quijote, segunda parte: parodia e...

QUIJOTE, S E G U N D A P A R T E : P A R O D I A E INVENCIÓN*

A Joseph H. Silverman in memoriam

U n a l e c tura m o d e r n a del Quijote m e parece que exige el en frenta -m i e n t o simultáneo con tres textos d is t intos : l a P r i m e r a parte de 1605, l a Segunda parte de 1615, y lo que h o y entendemos p o r el Quijote, las dos partes unidas . Este Quijote que leemos hoy , el que se lee desde 1617, es u n l i b r o pecu l iarmente d i ferente del que d i c taba necesariamente la c i rcunstanc ia de la escr i tura de la Seg u n d a par te .

E n efecto, pub l i cada en 1615, ya c i r cu laban impresas por lo menos diez ediciones distintas de la P r i m e r a par te 1 . L a breve his t o r i a e d i t o r i a l independiente de las dos partes sugiere que los lectores (y Cervantes ) le o t o r g a r o n c ierto grado de independenc ia necesaria, y a que todavía en 1617 salió impresa en Bruselas l a P r i m e r a parte ( la tercera impresión hecha en Bruselas) y , además, l a Segunda parte t u v o cuatro ediciones separadas hasta l a a p a r i c ión en 1617, en Barce lona , de las dos partes j u n t a s , lo que h o y l l a m a m o s , s in d u d a con razón, l a obra completa . Pero esta perspect iva no debe alejarnos de las características de su enunciación, q u i e r o dec i r , de la producción y recepción contextual izada de es-

* D e j o aquí c o n s t a n c i a de m i agradecimiento a J u a n González Millán por sus c o m e n t a r i o s sobre a lgunos aspectos teóricos y bibliográficos de este t r a b a j o . T o d a s las citas del Quijote p r o v i e n e n de l a edición de L u i s A . M U R I L L O , C a s t a l i a , M a d r i d , 1978.

1 C f . H O M E R O S E R Í S , La colección cervantina de la Sociedad Hispánica de América. Ediciones de "Don Quijote", U r b a n a U n i v e r s i t y P r e s s , U r b a n a , 1918. V é a se también Luís A . M U R I L L O ( e d . ) , Don Quijote de la Mancha, t. 3: Bibliografía fundamental, esp . 004 , p. 21 .

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te texto múltiple. Múltiple en el sentido más e lemental : se t r a t a n o de u n texto sino de dos, y j u n t o s t e r m i n a n por ser inev i tab le m e n t e u n tercer texto . C r e o que el ejercicio de re cons t ru i r p a r c ia lmente el proceso de recepción de la Segunda parte permitirá entender m e j o r nuestra lec tura de fines del siglo x x , nuestro p r o ceso de transcontextualización de esta h i s t o r i a , que hoy se ve com o f u n d a d o r a de la n a r r a t i v a m o d e r n a .

Por demasiado o b v i o , se h a descuidado u n poco, como s iempre sucede con lo que parece o b v i o , el examen atento de las re la ciones paródicas del Quijote con los l ibros de caballerías desde u n a perspectiva que vaya más allá de los casos de intertextual idad , pract i cada de m o d o a veces excesivo y a p o r Clerhencín 2 . E n p a r t e , esto se debe a l creciente interés p o r el e lemento psicológico en la n a r r a t i v a , y en parte p o r el parale lo o lv ido de las conexiones en tre las diversas conformaciones de historias de corte escapista 3 .

D ec la rar que el Quijote es u n a p a r o d i a de los l ibros de caballerías exige ob l igator iamente la reformulación de los postulados generales sobre los que asentamos esta declaración. Porque hay d i ferencias t a n netas entre las dos partes, porque es t a n clara la vo l u n t a d de Cervantes de ex ig i r del lector atención al proceso de reflexión sobre el texto m i s m o , u n a lec tura act iva del Quijote pa rece u n a propuesta inev i tab le .

E n efecto, l l a m a la atención del lector actual al enfrentar la l e c t u r a independiente de la Segunda par te , qué elementos serían necesarios p a r a reconstru i r la recepción de 1615. Los diez años t ranscurr idos desde la aparición de la P r i m e r a parte , exitosos ed i -t o r i a l m e n t e , y l a l enta elaboración de esta Segunda, i n v i t a n a re -d e f i n i r la propuesta paródica i n i c i a l . E n p r i m e r l u g a r , Cervantes

2 Apareció l a e d . de Clemencín en E . A g u a d o , M a d r i d , 1 8 3 3 - 1 8 3 9 , en 6 tomos t e r m i n a d o s de p u b l i c a r después de su m u e r t e por sus hi jos . C f . J . S I M Ó N D Í A Z , Bibliografía de la literatura hispánica, t. 8 , n . 2 6 8 . H a y reedición: C a s t i l l a , M a d r i d , 1 9 6 6 . P a r a u n a visión de c o n j u n t o , véase M A R T Í N D E R I Q U E R , " C e r v a n t e s y l a c a b a l l e r e s c a ' ' , en J . B . A V A L L E - A R C E y E . C . R I L E Y ( e d s . ) , Suma cervantina, T a m e s i s , L o n d o n , 1 9 7 3 , p p . 2 7 3 - 2 9 2 ; p a r a u n a perspect iva semiótica hosti l a l " p l a c e r p u r a m e n t e historicista que c a r a c t e r i z a l a tradic io n a l investigación de f u e n t e s " (pp. 1 9 2 - 1 9 3 ) , cf. A . G Ó M E Z - M O R I A N A , " L a evocación c o m o procedimiento en el Quijote", RCEH, 6 ( 1 9 8 2 ) , 1 9 1 - 2 2 3 , repro d u c i d o e n francés y a b r e v i a d o e n La subversión du discours rituel, E d s . d u Préam-bules , Québec, 1 9 8 5 .

3 M e refiero a l interés m a s i v o m o d e r n o por versiones cinematográficas y t iras cómicas de S u p e r m a n o agentes c o m o J a m e s B o n d y por los l ibros de J . R . R . T o l k i e n , q u e , h a s t a cierto p u n t o , p u e d e n considerarse n u e v a s config u r a c i o n e s de l a n o v e l a de caballerías.

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se v i o ob l igado a pensar en , p o r lo menos , dos t ipos de lectores que h o y ya h a n desaparecido. Los que conocían y los que no conoc ían la P r i m e r a par te . M u c h o de lo que h o y atrae a los lectores modernos al Quijote t iene que ver con la atención cada vez más concentrada en el cuest ionamiento del texto m i s m o . L a necesid a d casi imper iosa de leg i t imarse a través del auto -examen está d e n t r o m i s m o de la natura leza de esta Segunda par te . S u r g e n , pues , dos t ipos de i n t e r t e x t u a l i d a d . E l lector del Quijote de 1605 contaba con l a competenc ia que permitía ident i f i car las alusiones a los l ibros de caballerías; los de 1615 deben agregar el conoc i m i e n t o de la P r i m e r a parte como texto autónomo, como texto que p u d o o n o haberse leído. A m b a s competencias nos son h o y p a r c ia lmente ajenas. L a p r i m e r a porque y a nad ie , casi nadie ( y en t r e ellos m u y pocos profesores de l i t e r a t u r a , en v e r d a d ) , lee l i b i o s de caballerías. L a segunda porque todos leemos la obra comple t a , y dentro de los límites de l a to leranc ia inte lec tual de nuestra m o d e r n i d a d , muchos de los lectores corrientes sólo c u b r e n la P r i m e r a parte .

N u e s t r a competencia es, en cambio , de o t ro t i p o . L a sofist i -cación inte lec tual que p e r m i t e la parod ia , con la que cuenta el a u t o r para que esa competencia se c u m p l a , corresponde h o y a u n ejercicio de recepción menos act ivo , puesto que el Quijote es ya u n i cono . D e c ierta m a n e r a pecu l iar , más o menos empobrecedo-r a y a l m i s m o t i e m p o enr iquec ida , todos conocemos (reconocemos) el Quijote.

Pero de 1605 a 1615, Cervantes debió enfrentar el desafío de la creciente p o p u l a r i d a d de su l i b r o , l a necesaria atracción de otros lectores y l a aparición de u n apócrifo en 1614, cuando más de la m i t a d de su Segunda parte estaba ya escr i ta 5 .

4 E n el sentido e n el que el desp lazamiento histórico del contexto del lector es e n r i q u e c e d o r , cf. G . G E N E T T E , Palimpsestes, E d s . d u S e u i l , P a r i s , 1982, p p . 24 -25 , y , e n general , p a r a u n a definición y clasificación de l a p a r o d i a , p p . 17 -32 .

5 E n efecto, en el o r d e n de l a narración que fue a l a i m p r e n t a , l a p r i m e r a mención del l ibro de A v e l l a n e d a aparece e n el c a p . 59 ; las del Prólogo, n a t u r a l m e n t e , fueron escritas u n a vez terminado el l ibro . C f . L u i s A . M U R I L L O , The golden dial: temporal configuration in Don Quijote, D o l p h i n , O x f o r d , 1975, p. 108. P a r a l a pos ib i l idad de alusiones previas e n esta S e g u n d a parte , p a r t i c u l a r m e n t e e n el c a p . 1, cf. M O N I Q U E J O L Y , " H i s t o r i a s de l o c o s " , RILCE, 2 ( 1 9 8 6 ) , 177-184. E s t a pos ib i l idad , certeramente defendida por l a a u t o r a , obl i g a a r e p e n s a r l a ' ' e s c r i t u r a ' ' c e r v a n t i n a y a no como desarrol lo l i n e a l sino com o h e c h a sobre recomposic iones , añadidos y supresiones . Véase también N I C O L Á S M A R Í N , " C e r v a n t e s frente a A v e l l a n e d a : l a d u q u e s a y Bárbara " , CI-


E l signo paródico debía modi f icarse y la c o m p l e j i d a d de los elementos que const i tuyen el género debía apelar a otras estrategias textuales . ¿ Q u é entender p o r p a r o d i a en estas/esas c i r cuns tancias históricas? Es probable que la definición de p a r o d i a no responda a nociones invar iab les ; l a contextualización, l a ausencia de u n a hipercodificación esencial del género, como veremos, hace difícil, si no inútil, esperar características fijas. Si p a r o d i a es repetición con di ferencias, es imitación con distancia irónica, entonces es j u s t o rec lamar p a r a l a p a r o d i a u n a v a r i e d a d o p e r a t i v a suf ic ientemente a m p l i a como p a r a que i n c l u y a desde l a r i d i -culización hasta el homena je 6 . N o toda p a r o d i a i n t e n t a el ridícul o . N o toda transcontextualización supone la b u r l a . C i e r t a m e n te , l a atracción de textos que se rehacen irónicamente lleva implícita l a admiración. M e atrevo a sugerir que u n o de los más intensos atract ivos del Quijote p a r a el escritor m o d e r n o es precisamente este componente de admiración que inc luye l a parod ia ce rvant ina .

Por c ier to , el a t rac t ivo que Cervantes sintió por los géneros y subgéneros consagrados y l a necesidad c u m p l i d a , p r o m e t i d a , abandonada, de tratarlos y parodiarlos en el momento de más clara aceptación o decadencia en el favor del públ ico o de los autores, es u n a constante en su obra : l a pas to r i l , l a novela b i z a n t i n a , l a nove la cor ta , l a novela picaresca, l a poesía amorosa, entre otras f u e r o n sometidas a examen crítico y reverente 7 .

¿Quiere esto decir que Cervantes , a l p a r o d i a r los l ibros de caballerías, intentaba una revalorización conservadora? ¿Que la bur la estaba d i r i g i d a a desprestigiar las muestras del género que no seguían los postulados del Amadís, al que salva de la hoguera en el

Cer, p p . 8 3 1 - 8 3 5 , p a r a alusiones en el c a p . 3 0 , con argumentación poco c o n v i n c e n t e .

6 C f . L I N D A H U T C H E O N , V 4 theory of parody, M e t h u e n , N e w Y o r k , 1 9 8 5 , pp. 3 0 - 3 7 , e s p . , y pp . 7 7 ss. Véase además a propósito del Quijote, H . M E Y E R , The poetics of quotation in the European novel, P r i n c e t o n U n i v e r s i t y P r e s s , P r i n c e t o n , 1 9 6 8 , p. 6 9 , c o n referencias a G a r c i l a s o , c i ta a l a que m e refiero infra.

7 M e refiero a re formulaciones pragmáticas de estas modal idades n a r r a t ivas y líricas, a las que deberían añadirse las exper imentaciones dramáticas. P a r a l a revisión de los textos cervant inos e n que se c o m e n t a n postulados teóricos , véase E . C . R I L E Y , " T e o r í a l i t e r a r i a " , e n l a y a c i tada Suma cervantina, pp . 2 9 2 ss., e n donde , por lo demás, se insiste , creo que exces ivamente , e n l a i m p o r t a n c i a de l a distinción entre romance y nove la . P a r a l a aplicación del c o n cepto b a j t i n i a n o de heteroglosia o lenguaje heterológico, referido a l a d i v e r s i d a d de t iempos d iscurs ivos , véase A U R O R A E G I D O ( e d . ) , Lecciones cervantinas, C a j a de A h o r r o s y M o n t e de P i e d a d de Z a r a g o z a , Aragón-Rioja, Z a r a g o z a , 1 9 8 5 , p p . 1 1 3 - 1 2 9 .


capítulo 6 de la P r i m e r a parte? N o parece ésta una deducción jus ta . A l c o n t r a r i o , parece legítimo a f i r m a r que el texto c e rvant ino p r o pone u n a reescr i tura de los l ibros de caballerías que no i n t e n t a la imitación de u n género y a consagrado, rígido y tiránico, sino la apropiación dialógica, antagonista y subversiva de estos textos i n m o v i l i z a d o s en parámetros que se repetían con cada nuevo tít u l o y atacados por los pensadores y moral istas contemporáneos , pero leídos i m p e r t u r b a b l e m e n t e , umversa lmente , a pesar de los ataques 8 .

E n la P r i m e r a p a r t e , esta re -escr i tura antagonista se revela en l a q u i e b r a de l a propuesta centra l del género, que es, p a r a C e r vantes , l a d i ferencia pos ib i l i tadora de l a parod ia : la degradación de l a i s lamiento utópico , casi ucrónico , p o r l a invasión de lo c o t i d i a n o contemporáneo .

L á Segunda parte debe enfrentar la presencia de esta estrateg ia y entablar u n nuevo diálogo con esta propuesta , como ya hemos señalado. Se t r a t a , pues, de c o n t i n u a r y c a m b i a r la P r i m e r a p a r t e y , por el lo , el género. Reac t ivar p a r a los lectores nuevos l a P r i m e r a parte y distanciarse de el la . Si hasta entonces la invasión de l o real es lo que p e r m i t e l a parod ia , ahora será el reconoci m i e n t o , en l o que los lectores adv ier ten como rea l , de D o n Q u i j o te c o m o caballero andante , lo que d isponga al m u n d o que lo r o dea a co laborar en l a d i ferencia que haga posible l a parod ia .

L a reflexión sobre el texto m i s m o se aleja del género y se concentra , especularmente, sobre la P r i m e r a parte . L a m i s m a ac t i t u d m o d e r n a de desconfianza hacia la crítica externa , que le h a ganado a Cervantes tantos lectores-autores en nuestro t i empo , per-m e a toda la Segunda par te : cuest ionamiento del texto , va lor i za c ión y defensa o ataque de proced imientos n a r r a t i v o s , atención a l receptor , disolución de la i d e n t i d a d de la voz n a r r a t i v a , preo cupación p o r l a correcta lec tura y , finalmente, rechazo del past i che de Ave l laneda , son parte de los elementos que renuevan la propuesta paródica de la Segunda parte , y l a d ist inguen de su texto generador . Esta reflexión vue l ta sobre el texto de la P r i m e r a par te p e r m i t e u n a m a y o r concentración y especif icidad. N o es casual que haya en la Segunda parte menos comentarios generales sobre l i t e r a t u r a y que el más extenso se dé en la casa del Cabal lero del V e r d e Gabán : el único de los personajes no fugaces, j u n t o con

8 C f . L . H U T C H E O N , op. cit.y pp . 76 ss.\ véase también R . W E I M A N N , " A p -p r o p r i a t i o n a n d m o d e r n history i n R e n a i s s a n c e prose n a r r a t i v e " , NLH, 14 ( 1 9 8 3 ) , 459 -495 , esp. 480 ss.


D o n Q u i j o t e y Sancho, que no h a leído la P r i m e r a par te . L a ob sesión p o r el texto m i s m o , l a incesante observación de la n a r r a c ión que se v a desarro l lando , e l i m i n a as imismo la incorporación de otros discursos. L a ausencia de las narraciones intercaladas que hacían posibles diversos registros discursivos en la P r i m e r a p a r te , no solamente obedece a probables críticas: también resultaba indispensable para separar y d i ferenc iar los dos textos.

E l Quijote, más que u n a reflexión d irec ta sobre la l i t e r a t u r a , con personajes que o p i n a n y discursos que se incorporan para m u l t i p l i c a r registros y en f rentar opciones, será ahora el espacio d o n de se exprese " s o l a y señera" l a l engua de este nuevo l i b r o de caballerías: homenaje y p a r o d i a subversiva del género, pero t a m bién continuación y c a m b i o de la P r i m e r a par te . As í , pues, si l a p a r o d i a inc luye p o r definición l a síntesis de otros textos , estamos e n l a Segunda par te ante el reemplazo de l género p o r el representante antagónico; de esta m a n e r a , los lectores e n t r a n en l a n u e v a convención y pueden ejercitar su competencia. Esto se ve con par t i c u l a r b r i l l o en las instancias auto-ref lexivas que en l a Segunda par te p e r m i t e n m a n i p u l a r satíricamente las estrategias creadas en 1605; en efecto, la inclusión de la Pr imera parte como conocimiento de los mismos personajes, explota la convención del sistema narrador - t ex to - l e c t o r . Y a en el segundo capítulo, enterado Sancho de l a existencia del l i b r o , cuestiona la elección del n a r r a d o r omnisc iente : " y d icen que me m i e n t a n a mí en ella con m i m i s m o n o m b r e de Sancho Panza y a l a señora D u l c i n e a del Toboso , con otras cosas que pasamos nosotros a solas, que m e hice cruces de espantado c ó m o las p u d o saber el h is tor iador que las escr ib ió" .

E l tercer capítulo se abre con l a rebelión del personaje autón o m o : D o n Q u i j o t e d u d a de la verac idad de la P r i m e r a parte y espera ver c u m p l i d o el p r i n c i p i o , retórico para nosotros, histórico p a r a él, de l decoro. Esta autonomía p e r m i t e el t r a t a m i e n t o irón i co del personaje, el rechazo de la crítica y l a defensa apasionad a de l t ex to , y a sea p o r el i r re fu tab le hecho de su éxito, como p o r l a re -escr i tura de episodios.

T o d o esto prepara el proceso de pulverización de las i d e n t i d a des del lector y el n a r r a d o r que i n t e n t a l a Segunda parte . Si el p u n t o de v is ta en el m o m e n t o de la escr i tura se desplaza de los lectores que h a n leído la P r i m e r a parte a los que la desconocen y viceversa, med iante recapitulaciones y suposiciones que i n c l u y e n el conoc imiento de aventuras anteriores , la identificación del n a r r a d o r vue lve a opacarse con la multiplicación de instancias i n termed ias .


E l capítulo 5 nos enfrenta con la intervención del t r a d u c t o r i n v e n t a d o en la P r i m e r a parte p a r a parod iar la fórmula de la convenc ión de los l ibros de caballerías que proponía el encuentro de u n mister ioso m a n u s c r i t o en l engua ignota . M e d i a n t e este recur so, Cervantes reemplaza la relación con el género p o r la relación con su p r o p i o l i b r o , al t i e m p o que añade o t ro paso i n t e r m e d i o p a r a l legar a l a identificación de la voz n a r r a t i v a .

E n la P r i m e r a p a r t e , el texto parecía la narración basada en anales manchegos y documentos arábigos que u n t r a d u c t o r había puesto en castellano. A h o r a el lector descubre que el mor isco t r a d u c t o r h a i n t e n t a d o ejercer l a función de censor. Pero conocemos esto a través de u n n a r r a d o r que , no lo sabíamos hasta ahora , h a bía m o d i f i c a d o , no sabemos c ó m o , l a fiel traducción del to ledano gustador de pasas. Este n a r r a d o r , que en el capítulo 9 de l a P r i m e r a parte no vac i la en identi f icarse con u n r o t u n d o yo p a r a lue go desaparecer detrás de la narración de la h i s t o r i a , en l a Segunda p a r t e , más a m b i g u o y no s iempre ident i f i cable con el sujeto de l t ex to , c o n t r i b u y e perversamente , lúdicamente, a l a destrucc ión de su i d e n t i d a d . Así , el capítulo 10 se abre con u n comentar i o s in sujeto explícito que el lector podrá a t r i b u i r al t r a d u c t o r , a l n a r r a d o r que a veces t ranscr ibe , a veces varía y , a veces, como aquí , si es que se t r a t a del n a r r a d o r , comenta la h i s t o r ia , desl i zándose del discurso d irecto a l discurso re fer ido , i r o n i z a n d o sob r e v e r d a d y creación o ve r dad y m e n t i r a . O i n t e r f i r i e n d o en el desarrol lo de la h i s t o r ia con comentar ios parentéticos di latadores de l a acción y creadores de c omic idad que , a su vez, p a r o d i a n el esquema n a r r a t i v o de corte p o p u l a r :

y sucedióle todo tan bien, que cuando se levantó para subir al rucio vio que del Toboso hacia donde él estaba venían tres labradoras sobre tres pollinos, o pollinas, que el autor no lo declara, aunque más se puede creer que eran borricas, por ser ordinaria caballería de las aldeanas, pero como no va mucho en esto, no hay para qué detenernos en averiguarlo. En resolución. . . ( I I , 10, 107).

Esta m i s m a fórmula se e jercita más adelante en el capítulo 12, en que C i d e H a m e t e reaparece, l l a m a d o más frecuentemente ' ' a u t o r " en esta Segunda par te , como censor de su p r o p i o texto , seleccionado, recortado, comentado, reinstaurado por este t raduc t o r ( como en el exord io del capítulo 44) o por el t ranscr ip tor del t e x t o t r a d u c i d o 9 . Este d o m i n i o de la voz t r a d u c t o r a o t r a n s c r i p -

9 P a r a u n ordenamiento de los diversos papeles de C i d e H a m e t e en l a no-


t o r a (no sabemos b i e n ) , se hace a veces perentor io . O r i e n t a al lect o r , añade dudas , aclara situaciones, interponiéndose delante de l a narración, prepotente , cómica , irónica, como en la escena del d u e l o p r i m e r o con Sansón Carrasco , cuando lo ident i f i ca como el Caba l l e ro de l Bosque.

O t r a s veces, extrae de la h i s t o r i a l a voz de C i d e H a m e t e y la d r a m a t i z a ob l igando al lector a revisar presupuestos sobre los que a p o y a su comprensión del proceso c o m u n i c a t i v o , como en el e p i sodio de los leones que presencia el Caba l l e ro del V e r d e Gabán , o en l a introducción al episodio de l a C u e v a de M o n t e s i n o s , en q u e se e x t r e m a l a p u n t u a l i d a d de l a traducción t ranscr ib iendo las notas al m a r g e n de C i d e H a m e t e , d u p l i c a n d o su función de n a r r a d o r en la de comentar i s ta de los hechos de la h i s t o r ia , E n otros casos, inversamente , queda e l i m i n a d a p o r completo l a voz de C i de H a m e t e p o r l a de l t r a d u c t o r , de m o d o explícito, y l a escena q u e d a re fer ida p o r u n t r a n s c r i p t o r n u n c a b i e n ident i f i cado :

Aquí pinta el autor todas las circunstancias de la casa de don Diego, pintándonos en ellas lo que contiene una casa de u n caballero labrador y rico; pero al traductor desta historia le pareció pasar estas y otras semejantes menudencias en silencio, porque no venían bien con el propósito principal de la historia, la cual más tiene su fuerza en la verdad que en las frías digresiones ( I I , 18, 169).

Pero la Segunda parte también produce u n a especie de h i p e r n a -r r a d o r que e l i m i n a la voz del a u t o r , del t r a d u c t o r y , si se qu iere , l a de l t r a n s c r i p t o r . Es el que conoce también l a P r i m e r a parte . As í , en el capítulo de la a v e n t u r a del r ebuzno , el c omentar i o i n i c ia l se d i r i g e a los t ipos de lectores posibles en el m o m e n t o de la aparición de l a Segunda parte y recrea el capítulo 23 y añade da tos no conocidos por n i n g u n o de los lectores:

Este Ginés de Pasamonte a quien Don Quijote llamaba Ginesillo de Parapilla fue el que hurtó a Sancho Panza el rucio; que por no haberse puesto el cómo n i el cuándo en la Primera parte, por culpa de los impresores, ha dado en qué entender a muchos, que atribuían a poca memoria del autor la falta de imprenta ( I I , 27, 249).

Pues b i e n , el texto supone conversaciones desconocidas, los lectores de l a P r i m e r a parte sabían que D o n Q u i j o t e había l l a m a -

v e l a , véase R U T H E L S A F F A R , Distance and control in "Don Quijote", C h a p e l H i l l , 1975, p a r t i c u l a r m e n t e el c a p . 4, pp . 114-139.

NRFH, X X X V I I I Q U I J O T E : P A R O D I A E I N V E N C I Ó N 825

do a Ginés , 4 ' d o n h i j o de la p u t a , d o n Gines i l l o de P a r o p i l l o , o c o m o os l lamáis" ( I , 22 , 276) y este h i p e r n a r r a d o r rechaza los añadidos que desde la segunda edición de J u a n de la Cuesta exp l i c a b a n el r obo del r u c i o y adv ier te a los lectores de l o que ellos ya deben saber si l eyeron las ediciones siguientes a l a pr inceps . A este n a r r a d o r también habrá que a t r i b u i r la alabanza irónica a C i d e H a m e t e que abre el capítulo 40 y en que se cuenta el final de l a h i s t o r ia de l a dueña D o l o r i d a , y los " D i c e n q u e " i n i c i a d o res de comentar ios metatextuales que f u n c i o n a n como p o s i b i l i d a d máxima de indeterminación del narrador en esta Segunda par te . P o r l o demás , las rebeliones y las censuras del t r a d u c t o r son, a l m i s m o t i e m p o , p r u e b a de l a intención paródica del texto . E l t r a d u c t o r es, en v e r d a d , l a voz defensora de la natura leza estática de l género, que declara l a i n v a r i a b i l i d a d de los personajes. L o s escuderos son escuderos; los caballeros no de jan de serlo n u n c a . L a propuesta paródica, la repetición contestataria, es hacer de Sancho filósofo, pred i cador o a r r i b i s t a social. Los desajustes, la d i f e r enc ia , no deben entenderse como el resultado de desarrollos p s i co lóg icos , según quiere c ierta crítica i n m o v i l i z a d a en presupuestos de la narración real ista dec imonónica , sino más b i e n , como reafirmación de esta a c t i t u d paródica y a menc ionada . D e hecho, los personajes que vue lven a la P r i m e r a parte para insp i rar su cond u c t a y r ep i t en a D o r o t e a , son sus lectores convencionales: Sansón Carrasco , la D u q u e s a , A n t o n i o M o r e n o .

E n las tensiones entre las dos partes , los elementos satíricos parecen hacerse evidentes con más in tens idad en la Segunda. N o s iempre es fácil separar p a r o d i a y sátira; y en el Quijote, la presenc ia simultánea de l a rea l idad no codi f icada ( la que el lector recibe como referente en el texto ) y l a de la rea l idad h ipercodi f i cada ( la del género de los l ibros de caballerías) compl ica esta separación 1 0 . S i n e m b a r g o , p o r el hecho de que los personajes p a r t i c i p a n en la Segunda parte de esta v o l u n t a d paródica, pues ya conocen la existenc ia de D o n Q u i j o t e , los elementos satíricos parecen más e v i dentes.

A pesar de que en ambas partes , convenc ionalmente , es la est ra teg ia n a r r a t i v a del v ia je la que p e r m i t e las aventuras en serie, en ambas también, u n a situación centra l m o d i f i c a esta estrateg ia . E l cuarteto de C a r d e n i o , L u s c i n d a , D o r o t e a y d o n Fernando

1 0 C f . Z . B E N - P O R A T , " M e t h o d i n m a d n e s s : notes o n the structure of p a -r o d y based o n Mad T V s a t i r e s " , Poetics Today, 1 9 7 9 , 1 4 5 - 1 7 2 , esp. pp . 2 4 7 -2 4 8 ; cf. L . H U T C H E O N , op. cit., p p . 4 5 - 4 9 .


f o r m a , creo, esta situación centra l en la P r i m e r a par te ; s in e m b a r g o , u n a situación novelesca de amores contrar iados reúne a los cuatro casualmente y crea encuentros también casuales ordenados p o r l a t r a m a . L a Segunda parte t iene como e lemento cent r a l de l a h i s t o r i a que allí se re la ta , m e parece, el m u n d o de los duques . A q u í , el azar parece estar d ic tado p o r el referente. N o es casual el v ia je a Zaragoza , pues lo d i c ta l a tradición histórica de las jus tas , aún v ivas y anacrónicas en el m o m e n t o de la e s c r i t u r a 1 1 . Los duques no necesitan c a m b i a r su i d e n t i d a d ; son de a l g u n a m a n e r a anacrónicos ellos mismos . N o p o r q u e , como en el caso de D o r o t e a , sus acciones (sus amores pre - t r ident inos ) n o se ajustan a las situaciones que d ic ta el referente, sino más b ien a las convenciones de u n a t r a m a novelesca; son anacrónicos por q u e sus acciones representan el desajuste con los cambios que se estaban p r o d u c i e n d o en el o r d e n social español. Ningún episodio i l u s t r a m e j o r esa v o l u n t a d de rechazo de los t iempos nuevos que se avec inan con m a y o r o m e n o r ve loc idad que el creado por el m u y c ó m i c o ped ido de ayuda en f o r m a de desafío sol ic itado p o r d o ñ a Rodr íguez . Los frustrados amores de la h i j a de doña Rodr í guez están ordenados p o r factores económicos b i e n concretos. N o h a y aquí i n c u m p l i m i e n t o supuesto de pa labra de casamiento p o r har tazgo de la pasión. L a h i j a de doña Rodr íguez no puede hacer c u m p l i r l a p a l a b r a al ' ' h i j o del l a b r a d o r r iquísimo' ' po rque el d u que " h a c e orejas de mercader y apenas quiere o írme; y es l a causa que como el padre del b u r l a d o r es t a n r i co y le presta dineros y le sale p o r fiador de sus t r a m p a s , por momentos no le quiere descontar n i d a r pesadumbre en ningún m o d o " ( I I , 48 , 402) . Se t r a t a , pues, de ref le jar el m u n d o de los aristócratas de p r o v i n c i a , d iver t idos y ociosos, despreocupados y gastadores, improduc t ivos e imper iosos ; ajenos a l a evolución de la economía d i n e r a r i a , cada vez más rodeados de campesinos ricos que se v a n haciendo dueños de t ierras y creadores de formas de v i d a afines a las de la b u r guesía. E l texto n o parece m i r a r a estos señores prov inc ianos con excesiva simpatía, p o r lo menos desde nuestra perspectiva de fi-

1 1 I I , c a p . 59 , p. 489 : "Preguntáronle que adonde l l e v a b a d e t e r m i n a d o su v i a j e . Respondió que a Z a r a g o z a , a hal larse e n las j u s t a s del arnés, que e n a q u e l l a c i u d a d suelen hacerse todos los años' ' , cf. l a extensa n o t a histórica correspondiente en l a ed . de Clemencín. Véase también el excelente estudio de A U R O R A E G I D O , " L a s cofradías z a r a g o z a n a s del siglo x v n y su proyección l i t e r a r i a ( con u n escolio al Quijote)", en A . R E D O N D O (éd.) , Les parentés fictives en Espagne (xV-xvif siècles), Université de l a S o r b o n n e N o u v e l l e - P a r i s I I I , P a r i s , p p . 156-158.


nales del siglo x x , que no debe caer en el despropósito de hacer de l Quijote u n texto r e v o l u c i o n a r i o . Pero es j u s t o ins i s t i r en que l a impresión que desea crear l a Segunda parte es l a de u n m a y o r énfasis en el referente que se observa con intención satírica 1 2 . L a presencia de ciertos personajes es esperable, pues la estrategia de la serie de aventuras que d i c ta el v ia je de l héroe es menos azarosa y más d i r i g i d a . E l texto se pueb la , así, de Camachos ricos y de señores urbanos que gustan de saraos y nuevas invenciones , com o d o n A n t o n i o M o r e n o ; de aristócratas prov inc ianos y de b a n doleros ; de mancebitos empobrecidos que v a n a la guerra por ne cesidad, de caballeros labradores con hijos universitarios y de C l a u dias Jerónimas capaces de " e n c e r r a r más de dos balas en el c u e r p o " de l amado p o r "desa forada v e n g a n z a " . D e entre ellos sobresale l a a m b i g u a figura de l d u q u e , encantado de i r r i t a r al c u r a de l casti l lo ; i r r i t a d o , a su vez, con Tos i los cuando desbarata p o r a m o r sus planes de b u r l a ; generoso y m e z q u i n o a la vez, más abúlico en la caza que su m u j e r l a duquesa, está enamorado del poder que le h a otorgado el o r d e n social en que h a nac ido : " S i u n a vez l o probáis , Sancho [. . . ] comeros heis las manos tras el gob ierno p o r ser dulcísima cosa el m a n d a r y ser obedec ido ' ' , dice el d u q u e cuando le ofrece l a ínsula en el capítulo 42. Pero el desdén de u n a de las voces autoriales emerge sin ambigüedades cuando o p i n a C i d e H a m e t e en el capítulo 70: " n o estaban los duques dos dedos de parecer tontos pues tanto ahínco ponían en bur larse de dos t o n t o s " . Sancho Panza m i s m o acusa ciertos rasgos que t i e n e n menos que ver con aproximaciones a l a l o cura de su amo y más con su firme condic ión campesina. C r e o que no está de más ins i s t i r en l a i m p o r t a n c i a creciente que t iene en la Segunda parte l a religión o f i c ia l en el discurso de Sancho. N o solamente se reflej a en menciones y citas directas de las escrituras, sino en temores o reticencias y afirmaciones que m a r c a n su conducta. Si D o n Q u i j o t e parece ajeno a las actividades de la Iglesia como institución r e g u l a d o r a de la conducta social o represora a través de la I n quisición, si su b ib l io teca estaba s igni f i cat ivamente desprovista de l ibros de devoc ión , Sancho aparece, en esta Segunda par te , c o n f o r m a d o p o r rasgos de c u l t u r a rel igiosa p o p u l a r que hacen re -

1 2 P a r a u n análisis del conjunto que a p u n t a a este aspecto de l a " e c o n o mía d i n e r a d a " e n C e r v a n t e s , véase J . A . M A R A V A L L , Utopía y contrautopía en el "Quijote", P i c o S a c r o , Sant iago de C o m p o s t e l a , 1976, esp. el c a p . 2: " C r í t i c a de l a situación p r e s e n t e " , p p . 37 ss.\ también véase l a interpretación "histórico-materialista' ' de L . O S T E R C , El pensamiento social y político del "Quijote", 2 a e d . , U N A M , México, 1975, p p . 136 ss.


ferencia d i rec ta al m o d o de v i d a campesino . M o d e r n a s invest igaciones de los archivos inquis i tor ia les h a n vue l to a l l a m a r l a a ten c ión sobre l a presión i n q u i s i t o r i a l en la población r u r a l ; l a cond u c t a de Sancho refleja esta situación de m o d o m u y agudo , no desde el ángulo de los que se rebe laban s ino , s ign i f i cat ivamente , desde la a c t i t u d de aquellos que habían aprend ido rápidamente a ser cautelosos 1 3 . N o es solamente l a insistencia en su condición de cr i s t iano v ie jo ya presente en la P r i m e r a parte (capítulos 21 y 47) a través del p r o p i o Sancho y del n a r r a d o r ; esto t iene que ver con la sátira de escritores urbanos contra las pretensiones campesinas, a estas alturas, hipercodif icada como recurso cómico , part i c u l a r m e n t e en el t eatro . Pienso más b i e n en otros aspectos que t i e n e n que ver con l a atención d i r i g i d a a l referente. Por u n lado , l a predicación como fuente de c o n o c i m i e n t o s 1 4 , según Sancho le recuerda a Teresa en el capítulo 5, o como p a r t i c u l a r m o d o del d iscurso , según advierte d o n Q u i j o t e en el capítulo 20, o se ins c r ibe s in comentar i o en el capítulo 1 1 :

Pero encomendémoslo a Dios, que El es sabidor de las cosas que han de suceder en este valle de lágrimas, en este mal mundo que tenemos, donde apenas se halla cosa que esté sin mezcla de mal dad, embuste y bellaquería.

S i n e m b a r g o , como era de esperar, l a c i ta evangélica como recur so retórico con buena y no t a n buena intención aleccionadora se pone f u n d a m e n t a l m e n t e en boca de D o n Q u i j o t e , q u i e n recuerd a p o r e jemplo a San M a t e o 12:34 y San Lucas 6:45 en el " d e l a a b u n d a n c i a del corazón hab la la l e n g u a " ; y los Hechos de los Apóstoles en el capítulo 25 con " a sólo D i o s está reservado conocer los t i empos y los m o m e n t o s " ; pero también con sesgo cómico en el episodio de los leones, cuando increpa al carretero " ¡ O h , h o m bre de poca f e ! " (San M a t e o 14:31) .

1 3 C f . A . R E D O N D O , " L e discours d 'opposi t ion des groupes r u r a u x face a u p o u v o i r ecclésiastique, dans l a Cast i l l e d u x v i e siècle. A n a l y s e de quelques e x e m p l e s " , Le discours des groupes dominés, Université de l a S o r b o n n e N o u v e l l e -P a r i s I I I , P a r i s , 1986, pp . 39 -47 ; véase del m i s m o autor , " L a rel igion p o p u l a i r e espagnole a u X V I E siècle: u n t e r r a i n d W f r o n t e m e n t ? " , e n Culturas populares: diferencias, divergencias, conflictos. A c t e s d u C o l l o q u e tenu à M a d r i d à l a C a s a de Velázquez, d u 30 n o v e m b r e a u 2 décembre 1983, C a s a de Velázquez-U n i v e r s i d a d C o m p l u t e n s e , M a d r i d , 1986, p p . 329-369 .

1 4 R . R I C A R D , " L O S vestigios de l a predicación contemporánea en el Quijote" , Estudios de literatura religiosa española, G r e d o s , M a d r i d , 1964, pp. 264-278.


E n c a m b i o , la Iglesia como institución contro ladora es parte de l a experiencia de Sancho, como corresponde a las condiciones históricas. E n el famoso episodio de la entrada al Toboso se h a prestado demasiada i m p o r t a n c i a a l 4 4 con la Iglesia hemos dado , S a n c h o " que D o n Q u i j o t e p r o n u n c i a y que p e r m i t e el juego i n t e r p r e t a t i v o i n f i n i t o de su aparente ambigüedad. Pero q u i e n con -tex tua l i za y define la plurisignificación de esta expresión más b i e n inocente es el sabio, Sancho, en mater ias de c o n t r o l social: " Y plega a D ios que no demos con nuestra sepul tura , que no es bue n a señal andar p o r c imenter ios a tales h o r a s " ( I I , 9, 100). L u g a r y horas habituales p a r a prácticas hechícenles. C o m o es también Sancho el único que advierte las relaciones con la brujería en el episodio de d a v i l e f l o {capítulo 41): " q u e y o n o soy ferajo, para gustar de andar p o r los aires. Y ¿qué dirán m i s insulanos cuando sepan que su gobernador se anda pasando p o r los v i e n t o s ? " Desde su c ó m o d a situación social, l a duquesa puede hacer chistes sob r e M a l a m b r u n o , encantador y a l a vez cr i s t iano , pero Sancho, temeroso en más de u n sentido, es el que p ide que lo encomiend e n a D i o s , i n v o q u e n a los ángeles y a y u d e n con paternostres y avemarias; la obvia comic idad de todo esto está, sin embargo, m u y c e r v a n t i n a m e n t e al ineada con u n agudo sentido de la rea l idad de la experiencia popu lar , atraída por las prácticas hechiceras y consciente de su pe l igro . A esta exper iencia , pero enfocada desde el p u n t o de v ista paternal i s ta del n a r r a d o r , habrá que a t r i b u i r t a m bién su idea de la sant idad como u n acto v o l u n t a r i o (capítulo 8) o su deseo de quedarse con l a i n f e r n a l " r o p a de l l a m a s " con que será vestido p a r a vo lver " a l a perd ida l u z " a A l t i s i d o r a (capítulo 69) y l a coroza " p i n t a d a de d i a b l o s " , " a l m o d o de las que sacan los penitenciados p o r el Santo O f i c i o " . E n v e r d a d , todo este ep i sodio " i n f e r n a l " p a r o d i a mot ivos más o menos litúrgicos y hace l i b r e uso cómico y p o p u l a r de la l engua rel igiosa. Será D o n Q u i j o t e el que use con sentido metafórico y no metafórico la pa labra " m a r t i r i o " para cal i f icar el castigo que recibe Sancho a fin de l o g r a r el desencantamiento y resurrección de A l t i s i d o r a : lujoso re m e d o de los duques del encantamiento que Sancho i n v e n t a para D u l c i n e a , Sancho se apoderará descaradamente de la expresión en el capítulo s iguiente: " Y o no sé, n i puedo pensar c ó m o sea que la salud de A l t i s i d o r a , doncel la más anto jad iza que discreta, t enga que ver , como o t r a vez he d i cho , con los m a r t i r i o s de Sancho P a n z a " ( I I , 70, 563).*Pero si este p r e d o m i n i o del referente en l a Segunda parte es u n a de las marcas de la d i ferencia con la P r i m e r a p a r t e , hay o t ro elemento que puede resultar de p a r t i c u -


l a r interés p a r a entender las dimensiones de novedad que debió m a r c a r l a aparición de esta Segunda par te .

C o m o se sabe, debemos a l a paciente labor de d o n Car los Fernández G ó m e z u n vocabu lar i o t o t a l c e rvant ino que inc luye u n c ó m p u t o del Quijote. A pesar de algunas imperfecciones, es t oda vía de e x t r a o r d i n a r i a u t i l i d a d , aunque el cómputo del apéndice no separa las dos partes de la o b r a 1 5 . Pero el hecho de que este t ex to es u n o de los últimos escritos que conocemos de Cervantes , e laborado en los últimos años de v i d a que co inc iden , hasta donde sabemos, con su m o m e n t o más creador, i n v i t a a invest igar en qué campos léxicos el proceso de recodificación, de v i t a l renovación, acusa m a y o r d i n a m i s m o : el último d i n a m i s m o cervant ino . N o es pos ib le hacer , en las c ircunstancias actuales de nuestras fuentes de re ferencia , sino u n a propuesta de t raba jo p r e l i m i n a r y conc lu siones t rans i tor ias . D e todos modos , baste señalar que u n a l e c tu r a actual debe tener en cuenta simultáneamente la dimensión d ia -crónica y l a sincrónica en la creación léxica ce rvant ina , y recuper a r el asombro o l a sorpresa de los lectores contemporáneos es hoy u n a labor arqueológica que si b i e n escapa a las posibi l idades, y a muchas de las necesidades, de l lector ac tua l , no conviene que pase i n a d v e r t i d a para el lector competente o para el invest igador deseoso de contextua l i zar , también lingüísticamente, l a obra de Cervantes .

E n todo caso, i m p r e s i o n a , en el léxico del Quijote, el número elevado de entradas únicas de la Segunda parte . U n a revisión pre l i m i n a r i n d i c a u n m a y o r número que en la P r i m e r a parte y , t r a tándose de u n o de los últimos textos, cal i f icar de constante la re formulación del léxico en el espacio m a c r o t e x t u a l cervant ino es algo más que u n j u i c i o crítico general izados N a t u r a l m e n t e , frente a l a intensa codificación del discurso poético de la época , l a inest a b i l i d a d es esperable en textos narra t i vos . E n el caso del Quijote y , en v e r d a d , en toda la o b r a de Cervantes , la creación, l a opción y el c a m b i o léxico, son de i m p o r t a n c i a paradigmática para el desarrol lo del discurso n a r r a t i v o en castellano. E l análisis exhaustivo de los usos léxicos también permitirá revisar conceptos enraizados en la crítica que d a n por sentado u n imprec iso estilo c e r v a n t i no de apoyo real ista, frente a o t ro discurso, l l a m a d o i ta l ian izante o b i zant ino . F inalmente , permitirá comprender que estos conceptos t a l vez t engan que ver más con preferencias por c ierto t i p o de fá-

1 5 C . F E R N Á N D E Z G Ó M E Z , Vocabulario de Cervantes, R e a l A c a d e m i a Español a , M a d r i d , 1962; el cómputo aparece c o m o Apéndice I I , p p . 1103-1136.


b u l a y menos con diversas vert ientes de la escr i tura ce rvant ina . E n todo caso, este estilo así l l a m a d o c e r v a n t i n o , parece r e c u r r i r con frecuencia a la t in i smos , invenciones o derivaciones cultas que no s iempre t i enen que ver con la reproducción mimética de la l e n gua hab lada : l o que pensamos que p u d o haber sido la l engua h a b l a d a de fines del x v i y pr inc ip i os del x v n . Palabras nuevas de la documentación l i t erar ia como cerbelo, escrúpulo, rector, impertinente, c o m o opuesto a perteneciente, t a l vez i n d i c a n que p a r a los lectores contemporáneos n o se t ra taba s iempre de u n discurso deseoso de r e p r o d u c i r s in más el referente, sino de la creación de u n m u n d o con diversos grados de autonomía.

E n todo caso, si se observan las apariciones únicas de la Seg u n d a p a r t e r se mota que los narradores , casi p o r necesidad, p r o p o r c i o n a n el m a y o r número de casos con novedades léxicas; en c a m b i o , D o n Q u i j o t e y Sancho, en general , pero no exclusivam e n t e , apelan a la formación de palabras en el id io lecto l i t e r a r i o c e r v a n t i n o med iante sufijos (y también pref i jos , pero menos fre cuentemente ) generadores de c o m i c i d a d , con y sin intención paródica. Natura lmente , la variedad léxica en textos narrativos puede obedecer a razones diversas. N o todo es ines tab i l idad , no todo es proceso de reformulación. Inéditas escenas o situaciones, nuevas representaciones pueden dar p o r necesidad aperturas nuevas de campos léxicos. Pero algunos casos de renovación léxica son de fascinante interés. Q u e Roc inante sea l l a m a d o p o r p r i m e r a vez matalote en Barce lona , en el episodio en que los muchachos " q u e son más malos que el m a l o " le encajan debajo de la cola u n m a n o j o de aliagas, se expl ica p o r espléndida necesidad i n t e r n a : l a invención c e r v a n t i n a , puesto que ésta es la p r i m e r a documenta c ión l i t e r a r i a de l vocablo y única aparición en Cervantes , está re lac i onada con las nuevas llagas que producen las aliagas en el po b r e rocín, s in d u d a l leno de mataduras . Estas " m a t a d u r a s " , re creadas imaginar iamente en el campo léxico abierto por la situación n a r r a t i v a , se hacen reales en el uso del der ivado matalote con suf i j o despectivo y a presente de m o d o insigne en el n o m b r e adoptado p o r el a m o y j i n e t e .

A u n en el léxico m a r i n o , tantas veces usado de m a n e r a s ingul a r p o r Cervantes en otros textos, la Segunda par te , apoyada en u n segmento n a r r a t i v o que no se establece en los parámetros de l a a v e n t u r a de a l ta m a r , se asoma, en la m a r i n a de Barcelona, a l m u n d o de los remeros , y aparece bandín, palamenta y la expresión hacer tienda, no usados antes y no vueltos a usar en el más contemporáneo y v ia jero Per siles.


Sancho mal ic ioso , Sancho p a r o d i a d o r , Sancho labr iego , Sancho gobernador , pasa del léxico r e p r o d u c t o r de sus vivencias r u rales a l de la creación p o r derivación burlesca o paródica. E l es el que conoce el va lor inalcanzable p a r a u n v i l l a n o del paño l l a m a d o límiste, s in uso p r e v i o en el léxico c e r v a n t i n o ; el que i n s c r i be l a p r i m e r a documentación l i t e r a r i a de choquezuela, cuando dos escudos lo i n m o b i l i z a n " c o m o g a l á p a g o " 1 6 , en la fingida i n v a sión de la fingida Barataría; el que llamará por única vez a D o n Q u i j o t e patrón en la a v e n t u r a de l a cueva de M o n t e s i n o s , z u m b ó n y paródico , y a no de la relación caballero-escudero, sino de la r e lación amo-cr iado : " E n m a l a c o y u n t u r a y en peor sazón y en aciago día bajó v . m . , caro patrón m í o , al o t ro m u n d o , y en m a l p u n t o se encontró con e l señor M o n t e s i n o s , qué t a l nos le h a pues to ' ' ( I I , 23 , p . 220) . Es el que llamará badulaques por 'afeites ' a los consejos que sobre su persona le dará D o n Q u i j o t e antes de la p a r t i d a a Barataría. Y puesto y a en gobernador insultará, s i g n i f i ca t i vamente , a l l a b r a d o r M i g u e l T u r r a , con el único patán del can o n c e r v a n t i n o , que ref leja de m a n e r a exquis i ta el idiolecto de los señores contemporáneos , del que Sancho se adueña en su inéd i t a y corta carrera de gobernador . Situación, p o r lo demás, que le p e r m i t e apelar a crudos la t in ismos de incorporación reciente en l a l engua l i t e r a r i a , como adminiculo, en cómico uso ad je t ivo , cuando amenaza con encarcelar al doctor Rec io : " P o r q u e si a l g u n o me h a de m a t a r h a de ser él, y de m u e r t e a d m i n i c u l a y pésim a , como es l a del h a m b r e " ( I I , 47 , p . 390) . V u e l t o a su c o n d i c ión de escudero, yendo de regreso a su aldea y m u y b i e n d is puesto a cobrar p o r los azotes que desencantarán a D u l c i n e a , p o r o f re c imiento de D o n Q u i j o t e , inveterado m a l a d m i n i s t r a d o r de sus bienes, Sancho descontará ochocientos ve int i c inco reales ca l culados en veloz y precisa operación aritmética inconcebible en su a m o : " E s t o s desfalcaré yo de los que tengo de v . m . y entraré en m i casa r i c o " ( I I , 7 1 , p . 571) ; este desfalcar i ta l ian izante y y a p o p u l a r en castellano, t iene en este uso único ce rvant ino puesto en boca de Sancho, u n aire socarrón y m a l in tenc ionado que D o n Q u i j o t e pref iere no captar , pero que debió hacer las delicias de los lectores contemporáneos , p a r a los que el vocablo no tenía la s e m i - d i g n i d a d que el per iod i smo actual o torga a los robos financieros, en cuyas crónicas el vocablo aparece h o y con a b r u m a d o r a frecuencia .

1 6 Galápago, por lo demás, hace su única aparición e n el corpus c e r v a n t i n o e n este texto, en l a voz del n a r r a d o r , en comparación de corte p o p u l a r .


E n cambio , cuando Sancho se i r r i t a , su discurso apela a la for mac i ón de palabras con sufijos inesperados, humorísticos. N o se t r a t a de las famosas prevaricaciones léxicas de la P r i m e r a par te , sino de creaciones intencionadas que t e r m i n a n por moldear su id io -lecto : menos r u r a l , menos analfabeto de lo que se suele creer. C u a n d o comentan los duques el encantamiento de D u l c i n e a , Sancho exc lama: " Y ¡ c ó m o si la he v is to ! Pues ¿quién diablos sino y o fue el p r i m e r o que cayó en el achaque del encantorio? ¡Tan encantada está como m i p a d r e ! " Este e jemplo único de encantorio de l capítulo 31 es el que sin d u d a genera el c ó m i c o y ceremonia l lavatorio del capítulo s iguiente , de única aparición en Cervantes , en el episodio de l lavado de barbas en la mesa de los duques. L a creación de encantorio aparece recub ier ta p o r aciertos sintácticos de carácter p o p u l a r en el diálogo que i m i t a la conversación, com o son las palabras repetidas p o r el i n t e r l o c u t o r de la duquesa, Sancho, con va lo r intens i f i cador , pero con signif icado antitético: " e n c a n t a d a " y el verbo " v e r " .

N o es menos comple jo y creador el léxico de D o n Q u i j o t e , con der ivados que v a n desde la t in i smos , algunos leídos en E r c i l l a p o r Cervantes , como nervoso17, hasta aumentat ivos y d i m i n u t i v o s irónicos como refrancico, madrigalete o tragón; o derivados irónicos com o hechiceresca, cebolluda o copleros. Y esta m i s m a a m p l i t u d en la formación se da en la selección léxica de usos únicos: desde pedantes la t in i smos que no puede p r o n u n c i a r Sancho, como longincuos o verídico, p o r p r i m e r a vez documentados l i t e r a r i a m e n t e en el Quijote y en aparición única, hasta la p r i m e r a documentación l i t e r a r i a de l p o p u l a r churumbela, ya de f in ido por C o v a r r u b i a s , en el melancólico proyecto final de i m i t a r la pastoral A r c a d i a ( I I , 67, p . 549) .

E n los narradores , los usos únicos p o r derivación o de vocab u l a r i o a lcanzan aún más c o m p l e j i d a d , entre otras razones, por que ensayan parodias y pastiches de los personajes, p o r la a m b i güedad del discurso re fer ido y por l a m u l t i p l i c i d a d de los planos que la estrategia c e rvant ina h a elegido p a r a des t ru i r la i d e n t i d a d de esta voz .

E n los demás personajes, la creación léxica no está ausente, y cuanto más intensa la v o l u n t a d cómica , más esperables son los e jemplos . E n el segmento de los duques , los derivados humorísticos de piedra son esperables p o r l a resistencia de Sancho a los azotes que desencantarán a D u l c i n e a y por la resistencia de D o n Q u i -

1 7 C f . La Araucana, P r i m e r a parte , canto I I , 51 , 6.


j o t e a los amores de A l t i s i d o r a . A l t i s i d o r a llamará dos veces empedernido a D o n Q u i j o t e en las dos únicas apariciones de la pa labra que registra el corpus ce rvant ino ; l a segunda en el capítulo 70, en perversa parod ia del más célebre verso de Garci laso: " O h más d u r o que mármol a m i s quejas, empedern ido cabal lero . . . " . L a n i n f a argentada de rostro " m á s que demasiadamente h e r m o s o " , con voz " n o m u y a d a m a d a " , pa labra esta última documentada sólo a p a r t i r de fines del x v i , en textos no l i t e rar i os , y con esta e n t r a d a única en Cervantes , acusa a Sancho de tener entrañas "gu i j eñas y a p e d e r n a l a d a s " 1 8 , en u n discurso que c o m b i n a c ó m i c a m e n t e todos los recursos retóricos tradic ionales de la persuasión y exhortación correspondientes al estilo elevado, con expresiones descategorizadoras de la l engua p o p u l a r , que no exc luyen a u m e n t a t i v o s de entrada única, como bestión, n i la t in ismos que se i n c o r p o r a n por p r i m e r a vez al español l i t e r a r i o , como truculento. Estos desajustes, generadores de h u m o r , hacen posible que sea n a d a menos que la duquesa la única que use el m u y m a r g i n a l boquear ( h a b l a r ) , sólo registrado o t r a vez, como era de esperarse, en el Rinconete, y la que recurrirá a comparaciones con la natura leza , de t i p o p o p u l a r : " t a n a m a r g o , que en su comparación son dulces las tueras y sabrosas las ade l fas " . Tueras y adelfas que sólo habían aparecido, también j u n t a s , en La Galatea, sin asomo de p a r o d i a 1 9 .

L a zafia aldeana que Sancho hace pasar por D u l c i n e a desfigurará requiebros en resquebrajos; Montes inos utilizará el verbo soplar con i n v o l u n t a r i a , y por ello cómica , traslación peyorat iva , ya reg is trada en N e b r i j a , e inventará mal mensil 'menstruación ' , o l v i d a d o ya p o r Autoridades y recuperado por el DRAE. L a l ista es m u y extensa y de gran interés. Baste recordar aquí u n último ejemplo de usos únicos que atañe más a la marcada preferencia por el referente en el m o m e n t o de la escr i tura y que , por e l lo , corresponde a la componente satírica de la Segunda parte y que puede q u e d a r i n a d v e r t i d o para el lector actual . E n el capítulo 23 de esta Segunda p a r t e , Cervantes , a través del discurso re fer ido por el n a r r a d o r , hace decir al p r i m o del l icenciado y g r a n esgr imista ,

1 8 A m b o s adjetivos son de aparición única, como e r a de esperarse , y s in d u d a creación c e r v a n t i n a , como lo es entrañas pedernalinas, que u s a irónicamente el d u q u e , en el m i s m o capítulo, h a c i e n d o cómico eco de l a q u e j a de l a n infa . C f . Y . M A L K I E L , " L o s derivados ibero-románicos de petrinus", FU, 3 ( 1 9 5 1 ) , 2 0 1 - 2 0 6 , esp. 2 0 5 - 2 0 6 .

1 9 C f . La Galatea, l ibro 1: 4 ' n o h a l l e n e n el verde p r a d o p a r a sustentarse sino a m a r g o s tueros y ponzoñosas a d e l f a s " , ed. J . B . A V A L L E - A R C E , E s p a s a -C a l p e , M a d r i d , 1 9 6 1 , t. 1, p. 2 3 .

NRFH, X X X V I I I QUIJOTE. P A R O D I A E I N V E N C I Ó N 835

que " s u profesión era ser humanista ; sus ejercicios y estudios, comp o n e r l ibros para d a r a la e s t a m p a " . Cervantes había usado la p a l a b r a humanista u n a sola vez a n t e r i o r m e n t e , en el Viaje del Par-naso, a propósito del doc tor Andrés del Pozo: " H u m a n i s t a d i v i n o es, según pienso / el insigne doctor Andrés del P o z o " 2 0 . C e r v a n tes debió conocer en I t a l i a a este sacerdote g ranad ino allí residente. E n todo caso, la referencia a él es elogiosa; el texto del Quijote a p u n t a a u n uso de la pa labra humanista más comple jo , que refleja el paso del t i e m p o de m a n e r a s ingular . Para Cervantes , además del s ignif icado más general de h o m b r e estudioso y conocedor de las lenguas clásicas y su c u l t u r a , la voz humanista t iene aquí la seg u n d a acepción ant igua profesional, pero ut i l izada con intenso sent i d o irónico que se va desarro l lando en los párrafos siguientes. E l personaje sat ir iza u n t i p o de saber innecesario, de erudición dis-pensable que atro f iaba tomos que la m o d a inte lectual había puesto en circulación y a esas alturas del siglo x v n se había h i p e r t r o fiado. C o m o en el caso de la novela de caballerías, la pas tor i l , la c omed ia , Cervantes se lanza cont ra las formas absurdas de la h i -percodif icación, a u n en textos destinados a la lec tura i n f o r m a t i v a c o m o las misceláneas. Po l idoro V i r g i l i o , c i tado a continuación en el t e x t o , debe considerarse h i s tor iador y filólogo d igno de respet o , pero los perpetradores de suplementos e imitac iones de fo rmadoras merecen la b u r l a , incluso la de Sancho, campeón del senti do c o m ú n . L a erudición y el estudio pueden corromperse : en este caso la sátira debe castigar el exceso; los lectores de la época reconocerían los ejemplos apropiados y los nombres no recuperables instantáneamente por el lector m o d e r n o . ¿Pensaría Cervantes en algún autor o l i b r o en especial? T a l vez en Los cuatro libros de los inventores de las cosas de J u a n de la Cueva . T a l vez en la Silva de Pero Mex ía , a q u i e n probablemente sat ir iza en el capítulo 12 de esta Segunda parte a propósito de las enseñanzas que los hombres pueden aprender de las bestias. N o es i m p r o b a b l e , pero también utilizará Cervantes a Mex ía a través de su famosa traducción de la Exortación a virtud o Parénesis de Isócrates, tantas veces editada con la Silva. Este m i s m o Mex ía que contribuyó de m o d o p r i n c i pa l a d i f u n d i r en E u r o p a , precisamente la pa labra humanista21.

2 0 Viaje del Parnaso, cap . 4, pp . 308-309 ; véase también la nota correspondiente de l a e d . de S c h e v i l l y B o n i l l a .

2 1 E n efecto, l a p r i m e r a aparición de l a p a l a b r a en francés se registra en la traducción de l a Silva por C l a u d e G r u g e t ; cf. A . C A M P A N A , " T h e origin of the w o r d humanista",JWC, 9 (1946) , 60 -73 , esp. p. 64. P a r a l a identificación

836 ISAÍAS L E R N E R NRFH, X X X V I I I

L a c o m p l e j i d a d de relaciones culturales y l i terar ias que cua l q u i e r texto ce rvant ino suscita parece l u g a r c o m ú n perfectamente establecido. D e l e x a m e n renovado de los prob lemas de i n t e r t e x -t u a l i d a d y de los campos léxicos parece también posible el aporte de inesperadas comprensiones nuevas de la obra de Cervantes que, pese a su a b r u m a d o r a bibliografía, se nos aparece, cada vez más, i n f i n i t a .

ISAÍAS LERNER C i t y U n i v e r s i t y o f N e w Y o r k

de l a erudición del p r i m o c o n l a de F r a n c i s c o de L u q u e F a j a r d o , y a i n s i n u a d a por Martín de R i q u e r , véase J E A N - P I E R R E E T I E N V R E , "Pacienciay barajar: C e r v a n t e s , los na ipes y l a b u r l a " , ALE, 4 (1985) , p p . 144 y 146. A g r a d e z c o a M o n i q u e J o l y h a b e r m e l l a m a d o l a atención sobre este agudo estudio.

quijote, segunda parte: parodia e...

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