajuda do professor de História para explicar brevemente à classe o que esse conflito representou. Os sites www.guerras.brasilescola.com/seculo-xx/guerra-vietna.htm e

http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/guerra_vietna.htm podem auxiliar a explanação.

b) Pergunte aos alunos: Além do agente laranja, vocês conhecem outras armas quí-micas? Quais? Liste na lousa todas as respostas dadas pelos alunos, incluindo as

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que não são armas químicas. Em seguida, classifique as respostas (grifando ou circulando as corretas) e explique aos alunos as características desse tipo de arma. O site <www.aprendebrasil.com.br/reportagens/armas/quimicas.asp> contém uma lista que pode ser bastante útil nesta atividade.

c) Distribua aos alunos, divididos em grupos, as notícias completas das referências a seguir para promover um debate sobre os problemas políticos que perpassam o uso do agente laranja e suas consequências na natureza e na saúde humana. Esta atividade trabalha habilidades de interpretação de texto, exercício da cidadania e posiciona-mento político. Dependendo da maturidade da turma, selecione as notícias mais pro-pícias para serem distribuídas. Se desejar estender a atividade, em vez de entregar as notícias impressas, peça aos grupos para pesquisarem-nas e trazê-las para a sala de aula. Antes de iniciar o debate, porém, verifique se não há notícias iguais entre os grupos. Se houver, substitua uma das repetidas por uma das listadas a seguir ou outra que julgar adequada.

AGÊNCIA EFE. EUA confirmam que “agente laranja” causa diabetes. 8 jul. 2005. Acesso em: 16/07/2010.

AGÊNCIA EFE. Arma da Guerra do Vietnã causa hipertensão. 28 jul. 2007. Acesso em: 16/07/2010.

ALTMAN, Breno. Agente laranja causou doenças e mutações genéticas em vietnamitas e norte-americanos. 03 maio 2010. Acesso em: 16/07/2010.

EURONEWS. Agente laranja: três décadas de sequelas não assumidas. 18 jun. 2007. Acesso em: 16/07/10.

FAWTORP, Tom. Vietnã luta contra o legado do agente laranja. 14 jun. 2004. Acesso em: 16/07/10.

McMILLAN, Douglas. Os rastros do apocalipse no Vietnã. 9 set. 2001. Acesso em: 16/07/10.

REUTERS. Estudo sobre agente laranja aponta maior incidência de câncer. 22 jan. 2004. Acesso em: 16/07/10.

7. Enquanto o Vietnã reúne evidências de habitantes que sofrem de problemas genéticos, como a malformação, decorrentes do agente laranja, os EUA limitam-se a admitir que esse agente causa ape-nas risco maior de câncer de pele e de próstata, diabetes e hipertensão. Com base nas notícias acima, questione os alunos:

a) O que alega o Vietnã? O que alegam os Estados Unidos?

b) Em sua opinião, quem tem razão? Por quê?

c) A política é mais importante que a saúde pública?

d) Como esse problema poderia ter sido evitado?

e) Como chamar a atenção das autoridades para o caso?